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O POVO DE RIO TINTO Publicação Mensal| Paroquia de Rio Tinto Rua da Lourinha, 33 4435-308 Rio Tinto | [email protected] |http://www.paroquiariotinto.pt/ NOLITE TIMERE Ano 36| N.º 300 14-04-2013 Que dizes de ti mesma? Esta pergunta dos tempos do tão falado Concílio Vaticano II deu lugar a uma longa reflexão que frutificou num docu- mento, ao mais alto nível. Continua actual como fonte de aprofundamento do credo católico. Fonte para todos os membros da Igreja e para aqueles que estão de fora, mas a olham com perspicácia por razões muito diferentes. Basta pensar que, a quando da eleição do novo papa, estive- ram no Vaticano cerca de 6.000 jornalistas, dos mais varia- dos países. Como sempre, foram munidos das últimas pontas de lança das tecnologias. Que procuravam estes milhares de jornalistas? - Pensei para comigo? Haveria de tudo. Uns procuravam fazer simplesmente o seu trabalho, outros farejavam hipotéticos escândalos (produto sempre vendável e muito em moda, mesmo que parta de su- posições ou calúnias), outros talvez estivessem à espera du- ma espécie de bomba, isto é que o novo homem vestido de branco, mesmo entre linhas, desse logo desse a entender que ia estilhaçar toda a Tradição ( T ) doutrinária, para colo- car a Igreja em consenso com a “modernidade”, outros, com a cabeça cheia de preconceitos, para dizerem isto e aquilo. Enfim cada cabeça, cada notícia, cada cabeça, cada verdade. Parece que as novidades não foram assim tantas. Tirando o facto de ser o primeiro Papa vindo do hemisfério sul, com o seu estilo próprio, será mais um homem que, enquanto bispo de Roma, sucede a Pedro e por inerência deste cargo, é o centro visível da unidade e universalidade da Igreja Católica. Não há papas colunados. Todos têm “ADN” humano ... Algumas ideias chave a reter, para quem se considera católico e não só. Também para os que estão no “Átrio dos Gentios.” Ao íntimo da Igreja só há uma porta por onde se pode entrar: a porta da fé, simples , humilde, sem preconceitos. A Igreja tem o seu alicerce unicamente em Cristo vivo, com o coração sempre a palpitar de amor pela Sua Igreja e por toda a humanidade, já que as fronteiras da Igreja vão até aí. A Igreja sem Cristo “passaria a ser simplesmente uma ONG (organização não governamental), ainda que porventura benemé- rita”. Um alerta de Francisco I . Por muito motivos... A Igreja será sempre um grande sinal de contradição, porque não existe para agradar ao mundo ou andar ao sabor de modas. Quando o Papa fala de pobres, é sempre oportuno recordar que esta palavra é abrangente. Certamente há aqueles milhões de pessoas que vivem na miséria absoluta. A eles se refere o Papa, mas não só. Quando Francisco de Assis foi deserdado pelo seu pai, respondeu: “Posso rezar com plena verdade: Pai nosso...” O desprendimento interior, mesmo nas coisas religiosas, é um des- pojamento muito difícil. E a primeira das bem-aventuranças reza assim: “Felizes os pobres em espírito…” Fiquei, muito contente o com estilo de Francisco I. Mas temo que não seja muito ouvido. A Igreja não é o Vaticano, mas todo povo de Deus. João XXIII tinha já tinha dito: “quero uma Igreja serva e pobre”. A frase fez carreira, mas infelizmente não muito mais

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O POVO DE RIO TINTO Publicação Mensal| Paroquia de Rio Tinto

Rua da Lourinha, 33 4435-308 Rio Tinto | [email protected] |http://www.paroquiariotinto.pt/

NOLITE TIMERE Ano 36| N.º 300

14-04-2013

Que dizes de ti mesma? Esta pergunta dos tempos do tão falado Concílio Vaticano

II deu lugar a uma longa reflexão que frutificou num docu-

mento, ao mais alto nível. Continua actual como fonte de

aprofundamento do credo católico. Fonte para todos os

membros da Igreja e para aqueles que estão de fora, mas a

olham com perspicácia por razões muito diferentes.

Basta pensar que, a quando da eleição do novo papa, estive-

ram no Vaticano cerca de 6.000 jornalistas, dos mais varia-

dos países. Como sempre, foram munidos das últimas pontas

de lança das tecnologias.

Que procuravam estes milhares de jornalistas? - Pensei para

comigo?

Haveria de tudo. Uns procuravam fazer simplesmente o seu

trabalho, outros farejavam hipotéticos escândalos (produto

sempre vendável e muito em moda, mesmo que parta de su-

posições ou calúnias), outros talvez estivessem à espera du-

ma espécie de bomba, isto é que o novo homem vestido de

branco, mesmo entre linhas, desse logo desse a entender

que ia estilhaçar toda a Tradição ( T ) doutrinária, para colo-

car a Igreja em consenso com a “modernidade”, outros, com

a cabeça cheia de preconceitos, para dizerem isto e aquilo.

Enfim cada cabeça, cada notícia, cada cabeça, cada verdade.

Parece que as novidades não foram assim tantas. Tirando o

facto de ser o primeiro Papa vindo do hemisfério sul, com o

seu estilo próprio, será mais um homem que, enquanto

bispo de Roma, sucede a Pedro e por inerência deste

cargo, é o centro visível da unidade e universalidade da

Igreja Católica.

Não há papas colunados. Todos têm “ADN” humano ...

Algumas ideias chave a reter, para quem se considera católico e não só. Também para os que estão no “Átrio dos Gentios.” Ao íntimo da Igreja só há uma porta por onde se pode entrar: a porta da fé, simples , humilde, sem preconceitos. A Igreja tem o seu alicerce unicamente em Cristo vivo, com o coração sempre a palpitar de amor pela Sua Igreja e por toda a humanidade, já que as fronteiras da Igreja vão até aí. A Igreja sem Cristo “passaria a ser simplesmente uma ONG (organização não governamental), ainda que porventura benemé-rita”. Um alerta de Francisco I . Por muito motivos... A Igreja será sempre um grande sinal de contradição, porque não existe para agradar ao mundo ou andar ao sabor de modas. Quando o Papa fala de pobres, é sempre oportuno recordar que esta palavra é abrangente. Certamente há aqueles milhões de pessoas que vivem na miséria absoluta. A eles se refere o Papa, mas não só. Quando Francisco de Assis foi deserdado pelo seu pai, respondeu: “Posso rezar com plena verdade: Pai nosso...” O desprendimento interior, mesmo nas coisas religiosas, é um des-pojamento muito difícil. E a primeira das bem-aventuranças reza assim: “Felizes os pobres em espírito…” Fiquei, muito contente o com estilo de Francisco I. Mas temo que não seja muito ouvido. A Igreja não é o Vaticano, mas todo povo de Deus. João XXIII tinha já tinha dito: “quero uma Igreja serva e pobre”. A frase fez carreira, mas infelizmente não muito mais

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Viver com Optimismo Apesar da maioria das pessoas terem uma atitude optimista, os portugueses não são conhecidos como tal, a cultura do nosso país não se distingue pelo pensamento positivo. O optimismo significa costume ou sistema de achar que tudo é ou resultará o melhor possível ou confiança no porvir. Está cientificamente provado que as pessoas pessimistas têm probabilidades mais fortes de viver deprimentes, com uma saúde mais debilitada visto serem um tipo de pessoas que se desleixam na sua própria saúde. E com isto, influenciar para uma morte pre-coce. Em contrapartida as pessoas que tem atitudes optimistas levam uma vida mais feliz, mesmo perante as desgraças são pessoas que conseguem rir e encontrar algo positivo e engraçado. As pessoas optimistas tam-bém facilmente conseguem atingir com sucesso os seus sonhos, os seus desejos e objectivos. Ser optimista contribui para viver e combater certas doenças como as doenças oncológicas e ajuda a prevenir problemas cardíacos. As pessoas que olham para o mundo e para o futuro de uma forma positiva envelhecem de uma for-ma mais agradável sofrendo menos perante as doenças normais à sua idade. Podendo aumentar a esperança média de vida para mais 8 anos. o Não seja pessimista e negativo, liberte dessas formas de pensar, o Procure contrariar e deixar de dizer frases como ” as coisas nunca vão melhorar” ou “sou um falhado e irei ser sempre”; “Nada me corre bem tenho tanto azar”, o Não se culpe de tudo o que lhe acontece de mau. o Não seja catastrófico (pensar e esperar sempre o pior) e extremista (ou é bom ou é mau), o “Esforça-te e tem bom ânimo...” Josué 1:6, insista e não desista facilmente, o Dê valor e desfrute das coisas boas, por mais pe-quenas que sejam, o Numa situação difícil, viva e ultrapasse como se fosse um desafio para a sua vida. o Dei-xe-se influenciar pelo optimismo dos outros. Sejam felizes...

Ana Pereira Assistente Social 

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Novos filhos de Deus 

(Durante o mês de março) 

Rodrigo Luis Coelho de Sá 

Diana Soares Cou nho 

Alessandra Teixeira Bahia 

Rodrigo Carvalho Coelho 

Bruno Manuel Pontes Alexandre 

Leandro Santos Correia 

Irina Freitas Moreira Magalhães 

 

Novos Lares 

(Durante o mês de março) 

Daniel Alexandre da Cunha Coimbra 

Olga Natércia Couto da Costa 

Hugo Gomes Tavares 

Tânia Maria Rodrigues Camões 

Par ram para o Pai 

(Durante o mês de março) 

Artur Manuel de Jesus Alves Coimbra – de 47 anos 

Conceição de Jesus – de 84 anos 

Luzia Teresa Pinto da Silva – de 47 anos 

Emilia da Silva Lopes – de 84 anos 

Serafim de Moura Magalhães – de 50 anos 

Manuel José Dias Peixoto – de 67 anos 

Laureano de jesus Ferreira – de 47 anos 

Rosinda  de Jesus – de 92 anos 

Luis Carvalho da Costa – de 87 anos 

Maria Cris na Dias Lopes Leandro – de 90 anos 

Maria da Conceição Ferreira Graça – de 77 anos 

Júlio Barbosa – de 82 anos 

Maria Antónia de Araújo Pinto Barbosa – de 82 anos 

Afonso Teixeira de Moura – de 85 anos 

Maria do Céu Novais Vilares – de 92 anos 

Argen na Teixeira Fernandes – de 99 anos 

DIA MUNDIAL DA SAÚDE 2013

Silva Pinto* A hipertensão arterial é o tema escolhido do Dia Mundial da Saúde 2013 que se celebrou no passa-do dia 7 de abril. O Dia Mundial da Saúde foi criado em 7 de Abril de 1948 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e fundamenta-se no direito do cidadão à saúde e no dever do Estado na sua promoção. Para a OMS, Saúde “é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausên-cia de doença”. A hipertensão é o principal fator de risco de morte no mundo. Cerca de 30% da população tem TA superior a 140/90 mmHg e 1/3 destes não consegue baixar estes valores. O secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon em co-municação a propósito deste dia chamou-lhe “assassino global silencioso”, pela relação causal com o enfarte do miocárdio, acidentes cerebrovas-culares e insuficiência renal e se associado a outros fatores de risco como o consumo de tabaco, a obe-sidade ou a diabetes, pode causar cegueira, altera-ções do ritmo cardíaco ou insuficiência cardíaca. No entanto, a hipertensão arterial elevada pode ser prevenida e tratada; para a prevenir, há que: .Reduzir a ingestão de sal; Optar por uma dieta equilibrada; Evitar o uso nocivo do álcool; Prati-car exercício físico de forma regular; Manter um peso corporal saudável; Evitar o uso do tabaco. Os objetivos específicos da campanha deste ano são: .Sensibilizar para as causas e consequências da hipertensão arterial. Encorajar os adultos a verificar a pressão arterial e seguir os conselhos dos profissionais de saúde. .Encorajar o autocuidado para prevenir a hiperten-são arterial. .Tomar a medicação da hipertensão regularmente. .Incitar as autoridades nacionais e locais a criar ambientes propícios a comportamentos saudáveis. Infelizmente, as condições económicas de grande parte da população está a impedir que possa recor-rer a cuidados de saúde mesmo que seja só para avaliar a tensão arterial porque têm que pagar ou que possa adquirir os medicamentos apropriados pelo custo excessivo. Mas não podemos desistir. Prevenir é melhor que remediar!

*Médico

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VIDA CRISTÃ

COMPASSO ‐2013 

21 DE ABRIL DE 2013 ‐ IV DOMINGO DE PÁSCOA 

Tema: As vocações sinal da esperança fundada na fé 

 Amados irmãos e irmãs! 

No quinquagésimo Dia Mundial de Oração pelas Vocações que será celebrado 

no IV Domingo de Páscoa, 21 de Abril de 2013, desejo convidar‐vos a reflec r 

sobre o  tema «As  vocações  sinal da esperança  fundada na  fé», que bem  se 

integra no contexto do Ano da Fé e no cinquentenário da abertura do Concílio 

Ecuménico Va cano  II. Decorria o período da Assembleia  conciliar quando o 

Servo de Deus PauloVI ins tuiu este Dia de unânime invocação a Deus Pai para 

que con nue a enviar operários para a sua  Igreja  (cf. Mt 9,38). «O problema 

do número suficiente de sacerdotes –sublinhava então o Sumo Pon fice–  in‐

terpela todos os fiéis, não só porque disso depende o futuro da sociedade cris‐

tã, mas também porque este problema é o indicador concreto e inexorável da 

vitalidade de fé e amor de cada comunidade paroquial e diocesana, e o teste‐

munho da saúde moral das famílias cristãs.  

………………………………………………………………………………………………………………………….

 Do mesmo modo, desejo que os jovens, no meio de tantas propostas superfi‐

ciais e efémeras,  saibam cul var a atracção pelos valores, as metas altas, as 

opções radicais por um serviço aos outros seguindo os passos de Jesus. Ama‐

dos jovens, não tenhais medo de O seguir e de percorrer os caminhos exigen‐

tes e corajosos da caridade e do compromisso generoso. Sereis felizes por ser‐

vir, sereis testemunhas daquela alegria que o mundo não pode dar, sereis cha‐

mas vivas de um amor  infinito e eterno, aprendereis a «dar a razão da vossa 

esperança»  

Va cano, 6 de Outubro 2012. (Mensagem de Bento XVI, ainda enquanto papa) 

TU ÉS SACERDOTE PARA SEMPRE

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ENTREVISTA  (Do outro lado)          (Conceição Gonçalves) 

retrato falado

de um papa sonhado

“com boa saúde, universal, humilde, amigo dos mais po-bres… que saiba sorrir”.

Estas são as características de um “retrato falado” ideal do próximo Papa, na opinião de Pedro Lamete, padre jesuíta, jornalista e escritor espanhol.

UM HOMEM QUE TENHA DESPERTADO. Quer dizer, um homem de Deus, de oração e, na medida do possível, de experiência mística. Entendo por “despertar” alcançar uma luz interior que lhe permita, acima da norma e do constrangimento canónico, olhar além da cúria, dos dogmas, do Direito e das convenções para abrir-se ao espírito, que “sopra onde quer”.

UM HOMEM DO MUNDO. Ser um homem do mundo não significa “ser do mun-do”, mas estar no mundo com conhecimento do mesmo. Não um papa de gabi-nete, fechado no seu santuário e isolado da vida. Tampouco um papa de via-gens preparadas nas quais não acaba de sair da bolha e falar com as pessoas reais. Um papa que não só fale, mas que também saiba escutar e, sobre-tudo, que dialogue com a cultura actual.

UM HOMEM QUE SAIBA SORRIR. Lembro que durante a eleição de João Pau-lo I e João Paulo II um comité americano para a eleição de um papa colocou como condição que soubesse rir. Ambos, e também Bento XVI, souberam rir. Mas para além de uma experiência do rosto, o mundo necessita de optimis-mo e esperança diante de tantos catastrofismos.

UM HOMEM CORAJOSO, QUE NÃO TENHA MEDO DAS REFORMAS. Foi dito que Bento XVI não pôde fazer as mudanças que pretendia na cúria e, segundo expressão do director do L´Osservatore Romano, que estava “rodeado de lo-bos”. Necessita-se de vigor espiritual e físico para empreender as refor-mas de que a Igreja necessita.

UM HOMEM DO VATICANO II. Aos 50 anos do Concílio todos os especialistas sérios afirmam que há questões pendentes na sua realização. Diante da involu-ção actual e uma atitude defensiva de proteger-se nos castelos de inverno dian-te de uma sociedade considerada inimiga da Igreja, é preciso voltar à praça pública e retomar o conceito de Povo de Deus, de Ecumenismo, de Liberdade, de independência dos poderes públicos, de não pretender baptizar as institui-ções civis, de oferecer a mensagem de Jesus sem impô-la. E que não tenha me-do, se for necessário, de convocar um novo concílio. UM HOMEM LIVRE. Deduz-se desse despertar interior do primeiro ponto. Mas o ofício de papa está cheio de condicionalismos para quem se senta na Sé Apos-tólica. É preciso olhar sobretudo para a sua consciência e diante de Deus tomar decisões. O último ato de Bento XVI foi, neste sentido, um maravilhoso exem-plo.

UM HOMEM COM BOA SAÚDE. Nem muito idoso nem muito jovem. Psicológi-ca e fisicamente maduro, com capacidade física e espiritual para enfrentar os desafios de um tempo difícil. De 65 a 75 anos, diria, e em forma para durar co-mo papa ao menos uma década, não mais.

UM HOMEM UNIVERSAL.Seria bom se não pertencesse a nenhuma família ou movimento religioso, para que fosse de todos. Inclinar-me-ia, se é que existe o candidato com as demais qualidades, que pertencesse ao Terceiro Mundo, parti-cularmente à América Latina, onde vive quase metade dos católicos.

UM HOMEM HUMILDE. Embora esteja incluído no pacote de santo, especifico a humildade e a simplicidade, porque cargo tão importante pode provocar orgu-lho, segurança e prepotência, e só a humildade, o desaparecimento do eu, per-mitirá que Deus atue através dele.

UM HOMEM AMIGO DOS MAIS POBRES. Todas as bem-aventuranças podem ser resumidas na seguinte: “os pobres são evangelizados”. O novo papa deve ter no coração, sobretudo, o lado obscuro do mundo, aquele que não conta, o da fome e da injustiça. Talvez seja prematuro, mas quando virá o tempo em que os palácios vaticanos se converterão em museus e o papa se mude para uma residência simples, deixe de viajar como chefe de Estado e embaixador em todo o mundo? Mas ao menos não seria pouco se, no final do seu pontificado, se pudesse chamá-lo “o papa dos pobres”. Não custa sonhar! Artigo publicado em 15.02.2013.

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“O Povo de Rio Tinto” 

07/04/2013 

TEM O PRIMEIRO-MINISTRO CONDIÇÕES

PARA RECUPERAR A CREDIBILIDADE?

M. Pinto Teixeira*

1 – Por causa de um vasto conjunto de factos políticos que se conjugam entre si – uns programados previamente para o efeito pretendido, outros inevitáveis – Abril será o mês “horribilis” para o Governo. Começou pela moção de censura apre-sentada pelos socialistas no Parlamento, a que se colou a demissão do ministro Relvas, e logo de seguida o “chumbo” do Tribunal Constitucional a quatro medidas do Orçamento do Estado. Mas não ficam por aqui as agruras do Primeiro-Ministro. Pelo meio há o desgaste da remodelação governamental, os discursos críticos do 25 de Abril, o congresso do PS, e termina com as manifestações e protestos do 1º de Maio.

Numa leitura fria e desapaixonada de todos estes acontecimentos poderíamos dizer que, afinal, tudo isto faz parte da dia-léctica política, e, como tal, apenas se conjugam aqui algumas coincidências, aproveitadas pelas oposições e pelos media para amplificar o seu efeito na opinião pública. Mas a questão não é tão simples assim. É que a decisão do Tribunal Consti-tucional representa um enorme rombo nas metas orçamentais previstas pelo Governo. Pelo que este rombo obriga o Go-verno a encontrar alternativas de financiamento superior a mil milhões de euros, que se vêm de juntar ao buraco de quatro mil milhões que já se sabe têm de ser também acomodados no orçamento do próximo ano.

2 – A questão orçamental tornou-se assim num problema quase insolúvel, que bem pode abrir o caminho à necessidade de um segundo resgate junto de troika. É certo que o Primeiro-Ministro anunciou ao País que não iria aumentar mais os im-postos, e que o Governo irá optar por cortes na despesa nos três ministérios de maior expressão social. A saber: saúde, educação e segurança social. Mas seja qual for o caminho que escolha, Passos Coelho tem consciência que a sua credibi-lidade está profundamente abalada, e que a maioria dos portugueses não acredita que seja possível recuperar este des-gaste.

É por isso que a remodelação governamental brevemente não será mais do que um epifenómeno irrelevante no doloroso caminho do actual Governo. Justamente porque muito poucos acreditam ou têm verdadeiramente a esperança de que a salvação governativa venha por essa via. Independentemente do apoio da maioria parlamentar da coligação, e da reafirma-da confiança do Presidente da República, o que verdadeiramente conta é o grau de confiança que o Governo consiga na opinião pública. E esse continua não apenas em níveis muito baixos, mas pior que isso prossegue em queda acelerada…

3 – Sabe-se que no interior da equipa governativa houve ministros que defenderam que o Executivo devia demitir-se, na sequência do acórdão do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento do Estado. E quando Passos Coelho foi a Belém na-quele fim-de-semana levava na cabeça todas as hipóteses. Cavaco Silva fez-lhe saber que era rigorosamente contra a con-vocação de eleições antecipadas. E Passos entendeu a posição do Chefe de Estado como um voto de confiança na sua equipa. Mas ainda que formalmente assim seja, tudo isto de pouco vale se a situação não melhorar.

Ora, todos os indicadores financeiros e macroeconómicos são desfavoráveis, e continuam a agravar-se. Não é pois com uma dança de cadeiras ministeriais e umas tantas caras novas que o Governo poderá recuperar a sua credibilidade, e con-quistar a confiança dos cidadãos. Cada vez mais os portugueses estão atentos aos números, aos resultados das decisões políticas, mas, sobretudo, estão atentos ao que sentem e vivem no seu dia-a-dia. E neste quadro, já não são os discursos oficiais, tal como os discursos dos partidos da oposição, que mobilizam os cidadãos. Os portugueses querem ouvir propos-tas concretas alternativas, mas esperam, sobretudo, que a sua vida melhore. E isso a maioria não vê como…

* Jornalista

e Professor Universitário

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 Na passada do Tempo, um equinócio… 

Socrá co ascender da solidão , 

Seja o meu pensamento puro ócio,  

Seja o meu pensamento sem razão. 

 

Dissolutos os jeitos que lhe dei, 

Quando quimeras foram para mim, 

Queimam fúrias por lugares onde andei, 

Degelam, por silêncios, no seu fim… 

 

 Visionária de mim… sou andadura… 

Que a passada do tempo transfigura,  

Em ancestrais formas de sedução… 

 

Por vezes… astro em luz no firmamento, 

Outras, anarca em chão feito de alento, 

Ou apenas, marés de uma ilusão…   

                                      rita sá ferreira 

Consultório Jurídico – “O quê de Justiça?” – Os Centros de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental Já a Lei 147/99, de 1 de setembro, que aprovou a Lei de Proteção de Crianças e Jovens em perigo, previa o princípio da res-ponsabilidade parental, ou seja, intervir no sentido de dotar os pais de competências pessoais, familiares e sociais, para o ca-bal desempenho das funções parentais. Posteriormente, a Lei 4/2007, de 16 de janeiro, que aprovou as bases gerais do sistema de segurança social, consagrou como objetivo do subsistema da ação social, a proteção dos grupos mais vulneráveis, como crianças e jovens. Nesse sentido, foi agora publicada (em 2/abril), a Portaria 139/2013, que veio estabelecer a forma de intervenção dos Centros de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental, no sentido de prevenir e reparar situações de risco psicossocial. Beneficiam do apoio destes Centros, as famílias em risco psicossocial quando: a situação de risco requeira uma intervenção em tempo útil, que evite a declaração de perigo e a consequente retirada da criança ou do jovem; a avaliação do risco assinale a inadequação das práticas relacionais, formativas e educativas da família com consequências negativas para o bem-estar do jovem ou da criança; quando o apoio junto dos pais, de outro familiar e confiança a pessoa idónea exija uma intervenção es-pecializada junto da família; a situação familiar tenha levado à aplicação de uma medida de promoção e proteção de coloca-ção da criança ou jovem em família de acolhimento ou em instituição; o apoio especializado à família haja sido recomendado em complemento de uma intervenção de natureza psicossocial ou terapêutica e ainda quando o contrato celebrado no âmbito do Rendimento Social de Inserção preveja uma intervenção especializada junto da família. O Centro pode também apoiar a família numa situação de rutura familiar ou conflito que ponha em causa o bem-estar da cri-ança ou do jovem. Estes Centros podem ser desenvolvidos pela Santa Casa da Misericórdia, pela Casa Pia de Lisboa e também por qualquer Instituição Privada com e sem fins lucrativos. O processo passa por uma avaliação da situação familiar, pela elaboração de um Plano Integrado de Apoio Familiar pela equipa técnica com a participação direta da família e da criança ou jovem, pelo acompanhamento e desenvolvido desse Plano e pelo termo da intervenção. Este Plano deve ser elaborado no prazo de dois meses a contar da data de admissão da família no Centro e tem a duração de um ano, podendo ser prolongado por igual período de um ano, se a situação se justificar. As ações do Centro focalizam-se na família através de projetos de treino de competências parentais e familiares, de autoajuda ou de suporte social, mediante ações de formação parental e apoio psicopedagógico e social. As famílias e crianças ou jovens são referenciadas para serem admitidas num Centro pela comissão de proteção de menores, pelo tribunal, bem como por qualquer entidade pública ou privada do âmbito da segurança social, saúde, educação e justiça.

Manuela Garrido

SOBREMESA BARATA

Quando se utiliza um pão de forma para fazer sanduiches, aproveitem-se as aparas do pão da seguinte maneira: desfazem-se 4 colheres de açúcar em água, levam-se ao lume, e logo que tenham tomado ponto baixo, deita-se-lhe o pão amolecido em leite. deixa-se engrossar, e quando ferver retira-se do lume, juntam-se 2 gemas de ovo e leva-se novamente ao lume até que elas cozam. Em seguida deita-se num prato de pirex, polvilha-se com amêndoas picadas gros-seiramente, e vai ao forno para que elas torrem. Antes de se servir enfeita-se com ginjas de calda, ou cerejas cristalizadas

Glória Branco

Na praia À entrada do areal havia um carta2 que dizia: “Afogamento é uma coisa que deixa a gente com água na boca”.

* Na aula

Rodrigo, porque é que o mar, com tantos rios a deitarem água para dentro dele, nunca sobe? Então, setôr, é porque o mar tem esponjas!

* Na escola naval

Diz o instrutor a um marinheiro, que é gago: Quando avistares a Turquia, avisa-me, para me atirar à água. Pouco depois, o marinheiro diz: Tu... Tu... Tu... Ao ouvi-lo, todos se atiram à água. Tu... tubarões... - grita o marinheiro. A. Batista– N.Beja