O TRABALHO DO CAMPESINATO E SUA APROXIMAÇÃO/DIFERENCIAÇÃO COM O AGRICULTOR FAMILIAR MODERNO: O CASO DE UM ASSENTAMENTO DO MST

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    O TRABALHO DO CAMPESINATO E SUA

    APROXIMAO/DIFERENCIAO COM O AGRICULTOR

    FAMILIAR MODERNO: O CASO DE UM ASSENTAMENTO DO

    MST

    Mariana Fernandes da Cn!a L"reir" A#"ri#

    D$%"ra C"&in!" Pas'!"a( D"rad"

    Danie((e de Ara)*" Bis+"

    In&r"d,-"

    Os assentamentos rurais so uma das principais conquistas angariadas pelo

    Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado de Pernambuco. Dentro

    desses locais o MST prop!e uma "orma de organi#a$o do trabalho peculiar

    especialmente se comparada %quela e&istente na agroind'stria.

    Movida pelo propsito de melhor conhecer a realidade dos trabalhadores rurais

    esta pesquisa visa e&plorar as rela$!es de trabalho presentes em "ormas organi#ativas

    alternativas ao agronegcio nomeadamente no assentamento hico Mendes locali#ado em

    So *ouren$o da Mata (P+). Para tanto prop!e,se a investigar atrav-s de moradores do

    ssentamento as rela$!es de trabalho que so estabelecidas no local o sentido que os

    assentados lhes atribuem e os valores que as orientam.

    o mostrar outras possibilidades para o organi#ar busca,se romper com o

    pensamento que elege a lgica do gerencialismo do mercado como 'nica "onte de

    in"orma$o sobre as pr/ticas organi#acionais. Torna,se ento um desa"io mostrar que aos

    diversos conte&tos de rela$!es sociais estabelecem,se variadas "ormas organi#ativas do

    trabalho regidas por di"erentes racionalidades.

    Diante desta realidade esta pesquisa se 0usti"ica pelo intento de ampliar e quali"icar

    as discuss!es acerca das variadas "ormas de trabalho alternativas e resistentes %quelas

    presentes dentro de uma lgica empresarial limitada aos des1gnios do mercado. +scolher

    por esta abordagem portanto envolve a reviso de nossos conceitos 0/ que estes no

    correspondem %s necessidades dos atores,su0eitos envolvidos em lutas sociais nem esto

    comprometidos com sua pr/&is (M2SO3456 7*OR+S6 8O9*RT :;;

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    . Re0eren'ia( &e1ri'"

    .. O '"n'ei&" de 'a#+esina&"

    Para iniciar considera,se necess/rio a compreenso do conceito de campesinato.

    ntes de tudo vale destacar que o >campon?s> no e&iste em nenhum sentido imediato e

    estritamente espec1"ico. queles que so assim chamados variam em di"erentes tempos e

    espa$os , constituem um segmento heterog?neo que s pode ser compreendido dentro de

    determinado tempo e estrutura social. @Os termos gerais a,histricos e "ora do conte&to

    costumam odiosamente se trans"ormar Aos camponesesB em rei"ica$!es da realidade

    (SC2 :;;E p. :)

    Os estudiosos que trabalham na generali#a$o deste conceito apontam categorias

    de caracter1sticas pelas quais os camponeses t?m sido distinguidos de outros e

    identi"icados entre si em todo o mundo. +ssa generali#a$o dos camponeses implica

    necessariamente em uma homogeneidade que pode terminar numa imposi$o dos modelos

    tericos % realidade (+F+S =G

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    Os camponeses soprodutores livres de depend?ncia pessoal direta , so>autJnomos>6 sua sobreviv?ncia de homens livres lhes imp!e laos de

    solidariedade cu0a quebra ou en"raquecimento amea$am seu modo devida6 esses la$os mais prim/rios so os de parentesco e vi#inhan$a queos levam a procurar se agrupar em >comunidade>6 a busca de suaperman?ncia em reproduo numa mesma 'terra' A...B tradu#idas comoapego % terra - marca do sucesso de seu modo de vida e a "onte de seucuidado com seu ambiente(gri"os do autor).

    comunidade camponesa possui al-m disso uma relativa autonomia no que se

    re"ere %s "ormas de sociabilidade desenvolvidas em um determinado territrio. L esta

    "orma de sociabilidade desenvolvida que as de"inem como sociedades de

    interconhecimento , pois que cada um conhece todos os demais gra$as % vida social

    intensa. autonomia dessas sociedades entretanto deve ser considerada como relativa

    uma ve# que certos elementos originariamente e&ternos a ela nela so introdu#idos porimposi$!es do con0unto da sociedade global (D+R*+5 =GGN).

    agricultura camponesa tem especi"icidades relacionadas aos ob0etivos da

    atividade econJmica %s e&peri?ncias de sociabilidade e a sua "orma de inser$o na

    sociedade global. s "am1lias camponesas seriam autJnomas economicamente por garantir

    a subsist?ncia do grupo. +&iste a perspectiva de que o es"or$o da gera$o atual se0a

    passado para a gera$o seguinte e todas as estrat-gias da "am1lia so orientadas para este

    "im , para um pro0eto de "uturo (D+R*+5 =GGN). esta perspectiva a agriculturacamponesa se distingue da agricultura de subsist?ncia (mesmo que contenha o elemento da

    subsist?ncia) pois para os camponeses no importa somente a garantia da sobreviv?ncia

    imediata mas tamb-m a constitui$o preserva$o e crescimento de um patrimJnio

    "amiliar (D+R*+5 =GGN).

    Mesmo preocupando,se com o patrimJnio os camponeses esto centrados na

    reproduo familiar. L neste sentido que haanov a"irma que a organi#a$o camponesa

    no so"re in"lu?ncia de determina$!es como lucro renda da terra ou sal/rio , no e&iste

    neste sentido uma dimenso econJmica que tenha que ser atingida (RF*CO :;;E).

    O rendimento desta organi#a$o seria determinado com base nas necessidades da "am1lia

    enquanto unidade de consumo e no poderia ser considerado como >lucro>. +ssa "orma de

    pensar segundo o autor seria gerada a partir de uma racionalidade camponesa ou se0a de

    uma especi"icidade no comportamento da economia camponesa diverso daquele presente

    em empresas capitalistas que permitiu inclusive que ele a classi"icasse o campesinato

    como um modo de produ$o espec1"ico (S2*F et al. :;;G).

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    a tentativa de de"inir os limites entre os camponeses e a classe capitalista no

    campo Oliveira (:;;= p. :=) vai di#er que Qcapitalistas so A...B todos aqueles que

    possuidores de capital destinam,no % produ$o. ssim os camponeses poderiam

    eventualmente se trans"ormarem em capitalistas caso produ#issem mais que o necess/rio %

    sobreviv?ncia e come$assem a acumular capital.

    O campesinato representa um modo de organi#ar a vida uma cultura uma viso de

    mundo do trabalho do produto do trabalho (22 apud RF*CO :;;E). +ntretanto

    no podemos trabalhar neste n1vel de generali#a$o apenas uma ve# que esse campesinato

    no - em si um todo indivis1vel. o rasil o campesinato assumiu "ormas espec1"icas

    gra$as / realidade scio,cultural e histrica do pa1s.

    .2 O 'a#+esina&" %rasi(eir"

    O campesinato brasileiro assim como todas as suas variantes entre as quais os

    prprios assentados desenvolveu,se num conte&to espec1"ico que re"lete as

    particularidades dos processos sociais da prpria histria da agricultura brasileiraH a

    coloni#a$o o lati"'ndio a escravido e a enorme quantidade de terras pass1veis de serem

    ocupadas. qui o campesinato "oi historicamente impossibilitado de desenvolver suas

    potencialidades gra$as % precariedade estrutural e % instabilidade da situa$o camponesa

    (D+R*+5 =GGN).

    estrutura "undi/ria brasileira "oi concentrada e desigualmente distribu1da desde o

    per1odo da coloni#a$o. maioria dos lati"'ndios do pa1s "oi originada a partir das

    capitanias heredit/rias e das sesmarias. pesar de depois da independ?ncia se ter permitido

    a apropria$o de grandes e&tens!es de terra pela posse a *ei das Terras de =

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    campon?s continua a e&istir e a se e&pandir 0unto ao trabalho assalariado no porque

    aquele - complementar a este mas por causa das contradi$!es mesmas da sociedade

    capitalista (O*2F+2R :;;=).

    L v/lido ressaltar que o campesinato ao qual este artigo se re"ere e que persiste no

    campo brasileiro no - o campon?spuro. Mas sim um campon?s brasileiro em constante

    trans"orma$o e adapta$o e que mesmo nas comunidades mais tradicionais no se

    encai&a no modelo europeu de campesinato. anderle (=GGN) diria sobre isto que os

    elementos de"inidores do campesinato no sentido cl/ssico encontra,se,iam no rasil em

    n1veis di"erenciados.

    o rasil o aumento absoluto no n'mero de camponeses (re,camponesa$o)

    certamente - um resultado do sistema capitalista (SC2 :;;E). o campo brasileiro h/

    a conviv?ncia de rela$!es de trabalho assalariadas e rela$!es no,capitalistas como por

    e&emplo o trabalho "amiliar a parceria e o arrendamento. +ssas rela$!es no,capitalistas

    poupariam investimentos em mo,de,obra aos capitalistas e seriam nada mais do que

    processos de produ$o do capital atrav-s de rela$!es diversas no,capitalistas. ssim Qo

    prprio capital pode lan$ar mo de rela$!es de trabalho e de produ$o no,capitalistas

    (parceria "amiliar) paraproduzir o capital (O*2F+2R :;;= p. =G).

    O que est/ ocorrendo portanto no - um processo de desaparecimento do

    campesinato mas um processo de perman?ncias e mudan$as simultUneas. Pode,se di#er

    que a racionalidade camponesa tem so"rido diversas trans"orma$!es em diversos graus de

    intensidade no contato com outras concep$!es de mundo presentes na sociedade

    capitalista contribuindo para o surgimento de uma enorme diversidade de "ormas de

    apropria$o da nature#a (RF*CO :;;E).

    unidade de produ$o camponesa - sempre resultado do trabalho da "am1lia

    propriet/ria assim como em outras partes do mundo. +ntretanto no rasil e&iste uma

    tradi$o de se trabalhar alugado para terceiros e de empregar terceiros no estabelecimento"amiliar. +sses no seriam necessariamente processos de desagrega$o do campesinato

    uma ve# que para caracteri#ar uma unidade camponesa o maior ob0etivo da atividade teria

    que ser o da reprodu$o "amiliar. onsidera,se pois que dentro das estrat-gias para

    alcan$ar esse ob0etivo podem co,e&istir atividades dentro e "ora do estabelecimento

    "amiliar (D+R*+5 =GGN).

    L importante compreender que no rasil e&iste uma o"erta sa#onal de empregos na

    agricultura nas sa"ras das grandes culturas que podem coincidir com o tempo de no,trabalho dos camponeses (dos meses de setembro a mar$o). l-m disso a precariedade e

    E

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    instabilidade da situa$o camponesa "a#em com que o trabalho e&terno se torne muitas

    ve#es uma necessidade estrutural indispens/vel para a reprodu$o do estabelecimento

    "amiliar contribuindo para trans"ormar periodicamente o campon?s em trabalhador

    assalariado. 2sso demonstra a situa$o comple&a em que se encontra o campon?s que se

    reprodu# a despeito do trabalho e&terno e muitas ve#es em depend?ncia com este mesmo

    trabalho (D+R*+5 =GGN).

    participa$o do capital neste processo de trans"orma$o muitas ve#es no estaria

    ligada % e&propria$o direta da terra campesina mas na e&propria$o das possibilidades

    dos "ilhos dos camponeses continuarem camponeses atrav-s da posse da terra levando os

    mesmos , ou ao menos a maior parte deles , % proletari#a$o (O*2F+2R :;;=).

    aseado em Martins Oliveira (:;;=) vai di#er que o capital ao procurar e&propriar

    e submeter o lavrador atua como uma "or$a e&terna capa# de atingir Qpor igual todos os

    lavradores que termina por lev/,los % unio enquanto classe e "or$a social. unio dos

    lavradores no seria assim prpria de sua condi$o social mas um resultado da atua$o

    do capitalismo sobre os lavradores.

    guiar (:;;E) compreende o trabalhador rural sem,terra assentado - como uma

    nova categoria de campon?s 0/ que possui "orma de organi#a$o e identidade prprias.

    +ssa identidade "oi "or0ada no processo de consolida$o do MST que surgiu no campo

    brasileiro em um per1odo de crescente di"erencia$o social e viol?ncia rural com o ob0etivo

    de "a#er press!es sociais para alterar o padro de distribui$o de terras consolidado no

    rasil.

    2 Me&"d"("3ia

    abordagem qualitativa "oi escolhida porque permite acesso a in"orma$!es

    detalhadas de um pequeno n'mero de casos e a conseqIente compreenso em

    pro"undidade de determinadas situa$!es. +sta abordagem torna,se uma maneira

    privilegiada de adentrar no s na sub0etividade dos indiv1duos mas tamb-m de relacionaros acontecimentos da regio % suas tra0etrias e escolhas.

    Particularmente esta pesquisa se classi"ica como um estudo qualitativo b/sico ou

    gen-rico. Merriam (=GG

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    prim/rios (R2CRDSO =GGG). Tamb-m "oi adotado o m-todo de histria oral quando

    "oi necess/rio compreender a vida e a tra0etria do respondente (citar "onte de histria

    oral). observa$o "oi um m-todo complementar. 7oram reali#adas at- o presente

    momento =; visitas ao ssentamento e =< entrevistas com assentados dirigentes e

    acampados ligados ao hico Mendes.

    O%*e&i4" da +es5isa M$&"d" de '"(e&a &i(i6ad" F"n&e de in0"r#a,-"2denti"icar as "ormas

    organi#ativas caracter1sticas doampesinato.

    , Pesquisa bibliogr/"ica. V ibliogra"ia sobre o tema

    Descrever o processo de"orma$o do assentamento

    hico Mendes.

    ,+ntrevistas6, Pesquisa documental.

    ,+ntrevistas reali#adas comassentados do hico Mendes6

    ,*eitura e "ichamento dedocumentos.

    2denti"icar as rela$!es detrabalho no assentamento hicoMendes.

    , +ntrevistas no estruturadas6, Observa$o. ,+ntrevistas reali#adas comassentados do hico Mendes6,Observa$o "eita durante as visitas

    de campo ao hico Mendes.Fi3ra .: Res#" e7+(i'a&i4" d"s #$&"d"s de +es5isa a+(i'ad"s

    interpreta$o dos dados obtidos "oi "eita atrav-s do m-todo de an/lise de

    conte'do e a compara$o prpria desta an/lise se deu entre categorias relacionadas ao

    re"erencial sobre campesinato e a realidade dos assentados. unidade de registro escolhida

    "oi o tema pois que pareceu mais apropriado para delinear valores atitudes e cren$asdaqueles que produ#em as mensagens uma ve# que a realidade do tema - de ordem

    psicolgica buscando sempre o sentido atribu1do %s "rases (R2CRDSO =GGG).

    8 C!i'" Mendes: a !is&1ria de #a (&a 5e n-" &er#in"

    o dia :< de mar$o de :;;K "oi "eita a primeira ocupa$o do +ngenho So Woo

    integrante do omple&o da 9sina Ti'ma na -poca inativa havia =X anos (MST :;;Gb).

    +m 0ulho de :;;E as E;; "am1lias que viviam no acampamento so"reram um violento

    despe0o pelo batalho de choque da Pol1cia Militar. Mas voltaram a acampar na pista em"rente ao +ngenho uma ve# que haviam recebido permisso 0udicial para retirar das terras

    o resultado de sua planta$o durante um per1odo de < meses. Yuando "altavam poucos dias

    para acabar o re"erido per1odo o MST reocupou o local (MST :;;

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    8ra$as % presso "eita na +mpresa Fotorantim i(propriet/ria do +ngenho) assim

    como a articula$o de grupos de direitos humanos no dia :K de de#embro de :;;X "oi

    publicado no Di/rio O"icial o decreto presidencial que declara o +ngenho So Woo /rea de

    interesse social para "ins de re"orma agr/ria (MST :;;

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    Por um motivo ou outro reconhece,se em ambos os motivos a luta pela

    sobreviv?ncia. o nordeste brasileiro nomeadamente no estado de Pernambuco onde a

    #ona rural - dominada por grandes lati"'ndios de cana,de,a$'car as di"eren$as econJmicas

    e sociais entre os propriet/rios de terra e os trabalhadores rurais geram con"litos pela

    propriedade da terra. +sta se torna portanto um meio de sustento e de mobilidade social

    para aqueles que so marginali#ados pelo mercado de trabalho "ormal.

    o se "a#er um paralelo com os dados do enso gropecu/rio de :;;N - poss1vel

    compreender que embora e&ista uma tend?ncia para redu$o das pessoas ocupadas no

    campo a agricultura "amiliar demonstrou um maior poder de reten$o do que a agricultura

    no,"amiliar representando ho0e XKKZ do pessoal ocupado no campo. l-m disso ocupa

    apenas :KZ da /rea total de estabelecimentos agropecu/rios mas - respons/vel por

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    L importante en"ati#ar aqui que apesar de todos se considerarem trabalhadores

    entre eles "oram indicadas algumas di"eren$as no tipo de trabalho que e&ercem como -

    ilustrado na 7igura : e e&plicado a seguir.

    Fi3ra 2: Re+resen&a,-" das iden&idades d"s en&re4is&ad"s

    Yuando se trata da representa$o que se atribuem os dirigentes - e&altada a

    imagem de resistente de batalhador. Os dirigentes en"ati#am bastante seus pap-is de

    lutadores pela causa do embate de "or$as que vivenciam cu0a valori#a$o - compartilhada

    pelos integrantes do grupo. So pessoas que abdicam de momentos de conviv?ncia com

    suas "am1lias de hor/rios para trabalhar nos lotes de terras que lhes "oram cedidos e de

    tempo para cuidados pessoais como a sa'de "a#endo investimentos "inanceiros e

    emocionais no MST. +ssa dedica$o muitas ve#es no - reconhecida por parte de

    assentados no,militantes.

    Da parte dos assentados (se0am eles dirigentes ou no) - produ#ida uma

    subclassi"ica$o de agricultores e no%agricultores que vem gerando con"litos internos.

    lguns assentados assumem e a"irmam orgulhosamente a identidade de agricultores

    relegando ao outro grupo de no%agricultores# rotulagens per0orativas como Qturistas ou

    Qpregui$osos. +ntre os motivos que listam para no terem planta$!es encontram,se muitas

    ve#es a dedica$o % militUncia pelo Movimento (como dirigentes por e&emplo) ou os

    estudos universit/rios incentivados pelo MST. L "ato entretanto que a ine&peri?ncia na

    lavoura os coloca numa situa$o "alta de identidade com o grupo de agricultores.

    +sta situa$o esteve presente inclusive na "ase de implanta$o do ssentamento

    em :;;

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    para "icarem dentro do ssentamento. +la era uma coordenadora na -poca. Disse que

    aqueles que ela indicou permanecem at- ho0e e trabalham bem , so Qverdadeiros

    agricultores. +ntretanto a"irmou que muitas pessoas selecionaram com base em

    intimidade pessoal e "avoritismos dei&ando de priori#ar v/rios agricultores# que esto

    agora no Maria Para1baH "foi uma seleo mal%feita"(ssentada Dirigente +).

    este processo seletivo - poss1vel observar in"lu?ncias diversas. De um lado os

    resqu1cios dos tra$os patriarcais t1picos da regio e de outro as in"lu?ncias da agricultura

    industrial baseada em pr/ticas mais pro"issionali#adas e com in"lu?ncias de uma lgica

    econJmica. 2sso se re"lete na ado$o de crit-rios h1bridosH ora se baseiam nas indica$!es e

    "avorecimentos e em outras nas capacidades do candidato para desempenhar o trabalho.

    O ssentado 2 contou que por muito pouco no perdeu a posi$o de assentado.

    omentou que no iria ser selecionado porque descumpria as ordens da dire$o de no

    plantar plantas de rai# antes de se de"inirem as terras do ssentamentoH "&omecei a

    plantar ainda no acampamento. lantei porque gosto" (ssentado 2). +m sua de"esa o

    ssentado 2 conta tamb-m acerca de seus ressentimentos contra os no%agricultores

    di#endo que

    gente que nem pegou na en&ada est/ aqui A...B so turistas A...B (turistas)so pessoas que vieram da cidade. W/ tive muita discrimina$o contra

    eles A...B Co0e no tenho nada contra essas pessoas A...B s que AelasB nopodem "alar besteira A...B porque no sabem de nada (ssentado 2)

    pesar de todas as di"eren$as entre os moradores do ssentamento pode,se di#er

    que eles vivem numa sociedade de interconhecimento(D+R*+5 =GGN) e que parte

    deles dese0a a vida em agrupamentos coletivos como se pode perceber pelo depoimentoH

    "u vim de uma fam(lia de agricultores de perto de Aliana. Ainda tenho terra l)# mas no

    fui atr)s. *) + muito isolado ,...- o!e tenho uma nova fam(lia# apesar de tudo"

    (ssentada Dirigente +). De "ato o agrupamento mostra,se como uma "orma deseguran$a de prote$o e como uma "orma de "ortalecimento e apoio no modo de vida

    escolhido o que - um tra$o t1pico dos camponeses de acordo com C-bette (:;;E).

    a pr/tica puderam,se perceber poucas a$!es de solidariedade. Parece e&istir para

    muitos assentados um con"lito interno para decidir entre as vantagens do trabalho

    individual ou coletivo. O trabalho coletivo - considerado inaplic/vel como se pJde

    perceber nas repetidas ve#es que os assentados a"irmaramH "o coletivo aqui no d) certo".

    +ntretanto e&iste uma ideali#a$o deste tipo de trabalho e um dese0o pelo estabelecimento

    de la$os de solidariedade como - poss1vel notar no depoimentoH

    ==

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    +u queria trabalho coletivo aqui. Yueria que um a0udasse o outro. Tempessoas aqui que tem problemas de sa'de e que no podem limpar epreparar a terra agora "eito a gente A...B podia ter mutir!es gratuitos paraa0udar essas pessoas se todo mundo contribu1sse A...B +les Aas pessoascom problema de sa'deB t?m que contratar tratores se no t?m dinheiro

    t?m que contratar outro assentado (ssentadaDirigente +).

    O ssentado 2 corroborando com essa id-ia di# que das suas planta$!es parte "ica

    para si parte vende mas grande parte tamb-m d/ aos colegas do ssentamentoH o que eu

    dou da terra eu no quero nada em troca/ (ssentado +). Seu e&emplo sugere tamb-m

    uma outra perspectiva da vida na comunidade com a re"erida racionalidade camponesa

    (RF*CO :;;E) substituindo a racionalidade econJmica(8OR3 :;;)do lucro e da

    produtividade.

    Muitos assentados di#em dese0ar @o coletivo@. ontudo uma das "rases mais

    comumente repetidas pelos assentados nesses momentos eraH "aqui no tem coletivo".

    Percebe,se que o sentido atribu1do ao @coletivo@ nessa "rase - o de pessoas que esto

    unidas que tem rela$!es respeitosas e a"etivas que no entram em con"litos. +ntretanto o

    @coletivo@ se evidenciou pela in"luencia que as a$!es da maioria in"luenciavam da vida

    pessoal de cada assentado.

    7eita essa conte&tuali#a$o sobre de onde vem como se identi"icam e se

    relacionam os trabalhadores deste estudo so a partir de agora ressaltados aspectos

    espec1"icos %s rela$!es de trabalho dentro do ssentamento.

    92 Os &ra%a(!ad"res d" C!i'" Mendes

    92. O &ra%a(!" d"s diri3en&es d" MST

    em todos os assentados t?m um sentimento de dever para com o MST "ato que -

    bem mais percebido entre os dirigentes que geralmente participam de processos de

    "orma$o e se identi"icam com a causa do Movimento. Poucos assentados t?m interesse em

    militar pelo Movimento e pre"erem se dedicar %s suas terras e isso - comum se considerarque o trabalho dos dirigentes - pesado estressante consome muito tempo e no gera

    retorno "inanceiro. a verdade muitos dos prprios dirigentes sequer optaram por assumir

    esta "un$o. "u no queria assumir a dirig$ncia# mas o pessoal da direo votou e me

    escolheu ,...- porque eu era dedicada e tinha um desempenho bom aqui/ (Dirigente D).

    7oi poss1vel perceber que os >escolhidos> involunt/rios sentiram,se pressionados a aceitar

    as "un$!es por press!es grupais.

    9m "ator comum nas "alas dos dirigentes entrevistados - a en"/tica e&alta$o deseus trabalhos como altru1stas e desinteressadosH sou dirigente por amor. 0o ganho

    =:

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    dinheiro. S1 uma cesta b)sica# de vez em quando... 0o gosto de ser dirigente. 2ao

    porque poucos t$m capacidade de a!udar/ (ssentada Dirigente +). Mesmo no

    recebendo contrapartida "inanceira direta os dirigentes possuem alguma esp-cie de retorno

    pelas suas atividades (como status e autoridade por e&emplo). +ntretanto no se pode

    negar o car/ter altru1sta da "un$o tendo em vista o alto es"or$o e o grau de di"iculdade

    porque passam no e&erc1cio da mesma.

    Os dirigentes so alvos de constantes cr1ticas e avalia$!es por parte dos assentados.

    L atribu1da a eles a responsabilidade por "atos que esto "ora de seus Umbitos de atua$o

    como por e&emplo o atraso na constru$o da agrovila que ocorreu por causa do impasse

    0ur1dico com o empres/rio Theobaldo Melo.

    pesar da posi$o de comando os dirigentes t?m muita di"iculdade de impor as

    decis!es tomadas nas reuni!es do ssentamento. 7oi poss1vel in"erir a partir da

    observa$o reali#ada em campo que a presso e&ercida pela coletividade tem mais

    in"lu?ncia sobre os assentados do que as decis!es tomadas nas reuni!es e apoiadas pela

    dire$o. Soma,se a isto o "ato de que a escolha dos dirigentes no - "eita por vota$o dos

    assentados de "orma democr/tica e representativa das bases mas sim por indica$o ou

    vota$o de outros dirigentes. Dessa maneira no se estabelece uma necess/ria

    identi"ica$o do assentado no,militante com o dirigente e apoio %s suas id-ias e planos.

    Pelo contr/rio alguns dos assentados mani"estaram desaprova$o em rela$o ao dirigente

    escolhido o que di"iculta a autoridade do prprio cargo ocupado. Wusti"icando sua opinio

    um assentado disseH le ,o dirigente- no + agricultor. 0unca pegou numa en3ada na

    vida ,...- tem estudo# conhecimento t+cnico# mas no sabe disso ,agricultura- no/.

    +sta situa$o indica que as bases de rela$o do ssentamento esto baseadas sob

    "ormatos que impedem ou di"icultam a democrati#a$o das rela$!es sociais do campo

    ob0etivo do prprio MST. +ste "ato possivelmente tem rela$o com a nature#a das rela$!es

    de poder historicamente estabelecidas na #ona da mata pernambucana (PRT+S6RROS =GGX) "acilitando inclusive a reprodu$o das mesmas.

    922 O &ra%a(!" d"s assen&ad"s d" MST

    Para todos os assentados o trabalho tem uma dimenso de suprir as necessidades

    "1sicas imediatas , mas no se resume para muitos deles a isto. O e&erc1cio do trabalho

    tem uma dimenso de pra#er de identidade e orgulho como ilustra a "ala do ssentado 4H

    "trabalhar + um prazer ,...- ficar em casa + uma agonia".

    O trabalho envolve certa dose de orgulho pessoal de a"irma$o de um modoespec1"ico de vida e de reconhecimento pela "am1lia e pela comunidade. @posentar,se@ s

    =

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    tem um sentido positivo especialmente quando se trata de assentados descendentes de

    "am1lias de agricultores quando no signi"ica ganhar uma renda "i&a sem parar de trabalhar

    na ro$aH "Sair daqui ,quando me aposentar-4 0o5 A( + que vai ficar bom5 6ou ter

    dinheiro para investir na minha terra"(ssentada +). Yuando o signi"icado do termo "or o

    de parar de trabalhar ele - e&tremamente negativo. O ssentado 4 de N; anos por

    e&emplo "oi atropelado quando andava de bicicleta e agora est/ debilitado "isicamente

    para o trabalhoH "essa + a tristeza da minha vida"(ssentado 4). Sua "rase demonstra o

    quanto o trabalho - central na vida social dessas pessoas.

    reali#a$o de um bom trabalho com o passar dos anos vai dando aos

    camponeses estudados um maior conhecimento emp1rico. transmisso deste

    conhecimento necess/rio para se tornar um agricultor - em muitos casos o patrimJnio que

    os parentes desses assentados dei&aram para eles como bem salientou anderle (=GGN).

    De qualquer maneira - este aprendi#ado que lhes garante a sobreviv?ncia e reprodu$o. O

    ssentado 2 di# que para adquirir esse conhecimento no precisa de estudo @t-cnico@H

    vontade + 789 do que precisa para ser um agricultor. Sem ela# no adianta forar5 ,...-

    o resto e ensino e pr)tica... + ver um mestre plantando ,...- : importante ter um mestre#

    mas quem ensina mesmo + a natureza/.

    9m dos trechos interessantes de sua "ala re"ere,se % vontadeque - necess/ria para

    al-m do es"or$o na "orma$o de um agricultor. +sta vontade re"ere,se a uma esp-cie de

    voca$o de amor incondicional. O prprio ssentado 2 a"irma a rela$o a"etiva que tem

    com as plantas assim como a grande liga$o que tem com a nature#a e com sua prpria

    terra quando di# que a terra no + minha# mas tem uma gotinha de sangue meu em cada

    planta daquela. Observa,se neste elemento aquilo que Ceb-tte (:;;E) compreende como

    Qapego % terra como base da rela$o do campon?s com seu trabalho.

    O sucesso do agricultor depende de seu es"or$o de seu conhecimento e de sua

    voca$o como comenta o ssentado 4 ao di#er que ; trabalhador ,de verdade- tem oque comer. 0o passa necessidade". Pode,se in"erir que o ssentado 4 que se considera

    como parte do grupo de agricultores em sua "ala se re"eria aos prprios agricultores. De

    "ato "oi notado como 0/ dito anteriormente que os integrantes do grupo de no%

    agricultoresencontram,se em desvantagem em rela$o aos agricultores e essa situa$o se

    re"lete no prprio sucesso na atividade. 2sso pode ser notado no e&emplo ao contrastar,se o

    discurso do ssentado e da ssentada +. O ssentado que era um pro"issional

    autJnomo e ingressou no MST porque estava desempregado a"irmouH "pode escrevermandala> do pro0eto dopro"essor Adesenvolvido pela 97RP+B... Mas somente tr?s pessoastrabalham ho0e nela A...B +las dei&am de trabalhar em suas prprias terraspara trabalhar l/ A...B +u mesma no estou trabalhando l/... +stava masdei&ei. Porque ningu-m est/ trabalhando l/. a hora do cr-dito todomundo aparece. o quero que tirem vantagem do meu trabalho no. Setodo mundo trabalhasse eu trabalhava tamb-m (ssentada Dirigente +)

    Desta situa$o um tanto comple&a pode,se in"erir que essas pessoas no querem

    perder sua individualidade em meio % ditadura da maioria6 mas tamb-m no querem perder

    sua humanidade em meio % selvageria do capitalismo. +las parecem buscar um equil1brio

    per"eito uma comunidade ideali#ada uma cultura di"erenciada uma terceira via (porqueno[) para as sa1das que lhes "oram propostas.

    = C"n'(s>es

    Por se tratar de um estudo em processo de constru$o as conclus!es deste estudo

    so preliminares apontando direcionamentos a serem apro"undados em "ases posteriores

    da pesquisa. Primeiramente "oi percept1vel a in"lu?ncia do conte&to na apro&ima$o das

    pessoas com o MST. 2sso porque os dados revelaram que a motiva$o das integrantes do

    ssentamento em "a#er parte do Movimento "oi predominantemente determinada por

    quest!es de emprego e renda. "alta de espa$o no mercado de trabalho "ormal tem levado

    as pessoas a aderirem ao Movimento por observarem na terra a chance de mobilidade

    social.

    7oi poss1vel in"erir que os assentados dirigentes ou camponeses dividem,se em

    agricultores e no%agricultores subgrupos estes que apresentam caracter1sticas diversas no

    que di# respeito %s suas rela$!es de trabalho na terra.

    pesar de tamb-m trabalharem com a terra os dirigentes di"erenciam,se dos

    assentados por priori#arem a militUncia no Movimento cu0o reconhecimento - bai&o 0unto

    aos prprios assentados. Yuando analisadas as rela$!es de trabalho que l/ se estabelecem

    "oi poss1vel compreender a in"lu?ncia tanto da tradi$o patriarcal da regio (PRT+S6

    RROS =GGX) ora da lgica da agricultura industrial inter"erindo em aspectos como o

    processo de tomada de decis!es e a de"ini$o dos crit-rios de sele$o dos membros do

    assentamento por e&emplo.

    Para melhor resumir os pontos relevantes re"erentes ao trabalho dos assentados "oi

    constru1da a Yuadro KH

    =X

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    Tra,"s d" &ra%a(!" d"s assen&ad"s Des'ri,-"

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    intermedi/rio do continuum camponeisidade,agroindustrialidade (TO*+DO apud

    892R :;;E).

    Desta "orma pode,se di#er que rela$!es de trabalho presentes no ssentamento

    hico Mendes envolvem simultaneamente tra$os da racionalidade camponesa e da

    econJmica e elementos empresariais mesclados com pr/ticas patriarcais. +las re"letem por

    "im trabalhador,campon?s em processo de trans"orma$o e adapta$o % realidade

    moderna que apresenta tra$os t1picos do prprio campon?s assim como caracter1sticas do

    chamado agricultor "amiliar moderno.

    Re0er?n'ias

    892R Maria Firg1nia de lmeida. O campesinato no +stado de Mato 8rossoH +ntre

    pantanais cerrados e "lorestas a diversidade camponesa no +stado de Mato 8rosso. 2nHCor/cio Martins de arvalho. (Org.). O 'a#+esina&" n" s$'(" XXI. Possibilidades econdicionantes do desenvolvimento do campesinato no rasil. = ed. PetrpolisH Fo#es:;;E v. = p. =:E,=EX.RS2*. Minist-rio do desenvolvimento agr/rio. A'a#+a#en&" C!i'" Mendes PE 0es&e*a+"sse da &erra . := out :;;

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    +F+S Delma Pessanha. De0ini,-" s1'i"e'"n@#i'a d" 'a#+esina&". Revista i?nciasSociais Co0e =G

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    i+mpresa brasileira que concentra sua atua$o em setores de base da economia como cimento minera$o celulose e etc.iionsiderando que o ob0etivo deste estudo - compreender aspectos re"erentes %s rela$!es de trabalho dentro do ssentamento hicoMendes os acampados do Maria Para1ba sero citados apenas brevemente neste primeiro momento sendo necess/rio para eles umestudo % parte.