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Boletim da Associação Ecológica Amigos dos Açores nº 19 2003 V i d á l i a • O Tritão • O Tritão de Crista de Crista • Carta Europeia • Carta Europeia da Água da Água • Coastwatch • Coastwatch Europe Europe

O Tritão de Crista • Carta Europeia da Água Europe · visita de estudo, em colaboração com a Arena ... Ordenamento e Gestão do Ilhéu de Vila Franca do Campo e feito um estudo

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Boletim da Associação Ecológica Amigos dos Açores nº 19 • 2003

V i d á l i a• O Tritão• O Tritãode Cristade Crista

• Carta Europeia• Carta Europeiada Águada Água

• Coastwatch • Coastwatch EuropeEurope

Vidália 19 2

Sumário

Vidália

Boletim da Associação EcológicaAmigos dos Açores

Distribuição gratuita entre os sócios

Os artigos são da responsabilida-de dos autores e não representamobrigatoriamente a posição ofi-cial da Associação.

É permitida a reprodução etranscrição, desde que citada afonte e o autor

ApoioDirecção Regional do Ambiente

Execução Gráfica e ImpressãoEGA

Empresa Gráfica Açoreana, Lda.

ÓRGÃOS SOCIAISPARA 2003-2004

DIRECCCAO

PresidenteTeófilo José Soares de Braga

SecretárioFrancisco Manuel Sousa Botelho

TesoureiroMário José Coelho Furtado

VogaisMaria Manuela Borges LivroMaria Judite Barros da Costa

CardosoSuplentes

Lúcia Maria Oliveira VenturaGilberto Manuel Gaspar Cardoso

CONSELHO FISCAL

PresidentePaula Cristina Medeiros Santos

SecretárioEduardo do Jesus Santos

VogalGeorge Robert Eyre Hayes

SuplentesAntónio Onofre Costa Miranda

Soares Vasco Amândio Botelho

ASSEMBLEIA GERAL

PresidenteJoão Carlos Carreiro Nunes

Vice- PresidenteLuís Fernando Miranda Guimarães

SecretárioLuís Filipe Dias Silva

SuplentesMaria do Carmo Melo Moreira

Rodrigo João Medeiros de Sousa

Sede SocialEstá instalada no edifício da Juntade Freguesia do Pico da Pedra,Avenida da Paz, 14. Ali se encon-tram todas as publicações editadase uma biblioteca especializada natemática ambiental. Os interessa-dos poderão visitá-la todos os diasúteis das 9h às 12h e das 13h às17h. Aconselha-se a marcação davisita. Contacto: Carla Oliveira,Tel./Fax 296 498 004

Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

O Tritão de Crista . . . . . . . . . . . 4

Relatório de Actividades de 2002 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

Plano de Actividades para 2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

Carta Europeia da Água do Concelho da Europa . . . . . . 10

2003 Ano Internacionalda Água Doce . . . . . . . . . . . . . 12

ÁguaUm Bem a Preservar . . . . . . . . 13

Coastwatch Europe . . . . . . . . . 14

Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Publicações e Materiaispara venda . . . . . . . . . . . . . . . . 18

Novos Sócios . . . . . . . . . . . . . . 19

Boletim de Inscrição . . . . . . . . 19

Humor Verde . . . . . . . . . . . . . . 20

www.virtualazores.com/amigosdosacorese-mail: [email protected]

Tel./Fax 296 498 004

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Editorial

2003 é o Ano Internacional da ÁguaDoce. Para o celebrar, entre outras iniciativas,os Amigos dos Açores pretendem promoveruma distribuição de desdobráveis, apelando aoconsumo racional da água, e divulgar “planosde aulas” sobre a água, destinados a docentes,elaborados pela Earth Day Network.

Com este número do boletim Vidáliapretendemos chamar a atenção para a impor-tância da água e para a necessidade de todosnós contribuirmos para o equilíbrio e futurodo nosso planeta, fazendo algo para a sua pre-servação. Neste sentido, inserimos, nestenúmero dezanove, um artigo de opinião sobreo Ano Internacional da Água Doce, divulga-mos a Carta Europeia da Água, que, emboradatada de 6 de Maio de 1968, não perdeuactualidade, bem como damos a conheceralgumas curiosidades sobre a água, e dicasacerca do que podemos fazer para uma melhorutilização.

Não directamenterelacionado com a temáticaque vimos referindo, acha-mos de interesse dar aconhecer um anfíbio que sóexiste em São Miguel, otritão de crista, bem comoapresentar, a todos os asso-ciados e demais leitores,alguns dos resultados obti-dos com a implementaçãodo Projecto CoastwatchEurope, em São Miguel. Apropósito desta iniciativa,queríamos, por um lado,chamar a atenção para asua importância em termos

de um melhor conhecimento do litoral, bemcomo do seu interesse do ponto de vista peda-gógico, e por outro fazer um apelo a todos osassociados docentes para a sua implementa-ção, no âmbito da Área de Projecto, em qual-quer ilha do arquipélago.

Como temos feito anualmente, aprovei-tamos a saída deste primeiro número de 2003para divulgarmos uma síntese do relatório dasactividades realizadas no ano transacto e paraapresentarmos o Plano de Actividades para oano em curso.

Por último, e dada a periodicidade desteboletim, queríamos chamar a tenção para aimportância da consulta da página Web daassociação, já que pretendemos que a mesmaesteja permanentemente actualizada, sobretu-do através da divulgação atempada das váriasactividades que vamos promovendo ao longodo ano.

Vidália 19 4

Fauna dos Açores

NOME VULGAR: Tritão de crista.

NOME CIENTÍFICO: Triturus cristatus.

HABITAT:Vive em águas paradas, como charcos,

tanques e ribeiros de corrente lenta, emborapossa permanecer em terra, fora do período dareprodução, em sítios sombrios e húmidos,principalmente debaixo de pedras e troncoscaídos, onde hiberna.

É um anfíbio que, nos Açores, existe sóem São Miguel, podendo ser encontrado portoda a zona central da ilha.

ASPECTO EXTERIOR:Tem cerca de 15 cm de comprimento

em adulto e as fêmeas são maiores do que osmachos. Tem pele nua e 4 patas (as patas ante-riores têm 4 dedos e as posteriores 5 dedos). Acauda é musculada e forte.

O dorso tem uma coloração pardo -negra, com manchas mais escuras, o ventre éamarelo – alaranjado, brilhante e com manchasnegras.

Em ambiente aquático, no período da

reprodução, o macho desenvolve uma cristadorsal alta e dentada. A fêmea tem apenas umamembrana sobre a cauda.

LOCOMOÇÃO:Em terra desloca-se com o auxílio das

patas e em meio aquático utiliza a sua caudapara impulsionar-se na água.

ALIMENTAÇÃO:Alimenta-se de larvas de insectos aquá-

ticos e também de lesmas, minhocas, aranhas epequenos caracóis.

Enquanto larva, o tritão alimenta-se depequenos crustáceos aquáticos que estão emsuspensão na água.

REPRODUÇÃO:Na época da reprodução (na Primave-

ra), o tritão regressa ao meio aquático ondenasceu e inicia a parada nupcial que consistenuma dança mais ou menos complicada, emque o macho se exibe para a fêmea abanando acauda.

Após a fecundação interna, dias maistarde, a fêmea deposita os ovos nas algas fila-mentosas e nas plantas aquáticas.

O Tritão de Crista

Manuela Livro

5 Vidália 19

Quinze dias mais tarde nascem as larvasque medem 1 cm e apresentam brânquias exter-nas. Mais tarde, já no Verão, perdem as brân-quias e medem já 7 cm. Nessa altura, abando-nam a água e abrigam-se, como os adultos,debaixo de pedras, troncos caídos e musgos.Atinge a maturidade aos dois anos.

A essas transformações por que passa otritão até chegar ao estado adulto dá-se o nomede metamorfoses.

CURIOSIDADES:

. O tritão hiberna nos meses mais frios doInverno, em locais húmidos, perto dos charcosonde nasceram, enterrados em fendas no soloou debaixo de musgos, pedras e troncos.Alguns deles hibernam na água, enterrados nolodo.

. O tritão pode viver cerca de 30 anos e mudade pele com certa frequência.

. Na fase aquática têm actividade durante o diae quando estão em terra tornam-se nocturnos.

. O tritão respira por pulmões e pela pele.

. O tritão de crista tem uma visão muito limita-da por isso, para localizar as suas presas, utili-za o olfacto.

. O único local em Portugal onde se conhece aexistência do tritão de crista é na ilha de S.Miguel (Açores) – supõe-se que terá sido intro-duzido em S. Miguel há cerca de 80 anos.

. O tritão encontra-se namaior parte da Europa, comexcepção da Irlanda, do sulda França e do sul da Grécia,Península Ibérica e ilhas doMediterrâneo. Também podeser encontrado na Ásia Cen-tral.

. A subespécie introduzidaem S. Miguel é o Trituruscristatus carnifex e podeencontrar-se em Itália, parteda Áustria e Norte da Jugos-lávia.

COMO PODEMOS PROTEGÊ-LO:

- Não destruindo o seu habitat ou seja evitan-do a poluição e secagem dos charcos e cur-sos de água.

- Respeitando e fazendo respeitar a legisla-ção existente a nível internacional. O tritãoé uma das espécies incluídas no Anexo II daConvenção relativa à Conservação da VidaSelvagem e dos Habitates Naturais daEuropa.

- Informando os nossos amigos e familiaresdo que aprendemos sobre estes animais.

BIBLIOGRAFIA

MACHADO, E.,(1997), O tritão de Cristaem S. Miguel, Ponta Delgada, Amigosdos Açores.

SILVA, L., ELIAS, R., MACHADO, E.,MACEDO, A., SOUSA, F., REBELO, J.,NUNES, A., (1997), “Comparative studyof three Triturus cristatus (Amphibia:Salamandridae) populations from SãoMiguel Island (Azores)”, Boletim doMuseu Municipal do Funchal, 49(275), pp. 89-98

SVANBERG, I., (1975), “The warty newt (Tri-turus cristatus) of the Azores”, Bocagia-na, 40, pp.1-2

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visita de estudo, em colaboração com a Arena(Agência Regional da Energia da Região Autónomados Açores), Ecoteca da Ribeira Grande e EscolasBásica 3/S da Ribeira Grande e Básica 2,3 GasparFrutuoso.

Realizou-se, em conjunto com o Fórum Aço-reano, o Colóquio Açores: Turismo, Património eAmbiente.

Em relação ao Centro de InterpretaçãoAmbiental das Sete Cidades, foi feito o acompa-nhamento dos Jovens do Programa OTLJ, foram ela-borados vários posters para a exposição permanentee uma apresentação da localidade em powerpoint.

Foi emitido um parecer sobre o Plano deOrdenamento e Gestão do Ilhéu de Vila Franca doCampo e feito um estudo da Gruta da Rua João doRego, do qual foi elaborado um relatório “Gruta daRua João do Rego, Ponta Delgada (S. Miguel):Caracterização Patrimonial”

A associação coordenou, em S. Miguel, oprojecto Coastwatch, tendo participado no mesmo124 alunos e 17 professores de cinco escolas.Foram inspeccionados 34,5 km de costa.

Na sequência de um protocolo assinado coma Secretaria Regional do Ambiente, os Amigos dosAçores responsabilizaram-se pelo funcionamentodas Ecotecas de Ponta Delgada e da Ribeira Gran-de, colaboraram na sua coordenação, assegurando ocumprimento do Plano de Actividades, e cederammaterial técnico e pedagógico.

No ano de 2002, a associação conseguiuimplementar a maioria dos projectos previstos noseu plano de actividades.

Assim, foram editados dois números do bole-tim Vidália, 10 000 horários apelando para a pro-tecção de 4 lagoas de São Miguel, um livro, comuma tiragem de 1500 exemplares, intitulado “Omilhafre- uma história natural” e um calendário desecretária alusivo ao Milhafre, com uma tiragem de1000 exemplares.

A associação esteve presente no Xth Interna-tional Symposium on Volcanospeleology”, quedecorreu na Islândia e no 5º Encontro Regional deEducação Ambiental, realizado em Santa Maria..

No âmbito do projecto Conhecer para Pro-teger realizaram-se 14 passeios pedestres que con-taram com a participação de 552 pessoas e no pro-jecto Caminhar para Melhor Conhecer eProteger, realizaram-se 6 visitas de estudo/pas-seios pedestres..

No que diz respeito à espeleologia, a associa-ção realizou 13 visitas guiadas à Gruta do Carvãopara as escolas, tendo o número de participantes(382) crescido cerca de 216% em relação ao anoanterior.

Integrado no projecto Turismo Suave, reali-zaram-se diversas acções de formação e foram fei-tos reconhecimentos e levantamentos fotográficosde diversos percursos pedestres nas ilhas de SãoMiguel, Santa Maria e São Jorge. A associação pro-moveu, ainda, uma conferência intitulada “Percur-sos Pedestres, Nicho Importante doTurismo na Madeira”. Foram, tam-bém, reeditados 6 roteiros de percur-sos pedestres de São Miguel.

No que toca ao Apoio à Esco-la, foram apoiadas 17 escolas, amaioria através da cedência de mate-riais diversos.

No âmbito do projecto Come-morações, foram assinalados o Diada Terra, com uma visita às CincoCentrais Hidroeléctricas da Ribeirada Praia, e o Dia Mundial doAmbiente, com uma vista à ReservaNatural da Lagoa do Fogo. Come-morou-se, ainda, o Dia Mundial daEnergia, através de uma conferênciasobre energias renováveis e uma

Vida Associativa

Relatório de Actividades de 2002

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Plano de Actividades para 2003

INTRODUÇAOO Plano de Actividades para 2003 da Associação

Ecológica AMIGOS DOS AÇORES contempla um con-junto de projectos em várias áreas da protecção da nature-za e da educação ambiental, alguns dos quais foram inicia-dos em anos anteriores.

VIDÁLIAA publicação de artigos sobre a problemática do

património natural e construído e a divulgação das activi-dades associativas junto do público e, em especial, dosassociados, são os objectivos que nos levam a continuar aeditar, semestralmente, o boletim VIDÁLIA.

CONGRESSOS, SEMINÁRIOS, FORMAÇÃOSendo a participação em congressos, seminários e

acções de formação na área do ambiente fundamental aodesenvolvimento pleno das nossas actividades, pretende-segarantir a disponibilização de uma verba para fazer face àsdespesas associadas à preparação de eventuais comunica-ções e deslocações. Está prevista a participação no VIEncontro Regional de Educação Ambiental.

AVIFAUNA DOS AÇORESCom este projecto pretende-se dar a conhecer e con-

tribuir para a conservação do património avifaunístico dosAçores. Nesse sentido, a associação colaborará com outrasONGAS, nomeadamente com a SPEA, quer na divulgaçãodas suas actividades, quer na montagem, na ilha de SãoMiguel, da sua exposição itinerante; continuar-se-á a distri-buição de desdobráveis sobre o cagarro e o garajau pelasescolas da Região e dar-se-á continuidade à iniciativa SOS-Cagarro, nos meses de Outubro e Novembro.

No que diz respeito às aves de rapina, pretende-sedesmistificar o pretenso carácter maléfico destas, atravésda edição e distribuição de uma brochura sobre o môcho.Caso haja disponibilidade, será nossa intenção dar a conhe-cer algumas espécies e subespécies de aves terrestres exis-tentes no nosso arquipélago, através da edição de um CD.

CONHECER PARA PROTEGERTendo por objectivo principal a verificação “in

loco” do estado do ambiente e a recolha de elementos parauma futura elaboração de itinerários de descoberta da natu-reza e roteiros de percursos pedestres, importantes recursospara a educação ambiental e para o fomento do turismo denatureza, realizar-se-ão treze visitas de estudo. Estas visi-tas serão complementadas, sempre que possível, pela dis-tribuição, aos órgãos de comunicação social e aos partici-pantes, de informações sobre os locais a visitar. Também sepretende organizar uma acção de formação sobre cartogra-fia e orientação.

ESPELEOLOGIAPretende-se promover a “Abertura Experimental da

Gruta do Carvão” (troço Sul), uma vez criadas as necessáriascondições de visitação da gruta, com a retirada (pela CâmaraMunicipal de Ponta Delgada) de tubagens existentes na zonada Escola do Carvão, bem como a remoção de terras, a lim-peza da gruta e a colocação de iluminação artificial provisó-ria. No troço Norte da Gruta do Carvão/Rua do Paim, e umavez concluído (pela Secretaria Regional de Habitação e Equi-pamentos) o acesso previsto a este troço, far-se-á a sua lim-peza, selagem de uma abertura onde são lançados lixos/entu-lhos, colocação de iluminação e, ainda, a respectivadinamização.

No domínio da espeleologia, pretende-se dar conti-nuidade, no período de Verão, às actividades do ProgramaEstagiar- L, de modo a permitir o reconhecimento de campode cavidades reportadas para a ilha de S. Miguel (Nordeste,Ponta Garça, Arribanas) ainda não exploradas. Os dadosrecolhidos durante este e outros trabalhos de campo/gabineteentretanto realizados, serão carregados na Base de Dados doIPEA e aqueles estagiários prepararão a edição de cartazes,desdobráveis, um jogo educativo e um CD-ROM sobre ascavidades vulcânicas dos Açores.

LAGOAS DOS ACORESPretende-se dar continuidade ao trabalho iniciado no

ano anterior, com a edição de painéis didácticos e um CDinteractivo sobre as Lagoas de São Miguel, criando umaforma de intervenção junto das escolas, com o objectivo dedar a conhecer melhor os ecossistemas lacustres da nossailha, numa perspectiva de conservação ambiental.

Preconiza-se assim a realização de uma exposição iti-nerante pelas Escolas da Ilha de S. Miguel, com base nosmateriais elaborados, e tendo como preocupação atingir dife-rentes níveis etários e de escolaridade.

Pretende-se que os painéis sejam elaborados emmateriais duradouros e o CD interactivo inclua vários níveisde leitura e de informação.

TURISMO SUAVE-2000/2003Com este projecto, que termina em Agosto de 2003,

inserido no âmbito de um protocolo com a Secretaria Regio-nal da Economia, pretende-se incentivar um modelo de acti-vidade turística ligado à protecção ambiental e à criação decondições humanas de trabalho e de vida.

Nesse sentido, serão reeditados três roteiros de per-cursos pedestres da Associação em novo formato gráfico, emPortuguês e Inglês, será editado um roteiro geral dos percur-sos pedestres e dois números de uma folha informativa, comnovas informações, aconselhamentos e análise dos percursos.A associação compromete-se, ainda, a apresentar propostas edar pareceres sobre sinalética a colocar nas

Con t i nua

Vidália 19

Os Amigos dos Açores comprometem-se, ainda, aceder material técnico e pedagógico, bem como a participarcom os seus especialistas na concretização de colóquios, acti-vidades de ar livre e outras actividades propostas no progra-ma da Ecoteca e previstas no seu orçamento.

ECOTECA DE PONTA DELGADAOs Amigos dos Açores, na sequência de um Protoco-

lo assinado com a Secretaria Regional do Ambiente, ficarãoresponsáveis pelo funcionamento da Ecoteca de Ponta Del-gada, cuja sede ficará instalada na Quinta do Priôlo, colabo-rando na sua coordenação, assegurando o cumprimento doPlano de Actividades e projectando novas iniciativas.

Os Amigos dos Açores comprometem-se, ainda, aceder material técnico e pedagógico, bem como a participarcom os seus especialistas na concretização de colóquios, acti-vidades de ar livre e outras actividades propostas no progra-ma da ecoteca e previstas no orçamento.

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DOS AMIGOS DOSAÇORES

Pretende-se dinamizar o Centro de Documentaçãodos Amigos dos Açores que possui uma biblioteca ondepoderá ser consultada bibliografia sobre as seguintes temáti-cas: meio físico (água, ar e solos), actividades humanas, ener-gia, conservação da natureza e resíduos. Ao mesmo tempo,far-se-á uma maior divulgação do mesmo e proceder-se-á aoseu enriquecimento, através da aquisição de novas obras emateriais bem como da assinatura de revistas. O Centro deDocumentação que funciona na sede da Junta de Freguesiado Pico da Pedra, Avenida da Paz, 14, está aberto todos osdias das 9 às 12h e das 13 h às 17h. Aconselha-se um pré-aviso da visita através do seguinte contacto: Carla Oliveira(telefone- 296498004)

CAMINHANDO PARA O FUTURO POR CAMINHOSDO PASSADO - GTAAL

Tal como em anos anteriores, o Grupo de Trabalhopara as Actividades de Ar Livre continuará a proceder aolevantamento de trilhos pedestres não utilizados na actualida-de.

São principais objectivos deste projecto: Sensibilizarpara a necessidade da preservação dos caminhos antigos,assim como para a salvaguarda do direito de passagem e livrecirculação; promover o pedestrianismo como actividade des-portiva, não competitiva e de lazer activo; promover a defesae conservação do património natural e construído circundan-te.

Finalmente, pretende-se, através da publicação de umguia, em formato de fichas, divulgar publicamente a existên-cia das rotas entretanto inventariadas.

ENERGIA: NO POUPAR É QUE ESTÁ O GANHOCom este projecto pretende-se, por uma lado, fomen-

tar a utilização racional da energia e, por outro, divulgar epromover as energias renováveis, contribuindo assim para

zonas dos percursos, a fiscalizar periodicamente o estado deconservação e exequibilidade dos trilhos seleccionados, ela-borando relatórios de situação. Promoverá, também, umaacção de formação sobre as questões ambientais dos percur-sos da natureza, vocacionada para agentes de turismo, bemcomo a realização de uma acção de sensibilização numaescola sobre a didáctica dos percursos pedestres.

CAMINHAR PARA MELHOR CONHECER E PRO-TEGER

Este projecto tem por principais destinatários gruposde jovens de escolas da ilha de S. Miguel, bem como jovenspertencentes a Associações Juvenis ou a grupos de Jovensligados às Paróquias. São seus objectivos, entre outros, des-pertar o prazer de apreciar a natureza, sensibilizar para anecessidade da sua preservação e fomentar a discussão sobrehábitos saudáveis e proporcionar alternativas de ocupaçãodos tempos livres.

APOIO À ESCOLA-ACÇÕES DE SENSIBILIZAÇÃOEste projecto consistirá de visitas a escolas de vários

níveis de ensino, onde se realizarão acções de sensibilizaçãoe distribuição de materiais editados pelos Amigos dos Açoresou por outras entidades. Está já prevista a colaboração com asseguintes escolas: EB 3/S da Ribeira Grande, EB3/S dasLaranjeiras, EB2,3 Gaspar Frutuoso- Clube de Ambiente, EBIntegrada de Água de Pau- Clube de Ambiente e EscolaBásica Integrada de Lagoa, turma do Programa Oportunida-de, através de uma sessão sobre Vulcanismo e Ambiente euma visita à Gruta de Água de Pau.

COMEMORAÇÕESCom este projecto pretende-se assinalar algumas

datas importantes no calendário para a protecção da naturezae do ambiente, nomeadamente os Dias: da Floresta da Água,da Terra e do Ambiente. Para o Dia da Floresta pretende-sealertar a comunidade em geral, através dos órgãos de comu-nicação social, para a necessidade de se proteger a flora pri-mitiva dos Açores. Os Dias da Água e da Terra serão come-morados através da distribuição de um desdobrável apelandoao consumo racional da água, de “planos de aulas” destina-dos a docentes, elaborados pela Earth Day Network, e comvisitas de estudo e acções de sensibilzação. No Dia doAmbiente será feito um alerta a divulgar aos órgãos de comu-nicação social, chamando a atenção para a situação das ÁreasProtegidas dos Açores e realizar-se-á uma visita à ReservaNatural da Lagoa do Fogo.

ECOTECA DA RIBEIRA GRANDEOs Amigos dos Açores, na sequência de um Protoco-

lo assinado com a Secretaria Regional do Ambiente, ficarãoresponsáveis pelo funcionamento da Ecoteca da RibeiraGrande, cuja sede se localiza no Museu Local do Pico daPedra, colaborando na sua coordenação, assegurando o cum-primento do Plano de Actividades e projectando novas ini-ciativas.

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melhorar a qualidade de vida das pessoas e a qualidade doambiente. No presente ano, para além da colaboração com osprojectos escolares, nomeadamente do 4º Grupo A da EscolaEB 3/S da Ribeira Grande, pretende-se sensibilizar os habi-tuais participantes nos passeios pedestres promovidos pelosAmigos dos Açores, através do percurso das Energias, a rea-lizar no dia 25 de Abril. Da iniciativa constam a divulgaçãode um desdobrável sobre a utilização racional da energia e avisita a uma central hidroeléctrica e à Central Geotérmica.

COASTWATCH EUROPETendo como principais objectivos específicos: 1-

recolher dados sobre as características das zonas de costa etambém sobre os principais problemas ambientais que asafectam; 2- elaborar uma base de dados nacional e interna-cional actualizada (ano a ano) sobre o estado do litoral; 3- for-necer aos órgãos de decisão local, nacional e internacionalelementos que contribuam para a gestão sustentada do Lito-ral, para a recuperação de zonas degradadas e para a preser-vação das áreas sensíveis; 4- alertar a população para os pro-blemas ambientais da zona costeira e para a urgência da suaprotecção, pretende-se implementar o projecto na Ilha de sãoMiguel.

Assim, para além do envolvimento do maior númeropossível de associados, será feito um esforço suplementar nosentido de envolver outros intervenientes e instituições, comdestaque para as escolas.

CENTRO DE INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL DASSETE CIDADES

O Centro de Interpretação Ambiental das Sete Cida-des tem como destinatário principal a população residente,sobretudo a mais jovem, bem como todo o público que visi-ta a localidade. São objectivos principais do Centro: divulgaros valores naturais do local e os problemas ambientais exis-tentes, estimular a curiosidadedos visitantes para uma melhorpercepção do meio envolvente;promover uma identificaçãodas pessoas com o ambientelocal e incentivar o desenvolvi-mento de comportamentos quecontribuam para a conservaçãodo ambiente.

Este Centro, integradono Projecto de Desenvolvi-mento Sustentável das SeteCidades, iniciativa da Associa-ção Terra- Mar, será imple-mentado mediante um proto-colo a celebrar entre os Amigosdos Açores e aquela institui-ção.

INTERCÂMBIO RIBEIRAGRANDE- LOURINHÃ

Pretende-se com este intercâmbio, que envolverá aEscola EB2/3 Gaspar Frutuoso e os Amigos dos Açores, deSão Miguel, e a escola Dr. Afonso Rodrigues Pereira e oMuseu da Lourinhã, promover um intercâmbio entre jovensdas duas localidades que ao longo do ano irão estudar diver-sas questões ambientais, nomeadamente no âmbito dos resí-duos, da água e da paisagem, com destaque para as nossaspaisagens vulcânicas e para o património geológico (dinos-sauros) da Lourinhã.

VULCÕES E PAISAGENSEm virtude do livro “Paisagens Vulcânicas dos Aço-

res” estar esgotado e uma vez que esta publicação constituium importante recurso de carácter educacional, permitindouma melhor interpretação da nossa paisagem e constituindoum importante meio de divulgação turística da Região, pre-tende-se reeditar aquele livro, com os necessários ajustamen-tos a nível de paginação e revisão de conteúdos.

EDUCAÇÃO CIENTÍFICA Dada a importância do ensino das ciências desde os

primeiros anos de escolaridade para a tomada de consciênciado seu Meio e para a aquisição de conhecimentos e compe-tências para a resolução dos problemas actuais e futuros doambiente, a associação irá concretizar o compromisso ante-riormente assumido de editar as actas das Jornadas “Educa-ção Científica no 1º Ciclo do Ensino Básico”, organizadaspelo Dr. Emanuel Medeiros, do Departamento de Ciências daEducação da Universidade dos Açores

ANIVERSOL- ALEGORIA TEATRALPretende-se editar uma peça de teatro sobre o sistema

solar, contribuindo-se, deste modo, para fomentar a interdis-ciplinaridade, indispensável à aquisição de conhecimentos eà formação dos jovens.

9 Vidália 19

Vidália 19 10

I. NÃO HÁ VIDA SEM ÁGUA. A ÁGUA É UM BEMPRECIOSO, INDISPENSÁVEL A TODAS ASACTIVIDADES HUMANAS.

A água cai da atmosfera na terra, onde chegaprincipalmente na forma de chuva ou de neve. Ribeiros,rios, lagos, glaciares são grandes vias de escoamento paraos oceanos. No seu percurso, a água é retida pelo solo,pela vegetação e pelos animais. Volta à atmosfera, princi-palmente pela evaporação e pela transpiração vegetal. Aágua é para o homem, para os animais e para as plantasum elemento de primeira necessidade. Efectivamente, aágua constitui dois terços do peso do homem e até novedécimos do peso dos vegetais.

É indispensável ao homem, como bebida e comoalimento, para a sua higiene e como fonte de energia,matéria-prima de produção, via de transporte e suportedas actividades recreativas que a vida moderna exigecada vez mais.

II. OS RECURSOS DE ÁGUAS DOCES NÃO SÃOINESGOTÁVEIS. É INDISPENSÁVEL PRESER-VÁ-LOS, ADMINISTRÁ-LOS E , SE POSSÍVEL,AUMENTÁ-LOS.

Em consequência da explosão demográfica e doacréscimo rápido das necessidades da agricultura e daindústria modernas, os recursos hídricos são objectivo deuma solicitação crescente. Não se conseguirá satisfazê- lanem elevar os padrões de vida, se cada um de nós nãoaprender a considerar a água como um recursos preciosoque deve ser preservado e utilizado racionalmente.

III. ALTERAR A QUALIDADE DA ÁGUA É PRE-JUDICAR A VIDA DO HOMEM E DOS OUTROSSERES VIVOS QUE DEPENDEM DELA.

A água na natureza é um meio vivo, portador deorganismos benéficos que contribuem para manter a suaqualidade. Poluindo a água, corre-se o risco de destruiresses organismos, desorganizando assim o processo deautodepuração e, eventualmente, modificar de forma des-favorável e irreversível o ambiente vivo.

As águas de superfícies e as águas subterrâneasdevem ser preservadas contra a população.

Todo e qualquer decréscimo importante da quali-dade ou da uma água corrente ou estagnada pode sernocivo para o homem e para os outros seres vivos.

IV. A QUALIDADE DA ÁGUA DEVE SER MAN-TIDA A NÍVEIS ADAPTADOS À UTILIZAÇÃOPARA QUE ESTÁ PREVISTA E DEVE, DESIG-NADAMENTE, SATISFAZER AS EXIGÊNCIASDA SAÚDE PÚBLICA.

As normas de qualidade podem variar confor-me os tipos de utilização: alimentação, necessidadesdomésticas, agrícolas e industriais, pesca e actividadesrecreativas. Todavia, sendo a vida, na sua infinitadiversidade, tributária das qualidades múltiplas daságuas, deverão ser tomadas disposições para lhes asse-gurar a conservação das suas propriedades naturais.

V. QUANDO A ÁGUA, DEPOIS DE UTILIZADA,VOLTA AO MEIO NATURAL, NÃO DEVECOMPROMETER AS UTILIZAÇÕES ULTE-RIORES QUE DELA SE FARÃO, QUER PÚBLI-CAS QUER PRIVADAS.

A poluição é uma alteração, geralmente provo-cada pelo homem, da qualidade da água, que a tornaimprópria ou perigosa para o consumo humano, paraa indústria, agricultura, pesca e actividades recreati-vas, para os animais domésticos e para a vida selva-gem.

O lançamento de resíduos ou de água utilizadasque provoquem poluições de ordem física, química,orgânica, térmica ou radioactiva não deve pôr emperigo a saúde pública e deve ter em conta a aptidãodas águas para os assimilar (por diluição ou auto-depuração). Os aspectos sociais e económicos dosmétodos de tratamento das águas revestem-se degrande importância.

VI. A MANUTENÇÃO DE UMA COBERTURAVEGETAL ADEQUADA, DE PREFERÊNCIAFLORESTAL É ESSENCIAL PARA A CONSER-VAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS.

É necessário manter a cobertura vegetal, de preferên-cia florestal; sempre que essa cobertura desapareçadeve ser reconstituída o mais rapidamente possível. Salvaguardar a floresta é um factor de grande impor-tância para a estabilização das bacias de drenagem edo respectivo regime hidrológico. As florestas são, deresto, úteis não só pelo seu valor económico mas tam-bém como lugares de recreio.

Documento

CARTA EUROPEIA DA ÁGUAdo Conselho da Europa

(Proclamada em Estrasburgo em 6 de Maio de 1968)

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VII. OS RECURSOS AQUÍFEROS DEVEM SERINVENTARIADOS.

A água doce utilizável representa menos deum por cento da quantidade de água do nosso plane-ta e está repartida muito desigualmente.

É indispensável conhecer os recursos hídricossuperficiais e subterrâneos, tendo em conta o ciclo daágua, a sua qualidade e a sua utilização.

Entende-se por inventário a prospecção e aavaliação quantitativa dos recursos aquíferos.

VIII. A BOA GESTÃO DA ÁGUA DEVE SEROBJECTO DE UM PLANO PROMULGADOPELAS AUTORIDADESCOMPETENTES.

A água é um recursoprecioso que necessita deuma gestão racional segun-do um plano que concilie aomesmo tempo as necessida-des a curto e a longo prazos.Impõe-se, pois, uma verda-deira política no domíniodos recursos hídricos, queimplica numerosos ordena-mentos com vista à sua con-servação, regularização edistribuição. Além disso, aconservação da qualidade eda quantidade da água exigeo desenvolvimento e aper-feiçoamento das técnicas deutilização, de reciclagem ede depuração.

IX. A SALVAGUARDA DAÁGUA IMPLICA UM ESFORÇO CRESCENTEDE INVESTIGAÇÃO, DE FORMAÇÃO DEESPECIALISTAS E DE INFORMAÇÃO PÚBLI-CA.

A investigação sobre a água, e especialmentesobre a água já utilizada, deve ser encorajada aomáximo. Os meios de informação devem ser amplia-dos e o intercâmbio internacional facilitados, aomesmo tempo que se impõe a formação técnica e bio-lógica de pessoal qualificado para as diferentes disci-plinas que interessam.

X. A ÁGUA É UM PATRIMÓNIO COMUM,CUJO VALOR DEVE SER RECONHECIDOPOR TODOS. CADA UM TEM O DEVER DEECONOMIZAR E DE A UTILIZAR COM CUI-DADO.

Cada indivíduo é um consumidor e um utiliza-dor da água. Como tal, é responsável perante osoutros. Utilizar a água inconsideradamente é abusardo património natural.

XI. A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOSDEVE INSCREVER-SE NO QUADRO DABACIA NATURAL, DE PREFERÊNCIA A SERINSERIDA NO DAS FRONTEIRAS ADMINIS-TRATIVAS E POLÍTICAS.

As águas que correm à superfície seguem osmaiores declives e convergem para formar cursos deágua. Um rio com os seus afluentes pode comparar-

se a uma árvore extremamente ramificada que serveum território chamado bacia.

Deve ter-se em conta o facto de que, nos limi-tes duma bacia, todas as utilizações das águas desuperfície e das águas subterrâneas são interdepen-dentes e que, portanto, é desejável que também o sejaa sua gestão.

XII. A ÁGUA NÃO TEM FRONTEIRAS. É UMRECURSO COMUM QUE NECESSITA DEUMA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL.

Os problemas internacionais que as utiliza-ções da água podem suscitar devem ser resolvidos decomum acordo entre os Estados, com o fim de salva-guardar a água, tanto em qualidade como em quanti-dade.

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No final da década de 90 do século pas-sado, de acordo com uma avaliação feita pelasNações Unidas, em cerca de um terço dosvários países do mundo havia dificuldade oumesmo impossibilidade em satisfazer as neces-sidades de água dos seus habitantes. Esta situa-ção, devido ao crescimento populacional e eco-nómico, poder-se-á agravar e atingir os doisterços até 2025.

Na Região, segundo o Relatório do Esta-do do Ambiente dos Açores-2001, embora jáhaja sobre- exploração de aquíferos em algu-mas ilhas, as disponibilidades de água aparen-

tam ser suficientes para as necessidades, casosejam implementadas medidas de gestão efi-cientes”

Devido à importância vital da água tantopara a manutenção da qualidade de vida huma-na como para a manutenção do equilíbrio dosecossistemas, 2003 foi declarado pela Assem-bleia Geral das Nações Unidas, como AnoInternacional da Doce.

Neste ano, que deve ser de reflexão e deacção, todos nós, como indivíduos e comocomunidades, devemos prestar atenção redo-

brada à protecção e respeito pelosrecursos hídricos.

Espera-se que este não sejamais um ano para figurar nos calen-dários, apelando-se, desde já, a todasentidades governamentais ou autár-quicas para a implementação de todasas medidas necessárias para uma cor-recta gestão dos recursos hídricosregionais e às Escolas, Organizaçõesnão Governamentais de Ambiente eAssociações Juvenis para programa-rem actividades de formação e sensi-bilização.

A associação Amigos dos Aço-res incluiu no seu plano anual de acti-vidades algumas acções que pretendeintegrar nas Comemorações do AnoInternacional da Água, com destaquepara visitas guiadas com jovens a cap-tações de água para abastecimentopúblico, distribuição de folhetos, ape-lando ao consumo racional da água, ede “planos de aulas” destinados adocentes, elaborados pela Earth DayNetwork, rede internacional, que irátrabalhar, este ano, sob o lema “Waterfor Life”.

Opinião

2003 Ano Internacional da Água Doce

Teófilo Braga

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Sabias que...

- 71% da superfície da Terra está ocupadapor água?!

- Dessa água toda, 97% é água salgada (dosOceanos e mares) e só 3% corresponde aágua doce?!

- Dos 3% de água doce que existe na Terra,só uma pequeníssima parte é água potável?!

- As plantas, os animais...enfim, todos osseres vivos são constituídos por água?!

- Mais de metade do nosso corpo é água?!

- Pode-se sobreviver cerca de 50 dias semcomer, mas morre-se em 4 dias se nãobebermos água?!

- Necessitamos de ingerir 2 a 4 litros de água,por dia ?! (não te esqueças que os alimentostambém têm água)

ÁGUAUM BEM A PRESERVAR

Vamos:

- Preferir tomar duche em vez de banho deimersão (assim gasta-se menos água);

- Fechar a torneira enquanto lavamos os den-tes com a escova;

- Puxar a água do autoclismo só quando usa-mos a sanita

- Pôr a máquina a lavar roupa só quando esti-ver cheia;

- Fechar a torneira enquanto ensaboamos aloiça;

- Mandar arranjar as torneiras quando estão apingar;

- Lavar o carro usando um balde em vez demangueira;

- Regar o jardim de preferência à noite;

- Comunicar aos serviços responsáveis quan-do tivermos conhecimento de uma avaria nacanalização pública.

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INTRODUÇÃOO “Coastwatch Europe” é um projecto de

âmbito europeu que consiste na caracterizaçãoambiental da faixa costeira, através do preenchi-mento de um questionário por cada troço de 500m,em blocos de 5 km.

Este projecto surgiu na Irlanda, em 1988, eé realizado, simultaneamente, por vários paíseseuropeus na época pós- balnear.

Os objectivos gerais visam contribuir para aimplantação da Agenda 21 “Pensar global/agirlocal”; promover a educação ambiental; praticarhábitos sadios de convívio e de utilização dos tem-pos livres e fomentar o pedestrianismo.

Os objectivos específicos do projecto consis-tem na recolha de dados sobre as características daszonas de costa e sobre os principais problemasambientais que as afectam; na elaboração de umabase de dados nacional e internacional actualizada,ano a ano, sobre o estado do litoral; no fornecimen-to, aos órgãos de decisão local, nacional e interna-cional, de elementos que contribuam para a gestãosustentada do Litoral, para a recuperação de zonasdegradadas e para a preservação das áreas sensíveis eem alertar a população para os problemas ambientaisda zona costeira e para a urgência da sua protecção.

No ano de 2002, o projecto “CoastwatchEurope” foi implementado na ilha de S. Miguel soba coordenação dos Amigos dos Açores. Como enti-dades participantes destaca-se a presença de cincoescolas, a saber: Escola Básica Integrada de Nor-deste, Escola Básica Integrada de Lagoa, EscolaBásica 2,3 Gaspar Fructuoso, Escola Básica 3/S daRibeira Grande e Escola Básica 2,3 de Água de Paue Ecoteca da Ribeira Grande. Para além de cinco

associados que participaramno projecto a título indivi-dual, salienta-se a colabora-ção prestada por dezasseteprofessores e cento e vinte equatro alunos.

ALGUNS RESULTADOSA partir da análise

dos setenta e oito inquéritosobteve-se um conjunto dedados que, de seguida, estátratado e representado gra-ficamente.

1. Inquéritos por concelhoDos vários conce-

lhos da ilha de S. Miguelaquele em que a linha decosta foi mais percorrida foio da Ribeira Grande,seguindo-se o da Lagoa.

No que respeita à percentagem da áreacoberta por concelho, denota-se que a Lagoa foio concelho mais inquirido (60%), seguindo-se ode Vila Franca do Campo (36,7%), da RibeiraGrande (27,8%), da Povoação (22%) e do Nor-deste (18%). É de salientar que o concelho dePonta Delgada é o que se encontra menos estuda-do apenas com 4,5% da sua área coberta, emboraseja o que apresenta maior área.

2. Caracterização das entradas do mar e daárea em torno do seu términos

As entradas líquidas no meio marinhosão maioritariamente ribeiras registando-se quin-ze entradas, enquanto que os canos ou tubosapresentam seis entradas e a escorrência apresen-ta apenas uma.

Relatório

Coastwatch Europe

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3. Animais encontrados nas unidades analisadas

Em quarenta e duas unidades foram encon-trados animais, sendo a grande maioria deles aves,seguindo-se os crustáceos, os peixes e moluscos.Relativamente aos animais mortos, foram encontra-dos em quatro unidades, apenas seis.

4. Objectos de grandes dimensões encontradosna zona supratidal e/ou intertidal.

Das setenta e oito unidades estudadas, emapenas quarenta foram encontrados materiais degrandes dimensões, verificando-se uma maior pre-sença de materiais de construção, seguindo-se olixo doméstico em sacos ou amontoados. São bai-xas as percentagens relativas a destroços de barcose resíduos alimentares.

5.Quantidade de resíduos encontrados O tipo de resíduos encontrado com maior

frequência foi garrafas de bebidas em plástico esacos de plástico para compras, seguindo-se as latasde bebidas e garrafas de bebidas em vidro, embora

se tenham encontrado vinte e oito unidades sem apresença de resíduos, nomeadamente no concelhoda Ribeira Grande, na zona de Santa Iria; na Lagoa,nas zonas do Pópulo e Santa Cruz; em Ponta Del-gada, na zona do Pópulo e na Povoação, nas zonasdo Faial da Terra e Ribeira Quente.

6.Categorias de lixo ou poluição encontradas naszonas supratidal e intertidal

Quer nas zonas supratidal, quer nas zonasintertidal foram encontrados em maior quantidademateriais de plástico, tendo-se verificado umamaior percentagem na zona intertidal. Com percen-tagens significativas encontram-se o papel, cartãoe/ou vestuário, tendo sido encontra-das quarenta e três unidades limpas.

Con t i nua

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DISCUSSÃO

Perante a análise dos dados obtidos atra-vés da observação das unidades, denota-se que ofactor susceptível de maior preocupação é o dosresíduos. A maior quantidade de resíduos encon-trados diz respeito a materiais de construção e lixodoméstico, bem como a latas e garrafas de bebidase sacos de plástico para compras. Nas zonas inter-tidal e supratidal, as categorias de lixo ou poluiçãoque foram mais encontradas são papel, cartão emadeira, vidros e latas.

Relativamente à caracterização das entra-das do mar e da área em torno do seu términus,verifica-se uma maior incidência de despejo delixo e da presença de esgotos. As referências aomau cheiro e a sinais de vida animal na água sãomenos significativas. Quanto aos nitratos, apenasforam testadas algumas entradas, tendo-se consta-tado que na sua maioria, 6 entradas, não foi detec-tada a presença de nitratos, enquanto que apenasnuma das entradas o valor registado foi de 100mg/ml.

No que respeita a construções na área emanálise, é de referir a existência de apenas 18 edi-fícios, estando a sua maioria implantada a mais de50 m da linha de água.

De um modo geral a ocorrência de petró-leos ou derivados nas unidades não é significativa,salientando-se que apenas quinze dos setenta eoito inquéritos referem a presença, na marca damaré, de nódoas e gotas. A fonte mais provável deóleo ou alcatrão encontrado no mar é provenientede barcos, enquanto que em terra esta provém dasdocas.

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De 23 a 30 de Maio, a Agência Regional daEnergia da Região Autónoma dos Açores, em cola-boração com os Amigos dos Açores, com a EscolaEB 3/S da Ribeira Grande e com a Escola EB 3/Sdas Laranjeiras, promoveu uma Semana da Energiaque teve, entre outros, como objectivos principais:reconhecer a importância da utilização de fontes deenergia renováveis e fomentar a utilização racionalda energia.

Para além da presença da Arena, de 23 a 30de Maio, na Feira “Lar Campo e Mar”com um“stand” onde se chamava a atenção para a utilizaçãoracional da energia em casa, realizaram-se sessõesde sensibilização/ visitas de estudo para alunos doensino secundário das escolas já referidas.

Assim, no dia 27 de Maio realizaram-seduas sessões em que participaram 40 alunos e trêsprofessores da Escola EB 3/S da Ribeira Grande, asquais foram complementadas por uma visita, no dia28 do mesmo mês, às Centrais Geotérmica da

Ribeira Grande e Hidroeléctrica da Fajã do Redon-do. Por seu turno, no dia 30 de Maio, realizou-seuma sessão para 30 alunos e 3 professores da Esco-la EB 3/S das Laranjeiras, seguida de uma visita àCentral Hidroeléctrica da Fajã Redonda.

Energia

Semana da Energia

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Publicações e Materiais para Venda

LIVROS PREÇO Nº ValorGrutas, Algares e Vulcões 5,00 Lagoas e Lagoeiros da Ilha de São Miguel 7,50 Lagoas e Lagoeiros da Ilha de Ponta Delgada 7,50 Paisagens Vulcânicas 5,00 Borboletas Nocturnas dos Açores 2,50 Moinhos da Ribeira Grande 2,50 BROCHURASPercurso Pedestre da Ribeirinha 1,00 Percurso Pedestre do Salto do Cabrito 1,00 Percurso Pedestre da Serra Devassa 1,00 Percurso Pedestre do Pico da Vela 1,00 Percurso Pedestre das Três Lagoas 1,00 Percurso Pedestre Praia- Lagoa do Fogo 1,00 Percurso Pedestre Pinhal da Paz 1,00 Percurso Pedestre do Sanguinho 1,00 Percurso Pedestre das Sete Cidades 1,00 Percurso Pedestre das Quatro Fábricas da Luz 1,00 Percurso Pedestre da Ponta da Madrugada 1,00 Percurso Pedestre da Fajã do Calhau 1,00 Percurso Pedestre das Furnas 1,00 OUTROS MATERIAIST-Shirt “Salvemos o Pombo Torcaz” 3,00 T-Shirt “ Golfinhos” 4,00 T- Shirt “Amigos dos Açores” 5,00Bonés “ Amigos dos Açores” 2,00 Casacos para Protecção da Chuva 10,00 Sweat- shirt “Amigos dos Açores” 12,50 TOTAL

Nota: todos os pedidos deverão ser acompanhados do respectivo pagamento em cheque ou vale postal.Para o estrangeiro ao valor total deverá acrescentado 2

AMIGOS DOS AÇORES- Avenida da Paz,14 9600-053 PICO DA PEDRATelefones - 296 498 004 / 296 498 774 Fax - 296 498 006 E-mail - [email protected]

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Por favor envie as quantidades acima assinaladas para o endereço:

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BOLETIM DE INSCRIÇÃO

Os AMIGOS DOS AÇORES são uma asso-ciação regional de defesa do ambiente, inde-pendente do poder político-económico e aparti-dária, que vem, desde 1985, trabalhandoininterruptamente a favor da conservação damaior riqueza dos Açores: o seu patrimónionatural.Mas uma associação como esta, para desempe-nhar ainda melhor o seu papel, tem de conti-nuar a aumentar a sua principal base de apoio:os seus associados.

Porque é fundamental contribuir para a garantiada existência de uma voz independente e firmena defesa do ambiente nos Açores, vimos con-vidá-lo(a) a aderir aos Amigos dos Açores, paratal basta preencher a ficha que junto enviamose devolvê-la para:

AMIGOS DOS AÇORESAvenida da Paz, 14

9600-053 PICO DA PEDRA

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MORADA ______________________________________________________________________

LOCALIDADE ____________________ CÓDIGO POSTAL ____________________________

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DATA DE NASCIMENTO _____/_____/_____ EMAIL _______________________________

TIPO DE COLABORAÇÃO _______________________________________________________

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Agência de _______________________________

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Por débito na minha conta com o NIB _______________________________ nesse Banco,solicito que transfiram para crédito da conta dos AMIGOS DOS AÇORES com o NIB001200009399438830116 (Agência de Ponta Delgada do BANCO COMERCIAL DOSAÇORES), a importância de ___________ , ____ , no primeiro dia útil de _________________de cada ano, até instruções minhas em contrário. Agradeço ainda que, ao efectuarem astransferências, indiquem sempre o nome completo e morada do ordenante. Esta ordem anulatodas as eventuais anteriores.

De V.Exas.Muito Atentamente

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(quota anual + donativo)

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