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O alimento na literatura: uma questão cultural Daniela Bunn O alimento na literatura - um livro para leitores ávidos e insaciáveis - L ivro-tentação: comida perfeita. Gula: ótima na relação leitor- leitura. Na Idade Média, entendia-se que a gula carregava consigo uma natureza contaminadora que desviava a atenção do indivíduo, tornando-se substituta das coisas sagradas. Por isso, comer em excesso era pecado. Do privilégio de comer em excesso à escassez de alimento temos um longo percurso. Desde os contos clássicos da tradição oral, compilados por Charles Perrault e pelos Irmãos Grimm, até os escritos por Hans Christian Andersen, o alimento e o ato da devoração estão presentes em muitas histórias. Toma-se, nesta pesquisa, o ato de comer em sua dimensão estética e histórico-cultural, nas mais variadas versões das histórias e nos mais variados contextos, relacionando-os ao tempo e ao espaço de cada narrativa. O estudo transita por metáforas alimentares que pensam o alimento na literatura e a literatura como alimento, por discussões teóricas que tomam o livro literário como atrativo e nutritivo em um percurso histórico da fome e do desejo de comer, do estranhamento, da comensalidade, da devoração cultural e de uma educação alimentar e literária. É um banquete teórico que discute a relação entre texto e imagem, entre o literário e o pedagógico; um banquete que deseja ser excesso, gula, (in)saciedade. O livro destina-se a professores, a alunos de Letras, Pedagogia, Nutrição, Filosofia e Sociologia, a bibliotecários e à comunidade em geral que se interesse por essa fascinante temática: o alimento como uma questão cultural. Coma em excesso e divirta-se com a trilha sonora enquanto degusta cada capítulo. Observo o bordado, tento adivi- nhar o segredo do risco. Percebo a integridade de uma formação sóli- da, inquieta, curiosa. O livro de Da- niela não quis moldura nem o etc., é original, trilha a ventura do ensaio com um paradoxal rigor metodoló- gico e volta, dissemina, perde-se, re- encontra-se; tem o fôlego e a criati- vidade que a vida acadêmica requer. (Tânia Ramos, professora/ufsc) A pesquisa é um verdadeiro acha- do, com ideias brilhantes e uma abor- dagem ampla, instigante e multicul- tural, contendo análises bem cons- truídas e comentários inteligentes, temperados com graça e bom humor. Tudo envolvido numa apresentação rica em detalhes e muito atraente, cuidadosamente elaborada. (Ricardo da Cunha Lima, escritor e professor/usp) Encontra-se um modo raro de tratar a citação em seu livro, como se fosse uma ilustração de seu tex- to, o que, no mínimo, demonstraria uma voracidade antropofágica em que a justaposição não identifica uma hierarquia, como costuma ocorrer no texto acadêmico. (Alai Garcia Diniz, professora/ufsc) O livro seduz o leitor tanto do ponto de vista estético quanto do ponto de vista da escrita — e con- segue, a meu ver, uma simbiose quase perfeita entre o significante e o significado, entre a forma e a ideia, entre pensamento e realiza- ção prática. Poesia, fábula, narrati- va, ensaio, música, todos eles estão presentes num caldeirão reelabo- rado de uma forma seguramente pessoal e pertinente. (Sérgio Romanelli, professor/ufsc) Daniela Bunn (Alfredo Wagner, 1979) é Doutora em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina e atua nos ensinos funda- mental, médio e superior. Já tradu- ziu 13 livros de literatura infantil e, por meio do Prêmio Elisabete Anderle de Cultura, publica agora parte de sua pesquisa de doutorado. 9 788567 569253 ISBN 978-85-67569-25-3 capa-alimento-literat2.indd 1 18/08/2016 18:37:47

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Livro-tentação: comida perfeita. Gula: ótima na relação leitor-leitura. Na Idade Média, entendia-se que a gula carregava consigo

uma natureza contaminadora que desviava a atenção do indivíduo, tornando-se substituta das coisas sagradas. Por isso, comer em excesso era pecado. Do privilégio de comer em excesso à escassez de alimento temos um longo percurso. Desde os contos clássicos da tradição oral, compilados por Charles Perrault e pelos Irmãos Grimm, até os escritos por Hans Christian Andersen, o alimento e o ato da devoração estão presentes em muitas histórias. Toma-se, nesta pesquisa, o ato de comer em sua dimensão estética e histórico-cultural, nas mais variadas versões das histórias e nos mais variados contextos, relacionando-os ao tempo e ao espaço de cada narrativa. O estudo transita por metáforas alimentares que pensam o alimento na literatura e a literatura como alimento, por discussões teóricas que tomam o livro literário como atrativo e nutritivo em um percurso histórico da fome e do desejo de comer, do estranhamento, da comensalidade, da devoração cultural e de uma educação alimentar e literária. É um banquete teórico que discute a relação entre texto e imagem, entre o literário e o pedagógico; um banquete que deseja ser excesso, gula, (in)saciedade. O livro destina-se a professores, a alunos de Letras, Pedagogia, Nutrição, Filosofia e Sociologia, a bibliotecários e à comunidade em geral que se interesse por essa fascinante temática: o alimento como uma questão cultural. Coma em excesso e divirta-se com a trilha sonora enquanto degusta cada capítulo.

Observo o bordado, tento adivi-nhar o segredo do risco. Percebo a integridade de uma formação sóli-da, inquieta, curiosa. O livro de Da-niela não quis moldura nem o etc., é original, trilha a ventura do ensaio com um paradoxal rigor metodoló-gico e volta, dissemina, perde-se, re-encontra-se; tem o fôlego e a criati-vidade que a vida acadêmica requer.

(Tânia Ramos, professora/ufsc)

A pesquisa é um verdadeiro acha-do, com ideias brilhantes e uma abor-dagem ampla, instigante e multicul-tural, contendo análises bem cons-truídas e comentários inteligentes, temperados com graça e bom humor. Tudo envolvido numa apresentação rica em detalhes e muito atraente, cuidadosamente elaborada.

(Ricardo da Cunha Lima, escritor e professor/usp)

Encontra-se um modo raro de tratar a citação em seu livro, como se fosse uma ilustração de seu tex-to, o que, no mínimo, demonstraria uma voracidade antropofágica em que a justaposição não identifica uma hierarquia, como costuma ocorrer no texto acadêmico.

(Alai Garcia Diniz, professora/ufsc)

O livro seduz o leitor tanto do ponto de vista estético quanto do ponto de vista da escrita — e con-segue, a meu ver, uma simbiose quase perfeita entre o significante e o significado, entre a forma e a ideia, entre pensamento e realiza-ção prática. Poesia, fábula, narrati-va, ensaio, música, todos eles estão presentes num caldeirão reelabo-rado de uma forma seguramente pessoal e pertinente.

(Sérgio Romanelli, professor/ufsc)

Daniela Bunn (Alfredo Wagner, 1979) é Doutora em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina e atua nos ensinos funda-mental, médio e superior. Já tradu-ziu 13 livros de literatura infantil e, por meio do Prêmio Elisabete Anderle de Cultura, publica agora parte de sua pesquisa de doutorado. 9 788567 569253

ISBN 978-85-67569-25-3

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