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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA
EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE
DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
LEITURA: AS REDES DE CONEXÃO DA INFERENCIAÇÃO NA COMPREENSÃO
DO GÊNERO TEXTUAL ARTIGO DE OPINIÃO
CASCAVEL
2013
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA
EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE
DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
MARILENE DA SILVA
LEITURA: AS REDES DE CONEXÃO DA INFERENCIAÇÃO NA COMPREENSÃO
DO GÊNERO TEXTUAL ARTIGO DE OPINIÃO
Produção Didático-pedagógica apresentada à Secretaria de Estado da Educação - SEED, Departamento de Políticas e Programas Educacionais, para cumprir exigências do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, sob a orientação da Professora Dra. Sanimar Busse, UNIOESTE - Campus de Cascavel – PR.
CASCAVEL
2013
SUMÁRIO
Ficha para identificação da produção didático-pedagógica................................ 2
Apresentação........................................................................................................... 3
Introdução................................................................................................................ 4
1.Discussão teórica................................................................................................ 5
1.1Inferências e a compreensão leitora................................................................ 5
1.2 Mas o que são inferências?.............................................................................. 6
1.3 Quais são os tipos de inferências?................................................................. 7
1.4 O trabalho com as inferências em sala de aula ............................................. 9
1.5 As inferências nas avaliações externas - Prova Brasil e SAEP................... 10
1.6 Gêneros do discurso: percursos de leitura e escrita................................... 12
1.7 A natureza do artigo de opinião..................................................................... 13
2. Encaminhamento Metodológico...................................................................... 17
1º Momento .......................................................................................................... 18
2º Momento.......................................................................................................... 19
3º Momento.......................................................................................................... 20
4º Momento.......................................................................................................... 22
5º Momento.......................................................................................................... 32
6º Momento.......................................................................................................... 33
7º Momento.......................................................................................................... 34
8º Momento.......................................................................................................... 35
9º Momento.......................................................................................................... 39
10º Momento........................................................................................................ 42
11º Momento........................................................................................................ 45
12º Momento.......................................................................................................... 49
13º Momento........................................................................................................ 51
Referências........................................................................................................ 54
2
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – TURMA 2013
Título: As redes de conexão da inferenciação no gênero textual artigo de opinião
Autor: Marilene da Silva
Disciplina/Área:
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Monteiro Lobato
Município da escola: Céu Azul - PR
Núcleo Regional de Educação: Cascavel - PR
Professor Orientador: Profa. Dra. Sanimar Busse
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Oeste do Paraná-UNIOESTE- Cascavel
Resumo:
Por meio desta produção didático-pedagógica pretende-se desenvolver uma proposta de trabalho com a compreensão do texto, pautada na concepção interacional (dialógica) da língua e nos estudos sobre estratégias de leitura, mais especificadamente sobre as inferências – estratégias cognitivas imprescindíveis ao processamento textual. Apesar de avaliações externas como a Prova Brasil e SAEP exigirem do aluno a utilização de tal estratégia, a inferência, muitas vezes é pouco privilegiada nas atividades com o texto, especialmente no livro didático. Visando contribuir com a formação de leitores mais proficientes, que possam vivenciar com a leitura uma forma de interação com o texto, seu autor e o mundo, elegeu-se como “instrumento" de trabalho o gênero textual artigo de opinião. As atividades serão desenvolvidas com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e buscarão estimular não só a reflexão e produção de sentido sobre o texto, mas também a capacidade argumentativa dos educandos.
Palavras-chave:
Leitura- inferências- artigo de opinião
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público:
Alunos do 9º ano do ensino Fundamental
3
APRESENTAÇÃO
Prezado (a) colega professor (a),
Esta Unidade Didática intenciona apresentar uma proposta de trabalho com
as estratégias de leitura, com ênfase no processo inferencial, tomando como objeto
o gênero textual artigo de opinião. As atividades elaboradas são destinadas aos
alunos do nono ano do Ensino Fundamental, série na qual a argumentação é
introduzida de maneira mais sistematizada.
Embora o enfoque das ações seja a leitura, no trabalho em sala de aula, os
eixos da oralidade, da leitura e da escrita estão entrelaçados não podendo ser aqui
tratados de maneira fragmentada. Em virtude disso, o encaminhamento focaliza as
atividades de compreensão textual, mas não deixa de explorar constantemente a
produção e refacção de textos.
Esta proposta não tem a pretensão de constituir-se como um modelo didático
a ser seguido, pois, assim como o texto, é um processo, não um produto; portanto,
assumirá significações a partir da interação com você, professor, interlocutor real
que assumirá uma atitude responsiva diante deste gênero (unidade didática)
fazendo intervenções, questionamentos, concordando ou discordando deste
enunciado/texto, mesmo que de maneira silenciosa, vivenciando, desta forma, uma
relação dialógica, segundo o que compreendemos sobre a teoria de Bakhtin (2011).
Seja bem-vindo (a) a este processo interativo!
4
Introdução
Abrir a cortina, olhar pela janela e ver um fragmento da vida, uma parte do mundo. A partir dela atribuir sentido, compreender, dialogar, com meu universo/mundo. Refletir sobre a realidade ampla que me cerca e enxergar esse pedaço de realidade/mundo com uma cor hoje, com outra amanhã... porque hoje sou um, amanhã sou outro. E assim vou atribuindo sentidos à vida, à realidade e a mim. Mas não vale qualquer coisa! Sofro limitações. Porque a oculta significação não está em mim, não está no mundo, está em nós, em nossa interação.
A leitura é uma forma de interação entre sujeitos ativos que dialogicamente
se constroem e são construídos por meio do texto. Descortinar o texto, num
processo de construção de sentidos e de interação entre os sujeitos significa superar
a visão de texto como um depósito de ideias e informações a serem meramente
decodificadas. Quando a leitura se reduz a essa finalidade contribui-se com a
formação de pseudo-leitores, sujeitos que leem, mas não compreendem e não
interagem com o lido.
A compreensão de textos escritos e o aperfeiçoamento da autonomia leitora
representa ainda um dos desafios para escola, mobilizando esforços na tentativa da
superação das dificuldades de leitura e escrita. Diversos são os fatores que
contribuem para essas dificuldades apontadas no cotidiano escolar e nos resultados
de avaliações internas e externas como a Prova Brasil e o SAEP. Esse panorama
evidencia a importância da ação dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e
aprendizagem, especialmente na função do professor enquanto mediador, leitor
mais experiente, que valoriza no aluno seus conhecimentos prévios e propicia a
interação com o saber sistematizado, por meio de um processo reflexivo e de
constante reformulação.
Nesse sentido, esta Unidade Didática pretende trabalhar com a concepção
interacional dialógica de língua e de texto que, segundo Koch (2012, p.11), concebe
a leitura como uma atividade interativa e complexa de produção de sentidos que se
efetua com base nos elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua
5
forma de organização, exigindo a mobilização de um vasto conjunto de saberes no
interior do evento comunicativo.
Em um primeiro momento, a Unidade Didática apresenta uma breve
discussão teórica sobre a concepção de leitura adotada e sobre a função das
inferências enquanto estratégias de leitura e compreensão textual. A partir de então,
são sugeridos encaminhamentos metodológicos possíveis de serem adaptados e
aplicados no trabalho pedagógico com o gênero artigo de opinião.
1. Discussão teórica
1.1 Inferências e a compreensão leitora
O conceito de inferências está diretamente relacionado ao conceito de
compreensão textual, uma vez que a leitura pode ser vista como uma atividade
inferencial. Em contraposição a noção de leitura como decodificação, Marcuschi
(2008) apresenta a noção de compreensão como inferência, pois "toda
compreensão será sempre atingida mediante processos em que atuam planos de
atividades desenvolvidos em vários níveis e em especial com a participação decisiva
do leitor ou ouvinte numa ação colaborativa" (MARCUSCHI, 2008,p.238).
A língua é vista como uma atividade interativa na qual o processo de
compreensão ocorre como uma construção coletiva. Esse caráter de coletividade na
compreensão é decorrente do fato de que os textos apresentam por característica
sua implicitude, ou seja, ao pressupor informações que não precisam ser ditas, o
autor explicita somente o que julga necessário supondo que o leitor completará o
não dito no texto, tornado a atividade de produção de sentido uma atividade que
Marcuschi chama de coautoria. Nessa atividade os sentidos dos textos "são
parcialmente produzidos pelo texto e parcialmente completados pelo leitor"
(MARCUSHI, 2008, p.241).
Com esse enfoque ressalta-se a concepção de leitura enquanto ato de
produção, por isso não apresenta um sentido único e imutável. Dell'Isola (2001,
p.28) ressalta que texto quer dizer "tecido", porém, não sendo visto como um
produto, mas como uma produção. Da mesma forma, a leitura também não se
constitui como um produto, mas como uma produção, sendo efetivada à medida que
o leitor interage com o texto.
6
A compreensão textual, nesse sentido, é um processo que exige a
mobilização de diversas estratégias como a seleção, a antecipação, a inferência, a
verificação entre outras categorizações. Dentre essas será destacada a atividade
inferencial, considerada fundamental para a compreensão.
Marcuschi (2008) afirma que com esta posição admite-se que compreender
significa "partir dos conhecimentos (informações) trazidos pelo texto e dos
conhecimentos pessoais (chamados de conhecimentos enciclopédicos) para
produzir (inferir) um sentido como produto de nossa leitura" (MARCUSCHI, 2008, p.
239). Segundo o autor, compreender um texto é realizar inferências a partir das
informações dadas no texto e situadas em contextos mais amplos.
De acordo com o autor, é possível dizer que as inferências realizam conexões
entre o conhecimento prévio do leitor, as informações textuais e as novas
informações produzidas, construindo sentido ao texto.
1.2 Mas o que são inferências?
Não há consenso entre os autores sobre um conceito exato de inferências. Na
condução das atividades propostas neste trabalho optou-se pelas noções
apresentadas por Marcuschi (2008),Koch (2003),Coscarelli (2002), Dell'Isola (2001)
e, principalmente, por Abarca e Rico (2003) por se tratar de autores que analisaram
conceitos anteriores e atualmente apresentam uma definição abrangente e, supõe-
se, mais completa sobre inferências.
Coscarelli (2002) conceitua inferências como operações cognitivas que o
leitor realiza para construir proposições novas a partir de informações encontradas
no texto. A essa definição, Koch (2003) e Marcuschi (2008) acrescentam a
importância do contexto no qual a informação dada está inserida para gerar
significado e informação semântica nova.
Nesse sentido, para Marcuschi (2008), inferência consiste em uma
informação semântica nova a partir de informação semântica velha num dado
contexto. O autor também esclarece que as inferências são processos cognitivos
nos quais uma nova representação semântica é construída a partir da informação
textual considerando o contexto.
7
Em consonância com o conceito asseverado por Marcuschi, Dell'Isola (2001)
afirma que a inferência revela-se como conclusão de um raciocínio, como
elaboração de pensamento e uma expectativa. Segundo essa autora, um ponto que
é consenso na definição de inferência é o fato de elas ocorrem na mente do leitor.
Ela não "está no texto. É uma operação que os leitores desenvolvem enquanto estão
lendo o texto ou após terem completado a sua leitura. O texto serve de estímulo
para a geração de inferências" (DELL'ISOLA, 2001, p.43).
Sendo assim, a autora adota um conceito de inferência que será utilizado
neste trabalho por ser convergente com as definições apresentadas por Marcuschi
(2008) e Koch (2003):
Inferência é, pois, uma operação mental em que o leitor constrói novas proposições a partir de outras já dadas. Não ocorre apenas quando o leitor estabelece elos lexicais, organiza redes conceituais no interior do texto, mas também quando o leitor busca extratexto, informações e conhecimentos adquiridos pela experiência de vida, com os quais preenche os "vazios" textuais (DELL' ISOLA, 2001, p.44).
Dessa forma, como estratégia cognitiva, as inferências têm a importante
função de permitir ou facilitar o processamento textual tanto no momento da
produção quanto na compreensão do mesmo.
1.3 Quais são os tipos de inferências?
Diversas tentativas foram empreendidas por diferentes autores com o intuito
de conceituar inferências e apresentar classificações que envolvessem todos os
seus tipos. Apesar de não se constituir como um tema novo, muitos estudos ainda
precisam ser realizados para que haja uma melhor compreensão desse processo.
Neste trabalho recorrer-se-á aos conceitos apresentados por Marcuschi (2008) que
divide as inferências em três grandes grupos: as de base textual, de base contextual
e as sem base textual e contextual. O último grupo corresponde às inferências
falseadoras e extrapoladoras. Os dois primeiros grupos se dividem em subtipos
sendo assim organizados:
8
a) Inferências lógicas: dedutivas, indutivas, condicionais [...]. São baseadas
sobretudo nas relações lógicas e submetidas aos valores verdade na relação entre
as proposições.
b) Inferências semânticas: associativas, generalizadoras, correferenciais. São
sempre baseadas no input textual (informação nova que se está adquirindo) e no
conhecimento de itens lexicais e relações semânticas.
c) Inferências pragmáticas: intencionais, conversacionais, avaliativas e
experienciais. Segundo Dell'Isola (2001), essas são as inferências que mais se
fazem presentes na leitura de textos. Estão relacionadas com os conhecimentos
pessoais, crenças e ideologias.
d) Inferências cognitivas: são classificadas como esquemáticas, analógicas e
composicionais.
Outra classificação que merece ser mencionada é a apresentada por Vidal
Abarca e Martinez Rico (2003, p. 144), que dividem as inferências em dois grandes
grupos: as de ligação textual e as extratextuais.
Para os autores, são chamadas inferências de ligação textual as que
permitem ao leitor inferir a relação entre as ideias do texto que são sucessivas ou
muito próximas. Nesse tipo de inferência percebe-se que duas ideias têm um
referente comum, que uma é causa da outra ou que são exemplos de uma mesma
categoria, sem precisar recorrer a informações extratextuais para a compreensão.
O segundo tipo de inferências, as extratextuais, são aquelas que envolvem
um processamento mais profundo da informação, pois vão além da análise do
explícito no texto, exigindo a ativação de conhecimentos prévios. Essas inferências,
para Abarca e Rico (2003, p.146), permitem relacionar ideias distantes e entender
que dois acontecimentos textuais estão relacionados. A partir dessas inferências é
possível estabelecer relações mais globais entre as ideias do texto, isso porque o
leitor compreende com mais profundidade a situação descrita na passagem. Os
autores sintetizam os conceitos apresentados dizendo que enquanto as inferências
de conexão textual estabelecem relações entre as ideias sucessivas buscando
tornar explícitas as relações que estão implícitas no texto, mediante as inferências
extratextuais
estabelecem-se relações entre ideias relativamente distintas, sendo mais dependentes da ativação do conhecimento prévio e de uma
9
representação mental mais global da situação explicada e descrita no texto. É pouco provável que essas inferências ocorram durante a leitura, a menos que o leitor tenha um grande conhecimento do tema (ABARCA;RICO, 2003, p.146).
Os dois tipos de inferências, definidos pelos autores, podem ser regulados de
maneira estratégica pelo leitor e facilitados pelo texto. No que se refere ao papel do
leitor, quanto maior for seu grau de conhecimento prévio sobre o assunto tratado no
texto, maiores serão os níveis de interação e compreensão desse texto. Com
relação ao texto, os autores perceberam que quando este promove a configuração
de uma rede mais coerente de ideias, o leitor vai além da informação explícita, ou
seja, a informação introduzida pode, ou não, estimular um processamento mais ativo
e facilitar, ou não, a produção de inferências.
Inseridas no vasto, e, por que não dizer, complexo, universo da leitura, as
inferências constituem-se como um aspecto fundamental e decisivo para a
construção do sentido textual, sendo um único texto suscetível à geração de
diversas inferências.
1.4 O trabalho com as inferências em sala de aula
Abarca e Rico (2003) apontam três caminhos para que o professor possa
favorecer as produções de inferências pelos alunos. Esses caminhos são:
formulação de perguntas, ativação de conhecimentos prévios e autoexplicações.
A formulação de perguntas consiste em um recurso pedagógico efetivo para a
produção de inferências, no entanto, isso dependerá do tipo de perguntas
formuladas, da informação que o texto deixa implícita e dos conhecimentos do leitor
sobre o assunto tratado. As perguntas elaboradas devem favorecer e estimular os
dois tipos de inferências mencionados anteriormente: as de conexão textual e as
extratextuais.
As perguntas de conexão textual, segundo os autores, devem motivar
respostas que impliquem a relação entre as ideias sucessivas do texto, assumindo
como regra básica o fato do leitor manter a progressão temática e estabelecer
vínculos entre os diferentes ciclos de informação.
10
Para estimular as inferências extratextuais, as perguntas elaboradas exigem
"um processamento mais profundo da informação que implica a ativação de ideias
prévias, tudo isso voltado à compreensão da situação descrita ou explicitada no
texto" (ABARCA; RICO, 2003, p.150). Por meio desse tipo de perguntas, o leitor
deve estabelecer relações globais entre as ideias e gerar outras novas.
A segunda intervenção pedagógica sugerida para estimular a produção de
inferências pelos alunos consiste em ativar o conhecimento prévio para relacionar
informações, ou seja, ativar os conhecimentos relevantes que o leitor já possui sobre
o tema tratado pelo texto.
Como terceira intervenção para auxiliar os leitores a realizarem inferências,
os autores sugerem um procedimento bastante simples: incentivá-los a explicar o
texto que leem. Conforme o nível de leitura, podem ser produzidas, nesse caso,
explicações ou simplesmente paráfrases sobre o texto. Um dos benefícios da
autoexplicação é fato de que realizar inferências permite que a leitura seja "uma
construção do leitor na qual se ativam conhecimentos prévios e integram-se as
novas ideias com as que se tinham previamente" (ABARCA; RICO, 2003, p.152). O
segundo benefício é que à medida que o conhecimento que vai sendo elaborado se
torna explícito, o leitor percebe que esse conhecimento pode entrar em contradição
com suas ideias anteriores, ou com outras ideias do texto. Dessa forma, ocorre um
diálogo entre o texto e o leitor transformando a leitura em uma "autêntica atividade
de comunicação".
Quando o resultado da autoexplicação for apenas a paráfrase, o professor
pode intervir solicitando aos alunos para irem além do texto, que expliquem a
relação de uma ideia com outra do texto ou esclareçam determinada afirmação
apresentada.
1.5 As inferências nas avaliações externas - Prova Brasil e SAEP
A necessidade de pesquisar sobre o tema abordado nesta Unidade Didática
surgiu com já foi dito, da análise dos constantes resultados insatisfatórios das
avaliações externas, primeiramente, a Prova Brasil e, atualmente, o SAEP, sistema
de avaliação adotado pelo governo paranaense que segue os mesmos parâmetros
da Prova Brasil e a mesma Matriz de Referência. Neste ano de 2013, os professores
11
tiveram acesso à revista pedagógica do SAEP, por meio da qual é possível analisar
conteúdos avaliados, resultados obtidos, encaminhamentos possíveis de serem
trabalhados a partir dos tópicos e descritores sugeridos.
Segundo o SAEP (2012), dominar as estratégias permite reunir
conhecimentos que possibilitam ao aluno/leitor utilizar diversos recursos para
compreender textos de diferentes gêneros.
De acordo com a matriz de referência desse sistema de avaliação, fazer
inferências é uma capacidade ampla e que caracteriza leitores mais experientes,
que conseguem ir além das informações explícitas no texto, atingindo camadas mais
profundas de significação. No processo de construção de sentidos, o leitor precisa,
para realizar inferências, considerar as pistas fornecidas pelo texto, os seus
conhecimentos prévios e a sua experiência de mundo.
A observação, nas avaliações externas, dos descritores que envolvem
processos inferenciais permite ao professor adaptar mais uma possibilidade de
trabalho explorando as inferências como estratégia de leitura. No 9º ano, série a qual
se destinam as atividades a serem implementadas por meio dessa unidade didática,
os descritores nos quais predominam processos inferenciais são:
D02- Realizar inferência do sentido de uma palavra ou de uma expressão em texto; D03- Realizar inferência de uma informação implícita em texto; D06- Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto, etc.). D16- Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. D17- Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outros recursos gráficos; D18- Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão. D19- Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos estilísticos (PARANÁ, 2012, p. 20).
Esses são os descritores que explicitamente exigem do aluno a realização de
inferências, contudo, se observados atentamente os demais descritores, percebe-se
que muitos deles também envolvem tal estratégia de leitura, como nota-se em: D04
(Identificar o tema de um texto); D07 (Identificar a finalidade de textos de diferentes
gêneros); D12 (Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para
sustentá-la); D14 (Estabelecer relação causa/ consequência entre partes e
elementos do texto) etc.
12
O SAEP também avalia a capacidade do aluno realizar inferências
consideradas mais sofisticadas como: inferir o sentido de uma expressão metafórica
ou efeito de sentido de uma onomatopeia; o feito de sentido produzido pelo uso de
uma palavra em sentido conotativo e pelo uso de notações gráficas, e ainda, o efeito
de sentido produzido por expressões em textos pouco familiares e/ ou com
vocabulário mais complexo (PARANÁ, 2012, p. 29).
Mais do que dados estatísticos o que se espera é que a escola consiga
desenvolver seu papel contribuindo com o desenvolvimento das habilidades leitoras,
favorecendo a mediação entre texto-autor-leitor, a princípio tendo o professor como
mediador nesta interação, mas permitindo que o aluno construa suas próprias
leituras e interaja com os textos de maneira cada vez mais autônoma.
Assim como a linguagem e a leitura, o ensino e aprendizagem também são
processos que possibilitam transformações, ao mesmo tempo em que também são
transformados. Dessa forma, o trabalho de compreensão e estratégias de leitura
com enfoque nas inferências que se pretende desenvolver nesta unidade didática
não é um produto concluído, mas um processo que, no dialogismo estabelecido com
os leitores reais e virtuais, certamente também será transformado, aperfeiçoado e
adaptado.
1.6 Gêneros do discurso: percursos de leitura e escrita
Para o desenvolvimento das atividades a serem trabalhadas com os alunos
elegeu-se o aporte teórico sobre os gêneros discurso, por compreendê-los, assim
como postula Bakhtin, como enunciados concretos e únicos que refletem as
condições específicas e as finalidades de cada campo da atividade humana, por
meio do seu conteúdo temático, do estilo da linguagem e da construção
composicional (BAKHTIN, 2011, p. 261).
Segundo o autor, o estudo da natureza dos enunciados e dos gêneros
discursivos é "de importância fundamental para superar as condições simplificadas
da vida do discurso, do chamado fluxo discursivo, da comunicação [...] daquelas
concepções que ainda dominam a nossa linguística" (BAKHTIN, 2011, p.269).
Desenvolvendo a metáfora do gênero como megainstrumento para agir em
situações de linguagem, SCHNEUWLY (1994, apud KOCH, 2003, p.55), entende o
13
domínio do gênero como o próprio domínio da situação comunicativa. Esse domínio,
segundo o autor, pode ocorrer por meio do ensino das capacidades de linguagem,
ou seja, ao ensinar as aptidões exigidas para a produção - e por que não dizer, para
a compreensão - de um gênero determinado. Sobre esse ensino, Koch (2003) afirma
que:
O ensino do gênero seria, pois, uma forma concreta de dar poder de atuação aos educadores e, por decorrência, aos seus educandos. Isso porque a maestria textual requer - muito mais que outros tipos de maestria - a intervenção ativa de formadores e o desenvolvimento de uma didática específica (KOCH, 2003, p. 55).
Apesar de não falar em ensino, Bakhtin (2011) enfatiza a importância do
conhecimento sobre os gêneros dizendo que:
Quanto melhor dominarmos os gêneros tanto mais livremente os empregamos, tanto mais plena e nitidamente descobrimos neles a nossa individualidade (onde isso é possível e necessário), refletimos de modo mais flexível e sutil a situação singular da comunicação; em suma, realizamos de modo mais acabado o nosso livre projeto de discurso (BAKHTIN, 2011, p.285).
Nesse sentido, a partir desse momento, esta unidade didática propõe-se a
realizar um estudo da natureza de um gênero textual que possibilita um grande nível
de interação e dialogismo, o artigo de opinião. Por meio dele, serão elaboradas
atividades de estratégia de leitura e compreensão textual, acreditando que o estudo
mais aprofundado de um gênero, e não apenas o trabalho com quantidades deles,
permite ao leitor a utilização e a generalização de habilidades desenvolvidas para
compreender gêneros de outros campos da atividade humana.
1.7 A natureza do artigo de opinião
Ao realizar o trabalho com o gênero textual em sala de aula é preciso lembrar
que o enunciado (neste caso o texto), não pode ser analisado de maneira isolada,
deslocada, como se apenas no próprio texto houvesse todas as condições para a
interação e compreensão. Compreender a natureza do enunciado significa buscar
compreender como o texto se organiza, em que contexto está inserido, qual é a sua
14
finalidade, seu propósito, o que diz e para que diz, fazendo recorrência ao
extralinguístico. Não levar aspectos como esses em consideração e focar somente
no texto é reduzir o trabalho com o gênero ao mero formalismo.
Nesse sentido, o aporte teórico que será utilizado visa compreender melhor a
natureza do gênero textual artigo de opinião.
Segundo Rodrigues (2005), a interação autor/leitor é mediada
ideologicamente pela esfera jornalística "que regulamenta as interações, as
diferentes interpretações, filtra, interpreta e põe em evidencia os fatos, saberes,
opiniões que farão parte do universo temático-discursivo jornalístico" (RODRIGUES,
2005, p. 171-172).
Isso significa que embora o jornal tente se demonstrar isento com relação à
responsabilidade sobre as opiniões expressas no artigo de opinião, sua postura não
é neutra à medida que seleciona, organiza e destaca fatos, acontecimentos e
opiniões que farão parte dele. A própria organização do jornal em cadernos, seções
e suplementos, a permissão ou não para publicar (na íntegra ou parcialmente)um
texto enviado, demonstra a tomada de posição do jornal, enquanto empresa e,
portanto, a sua não neutralidade.
Bakhtin (2011) ressalta em vários momentos a relevância de se conhecer a
natureza do enunciado e assevera que:
O desconhecimento da natureza do enunciado e a relação diferente com as peculiaridades das diversidades de gênero do discurso em qualquer campo da investigação linguística redundam em formalismo e em uma abstração exagerada, deformam a historicidade da investigação, debilitam as relações da língua com a vida (BAKHTIN, 2011, p. 264-265).
O espaço ocupado pelo artigo de opinião no suporte de circulação evidencia a
sua finalidade. Localizado na seção opinião, juntamente com os outros gêneros "que
historicamente têm seu horizonte temático e axiológico orientado para a
manifestação da expressão valorativa a respeito de acontecimentos sociais que são
notícia jornalística" (RODRIGUES, 2005, p.171).
A interação estabelecida pelo artigo de opinião está ancorada na presença de
alguns participantes: o autor, o interlocutor e a empresa jornalística. É interessante
que se perceba como estas relações estão constituídas, para que seja superada a
condição de ingenuidade na leitura.
15
O primeiro participante - mencionado nessa ordem apenas para fins didáticos-
é o autor do artigo. De acordo com Rodrigues (2005), o autor é alguém que ocupa
posição social e profissional de destaque, o que exclui os considerados sem
prestígio social. Ele é "convidado pela empresa para expor seu ponto de vista
(acento de valor) sobre determinado assunto da atualidade e de sua competência"
(RODRIGUES, 2005, p.171). Pode ser um colaborador eventual ou pode tratar-se de
um escritor com espaço fixo no jornal, podendo publicar o mesmo texto em jornais
distintos. Para a autora, esses fatores limitam a noção de pluralidade ideológica e
restringem a manifestação de opinião externa à da empresa. Isso significa que a
empresa cria uma imagem ideologicamente de pluralidade e democracia que pode
não possuir.
A posição social e profissional de destaque do autor confere credibilidade e
autoridade ao que diz, dessa maneira, o seu posicionamento "sobre determinado
acontecimento social constitui-se em tema de interesse para o público leitor"
(RODRIGUES, 2005, p. 172).
Para produzir um artigo o autor assume um posicionamento axiológico que se
configura como uma ação-resposta a algo que foi dito, define-se enquanto sujeito no
contexto da comunicação - "quem sou eu para dizer o que pretendo", dialoga com
outras vozes para refutá-las ou buscar adesão e dialoga também com o seu
interlocutor selecionando suas estratégias argumentativas. Dessa forma, pode-se
dizer que a autoria e a compreensão do texto são atitudes repletas de dialogismo.
O segundo participante da interação é o interlocutor do gênero. Ele é
formado pelo leitor das diferentes classes sociais, e também pela própria empresa
jornalística. Essa, como terceiro participante, lê o texto e aprova previamente a sua
publicação assumindo a dupla função de leitor e autor interposto entre o articulista e
os leitores.
Assim como o articulista, a empresa jornalística também funciona como um
argumento de autoridade assumindo, ou não, credibilidade para o seu dizer.
Outros elementos que constituem a natureza do artigo de opinião são: o
conteúdo temático, o estilo e a estrutura composicional. Neste momento, serão
brevemente mencionados para que sejam melhor explicitados no desenvolvimento
das atividades propostas que estarão embasadas no método sociológico de trabalho
com o gênero. Esse método, de acordo com Bakhtin (2004), parte do pressuposto
de que "A língua vive e evolui historicamente na comunicação verbal concreta, não
16
no sistema linguístico abstrato das formas da língua nem no psiquismo individual
dos falantes" (BAKHTIN, 2004, p.124). Por isso ao estudar a língua o autor assevera
que a ordem metodológica deve ser primeiramente o conteúdo temático e o seu
contexto e em seguida a construção composicional e o estilo.
O conteúdo temático do artigo de opinião constitui-se da análise dos
acontecimentos sociais e do posicionamento do autor. O que é mais relevante não é
a informação sobre os fatos, pois essa pode ser encontrada em outros gêneros, mas
o ponto de vista do autor sobre o tema.
Segundo o Caderno Pedagógico de Sequência Didática (2009, p.17), a
construção composicional caracteriza o gênero, isto é, corresponde ao plano global
mais comum que organiza seus conteúdos, à estrutura, ao arranjo interno dos textos
pertencentes ao mesmo gênero. É importante ressaltar que a estrutura
composicional constitui os gêneros escritos, os orais e também os não-verbais.
O estilo é definido pela SD como as "marcas linguísticas e enunciativas, ou
seja, recursos gramaticais empregados, tais como: sinais de pontuação, estrutura
das frases, seleção do léxico, entonação, ritmo, ou recursos não verbais [...]"(AMOP,
2009, p. 17).
Apesar de o encaminhamento metodológico de compreensão textual muitas
vezes explorar esses três elementos - conteúdo temático, estilo e construção
composicional - em atividades distintas, eles estão, segundo Bakhtin (2011),
"indissoluvelmente ligados no todo do enunciado e são igualmente determinados
pela especificidade de um determinado campo da comunicação" (BAKHTIN, 2011, p.
262).
Nesse sentido, Rodrigues (2005), refere-se aos dois últimos elementos como
configurações estilístico-composicionais. Fazem parte dessas configurações, as
estratégias de inter-relações do discurso do autor com o discurso já dito, a maneira
como o articulista enquadra, introduz e organiza o discurso do outro. O uso de
verbos introdutórios do discurso alheio, de palavras e expressões avaliativas, a
negação, as aspas, os operadores argumentativos, a ironia, os pronomes
demonstrativos, o discurso relatado direto e indireto para a incorporação ou
desqualificação de outras vozes podem, entre outras, ser estratégias estilístico-
composicionais de manifestação dos movimentos dialógicos de assimilação ou de
distanciamento. No trabalho com o texto é importante possibilitar ao aluno a
percepção desses, entre outros, aspectos que configuram o artigo de opinião.
17
2. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Diariamente estamos envolvidos por fatos, por histórias, por cenas
acontecimentos vividos ou relatados etc. que evocam em nós a manifestação de
uma resposta, seja ela o silêncio, a concordância, a indignação, a indiferença, a
manifestação de uma opinião.
Em alguns momentos queremos ouvir a opinião de alguém sobre determinado
assunto, em outros, queremos manifestar o nosso ponto de vista sobre os assuntos.
Para isso é preciso compreender e elaborar argumentos, concordar, discordar,
contra argumentar numa constante atividade de interação com o outro por meio de
palavras - orais ou escritas. É desse terreno que faz parte o artigo de opinião.
Professor (a),
Um dos desafios no trabalho com a leitura é ampliação do repertório de textos
com os quais os alunos se identificam para motivá-los e desafiá-los a adquirir níveis
mais complexos de compreensão textual e reflexão sobre a realidade. O artigo de
opinião é um gênero que permite esse movimento de partir da análise de uma
situação real, mais local, para aproximar o leitor de discussões de âmbito mais
abrangente, instigando-o à busca de informações sobre o assunto e à tomada de
posicionamento sobre o mesmo. Situado como um texto do campo jornalístico, o
artigo de opinião apresenta como tema a discussão de problemas sociais
controversos, valendo-se de estratégias diversas que procuram persuadir o público
leitor. Perceber esses recursos no texto do outro, permite ao leitor a superação de
uma leitura ingênua que concebe o texto como um produto acabado e condensador
da verdade. Também permite que o leitor/aluno conheça e escolha suas próprias
estratégias para construir sua argumentação e assim defender seu posicionamento
e, se preferir, desautorizar outras vozes.
O 9º ano, série à qual se destinam as atividades elaboradas, é o momento, de
acordo com o Plano de Trabalho Docente (PTD) de nossa escola, de sistematizar e
aprofundar o trabalho com a argumentação, tipologia muitas vezes pouco explorada
nas séries anteriores. Nesse sentido, é importante que os alunos percebam que para
argumentar e persuadir o outro é preciso adquirir, antes de mais nada, informações
18
sobre o tema que será discutido com a finalidade de fortalecer seus argumentos.
Para isso, é preciso ler muito, acompanhar as notícias e reportagens por meio de
jornais, revistas e sites, e estar disposto a dialogar (inclusive consigo mesmo),
debater e discutir ideias com o outro.
1º MOMENTO
Iniciando a conversa
Professor(a), para iniciar o trabalho é possível fazer um levantamento
quantitativo com os alunos, uma espécie de diagnose das características da turma
com a qual se desenvolverão as atividades, por meio de perguntas como:
1-Você costuma ler revistas?
2-Você tem acesso a jornais impressos ou na internet?
3-Você lê jornais? Por quê?
4-Você assiste a jornais? De qual emissora?
5-Você se lembra de alguma notícia ou fato polêmico discutido pelos veículos de
comunicação recentemente? Comente o fato:
Esses dados podem ser organizados posteriormente em forma de gráfico ou
tabela para que os alunos comparem com as respostas que darão no processo final
do trabalho. Para que aluno tenha uma noção da trajetória que será percorrida é
possível apresentar a seguinte introdução:
Caro aluno,
Neste ano, discutiremos assuntos dos mais variados temas. Para isso,
faremos a leitura de textos dos diferentes gêneros, mas especialmente os do campo
jornalístico como notícias, reportagens, editoriais, charges, cartuns..., e
principalmente o artigo de opinião. Você será constantemente "provocado" a refletir
sobre determinados temas, compreendendo as ideias e argumentação do outro,
atribuindo-lhes sentido e organizando suas próprias ideias e opinião com a liberdade
de posicionar-se contra ou a favor. Tudo isso será compartilhado com a turma por
meio do nosso "Mural da Opinião" e com a comunidade escolar pelo Blog que será
19
criado e alimentado pelo nosso grupo. Envolva-se, participe, leia, pesquise, reflita,
registre... Certamente você tem muito a socializar com todos nós e poderá
aperfeiçoar o seu nível de leitura, de escrita e de conhecimento de mundo.
Buscando informações
Um dos assuntos muito discutidos no ano de 2013 foi sobre a redução a
maioridade penal. O que você sabe sobre o assunto? Faça uma pesquisa em
jornais, revistas ou sites buscando informações sobre o tema e traga para a próxima
aula.
2º MOMENTO
Ouvir o relato de algumas informações que obtiveram e registrá-las em forma
de tópicos no quadro. Em seguida escrever o enunciado da primeira produção
textual. Neste momento o nome do gênero ainda não será explicitado.
Produção textual
Escreva um texto argumentativo sobre o tema "Redução da maioridade
penal", para ser lido para os colegas de sala de aula, posicionando-se, como jovem,
a favor ou contra a lei que pretende reduzir a maioridade penal.
Professor (a),
Este é mais um momento de sondagem sobre o conhecimento que a turma
possui sobre alguns assuntos polêmicos discutidos recentemente e sobre a
organização dos seus argumentos, tendo em vista a interação com os colegas por
meio da escrita. Seria interessante iniciar uma discussão oralmente para evocar os
esquemas ou scripts sobre o tema e registrar no quadro algumas ideias
mencionadas por eles. Isso lhes dará um pouco mais de embasamento para
escrever, tendo em vista que essa primeira produção não está partindo de nenhum
texto discutido coletivamente, o que pode dificultar a ação.
O objetivo desse encaminhamento é que o professor conheça um pouco
sobre o nível de escrita e, portanto, de leitura que os alunos possuem e que esses
20
percebam a necessidade constante de leitura e de acompanhamento sobre os fatos
da realidade para que consigam se posicionar e argumentar. Alguns textos
produzidos (ou todos) podem ser lidos para a turma, expostos no mural da sala ou
do pátio e guardados para que sejam comparados com a última produção.
A correção desse texto pode servir para que o professor observe se alguns
critérios são dominados ou não pelos alunos para que seja feita, a partir de então,
intervenções necessárias durante o processo de apropriação sobre o gênero.
Sugestão de critérios a serem observados:
a) Atendeu ao projeto discursivo escrevendo sobre o tema proposto?
( ) sim ( ) não ( ) parcialmente
b) Utilizou argumentos para defender seu posicionamento?
( ) sim ( ) não ( ) parcialmente
c) O título limita-se a repetir o tema apresentado para a produção?
( ) sim ( ) não
d) O texto apresenta noção de estrutura do texto argumentativo como introdução,
argumento (pelo menos um) e conclusão?
( ) sim ( ) não ( ) parcialmente
e) Utiliza parágrafos adequadamente?
( ) sim ( ) não ( ) parcialmente
f) Utiliza sinais de pontuação de maneira adequada ao texto?
( ) sim ( ) não ( ) parcialmente
3º MOMENTO
O professor pode solicitar aos alunos que levem jornais para a aula seguinte,
mas também deve levar exemplares, prevendo que muitos não têm contato com
esse material impresso. Em nosso trabalho, levaremos exemplares recentes do "O
21
Momento", jornal produzido no município, acreditando que haverá identificação dos
alunos ao ver no material publicado fotos, reportagens e notícias sobre a sua cidade,
bem como sobre alguns municípios da região.
A princípio, os alunos manusearão livremente o jornal buscando algum texto
(verbal ou não verbal) com o qual se identifique. Conforme a disponibilidade de
exemplares a atividade pode ser feita de maneira individual ou em pequenos grupos.
Em seguida o professor orienta para a observação coletiva da organização do
jornal em cadernos ou seções, estimulando a identificação:
da função da primeira página;
do período de publicação;
do nome do diretor e jornalista responsável;
do ano e do número de publicação;
do valor (preço) de cada jornal;
das seções ou cadernos do jornal;
dos gêneros textuais publicados;
da quantidade de páginas;
da seção onde o artigo de opinião e o editorial se localizam.
Professor(a),
Apesar de simples, essa atividade torna-se importante porque possibilita a observação do jornal como um todo e não apenas da seção ou do gênero com o qual o aluno se identifica. Além disso, é fundamental que percebam os suportes pelos quais os gêneros são veiculados, superando a noção de que apenas o livro didático tem essa finalidade.
Neste momento, pode ser feita a leitura individual ou coletiva do artigo
apresentado por essa edição do jornal e a análise oralmente.
Distribuir exemplares do jornal "O Paraná" e fazê-los perceber a diferença
entre o jornal de menor circulação e este de circulação mais abrangente.
Proceder à análise semelhante a anterior registrando as respostas no
22
caderno. É possível solicitar que também respondam: Qual é o tema do artigo
de opinião apresentado? Qual é o posicionamento do autor sobre o assunto?
Optou-se por esse jornal por ser publicado diariamente e assinado pela
prefeitura facilitando, dessa forma, o acesso a uma quantidade suficiente de
exemplares para se trabalhar com uma turma mesmo que os exemplares
sejam de datas diferentes. Além disso, durante alguns meses foram
selecionados artigos desse jornal para que seja formada uma espécie de
Caixa de Opinião com exemplares de artigos e editoriais para que os alunos
leiam durante as aulas e em casa. Essa seleção e recorte de artigos deve ser
realizada também em sala de aula com os alunos. Mais uma vez a intenção é
aproximar o contato do aluno com o suporte e com os gêneros textuais de
tipologia argumentativa (artigo e editorial), algo que espontaneamente talvez
não seja costumeiro nessa faixa etária (geralmente de 13-14 anos).
4º MOMENTO
Trabalhando com o gênero
Antecipação da leitura (oralmente):
1- No Brasil qual é a idade mínima para que um jovem que tenha cometido um crime
seja legalmente penalizado como um adulto?
2 - Antes dessa idade limite, como o jovem menor de idade pode ser legalmente
punido?
3 - O título do texto que iremos ler é "Redução da maioridade penal, grande falácia".
Que posicionamento ou ponto de vista você acha que o autor irá defender nesse
texto?
Professor (a),
Este é o momento de fazer previsões sobre o texto, ativando os conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema. A previsão ou antecipação é uma estratégia que exige do leitor a realização de inferências sobre o que o texto irá tratar, fazendo com que a leitura tenha um objetivo: confirmar ou não o que foi inferido e, neste caso, também conhecer o posicionamento dos autores sobre o assunto.
23
Texto: "Redução da maioridade penal, a grande falácia" de Dalio Zippin
Filho.
Texto disponível em:
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?id=1380436&tit=Reducao-da-maioridade-penal-grande-falaciaAcesso em 02/07/2013.
Leitura silenciosa do texto.
Leitura do professor.
As atividades que seguem procurarão explorar a compreensão textual
por meio da estratégia de perguntas de decodificação e de inferências
textuais e extratextuais, tendo em vista que trata-se de um texto que
exige a mobilização de diversos conhecimentos por parte do leitor.
Mostrar um exemplar do jornal Gazeta do Povo para que percebam o
suporte do gênero.
Atividades de compreensão
1 - Qual é o objetivo do texto?
2 - A que gênero textual pertence o texto?
3 - Quem é o autor?
4 - Qual é a atuação profissional do autor do texto?
5 - Que esfera social o autor representa:
( ) religiosa ( ) jurídica
( ) científica ( ) política
Informações como as das respostas 3, 4 e 5 são obtidas pelo pé
biográfico que, na maioria das vezes, acompanha os artigos.
Sugestão de leitura: ALVES FILHO, F. O pé biográfico e a constituição da autoria em
artigos de jornal. Linguagem em (Dis) curso - LemD, v.8,n.2, p.335-351, maio/ago. 2008.
24
Professor (a),
Para compreender melhor o posicionamento do articulista talvez seja válido saber que além de criminalista, o advogado Dalio Zippin Filho, 70, é membro da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e presidente do Conselho Penitenciário do Paraná. Possui outros artigos publicados entre eles "Sistema carcerário e direitos humanos". Essa informação permite ao aluno inferir sobre porque um criminalista seria contrário a redução da maioridade penal. É interessante mostrar uma imagem do advogado junto com essas informações biográficas.
6 - Quando o texto foi publicado?
7 - Onde foi publicado?
A Gazeta do Povo é um jornal de circulação diária, sediado em Curitiba,
estado brasileiro do Paraná.
Foi fundado em 3 de fevereiro de 1919 por Benjamin Lins e De Plácido e Silva, sendo
considerado o maior jornal do Paraná e o mais antigo em circulação no estado . É
publicado pela Editora Gazeta do Povo S.A., do Grupo Paranaense de Comunicação
(GRPCOM), que também é proprietário do "Jornal de Londrina". Disponível
em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Gazeta_do_PovoAcesso em: 02/10/2013
8 - Qual é o assunto do artigo? Por que esse assunto foi abordado pelo
autor?
Professor(a), com a pergunta anterior, "Por que esse assunto foi abordado
pelo autor?", o aluno deverá realizar inferências extratextuais para relacionar o
assunto abordado pelo artigo a outros enunciados já ditos, percebendo que
esse texto constitui-se como reação-resposta ao que já disseram ou estão
dizendo, por meio de notícias, reportagens e artigos sobre a redução da
maioridade penal. Na página da gazeta do Povo há uma série de textos que
permitem aprofundar um pouco mais a leitura sobre o assunto. Os alunos
podem fazer a leitura dos textos utilizando o laboratório de informática.
Sugestão de pesquisa:
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1390823&tit=90-
apoiam-reducao-da-idade-penal Acesso em: 02/10/2013.
25
9 - Quem é o possível interlocutor do texto?
Articulista
O autor do artigo é chamado de articulista. Segundo Rodrigues (2005), esse autor é um colaborador do jornal, fixo ou eventual, que é convidado pela empresa para apresentar seu ponto de vista sobre determinado assunto da atualidade e de sua competência. RODRIGUES, Rosângela Hames. Os gêneros do discurso na perspectiva dialógica da linguagem: abordagem de Bakhtin. In: MEURER,J.L.; BONINI, Adair; ROTH, Désirée Motta. Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. p. 152-183.
10 - Qual é o posicionamento do articulista sobre o assunto tratado no texto?
Por que, possivelmente, ele apresenta esse posicionamento?
11 - O autor inicia seu texto admitindo a constatação de um fato que ocorre
no Brasil, chamamos tal constatação de dado. Que dado é esse?
12 - Segundo o articulista, há três documentos que protegem o direito do
adolescente não ser penalmente responsabilizado como um adulto. Quais são
esses documentos? Qual a função deles?
Professor(a),
Vale lembrar que, segundo Koch (2003) o sentido de um texto não é construído com base apenas nos elementos textuais, mas pela combinação de diversos recursos, exigindo uma leitura não linear e disposta à abertura de diversos boxes ou links. Muitos desses links serão feitos inconscientemente pelo leitor, mas é preciso que o professor estimule a realização dessa estratégia para, a princípio conduzir o olhar do aluno e, gradativamente desenvolver a autonomia leitora. Nesse sentido, de acordo com cada gênero, é importante observar informações sobre o autor, o contexto de produção, o suporte de circulação, as imagens, gráficos, tabelas, etc., a ele relacionados constituindo assim, conforme a autora um processo de multissemiose.
Durante o processo de compreensão do artigo é importante
compartilhar com os alunos conhecimentos sobre os três
documentos citados; isso pode ser feito por meio de apresentação
em slides adaptando textos como, por exemplo, os encontrados nos
26
sites indicados a seguir. Levar para a turma um exemplar do ECA e
da Constituição Federal para que visualizem o suporte.
Sugestão de leitura: ECA- Estatuto da criança e do adolescente
Disponível em:http://eca.claretianas.br/ Acesso em: 12 set. 2013.
Texto sobre a Constituição
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/constituicao.htm Acesso em
12/09/2013
13 - A que se referem os números 27, 104 e 228 citados no texto?
Com o aluno é importante dialogar sobre a seguinte informação:
As vozes no artigo de opinião
De acordo com o caderno "Pontos de Vista" da Olimpíada de Língua Portuguesa (2010), o artigo de opinião costuma trazer para seu debate diversas "vozes", ou seja, ele se refere de maneira implícita ou explícita a informações e/ou posições de diferentes protagonistas do debate que podem ser apontados como aliados, adversários ou parte do auditório. A voz de um aliado pode ser trazida ao texto com a função de apoiar a tese defendida. Porém a voz do adversário é um contra-argumento mencionado para ser rebatido. O auditório representa o conjunto dos interlocutores que o argumentador quer convencer, ou representa ainda, a opinião pública. As vozes do artigo de opinião podem ser a palavra falada ou escrita de indivíduos e instituições e também podem ser números, estatísticas, dados quantitativos de diferentes ciências. PONTOS DE VISTA: Cadernos do professor,orientação para a produção de textos. São Paulo: Cenpec, p.19, 2010.
14 - Estabeleça uma relação entre o título e os argumentos apresentados no
decorrer do texto. Explique o significado da palavra falácia nesse contexto em que
foi utilizada:
15 - No primeiro parágrafo, o articulista cita a voz de um grupo para construir seu
argumento. De qual grupo é essa voz? O que é afirmado ou solicitado por esse
grupo?
27
16 - Nesse texto a voz ou posição desse grupo é apontada com a intenção de:
( ) confirmar as ideias do autor apoiando o seu posicionamento.
( ) rebater o argumento desse grupo, desautorizando essa voz.
( ) enganar o leitor apresentando dados e informações falsas.
17 - De 57 países, quantos atribuem a idade menor de 18 anos para definir
legalmente alguém como adulto?
( ) Aproximadamente 10 países
( ) 57 países
( ) 17 países
( ) A maioria dos países analisados
18 - Observe o trecho "Analisando a legislação de 57 países, constatou-se que
apenas 17% adotam idade menor de 18 anos como definição legal de adulto" e
responda:
a) A palavra destacada pode ser substituída por qual outra sem alterar o sentido da
frase?
( ) até ( ) inclusive ( ) somente ( ) também
b) O uso da palavra apenas e a porcentagem apresentada revelam a utilização de
mais uma voz no primeiro parágrafo. Esse dado foi utilizado com que intenção para
a construção do sentido do texto?
19 - No segundo parágrafo, o articulista fala "... estamos admitindo a ineficácia do
Estado".
a) Como o Estado comprovaria sua ineficácia nesse contexto?
b) Qual é a condição apresentada pelo articulista para que seja comprovada a
ineficácia do Estado?
c) Que palavra indica a ideia de condição?
20 - No trecho "A prisão é hipócrita..." a palavra destacada tem o mesmo sentido
de:
( ) uma solução ( ) um erro
( ) uma falsidade ( ) uma repressão
28
21- Por que a prisão pode ser caracterizada dessa forma, segundo o autor?
22 - Você concorda com o posicionamento do autor sobre a prisão ser hipócrita?
Justifique sua resposta:
23 - No terceiro parágrafo, o uso da palavra somente está acompanhando um dado,
ou seja, uma porcentagem, revelando uma intenção clara com relação aos
argumentos utilizados pelo autor. O que ele quer provar com isso?
24 - Ainda no terceiro parágrafo, o articulista apresenta dois fatos, um como mentira
e outro como verdade.
a) O que ele afirma ser uma mentira?
b) O que ele considera verdade?
c) Você concorda com ele?
25 - No argumento "Com a redução da maioridade penal, o nosso sistema
penitenciário entrará em colapso". Pense na situação do sistema penitenciário atual
e explique o significado da palavra destacada. Você considera esse como um
argumento válido, ou seja, como um bom argumento?
26 - No quarto parágrafo, o articulista apresenta um argumento que justifica o título.
Porque ele desautoriza as outras vozes dizendo que a redução da maioridade penal
"constitui uma grande falácia"?
27 - O que significa cláusula pétrea?
Professor (a),
No site indicado a seguir, há uma notícia que explica brevemente sobre a cláusula pétrea. Se considerar relevante é possível fazer a leitura para que os alunos ampliem seus conhecimentos. " Maioridade penal aos 18 anos é cláusula pétrea da Constituição, diz Cardozo" Disponível em: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/06/12/maioridade-penal-aos-18-anos-e-clausula-petrea-da-constituicao-diz-cardozo.htm Acesso em 05/08/2013.
29
O tema apresentado pelo artigo trata sobre uma questão polêmica.
Sendo polêmica apresenta pontos de vista diferentes. O artigo de
opinião traz à tona essa discussão, ou seja, os argumentos
apresentados pelo autor e os contra-argumentos, os pontos de vista
contrários ao seu.
28 - No último parágrafo, o articulista conclui o texto apresentando argumentos e
contra-argumentos. Localize no texto os argumentos apresentados pelo autor para
rebater os contra-argumentos sobre a prevenção à criminalidade:
Contra-argumentos Há vozes que dizem que o combate à criminalidade está associada à...
Argumentos O articulista diz que o combate à criminalidade depende...
a)Repressão
b)Severidade da pena
Ampliando informações Texto sobre as políticas sociais básicas: Promenino Fundação Telefônica, 2008, disponível em: http://www.promenino.org.br/Ferramentas/Conteudo/tabid/77/ConteudoId/c06fdfa8-d01d-421c-8c12-f5a26662ad48/Default.aspx Acesso em: 03/10/2013.
29 - Você concorda que as políticas sociais básicas podem contribuir com a redução
da criminalidade? Argumente utilizando no mínimo cinco linhas:
Características do artigo de opinião
Sugestão de leitura: PONTOS DE VISTA: Caderno do professor: orientação para
a produção de textos. São Paulo: Cenpec, p.37, 2010.
30
Conforme percebemos o artigo de opinião é gênero que apresenta
estrutura composicional específica do texto argumentativo. Nesse tipo
de texto, as ideias são organizadas, do ponto de vista da
argumentação, em partes que se articulam entre si. Essas partes, de
maneira não rígida, geralmente são: introdução, desenvolvimento e
conclusão.
Sugestão de leitura sobre a estrutura do texto dissertativo: PONTOS DE VISTA:
Caderno do professor: orientação para a produção de textos. São Paulo:
Cenpec, p.85-86, 2010.
Professor(a), Por se tratar da primeira amostra do gênero analisada mais detalhadamente, talvez seja interessante realizar, primeiro, uma atividade coletiva para que os alunos percebam essa organização do artigo de opinião projetando o texto e destacando com cores os dados, as justificativas ou argumentos e a (re)apresentação da tese na conclusão.
Essa percepção da estrutura composicional e do plano global do texto
também pode ser realizada por meio de paráfrase das ideias apresentadas em cada
parte ou por uma atividade como a seguinte:
30 - Escreva ao lado de cada trecho, se a ideia apresentada corresponde à
introdução, aos argumentos ou à conclusão:
a) Punir os adolescentes é admitir que paguem pela ineficácia do Estado que não
cumpre a própria lei. A prisão desses jovens é uma hipocrisia e com a redução o
sistema penitenciário entrará em colapso._________________________________
b) A todo instante o Brasil é abalado por crimes cometidos por menores de idade. A
sociedade pede pela redução da maioridade penal, mas perceberá que a
criminalidade continuará a existir. ________________________________________
31
c) Não é a repressão que previne a criminalidade, mas a existência de políticas
sociais básicas, a certeza da aplicação da pena existente e a sua capacidade de
inclusão social._______________________________________________________
d) Somente uma pequena parcela dos menores está internada é por cometer crimes
contra a vida. Atualmente os jovens infratores são punidos com mais rigor do que os
adultos.
___________________________________________________________________
e) Querer reduzir a maioridade penal não é possível, pois o artigo da Constituição
Federal sobre o assunto é considerado
imutável.___________________________________________________________
Para garantir a articulação entre as ideias do texto e a progressão do assunto, podem ser utilizados recursos como: Modalizadores: são palavras que expressam as intenções, os sentimentos e atitudes do autor com relação ao seu discurso. Essas expressões são formadas por verbos, advérbios, adjetivos etc. Sem dúvida É importante que... É necessário que... É preciso perceber/ notar que... É provável que... É certo que... Precisamos evitar que... Aparentemente, talvez, certamente, (in) felizmente, realmente etc. Operadores discursivos: são elementos de conexão que estabelecem relações de sentido entre as orações, os períodos e os parágrafos de um texto. Veja alguns exemplos: e, também, não só ... mas também pois, porque por isso, portanto mas, entretanto, contudo embora como, assim como, melhor que, tão... quanto quase, dessa forma, sendo assim, afinal mesmo, além disso, apenas, somente, unicamente ainda, até, se, como se, ora, pelo menos, aliás etc. Fonte de pesquisa: KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Argumentação e Linguagem. 7ª ed. - São Paulo: Cortez, 2002. PAULA, Orlando de. Operadores lógicos e operadores discursivos: emprego e leitura em textos jornalísticos. Rev. ciênc. hum., Taubaté, v. 9, p. 165-171, jul-dez 2003. Disponível em: http://site.unitau.br//scripts/prppg/humanas/download/operadores-v9-n2-03.pdf Acesso em 29/11/2013.
32
5º MOMENTO
Convidar alguém da comunidade, advogado ou policial, para ser
entrevistado pelos alunos para que tirem dúvidas sobre o assunto.
Professor(a), o programa Encontro com Fátima Bernardes de 17/04/2013, disponível em http://www.youtube.com/watch?v=k4-UvPQ65BQ,
reuniu pessoas com diferentes pontos de vista sobre a redução da maioridade penal para apresentar seu posicionamento e argumentos sobre o assunto. Vale a pena assistir ao vídeo e depois solicitar à turma que novamente se posicione sobre o assunto por meio de uma produção.
Encaminhamento de Produção Textual
Antes de realizar a produção do gênero, por se tratar de um processo de
construção do percurso argumentativo, é interessante uma maior condução dos
primeiros encaminhamentos. Sugerimos que seja feito um quadro dividindo-o em
duas colunas para registrar os argumentos contra e a favor da maioridade. Trata-se
de um quadro síntese para que o aluno visualize os dados e argumentos que podem
ser utilizados em sua produção.
É importante lembrar que os enunciados de produção textual devem ser
escritos para que os alunos possam retomar as informações, nele contidas, que
orientam sua produção. Os elementos que precisam ser garantidos em um
enunciado de produção são:
a) Finalidade: para que dizer
b) Interlocutor: para quem dizer
c) Gênero discursivo/textual
d) Suporte: pode ser a delimitação do espaço ou quantidade de linhas do
texto
e) Circulação: local onde o texto irá circular (mural, jornal, blog...)
f) Posição do autor: quem é ele para escrever o que pretende (aluno,
professor, pai, representante de algum grupo...).
33
Produção textual: desenvolvendo a argumentação
Agora, você está convidado para ser o articulista!
Como adolescente/jovem, escreva um artigo de opinião de pelo menos quinze
linhas para ser publicado no blog da turma, posicionando-se a favor ou contra a
redução da maioridade penal. Seu texto deve apresentar tese, argumentos,contra-
argumentos e conclusão sobre o assunto. Não esqueça de incluir o pé biográfico.
Realizar a refacção textual e o levantamento das dificuldades que
precisam ser retomadas no próximo encaminhamento.
Durante todo o encaminhamento de trabalho com o gênero os alunos
serão estimulados a ler reportagens, assistir aos noticiários, visitar sites
em busca de notícias, reportagens, editoriais e artigos sobre diversos
assuntos. A cada aula um aluno pode ser convidado a ler algum texto,
dos gêneros citados, que lhe chamou a atenção.
6º MOMENTO
Pesquisa
a) Você tem acesso à internet?
( ) sim ( )não
b) Onde você a utiliza a internet?
( ) Em casa ( ) Na escola ( ) Outros lugares
c) Você costuma utilizar a internet principalmente para:
( ) Participar de bate-papo
( ) Utilizar o facebook, enviar e receber mensagens
( ) Realizar pesquisas ( ) Jogar
( ) Outros
c) Qual é a frequência com que você utiliza a internet?
( )Todos os dias
34
( ) Quase todos os dias
( ) Mais ou menos três vezes por semana
( ) Menos que três vezes por semana
d) Seus pais estabelecem algum tipo de limite ou restrição para você acessar
à internet?
( ) Sim ( )Não
Comente:_____________________________________________________
f) Você acha que os pais devem impor limites ao uso da internet pelos filhos?
( ) Sim ( ) Não
Comente:_____________________________________________________
Organizar os dados da pesquisa em forma de tabela junto com uma
equipe de alunos, depois apresentar os resultados e analisá-los com a
turma.
7º MOMENTO
Escrever no quadro o título do texto que será lido "Adolescentes são
alvo na internet", disponível em:
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1420440
Acesso em: 29/10/2013
Fazer levantamento de hipóteses sobre as ideias que podem ser
apresentadas pelo texto. Oralmente questionar: O que significa ser
alvo nesse contexto? A que tipo de crime estão sujeitos? Que tipo de
adolescente pode ser alvo na internet (classe social, sexo, pessoas
instruídas ou não)?
Leitura do texto para confirmar ou não as inferências levantadas a
partir do título.
Atividade de compreensão e produção
Escreva um resumo apresentando as ideias principais do texto lido.
Este texto será lido para os colegas de sala e o seu poderá ser fixado no
35
nosso mural. Ao citar a fala de alguém utilize o discurso indireto. Para
realizar a sua produção você pode se orientar pelo seguinte roteiro:
a) Gênero a que pertence o texto;
b) Título do texto;
c) Autor do texto;
d) Local de publicação;
e) Assunto tratado pelo texto (resumidamente);
f) Seu posicionamento sobre o assunto.
Professor, estamos utilizando na atividade anterior, a estratégia de autoexplicação para gerar inferências. Essa estratégia permite explicitar o conhecimento sobre o texto, confrontando as informações novas com as anteriores e estabelecendo um diálogo entre o leitor e o texto. Para realizar a autoexplicação é preciso resumir o texto apresentando as ideias principais e para isso é necessário compreendê-lo globalmente.
Leitura de alguns textos para a turma e exposição dos mesmos no mural
da sala.
No momento que achar oportuno é interessante assistir ao vídeo
"Perigos da internet" que mostra a fragilidade e os ricos que correm
algumas jovens ao tentar se encontrar com pessoas conhecidas apenas
virtualmente.
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=2FnqfnqsVQAAcesso em:
16/11/2013.
8º MOMENTO
O texto que será lido a seguir fala sobre um dos temas abordado em nossa
pesquisa. Ele foi retirado de um blog do jornal Gazeta do Povo, por isso é um artigo
com uma estrutura um pouco diferente, apresentando um subtítulo. O título do texto
é "Monitoramento dos pais na internet x invasão de privacidade?".
36
Oralmente
Quais seriam as possíveis ideias apresentadas pelo texto?
O que você pensa sobre o livre acesso à internet pelas crianças e
jovens? Há vantagens? E desvantagens?
Vamos ler o texto e perceber se o posicionamento do articulista é
semelhante ou diferente dessas ideias que levantamos.
Texto "Monitoramento dos pais na internet x invasão de
privacidade" Disponível em:
http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/direito-e-tecnologia/monitoramento-
dos-pais-na-internet-x-invasao-de-privacidade/Acesso em 01/11/2013.
Atividades de compreensão
1 - Observe o título e responda:
a) Que ideia a letra "x" representa nesse contexto?
b) Que relação o título estabelece com o conteúdo do texto. Argumente explicando o
uso do ponto de interrogação no título:
c) De acordo com os argumentados apresentados que outro título é possível ser
dado ao texto?
2 - Leia as proposições a seguir e identifique em que parágrafo do texto elas se
encontram:
a) Os pais têm o dever de educar os filhos, inclusive no que se refere às relações
virtuais. __________________________________
b) O monitoramento dos pais sobre os filhos não prejudica sua privacidade.
_________________________________________
c) Nas relações virtuais dos filhos, os pais não perguntam a eles sobre quem são
seus amigos, em quais sites navegam ou com quem conversam. _______________
d) Atitudes de monitoramento das relações virtuais dos filhos podem evitar
problemas futuros. __________________________________
e) O monitoramento do uso da internet pelos pais colabora com a identificação de
um possível crime ou criminoso. ___________________________
3 - Qual é a tese defendida pelo autor no texto?
37
4 - Para construir seus argumentos o autor chama vozes. Que vozes foram
incorporadas ao texto?
Recursos expressivos Ao elaborar o seu texto o autor deixa pistas do seu percurso discursivo. Entre elas está a utilização de recursos expressivos que permitem realizar uma compreensão que supera a análise do explícito e contribui com a construção de novos significados. Como recurso expressivo podemos ter o uso de: negrito, itálico, aspas, sinais de pontuação como exclamação, reticências, interrogação etc. Esses recursos podem revelar, entre outros, um efeito de humor, sátira, ironia no texto.
5 - Que recurso expressivo foi utilizado ao chamar vozes para construir os
argumentos?
6 - Por que o articulista escolheu esse tipo de argumento?
7 - As vozes presentes em um texto argumentativo podem evidenciar, entre outros,
dois tipos de movimentos:
o movimento dialógico de distanciamento: chamar vozes que são opostas/
contrárias ao posicionamento do autor para compor o discurso
desqualificando-as.
o movimento dialógico de assimilação: incorporar outras vozes ao discurso
do autor, avaliadas positivamente e chamadas para construir o seu ponto de
vista (RODRIGUES, 2005).
a) Qual desses movimentos pode ser relacionado com às vozes utilizadas pelo
articulista na construção dos argumentos do texto? Por quê?
8 - Esse texto é uma reação-resposta a que outros textos, ou seja, que textos
anteriores devem ter motivado a escrita desse?
9 - Complete as informações sobre o texto:
O artigo está organizado em duas partes distintas. Na primeira o articulista fala
sobre ............................................................................................................
38
Na última parte ele .............................................................................................
10 - A conclusão do texto é:
(a) O monitoramento dos pais deve ter como objetivo garantir a segurança dos
filhos.
(b) O controle do uso da internet deve ser feito para repreender a individualidade dos
filhos, pois estes ainda são muito novos.
(c) Os pais não podem responder criminalmente por crimes cometidos pelos filhos
na internet.
(d) A internet apresenta muitos riscos às crianças e adolescentes, por isso não deve
ser utilizada por eles.
11 - No terceiro parágrafo o autor faz uso do discurso direto. Esse discurso
representa a voz de quem? Dialogando com quem?
12 - Que recurso expressivo o autor utilizou para representar o discurso direto?
13 - Você concorda com todas as dicas apresentadas na segunda parte do artigo?
Tem alguma que você discorde? Comente:
14 - Pesquise sobre os benefícios que o uso da internet pode causar para as
crianças e jovens e apresente para a turma:
Professor(a), após essa pesquisa é possível mostrar trechos de dois vídeos sobre o assunto. O primeiro, "Jovem e internet" fala sobre a importância do uso da internet e das redes sociais pelos jovens. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=KYyJkGslUS0 Acesso em: 14/11/2013. O segundo trata-se de uma reportagem exibida pelo Fantástico alertando sobre a vulnerabilidade que se pode ter conforme as informações disponibilizadas na internet. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=0lXhhqvXuPQ Acesso em: 14/11/2013.
15 - Analise o vídeo "Jovem e internet" e faça o que é solicitado:
39
a) Considerando o vídeo e seus conhecimentos, cite algumas maneiras de como a
juventude vem potencializando o uso da internet:
b) Segundo Daniela Serra, professora da PUC de Minas "Essa geração que nasceu
"plugada" não é influenciada pela internet, ela influencia a internet; ela modifica a
internet [...]". Você concorda ou não com o posicionamento da professora?
Argumente:
9º MOMENTO
Charge e argumentação
Texto 01
Vida moderna e internet
Disponível em: http://analisedecharges.blogspot.com.br/ Acesso em: 11/11/2013
Texto 02
e-cérebro
Disponível em:http://www.atitudemovel.com.br/2010/10/charge-no-atm-e-cerebro.html Acesso
em: 11/11/2013
Texto 03
Computador é bom mas....
Disponível em:http://www.atitudemovel.com.br/2010/10/charge-no-atm-e-
cerebro.htmlAcesso em: 11/11/2013
Texto 04
Disponível em:http://alunosemacaolabinfo.blogspot.com.br/p/interprete-imagem.html
Acesso em: 11/11/2013
40
Atividades de compreensão
1 - Observe os quatro textos e escreva as características em comum entre eles:
2 - Estes textos pertencem ao gênero textual charge. O Dicionário Informal
apresenta dois conceitos semelhantes da palavra charge:
Disponível em: http://www.dicionarioinformal.com.br/charge/ Acesso em: 12/11/2013
a) Qual é o tema apresentado nas charges:
TEMA
Charge 01 Charge 03
Charge 02 Charge 04
b) Que relação é possível estabelecer entre esses textos e o artigo de opinião de
Fernando Peres "Monitoramento dos pais na internet x invasão de privacidade"?
c) O texto 02 tem como título "e-cérebro", fazendo referência com a palavra "e-mail"
que significa eletronic (e-) mail (mensagem), ou seja, mensagem eletrônica. Diante
disso, explique o sentido do título com relação ao conteúdo apresentado pelo texto:
d) O autor do texto 02 destacou algumas palavras. Que palavras foram essas? Qual
seria o objetivo em destacar essas palavras tendo em vista o efeito de sentido para
o texto?
41
e) Qual é a crítica apresentada pelos textos:
1: 2:
f) O texto 02 é uma charge que se utiliza de outro gênero. Que gênero é esse? Por
que ele foi utilizado pelos pais?
Professor, a charge é um gênero riquíssimo para explorar a análise crítica de situações atuais e a argumentação. Sem falar que são dispositivos para desencadear uma série de inferências. A partir das charges podem ser propostas atividades de respostas que sejam pequenas produções. Para isso o aluno pode partir da análise objetiva da charge descrevendo os elementos explícitos nela (personagens, local, descrição das ações...) e em seguida realizar a análise subjetiva (inferir os implícitos: objetivo da charge, o que está sendo criticado, por que...).Os alunos ainda podem concluir o texto fazendo comentários pessoais sobre o assunto, dizendo se concordam ou não com o que é apresentado e por que.
Sugestões de temas e sites com charges para explorar a compreensão:
Uso de aparelhos eletrônicos modernos pelos presidiários. Disponível em: http://humortadela.bol.uol.com.br/charges/81948Acesso em: 12/11/2013
Inclusão digital: Disponível em: Acesso em: 12/11/2013 http://inclusaodigital82013.blogspot.com.br/2013/05/charges.htmlAcesso em: 12/11/2013
Mobilização dos brasileiros para desvendar os crimes de novelas: Disponível em:http://www.ivancabral.com/search/label/viol%C3%AAncia Acesso em: 12/11/2013
Educação: Disponível em: http://www.essaseoutras.xpg.com.br/charges-engracadas-de-educacao-ensino-critica-alunos-e-professores/Acesso em: 12/11/2013
Ensino público: Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=10697Acesso em: 12/11/2013
Maioridade penal: Disponível em: http://blogdotarso.com/2013/04/15/charges-nao-a-reducao-da-maioridade-penal/. Acesso em: 12/11/2013. Essas são interessantes também, pois, em especial, podem suscitar opiniões divergentes da finalidade do autor.
42
Produção Textual
Escreva um texto realizando a análise objetiva e subjetiva de uma das charges
apresentadas (de 1-4) posicionando-se a respeito da crítica feita pelo chargista.
Esse texto também será divulgado no blog da turma.
Realizar a refacção observando os aspectos dominados e os que necessitam
de retomada.
10º MOMENTO
Texto "A fadiga da informação"
Texto publicado na Folha de S. Paulo em 22/10/1996.
Disponível na íntegra em:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/10/22/opiniao/8.htmlAcesso em: 04/11/2013
O texto foi retirado de um jornal on-line sem o pé biográfico, por isso
apresentamos a seguinte informação sobre o autor que deve
acompanhar a apresentação do texto:
AUGUSTO MARZAGÃO, jornalista, autor do livro "Memorial do Presente", ex-
secretário particular dos presidentes Jânio Quadros e José Sarney e ex-secretário de
Comunicação Institucional de Itamar Franco, escrevia às sextas-feiras na seção
Opinião do jornal Folha de São Paulo.
Atividades de compreensão
1 - O que significa a palavra fadiga de acordo com o contexto do texto?
2 - Qual é a tese defendida pelo autor?
3 - Localize os seguintes trechos no texto, analise a ideia apresentada e indique se
expressam fato ( F ) ou opinião (O ):
( ) Há emissoras nacionais de rádio e de TV, dedicadas exclusivamente a transmitir
notícias. (6º parágrafo)
( ) Hoje a notícia é renovada e modificada a cada segundo. (5º parágrafo)
43
( ) A massa de informações gerais ou especializadas exigiria um super-homem para
absorvê-la.
( ) Ou buscamos um equilibrado "modus vivendi" com as pressões da prodigiosa
tecnologia da comunicação, ou o feitiço virará contra o feiticeiro. (8º parágrafo)
( ) É claro que esse processo não vai estancar e muito menos regredir. (8º
parágrafo)
( ) ...a síndrome da fadiga da informação está em plena evidência, conforme
pesquisa que acaba de ser feita nos Estados Unidos, na Inglaterra e em outros
países, junto a 1.300 executivos. (2º parágrafo)
4 - Analise a conclusão do texto e responda:
a) É correto afirmar que o autor demonstra-se contrário à velocidade e à quantidade
de informações para o mercado competitivo? Argumente:
b) O articulista apresenta duas alternativas sendo que uma possibilidade exclui a
outra. Que palavra representa essa exclusão? Explique, com suas palavras as
alternativas/exclusão sugeridas para o problema da fadiga da informação:
5 - Assinale a alternativa que representa a ideia expressa pela palavra destacada:
a)"A Internet levou o processo ao apogeu, criando a nova espécie dos internautas e
estourando os limites da capacidade humana de assimilar os conhecimentos e os
acontecimentos deste mundo." (1º parágrafo)
( ) explicação do fato ( ) adição de ideias e palavras
b) No trecho "Pois os instrumentos de comunicação se multiplicam, mas o potencial
de captação do homem -do ponto de vista físico, mental e psicológico- continua
restrito." (1º parágrafo). As palavras destacadas representam respectivamente as
ideias de...
( ) alternativa e contrariedade
( ) explicação e adição
( ) oposição de ideias e explicação
( ) explicação e oposição de ideias.
44
c) "Não há dúvida, porém, de que precisamos aprender a filtrá-la, a ajustá-la ao
nosso metabolismo de público-alvo" (8º parágrafo). Nesse trecho a palavra
destacada poderia ser substituída, sem alterar o sentido, por:
( ) também ( ) no entanto ( ) e ( ) porque
d) A massa de informações gerais ou especializadas contida na imprensa diária
exigiria um super-homem para absorvê-la.
( ) oposição ( ) explicação ( ) alternância ( ) adição
6 - Os argumentos do texto são construídos basicamente em um esquema de
apresentação de causa e consequência. Relacione as consequências apontadas
pelo autor para os seguintes fatos:
CAUSA (A) A rapidez com que saímos do isolamento para a informação globalizada e instantânea gerou... (B) Muitas pessoas ficam estressadas, perturbam-se, perdem em eficiência porque há... (C) As agências de notícia não têm tempo para deixar a informação amadurecer e a lançam rapidamente ao consumo, por isso... (D) A fadiga da informação acontece porque... (E) A síndrome da fadiga da informação apresenta sintomas como... (F) A notícia renovada e modificada a cada segundo faz com que ... (G) Os limites da capacidade de assimilação do conhecimento e acontecimentos foram estourados devido à... (H) A consequência da sobrecarga de informação pode ser ...
CONSEQUÊNCIA (D)... os meios de informação são muito velozes. (G)... internet que levou o processo de velocidade da informação ao apogeu. (B)...um bombardeio de informações. (E)... paralisia da capacidade analisar, aumento da ansiedade e das dúvidas e inclinação para decisões equivocadas e levianas. (H)... a desinformação. (A )... efeitos positivos, mas também efeitos que provocam respostas de perplexidade no ânimo do público e das pessoas em particular. (C)... a divulgação da notícia pode estar incompleta ou deformada. (F)... a informação transmitida rapidamente envelheça.
45
7 - Explique o sentido da última sentença do texto "O oxigênio da informação, sem o
qual no passado recente não conseguiríamos respirar, terá de ser bem inalado para
não nos ameaçar com a asfixia, o estresse, as neuroses e, quem sabe, o infarto."
Você concorda com essa afirmação? Comente:
8 - Quantidade de informação significa conhecimento? Argumente:
Produção textual
Escreva um artigo de opinião, para ser publicado no mural da escola e/ou no nosso
blog, posicionando-se, como adolescente, sobre o bom e o mal uso da internet por
crianças e jovens, ou seja, seu texto pode falar sobre as vantagens do uso dessa
tecnologia e sobre os cuidados que se deve ter ao utilizá-la. Você pode aproveitar os
textos lidos em sala ou pesquisar em outros, afirmações de autores sobre o assunto
ou dados/estatísticas para construir seus argumentos. Os possíveis leitores serão
adolescentes e pais da comunidade.
11º MOMENTO
Texto 01
Charge sobre o uso de animais em pesquisas científicas. Disponível em:
http://humortadela.bol.uol.com.br/charges/82280 Acesso em 11/11/2013
Professor(a), para contextualizar a charge é possível mostrar aos alunos imagens que possivelmente serviram de base para sua elaboração: a imagem dos Beatles atravessando a rua na faixa de pedestres e uma imagem com o nome do grupo para estabelecer relação com o nome Beagles e Beatles. Talvez muitos não tenham informação sobre o grupo, por isso é necessário ampliar essas informações para que consigam realizar inferências sobre o texto. As imagens estão disponíveis em: Imagem 01: http://www.google.com/imgres?imgurl=http://blog.groupon.com.br/files/2011/07/beatlessss.jpg&imgrefurl=http://blog.groupon.com.br/2011/07/22/melhores-coisas-da-inglaterra-parte-4-the-beatles/&h=1200&w=1600&sz=508&tbnid=iV7UNDThOoBSCM:&tbnh=127&tbnw=169&zoom=1&usg=__6NT5bNqD4F7605mfpwA-hvy0EZ0=&docid=rBPbvLxZl_ddAM&sa=X&ei=mI2GUv37C-LksATqpIDIAw&ved=0CC4Q9QEwAQ
Imagem 02 http://www.google.com/imgres?imgurl=http://johnrieber.files.wordpress.com/2013/03/the-beatles.jpg&imgrefurl=http://johnrieber.com/2013/03/03/exclusive-the-lost-beatles-album-the-fab-fours-solo-songs remixed/&h=464&w=640&sz=25&tbnid=WMgiEqUdW6yFaM:&tbnh=122&tbnw=168&zoom=1&usg=__1WfPDuIihlChy51fjMV3SQThVDw=&docid=pohcMHVo7oZgVM&sa=X&ei=mI2GUv37C-LksATqpIDIAw&ved=0CDcQ9QEwBQ
46
1 - Quais são os personagens dessa charge? Apresente informações sobre a
polêmica gerada envolvendo esses animais:
2 - A imagem representa uma analogia (semelhança) com quais outros
personagens? Escreva o que você sabe sobre esses outros personagens ou
pesquise alguma informação sobre eles:
3 - Que recursos utilizados deixam evidente essa analogia?
4 - Qual é o ambiente representado pela charge? O que ele simboliza no contexto
atual sobre os "beagles"?
5 - Explique a fala contida no balão relacionando-a com a comparação feita pelo
chargista e a legenda da charge:
6 - Que crítica é feita por essa charge?
Texto 02
Texto"Animais de laboratório" Disponível em: http://www.brasilescola.com/animais/animais-laboratorio.htm.Acesso em
12/11/2013.
1 - Em duplas escreva uma síntese de cada parágrafo do texto; antes disso faça
uma pequena introdução citando o gênero, o título, o autor e o tema apresentado.
Para "conectar" as ideias de cada parágrafo vocês podem usar expressões como:
Segundo Louredo a autora a articulista
Conforme
De acordo com
A autora afirma/ diz que Nesse sentido.... Sendo assim é possível afirmar que...
Você também pode usar palavras como: mas, porém, contudo, no entanto, entretanto, por isso, portanto, porque, pois, sendo assim, dessa forma, além disso ...
47
Professor(a), conforme o nível da turma a atividade pode ser iniciada coletivamente para que percebam como sintetizar e articular as ideias dos parágrafos. Atividades como essa contribuem na elaboração de paráfrase (um nível elementar de compreensão, mas que alguns têm dificuldade) e no uso do discurso indireto relatado, recurso que pode ajudar no momento de produzir um artigo. http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=1419134&tit=A-etica-no-uso-de-animais-em-pesquisasAcesso em 30/10/2013
Segue abaixo apenas uma possibilidade de escrita:
No artigo "Animais de laboratório" publicado no site Brasil Escola, a graduada
em biologia, Paula Louredo, fala sobre a polêmica do uso de animais em pesquisas
científicas.
1º§ Segundo a autora, animais são empregados em experiências científicas e
em testes para comprovar a eficiência de produtos como vacinas, cosméticos,
medicamentos etc.
2º§ Mas/porém/no entanto para que essa prática seja aceitável do ponto de vista
ético e exponha resultados eficazes, o especialista deve ter a consciência de que o
animal utilizado como cobaia é um ser vivo que possui instinto sendo sensível à dor.
3º§ Louredo destaca que a partir de 1860 começaram a surgir as associações
em defesa dos animais. Isso ocorreu quando a esposa e a filha do fisiologista
francês Claude Bernard, o abandonaram, pois estavam cansadas de ouvir os gritos
dos animais torturados, e fundaram a primeira sociedade francesa em defesa dos
animais. Depois disso, foram fundadas outras sociedades protetoras assim como leis
específicas para o uso dos animais em pesquisas científicas.
4º§ Os projetos de pesquisa, de acordo com a articulista, devem ser avaliados
com o mesmo rigor das pesquisas em humanos sendo que os animais utilizados
nesses projetos científicos devem receber toda a atenção e cuidado. Em 1959 são
criados os três Rs da pesquisa em animais replace (substituir), reduce (reduzir) e
refine (refinar). A substituição de animais pode ser feita por culturas de células,
simuladores e modelos matemáticos.
5º§ Sendo assim/dessa forma, a questão principal sobre essa polêmica é se
esses animais podem sofrer.
48
Texto 03
A ética no uso de animais em pesquisas de Marta Luciane Fischer.
Disponível na íntegra em:
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=1419134&tit=A-etica-
no-uso-de-animais-em-pesquisasAcesso em: 30/10/2013
Texto 04
Carta do leitor
Texto "Pesquisas com animais" Disponível em:
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=1419761&tit=Pesquisa-
com-animais-1 Acesso em 30/10/2013.
A carta do leitor é um gênero textual do campo midiático e jornalístico,
utilizada pelo leitor para expressar seu posicionamento sobre um
determinado assunto publicado em jornal, revista ou internet. Por meio
da carta, o leitor pode criticar, elogiar, sugerir, questionar, concordar ou
discordar do posicionamento de outro autor, veiculado por textos de
outros gêneros como o artigo e a reportagem.
Atividades de compreensão
1 - A que gênero pertencem os textos:
a)03: b)04:
2 - Qual foi suporte de circulação dos gêneros?
3 - Qual foi a finalidade de cada um dos textos?
4 - Explique o posicionamento do texto 04 tendo em vista os argumentos do texto
03:
5 - Com base no texto 03 responda as seguintes atividades:
a) A palavra contudo (linha 5) introduz uma ideia de:
( ) adição ( ) oposição/ contradição ( ) explicação
b) Qual foi a ideia anterior a essa palavra apresentada pela bióloga?
49
c) E a ideia posterior a essa palavra?
d) A quem se referem as seguintes palavras:
"sua" (linha 4):
"estes" (linha 20):
"seu" (linha 15) refere-se ao status moral de quem?
e) Qual foi a exigência estabelecida pela comunidade internacional para
regulamentar o uso de animais?
f) Com qual finalidade foi feita essa exigência?
g) A expressão "desta lei" (linha 26) refere-se a que lei?
h) Por essa lei foi criada?
i) O que essa lei estabelece?
j) Qual é o posicionamento da articulista do texto 03? Você concorda com esse
posicionamento? Comente argumentando:
12º MOMENTO
O 13º momento será constituído de uma pesquisa e debate em sala.
Como tema sugerimos a questão do uso de animais em pesquisas
científicas e a também difícil polêmica da saúde com relação aos
médicos cubanos. Como o primeiro tema foi trabalhado em sala por
meio do artigo e de uma carta do leitor, sugerimos um breve trabalho
com o segundo tema, neste 12º momento.
O gênero intercalado no artigo de opinião
Em cada momento estamos proporcionando um aumento gradativo de
informações sobre o gênero, possibilidades de leitura e escrita e relações com
outros gêneros. Neste momento o aluno poderá perceber(se já não percebeu em
leituras anteriores) o uso dos gêneros intercalados no artigo.
De uma maneira bem simples é possível dizer que os gêneros intercalados
são aqueles que fazem parte de um primeiro gênero interferindo em sua estrutura
composicional e no estilo, porém a situação de interação garante o predomínio do
primeiro gênero. Por exemplo, é possível encontrarmos textos que se anunciam
como autobiografia, mas que na verdade neles predominam as características da
crônica; charge com característica de e-mail (texto 4 do 9º momento) etc.
50
Segundo Rodrigues (2005), o gênero intercalado pode fazer parte do artigo
como o relato de fatos (vividos, presumidos), provérbio e resumo. Também pode
encobrir o artigo fazendo-se passar por outro gênero, caso do texto apresentado a
seguir como exemplo "Carta aos médicos cubanos". Neste texto o autor desdobra o
seu suposto leitor que, em um primeiro momento, pode parecer que se trata apenas
dos médicos cubanos, mas com essa estratégia o autor quer persuadir o leitor em
geral a perceber a necessidade da vinda dos seus pares - médicos que, como ele
um dia, chegam em terra estrangeira.
Texto"Carta aos médicos cubanos"
Conheça o texto disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/08/1334828-david-oliveira-de-souza-carta-aos-medicos-cubanos.shtml Acesso em 02/10/2013
Atividades de compreensão
1 - Esse texto apresenta dois interlocutores, um explícito e um implícito quem seriam
eles?
2 - O autor do texto utiliza que pessoa do discurso para construir seu texto? Retire
um trecho que comprove sua resposta.
3 - Que efeito de sentido é atribuído ao texto com a utilização dessa pessoa do
discurso?
4 - Em uma carta o discurso direto do autor é utilizado para estabelecer um diálogo
com o interlocutor e a depender da situação comunicativa, do objetivo da interação e
do interlocutor, a linguagem pode ser mais formal ou informal; da mesma forma o
vocativo empregado.
a) Que vocativos foram utilizados neste texto?
b) Esses vocativos são formais ou informais? Por que foram utilizados dessa
maneira?
5 - Qual foi o objetivo do autor ao escrever essa "carta"?
6 - Apesar de ser intitulado como carta, esse texto pode ser classificado como um
artigo de opinião. Que características principais ele apresenta do artigo de opinião?
51
7 - A reiteração (repetição) da expressão "Será bom vê-los" e "Será bom ver" nos
parágrafos 5, 6 e 7 foi utilizada com qual finalidade? Que argumento principal o autor
utiliza nesses parágrafos?
8 - Analise a expressão "atenção especializada de média complexidade" no 8º
parágrafo.
a) Do que se trata essa expressão?
b)Por que ela é considerada um gargalo na saúde pública?
c) Por que essa expressão está entre aspas?
9 - No 9º parágrafo o autor refuta um possível contra-argumento que poderia ser
utilizado para que não se aceite a vinda dos médicos cubanos. Que contra-
argumento é esse?
10 - Que argumento o autor utiliza para rebater esse contra- argumento?
11 - No último parágrafo o autor utiliza um argumento, em forma de apelo emotivo
para rebater outro contra-argumento citado no 11º parágrafo.
a) Qual é o contra- argumento?
b) Que argumento foi utilizado para rebatê-lo?
12 - O pé biográfico apresenta informações que justificam o posicionamento do
autor? Comente:
13º MOMENTO
Debate
Dividir a turma em quatro equipes, A, B, C e D. As equipes A e B pesquisarão
sobre o mesmo tema, a pesquisa científica em animais. Mas a equipe A levantará os
argumentos a favor e a B os argumentos contrários à pesquisa. Da mesma forma as
equipes C e D pesquisarão argumentos, mas sobre a vinda de médicos cubanos ao
Brasil. Equipe C pesquisará argumentos a favor e a D, argumentos contra. Em uma
data determinada as equipes apresentarão os argumentos pesquisados expondo-os
sinteticamente em cartazes e gerando o debate entre as equipes.
Esse esquema pode ser assim representado:
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Tema 01
Pesquisa em animais
Tema 02
Médicos cubanos no Brasil
Equipe A - Argumentos a favor Equipe C - Argumentos a favor
Equipe B - Argumentos contra Equipe D - Argumentos contra
Indicação de sites para a pesquisa dos alunos:
Novas tecnologias são alternativas ao uso de animais na ciência. Disponível em:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/novas-tecnologias-sao-alternativa-ao-uso-de-
animais-na-ciencia,3cd8da38d43da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
Entre as descobertas da ciência e a ética, as cobaias. Disponível em:
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1189017
Revista Veja acervo digital Amor sem remédio. Disponível em:
http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx
O Brasil precisa importar médicos. Disponível em
:http://www.istoe.com.br/reportagens/297678_O+BRASIL+PRECISA+IMPORTAR+MEDICOS+
Revista Veja x médicos cubanos. Disponível em:
http://www.brasiliaempauta.com.br/artigo/ver/categoria/saude/id/2523/nome/Revista_Veja_x_Me
dicos_cubanos__um_peso_e_duas_medidas
Produção textual: agora você é o articulista
Você, como jovem reflexivo e atuante, está convidado a escrever um artigo de
opinião para o nosso blog sobre um dos temas do debate. Se preferir você pode
escrever sobre a saúde pública no Brasil. Posicione-se sobre o assunto,
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apresentando argumentos para defender seu ponto de vista. Para isso incorpore
outras vozes ao seu texto utilizando o movimento de assimilação ou afastamento.
Seu texto deve ser escrito em até 30 linhas.
Professor, o tema desta produção pode ser outro que a turma sugerir. O importante é que os alunos realizem uma pesquisa previamente para embasar sua produção levantando dados e informações. A delimitação de linhas é apenas uma sugestão tendo em vista que observarão que nosjornais impressos os artigos têm delimitação de caracteres. Essa delimitação interfere na estrutura composicional e na apresentação do conteúdo temático, pois influencia na seleção de informações e opiniões apresentadas.
Realizar a correção e refacção dos textos.
Comparar os resultados apresentados com os da primeira produção.
Leitura dos textos selecionados para publicação.
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REFERÊNCIAS
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difíceis de compreender? As inferências são a resposta. In: TEBEROSKY, Ana.
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