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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO
APRENDIZAGEM
Ionara Bigolin Valdomeri
1
Simone Aparecida Miloca2
Resumo: Este artigo apresenta resultados de um projeto de intervenção pedagógica
do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná (PDE), desenvolvido na
cidade de Santa Lucia no Colégio Estadual Orlando Luiz Zamprônio – Ensino
Fundamental e Médio, com o tema resolução de problemas, tendo como principal
objetivo analisar os resultados obtidos na aplicação de atividades propostas para os
alunos do 6º ano A e B no Ensino Fundamental, envolvendo as quatro operações na
resolução de problemas. O método utilizado para a obtenção das informações foi
através da aplicação das atividades propostas, desenvolvendo as questões algumas
individualmente, outras em duplas ou trios, sempre tendo explicação por parte da
professora quando necessário. Os resultados mostraram que a maioria dos alunos
tem interesse em desenvolver as atividades, e também ânimo em participar,
facilidade em trabalhar, tendo melhora no aprendizado.
Palavras-chave: Matemática; resolução de problemas; sala de apoio.
1 INTRODUÇÃO
Levando em consideração as Diretrizes Curriculares da Educação Básica –
(DCE) do Estado do Paraná, na área da matemática, “entende-se a escola como o
espaço do confronto e diálogo entre os conhecimentos do cotidiano popular”
(PARANÁ, 2008, p.21), isso posto entende-se que os conhecimentos matemáticos
1 Professora de Matemática da rede pública de ensino do Estado do Paraná, integrante do Programa de
Desenvolvimento Educacional - PDE 2 Professora da UNIOESTE do Curso de Matemática, doutora em Métodos Numéricos em Engenharia
pela UFPR.
são de fundamental importância para compreender e transformar o mundo, desta
forma, sua aprendizagem se constitui em elemento essencial na formação da
cidadania e preparação do sujeito para viver na sociedade em constante evolução e,
que possuem variadas e complexas situações problemas. Sendo assim o papel
fundamental da educação matemática está voltado à necessidade de formação de
cidadãos conscientes de seu papel, enfatizando a participação crítica e autônoma do
aluno.
O presente artigo relata os resultados obtidos de atividades desenvolvidas
utilizando a resolução de problemas junto aos alunos do 6º Ano “A” e “B” nos
períodos matutino e vespertino, como material resultante do PDE (Programa de
Desenvolvimento Educacional) na disciplina de matemática, através da IES
(Instituição de Ensino Superior) Unioeste, campus de Cascavel. É direcionado aos
alunos que freqüentam a sala de apoio do Colégio Estadual Orlando Luiz Zamprônio
– Ensino Fundamental e Médio e está elaborado de acordo com as orientações
contidas nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (PARANÁ, 2008), sem
esquecer-se de considerar o Projeto Político Pedagógico da Escola e a realidade
sócio-econômica-cultural dos alunos da comunidade do município de Santa Lucia,
Paraná.
Tem por objetivo desenvolver nos alunos a capacidade de resolver situações
problemas, interagindo com os demais colegas, com o professor regente da turma
regular, desenvolvendo a comunicação, a criatividade e o senso crítico. Pretende-se
contribuir para a melhoria da qualidade do processo de ensino e aprendizagem da
Matemática, despertando o gosto pela disciplina, inserção social dos alunos,
desenvolvimento intelectual dos mesmos, aprenderem a montar estratégias, colocar-
se diante de questionamentos, raciocinarem logicamente, verificando se sua
estratégia é válida, contribuindo para a superação de dificuldades apresentadas em
sala de aula.
Observa-se pela prática diária em sala de aula que trabalhar com resolução
de problemas pode dar bons resultados. A resolução de problemas está presente
nas atividades diárias das pessoas e tem se desenvolvido a partir das dúvidas e
busca de soluções para os mesmos. Para chegar ao resultado de um problema
precisamos buscar estratégias e meios que nos conduzam ao resultado, e ai está à
essência do ato de resolver problemas, não basta só conhecer, é necessário ter
criatividade, o que pode motivar os alunos na busca da solução.
Para Ponte, (1992) a resolução de problemas não é tudo. É uma atividade
importante mais é uma atividade ao lado de outras. Ou seja, serve como ferramenta
de apoio, ponto de partida e um meio para se conduzir o trabalho pedagógico no
ensino da matemática.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Os conteúdos abordados na aplicação do projeto envolvem: Conjuntos dos
números naturais, igualdade e desigualdade, operações com números naturais,
adição de números naturais, subtração de números naturais, multiplicação de
números naturais e divisão de números naturais.
Os números foram inventados pelos homens. Mas sua criação não aconteceu
de repente, surgiu da necessidade de contar coisas. Essa necessidade de efetuar
cálculos e contas com maior rapidez levou o homem a criar símbolos para
representar quantidades. Quando contamos uma quantidade de qualquer coisa
(objetos, animais, pessoas, etc) empregamos os números.
As práticas de contagens, desde o homem primitivo até os dias atuais,
caracterizam-se como necessidade não apenas individual, mas também
social, pois o ser humano ao intensificar as relações sociais, necessita trocar
quantidades e também comunicar quantidades. (BITTAR e FREITAS, 2005).
A idéia de número natural não é um produto do pensamento,
independentemente da experiência, os homens não adquiriram primeiro os
números naturais para depois contarem; pelo contrário, os números naturais
foram-se formando lentamente pela prática diária de contagens.
Pode-se dizer que a contagem se realiza fazendo corresponder
sucessivamente, a cada objeto da coleção, um número da sucessão natural
(1). Encontra-se assim em face da operação de “fazer corresponder”, uma
das operações mentais mais importantes e que na vida utiliza-se
constantemente. (CARAÇA, 2005).
Para CARAÇA (2005), no conjunto dos números naturais a subtração só
existe quando o primeiro número (minuendo) for maior ou igual ao segundo número
(subtraendo). Portanto as propriedades descritas acima não se aplicam na subtração
de números naturais.
Na divisão de números naturais considera-se que dados dois números
naturais, às vezes necessitamos saber quantas vezes o segundo está contido no
primeiro. O primeiro número que é o maior é denominado dividendo e o outro
número que é menor é o divisor. O resultado da divisão é chamado quociente. Se
multiplicarmos o divisor pelo quociente obteremos o dividendo.
No conjunto dos números naturais, a divisão não é fechada, pois nem sempre
é possível dividir um número natural por outro número natural e na ocorrência disto a
divisão não é exata, portanto não se aplicam as propriedades de divisão no conjunto
dos números naturais.
Este tema é objeto de estudo de pesquisadores na área educacional, sendo
sua abordagem feita de diferentes maneiras.
Dante (2003), afirma que é possível por meio da resolução de problemas
desenvolver no aluno iniciativa, espírito explorador, criatividade, independência e a
habilidade de elaborar um raciocínio lógico fazendo uso inteligente e eficaz dos
recursos disponíveis.
Ribeiro (2009) escreve que com relação à resolução de problemas nas aulas
de Matemática, destaca-se sua relevância, centralmente, devido a sua
potencialidade para o desenvolvimento do pensar matemático, da criatividade e da
autonomia dos educandos.
Acredita-se na relevância de evidenciar a importância de se resgatar
a imaginação na constituição do processo de abstração do aluno nas
aulas de matemática. O paradigma educacional baseado na
resolução de problemas destaca-se pelos seus aspectos interativos,
que proporcionam aos alunos a geração de novos problemas e de
novas possibilidades de resolução, constituindo-se, dessa forma, em
um suporte metodológico que possibilita ao professor resgatar e
compreender o raciocínio do aluno. (GRANDO, 2004)
Dentre estas abordagens propomos um trabalho envolvendo resolução de
problemas. A idéia de resolver problemas faz parte do cotidiano do ser humano,
desde os primórdios da civilização os seres humanos buscam explorar e resolver
problemas da vida cotidiana. Onuchic (1999, p. 215) define que “problema é tudo
aquilo que não sabemos fazer, mas que estamos interessados em resolver”.
Os alunos foram motivados a desenvolverem as atividades propostas,
algumas individuais outras em grupos, sempre partindo do que o aluno já
sabe, para a partir daí construir o conhecimento. Os mesmos elaboram as
próprias estratégias de resolução e o professor é o mediador do
conhecimento, enquanto os alunos buscam a solução o professor observa,
analisa o comportamento, estimulando o trabalho colaborativo, levando os
alunos a pensar, dando-lhes tempo e incentivo a troca de informações.
(Onuchic e Allevato, 2011).
Posteriormente é feito, se necessário, registro das atividades no quadro de
giz, fazendo correções e esclarecendo dúvidas. Os alunos discutem as
diferentes soluções apresentadas para os problemas, o professor juntamente
com a classe chega a um consenso sobre o resultado correto. (Onuchic e
Allevato, 2011).
Desta forma o professor assume o papel de mediador e facilitador do
conhecimento, tendo como foco o aluno que é parte principal e efetiva do processo
de ensino-aprendizagem.
3 PROPOSTA DE TRABALHO
Este trabalho tem como objetivo desenvolver nos alunos a capacidade de
resolver situações problemas, interagindo com os demais colegas, com o professor
regente da turma regular, desenvolvendo a comunicação, a criatividade e o senso
crítico.
Para atingir este objetivo fez-se uma seleção de atividades apresentadas por
diferentes autores, envolvendo o conjunto dos números naturais, igualdade e
desigualdade, operações com números naturais, adição de números naturais,
subtração de números naturais, multiplicação de números naturais e divisão de
números naturais. A metodologia de trabalho é dividida em dois momentos.
No primeiro momento, um questionário investigativo foi aplicado com a
finalidade de colher informações sobre as dificuldades no processo ensino-
aprendizagem, verificar a opinião dos mesmos sobre as aulas de matemática,
metodologia utilizada pelos professores em sala de aula, aquisição do conhecimento
e métodos avaliativos aplicados pelos professores.
Este questionário contém 05 questões fechadas e 03 questões abertas, onde
os alunos podem expressar a sua opinião. Para Gil (1991, p.91), o questionário
“consiste basicamente em traduzir os objetivos específicos da pesquisa em itens
bem redigidos”. Segundo ele, não existem normas rígidas a respeito da elaboração
do questionário. Thomas e Nelson 2007, p.235 explicam que algumas informações
podem ser obtidas apenas com questionário, “então, é imperativo que este seja
planejado e preparado cuidadosamente para assegurar os resultados mais validos”.
Em um segundo momento, as atividades foram trabalhadas com a turma. Tais
atividades são detalhadas na unidade didática, sendo previamente selecionadas e
apropriadas para a série em que os alunos estudam.
As atividades procuram apresentar para os alunos uma reflexão sobre ações
do seu dia-a-dia sobre como utilizar cálculos práticos que envolvem resolução de
problemas, quando vão ao supermercado, quando estão jogando, quando olham
uma receita ou como desenvolver cálculos mentais com as quatro operações
básicas.
4 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA
No primeiro momento conversou-se com a direção e equipe pedagógica do
Colégio, que autorizou a realização do estudo. Após isso, a proposta foi apresentada
na semana pedagógica aos docentes do Ensino Fundamental do Colégio Estadual
Orlando Luiz Zamprônio – Ensino Fundamental e Médio. A implementação da
proposta foi baseada numa concepção reflexiva/crítica, cooperativa e inclusiva.
Verificou-se com os professores dos 6º anos A e B quais alunos
apresentavam maiores dificuldades em matemática, os professores do ensino
regular indicaram os nomes e posteriormente realizou-se uma reunião com os pais
dos referidos alunos, a fim de repassar informações sobre o trabalho a ser
desenvolvido, bem como para que os pais autorizassem os alunos para participar.
Algumas atividades que seriam trabalhadas foram demonstradas aos pais,
para que os mesmos compreendessem a importância do projeto e a importância de
deixarem os filhos participarem. Foi bastante proveitoso e todos os pais mostraram-
se motivados em fazer com que os filhos participassem, entendendo a importância
de recuperar e melhorar a aprendizagem.
Foram mostrados exemplos de atividades diferenciadas e novas
possibilidades de trabalhar a resolução de problemas com sentido significativo para
as turmas de 6 º ano do colégio. As aulas foram ministradas entre os meses de
março e maio.
Um total de 25 alunos participaram deste projeto sendo 17 alunos na faixa
etária de acordo com a série que freqüentam, ou seja, entre 10 e 11 anos e 08
alunos tem entre 12, 13 e 14 anos, estando portanto fora da faixa etária apropriada.
4.1 Questionário Investigativo
Quanto ao questionário, comenta-se a seguir as respostas dadas pelos
alunos.
Questão 1: Você gosta de estudar?
100% dos alunos responderam sim, gostam de estudar.
Questão 2: Você gosta de matemática?
88% responderam sim, gostam de matemática e 12% responderam não, não
gostam de matemática.
Questão 3: Você tem dificuldade para aprender matemática?
72% responderam sim, tem dificuldade em aprender matemática e 28%
responderam não.
Questão 4: Qual a maior dificuldade encontrada nas aulas de matemática?
40% responderam que o conteúdo de matemática é difícil, 44% responderam
que não entendem o conteúdo de matemática e 12% responderam que o conteúdo
de matemática não é interessante.
Questão 5: Para você matemática é?
100% responderam que a matemática é importante.
Questão 6: Escreva abaixo os assuntos (conteúdos) de matemática que você
gosta de estudar.
Os alunos responderam essa questão de maneira individual, sendo que as
respostas que apareceram foram as seguintes:
Gosto de estudar a multiplicação, subtração e divisão. Contas e problemas.
Expressões numéricas e continhas. Contas de mais e de menos. Contas de mais, de
vezes, dividir e números romanos. Gosto de fazer contas de mais e de menos.
Gosto de estudar a multiplicação, divisão e subtração.
Questão 7: Escreva abaixo os assuntos (conteúdos) de matemática que você
não gosta de estudar.
As respostas foram as seguintes: Eu não gosto de contas de divisão. Eu não
gosto de estudar questões que falam sobre dinheiro. Contas que são muito difíceis
de resolver. Problemas e contas difíceis. Contas de vezes e divisão. Problemas
muito complicados. Divisão e expressões numéricas. Frações.
Questão 8: Você acha interessante trabalhar matemática com atividades
diferenciadas? Por quê?
100% dos alunos responderam que sim, acham interessante, segue trechos
de algumas respostas justificando o por que.
É bom aprender coisas novas e interessantes.
É bom porque a gente aprende calcular melhor.
É muito legal aprender matemática com atividades diferentes.
Porque é inovador e diferente aprender matemática desse jeito.
Porque é mais interessante e divertido.
Porque quando eu crescer saberei ensinar meu filho a fazer contas.
Porque desse jeito é legal e mais fácil de aprender.
Porque eu gosto de aprender e estudar matemática.
Eu acho importante porque estimula o aluno a estudar.
Porque desta maneira os alunos tem mais interesse para estudar matemática.
Porque podemos aprender os conteúdos e compreender melhor as
atividades.
O questionário aplicado foi bastante proveitoso, pois pode-se perceber o
conhecimento matemático dos alunos, suas dificuldades, bem como a opinião dos
mesmos sobre as aulas de matemática.
4.2 Atividades desenvolvidas pelos alunos.
Atividade 01: Lista de Problemas. Colorindo com Romero Brito.
Esta atividade trabalha os conteúdos de multiplicação, adição e subtração,
com o objetivo de estimular o raciocínio e a capacidade de resolver problemas,
relacionando o resultado encontrado com a respectiva cor na figura indicada. Os
alunos receberam uma lista de problemas para resolver, sendo que após encontrar
todos os resultados deveriam colorir o valor encontrado com a respectiva cor
correspondente a este valor. Foi uma atividade bastante proveitosa que atingiu
totalmente seu objetivo, os alunos se envolveram nas questões, apresentando
facilidade em resolver, alguns que tinham dificuldade solicitaram auxilio da
professora. Todos concluíram a atividade com êxito, colorindo a figura com os
resultados encontrados nos problemas, sendo que foi uma atividade que chamou
bastante sua atenção.
Atividade 02: Resolvendo Problemas com Material Dourado.
Esta atividade tem por objetivo fazer com que o aluno entenda o conceito da
adição, subtração e multiplicação com trocas e reservas. Foi distribuída uma folha
com os problemas selecionados, sendo que os alunos deveriam resolver os mesmos
utilizando o material dourado. A atividade atingiu totalmente o seu objetivo, pois os
alunos demonstraram interesse em resolver, questionando resultados encontrados.
Por ser uma atividade que utiliza material concreto os alunos tiveram facilidade em
entender o processo que foi explicado inicialmente pela professora, sendo que
posteriormente os alunos resolveram as questões individualmente, demonstrando
interesse e gosto em resolver os problemas apresentados.
Atividade 03: Trilha Matemática.
Esta atividade trabalha os conceitos de dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo,
sêxtuplo, metade, dezena e centena, relacionados à adição e subtração, têm por
objetivo trabalhar a matemática de forma lúdica, os alunos recebem a folha com a
trilha onde devem efetuar as operações escrevendo o resultado no espaço indicado.
Os alunos trabalharam individualmente, solicitando auxílio da professora quando
tinham dificuldade. A atividade atingiu totalmente seu resultado, sendo que os
alunos demonstraram interesse em participar, tendo somente dúvidas em alguns
conceitos como quíntuplos, sêxtuplo e centena e meia, nesta situação as dúvidas
forma solucionadas com o auxílio da professora.
Atividade 04: Resolvendo Problemas.
Nesta atividade trabalharam-se os conteúdos de adição, subtração,
multiplicação e divisão. Os alunos desenvolveram a atividade em duplas, onde
deveriam observar o quadro apresentado com o valor de alguns itens, após, os
mesmos deveriam resolver os problemas indicados. O objetivo desta atividade é
desenvolver o raciocínio lógico, bem com motivar o aluno a desenvolver cálculos
mentais, sendo que este objetivo foi atingido parcialmente, pois os alunos
precisavam desenvolver os cálculos no papel tendo dificuldade no cálculo mental.
Desenvolvendo o cálculo no papel todos conseguiram chegar ao objetivo proposto,
tendo facilidade em resolver as questões.
Atividade 05: Atividade usando a calculadora. Os números telefônicos.
Esta atividade tem objetivo de trabalhar a matemática usando a calculadora,
envolvendo os conceitos de soma, multiplicação, subtração e divisão. Nesta
atividade os alunos foram orientados anteriormente a trazerem calculadora, aqueles
que não tinham receberam da professora. É uma atividade curiosa envolvendo uma
seqüência de cálculos com os números telefônicos das pessoas. Foi muito
interessante e despertou a curiosidade dos alunos, chamando atenção para o fato
de chegar ao número de telefone inicial como resultado. Houve vários
questionamentos, sendo que a professora orientava a discussão solucionando as
dúvidas. A atividade despertou o interesse dos alunos, sendo que os mesmos
desenvolveram o cálculo várias vezes, atingindo totalmente o objetivo proposto para
a atividade.
Atividade 06: Envelopes de Problemas.
Esta atividade tem como objetivo trabalhar as quatro operações através da
resolução de problemas. Os alunos foram divididos em grupos de 3 a 4 alunos, cada
grupo escolheu quatro envelopes de cores diferentes que estavam em cima de uma
mesa. Os alunos no grupo deveriam resolver os problemas do envelope e entregar o
resultado para a professora, a correção foi feita juntamente com a turma e a equipe
que apresentou o maior número de acertos recebia uma premiação. Esta atividade
atingiu parcialmente seu objetivo, pois alguns alunos do grupo não se envolveram
para ajudar na resolução dos problemas, sendo que muitas vezes um único aluno da
equipe resolvia sozinho, a professora tentou motivar a participação de todos, no
entanto o aluno que tinha maior facilidade acabava resolvendo sozinho para tentar
garantir a premiação.
Atividade 07: Tirinhas de Problemas.
Esta atividade tem por objetivo trabalhar as quatro operações através de
problemas variados. Cada aluno recebeu uma tirinha de papel com um problema
para resolver sem o auxílio do professor. Esta atividade foi desenvolvida como forma
de competição e atingiu totalmente seu objetivo, sendo que os alunos se motivaram
em resolver as questões buscando a solução em tempo rápido, despertando a
competição. Aqueles alunos que acabaram apresentando resultado incorreto
receberam auxilio individual e as questões foram resolvidas no quadro com o auxílio
da turma, sendo que a professora questionava os resultados e soluções
apresentadas.
Atividade 08: Pinte de acordo com o código.
Esta atividade tem por objetivo trabalhar operações simples de forma
diferenciada, onde os alunos devem desenvolver o cálculo apresentado no espaço
da figura e colorir de acordo com a cor indicada para cada resultado apresentado. O
objetivo foi totalmente atingido, sendo que os alunos tiveram facilidade em resolver
os problemas propostos e se envolveram totalmente na execução da atividade.
5 Considerações Finais.
Os resultados obtidos pela intervenção pedagógica mostraram que existe a
possibilidade de se trabalhar conteúdos matemáticos para os alunos do 6º ano do
Ensino Fundamental através da metodologia da resolução de problemas. O objetivo
que era trabalhar atividades envolvendo as quatro operações através da resolução
de problemas foi alcançado obtendo-se resultados além dos esperados. Durante as
aulas, observou-se mudanças significativas em relação às atividades matemáticas
que eram apresentadas, os alunos mostravam-se interessados em participar,
demonstravam motivação e pode-se perceber que a maioria deles evoluiu em
conhecimento e aprendizado.
De acordo com os PCN’s de matemática (BRASIL, 1998), a resolução de
problemas possibilita aos alunos mobilizar conhecimentos e desenvolver a
capacidade para gerenciar as informações que estão ao seu alcance. Assim, os
alunos têm oportunidade de ampliar a visão que tem dos problemas, da matemática
e do mundo em geral. A atividade de resolver problemas está presente na vida das
pessoas, sendo importante fazer com que o aluno perceba o valor da matemática
como uma ferramenta que permite melhor compreensão da realidade que o cerca.
Quanto às atividades apresentadas, várias situações puderam ser criadas em
sala de aula e o importante foi aprender uma nova metodologia de ensino, um novo
jeito de aprender matemática, através de problemas simples e atividades
desafiadoras, foram trabalhadas noções e conceitos básicos da matemática que
faziam com que os alunos tivessem gosto e ânimo em resolver o que era proposto, e
isso fez com que os alunos tivessem prazer de aprender, participando efetivamente.
Conclui-se, portanto, que é necessário uma ação conjunta no sentido de
viabilizar esta e outras metodologias em sala de aula, os professores precisam
refletir acerca do seu papel, mantendo-se atualizados, buscando novas alternativas
de ensino, para que possam garantir ao aluno uma aprendizagem significativa e
eficaz.
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