FaculdadedeCinciasAplicadasdaUnicamp

DisciplinaGL603BMercado,ConcorrnciaeCompetitividade

Prof.Dr.DanielH.D.Capitani

Alunos:GuilhermeReia 119507

JenniferGuerreroLpez

MarceliMalaman 160356

PedroJacynthodosSantos 159924

ThasLima 157371

COSTA, Flaviano GARCIAS, Paulo Mello. Concentrao de mercado e

desempenho das Indstrias brasileiras de Papel e Celulose Recorrendo Modelagem

de Fleuriet para analisar o Paradigma ECD. RCO Revista de Contabilidade e

OrganizaesFEARP/USP,v.3,n.6.maio/ago.2009.

No texto, os autores buscam investigar o setor industrial de papel e celulose,

tomando como parmetro o modelo EstruturaCondutaDesempenho, formulado a partir das

ideias de Mason, posteriormente retomadas e aprofundadas pelos modelos de oligoplio de

SylosLabini e Joe Bain. O mesmo estabelece uma relao entre a estrutura da indstria,

conduta(estratgia)edesempenhodasfirmas.

A dcada de 1990 foi caracterizada pela mudana da economia no Brasil,

pincipalmente pelas indstrias que contribuiram para o processo de globalizao. Tendo que

concorrer com as demais empresas de seu setor, comearam a surgir vrias mudanas em suas

estruturas, tais como: especializao da produo, modernizao e reduo de custos. Devido

a estas mudanas, a opo dos autores pelo setor de papel e celulose devese: [1] sua

relevncia na cadeia produtiva brasileira, levandose em considerao o total de produo [2]

interdependncia destes dois produtos (papel e celulose), pois, a celulose a matriaprima

para a produo do papel, que provoca uma rivalidade mercadolgica entre clientes e

fornecedores [3] ao considervel aumento da produo e do consumo de papel nos ltimos

anos (BRACELPA, 2008) que conduz elevao da competitividade. (p. 144). Instigando

que a principal vantagem competitiva do Brasil a sua tecnologia florestal, no cenrio

econmico contempornea um dos lderes na produo de papel e celulose no mundo. As

estatsticas do ano de 2007 demonstram que o pas definitivamente conquistou

reconhecimento como um dos maiores players mundiais ao ultrapassar o Japo em produo

de celulose, aproximandose da Finlndia e Sucia, grandes produtores europeus, fazendo o

Brasil ocupar a 6 colocao no ranking dos maiores produtores do mundo de papel e

celulose,perdendoapenasparaEUA,Canad,China,FinlndiaeSucia.

A indstria papeleira no Brasil se desenvolveu de modo gradativo em etapas

sucessivas de substituio de importaes e integrao produtiva, iniciandose no sculo

passado, para suprir a demanda das empresas grficas. Por outro lado, a produo de celulose,

mais recente e a primeira empresa desse segmento data da dcada de 1950. (JORGE, 1993

SOARES, 1993). Este setor vem apresentando crescimento no saldo comercial no Brasil

desde 1990, exportando mais do que importando e essa vantagem proveniente da tecnologia

florestal do pas. Em contrapartida, o que mais enfraquece o investimento de capital a

instabilidadeeconmicadopas.

O paradigma de ECD pressupe que o desempenho das indstrias depende da

conduta de vendedores e compradores, que dependente da estrutura do mercado. A

estrutura, por sua vez, est sujeita a condies bsicas como a tecnologia e a demanda dos

produtos (CARLTON e PERLOFF, 1994). De acordo com Scherer e Ross (1990) o

modelo da estruturacondutadesempenho, procura identificar um conjunto de variveis que

influenciam o desempenho econmico das organizaes e determinar relaes entre essas

variveis e o resultado final. Confirmando essa ideia, Cabral (2000) afirma que o modelo

ECD prope uma relao de causalidade entre estrutura, conduta e desempenho. No trabalho,

a estrutura de mercado de papel e celulose foi medida pelo indicador de concentrao de

mercado CRk, que fornece a parecela de mercado das k maiores empresas da indstria e pelo

ndice de HirschmanHerfindahl (HH), leva em conta a participao de todas as empresas do

mercado e pondera os pesos de cada uma. Para medir o desempenho das empresas, foi

usadaaTipologiadeFleuriet.

O modelo de Fleuriet fornece informaes a respeito do equilbrio financeiro da

empresa, por meio da identificao da necessidade de investimento no giro das operaes da

empresa e do volume de recursos permanentes necessrio para o financiamento desse giro

(SATO, 2007 SILVEIRA, ESPEJO e PERUCELO, 2008). Nessa tipologia Fleuriet feito a

combinaes de trs variveis formando seis modelos de classificao quanto ao desempenho

financeiroeoperacionaldasorganizaes(p.150).Soelas:

CapitalCirculanteLquido(CCL)ouCapitaldeGiro(CDG)

InvestimentoOperacionalemGiro(IOG)ouNecessidadedeCapitaldeGiro(NCG)

SaldoemTesouraria(T).

Os autores utilizaram dados de desempenho do setor divulgados anualmente pela

BRACELPA Associao Brasileira de Celulose e Papel e a amostra escolhida foram as

catorzemaioresempresasdosetordePapeleCeluloseporproduo.

RESULTADOSEDISCUSSES

O ndice CR4 mostrou que o mercado de celulose no Brasil bastante concentrado,

assim como o ndice HH, que apresentou resultados semelhantes demonstrando o aumento do

grau de competio entre as empresas do setor. Alm disso, devese salientar que as quatro

maiores empresas (Aracruz Celulose S/A, Suzano Papel e Celulose, Votorantim Celulose e

Papel S/A e Klabin S/A) no se alteraram nos cinco anos estudados no CRk, s inverteram

posies. Quanto ao mercado do setor de papel, a concentrao foi um pouco menor. Os CR4

mostraram que as quatro maiores empresas do setor detinham um percentual do mercado

menor que 50%. De 2003 a 2005 houve uma tendncia de descontrao no setor, constatado

pela reduo dos trs CRk estudados, porm, em 2006 e 2007, esse fato comeou a ser

revertido.

J os ndices HH, mostram que de 2003 a 2005 o grau de competio entre as

empresas de papel diminua gradativamente, mas isso mudou em 2004, quando foi indicado

que a competio entre as empresas de papel foi retomando o crescimento. No setor de

celulose, novamente as quatro maiores empresas no mudaram, apenas inverteram posies.

O trabalho tambm mostrou que 3 das 4 maiores empresas de celulose (Suzano Papel e

Celulose, Votorantim Celulose e Papel S/A e Klabin S/A) tambm so as maiores empresas

doramodepapel.

Tratandose agora do mercado comum, tanto papel quanto celulose, as 4 maiores

empresas de celulose e papel foram responsveis pela produo de aproximadamente 50%

desses produtos durante os anos de 2003 a 2007. Observase, tambm que, enquanto houve

uma tendncia de desconcentrao do CR4, as 8 maiores empresas do ramo (CR8) obtiveram

um aumento no nvel de concentrao do setor, tal fato parece demonstrar que esse mercado

est se desconcentrando em favor das 8 e 14 maiores empresas, saindo do controle de poucas

organizaes, aumentando assim, a concorrncia do setor analisado. (p.154). O ndice HH,

aumentanosdoisprimeirosanos,masaps2005representadecrscimosparaosetor.

Como constatado pelos ndices, o setor de papel e celulose bastante concentrado e

essa concentrao pode alterar o desempenho das empresas de duas formas: [1] em setores

altamente concentrados, o reduzido nmero de empresas pode combinar entre si acordos, de

forma tcita ou explcita, ao reduzirem a produo a um nvel que elimine o poder

competitivo, deixando os preos abaixo do nvel de competitividade (TIROLE, 1988) e [2] a

alta concentrao dos setores tambm pode conduzir a heterogeneidade de desempenho em

funo das economias de escala, ou seja, em ramos concentrados, onde h economias de

escala, apenas esse nmero reduzido de empresas participantes obter vantagem competitiva

com essas economias, pois, mantero seus custos mais baixos do que as firmas menores,

enquanto todos os demais fatores permanecero constantes, levando heterogeneidade de

desempenho(BARNEYeHESTERLY,2004).(p.155)

CONCLUSO

O mercado industrial de papel e celulose apresenta uma concentrao considervel,

seguindo a tendncia dos setores econmicos atuais brasileiros, sendo que o ramo

aproveita de maneira praticamente plena os recursos naturais disponveis, girando o capital

econmico e chegando aos principais nveis de mercado do mundo, competindo com

potncias europeias, como Sucia, por exemplo, visto que a indstria de papel e celulose no

Brasil tende ao crescimento, atravs do vasto territrio disponvel, aumentando ainda mais a

concentraodessemercado.

Constatase tambm que no h possibilidades neste estudo de dimensionar a relao

existente entre concentrao de mercado e o desempenho em termos de influncia simples ou

mtua entre essas variveis, porque, mesmo com a diferena entre o montante que cada

empresa tem de mercado, o desempenho permaneceu o mesmo, com a mesma tipologia

delineadaporFleuriet.