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Para Uma Filosofia Do Inferno Na Educação

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PARA UMA FILOSOFIA DO INFERNO NA EDUCAÇÃO

Professor Sandro Luiz Bazzanella

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CATILINÁRIA1. Que saiam do magistério os professores sem compromisso!2. Que sumam das escolas os pseudo-educadores!3. Que desapareçam os safados fazedores de bico nas salas de aula! Que desçam

aos infernos os prepostos e pelegos do sistema!4. Que se suicidem os que conduzem ao suicídio cognitivo e emocional das

crianças!5. Que se sujem, de vez, os que instalam a mediocridade no sistema educacional!6. Que sejam perseguidos oficialmente os assassinos do ensino!7. Que se sintam superados os sucateadores do conhecimento!8. Que sacudam as escolas para que dali sejam expulsos os acomodados e

alienados!9. Que sejam execrados os afeitos à saliva insossa!10. Que soçobrem, de vez, as mãezinhas assistencialistas!11. Que se suspendam os sublimadores das vontades de transformar e

transformar-se!12. Que sejam silenciadas as cobras criadas da falsa educação!13. Que se pense em termos de consciência de classe e jamais em termos de

voluntarismo inútil! Que suba aos céus e seja disseminada a idéia de que nomagistério não cabe a ignorância.

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CONSIDERAÇÕES PARA UMA FILOSOFIA DO INFERNO NA EDUCAÇÃO.

1. Se o inferno atravessar o mundo daEducação, ele pode aterrorizar o pensamentodos educadores que:a) Vendem suas verdades estabelecidas num

mundo em constante transformação.b) Que negam a possibilidade do novo em função

do cansaço com que carregam velhas ideias.c) Que desejam julgar tudo e a todos com seu

moralismo rasteiro, como se o mundo vivessea eterna batalha entre o bem e o mal.

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SOBRE O INFERNO E DO DIÁBO

1. O inferno e o diabo vão além do dogma cristão.2. Pertencem à toda a humanidade.3. Usados como estratégia de controle e regulação

das pessoas e sociedades.4. Diabo é a tradução grega do satanás hebraico.

4.1 Significa opositor, adversário, inimigo.5. O demônio é gênio, espírito, inteligência.

5.1 Sócrates, segundo Platão tinha seu daimonparticular com quem dialogava.

6. Etimologicamente, o dia-bólico separa, divide,aparta.

7. O diabólico apresenta-se como multiplicidade...

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8. Em todas as épocas o diabo se apresenta ameaçador esedutor. Vida e morte é a gangorra na qual o diabobrinca.

9. O diabo não integra o além-mundo.10. É o vivente deste mundo, imanente a nosso mundo.11. Há mais de cinco mil anos, o diabo é devir caleidoscópico

do coisa feito humano:a) Imagem e aniquilamentob) Risco e sedução.c) Descontínuo e contínuo.d) Mutável e constante.e) Uno e múltiplo.f) Som e silêncio.

12. O diabo despedaça as verdades e queima todos ossonhos e transcendências.

13. Não dá esperanças nem fornece promissórias defelicidade.

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Os diabólicos são perigosos para aA natureza humana, para o sujeito Ativo, consciente, autoreferenciado,Para a sua identidade e normalidade.Questionam como puderam firmar-seNo esclarecimento.O que sobrou das trevas quando as Luzes tentaram iluminar cada porçãoDo mundo e dos seres?

A ESCURIDÃO DA SEGUEIRA QUE RESULTOU DO EXCESSO dE PROXIMIDADE DA LUZ?

Para se tornar um filósofo do inferno na educação é preciso tornar-se cada vez mais sóbrio, mais simples, mais deserto e, por isso, mais povoado de ideias, de possibilidades de vontade de beber na fonte do conhecimento e não apenas reproduzí-lo.

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ASSIM FALAVA ZARATUSTRANIETZSCHE - p. 175 a 179

Passo no meio dessa gente e guardo os olhos abertos: eles não meperdoam que não inveje suas virtudes. Procuram morder-me, porquelhes digo: “Para gente pequena, são necessárias virtudes pequenas” – eporque custo a compreender que gente pequena seja necessária!E quando eu grito: “Maldizei todos os demônios covardes dentro de vós,que gostariam de gemer e juntar as mãos e rezar. Oh! esses mestres daresignação! Em toda a parte onde haja o que quer de mesquinho edoentio e tinhoso, rastejam como piolhos; e somente o nojo que mecausam me impede de esmagá-los.Estais vos tornando cada vez menores, gente pequena! Estais vosesborcinhando, amigos do bem-estar. De vossas pequenas virtudes, devossas muitas pequenas renúncias, de vossas muitas pequenasresignações!Demasiado delicado, demasiado fofo: tal é o solo do vosso mundo! Mas,para tornar-se grande, uma árvores quer lançar duras raízes em tornode duas rochas! Amai, pois não, o vosso próximo como a vós mesmos!Mas sede, antes daqueles que se amam a si mesmos.

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PARA PENSAR E PRATICAR UMA EDUCAÇÃO COM CONCEITOS INFERNAIS.

1. Desenvolver um pensamento crítico (critério) sobre omundo que recebemos dos outros – o mundo de segundamão. Um pouco de ceticismo não faz mal a ninguém...

2. Desenvolver um pensamento que se metamorfoseia emdiferentes níveis de argumentação.

3. Desenvolve um pensamento que funciona como máquina deguerra para combater tudo aquilo que pretende capturar opensamento educacional.

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PARA PENSAR E PRATICAR UMA EDUCAÇÃO COM CONCEITOS INFERNAIS.

1. Necessita-se de uma nova raça de educadores: bastardos,anárquicos, nômades, demoníacos, intempestivo.

2. Necessita-se de educadores que se ocupem de umpensamento educacional intempestivo, inatual, sobre otempo , a favor de um tempo.

3. Necessita-se de educadores que desejem constantementefazer experiência com a potência do pensamento.

4. Necessita-se de educadores que tenham prazer a apartar,criar diferenças, multiplicar heterogeneidades nopensamento da educação.

5. Necessita-se de educadores que cultivem a liberdade depensamento.

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PARA PENSAR E PRATICAR UMA EDUCAÇÃO COM CONCEITOS INFERNAIS

É preciso apresentar a beleza do mundo para as crianças.

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PARA PENSAR E PRATICAR UMA EDUCAÇÃO COM CONCEITOS INFERNAIS

É preciso explodir a cabeça das crianças incentivando a liberdade e a criatividade.

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PARA PENSAR E PRATICAR UMA EDUCAÇÃO COM CONCEITOS INFERNAIS

É preciso criar fome de conhecimento nas crianças.

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PARA PENSAR E PRATICAR UMA EDUCAÇÃO COM CONCEITOS INFERNAIS

Um professor diabólico necessita:

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PARA PENSAR E PRATICAR UMA EDUCAÇÃO COM CONCEITOS INFERNAIS

Um professor diabólico necessita:

1. Estudar e atualizar-se continuamente. Cuidar de si mesmo.2. Gostar de Português, Matemática e Filosofia (Amante da

sabedoria).3. Ler jornais e revistas.4. Assistir bons filmes.5. Ouvir boa música.6. Gostar de shopping centers – Porque as escolas não tem a mesma

arquitetura dos Shoppings.7. Gostar e fazer uso de novas tecnologias.8. Escrever em jornais, em revistas, no facebook sobre educação.9. Dar entrevistas em rádio e televisão.10. Exigir reconhecimento de sua profissão pela sociedade.11. Exigir salário condizente com seu esforço intelectual.12. Adotar a inocência da criança e vivacidade da juventude.13. Comprometer-se com o desenvolvimento humano de sua região

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PARA NÃO TERMINAR COMO UM MÁRTIR DA EDUCAÇÃO

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PARA NÃO TERMINAR COMO UM MÁRTIR DA EDUCAÇÃO.

1. Ser intransigente com tudo o que é feio, ridículo, mal feito.2. Não suportar opiniões toscas. Idiotas, de mau gosto.3. Afastar-se de gente desinformada, que não estuda – altamente

contagioso.4. Livrar-se da desconfiança, da preguiça, do quebra galho em

educação.5. Não contentar-se com os baixos salários.6. Não conformar-se com a ausência de reconhecimento da

profissão.7. Não aceitar tacitamente a “opinião” de outros profissionais

sobre educação.8. Evitar a cristalização de ideias e propostas educacionais.9. Resistir ao juízo moral sobre fatos, acontecimentos, sobre o

mundo.10. Livrar-se da desconfiança, do quanto pior melhor.11. Se isto for demais peça para aposentar-se, ou vá fazer qualquer

outra coisa...

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Bibliografia de apoio.

CORAZZA, Sandra Mara. Para uma filosofia do inferno Na Educação:Nietzsche, Deleuze e outros malditos afins: Belo Horizonte, 2002;