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PARECER DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES PDE - 2008 1. IDENTIFICAÇÃO a) INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE b) PROFESSOR ORIENTADOR IES: Prof. Dra. Maria Lídia Sica Szymanski c) PROFESSOR PDE: Bernardete Garçoa Vieira d) NRE: Cascavel d) ÁREA/DISCIPLINA: Pedagogia e) TÍTULO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: Visualizando a aprendizagem do aluno em sala de apoio 2. CRITÉRIOS DE ANÁLISE O Parecer da Produção Didático-Pedagógica deverá ser emitido pelo Professor Orientador da IES, após o respectivo processo de orientação, atendendo os critérios abaixo relacionados: Relação da Produção com a área/disciplina de atuação do Professor PDE. Articulação da Produção com o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola elaborado pelo Professor PDE. Perspectiva de contribuição da Produção Didático-Pedagógica para superação dos problemas relacionados ao processo ensino-aprendizagem. Viabilidade de utilização da Produção, considerando o contexto da escola onde será aplicada. Compatibilidade de linguagem, forma e conteúdo da Produção com o público a que se destina. Possibilidade de vir a ser incorporada às práticas pedagógicas da escola. 3. PARECER CONCLUSIVO: ( X ) Favorável ( ) Desfavorável 4. JUSTIFICATIVA DO PARECER: A produção didático-pedagógica deste semestre teve como ponto de partida analisar e compreender criticamente as práticas pedagógicas, referentes ä

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PARECER DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES PDE - 2008

1. IDENTIFICAÇÃO a) INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE b) PROFESSOR ORIENTADOR IES: Prof. Dra. Maria Lídia Sica Szymanski c) PROFESSOR PDE: Bernardete Garçoa Vieira d) NRE: Cascavel d) ÁREA/DISCIPLINA: Pedagogia e) TÍTULO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: Visualizando a aprendizagem do aluno em sala de apoio 2. CRITÉRIOS DE ANÁLISE

O Parecer da Produção Didático-Pedagógica deverá ser emitido pelo Professor Orientador da IES,

após o respectivo processo de orientação, atendendo os critérios abaixo relacionados:

���� Relação da Produção com a área/disciplina de atuação do Professor PDE.

���� Articulação da Produção com o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola elaborado

pelo Professor PDE.

���� Perspectiva de contribuição da Produção Didático-Pedagógica para superação dos

problemas relacionados ao processo ensino-aprendizagem.

���� Viabilidade de utilização da Produção, considerando o contexto da escola onde será

aplicada.

���� Compatibilidade de linguagem, forma e conteúdo da Produção com o público a que se

destina.

���� Possibilidade de vir a ser incorporada às práticas pedagógicas da escola.

3. PARECER CONCLUSIVO: ( X ) Favorável ( ) Desfavorável

4. JUSTIFICATIVA DO PARECER: A produção didático-pedagógica deste semestre teve

como ponto de partida analisar e compreender criticamente as práticas pedagógicas, referentes ä

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Sala de Apoio, de uma escola estadual do oeste do Estado do Paraná, a partir da pesquisa

bibliográfica desenvolvida no primeiro semestre. Assim, relaciona-se com a área/disciplina de

atuação da Professora PDE, que é Pedagoga. Neste semestre, a professora PDE desenvolveu a

Pesquisa de Campo envolvendo entrevistas com os alunos e os professores da Sala de Apoio e da

sala regular, nas disciplinas de Português e Matemática, e a observação sistemática de algumas

aulas da Sala de Apoio com registro contínuo cursivo. .Os resultados foram analisados com base na

técnica Discurso do Sujeito Coletivo (Lefevre, 2008).

Ao analisar este suporte à aprendizagem percebe-se que é extremamente necessário

redimensioná-lo para que seus resultados tornem-se mais efetivos e visíveis ä todo conjunto

escolar. Portanto, esta pesquisa refere-se a um problema atual e relevante no cotidiano escolar,

apresenta-se em linguagem e forma compatível com o público a que se destina e poderá ser

utilizado para subsidiar a discussão pedagógica escolar em 2009, contribuindo para a para

superação dos problemas relacionados ao processo ensino-aprendizagem.

Cascavel, 12/12/2008.

___________________________

Assinatura do Professor Orientador

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VISUALIZANDO A APRENDIZAGEM DO ALUNO DA SALA DE APOIO

Bernardete Garçoa Vieira

Maria Lídia Sica Szymanski

RESUMO

Uma parcela significativa dos alunos das escolas públicas do Estado do Paraná, em seu ingresso na 5ª série do Ensino Fundamental apresentam uma defasagem significativa em relação aos conteúdos desta série de ensino, o que têm contribuído para que o aluno apresente dificuldades em acompanhar os conteúdos apresentados. Outra questão agravante é o grande número de alunos por sala impedindo o professor de realizar um trabalho individualizado, atendendo assim às necessidades de aprendizagem do seu alunado. A Sala de Apoio, ofertada pelo Governo do Estado do Paraná, têm trabalhado com estes alunos de forma individualizada, o que sem dúvida é de muita importância, porém, além disso, faz-se necessário entender as causas desta defasagem para buscar novas possibilidades de trabalho com estes alunos.

PALAVRAS – CHAVES

Dificuldade de aprendizagem – defasagem conteúdo-série – conteúdos – apoio

__________________________________________________________________

1-Pedagoga graduada pela UNICENTRO – Guarapuava, com especialização em Orientação Educacional pela UEPG. Aluna do Programa PDE – 2008. [email protected].

2-Psicóloga e Pedagoga. Mestre e Doutora em Psicologia . Professora Associada do Centro de Educação, Comunicação e Artes da Unioeste – Cascavel. [email protected].

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.INTRODUÇÃO

O ato de aprender é uma das características do ser humano. Algumas

aprendizagens fazem parte do seu processo natural de maturação, enquanto que

outras necessitam de um ambiente propício, estímulos e mediação adequados.

Muitos de nossos alunos não encontram em seu ambiente familiar e também

no seu ambiente escolar, na sua fase inicial de escolarização, todos os estímulos

que necessitam para efetivação da aprendizagem. Tais alunos chegam às 5ªs séries

do Ensino Fundamental com uma defasagem conteúdo - série bastante significativa,

o que tem prejudicado a aprendizagem, pois não conseguem acompanhar a sua

turma devido ao abismo que existe entre aquilo que já aprenderam e o que está

previsto no plano de ensino dos professores desta série, a qual pode ser considerada

como divisor de águas entre o primeiro e o segundo ciclo do Ensino Fundamental.

A SEED-PR tem ofertado Salas de Apoio, aos alunos das 5ª séries, nas

disciplinas de Português e Matemática, atendendo à demanda de alunos oriundos da

4ª série que apresentam dificuldades de aprendizagem em relação ao uso da língua

materna e raciocínio lógico-matemático, por serem conteúdos de sustentação para

as demais disciplinas.

O que se percebe é que após a freqüência do aluno nas Salas de Apoio,

apesar de freqüentarem-na até o final do ano letivo, tal fato não tem sido considerado

relevante para a aprendizagem. Muitos desses alunos não conseguem um patamar

de aquisição de conhecimentos suficiente para sua aprovação para a série seguinte,

o que tem gerado uma visão talvez distorcida em relação aos reais resultados da

caminhada do aluno na Sala de apoio.

Esta pesquisa objetiva, junto à comunidade escolar do Colégio Estadual

Amâncio Moro, formas de tornar visível o progresso do aluno no sentido de verificar a

validade da Sala de Apoio como algo realmente necessário como suporte aos alunos

que necessitam de um atendimento mais específico em suas áreas de dificuldade.

O ser humano aprende durante sua vida toda, em vários tipos de situações e

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possibilidades, sendo o aprendizado algo constante ao longo de sua existência,

ainda que apareçam as dificuldades em relação a aprendizagem, algumas maiores,

outras menores. O que se tem questionado é: o que fazer quando estas dificuldades

vêm a tonas na escola? Como podemos lidar com estas situações? Como tornar

visível a aprendizagem do aluno para a instância escolar?

Estas são questões muito presentes no cotidiano da escola e, de uma forma

mais acentuada em relação ao aluno da Sala de Apoio, que é encaminhado para

esta modalidade de ensino como uma forma de sanar as dificuldades encontradas

em relação aos conteúdos da sala regular. Uma parcela destes alunos, mesmo após

freqüentar a Sala de Apoio durante todo o ano letivo, ou parte dele, chegando o

momento final, onde se verifica sua aprovação ou retenção acaba por permanecer na

mesma série. Esta retenção dá a impressão errônea de que todo trabalho com este

suporte à aprendizagem foi inútil, já que o aluno, segundo o conceito da escola e

mesmo dos órgãos governamentais, não conseguiu atingir o objetivo esperado. Na

verdade, não se atenta à sua caminhada até este momento e ao seu ganho real em

relação a sua defasagem inicial.

Objetivou–se com esta pesquisa compreender como acorre o processo

ensino- aprendizagem em relação aos alunos que chegaram à Sala de Apoio, na 5ª

série do Ensino Fundamental, com uma defasagem significativa em relação ao

conteúdo, bem como com outros problemas de aprendizagem que fogem ao âmbito

da educação especial, tornando este ganho visível ao professor da sala regular, à

escola e à SEED, validando este suporte à aprendizagem, e, mais ainda, buscando

formas de melhorá–lo e ampliá–lo para que um maior número de alunos sejam

beneficiados através deste apoio, pois “o diagnóstico é inútil se não der lugar a uma

ação apropriada” (PERRENOUD ,1999, p.15).

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A ESCOLA

A escola tem como papel e tarefa fundamental promover a aprendizagem e o

desenvolvimento do ser humano, nas dimensões: social, cognitiva, emocional e

motora. Mas, também é co-responsável pelo desenvolvimento individual de seus

membros, tendo como meta prioritária a inserção dos alunos como cidadãos

autônomos e conscientes em uma sociedade plural e democrática.

Tal missão dificulta-se quando não há clareza dos objetivos do ensino, as

práticas pedagógicas utilizadas, baseiam-se em crenças pessoais, pois nesses

casos a escola acaba por somente perpetuar o social, uma vez que ela é parte

integrante da sociedade, e nela vicejam as contradições e os antagonismos de

classe.

De acordo com Szymanski e Pereira Junior (2007, p 28 ),

a sociedade atual delega ao indivíduo a responsabilidade de fazer-se cidadão, de acordo com o seu grau de formação escolar, a função que desempenha no trabalho, sua profissão, e com os bens materiais que adquire. O indivíduo é considerado como responsável pelo que a cultura dessa sociedade considera como fracasso ou sucesso, desconsiderando-se a história da humanidade, a história de vida de cada um e o contexto sócio- econômico. Assim, o homem é segregado de sua história, alienado, fragilizado e dominado.

A Escola precisa, com urgência, tomar para si a responsabilidade de

trabalhar a superação das deficiências circunstanciais das crianças que chegam até

ela, cada qual com sua própria história e suas mazelas. A escola ao entender e

respeitar essas diversidades, observando que cada indivíduo apresenta um conjunto

de estratégias cognitivas que mobilizam o processo de aprendizagem, caminha no

processo de sobrepujar o quadro de problemas de aprendizagem e defasagem

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conteúdo-série.

Segundo Aquino (1998, p.44),

o trabalho escolar passa necessariamente, pela busca de uma ação não homogenizadora da escola, abandonando o atual modelo, no qual se esperam alunos homogêneos, tratando como iguais os diferentes, incorporando uma concepção que considere a diversidade, tanto no âmbito do trabalho com os conteúdos escolares, quanto no das relações cotidianas entre os membros da escola.

Cada um aprende a seu modo, estilo e ritmo, e a escola precisa estar atenta

ao aluno para que não se corra o risco de colocar a ênfase do trabalho escolar nos

conteúdos ao invés das aprendizagens especificas.

Freire (1996, p.103) afirma que “tão importante quanto ensinar os conteúdos

aos alunos é o meu testemunho ético ao ensiná-lo. É o respeito jamais negado ao

educando, ao seu próprio saber e sua superação”.

A postura pedagógica do professor, precisa estar permeada dessa eticidade,

que respeita o aluno em suas necessidades e também o compromisso em relação à

sua profissão.

Os educadores precisam dirigir um novo olhar para a escola, conscientes da

necessidade de buscar um ambiente cooperativo e democrático que proporcione ao

aluno o estímulo e a motivação necessários para a efetivação da aprendizagem,

compreendendo as diferenças individuais e possibilidades de cada um.

Freire (1996, p.69) esclarece que, ”como professor preciso me mover com

clareza na minha prática. Preciso conhecer as diferentes dimensões que

caracterizam a essência da prática, o que me pode tornar mais seguro o meu próprio

desempenho”. A partir deste mover, consciente da importância do trabalho educativo,

o professor passa, junto com o aluno, a buscar novas alternativas que possibilitem

minimizar questões relacionados ao déficit cognitivo discente, pois quando a escola,

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ou mesmo o professor não têm uma direção definida,não têm clareza de sua

intencionalidade pedagógica,dos fundamentos de sua prática, caminha para todos os

lados sem saber para onde vai e, portanto não chega à lugar algum.

Como afirma Nagel (1986, p 11)

Ministra-se o português sem conhecimento de literatura, ensina-se literatura sem o conhecimento de história, leciona-se história sem informações sobre economia, etc. Ministra-se didática sem conhecimento dos métodos que se alteraram com as transformações sociais. Leciona-se psicologia apologizando o indivíduo e as diferenças individuais, quando a desigualdade não é desejada. Afirma-se que a educação física é uma atividade socializante e valoriza-se o atletismo.

A escola deixa de cumprir a sua função e não atinge os objetivos esperados

porque não se posiciona pedagogicamente perante os problemas que lhes são

apresentados; é necessário perguntar cotidianamente à serviço de quem a minha

ação está posta? Minha prática pedagógica tem revelado o desejo de que meu aluno

realmente avance em seu processo de aprendizagem?

Buscando compreender a função da escola na sociedade atual, Aquino (1998

p.50 ) esclarece que:

Na sociedade urbana e industrializada a escola tem um função social, na medida em que compartilha com as famílias a educação das crianças, uma função política, no que diz respeito à contribuição para formação de cidadãos, e uma função pedagógica, pois é o local privilegiado para a transmissão-construção de um conjunto de conhecimentos e formas de operar intelectualmente, segundo padrões deste contexto social e cultural.

A educação atual passa por um momento muito importante, que requer um

novo posicionamento frente a velhos desafios, principalmente em relação à questão,

já amplamente estudada, referente ao baixo desempenho dos alunos, pois a escola

em sua trajetória passou de elitista e eficiente, segundo a fala de muitos professores,

para uma escola menos seletiva – “educação para todos” – que porém, ainda não

conseguiu encontrar seu caminho para cumprir realmente sua função de

socializadora do conhecimento construído pela humanidade no decorrer de toda sua

história.

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Bicudo (1999 p.153),afirma que

Nos últimos anos, reformulações curriculares e novas propostas pedagógicas se fazem presentes nos meios escolares, e os responsáveis pelo ensino, têm se mostrado sensíveis a elas. Porém sua aplicação encontra várias dificuldades, além das habituais resistências as mudanças.

Toda mudança por si só gera desconforto e insegurança, e quanto mais

instrumentalizados estiverem os professores, mais fácil será responder às

diversidades educativas apresentadas pelos alunos. Ensinar é a principal função da

escola, porém, as variações no modo como isto ocorre, determinam de forma

peculiar as diferenças nos resultados obtidos, as quais vão se refletir na vida de cada

aluno particular.

A escola tem, pois o papel de socializar os conhecimentos e as relações,

promovendo um espaço educativo propício aos riscos de acertar e errar, de levantar

hipóteses, enfim, um espaço de aprendizagem.

A APRENDIZAGEM

O ato de aprender é uma das características do ser humano. Algumas

aprendizagens fazem parte do seu processo maturacional, necessitando de ambiente

propício, estímulos e mediação adequados. O processo de aprendizagem pode ser

definido de forma sintética como o modo como os seres adquirem novos

conhecimentos, desenvolvem competências e mudam o comportamento. Lembrando

que qualquer definição de aprendizagem está invariavelmente impregnada de

pressupostos político–ideológicos relacionados com a visão de homem, sociedade e

saber.

O aprender no âmbito escolar faz parte deste processo de desenvolvimento da

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criança, bem como uma gama de outros fatores pessoais e ambientais que

interferem decisivamente no processo de aprender.

Szymanski e Pereira Junior (2006 p.33)

A aprendizagem é uma constatação individual e interna, que se realiza num processo histórico, pessoal e social, dentro de um corpo investido de significação simbólica. As primeiras experiências, as primeiras relações e as primeiras percepções do mundo serão significativas na construção do sistema cognitivo e afetivo das pessoas.

Partindo da realidade plenamente constatada que todos os alunos são

diferentes, tanto em suas capacidades quanto em suas motivações, interesses,

ritmos evolutivos, estilos de aprendizagem e situações ambientais e que estes ritmos

vão determinar sua caminhada de aprendizagem, os quais devem ser respeitados,

sob pena de rompermos com a decência. Citando Freire (1996 p.59), “o respeito à

autonomia e a dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que

podemos ou não conceder uns aos outros”, ao contrário, toda prática pedagógica

precisa estar imersa em respeito às diversidades, criando vínculos afetivos e de

aprendizagem com o aluno, para que tanto na família como na escola lhe seja

proporcionado um ambiente propício à aprendizagem para que a criança sinta-se

segura, e acredite em suas potencialidades.

Funayama (2005 p.87)

Entre os diversos mecanismos pelos quais o envolvimento dos pais com a escola favorece o desempenho, destaca-se um de grande importância: é que, através de seu envolvimento, os pais comunicam à criança o quanto se importam com ela e o quanto valorizam seu aprendizado escolar.

As crianças privadas deste sentimento de pertença apresentam dificuldades

em seus relacionamentos, o que pode apresentar-se também como um fator

agravante em relação à efetivação da aprendizagem.Pois, sem dúvida, como coloca

Szymanski e Pereira Junior (2006 p.40),

O fato dos pais demonstrarem empatia e simpatia em relação

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às tentativas de seus filhos em busca da individualidade é de extrema importância para a criança; é como uma aprovação que ela recebe, um suporte emocional, que lhe dará capacidade de se “emancipar” e tratar a vida com autenticidade. Os filhos precisam ter a certeza do desejo dos seus pais em ajudá-los a desenvolver a própria identidade, valorizando cada passo positivo que a criança dá em direção à construção do seu eu.

Todo ser humano precisa de estímulos positivos, para produzir mais e melhor

em todos os setores de sua vida, principalmente no que se refere à aprendizagem

das crianças, observando que os primeiros anos de sua escolarização são

fundamentais, e necessitam de um acompanhamento especial , tanto por parte da

família quanto da escola.

É impossível pensar em aprendizagem negando as diferenças individuais

entre pessoas de determinada cultura, Aquino (1998 p.49), nos fala que

A constatação da singularidade humana, observável inclusive no senso comum, levanta o problema da origem dessas diferenças. Essa questão foi ao longo do tempo, segundo a autora, objeto de pesquisa de diferentes áreas do conhecimento, ocupando ainda um papel de destaque em pesquisas atuais.

Porém para a educação o problema se coloca de uma maneira questionadora:

O que fazer com as diferenças encontradas? A concepção adotada pelo professor

acerca da origem das características individuais, interfere na sua atuação prática, ou

ao menos influencia sua compreensão das relações ensino-aprendizagem. As

posições que os professores defendem expressam sua visão de mundo e de homem,

revelando de forma mais particular, determinadas concepções sobre os processos de

desenvolvimento e aprendizagem do ser humano e o papel da educação neste

contexto.

Aquino (1998 p.50) chama a atenção para o fato de que

O conhecimento de como o professor pensa a respeito do assunto é particularmente importante na medida em que a proposição de conteúdos, metodologias e objetivos que se quer alcançar, as formas de avaliação empregadas em determinada agência educativa, os tipos de interações estabelecidas com as crianças, ou até mesmo as explicações acerca do

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desempenho dos alunos, dependem intimamente da concepção de desenvolvimento humano adotado.

A aprendizagem é, pois, um ato complexo que está vinculado a uma série de

fatores que estão além do âmbito escolar, citando Drouret (2006 p.9),existem pelo

menos sete fatores fundamentais para que a aprendizagem seja considerada: saúde

física e mental, motivação, prévio domínio, maturação, inteligência, concentração e

atenção e memória.

Além desses fatores a aprendizagem do aluno depende também do fator

emocional, que envolve o ajuste entre ele e os seus professores; se o ajuste for

apropriado o aluno aprenderá e apresentará progressos, independente do seu nível

de aprendizado inicial, pois a aprendizagem está invariavelmente ligada ao afetivo da

criança, lembrando também que as novas aprendizagens do individuo dependem de

experiências anteriores, assim as primeiras servem de pré- requisitos para as

subseqüentes, e que a aprendizagem se dá de forma gradual, vamos aprendendo

pouco a pouco, num processo constante e contínuo, cada qual no seu ritmo próprio

(biológico) que aliado ao seu próprio esquema de ação irá constituir sua

individualidade. Diversificar as situações de aprendizagem, adaptando-as as

especificidades dos alunos, tentando responder ao problema didático da

heterogeneidade das aprendizagens é um caminho a ser percorrido.

Segundo Drouret (2006 p.8)

As diferenças individuais levam alguns indivíduos a serem mais lentos na aprendizagem enquanto outros são mais rápidos. A aprendizagem é um processo pessoal e individual, tem fundo genético e depende de vários fatores: dos esquemas de ação natos do individuo; do estágio de maturação de seu sistema nervoso. de seu tipo psicológico constitucional (introvertido ou extrovertido) de seu grau de envolvimento, esforço e interesse.

A criação de novos contextos de aprendizagem que se adaptem as

individualidades dos alunos, partindo do que cada um já tem adquirido e de suas

potencialidades contribuirão para reduzir os prejuízos na aquisição de

conhecimentos, pois cada um desses fatores somados aos já citados – afetivos,

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relação professor-aluno, etc, contribuem de forma decisiva em relação ao êxito ou

fracasso escolar do aluno, sendo que, as dificuldades de aprendizagem na escola

podem ser consideradas uma das causas que levam o ao fracasso escolar. Não

podemos desconsiderar o fato de que o fracasso do aluno também pode ser

entendido como o fracasso da escola por não saber lidar com as diversidades de

seus alunos, com suas dificuldades e limitações, projetando o aluno ideal que

raramente corresponde com àqueles encontrados nas nossas escolas.

Weiss (1999 p.46), chama a atenção para o fato de que o maior percentual de

fracasso na produção escolar, de crianças, encontra-se no âmbito do problema de

aprendizagem reativo, produzido e incrementado pelo próprio ambiente escolar.

Não se pode atribuir somente ao próprio aluno o seu fracasso, considerando

que haja algum comprometimento em seu desenvolvimento psicomotor, cognitivo,

lingüístico ou emocional (conversa muito, é lento, não faz a lição de casa, não tem

assimilação, entre outros), ou desestruturação familiar, sem considerar as condições

de aprendizagem oferecidas pela escola a este aluno e os outros fatores

intra-escolares que favorecem a não-aprendizagem sob risco de buscarmos de forma

simplista um único culpado pelo fracasso escolar das crianças, jogando toda culpa

na família ou na escola e colocando assim a escola como redentora de todos os

problemas sociais.

Segundo Szymanski e Pereira Junior (2006 p.92),

O fracasso escolar pode ser relacionado a causas externas e internas à estrutura familiar e individual da criança. As causas externas estão estreitamente ligadas a uma ação educativa inadequada, que favoreceriam os problemas de aprendizagem como sintomas de inibição, que restringem as possibilidades cognitivas, caracterizando um aprisionamento das inteligências e a perda do desejo e aprender.

Com a ausência do desejo de aprender o aluno acaba por isolar-se de sua

turma, tornando-se retraído em relação à aprendizagem e socialização, ou faz o

caminho inverso, tornando-se indisciplinado e até mesmo agressivo, com forma de

proteção para não ser rotulado por professores e colegas.

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Outra questão a ser observado em relação prática pedagógica do professor é

que, torna–se impossível em sua sala de aula, geralmente lotada, dar mais atenção

para alunos que necessitam desse atendimento individualizado, em decorrência de

necessidades especificas de aprendizagem, sob o risco de, ou parar toda turma,

esperando àqueles que tem dificuldade de acompanhar em um ritmo normal ou,

andar normalmente, deixando de lado os que necessitam ser atendidos em um

tempo maior. Pois como afirma Perrenoud (2001)

Pode-se colocar dúvidas que o professor se dirija constantemente a todos os alunos, que cada um deles receba a mesma orientação, as mesmas tarefas, os mesmos recursos. Se considerarmos o currículo real como uma série de experiências chegaremos, grosso modo, a uma conclusão evidente; o currículo real é personalizado, dois indivíduos nunca seguem exatamente o mesmo processo educativo, mesmo se permanecerem de mãos dadas durante anos.

Cada manifestação do aluno é um indício de continuidade, por onde o

professor deve prosseguir. Segundo Hoffmann (2001 p.91), “é comum os professores

culparem as séries anteriores pelas dificuldades observadas nos alunos, sem que

isto deixe de ser um dos agravantes, mas o passado deve ser considerado para

analisar o presente na busca de novos direcionamentos para preencher lacunas

apresentadas pelos alunos.” Não podemos permanecer culpando outros pelo

fracasso escolar das crianças, sem assumirmos a nossa própria parcela de culpa,

se no decorrer de nossa jornada pedagógica nos eximirmos de práticas que auxiliem

o aluno no seu enfrentamento em relação as suas dificuldades. É através dos

conflitos que vamos evoluindo em nossa aprendizagem, sendo que a aprendizagem

se dá nesta interação em relação às necessidades que vão se modificando e se

configurando em novos conflitos que geram novas necessidades. Estes conflitos que

buscam direcionamentos estão presentes na sala de aula cotidianamente, portanto à

aplicação da teoria em sala de aula deve ter valor e sentido prático para os alunos,

os professores devem analisar sua ação pedagógica e refletir coletivamente sobre

ela, questionando seu sentido para a vida do aluno, tarefa muito difícil de ser

executada, pois torna-se necessário um olhar minucioso e crítico sobre o seu próprio

desempenho.

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Para alguns professores, segundo Dayreel (1996 p.155),

O trabalho pedagógico em sala de aula é reduzida a uma ação simples e linear entre eles e seus alunos, regida por princípios igualmente simples. Os alunos são vistos de forma homogênea, com os mesmos interesses e necessidades, os conteúdos são aprendidos para alcançar notas e ser aprovado ao final do ano, cabendo assim ao professor ensinar e transmitir esses conteúdos, cumprindo o seu papel, sem perceber ou levar em consideração a trama de relações existentes na sala de aula. O seu olhar percebe os alunos como seres de cognição e mesmo assim, de forma equivocada, observando somente sua maior ou menor capacidade de aprender conteúdos e comportamentos, deixando, com esse olhar estreito sobre os processos educativos, de perceber a dimensão dos conjuntos das relações que se estabelecem na sala de aula, deixando de potencializar a aprendizagem.

O aprendizado só se torna válido se o aluno torna-se capaz de aplicá-lo em

contextos diferentes daqueles em que foram adquiridos na escola. Isto exige mais do

que decorar ou solucionar de forma mecânica exercícios, exige domínio de

conceitos, flexibilidade de raciocínio e capacidade de analise e abstração.

AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM

Além desses fatores a aprendizagem do aluno depende também do

fator emocional, que envolve o ajuste entre ele e os seus professores. Se o ajuste for

apropriado o aluno aprenderá e apresentará progressos ,independentemente de sue

nível de aprendizado inicial, pois a aprendizagem está invariavelmente ligada ao

afetivo da criança (PIAGET,1972; VYGOTSKI e WALLON). Ainda as novas

aprendizagens do indivíduo dependem de experiências anteriores, assim as

primeiras servem como pré-requisitos para as subseqüentes. Aprende-se pouco a

pouco, de forma gradual, em um processo constante e contínuo, cada qual no seu

ritmo próprio (biológico) que aliado ao seu próprio esquema de ação irá constituir

sua individualidade.

Diversificar as situações de aprendizagem, adaptando-as às especificidades dos

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alunos, respondendo ao problema didático da heterogeneidade no processo de

aprendizagem é um caminho a ser percorrido.

Tem-se tornado comum justificar o fracasso escolar pela pobreza

cultural do aluno e de sua família, esquecendo de que a cultura é uma das práticas

que confere sentido a ação, pois cada um tem a sua própria vivência histórica, e que

tal vivência influencia de forma positiva ou negativa na aprendizagem do aluno,

sendo que a afetividade e a inteligência constituem um par inseparável que evolui a

partir das experiências vividas.

Os distúrbios provenientes de uma educação familiar mal orientada

podem resultar em problemas de aprendizagem, pois há uma estreita ligação entre

lar e escola e a criança não tem maturidade suficiente para administrar conflitos que

são gerados por emoções. A influência familiar sempre foi elemento preponderante

na formação do caráter do indivíduo, por proporcionar através da segurança do

ambiente físico e social, condições necessárias para o desenvolvimento da

subjetividade da criança.

Pois, sem dúvida, como coloca Szymanski e Pereira Junior (2006,

p.40),

O fato dos pais demonstrarem empatia e simpatia em relação às tentativas de seus filhos em busca da individualidade é de extrema importância para as crianças; é como uma aprovação que ela recebe, um suporte emocional, que lhe dará capacidade de se “emancipar” e tratar a vida com autenticidade. Os filhos precisam ter a certeza do desejo dos seus pais em ajudá-los a desenvolver a própria identidade, valorizando cada passo positivo que a criança dá em direção à construção do seu eu.

Entretanto cabe à escola, buscar formas de superação deste

estado de não aprendizagem, estabelecendo vínculos afetivos com a aprendizagem,

entendendo que o ambiente escolar deve ser favorecedor na construção de

respostas e instrumentos que atendam as necessidades dos alunos e suas

peculiaridades. Também as dificuldades de relacionamento entre discente e docente

acarretam sérios problemas de aprendizagem, já que o aluno, em todos os níveis de

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ensino faz ligação entre o conteúdo e o professor, pois todo processo de educação

pressupõe a presença de dois seres concretos que interagem em uma situação

única. Segundo Freire (1996 ,p.141)

Não é certo, sobretudo do ponto de vista democrático que serei tão melhor professor quanto mais severo, mais frio, mais distante e cinzento me ponha nas minhas relações com os alunos, no trato dos objetos cognoscíveis que devo ensinar.

Sem dúvida pode-se afirmar que o ser humano é essencialmente

emocional, relacionando-se com o mundo através dos sentidos, os quais geram as

emoções que norteiam a sua vida, permitindo ao indivíduo crescer de forma

equilibrada ou não, dependendo da realidade onde está inserido. Ao chegar à

escola este aluno, ao deparar-se com um ambiente frio e discriminatório, onde ele é

classificado em bom ou mau, ordeiro ou indisciplinado, passando esta classificação

do campo da aprendizagem para o campo moral, o aluno acaba por erguer sobre si

uma barreira, que, somada às outras já existentes, dificultam ainda mais o acesso a

aprendizagem.

Szymanski e Pereira Junior (2006, p.34), colocam de forma

clara:

O desejo de alcançar o conhecimeto implica um investimento do outro como ensinante. O desejo de aprender instala-se conforme o investimento do outro e, conforme a natureza desse investimento serão as possibilidades de construir as modalidades de aprendizagem.

Ser professor é muito mais do que ser àquele que ministra aulas. É

necessário um envolvimento maior, reconhecendo cada aluno como alguém singular,

contemplando-o em sua individualidade, entendendo a emoção como parte do ato de

aprender e pensando nas possibilidades diante das dificuldades. A criança ao

ingressar neste mundo chamado “Escola” estabelece outras relações, passando a

viver sob outros contratos, submetendo-se a outras regras, e, tudo isso, a partir do

que já construiu em sua própria vida. Paulo Freire (1996,p.103)

Assim como não posso ser professor sem me achar capacitado para ensinar certo e bem os conteúdos de minha disciplina, não posso, por outro lado, reduzir minha prática docente ao puro

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ensino daqueles conteúdos. Esse é um momento apenas de minha atividade pedagógica. Tão importante quanto ele, ensino dos conteúdos, é o meu testemunho ético ao ensiná-los. É a decência com que o faça. É a preparação científica revelada sem arrogância, pelo contrário, com humildade. É o respeito jamais negado ao educando, a seu saber de “experiência feito” que busco superar com ele. Tão importante quanto o ensino dos conteúdos é a minha coerência na classe. A coerência entre o que digo o que escrevo e o que faço.

Neste contexto tão múltiplo que é o espaço escolar, se faz

necessário uma postura a favor de uma prática pedagógica que privilegie o aluno

em sua necessidade e direito inegável de aprender. Alguns professores ficam tão

centrados na questão da indisciplina de seus alunos que ficam limitados no sentido

de ampliar os horizontes de sua docência, seja no âmbito pedagógico, seja na

própria relação afetiva com o aluno e seus saberes.

PESQUISA DE CAMPO

Metodologia

Em um primeiro momento, entrevistaram-se as professoras da Sala de Apoio,

utilizando-se o Roteiro (anexo 1), e os professores de Português e Matemática, da

sala regular. Os dados coletados foram analisados utilizando-se a técnica do

Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) LEFÈVRE e LEFÈVRE (2008). Essa técnica é

uma proposta explícita de reconstituição de um ser ou entidade empírica coletiva,

opinante na forma de um sujeito de discurso emitido na primeira pessoa do singular.

Ainda foram observadas cerca de cinco horas-aulas em dias alternados,

na Sala de Apoio, para analisar o trabalho docente e a interação professor-aluno e

aluno-aluno. Também foram coletados os trabalhos cotidianos e os cadernos

escolares dos alunos, buscando documentar possíveis progressos.

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Finalmente, a partir de um Roteiro (Anexo 2), desenvolveram-se

entrevistas semi-dirigidas com os alunos selecionados para freqüentarem a Sala de

Apoio na escola investigada. Os dados coletados foram também analisados

utilizando-se a técnica do Discurso do sujeito Coletivo

Os profissionais envolvidos com a Sala de Apoio são professores

licenciados nas disciplinas de Português e Matemática e a Equipe Técnico

Pedagógica da escola, que faz a ponte entre os professores da sala regular e os da

Sala de Apoio verificando o progresso do aluno e a sua assiduidade.

Resultados

a) Entrevistas com os docentes

As entrevistas com os docentes revelaram que para o planejamento

destas aulas, os professores de Português e Matemática, designados para atender

esta sala, contam com material ofertado pela SEED-Paraná, utilizando-os juntamente

com outros materiais de sua elaboração, adaptando-os às necessidades de cada

aluno em particular, bem como as do grupo. Tais dificuldades são detectadas pelos

professores da sala regular de ensino, nas disciplinas de Português e Matemática, já

nos primeiros dias do ano letivo, verificação esta, geralmente feita através de

observação do desempenho do aluno frente às atividades cotidianas, bem como

utilizando de avaliações destinadas à este fim.

Após a verificação da defasagem do aluno, ele é

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encaminhado, através de uma ficha própria da Sala de Apoio, chamando então os

pais ou responsáveis para que tomem conhecimento da necessidade educacional de

seu filho e de que este suporte à aprendizagem funciona no período contrário ao de

suas aulas normais, o que demanda dois dias em que o aluno passará na escola nos

dois períodos. Os professores relatam que muitos pais não comparecem quando

solicitados, nem para que se faça o devido encaminhamento.

As turmas funcionam com 15 alunos em cada disciplina, com

aulas agrupadas cada matéria em um mesmo dia, facilitando assim a freqüência em

relação ao seu deslocamento e a continuidade do trabalho dos professores junto ao

aluno.

As entrevistas com os professores da Sala Regular,

revelaram que, muitos dos alunos que são encaminhados comparecem poucas

vezes ou nem sequer chegam a freqüentar o Apoio, o que dificulta o trabalho na sala

regular, visto que é impossível atender a cada aluno individualmente em suas

necessidades de aprendizagem e que a defasagem que estes alunos encaminhados

apresentam é muito acentuada, o que dificulta ainda mais a apropriação dos

conteúdos desta série de ensino. Também a falta de interesse dos pais é outro fator

de agravo, pois muitos não percebem as dificuldades de seus filhos em relação a

aprendizagem, pois eles tem pouca escolaridade.

b) Observação das aulas na Sala de Apoio

Observou-se no trabalho com o s alunos na Sala de Apoio o uso de

metodologias diferentes das comumente utilizadas na sala regular, privilegiando o

uso do lúdico, com materiais concretos, objetivando o desenvolvimento do raciocínio

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lógico-matemático e o uso da língua materna em suas múltiplas funções e

possibilidades.

Os professores afirmam esperar com este trabalho que o aluno possa ser

beneficiado em todo o seu desenvolvimento cognitivo, em relação aos conteúdos de

Português e Matemática, que se forma indireta abrangem todas as outras disciplinas

da série e, também em seu desenvolvimento social, e afetivo, com um trabalho mais

individualizado, onde é possível o resgate da auto estima do aluno, já prejudicada

pela dificuldade de aprendizagem e a falta de estímulos positivos.

A intenção desta pesquisa era fazer uma analise na intenção de buscar

formas de validar o ganho do aluno ao freqüentar a Sala de Apoio, na superação de

algumas de suas dificuldades, para a escola e à SEED, no sentido de efetivar este

suporte à aprendizagem como algo extremamente necessário no atual modelo

escolar, com suas inúmeras deficiências. Esta caminhada do aluno não é computada

como algo positivo, visto que muitos desses alunos, mesmo após freqüentarem a

Sala de Apoio durante todo o ano letivo, ou parte dele, não conseguem a superação

do abismo que há entre o que ele sabe e o que deveria saber para acompanhar esta

série de ensino.

Na verdade, o não aprendizado envolve uma série de fatores, é

necessário uma busca incessante no esforço conjunto entre escola, aluno e família

no objetivo de levá-lo à superação das dificuldades de aprendizagem, para minimizar

a defasagem conteúdo-série apresentada, valorando o seu aprendizado na Sala de

Apoio e tornando-o visível em sua sala regular de ensino.

Na observação feita na Sala de Apoio, na aula de matemática,

constatou-se que os alunos presentes mostravam-se bastante interessados e

participativos em relação as atividades propostas pela professora, realizando-as com

disposição, sem competição entre os alunos. Ao contrário, os alunos trabalhavam

juntos, com as carteiras unidas. Após resolverem os problemas utilizando-se de

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material concreto alguns iam ao quadro para resolver juntamente com os demais

companheiros, sob a orientação da professora. Notou-se que eles se ajudam,

concretizando aquela aprendizagem proximal referida por Vygotski em sua pesquisa.

Na aula de português o número de alunos atendidos era um pouco menor,

e os alunos ficavam mais quietos em suas carteiras fazendo as atividades propostas

pela professora, sem que houvesse mobilidade entre eles ou mesmo troca de

informações em relação as atividades concluídas, cada qual fazia sua tarefa e

aguardava em seu lugar para que a professora verificasse e lhes desse outros

exercícios. A relação afetiva com a professora de português é distante, os alunos

não sentem-se confortáveis no sentido da mobilidade em seu espaço de sala de

aula.

Entrevistas com os alunos

Na entrevista com os alunos, relataram que gostam de freqüentar a

Sala de Apoio, o problema é que as vezes esquecem e não têm ninguém para

lembrá-los em casa pois os pais ou esquecem também ou não estão em casa.

Também relataram que quando está muito frio, no inverno, ou com chuva, eles não

querem sair de casa, então acabam por perder muita aula. Os alunos que

freqüentam com mais assiduidade relataram que conseguem acompanhar melhor as

atividades da sala regular, melhorando em suas notas. Falaram que gostam mais

das aulas de matemática porque trabalham com jogos e a professora participa com

eles das atividades, assim eles acabam aprendendo o que é ensinado por ela;

aprendem brincando, o que se torna muito divertido. Em sua grande maioria os

alunos que são encaminhados à Sala de Apoio são oriundos de escolas da periferia

da cidade, onde estão situados os bairros com população de baixa renda e com

menor índice de escolarização dos pais. Também relataram que sempre tiveram

dificuldade em entender o que a professora explicava, não faziam suas tarefas de

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casa e alguns acabaram por repetir a série.

Espaço físico e horários

O espaço físico é adequado, condizente com o número de alunos que

necessitam de atendimento, com materiais variados, observando que a escola se

dispõe a adquirir tudo o que é necessário para facilitar a aprendizagem do aluno.

O número de horas-aulas é insuficiente para atender a demanda de alunos da

escola. A SEED oferta somente uma Sala de Apoiocom o atendimento concomitante

de 15 alunos, sendo que a escola possui cinco 5 séries , perfazendo um total de 125

alunos. Os que necessitam de atendimento supera o total de15, estão é feita uma seleção entre os

que necessitam deste atendimento, encaminhando os que possuem, um défict bem acentuado,

selecionando entre àqueles que não possuem problemas disciplinares.

Acompanhamento

O acompanhamento do progresso do aluno se dá de forma informal, pelos

professores da sala regular, nas disciplinas de português e matemática,sem que haja

um acompanhamento efetivo por parte da equipe pedagógica, que se vê muito

envolvida com o cotidiano da escola e seus inúmeros problemas, geralmente

apagando incêndios que surgem no decorrer do dia escolar. Não é feita uma mesma

avaliação de início e fanal de ano letivo para se constatar o avanço do aluno em

relação a sua condição inicial. Geralmente estas questões são tratadas, sem muita

rigidez, nos conselhos de classe onde os professores e equipe pedagógica tem a

oportunidade de conversar sobre o desempenho dos alunos em sua sala regular

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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

A escola tem um pensamento tendencioso ao pensar as dificuldades de

aprendizagem, como sendo culpa de um só segmento, como a família, pela sua

destrutura, ou, ao próprio aluno por ser indisciplinado, ou por estar desinteressado do

processo de aprendizagem, deixando com isso de buscar as possibilidades de

superação dessas questões, ou ao buscá -las o faz sem a devida clareza em relação

à importância de sua atividade pedagógica como facilitadora da aprendizagem, no

sentido de reverter o quadro de fracasso escolar tão presente no nosso sistema

educacional.

Para Valverde Fernandes (2008 p.1), “o modo como concebemos o fracasso

escolar esta de forma muito intima ligada a concepção de vida e de vida escolar de

quem se propõe ensina-lo e entendê-lo. A escola, como uma instituição social,

baseia-se em algumas idéias do mundo ocidental como individualismo, direitos

humanos, igualdade, liberdade, democracia, livre mercado, alem da competitividade

do capitalismo. Estas idéias, que nascem na sociedade, são universalizadas através

da escola, portanto, de uma forma ou outra o fracasso escolar diz respeito às

relações sociais”, por reproduzirmos o que está posto socialmente.

Portanto, se no âmbito escolar ocorrem estes enfrentamentos, não podemos

pensar a educação de forma simplista e ingênua, observando somente problemas

imediatos do seu cotidiano, precisamos sim de outro olhar sobre a escolar, um olhar

crítico que nos leve a nossos direcionamentos, frente a velhos problemas que tem

sido postos de lado como insolúveis e a partir disso, buscarmos novos

posicionamentos na busca de uma direção concreta na possível solução de alguns

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de seus problemas. Para tanto, é necessário resgatar no coração dos nossos

educadores o “sonho”, essencial para realizarmos um trabalho de qualidade, pois o

ato de sonhar a educação, sonhar a escola precisa fazer parte da nossa prática

educativa, de forma amorosa, semeando estes sonhos na vida dos nossos alunos.

Nesse ato de sonhar vamos redimensionar nosso trabalho educativo, buscando nele

um caminho de satisfação pessoal, de um trabalho feito de forma prazerosa.

Freire (1996 p.53) ,nos fala que ao reconhecer que a história e tempo de

possibilidades e não de determinismo, que o futuro é problemático não inexorável,

abrimos a possibilidade da esperança, do otimismo em relação ao nosso aluno, a

escola na qual trabalhamos àquilo que nos propomos a ensinar, refutando de forma

veemente a ideologia fatalista e imobilizante, que tenta e todo custo, nos fazer crer

“que a realidade é assim mesmo” e que nada do que façamos irá contribuir para sua

transformação.

Este é o tempo de resgatarmos, junto aos alunos, a escola na qual atuamos o

verdadeiro sentido do nosso trabalho educativo.

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ANEXO 1

Questionário dirigido aos professores da sala de Apoio nas disciplinas de

Português e Matemática.

Ano letivo: 2008

PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional

Pedagoga-PDE : Bernardete Graçoa Vieira

Professora-Orientadora: Maria Lídia Sica Szymanski

UNIOESTE - Cascavel

Disciplina:----------------------------------------------------------------------------------------------

1 Como é o processo de encaminhamento do aluno da sala regular de

ensino para a Sala de Apoio?

2-Quais são os critérios utilizados para que se verifique a necessidade deste

encaminhamento?

3-Como se dá o registro do estado de dificuldade inicial deste aluno?

4-Quais as dificuldades mais comuns apresentadas pelos alunos?

5- Como se dá a relação professor-aluno na Sala de Apoio?

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6- Os alunos gostam de freqüentar a Sala de Apoio?

7- Qual é a participação dos pais na vida escolar de seus filhos?

8- Qual é a maior dificuldade encontrada pelo professor da sala de Apoio?

9 – A escola e a SEED oferecem as condições necessárias para o bom

funcionamento da Sala de Apoio?

10- Os professores são devidamente preparados para atuar na Sala de Apoio?

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Questionário dirigido aos Professores de Português e Matemática da sala

regular de ensino.

Disciplina:----------------------------------------------------------------------------------------------

Ano letivo:2008

PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional

Pedagoga - PDE: Bernardete Garçoa Vieira

Professora-Orientadora: Maria Lídia Sica Szymanski

UNIOESTE- Cascavel

1 - Quais são os critérios utilizados para verificar a necessidade de

encaminhar o aluno à Sala de Apoio?

2 – Quais as maiores dificuldades apresentadas pelos alunos em relação aos

conteúdos?

3- Existem outras característica comum entre os alunos encaminhados à Sala

de Apoio, além da dificuldade de aprendizagem?

4– Como se dá a interação entre a sala regular e a Sala de Apoio?

5– Como é feito o acompanhamento do ganho do aluno em relação à sua

defasagem inicial?

6– Ao final do ano letivo, quais os requisitos utilizados para verificar a retenção

ou aprovação do aluno que freqüentou a Sala de Apoio?

7- Como se dá a participação da Equipe Pedagógica na efetivação do trabalho

com os alunos da Sala de Apoio?

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ANEXO 2

Questionário destinado aos alunos da Sala de Apoio à Aprendizagem.

Ano Letivo:2008

PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional

Pedagoga – PDE – Bernardete Garçoa Vieira

Professora- Orientadora: Maria Lídia Sica Szymanski

UNIOESTE – Cascavel

1 –Nome;

2 Idade:

3 Escola onde cursou de 1 a 4 série do ensino fundamental?

4 Local onde mora?

5 Grau de escolaridade dos pais?

6 Profissão dos pais?

7 Quem acompanha sua vida na escola? ( nas reuniões, entrega de

boletins ou quando é chamado)

8 Você sabe qual é o motivo do seu encaminhamento à Sala de Apoio?

9 Qual é a matéria que você mais gosta?

10 Em qual matéria têm dificuldade em fazer as atividades pedidas pelo

professor?

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11 Você gosta de freqüentar a Sala de Apoio?

12 Freqüenta a Sala de Apoio com regularidade ou é faltoso?

13 Se é faltoso , quais são as razões?

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8-REFERÊNCIAS

ARROYO, M. G. Imagens Quebradas: Tragetórias e tempos de alunos e

mestres. Petrópolis, RJ : Vozes , 2004.

AQUINO, Julio Groppa (org). Diferenças e Preconceitos na Escola. Alternativas

Teóricas e Práticas. São Paulo: Summus, 2006.

______________________.Indisciplina na Escola: Alternativas teóricas e

práticas. São Paulo: Summus, 1996.

BICUDO, Maria Aparecida Viggiani (org) Pesquisa em Educação Matemática:

concepção e perspectiva. São Paulo: UNESP, 1999.

DAYREEL,J. (org). Múltiplos olhares sobre a educação e cultura. Belo Horizonte:

UFMG, 1996.

DROURET, J. (org). Múltiplos olhares sobre a educação e cultura. São Paulo:

Ática ,2006.

_________________. Distúrbios da Aprendizagem. São Paulo: Ática, 2006.

FERNANDES, Priscila Valverde. Fracasso Escolar: Realidade ou Produção?

Revista Urutágua – revista acadêmica multidisciplinar (CESIN-MT/DCS-UEM), no

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06, 2008. Acesso em 10/08/2008.

FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática

educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FUNAYAMA, Carolina A. R. (org). Problemas de Aprendizagem: enfoque

multidisciplinar. Campinas, SP: Alínea, 2005.

GOES, João Bento. Aprendizagem Escolar. Alguns aspectos esquecidos.

UNIPAR, 1998.

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas no caminho. Porto Alegre:

Mediação, 2001.

LEFEVRE, F. e LEFEVRE, A. M. O sujeito coletivo que fala. INTERFACE,

Comunicação, Saúde e Educação. Acesso em 15/08/2008.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez,

2005.

NAGEL, Lizia. .Avaliação, sociedade e escola: fundamentos para reflexão.

Curitiba: Secretaria do Estado da Educação do Paraná, 1986.

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PERRENOUD, Phillippe. Práticas Pedagógicas, profissionais docentes e

formação: Perspectiva sociológica. Lisboa: Dom Quixote Instituto de Inovação

Educacional, 1993.

____________________. Avaliação. Da excelência a regulação das

aprendizagens. Entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.

REGO, Tereza Cristina R. A indisciplina e o processo educativo: uma análise

na perspectiva Vygotskiana. 1998

SACRISTAN, J. Gimeno e GOMES, A. J. Perez. Compreender e transformar o

ensino. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SZYMANSKI, Maria Lídia Sica e PEREIRA JUNIOR, Antonio Alexandre (org).

Diagnóstico e Intervenção Psicopedagogica. Cascavel: Edunioeste, 2006.

SZYMANSKI, Maria Lídia Sica e LOPES, Maria Aparecida Pinto. Critérios de

avaliação educacional: uma reflexão histórica. Revista Varia Scientia, v. 06, no

12, p.12-31. Artigos e Ensaios, 2007.

WEISS, M. L. L. Psicopedagogia clínica – Uma visão diagnóstica dos

problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DP&A Editora , 1999.

Page 34: PARECER DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DOS ... · PARECER DA PRODUÇÃO DIDÁTICO ... atendendo assim às necessidades de aprendizagem ... Estas são questões muito presentes

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO

DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PROFESSOR PDE/2008

1. Nome do (a) professor (a) PDE: Bernardete Garçoa Vieira

2. Disciplina/Área:Pedagogia

3. IES: UNIOESTE - Cascavel

4. Orientador (a): Maria Lidia Sica Szymanski

5. Co-orientador (a) (se houver):

6. Caracterização do objeto de estudo:Buscar junto aos Professores da Sala

de Apoio, das Salas Regulares de 5 série e Equipe Pedagógica, formas de

tornar visível o ganho do aluno em relação à sua defasagem inicial.

7. Título da Produção Didático-Pedagógica: Visualizando a aprendizagem do

aluno da Sala de Apoio.

8. Justificativa da Produção: Alguns alunos encaminhados à Sala de Apoio

por apresentarem uma acentuada defasagem relacionados aos conteúdos da

da 5 série, após a freqüentarem durante todo o ano letivo, ao chegar ao

final dele alguns alunos não conseguem a aprovação para a série seguinte,

por ser a defasagem muito grande,o que não significa que o aluno não tenha

aprendido. Percebe-se contudo,que tal ganho não é computado como algo

positivo,e não é visualizado pela SEED e pela Escola, dando a falsa

Page 35: PARECER DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DOS ... · PARECER DA PRODUÇÃO DIDÁTICO ... atendendo assim às necessidades de aprendizagem ... Estas são questões muito presentes

impressão de que todo o trabalho foi inútil.

9. Objetivo geral da Produção: Objetiva-se com esta produção, após

levantamento de problemas pertinentes à Sala de Apoio, fundamentar a

proposta de intervenção na Escola para o ano de 2009, buscando formas de

superação dos atuais problemas apresentados por este apoio a

aprendizagem, possibilitando assim a sua ampliação, atendendo um maior

número de alunos.

10. Tipo de Produção Didático-Pedagógica

( ) Folhas ( ) OAC ( X ) Outros (descrever);

Artigo Científico

Estudos Bibliográficos

Em anexo

11. Público-alvo: Professores da Sala de Apoio, Professores da Sala Regular

de Ensino, Equipe Pedagógica da Escola e alunos da Sala de Apoio.

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Cascavel,12 de dezembro de 2008.

Bernardete Garçoa Vieira

Professora PDE

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ANEXO: REFERÊNCIAS

ARROYO, M. G. Imagens Quebradas: Tragetórias e tempos de alunos e

mestres. Petrópolis, RJ : Vozes , 2004.

AQUINO, Julio Groppa (org). Diferenças e Preconceitos na Escola. Alternativas

Teóricas e Práticas. São Paulo: Summus, 2006.

______________________.Indisciplina na Escola: Alternativas teóricas e

práticas. São Paulo: Summus, 1996.

BICUDO, Maria Aparecida Viggiani (org) Pesquisa em Educação Matemática:

concepção e perspectiva. São Paulo: UNESP, 1999.

Page 38: PARECER DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DOS ... · PARECER DA PRODUÇÃO DIDÁTICO ... atendendo assim às necessidades de aprendizagem ... Estas são questões muito presentes

DAYREEL,J. (org). Múltiplos olhares sobre a educação e cultura. Belo Horizonte:

UFMG, 1996.

DROURET, J. (org). Múltiplos olhares sobre a educação e cultura. São Paulo:

Ática ,2006.

_________________. Distúrbios da Aprendizagem. São Paulo: Ática, 2006.

FERNANDES, Priscila Valverde. Fracasso Escolar: Realidade ou Produção?

Revista Urutágua – revista acadêmica multidisciplinar (CESIN-MT/DCS-UEM), no

06, 2008. Acesso em 10/08/2008.

FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática

educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FUNAYAMA, Carolina A. R. (org). Problemas de Aprendizagem: enfoque

multidisciplinar. Campinas, SP: Alínea, 2005.

GOES, João Bento. Aprendizagem Escolar. Alguns aspectos esquecidos.

UNIPAR, 1998.

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas no caminho. Porto Alegre:

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Mediação, 2001.

LEFEVRE, F. e LEFEVRE, A. M. O sujeito coletivo que fala. INTERFACE,

Comunicação, Saúde e Educação. Acesso em 15/08/2008.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez,

2005.

NAGEL, Lizia. .Avaliação, sociedade e escola: fundamentos para reflexão.

Curitiba: Secretaria do Estado da Educação do Paraná, 1986.

PERRENOUD, Phillippe. Práticas Pedagógicas, profissionais docentes e

formação: Perspectiva sociológica. Lisboa: Dom Quixote Instituto de Inovação

Educacional, 1993.

____________________. Avaliação. Da excelência a regulação das

aprendizagens. Entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.

REGO, Tereza Cristina R. A indisciplina e o processo educativo: uma análise

na perspectiva Vygotskiana. 1998

SACRISTAN, J. Gimeno e GOMES, A. J. Perez. Compreender e transformar o

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