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Maria Elizabete Souza Couto Andréa Maria Brandão Meireles Juracyara Alves de Santana Ilhéus . 2012 ESTÁGIO SUPERVISIONADO I Pedagogia . Módulo 5 . Volume 5

Pedagogia . Módulo 5 . Volume 5 - nead.uesc.brnead.uesc.br/arquivos/pedagogia/reoferta_IV_V/estagio_supervision... · Pequenas provocações feitas ao longo do texto para que você

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Maria Elizabete Souza CoutoAndréa Maria Brandão Meireles

Juracyara Alves de Santana

Ilhéus . 2012

ESTÁGIO SUPERVISIONADO I

Pedagogia . Módulo 5 . Volume 5

Universidade Estadual de Santa Cruz

ReitoraProfª. Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro

Vice-reitorProf. Evandro Sena Freire

Pró-reitor de GraduaçãoProf. Elias Lins Guimarães

Diretora do Departamento de Ciências da EducaçãoProfª. Emilia Peixoto Vieira

Ministério daEducação

Ficha Catalográfica

1ª edição | Maio de 2012 | 476 exemplares Copyright by EAD-UAB/UESC

Projeto Gráfico e DiagramaçãoJamile Azevedo de Mattos Chagouri Ocké João Luiz Cardeal Craveiro

CapaSheylla Tomás Silva

Impressão e acabamentoJM Gráfica e Editora

Todos os direitos reservados à EAD-UAB/UESCObra desenvolvida para os cursos de Educação a Distância da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC (Ilhéus-BA)

Campus Soane Nazaré de Andrade - Rodovia Ilhéus-Itabuna, Km 16 - CEP 45662-000 - Ilhéus-Bahia.www.nead.uesc.br | [email protected] | (73) 3680.5458

Pedagogia | Módulo 5 | Volume 5 - Estágio Supervisionado I

C871 Couto, Maria Elizabete Souza. Estágio supervisionado I / Maria Elizabete Souza Couto, Andrea Maria Brandão Meireles, Juracyara Al- ves de Santana. – Ilhéus, BA: Editus, 2012. 123p. : il. (Pedagogia - módulo 5 – volume 5 - EAD)

ISBN: 978-85-7455-277-4

1. Programas de estágios. 2. Educação de crian- ças – Estudo e ensino (Estágio). 3. Professores – For- mação. I. Meireles, Andrea Maria Brandão. II. Santana, Juracyara Alves de. III. Título. IV. Série. CDD 370.71

Para utilização das fotos que fazem parte deste material, os pais das crianças foram informados sobre o objetivo deste trabalho e assinaram um Termo de Consentimento livre e esclarecido.

Coordenação UAB – UESCProfª. Drª. Maridalva de Souza Penteado

Coordenação Adjunta UAB – UESCProfª. Dr.ª Marta Magda Dornelles

Coordenação do Curso de Pedagogia (EAD)Profª. Drª. Maria Elizabete Souza Couto

Elaboração de ConteúdoProfª. Drª. Maria Elizabete Souza CoutoProfª Msc. Juracyara Alves de Santana

Profª. Esp. Andréa Maria Brandão Meireles

Instrucional DesignProfª. Msc. Marileide dos Santos de Oliveira

Profª. Msc. Cibele Cristina Barbosa CostaProfª. Msc. Cláudia Celeste Lima Costa Menezes

RevisãoProf. Msc. Roberto Santos de Carvalho

Coordenação Fluxo EditorialMsc. Saul Edgardo Mendez Sanchez Filho

EAD . UAB|UESC

PARA ORIENTAR SEUS ESTUDOS

SAIBA MAIS

Aqui você terá acesso a informações que complementam seus estudos a respeito do tema abordado. São apresentados trechos de textos ou indicações que contribuem para o apro-fundamento de seus estudos.

PARA CONHECER

Aqui você será apresentado a autores e fontes de pesquisa a fim de melhor conhecê-los.

ATENÇÃO

Nos boxes em que há pedido de atenção são apresentadas questões ou conceitos importantes para a elaboração de sua aprendizagem e continuidade dos estudos.

UM CONSELHO

Conselhos oferecidos pelo autor a fimde facilitar a leitura e a compressão do conteúdo estudado.

PARA REFLETIR

Pequenas provocações feitas ao longo do texto para que você interrompa por alguns minutos a leitura e pense sobre o que está sendo estudado.

VERBETE

Significado ou referência de uma palavra utilizada no texto que seja importante para sua compreensão.

DISCIPLINA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO I

EMENTAA prática pedagógica no exercício cotidiano do professor

da educação infantil. Análise da organização do trabalho

docente e o saber prático do professor. A sala de aula

como espaço de produção do saber e suas relações com

as transformações sociais, culturais, políticas, econômicas e

tecnológicas.

Carga horária: 90 horas

Profª. Drª. Maria Elizabete Souza CoutoProfª. Msc. Juracyara Alves de SantanaProfª. Esp. Andréa Maria Brandão Meireles

Figura 1. Crianças em classe de Educação Infantil. Foto A.M.B.M.

OBJETIVO GERAL DO ALUNO/ESTAGIÁRIO

• Conhecer a dinâmica do processo pedagógico – a escola, os espaços educativos, as crianças e as rotinas, visando à realização da prática pedagógica.

• Contribuir para a formação de professores para atuar na Educação Infantil, tendo como ponto de inserção profissio-nal da docência o momento do estágio para vivenciar a dinâmica do processo pedagógico da Educação Infantil (creche e pré-escola) na perspectiva teórica e prática.

• Oferecer condições para que os futuros professores com-preendam a complexidade das práticas institucionais e das ações desenvolvidas na escola pelos professores como mais uma possibilidade de ampliação do repertório de conhecimentos para a inserção profissional.

OBJETIVO GERAL DA DISCIPLINA

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Escolher uma das escolas do campo de estágio indicada (convênio assinado com a universidade) para regulari-zação da documentação para início das atividades do estágio;

• refletir sobre a realidade social, econômica, política e educacional da escola, a partir dos estudos já realizados no curso, visando a construção da sua trajetória docente;

• elaborar a proposta de estágio, considerando suas eta-pas, mantendo contato com a escola (professora, coorde-nadora) e a universidade (tutor presencial de estágio e professor da disciplina), considerando: local em que será realizado o estágio, modalidade – creche ou pré-escola – objetivos, seleção dos conteúdos/atividades e estraté-gias de ensino, recursos e avaliação;

• desenvolver a proposta de estágio, refletindo sobre a di-nâmica da escola/creche, organização, tempo, rotina e acolhida às crianças, famílias e comunidades;

• vivenciar situações teóricas e práticas (ensino e aprendi-zagem) juntamente com a professora regente e as crian-ças e registrá-las no seu diário reflexivo;

• refletir sobre o trabalho realizado, tendo como pontos para reflexão: formação de professores, docência, Edu-cação Infantil;

• escrever o Relatório de Estágio, indicando os pontos sig-nificativos que contribuem para a aprendizagem da do-cência;

• apresentar no Seminário Integrador V suas reflexões acerca da aprendizagem da docência em classes de Edu-cação Infantil.

AS AUTORAS

Maria Elizabete Souza Couto

Graduada em Pedagogia, Doutora em Educação, Professora

no Departamento de Ciências da Educação/UESC. Atua, no

ensino e na pesquisa, nas áreas: formação de professores,

tecnologias educacionais e educação a distância.

Andréa Maria Brandão Meireles

Graduada em Pedagogia, Especialista em Educação e Relações

Étnico-raciais e Psicopedagogia. Professora substituta no

Departamento de Ciências da Educação/UESC, no período de

2007 a 2011. Professora da Educação Básica/Município de

Ilhéus. Atua na área de formação de professores e Educação

e Relações Étnico-raciais.

Juracyara Alves de Santana

Graduada em Pedagogia, Especialista em Educação

Infantil, Mestre em Família na Sociedade Contemporânea

pela Universidade Católica do Salvador. Coordenadora

Pedagógica da Educação Infantil no Município de Itabuna e

coordena a Tutoria do Curso de Pedagogia - EAD/UESC/UAB.

Atua na área de Educação Infantil, infância e família.

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Caros alunos e alunas,

A disciplina Estágio Supervisionado I – Educação Infantil - tem como objetivo

analisar, refletir e vivenciar a prática pedagógica no cotidiano do professor da

Educação Infantil, na organização do trabalho docente e do saber prático deste

professor, tendo a creche e a pré-escola como espaço de produção do saber e suas

relações com as transformações sociais, culturais, políticas, econômicas e tecnológicas.

Quando falamos do saber prático do professor, entendemos que esta prática

está ‘recheada’ de conhecimentos e conceitos teóricos que vão oferecer condições e

possibilidades para o docente desenvolver o seu fazer pedagógico. Neste sentido,

vamos pensar em uma pizza, um pastel, uma lasanha bem recheada com o nosso

recheio preferido!

Neste módulo, as disciplinas Seminário Integrador V e Estágio Supervisionado

I caminharão lado a lado na construção das experiências docente e do ser professor,

indicando possibilidades para o início da docência (para aqueles que não estão na

regência) e reflexão da e sobre a docência (para aqueles que já estão na docência na

Educação Infantil). Para isso é necessário retomar os estudos já realizados em outras

Figura 1. Fonte: UAB/UESC.

disciplinas, por exemplo: Fundamentos da Educação Infantil, Didática e

Tecnologias I e II, Fundamentos da Docência e Psicologia e Educação I e II.

Assim, propomos como tarefa, nas duas disciplinas, uma análise e

reflexão sobre o ‘lugar’ do conhecimento estudado no módulo e no curso e

dos saberes docentes que foram mobilizados e construídos durante o estágio

em classes de Educação Infantil. Para a elaboração e o encaminhamento,

a tarefa possui suas especificidades conforme a natureza de cada uma

das disciplinas, mas o objeto de estudo será o mesmo.

Assim, desejamos bons estudos e um bom estágio!

Maria Elizabete Souza Couto

Andrea Maria Brandão Meireles

Juracyara Alves de Santana

SUMÁRIO

Unidade 1O ESTÁGIO EM CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES ............................ 151 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 172 O ESTÁGIO COMO DISCIPLINA CURRICULAR ................................................. 213 O ESTÁGIO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES ........................................................................................274 A PRÁTICA COMO CONSTRUÇÃO DA DOCÊNCIA ............................................. 31

Unidade 2O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E A LEGISLAÇÃO: A UNIVERSIDADE E AESCOLA CAMPO DE ESTÁGIO ........................................................................ 391 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 412 ORGANIZAÇÃO DO ESTÁGIO ...................................................................... 57

Unidade 3O ESTÁGIO COMO MOMENTO DE APRENDIZAGEM DE MUITOS SUJEITOS ...... 771 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 79

Unidade 4DIÁRIO REFLEXIVO: UMA CONSTRUÇÃO SOBRE AS AÇÕES DO ESTÁGIO ...... 831 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 85RESUMINDO ...................................................................................................87REFERÊNCIAS .................................................................................................88

ANEXOS ........................................................................................................ 93

O ESTÁGIO EM CURSOS DE FORMAÇÃO DE

PROFESSORES

[...] o estágio é o lócus onde a identidadeprofissional é gerada, construída e referida;

volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada,reflexiva e crítica e, por isso, deve ser planejado

gradativa e sistematicamente com essa finalidade.

Buriolla (1999)

1ªunidade

1 INTRODUÇÃO

As ações e atividades que serão desenvolvidas durante a disciplina e no estágio serão organizadas considerando o seu sentido/significado e as implicações para a formação de professores da Educação Infantil e a aprendizagem da docência. A plataforma Moodle é a nossa sala de aula, o nosso espaço para discutir, indicar leituras e buscar, em conjunto, as respostas para as indagações que, cotidianamente, surgirão. No quadro 1, apresentamos as atividades e ações que ajudarão no desenvolvimento da disciplina.

Lembramos que esta disciplina acontecerá durante todo o semestre e não, apenas, enquanto durar o estágio. O aluno deverá participar das atividades e estudos que acontecerão antes, durante e após o estágio, mesmo aqueles que já possuem experiência docente na Educação Infantil.

Quadro 1: Atividades/Ações que serão desenvolvidas na disciplina

ATIVIDADE / AÇÃO

SENTIDO / IMPLICAÇÕESATIVIDADE NO POLO E NO AVA / MOODLE

Atividade semanal no Polo.

Preparação para as atividades do estágio: conceitos de estágio e suas atribuições; escolher o campo de estágio, preparar a documentação e conhecer a creche/pré-escola para iniciar o estágio.

No Polo, universidade e no AVA, com o tutor de estágio e o professor formador.

Atividade semanal na escola.

A presença e participação do estagiário na escola, campo de estágio, para acompanhar as atividades, o cotidiano, a organização da escola e da sala de aula, atentando para as especificidades do referido estágio – creche e pré- escola.

Discussões das obser-vações e anotações fei-tas no Diário de Campo com o tutor de estágio, no Fórum de Discussão/ AVA.

Módulo 5 I Volume 5 17UESC

O estágio em cursos de formação de professores

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nida

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Proposta de está-gio elaborada com as orientações do professor formador e dos tutores de es-tágio.

Elaboração da proposta de estágio, considerando o contexto da creche/pré-escola e os dados registrados nas observações e a partir das conversas com o professor regente.

No Polo de apoio pre-sencial e AVA, posta-gem da proposta de estágio.

Elaboração semanal dos diários de cam-po.

Atividade que contribuirá para a reflexão sobre as aprendizagens da docência, para acompanhamento e registros dos dados para a elaboração da Proposta de Estágio, considerando os roteiros indicados para a observação.

Envio do Diário de Campo semanal em um único arquivo.

Discussão dos dados registrados no Diário de Campo, no Polo de apoio presencial, com a colaboração dos tutores (presen-cial e de estágio).

Momento para socialização, troca das experiências e análise dos dados registrados, para discussão sobre o cotidiano da Educação Infantil no contexto das certezas e incertezas, fazendo a articulação entre teoria e prática.

Encontro presencial no Polo e no AVA.

Elaboração do Rela-tório de Estágio.

Atividade que permitirá a reflexão e a síntese sobre a experiência vivenciada, indicando os pontos relacionados ao campo de estágio, a atuação do (a) professor (a) e a relação universidade escola etc..

Entrega do relatório final em CDROM.

Socialização da aprendizagem do-cente.

Momento para discutir, refletir e analisar a docência em classes da Educação Infantil e as relações de ensino, aprendizagem e formação construídas.

NO AVA e no encontro presencial – Seminário Integrador V.

Fonte: Adaptado de TORALES, M. A.; DANIEL, L. S. Prática de docência no 1º ciclo dos anos iniciais do ensino fundamental. UFPR, 2010 (digitalizado).

Observe que teremos atividades durante todo o semestre em que acontecerá o estágio, que para nós corresponde ao V Módulo do curso. Sendo assim, o estágio não é o momento, muito menos a disciplina, em que o

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Estágio Supervisionado I

aluno (a)/estagiário(a) irá aplicar, na prática, o que está aprendendo no curso. Precisamos superar este paradigma instrumentalista da formação. Atualmente, com as recentes pesquisas e estudos, o estágio é o momento de aprender com o outro, refletir as condições da escola, de uma sala de aula, das políticas públicas, do processo ensino e aprendizagem e da profissão docente. É o momento de vivenciar o cotidiano da sua profissão, tendo como princípio fundante o conhecimento construído no conjunto das disciplinas já estudadas.

Para os alunos que não têm experiência docente, o estágio pode ser entendido como o momento de “convergências das experiências pedagógicas vivenciadas no decorrer do curso e, principalmente, ser uma contingência de aprendizagem da profissão docente, mediada pelas relações sociais historicamente situadas” (PIMENTA; LIMA, 2011, p.102 – grifos nossos).

O estágio pode ser compreendido em várias concepções:

Convergência

tender-se ou dirigir-se para

um mesmo ponto (Dicionário

Aurélio). Isto é, as ideias,

pensamentos, conceitos e

ações que convergem numa

mesma perspectiva teórica.

Contingência

incerteza sobre se uma

coisa acontecerá ou não;

que pode ou não suceder,

eventual, incerto (Dicionário

Aurélio). Durante o estágio

é incerta a aprendizagem

entre os estagiários, visto

que depende do local de

estágio, das condições de

trabalho e dos seus próprios

conhecimentos.

Quadro 2: Concepções de estágio

Concepção de estágio

Descrição

Estágio como imitação de modelos

O aprender a ser professor acontece pela observação, imitação, reprodução e também reelaboração dos modelos considerados bons.Todavia, aprender pela imitação não é suficiente, tem seus limites, tais como: falta a análise crítica; a prática é ‘artesanal’; a realidade do ensino e dos alunos são imutáveis; cabe à escola ensiná-los, não considerando os aspectos históricos, sociais e culturais dos sujeitos. A escola resume seu papel a ensinar, não se preocupando com a aprendizagem dos alunos (se o aluno não aprende o problema é dele, da família, da cultura diversa etc.). A formação de professores acontece pela observação e reprodução da prática; não valoriza a formação intelectual; reduz a docência a um fazer bem sucedido, gerando conformismo. O estágio reduz-se a observar os professores em sala de aula e imitar esses modelos, sem uma análise crítica fundamentada teoricamente. A observação limita-se à sala de aula, sem análise do contexto escolar. Espera-se do estagiário a elaboração e desenvolvimento de ‘aulas-modelos’.

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O estágio em cursos de formação de professores

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Estágio como instrumentali-zação técnica

O aprender a ser professor está baseado na utilização de técnicas para desenvolver as operações e as ações próprias, porém as técnicas, por si só, não dão conta do conhecimento científico e da complexidade das situações da profissão. Reduz-se ao prático, dominando apenas as rotinas de intervenção técnica. Trata a teoria e a prática separadamente, conforme o dizer ‘na prática a teoria é outra’. O estágio fica reduzido à hora da ‘prática’, o ‘como’ fazer, as técnicas a serem empregadas em sala de aula, que não possibilita a compreensão do processo de ensino como um todo. A técnica gera distanciamento da vida e do trabalho.

Estágio como aproximação da realidade e atividade teórica

O aprender a ser professor tem como base a compreensão da relação entre teoria e prática (nova concepção de estágio, a que pretendemos apresentar para o nosso estágio). A finalidade do estágio é oferecer ao aluno uma aproximação à realidade na qual irá atuar (PIMENTA; GONÇALVES, 1990). Não se caracteriza como a parte prática do curso. Faz parte dos estudos e atividades acadêmicas do curso, sendo assim, é uma atividade teórica. Um momento de análise, aprendizagem e reflexão sobre a realidade – escola, sala de aula, docência, ser professor etc.. O estágio é objeto da práxis, isto é, ocorrerá no contexto da sala de aula, da escola da comunidade e da universidade/Polos, com a participação de: alunos, tutor presencial de estágio, tutor a distância, professor, coordenação de curso, professor na escola e alunos. Assim, um curso de formação de professores, como no nosso exemplo, precisa deixar clara a necessidade e urgência de formar professores a partir da análise, reflexão, crítica e da proposição em relação a novas maneiras de ensinar e aprender. Neste contexto, todas as disciplinas estudadas durante o curso oferecem conhecimentos e métodos que são significativos e devem ser mobilizados nos momentos do(s) estágio(s) e na docência quando da inserção profissional.

Fonte: Adaptação de: PIMENTA; LIMA, Estágio e Docência. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

O livro referido no Quadro 2 encontra-se na biblioteca dos Polos e indicamos a sua leitura antes de começar o estágio.

Assim, pensamos, para o nosso curso de Pedagogia, um estágio que tenha como base a terceira concepção, por entender que está mais relacionada com seus objetivos e com o modelo formativo discutido nas últimas pesquisas em educação, tanto nacionalmente quanto internacionalmente, além de equiparar-se com o contexto e as exigências da sociedade atual.

um conselho

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Estágio Supervisionado I

2 O ESTÁGIO COMO DISCIPLINA CURRICULAR

De acordo a concepção de estágio adotada nesse curso - estágio como aproximação da realidade e atividade teórica - entendemos que não é apenas o desenvolvimento da prática, é uma disciplina que visa fazer a interlocução entre a teoria e a prática, momento da reflexão da ação e sobre a ação docente (momento de retornarmos os estudos da disciplina Fundamentos da Docência, Unidade 2). É um componente curricular que

[...] pode não ser uma completa prepa-ração para o magistério, mas é possível, nesse espaço, professores, alunos e comu-nidade escolar e universidade trabalharem questões básicas de alicerce, a saber: o sen-tido da profissão, o que é ser professor na sociedade em que vivemos, como ser pro-fessor, a escola concreta, a realidade dos alunos nas escolas de ensino fundamental e médio, a realidade dos professores nessas escolas, entre outras (PIMENTA; LIMA, 2011, p. 100).

Nessa mesma direção, o estudioso e pesquisador americano Zeichner (1993, p. 17) nos diz que independente “do que fazemos nos programas de formação de professores e do modo como o fazemos, no melhor dos casos só podemos preparar os professores para começarem a ensinar”. Assim,

os formadores de professores têm a obrigação de ajudar os futuros professores a interiorizarem, durante o curso de formação inicial, a disposição e a capacidade de estudarem a maneira como ensinam e a melhorar com o tempo, responsabilizando-se pelo seu próprio desenvolvimento profissional (id, 1993, p. 17).

Caros(as) alunos(as), vários pontos são colocados pelos autores para a discussão:

Módulo 5 I Volume 5 21UESC

O estágio em cursos de formação de professores

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Retomar o texto da disciplina Seminário Integrador V, momento em que as autoras apresentam a base de conhecimento necessária à docência. Shulman (1986, 1987) refere-se ao conhecimento teórico e prático na mesma dimensão, bem como indica sugestões para conhecer o espaço escolar, os alunos, as políticas públicas educacionais, os fins da educação, a comunidade e a gestão da escola. Assim, ação docente é uma prática “tecida com o saber científico (os conhecimentos sobre a disciplina que leciona), o saber pedagógico (elementos da formação do docente), o saber da experiência (elaborados dentro de seu cotidiano) e o saber político, social, dentre tantos outros” (LIMA, 2001, p.13-14). Algumas vezes, o professor não tem consciência da dimensão da sua ação pedagógica, mas suas ideias, valores, concepções, atitudes indicam e evidenciam a natureza dessa ação. Nessa condição, a ação docente/pedagógica que ora pode ser iniciada no estágio é um princípio educativo, que está “situado no movimento de articulação entre teoria e a prática pedagógica” (id, p.15), tendo como meta a reflexão da ação, da realidade e da construção da identidade profissional. Também podemos compreendê-lo como “uma ação educativa e social, uma forma de intervir na realidade” (MIRANDA, 2008, p. 16) escolar e, consequentemente, na social.

O ser professor! Eis uma profissão que se aprende na ação, cotidianamente, desde quando estamos na escola como alunos, acompanhando e observando a prática e o jeito dos nossos professores (a maneira de organizar a aula, avaliar, conversar/relacionar com os alunos, tomar decisões e demais encaminhamentos em sala de aula). Na ação, muitos saberes são mobilizados e outros tantos construídos, dependendo do movimento e da dinâmica da aula, do fazer docente e da sala de aula. Sabemos que, atualmente, o professor vivencia muitas situações que estão para além dos referenciais teóricos, técnicos e metodológicos estudados durante o curso e que

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não aprendeu a lidar durante o curso de formação inicial (MIZUKAMI et al, 2002), por exemplo: a indisciplina, a violência (linguagem, ações e reações), as condições de aprendizagem etc. Só estando na escola e vivenciando tais situações é que podemos refletir e, no conjunto, pensar em alternativas. Não há receitas prontas! A profissão do professor “está situada exatamente no intercâmbio entre o conhecimento sistematizado que a escola oferece e o aluno, portanto, se desenvolve nessa ponte representada pela mediação entre o aluno e o saber, o ensino e a aprendizagem” (LIMA, 2001, p.13). Este conhecimento sistematizado é o estudado, refletido e aprendido na universidade e na escola, que oferecem subsídios na construção do ser professor. É nesse intercâmbio que o aluno/estagiário começa a construir suas competências técnica e política da profissão.

a) Conhecer as condições objetivas e subjetivas da escola, isto é, como está organizada: quantidade de alunos, professores, turno de funcionamento, equipe pedagógica, funcionários, comunidade etc.; biblioteca, sala de multimeios, laboratórios – informática e ciências -, jogos educativos etc.; as condições de trabalho do professor (carga horária e apoio da gestão) e, por fim, as condições de aprendizagem da docência da/na escola. Considerando que o estágio é o momento em que o aluno (futuro professor) começará aprender com o professor regente, alunos e comunidade escolar a sua profissão.

b) Ser professor indica uma construção que é pessoal e profissional, construída individualmente e também com os pares. Estudos de Knowles, Cole e Presswood (1994) discutem dois pontos que são importantes para refletir sobre o ser professor, são eles: I) aprender sobre como ensinar: lida com os aspectos mais formais da profissão docente

Mediação

Retomar os estudos de Vygotsky – Módulo de Psicologia e Educação II tem um boxe referente à Mediação (p. 90 e 91).

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que são as atividades em sala de aula, na escola, a maneira como constroem-se os profissionais – os professores. É uma aprendizagem relacionada às maneiras de lidar com o conhecimento/conteúdo, estratégias, recursos, avaliação e com as crianças em sala de aula. Aqui podemos fazer algumas perguntas: como vou entrar na sala de aula? Como vou preparar a aula? Organizar a sala? Distribuir o tempo da aula (8/4h diária) e o conteúdo (Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências da Natureza, Artes, Pluralidade Cultural etc.) no planejamento (aulas, atividades, informações etc.)? A disciplina Didática tem como objetivo trabalhar os processos didáticos e metodológicos relacionados ao ensinar e aprender. As disciplinas consideradas fundamentos (Sociologia, Filosofia, Antropologia, Psicologia, Currículo, Teoria do Conhecimento) e as relacionadas à Educação Infantil (Ludicidade, os Fundamentos e Metodologias) oferecerão subsídios para construção de processos teóricos e metodológicos na referida área.

Aprendemos a organizar a aula – tempo, espaço e rotina – por meio da observação e análise. Este será um conhecimento construído na escola/creche. É a dinâmica da creche/escola que irá ajudar neste aprendizado, juntamente, com o professor.

O conjunto das disciplinas consideradas da área pedagógica ajuda-nos a pensar sobre ‘aprender a ensinar’ e a tarefa de ensinar.

Outro ponto apresentado por Knowles, Cole e Presswood (1994) é II) aprender sobre como ser professor, que envolve os papéis, as responsabilidades, as ações, os pensamentos e como nascem/constroem os professores. Trata-se da vida profissional do professor dentro e fora

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Estágio Supervisionado I

da sala de aula, das aprendizagens que são construídas na escola, na universidade e nos demais espaços sociais. Este ponto é considerado como teorias pessoais, considerando que o professor é uma pessoa com valores, crenças, atitudes, ideias, experiências etc. que são mobilizadas no seu fazer pedagógico.

c) Conhecer a escola é um ponto fundamental para a docência. Mesmo a escola sendo pública, não podemos dizer que todas são iguais. Há aspectos que são indicadores das suas diferenças: localização, clientela atendida, gestão da escola no seu todo – como organiza e desenvolve a ação docente, as condições de trabalho etc.

d) Pensar a escola no contexto da sociedade contemporânea. Qual a função da escola? Que escola queremos e que escola fazemos? Como o professor é valorizado e respeitado no seu ‘ser’ e ‘fazer’; pois, segundo Junot C. Matos, o professor

[...] é uma pessoa concreta (homem/mulher, pai/mãe, filho/filha, irmão/irmã etc.) que, como profissional, realiza uma das várias dimensões do seu ser. É aquele que professa (anuncia) pelo exercício concreto de um trabalho (serviço) crença nas possibilidades de construção do mundo humano (1998, p. 300).

e) O indicativo de que aprender a ser professor é um continuum. Para Marcelo Garcia (1999, p.112), a formação de professores é um “processo ‘contínuo, sistemático e organizado’”, isto é, a “formação de professores abarca toda a carreira docente”. Sendo assim, a formação continuada é o momento para a releitura das experiências e das aprendizagens, “é um processo que se prolonga durante toda a docência, ao longo de toda a trajetória professores vão aprendendo a se tornar professores” (COUTO, 2005, p. 39). O

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professor é o profissional que cotidianamente está aprendendo a sua profissão.

Para complementar a compreensão das citações, Zeichner (1993) continua a explicar a dimensão da ação docente, a relação que há entre a teoria e prática na ação docente:

Além do saber da acção que vamos acumulando ao longo do tempo, quando pensamos no ensino quotidiano, também estamos continuamente a criar saber. As estratégias que usamos na sala de aula encarnam teorias práticas sobre o modo de entender os valores educacionais. A prática de todo o professor é o resultado de uma ou outra teoria, quer ela seja reconhecida quer não. Os professores estão sempre a teorizar, à medida que são confrontados com os vários problemas pedagógicos, [...] a teoria pessoal de um professor sobre a razão porque uma lição de leitura ocorreu pior ou melhor do que o esperado, é tanto teoria como as teorias geradas nas universidades sobre o ensino de leitura [...] (ZEICHNER, 1993, p. 21 – grifos do autor).

A nossa ação em sala de aula traduz uma maneira de pensar e agir pedagogicamente que pode ser analisada e explicada por uma Teoria (retomar os estudos do Módulo Psicologia e Educação II). Dessa maneira, nós, professores, estamos sempre a teorizar, como diz Zeichner (1993), principalmente, quando refletimos sobre a maneira como desenvolvemos a aula, os avanços dos alunos, o que precisamos retomar etc. Nesse ir-e-vir constante, realizar a aula, refletir sobre os avanços e as reações dos alunos e como podemos retomar alguns conteúdos para que os alunos aprendam/avancem está presente o movimento da dialética.

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Estágio Supervisionado I

3 O ESTÁGIO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

O estágio, enquanto disciplina, possui uma dimensão teórica e prática e faz parte dos cursos de graduação como componente obrigatório mesmo para aqueles alunos que já possuem experiência docente.

É o momento para levantar questões que parecem adormecidas no curso e aprofundar os conhecimentos sobre os processos de ensinar e aprender. O aluno/estagiário perceberá e vivenciará este momento de forma diferenciada, conforme a sua história escolar, a sua base de conhecimento e as suas experiências anteriormente construídas. Teremos um divisor de águas nesse momento: as discussões feitas pelos alunos que já estão na docência em classes de Educação Infantil e para aqueles que pela primeira vez estarão em uma sala de aula. Garantimos que será um momento para boas aprendizagens. Assim, o estágio como aproximação da realidade e atividade teórica é um dos momentos, durante o curso, para se refletir sobre a profissão do professor como eterno aprendiz (como muito bem cantou Gonzaguinha na música A vida é bonita, é bonita e é bonita...). É o momento da reflexão (SCHÖN, 1992; ZEICHNER, 1993) sobre a prática pedagógica, a profissão e a identidade profissional. Também é o momento revelador da indissociabilidade entre a teoria e a prática e a articulação entre o ensino e a pesquisa, para construção de processos ensino e aprendizagem e para a formação e construção da profissão.

Já no estágio da Educação Infantil começamos a compreender que o “ensino é, por conseqüência, o aspecto internamente necessário e universal no processo de desenvolvimento, não de particularidades naturais, mas de particularidades históricas dos homens” (VYGOTSKY, 2001, p. 113, citado por MARTINS, 2011, p. 239).

Somos – professor e aluno – sujeitos historicamente

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situados em uma escola e sala de aula. O professor é o sujeito que irá mediar as relações e a aprendizagem dos alunos. Os alunos estão vivendo as etapas da infância que correspondem, conforme Piaget: a) desenvolvimento sensório motor (0 a 2 anos e meio) – creche; e b) desenvolvimento pré-operatório (2 anos e meio a 6 anos) – pré-escola; períodos em que as atividades que indicam o seu desenvolvimento são as brincadeiras que retratam papéis sociais (imitação) ou jogos simbólicos, que proporcionam a construção de regras, conceitos e desenvolvimento do raciocínio lógico matemático. Segundo Vygotsky (1991), o ensino sistematizado na Educação Infantil indica que a aprendizagem deve anteceder o desenvolvimento para, inclusive, orientá-lo. (Retomar os estudos da Unidade 14 – Desenvolvimento e aprendizagem na Educação Infantil – no Módulo de Fundamentos da Educação Infantil). Os conteúdos a serem trabalhados são denominados conteúdos de formação operacional, visto que a criança vai aprender fazendo (operação = ação) e compreendem os saberes interdisciplinares que devem estar sob o domínio do professor/estagiário.

Fazem parte desse conteúdo os conhecimentos da formação teórica - pedagógicos, sociológicos, psicológicos, de saúde (como cuidar da criança, principalmente na etapa da creche) que são estudados no curso. (Retornar aos estudos da Unidade 12 – O cuidar e educar e as rotinas na Educação Infantil no Módulo de Fundamentos da Educação Infantil).

Os conteúdos de natureza operacional (ação) contribuem diretamente na constituição de novas habilidades na criança, mobilizando as funções inatas e os processos elementares que ajudam a dominar e conhecer os objetos a sua volta.

A educação de crianças de 0 a 5 anos – creche e pré-escola – tem como finalidade “valorizar os conhecimentos que as crianças possuem, e garantir a aquisição de novos

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conhecimentos, mas para tanto, precisa de um profissional que reconheça as características da infância” (KRAMER, 2006, p.399), estudadas nas disciplinas Fundamentos da Educação Infantil e Psicologia e Educação II.

Fique tranquilo, você irá planejar aulas sobre as temáticas previstas no Projeto de Estágio, e ainda precisa saber sobre aquela base de conhecimento apresentada no Módulo V – Seminário Integrador V - para planejá-las, refletir e analisar sua prática, sempre visando o avanço das crianças. O eixo norteador na Educação Infantil “não deve estar colocado no ensino e sim na educação; as crianças devem continuar sendo tratadas como crianças e não como alunos; o foco não está nos processos ensino aprendizagem e sim nas relações educativo-pedagógicas” (CERISARA, 2004, p. 87). A educação aqui é traduzida como concepção no seu contexto mais amplo: infância, formação do sujeito, função da creche/escola, desenvolvimento, aprendizagem etc.. Por isso algumas variáveis merecem destaque, tais como: a infância como construção social que não pode ser separada de outras variáveis como classe social, sexo ou pertencimento étnico; o estudo das relações sociais das crianças e suas culturas; e as crianças são e devem ser estudadas como atores na construção de sua vida social e da vida daqueles que as rodeiam (JAMES; PROUT, citado por CERISARA, 2004).

Será necessário retomar os estudos no módulo da disciplina Fundamentos da Educação Infantil, na Unidade 13 – A organização do ambiente do tempo – para refletir e analisar sobre as possibilidades de organização do tempo e espaço de uma sala de aula com crianças – na creche ou pré-escola. Veja exemplos de algumas sugestões de atividades como possibilidade do trabalho com crianças (Anexo 1).

Pensar em uma rotina de trabalho junto às crianças na creche/pré-escola deve ser distinto de considerá-la como algo em si. A ideia defendida é que as atividades devam

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ser planejadas para haver uma direção estimuladora e que deixe claro para o educador o que se propõe às crianças – como alcançar e como avaliar. Sendo assim, o planejamento das atividades requer uma boa organização do trabalho de maneira a oferecer à criança compreender a forma como as situações sociais que vivemos são organizadas. Assim, elas perceberão regularidades e mudanças, rotinas e novidades; podendo, então, orientar seus próprios comportamentos (autonomia).

Entende-se, desta forma, que rotina não se refere propriamente a uma previsão de sequências de atos que serão obrigatoriamente cumpridos onde o educador é capaz de controlar a participação das crianças, mas como uma organização de variadas atividades com diferentes materiais e em espaços físicos determinados, onde o educador seja capaz de interagir com as crianças, favorecendo a interação entre elas e delas com objetos, espaços e situações (OLIVEIRA, 2008).

Figura 1.1 : A hora do lanche. Foto: A.M.B.M.

Vale ressaltar que, ao organizarmos o tempo de cada atividade, pensar o que de fato é adequado ao nível de desenvolvimento e a concentração das crianças, é necessário contemplar atividades variadas. Propomos, no módulo de

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Fundamentos da Educação Infantil (2010, p. 186-187-190), uma organização do tempo em ambientes de creche e pré-escola. Estes momentos diferenciados abrangerão aspectos pedagógicos e rotina cotidiana, pensando nas necessidades fisiológicas das crianças (fome e sono), mas também contemplando necessidades individuais, além daquelas pertinentes à faixa etária do grupo com que trabalhamos, proporcionando múltiplas experiências e o uso das diferentes linguagens expressivas: 1- atividade dirigida; 2- atividade livre; 3 – atividade diversificada para livre escolha; 4- atividade de rotina (aquelas que acontecem todos os dias e, normalmente, no mesmo horário).

Na elaboração do seu plano de aula diário ficam registrados a organização do tempo, as rotinas, conteúdo e atividades que são trabalhadas com as crianças.

4 A PRÁTICA COMO CONSTRUÇÃO DA DOCÊNCIA

Para refletir sobre a prática pedagógica, é preciso pensar em seu local de efetivação – a sala de aula e seus diversos eventos. Entretanto cada sala de aula possui suas características, que são únicas e originais. Tardif e Lessard (2005), apoiados nos estudos de Doyle (1986), sistematizam as interações entre professores e alunos a partir do estudo da descrição ecológica para explicar esses eventos, que são pontuais, rotineiros e são caracterizados da seguinte maneira:

• Multiplicidade dos eventos que ocorrem numa aula ao mesmo tempo ou em períodos curtos de tempo;

• Imediatez refere-se aos eventos que acontecem durante uma aula e que chegam sem nenhum aviso, o que exige do professor tomada de decisão

Cada creche/pré-escola organiza seu tempo e espaço pedagógico de maneira diferente, mas é preciso oferecer as ati-vidades relacionadas ao cuidar, brincar, apren-der...

saiba mais

é a maneira de descrever e compreender os aconteci-mentos de uma sala de aula (ecológica à meio = a sala de aula).

descrição ecológica

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imediata e rápida. Por exemplo: muito barulho, a falta de material escolar, o lápis que quebra toda hora, brigas entre colegas etc.;

• Rapidez é caracterizada pelo desenvolvimento próprio dos acontecimentos – tempo e ritmo - da aula, sua fluência e encadeamento. Tal evento exige do professor uma constante atenção para ler a trama da aula, evitar perda de tempo e engrenar o grupo para que o tempo da atividade corresponda às necessidades da aprendizagem. Numa aula, o professor explica o conteúdo, distribui a atividade, organiza a sala e avalia para que corresponda às necessidades da aprendizagem;

• Imprevisibilidade indica que os eventos inesperados podem acontecer em sala de aula e, muitas vezes, fogem aos padrões esperados e previstos, mesmo que seja com crianças pequeninas, denotando a necessidade de flexibilidade do planejamento para o refazer das ações conforme o contexto;

• Visibilidade indica que os eventos de uma sala

Figura 1.2. Crianças em atividade. Foto A.M.B.M.

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Estágio Supervisionado I

de aula são públicos, isto é, são presenciados por várias pessoas – os tantos alunos que ali estão presentes e os demais coadjuvantes: pais, funcionários da escola, coordenador etc. “A sala de aula é uma célula de trabalho, ao mesmo tempo fechada para o exterior e aberta para o interior. Tal fenômeno organizacional de fechamento e abertura é típico da profissão docente” (TARDIF; LESSARD, 2005, p. 233);

• Historicidade indica que as interações entre professores e alunos acontecem em uma trama temporal – diária, semanal, mensal, anual – que condiciona suas possibilidades de ação para construção de regras disciplinares e na gestão do grupo em relação aos conteúdos que estão sendo ensinados. As regras determinam o quadro da situação da sala; e os conteúdos definem o avanço na aprendizagem dos alunos/crianças. Podemos aqui retomar o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, estudado por Vygotsky (1991), que aproxima o nível de desenvolvimento/conhecimento que o aluno tem no início do ano e aquele nível de conhecimento que é esperado ao final de um ano letivo.

Tais características indicadas por Doyle são de caráter descritivo e nos ajudam a pensar e refletir sobre os acontecimentos cotidianos de uma sala de aula que, muitas vezes, interferem no processo de aprendizagem. Para Tardif e Lessard (2005) duas outras características complementam o estudo: a interatividade e a significação.

A interatividade “caracteriza o principal objeto de trabalho do professor, pois o essencial de sua atividade profissional consiste em entrar em uma classe e deslanchar um programa de interações com os alunos” (id, p. 235). A

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interação acontece de várias maneiras e é uma constante na sala de aula. Veja o Quadro 3:

Quadro 3: Objetivos e motivos da ação

Natureza da ação Atividades em sala de aula Objetivo ou motivo da ação

Ordem ao grupo - Vamos sentar.Instaurar uma ordem coletiva para a aprendizagem.

Questão para o grupo

- Alguém já terminou os exercícios de matemática?

Questão factual para obter uma informação.

Ordem para o grupo- Vamos terminar os exercícios de matemática.

Chamar para o início da tarefa coletiva.

Chamada à ordem - João, pare de conversar!Manter a disciplina na sala de aula.

Supervisão dos exercícios e correção

A professora anda entre as carteiras e olha os exercícios que os alunos fazem. Corrige e faz comentários.

Trabalho de aprendizagem sobre a supervisão da professora que faz correções.

Chamada à ordem- Eva, você está demorando muito. Todo mundo já terminou, menos você.

Chamar a atenção e disciplinar o aluno. Acelerar o ritmo do trabalho.

Questão para o grupo

- Quem sabe onde fica a biblioteca?

Obter informação – questão pontual.

Sai da sala de aulaA professora sai por alguns instantes e deixa os alunos fazendo exercícios.

Solucionar algum problema fora da sala de aula.

Escreve no quadroA professora realiza a correção dos exercícios no quadro.

Corrigir e tirar dúvidas dos alunos de forma coletiva.

Ordem para refazer um exercício

- Você vai refazer tudo isso aqui.

Avaliar a atividade e ordenar refazê-la.

Pedido a um aluno- José, leve um bilhete à professora Maria.

Pedir auxílio de um aluno para enviar informação a outra professora.

Comentário positivo a um aluno

- Ivo, está muito bonito seu exercício, parabéns!

Avaliar e valorizar o trabalho/aprendizagem do aluno.

Fonte: Adaptação de TARDIF; LESSARD (2005); TORALES; DANIEL (2010).

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Situações que são cotidianas e comuns em uma sala de aula e que nem sempre são estudadas, registradas e analisadas para compreender o encaminhamento da prática pedagógica. O professor está no centro deste processo, mas não é o centro, é o mediador na organização das ações, promovendo as interações entre professor-aluno e aluno-aluno. A interação tem como base a comunicação.

A significação indica que toda ação social é voltada para o outro e ocorre em vários âmbitos;

• na intenção ou motivo do ator, bem como em seus objetivos;

• na comunicação interativa entre professor e aluno;

• no ‘pano de fundo’ da ação, quando professor e aluno mobilizam sistemas de comunicação como: gestos corporais (piscadas de olhos, sorrisos etc.), normas, referências culturais etc.

• o contexto da ação para concretização da prática.

Assim, as duas características apresentam-se inter-relacionadas no desenvolvimento da prática. Toda situação em sala de ação é construída paulatinamente de acordo as interpretações dos sujeitos – professor e aluno. Por exemplo, em alguns momentos, os alunos estão todos conversando, mas é a interpretação do professor e de alguém que passa pelo corredor que vai dizer se essa conversação é indisciplina, falta de controle do professor e assim por diante. Neste sentido, uma aula se transforma conforme a interpretação que lhe é dada. Constantemente, interpretamos a nossa sala de aula: o movimento dos alunos, as reações, motivações, progressos etc.

Tais características e eventos acontecem e podem ser explicadas e analisadas a partir de um modelo de prática relacionado com o tipo de estágio que defendemos que tem sua base teórica na epistemologia da prática e que pode ser

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compreendida como um “conjunto de saberes utilizados realmente pelos profissionais em seu espaço de trabalho cotidiano para desenvolver todas as tarefas” (TARDIF, 2002, p. 255 – grifos do autor).

Neste modelo, a prática requer uma concepção mais interpretativa da realidade; o conhecimento do professor está na ação, na reflexão sobre a ação e na ação; o pensar e o fazer (tomada de decisões conforme os eventos que acontecem em sala de aula) estão articulados; preocupa-se com a interpretação das situações no desenvolvimento/aprendizagem. O ponto forte não está na aplicação de técnicas, mas na possibilidade de ajudar as crianças a avançar no seu desenvolvimento.

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Suas anotações

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O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E A LEGISLAÇÃO: A UNIVERSIDADE E A ESCOLA CAMPO DE ESTÁGIO

2ªunidade

1 INTRODUÇÃO

Estamos chegando ao momento considerado como o ponto chave do curso. Momento de refletir, analisar, aprender e vivenciar com e na escola a aprendizagem da DOCÊNCIA. Muitos questionamentos estarão em pauta por estarmos em curso na modalidade a distância e com alunos que possuem experiência docente e outros que vão começar a construir essa aprendizagem. Vamos tentar oferecer as respostas possíveis para as diversas indagações. Parafraseando algumas indagações de Pimenta; Lima (2011), acrescentamos mais algumas conforme o nosso contexto: Como será realizado o estágio, se o curso é na modalidade a distância? Estou matriculado em um Polo/ Universidade e moro em outra cidade, onde realizarei o estágio? Tenho experiência docente, preciso mesmo fazer o estágio? Não tenho nenhum contato com a sala de aula, como vou dar aula? Fiz opção por um curso a distância porque trabalho e não tenho condições de frequentar presencialmente uma universidade, em que horário vou estagiar? Tantas outras poderão surgir... Vamos tentar refletir sobre a especificidade deste estágio no contexto macro e nas particularidades das diversas situações. Nossa finalidade é ajudá-lo!

Nosso primeiro estágio será o Estágio na Educação Infantil. O curso de Pedagogia, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura - Resolução CNE/CP Nº. 01, de 15 de maio de 2006 -, no artigo 7º, indica que das 3200 horas de

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O estágio supervisionado e a legislação: a universidade e a escola campo de estágio

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efetivo trabalho acadêmico no curso, temos:I- 2.800 horas dedicadas às atividades

formativas como assistência a aulas, realização de seminários, participação na realização de pesquisas, consultas a bibliotecas, centros de documentação, visitas a instituições educacionais e culturais, atividades práticas de diferente natureza, participação em grupos cooperativos de estudos;

II- 300 horas dedicadas ao Estágio Supervisionado prioritariamente em Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, contemplando também outras áreas específicas, se for o caso, conforme o projeto pedagógico da instituição;

III- 100 horas de atividades teórico-práticas de aprofundamento das áreas específicas de interesse dos alunos, por meio, da iniciação científica, da extensão e da monitoria (BRASIL, 2006).

Observe que, segundo o texto das Diretrizes – artigo 7º - para o curso de Pedagogia, e no nosso entendimento, o estágio é um período de trabalho/atividade acadêmica que exige das pessoas envolvidas (alunos, tutores, professores – na escola e na universidade) reflexão, análise, estudo, discussão, descobertas e construção de possibilidades de ‘aprender sobre como ensinar’ e ‘aprender sobre como ser professor’.

Nesse contexto, na nossa Universidade/UESC, o estágio supervisionado no curso de Pedagogia está baseado nas Resoluções:

1- CNE/CP nº 2, de 19 de fevereiro de 2002; que,

Diretriz

Meta ou alvo que se quer atingir, posição es-tratégica a ser obtida. Linha segundo a qual se traça um plano de qual-quer caminho; conjunto de instruções ou indica-ções para se levar a ter-mo um negócio ou em-presa (no caso, sua meta ou alvo) (Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/diretrize).

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Estágio Supervisionado I

no artigo 1º, Parágrafo único, diz: “os alunos que exerçam atividade docente regular na educação básica poderá ter redução da carga horária do estágio curricular supervisionado até o máximo de 200 horas” (BRASIL, 2002).

2- CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006; que, no artigo 8º - Parágrafo IV - indica que o estágio curricular deverá ser realizado ao longo do curso, de modo a assegurar aos graduandos experiência de exercício profissional, em ambientes escolares e não-escolares que ampliem e fortaleçam atitudes éticas, conhecimentos e competências. Sendo assim, o estágio do curso de Pedagogia (modalidade a distância) será realizado nas classes Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.

3- Resolução CONSEPE nº. 016/2008, de 06 de março de 2008, que aprova o Regulamento do Estágio Supervisionado Obrigatório dos Cursos de Licenciatura da UESC.

4- Lei nº. 11.788, de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes. Segundo a referida Lei de Estágio, no artigo 1º.

Art. 1º. Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.§ 1º. O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando;§ 2º. O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade

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profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.Art. 2º. [...]§ 1º. Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma (BRASIL, 2008).

Assim, a aprendizagem da profissão, segundo a Lei de Estágio (2008), está atrelada às competências, tratando de alguma forma de atuação, fundamentando-se nos princípios do neoliberalismo, justificado pelas necessidades da sociedade (BARREIRO; GEBRAN, 2006). Entretanto a literatura vem apresentando-nos novas possibilidades para analisar o conceito de competências, dando nova (re) significação para não reduzir o trabalho do professor a um desempenho técnico, superando a concepção tecnicista e comportamentalista. Avançamos nos nossos estudos e compreendemos que, na formação de professores, as competências podem ser entendidas como

[...] o conjunto formado por conhecimentos, savoir-faire e posturas, mas também as ações e as atitudes necessárias ao exercício profissional da profissão de professor. [...]. Essas competências são de ordem cognitiva, afetiva, conativa e prática. São também duplas: de ordem técnica e didática na preparação dos conteúdos e de ordem relacional, pedagógica e social, na adaptação às interações em sala de aula. [...] No ensino, as competências abrangem os saberes plurais trazidos pelo planejamento, pela organização, pela preparação cognitiva da aula e pela experiência prática advinda das interações em sala de aula (ALTET, 2001, p. 28).

A competência revela-se na ação (savoir-faire e posturas) e se apoia em conhecimentos (ordem cognitiva, afetiva e prática). Aquela frase tão comum que ouvimos

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Estágio Supervisionado I

sempre, ‘é necessário prender a atenção do aluno, motivá-lo e envolvê-lo nas atividades em sala de aula’ exige do professor conhecimento da docência e também do desenvolvimento cognitivo do aluno.

Podemos notar que o estágio é um ato educativo que acontece na escola, supervisionado pela instituição de formação e acompanhado por um professor na escola campo de estágio. Na nossa condição, o estágio terá ainda a figura do tutor presencial de estágio que também acompanhará o aluno/estagiário e será a ‘ponte’ entre a escola, o Polo de apoio presencial e a universidade. Essa preparação tem como finalidade preparar profissionais para atender às demandas da profissão.

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia (2006), o estágio terá uma carga horária de 300 horas e o nosso projeto do curso de Pedagogia (2007) contempla o estágio a partir do quarto módulo e da seguinte forma: estágio de Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental. Os estágios totalizam uma carga horária de 315 horas e para aprovação o aluno/estagiário deverá ter 100% de frequência e nota mínima 7,0 (sete). Não cabe, nas referidas disciplinas de Estágio Supervisionado, prova final e recuperação. Veja a distribuição dos estágios:

I – Estágio em Educação Infantil – docência, análise e reflexão sobre a teoria e prática (C.H. 90 h – 5º. Módulo do curso);

II – Estágio nos anos iniciais do Ensino Fundamental para conhecer o planejamento e projeto pedagógico da escola, e observação em sala de aula, a organização do trabalho nas escolas (tempos, espaços e rotinas) (C.H. 135 h – 6º. Módulo do curso);

III - Estágio nos anos iniciais do Ensino Fundamental para docência, análise e reflexão sobre a teoria e prática (C.H. 90 h – 7º. Módulo do curso).

Para assegurar o estágio como processo de formação

Vale retomar o Módulo V da disciplina Semi-nário Integrador que apresenta e discute os conhecimentos neces-sários à base de conhe-cimento para o ensino, e o módulo da disciplina Psicologia da Educação II para rever os estudos sobre o desenvolvimen-to cognitivo dos alunos.

um conselho

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profissional da docência, a Lei do Estágio (2008) traz, no Artigo 1º:

§ 1º O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando.§ 2º O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular. Objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho (BRASIL, 2008).

E o Artigo 2º indica que

§ 1º Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito par aprovação e obtenção de diploma (BRASIL, 2008)

Para a realização do estágio supervisionado no curso

de Pedagogia, modalidade a distância, o aluno/estagiário precisará atender às determinações legais, garantindo os direitos relacionados ao desenvolvimento da docência e, certamente, para conclusão do curso e receber o diploma faz-se necessária a aprovação no(s) estágio(s). Para fazer o Estágio Supervisionado I – Educação Infantil – o projeto do curso não indica nenhum pré-requisito, mas é evidente que o aluno precisa estar aprovado na disciplina Fundamentos da Educação Infantil.

Entretanto valem algumas informações sobre a realização do estágio para preservar as instituições – universidade e escola - e os sujeitos – alunos, professores e tutores. Por isso, segundo a Lei de Estágio, no Artigo 3º, as duas instituições assinam Termo de Compromisso de Estágio (Anexo 2), juntamente com representantes das duas instituições:

Art 3º O estágio, tanto na hipótese do § 1º do art 2º desta Lei quanto na prevista no § 2º do mesmo dispositivo, não cria vínculo

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Estágio Supervisionado I

empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino;III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso.§ 1º O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do art 7º desta Lei e por menção de aprovação final (BRASIL, 2008 – grifo nosso).

Como já foi mencionado, na nossa universidade, temos regulamentações que orientam a organização dos estágios nos cursos de graduação – licenciatura e bacharelado. Observem que a Resolução citada atende apenas os cursos de Licenciatura. Para atender as especificidades dos cursos na modalidade a distância, elaboramos um Termo de Compromisso de Estágio que será assinado pela universidade (interveniente), pela escola (concedente) e pelo estagiário, que orienta as atribuições de cada parte na realização do estágio enquanto atividade acadêmica para estudo, análise, reflexão e prática da docência. Veja o boxe a seguir:

Concedente

é a instituição, campo de estágio em que o aluno irá realizar o seu estágio. Vamos fazer um traba-lho para situar as escolas nas localidades próximas ao Polo e/ou nas cidades onde residem os nossos alunos.

Interveniente

é a instituição formadora, no nosso caso, a UESC.O estágio será acom-panhado pelo professor formador na UESC e tam-bém pelo tutor presencial de estágio que ficará no Polo de Apoio Presencial.

CLÁUSULA TERCEIRA – Caberá à Interveniente:

a) Preparar o estagiário teórico e metodologicamente para o desenvolvimento da prática docente.

b) Orientar, acompanhar e avaliar o estagiário.c) Proporcionar condições para o acompanhamento do

estágio.d) Preparar a documentação necessária para a assinatura

do convênio com a Concedente.e) Oferecer cobertura do Seguro de Acidentes Pessoais

ao estagiário.

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CLÁUSULA QUARTA – No desenvolvimento do estágio caberá à Concedente:

a) Proporcionar ao estagiário o aprendizado da prática docente.

b) Proporcionar subsídios que possibilitem acompanhar, supervisionar e avaliar o estágio.

c) Proporcionar ao estagiário condições para o desenvolvimento da prática docente.

d) Efetuar o controle da frequência do estagiário.

e) Designar ao estagiário, unicamente, atividades ligadas à docência na sua área de conhecimento.

CLÁUSULA QUINTA – O estagiário será obrigado a:

a) Observar as condições fixadas para a realização do estágio.

b) Apresentar Plano de Atividades de Estágio.c) Cumprir a programação do estágio e observar as

normas internas da instituição Concedente.d) Em caso de interrupção do estágio, comunicar, por

escrito, à Concedente e ao Colegiado do seu curso.e) Elaborar Relatório de Estagio.

CLÁUSULA SEXTA – Na vigência do presente Termo de Compromisso, o estagiário estará incluído na cobertura do Seguro de Acidentes Pessoais, proporcionada pela Apólice n°______________, da Companhia_______________________________, contratada pela UESC, em conformidade com o que preceitua a Lei n° 11.788/2008.

Fonte: Termo de Compromisso de Estágio/UESC.

Outras informações sobre o estágio podem ser ob-tidas com a Coordenação do curso e com a Coorde-nação Geral de Estágios/CGE – UESC, no Ramal (73) 3680 5318 sobre: a apólice (seguro) e o Ter-mo de Compromisso de Estágio/TCE. A CGE é o setor da Universidade que encaminha e onde trami-ta toda a documentação para o estágio.

atenção

O Termo de Compromisso de Estágio deve ser assi-nado pelas partes – escola, universidade e aluno/estagiário – em 3 (três) vias, constar a carga horária do referido estágio e o número da apólice de seguro.

Para os alunos que já têm experiência na docência em classes de Educação Infantil (objeto desse nosso estágio),

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Estágio Supervisionado I

conforme a Resolução CNE/CP 02, de 19 de fevereiro de 2002, que institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professo-res da Educação Básica em nível superior - o Art. 1º indica: - Parágrafo único “Os alunos que exerçam atividade regular na educação básica poderão ter a redução da carga horária do estágio curricular supervisionado até o máximo de 200 (duzentas) horas”.

Assim, na Minuta de Estágio para os cursos na mo-dalidade a distância, traduzimos este parágrafo da seguinte forma. As duzentas horas correspondem a 50% da carga ho-rária total do estágio. No curso de Pedagogia, o estágio tem uma carga horária de 300 horas, mas a carga horária para o estágio de Educação Infantil é de 90 horas. A redução acon-tecerá, considerando as 90 horas e obedecerá aos seguintes critérios:

Trechos da Regulamentação Interna do estágio Obrigatório dos cursos de Licenciatura, modalidade a

distância – UESC

Artigo 13 – A carga horária total do estágio poderá ser reduzida, num percentual máximo de 50%, de acordo com a Resolução CONSEPE nº. 016/2008.

§ 1º A redução de até 50% da carga horária de estágio será deduzida da fase de Regência.

§ 2º A redução será concedida quando o estagiário comprovar que está atuando nos respectivos níveis de ensino: Fundamental (anos iniciais e finais), médio e infantil, no momento da realização do estágio.

§ 3º A solicitação de redução da carga horária do estágio deverá ser feita ao Colegiado do curso, mediante apresentação de requerimento acompanhado dos seguintes documentos: Declaração do dirigente da unidade escolar de educação básica, na qual o estudante atua como docente, de que este se encontra em efetivo

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Dessa forma, o aluno(a)/estagiário(a) irá comprovar a docência em Educação Infantil – objeto do nosso primeiro estágio. Para concorrer à redução de carga horária, o aluno deverá encaminhar os documentos acima citados à Coordenação do curso para análise do professor de estágio. O professor de estágio e o tutor presencial de estágio irão acompanhar o aluno e organizarão um cronograma de atividades referente à redução da carga horária.

Esta documentação deve ser encaminhada à Coordenação do curso antes do início do estágio para reorganização do cronograma juntamente com aquele pedido de solicitação que está postado na Plataforma Moodle. O aluno receberá uma declaração comprovando ou não a redução, e este documento deverá ser anexado ao diário reflexivo.

Não serão consideradas como comprovação da docência na Educação Infantil as experiências nos estágios não obrigatórios e a função de monitoria realizadas em classes de Educação Infantil. Lembramos que será considerada experiência conforme os critérios citados.

Segundo Pimenta e Lima (2011, p.126-127), o professor que neste momento se encontra na condição de aluno e se vê diante do estágio supervisionado em um curso de Pedagogia, em primeiro lugar, “precisa compreender o sentido e os princípios dessa disciplina, que, nesse caso, assume o caráter de formação contínua, tendo como base a ideia de emancipação humana”. Assim, o estágio passa a ser ressignificado, sendo ponto de partida para reflexão e análise da própria prática.

Os alunos serão matriculados na disciplina Estágio

Fonte: Resolução do CONSEPE - UESC, fevereiro de 2012

exercício da docência, indicando o período de atuação de no mínimo um ano e fotocópia do diário de classe atual com sua devida assinatura.

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Estágio Supervisionado I

Supervisionado I e, juntamente com o professor da disciplina e o tutor presencial de estágio, irão desenvolver as atividades. Após assinatura do Termo de Convênio (universidade e escola), o aluno será encaminhado à escola com uma Carta de Apresentação à Direção da Escola.

Documentos que farão parte e orientarão as atividades dos alunos no campo de estágio:

Anexo 3 - Ficha de Identificação do alunoAnexo 4 - Carta de apresentação do estagiário no campo de estágioAnexo 5 - Roteiro para observação Anexo 6 - Roteiro para participação Anexo 7 - Ficha de frequênciaAnexo 8 - Esboço do plano de aulaAnexo 9 - Ficha de avaliação do desempenho do estagiário pelo professor -regente - Educação Infantil. Ao final do estágio, você irá escrever o seu

Relatório, apresentando as suas reflexões. Farão parte deste documento os planos de aula assinados pela professora regente e nas atividades realizadas com os alunos em sala de aula. O Relatório de Estágio deverá ser salvo em CDROM e entregue no Polo ao tutor presencial, em 3 vias (para o aluno, Polo e a instituição).

Para a realização do estágio, os prazos devem ser cumpridos rigorosamente, considerando os tempos da escola e da universidade.

Refletindo sobre os aspectos legais do estágio, Cury (2002) nos fala que a importância da lei no contexto social e, também, no contexto da universidade e da escola, não é apenas identificada e reconhecida como um instrumento mecânico, técnico e linear. A lei acompanha o desenvolvimento contextualizado da profissão e da cidadania. Surge a partir das lutas por condições mais democráticas e mais realistas e acontece em todas as áreas profissionais.

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Na educação não poderia ser diferente! São as lutas sociais que vão demandando novas possibilidades para construção dos caminhos da trajetória profissional do professor. A lei permite traçar os percursos do nosso estágio, mesmo com os limites e os contextos diferenciados.

O estágio na Educação Infantil, objeto do nosso estudo, acontecerá presencialmente, em creches e pré-escolas, mesmo o curso sendo na modalidade a distância. Antes de iniciar o estágio, iremos fazer um levantamento das cidades em que moram os alunos para organizá-los, considerando as distâncias ao Polo e o deslocamento para o tutor presencial de estágio. Este estágio será realizado em dupla, isto é, dois estagiários estarão na mesma sala, na pré-escola ou na creche.

Para os alunos que já atuam na regência de classes de Educação Infantil, aqueles que assim o desejarem e em acordo com a escola, poderão solicitar a realização do estágio em sua própria turma. Neste caso, a escola deverá redigir um termo de compromisso, onde a equipe técnico pedagógica assumirá o acompanhamento em lugar do regente. O aluno deverá realizar todas as etapas do estágio (observação, participação e regência sob a monitoria da escola) e apresentar todos os documentos necessários. Nas etapas de observação e participação, as atividades devem ser compartilhadas com os membros da equipe técnico pedagógica, pois estes assumem temporariamente a regência da turma, para que o estagiário possa realizar as atividades, reflexões e construções pertinentes a estas etapas. Nesta condição, o aluno/estagiário não poderá solicitar a redução da carga horária de estágio.

Compete à escola: a) acompanhar e controlar a frequência do aluno/estagiário no período de estágio, utilizando as fichas disponibilizadas pela coordenação do curso; b) avaliar o desempenho do mesmo, preenchendo o documento de registro de avaliação, também disponibilizado

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Estágio Supervisionado I

pela coordenação do curso.O aluno que estiver atuando em classes de Educação

Infantil nas funções de auxiliar ou monitor, também, poderá solicitar a realização do estágio em sua própria turma, desde que a equipe gestora da escola assuma o compromisso de reorganizar ou remanejar seu quadro de pessoal, para que o estagiário, dispensado de suas atividades habituais, possa realizar todas as etapas e atividades do estágio. O mesmo poderá verificar, junto às Secretarias Municipais da Educação, a possibilidade de um substituto para o período de realização do estágio.

As solicitações deverão ser encaminhadas à coordenação do curso/UESC com documentos comprobatórios em anexo (declaração de lotação do funcionário, discriminando carga horária, função e turno de atuação e termo de compromisso da escola, carimbado e assinado pela equipe gestora) no início do semestre, e os alunos deverão aguardar deferimento de suas solicitações para iniciar as atividades de estágio.

Para aqueles alunos que desenvolvem outras funções que não a caracterizam docência, deverão buscar estratégias de adequação de horários e turno para o desenvolvimento desta atividade (estágio), pois não temos conhecimento de classes de Educação Infantil no turno noturno. Esta é uma modalidade de ensino que funciona somente nos turnos matutino e vespertino pela natureza dos sujeitos que são atendidos – as crianças de 0 a 5 anos. Assim, na organização pessoal de cada um nos diferentes campos de trabalho, esperamos que vocês consigam encontrar tempo para a realização do estágio que faz parte do curso e não pode ser substituído por outra atividade.

Para os alunos que ainda não têm experiência docente, segundo Pimenta e Lima (2011), este será um estágio de boas vindas aos novos companheiros da profissão. São vocês que ocuparão os lugares dos professores de hoje e continuarão/

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modificarão o trabalho que iniciamos. As tantas políticas, leis, novas práticas e metodologias discutidas nas últimas décadas marcam a luta, a militância e o compromisso que temos com o estágio como componente curricular, com a formação/profissão de professores, com a Educação Infantil e com a Educação.

É um momento de aprendizagem da docência/profissão e da construção da identidade profissional, de convergência entre as experiências pedagógicas estudadas e vivenciadas no curso e fazer as possíveis relações com o contexto em que irá estagiar. É importante conversar sempre com o professor regente, ser um bom observador, retomar os estudos nas diversas disciplinas e compreender que os ritmos e tempos das escolas e pessoas são diferentes. Por isso não temos receitas prontas! Mas uma coisa podemos dizer-lhe: ‘o professor é um sujeito do conhecimento e da ação pedagógica’. Para Pimenta e Lima (2011, p.103) “um dos primeiros impactos é o susto diante da real condição das escolas e as contradições entre o escrito e o vivido, o dito pelos discursos oficiais e o que realmente acontece”. Um susto que precisa ser vivido para refletir, por exemplo, sobre a organização da rotina na escola/sala de aula e os seus eventos: violência, as relações aluno-aluno, mas também professor-aluno, tipo de linguagem usada etc. É preciso compreender que nessa vivência do estágio você poderá encontrar estratégias para melhorar e minimizar tais situações. Nem sempre acontece tudo isso na escola. Depende do local em que está situada, da clientela atendida, da gestão etc.

Para diminuir os sustos, neste módulo, vamos apresentar indicativos da aprendizagem da docência, o planejamento e a organização do trabalho pedagógico na creche e na pré-escola a partir das seguintes questões problematizadoras:

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Estágio Supervisionado I

1. Quais os traços identitários mais presentes na construção do professor para Educação Infantil?

2. Qual a base de conhecimento que é necessária ao professor (a) da Educação Infantil?

3. Como planejar e organizar as atividades pedagógicas para uma classe da Educação Infantil?

Além das reflexões já explicitadas sobre as aprendizagens construídas na atuação em turmas de Educação Infantil, gostaríamos de destacar a importância do estudo do conteúdo a ser trabalhado com as crianças. É um equívoco pensar que a Educação Infantil é um espaço desprovido de conteúdo, ou que este é tão óbvio e elementar, que dispensa o estudo, a pesquisa e a reflexão.

É muito comum observarmos, na elaboração do planejamento para turmas de Educação Infantil, uma preocupação exacerbada com os contos, dinâmicas e brincadeiras a serem realizadas com as crianças e certo descompromisso com o conteúdo veiculado por essas atividades. Em consequência encontramos, nas rotinas, atividades que contrariam o discurso pedagógico e perpetuam práticas discriminatórias e preconceitos.

A exemplo, temos veiculação de músicas infantis como Atirei o pau no gato que incentiva a violência contra os animais. Histórias infantis onde as princesas são todas brancas e a ausência de personagens positivos negros se constituem numa prática discriminatória por silenciamento. O papel dos idosos nas histórias infantis, predominantemente de personagens negativos, cria no imaginário infantil uma representação negativa do idoso etc.

O conteúdo está explícito nas atividades, textos, imagens, histórias, brincadeiras, fotografias, na postura dos adultos, na relação entre os membros da comunidade escolar. Entretanto, nas atividades de sala de aula, estamos desenvolvendo um planejamento. Isso pressupõe que o

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conteúdo tratado foi estudado, compreendido em suas diferentes dimensões (cognitiva, social, afetiva, cultural, política) e selecionada a metodologia mais adequada para proporcionar o alcance dos objetivos de aprendizagem propostos.

Figura 2.1. Atividade realizada com criança em sala de aula. Foto: A.M.B.M.

No período de observação, selecione um dia da rotina

do professor regente, e estude a relação entre o planejamento e a prática observada, respondendo as seguintes questões:

• O planejamento desenvolvido (rotina, conteúdo e atividades) possibilita alcançar os objetivos propostos?

• Qual o conteúdo explícito em cada atividade, dinâmica, brincadeira ou jogo?

• Como as crianças constroem o conteúdo proposto?

Discuta com seus colegas e tutores, registrando as observações para auxiliá-lo na elaboração do planejamento de sua prática no período de estágio.

ATIVIDADES

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Estágio Supervisionado I

Esses questionamentos, na nossa concepção, vão nortear os estudos e discussões na disciplina, tomando por base a reflexão como cerne para compreender a docência enquanto princípio educativo e político, considerando o estágio como espaço [o lugar] de aprendizagem, visto que o professor – estagiário – além de mediar, ampliar e ajudar as crianças no desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, deverá também ter a formação política para entender, analisar, contextualizar, criticar e procurar soluções para os problemas educacionais na sala de aula e na escola (BARREIRO; GEBRAN, 2006).

O estagiário compreenderá o papel do professor no cotidiano da sala de aula e da escola, neste caso no momento do estágio. Veja como será a organização no Quadro 4.

Quadro 4: Organização do Estágio Supervisionado I à Educação Infantil

Etapas Carga horária Datas

1. Observação 12 horas (03 dias)

2. Participação 20 horas (05 dias)

3. Elaboração do Projeto de Estágio -----

4. Regência 54 horas (14 dias)

5. Devolutiva na escola 04 horas (01 dia)

6. Elaboração do Relatório de Estágio -----

Este quadro é um esboço. Vamos lembrar que, independente das datas, é necessário cumprir a carga horária total de 90 horas, considerando a sua distribuição em cada fase.

2 ORGANIZAÇÃO DO ESTÁGIO

O estágio da Educação Infantil tem uma carga horária de 90 horas e será organizado em três etapas que possuem características distintas e requer uma base de conhecimento diferenciada e, cada vez mais, ampliada para o aluno (a)/estagiário(a) para o desenvolvimento da prática pedagógica e o início da aprendizagem da docência. Todavia uma etapa oferece

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subsídios teóricos e práticos para a fase seguinte.Segundo Barreiro e Gebran (2006), alguns aspectos

são importantes no desenvolvimento da ação docente:

a) A relação teoria e prática se constitui como núcleo articulador do currículo, perpassando as disciplinas numa visão investigativa, sociointeracionista e reflexiva. O estágio é o momento dessa integração.

b) A docência é a base da identidade dos cursos de formação de professores (verificar o projeto do curso de Pedagogia/EAD).

c) O estágio não se resume à aplicação imediata, mecânica e instrumental de técnicas, rituais, princípios e regras que foram estudadas na teoria – as famosas receitas prontas.

d) O estágio é o ponto de convergência e equilíbrio entre o aluno e o professor, na escola e na universidade (o aluno, que nesse momento, está sendo o estagiário e o aluno da sala de aula em que vai estagiar; o professor formador na universidade e o professor regente na escola).

Neste contexto, um Projeto de Estágio deve articular as aprendizagens construídas no curso de formação/Licenciatura com o contexto da educação básica da rede pública, garantindo uma ação comprometida com o processo educativo e com a educação pública e gratuita.

O Projeto de Estágio indica a aquisição de conhecimentos pedagógicos (científicos e didáticos) que acontecem articulados, numa interação com os diversos conhecimentos (apresentados no Módulo de Seminário Integrador V).

1ª etapa – Observação

Inicialmente o(a) estagiário(a) deverá compreender a dinâmica do estágio e da sua presença na escola,

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Estágio Supervisionado I

comprometendo-se com a realidade da mesma e sua formação. O estágio é um momento essencialmente de formação.

As observações servem para compreender as práticas institucionais e as ações que são planejadas, desenvolvidas e avaliadas na escola. Para Barreiro e Gebran (2006), observar é olhar atentamente para um contexto ou uma realidade, naquilo que se mostra como realidade e naquilo que a oculta. A observação é relevante quando sabemos qual é o seu objeto de estudo. Assim, o que se vai observar deve estar de acordo com o objetivo que foi planejado para a observação. Isto é, o que quero aprender e compreender com a observação na escola no período do estágio? Como a história da pré-escola /creche, sua organização, seu projeto político pedagógico, sua prática podem influenciar no ensino e na aprendizagem da docência? Como esses dados podem contribuir na elaboração do meu Projeto de Estágio?

A fase de observação é o momento de conhecer a escola com o objetivo de analisar e compreender as características do espaço escolar na sua singularidade para que você possa informar-se sobre seu funcionamento, suas possibilidades, vantagens e como a escola/creche se organiza pedagógica e administrativamente. Investiga-se a escola e sua relação com o entorno e a comunidade. Algumas perguntas orientam essa investigação.

a) Quaisinformaçõesserãonecessáriasparaconheceraescolaeoseuentorno?

b) Quais fontes (documentos, depoimentos etc.)podem fornecer informações para a investigação?(por exemplo,oprojetopedagógicodapré-escola/creche, fotos, registros de reuniões – livro de ata,fichasdematrícula,livrodeocorrências,observaçãodointervalo,ambientederecreaçãoetc.).

c) Quaisprocedimentosserãoutilizadosparaacoletadasinformações(entrevista,questionário,formulário)?

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d) Qualocronogramaeoperíododeobservação?

No período de observação, você deverá: i) ler e analisar o projeto político pedagógico da pré-escola/creche nos aspectos políticos e pedagógicos, o planejamento das atividades, os projetos que são desenvolvidos; ii) conhecer a realidade da pré-escola/creche, a clientela que atende, como as crianças chegam e saem da escola, quem as recebe e entrega; iii) conhecer a diversidade das atividades propostas e desenvolvidas; iv) conhecer a gestão da escola, as políticas da Educação Infantil; v) formas de organização do trabalho pedagógico e o processo ensino-aprendizagem.

Além de coletar esses dados, você deverá compreender o seu significado para elaborar o seu Projeto de Estágio; i) conversar com os profissionais na escola para que você visualize novas possibilidades com a sua presença na escola; ii) compreender o espaço escolar como espaço de formação individual e coletiva; iii) elaborar o diagnóstico que irá orientar a sua prática na sala de aula e na creche/pré-escola, tendo em vista o conhecimento da instituição; iv) participar das reuniões na escola.

Esses dados ajudarão você na escrita do Projeto de Estágio, lembrando que cada contexto tem uma realidade própria, por isso cada dupla fará o seu projeto. A fase de observação auxilia na construção de conhecimentos e aprendizagens sobre a vida e o trabalho dos professores na pré-escola/creche, suas dificuldades e possibilidades.

Uma observação atenta e cuidadosa pode indicar um leque de questões sobre o cotidiano da pré-escola/creche em que o(a) estagiário(a) está vivenciando e/ou refletindo sobre o processo de aprendizagem da docência (PIMENTA; LIMA, 2011).

2ª Etapa – Participação

No primeiro momento, você observou toda a escola

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Estágio Supervisionado I

para conhecê-la e, juntamente com a coordenação, direção e professores(as), poderá escolher a sala em que irá estagiar. Nesta fase, você retomará o processo de observação na sala de aula escolhida, no (a) professor (a) e nas crianças, mantendo o olhar direcionado para a prática pedagógica, apreendendo as condições e os determinantes que interferem no trabalho pedagógico, na relação professor (a)-criança, criança-criança etc., processos que ajudam na aprendizagem do ser professor e aprender a ensinar. Agora a investigação será da realidade da sala de aula que ajudará na construção de aprendizagens da docência para Educação Infantil. Para Barreiro e Gebran,

a presença do estagiário na sala de aula causa uma certa desestabilização nos alunos da classe, diante do elemento novo (especialmente nos primeiros dias), e insegurança no professor em relação à sua própria imagem. Ele se sente questionado em relação aos seus conhecimentos específicos e pedagógicos, à sua competência e à forma como se relaciona com os alunos (2006, p. 98).

Sendo assim, construir as relações com o professor regente e com as crianças é a primeira tarefa do estagiário no espaço escolar. Os laços de afetividade são fundamentais para construção de uma boa relação com os sujeitos daquela sala. Ter o (a) professor(a) regente como parceiro (a) é um caminho! Uma situação vivenciada por uma estagiária em classe de Educação Infantil retrata tal situação.

Em conversa informal com uma aluna que estava finalizando o estágio na modalidade Educação Infantil, pudemos fazer a seguinte descrição. Disse a aluna:Para o(a) estagiário(a) a sala de aula é o ‘não lugar’. Isto é, o seu tempo é curto, passageiro e quando está familiarizando-se termina o estágio. Nesse período, para o professor da sala é o momento de desvelamento de sua

para refletir

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Nas etapas de observação e participação, o(a) estagiário(a) desvela e mobiliza conhecimentos para organização das atividades pedagógicas com as crianças.

Esta foi a reflexão de uma aluna sobre a aprendizagem da docência construída no seu estágio, analisando o lugar do professor na sala de aula. Sendo assim, o (a) estagiário (a) deve ficar atento(a) a o que observar, como observar e como registrar, visto que esses dados darão subsídios para a elaboração do Projeto de Estágio e indicativos de como lidar com as crianças e com o (a) professor(a) regente. Observar e anotar os detalhes do trabalho desenvolvido pelo (a) professor(a) é fundamental para a reflexão e construção do seu projeto e das suas aprendizagens. Os conhecimentos adquiridos durante o curso serão fundamentais para compreensão da realidade e para criar novas estratégias para a ação pedagógica. Respeitar a prática pedagógica do(a) professor(a) regente deve ser uma das suas primeiras aprendizagens!

prática ao desconhecido – o(a) estagiário(a). Para o(a) estagiário(a) é a hora de desvelar suas aprendizagens, como disse a aluna: - “Momento da testagem e conhecer novas relações”. É, também, a vivência com o desconhecido.No estágio há uma troca de papéis: a) na etapa de observação, o professor regente é o docente, está sempre na frente da sala e o(a) estagiário(a) é o observador; b) na participação, o professor regente também está na frente da sala e, juntamente, com o estagiário são docentes e observadores em condições diferentes. Em alguns momentos observa a participação do estagiário na aula e vice versa; c) na fase de regência o(a) estagiário(a) ocupa o lugar de docente e o professor regente acompanha o seu trabalho. Aqui os papéis mudam: é o estagiário que estará na frente da sala para desenvolver a ação pedagógica, mas pela sua tradição, o professor regente também fica na frente porque este é o seu lugar. Ambos vivenciam a condição do desconhecido, mas constroem relações que são pessoais e profissionais.

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Estágio Supervisionado I

É importante destacar que no período de estágio estaremos nos relacionando diretamente com diversos e diferentes sujeitos da comunidade escolar (professores, equipe gestora, funcionários, pais, mães, representantes da comunidade e as crianças). Para realização de nossas aprendizagens, assumimos um compromisso com essa comunidade, compromisso esse que deve ser pautado na Ética e no Respeito, compreendendo a escola como espaço educativo de vivências e construções coletivas. Para tanto, devemos efetivamente seguir as regras de organização do espaço (horários de entrada e saída, acolhimento das crianças, atividades intra e extraclasse, organização e distribuição da merenda, entre outros), contribuindo para o bom andamento das atividades escolares e garantindo às crianças os seus direitos (Ver módulo de Fundamentos da Educação Infantil, 2010, p. 175-191).

Uma vez informada a equipe gestora sobre o cronograma de estágio, o mesmo deve ser cumprido rigorosamente, sendo que qualquer alteração deve ser comunicada, com antecedência, à gestão da escola, ao regente da turma e a quem acompanha o estágio, informando também os horários e as atividades de reposição, caso se

Figura 2.2. Observe que a foto acima retrata o cotidiano de uma classe de Educação Infantil. Espaço para a construção de aprendizagens significativas para docentes e discentes. Foto A.M.B.M

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faça necessário. Devemos evitar criar situações que possam comprometer o desenvolvimento do trabalho pedagógico da turma, sob o risco de estar desrespeitando a comunidade com a qual desejamos aprender e contribuir.

Nas etapas de observação e participação, o(a) estagiário(a) desvela e mobiliza conhecimentos para organização das atividades pedagógicas com as crianças.

No Módulo de Seminário Integrador V, as autoras apresentam questões que são indicativos para que você conheça as crianças e que o ajudarão na construção do seu Projeto de Estágio. É uma forma de conhecê-las. O Projeto de Estágio deve estar contextualizado, considerando os dados que você coletou naquela pré-escola/creche. Não será simplesmente um Projeto de Estágio!

A observação e a participação são momentos em que o(a) estagiário(a) deve centrar sua atenção nos seguintes aspectos, apresentados em destaque:

Observe e registre no seu Diário Reflexivo como a professora regente desenvolve a aula, considerando:

• a chegada e a acolhida – relação professor(a) – criança;• retomada à aula anterior;• diálogo com as crianças;• apresentação do trabalho pedagógico que será

desenvolvido naquele dia;• proposta de atividades lúdicas e significativas;• momento de conversa com as crianças, dando devolutiva

das atividades;• utilização de material lúdico que possibilite a

aprendizagem;• realização de atividades em grupos;• perguntas para desenvolver o raciocínio e a argumentação

das crianças;• trabalho com diferentes linguagens (música, desenho,

pintura, corpo etc);• atividades que proporcionem o trabalho com a oralidade

das crianças;• realização de leituras de histórias, gibis, contos para

entreter, ensinar e aprender;

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Estágio Supervisionado I

Nesta etapa, a construção é coletiva – professor(a), estagiário(a) e crianças. É o momento de refletir e analisar sobre algumas indagações contidas no formulário que segue anexo (Anexo 7).

Essas indagações, que serão respondidas pela coordenação da creche/escola e pela professora regente, ajudarão na construção do seu Projeto de Estágio e da ação pedagógica. Muitas outras questões podem surgir e você poderá buscar as respostas. A sua curiosidade será o seu guia.

Na etapa de participação, anote cuidadosamente, com os detalhes necessários, as atividades em que o(a) professor(a) regente solicitou sua participação.

3ª Etapa - Elaboração do Projeto de Estágio

O Projeto de Estágio para Educação Infantil deve apresentar atividades que serão realizadas no cotidiano da docência, considerando que, neste período da escolarização,

• problematização das temáticas propostas para a construção de conceitos (número, grandeza, volume, base alfabética);

• organização do espaço da sala de aula para as diferentes atividades (leitura, desenho, reconto, representação, jogos etc);

• uso de recursos tecnológicos, visita à biblioteca e à área externa da escola nas suas aulas etc.

• estabelecimento de relações entre as diversas atividades e áreas do conhecimento;

• acompanhamento do trabalho das crianças;• avaliação diagnóstica e processual.

Uma boa observação dessas questões e tantas outras que podem surgir ajudará na organização do tempo, espaço e rotina, quando você estiver na regência.

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é preciso desenvolver nas crianças a linguagem (gestual, oral, escrita – desenho etc.); a construção de conceitos e o desenvolvimento do raciocínio lógico matemático. Assim, no Projeto de Estágio, devem estar definidos: os pressupostos teóricos sobre a infância, a Educação Infantil e a docência na Educação Infantil; e os metodológicos, referentes aos conhecimentos pedagógicos dos conteúdos que serão trabalhados, os objetivos, as temáticas, os procedimentos, os recursos, a avaliação e as referências.

Neste momento da vida e da escolarização, as atividades lúdicas – jogos, brincadeiras, desenho, filmes, leituras de histórias, visita a outros lugares etc. - são importantes para o desenvolvimento cognitivo, linguístico, afetivo e social, pois permitem a apresentação e construção de noções e conceitos relacionados à cidadania, ao meio ambiente, ao respeito e cumprimento de normas e regras, à coleta de lixo, à amizade, à cultura, aos valores, ao trabalho infantil, à sociedade, à família etc. Por exemplo, trabalhar com as crianças os filmes O sonho de Betinho, A corrente do bem e O Rei Leão podem suscitar discussões sobre as relações dos homens entre si e dos homens com a natureza, que se estabelecem na esfera local e global, considerando a compreensão da pré-escola/creche e das crianças como sujeitos ativos e participantes da sociedade em que vivem, construindo princípios de cidadania de maneira consciente e crítica.

Porém vale lembrar que a atenção e concentração das crianças pela própria fase de desenvolvimento em que se encontram ainda é curta. No Módulo da disciplina Didática e Tecnologias II, você encontrará orientações sobre o uso de filme em sala de aula. Nesse caso, filmes de longa duração não são muito indicados. O site www.youtube.com.br apresenta muitas sugestões que podem ser utilizadas, pois trazem discussões pertinentes em tempos relativamente curtos.

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Estágio Supervisionado I

Para a elaboração do Projeto de Estágio, siga o roteiro:

1. Capa

2. Folha de rosto (colocar o nome da disciplina e do professor/

supervisor do Estágio a que se destina o trabalho realizado)

3. Orientações para Construção do Projeto de Estágio

I. Identificação do Campo de Estágio (perfil da Unidade

de Ensino)

II. Contextualização:

a) Relatar o(s) critério (s), a(s) razão (ões) da escolha

da turma, da classe ou grupo de educandos, em

questão.

b) Descrever o perfil da classe (idade, sexo, interesses,

situação escolar, saberes e dúvidas expressadas

pelas crianças; as necessidades de aprendizagem

observadas e anunciadas pela regente; os

resultados da avaliação diagnóstica realizada junto

às crianças).

c) Indicar os conteúdos requisitados pela regente e

sua contextualização na realidade dos alunos.

III. Justificativa: deverá versar sobre o papel ou a

importância desse estágio tanto para a formação do

aluno estagiário, quanto para as unidades de ensino.

IV. Fundamentação Teórica: Selecionar subsídios teóricos

que possam esclarecer melhor os seguintes assuntos:

valorização da educação da escola pública; concepção

de infância; compreensão da educação infantil; prática

pedagógica investigativa; avaliação diagnóstica;

importância do conhecimento da realidade do grupo

de alunos; conteúdos significativos; atenção às

necessidades de aprendizagem dos educandos etc.

V. Objetivos: Enquanto estagiário, quais as nossas

intenções? O que vamos aprender durante o estágio?

VI. Detalhamento metodológico: Detalhamento da atividade

de docência, ou seja, do trabalho prático. Deve

apresentar de forma breve, porém clara e objetiva, a

metodologia que pretende utilizar no período de estágio.

- Atividades a serem explicitadas: organização dos

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4ª etapa – Regência

Esta etapa é muito importante! Você só começará a etapa de regência quando o tutor presencial de estágio e o professor de estágio confirmarem a aprovação do seu Projeto de Estágio. Este deve ser apresentado à coordenação da escola e ao professor(a) regente. O acesso à Plataforma Moodle para acompanhar as informações será fundamental.

Com o projeto aprovado e com as suas observações e anotações das etapas anteriores, você iniciará a regência, desenvolvendo o seu Projeto de Estágio e iniciando ou refletindo sobre as aprendizagens da docência na Educação Infantil. A ação do(a) estagiário(a) deve estar fundamentada em conceitos que indiquem a possibilidade de “ajustar às novas realidades da sociedade, do conhecimento, dos meios de comunicação e informação, dos alunos e dos diversos

conteúdos/atividades, em momentos ou módulos

semanais, a serem desenvolvidas na regência,

explicitando objetivos, procedimentos específicos e

recursos prováveis.

- Definição dos instrumentos de avaliação.

VII. Recursos: materiais que pretende utilizar.

VIII. Cronograma da regência: Apresentação da proposta

de cronograma do período de regência, observando a

carga horária total e a disponível para cada momento,

conforme proposta de estágio veiculada pelos

professores supervisores de estágio da UESC.

IX. Referência bibliográfica: listar as referências citadas na

elaboração do Projeto de Estágio; listar as referências

que serão utilizadas na execução da etapa na regência.

Você deverá enviar o seu projeto para que o professor de

estágio leia, faça as considerações necessárias, aprove e o(a)

encaminhe para início do estágio.

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Estágio Supervisionado I

universos culturais” (BARREIRO; GEBRAN, 2006, p. 102). Esses fundamentos são encontrados nas teorias interacionista e sociointeracionista (Piaget, Vygotsky e Wallon) e nos estudos da contemporaneidade (Lévy, Pretto, Kenski etc.), com o objetivo de trabalhar com essa nova identidade cultural, social e pessoal. O espaço da sala de aula, desde a creche, é um local para o início do desenvolvimento do sujeito como cidadão.

Assim, o bom desenvolvimento do estágio depende da sua preparação, organização, acompanhamento e avaliação e envolve todos os sujeitos – crianças, professor regente, coordenação, direção, professor de estágio, tutor presencial e você. Para Barreiro e Gebran (2006), alguns pontos são importantes:

a) O Projeto de Estágio a ser desenvolvido deve ser apresentado e aprovado na escola. O (a) professor (a) de estágio e o tutor presencial devem estabelecer contato inicial com a pré-escola/creche para apresentar os objetivos do estágio e o aluno(a) estagiário(a), visando a integração e a comunicação entre todos. A participação nas reuniões e atividades da pré-escola/creche são importantes para estabelecer os laços e ampliar o conhecimento sobre a instituição.

b) A avaliação do Projeto de Estágio deve acontecer de maneira processual, enfatizando os aspectos qualitativos, mas sempre valorizando os avanços das crianças. As instituições que recebem aluno para estágio também participam dessa avaliação, emitindo parecer no final do estágio sobre as ações que foram realizadas.

c) O tutor presencial e o(a) professor (a) de estágio devem trabalhar juntos, criando condições para acompanhar o estágio em todas as etapas. O estar junto na pré-escola/creche constitui em aprendizagem para os envolvidos, contribuindo para a construção de

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O estágio supervisionado e a legislação: a universidade e a escola campo de estágio

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novos conhecimentos e proporcionando mudanças no processo de escolarização das crianças. Faz-se presente o processo da pesquisa-ação, de aprender a aprender, aprender com o outro.

d) A pré-escola/creche é o espaço que forma e é formado por meio da ação docente, que deve sempre favorecer a reflexão e a investigação da prática, do papel social da docência e da formação de professores (as) para a Educação Infantil.

Neste período de regência, o desenvolvimento das rotinas conforme a idade das turmas deve considerar a especificidade da fase de desenvolvimento cognitivo, social e afetivo das crianças.

Para Miranda (2008), alguns pontos devem ser considerados para o planejamento:

• conhecer a escola, as crianças e o(a) professor(a) regente;

• planejar, considerando a realidade, o local e o espaço da escola/creche, as crianças e o projeto político pedagógico, de acordo com o tempo disponível e os materiais que podem ser oferecidos pela instituição;

• planejar a partir do real, considerando o que ensinar (temática), por que ensinar? (objetivo), para que ensinar? (função social), como ensinar? (metodologia, recursos e avaliação);

• priorizar o trabalho em grupo, o que não significa abolir atividades individuais, visto que estas são necessárias para acompanhar as ações das crianças;

• considerar o planejamento como um flexível e continuum;

• atender as crianças em suas especificidades e propor atividades variadas, principalmente a partir de temáticas.

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Estágio Supervisionado I

Para planejar, além do conhecimento da escola e das crianças, é preciso distribuir as atividades propostas de acordo com o tempo em que estarão na instituição. No planejamento (projeto de estágio e no plano diário), deve constar: temática, objetivo, tempo, metodologia, recursos, avaliação e referenciais. Para planejar, devemos organizar:

Quadro 5: Planejamento e seus elementos

Operacionalização

Objetivo

Na aula, o objetivo tem a dimensão de objetivo de aprendizagem. Aí vale a pergunta: o que quero que meus alunos aprendam deste conteúdo, considerando também a sua função social? O professor vai pensar: por que e para que é necessário que meu aluno aprenda este conteúdo? Qual a sua função/contextualização na sociedade?

Conteúdo

A escola é o local da sistematização do conhecimento. O que vou ensinar ao meu aluno? Sabemos, hoje, que todos os espaços são espaços de aprendizagem, mas é na escola que vamos organizar os saberes que construímos cotidianamente. Os alunos chegam à escola com saberes construídos nos seus espaços e estes devem ser mobilizados nas aulas. O conteúdo é a forma que vem sendo traduzido o conhecimento na escola.

Metodologia

É a maneira “como” vamos desenvolver a aula para que meu aluno aprenda. As técnicas que vamos utilizar, os trabalhos que serão desenvolvidos - grupo, individual, dupla etc.. Na Educação Infantil, o ‘como’ ganha especificidades diferentes, considerando o público que é atendido – crianças de 0 a 5 anos. Assim, como vou ler uma história para as crianças? Como desenvolver e avaliar uma atividade de desenho, escrita, leitura? Como organizar um jogo com as crianças, pensando sempre nas temáticas que estão sendo trabalhadas com o objetivo de desenvolver o raciocínio lógico matemático, a construção de conceitos e a linguagem? etc.

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O estágio supervisionado e a legislação: a universidade e a escola campo de estágio

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Recursos

Quais os recursos que utilizarei na aula para meu aluno aprender o referido conteúdo? Como usarei esses recursos? Na Educação Infantil (objeto desse nosso estágio), as crianças estão na fase de desenvolvimento que, segundo Piaget, é denominada de pré- operatório. Aprendem por meio da imitação, da imagem, do jogo. Por isso que o material concreto é importante nessa modalidade de escolaridade. A criança precisa ver, sentir, pegar para iniciar a construção de conceitos. Os recursos devem estar relacionados com a proposta do conteúdo, do objetivo de aprendizagem e a área de conhecimento que ora está sendo trabalhada.

Avaliação

Toda aula deve ser avaliada segundo o encaminhamento pedagógico, as relações dos alunos com o estudo e seus avanços.Como avaliar o desenvolvimento da linguagem (oral, desenho, imitação, gestos, escrita, leitura de imagens e textos etc), desenvolvimento do raciocínio lógico (construção de conceitos – linguagem e matemáticos) e as relações dos meus alunos?

ReferênciasOs autores que fundamentam a minha ação em classes da Educação Infantil.

Fonte: Roteiro elaborado pelas autoras.

Essas etapas do planejamento não acontecem separadas, devem apresentar uma logicidade na organização e na realização do trabalho com as crianças. Assim, podemos dizer que, na Educação Infantil, é necessário planejamento, estudo e reflexão por parte do(a) professor(a). No ato de planejar, que é um ato político, estão presentes a visão de mundo, a história de vida, os conhecimentos adquiridos historicamente e culturalmente, a maneira de conceber a realidade e a educação do professor. Somos seres de uma ação política quando entramos em sala de aula.

A nossa ação traduz a nossa maneira de pensar o mundo, a profissão, a sociedade, a escola, o ensinar e o aprender. A reflexão exige um movimento dialético (desde o início do

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Estágio Supervisionado I

curso, várias disciplinas já suscitaram a discussão sobre a dialética) do conhecimento “que compreende o movimento da ação (prática construída), da reflexão (construída em princípios teóricos reelaborados) e da ação refletida (prática modificada)” (MIRANDA, 2008, p. 16).

Na condição de estagiário(a), esse movimento acontece quando há a interação (rotina e organização) com a sala de aula, os desafios do cotidiano da escola (os problemas que vão surgindo, quer sejam em relação ao conhecimento do estagiário, como também em relação à ordem/disciplina das crianças e à dinâmica da escola) para confrontar ou não seus fundamentos como o contexto histórico, cultural, social e educacional.

Toda reflexão tem como finalidade gerar nova ação. Esse é o objetivo das teorias com seus fundamentos e conceitos, iluminar, abrir os caminhos para novas possibilidades e práticas pedagógicas. Por isso, a “ação docente não pode ser considerada somente sob o ponto de vista instrumental, pois entre o conhecimento e a ação, existe a mediação do sujeito, a sua subjetividade” (BARREIRO; GEBRAN, 2006, p. 28), a maneira do estagiário/professor pensar o mundo, o ensino, a aprendizagem, a sociedade, a formação etc.

Após a conclusão do estágio, você irá apresentar na escola/creche os avanços, as impressões e a sua aprendizagem da docência construída no período do estágio.

Por fim, você irá escrever o seu Relatório de Estágio. Uma oportunidade para sistematizar, avaliar e redimensionar a ação docente. É uma forma de registro das análises e reflexões sobre o que foi realizado e o que não foi possível realizar, os objetivos alcançados e não alcançados do Projeto de Estágio, bem como as intercorrências, ou seja, o que não estava planejado, mas aconteceu no cotidiano da instituição.

O relatório precisa ser claro para que outras pessoas, enquanto leitores, possam compreender o trabalho que foi desenvolvido e suas reflexões.

No relatório deve constar:

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O estágio supervisionado e a legislação: a universidade e a escola campo de estágio

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a. Introdução – para situar e contextualizar a pré-escola/creche (localização, história do nome, as crianças, onde moram, como chegam à instituição, quais os fatores que explicam a sua presença nessa comunidade etc.) e justificar o Projeto de Estágio, sua importância, as alterações e adequações que aconteceram no contexto escolar.

b. Atividades desenvolvidas – apresentar um relato analítico e crítico sobre o que realmente aconteceu no estágio – pré-escola/creche, a partir do projeto e das atividades que foram desenvolvidas com as crianças. Trazer trechos do Diário Reflexivo para fundamentar e explicar as atividades desenvolvidas.

c. Conclusão – reflexão (trechos do Diário Reflexivo) sobre a sua inserção na pré-escola/creche, a importância deste estágio para sua formação, a contribuição da escola, dos sujeitos e das crianças para sua aprendizagem.

d. Referências consultadas para a realização do estágio e para as reflexões no momento da escrita deste relatório.

e. Anexos – o Projeto de Estágio, os planos de aula, algumas atividades realizadas com as crianças, fotos e o que achar necessário.

No trânsito entre a Universidade/Polo e a escola e desta para o Polo/Universidade, você/estagiário(a) pode tecer uma rede de relações, conhecimentos e aprendizagens, não com o objetivo de copiar e criticar apenas os modelos, mas para compreender a realidade, a efetivação das políticas de Educação Infantil no contexto e pensar em alternativas para avançar (PIMENTA; LIMA, 2011).

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Estágio Supervisionado I

Suas anotações

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O ESTÁGIO COMO MOMENTO DE APRENDIZAGEM DE

MUITOS SUJEITOS

3ªunidade

1 INTRODUÇÃO

Muitas são as pessoas envolvidas na realização de um estágio, tanto na Universidade, como no Polo e na escola. Cada um assumirá um papel e o objetivo de todos é ajudar, contribuir na realização, oferecendo-lhe segurança e suporte teórico e metodológico. Começaremos apresentando as funções de cada um:

Quadro 6: As funções dos sujeitos envolvidos no estágio

UNIVERSIDADE

Coordenador de Estágio

• Organizar e fazer encaminhamentos, conjuntamente com a Coordenação do Curso, para a formalização do estágio.

• Propor a formalização de Termos de Compromisso de Estágio e eventuais convênios necessários para a realização dos estágios.

• Estabelecer parcerias para integração universidade-escola.

• Manter os professores orientadores informados sobre os procedimentos necessários para a realização do estágio.

• Orientar e acompanhar os encaminhamentos dos Termos de Compromisso de Estágio.

• Definir, em conjunto com os professores orientadores, o calendário de estágio.

• Realizar reuniões com os professores orientadores.

• Fornecer informações sobre o estágio à Coordenação do Curso e às instituições estagiadas.

• Apresentar a Coordenação do Curso relatório das atividades de estágio.

Módulo 5 I Volume 5 79UESC

O estágio como momento de aprendizagem de muitos sujeitos

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Professor orientador

• Orientar os tutores sobre a estrutura e o funcionamento do estágio.

• Realizar, conjuntamente com o Coordenador de Estágio, os procedimentos necessários à execução do estágio.

• Propor ações que favoreçam a articulação dos conhecimentos, das habilidades e das competências adquiridas ao longo do curso necessárias para a realização do estágio.

• Orientar o(a) estagiário(a) para a sua atuação nas instituições de estágio.

• Orientar o planejamento do estágio e acompanhar a sua execução.

• Manter o Coordenador de estágio informado sobre o processo de estágio.

• Orientar a atividade final do estágio (relatório analítico-crítico, memorial, artigo, produção multimidiática etc.) e outros indicados pela Coordenação do Curso..

• Realizar avaliação de todas as etapas de estágio (observação, co-participação e regência).

• Avaliar os estagiários.

Tutor a distância

• Mediar a comunicação entre o professor de estágio e os estagiários.

• Orientar, acompanhar e avaliar, em conjunto com o professor orientador, cada etapa de estágio.

• Colaborar com o professor de estágio na avaliação dos estagiários.

POLO

Tutor presencial

• Orientar, acompanhar in locu e avaliar as atividades de estágio, em conjunto com o professor orientador..

80 EADPedagogia

Estágio Supervisionado I

Nos diferentes espaços e ‘com tanta e muita diferente gente’ (Música de Gonzaguinha) que você, caro(a) aluno(a), irá construir as aprendizagens da docência com os pares e no contexto da pré-escola/creche de Educação Infantil. Todos irão trabalhar em rede e a plataforma Moodle será a nossa grande e rica sala de aula.

ESCOLA

Professor Regente

• Orientar os estagiários no planejamento das ações.

• Acompanhar o cotidiano pedagógico dos estagiários.

• Avaliar o desenvolvimento do estágio e propor sugestões para seu aperfeiçoamento.

• Avaliar os estagiários..

Fonte: Resolução do CONSEPE - UESC, fevereiro de 2012

Suas anotações

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DIÁRIO REFLEXIVO: UMA CONSTRUÇÃO SOBRE AS

AÇÕES DO ESTÁGIO

4ªunidade

1 INTRODUÇÃO

O Diário aparece como um dos instrumentos para registro e análise do pensamento e da ação do(a) professor(a). Zabalza (1994) indica que o Diário pode ser entendido como documento de expressão pessoal do professor sobre a sua própria atuação na aula.

O Diário do professor e, nesse caso, o professor é você, estagiário, quem irá expor, explicar, interpretar a sua ação cotidiana na aula ou fora dela, isto é, na escola. Este apresenta quatro dimensões:

a. Trata-se de um recurso que implica a escrita. Assim, o (a) escritor(a)/ estagiário(a) lida com as diversas formas de acesso com a realidade porque age, pensa e manipula imagens. No ato de escrever, espera-se que o escritor expresse seus pensamentos, conhecimentos e recordações. A escrita requer uma avaliação constante da ação, relação com as novas aprendizagens, pois esta é ativa e pessoal. Assim, cada aluno(a) escreverá esse diário, tomando como base seu repertório de conhecimentos e aprendizagens adquiridas e mobilizadas durante o estágio.

b. Trata-se de um recurso que implica reflexão sobre os porquês e suas estruturas. A narração constitui-se em reflexão e implica nas mudanças e reconstrução da ação. Na escrita do diário, você, estagiário, por meio da leitura e da escrita, trava consigo mesmo um diálogo sobre a sua atuação, em sala de aula, com as crianças. A reflexão projeta no diário duas

Módulo 5 I Volume 5 85UESC

Diário reflexivo: uma construção sobre as ações do estágio

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características: i- sobre o objeto narrado, isto é, sua ação docente, a escola, a sala de aula, as crianças etc.; ii- sobre si próprio, suas emoções, angústias, dúvidas, certezas, insegurança etc.

c. Integra o expressivo e referencial, principalmente, no momento em que você se colocar como sujeito da aprendizagem cognitiva, afetiva e social. “O diário é antes de tudo alguma coisa que alguém escreve de si para si mesmo: o que se conta tem sentido, sentido pleno, unicamente para aquele que é ao mesmo tempo autor e principal destinatário da narração” (ZABALZA, 1994, p.96).

d. Indica um caráter histórico e longitudinal da narração pela descrição da sequência de fatos. O diário apresenta como característica a segmentação, oferecendo condições para você, estagiário e escritor, contar o que se passou a cada dia.

Assim, no diário reflexivo, você vai narrar a evolução do seu pensamento e das suas aprendizagens durante o estágio, seguindo uma sequência, evolução, atualização da sua ação e reconstrução da realidade, mas também é um espaço de troca e intercâmbio.

Irá registrar suas impressões e aprendizagens referentes ao período de observação, participação, e por fim, da regência. Cada fase tem a sua especificidade porque tinha uma finalidade própria. Todos os contatos realizados na pré-escola/creche devem ser registrados no Diário. Seguem trechos de um diário escrito por uma professora, como exemplo:

Trecho do diário de um professor que trabalha na pré-escola

Conduzo a classe de forma dirigista. Quando as crianças che-gam, já estou na sala. E fico mais tempo com elas (por dia devo estar aí uns 20 minutos a mais com elas do que o resto dos

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Estágio Supervisionado I

Figura 4.1. Crianças na sala de aula. Foto A.M.B.M.

Observe que este diário apresenta a descrição da narrativa e algumas reflexões. Um diário deve contribuir para a reflexão sobre o que aconteceu no cotidiano da escola/sala de aula, no dia ou semana, expressando: sentimentos, preocupações, afetos, ambiente da aula, frustrações, o que se realizou na aula, a reação das crianças. Nesse sentido, o diário serve para preservar as vivências e as percepções dos fatos que, com o tempo, a nossa memória vai introduzindo (ALVES, 2004).

Ao escrever seu diário, você irá colocar a data, o local e a descrição da rotina diária de sua aula, com suas reflexões. Boa escrita!!!

professores). Estamos no 2º Ano e com o atraso que levamos tenho de aproveitar muitíssimo o tempo. Se eu pretendesse atender individualmente cada criança, se pretendesse atendê-los com aquele carinho e aquela paciência para cada uma das pequenas coisas, então não faria mais nada durante o dia. É por isso que já não dou atenção a essa quantidade de choros e mimos. Actuo mais superficialmente, sou mais duro, vou lá, mais rijo (neste momento penso que é preciso tratar as crian-ças com um certo vigor).

Na pré-escola era um jogo muito psicológico, de dar muita atenção a muita quantidade de coisas que, ao fim e ao cabo, desapareciam, porque era impossível atender 30 crianças.É nisso que se diferencia aquilo que se pode fazer em casa com as crianças-filhos daquilo que se faz na escola (Diário – Dilema – Nº.1. In: ZABALZA, 1994).

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Diário reflexivo: uma construção sobre as ações do estágio

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REFERÊNCIAS

Este módulo está organizado em quatro unidades com a finalidade de oferecer condições para que você, aluno, que irá estagiar em classe de Educação Infantil, tenha subsídios para conhecer a escola/creche e os trâmites para o encaminhamento do estágio na instituição, no polo e na escola. Você receberá orientações teóricas e práticas para o encaminhamento de suas atividades no campo de estágio, mas depende também dos conhecimentos anteriores que serão mobilizados antes, durante e após para análise e reflexões da docência, da profissão, da escola, da infância etc. Disponibilizamos sugestões de atividades, referências bibliográficas e as fichas de acompanhamento. Desejamos a todos uma boa experiência.

ALVES. F. C. Diário – um contributo para o desenvolvimento

profissional dos professores e estudo dos seus dilemas. In:

Millenium. Revista On-line, nº. 29, I. P. Viseu, http://www.ipv.

pt/millenium/millenium29/defaut.htm/ edição Maio/2004.

ALTET. M. As competências do professor profissional: entre

conhecimentos, esquemas de ação e adaptação, saber analisar. In:

PAQUAY, L. et al. Formando professores profissionais. Quais

estratégias? Quais competências? 2. Ed. Porto Alegre: Artmed,

2001.

BARREIRO, I. M. de F.; GEBRAN, R. A. Prática de ensino e

estágio supervisionado na formação de professores. São Paulo:

Ed Avercamp, 2006.

RESUMINDO

88 EADPedagogia

Estágio Supervisionado I

CERISARA, A. B. Por uma Pedagogia da Educação Infantil:

Desafios e perspectivas para as professoras. In: ROMANOWSKI,

J. P. et al. (Org.). Anais do XII ENDIPE. Conhecimento local

e conhecimento universal: diversidade, mídias e tecnologias na

educação. v. 2, Curitiba: Champagnat, 2004.

COUTO, M. E. S. Aprendizagens da docência proporcionadas

pelo curso ‘TV na Escola e os Desafios de Hoje’: um estudo com

professores de Ilhéus e Itabuna-Ba. (Tese de Doutorado). São

Carlos: São Paulo, 2005.

CURY, C. R. J. Legislação educacional brasileira. 2.ed, Rio de

Janeiro: DP&A, 2002.

GONÇALVES, C. L.; PIMENTA, S. G. Revendo o ensino de

2º. Grau, propondo a formação do professor. São Paulo: Cortez,

1990.

KRAMER, S. As políticas de educação infantil e as práticas

cotidianas com as crianças: desafios para a conquista da qualidade.

In: Anais do XIII ENDIPE – Políticas Educacionais, tecnologias

e Formação do Educador: repercussões sobre a Didática e as

Práticas de Ensino. Recife: Edições Bagaço, 2006.

KNOWLES, J. G.; COLE, A. L.; PRESSWOOD, C. S. Through

Preservice Teachers’ Eyes: experiences through narrative and

inquiry. New York, McMillan College Puyblishing Co, 1994.

LIMA, M. S. L. A hora da prática. Reflexões sobre o estágio

supervisionado e ação docente. Fortaleza: Edições Demócrito

Rocha, 2001.

MARCELO GARCIA, C. Formação de Professores. Para uma

mudança educativa. Porto: Porto Editora, 1999.

MARTINS, L. M. A educação infantil e o ensino fundamental de

nove anos: metodologias de ensino. In: PINHO, S. Z. de (Org.).

Formação de educadores: dilemas contemporâneos. São Paulo:

Editora UNESP, 2011.

Módulo 5 I Volume 5 89UESC

Diário reflexivo: uma construção sobre as ações do estágio

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nida

de

MIRANDA, M. I. Ensino e pesquisa. O estágio como espaço de

articulação. In: SILVA, L. C. da; MIRANDA, M. I. O estágio

supervisionado e prática de ensino: desafios e possibilidades.

Araraquara: Junqueira&Marin, - FAPEMIG – 2008.

MIZUKAMI, M. da G. N. et al. Ensino e aprendizagem da

docência. Processos de investigação e formação. São Carlos:

EdUFSCar, 2002.

PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e Docência. 6. Ed. São

Paulo: Cortez, 2011.

SCHÖN, D. Formar professores como profissionais reflexivos.

In: NÓVOA, A. Os professores e sua formação. Lisboa: Dom

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SEABRA, K.; SOUZA, S. Educação Infantil 1. Módulos 1 e 2.

Vol único. Rio de Janeiro: Fundação CEDERJ, 2010.

TARDIF, M. Saberes Docentes & Formação Profissional. Rio

de Janeiro: Vozes, 2002.

TARDIF, M.; LESSARD, C. O trabalho docente. Elementos

para uma teoria da docência como profissão de interações

humanas. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.

TORALES, M. A.; DANIEL, L. S. Prática de docência no 1º

ciclo dos anos iniciais do ensino fundamental. (material didático

para o curso de Pedagogia /EAD), UFPR, 2010 (digitalizado).

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo:

Martins Fontes, 1991.

ZABALZA, M. A. Diários de aula. Contributo para o estudo

dos dilemas práticos dos professores. Porto: Porto Editora, 1994.

ZEICHNER, K. M. A formação reflexiva de professores: idéias

e práticas. Lisboa: Educa, 1993.

90 EADPedagogia

Estágio Supervisionado I

DOCUMENTOS

BAHIA. Resolução CONSEPE no. 016/2008. UESC, Ilhéus-Bahia.

_____. Projeto do Curso de Pedagogia – modalidade a distância, 2007.

BRASIL. Resolução CNE/CP 01 de 15 de maio de 2006. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. 2006.

BRASIL. Resolução CNE/CP 02 de 19 de fevereiro de 2002. Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da educação Básica em nível superior, 2002.

_____. Lei no 11.788, de 28 de setembro de 2008.

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Diário reflexivo: uma construção sobre as ações do estágio

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Suas anotações

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ANEXOS

ANEXO 1

Atividades com giz

Faixa etária

4 e 5 anos (Com as devidas adaptações, estas atividades podem ser feitas com turmas de creche ou de pré-escola).

Conteúdo Linguagem corporal: Movimento.

Objetivos - Promover momentos de vivência lúdica e socialização. - Favorecer o aprendizado de regras. - Trabalhar o movimento e a expressão corporal. Anos / idadeCom as devidas adaptações, estas atividades podem ser feitas com turmas de creche ou de pré-escola.

Tempo estimado O ano todo, uma vez por semana. Material necessário Giz (ou carvão) e pedrinhas.

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Desenvolvimento

Regras do caracol Para a creche - Uma por vez, as crianças saltam, de casa em casa, em direção ao centro do caracol, que é o céu. Chegando lá, descansam e voltam à primeira casa. Elas podem pular com os dois pés e, para isso, as casas são um pouco maiores do que as usadas com as turmas do pré. Não vale pisar nas linhas ou fora. Para a pré-escola - As casas podem ser um pouco menores e numeradas e só vale pular num pé só. Cada criança lança uma pedrinha no 1 e começa a pular de casa em casa a partir do número 2. No céu, ela descansa e faz o percurso de volta, recolhendo a pedra e continuando os pulos até terminar. Já fora do caracol, ela lança a pedrinha no 2, no 3 e assim por diante. Quem pisar nas linhas, saltar fora, jogar a pedra na casa errada ou se esquecer de pegá-la perderá a vez.

Regras da toca do coelho Para a creche - O número de círculos é igual ao de crianças. Cada uma se posiciona dentro de uma toca. Juntas, todas cantam o versinho “coelho sai da toca, um, dois, três!”. No fim da frase, todos saem de seu círculo e procuram um novo, o mais rápido que conseguirem. Nessa faixa etária, a simples troca de toca já é um desafio. Para a pré-escola - Há um círculo a menos do que o número de crianças. Elas tiram na sorte quem será a raposa, ou seja, o pegador. O restante da turma, depois de cantar “coelho sai da toca, um, dois, três!”, trocam de casa enquanto a raposa tenta capturar um coelho. Quem for pego se torna o novo pegador. Regras do labirinto Para a creche - Uma possibilidade é estabelecer um ponto no desenho, bem distante da criança, e pedir para que ela chegue até lá. O desafio é seguir apenas pelas linhas riscadas no chão.

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Para a pré-escola - As crianças tiram na sorte quem será o pegador, que começa o jogo no centro do círculo. Os demais participantes escolhem posições em outros lugares do circuito. Só é permitido andar e correr sobre as linhas. Ao encontrar um amigo, é preciso dar a volta e escolher outro caminho. Quem for capturado também passa a seguir os amigos. Vence o último a ser pego. Se a classe for grande, divida a turma em blocos para evitar congestionamentos. Regras do circuito

Para a creche - As crianças percorrem trilhas riscadas no chão pisando em linhas retas e curvas. A graça é variar os modos de completar os circuitos: caminhando depressa, pulando com os dois pés, andando de lado ou com as mãos dadas com um amigo.

Para a pré-escola - Além de ganhar círculos e elipses de diferentes tamanhos, o circuito pode conter elementos variados, incluídos pelo professor e também pelos pequenos. Alguns exemplos: colchonetes para cambalhotas, cordas que vão de um apoio a outro para que elas passem por baixo, túneis e rolos como obstáculos para saltos. No início da brincadeira, mostre como atravessar os obstáculos. Em um segundo momento, deixe trechos em branco para que as crianças inventem movimentos ou bifurque o caminho para que elas escolham entre um e outro desafio. Mais tarde, também é possível dividir a turma em grupos para que construam percursos sozinhos.

Avaliação

De acordo com a faixa etária das crianças, observe se elas praticam os movimentos exigidos com mais qualidade, incluem novas expressões corporais em seu repertório, aproveitam as oportunidades de socialização para avançar em questões como colaboração e competição, conseguem seguir regras cada vez mais elaboradas e constroem jogos. Fonte: <http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/atividades-

giz-432170.shtml>. Acesso em: 26.fev.2012.

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Na rotina planejada, o espaço para aprender

O cotidiano de uma creche tem de contemplar muitas propostas de trabalho: é preciso coordenar atividades de sala, das brincadeiras aos cuidados, garantindo momentos de aprendizagem de modo articulado. Por isso, o planejamento é fundamental. Programar-se de modo minucioso, levando em conta as particularidades de cada criança e se mantendo atento ao que ocorre à sua volta, é a melhor forma de garantir que os pequenos aprendam em grupo. A professora Sílvia Ulisses de Jesus, da UMEI Pedreira Padre Lopes, em Belo Horizonte, sabia da importância de um trabalho com essas características ao elaborar o projeto Creche: Espaço de Aprendizagem, com o qual foi eleita Educadora do Ano no Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10, em 2010 (leia o quadro na última página). Ela investiu num planejamento detalhado, feito ao longo do ano, que previa o desenvolvimento de competências específicas para cada um de seu grupo, formado por crianças de 4 a 18 meses. E obteve resultados: o projeto chamou a atenção dos selecionadores da premiação. “É difícil encontrar professores dessa etapa do ensino que trabalhem com tanta intencionalidade. Esse é o mérito do projeto da Sílvia. O viés assistencialista e a ideia antiquada de que as crianças não têm necessidades específicas ainda fazem com que muitos educadores só se preocupem com o cuidado, deixando a Educação em segundo plano”, afirma Beatriz Gouveia, formadora do instituto Avisa Lá, em São Paulo, e responsável pela seleção de projetos da área de Educação Infantil. Ciente das etapas do desenvolvimento infantil, Sílvia desenvolveu atividades para proporcionar uma multiplicidade de experiências para as crianças, visando fortalecer a autonomia, o conhecimento do corpo, a linguagem oral, a expressão de sensações por meio de falas e gestos e a expressão artística, entre outros. O planejamento inicial foi feito antes do período de adaptação das crianças. Depois, nessa fase, ela observou as competências de cada um durante as atividades

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propostas para organizar uma programação. Ao planejar o eixo música, por exemplo, a professora observou como as crianças lidavam com brincadeiras que envolvessem canções: conseguiam imitar? Participavam de jogos cantados? Se a avaliação mostrava que ainda não eram capazes disso, ela incentivava os pequenos com palmas e com o movimento dos lábios. Os que já estavam mais acostumados com músicas e participavam de rodas eram convidados a tocar instrumentos de brinquedo e variar o repertório musical. No portfólio de cada criança, ela registrava os avanços obtidos. O material servia de subsídio para que ela planejasse os próximos passos e elaborasse atividades desafiadoras.É fundamental que o cuidado e a Educação caminhem juntos. Trabalhando com crianças em fases de desenvolvimento distintas, a professora Sílvia pensou nas especificidades de cada faixa etária. Os objetivos de aprendizagem para os pequenos de 4 a 8 meses eram diferentes daqueles pensados para os de até 12 meses e também para os com mais de 1 ano de idade. A cada avanço, um novo desafio era proposto. Enquanto os mais novos eram estimulados a olhar no espelho para ampliar a consciência de si, por exemplo, os maiores, de 12 a 18, eram convidados a identificar os colegas e a si próprios em fotos. Quando a brincadeira envolvia explorar melecas e tintas, o desafio era incrementar novas cores e texturas, colocando areia para a mistura ficar mais áspera ou água para ficar mais diluída, por exemplo, a fim de proporcionar novas experiências (leia a atividade permanente). “Cada atividade desenvolve uma competência, e isso não ocorre da mesma maneira com todos. Por isso, é importante planejar pensando nas especificidades de cada um do grupo. Não dá para fazer uma lista única de objetivos para todas as crianças”, explica Pryscilla Sugarawa, coordenadora pedagógica da ONG Ação Comunitária, em São Paulo. Não era apenas nesses momentos de pintura ou brincadeira, porém, que o aprendizado ocorria. No banho, por exemplo, era hora de trabalhar o reconhecimento do corpo, com falas que estimulassem a criança e estreitassem os laços entre ela e a educadora. “Dizer que vai lavar o pé e a cabeça e anunciar as ações que vai realizar, sempre olhando no olho da criança, é essencial na

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construção de vínculos. Isso precisa ser estimulado sempre, até nas situações que parecem mais corriqueiras, mas que são importantes para que ela amplie seu conhecimento de mundo”, explica Maria Cecília da Silva, doutora em Psicologia Clínica e docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). Para que o cuidar e o educar caminhem juntos, é importante que a família participe e compreenda os objetivos do planejamento. Quando começou o trabalho, Sílvia notou que o relacionamento com as famílias poderia ser enriquecedor para as atividades realizadas na creche e, principalmente, para o desenvolvimento das competências dos bebês.Na reunião inicial, ela buscou mais informações sobre cada criança, conversando em grupo e depois individualmente, e procurou entender as especificidades de cada um. O que eles comiam? Como dormiam? Andavam ou engatinhavam? Tinham objetos de apego? As respostas embasaram o planejamento. Estabelecer um contato frequente com os pais, porém, foi difícil. A maior parte dos familiares trabalhava muito e não comparecia às reuniões, alegando falta de tempo. Eles enxergavam a creche como um espaço para deixar os filhos enquanto não podiam tomar conta deles, não como um ambiente favorável à aprendizagem. Por isso, a professora se aproximou dos pais ainda na fase da adaptação. Aproveitando a presença deles na creche durante esse período, ela conversou individualmente com todos para conhecer os hábitos de cada família e reforçou a importância da participação de todos nas reuniões. O registro dos avanços de cada criança é passado aos pais. O contato teve continuidade ao longo do ano, com diários e portfólios, além de reuniões periódicas, nas quais Sílvia aproveitava para explicar, com linguagem clara e acessível, as fases do desenvolvimento das crianças e o que ela esperava avançar com cada uma. “Tirava fotos de tudo e mostrava nas reuniões, desde um bebê segurando a colher na hora do almoço até as brincadeiras monitoradas, explicando o que faziam e, principalmente, o porquê das atividades realizadas na creche”, explica ela. Essa estratégia trouxe avanços visíveis. As famílias passaram a participar mais

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ativamente: ao fim de cada semana, levavam o diário do seu filho para casa. No início da semana seguinte, esses registros eram devolvidos à professora, com relatos de todas as experiências em casa: um havia provado uma fruta nova e outro que ficado em pé se apoiando na parede e até quem estivesse com gripe. Tudo era considerado pela professora para entender mudanças comportamentais cotidianas, como alterações no sono, falta de apetite e vontade de brincar com os colegas. Essas informações eram inseridas no planejamento, de modo que a educadora podia reavaliar a rotina de atividades de acordo com as mudanças e avanços alcançados por cada criança. “Se o profissional tem esse material, consegue se reorganizar e continuar seguindo com seus objetivos”, afirma Pryscilla.

Atividades bem programadas aliam aprendizagem a cuidados. O Projeto didático contempla as necessidades específicas de cada criança e considera seu desenvolvimento tanto na creche como em casa:

1. Planejamento 2. A rotina foi programada com base em um diagnóstico que identificou as

necessidades específicas de cada faixa etária.3. Contato com a família. A relação com os pais ajudou a conhecer as

particularidades de cada criança e a planejar atividades diversificadas.4. Múltiplos estímulos. Materiais variados, como tintas, massas de modelar

e instrumentos musicais, permitiram um bom trabalho.

Fonte: <http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/rotina-planejada-espaco-aprender-629267.shtml> Acesso em: 26.fev.2012.

Os erros mais comuns

Não participar da rotina de cuidados

Além de planejar as atividades pedagógicas, é preciso também programar os momentos de banho, trocas, alimentação e sono das crianças e participar deles. Isso é essencial para o desenvolvimento de vínculos.

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Adjetivar as crianças nas conversas com os pais

Dizer a eles que a criança é muito bagunceira ou briguenta pode levar a conceitos equivocados e rotulá-la no grupo e na família. É necessário lembrar que, nessa faixa etária, as mordidas e o choro também são maneiras de se comunicar com o mundo.

Programar a rotina com base nas necessidades dos adultos e não das crianças

Ao montar atividades com brincadeiras, por exemplo, é importante observar a medida correta para não excitar demais a criança e levá-la ao cansaço. Também não vale deixá-la dormindo o dia todo. O ideal é observar suas características pessoais e, com base nisso, rever o planejamento.

As crianças têm muito o que aprender na creche

Os pequenos recebem cuidado e atenção e têm espaço para explorar, brincar e se conhecer. Em sala, têm à disposição brinquedos e materiais que incentivam a expressão artística e estimulam a imaginação. No parque, se divertem pisando na areia. Mesmo sem saber ler, manuseiam livros. Muitas vezes, nem conseguem falar e já estão “cantando” cantigas de roda e seguindo a coreografia. Assim é o dia das crianças de até 3 anos nas boas creches do país. Essas atividades compõem os conteúdos desse nível da Educação Básica. O termo é recente nessa etapa do ensino, mas tem se difundido graças às descobertas sobre a evolução cognitiva e emocional dos bebês. “Todas essas experiências que fazem parte da rotina devem ser organizadas em um currículo de forma a proporcionar o desenvolvimento de habilidades, como andar, e a aprendizagem de aspectos culturais, como o hábito da leitura”, diz Beatriz Ferraz, consultora em Educação Infantil e coordenadora da Escola de Educadores, em São Paulo. O conhecimento, nessa fase, se dá basicamente por meio da ação, da interação com os colegas e os adultos, da brincadeira, da imaginação e do faz de conta. “Não se trata, portanto, de escolarizar as crianças tão cedo, mas de apoiá-las em seu desenvolvimento”, ressalta Beatriz. Nesta reportagem, você encontra sete atividades realizadas ao longo de um dia por turmas de 1 e 2 anos na IMI Maroca Veneziani, em São José dos Campos, a 97

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quilômetros de São Paulo. Elas estão inseridas nos seguintes eixos do currículo (o nome varia conforme a rede, mas a essência é a mesma):

1. Exploração dos Objetos e Brincadeiras 2. Linguagem Oral e Comunicação 3. Desafios Corporais 4. Exploração do Ambiente 5. Identidade e Autonomia 6. Exploração e Linguagem Plástica 7. Linguagem Musical e Expressão Corporal

1. Conhecimento pela imaginação (Eixo: Exploração dos Objetos e Brincadeiras)

O eixo Exploração dos Objetos e Brincadeiras se baseia na ideia de que brincando a criança desenvolve a capacidade de imaginar, se insere na cultura e na sociedade e aprende a viver em grupo. Sozinha ou com os amigos, ela usa todos os recursos de que dispõe para explorar o mundo, ampliar sua percepção sobre ele (e sobre si mesma), organizar o pensamento e trabalhar com afetos e sentimentos. Isso tudo ocorre num grau ainda maior quando o brincar envolve o chamado faz de conta. - Como o bebê aprende com isso - Por meio do jogo simbólico, a criança passa a dar diferentes significados a um único objeto. “Um pedaço de pau pode ser uma bengala ou uma boneca que se embala. Os adultos fazem o mesmo: interpretam fatos ou objetos de diferentes formas”, explica Maria Clotilde Rossetti-Ferreira, coordenadora do Centro de Investigações sobre Desenvolvimento Humano e Educação Infantil (Cindedi), da Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto. O faz de conta é o primeiro contato da criança com as regras e com o papel de cada um, aprendizado fundamental para a vida em sociedade. A imaginação tem ainda uma função importante na regulação das próprias emoções e das ações. Aqueles que tiveram tolhida na infância a possibilidade de imaginar, em geral, apresentam a dificuldade de controlar os impulsos na vida adulta. “A imaginação é um jeito de concretizar um pensamento sem a necessidade da ação. Eu posso querer bater

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em alguém, mas sei controlar esse impulso e não preciso agir”, explica Clotilde. - Outras aprendizagens - A brincadeira e o faz de conta são meios também de desenvolver a linguagem. Imaginando, a criança se comunica, constrói histórias e expressa vontades. “Ao se relacionar com os colegas, coloca-se no lugar do outro, reforçando sua identidade”, ressalta Maria Ângela Barbato Carneiro, coordenadora do Núcleo de Estudos do Brincar da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). - Base teórica - De acordo com o médico e psicanalista inglês Donald Winnicott (1896-1971), a liberdade que o brincar proporciona é fundamental para o desenvolvimento da criança por levá-la a conciliar o mundo objetivo e a imaginação. É dele também a ideia de relação entre a ausência de brincadeiras na infância e os problemas emocionais.

2. Contato com a escrita (Eixo: Linguagem Oral e Comunicação)Dentro do eixo Linguagem Oral e Comunicação, são trabalhadas questões relativas aos meios de expressão. As crianças que vivem num ambiente rico em interações aprendem a demonstrar desejos, sentimentos e necessidades. O processo se inicia com gestos e balbucios e se intensifica nas situações coletivas. O mesmo ocorre com a escrita: para atribuir sentido a essa prática, os pequenos têm de tomar contato com ela.

- Como o bebê aprende com isso - Hoje se sabe que a evolução da comunicação não se dá de forma espontânea nem está relacionada à genética e à hereditariedade. Participar de diferentes formas sociais de comunicação tem um papel fundamental nessa aprendizagem. E aí a creche é rica: os bebês brincam, conversam com o professor, ouvem histórias e a descrição do que o adulto está fazendo, por exemplo, enquanto se troca a fralda. Com a linguagem escrita, o caminho é o mesmo. As crianças inseridas em sociedades que têm esse recurso como um forte elemento de comunicação começam a se interessar por ele bem mais cedo. Ninguém espera que as de 2 ou 3 anos memorizem ou rabisquem letras, mas o contato com adultos que escrevem regularmente e leem para elas e para si mesmos aumenta o

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interesse e o desejo de dominar a língua escrita. “Participar de atividades de comunicação e leitura interessantes, respeitado o nível de desenvolvimento, vai ajudar os pequenos quando chegarem à alfabetização”, explica Maria Ângela. - Outras aprendizagens - O contato com os livros pode desenvolver a linguagem plástica se o professor chamar a atenção para diferentes estilos de ilustração. “O conteúdo das obras também amplia a exploração do ambiente ao trazer informações distantes do meio em que vive a turma”, diz Maria Ângela. - Base teórica - Para o psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934), a criança só desenvolve a fala no contato com os mais velhos. A psicolinguista argentina Emilia Ferreiro afirma que elas, mesmo não alfabetizadas, devem ter contato com a linguagem escrita.

3. Domínio do corpo e destreza (Eixo: Desafios Corporais)O eixo Desafios Corporais trata de parte importante da experiência humana e da cultura. O movimento pode ser visto como um meio de expressão e está relacionado à significação de si, do outro e do mundo. O sentido que os bebês atribuem a si próprios como pessoas independentes está fortemente ligado ao desenvolvimento da capacidade de controlar suas ações motoras, de manipular objetos e de se deslocar. - Como o bebê aprende com isso - Quando as crianças têm espaço e liberdade para se movimentar, aprendem a medir sua força e seus limites. Elas se exercitam até que o domínio da ação as impele ao próximo desafio, como se dissessem: “Já sei andar. Vou ver se corro”. Nos primeiros anos de vida, ocorrem grandes mudanças em relação a tudo o que se refere à capacidade de movimento. O bebê passa de uma situação de dependência para uma de certo controle, do movimento descoordenado à coordenação quase total. “Tudo isso se dá por meio de brincadeiras simples, como se movimentar num cavalinho de balanço”, explica Beatriz Ferraz. Por volta do primeiro ano de vida, a criança começa a construir uma representação do próprio corpo, dos seus segmentos e de suas possibilidades e limitações. Esse esquema corporal é criado com base em experiências cognitivas, verbais, motoras ou relacionadas a sensações. Os conceitos de organização espacial também se

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formam nessa fase por meio do contato com as expressões que os adultos usam para indicar a localização do bebê (dentro, fora etc.). Com o tempo, eles são interiorizados e dão início à construção das ideias sobre o espaço e o tempo (em cima, embaixo, amanhã, depois etc.). O movimento e a fala dos educadores são responsáveis ainda pela aquisição das noções de duração, sucessão e ritmo. - Outras aprendizagens - O movimento, por si só, é uma das primeiras conquistas da criança rumo à autonomia e à formação da identidade. Já as experiências relativas ao espaço e ao tempo garantem que ela se aproxime de noções de Matemática e de conceitos-chave para a exploração do ambiente. - Base teórica - Segundo as ideias do psicólogo e filósofo francês Henri Wallon (1879-1962), o movimento é a base da comunicação dos pequenos. A motricidade, portanto, tem um caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto como por sua representação.

4. O mundo todo para conhecer (Eixo: Exploração do Ambiente)

Os bebês têm necessidade de agir e aprender sobre o que os rodeia. É sobre isso que discorre o eixo Exploração do Ambiente. Para tanto, eles utilizam olhos, nariz, ouvidos, boca, mãos e pés. Observam pessoas ou objetos em movimento, sentem a temperatura das coisas, ficam atentos a uma voz e põem na boca tudo o que conseguem agarrar.

- Como o bebê aprende com isso - Por meio da exploração, da curiosidade, da observação e dos questionamentos que fazem aos adultos, as crianças buscam entender o como e o porquê dos fenômenos da natureza e da sociedade. Segurando, mordendo, batendo e carregando objetos e materiais, elas começam a perceber que eles existem independentemente de suas ações. Essas coisas podem estar isoladas ou em grupos, ter tamanhos variados e aparecer em diferentes quantidades. À medida que vão trabalhando com isso, os pequenos adquirem informações sobre o mundo e constroem a gênese do conhecimento sobre as características dos objetos, da natureza e do espaço que os cercam. Isso pode se dar

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Estágio Supervisionado I

por meio da tentativa de calçar um sapato, colocar uma caixa maior dentro de outra menor ou ainda pela observação de um aquário montado na sala. “Na interação com as situações e com parceiros mais experientes que os façam refletir, os bebês são apresentados ao mundo e aos poucos conceitualizam a vida à sua volta”, ressalta Maria Ângela. - Outras aprendizagens - A possibilidade de explorar um espaço, se movimentando por locais em que haja obstáculos planejados e em diferentes tipos de solo propicia desafios motores. As conquistas e descobertas feitas nessa etapa e a oportunidade de escolher também permitem que a criança construa sua autonomia.

- Base teórica - Segundo o cientista suíço Jean Piaget (1896-1980), há quatro estágios básicos do desenvolvimento cognitivo. O primeiro é o sensório-motor, que vai até os 2 anos. Nessa fase, o conhecimento se constrói por meio do movimento e dos sentidos. Para conhecer o mundo, as crianças utilizam tudo o que sabem fazer: pegar, soltar, colocar na boca, sentir com as mãos etc.

5. A construção da independência (Eixo: Identidade e Autonomia)

A capacidade de se perceber como pessoa que vai se tornando independente ao receber os estímulos devidos é o tema do eixo Identidade e Autonomia. Um bom desenvolvimento psicomotor, cognitivo e linguístico está intimamente ligado à progressiva construção da personalidade e das capacidades de se relacionar e se comunicar com as outras pessoas - o que se dá durante toda a evolução da criança. Nos primeiros meses de vida, ela e o mundo são a mesma coisa. Na interação com colegas e adultos, tudo muda de figura. - Como o bebê aprende com isso - Num ambiente desafiador e que possibilita interações adequadas, desde muito cedo a criança age com crescente independência. Ela aponta para pessoas ou coisas de que gosta e decide o que vai explorar. Ao tomar decisões e fazer escolhas, ganha um sentido de controle e eficácia pessoal, como se dissesse: “Sou alguém que consegue fazer isso”. Essa

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sensação é proporcionada ao permitir que se alimentem sozinhos, por exemplo. “Eles devem realizar várias tarefas por conta própria, mas isso não quer dizer largá-los à própria sorte”, afirma Maria Ângela. “Ao contrário, é preciso intervir sempre que necessário e ajudá-los a entender como se faz determinada coisa.” À medida que o ambiente os encoraja a ser independentes, eles também têm de se proteger contra experiências que causem vergonha - como não conseguir fazer algo sozinhos na primeira tentativa. Nesse ponto, a formação de fortes laços emocionais com a mãe e o educador é essencial. Apoio e incentivo são muito mais eficazes para eles do que críticas e restrições. - Outras aprendizagens - Ao terem a oportunidade de interagir, os bebês aprendem a se relacionar com o outro. Os possíveis conflitos gerados nessas situações são um ótimo meio de aquisição da linguagem verbal, desde que bem mediados pelo professor. Já quando realizam uma atividade sozinhos, como almoçar, o estimulo à observação dos alimentos proporciona conhecer os hábitos culturais de onde vivem. - Base teórica - Para Vygotsky, o homem é dialógico por natureza: precisa dos semelhantes para existir, ser e viver. “Na ausência do outro, o homem não se constrói homem”, escreveu o psicólogo. A identidade e a autonomia, de acordo com ele, estão intimamente ligadas às relações estabelecidas com o grupo.

6. Expressão e percepção visual (Eixo: Exploração e Linguagem Plástica)

Arte, nessa fase, remete à apropriação de diversas linguagens que formam a expressividade humana. Esse é o mote do eixo Exploração e Linguagem Plástica. Trabalhar o tema com os pequenos significa incentivá-los a deixar suas marcas, e não produzir obras de arte. Simples rabiscos os encantam. - Como o bebê aprende com isso - Num primeiro momento, os bebês produzem riscos, pontos e círculos aleatórios, sem uma forma aparentemente definida. “A primeira relação da meninada com o desenho se dá, de fato, pelo movimento: o prazer de produzir um traço sobre o papel”, conta Maria Clotilde. Com o tempo, e após várias experiências com materiais, suportes e técnicas diferentes, as formas

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Estágio Supervisionado I

se tornam mais definidas e próximas da realidade. Assim, as crianças expandem suas capacidades nessa área. É por meio dos desenhos que, paulatinamente, elas passam a ter controle para fazer linhas abertas, fechadas, compridas, curtas e pontilhadas (inclusive o desenho e o desenvolvimento das crianças, entendendo o que isso tudo quer dizer). Com o uso de materiais como massa de modelar, aprendem a moldar, bater, enrolar e puxar. As tintas são espalhadas no papel com pincéis, esponjas e até com as mãos. “Dessa forma, desenvolvem-se a expressão artística, a curiosidade e a criatividade e se constroem os fundamentos das linguagens visuais, como ritmo, contraste, tamanho e cor”, explica Maria Clotilde. - Outras aprendizagens - Por trabalhar com a expressividade, as atividades artísticas são importantes no desenvolvimento da identidade e da autonomia (“Este é o meu desenho! Aqui está meu irmão.”). Elas são ainda um meio de controle motor, de compreensão do espaço e de desenvolvimento da imaginação (fundamental para a condição humana e relacionada ao brincar). - Base teórica - Para a pesquisadora norte-americana Rhoda Kellogg, o desenho se desenvolve com base nas observações que a criança realiza sobre suas produções gráficas. Por isso, são tão importantes as atividades com variados suportes e instrumentos de expressão.

7. Produtores de música (Eixo: Linguagem Musical e Expressão Corporal)

Desde antes do nascimento, as crianças estão imersas num mundo repleto de sons e são capazes de reagir a eles. Quando nascem, conseguem distinguir a voz humana e, nos primeiros meses de vida, se encantam com músicas associadas a gestos. Mesmo sem saber falar corretamente ou andar, elas tentam seguir os movimentos com as mãos. São essas capacidades o foco do eixo Linguagem Musical e Expressão Corporal. - Como o bebê aprende com isso - A linguagem musical está presente em todos os momentos da vida e atua como um elo entre as gerações de uma mesma família e entre membros da comunidade. “Fornecer um repertório amplo de

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ritmos e sons é garantir o acesso à cultura”, ressalta Beatriz Ferraz. Cantar cantigas, dançar em roda, acompanhar a música com palmas e saber o nome e os sons de vários instrumentos são alguns dos conteúdos trabalhados na creche. As crianças costumam descobrir fontes sonoras surpreendentes ao bater, sacudir ou empurrar objetos à sua volta, assim como quando utilizam instrumentos sonoros simples. A atividade é ainda mais proveitosa quando o professor as estimula: “Escutem que som legal ele faz quando agita o chocalho”. - Outras aprendizagens - O trabalho com ritmos tem uma importante relação com atividades de movimento. As músicas são ainda uma ferramenta para a aquisição da linguagem verbal. - Base teórica - Para o cientista norte-americano Howard Gardner, o homem é dotado de múltiplas inteligências, dentre elas a musical e a físico-cinestésica. O que nos leva a desenvolver capacidades inatas são a Educação que recebemos e as oportunidades que encontramos. Por isso, é papel da escola trabalhar com os sons, a música e a dança - fontes de conexão cultural.Fonte: <http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/criancas-muito-aprender-creche-educacao-infantil-aprendizagem-brincadeiras-linguagem-546791.shtml> Acesso em: 26.02.2012.

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Estágio Supervisionado I

ANEXO 2

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÁGIO

Termo de Compromisso de Estágio vinculado ao convênio celebrado entre a

Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, ora Interveniente, a instituição de

ensino______________________________________________________________________

sediada à rua_________________________________________________________________

nº________, bairro________________________, cidade___________________________,

Estado____________________________, CEP______________________________, CNPJ

nº_______________________________, fone__________________________, doravante

denominada Concedente, neste ato, representada por seu diretor______________________

_________________________________________e o estudante _______________________

___________________________________, portador da RG nº_______________________,

CPF nº________________________, aluno regularmente matriculado no curso de __

_______________________________, matrícula nº_____________________________

_______, residente e domiciliado à rua_______________________________________

____________, nº____________, bairro______________________________________,

cidade_____________________________________, Estado_________________________,

CEP___________________________ a seguir denominado Estagiário, celebram o presente

Termo de Compromisso para a realização do estágio, que se regerá pelas disposições da Lei

nº 11.788/2008, mediante as seguintes cláusulas e condições:

CLÁUSULA PRIMEIRA – O estágio deverá proporcionar ao estagiário uma reflexão

teórico-prática, o aprimoramento técnico-científico e uma maior proximidade com o

contexto real de trabalho.

CLÁUSULA SEGUNDA – As atividades a serem desenvolvidas durante o estágio deverão

estar em conformidade com a programação acordada entre as partes.

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CLÁUSULA TERCEIRA – Caberá a Interveniente:

a) Preparar o estagiário teórico e metodologicamente para o desenvolvimento da prá-

tica docente.

b) Orientar, acompanhar e avaliar o estagiário.

c) Proporcionar condições para o acompanhamento do estágio.

d) Preparar a documentação necessária para a assinatura do convênio com a Conce-

dente.

e) Oferecer cobertura do Seguro de Acidentes Pessoais ao estagiário.

CLÁUSULA QUARTA – No desenvolvimento do estágio caberá à Concedente:

a) Proporcionar ao estagiário o aprendizado da prática docente.

b) Proporcionar subsídios que possibilitem acompanhar, supervisionar e avaliar o

estágio.

c) Proporcionar ao estagiário condições para o desenvolvimento da prática docente.

d) Efetuar o controle da frequência do estagiário.

e) Designar ao estagiário unicamente atividades ligadas à docência na sua área de

conhecimento.

CLÁUSULA QUINTA – O estagiário será obrigado a:

a) Observar as condições fixadas para a realização do estágio.

b) Apresentar Plano de Atividades de Estágio.

c) Cumprir a programação do estágio e observar as normas internas da instituição

Concedente.

d) Em caso de interrupção do estágio, comunicar, por escrito, à Concedente e ao

Colegiado do seu curso.

e) Elaborar relatório de estágio.

CLÁUSULA SEXTA – Na vigência do presente Termo de Compromisso, o estagiário

estará incluído na cobertura do Seguro de Acidentes Pessoais, proporcionada pela Apólice

n°____________ , da Companhia________________________________, contratada pela

UESC, em conformidade com o que preceitua a Lei n° 11.788/2008.

CLÁUSULA SÉTIMA – O estagiário responderá pelas perdas e danos decorrentes da

112 EADPedagogia

Estágio Supervisionado I

inobservância das normas internas da Concedente ou das constantes no presente contrato.

CLÁUSULA OITAVA - O estagoário poderá afastar-se temporariamente, sem prejuízo

do estágio, em virtude de:

a) Matrimônio, pelo prazo de 03 (três) dias consecutivos, mediante apresentação de

Certidão de Casamento.

b) Falecimento do cônjuge, ascendentes, descendentes ou irmão até 02 (dois) dias

consecutivos, mediante apresentação de atestado de óbito.

c) Doença, pelo prazo máximo de 15 (quinze) dias consecutivos, mediante apresentação

de laudo médico do SUS.

CLÁUSULA NONA - O estágio findar-se-á nos seguintes casos:

a) Automaticamente, ao término do prazo de estágio estipulado neste Termo de

Compromisso.

b) Abandono do curso ou trancamento da matrícula.

c) Abandono, caracterizado pela ausência não justificada de 03 (três) dias letivos, no

período do estágio.

d) Descumprimento, pelo estagiário, de qualquer uma das cláusulas deste Termo de

Compromisso.

e) Pedido do estagiário mediante comunicação escrita com antecedência mínima de 08

(oito) dias.

CLÁUSULA DÉCIMA – Nos termos do artigo 3º da Lei nº 11.788/2008, o estagiário não

terá, para quaisquer efeitos, vínculo empregatício com a instituição Concedente.

CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA – O estágio somente poderá ser iniciado após

assinatura das partes envolvidas, não sendo reconhecido ou validado com data retroativa.

CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA – O estágio será desenvolvido no período de

____/____/_______ a ____/____/_______, no horário das __________às__________,

perfazendo um total de _________ horas.

E por estarem de inteiro e comum acordo com as condições estipuladas neste Termo de

Compromisso de Estágio, as partes assinam o presente instrumento em 03 (três) vias de

igual teor e forma.

Ilhéus (BA), ____ de _____________________ de _________

________________________________ ____________________________

ESTAGIÁRIO CONCEDENTE

_______________________________

PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO

Módulo 5 I Volume 5 113UESC

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Anexo 3

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESCCURSO DE PEDAGOGIA – EAD

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO

IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO

Nome:

Endereço:

Telefone:

Endereço do local de trabalho:

Telefone:

Horário de trabalho:

Polo:

Preferência de local de estágio:

( ) próximo à residência

( ) próximo ao trabalho

114 EADPedagogia

Estágio Supervisionado I

Anexo 4

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

CURSO DE PEDAGOGIA – EAD

Ilhéus, ____, maio de 2012.

Da Coordenação da disciplina – Estágio Supervisionado na Educação Infantil

Para: Direção, coordenação e professores(as) regentes das escolas campos de

estágio.

Agradecemos a acolhida que sua escola deu aos nossos alunos- estagiários do Curso

de Pedagogia/EAD e desde já adiantamos que os consideramos parceiros na formação do

professor da Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental. Com essa parceria,

colocamo-nos à disposição para outros trabalhos que a escola necessite, como suporte

teórico-prático e científico, visando à melhoria do desempenho dos sistemas de ensino

público, do qual também fazemos parte.

O objetivo geral desse estágio é possibilitar ao aluno a oportunidade de conhecer a

dinâmica do processo pedagógico, a escola, os espaços educativos, as crianças e as rotinas,

visando à realização da prática pedagógica.

Os objetivos específicos desse estágio são:

- refletir sobre a realidade social, econômica, política e educacional da escola, a partir dos

estudos já realizados no curso, visando à construção da sua trajetória docente;

- elaborar e desenvolver a proposta de estágio, considerando suas etapas, mantendo contato

com a escola (professora, coordenadora) e a universidade (tutor presencial de estágio e

professor da disciplina), considerando: local que será realizado o estágio, modalidade –

creche ou pré-escola – objetivos, seleção dos conteúdos/atividades e estratégias de ensino,

recursos e avaliação;

Módulo 5 I Volume 5 115UESC

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- vivenciar situações teóricas e práticas (ensino e aprendizagem) juntamente com a professora

regente e as crianças e registrá-las no seu diário reflexivo;

- refletir sobre o trabalho realizado, tendo como pontos para reflexão: formação de

professores, docência, Educação Infantil.

Para atingir tais objetivos, os estagiários deverão desenvolver algumas atividades,

tais como:

· ler e analisar documentos escolares: calendário, projeto político pedagógico da escola,

planos de ação do professor, regimento interno e outros. Para a realização dessa tarefa,

solicitamos que os referidos documentos lhes sejam disponibilizados;

· observar a dinâmica escolar em seus diversos tempos e espaços (salas de aula, recreio, aulas

especiais, biblioteca, laboratório de informática e outros).

· acompanhar o trabalho docente de um professor regente junto a uma turma de alunos, ao

longo do estágio, auxiliando-o em todas as tarefas docentes.

· realizar as atividades pedagógicas, no período que chamamos de regência de classe, no qual

demonstrarão sua competência pedagógica para programar, desenvolver e avaliar atividades

curriculares junto aos alunos. Os conteúdos dessas atividades serão definidos pelo professor

regente. As datas serão agendadas, de comum acordo, entre estagiário e professor regente.

O professor regente encarregar-se-á de fornecer ao estagiário os conteúdos a

serem trabalhados, com a devida antecedência, para que se possa planejar, em conjunto, as

atividades a serem desenvolvidas com as crianças.

No início da regência, o estagiário entregará o “planejamento das aulas” e uma

“ficha de avaliação” ao professor regente, para a avaliação do seu desempenho.

Os estagiários devem apresentar, a cada dia de estágio, a ficha de frequência ao

professor(a) regente da turma, para que este(a) a assine, atestando sua presença na escola.

Solicitamos que os professores regentes encaminhem ao responsável pelos estágios

na escola as dificuldades que os estagiários apresentarem em relação ao seu desempenho

pessoal-profissional, para que possamos dirimir quaisquer dúvidas.

Para esclarecimentos, procurem os tutores presenciais na sede do polo em que o

aluno/estagiário está matriculado, ou entre em contato com a Universidade 073 3680 5069

ou pelo email [email protected].

Atenciosamente,

Coordenação de Estágio do Curso de Pedagogia/EAD

116 EADPedagogia

Estágio Supervisionado I

Anexo 5

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB

CURSO DE PEDAGOGIA

FICHA DE OBSERVAÇÃO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO I – EDUCAÇÃO INFANTIL

Aluno(a) estagiário(a) __________________________________________________________________________________

Aluno(a) estagiário(a) __________________________________________________________________________________

Polo_________________________________________________________________________________________________

Início do estágio _____/______/______

Professor de estágio ____________________________________________________________________________________

Tutor presencial _______________________________________________________________________________________

Nome da Escola – local do estágio ________________________________________________________________________

Carga horária do estágio à 90 horas

Carga horária da observação à 12 horas

O que observar na escola:

- Espaço Físico:

Endereço da escola_____________________________________________________________________________________

Turnos de funcionamento: Matutino ( ) Vespertino ( )

Total de crianças _______________________________________________________________________________________

- Gestão da escola/creche

Direção ______________________________________________________________________________________________

Coordenação__________________________________________________________________________________________

Professores ________________ Curso de graduação _________________ Magistério – Ensino Médio ________________

Estudantes do curso de Pedagogia ________________________ outros cursos ___________________________________

Efetivo/município _______________Contratado _______________ Estagiário _____________ Monitor ______________

Crianças matriculadas __________matutino ________vespertino

- Dependências da Escola/creche:

1.Sala de aula ( ) Quantas?______________________________________________________________________________

2.Espaço para lazer ( ) Tamanho____ é coberta? ( ) mobiliário ( ) parque de diversão ( ) brinquedos pedagógicos ( )

3.Biblioteca ( ) acervo de livros ( ) gibis ( ) revistas ( ) jornais ( ) literatura infantil ( ) outros ( )

4.Sala de leitura ( ) mobiliário ( )

tipos de livros ________________________________________________________________________________________

5.Sala de TV ( ) mobiliário ______________________________________________________________________________

aparelhos eletrônicos ___________________________________________________________________________________

Módulo 5 I Volume 5 117UESC

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Como são usados?___________________________________________________________________________________

6.Laboratório de informática ( ) mobiliário e aparelhos ____________________________________________________

7.Banheiros Masculino ( ) Feminino ( ) quantos?________________________________________________________

8.Cozinha ( ) O que faz?_____________________________________________________________________________

9.Quarto/dormitório ( )

Como é organizado o horário da soneca das crianças?______________________________________________________

- Aspecto pedagógico

( ) Concepção de Projeto Político Pedagógico:

( ) Proposta de trabalho para a infância

( ) Projetos que estão sendo desenvolvidos

( ) Políticas para Educação Infantil

Outras anotações: ___________________________________________________________________________________

- Impressões do estagiário:

Como vejo a escola/creche?

Como a escola/creche se vê?

Como a comunidade vê a escola/creche e vice-versa?

118 EADPedagogia

Estágio Supervisionado I

Anexo 6

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB

CURSO DE PEDAGOGIA

FICHA DE PARTICIPAÇÃO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO I – EDUCAÇÃO INFANTIL

Aluno(a) estagiário(a) __________________________________________________________________

Aluno(a) estagiário(a) __________________________________________________________________

Polo_________________________________________________________________________________

Início do estágio _______________________________________________________________________

Professor de estágio ____________________________________________________________________

Professor regente ______________________________________________________________________

Tutor presencial _______________________________________________________________________

Nome da Escola – local do estágio ________________________________________________________

Carga horária do estágio à 90 horas

Carga horária da participação à 20 horas

Questões:

a) Quais as teorias pedagógicas que orientam a prática do professor regente que, por sua vez, é reflexo do

projeto político pedagógico e de uma concepção de infância e educação?

b) Como o(a) professora(a) regente organiza as rotinas com a crianças?

c) Quais conteúdos são trabalhados com as crianças? Esses conteúdos desenvolvem quais competências?

d) Quais as metodologias e os recursos disponíveis na escola e o que posso utilizar nas minhas aulas?

e) Como vou aprender sobre como ensinar e aprender sobre como ser professor?

f) Como vou construir situações da prática para trabalhar com crianças?

Módulo 5 I Volume 5 119UESC

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Anexo 7

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

CURSO DE PEDAGOGIA – EAD

FICHA DE FREQUÊNCIA DO ESTAGIÁRIO

Data Atividade realizada Escola/Polo/UESCAssinatura do

professor regente

120 EADPedagogia

Estágio Supervisionado I

Anexo 8

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

CURSO DE PEDAGOGIA – EAD

Esboço para o plano de aula

Universidade____________________________________________________________Polo___________________________________________________________________Estagiário(a)____________________________________________________________Professor(a) regente_____________________________________________________Escola_________________________________________________________________Município______________________________________________________________Data __________________________________________________________________

Tema_________________________________________________________________

Área de conhecimento __________________________________________________

Assunto (conteúdo):____________________________________________________

Objetivos (geral e específicos):

Metodologia;

Recursos didáticos:

Avaliação:

Referências:

Organização da rotina: Descrever a acolhida às crianças, organização da sala, as atividades, a socialização etc. com os tempos e espaços de realização das atividades.

Módulo 5 I Volume 5 121UESC

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Anexo 9

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

CURSO DE PEDAGOGIA – EAD

FICHA DE AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO - Avaliação da regência

Nome do(a) estagiário(a)____________________________________________________________________

Polo _____________________________________________________________________________________

Período do estágio _________________________________________________________________________

Turno ____________________________________________________________________________________

Nome do(a) professor(a) regente _____________________________________________________________

Desempenho, competências, habilidades Ótimo(O) Bom (B) Regular(R)

1- Habilidade em despertar o interesse da turma.

2- Organização de situações motivadoras.

3- Domínio e aprofundamento teórico e prático para trabalhar em classes de Educação Infantil.

4- Capacidade de estabelecer relações com a realidade mais ampla.

5- Favorecimento do desvelar crítico da realidade.

6- Planejamento de atividades compatíveis com a proposta teórica e metodológica para a Educação Infantil.

7- Criação de situações, envolvendo o diálogo com as crianças.

8- Utilização de recursos didáticos diversificados.

9- Distribuição do tempo na organização do planeja-mento (rotina).

10- Liderança e domínio com o grupo.

11- Desenvolvimento da aula em função da aprendi-zagem das crianças, com flexibilização do planeja-mento, quando necessário.

12- Uso de linguagem clara, objetiva e dinâmica.

13- Relacionamento com as crianças, a direção, a co-ordenação, os funcionários da escola, os pais.

Obs; Caso julgue necessário, utilize o espaço abaixo para justificar sua avaliação ou fazer anotações complementares.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

122 EADPedagogia

Estágio Supervisionado I

Suas anotações

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