Penas Reais

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  • penas reais.

  • Iluses, sede bem-vindas,

    Povoai-me o pensamento:

    Convosco, sim, a ventura

    Se goza per um momento.

  • Desci dor celestes coros,

    Por Deus mandada escutar

    Da infncia as queixas e os choros,

    Para lhos ir confiar.

    Desci. Na terra, nos mares

    Tanta misria encontrei,

    Que os meus magoados olhares

    De terra e mar desviei.

    Desci. E tantos gemidos,

    To dolorosos ouvi!

    Que, turbados os sentidos,

    Quis recuar... mas desci.

    O ANJO DA GUARDA DA INFNCIA

  • Nesta colheita de dores

    Pelo mundo todo andei,

    No choro dos pecadores

    As minhas vestes molhei.

    Vagueando dias e dias

    Chegara Judeia enfim,

    Quando um clamor de agonias

    Veio de longe at mim.

    O Sol, o Sol inflamado

    Destas terras orientais

    Tinha no disco afogueado

    No sei que estranhos sinais.

    Soavam menos distantes

    Sinistros brados de dor Choros de mes e de infantes

  • Cantos de morte e terror.

    Vi anjos de asas nevadas

    Em bandos subir ao Cu,

    Quais pombas amedrontadas

    Fugindo voz de escarcu.

    Onde ides? Quem vos persegue?

    A que tormentos fugis?

    Um que triste o bando segue,

    Estas palavras me diz:

    Somos as almas de infantes

    Mortos em guerra feroz;

    Inda das mes delirantes

    Nos chama a sentida voz. S a materna saudade