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Os direitos relativos à participação política, assim como quaisquer outros, não são absolutos. Ao contrário, podem ser restringidos, seja por meio da perda ou da suspensão. A cassação de direitos políticos é vedada (proibida) no Brasil. Tal instituto consistia na declaração unilateral do Poder Executivo, por motivos ideológicos, de que a pessoa por ela atingida não mais poderia exercer os direitos políticos, geralmente de modo definitivo. Justamente por isso, seria hoje inconstitucional, por violar a garantia da proibição das penas de caráter perpétuo e a cláusula do devido processo legal. É importante dizer que pode haver é a cassação do mandato, mas que configura uma espécie do que a CF chama de perda do mandato (art. 55). A cassação dos direitos políticos é proibida pelo caput do art. 15. As restrições possíveis no ordenamento brasileiro são a perda e a suspensão dos direitos políticos. Costuma-se dizer que a perda ocorre de modo definitivo, com o que não concordamos, pois, dessa forma, estaríamos diante de uma pena de caráter perpétuo. Na realidade, existem duas distinções entre a perda e a suspensão dos direitos políticos. Primeiramente, a perda ocorre por prazo INDETERMINADO (o que não quer dizer definitivo), ao passo que a suspensão pode ocorrer por prazo DETERMINADO ou INDETERMINADO. Por outro lado, a perda permite, sim, a reaquisição dos direitos políticos, mas essa reaquisição não se dá de forma automática (é preciso se alistar novamente como eleitor). Ao revés, a suspensão permite a reaquisição automática dos direitos políticos. Por exemplo: a condenação criminal transitada em julgado é causa de suspensão, pois, uma vez cessada a condenação, a pessoa readquire automaticamente os direitos políticos. Já no caso do cancelamento da naturalização (hipótese de perda), mesmo que a pessoa consiga anular o cancelamento da naturalização, será necessário alistar-se

Perda e Suspensao Dos Direitos Politicos

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Breves definições acerca dos conceitos de perda e suspensão dos direitos políticos, à luz da Constituição da República.

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A finalidade de nosso trabalho de posicionarmos perante a Problemtica da Perda e da Suspenso dos Direitos Polticos, e ainda, quanto a durao desses dois conceitos, ou seja, conceito de Perda e Suspenso

Os direitos relativos participao poltica, assim como quaisquer outros, no so absolutos. Ao contrrio, podem ser restringidos, seja por meio da perda ou da suspenso.

A cassao de direitos polticos vedada (proibida) no Brasil. Tal instituto consistia na declarao unilateral do Poder Executivo, por motivos ideolgicos, de que a pessoa por ela atingida no mais poderia exercer os direitos polticos, geralmente de modo definitivo. Justamente por isso, seria hoje inconstitucional, por violar a garantia da proibio das penas de carter perptuo e a clusula do devido processo legal.

importante dizer que pode haver a cassao domandato, mas que configura uma espcie do que a CF chama de perda do mandato (art. 55). A cassao dosdireitos polticos proibida pelo caput do art. 15.

As restries possveis no ordenamento brasileiro so a perda e a suspenso dos direitos polticos. Costuma-se dizer que a perda ocorre de modo definitivo, com o que no concordamos, pois, dessa forma, estaramos diante de uma pena de carter perptuo. Na realidade, existem duas distines entre a perda e a suspenso dos direitos polticos.

Primeiramente, a perda ocorre por prazo INDETERMINADO (o que no quer dizer definitivo), ao passo que a suspenso pode ocorrer por prazo DETERMINADO ou INDETERMINADO. Por outro lado, a perda permite, sim, a reaquisio dos direitos polticos, mas essa reaquisio no se d de forma automtica ( preciso se alistar novamente como eleitor). Ao revs, a suspenso permite a reaquisio automtica dos direitos polticos. Por exemplo: a condenao criminal transitada em julgado causa de suspenso, pois, uma vez cessada a condenao, a pessoa readquire automaticamente os direitos polticos. J no caso do cancelamento da naturalizao (hiptese de perda), mesmo que a pessoa consiga anular o cancelamento da naturalizao, ser necessrio alistar-se novamente como eleitor (pois a reaquisio dos direitos no automtica.

So hipteses de SUSPENSO DOS DIREITOS POLTICOS: a) a incapacidade civil absoluta transitria (art. 15, inciso I); b) improbidade administrativa (art. 15, V) e c) condenao criminal transitada em julgado (art. 15, III), enquanto durarem seus efeitos. Por outro lado, a perda ocorrer nos casos de cancelamento de naturalizao por sentena transitada em julgado (art. 15, I) e recusa de cumprir obrigao legal a todos imposta ou prestao social alternativa (art. 15, IV).

Distines entre perda e suspenso dos direitos polticos:

Restrio

Prazo

Reaquisio dos direitos

Hipteses

PERDA

Indeterminado

No automtica (o sujeito deve alistar-se novamente)

Art. 15, I e IV (para a doutrina)

SUSPENSO

Determinado ou indeterminado

Automtica

Art. 15, II, III e V. Art. 15, IV (segundo a lei)

A finalidade deste de posicionarmos ante aproblemtica da perda e da suspenso dos Direitos Polticos, e ainda o conceito dePerda e Suspenso. O presente trabalho, tratar doartigo 15,caput, da Constituio Federal, epargrafo IV, conjunto aoartigo 5, XLVII, letra b.

Tratar-se- daPerda e da Suspenso dos Direitos Polticos,em anlise de sua durao ou extino, isto :tratam-se de penas perenes? Tal tema no encontra um desenvolvimento legislativo, doutrinrio, nem mesmo jurisprudencial to acentuado em nosso mundo jurdico.

O cerne do presente texto funda-se no artigo 15,caput, da Constituio Federal, cujo contexto enseja conceitos deperda e suspenso. Ento, nota-se mister uma anlise profunda desses conceitos, pois eles podem nos conduzir a erro, pois deve-se discernir quando sero suspensos e quando sero perdidos tais direitos polticos.

Outro ponto refere-se privao de direitos por motivo de convico religiosa,quando usada para se eximir da obrigao legal imposta pelo Estado, como a prestao de servio militar. Tamanha a importncia tratarmos deste assunto, pois grande o nmero de pessoas em dias atuais que se utilizam desta alegao.

O histrico de nosso pas demonstra o motivo da inrcia legislativa, referente prestao de servio militar. Nas ltimas dcadas poucas ocasies de guerra houveram. Outro aspecto, que h um grande contigente, que excedem a prpria possibilidade de absoro ao recrutamento militar.

2 - Da Privao dos Direitos Polticos

Consta-se que o cidado pode ser privado de seus direitos polticos, pois tal posio est prevista na Carta Magna. Entretanto, a Constituio Federal, no descreve que hipteses implicam perda ou suspenso de direitos, como leciona o professorALEXANDRE de MORAES:

"A Constituio Federal no aponta as hipteses deperda ou suspensodos direitos polticos, porm a natureza, forma e, principalmente, efeitos das mesmas possibilitam a diferenciao entre os casos deperda e suspenso."

A privao dos direitos polticos, seja nas hipteses de perda ou suspenso, engloba a perda do mandato eletivo, determinando assim, imediatamente a cessao de seu exerccio. No que se refere aos parlamentares federais, a prpria Constituio Federal, traz em seuartigo 55, 3,que o Deputado ou Senador que perder ou tiver suspensos os direitos polticos, imediatamente ser cessado seu exerccio.

2.1 - Da Perda

A perda dos direitos polticos, tratada no artigo 15, caput, da Constituio Federal. Ter a perda dos direitos polticos da seguinte forma:

Conforme nos ensina o professorALEXANDRE de MORAES:

"A perda dos direitos polticos configura a privao dos mesmos e ocorre nos casos de cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado e recusa de cumprir obrigao a todos imposta ou prestao alternativa, nos termos do art. 5, VIII, da Constituio Federal."

Salientamos ainda o professorJ. CRETELLA JNIOR:

"No se perde o que no se tem. Perde-se aquilo de que se tinha a posse, ou a deteno. "Perda" idia ligada idia de definitividade ..."

Em nosso Direito Constitucional Brasileiro h duas hipteses especficas de perda de direitos polticos, so elas:

2.1.1 - Cancelamento da naturalizao por sentena transitado em julgado.

Um dos requisitos para o exerccio dos direitos polticos, a nacionalidade brasileira, ensina-nos os professoresLuiz Alberto David Araujo e Vidal Serrano Nunes Jnior.Cabe lembrar que o requisito da nacionalidade brasileira exigncia para o alistamento eleitoral.

Aqui a Repblica Federativa do Brasil, teve a preocupao de estabelecer a perda dos direitos polticos daqueles que perdem a nacionalidade brasileira, pois nada mais lgico, pois como poderia um cidado de origem estrangeira cuidar de assuntos de interesses do Brasil e de seu povo.

Ensina-nos tambm o professorALEXANDRE de MORAES, que:

"Como conseqncia desta perda, o indivduo retorna situao de estrangeiro perdendo os direitos polticos, pois o atributo da cidadania prprio dos que possuem em nacionalidade."

Cabe lembrar que para a decretao da perda dos direitos polticos, somente o Poder Judicirio poder assim fazer (Justia Federal, art. 109, X, da CF).

2.1.2 - Escusa de Conscincia.

O art. 5, VIII, da Constituio Federal assegura a liberdade de convico e de crena, salvo se invocadas para efeito de se eximir de obrigao legal a todos imposta e recusar-se ao cumprimento de obrigao alternativa fixada em lei.

Como nos ensina os professoresLuiz Alberto David Araujo e Vidal Serrano Nunes Jnior:

"A recusa ao cumprimento de obrigaes da espcie, bem assim de obrigaes alternativas legalmente fixadas, gera a perda dos direitos polticos. Com efeito, o indivduo possui o direito escusa de conscincia, mas deve, neste caso, cumprir a obrigao alternativa, sob pena de perda dos direitos polticos."

A Lei n 8.239, de 4-10-1996, regulamentada pela Portaria n 2.681, de 28-7-1992 (fundamentada no 1 do art. 143 da CF):

"As Foras Armadas compete, na forma da lei, atribuir servio alternativo aos que, em tempo de paz, aps alistados, alegarem imperativo de conscincia, entendo-se como tal o decorrente de crena religiosa e de convico filosfica ou poltica, para se eximirem de atividades de carter essencialmente militar",

porm, para que haja perda dos direitos polticos devero estar presentes dois requisitos essenciais, so eles:

- descumprimento de uma obrigao a todos importa;

- recusa realizao de uma prestao alternativa fixada em lei;

Na concluso deste trabalho estaremos discorrendo e colocando nossa posio quanto a escusa de conscincia.

2.2 - Da Suspenso.

Ao lado das hipteses de perdas, a Constituio Federal, disciplinou ainda trs hipteses de suspenso dos direitos polticos. Segundo o professorALEXANDRE de MORAES,"a suspenso dos direitos polticos caracteriza-se pela temporariedade da privao dos direitos polticos."

A suspenso dos direitos polticos se dar nas seguintes hipteses: incapacidade civil absoluta; condenao criminal com trnsito em julgado, enquanto durarem seus efeitos; improbidade administrativa.

2.2.1 - Incapacidade Civil Absoluta.

A incapacidade civil que tratada aqui superveniente, ou seja, um dos efeitos secundrios da sentena judicial que decreta a interdio, a qual gera a suspenso dos direitos polticos.

Para isso basta a decretao da interdio do incapaz, nos termos dos arts. 446 e 462 do Cdigo Civil, nas hipteses do art. 5 do referido diploma legal, para que decorra, como efeito secundrio e especfico da sentena judicial, a suspenso dos direitos polticos, enquanto durarem os efeitos da interdio.

O legislador tratou apenas como suspenso por motivo de incapacidade civil, pois desta forma se o indivduo que recuperar seu estado normal, ou seja, capacidade civil poder ter seus direitos polticos novamente.

2.2.2 - Condenao Criminal com Trnsito em Julgado enquanto durarem seus efeitos.

Todos os sentenciados que sofrerem condenao criminal com trnsito em julgado estaro com seus direitos polticos suspensos at que ocorra a extino da punibilidade como conseqncia automtica e inafastvel da sentena condenatria.1

"A condenao criminal passada em julgado gera a suspenso dos direitos polticos enquanto perdurarem seus efeitos", segundo professoresLuiz Alberto David Arajo e Vidal Serrano Nunes Jnior.

Os requisitos para a ocorrncia dessa hiptese de suspenso dos direitos polticos so:

-condenao criminal com trnsito em julgado:O art. 15, inciso III, da Carta Magna auto-aplicvel, sendo conseqncia direta e imediata da deciso condenatria transitada em julgado, no havendo necessidade de manifestao expressa a respeito de sua incidncia na deciso condenatria e prescindindo-se de quaisquer formalidades. Cabe lembrar que, o termo"condenao criminal transitada em julgado"no distingue quanto ao tipo de infrao cometida, abrangendo no s aquelas decorrentes da prtica de crimes dolosos ou culposos, mas tambm, as decorrentes de contraveno penal.

- efeitos da condenao criminal:a suspenso dos direitos persistir enquanto durarem as sanes impostas ao condenado, tendo total incidncia durante o perodo de livramento condicional, e ainda, nas hipteses de priso albergue ou domiciliar, pois somente a execuo da pena afasta a suspenso dos direitos polticos com base no art. 15 inciso III, ca Constituio Federal.

1.ROLLO, Alberto, BRAGA, Enir.Inelegibilidade luz da jurisprudncia. So Paulo: Fiuza, 1995. P. 73-77. Citao de vrios precedentes jurisprudncias.

2.2.3 - Improbidade Administrativa:

A Constituio Federal, no art. 37, 4, prev que os atos de improbidade administrativa importaro a suspenso dos direitos polticos, a perda da funo pblica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao errio, na forma e gradao previstas em lei, sem prejuzo da sano penal cabvel, reforando a previso de suspenso dos direitos polticos do art. 15, V. Grande eficcia foi o legislador colocar tal norma, pois como poderia um representante pblico, eleito pelo povo e para o povo, cometer tais imoralidades sem haver uma sano para tais atos.

Conforme nos ensina o professor Jos Afonso da Silva improbidade administrativa :a imoralidade administrativa qualificada pela leso ao patrimnio pblico.

3 - Concluso

No que se refere asuspenso dos direitos polticos, como o prprio nome diz,suspenso, no haveria nexo ter umasuspenso perptua, pois o prprio significado da palavra no permitiria que esta fosse perptua, e sim, provisria. Neste intento ensina-nos os professoresLuiz alberto David Araujo e Vidal Serrano Nunes Jnior:

"... trs hipteses de suspenso dos direitos polticos, ou seja, casos de interdio provisria dos direitos polticos, de tal modo que,cessados os efeitos do ato que gera a suspenso, de regra, cessa igualmente a interdio dos direitos."

Temos tambm a mesma posio do professorJ. CRETELLA JNIOR, que diz:

"Suspenso no se confunde com perda. "Suspenso" interrupo temporria daquilo que est em curso,cessando quando terminam os efeitos de ato ou medida anterior."

No que tange ao exerccio do cargo poltico o mesmo professor citado acima nos ensina que: "a incapacidade civil absolutapor doena mental acarreta a suspenso, primeiro, do estado virtual do gozo, depois do exerccio, da atividade de fato, pelo maior de dezoito anos, que quer alistar-se, depois, se o conseguir pretende votar ou ser votado. A suspenso impede o gozo e o exerccio."

Para a suspenso de direitos polticos, o que se analisa como regra, so os efeitos da interdio. Logo, primordialmente se decreta a interdio, e secundariamente a suspenso dos direitos polticos.

Da conclumos que extinta a interdio, extingue-se tambm a suspenso dos direitos polticos.

Com o exposto acima, conclumos claramente que no h perpetuidade na suspenso de direitos, e sim suspenso temporria de exerccio de tais direitos polticos.

Ao estudarmos tal tema, notamos que quando tratamos da Perda dos Direitos, mais precisamente a palavra chave"PERDA",somos induzidos a concluir que a perda seja algoperptuo, o que na verdade no .

A explicao para isso, que,a palavra perda, nos d uma conotao de eternidade, como por exemplo, "a perda de uma vida", neste caso a perda realmente se faz perptua.

A perda no aspecto jurdico, tem suas caractersticas prprias, como ensina o professorJ. CRETELLA JUNIOR:

"Perda idia ligada idia de definitividade, embora nem sempre o seja.Pode-se recuperar o que se perde."

Salienta ainda, o mesmo douto:

"A perda, regra geral, definitiva, para sempre, ano ser que quem perdeu faa esforo para recuperar o perdido."

Temos ainda:

"O estrangeiro residente no Brasil no perde a naturalizao, porque simplesmente no a tem, mas se lhe foi outorgada perde,podendo, porm, mais tarde recuper-la(cf. contra: Manoel Gonalves Ferreira Filho, Comentrios, 6. ed., 1986, p. 561)"

Com o exposto acima podemos entender que essa perda temporria, ou seja, podemos classifica-la como umaPERDA TEMPORRIA.

Justificamos a classificao acima, pelo fato de o indivduo determinar o lapso de tempo, ou seja, ter o indivduo, odireito subjetivode requerer o que foi perdido, no tendo um tempo especificado para tal ato. O indivduo que teve seu direito perdido, alm de requere-lo novamente, ter que se esforar para obte-lo.

Como nos alerta o professor,ALEXANDRE de MORAES:

"Aquele que estiver com sua inscrio cancelada, por ter perdido seus direitos polticos, ou suspensa, por estar com seus direitos polticos suspensos, cessado o motivo ensejador da privao,poder regularizar sua situao junto Justia Eleitoral."

"Se o cidado deixa de atender convocao para o servio militar, alegando motivos de "crena religiosa", de "convico filosfica ou poltica", recusando-se, ainda, a cumprimento deobrigao alternativa, que substitui aquela obrigao, imposta a todos, ficar sujeito perda ou suspenso dos direitos polticos.Atendendo mais tarde convocao, ou cumprindo a obrigao alternativa, recupera os direitos polticos perdidos ou suspensos."

Com o exposto acima, fica claro que a perda dos direitos polticos no soperdas perptuas, e simperdas temporrias, pois depender da vontade do indivduo requere-la perante a justia. O professorALEXANDRE de MORAES, nos ensina que:

"A Lei n 8.239, de 4-10-1991, que regulamentou o art. 143, 1, da Constituio Federal, acolhendo esse entendimento, determina que a recusa ou cumprimento incompleto do servio alternativo, sob qualquer pretexto, por motivo de responsabilidade pessoal do convocado, implicar o no-fornecimento do certificado correspondente, pelo prazo de dois anos aps o vencimento do perodo estabelecido. Findo o prazo previsto no pargrafo anterior, o certificado s ser emitido aps a decretao, pela autoridade administrativa competente, da suspenso dos direitos polticos do inadimplente, que poder, a qualquer tempo, regularizar sua situao mediante cumprimento das obrigaes devidas. Apesar da lei referir-se suspenso, trata-se de perda, pois no configura uma sano com prazo determinado para terminar.O que a lei possibilita a reaquisio dos direitos polticos, a qualquer tempo, mediante ocumprimento das obrigaes devidas."

Com o exposto no pargrafo anterior, fica claro queno haver perda perptua. Porm esta perda depender tambm do indivduo, pois este dever requer seus direitos novamente.

A Constituio Federal de nosso pas, principalmente o artigo 5, visa garantir a defesa do cidado perante ao Estado, bem como, interesses jurdicos de carter social, poltico ou difuso protegidos por esta. Da nota-se que o Estado estaria tirando a defesa do cidado, se houvesse uma imposio de perda perptua, pois este visa proteger o cidado no mais profundo interesse, garantindo ao cidado os direitos condio humana e os direitos a cidadania. Vale lembrar ainda, que as penas de carter perptuo so vedadas, conforme art. 5, inciso XLVII, letra b, pois esta umaclusula ptrea,sendo assim imutvel tal colocao da constituio.

E por ltimo devemos lembrar que o Brasil, um Estado democrtico, com isso ele no poderia impor perda de direitos polticos perpetuamente, pois se assim o fizesse, estaria perdendo seu fim social de proteger o cidado, e ainda, estaria tambm perdendo sua personalidade democrtica.

Bibliografia

CRETELLA JNIOR, Jos.Comentrios constituio brasileira de 1988.Editora Forense Universitria, 1989, 1. edio.

ARAUJO, Luiz Alberto David eNUNES,Vidal Serrano Jnior.Curso de Direito Constitucional. Editora Saraiva, 1998, 1. edio.

MORAES,Alexandre de.Direito Constitucional. Editora Atlas, 1999, 6. edio.

TEMER,Michel. Elementos de Direito Constitucional. Editora Malheiros, 1999, 15. edio.

TORRIERI, Deocleciano Guimares. Dicionrio Tcnico Jurdico. Editora Rideel, 1998