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Perfil do município
do Rio de Janeiro/RJ Análise do acesso e da qualidade da Atenção Integral à Saúde da
população LGBT no Sistema Único de Saúde
2016
O Estado do Rio de Janeiro
O Estado do Rio de Janeiro está localizado na região Sudeste do país e tem como
capital a cidade do Rio de Janeiro, atualmente o Estado possui 92 municípios. Segundo
dados do IBGE sua população estimada está em torno de 16.550.024 habitantes. Possui
uma área total de 43.777,954 km², sendo uma média de 365,23 km² por habitante. O
rendimento médio per capita de seus habitantes no ano de 2014 era de 1.193 reais por
domicílio (IBGE, 2015).
A região do Rio de Janeiro começou a ser habitado há muitos anos atrás pelos
povos de origem Sambaquis, e posteriormente pelos índios de origem tupi, que
começaram a desenvolver a agricultura na região. O primeiro relato de imigração para a
região foi pelos franceses, seguido pela ocupação dos portugueses em 1502
(WikiLivros, 2015).
Nessa época a região era disputada por navegadores de várias regiões do mundo,
principalmente os franceses, com o objetivo de extraírem o pau-brasil. A extração da
madeira era feita pelos índios em troca de pequenos utensílios, tais como facas,
espelhos, tecidos e chapéus (WikiLivros, 2015).
Por volta de 1792 o Rio de Janeiro passou a ser a rota das capitanias vinda de
Minas Gerais para a Europa, que contribuiu para o desenvolvimento econômico do
Estado. No ano de 1808 com a expansão do Império Napoleônico, e a ameaça de
invasão, a família real portuguesa partiu para o Rio de Janeiro (WikiLivros, 2015).
Com o fim da escravidão em 1888, os escravos que viviam no interior nas
fazendas migraram para os grandes centros, originando as ‘favelas’. Em 1892 foi
promulgada a primeira constituição do estado do Rio de Janeiro. Em 1931 foi
inauguração a imagem do Cristo Redentor que é um dos principais pontos turísticos do
Estado (WikiLivros, 2015).
Em 1950 surgiu a bossa nova como estilo musical da região, Já na década de
1960 houve uma intensificação da indústria local, e deixava de ser a capital da república
do Brasil que foi transferida para a cidade do Distrito Federal, localizada no interior do
Goiás (WikiLivros, 2015).
O município do Rio de Janeiro
A cidade do Rio de Janeiro é a capital do estado do Rio de Janeiro. Segundo
dados do IBGE a cidade conta com uma população estimada de 6.476.631 habitantes
para o ano de 2015, sendo que seu território total é de 1.197,463 km², com uma média
de 5.265,82 km² por habitante. O gentílico do município é carioca. A cidade do Rio de
Janeiro possui 257 estabelecimentos de saúde vinculados ao SUS, e seu índice de
desenvolvimento Humano é de 0,799, possui um rendimento domiciliar urbano de
4.402,35 reais (IBGE, 2015).
O território que hoje é compreendido pela cidade do Rio de Janeiro foi citado
oficialmente em 1502 com a chegada da expedição portuguesa no território. Porém há
relatos que os franceses já haviam desbravado o local. Então começou uma disputa dos
portugueses e franceses pelo território e pelo comércio de madeira na região. Contudo a
colonização da cidade ocorreu pelos portugueses e em 1565 os franceses foram expulsos
do território (Info Escola, 2015; IBGE, 2015).
No final do século XVII a cidade do Rio de Janeiro se tornou uma ponte entre
Minas Gerais e a Europa, devida à descoberta de ouro e outros metais no Estado. Já no
século XVIII com a queda na extração do ouro começou uma grande crise econômica
que refletia diretamente na região do Rio de Janeiro (Info Escola, 2015).
Por volta de 1808, a economia da cidade começou a se reestabelecer com a
intensificação no cultivo do café e na vinda da família real portuguesa para a região. No
século XIX a cidade teve um impulso na produção agrícola de café devido à instalação
de várias vias férreas e com a criação das primeiras indústrias na região (Info Escola,
2015).
No século XX a cidade intensificou suas construções inspiradas na arquitetura
francesa, e entre 1920 e 1950 a cidade começou a receber turistas de todo o mundo,
atraídos por suas paisagens, que auxiliou para a movimentação da economia local.
Atualmente a cidade é a capital do estado do Rio de Janeiro e é conhecida como um
centro cultural e político (Info Escola, 2015; IBGE, 2015).
Figura 1 – Localização do município de Rio de Janeiro no Estado Rio de Janeiro
Fonte: IBGE Cidades
Gentílico: Carioca
Código do Município
(IBGE): 3304557
Dados Demográficos
Segundo o Censo do IBGE (2010) a população residente em Rio de Janeiro era
de 6.320.446 habitantes, e a população estimada para 2014 foi de 6.453.682. A área da
unidade territorial é equivalente a 1.197,463 Km² e a densidade demográfica de
5.265,82 (hab/km²).
Em relação à distribuição da população por sexo, as mulheres representam o
maior percentual com 53,17% enquanto os homens correspondem a 46,83% e a faixa
etária com maior percentual foi a de 25 a 29 anos com 9,1% do total da população.
Abaixo a figura da pirâmide etária do município nos anos 1991, 2000 e 2010.
Figura 2 – Pirâmide etária de Rio de Janeiro – RJ nos anos 1991, 2000 e 2010. Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013.
De acordo com as pirâmides populacionais da figura 2, podemos observar que há
a tendência de que a base fique mais estreita, reflexo da queda nas taxas de fecundidade,
como podemos observar também no gráfico 1. O corpo da pirâmide em 2010 é a área
mais larga representando a população adulta e economicamente ativa, também notamos
um pequeno estreitamento com relação ao ano de 2000. O topo da pirâmide representa a
população dita idosa, observa-se que há tendência do aumento da expectativa de vida e
com isso o envelhecimento populacional, característico da transição demográfica vivida
nas últimas décadas. Segundo o DATASUS quanto à esperança de vida ao nascer, no
estado do Rio de Janeiro, no ano 2000 era de 70,0 anos e em 2010 passou para 71,2
anos para ambos os sexos, um aumento de 1,2 anos nesse indicador.
Gráfico 1 – Taxa de fecundidade nos anos 1991, 2000 e 2010.
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Elaboração própria.
Tabela 1 – População Total, por Gênero, Rural/Urbana – Rio de Janeiro - RJ
População População
(1991)
% do Total
(1991)
População
(2000)
% do
Total
(2000)
População
(2010)
% do
Total
(2010)
População
total 5.480.768 100 5.857.904 100 6.320.446 100
Homens 2.583.192 47,13 2.748.143 46,91 2.959.817 46,83
Mulheres 2.897.576 52,87 3.109.761 53,09 3.360.629 53,17
Urbana 5.480.768 100 5.857.904 100 6.320.446 100
Rural 0 0 0
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013.
Como reflexo do movimento de êxodo rural ocorrido em meados do século
passado pode-se observar a prevalência da população urbana em relação à rural, onde
em 2010 a população de urbana do município correspondia a 100% da população. Já no
estado de Rio de Janeiro esse percentual é menor correspondente a 96,7% no mesmo
ano, segundo dados do DATASUS.
Dados Sociais
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) em Rio de Janeiro
em 2010 foi de 0,799. Na classificação dos municípios brasileiros – segundo Atlas do
Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 – Rio de Janeiro ocupa a 45º posição,
enquanto nos munícipios contemplados na pesquisa LGBT ocupa a 7ª posição,
conforme tabela abaixo. Observa-se que os dez primeiros lugares são ocupados por
municípios das regiões Sudeste, Centro Oeste e Sul, já os municípios do Norte e
Nordeste aparecem a partir da 11ª posição remetendo-nos a distribuição socioeconômica
do país.
O IDHM é calculado considerando três dimensões no município: a Educação,
Longevidade e a Renda. Esta abordagem não se limita ao desenvolvimento econômico e
permite que seja realizada uma comparação entre índices de diferentes localidades ao
longo do tempo, com isso é possível conhecer melhor o perfil de um município e
considerar estas informações na tomada de decisão, criação de políticas públicas
visando a melhoria da qualidade de vida da população.
Tabela 2 - Classificação dos municípios da pesquisa
quanto ao IDHM no ano de 2010
Município IDHM (2010)
- Brasil 0,727
1º Vitória (ES) 0,845
2º Brasília (DF) 0,824
3º Curitiba (PR) 0,823
4º Belo Horizonte (MG) 0,81
5º Maringá (PR) 0,808
6º São Paulo (SP) 0,805
6º Porto Alegre (RS) 0,805
7º Rio de Janeiro (RJ) 0,799
7º Goiânia (GO) 0,799
8º São José do Rio Preto (SP) 0,797
9º Uberlândia (MG) 0,789
10º Campo Grande (MS) 0,784
11º Recife (PE) 0,772
12º João Pessoa (PB) 0,763
13º Salvador (BA) 0,759
14º Fortaleza (CE) 0,754
15º Teresina (PI) 0,751
16º Belém (PA) 0,746
17º Macapá (AP) 0,733
18º Rio Branco (AC) 0,727
19º Picos (PI) 0,698
20º Juazeiro do Norte (CE) 0,694
21º Santarém (PA) 0,691
22º Vitória da Conquista (BA) 0,678
23º Caruaru (PE) 0,677 Fonte: Altas do Desenvolvimento Humano no Brasil.
Educação
No Rio de Janeiro, no ano de 2010, o IDHM – Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal, para a educação foi de 0,719, em uma escala de 0 a 1. Este índice
teve uma grande ascendência entre os anos de 1991 e 2010, o que caracteriza uma maior
escolaridade da população do município, com mais crianças e jovens nas escolas ou
completando ciclos, no Brasil ensino fundamental e médio (Altas do Desenvolvimento
Humano no Brasil, 2013).
Tabela 3 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e seus componentes –
Rio de Janeiro – RJ
IDHM e componentes 1991 2000 2010
IDHM Educação 0,483 0,607 0,719
% de 18 anos ou mais com ensino fundamental
completo 55,75 61,62 72,19
% de 5 a 6 anos frequentando a escola 59,45 84,28 95,50
% de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do
ensino fundamental 53,64 67,65 85,32
% de 15 a 17 anos com ensino fundamental
completo 38,51 53,30 60,08
% de 18 a 20 anos com ensino médio completo 28,34 35,91 45,91
Fonte: PNUD, Ipea e FJP
Segundo dados do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013, a
proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola era de 95,5%, as de 11 a 13 anos
completando o ensino fundamental era de 85,32%, os jovens de 15 a 17 anos com
Legenda
Sudeste
Centro-Oeste
Sul
Nordeste
Norte
ensino fundamental completo era de 60,08%, e a proporção de jovens com 18 a 20 anos
com ensino médio completo era de 45,91%, em 2010. Além disso a proporção de jovens
entre 18 e 24 anos cursando o ensino superior era de 20,3%. Houve um crescimento
considerável na proporção de crianças e jovens na escola ou com ciclos completos, entre
os anos de 1991 e 2010, para todas as faixas etárias.
Ademais, a expectativa de anos de estudo na população do município passou de
9,3 anos em 1991 para 9,59 anos em 2010, ou seja, indica que a população em idade
escolar passa um maior número de anos estudando, e a taxa de analfabetismo no
município diminuiu entre todas as faixas etárias, porém a população com 25 anos
“carrega uma grande inércia, em virtude de gerações mais antigas com menor
escolaridade” (Altas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013).
Fonte: Atlas Brasil, elaboração própria.
A maior taxa de analfabetismo se concentra, em todos os anos, na população
com 25 anos ou mais, em consequência, como dito anteriormente, de gerações mais
antigas, e a menor taxa era a população entre 18 e 24 anos, em 2010. Porém em todas as
faixas etárias houve uma queda acentuada na taxa de analfabetismo.
Renda
No Rio de Janeiro, capital a renda per capita cresceu aproximadamente 68,3%
nas duas últimas décadas – levando-se em consideração o período de 1991 a 2010 –, e
0
1
2
3
4
5
6
7
8
11 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 24 anos 25 ou mais anos
Gráfico 2 - Taxa de Analfabetismo no Rio de Janeiro nos anos de 1991, 2000 e 2010
1991 2000 2010
no estado do Rio de Janeiro crescendo por volta de 70,7%, porém a renda per capita
ainda é maior no município do que no estado, como observa-se no gráfico:
Fonte: Atlas Brasil 2013, elaboração própria.
A renda per capita no Rio de Janeiro, capital, em 2010 foi de R$ 1.492,63 e no
estado do Rio de Janeiro de R$ 1.039,3, enquanto no ano de 1991 os valores eram de R$
887,06 para o município, e de 608,8 para o estado. Desde 1991, a renda per capita no
município está entre os valores de R$ 624,00 e R$ 1.157,00 sendo considerada alta,
segundo indicadores do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento –
PNUD, enquanto para o estado, essa marca foi atingida apenas em 2000. Além disso o
percentual de extremamente pobres no município caiu 2,71 pontos percentuais, e no
estado 5,26 pontos percentuais, no período compreendido entre 1991 e 2010, entretanto
o percentual de extremamente pobres na capital é menor do que no estado do Rio de
Janeiro, como podemos verificar no gráfico:
887,06
1187,08
1492,63
608,8
826,04
1039,3
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1990 1995 2000 2005 2010 2015
Re
nd
a e
m R
$
Ano
Gráfico 3 - Renda Per Capita, Rio de Janeiro (capital) e Rio de Janeiro (estado), 1991 - 2010
Rio de Janeiro (capital)
Rio de Janeiro (estado)
Fonte: Atlas Brasil 2013, elaboração própria.
No ano de 2010 segundo dados do Atlas do Desenvolvimento Humano, em
relação as desigualdades sociais, no Rio de Janeiro capital, os 20% da população mais
pobre detinham 2,52% de toda a riqueza do município, enquanto os 10% mais ricos
detinham 50,63% de toda a riqueza. Ao passo que no estado do Rio de Janeiro os 20%
mais pobres possuíam 3,05% de toda a riqueza do estado, enquanto os 10% mais ricos
possuíam 49,33% de toda a riqueza.
União Homoafetiva
Em 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu legalmente a união estável
entre pessoas do mesmo sexo no Brasil, apenas em 2013 através da resolução nº 175 do
Conselho nacional de justiça foi reconhecida a união civil entre pessoas do mesmo sexo
no país. A partir de 2013 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística passou a
realizar a coleta e divulgação de dados sobre os registros civis de casais homoafetivos.
Ainda no ano de 2010, por meio do censo demográfico 60 mil casais se declararam
homoafetivos (IBGE, 2013).
Segundo o IBGE, no ano de 2013, em no Estado do Rio de Janeiro foram
registrados 211 casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo, sendo que 99 entre
3,96
2,22
1,25
7,24
3,64
1,98
0
1
2
3
4
5
6
7
8
1990 1995 2000 2005 2010 2015
% d
a p
op
ula
ção
Ano
Gráfico 4 - Percentual de extremamente pobres, Rio de Janeiro (capital) e Rio de
Janeiro (estado), 1991 - 2010
Rio de Janeiro (capital)
Rio de Janeiro (estado)
cônjuges femininos e 112 entre cônjuges masculinos, o Estado representa 8,8% das
uniões homoafetivas na região Sudeste. No Rio de Janeiro foram registrados 128
casamentos civis, sendo que 57 foram entre cônjuges femininos e 71 entre cônjuges
masculinos, representando 12,3 % das uniões homoafetivas entre as capitais do Sudeste.
Religião
No Rio de Janeiro, a religião Católica Apostólica Romana representa 51,1% da
população residente com 3.229.192 fiéis. As religiões Evangélicas possuem 1.477.021
fiéis, correspondendo a 23,4% da população do município, as pessoas sem religião, que
são 858.704 pessoas, representam 13,6% da população carioca, os Espíritas são 5,9%
(372.851 pessoas) da população do município, e as outras religiosidades Cristãs
representam 1,8% (113.530 pessoas) da população residente. As demais religiões juntas
correspondem a 4,3% da população residente no município com 269.150 fiéis.
Fonte: IBGE, elaboração própria.
Segurança Pública
51,1%
23,4%
13,6%
5,9%
1,8%
4,3%
Gráfico 5 - Percentual da População Residente por religião, Rio de Janeiro, 2010
Católica Apostólica Romana Religiões Evangélicas Sem Religião
Espírita Outras religiosidades Cristãs Demais Religiões
O relatório da Violência Homofóbica no Brasil é o documento, que pela primeira
vez reúne dados oficias sobre a segurança pública quanto à população LGBT no Brasil.
Os dados oficiais sobre segurança pública não incluem características sobre orientação
sexual e identidade de gênero, logo são escassos, imprecisos e não obrigatórios. Os
dados foram obtidos através do disque denúncia, poder público e dados hemerográficos
– provenientes da divulgação da mídia.
Foi possível descrever o perfil das vítimas, dos suspeitos e os tipos de violações
mais comuns. Assim, foi feita uma classificação das unidades da federação segundo o
índice de violações por cem mil habitantes. Destes foram selecionadas as unidades da
federação que compõe a pesquisa Saúde LGBT.
O Distrito Federal foi a unidade da federação que mais recebeu denúncias por
cem mil habitantes no ano de 2012, seguido do Mato Grosso, com (4,05) denúncias por
cem mil habitantes, este estado não foi contemplado pela pesquisa. As unidades da
federação que participam da pesquisa e que apresentam os menores índices: São Paulo e
Amapá, respectivamente.
Tabela 4 – Classificação por Unidade da Federação da
Pesquisa Saúde LGBT quanto denúncias de Violências
Homofóbicas por 100 mil Habitantes
UF Denúncias População Denúncias por 100
mil/hab
DF 239 2570160 9,3
PB 94 3766528 2,5
PI 68 3118360 2,18
ES 74 3514952 2,11
RS 202 10693929 1,89
MS 46 2449024 1,88
GO 111 6003788 1,85
PR 182 10444526 1,74
CE 143 8452381 1,69
RJ 271 15989929 1,69
AC 11 733559 1,5
BA 201 14016906 1,43
PA 101 7581051 1,33
PE 115 8796448 1,31
MG 255 19597330 1,3
SP 409 41262199 0,99
AP 6 669526 0,9
Fonte: Adaptado. BRASIL, 2012.
Segundo o Relatório da Violência Homofóbica no Brasil no ano de 2012 foram
registradas 271 denúncias no Rio de Janeiro, no ano de 2011 foram registradas 81
denúncias, houve aumento de 234%.
Serviços de Saúde
Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, o município Rio de
Janeiro/RJ possui no ano consultado (2015) 5.566 estabelecimentos de saúde, sendo que
desses estabelecimentos 238 são unidades básicas de saúde ou centros de saúde.
Tabela 5 – Estabelecimentos de Saúde Segundo Tipo de
Estabelecimento – Rio de Janeiro/RJ no Ano de 2015*
Descrição Total
Posto de Saúde 3
Centro de Saúde/Unidade Básica 238
Policlínica 62
Hospital Geral 114
Hospital Especializado 76
Unidade Mista 1
Pronto Socorro Geral 4
Pronto Socorro Especializado 2
Consultório Isolado 2737
Clínica/Centro de Especialidade 1551
Unidade de Apoio Diagnose e Terapia (Sadt Isolado) 536
Unidade Móvel Terrestre 4
Unidade Móvel de Nível Pré-hospitalar na Área de Urgência 81
Farmácia 1
Unidade de Vigilância em Saúde 21
Centro de Parto Normal – Isolado 1
Hospital/Dia – Isolado 20
Central de Regulação de Serviços de Saúde 3
Laboratório Central de Saúde Publica Lacen 1
Secretaria de Saúde 12
Centro de Atenção Hemoterapia e ou Hematológica 7
Centro de Atenção Psicossocial 29
Pronto Atendimento 33
Telessaúde 1
Central de Regulação Médica das Urgências 1
Serviço de Atenção Domiciliar Isolado (Home Care) 16
Laboratório de Saúde Pública 8
Central de Regulação do Acesso 1
Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos
Estadual
2
Total 5566
Fonte: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES
*Acesso em: 21 de Agosto de 2015. Competência da base de dados 06/2015.
Cobertura populacional por ESF e ACS
Segundo a Sala de Apoio à Gestão Estratégica e Participativa no Ministério da
Saúde, no ano de 2014 a cobertura populacional por Equipes de Saúde da Família no
Rio de Janeiro foi de 44,59%, o que corresponde a 2.866.950 habitantes com 831
equipes de saúde da família. Em 2013 a cobertura populacional foi de 39,41%,
correspondendo a 2.518.500 habitantes, o número de equipes de saúde da família foi de
730. Em relação ao número de Agentes Comunitários de Saúde no Rio de Janeiro no
ano de 2013 foi de 4.767 e em 2014 foi de 5.062, a cobertura populacional foi de
42,89% e 45,27% respectivamente.
Fonte: Sala de Apoio à Gestão Estratégica – SAGE Elaboração Própria
Mortalidade Geral
No município de Rio de Janeiro/RJ, no período compreendido entre 2001 e
2013, segundo a Sala de Apoio à Gestão Estratégica a causa predominante de morte foi
em decorrência de doenças do aparelho circulatório, com tendência crescente ao longo
dos anos, seguido pelas neoplasias e causas externas. As mortes por doenças parasitárias
e por sinais e sintomas, apresentam os menores valores observados. As causas mal
definidas, representadas pelo grupo sinais e sintomas apresentaram queda, o que reflete
a melhoria da qualidade dos registros e da assistência, que permite declarar com
precisão o que causou o óbito.
Tabela 6 – Série Histórica dos indicadores de mortalidade por grupo de causas em
Rio de Janeiro/RJ. Período: 2001-2013.
Ano Parasitarias Neoplasias Aparelho
Circulatório
Sintomas e
Sinais
Causas
Externas
1,35% 1,34%3,29%
5,51%6,68% 7,36% 7,20%
9,24%
14,90%
27,62%
39,84% 39,41%
44,59%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
50,00%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Gráfico 6 - Cobertura (%) por ESF no Rio de Janeiro/RJ, 2002-2014
2001 2.467 7.857 14.347 5.206 5.525
2002 2.670 7.809 14.956 5.368 5.978
2003 2.774 7.830 14.056 5.547 5.919
2004 2.800 8.055 14.346 5.133 5.758
2005 2.692 7.968 13.893 4.771 5.593
2006 2.659 8.257 14.609 4.808 5.645
2007 2.731 8.578 14.503 4.549 5.728
2008 2.914 8.694 15.929 3.267 5.185
2009 2.831 8.941 15.772 2.996 5.156
2010 3.060 9.061 15.723 3.084 4.843
2011 3.070 9.100 15.177 2.823 4.549
2012 3.182 9.259 15.127 2.471 4.486
2013 3.423 9.383 15.399 2.263 4.405 Fonte: SAGE/MS
Fonte: SAGE/MS Elaboração Própria.
Morbidade – AIDS
A população LGBT possui até os dias atuais grande estigma em relação às
Doenças Sexualmente Transmissíveis, onde a AIDS ainda tem associação direta com
essa população. A conotação histórica é muito forte nesse entendimento, uma vez que
na década de 80 houve avanço da doença sobre a população LGBT, com destaque para
o segmento de gays, momento em que a mídia propagou ideias que trouxeram cunho
negativo relacionando a população LGBT à AIDS. Tal ideário que se perpetuou ao
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Gráfico 7 - Série Histórica dos indicadores de mortalidade por grupo de causas no Rio de Janeiro - RJ. Período: 2001-
2013
Parasitarias Neoplasias Aparelho Circulatório
Sintomas e Sinais Causas Externas
longo do tempo, não é acompanhado pelos dados, que demonstram que o vírus atinge
toda a população, podendo em determinados momentos e lugares concentrar-se em
algum segmento populacional ou não.
A figura abaixo permite observar que a taxa de incidência apresenta uma quase
estabilidade e não notamos um momento histórico de pico. Com os últimos três anos
podemos perceber um decrescimento dessa taxa, chegando a 35,77 em 2013.
Com relação a taxa de mortalidade se observamos a série histórica notamos sua
quase estabilidade e não notamos um momento histórico de pico. Em 2013 a taxa de
mortalidade foi de 12,07 a cada 100.000 habitantes enquanto no ano de 2012 foi de
13,01.
Figura 3 – Taxas de incidência, mortalidade e incidência em menores de 5 anos em Rio de Janeiro/RJ,
2002 a 2013.
Fonte: Sala de Apoio a Gestão Estratégica (SAGE/MS).
Dados disponíveis no DATASUS sobre o número de diagnósticos de AIDS por
segmentos conforme gráfico abaixo não nos permite uma análise assertiva do
comportamento da AIDS nos grupos populacionais, sendo que o número de
diagnósticos dentro do grupo “Ignorado” representa um valor superior em relação aos
demais, como pode ser visto a partir do distanciamento dessa linha das demais.
Elaboração Própria.
Fonte: DATASUS
Com a construção de outro gráfico desconsiderando o número de ignorados, a
configuração revela que o número de casos identificados de AIDS em Juazeiro do Norte
é maior entre heterossexuais representando aproximadamente 61% dos casos, seguido
por homossexuais com 26%.
Elaboração Própria.
Fonte: DATASUS.
*Sem ignorados.
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Nº
de
cas
os
no
tifi
cad
os
Ano diagnóstico
Gráfico 8 - Série histórica de casos de Aids
identificados em Rio de Janeiro/RJ, segundo
categoria hierarquizada, 2002 - 2014.
Homossexual
Bissexual
Heterossexual
UDI
Hemofílico
Transfusão
Transmissão Vertical
Ignorado
26%
9%61%
2% 0% 0% 2%
Gráfico 9 - Casos de Aids Identificados* em Rio
de Janeiro/RJ no período de 2002 a 2014.
Homossexual
Bissexual
Heterossexual
UDI
Hemofílico
Transfusão
Transmissão Vertical
Serviços Especializados LGBT
O processo de saúde e doença da população de lésbicas, gays, bissexuais e
transgêneros (transexuais e travestis) – LGBT - sofre influência de determinantes
sociais como renda, habitação (Cardoso e Ferro, 2012). Quanto às demandas específicas
na utilização dos serviços de saúde, alguns autores com base em revisão, identificaram
que entre as mulheres lésbicas, havia a descrença de adquirir alguma doença
sexualmente transmissível (DST), por não praticarem sexo com homens, colocações
quanto ao despreparo dos profissionais de saúde no atendimento, refletindo na falta de
regularidade quanto à ida ao serviço de saúde para cuidados preventivos, como
ginecologia. Já no que se referem aos homens gays, as ações ligadas especificamente a
HIV/AIDS, constituíam um estigma à essa população. Aos transgêneros, o não
reconhecimento ao corpo biológico com a identidade de gênero, resulta em demandas
relacionadas a procedimentos de âmbito ambulatório-hospitalar, pois, como detentores
de direito a saúde integral, possibilita o exercício da cidadania, compreendendo suas
especificidades (Cardoso e Ferro, 2012).
Processo Transexualizador
A portaria GM/MS nº 2.803 de novembro de 2013, redefiniu e ampliou o
processo transexualizador, no contexto da Política Nacional de Saúde Integral de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT). Que consiste em duas
modalidades: ambulatorial, que acompanha em período pré e pós-operatório como
também hormonioterapia, abrange as especialidades de endocrinologia, ginecologistas,
urologistas, obstetras, cirurgiões plásticos, psicólogos e psiquiatras, além de enfermeiros
e assistentes sociais. E em âmbito hospitalar, referente à realização de cirurgias e
acompanhamento pré e pós-operatório. O critério para acesso ao processo
transexualizador pelo SUS é o diagnóstico de transtorno de identidade de gênero,
presente no CID 10 e DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).
No Brasil, em 2008 foi oficializada a cirurgia de redesignação sexual pelo Sistema
Único de Saúde (Portal Brasil,2013).
A habilitação dos estabelecimentos de saúde pode ser concedida para prestação
ambulatorial, hospitalar ou ambas.
O estado do Rio de Janeiro conta com os seguintes estabelecimentos de saúde na
prestação de serviços ao processo trasexualizador:
Ambulatório de Endocrinologia Especial (Transtorno de Identidade de Gênero)
– Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE) Rua
Moncorvo Filho, 90 - Centro, Rio de Janeiro, RJ. CEP:20211-340(21) 2299-
9285 [email protected]
Unidade de Urologia Reconstrutora Genital – Hospital Universitário Pedro
Ernesto (HUPE) – UERJ Av. 28 de setembro, 77, 5º andar - Bairro Vila Isabel,
Rio de Janeiro, RJ. CEP: 20550-900 (21) 2587-6222 [email protected]
Programa de Atendimento a Transexuais e Cirurgia de Transgenitalização –
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – UFRJ
Av. Prof. Rodolpho Paulo Rocco, 255 - Rio de Janeiro, RJ. CEP: 21941-913
(21) 2562-2601 [email protected]
Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade Estadual do Rio de
Janeiro (RJ).
Centro de Testagem e Aconselhamento
Criado no final da década de 80, esse serviço procura ampliar a possibilidade de
diagnóstico de HIV/AIDS, DST e hepatites virais. Caracteriza-se pelo sigilo do teste,
aconselhamento coletivo e individual e encaminhamento aos serviços de referência.
(BRASIL, 2015). Os testes prestados gratuitamente são: HIV, sífilis e hepatites B e C.
O acesso é gratuito pelo SUS para toda população. O Centro de Testagem e
Aconselhamento – CTA, teve sua criação motivada como ação de aproximar esse
serviço à população na época de 80 tida como mais prevalente. (Portal Brasil, 2010). No
site do Departamento de DST, Aids e hepatites virais, no campo serviços de saúde, na
aba do Centro de Testagem e Aconselhamento, busca, endereços localizados, encontra-
se os locais disponíveis com o serviço de CTA. Não é específico para população LGBT,
entretanto, constitui um canal de utilização.
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]
Referências
Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. Rio de Janeiro, RJ. Disponível em:
. Acesso
em: 30 de junho de 2015.
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013: IDHM RENDA. Programa das
Nações Unidas para o desenvolvimento. Disponível em
. Acesso em: 20 de janeiro 2016.
BRASIL. Direitos LGBT Brasil. Serviços para transexuais no SUS: equipes
multidisciplinares pelo país. Fev. 2014. Disponível em:
. Acesso
em: 20 de janeiro de 2016.
BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos Da Presidência Da República. Relatório
Sobre Violência Homofóbica no Brasil: ano de 2012. 2. ed. Brasília, 2012. 98 p.
Disponível em: . Acesso em: 11 de janeiro de 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de DST, AIDS e hepatites virais. Centro
de Testagem e Aconselhamento. Disponível em:
.
Acesso em: 20 de janeiro de 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Estabelecimentos habilitados para processo
transexualizador. Maio 2014. Disponível em:
. Acesso em: 20 de
janeiro de 2016.
CARDOSO M.R; FERRO L.F. Saúde e População LGBT: Demandas e Especificidades
em Questão. Psicologia: Ciência e Profissão, UFP-Paraná 32 (3), 552-563. 2012.
Acesso em 20 de janeiro de 2016. Disponível
em:
DATASUS. Indicadores e Dados Básicos - Brasil – 2012. Disponível em:
. Acesso em: 19 de
novembro de 2015.
IBGE, Cidades. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Disponível
em:. Acesso em: 10 de agosto de 2015.
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Cidades. Rio de Janeiro.
Disponível em:
. Acesso em: 25 de outubro de 2015.
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Estado do Rio de Janeiro.
Disponível em: . Acesso em: 26
de outubro de 2015.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão. Estatísticas do Registro Civil. Volume 40. Rio
de Janeiro, 2013. p. 1-212. Disponível em:
. Acesso
em: 30 de novembro de 2015.
Info Escola. História do Rio de Janeiro. Disponível em:
. Acesso em: 25
de outubro de 2015.
Portal Brasil. Unidades de atendimento móvel incentivam população a fazer teste rápido
de HIV. Dez. de 2010. Disponível em:
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. Acesso
em: 15 de setembro de 2015.
SAGE. Sala de Apoio à Gestão Estratégica. Ministério da Saúde. Disponível em:
. Acesso em: 15 de dezembro de 2015.
WikiLivros. História do Rio de Janeiro – Estado. Disponível em:
. Acesso
em: 26 de outubro de 2015.