24
1. O campo de pesquisa e participação 1.1. Diagnóstico sobre o contexto escolar O Colégio Estadual Professor Ernesto Faria (CEPEF) localiza-se nas proximidades do morro da Mangueira, em São Cristóvão, Rio de Janeiro. Quanto à infraestrutura, contradizendo alguns preconceitos, o colégio é bastante conservado pelos seus frequentadores e pode ser compreendido como duas partes: um prédio e um pátio. O pátio abrange a quase totalidade do Colégio, tanto em área quanto em funcionalidade. Assim, além da sala dos professores, da secretaria, dos banheiros (masculino e feminino) dos funcionários, da casa do caseiro, de um jardim e de alguns depósitos, o pátio ainda conta com os ambientes nomeados na Figura 1, apresentada abaixo: Figura 1 - Planta baixa do pátio do CEPEF com ênfase nos locais mais acessados pelos alunos, onde: (a) prédio, (b) direção, (c) salas de aula, (d) banheiro masculino, (e) banheiro feminino, (f) refeitório, (g) cozinha, (h) sala multimídia e (i) laboratório de Ciências. PIBID- 2013 Relatório das Atividades do Subprojeto da Licenciatura em Química TÍTULO DO PROJETO: SABER ESCOLAR E FORMAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA COORDENADOR: MARIA DE FÁTIMA TEIXEIRA GOMES UNIDADE: INSTITUTO DE QUÍMICA SUPERVISOR: DENISE GUTMAN ALMADA ESCOLA: COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ERNESTO FARIA NOME BOLSISTA: PATRICK ANDERSSON BARRETO FRASÃO MATRÍCULA: 201220597811

PIBID- 2013 Relatório das Atividades do Subprojeto da ... · RJ e das últimas edições de livros didáticos, que o ensino a partir da tabela de íons é o mais indicado, pois,

  • Upload
    vanbao

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

1. O campo de pesquisa e participação

1.1. Diagnóstico sobre o contexto escolar

O Colégio Estadual Professor Ernesto Faria (CEPEF) localiza-se nas proximidades do morro da

Mangueira, em São Cristóvão, Rio de Janeiro. Quanto à infraestrutura, contradizendo alguns

preconceitos, o colégio é bastante conservado pelos seus frequentadores e pode ser compreendido

como duas partes: um prédio e um pátio. O pátio abrange a quase totalidade do Colégio, tanto em

área quanto em funcionalidade. Assim, além da sala dos professores, da secretaria, dos banheiros

(masculino e feminino) dos funcionários, da casa do caseiro, de um jardim e de alguns depósitos, o

pátio ainda conta com os ambientes nomeados na Figura 1, apresentada abaixo:

Figura 1 - Planta baixa do pátio do CEPEF com ênfase nos locais mais acessados pelos alunos, onde: (a) prédio, (b) direção, (c) salas de aula, (d) banheiro masculino, (e) banheiro feminino, (f) refeitório,

(g) cozinha, (h) sala multimídia e (i) laboratório de Ciências.

PIBID- 2013 Relatório das Atividades do Subprojeto da Licenciatura em Química

TÍTULO DO PROJETO: SABER ESCOLAR E FORMAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA

COORDENADOR: MARIA DE FÁTIMA TEIXEIRA GOMES

UNIDADE: INSTITUTO DE QUÍMICA

SUPERVISOR: DENISE GUTMAN ALMADA

ESCOLA: COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ERNESTO FARIA

NOME BOLSISTA: PATRICK ANDERSSON BARRETO FRASÃO MATRÍCULA: 201220597811

Para o projeto PIBID, destaca-se, no pátio, o laboratório de Ciências, cujas dimensões são

inadequadas para a quantidade de alunos presentes em cada turma, que varia de trinta a quarenta,

aproximadamente. Em compensação, a sala multimídia é bastante extensa, disponibilizando para

uso do professor (e consequentemente dos alunos) um aparelho de DVD e uma televisão. Todas as

salas de aula atendem muito bem o público que as utilizam, sendo, ainda, equipadas com mais de

um condicionador de ar.

O prédio, por sua vez, conta com dois andares, onde um deles (o primeiro) está no nível do

pátio. O primeiro andar, além do mencionado na Figura 2, comporta uma dispensa na biblioteca,

uma sala de ferramentas e, no auditório, um depósito e mais uma dispensa. Já o segundo andar

ainda comporta uma secretaria de documentos, uma gráfica e mais dois depósitos. Vide Figura 2:

Figura 2 - Planta baixa do prédio com ênfase nos locais mais acessados pelos alunos, onde:

(a) Primeiro andar e (b) Segundo andar

A biblioteca oferece um vasto acervo - das mais diversas ciências e disciplinas - e materiais

didáticos, como tabelas periódicas, sólidos geométricos, instrumentos musicais, jogos etc. O

auditório, por sua vez, suporta aproximadamente sessenta alunos, disponibilizando um aparelho de

DVD, uma televisão, um retroprojetor, um computador e um quadro móvel. E, por fim, a sala de

informática oferece mais de dez computadores novos.

1.2. As particularidades do espaço escolar

Funcionando em três turnos, o Colégio oferece o Ensino Médio regular a um público

bastante distinto de alunos. Essa distinção, em parte, ocorre devido ao fato de, nas proximidades

do Colégio, existir várias escolas técnicas e profissionalizantes, como a Escola Técnica Estadual

Adolpho Bloch e um polo do SENAI. Desta forma, o Colégio lida com contextos históricos e sociais

bastante diversificados, possuindo membros de várias classes econômicas, originalidades espaciais

(o corpo discente conta tanto com alunos oriundos do morro da Mangueira quanto com alunos de

outros municípios do estado), etnias etc.

As turmas possuem comportamentos distintos, como de costume. Algumas são mais

quietas, prestam mais atenção nas aulas, enquanto que outras se mostram muito agitadas.

Entretanto, ficou nítido que todo o corpo discente tem bastante dificuldade com abstrações e com

a linguagem matemática, essenciais para o aprendizado dos conteúdos destinados à Química.

Apesar de pequeno em extensão, o CEPEF é um Colégio surpreendentemente dinâmico,

contando com diversos projetos, dentre eles o PIBID. O PIBID atua tanto em sala de aula - com a

observação da aula de outros professores, a preparação de aulas teóricas e experimentais, a

resolução de exercícios, etc. - quanto fora da mesma, tirando dúvidas e executando projetos que

reforçam o ensino-aprendizagem de Química, projetos esses que são apresentados na Feira do

Conhecimento. A Feira do Conhecimento é um evento anual e de tradição no colégio. Porém, não

conta com o apoio e o trabalho de todo o corpo docente. As disciplinas mais expressivas nesse

evento são a Química e a Biologia, que acabam tratando de temas relacionados a outras ciências e

áreas do conhecimento. O corpo docente do Colégio, no primeiro turno conta apenas com uma

professora de Química, a professora Denise, supervisora do projeto PIBID no CEPEF.

Todos os atores do espaço escolar em questão trabalham sintonizados para que o primeiro

turno do Colégio (o turno em que eu atuo) comece às 7h da manhã e termine às 12:20h, tendo um

intervalo de 10-10:30h, onde o colégio oferece um almoço. Antes do intervalo, os alunos

frequentam quatro turnos de aula (M1, M2, M3 e M4) e, após, mais dois turnos (M5 e M6),

totalizando seis turnos.

2. Reuniões na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

No campus Maracanã da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), todos os bolsistas

de Iniciação à Docência do projeto PIBID-Química se reuniram, quinzenalmente, com suas

supervisoras (professora Denise, do CEPEF, e professora Sandra, do CEHS) e sua coordenadora

(professora Fátima). Tais reuniões ocorreram, geralmente, das 14 às 17 horas, em dias de terça-

feira. Nelas, eram planejadas novas atividades, as atividades em execução eram acompanhadas e,

ainda, eram feitos estudos de artigos e livros que objetivavam o crescimento intelecto e

profissional dos participantes. Uma breve descrição do ocorrido nas reuniões segue abaixo:

24 de fevereiro de 2015: Reunião de planejamento

Primeiramente, os três novos bolsistas ID foram apresentados ao grupo. Com todos os

integrantes presentes, as supervisoras disseram os seus horários de trabalho para que os bolsistas

fossem alocados conforme as suas disponibilidades. Em seguida, o Currículo Mínimo de Química da

Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ) foi rapidamente discutido, para

que as primeiras atividades dos bolsistas nas escolas já fossem elaboradas. Desde já, foram

pensadas algumas aulas experimentais para serem aplicadas nos colégios, para todos os anos do

Ensino Médio. Na discussão de novas metodologias de ensino, alguns jogos didáticos foram

apresentados ao grupo. Por fim, a coordenadora Fátima Gomes deu alguns avisos sobre os

relatórios, dando ênfase à estética desde.

10 de março de 2015: Reunião de acompanhamento

Diante das primeiras semanas de trabalho, todos os bolsistas leram as suas observações

coletadas. Conforme as problemáticas - como o uso de celulares em sala de aula, a indisciplina no

espaço escolar, a acessibilidade ao colégio por portadores de deficiências etc. - surgiam nos relatos,

discussões aconteciam no grupo. Terminadas as leituras, a coordenadora Fátima Gomes fez mais

algumas orientações para a escrita dos relatórios. Já no término da reunião, foi pedido para que os

bolsistas que já tivessem o Currículo Lattes fizessem, caso necessário, as atualizações. Já os

bolsistas que não o tinham o Currículo, poderam elaborá-lo na sala da reunião, com a orientação da

professora Fátima.

24 de março de 2015: Reunião de acompanhamento e estudo

Antes de qualquer coisa, os bolsistas leram as suas observações semanais. Na leitura do

bolsista Jonatan, surgiu a questão do método mais "adequado" para ensinar a nomenclatura das

funções inorgânicas, principalmente os ácidos de Arrhenius. Foram levantados três métodos: 1. a

partir da contagem do número de oxigênios no composto - onde, das espécies ácidas possíveis, a

que possui o menor número de oxigênios recebe o sufixo "oso" e a que possui o maior recebe o

sufixo "ico" -; 2. a partir da tabela de íons; e 3. a partir do número de oxidação (NOx). Concluiu-se,

com base na análise da história do ensino de Química, do Currículo Mínimo de Química da SEEDUC-

RJ e das últimas edições de livros didáticos, que o ensino a partir da tabela de íons é o mais

indicado, pois, apesar da forte aprendizagem por memorização, não leva a proposição de

compostos que não existem, possível no divulgado método com NOx. Por fim, o artigo "Ensino

experimental de Química: Uma abordagem investigativa contextualizada", publicado na revista

Química Nova na Escola (QNEsc), foi lido em grupo e discutido, trazendo uma base teórica para a

atividade experimental, enfatizada nos primeiros momentos do subprojeto neste ano.

28 de abril de 2015: Reunião de acompanhamento e planejamento

Os bolsistas, assim como as supervisoras, leram os relatos das suas últimas experiências nos

colégios. Feito isso, planejando as atividades a serem realizadas nas feiras do conhecimento (ou de

ciências) dos colégios do âmbito do subprojeto, os bolsistas apresentaram os seus projetos. Os

bolsistas do Colégio Estadual Professor Ernesto Faria (CEPEF) abordaram o tema "Química e

Ambiente", enquanto que os do Colégio Estadual Herbert de Souza (CEHS) trataram do tema

"Sangue". A professora Fátima Gomes avaliou todos os projetos, aprovando ou cobrando

mudanças. Os trabalhos que precisavam ser repensados seriam apresentados na próxima semana.

05 de maio de 2015: Reunião de planejamento

Como de costume, antes de adentrar nas atividades destinadas ao dia de reunião, a

professora Fátima perguntou sobre as atividades do subprojeto nos colégios. Sendo assim, os

bolsistas que não apresentaram seus projetos na reunião anterior fizeram nesta, após a

apresentação dos projetos que precisavam de correção. Por fim, os trabalhos foram avaliados e, já

no término da reunião, foram feitos alguns esclarecimentos e avisos.

19 de maio de 2015: Reunião de estudo

Passados os relatos orais dos bolsistas e das supervisoras acerca dos ocorridos nos colégios

do âmbito do subprojeto, uma leitura do artigo "Articulação de conceitos químicos em um contexto

ambiental por meio do estudo do ciclo de vida de produtos" foi feita mediante discussão. Esta

leitura abordou uma metodologia de trabalho interessante para projetos escolares com a mesma

finalidade dos que já foram preparados pelo subprojeto. E, além disso, trouxe um tema de cunho

ambiental, sendo de importante valia para os bolsistas do CEPEF. Após as discussões referentes ao

artigo, a professora Fátima fez alguns avisos. Nestes, foram citadas: a criação do Currículo Lattes

pelos bolsistas novos, a atualização de fotos por parte de todos os bolsistas e supervisoras e a

proposta de realização de relatórios trimestrais.

23 de junho de 2015: Reunião de acompanhamento e estudo

Para esta reunião, estavam programados os estudos de dois artigos, onde um seria

apresentado pela bolsista Aline e o outro pela bolsista Fernanda. Enquanto estas bolsistas não

chegavam, os demais, em conjunto com as supervisoras, compartilharam suas experiências nos

últimos dias, nos colégios. Feito isso, já sabido que as apresentações não seriam feitas (por motivos

pessoais de cada uma delas) pelas alunas já citadas, o artigo "Ciclos Globais de Carbono, Nitrogênio

e Enxofre: a Importância na Química da Atmosfera" foi escolhido para ser lido e estudado pelo

grupo, uma vez que esta temática ambiental perpassava por diversos projetos que estavam sendo

elaborados pelo bolsistas do CEPEF. Este estudo permitiu que diversas problemáticas ambientais

fossem levantadas para discussão, onde foram abordados aspectos físico-químicos e políticos,

sociais e econômicos. Em verdade, esse material muito contribuiu para a elaboração do projeto

"Atmosfera", que será trabalhado por mim com alunos do primeiro ano do Ensino Médio.

01 de setembro de 2015: Reunião de acompanhamento e estudo

Como de costume, a reunião começou com os relatos dos bolsistas e das supervisoras

acerca das suas semanas passadas nos colégios. Em seguida, o seguinte artigo foi lido e discutido

em grupo: "Ensino de Química na Educação de Jovens e Adultos: Relação entre Estilos de

Pensamento e Formação Docente". Este artigo foi bastante interessante porque, além de

apresentar uma nova epistemologia (um assunto que é do meu gosto), esclareceu algumas

questões a respeito de como o EJA deveria ser estruturado. A explanação do artigo, quando

somada às vivências da supervisora Sandra e dos seus bolsistas no CEHS, fez possível uma discussão

de grande importância para os licenciandos que, futuramente, poderão "enfrentar" essa

modalidade de Ensino. Esta importância reside, principalmente, no fato de terem sido percebidas

certas diferenças entre a teoria e prática.

06 de outubro de 2015: Reunião de acompanhamento e estudo

A princípio, os alunos bolsistas compartilharam suas experiências nos colégios onde atuam.

Esse acompanhamento foi mais duradouro com os alunos do CEPEF, uma vez que estes estavam

com seus projetos em andamento para a Feira do Conhecimento do respectivo colégio.

Posteriormente, houve o estudo do artigo "A contextualização do Ensino de Química através do

livro Didático". A partir desse artigo, o conceito de contextualização e, consequentemente, sua

prática se tornaram mais claros. Como o artigo era relativamente antigo, foi possível comparar os

resultados apresentados por ele com os livros didáticos utilizados atualmente, sendo possível

perceber avanços, o que indica a internalização, por parte dos autores, das orientações descritas

nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e nos demais documentos norteadores da educação

brasileira.

20 de outubro de 2015: Reunião de acompanhamento e estudo

Esta reunião começou da mesma forma que as últimas: com o acompanhamento, feito pela

coordenadora, das atividades que estavam sendo realizadas nas dependências do projeto.

Terminada essa parte da pauta, o artigo "O ensino por meio de temas-geradores: A educação

pensada de forma contextualizada, problematizada e interdisciplinar" foi estudado. O estudo se

desenvolveu em duas etapas: leitura inicial e discussão. Após a leitura inicial, todos os bolsistas e

supervisoras expuseram, sob a mediação da professora Fátima, o que tinham aprendido com o

artigo. Tais exposições trabalharam a questão dos temas-geradores a partir dos três conceitos

principais do artigo: contextualização (onde o presente artigo pôde ser bastante relacionado com o

da reunião anterior), problematização e interdisciplinaridade. A reunião terminou com ênfase na

metodologia de ensino a partir de temas-geradores, visando a incorporação de mais uma

ferramenta de trabalho pelos futuros e atuais professores.

03 de novembro de 2015: Reunião de acompanhamento e estudo

A ordem da pauta desta reunião foi invertida. Antes do acompanhamento das atividades

(principalmente realizadas pelos alunos do CEPEF) do projeto, o artigo "Analogias em livros

didáticos de Química brasileiros destinados ao Ensino Médio" foi estudado, mediante apresentação

na forma de seminário pelo bolsista Patrick Andersson. As analogias, tão corriqueiras no dia a dia,

foram estudadas em sua essência e aplicação, visando o entendimento dos prós e dos contras desta

ferramenta no ensino e na aprendizagem de Química. Em meio às palavras originais do artigo,

alguns estudiosos foram citados, como Jean Piaget e David Ausubel.

17 de novembro de 2015: Reunião de acompanhamento e estudo

Os bolsistas do CEPEF tiveram seus projetos apresentados nos dias 09 e 10 de novembro, na

Feira do Conhecimento da própria escola. Então, nesta reunião, cada bolsista que atua no colégio -

assim como a supervisora Denise - teve que relatar os acontecimentos. Além do andamento das

apresentações finais, foram falados os pontos negativos e positivos dos projetos. As nossas

dificuldades e facilidades durante todo o processo e, por fim, o que tínhamos aprendido. Foram

expostas fotografias e vídeos da Feira. Feito isso, o artigo "Uma atividade experimental para o

conceito e entendimento da viscosidade" foi estudado, sendo apresentado na forma de seminário e

discutido com todos os presentes. Este artigo foi de extrema valia, pois me deu orientações

implícitas de como poderei organizar a minha monografia.

3. Atuação no Colégio Estadual Professor Ernesto Faria (CEPEF)

No Colégio Estadual Professor Ernesto Faria, foram feitas atividades de observação,

coparticipação e participação efetiva durante todo o ano letivo. Ou seja, as aulas ministradas pela

professora Denise (supervisora do projeto PIBID-Química) foram observadas e, em alguns

momentos, auxiliadas pelos bolsistas, que, sob supervisão, também puderam dar algumas aulas.

Abaixo, os acontecimentos marcantes nestas atividades foram registrados. Porém, alguns

registros - principalmente os do período de agosto e setembro - foram perdidos por motivo de

furto do material onde os tais foram inscritos à priori. Segue:

03 de março de 2015

M1-M2 (TURMA 2002): A professora Denise continuou com o estudo da Teoria Ácido-Base de

Arrhenius, exemplificando e distinguindo as reações de ionização e dissociação, e apresentou a

nomenclatura de ácidos e bases. A turma mostrou-se quieta e atenta durante toda aula, o que fez

com que essa fosse muito lucrativa.

Na discussão das reações, a professora adotou uma notação um tanto confusa e pouco

rigorosa para as equações químicas. Segue o exemplo dado para a reação de ionização do ácido

nítrico: HNO3 + H2O H+ (aq) + NO3

- (aq). Neste exemplo, três pontos problemáticos são notados:

1. A Lei Ponderal da Conservação de Massa, de Lavoisier, não foi atendida, pois a massa dos

reagentes da equação é superior a massa dos produtos, inferindo uma perda de matéria na reação.

Esse problema seria sanado se, ao invés do cátion hidrogênio, o íon hidrônio (H3O+) fosse escrito

nos produtos.

2. Apenas os produtos da reação tiveram os estados de agregação salientados. Esse problema seria

sanado se os estados de agregação (ou físicos) dos reagentes também fossem escritos: HNO3 (aq) +

H2O (l) H+ (aq) + NO3

- (aq).

3. A seta de equilíbrio ( ) foi empregada sem o esclarecimento do seu significado. Assim, a

existência de setas diferentes poderia trazer dúvidas quanto ao uso adequado de cada uma delas.

Esse problema seria sanado se fosse utilizada a seta única (→) ao invés da de equilíbrio, uma vez

que não era a intenção mostrar o caráter dinâmico do equilíbrio químico envolvido, mas

simplesmente a reação direta deste, ou seja, a reação de ionização (ou dissociação). Todavia, a seta

utilizada não foi totalmente inadequada, mesmo tratando-se, no exemplo destacado acima, de um

ácido forte.

Acredita-se que esses pontos foram escritos inconscientemente pela professora, pois ela

está ministrando aulas sobre equilíbrio químico nas série do terceiro ano e porque, em outros

momentos, esses problemas não foram observados, notações mais corretas foram utilizadas. A

própria professora, no término da exposição do conteúdo, apresentou outras notações um tanto

mais corretas.

Na escrita das reações de ionização e dissociação, alguns alunos mostraram dificuldade no

início, mas esta foi logo tratada pela professora com mais exemplos no quadro. Acredito que a

dificuldade tenha sua causa na utilização, por parte da professora, de uma abordagem estritamente

lógico-matemática, baseada apenas nos princípios de balanço de carga e de massa. Uma outra

alternativa seria a exposição de uma perspectiva mais Química de como as reações acontecem

realmente. Assim, justificando que cada molécula de água retira um cátion hidrogênio por vez (o

que culmina na formação de íons hidrônio), a ionização seria construída em etapas, o que também

introduziria uma ideia mecanística no processo. Quanto às nomenclaturas, a turma não apresentou

quaisquer dificuldades.

M3-M4 (TURMA 2001): Uma vez que a aula dada na turma 2002 seria repetida, a professora Denise

liberou os bolsistas (eu e Fernanda) para que estes ajudassem o técnico (Jonas) a preparar a aula

experimental que seria dada nos tempos seguintes (M5-M6) para a turma 1002.

M5-M6 (TURMA 1002): A turma foi dividida em duas partes. Enquanto uma parte permanecia na

sala de aula, fazendo exercícios com a professora Denise, a outra estava no laboratório de ciências

do colégio, observando e realizando práticas com a temática da densidade, assim como a turma

1001 fez no dia anterior. Cada parte da turma tomou um tempo de aula no laboratório.

Mais uma vez, as práticas atraíram a atenção dos alunos. Essa turma (em especial, a

segunda metade a ir ao laboratório) mostrou-se muito interessada, copiando todas as observações

antes mesmo que essa ordem fosse dada, e participativa, no que diz respeito a fazer

questionamentos sobre o que estava ocorrendo nas experiências. Nesses questionamentos, foram

notadas algumas confusões entre os conceitos de algumas grandezas físicas, como entre peso e

massa, e volume e massa. A distinção entre volume e massa foi esclarecida por mim. Por outro

lado, preferi não distinguir peso e massa, devido à necessidade de conceitos da Física. Antes, corrigi

os alunos de que o nome correto da grandeza que estávamos mensurando era "massa".

10 de março de 2015

M1-M2 (TURMA 2002) e M3-M4 (TURMA 2001): As turmas, nos seus respectivos tempos de aula

de Química, foram divididas em duas partes. Enquanto uma parte permanecia na sala de aula,

fazendo exercícios com a professora Denise, a outra estava no laboratório de ciências do colégio,

observando práticas de identificação (com indicadores) do caráter ácido-base de alguns produtos

comercias. Cada parte de uma turma tomou um tempo de aula no laboratório. Estavam no

laboratório, além dos alunos, o Jonas (técnico do laboratório), eu, o Cristiano (bolsista ID), a Aline

(estagiária) e mais outros dois estagiários. Eu e o Cristiano ministramos as aulas com o auxílio dos

estagiários.

Alguns alunos se recusaram a copiar as observações da aula e, quando estas foram cobradas

pela professora Denise, alegaram que não copiaram porque o bolsista Cristiano (quem tinha dado a

aula em questão) estava explicando e realizando as práticas rápido demais. Esse problema só

aconteceu com um grupo de alunos que foi ao laboratório, todos os demais fizeram anotações sem

qualquer problema. Tirando esse impasse, as turmas mostraram-se interessadas num todo.

Um menino chegou a perguntar se, "dependendo da força da base, a cor azul do papel de

tornassol (vermelho) fica mais forte ou mais clara". Respondi que sim, tomando como exemplo dois

papéis utilizados na experiência - o papel mergulhado na soda cáustica (NaOH) apresentava-se com

um azul mais intenso do que o mergulhado no leite de magnésio (Mg(OH)2). Achei essa pergunta

bastante interessante, pois era algo que, até então, eu não tinha questionado e que,

provavelmente, sem os papéis utilizados na prática, eu demoraria mais tempo para responder.

M5-M6 (TURMA 1002): Durante o intervalo, a professora Denise precisou ir à sua casa buscar a

carteira que tinha esquecido. Então, já no colégio, enquanto ela comia um lanche (o que não foi

possível durante o intervalo), a bolsista Aline adiantou a aula sobre estados físicos da água e

mudanças de estado físico. Quando a professora entrou em sala, a atividade (baseada nos dados da

tabela da página 29 do livro didático de Química adotado) de elaboração de um gráfico (em papel

quadriculado) da temperatura da água em função do seu tempo de aquecimento já tinha sido

começada pelos alunos.

Essa turma manteve-se quieta durante toda a aula, sem perder o interesse pela mesma. Na

atividade proposta, nenhum aluno demonstrou dificuldades muito profundas, apenas perguntavam

a escala. Essa é, sem sombra de dúvidas, a turma onde eu mais gosto de trabalhar!

17 de março de 2015

M1-M2 (TURMA 2002): A estagiária Viviane deu aula sobre sais e reações de neutralização (ou

salificação). Antes de qualquer cumprimento ou conversa prévia com os alunos, a estagiária foi logo

ao quadro passar a matéria que deveria ser copiada pelos mesmos. Depois de completar o quadro

com a matéria e de ter esperado bastante tempo para que esta fosse copiada, ela "explicou" o que

estava no quadro. Enquanto ela esperava a cópia, os alunos estavam completamente relapsos,

pouquíssimos realmente faziam o que foi proposto - um aluno, inclusive, aproveitou a aula para

terminar um trabalho artístico de outra matéria. E, durante a explicação, o baixo volume da voz da

estagiária também dificultou a concentração dos ouvintes.

Todas as reações dadas foram colocadas no quadro prontas, sem qualquer procedimental

de como escrevê-las. E, durante o ensino de nomenclatura de sais, foram usados apenas dois

exemplos também já resolvidos. Logo, não foi proposto nenhum exercício aos alunos em tempo de

aula. Por fim, numa tentativa pouco efetiva de contextualização, alguns sais cujas aplicações e usos

são recorrentes no dia a dia foram listados no quadro para que os alunos, mais uma vez,

"copiassem".

M3-M4 (TURMA 2001): A estagiária Viviane repetiu a aula dada anteriormente na turma 2002. Os

problemas relacionados à metodologia foram os mesmos. Todavia, esta turma ainda estava mais

agitada, o que piorou a aula em termos de conteúdo, pois foram cortadas algumas explicações

orais. A contextualização, por exemplo, se restringiu, para os alunos, em copiar as informações do

quadro. Isto é, considerando os poucos que copiaram a matéria do quadro. Apesar disso, ainda

restou tempo para que um exercício fosse escrito no quadro, para que os alunos fizessem em suas

casas.

A professora Denise precisou retirar um aluno de sala e levá-lo à direção, pois o mesmo

estava usando celular em aula e, como se não bastasse, mostrando aos demais colegas algum

conteúdo que os fazia rir, contribuindo para a bagunça da sala.

M5-M6 (TURMA 1002): A atividade de construção de gráficos foi terminada. Neste dia, além do

gráfico no papel quadriculado, um gráfico no papel milimetrado também foi pedido. Os alunos

desta turma fizeram a atividade sem muitos problemas, poucos precisaram utilizar os dois tempos

de aula para completar o que foi pedido.

24 de março de 2015

M1-M2 (TURMA 2002): A turma realizou o primeiro teste de Química do ano. Sentados em fileiras

únicas, os alunos realizaram o teste individualmente. Quando um aluno terminava o trabalho,

entregava o documento à professora e voltava à sua carteira, tendo que permanecer

(teoricamente) em silêncio. Quando a maioria da turma já tinha acabado de fazer o teste, as

conversas paralelas geraram um grande barulho, fazendo com que a professora, em dois

momentos, chamasse a atenção dos alunos que falavam, pedindo respeito aos colegas que ainda

não tinham terminado. No último momento, a professora viu a necessidade de ameaçar, com a

perda de meio ponto no teste, os alunos que conversavam.

Nesta turma, a professora pediu para que os bolsistas também fiscalizassem os alunos

enquanto estes faziam o teste. Ao todo, contando com a professora, eram quatro fiscais.

M3-M4 (TURMA 2001): A professora repetiu o teste com as mesmas normas aplicadas na turma

2002. Essa turma, por estar mais agitada que a anterior, demorou mais tempo para começar a

avaliação.

Desta vez, os bolsista não fiscalizaram os alunos formalmente, embora um aluno, antes do

início da avaliação, tenha sido flagrado na construção de uma cola num pedaço pequeno de papel

e, num outro instante, uma aluna tenha sido vista colando. No flagrante, um colega do aluno

surpreendido tentou me subornar com uma coca-cola após a saída, alegando ele que, por sermos

de idades próximas, eu seria legal.

M5-M6 (TURMA 1002): Visto que, mais uma vez, a professora Denise iria aplicar testes, os bolsistas

foram liberados.

31 de março de 2015

M1-M4 (TURMAS 2002 E 2001): Ambas as turmas foram ao laboratório de ciências do colégio

observar práticas que apontam algumas das propriedades dos ácidos. A logística das aulas foi a

mesma utilizada outrora, em outras aulas: enquanto uma metade de turma estava na aula

experimental, a outra estava em sala, com a professora Denise, fazendo exercícios.

No laboratório, as turmas se comportaram de forma bem similar, sendo agradáveis e

demonstrando interesse pela aula. Os alunos anotaram as observações e fizeram questionamentos

durante as práticas. Numa prática que consistia da reação de alguns metais com o ácido clorídrico

(HCl), enquanto todos os alunos presentes aceitaram como resposta óbvia a formação do gás

hidrogênio, um aluno se destacou ao falar (em baixo volume de voz) que o gás cloro (Cl2) seria uma

possibilidade. Como esse aluno falou apenas com o seu colega, não interferiu na aula, que estava

sendo dada, neste instante, por outro bolsista. Se a pergunta tivesse sido feita para mim, eu

apresentaria o seguinte esquema, considerando que a turma não aprendeu sobre reações de

oxirredução:

M5-M6 (TURMA 1002): A professora Denise repetiu a aula dada no dia anterior, para a turma 1001.

Antes de qualquer coisa, a professora Denise chamou a atenção dos alunos com avisos sobre as

notas baixas obtidas nas atividades realizadas até então. Em comparação com a turma 1001, esta

turma estava mais relapsa, com mais conversas paralelas à aula, mesmo após a fala da professora.

Em seguida, usando o livro didático, a professora tratou da organização da matéria na natureza,

distinguindo substâncias de misturas (ou materiais, segundo o livro).

07 de abril de 2015

M1-M4 (TURMAS 2002 E 2001): Nas duas turmas, a professora Denise abordou a última função

inorgânica a ser estudada: os óxidos. Quanto ao comportamento dos alunos, ambas as turmas

foram bastante similares. Alguns grupos mantinham conversas durante a aula, mas estas não eram

num tom que atrapalhava o andamento do conteúdo.

M5-M6 (TURMA 1002): Enquanto uma metade da turma permanecia em sala de aula com a

professora, a outra estava na aula experimental, que tratou de alguns métodos de separação de

misturas: a destilação simples, a filtração, a peneiração e a decantação. Observou-se, pelo

semblante dos alunos, que alguns não entenderam bem o processo que configura uma destilação.

E, pelas perguntas realizadas pelos alunos, as dúvidas tinham suas origens na compreensão

deformada das transformações físicas, as mudanças de estado físico da matéria.

De todos os métodos abordados, o único que contou com a participação manual dos alunos

foi a decantação, que consistiu na separação de água e óleo de soja com o auxílio de um funil de

decantação. Durante a explicação deste método para a segunda metade da turma a ir à aula, uma

aluna abriu de propósito a válvula do funil quando a mistura já havia sido separada, formando uma

nova mistura no frasco que tinha recepcionado a água. Esta aluna, desde o princípio, se recusou a

fazer anotações, disse que "as aulas de laboratório são chatas" e ficou debruçada sobre a mesa, de

cabeça baixa. O mais irritante foi perceber que esta menina estava influenciando um colega a não

fazer nada que lhe fosse pedido durante a aula.

28 de abril de 2015

M1-M2 (TURMA 2002): A professora Denise aplicou uma atividade de recuperação para os alunos

que não tinham conseguido atingir a média. Enquanto esses alunos resolviam a prova, o resto da

turma ficou livre. Obviamente, houveram conversas entre os alunos dispensados, porém, estas não

atrapalharam as demais atividades. A professora, nesse dia em especial, estava corrigindo algumas

avaliações que encontravam-se com notas pendentes.

M3-M4 (TURMA 2001): Uma vez que, nesta turma, seriam feitas as mesmas coisas da turma 2002,

a professora me dispensou da observação e pediu para que eu corrigisse alguns relatórios. Quando

os relatórios foram entregues, eu fui liberado para não entrar na turma 1002.

19 de maio de 2015

M3-M4 (TURMA 2001): Antes de qualquer coisa, a professora propôs uma discussão sobre o que é

medir. Os alunos, já de início, demonstraram interesse pela questão, uma vez que, em resposta à

professora, nunca tinham pensado nisto. Com o desenrolar da conversa, os alunos concluíram que

a medição é uma comparação com um padrão. Prosseguindo, a professora pediu para que

pensassem numa forma de medir a massa dos átomos. Os alunos, imediatamente, ficaram sem

resposta. Percebeu-se que a falta de resposta por parte dos alunos tinha sua origem em dois

princípios: (1) no processo de medida (o método) e (2) no referencial de medida, onde este último

implicava diretamente no primeiro. Devido ao fato do átomo ter proporções extremamente

pequenas, qualquer referencial de medida que os alunos utilizassem (como o quilograma, por

exemplo) ultrapassaria "infinitas" vezes a massa do corpo medido. Ou seja, um equilíbrio numa

balança jamais seria possível. Diante do silêncio da turma, a professora apresentou o referencial de

medida utilizado: a fração de 1/12 do átomo de carbono-12; e resolveu alguns exercícios no

quadro. A turma reagiu muito bem, demonstrando entusiasmo e interesse. Essa metodologia

facilitou, ainda, a exposição do conceito de massa molecular. Em seguida, a professora definiu o

que era o mol, um nome já temido por alguns alunos da turma. A explicação foi bastante clara,

deixando evidente o aprendizado por parte da turma.

M5-M6 (TURMA 1002): A turma foi dividida em duas partes. Enquanto uma parte permanecia na

sala de aula, com a professora Denise, a outra estava no laboratório de ciências do colégio. A

prática deste dia foi baseada numa proposta do livro didático adotado e levantava uma reflexão

acerca da constituição da matéria, se esta era contínua ou descontínua. A atividade foi reconhecida

pela pergunta: "Há espaço vazio na matéria?"; e contava com dois experimentos. No primeiro, uma

pitada de sulfato de cobre pentaidratado (CuSO4.5H2O) foi dissolvida em 50 mL de água, dispostos

num béquer. No segundo, à altura dos 50 mL de um béquer de 100 mL, foram acrescentados, na

seguinte ordem: sal grosso, açúcar, água e, à pedido dos alunos, sulfato de cobre pentaidratado.

Antes da realização da prática, uma introdução teórica foi feita oralmente. Nesta, em

resposta a uma pergunta proposta à turma, alguns alunos defenderam a ideia de que a matéria era

composta por átomos - uma vez que, em anos anteriores, já tinham estudado sobre -, mas não

tinha firmeza para utilizar esse conceito na defesa da descontinuidade da matéria. Então, já na

realização do primeiro experimento, um aluno chamou atenção ao questionar o procedimento

adotado. Para facilitar a solubilização do sólido imerso na água, o béquer foi mexido. Esse ato foi

questionado pelo aluno, como se mexer o sistema, ou seja, a intervenção por uma força externa,

pudesse romper a continuidade da matéria, que poderia ser um "estado fundamental da matéria".

Entendido o (brilhante) questionamento do aluno, a agitação foi cessada, restando ainda uma

porção do sólido no fundo do recipiente. No término da aula, os alunos perceberam que essa

porção solubilizou-se espontaneamente, mesmo sob a ausência de agitação.

No término do segundo experimento, foi perguntado aos alunos se a matéria era, enfim,

contínua ou descontínua. A turma inteira defendeu, com base nos experimentos observados pela

mesma, que era descontínua. Então, foi feita a seguinte pergunta: "então, se existe espaço vazio na

matéria, do que ele é feito?" Quatro respostas se destacaram: (1) energia, (2) nada, (3) prótons e

elétrons e, como era de se esperar, (4) "a matéria é contínua então", como disse um aluno.

Percebeu-se que os alunos correlacionavam a temática discutida com a solubilidade das

substâncias. Um aluno, inclusive, perguntou o porquê do óleo não se "misturar" com a água se

existem espaços vazios nela. Sem sombra de dúvidas, essa aula foi a que mais contou com a

participação dos alunos.

26 de maio de 2015

M1-M2 (TURMA 2002): A professora Denise, antes de adentrar na discussão do conceito de massa

molar, relembrou com a turma os conceitos de massa atômica e massa molecular. Após a

discussão, dois exercícios foram passados. Tais exercícios objetivavam o cálculo da massa molar da

água (H2O) e do ácido sulfúrico (H2SO4). Em seguida, a professora utilizou o livro para aprofundar a

ideia de massa molar, mostrando vários frascos com um mol de diversas substâncias. Essa imagem

expunha que a mesma quantidade de partículas (aglomerados iônicos ou moléculas), de

substâncias diferentes, não ocupam necessariamente o mesmo lugar no espaço e não possuem a

mesma massa. Apesar da explicação não ter sido bastante clara, a professora não perguntou à

turma se a mesma tinha compreendido o que tinha sido falado. Ficou evidente que esse descaso

por parte da professora surgiu depois da mesma ter percebido que, mesmo com um aviso anterior,

muitos alunos não levaram o livro didático para a aula. A turma estava atenta, permanecendo em

silêncio.

Em seguida, tratou-se de volume molar, o volume ocupado por um mol de partículas de

certa substância - onde, para os gases, esse volume corresponde a 22,4 L nas condições normais de

temperatura e pressão (0 °C e 1 atm). Feito isso, todos os conceitos abordados nesta aula e na

anterior foram revisados oralmente. Então, alguns exercícios do livro foram destacados para serem

feitos em aula. Na correção, para a admiração da professora, percebeu-se que os alunos não

lembravam mais o conceito de mol. A turma permaneceu em silêncio diante da pergunta: "quantos

átomos de magnésio existem em um mol de átomos de magnésio?" Um aluno respondeu "um

átomo!" Sendo assim, a professora chamou a atenção da turma, cobrando mais empenho, e deixou

algumas páginas do livro para que o conteúdo fosse revisado em casa. Estas páginas incluíam o

tema notação científica, para os alunos que não tinham habilidade ou conhecimento do mesmo.

M3-M4 (TURMA 2001): A aula foi a mesma dada na turma anterior. Entretanto, esta turma estava

muito mais "acordada". Durante a exposição do conteúdo, os alunos foram bem participativos.

Porém, quando a professora deixou os exercícios do livro para serem feitos, o "ânimo" dos alunos

se converteu em uma enorme bagunça. Observando a falta de interesse, a professora escreveu no

quadro o gabarito dos exercícios propostos e, por fim, uma nota de que a turma inteira tinha

perdido meio (0,5) ponto. Acredito que essa atitude também foi influenciada pela experiência

recém-vivida na turma anterior e pelo fato dos alunos desta, em sua maioria, também não terem

levado os livros.

M5-M6 (TURMA 1002): A turma foi dividida em duas partes. Enquanto uma parte permanecia na

sala de aula, com a professora Denise, a outra estava no laboratório de ciências do colégio. A

prática deste dia propunha a discussão da elaboração de modelos para a constituição da matéria.

Cada parte da turma foi dividida em quatro grupos, onde cada grupo recebeu uma caixa que

continha três objetos. Pela manipulação sensorial da caixa, mas sem abri-la, os alunos tinham que

descrever características e propriedades para os três objetos, desenhando-os no término da aula. A

turma, num todo, demonstrou bastante interesse e entusiasmo pela prática. Porém, percebeu-se

que, em alguns momentos, mesmo com a explicação de que um modelo não é a realidade, mas sim,

uma proposta de explicação desta, os alunos tentavam adivinhar os objetos, os descrevendo com

perfeição.

Antes de começar a aula, alguns alunos fizeram perguntas sobre a prática anterior. Uma

delas era: "se a matéria é descontínua, por que o Nescau (achocolatado) fica no fundo do copo?"

Todas as perguntas associavam a formação de um precipitado com comprovação da continuidade

da matéria.

02 de junho de 2015

Eu compareci ao colégio para o cumprimento das atividades normais do projeto. Porém,

este dia estava reservado para a aplicação das provas da Olimpíada Brasileira de Matemática das

Escolas Públicas (OBMEP). Sendo assim, eu apenas ajudei em algumas atividades antes da aplicação

das provas.

30 de junho de 2015

Quando eu cheguei no colégio, soube que o dia estava reservado para a aplicação das

provas do SAERJinho. Eu auxiliei outros professores e apliquei a prova em uma turma. Foi uma boa

experiência.

18 de agosto de 2015

M1-M4 (TURMAS 2002 E 2001): Esta aula foi dada por mim, sob a supervisão da professora Denise.

O tema foi concentrações de soluções e foram trabalhados os seguintes tipos: concentração

comum (g/L), concentração molar (mol/L), porcentagem em massa (%m/m) e volume (%v/v).

Antes de realmente entrar no estudo das concentrações, foi feita uma breve revisão sobre a

organização das soluções, com ênfase nos seus componentes (solvente e soluto). Então, após a

simulação mental da formação de uma solução, a turma foi questionada sobre como a quantidade

de soluto poderia ser expressa no sistema formado. Os alunos, em ambas as turmas, ditaram a

lógica da concentração comum. Feito isso, a definição foi colocada no quadro com um exercício

simples. As demais concentrações foram expostas da mesma forma. Primeiro, era passado pra

turma, um experimento mental. Depois, uma questão era feita com o objetivo de que os alunos

enxergassem claramente a necessidade da expressão de outra forma de concentração. Com a

resposta, a definição era registrada no quadro prosseguida por um exercício.

Os alunos, em ambas as turmas, se comportaram bem. Na segunda, porém, os alunos

conversavam mais. Nas duas turmas, os alunos reclamavam do tempo, afirmando que a aula estava

muito corrida. Todavia, embora a matéria fosse escrita no quadro em paralelo com a explicação da

mesma, tempo era dado pra que os alunos copiassem e fizessem os exercícios. Ainda na segunda

turma, percebeu-se que os alunos tinham dificuldades com cálculos aritméticos básicos. Uma turma

inteira não soube responder o resultado da divisão de 0,5 por 0,5.

M5-M6 (TURMA 1002): Nesta aula, objetivando que os alunos entendessem a lógica da

organização da Tabela Periódica (o tema das próximas aulas), a professora Denise orientou a turma

na construção das suas próprias tabelas. Os alunos demonstraram bastante entusiasmo com esta

atividade, o que, às vezes, culminava em um teor de conversas que atrapalhava a professora. Os

bolsistas auxiliaram os alunos.

25 de agosto de 2015

M1-M4 (TURMAS 2002 E 2001): A professora Denise corrigiu alguns exercícios do livro e passou

outros no quadro, para a fixação do conteúdo trabalhado. O que mais chamou atenção em ambas

as turmas foi a dificuldade dos alunos com procedimentos matemáticos. As dificuldades gerais

eram quanto a divisão, proporcionalidade e conversão de unidades (por exemplo, de litro (L) para

mililitro (mL)). A segunda turma, novamente, foi a que menos conseguiu acompanhar as exigências

da aula.

M5-M6 (TURMA 1002): Os alunos continuaram a construção de suas próprias tabelas periódicas. A

professora Denise, mais uma vez, precisou chamar a atenção da turma em vários momentos,

porque a euforia e as dúvidas dos alunos geravam, quando somadas, conversas em alto volume de

voz. Apesar disso, foi uma boa atividade. Os bolsistas auxiliaram os alunos.

13 de outubro de 2015

M1-M4 (TURMAS 2002 E 2001): As turmas de segundo ano foram ao laboratório de ciências do

colégio para a participação em uma aula prática demonstrativa sobre calor que estava registrada no

livro didático. A logística da aula ocorreu da mesma forma: enquanto metade de uma turma estava

em sala de aula, onde a professora Denise aplicava atividades, a outra metade estava no

laboratório.

Antes dos experimentos, uma abordagem teórica foi realizada. Inicialmente, os alunos

foram questionados a respeito do que é um termômetro. Todas as respostam eram semelhante a

“um aparelho que mede temperatura”. Então, para demonstrar que as palavras guardam os seus

significados em suas morfologias, a palavra “termômetro” foi decomposta em “termo”

(temperatura) e “metro” (medida). Dando continuidade, os alunos foram levados a pensar em dois

recipientes: um com água sólida (gelo comum) e outro com água líquida. Houve uma breve

discussão com o intuito de esclarecer as diferenças dos dois estados de agregação da matéria.

Seguindo com o procedimento mental, cada recipiente deveria receber um termômetro. Assim, foi

feita a pergunta: “Em qual termômetro a temperatura era maior?” Em unanimidade, todas as

turmas responderam que é no termômetro da água líquida. Assim, a turma voluntariamente ligava

as informações e construía o conceito de que a temperatura é “uma medida do grau de agitação

das partículas de um sistema.” Uma sequência de perguntas e respostas também foi feita visando a

construção do conceito de calor, que levou à compreensão do propósito de um calorímetro, usado

na prática. Observou-se que, nas sequências realizadas, as turmas apresentavam sempre as

mesmas respostas e chegavam às mesmas conclusões. Isso pode ser explicado pelo fato das

indagações tomarem exemplos do senso comum dos alunos. Assim, uma vez que os alunos

vivenciam as mesmas experiências sensoriais no dia a dia, responderam da mesma forma. Os

experimentos foram sempre acompanhados com a participação dos alunos com perguntas.

M5-M6 (TURMA 1002): A estagiária Carla ministrou uma aula continuativa sobre a organização da

tabela periódica (tratando da divisão desta em blocos correspondentes aos subníveis mais

energéticos) e introdutória a respeito das propriedades periódicas, dando ênfase no raio atômico. A

aula baseou-se no livro didático e todo o conteúdo foi construído a partir de exemplificações.

Começando a aula, ela tomou vários elementos da tabela e fez suas respectivas

distribuições eletrônicas. Assim, destacando as posições dos elementos na tabela e os subníveis

mais energéticos dos seus respectivos átomos neutros, ela representou os seus devidos blocos (s, p,

d ou f) na tabela através de generalizações. No ensino do raio atômico, o conceito foi

primeiramente dado e, em seguida, a variação desta propriedade na tabela periódica foi observada

através de comparações. Por exemplo, pra que os alunos percebessem a variação do raio atômico

em uma família, foram comparados os átomos de flúor e iodo.

A aula, em termos de conteúdo, foi boa, mas o tom de voz e a postura da estagiária não

cooperaram para o domínio da turma, que se perdeu em conversas, ignorando o que vinha sendo

dado. Sendo otimista, apenas os alunos mais próximos do quadro aprenderam o que foi dado.

20 de outubro de 2015

M1-M4: A professora Denise me liberou para tratar dos preparativos para a Feira do Conhecimento

com os grupos que eu orientei. Foram feitas atividades no laboratório.

M5-M6 (TURMA 1002): Enquanto estagiário, sob a supervisão da professora Denise, eu ministrei a

aula, que tratou das seguintes propriedades periódicas: raio atômico, eletronegatividade e energia

de ionização.

Uma vez que os alunos tinham acabado de aprender sobre a estruturação da Tabela

Periódica, foi perguntado à turma se todos os átomos eram idênticos. Os alunos responderam

negativamente, justificando com a composição do núcleo e da eletrosfera. Então, a pergunta inicial

foi modificada, questionando-os quanto à forma dos átomos. Os alunos concordaram de que,

devido ao fato da constituição ser diferente, a forma também deveria ser. A partir de então, foram

abordadas três propriedades periódicas: raio atômico, eletronegatividade e energia de ionização.

Percebeu-se que, nesta sequência, também prosseguiu a dificuldade da turma com os conceitos.

Após a discussão da variação de cada uma destas propriedades na tabela, exercícios orais eram

feitos com a turma. Eram selecionados dois elementos do mesmo período ou família e, em seguida,

questionava-se a respeito da propriedade em questão. Por exemplo: “numa mesma família, quem

tem o maior raio atômico: o oxigênio ou o enxofre?” Os alunos acompanharam a aula

razoavelmente, confessando que o assunto era de difícil compreensão. Todavia, esta dificuldade

pode ter sido influenciada pelo comportamento da turma, que, em alguns momentos, precisou ser

chamada à atenção.

A princípio, esta aula foi a mesma dada no dia anterior para turma 1001. Todavia, com base

na experiência já vivenciada, foram utilizadas (com todo o cuidado possível) mais exemplificações

analógicas. As analogias tinham a função de tornar mais palpável o conteúdo que tinha sido

apontado outrora como de alta abstração. Aparentemente, houve certa melhora na aprendizagem.

Isso ficou visível no andamento da aula, com as reações dos alunos. Porém, essa melhora não foi na

proporção esperada. Os alunos desta turma, apesar de estarem mais quietos do que os da turma

1001, no dia anterior, também estavam agitados, o que dificultava uma comunicação saudável.

27 de outubro de 2015

M1-M6: Os alunos orientados por mim no projeto a ser apresentado na Feira do Conhecimento não

cumpriram com os seus deveres. Nenhum dos grupos produziu as atividades para os quais tinham

sido destinados. Então, tendo em vista a gravidade deste problema, uma vez que o dia do evento já

estava muito próximo, a professora Denise reservou todo esse dia para que eu reorganizasse os

alunos e estabelecesse novas metas, mais claras e simples.

03 de novembro de 2015

M1-M6: Os alunos do projeto finalmente entregaram seus trabalhos prontos. Além da avaliação

dos materiais físicos produzidos, estes também foram apresentados. Nestas pré-audições,

conteúdos estudados no decorrer do projeto puderam ser revisados, gerando, inclusive, novos

temas que, estando relacionados com a temática principal, também foram discutidos. Os alunos

pareceram muito mais otimistas, alegres e até mesmo ansiosos pelo dia da Feira do Conhecimento.

10 de novembro de 2015

Dia da Feira do Conhecimento para as turmas do 1º ano do Ensino Médio. Mais uma vez,

antes das apresentações oficiais, ouvi os alunos. Nessa audição, eu os avaliei e corrigi, dando dicas

de coisas que poderiam ser mudadas na exposição oral. O resultado final foi excelente.

24 de novembro de 2015

M1-M4 (TURMAS 2002 E 2001): A professora Denise pretendia abordar brevemente do tema

Cinética Química. Em ambas as turmas, a professora começou a aula informando que o conteúdo

estava atrasado e que, por isso, ela precisava da cooperação da turma. Atendendo ao pedido, os

alunos se comportaram bem durante toda a aula. A exposição do conteúdo contou com o quadro e

com bastante utilização do livro didático, principalmente pela parte ilustrativa deste. Tratou-se

basicamente de três tópicos de Cinética: taxa de rapidez, Teoria das Colisões e fatores que alteram

a rapidez das reações (os abordados: concentração, temperatura, superfície de contato e

catalisador). Muitos exemplos comuns do cotidiano foram discutidos durante a construção do

conteúdo.

M5-M6 (TURMA 1002): Numa única sala, a professora Denise reuniu as duas turmas do primeiro

ano que frequentam o primeiro turno: 1001 e 1002. A aula foi dada por mim, sob a supervisão da

professora Denise, e começou com uma revisão da Teoria do Octeto, passada pela professora na

aula anterior. Dando continuidade, as turmas foram questionadas sobre a formação o gás cloro

(Cl2), cuja composição molecular inclui dois átomos idênticos e com tendência a ganhar um elétron.

Os alunos foram conduzidos a pensar na invalidez do modelo das ligações iônicas - caracterizadas

pela transferência de elétrons - e, consequentemente, na elaboração de um novo modelo de

ligação química. Para tal elaboração, foi proposto um enredo (nada mais que uma analogia

encenada). Os dois alunos receberam, cada um, um pilot. O aluno que tinha em mãos o pilot azul

queria o vermelho, que estava sob a posse do outro. E esse outro, por conseguinte, tinha o

vermelho e queria o azul para manter-se satisfeito. Então, foi perguntado à turma sob uma forma

de satisfazer os dois alunos. A turma prontamente respondeu que eles poderiam emprestar suas

canetas pilot, dando a entender um compartilhamento. Assim, foi definida a ligação covalente,

explicando as relações entre o análogo e o alvo da analogia. Posteriormente, outras moléculas

(para além do Cl2) foram estudadas, como: O2, N2, HCl, H2O, NH3, CH4 e N2H4. Em cada um desses

estudos, foram classificadas as ligações covalentes (em simples, dupla e tripla) e escritas duas

representações em fórmulas (fórmula eletrônica de Lewis e fórmula estrutural). Os alunos foram

bastante participativos e atenciosos. Foi a primeira vez que eu realmente me senti o professor de

uma turma.

4. O projeto Atmosfera

4.1. O planejamento

O projeto Atmosfera foi elaborado visando, para além do acréscimo de experiências na

prática docente, a sua futura exposição na Feira do Conhecimento do colégio. A princípio, foram

estabelecidos seis encontros. Nestes, seriam feitos debates, leituras de textos, experimentos e

confecção de materiais pedagógicos. A saber:

Primeiro encontro: “O que é a atmosfera?”

Como uma conversa introdutória, esse encontro visa o esclarecimento do principal objeto de estudo do projeto, a atmosfera. Assim, serão discutidas (1) a sua definição, (2) a sua constituição, (3) a sua origem, (4) as condições necessárias para tê-la e, por fim, (5) a sua importância à vida.

Durante a discussão acerca da constituição da atmosfera, os alunos receberão um questionário (em anexo) sobre como compreendem os gases e como estes se comportam em determinadas condições. Essa atividade visa a detecção de concepções alternativas. Segundo encontro: “Afinal, o que são os gases?”

Mediante análise do questionário respondido, será realizado um estudo dos gases, partindo da definição e indo até as transformações físicas acarretadas pela manipulação das variáveis de estado, que também serão detalhadas. Esse estudo será acompanhado com experimentos demonstrativos.

Será proposta uma pesquisa sobre a composição química da atmosfera, dos gases que a

compõem e de suas respectivas concentrações na mesma.

Terceiro encontro: O efeito estufa

Partindo da análise paralela de gráficos, o efeito estufa será abordado. Para tal, será tomado um texto baseado nos seguintes artigos, ambos publicados na revista QNEsc:

“A Química no efeito estufa”, de Mario Tolentino e Romeu C. Rocha-Filho;

“Ensinando a Química do efeito estufa no ensino médio: possibilidades e limites”, de Cristina Neres da Silva et al.

Serão pedidos artigos de internet, revistas ou jornais que ilustram as consequências do

efeito estufa e, consequentemente, do aquecimento global.

Quarto encontro: “Efeito estufa... O que eu tenho a ver com isso?”

A partir dos artigos coletados pelos alunos, serão discutidas, primeiramente, as consequências do efeito estufa para a biodiversidade terrestre, para o clima, oceanos e a civilização. E, por fim, serão pedidas aos alunos possíveis soluções, abrindo espaço à exposição da estratégia político-econômica dos créditos de carbono.

Caso necessário, será pedido para que os alunos tragam, para a próxima aula, alguns

materiais para a realização de um experimento.

Quinto encontro: Constatando o efeito estufa

Esta atividade experimental visa a percepção sensorial rápida do efeito estufa. Na internet,

dois experimentos são facilmente encontrados, um já foi publicado na Revista Virtual de Química

(RVQ), o outro é encontrado no Portal do Professor, do MEC. Abaixo, a respectivas referências:

COELHO, A.; BARBALHO, E. S.; ESCREMIN, J. V. Desenvolvimento de um Experimento sobre o

Efeito Estufa: Uma Proposta para o Ensino. REVISTA VIRTUAL DE QUÍMICA. v. 6, n. 1, p. 142

– 151, dez. 2013.

PORTAL DO PROFESSOR. Espaço da aula. Visualizar aula. O planeta Terra funciona como

uma estufa? Disponível em: <

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=44248>. Acesso em: 5

mai. 2015

Sexto encontro: Elaboração de materiais expositivos

Os alunos elaborarão, sob a supervisão do bolsista, cartazes e cartilhas sobre o tema,

podendo ocorrer a repetição de alguma atividade prática realizada outrora. Esses materiais serão

expostos na Feira do Conhecimento do Colégio Estadual Professor Ernesto Faria.

4.2. A realidade

O projeto, sob a minha tutela, foi aplicado a dois grupos que se mantiveram unidos espacial

e temporalmente durante todo o processo. Um grupo contava com sete alunos da turma 1001,

outro com oito alunos da turma 1002, o que resulta num total de quinze alunos participantes. Do

total, 60% eram compostos por meninas e 40% por meninos. Os encontros semanais ocorreram

durante o intervalo, que se compreende no horário fixo de 10-10:30h, no laboratório de Ciências do

colégio.

Todo o planejamento foi cumprido, contando, porém, com mais de seis encontros semanais.

Essa discrepância entre o planejamento e a realidade tem suas possíveis causas (1) na falta de

compromisso dos alunos com o horário estabelecido para o encontro e com as atividades

propostas; e (2) na ausência de apoio do próprio ambiente escolar, que poderia oferecer mais

estímulos à participação dos alunos na Feira do Conhecimento. Quanto à primeira, podem-se

destacar vários fatores que propiciaram a sua existência:

1. A temática relacionada à atmosfera pode ter sido desinteressante aos alunos. Além dos

alunos não terem optado pelo tema que trabalharam durante quase todo segundo semestre

letivo, boa parte dos conteúdos relacionados ao tema é explorada desde as séries iniciais do

Ensino Fundamental, não contado apenas com a exposição do ambiente escolar, mas

também das grandes mídias;

2. A aplicação de um encontro no formato de uma avaliação pode ter provocado

desmotivação;

3. A metodologia de ensino e as práticas pedagógicas aplicadas nos encontros ausentaram o

projeto de um diferencial em relação às aulas normais;

4. As atividades propostas em sala foram abertas demais para o público de alunos

participantes. Por um lado, as atividades abertas podem estimular os alunos à criatividade,

propiciando ao professor a oportunidade do tratamento de mais informações e do trabalho

com opiniões mais diversas. Porém, dependendo do público de alunos, tal liberdade pode

gerar certa inércia, pois os alunos não possuem maturidade suficiente para procurarem e

julgarem novos horizontes, o que foi o caso do projeto Atmosfera. Quando as atividades

foram detalhadas, os alunos corresponderam melhor às expectativas;

5. A falta de “particularidade” do tutor para com os seus alunos. A quantidade de alunos

dificultou na reunião dos mesmos no horário do intervalo, pois suas fisionomias e seus

nomes não eram memorizados pelo tutor;

6. O próprio desinteresse intrínseco dos alunos;

Quanto à segunda causa da discrepância entre o planejamento e a realidade, podemos destacar

que:

1. A unidade escolar não investiu numa reorganização do horário das aulas de forma que

beneficiasse os encontros dos projetos relacionados à Feira do Conhecimento;

2. O único horário disponível aos alunos era o do intervalo, onde muitos careciam da merenda

escolar;

3. A Feira do Conhecimento ocorreu quando muitos dos alunos participantes do projeto já

tinham sido aprovados em Química;

4. A sala multimídia e os seus aparelhos foram bloqueados pela direção, o que afetou na

dinamicidade dos encontros;

Porém, apesar dos pontos negativos destacados, os alunos cumpriram com o objetivo de forma

excelente e surpreendente. No dia da Feira do Conhecimento, todos os quinze alunos do projeto

Atmosfera estavam numa única sala, divididos em cinco bancadas com subtemas específicos:

1. O que é a atmosfera?

2. O que são os gases?

3. O que é a luz?

4. O efeito estufa e o aquecimento global

5. Como combater o efeito estufa?

Essas bancadas formavam uma espécie de circuito, por onde o visitante, no momento inicial,

aprendia sobre a atmosfera, sobre os seus principais constituintes (os gases) e sobre a luz e,

posteriormente, ligava todas as informações teóricas na compreensão de um fenômeno climático

de escala planetária. Uma fotografia do dia da apresentação na Feira do Conhecimento segue

abaixo:

Figura 3 – Sala de apresentação do projeto Atmosfera

Anexo

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

SUBPROJETO DE QUÍMICA – CAMPUS MARACANÃ

TURMA: 100 ___

ALUNO: _________________________________________________________

Teste do êmbolo

Material

1. Duas seringas de 100 mL

2. Lamparina

Procedimento

1. Em uma das seringas coloque água até a marca de 7 mL. Com uma lamparina, aqueça a

sua ponta, lacrando-a. Deixe esfriar.

2. Encha a outra seringa com ar até a marca de 7 mL e aqueça a ponta para lacrá-la. Deixe

esfriar.

3. Agora, tente empurrar os êmbolos e observe o comportamento de cada seringa.

PRIMEIRA TAREFA

Proponha um modelo, por meio de desenhos, para os constituintes dos materiais contidos em

cada seringa. Ao lado, repita o que foi pedido com as seringas pressionadas:

SEGUNDA TAREFA

1) Tome um balão de festa (bexiga) e encha-o. Em seguida estoure-o. Por meio de desenhos,

represente o balão e o material contido em seu interior (a) antes da explosão do balão, (b)

imediatamente após a explosão e (c) um minuto após a explosão. Explique o ocorrido!

2) Se o balão fosse estourado no interior de uma caixa cúbica completamente fechada, o que

aconteceria com o material contido inicialmente no balão? Represente com desenhos e

explique o ocorrido:

3) Brincando com bexigas: o que acontece quando mudamos sua temperatura?

Material

1. Duas garrafas descartáveis de água mineral (500 mL) com as tampas

2. Dois balões de festa (bexigas)

3. Um recipiente de tamanho suficiente para colocar uma das garrafas

4. Água quente

Procedimento

1. Adapte os balões às bocas das garrafas;

2. Mergulhe uma das garrafas no recipiente que abriga água quente e observe. Compare

as duas garrafas.

TERCEIRA TAREFA

Represente, por meio de desenhos, as duas garrafas com os materiais abrigados em seus

interiores. Explique o ocorrido!

O que aconteceria neste experimento se, ao invés de bexigas, as garrafas fossem fechadas com

suas respectivas tampas? Represente com desenhos e explique o ocorrido: