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PIODERMITESProf. Maria Claudia Almeida Issa
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSECURSO DE GRADUAÇÃO
Conceito
São processos infecciosos primariamente cutâneo, ou por infecção secundária, ou ainda por ação de toxinas bacterianas
São causados, em geral, por estafilococos e estrepetococos
Epidemiologia
Dermatose freqüente
Comum dentro de hospitais e escolas- facilidade na disseminação
O verão (calor e umidade) favorece a instalação do microambiente
Epidemiologia
O impetigo é mais comum no recém-nato, e na faixa etária de 5 a 6 anos.
A furunculose é própria do adulto
CLASSIFICAÇÃO Infecções causadas por
ESTAFILOCOCOS:
• Impetigo*• Foliculite • Furúnculo• Hidrosadenite• Periporite • Abscesso* • Hordéolo • Celulite*• Síndrome do choque tóxico*
(estafilocócico)• SSSS – síndrome da pele
escaldada estafilocócica
Infecções causadas por ESTREPTOCOCOS:
• Impetigo*• Ectima *• Erisipela*• Abscesso* • Fasciíte Necrotizante• Escarlatina • Síndrome do choque
tóxico* (estreptocócico)
* Causado por estreptococos ou estafilococos ou ambos
IMPETIGO
Impetigo
Dermatose contagiosa, superficial, causada por estafilococos e estreptococos
Clinicamente, formam-se vesículas que se transformam em pústulas rapidamente
Impetigo
Se rompem e originam lesões exulcero-crostosas, que lembram queimaduras de cigarro
Atinge preferencialmente a face e membros superiores, mas podem disseminar, por auto-inoculação, por toda a pele
Impetigo
Os sintomas gerais estão geralmente ausentes
Impetigo estreptocócico (S. beta hemolítico grupo A tipos 49, 55, 57, 60 e M tipo 2) risco de glomerulonefrite (2 a 5 %)
Usa-se o termo impetiginização quando ocorre infecção secundária
Exemplo: infecção que segue a escabiose
Impetigo Impetigo
Estreptocócico
• A bolha quase nunca é detectada
• A crosta que se forma é espessa
• Não há tendência à circinação
Impetigo Estafilocócico
• A bolha é persistente
• A crosta resultante do dessecamento é fina
• Há tendência à confluência das lesões, com aspecto circinado
Tratamento e Diagnóstico Diferencial
Tratamento:• higiene adequada, anti-sépticos tópicos• antibióticos tópicos (ácido fusídico, neomicina,
bacitracina, mupirocina)• antibióticos sistêmicos
Diagnóstico diferencial• Herpes simples, candidíase, dermatofitose,
periporite, miliária
FOLICULITES (SUPERFICIAIS E PROFUNDAS)
Foliculite Superficial Foliculite Ostial
• Pequenas pústulas muito superficiais, centradas por pêlo, qualquer área do corpo
• Na criança, comum no couro cabeludo, e no adulto coxas e nádegas
• Tratamento com antibióticos tópicos e loções antiacnéicas (loção alba 5 a 10%)
Foliculites Profundas
Foliculite Decalvante
Foliculite da Barba
Foliculite Queloidiana
Foliculite Dissecante
Foliculite Necrótica
Foliculites Profundas Foliculite Decalvante
• Provocam a depilação definitiva da área afetada• Localização preferencial no couro cabeludo,
barba e membros inferiores• Mais comum em homem adulto
Foliculites Profundas Folicuilite da Barba ou sicose
• Pústulas podem levar a placas infiltradas• Diferenciar de herpes simples e infecção fúngica
Foliculites Profundas Foliculite Queloidiana
• Localização típica da nuca, quadro clínico crônico• As pústulas se confluem e formam fístulas e
fibrose de aspecto queloidiano• Peculiar do homem adulto, preferencialmente na
raça negra
Foliculites Tratamento
• Nas formas superficiais: sabonetes anti-sépticos e antibióticos tópicos / sistêmicos
• Nas formas profundas: AB orais (sulfas, rifampicina); corticóides injetáveis
• Retinóides orais também ser indicados nos casos de foliculites decalvante e dissecante
FURÚNCULO
Furúnculo Estafilococcia necrotizante dolorosa do aparelho
pilossebáceo
Lesão eritemato-nodular centrado por pústula
Apresenta evolução aguda, com necrose central
Comum em áreas pilosas sujeitas à fricção, predileção por adulto jovem
Furúnculo
A confluência de furúnculos no mesmo local – carbúnculo
Multiplicidade e recidiva – furunculose
Antibiótico oral/tópico
HIDROSADENITE
Hidrosadenite Processo que se inicia por oclusão folicular
pela ceratina, com subseqüente ruptura e inflamação
Estende-se, por contiguidade, às glândulas apócrinas
Comum a associação com outros componentes da tríade de oclusão folicular (foliculite abcedens et suffodiens e acne conglobata) = acne inversa
Hidrosadenite
Clínica: nódulos inflamatórios de evolução aguda ou crônica, que levam a fistulização e formação de bridas cicatriciais
São recidivantes e dolorosos
Acometimento simétrico ou em diferentes áreas ricas em glândulas apócrinas
Mais freqüente em adulto jovem, e sexo feminino
Hidrosadenite
Tratamento: sabonete anti-séptico, antibióticos tópicos, antibióticos sistêmicos
Drenagem cirúrgica – flutuação do nódulo
Casos crônicos com fibrose: cirurgia
Casos resistentes: isotretinoína oral, e mais recentemente, a terapia biológica
PERIPORITE
Periporite Infecção das glândulas sudoríparas écrinas
São nódulos inflamatórios, comum em crianças
Em geral sucedem a miliária
Freqüentes no pescoço, tronco, nádegas e coxas
Conduta: evitar calor, loções calmantes e antibióticos (tópico ou oral)
HORDÉOLO E CALAZIO
Hordéolo
Chamado de terçol, é infecção aguda e profunda dos folículos ciliares e glândulas de Meibomius
Diferente dos calazios que são infecções crônicas, que precisam ser excisados cirurgicamente
Mais comum em pacientes com blefarite seborreica
ECTIMA
Ectima Etiologia estreptocócica ou estrepto-estáfilocócica
Caracteriza-se por pústula inicialmente, que se aprofunda originando uma lesão ulcerada recoberta por crosta espessa e aderida
As lesões únicas ou múltiplas localizam-se preferencialmente nas pernas, e involuem com cicatriz
Tratamento: higiene e compressa, e antibióticos tópico ou sistêmico
ERISIPELA
Erisipela Infecção da derme-hipoderme, com importante
comprometimento linfático
Natureza predominantemente estreptocócica, sobretudo do grupo A
Há casos descritos como etiologia estafilocócica, mas provavelmente como uma infecção secundária
Início ocorre pela perda da barreira cutânea: infecção fúngica nos pés, insuficiência venosa, diabetes, trauma
Erisipela
Manifesta-se por eritema vivo com bordas bem delimitadas e intenso edema doloroso, acompanhado de quadro sistêmico (febre, calafrio, astenia)
É acompanhada de linfangite e linfadenopatia regional
Pode haver formação de bolhas até necrose com ulceração
Mais freqüente nas pernas devido ao intertrigo micótico
Na Europa e EUA também ocorre na face pela dermatite seborreica mais freqüente em países frios
Erisipela Característica relevante: recorrência
Após cada episódio permanece certo grau de edema duro (linfedema) que acaba levando a elefantíase
Mortalidade é rara, mas pode ocorrer sobretudo em crianças
Erisipela Penicilina procaína é muito utilizada pelo baixo custo e alta
eficácia
Penicilina cristalina: nos casos mais graves
Drogas alternativas: cefalosporinas, ampicilina, amoxacilina + clavulanato
Também repouso com membros elevados, e debridamento, caso necessário
Casos recorrentes: penicilina benzatina a cada 3 semanas por tempo indeterminado
CELULITE
Celulite Processo infeccioso que atinge fundamentalmente a
hipoderme
Etiologia inclui estreptococos e estafilococos, e também H. influenzae (cça < 5 anos), também pneumococos, pseudomonas, entre outros
A celulite por anaeróbios e gram-negativos é mais comum em diabéticos e/ou imunocomprometidos
Clínica: evolução semelhante à erisipela, sendo eritema menos vivo e bordas mal delimitadas
Diagnóstico diferencial com tromboflebite (pernas), herpes zoster (face)
Celulite Tratamento
- antibioticoterapia sistêmica, que deve ser parenteral nos casos intensos ou localizados na face
- oxacilina ou cefalotina (estafilocócica)
- H. influenzae (celulite orbitária): usar ampicilina, cloranfenicol ou ceftriaxona (endovenoso)
ABSCESSO
Abscesso São quadros agudos, em geral de etiologia estreptocócica do
grupo A, quando decorrente de evolução de erisipela ou celulite
Quando estafilocócica, ocorre após traumas locais, queimaduras, corpos estranhos e inserção de catéter, ou disseminação hematogênica
Não é incomum associação dos dois agentes
Clinicamente: nódulos com sinais flogísticos, muito dolorosos com tendência à flutuação e posterior drenagem do pus
Pode complicar com estados de bacteremia e extensão para articulação e osso
Abscesso
No abscesso, há tendência à circunscrição e supuração
A maioria dos casos necessita de incisão e drenagem cirúrgica, quando flutuando
Antibioticoterapia IV ou oral (cefalosporinas)
ESCARLATINA
Escarlatina Caracteriza-se por erupção eritemato-edemato-
descamativa, acompanhada por febre
Quadro inicia-se por infecção estroptocócica das vias aéreas superiores, com produção de toxina eritrogênica estreptocócica
Após 24h de infecção (febre, faringite), há surgimento do rash, que se inicia na face e tronco com progressão para membros
Descamação fina especialmente palmas e plantas caracteriza a fase final da doença
Escarlatina As mucosas tornam-se hiperemiadas e a língua
assume aspecto característico denominado “língua em morango”
Linfadenomegalia e sintomas gerais estão presentes
Diagnóstico é basicamente clínico
Prognóstico é bom com resolução espontânea, embora raramente possa ter êxito letal (complicação com nefrite aguda, septicemia e meningite)
Tratamento: penicilinas, cefalosporinas e eritromicina