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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS UNIDADE ACADÊMICA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM NÍVEL MESTRADO SANAH POHLMAM ISSA CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE ESCALA DE AVALIAÇÃO DE RISCO DE LESÃO DE PELE EM NEONATOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL Porto Alegre 2019

Sanah Pohlmam Issa

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Page 1: Sanah Pohlmam Issa

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

UNIDADE ACADÊMICA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

NÍVEL MESTRADO

SANAH POHLMAM ISSA

CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE ESCALA DE AVALIAÇÃO DE RISCO DE

LESÃO DE PELE EM NEONATOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA

INTENSIVA NEONATAL

Porto Alegre

2019

Page 2: Sanah Pohlmam Issa

SANAH POHLMAM ISSA

CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE ESCALA DE AVALIAÇÃO DE RISCO DE

LESÃO DE PELE EM NEONATOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA

INTENSIVA NEONATAL

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rafaela Schaefer

Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Sandra Maria Cezar Leal

Porto Alegre

2019

Page 3: Sanah Pohlmam Issa

Catalogação na Publicação (CIP): Bibliotecário Alessandro Dietrich - CRB 10/2338

I86c Issa, Sanah Pohlmam. Construção e validação de escala de avaliação de risco de lesão de pele em neonatos hospitalizados em unidade de terapia intensiva neonatal / por Sanah Pohlmam Issa. – 2019.

91 f. : il. ; 30 cm. Dissertação (mestrado) — Universidade do Vale do

Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Porto Alegre, RS, 2019.

Orientadora: Dr.ª Rafaela Schaefer. Coorientadora: Dr.ª Sandra Maria Cezar Leal.

1. Pele. 2. Recém-nascido. 3. Fatores de risco. 4. Ferimentos e lesões. I. Título.

CDU: 616.5-053.31

Page 4: Sanah Pohlmam Issa

SANAH POHLMAM ISSA

CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE ESCALA DE AVALIAÇÃO DE RISCO DE

LESÃO DE PELE EM NEONATOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA

INTENSIVA NEONATAL

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Enfermagem, pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS.

Aprovado em 25 de outubro de 2019

BANCA EXAMINADORA

Profª. Priscila Schmidt Lora – UNISINOS

Profª. Silvana dos Santos Zanotelli – UDESC

Enfª. Vania Rohsig – Hospital Moinhos de Vento

Page 5: Sanah Pohlmam Issa

A todos os profissionais de enfermagem

que com muita dedicação cuidam da pele

dos neonatos internados em Unidade de

Terapia Intensiva Neonatal.

Page 6: Sanah Pohlmam Issa

AGRADECIMENTOS

À professora Sandra Maria Cezar Leal, que, com muito carinho e acolhimento,

forneceu toda a orientação necessária, acreditando e incentivando as minhas ideias

iniciais.

À professora Rafaela Schaefer, que, com toda a sua experiência, tornou essas

ideias possíveis e concretas.

À professora Karin Viegas, que, com todo o seu conhecimento e objetividade,

fez parte da construção deste trabalho, direcionando ao melhor caminho.

A todos os professores que sempre contribuíram para o meu crescimento

pessoal e profissional, tornando-se exemplos a serem seguidos.

À toda a equipe assistencial da UTI Neonatal, que, com muita competência,

contribuiu ativamente para a conclusão desta pesquisa.

Aos pais dos bebês que contribuíram para que esta pesquisa ocorresse com

muita confiança e carinho.

Ao meu esposo, que sempre com muito amor e apoio forneceu a energia que

eu precisava para seguir em frente.

Aos meus pais, que, mesmo longe, sempre dão o melhor apoio possível e

energias boas para todos os desafios que opto encarar.

Aos meus amigos, que sempre compreenderam as minhas decisões e, por

vezes, ausência, mas que, mesmo assim, estão sempre perto e disponíveis.

A vocês, minha gratidão e carinho.

Page 7: Sanah Pohlmam Issa

RESUMO

A pele é o maior órgão do corpo humano e possui funções importantes para o recém-

nascido internado em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), pois é uma

barreira de proteção contra infecções. Portanto, a preservação da integridade cutânea

é uma das preocupações da enfermagem durante a internação do neonato na UTIN

e, para isso, é necessária a aplicação de medidas preventivas de lesão, sendo

primordial uma avaliação criteriosa do risco de cada paciente para lesão de pele. Os

neonatos internados em UTIN estão expostos a vários fatores de risco para lesões de

pele, tais como a exposição à radiação e substâncias químicas, o uso de adesivos e

medicações, imobilização física, pressão, umidade, excreções, secreções e, em

especial, os extremos de idade e peso. O objetivo do estudo foi desenvolver um

instrumento para avaliar o risco de lesão de pele considerando fatores de risco

específicos aos quais os neonatos internados em UTIN estão expostos. A escala foi

construída a partir da revisão da literatura e teve sua validade de conteúdo analisada

por experts da área com auxílio da Técnica Delphi. Foi denominada Escala Issa e é

composta por treze itens desenvolvidos a partir dos principais fatores de risco de lesão

de pele para os bebês. A pontuação de cada item da escala varia de 1 a 3, sendo que

o escore 1 caracteriza o risco mais baixo e 3, o risco mais alto. Portanto, quanto maior

o escore final, maior o risco de o neonato desenvolver lesão de pele. Os valores de

alfa de Cronbach alcançados neste estudo foram considerados substanciais, tendo a

consistência interna da escala o índice de confiabilidade de 0,70. Assim, o produto

desta dissertação foi constituído pela Escala Issa, instrumento desenvolvido para

avaliar o risco do neonato internado em UTIN desenvolver lesão de pele. Destaca-se

que a escala se diferencia das demais existentes para a população neonatal, pois,

além de avaliar o risco de lesão por pressão, também identifica os fatores de risco

para as lesões mais incidentes nestes pacientes, contribuindo para a manutenção da

integridade cutânea do RN internado na UTIN.

Palavras-chave: Pele. Recém-nascido. Fatores de Risco. Ferimentos e

Lesões.

Page 8: Sanah Pohlmam Issa

ABSTRACT

The skin is the biggest human body organ and has important functions to the newborn

under supervision in a Neonatal Intensive Care Unit, once it has a barrier that protects

the newborn against infections. However, the preservation of cutaneous integrity is a

nursing concern regarding the neonatal under supervision in a Neonatal Intensive Care

Unit. Due to that, it is necessary to apply lesion preventive measures, being primordial

a solid evaluation of the risk each patient presents for developing skin lesion. Neonatal

babies under supervision in a Neonatal Intensive Care Unit are exposed to many risk

factors to develop skin lesion, such as the exposition to radiation and chemical

substances, the usage of adhesive and medication, physical immobilization, pressure,

humidity, excretion, secretion and – mainly – the extremes of age and weight. The aim

of this study is to develop an instrument to evaluate the risk of developing skin lesion

considering specific risk factors which neonatal babies under supervision in a Neonatal

Intensive Care Unit are exposed to. The scale was built based on a literature review

and had its content validity analysed by experts in the area using Delphi Technique. It

was denominated Issa Scale and is composed of 13 items developed based on the

main risk factors to the development of skin lesion on babies. The score of each item

of the scale varies from 1 to 3, being 1 the score that indicates low risk and 3 the score

that indicates high risk. So, as higher the final score, higher the risk to develop skin

lesion. Cronbach’s alpha values reached in this study were considered substantial and

the scale internal consistency had reliability index of 0.70. Thus, the product of this

dissertation was composed by Issa Scale, an instrument created to evaluate the risk

of neonatal babies under supervision in Neonatal Intensive Care Unit have of

developing skin lesion. It is highlighted the fact that this scale is different from others

existing scales for neonatal population because it not only evaluates the risk of

pressure injury, but also identify risk factors for the most recurrent injuries on those

patients, contributing to newborn’s cutaneous integrity maintenance of babies under

supervision in Neonatal Intensive Care Unit.

Keywords: Skin. Newborn. Risk Factors. Wounds and Lesions.

Page 9: Sanah Pohlmam Issa

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Etapas do Ciclo PDSA .............................................................................. 36

Page 10: Sanah Pohlmam Issa

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Descrição dos artigos incluídos na revisão integrativa quanto aos autores,

delineamento da pesquisa, periódico e fatores de risco para lesão de pele em

neonatos ................................................................................................................... 42

Quadro 2 - Descrição dos fatores de risco de lesão de pele em neonatos: itens para

compor a escala quanto aos autores das publicações .............................................. 45

Quadro 3 - Primeira versão dos itens ........................................................................ 46

Page 11: Sanah Pohlmam Issa

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Descrição do percentual de concordância quanto à pertinência de cada item

da primeira versão da escala: primeira rodada ......................................................... 47

Tabela 2 - Descrição do percentual de concordância quanto à relevância de cada item

da primeira versão da escala: primeira rodada ......................................................... 47

Tabela 3 - Descrição do percentual de concordância quanto à clareza de cada item da

primeira versão da escala: primeira rodada .............................................................. 48

Tabela 4 - Descrição do percentual de concordância quanto à pertinência de cada item

da segunda versão escala: segunda rodada ............................................................. 50

Tabela 5 - Descrição do percentual de concordância quanto à relevância de cada item

da segunda versão da escala: segunda rodada ........................................................ 51

Tabela 6 - Descrição do percentual de concordância quanto à clareza de cada item da

segunda versão da escala: segunda rodada ............................................................. 51

Tabela 7 – Descrição da versão final da Escala Issa quanto aos itens de avaliação e

pontuação.................................................................................................................. 52

Tabela 8 - Distribuição dos itens da Escala Issa quanto à média e ao desvio padrão

de cada item, considerando o risco de lesão de pele dos 30 RN avaliados na instituição

em estudo (N = 30).................................................................................................... 54

Tabela 9 - Distribuição dos itens da Escala Issa quanto à média e ao desvio padrão

de cada item, considerando o risco de lesão de pele nas 77 aplicações da escala na

instituição em estudo (N = 77) ................................................................................... 54

Page 12: Sanah Pohlmam Issa

LISTA DE SIGLAS

UTIN Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

RN Recém-nascido

IG Idade gestacional

CPAP Continuous Positive Airway Pressure

ECPRN Escala de Condição de Pele do Recém-nascido

NSRAS Escala de Observação do Risco de Lesão da Pele em Neonatos

NSCS Neonatal Skin Condition Score

GREST Grupo de Referência em Estomaterapia

Page 13: Sanah Pohlmam Issa

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15

1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 16

1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................. 16

1.1.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 16

1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 19

2.1 ASPECTOS ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS DA PELE DO RECÉM-NASCIDO

.................................................................................................................................. 19

2.2 A UTI NEONATAL ............................................................................................... 20

2.2.1 Assistência ao RN internado em UTIN ......................................................... 20

2.2.2 Fragilidade da pele do RN frente aos procedimentos assistenciais na UTIN

.................................................................................................................................. 22

2.3 LESÕES DE PELE EM RN ................................................................................. 24

2.3.1 Lesões de pele em neonatos internados em UTIN ...................................... 24

2.3.2 Avaliação da pele do neonato ....................................................................... 26

2.3.3 Instrumento para avaliação da pele do RN .................................................. 29

2.4 PREVENÇÃO DE LESÕES DE PELE EM NEONATOS ..................................... 30

3 MÉTODO ................................................................................................................ 34

3.1 CAMPO DE ESTUDO ......................................................................................... 34

3.2 PROPOSTA PARA A CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UMA ESCALA DE

AVALIAÇÃO DE RISCO DE LESÃO DE PELE EM NEONATOS INTERNADOS EM

UTIN .......................................................................................................................... 35

3.2.1 Primeira etapa: Plan – Planejar ..................................................................... 36

3.2.2 Segunda etapa: Do – Fazer ............................................................................ 37

3.2.3 Terceira etapa: Study – Estudar .................................................................... 38

3.2.4 Quarta etapa: Act – Agir ................................................................................ 38

4 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS .................................................................................. 40

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 41

5.1 PRIMEIRA ETAPA – PLAN (PLANEJAR) ........................................................... 41

5.1.1 Revisão de literatura ...................................................................................... 41

5.2 SEGUNDA ETAPA – DO (FAZER) ..................................................................... 45

Page 14: Sanah Pohlmam Issa

5.2.1 Formulação dos itens para compor a escala e Técnica Delphi (primeira

rodada) ..................................................................................................................... 45

5.3 TERCEIRA ETAPA – STUDY (ESTUDAR) ......................................................... 48

5.3.1 Desenvolvimento da Escala Issa – adaptações da escala após a Técnica

Delphi ....................................................................................................................... 49

5.4 QUARTA ETAPA – ACT (AGIR) ......................................................................... 49

5.4.1 Pré-teste (piloto) ............................................................................................. 49

5.4.2 Técnica Delphi (segunda rodada) ................................................................. 50

5.4.3 Aplicação da Escala Issa ............................................................................... 53

6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 55

6.1 ITENS DA ESCALA ............................................................................................. 55

6.2 BUSCA DE EVIDÊNCIAS DE VALIDADE ........................................................... 59

6.3 ESCALA ISSA COMPARADA COM OUTRAS ESCALAS EXISTENTES ........... 60

6.4 PAPEL DA ENFERMAGEM PARA A PREVENÇÃO DE LESÕES DE PELE EM

NEONATOS .............................................................................................................. 61

7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 63

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 65

APÊNDICE A - CARTA CONVITE PARA OS JUÍZES ............................................ 69

APÊNDICE B - CARTA DE IDENTIFICAÇÃO .......................................................... 70

APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O

COMITÊ DE JUÍZES ................................................................................................. 71

APÊNDICE D - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............ 75

GRUPO ENFERMEIRAS NEO ................................................................................. 75

APÊNDICE E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PAIS OU

RESPONSÁVEIS PELOS NEONATOS .................................................................... 78

APÊNDICE F – FORMULÁRIO ENCAMINHADO AO JUÍZES: TÉCNICA DEPLHI...82

Page 15: Sanah Pohlmam Issa

15

1 INTRODUÇÃO

A pele é o maior órgão do corpo humano e possui funções importantes para o

recém-nascido (RN) internado em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). É

uma barreira de proteção contra infecções, pois, além da barreira física, a pele,

enquanto íntegra, possui funções que conferem proteção contra infecção ao RN

através do desenvolvimento do manto ácido. A pele apresenta funções importantes

para a manutenção da vida do RN devido à sua proteção imunológica, que ocorre

através da regulação do pH da última camada da pele, e auxilia também na

termorregulação e no controle das perdas transepidérmicas. (CARVALHO et al.,

2015).

Portanto, a preservação da integridade cutânea é uma das preocupações da

enfermagem durante a internação do neonato na UTIN e, para isso, é necessária a

aplicação de medidas preventivas de lesão através de uma avaliação criteriosa do

risco que cada paciente apresenta para esse problema. (FARIA; KAMADA, 2017).

Os neonatos internados em UTIN apresentam como fatores de risco para

lesões de pele, entre outros, a exposição à radiação e a substâncias químicas, o uso

de adesivos, medicações, imobilização física, pressão, umidade, excreções,

secreções e, em especial, os extremos de idade e peso. (AREDES; SANTOS;

FONSECA, 2017). Sabendo desses fatores de risco, a atuação da enfermagem é de

extrema importância nos cuidados com a manutenção da integridade cutânea do RN

internado na UTIN para fornecer maior qualidade a esses pacientes quanto à

manutenção do equilíbrio térmico, ao controle de umidade, às perdas

transepidérmicas, ao posicionamento, aos cuidados de higiene e conforto, ao controle

de infecções e também à promoção da educação em saúde para os pais e familiares,

já que a UTIN é um ambiente hostil para esses pacientes. (AREDES; SANTOS;

FONSECA, 2017).

Para tanto, é necessário aprimorar o conhecimento frente à assistência

prestada com a pele do RN, utilizando evidências científicas para auxiliar na tomada

de decisão, na escolha de produtos e nas técnicas utilizadas. Porém, existe uma

escassez de estudos nesse assunto, com ênfase em neonatologia. (AREDES;

SANTOS; FONSECA, 2017).

Os protocolos de cuidados com a pele do RN auxiliam a enfermagem e

permitem a sistematização da assistência com ênfase na prevenção de lesões e na

Page 16: Sanah Pohlmam Issa

16

promoção da saúde, bem como o uso de instrumentos específicos para a avaliação

da pele do neonato. (AREDES; SANTOS; FONSECA, 2017).

Existem poucos instrumentos para a avaliação da pele do RN traduzidos e

adaptados ao português do Brasil, e os existentes são basicamente voltados para a

avaliação do estado da pele ou do risco de lesão por pressão. Sabe-se que a lesão

por pressão é umas das grandes preocupações da população adulta hospitalizada,

mas, tendo em vista a fragilidade da pele dos neonatos, outras lesões podem ocorrem

com maior incidência no ambiente da UTIN. (FARIA; KAMADA, 2017).

Na UTIN, o bebê é submetido a procedimentos que o expõe a riscos de

desenvolvimento de lesões de pele. (FONTELE; CARDOSO, 2011). Nesse cenário

ocorrem injúrias de pele relacionadas ao uso de dispositivos médicos, ao

extravasamento de medicamentos e infusões, à retirada de adesivos, à aplicação de

produtos químicos e, principalmente, a fatores fisiológicos e anatômicos, como

imaturidade cutânea relacionada à idade gestacional, risco de lesão por pressão, entre

outros. (MESZES et al., 2016).

Ressalta-se que a manutenção da integridade da pele e os cuidados de

prevenção de lesões são preocupações da equipe assistencial de UTIN, pois as

lesões de pele predispõem o RN ao risco de adquirir infecções e comprometer a

sobrevida ou qualidade de vida desse paciente. (FARIA; KAMADA, 2017).

Diante do exposto, a questão de pesquisa deste estudo foi construída da

seguinte forma: o que deve constar em uma escala para avaliar riscos de lesão de

pele em neonatos?

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Construir e validar uma escala de avaliação de risco de lesão de pele em

neonatos internados em UTIN.

1.1.2 Objetivos específicos

a) Identificar na literatura científica fatores de risco para lesões de pele em RN

internados em UTIN.

Page 17: Sanah Pohlmam Issa

17

b) Construir uma escala de avaliação de risco de lesão de pele em neonatos

internados em UTIN.

c) Buscar evidências de validade da escala de risco de lesão de pele em

neonatos internados em UTIN.

1.2 JUSTIFICATIVA

Ressalta-se que a internação na UTIN é necessária e imprescindível à

sobrevida do RN de alto risco, que compreende desde a prematuridade extrema até

o RN a termo gravemente enfermo. Entretanto, como já foi referido, este ambiente por

vezes se torna hostil à manutenção da integridade da pele dos bebês. (AREDES;

SANTOS; FONSECA, 2017).

A pele constitui uma barreira de proteção para esses pacientes e as injúrias

que podem ocorrer decorrentes da imaturidade ou de procedimentos realizados

colocam em risco o neonato. Além disso, a internação na UTIN aumenta o risco de

ruptura de pele devido à fragilidade cutânea desses bebês, associada aos

procedimentos, aos dispositivos e à manipulação que os mesmos são expostos.

(FARIA; KAMADA, 2017).

Os instrumentos existentes para avaliar a pele do recém-nascido são voltados

à avaliação da condição da pele ou do risco do desenvolvimento de lesão por pressão,

que é um grande problema assistencial que acomete os pacientes hospitalizados.

(MAIA et al., 2011; SCHARDOSIM et al., 2014). No entanto, os neonatos internados

na UTIN possuem, além do risco de lesão por pressão, um risco aumentado de lesões

decorrentes de outros fatores, para os quais existe uma carência de instrumentos

específicos.

Assim, a motivação para este estudo está relacionada com minha prática, na

qualidade de enfermeira de UTIN, há cinco anos, em um hospital de referência, no Sul

do Brasil. Identifico, no cotidiano dos cuidados de enfermagem, a necessidade de um

instrumento específico para a avaliação do neonato quanto ao risco de lesão de pele

e, como já foi referido, as particularidades dos RNs limitam o uso das escalas

existentes, as quais foram desenvolvidas para o público adulto e pediátrico.

A existência de um instrumento para a avaliação da pele do RN quanto ao risco

de lesão de pele trará benefícios não somente ao neonato, como também à equipe de

Page 18: Sanah Pohlmam Issa

18

enfermagem, pois a partir dessa mensuração será possível adotar medidas

preventivas e cuidados específicos para cada risco apresentado.

Page 19: Sanah Pohlmam Issa

19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica deste estudo aborda os aspectos anatômicos e

fisiológicos da pele do recém-nascido (RN), as especificidades do cenário que envolve

a UTIN e as lesões de pele mais comuns em RN.

2.1 ASPECTOS ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS DA PELE DO RECÉM-NASCIDO

A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, sendo composta por

epiderme, derme e tecido subcutâneo. Possui função de proteção do organismo e de

controle de perda transepidérmica de fluidos e da invasão de agentes do meio externo.

(SANTOS; COSTA, 2014).

As camadas da pele podem apresentar-se imaturas dependendo da faixa

etária. A barreira cutânea do RN a termo e prematuro, do lactente, do escolar e do

adolescente possui menos funcionalidade quando comparada à do adulto. Isso ocorre

devido à imaturidade do estrato. A camada córnea é formada por colesterol, ácidos

graxos livres e ceramidas, componentes que conferem proteção através do estrato

córneo. Nos RN pré-termos, essas gorduras ainda são escassas, portanto, a função

de barreira de proteção nesses bebês ainda é imatura. (CARVALHO et al., 2015).

A pele inicia seu desenvolvimento a partir da 10ª semana de gestação,

originando-se dos folhetos ectodérmicos e mesodérmicos. A epiderme, os pelos, as

unhas e as glândulas originam-se a partir do ectoderma, e do mesoderma originam-

se a derme e a hipoderme. (CARVALHO et al., 2015). A pele se desenvolve até um

ano após o nascimento. Após o nascimento, a pele inicia o processo de adaptação ao

ambiente extrauterino. Para melhor adaptação, são necessários cuidados específicos.

(SCHAEFER; NAIDOM; NEVES, 2016).

A epiderme do RN possui apenas duas a três camadas de células, portanto, é

imatura. A partir da 24ª semana de gestação, essa camada torna-se mais espessa,

iniciando o processo de formação do estrato córneo. Este somente estará totalmente

desenvolvido próximo à 34ª semana. Logo, anatomicamente, a pele do RN atermo é

similar à do adulto, embora fisiologicamente ainda seja imatura. (CARVALHO et al.,

2015).

O vernix caseoso é um biofilme protetor esbranquiçado e gorduroso que

recobre o RN ao nascimento e surge no último trimestre da gestação do feto. É mais

Page 20: Sanah Pohlmam Issa

20

presente no RN a termo, escasso no RN pós-termo e quase ausente no pré-termo e

tende a desaparecer dias após o nascimento. (CARVALHO et al., 2015).

Para o RN, a função da pele é imprescindível à sua sobrevida, e a sua atuação

como barreira protetora previne a desidratação e as infecções, dificultando a

intoxicação e a invasão de microrganismos que se encontram na pele, bloqueando a

absorção de produtos tóxicos. O estrato córneo, por ser a camada mais externa,

funciona como principal barreira de proteção. Essa camada é capaz de criar em sua

superfície um manto ácido através da redução do pH, tornando-a ácida e, com isso,

evitando a proliferação de microrganismos. (CARVALHO et al., 2015).

Bebês prematuros, devido à imaturidade cutânea e de seu sistema

imunológico, possuem de oito a 11 vezes mais risco de desenvolver infecções do que

bebês a termo. (SILVA; MOURA, 2015).

2.2 A UTI NEONATAL

A seguir serão abordadas as particularidades da UTIN e da assistência ao RN

internado nesse serviço, as lesões de pele existentes decorrentes dessa internação e

a fragilidade da pele dos bebês frente a esses cuidados.

2.2.1 Assistência ao RN internado em UTIN

A assistência em UTIN vem evoluindo muito em prol da redução da mortalidade

infantil, especialmente entre os RN extremamente prematuros. O importante é

salientar que, nesse tipo de local, em que se atende a pacientes graves, a assistência

profissional vai além de técnicas e procedimentos, exigindo, também, um atendimento

humanizado a partir da oferta de amor e carinho e por meio do toque. (SCHAEFER,

2014).

A principal função do banho está na prevenção de infecções cutâneas e

infecções cuja porta de entrada seja a pele. Porém, esse procedimento pode diminuir

o risco de infecção, mas também aumentar o risco de dermatites por irritação. Sabe-

se que o banho no RN pode levar à hipotermia, ao aumento do consumo de oxigênio,

à disfunção respiratória e à alteração de sinais vitais. Por isso, esse procedimento em

UTIN deixou de ser algo rotineiro e sim um procedimento que pode comprometer a

estabilidade do RN, bem como a integridade de sua pele. (CARVALHO et al., 2015).

Page 21: Sanah Pohlmam Issa

21

Para a manutenção da temperatura corporal e a minimização da perda de água

transepidérmica, o uso de incubadora de parede dupla e umidificada é indicado para

o RN prematuro. A fim de manter a temperatura axilar entre os valores de 36,5ºC a

37,5ºC, a mensuração deve ser realizada regularmente. (SANTOS; COSTA, 2015).

Com o objetivo de reduzir as perdas transepidérmicas, faz-se o uso de filmes

transparentes, de plásticos para concentrar o calor quando o neonato estiver alojado

em berço de calor radiante, de emolientes e de contato pele a pele. O contato pele a

pele do RN com os pais contribui para a termorregulação e também para estimular o

desenvolvimento neurocomportamental e psicoafetivo através da promoção do

vínculo do bebê com a família. (SANTOS; COSTA, 2015).

Em neonatos com idade gestacional (IG) inferior a 32 semanas, é recomendada

água estéril morna para a higiene corporal, em especial em menores de 26 semanas

de IG, pois essa medida não altera a colonização. (SCHAEFER; NAIDOM; NEVES,

2016). O banho pode ser realizado diariamente, podendo também ser espaçado de 3

a 4 dias, desde que se realize a higiene das pregas, do cordão umbilical e da área de

fraldas. A higiene corporal em banheira ou bacias é recomendada, evitando-se o uso

de esponja. Quando utilizado sabonete infantil suave, deve ser realizado o enxague

total, e a duração total do banho não deve ultrapassar 5 a 10 minutos. (CARVALHO

et al., 2015).

Em uma pesquisa bibliográfica sobre os cuidados com a pele do RN, foi visto

que o banho realizado a cada quatro dias é seguro, pois não houve aumento

significativo de colônias na pele. Esse é um dado importante, pois, sabendo que esse

procedimento pode gerar estresse e desconforto ao RN, pode ser espaçado conforme

a necessidade do neonato. (SCHAEFER; NAIDOM; NEVES, 2016).

Segundo o Consenso de Cuidados com a Pele do Recém-Nascido, o primeiro

banho somente pode ser realizado depois que ele obter estabilidade térmica e

cardiorrespiratória por duas a quatro horas, e nunca antes de 6 horas de vida. Quanto

ao vernix caseoso, a recomendação é mantê-lo e fazer apenas a remoção das

secreções sanguíneas de forma suave. (CARVALHO et al., 2015).

Em neonatos, há uma predisposição a infecções de tecido desvitalizado, como

o coto do cordão umbilical. Este, após seu clampeamento, apresenta-se como um

meio ideal para cultura de bactérias, podendo ter comunicação fácil com a corrente

sanguínea. A onfalite é a infecção do coto umbilical e incialmente apresenta-se com

sinais flogísticos na pele periumbilical, podendo haver secreção purulenta. Essa

Page 22: Sanah Pohlmam Issa

22

infecção, que tem a barreira cutânea como porta de entrada, é considerada grave,

pois pode levar à sepse e à mortalidade neonatal. (PATRIZI et al., 2017).

Os fatores de risco para a ocorrência de onfalite são: partos com risco de

contaminação, parto domiciliar, baixo peso ao nascer, ruptura de membranas por

tempo prolongado, cateterização de cordão umbilical e corioamnionite. Os principais

agentes patogênicos são o Staphylococcus aureus, os Streptococcus do grupo A e do

grupo B e os bacilos gram-negativos, incluindo espécies de Escherichia coli,

Klebsiella, e espécies de Pseudomonas. (PATRIZI et al., 2017).

Segundo o Consenso de Cuidados com a Pele do Recém-Nascido, a incidência

de lesões por extravasamento de medicamentos entre os pacientes internados em

UTIN é de 70%, mas a hipótese é de que esse valor seja maior. Porém, pode haver

falta de registros de enfermagem sobre esses eventos, dos quais se acredita que

apenas 4% apresentam lesão com necrose ou alteração funcional ou estética.

(CARVALHO et al., 2015).

Para fixação de curativos, dispositivos, sensores e sondas sobre a pele do

prematuro, um estudo demonstrou que a equipe faz uso de fixação adesiva

microporosa (62,5%), de fita adesiva microporosa e esparadrapo comum (33,3%) e

de outro produto para fixação (4,2%). (SILVA; MOURA, 2015).

2.2.2 Fragilidade da pele do RN frente aos procedimentos assistenciais na UTIN

O neonato internado em UTI exige muitos cuidados como o banho, o uso de

óleos e emolientes, o uso de produtos para antissepsia, as fixações adesivas para

monitorização, os cuidados com a perda de água e calor – cuidados esses que podem

se tornar fatores agravantes para o surgimento de lesões. (SCHAEFER, 2014).

Os cuidados prestados ao RN gravemente enfermo podem ocasionar lesões

de pele. Destacam-se como fatores dessas lesões iatrogênicas os procedimentos

médicos, o peso baixo de nascimento, a idade gestacional, o tempo de hospitalização,

o uso de alguns dispositivos para infusões endovenosas e a ventilação com pressão

positiva e contínua das vias aéreas. (SANTOS; COSTA, 2015).

Faria (2015) ressalta que neonatos, em especial o prematuro, necessitam, para

sua sobrevida, o uso de terapia intravenosa por sete dias ou mais. Algumas dessas

soluções utilizadas irritam o endotélio vascular do RN e, com isso, dificultam a

manutenção do acesso venoso e aumentam os riscos de infiltração, extravasamento

Page 23: Sanah Pohlmam Issa

23

de líquidos e flebite, ocasionando múltiplas punções durante a internação em UTIN.

(FARIA, 2015).

Um estudo mostrou que a incidência desses eventos iatrogênicos foi de

aproximadamente 57% e teve como principais achados queimaduras térmicas e

químicas, injúrias por fixações adesivas, extravasamento de soluções endovenosas,

lesões em locais como nariz, pé e couro cabeludo, lesões por dispositivos médicos

como drenos de tórax e cateteres. Os fatores que contribuem para o surgimento de

lesões de pele são os mesmos que corroboram a sobrevida dos neonatos. (SANTOS;

COSTA, 2015).

Segundo Fontenele, Pagliuca e Cardoso (2012, p. 483):

A assistência intensiva na UTIN contrapõe-se à necessidade do manuseio mínimo para melhorar a qualidade de vida dos RN, principalmente quando da realização de procedimentos invasivos. Estes, associados ao uso de antissépticos, às vezes excessivos, porém sempre importantes para a terapêutica dos RN, podem muitas vezes ser potenciadores do surgimento de lesões, reafirmando a pertinência do cuidado individualizado.

A higiene do RN é um procedimento comum em UTIN, porém apresenta uma

complexidade que atualmente é bastante discutida na literatura. Há, ainda,

controvérsias na literatura sobre recomendações baseadas em consensos, pois as

práticas de higiene geralmente são embasadas em tradições culturais e experiências

familiares. Mas novos estudos recentes comprovam que a prática diária de banho em

RN pode afetar a saúde da pele do RN. (CARVALHO et al., 2015).

A higiene corporal do RN deve ser suave, sem esfregar a pele com panos ou

toalhas, que podem ser agressivos à pele. Sabendo da absorção percutânea da pele

do RN, deve-se ter cuidado na escolha de aplicados sobre sua pele. Os produtos

usados na higiene e proteção da pele do RN não poderão ter em sua composição

substâncias cáusticas e irritantes. Recomenda-se que tais produtos não possuam

efeitos irritantes e apresentem pH ácido ou básico similar ao pH cutâneo. (CARVALHO

et al., 2015).

Outro fator de risco é o uso do Continuous Positive Airway Pressure (CPAP)

nasal, que é um dispositivo desenvolvido para contribuir na terapia ventilatória

relacionada à imaturidade pulmonar do bebê prematuro, porém seu uso pode provocar

lesão nasal. (SILVA; COSTA, 2014).

Page 24: Sanah Pohlmam Issa

24

A hipotermia terapêutica utilizada em UTIN para tratamento de RNs que

sofreram asfixia perinatal também é um procedimento que pode ocasionar lesões

cutâneas com necrose de gordura subcutânea devido à baixa temperatura corporal e

à diminuição da perfusão tecidual. (DEMIREL et al., 2012).

O uso de fixações adesivas é muito comum em UTIN e necessário em muitas

ocasiões, porém esse uso remove 90% do estrato córneo, podendo ocasionar a

ruptura da barreira cutânea. Para evitar esses problemas, atualmente se recomenda

o uso de barreiras de proteção de adesivos na menor quantidade possível.

(CARVALHO et al., 2015).

Os resultados da revisão integrativa realizada por Mattos et al. (2013) apontam

que o uso de antissépticos tópicos é necessário para procedimentos invasivos, porém,

dependendo da fragilidade da pele e do tempo de exposição e absorção do produto,

pode causar lesões graves. A antissepsia com álcool a 70% é a mais comum, devido

ao seu custo financeiro acessível, mas o produto pode ser absorvido, apresentando

risco de causar queimaduras na pele de neonatos. A clorexidina é um produto que

também deve ser utilizado com cautela para assepsia da pele de neonatos. Os

resultados também sugerem aplicar clorexidina com a retirada do produto após o

procedimento ou aplicar e aguardar a ação máxima de dez segundos e, após, retirar

para evitar a absorção do produto e queimaduras químicas.

Lashkari, Chow e Godambe (2011) demonstraram em um relato de caso sobre

o uso do antisséptico clorexidina aquosa na pele do bebê prematuro extremo que, ao

se utilizar o antisséptico em gêmeos de IG de 25 semanas e 4 dias, foi possível

observar queimadura química no bebê que ficou exposto ao produto após sua

aplicação; já no outro bebê não houve lesões cutâneas ao ser retirado todo o produto

logo após sua aplicação.

2.3 LESÕES DE PELE EM RN

A seguir serão abordadas as principais lesões de pele que acometem bebês

internados em UTIN, os fatores que podem favorecer o desenvolvimento das mesmas,

a avaliação e os cuidados de enfermagem para prevenir essas injúrias.

2.3.1 Lesões de pele em neonatos internados em UTIN

Page 25: Sanah Pohlmam Issa

25

Resultados de revisão integrativa apontaram que 80% dos bebês prematuros

desenvolvem algum tipo de lesão cutânea e 25% deles são acometidos por, ao menos,

um episódio de sepse nos três primeiros dias de vida. (MATTOS et al., 2013).

É importante salientar que as lesões de pele encontradas no exame físico do

RN podem ser de origem congênita ou ocasionada na fase neonatal, podendo ser

transitórias (refletem a fisiologia da maturação da pele) ou permanentes. Para tanto,

é importante o conhecimento do avaliador sobre as características e aspectos da pele.

(CARVALHO et al., 2015).

Faria e Kamada (2017) publicaram resultados de estudo do tipo série de casos,

incluindo seis neonatos internados em UTIN que desenvolveram lesões por pressão,

dos quais para quatro casos a lesão por pressão foi provocada pelo uso de Continuous

Positive Airway Pressure (CPAP) por mais de dois dias, sendo que os outros dois

casos foram com lesão por pressão na região occipital em bebês com mobilidade

prejudicada e uso de ventilação mecânica.

Faria (2015) pesquisou a incidência de lesões de pele em neonatos internados

em UTIN. Foram incluídos 104 neonatos, dos quais 40,4% apresentaram lesões,

sendo que alguns desenvolveram mais de uma lesão. As mais incidentes foram

dermatite de área de fralda (15,4%), edema (15,4%), eritema (13,5%),

extravasamento de medicamentos (12,5%), ulceração (5,7%), equimose (4,8%) e

descamação cutânea (3,8%). Das lesões apresentadas, quatro surgiram pelo uso de

dispositivo, como a CPAP, e, dessas quatro, duas foram classificadas como úlcera

por pressão categoria I e II. O edema, o eritema, a equimose e a infiltração estiveram

associados ao extravasamento de soluções endovenosas, à infecção de sítio de

cateter venoso periférico e/ou central, à infecção de sítio cirúrgico e a punções

venosas e/ou arteriais.

Segundo os resultados do estudo de Faria (2015), os locais do corpo do

neonato mais acometidos por lesões de pele foram: região perianal (16,3%), membro

superior direito e esquerdo (ambos com 8,7%), abdome (7,7%), face (5,8%), tórax

(4,8%), membro inferior direito (4,8%), membro inferior esquerdo (3,8%), pescoço

(1,9%) e outros locais (2,9%), como região occipital e cefálica.

Ainda se referindo aos resultados do estudo de Faria (2015), os possíveis

fatores que podem ter gerado as lesões de pele foram punção venosa e/ou arterial

(20,2%), extravasamento de líquido (12,5%), infecção (7,7%) e motivo indeterminado

(4,8%). Também foram decorrentes de procedimentos cirúrgicos (para correção de

Page 26: Sanah Pohlmam Issa

26

gastrosquise, onfalocele ou mielomeningocele). A autora ressalta que a maioria das

lesões surgiu no primeiro dia de vida do neonato, tendo em vista os diversos

procedimentos realizados na admissão do RN na UTIN.

Santos e Costa (2014) demonstram em seu estudo sobre o conhecimento da

equipe de enfermagem acerca do tratamento de lesões de pele em RN que existe

desconhecimento da equipe assistencial sobre as lesões ocasionadas e como essas

podem ser tratadas. Foi relatada a ausência de padronização de conduta a ser tomada

frente à lesão de pele como um dos maiores fatores para falha assistencial na

recuperação da integridade cutânea.

O extravasamento vascular é a infusão acidental e indesejada de

medicamentos endovenosos para o tecido fora do vaso sanguíneo. Pode acontecer

quando o dispositivo intravenoso de punção venosa é colocado com técnica

inadequada ou quando o vaso rompe durante a infusão, gerando lesões teciduais.

(CARVALHO et al., 2015).

Inicialmente, o extravasamento provoca edema local e eritema, podendo ter

bolhas e dor. Esses sinais podem reduzir espontaneamente após a retirada do

dispositivo ou pode evoluir para progressiva destruição do tecido afetado, dependendo

da quantidade e do tipo de solução extravasada. Portanto, a melhor terapia ainda é a

prevenção, realizando-se o monitoramento adequado durante a infusão. (CARVALHO

et al., 2015).

2.3.2 Avaliação da pele do neonato

Ao pesquisar lesões de pele em RN internados em UTIN, foi observada a

ausência de anotações de enfermagem sobre a ocorrência e o aspecto das lesões

que os pacientes apresentaram. Como conclusão do estudo, a autora sugere que,

para uma melhor assistência de enfermagem, deve-se estimular as equipes de

enfermagem sobre a realização do registro correto das informações relacionadas ao

paciente durante sua hospitalização. (FARIA, 2015).

É papel do enfermeiro, objetivando a melhora da qualidade assistencial,

identificar os riscos para o desenvolvimento de lesões por pressão e elaborar e/ou

utilizar instrumentos para a mensuração desses riscos. Dessa forma, é possível

ofertar uma qualidade melhor na hospitalização do neonato, reduzindo seu tempo de

internação e o risco de infecção e contribuindo com a redução das taxas de

Page 27: Sanah Pohlmam Issa

27

mortalidade. (FARIA; KAMADA, 2017).

Santos e Costa (2015) enfatizam a importância da equipe de enfermagem para

a prevenção e promoção da integridade da pele dos neonatos através da prática do

cuidado delicado. Para isso, é necessário capacitar os profissionais quanto aos

cuidados com a pele do RN internado em UTIN.

Para realizar cuidados com a pele do RN internado em UTIN é imprescindível

o conhecimento sobre aspectos anatômicos e fisiológicos desse tegumento, pois,

dependendo da idade gestacional, a pele pode apresentar características diferentes.

Para melhor efetividade dessa assistência, é importante também que a equipe

assistencial estabeleça consensos de práticas à pele do RN, a fim de padronizar os

cuidados e técnicas para todos os profissionais que atendem RNs. (SCHAEFER;

NAIDOM; NEVES, 2016).

Estudos demonstram que as limitações de se realizar pesquisas em recém-

nascidos não são empecilhos para a aquisição de conhecimento sobre produtos

utilizados no tratamento de lesões desses pacientes. Porém, ainda se verifica uma

grande dificuldade na aplicação da teoria na prática durante a assistência de

enfermagem. Atribui-se a esse fato à ausência de habilidade dos profissionais de

enfermagem na implantação desses conhecimentos. (SANTOS; COSTA, 2015).

Schaefer, Naidom e Neves (2016) apresentam como resultado de sua pesquisa

bibliográfica sobre cuidados com a pele do RN a importante relação entre

prematuridade e risco de infecção ao assistir esses bebês por longo período. Tendo

em vista a imaturidade gestacional, é importante o conhecimento da equipe

assistencial sobre as modificações fisiológicas que ocorrem na pele do RN, pois será

possível adaptar práticas de cuidado específico a esses pacientes.

São de responsabilidade do profissional enfermeiro a avaliação e o tratamento

de injúrias. Portanto, é necessária a busca de conhecimento sobre lesões de pele e

produtos que possam ser utilizados para essa finalidade, considerando as

características da pele do neonato. (SANTOS; COSTA, 2014).

A realização de exame físico de forma rotineira possibilita a detecção de

alterações cutâneas precocemente e, a partir dessa avaliação, designa-se cuidados

específicos a cada RN. (FONTENELE; PAGLIUCA; CARDOSO, 2012).

Para avaliação e realização de diagnóstico de doenças dermatológicas em

crianças, é necessário o conhecimento de todas as fases do desenvolvimento

embrionário e do feto, como também das etapas da gestação em que podem ocorrer

Page 28: Sanah Pohlmam Issa

28

distúrbios genéticos e/ou anatômicos. (CARVALHO et al., 2015).

Schaefer (2014), ao revisar produções científicas sobre a temática “avaliação

da pele do RN”, constatou que os estudos sugerem uma padronização da avaliação e

dos cuidados com a pele do neonato. A autora salienta que, em muitas instituições de

saúde, as informações referentes à avaliação da pele encontram-se nos registros

médicos e de enfermagem de forma subjetiva, não sendo fidedignas, pois não há

instrumento norteador para essa avaliação.

Algumas características do RN podem dificultar a avaliação da pele como, por

exemplo, a pele avermelhada devido à elevação de hematócrito, o que impossibilita a

fácil detecção de lesões com tonalidade avermelhadas. A icterícia pode também

dificultar a avaliação do aspecto de lesões tanto na mucosa como na pele.

(CARVALHO et al., 2015).

É importante para o diagnóstico de alterações cutâneas o conhecimento da

história clínica do RN e das condições de gestação, como o histórico de doenças

maternas e as características evolutivas das lesões presentes no RN, de modo a obter

o melhor entendimento das causas possíveis das injúrias cutâneas. (CARVALHO et

al., 2015).

Para a realização do exame físico do RN, é importante que se tenha boas

condições de iluminação. Deve-se avaliar toda a pele, objetivando descrever a

presença de lesões quanto a seu aspecto, local e tipo. Esse exame é realizado através

de inspeção, palpação e ausculta (nas tumorações com frêmito). Para a detecção

precoce de injúrias na pele, essa avaliação deve ser realizada rotineiramente.

(CARVALHO et al., 2015).

A realização da avaliação da pele do RN é recomendada de forma constante,

diariamente ou a cada troca de plantão, com o objetivo de identificar alterações

cutâneas, fatores relacionados à umidade e ao ressecamento, a presença de

hiperemia, edema, ruptura de pele e sinais de infecção. Enfermeiras, ao serem

entrevistadas em dois estudos, salientam a necessidade de avaliar o neonato,

atentando para sua idade gestacional, peso de nascimento e aspectos da pele.

(SANTOS; COSTA, 2015).

Em neonatos que apresentem feridas, alguns cuidados devem ser introduzidos

para garantir o sucesso da cicatrização e minimizar o dano. Para facilitar esse

processo, que nem sempre é simples, é recomendado o uso de ferramentas

específicas que possibilitem a avaliação da ferida conforme sua complexidade, bem

Page 29: Sanah Pohlmam Issa

29

como de fatores importantes a serem considerados, como tamanho, local da ferida,

presença de exsudato, aspectos da pele perilesional e sinais de dor. (SANTOS;

COSTA, 2015).

2.3.3 Instrumento para avaliação da pele do RN

Schaefer (2014), em sua pesquisa realizada em Chapecó, SC, utilizou a Escala

de Condição de Pele do Recém-nascido (ECPRN) para avaliar a pele dos neonatos,

constatando que 83% dos bebês do estudo obtiveram alterações de pele, utilizando

as variáveis da escala: secura, eritema e ruptura. A escala utilizada possibilitou

classificar as alterações cutâneas apresentadas através de escore.

Schaefer (2014) concluiu que os neonatos internados em UTIN apresentam

alterações cutâneas decorrentes da assistência prestada, que os submetem a

manipulações e procedimentos rotineiramente. Ao utilizar a ECPRN, evidenciou-se

que, dentre as variáveis utilizadas, a mais predominante foi ruptura/lesão,

demonstrando com isso que já havia alterações de barreira cutânea.

Martins e Curado (2017) afirmam que o uso de instrumentos que avaliem riscos,

de forma específica e adequada aos aspectos dos pacientes, como os neonatos,

contribui com dados para a elaboração de planos de cuidado e prevenção. Martins e

Curado (2017) realizaram a validação da Escala de Observação do Risco de Lesão

da Pele em Neonatos (NSRAS) em Portugal pela ausência de instrumento específico

para tal finalidade. Alegam como justificativa para tal estudo a existência de duas

escalas validadas para mensuração de risco de lesão por pressão: a Braden, para

pacientes adultos, e a Braden Q, para a população pediátrica (indicada para crianças

com idade a partir de 21 dias de vida a 18 anos), deixando os RNs desprotegidos

quanto à avaliação do risco de desenvolver lesões por pressão.

A NSRAS foi desenvolvida nos Estados Unidos no ano de 1997 pelas autoras

Barbara Huffines e Cynthia Logsdon. Seu desenvolvimento foi embasado na escala

de Braden para população adulta, porém utilizando fatores de risco específicos para

lesão por pressão em bebês. (MARTINS; CURADO, 2017).

A escala NSRAS é constituída por seis variáveis: condição física geral (idade

gestacional), estado mental, mobilidade, atividade, nutrição e humidade. Cada fator

apresenta um escore de medida ordinal, podendo ir de 1 a 4. O escore final pode

variar de 6 a 24 pontos. Quanto mais alto o escore, mais risco o bebê tem de

Page 30: Sanah Pohlmam Issa

30

desenvolver lesões. (MARTINS; CURADO, 2017).

Ao validar a NSRAS, as autoras constatam que a mesma se apresenta como

bom um instrumento para a mensuração do risco de lesão da pele em neonatos.

Sugerem como necessidade de estudos as diretrizes que definam como limites de

escores de alto risco, risco médio e baixo risco para lesões por pressão. (MARTINS;

CURADO, 2017).

A Neonatal Skin Condition Score (NSCS) é uma escala de avaliação de

condições da pele do neonato desenvolvida nos Estados Unidos em 2004 e validada

e publicada no Brasil em 2014, passando a chamar-se Escala de Condição da Pele

do Recém-Nascido (ECPRN). (SCHARDOSIM et al., 2014).

A ECPRN é uma escala pequena e de rápida aplicação, indicada a ser incluída

às práticas assistenciais no Brasil. Esse instrumento permite avaliar três fatores:

secura, eritema e ruptura/lesão. Para cada item é possível a utilização de escores de

1 a 3. O escore final é a soma das três respostas, podendo variar de 3 a 9, sendo que

o menor resultado indica melhor condição de pele. (SCHARDOSIM et al., 2014).

Outro instrumento existente para a avaliação do risco de ocorrência de úlcera

por pressão em pediatria é a escala de Braden Q, instrumento validado e traduzido

para o português do Brasil em 2011. É eficaz para avaliar o risco de a criança

desenvolver úlceras por pressão, mas não abrange o público neonatal. Os itens que

este instrumento avalia são: mobilidade, atividade, umidade, percepção sensorial,

fricção e cisalhamento, nutrição e perfusão tecidual. A pontuação destinada para cada

item varia de 1 a 4, sendo a pontuação mais próxima de 1 a de maior risco de

desenvolver lesão de pele. (MAIA et al., 2011).

2.4 PREVENÇÃO DE LESÕES DE PELE EM NEONATOS

Ao pesquisar sobre a incidência de lesões de pele em RN internado em UTIN

em Brasília, Faria (2015) conclui, a partir dos resultados obtidos, que ferramentas

como a criação de protocolos e/ou o uso de instrumentos que auxiliem na avaliação

criteriosa da pele do RN iriam colaborar para a manutenção da integridade da pele do

recém-nascido.

O estrato córneo é uma camada formada por células envolvidas por lipídios

intercelulares constituídos por ceramidas, colesterol e ácidos graxos livres

responsáveis pela manutenção da integridade da pele. Portanto, é necessário realizar

Page 31: Sanah Pohlmam Issa

31

cuidados para se evitar a destruição dessa camada, não sendo recomendado o uso

excessivo de produtos químicos como sabonetes e substâncias com ação detergente.

(CARVALHO et al., 2015).

Santos e Costa (2014) demonstram em seu estudo sobre o conhecimento da

equipe de enfermagem sobre tratamento de lesões de pele em RN que existe

desconhecimento da equipe assistencial sobre as lesões ocasionadas e como essas

podem ser tratadas. Foi relatada a ausência de padronização de conduta a ser tomada

frente à lesão de pele como um dos maiores fatores para a falha assistencial na

recuperação da integridade cutânea.

Ressalta-se que as lesões decorrentes do uso de fixações adesivas são

comuns em RNs. Portanto, para a prevenção desse tipo de injúria, esses

procedimentos devem ser realizados de forma suave e lenta. As medidas preventivas

para o uso de adesivos são: não o pressionar contra a pele durante a aplicação; utilizar

apenas a quantidade e o tamanho necessários; preferir adesivos hipoalergênicos.

Para a remoção, recomenda-se adiar ao máximo a retirada e, ao se retirar o adesivo,

deve-se usar solução fisiológica, água destilada ou óleo mineral como facilitadores.

(MATTOS et al., 2013). Coberturas como o filme transparente (estéril e não estéril) e

a placa de hidrocoloide e o uso de óleos emolientes podem ser utilizados de forma

segura para a prevenção de lesões em RN. (MATTOS et al., 2013).

A aplicação de óleos ou hidratantes pode ser feita na forma de massagem sobre

a pele da criança. Essa ação tem se mostrado benéfica para o desenvolvimento e

bem-estar infantil, podendo ser uma boa oportunidade para estimular a interação entre

pais e filhos através dessa aplicação. (CARVALHO et al., 2015).

O uso de óleos à base de petrolato, girassol, canola, lanolina e mineral é

indicado para prevenir e tratar lesões cutâneas, pois eles têm ação lubrificante,

protege e contribui para o desenvolvimento do estrato córneo. Entretanto, o uso de

óleos na pele de bebês ainda desponta controvérsias, pelo risco de infecção

relacionada à sua aplicação. (MATTOS et al., 2013).

As dermatites de fralda tiveram maior incidência nos resultados de um estudo

realizado em 2015 no Brasil com bebês internados em UTIN de Brasília. Essas lesões

são desenvolvidas pelo contato da pele com as eliminações, pois a conversão de ureia

em amônia torna o pH da região mais alcalino. Associa-se também ao uso de

antibióticos, uma vez que esses medicamentos colaboram com as dermatites, por

modificarem a consistência das fezes. Para prevenir essas injúrias, a troca das fraldas

Page 32: Sanah Pohlmam Issa

32

deve ser realizada sempre que houver necessidade, e a higiene deve ser feita de

forma suave. (FARIA, 2015).

Para promover a prevenção de dermatites em regiões de fraldas é indicado

realizar a higiene apenas com água e algodão e trocar as fraldas frequentemente,

para reduzir o contato da pele com as eliminações. Além disso, expor a pele do

períneo ao ar é benéfico para a prevenção de lesões, pelo fato de minimizar o contato

prolongado da pele com a umidade e a fricção da fralda. (CARVALHO et al., 2015).

A melhor forma de prevenção de dermatite de fralda é por meio da aplicação

de cremes que fazem barreira entre as eliminações e a pele das nádegas. É

necessário educar quanto aos cuidados com a higiene dessa região e a troca de

fraldas. Não existem recomendações de produtos utilizados para a prevenção e

tratamento dessas lesões, porém produtos à base de óxido de zinco são usados como

primeira opção na prática clínica devido aos baixos custos e por apresentarem bons

resultados. No entanto, esses cremes não possuem ação terapêutica. (PATRIZI et al.,

2017).

As medidas para minimizar a incidência de lesões por extravasamentos de

soluções endovenosas incluem protocolos de administração de medicamentos bem

definidos para a equipe de enfermagem, assim como a verificação constante do local

do acesso venoso. Recomenda-se que essa checagem ocorra de hora em hora na

administração de algumas medicações para identificação precoce de sinais de

extravasamento. (CARVALHO et al., 2015).

Sabendo do risco de queimaduras químicas relacionadas ao uso de

antissépticos, estudos recomendam o uso de clorexidina aquosa para bebês

prematuros para o preparo da pele antes de procedimentos invasivos, pois produtos

com álcool podem desenvolver lesões e ser absorvidos sistemicamente. Para evitar a

ação residual da clorexidina após sua aplicação, é necessário retirar o excesso com

gaze estéril embebida em água destilada ou soro fisiológico 0,9% após o

procedimento. (SANTOS; COSTA, 2015).

Para a prevenção de lesões por adesivos em UTIN, a equipe assistencial utiliza

soluções facilitadoras, como água destilada, álcool e soro fisiológico. (SILVA;

MOURA, 2015).

A prevenção de lesões por pressão deve ser realizada pelo reposicionamento

do RN a cada 2 a 3 horas, dependendo da condição clínica do neonato. Esse

alinhamento terapêutico é realizado manualmente, com o auxílio de tecidos ou

Page 33: Sanah Pohlmam Issa

33

produtos para o alívio e redistribuição da pressão, priorizando a posição fetal.

(MATTOS et al., 2013).

Para a prevenção de lesões por pressão, também é recomendada a hidratação

da pele do neonato com emoliente à base de triglicérides de cadeia média (TCM), pois

possuem uma boa absorção, formando uma barreira de proteção na pele; o uso de

colchão apropriado para a redução da pressão em algumas áreas, como o colchão

caixa de ovo; e a realização de reposicionamento do paciente. (SCHAEFER;

NAIDOM; NEVES, 2016).

Para a prevenção de lesões decorrentes de punções venosas e arteriais,

sugere-se o agrupamento das coletas de sangue e evitar as punções do calcâneo.

Para que não ocorram múltiplas punções após o nascimento, o cateterismo umbilical

venoso e arterial pode minimizar as punções e permanecer por até sete dias. Quando

possível, deve-se substituí-lo por um cateter central de inserção periférica e optar por

cateteres periféricos somente quando não for possível acesso profundo ou para

infusão de hemoderivados. (SANTOS; COSTA, 2015).

Mattos et al. (2013) cita a pesquisa com o uso de filme transparente

semipermeável como método de prevenção de lesões de pele em dez neonatos

menores que 1.500 g e com IG de 32 semanas, onde se constatou que a prática não

contribui para a incidência de infecção, pois não houve crescimento de agentes

microbianos além do esperado para o RN prematuro. O uso de placas de hidrocoloide

fina também é apontado como medida de proteção eficaz para o neonato.

Silva e Moura (2015) realizaram um estudo em uma UTIN sobre os cuidados

de enfermagem com a pele do RN pré-termo em Caxias, MA, e identificaram, entre os

profissionais de enfermagem, que, para a prevenção de lesões cutâneas, a equipe

realizava os seguintes cuidados: mudança de decúbito (95,8%), rodízio de sensores

(91,7%), evitar o manejo excessivo (79,2%), manter a pele do RN limpa (95,8%),

higiene das mãos antes de tocar a pele do bebê prematuro (95,8%), uso de luvas

durante os procedimentos (95,8%) e uso de óleos para hidratação da pele do RN

(87,5%).

Page 34: Sanah Pohlmam Issa

34

3 MÉTODO

Trata-se de um estudo metodológico para a construção e validação de uma

escala para a avaliação do risco de lesão de pele em neonatos internados em uma

UTIN. O estudo metodológico é utilizado para o desenvolvimento, a avaliação e a

validação de métodos ou ferramentas de pesquisa. A busca por esse método ocorre

pela necessidade em obter avaliações de resultados sólidos e confiáveis, testes

rigorosos de intervenções e procedimentos de obtenção de dados. (POLIT; BECK,

2011).

A seguir, apresenta-se o campo de estudo e a descrição das etapas do método

adotado para a realização desta pesquisa.

3.1 CAMPO DE ESTUDO

Este estudo foi realizado em um hospital privado de Porto Alegre, RS. Trata-se

de uma instituição de saúde com alto padrão de qualidade e acreditada pela Joint

Commission International (JCI). O campo de estudo foi em uma UTIN que possui 27

leitos e atende pacientes de pequena, média e alta complexidade. Essa unidade é

referência no cuidado ao prematuro extremo, portanto, há muitas internações de

bebês abaixo de 1.000 g.

A equipe de profissionais de saúde, que atua na unidade, é composta por

médicos neonatologistas, enfermeiras, técnicos de enfermagem, nutricionista,

farmacêutica clínica, psicóloga e fisioterapeutas.

Na instituição há um Grupo de Referência em Estomaterapia (GREST), que

tem como finalidade a avaliação da pele dos pacientes internados no hospital e a

capacitação da equipe profissional quanto aos cuidados com a pele. O grupo é

constituído por enfermeiros assistenciais. A partir das necessidades específicas da

UTIN, foi criada uma ramificação do GREST no setor denominado de GREST NEO, o

qual é composto por membros da equipe assistencial da UTIN (técnicos de

enfermagem, enfermeiros, nutricionista, fisioterapeuta e farmacêutica clínica), com

orientação da enfermeira neonatologista, membro do GREST, que atualmente avalia

e promove cuidados apenas com a pele dos bebês internados.

A instituição possui indicadores assistenciais, dentre os quais é mensurado na

UTIN a incidência de lesões de pele nos récem-nascidos (RNs) internados e tem esse

Page 35: Sanah Pohlmam Issa

35

como o principal indicador de qualidade assistencial. Para alimentação deste indicador

é considerado qualquer ruptura de pele ocasionado pela assistência ao RN, por

exemplo: lesões por dispositivos, lesões químicas ocasionadas pela aplicação de

produtos, extravasamento de medicamentos, lesão por pressão, dermatites em áreas

de fraldas, entre outros. Os profissionais de enfermagem realizam os cuidados de

prevenção de lesões de pele, porém ainda persiste a frequência de 1,3% de lesões

em neonatos. A meta deste ano aumentou devido à alta incidência de lesões de pele

nos neonatos no ano de 2017; atualmente, a meta exigida pela instituição é de 1,5%.

No ano de 2017, a meta exigida pela instituição era de 0,86% e a média anual de

incidência de lesões de pele foi de 1,28%.

Visando qualificar o cuidado, em julho de 2017, a equipe de enfermagem da

UTIN adotou a utilização da escala Braden Q para avaliar a pele dos neonatos quanto

ao risco de lesões por pressão. Essa escala abrange o público pediátrico e foi

adaptada informalmente pelo GREST. Entretanto, ela não é específica ao neonato e

está restrita à avaliação do risco de lesões por pressão.

3.2 PROPOSTA PARA A CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UMA ESCALA DE

AVALIAÇÃO DE RISCO DE LESÃO DE PELE EM NEONATOS INTERNADOS EM

UTIN

Para a realização deste estudo foi utilizado o Ciclo de PDSA (Plan; Do; Study;

Act), uma ferramenta utilizada pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI) com o

intuito de realizar e documentar uma mudança. A execução é constituída por um ciclo

com quatro etapas interrelacionadas: Plan – planejar; Do – fazer; Study – estudar; e

Act – agir. (INSTITUTE FOR HEALTHCARE IMPROVEMENT, 2017).

A escolha por este médodo ocorreu por ser uma ferramenta ampla e muito

utilizada nas busca da melhoria da qualidade e que abrange quatro etapas

interrelacionadas, com isso oferta suporte necessário para o desenvolvimento do

produto desejado com essa pesquisa.

O referido ciclo é ilustrado na Figura 1, cujas etapas são descritas a seguir.

Page 36: Sanah Pohlmam Issa

36

Figura 1 - Etapas do Ciclo PDSA

Fonte: Adaptado pela autora.

3.2.1 Primeira etapa: Plan – Planejar

Para a elaboração desta etapa foi realizada uma revisão integrativa de literatura

sobre os fatores de risco para lesão de pele em neonatos internados em UTIN. A

busca pela revisão integrativa ocorre por se tratar de um método que possibilita a

síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade dos resultados de estudos

significativos para a prática. As seis fases do processo de elaboração de uma revisão

integrativa são: a elaboração de uma pergunta norteadora; a busca na literatura; a

coleta de dados; a análise crítica dos dados; a discussão dos resultados; e a

apresentação da revisão final. (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).

Assim, a questão de pesquisa que norteou o estudo foi: quais os fatores de

risco para lesões de pele em neonatos internados em UTIN?

A busca na literatura foi realizada pela pesquisadora no mês de junho de 2019

nas bases de dados PubMed e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), utilizando os

seguintes descritores: “Fatores de Risco, Ferimentos e Lesões, Neonato, Recém-

Plan

Planejar

Do Fazer

Study Estudar

Act Agir

Plan – Planejar

Identificação dos fatores de

risco de lesões de pele de

neonatos internados em

UTIN.

Act – Agir

- Pré-teste (piloto).

- Melhorias na descrição dos itens.

- Aplicação da Técnica Delphi (2ª

rodada).

- Avaliação da confiabilidade da

nova escala.

Do – Fazer

Formulação dos itens da escala.

Aplicação da Técnica Delphi para classificação

dos itens identificados conforme o grau de

relevância, pertinência e clareza (1ª rodada).

Study – Estudar Criação da escala de avaliação de

risco de lesão de pele em neonatos

internados em UTIN – Escala Issa.

Page 37: Sanah Pohlmam Issa

37

Nascido, Pele, Lesão, Skin, Neonate, Risk Factor, Injuries”, os mesmos foram

utilizados juntos para a realização da pesquisa. Foram considerados os seguintes

critérios de inclusão: publicações nacionais e internacionais on-line gratuitas e

disponíveis na íntegra nos idiomas português, espanhol e inglês. Foram excluídos

estudos relacionados com lesões de pele em adultos e crianças. O limite de data de

publicação foi o período de janeiro de 2008 a junho de 2019.

A coleta dos dados se deu através da elaboração de uma tabela com

informações acerca dos autores, do delineamento da pesquisa, do periódico de

publicação e da descrição de todos os fatores de risco para lesão de pele em neonatos

encontrados nos artigos analisados. Os resultados foram criticamente analisados,

sendo a discussão e a apresentação da revisão final descrita no item 5.1.1.

3.2.2 Segunda etapa: Do – Fazer

Nesta etapa foram elaborados os itens para compor a escala de avaliação de

risco de lesão de pele em neonatos internados em UTIN. Para a construção da escala,

de acordo com Kline (1995), foram seguidos os passos:

1) Formulação dos itens: elaboração de itens em número superior ao que se

espera na escala final, tentando abordar todos os aspectos relevantes para a nova

escala.

2) Análise preliminar de dificuldade de itens: onde foi utilizada a técnica de

juízes (Técnica Delphi). (HAYNES, RICHARD; KUBANY, 1995).

Para os juízes – no mínimo seis e no máximo 20 –, foram definidos os

seguintes critérios de inclusão: mínimo de três anos de experiência em neonatologia

e ter experiência com cuidados com a pele de recém-nascidos por no mínimo um ano

ou ser estomaterapeuta.

Foi encaminhado um convite aos membros do comitê de juízes (APÊNDICE

A) que, posteriormente, receberam uma carta de apresentação do estudo (APÊNDICE

B) e uma carta explicativa especificamente para a avaliação por e-mail, após contato

telefônico (APÊNDICE C). Essa carta explica a relevância dos conceitos envolvidos e

do instrumento como um todo. Nesse mesmo documento foi incluído o objetivo do

estudo, as bases conceituais e teóricas do instrumento, a descrição do instrumento e

sua pontuação e interpretação, e uma explicação sobre a forma de resposta, após a

Page 38: Sanah Pohlmam Issa

38

elaboração do mesmo. (RUBIO et al., 2003; DAVIS, 1992). Todos os juízes receberam

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE D).

Assim, foram convidados 10 profissionais para a avaliação dos itens da

escala. Todos aceitaram participar do estudo. Inicialmente, foi enviado o TCLE

explicando os objetivos e detalhes da pesquisa e solicitando aos mesmos a

participação na pesquisa. A avaliação ocorreu a partir de um questionário on-line, em

que os juízes avaliaram cada item quanto ao nível de relevância, pertinência e clareza.

Para cada item da escala havia um espaço aberto para sugestões e, ao final, um

espaço para a inclusão de itens pelo juiz.

3.2.3 Terceira etapa: Study – Estudar

Nesta etapa foram aplicados os resultados obtidos através da Técnica Delphi

para criar a Escala Issa e torná-la mais específica para os neonatos internados em

UTIN, alterando os itens necessários.

3.2.4 Quarta etapa: Act – Agir

Nesta etapa foi realizado um teste piloto para verificar a aplicabilidade da

escala, onde foram sugeridas algumas alterações na descrição dos itens. A escala foi

adaptada e encaminhada aos juízes para segunda rodada de avaliação.

A partir da versão final, a aplicação da Escala de Avaliação de Risco de Lesão

de Pele em Neonatos foi realizada por enfermeiras assistenciais da UTIN nos bebês

internados no período de 10 dias, objetivando atingir o cálculo amostral necessário

para a busca de evidências de validade do novo instrumento. (LAROS, 2005).

As participantes desta etapa foram convidadas pela pesquisadora, sendo

apresentada a pesquisa bem como as orientações para aplicação da escala. Foram

incluídas as quinze enfermeiras assistenciais que atuam em todos os turnos,

excluídas as que estavam afastadas por férias ou licenças. O número de participantes

dessa etapa foi de 12 enfermeiras, sendo que a participação ocorreu mediante a

assinatura do TCLE (APÊNDICE E). Esse grupo foi denominado Grupo Enfermeiras

NEO.

Após a aplicação da nova escala, a mesma passou por um processo de

avaliação da confiabilidade, que se refere à consistência interna do novo instrumento,

Page 39: Sanah Pohlmam Issa

39

determinando seu atributo, após a aprovação e validação final dos juízes. (HAIR et al.,

2009; KLINE, 2011; POLIT; BECK, 2011). A consistência interna foi mensurada pelo

coeficiente alfa de Cronbach, que pode assumir valores entre 0 e 1. Quanto mais

próximo de 1 for esse coeficiente, mais confiável será o instrumento. Em geral, para

que um instrumento seja considerado confiável, um nível igual ou maior que 0,6 deve

ser encontrado. (HAIR et al., 2009; KLINE, 2011).

Page 40: Sanah Pohlmam Issa

40

4 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Este estudo segue a Resolução nº 466/2012, que regulamenta pesquisas com

seres humanos no Brasil. (BRASIL, 2013). O projeto foi submetido à avaliação do

Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos e do

CEP da instituição em estudo, sendo aprovado por protocolo número 3.101.234.

Os enfermeiros que aplicaram a escala receberam esclarecimentos sobre os

objetivos e o método adotado para a pesquisa, sendo que a participação no estudo se

deu mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),

redigido em duas vias, das quais uma foi assinada e devolvida à pesquisadora,

permanecendo a outra em posse do participante. Assim o fizeram os pais ou

responsáveis dos bebês, aos quais também foi entregue um TCLE (APÊNDICE F),

seguindo os mesmos procedimentos.

Os riscos aos participantes eram mínimos e estavam relacionados com a

possibilidade de sentir algum desconforto ou constrangimento durante as atividades

desenvolvidas nas etapas do estudo. A pesquisadora ficou à disposição para

esclarecer dúvidas e necessidades relacionadas ao estudo. Os riscos aos neonatos

também foram mínimos e relacionados com a possibilidade de a enfermeira demorar

um pouco mais ao utilizar a nova escala, uma vez que foram submetidos à mesma

avaliação de rotina, porém com novo instrumento de avaliação.

Os benefícios do estudo estão relacionados à possibilidade de os resultados

contribuírem para a qualificação do cuidado ao neonato, em especial no que tange a

qualificação da avaliação do risco de lesões de pele em neonatos.

Page 41: Sanah Pohlmam Issa

41

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A seguir, apresenta-se os resultados de cada etapa do Ciclo de PDSA.

5.1 PRIMEIRA ETAPA – PLAN (PLANEJAR)

Na primeira etapa foi realizada uma revisão integrativa de literatura a fim de

identificar os fatores de risco para lesão de pele em neonatos internados em UTIN.

5.1.1 Revisão de literatura

O resultado de pesquisa realizada mês de junho de 2019 nas bases de dados

incluídas no estudo identificou 204 artigos, publicados entre 2008 e 2019, dos quais

em 15 foram encontrados fatores de risco para lesão de pele em neonato. Os demais

foram excluídos da revisão.

Os artigos utilizados nessa etapa estão descritos no Quadro 1.

Registros identificados por meio de

pesquisa no banco de dados

(n = 204)

Registros que continham fatores de

risco para lesão de pele em neonato

(n = 15)

Registros excluídos por não

conterem fatores de risco para

lesão de pele em neonato e/ou por

serem duplicados

(n = 189)

Page 42: Sanah Pohlmam Issa

42

Quadro 1 - Descrição dos artigos incluídos na revisão integrativa quanto aos

autores, delineamento da pesquisa, periódico e fatores de risco para lesão de pele

em neonatos

Autor(es) Delineamento de

pesquisa Periódico

Fatores de risco para lesão de pele em neonatos

Aredes; Santos; Fonseca (2017)

Revisão integrativa da literatura

Revista Eletrônica de Enfermagem

O uso de adesivos na pele dos bebês, prematuridade;

prematuridade extrema; utilização de antissépticos:

álcool e clorexidina, ausência de rodízio de posicionamento

corporal e dos dispositivos instalados; uso de CPAP

nasal e sonda nasogástrica e baixos níveis de zinco sérico.

Bonfim et al. (2014)

Estudo analítico e prospectivo, do tipo

coorte de intervenção

terapêutica aberta

Revista Latino-americana de Enfermagem

Idade gestacional, tempo de permanência em ventilação não invasiva com pronga1 e idade gestacional menor que

28 semanas.

Dias (2009)

Estudo exploratório-descritivo, de abordagem

quantitativa, baseado em levantamento

prospectivo de dados.

Secretaria Estadual de Saúde - SP

O tempo de internação; uso de adesivos; a troca diária de adesivos de protetor ocular; uso de sonda orogástrica;

higienização corporal e oral diárias; não realização de

rodízio dos locais de sensores de oxímetro,

mudança de decúbito; uso de dispositivos (cateteres e

drenos, entre outros); prematuridade e excesso de

manipulação e procedimentos nos primeiros

dois dias de vida.

Faria; Kamada (2018)

Estudo quantitativo, descritivo e de

abordagem prospectiva

Enfermería Global

Extravasamento de medicamentos e soluções endovenosas; infecção;

punção venosa e/ou arterial; contato da pele com as

eliminações; 1º dia de vida do neonato – fragilidade da

pele; baixo peso; prematuridade; o uso de antibióticos e de produtos

químicos na pele dos neonatos.

Ferreira et al. (2013)

Estudo transversal, descritivo, com

abordagem quantitativa

Revista Enfermagem

Prematuridade; o uso de produtos químicos e

cosméticos não adequados à pele infantil e hábitos de

higiene inadequados. (continua)

1Dispositivo nasal para oferta de ventilação não invasiva.

Page 43: Sanah Pohlmam Issa

43

(continuação)

Fırat; Erbatur; Aytekin (2012)

Estudo de caso Informa Healthcare

Infusões de soluções catiônicas (Ca ++, K +,

HCO3) e quimioterápicas em acesso venoso periférico e o uso da bomba infusora para

administração de medicamentos em acesso

venoso periférico.

Fontenele; Cardoso (2011)

Estudo prospectivo, exploratório e

descritivo, com abordagem quantitativa

Revista da Escola de Enfermagem da

Universidade de São Paulo

Múltiplas punções venosas e coletas de exames

laboratoriais; o uso de antibióticos de largo

espectro; banho; antissepsia da pele; remoção de

adesivos; após o nascimento, mudanças na temperatura do ambiente;

fricção das roupas, cobertores e fraldas e o uso de fonte de aquecimento.

Meszes et al. (2016)

Coleta de dados de prontuários médicos

de pacientes com lesões de pele

World Journal of Pediatrics

Remoção de adesivos da pele; prematuridade; idade

gestacional menor do que 27 semanas; infusão

endovenosa em acesso venoso periférico; sedação; imobilização; edema; uso de

dispositivos: CPAP nasal, manguito, sondas e sensores

de monitorização; uso de sensores de oximetria; de

aquecimento por luz ultravioleta ou por

infravermelhos; risco de queimadura pelo uso de

dispositivo com lâmpadas de aquecimento ultravioleta ou

infravermelhos e uso de antissépticos tópicos.

Migoto; Souza; Rossetto (2013)

Estudo descritivo e observacional

Online Brazilian Journal of Nursing

Uso de terapia com antibióticos; punção; uso de medicamentos intravenosos

(dispositivos venosos periféricos); uso do adesivo para fixação diretamente na pele; uso de pronga nasal para suporte ventilatório e uso de sensor de oxímetro

para monitorização.

Rolim et al. (2009)

Estudo exploratório-descritivo, com

abordagem

Revista Enfermagem Baixo peso ao nascer; prematuridade.

(continua)

Page 44: Sanah Pohlmam Issa

44

(conclusão)

Sardesai et al. (2011) Estudo descritivo Informa Healthcare

Uso de monitores de couro cabeludo fetal; uso de vácuo

para extração do bebê no parto; uso de oxímetros de pulso; uso de lâmpadas de aquecimento infravermelho; uso de antissépticos tópicos; aplicação local de calor; uso

de adesivos na pele do neonato; remoção de

adesivos; prematuridade; fragilidade da pele: primeiras

2 semanas após nascimento; extravasamento de fluidos ou medicamentos

EV infusões de cálcio, lipídios, infusões de hiperalimentação,

vasopressores em acessos venosos periféricos; uso de

CPAP nasal e aplicação incorreta do CPAP nasal.

Scheans (2015) Estudo de caso Neonatal Network

Prematuridade; remoção de fita adesiva; imobilidade;

inatividade; umidade; atrito e

cisalhamento; deficiências nutricionais e/ou má

oxigenação de tecidos; desequilíbrio hidroeletrolítico;

alterações do volume intravascular e alterações na perfusão devido a choque, sepse, perda de volume,

hipotensão e comprometimento cardíaco e

uso de CPAP nasal.

Sousa et al. (2011)

Estudo qualitativo

Revista de Pesquisa: Cuidado é

Fundamental Online

Pressão constante exercida sobre um determinado ponto

do corpo; mobilidade prejudicada; edema;

infecção; anemia retirada de adesivos; uso de

antissépticos na pele do RN; múltiplas punções e extravasamento de

medicamentos endovenosos. Fonte: Elaborado pela autora.

A partir da análise dos resultados da revisão da literatura foram identificados os

itens para compor a escala de avaliação de risco de lesão de pele em neonatos

internados em UTIN. Os itens identificados foram: idade gestacional corrigida, idade

cronológica, mobilidade, reposicionamento do neonato, umidificação de incubadora,

umidade da pele, CPAP nasal, adesivo na pele, monitorizações contínuas, nutrição,

Page 45: Sanah Pohlmam Issa

45

perfusão tecidual/oxigenação de tecidos, terapia endovenosa, eliminações fisiológicas

(área de fraldas e/ou área periestoma), os quais são descritos no Quadro 2.

Quadro 2 - Descrição dos fatores de risco de lesão de pele em neonatos: itens para

compor a escala quanto aos autores das publicações

Fatores de risco para lesão de pele em neonatos: itens para compor a escala

Autore(s) das publicações

Idade gestacional corrigida

Dias (2009); Sardesai et al. (2011); Ferreira et al. (2013); Bonfim et al. (2014); Scheans (2015); Meszes et al. (2016); Aredes, Santos e Fonseca (2017); Faria e Kamada (2018).

Idade cronológica

Dias (2009); Sardesai et al. (2011); Ferreira et al. (2013); Bonfim et al. (2014); Scheans (2015); Meszes et al. (2016); Aredes, Santos e Fonseca (2017); Faria e Kamada (2018).

Mobilidade Sousa et al. (2011); Meszes et al. (2016).

Reposicionamento do neonato Sousa et al. (2011); Meszes et al. (2016); Aredes, Santos e Fonseca (2017).

Umidificação de incubadora Scheans (2015). Umidade da pele Scheans (2015); Faria e Kamada (2018).

CPAP nasal Dias (2009); Migoto, Souza e Rossetto (2013); Bonfim et al. (2014); Scheans (2015); Meszes et al. (2016); Aredes, Santos e Fonseca (2017).

Adesivo na pele

Dias (2009); Fontenele e Cardoso (2011); Migoto, Souza e Rossetto (2013); Scheans (2015); Meszes et al. (2016); Aredes, Santos e Fonseca (2017).

Monitorizações contínuas Dias (2009); Sardesai et al. (2011); Migoto, Souza e Rossetto (2013); Meszes et al. (2016).

Nutrição Sousa et al. (2011); Scheans (2015). Perfusão tecidual/oxigenação de tecidos Scheans (2015).

Terapia endovenosa

Fontenele e Cardoso (2011); Sardesai et al. (2011); Sousa et al. (2011); Fırat, Erbatur e Aytekin (2012); Migoto, Souza e Rossetto (2013); Meszes et al. (2016); Faria e Kamada (2018).

Eliminações fisiológicas (área de fraldas e/ou área periestoma)

Ferreira et al. (2013); Scheans (2015); Faria e Kamada (2018).

Fonte: Elaborado pela autora.

5.2 SEGUNDA ETAPA – DO (FAZER)

A seguir, apresenta-se a descrição da formulação dos itens para compor a

primeira versão da escala e a primeira rodada da Técnica Delphi com especialistas.

5.2.1 Formulação dos itens para compor a escala e Técnica Delphi (primeira

rodada)

Page 46: Sanah Pohlmam Issa

46

Após a identificação dos itens para compor a escala foram formuladas, para

cada item, três alternativas de respostas, as quais seguiram os achados de literatura

da primeira etapa. No Quadro 3 apresenta-se a primeira versão dos itens.

Quadro 3 - Primeira versão dos itens

Escala – Primeira versão Idade gestacional corrigida

< 28 semanas 28 a 33 semanas > 34 semanas

Idade cronológica 0 a 7 dias 8 a 14 dias > 14 dias

Mobilidade restrito ao leito vai ao colo 1x ao turno

vai ao colo sem restrição

Reposicionamento do neonato

não realizado realizado 1x ao turno realizado 2x ao turno ou mais

Umidificação de incubadora

umidificação acima de 60%

umidificação menor que 60% não utiliza

Umidade da pele áreas com umidade

excessiva

umidade prejudicada: áreas de

ressecamento umidade adequada

CPAP nasal pronga nasal máscara facial não utiliza

Adesivo na pele sem barreira intermediária

com barreira intermediária não utiliza adesivo

Monitorizações contínuas (sensor de oximetria, sensor de temperatura, sensores cerebrais, sensores renais, eletrodos cerebrais, eletrodos cardíacos)

2 monitorizações ou mais 1 monitorização sem monitorização

Nutrição NPO sem nutrição

parenteral

dieta enteral com aceitação regular

(vômitos e/ou aceitação parcial do

volume)

nutrição parenteral ou aceitação adequada de

dieta enteral

Perfusão tecidual/oxigenação de tecidos

perfusão periférica prejudicada e/ou

quedas de saturação prolongadas < 85%

perfusão periférica prejudicada e/ou

quedas de saturação rápidas < 85%

perfusão periférica adequada e sem

quedas de saturação

Terapia endovenosa

infusão contínua de NPT, drogas

vasopressoras e/ou eletrólitos em acesso

venoso periférico

administração intermitente de

medicamentos em acesso venoso

periférico

infusão de soluções/medicamentos

em cateter venoso central ou sem terapia

endovenosa

Eliminações fisiológicas (área de fraldas e/ou área periestoma)

exposição frequente da pele às

eliminações fisiológicas

(alterações da consistência ou frequência das

eliminações por uso de medicamentos

exemplo: antibióticos, diuréticos...)

exposição frequente da pele às

eliminações fisiológicas

(eliminações de aspecto normal)

exposição rara da pele às eliminações

fisiológicas

Fonte: Elaborado pela autora.

Page 47: Sanah Pohlmam Issa

47

Os itens definidos foram encaminhados para avaliação dos juízes, a partir da

Técnica Delphi, considerando os critérios de inclusão e exclusão deste estudo. Os 10

juízes que participaram deste estudo são graduados em Enfermagem (9) e

Fisioterapia (1). O tempo de formação variou de 3 a 33 anos e o tempo de experiência

em neonatologia entre 4 e 24 anos.

As Tabelas 1, 2 e 3 apresentam os resultados da primeira rodada da Técnica

Delphi com os juízes, para a avaliação de cada item da primeira versão da escala

quanto à pertinência, relevância e clareza.

Tabela 1 - Descrição do percentual de concordância quanto à pertinência de cada

item da primeira versão da escala: primeira rodada

Nada pertinente

Pouco pertinente

Pertinente Muito pertinente

Idade gestacional corrigida

- 10% 10% 80%

Idade cronológica - - 40% 60% Mobilidade - - 20% 80%

Reposicionamento do neonato

- - 10% 90%

Umidificação de incubadora

- 10% 20% 70%

Umidade da pele - - 20% 80% CPAP nasal - - 20% 80%

Adesivo na pele - 10% 20% 70% Monitorizações

contínuas - - 10% 90%

Nutrição - - 20% 80% Perfusão

tecidual/oxigenação de tecidos

- 10% 30% 60%

Terapia endovenosa - 10% 40% 50% Eliminações

fisiológicas (área de fraldas e/ou área

periestoma)

- - 10% 90%

Fonte: Elaborada pela autora.

Tabela 2 - Descrição do percentual de concordância quanto à relevância de cada

item da primeira versão da escala: primeira rodada

Nada relevante Pouco relevante

Relevante Muito relevante

Idade gestacional corrigida

- 10% 20% 70%

Idade cronológica - - 50% 50% Mobilidade - - 40% 60%

(continua)

Page 48: Sanah Pohlmam Issa

48

(conclusão)

Reposicionamento do neonato

- - 10% 90%

Umidificação de incubadora

- 20% 10% 70%

Umidade da pele - - 30% 70% CPAP nasal - - 20% 80%

Adesivo na pele - 10% 20% 70% Monitorizações

contínuas - - 20% 80%

Nutrição - - 20% 80% Perfusão

tecidual/oxigenação de tecidos

10% - 30% 60%

Terapia endovenosa 10% 30% 60% Eliminações

fisiológicas (área de fraldas e/ou área

periestoma)

- - - 100%

Fonte: Elaborada pela autora.

Tabela 3 - Descrição do percentual de concordância quanto à clareza de cada item

da primeira versão da escala: primeira rodada

Nada claro Pouco claro Claro Muito claro Idade gestacional

corrigida - 10% 40% 50%

Idade cronológica - - 50% 50% Mobilidade - - 20% 80%

Reposicionamento do neonato

- - 10% 90%

Umidificação de incubadora

- - 40% 60%

Umidade da pele - - 20% 80% CPAP nasal - - 20% 80%

Adesivo na pele - 10% 20% 70% Monitorizações

contínuas - - 40% 60%

Nutrição - - 40% 60% Perfusão

tecidual/oxigenação de tecidos

- - 40% 60%

Terapia endovenosa - 20% 40% 40% Eliminações

fisiológicas (área de fraldas e/ou área

periestoma)

- - 30% 70%

Fonte: Elaborada pela autora.

5.3 TERCEIRA ETAPA – STUDY (ESTUDAR)

A seguir, apresenta-se os resultados da terceira etapa com as adaptações após

a primeira rodada da Técnica Delphi com os juízes e criação da Escala Issa.

Page 49: Sanah Pohlmam Issa

49

5.3.1 Desenvolvimento da Escala Issa – adaptações da escala após a Técnica

Delphi

Após a avaliação dos itens pelos juízes foi criada a Escala Issa. O item

umidificação de incubadora foi retirado da escala, pois, conforme contribuições dos

juízes, o item é mais relevante como agravante para lesão de pele, mas não é

considerado risco para desenvolver lesões.

No item CPAP foi incluída a opção “uso de pronga nasal” e também o “uso de

pronga nasal intercalando com máscara facial”, pois algumas instituições adotam a

forma para amenizar o risco de lesão de septo.

O item terapia endovenosa sofreu alterações quanto a definição, pois

sugestões dos juízes o item terapia endovenosa necessitava mais clareza.

Foi realizada adaptação do item “eliminações fisiológicas”, incluindo exemplos

para facilitar a interpretação do avaliador, considerando que as eliminações

fisiológicas também incluem os estomas, conforme sugestão dos juízes.

Não houve sugestão da parte dos juízes quanto a inclusão de novos itens,

apenas melhorias nos itens definidos.

5.4 QUARTA ETAPA – ACT (AGIR)

A quarta etapa é constituída pelo pré-teste ou teste piloto, pela melhoria na

descrição dos itens, pela segunda rodada da avaliação de juízes e pela avaliação da

confiabilidade da Escala Issa.

5.4.1 Pré-teste (piloto)

O teste piloto foi realizado pelas enfermeiras da UTIN considerando os critérios

de inclusão e exclusão descritos no capítulo do método. Assim, as participantes

totalizaram onze enfermeiras. A idade das enfermeiras participantes variou de 29 anos

a 53 anos e o tempo de atuação em neonatologia variou de 2 anos a 31 anos. Das

onze enfermeiras participantes, nove apresentam especialização na área de

neonatologia ou materno infantil e duas delas possuem mestrado.

Page 50: Sanah Pohlmam Issa

50

A etapa foi realizada por meio da aplicação da Escala Issa nos bebês

internados durante a rotina da assistência no período de 10 dias, totalizando 77

avaliações. O principal objetivo da etapa foi qualificar os itens da Escala Issa,

tornando-os claros e específicos, para que todos os profissionais, ao a aplicarem,

tenham a mesma interpretação.

Destes neonatos, incluíam prematuros extremos, prematuros tardios, RN a

termo gravemente enfermos e bebês com má-formações congênitas e síndromes.

Surgiram dúvidas quanto à avaliação do “uso de adesivos” e do “uso de

adesivos como barreira de proteção”. Portanto, foram incluídos como exemplos de

adesivos os fixadores de tubo endotraqueal, sondas e curativos de acessos venosos.

O item “eliminações fisiológicas” foi adaptado com exemplos de terapias e

situações relacionadas com as eliminações, conforme a avaliação da escala.

No item “mobilidade” foi retirada a palavra “colo” das opções de respostas,

sendo substituída por “saída do leito” – exemplificado como saída do leito a ida ao

colo –, de modo a facilitar a interpretação, considerando-se que é um tipo de

mobilidade para os RNs.

Inicialmente, a ideia de pontuação para o resultado da escala era “quanto

menor o valor, maior o risco” apresentado. Após a aplicação do teste piloto foi

modificada a pontuação para “quanto maior o escore, maior o risco de o bebê

desenvolver lesão de pele”.

As referidas adaptações foram implementadas aos itens e enviadas novamente

aos juízes para constituir a segunda versão da Escala Issa.

5.4.2 Técnica Delphi (segunda rodada)

Na segunda rodada de Técnica Delphi participaram sete dos dez juízes que

receberam o questionário para a avaliação. Os itens foram novamente avaliados em

relação à pertinência, relevância e clareza. As respostas são apresentadas nas

Tabelas 4, 5 e 6.

Tabela 4 - Descrição do percentual de concordância quanto à pertinência de cada

item da segunda versão escala: segunda rodada

Nada

pertinente

Pouco

pertinente

Pertinente Muito

pertinente

Page 51: Sanah Pohlmam Issa

51

Idade gestacional corrigida - - 25% 75%

Idade cronológica - - 50% 50%

Mobilidade - - 25% 75%

Reposicionamento no leito - - 12,5% 87,5%

Umidade da pele - - 37,5% 62,5%

CPAP nasal - - 12,5% 87,5%

Adesivo na pele - - 25% 75%

Monitorizações contínuas - - 12,5% 87,5%

(continua)

(conclusão)

Nutrição - - 25% 75%

Perfusão tecidual/oxigenação de tecidos - - 37,5% 62,5%

Terapia endovenosa - - 50% 50%

Eliminações fisiológicas (área de fraldas e/ou área periestoma)

- - - 100%

Fonte: Elaborada pela autora.

Tabela 5 - Descrição do percentual de concordância quanto à relevância de cada

item da segunda versão da escala: segunda rodada

Nada relevante

Pouco relevante

Relevante Muito relevante

Idade gestacional corrigida - - - 100% Idade cronológica - - 62,5% 37,5% Mobilidade - - 25% 75% Reposicionamento no leito - - 12,5% 87,5% Umidade da pele - - 37,5% 62,5% CPAP nasal - - 12,5% 87,5% Adesivo na pele - - 25% 75% Monitorizações contínuas - - 12,5% 87,5% Nutrição - - 25% 75% Perfusão tecidual/oxigenação de tecidos

- - 37,5% 62,5%

Terapia endovenosa 50% 50% Eliminações fisiológicas (área de fraldas e/ou área periestoma)

- - - 100%

Fonte: Elaborada pela autora.

Tabela 6 - Descrição do percentual de concordância quanto à clareza de cada item

da segunda versão da escala: segunda rodada

Nada claro

Pouco claro Claro Muito claro

Idade gestacional corrigida - - - 100% Idade cronológica - - 25% 75% Mobilidade - - 12,5% 87,5% Reposicionamento no leito - - 12,5% 87,5% Umidade da pele - - 25% 75% CPAP nasal - - - 100%

Page 52: Sanah Pohlmam Issa

52

Adesivo na pele - - 25% 75% Monitorizações contínuas - - 12,5% 87,5% Nutrição - 12,5% 12,5% 75% Perfusão tecidual/oxigenação de tecidos

- - 12,5% 87,5%

Terapia endovenosa 62,5% 37,5% Eliminações fisiológicas (área de fraldas e/ou área periestoma)

- - 12,5% 87,5%

Fonte: Elaborada pela autora.

Assim, foi desenvolvida a versão final da Escala Issa, que é, a seguir,

apresentada na Tabela 7.

Tabela 7 – Descrição da versão final da Escala Issa quanto aos itens de avaliação e

pontuação

Itens Pontuação

1 2 3 Idade gestacional corrigida > 34 semanas 28 a 34 semanas < 28 semanas

Idade cronológica > 14 dias 8 a 14 dias 0 a 7 dias Mobilidade

(considerar saída do leito para receber colo ou dieta)

Saída do leito: sem restrição

Saída do leito: 1x ao turno Restrito ao leito

Reposicionamento no leito Realizado 2x ao turno

ou mais Realizado 1x ao

turno Não realizado

Umidade da pele

Pele com umidade adequada

Pele com umidade

prejudicada: áreas de

ressecamento

Pele com umidade

excessiva

CPAP nasal Não utiliza Máscara facial

Pronga nasal ou uso

intercalado de pronga e máscara

Adesivo na pele (fixação de tubo, sondas, acessos

venosos, curativos) Não utiliza adesivo

Apenas adesivos com barreira de proteção entre a pele e adesivo

1 ou mais adesivos

diretamente na pele

Monitorizações contínuas (exemplos: sensor de oximetria, sensor de temperatura, sensores

cerebrais e renais, eletrodos cerebrais, eletrodos cardíacos)

Sem monitorização 1 monitorização 2

monitorizações ou mais

Nutrição Nutrição parenteral ou aceitação adequada de

dieta enteral

Dieta enteral com aceitação

regular (vômitos e/ou aceitação

parcial do volume)

NPO sem nutrição

parenteral

Perfusão tecidual/oxigenação de tecidos

Perfusão periférica adequada e sem

quedas de saturação

Perfusão periférica

prejudicada e/ou quedas de saturação

rápidas < 85%

Perfusão periférica

prejudicada e/ou quedas de

saturação prolongadas <

Page 53: Sanah Pohlmam Issa

53

85%

Terapia endovenosa

Infusão de soluções/medicamentos

em cateter venoso central ou sem terapia

endovenosa

Administração intermitente de medicamentos

em acesso venoso periférico

Infusão contínua de NPT, drogas

vasopressoras e/ou eletrólitos ou soroterapia

em acesso venoso

periférico (continua)

(conclusão)

Eliminações fisiológicas (área de fraldas e/ou área

periestoma)

Exposição pouco frequente da pele às

eliminações fisiológicas (aspecto e frequência adequados e/ou bolsa

de estoma aderida)

Exposição frequente da pele

às eliminações fisiológicas

(eliminações com aspecto normal, porém frequente,

ou bolsa de estoma com

necessidade de trocas

frequentes)

Exposição muito frequente

da pele às eliminações fisiológicas

(aumento da frequência das eliminações, ou

uso de medicamentos

como antibióticos,

diuréticos e/ou estomas sem uso de bolsa)

Fonte: Elaborada pela autora.

5.4.3 Aplicação da Escala Issa

A aplicação da Escala Issa foi realizada pelas enfermeiras participantes da

pesquisa, que atuam na UTIN da instituição em estudo. O grupo de participantes foi

constituído por 12 enfermeiras, que aplicaram a Escala Issa durante o exame físico

do paciente e realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem no período

de 10 dias consecutivos, totalizando 30 neonatos e 77 aplicações. Em cada bebê

foram avaliados os 12 itens da Escala Issa, sendo marcadas as opções 1, 2 ou 3,

conforme as características analisadas.

Considerando o total de bebês (N = 30), os resultados mostram uma média de

risco para lesão de pele de 1,5, variando de 1,13 a 2,20. O item que representou o

maior risco de lesão de pele foi “monitorizações contínuas” e o item que representou

o menor risco foi “reposicionamento” (Tabela 8).

Page 54: Sanah Pohlmam Issa

54

Tabela 8 - Distribuição dos itens da Escala Issa quanto à média e ao desvio padrão

de cada item, considerando o risco de lesão de pele dos 30 RN avaliados na

instituição em estudo (N = 30)

Item Média DP Idade gestacional corrigida 1.33 .479

Idade cronológica 1.73 .868 Mobilidade 1.53 .629

Reposicionamento no leito 1.13 .434 Umidade da pele 1.17 .531

CPAP nasal 1.20 .610 Adesivo na pele 1.97 .669

(continua)

(conclusão)

Monitorizações contínuas 2.20 .407 Nutrição 1.37 .556

Perfusão tecidual/oxigenação de tecidos 1.57 .626 Terapia endovenosa 1.37 .718

Eliminações fisiológicas 1.93 .365 Fonte: Elaborado pela autora.

A consistência interna da escala, avaliada pelo coeficiente alfa de Cronbach,

indicou uma boa confiabilidade, com valor de 0,69.

Considerando o total de aplicações (N = 77), os resultados se mantiveram

constantes, mostrando uma média de risco para lesão de pele de 1,5, variando de

1,18 a 2,17. O item que representou o maior risco de lesão foi “monitorizações

contínuas” e o item que representou o menor risco foi “umidade da pele” (Tabela 9).

Tabela 9 - Distribuição dos itens da Escala Issa quanto à média e ao desvio padrão

de cada item, considerando o risco de lesão de pele nas 77 aplicações da escala na

instituição em estudo (N = 77)

Item Média DP Idade gestacional corrigida 1.39 .491

Idade cronológica 1.64 .810 Mobilidade 1.52 .576

Reposicionamento no leito 1.21 .496 Umidade da pele 1.18 .531

CPAP nasal 1.23 .647 Adesivo na pele 2.00 .628

Monitorizações contínuas 2.17 .410 Nutrição 1.32 .524

Perfusão tecidual/oxigenação de tecidos 1.56 .678 Terapia endovenosa 1.27 .621

Eliminações fisiológicas 1.96 .342 Fonte: Elaborado pela autora.

Page 55: Sanah Pohlmam Issa

55

A consistência interna da escala, avaliada pelo coeficiente alfa de Cronbach,

manteve o mesmo bom índice de confiabilidade (0,70).

6 DISCUSSÃO

A seguir, apresenta-se a discussão dos itens da Escala Issa, da busca de

evidências de validade e quanto à comparação da escala com outras existentes.

6.1 ITENS DA ESCALA

Durante a revisão de literatura acerca dos fatores de riscos de lesões de pele

em neonatos foi identificada a dificuldade em encontrá-los, pois, na maioria das

pesquisas, o objetivo visava o perfil dos neonatos e os tipos de lesões de pele que os

Page 56: Sanah Pohlmam Issa

56

mesmos apresentavam em UTIN. Foi necessário incluir todos os artigos localizados

(Quadro 1), que descreviam lesões de pele e as relacionavam com supostos fatores

que pudessem ter desencadeado essas injúrias.

Dentre os resultados da pesquisa de revisão integrativa da literatura foram

identificados os seguintes fatores de risco: uso de dispositivos médicos; uso de

antisséptico tópico; baixo peso; uso de adesivos na pele do neonato; uso de CPAP

nasal; tempo prolongado de permanência na UTIN; dias de vida; prematuridade;

alterações metabólicas; mobilidade; umidade; atrito e cisalhamento; terapia com

antibióticos; punção; aplicação de calor; banho e higiene; posicionamento; infecção;

eliminações fisiológicas; uso de produtos químicos na pele do neonato. (SARDESAI

et al., 2011; BONFIM et al., 2014; MESZES et al., 2016; AREDES; SANTOS;

FONSECA, 2017; FARIA; KAMADA, 2018).

É importante salientar que os fatores descritos nos artigos revisados e

utilizados foram além dos fatores de risco comuns, como fatores metabólicos e

posicionamento. Identificou-se que, na população neonatal, os riscos são decorrentes

da fragilidade da pele, ou seja, quanto mais prematura as camadas da pele, maior é

o risco, por serem pacientes com necessidade em utilizar dispositivos médicos,

produtos e agentes tópicos que são considerados seguros para a pele adulta, pois

não apresentam o mesmo risco em desenvolver lesão. (AREDES; SANTOS;

FONSECA, 2017).

Devido à imaturidade das funções da pele, a prematuridade é um dos principais

fatores para desenvolver lesões de pele, em especial os bebês nascidos com idade

gestacional inferior a 27 semanas, uma vez que seu estrato córneo encontra-se fino e

pouco desenvolvido. (CARVALHO et al., 2015). O fator “prematuridade” teve maior

incidência nas pesquisas, pois existe uma relação importante com a fragilidade das

camadas da pele e a necessidade de manipulação e realização de procedimentos

nesses pacientes. (FERREIRA, et al., 2013)

A queimadura em recém-nascido (RN) é uma complicação muito rara, mas

pode ocorrer devido à sensibilidade cutânea e à imaturidade das camadas da pele.

Essas lesões podem ser classificadas como químicas ou físicas. Foram identificados

como fatores de risco relacionados com queimadura: uso de oxímetros de pulso;

lâmpadas de aquecimento infravermelho; antissepsia com agentes químicos; e

aplicação de calor local. (SARDESAI et al., 2010).

Page 57: Sanah Pohlmam Issa

57

Associado a essas características, o uso de dispositivos como CPAP nasal,

manguito, sondas e sensores de monitorização podem ocasionar ruptura cutânea ou

lesões por pressão. Da mesma forma, o uso e a retirada de adesivos podem

desencadear lesão de pele. (FERREIRA et al., 2013; MESZES et al., 2016).

O fator tempo prolongado de permanência na UTIN remete à hostilidade desse

ambiente para a pele dos bebês, devido a inúmeros cuidados necessários e oriundos

da terapia intensiva. (DIAS, 2009). Portanto, vai ao encontro da justificativa e do

objetivo desta pesquisa em criar e validar uma escala para a avaliação de risco de

lesão de pele em neonatos em UTIN.

O tempo prolongado de internação em UTIN se associa ao excesso de

manipulação e procedimentos nos primeiros dois dias de vida do neonato,

contribuindo para o surgimento de injúrias de pele, bem como o uso de alguns

dispositivos médicos como sensores de oximetria, uso de cateteres e drenos e

ventilação não invasiva por CPAP nasal, em especial nos bebês prematuros. (DIAS,

2009; MESZES et al., 2016). Para reduzir esses riscos, Dias (2009) aponta que a

mudança de decúbito, o reposicionamento de dispositivos médicos e o aumentar e

diminuir da frequência de manuseios e procedimentos contribui para a preservação

da barreira cutânea.

O uso de adesivos e a remoção dos mesmos foram itens citados com

frequência pelos autores. (DIAS, 2009; FONTENELE; CARDOSO, 2011; SARDESAI

et al., 2011; SOUSA et al., 2011; MIGOTO; SOUZA; ROSSETTO, 2013; SCHEANS,

2015; MESZES et al., 2016; AREDES; SANTOS; FONSECA, 2017). Associada à

prematuridade e imaturidade das camadas da pele, a remoção do adesivo pode

desencadear lesão de pele facilmente, pois é capaz de retirar 70-90% da epiderme.

Em contrapartida, os adesivos são usados para fixar dispositivos de suporte à vida,

como manutenção de cateteres venoso e arteriais, fixação de tubos endotraqueais e

monitorizações, portanto, seu uso não pode ser eliminado, mas surge a necessidade

de cuidados específicos para a prevenção dessas injúrias. (DIAS, 2009; FARIA;

KAMADA, 2017).

O extravasamento de fluidos ou medicamentos endovenosos representou uma

preocupação entre a maioria dos autores pesquisados, tendo em vista que é possível

a infusão de medicamentos e soluções em acesso venoso periférico e, associado a

isso, há a fragilidade do neonato e a incapacidade de verbalizar o desconforto

ocasionado no início do extravasamento. Essa condição pode resultar em

Page 58: Sanah Pohlmam Issa

58

comprometimento parcial ou completo da pele e pode, também, ocasionar danos a

nervos, com o risco potencial de comprometimento estético e funcional. Infusões

endovenosas como soluções com cálcio, lipídios, nutrição parenteral e medicamentos

vasopressores são os principais responsáveis por lesões graves em caso de

extravasamento, portanto, sua administração necessita de maior vigilância pela

equipe de enfermagem. (FĐRAT; ERBATUR; AYTEKIN, 2012; MESZES et al., 2016).

O risco de lesão de pele agrava-se devido à escassez de tecido subcutâneo e

muscular e à sensibilidade da pele dos bebês; no entanto, da mesma forma que a

retirada de adesivos, o uso de antissépticos tópicos para preparo da pele para

procedimentos invasivos também pode ocasionar severas lesões de pele. A aplicação

de antissépticos, como o álcool a 70% e a clorexidina, pode causar lesões iatrogênicas

na pele dos bebês, observadas e descritas como queimaduras químicas ou lesões

cáusticas. (SARDESAI et al., 2010; SOUSA et al., 2011).

Ainda como lesão de dispositivo, foi citada inúmeras vezes o risco de lesão

nasal pelo uso de CPAP, em especial com o uso de pronga. Tendo em vista a

imaturidade pulmonar dos prematuros, esse dispositivo é indicado por ofertar o

suporte ventilatório adequado aos bebês pré-termo de forma não invasiva. Em

contrapartida, é um produto indicado justamente para bebês que são mais suscetíveis

à lesão de pele. (DIAS, 2009; BONFIM et al., 2014).

Bonfim et al. (2014) demonstram, nos resultados de sua pesquisa, que mais de

50% dos neonatos em uso de CPAP com pronga nasal desenvolvem lesão de septo

nasal, independentemente do estilo de pronga utilizada, o que não constituiu fator

determinante para as lesões. Porém, foi detectado que quanto menor a idade

gestacional e maior o tempo de uso do dispositivo, aumenta-se não só o risco de

desenvolver lesão, como também a severidade das mesmas. Sardesai et al. (2010)

também identificaram como fatores para lesão nasal em neonatos em uso de CPAP a

colocação incorreta do dispositivo, a avaliação e o controle inadequado da área

exposta, bem como o tamanho inadequado do dispositivo e/ou a fixação inadequada

do mesmo.

Entre as lesões por dispositivos, o CPAP e o sensor de oximetria foram os

dispositivos mais apontados, tanto para o risco de lesão por pressão como para

queimaduras ocasionadas pela luz do dispositivo. (MESZES et al., 2016).

A mobilidade também foi um dos fatores de risco identificados nessa pesquisa.

No entanto, a sedação contribui para tal fator de risco, pois a mobilidade prejudicada

Page 59: Sanah Pohlmam Issa

59

causada por esse tipo de drogas favorece o surgimento de lesão de pele em neonatos.

(MESZES et al., 2016).

Além da imobilidade, a inatividade, a umidade, o atrito, o cisalhamento,

deficiências nutricionais e oxigenação prejudicada são fatores identificados como de

risco para lesões por pressão. (MESZES et al., 2016). Ainda associada à fragilidade

da pele dos bebês, em especial à do prematuro, “dias de vida” e “peso” se tornam

fatores de risco para desenvolver lesões de pele. Pesquisas demonstram que a

maioria das lesões surge no primeiro dia de vida. Já quanto ao peso de nascimento,

foi identificado que os bebês com peso inferior a 1.000 g são os mais acometidos por

rupturas de pele. (DIAS, 2009; FARIA; KAMADA, 2017).

As dermatites de fralda são lesões de pele que acometem os neonatos

internados em UTIN e o principal fator é a exposição da pele à urina e fezes; com isso,

a ureia é convertida em amônia, tornando o pH dessa área mais alcalino. Outro fator

apontado é o uso de antibiótico sistêmico, pois esses medicamentos alteram a

consistência das fezes – logo, as trocas de fraldas necessitam ser mais frequentes e

o tempo de contato da pele com as eliminações pode aumentar. (FARIA; KAMADA,

2017).

6.2 BUSCA DE EVIDÊNCIAS DE VALIDADE

Para a busca de evidências de validade foi utilizada a Técnica Delphi.

(HAYNES, RICHARD; KUBANY, 1995). Os juízes para esta etapa foram selecionados

respeitando os critérios de inclusão e exclusão, buscando a experiência necessária

nesta temática: neonatologia e cuidados com a pele do neonato.

Após a identificação dos itens para compor a escala, os mesmos foram

enviados aos juízes para avaliarem cada item quanto à pertinência, relevância e

clareza. Um item foi excluído e outros melhorados. Na segunda rodada, observamos

melhora da pontuação nos itens apontados pelas enfermeiras assistenciais. Portanto,

tanto a Técnica Delphi quanto o olhar das enfermeiras assistenciais tornaram a

ferramenta mais específica e adequada para a avaliação do risco de lesão de pele em

neonatos internados em UTIN. A concordância dos peritos demonstra que a escala

tem boas chances de alcançar bons resultados de confiabilidade. (DEVELLIS, 2016).

O coeficiente alfa de Cronbach representa o grau de consistência interna da

escala, ou seja, a homogeneidade dos seus itens. Uma escala é internamente

Page 60: Sanah Pohlmam Issa

60

consistente quanto mais os seus itens forem correlacionados uns com os outros, o

que sugere que estão todos medindo a mesma coisa. (DEVELLIS, 2016).

Os valores de alfa de Cronbach alcançados neste estudo foram considerados

substanciais, mantendo um bom índice de confiabilidade quando comparado com os

valores de outras escalas. Para a Escala de Observação do Risco de Lesão da Pele

em Neonatos, a validação estatística considerou a consistência interna dos itens a

partir do coeficiente de Cronbach, sendo seu resultado de 0,865, levando em conta

um construto apropriado. (MARTINS; CURADO, 2017). Para a validação da tradução

da escala de Braden Q para o português do Brasil, também foi utilizado o coeficiente

alfa de Cronbach a fim de avaliar a consistência interna dos itens da escala em sua

versão final, que mostrou índice de 0,936, indicando consistência interna do

instrumento. (MAIA et al., 2011).

6.3 ESCALA ISSA COMPARADA COM OUTRAS ESCALAS EXISTENTES

A Escala Issa, quando comparada com a escala de Braden Q, mostra que os

itens semelhantes como mobilidade, nutrição, perfusão tecidual e umidade são os

principais fatores de risco para o desenvolvimento de lesões de pele.

A principal diferença entre a escala de Braden Q e a Escala Issa é o objetivo

do instrumento: a Escala Issa se propõe a avaliar o risco de lesões de pele em recém-

nascidos, incluindo todos os tipos de injúrias que podem ocorrem na pele do bebê

internado em UTIN, enquanto a escala de Braden Q possui o objetivo de avaliar

apenas o risco de desenvolver lesão por pressão em crianças. (MAIA et al., 2011).

Ressalta-se que, considerando a natureza dos fatores de risco identificados na

literatura, afirma-se a necessidade e a importância de avaliar o risco de lesão de pele

por outras causas, além da pressão. (FARIA; KAMADA, 2017).

A Escala Issa também pode ser comparada com a Escala de Condição da Pele

do Recém-Nascido (ECPRN), que é utilizada para avaliar a condição de pele do bebê.

(SCHARDOSIM et al., 2014). A Escala Issa também se diferencia da ECPRN pelo

objetivo, pois, enquanto a ECPRN auxilia os profissionais a avaliar a condição da pele

quanto ao estado em que se encontra, a Escala Issa mensura o risco que a mesma

possui em apresentar rupturas. Os dois instrumentos possuem um item em comum

que é a umidade da pele, a qual se torna um problema quando a mesma não se

Page 61: Sanah Pohlmam Issa

61

encontra em equilíbrio. Ainda, as duas escalas consideram tanto a umidade excessiva

quanto o ressecamento como problemas cutâneos.

A Escala Issa também tem semelhanças com a Escala de Observação do Risco

de Lesão da Pele em Neonatos (NSRAS). (MARTINS; CURADO, 2017). Os itens

avaliados semelhantes entre as duas escalas são: idade gestacional, umidade,

nutrição, mobilidade e atividade. Entretanto, a forma como são avaliados na escala

NSRAS é semelhante à escala de Braden Q, pois foi utilizada para embasar a

adaptação da escala em estudo. A diferença entre a escala NSRAS e a Escala Issa

consiste nos itens que ampliam a avaliação de risco de lesão de pele, além da lesão

por pressão, pois a Escala Issa abrange também lesões decorrentes de adesivos,

extravasamento de medicamentos e uso de dispositivos, além da lesão relacionada à

pressão.

6.4 PAPEL DA ENFERMAGEM PARA A PREVENÇÃO DE LESÕES DE PELE EM

NEONATOS

Identificar os riscos para o desenvolvimento de lesões de pele em recém-

nascidos internados em UTIN é umas das preocupações da enfermagem durante sua

assistência, e a utilização de instrumentos para mensuração desse risco facilita muito

essa avaliação. Dessa forma, é possível qualificar o cuidado durante a hospitalização

do neonato, podendo contribuir para reduzir o tempo de internação, o risco de infecção

e a redução das taxas de mortalidade. (FARIA; KAMADA, 2017).

A existência de instrumentos que norteiam o profissional quanto à avaliação da

pele do bebê oferta condições e habilidades para a aplicação dos cuidados

estipulados em protocolos de prevenção de lesão de pele a partir de escores obtidos.

(FARIA; KAMADA, 2017). Para tanto, a implantação de instrumentos com essa

finalidade deve ser realizada por possibilitar a padronização do cuidado entre todos

os profissionais no que tange a avaliação e tomada de decisão quanto aos cuidados

aplicados. (SANTOS; COSTA, 2014).

São de responsabilidade do profissional enfermeiro a avaliação e o tratamento

de injúrias na pele; portanto, é necessária a busca de conhecimento sobre lesões de

pele e produtos que possam ser utilizados para essa finalidade, considerando as

características da pele do neonato. (SANTOS; COSTA, 2014).

Page 62: Sanah Pohlmam Issa

62

Considerando a importância da integridade da pele para a sobrevida dos

neonatos internados em UTIN, destaca-se a necessidade de se ter uma equipe

treinada para a avaliação e valorização das alterações cutâneas, a fim de aplicar

medidas preventivas de ruptura da barreira cutânea. O olhar de cada profissional pode

ser diferente frente ao mesmo problema, no entanto, um instrumento que norteie a

avaliação durante o exame físico fará com que haja uma padronização dessa

avaliação, focado nos fatores de riscos para lesão de pele. (MARTINS; CURADO,

2017).

O exame físico e a avaliação da pele do recém-nascido devem ser realizados

constantemente, de forma diária ou a cada troca de plantão. Com isso, é possível

identificar precocemente alterações cutâneas e fatores relacionados à ruptura de pele,

possibilitando a realização das medidas preventivas adequadas. (SANTOS; COSTA,

2015).

Esta pesquisa resume os resultados de estudos relacionados aos riscos de

lesão de pele publicados na literatura. Porém, não se pode garantir que todos os

estudos tenham sido alcançados. Além disso, a validação pelos juízes é considerada

um método válido, mas subjetivo, e a avaliação da confiabilidade foi realizada a partir

de um estudo piloto. Assim, será importante associar os resultados desta pesquisa a

outro processo de validação, como análise fatorial, a fim de garantir que a escala meça

adequadamente o que pretende medir e seja capaz de produzir os efeitos desejados.

Dentre as contribuições dos resultados deste estudo para a área da

Enfermagem, destaca-se o ineditismo da Escala Issa no que se refere à ampliação da

avaliação de risco de lesão de pele para além da lesão por pressão, incluindo outros

tipos, como as lesões decorrentes de adesivos, do extravasamento de medicamentos

e do uso de dispositivos.

Page 63: Sanah Pohlmam Issa

63

7 CONCLUSÃO

Os recém-nascidos (RNs) internados em UTIN apresentam como fatores de

riscos para lesão de pele: uso de dispositivos médicos; uso de antisséptico tópico;

baixo peso; uso de adesivos na pele do neonato; uso de CPAP nasal; tempo

prolongado de permanência na UTIN; dias de vida; prematuridade; alterações

metabólicas; mobilidade; umidade; atrito e cisalhamento; terapia com antibióticos;

punção; aplicação de calor; banho e higiene; posicionamento; infecção; eliminações

fisiológicas; e uso de produtos químicos na pele do neonato.

Considerando os fatores de risco, foi elaborada e validada a Escala Issa,

produto gerado neste estudo. A escala é instrumento desenvolvido para avaliar o risco

de o neonato internado em UTIN desenvolver lesão de pele. É composta por doze

itens, que foram desenvolvidos a partir dos principais fatores de risco para os bebês

apresentarem lesão de pele. A pontuação varia de 1 a 3, sendo que 1 caracteriza o

risco mais baixo e 3 o risco mais alto. Portanto, quanto maior o escore final, maior o

risco de o neonato desenvolver lesão de pele.

A detecção precoce dos riscos de desenvolver lesões de pele e a aplicação de

medidas preventivas possibilitam o aumento da qualidade de vida dos neonatos

internados em UTIN, evitando injúrias cutâneas decorrentes da assistência prestada

nesse ambiente.

Destaca-se que a Escala Issa contribui para essa qualidade assistencial, pois

ela foi desenvolvida a partir dos principais fatores de risco para lesões de pele em

neonatos internados em UTIN, e o objetivo é a detecção precoce dos riscos existentes

para que as medidas de prevenção sejam instituídas ao bebê internado em UTIN.

O uso de instrumentos que avaliem o risco do RN desenvolver lesões de pele

favorece a padronização de cuidados de prevenção de lesão de pele e o uso de

produtos específicos à pele do neonato, além de ofertar aos profissionais de

enfermagem subsídios para a tomada de decisão frente ao escore obtido com o uso

do instrumento.

A partir do desenvolvimento dessa escala, sugere-se um estudo sobre a

interpretação dos escores obtidos com essa avaliação, a criação de um plano de

cuidados específicos à pele do RN com risco de lesões de pele e indicadores

assistenciais específicos para mensurar a qualidade da assistência após a

implementação da Escala Issa na prática diária das UTINs. Isso irá contribuir para

Page 64: Sanah Pohlmam Issa

64

qualificar a assistência de enfermagem, pois, além de identificar os riscos de lesões

de pele, também subsidia o planejamento e a implementação de cuidados

preventivos.

Page 65: Sanah Pohlmam Issa

65

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Page 69: Sanah Pohlmam Issa

69

APÊNDICE A - CARTA CONVITE PARA OS JUÍZES

Prezado(a) Sr(a)

Estamos desenvolvendo o projeto “Construção e validação de uma escala de

avaliação de riscos de lesão de pele em neonatos em Unidade de Terapia Intensiva

neonatal” e gostaríamos de contar com sua expertise no tema. Ele faz parte de um

projeto do Mestrado Profissional em Enfermagem da aluna Sanah Pohlmam Issa.

A meta desse projeto é construir e validar um instrumento de classificação de

risco de lesão de pele em neonatos. A avaliação de risco representará um instrumento

importante para a tomada de decisão e implementação, de maneira sistemática, de

indicadores assistenciais de enfermagem, bem como de procedimentos para a

prevenção de lesões.

O estudo está sendo desenvolvido em quatro fases: na primeira etapa foi

desenvolvida uma revisão de literatura sobre os fatores de risco de lesão de pele em

neonatos. Nesta fase, o objetivo é classificar, conforme o grau de relevância, os

fatores de risco identificados na etapa anterior. Para essa finalidade, solicitamos sua

colaboração.

Na terceira etapa será realizada a criação da escala para a avaliação de risco

de lesão de pele em neonatos internados em UTI neonatal, a partir dos fatores

identificados e classificados como relevantes nessa etapa.

Na última etapa da pesquisa será realizada a aplicação e validação da escala

por um comitê de experts, a qual também será submetida aos enfermeiros de

Unidades de Terapia Intensiva neonatal de um hospital de Porto Alegre.

Solicitamos que confirme a sua participação respondendo a esta mensagem.

Desde já, agradecemos por sua atenção.

Atenciosamente,

Mda. Sanah Pohlmam Issa

Prof.ª Dr.ª Sandra Maria Cesar Leal

Prof.ª Dr.ª Rafaela Schaefer

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APÊNDICE B - CARTA DE IDENTIFICAÇÃO

Porto Alegre,___de________de 20__.

Sr(a) (nome do juiz)

Estamos enviando a carta convite da pesquisa-projeto “Construção e validação

de uma escala de avaliação de riscos de lesão de pele em neonatos em Unidade de

Terapia Intensiva neonatal”, bem como o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido, em duas vias, o qual peço que assine uma via e uma permanecerá com

você.

Solicitamos que preencha esses dois documentos informando seus dados

pessoais para o e-mail [email protected]. O código abaixo será anotado no

instrumento e manteremos essas informações para o caso de haver dúvida em

relação ao seu preenchimento.

Nome: ______________________________________________________

Código (não preencher): ____________

DADOS RELACIONADOS AO TRABALHO

Instituição:

Função:

Tempo de trabalho nesta instituição:

Tempo de trabalho nesta função:

Outros vínculos:

DADOS RELACIONADOS À FORMAÇÃO

Tempo de formado:

Pós-graduação:

Especialização (mínimo 360 horas):

Outros cursos: Quais?

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71

APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O

COMITÊ DE JUÍZES

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título da pesquisa: Construção e validação de uma escala de avaliação de

riscos de lesão de pele em neonatos em Unidade de Terapia Intensiva neonatal.

Data da versão: 14 de julho de 2019.

Você está sendo convidado(a) a participar da pesquisa projeto “Construção e

validação de uma escala de avaliação de riscos de lesão de pele em neonatos em

Unidade de Terapia Intensiva neonatal”, sob responsabilidade da pesquisadora Sanah

Pohlmam Issa, mestranda do curso de Mestrado Profissional em Enfermagem da

Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, sob orientação da professora

Dr.ª Sandra Maria Cesar Leal e da professora Dr.ª Rafaela Schaefer. Por favor, leia

este documento com bastante atenção antes de assiná-lo. Peça orientação quantas

vezes for necessário para esclarecer todas as suas dúvidas. Você está sendo

convidado(a) a participar deste estudo, pois sua experiência é fundamental para o

resultado do produto final. Os resultados desta pesquisa serão disponibilizados para

publicação, sendo seus resultados favoráveis ou não, contudo, sua identidade não

será revelada nessas apresentações.

Procedimentos que serão realizados no estudo

O objetivo deste estudo é construir e validar uma escala de avaliação de riscos

de lesão de pele em neonatos em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Demais

pessoas como você participarão do estudo nesta fase. Se você concordar em

participar, sua atuação será classificar por níveis de relevância possíveis fatores de

risco de lesão de pele em neonatos através de um questionário on-line, para o qual

estamos solicitando sua participação. Isto tomará aproximadamente 10 minutos de

seu tempo. A estrutura resultante dessa fase será avaliada pela pesquisadora para

compor a escala de avaliação do risco de lesão de pele em neonatos internados em

UTI neonatal, chamada Escala Issa.

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72

Benefícios e riscos

Não há previsão de benefício imediato decorrente de sua participação neste

estudo. Entretanto, há previsão de que os resultados do estudo ajudem a criar um

instrumento para avaliar os riscos de lesão de pele para neonatos, que será importante

para a tomada de decisão e implementação de maneira sistemática de indicadores

assistenciais de enfermagem.

Não existe qualquer dano pessoal ou profissional que possa decorrer da sua

participação, sendo que os riscos são considerados mínimos pelo desconforto de

tomarmos seu tempo. Se isso ocorrer, você pode a qualquer momento se retirar da

pesquisa, sem nenhum prejuízo pessoal ou profissional.

Custos

Todos os custos envolvendo o desenvolvimento desta pesquisa serão cobertos

pela pesquisadora. Você não terá despesas pessoais em qualquer fase deste estudo

e também não há compensação financeira relacionada à sua participação.

Participação voluntária

Sua participação neste estudo é totalmente voluntária, ou seja, você somente

participa se quiser. Esclarecemos que sua participação no estudo é voluntária e,

portanto, caso decida não participar do estudo ou resolva, a qualquer momento,

desistir do mesmo, não haverá nenhum dano ou pena referente à instituição de

pesquisa.

Privacidade e confidencialidade

Todas as informações colhidas e/ou resultados serão analisados em caráter

estritamente científico, mantendo-se a confidencialidade (segredo) de sua identidade

a todo o momento, ou seja, em nenhum momento os dados que o identifique serão

divulgados. Seus dados serão utilizados somente para esta pesquisa e ficarão

armazenados por cinco anos nos arquivos de pesquisa do Mestrado Profissional em

Enfermagem da UNISINOS e, após, serão descartados por picotagem.

Page 73: Sanah Pohlmam Issa

73

Contatos

Em caso de dúvidas sobre a pesquisa e os direitos dos participantes envolvidos

ou sobre problemas decorrentes da pesquisa, faça contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa da Associação Hospitalar Moinhos de Vento – telefone: 3314-3690.

Assinaturas

Ao assinar abaixo, você confirma que leu e recebeu as afirmações contidas

neste termo de consentimento, que foram explicados os procedimentos do estudo,

que teve a oportunidade de fazer perguntas, que está satisfeito com as explicações

fornecidas e que decidiu participar voluntariamente deste estudo. Uma via será

entregue a você e outra será arquivada pelo investigador principal.

______________________________________

Enfermeira Sanah Pohlmam Issa Mestranda do PPG Enfermagem/UNISINOS

Considerando que li e fui informado(a) dos objetivos e da relevância do estudo

proposto, de como será minha participação, dos procedimentos e riscos decorrentes

deste estudo, declaro o meu consentimento voluntário em participar da pesquisa e

concordo que os dados obtidos na investigação sejam utilizados para fins científicos

(divulgação em eventos e publicações).

Estou ciente que receberei uma via deste documento.

Porto Alegre, ___ de ____________ de 20___

Assinatura da pesquisadora Assinatura do participante

Page 74: Sanah Pohlmam Issa

74

Caso necessite de mais informações sobre o presente estudo, favor, entrar em

contato com a pesquisadora Sanah Issa pelo telefone (51) 99735-0515 ou pelo e-mail

[email protected].

Page 75: Sanah Pohlmam Issa

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APÊNDICE D - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

GRUPO ENFERMEIRAS NEO

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título da pesquisa: Adaptação e validação de uma escala de avaliação de

riscos de lesão de pele em neonatos em Unidade de Terapia Intensiva neonatal.

Data da versão: 30 de abril de 2018.

Existe uma carência de instrumentos apropriados para a população neonatal

com a finalidade de avaliar os riscos desses pacientes em desenvolver lesões de pele.

As particularidades dos recém-nascidos limitam-se ao uso de escalas desenvolvidas

para o público adulto e pediátrico.

Você está sendo convidado(a) para participar da pesquisa intitulada

“Adaptação e validação de uma escala de avaliação de riscos de lesão de pele em

neonatos em Unidade de Terapia Intensiva neonatal”. O objetivo do estudo é adaptar

e validar um instrumento para a avaliação do risco de lesão de pele em neonatos em

Unidade de Terapia Intensiva neonatal.

Procedimentos que serão realizados no estudo

A finalidade deste trabalho é contribuir para a avaliação da pele do neonato, a

fim de identificar os riscos que o mesmo apresenta em desenvolver lesões de pele

através de uma escala específica.

A sua participação consistirá na aplicação diária da escala construída nesta

pesquisa em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva neonatal no

período de 7 dias. Solicitamos, também, a sua autorização para apresentar os

resultados deste estudo em eventos da área de saúde e publicá-los em revista

científica nacional e/ou internacional.

Benefícios e riscos

Page 76: Sanah Pohlmam Issa

76

O benefício deste estudo é a construção de uma nova escala que possibilite a

avaliação dos riscos de se desenvolver lesões de pele específicas para o perfil

atendido em sua unidade de trabalho.

Os riscos que essa pesquisa pode apresentar são o constrangimento ou o

desconforto da equipe envolvida quanto aos assuntos abordados ao longo do estudo.

Portanto, os riscos éticos da pesquisa são considerados mínimos, tendo em vista que

não expõem os neonatos internados na Unidade de Terapia Intensiva neonatal a

decisões tomadas a partir da escala adaptada antes da validação da mesma.

Custos

Todos os custos envolvendo o desenvolvimento desta pesquisa serão cobertos

pela pesquisadora.

Participação voluntária

Esclarecemos que sua participação no estudo é voluntária e, portanto, caso

decida não participar do estudo ou resolva, a qualquer momento, desistir do mesmo,

não haverá nenhum dano ou pena referente à instituição de pesquisa.

Privacidade e confidencialidade

Sua identidade não será divulgada e a publicação dos resultados deste estudo

não possibilitará a sua identificação. Os resultados serão utilizados apenas pela

pesquisadora.

Contatos

Em caso de dúvidas sobre a pesquisa e os direitos dos participantes envolvidos

ou sobre problemas decorrentes da pesquisa, faça contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa da Associação Hospitalar Moinhos de Vento – telefone: 3314-3690.

Assinaturas

Page 77: Sanah Pohlmam Issa

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Ao assinar abaixo, você confirma que leu e recebeu as afirmações contidas

neste termo de consentimento, que foram explicados os procedimentos do estudo,

que teve a oportunidade de fazer perguntas, que está satisfeito com as explicações

fornecidas e que decidiu participar voluntariamente deste estudo. Uma via será

entregue a você e outra será arquivada pelo investigador principal.

______________________________________

Sanah Pohlmam Issa

Considerando que li e fui informado(a) dos objetivos e da relevância do estudo

proposto, de como será minha participação, dos procedimentos e riscos decorrentes

deste estudo, declaro o meu consentimento voluntário em participar da pesquisa e

concordo que os dados obtidos na investigação sejam utilizados para fins científicos

(divulgação em eventos e publicações).

Estou ciente que receberei uma via deste documento.

Porto Alegre, ____de _________de 2019.

_____________________________________________

Assinatura do participante

Caso necessite de mais informações sobre o presente estudo, favor, entrar em contato com a pesquisadora Sanah Issa pelo telefone (51) 99735-0515 ou pelo e-mail [email protected].

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APÊNDICE E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PAIS OU

RESPONSÁVEIS PELOS NEONATOS

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título da pesquisa: Adaptação e validação de uma escala de avaliação de

riscos de lesão de pele em neonatos em Unidade de Terapia Intensiva neonatal.

Data da versão: 20 de novembro de 2018.

Solicito sua autorização para incluir seu(sua) filho(a) na pesquisa intitulada

“Adaptação e validação de uma escala de avaliação de riscos de lesão de pele em

neonatos em Unidade de Terapia Intensiva neonatal”. O objetivo do estudo é adaptar

e validar um instrumento para a avaliação do risco de lesão de pele em neonatos em

Unidade de Terapia Intensiva neonatal. O estudo se justifica pela necessidade de criar

um instrumento específico para avaliar os riscos de recém-nascidos desenvolver lesão

de pele, considerando as particularidades que caracterizam os mesmos.

Procedimentos que serão realizados no estudo

A finalidade deste trabalho é contribuir para a avaliação da pele do neonato, a

fim de identificar os riscos que o mesmo apresenta em desenvolver lesões de pele

através de uma escala específica.

A aplicação da escala ocorrerá durante a internação na Unidade de Terapia

Intensiva neonatal, no período de 7 dias, pela enfermeira assistencial da unidade

durante o exame físico diário (de rotina). A aplicabilidade está relacionada apenas aos

registros do exame físico e não será realizado procedimento adicional.

Benefícios e riscos

O benefício deste estudo é a construção de uma nova escala que possibilite a

avaliação dos riscos de se desenvolver lesões de pele específicas para o perfil

atendido em sua unidade de trabalho.

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Os riscos aos neonatos serão mínimos e relacionados com a possibilidade de

a enfermeira demorar um pouco mais para fazer a avaliação com a nova escala.

Ressalta-se que o exame físico é um procedimento realizado de rotina pela enfermeira

uma vez ao dia. Além disso, a avaliação da nova escala está relacionada apenas com

a aplicabilidade do instrumento e não implica na adoção de intervenção envolvendo o

neonato.

Custos

Todos os custos envolvendo o desenvolvimento desta pesquisa serão cobertos

pela pesquisadora.

Participação voluntária

Esclarecemos que sua participação no estudo é voluntária e, portanto, caso

decida não participar do estudo ou resolva, a qualquer momento, desistir do mesmo,

não haverá nenhum dano ou pena referente à instituição de pesquisa.

Privacidade e confidencialidade

A identidade do neonato não será divulgada e a publicação dos resultados

deste estudo não possibilitará a sua identificação. Os resultados serão utilizados

apenas pela pesquisadora.

Contatos

Em caso de dúvidas sobre a pesquisa e os direitos dos participantes envolvidos

ou sobre problemas decorrentes da pesquisa, faça contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa da Associação Hospitalar Moinhos de Vento – telefone: 3314-3690.

Assinaturas

Ao assinar abaixo, você confirma que leu e recebeu as afirmações contidas

neste termo de consentimento, que foram explicados os procedimentos do estudo,

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que teve a oportunidade de fazer perguntas, que está satisfeito com as explicações

fornecidas e que decidiu participar voluntariamente deste estudo. Uma via será

entregue a você e outra será arquivada pelo investigador principal.

________________________________ Enfermeira Sanah Pohlmam Issa

Mestranda do PPG Enfermagem/UNISINOS

Considerando que li e fui informado(a) dos objetivos e da relevância do estudo

proposto, de como será minha participação, dos procedimentos e riscos decorrentes

deste estudo, declaro o meu consentimento voluntário em participar da pesquisa e

concordo que os dados obtidos na investigação sejam utilizados para fins científicos

(divulgação em eventos e publicações).

Estou ciente que receberei uma via deste documento.

Porto Alegre, ____de _________de 2019.

_____________________________________________

Assinatura dos pais ou responsável legal

Caso necessite de mais informações sobre o presente estudo, favor, entrar em contato com a pesquisadora Sanah Issa pelo telefone (51) 99735-0515 ou pelo e-mail [email protected].

APÊNDICE F – FORMULÁRIO ENCAMINHADO AO JUÍZES: TÉCNICA DEPLHI

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Idade gestacional Corrigida

(<28 semanas; 28 a 33 semanas; acima de 34 semanas)

Quão pertinente considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada pertinente

( ) pouco pertinente

( ) pertinente

( ) muito pertinente

Quão relevante considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada relevante

( ) pouco relevante

( ) relevante

( ) muito relevante

Quão claro considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada claro

( ) pouco claro

( ) claro

( ) muito claro

Sugestões e comentários:

_____________________________________________________________________________

Idade Cronológica

(0 até 7 dias; 8 a 14 dias; acima de 14 dias)

Quão pertinente considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada pertinente

( ) pouco pertinente

( ) pertinente

( ) muito pertinente

Quão relevante considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada relevante

( ) pouco relevante

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82

( ) relevante

( ) muito relevante

Quão claro considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada claro

( ) pouco claro

( ) claro

( ) muito claro

Sugestões e comentários:

_____________________________________________________________________________

Mobilidade

(restrito ao leito; vai ao colo 1x ao turno; vai ao colo sem restrição).

Quão pertinente considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada pertinente

( ) pouco pertinente

( ) pertinente

( ) muito pertinente

Quão relevante considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada relevante

( ) pouco relevante

( ) relevante

( ) muito relevante

Quão claro considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada claro

( ) pouco claro

( ) claro

( ) muito claro

Sugestões e comentários:

_____________________________________________________________________________

Reposicionamento do neonato realizado 1x ao turno

(não realizado; realizado 1x ao turno; realizado 2x ao turno ou mais).

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83

Quão pertinente considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada pertinente

( ) pouco pertinente

( ) pertinente

( ) muito pertinente

Quão relevante considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada relevante

( ) pouco relevante

( ) relevante

( ) muito relevante

Quão claro considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada claro

( ) pouco claro

( ) claro

( ) muito claro

Sugestões e comentários:

_____________________________________________________________________________

Umidificação de incubadora

(umidificação acima de 60%; umidificação menor que 60%; não utiliza).

Quão pertinente considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada pertinente

( ) pouco pertinente

( ) pertinente

( ) muito pertinente

Quão relevante considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada relevante

( ) pouco relevante

( ) relevante

( ) muito relevante

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84

Quão claro considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada claro

( ) pouco claro

( ) claro

( ) muito claro

Sugestões e comentários:

_____________________________________________________________________________

Umidade da pele

(áreas com umidade excessiva; umidade prejudicada: áreas de ressecamento; umidade adequada).

Quão pertinente considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada pertinente

( ) pouco pertinente

( ) pertinente

( ) muito pertinente

Quão relevante considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada relevante

( ) pouco relevante

( ) relevante

( ) muito relevante

Quão claro considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada claro

( ) pouco claro

( ) claro

( ) muito claro

Sugestões e comentários:

_____________________________________________________________________________

CPAP nasal

(Pronga nasal; máscara facial; não utiliza).

Quão pertinente considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

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85

( ) nada pertinente

( ) pouco pertinente

( ) pertinente

( ) muito pertinente

Quão relevante considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada relevante

( ) pouco relevante

( ) relevante

( ) muito relevante

Quão claro considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada claro

( ) pouco claro

( ) claro

( ) muito claro

Sugestões e comentários:

_____________________________________________________________________________

Adesivo na pele

(sem barreira intermediária; com barreira intermediária; não utiliza adesivo).

Quão pertinente considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada pertinente

( ) pouco pertinente

( ) pertinente

( ) muito pertinente

Quão relevante considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada relevante

( ) pouco relevante

( ) relevante

( ) muito relevante

Quão claro considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada claro

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86

( ) pouco claro

( ) claro

( ) muito claro

Sugestões e comentários:

_____________________________________________________________________________

Monitorizações contínuas (exemplo: sensor de oxímetria, sensor de temperatura, sensores

cerebrais e renais, eletrodos cerebrais, eletrodos cardíacos).

(2 monitorizações ou mais; 1 monitorização; sem monitorização).

Quão pertinente considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada pertinente

( ) pouco pertinente

( ) pertinente

( ) muito pertinente

Quão relevante considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada relevante

( ) pouco relevante

( ) relevante

( ) muito relevante

Quão claro considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada claro

( ) pouco claro

( ) claro

( ) muito claro

Sugestões e comentários:

_____________________________________________________________________________

Nutrição

(NPO sem nutrição parenteral; dieta enteral com aceitação regular (vômitos e/ou aceitação parcial

do volume); nutrição parenteral ou aceitação adequada de dieta enteral).

Quão pertinente considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada pertinente

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( ) pouco pertinente

( ) pertinente

( ) muito pertinente

Quão relevante considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada relevante

( ) pouco relevante

( ) relevante

( ) muito relevante

Quão claro considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada claro

( ) pouco claro

( ) claro

( ) muito claro

Sugestões e comentários:

_____________________________________________________________________________

Perfusão tecidual/oxigenação de tecidos

(perfusão periférica prejudicada e/ou quedas de saturação prolongadas <85%; perfusão periférica

prejudicada e/ou quedas de saturação rápidas <85%, perfusão periférica adequada e sem quedas de

saturação).

Quão pertinente considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada pertinente

( ) pouco pertinente

( ) pertinente

( ) muito pertinente

Quão relevante considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada relevante

( ) pouco relevante

( ) relevante

( ) muito relevante

Quão claro considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada claro

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88

( ) pouco claro

( ) claro

( ) muito claro

Sugestões e comentários:

_____________________________________________________________________________

Terapia Endovenosa

(Infusão contínua de NPT, drogas vasopressoras e/ou eletrólitos em acesso venoso periférico;

Administração intermitente de medicamentos em acesso venoso periférico; infusão de

soluções/medicamentos em cateter venoso central ou sem terapia endovenosa).

Quão pertinente considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada pertinente

( ) pouco pertinente

( ) pertinente

( ) muito pertinente

Quão relevante considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada relevante

( ) pouco relevante

( ) relevante

( ) muito relevante

Quão claro considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada claro

( ) pouco claro

( ) claro

( ) muito claro

Sugestões e comentários:

_____________________________________________________________________________

Eliminações fisiológicas (área de fraldas e/ou área peri-estoma)

(exposição frequente da pele às eliminações fisiológicas (alterações da consistência ou frequência

das eliminações por uso de medicamentos exemplo: antibióticos, diuréticos...); exposição frequente

da pele às eliminações fisiológicas (eliminações de aspecto normal), exposição rara da pele às

eliminações fisiológicas.

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Quão pertinente considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada pertinente

( ) pouco pertinente

( ) pertinente

( ) muito pertinente

Quão relevante considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada relevante

( ) pouco relevante

( ) relevante

( ) muito relevante

Quão claro considera esse item para avaliar risco de lesão de pele?

( ) nada claro

( ) pouco claro

( ) claro

( ) muito claro

Sugestões e comentários:

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