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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE PLANO DE ATENÇÃO AO PACIENTE CRÍTICO NO DISTRITO FEDERAL Brasília, Junho de 2010

PLANO DE ATENÇÃO AO PACIENTE CRÍTICO NO DISTRITO … · Fonte: DICOAS/SUPRAC SES DF e Gerência de Assistência Intensiva/SES DF, em abril de 2010. Gráfico 1 – Relação percentual

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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE

PLANO DE ATENÇÃO AO PACIENTE CRÍTICO NO DISTRITO FEDERAL

Brasília, Junho de 2010

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Secretário de Estado de Saúde JOAQUIM CARLOS DA SILVA BARROS NETO Secretária-Adjunta de Saúde ALBA MIRINDINBA BOMFIM PALMEIRA

Subsecretaria de Programação Regulação Avaliação e Controle DÉA MARA DE CARVALHO Subsecretaria de Assistência à Saúde JOSÉ CARLOS QUINÁGLIA Subsecretaria de Vigilância à Saúde ALLAN KARDEC REZENDE NÁPOLI Unidade de Administração Geral JOSÉ ELENILSON DE SÁ CÉSAR Subsecretaria do Fator Humano em Saúde MARIA ADÉLIA SOBRAL Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde JOSÉ RUBENS IGLESIAS

Elaboração:

ALEXANDRE PEIXOTO SERAFIM – Coordenador de Terapia Intensiva Pediátrica/ GEAI/DIASE /SAS/ SES DF CARLOS HENRIQUE R. DA ROCHA - Coordenação de Neonatologia/DIASE/SAS/SES DF CRISTINA LÚCIA ROCHA CUBAS ROLIM – Gerência de Assistência Intensiva/DIASE/SAS/DF JOELMA NEIVA SILVA - Coordenação de Neonatologia/DIASE/SAS/SES DF MARCONDES SIQUEIRA CARNEIRO- Gerência de Assistência Intensiva/DIASE/SAS/DF MARIA MARTA BRAÚNA - Coordenadora de Terapia Intensiva do Adulto/GEAI//DIASE/SAS/ SES/DF RODRIGO FERREIRA DA SILVA - Núcleo de Terapia Intensiva/GENF/SAS/ SES DF Colaboração:

Gerência de Desenvolvimento de Políticas de Saúde/DIPPS/SUPRAC/SES DF Equipe Técnica

ÁLVARO CÉSAR DE ALENCAR – DIPPS /SUPRAC ANNA KARINA VIEIRA – DIPPS/SUPRAC INARA BESSA DE MENESES - DIPPS/SUPRAC MARIA LETÍCIA MENDES - DIPPS/SUPRAC NILVÂNIA SOARES - DIPPS/SUPRAC RODRIGO RODRIGUES MIRANDA - DIPPS/SUPRAC

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Sumário

Apresentação ....................................................................................................... 3

Diagnóstico Situacional da Terapia Intensiva no SUS DF ........................ 4

Perfil Assistencial das Unidades de Terapia Intensiva no DF ................. 7

Caracterização das UTIs no DF ...................................................................... 9

Principais Recursos Tecnológicos utilizados nas UTIS do DF ................ 10

Atribuições da Equipe Multidisciplinar ......................................................... 11

Principais Condutas nos Ambientes de UTI ................................................ 12

Rede de Referência em Cuidados Críticos no SUS DF ............................. 13

Parâmetros Assistenciais em Terapia Intensiva no DF ........................... 15

Principais Ações Realizadas na Rede Pública da SES DF para Qualificar

o Atendimento em UTIs – Ano Base 2009/2010. ...................................... 20

Impacto das Ações Realizadas na SES DF – Unidades de Terapia

Intensiva ............................................................................................................. 22

A Humanização em Cuidados Críticos ........................................................... 24

Interfaces da Política de Atenção aos Cuidados Críticos no Distrito

Federal ................................................................................................................ 26

Internação Domiciliar/Modalidade Intensiva ............................................ 26

Regulação dos Leitos de UTI ......................................................................... 27

Principais especialidades que demandam leitos de UTI na SES DF ...... 29

Ações Estratégicas ........................................................................................... 30

Outros Enfoques Tranversais – Humanização da Atenção aos Cuidados

Críticos ................................................................................................................ 40

Resultados Esperados ...................................................................................... 41

Cronograma Físico ............................................................................................. 42

Considerações Finais ........................................................................................ 43

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Apresentação

A Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal, dentro de sua política de incentivo ao desenvolvimento da atenção especializada oferecida à população do DF e entorno, tem desenvolvido esforços no sentido de reestruturar toda a linha de cuidados críticos/intensivos, de forma a qualificar a atual assistência prestada pela rede do SUS DF tentando superar, assim, as dificuldades e os desafios existentes.

Do ponto de vista estratégico, trata-se de implementar ações estruturantes que contribuem para o fortalecimento da ação pública numa área de grande relevância social, onde convergem proporções e dimensões (sociais, políticas, financeiras, organizacionais e de gestão) que repercutem diretamente no dia a dia das pessoas, inclusive com maciço controle social e de mídia.

A situação enfrentada pela rede pública do DF, com relação aos cuidados intensivos, além de complexa, traz desafios inadiáveis para a construção de políticas de saúde eficazes. Ampliar o potencial de resolução das unidades de tratamento intensivo da rede SUS DF tem demandado grandes esforços por parte dos profissionais, coordenadores das áreas, técnicos de planejamento e gestores de saúde da SES DF.

Apresentar propostas estruturantes na área de terapia intensiva pode ser fator contributivo para o aperfeiçoamento do SUS, apontando-se para elementos subsidiadores de tomadas de decisões capazes de modificar a realidade atual no DF, vislumbrando-se uma visão de futuro de curto, médio e longo prazo.

Neste sentido, este Plano de Ação contribui para sistematizar as propostas apresentadas pelos coordenadores da SES DF nos diversos componentes (adulto, pediatria e neonatologia), de forma a se buscar ganhos qualitativos para essa área tão peculiar no SUS, destacada não apenas pelo seu alto grau de tecnologia e complexidade, mas, sobretudo pelas relações humanizadoras que envolvem esta linha de cuidado.

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O quantitativo de leitos públicos (próprios e conveniados SUS) apresenta uma variação diária, visto que problemas locais como falha de equipamentos, vazamentos na estrutura física e falta de pessoal podem determinar o bloqueio temporário de leitos. O Objetivo dos projetos é adequar, sempre que possível, o quantitativo de 10 leitos ou múltiplos, pois essa conformação da Unidade Intensiva é mais efetiva e menos dispendiosa.

Considerando a linha de cuidado do paciente grave, fazem-se necessários tanto leitos de Terapia Intensiva, quanto leitos de Cuidados Intermediários, esses últimos, atualmente, só funcionam para a faixa etária neonatal. Além disso, sempre que possível, os pacientes cronicamente dependentes de tecnologia devem ser reintegrados na sociedade, ou pelo menos em sua casa, tendo em vista fatores econômicos e, principalmente, a melhora na qualidade de vida, por meio de atendimento domiciliar.

Diagnóstico Situacional da Terapia Intensiva no SUS DF A atenção ao paciente crítico ou potencialmente crítico no

Distrito Federal exige a conformação de uma rede assistencial organizada, hierarquizada e imbuída de aspectos qualificadores da atenção, em plena consonância com as políticas públicas do setor saúde. Atualmente, essa área no Distrito Federal é composta por estruturas vinculadas às unidades hospitalares, constituídas pelos aspectos normativos da Portaria GM/MS 3.432, de 12/08/1998, que estabelece critérios de classificação para as unidades de tratamento intensivo-UTI.

Desde fevereiro de 2010, houve a normatização de novos parâmetros para o funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva – RDC 7 Anvisa. Isso exigirá a adequação tanto relativa a números de servidores, principalmente fisioterapeutas e enfermeiros, quanto a processos de trabalho e monitoramento de dados epidemiológicos.

Quanto às características, as Unidades de Terapia Intensiva atendem a grupos etários específicos (neonatal, pediátrico e adulto) ou atendem uma demanda determinada (especializada):

• Neonatal – atendem pacientes de 0 a 28 dias;

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• Pediátrico – atendem pacientes de 28 dias a 14 ou 18 anos de acordo com as rotinas hospitalares internas;

• Adulto – atendem pacientes maiores de 14 ou 18 anos de acordo com as rotinas hospitalares internas;

• Especializada – voltadas para pacientes atendidos por determinada especialidade ou pertencentes a grupo específico de doenças.

Embora esta portaria encontre-se vigente, no momento esta área torna-se alvo de debates nacionais, inclusive com consultas públicas disponibilizadas pelo próprio Ministério da Saúde e ANVISA, com ampla participação de setores envolvidos (AMIB, profissionais do SUS, gestores, representantes de usuários, etc).

Hoje, a proposta para a Política Nacional de Atenção ao Paciente Crítico em estudo pelo Ministério da Saúde (sob consulta pública) que dispõe sobre a organização e estruturação da atenção ao paciente crítico, faz referência somente a três tipos de Unidades de Terapia Intensiva: Adulto, Pediátrica e Neonatal. Importante ressaltar que o credenciamento de UTIs pelo Ministério da Saúde só é feito nestas modalidades.

A abordagem ao paciente crítico exige uma perfeita integração entre os diversos elementos constituintes da rede assistencial de saúde, sendo necessário considerar a complexidade desse contexto e seu conjunto de variáveis que interferem no dia a dia desta especialidade.

Além das unidades próprias (SES/DF) a rede pública do Distrito Federal conta com unidades conveniadas e contratadas de forma a se ampliar o acesso nas unidades de terapia intensiva no SUS DF.

As tabelas abaixo demonstram a atual capacidade instalada desta rede bem como suas devidas particularidades. Os dados apresentados se referem ao mapeamento realizado no mês de abril de 2010, uma vez que esses quantitativos são extremamente dinâmicos e variam proporcionalmente às necessidades identificadas para o provimento de acesso para a população do DF e entorno.

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Tabela 01 - Leitos de UTI segundo o tipo e natureza dos Leitos (SES DF, conveniado SUS, e contratado SUS)

Tipo Unidade Leitos UTI adulto

Leitos UTI neonatologia

Leitos UTI

pediátrico Subtotais Total %

Rede Própria Estatal

HBDF 24 3 9 36

208 64%

HRAS 6 20 16 42 HRT 6 6 10 22

HRSAM 6 0 0 6 HRS 8 0 0 8 HRG 10 0 0 10 HRC 6 8 0 14 HRAN 10 0 0 10 HRSM 29 10 11 50 HRPa 10 0 0 10 HRP 0 0 0 0

Subtotal 115 47 46 208

Rede Conveniada

HUB 6 4 0 10

51 16% HFA 9 2 0 11

ICDF 20 8 2 30

Subtotal 35 14 2 51

Rede Contratada

Rede Privada Complementar

52 4 8 64 64 20%

Total Geral 202 65 56 323 323 100% Fonte: DICOAS/SUPRAC SES DF e Gerência de Assistência Intensiva/SES DF, em abril de 2010.

Gráfico 1 – Relação percentual entre Rede SES DF, Conveniada e Contratada em Leitos de UTI Adulto, Neo e Pediatria.

Fonte: DICOAS/SUPRAC SES DF e Gerência de Assistência Intensiva/SES DF, em março de 2010.

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Tabela 02 - Leitos de UCIN segundo o tipo e natureza do Leitos (SES DF, conveniado SUS, e contratado SUS)

Tipo Unidade Leitos UCIN Total %

Rede Própria Estatal

HBDF 0

174 98%

HRAS 30

HRT 18

HRSAM 0

HRS 12

HRG 28

HRC 26

HRAN 15

HRSM 15

HRPa 15

HRP 15

Subtotal 174

Rede Conveniada

HUB 4

4 2% HFA 0

ICDF 0

Subtotal 4

Rede Contratada

Rede Privada Complementar

0 0 0%

Total Geral 178 178 100% Fonte: DICOAS/SUPRAC SES DF e Gerência de Assistência Intensiva/SES DF, em março de 2010. Perfil Assistencial das Unidades de Terapia Intensiva no DF

A Portaria nº 3.432, de 12 de agosto de 1998, que classificava as Unidades de Tratamento Intensivo, além de UTI adulto, pediátrico e neonatal fazia menção a um quarto tipo de UTI: a especializada – “voltada para pacientes atendidos por determinada especialidade ou pertencentes a grupo específico de doenças”. Apesar de existir proposta para alteração desta classificação, há serviços que ainda adotam uma divisão para cuidados intensivos em áreas específicas, mais comuns para as especialidades cardiologia, traumatologia e neurocirurgia.

Atualmente os critérios do Ministério para o credenciamento de serviços de alta complexidade nestas áreas não fazem referência a UTIs específicas para tais especialidades. A Portaria SAS nº 210 de 06/2004, que dispõe sobre a política de atenção de alta complexidade cardiovascular, por exemplo, define entre outros recursos terapêuticos/tecnológicos que todas as unidades de cirurgia cardíaca

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tenham à disposição uma Unidade de Terapia Intensiva tipo II ou III de forma inespecífica.

De acordo com essa classificação, as UTI tipo II e III devem dispor de equipe especializada, tanto para o atendimento a casos de insuficiência coronariana, pós-operatórios de cirurgias cardíacas ou neurológicas, como a pacientes que sofreram traumatismo, que também necessitem de cuidados intensivos especializados. Estas unidades devem estar localizadas, preferencialmente em hospitais terciários, cujos recursos tecnológicos sejam de alta complexidade.

Segundo dados assistenciais de internação em leitos de UTI, fornecidos pela coordenação de UTI da SES DF, as principais causas de internação em UTI, excetuando-se as causas externas são:

• Infecções - São as causas mais importantes de internações em Unidades Intensivas. Em geral respiratórias ou urinárias, que recebem antibioticoterapia de última geração e de amplo espectro de ação contra bactérias. Os riscos das infecções ocorrem quando há disseminação hematogênica (através do sangue) e ocorre generalização do processo infeccioso designada tecnicamente como septicemia. Outro motivo de preocupação crescente é a infecção desenvolvida no ambiente hospitalar, passível de ser evitada com a implementação de boas práticas clínicas.

• Procedimentos Cirúrgicos: pós operatórios de cirurgia com risco de potencial de complicação.

• Patologias do adulto: insuficiência respiratória; insuficiência cardíaca; doenças neuromusculares; síndromes aspirativas; acidente vascular cerebral, insuficiência Renal – emergência dialítica.

A tabela abaixo, apresenta de forma resumida as principais causas de internação em UTI no ano de 2008:

Tabela 4- Grupo de patologia, segundo o CID X, que demandaram diárias de UTI na SES DF no ano de 2008.

Diag CID10 (capit) Diárias de UTI % % Acum.

XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 11.911 21,84 21,84 X. Doenças do aparelho respiratório 11.592 21,26 43,10 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 8.420 15,44 58,54 IX. Doenças do aparelho circulatório 8.300 15,22 73,76 XI. Doenças do aparelho digestivo 3.389 6,21 79,97 XIX. Lesões enven e alg out conseq causas externas 2.382 4,37 84,34 XIV. Doenças do aparelho geniturinário 1.682 3,08 87,42 II. Neoplasias (tumores) 1.590 2,92 90,34 XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas 1.353 2,48 92,82

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XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 1.170 2,15 94,96 VI. Doenças do sistema nervoso 952 1,75 96,71 IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 662 1,21 97,92 XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 574 1,05 98,98 III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár 276 0,51 99,48 XV. Gravidez parto e puerpério 121 0,22 99,70 XXI. Contatos com serviços de saúde 89 0,16 99,87 XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 71 0,13 100,00

Total 54.535 100,00 100,00

Fonte: SIH 2008 - Datasus/Ministério da Saúde, consulta realizada em agosto de 2009.

Caracterização das UTIs no DF

• UTI adulto/pediátrico As ações realizadas dentro do ambiente de UTI têm o objetivo

de atuar diretamente nos mecanismos que levam um paciente a óbito. Os cuidados intensivos ali realizados se direcionam a retirar o paciente de um estado crítico de saúde com perigo iminente de morte, colocando-o em uma condição que possibilite a continuidade do tratamento da doença que o levou a tal estado (doença de base). O ambiente de cuidados intensivos deve estar devidamente equipado para prestar a assistência integral ao paciente, que deve ser monitorado de forma permanente. Para tanto é necessário que a unidade disponha de recursos tecnológicos necessários ao atendimento das exigências definidas nas normas existentes.

• UTI Neonatal

A unidade de terapia intensiva neonatal - UTI Neonatal- concentra os principais recursos, humanos e materiais, necessários para dar suporte ininterrupto às funções vitais dos recém-nascidos debilitados. Nela há equipes especializadas de médicos, enfermeiros, além de outros profissionais de saúde e pessoal de apoio, contando com a retaguarda de exames complementares, laboratoriais e radiológicos, tudo funcionando 24 horas por dia.

A Organização Mundial de Saúde define como Recém nascido de baixo peso aquele que apresenta peso, ao nascer, igual ou inferior a 2.500g e como prematuro toda criança nascida antes de 37 semanas. Sendo assim, o ambiente ideal para o atendimento desse grupo de pacientes exige equipamentos como incubadoras, respiradores, monitores cardíacos e de oxigenação, entre outros, conforme o definido na portaria GM/MS 3.432,/1998.

Em maio de 2009 foi proposta, pela Diretoria de Assistência Especializada da SES/DF, a readequação da nomenclatura e do fluxo dos pacientes visando melhor utilização dos leitos de UTIs neonatais,

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além de reforçar a criação de redes de atenção ao paciente criticamente enfermo. Com relação à nomenclatura foram estabelecidas as seguintes denominações:

Caracterização dos Leitos UTIN: Unidade de Terapia Intensiva Neonatal UCINi: Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal – interno UCINe: Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal – externo UCINc:Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal – canguru ALCON: Alojamento Conjunto Quanto ao fluxo de Registro de Dados: Ao enfermeiro caberá: - Admissão do paciente no sistema, que deverá conter:

• nome do paciente, • data e hora do nascimento, • peso • CID principal.

- Movimentação do paciente no sistema • determinar o leito que o paciente deverá ocupar; • Efetuar alta hospitalar ao paciente, após alta médica.

- Gerenciamento de Leito • informar qualquer motivo de impedimento de

funcionamento do leito; • informar a liberação do leito.

Ao médico caberá:

• fazer a história clínica do prontuário eletrônico, contendo a prescrição médica, os CIDs e resumo clínico.

• Efetuar alta médica no prontuário eletrônico.

Principais Recursos Tecnológicos utilizados nas UTIS do DF

• Oxímetro de Pulso: Equipamento que possui sensor óptico luminoso, quando adaptado no dedo do paciente, mede indiretamente a oxigenação dos tecidos de forma contínua.

• Monitor de pressão arterial : monitora a freqüência cardíaca e mede, de forma intermitente, a pressão arterial. Tal monitor pode ser classificado como:

-Não-invasivo

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-Invasivo (por punção arterial em geral a radial)

• Monitor Cardíaco- Efetua o controle do débito cardíaco • Sonda Naso-enteral - quando ocorre dificuldade da ingestão

dos alimentos, é introduzida na narina até o duodeno. É utilizada para introdução de dietas especiais dando aporte necessário de calorias, proteínas e eletrólitos.

• Sonda Vesical – permite o controle rígido da diurese • Máscara e cateter de oxigênio - permite oxigenação ao

paciente. Em geral são dispositivos passageiros e retirados após melhora dos quadros dispnéicos;

• Cateter Central - introduzido na região infraclavicular, permite acesso venoso rápido e eficaz. Sua permanência pode variar de semana a meses.

• Tubo orotraqueal - Trata-se de tubo plástico, maleável, de diâmetro aproximado de 0.5 a 1.0 cm e é introduzido na traquéia sob anestesia e sedação. Permite a conexão do ventilador mecânico. Há protocolos específicos para sua permanência no paciente

• Ventilador Mecânico - Aparelho microprocessado valvular que permite a entrada e saída do ar dos pulmões, oxigenando-os e mantendo estabilidade e segurança do sistema respiratório.

Atribuições da Equipe Multidisciplinar

• Médico intensivista: designação técnica do médico especializado e dedicado exclusivamente ao atendimento do paciente internado nas Unidades Intensivas e Emergenciais. Possui conhecimento clínico e cirúrgico amplo, capaz de diagnosticar, medicar e realizar procedimentos complexos emergenciais. A especialidade é definida como Medicina Intensiva, reconhecida mundialmente com certificações específicas. Cabe a este profissional evoluir e medicar diariamente os pacientes internados nos aspectos nutricionais, cardiológicos, pulmonares, neurológicos entre outros. Responde integralmente na condução e responsabilidade da Unidade como todo.

• Enfermeiro Intensivista: Enfermeiro com formação para o atendimento de pacientes de alta complexidade com grande dependência no leito. É responsável pelo planejamento, organização, coordenação, e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem. Além de executar os cuidados de maior complexidade, supervisiona a ação do grupo de técnicos e auxiliares de enfermagem, como a

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higienização, controle das medicações e prescrições, tendo papel assistencial fundamental.

• Fisioterapeuta Intensivista: a fisioterapia no paciente crítico é fundamental para manutenção e prevenção de vários aspectos da fisiologia em virtude da dependência total ou parcial dos pacientes. Há redução do trofismo muscular, emagrecimento, retração de tendões e vícios posturais que podem provocar contrações permanentes e no dorso as chamadas úlceras de pressão. A assistência ventilatória é outra necessidade fundamental realizada através do fisioterapeuta, que efetua higienização brônquica diária através de técnicas específicas e controle do ventilador mecânico juntamente com o médico.

• Nutrólogo e Nutricionista: o nutrólogo, médico especializado no diagnóstico e prescrição nutricional, efetua diariamente avaliações e mantém o aporte calórico, protéico, glicêmico e vitamínico equilibrado e essencial para manutenção do funcionamento e atividades vitais do organismo. O nutricionista, incorporado na equipe multiprofissional, efetua diagnósticos e evoluções dietéticas específicas, coordenando, organizando e acompanhando as prescrições nutricionais.

• Psicólogo intensivista: todos aspectos emocionais, seja do paciente, da família ou da equipe, são constantemente avaliados e observados através da psicologia intensiva. Com presença fundamental nos períodos das visitas familiares, objetiva estabelecer além da humanização a aproximação e apoio terapêutico necessário.

• Assistente social: atua no apoio a família e paciente em situações externas ou internas que possam impor dificuldades não relacionadas ao andamento terapêutico direto, seja no âmbito familiar, do trabalho ou pessoais.

• Técnico/Auxiliar de Enfermagem: As atribuições deste profissional são executar os cuidados de enfermagem de menor complexidade, definidos pelo enfermeiro e equipe médica referente ao manuseio do paciente e do ambiente de cuidado intensivo.

Principais Condutas nos Ambientes de UTI

• Monitoramento intensivo - O monitoramento intensivo em unidades de UTI tem como objetivo interpretar, de forma contínua e dinâmica as alterações clínicas e necessidades do paciente. Estas alterações podem ser identificadas pelas informações apresentadas tanto pelos equipamentos de monitoramento permanente, quanto pelos

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exames laboratoriais diários e observação da equipe, com vistas a prestar a assistência integral ao paciente, de forma permanente.

• Coma induzido - Na UTI há grande preocupação em fornecer conforto e ausência de dor a todos pacientes internados. Em casos mais graves, principalmente quando há necessidade da Intubação Orotraqueal, são iniciadas sedação e analgesia contínua que pode levar a ausência total de consciência e sonolência profunda. Neste estágio, designado “coma induzido”, não há dor, não há frio e a percepção do paciente é interrompida

• Traqueostomia - Procedimento relativamente simples consiste na abertura da traquéia na região inferior frontal do pescoço e introdução de cânula plástica em substituição a mantida através da boca.

• Drenagem Torácica - Em coleções líquidas importantes no pulmão ou no pneumotórax (colabamento do pulmão), pode ocorrer necessidade da colocação de dreno torácico com sistema coletor.

• Catéter de PIC - Catéter em geral provisório introduzido na porção superior da cabeça para drenagem liquórica de alívio.

• Diálise Peritoneal - introduzido no abdome, permite a infusão de líquido intraabdominal e troca dialítica. Procedimento simples, podendo ser permanente ou não.

Rede de Referência em Cuidados Críticos no SUS DF O crescimento da população do Distrito Federal e entorno vem

exercendo pressão crescente sobre essa rede. Na verdade, por se configurar como pólo regional, o Distrito Federal se vê na obrigação de atender os residentes em municípios limítrofes de Goiás e Minas Gerais em suas políticas públicas uma vez que o SUS tem princípios universais e pautados na equidade do acesso a serviços públicos de saúde.

A população consolidada dessas regiões, incluindo a população do DF e entorno, é de aproximadamente 3,7 milhões de habitantes, sendo a maioria dependente exclusivamente do Sistema Único de Saúde e usuária da rede do DF para serviços de atenção especializada.

No desenho organizativo no território do DF observa-se que uma das principais características é a concentração de serviços de saúde na região centro sul, composta pelas regiões administrativas da Asa Sul, Lago Sul, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Candangolândia e Guará. Apesar de concentrar a maioria dos estabelecimentos de saúde de atenção especializada esta região não congrega o maior contingente

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populacional do DF, fato que deve ser considerado no desenvolvimento de estratégias para a expansão e ampliação do acesso a cuidado críticos.

Mapa das Regiões de Saúde, segundo o PDR 2007.

Desenho da Rede SUS em UTIs ativas no DF, considerando os hospitais públicos da SES DF, conveniados e contratados.

HRAS

HBDF

HRS

REDE REFERÊNCIA

SES DF - UTI

HRP

HRAN HRT

HRSam

HRG

HRC

HRPa

REDE PRÓPRIA

UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto ---- 24242424

UTI Neo UTI Neo UTI Neo UTI Neo ---- 3333

UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. ---- 9999

UCIN UCIN UCIN UCIN ---- 0000

UTI AdultUTI AdultUTI AdultUTI Adulto o o o ---- 06060606

UTI Neo UTI Neo UTI Neo UTI Neo ---- 20202020

UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. ---- 16161616

UCIN UCIN UCIN UCIN ---- 30303030

UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto ---- 06060606

UTI Neo UTI Neo UTI Neo UTI Neo 06060606

UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. ---- 10101010

UCIN UCIN UCIN UCIN ---- 18181818

UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto ---- 06060606

UTI Neo UTI Neo UTI Neo UTI Neo 0000UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. 0000UCIN UCIN UCIN UCIN ---- 0000

UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto 08080808

UTI Neo UTI Neo UTI Neo UTI Neo 0000

UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. ---- 0000

UCINUCINUCINUCIN ---- 12121212

UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto ---- 10101010

UTI Neo UTI Neo UTI Neo UTI Neo ---- 0000UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. 0000UCIN UCIN UCIN UCIN ---- 26262626

UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto 06060606

UTI Neo UTI Neo UTI Neo UTI Neo 08080808

UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. 0000UCIN UCIN UCIN UCIN ---- 26262626

UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto 10101010

TI Neo TI Neo TI Neo TI Neo 0000

UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. 0000

UCIN UCIN UCIN UCIN ---- 15151515

UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto ---- 10101010

UTI Neo UTI Neo UTI Neo UTI Neo 0000

UTI PUTI PUTI PUTI Ped. ed. ed. ed. 0000

UCIN UCIN UCIN UCIN ---- 15151515

UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto 0000

UTI Neo UTI Neo UTI Neo UTI Neo ---- 0000

UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. 0000UUUUCIN CIN CIN CIN ---- 15151515

UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto UTI Adulto ---- 29292929

UTI Neo UTI Neo UTI Neo UTI Neo 10101010

UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. UTI Ped. 11111111

UCIN UCIN UCIN UCIN ---- 15151515

HRSM

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Parâmetros Assistenciais em Terapia Intensiva no DF

A Política de Terapia Intensiva no Distrito Federal defronta-se com duas restrições prementes: a primeira compreende os aspectos estruturais da rede pública de saúde - escassez de leitos existentes e adequação dos recursos humanos; e, a segunda, relacionada à necessidade de se implementar ações integradas para qualificação da gestão e racionalização dos recursos financeiros, técnicos e humanos.

Do ponto de vista assistencial na área da terapia intensiva, o Distrito Federal apresenta déficits importantes, principalmente quando são considerados os parâmetros assistenciais da portaria GM/MS 1.101/2002. Estes parâmetros de cobertura para UTI adulto preconizam o equivalente a um mínimo de 4% com limite máximo de 10% do total de leitos gerais necessários. De acordo com os parâmetros definidos pelo MS, o n° total de leitos gerais é de 2,5 a 3 leitos para cada mil habitantes. Considerando a população do DF e Entorno de aproximadamente 3.700.000 habitantes, essa necessidade seria de cerca de 10.500 leitos.

O Distrito Federal dispõe de um total de 4.164 leitos gerais, mas a necessidade, considerando a cobertura recomendada por tais parâmetros seria de quase 7.800 leitos necessários para atender sua própria população. Considerando os parâmetros ajustados à população do entorno, esses números aumentariam na proporção aproximada de 30%. Em relação aos leitos de UTI, os parâmetros indicam a necessidade mínima de 323 leitos (4,2% de cobertura) e 783 leitos, quando se considera o parâmetro máximo de 10% de cobertura. Atualmente, a rede SUS (própria, contratada e conveniada) totaliza o montante de 326 leitos, o que indica o alcance de cobertura mínima.

Diante deste contexto, devem-se buscar as adequações dos quantitativos em relação ao percentual intermediário de 6% de cobertura, uma vez que as características demográficas da população

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do DF têm apontado para maior longevidade de vida, o que exige cada vez mais por tratamentos especializados, sem considerar ainda o alto índice de lesões traumáticas por acidentes de trânsito e outras causas externas.

As tabelas abaixo demonstram o déficit existente na atual capacidade instalada e a proposta de expansão para adequação aos parâmetros estabelecidos pelo MS, considerando dois cenários: o primeiro com os cálculos referentes apenas à população do DF e o segundo, incorporando o contingente populacional da RIDE DF, uma vez que não existem leitos habilitados em UTI naquela região.

Tabela 05 - Necessidade de Leitos de UTI, considerando o parâmetro intermediário de 6% de cobertura – Portaria 1.101/2002

Meta Cobertura Parâmetro de 6%

17

Tabela 06- Leitos de UTI SUS DF- Proposta Idealizada de Expansão de Percentual de Cobertura no DF, segundo os parâmetros da Portaria 1.101/2002 – Período 2008 a 2011. Tabela 07- Leitos de UTI SUS DF- Proposta Idealizada de Expansão de Percentual de Cobertura considerando a população da RIDE, segundo os parâmetros da Portaria 1.101/2002 – Período 2008 a 2011.

• Particularidades da Assistência Neonatal Em relação aos leitos de UTI Neonatal e UCIN, o parâmetro

utilizado pela SES – DF é o estabelecido pela RDC 50 de 21/02/2002 da ANVISA. De acordo com a norma a cada 80 RN/ano de baixo peso (menor que 2.500g), em todo estabelecimento de saúde que atenda

783

626

470

323

Atual 2011 2012 2013

População DF = 2.606.884 habitantes

4,1%

8,0% 10%

Meta Idealizada

1120

896

672

448

323

Atual 2011 2012 2013 2014

2,8%

6,0%

8,0% 10%

4,0%

População RIDE/DF = 3.732.229 habitantes

Meta Idealizada

6,0%

18

gravidez/parto de alto risco, deve haver no mínimo 1 berço de UTIN e 4 berços de UCIN. A tabela abaixo apresenta o número de nascidos vivos no DF nos anos de 1998 a 2006. Estes dados foram utilizados para o cálculo da necessidade de leitos de UTI neonatal.

Tabela 08 - Nascidos vivos - Distrito Federal - Distribuído por faixa de peso ao nascer

Ano 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998

Menos de 500g 68 14 9 11 12 6 6 10 14

500 a 999g 335 298 277 215 186 209 162 200 188

1000 a 1499 g 472 497 457 363 370 350 347 291 307

1500 a 2499 g 4483 4508 4541 3653 3484 3525 3447 3497 3576

2500 a 2999 g 13509 13950 14304 11985 11774 11784 11905 12151 11593

3000 a 3999 g 34166 34320 33880 28188 28108 29119 29999 30773 30473

4000g e mais 2330 2257 2084 1625 1816 1802 2061 2240 2236

Ignorado 5 55 74 57 49 96 64 187 31

Total 55368 55899 55626 46097 45799 46891 47991 49349 48418

Fonte de dados: Datasus - Consulta em abril/2009

Atualmente a SES – DF dispõe de 65 leitos de UTIN e 178

UCIN, incluindo a rede própria, a conveniada e a contratada no SUS. De acordo com as tabelas abaixo, a população de nascidos vivos de baixo peso em 2006 foi de 5.290, e considerando o parâmetro da RDC 50 a necessidade de leitos em UTI Neonatal seria de 66 e em UCIN de 264. Em relação aos cuidados intensivos e intermediários, os parâmetros apontam para a inexistência de déficit em relação às UTINs e de necessidade de ampliação de mais 86 leitos de UCIN, para se alcançarem os parâmetros mínimos recomendados.

Ressaltamos a importância dos leitos de Cuidado Intermediário Neonatal para a utilização correta dos leitos de UTI neonatal, uma vez que eles permitem o estabelecimento de um fluxo correto do paciente crítico após usa estabilização. O uso adequado dos recursos de terapia intensiva e de UCIN permite uma otimização dos leitos.

Vale ressaltar que as normas federais incentivam uma maior proporção de leitos de UCIN que de UTIN. Dentro desse contexto e considerando a necessidade de ambiência adequada a pacientes críticos, e ainda, considerando a necessidade de descentralização e desconcentração dos recursos em terapia intensiva, foi feita uma reestruturação da Unidade de Neonatologia do HRAS. Dessa forma, para o atendimento a pacientes na faixa neonatal no ano de 2009, o

19

número total de leitos de UTI foi adequado de 30 para 20, pois houve a criação de 15 leitos de cuidados intermediários, uma vez que, naquela unidade, esses pacientes ocupavam leitos de UTIN, mesmo que seu perfil fosse de UCIN.

Para compensar essa redução necessária para o ajuste do HRAS, foram abertos mais 10 leitos no HRSM e feita a previsão para adequação e abertura de mais dois leitos de UTIN em Ceilândia, mais dois leitos no HRT, previsão de abertura de 10 leitos de UTIN no HRG e mais 10 leitos no Hospital Regional de Sobradinho – HRS, que já iniciou a construção do novo bloco materno-infantil com estimativa de ser entregue dentro de um ano. Tabela 09 - Nascidos vivos - Distrito Federal - Distribuído por peso de 500 a 2499g Ano 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998

500 a 999g 335 298 277 215 186 209 162 200 188 1000 a 1499 g 472 497 457 363 370 350 347 291 307

1500 a 2499 g 4483 4508 4541 3653 3484 3525 3447 3497 3576

Total 5290 5303 5275 4231 4040 4084 3956 3988 4071

Fonte de dados: Datasus - Consulta em abril/2009

Tabela 10 - Necessidade de Leitos de UTI Neonatal, considerando os parâmetros da RDC 50 – ANVISA.

20

Tabela 11 - Necessidade de Leitos de UCI Neonatal, considerando os parâmetros da RDC 50 – ANVISA.

Principais Ações Realizadas na Rede Pública da SES DF para Qualificar o Atendimento em UTIs – Ano Base 2009/2010.

Com o intuito de ampliar o acesso da população a leitos especializados em UTI diversas ações foram realizadas no âmbito da SES DF com esta finalidade. Os principais pontos de atuação foram:

a) Contratação de Profissionais nas Unidades de Terapia Intensiva na SES DF – Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem.

• Convocação de 40 novos enfermeiros e 260 profissionais técnicos de enfermagem para serem lotados nas unidades de terapia intensiva dos hospitais públicos da SES DF.

Enfermeiros

Regional Setor Qtd. Total

HBDF UTI Neuro 11

22 UTI Geral 11

HRAS

UTI Adulto 3

3

UTI Ped - -

HRSam

UCIN neo 6

6

HRT

UTI neo

3

3

HRC

UTI neo

3

3

HRS

UTI adulto

3

3

TOTAL GERAL

40 40

Fonte: Gerência de Assistência Intensiva/SES DF, em março de 2010.

21

Técnicos de Enfermagem

Regional Setor Qtd. Total HBDF UTI neuro 32 83

UTI Geral 51

HRAS UTI adulto

10

32

UTI Ped 22

HRSAM UCIN neo

26

48

UTI Adulto 22

HRT UTI Ped

22

49

UTI neo 16 UTI adulto 11

HRG

UTI adulto

7

7

HRC

UTI neo

6

6

HRS

UCIN neo

3

25

UTI adulto 22

HRAN UCIN neo

5

10

UTI adulto 5

TOTAL

260

260 Fonte: Gerência de Assistência Intensiva/SES DF, em março de 2010.

Com relação aos quantitativos apresentados, vale ressaltar que a

lotação dos servidores de enfermagem é feita para as Regionais e não para os setores, em específico. A distribuição para os setores é realizada pelo Gerente de Enfermagem das Regionais. Dos profissionais convocados, a maior fração estabelecida pelo GAB/SES era para suprir o déficit nas UTI’s e readequar os leitos já existentes. Neste sentido foi pactuado com os Gerentes de Enfermagem das Regionais, na ocasião de distribuição destes profissionais, que os quantitativos supracitados seriam lotados nas UTI’s. No entanto, como alguns leitos novos não abriram por falta de equipamentos (cujos processos de aquisição não caminharam na mesma velocidade na UAG), estes servidores foram paulatinamente sendo remanejados para outros setores que também têm carência de profissionais. Posteriormente alguns foram removidos para o SAMU por terem sido aprovados em processo seletivo interno. Neste sentido, a carência de profissionais para abertura d

22

e novos leitos ainda se mantém, haja vista que a maioria foi remanejada e redistribuída para outros setores.

b) Aquisição de Equipamentos Médicos Hospitalares

• Aquecedor / Umidificador, Aspirador elétrico 5l, Balança Neo, Berço aquecido, Cadeira p/ descanso, Cama eletrônica, Cardioversor/Desfibrilador, Carro de Parada Adulto e Infantil, Criado Mudo/Suporte soro, Desfibrilador, Fototerapia, Incubadora Neonatal, Eletrocardiógrafo portátil neo, Negatoscópio/Hamper/escada, Eletrocardiógrafo, Desfibrilador, Monitor, Aspirador elétrico, Oxímetro de Pulso.

Os quantitativos e as especificações dos equipamentos listados

são variáveis e compõe, individualmente ou em blocos, os processos administrativos encaminhados junto à Unidade de Administração Geral da SES DF, estando sujeitos às regras do direito público para as aquisições, considerando os fluxos e os prazos estabelecidos, caso a caso.

c) Ativação de Novos Leitos Públicos nos Hospitais da SES

DF • Hospital Regional de Santa Maria: abertura de 29 leitos de UTI

do adulto e 10 de UTI Neonatais. Existe, ainda, a previsão de abertura de 11 leitos pediátricos até o mês de maio de 2010.

• Reativação de leitos bloqueados nos hospitais da SES DF: HRAS (1 UTI adulto), HRT (01 UTI neonatologia), HRG (1 UTI adulto); HBDF (dois leitos de UTI do adulto). Impacto das Ações Realizadas na SES DF – Unidades de Terapia Intensiva

As ações desenvolvidas no decorrer do ano de 2009 impactaram no incremento do acesso a leitos especializados na rede pública do DF. A contratação de pessoal, a aquisição de equipamentos médico-hospitalares, a ativação de novos leitos públicos e a complementação na rede contratada levaram a um aumento da cobertura em UTI, passando de 3,3% no primeiro semestre de 2009 para 4,2% no primeiro semestre de 2010, ou seja, o número passou de 260 leitos para 326 resultando num incremento de mais 66 leitos disponíveis para a população usuária do SUS.

Considerando apenas os leitos públicos estatais existentes na rede da SES DF, o impacto foi de mais 26 leitos adultos, 13 leitos de

23

neonatologia e 18 leitos de pediatria novos (07 leitos de UTI pediátricos novos na versão aprovada pelo CSDF), representando o incremento de 29% na UTI adulto (39% na versão aprovada), 38% na UTI Neo e de 58% na UTI pediátrica (23% na UTI), em números percentuais. Variação absoluta e percentual no quantitativo de leitos de UTI disponíveis para o SUS DF, incluindo a rede própria estatal, conveniada e contratada para o SUS – Comparativo 1º semestre 2009 e 1º semestre 2010.

Natureza da Organização

Ano Leitos UTI adulto

Leitos UTI neonatologia

Leitos UTI

pediátrico Subtotais

Rede Própria Estatal

2009 83 34 31 148

2010 115 47 49 (38) 211 (200)

Resultante 32 13 18 (7) 63 (52)

% + 39% + 38% + 58% (23%)

43% (35%)

Rede Conveniada

2009 15 6 0 21

2010 35 14 2 51

Resultante 20 8 2 30

% + 133% + 133% + 200% 143%

Rede Contratada

2009 40 9 10 59

2010 52 4 8 64

Resultante 12 -5 -2 5

% + 30% -56% -20% 8%

Rede SUS DF (Próprios,

Conveniados e Contratados)

2009 138 49 41 228

2010 202 65 59 326

Resultante 64 16 18 98

% + 46% + 33% + 44% (17%)

43% (38%)

Fonte: DICOAS/SUPRAC SES DF e Gerência de Assistência Intensiva/SES DF, em março de 2010. Itens em vermelho são inclusões na versão do Plano aprovada pelo CSDF constantes do processo nº nº 060.014.215/2009

24

Período: 1º semestre de 2009/1º semestre de 2010

25

A Humanização em Cuidados Críticos Este Plano de Ação contribui para sistematizar as propostas

apresentadas pelos coordenadores da SES DF nos diversos componentes que envolvem a linha de cuidados críticos - adulto, pediátrico e neonatal, de forma a se buscar ganhos qualitativos para essa área tão peculiar no SUS, destacada não apenas pelo seu alto grau de tecnologia e complexidade, mas, sobretudo pelas relações humanizadoras que envolvem esta linha de cuidado. É essencial que neste plano seja contemplado A HUMANIZAÇÃO da atenção ao paciente criticamente enfermo.

A humanização da atenção e gestão é hoje uma Política Pública que norteia todas as ações do Ministério da Saúde (PNH, 2006). A Portaria nº 3.432, de 12 de agosto de 1998, que normatiza as UTI’s aborda superficialmente a questão da humanização citando a necessidade de haver nas unidades: Climatização; iluminação natural; divisórias entre os leitos, relógios visíveis para todos os leitos; garantia de visitas diárias dos familiares, à beira do leito; garantia de informações da evolução diária dos pacientes aos familiares por meio de boletins.

Sabemos que estas ações não são suficientes para combater os estressores presentes nas unidades de terapia intensiva. Há vários trabalhos que citam as UTIS como fonte de estresse e, conseqüentemente fonte de doenças emocionais que podem afetar a recuperação do paciente (BALLARD, 1981; BEDRAN, 1985; CARVALHO, 1997). Por este motivo, a preocupação atual com a melhoria do atendimento médico hospitalar nestas unidades torna essencial adotar práticas e medidas capazes de reduzir os fatores estressores. É necessário que os profissionais de saúde percebam que as UTI, além da função de salvar vidas, devem proporcionar aos pacientes todos os cuidados que o ser humano precisa, sempre considerando suas necessidades pessoais (FALCKE, 1994). Também é necessário que se cumpra o Direito dos Usuários dos SUS contido na Carta dos Direitos dos Usuários do SUS (2006) no que se refere a garantia do Direito à Acompanhante para as crianças , adolescentes e idosos.

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Interfaces da Política de Atenção aos Cuidados Críticos no Distrito Federal Urgência e Emergência

As situações que se apresentam cotidianamente como urgências constituem-se como um dos mais importantes problemas de saúde no Distrito Federal. O grande número de pessoas para atendimento nos prontos socorros de hospitais do DF é um fenômeno bem conhecido, e nos últimos anos esse cenário tem sido amplamente divulgado, gerando repercussões na sociedade.

No Distrito Federal, a atenção na urgência e emergência está organizada tanto no nível hospitalar, nos prontos socorros dos hospitais regionais, quanto no pré-hospitalar, por intermédio das unidades móveis do SAMU e da central de regulação se caracterizando, em muitas situações, como a principal porta de acesso ao sistema.

Questões relacionadas à urgência e emergência estão diretamente correlacionadas à linha dos cuidados críticos, principalmente se forem considerados o fenômeno da violência (causas externas de trânsito, armas de fogo, traumas, acidentes, etc) que demandam por cuidados intensivos.

É preciso atacar os problemas estruturais das portas de urgência, não apenas com melhorias de infra-estrutura, mas também com adoção de ações que qualifiquem a oferta de serviços com a utilização de protocolos, classificação de riscos, mudanças organizacionais que repercutem nos processos de trabalho e resultado do cuidado, com aplicação de critérios de prognóstico dos pacientes que necessitam de cuidados intensivos. Qualificar o primeiro atendimento da urgência/emergência implica no aumento da resolutividade da terapia intensiva, em proporções diretas.

Internação Domiciliar/Modalidade Intensiva

Modalidades de atenção à saúde no âmbito da internação

domiciliar já ocorrem no DF desde 2006, onde são incluídos procedimentos profissionais de saúde e fornecimento de material permanente, necessários aos cuidados integrais do paciente em domicílio. O fornecimento dos materiais de consumo, tais como gás engarrafado-oxigênio, medicamento hospitalar e dieta especial,

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necessários à assistência domiciliar geram economia para o sistema de saúde.

Atualmente não há leitos específicos para a clientela de pacientes crônicos na SES DF, que muitas vezes acabam por ocupar leitos de terapia intensiva, que além de caros, são escassos na rede. Muitos desses pacientes crônicos não têm a indicação de permanecerem internados em leitos de UTI, conforme protocolos assistenciais, o que acabam por induzir o aumento de necessidades de ofertas.

A idéia central consiste na criação de ambientes, tanto em nível hospitalar quanto no domicílio, para que os familiares possam ser treinados em cuidados básicos no manejo desses pacientes crônicos, associados ao trabalho da equipe de saúde.

Essa prática contribui para a desospitalização, gerando diminuição de custos para o sistema e possibilidade de melhora na qualidade de vida dos usuários. Além disso, diminui um número considerável de complicações decorrentes do ambiente hospitalar e proporciona a melhoria da atenção prestada aos pacientes, por meio do aumento do vínculo e responsabilização entre a equipe e os próprios familiares.

A internação domiciliar integrada aos cuidados críticos no DF é um fator inovador no sentido de promover a desospitalização do paciente por meio da qualificação do atendimento para os que possuem alta dependência do ambiente hospitalar, com internações de longa permanência, seja em enfermarias gerais ou leitos de UTI.

A utilização adequada do leito de terapia intensiva e o tratamento adequado domiciliar aos pacientes crônicos pode ocasionar um impacto positivo considerável na oferta de leitos em UTI, pois atualmente muitos leitos de cuidados críticos estão "bloqueados" por pacientes crônicos que poderiam ser reintegrados à sociedade e assistidos em domicílio. Consequentemente, a expansão da proposta de internação domiciliar permitirá o aumento na rotatividade dos leitos em UTI's e a diminuição do tempo médio de permanência de pacientes nestas unidades. Regulação dos Leitos de UTI

A regulação no Distrito Federal promove a ordenação do acesso aos serviços de assistência à saúde, tendo sido implantada desde 2005, com apoio do aplicativo SISREG II (DATASUS/MS).

Na área de terapia intensiva contribui adequar o acesso aos leitos de UTI, nas especialidades neonatal, adulto e pediátrica, de

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forma a regular todos os leitos disponíveis para o SUS – próprios, conveniados e contratados, com atribuições específicas no manejo dos recursos disponíveis.

A Central de Regulação de Internação Hospitalar da SES/DF – CRIH tem função específica de: I - orientar as diretorias dos hospitais próprios, conveniados ou contratados da SES/DF à adoção de medidas administrativas e assistenciais necessárias ao funcionamento da rede de assistência ao paciente gravemente enfermo e que necessitem de internação em UTI; II - remanejar pacientes, de maneira a garantir a melhor alternativa terapêutica assistencial ao paciente gravemente enfermo; III- redefinir prioridades assistenciais dos serviços de saúde, de maneira a garantir a assistência ao paciente gravemente enfermo e internado em UTI, podendo, se necessário, postergar a execução de procedimentos eletivos.

De acordo com os princípios da Política Nacional de Regulação, à Regulação cabe a “disponibilização da alternativa assistencial mais adequada à necessidade do cidadão, de forma equânime, ordenada, oportuna e qualificada” e uma das metas de aprimoramento da assistência ao paciente crítico é que ele possa ter garantido, em tempo hábil, sua internação no leito especializado. Além disso, deve ter garantido sua alta para que os recursos do leito intensivo possam ser utilizados para o paciente grave e o egresso de UI continue seu tratamento em outro leito menos complexo.

Dessa forma, a regulação de leitos apenas de UTI não consegue cumprir seu papel de modo integral e é preciso que o médico regulador conheça todas as alternativas de leitos disponíveis para internar o paciente no leito que seja mais adequado. Portanto, a ampliação da regulação de todos os leitos da rede SES, e não só os de terapia intensiva, deve ser uma meta a ser implementada.

Além disso, os indicadores de qualidade de serviço devem ser utilizados tanto pela área de regulação quanto pela área assistencial, para que as devidas correções de fluxo e atenção possam ser realizadas. Assim, sugerimos que indicadores de qualidade como: tempo de espera entre a indicação da necessidade do leito e a efetiva chegada ao leito estejam disponíveis; qualidade dos dados clínicos mais completos possíveis e adequação aos critérios de gravidade; tempo médio de permanência na fila de espera; tempo médio de internação no leito de UTI; taxa de mortalidade hospitalar, entre outros, possam ser utilizados para o ajuste da assistência e ampliação do acesso.

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Principais especialidades que demandam leitos de UTI na SES DF Cardiologia e Neurologia:

Parte expressiva das estratégias de atendimento das doenças cerebrovasculares nos países que conseguiram reduzir a mortalidade e morbidade dessas doenças deveu-se a uma melhor organização dos serviços de urgência e emergência, tanto por meio das unidades de dor torácica quanto das Unidades especializadas no atendimento do Acidente Vascular Cerebral. Com o manejo adequado das doenças cerebrovasculares, suporte neurocirúrgico e maior efetividade dos tratamentos, os quais têm janelas terapêuticas de tempo estreitas, as Unidades de Terapia Intensivas passaram a ter a função de continuidade dos tratamentos.

Contudo, quando o atendimento inicial não ocorre de forma adequada, o paciente perde a possibilidade de recuperação de suas funções com conseqüências na qualidade de vida ou óbito. Além disso, os recursos intensivos, caros e escassos, passam a ser utilizados em pacientes que pouco se beneficiam, ou que deveriam estar em unidades de recuperação.

Portanto, são necessárias ações referentes ao treinamento de pessoal, criação de redes hierarquizadas, definição de procedimentos mínimos a serem realizados nas emergências, além da criação de unidades especializadas – na modalidade de enfermarias de cuidados intermediários.

Pneumologia

Os pacientes portadores de pneumopatias demandam internação em UTI tanto por patologias crônicas, como a asma, por exemplo, quanto por patologias agudas, como as pneumonias. Dessa forma, o manejo adequado desses pacientes também tem impacto positivo quanto à necessidade do leito de UTI.

Uma maior utilização de protocolos clínicos, bem como o uso de tecnologias mais simples de suporte ventilatório, como o uso de Ventilação Não-Invasiva no pronto socorro, certamente beneficiariam os usuários.

Outro ponto importante a ser integrado com essa área está relacionado à possibilidade de suporte ventilatório domiciliar, que necessita apoio dos hospitais regionais e dos serviços especializados quando indicados.

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Nefrologia

Outro ponto de estrangulamento que impacta na utilização dos leitos de UTI ocorre devido ao modo como a assistência ao paciente nefrológico está estruturada no DF. Hoje, muitos pacientes renais descompensados não têm acesso à diálise de emergência e são encaminhados para as UTI’s da SES/DF.

A definição clara dos fluxos desses pacientes e a ampliação desse tipo de serviço fariam com que muitos pacientes evitassem a internação em Unidades de Terapia Intensiva com a finalidade de realização de diálise.

Nem todas as UTI’s da rede SES realizam procedimentos dialíticos, porém é uma meta em médio prazo que todas elas realizem esse procedimento para os pacientes graves.

Neurocirurgia e Traumatologia

As vítimas de acidentes e violências também requerem a assistência intensiva após as intervenções de emergência. Por outro lado, estruturas de suporte para recuperação e readaptação são necessárias para que o leito seja ocupado de forma adequada, uma vez que pacientes sequelados permanecem por longos períodos de tempo aguardando local adequado após a alta da UTI.

Ações Estratégicas

Com relação aos componentes deste plano de ação, prevê-se o desenvolvimento das seguintes ações estratégias:

• Manutenção e aprimoramento das ações para a ampliação da

oferta de leitos de UTI para a população do DF para a rede própria da SES DF

• Aquisição de novos equipamentos e contratação de pessoal para adequação de leitos na SES DF, considerando a RDC 07 da ANVISA.

• Qualificação da atenção ao paciente crítico por intermédio da adequação de fluxos e dos protocolos assistenciais, considerando as principais especialidades que demandam por este nível de atenção.

• Aperfeiçoamento do processo de regulação dos leitos de UTI na SES DF.

• Modelos alternativos para atenção crítica com práticas de desospitalização/internação domiciliar com assistência de enfermagem intensiva e adequação de leitos de enfermaria para pacientes crônicos.

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• Humanização dos cuidados que envolvem a atenção dos pacientes críticos na SES/DF.

• Complementação de leitos na rede conveniada, após o esgotamento da oferta pública.

Ação Estratégica 1 – Adequação da oferta de leitos de UTI na

rede pública estatal, em unidades próprias da rede da SES DF.

Tipo Unidade.

Leitos UTI adulto

Leitos UTI neonatologia

Leitos UTI pediátrico

Capacidade Atual

Proposta de

Adequação Result.

Capacidade Atual

Proposta de

Adequação Result.

Capacidade Atual

Proposta de

Adequação Result.

Rede Própria

HBDF 24 30 6 3 10 7 12 10 -2

HRAS 6 10 4 20 20 0 16 20 4

HRT 6 20 14 6 10 4 10 10 0

HRSAM 6 10 4 0 0 0 0 0 0

HRS 8 10 2 0 10 10 0 0 0

HRG 10 18 8 0 10 10 0 10 10

HRC 6 10 4 8 10 2 0 0 0

HRAN 10 10 0 0 0 0 0 0 0

HRSM 29 29 0 10 10 0 11 11 0

HRPa 10 10 0 0 10 10 0 0 0

HRP 0 10 10 0 0 0 0 0 0

HRBz 0 10 10 0 0 0 0 0 0

Subtotal 115 177 62 47 90 43 49 (38) 61 12 (23)

Fonte: Gerência de Assistência Intensiva/SES DF.

Consolidado Rede Própria Estatal - SES DF

Tipo Capacidade Atual

Proposta Resultante %

Leitos UTI Adulto 115 177 62 54%

Leitos UTI Neonatologia 47 90 43 91%

Leitos UTI pediátrico 49 (38) 61 12 (23) 24% (61%)

Total Geral 211 (200) 328 117 (128) 55% (64%)

Leitos de Cuidados Intermediários Adulto/Pediátrico e Neonatal.

Tipo Unidade Leitos de Cuidados Intermediários

(Adulto e Pediátrico)

Leitos de Cuidados Intermediários (Neonatais)

32

Capacidade Atual

Proposta de

Adequação Result.

Capacidade Atual

Proposta de

Adequação Result.

Rede Própria

HBDF 0 4 4 0 0 0

HRAS 0 8 8 30 30 0

HRT 0 8 8 18 15 -3

HRSAM 0 0 0 0 15 15

HRS 0 0 0 12 15 3

HRG 0 0 0 28 30 2

HRC 0 0 0 26 30 4

HRAN 0 8 8 15 15 0

HRSM 0 0 0 15 8 -7

HRPa 0 0 0 15 15 0

HRP 0 0 0 15 15 0

HRBz 0 0 0 0 15 15

UMSS 0 0 0 0 15 15

Subtotal 0 28 28 174 218 44

Consolidado Rede Própria Estatal - SES DF

Tipo Cap. Atual

Proposta Resultante %

Leitos Cuidados Intermediários Adulto e Pediátrico

0 28 28 2.800%

Leitos Cuidados Intermediários Neonatologia

174 218 44 25,3%

Os quantitativos apresentados representam a proposta futura de adequação do número de leitos de curto, médio e longo prazos. Foram considerados, além dos parâmetros assistenciais da especialidade, o potencial da capacidade física operacional das unidades da rede própria. Considerando os critérios estabelecidos, as unidades de Planaltina e Brazlândia necessitam de maiores prazos para as adequações, uma vez que não bastam as adequações dentro das UTIs, mas vários serviços hospitalares deverão ser implantados.

O impacto dessas ações implicará no aumento significativo da capacidade operativa da rede própria da SES DF representando, em valores percentuais, um incremento de mais de 52% em relação aos quantitativos existentes. O reflexo, além de aumentar a cobertura assistencial para a população do DF e entorno, representa na prática a

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diminuição da necessidade de complementação da rede privada contratada.

Para a viabilização dessas medidas, são necessários investimentos físicos na rede acompanhada da recomposição e adequação do número de profissionais diretamente envolvidos com este nível de atenção especializada (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem).

d) Aquisição de novos equipamentos para adequação de leitos na SES DF

A relação apresentada se refere à necessidade de curto prazo para a adequação dos leitos conforme os critérios estabelecidos pela portaria GM/MS 3.432. Outros equipamentos e quantitativos deverão ser ajustados, posteriormente, conforme as necessidades de inovação/substituição do parque tecnológico existente e também pela necessidade das novas ampliações do quantitativo de leitos de cuidados intensivos, conforme proposta apresentada. A tabela abaixo se refere aos quantitativos iniciais previstos para a adequação de 29 leitos, devendo ser atualizada conforme as demandas futuras existentes para este fim específico em médio e longo prazo.

Unidade Equipamento / Materiais / Estrutura Quantidade HBDF Ventilador Pulmonar Adulto/ Pediátrico/ Neonatal. 10

Ventilador de transporte 1 Cama de fawler elétrica 6 Suporte de soro 12 Monitor Multiparamétrico 10 Carro de parada 1 Desfibrilador 1 Mesa de refeição 6 Biombo 6 Estetoscópio Adulto/Pediátrico 6 Maca de transporte 1

SUBTOTAL 60 HRAS Ventilador Pulmonar Adulto/ Pediátrico/ Neonatal. 6

Monitor Multiparamétrico 6 Cama de fawler elétrica pediátrica 4 Suporte de soro 8 Mesa de refeição 4 Mesa de cabeceira 4 Carro de parada 1 Aspiradores portáteis 3 Biombo 4 Cadeira de descanso 4 Estetoscópio 4 Eletrocardiógrafo 1

SUBTOTAL 49 HRT Ventilador Pulmonar Adulto/ Pediátrico/ Neonatal. 2

Cama de fawler elétrica 1 Suporte de soro 4 Monitor Multiparamétrico 1 Carro de parada 1

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Mesa de refeição 1 Mesa de cabeceira 1 Biombo 3 Estetoscópio 1

SUBTOTAL 15 Hrsam Ventilador Pulmonar Adulto/ Pediátrico/ Neonatal. 5

Cama de fawler elétrica 4 Suporte de soro 8 Monitor Multiparamétrico 5 Carro de parada 1 Mesa de refeição 4 Mesa de cabeceira 4 Biombo 4 Estetoscópio 4 Aspiradores portáteis 2 Carro de curativo 1 Desfibrilador 1 Eletrocardiógrafo 1 Marcapasso externo (gerador) 1

SUBTOTAL 45 HRG Ventilador Pulmonar Adulto/ Pediátrico/ Neonatal. 14

Monitor Multiparamétrico 12 Suporte de soro 20 Carro de parada 1 Aspiradores portáteis 4 Cadeira de descanso 10 Estetoscópio 10 Fototerapia 5 Incubadoras de parede dupla 10 Capacete Hood P 5 Capacete Hood M 5 Capacete Hood G 5

SUBTOTAL 101 HRC Ventilador Pulmonar Adulto/ Pediátrico/ Neonatal. 6

Cama de fawler elétrica 2 Suporte de soro 12 Monitor Multiparamétrico 6 Carro de parada 2 Biombo 4 Estetoscópio 8 Marcapasso externo (gerador) 1 Maca de transporte 1 Aspiradores portáteis 2 Cadeira de descanso 2 Incubadoras de parede dupla 2

SUBTOTAL 48 HRS Ventilador Pulmonar Adulto/ Pediátrico/ Neonatal. 3

Cama de fawler elétrica 2 Monitor Multiparamétrico 3 Suporte de soro 4 Mesa de refeição 2 Mesa de cabeceira 2 Carro de parada 1 Aspiradores portáteis 2 Biombo 2 Cadeira para banho 1 Cadeira de rodas 1 Estetoscópio 2 Carro de curativo 1 Desfibrilador 1 Eletrocardiógrafo 1

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Marcapasso externo (gerador) 1 SUBTOTAL 29

Fonte Coordenação Geral de UTI SES DF, em agosto de 2009

As tabelas a seguir sobre RH necessários são parte do adendo ao processo nº 060.014.215/2009 que consta do Plano Distrital do Paciente Crítico aprovado pelo CSDF:

e) Contratação e adequação do número de profissionais em cuidados críticos, adequando a RDC 07 da ANVISA

e. 1) Fisioterapeutas necessários para adequação à RDC 7

Unidade UTI adulto UTI neonatologia UTI pediátrico UCIN Total

Geral Exist.

Total Geral Nec.

Exist. Nec. Exist. Nec. Exist. Nec. Exist. Nec. 12 H 24H 12H 24H 12H 24H 12H 24H

HBDF 3 16 0 0 4 8 0 0

74 117

HRAS 2 6 4 13 2 11 5 0 HRT 2 6 3 8 3 7 5 0 HRSAM 3 7 0 0 0 0 0 0 HRSAM 3 7 0 0 0 0 5 0 HRG 3 7 0 0 0 0 5 0 HRC 0 5 1 5 0 0 5 0 HRAN 0 5 0 0 0 0 5 0 HRSM - - - - - - - 0 HRPa 1 6 0 0 0 0 5 0 HRP 0 0 0 0 0 0 5 0

TOTAL 17 65 8 26 9 26 40 0

Cronograma Operacional para Contratação tendo em vista a abertura de novos leitos:

• 2010 – 34 fisioterapeutas (P/ abertura de novos leitos); • 2011 – 39 fisioterapeuta (P/ abertura de novos leitos); • 2012 – 39 fisioterapeuta (P/ abertura de novos leitos); • 2013 – 39 fisioterapeuta (P/ abertura de novos leitos).

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e.2) Enfermeiros Enfermeiros

Unidade UTI adulto UTI Ped UTI Neo UCIN TOTAL GERAL

HBDF 13 # # 10 267

HRAS 12 6 21 HRT 12 11 21

HRSAM 10 # # 7 HRS 9 # 37 HRG 21 24 # 12 HRC 12 # 17 HRAN 10 # # 0 HRPa 0 # # 0 HRP # # # 2

Subtotal 99 41 96 31 Fonte: NTI/ GENF/SAS, atualizada em 05/2010.

* Considerar a abertura da UTI de Neurocirurgia

Metas Operacionais

Cronograma Operacional para Contratação:

• 2011 - 89 enfermeiros (P/ abertura de novos leitos); • 2012- 89 enfermeiros (P/ abertura de novos leitos); • 2013 - 89 enfermeiros (Atendendo a RDC 7).

Fonte: NTI/ GENF/SAS, atualizada em 05/2010.

e.2) Técnicos de Enfermagem Auxiliar de Enfermagem

Unidade UTI adulto UTI Ped UTI Neo UCIN TOTAL GERAL

HBDF 35 # # 27 584 HRAS 21 14 60 HRT 13 21 42

HRSAM 21 # # 20 HRS 16 # 94 HRG 50 56 # 20 HRC 24 # 21 HRAN 0 # # 8 HRPa 9 # # 4 HRP # # # 8

Subtotal 189 91 217 87 Fonte: NTI/GENF/SAS, atualizada em 05/2010.

* Considerar a abertura da UTI de Neurocirurgia

Cronograma Operacional para Contratação:

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• 2010 – 146 técnicos de enfermagem (P/ abertura de novos leitos);

• 2011 – 146 técnicos de enfermagem (P/ abertura de novos leitos);

• 2012 – 146 técnicos de enfermagem (P/ abertura de novos leitos);

• 2013 – 146 técnicos de enfermagem (P/ abertura de novos leitos).

f) Previsão de necessidade de contratação de médicos para abertura dos novos leitos de UTI.

f. 1) Médicos Intensivistas

Cronograma Operacional para Contratação tendo em vista a abertura de novos leitos:

Abertura de UTI adulto

UTI neonatologia

UTI pediátrico Total

novos leitos Nec. Nec. Nec. Geral

24H 24H 24H Nec.

HBDF mista (ped e neo) 18 18

HBDF Neurocirurgia 18 18

HRBz 18 18

HRG 18 18 18 54

HRP 18 18

HRS 18

HRT 18 18

TOTAL 90 36 36 162

OBS: foram consideradas como horas médicas necessárias 12horas/dia para o médico diarista; 24h/dia para o plantonista e 40h semanais para a Chefia da unidade; além disso, estimou-se uma adicional de 30% para a cobertura de educação continuada, férias e licenças.

O déficit de intensivistas nas UTIs próprias da rede SES/DF em maio de 2010, para que os serviços estejam de acordo com a legislação vigente era de:

59 médicos intensivistas de 20h para UTI do adulto; 244 médicos de 20h neonatologistas para UTIN e UCIN, e; 5 médicos intensivistas pediátricos de 20h para UTIP. Esclarecemos que mesmo com o preenchimento total das vagas

oferecidas no concurso para médicos do ano de 2010 ainda persistirá um grande déficit de profissionais para a manutenção dos leitos que já estão em funcionamento.

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A de necessidade de médicos para a abertura de novos leitos não contempla a necessidade de reposição dos médicos afastados por aposentadoria ou por doença.

• 2010 – 54 intensivistas (P/ abertura de novos leitos); • 2011 – 54 intensivistas (P/ abertura de novos leitos); • 2012 – 54 intensivistas (P/ abertura de novos leitos);

Consolidado de Necessidades de Profissionais Médicos, Enfermeiros e Fisioterapeutas para a SES DF – UTI Adulto, Neonatal e Pediátrica

Médicos Enfermeiros Fisioterapeutas Técnicos de Enfermagem

162 267 117 584

g) Contratação de novos leitos complementares de UTI na

rede privada de serviços, na impossibilidade de provimento 100% público.

A complementação de serviços especializados em UTI’s torna-se necessária, caso se constate a impossibilidade de oferta dos leitos públicos próprios da SES DF. Muitas vezes essa necessidade surge por conta das grandes demandas reprimidas agravadas pelo perfil dos pacientes crônicos e também por influência das inúmeras ações judiciais existentes no âmbito da SES DF.

Embora esta ação esteja em consonância com os princípios constitucionais (Artº 199, CF), observa-se que os principais pressupostos deste plano de ação estão voltados para o fortalecimento e potencialização da capacidade da oferta pública. O objetivo da complementariedade, neste caso, é a de garantir o acesso oportuno enquanto os recursos públicos estão se adequando, na forma ideal e gradual.

Estudos técnicos, avaliados pelos órgãos jurídicos no âmbito do GDF, ainda indicam a necessidade de complementação da rede privada contratada. Existe um edital de credenciamento, com previsão de contratação de até 150 leitos no total, para todos os hospitais privados do DF interessados em formar parcerias com a SES DF. Estas medidas contribuem de forma direta para aumentar a cobertura de leitos de UTI adulto, pediátricos e neonatais para o SUS do DF, na medida da necessidade e baseados em critérios técnicos estabelecidos pela SES DF. Ação Estratégica 2 – Qualificação da atenção ao paciente crítico por intermédio da adequação de fluxos e dos protocolos assistenciais,

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considerando as principais especialidades que demandam por este nível de atenção.

Nas áreas de Pneumologia; Neurologia; Traumatologia; Nefrologia; Cardiologia e Urgência/Emergência, o eixo principal das ações diz respeito a uma reestruturação dos processos de trabalho e adequação física e de equipamentos dos serviços de saúde. Essas ações são complexas e estão interligadas, exigindo trabalho coordenado e sincronizado com a prioridade de cada área, calcado preferencialmente nos fenômenos mais prevalentes e de maior impacto na mortalidade e morbidade.

A maioria das ações podem ser realizadas de forma articulada, principalmente no que diz respeito ao treinamento das equipes de urgência-emergência para a implementação de protocolos clínicos. A proposta é a de instituir um grupo de trabalho, composto por vários especialistas, para viabilizar e desenvolver as estratégias comuns.

Ação Estratégica 3 - Aperfeiçoamento do processo de regulação

dos leitos de UTI na SES DF. • Regulação de todos os leitos de UTI disponíveis para o SUS,

incluindo as unidades próprias, conveniadas e contratadas, por intermédio do complexo regulador.

• Programação de ações junto ao setor de regulação do acesso para melhoria da captação da história clínica, intervenções terapêuticas e aplicação dos critérios de admissão do paciente com ajuste do perfil de utilização do leito de terapia intensiva (protocolos de acesso/admissão em terapia intensiva).

• Visualização no sistema de informação da regulação (SISREG/TRAK) a totalidade dos leitos existentes de UTI próprios, conveniados e contratados na SES/DF.

• Eleger eventos sentinelas, como os procedimentos de alto custo, por exemplo, para serem supervisionados, utilizando a informatização como instrumento de monitoração de ações e acompanhamento do estado clínico dos pacientes, o que permitiria ações mais custo efetivas com menor utilização de recursos humanos para o controle de prestação de serviços.

• Controle das internações sob mandado judicial. • Adoção de indicadores hospitalares visando o acompanhamento

das ações desenvolvidas (taxa de ocupação hospitalar, tempo médio de permanência, taxa de infecção hospitalar, utilização de scores de risco, outros...)

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Ação Estratégica 4 – Adotar modelos alternativos para atenção crítica com práticas de desospitalização/internação domiciliar com assistência intensiva e adequação de leitos de enfermaria para pacientes crônicos.

• Desenvolvimento de projeto de internação domiciliar com

assistência intensiva para pacientes crônicos da SES/DF, selecionados por critérios desenvolvidos pela gerência de terapia intensiva.

• Adequação de leitos de enfermarias para pacientes crônicos na SES/DF, prevendo recursos de suporte básico e de tecnologias entre elas a ventilação mecânica. Além disso, prevê a ampliação do pessoal de enfermagem e fisioterapia incluindo o treinamento de equipes participantes, uma vez que esses pacientes devem estar clinicamente estáveis. Tabela 15 – Proposta de adequação de leitos de enfermaria de clínica médica e clínica pediátrica por unidade hospitalar da SES/DF.

Unidade Hospitalar Leito do adulto de enfermaria

Leito pediátrico de enfermaria

Hospital Regional da Asa Norte 4 4

Hospital Regional de Taguatinga 4 0

Hospital Regional de Ceilândia 4 4

Hospital Regional do Paranoá 0 4

Hospital de Base 4

Total 16 12

Fonte: Gerência de Assistência Intensiva/DIASE/SAS/SES DF, em julho de 2009.

Outros Enfoques Transversais – Humanização da Atenção aos Cuidados Críticos

Humanizar a UTI requer mudanças, principalmente na maneira

de abordar o paciente, que deve ser considerando como um ser individual e com necessidades específicas. Significa mudanças nos comportamentos e atitudes frente ao paciente, à sua família e à equipe. É a busca incessante do conforto físico, psíquico e espiritual do paciente, da família e da equipe. Para a Humanização das UTI é necessária desenvolvimento de medidas não farmacológicas e farmacológicas.

• Medidas não farmacológicas - para todas as UTI’s.

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-Revisar o espaço físico Ter uma sala de espera para os familiares. (exigência da PT MS -3432). Garantir direito a visitas (PNH, 2003) Um profissional de referência-Horizontal Garantia de Fornecer informações diariamente. Dotar a unidade de equipe multiprofissional Instituir reuniões com os familiares, pais, equipe multidisciplinar Respeito a sua individualidade

Fornecer iluminação adequada e com controle periódico da luminosidade, permitindo ao paciente a preservação dos turnos. Temperatura adequadas, possibilitando regular a temperatura para que permaneça no nível ideal, que gira em torno de 20 a 23° C (AMIB, 2004). Usar termômetros no ambiente para evitar calor excessivo ou frio exagerado. Controle os ruídos. Relógios para manter a orientação do tempo Local com cadeiras, sofás e banheiro. Considerar dinâmica da Unidade e estabelecer horários e numero de visitantes/dia. A quem o paciente ou familiar possa recorrer. Ao paciente e ou aos familiares de forma clara, compreensível, em linguagem simples. Psicólogos com horas na Unidade; Fisioterapeutas 24 horas; Terapeutas ocupacionais, Assistentes sociais ( acesso ) Debater as situações vivenciadas pela família, as dificuldades existentes, compartilhar experiências, e fornecer apoio psicológico aos familiares e equipe. Chamar o paciente pelo nome. Dar informações sobre os procedimentos que serão realizados e sua evolução. Uso de Consentimento informado

• Medidas não farmacológicas - para as UTI’s Neonatais e Pediátricas

Garantir o Direito a acompanhante 24 horas ( ECA) Permitir participação dos pais em alguns cuidados

Disponibilizar cadeiras de acompanhantes, local para refeições, banheiros. Banhos; uso de cremes, tocar;

• Medidas farmacológicas - para todas as UTI’s

Tratamento adequado da DOR

Uso de sedativos para procedimentos.

Uso rotineiro de Escalas de avaliação de dor e de nível de sedo analgesia

Uso de Analgésico-Não opioides e opioides

Escolha de acordo com faixa etária e tipo de procedimento

Escolha de acordo com faixa etária, tipo de paciente.

Resultados Esperados

• Fortalecimento da capacidade pública na oferta de cuidados intensivos com ampliação e qualificação do acesso.

• Diminuição dos mandados judiciais com a criação de novos leitos e racionalização da capacidade instalada.

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• Regulação e organização dos fluxos assistenciais com melhoria dos indicadores hospitalares em cuidados críticos.

• Redução da fila de espera por leitos de terapia intensiva/cuidados críticos.

• Aumento do teto financeiro da SES/DF com habilitação e credenciamento de novos leitos junto ao Ministério da Saúde (teto de média e alta complexidade).

• Aumentar o nível de satisfação da população, profissionais e gestores em relação a esse tema específico.

• Reduzir, de maneira gradual, o nível de dependência da SES/DF com a iniciativa privada para o uso de leitos de UTI’s.

Cronograma Físico

Ações Estratégicas 2º sem.

2010

1º sem.

2011

2º sem.

2012

1) Ampliação da oferta de leitos de UTI para a população do DF, incluindo a rede própria da SES, e os leitos conveniados e contratados de forma complementar.

2) Qualificação da atenção ao paciente crítico por intermédio da adequação de fluxos e dos protocolos assistenciais, considerando as principais especialidades que demandam por este nível de atenção.

3) Aperfeiçoamento do processo de regulação dos leitos de UTI na SES DF.

4) Adoção de modelos alternativos de gestão para atenção crítica com práticas de desospitalização/internação domiciliar com assistência intensiva e adequação de leitos de enfermaria para pacientes crônicos.

4) Estratégia transversal de Humanização dos ambientes que envolvem os cuidados críticos.

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Considerações Finais

A formulação de um plano de ação na área de cuidados críticos exige visão estratégica e capacidade de articulação política para fazer frente às dificuldades existentes. Sob o aspecto técnico-econômico práticas como utilização de protocolos clínicos e gerenciais com vistas a nortear a assistência prestada nestas unidades, acolhimento com classificação de risco nos prontos-socorros, atenção domiciliar e outras deverão ser incorporadas, buscando melhorar a qualidade da assistência, otimizar a aplicação dos recursos financeiros, imprimindo um caráter global e humanizador na atenção ao paciente.

Sob a ótica gerencial, torna-se fundamental a incorporação de mecanismos regulatórios na área da terapia intensiva de modo que o poder público exerça a sua capacidade sistemática de responder às demandas de saúde em seus diferentes níveis e etapas do processo de assistência. Nesta linha, envolve o atendimento pré-hospitalar móvel e fixo, as estruturas assistenciais hospitalares pré-UTI/CTI e demais recursos necessários.

Assim sendo, o sistema de atenção ao paciente crítico/potencialmente crítico, estruturado na lógica da linha de cuidado, exige a conformação de uma rede assistencial (hospitalar e extra-hospitalar) que atue de forma organizada, pactuada e regulada no sentido de oferecer ao usuário atenção qualificada, compatível com sua real necessidade.

O presente Plano congrega as bases da organização e funcionamento do Sistema em Terapia Intensiva disponível aos usuários do SUS no DF, representando na prática uma estratégia para a qualificação e expansão da oferta de serviços neste importante segmento do SUS. Além disso, ratifica a priorização das ações e dos compromissos na busca de uma gestão eficiente, capaz de responder de forma adequada às diferentes demandas em cuidados críticos da população brasiliense.

CRISTINA LÚCIA ROCHA CUBAS ROLIM Gerência de Assistência

Intensiva/DIASE/SAS/DF