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Jornal mensal da Igreja Metodista Julho de 2009 Ano 123 número 7 Palavra Episcopal Oficial Pela Seara Missões Doutrinas Agenda Precisa-se de voluntários Conheça alguns projetos da Igreja Metodista que existem graças à fé e à dedicação voluntária. Páginas 8 e 9 Os Jonas Brothers e o anel de castidade Será prudente deixar a educação e o comportamento sexual de nossa juventude à mercê das estrelas do show business? Página 13 Povo de Rua O testemunho de um pastor que foi acolhido pela Comunidade Metodista do Povo de Rua. Ele queria conhecer, na prática, como é a realidade dos desabrigados da cidade de São Paulo. Página 14 A espiritualidade do caminho A propósito da Cam- panha Nacional de Evangelização 2009. Página 3 Rede Metodista de Educação Central de Serviços Compartilhados já está funcionando Página 4 Fé centenária Igrejas de Juiz de Fora, MG, e Vila Isa- bel, RJ, fazem ani- versário. Página 5 Elas escolheram a vida Mulheres metodistas participam de semi- nário sobre saúde integral. Página 10 Verdadeiro homem No segundo artigo da série, a encar- nação de Jesus. Página 12 EBF: ainda há tempo! O Caderno de Ativi- dades está disponível no site da Igreja. Página 15

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Jornal mensal da Igreja Metodista • Julho de 2009 • Ano 123 • número 7

Palavra Episcopal

Oficial

Pela Seara

Missões

Doutrinas

Agenda

Precisa-se de voluntáriosConheça alguns projetos da Igreja Metodista que existem graças à fé e à dedicação voluntária.

Páginas 8 e 9

Os Jonas Brothers eo anel de castidadeSerá prudente deixar a educação e o comportamento

sexual de nossa juventude à mercê das estrelas do showbusiness? Página 13

Povo de RuaO testemunho de um pastor que foi acolhido

pela Comunidade Metodista do Povo de Rua. Elequeria conhecer, na prática, como é a realidadedos desabrigados da cidade de São Paulo.

Página 14

A espiritualidadedo caminho

A propósito da Cam-panha Nacional deEvangelização 2009. Página 3

Rede Metodista deEducação

Central de ServiçosCompartilhados jáestá funcionando

Página 4

Fé centenária

Igrejas de Juiz deFora, MG, e Vila Isa-bel, RJ, fazem ani-versário. Página 5

Elas escolherama vida

Mulheres metodistasparticipam de semi-nário sobre saúdeintegral. Página 10

Verdadeiro homem

No segundo artigoda série, a encar-nação de Jesus. Página 12

EBF: aindahá tempo!

O Caderno de Ativi-dades está disponívelno site da Igreja. Página 15

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Julho 20092 Palavra do leitor

Presidente do Colégio Episcopal: Bispo João Carlos LopesConselho Editorial: Magali Cunha, José Aparecido, Elias Colpini, Paulo Roberto SallesGarcia e Zacarias Gonçalves de Oliveira Júnior.Jornalista Responsável: Suzel Tunes (MTb 19311 SP)Estagiário de comunicação: José Geraldo Magalhães JúniorCorrespondência: Avenida Piassanguaba nº 3031 Planalto Paulista - São Paulo - SPCEP 04060-004 - Tel.: (11) 2813-8600 Fax: (11) 2813-8632home: www.metodista.org.br e-mail: [email protected]

A redação é responsável, de acordo com a lei, por toda matéria publicada e, sendoassim, reserva a si a escolha de colaborações para a publicação. As publicações assinadassão responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opiniãodo jornal. Propriedade da Associação da Igreja Metodista.

Órgão oficial da Igreja Metodista, editado mensalmente sob a responsabilidade do Colégio EpiscopalFundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário Rev. John James Ransom

A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada em convênio com oInstituto Metodista de Ensino Superior, que cuida da diagramação edistribuição do periódico. O conteúdo editorial é definido pela Sede Nacionalda Igreja Metodista.Editoração eletrônica: Maria Zélia Firmino de SáProjeto Gráfico: Alexander Libonatto FernandezImpressão: Gráfica e Editora RudcolorAssinaturas e RenovaçõesFone: (11) 4366-5537e-mail: [email protected] do Sacramento n. 230 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo - SPCEP 09640-000 www.metodista.br/editora

Editorial

Povo de RuaAssistindo à reportagem vei-

culada pelo Jornal Nacional no dia27 de maio de 2009, sobre a Co-munidade Metodista do Povo deRua, causou-me indignação o fatode em nenhum momento ter sereferido à origem desse trabalho.Acompanhei a rotina do semina-rista, na época, Alcides Alexandrede Lima Barros, que, a convite doBispo Nelson Luiz Campos Leite,foi acompanhar o chamado “Cafédos Coreanos”, que era servidoaos domingos na Praça FernandoCosta, região do Parque D. Pedroem São Paulo. Durante a semana,recebia doações de roupas e cal-çados que eram levados para dis-tribuir às pessoas em situação derua. Essa rotina se repetiu aproxi-madamente por dois anos, quandoentão a Técnica da Secretaria doBem-Estar Social da Prefeitura doMunicipio de São Paulo, CleisaMaffei, convidou-o a fazer umProjeto e iniciar uma parceria daIgreja Metodista com o Poder Pú-blico. O seminarista Alcides ela-borou o Projeto que serviu comoconclusão do curso de Teologia(TCC) em 1991. A seguir, o Projetofoi submetido à apreciação daPrefeitura e aprovado no ano de1992 para ser implantado no Via-duto Pedroso, onde começou afuncionar oficialmente a Comuni-dade Metodista do Povo de Rua.Gostaria de ressaltar que o fatode fazer esse registro não signifi-ca que esteja preocupada com oreconhecimento do trabalho nosentido pessoal, mas que o tãodivulgado discurso social da IgrejaMetodista, que a justiça seja fei-ta, não seja um mero discurso,mas uma prática motivadora.

Nadir Aparecida Sant´AnnaBarros, por e-mail

Você tem toda a razão, Nadir.O passado deve ser lembrado,pois ele nos ensina. No Expositorde julho de 2007, nós publicamosessa história da origem do proje-to. Concordo com você tambémque essas lembranças não sãopersonalistas, não é uma simpleshomenagem aos iniciadores do

Iniciamos, na edição passa-da, uma série de artigos sobredoutrinas da Igreja Metodista.O primeiro da série é, também,o primeiro dos 25 Artigos deReligião, histórico documentodo metodismo: falamos sobre aTrindade. Como segundo artigoda série, seguimos a seqüênciados 25 artigos e elegemos comotema a questão da encarnaçãode Cristo, na página 13. Quemnos escreve é o pastor HelmutRenders, professor na Faculdadede Teologia. Refletir sobre asdoutrinas juntamente com aigreja é uma tarefa da teologia,diz o pastor.

Os artigos da fé são partedesse processo. O pastor Helmutexplica que eles representamconsensos e aprendizados impor-tantes da Igreja cristã. Para quesejam edificantes, precisamoslembrar de duas coisas. Artigosda fé são como a planta de umacasa, diz ele. “Ninguém mora naplanta, mas uma boa planta aju-da a erguer uma casa sólida e,ao mesmo tempo, aconchegan-te”. Ajuda a erguer “casas narocha”... Segundo, artigos da fétêm uma data de criação. Elesrespondem perguntas de umaépoca, na linguagem dessa épo-ca. Talvez não representemmais, exatamente, as nossasperguntas e o nosso jeito defalar. Mesmo assim, não per-dem, automaticamente, a suavalidade; ainda podem fazer sen-tido, explica o pastor.

Por isso é tão importanteconhecer esses documentos datradição metodista. Esperamosque este material também pos-sa servir de apoio aos estudosbíblicos realizados nas igrejaslocais. Afinal, educação semprefoi prioridade da Igreja Meto-dista. Por isso, temos tambémum outro cantinho especial re-servado a matérias específicassobre educação cristã. Na pági-na 11, o bispo Josué Lazier,

Casa na rochadesignado para assessoraressa importante área da Igre-ja, nos escreve sobre o tema.Ele fala da importância daeducação cristã na vida daIgreja, educação de olhos vol-tados para a prática, algo quevai muito além da decorebade textos bíblicos. O que mefez pensar em algumas ques-tões: As nossas igrejas têmclasses de Escola Dominicalpara todas as faixas etárias?Os novos membros estão ma-triculados na classe de cate-cúmenos? Os integrantes dosgrupos de discipulado tambémsão membros ativos da EscolaDominical? Os grupos de lou-vor têm orientação bíblico-te-ológica a respeito de liturgia econteúdos dos cânticos? Qualé o espaço que as criançastêm nos cultos?

É por meio do ensino, asnovas gerações de metodistasterão condições de seposicionarem no campo religio-so brasileiro, respondendo a simesmas “Quem somos nós?”e”Qual é nosso papel comocristãos metodistas vivendo noBrasil?” As respostas a essasperguntas não são muito fá-ceis: elas podem resultar numaincômoda crise de consciência.Estaremos, afinal, questionan-do nossa relevância como Igre-ja na sociedade brasileira. Estefoi o tema de um recente con-gresso missionário realizadoem São Paulo e é, também,tema da Palavra Episcopal e daentrevista com o pastor CarlosQueiroz, diretor da Diaconia.Se esses textos o incomoda-rem, inspire-se com a reporta-gem publicada nas páginascentrais dessa edição: projetosmissionários realizados pelaIgreja Metodista em váriaspartes do país.

Suzel [email protected]

trabalho. É, antes, uma lembran-ça de que os frutos vêm apósmuitos anos de esforços e a ab-negação de muita gente. São ins-pirações para o futuro.

ColégioMetodista União

Registramos o recebimento doconvite das celebrações referenteaos 139 anos do Colégio MetodistaUnião que aconteceu entre osdias 2 a 8 de junho. Na ocasião epara comemorar os 139 anos defundação, foram realizadas diversasatividades envolvendo não só a co-munidade escolar, mas também a ci-dade de Uruguaiana. A programa-ção festiva teve incluída a 10ªedição do sarau União no universoda poesia, o Dia do Meio Ambientedia 6 e o tradicional evento União12 horas de esportes, com futsal, fu-tebol de campo, basquete,handebol e vôlei. Parabenizamos oColégio Metodista União pelas fes-tividades e pelos 139 anos forman-do pessoas.

Jornal Compar-tilhar PastoralPor medidas administrativas o

Jornal Compartilhar Pastoral che-ga à sua última edição impressa,pelo menos por enquanto. ABispa Marisa informa que a partirdo mês de julho o CompartilharPastoral será enviado via e-mail.Por isto, crendo que vocês têminteresse em continuar receben-do notícias de nossa região, soli-citamos que encaminhem um en-dereço eletrônico para:[email protected] para que possamos cadastrá-los na nossa lista de envio do jornalCompartilhar Pastoral online. Ou,se preferir acesse o site:www.metodista.org.br/remne eacesse o nosso jornal.

Redação do CompartilharPastoral, por e-mail

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Julho 2009 3Palavra Episcopal

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Na década de 1960, viajavade Chicago, onde estudava noSeminário PresbiterianoMcCormick, para a cidade deNiagara Falls, onde vivia umantigo missionário metodistaque havia vivido aqui no Brasilpor alguns anos. Em uma dasparadas do ônibus, fui até obanheiro. Como todo banheirode estação rodoviária, haviamuitas inscrições na parede.Uma delas me saltou aosolhos. Em letras grandes esta-va escrito: “Deus está morto.Assinado: Nietzsche.”

Eram anos de grande turbu-lência em todo o mundo. Eramdias de grande ceticismo e degrande crise, época em que areligião tradicional estava sen-do questionada e até mesmorechaçada. Alguém, contudo,escreveu com muito humorembaixo daquela frase na pare-de que me saltou aos olhosuma outra frase: “Nietzscheestá morto. Assinado: Deus”.

Passados mais de quarentaanos, assistimos no mundotodo um quadro religioso com-pletamente diferente. E não sóno Cristianismo. Vivemos diasem que há um renascer, empraticamente todas as religi-ões, da preocupação com aespiritualidade. O que eu estouquerendo aqui ressaltar é ofato de que nos dias de hojehá uma procura extraordináriapor espiritualidade. Alguns têmdenominado este fenômenocomo “a revanche de Deus”. Éneste contexto que nós somoschamados como metodistas arefletir sobre a nossaespiritualidade.

A verdade é que, quandofalamos desta grande onda derenovação espiritual, temos denos confrontar com a questãode como vamos peneirar o joiodo trigo. Ao falarmos dessa re-cuperação, desse resgate daespiritualidade, é importanteque consideremos o texto que

A espiritualidade do caminho(a propósito da Campanha Nacional

de Evangelização 2009)narra a estória dos caminhan-tes de Emaús.

Dois homens caminhavamtristes e acabrunhados pela es-trada que ia para a aldeia deEmaús. Não eram eles parte docírculo mais íntimo de Jesus;entretanto, eram discípulos deJesus. O projeto no qual elestudo tinham apostado chegaraa seu fim. Quando menos es-peram, um terceiro viajante sejunta a eles. A gente conhece oresto dessa história.

Levando-se em consideraçãoque Lucas era um pesquisadormuito atento, se ele acrescen-tou esta narrativa longa sobre oRessuscitado, é porque, certa-mente, nela estão escondidosalguns dos aspectos mais funda-mentais do maior milagre queencontramos registrado na Bí-blia: a ressurreição de JesusCristo. O que parece ser centralno texto é a pergunta que fa-zem após a manifestação deJesus ressuscitado no partir dopão. Eles dizem um ao outro:“Porventura não nos ardia o co-ração quando ele, pelo caminhonos falava, quando nos expu-nha as Escrituras?”

Aqui está escondida umapérola de nossa espiritualidademetodista: podemos ter o cora-ção aquecido e mesmo assimnão percebermos a presença doCristo vivo, ressurrecto, peloscaminhos da vida. Esperamosem nossa espiritualidadeintimista e introvertida encon-trar com o Cristo ressurreto nosmomentos dos grandes mila-gres, das grandes manifesta-ções extraordinárias do poderde Deus. Isto ocorre até porquealteramos, colocamos em ordeminversa, a máxima de Jesus aoafirmar “Se tu creres, tu verás aglória de Deus”, preferindo naprática a postura de “se eu vira glória de Deus, então, crerei”.

Aqui há uma questão queme parece central, o encontrocom Cristo ressuscitado nuncase dá — e João é muito maisclaro sobre isto — com os olhoscarnais. Eles não nos possibili-tam ter o encontro com o Cristoressuscitado. E, muitas vezes,queremos, em nossaespiritualidade, ter um encontrocom o Cristo ressuscitado com

nossos olhos carnais: “se conse-guir ver, crerei!” Cada vez maisem nossos dias somos comoTomé. Por isso, quando Tomé seencontra com o Jesusressurreto, este lhe diz: “põeaqui o teu dedo”. Tomé faz amais radical declaraçãocristológica que encontramos noNovo Testamento, dizendo: “Se-nhor meu, Deus meu”. A réplicade Jesus é contundente: “Tomé,mais bem aventurados são aque-les que não viram e creram”.

O grande segredo de nossaespiritualidade é quando elapode nos ajudar a reconhecer oCristo ressurreto, vitorioso,glorificado, no cotidiano davida, nos caminhos da vida. OCristo que caminha conosco nomeio de nossas desilusões,fracassos e frustrações. Mesmoquando parece que o projeto deDeus está falhando, sendo der-rotado! É nestes momentos queo Cristo ressurreto está ao nos-so lado caminhando conosco. E,porque ele está conosco e ca-minha ao nosso lado, por vezesincógnito, sem fazer barulho,conversando mansamenteconosco, é que nossa percep-ção espiritual e intimidade econvivência com ele podem seraguçadas e podemos finalmentediscernir sua presença em nos-so cotidiano, e, como os discí-pulos depois de o reconhece-rem, declarar: “É o mestre!”.

Somente na medida emque formos capazes, em nossaespiritualidade, de nos reen-contramos com o mistério doCristo ressuscitado no cotidianoda vida, é que seremos capa-zes de como Igreja darmos res-posta ao um mundo em crise.Não basta ir ao monte; importadescer do monte, para enfren-tarmos as forças demoníacas damorte que causam angústia,dor, sofrimento, miséria, vio-lência e morte. Para a transfor-mação de um mundo em crise,nossa espiritualidade tem quenos dar condições para desco-brir o Cristo presente nos ca-minhos de nosso cotidiano,pois como afirmou Wesley, “omundo é a nossa paróquia”.

Creio que ainda hoje, maisdo que nunca, precisamos deuma espiritualidade que, ali-

mentada por Deus, seja fiel àsua Palavra, sensível ao moverdo Espírito Santo, alicerçada najustiça, edificada na comunida-de, voltada para o mundo, ínte-gra no seu comportamento éti-co e disposta ao serviçoparticularmente, como diziaWesley, não só daqueles queprecisam de nós, mas daquelesque mais precisam de nós, ospequeninos de Deus. Talespiritualidade nos dará oempoderamento para com auto-ridade promovermos a transfor-mação não somente de pessoasindividualmente, mas da socie-dade em que vivemos.

Quando a Igreja Metodistano Brasil está convocada paraa Campanha Nacional deEvangelização de 2009, sob otema “Jesus, nossa maior se-gurança”, não seria o caso denos perguntarmos “se real-mente queremos ser uma Igre-ja espiritualmente relevantepara um mundo em crise, aoinvés de pensarmos em mudaros Cânones, de criarmos novasleis e estruturas, em eleger nopróximo Concílio Geral o reve-rendo fulano ou beltrano, poisserá melhor bispo que nossosatuais bispos, em formar esteou aquele movimento que pa-rece promover um avivamen-to, mas é somente plataformapolítica para atingir interessespróprios; não deveríamos le-vantar aos céus um verdadei-ro clamor por uma verdadeiratransformação de nossaespiritualidade num verdadei-ro encontro com ‘o Cristo detodos os caminhos` (no feliztítulo de um dos mais impor-tantes l ivros de StanleyJones, exatamente naqueleem que trata da obra do Es-pírito Santo na vida do cren-te e da Igreja)?”

Que nosso encontro comDeus verdadeiramente nos tirede dentro da nossa aquecidapousada de Emaús e nos devol-va de novo ao caos e confusãodos caminhos de nossa Palesti-na, das ruas de nossa Jerusa-lém, derrubando as muralhas daespiritualidade fechada noscenáculos de nossos templos.Afinal de contas, é ou não é omundo nossa paróquia?

Paulo Ayres Mattos, BispoEmérito da Igreja Metodista

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Julho 20094 Oficial

Otimizar recursos, criar maior sinergiae sintonia, crescer e aumentar a visibilidadedos serviços educacionais prestados. Essassão as principais motivações para a RedeMetodista de Educação. Ela vai congregartodas as instituições metodistas de ensino(IMEs) espalhadas pelo Brasil, tanto as liga-das à educação básica (ensino fundamentale médio) quanto à educação superior.

A Rede Metodista está ganhando corpoem 2009, mas as discussões em torno desua constituição já vêm de algum tempo.Uma série de encontros promovidos peloCOGEIME – Instituto Metodista de Servi-ços Educacionais – tratou dessa possibili-dade e das formas de concretizá-la, oque acabou resultando na aprovação desua criação durante o último Concílio Geralrealizado em 2006.

O novo modelo vai obedecer a um ca-lendário de implantação, com previsão paraestar concluído no início de 2010. Em umprimeiro momento, a intenção é tratar dosaspectos administrativos para, em seguida,contemplar também a dimensão acadêmi-co-pedagógica. “Este é um momento histó-rico para a nossa Igreja Metodista”, ressal-tou o professor Marcio de Moraes, escolhidopara ser o diretor-superintendente daRede. Ele apontou as possibilidades eoportunidades que esse novo formato podetrazer. “Em primeiro lugar, não podemosperder de vista que o cenário de concor-rência no segmento educacional nos leva ànecessidade de uma gestão cada vez maisprofissionalizada, que gere sinergias e pos-sa nos manter competitivos, e a Rede pode

Avança Rede Metodista de EducaçãoInstituições já começam a se preparar para novo formato; processo deve estar concluído em 2010

nos permitir isso. Além do mais, identifi-car as melhores práticas que cada uma dasinstituições metodistas realiza e tornarpossível que sejam compartilhadas emtodo o conjunto trará certamente melho-res resultados. O mais importante detudo, porém, é que juntos somos maisfortes”, sinalizou.

Para o professor Wilson Zuccherato,presidente do CONSAD – órgão de admi-nistração da Rede que centralizou em umaúnica instância os conselhos diretores dasIMEs e que tem entre suas atribuições ade estabelecer diretrizes e zelar pelo cum-primento delas –, a motivação para essesalto de qualidade está relacionada à vo-cação educativa metodista. “Desde ostempos de John Wesley”, analisa, “aIgreja Metodista naquela época fundada ti-nha como preocupação oferecer uma edu-cação que pudesse resultar na transforma-ção das pessoas e da sociedade, e hojenão podemos negligenciar esse legado es-sencial”. Zuccherato acredita, entretanto,que o momento vai exigir de todas asinstituições metodistas uma transforma-ção no modo de pensar e agir, sem deixarde lado a missão, os valores e a visãoque elas têm. Segundo ele, qualquer mu-dança sempre traz desconfortos, expecta-tivas e inseguranças. “Isso é natural queaconteça, mas precisamos olhar a criaçãoda Rede como uma oportunidade de aper-feiçoar a nossa gestão e também cres-cer”, analisa. “Não podemos deixar que aconfessionalidade prejudique a nossacompetitividade”, acrescentou.

Ato Episcopal – nº 001/09 Ciemal selecionacoordenador(a) doPrograma Jovem

em MissãoO Conselho de Igrejas Evangélicas

Metodistas da Igreja Metodista (Ciemal)abriu processo seletivo para a coordenaçãoregional do Programa Jovem em Missão daregião do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chi-le, Paraguai e Uruguai).

Podem participar jovens de 20 a 31anos de idade, membros da Igreja Meto-dista há pelo menos cinco anos e que te-nham participação ativa no movimento dejuventude de seu país. É necessário, tam-bém, ter participado de pelo menos doisencontros organizados pelo Programa Jovemem Missão. O novo(a) coordenador(a) assu-mirá suas funções em setembro de 2009 eo período do cargo será de três anos emeio. As inscrições encerram-se em 30 dejulho de 2009. Mais informações pelo sitewww.metodista.org.br ou na Sede Nacionalda Igreja Metodista, tel.(11) 2813-8600.

Período de transição em curso

Para dar consistência à criação da RedeMetodista de Educação, órgãos dirigentes daIgreja Metodista, como o Colégio Episcopal,a COGEAM (Coordenação Geral de AçãoMissionária), CONSAD e COESU (ambos liga-dos ao COGEIME), tiveram o suporte de umaconsultoria para elaborar um diagnóstico dassete mantenedoras (IMS, IEP, IMED, IPA,Bennett, Granbery e Izabela Hendrix) e pro-por um modelo de gestão mais apropriadopara atender aos anseios e necessidades daIgreja Metodista. Com o resultado em mãos,o modelo proposto e aprovado pela direçãoda Igreja foi o de uma Central de ServiçosCompartilhados (CSC), que deve se tornarprestadora de serviço para as IMEs a partirde diretrizes preestabelecidas. Neste momen-to de transição para o novo modelo, a deci-são foi a de concentrar as ações da CSC noInstituto Metodista de Ensino Superior, atéque o local definitivo seja escolhido.

O presidente do CONSAD chama aten-ção para a importância da comunicaçãonesse momento de novidade para a IgrejaMetodista. “Nosso compromisso é o demanter todos informados sobre os avançosda implantação da Rede tanto na igrejaquanto em cada instituição de ensino.Buscaremos, de todas as formas, cuidar damelhoria dos processos, de todas as pesso-as que trabalham conosco e de comunicarde forma rápida e simples todos os envol-vidos”, informa Zuccherato.

Rede Metodista de EducaçãoAssessoria de Imprensa

Conforme correspondência datada de12 de fevereiro de 2009, arquivada naSede Regional, o rev. Cláudio VernequeGuerson solicitou desligamento da OrdemPresbiteral da Igreja Metodista. Assimsendo, atendendo ao Artigo 30/II dosCânones de 2007, declaro cancelada esem efeito a credencial de presbítero dorev. Cláudio Verneque Guerson e que omesmo passa, a partir desta data, à ca-

Ato Episcopal – nº 003/09Conforme correspondência enviada e

protocolada na Sede Regional no dia 22 deabril de 2009, o rev. José Valadão LopesFilho solicitou desligamento da OrdemPresbiteral da Igreja Metodista. Assimsendo, atendendo ao Artigo 30/II dosCânones de 2007, declaro cancelada e semefeito a credencial de presbítero do rev.José Valadão Lopes Filho e que o mesmopassa, a partir desta data, à categoria de

tegoria de membro leigo da IgrejaMetodista, sendo transferido para IgrejaMetodista Izabela Hendrix.

Notifique-se. Registre-se. Divulgue-se.

Belo Horizonte, 20 de fevereiro de 2009.

Bispo Roberto Alves de SouzaQuarta Região Eclesiástica

membro leigo da Igreja Metodista, sendotransferido para igreja local a ser defini-da pelo mesmo.

Notifique-se. Registre-se. Divulgue-se.

Belo Horizonte, 22 de abril de 2009.

Bispo Roberto Alves de SouzaQuarta Região Eclesiástica

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Julho 2009 5Pela Seara

Fala, criança!“Então me invocareis e ireis, orareis a mim e

vos ouvirei. E buscar-me-eis e me achareisquando me buscardes de todo o vosso coração”.

Jeremias 29.12 e 13

Daniel tinha cincoanos, sua vó Nice estavamuito doente.

Depois de meses de so-frimento e de exames, foidescoberto um câncer quea enfraquecia dia a dia.

A quimioterapia era aúnica alternativa de trata-mento no seu caso, masafetava a sua saúde jádebilitada por seqüelas de um diabetes. A mamãe Myriam, como elefalava, pediu: “filho, Deus ouve de maneira especial a oração das cri-anças, ore pela vovó”. Prontamente ele atendeu e pediu para ir orarno quintal.

Já era noite. A rua estava escura e havia uma lua majestosa nocéu. Lá ficou Daniel um bom tempo e depois entrou em casa com umrostinho feliz e satisfeito. A mamãe curiosa perguntou por que ele quisorar no quintal e o que falou com Deus.

Daniel explicou: “Sabe mãe, eu fiquei um tempo olhando a lua edepois falei assim: ‘Deus, se você é tão poderoso para criar essa luatão linda, curar a minha vó é fácil! Cura a vó Nice!’

Pronto, esta é a fé que lemos na Bíblia. Em poucos meses a vovóestava totalmente curada para honra e glória do senhor! Neste anoDaniel completou 10 anos e no dia seguinte sua querida vó Nice partiupara a glória, sem dor nem sofrimento, placidamente sentada no sofá.

Que este exemplo possa semear mais fé entre os leitores e assimfazer frutificar o legado deixado pela vó Nice.

Daniel é filho do pastor Danilo Prado e de Myriam (3ª região).Vó Niceé a saudosa irmã Eunice Veiga de Castro que desde menina trabalhouna igreja metodista pondo a disposição de Deus seus dons em váriosministérios. Faleceu dia 18/05/2009 em Ribeirão Bonito 5ª Região.

125 Anos deMetodismo em Juiz de

Fora (1884-2009)Entre “lá” e “aqui”, “ontem e hoje” existe um

espaço que chamamos de tempo.O tempo é a tela onde a humanidade grava a sua

história. Ele vai remando o grande marda vida, incansavelmente, e cada um de nós vai

lançando âncoras e deixando as marcas da nossa pas-sagem por ele.

“Assim aqui chegaram Metodistas,Daqui partiram Metodistas,Aqui permanecem Metodistas...”

Você sabia que?Por volta de l884, Juiz de Fora foi escolhida por

metodistas, missionários americanos, que aqui aportaramna intenção de criar um centro irradiador do metodismo.

Aqui construíram o Instituto Granbery da IgrejaMetodista, o orgulho santo de todos, até os nossos dias.

Aqui edificaram o maior e o mais belo templometodista da época, conhecido como a CatedralMetodista.

Aqui fundaram o Expositor Cristão com a finalidadede divulgar o metodismo e promover sua unidade na-cional, objetivo este que permanece até hoje, comoum dos principais do tradicional periódico.

Aqui fundaram a primeira revista feminina do Bra-sil, através da qual as mulheres, pela primeira vez,podiam expressar seus pensamentos e suas idéias.

Aqui enfrentaram a fúria daqueles que não podiamentender uma Igreja que buscava a liberdade e a so-lidariedade através da verdade absoluta, que é Cristo.

Talvez em nenhum ponto do Brasil o Metodismo nas-cente tenha desenvolvido com tanta lucidez o compro-misso social, abraçando algumas causas libertárias comoa da escravidão, a da República e outras que fervilha-vam na sociedade brasileira, quanto em Juiz de Fora.

O tempo passou e lá se vão 125 anos...A Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, toda glória

e toda a honra. Ev. Alfredo Vieira

A Igreja Metodista de Vila Isabel teve seu início quando umgrupo de operários, membros de duas igrejas da zona sul da ci-dade, foi transferido para o novo bairro de Vila Isabel, em 1898.Como não podiam ir até suas igrejas, começaram a se reunir emsuas próprias casas. Em 15 de junho de 1902, a igreja foi orga-nizada oficialmente, pelo missionário americano Rev. J.L.Kennedy. Durante vários anos ela se reuniu em casas alugadas,até que em 1910 adquiriu uma primeira propriedade, que foiadaptada para salão de cultos. Em 1920 foi colocado à venda ogrande terreno onde a igreja hoje se localiza. Foi realizada umagrande campanha entre os membros da igreja - todos pobres - e,com a ajuda da Junta de Missões Americana, foi adquirido oreferido terreno. Em 1921 foi inaugurada a casa pastoral; em 22de agosto de 1922, o templo e, em 1924, o Edifício Paroquial,destinado à Escola Dominical e a uma escola primária.

Atualmente, a Igreja Metodista de Vila Isabel tem perto de 850membros, dos quais dois terços são mulheres. Durante a semanahá trabalho com crianças e adolescentes carentes, que jogam

Vila Isabel completa 107 anosTema dos 107 anos: “Nós não nascemos ontem. Temos história, temos memória,

temos identidade e temos uma missão”.

futebol, lancham e recebem aula de ensinos bíblicos. Há um cursode reforço escolar, no ensino básico, e classes para educação deadultos. As pessoas de terceira idade reúnem-se semanalmentepara confraternização, ginástica e palestras. As instalações daigreja são cedidas ainda para reuniões de grupos comunitários,como os Alcoólicos Anônimos, Comedores Compulsivos Anônimos,Neuróticos Anônimos e outros.

A preocupação dessa igreja com a história e a identidademetodistas tem gerado várias iniciativas inspiradoras, como acriação de uma biblioteca on line, que oferece publicaçõesdigitalizadas (e está disponível no site nacional da IgrejaMetodista – www.metodista.org.br) , o Ministério da Memória eeventos como a “Tarde com Wesley”, no dia 30 de maio, sessãode palestras com João Wesley Dornellas, historiador metodista emembro da Igreja de Vila Isabel, e bispo Paulo Ayres Mattos, pro-fessor na Faculdade de Teologia.

Informações extraídas do site www.metodistavilaisabel.org.br

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Julho 20096 Pela Seara

Considerado o maior e mais moderno complexo cultural e delazer para a terceira idade na América Latina, o Parque da Matu-ridade José Dias da Silva, em Barueri (SP), é freqüentado por atémil idosos por dia. Por conta disso, a Sociedade Bíblica do Brasil(SBB) enviou seus representantes Emerson Ricardo Moreira eDanila Martins no final de maio para a cerimônia de entrega daBíblia completa em braile e em áudio, além de outros exemplaresbíblicos, doados à Biblioteca do parque.

A prefeitura local registrou 143 idosos que acompanharam aentrega realizada pelos representantes da SBB. Foram 50 bíbliasencadernadas em couro com letras grandes, uma Bíblia com 38volumes em braile e aproximadamente 400 Bíblias, também comletras grandes entregues a comunidade.

Em Osasco (SP) o bairro carente de Jardim Piratininga tam-bém foi palco de um mutirão social com a participação da SBB, nodia 16 de maio. Além da doação de materiais bíblicos e a promo-ção de atividades lúdicas às crianças, o evento contou com aten-dimento de assistência social e saúde.

A SBB quer atingir a meta de disponibilizar a Bíblia em Brailea todas as bibliotecas públicas do país apesar do alto custo dessaliteratura de 38 volumes. Em 2008 foram entregues 14 exemplaresem várias regiões e organizações públicas do país. Em 2009 emcomemoração pelos 200 anos de nascimento de Louis Braille, cri-ador deste sistema de leitura, a SBB quer atingir a meta de 18exemplares da publicação em várias regiões do país.

Informações dos sites: http://www.barueri.sp.gov.br ewww.ssb.org.br

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Idosos recebem Bíblias em áudio e braile noParque da Maturidade, Barueri, SP

Equipamentos de ginástica do Parque da Maturidade (acima) e a entrega deBíblia a um frequentador

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Julho 2009 7Pela Seara

Toca-me, SenhorIgreja Metodista de Aracaju realiza acampamento

Nos dias de 9 a 12 de abril de 2009, durante a Semana Santa,irmãs/os da Igreja Metodista Central em Aracaju estiveram reunidosna Chácara João XXIII, na cidade de Salgado, Sergipe, para umretiro espiritual. O tema do acampamento foi “Toca-me, Senhor”,baseado na passagem de Lucas 5. 12-13. Participaram do acampa-mento o Ministério Toque de Poder, da Igreja Metodista Central emSão Paulo e a irmã Vilma Alcântara, missionária da Igreja BatistaEbenézer. Foi um momento de grande edificação na vida de todos/as os/as acampantes. Bastante visível foi também a participação deum bom número de adolescentes no evento (em torno de 30). Muitosmembros da igreja deram testemunhos a respeito de como foramedificados e também pessoas não-membros que participaram pude-ram sentir o toque de Deus em suas vidas, entregando-as a Ele. Nodomingo da ressurreição, os/as acampantes saíram às ruas daquelacidade numa alvorada anunciando através de cânticos e versículosbíblicos a vitória de Jesus sobre o pecado e sobre a morte.

Ministério de Comunicação

Jovens de Angola unidos pela vidaJuventude Metodista de Angola recomenda repúdio à violência infantil e consumo de drogas

em conferência que contou com a presença do governador da província

Festa da FamíliaO Distrito de Brasília promove a Festa

da Família na Igreja Metodista 610 Sul, nodia 27 de junho. Como não podia deixar deser, não faltou boa comida e alegria. Maso evento foi, também, uma oportunidadede reflexão e aprendizado: o bispo NelsonLuiz Campos Leite esteve presente minis-trando palestra sobre a educação de ado-lescentes, abordando, entre outros assun-tos, a importância de se dar atenção aosjuvenis na dinâmica da comunidade de fé.

Rev. Misael Lemos Silva – SD Brasília

Huambo - A IX Conferência Geral da Juventude da IgrejaMetodista Unida recomendou hoje, domingo (31/05), na cidade doHuambo, o repúdio à violência infantil, ao consumo excessivo debebidas alcoólicas e de outras drogas, com vista à redução signi-ficativa destes males que contrariam os valores do ser humano.

Sob o lema “Geração instruída jamais será confundida”, aconferência visou conferir e avaliar o trabalho desenvolvido aolongo do biênio bem como analisar, discutir e deliberar os assun-tos constantes do seu projecto.

Orientada pela directora-geral da juventude da IgrejaMetodista Unida do Oeste de Angola, Edjane Marília de Gaspar,a conferência juntou cerca de 400 jovens provenientes de váriasprovíncias do país.

Os participantes assumiram tornar a instrução abrangente emtoda extensão conferencial nas mais diversas áreas, nomeada-mente educação bíblica doutrinária, humana e científica cultural,de modos a que esta geração se revele apta e capaz de servir aigreja e a sociedade.

Tendo em conta a necessidade de muitos recursos por ocasiãodas sessões conferenciais, os participantes recomendam tambéma criação de um fundo livre conferencial.

Analisado o plano curricular da juventude que entra em execuçãode forma experimental durante dois anos, os participantes recomen-daram que as temáticas constantes no plano sejam desenvolvidaspara tornar uniforme a instrução em qualquer parte do país.

Verificando-se a carência dos jovens no ministério pastoral, aconferência recomenda maior aderência de jovens e apela à con-ferência anual a melhorar as condições sociais dos pastores e queas igrejas locais criem mecanismos que estimulem os jovens afazer parte deste.

Face aos grandes desafios da época a conferência incentiva osjovens a assumirem uma vida vitoriosa e equilibrada no domíniosocial e espiritual, exercitando o amor ao próximo, o compromissocom Deus e a sua igreja, uma vida de oração e estudo da palavrade Deus, sem se esquecer de estabelecer prioridades em suas vidas.

A directora-geral da juventude, Edjane Marília de Gaspar, foireconduzida ao cargo e foram eleitos, para o biénio 2009-2011,como director adjunto Ismael Farias da Costa, secretário EdgarMadeira e tesoureira Isabel Andrade, que tomaram hoje posse,num culto de acção de graças realizado no pavilhão desportivo“Osvaldo Serra-Vandunem”, na presença do bispo da igreja,Gaspar Domingos, do governador da província, Albino Malungo, evários outros convidados, entre religiosos, políticos e membrosdo governo local.

Os jovens agradeceram o apoio do Governo da Província doHuambo e anunciaram que a próxima conferência será realizadano Kwanza Norte.

FONTE: www.portalangop.co.ao -Colaboração do irmão

Nguienguie Vasco, de Luanda, Angola.

Mulher de OraçãoNo dia 30 de maio pudemos realizar um culto em ação de graças

pela passagem de mais um aniversário de uma Mulher de Oração.Desde minha infância recordo a minha avó orando a Deus pela suafamília de 11 filhos homens, numa fazenda na aldeia do Caramonho,distrito de Penha do Cassiano, Governador Valadares, MG. Nestafazenda os missionários metodistas realizavam os cultos, mais tardeuma congregação. No inicio dos 70, as famílias saíram e foram re-sidir na cidade. Depois destes anos pude voltar àquele lugar, só pudever outros moradores, ficando lembrança do passado. Neste dia 30pude conversar com a minha avó com seus 93 anos de vida e tes-temunho. São mais de 100 descendentes; uma família grande queconta sempre com a intercessão desta mulher de Deus, mulher de ora-ção. Louvamos a Deus pelo testemunho vivo desta serva valorosa emsua missão e ministério em prol do Evangelho de Cristo em terrasmineiras. Sou grato a Deus por ser o seu neto mais velho, meu paiAlmiro, o filho; minha filha Martha, a bisneta mais velha e a AnaLuiza a tataraneta mais velha. Gerações abençoadas pelas oraçõese convívio desta querida matriarca.

Rev. Nadir Cristiano de Carvalho (IM Vila Maria,capital de São Paulo).

Disk Oração

(11) 3277-1390

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Julho 20098 Capa

Porque tive fome, e me destes de comer;tive sede, e me destes de beber; era

forasteiro, e me hospedastes; estava nu, eme vestistes; enfermo, e me visitastes;preso, e fostes ver-me. Mateus 25 35-36

Talvez você tenha descoberto, no livro de Tiago, que a fé,sem obras, é morta (2.17). Talvez você esteja cansado de ir àigreja como quem vai a um clube. Talvez, em vez de “ir à igreja” você queira “ser igreja”, dentro e fora das quatro paredes dotemplo. E o Espírito Santo esteja clamando, dentro de você, paradar alimento, abrigo, consolo e horizontes a quem necessita.

Mas talvez você não saiba exatamente o que fazer, e como.Então, saiba que a Igreja Metodista mantém, em todo o país, pro-jetos missionários que contamcom a sua ajuda e de muitos ou-tros voluntários e voluntárias.São projetos nos quais você podese engajar, individualmente, ouque podem servir de inspiraçãopara a implantação de iniciativassemelhantes na sua igreja localou no seu distrito.

Desenvolver trabalhos depromoção humana exige cuida-dosa preparação, organização,investimento de dinheiro, talen-tos e tempo. Iniciativas de mai-or abrangência podem serinviáveis para igrejas pequenas;tornam-se, porém, realidadequando há união de forças. Epequenas iniciativas, de âmbitolocal, também podem fazergrande diferença na vida de umapessoa. “Em verdade vos afir-mo que, sempre que o fizestesa um destes meus pequeninosirmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.40).

Mutirão transformador

Uma cidade que receba os projetos Uma Semana pra Jesus,Três Dias para Jesus ou Julho para Jesus nunca se esquece. Umamultidão de pessoas chega à cidade uniformizada, cantando, ani-mando as ruas e oferecendo serviços aos quais muita gente tempouco ou nenhum acesso: atendimentos médico, odontológico, ju-rídico e psicológico; palestras e atendimentos de saúde, higienee aparência pessoal; oficinas de artesanato, evangelização, mú-sica, teatro, e até construção! Quando eles vão embora, deixammais saúde, esperança e um sopro de transformação.

Foi como uma iniciativa de vários leigos e leigas, dirigentesde Federações de Homens e Mulheres da Quinta Região Eclesiás-tica (que abrange cidades do interior de São Paulo, Goiás, MatoGrosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Distrito Federal eTocantins), que nasceu o primeiro Projeto Missionário “Uma Se-mana Pra Jesus”, em 1996. Neste ano, o evento acontece no MatoGrosso, na cidade de Lucas do Rio Verde, de 17 a 24 de julho.

A iniciativa floresceu e se espalhou. Em 1998, surgiu o Julho paraJesus, na Sexta Região Eclesiástica (Paraná e Santa Catarina), queesse ano está sendo realizado entre os dias 12 a 18 de julho nosmunicípios catarinenses de Mafra e Itaiópolis. Em São Paulo, aSemana para Jesus de 2009 ocorre no município litorâneo de

Precisa-se de voluntáriosConheça alguns projetos da Igreja Metodista que

existem graças à fé e à dedicação voluntária

Ubatuba, de 11 a 18 de julho. No Rio de Janeiro, a Federação deJovens da 1ª RE, com apoio de outras federações e do Evangemed,realiza o Momento de Deus para Missões, com perfil semelhante àSemana para Jesus. A iniciativa, em sua 11ª edição, ocorre este anode 24 a 26 de julho, no Instituto Central do Povo (ICP). Os interes-sados deverão enviar um e-mail para [email protected] ou deixarum recado no Orkut da Federação Metodista de Jovens da 1ªRE.

No norte do país, a cidade paraense de Marabá, foi escolhidapara receber o projeto Três Dias para Jesus, de 10 a 12 de ou-tubro de 2009.

Ainda há tempo de se inscrever no projeto Três Dias para Je-sus, em Marabá, bela cidade distante cerca de 500 quilômetros dacapital, localizada no ponto de encontro dos rios Tocantins eItacaiunas. Todos a ajuda é bem vinda pois, além dos atendimentosespecializados nas áreas de saúde, construção civil e educação, hátodo tipo de trabalho de suporte, toda a ajuda é fundamental paraa concretização do projeto. A Igreja Metodista de Marabá é pequena,

em número de membros e preci-sa de ajuda.Contato para inscrição: Professora Alcinara Jadão: (094) 91784713(094)-81470030alcinarajadao @yahoo.com.br ;[email protected]

Construçãode horizontes

Melhorar as condições de mo-radia, higiene, saúde e de eco-nomia das famílias, por meio daconstrução de cisternas, casas egeração de renda é o objetivodo Projeto Varjada, realizado nomunicípio de Passira, Per-nambuco, pela Igreja Metodista,ONG Habitat para a HumanidadeBrasil, Visão Mundial e váriasoutras instituições parceiras. Oreconhecimento deste trabalho

demonstra que as metas têm sido atingidas. O Projeto Varjada foium dos vencedores do Prêmio “Caixa Melhores Práticas 2007/2008”,promovido pela instituição bancária para apoiar projetos que pro-movam sustentabilidade, habitação, desenvolvimento local, inclusãosocial e gestão ambiental.

Varjada é uma comunidade situada na zona rural do municípiode Passira, a 112 km de Recife. A comunidade é formada poragricultores e bordadeiras, que atuam na economia formal e infor-mal. Cerca de 40% das famílias sobrevive com menos de um saláriomínimo. Antes do início do projeto, 90% das famílias não tinhamum reservatório de água. Quase a metade das moradias da regiãoé de taipa, sem reboco ou acabamento, tornando-se esconderijosde insetos, principalmente o Triatoma, mais conhecido como bar-beiro, o principal transmissor da Doença de Chagas.

Graças ao Projeto Varjada, hoje já existem 50 cisternas deplacas com capacidade para armazenamento de 14 mil litrosd´água, beneficiando mais de 200 pessoas diretamente. Cin-qüenta casas de alvenaria já foram levantadas em regime demutirão, que contou com metodistas do Brasil e do exterior.

A partir das demandas da comunidade, foram realizadas reu-niões com o prefeito que se comprometeu a construir o Posto deSaúde e da escola para ampliação do ensino na comunidade. Atéque o posto fique pronto, a Igreja e a ONG Habitat mantém ummédico e uma enfermeira para atendimentos de emergência.

Projeto Varjada: equipe de voluntários(as) em frente à casa de alvenaria re-cém-construída. Cisternas também foram construídas em regime de mutirão.

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Julho 2009 9Capa

Um negro que o protestantismo brasileiro esqueceu

Você pode participar mobilizando fundos para patrocinar aconstrução de casas ou participando de mutirões de construção.Entre em contato com o escritório nacional do Habitat: RuaMonte Castelo, 270 - Bairro Boa Vista - Recife - PE - BrasilCEP: 50.050-310 Tel. 55 (81) 3221-3137E-mail: [email protected]://www.habitatbrasil.org.br/projetos/regiao-nordeste/varjada/projeto-varjada

Oferta de liberdade

A Pastoral Carcerária não é um trabalho fácil. “Costumo di-zer que o ir ao presídio sempre vai ser para uma minoria (dadoao fato de ser uma unidade de segurança e haver restrições deacesso compreensíveis)”, diz o coordenador da PastoralCarcerária da Primeira Região Eclesiástica, pastor Edvandro Ma-chado Cavalcante. Mas isso não significa que o trabalho dispen-se ajuda. O envolvimento externo das igrejas locais e institui-ções é fundamental para a existência desta obra. Além davisitação, feita por agentes religiosos credenciados, a Pastoralfaz doações de material de higiene pessoal (sabonete, desodo-rante, absorvente feminino etc.). Este ano também começou umprojeto de qualificação profissional, inicialmente para a mulherencarcerada, denominado “Projeto Esperança” que consiste emcursos de corte e costura e artesanato.

Segundo o pastor Edvandro, um fato que diferencia positiva-mente o trabalho metodista nos cárceres do Estado é a participa-ção da Igreja nos conselhos e órgãos que garantam a dignidade dapessoa humana, imagem e semelhança de Deus. Por exemplo, oConselho da Comunidade da Comarca do Rio de Janeiro, um dosórgãos de execução penal responsável entre outras ações pela fis-calização das unidades. Na busca de um modelo de evangelizaçãoque seja integral, a Pastoral Carcerária realiza ações assistenciais,pastorais, políticas. Há, portanto, trabalho para todos. O e-mail decontato é [email protected], e podem ligar para asede regional – (21) 2557-3542 e (21) 2557-7999.

Esperança na educação

O Sombra e Água Fresca é uma rede de projetos da IgrejaMetodista no Brasil, desenvolvida pelas igrejas locais e instituiçõespara atender crianças e adolescentes de 6 a 14 anos. As igrejas sãodesafiadas a organizar atividades extra-escolares para crianças eadolescentes entre 6 e 14 anos, contribuindo para seu desenvolvi-mento físico, intelectual, emocional, espiritual e social. Todo o tra-balho é voluntário e deve contar com o apoio oficial e a colaboraçãoda igreja. Baseados nos recursos disponíveis: materiais, físicos ehumanos, a equipe local deve propor as atividades e os dias de fun-cionamento. Teca Greathouse, coordenadora nacional, e RosiclerRibeiro dos Passos, secretária executiva, recomendam que o pro-jeto funcione de 2 a 3 vezes por semana, em horário alternado à es-cola dos/as participantes. A equipe local do projeto deve participarde reuniões de capacitação e, se possível, envolver também a co-munidade do bairro, buscando parcerias para a manutenção e desen-volvimento do projeto. Contatos: Avenida Piassanguaba nº 3031 -Planalto Paulista, São Paulo - SP - CEP 04060-004 Tel: (11)2813.8600. E-mail: [email protected]

Força jovem

O projeto “Jovens Mãos à Obra” é uma iniciativa da FederaçãoMetodista de Jovens da 1a. RE, que forma equipe de jovens volun-tários para atuar na área de construção civil, ajudando em traba-lhos de restauração e reparos dos templos metodistas, prédios edu-cacionais e instituições de forma geral. Esse projeto começou em2007 e o primeiro trabalho, que contou com a participação de 50jovens, ocorreu quando a Igreja Metodista da Gamboa fez o convitepara que realizassem a limpeza e pintura do local.

Este ano, o projeto “Jovens Mãos à Obra” acontecerá nos pe-ríodos de 13 a 25 de junho e de 19 a 26 de junho, no InstitutoCentral do Povo ( ICP), e de 24 de julho a 29 de agosto, no Acam-pamento Clay. A Federação Metodista de Jovens, em parceria como projeto Voluntários em Missão, da área de Expansão Missionária

Regional, convida jovens que tenham domínio da língua inglesa paraauxiliar no trabalho de reforma destas duas instituições junto agrupos de americanos, vindos da Carolina do Sul, Carolina do Nortee Atlanta. As pessoas que desejarem participar devem enviar ume-mail para [email protected] e solicitar a ficha de inscrição.

Viagem missionária

O Barco Hospital Saúde Integral realiza ação missionária emvilas e povoados ribeirinhos e indígenas e nas comunidadesmetodistas da cidade de Manaus. É possível desenvolver as se-guintes ações: Escola Bíblica de Férias; testemunhos de fé; pales-tras educacionais; construção de igreja; atendimento medico/odontológico, (tanto em terra como em comunidades ribeirinhasa bordo do barco), evangelismo de rua, teatro etc. Há espaço,também, para o turismo ecológico. Os voluntários terão oportu-nidade de conhecer a beleza natural e a rica cultura da região.Para participar é necessário formar grupos entre 5 e 15 pessoase reservar agenda. O grupo precisa custear suas próprias despe-sas de viagem e o custo dos atendimentos prestados, o que incluia compra de material e manutenção do barco. Contatos: PastorLuis Augusto Cárdias Filho, fone: (92) 3082-3591, [email protected] e [email protected];

Rev Deonisio Agnelo dos Santos, fone (92)9132-9950/3084-0488, e-mail [email protected] ; Pr Dimanei Lisboa, fone(92) 9142-2216, e-mail [email protected]

Legislação do Voluntariado

A Lei nº 9.608/98 caracteriza como trabalho voluntário a ativi-dade não remunerada prestada por pessoa física a entidade públi-ca de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lu-crativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais,científicos, recreativos ou de assistência social. Esta lei estabeleceque o trabalho voluntário esteja previsto em contrato escrito - oTermo de Adesão que destaca a não existência de vínculo traba-lhista no serviço voluntário.

Mais informações: http://www.voluntariado.org.br

Barco Hospital: ação missionária nas comunidades ribeirinhas da Amazônia.

Crianças participantes do Projeto Sombra e Água Fresca.

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Julho 200910 Missões

Quando dói, grito ai,quando é bom, fico bruta,

as sensibilidades sem governo.Mas tenho meus prantos,

claridades atrás do meu estômago humildee fortíssima voz pra cânticos de festa.Adélia Prado (do poema Grande Desejo)

Escolher a vida é tarefa diária. Crescimento gera dor. Mastambém traz prazer e sabedoria. Humaniza e capacita para amissão. As mulheres reunidas nos dias 5, 6 e 7, na Faculdade deTeologia da Universidade Metodista fizeram a escolha pela vida.Vieram de muitas partes do país para participar de palestras quetiveram como tema a saúde integral, um terreno desconhecido (eaté proibido!) para muita gente que ainda acha que o corpo é se-parado da alma.

A palestra de abertura, ministrada pela bispa e médica Marisade Freitas, da Região Missionária do Nordeste rompeu barreiras,aplainando o caminho para as palestras que se seguiram. Marisafalou sobre o princípio da vida, fazendo uma linda analogia dofuncionamento do corpo humano com os propósitos de Deus e oexercício da espiritualidade.

Explicando o processo de fertilização do óvulo peloespermatozóide, ela disse que a nova vida se gera na união: éimagem de Deus que também une, em si mesmo, as característicasmasculinas e femininas que concede à humanidade. “Quando a vidacomeça em comunhão, ela se multiplica”. Assim se multiplicam ascélulas e cresce um bebê que, apesar de protegido e confortável,procurará, no momento certo, sair à luz. “Todo o ser que nasce deDeus anseia pela vida e liberdade. Não dá pra ficar a vida inteirano ventre materno”, disse a bispa, lembrando que este princípiotambém é válido para a vida cristã. É necessário liberdade e cres-cimento. Contudo, toda vida em liberdade exige dor e sacrifício. “Obebê chora ao nascer levando tapinha ou não porque a entrada dear nos alvéolos pulmonares provoca dor”, disse ela. “Da mesma ma-neira, ninguém cresce sem passar por uma situação difícil”.

A teóloga e médica metodista foi enfática ao afirmar que o corpohumano não é “pecado”: “O diabo não tem corpo e é pecador. Onosso corpo é sinal palpável do milagre de Deus. Por isso, precisamosconhecer nosso corpo. Quanto mais o conhecermos, mais poderemoscuidar dele, valorizando-o como habitação do Espírito”.

Elas escolheram a vidaSegundo Marisa, o cristianismo é o caminho real de saúde

integral. E saúde integral, lembrou ela, inclui corpo e mente.Muitos problemas de ordem física tem origem emocional quepodem – e devem – ser tratados por especialistas. Deus levantaprofissionais, como médicos, psicólogos e psiquiatras para nosorientar e tratar. Em alguns casos, ao aconselhamento pastoraldevem ser associados recursos médicos, como a terapia e até ouso de medicamentos. É o caso, por exemplo, da depressão. A de-pressão é uma alteração psíquica e orgânica. Como está associ-ada ao um desequilíbrio químico, seu tratamento associa terapiacom remédios antidepressivos. Depressão não é, portanto, faltade fé, é uma doença que pode atingir qualquer pessoa – e, esta-tisticamente, duas vezes mais mulheres do que homens.

“Estamos optando pela vida física, emocional e espiritual naplenitude”, destacou Marisa, que terminou sua palestra com umapelo: “Em nome de Jesus Cristo, não dê ouvidos ao inimigo eàqueles que ele levanta para destruir o projeto de Deus. Cuidem-se e tenham uma vida boa. Este é o projeto de Deus para a hu-manidade. Não existe espiritualidade sem corpo. Tudo o que temosfoi criado pelo Senhor”.

Suzel Tunes

Você sabia que?* A metodista Eunice Weaver foi a primeira mulher bra-

sileira a receber a Ordem Nacional do Mérito, em novem-bro de 1950, em reconhecimento aos seus esforços no com-bate e prevenção à hanseníase (lepra). Informaçãofornecida pela pastora e pesquisadora Margarida Ribeiro,coordenadora do Centro Otília Chaves e uma daspalestrantes do evento.

* A origem do Salmo 22 (Sofrimento e vitória do Messi-as) não é a morte de Jesus na cruz, mas o lamento de umdoente. Constitui-se, em grande parte, de lamentos por do-res no corpo. O verso 15 diz: “A minha garganta está secacomo o pó, e a minha língua gruda no céu da boca”. Isso ésinal de febre. Esses salmos cantados junto com o doentee sua família, dentro de casa. Era chamado um serviçal dotemplo que entoava esse salmo em nome do enfermo, nacompanhia da família, que cantava junto o refrão. No tem-plo não entrava enfermo. Eles ficavam de fora, era proibi-do. Templo era para os homens adultos, saudáveis. Era prapouca gente. Trecho da palestra do Reverendo MiltonSchwantes, biblista e professor da Faculdade de Teologia daUniversidade Metodista de São Paulo.

Iluminura catalã do século 14 mostrao personagem bíblico Jó atingido pelahanseníase. A doença existe de for-ma endêmica no Brasil. Segundo da-dos do Ministério da Saúde, de 2005,a maior concentração de casos estánas regiões Norte e Centro-Oeste.Hoje, já se sabe que a doença temcura e não é necessário isolar o pa-ciente. O paciente tratado adequa-damente deixa de transmitir a doen-ça. Os medicamentos são dadosgratuitamente nos postos de saúde.(Fonte: Fiocruz)

A CampanhaNacional de

Evangelização de2007 tem como

uma de suas açõeso incentivo à

doação de sangue.

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Julho 2009 11Missões

A educação foi uma ação que acompanhou o trabalho dosapóstolos e do movimento cristão no I século da Era Cristã. En-contramos nas Epístolas do Novo Testamento inúmeras evidên-cias do desenvolvimento da educação. Ela foi um instrumento deformação dos novos convertidos. A educação é fundamental paraa confessionalidade metodista e para a sua doutrina acerca damissão. Tanto que a Igreja Metodista entende a Educação Cristãda seguinte forma:

“Processo dinâmico para a transformação, libertação ecapacitação da pessoa e da comunidade. Ela se dá na cami-nhada da fé e se desenvolve no confronto da realidade históricacom o Reino de Deus, num comprometimento com a missão deDeus no mundo, sob a ação do Espírito Santo, que revela Je-sus Cristo segundo as Escrituras.” (Cânones, Educação Cristã.2007, p.96)

E a Bíblia nos dá mais dicas sobre a EducaçãoCristã a partir de Tito 2.7-8

O texto de Tito 2.7-8 é emblemático. Ele está num bloco derecomendações ministeriais feitas para as pessoas com responsa-bilidades educativas da Igreja. O texto começa com a expressãotu, porém, denotando os contornos do ministério exercido peloseducadores e educado-ras (Tt 2.1). Este blocode recomendações seconstitui num conjuntodidático em forma deum catálogo de virtu-des. Podemos chamá-lode “catálogo de virtu-des dos educadores”.

A orientação é paraque ensinem em todotempo a sã doutrinapara os diversos grupospresentes na igreja, emdestaque os idosos(2.2), as idosas (2.3-5),os jovens (2.6) e osservos (2.9-10). Sãovárias recomendaçõesfeitas com a expressãotu, porém (1Tm 6.11; 2Tm 1.14; 2.1; 3.10;3.14; 4.5 e Tt 2.1). Elasapresentam as características que devem acompanhar a vida e oministério daqueles que foram alcançados pela graça de Deus.

A Educação é fundamental...

Para a promoção da sã doutrina (2.1). Ao usar a palavra gregadidaquê, o apóstolo está se referindo as ações de Tito como umeducador no Corpo de Cristo.

Para a preparação dos novos membros para o batismo. Foifundamental para a transmissão da tradição cristã, que se cons-tituía das palavras, ensinos e atos de Jesus Cristo. Para a com-preensão de muitas coisas que Jesus disse e ensinou, o uso doAntigo Testamento foi necessário e determinante. Isso dá evidên-cia de que algum método de ensino foi usado e de que a educa-ção cristã na igreja foi observada com bastante rigor.

É tempo de educação cristã!A Educação Cristã a partir de Tito 2.7-8

Na atenção especial aos jovens. Há um destaque para estafaixa etária no bloco de recomendações que recebe (2.3-5), poisa juventude sempre foi o maior alvo dos propagadores de falsosvalores e anunciadores de fantasias que tendem a escravizar ojovem em vícios e práticas maléficas à vida. Ao citar a juventude,provavelmente o apóstolo está se referindo aos pré-adolescentes,juvenis e jovens. Assim, tanto a igreja como a escola têm a mis-são de educar para a vida e para uma vivência com dignidade.

Modelo do que é ensinado

A ação educativa deveria ser exercida de forma a ser modelo,sobretudo para os mais jovens. Trata-se de uma orientação para to-dos, pois o “estar apto para ensinar é uma qualidade que todos oshomens e mulheres podem desenvolver, para atingirem a maturi-dade cristã”.1 Para assinalar a importância da educação algumasqualidades são relacionadas à mesma: integridade, reverência, lin-guagem sadia, ser irrepreensível e confrontar as falsas doutrinas.

Eis as qualidades do educadore educadora em Tito 2.7-8

A integridade é a primeira qualidade. Integridade quer dizer au-sência de qualquer interesse outro que não a edificação na vidacristã. Integridade vem do latim integritate e significa qualidade de

íntegro; inteireza; re-tidão; pureza; etc.2 Jáo termo íntegro signi-fica inteiro; completo;perfeito; reto; impar-cial; brioso; etc.3

Normalmente nosfixamos no sentido deretidão e pureza, maso termo é maisabrangente. Ele incluio sentido de brio, for-ça, coragem. Deve-mos considerar queeducar transmitindoconhecimento é tare-fa fácil, mas educartransmitindo vidacom o exemplo e comas práticas se consti-tui numa tarefa maisárdua. No caso deTito, cuja recomenda-

ção serve para nós, ele deveria “combinar uma motivação puracom uma exposição sadia e com um comportamento sério”.4

Notas1 Getz, Gene A., A Estatura de um Homem (Espiritual), São Paulo,Editora Vida, 1988, p. 64.2 Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda, Novo Aurélio – Século XXI,Editora Nova Fronteira, 1999, p. 1121.3 Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda, Novo Aurélio – Século XXI,Editora Nova Fronteira, 1999, p. 1121.4 Stott, John. A Mensagem de I Timóteo e Tito. São Paulo, ABU,2004, p. 196.

Bispo Josué Lazier, assessor daCoordenação Nacional de Educação Cristã

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Julho 200912 Doutrinas

Do Verbo ou Filho de Deus quese fez verdadeiro homem

O Filho, que é o Verbodo Pai, verdadeiro e eternoDeus, da mesma substânciado Pai, tomou a natureza

humana no ventre dabendita virgem, de maneiraque duas naturezas inteiras

e perfeitas, a saber, adivindade e a humanidade,

se uniram em uma sópessoa para jamais se

separar, a qual pessoa é Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiroHomem, que realmente sofreu, foi crucificado, morto e sepulta-

do, para nos reconciliar com seu Pai e para ser um sacrifícionão somente pelo pecado original, mas também pelos pecados

atuais dos homens.

A doutrina sobre Jesus Cristo é essencial

A cristologia (a doutrina sobre Jesus, o Cristo) é, ao lado dadoutrina da Trindade, a doutrina mais exclusivamente cristã. DoEspírito se fala em muitas religiões, de Jesus Cristo e da Trindadenão. Temos então aqui algo muito especial cujo entendimentomerece o nosso empenho. Aliás, este esforço de compreensão é,segundo os evangelhos, um mandamento do próprio Jesus. Quemcompara Mt 22.35, Mc 12.33 ou Lc 10.27 com Dt 13.3, 26.16,30.2, 30.6 e 2Rs 23.3 percebe uma diferença. No Novo Testamentose acresce ao mandamento de amar “Deus com todo seu coraçãoe toda sua alma” um novo elemento: amar Deus com tudo seupensamento ou entendimento. Para Jesus, a fé deve ser compre-ensiva. É nesta convicção que a Igreja formulou a sua doutrinaque apela não somente à emoção, mas, à lógica.

As afirmações cristológicas do segundo artigo

O segundo artigo de fé leva a gente para o século XVIII. Masa sua base anglicana é do século XVI e sua linguagem dos séculostrês a cinco. Nesta época, formulou-se a cristologia clássica. Per-guntava-se: Qual é a relação entre Jesus de Nazaré e Deus? Comodescrever a relação entre Jesus de Nazaré e a humanidade? O quepodemos crer sobre a pessoa e obra de Jesus? A resposta vem anós na roupagem da filosofia grego-romana. Falava-se de pessoas,substâncias e naturezas. Hoje, não pensamos dessa forma. Mesmoassim, entendemos ainda bastante.

Primeiro, afirma-se a unidade entre o Deus criador (Pai) e JesusCristo. Substancialmente, não há diferença entre eles. No outrolado, confessa-se que Jesus desde sua gestação deve ser descritocomo plenamente humano. A humanidade dele não é uma meracasca da sua verdadeira natureza divina. Por causa disso, o artigoenfatiza a realidade do sofrimento, do fato da crucificação e do se-pultamento, ou seja, da morte, e interpreta-o como salvífico ereconciliador. Jesus se torna, somente, como o crucificado o Cristo;justamente nesta autodoação ele se mostra em plena sintonia como Pai. Ao mesmo tempo, isso acontece por Jesus ser totalmenteconforme os seres humanos, estado que ele não abandonou apesarde ser rejeitado por eles, até pelos seus próprios amigos.

Em busca de uma linguagem contemporânea

“Jesus Cristo, verdadeiro homem”, diz o artigo. Em seguida,tentamos destacar este conteúdo com outras palavras, com acontribuição parcial do teólogo calvinista Wilfried Joest.

Em Jesus Cristo encontramos o ser humanoradicalmente aberto para Deus

Segundo 1 Jo 4.2-3, a primeira dúvida a respeito da pessoa deJesus Cristo era em relação a sua humanidade. Em resposta, oCredo Niceno-Constantinopolitano e o artigo de religião metodista

Jesus, verdadeiro homemEssa é a segunda matéria da série “Doutrinas”, que começou com a doutrina da Trindade (edição de junho)

e segue com o segundo item dos “25 Artigos de Religião”, criados por John Wesley no século 18:

afirmam que Jesus é “verdadeiro homem”, ou seja, “verdadeiroser humano”. Isso é mais do que “realmente”. Não se trata, so-mente, da questão de uma determinada substância e natureza,mas, de relações, escolhas e atitudes em liberdade. Para o cristãoe a cristã, Jesus não era somente um ser humano qualquer, mas,o novo Adão que respondeu à sua vocação divina e correspondeu aoseu compromisso cívico livremente. Segundo o Novo Testamento,Jesus viveu de uma forma que justifica seu seguimento e sua imi-tação. Por causa disso, preservou-se a memória como Jesus se re-lacionou com Deus e com os seres humanos, crianças, mulheres ehomens; publicanos e prostitutas, fariseus e saduceus, romanos,gregos e judeus, autoridades e humildes. Jesus Cristo tornou-se omodelo do verdadeiro ser humano.

Esta verdadeira humanidade, porém, não era vista isolada deDeus. Foi justamente a radical abertura de Jesus para Deus queestava no início desta verdadeira humanidade. Esta relação se con-firmou na crise. Em Getsêmani Jesus admite não querer morrer; nacruz ele confessa a sensação de ser abandonado. Entretanto, nãoperde a sua radical abertura para com Deus. Não se silencia, mas orae procura... Um ser humano verdadeiro, honesto e fiel, que não parade se dirigir a Deus, mesmo contra toda experiência do momento.

Em Jesus Cristo encontramos Deus radicalmenteaberto para a humanidade e a criação

Esta atitude marcante, porém, não era, exatamente, popular.João resume: “Ele estava no mundo e o mundo não o conheceu.Veio e os seus não o receberam” (Jo 1.10-11). A humanidade nãoaceitou um salvador verdadeiramente humano e seu exemplo dotratamento radicalmente humano – e verdadeiramente divino –do próximo. Até hoje, muitas pessoas se escandalizam quando osseguidores e as seguidoras de Jesus propõem imitar aquilo queJesus fez. Eles temem que isso provoque caos e irreparáveis danosno mundo e sua ordem. Perdoar em vez de punir, confessar emvez de mentir, confiar em vez de vigiar e controlar, acolher emvez de rejeitar, conviver em vez de se separar, se gastar em vezde se preservar, andar uma segunda milha com o outro em vez dese vingar: o jeito de Jesus, verdadeiro ser humano, parece ser im-praticável ou, no mínimo, imprudente.

Contudo, sempre que a igreja redescobre este lado do ser hu-mano verdadeiro de Jesus, ela se reforma e contribui para a trans-formação de pessoas, povos e nações. E isso tem, na sua essência,uma só razão: em toda esta verdadeira humanidade transparece oDeus verdadeiro. Em linguagem bíblica: Jesus é a imagem de Deus(2Co 4.4). O Deus que não quer sacrifício, mas justiça. O Deus queidentifica justiça não com a cobrança divina, mas com seu própriocompromisso com o mundo. Um compromisso de qual ele não abremão, nem face a face com a morte, nem face a face com morte nacruz. O Deus em cujo Reino o perdão, a reconciliação e novos com-promissos possibilitam uma nova vida em comunhão e uma espe-rança que transcende até os limites de tempo e espaço.

Em Jesus Cristo, Deus traz isso além dos cultos do templo, àspraças e ao campo, nas casas e nas ruas de uma forma acessívelpara pecadores/as, excluídas/os e auto-suficientes. Em JesusCristo, encontramos Deus radicalmente aberto para toda a huma-nidade e toda a criação.

Uma palavra finalSabemos que nenhuma linguagem humana dá conta da pleni-

tude do mistério de Deus que se revela a nós em Jesus Cristo, ocrucificado (e ressurreto, conforme veremos no terceiro artigo dereligião). Entretanto, esperamos ter reafirmado elementos chavesencontrados no segundo artigo da fé. Que Deus aprofunde a nossacompreensão e transforme-nos em seguidores e seguidoras deJesus Cristo no cotidiano: com esperança contra a esperança, comfé capaz de enfrentarem as nossas mais profundas dúvidas, comamor disposto a cobrir multidão de pecados. Para alcançamos,pela graça, a nossa verdadeira humanidade.

Rev Helmut Renders, pastor da Igreja Metodista em Vila Rica, SP, e profes-sor da Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo.

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Julho 2009 13Reflexão

epois de Menudo, New Kids on The Block e Rebeldes, avez agora é dos Jonas Brothers. Os irmãos Nick, Kevine Joe Jonas formam o trio de sucesso que está mexendocom o mundo teen. Há quem diga até que eles são osnovos Beatles. Exageros à parte, a verdade é que a

música dos meninos comportados de ternos bem cortados está naboca da garotada.

Além de música, filme, fãs, turnês mundiais e muita badala-ção, o trio volta e meia se depara com perguntas sobre seus anéisda pureza. Esse anel é fruto de um movimento pentecostal norte-americano denominado “True Love Waits” (o verdadeiro amorespera) que surgiu entre os jovens, no início da década de 90,pregando abstinência sexual antes do casamento.

Filhos de um pastor pentecostal, os Jonas Brothers não gos-tam muito de falar sobre o assunto, apenas declaram que tal anelsimboliza seu compromisso firmado com Deus de se manteremvirgens até o casamento.

Diferente dos irmãos Jonas, que não dão muita ênfase nisso,volta e meia o anel da pureza usado por eles, por Miley Cyrus(intérprete de “Hannah Montana”) e outras estrelas teens está namídia e hoje faz parte do acessório de muitos adolescentes, prin-cipalmente das meninas.

Em tempos nos quais virgindade e caretice são sinônimos,entre os jovens e adolescentes, não é de se espantar que qual-quer movimento contrário a isso cause certo frisson. O fato éque os Jonas Brothers, além de ganharem as adolescentes comsua música e o seujeitinho de “príncipesencantados”, ganhamtambém o coração depais e mães que, alivi-ados, vêem os anéisnos dedos e a idéia dacastidade na cabeçadas filhas e filhos.

A pergunta que selevanta nesse quadroé: Até quando? Sim,porque o que vemos nocenário midiático mun-dial são pessoas eeventos que vêm evão, como poeira naestrada. Será prudentedeixar a educação e ocomportamento sexualda galera teen a mercêdas estrelas cadentes?Diz-se já de muito tem-po que contra fatos não há argumentos. Como fato, temos umapesquisa feita pelos norte-americanos sobre a “manutenção dacastidade” entre jovens e adolescentes que utilizaram o anel dapureza. Segundo a pesquisa que entrevistou doze mil pessoas,88% revelaram ter quebrado a promessa.

Mais um fato é preciso citar: o portal Educacional fez umapesquisa sobre o/a jovem brasileiro/a da 8ª série do Ensino Fun-damental ao 3º ano do Ensino Médio e uma das perguntas era“como o jovem brasileiro encara a questão da sexualidade”. Den-tre os resultados obtidos, vale destacar que 86% já tinham “fica-do” com alguém pelo menos uma vez. No que diz respeito àsrelações sexuais, no caso das meninas a primeira vez acontecegeralmente aos 15 anos de idade, enquanto que com os meninos,por volta dos 14. Cerca de 70% das meninas teve relações sexuaiscom parceiros fixos, no caso, namorados, enquanto que a maioriados garotos, em torno de 57%, relata experiências com parceiraseventuais. O uso da camisinha foi apontado com boa freqüência;

Os Jonas Brothers e o anel de castidadeSão eles o padrão para a educação sexual de nossos(as) adolescentes?

entretanto, muitas das meninas, quase a metade, acreditaramque poderiam ter engravidado e 31,5% delas utilizaram-se da da-nosa “pílula do dia seguinte”.

Neste sentido mais perguntas nos cabem: Como Igreja, nósdeixamos nossos/as adolescentes e jovens a mercê das estrelasteens e dos anéis de pureza? Acreditamos que o perfil dos jovensbrasileiros traçados pela pesquisa não contemplam os/as adoles-centes e jovens evangélicos?

O Colégio Episcopal, em sua carta pastoral sobre sexualidade,a partir da página 33 nos aponta algumas pistas pastorais para oencaminhamento desta questão. Dentre elas gostaria de citar aresponsabilidade da igreja em “colocar-se como um espaço sau-dável, onde adolescentes e jovens possam exprimir seus sentimen-tos, falar sobre suas dúvidas e medos, promovendo encontrosonde se discutam temas ligados à sexualidade humana. Se nãooferecermos em nossas comunidades esse lugar, certamente elese elas o encontrarão fora da igreja, sendo que o que é transmi-tido nesses espaços nem sempre está em acordo com os princípiosético–cristãos de responsabilidade em relação ao próprio corpo,de compromisso, e de capacidade de amar e cuidar” (p.35).

Doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescênciae relações superficiais têm feito, sim, parte do cenário juvenil,e não podemos nos omitir diante de tudo isso. À Grande Comis-são (Mateus 28. 18-20), da qual fazemos parte, cabe ensinar epara isso é preciso não se omitir. Nesse sentido, algumas possi-bilidades se mostram:

- Procure evidenciarum casal na igreja localque tenha empatia comos juvenis e jovens eestimule-os a promoverum espaço prazeroso eacolhedor para trataremdos assuntos pertinentesà sexualidade. Quandoesse ambiente confortá-vel e de confiança forformado, busque a con-tribuição de profissio-nais especializados paraconversas específicas apartir de dúvidas e de-mandas que o própriogrupo exija.

- A educação é amelhor aliada na lutacontra o preconceito.Conheço muitas adoles-centes grávidas que

acabaram se afastando da comunidade por não encontrarem nelaa acolhida necessária. Muitas vezes as ações pastorais inadequa-das e o preconceito da igreja acabam por afastar quem maisprecisa de acolhida, vamos nos atentar a isso.

Pelo que pude ler e pesquisar sobre os irmãos Jonas, vi que oque faz a diferença na vida deles são pais amorosos e dedicados,que lhes dão um modelo familiar saudável. Acho que isso é muitomais forte do que qualquer anel de castidade. Muitos de nossosadolescentes e jovens não têm isso, mas precisam encontrar naigreja a orientação e a estabilidade necessária. Anel de castidadeé apenas um adereço... educação, compromisso, responsabilidadee amor, isso sim, protegem e orientam as pessoas a uma vidaabundante e responsável.

Na paz de Cristo,

Andreia Fernandes, pastora da Igreja Metodistado Jabaquara, São Paulo

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Julho 200914 Entrevista

pastor Carlos Queiroz é diretorexecutivo da Diaconia, uma or-ganização social sem fins lucrati-vos e de inspiração cristã comsede em Recife, Pernambuco. Ele

foi um dos palestrantes da “ConferênciaMissionária do Estado de São Paulo”, eventorealizado de 27 a 30 de maio no Museu daBíblia, em Barueri, São Paulo, com o tema“Lutando pela Igreja: porque a Igreja temque ser relevante”. Bastante conhecido nomeio evangélico, escritor e professor deRealidade Brasileira no Seminário Teológicode Fortaleza, da Igreja Presbiteriana Inde-pendente, ele surpreendeu os (as) partici-pantes da Conferência, revelando que haviafeito uma visita à Comunidade Metodistado Povo de Rua na condição de umdesabrigado. Sem se identificar como pas-tor, ele entrou na fila de atendimento epediu acolhida no albergue. Foi “morador derua” por apenas dois dias, uma vivênciaque marcou sua história e emocionou osparticipantes do evento. Ele conta ao Expo-sitor por que tomou esta atitude e que oaprendeu da experiência.

O que o levou à Comunidade Metodista doPovo de Rua? A Diaconia fará alguma par-ceria com a instituição?

Fui movido pelo tema da ConferênciaMissionária do Estado de São Paulo (CMESP).Ariovaldo Ramos e os organizadores da Con-ferência me convidaram para falar sobre“Uma Igreja Relevante para o Pobre”. Acheique deveria conhecer melhor os pobres deSão Paulo, a fim de comunicar algo que pu-desse expressar melhor a realidade dos po-bres em São Paulo. A partir dessa realidadecheguei à Comunidade Metodista no viadutodo Pedroso. Sou o Diretor Executivo daDiaconia, e mesmo que nesta iniciativa eunão estivesse em nome da instituição, nãohá como dissociar uma coisa da outra. ADiaconia busca parcerias com pessoas e co-munidades pobres com dificuldades seme-lhantes às pessoas vivendo em condições derua. O campo de atuação da Diaconia temsido prioritariamente o Nordeste.

Por que você não se identificou como pas-tor logo na chegada à instituição? Comofoi sua acolhida lá?

Eu queria sentir como viviam as pessoasem condições de rua. Para o meu própriobem, eu precisava ser acolhido como qual-quer um deles. Fui muito bem atendido,como são todas as pessoas que se aproxi-

Com o Povo de RuaO testemunho de um pastor que foi acolhido pela Comunidade

Metodista do Povo de Rua. Ele queria conhecer, na prática, comoé a realidade dos desabrigados da cidade de São Paulo

mam ali do Albergue. Este foi um dos as-pectos que me sensibilizou profundamente.Era possível perceber a aflição das pessoasque trabalham no albergue, quando não po-diam atender a todas as solicitações. A ne-cessidade é bem maior do que a capacidadede atendimento. Fiquei um bom tempo deespera, mas isto era natural - diante daprocura, o jeito era manter a paciência ecurtir boas amizades na “fila de espera”.

O que mais o surpreendeu ou marcouneste curto período de convivência comos moradores de rua de São Paulo?

A acolhida, a paciência dos colabora-dores. O meu encontro eventual, na filade espera, com o Sr. Francisco Alves foium encanto. Ele demonstrou uma perma-nente preocupação comigo. Ele não pos-suía nada mais do que a roupa do cor-po. Talvez por isto eu o percebi melhor,vestido de dignidade. Conheci um outroamigo, o Antônio. Ele me contou sobretoda a sua vida e a forma como tudomudou pra ele depois que entrou “nestacasa de tanta misericórdia”. Na lingua-gem dele, uma arca no meio da tempes-tade de sua vida. Com a diferença que aarca em referência possuía portas aber-tas. Fiquei também surpreso com tantagente vivendo nas ruas por não teremopção de uma moradia digna. Homenstrabalhadores dormindo no relento porfalta de um lugar aonde se possa dormircom segurança e dignidade. Encontreiuma senhora de 33 anos. Ela me confes-sou que nas ruas de São Paulo se sentiamais segura do que com o seu maridoviolento dentro de casa. Fui surpreendido

por um amor maior pela cidade de SãoPaulo. Para minha surpresa, os que vi-nham de outras cidades me confessaramque em São Paulo se sentiam mais segu-ras e mais protegidas.

Qual a relevância de um projeto destanatureza e, em sua opinião, por que hápoucas iniciativas como essa?

Primeiro é um testemunho de que aindaé possível se viver intensamente o projetode seguir a Jesus Cristo. Depois os sereshumanos precisam de um tratamento quelhes resgate a dignidade. Este projeto de-volve a chance das pessoas perceberem adignidade que somente cada ser humanopode arrancar de dentro de si mesmo.Acredito que há poucas iniciativas porquecusta sacrifício, muita doação e amor. Pou-cas pessoas estão comprometidas em pa-gar por este sacrifício.

Pela manhã vi dois homens ainda jo-vens brigando por causa de uma calça. Asvozes começavam a se alterar. A meninado atendimento, no plantão daquela manhã,aproximou-se com um olhar firme e umavoz expressando ternura, e disse para umdeles: “Não fale desse jeito, você podeperder sua razão”. O outro continuou alte-rado, ela usou a mesma frase, dirigindo-seao segundo cidadão. Não parecia uma téc-nica previamente elaborada. Fiquei impres-sionado como a atitude daquela jovemsenhora mudou o entrevero num diálogoconciliador. Na minha interpretação acheique “razão” ou “direito” é uma proprieda-de inerente aos seres humanos; e, de talforma impregnada nas entranhas, quemesmo pessoas em condições de rua exi-gem respeito e direitos.

O que a Igreja em São Paulo poderia fa-zer por estas pessoas?

Meu tempo na condição de habitantedas ruas foi muito curto - dois dias emeio. Minha maior necessidade, e damaioria das pessoas que conheci, eraapenas de um lugar para dormir - nadamais. Acho que os templos, chamados decasa de Deus, deveriam ter suas portasabertas para os filhos e filhas de Deus. Seos números estão corretos, são mais de15.000 pessoas vivendo em condições derua em São Paulo. Como ouvi de uma jo-vem senhora: “Estou vivendo nesta situa-ção pela primeira vez na vida, já tem doismeses. Espero não me tornar uma viciadapela rua - a rua vicia a gente”.

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Julho 2009 15Cultura

Agenda

Escola Bíblica de Férias.Ainda dá tempo de organizar asua! No site da Sede Nacional(www.metodista.org.br) vocêpode baixar em mp3 a músicaque venceu o Concurso CriançasMetodistas Compositoras. O Ca-derno da EBF 2009 já deve terchegado em sua Igreja, mastambém está disponível no site.A EBF também pode ser desen-volvida nos projetos missionáriosUma Semana Para Jesus. Issoproporcionará às crianças umenvolvimento maior com o traba-lho missionário. Organize o mi-nistério de crianças de sua igrejalocal e participe!

Mãos à Obra. Atenção para os próximos períodos do projeto“Jovens Mãos à Obra” da Federação de Jovens da 1ª Região: 24de setembro a 3 de agosto, no ICP (Instituto Central do Povo) eno Acampamento Clay. Estes jovens auxiliarão no trabalho dereforma destas duas instituições junto a grupos de americanos,vindos da Carolina do Sul, Carolina do Norte e Atlanta. Para sabermais entre em contato pelo e-mail da Federação:[email protected] Presidente: Queli Vieira (21) 3342 0046(telefax) / 9827 7909.

Curso de Formação e Atualização Litúrgico-Musical(CELMU): inscrições abertas! O evento ecumênico aconteceráentre os dias 5 e 16 de janeiro de 2009, em Agudos (SP).O ob-jetivo do evento, que foi criado em 1984, é formar e atualizarpessoas que trabalham com música e liturgia e precisam de

suporte teórico-musical e litúrgico. O curso é destinado a com-positores, letristas, animadores de canto, regentes e instrumen-talistas que estejam engajados em comunidades e açõeslitúrgico-musicais.O curso é promovido por várias instituiçõesecumênicas e de ensino, dentre as quais a UniversidadeMetodista de São Paulo e Faculdade de Teologia da IgrejaMetodista.Mais informações pelo telefone (11) 3885-5025 ou pelosite http://www.casadareconciliacao.com.br.

Encontro Renas. Será na Catedral Presbiteriana do Rio nosdias 27-29 de agosto. O objetivo do evento é despertar a igrejapara ações de justiça e misericórdia com e para os pobres. Marquena sua agenda! E divulgue o Encontro. Acesse www.metodista.org.brem “agenda” e veja a programação completa.

Sou da Paz O Índice Global da Paz (IGP) – levantamento anualdos indicadores de segurança e violência no mundo – classifica oBrasil em 85º lugar, segundo informações da agência de notíciasBBC veiculadas na primeira quinzena de junho. Apesar de não ternenhum país oficialmente em guerra, a violência mundial concen-tra 42% dos homicídios por arma de fogo. Mas o Brasil tem rea-lizado importantes avanços para combater a criminalidade e con-trolar o problema, como por exemplo, a atitude do “Sou da Paz”que tem como objetivo influenciar a atuação do poder público ede toda a sociedade frente à violência existente no país.

No último dia 20, 14 países da América Latina realizaram atospúblicos simultâneos para marcar o Dia de Ação pelo Controle deArmas na América Latina. No Brasil, a manifestação aconteceu naPraça da Sé em São Paulo. A boa notícia é que ainda dá tempo devocê participar desta manifestação. Acesse o canal do Sou da Pazem www.soudapaz.org.br veja e responda ao vídeo da campanha noYoutube! Também vale deixar um comentário! Para mais informaçõessobre como participar, mande um e-mail para [email protected] ligue 11 3812 1333, falar com Carol Oliveira.

Dicionário Brasileirode Teologia

Com a participação de 150 autores dasmais conceituadas faculdades de teologiado país, dentre os quais vários professoresda Faculdade de Teologia da UniversidadeMetodista de São Paulo, a ASTE, Associa-ção de Seminários Teológicos Evangélicos,lançou o Dicionário Brasileiro de Teologia.A obra de 1048 páginas tem como objeti-vo ser referência nacional durante, nomínimo, os próximos 10 anos. Cada um deseus 300 verbetes traz uma bibliografia ao final. Concebido paraser uma ferramenta de pesquisa para estudantes de teologia nosprimeiros anos do curso, o dicionário também pode ser um ótimomanual para a formação teológica de leigos, pois aborda temasteológicos tradicionais nas áreas de História, Bíblia, Ética, Pastoral,Ecumenismo, Teologia e Missão com uma linguagem bastante aces-sível. A livraria Erdos está vendendo o exemplar por R$ 58,00 (en-quanto durar o estoque) sendo que o preço é de R$ 98,00. Parasaber mais acesse www.erdos.com.br ou ligue (43) 3274-6698.

Cristianismo PráticoLinguagem acessível e união entre teoria e prática fazem da

Coleção Cristianismo Prático uma ótima opção para estudos na Es-cola Dominical. Este é do Bispo Josué Lazier: “Igreja, Testemunhado Evangelho”, um estudo baseado em 1 Tessalonicenses.

Da Editeo:E-mail: [email protected].À venda também na Livraria Direta:Tel: (11) 4366-5944

Missão IntegralVencedor do Prêmio Areté de Literatu-

ra 2007, na categoria Missões, o livroMissão Integral: Ecologia & Sociedade reúneuma gama de artigos focados em diferentesáreas do conhecimento científico que refle-tem sobre as

possibilidades de uma boa mordomiaambiental. Pastores, sociólogos, músicos,cientistas e profissionais de várias outrasáreas, todos evangélicos, refletem sobre omandamento bíblico da mordomia.

Lançada durante o I Fórum Cristãosobre Missão Integral: Ecologia & Socie-dade, que inaugurou as iniciativas daONG Cristã A Rocha, no Brasil, Missão In-tegral: Ecologia & Sociedade almeja serum marco para o pensamento cristãocontemporâneo no Brasil.

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Julho 200916 Página da Criança