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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE GOIÁS Boletim Informativo CEJUR n. 6/2011 Goiânia, 10 de fevereiro de 2011. SUMÁRIO 1 ESPECIAL...............................................................................................................1 2 CLIPPING PGE.......................................................................................................3 3 BIBLIOTECA...........................................................................................................6 4 LEGISLAÇÃO.........................................................................................................7 5 FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO.............................................................................7 6 SERVIDORES & NEGÓCIOS PÚBLICOS............................................................22 7 CONGRESSOS E SEMINÁRIOS DE DIREITO PÚBLICO...................................31 1 ESPECIAL O Estado e as Parcerias Parceria, segundo os dicionários, é uma reunião de pessoas ou empresas em prol de um interesse comum. Parceiros, na acepção popular, são companheiros unidos para realizar algo que traz beneficio para ambos, da agricultura ao jogo de truco, da amizade ao casamento. Essas acepções devem estar presentes nesse momento em que o novo governo começa a discutir a realização de parcerias público-privadas em nosso Estado, passados mais de seis anos da edição da lei nacional e da lei goiana sobre PPP’s. Parcerias público-privadas são contratos complexos, que não podem ser comparados a mera construção de obras públicas. O êxito de um programa de parcerias depende de muitos fatores, alguns dos quais merecem reflexão mais atenta. Em primeiro lugar, o sucesso do programa depende de rígido planejamento para que os recursos públicos não sejam comprometidos de forma irresponsável. Para um planejamento eficiente, é

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE GOIÁS SUMÁRIO · Fabrício Motta, Professor de Direito Administrativo da UFG; Procurador do MPTCM-GO e ... Lucas Bevilacqua, obteve vitória para

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE GOIÁS

Boletim Informativo CEJUR n. 6/2011

Goiânia, 10 de fevereiro de 2011.

SUMÁRIO

1 ESPECIAL...............................................................................................................1

2 CLIPPING PGE.......................................................................................................3

3 BIBLIOTECA...........................................................................................................6

4 LEGISLAÇÃO.........................................................................................................7

5 FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO.............................................................................7

6 SERVIDORES & NEGÓCIOS PÚBLICOS............................................................22

7 CONGRESSOS E SEMINÁRIOS DE DIREITO PÚBLICO...................................31

1 ESPECIAL

O Estado e as Parcerias

Parceria, segundo os dicionários, é uma reunião de pessoas ou empresas em prol de um

interesse comum. Parceiros, na acepção popular, são companheiros unidos para realizar

algo que traz beneficio para ambos, da agricultura ao jogo de truco, da amizade ao

casamento. Essas acepções devem estar presentes nesse momento em que o novo

governo começa a discutir a realização de parcerias público-privadas em nosso Estado,

passados mais de seis anos da edição da lei nacional e da lei goiana sobre PPP’s.

Parcerias público-privadas são contratos complexos, que não podem ser comparados a

mera construção de obras públicas. O êxito de um programa de parcerias depende de

muitos fatores, alguns dos quais merecem reflexão mais atenta. Em primeiro lugar, o

sucesso do programa depende de rígido planejamento para que os recursos públicos não

sejam comprometidos de forma irresponsável. Para um planejamento eficiente, é

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necessário investir bastante na capacitação técnica dos agentes públicos para que

tenham condição de analisar, com segurança, os projetos, objetivos, riscos e garantias de

cada empreendimento. Cada projeto de parceria, em sua complexidade, deve ser objeto

de planejamento singular, sem as obviedades e aproveitamentos dos contratos comuns

que assoberbam o dia-a-dia de qualquer repartição pública. Em se tratando de

investimentos vultosos para o atendimento de necessidades públicas, não há lugar para

amadorismos ou improvisos: os agentes públicos devem estar tão ou mais capacitados

que os investidores particulares não somente para avaliar os riscos do negócio, mas

sobretudo para concebê-lo da forma que melhor atenda ao interesse da população.

Em segundo lugar, é imperioso reforçar a transparência da Administração. Ao dizer que

“democracia é o governo do poder público em público”, Norberto Bobbio realça a

incompatibilidade do Estado de Direito com qualquer tipo de segredo ou mistério que não

possua justificativa na defesa do interesse público. Os projetos de parceria devem não

somente ser concebidos e debatidos em público, mas também fiscalizados pelos órgãos

de controle e pela sociedade. É importante ainda afastar o preconceito contra o lucro

empresarial legítimo auferido em razão de contratações públicas. A atividade empresarial

não é filantrópica e o lucro lícito do parceiro privado é essencial para a viabilidade do

interesse comum.

Por fim, o êxito da parceria está condicionado à confiança entre os parceiros: é preciso

um ambiente de confiança jurídica e política para firmar compromissos de longo prazo,

que não sejam alterados pela simples mudança de governo. Regras conhecidas,

adequadas, claras e estáveis são essenciais para qualquer parceria - parceiros de

verdade somente são atraídos por regras com essas características. A diferença

essencial, em se tratando dos escassos recursos públicos, é que de um lado estará o

investidor particular e do outro estaremos todos nós.

Fabrício Motta, Professor de Direito Administrativo da UFG; Procurador do MPTCM-GO e

Presidente do Instituto de Direito Administrativo de Goiás.

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Fonte: Jornal O Popular (08/02/11)

2 CLIPPING PGE

Procuradoria TributáriaAtuação da Procuradoria Tributária, através do Grupo Especial de Execução Fiscal,

viabiliza ingresso de cerca R$ 2,5 milhões de reais aos cofres do tesouro estadual e

aproximadamente R$ 200 mil de honorários advocatícios, decorrente da execução fiscal

nº 200704873596 contra a empresa GALAXY BRASIL LTDA que quitou o débito tributário

após rejeição de exceção de pré-executividade na qual alegava nulidade dos processos

administrativos e da própria execução, devidamente impugnada nessa especializada.

Ação Discriminatória. Regularização Fundiária de Terras devolutas do estado de goiásEm recente decisão o Juiz da Comarca de Iaciara-GO, Dr. Carlos Henrique Loução,

expediu mandado para o fim de determinar o Oficial do Cartório de Registro Imobiliário do

Município de Nova Roma que procedesse a abertura de matrícula, em nome do Estado de

Goiás, sobre área de aproximadamente 92.000,00.00 (noventa e dois mil) hectares,

equivalente a 19.000 (dezenove mil) alqueires, declarada de domínio público por

sentença, transitada em julgado, prolatada nos autos da ação discriminatória das terras

do município de Nova Roma-GO.

Segundo o procurador do estado, Dr. Welber Ferreira da Fonseca, que atua nos feitos

discriminatórios, tal decisão foi fruto de um processo judicial iniciado nos idos de 1980,

cujo deslinde se deu por conta do esforço conjunto da PGE e SEAGRO, iniciado em 2004.

O procurador esclarece que a ação discriminatória visa identificar, separar e demarcar as

terras devolutas do Estado, no intuito de possibilitar a regularização de suas ocupações. A

regularização fundiária é o instrumento governamental por excelência para definir e

consolidar as ocupações de terras públicas devolutas, por agricultores que não têm títulos

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de domínio ou estão em situação dominial e possessória irregular. Dessa forma contribui

para o almejado reordenamento fundiário de nosso Estado de modo transparente e legal,

propiciando a inserção de milhares de agricultores familiares em políticas públicas de

desenvolvimento agrário, mitigando o êxodo rural e a exclusão social.

Ressalta que ao promover uma ação discriminatória o Estado de Goiás não visa uma

simples arrecadação e incorporação de terras ao seu patrimônio, ou seja, não está

imbuído de simples ânimo patrimonialista. O principal objetivo é a efetivação de uma

regularização fundiária pautada nos princípios da legalidade, da segurança jurídica, da

promoção social, da função social da propriedade e da dignidade das pessoas que

labutam no campo.

Por conta de fraudes e grilagens de terras situadas, principalmente, no nordeste do

Estado, várias outras ação discriminatórias tramitam nas comarcas da região. Em fase

adiantada encontram-se as ações discriminatórias das terras dos municípios de Posse,

Iaciara, Simolândia e Guarani de Goiás, cujos trabalhos técnicos de demarcação já foram

apresentados aos respectivos juízos no aguardo das devidas homologações judiciais, o

que deve ocorrer ainda este ano. Os obstáculos que teimam em retardar o deslinde das

outras ações discriminatórias estão sendo enfrentados pela PGE e SEAGRO que, em

trabalho conjunto, buscam imprimir a devida celeridade aos referidos processos.

Procurador Geral do Estado Recebe Presidente do TREO Presidente do TRE, Ney Telles de Paula, participou de uma reunião na manhã desta

quinta-feira, 10 , com Ronald Bicca, Procurador Geral do Estado. Na pauta a doação por

parte do Estado de uma área para a construção da futura sede do Tribunal Regional

Eleitoral. O Governador Marconi Perillo já havia determinado a PGE o estudo da doação

desta área, assim como a regularização das áreas dos Cartórios Eleitorais da cidade de

Itumbiara.

Fonte: Jornalismo-PGE, 10/02/2011.

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Vitória GoianaO Procurador do Estado na Capital Federal, Lucas Bevilacqua, obteve vitória para o

Estado de Goiás. Em uma sustentação oral, o Procurador defendeu os produtores rurais

goianos de 14 ações ajuizadas pela CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento -

nas quais pretendia indenizações milionárias por um suposto equívoco na classificação da

qualidade da safra de algodão nos períodos de 1977 a 1998.

Fonte: Jornalismo-PGE, 09/02/2011.

Vistoria em ObrasO Procurador Geral do Estado, Ronald Bicca e a Sub-Procuradora, Luciana Daher,

estiveram na manhã desta quarta-feira, 9, vistoriando as obras da futura sede da PGE, na

Praça Cívica. A Procuradoria vai ser instalada no antigo prédio da SEPLAN. Após a

vistoria o Procurador já começou a elaborar o cronograma de mudança para a nova sede.

Fonte: Jornalismo-PGE, 09/02/2011

Governador Marconi Falou da Importância dos Procuradores em Reunião com SecretáriosO Governador Marconi Perillo se reuniu, na manhã de hoje, pela segunda vez com o

primeiro escalão do governo. No encontro ele pediu aos secretários que trabalhem de

forma integrada, sem preocupação político-partidária, para solucionar os problemas

existentes. Na mesma ocasião o governador citou como exemplo a importância dos

Procuradores de Estado nas Advocacias Setoriais, afim de respaldar juridicamente os

ordenadores de despesas. Realizando desta forma o trabalho de integração de toda

equipe proposto pelo governo.

Fonte: Jornalismo-PGE, 08/02/2011.

PGE Quer que Juiz Esclareça DecisãoO Procurador Geral do Estado, Ronald Bicca, reuniu a imprensa hoje de manhã para

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explicar as razões de ter entrado com pedido de embargo declaratório contra a sentença

do juiz da 3 Vara da Fazenda Pública Estadual de Goiás, Ari Ferreira de Queiroz.

Bicca espera que o juiz confirme a decisão, fundamentando as razões por ter suspendido

os concursos do Corpo de Bombeiros, Polícia Técnica Cientifica, Secretaria de Cidadania

e Trabalho e Secretaria de Estado da Saúde. "Usamos esse recurso para dar mais

segurança na decisão", disse. Bicca lembra que complementa o Ministério Público do

Estado de Goiás (MPGO) não solicitou o cancelamento do concurso, mas retificação dos

editais, com a confirmação do número de vagas.

O procurador ressalta não há interesse de afastar as pessoas nomeadas e convocadas, e

que não está reunindo documentações para anulação dos concursos. "O Estado quer

apenas clarear a decisão judicial", afirma.

Fonte: Mais Goiás, 03/02/2011

3 BIBLIOTECA

O Boletim de Recursos Humanos da Revista Governet, n. 68, dez/2010, que integra o

acervo da Biblioteca Ivan Rodrigues, traz trabalho que cita doutrina do Procurador de

Estado Antônio Flávio de Oliveira. Trata-se de questionamento feito por assinante da

revista, a respeito do direito de receber o retroativo de vantagens suprimidas de servidor

que foi removido de função, mesmo havendo parecer da junta médica no sentido de que

este deveria ter sido readaptado.

O jurista Antonio Flávio de OLIVEIRA esclarece que a remoção

"constitui mero deslocamento do servidor na esfera do órgão de sua

vinculação, sem que disso decorra qualquer alteração no liame que

se estabelece entre ele e a Administração Pública por ocasiäo de sua

investidura".

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Referência bibliográfica:

OLIVEIRA, Antônio Flávio de. Servidor Público: remoção, cessão, enquadramento e

redistribuição. 3 ed. Belo Horizonte: Forum, 2009, p. 55.

4 LEGISLAÇÃO

LEGISLAÇÃO ESTADUAL

LEI N. 17.268, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2011 (clique aqui). Modifica a Lei nº 13.569, de 27 de dezembro de 1999, que dispõe sobre a Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos, cria a Comissão de Supervisão da Regulação e dá outras providências.

LEI N. 17.267, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2011 (clique aqui). Dispõe sobre a redução da multa e dos juros de mora no pagamento de créditos tributário ou não tributário constituídos em favor da Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR), nas situações em que especifica.

LEI N. 17.266, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2011 (clique aqui). Orça a receita e fixa a despesa do Estado para o exercício de 2011.

DECRETO N o 7.209, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2011 . Institui Comissão Especial com a finalidade que especifica.

DECRETO N o 7.208, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2011 . Estabelece normas complementares de programação e execução orçamentária e financeira para o exercício de 2011.

5 FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO

5.1 Matérias de Repercussão Geral

Idade para ingresso na carreira militar, a partir de 2012, deverá ser fixada por lei

Por votação unânime, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, nesta

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quarta-feira (9), a exigência constitucional de uma lei que fixe o limite de idade para

ingresso nas Forças Armadas. Mas, pelo fato de o Congresso Nacional ainda não ter

votado tal norma, a Corte decidiu validar, até 31 de dezembro deste ano, todas as

admissões ocorridas em função de regulamentos e editais que, até agora, vinham

estabelecendo as condições para ingresso nas diversas carreiras militares, entre elas o

limite de idade.

O Plenário decidiu, também, modular sua decisão para assegurar àqueles candidatos que

tiverem ingressado na Justiça contra o estabelecimento de limite de idade, tendo

cumprido as demais exigências do respectivo concurso, o direito de acesso à carreira

militar. Em virtude da importância do tema, o STF reconheceu a ele repercussão geral.

A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 600885, interposto

pela União contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), sediado

em Porto Alegre (RS), que considerou contrária à Constituição Federal (CF) de 1988 regra

de edital que limitou em 24 anos a idade para ingresso nas Forças Armadas. Essa

decisão favoreceu um candidato que pediu anulação da cláusula do edital para assegurar

sua inscrição no curso de formação de sargentos do Exército 2008/2009.

Fonte: STF

Reconhecida repercussão geral de processo em que estado é responsabilizado por crime de detento

O Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a existência de

repercussão geral no Recurso Extraordinário (RE) 608880, em que se discute a

responsabilidade de estado – no caso, o de Mato Grosso – por crime de latrocínio

cometido por detento que cumpria pena em regime semiaberto.

Sob relatoria do ministro Marco Aurélio, o RE foi interposto pelo governo mato-grossense

contra decisão do Tribunal de Justiça daquele estado (TJ-MT), que responsabilizou a

administração estadual pela morte decorrente do latrocínio cometido por detento sob sua

custódia e condenou o governo estadual a indenizar a família do falecido pelos danos

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morais e materiais sofridos, bem como ao pagamento de pensão.

Em sua decisão, o TJ-MT entendeu que o estado foi omisso na vigilância do preso,

condenado a cumprir pena em regime fechado e já havia fugido duas vezes para cometer

novos crimes. Segundo aquela corte, ante esse histórico criminal do autor do latrocínio,

existia para a administração estadual o dever de zelar pela segurança dos cidadãos em

geral. O tribunal considerou, também, ser incontroverso o dano causado, bem como o

nexo de causalidade entre o crime e a conduta omissiva do estado, que deixara de

exercer o devido controle do preso sob sua custódia.

No Recurso Extraordinário interposto contra essa decisão na Suprema Corte, o governo

mato-grossense contesta o entendimento do TJ-MT. Segundo ele, não existe nexo entre a

fuga do preso e o ato por ele praticado, tendo em vista que ele se evadiu do presídio em

novembro de 1999 e, três meses depois, em fevereiro de 2000, praticou o latrocínio.

Assim, alega, o crime deve ser considerado ato de terceiro, capaz, por si só, de excluir a

responsabilidade do estado em indenizar a família da vítima.

Alega, além disso, que a manutenção da condenação representa impacto significativo

para os cofres públicos e destaca a importância jurídica do debate sobre os limites da

responsabilidade estatal.

A parte contrária no recurso e autora do pedido inicial de indenização (filhos da vítima)

insiste no acerto do acórdão (decisão) do TJ-MT de responsabilizar a administração

estadual, lembrando que o autor do latrocínio era rebelde contumaz, cumpria pena em

regime fechado e fugiu duas vezes para cometer novos crimes, cada vez mais graves.

Repercussão geral

Ao se pronunciar pela repercussão geral da matéria, o relator, ministro Marco Aurélio,

disse que “a controvérsia dirimida pelo Tribunal de Justiça do estado de Mato Grosso

extravasa, em muito, os limites subjetivos do processo com o qual se defrontou,

podendo repetir-se em vários outros processos”.

“Está-se diante da definição do alcance do artigo 37 da Carta Federal quanto aos fatos,

incontroversos, envolvidos na espécie”, observou o ministro. “No Brasil, a

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responsabilidade do Estado ainda não mereceu atenção maior. Cumpre ao Supremo

defini-la, considerado o direito constitucional posto”.

Fonte: STF

5.2 Tribunais Superiores

Pedido de vista interrompe julgamento sobre pagamento de precatórios determinado por resolução do CNJ

Pedido de vista feito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto

interrompeu o referendo da liminar pelo Plenário da Corte na Ação Direta de

Inconstitucionalidade (ADI) 4465. A ação foi proposta pelo Estado do Pará contra a

eficácia do artigo 22 da Resolução 115/2010, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Essa resolução determina que a entidade devedora de precatórios que optasse pelo

regime especial anual deveria fazer o depósito até dezembro de 2010, correspondente ao

total da mora atualizada, dividido pelo número de anos necessários à liquidação, podendo

chegar a até 15 anos.

A ADI alega que a resolução do CNJ contraria os artigos 5º e 100 da Constituição Federal

e também o artigo 97, parágrafos 1º e 2º, do Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias, com a redação dada pela Emenda Constitucional 62/2009. De acordo com o

estado do Pará, o CNJ teria criado novo regime de pagamentos de precatórios, por meio

de resolução, em flagrante ofensa à Constituição. Em razão disso, o estado teria sido

surpreendido com o fato de ter de pagar aproximadamente R$ 24 milhões até o final de

2010.

Para o relator da matéria, ministro Marco Aurélio, compete ao CNJ o controle da atuação

administrativa e financeira do Poder Judiciário. “Não tem ele poder normativo, não

substitui ele o Congresso Nacional, não tem ele a incumbência de regular texto

constitucional como fez relativamente à Emenda 62/2009”.

O ministro Marco Aurélio ponderou, também, que “o CNJ adentrou campo próprio à

execução de débito da Fazenda, retratada em título judicial, olvidando a área que lhe está

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reservada constitucionalmente”. O ministro observou ainda, em seu voto, que o Conselho

“atropelou” o mecanismo que já vinha sendo observado nos estados, dispondo sobre a

obrigatoriedade de depósito até dezembro de 2010. Para ler a decisão do relator, clique

aqui.

Fonte: STF

Amapá pede sua exclusão do cadastro de inadimplentes junto à União

Na Ação Civil Originária (ACO) 1729, ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF), o

governo do Amapá pede sua exclusão do Cadastro Único de Convênio (CAUC),

subsistema do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal

(SIAFI), alegando que irregularidades apontadas para inclui-lo no cadastro de

inadimplentes não são de sua responsabilidade. Pede, também, a exclusão do Ministério

Público do estado do mesmo cadastro.

A ACO vem na sequência da Ação Cautelar (AC) preparatória 2779, que teve pedido de

liminar indeferido pelo presidente do STF, durante o último recesso do Judiciário, e depois

foi distribuída ao ministro Joaquim Barbosa, relator também da ACO 1729. O governo do

Amapá alega violação do postulado da intranscendência em tema de penalidades

administrativas, princípio que, alega, vem sendo aplicado em situações semelhantes pela

Suprema Corte. Segundo tal princípio, não podem ser impostas restrições a um ente em

virtude de supostas irregularidades constatadas em outros órgãos da administração.

Fonte: STF

Minas Gerais pede retirada de inscrição em cadastros de inadimplência

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), é o relator da Ação

Cível Originária (ACO) 1726, proposta pelo estado de Minas Gerais contra a União pela

inscrição “indevida” do estado mineiro em cadastros de inadimplência desenvolvidos pelo

governo federal – Cadastro Único de Convênio (CAUC) e Sistema Integrado de

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Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI). No pedido liminar, o estado requer

que a União retire o estado de Minas Gerais dos referidos cadastros até o julgamento final

da ação.

Fonte: STF

STJ uniformizará entendimento sobre anotação em cadastro de inadimplente e correção de indenização por dano moral O entendimento de questões relativas à ocorrência de dano moral e ao valor devido como

indenização será uniformizado pela Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça

(STJ). O desembargador convocado Vasco Della Giustina admitiu o processamento de

uma reclamação em que uma empresa de Minas Gerais afirma ter havido julgamento pela

Turma Recursal do Juizado Especial Cível e Criminal de Ubá (MG) que diverge do

entendimento do STJ. Para acessar a decisão clique aqui.

O primeiro ponto contestado trata da ocorrência de dano moral contra o consumidor que

teve seu nome inscrito em cadastro de inadimplente, mesmo que já possua outras

inscrições desabonadoras. O entendimento do STJ, expresso na Súmula 385, é de que

“da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por

dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao

cancelamento”.

Outro ponto decidido pela Turma Recursal que iria contra entendimento também

sumulado do STJ trata do termo inicial da correção monetária da indenização. Conforme a

Súmula 362, “a correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a

data do arbitramento”.

Enquanto não for criado um órgão uniformizador para os juizados especiais estaduais,

cabe ao STJ proceder, por meio da reclamação, à uniformização da jurisprudência

nacional e à segurança jurídica na interpretação da legislação federal. A reclamação

segue o processamento estabelecido na Resolução n. 12/2009 do STJ.

Fonte: STJ

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Sanções da Lei de Improbidade não são necessariamente cumulativas As sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992) não são

necessariamente cumulativas, cabendo ao magistrado dosá-las conforme a gravidade de

cada caso e tendo sempre em vista os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

Com esse entendimento, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou

as penas de perda da função pública e suspensão dos direitos políticos impostas a um ex-

vereador de Santa Bárbara do Sul (RS).

O ex-vereador e outras cinco pessoas – um ex-vice-prefeito, três ex-secretários e um

servidor do município – foram condenados em ação civil pública instaurada para apurar

irregularidades envolvendo diárias de serviço. Segundo o processo, duas diárias – de R$

375 cada – foram emitidas para que o então secretário municipal de Agricultura

comparecesse a eventos no Paraná, o que não ocorreu. Todos os réus estariam, em

alguma medida, comprometidos com a irregularidade.

Dois dos acusados e o espólio de um terceiro, que tiveram a condenação mantida pelo

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), em julgamento de apelação, apenas

com redução do valor das multas, entraram com recurso especial no STJ, alegando

desproporção entre as condutas e as sanções impostas.

Em relação a dois recorrentes (um deles o espólio), o relator, ministro Luiz Fux,

considerou que não havia no processo prova de má-fé nem de proveito patrimonial, e que

o tribunal estadual limitou-se à análise objetiva das condutas. Por isso, afastou as

condenações, aplicando a jurisprudência do STJ, segundo a qual “a ilegalidade só adquire

o status de improbidade quando a conduta antijurídica fere os princípios constitucionais

da administração pública coadjuvada pela má intenção do administrador”.

Quanto ao ex-vereador, que segundo os autos recebeu o valor de uma das diárias, o

relator manteve as sanções de ressarcimento do dano causado ao erário e multa

correspondente a três vezes o valor apropriado indevidamente. No entanto, afastou a

perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos por quatro anos, lembrando

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que “a reprimenda a ser aplicada ao agente ímprobo deve ser suficiente à repressão e à

prevenção da improbidade”.

“O espectro sancionatório da lei induz interpretação que deve conduzir à dosimetria

relacionada à exemplariedade e à correlação da sanção, critérios que compõem a

razoabilidade da punição, sempre prestigiada pela jurisprudência do STJ”, acrescentou o

ministro Luiz Fux.

Fonte: STJ

Interesse público impede anulação de contrato de concessão dos cemitérios do DF Em decisão unânime, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou

pedido do Ministério Público para que fosse anulado o contrato de concessão dos

cemitérios do Distrito Federal. Segundo o relator do caso, ministro Luiz Fux, o princípio da

continuidade do serviço público deve ser privilegiado diante de irregularidades formais

passíveis de saneamento.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) havia ajuizado ação civil

pública contra o Distrito Federal e o grupo de empresas vencedoras da licitação para a

concessão de serviços de recuperação e modernização das instalações físicas dos seis

cemitérios pertencentes ao governo local, incluindo construção de ossuários, cinzários e

crematório.

O principal argumento do MPDFT era que a empresa contratada não atendia à exigência

do edital relativa a capital mínimo. A licitação, conduzida pela Companhia Urbanizadora

da Nova Capital do Brasil (Novacap), foi vencida por um consórcio formado por três

empresas, o qual, naquele momento, detinha capital social suficiente para atender à

exigência do edital.

Antes da assinatura do contrato de concessão, o consórcio – valendo-se de uma

possibilidade legal – constituiu nova empresa, que assumiu seu lugar na contratação.

Essa nova empresa teria de cumprir todas as exigências do edital, no entanto foi

constituída com capital insuficiente: R$ 10 mil, valor depois aumentado para R$ 300 mil e,

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finalmente, para R$ 1,5 milhão, com o que alcançou o montante necessário.

Para o MPDFT, o procedimento não significou apenas uma irregularidade, mas vício grave

capaz de justificar a anulação do contrato, em vista das determinações da Lei n.

8.666/1993, que regula o processo licitatório e os contratos administrativos.

O juiz de primeira instância acolheu, na maior parte, a ação do MPDFT e decretou a

nulidade do contrato, determinando que o governo do Distrito Federal assumisse o serviço

nos cemitérios e abrisse processo administrativo para apurar as irregularidades. O

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, porém, reformou a decisão do juiz,

considerando válido o contrato. O MPDFT, então, recorreu ao STJ.

“Entre anular o contrato firmado para a ampliação da vida útil dos seis cemitérios

pertencentes ao governo do Distrito Federal ou admitir o saneamento de uma

irregularidade contratual, para possibilitar a continuidade dos serviços, essenciais à

população, a última opção conspira em prol do interesse público”, declarou o ministro Luiz

Fux, ao votar no sentido de negar provimento ao recurso.

Segundo ele, “a eventual paralisação na execução do contrato poderá ensejar a

descontinuidade dos serviços prestados pela empresa licitante, em completa afronta ao

princípio da continuidade dos serviços públicos essenciais”, pois o governo do DF alegou

que não teria condições de assumir o encargo, já que toda a insfraestrutura estatal havia

sido desmobilizada após a licitação.

O ministro Luiz Fux observou que, quando os princípios jurídicos que norteiam a

administração pública entram em choque, “deve prevalecer aquele que mais se coaduna

com o da razoabilidade”. Para ele, o princípio da legalidade convive com outros, como os

da segurança jurídica e do interesse público, de modo que o eventual confronto entre

princípios “não implica dizer que um deles restará anulado pelo outro, mas, ao revés, que

um deles será privilegiado em detrimento do outro, à luz das especificidades do caso

concreto, mantendo-se ambos íntegros em sua validade”.

Fonte: STJ

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Reduzida indenização a homem inscrito em cadastro de devedor após ter documentos roubados A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu de 300 para 50 salários-

mínimos o valor da indenização por danos morais devido a um homem que teve os

documentos furtados pela ex-companheira. Ela havia realizado um financiamento no

nome dele, não pagou as parcelas e o rapaz foi incluído no cadastro do Serviço de

Proteção ao Crédito (SPC). A condenação foi contra a instituição bancária.

Em primeira instância, foi fixado o valor de 300 salários-mínimos como reparação. O

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) manteve a decisão e condenou o Banco

Guanabara S/A a pagar o correspondente a 200 salários-mínimos ao homem, a título de

perdas e danos, por litigância de má-fé.

O banco interpôs recurso especial alegando que a condenação por litigância de má-fé

deveria ser afastada, pois a apelação não tinha o mínimo caráter protelatório. Sustentou

ainda que a inscrição do nome do devedor nos cadastros restritivos de crédito estava

dentro da legalidade e que houve exagero na fixação do valor da indenização.

O relator, ministro Paulo de Tarso Sanseverino, considerou correto o acórdão do TJRJ, ao

reconhecer como indevida a negativação do nome do rapaz. Ele destacou que a abertura

da conta bancária por terceiro, com a utilização de documentos furtados ou roubados,

aponta para a responsabilidade da instituição financeira. Do mesmo modo, a ausência de

comunicação do furto ou roubo dos documentos às autoridades policiais e ao SPC, por si

só, não afasta a obrigação de indenizar, como é reiterada jurisprudência do STJ.

Sanseverino observou que, para invalidar as conclusões de ocorrência de dano moral e

de ilegalidade da inscrição, seria necessária a análise do contexto fático-probatório,

prática vedada pela Súmula 7/STJ.

O ministro afastou a condenação por litigância de má-fé por avaliar que não houve

interposição de recurso protelatório ou infundado, pois o banco manifestou sua

irresignação e mostrou claramente a intenção de reforma da sentença.

Quanto ao valor da indenização, o relator entendeu que as particularidades do caso

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sugerem arbitramento em quantia superior àquela normalmente estipulada pela Segunda

Seção, que adotou o valor de R$ 5 mil para hipóteses similares à dos autos.

O homem havia alegado que, em decorrência da distribuição da ação de busca e

apreensão, não pôde tomar posse no cargo de auditor fiscal da Bahia, pois era necessário

apresentar certidão negativa dos distribuidores cíveis para a nomeação. O ministro

Sanseverino relatou que o acórdão do TJRJ assevera que não houve prova inequívoca da

ligação entre a inscrição indevida no SPC e a vedação à posse. Afirmou, no entanto, que

a possibilidade não pode ser excluída.

O ministro considerou que a indenização de 300 salários-mínimos era exagerada e,

levando em conta a questão do concurso público e o fato de homem não ter contribuído

para a negativação de seu nome, já que foi vítima de furto de documentos pessoais e não

firmou o contrato, reduziu o valor para 50 salários-mínimos.

Fonte: STJ

Redução de ICMS na saída não permite crédito integral na entrada de mercadorias A fazenda pública pode exigir estorno proporcional do crédito de ICMS quando há

redução de base de cálculo do imposto na saída da mercadoria. A partir desse

entendimento, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou provimento

ao recurso de um frigorífico do Rio de Janeiro que pretendia ver afastada a aplicação de

dispositivos da Lei n. 2.657/1996, que regulamenta a cobrança de ICMS naquele estado.

A empresa ingressou em juízo com mandado de segurança preventivo contra ato do

secretário de Fazenda do Rio, alegando que o princípio da não cumulatividade do ICMS

estaria sendo desrespeitado. Por esse princípio, a empresa teria o direito de compensar,

no pagamento do ICMS, os valores cobrados nas operações anteriores, quando os

produtos entraram em seu estabelecimento.

Ocorre que as carnes comercializadas pela empresa integram a cesta básica e gozam de

redução da base de cálculo, o que significa menos pagamento de imposto nas operações

de venda. O mandado de segurança foi impetrado porque a Secretaria da Fazenda, com

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base na Lei n. 2.657/96, vinha exigindo o estorno proporcional do crédito escriturado na

entrada das mercadorias que eram beneficiadas pela redução de ICMS no momento da

saída.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) negou o pedido, o que levou o frigorífico a

recorrer ao STJ. No entanto, segundo o relator do caso, ministro Luiz Fux, a decisão da

Justiça estadual foi correta, pois “o benefício fiscal da redução da base de cálculo

equivale à isenção parcial, sendo devido o estorno proporcional do crédito do ICMS”.

De acordo com o ministro, “o estorno proporcional do crédito de ICMS decorrente de

operações anteriores evita, justamente, o enriquecimento ilícito do contribuinte em

detrimento do erário”. Ele afirmou em seu voto que o crédito integral representaria duplo

benefício fiscal, ou seja, “o recolhimento de alíquota inferior, quando da saída das

mercadorias, e a manutenção do crédito pelo tributo pago a maior, o que não se coaduna

com o ordenamento jurídico pátrio”.

A Constituição Federal se refere à isenção e à não incidência tributária como as situações

que não geram crédito para compensação nas operações seguintes ou anulam os

créditos relativos às operações anteriores. A simples redução de base de cálculo não é

citada de forma explícita. Porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que a

isenção e a redução de base de cálculo têm a mesma natureza jurídica, correspondendo

esta última a uma isenção parcial.

No entendimento do ministro Fux, quando o constituinte determinou que as operações

isentas ou sujeitas à não incidência não gerariam crédito ou implicariam anulação de

créditos decorrentes da entrada tributada, ficou claro que o crédito do ICMS “somente terá

lugar na mesma proporção, de forma equânime com o desembolso que tiver de ser

efetuado pelo contribuinte na outra fase da cadeia mercantil”.

“Não havendo desembolso ou, ainda, havendo desembolso a menor, não há lugar para a

manutenção de eventual crédito precedente em sua proporção primitiva”, disse ele,

acrescentando que “a aplicação restritiva do princípio da não cumulatividade em matéria

de ICMS, por meio da qual a existência do crédito somente se justifica pelo pressuposto

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do pagamento (débito), na exata proporção do tributo recolhido na outra fase da cadeia

mercantil, afigura-se escorreita”.

Fonte: STJ

Senado aprova Luiz Fux para o Supremo O Plenário do Senado Federal aprova indicação do nome do ministro Luiz Fux, do

Superior Tribunal de Justiça (STJ), para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal

(STF). A aprovação se deu, por 68 votos, logo após a Comissão de Constituição, Justiça e

Cidadania daquela casa legislativa ter aprovado, em votação unânime, o magistrado. A

posse do novo ministro será marcada tão logo a nomeação seja publicada no Diário

Oficial da União.

Fontes: STF e STJ

STJ define listas tríplices com os nomes de membros da OAB para ocupar vagas de ministro

O Pleno do Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu há pouco os nove nomes dos

membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que vão concorrer às vagas abertas

com as aposentadorias dos ministros Antônio de Pádua Ribeiro, Humberto Gomes de

Barros e Nilson Naves. Os indicados foram escolhidos entre 18 nomes. As listagens

seguem para apreciação da presidenta da República, Dilma Rousseff, que indicará os

nomes que serão encaminhados para aprovação do Senado Federal.

O paulistano Antônio Carlos Ferreira, o sergipano Carlos Alberto Menezes e o goiano

Ovídio Martins de Araújo compõem a lista para preencher a vaga aberta com a

aposentadoria do ministro Antônio de Pádua Ribeiro, ocorrida em setembro de 2007.

Para a vaga do ministro Humberto Gomes de Barros, aposentado em julho de 2008,

foram escolhidos, em primeiro escrutínio, os advogados Rodrigo Lins e Silva Cândido de

Oliveira e Alde da Costa Santos Júnior. Em segundo escrutínio, foi escolhido Sebastião

Alves dos Reis Júnior.

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A última vaga de ministro a ser preenchida será disputada por Ricardo Villas Bôas Cueva,

Reynaldo Andrade da Silveira e Mário Roberto Pereira de Araújo. A vaga deve-se à

aposentadoria do ministro Nilson Naves, em abril de 2010.

Fonte: STJ

Advogado pode consultar processo não sigiloso mesmo sem procuração

Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou liminar

concedida pela então presidente da Corte, ministra Ellen Gracie, no Mandado de

Segurança (MS) 26772. Com base no Estatuto dos Advogados, em julho de 2007 a

ministra permitiu a um advogado consultar, mesmo sem procuração, os autos de um

processo em tramitação na Secretaria de Controle Externo do Tribunal de Contas da

União em Goiás.

Em seu voto proferido na tarde desta quinta-feira (3), o relator do caso, ministro Gilmar

Mendes, lembrou que o artigo 7º, inciso XIII, da Lei 8.906/94 – o chamado Estatuto dos

Advogados –, diz que é direito do advogado “examinar, em qualquer órgão dos Poderes

Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos

ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo,

assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos”.

Como o processo em questão não é sigiloso, salientou o ministro em seu voto, a

pretensão do impetrante do MS seria plausível.

Fonte: STJ

Senado aprova nova Ministra para o TST

O Plenário do Senado Federal aprovou, no início da noite de ontem, por 58 votos

favoráveis e 2 contrários, a indicação da advogada Delaíde Alves Miranda Arantes para o

cargo de Ministra do Tribunal Superior do Trabalho, na vaga decorrente da aposentadoria

do Ministro José Simpliciano Fontes de Faria Fernandes. Os senadores Marcelo Crivella,

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Lúcia Vânia e Gleisi Hoffmann elogiaram a aprovação da indicação de Delaíde Arantes,

mencionando a sua trajetória profissional. O Senado encaminhará mensagem à

Presidência da República para nomeação.

Fonte: TST

Justiça Comum analisa contratação temporária da administração No entendimento do Supremo Tribunal Federal, as disputas entre servidores temporários

e a Administração Pública devem ser resolvidas na Justiça Estadual Comum, e não na

Justiça do Trabalho. Por consequência, a Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho

deu razão ao Estado do Pará e declarou que a Justiça do Trabalho não pode julgar ação

de ex-empregado contratado pela administração estadual.

A relatora do recurso de revista do Pará, ministra Dora Maria da Costa, explicou que, em

2006, ao analisar uma ação direta de inconstitucionalidade, o Supremo concluiu que a

Justiça do Trabalho não era competente para apreciar causas instauradas entre o Poder

Público e seus servidores (que mantinham típica relação de ordem estatutária ou de

caráter jurídico-administrativo).

Já em 2008, a partir do julgamento de um recurso extraordinário, o STF deu repercussão

geral à matéria, o que significa que os casos análogos devem ser decididos exatamente

na mesma linha. O TST possuía até uma Orientação Jurisprudencial (OJ nº 205 da Seção

I de Dissídios Individuais) em sentido contrário que foi, posteriormente, cancelada.

Portanto, afirmou a relatora, ainda que a ação se refira a direitos trabalhistas, e a relação

de emprego decorra de suposta irregularidade na contratação temporária (como

prorrogação indevida do contrato de forma expressa ou tácita), a Justiça do Trabalho não

pode apreciar a matéria, pois o vínculo estabelecido originalmente entre o trabalhador e o

Poder Público é de natureza estatutária ou jurídico-administrativa.

No caso julgado pela Turma, o Tribunal do Trabalho do Pará/Amapá (8ª Região) reformou

a sentença de origem e reconheceu a competência da Justiça do Trabalho para apreciar a

ação do médico contratado para atender necessidade temporária de excepcional

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interesse público, nos termos da Lei Complementar nº 7 de 1991, e que permaneceu

trabalhando por dezesseis anos para a administração até ser dispensado.

De volta à Vara do Trabalho, o juiz concedeu os pedidos formulados pelo médico –

sentença que depois foi mantida pelo TRT. O Regional considerou irregular a contratação

temporária de alguém que executa atividade essencial da Administração Pública, como

trabalhar para a saúde pública, na função de médico.

Contudo, observou a ministra Dora, na medida em que foi fixada a premissa de que a

contratação temporária por ente público apresenta índole administrativa, se prevista em

lei própria e com regime especial, o processamento de ações entre servidores

temporários e a Administração Pública na Justiça do Trabalho desrespeita o comando do

Supremo.

Assim, em decisão unânime, a Oitava Turma reformou o acórdão do Regional para

declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para julgar a ação. Agora os autos serão

encaminhados à Justiça Estadual Comum para exame.

Fonte: TST

6 SERVIDORES E NEGÓCIOS PÚBLICOS

Aposentado por invalidez tenta recuperar benefício integral suspenso pelo TCU

Um servidor público da Universidade Federal de Goiás (UFG) impetrou Mandado de

Segurança (MS 30333) no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o recebimento

de aposentadoria integral por invalidez.

Afastado de suas funções desde 2004 quando foi diagnosticado com invalidez

permanente em decorrência de cardiopatia grave, o servidor recebeu até dezembro de

2009 o valor integral de sua aposentadoria. No entanto, o Tribunal de Contas da União

(TCU) instaurou um processo administrativo para rever atos de concessão de

aposentadorias dos trabalhadores da UFG e determinou que a aposentadoria integral do

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servidor fosse convertida em proporcional ao tempo de sua contribuição.

A alteração ocorreu a partir da folha de pagamento de janeiro de 2010 e, de acordo com o

servidor, feriu seu direito líquido e certo de continuar a receber o valor que recebeu

durante seis anos.

Sua defesa alega que a aposentadoria por invalidez permanente está amparada pela

Constituição Federal, e que os proventos integrais estão fixados em conformidade com

seu artigo 40, estando o servidor com todos os requisitos formais para receber o

benefício. Além disso, argumenta que a redução da aposentadoria afetará diretamente

suas despesas diárias, considerando que ainda depende de tal valor para

comprar medicamentos.

Pede, portanto, liminar para determinar a conversão de sua aposentadoria por invalidez

de proporcional para integral. No mérito, pede a confirmação da liminar para tornar

definitiva a integralidade do benefício.

Fonte: STF

Município do RN reclama competência da justiça comum para julgar conflitos entre servidores e a administração

O município de São Gonçalo do Amarante (RN) ajuizou, no Supremo Tribunal Federal

(STF), Reclamação (RCL 11244), com pedido de liminar, contra a Justiça Trabalhista do

Rio Grande do Norte. O pedido é para suspender a tramitação de uma reclamação

trabalhista em curso perante a 6ª Vara do Trabalho de Natal. Segundo o município, o

Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-21) vem descumprindo decisões do

STF que reconhecem a competência da Justiça comum para processar e julgar ações

trabalhistas entre o Poder Público e os servidores.

Na reclamação, o município sustenta a ausência de competência do juízo trabalhista para

decidir demandas entre o município de São Gonçalo do Amarante e seus servidores.

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Afirma que é “indiscutível e inequívoca” afronta ao que o STF decidiu na Ação Direta de

Inconstitucionalidade (ADI 3595) e no Recurso Extraordinário (RE 573202), este com

repercussão geral reconhecida.

Na ADI, o Supremo suspendeu toda e qualquer interpretação do artigo 114, inciso I, da

Constituição Federal (na redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/04), que

inserisse na competência da Justiça do Trabalho a apreciação de causas instauradas

entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem

estatutária ou de caráter jurídico-administrativo.

No RE, a Corte julgou o caso, com repercussão geral, e definiu que a relação de emprego

entre o Poder Público e seus servidores é sempre de caráter jurídico-administrativo e,

portanto, a competência para dirimir conflitos entre as duas partes será sempre da Justiça

Comum, e não da Justiça do Trabalho.

O município assevera ainda que por força de legislação municipal (Lei Complementar

72/99) todos os servidores municipais são estatutários desde 1999, e, por isso, não

podem ter litígios, em que figurem município e servidor, submetidos à apreciação da

Justiça do Trabalho.

Diante disso, o município defende a impossibilidade das varas trabalhistas processarem e

julgarem questões que envolvam a relação jurídico-administrativa do ente municipal e

seus servidores. Pede, liminarmente, a suspensão da reclamação trabalhista em curso na

6ª Vara do Trabalho de Natal e, no mérito, a cassação (anulação) de todas as decisões

proferidas pelo juiz do Trabalho nos autos do processo, em garantia à autoridade da

decisão do STF na ADI 3395 (art. 17, da Lei 8038/90) e RE 573202, determinando

inclusive, que o juiz da 6ª Vara trabalhista se abstenha de tomar outras decisões com o

mesmo tema. O relator da Reclamação é o ministro Dias Toffoli.

Fonte: STF

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Terceira Seção vai uniformizar questão sobre prazo para ação de reajuste de servidor federal Uma divergência entre decisão da Turma de Uniformização de Jurisprudência dos

Juizados Especiais Federais (TNU) e o entendimento do Superior Tribunal de Justiça

(STJ) está para ser dirimida. O ministro Jorge Mussi admitiu incidente de uniformização

de jurisprudência acerca da renúncia e interrupção do prazo prescricional decorrentes da

edição da Medida Provisória 2.225-45/2001, na parte em que se refere a reajuste residual

de 3,17% aplicado a servidores civis do Poder Executivo Federal. Para acessar a decisão,

clique aqui.

Segundo a Universidade Federal de São João Del Rey (MG), que contesta a decisão da

TNU, foi acolhido o entendimento de que a MP 2.225-45/2001 implicou renúncia à

prescrição (isto é, à possibilidade de se postular as diferenças vencidas fora dos cinco

anos que antecederam a MP). No entanto, a TNU não considerou a referida MP como um

marco interruptivo.

Por outro lado, sustenta a universidade, a orientação adotada pelo STJ inclina-se no

sentido de que a MP “representa, sim, renúncia à prescrição, mas é também um marco

interruptivo”. Requer, assim, a reforma da decisão da TNU, reconhecendo a prescrição

das parcelas do reajuste anteriores ao período de 23 de novembro de 2000 a 31 de

dezembro de 2001.

Ao admitir o incidente de uniformização, o ministro Jorge Mussi observou estar presente a

alegada divergência jurisprudencial. Nesse contexto, a fim de evitar decisões conflitantes

durante o processamento deste incidente, o ministro determinou a suspensão dos

processos nos quais se estabeleceu a mesma controvérsia.

O relator determinou, ainda, que se oficie ao presidente da TNU e aos demais presidentes

das Turmas Recursais para comunicá-los do processamento do incidente. Os

interessados, caso queiram, têm prazo de 30 dias para se manifestar. Após isso, será

aberta vista ao representante do Ministério Público Federal pelo prazo de cinco dias.

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Fonte: STJ

Auditor fiscal demitido por improbidade administrativa não consegue reintegração liminar no cargo O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), indeferiu o pedido

liminar com o qual auditor fiscal da Receita Federal pretendia ser reintegrado no cargo. O

servidor foi demitido por improbidade administrativa e por valer-se do cargo para obter

proveito pessoal ou de outrem em detrimento da dignidade da função pública, com

restrição do seu retorno ao serviço público federal. Para acessar a decisão clique aqui.

Em seu recurso, o auditor afirma, inicialmente, ter respondido a outro processo

administrativo disciplinar por suposto abandono de cargo, no qual fora absolvido somente

após intervenção judicial, por meio do Mandado de Segurança 12.424, julgado pela Sexta

Turma do STJ. Informa, assim, que foi reintegrado ao serviço público pela Portaria n. 352,

de 21 de junho de 2010, mas não recebeu os proventos referentes ao período de 22 de

junho a 28 de julho de 2010, questão esta que o forçou a propor ação de cobrança contra

a União.

Nesse mandado de segurança, o servidor sustenta que teriam ocorrido vícios no processo

administrativo, o qual serviu de fundamentação para um parecer aprovado e adotado pelo

ministro de Estado da Fazenda para a emissão do seu ato de demissão. Alega, ainda, a

suspeição do presidente da comissão processante, pois este já teria participado do

primeiro colegiado e formado seu convencimento contra ele, o que denotaria parcialidade.

Argumenta também ilegalidades das portarias de prorrogação e constituição da comissão

processante ante a vigência da Lei n. 11.457/2007 e da transferência dos processos

administrativos da Secretaria Previdenciária para a Secretaria da Receita Federal do

Brasil. Assim, requer a sua reintegração no cargo.

Em sua decisão, o ministro Benedito Gonçalves destacou que não verificou a presença

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dos requisitos autorizadores da medida liminar, porque a controvérsia requer uma análise

apurada de diversos fatos e circunstâncias apresentados, tarefa incapaz de ser feita em

preliminar.

Além disso, o ministro afirmou que a análise das alegações trazidas por Mello confunde-

se com o próprio mérito da ação, o qual deve ser apreciado no momento oportuno pela

Primeira Seção do STJ.

Fonte: STJ

Edital de Concurso de Remoção Pode Impedir Participação de Servidores em Estágio Probatório

O edital pode impedir que servidor público em estágio probatório participe de concurso

interno de remoção. Esse foi o entendimento da ministra Maria Thereza de Assis Moura,

do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao julgar um recurso movido por servidores

públicos contra julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Os demais

ministros da Sexta Turma acompanharam a posição da relatora. Para acessar o acórdão,

clique aqui.

No caso, dois servidores participaram de concurso de remoção, conforme regulado no

artigo 36 da Lei n. 8.112/1990. Entretanto, a autorização para as remoções foi impugnada,

com a alegação de que o edital para o concurso vedava a participação de quem ainda

estivesse em estágio probatório.

O TRF4 entendeu que o artigo 36 da Lei n. 8.112/90 garante a discricionariedade dos

órgãos públicos para estabelecer regras de remoção. O tribunal regional também apontou

que a matéria é regulada pela Resolução n. 387/2004, do Conselho da Justiça Federal

(CJF), que dispõe da remoção de servidores na Justiça Federal, e também dá à Justiça

autonomia para estabelecer regras.

No recurso ao STJ, os servidores afirmaram que a Lei n. 8.112/90 não traria regra contra

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a participação de servidor em estágio probatório em concurso de remoção. Afirmaram,

ainda, que a Resolução n. 387/04 apenas uniformizaria as regras para remover um

servidor, não autorizando a inclusão de novas normas não contidas nela. Isso, alegaram,

desrespeitaria o princípio da legalidade, já que só o CJF poderia estabelecer regras para

remoção no âmbito da Justiça Federal. Por fim, alegaram haver ofensa aos princípios da

isonomia e da razoabilidade, já que haveria uma efetiva discriminação contra os

servidores ainda em estágio probatório.

No seu voto, a ministra Maria Thereza de Assis Moura apontou que a legislação deu

expressamente aos órgãos onde os servidores são lotados a competência para

estabelecer as regras para remoção. A relatora também destacou que essa é a

jurisprudência pacífica no STJ. Por fim, lembrou que o próprio edital do concurso público

do órgão previa a permanência do novo servidor por pelo menos três anos na localidade

para onde foi nomeado, não sendo apreciados pedidos de remoção. Com essas

considerações, a magistrada concluiu não haver ofensa a direitos líquidos e certos nem a

princípios constitucionais.

Fonte: STJ

Turma decide sobre isenção de IR em verbas rescisórias A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho, reformando decisões das instâncias

ordinárias, deu provimento ao recurso do Banco do Estado de São Paulo S/A – Banespa,

para determinar que fossem efetuados os descontos fiscais sobre as parcelas tributáveis

deferidas em uma ação trabalhista movida por ex-funcionário do banco. Para a Turma, a

isenção tributária prevista no artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713/1988 (que trata dos

proventos de aposentadoria ou pensão dos portadores de doenças graves) não se aplica

às parcelas percebidas em ação trabalhista.

No recurso, o Banespa buscou autorização para efetuar os descontos fiscais e

previdenciários resultantes dos créditos trabalhistas deferidos a um ex-empregado,

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aposentado em decorrência de cardiopatia grave. O empregado foi admitido como

escriturário em novembro de 1988 e exerceu suas funções no Banespa, na agência

Centro de Florianópolis (SC). Com a transferência, em 1992, de um funcionário

responsável pelo Setor de Compensação, passou a exercer as funções desse Setor, mas,

segundo alegou, nunca recebeu a respectiva gratificação.

Aposentado por invalidez em dezembro de 2003, o empregado ajuizou ação trabalhista

onde requereu o pagamento de diferenças dessa gratificação e reflexos nas demais

verbas, bem como das horas extras, do adicional noturno e diferenças de caixa, entre

outros. Seus pedidos foram deferidos, em parte, pela Quinta Vara do Trabalho de

Florianópolis, que ainda lhe concedeu a isenção do imposto de renda por ter se

aposentado por invalidez.

O Banespa recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina (12ª Região), ao

discordar da isenção deferida em Primeiro Grau. Afirmou não ter havido por parte do

empregado pedido de isenção do imposto de renda. Mas o Regional manteve a sentença

sob o argumento de que mesmo sem o pedido expresso quanto à isenção, a norma é de

ordem pública, sendo obrigatória a sua aplicação, a partir do conhecimento do fato.

O Banco insistiu no recurso ao TST no sentido de que a isenção concedida ao empregado

abrange apenas os proventos de aposentadoria, mas que no caso, tratava-se de verbas

trabalhistas.

O ministro José Roberto Pimenta, relator na Turma, decidiu que a isenção não se aplica

às parcelas percebidas em ação trabalhista, mas ao disposto na Súmula nº 368, item II do

TST. O ministro afirmou que a isenção é apenas para os proventos que o aposentado

recebe, para livrar o montante dos encargos financeiros com os tratamentos médicos de

que necessita, e, ainda, para “assegurar maior tranquilidade ao aposentado, de forma que

se diminuam os sacrifícios a que está sujeito em decorrência da enfermidade”, concluiu.

Fonte: TST

Execução de contribuições sociais devidas a terceiros não é tarefa da JT

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A Justiça do Trabalho pode processar e julgar execução de contribuições previdenciárias

devidas pelo empregado e pelo empregador sobre os salários e outros rendimentos

decorrentes da prestação de serviço. No entanto, a execução de contribuições devidas a

terceiros, ou seja, para entidades de serviço social e de formação profissional vinculadas

ao sistema sindical cabe à Secretaria da Receita Federal.

Por esse motivo, a Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho declarou a

incompetência da Justiça do Trabalho para executar contribuições previdenciárias devidas

a terceiros pela Associação da Escola Internacional de Curitiba. Segundo a relatora do

caso e presidente do colegiado, ministra Maria Cristina Peduzzi, a Constituição Federal

estabelece expressamente as competências dessa Justiça Especializada.

Diferentemente da interpretação da Oitava Turma, o juízo de origem e o Tribunal do

Trabalho paranaense (9ª Região) entendem que a Justiça do Trabalho pode discutir o

recolhimento das contribuições para terceiros. Para o TRT, como a rubrica “terceiros”

refere-se a contribuições sociais, equiparadas às contribuições previdenciárias, a Justiça

do Trabalho também está autorizada pela Constituição a decidir a respeito dessas

execuções.

Contudo, a ministra Cristina Peduzzi esclareceu que, nos termos do artigo 114, VIII, da

Constituição, compete a Justiça do Trabalho processar e julgar, de ofício, a execução das

contribuições sociais previstas no artigo 195, I, “a”, e II, da CF, decorrentes das sentenças

que proferir. E entre as contribuições sociais descritas no artigo 195 não estão incluídas

as que são devidas a terceiros.

De acordo com a relatora, o artigo 240 exclui do artigo 195 as contribuições compulsórias

dos empregadores sobre a folha de salários destinadas às entidades privadas de serviço

social (Sesi, Sesc, Senai, etc.) e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.

Portanto, a execução das contribuições sociais devidas a terceiros não é tarefa da Justiça

do Trabalho. A ministra Cristina ainda destacou que o artigo 3º da Lei nº 11.457/2007

atribui à Secretaria da Receita Federal a tarefa de arrecadação e fiscalização dessas

parcelas.

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE GOIÁS

Boletim Informativo CEJUR n. 6/2011

Assim, em votação unânime, a Oitava Turma deu provimento ao recurso de revista da

Associação nesse ponto, a fim de declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para

executar as contribuições previdenciárias devidas a terceiros.

Fonte: TST

7 CONGRESSOS, SEMINÁRIOS E PALESTRAS - DIREITO PÚBLICO

X Congresso Goiano de Direito Administrativo

O Instituto de Direito Administrativo de Goiás-IDAG inicia os preparativos para o X

Congresso Goiano de Direito Administrativo. O evento, já sedimentado no calendário

jurídico nacional, objetiva possibilitar aos estudiosos goianos a participação produtiva em

discussões com grandes nomes do Direito Público nacional, visando identificar,

compreender e refletir sobre os desafios que marcam a disciplina neste terceiro milênio.

Devido ao sucesso das edições anteriores, espera-se que um número superior a 600

(seiscentos) participantes prestigie o evento. Nesta edição, temas que atualmente estão

sendo debatidos pela Administração pública estadual, como parcerias-público-privadas,

concessões, relações do Estado com o terceiro setor, terceirizações e estrutura da

Administração Pública serão debatidos por profissionais renomados como Maria Sylvia

Zanella Di Pietro, Odete Medauar, José dos Santos Carvalho Filho, Luciano Ferraz, José

Maurício Conti e Romeu Bacellar, dentre outros. Maiores informações estarão disponíveis

no site www.idag.com.br . Esta edição, que será dedicada ao jurista Marcos Juruena

Vilella Souto, será realizada entre os dias 15 e 17 de junho, no Centro de Convenções de

Goiânia. Agende-se!

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE GOIÁS

Boletim Informativo CEJUR n. 6/2011

Informativo CEJUR, ano VI, n. 6/2011. 10 fev. 2011.

ELABORAÇÃO:

Cleuler Barbosa das Neves - Procurador-Chefe do CEJUR

Patrícia Teles de Carvalho - Estagiária em Direito