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PROGRAMA TEIXEIRA DE FREITAS
– ESTUDANTES 1º/2016 –
1. SUPERVISOR
Ingrid Stein Vieira
Assessoria de Assuntos Internacionais
E-mail: [email protected]
Tel: (+55 61) 3217-4046
2. COORDENADORA
Rogéria Ventura de Carvalho Paes Ribeiro
Assessoria de Assuntos Internacionais
E-mail: [email protected]
Tel: (+55 61) 3217- 4056
3. ESTUDANTE
Bárbara Nilo Dinamarca Período: 14/03/2016 a 13/05/2015
3
Bárbara Nilo Dinamarca. Universidade Alberto Hurtado. Santiago-Chile
Tratamento legal da negociação coletiva no serviço público. Estudo
comparativo entre Chile e Brasil
4
ÍNDICE I. Introdução..................................................................................................................................5
II. Jurisprudência comparada: Chile e Brasil................................................................................5
III. Análise: Desenvolvimento dos ‘sindicatos’..............................................................................8
1. Situação no Chile…………………………………………………………………………………………………….8
1.1 Situação jurídica: Legislação aplicável no Chile.........................................................9
a) Constituição Política da República..................................................................9
b) A lei................................................................................................................10
c) Incorporação do Convênio 151 OIT...............................................................11
2. Situação jurídica: Legislação aplicável no Brasil.........................................................11
2.1 Situação normativa no Brasil....................................................................................11
a) Constituição da República Federativa do Brasil............................................11
b) A Lei...............................................................................................................12
c) Incorporação Convênio..................................................................................12
3. Resumo comparativo..................................................................................................12
IV. Conclusão.......................................................................................................................13
V. Referências Bibliográficas..............................................................................................14
5
I. Introdução
O direito do trabalho é sem dúvida um ramo do direito complexo desde seu nascimento
até hoje porque significa a luta pela conquista permanente dos direitos dos
trabalhadores, supondo um choque de interesses entre empregador e empregado.
Seu nascimento data do século XVIII, como consequência da questão social precedida
da Revolução Industrial. As más condições de vida, produto das extenuantes jornadas e
inadequadas condições trabalhistas foram a causa da questão social. Foi por isso que, a
proposta da reação humanista foi a de garantir ou preservar a dignidade do ser humano
nas indústrias.
O primeiro reconhecimento internacional foi feito pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT), que foi criada em 1919, como parte do tratado de Versalhes. Hoje a
OIT conta com 177 países, sendo o Chile e o Brasil membros desde sua criação. O 1º
país ratificou 61 convênios, enquanto que o 2º ratificou 96.
A OIT, em seus primeiros anos, se dedicou a desenvolver normas internacionais do
trabalho e a garantir sua aplicação, desempenhando um papel importante na elaboração
de políticas econômicas, sociais e trabalhistas durante boa parte do século XX1.
Desde 1998, ela tem como expectativa o desenvolvimento dos sindicatos e a liberdade
sindical, adotando a declaração dos Direitos e Princípios fundamentais do Trabalho.
Esta é dividida em quatro partes: ‘liberdade sindical e de associação e o reconhecimento
efetivo do direito de negociação coletiva, a eliminação de todas as formas de trabalho
forçado ou obrigatório, a efetiva abolição do trabalho infantil e a eliminação da
discriminação em matéria de emprego e ocupação’.
Neste trabalho, vou comparar dois acórdãos: o 1º do Tribunal Constitucional do Chile e
o 2º do Superior Tribunal Federal do Brasil. Ambos dizem respeito sobre o
desenvolvimento de sindicatos e negociação coletiva no serviço público, legislação,
além da respectiva comparação.
II. Jurisprudência comparada: Chile e Brasil.
1Organização Internacionais do Trabalho. História, Disponível em: <http://www.oitbrasil.org.br/content/hist%C3%B3ria>. Acesso em: 4 de maio. 2016.
6
A legislação exposta oferece uma visão geral da situação no Chile e no Brasil sobre o
direito à greve dos servidores públicos. Em seguida, veremos os dois acórdãos.
Acórdão ROL: 2153-2012
Data: 11-09-2012
Matéria:
Os servidores públicos estão sujeitos a uma relação estatutária, a que se limita a regular a
atividade funcionária e não suspende os direitos que a Constituição garante a toda pessoa.
Jurisprudência:
Os funcionários têm direitos constitucionais. DÉCIMO PRIMEIRO. Que os servidores
públicos estão sujeitos a uma relação estatutária. O vínculo que une o funcionário com o
Estado é uma relação jurídica legal e de direito público. Isso significa que encontra sua
origem na lei, e não em um convênio entre a Administração e os funcionários. Seus
direitos, obrigações, deveres, proibições, estão impostas de modo geral e unilateral
pelo ordenamento jurídico. Além disso, em seu estabelecimento e regulação,
predomina o interesse geral sobre o interesse particular do funcionário (STC
12/1982); DÉCIMO SEGUNDO. Que, embora o embargo, esse regime estatutário dos
funcionários se limita a regular a atividade funcionária e não suspende os direitos que a
Constituição garante a toda pessoa. A Constituição reconhece uma titularidade ampla de
direitos constitucionais. O artigo 19 começa indicando que a Constituição assegura “a
todas as pessoas” certos direitos. Nessa ampla titularidade, cabem os funcionários públicos.
A Constituição consagra, então, que os funcionários, como o resto das pessoas, são
titulares dos direitos fundamentais que ela assegura. A Constituição se preocupa em
estabelecer diretamente algumas restrições no exercício de certos direitos. Assim, por
exemplo, os servidores públicos não podem declarar-se em greve (artigo 19 n° 16°);
DECIMO TERCEIRO. Que essas concepções são reconhecidas por um legislador. Por um
lado, a Lei Orgânica Constitucional de Bases Gerais da Administração do Estado
estabelece excepcionais restrições aos direitos constitucionais dos funcionários públicos.
Por exemplo, mediante declarações de interesses e de patrimônio (artigos 57 e seguintes)
se afeta a vida privada; através do estabelecimento de certos requisitos (artículo 54), se
afeta a liberdade de trabalho. O mesmo se observa na restrição ao exercício livre de
qualquer profissão da indústria, comércio ou ofício, pois se vê se é conciliável com a
7
posição em a administração, se não perturba o fiel e oportuno cumprimento dos deveres
funcionais, se é feito fora da jornada de trabalho e com recursos privados (artigo 56). Por
outro lado, o Estatuto Geral do Pessoal da Administração (Lei N° 18.884) os estatutos de
caráter especial para determinadas profissões ou atividades, também estabelecem poucas
restrições. Por exemplo, o Estatuto Administrativo Geral impede de realizar qualquer
atividade política dentro da Administração do Estado (artigo 84, letra h); e obriga aos
funcionários a “observar uma vida social de acordo com a dignidade do cargo” (artigo 61,
letra i) ou “proporcionar, com fidelidade e precisão, os dados que a instituição solicita
relativos a situações pessoais ou de família, quando há interesse para a Administração,
devendo esta guardar a devida reserva dos mesmos”... Outro exemplo nesta linha são os
cargos de dedicação exclusiva, que levam assinações. Não obstante, o pessoal pode
perceber emolumentos que provenham da administração de seu patrimônio ou desempenho
da docência (Lei N° 19.863). Como se observa, as limitações tem que ver os direitos muito
específicos e estão referidas excepcionalmente e determinadamente; DECIMO QUARTO.
Que o mesmo está com restrições ou limitações, devendo ser restritivas aos direitos que os
servidores exigem, sendo uma expressa consagração normativa. É preciso que as
limitações tenham por base as necessidades dos serviços e preceitos constitucionais.
Ademais, é preciso ter relações com o caráter “técnico-profissional” da função pública.
Finalmente, é preciso ditar limitações que devem ser precisas e determinadas;
b) Brasil.
Acórdão do Superior Tribunal Federal.
Resumo
Agravo do instrumento
Nº 853.275/RJ.
Atos.
A Fundação de apoio à escola técnica FAETEC interpõe agravo de instrumento contra
a decisão que não admitiu recurso extraordinário assentado na alínea “a” do permissivo
constitucional.
A Fundação exige o reconhecimento do direito de greve e a ilegalidade no desconto na
folha de pagamento dos dias paralisados entre 14 de março e 9 de maio de 2006.
8
Eles argumentam, de acordo ao princípio de ilegalidade, que a Administração só pode
fazer o que a lei determina, estando o Estado em “mora” com a edição de lei de greve,
específica para o setor público. Não se pode falar em corte ou suspensão de pagamento
de salários dos servidores sem a observância do devido processo legal.
O Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral, dada a
importante discussão que aqui se trava, concernente à efetiva disciplina do direito de
greve dos servidores públicos e ao eventual desconto dos dias parados, matéria essa
passível de repetir-se em inúmeras demandas que cuidam do mesmo tema, de interesse
de funcionários públicos de todo o país.
O Tribunal entendeu que a inexistência de lei específica regulando o direito de greve
dos servidores públicos não excluiria tal prerrogativa, devendo se aplicar, por analogia
e no que couber, a Lei nº7.783 de 1989.
III. Análise: Desenvolvimento dos ‘sindicatos’.
1. Situação no Chile
De acordo com uma pesquisa da ENCLA 2014, 82% das empresas funcionam sem
o uso do sindicato, e 31% das grandes empresas tampouco usam o sindicato. Nesse
contexto, no dia 29 do dezembro de 2014, o governo de Michel Bachelet apresentou
o projeto de lei que “moderniza o sistema de relações de trabalho” tendo em conta
as recomendações internacionais da OCDE e as observações da OIT sobre a
Aplicação de Convenções e Recomendações sobre a Convenção de Liberdade
Sindical e Proteção ao Direito de Sindicalização (Convênio 87), sobre a de Direito
de Sindicalização e de Negociação Coletiva (Convênio 98) e a de Direito de
Sindicalização e Relações de Trabalho na Administração Pública (Convênio 151).
Do anterior, vê-se que as situações atuais dos sindicatos são precárias no que tange o
exercício dos direitos e deveres na hora de representar aos trabalhadores filiados nos
ramos público e privado.
No sistema privado, o panorama é alarmante pela baixa participação dos
trabalhadores em sindicatos, mas os servidores públicos se encontram associados de
acordo com o serviço no qual trabalham. A Associação Nacional de Empregados
Fiscais (ANEF) é maior que existe no Chile e, desde sua criação em 1943, foi
fundamental na luta pela conquista dos direitos dos trabalhadores do Chile.
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1.1 Situação jurídica: Legislação aplicável no Chile.
a) Constituição Política da República: A Carta fundamental do Chile proíbe o
direito à greve aos servidores públicos, acordo ao artigo 19 nº16 inc. final e
Nº19, dando à lei a faculdade de regular possibilidades dos servidores públicos
no exercício do direito à greve.
19 N16 inc. final: “No podrán declararse en huelga los funcionarios del
Estado ni de las municipalidades. Tampoco podrán hacerlo las personas que
trabajen en corporaciones o empresas, cualquiera que sea su naturaleza,
finalidad o función, que atiendan servicios de utilidad pública o cuya
paralización cause grave daño a la salud, a la economía del país, al
abastecimiento de la población o a la seguridad nacional. La ley establecerá
los procedimientos para determinar las corporaciones o empresas cuyos
trabajadores estarán sometidos a la prohibición que establece este inciso;”
19º.- El derecho de sindicarse en los casos y forma que señale la ley.
Assim, a lei é encarregada de estabelecer a proibição do exercício à greve dos
servidores públicos do Chile, de acordo com as palavras do próprio Enrique
Ortúzar na sessão 209: “De modo que la ley, como ocurre actualmente, podrá
establecer la prohibición de ejercer el derecho a sindicación en el caso de los
servicios públicos o de determinados servicios del Estado - como podrían ser el
Poder Judicial, las Fuerzas Armadas, etc.-, o bien, en términos generales, como
está prohibido hoy día. De manera que esa materia se dejó entregada al
legislador, y éste es el sentido y alcance de la expresión 'en los casos'” 2
10
Por outro lado, em matéria de reconhecimento constitucional do direito à greve
dos funcionários públicos, é evidente que os Ministros do Tribunal
Constitucional do Chile estimam que a Constituição deve que garantir os
direitos enumerados no artigo 19 para todos os servidores públicos, mas é
possível que limite outros direitos como no caso do artigo 19 n°16, esclarecendo
que só se poderá ser de uma maneira estrita como é o caso.
DECIMO SEGUNDO“A Constituição consagra, então, que os funcionários
assim como o resto das pessoas, são titulares dos direitos fundamentais que ela
assegura. De fato que, a Constituição se preocupa em estabelecer diretamente
algumas restrições no que tange o exercício de certos direitos. Assim, por
exemplo, os servidores públicos não podem declarar-se em greve (artigo 19 N°
16°);
b) A lei: De acordo o anterior, a regulação do direito à greve dos servidores
públicos foi delegada a uma lei do Estatuto Administrativo (Nº 18.884) que
proíbe expressamente o exercício à greve e a organização sindical.
Artículo 84.- El funcionario estará afecto a las siguientes prohibiciones:
i) Organizar o pertenecer a sindicatos en el ámbito de la Administración del
Estado; dirigir, promover o participar en huelgas, interrupción o
paralización
de actividades, totales o parciales, en la retención indebida de personas o
bienes, y en otros actos que perturben el normal funcionamiento de los
órganos de la Administración del Estado;
Quem é servidor público no Chile?
As resoluções nº 64.215 de 1961 e 11.307 de 1969, da Controladoria Geral da
República, concluíram que “funcionário é quem desenvolve uma atividade pública,
investido para isso por ato da autoridade competente” e “empregado que ocupe um
cargo ou emprego público”. Essa distinção é importante porque a categoria do
funcionário público não tem caráter geral para aquele que presta o serviço para o
Estado. Deve-se considerar também porque a natureza jurídica do vínculo tem seu
nascimento no Estatuto Administrativo (a lei) e não é completamente de caráter
11
contratual, pois não seria possível a aplicação da legislação do trabalho para o setor
público.
O Tribunal Constitucional do Chile considera em um 1º momento a natureza jurídica do
vínculo entre empregado e Estado, excluindo a possibilidade de dar o mesmo tratamento
a empregado público ou privado; divergindo do STF, que considera a mesma categoria
jurídica entre o vínculo com o Estado ou com o setor privado.
c) Incorporação do Convênio 151 OIT. No dia 26 de dezembro de 2000, se
promulgou no Chile o convênio 151 da OIT sobre Direito de Sindicalização e
Relações de Trabalho na Administração Pública. Contudo, a legislação interna
do Chile não mudou para ser compatível com a legislação internacional.
2. Situação jurídica: Legislação aplicável no Brasil.
No Brasil, os sindicatos tiveram como modelo o corporativismo italiano, tendo a
estrutura e o financiamento (imposto sindical) tutelados pelo Estado no período
conhecido como ‘vanguardista’, no qual predominou a ideologia da paz social como um
fator determinante para o desenvolvimento industrial do país.
Era notável a presença e influência da imigração, principalmente a italiana. As primeiras
greves eram esporádicas no fim do século XIX e as ações dos anarquistas cresceram.
Porém, o exercício do direito de greve dos trabalhadores da administração pública direta
estava limitado, já que tinha diferenças com o setor privado pela natureza jurídica de
relacionamento e funcionamento do Estado.
2.1. Situação normativa no Brasil
a) Constituição da República Federativa do Brasil
No Brasil foi reconhecido o direito à livre associação sindical e o direito à greve no
inciso VI e VII do artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil. No
primeiro período de vigência da CF/1988, a criação dos sindicatos aumentou de 137 a
1.707 sindicatos entre os anos 1989 e 2001, constituindo a maior associação de
empregados públicos da história do Brasil.
Artigo 37
12
VI. É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII. O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica;
b) A Lei: No Brasil não tem uma lei específica que regule a negociação coletiva
ou direito à greve dos servidores públicos como o Estatuto Administrativo do
Chile (lei 18.834), e por isso que o Superior Tribunal Federal atuou como
legislador no recurso do agravo apresentado pela FAETEC.
“Tendo em vista as imperiosas balizas jurídico-políticas que demandam a
concretização do direito à greve todos os trabalhadores, o STF não pode abster
de reconhecer que, assim como o controle judicial deve incidir sobre atividade
ou omissão do legislativo3”.
Por esse motivo, o Plenário do STF considerou que a solução correta é a
aplicação ao setor da lei de greve vigente no setor privado (Lei nº 7.783/89).
c) Incorporação Convênio 151 OIT: Apesar de sua ratificação, o direito à greve
no serviço público não foi regulado por lei específica. Em 2007, o STF, no
julgamento do Mandado de Injunção nº 718 aplicou a lei do setor privado.
Ainda prevalece a lei do setor privado e sua jurisprudência. O problema é “a
restrição indevida e excessiva do exercício do direito à greve dos servidores
públicos, quando as decisões judiciais ampliam não só o rol dos serviços essenciais,
mas também elevam os percentuais mínimos de manutenção do serviço -[...]-
inviabilizando o próprio exercício do direito à greve” 4.
3. Resumo comparativo.
Países comparados Chile Brasil
3 Mandado de Injunção nº 718, relator o Ministro Eros Grau, Tribunal Pleno, julgado em 25/10/2007
4 MARTINS DE PAIVA, Adriano: Sindicalismo e Direito à greve dos servidores públicos: Aplicação da
Convenção Nº 151 da OIT na regulamentação do inciso VII do artigo 37 da CF/88. Rev. TST, Brasília, vol. 78 Nº/dez 2012. P 24.
13
Reconhecimento
Constitucional
Não. A constituição do
Chile estabelece proibição
de greve aos servidores
públicos. Artigo 19 Nº16 e
Nº19
Sim. A Constituição da
República Federativa do
Brasil estabelece um
reconhecimento expresso
do direito à greve. Artigo
37, VI e VII
Tratamento legal Sim. Proibição do direito à
greve. Aplicação de
Estatuto Administrativo.
Lei 18.834. Artigo 78
letras i)
Não. Aplica-se
supletivamente a lei
7.783/89 (greve no serviço
privado).
Reconhecimento e
Exercício Convênio 151
OIT
Sim. Reconhecido pelo
Decreto Nº1. 539 de 2000
que promulgou o convênio
Nº151 da OIT no Chile
Sim. Reconhecido pelo
Decreto Nº7. 944 de 2013
que promulgou o convênio
Nº151 da OIT no Brasil.
IV. Conclusão
De acordo os acordos, podemos chegar às seguintes conclusões:
a) Reconhecimento Constitucional:
Tanto no Chile como no Brasil, as Constituições fazem referência ao direito de
greve dos servidores públicos. Enquanto o Chile proíbe, o Brasil reconhece
expressamente esse direito.
b) A legislação interna:
Sua legislação é o resultado do reconhecimento constitucional. No Chile, a
função foi dada ao Estatuto Administrativo (lei 18.834, artigo 87 letras i). No
Brasil existe atraso do Congresso Nacional, mas o STF regulou a situação
expandindo a aplicação da lei 7.783/89.
14
c) Ambos os países não aplicaram o convênio 151 da OIT, sendo que o Brasil tem
o direito do trabalho mais desenvolvido. No Chile, o convênio foi apenas
ratificado, mas não tem aplicação na prática.
V. Referências Bibliográficas.
1. Livros
-MASCARO NASCIMENTO, Amauri. Título: Curso de Direito do Trabalho. 10ª ed
Ed. Saraima. 1992. p 23.
2. Artigos de revista
- MARTINS DE PAIVA, Adriano: Título: Sindicalismo e Direito à greve dos servidores
públicos: Aplicação da Convenção Nº 151 da OIT na regulamentação do inciso VII do
artigo 37 da CF/88. Rev. TST, Brasília, vol. 78 Nº/dez 2012. P 24
3. Jurisprudência
-Mandado de Injunção nº 718, relator o Ministro Eros Grau, Tribunal Pleno, julgado em
25/10/2007.
-SUPERIOR TRIBUNAL FEDERAL. Agravo do instrumento Nº 853.275/RJ.
Disponível na internet:
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=4170509
-TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DO CHILE. Sentencia Rol N°2153-2012,.
Disponível na internet:
https://www.camara.cl/camara/camara_tc3.aspx?prmART=38&prmROL=2153&prmID
A=2529
4. Legislação.
a) de Brasil:
-Constituição da República Federativa do Brasil (1988).
b) de Chile:
15
-Decreto Supremo n°100. Constitución Política de la República de Chile. (D.O. Sep.
2005) na internet: http://www.leychile.cl/Navegar?idNorma=242302
-Ley n° 18.834. Estatuto Administrativo (D.O 23 de septiembre de 1989) na internet:
http://www.leychile.cl/Navegar?idNorma=30210
- Decreto 1.539. Convenio 151 OIT. (D.O 26 de Diciembre 2000) na internet:
https://www.leychile.cl/Navegar?idNorma=179437
5. Sites Web
Organização Internacionais do Trabalho. História, Disponível em:
<http://www.oitbrasil.org.br/content/hist%C3%B3ria>. Acesso em: 4 de maio. 2016.