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O autor Ernani Diniz Lucas é cartunista, char‑ gista, roteirista e escritor, um dos grandes nomes do humor brasileiro, junto de artistas como Jaguar, Henfil e Millôr. Nani nasceu na cidade mi‑ neira de Esmeraldas em 1951. Aos vinte anos, publicou seu primei‑ ro desenho no jornal O Diário Ca- tólico, onde trabalhou até os vinte e dois anos, idade em que começou a enviar material para O Pasquim, que deu a Nani projeção nacional com cartuns e outras publicações também propagadas pelo Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, Última Hora, Tribuna da Imprensa, Playboy, Bundas e Mad, entre outros. É autor de oito livros (entre os quais, roman‑ ces e livros infantis). Nani assinou textos humorísticos para programas de televisão: Balança Mas Não Cai, Chico City, Escolinha do Professor Raymundo, Sai de Baixo, Casseta & Planeta Urgente. Atualmente é re‑ dator do Zorra Total. Incluiu alguns desenhos para vinhetas dos chama‑ dos “Plim‑Plins” da TV Globo. Foi premiado em salões de humor em Montreal (Canadá), Niterói (RJ) e Pi‑ racicaba (SP). Hoje, sua tira “Vereda Tropical” é publicada em vários jor‑ nais do país. Nani faz graça de tudo, como ele mesmo diz: “O humorista tem que ser plural. Ele não pode ser um es‑ pecialista em humor setorizado: de política, de futebol, de piadas feministas etc. Ele atira em todas as direções, sempre na contramão, sabendo que, às vezes, é o melhor caminho”. Outra obra infantil deste autor, publicada pela Melhoramentos, A Moedinha Que Queria Comprar a Felicidade é uma narrativa circular em metalinguagem da história de uma moedinha que circula de mão em mão. Mais informações sobre o autor e ilustrador podem ser encontradas em: www.nanihumor.com. Acesso em: 31 maio 2012. Ficha Autor: Ernani Diniz Lucas Título: A Menina Que Acordava as Palavras Ilustrador: Nani (Ernani Diniz Lucas) Formato: 20,5 x 26 cm N.º de páginas: 24 Elaborador: Adilson Prizmic Momce Quadro sinóptico Gênero: literatura infantil Palavras‑chave: vocabulário, dicionário e comunicação Tema transversal: ética, estética de linguagem, trabalho e pluralidade cultural Interdisciplinaridade: Língua Portuguesa, Língua Estrangeira (Inglês, Espanhol e outras) e Informática A Menina Que Acordava as Palavras Projeto de leitura 1

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O autorErnani Diniz Lucas é cartunista, char‑gista, roteirista e escritor, um dos grandes nomes do humor brasileiro, junto de artistas como Jaguar, Henfil e Millôr. Nani nasceu na cidade mi‑neira de Esmeraldas em 1951.

Aos vinte anos, publicou seu primei‑ro desenho no jornal O Diário Ca-tólico, onde trabalhou até os vinte e dois anos, idade em que começou a enviar material para O Pasquim, que deu a Nani projeção nacional com cartuns e outras publicações também propagadas pelo Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, Última Hora, Tribuna da Imprensa, Playboy, Bundas e Mad, entre outros. É autor de oito livros (entre os quais, roman‑ces e livros infantis). Nani assinou textos humorísticos para programas de televisão: Balança Mas Não Cai, Chico City, Escolinha do Professor Raymundo, Sai de Baixo, Casseta & Planeta Urgente. Atualmente é re‑dator do Zorra Total. Incluiu alguns desenhos para vinhetas dos chama‑

dos “Plim ‑Plins” da TV Globo. Foi premiado em salões de humor em Montreal (Canadá), Niterói (RJ) e Pi‑racicaba (SP). Hoje, sua tira “Vereda Tropical” é publicada em vários jor‑nais do país.

Nani faz graça de tudo, como ele mesmo diz: “O humorista tem que ser plural. Ele não pode ser um es‑pecialista em humor setorizado: de política, de futebol, de piadas feministas etc. Ele atira em todas as direções, sempre na contramão, sabendo que, às vezes, é o melhor caminho”.

Outra obra infantil deste autor, publicada pela Melhoramentos, A Moedinha Que Queria Comprar a Felicidade é uma narrativa circular em metalinguagem da história de uma moedinha que circula de mão em mão.

Mais informações sobre o autor e ilustrador podem ser encontradas em: www.nanihumor.com. Acesso em: 31 maio 2012.

FichaAutor: Ernani Diniz Lucas

Título: A Menina Que Acordava as Palavras

Ilustrador: Nani (Ernani Diniz Lucas)

Formato: 20,5 x 26 cm

N.º de páginas: 24

Elaborador: Adilson Prizmic Momce

Quadro sinópticoGênero: literatura infantil

Palavras ‑chave: vocabulário, dicionário e comunicação

Tema transversal: ética, estética de linguagem, trabalho e pluralidade cultural

Interdisciplinaridade: Língua Portuguesa, Língua Estrangeira (Inglês, Espanhol e outras) e Informática

A Menina Que Acordava as Palavras

Projeto de leitura

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ResenhaA obra motiva a busca do significado de palavras desconhecidas, condu‑zindo o leitor a inserir novas palavras em seu vocabulário. A personagem principal do texto é uma menina que se dá conta do quanto está sen‑do acomodada e superficial por não usar palavras novas. Mas ela supera essa dificuldade consultando o dicio‑nário e o computador para descobrir o significado de novas, diferenciadas e enriquecedoras palavras que lhe chamavam a atenção na televisão, em revistas, jornais e em conversas de adultos.

ElaboradorAdilson Prizmic Momce nasceu em 1963 em São Paulo (SP). Em 1986, ganhou uma bolsa de estudos na ex ‑Iugoslávia, onde se formou em His‑tória, dedicando ‑se, paralelamente, ao aprendizado dos idiomas servo‑‑croata e espanhol. De volta a São Paulo, em 1994, lecionou História na rede pública de ensino. De 1998 a 2003, licenciou ‑se em Letras pela Pontifícia Universidade Católica (PUC ‑SP), passando a lecionar língua e literatura espanholas em colégios e universidades particulares de São Paulo, o que lhe conferiu uma rica experiência com alunos de várias faixas etárias. Em 2005, iniciou especialização em História da Arte na Universidade Estadual Paulista (Unesp). Concluiu o mestrado em 2009 pela Universidade de São Paulo (USP), onde atualmente é doutorando. Também atua como parecerista e elaborador de projetos para a Editora Melhoramentos.

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Em poucas palavrasJá no título e no desenrolar do texto, acordar as palavras é o mesmo que despertá ‑las quando nos parecem incomuns ou desconhecidas. Ao sair do dicionário, as palavras ga‑nham vida, passeiam primorosas em nossa fala e são bem‑‑vindas em nossos textos.

InterfacesExpressões da personagem principal são identificadas pela alteração de cor no corpo do texto em relação à fala do narrador e nas figuras e no pano de fundo.

As ilustrações de fantasmas e sepulturas, associadas à sensa‑ção de vazio e escuridão, revelam que o leigo se incomoda quando desconhece os termos usados por determinados segmentos da sociedade. Os desenhos inteligentes do autor são muito bem ‑aceitos pelas crianças. O leitor tende a se

entusiasmar com esse modo prazeroso de encarar as pala‑vras. Assim, a obra leva à imersão em sua leitura pelo texto e pelas imagens. O desenho do despertador representa no texto o momento em que a personagem desperta para o conhecimento de palavras que “dormiam no dicionário” e passa a fazer uso proveitoso dessas palavras, que ganham animação no texto: “Ficavam muito agradecidas à menina, pois ela as acordava e as levava para passear em suas falas”.

Mediando a leituraO professor pode discutir, junto aos alunos, a mensagem do livro, com base em seu conteúdo escrito e em suas imagens. Essa leitura serve como referência para a tomada de inicia‑tiva do aluno na busca pelo significado das palavras. Du‑rante as aulas, o professor pode aplicar algumas atividades relacionadas com o direcionamento deste livro: DESCOBRIR/DESPERTAR palavras.

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Palavra disputadaÉ possível fazer uma intertextualidade com outro livro, O Menino Que Vendia Palavras, de Ignácio de Loyola Brandão, que conta a história de um menino que tem muito orgulho de seu pai, um ho‑mem culto, inteligente, que conhece as palavras como ninguém. Se os amigos do menino querem saber o significado de al‑guma palavra, é ao pai dele que sempre recorrem. A curiosidade das crianças é tão grande que o menino tem uma ideia: e se começasse a negociar o significado das palavras?

Para escrever essa história, o jornalista Ig‑nácio de Loyola Brandão se inspirou em sua própria infância, na cidade de Ara‑raquara, interior de São Paulo, nos anos 1940. Seu pai, assim como o pai do perso‑nagem do livro, era apaixonado pelas pa‑lavras e conseguiu formar uma biblioteca com mais de quinhentos volumes.

Ignácio conta que seu pai o incentivou a ler desde que foi alfabetizado. E revela que chegou a trocar, com seus colegas de classe, palavras por bolinhas de gude e fi‑gurinhas.

Abordagem sugerida

Direcionar a comparação entre essas obras. A valorização de palavras novas em nosso repertório comunicativo é um aspec‑to comum nessas duas obras. As histórias se complementam quanto ao benefício da adoção de novas palavras: enquanto em A

Menina Que Acordava as Palavras há uma sensação de satisfação e agradecimento, em O Menino Que Vendia Palavras, con‑forme nos adianta o título da obra, o per‑sonagem principal tira proveito comercial das palavras. Um vocabulário diferenciado realmente transmite uma boa impressão aos demais integrantes da sociedade.

Toda pessoa letrada apresenta facilidade para expor suas ideias de maneira clara. Isso faz com que ela se destaque no mer‑cado de trabalho, por exemplo.

Proposta de atividade

Jogo da forca

O jogo da forca pode reunir grupos de quatro alunos, que tentam descobrir a palavra do jogo. Cada grupo escolhe uma palavra e deixa o número de letras da palavra escolhida exposto na lousa, mas mantendo a palavra em segredo. Todos os integrantes do grupo elaboram uma pista, uma charada, uma explicação e um sinô‑nimo da palavra. À medida que os demais alunos descobrem as letras que formam a palavra secreta, têm acesso a uma das pis‑tas para completá ‑la. Se a letra informada não fizer parte da palavra, uma parte do corpo humano é desenhada. O grupo per‑de a brincadeira quando o corpo humano estiver desenhado por completo (cabeça, pescoço, braços, tronco e pernas) ou se o grupo não conseguir adivinhar correta‑mente a palavra.

Assim, outro grupo assume a vez.

Palavra desenhadaNo texto, a letra “a” e a letra “i” ganham formas de olhos e bocas. Mãozinhas e pezi‑nhos são acrescentados às letras. As expres‑sões faciais da personagem refletem o teor das palavras com as quais nos deparamos: ternura, espanto, dificuldade etc.

Abordagem sugerida

Comentar as relações que o autor estabelece entre texto e ilustração. É uma arte que dá vida às palavras ao associá ‑las a imagens que se deitam e dormem enquanto não estão ativas na comunicação. Nota ‑se uma cama exageradamente comprida, diferente das demais camas desenhadas, para dar a im‑pressão de que “incontestabilidade” é uma palavra grande.

Proposta de atividade

Propor que o aluno desenvolva sua imagina‑ção criando desenhos com tamanhos, rele‑vos, cores e enfeites que estejam associados a palavras presentes no texto ou que tenham sido escolhidas pelo próprio aluno depois de pesquisar.

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Palavra socialO texto nos coloca diante de situações reais. Por comodismo ou exibicionismo, algumas pessoas fazem uso de palavras sem conhecer seu real sentido, o que gera falta de entendi‑mento entre os interlocutores.

Abordagem sugerida

Capacitar o aluno para a interpretação do texto, extraindo suas principais impressões. Uma delas diz respeito ao uso de palavras de maneira inapropriada por quem ignora o seu significado, levando à falta de comunicação e até ao constrangimento de quem adota essas palavras apenas para dar a impressão de ser culto e importante.

Proposta de atividade

Garimpar o texto

O professor pode solicitar aos alunos a transcrição de tre‑chos do texto que transmitam os seguintes sentimentos dos personagens:

• constrangimento;

• ridicularização;

• raiva;

• satisfação.

Palavra atualizadaNas ilustrações e falas do texto, faz ‑se notar a recorrência aos meios de comunicação (jornal, televisão e computa‑dor), como formas de promover a ampliação do vocabu‑lário.

Abordagem sugerida

Posicionar os alunos em círculo para discutir a influência e a importância da imprensa na vida de todos: alunos, pais, professores e outros integrantes da sociedade que necessitam se manter informados e atualizados.

Proposta de atividade 1

Com a palavra, os periódicos

O professor pode apresentar textos de revistas e jornais, propondo aos alunos que busquem as palavras desconhe‑cidas em dicionários disponibilizados em sala de aula para pôr em prática o exemplo da personagem criada por Nani. Os alunos deverão criar novos contextos utilizando as pa‑lavras consultadas.

Proposta de atividade 2

Dicionário digital

O professor de informática (ou o espaço da sala de in‑formática) pode ser de muito valor neste trabalho, não apenas envolvendo os conhecimentos de informática, mas também pelo uso de dicionário em CD ‑ROM e sites de busca pela internet, inclusive em aulas de Português e Língua Estrangeira. O professor pode trabalhar neste recurso com o vocabulário do livro, acrescentando um pequeno texto em inglês, ou espanhol, com a incumbên‑cia de traduzi ‑lo, conduzindo a consulta no computador. Num segundo momento, o professor solicita a versão para o inglês ou espanhol a partir de um texto em português.

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Palavra contextualizadaHá um momento nessa obra em que a perso‑nagem é elogiada pela adequação da palavra “iníquo” empregada em seu dever escolar. Aqui, o leitor encontra estímulo para desen‑volver seus próprios textos.

Abordagem sugerida

Organizar as ideias é uma técnica imprescindí‑vel para a produção de qualquer redação. Os alunos costumam obter melhor desempenho na escrita ao identificar o início, o meio e o fim de uma história, compondo uma unidade con‑textualizada, um foco temático a ser apontado pelo professor.

Proposta de atividade 1

Redação

Os alunos apresentam suas impressões sobre uma palavra menos usual (escolhida pelos pró‑prios alunos) e compõem uma redação sobre ela.

Proposta de atividade 2

Redação

O professor pode destacar cinco palavras atre‑ladas ao texto previamente lido e que deverão ser incluídas na redação. Os alunos devem bus‑car o significado das palavras e tirar dúvidas sobre o livro antes de iniciar a redação.

Palavra culturalO tema principal da obra é a relação entre língua e cultura. Os povos que reivindicam ser reconhecidos como nação buscam na língua a legitimidade para sua identidade nacional. O código linguístico é formado pelas palavras, estruturando elementos marcantes da cultura, que se amplia cada vez mais mediante uma convenção do uso, isto é, um pacto entre seus falantes.

Abordagem sugerida

Comentar o episódio bíblico da Torre de Babel, cuja construção mobilizou homens de várias origens, que não conseguiam se comunicar em uma língua comum. Seria conveniente também, ainda que resumidamente, elucidar o processo formativo da língua portuguesa a partir do latim, destacando a influência do Império Romano sobre os demais países da Europa medi‑terrânea.

Proposta de atividade

Telefone sem fio

O aluno escolhe uma palavra no dicionário e cria uma frase inse‑rindo essa palavra no final. Outro aluno deverá continuar a frase no contexto iniciado pelo colega. Para tanto, deverá saber o significado da palavra mencionada ou consultar o dicionário. Por sua vez, este aluno escolherá outra palavra do dicionário, a ser inserida igualmente no final e desenvolvida pelo colega seguinte, e assim por diante até que todos tenham participado desta ativi‑dade para exercitar a ampliação de vocabulário.

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Conhecendo um pouco maisUma palavra com a qual nos deparamos diariamente é Delete, utilizada nos computadores cujas teclas têm funções designadas por léxicos da língua inglesa, como Home, End, Insert, Page Up, Page Down. Quando mal informado, o usuário tende a considerar a palavra Delete também derivada do inglês. O leitor habituado a consul‑tar o dicionário pode verificar que na língua portugue‑sa há o registro da palavra “delével”, derivada do latim delebile (“que se pode apagar”). Portanto, essa palavra está mais vinculada com nossas raízes latinas.

Bibliografia

ANTUNES, Celso. A Inteligência Emocional na Construção do Novo Eu. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.

MICHAELIS Língua Portuguesa: Dicionário prático. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2001.

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