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1 Universidade Católica de Brasília PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE FILOSOFIA MAIO DE 2010

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE FILOSOFIA · 3 1. HISTÓRICO DO CURSO O Curso de Filosofia na Universidade Católica de Brasília foi inicialmente outorgado como um curso de licenciatura

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Universidade Católica de Brasília

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE FILOSOFIA

MAIO DE 2010

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Sumário

1. HISTÓRICO DO CURSO .................................................................................................................. 2

2. CONTEXTUALIZAÇÃO ..................................................................................................................... 3

2.1. CENÁRIO PROFISSIONAL........................................................................................................ 7

2.2. MERCADO DE TRABALHO .................................................................................................... 11

2.3. FORMAS DE ACESSO ............................................................................................................ 12

3. OBJETIVOS DOS CURSOS ..................................................................................................... 13

4. PERFIL DE EGRESSO ............................................................................................................. 14

5. RECURSOS ................................................................................................................................... 16

5.1. INSTITUCIONAIS .................................................................................................................. 16

5.2. ESPECÍFICOS ........................................................................................................................ 18

6. MATRIZ CURRICULAR .................................................................................................................. 19

6.1. FLUXO DAS DISCIPLINAS E ESTRUTURA DA MATRIZ ........................................................... 21

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 24

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1. HISTÓRICO DO CURSO

O Curso de Filosofia na Universidade Católica de Brasília foi inicialmente

outorgado como um curso de licenciatura plena com habilitação em Filosofia. O

projeto do Curso foi autorizado pelo parecer de número 904/88, em 03.10.88.

Posteriormente, o Curso de Filosofia - Licenciatura Plena - obteve sua

autorização pelo parecer C.F.E. de número 387/89, homologado pelo Decreto

de número 97.985/89. Seu currículo pleno foi aprovado pelo parecer de número

376/92, do Conselho Federal de Educação.

O reconhecimento favorável do Curso de Filosofia da UCB –

Licenciatura Plena – mantida pela União Brasiliense de Educação e Cultura –

UBEC-DF, com oitenta vagas anuais, em duas turmas de quarenta alunos por

semestre, se deu no Diário Oficial de 19 de março de 1993 na seção I do

Ministério da Educação e do Desporto a partir do Parecer de n° 160/93 do

C.F.E. (ver documento Reconhecimento do Curso de Filosofia).

Mais tarde, devido às exigências e melhoria na formação dos alunos, a

grade curricular foi considerada inadequada e sofreu um processo de

adaptação que culminou com a instalação de uma nova grade curricular,

aprovada pelo Parecer de número 400/93, do Conselho Federal de Educação.

A referida grade curricular ficou em vigor até o segundo semestre de

1995, quando sofreu uma segunda alteração e essa agora determinada pelas

exigências da Universidade. A nova grade curricular entrou em vigor no

primeiro semestre de 1996 e suas inovações vieram a responder tanto às

necessidades criadas a partir da instalação de novos cursos na Universidade -

que demandaram um ajuste nas disciplinas comuns - quanto ao

redimensionamento do próprio Curso de Filosofia. Deu-se ênfase ao ensino e à

pesquisa em Filosofia com a inclusão da disciplina Metodologia do Ensino e da

pesquisa em Filosofia e à extensão com a disciplina Tópicos de Filosofia no

Brasil.

Com a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional - LDB, em 20 de dezembro de 1996, uma nova alteração da grade

curricular do Curso de Filosofia se fez necessária. Ela incidiu, basicamente,

sobre a seqüência de algumas disciplinas e criação de outras, bem como sobre

a alteração da carga horária destinada ao Estágio Supervisionado sob a forma

de Prática de Ensino para atender o que está prescrito na Lei. Tal grade

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curricular foi aprovada pelo Parecer do CONSEPE de número 27/97, pelo

Parecer do CONSUN de número19/97 e pela Resolução do CONSUN de

número 22/97, tendo entrado em vigor a partir do primeiro semestre de l998.

Finalmente, uma última alteração foi necessária por causa da mudança

curricular que definiu uma opção de curso. Entendeu-se que não bastava

considerar um perfil para o Curso de Filosofia da UCB, nesse caso ético-

político, era imprescindível buscar uma concepção de Curso que viesse a

caracterizar o curso de Filosofia dessa Instituição. Determinou-se, a partir

dessa mudança, que o Curso se orientaria em direção ao clássico, isto é,

tratava de rumar em direção a um curso clássico de Filosofia. O currículo

anterior, que começou a vigorar no segundo semestre de 2002, propõe um

curso com duração de três anos e meio (sete períodos) e com um significativo

aumento da carga horária de Filosofia. Para justificar sua opção, houve um

aumento da carga horária da História da Filosofia e o desdobramento de

algumas matérias clássicas, sistematicamente chamadas de I e II. Na

oportunidade, atendeu-se às exigências do MEC e elevou a Prática de Ensino

para 420 horas, bem como, fez-se a distribuição de 420 horas práticas ao longo

do corpo do currículo em disciplinas escolhidas de forma criteriosa.

O presente currículo, que ora é apresentado segue as orientações

institucionais. Ele constitui-se por um fluxo de disciplinas que atende ao

arcabouço legal. O curso foi estruturado para ser executado em três anos (seis

semestres), com um total de 2.425 horas, compreendendo 140 créditos. Foram

mantidas as horas 200 complementares conforme indica a lei. O curso tem um

formato mais flexível, primando pela incorporação da pesquisa e atividades de

extensionalidade (atividades comunitárias) como partes da formação integral

do graduando.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO

A questão da identidade dos cursos de formação de professores tem

sido objeto de discussão entre educadores brasileiros há mais de meio século.

Grosso modo, pode-se verificar historicamente duas grandes tendências que

marcaram/marcam as concepções e a prática da formação de professores: de

um lado a preocupação com a profissionalização, ora com ênfase na formação

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pedagógica, ora com ênfase nos conhecimentos teóricos da área de

conhecimento do exercício do magistério; e, de outro, a preocupação não

apenas com a promoção da formação do magistério, mas também com a

pesquisa e com a formação de uma cultura pedagógica nacional. Estas

perspectivas traduziram, por exemplo, os princípios que orientaram os projetos

do Instituto de Educação (Fernando de Azevedo), e da Escola de Educação

(Anísio Teixeira), respectivamente (FÁVERO, 1980).

A formação dos educadores, entretanto, não pode fugir de seu

compromisso básico com a docência, considerando que seu processo

formativo não deve dispensar a reflexão/investigação sobre a própria prática e

o contato com a produção intelectual e com o exercício da pesquisa.

Por outro lado, ao tratarmos da formação de professores na

Universidade Católica de Brasília é fundamental observar a especificidade da

constituição da Mantenedora desta Universidade – formada por cinco

congregações religiosas com forte preocupação e tradição com a educação – e

a missão assumida pela UCB. Comprometer-se com o desenvolvimento da

pessoa humana e da sociedade é assumir compromisso com a educação, seja

pela ação educativa e formadora que desenvolve através do ensino, da

pesquisa e da extensão, de forma geral, seja pela responsabilidade com a

formação de educadores através dos cursos de licenciatura, de forma especial.

Neste sentido, a formação de professores na Universidade Católica de Brasília

é diferenciada também por consolidar a sua missão e o carisma de sua

Mantenedora.

A este respeito é importante considerar também o próprio contexto da

educação e dos cursos de licenciatura no país. Durante bom tempo

considerou-se como problemas centrais da educação no Brasil a falta de

escolas e a carência de verbas destinadas aos fins educacionais. O que os

dados e indicadores educacionais brasileiros e internacionais revelam,

entretanto, é que as crianças, em sua grande maioria, vão às escolas, mas

aprendem pouco.

É preciso considerar ainda as questões sociais que envolvem as

práticas educativas. Se por um lado os cursos de licenciatura representam uma

possibilidade de acesso ao ensino superior e melhoria social, tendo boa parte

dos seus estudantes oriundos de níveis de renda mais baixo; por outro é

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justamente as famílias mais carentes economicamente que sofrem com a má

qualidade da educação.

Uma educação básica universal e de qualidade é requisito fundamental

para a eqüidade social, reforçando a responsabilidade assumida pela UCB na

formação de educadores que possam, de fato, contribuir para a transformação

deste quadro vicioso de manutenção das diferenças sociais e da opressão dos

mais pobres.

Outro desafio posto à formação de professores no Brasil e no Distrito

Federal relaciona-se também às perspectivas de mercado de trabalho. Se

considerarmos o número de estudantes de nível superior no Brasil, verificamos,

em 2002, que dos 3,5 milhões de estudantes, 758 mil estavam em cursos de

formação de professores. Já o último censo divulgado pelo INEP, revelando os

dados relativos a 2006, aponta para a confirmação da queda na matrícula no

ensino fundamental, verificada desde o ano de 2000. No censo de 2006

observou-se uma queda de 0,9%, correspondendo a 251.898 matrículas a

menos que o ano anterior. Este quadro aponta para a necessidade de uma

formação diferenciada que permita aos egressos o acesso ao mercado de

trabalho pela sua qualificação e competência.

A todo este cenário acrescentam-se os parâmetros e as orientações

indicadas nos documentos nacionais que discutem a profissão de professor e a

sua formação. Dentre estes documentos destacamos:

• A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº. 9.394/96), em

especial o art.3º, inciso VII, arts. 9º, 13, 43, 61, 62, 64, 65 e 67;

• Plano Nacional de Educação (Lei nº. 10.172/2001), item IV, que trata do

magistério na Educação Básica, definindo as diretrizes, os objetivos e as

metas da formação inicial para a docência na Educação Básica;

• Parecer CNE/CP nº. 9/2001, que define as Diretrizes Curriculares

Nacionais para a formação de professores da Educação Básica, em nível

superior, nos cursos de licenciatura de graduação plena;

• Parecer CNE/CP nº. 27/2001, que dá nova redação ao item 3.6, alínea c,

do Parecer CNE/CP nº. 9/2001;

• Parecer CNE/CP nº. 28/2001, que dá nova redação para Parecer

CNE/CP nº. 21/2001, estabelecendo a duração e carga horária dos

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cursos de formação de professores da Educação Básica, em nível

superior, cursos de licenciatura, de graduação plena;

• Resolução CNE/CP nº. 1/2002 institui as Diretrizes Curriculares

Nacionais para a formação de professores da Educação Básica, em nível

superior, cursos de licenciatura, de graduação plena;

• Resolução CNE/CP nº2/2002, que atualmente institui a duração e a

carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de

formação de professores da Educação Básica, em nível superior;

• e as Diretrizes Curriculares Nacionais especificas dos cursos de

Licenciatura.

Vale ressaltar ainda, considerando a perspectiva que nos une enquanto

Área de Educação e Humanidades, alguns aspectos essenciais em relação à

prática docente e à formação de professores.

Segundo a Lei Diretrizes e Bases da Educação-LDB (Lei 9 394/96, Art.

13), para exercer a docência na educação básica todos os licenciados deverão

estar aptos para:

• Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de

ensino.

• Elaborar e cumprir o plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica

do estabelecimento de ensino.

• Zelar pela aprendizagem dos estudantes.

• Estabelecer estratégias de recuperação para os estudantes de menor

rendimento.

• Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidas, além de participar

integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao

desenvolvimento profissional.

• Colaborar com atividades de articulação da escola com as famílias.

A qualificação para a docência, desta forma, é vista como atividade

teórico-prática que o profissional da educação deve realizar, considerando a

importância atual da educação e do conhecimento como bem social e

elementos fundamentais na construção da humanidade. Por isso, é

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particularmente necessário olhar para o papel da instituição educativa e dos

professores diante da realidade do mundo contemporâneo.

As mudanças que afetam os diferentes setores da sociedade, inclusive a

educação, instituem novas competências e habilidades, definindo um novo

perfil para o professor. Aponta para a autoridade do argumento, para a

habilidade de saber pensar e fundamentar, para o compromisso com a

reconstrução do conhecimento, que será sempre provisório, e orientado pela

possibilidade de torná-lo discutível.

2.1 . Cenário Profissional

Com o fim da habilitação regulamentada pelo MEC nas áreas de

Sociologia e História (tornado público pela Portaria número 524, de junho de

1998), a atuação do licenciado em Filosofia nessas áreas ficou a critério das

instituições de ensino, mediante análise do seu histórico escolar e

considerando a sua carga horária nas áreas em questão. Porém, em dezembro

de 1998, a CEE-FILO reuniu-se em Brasília e novamente em abril de 1999 para

analisar as sugestões encaminhadas pelos Cursos de Filosofia à SESU-MEC,

em resposta ao edital 4/97, como contribuições para a definição das Diretrizes

Curriculares de que trata a LDB (Lei 9394/96).

Na ocasião, foram examinadas as contribuições de 14 IES, bastante

representativas por se distribuírem proporcionalmente entre as regiões do país,

por provirem tanto de Universidades públicas (Federais ou Estaduais) como de

instituições privadas e por reunirem sugestões de grupos mais antigos e de

outros mais recentes.

Em 24/11/2005, foi protocolado no Conselho Nacional de Educação o

Oficio no 9647/GAB/SEB/MEC, de 15 de novembro de 2005, pelo qual o

Secretário de Educação Básica do Ministério da Educação encaminhou, para

apreciação, documento anexado sobre as “Diretrizes Curriculares das

disciplinas de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio elaborado pela Secretaria

com a participação de representantes de várias entidades. O documento

juntado contém uma série de considerações favoráveis à inclusão obrigatória

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de disciplinas de Filosofia e Sociologia no currículo do Ensino Médio.Nesse

documento, em sua “Parte I – Do contexto legal”, entre outras considerações, é

lembrado o artigo 36, § 1o, inciso III, da Lei no 9.394/96 – LDB:

“§ 1o. Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão

organizadas de tal forma que ao final do Ensino Médio o educando demonstre:

III – domínio dos conhecimentos de Filosofia e Sociologia, necessários ao

exercício da cidadania.”

Em contraposição, é lembrado o artigo 10 da Resolução CNE/CEB no

3/98, fundamentada no Parecer CNE/CEB no 15/98:

“§ 2o. As propostas pedagógicas das escolas deverão assegurar tratamento

interdisciplinar e contextualizado para:

b) Conhecimentos de Filosofia e Sociologia necessários ao exercício da

cidadania.” É referido, ainda, o Parecer CNE/CEB no 22/2003, no qual, ao

tratar de “questionamento sobre currículos da Educação Básica, das escolas

públicas e particulares”, e recorrendo à LDB e à Resolução CNE/CEB no 3/98,

este Colegiado ponderou que “não há, dentro da legislação pertinente,

obrigatoriedade de oferecer Filosofia e Sociologia como disciplinas.”

Entretanto, com apoio no disposto na LDB, os proponentes desenvolvem

argumentação que conclui que Filosofia e Sociologia devem passar a ser

entendidas como disciplinas obrigatórias. A “Parte II - Do contexto

pedagógico ”, do documento anexado, está dividida em três títulos:

1 – Filosofia

2 – Sociologia

3 - Filosofia e Sociologia no currículo do Ensino M édio ”.

Nos dois primeiros, entre várias considerações, são apresentadas razões

que justificam a inclusão de cada uma como disciplina obrigatória no currículo

do Ensino Médio, contrapondo-se, em especial, às Diretrizes Curriculares

Nacionais para o Ensino (Parecer CNE/CEB no 15/98 e Resolução CNE/CEB

no 3/98).

Foi então proposto que seja alterada a Resolução CNE/CEB no 3/98, no

seu artigo 10o, § 2o, com a supressão da alínea b e inclusão do § 3o com a

seguinte redação: “As propostas pedagógicas das escolas deverão assegurar

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tratamento de componente disciplinar obrigatório à Filosofia e à Sociologia”.

É importante salientar que a Câmara de Educação Básica promoveu

reunião, em fevereiro de 2006 a fim de discutir o tema “Alteração das Diretrizes

Curriculares Nacionais para o Ensino Médio/inclusão de componentes

curriculares obrigatórios de Filosofia e Sociologia”, com base na proposta da

Secretaria de Educação Básica do MEC. Participaram dessa audiência 20

pessoas, entre sociólogos, professores de Filosofia e de Sociologia,

representantes de entidades, estudantes e outros profissionais. Foram

apresentados e discutidos os vários aspectos concernentes à reivindicação da

inclusão obrigatória de disciplinas de Filosofia e Sociologia no currículo do

Ensino Médio, mediante alteração na Resolução CNE/CEB no 3/98.

A mesma preocupação com o ensino da Filosofia e da Sociologia está

presente em outras instâncias, inclusive no Legislativo, em que se registram

iniciativas parlamentares visando a sua inclusão no currículo do Ensino Médio:

Projeto de Lei da Câmara dos Deputados n° 1.641, de 2003, e Projeto de Lei

do Senado n° 4, de 2004.

O ponto fundamental neste debate é o fato de que, na perspectiva da

LDB, os conhecimentos de Filosofia (bem como da Sociologia) são justificados

como “necessários ao exercício da cidadania” (artigo 36, § 1o, inciso III, da Lei

no 9.394/96). Com os demais componentes da Educação Básica, devem

contribuir para uma das finalidades do Ensino Médio, que é a de

“aprimoramento como pessoa humana, incluindo a formação ética e o

desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico” (art. 35,

inciso II, da LDB). E devem, ainda, mais especialmente, seguir a diretriz de

“difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres

dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática” (art. 27,

inciso I, da LDB).

Cabe ressaltar ainda o fato da adoção crescente do ensino de Filosofia

pela maioria das redes de escolas públicas estaduais. Segundo informação do

MEC, em 17 estados da Federação, a Filosofia foi incluída no currículo, sendo

optativas em 2 deles. Muitas escolas particulares, em todo o país, por seu lado,

também, decidiram livremente a sua inclusão.

Essa inclusão crescente não foi determinada por lei federal ou por norma

nacional, mas, sim, pelos próprios sistemas estaduais de ensino para suas

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redes públicas escolares, seja por iniciativa própria, seja por força de legislação

estadual, em todos os casos como resultado de uma persistente mobilização

de amplos setores ligados à educação, que defendem a Sociologia e a Filosofia

no contexto dos esforços de qualificação do Ensino Médio no Brasil.

A Secretaria de Educação Básica do MEC promoveu em 2004, a

elaboração do documento Orientações Curriculares do Ensino Médio,

destinado a subsidiar as discussões de seminários regionais, realizados com o

fito de consolidar a organização curricular do Ensino Médio (in site do MEC:

www.mec.gov.br). No título referente à Filosofia, ao tratar das relações entre a

LDB, as DCNEM e os PCNEM, encontra-se a consideração de que:

Ao contrário da legislação, não só os PCN dão tratamento

disciplinar à Filosofia como, de modo singular, defendem

sua obrigatoriedade. É evidente que, não podendo

tornar obrigatório o que a LDB apenas faculta , os PCN

tomam a defesa da área e recomendam a presença

obrigatória de um profissional de Filosofia no Ensino

Médio (g.n.).

Em suma, há uma diretriz de que ao final do Ensino Médio, o educando

demonstre, entre outros, o domínio dos conhecimento s de Filosofia e de

Sociologia necessários ao exercício da cidadania. Assim, votou-se pela

alteração da redação do artigo 10 da Resolução CNE/CEB no 3/98 que instituiu

as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio, especificamente:

a) que seja alterado o § 2o do artigo 10 da Resolução CNE/CEB no 3/98, cuja

redação seria a seguinte:

§ 2o As propostas pedagógicas de escolas que adotarem organização

curricular flexível, não estruturada por disciplinas, deverão assegurar

tratamento interdisciplinar e contextualizado, visando ao domínio de

conhecimentos de Filosofia e Sociologia necessários ao exercício da cidadania.

b) que sejam incluídos os § 3o e 4o no artigo 10 da Resolução CNE/CEB no

3/98, com a seguinte redação:

§ 3o - No caso de escolas que adotarem organização curricular estruturada por

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disciplinas, deverão ser incluídas as de Filosofia e Sociologia.

§ 4o - Os componentes História e Cultura Afro-Brasileira e Educação Ambiental

serão, em todos os casos, tratados de forma transversal, permeando,

pertinentemente, os demais componentes do currículo.

c) que seja incluída orientação no sentido de que os currículos dos cursos de

Ensino Médio deverão ser adequados a essas novas disposições, sendo que,

no caso do § 3o, acrescentado ao artigo 10 da Resolução CNE/CEB no 3/98,

devem os sistemas de ensino, no prazo de um ano a contar da data de

publicação da Resolução decorrente deste Parecer, fixar as medidas

necessárias para a referida inclusão de disciplinas de Sociologia e de Filosofia.

2.2 . Mercado de Trabalho

Existem, aproximadamente, cinqüenta e duas escolas de ensino médio

no Distrito Federal. Dentre elas, quarenta e cinco incluem o curso de Filosofia

em seu currículo. As demais se constituem escolas de formação profissional

(escola normal, agrícola, etc.), em cuja grade curricular não há ainda a

disciplina Filosofia. Por outro lado, a disciplina de filosofia está sendo

ministrada por profissionais que não tem habilitação na área. O cumprimento

da lei impulsionará uma maior demanda por professores da área e,

consequentemente, uma maior demanda para o curso. A realidade do Entorno

não difere daquela que encontramos no Distrito Federal.

A expectativa é a de que, num futuro próximo, o indicativo de

obrigatoriedade do ensino da Filosofia no Ensino Médio, brevemente descrito

acima, se reflita numa ampliação da procura pelo curso de licenciatura na área.

Tal expectativa é já explicitada no texto da pré-proposta para expansão da Unb

o qual prevê a oferta da filosofia em período noturno e o aumento do número

de vagas para o curso diurno já existente (CONSUNI, 2007. Disponível em: <

http://www.unb.br/administracao/conselhos/superiores/consuni_proposta.php>.

Acesso em: 19 out. 2007).

Nesse sentido, a perspectiva de ampliação do mercado de trabalho para

professores de Filosofia prende-se ao cumprimento da exigência de que o

profissional que ensina essa disciplina, no Ensino Médio, deve ser graduado

em Filosofia. Com a implantação efetiva da disciplina Filosofia no ensino

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fundamental nas escolas públicas, tem-se cento e vinte e dois Centros de

Ensino e trezentas e uma Escolas Classe virtualmente capazes de absorver os

licenciados nesse Curso.

No Distrito Federal, entre ensino infantil, fundamental e médio, existe

um total de aproximadamente trezentas e sessenta e uma escolas, entre as

quais, apenas cinqüenta e seis implantaram o ensino de Filosofia. Nesse setor,

portanto, há uma capacidade de ampliação do ensino dessa disciplina em mais

duzentos e cinqüenta escolas.

O campo de trabalho como professor de Filosofia se amplia no Distrito

Federal, mas o eixo central do curso de Filosofia da UCB também prepara os

egressos para atuarem em outros campos de trabalho. Hoje, diversos egressos

do curso atuam em instituições sociais (ONGs, Movimentos Sociais, órgãos

governamentais), atuando no espaço político e na gestão institucional.

Recentemente, muitos egressos se especializam em atendimento clínico e

começam a se referenciar na área.

2.3 . Formas de Acesso

O estudante ingressa no Curso de sua escolha, por meio de processo

seletivo, denominado vestibular, que é realizado em data e horário

estabelecidos em edital, amplamente divulgado. A execução técnico-

administrativa do concurso vestibular fica a cargo da Fundação Universa –

Funiversa, conforme o Oitavo Termo Aditivo ao Acordo de Mútua Cooperação

No 80.019/2005, celebrado entre a União Brasiliense de Educação e Cultura –

UBEC (Mantenedora da UCB) e a Fundação Universa – Funiversa. Os cursos

de Graduação funcionam sob o regime de créditos, com pré-requisitos

estabelecidos na Matriz Curricular. Tal regime possibilita ao estudante cursar, a

cada semestre, disciplinas que totalizem diferentes quantidades de créditos, a

partir do mínimo de 12 créditos. Poderão se inscrever no processo seletivo os

candidatos que já tenham concluído ou estejam em fase de conclusão do

ensino médio ou equivalente, devendo apresentar obrigatoriamente o

documento de conclusão do Ensino Médio no ato da matrícula. O Processo

Seletivo consta de dois cadernos de provas sobre os conteúdos dos programas

dos ensinos fundamental e médio, sendo 1 (uma) prova de Redação e 4

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(quatro) provas objetivas, comuns a todos os candidatos. As provas objetivas

constarão de questões de Língua Portuguesa, de Conhecimentos Gerais

(Geografia, História e Atualidades), de Matemática e de Ciências (Biologia,

Física e Química) para todos os cursos. Será eliminado do Processo Seletivo o

candidato que obtiver resultado 0 (zero) ponto em uma ou mais das provas

objetivas, e/ou nota menor que 20 (vinte) em Redação (de um total de 100).

Na possibilidade de ter vagas ociosas a UCB recebe estudantes

advindos de outras IES, desde que estas estejam regularizadas em

consonância com a legislação brasileira. Há, na hipótese de vagas ociosas,

possibilidade de aceitar candidatos que apresentam desempenho em outros

processos seletivos realizados em outras IES, desde que tragam declaração de

desempenho com aproveitamento mínimo de 70%, nesse caso, também é

possível o ingresso de candidatos que tenham realizados avaliações oficiais,

tais como o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM. A UCB como

participante do Programa de Governo Universidade para Todos possui vagas

reservadas para os candidatos encaminhados pelo MEC habilitados para

receberem bolsa PROUNI.

3. OBJETIVOS DO CURSO

Os objetivos do Curso de Filosofia podem ser definidos da forma a

seguir:

1. Formar cidadãos responsáveis dentro dos princípios que fundamentam a

práxis da Universidade Católica de Brasília.

2. Formar profissionais na área de Filosofia que possam atuar de forma

competente e autônoma nos seguintes setores:

a) ensino: enquanto professor, o profissional de Filosofia deve ter domínio

sobre a História da Filosofia, ter uma atitude de constante investigação e

reflexão crítica, sendo capaz de criar com os alunos uma relação fecunda

que vise a revalorização da “humanidade do homem”. O investimento nos

valores humanos implica no conhecimento de métodos de educação que

considerem as potencialidades e capacidades individuais dos alunos,

resgatando, assim, a tradição do filósofo-educador.

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b) pesquisa: enquanto pesquisador, o profissional de Filosofia deve estar

preparado para desdobrar seus esforços em, no mínimo, dois sentidos: o

domínio de teorias que enriqueçam sua relação com os alunos em sala de

aula, por um lado, e, por outro, o enfrentamento do desafio teórico

lançado pelas realidades emergentes, ou seja, o envolvimento direto na

produção de novos conhecimentos. No primeiro sentido, trata-se do

professor-pesquisador. No segundo, trata-se do pesquisador-cidadão.

c) exercício da cidadania: enquanto cidadão, o profissional de Filosofia

deve estar apto a levar os ensinamentos filosóficos para as situações da

sua vida, tanto no que tange ao aspecto social, quanto ao aspecto

político, existencial, religioso e outros, com o fim de levar a essas

situações o olhar totalizante da Filosofia. Nesse sentido, o profissional de

Filosofia é um cidadão participante, questionador e atento aos problemas

sócio-políticos.

3. Difundir a cultura filosófica através da criação de espaços, núcleos, que

permitam a associação da Filosofia com outras áreas do conhecimento e com

outras instituições, tanto nas suas formas tradicionais quanto nas suas formas

alternativas.

4. PERFIL DE EGRESSO

Espera-se, a partir da formação proporcionada pela Universidade Católica de

Brasília, que os egressos de seus cursos sejam capazes de:

• Pensar criticamente, de analisar e se comprometer com a solução dos

problemas da sociedade, contribuindo para a sua transformação através de

uma atuação criativa e ética.

• Transitar nas mais diferentes áreas do saber, estando aptos a adaptar-se e a

desenvolver-se em outras áreas diferentes daquela de sua formação.

• Trabalhar em equipe, interagindo com outras pessoas e culturas, sendo

capaz de respeitar e conviver com as diferenças.

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• Administrar a própria formação continuada, tendo na UCB uma porta de

entrada para futuros estudos e, especialmente, para uma postura de

constante aprendiz diante da vida.

Magistério e pesquisa são as atividades nas quais se empenha o

egresso do Curso de Filosofia da UCB e para as quais deve estar preparado.

São atividades, no nosso entender, intimamente relacionadas: um professor se

prepara teoricamente realizando pesquisas e exercita sua prática inquiridora na

sala de aula. Embora as instituições de ensino superior de Filosofia, em geral,

estejam dissociando essas duas práticas, acreditamos que elas sejam

complementares e que tanto o ensino quanto a pesquisa só tenham a se

enriquecer funcionando de forma integrada.

De forma geral, o papel de um professor de Filosofia é o de ensinar a

pensar de modo crítico, questionando até as raízes dos problemas, buscando

os fundamentos últimos de tudo, dentro do rigor próprio da Filosofia. O pensar

filosófico é uma atividade questionadora que não permite dissociação entre

teoria e prática vivencial. Sobretudo a Filosofia é um saber que busca entender

as partes como integrando o todo, visão de conjunto que é essencial para um

profissional da Filosofia. Para tanto, é preciso que ele saiba o que é Filosofia,

conheça a História da Filosofia e seja capaz de produzir um pensamento

coerente e lógico, portanto, compreensível, que ao mesmo tempo aceite os

desafios do novo.

Evidentemente, a tarefa de “ensinar a pensar” exige que se saiba

pensar, que se esteja pronto para o enfrentamento de situações inteiramente

novas diante das quais esteja apto a levantar as questões essenciais e não

possuir respostas prévias e dogmáticas. Esse é o sentido socrático de preparar

as pessoas para “aprender a aprender”: uma pessoa que sabe pensar sem

dogmatismos adquire versatilidade e é capaz de renovar constantemente suas

habilidades e conhecimentos. Eis, basicamente, o que se espera de um

profissional de Filosofia: que saiba transmitir o método filosófico de

conhecimento, que é essencialmente o aprendizado de uma capacidade de

reflexão rigorosa e autônoma, situada no limiar entre o já conhecido e o devir.

Neste sentido a linha ético-política pretende fomentar a consciência da

cidadania como modo de pensar o homem de forma integral, ou seja, em sua

realização consigo mesmo e perante a sociedade.

17

5 . RECURSOS

5.1. Institucionais

A UCB privilegia o compartilhamento de recursos entre cursos da

mesma área e de áreas diferentes. Um dos aspectos desse compartilhamento

é a chefia unificada dos Espaços de Aprendizagem (EAPs), sob

responsabilidade de um técnico, que elabora uma escala para otimizar a

utilização dos laboratórios e o rateio dos gastos. Esse compartilhamento não se

dá somente por meio da divisão de espaços e custos, mas também pelo

aproveitamento conjunto do trabalho dos técnicos, que apóiam, normalmente, a

mais de um curso na mesma área. A UCB caminha para a implementação, em

todas as áreas de conhecimento, de laboratórios multiuso, que se destacam

pela baixa ociosidade, maior sustentabilidade e pelo estímulo ao ensino, à

pesquisa e à extensão, realizados conjuntamente na mesma área ou em áreas

próximas do conhecimento.

Outro aspecto da preocupação com o compartilhamento de recursos foi

a opção por um planejamento integrado do investimento na universidade. O

primeiro passo desse processo foi a instauração de uma Comissão de

Investimentos, composta por membros de todas as áreas, além de técnicos e

especialistas, com objetivo de planejar, no período de quatro anos, os

investimentos da Universidade, a fim de manter os laboratórios em excelente

estado de uso e substituir os equipamentos necessários.

Com o intuito de favorecer o ambiente universitário de diálogo e convívio

entre várias carreiras, a UCB estimula a oferta de disciplinas comuns a vários

cursos, entendendo que este é um caminho importante para a sustentabilidade

e também para uma formação profissional multidisciplinar.

A Unidade de Assessoria Didático-administrativa (UADA) tem por objetivo

principal organizar o compartilhamento de recursos para o favorecimento da

aprendizagem, principalmente no tocante às “Salas Top” (com projetor de

multimídia, aparelhagem de som, telão e computador), salas para ambiente de

18

aprendizagem em grupos cooperativos, salas de apoio ao professor, salas

comuns e reserva de equipamentos audiovisuais. A informatização na reserva

de equipamentos e salas permite ao professor organizar com antecedência

suas aulas, respeitando seu plano de ensino e tendo um acesso democrático

aos espaços institucionais. Da mesma forma, o docente realiza o lançamento

de notas e freqüências por meio do Graduação on-line, um sistema que permite

ainda a comunicação entre professores e estudantes para avisos,

cancelamentos de aulas, envio de notas etc.

As salas públicas da UCB, isto é, salas de informáticas providas de

computadores com acesso à Internet e impressora, disponíveis em cada bloco,

são destinadas aos estudantes da Instituição que têm direito, no ato de

matrícula, a uma senha de acesso a esse espaço. Já para a realização de

aulas de informática, a UCB possui laboratórios com programas específicos, de

custos rateados entre os cursos e de ocupação coordenada pela Diretoria de

Tecnologia da Informação (DTI).

Os recursos humanos também são compartilhados pela UADA. Vários

funcionários de apoio administrativo não estão ligados aos cursos, mas aos

blocos. Dessa forma, os profissionais transitam pelas diferentes áreas e

desenvolvem um conhecimento mais amplo da Instituição, além de terem seus

salários compartilhados por diferentes centros de custo.

Enquanto a UADA responsabiliza-se pelos importantes aspectos

operacionais imprescindíveis à aprendizagem, a Unidade de Apoio Didático-

educacional (UADE) colabora com as direções de curso no fornecimento de

dados, acompanhamento da legislação vigente, elaboração de projetos

pedagógicos e planos de metas, revisão de planos de ensino, apoio às visitas

das comissões do MEC e na participação dos cursos no Exame Nacional de

Desempenho dos Estudantes (ENADE). Constitui-se de uma equipe

multidisciplinar que assiste às direções e assessorias em várias demandas do

cotidiano acadêmico. Diretamente ligada à Pró-Reitoria de Graduação, a UADE

faz uma ponte entre o pró-reitor e as direções.

O compartilhamento de recursos está no cerne, também, dos projetos de

pesquisa e extensão realizados na Católica. Nos editais para financiamento

19

interno, há pontuações para projetos com a participação de docentes de outras

áreas do conhecimento, bem como de outras instituições, cultivando-se, dessa

forma, o estímulo ao trabalho multidisciplinar e até multiinstitucional como

forma de garantir a sustentabilidade e estímulo a uma nova forma de produção

científica.

O Sistema de Bibliotecas da UCB, órgão suplementar da Reitoria, é

formado pela Biblioteca Central (Campus I), Biblioteca da Pós-Graduação

(Campus II) e dois Postos de Atendimento instalados no Hospital das Forças

Armadas e no Colégio Dom Bosco. Ocupa uma área total de 4.455 m2 de área

construída, das quais 586 m2 destinados ao armazenamento do acervo e 1.425

m2 destinados ao estudo individual e em grupo, onde se distribuem 513

assentos para leitura. As bibliotecas proporcionam o acesso sem fio à internet.

O acervo de livros, periódicos e outros materiais conta com 93.199 títulos e

221.317 volumes (Quadro 1). Os principais serviços incluem o catálogo

informatizado do acervo, renovação de empréstimo e reserva on line, auto-

atendimento para acesso às bases de dados assinadas e ao

Portal.periódicos.Capes, Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UCB,

orientação e treinamento de usuários, comutação bibliográfica, entre outros,

disponíveis nas bibliotecas ou no endereço eletrônico www.biblioteca.ucb.br.

Quadro 1 - Distribuição do Acervo por Área do Conhe cimento – 2007

Área de conhecimento Títulos Volumes

Ciências Agrárias 159 241

Ciências Ambientais 982 4.577

Ciências Biológicas 4.161 8.660

Ciências da Saúde 10.076 26.705

Ciências Exatas e da Terra 13.690 32.844

Ciências Humanas 26.775 68.563

Ciências Sociais Aplicadas 25.359 54.290

Engenharias 1.714 2.374

Lingüística, Letras e Artes 8.774 19.842

Multidisciplinar* 1.509 3.221

Total 93.199 221.317

Fonte: Sistema Pergamum junho/2007

20

* Obras de referência (anuários, enciclopédias, etc.) e periódicos

multidisciplinares

5.2. Recursos Específicos do curso

Os recursos específicos do curso constam de uma estrutura física que

compreende:

a) Salas de trabalho para direção e assessoria;

b) Uma sala para pesquisa – docentes e grupos de pesquisa;

c) Uma sala na biblioteca reservadas aos alunos de Filosofia

para estudos em grupos;

d) Sala para funcionamento do Centro Acadêmico de Filosofia e

para a articulação do corpo discente;

e) Mobiliário e equipamentos de informática que dão respaldo ao

trabalho da direção e equipe de professores;

f) Laboratórios gerais e específicos da biblioteca para pesquisas

virtuais.

A biblioteca da UCB conta com um acervo expressivo no campo da

Filosofia. O montante se aproxima de seis mil títulos e a instituição está

fazendo investimentos permanentes com intuito de ampliar e consolidar o

acervo existente.

6. MATRIZ CURRICULAR

A Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação

em sua Resolução nº 2 de 18 de junho de 2007 instituiu currículos mínimos

para vários cursos de graduação, bacharelados, na modalidade presencial e

em seu art. 2º parágrafo II estabelece que a duração dos cursos deverá ser

estabelecida por carga horária total curricular, contabilizada em horas. Em

sua resolução nº 3, a mesma Câmara dispõe sobre os procedimentos a

serem adotados para estabelecer esta relação, assim, estabelece que a

hora-aula é uma necessidade de organização acadêmica das instituições,

além de uma relação trabalhista.

21

Desta forma, a UCB atentando para o que determina a legislação

trabalhista referente aos professores e às necessidades emanadas pelo

CNE no que concerne à formação em graduação na modalidade presencial,

estabeleceu os seguintes parâmetros:

• Portaria CNE/CES 261/2006, DOU 25/06/07 – 4 aulas x

60minutos = 240 minutos em 100 dias letivos = 3.600 horas

• UCB – 4 aulas x 50 minutos = 200 minutos

200 x 18 encontros = 3.600 horas

Além de um calendário acadêmico cuidadoso e que responde pela

duração da formação, cada disciplina terá, de acordo com os Projetos

Pedagógicos de Curso, tempo específico de estudo fora de sala de aula,

garantindo assim o cumprimento do que determina o CNE, qualificando a

formação do estudante.

Inserido no projeto político pedagógico, o currículo é o elemento mediador

entre a universidade e a sociedade, a universidade e o mundo do trabalho.

Além disso, o currículo é o elemento mediador da relação professor-

estudante, fazendo parte do contrato didático estabelecido nesta relação.

Para que o currículo viabilize o diálogo entre professores e estudantes,

recomenda-se que a sua elaboração seja pautada pela perspectiva do

essencial, do que precisa ser tratado de maneira aprofundada durante os

cursos e pela perspectiva de valorizar o saber pensar do estudante, focando

sua formação por meio da integração de diversos saberes constituintes da

realidade. Deve-se evitar adotar currículos que carreguem a pretensão e

ilusão de abarcar todo o conhecimento necessário aos estudantes. Isso não

é possível em função do volume e velocidade da produção do conhecimento.

O currículo que tudo deseja abarcar carrega, também, um equívoco em sua

perspectiva pedagógica concentrando a autoria do processo no professor

que tudo deve ensinar, anunciar e explicar para os estudantes. A

Universidade Católica de Brasília entende que o currículo, para dar conta da

complexidade do conhecimento e da centralidade da aprendizagem para a

comunidade educativa, deve abrir mão de sua perspectiva extensiva e

concentrar-se no essencial que passa por oportunizar a pesquisa e

elaboração própria dos estudantes e professores. É fundamental incluir o

22

professor nessa perspectiva, pois não se ensina de uma forma diferente do

que se aprende, ou seja, a Universidade deve ser para seus professores e

professoras o que deseja que eles sejam para seus estudantes.

Em oposição ao modelo de currículo extensivo, propõe-se a construção

de um currículo intensivo, que se caracteriza pelo comprometimento com o

desempenho construtivo, qualitativo do professor e do estudante, sinalizando

principalmente pela atividade da pesquisa como atitude básica e cotidiana. Ao

invés da cobertura quantitativa extensa, realizada através de inúmeras

matérias para dar conta de facetas de uma área, opta-se pela habilitação

metodológica para produzir com autonomia, um contexto didático fundado na

pesquisa e na elaboração própria. O Currículo intensivo tem a pesquisa como

atividade cotidiana, exigências didáticas baseadas e inspiradas no aprender a

aprender, no saber pensar e contrapõe-se às tendências reprodutivas, ao

ensinar a copiar.

Ressalta-se que o currículo deve contemplar as prescrições das

Diretrizes Curriculares Nacionais, que buscam garantir elementos constitutivos

à formação de profissionais nas diferentes regiões brasileiras e ao mesmo

tempo, estar atento contemplar uma visão ampla do estado da arte da área.

O eixo epistemológico do Curso de Filosofia foi definido como ético-

político. O objetivo deste eixo é estabelecer um campo bem definido de

estudos em Filosofia, aprimorando a capacidade do aluno para pensar

problemas de ordem política e ética que permeiam a obra de praticamente

todos os filósofos.

Em termos de habilidades o curso espera gerar: “Competência no

exercício integrado das funções de educador, de pesquisador e de cidadão,

sendo capaz de refletir com autonomia e de maneira crítica as questões

levantadas no seu universo de trabalho e nas demais realidades que o

envolvem, estando sempre apto a identificar nelas o essencial do projeto

humano, sem, entretanto, se apoiar em respostas prévias e dogmáticas”.

6.1 - Fluxo das disciplinas e estrutura da matriz

Em sua origem a Filosofia colocou para si mesma a tarefa de pensar o

processo educativo, desde Sócrates e Platão que as questões de “como” e o

“que” se pode ensinar, fazem parte do repertório das indagações filosóficas.

23

Neste sentido um curso de Filosofia, para ser fiel à sua origem, jamais poderá

deixar de se colocar tais questões, diante das quais, qualquer abordagem

“tradicional” será sempre objeto de crítica. Assim, embora de certa forma preso

às estruturas acadêmicas e mercadológicas, o Curso de Filosofia vem

desenvolvendo internamente instâncias para a discussão dos problemas

ligados à educação. Os professores do Curso estão criando uma prática de

questionamento que, aos poucos, vem se refletindo nas práticas acadêmicas,

na exigência de atividades como a orientação e produção de monografias para

a conclusão do curso.

A distribuição das disciplinas no Curso de Filosofia obedece a uma

lógica rigorosa de aprofundamento progressivo de questões afins ao perfil

ético-político do Curso. Trata-se, pois, de articular a teoria geral do homem

tanto à práxis (vida social, política, cultural, religiosa) quanto aos fundamentos

epistemológicos da Filosofia.

Grade curricular

Autorização: Parecer C.F.E. nº387/89 CURRÍCULO 1151

Reconhecimento: Portaria Ministerial nº 729/93 D.O.U. de 30.04.93

Turno (s): Noturno Créditos: 144 Carga Horária: 2.560

Aprovação:

Parecer: Data:

Alteração:

Parecer: 07/02 – Câmara de Graduação /

CONSEPE

Data: 19/04/2010

Integralização: mínimo 06 semestres Máximo 08 semestres

S

e

No Disciplina

Pré-

CR

Carga Horária

Código Nome Teó Prá La Tota

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA - UCB Pró-Reitoria de Graduação - PRG

DIVISÃO DE REGISTRO E CONTROLE ACADÊMICO -

DRCA CURSO DE FILOSOFIA - Código: 311 LICENCIATURA EM FILOSOFIA

24

m Req rica

tica b. l

01 G00001 Introdução a Filosofia - 04 60 - - 60

02 G00002 História da Filosofia Antiga I - 04 120 - - 120

03 Antropologia da Religião - 04 60 - - 60

1o 04 G00004 Introdução a Educação Superior - 08 120 - - 120

05 G00005 Lógica - 04 60 - - 60

06 G00006 História da Filosofia Medieval 01-02-

04

04 60 - - 60

07 Ética - 04 60 - - 60

2

o

08 Aprendizagem em Contextos

Educacionais

04 04 60 15 - 75

09 G00009 Filosofia da Ciência 01- 04 04 60 15 - 75

10 G00010 Leitura e Produção de Textos

Filosóficos

01-04 04 60 60 120

11 G00011 História da Filosofia Moderna I 06 04 60 - - 60

12 G00012 Filosofia na América Latina 07 04 60 - - 60

13 Formação e Prática Docente - 04 60 15 - 75

3 o 14 G00014 Ética Filosófica 07-04 04 60 - - 60

15 G00015 Filosofia Política 01-04 04 60 - 60

16 G00016 Libras - 04 60 - - 60

17 G00017 História da Filosofia Moderna II 11 04 60 - - 60

18 G00018 Antropologia Filosófica 01-04 04 60 - 60

19 Políticas e Gestão da Educação Básica - 04 60 15 - 75

4º 20 G00020 Fenomenologia 11 04 60 - - 60

21 G00021 Estágio Supervisionado I 08 04 60 60 - 120

22 G00022 Filosofia Social 7 04 60 - - 60

23 G00023 História da Filosofia Contemporânea I 18 04 60 - - 60

24 G00024 Teoria do Conhecimento 11-02 04 60 - - 60

25 G00025 Projeto de Pesquisa em Filosofia 10-17 04 60 - - 60

5o 26 G00026 Filosofia, Mídia e Sociedade 01 04 60 - - 60

27 G00027 Estágio Supervisionado II 21 04 60 60 - 120

28 G00028 Estética 11 04 60 - - 60

25

29 G00029 História da Filosofia Contemporânea II 23 04 60 - - 60

30 G00030 Hermenêutica 28 04 60 - - 60

6o 31 G00031 Filosofia da Linguagem 23 04 60 - - 60

32 G00032 Metafísica 23 04 60 - 60

33 G00033 TCC 27 04 60 60 - 120

34 G00034 Estágio Supervisionado III 26 04 60 100 160

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Inclusão: um desafio para os sistemas de Ensino. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=content&task=view&id=106>, 2006. Acesso em 25 de out. 2007.

BROUSSEAU, G. Os diferentes papéis do professor. In: Parra, C. & Saiz, I. (Orgs.), Didática da matemática: reflexões psicopedagógicas . Porto Alegre: Artmed, 1996. (pp. 48-72).

INEP (2007). SAEB – 2005 – Primeiros resultados: Médias de desempenho do SAEB/2005 em perspectiva comparada . Disponível em http://www.inep.gov.br/download/saeb/2005/SAEB1995_2005.pdf. Acessado em 15 de fevereiro de 2007.

INEP. Resultados do SAEB 2003 . Brasília: INEP, 2004.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – PARECER CNE/CEB Nº 30/2006.

PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL (PDI), UCB.

RENZULLI, Joseph S. Enriching curriculum for all students . Arlington Heights. IL: SkyLight Professional Development, 2001.