Upload
buianh
View
230
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
COLÉGIO ESTADUAL SÃO LOURENÇO
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO
2012
Município: Cianorte - PR
Núcleo Regional de Cianorte
2
ÍNDICE
I – Apresentação................................................................................................ 04
II – Organização da Escola................................................................................ 07
2.1 – Dados da Instituição de Ensino................................................................ 07
2.2 – Apresentação da Escola........................................................................... 08
2.3 – Histórico da Escola................................................................................... 09
2.3.1 – De Escola Estadual de São Lourenço para Colégio Estadual São
Lourenço – Autorização de Funcionamento e Atos Legais...............................
10
2.4 – Material Didático....................................................................................... 11
III – Objetivos Gerais......................................................................................... 12
3.1 – Objetivos Específicos................................................................................ 12
IV – Marco Situacional....................................................................................... 14
4.1 – Problemática: Realidade do Distrito e da Escola...................................... 14
4.2 – Dependências Escolares e Condições de Uso......................................... 18
4.3 – Recursos Humanos.................................................................................. 20
4.3.1 – Quadro de Profissionais da Educação................................................... 20
4.4 – Classificação, Promoção e Dependência................................................. 24
4.4.1 – Classificação.......................................................................................... 25
4.4.2 – Promoção............................................................................................... 26
4.4.3 – Dependência.......................................................................................... 28
V – Marco Conceitual......................................................................................... 29
5.1 – Concepção de Currículo........................................................................... 30
5.2 – Concepções de Ensino-Aprendizagem..................................................... 31
5.3 – Pedagogia Histórico-Crítica ..................................................................... 34
5.4 – O desenvolvimento e a aprendizagem, segundo a abordagem
Histórico-Cultural...............................................................................................
35
5.5 - Concepções de Homem e Sociedade....................................................... 36
5.6 – Concepção de Infância e Adolescência.................................................... 37
5.7 - Função Social da Educação...................................................................... 38
5.8 – As Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola....................... 39
5.9 – Concepção de Gestão Escolar Democrática............................................ 40
3
VI – Marco Operacional..................................................................................... 44
6.1 – Estágio Não-Obrigatório........................................................................... 44
6.2 – CELEM...................................................................................................... 45
6.3 – Avaliação.................................................................................................. 45
6.4 – Conselho de Classe.................................................................................. 47
6.5 – A recuperação de estudos na organização do trabalho escolar............... 49
6.6 – Inclusão..................................................................................................... 50
6.6.1 – Inclusão e Diversidade na Educação Básica......................................... 51
6.6.2 – Políticas Educacionais de Inclusão........................................................ 53
6.7 – Grêmio Estudantil..................................................................................... 53
6.8 – Conselho Escolar...................................................................................... 54
6.9 – A Hora Atividade....................................................................................... 56
6.10 – Projetos de ação dos Segmentos da Escola.......................................... 56
6.10.1 – Direção................................................................................................. 57
6.10.2 – Professora Pedagoga.......................................................................... 57
6.10.3 – Professores.......................................................................................... 59
6.10.4 – Alunos.................................................................................................. 60
6.10.5 – Mostra Cultural..................................................................................... 61
6.10.6 – Monitoramento..................................................................................... 61
6.10.7 – Biblioteca............................................................................................. 61
6.10.8 – Secretaria............................................................................................. 62
6.10.9 – Auxiliares Operacionais....................................................................... 62
6.10.10 – Comunidade....................................................................................... 63
6.10.11 – Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF...................... 63
6.10.12 – Agenda 21.......................................................................................... 64
6.10.13 – Educação Fiscal................................................................................. 67
6.10.14 – Atividades Complementares Curriculares de Contraturno................. 69
XII – Avaliação Institucional da Proposta........................................................... 70
VIII – Considerações Finais............................................................................... 71
IX – Referência Bibliográfica.............................................................................. 72
4
I – APRESENTAÇÃO
“A escola, em cada momento histórico, constitui uma expressão e uma resposta à sociedade na qual está inserida”. (GASPARIN)
O Projeto Político-Pedagógico é um documento vivo que faz parte da
realidade escolar, ele é necessário e possível estando sempre em constante
transformação. É fruto da interação entre objetivos e prioridades estabelecidas pela
coletividade, se propõe a ser o documento que estabelece através da reflexão, as
ações dos agentes responsáveis pela sua elaboração: professores funcionários,
pais, mães ou responsáveis, alunos e toda comunidade inserida, com subsídios
através dos teóricos (mencionados) e a legislação pertinente.
Aberto a discussão dos problemas da Escola, é o plano global da instituição,
a sistematização constantemente em transformação de um processo de
planejamento participativo, aperfeiçoando e concretizando a ação educativa que se
quer realizar.
O Projeto Político-Pedagógico proporciona também a oportunidade da
participação democrática, necessária a todos os membros da comunidade escolar
para o exercício da cidadania.
Sendo processo democrático da tomada de decisões, o Projeto Político-
Pedagógico preocupa-se em construir e mudar a realidade quando necessário.
É preciso promover a escola como espaço público, lugar de debates, do
diálogo fundado na reflexão coletiva. Quanto mais ampla a participação de
diferentes agentes no processo da construção deste, mais ampla pode tornar-se
essa autonomia.
Para avançar na organização do trabalho pedagógico, os envolvidos na
elaboração do PPP da escola devem estar cientes de que fazem parte dele. Todos
participam de forma coletiva nas decisões e ficam responsáveis pelos resultados e
análise dos impactos.
Essa relação de pertença significa o compromisso com o projeto construído e
sua instituição com a transformação da escola. A participação na constituição do
Projeto Político-Pedagógico por todos os segmentos faz com que o indivíduo, ao
5
participar desta constituição, sinta-se dono do projeto num objeto comum, num
processo educativo da escola.
Após análise de em que contexto a escola se insere na organização e
desenvolvimento do seu trabalho pedagógico, foram estabelecidas as necessidades
para se chegar a intencionalidade do projeto, tudo na coletividade. Então os dados
foram sistematizados através do PPP analisados e discutidos por toda a equipe da
elaboração (professores, funcionários, pais, alunos e a comunidade), no final definiu-
se um Plano de Ação e as grandes estratégias que devem ser perseguidas para
atingir a intencionalidade assumida.
Neste nosso Projeto Político-Pedagógico, o coletivo do Colégio Estadual São
Lourenço apresenta como referência os princípios éticos de igualdade, qualidade,
liberdade, honestidade, numa gestão democrática com a valorização dos
profissionais da Educação e aberta a diversidade e inclusão. Esses princípios
deverão nortear as práticas de uma escola democrática, pública e gratuita.
As ações são determinantes porque todos fazem parte da escola direta ou
indireta e a escola possui seu Regimento Escolar com suas normas que precisam
ser obedecidas.
O Projeto Político-Pedagógico desta escola foi construído através de
discussões, reuniões e pesquisas com questionários para levantamento de dados
envolvendo todos da comunidade escolar, tendo como foco a melhoria da prática
educativa e a transformação de idéias e concepções em movimento, de ações
importantes e fundamentais no processo.
Com a participação dos funcionários na elaboração e nas discussões
pudemos retratar melhor a realidade da comunidade, são reflexões sobre o trabalho
desenvolvido na escola e o que se faz necessário para mudar e obter um ensino de
qualidade; com isso valorizamos a função desses profissionais na organização e
funcionamento da escola.
Foram feitas reflexões, retomada de discussões com intervenção e
mudanças, trazendo novas exigências, novas posturas que devem ser inseridas nas
práticas, buscando aperfeiçoamento.
O Projeto Político-Pedagógico não pode ser imposto, mas construído
coletivamente, pois trata-se de um documento que expressa a identidade de uma
comunidade escolar e não de um grupo ou equipe técnica, não é uma obrigação,
mas sim uma necessidade.
6
A Instituição que constrói coletivamente o seu Projeto Político-Pedagógico
dispõe discutir e a se expor, reorganizar-se de acordo com a necessidade e
possibilidade de seus educandos, familiares e comunidade com a participação dos
agentes (administrativos financeiros, pedagogos, alunos, familiares e comunidade)
“O problema sobre se é possível atribuir ao pensamento humano uma verdade objetiva não é um problema teórico, mas sim prático. É na prática que o homem deve demonstrar a verdade, isto é, a realidade e o poder do seu pensamento”. (K. Marx)
7
II – ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA
2.1 – Dados da Instituição de Ensino
Nome da Instituição de Ensino: Colégio Estadual São Lourenço
Município: Cianorte NRE: Cianorte
Endereço da escola: Rua Tucano nº 542
E-mail: [email protected]
Telefone: (44) 3627-1174
Nome do diretor: Francisca Ferreira Vicente
Nome dos Membros do Conselho Escolar e sua respectiva representação:
Presidente: Francisca Ferreira Vicente
Representante Equipe Pedagógica: Aparecida Rodrigues da Silva
Representantes da Equipe Docente: Claudinez Limeira
Representante da Equipe Técnico-administrativa: Viviani Sartori Bacaro
Representante da Equipe Auxiliar Operacional: Maria Aparecida de Lima Ferreira
Representante dos Discentes: Luiz Henrique Barboza
Representante dos Pais ou Responsáveis: Catarina Rosa Candido
Representante do Grêmio Estudantil: Gislaine Guarido Ferreira
Representante da APMF: Claudiney Duarte de Oliveira
Localização
(X) área urbana
( ) área rural
( ) área urbana periférica
8
Nível e modalidade de ensino ministrado na escola
( ) educação pré-escolar ( ) educação especial
( ) ensino fundamental – 1º ao 5º ano (X) ensino médio
(X) ensino fundamental – 6º ao 9º ano ( ) alfabetização de adultos
( ) ensino fundamental – 1º ao 9º ano ( ) EJA – fase I
( ) ensino fundamental – 1ª a 4ª série ( ) EJA – fase II
( ) ensino fundamental – 5ª a 8ª série ( ) EJA – Ensino Médio
( ) ensino fundamental – 1ª a 8ª série
Estrutura Curricular
( ) Disciplinas Anuais – Ensino Fundamental
(X) Disciplinas Anuais – Ensino Fundamental e Ensino Médio
( ) Disciplinas Anuais – Ensino Médio
( ) Ensino Médio por Blocos de Disciplinas Semestrais
( ) Coletiva e Individual, no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino
Médio
2.2 – Apresentação da Escola
Em 22 de dezembro de 1983, de acordo com a Lei 774/83, foi delimitado o
perímetro urbano, onde se localizam estabelecimentos públicos, comerciais,
industriais e residências.
Neste Distrito o Colégio Estadual de São Lourenço é o único estabelecimento
que oferta o Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série e o Ensino Médio da 1ª a 3ª série,
atendendo um total de 413 alunos, na faixa etária entre 10 a 25 anos. É relevante
destacar que 20% do total dos nossos alunos são trabalhadores assalariados e
outros 5% trabalham com seus familiares na lavoura ou em outro negócio.
Este estabelecimento funciona nos três turnos com um total de 16 turmas
entre Ensino Fundamental e Ensino Médio, sendo distribuídas da seguinte maneira:
o turno matutino com quatro turmas de Ensino Fundamental – 6º A, 7º A, 8º A e 9º A.
9
No período vespertino, outras quatro turmas de Ensino Fundamental e três de
Ensino Médio – 6º B, 7º B, 8º B e 9º B, 1ª A, 2ª A e 3ª A, no período noturno
oferecemos duas turmas de Ensino Fundamental e três de Ensino Médio – 8º C, 9º
C, 1ª B, 2ª B e 3ª B. O colégio Estadual São Lourenço oferta Sala de Apoio à
Aprendizagem para os alunos do 6º e 9º ano em período contrário (matutino e
vespertino) de acordo com a Instrução 07/2011 – SUED/SEED.
A comunidade escolar desse estabelecimento de ensino é composta por
alunos que residem no Distrito e na zona rural. Para aqueles que moram na zona
rural há o atendimento do transporte escolar. Diante desta realidade, os horários de
funcionamento são diferenciados, buscando atender as necessidades dos alunos
dependentes de transporte escolar. Dessa forma, os horários de funcionamento de
cada turno são assim organizados: matutino das 7:45 às 12:10; vespertino das 13:30
às 17:55 e noturno das 18:45 às 22:45.
Por se constituir um espaço de encontro e aprendizagem, os alunos esperam
que o Colégio seja um lugar apresentável, que tenha qualidade de ensino, recursos
didáticos que possibilitem atividades diferenciadas e que envolvam cultura e lazer de
modo que a comunidade local possa envolver-se com o espaço escolar. São
realizadas as atividades culturais e desportivas incluídas no calendário escolar de
acordo com determinação da SEED e festas que envolvem a comunidade como:
Festa Junina, Jogos Interativos, Tarde Recreativa entre outros.
2.3 – Histórico da Escola
A história do Colégio Estadual de São Lourenço teve início em 1970 com o
nome de Ginásio de São Lourenço, tendo como Entidade Mantenedora CNEC
(Campanha Nacional das Escolas da Comunidade). O Ginásio de São Lourenço
atendeu as séries finais de Ensino de 1º Grau até o ano letivo de 1979. De 1980 até
o final de 1982 funcionou com extensão do Colégio Estadual Cianorte - Ensino de 1º
e 2º Graus, atendendo a demanda de 5ª a 8ª séries.
10
2.3.1 – De Escola Estadual de São Lourenço para Colégio Estadual São
Lourenço - Autorização de Funcionamento e Atos Legais
Através da Resolução 3768/82, publicada no Diário Oficial do dia 17 de
Fevereiro de 1983, a Secretaria de Estado de Educação cria e autoriza funcionar
nos termos da legislação vigente, a Escola Estadual de São Lourenço - Ensino de 1º
Grau, com sede no Distrito de São Lourenço, Município de Cianorte, mantida pelo
Governo do Estado do Paraná, sendo Secretário de Estado da Educação Iram
Martim Sanches. De acordo com a Resolução 3120/98 publicada em 31/08/98, a
Escola passou a denominar-se Escola Estadual de São Lourenço - Ensino
Fundamental. No ano de 2002 passa a atender também alunos do Ensino Médio
passando a denominar-se Colégio Estadual São Lourenço – Ensino Fundamental e
Médio.
Atos e Pareceres
Autorização de Funcionamento do Estabelecimento: Resolução 3768/82 - DOE
17/02/83
Reconhecimento do Estabelecimento: Resolução 8464/84 - DOE 10/01/85
Reconhecimento do Curso: Resolução 8464/84 - DOE 10/01/85
Ato Administrativo que aprova o Regimento Escolar: 143/2007
Parecer Conjunto que aprova o Regimento Escolar: 096/2007
Parecer que aprova a Proposta Pedagógica Curricular: 56/2010
Parecer que aprova o Plano de Estágio Não-Obrigatório: 58/2010
Ato Administrativo que aprova o Conselho Escolar: 188/2010
Sala de Apoio a Aprendizagem: Instrução 07/20011 – SUED/SEED
Ensino Fundamental de 9 anos: Instrução 08/2011 – SUED/SEED
Atividades Complementares Curriculares de Contraturno: Instrução 04/2011 –
SUED/SEED
Equipes Multidicisplinares: Instrução 10/2010 – SUED/SEED e Orientação 02/2010 –
DEDI/SEED
Gênero e Diversidade Sexual: Orientação Pedagógica 01/2010 – DEDI/SEED e Lei
Estadual 11733/97 e 11734/97.
11
2.4 – Material Didático
Os recursos materiais didáticos e humanos são elementos de grande
importância, dos quais a escola não pode prescindir na realização de um trabalho
com qualidade e efetivação dos objetivos educacionais.
Além dos recursos comuns como quadro negro e giz, a escola também possui
recursos audiovisuais que são compostos por: três televisores, seis televisores
pendrive, um laboratório de informática Paranadigital com 24 computadores, um
laboratório Proinfo com 18 computadores, um datashow, materiais para laboratório
de Física, Química e Biologia, um vídeo cassete, três aparelho de DVD, um
retroprojetores, 03 rádio gravador, uma caixa de som amplificadora, duas antenas
parabólicas com o receptor, videoteca com 134 volumes, material esportivo tais
como: duas mesas de ping pong, 14 tabuleiros de xadrez, rede nova de vôlei, bolas
de futsal e vôlei, jogos de dominó, balança, um mini-microscópio, um dorso humano,
uma caixa de material dourado, dois globos terrestres, um planetário, vários mapas
e cartazes de diversas disciplinas, um mimeógrafo a álcool.
12
III – OBJETIVOS GERAIS
A educação é um processo amplo que não limita-se apenas à educação
escolar, mas tem um papel indispensável no processo de ensino aprendizagem dos
indivíduos para o desenvolvimento da cidadania plena e a consolidação da
igualdade e oportunidade para todos.
A escola precisa articular ações que venham a promover o acesso aos bens
culturais exigidos pela sociedade contemporânea e garantir uma formação política
aos jovens de modo a lhe permitir a participação emancipadora na vida social de
forma mais crítica, dinâmica e autônoma.
A Escola deve ser autônoma, emancipadora, democrática e inclusiva para o
exercício do direito e da cidadania, cumprir o seu papel de dar acesso e a garantia
da permanência de crianças, jovens e adultos, respeitando a diversidade com
condições adequadas e necessárias para o trabalho dos docentes e funcionários.
Definir parâmetros e diretrizes para a qualificação do professor e do direito do
aluno à formação integral com qualidade numa perspectiva inclusa, garantindo o
respeito à diversidade cultural e a inclusão social, numa gestão democrática com
direito à educação a todos.
Ofertar o uso das tecnologias de informação e conteúdos multimeios didáticos
de modo que a escola se torne um ambiente de inclusão digital.
Dar apoio e reconhecer as práticas culturais e sociais dos alunos e da
comunidade local como direito.
Ações específicas na área financeira para a melhoria da qualidade de ensino
como: buscar recursos distintos e garantia da vinculação desses para a sua
manutenção com transparência. A definição e aplicação dos recursos utilizando-se
de instrumentos que promovam a transparência na efetivação no uso dos recursos
públicos.
3.1 – Objetivos Específicos
Desenvolver melhor qualidade nos serviços prestados pela Escola.
13
Avaliar constantemente todo o processo educativo, para superarmos os
fracassos e obtermos o sucesso.
Inovar as práticas pedagógicas reciclando-se constantemente, visando melhorar
o ensino-aprendizagem.
Contribuir para a interação da comunidade no contexto escolar.
Valorizar a atuação de todos na escola, tornando-os participativos.
Realizar continuamente palestras, estudos, reflexões e pesquisas que
contemplam os Desafios Educacionais Contemporâneos como: saúde, orientação
sexual entre outros da diversidade para despertar o interesse do aluno quanto à
informação e assim instrumentalizá-lo para aquisição e exploração do conhecimento.
Desenvolver trabalhos perpétuos referentes ao meio ambiente visando à
sensibilização dos educandos quanto à importância da preservação do mesmo.
Valorizar o pluralismo cultural na busca de uma compreensão mútua entre
profissionais, educandos e comunidade.
Valorizar a importância do saber para efetivação da aprendizagem e do pleno
exercício da cidadania e da emancipação através do conhecimento.
Refletir nos princípios éticos da igualdade quanto a moral, família, paz,
dignidade, respeito e união.
14
IV – MARCO SITUACIONAL
É difícil e necessário esse momento de nos auto-avaliarmos, analisarmos e
entendermo-nos enquanto instituição, na coletividade e ao mesmo tempo cidadão
individual que a usufrui e requer o melhor dela.
O professor, assim como os alunos, compartilham dos mesmos problemas
sociais, econômicos e políticos dos demais membros da sociedade, interagindo e
provocando interações em todos os momentos de suas relações. A busca dessa
consciência traz à tona toda a problemática, na qual a escola está inserida, quer na
micro como na macro sociedade.
De toda a caminhada iniciada desde a implantação da nova Lei de Diretrizes
e Bases da Educação – Lei n.º 9394/96 – com estudos, debates, reflexões,
procurando achar caminhos indicadores de melhoria da escola como instituição,
devemos ter como objetivo servir a comunidade na qual a escola está inserida e
exerce sua influência.
4.1 – Problemática: Realidade do Distrito e da Escola.
Dados do desempenho acadêmico da escola:
Ensino Fundamental - Ano: 2008
INDICADORES
ANO: 2008
ENSINO FUNDAMENTAL
5ª SÉRIE 6ª SÉRIE 7ª SÉRIE 8ª SÉRIE GERAL
Taxa de Aprovação 94,0 92,0 93,4 93,1 93,0
Taxa de Reprovação 6,0 8,0 6,6 1,7 5,8
Taxa de Abandono - - - 5,2 1,2
Disciplina com maior índice de reprova
Geog. / Inglês
Ciências / Port.
História / Matem.
Port. / Matem.
Port. / Matem.
Fonte: Livro de Resultados Finais, Livro Registro de Classe, Atas do Conselho de Classe
15
Ensino Fundamental - Ano: 2009
INDICADORES
ANO: 2009
ENSINO FUNDAMENTAL
5ª SÉRIE 6ª SÉRIE 7ª SÉRIE 8ª SÉRIE GERAL
Taxa de Aprovação 98,3 96,8 87,1 94,0 93,9
Taxa de Reprovação 1,7 1,9 9,7 4,5 4,5
Taxa de Abandono - 1,9 3,2 1,5 1,6
Disciplina com maior índice de reprova
Port. / Matem.
Geog. / Ciências
Geog. / História
Inglês / História
História / Geografia
Fonte: Livro de Resultados Finais, Livro Registro de Classe, Atas do Conselho de Classe
Ensino Médio – Ano 2008
INDICADORES
ANO: 2008
ENSINO MÉDIO
1º ANO 2º ANO 3º ANO GERAL
Taxa de Aprovação 82,5 87,2 92,1 86,6
Taxa de Reprovação 15,8 12,8 7,9 12,7
Taxa de Abandono 1,7 - - 0,7
Disciplina com maior índice de reprova
Física / Geog.
Química / Matem.
Física / Química
Física / Química
Fonte: Livro de Resultados Finais, Livro Registro de Classe, Atas do Conselho de Classe
Ensino Médio – Ano 2009
INDICADORES
ANO: 2009
ENSINO MÉDIO
1º ANO 2º ANO 3º ANO GERAL
Taxa de Aprovação 80,0 87,5 88,1 84,8
Taxa de Reprovação 9,1 8,3 4,8 7,6
Taxa de Abandono 10,9 4,2 7,1 7,6
Disciplina com maior índice de reprova
Português / Matem.
Port. / Inglês
Matem. / Inglês
Inglês / Port.
Fonte: Livro de Resultados Finais, Livro Registro de Classe, Atas do Conselho de Classe
IDEB
IDEB Observado
2005 2007 2009
2.8 4.2 3.5
O Colégio Estadual São Lourenço está situado no Distrito de São Lourenço,
município de Cianorte. O perímetro urbano do distrito foi delimitado em 22 de
dezembro de 1983, de acordo com a Lei 774/83, onde se localizam alguns
estabelecimentos públicos, comerciais e residenciais.
16
A economia local gira em torno de pequenas indústrias voltadas para a
agricultura familiar: uma indústria farinheira de grande porte e outras de porte médio,
cooperativas, comércio, pecuária, plantação de cana, aviária, e, atualmente grande
parte da população trabalha nas indústrias estabelecidas no município em Cianorte.
O deslocamento desses trabalhadores, incluindo os alunos é de difícil acesso o qual
acaba gerando cansaço físico para os que precisam estudar no período noturno. A
classe social é bem diversificada e muitos possuem muita carência afetiva e cultural.
Considerando as transformações e desenvolvimento que vem ocorrendo no
país, São Lourenço não é diferente. Observa-se que na atualidade houve uma
evasão considerável das famílias que residiam na zona rural e hoje vivem na zona
urbana do distrito. Em pesquisa recente quando estávamos em fase de elaboração
desse Projeto Político Pedagógico, constatou-se que a porcentagem de 60% dos
alunos que residiam na zona rural caiu para 40%. Percebe-se que este fato vem
ocorrendo devido às facilidades e oportunidades ofertadas aos jovens e até mesmo
para toda família, trabalharem nas indústrias aqui estabelecidas ou no próprio
Município.
O Colégio Estadual São Lourenço continua caracterizado como espaço
predominante a Educação do Campo, mas vem perdendo essa identidade devido as
mudanças sociais onde a comunidade está inserida.
Após a conclusão da reforma e ampliação das instalações do colégio,
estamos com a disponibilidade de espaço que atende as necessidades da
comunidade escolar, melhorando o funcionamento do estabelecimento e garantindo
uma educação de qualidade, porém com algumas ressalvas, mas que serão
solucionadas através da solicitação de mais recursos.
Os materiais pedagógicos estão bem diversificados e atualizados: livro
didático doados pela SEED aos alunos, mapas, globo terrestre e materiais que são
utilizados no laboratório de Ciências Física, Biologia e Informática. Para mantermos
atualizados é necessária uma manutenção constante de renovação.
A opinião do alunado a respeito dos professores que atuam nessa instituição,
é de satisfação no momento com o trabalho de grande parte desses profissionais e
ressalvas para alguns. Mas o problema real está na rotatividade dos mesmos que é
a grande dificuldade para a escola. Por ser de difícil acesso e distante do município,
os professores acabam trocando o local de trabalho de São Lourenço para Cianorte
17
acarretando mudanças de professores a todo o momento, o que prejudica a
organização do trabalho.
Quando os professores foram entrevistados, a disciplina e a falta de
compromisso dos alunos com os estudos no momento atual que a sociedade está
vivendo, teve mais apontamentos. Professores, pais, mães ou responsáveis estão
sempre em busca de alternativas que possam levar à solução desses problemas.
Levantamentos através de pesquisas com alunos, pais, mães ou
responsáveis, percebeu-se que 40% da população que compõem os discentes são
pertencentes da zona rural e necessita do transporte escolar. As estradas são
precárias, o que acaba provocando transtornos nos dias chuvosos, prejudicando a
assiduidade dos alunos.
A violência não faz parte do cotidiano da escola, apenas casos isolados ou
entorno da escola com indivíduos que não pertencem a essa instituição.
Registramos poucos casos com problemas de drogas ilícitas dentro do
estabelecimento, porém muitos casos de alcoolismo e alguns mais sérios
envolvendo alunos. No entorno do Colégio também não há registro de casos
envolvendo a comunidade, salvo alguns indivíduos sem compromisso e que são
acompanhados pela polícia.
Quando ocorrem problemas referentes à disciplina ou a violência no âmbito
escolar são resolvidos da melhor maneira possível atentando para as disposições da
LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional dos Direitos Humanos e
do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. As orientações são para que sejam
registradas as ocorrências dos fatos com o apoio da Patrulha Escolar e em caso do
problema não ser solucionado na direção e/ou com os responsáveis, é encaminhado
ao Conselho Tutelar ou feito Boletim de Ocorrências na Polícia Militar e até mesmo
utilização do Art. 331 do Código Penal - “Desacato ao Funcionário Público no exercício
de sua função ou em razão dela”, quando o problema estiver ligação com o professor,
equipe pedagógica ou funcionário da escola.
Para alunos considerados evadidos é feito um trabalho de resgate em partilha
com os órgãos competentes, com intuito de resgatar os mesmos para volta à escola.
Solicitamos sempre a ronda policial para a segurança entorno da escola e
somos atendidos, mas há a necessidade de um contingente maior desse
policiamento. A Patrulha Escolar encontra dificuldades em atender nossa solicitação
de forma imediata, devido à distância entre o Distrito e o Município de Cianorte.
18
A maior dificuldade é a falta de compromisso e envolvimento dos pais ou
responsáveis nas reuniões quando convocados. Essa é uma situação que não foge
a realidade de outras escolas, o pouco interesse pela vida escolar do aluno traz
como consequência, baixo rendimento escolar, indisciplina dentro da sala de aula e
sobrecarga para os profissionais da educação.
A maioria dos alunos sai muito cedo de casa, já que depende do transporte
escolar, a merenda foi mencionada positivamente, pois está bem diversificada com o
envio de hortifrutigranjeiros que são repassados através do Projeto Compra Direta -
Agricultura Familiar do Governo Federal. Mesmo sendo por um tempo a curto prazo
(12 meses) é de grande valia para a melhoria da nossa merenda.
Ainda estamos tendo dificuldades com falta de recursos humanos e o espaço
físico está sendo solucionado, mas já avançamos muito na resolução dos
problemas, permitindo o bom andamento para um ensino de qualidade.
A tecnologia faz parte do cotidiano com o uso das Tvs Pendrive, laboratório
de informática, Proinfo e demais recursos multimeios didáticos.
O alunado é carente de lazer e a prioridade é o esporte. Atualmente com a
reforma da escola, a quadra de esportes obteve melhorias consideráveis (faltando
alguns itens como a cobertura) e o Ginásio de Esporte próximo ao Colégio supre de
alguma forma esse problema.
4.2 – Dependências Escolares e Condições de Uso
Dependências Quantidade
Condições de utilização O que está inadequado?
Adequada Inadequada
Diretoria 1 - X Espaço Pequeno
Secretaria 1 - X Espaço Pequeno
Sala de professores 1 - X Espaço Pequeno
Sala da equipe pedagógica
1 X - -
Sala de recursos 1 X - -
Sala de leitura ou sala de apoio
0 - - -
Biblioteca 1 X - -
Sala de TV e vídeo 1 X - -
19
Sala de informática 2 X - -
Sala de multimeios 1 X - -
Sala de ciências / laboratório
1 X - -
Auditório 1 X - -
Sala de aula 7 X - -
Almoxarifado 1 - X Pequeno
Depósito material limpeza 1 - X Pequeno
Despensa 1 X - -
Refeitório 1 X - -
Recreio coberto 1 X - -
Quadra de esportes descoberta
1 - X Deve ser coberta
Quadra de esportes coberta
1 X - -
Cozinha 1 X - -
Área de serviço 1 - X Pequeno
Sanitário dos funcionários 1 - X
Sanitário dos alunos 4 X X
1 Banheiro feminino e 1 banheiro masculino são pequenos e não estão
adaptados para deficiente físico
Sanitário dos Professores 2 - X
1 banheiro feminino e 1 banheiro masculino são
pequenos, não passaram pela reforma e
não estão adaptados para deficiente físico.
O Colégio Estadual São Lourenço – Ensino Fundamental e Médio ocupa uma
área total do terreno de 3.828 m² e tem uma área construída de 1.496,52 m² com
espaço livre de 2.331,48 m².
Todos os espaços construídos são utilizados de forma racional, buscando-se
aproveitá-los bem, oferecendo conforto e comodidade para alunos e professores. A
quadra poliesportiva após a reforma tornou-se um espaço apropriado para a
realização das atividades desportivas, porém ainda há problemas como a cobertura
e alguns ajustes que deverão ser feitos para uma maior segurança dos alunos. A
quadra possui tabela para cesta de basquete, traves do gol e rede. Os professores
20
se empenham em realizar atividades atrativas como partidas de futsal e vôlei,
ginástica, jogos, que promovam o desenvolvimento do educando, apesar das
dificuldades encontradas. Temos materiais diversificados como mesa de ping pong,
xadrez e outros jogos.
4.3 – Recursos Humanos
Neste ano letivo, este estabelecimento de ensino conta com 51 funcionários
distribuídos nas várias funções que se exigem para o seu adequado funcionamento.
Os profissionais da educação estão distribuídos da seguinte forma: uma diretora,
uma diretora auxiliar, três pedagogas, 36 professores, cinco funcionários
administrativos e seis funcionários de serviços gerais, conforme o quadro abaixo.
O Colégio Estadual São Lourenço tem muito a ganhar com os profissionais
que possui, pois a maioria é qualificada e desempenha com louvor sua função. No
entanto, há uma perda na qualidade quando falamos do desgaste dos profissionais
que necessitam se deslocar de Cianorte para o Distrito; chegam antes do início do
trabalho ou necessitam permanecer no colégio para um próximo turno causando
cansaço e desânimo. É importante ressaltar que há também a dificuldade em dispor
a hora atividade do professor em blocos de disciplina.
4.3.1 – Quadro de Profissionais da Educação
FUNCIONÁRIO FUNÇÃO FORMAÇÃO VÍNCULO
Abilio Barrim Ferreira Agente Educacional I
Ensino Médio QFEB
Andreza Destefano Professora Licenciatura em Física Pós- graduação em Ed. Matemática
QPM
Aparecida Rodrigues da Silva
Professora Pedagoga
Licenciatura em Pedagogia Pós-graduação em Planejamento Educacional
QPM
Celia Carris Professora Licenciatura em Geografia Pós-Graduação em Análise Regional Ensino de Geociências
SC02
21
Aplicados ao Meio Ambiente
Cirlene Souza alves Professora Licenciatura em Matemática Pós-graduação em Ed. Matemática
SC02
Cleverson José Latorre da Silva
Professor Licenciatura em Filosofia SC02
Daniele Almeida Vieira Professora Licenciatura em Educação Física Pós-Graduação em Saúde e Atividade Física
REPR
Enedina Rigamonti Agente Educacional II
Licenciatura em Letras Língua Inglesa
QFEB
Eveny do Nacimento Pereira
Professora Licenciatura em Ciências Pós-graduação em Ensino Matemática
QPM
Fabiana de Moura Pereira
Pedagoga Licenciatura em Pedagogia REPR
Francisca Ferreira Vicente
Diretora Licenciatura em Letras Pós Graduação em Língua Portuguesa e Literatura
QPM
Helia Margarida Brusiguelo Faidiga
Professora Licenciatura Plena – Ciências Pós-Graduação Anatomia e Fisilogia Humana
QPM
Ivanilde Aparecida Póvoa
Professora Ciências Exatas – Licenciatura em Matemática Pós-Graduação em Matemática
SC02
Jandira Souza de Azeredo
Agente Educacional I
Ensino Médio READ
Josiane Valério da Silva
Professora Licenciatura em História Pós-Graduação em Ensino de Geografia e História
SC02
Jose Augusto Semente Agente Educacional II
Tecnologia em Desenvolvimento de Software
QFEB
Lucivania Garosi Professora Licenciatura em Letras Pós-graduação em Educação Especial
SC02
Magda Berdusco Professora Licenciatura em Letras Pós-graduação em Língua Portuguesa: Leitura e Produção Textual Pós-Graduação em Educação Especial: Atendimento às Necessidades Especiais
REPR
Marcia Regina da Silva Bernabé
Professora Tecnologia em Gestão Estratégica de Organizações Pós-Graduação em Educação Especial: Atendimento às Necessidades Especiais
REPR
22
Pós-graduação em Psicopedagogia
Mariá Aparecida Lunardi
Professora Licenciatura em Educação Artística Licenciatura em Letras Pós-graduação em Supervisão, orientação e administração
SC02
Maria Aparecida de Lima Ferreira
Agente Educacional I
Ensino Fundamental PEAD
Maria Cecília Guilhen Professora Licenciatura em Ciências / Matemática Pós-Graduação em Psicopedagogia
REPR
Marcia de Oliveira Benetão
Agente Educacional II
Licenciatura em Pedagogia REPR
Marcio Rogério Penachio
Professor Licenciatura em Ciências Sociais Bacharel em Ciência da Computação
REPR
Margarete Nilcéia Terrazon
Professora Bacharelado em Ciências Contábeis Licenciatura em Ciências Pós-Graduação em Educação Matemática – com Ênfase em Informática
REPR
Marinez Garcia dos Santos
Agente Educacional I
Ensino Fundamental 1º ciclo CLAD
Mauro Cesar Gaiotto Professor Licenciatura em Geografia Pós-Graduação e Educação, Planejamento e Gerenciamento do Meio Ambiente
SC02
Moacir Pedro Carvalho Professor Licenciatura em Educação Física Pós-Graduação em Educação Física no Ensino Básico
SC02
Moyses Thomaz Junior Professor Licenciatura em Física REPR
Rodrigo Cardoso Plaza Professor Licenciatura em História REPR
Rosimari Silverio Candido Martins
Professora Licenciatura em Letras Pós-graduação em Leitura e Produção Textual Pós-Graduação em Educação de Jovens e Adultos
QPM
Rosilene de Lima Agente Educacional II
Licenciatura em Pedagogia Pós-Graduação e Educação Especial: Atendimento às Necessidades Especiais Mestrado em Educação
QFEB
23
Rosimeire Belazzi Estavas
Professora Licenciatura em Letras Pós-Graduação em Língua Portuguesa e Estudos Literários Pós-Graduação em Educação Especial: Atendimento às Necessidades Especiais
REPR
Sandra Regina Pessoa de Souza
Professora Licenciatura em Artes Visuais (Cursando)
REPR
Silvana Aparecida Muchelin Anizelli
Professora Licenciatura em Ciências Biológicas Pós-graduação em Microbiologia e suas Interfaces na Saúde
REPR
Simone Aparecida Piai Professora Licenciatura em Letras Licenciatura em Pedagogia Pós-Graduação em Orientação Educacional
REPR
Suely Silvana Alves Professora Licenciatura em Letras Pós-graduação em Habilitação em Português Inglês e Respectivas Literaturas.
QPM
Suely Terezinha Bessani Martins
Professora Licenciatura em Geografia Pós-graduação em Especialização em Geografia Física e Meio Ambiente.
QPM
Tatiane Maria Bonamin Cazon
Professora Licenciatura em Letras Pós-Graduação em Literatura Brasileira Língua Portuguesa e Literatura
REPR
Tatiana Sartii Latorre Professora Pedagoga
Licenciatura em Pedagogia Pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional Pedagogia Escolar Educação Especial
QPM
Valdelicia Gomes Dias Professora Licenciatura em Letras QPM
Valdinei Aparecido Souza
Professor Licenciatura em Filosofia QPM
Valeria Cristina dos Santos Belussi
Professora Licenciatura em Letras Português – Espanhol Pós-Graduação em Língua Portuguesa: Teoria & Prática
SC02
Valmir Aparecido Penachio
Agente Educacional I
Ensino Fundamental QFEB
Vera Lucia Alves Trindade
Professora Licenciatura em Educação Física Pós-graduação em
REPR
24
Especialização em Administração Supervisão e Orientação Educacional
Virlene Maria Rufino Professora Licenciatura em Letras Pós-graduação em Ed. Jovens e Adulto Metodologia do Ensino-aprendizagem da Geografia no Processo Educativo
REPR
Viviani Satori Bicaro Agente Educacional II
Licenciatura em Química QFEB
Waldenice Sanches Simon
Professora Licenciatura e História Pós-Graduação em Didática e Metodologia do Ensino
REPR
Zoraide Maestá Professora Licenciatura em História Pós-Graduação em História Econômica Educação de Jovens e Adultos
SC02
* QPM – Quadro Próprio do Magistério
* CLAD – CLT Administrativo
* QFEB – Quadro de Funcionários Educação Básica
* SC02 – Aula Extraordinária
* REPR – Regime Especial Professor
* READ- Regime Especial Administrativo
4.4 – Classificação, Promoção e Dependência
As relações entre os profissionais da escola e discentes, além dos direitos
que lhes são assegurados em lei, seguem as prerrogativas sistematizadas pelo
Regimento Escolar onde constam os direitos e deveres que deverão ser cumpridos e
promover o respeito mútuo na condição de profissional atuante na área da educação
e no desempenho de suas funções, visando sempre garantir um ensino de
qualidade.
Todos os fatos ocorridos em desacordo com o disposto no Regimento Escolar
são apurados, e, depois de ouvido os envolvidos, registra-se em Ata com as
respectivas assinaturas.
Os problemas mais comuns são o acúmulo de atividades com a falta de
recursos humanos e a distância que é de difícil acesso ao município – 35 km.
25
Nos últimos anos tivemos grande avanço com a oferta de formação
continuada que busca capacitar os profissionais da educação contribuindo com a
melhoria na qualificação dos profissionais, aprimorando todas as atividades.
A dificuldade maior da escola é a efetivação desses profissionais que
preferem trabalhar no município por causa da distância, provocando a rotatividade o
que não é bom para o desenvolvimento do trabalho.
Sempre buscamos, numa perspectiva democrática, a participação e reflexão
coletiva, a fim de diagnosticar a realidade da escola e orientar a tomada de
decisões.
4.4.1 - Classificação
A Classificação no Ensino Fundamental e Médio é o procedimento que o
Estabelecimento de Ensino adota para posicionar o aluno na etapa de estudos
compatível com a idade, experiência e desenvolvimentos adquiridos por meios
formais ou informais, podendo ser realizada:
_ por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase
anterior, na própria escola;
_ por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou do
exterior, considerando a classificação da escola de origem;
_ independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para posicionar
o aluno na série, ciclo, disciplina ou etapa compatível ao seu grau de
desenvolvimento e experiência, adquiridos por meios formais ou informais.
A Classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e exige
as seguintes ações para resguardar os direitos dos alunos, das escolas e dos
profissionais:
_ organizar comissão formada por docentes, pedagogos e direção da escola para
efetivar o processo;
_ proceder à avaliação diagnóstica, documentada pelo professor ou equipe
pedagógica;
_ comunicar o aluno e/ou responsável a respeito do processo a ser iniciado, para
obter o respectivo consentimento;
_ arquivar Atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados;
26
_ registrar os resultados no Histórico Escolar do aluno.
4.4.2 – Promoção
A avaliação é uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e
aprendizagem, com a função de diagnosticar o nível de apropriação do
conhecimento pelo aluno.
A avaliação é contínua, cumulativa e processual devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos. Dar-se-á relevância à atividade crítica, à
capacidade de síntese e à elaboração pessoal, sobre a memorização.
A avaliação é realizada em função dos conteúdos, utilizando métodos e
instrumentos diversificados, coerentes com as concepções e finalidades educativas
expressas no Projeto Político-Pedagógico da escola. É vedado submeter o aluno a
uma única oportunidade e a um único instrumento de avaliação.
Os critérios de avaliação do aproveitamento escolar serão elaborados em
consonância com a organização curricular e descritos no Projeto Político-
Pedagógico. A avaliação deverá utilizar procedimentos que assegurem o
acompanhamento do pleno desenvolvimento do aluno, evitando-se a comparação
dos alunos entre si.
O resultado da avaliação deve proporcionar dados que permitam a reflexão
sobre a ação pedagógica, contribuindo para que a escola possa reorganizar
conteúdos/instrumentos/métodos de ensino.
Na avaliação do aluno devem ser considerados os resultados obtidos durante
todo o período letivo, num processo contínuo, expressando o seu desenvolvimento
escolar, tomado na sua melhor forma.
Os resultados das atividades avaliativas serão analisados durante o período
letivo, pelo aluno e pelo professor, observando os avanços e as necessidades
detectadas, para o Estabelecimento de novas ações pedagógicas.
A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos. A recuperação de estudos dar-se-á de
forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem. A
27
recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de
procedimentos didático-metodológicos diversificados. A proposta de recuperação de
estudos deverá indicar a área de estudos e os conteúdos da disciplina.
A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas expressos em uma
escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero). Os resultados das avaliações dos
alunos serão registrados em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas
a regularidade e autenticidade de sua vida escolar.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo obrigatória sua anotação no Livro Registro de
Classe. O resultado decorrente da recuperação preponderará sobre o decorrente do
período letivo, desde que o aluno tenha conseguido melhor aproveitamento.
A promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do aluno,
aliada à apuração da sua freqüência. Na promoção ou certificação de conclusão,
para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, a média final mínima
exigida é de 6,0 (seis vírgula zero), observando a freqüência mínima exigida por lei.
Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, que
apresentarem freqüência mínima de 75% do total de horas letivas e média anual
igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina, conforme calculo
aritmético abaixo, serão considerados aprovados ao final do ano letivo:
M.A. = 1ºB + 2ºB + 3ºB + 4ºB = 6,0
4
Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio serão
considerados retidos ao final do ano letivo quando apresentarem:
_ freqüência inferior a 75% do total de horas letivas, independentemente do
aproveitamento escolar;
_ freqüência superior a 75% do total de horas letivas e média inferior a 6,0 (seis
vírgula zero) em cada disciplina.
A disciplina de Ensino Religioso não se constitui em objeto de retenção do
aluno, não tendo registro de notas na documentação escolar.
28
Os resultados obtidos pelo aluno no decorrer do ano letivo serão devidamente
inseridos no sistema informatizado, para fins de registro e expedição de
documentação escolar.
4.4.3 – Dependência
A matrícula com dependência é aquela por meio da qual o aluno, não
obtendo aprovação final em até três disciplinas em regime seriado, poderá cursá-las
subseqüente e concomitantemente às séries seguintes.
Este Estabelecimento de Ensino não oferta aos seus alunos matrícula com
dependência. As transferências recebidas de alunos com dependências em até três
disciplinas serão aceitas e deverão ser cumpridas mediante plano especial de
estudos.
29
V – MARCO CONCEITUAL
A situação que se configura em razão das crescentes e aceleradas
transformações por que passa a sociedade tem contribuído para o desenvolvimento
do individualismo, da intolerância, da violência e de outros valores e sentimentos
negativos na formação dos indivíduos. Esse contexto coloca enormes desafios para
a sociedade e, como não poderia deixar de ser também para a escola.
Precisamos construir uma escola, com base em uma concepção de mundo,
homem e educação coerente com um projeto social que priorize a democratização
do conhecimento para todas as classes sociais. Neste sentido este colégio orienta
suas ações a partir das bases referenciais do Materialismo Histórico Dialético, já que
acreditamos que este sistema teórico sustenta a defesa de uma sociedade onde
todos possam ter acesso aos bens materiais e imateriais.
Entende-se por bens materiais aqueles necessários a sobrevivência material,
“o processo de produção da existência humana implica, primeiramente, a garantia de sua subsistência material, com a conseqüente produção, em escalas cada vez mais amplas e complexas de bens materiais” (SAVIANI, 2005. p. 12).
E por bens imateriais aqueles que segundo o mesmo autor estão ligados a
produção de “idéias, conceitos, valores, símbolos, hábitos, atitudes, habilidades. Numa
palavra, trata-se da produção do saber”. (SAVIANI, 2005.p.12).
A função da escola não é assistencialista, e sim o seu primordial
compromisso é com a aquisição do saber elaborado.
Nesta perspectiva, o colégio Estadual São Lourenço assume sua função
enquanto instituição responsável pela garantia da transmissão e assimilação do
saber, ou seja, do ensino e da aprendizagem, do conhecimento historicamente
produzido.
“(...) a escola tem uma função especificamente educativa, propriamente pedagógica, ligada à questão do conhecimento; é preciso, pois, resgatar a importância da escola e reorganizar o trabalho educativo, levando em conta o problema do saber sistematizado, a partir do qual se define a especificidade da educação escolar.” (SAVIANI, 2005, p.98)
30
Esse conjunto de conhecimentos é que proporcionam ao aluno posicionar-se
criticamente diante da sociedade. Ao professor cabe fazer um elo entre cultura
científica e cultura popular que o aluno já possui para tornar a aula mais dinâmica e
a aprendizagem mais significativa.
“O processo de ensino aprendizagem depende de três elementos que se complementam na prática pedagógica, professor, aluno e conteúdo que se inter relacionam na construção do conhecimento pelo aluno.” (GASPARIN, 2005).
E nesta relação o professor deve direcionar o trabalho, no movimento prática-
teoria-prática, ou seja, buscando o conhecimento já dominado pelo aluno e fazendo
com que este entre em conflito a fim de buscar uma nova visão do conteúdo e da
realidade em que está inserido. Este trabalho deve ser intencional, bem planejado e
avaliado no seu processo.
Ao defender que a função deste colégio é o trabalho com o conhecimento
historicamente produzido, precisamos deixar claro que não é de todo o
conhecimento que estamos falando, pois, não pretendemos nortear nossas ações
em torno do popular, do espontâneo, na experiência pura, pois isto limitaria nossos
alunos a uma produção não material insuficiente. Defendemos, então, que o
currículo e as questões curriculares devem partir da seleção dos elementos culturais
essenciais para o desenvolvimento da ação mental nos seus níveis mais elevados.
Isto significa dizer, segundo Saviani que:
(...) saber sistematizado, não se trata, pois, de qualquer tipo de saber. Portanto a escola diz respeito ao conhecimento elaborado e não ao conhecimento espontâneo, ao saber sistematizado e não ao fragmentado; à cultura erudita e não a cultura popular.” (SAVIANI, 2005, p.14)
5.1 – Concepção de Currículo
Através do currículo expressamos como concebemos o trabalho no interior da
escola. Ele é a expressão de uma concepção de realidade e de sociedade concreta.
Sua sustentação filosófica educa e alerta para uma visão holística e sintética de todo
o processo de transmissão-assimilação do saber elaborado, de suas múltiplas
31
implicações dentro deste processo e também nas demais instâncias sociais da
prática social do indivíduo. Logo, cabe a escola elaborar os métodos e organizar as
atividades com o objetivo principal da educação, que é o ensino aprendizagem,
ficando as atividades extracurriculares em segundo plano, isto é, com o objetivo de
enriquecer as atividades curriculares da escola, não perdendo assim, a função
principal da escola que é o conhecimento elaborado.
Nossa Proposta Pedagógica Curricular é direcionada para a formação de um
indivíduo capaz de compreender a dinâmica da sociedade vigente, buscando a
construção de um conhecimento científico que o conduzirá a uma consciência crítica
que irá colaborar com a transformação do meio em que vive, de forma democrática e
consciente.
Nosso Plano de Trabalho Docente parte da Proposta Pedagógica Curricular
por áreas dentro da Matriz Curricular como um documento único na escola. É feito
por unidades menores justificando qual conteúdo vai ser trabalhado de acordo com o
Projeto Político-Pedagógico, priorizando sempre o objetivo da escola: o ensinar e o
aprender. O Plano de Trabalho Docente pode ser geral ou dividido por bimestres
deixando claro os conteúdos básicos, específicos, metodologia, instrumentos e
critérios de avaliação de acordo com cada turma.
5.2 – Concepções de ensino-aprendizagem
Com base no Materialismo Histórico-Dialético é na abordagem histórico
cultural de Vigotsky que buscamos elementos para a compreensão e atuação no
processo de ensino aprendizagem. Acreditamos nas prerrogativas desta abordagem
que afirma que a aprendizagem promove o desenvolvimento, que a mediação do
adulto, no caso, o professor entre o aluno e o objeto do saber é essencial para o
aprendizado.
De acordo com as discussões em torno da construção do Projeto Político-
Pedagógico, percebemos que o processo de ensino-aprendizagem deve ser
repensado em uma perspectiva crítica de educação além da discussão entre o que
se ensina e o que se aprende, o trabalho pedagógico também vem sendo debatido
em torno a forma como esta relação se manifesta.
32
A escola possibilita que o aluno tenha acesso à cultura científica e cabe à
escola valorizar o conhecimento que o aluno traz consigo, fornecerá a ele
fundamentos que permitam a análise, a interpretação e a criticidade para a
reelaboração de idéias.
O ser humano desde o nascimento está aberto ao conhecimento, a
aprendizagem, ou seja, aprendemos e ensinamos desde o momento que passamos
a compartilhar com os outros e a trocar experiências. Logo o ensino e a
aprendizagem estão interligados, isto significa que para aprender o ser humano
nunca está sozinho. Assim sendo a produção do conhecimento é resultado, ou soma
de diferentes pontos de vistas.
A escolarização apresenta uma finalidade prática. Quando adquirem um
entendimento crítico da realidade pelo estudo das matérias escolares e domínio de
métodos, por meio dos quais adquirem e constroem conhecimentos, os alunos
podem expressar de forma elaborada conhecimentos correspondentes aos
interesses prioritários da sociedade incluindo-se ativamente nas lutas sociais.
É preciso ter a clareza de que uma proposta para um ensino de qualidade,
voltada para a formação cultural e científica que possibilite a ampliação da
participação efetiva do povo nas várias instâncias de decisões da sociedade, irão
defrontar-se com problemas de fora e dentro da escola.
Numa sociedade historicamente marcada pela luta de classes, por relações
hierarquizadas e por privilégios que reproduzem um alto nível de desigualdade,
injustiça e exclusão social, a prática pedagógica tem compromisso com a construção
da cidadania e assim deverá estar voltada para a compreensão da realidade social e
dos direitos e responsabilidades individuais e coletivos.
É de responsabilidade do professor as condições para que ocorra o
aprendizado dos alunos, possibilitando aos mesmos questionamentos,
argumentações e interação com o professor efetivando gradativamente a
aprendizagem. Assim sendo possibilitará ao aluno agir como sujeito pensante e ativo
na construção do conhecimento.
Para que aconteça a verdadeira aprendizagem e um bom desenvolvimento do
trabalho do professor é necessário que as aula sejam planejadas de forma
sistematizada, sempre contextualizando com o cotidiano do aluno para que ocorra
uma participação e interação dos mesmos na aprendizagem dos conteúdos
propostos de acordo com cada disciplina.
33
Este processo se efetiva quando o indivíduo se apropria dos elementos
culturais necessários a sua formação e sua humanização. É a preocupação da
escola com o atendimento à diversidade social, econômica e cultural existente que
lhe garante ser reconhecida como instituição voltada, indistintamente, para a
inclusão de todos os indivíduos.
Segundo Vigotsky (1998), para elaborar as dimensões do aprendizado
escolar é preciso considerar um conceito novo e de muita importância, sem o qual
esse assunto não pode ser resolvido: a “zona de desenvolvimento proximal”.
Em Vigotsky(1994),
a aprendizagem está diretamente relacionada a interação do indivíduo com o meio e o desenvolvimento humano compreende dois níveis: o nível de desenvolvimento real que compreende aquilo que o sujeito consegue fazer sozinho e nível de desenvolvimento potencial que compreende aquilo que a criança não consegue realizar sem a colaboração de outras pessoas.
O nível de desenvolvimento potencial é mais indicativo do desenvolvimento
de uma pessoa, pois revela indícios do processo de maturação e o desenvolvimento,
perspectivamente. Vigotsky (1994), diz que “aquilo que a criança consegue fazer
com a ajuda dos outros poderia ser, de alguma maneira, mais indicativo de seu
desenvolvimento mental do que aquilo que consegue fazer sozinha”. Assim, o nível
de desenvolvimento efetivo não indica o estado de desenvolvimento completo do
sujeito e torna-se necessário considerar também o nível de desenvolvimento
potencia.
A constatação deste nível permitiu a formulação do conceito de Zona de
Desenvolvimento Proximal (ZDP) definida segundo Vigotsky (1998) como a distância
entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial.
A partir deste conceito, a intervenção pedagógica exerce maior influência na
ZDP, assim o planejamento deve estar voltado para aquilo que o indivíduo ainda não
incorporou, propiciando novas conquistas.
A área de desenvolvimento potencial oferece-nos indicativa sobre os futuros
passos o educando e a dinâmica do seu desenvolvimento e possibilita examinar não
só o que o desenvolvimento já produziu, mas também o que produzirá no processo
de desenvolvimento.
34
“Aprendizagem é um processo histórico, fruto de uma relação mediada e possibilita um processo interno, ativo e interpessoal”. (Vigotsky).
5.3 – Pedagogia Histórico-Crítica
A Pedagogia Histórico-Crítica é uma tendência que constitui os alicerces dos
primórdios da educação, pois ela defende que o homem modifica a natureza para
sobreviver e só consegue isso através do trabalho, e é no trabalho que o homem
distingue-se dos demais animais.
“Podemos, pois, dizer que a natureza humana não é dada ao homem, mas é por ele produzida sobre a base da natureza biofísica. Consequentemente o trabalho educativo é o ato de produzir, direta ou intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens.” (SAVIANI, 1991, pg. 13).
A escola é um local desenvolvido para a aquisição de ferramentas
facilitadoras na admissão do conhecimento (saber elaborado) construído através das
experiências, objetivos e pensamentos, ou seja, da cultura dos sujeitos integrantes
da escola. O saber elaborado é uma ciência, pois é construída a partir da
sistematização dos conhecimentos trazidos por professores e alunos. Assim a
sistematização faz parte da estrutura do currículo da escola.
Para Saviani (1991), cabe ao professor na tendência histórico-crítico trabalha
cinco passos com o educando:
1 – prática social: professor e aluno utilizam a suas bagagens culturais dentro da
escola;
2 – problematização: descobrir que problema precisam ser resolvidos no âmbito da
prática social, e qual conhecimento é necessário dominar para resolver;
3 – Instrumentalização: apropriação das ferramentas culturais, necessárias a luta
social, pela população mais carente, que busca libertar-se das condições de abuso
em que vivem;
4 – Catarse: é a incorporação dos instrumentos culturais, transformando assim em
elementos ativos de transformação social;
35
5 – prática social: a nova postura que o educando deve assumir perante a
sociedade.
O trabalho educativo é produzir intencionalmente em um indivíduo a
mudança, através da educação sistemática (conhecimento formal). A escola precisa
esta atenta as necessidades do mercado, sem prejudicar a sua função de formadora
de um cidadão crítico e apto a lidar com as situações que possam surgir na vida.
5.4 – O desenvolvimento e a aprendizagem, segundo a abordagem Histórico-
Cultural.
A psicologia da Educação estuda importantes aspectos do processo de
ensino e aprendizagem, como as implicações das fases de desenvolvimento dos
alunos conforme idades e mecanismos psicológicos presentes na assimilação ativa
de conhecimentos e habilidades. O funcionamento da atividade mental, a influencia
do ensino no desenvolvimento intelectual, a ativação das potencialidades mentais
para a aprendizagem, a estimulação e o despertar do gosto pelo estudo são
questões abordadas pela psicologia da educação, a qual oferece também importante
contribuição para a orientação educativa dos alunos.
O princípio orientador da abordagem de Vigotsky é a dimensão sócio-histórica
do psiquismo. Segundo este princípio, tudo o que é especificamente humano e
distingue o homem de outras espécies origina de sua vida em sociedade. Seus
modos de perceber, de representar, de explicitar e de atuar sobre o meio, seus
sentimentos em relação ao mundo, ao outro e a si mesmo, ou seja, seu
funcionamento psicológico, vão se constituindo por meio das relações sociais.
Desde o nascimento, a criança está em constante interação com os adultos,
que compartilham com ela todas as suas experiências que foram sendo produzidas
e acumuladas historicamente.
Nesse processo interativo, as reações naturais – herdadas biologicamente-
entrelaçam aos processos culturalmente organizados e vão se transformando em
modos de ação.
Assim, de acordo com a perspectiva histórico-cultural, a relação entre homem
e o meio físico e social não é natural, total e diretamente determinada pela
estimulação. E também não é uma relação de adaptação do organismo ao meio.
36
Segundo a abordagem histórico-cultural, a relação entre homem e meio é
sempre mediada por produtos culturais humanos, como o instrumento, o signo e o
próprio homem.
As crianças chegam à escola já dominando inúmeros conhecimentos modos
de funcionamento intelectual necessários à elaboração dos conhecimentos
científicos, sistematizados durante o processo de educação escolar a criança realiza
a reelaboração desses conhecimentos mediante o estabelecimento de uma nova
relação cognitiva com o mundo e com o seu próprio pensamento.
5.5 – Concepções de Homem e Sociedade
O homem se diferencia do animal ao assumir uma posição de não indiferença
perante a natureza. Cria necessidades que têm por objetivo não apenas garantir sua
existência biológica, mas principalmente sua existência cultural satisfazendo suas
necessidades.
Constitui-se como um ser ético, como um ser que cria princípios e preceitos
para guiar sua ação ao mesmo tempo em que tais princípios norteiam a constituição
de suas necessidades e ações transformadoras em necessidade histórico-cultural.
O homem como sujeito age de forma consciente sobre sua prática social no
sentido de cumprir e fazer cumprir seus direitos.
Para viver em sociedade é preciso que o cidadão tenha condições de analisar
criticamente a realidade em que vive, isto é, é preciso que o indivíduo seja um ser
atuante no meio social, de forma que reconheça os limites de seus direitos e
deveres, pois os princípios éticos de cooperação e justiça social são a base para se
viver bem em sociedade.
Uma forma de compreender o homem e o mundo faz parte da nossa forma de
viver, de realizar nossos objetivos e estabelecer contatos de trabalho.
“O trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto de homens”. (SAVIANI, 1991. apud, Meira, 2000, p. 59).
37
5.6 – Concepção de Infância e Adolescência
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, todas as crianças
são sujeitos de direitos, com necessidades específicas, decorrentes de seu
desenvolvimento peculiar, e que, por conta disso, deveriam receber uma política de
atenção integral a seus direitos construídos social e historicamente.
As crianças possuem uma natureza singular, que as caracterizam como seres
que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio, possuem uma cultura
própria, e através das interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que
lhe são próximas e com o meio que as circundam, as crianças revelam seu esforço
para compreender o mundo em que vivem, a relações contraditórias que presenciam
e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a que são submetidas
e seus anseios e desejos.
A educação deve contribuir para que a criança se desenvolva sendo atuante,
criativa, que seja um indivíduo participante de se processo de aprendizagem e não
um indivíduo passivo que só receber. É necessário que a mesma desenvolva a sua
independência, a confiança sem suas capacidades. Com isto, a prática educativa
deve buscar compreender um ensino que alcance esses objetivos, valorizando
esses aspectos da infância, não pensando a criança somente no amanhã e sim na
sua formação no presente.
A adolescência é uma etapa intermediária do desenvolvimento humano, entre
a infância e a fase adulta, caracterizada por aspectos biológico, psicológicos, sociais
e culturais. Não se pode definir com exatidão o início e fim da adolescência, pois
varia de pessoa para pessoa, porém, na maioria dos indivíduos ela ocorre entre os
10 e 20 anos de idade, período definido pela OMS – Organização Mundial da Saúde.
A adolescência é uma etapa da vida dos alunos em que a necessidade de
educação, entendida como serviço ao desenvolvimento global da pessoa, mais se
faze sentir. A escola é hoje um lugar privilegiado de vivência da adolescência.
Esse ambiente educativo deverá proporcionar ao adolescente a possibilidade
do encontro consigo mesmo, num contexto simultaneamente protegido e aberto, que
lhe dê todo o tempo necessário para ir se consolidando como pessoa, sem ter que
esconder ou reprimir suas fragilidades, dúvidas e descobertas.
38
O desafio da escola é de educar os adolescentes integralmente,
acompanhando o seu desenvolvimento pessoal, social, vocacional e espiritual, e não
apenas de prepará-los academicamente.
O aluno adolescente, na sua imensa riqueza humana, ainda desconhecida
mesmo para ele próprio, a sua forma de ser única e irrepetível, a sua personalidade
que quer desabrochar, exigem um olhar que o envolva em seu todo.
5.7 – Função Social da Educação
Educação é um processo e uma prática social constituída e constituinte das
relações sociais mais amplas, é um processo contínuo de formação ao longo da
vida.
É um direito inalienável do cidadão em consonância com a LDBEN, a prática
social da educação deve ocorrer em espaços e tempos pedagógicos diferentes, para
atender às diferenciadas demandas. Como prática social, a educação tem como
lócus privilegiado a escola, entendida como espaço de garantia de direitos.
A escola deve levar seus alunos para além do senso comum e chegar ao
conhecimento mais elaborado sobre a realidade, garantir o acesso ao conhecimento
voltado para a possibilidade de formação para o mundo do trabalho, sendo o
trabalho entendido como princípio educativo.
O processo de desenvolvimento social humano está baseado no domínio e
apropriação da natureza que nos cerca, apropriação realizada por meio do trabalho.
Foi pelo trabalho que os homens puderam satisfazer as suas necessidades
corporais (alimentação, abrigo e reprodução) e, posteriormente, avançar para a
satisfação das necessidades espirituais, conforme Balzer, Carvalho e Frank (2009,
p. 07).
A categoria trabalho, portanto, deve ser compreendida como o princípio do
trabalho educativo por excelência, haja vista ser por meio do trabalho: que
compreendemos a função social da escola, nos manter vivos, produzimos a riqueza
e a nossa própria existência. Dentro desta concepção – trabalho como princípio
educativo – se define o papel da escola em relação à transmissão do conhecimento.
Alguns tipos de conhecimento são mais valiosos que outros, e as diferenças formam
39
a base para a diferenciação entre conhecimento curricular ou escolar e
conhecimento não-escolar.
Portanto, tomar o trabalho como princípio educativo implica – através do
conhecimento – possibilitar a compreensão das contradições da sociedade
capitalista, seus processos de exclusão e exploração das relações de trabalho e
instrumentalizar o sujeito para agir de forma consciente sobre sua prática social no
sentido de cumprir e fazer cumprir seus direitos.
5.8 – As Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola
A chegada das tecnologias da informação e comunicação à escola incentivou
o questionamento dos métodos e das práticas educacionais tradicionais. A adoção
da tecnologia pela educação é um processo em construção, envolvendo todos os
integrantes no processo educativo. A escola como organismo inerente à sociedade,
não pode ficar à margem das novas tendências tecnológicas. Incorporá-las à
educação para uso pedagógico seria uma forma coerente a favor da aprendizagem.
Sabemos que as tecnologias de informação e comunicação são relevantes e tem
que estar vinculadas ao pensamento curricular e ao pensamento pedagógico.
É importante que as ferramentas tecnológicas estejam aliadas a um
procedimento de reflexão crítica que potencialize as práticas pedagógicas, de modo
que os recursos tecnológicos contribuíam para a sistematização do conteúdo.
As tecnologias de informação e comunicação são relevantes e têm que
estar vinculadas ao pensamento curricular e ao pensamento pedagógico. A ação do
professor mediador em articular o processo pedagógico, potencializa meios para
superar desafios pedagógicos. No entanto fazer uso dos recursos tecnológicos,
permite ao estudante ampliar suas possibilidades de observação e investigação.
O acesso às tecnologias de informação e comunicação amplia as
transformações sociais e desencadeia uma série de mudanças na forma como se
constrói o conhecimento. A extensão do uso desses recursos tecnológicos na
educação, além de se constituir como uma prática libertadora, uma vez que contribui
para inclusão digital, também busca levar os agentes do currículo a se apropriarem
criticamente dessas tecnologias, de modo que descubram as possibilidades que elas
oferecem no incremento das práticas educacionais.
40
Mais do que ferramentas e aparatos que podem diversificar e/ou ilustrar a
apresentação de conteúdos, o uso das mídias web, televisiva e impressa mobiliza e
oportuniza novas formas de ver, ler e escrever o mundo. Contudo, é importante que
essas ferramentas tecnológicas estejam aliadas a um procedimento de reflexão
crítica que potencialize o pensamento sobre as práticas pedagógicas. Vale tomar as
tecnologias como impulsionadoras e potencializadoras dessas práticas.
As tecnologias de informação e comunicação representam não somente
meios que contribuem com a democratização do conhecimento na escola, como
também instrumentos de informação que ampliam o acesso às políticas e
programas, junto à comunidade escolar. As tecnologias disponíveis nos espaços
escolares, em ambientes educativos, nos laboratórios de ciências e de informática,
nas salas de aula possibilitam, além da formação docente, na perspectiva do sujeito
epistêmico, que produz o conhecimento no âmbito das práticas pedagógicas.
Considerando a organização do trabalho pedagógico na escola, o uso das
tecnologias de informação e comunicação, destaca-se: o papel de mediação do
professor na aprendizagem; o processo de interação e colaboração em ambientes
virtuais de aprendizagem; as mídias impressas e televisivas presentes na escola e a
pesquisa escolar na internet. Atualmente isso tudo é possível e a escola está
adequada às tecnologias de informação e comunicação.
5.9 – Concepção de Gestão Escolar Democrática
“A tendência democrática de escola não pode consistir apenas em que um operário manual se torne qualificado, mas em que cada cidadão possa se tornar governante”. (Antonio Gramsci 1891-1936)
A Gestão Democrática implica a efetivação de novos processos de
organização e gestão, baseados em uma dinâmica que favoreça os processos
coletivos e participativos de decisão.
A LDB (Lei 9394/96) estabelece o princípio da gestão democrática para que
se efetive por meio de processos coletivos envolvendo a participação da
comunidade escolar. A LDB dispõe que:
41
Art.14. Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: _ Participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Político-Pedagógico da Escola; _ Participação das comunidades escolar e local em Conselhos Escolares ou equivalentes.
Nesse sentido, é preciso envolver os diversos segmentos na elaboração do
Projeto Político Pedagógico e pensarmos que a democratização implica em
compreendermos a cultura da escola e dos seus processos, bem como articular com
as relações sociais mais amplas.
A compreensão dos processos culturais na escola envolve diretamente aos
diferentes segmentos da comunidade local e escolar, seus valores, atitudes e
comportamentos. Neste sentido, buscamos construir na escola um processo de
participação baseado em cooperação no trabalho coletivo e no partilhamento do
poder para o exercício da pedagogia dialética do respeito às diferenças, garantindo
a liberdade de expressão. Gestão da escola se traduz cotidianamente como ato
político, pois implica sempre em uma tomada de posição dos pais, professores,
funcionários e estudantes.
Pensar a gestão democrática implica ampliar os horizontes históricos,
políticos e culturais em que se encontram as instituições educativas, objetivando
alcançar a cada dia mais autonomia para que a comunidade escolar tenha um grau
de independência e liberdade para coletivamente pensar, discutir, planejar, construir
e executar o Projeto Político-Pedagógico.
A democratização da gestão e a educação com qualidade social implicam a garantia do direito à educação a todos por meio de políticas, programas e ações articulados para a melhoria dos processos de organização e gestão dos sistemas e das escolas, privilegiando a construção da qualidade social inerente ao processo educativo. (CONAE, 2009).
A gestão democrática da escola e dos sistemas é um dos princípios
constitucionais do ensino público segundo o art. 206 da Constituição Federal de
42
1988. O pleno desenvolvimento da pessoa marca da educação dever de Estado e
direito do cidadão, conforme art. 205 da mesma Constituição ficará incompleto se tal
princípio não se efetivar em práticas concretas no espaço da escola (APMF –
GREMIO ESTUDANTIL).
A Lei nº 9394/96 LDBEN – confirmando esse princípio e reconhecendo o
princípio federativo, repassou aos sistemas de ensino a definição das normas de
gestão democrática de acordo com o inciso VII do art. 3º.
Além disso, a mesma Lei explicitou dois outros princípios a serem
considerados no processo de gestão democrática, a saber:
I – participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Político Pedagógico da Escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes; III – Plano Nacional de Educação PNE (Lei nº 10.172/01) estabeleceu em suas diretrizes, “(...) uma gestão democrática e participativa”, a ser concretizada por programas e projetos especialmente no que concerne a organização e fortalecimento de colegiados em todos os níveis da gestão educacional.
Com isso, cabe destacar a necessidade de democratizar a gestão da
educação e da escola, garantindo a participação de estudantes, funcionários, pais,
professores, equipe gestora pedagógica e comunidade local nas políticas
educacionais, estabelecer mecanismos democráticos como forma de provimento ao
cargo/função de diretor para todos os segmentos escolares implantar formas
colegiadas de gestão da escola.
A qualidade da educação é o principal objetivo de uma gestão democrática,
com a contribuição da comunidade escolar, onde cada sujeito dará sua contribuição
na elaboração do Projeto Político Pedagógico com o objetivo de buscar o bem
comum, formando cidadãos críticos, conscientes e compromissados.
A comunidade é parte integrante da gestão democrática na escola se não
corre o risco de constituir apenas mais um arranjo entre os funcionários do Estado
para atender a interesses, que, por isso mesmo, dificilmente coincidirão com os da
população usuária e a participação é a partilha do poder, a participação na tomada
de decisões.
43
O caráter democrático de uma gestão não pode estar descompromissado da
emancipação humana, fortalecendo as ações de participação das comunidades
escolares no governo da escola, descentralizando o poder e tomada de decisões.
Nesse contexto a gestão democrática tem por finalidade a construção do Projeto
Político-Pedagógico e propostas pedagógicas, estimulando a participação de
diversas pessoas que articulam comumente dos aspectos financeiros, pedagógicos
e administrativos.
Democratizar a gestão da educação requer, fundamentalmente, que a
sociedade possa participar do processo de formulação e avaliação da política de
educação e na fiscalização de sua execução, por meio de mecanismos
institucionais.
A criação de mecanismos institucionais deve privilegiar os organismos
permanentes e os órgãos colegiados são os principais instrumentos.
44
VI – MARCO OPERACIONAL
6.1 – Estágio Não-Obrigatório
Considerando os preceitos legais da Lei 11.788/2008 e da Instrução 006/2009
– SUED/SEED que orienta e dispõe sobre os procedimentos do estágio dos
estudantes as Instituições de Ensino da rede estadual, obrigatoriamente, deverão
prever o estágio não-obrigatório, assumido pelo colégio a partir da demanda de
alunos, desenvolvido como atividade opcional para o aluno, com idade mínima de 16
anos, acrescida a carga horária regular e obrigatória, não interferindo na aprovação
e reprovação do aluno.
O estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no
ambiente de trabalho, cujas atividades devem estar adequadas às exigências
pedagógicas relativas ao desenvolvimento cognitivo, pessoal e social do educando
de modo a prevalecer sobre o aspecto produtivo (instrução nº 006/2009
SUED/SEED).
O desenvolvimento do estágio deverá obedecer aos princípios de proteção do
estudante, considerando os riscos decorrentes de fatores relacionados ao ambiente,
condições e formas de organização do trabalho.
No entanto, o Colégio Estadual São Lourenço recebe grande parte dos alunos
residentes na zona rural com uma realidade voltada para a Educação do Campo.
Como a maioria já participa da vida econômica junto aos pais e familiares
desenvolvendo trabalhos relacionados a agricultura familiar ou em pequenas
indústrias, que acabam utilizando-se do que foi produzido no campo, não há grande
procura por parte dos alunos pelo estágio não obrigatório que por sua vez está
regimentado e é ofertado pela escola, inclusive aos alunos na modalidade Educação
Especial. O transporte escolar também dificulta de alguma forma essa possibilidade
para nossos educandos, devido a incompatibilidade com os horários.
Este colégio prevê acompanhamento sistemático aos alunos que possam a
qualquer tempo realizar as atividades de Estágio Não-Obrigatório, conforme Plano
de Estágio aprovado pelo Parecer 58/2010 do NRE de Cianorte.
Neste Plano está contida a concepção de trabalho quanto ao princípio
educativo, bem como outras orientações que estão de acordo com a Lei
45
11.788/2008, com a Deliberação 02/2009 – CEE-Pr, com a Instrução 06/2009 –
SUED - SEED.
6.2 – CELEM
O Centro de Línguas Estrangeiras Modernas é uma oferta extracurricular e
gratuita de ensino de Línguas Estrangeiras nas escolas da rede pública do Estado
do Paraná, destinado a alunos, professores, funcionários e à comunidade. Criado
no ano de 1986 pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, integra
o Departamento de Educação Básica – DEB e tem por objetivo ofertar o ensino
gratuito de idiomas, aos alunos da Rede Estadual de Educação Básica, matriculado
no Ensino Fundamental (anos finais), no Ensino Médio, Educação Profissional e na
Educação de Jovens e Adultos (EJA), aos professores e funcionários que estejam
no efetivo exercício de suas funções na rede estadual e também à comunidade.
Além de promover o conhecimento do idioma das etnias-formadoras do povo
paranaense, contribui para o aperfeiçoamento cultural e profissional de seus alunos.
_ A Resolução 3904/2008 – SEED, que regulamenta o funcionamento do CELEM
considera “a importância que a aprendizagem de Línguas Estrangeiras Modernas
(LEM) tem no desenvolvimento do ser humano quanto à compreensão de valores
sociais e a aquisição de conhecimento sobre outras culturas”.
_ Atualmente o CELEM oferta nove idiomas: alemão, espanhol, francês, inglês,
italiano, japonês, mandarim, polonês e ucraniano. Nessa escola optamos pelo
idioma espanhol que é obrigatório no Ensino Médio, enriquecendo o currículo
escolar.
6.3 – Avaliação
A avaliação é um elemento da didática que perpassa todo o processo de
ensino e aprendizagem, ou seja, ela não é um momento isolado desse processo
mais sim um elemento articulador que impulsiona e direciona as nossas ações.
Contudo, para que de fato a avaliação assuma esse papel é necessário que
46
tenhamos claro que a continuidade e o diagnóstico são características inerentes ao
ato de avaliar.
Portanto, o colégio assume a postura de avaliar seus alunos e profissionais
fugindo de parâmetros fragmentados e classificatórios.
Com relação à avaliação do rendimento do aluno, este colégio orienta seus
professores e pedagogos quanto ao uso de instrumentos avaliativos diversificados,
ou seja, todo aluno tem direito de ser avaliado por meio de mais de um instrumento.
Esses instrumentos devem apresentar clareza no enunciado e estar de acordo com
o que se espera avaliar.
Outro ponto importante é que a valoração da avaliação do rendimento
prescinde do objetivo/conteúdo e não do instrumento, exemplo: “numa Mostra
Cultural o professor tem como critério identificar se o aluno compreende e expressa
com clareza a função do sistema reprodutor. Para isso ele utiliza dois instrumentos:
exposição de trabalhos e prova escrita.”
Enquanto a prova escrita visa identificar se o aluno compreendeu o conteúdo,
a exposição de trabalhos visa, além de saber se o aluno compreendeu também
avaliar se ele consegue estabelecer relações, analisar, etc. Portanto, o instrumento
Exposição de Trabalho exige do aluno um grau de dificuldade em relação ao
conteúdo, muito maior do que o da prova.
“A utilização repetida e exclusiva de um mesmo tipo de instrumento de avaliação não permite ver o indivíduo sob todos os ângulos, o que pode induzir a erros graves, uma vez que há instrumentos que podem não ser adequados para avaliar na perspectiva de um outro critério.” (DEB/SEED, 2008, pg. 4).
Salientamos, também, que
“os critérios avaliativos são princípios que servirão de base para o julgamento da qualidade dos desempenhos, compreendidos aqui, não apenas como execução de uma tarefa, mas como mobilização de uma série de atributos que para ela convergem.” (DEPRESBITERIS, 2007, pg. 37).
Este Colégio defende que cada professor tenha autonomia de estipular seus
critérios de avaliação de acordo com os conteúdos/objetivos da sua disciplina. No
entanto, todos os professores devem seguir critérios gerais que visam organizar
questões pontuais, porém importantes. São eles:
47
_ questões comportamentais e atitutinais não são tomadas como critérios para a
valoração de conteúdos/objetivos, porém são avaliados no processo;
_ erros de ortografia e gramática serão corrigidos em todas as disciplinas, porém
não serão descontados na valoração das notas, pois o que importa saber é a
assimilação do conteúdo/objetivo. Apenas na disciplina de Língua Portuguesa esses
erros serão computados;
_ a impontualidade na entrega de trabalhos será observada pela Equipe Pedagógica
em fichas individuais e quando abusiva será contatado os pais ou responsáveis,
quando ele menor;
_ é proibido negociar notas;
_ a avaliação: seus objetivos e instrumentos devem estar expressos no Plano de
Trabalho Docente e no livro Registro de Classe.
Ademais os professores devem tomar a avaliação como um espelho da sua
prática. Se o aluno e a turma não estão bem é hora de rever o planejamento.
Outras questões de ordem legal e procedimentos estão contidos no
Regimento Escolar aprovado pelo NRE Cianorte, conforme parecer de homologação
nº 096/2007. Vale ressaltar que a avaliação neste Colégio está em consonância com
a Instrução 07/99, LDBEN 9394/96 e demais legislações.
6.4 – Conselho de Classe
É um órgão colegiado que visa analisar o processo educativo como um todo,
para assim identificar os problemas e as causas dos mesmos, a fim de agir
estrategicamente sobre eles.
O Conselho de Classe deve não apenas identificar as falhas no ou do
aluno/turma, mas sobretudo, propor medidas para superar essas falhas que
interferem na aprendizagem em tempo hábil. Portanto, todo aluno/turma que não
estão indo bem, tem direito a intervenções especiais por parte da equipe pedagógica
e professores. A equipe pedagógica deverá levantar as dificuldades, apontá-las, dar
as devidas orientações e possíveis encaminhamentos para a Sala de Apoio, Sala de
Recursos se necessário ou orientar os professores de acordo com a dificuldade
diagnosticada.
48
E este momento de crítica e tomada de consciência no âmbito do processo
avaliativo, não refere-se somente ao aluno, mas aos docentes e demais envolvidos
nas diferentes ações pedagógicas, possibilitando a reflexão quanto ao objetivo
principal do Conselho Escolar, a Avaliação, que não é um processo isolado e sim
inerente aos objetivos da escola.
São Integrantes do Conselho de Classe
_ Diretor
_ Coordenador Pedagógico
_ Professores da série/turma
_ Alunos representantes de salas (Pré-Conselho).
É da responsabilidade da equipe pedagógica organizar as informações e
dados coletados a serem analisados no Conselho de Classe.
A convocação, pela direção, das reuniões do Conselho, deve ser divulgada
em edital, com antecedência de 48 (quarenta e oito) horas. Deve-se reunir de acordo
com datas previstas em calendário escolar e, extraordinariamente, sempre que se
fizer necessário.
Atribuições do Conselho de Classe
1. Oportunizar a cada professor a visão global da aprendizagem do aluno através
do confronto das diversas avaliações colhidas bem como de outras informações;
2. Traçar um perfil da turma, indicando alunos com dificuldades específicas,
analisando as causas do seu rendimento e encaminhando-os à recuperação de
conteúdo ou habilidades;
3. Tomar decisões visando atender às necessidades da série e de cada aluno;
4. Registrar sistematicamente os dados analisados;
5. Avaliar o desempenho docente em relação ao desempenho discente;
6. Redimensionar, se necessário, procedimentos pedagógicos a partir da análise
dos planos de trabalho;
7. Buscar a coerência com o Projeto Político-Pedagógico da Escola;
8. Opinar, refletir e decidir sobre a avaliação final do aluno;
9. Registrar, em ata própria, todas as decisões do Conselho de Classe bem como
contatar com a família para que esta tome conhecimento destas decisões.
49
10. Avaliar o trabalho da equipe pedagógica que, ao fazer uma análise da sua
atuação e sobre as reais condições de trabalho que a escola oferece, busca
ajudar os professores a superar as dificuldades apresentadas, reorganizando o
trabalho pedagógico.
11. Analisar não só questões de indisciplina e desinteresse do aluno, como também
fatores que influenciam a aprendizagem como: contexto de vida (inclusão)
metodologia usada pelo professor, instrumentos de avaliação, relações
estabelecidas em sala de aula.
12. Estabelecer mecanismos de recuperação de estudos, concomitantes ao
processo de aprendizagem, que atenda às reais necessidades dos alunos, em
consonância com a Proposta Pedagógica.
Normas de funcionamento do Conselho de Classe
É presidido pelo Diretor da escola.
Reúne-se tantas vezes quantas forem necessárias e sistematicamente nos
quatro momentos de avaliação, bem como após o processo de recuperação de
final de ano a fim de que o resultado do rendimento do aluno, expresso em nota
ou conceito, seja fruto de um processo pedagógico sério, competente e coletivo.
6.5 – A recuperação de estudos na organização do trabalho escolar
Com base no artigo 13 da LDB 9394/96, este colégio realiza recuperação de
estudos:
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: (…) III – zelar pela aprendizagem dos alunos; IV – estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; V – ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional. (…)
50
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.
De acordo com Vasconcellos (2003) a Recuperação de Estudos consiste na
retomada de conteúdos durante o processo de ensino aprendizagem, permitindo que
todos os alunos tenham oportunidades de apropriar-se do conhecimento
historicamente acumulado, por meio de metodologias diversificadas e participativas.
É bom deixar claro que não recuperamos instrumentos mas sim o conteúdo,
ou seja, se um instrumento revela que o aluno não teve bom desempenho é
necessário que se recupere o conteúdo e aplique-se outro instrumento para reavaliar
o aluno.
6.6 – Inclusão
A Deliberação N.º 2/03 trata das normas para a educação, modalidade da
educação básica para alunos com necessidades educacionais especiais nos sistema
de ensino do Estado do Paraná.
Em seu Art. 2º esta deliberação afirma que: “A Educação Especial, dever
constitucional do Estado e da família, será oferecida, preferencialmente na rede regular de
ensino”.
Já no Art. 5º especifica que
“as necessidades educacionais especiais são definidas pelos problemas de aprendizagem apresentadas pelo aluno, em caráter temporário ou permanente, bem como os recursos e apoios que a escola deverá proporcionar, objetivando as barreiras para a aprendizagem”.
O Art. 6º apresenta os alunos com necessidades educacionais especiais às
decorrentes de:
I. Dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, não vinculadas a uma causa orgânica específicas ou relacionadas a distúrbios, limitações ou deficiências;
51
II. As dificuldades de comunicação e sinalização demandando a utilização de outras línguas, linguagens e códigos aplicáveis; III. Condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos; IV. Superdotação ou altas habilidades que, devido as necessidades e motivações específicas, requeiram enriquecimento, aprofundamento curricular e aceleração para concluir em menor tempo, a escolaridade, conforme normas a serem definidas por Resolução da Secretaria de Estado da Educação. Seguem abaixo algumas estratégias em sala de aula:
A escola como espaço democrático de inserção social precisa respeitar e
cultivar as diferenças, promovendo a aproximação e a convivência livre de
preconceitos.
É fundamental que se entenda que as necessidades especiais não decorrem
linearmente das condições individuais, mas apresentam-se concreta e objetivamente
na relação entre a pessoa e as situações de vida.
Para Vigotsky (1994), o homem é concebido como um sujeito ativo numa
relação dialética com o meio, ou seja, é produto e produtor de seu meio. Neste
sentido, o homem é um ser dinâmico e imprevisível no que diz respeito ao fim de
seu desenvolvimento.
6.6.1 – Inclusão e Diversidade na Educação Básica
Desconhecer a diversidade pode-se incorrer no erro de tratar as diferenças de
forma discriminatória, aumentando ainda mais a desigualdade, que se propaga via a
conjugação de relações assimétrica de classe, raça, gênero, idade e orientação
sexual. A escola pública deve compreender o direito à diversidade e o respeito às
diferenças, como um dos eixos norteadores da sua ação das práticas pedagógicas.
As iniciativas das políticas educacionais de Inclusão da Diversidade se
transformaram um processo que se dá na interrelação e na negociação entre as
demandas dos movimentos sociais, a escola e o Estado. A nova política nas escolas
52
públicas em relação à Diversidade e suas múltiplas dimensões na vida dos sujeitos a
qual vem se traduzindo em ações pedagógicas, concretas de sistema inclusivo,
democrático e aberto garante a todos os grupos sociais, principalmente aqueles que
se encontram histórica e socialmente excluídos, o acesso a uma educação de
qualidade.
_ Reconhecer o direito à diversidade, sem opor- se a luta pela superação das
desigualdades sociais;
_ Concepção de educação que pode proporcionar a inclusão de todos no processo
educacional de qualidade;
_ O direito à diversidade e o respeito às diferenças devem ser eixos norteadores da
ação e das práticas pedagógicas da educação pública;
_ A construção de práticas e ações que contemplem a educação ambiental e o
desenvolvimento sustentável.
_ Respeitar as questões concernentes à diversidade humana cultural e regional
como um dos eixos curriculares.
_ Participação dos profissionais da educação em formação inicial e continuada
comprometida com a superação das igualdades constatadas no interior do sistema
de ensino.
_ Tornar espaço escolar num espaço sócio cultural pleno de direitos de aprender e
de respeito à diversidade.
_ Reorganizar o trabalho da escola do tempo escolar, formação de professores no
trato ético e democrático dos alunos e seus familiares, em novas alternativas para a
condição docente e postura democrática diante do diverso.
_ Ofertar atendimento educacional especializado aos estudantes com deficiência,
altas habilidades/super dotação e com transtornos globais do desenvolvimento, com
professores com formação nas diferentes áreas da educação especial.
_ Promover por meio de políticas, programas e ações direcionadas à valorização do
campo como espaço de inclusão social a par de uma visão que busca articular a
educação e o desenvolvimento sustentável.
_ Adoção de medidas político–pedagógica que garantam tratamento ético e espaço
propício as questões de raça/etnia, gênero, juventude e de sexualidade na prática
social da educação.
_ Criação de condições políticas e pedagógicas que garantam a implementação da
Lei 10.639/03 (obrigatoriedade e ensino de História da África e da Cultura Afro-
53
Brasileira na Educação Básica) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
educação das relações étnica raciais e para o ensino de história e cultura básica nas
escolas nas escolas do campo e as diretrizes nacionais para a educação especial na
educação básica.
6.6.2 – Políticas Educacionais de Inclusão
AÇÕES:
_Tornar o espaço escolar num espaço sócio-cultural pleno de direitos de aprender e
de respeito à diversidade;
_ Reorganizar o trabalho da escola, do tempo escolar, formação de professores, no
trato ético e democrático dos alunos e seus familiares, em novas alternativas para a
condição docente e postura democrática diante do diverso;
_ Ofertar atendimento educacional especializado aos estudantes com deficiência,
altas habilidades, superdotação e com transtornos globais do desenvolvimento, com
professores com formação nas diferentes áreas da educação especial;
_ Adoção de medidas político-pedagógica que garantam tratamento ético e espaço
propício às questões de raça/etnia, gênero, juventude e de sexualidade na prática
social da educação;
_ Criação de condições políticas e pedagógicas que garantam a implementação da
Lei nº 10.639/03 (obrigatoriedade o ensino da história da África e da cultura afro-
brasileira na educação básica) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
educação das relações étnicas raciais e para o ensino de história e cultura afro-
brasileira e africana, as Diretrizes Operacionais para a educação básica nas escolas
do campo e as Diretrizes para a Educação Especial na educação básica.
6.7 – Grêmio Estudantil
O Grêmio Estudantil é uma das primeiras oportunidades que os jovens têm de
participar da sociedade. Com o Grêmio os alunos podem participar da administração
54
da escola, apresentando com responsabilidade suas ideias e opiniões com muito
mais força.
O grêmio é a organização do estudante na sua escola. É composto somente
de estudantes de forma independente. O grêmio realiza atividades culturais e
esportivas e organiza os estudantes para melhorar o ensino da escola de diversas
maneiras, fazendo debates sobre a situação política do país, sobre educação,
cultura etc.
O grêmio também discute, convoca e organiza os estudantes para
participarem das manifestações, congressos e atividades que acontecem fora ou
dentro da escola - passeatas, manifestações, congressos.
Um Grêmio Estudantil compromissado deve procurar defender os interesses
dos alunos, firmando, sempre que possível, uma parceria com todas as pessoas que
participam da escola.
Para que o Grêmio seja verdadeiramente em benefício da escola e da
comunidade é importante trabalhar junto, com a equipe pedagógica e gestora da
escola sempre de forma democrática.
Propostas de atuação para o Grêmio:
_ Atividades Recreativas: Já fazem parte do processo escolar as atividades
recreativas e desportiva apresentados por alunos, visando a participação efetiva de
todos que estão engajados no meio ambiente escolar e também a participação de
vários segmentos da comunidade, para que haja um entrosamento e
conscientização de que a escola não caminha sozinha e que necessita de todos
para transformá-la.
6.8 – Conselho Escolar
O Conselho Escolar - possuidor de uma natureza essencialmente político
pedagógico - é um órgão colegiado que representa a comunidade escolar e é
composto por representantes da comunidade escolar e local, que tem como
atribuição deliberar sobre questões político - pedagógicas, administrativas,
55
financeiras, no âmbito da escola. Aos conselheiros cabe analisar as ações, a
empreender os meios para garantir o cumprimento das finalidades da escola.
A contribuição do Conselho Escolar é importantíssima, pois contribuem
decisivamente para a criação de um novo cotidiano escolar no qual a escola e a
comunidade se identificam no enfrentamento não só dos desafios escolares
imediatos, mas também da sociedade. Dessa forma, para contribuir na resolução de
alguns dos diversos problemas da escola, o Conselho Escolar promoverá reuniões
onde acontecerão discussões, debates e grupos de estudos a fim de encontrar a
melhor saída para os problemas encontrados.
Com a participação do Conselho Escolar a Gestão deixa de ser exercício de
uma só pessoa e passa a ser uma Gestão colegiada e democrática, na qual os
segmentos da escola e a comunidade local se relacionem para juntos construírem
uma educação de qualidade.
Neste contexto, o papel do Conselho Escolar é o de ser o órgão consultivo,
deliberativo e de mobilização mais importante no processo de Gestão Democrática.
A escola com o acompanhamento e apoio responsável do Conselho Escolar,
é um dos espaços e uma das instituições sociais em que podem ser criadas
oportunidades de aprendizagem emancipadora, rompendo com a pedagogia da
exclusão. Pois a escola de qualidade para todos cultiva as diferenças, respeita e
integra o saber do povo, faz a diferença.
O Conselho possui as seguintes funções:
a) Deliberativas: quando decidem assuntos da escola, como o Projeto Político-
Pedagógico, a organização do funcionamento geral, aprova encaminhamento de
problemas, garante a elaboração de normas internas e o cumprimento das normas
dos sistemas de ensino, propõe à direção as ações a serem desenvolvidas e a
elaboração das normas internas da escola sobre questões referentes ao seu
funcionamento nos aspectos pedagógico, administrativo ou financeiro;
b) Consultivas: quando tem um caráter de assessoramento, analisando as
questões encaminhadas pelos diversos segmentos da escola e apresentando
sugestões ou soluções, que poderão ou não ser acatadas pela direção;
c) Fiscais: quando acompanham a execução das ações pedagógicas,
administrativas e financeiras, avaliando e garantindo o cumprimento das normas das
escolas e a qualidade social do cotidiano escolar.
56
d) Mobilizadoras: quando promovem a participação, de forma integrada, dos
segmentos representativos da escola e da comunidade local em diversas atividades,
contribuindo assim para a efetivação da democracia participativa e para a melhoria
da qualidade social da educação.
6.9 – A Hora Atividade
Período reservado para formação docente, realização de estudos,
planejamento, elaboração dos meios para melhoria da aprendizagem.
O trabalho coletivo deve ser priorizado, também, nas demais reuniões
pedagógicas previamente planejadas de modo a possibilitar a construção de uma
prática pedagógica que envolvendo professor, direção, equipe pedagógica e agentes
educacionais aponte uma mesma direção - o ensino aprendizagem de qualidade.
Mediar, organizar, integrar e articular o trabalho pedagógico para garantir a
efetivação da função social da escola.
6.10 - Projetos de ação dos Segmentos da Escola
A presente ação visa questões que envolvem o processo ensino-
aprendizagem e a função da escola.
Propiciar aos colegiados debates e conhecimentos sobre os temas como:
Inclusão, Diversidade e Desafios Educacionais Contemporâneos.
Objetivo: Discutir no âmbito da comunidade estudantil sobre tais temas
visando a necessidade de conhecimento sobre os desafios educacionais
contemporâneos. Serão desenvolvidos diversos trabalhos sobre os temas: Mostras
Culturais, atividades desportivas e recreativas, pesquisas, palestras, apresentações,
visitas, documentários visando assim à aplicabilidade dos mesmos à comunidade
escolar para conscientização e conhecimento.
57
6.10.1 – Direção
O trabalho da Direção é a de transmitir as informações contidas nas
orientações e Legislações vigentes - Orientações de SEED e do NRE, Regimento
Interno do Estabelecimento e Plano de Ação do Diretor - que implicam no cotidiano
escolar. Tem como função:
_ Propiciar momentos de discussão organizados com pauta definida, com tempo e
espaço para que todos participem;
_ Definir problemas e identificar soluções, levando em consideração a opinião de
todos;
_ Coordenar a parte administrativa sem prejuízo do acompanhamento das questões
pedagógicas;
_ Ressaltar as funções educativas de todos os funcionários;
_ Providenciar condições materiais e estruturais para que todos possam realizar seu
trabalho.
_ Envolvimento sócio comunitário, preocupando-se com a gestão democrática e com
a participação da comunidade.
- Zelar pelo patrimônio da escola, a manutenção e conservação do prédio escolar e
suas instalações fazendo sempre um trabalho de conscientização junto a
comunidade escolar.
Palestras
Esclarecimentos de assuntos poucos debatidos em família com pais e filhos
ajudando os mesmos a se relacionarem melhor com seus filhos. Exemplo:
sexualidade, drogas, gravidez e temas sobre a diversidade.
Com estas palestras mostrar o valor de ser um cidadão digno, para enfrentar
a realidade da sociedade e contra o preconceito e discriminação.
6.10.2 – Professora Pedagoga
Existe uma ciência pedagógica, com saberes e especificidades que
demarcam um território de conhecimentos e metodologias e que difere das
58
requeridas ao profissional docente. Segundo Franco, a ausência do profissional
pedagogo junto às instituições educativas reforça a concepção de que a prática
docente é uma prática meramente reprodutora de ações mecânicas, como também
a concepção de que a docência possa ser considerada, erroneamente como uma
tarefa simples que pode ser desempenhada com poucos recursos formadores e que
pode se organizar em uma formação abreviada.
O pedagogo estará prioritariamente no exercício da prática pedagógica,
quando estiver com o coletivo dos participantes da prática educativa, orientando,
esclarecendo, conscientizando e produzindo elementos (teorias e ações) para
transformação dos sujeitos, das práxis e das instituições. Pode ele ser ou não
docente. Segundo Saviani, “O trabalho do orientador educacional é de acessoria ao
processo ensino-aprendizagem, desenvolvido na relação professor-aluno”.
Funções
_ Participar ativamente da elaboração e discussão da proposta pedagógica;
_ Estar atualizado com pesquisas e bibliografia para orientar os professores na
busca de soluções;
_ Garantir tempo e espaço para discussão sobre a prática docente e relações com
os alunos;
_ Ser o organizador do processo de formação continuada da equipe;
_ Ouvir as queixas dos docentes e criar uma rotina de reflexão coletiva sobre as
possíveis soluções;
_ Planejar e avaliar em conjunto as ações didáticas;
_ Organizar estudos e leituras que possam levar o professor a ter autonomia sobre a
sua docência;
_ Promover o intercâmbio entre comunidade e escola;
_ transformação dos espaços potenciais educacionais em espaços educativos /
formadores;
_ articulação científica da teoria educacional com as práticas educativas na direção
das principais demandas educacionais;
_ Estabelecer parcerias e trabalho cooperativo;
_ Organizar o espaço e tempo escolar;
_ Realizar a avaliação do trabalho pedagógico;
59
_ Organização da pratica pedagógica
6.10.3 – Professores
A cada início de ano letivo o professor faz seu Plano de Trabalho Docente
anual que é reelaborado durante o processo de ensino-aprendizagem, o qual é
fundamentado de acordo com a Proposta Pedagógica Curricular de cada disciplina.
Neste plano de ação explicitam-se os objetivos, metodologia empregada, conteúdo e
avaliação, de acordo com as Diretrizes Curriculares, Regimento Interno, orientações
da SEED, NRE e direção.
Para desenvolver sua prática pedagógica, o professor precisa também ser um
sujeito crítico, dentro da realidade e participar sempre da formação continuada.
Precisa situar-se como educador e como cidadão participante do processo de
construção da cidadania. Porém, precisa também de reconhecimento de seus
direitos e deveres de valorização profissional.
O professor atua numa realidade complexa, mutável e muitas vezes
conflituosa. Depara-se freqüentemente com situações problemáticas singulares e
que exigem soluções particulares e seu êxito profissional vai depender da sua
capacidade de tratar com a complexidade da ação educativa e da sua capacidade
de resolver problemas.
Sua ação exige competência para identificar estas situações e resolvê-las
com autonomia, para decidir e aceitar a responsabilidade pelas opções feitas,
objetivando a prática social do aluno.
Detentor dos fundamentos do conhecimento científico tem o papel de
mediador para desenvolver procedimentos adequados e viabilizar a apropriação
desses conhecimentos pelos alunos.
Mediar (interação, prática pedagógica, construção de significados que
articulam as experiências do aluno e do professor como os procedimentos e
recursos materiais e discursivos utilizados no processo de ensino-aprendizagem).
O professor tem que dominar consistentemente os fundamentos explicativos
dos objetos de conhecimento, inclusive os fundamentos da própria prática
pedagógica e viabilizar o método e estratégia mais pertinente para o processo de
ensino-aprendizagem e que melhor promovam a participação ativa dos alunos.
60
A ação pedagógica que envolve o trabalho do professor é elaborado a partir
dos seguintes passos:
_ Organizar e dirigir situações de aprendizagem;
_ Administrar a progressão das aprendizagens;
_ Promover a recuperação de conteúdos não aprendidos;
_ Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação, ou seja, desenvolver a
cooperação entre os alunos, trabalhar de forma inclusiva.
_ Trabalhar de forma diferenciada com os alunos da sala de recursos com distúrbios
assim como avaliá-los.
_ Administrar a heterogeneidade no âmbito da sala de aula;
_ Envolver o aluno em sua aprendizagem e trabalho;
_ Interdisciplinaridade de acordo com eixos de diversidades culturais e os desafios
contemporâneos;
_ Trabalhar em equipe;
_ Participar da Administração da escola;
_ Informar e envolver os pais;
_ Utilizar novas tecnologias;
_ Administrar sua própria formação contínua;
_ Planejamento de aulas.
6.10.4 – Alunos
As ações dos alunos estão indiretamente ligadas às ações dos professores.
Para que de fato a formação para que o cidadão se efetive, o aluno precisa estar
comprometido com as ações da escola, se organizando de modo a participar na
elaboração da ação de todos os segmentos propostos pela escola. A partir disso o
aluno toma conhecimento de seus direitos e deveres respeitando as normas internas
e de condutas democraticamente aceitas.
A interação dos alunos na vida escolar contará com o Grêmio Estudantil, um
importantíssimo instrumento para a melhoria da escola em todos os aspectos.
Através desta e outras ações coletivas dos alunos na escola, seus desafios e
61
soluções, se desenvolve o senso crítico, autonomia e uma participação ativa na
sociedade em que vive.
6.10.5 – Mostra Cultural
Divulgação dos trabalhos confeccionados, pesquisados e apresentado pelos
próprios alunos que serão expostos à comunidade servindo de incentivo aos alunos
e valorizando o trabalho dos mesmos no cotidiano escolar.
6.10.6 – Monitoramento
Deixamos livre a escolha dos monitores por salas de aula, onde estes terão
autonomia para programar qualquer eventualidade em conjunto a ser desenvolvida
durante o ano letivo, enquadrado dentro do calendário escolar. Eles representarão
suas salas em jogos, gincanas e qualquer outro evento.
6.10.7 – Biblioteca
A biblioteca é um espaço na escola destinado à pesquisa e integração dos
alunos com o mundo do conhecimento escrito. Sua função compreende desde a
pesquisa científica em grupo ou individual, como também se destina ao lazer por
meio da leitura.
A escola possui uma Biblioteca de pequeno porte, com aproximadamente
2.200 livros, que foram adquiridos com recursos do módulo biblioteca e APMF. Com
o término da ampliação da escola temos um espaço adequado para que a mesma
funcione de acordo com as normas estabelecidas.
A biblioteca precisa estar em constante ampliação em seu acervo para que
possa atender a toda a comunidade escolar, bem como, desenvolver projetos
significativos de leitura, a qual contribuirá para a formação do cidadão crítico.
62
6.10.8 – Secretaria
A Secretaria tem por responsabilidade o encargo de todo serviço de
escrituração escolar e correspondência do Estabelecimento. Na Secretaria temos
cinco funcionários que atuam nos períodos: Matutino, Vespertino e Noturno, cada
um cumprindo seu horário no período intercalado. O trabalho desenvolvido pelos
auxiliares administrativos é orientado pelo secretário, de acordo com as normas do
Regimento Interno e as Orientações da SEED, NRE e da Direção. Os serviços
desenvolvidos pela secretaria são divididos entre os componentes de acordo com as
necessidades.
A documentação envolvida é: históricos escolares, fichas individuais,
requerimento de matrícula, boletins, relatório final, ofícios e outras correspondências.
Também são desenvolvidos cronogramas durante o ano para cadastro de alunos,
matrículas aberturas de turmas, registro de notas, livro registro de frequencia dos
professores, equipe administrativa e funcionários.
O pessoal de secretaria, atualmente tem sua formação voltada para a prática
pedagógica e interação com a comunidade escolar, participando de atividades
realizadas na escola como: reuniões, cursos de formação continuada e conselho de
classe, órgãos colegiados, entre outros.
6.10.9 – Auxiliares Operacionais
A equipe de Serviços Gerais é constituída por zeladores e cozinheiras, os
quais assumem funções específicas referentes a alimentação dos alunos,
manutenção e preservação de todo o complexo escolar. Estes funcionários
passaram por treinamentos específicos a suas respectivas funções, além de
participarem de cursos descentralizados oferecidos pelo poder público para a
capacitação com o objetivo de melhorar o atendimento e de inseri-los no âmbito
pedagógico que os envolve.
63
6.10.10 – Comunidade
A comunidade aqui mencionada trata de pais, mães e responsáveis de
alunos e outros segmentos que deixam bem claro que a escola é um local de
aprendizagem, onde seus filhos devem ter respeito e ao mesmo tempo serem
respeitados promovendo sempre um lugar harmonioso e motivador. O ponto
primordial da comunidade é a disciplina dentro da escola, pois, a escola tem que
ensinar de maneira clara e sucinta. Querem que exija o máximo de seus filhos para
que o mesmo aprendam o suficiente para o futuro.
6.10.11 – Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF
APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários, e similares - pessoa
jurídica de direito privado-, é um órgão de representação dos pais e profissionais do
estabelecimento, não tendo caráter político partidário, religioso, racial e nem fins
lucrativos, não sendo remunerados os seus Dirigentes e Conselheiros, sendo
constituído por prazo de dois anos podendo ser renovado para mais dois anos. Tem
como objetivos:
_ Discutir no seu âmbito de ação, sobre ações de assistência ao educando, de
aprimoramento do ensino e integração família - escola - comunidade, enviando
sugestões em consonância com a Proposta Pedagógica para apreciação do
Conselho Escolar e equipe - pedagógica – administrativa.
_ Prestar assistência aos educandos, professores e funcionários, assegurando-lhes
melhores condições de eficiência escolar, em consonância com a Proposta
Pedagógica do Estabelecimento de Ensino.
_ Buscar a integração dos segmentos da sociedade organizada no contexto escolar,
discutindo a política educacional, visando sempre a realidade dessa comunidade.
_ Promover o entrosamento entre pais, alunos, professores e funcionários e toda a
comunidade, através de atividades sócio educativas, culturais e desportivas, ouvindo
o Conselho Escolar.
_ Representar os reais interesses da comunidade escolar, contribuindo dessa forma
para a melhoria da qualidade de ensino, visando uma escola pública, gratuita e
universal.
64
_ Gerir e administrar os recursos financeiros próprios e os que lhes forem
repassados através de convênios, de acordo com as prioridades estabelecidas em
reunião conjunta com o Conselho Escolar, com registro em livro ata.
_ Colaborar com a manutenção e conservação do prédio escolar e suas instalações,
conscientizando sempre a comunidade sobre a importância desta ação.
Para que a APMF possa receber recursos financeiros de órgãos municipais,
estaduais, federais e até internacionais é necessário que ela apresente os seguintes
documentos:
_ Estatuto registrado em cartório de títulos e documentos – Registro Civil de
Pessoas Jurídicas;
_ Ata da Eleição da Diretoria Atual, registrado em Cartório;
_ Cartão de Inscrição do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ;
_ Certidão Negativa do Tribunal de Contas do Estado;
_ Lei de Utilidade Pública;
_ Certidão Negativa de Débito do INSS;
Os procedimentos relacionados ao funcionamento da APMF estão no seu
estatuto devidamente registrado.
6.10.12 - Agenda 21
Quando da Conferência das Nações Unidas Para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, realizada no Brasil em 1992 (Rio-92) foram assinados vários
documentos em que os países signatários se comprometiam a colocar a questão da
sustentabilidade sócio-ambiental nas pastas de suas políticas públicas. Neste
sentido, a Agenda 21 apresenta-se como um elenco geral e internacional de
propostas para a aplicação da sustentabilidade e do desenvolvimento sustentável.
A efetivação de propostas que visem a implementação da Agenda 21 nas
escolas mobiliza todos os segmentos da sociedade, chamando-os de “atores
relevantes” e “parceiros do desenvolvimento sustentável”. O objetivo ao desenvolver
trabalhos neste sentido é o de demonstrar quais os principais problemas sócio-
ambientais enfrentado em nossa escola e começar a mobilizar sociedade e escola
para identificá-los e resolvê-los. O Colégio Estadual São Lourenço está situado no
distrito de São Lourenço e constitui-se de alunos vindos do meio rural, na maioria,
65
portando resolvemos juntar os problemas vislumbrados na escola a realidade do
distrito e, a partir desse elemento, procuramos elencar seus problemas e suas
possíveis resoluções.
Para o desenvolvimento da Agenda 21 Brasileira, “adotou-se uma
metodologia multissetorial com base na realidade brasileira, enfocando a
interdependência das dimensões ambiental, econômica, social e institucional”
(SENADO FEDERAL, 2001). O processo de elaboração da Agenda 21 Brasileira se
deu pelo estabelecimento e pela formação de parcerias e projeto, tendo em vista
que as ações propostas pela Agenda 21 não podem ser tratadas apenas como
programa de Governo, mas sim como um produto de consenso entre os diversos
setores da sociedade brasileira.
Apontamentos dos principais problemas levantados através da Agenda 21 no
distrito de São Lourenço
_ Queimadas nas lavouras de cana-de-açúcar
_ Não há coleta do lixo reciclável no Distrito de São Lourenço
_ Caça predatória em áreas florestais e fragmentação ecossistêmica
Houve mudanças na paisagem da zona rural do Distrito. Devido às facilidades
para conseguir lucro com a atividade da plantação da cana-de-açúcar e a
comodidade de como são feitos os recebimentos para este fim, fez com que muitas
lavouras diferenciadas perdessem espaço provocando tal mudança. As queimadas
contribuem para muitos problemas ambientais tanto na flora como na fauna.
A coleta do lixo reciclável não é feita pelos órgãos responsáveis o que
desqualifica os projetos trabalhados na escola sobre o assunto, não há efetivação
desse serviço no distrito.
Nas intermediações do distrito está uma das maiores e contínuas áreas de
floresta atlântica paranaense, com várias espécies da fauna e da flora ameaçadas
de extinção. São 11 mil hectares de propriedade da Companhia Melhoramento Norte
do Paraná. Muitas das propriedades rurais do distrito são contíguas a essa área,
fazendo que a invasão da fauna nativa ou mesmo o hobby de caçar, leve esses
moradores a praticar a caça ilegal. Além disso, o método tradicional de agricultura
66
está poluindo o entorno e o interior da floresta, portadora de importantes nascentes
de recurso hídricos do Vale do Ivaí.
Proposta de ações segundo a Agenda 21
_ Conscientização da coleta de lixo seletivo;
_Conscientização por meio de palestras sobre a caça predatória de animais
silvestres;
_ Estudo sobre as bacias hidrográficas e as características das hidro-bacias;
_ Desenvolver um projeto sobre o meio ambiente, tais como: coletas de latinhas,
pets proteção de animais entre outros;
Queimadas na lavoura de cana-de-açúcar
Quanto às queimadas aguardamos ações do governo para que busque
alternativas junto aos produtores para a interrupção das queimadas. Nós podemos
apenas conscientizar todos sobre educação ambiental.
Questões do lixo
Estaremos buscando junto às autoridades municipais através da câmara legislativa
um meio de superar o problema da coleta seletiva mobilizando toda a comunidade.
Resumo e análise final
Como podemos analisar, o problema escolar e da comunidade do distrito de
São Lourenço se confundem, pois a pequena demografia e os reflexos externos da
escola alcançam os alunos dentro mesmo da escola. Uma ação desintegrada entre
esses dois níveis seria sinônima de fracasso. Portanto a Agenda 21 local se
confundiria com a esta Agenda 21 Escolar. A união e a tentativa de resolução dos
67
problemas intra e extra escola são as bases para as ações sócio ambientais a serem
resolvidos.
6.10.13 – Educação Fiscal
A Portaria Interministerial nº 413, de 31 de dezembro de 2002 Define
competências dos órgãos responsáveis pela implementação do Programa Nacional
de Educação Fiscal - PNEF.
“Art. 1º Implementar o Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF com os objetivos de promover e institucionalizar a Educação Fiscal para o pleno exercício da cidadania, sensibilizar o cidadão para a função socioeconômica do tributo, levar conhecimento ao cidadão sobre administração pública e criar condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão.”
A educação Fiscal tem por objetivo, propiciar a participação consciente do
cidadão no funcionamento e aperfeiçoamento dos instrumentos de controles social e
fiscal do Estado, permitindo informar os mecanismos de constituição do Estado, ao
mesmo tempo em que torna o cidadão ciente da importância da sua contribuição,
fazendo com que o pagamento de tributos seja entendido e visto como investimento
para o bem comum. Com a informação, o indivíduo pode se apropriar do poder de
questionar e verificar a utilização destes investimentos sociais.
Uma nação constituída por pessoas que defendem e honram os seus direitos
e deveres têm melhores condições de diminuir as injustiças sociais, dentre elas as
causadas pela corrupção, e aumentar o nível de desenvolvimento e progresso.
É Importante lembrar sempre a função social do tributo como forma de
atuação na redistribuição da Renda Nacional funcionando como elemento de justiça
social. O tributo é um instrumento que pode e deve ser utilizado para promover as
mudanças e reduzir as desigualdades sociais.
Segundo Montesquieu, quando o indivíduo entrega ao Estado o poder de
governar e decidir os rumos que ele deve seguir, começa a morrer a sua capacidade
de auto governar-se. Essa incapacidade, que é uma incapacidade de exercer a
68
cidadania, fomenta a censura e a obrigatoriedade de normas como forma de
conquista da ordem.
Na constituição da ética de controle social deve haver espaço para a
contribuição e estabelecimento de uma ética individual. A existência de regras
acrescidas de um significado torna o resultado mais efetivo.
O ensinar deve estar calcado na ética, entremeando ao conteúdo o seu
aspecto pessoal, subjetivo e único. O importante não é só informar, mas se permitir
ir além da informação ousando vôos mais altos, que permitam a transformação,
discussão e reconstrução do próprio conteúdo num exercício pessoal de
democracia.
Segundo Cartaxo, - Consultora do BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) - a questão fiscal no Brasil se apresenta como dificuldades de
compreensão pelo cidadão quanto:
_ ao papel do Estado e o seu financiamento;
_ ao sistema tributário nacional (impostos indiretos);
_ à contraprestação do Estado (funções públicas);
_ justiça fiscal e à ética distributiva.
A cidadania nem sempre é uma realidade efetiva para todos os habitantes de
um país. A efetivação da cidadania e a consciência coletiva dessa condição são
indicadores do desenvolvimento moral e ético de uma sociedade (PNEF).
A função ética das políticas públicas é a de eliminar / reduzir os privilégios de
poucos, as carências de muitos e instaurar o direito para todos para o exercício da
cidadania ativa deve ser uma realidade concreta, voltada a aprimorar as instituições
políticas, governamentais e a conduta ética.
CIDADÃO: “aquele que tem direito a ter direitos”. O cidadão que conhece seus
direitos;
CIDADÃO PASSIVO: tem consciência dos seus direitos, mas não os exerce, nem
luta por eles, possuindo forte descrença nas instituições;
CIDADÃO ATIVO: conhece seus direitos, luta para defendê-los, agindo sob a
perspectiva individual;
CIDADÃO ATIVO E SOLIDÁRIO: luta por seus direitos e pelos direitos dos outros,
preocupando-se mais com o interesse coletivo do que com a obtenção de vantagens
pessoais.
69
Propostas de Ações:
_ Palestras sobre a importância dos tributos sua arrecadação, destinação e
aplicação, a fim de incentivar a participação do coletivo escolar no controle social
dos gastos públicos.
_ Incentivar a cobrança de notas fiscais.
6.10.14 – Atividades Complementares Curriculares de Contraturno
Entende-se por ACCC, atividades educativas, integradas ao Currículo
Escolar, com ampliação de tempos, espaços e oportunidades de aprendizagem que
visam ampliar a formação do aluno e tem como objetivos: promover a melhoria da
qualidade o ensino por meio da ampliação de tempos, espaços e oportunidade
educativa realizadas na escola ou no território em que está situada, em contraturno ,
para atender as necessidades socioeducacionais dos alunos.
Essas atividades estão vinculadas ao PPP da escola, respondendo as
demandas educacionais e aos anseios escola e comunidade. As atividades
possibilitam maior integração entre alunos, escola e comunidade, democratizando o
conhecimento e aos bens culturais.
No Colégio Estadual São Lourenço as ACCC estão organizadas em três
macrocampos: Aprofundamento da Aprendizagem, Esporte e Lazer e Tecnologias
da Informação e estão fundamentadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Básica do Estado do Paraná, envolvendo alunos do 6º ao 9º ano e Ensino
Médio. Após consulta a comunidade e pelo coletivo da escola optou-se por estes
macrocampos considerando as necessidades socioeducacionais e contexto social
da escola.
70
VII – AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA PROPOSTA
A escola enquanto instituição educacional será avaliada pelos resultados
alcançados, onde os dados estatísticos demonstrarão claramente os índices de
aprovação e reprovação, evasão e repetência.
Ao final do ano letivo ou início do ano subsequente será feito uma avaliação
do Projeto Político-Pedagógico analisando todos os resultados, fatores que
contribuíram ou que interferiram de forma negativa no andamento do projeto, tudo
que deve continuar as mudanças necessárias, enfim é o momento que se direciona
a proposta do Projeto Pedagógico para o próximo ano letivo. Será feito um relatório
anual e anexado ao final do mesmo.
Os trabalhos e os resultados destes, realizados pela direção, serão avaliados
pela observação direta dos professores, alunos, pais e comunidade.
Através deste projeto todo o âmbito escolar está embutido constantemente a
uma avaliação contínua pela comunidade e seus segmentos e através da
sistematização dos órgãos competentes.
A avaliação do Plano de Gestão Escolar e do Projeto Político-Pedagógico
deve abranger:
_ A avaliação do processo de elaboração:
_ A avaliação dos efeitos diretos na aprendizagem dos alunos;
_ A avaliação dos efeitos indiretos na aprendizagem dos alunos e no
desenvolvimento da escola;
_ A articulação entre o Plano de Gestão escolar e o Projeto Político-Pedagógico;
_ A articulação entre todos os componentes dos planos;
_ Adequação dos objetivos e das ações desenvolvidas.
É importante ter sempre em mente que a escola poderá continuar tendo
autonomia para reescrever o PPP quando sentir necessidade de modificá-lo ou
perceber, durante a prática e execução do mesmo, que há necessidade de
redimensionar metas, prazos ou, mesmo, estabelecer novos rumos.
71
VIII – CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola como uma instituição social voltada para a educação do cidadão,
tem como objetivos principais a sua instrução e a sua formação. Entretanto, esses
objetivos podem ser alcançados com melhor qualidade quando integrados e
articulados aos objetivos administrativos.
O Projeto Político Pedagógico é a visão do que a Instituição Escola pretende
fazer, seus objetivos, metas e estratégias permanentes, tanto no que se refere às
suas atividades pedagógicas como às funções administrativas. Portanto, o político
pedagógico faz parte do planejamento e da gestão escolar. A questão principal do
planejamento é expressar a capacidade de se transferir o planejado para a ação.
Assim sendo, compete ao Projeto Político Pedagógico a operacionalização do
planejamento escolar em um movimento constante de reflexão ação reflexão.
A importância da construção coletiva do Projeto Político Pedagógico está no
fato de que ele passa a ser uma direção, um rumo intencional para as ações da
escola.
Enfim, o Projeto Político Pedagógico nunca está pronto e acabado, esse
trabalho é permanente e consiste em estar constantemente fazendo uma leitura da
realidade para atender os anseios, oferecendo e assegurando para o educando uma
melhor qualidade de ensino e será esse o objetivo do trabalho oferecido em nossa
escola.
“O conhecimento exige uma presença curiosa do sujeito em face do mundo. Requer uma ação transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca constante. Implica em invenção e em reinvenção.” (Paulo Freire)
72
IX – REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Administrar: Uma ação coletiva. Disponível em:
http://novaescola.abril.com.br/index.htm?ed/158_dez02/html/direcao
ALVES, G. L. A produção da escola pública contemporânea, ed. UFMS,
Campinas, SP: Autores Associados, 2001.
BALZER, M., CARVALHO, P. E FANK, E. Educação e Ideologia: quando a
pseudoneutralidade expressa uma opção pela naturalização das desigualdades. II
SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO BRASILEIRA “Os Desafios Contemporâneos para a
Educação Brasileira e os Processos de Regulação”. Campinas, SP; Unicamp, 2009.
BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Por uma política de valorização dos
trabalhadores em educação: em cena, os funcionários de escola. Brasília: MEC,
SEB, 2004.
Caderno Grêmio em Forma, do Instituto Sou da Paz. Disponível em:
http://www.soudapaz.org/, acessado em 15/12/2005.
CARTAXO, M. F. P. M. Disponível em:
http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/EducacaoFiscal/PrimeiroSeminario/01Edu
cacaoFiscalumaPraticaPossivelNecessaria.pdf- acessada em 18/12/2005.
CURTY, M. G.; CRUZ, A. C. Guia para apresentação de trabalhos acadêmicos,
dissertações e teses. Maringá: Dental Press, 2001.
Deliberação 02/03 – Processo N. º 730/03.
FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Nova
Fronteira, 5ª ed., p. 1.144.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
73
GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 2ª ed.
Campinas SP: Autores Associados, 2003.
GIROUX, H. Teoria crítica e resistência em educação: Para além das teorias da
reprodução. Petrópolis, Vozes, 1986.
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem. Ed.
Ática, 1997.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira.
Horta. São Paulo: ATTA Mídia e Educação, [1999?]. 1 fita de vídeo (90 minutos),
son., color., VHS.
LDB - Lei nº. 9.394/96.
LIBANEO, J.C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem: Direção Paulo Aspis & Regis
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira.
_____________. Considerações gerais sobre avaliação no cotidiano escolar. in:
http://www.luckesi.com.br/publicacoes.htm
MARX, K. , ENGELS, F. Textos sobre educação e Ensino. Editora Moraes.
MATURANO, Edna Maria. Ambiente Familiar e Aprendizagem Escolar. In:
Funayama, C.A.R. (org.) Problemas de Aprendizagem: enfoque multidisciplinar.
Campinas: Alínea, 2000. Cap. 5
74
PARO, Victor Henrique. “Situações e perspectivas da administração da
educação brasileira: Uma contribuição”. In: Revista Brasileira de Administração
da Educação. Brasília, Anpae, 1983.
PERRENOUD, P. Dez novas competências para Ensinar. Porto Alegre: Ed.
Artmed, 2000.
PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DOS CONSELHOS ESCOLARES
SAVIANI, D. Escola e democracia. São Paulo: Cortez, 1991.
SAVIANI, D. Escola e democracia. 32. Ed. Campinas, SP: Autores Associados,
1999.
SAVIANI, D. A pedagogia histórico crítica – Primeiras aproximações. 8ª ed.
Revista e ampliada - Campinas, SP: Autores Associados, 2003.
SAVIANI, D. A pedagogia histórico crítica – Primeiras aproximações. 2ª ed. São
Paulo: Cortez: Autores Associados, 1991. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo, V.
40).
SAVIANI, D. Sentido da pedagogia e papel do pedagogo. In: revista da ANDE,
São Paulo, nº 9, P. 27- 28, 1985.
SEED/DEB. Avaliação – Um Processo Intencional e Planejado. Grupo de
Estudos. 2º Encontro. 2008.
SENADO FEDERAL. Agenda 21 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento. 3º ed. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de
edições, 2001.
SILVA, T. T. Documentos de identidade, uma introdução às teorias do
currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
75
Texto Coletivo produzido pelas Equipes Pedagógicas dos NRE/CGE. Curitiba, 2008.
VASCONCELOS, C. S. Avaliação: concepção dialética-libertadora do processo
de avaliação escolar. São Paulo: Editora Salesiana Dom Bosco, 1993. (Cadernos
Pedagógicos do Libertad; v.3)
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Coordenação do Trabalho pedagógico: do
projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2004.
VEIGA, I. P.A. (org). O Projeto Político Pedagógico da Escola: Uma construção
possível. 11ª ed. Campinas, Papirus, 2000.
VIGOTSKY, L.S. A formação social da Mente. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes,
1998.
______________. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.