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PROJETO
POLÍTICO
PEDAGÓGICO
BALSA NOVA
2009
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.........................................................................................................4
IDENTIFICAÇÃO...........................................................................................................6
QUADRO GERAL DE PESSOAL..................................................................................7
OBJETIVOS GERAIS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO...............................10
MARCO SITUACIONAL..............................................................................................10
CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO.............................................................10
CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE........................................................11
ANÁLISE DOS DADOS ESTATÍSTICOS DO RENDIMENTO ESCOLAR.............13
ESPAÇO FÍSICO E MATERIAL.....................................................................15
A REALIDADE DA INSTITUIÇÃO.................................................................17
MARCO CONCEITUAL...............................................................................................18
CONCEPÇÃO CURRICULAR.......................................................................27
CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO.....................................................................28
PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA........................................................32
PLANO DE AÇÃO DA DIREÇÃO .................................................................33
AVALIAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO..............................................................36
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO.............37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................38
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS CURRICULARES....................................................41
ENSINO FUNDAMENTAL...........................................................................................41
ARTES ....................................................................................................41
CIÊNCIAS ................................................................................................51
EDUCAÇÃO FÍSICA ...................................................................................64
ENSINO RELIGIOSO..................................................................................74
GEOGRAFIA..............................................................................................80
HISTÓRIA.................................................................................................89
LÍNGUA PORTUGUESA............................................................................105
MATEMÁTICA..........................................................................................128
L.E.M. - INGLÊS......................................................................................139
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS CURRICULARES...................................................148
ENSINO MÉDIO.........................................................................................................148
ARTES....................................................................................................148
BIOLOGIA...............................................................................................158
EDUCAÇÃO FÍSICA..................................................................................182
FILOSOFIA..............................................................................................191
FÍSICA....................................................................................................204
GEOGRAFIA............................................................................................213
HISTÓRIA...............................................................................................221
LÍNGUA PORTUGUESA............................................................................249
MATEMÁTICA..........................................................................................269
QUÍMICA................................................................................................276
SOCIOLOGIA...........................................................................................288
L.E.M. - INGLÊS E ESPANHOL..................................................................299
ANEXOS....................................................................................................................311
CALENDÁRIO ESCOLAR 2009.................................................................312
APRESENTAÇÃO
O projeto político pedagógico é uma ação intencional, onde a comunidade
escolar planeja o que deseja realizar com base na sua realidade, buscando o que
é possível fazer. Ao construir o seu projeto político pedagógico, a escola
estabelece uma direção para a ação pedagógica, assumindo um compromisso
definido coletivamente. É um processo de reflexão e discussão dos problemas da
escola buscando alternativas para possibilitar a concretização das intenções
firmadas.
Construir o projeto político pedagógico é criar eixos para uma ação
pedagógica comprometida com a realidade escolar, produzindo conhecimento
voltado para apropriação de normas, valores e culturas.
Segundo Vasconcellos (2004.p.61):
“[...] a efetivação de um projeto político pedagógico de caracter emancipatório, s consolidação da autonomia da escola, bem como o avanço do processo de gestão democrática das escolas [...] uma tarefa de articulação, de coordenação, de intencionalização, que, embora suponha o administrativo, o vincula radicalmente ao pedagógico. Portanto, a grande tarefa da direção, numa perspectiva democrática, é fazer a escola funcionar pautada num projeto coletivo”.
Esta ação pedagógica deverá ter metas claras e exequíveis, possibilitando o
pensar em função das intenções existentes, tornando indissociáveis a teoria e a
prática.
O projeto político pedagógico envolve participação crítica, viabilizando
mudanças. É intencional, pois caminha para a superação de uma realidade para a
construção de outra.
Segundo Veiga(2000):
“O projeto político pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com sentido explicito, com um compromisso definido coletivamente. Por uso, todo projeto pedagógico as escola, também é um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sócio-político com os interesses reais e coletivos da população majoritária”.
O cenário pedagógico é marcado pela diversidade e a escola atinge sua
4
autonomia no momento em que deixa ingressar as inovações, descobertas e
vivências da comunidade em uma dinâmica reflexiva do trabalho educativo e
coletivo simultaneamente.
O Projeto Político Pedagógico está sendo construído juntamente com a
comunidade, representada pelos pais e pelos próprios alunos. Ao longo do ano de
2008 foram feitos grupos de estudo para a elaboração do Projeto, levando-se em
conta os dados estatísticos coletados entre os pais, alunos, funcionários e
professores do nosso Colégio.
Segundo Luck cabe:
“Aos responsáveis pela Gestão escolar compete, portanto, promover a criação e sustentação de um ambiente propicio a participação plena, no processo social escolar, dos seus professores, de alunos e de seus pais, uma vez que se entende que é por essa participação que os mesmos desenvolvem consciência social critica e sentido de cidadania” ( 2000. P.18).
De acordo com a metodologia participativa e democrática, fizemos ainda
encontros para leitura de textos de jornais e revistas, livros e artigos enviados
pela SEED com o objetivo de se construir o embasamento teórico do Projeto
norteador de nosso Colégio.
Assim, o trabalho pedagógico deve ser coerente com a coletividade, rumo a
uma mesma direção, qualidade e com uma metodologia que atenda às
necessidades dos alunos, como todos os membros da comunidade, justificando
assim a importância de um Projeto Político Pedagógico.
Dessa forma, o presente projeto pretende explicitar teoricamente a prática
pedagógica desenvolvida pelo Colégio Estadual Juventude de Santo Antônio.
5
IDENTIFICAÇÃO
O Colégio Estadual Juventude de Santo Antônio – Ensino Fundamental e
Médio, situa-se à Rua Ricardo Zanetti, s/n° no bairro São Caetano no Município de
Balsa Nova.
O Estabelecimento de Ensino foi criado e autorizado a funcionar pela
Resolução nº. 409/93, publicada em diário Oficial do Estado em 05/02/1993 com o
nome de Escola Estadual Juventude de São Caetano - Ensino de 1º grau; situada
na comunidade de São Caetano – Capela Santo Antonio, frente com a BR-277
sentido Curitiba do Município de Balsa Nova, mantida pelo Governo do Estado do
Paraná.
A Escola funcionou inicialmente em 1993, com uma turma de 1º grau em
uma sala de catequese da capela de Santo Antonio, sendo que após dois anos
passou a funcionar em sede própria construída com recursos recebidos da
Fundepar e mantida pelo Governo do Estado do Paraná.
Através da Resolução 273/95 a Escola passou a denominar-se Escola
Estadual Juventude de Santo Antonio – Ensino de 1º grau.
A mesma Escola consegue prorrogar o prazo de autorização de
funcionamento do 1º grau – regular – 5ª a 8ª séries, pela Resolução 409/93 de
05/02/1993, por mais dois anos a partir de 05/11/1997.
Após esta prorrogação conseguimos junto a Diretora Geral da secretaria do
Estado da Educação, o reconhecimento do curso de 1º grau – regular com a
Resolução 2187/98.
Através da Resolução nº 1367/2000 com publicação em Diário Oficial do
Estado em 25/05/2000 o diretor Geral em exercício da secretaria do Estado da
Educação no uso das atribuições que lhe foram delegadas pela Resolução nº
900/99 de 25/02/99 resolve autorizar funcionamento do Ensino Médio, da Escola
Estadual Juventude de Santo Antonio – Ensino Fundamental, situada na Rua
Ricardo Zanetti, s/nº,do município de Balsa Nova, N.R.E. da Área Metropolitana
Sul.
A autorização concedida é pelo prazo de dois anos, com a implantação
gradativa, a partir do início do ano letivo de 1999. Em decorrência do caput do
artigo 1º, o Estabelecimento passou a denominar-se Colégio Estadual Juventude
6
de Santo Antonio – Ensino Fundamental e Médio.
No ano de 2005, ocorreu o Reconhecimento do Ensino Médio pela
Resolução 793/05.
Atualmente, o Colégio é administrado pelo Professor Joanin Stroparo Neto e
vice diretora Mirian Aparecida de Oliveira.
QUADRO GERAL DE PESSOAL
NOME FUNÇÃO FORMAÇÃO
Aglairton Thedoro Vidal Professor Pós-Graduação em Sociedade Pós-
Industrial História e Cidadania
Carla Ceschin ProfessoraPós-Graduação em Epistemologia
da Matemática Experimental
Carolina Scrpin MoenikiProfessor
Cleber José Vaz da SilvaProfessor Cursando faculdade de História
Daniele Simone
Rorbacker Professora
Licenciatura Plena em Educação
Física
Danieli Silva da Luz Pedagoga Graduada em Pedagogia
Denisabel de Jesus
MarquesProfessora Licenciatura Plena em História
Eduardo Antonio Ramos
da SilvaProfessor Bacharel em Teologia
Elizete Vieira ProfessoraPós-graduada em Língua
Portuguesa e Literatura Brasileira
Eneli Apª Ferreira
BatistelProfessora
Graduada em Português e
Espanhol
Everson Cesar BarumbyTécnico
Administrativo
Graduado em Análise e
Desenvolvimento de Softwares
Fabrício Ap. Alves
LevandoskiProfessor Pós-Graduado em Psicopedagogia
Geovana Gabriele
Metzger ZytkowskiProfessora
Licencitura Plena em Letras/
Português/ Inglês
7
Graciele Barauce de
OLiveiraProfessora
Licenciatura Plena em Letras/
Português/ Espanhol
Itaboraí Silon Cordeiro Professor Pós-Graduado em Psicopedagogia
Jacira Aparecida da Silva
MagatãoProfessora Pós- Graduada em Psicopedagogia
Jacira de Fat. De O.
Inglês Nascimento
Aux. de Serviços
GeraisEnsino Fundamental incompleto
Jaqueline KupkaTécnico
Administrativo
Ensino Médio / Técnico em
Secretariado Executivo - Bilingue
Jhony Alex PolettoTécnico
Administrativo
Licenciatura Plena em Letras/
Português/ Inglês
Joanin Stroparo Neto Diretor Pós-Graduado em Gestão Escolar
João Antonio RodriguesAux. De Serviços
GeraisEnsino Médio Completo
José Maurício Cordeiro Professor Licenciatura em Pedagogia
Josiane de Fátima
Brunato de LaraProfessora
Licenciatura Plena em Estudos
Sociais – História e Geografia
Juliana Vargas de SouzaProfessora Pós-Graduada em Psicopedagogia
Kelly Brito Gonçalves ProfessoraPós-Graduada em Treinamento
Individual e Qualidade de vida
Leile Cristiane de Lara
SantosProfessora
Licenciatura Plena em Letras/
Português/ Inglês
Liniani Merchiori da SilvaProfessora Graduada em Ciências Contábeis
Loriane Vanessa Alberti
Jasluk
Técnico
Administrativo
Ensino Médio Completo –
Cursando faculdade de Gestão
Pública
Lucimara Silva Oliveira
Falarz ProfessoraLicenciatura Plena em Letras/
Português/ Espanhol
Luzia Melo da Silva ProfessoraPós-Graduada em Fundamentos
do Ensino da Arte
Marcos Antonio Seguro Professor Pós-Graduado em Geografia
Maria Alice Ronca Professor
Pedagogo
Pós-Graduada em
Interdisciplinaridade na Educação
8
Básica
Marilei Fravretto
SchoroederProfessora Licenciatura Plena em HIstória
Marli Iavolski Poleto
Chiquito
Aux. Serviços
GeraisEnsino Fundamental Incompleto
Michele Mª Franquito Professora Cursando Ciências Biológicas
Mirian Apª de Oliveira Diretora Auxiliar Pós-Graduada em Língua Inglesa
Nair de Jesus Ferreira
Taborda
Aux. Serviços
GeraisEnsino Fundamental incompleto
Nanci Terezinha Maneira
de Oliveira
Técnico
Administrativo
Graduada em Docência nos anos
iniciais
Natalina de Lourdes
Batistel
Aux. Serviços
GeraisEnsino Fundamental incompleto
Renata Aleixo de OliveiraProfessora Licenciatura Plena em Ciências
Renata Soraya
ArcheleigaPedagoga
Graduada em Pedagogia – Pós-
Graduada em Direito Educacional.
Rodrigo Joaquim FerreiraProfessorBacharel em Ciências Contábeis –
Adaptação em Matemática
Rosiane Felixa Ianik
Portela FrancoProfessora Licenciatura Plena em História
Sandra Aparecida
Campesi BertojaProfessora Graduada em Estudos Sociais
Vanessa Ienczmionka ProfessoraLicenciatura Plena em Letras/
Português Inglês
9
OBJETIVOS GERAIS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
● Assumir o papel principal da escola: educar, ensinar/aprender;
● Garantir a participação dos alunos no processo ensino aprendizagem,
valorizando o conhecimento que estes possuem da realidade;
● Valorizar o trabalho em equipe e os profissionais que trabalham na
instituição, através de atividades onde estes possam desenvolver e
mostrar sua criatividade em feiras, atividades culturais, reportagens em
jornal local e da própria escola;
● Efetivar o trabalho das instâncias colegiadas como Conselho Escolar,
APMF, Grêmio Estudantil;
● Desenvolver um trabalho fundamentado na gestão democrática da escola
pública.
● Garantir ao professor horas de estudo com a equipe pedagógica,
participação em cursos oferecidos no Município ou na SEED e ainda grupo
de estudos para troca de experiência, de ideias, estudo de texto com
educadores de renome para o aperfeiçoamento e entendimento do
processo ensino-aprendizagem.
MARCO SITUACIONAL
CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
A história de Balsa Nova vem da época dos tropeiros. Porém foi na década
10
de 30, quando o Paraná concentrava sua população na Capital, no litoral e nas
regiões de Ponta Grossa, Guarapuava e União da Vitória, que a instalação de uma
grande madeireira francesa chamada João Eugênio, iniciou o povoamento das
terras localizadas entre a Serra de São Luiz do Purunã e o Rio Iguaçu.
Até o ano de 1961 o município não existia e todos os atos administrativos e
políticos estavam concentrados em Campo Largo. O desmembramento ocorreu
em 04 de novembro daquele ano, tendo como data de comemoração o dia 25 de
janeiro, data da fundação do Município.
Em décadas de trabalho, nosso povo conquistou uma expressiva produção
agrícola como batata, cebola, feijão, soja e o milho tendo todos os anos a famosa
festa do Milho realizada próxima ao dia do aniversário da cidade, além da
instalação industrial de grande porte como a Cimento Itambé e a Corn’s Products
do Brasil além das Cerâmicas e Olarias.
De acordo com o IBGE, em 2007, a população total é de 10.639 habitantes,
distribuídos em uma área territorial de 397 km².
Com muitas riquezas em seu solo como argila, areia, calcário e caulim o
município apresenta ainda grande beleza natural que consolida uma tríplice
vocação para o desenvolvimento baseada na industrialização que está em
crescimento, a agricultura e o turismo contando com pousadas, trilhas,
cachoeiras etc. Condições facilitadas pela localização estratégica.
CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE
Por meio de um questionário com abordagem qualitativa exploratória foi
realizada uma pesquisa de campo com as famílias dos alunos do colégio na qual
obteve-se os dados que a seguir serão apresentados.
O alunado é formado por alunos da Comunidade de São Caetano, Jardim
Serrinha, Boqueirão, Nova Serrinha, Itaqui de Cima, São Luiz do Purunã, Bugre,
Rincão, Canhada, Faxina, Tamanduá e Witmarsum, sendo que 89% moram em
casa própria.
Em relação ao nível sócio-econômico e cultural, os pais dos alunos, em
grande maioria, possuem o Ensino Fundamental incompleto, ou seja, 74% dos
pais e 63% das mães, 11% dos pais e 17% das mães tem o Ensino Fundamental
Completo, 6% dos pais e 6% das mães tem o Ensino Médio Incompleto, 4% dos
11
pais e das mães tem o Ensino Médio Completo, 2% dos pais e 1% das mães tem
Ensino Superior Incompleto, 1% dos pais e 3% das mães tem Ensino Superior
Completo, 3% dos pais e 6% das mães são analfabetos.
Quanto à renda familiar, 55% possuem rendimento entre 01 e 03 salários
mínimos, 15% até 01 salário mínimo, 14 % de 03 a 05 salários mínimos, 7% estão
sem renda (desempregados), 6% sem renda fixa (autônomo) e 4% vivem com
mais de 05 salários mínimos.
Das mães a maioria é do lar, e as que trabalham fora exercem as seguintes
profissões: doméstica, auxiliar de serviços gerais, cozinheira, professora,
cabeleireira, operária, etc.
Dos pais, a maioria é pedreiro, motorista, auxiliar de operações, mecânico,
comerciante, autônomo, chacareiro, aposentado, lavrador, etc.
Infelizmente, há um alto índice de desemprego e de trabalho informal o que
acaba refletindo na falta de perspectiva de vida e de estímulo quanto ao futuro
profissional para os jovens da comunidade.
Em relação à formação religiosa, 82% são católicos, havendo ainda 16% de
evangélicos, 2% não possuem nenhuma religião. Apesar da maioria da
comunidade ter uma religião definida a falta de estrutura religiosa e familiar é
marcante, pois muitos alunos estão inseridos em famílias desestruturadas com
pais alheios ao desenvolvimento do discente, o que leva também a um alto índice
de educandos envolvidos precocemente com drogas e sexo.
A comunidade do colégio atualmente reflete a desigualdade social existente
na sociedade neoliberal, pois a maioria dos alunos provem de famílias de baixa
renda marcadas pelo difícil acesso cultural e tecnológico. Essas famílias residem
em lugares isolados, pois o colégio encontra-se localizado em área rural, dessa
forma, não possuem muitas opções de lazer, as quais se resumem nas
quermesses religiosas e jogos de futebol realizados na comunidade.
Em face dessa realidade, o colégio busca mostrar as possibilidades de
mudar essa situação por meio de ações educativas que visem o desenvolvimento
crítico-social que desencadeie ações concretas dentro dessa sociedade.
Possibilitando a integração do colégio e comunidade por meio de atividades extra
escolares.
Referente ao ensino aprendizagem de nossos alunos podemos concluir que
12
dos 423 (quatrocentos e vinte e três) alunos que chegaram ao fim de 2006
matriculados em nossa escola, 9,2% ficaram retidos na mesma série. O resultado
do ensino aprendizagem da nossa escola no ano de 2006 ficou assim definido:
ANÁLISE DOS DADOS ESTATÍSTICOS DO RENDIMENTO ESCOLAR
A seguir, os dados estatísticos referentes ao processo ensino-aprendizagem
no decorrer dos anos letivos de 2006, 2007 e 2008, obtidos por meio do relatório
final, do Ensino Fundamental(5ª a 8ª Séries) e Ensino Médio.
Porcentagem de aprovação, reprovação e evasão
2007
Séries 5ª. Série 6ª. Série 7ª. série 8ª. série
Aprovação 80,20 71,80 94,70 87,20
Reprovação 18,40 25,00 5,20 10,60
Evasão 1,30 3,10 0,00 2,10
Séries 1ª. Série 2ª. Série 3ª. série
Aprovação 65,80 86,00 80,80
Reprovação 24,00 10,10 4,40
Evasão 10,10 3,70 14,70
2008
Séries 5ª. Série 6ª. Série 7ª. série 8ª. série
Aprovação 81,70 86,70 88,60 81,20
Reprovação 14,60 12,00 11,30 12,50
Evasão 3,60 1,20 0,00 6,20
Séries 1ª. Série 2ª. Série 3ª. série
Aprovação 67,20 78,00 80,50
Reprovação 16,30 12,00 2,90
Evasão 16,30 10,00 16,40
2009
13
Séries 5ª. Série 6ª. Série 7ª. série 8ª. série
Aprovação 78,30% 86,60% 88,60% 85,10%
Reprovação 16,20% 10,60% 6,30% 3,70%
Evasão 5,40% 2,60% 5,00% 11,10%
Séries 1ª. Série 2ª. Série 3ª. série
Aprovação 62,30% 80,30% 85,40%
Reprovação 19,40% 5,80% 2,00%
Evasão 18,10% 13,70% 12,50%
Na identificação deste projeto, expressou-se o perfil da comunidade,
famílias de baixa renda, pouca escolaridade, desemprego e trabalho informal,
desestrutura familiar, baixa autoestima, gerando consequências negativas na
escolaridade dos educandos oriundos desta realidade.
O grande desafio da escola está em conscientizar os alunos e família para
que acreditem no estudo como possibilidade de emancipação da própria vida e
realidade em que estão inseridos, que considerem a educação como uma das
formas de manifestações da prática social, que atua no movimento da
transformação social e na tomada de consciência do coletivo, que promova o
desenvolvimento da democracia e da liberdade humana.
O colégio, promove a mediação entre o educando e os modelos sociais,
orienta-se pelas Diretrizes Curriculares Estaduais que são parâmetros para um
contexto específico, com intencionalidade, pois é, através do currículo que as
ideologias se concretizam com conteúdos que fortalecem a democratização do
saber e das relações, ou seja, a unidade escolar como um espaço de luta, é nela
que a realidade social poderá ser mudada atendendo à diversidade cultural para
que não se reproduza uma única maneira de ser, de pensar, tido como
hegemônica.
O colégio prioriza através do Plano de Trabalho Docente, realizado em cada
disciplina, um trabalho pedagógico curricular de qualidade, que atenda as
necessidades dos educandos, com metodologia diversificada, atendimento
individualizado para alunos com dificuldade, trabalho em grupo, utilização de
14
recursos tecnológicos, professor interagir com os alunos enfatizando os conteúdos
relevantes e oportunizar a obtenção de maior sucesso escolar, aumentando a
motivação dos alunos e minimizando a evasão e a repetência escolar.
Como alternativa ao enfrentamento dos desafios educacionais, o colégio
realiza palestras, pesquisas com a comunidade escolar, reuniões periódicas com
os pais para discutir melhorias, momentos descontraídos, etc. Também estamos
redirecionando os Conselhos de Classe, para que haja a participação de alunos e
pais. Incentivamos todos os profissionais da educação do colégio para participar
das capacitações de formação continuada e cursos ofertados pela Seed.
Contamos com a participação do Conselho Escolar nas tomadas de
decisões, com o Conselho Tutelar e a Patrulha Escolar.
Novas alternativas estão sendo estudadas para melhorias no processo,
conforme Legislação Vigente.
ESPAÇO FÍSICO E MATERIAL
Atualmente o colégio possui seis salas de aula, que são ocupadas nos
períodos da manhã, tarde e noite. A distribuição de turmas e horários foram
estabelecidas com base na procura das vagas em determinado horário e ainda
baseados na faixa etária dos alunos.
Segundo Zabalza a dimensão física:
“Refere-se ao aspecto material do ambiente e ao espaço físico ( a escola, a sala de aula e os espaços anexos) e suas condições estruturais ( dimensões, tipos de pisos, janelas etc). Também compreende os objetos de espaços ( materiais, mobiliários, elementos decorativos etc) e sua organização ( diferentes formas de distribuição do mobiliário e dos materiais dentro do espaço” ( 1998. P. 233).
Esta distribuição ficou estabelecida conforme o quadro abaixo:
Turno da manhã Turno da tarde Turno da noite
6ªA 5ªA 1ºB
7ªA 5ªB 2ºB
8ªA 5ªC 3ºB
1ºA 6ªB
2ºA 7ªB
3º A 8ªB
15
Além das salas de aula o estabelecimento possui:
● 1 laboratório de Ciências, Química e Física;
● 1 laboratório de informática;
● 1 sala de direção;
● 1 sala de equipe pedagógica;
● 1 sala de professores com 1 banheiro pequeno;
● 1 sala de secretaria;
● 1 biblioteca;
● 1 cozinha com dispensa;
● 1 banheiro feminino;
● 1 banheiro masculino;
● 1 almoxarifado;
● 1 quadra de esportes;
● 1 cancha de areia;
● 1 pátio coberto;
● 1 biblioteca;
● 1 sala de educação física.
Segundo Zabalza( 1998.p.133):
[...]será necessário criar divisões e espaços que rompam com a grandiosidade dos prédios e viabilizem, ao máximo, formas de relações personalizadas. E logicamente, será necessário ampliar este requisito às dimensões das equipes docentes.
Quanto aos recursos materiais, o colégio dispõe de recursos básicos no que
se refere ao acervo bibliográfico, materiais pedagógicos e esportivos, utensílios
de cozinha e mobiliário. No que se refere aos materiais de laboratório, a situação
está ótima, pois no ano passado foram adquiridos materiais novos suprindo as
necessidades imediatas.
16
A REALIDADE DA INSTITUIÇÃO
Ao analisar as vivências diárias do Colégio Estadual Juventude de Santo
Antonio, foi possível perceber que a realidade é permeada por uma tentativa da
prática da gestão democrática na escola pública, pois a realidade escolar é
apresentada ao reconhecer que:
(...) em suas forças e fraquezas, de maneira transparente; a compreensão dos movimentos educativos que se processam no seu interior; o estabelecimento das relações existentes entre o fazer pedagógico e as questões sociais mais amplas, bem como as relações de mútua interdependência são fatores determinantes a serem considerados na elaboração do Projeto Pedagógico e da Escola... (FERREIRA NETO 1996, p.21 in VEIGA 1998, p.24).
Assim, o papel primordial da escola na realidade em que se insere, é o de
ser um alicerce fundamental na busca do conhecimento fazendo com que ocorra
efetivamente o ensino-aprendizagem de forma significativa para a vida do
discente. Por isso, parte do conhecimento que o educando possui perante a
realidade para o conhecimento científico é academicamente elaborado.
A instituição escolar é um local de convívio social e de interação cultural
muito importante na educação, pois há uma diversidade étnica cultural capaz de
promover um aprendizado significativo para vida de nossos alunos.
Segundo Severino (2001.p.127-128):
“[...] a escola é o lugar do recrutamento do projeto coletivo e político da sociedade com os projetos pessoais e existenciais dos educadores. É ela que viabiliza a possibilidade de as ações pedagógicas dos educadores tornarem-se educacionais, na medida em que as impregna das finalidades políticas da cidadania que interessa aos educandos. Se, de um lado, a sociedade precisa da ação dos educadores para a concretização de seus fins, de outro, os educadores precisam do dimensionamento político do projeto social para que sua ação tenha real significação enquanto mediação da humanização dos educandos”.
Vemos e sentimos essa diversidade no convívio diário entre os professores,
alunos, direção, funcionários, equipe pedagógica e pais. O relacionamento em
nossa escola é o mais democrático possível, buscamos a interação de todos
dentro do processo ensino-aprendizagem e estamos em busca de um único
objetivo que é a formação do nosso aluno de maneira integral.
Os pais possuem ampla abertura com a escola, também os professores com
17
a direção e com a equipe pedagógica. Em relação aos alunos, procuramos ouvir
suas reivindicações, estudar e discuti-las para chegar a um consenso.
Os pais participam de reuniões semestrais e ainda são convocados quando
necessário para tratarem de assuntos relativos ao ensino-aprendizagem de seus
filhos. Porém encontramos alguns problemas relacionados a “falta de tempo” dos
pais para virem à escola; o que faz com que muitas vezes os pais só compareçam
na escola em último caso.
Segundo Dourado Apud Ferreira, 2000.p.155):
“[...] processo de construção de uma nova cultura no cotidiano escolar, como expressão de um projeto coletivo que envolve as comunidades local e escolar.(...) professores, diretores, supervisores, coordenadores, orientadores educacionais, alunos, pais de alunos e funcionários devem vivenciar e problematizar a gestão da escola, visando democratizá-la. Essa compreensão traz implicações efetivas no que se refere à lógica de distribuição do poder e do partilhamento das decisões na escola”.
Alguns pais não se interessam pelos estudos dos filhos, nem sequer
olhando a agenda que vem sendo um grande meio de comunicação entre os pais
e a escola.
Atualmente a escola está exercendo funções assistencialistas, em
decorrência da exclusão social e da desestrutura familiar, pois muitas vezes os
educandos buscam na escola a base que deveria vir da família.
O que julgamos ser prioritário em nosso colégio é a formação de indivíduos
críticos e participativos, comprometidos com a vida escolar e social, com
melhores perspectivas de vida, preparados para enfrentar os desafios da
sociedade.
Dessa forma, a instituição procura desenvolver um trabalho coletivo
continuamente tendo um objetivo em comum; estar aberto a mudanças, para
então, superar as dificuldades apresentadas pela prática pedagógica. Que são as
de diminuir cada vez mais os índices de evasão e reprovação escolar.
MARCO CONCEITUAL
O Colégio através de suas ações norteadoras, visa uma condição de
igualdade buscando a superação de uma realidade contraditória de classes
sociais com interesses divergentes, devemos pensar em uma escola única para
18
todos, centrando nossos esforços no sentido de ampliar a forma de reapropriação
do saber historicamente acumulado de uma grande parte da população, onde o
conhecimento seja percebido como resultado do trabalho realizado pelo homem
no sentido de satisfazer suas necessidades de sobrevivência.
CONCEPÇÂO DE SOCIEDADE
Num país de contrastes como o nosso, onde convivem grandes
desigualdades econômicas, sociais e culturais devemos ter clareza da função
social de nossa escola e do homem que queremos formar, pois isto é fundamental
para que realizemos uma prática pedagógica competente e socialmente
comprometida.
Segundo Libâneo (2000p.187)
As transformações socais,políticas,econômicas e culturais do mundo contemporâneo afetam os sistemas educacionais e os de ensino[...].A educação mormente a escolar, precisa reciclar -se para assumir seu papel neste contexto como agente de mudanças geradora de conhecimento, formadora de sujeitos capacitados a intervir e atuar na sociedade de forma critica e criativa.
Como local privilegiado de trabalho com o conhecimento, temos grande
responsabilidade nessa formação, recebemos crianças e jovens por um certo
número de horas, todos os dias, durante anos de suas vidas, possibilitando-lhes
construir saberes indispensáveis para a sua inserção social.
Nesse sentido, poderemos contribuir no processo de inserção social das
novas gerações, oferecendo instrumentos de compreensão da realidade local e,
também favorecendo a participação dos educandos em relações sociais
diversificadas e cada vez mais amplas. A vida escolar possibilita exercer
diferentes papéis, em grupos variados, facilitando a integração dos jovens no
contexto maior.
Segundo Libâneo (2000, p.192)
A escola deve continuar investigando na ajuda aos alunos a se tornarem críticos , a se engajarem na luta pela justiça social a entender o papel que devem desempenhar, como cidadãos críticos, na mudança da realidade em que vivem e no processo de desenvolvimento nacional,e que a escola os capacite a desempenhar este papel.
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Nessa perspectiva, os alunos não podem ser tratados apenas como
“cidadãos em formação”. Elas já fazem parte do corpo social e, por isso, devem
ser estimuladas a exercitar sua condição de cidadania, desenvolvendo
expectativas e projetos em relação ao conjunto da sociedade " Cidadania hoje
significa "dirigir ou controlar aqueles que dirigem"; para isso o aluno precisa ter as
condições básicas para situar-se competente e criticamente no sistema produtivo
(2000,p.192)
É preciso que tragamos para dentro de nosso espaço o mundo real, do qual
esses alunos e seus professores fazem parte. A escola não pode fazer de conta
que o mundo é harmonioso, que não existe violência, porque tudo isto está
presente e traz consequências para o momento em que vivemos e para os
momentos futuros.
CONCEPÇÂO DE PROFESSOR
O professor é responsável pelo processo de ensino, explicação dos
conteúdos, orientação das atividades, avaliação da aprendizagem.
Para Libâneo (2004) o corpo docente é uma atividade intencional , planeja
consciente ,visando atingir objetivos de aprendizagem, por isso precisa ser
estruturado e organizado, ele coloca ainda que cabe ao corpo docente: modificar
a ideia de uma escola e de uma pratica pluridisciplinar para uma escola de uma
pratica interdisciplinar. conhecer estratégias de ensinar e pensar, ensinar e
aprender. Assumir o trabalho de sala de aula como um processo comunicativo e
desenvolver capacidades comunicativas. Reconhecer o impacto das novas
tecnologias de informação e comunicação. Atender à diversidade cultural e
respeitar as diferenças no contexto da escola e da sala. Investir na atualização
científica, técnica e cultural, como ingredientes do processo de formação
continuada desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos em
relação aos valores e atitudes para a vida, ao ambiente , as relações humanas, a
si próprio .
Os professores estão em busca de uma melhor qualidade de ensino e
procuram fazer de sua prática educativa uma reflexão em torno dos conteúdos a
serem trabalhados e que foram definidos anteriormente, evitando assim que haja
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distância entre a prática e o discurso.
Segundo BONETTI (2000):
“A formação de professores é concebida como um dos componentes de mudança da escola, em conexão estreita com outros setores e áreas de intervenção. A formação não se faz antes da mudança, faz-se durante traduz-se nesse esforço de inovação e de procura dos melhores percursos para a transformação da escola”.
CONCEPÇÂO DE ESCOLA
Para LIBÂNEO (2001):
"A educação, enquanto escola atividade internacionalizada, é uma prática social cunhada como influencia do meio social sobre o desenvolvimento dos indivíduos na sua relação ativa com meio natural e social, tendo em vista, precisamente, potencializar essa atividade humana para torná-la mais rica, mais produtiva, mais eficaz diante das tarefas da práxis social postas num dado sistema de relações sociais”
A inclusão é necessária e é preciso, portanto, promover a identidade
cultural do aluno, inserindo-o no mundo em que vive, para que assim ele possa
ver e pensar a realidade como um todo, com um certo distanciamento, de forma
autônoma, única possibilidade de transformá-la.
No decorrer de sua história, o Brasil tem buscado se tornar uma sociedade
que reconhece e respeita a diversidade. Dessa forma é dever da escola garantir o
acesso e a permanência de todas as crianças, jovens e adultos com necessidades
educacionais especiais no sistema regular de ensino. A Escola tem obrigação de
garantir aos alunos com necessidades especiais seu espaço e oportunidade; a
construção de um sistema educacional inclusivo exige a participação efetiva da
comunidade escolar.
“Inclusão é o privilégio de viver com as diferenças, é para o estudante com
deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os
superdotados, para todas as minorias e para os que são discriminados por
qualquer outro motivo.”
Maria Mantoan (Revista Nova Escola. Maio.2005. p.24).
Na elaboração do Projeto Político Pedagógico, o Colégio respeitou a
diversidade considerando que existem pessoas com diferentes necessidades,
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habilidades, origens e culturas. Encaramos assim a inclusão de uma forma mais
ampla, entendendo que cada aluno, portador ou não de necessidades especiais
tem diferenças de aprendizagem e comportamento que devem ser levadas em
consideração.
O Colégio além da aceitação por parte de todos, deve estar preparado com
seu espaço físico para receber os portadores de necessidades especiais,
garantindo a eles o direito de ir e vir, de frequentar todas as aulas nos diversos
ambientes que esta oferece ao alunado.
Vemos a educação inclusiva como um movimento que compreende a
educação como um direito humano fundamental, a base para formação de uma
sociedade mais justa.
“Na escola inclusiva professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina: respeitar as diferenças.” Maria Mantoan (Revista Nova Escola. Maio 2005. p.24)
A escola precisa ser o reflexo da vida do lado de fora, o grande ganho da
inclusão é poder viver a experiência da diferença. A inclusão possibilita aos que
são discriminados o direito de ocupar os seus espaços na sociedade. Se a inclusão
não acontecer, essas pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida
cidadã pela metade.
“O conhecimento é algo sempre em construção, jamais definitivo: seu ponto de partida é o viver, o experimentar, seu processo é o refletir sobre o vivido em todas as suas dimensões e articulações. O próprio conhecimento universal acumulado ao longo da história resulta da reflexão crítica e criativa sobre a natureza, a existência e a prática social humana. Há uma unidade dialética entre o experimentar, o agir e o conhecer.” (ARRUDA, 1986. p.14.).
CONCEPÇÂO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
O ensino aprendizagem busca favorecer o desenvolvimento do
pensamento, este objeto de trabalho do professor, o qual deve estar diretamente
relacionado aos conteúdos sistematizados e construídos historicamente. Essa
relação se efetiva quando as experiências do alunado são consideradas para
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favorecer o processo de aprendizagem, pois ocorre aprendizagem quando se
percebe a funcionalidade destes novos conhecimentos construídos para os
diferentes contextos existentes.
“É preciso considerar desde os primeiros momentos, que uma sala de aula tem experiências diversificadas, contextos familiares diferentes. É conveniente conhecer a diversidade respeitando-as, para ajustar as realidades com os interesses de professores e de alunos”. ( BASEADAS, 1999. p.138).
Para a efetivação de uma aprendizagem significativa se faz necessário
considerar a realidade, relacionando-a com os conteúdos propostos pela escola
para que haja uma aprendizagem contextualizada e funcional.
A ação ensino-aprendizagem deve subsidiar uma formação global do
indivíduo em qualquer nível de ensino, possibilitando o sucesso no processo de
construção do conhecimento e consequentemente dar condições ao educando de
ser um cidadão responsável por suas ações e atuante como agente transformador
da sociedade, sob essa ótica, esse educando terá uma visão de mundo construída
a partir dos conhecimentos adquiridos no interior da escola.
A avaliação se faz presente na vida de todos nós que de alguma forma
estamos comprometidos com atos e práticas educativas.
A avaliação é um recurso pedagógico útil e necessário para auxiliar os
educadores e os educandos na busca e na construção de si mesmo e do seu
melhor modo de ser na vida. Ela deve ser inclusiva, dinâmica e construtiva;
precisa deixar de ser a tirana da prática educativa.
O professor que avalia o aluno continuamente, passando tarefas menores,
gradativas e sequenciais estará verificando com maior clareza a aprendizagem do
aluno. A avaliação deve ocorrer em vários momentos e de diferentes formas
contribuindo assim para que os alunos se tornem ativos e críticos.
O objetivo da avaliação não deve ser o de testar simplesmente o aluno e
sim o de realizar um diagnóstico para detectar deficiências no aprendizado e
trabalhar esses pontos novamente.
“Respeitar a autonomia do educando equivale ao respeito que o professor tem por si mesmo. Não se deve jamais esquecer de que quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. (FREIRE, 1999, p.80).
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A avaliação educacional escolar como reafirma Luckesi é um meio e não um
fim em si mesmo. Desta forma vemos que nossa proposta de avaliação vai de
encontro a esse pensamento, pois pensamos que a avaliação não se dá em um
vazio conceitual, mas mostra as concepções de mundo e de educação que
queremos concretizar.
A prática avaliativa deve ser transformadora, preocupando-se mais com o
objetivo maior que se tem que é a transformação social. Deve ter como função
primordial auxiliar o professor no reconhecimento dos caminhos já percorridos e
na identificação dos caminhos a serem perseguidos.
“A escola hoje, não pode viver isolada, achando que todos cumprem o seu papel. A escola antes é o espaço problematizador, criador, mediador. Ela está mais próxima da que estabelece com parceira, dividindo responsabilidade.” (PAIVA,2002. p.09)
Permitir que a sociedade exerça seu direito à informação e a participação
deve fazer parte dos objetivos de um governo que se comprometa com a
solidificação da democracia. Democratizar a gestão da educação requer
fundamentalmente que a sociedade possa participar do processo de formulação e
avaliação da política de educação e na fiscalização de sua execução, através de
mecanismos institucionais.
Para Libâneo (2004, p.322) "A gestão é , pois, a atividade pela qual são
mobilizados meios e procedimentos para atingir os objetivos da organização,
envolvendo basicamente,os aspectos gerenciais e técnicos- administrativos"
É necessário que os mecanismos de democratização da gestão alcancem
todos os níveis e instâncias, pois como o direito à informação e a participação
aparecem como secundários para muitos governos, a sociedade perde sua força
na luta pelo seu direito à educação de boa qualidade.
Essa democratização permite que os setores interessados participem da
elaboração do Projeto Político Pedagógico e dessa forma são gerados ganhos em
qualidade nas decisões, pois estas podem refletir a pluralidade de interesses e
visões que existem. Assim as ações empreendidas passam a um patamar de
legitimidade mais elevado e consequentemente a sociedade passa, a saber,
colocar em prática sua cidadania de forma consciente, intervindo na realidade
cruel em que vivemos, e assim transformando-a.
24
CONCEPÇÂO DE GESTÂO DEMOCRÁTICA
A gestão democrática deve garantir a eleição de diretores pela comunidade
escolar, a construção coletiva e a implementação do Projeto Político Pedagógico, a
livre criação de Grêmios Estudantis, a implementação do Conselho Escolar, da
APMF, estabelece espaço e tempo para a discussão da política-pedagógica na
escola, elaborar e implementar projetos que enfoquem a formação integral do
aluno-cidadão e são elementos indispensáveis ao bom exercício da cidadania e
democracia na escola.
“O mundo não é. O mundo está sendo. (....) Não sou apenas objeto da História, mas sujeito igualmente. (...) caminho para a inserção que implica decisão, escolha, intervenção na realidade...” (FREIRE. 2001. p.27)
O compartilhamento do poder, por parte de todos os integrantes da
comunidade escolar é o fato novo no ambiente da escola, e exige, portanto
pessoal melhor capacitado para tomar decisões, gerir recursos, mobilizar a
comunidade inovar.
A escola como organização aprendente e qualificante necessita, portanto:
visão partilhada do caminho que quer percorrer, refletir sistemática e
cooperativamente sobre as implicações e as consequências da concretização
dessa visão, a escola precisa ter um projeto que conte com o empenho de cada
um para a realização do que é comum a todos.
Na questão democrática a organização escolar aprendente vive o
movimento de ir e vir continuamente; desenvolvendo ações, refletindo sobre
essas ações e ainda retomando-as quando necessário for. Nesta gestão destaca-
se o papel do diretor como gestor ,que organiza,dirige,toma decisões, organiza
sua equipe dá condições para os diferentes papeis se efetivarem e atingirem os
objetivos ,buscando a qualidade no ensino.
Para Sander (2002) "O diretor é menos administrador e mais governante.
Todas as práticas implicam em repensar o papel do dirigente como protagonista
pedagógico, organizacional e político da instituição educacional"
O desafio dos diretores é redimensionar a forma de administrar a escola a
partir da ação democrática, descentralizando o poder nas decisões e a
comunidade passe a ser um referencial em todo o processo escolar.
25
CONCEPÇÂO PEDAGOGICA
O setor pedagógico da instituição tem como atribuição o relacionamento
pedagógico-curricular. Cuida do atendimento e do acompanhamento individual
dos alunos, das dificuldades escolares de relacionamento, visando o
desenvolvimento integral dos mesmos.
A escola deve proporcionar ao aluno condições para compreender a
realidade de que faz parte, situar-se nela, interpretá-la e contribuir para sua
transformação, ou seja, dar condições de cada indivíduo formar-se integralmente
e crescer com livre expressão de pensamento, responsável, que tenha facilidade
de adaptação na sociedade, pronto a solucionar problemas que possam aparecer
no decorrer de sua vida, buscando a auto-realização e o bem comum,
solidificando o homem novo, justo, dinâmico, compromissado com seus ideais de
democracia e liberdade.
Como escola devemos responder pelo acesso ao conhecimento que se
considera necessário à inserção social, para que mais jovens se apropriem das
conquistas das gerações precedentes e se preparem para novas conquistas.
Fazemos isso através da seleção e organização de situações planejadas
especialmente para promover a aprendizagem dos conteúdos que são
culturalmente valorizados pela sociedade em que nos inserimos.
Para expressar ideias, sentimentos, conceitos, é necessário que o aluno se
sinta parte de um grupo que respeita e valoriza cada um de seus membros. Nesse
ambiente, o professor não é mais o único dono da palavra que é de todo o grupo.
As vivências, histórias e experiências de cada um são enriquecidas na troca com
outro, na descoberta comum de novos horizontes.
O professor no desenvolver de sua prática pedagógica deve reconhecer que
a realidade não deve ser vista de forma fragmentada ou simplificada, mas
complexa e dinâmica, vendo a sociedade e os homens interligados num processo
contínuo de transformação social.
A ação metodológica deve partir de uma problematização possibilitando a
construção do conhecimento relacionado com a realidade vivida.
26
CONCEPÇÃO CURRICULAR
A proposta pedagógica traduz-se num esforço de adaptar o currículo às
características de seus alunos e de seu ambiente sócio-econômico recorrendo,
entre outros recursos, à interdisciplinaridade e à contextualização com recursos
para atingir os objetivos. Estas serão utilizadas para reorganizar a experiência
acumulada por professores e outros profissionais da educação que trabalham na
escola, de modo que os leve a rever sua prática sobre o que e como ensinar seus
alunos.
É essencial um aprofundamento nos fundamentos teórico-metodológicos,
numa relação direta com a realidade da escola, do seu entorno e da análise
estrutural e conjuntural da sociedade para as mudanças vislumbradas.
O currículo escolar, deve ser o reflexo da produção humana construída no
coletivo da escola, de forma intencional, com clareza da função precípua e
específica da escola, na transmissão, apropriação e socialização do
conhecimento, no espaço institucional que se constitui a escola e lhe confere
sentido social no processo de transformação.
A partir das Diretrizes Curriculares Estadual, os conhecimentos científicos,
os conteúdos escolares, os saberes trabalhados, as técnicas, os meios, os
métodos de trabalho docente e discente e as diferentes formas que a escola tem
proposto para o enfrentamento dos problemas sociais, econômico, políticos e
culturais que se apresentam para a escola, tem sido o instrumento de
emancipação dos alunos e também evidenciando a função social da escola em
resposta ao que desejamos: uma sociedade justa, humana e igualitária.
A consciência dos sujeitos se dá pela práxis – condição unitária de
compreensão da realidade, em uma perspectiva de totalidade que significa:
realidade estruturada, dialética.
Segundo Frigotto (1993), a produção do conhecimento e sua socialização
para determinados grupos ou classes não é alheio ao conjunto de práticas e
relações que produzem num determinado tempo ou espaço. Isto quer dizer que
ao se abordar o conteúdo da disciplina- recorte histórico, político e cultural do
conhecimento ( que por sua vez já trouxe consigo uma intencionalidade) é preciso
analisá-lo em suas múltiplas determinações. Mesmo delimitado, o conhecimento
não perde o tecido da totalidade.
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É na categoria totalidade – condição de compreensão do conhecimento nas
suas determinações que se as questões sociais, ambientais, econômicas, políticas
e culturais podem e devem ser tratadas. Nesta perspectiva, os “desafios
educacionais “no currículo devem pressupor ser parte desta totalidade. Portanto
eles não podem se impor à disciplina numa relação artificial e arbitrária, devem
ser “chamados “pelo conteúdo da disciplina em seu contexto e não o contrário
transversalizando-o ou secundarizando-o (SEED/PR, 2003).
A organização curricular está pautada no trabalho do professor em sala de
aula, contempladas no PTD (Plano de Trabalho Docente), estabelecendo
conteúdos estruturantes e específicos, metodologia apropriada, com critérios e
instrumentos de avaliações, identificando recursos e estabelecendo interações
sobre o que e como ensinar, criando condições de desenvolvimento objetivo e
subjetivo.
CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação é um processo dinâmico, de tomada de decisões para mudar o
que é necessário e direcionar a ação. Ocorre durante o processo de ensino e
aprendizagem, tem função diagnóstica e deve estar comprometida com uma
proposta pedagógica histórico-crítica progressista.
Para que a avaliação se constitua num processo contínuo, diagnóstico e
sistemático, é condição básica que em todas as atividades realizadas, o professor
e o aluno tenham conhecimento dos resultados. Deve respaldar-se em múltiplos
mecanismos, tais como a observação sistemática do professor em sala de aula,
instrumentos e técnicas diversas, sempre a partir de critérios previamente
definidos, levando-se em conta os objetivos pretendidos no início de um período
de trabalho.
A avaliação deve ser composta por um conjunto de ações que englobam
desde provas e tarefas até um profundo envolvimento em todas as atividades de
sala de aula, possibilitando assim a construção do perfil de cada aluno e a
caracterização de seu desenvolvimento no processo de aprendizagem.
Esse conjunto de ações, efetivado de maneira concreta, organizada e
planejada, torna-se fácil de ser interpretado e entendido, não apenas pelo
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professor, mas também pelo aluno, que pode perceber mais concretamente, o
que tem feito e passa a assumir maior responsabilidade pela sua própria
aprendizagem. O professor, neste contexto, não só tem uma ideia mais clara do
processo de aprendizagem e do desenvolvimento do aluno, como também tem a
oportunidade de avaliar seus materiais, conceitos, métodos e o próprio
desempenho. Em outras palavras, essa proposta não tem apenas a vantagem de
poder avaliar o aluno através de fontes e perspectivas diferentes, que se
completam e minimizam as chances de erros, como também permite que a
avaliação seja exercida em sua função educativa mais ampla, cumprindo não
apenas a função de avaliação do aluno, mas de fonte de informação para que os
professores, a escola, o aluno possam rever todo o processo.
Propomos que a avaliação do aproveitamento escolar seja praticada como
uma atribuição de qualidade aos resultados da aprendizagem dos educandos,
tendo por base seus aspectos essenciais e, como objetivo final, uma tomada de
decisão que direcione o aprendizado e, consequentemente, o desenvolvimento do
educando. Assim, o objetivo primeiro da aferição do aproveitamento não será a
aprovação ou reprovação, mas o direcionamento da aprendizagem e sua
consequente efetivação.
Dentro desse processo as avaliações serão contínuas, permanentes e
somatórias, vários instrumentos serão utilizados, como por exemplo: provas,
trabalhos, trabalhos em grupo, trabalhos individuais, pesquisas, relatórios,
resenhas, dependendo da realidade de cada disciplina. Serão expressas em
notas trimestrais de 0,0 a 10, 0, sendo a nota mínima para aprovação 6,0.
Os alunos serão promovidos com base nos resultados das avaliações e em
suas frequências, que deverá ser igual ou superior a 75% do total de carga
horária anual, a média anual deverá ser igual ou superior a 6,0.
A recuperação paralela é um dos aspectos da aprendizagem no seu
desenvolvimento contínuo, pelo qual o aluno, com aproveitamento insuficiente,
dispõe de condições que lhe possibilite a apropriação de conteúdos não
apreendidos ou compreendidos.
Os professores aplicarão a recuperação dos conteúdos, imediatamente após
a constatação das dificuldades apresentadas pelos alunos. A recuperação de
notas será feita utilizando instrumentos diversificados, os quais subsidiarão a
29
identificação de que houve realmente a recuperação dos conteúdos não
atingidos, sendo obrigatória para os alunos que atingirem aproveitamento inferior
a 60% do valor da avaliação.
Não haverá promoção parcial (DEL 09/01). A classificação será realizada por
promoção, por transferência e mediante uma avaliação definindo o grau de
desenvolvimento do candidato. Essa classificação terá caráter pedagógico, estará
centrada na aprendizagem e baseada numa avaliação diagnóstica, documentada
pelo professor e equipe pedagógica.
O Conselho de Classe, sendo um órgão colegiado e de natureza consultiva e
deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, tem por objetivo avaliar o
processo ensino aprendizagem e os procedimentos adequados a cada caso. Sua
finalidade é:
a) Estudar e interpretar os dados da aprendizagem na sua relação com o
trabalho do professor na direção do processo ensino-aprendizagem, proposto no
plano–curricular;
b) Acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem
como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor;
c) Analisar os resultados da aprendizagem na relação dos conteúdos e o
encaminhamento metodológico e o processo de avaliação;
d) utilizar procedimentos que assegurem a comparação com parâmetros
indicados pelos conteúdos necessários de ensino evitando a comparação de
alunos entre si.
A presidência do Conselho de Classe está a cargo do diretor que em sua
falta ou impedimento, será substituído pelo Pedagogo, contará ainda com a
presença do vice-diretor, e professores; reunir-se-á ordinariamente a cada
trimestre, em data prevista no Calendário Escolar, e extraordinariamente, sempre
que um fato relevante assim o exigir.
MARCO OPERACIONAL
A prática administrativa e pedagógica, as formas de convivência no ambiente
escolar, a organização do Currículo e das situações de aprendizagem, os
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procedimentos de avaliação, serão coerentes com os valores estéticos, políticos e
éticos que inspiram a Constituição e a Lei de Diretrizes e Bases nº9394/96, e
fundamentam o trabalho escolar realizado neste Estabelecimento de Ensino..
O funcionamento da Associação de Pais, Mestres e Funcionários (A.P.M.F.) é
fundamental para a integração família – escola – comunidade.
Representa os reais interesses da comunidade escolar, contribuindo para a
melhoria da qualidade do ensino, visando sempre uma escola pública gratuita e
universal. A Associação de Pais, Mestres e Funcionários (A.P.M.F.) do nosso
Colégio é eleita por voto direto.
O mandato da Associação de Pais, Mestres e Funcionários (A.P.M.F.) é de
três anos, sendo possível a recondução por mais três anos.
Com relação ao Conselho de Classe, o projeto da escola está pautado na
discussão acerca da integralidade da aprendizagem, na reflexão e na perspectiva
de possíveis mudanças para efetividade de sucesso no processo.
É assim que Libâneo (2004.p.342-343) define Conselho de Classe:
“[...] órgão de natureza deliberativa acerca da avaliação discente, resolvendo quanto a ações preventivas e corretivas sobre o rendimento dos alunos, sobre o comportamento deles, sobre promoções e reprovações e sobre outras medidas concernentes à melhoria da qualidade da oferta dos serviços educacionais e ao melhor desempenho escolar do alunado”.
O Conselho Escolar é um órgão colegiado que representa a comunidade
escolar de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a
organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição
escolar.
Conforme Vasconcellos (2002) o conselho de classe representa uma das
mais avançadas formas de participação efetiva na instituição,envolvendo a
comunidade, alunos, funcionários, professores e equipe diretiva.
O autor coloca também que não se deve excluir a comunidade,uma vez
que no conselho da escola está se discutindo temas relevantes como o currículo
da escola , e a forma da prática pedagógica. O conselho de classe se resume em
dialogo de decisões de resgate na busca do bem comum de todos no âmbito da
escola e de suas relações.
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O Conselho Escolar é concebido enquanto um instrumento de gestão
colegiada e de participação da comunidade escolar, constituindo-se como órgão
máximo de direção do Estabelecimento de Ensino.
Os representantes do Conselho Escolar são escolhidos mediante processo
eletivo de cada segmento escolar, garantindo dessa forma a representatividade
de todos os níveis e modalidades de ensino. Cada membro eleito terá um
suplente.
Destes representantes, 50% serão de profissionais da escola e 50 % de
representantes da comunidade escolar. O mandato é de dois anos, admitindo-se
uma única re-eleição consecutiva.
Entendemos que toda representação estudantil deve ser estimulada, pois
dessa forma estamos democratizando a escola e ainda desenvolvendo a gestão
colegiada.
O Grêmio tem o papel na formação e no desenvolvimento educacional,
cultural e esportivo, organizando diversas atividades culturais, esportivas e
educacionais. A eleição acontecerá pelo voto direto em horário normal de
funcionamento de cada turno. O mandato da Diretoria do Grêmio será de um ano a partir
da data de posse.
PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA
Buscando a atualização dos professores de educação, os programas de
capacitação têm como objetivo repensar a metodologia de cada profissional para
que este encontre novas situações que inovem seu processo de atuação
profissional.
Para isso a escola se propõe a desenvolver algumas propostas:
Oportunizar situações de troca de experiências entre os professores com a
finalidade de tomadas de decisões oriundas do grupo e aplicação de novas
metodologias promovendo uma aprendizagem mais qualificada.
Aproximar a família/comunidade ao cotidiano escolar através de palestras,
confraternização e eventos.
Veicular textos para que o professor tenha um aprofundamento teórico
sobre os diversos temas para que haja reflexão e renovação dos profissionais.
Formação Continuada, promovida pela SEED.
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Eventos e cursos de capacitação promovidos pela SEED.
PLANO DE AÇÃO DA DIREÇÃO
ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual Juventude de Santo Antonio
MUNICÍPIO: Balsa Nova
NÚCLEO: Área Metropolitana Sul
DIRETOR: Joanin Stroparo Neto
VICE DIRETORA: Mirian Apª Oliveira
Objetivos gerais
Promover oportunidades para que os educandos sintam-se participantes
ativos de um grupo inserido no contexto social, onde a apropriação do
conhecimento os transforma em cidadãos autônomos participativos e
responsáveis.
Favorecer a participação da comunidade escolar no exercício da cidadania
no desenvolvimento de expectativas, projetos que respondam aos anseios da
comunidade, seja nas manifestações culturais, sociais ou nas formas de
sobrevivência e valores.
Garantir o acesso ao conhecimento científico, como instrumento próprio
para o exercício da cidadania.
Dinamizar práticas pedagógicas que permitam um processo contínuo de
transformação social.
AÇÕES
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ESTRATÉGIAS CRONOGRAMA
01
Promover junto a equipe
colegiada um plano curricular
que garanta uma
aprendizagem que leve o
educando ao
desenvolvimento pleno de
suas potencialidades.
Proposta curricular do
PPP.
Março de 2009.
33
02
Realizar um plano anual com
a participação do conselho
escolar para responder as
expectativas e anseios dos
vários segmentos da
comunidade escolar.
Participação do conselho
escolar na organização
do plano anual.
Março de 2009.
03
Definir no calendário escolar
programas de enriquecimento
curricular para alunos, pais,
professores.
Passeios Educativos.
Oficinas de Disciplinas.
Palestras.
Semana Cultural.
2009, 2010, 2011.
04
Otimizar o processo de
escolha dos representantes
do Grêmio Escolar, com
processo efetivação de
participação democrática.
Formação de chapas.
Seguir normas legais do
estatuto.
Eleição.
Vencimento do
mandato do grêmio
atual.
05
Possibilitar condições para o
funcionamento efetivo do
laboratório de Química, Física,
Ciências e do laboratório de
informática.
Instalação dos novos
equipamentos.
Aquisição de materiais
complementares.
2009, 2010, 2011.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ESTRATÉGIAS CRONOGRAMA
06
Desenvolver projeto de
incentivo à pesquisa,
instigando propostas
inovadoras de transformação
da realidade.
Pesquisas com utilização
da Biblioteca e Internet.
2009, 2010, 2011.
Realizar ampliações que
melhorem a estrutura física
do colégio, oferecendo
Cobertura da Cancha,
Construção de Sala de
aula ao ar livre, Pintura
Conforme poder
aquisitivo da APMF,
Parcerias com o
34
07melhores condições aos seus
usuários.
nova, Instalação de
corrimões nas escadas e
instalação de mais
extintores de incêndio
Reforma da cancha de
areia.
Governo do Estado
e Município, Verbas
Federais e
Estaduais.
08
Planejar momentos de
entretenimento, lazer para a
comunidade escolar.
Gincana
Campeonatos Esportivos
(Futebol, Xadrez).
2009, 2010, 2011.
09
Adotar entre os profissionais
uma postura profissional
padrão, de unidade filosófica
e princípios educacionais.
Favorecer a motivação.
Unidade de pensamento
e procedimentos.
Dinâmicas de grupo que
favoreçam
relacionamento
interpessoal.
Conhecimento e
aplicação dos princípios
educacionais do PPP.
Cotidianamente.
10
Otimizar o corpo docente a
descobrir novas formas de
elevar o nível de
aprendizagem dos alunos
reduzindo a reprovação e a
evasão escolar.
Grupos de Estudo
Debates
Tomada de decisões
para solucionar
problemas de alunos em
situação de risco.
Trimestral.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ESTRATÉGIAS CRONOGRAMA
11
Possibilitar condições para o
funcionamento efetivo da
Biblioteca.
Informatizar totalmente
a Biblioteca.
Março de 2009.
35
12
Estágio voluntário para alunos
no Laboratório de informática.
Aplicação de teste de
conhecimento específico
e ter boas notas.
Trimestral.
13
Fundar uma Banda musical. Promover encontros com
alunos que possuem
domínio de algum
instrumento musical.
2009, 2010, 2011.
14
Avaliar o plano de ação do
Diretor, periodicamente
envolvendo a participação
dos segmentos da
comunidade escolar
(Conselho Escolar).
Discutir no grupo, a
concretização do
objetivo que foram
proposto no plano.
Trimestral.
15Avaliar o processo de
execução do plano anual
desenvolvido pela escola.
Questionário.
Comunidade Escolar.
Final de Cada ano
letivo.
AVALIAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO
No final de cada ano letivo, convocar o Conselho Escolar, a APMF, o Grêmio
Estudantil, os professores e os funcionários, para uma avaliação do plano de ação
do diretor, os representantes dos vários segmentos, deverão estar de posse do
plano e acompanhar o trabalho pelos objetivos propostos e o cronograma
estabelecido.
O diretor deverá apresentar um relatório das atividades realizadas e os
resultados obtidos de acordo com o que foi previsto no plano. Deverá ainda
apresentar as dificuldades encontradas para a realização desse plano de ação.
Após a avaliação crítica, o grupo dos representantes deverá junto apontar
sugestões, tomar decisões e deliberar sobre os novos direcionamentos que serão
36
dados ao trabalho, uma vez que o compromisso democrático é responsabilidade
de todos os envolvidos no processo de desenvolvimento do plano de ação do
diretor e do PPP (Projeto Político Pedagógico).
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO
A escola que queremos busca a aprendizagem real do aluno, levando em
conta sua realidade, através do ensino-aprendizagem, sua interação com a
comunidade e ainda seu crescimento individual e educacional.
Os profissionais da escola têm buscado seu aprimoramento para oferecer
uma educação de qualidade aos educandos, objetivando o desenvolvimento
integral dos mesmos.
A comunidade escolar participa ativamente da escola através da APMF e do
Conselho Escolar, procurando trocar ideias em busca de soluções para melhorar
cada vez mais a qualidade de ensino.
Os educandos participam da escola através do Grêmio Estudantil, de suas
atividades esportivas, culturais e sociais.
Garantir o acesso e a permanência do seu alunado na escola com um
ensino de qualidade é uma busca constante.
O Projeto Político Pedagógico é o eixo norteador da escola e que através da
sua discussão, elaboração, aplicação e implementação do ensino aprendizagem
terá seus objetivos alcançados.
Outro ponto importante nestas discussões é a reflexão constante do que
está sendo é implementado no processo de ensino e de aprendizagem o qual
pode constantemente ser avaliado e re-estruturado se preciso for.
A avaliação é instrumento que mostrará o desempenho do professor em
relação aos alunos e dos alunos em relação ao professor. É através do resultado
que o professor terá condições de se auto-avaliar e aperfeiçoar o processo de
aprendizagem em relação aos alunos e assim rever sua prática.
A avaliação deverá ser feita periodicamente pela comunidade em relação
às atividades desenvolvidas pelo Colégio, sendo democrática, através de
questionários respondidos por todos os envolvidos no processo educativo que
serão analisados pela Direção, equipe pedagógica e corpo docente, respeitando a
opinião de todos. Após esta análise, cada membro da comunidade escolar deverá
37
procurar a superação de suas falhas, com intuito de melhorar a qualidade das
atividades desenvolvidas e redirecionar suas ações.
A avaliação sistemática do curso é realizada nos Conselhos de Classe
através de questionamentos contínuos e permanente, avaliando problemas
enfrentados pelos professores na sua área. Enfatizamos muito que a avaliação
seja fonte integrante do ensino e por meio dela podemos interpretar os dados da
aprendizagem. Nesta avaliação sistemática do curso tentamos resgatar e
despertar o interesse dos alunos para uma análise objetiva da realidade que os
cerca, mostrando que eles estão inseridos neste contexto como agentes de
desenvolvimento.
No pré-conselho, através de seus representantes, os alunos colocam os
aspectos positivos e negativos do ambiente escolar num todo, sugerindo o que
poderá ser mudado, melhorias para o bom andamento do Colégio. É repassado
aos professores as questões pedagógicas, as queixas e os elogios. Para os alunos
é dado o retorno das questões que foram discutidas com os professores, o que
precisa mudar, notas que precisam melhorar, etc.
Os pais também participam dessa avaliação através de reuniões da APMF e
das reuniões de pais que acontecem para entrega de boletins e ou quando se
fizer necessária.
A educação precisa ser vista e trabalhada como um empreendimento
coletivo e, para isso, precisamos estar dispostos a descobrir o que é importante
para os nossos alunos em cada momento da nossa caminhada e assim procurar
com um trabalho coletivo dentro do projeto político pedagógico realizar nosso
plano de ação.
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coletiva. Campinas: Papirus 1995.
DCEs – Diretrizes Curriculares Estaduais – 2008.
40
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS CURRICULARES
ENSINO FUNDAMENTAL
ARTES
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Desde o início da história da humanidade, a arte tem se mostrado como
uma práxis presente em todas as manifestações artísticas culturais.
O homem desde seu surgimento usou de símbolos e desenhos para
manifestar seu modo de vida. O homem pré-histórico teve de aprender construir
conhecimentos para difundir essa prática.
A aprendizagem e o ensino da Arte sempre caminharam lado a lado com
transformações no decorrer da história de acordo com normas e valores
estabelecidos, em diferentes culturas. Capacitar o aluno é algo fundamental para
o desenvolvimento sócio cultural do indivíduo. A arte permite a aproximação
entre indivíduos mesmo os de culturas distintas, pois favorece a percepção de
semelhanças e diferenças entre as culturas, expressas nos produtos artísticos e
concepções estéticas.
O ensino de Arte no Brasil continua sofrendo descaso, não sendo
considerado por muitos educadores como fator de conhecimento humano, por ser
uma área que gera um comportamento e uma prática diferente em relação a
demais áreas. Porém é possíveis a integração da arte com outras disciplinas e
neste contexto explorar a prática artística envolvendo expressão visual, a
expressão oral e expressão corporal.
No estado do Paraná o ensino da arte vendo sofrendo transformações
causadas pelas influências provenientes de modelos artísticos oriundos de
diversos períodos da arte. Portanto observa-se reflexos dos vários processos pelos
quais passou o ensino da arte no Paraná até tornar-se disciplina obrigatória. Tais
processos acentuam-se a partir do final do século XIX com o movimento
imigratório. Os artistas imigrantes trouxeram novas ideias e experiências culturais
41
diferentes, entre elas a aplicação da arte aos meios produtivos e da arte como
expressão individual.
Com o intuito de adaptar-se à nova realidade artistas imigrantes e artistas
locais começaram a refletir a respeito da importância da arte para o
desenvolvimento de uma nova sociedade, tendo como alicerces características
próprias, baseadas numa valorização da realidade local.
Juntamente com a evolução social, política, industrial e econômica
do Paraná, surge também várias instituições de ensino específico das artes
objetivando a preparação de profissionais capacitados para ensinar arte na
escola. No final da década de 90 na nova LDB 9394/96 mantém a obrigatoriedade
do ensino da Arte nas Escolas de Educação básica. Houve também a mudança
nos cursos de graduação em Educação Artística que passaram a ser licenciaturas
em uma habilitação específica.
Firmadas em ações realizadas no decorrer do processo histórico recente e
na busca de efetivar uma transformação no ensino da Arte, essa disciplina ainda
exige reflexões que contemplam a arte como área de conhecimento e não
meramente como meio para o destaque de dons inatos, sendo até mesmo
utilizada equivocadamente, em alguns momentos como prática de
entretenimento e terapia. O ensino da arte deixa de ser coadjuvante no sistema
educacional e passa também a se preocupar com o desenvolvimento do sujeito
frente a uma sociedade construída historicamente e em constante transformação.
O homem é um ser cultural, fruidor e agente de arte. Ele transmite a
cultura elaborada pela humanidade. Enquanto linguagem ultrapassa a função de
comunicação simples e pura, pois transmite as ideias, os sentimentos e as
informações, num dinâmico de interação entre o homem e a sociedade.
A arte é conhecimento e, com tal, tem função no processo de educação do
homem, enquanto Educação Artística e alfabetização estética.
É por meio das atividades artísticas que os alunos desenvolvem auto-
estima e autonomia, sentimento de empatia, capacidade de simbolizar, analisar,
avaliar e fazer julgamentos com pensamento mais flexível; além de
desenvolverem o senso crítico e as habilidades específicas da área artística;
torna-se capazes de expressar melhor ideias e sentimentos, e ainda conseguem
fazer relação entre as partes e o todo e entender que as artes são formas de
42
conhecer e interpretar o mundo.
A proposta de Educação Artística tem dupla função. De um lado deve
analisar seu papel na formação da percepção e a sensibilidade do aluno através
do trabalho criador, da apropriação do conhecimento artístico e do contacto com
a produção cultural existente. De outro lado deve colher significação da arte no
processo de humanização do homem, visto que este, como ser criador se
transforma com a natureza do trabalho, produzindo assim, novas maneiras de ver
e sentir.
A Proposta pedagógica de Educação Artística visa criar no aluno uma
percepção exigente, crítica em relação a realidade humana e social, propiciando a
aquisição dos instrumentos necessários para compreender as realidades
expressas nas diversas manifestações artísticas bem como a possibilidade de
expressar nestas atividades.
A Educação Artística não se faz desvinculada da forma de organização de
nossa sociedade e da escola. O papel da escola é trabalhar com os
conhecimentos necessários ao aluno, para que este reconheça e interprete na
obra de arte a realidade humana social.
Tem por objetivo buscar desenvolver em nossos educandos uma aceleração
na formação da percepção e sensibilidade; apropriando-se de vários
conhecimentos artísticos e da produção cultural existente. O objetivo artístico
concretiza o olhar, a expressão do homem enquanto forma específica de
conhecimento da realidade, é fruto de seu fazer imitativo ou criador.
Criar é ampliar, enriquecer, transformar o mundo e o homem. O trabalho
artístico resulta da ação conjunta fazer, do olhar e do pensar.
A arte propõe novas formas de refletir as relações e produções sociais
vigentes. Nesta perspectiva as linguagens artísticas possibilitarão condições ao
educando de traduzir a leitura da realidade, o conhecimento, a compreensão do
mundo que se quer refletir e expressar.
Dentro do ensino das artes deve-se apresentar ao aluno a História e Cultura
Afro-Brasileira e Indígena de acordo com a Lei 11.645/08, História do Paraná Lei
13.381/01 e Meio Ambiente Lei 9.795/99.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
43
Os conteúdos estruturantes devem ser considerados pertinentes na
garantia ao aluno de um acesso mais completo e sistematizado as quatro áreas
de arte: Artes Visuais, Música, Teatro e Dança.
O conjunto desses conteúdos permite, ainda, uma amplitude maior dentro
de cada área, contemplando quesitos essenciais para a compreensão de
conceitos, de maneira articulada com outros, mostrando que nada no mundo
acontece de maneira isolada, e que os acontecimentos de uma área tem
correspondência em outras.
Segundo a DCE - Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação do
Estado do Paraná - (2008), os conteúdos estruturantes para a disciplina de Arte,
no Ensino Fundamental apresenta uma unidade interdependente e permitem que
exista uma articulação entre as quatro linguagens, sendo eles: Elementos básicos
das linguagens artísticas, produções, Manifestações artísticas e Elementos
contextualizadores.
Os conteúdos estruturantes, estão, portanto, intrinsecamente relacionados.
No entanto, para que haja continuidade do trabalho desenvolvido, busca-se uma
padronização dos conteúdos, recorre-se a divisão desses por série.
Isso não significa uma delimitação a outra possibilidades, pois alguns dos
conteúdos estruturantes permeiam grande parte dos trabalhos desenvolvidos. Há
que se entender que existem sim, caminhos por onde se deve obrigatoriamente
passar, mas que isso não impede de circular por trajetos menores ou de ligação
entre, por exemplo, um período e outro da História da Arte.
5 A SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas
Elementos
Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
44
Artes Visuais Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Figurativa
Abstrato
Bidimensional
Tridimensional
Geométrica
Técnicas e
Gêneros
Arte Pré-História
Arte no Egito Antigo
Arte Greco-Romana
Arte Popular
(Folclórica)
Renascimento
Música Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Escalas
Improvisação
Gêneros
Música Popular e
Folclórica
Teatro Personagem
Expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Representações
Jogos teatrais
Gênero
Espaço Cênico,
circo.
Adereços
Greco-Romana
Teatro Popular
Africano
Dança Movimento
corporal
Tempo
Espaço
Ponto de apoio
Formação
Técnicas e
Gêneros
Arte Popular (folclore)
6 A SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas
Elementos
Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
45
Artes Visuais Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Figurativa
Abstrato
Bidimensional
Tridimensional
Geométrica
Técnicas e
Gêneros
Arte Greco-Romana
Arte Africana
Arte Oriental
Idade Média
Arte Popular (folclore)
Arte Pré-Histórica
Renascimento
Música Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Harmonia
Melodia
Gêneros
Técnicas
Música Popular e étnica
(ocidental e oriental)
Brasileira
Paranaense
Caipira / Sertanejo
Raiz
Teatro Personagem
Expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Representações
Leitura dramática
Cenografia
Gêneros
Técnicas
Comédia dell'arte
Teatro Popular
Teatro Popular Brasileiro
e Paranaense
Dança Movimento
corporal
Tempo
Espaço
Rotação
Formação
Coreografia
Dança Popular
Brasileira]e Paranaense
Africana
Indígena
Renascimento
7 A SÉRIE
46
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas
Elementos
Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes Visuais Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Figurativa
Abstrato
Bidimensional
Tridimensional
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Cenografia
Técnicas e
Gêneros
Indústria Cultural
Arte Digital
Arte Contemporânea
Arte Cinética
Op Art
Pop Art
Classicismo
Música Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Sonoplastia
Técnicas
Indústria Cultural
Eletrônica
Minimalista
Rap, Rock, Tecno
Sertanejo pop
Vanguardas
Clássica
Teatro Personagem
Expressões
corporais,
vocais, gestuais
e faciais
Ação
Espaço
Representação
no Cinema e
Mídias (Vídeo, TV
e Computador)
Texto dramático
Cenografia
Maquiagem
Sonoplastia
Indústria Cultural
Realismo
Expressionismo
Cinema Novo
Vanguardas
Classicismo
47
Roteiro, enredo
Técnicas
Dança Movimento
corporal
Tempo
Espaço
Deslocamento
Sonoplastia
Coreografia
Improvisação
Hip-Hop
Musicais
Expressionismo
Indústria Cultural
Dança Moderna
Dança Clássica
8 a SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas
Elementos
Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes Visuais Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Figurativa
Abstrato
Bidimensional
Tridimensional
Semelhanças
Contrastes
Geométrica
Figura-fundo
Perspectiva
Ritmo Visual
Cenografia
Técnicas e
Gêneros
Realismo
Dadaísmo
Arte Engajada
Muralismo
Grafite (Hip-Hop)
Música Altura Ritmo Música Engajada
48
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Melodia
Harmonia
Técnicas
Gêneros
Música Popular Brasileira
Música Contemporânea
Hip Hop, Rock, Funk
Romantismo
Teatro Personagem
Expressões
corporais,
vocais, gestuais
e faciais
Ação
Espaço
Roteiro, enredo
Dramaturgia
Cenografia
Sonoplastia
iluminação
Figurino
Gêneros
Teatro Engajado
Teatro do Oprimido
Teatro do Pobre
Teatro do absurdo
Romantismo
Dança Movimento
corporal
Tempo
Espaço
Ponto de Apoio
Níveis
Rotação
Deslocamento
Coreografia
Gênero
Arte Engajada
Vanguardas
Dança
Contemporâneo
Romantismo
METODOLOGIA
As diferentes formas de pensar o ensino da Arte são consequências do
momento histórico no qual se desenvolveram, com suas relações socioculturais,
econômicas e políticas. Da mesma forma o conceito da arte implícito é também
influenciado por essas relações, sendo fundamental que seja problematizado para
organização de uma proposta de diretrizes curriculares.
Nas diversas teorias sobre a arte são estabelecidas algumas referências
sobre sua função, o que resulta também em diferentes posições: como a arte
pode servir a ética, à política, á religião, à ideologia; ser utilitária ou mágica e
transformar-se em mercadoria ou meramente proporcionar prazer.
Na educação, o ensino da arte amplia o repertório cultural do aluno a partir
49
de conhecimentos estético, artístico contextualizado, aproximando-o do universo
cultural da humanidade nas suas diversas representações.
Pois ao considerar a arte como fruto da percepção, da necessidade de
expressão e da capacidade criadora humana, ela converte-se numa síntese
superior ao trabalho dos sujeitos, na medida que a arte é um dos modos pelos
quais o homem supera o seu fazer, os limites da utilidade material imediata,
ultrapassam os condicionamentos da sobrevivência física e torna-se parte
fundamental do processo de humanização, isto é, de como os seres humanos se
constroem historicamente.
Em arte a prática pedagógica contemplará as Artes visuais, Dança, Música
e o Teatro; tendo uma organização semelhante entre níveis da educação básica
adotando como referências as relações estabelecidas entre a arte e sociedade.
No Ensino fundamental as formas de relação da arte com a sociedade serão
tratadas numa dimensão ampliada, enfatizando a associação da arte com a
cultura e da arte com a linguagem. Dessa forma, o aluno da educação básica
terá acesso ao conhecimento presente nas diversas formas de relação da arte
com a sociedade, de acordo com a proximidade das mesmas com seu universo.
A prática pedagógica para o ensino da arte envolve aulas expositivas,
pesquisas, trabalhos individuais e em grupo; o uso da tecnologia moderna
(computador, DVD, CDs, aparelho de som, Pendrive, TV) ; bem como o uso do
livro didático, revistas, jornais, gibis.
AVALIAÇÃO
A Avaliação em Arte se dará de forma processual e sem estabelecer
parâmetros comparativos entre alunos, para que não haja frustrações por parte
de nenhum discente.
O papel da avaliação será discutir dificuldades e progresso de cada aluno
a partir de sua própria produção. Estará considerando o desenvolvimento do
pensamento estético e levando em conta a sistematização dos conhecimentos
para a leitura da realidade.
A sistematização da avaliação se dará na observação e registro dos
caminhos percorridos pelo aluno em seu processo de aprendizagem,
acompanhando os avanços e dificuldades percebidas em suas criações e
50
produções. Será observado de que forma o aluno resolve as problematizações
apresentadas e como se relaciona com os colegas no trabalho em grupo.
As experiências individuais serão compartilhadas com o restante da turma,
para que o aluno possa expor, refletir e discutir a sua produção e a dos colegas,
para que haja um crescimento e uma abordagem crítica sobre a arte.
Os instrumentos avaliativos utilizados são provas teóricas, trabalhos
individuais e em grupo (oral,escrito), pesquisa bibliográfica e de campo,
apresentação de teatro e coreografia.
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específicos educação artística. Secretária de Estado da Educação. Paraná, 2003.
CALABRIA, Carla Paula B, Raquel Valle Martins. Arte, história & produção. São
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COOL, César, Ana Teberosky. Aprendendo arte. São Paulo: Ática, 2000.
HADDAD, Denise A., Dulce Gonçalves Morbim. A arte de fazer arte. São Paulo:
Saraiva,2001, 2.ª ed.
PROENÇA, Graça. História da arte. São Paulo: Ática,1997
SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Projeto de correção de fluxo,
caderno de arte 1 e 2 – artes plástica, teatro e música. Paraná: Governo do
Paraná, 1998.
VÁRIOS AUTORES / ARTE SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Arte,livro
didático. Curitiba: SEED, 2006.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da
Educação. Paraná, 2008.
CIÊNCIAS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Historicamente a Ciência nasceu da necessidade de resolver condições
sociais da adaptação dos seres humanos com o meio ambiente, onde nesta época
51
os fenômenos não explicados ou não compreendidos eram traduzidos como
sobrenaturais ou divinos.
Porém houve um momento onde surgiu a necessidade de propostas
concretas que deveriam trazer a sociedade soluções para as dúvidas de
fenômenos físicos e químicos, surgindo a partir daí homens que se empenharam
em promover, fosse casualmente ou propositadamente novas discussões a serem
observadas pelas culturas históricas.
Partindo destes princípios da relação entre a Ciência, tecnologia,
acontecimentos históricos, evoluções e rebeliões as quais interferiam na
sociedade de modo radicalmente inovador houve uma mudança no modo de
pensar e agir dos seres humanos e que trouxe a estes novos questionamentos e
diferenciações sobre fenômenos naturais, físicos, químicos, biológicos e outros.
“Desde que o homem começou a se interessar pelos fenômenos à sua volta e aprender com eles, a ciência já estava presente, embora não apresentasse o caráter sistematizador do conhecimento. Mesmo antes da descoberta do fogo, o homem já utilizava técnicas para apanhar alimentos, como caçar com instrumentos feitos de pedra e usar outros materiais disponíveis na natureza, em busca de satisfazer suas necessidades”.(DCE 2006, pág. 15).
No decorrer do desenvolvimento buscando a explicação científica e não só
fragmento de uma história incompleta, o processo de aprendizagem de Ciências
valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a divergência, abrindo caminho à
curiosidade do porquê é importante o entendimento dos problemas reais, físico-
químicos naturais.
A partir da construção de novas ideias e abordagem crítica, a ciência traz a
busca do melhoramento da vida social, empregando conhecimentos agora
analisados e comprovados trazendo com a ciência um papel importante na
sociedade como questões relacionadas à saúde, meio ambiente e a vinculação
direta do ser humano no meio em que ele faz parte.
No Brasil, o ensino de ciências foi influenciado por relações de poder entre
as instituições de produção científica e no conflito de interesses entre antigas e
recentes profissões.
Entre 1889 e 1930 (Primeira República) as instituições escolares que
existiam eram frequentadas apenas pela elite e os professores que lecionavam
52
nestas instituições eram geralmente estrangeiros e ensinavam o conhecimento
científico em caráter formativo. Já a classe trabalhadora, filhos de agricultores
principalmente, recebiam formação diferenciada, seus professores não possuíam
formação especializada e o conhecimento científico em caráter informativo e não
formativo. O mesmo conhecimento produzido era socializado de formas
diferentes. Em 1931, com a Reforma Francisco Campos a disciplina de Ciências
iniciou sua consolidação nas escolas brasileiras, transmitindo conhecimentos
científicos provenientes de diferentes ciências naturais já consolidadas no
currículo escolar brasileiro.
A partir de 1940, a escola contribuía para a divisão de classes, o ensino era
destinado a elite, objetivando o ingresso dos estudantes de classe média na
universidade.
Com a modernização do país, e o aumento das indústria, surgiu a
necessidade de qualificação de mão-de-obra e então surgiram as escolas de
formação profissional, paralelas ao ensino secundário público . Em 1946, surgiu o
IBECC, Instituto de Educação, Ciência e Cultura, vinculada a Unesco para
melhorar a qualidade do ensino e consequentemente, a formação dos estudantes
para entrar no ensino superior. Neste período, com IBECC, os livros didáticos de
Ciências passaram por discussões pois refletiam a pedagogia europeia, foram
estabelecidos os conteúdos e a metodologia que deveria ser aplicada em sala de
aula.
Na década de 50, a sociedade brasileira passou por transformações rumo a
modernização e a tecnologia, essenciais para o desenvolvimento do país. Surgiu
então, a necessidade do conhecimento científico.
Com a LDB n. 4024/61 houve um fortalecimento para o ensino de Ciências
no Brasil, como a ampliação da participação da disciplina de Ciências Naturais no
currículo escolar para o domínio dos recursos científicos e tecnológicos por meio
do método científico. A LDB também possibilitou as escolas a terem mais
liberdade na escolha de livros didáticos que não precisavam ser apenas os
desenvolvidos pelo IBECC, surgia um intercâmbio de livros didáticos elaborados e
utilizados em outros países.
Com o golpe militar em 1964, o ensino passou a ser considerado
importante pra o crescimento econômico do país e exigia a formação de
53
trabalhadores. Surgiu o ensino tecnicista que articulava a educação com
formação para o mercado de trabalho e o ensino de ciências passou a ser base
para a formação de mão-de-obra técnico-científica para atender o mercado de
trabalho e as exigências do indústria e tecnologia. Os filhos da classe
trabalhadora prendiam-se aos cursos técnicos e os filhos da classe dominante em
geral, davam continuidade aos estudos em cursos universitários.
Com a consolidação do ensino de Ciências no currículo escolar, entre as
décadas de 50 e 80, o ensino era centrado nos conteúdos e discussões sobre
problemas sociais.
“O objetivo primordial do ensino de Ciências, anteriormente focado na formação do futuro cientista ou na qualificação do trabalhador, voltou-se, neste momento histórico, à análise das implicações sociais da produção científica, com vistas de fornecer ao cidadão elementos para viver melhor e participar do processo de redemocratização iniciado em 1985.” (DCE 2008, pág. 55)
No final dos anos 80, a Secretaria de Estado da Educação propôs o Currículo
Básico que visava estabelecer os conteúdos e os encaminhamentos
metodológicos a serem adotados nas escolas e analisava as relações entre
escola, trabalho e cidadania. O Currículo Básico organizava os conteúdos
escolares em três eixos: Noções de Astronomia; Transformação e Interação de
Matéria e Energia; e Saúde – Melhoria da Qualidade de Vida.
Com a nova LDB n. 9394/96 , surgiu as Diretrizes e Bases para a Educação
Nacional e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que organizava o currículo
no país. Os PCN substituíram o Currículo Básico e o campo do conhecimento da
disciplina de Ciências e sua constituição histórica ficaram em segundo plano.
Nos PCN, os conteúdos foram reorganizados em eixos temáticos onde os
conceitos científicos escolares não eram enfatizados e davam ênfase no
desenvolvimento de atitudes e valores e esvaziaram o ensino dos conteúdos
científicos na disciplina de Ciências.
Em 2003 surgiram as Diretrizes Curriculares da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná, com o objetivo de estabelecer novos rumos e uma
identidade para o ensino de Ciências.
O ensino de ciências deve propiciar aos educandos ultrapassar os campos
do saber científico, e possibilitar a compreensão dos conhecimentos científicos
54
em um contexto social, histórico, cultural, político, ético e histórico.
Pretende-se que a área de Ciências gere oportunidades para que o aluno
venha a adquirir um conjunto de conceitos, procedimentos e atitudes que operem
como instrumentos para a interpretação do mundo tecnológico em que vivemos,
capacitando-o nas escolhas que faz como indivíduo e como cidadão.
“A disciplina de Ciências constitui um conjunto de conhecimentos necessários para compreender e explicar os fenômenos da natureza e suas interferências no mundo. Por isso, estabelece relações entre os diferentes conhecimentos físicos, químicos e biológicos, em cujos cenários estão os problemas reais, a prática social. Pode-se dizer que esse olhar para o objeto de estudo torna-se mais amplo e privilegia as relações e as realidades em estudo (SANTOS,2005,p.58).
A escola e o processo de ensino e de aprendizagem de Ciências exercem
um papel social fundamental, cujas intenções devem ser claras.
A proposta básica é auxiliar os alunos a formar uma mentalidade crítica,
viva e construtiva, sintonizada com a atualidade e com a realidade do mundo em
que está inserido.
Os avanços das pesquisas didáticas das Ciências apontam a importância da
análise psicológica e epistemológica do processo de ensino e aprendizagem das
Ciências, para compreendê-lo e re-estruturá-lo. Esse processo envolve a estrutura
do conhecimento científico e seu processo histórico de produção, que tem
relações com várias atividades humanas, especialmente a tecnologia, com
valores humanos e concepções de Ciência. Deve-se também levar em conta que
os estudantes possuem um repertório de representações, de conhecimentos
intuitivos, adquiridos pela vivência, pela cultura e senso comum, acerca dos
conceitos que serão ensinados na escola. O grau de amadurecimento intelectual
e emocional do aluno e sua formação escolar são relevantes na elaboração do
conhecimento científico, considerando esses conhecimentos prévios.
O desenvolvimento de uma postura para a aprendizagem, ou seja, a
curiosidade, interesse, mobilização para a busca e organização de informações
faz com que o aluno tenha autonomia e responsabilidade na realização de suas
tarefas como estudantes; assim ele será capaz também de desenvolver um olhar
atento para usar o conhecimento científico na discussão e interpretação de fatos
do cotidiano, vai discernir o conhecimento científico de crendices e superstições.
55
Quanto às questões éticas o aluno será capaz de refletir sobre as relações
entre ciência, sociedade e tecnologia, vai desenvolver flexibilidade para
reconsiderar suas ideias reconhecendo e solucionando fatos e dados na re-
elaboração de seus conhecimentos.
É objeto de estudo de Ciências o conhecimento científico que resulta da
investigação da natureza. Possibilitar ao homem interpretar os fenômenos
naturais como resultado das relações como tempo, espaço, matéria, movimento,
força,campo, energia e vida. As relações entre os seres humanos com os demais
seres vivos em busca de condições favoráveis de sobrevivência, perceber que a
interferência humana sobre a natureza possibilita incorporar experiências,
conhecimentos e valores que são transmitidos culturalmente. Isso possibilita a
circulação do conhecimento , novas formas de pensar, compreender a natureza e
utilizar os seus recursos.
Na investigação da natureza, ocorre geralmente, a fragmentação na
produção do conhecimento científico para que possa assegurar o estudo da
realidade em todas as suas dimensões. Não existe um único método científico e
este se modifica com o tempo, pois é determinado historicamente sob influências
sociais, econômicas, éticas e políticas.
Para aprimorar o ensino de ciências é necessário ampliar os
encaminhamentos metodológicos para possibilitar os estudantes a superar
conceitos de sua vida cotidiana e compreender e a aplicar o conhecimento
científico.
No processo de ensino-aprendizagem deve-se considerar os conceitos não
sistematizados que os alunos trazem de sua vida cotidiana, já que o aprendizado
começa muito antes do contato com a escola. O conhecimento científico e o
conhecimento cotidiano sofrem interações mutuas e apesar da necessidade de
ruptura entre ambos, há a necessidade de não extrapolarem os limites um do
outro. O conhecimento científico é fundamentado, sistematizado, o conhecimento
cotidiano é formado por conhecimentos alternativos, úteis a sua vida diária, não é
sistematizado.
Dessa forma, o ensino de Ciências deixa de ser encarado como mera
transmissão de conceitos científicos, para ser compreendido como mera
transmissão de conceitos, possibilitando a superação das concepções alternativas
56
dos estudantes e o enriquecimento de sua cultura científica (LOPES, 1999). Assim,
os alunos poderão estabelecer relações conceituais, contextuais e
interdisciplinares, utilizar linguagem científica e considerar os conceitos científicos
importantes em sua vida cotidiana.
A Ciência é uma construção humana coletiva da qual participam a
imaginação, a intuição e a emoção. A comunidade científica sofre a influência do
contexto social, tecnológico , culturais, éticos , político, religiosos, histórico e
econômico em que está inserido. Portanto não existem neutralidade e
objetividade absolutas: fazer Ciência exige escolhas e responsabilidades
humanas.
Os conteúdos de Ciências valorizam conhecimentos científicos da Biologia,
Física, Química, Geologia, Astronomia, etc, promovem uma inter-relação entre
conteúdos propiciando o entendimento do objeto de estudo da disciplina.
Retornar alguns conteúdos históricos para a construção humana, para o
desdobramento dos conteúdos específicos da disciplina, a que proporciona a
curiosidade, aguçada pelos caminhos do processo educativo.
Favorecer a reflexão, a contextualização e a articulação dos conteúdos
específicos proporciona uma análise crítica sobre a relação entre Ciências,
aspectos sociais, políticos, tecnológicos,econômicos e éticos.
5 a SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ASTRONOMIA
Universo
Sistema Solar
Astros
Movimentos terrestres e celestes
MATÉRIA
Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
57
Níveis de organização celular
ENERGIA
Formas de energia
Conversão de energia
Transmissão de energia
BIODIVERSIDADE
Organização dos seres vivos
Ecossistema
Evolução dos seres vivos
6 a SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ASTRONOMIA
Astros
Movimentos terrestres e terrestres
MATÉRIA
Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
ENERGIA
Formas de energia
Transmissão de energia
BIODIVERSIDADE
Origem da vida
Organização dos seres vivos
58
Sistemática
7 a SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ASTRONOMIA
Origem e evolução do Universo
MATÉRIA
Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
ENERGIA
Formas de energia
BIODIVERSIDADE
Evolução dos seres vivos
8 a SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ASTRONOMIA
Astros
Gravitação universal
MATÉRIA
Propriedades da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
59
Mecanismos de herança genética
ENERGIA
Formas de energia
Conversão de energia
BIODIVERSIDADE
Interações ecológicas
METODOLOGIA
“Propõe-se que os conteúdos específicos sejam encaminhados por meio de uma metodologia crítica e histórica, de modo a considerar a articulação entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos”.(DCE 2006, pág 45).
Nesta proposta, inclui-se estudos relacionados à Educação Ambiental
voltada para a conservação do meio ambiente e a sustentabilidade do planeta. A
História e a Cultura Afro-Brasileira e Indígena, diz respeito à todos os brasileiros
que vivem e são cidadãos de uma sociedade multicultural e plurietnica e que
buscam construir uma nação democrática e uma sociedade justa, igual e
equânime.
Faz-se também necessário incluir neste estudo a História do Paraná,que,
dentro do currículo de Ciências trata de espécies animais e vegetais
característicos da região, espécies ameaçadas e áreas de preservação e
conservação. Tudo isso para que o aluno adquira conhecimento, desenvolva
habilidades, atitudes e competências voltadas para a preservação e conservação
do meio ambiente.
Os conteúdos serão trabalhados através de equipes ou grupos onde os
alunos em conjunto poderão esclarecer e tirar as dúvidas durante as aulas
expositivas.
Os trabalhos com textos de jornais e revistas serão utilizados como ponto
de partida para um determinado tema. A leitura dos recortes gera perguntas e
polêmicas sobre determinados assuntos. Os recortes e as perguntas podem ser
organizados em um mural para serem trabalhadas durante as aulas onde o tema
60
será abordado.
Trabalhar com experiências é muito importante para desenvolver
habilidades de raciocínio do aluno e motiva-lo para a aprendizagem ao explicar os
conteúdos em situações do dia-a-dia. O ponto de partida para a elaboração de
uma aula prática é saber qual objetivo que se quer atingir com a experiência.
Poderão ser feitas visitas a locais pré-estabelecidos onde os alunos irão
formar novos conceitos sobre temas já estudados, poderá ser feita uma visita a:
postos de saúde, parque da ciência, bibliotecas, museus, jardim zoológico, jardim
botânico, etc...
O filme também poderá ser trabalhado, pois é uma fonte muito valiosa de
relação da realidade com o conteúdo a ser discutido, o filme em cinema, vídeo ou
dvd, podendo ser didático ou comercial, traz uma linguagem mais próxima do
aluno e distinta das utilizadas normalmente nas aulas.
O uso de tecnologias como a TV Multimídia associada a ações desenvolvida
pela TV Paulo Freire, pelo Portal Dia-a-dia Educação e outros meios da internet
que podem ser acessados nos laboratórios de informática do Paraná digital,
geram inúmeras oportunidades ao professor no desenvolvimento e na produção
de recursos didáticos que podem ser usados em sala de aula e tornar o assunto
estudado mais significativo e atraente aos alunos.
“A partir desse encaminhamento metodológico, a disciplina de Ciências poderá resgatar na escola a sua principal função: o estudo dos fenômenos naturais por meio do tratamento dos conteúdos específicos, de forma crítica e histórica”. (DCE 2006, pág 51).
AVALIAÇÃO
A avaliação do aprendizado de Ciências deve ser feita a todo o momento,
mesmo porque a construção do conhecimento é um processo mais demorado que
vem com resultados cotidianos. A avaliação é contínua e cumulativa, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos jamais deve ser um
instrumento para reprovar ou reter alunos, deve ocorrer ao longo do processo de
aprendizagem, propiciando ao aluno múltiplas possibilidades de expressar e
aprofundar a sua visão do conteúdo trabalhado.
Considerar nos registros escritos e nas manifestações orais dos alunos ou
61
erros de raciocínio e integração histórica é de grande importância. Os erros
mostram o raciocínio do aluno e são valiosos na hora de planejar as atividades
didáticas.
O aluno deverá expor suas ideias de forma clara, sendo capaz de
argumentar e discutir sem dificuldade sobre seu ponto de vista.
“Conforme estas Diretrizes Curriculares, a avaliação ocorre ao longo do ano
letivo, não está centralizada em uma única atividade ou método avaliativo e
considera os alunos sujeitos históricos do processo pedagógico”. (DCE 2006, pág.
53)
As avaliações diagnósticas devem acontecer de diferentes formas de
expressão e oportunidade para que o próprio aluno sinta a necessidade do valor
do ensino de Ciências, assim ele criará consciência das suas possibilidades,
objetivos e interesses.
O desenvolvimento de atividades em equipe produz um maior
aproveitamento já que os alunos trocam experiências vivenciadas no seu dia-a-
dia rendendo bons trabalhos e temas para discussões em seminários.
Os conceitos deverão ser avaliados de modo que demonstrem o nível de
conhecimento adquirido pelo aluno na prática diária, as definições dos assuntos
devem ser discutidas e associadas ao dia-a-dia para que haja compreensão e não
apenas o aprendizado momentâneo.
As avaliações serão feitas para os alunos demonstrarem os seus
conhecimentos, através de: testes escritos (provas)com questões diversificadas,
participação nas atividades propostas diariamente, elaboração de painéis e
seminários, trabalhos individuais e em equipes, dinâmicas, jogos educativos e
aulas práticas onde os alunos irão manifestar os avanços na aprendizagem. A
elaboração de Feira de Ciências ou Feira Cultural vai demonstrar os seus
conhecimentos e futuramente os resultados obtidos das pesquisas, das aulas
práticas e visitas a locais onde os alunos poderão acrescentar conhecimentos e
tirar dúvidas em relação à aprendizagem.
“Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo de ensino e aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos conteúdos científicos escolares e do objeto do estudo de Ciências, visando uma aprendizagem realmente significativa para sua vida” . (DCE 2008, pág. 79)
62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Carlos & PAULINO, Wilson Roberto. Ciências – O Meio Ambiente, 5 a
série. 2a edição. São Paulo: Ática 2002.
BARROS, Carlos & PAULINO, Wilson Roberto. Ciências – Os Seres Vivos, 6 a
série. 2a edição. São Paulo: Ática 2002.
BARROS, Carlos & PAULINO, Wilson Roberto. Ciências – O Corpo Humano, 7 a
série. 2a edição. São Paulo: Ática 2002.
BARROS, Carlos & PAULINO, Wilson Roberto. Ciências – Física e Química, 8 a
série. 2a edição. São Paulo: Ática 2002.
CRUZ, Daniel, Ciências e Educação Ambiental - O Meio Ambiente, 5a série. 20a
edição. São Paulo: Ática 2005.
CRUZ, Daniel, Ciências e Educação Ambiental – Os Seres Vivos, 6 a série. 20 a
edição. São Paulo: Ática 2005.
CRUZ, Daniel, Ciências e Educação Ambiental - O Corpo Humano, 7a série. 20a
edição. São Paulo: Ática 2005.
CRUZ, Daniel, Ciências e Educação Ambiental – Física e Química, 8 a série. 20a
edição. São Paulo: Ática 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a escola
pública do estado do Paraná. 3a edição. Curitiba: SEED, 1997.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. DIRETRIZES CURRICULARES DE
CIÊNCIAS para o Ensino Fundamental. Versão preliminar. Curitiba: SEED, julho
– 2006.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede
Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Ciências. Curitiba:
SEED, 2006.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede
Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Ciências. Curitiba:
SEED, 2008.
PÁTIO REVISTA PEDAGÓGICA – Currículo – Que Pessoas Queremos Formar?
Ano X, fev/abr 2006. Editora Positivo
VALLE, Cecília. Ciências – Terra e Universo, 5a série. 1a edição. Curitiba: Positivo
2004.
VALLE, Cecília. Ciências – Vida e Ambiente, 6 a série. 1 a edição. Curitiba:
63
Positivo 2004.
VALLE, Cecília. Ciências – Ser Humano e Saúde, 7 a série. 1 a edição. Curitiba:
Positivo 2004.
VALLE, Cecília. Ciências – Tecnologia e Sociedade, 8a série. 1a edição. Curitiba:
Positivo 2004.
DF, Ministério da Educação. O parecer do Conselho Nacional de Educação e
a s Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais
para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. DF, março
de 2004.
EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
“No final do século XIX, Rui Barbosa, deputado geral do império, emitiu um parecer sobre o projeto denominado reforma do ensino primário e várias instituições complementares da instrução pública, no ano de 1882, quando, entre outras conclusões, afirmou a importância da ginástica para a formação do cidadão, equiparando-a em categorias e autoridade às demais disciplinas”.(DCE’S. p.15)
“A partir de então, a educação física tornou-se obrigatória nos currículos escolares, destacando-se que a burguesia brasileira depositou na ginástica a responsabilidade de promover, por meio dos exercícios físicos, a saúde do corpo, o pudor e os hábitos condizentes com a vida urbana”.(DCE’S. p.15)
“As práticas pedagógicas escolares de educação física foram fortemente influenciados pela instituição militar e pela medicina, emergentes dos séculos XVIII e XIX.
Para atender aos objetivos de adquirir, conservar, promover e restabelecer a saúde por meio dos exercícios físicos, foram importados da Europa práticas conformativas, como modelo de saúde e sistemas de ginástica”.(DCE’S. p.15)
“Por não existir um plano nacional de educação física a prática nas escolas se dava pelo método francês de ginásticas adotadas pelas forças
64
armadas e tornado obrigatório a partir de 1931. A educação física se consolidou no contexto escolar a partir da Constituição de 1937, quando objetivava doutrinar, dominar e conter os ímpetos das classes populares. Também estabelecia o patriotismo a hierarquia e a ordem”.(DCE’S. p.15)”
“A educação física seguia a risca os princípios higienistas para um corpo forte e saudável, com atividades para a formação de um corpo masculino, robusto, delineado para a defesa e proteção da família e da Pátria”.(DCE’S. p.15)
“Com a promulgação da Lei orgânica do ensino secundário em 1942, instituiu-se um primeiro ciclo denominado ginasial, com duração de 4 anos e um segundo ciclo de 3 anos, com duas opções, o clássico e o científico. Essa reforma ampliou a obrigatoriedade da educação física até os 21 anos de idade, para formar mão-de-obra fisicamente capacitada para o mercado de trabalho”.(DCE’S. p.15)
“A partir de 1964, o esporte passou a ser tratado com maior ênfase no Brasil, devido aos acordos feitos entre o MEC e o Departamento Federal de Educação Americana. Esse fato permitiu que muitos professores da disciplina frequentassem, nos Estados Unidos, cursos de pós-graduação na área esportiva. O esporte consolidou sua hegemonia na educação física, quando os currículos passaram a tratá-lo com maior ênfase pelo método tecnicista centrado na capacitação e no desempenho”.(DCE’S. p.16)
“Em meados da época de 1980 começou-se a formar uma comunidade cientifica na educação física, de modo que passaram a existir tendências ou correntes, cujos debates evidenciavam severas críticas ao modelo vigente até então”.(DCE’S. p.17)
No início da década de 90, um momento significativo para o estado do
Paraná foi elaboração do currículo básico, fundamentava-se na pedagogia
histórico crítica, denominada de educação física progressista, revolucionária e
crítica, sob pressupostos teóricos pautados no materialismo histórico dialético.
“Essa proposta representou um marco para a disciplina, destacou a dimensão social da educação física e possibilitou a consolidação de um novo entendimento em relação ao movimento humano, como expressão da identidade corporal como prática social e como uma forma de homem se relacionar com o mundo. Ainda, a proposta valorizou a produção histórica e cultural dos povos, relativa à ginástica, a dança, aos desportos, aos jogos e as atividades que correspondem às características originais”.(DCE’S. p.18)
65
“Tais avanços teóricos da educação física sofreram retrocesso da época de 1990, quando, após a discussão e a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases o Ministério da Educação (MEC) apresentou os parâmetros curriculares nacionais (PCN) para a disciplina de educação física”.(DCE’S. p.13)
“Os parâmetros curriculares nacionais de educação física para o ensino fundamental buscaram abandonar as perspectivas da aptidão física, fundamentadas em aspectos técnicos e fisiológicos, e destacaram outras questões relacionadas às dimensões culturais, sociais, políticas, afetivas, no tratamento dos conteúdos, baseadas em concepções teóricas relativas ao corpo e ao movimento”.(DCE’S. p.18)
“Nos parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio, os conhecimentos historicamente constituídos foram descaracterizados. Verificou-se, portanto, uma desvalorização das teorias, em nome de questões imediatistas e abstratas, presente na pedagogia das competências”.(DCE’S. p.19)
“Pode-se dizer que os parâmetros curriculares nacionais de educação física, transitou por diversas perspectivas, desde as mais reacionárias até as mais criticas, nestas diretrizes curriculares opta-se por interrogar a hegemonia que entende essa disciplina tão somente como treinamento do corpo, sem nenhuma reflexão sobre o fazer corporal. Busca-se, assim, a formação de um sujeito que reconheça o próprio corpo em movimento e também a sua subjetividade”.(DCE’S. p.19)
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais, as áreas do Conhecimento devem ser
articuladas com aspectos da Vida Cidadã: saúde, sexualidade, vida familiar e
social, meio ambiente, trabalho, ciência e tecnologia, cultura e linguagens.
Procurando atuar no processo de construção da cidadania e de igualdade
de direitos entre os cidadãos, a disciplina de Educação Física, dentro de suas
especificidades, deverá através dos seus eixos norteadores, repensar e re-
estruturar rituais, regras, valores, tempos e espaços que compõem o trabalho
pedagógico que abrange a educação do corpo da escola.
É fundamental que se faça uma clara distinção entre os objetivos da
Educação Física escolar e os objetivos do esporte, da dança, da ginástica e da luta
profissional. Embora sejam uma fonte de informações, não podem transformar-se
em meta a ser almejada pela escola, como se fossem fins em si mesmas:
“É o movimento humano com determinado significado/sentido, que por sua
66
vez, lhe é conferido pelo contexto histórico-cultural. O movimento que é tema da Educação Física é o que se apresenta na forma de jogos, de exercícios ginásticos, de esportes, de dança, etc.”(Brachdt, apud Daolio, 2004: 43)
A Educação Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para
que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva,
visando seu aprimoramento como seres humanos. Cabe assinalar que os alunos
portadores de necessidades especiais não podem ser privados das aulas de
Educação Física. Segundo Mauro Betti, este enfoque dentre outros dois princípios,
vêm de encontro às novas Diretrizes Curriculares:
(1) Princípio da não exclusão: que prega que os conteúdos e métodos da
Educação Física devem incluir a totalidade dos alunos, (2) Princípio da
diversidade, que defende que os conteúdos do programa de educação física
ofereçam variedade de atividades, a fim de permitir ao aluno escolher
criticamente, de forma valorativa, seus motivos-fins em relação às atividades da
cultura corporal de movimento e (3) Princípio da alteridade, termo caro à
antropologia social, ciência cuja tradição fez com que os pesquisadores de campo
se defrontassem com o outro, o diferente, o exótico, o distante. Betti afirma que o
profissional de educação física deve considerar o outro (aluno, clientela, atleta)
numa relação de totalidade, não como objeto, mas como sujeito humano,
ouvindo-o como ser humano global. (Betti, apud Daólio, 2004, p.53).
O trabalho na área de Educação Física tem seus fundamentos nas
concepções socioculturais de corpo e movimento, e a natureza do trabalho
desenvolvido nessa área se relacionam intimamente com a compreensão que se
tem desses dois conceitos.
A compreensão da organização institucional da cultura corporal de
movimento na sociedade, incluindo uma visão crítica do sistema esportivo
profissional, deve dar subsídios para uma discussão sobre a ética do esporte
profissional e amador, sobre a discriminação sexual e racial que neles existe. Essa
discriminação pode ser compreendida pela explicitação de atitudes cotidianas,
muitas vezes inconscientes e automáticas, pautadas em preconceitos. Contribui
para essa compreensão, por exemplo, o conhecimento do processo político e
histórico de inclusão dos negros e das mulheres nas práticas organizadas dos
esportes em olimpíadas e campeonatos mundiais. Pode, ainda, favorecer a
67
formação de uma consciência individual e social pautada no bem-estar, em
poucas não-preconceituosas e não-discriminatórias e, ainda, no cultivo dos
valores coerentes com a ética democrática.
A prática de educação física na escola busca conduzir o educando a
identificar e compreender criticamente no decorrer da sua vida escolar o
significado de sua pratica como complemento do currículo. Sua busca se
direciona em compreender e identificar as capacidades físicas, básicas e na
manutenção como fonte de saúde e bem estar físico e mental.
“A formação do cidadão engloba sua participação nas diversas manifestações culturais que o rodeia, seja na organização, ou na participação, precisa superar barreira para conseguir a sua afirmação na sociedade. O objetivo da educação física é transcender o senso comum e desmistificar formas arraigadas e equivocadas em relação às diversas práticas e manifestações corporais. Nessa direção a finalidade das práticas corporais deve-se a modificação das relações sociais, portanto os conteúdos devem estar comprometidos com uma educação física transformadora”.(DCE’S. p.21)
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MANIFESTAÇÕES ESPORTIVAS
Origem dos diferentes esportes e sua mudança na história;
Possibilidades dos esportes como atividade corporal;
Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremesso, deslocamento, passes e
fintas;
Práticas esportivas: Esportes com e sem materiais e equipamentos
MANIFESTAÇÕES GINÁSTICAS
Praticas: Ginástica
MANIFESTAÇÕES ESTÉTICO-CORPORAIS NA DANÇA E NO TEATRO
A dança e o teatro como possibilidades de manifestação corporal;
Danças tradicionais e folclóricas;
Mímica, imitações e representações;
Expressão corporal com e sem material.
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JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Construção coletiva de jogos e brincadeiras;
Por que brincamos?
Oficina de construção de brinquedos;
Brinquedos e brincadeiras tradicionais, brinquedos cantados, rodas e cirandas;
Jogos e brincadeiras com e sem materiais.
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MANIFESTAÇÕES ESPORTIVAS
Origem dos diferentes esportes e sua mudança na história;
O esporte como fenômeno de massa;
Possibilidades dos esportes como atividade corporal;
Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremesso, deslocamento, passes e
fintas;
Praticas esportivas: Esportes com e sem materiais e equipamentos
MANIFESTAÇÕES GINÁSTICAS
Praticas: Ginástica;
Origem da ginástica e sua mudança no tempo;
Diferentes tipos de ginástica.
MANIFESTAÇÕES ESTÉTICO-CORPORAIS NA DANÇA E NO TEATRO
Diferentes tipos de danças;
Por que dançamos?
Danças tradicionais e folclóricas;
Mímica, imitações e representações;
Expressão corporal com e sem material.
JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Por que brincamos?
69
Oficina de construção de brinquedos;
Jogos e brincadeiras com e sem materiais.
7ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MANIFESTAÇÕES ESPORTIVAS
O esporte como fenômeno de massa;
Princípios básicos dos esportes, táticas e regras;
O sentido da competição esportiva;
Possibilidades dos esportes como atividade corporal;
Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremesso, deslocamento, passes e
fintas;
Praticas esportivas: Esportes com e sem materiais e equipamentos
MANIFESTAÇÕES GINÁSTICAS
Práticas: Ginástica;
Diferentes tipos de ginástica.
MANIFESTAÇÕES ESTÉTICO-CORPORAIS NA DANÇA E NO TEATRO
Diferentes tipos de danças;
Danças tradicionais e folclóricas;
Expressão corporal com e sem material.
JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Por que brincamos?
Oficina de construção de brinquedos;
Jogos e brincadeiras com e sem materiais;
Diferença entre jogo e esporte.
70
8ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MANIFESTAÇÕES ESPORTIVAS
O sentido da competição esportiva;
Possibilidades dos esportes como atividade corporal;
Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremesso, deslocamento, passes e
fintas;
Praticas esportivas: Esportes com e sem materiais e equipamentos.
MANIFESTAÇÕES GINÁSTICAS
Praticas: Ginástica;
Cultura da rua, cultura do circulo: malabares e acrobacias.
MANIFESTAÇÕES ESTÉTICO-CORPORAIS NA DANÇA E NO TEATRO
Danças tradicionais e folclóricas;
Desenvolvimento de formas corporais rítmico-expressivas;
Expressão corporal com e sem material.
JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Jogos e brincadeiras com e sem materiais;
Diferentes manifestações e tipos de jogos;
Diferença entre jogo e esporte.
METODOLOGIA
Todas as metodologias surgidas nos últimos anos, não apenas na Educação
Física, têm orientado os professores para objetivar não apenas a “ instrução
técnica ” do aluno, mas a sua formação geral. Até mesmo as metodologias mais
conservadoras têm se preocupado com isso. Portanto, atender a sua formação
geral e ampla constitui o princípio norteador do ensino escolar hoje. (KUNS, 1999)
Nas aulas de Educação Física, os aspectos procedimentais são mais
71
facilmente observáveis, pois a aprendizagem desses conteúdos está
necessariamente vinculada à experiência prática. No entanto, a valorização do
desempenho técnico com pouca ênfase no prazer ou vice-versa, a abordagem
técnica com referência em modelos muito avançados, e, principalmente, uma
concepção de ensino que deixa como única alternativa ao aluno adaptar-se ou
não a modelos predeterminados têm resultado, em muitos casos, na exclusão de
alunos.
Na aprendizagem e no ensino da cultura corporal de movimentos, trata-se
basicamente de acompanhar a experiência prática e reflexiva dos conteúdos na
aplicação dentro de contextos significativos.
Em alguns casos, julga-se adequado nas duas primeiras séries do ensino
fundamental, uma ênfase nas atividades lúdicas por meio de jogos e brincadeiras,
considerando os perigos de uma especialização técnica precoce e seus efeitos
deficientes.
Noutras, justamente em função da suposta precariedade técnica dos jogos
e brincadeiras exercidos nessas primeiras séries propõem-se exercícios de
habilidades e fundamentos esportivos como construção de pré-requisitos para a
aprendizagem de modalidades esportivas nas séries posteriores.
Para tanto serão utilizados recursos: audiovisuais, seleção de textos,
apostilas, material para manifestações esportivas(bolas, cones e outros
equipamentos); material para manifestações ginásticas e danças(colchões, som,
arcos, bolas, cordas...); material para jogos e brincadeiras(bexigas, bolas,
barbantes), entre outros, que a escola se dispõe para esta prática.
Em síntese, o que se quer ressaltar é que nem os alunos, nem os conteúdos
tampouco os processos de ensino e aprendizagem são virtuais ou ideais, mas sim
reais, vinculados ao que é possível em cada situação e em cada momento.
AVALIAÇÃO
Os instrumentos de avaliação deverão atender à demanda dos objetivos
educativos expressos na seleção dos conteúdos. A predominância das intenções
avaliativas ocorrerá dentro de uma perspectiva processual, ou seja, facilitará a
observação do aluno no processo de construção do conhecimento. Essa avaliação
contínua compreende as fases que se convencionou denominar diagnóstica ou
72
inicial; formativa ou concomitante; somativa ou final.
A avaliação diagnóstica ou inicial fornecerá os dados para a elaboração de
um projeto de desenvolvimento dos conteúdos, a partir da consideração dos
conhecimentos prévios do aluno.
Em síntese, os instrumentos de avaliação deverão:
Explicitar os objetivos específicos propostos pelo programa de ensino;
Situar alunos e professores dentro do processo de ensino e aprendizagem;
Ser claros o suficiente para que o aluno saiba o quê, como e quando será
avaliado;
Reconhecer o desenvolvimento individual, valorizando o aluno e
contribuindo com a auto-estima;
Avaliar a construção do conhecimento como um processo.
Os instrumentos de avaliação estão diretamente relacionados com o grau
de abordagem dos conteúdos em função dos objetivos propostos. Assim, o
professor poderá construir instrumentos eficazes para cada objetivo específico,
tais como:
Fichas de acompanhamento do desenvolvimento pessoal;
Relatório de uma atividade em grupo ou fichas de observação com critérios
definidos sobre a participação e a contribuição no desenvolvimento de algumas
atividades em grupo;
Relatório de apreciação de um evento esportivo ou de um espetáculo de
dança, onde determinados aspectos forem ressaltados;
Ficha de avaliação do professor quanto à capacidade do grupo de aplicar as
regras de um determinado jogo, reconhecendo as transgressões e atuando com
autonomia;
Dinâmicas de criação de jogos, produção e transmissão para outros grupos;
relatórios ou fichas de observação e auto-avaliação sobre a participação na
organização de um evento escolar ou para a comunidade;
relatórios para avaliação das etapas em trabalhos sobre projetos.
Fichas de auto-avaliação mapeando o interesse sobre os diversos
conteúdos, propiciando uma reflexão sobre interesse e participações.
A avaliação é ponto de referência. É um processo constante de repensar a
prática educacional em todos os segmentos. Na tarefa de reconstrução da prática
73
avaliativa, coloca-se como premissa básica à postura de constante reflexão dos
educadores sobre sua pratica pedagógica e o acompanhamento do educando na
sua caminhada de construção do conhecimento.
Considerando a avaliação dessa forma, é possível enfatizar dois pontos
fundamentais. Primeiro, a avaliação é um processo dinâmico que qualifica e
oferece subsídios ao projeto político-pedagógico. Segundo, ela imprime uma
direção às ações dos professores e dos alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRACHT, Valter, Educação Física: conhecimento e especificidade. 2ª Edição. Belo
Horizonte: Cultura 1997.
CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil – História que não se conta. 2ª
dição. Campinas: Papirus 1991.
DIRETRIZES CURRICULARES DA REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO
ESTADO DO PARANÁ, 2008.
LIVRO PÚBLICO ESTADUAL – EDUCAÇÃO FÍSICA.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 2ª Edição. São Paulo: Cortez
1995.
MASCARENHAS, Fernando. Lazer como prática de liberdade. Goiânia: UFG 2003.
VAGO, Tarcício Mauro. Cultura Escolar, cultivos de corpos. Bragança Paulista: USF
2002.
ENSINO RELIGIOSO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Ensino Religioso no decorrer da historia perdeu sua função
catequética, pois com a manifestação do pluralismo religioso, esse modelo
curricular não poderia ser mais aplicado.
No Brasil colonia até a Constituição da República em 1891, era identificada
nas atividades de evangelização pela Companhia de Jesus, as aulas eram
exclusivamente voltadas para o ensino das sagradas escrituras e da doutrina
74
católica. Com o advento da República, a educação re-estruturou-se de acordo
com o critério de laicidade e interpretada no sentido de neutralidade religiosa,
dissolvendo o modelo de educação baseado na catequese religiosa.
Na década de 60 foi re-elaborada a disciplina em função de uma
perspectiva aconfessional de ensino, concretizando legalmente na redação da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 e sua respectiva correção,
em 1997, pela Lei 9.475, recebendo a seguinte caracterização:
O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação
básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas
de Educação Básica assegurado o respeito à diversidade religiosa do Brasil,
vedadas quaisquer formas de proselitismo.
§1º – Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a
definição dos conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas para a
habilitação e admissão de professores.
§2º – Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas
diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino
religioso.
Com a aprovação da Deliberação nº 01/06 pelo Conselho Estadual de
Educação do Estado do Paraná, institui-se novas normas para o Ensino Religioso
no Sistema Estadual de Ensino do Paraná, com notáveis avanços obtidos,
destacando-se:
● o repensar do objeto de estudo da disciplina;
● o compromisso com a formação continuada dos docentes;
● a consideração da diversidade religiosa no Estado frente a superação das
tradicionais aulas de religião;
● a necessidade de diálogo e do estudo na escola sobre as diferentes
leituras do Sagrado na sociedade;
● o ensino da disciplina em cuja base se reconhece a expressão das
diferentes manifestações culturais e religiosas.
A disciplina de Ensino Religioso pretende contribuir para o reconhecimento
e respeito às diferentes expressões religiosas advindas da elaboração cultural dos
povos, bem como possibilitar o acesso às diferentes fontes da cultura sobre o
fenômeno religioso. Tendo em vista que o conhecimento religioso insere-se como
75
patrimônio da humanidade, em conformidade com a legislação brasileira que
trata do assunto. O Ensino Religioso pressupõe promover aos educandos a
oportunidade de processo de escolarização fundamental para se tornarem
capazes de entender os movimentos religiosos específicos de cada cultura, e de
possuir o substrato religioso de modo a colaborar com a formação da pessoa.
O Ensino Religioso contribui também para superar a desigualdade étnica
religiosa e garantir o direito constitucional de liberdade de crença e expressão,
criar condições para melhorar a convivência entre as pessoas pelo conhecimento,
construir os pressupostos para o diálogo.
Portanto, o Ensino Religioso visa propiciar aos educandos a oportunidade de
identificação de entendimento, de conhecimento, de aprendizagem em relação às
diferentes manifestações religiosas presentes na sociedade de tal forma que
tenham a amplitude da própria cultura em que se insere. Essa compreensão deve
favorecer o respeito à diversidade cultural religiosa, em suas relações éticas e
sociais diante da sociedade, fomentando medidas de repúdio a toda e qualquer
forma de preconceito e discriminação e o reconhecimento de que, todos nós,
somos portadores de singularidade.
O Ensino Religioso permitirá que os educandos possam refletir e entender
como os grupos sociais se constituem culturalmente e como se relacionam com o
sagrado. E, ainda, compreender suas trajetórias, suas manifestações no espaço
escolar, estabelecendo relações entre culturas, espaços e diferenças, para que no
entendimento desses elementos o educando possa elaborar o seu saber,
passando a entender a diversidade de nossa cultura marcada pela religiosidade.
Dentre os desafios para o Ensino Religioso na atualidade pode se destacar a
necessária superação das tradicionais aulas de religião e a inserção de conteúdos
que tratem da diversidade de manifestações religiosas, dos seus ritos, das suas
paisagens e símbolos, sem perder de vista as relações culturais, sociais, políticas
e econômicas que são impregnadas.
O Ensino Religioso escolar adquire status de disciplina escolar, a partir da
definição mais consciente de seus conteúdos escolares, da produção de
referenciais didáticos-pedagógicos e científicos bem como da formação de
professores. No ambiente escolar, as religiões interessam como objeto de
conhecimento a ser tratado nas aulas de Ensino Religioso, por meio do estudo das
76
manifestações religiosas que delas decorrem e constituem Ensino Religioso uma
vez que o sagrado compõe o universo cultural humano, fazendo do modelo de
organização de diferentes sociedades.
Para melhor compreensão de nossa sociedade e as suas diversas
manifestações é necessário que seja sistematizado os conteúdos estruturantes:
Paisagem Religiosa, Universo Simbólico Religioso e Texto Sagrado, na disciplina de
Ensino Religioso, para que os educandos possam compreender a maneira como
ocorre a manifestação religiosa.
Por fim, destaca-se que os conhecimentos relativos ao sagrado e as suas
manifestações são significativas para todos os alunos durante o processo de
escolarização, por propiciarem subsídios para compreensão de uma das
interfaces da cultura e da constituição da vida em sociedade.
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
PAISAGEM RELIGIOSA
O Ensino Religioso na Escola Pública
Respeito à diversidade religiosa.
SÍMBOLOS
Lugares Sagrados
Organizações Religiosas
TEXTOS SAGRADOS
Tradições religiosas
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
SÍMBOLOS
Universo simbólico religioso
Ritos
77
PAISAGEM RELIGIOSA
Festas
TEXTOS SAGRADOS
Vida e Morte
METODOLOGIA
Pensar o encaminhamento metodológico de uma disciplina, não se reduz a
determinar formas, métodos, ou materiais a serem utilizados em sala de aula,
mas supõe um (re)pensar e refletir sobre que concepção se possui do processo de
ensino e de aprendizagem, que vínculos se estabelece com os alunos, e ainda o
entendimento de como esse aluno aprende.
A metodologia do Ensino Religioso deve ser dinâmica, flexível e adequada a
cada conteúdo ou tema a ser desenvolvido, de modo a favorecer a interação, o
diálogo e o compromisso com a vida cidadã.
O educador tem a liberdade de desenvolver a trabalho pedagógico de
acordo com o seu próprio método, propiciando um clima harmonioso que seja
favorável ao diálogo entre os educandos, possibilitando a afetividade e a
humanização. Orientar um momento de observação, visando a sensibilização
para o mistério e a leitura da linguagem mítico-simbólica. Um espaço para o
diálogo, onde o educando terá a oportunidade de manifestar seu pensamento e
sua opinião sobre o conteúdo em estudo, sempre respeitando a liberdade do
aluno e articulando a conversação de modo a evitar juízos e atitudes
preconceituosas.
A metodologia supõe muita conversa, debates, acolhimento das
experiências dos alunos. Aprender a olhar a vida e fazer perguntas, junto com
quem estiver por perto. Consideramos que perguntar, interessar-se por
problemas, é mais educativo do que simplesmente aprender respostas.
À vida não cabe esquemas fechados e os alunos, sempre ouvidos, podem
sugerir rumos diferentes, concordando, discordando, acrescentando,
pesquisando. Podem inclusive propor novas ações mesmo em atividades nas
quais se imaginou que a resposta estivesse claramente colocada em uma
78
determinada direção.
Critérios de avaliação
Para disciplina de Ensino Religioso faz-se necessário destacar os
procedimentos avaliativos a serem adotados, uma vez que este componente
curricular não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que se
refere à atribuição de notas ou conceitos. Assim, o Ensino Religioso não se
constitui como objeto de reprovação, bem como não terá registro de notas ou
conceitos. Mesmo com essas particularidades, a avaliação não deixa de ser um
dos elementos integrantes do processo educativo na disciplina de Ensino
Religioso. Cabe ao professor a implementação de práticas avaliativas que
permitam acompanhar o processo de apropriação de conhecimentos pelo aluno e
pela classe, tendo como parâmetro os conteúdos tratados e os seus objetivos.
Pode-se avaliar em que medida o aluno expressa uma relação respeitosa
com os colegas de classe que tem opções religiosas diferentes da sua, aceita as
diferenças, reconhece que o fenômeno religioso é um dado da cultura e da
identidade de cada grupo social, emprega conceitos adequados para referir-se às
diferentes manifestações do sagrado.
Assim, os alunos terão a oportunidade, como também poderão perceber
que a apropriação dos conhecimentos dessa disciplina lhes possibilita conhecer e
compreender melhor a diversidade cultural da qual a religiosidade é parte
integrante, bem como possibilitará a articulação desta disciplina como os demais
componentes curriculares, os quais também abordam aspectos relativos à
cultura.
AVALIAÇÃO
Para a disciplina de Ensino Religioso faz-se necessário destacar os
procedimentos avaliativos a serem adotados, uma vez que este componente
curricular não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que se
refere à distribuição de notas ou conceitos. Assim, o Ensino Religioso não se
constitui como objeto de reprovação, bem como não terá registro de notas ou
conceitos. Mesmo com essas particularidades, a avaliação não deixa de ser um
dos elementos integrantes do processo educativo na disciplina de Ensino
Religioso. Cabe ao professor a implementação de práticas avaliativas que
79
permitam acompanhar o processo de apropriação de conhecimentos pelo aluno e
pela classe, tendo como parâmetro os conteúdos tratados e os seus objetivos.
Pode-se avaliar em que medida o aluno expressa uma relação respeitosa
com os colegas de classe que tem opções religiosas diferentes da sua, aceita as
diferenças, reconhece que o fenômeno religioso é um dado da cultura e da
identidade de cada grupo social, emprega conceitos adequados para referir-se às
diferentes manifestações do sagrado.
Assim, os alunos terão a oportunidade, como também poderão perceber
que a apropriação dos conhecimentos dessa disciplina lhes possibilita conhecer e
compreender melhor a diversidade cultural da qual a religiosidade é parte
integrante, bem como possibilitará a articulação desta disciplina como o demais
componentes curriculares, os quais também abordam aspectos relativos à
cultura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSINTEC/SEED/PR. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do
Paraná, 1992.
BOOF, Íris. Novos Paradigmas para o Ensino Religioso, Ed. Corpo – Mente,
Curitiba, 2000.
FIGUEIREDO, Anísia de Paulo. O Ensino Religioso – Perspectivas, tendências
e desafios. Petrópolis, Vozes. 1996.
GRUEN, Wolfgang. O Ensino Religioso na Escola. Petrópolis. Vozes, 1995.
OTTO, R. O Sagrado. Lisboa. Edições 70, 1992
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo. Martins Fontes, 1988.
DIRETRIZES CURRICULARES DA REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO
ESTADO DO PARANÁ – SEED – Ensino Religioso – 2008.
COSTELLA, D.O. O fundamento epistemológico do Ensino Religioso. In:
JUNQUEIRA, S.; WAGNER, R.(Org). O Ensino Religioso no Brasil. Curitiba:
Champagnat, 2004.
GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
80
A definição da geografia, passa a ser o estudo da terra, ou seja, a descrição
sobre essa, porém a história da geografia sofreu mudanças com o tempo, seu
inicio aconteceu na Grécia, onde essa era entendida como a história natural,
destacando assim somente princípios da natureza para o seu estudo, conhecendo
somente os ambientes físicos e naturais. Com essa definição chega-se a
conclusão que o planeta era estudado como um todo, não havendo divisões sobre
o seu território. Com o auge das viagens marítimas a geografia passa a ter mais
importância, pois ocorre a necessidade da descrição do espaço. Novas
perspectivas começam a ser estudadas na geografia, como a questão da
interferência do clima nas sociedades, a divisão do território. Nos últimos trinta
anos, a geografia passa a ter uma importância muito maior, pois sua finalidade
agora é compreender a organização e a disposição da sociedade moderna através
do espaço em que essa está inserida. No Brasil a história da geografia, começa a
ser descrita juntamente com a própria história, os primeiros a fazer essas
descrições são os viajantes, os quais ao percorrer o território brasileiro vão
descrevendo tudo aquilo que estão vendo e presenciando, com esses
conhecimentos a geografia passou a possuir espaço significativo para o
conhecimento assim como as demais matérias importantes. Com a sua utilização
em várias áreas essa passou a ser considerada uma ciência do conhecimento.
Ao chegarmos no século XXI podemos perceber que a Geografia enquanto
disciplina associa-se a distintas teorias, e a questão ambiental passa a não ter
mais destaque como havia ganhado até então. A geografia voltada ao tradicional,
trabalhava somente com o espaço, dando ênfase a descrição da natureza e do
território no geral, não abordando aspectos da relação entre sociedade e
natureza. Com o passar do tempo, há um novo impulso nas relações homem-
natureza, propondo uma Geografia socioambiental, ou seja, uma geografia mais
critica a qual passa a abordar vários aspectos dentro desse território e dessa
natureza, trabalhando assim a questão da sociedade inserida e na maioria das
vezes convivendo com a natureza, ou seja, trabalhar a sociedade no meio em que
ela vive, política, economia, etc. Segundo alguns autores o povo culto é aquele
voltado a natureza, possuindo assim melhores condições de vida. Com a evolução
das estruturas econômicas-sociais, com raízes antigas, ampliando o estudo das
relações entre sociedade e natureza, propõe-se uma nova perspectiva de
81
abordagem a qual ainda não era trabalhada.
Sendo assim, o objeto do estudo da geografia, é estudar o espaço, porém
não o individualmente, mas englobar a relação entre sociedade e natureza, e as
transformações decorrentes desse processo.
Neste sentido, a Geografia com o passar dos estudos, passa a ter por
objetivo estudar as relações entre o processo histórico na formação das
sociedades humanas e o funcionamento da natureza, por meio da leitura das
escalas local, regional ao global; considerando-se que há reciprocidade entre
elas, analisando as dinâmicas das suas transformações, e como afetam o meio
ambiente, não sendo simplesmente a descrição e o estudo de um mundo
aparentemente estático. No entanto, temos que levar em consideração o principio
do ensino espontâneo, observando primeiramente o que o aluno sabe para depois
partir para um âmbito mais global, ou seja, buscar primeiramente o local, após o
regional e por fim o global. Assim o espaço estará sendo observado
frequentemente, determinando com o tempo as mudanças decorrentes no
território.
Na análise da organização social do espaço, a relação sociedade-natureza
se faz através do trabalho que, por ser um ato social, leva a transformações
territoriais para a construção de espaço diferenciado. A territorialidade implica a
localização, a orientação e a representação que são integrantes do processo de
trabalho e são utilizados de forma diferenciada, já que o trabalho também é
diferenciado de acordo com a organização da sociedade. Então, precisam ser
desenvolvidos e aprofundados durante todo o Ensino Fundamental partindo-se de
realidades próximas chegando ao entendimento de conceitos que possibilitem ao
aluno realizar uma análise geográfica mais detalhada do mundo que nos cerca.
As informações, os meios de comunicações associados a realidade de
outras localidades ou grupos, além de vários recursos audiovisuais são exemplos
que ilustram tais interações e que contribuem para explicação e compreensão
daquilo que acontece no dia a dia, no lugar em que vivem e o que se passa em
outros lugares do mundo. Assim justifica-se o conhecimento do ensino de
geografia como disciplina escolar, a necessidade de compreender e
principalmente se localizar, movimentar, abordando aspectos diários, ou seja,
assuntos do seu cotidiano, os quais o ajudaram a se tornar um cidadão mais
82
responsável, conhecedor e critico do meio em que vive, juntamente levar o
educando a entender a importância da Geografia para o mundo, compreendendo
os diversos aspectos da sociedade e do espaço geográfico, as paisagens naturais
e os personagens sociais. O processo de produção e transformação à partir de
uma história constituída por contradições e conflitos deve ser entendido como um
processo que se resolve e se repõe à partir das diversidades do mundo.
Conscientizar a importância do meio ambiente e a necessidade da preservação
para o bem da própria humanidade.
Além disso, compreender que as melhorias nas condições de vida, os
direitos políticos, os avanços tecnológicos e as transformações socioculturais são
conquistas decorrentes de acordos e conflitos, que ainda não são usufruídas por
todos os seres humanos e, dentro de suas possibilidades, empenhar-se em
democratizá-las.
5ª SÉRIE:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
DIMENSÃO ECONÔMICA DO/NO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Atividades econômicas e a transformação do espaço: atividades extrativas,
agricultura, indústria e comércio
A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração
e produção
DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
As diversas regionalizações do espaço geográfico.
A distribuição espacial das atividades produtivas e a reorganização do espaço
geográfico.
O exercício da cidadania na integração com pessoas e lugares.
DIMENSÃO SOCIAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Os movimentos da Terra no universo e suas influências para organizar o espaço
geográfico;
83
Rochas e minerais, formação e espacialização natural, alterações antrópicas e
desafios para a sustentabilidade;
O ambiente natural e diversidade de paisagens tanto no campo quanto na cidade
Ambiente urbano e rural e os impactos socioambientais;
Classificação e espacialização dos fenômenos atmosféricos e mudanças
climáticas;
Circulação e poluição atmosférica e sua interferência na organização do espaço
geográfico ( indústria, habitação, saúde, entre outros);
DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores
estatísticos.
A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade
cultural.
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Organização econômica do espaço rural e urbano brasileiro, modernização da
agricultura
Inter-relações entre as Regiões brasileiras;
Sistema de circulação de mercadorias, pessoas, capitais e informações;
Tipos de indústrias e agroindústrias e sua distribuição no espaço geográfico
brasileiro;
Distribuição espacial das atividades produtivas e reorganização do espaço
geográfico brasileiro.
DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Localização do Brasil no Planeta Terra;
Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro.
As diversas regionalizações do espaço brasileiro
Ocupação e organização do espaço brasileiro
84
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
A formação e crescimentos das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e
rurais, problemas sociais causados pelo crescimento das cidades e esvaziamento
do campo.
Sistemas de energia: distribuição espacial, produção e degradação
socioambiental;
Distribuição espacial e as consequência socioambientais dos desmatamentos, da
chuva ácida, do buraco da camada de ozônio, do efeito estufa, entre outros.
DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e indicadores
estatísticos.
Movimentos migratórios e suas motivações.
7ª SÉRIE:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais do
continente americano.
Distribuição espacial das atividades produtivas e reorganização do espaço.
A circulação da mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.
Acordos e Blocos econômicos;
As relações econômicas, a dependência tecnológica e a desigualdade social no
continente americano.
DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
As diversas regionalizações do continente americano. Formação e mobilidade das
fronteiras do continente americano.
A Nova Ordem Mundial, os territórios supranacionais e o papel do estado.
Organizações internacionais: ONU, OMC, FMI, OTAN, BANCO MUNDIAL, ETC.
Terrorismo, narcotráfico, prostituição, contrabando, biopirataria, entre outros e
suas influências na reorganização do espaço geográfico.
85
DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
A evolução demográfica da população americana e sua distribuição espacial,
indicadores estatísticos.
História das migrações mundiais e sua influência na formação cultural distribuição
espacial e configuração dos países;
As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;
DIMENSÃO SOCIAMBIENTAL
As eras geológicas: a formação e a espacialização dos recursos naturais;
Sistemas de energia: distribuição espacial, produção e degradação
socioambiental;
As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.
Distribuição espacial e as consequência socioambientais dos desmatamentos, da
chuva ácida, do buraco da camada de ozônio, do efeito estufa, entre outros.
8ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Sistema de circulação de mercadorias, pessoas, capitais e informações;
A Globalização da economia e seus efeitos no espaço geográfico;
Acordos e Blocos econômicos;
Sistemas(redes) de produção industrial, econômica, politica, sua espacialidade;
Setor de serviços e reorganização do espaço geográfico.
Relações econômicas, dependência tecnológica e a desigualdade social.
A revolução técnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da
produção.
DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
A Guerra Fria e as influências na configuração dos sistemas políticos e do mapa
político do mundo;
86
Organização do espaço geográfico a partir de políticas econômicas,
manifestações culturais e socioambientais;
Influências do Neoliberalismo na produção e reorganização do espaço geográfico;
Formação dos estados nacionais;
Organizações internacionais: ONU, OMC, FMI, OTAN, BANCO MUNDIAL, ETC.
DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;
Formação étnico-religiosa: distribuição e organização espacial e conflitos;
Consumo, consumismo e cultura: as influências dos meios de comunicação nas
manifestações culturais e na (re)organização social do espaço geográfico;
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção;
Distribuição espacial e as consequências socioambientais dos desmatamentos,
das chuvas ácidas, do buraco da Camada de Ozônio, do Efeito Estufa, entre
outros;
As lutas em defesa do meio ambiente: ONG’s.
DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO NO/DO ESPAÇO
Sistema de circulação de mercadorias, pessoas, capitais e informações;
A Globalização da economia e seus efeitos no espaço geográfico;
Acordos e Blocos econômicos;
Sistemas(redes) de produção industrial, econômica, politica, sua espacialidade;
Setor de serviços e reorganização do espaço geográfico.
Relações econômicas, dependência tecnológica e a desigualdade social.
METODOLOGIA
O encaminhamento metodológico a ser utilizado deverá possibilitar ao
educando a compreensão de sua posição no conjunto das relações da sociedade
com a natureza. É importante considerar a realidade do aluno na metodologia
adotada, fazendo-se necessário que o professor desenvolva uma postura
87
pedagógica emancipatória, que remeta o aluno a pesquisa individual e coletiva e
ao questionamento. Voltando-se assim do princípio que o aluno deve possuir um
conhecimento espontâneo para depois partir para o cientifico.
Como propostas de ações seguem também debates, projetos, leitura,
interpretação e produção de textos, análise de mapas, gráficos e tabelas,
relatórios de filmes e documentários, saídas de campo.
As ferramentas tecnológicas no mundo globalizado na qual a sociedade
encontra-se inserida, atenta e reforça a necessidade de seu uso no contexto
escolar onde o professor deverá estimular a pesquisa em sites de busca,
enriquecendo ainda mais o conteúdo estudado em sala de aula. Dentre esses
esquipamentos poderemos utilizar: internet, TV-Multimídia.
O trabalho a ser desenvolvido referente a Lei 11.645/08 e a 10.639/03,
volta-se a necessidade do conhecimento dos alunos, dos antigos negros que aqui
habitavam o território paranaense, mostrando assim que não somente europeus
estavam aqui, mas havia todo um povo negro que aqui habitava e que acabou
por formar e muitas vezes delimitar as nossas fronteiras, ou seja, mostrar que há
uma identidade negra, e essa contribuiu e muito para a formação de nosso
território. Já referente a história do Paraná, podemos analisar desde a chegada
dos imigrantes, a construção do solo paranaense, a delimitação do território, o
envolvimento entre sociedade e natureza, etc.
AVALIAÇÃO
O processo de avaliação deverá ser contínuo e dinâmico, onde o professor
esteja aberto para buscar formas mais criativas e até alternativas para
compreender se o aluno avançou, e como o conhecimento da Geografia faz
sentido para esse aluno hoje e também o fará futuramente.
Várias alternativas poderão diversificar a avaliação, desde trabalhos em
equipes e individuais, pesquisas bibliográficas e de campo, até mesmo provas
individuais e em duplas, com ou sem consulta. Além da análise e interpretação de
gráficos, mapas, tabelas, documentários, entre outros.
Em cada avaliação, o professor deve esclarecer o que espera do aluno,
bem como o que será avaliado por ele naquele conteúdo.
Será oportunizada a recuperação de estudos, como forma de garantir um
88
melhor desempenho do educando.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARCHELA, R. S. e Gomes, M.F.V.B. – Geografia para o Ensino Médio – Manual de
aulas práticas. Londrina: Ed. UEL, 1999.
CAVALCANTI, L de S. Geografia escola e construção do conhecimento. Campinas:
Papirus, 1998.
CHRISTOFOLETTI, A (org) Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difiel. 1982.
CORREA, R.L. Região e organização espacial. São Paulo: Ática. 1986.
GONÇALVES, C.W.P. Os (des) caminhos do meio ambiente. São Paulo: Contexto,
1999.
LACOSTE, Y. A geografia – Isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra.
Campinas: Papirus, 1988.
SANTOS, M. Por uma Globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SANTOS, M. Metamorfose no Espaço Habitado. São Paulo. Hucitec, 1988.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares Da Educação
Básica. Paraná, 2008.
VESENTINI, José W. Geografia, natureza e sociedade. São Paulo: Contexto. 1997.
HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A concepção de História nessa proposta, pressupõe aprender a História de
modo crítico, o princípio que possibilita aprender a História como ciência.
Portanto, são apresentados a seguir aos princípios que de acordo com as
diretrizes nortearam a seleção dos conteúdos que vão orientar o trabalho de
História em sala de aula.
Através das Diretrizes Curriculares para o ensino de história na educação
básica, busca-se despertar reflexões a respeito de aspectos políticos, econômicos,
culturais e sociais, e das relações entre o ensino da disciplina e a produção de
conhecimento histórico.
As diretrizes nos propõe analisar o ensino de história entre o período da
89
década de 1970 até os dias atuais, a partir das tensões identificadas entre as
propostas curriculares e a produção historiográfica inserida nas práticas
escolares. Serão destacadas as permanências, mudanças e rupturas ocorridas no
ensino de história e suas contradições frente à ciência de referência. Tais análises
têm por finalidade fazer a crítica ao ensino de história que se quer superar e
propor diretrizes curriculares para essa disciplina na educação básica da rede
pública estadual.
A história passou a existir como disciplina escolar com a criação do Colégio
Pedro II, em 1837. Na mesmo ano foi criado o Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro, que instituiu a história como disciplina acadêmica. Alguns professores
que faziam parte do Instituto (IHGB), construíram os programas escolares para
orientá-los nos conteúdos que seriam ensinados. Essas produções foram
elaboradas sob influência da história metódica e do positivismo, caracterizados
por uma racionalidade histórica orientada pela linearidade dos fatos, pelo uso
restrito dos documentos oficiais como fonte e verdade histórica, pela perspectiva
da valorização política dos heróis. A narrativa histórica produzida justificava o
modelo de nação brasileira vista como extensão da história da Europa Ocidental,
propunha uma nacionalidade expressa na síntese das raças branca, indígena e
negra, com o predomínio da ideologia do bronqueamento. Nesse modelo
conservador da sociedade, o currículo oficial de história tinha como objetivo
legitimar os valores aristocráticos, no qual o processo histórico conduzido pelos
líderes excluía a possibilidade das pessoas comuns serem estendidas como
sujeitos históricos. Esse modelo de ensino de história foi mantida no início da
República (1889) e o Colégio Pedro II continuava a ter o papel de referência para
organização educacional brasileira. Em 1901 os professores alteraram o currículo
do Colégio propondo que a história do Brasil passasse a compor a cadeira de
história universal. Esse retorno da história do Brasil deu-se apenas no período
autoritário de Getúlio Vargas, vinculado ao projeto político nacionalista do estado
Novo, e se ocupava em reforçar o caráter moral e cívico dos conteúdos escolares.
Durante o regime militar a partir de 1964 o ensino de história manteve seu
caráter estritamente político, pautado no estudo de fontes oficiais e narrada
apenas no ponto de vista factual, mantiveram-se os grandes heróis como sujeitos
da história narrada, modelo de uma sociedade hierarquizada e nacionalista, o
90
ensino não tinha espaço para análise crítica e interpretações dos fatos, mas
objetivada formar indivíduos que aceitassem e valorizassem a organização da
pátria.
Ainda no regime militar o Estado organizar o 1º Grau de 8 anos e o 2º Grau
profissionalmente. O ensino centrou-se numa formação tecnicista, voltada à
preparação de mão-de-obra para o mercado de trabalho. No entanto, na
configuração curricular definida pelo regime militar, as disciplinas da área de
ciências humanas perderam espaço nos currículos.
No 1º Grau, as disciplinas de história e geografia foram condensadas como
área de estudos sociais, dividindo ainda a carga para o ensino de Educação Moral
e Cívica. No 2º Grau, a carga horária foi reduzida e a disciplina de organização
social e política brasileira (OSPB) passou a compor o currículo. Com isso o Estado
objetivava exercer maior controle ideológico sobre o corpo docente, porque
retirava o instrumental intelectual politizador e centrava a formação numa prática
pedagógica pautada na transmissão dos conteúdos selecionados e sedimentada
pelos livros e manuais didáticos.
Assim o ensino de estudos sociais foi radicalmente contestado no início dos
anos 80, tanto pela academia como pela sociedade, defendiam o retorno da
disciplina de história como condição para que houvesse maior aproximação entre
investigação histórica e o universo da sala de aula. Em 90 o ensino do 2º grau no
Paraná foi re-estruturado fundamentado na pedagogia-crítico dos conteúdos,
apresentava uma proposta curricular de história a partir do estudo da formação
do capitalismo no mundo ocidental e inserção do Brasil nesse quadro pela
retomada da historiografia social ligada ao materialismo histórico dialético.
Durante as reformas educacionais da década de 1990, o Ministério da Educação
divulgou entre os anos 1997 e 1999, os PCN para ensino fundamental,
apresentaram as disciplinas como áreas do conhecimento e a história foi mantida
em sua especialidade, integrada ás demais pelos chamados Temas Transversais.
Os PCN para o ensino médio organizaram o currículo por áreas do conhecimento,
e a História fazia parte das ciências humanas e suas tecnologias, juntamente com
as disciplinas de geografia, sociologia e filosofia.
O Estado do PR incorporou os parâmetros curriculares nacionais como
referências para organização curricular se deu de modo autoritário apesar de ser
91
garantida na LDB/96 a autonomia das escolas para elaborar suas propostas
curriculares. Os PCN a disciplina de história foi apresentada de forma pragmática
com função de resolver problemas imediatos e próximos ao aluno, não se
preocupava em contextualizar os períodos históricos estudados. Os PCN do Ensino
Médio só se preocupavam em preparar o jovem para o mercado de trabalho e
tecnologias avançadas e competitivas, quanto que no ensino fundamental
privilegiam uma abordagem psicológica e sociológica dos conteúdos:
minimizaram a análise do objeto de estudo da disciplina e do pensamento crítico.
Após 2002 iniciou-se uma discussão coletiva envolvendo professores da
rede estadual com objetivo de elaborar novas Diretrizes Curriculares Estaduais
par ao ensino de história, tendo como referência os conteúdos estruturantes,
entendidos como conhecimentos que aproximam e organizam os campos da
história e seus objetivos. Os conteúdos estruturantes relações de trabalho , poder
e culturais podem ser identificados no processo histórico de constituição da
disciplina e no referencial teórico que sustenta a investigação em uma nova
racionalidade não linear e temática.
HISTÓRIA, CONHECIMENTO CONSTRUÍDO – História é um conhecimento
construído e em constante construção. Isso significa que a produção da História
não resulta do desenvolvimento de um método que esgote o que há para saber
sobre os objetos no passado, mas sim de sucessivas perguntas que as diferentes
gerações fazem o mesmo, com novos métodos de pesquisa e novas concepções
teóricas, tornando o saber passível de novas interpretações.
HISTÓRIA E SEUS RECORTES - O estudo da História tanto no âmbito da
ciência, quanto no da Educação, sempre é um recorte dessa imensa quantidade
de dados e ideias disponíveis, não sendo possível estudar toda a História.
HISTÓRIA E TOTALIDADE - O aluno não pode ficar a mercê de compreender
a História através de recorte com sentido fechado em si, mas deve ser estimulado
a compreender fenômenos de amplo efeito sobre diferentes recortes sincrônicos e
diacrônicos, permanências e continuidades....
HISTÓRIA E LEGITIMAÇÃO – A História em sala de aula, compre o papel de
trabalhar, novas gerações, concepções, ideias e informações consideradas
adequadas pelos consensos mínimos da geração anterior.
HISTÓRIA E COTIDIANO – A História é a expressão de um conhecimento
92
vital, cotidiano e inerente a todo, pelo qual as pessoas se orientam no tempo,
desde a mais simples das atitudes às mais complexas, pautando-se por uma
reflexão sobre si mesmas, seus grupos e outras sociedades.
HISTÓRIA E IDENTIDADES – O conhecimento histórico é fundamental na
definição das identidades pessoais e coletivas, na medida em que oferece os
primeiros conjuntos organizados de informações sobre o grupo e o indivíduo, bem
como sobre os outros grupos na totalidade temporal.
HISTÓRIA E POLITIZAÇÃO DO SUJEITO – O ensino de História, em articulação
com as demais disciplinas, tem como um de seus objetivos a formação de
atitudes e concepções úteis para a vida pessoal e cidadã. Respeito à diversidade,
espírito de justiça, criticidade, solidariedade, entre outras.
CONCEPÇÃO DE SUJEITO HISTÓRICO - Esta concepção privilegia a
capacidade pessoal e intransferível do indivíduo de assumir-se como sujeito
histórico, distanciando-se, portanto, das perspectivas que atribuem apenas a
algumas pessoas e a determinados momentos a condição de “históricos”.
HISTÓRIA E SABERES ESCOLARES – O ensino de História não se opõe ao
conhecimento que o aluno traz, mas adiciona crescentes graus de racionalidade e
dialogicidade a esse conhecimento, tendo por referência o conhecimento histórico
científico. (DCE – Ensino Fundamental - História).
Esse conjunto de princípios levará a entender a História como produto da
ação de todos os homens, que se caracteriza por meio da sua produção através
dos tempos, os homens transformam a realidade de acordo com suas
necessidades.
Com relação ao valor educativo, a História na concepção das diretrizes ‘visa
contribuir para a construção do conhecimento e respeito ao “outro” – com o qual
se convive pessoalmente (outras etnias, religiões, opções sexuais, opções
políticas, outras condições sociais) e com o qual convive-se enquanto coletividade
(outras regiões, culturas e nações)’ (DCE – Ensino Fundamental - História).
Dentro desta perspectiva, o ensino de História no Ensino Fundamental,
deverá ter como objetivo a construção da identidade nacional e individual,
valorizando o aluno como sujeito ativo no processo de aprendizagem,
identificando as várias temporalidade e ritmos da História. Entender que a
História é o produto da prática concreta do homem e os homens estabelecem
93
relações sociais, organizando-se de modo diferente no tempo e no espaço. Em
cada sociedade existem diferentes classes e grupos que se organizam e
expressam-se de diferentes maneiras.
FONSECA (2003, p. 37-38) coloca que:
... ensinar e aprender História requer de nós, professores, a retomada de uma velha questão. O papel formativo do ensino de História. Devemos pensar sobre a possibilidade educativa da História, ou seja, a história como saber disciplinar que tem um papel fundamental na formação da consciência histórica do homem, sujeito de uma sociedade marcada por diferenças e desigualdades múltiplas. Requer assumir o oficio de professor de história como uma forma de luta política cultural. A relação ensino aprendizagem deve ser um convite e um desafio para alunos e professores cruzarem ou mesmo subverterem as fronteiras impostas entre as diferentes culturas e grupos sociais entre a teoria e a prática, política, a política e o cotidiano, a história, a arte e a vida. (in. DCE)
Portanto, é esta História que se explica o que essa sociedade é e o que ela
não é, abrindo para os alunos e professores a possibilidade de se compreender
como sujeitos da história e agentes de transformação social, pois é a ciência
encarregada de sistematizar os conhecimentos e os avanços da sociedade bem
como luta de classes transformando-se em fatos históricos.
Para finalizar, é de suma importância conceituar o aluno para a necessidade
da valorização dos sujeitos históricos, não somente como objetos de análise
historiográfica, mas como agentes que buscam a construção do conhecimento
através da reflexão teórica e, portanto, da produção conceitual, de sua prática
vivencial e investigativa no universo escolar. Portanto, os sujeitos sócio-históricos
(professores e alunos) produzem suas ações por meio de suas vivências
específicas, sua ideias e intenções próprias e por serem construtores de
significados.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Conteúdos estruturantes são os conhecimentos de grande amplitude que
identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar,
consideradas fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino
constituem-se como a própria materialidade do pensamento histórico. Deles
derivam os conteúdos básico / temas históricos e específicos que compõem o
trabalho pedagógico e a relação de ensino/aprendizagem no cotidiano da escola e
94
devem ser trabalhadas de forma articulada entre si.
Relações de Trabalho
Permitem diversas formas de organização social. No mundo capitalista o
trabalho assumiu historicamente um estatuto muito específico, do emprego
assalariado.
Pelo trabalho expressam-se as relações que os seres humanos estabelecem
entre si com a natureza, seja no que se refere à produção material como à
produção simbólica.
Para a nova esquerda inglesa, o resgate da história dos trabalhadores é
possível quando o historiador reúne vários documentos para construir um novo
modelo teórico para o seu objeto de investigação. Assim o estudo das relações de
trabalho nos anos finais do ensino fundamental e médio deve contemplar
diversos tipos de fontes, de modo que os professores e alunos percebam
diferentes visões históricas, para além dos documentos oficiais. A partir daí, é
possível construir um novo olhar sobre as relações de trabalho através de novas
fontes, buscar detectar a voz dos excluídos, uma vez que os documentos oficiais
privilegiavam, a priori, o olhar dos vencedores.
Relações de Poder
São exercidas nas diversas instâncias sócio-históricas, como o mundo do
trabalho, as políticas públicas e as diversas instituições, permitem ao aluno
perceber que tais relações estão em seu cotidiano. Assim, ele poderá identificar
onde estão os espaços decisórios, porque determinada decisão foi tomada, de
que forma foi executada ou implementada, e como, quando e onde reagir a ela.
Relações Culturais
Aquela que permite conhecer os conjuntos de significados que os homens
conferiram à sua realidade para explicar o mundo. O estudo das relações culturais
deve considerar a especialidade de cada sociedade e as relações entre elas. O
processo histórico constituído nesta relação pode ser chamado de cultura comum.
Por fim, nestas Diretrizes Curriculares de História, entende-se que os
conteúdos estruturantes relações de trabalho, poder e culturais permitem
construir uma fundamentação histórica das abordagens relativas aos temos ou
conteúdos básicos e aos conteúdos específicos. Porque materializam as
orientações do agir do humano estruturadas na formação do pensamento
95
histórico, baseado nos conteúdos estruturantes, é constituído por metodologias
de ensino e de aprendizagem articuladas às especialidades dos ensinos
fundamental e médio, as quais serão explicitados nos encaminhamentos
metodológicos.
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
RELAÇÃO DE PODER
Poder político no Brasil Colônia;
96
Expansão territorial do Brasil;
Independência política no Brasil.
RELAÇÃO DE PODER, DE TRABALHO E CULTURAL
Economia e sociedade nos primeiros tempos;
Mineração;
Rebeliões no Brasil colonial.
RELAÇÃO CULTURAL:
Das origens do homem ao século XVI, diferentes trajetórias, diferentes culturas;
Os primeiros povoadores do Brasil, (índio, cultura afro);
Religião no Brasil colônia (catequização);
Vida material e herança cultural.
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
97
RELAÇÃO DE PODER:
Das contestações à ordem colonial até a independência do Brasil século XIII ao
XIX;
Primeiro Reinado;
Período Regencial;
Política interna/externa no 2º Reinado;
Modernização do Império;
República;
República da Espada;
República do Café com leite;
Revoltas populares e o Tenentismo;
Revolução de 30;
Era Vargas;
República Populista;
Governos Militares;
Constituições.
RELAÇÃO DE PODER, DE TRABALHO E CULTURAL:
Transição do trabalho escravo par o livre;
98
Internacionalização da economia;
República do Café com Leite;
Movimentos sociais;
Formação da classe operária.
RELAÇÃO CULTURAL:
Abolição e imigração; Comunicação e cultura de massa.
7ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
RELAÇÃO DE PODER, DE TRABALHO E CULTURAL:
Nessa série faz-se uma abordagem relacionada aos aspectos gerais das
sociedades Egípcias Mesopotâmia, Bárbaros, Hebreus, Fenícios, Persas, Grécia,
Roma, Árabes que por sinal são abordados nas três dimensões: política,
econômica e cultura.
8ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
Repensando a nacionalidade do século XX ao século XXI elementos
constitutivos da contemporaneidade.
99
RELAÇÃO DE PODER:
Procura-se abordar o período histórico denominado de feudalismo em termos
amplos levando em consideração os aspectos cultural, econômico e social dessa
sociedade;
Imperialismo;
Absolutismo;
Era napoleônica.
RELAÇÃO DE PODER, DE TRABALHO E CULTURAL:
A formação do Capital-mercantil;
Transformação do feudalismo para capitalismo;
Revolução industrial;
Capitalismo monopolista;
Primeira e segunda Guerra Mundial;
A industrialização no terceiro mundo;
Mundo pós Guerra.
RELAÇÃO CULTURAL:
100
Iluminismo (Os principais Iluministas);
Renascimento.
METODOLOGIA
O trabalho pedagógico com os conteúdos estruturantes e específicos tem
como finalidade a formação do pensamento histórico dos estudantes. Isso se dá
quando o professor e os alunos utilizam, em sala e nas pesquisas escolares, os
métodos de investigação histórica articulados pelas narrativas históricas desses
sujeitos. Assim os alunos perceberão que a história está narrada em diferentes
fontes sendo que os historiadores se utilizam destas fontes para construírem suas
narrativas históricas. Espera-se que, ao concluir a Educação Básica, o aluno
entenda que não existe uma verdade histórica única, e sim que verdades são
produzidas a partir de evidências que organizam diferentes problematizações
fundamentados em fontes diversas, promovendo a consciência da necessidade
de uma contextualização social, política e cultural em cada momento histórico.
Para o aluno compreender como se dá a construção do conhecimento
histórico o professor deve organizar seu trabalho por meio de:
● dos trabalho com vestígios e fontes históricas diversas;
● da fundamentação na historiografia;
● da problematização do conteúdo;
● essa organização deve ser estruturada por narrativas históricas
produzidas pelos sujeitos.
Trabalho com vestígios e fontes históricas. Pode favorecer o pensamento
histórico e iniciação aos métodos de trabalho do historiador.
Ao trabalhar com vestígios e documentos escritos, com iconográficos,
registros orais, os testemunhos de história local, documentos contemporâneos,
como: fotografia, cinema, quadrinhos, literatura e informática. Outro fator a ser
observado é a identificação das especialidades do uso desses documentos, bem
como entender a utilização parar superar as ilustrações das aulas de história.
Quanto à identificação do documento, a sugestão é determinar sua origem,
natureza, autor e autores, datação e pontos importantes do mesmo.
O trabalho com documentos e fontes históricas podem levar a uma análise
101
crítica sobre o processo de construção do conhecimento histórico e dos limites de
sua compreensão.
Ensino fundamentado na historiografia
Fundamentar o conhecimento na historiografia significa compreendê-lo em
suas práticas, suas relações e plea multiplicidade de leituras e interpretações
históricas possíveis. O trabalho pedagógico com diversos documentos e fontes
exige que o professor esteja atento à rica produção historiográfica que tem sido
publicada em livros, revistas especializadas e outras voltados ao público em geral,
muitas das quais disponíveis também nos meios eletrônicos. O estudo das
histórias locais é uma opção metodológica que enriquece e inova a relação de
conteúdos a serem abordados, além de promover a busca de produções
historiográficas diversas.
É importante também problematizar o conteúdo a ser trabalhado. Algumas
questões podem orientar uma abordagem problematizadora dos conteúdos tais
como: por quê? Como? Quando? O quê? Entretanto, essas questões são
insuficientes, pois, além delas, será necessário levantar hipóteses acerca dos
conhecimentos do passado, recorrer as fontes históricas, preferencialmente
partindo do cotidiano dos alunos e do professor, ou seja “trabalhar conteúdos que
dizem respeito à sua vida pública e privada, individual e coletiva” (SCHMIDT e
CAINELLI, 2004, p.53).
Ao usar o método que as ideias históricas dos estudantes são marcadas
pelas suas experiências de vida e pelos meios de comunicação. O professor
poderá trabalhar com periodização deve-se relativizar a importância dada à
compartimentação da história antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea, pois
esta é uma divisão francesa que tem como marcos somente acontecimentos
históricos europeus.
Ao trabalhar com temporalidade, o professor deve tomar as ideias históricas
do aluno como ponto de partida para o trabalho com os conteúdos, propõe-se,
então, uma abordagem da divisão temporal a partir das histórias locais e
nacionais que torna possível analisar os componentes mais complexos das
heranças africanas como, por exemplo, a reivindicação dos movimentos negros a
respeito da inserção da Cultura Africana e Afro-brasileira e Indígena referente as
Leis: (11.645/08) e (10.639/03) que permite a reflexão sobre sujeitos que fazem
102
parte da História. Além disso a proposta metodológica de partir das histórias
locais e do Brasil para a geral possibilita abordagem da história regional, o que
atende a Lei Nº 13.381/01 a qual torna obrigatória, no ensino fundamental e
médio da rede pública estadual, o trabalho com os conteúdos de História do
Paraná.
AVALIAÇÃO
A avaliação terá que ser democrática e manifestar-se como um mecanismo
de diagnóstico da situação e não como um mecanismo meramente classificatório.
(Currículo Básico).
A avaliação da aprendizagem deve constituir-se em instrumento, através do
qual o professor possa ter condições de saber se houve, e em que medida houve,
apropriação do conhecimento por parte do aluno. Nesse sentido, a avaliação deve
mostrar se as relações pedagógicas estabelecidas ocorreram de modo a
contribuir satisfatoriamente para o processo de ensino aprendizagem.
A avaliação, efetivamente, só pode ser feita com qualidade se tiver um
sentido diagnóstico, ou seja, se for feita ao longo do processo ensino-
aprendizagem. Como instrumento auxiliar de aprendizagem, a avaliação tem uma
dimensão explicitamente prospectiva e não meramente retrospectiva e/ou
classificatória de ações passadas.
Falar de avaliação é falar de um processo que não pode ser discutido de
forma isolada, pois está intimamente ligada aos objetivos, à metodologia, à
natureza dos conteúdos e às relações propostas pela Escola.
A avaliação sendo contínua e mediadora do processo educativo, não pode
ser reduzida a uma ação pedagógica finalizadora do processo, apenas, ou divisora
de etapas de um todo que não devia ser fragmentado.
O processo de avaliação diagnostica, contínua e/ou cumulativa e
mediadora, é desenvolvida em processo e não por ação isolada, é auxiliar do
processo de aprendizagem significativa e, a partir das falhas/erros/dificuldades
observadas, em conjunto com o aluno:
● Verifica até que ponto os objetivos propostos na Filosofia da disciplina ou
no Referencial de trabalho do Colégio estão sendo atingidos;
● Identifica as causas que estão dificultando e/ou interferindo em seu
103
crescimento intelectual e afetivo;
● Indica aspectos/habilidades, atos e atitudes que podem contribuir para
melhorar o desenvolvimento do aluno como pessoa e como estudante;
● Sinaliza melhor o caminho a ser percorrido.
É a avaliação que subsidia o professor com elementos para uma reflexão
contínua sobre a sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e
a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como
adequados para o processo de aprendizagem individual ou de todo o grupo. Para
o aluno, é o instrumento de tomada de consciência de suas conquistas,
dificuldades e possibilidades para a reorganização de seu investimento na tarefa
de aprender. Para a escola, possibilita definir prioridades e localizar quais
aspectos das ações educacionais demandam maior apoio.
Em resumo a avaliação em História dar-se-á em todos os momentos do
processo ensino aprendizagem. Será valorizado a participação do educando nas
atividades grupais, individuais, a iniciativa para pesquisa, elaboração e
apresentação de trabalhos (orais, escritos, individuais e coletivos), além de
avaliações escritas contendo questões de análise (subjetivas e objetivas).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARCA, Isabel. O pensamento histórico dos jovens: ideias dos adolescentes
acerca da provisoriedade da explicação histórica. Braga: Universidade do Minho,
2000.
FONSECA, Thais Nivia de Lima e. História e ensino de história. Belo Horizonte:
Autêntica, 2003.
GRAMSCI, Antônio. Cadernos do cárcere, v. I a VI. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2004.
HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. Companhia
das Letras, 2001.
MOCELLIN, Renato. Brasil: para compreender a história, 5ª série. São Paulo:
Editora do Brasil, 2ª ed., 2001.
MOCELLIN, Renato. Brasil: para compreender a história, 6ª série. São Paulo:
Editora do Brasil, 2ª ed., 2001.
MOCELLIN, Renato. Brasil: para compreender a história, 7ª série. São Paulo:
104
Editora do Brasil, 2ª ed., 2001.
MOCELLIN, Renato. Para compreender a história, 8ª série. São Paulo: Editora do
Brasil, 2ª ed., 2001.
PARANÁ. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba:
SEED, 1990.
SAVIANI, Nereide. Saber escolar, currículo e didática: problemas da unidade
conteúdo/método no processo pedagógico. Campinas: Autores Associados, 2000.
Secretaria de Estado do Paraná - Diretrizes Curriculares da Educação Básica do
Paraná – 2008.
LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O Português, língua que tem sua raiz no indo-europeu por meio do Latim,
língua falada, escrita dos romanos, em seu início, teve também influências
germânicas, arábica (moçárabe) e provençal; no dialeto galiziano (galaico-
português), antes apenas falado, em 1189.
Paio Soares de Taveirós escreveu a “Cantiga da Ribeirinha”, considerado o
primeiro documento escrito; em 1920, Dom Dinis, o rei trovador, tornou
obrigatório o uso da língua portuguesa no reino de Portugal. Em 1572, Luís Vaz de
Camões escreveu o poema épico, “Os lusíadas”, o maior documento literário e
linguístico português. Em 1536 o Padre Fernão de Oliveira escreveu a primeira
gramática da língua portuguesa “Gramática da Lingoagem Portugueza”. A partir
da colonização portuguesa de outros povos, entre eles, os habitantes do Brasil, o
Português passou a ser falado e escrito já em direção de sua dialetação, com as
influências, primeiro das línguas locais e, depois, das atuais línguas que
expressam a maior força econômica, política e cultural de seus países.
Hoje, são ainda milhões os brasileiros analfabetos totais e quase a maioria
dos adultos é de gente que consegue ler, mas sem entender o que lê (analfabetos
funcionais); poucos são os brasileiros que dominam a chamada “língua culta” ou
aquela que observa as normas de algum tipo de gramática. Por isto, equivale
dizer que, apesar da pretendida unidade política nacional, não existe unidade
linguística e, sobretudo, muitos fatores têm impedido de a grande maioria ter
105
acesso a uma língua melhor elaborada, fatores estes de âmbito geográfico,
cultural, político e sócio-econômico.
Mais um fator complicador, por meio das relações no comércio, na
informática e na Internet, é a adoção de termos ingleses, sem ao menos adaptá-
los à estrutura linguística portuguesa. Mario Lobo (na revista Educação, nº. 217,
maio de 1999) afirma: “Estrangeiros em relação a própria língua, os brasileiros
perdem capacidade de reflexão, discussão e criação”.
Se para alguns a solução seria a existência imposta de um “único padrão”
de língua, para outros esta padronização, considerada por eles impossível,
“destruiria a liberdade acadêmica e a criatividade expressiva” (Analdo Niskier,
presidente da Academia Brasileira de Letras, na revista Educação citada);
inclusive Niskier acrescenta que seria impor um “colonialismo nacional” que já
vem sendo exercido pela televisão, impondo o falar dos paulistas e cariocas. Além
disso, há de se respeitar que a língua é um fenômeno social vivo, sujeito a
mudanças; se assim não fosse, nossa língua, já com seus 800 anos, seria a
mesma que instruiu a escrita da “Cantiga da Ribeirinha” e, talvez estivesse
sistematizada na “Gramática da Lingoagem Portugueza”.
Diante desta problemática, a escola tem sido apontada como culpada por
não ter dado conta de seu papel no ensino da língua. Caminhos e critérios, nem
sempre na mesma direção, têm sido indicados por estudiosos nesta última
década, alguns deles incorporados pelo Ministério da Educação nos Parâmetros
Curriculares Nacionais.
No ensino da língua falada deve-se respeitar as diferenças regionais e para
o ensino da língua escrita deveria ser buscada uma “razoável unidade”, mas com
uma urgente atualização das gramáticas que vistas como “campo das certezas
absolutas” (Prof. Ataliba Teixeira de Castilho)”;
No ensino da língua a escola deveria: preocupar-se menos com a gramática,
a norma deveria estar a serviço da expressividade do estudante, maior circulação
social dos textos produzidos pelos alunos e organização de “estratégias de re-
escrita” (Adilson Citelli).
Durante muito tempo, o conteúdo gramatical, legitimado por uma classe
social influente e pela tradição acadêmica/escolar, tem sido a base para o ensino
de Língua Portuguesa e, por assim ser, tem havido uma forte resistência em
106
mudar, nas salas de aula, a prática decorrente dessa concepção. O conceito de
Conteúdo Estruturante lança um novo olhar sobre esse aspecto, porque esse
conceito é constituído dentro da mobilidade histórica. Essa característica
contextual garante a sua não fixidez, inviabilizando a arbitrariedade de seus
recortes. Possibilita, também, o diálogo com conceitos diversos que, somados,
conseguem abranger toda a complexidade que envolve o processo de uso da
língua, não contemplada dentro de uma perceptiva exclusivamente gramatical.
Assumindo-se a concepção de língua como prática que se efetiva nas
diferentes instâncias sociais, acorda-se que o objeto de estudo da disciplina é a
Língua e o Conteúdo Estruturante de Língua Portuguesa e Literatura é o discurso
enquanto prática social (leitura, escrita e oralidade).
Sendo assim, torna-se necessário esclarecer as implicações que esse termo
― discurso ― assume nestas Diretrizes. Na sua origem, o termo significa curso,
percurso, correr por movimento. Isso indica que a postura frente aos conceitos
fixos, imutáveis, deve ser diferenciada. De acordo com Stam (2000, p.32), “a
linguagem, em Bakhtin, não é um sistema acabado, mas um contínuo processo
de vir a ser”. A língua não é algo pronto, à disposição dos falantes, mas algo em
que eles “ingressam numa corrente móvel de comunicação verbal”. A consciência
só é adquirida por meio da linguagem e é através dela que os sujeitos começam a
intervir no real.
É por meio da linguagem que o homem constrói a representação da
realidade na qual está inserido. Agindo, ele é capaz de transformar a realidade
social, de forma que contribua para a acepção de novos valores no mundo em
quem vive. Segundo Frigotto e Ciavatta(2004): “Pensar o trabalho pedagógico
com a língua materna, no Ensino Médio, implica necessariamente, pensar que
este trabalho se concretiza no terreno das contradições do sistema capitalista e
da forma específica como elas se produzem na sociedade brasileira”.
A rapidez das mudanças ocorridas no meio social e a percepção das
inúmeras relações de poder constituídas a partir das teias discursivas,
requererem de nós, professores, uma mudança de posicionamento no que se
refere à ação pedagógica.
Em se tratando do ensino de Língua Portuguesa e Literatura, no Ensino
Médio:
107
“No que concerne ao domínio do ensino de Língua Portuguesa e Literatura no Ensino Médio, um dos fundamentos teóricos que subjazem como orientação para a elaboração curricular são os postulados construídos a partir das contribuições do teórico russo Mikhail Bakhtin e do chamado Círculo de Bakhtin. Segundo tais postulados, a língua configura um espaço de interação entre sujeitos que se constituem através dessa interação. Ela mesma, a língua, também só se constitui pelo uso, ou seja, movida pelos sujeitos que interagem. Isto significa compreender a língua como ‘um conjunto aberto e múltiplo de práticas sociointeracionais, orais ou escritas, desenvolvidas por sujeitos historicamente situados. Pensar a linguagem(e a língua) desse modo, é perceber que ela não existe em si, mas só existe efetivamente no contexto das relações sociais: ela é elemento constitutivo dessas múltiplas relações e nelas se constitui continuamente”. (Faraco, 2003).
Tendo em mente que o sujeito se constitui em meio a atividades verbais, o
Ensino da Língua Portuguesa deve estar orientado por uma concepção que torna
esta disciplina um conjunto de práticas internacionais, sociais e historicamente
constituídas e se constituindo. Conforme Orientações Curriculares de Língua
Portuguesa do Ensino Médio(2005):
“Insistindo, ainda, nesta perspectiva, a função do professor de Língua Portuguesa e Literatura é ajudar seus alunos a ampliarem seu domínio de uso das linguagens verbais e não-verbais através do contato direto com textos dos mais variados gêneros, orais ou escritos, engendrados pelas necessidades humanas enquanto falantes do idioma. É necessário que a inclusão da diversidade textual dê conta de relacionar os gêneros com as atividades sociais onde eles se constituem”.
A finalidade do ensino de Língua Portuguesa, tal como vem sendo tratada
em diversas propostas curriculares, é criar situações nas quais o aluno amplie o
domínio ativo do discurso nas diversas situações comunicativas, sobretudo nas
instâncias públicas de uso da linguagem de modo a possibilitar sua inserção
efetiva no mundo da escrita, ampliando suas possibilidades de participação social
no exercício da cidadania.
OBJETIVOS GERAIS
O professor deve propiciar ao aluno, para além do contato com diferentes
textos, a possibilidade deste, expressar-se através dos diferentes gêneros e até
mesmo de, exercendo a sua criatividade, participar ativamente da caracterização
do próprio gênero. Antes de tudo isso, no nível oral e escrito, a interpretação que
faz proliferar o pensamento, objetivando assim, no que diz respeito à:
108
1. PRÁTICA DE LEITURA DE TEXTOS E ORALIDADE
Procedimentos de leitura:
● Identificar informações no texto;
● Relacionar uma informação do texto com outras informações oferecidas
no próprio texto ou em outro texto;
● Depreender de uma afirmação explícita uma outra informação implícita.
● Identificar o tópico central de um texto;
● Estabelecer relações entre tópico e sub tópicos;
● Inferir o sentido de uma palavra ou expressão considerando: o contexto
e/ou universo temático e/ou a estrutura morfológica da palavra (radical,
afixo e flexões);
● Avaliar a propriedade de certas estratégias argumentativas, utilizando
informações oferecidas por um verbete de dicionário e/ou por outro texto
(enciclopédia, pequeno texto informativo, textos científicos, notícia, etc.);
● Relacionar, na análise e compreensão do texto, informações verbais com
informações de ilustrações ou fotos e/ou gráficos ou tabelas e/ou
esquemas.
Características dos gêneros:
● Reconhecer características típicas de uma narrativa ficcional (conflito e
desenlace, cenário, personagens, narrador);
● Reconhecer as características típicas de um texto de análise/opinião
(tese, argumento, contra-argumento, refutação), como editorial, crítica,
crônica, artigo;
● Analisar a estratégia argumentativa do autor em um texto
analítico/opinativo;
● Reconhecer as características próprias de um texto informativo (tópico e
hierarquia de informação, exemplificação, analogia);
● Reconhecer recursos prosódicos frequentes em texto poético (rima, ritmo,
assonância, aliteração);
● Estabelecer relações, num texto poético, entre os aspectos formais
(verso, estrofe, exploração gráfica do espaço) e temáticos (lirismo
109
amoroso, descrição de objeto ou cena, retrato do cotidiano, narrativa
dramática).
Características do suporte e/ou do enunciador na construção de valores
e sentidos:
● Comparar o tratamento da informação em duas notícias sobre o mesmo
fato;
● Reconhecer em um texto, marcas decorrentes de identificações políticas,
ideológicas e de interesses econômicos dos agentes de produção;
● Comparar as diferenças de uma mesma informação em diferentes
veículos informativos (ex.: jornal X revista X televisão X rádio);
● Relacionar valores e sentidos veiculados em um texto informativo e/ou
analítico/opinativo com suas condições de produção e intenções do autor;
● Relacionar as diferenças de uma mesma informação divulgada por
diferentes fontes às interações do autor;
● Relacionar as intenções do autor e as diferenças de sentido consequentes
do seu lugar social (ex.: homem X mulher; líder sindical X empresário; pai
X filho);
● Avaliar o efeito de sentido consequente do uso de pontuação expressivo
(interrogação, exclamação, reticências, aspas);
● Avaliar a propriedade do uso dos recursos lexicais (jogos metafóricos e
metonímicos, expressões nominais definidas, hiponímia, hiperonímia,
repetição) em função da estratégia argumentativa do autor;
● Avaliar a propriedade do uso dos recursos sintáticos (paralelismo,
enumeração, inversão, intercalação, coordenação, subordinação etc) na
estratégia argumentativa do autor;
● Avaliar a propriedade do uso dos recursos semânticos (relações de
oposição ou aproximação, gradação, campo semântico, atenuação,
eufemismo, hipérbole, ironia) na estratégia argumentativa do autor.
2. PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
● Comparar paráfrases avaliando sua maior ou menor fidelidade ao texto
110
original;
● Avaliar a intenção da paródia de um texto dado;
● Identificar referências ou remissões a outros textos;
● Analisar incoerências e contradições na referência a outro texto ou na
incorporação de um argumento de outro autor;
● Estabelecer relações temáticas e/ou estilísticas (de semelhança e de
oposição) entre dois textos de diferentes épocas;
● Narrativa ficcional (conto curto, crônica, paródia);
● Descrição ficcional (conto longo, crônica policial ou de outra natureza de
gênero, paródia);
● Notícia;
● Resenha;
● Carta argumentativa/persuasiva;
● Texto dissertativo expositivo ou polêmico (dissertação, artigo de opinião,
crônica);
● Quanto ao texto dissertativo (expositivo ou argumentativo), relacionar
adequadamente a seleção e ordenação dos argumentos com a tese;
● Quanto ao texto argumentativo, identificar o interlocutor e o assunto
sobre o qual se posiciona, e estabelecer interlocução explícita;
● Utilizar, considerando as condições de produção, diferentes recursos
resultantes de operações linguísticas (escolha, ordenação, expansão,
transformação, encaixamento, inversão, apagamento).
3. LITERATURA
Características dos gêneros:
● Reconhecer características típicas de uma narrativa ficcional (conflito e
desenlace, cenário, personagens, narrador);
● Reconhecer características típicas de um texto de análise/opinião (tese,
argumento, contra-argumento, refutação), como editorial, crítica, crônica,
artigo;
● Analisar a estratégia argumentativa do autor em um texto
analítico/opinativo;
111
● Reconhecer as características próprias de um texto informativo (tópico e
hierarquia de informação, exemplificação, analogia);
● Reconhecer recursos prosódicos frequentes em texto poético (rima, ritmo,
assonância, aliteração);
● Estabelecer relações, num texto poético, entre os aspectos formais
(verso, estrofe, exploração gráfica do espaço) e temáticas (lirismo
amoroso, descrição de objeto ou cena, retrato do cotidiano, narrativa
dramática);
● No concomitante aos períodos escravocratas no Brasil, relacionar autores
e obras importantes referentes aos assuntos voltados à raça negra e sua
luta ao tratamento e direitos iguais na sociedade como um todo.
4. ANÁLISE LINGUÍSTICA
Coerência e coesão no processamento do texto:
● Comparar textos de diferentes gêneros quanto ao tratamento temático e
aos recursos formais utilizados pelo autor;
● Estabelecer relações entre partes de um texto a partir de repetição e
substituição de um termo;
● Estabelecer relações entre partes de um texto a partir de mecanismos de
concordância verbal e nominal;
● Estabelecer relação entre os recursos coesivos e operadores
argumentativos usados pelo autor e sua estratégia argumentativa;
● Analisar as relações sintático-semânticas em segmentos do texto
(gradação, disjunção, explicação/estabelecimento de relação causal,
conclusão, comparação, contraposição, exemplificação, retificação,
explicitação).
Progressão temática e organização argumentativa e narrativa:
● Identificar a tese e os argumentos de um texto;
● Analisar a seleção de argumentos de um texto para a corroboração da
tese;
● Analisar a pertinência das informações selecionadas na exposição do
argumento;
112
● Estabelecer a relação entre o modo de oposição e a estratégia
argumentativa do autor;
● Estabelecer relações comparativas entre duas operações argumentativas,
considerando as diferenças de sentido decorrentes da opção por uma ou
outra;
● Avaliar a complexidade do núcleo dramático de uma narrativa e das
ações dele decorrentes;
● Relacionar o narrador ao foco narrativo (ponto de vista);
● Relacionar a organização do cenário (tempo e espaço) com o enredo e a
ação das personagens;
● Avaliar a propriedade da incorporação de dados da realidade na
construção do universo ficcional.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
● Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes manifestações
da Língua Verbal.
● Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora
de significação e integradora da organização do mundo e da própria
identidade.
● Aplicar as tecnologias de comunicação e da informação na escola, no
trabalho e em outros contextos relevantes da vida.
● Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando
textos/contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura, de
acordo com as condições de produção, recepção (intenção, época, local,
interlocutores participantes da criação e propagação das ideias e
escolhas, tecnologias disponíveis).
● Recuperar, pelo estudo do texto literário, as formas instituídas de
construção do imaginário coletivo, o patrimônio representativo da cultura
e as classificações preservadas e divulgadas, no eixo temporal e espacial.
● Articular as redes de diferenças e semelhanças entre a língua oral e
escrita e seus códigos sociais, contextuais e linguísticos.
● Considerar a Língua Portuguesa como fonte de legitimação de acordos e
condutas sociais e como representação simbólica de experiências
113
humanas manifestas nas formas de sentir, pensar e agir na vida social.
● Entender os impactos das tecnologias da comunicação, em especial da
língua escrita, na vida, nos processos de produção, no desenvolvimento
do conhecimento e na vida social.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Por muitas décadas, o conteúdo gramatical tem sido a base para o ensino
de Língua Portuguesa. O conceito de conteúdo estruturante garante a sua não
fixidez, abrange toda a complexidade que envolve o processo de uso da língua,
não apenas a gramática.
A definição de Conteúdo Estruturante da disciplina de Língua
Portuguesa/Literatura abrange um campo de ação onde se concretizam práticas
de uso real da língua materna, contrapondo-se a ensino tradicional, com estudo
de regras gramaticais como objetivo do ensino da língua.
É no contexto das práticas discursivas que se farão presentes os conceitos
oriundos da linguística, sociolinguística, semiótica, estudos literários, análise do
discurso, gramática normativa, etc, de modo a contribuir com o aprimoramento
da competência linguística dos estudantes: “No contexto das práticas discursivas,
estarão presentes os conceitos oriundos da Linguística, Sociolinguística,
Semiótica, Pragmática, Estudos Literários, Semântica, Morfologia, Sintaxe,
Fonologia, Análise do Discurso, Gramáticas normativa, descritiva, de usos, entre
outros, de modo a contribuir com o aprimoramento da competência linguística
dos estudantes” (Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação
Básica-2006).
5ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE E ESPECÍFICOS
DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.
GÊNEROS DISCURSIVOS A SEREM TRABALHADOS: história em quadrinho,
piadas, adivinhas, lendas, fábulas, contos de fadas, poemas, narrativa de enigma,
narrativa de aventura, dramatização, exposição oral, comercial para TV, causos,
carta pessoal, carta de solicitação, e-mail, receita, convite, autobiografia, cartaz,
114
carta do leitor, classificados, verbete, quadrinhas, cantigas de roda, bilhetes,
fotos, mapas, aviso, horóscopo, regras de jogo, anedotas, e demais.
LEITURA
Identificação do tema.
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático
- interlocutores
- fonte
- intertextualidade
- informatividade
- intencionalidade
- marcas linguísticas
Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários
Inferências
ORALIDADE
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Variedades linguísticas.
Intencionalidade do texto.
Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação.
Particularidades de pronúncia de algumas palavras.
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc.
ESCRITA
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
115
Argumentação.
Paragrafação.
Clareza de ideias.
Refracção textual.
Temas propostos:
- O respeito à diversidade étnico-raciais e afro-descendentes;
- Valores familiares e a vivência em sociedade;
- A saúde e as drogas – causas e consequências.
ANÁLISE LINGUÍSTICA:
Coesão e coerência do texto lido ou produzido pelo aluno.
Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto.
Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto.
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto.
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico.
Acentuação gráfica.
Processo de formação de palavras.
Gírias.
Algumas figuras de pensamento (prosopopeia, ironia e demais).
Alguns procedimentos de concordância verbal e nominal.
Particularidades de grafia de algumas palavras.
6ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE E ESPECÍFICOS
DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.
GÊNEROS DISCURSIVOS A SEREM TRABALHADOS: entrevista (oral e escrita),
crônica de ficção, música, notícia, estatutos, narrativa mítica, tiras, propaganda,
exposição oral, mapas, paródia, chat, provérbios, torpedos, álbum de família,
literatura de cordel, carta de reclamação, diário, carta ao leitor, instruções de uso,
cartum, história em quadrinhos, placas, pinturas, provérbios, entre outros.
116
LEITURA
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático.
- interlocutores.
- fonte.
- ideologia.
- papéis sociais representados.
- intertextualidade.
- intencionalidade.
- informatividade.
- marcas linguísticas.
Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários.
As particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto em registro formal e
informal.
Texto verbal e não-verbal.
ORALIDADE
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Procedimentos e marcas linguísticas típicas da conversação (entonação,
repetições, pausas, etc).
Variedades linguísticas.
Intencionalidade do texto.
Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação.
Particularidades de pronúncia de algumas palavras.
ESCRITA
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
117
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Linguagem formal/informal.
Argumentação.
Coerência e coesão textual.
Organização das ideias/parágrafos.
Finalidade do texto.
Refracção textual.
Temas propostos:
O respeito à diversidade étnico-raciais e afro-descendentes;
Valorização do meio cultural em que se vive;
A saúde e a prevenção a uma gravidez in desejada – causas e consequências.
ANÁLISE LINGUÍSTICA:
Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam no
texto.
Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto.
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto.
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, itálico, parênteses, hífen.
Acentuação gráfica.
Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais.
A representação do sujeito no texto (expressivo/elíptico;
determinado/indeterminado; ativo/passivo).
Neologismo.
Figuras de pensamento (hipérbole, ironia, eufemismo, antítese e demais).
Alguns procedimentos de concordância verbal e nominal.
Linguagem digital.
Semântica.
Particularidades de grafia de algumas palavras.
7ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE E ESPECÍFICOS
118
DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.
GÊNEROS DISCURSIVOS A SEREM TRABALHADOS: regimento, slogan,
reportagem (oral e escrita), pesquisa, conto fantástico, narrativa de terror,
charge, narrativa de humor, crônica jornalística, paródia, resumo, anúncio
publicitário, sinopse de filme, poema, biografia, narrativa de ficção científica,
relato pessoal, outdoor, blog, haicai, júri simulado, discurso de defesa e acusação,
mesa redonda, dissertação escolar, regulamentos, caricatura, escultura, e
demais.
LEITURA
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático.
- interlocutores.
- fonte.
- ideologia.
- intencionalidade.
- informatividade.
- marcas linguísticas.
Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários.
As diferentes vozes sociais representadas no texto.
Linguagem verbal, não-verbal, midiático, infográficos, etc.
Relações dialógicas entre textos.
ORALIDADE
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Coerência global do discurso oral.
Variedades linguísticas.
Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação.
119
- turnos de fala.
Particularidades dos textos orais.
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc.
Finalidade do texto oral.
ESCRITA
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Argumentação.
Coerência e coesão textual.
Paráfrase de textos.
Paragrafação.
Refracção textual.
Temas propostos:
O respeito à diversidade étnico-raciais e afro-descendentes;
O respeito moral no meio familiar, na escola e na comunidade;
O meio ambiente e sua preservação imediata.
ANÁLISE LINGUÍSTICA:
Semelhanças e diferenças entre o discurso escrito e oral.
Conotação e denotação.
A função das conjunções na conexão de sentido do texto.
Progressão referencial (locuções adjetivas, pronomes, substantivos...).
Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto.
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto.
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico.
Acentuação gráfica.
Figuras de linguagem.
Procedimentos de concordância verbal e nominal.
120
A elipse na sequencia do texto.
Estrangeirismos.
As irregularidades e regularidades da conjugação verbal.
A função do advérbio: modificador e circunstanciador.
Complementação do verbo e de outras palavras.
8ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE E ESPECÍFICOS
DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.
GÊNEROS DISCURSIVOS A SEREM TRABALHADOS: artigo de opinião, debate,
reportagem oral e escrita, manifesto, seminário, relatório científico, resenha
crítica, narrativa fantástica, romance, histórias de humor, contos, música,
charges, editorial, entrevista oral e escrita, agenda cultural, reality show, novela
fantástica, conferência, palestra, fotoblog, depoimento, imagens, instruções, etc.
LEITURA
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático.
- interlocutores.
- fonte.
- intencionalidade.
- intertextualidade.
- ideologia.
- informatividade.
- marcas linguísticas.
Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários.
Informações implícitas em textos.
As vozes sociais presentes no texto.
Estética do texto literário.
ORALIDADE
Adequação ao gênero:
121
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Variedades linguísticas.
Intencionalidade do texto oral.
Argumentação.
Papel do locutor e do interlocutor:
- turnos de fala.
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc.
ESCRITA
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Argumentação.
Resumo de textos.
Paragrafação.
Paráfrase.
Intertextualidade.
Refracção textual.
Temas propostos:
- O respeito à diversidade étnico-raciais e afro-descendentes;
- Cuidados com o corpo e as consequências provenientes da pedofilia,
frente às armadilhas de corrupção na sociedade;
- Planejamento familiar – uma questão de responsabilidade.
ANÁLISE LINGUÍSTICA:
Conotação e denotação.
Coesão e coerência textual.
Vícios de linguagem.
Operadores argumentativos e os efeitos de sentido.
Expressões modalizadoras (que revelam a posição do falante em relação ao que
122
diz).
Semântica.
Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto.
Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto.
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto.
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico.
Acentuação gráfica.
Estrangeirismos, neologismos, gírias.
Procedimentos de concordância verbal e nominal.
Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais.
A função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto.
Coordenação e subordinação nas orações do texto.
METODOLOGIA
A visão que se tem sobre a linguagem e, por extensão sobre a língua,
determinará a metodologia a ser adotada pelo docente; por exemplo: um
professor que tenha uma visão Estruturalista, ministrará aulas com base no
código, pautando sua forma de ensino na “decoreba” de regras gramaticais e de
modelos textuais; ao passo que um professor com uma visão sociointeracionista,
pautará o ensino no uso efetivo da língua, ou seja, a língua enquanto local de
interação entre o sujeito e a sociedade que o cerca.
Assim, as ideias e reflexões sobre o desenvolvimento da competência
linguística vão direcionar as aulas de Língua Portuguesa, sendo que a
metodologia adotada será pautada na efetiva utilização que se faz da língua,
promovendo atividades e momentos em que o aluno reflita sobre o idioma na
tentativa de adequar a linguagem ao contexto, assim, conforme citam as
Diretrizes de Língua Portuguesa:
Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, os professores de Língua Portuguesa e Literatura têm o papel de promover o amadurecimento do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, para que os estudantes compreendam e possam interferir nas relações de poder com seus próprios pontos de vista, fazendo deslizar o signo-verdade-poder em direção a outras significações que permitam, aos mesmos estudantes, a sua emancipação e a autonomia em relação ao pensamento
123
e às praticas de linguagem imprescindíveis ao convívio social. Esse domínio das práticas discursivas possibilitarão que o aluno modifique, aprimore, re-elabore sua visão de mundo e tenha voz, também no dialeto de prestígio social, para se fazer presente na sociedade. (DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA PORTUGUESA p. 29)
Uma seleção rica de materiais escritos será o embasamento de toda a
dinâmica ensino/aprendizagem, sempre que possível serão utilizados recursos
como a TV-Multimídia, o laboratório de informática, retroprojetor, vídeo, painéis,
livros, jornais, revistas, o próprio livro didático e outros, para tornar as aulas
menos cansativas, mais interessantes e que alcancem maior grau de
aprendizagem.
Contudo, ainda existem alguns desafios a serem vencidos, como por
exemplo, a luta contra a falta de recursos, que na maioria das vezes, assola a
maioria das escolas públicas estaduais, uma estreita relação entre o que e como
ensinar determinados assuntos, etc. Objetivos só podem ser alcançados se os
conteúdos tiverem tratamento didático específico. A questão não é apenas qual
informação deve ser oferecida, mas principalmente, que tipo de tratamento deve
ser dado à informação que se oferece, conforme esclarece Bakhtin (1986): "A
verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de
formas linguísticas, nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato
psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal,
realizada através da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui
a realidade fundamental da língua" (1986:123).
Ter-se á, como objeto de toda metodologia utilizada a familiarização do
aluno com a prática da oralidade, prática essa de fundamental importância para a
vida futura do educando, bem como a prática de análise linguística e a de
produção e de leitura de uma grande variedade de gêneros, inserindo-se na
comunidade dos leitores, aprendendo a selecionar informações pertinentes em
diferentes suportes, compreendendo a perspectiva enunciativa com que os textos
foram produzidos e posicionando-se criticamente. Portanto, estudar os principais
mecanismos de textualização: a coesão nominal responsável pela continuidade
temática, a coesão verbal e as conexões temporais ou lógicas responsáveis por
marcar as articulações da progressão temática; envolver-se em uma intensa e
variada prática de produção de textos, elaborando relatórios, etc.
124
A própria definição dos conteúdos, já é em si, uma questão didática que
tem relação direta com os objetivos colocados. Dentro desta perspectiva cabe ao
professor desta instituição, oferecer em suas aulas práticas de oralidade, escrita e
análise linguística – respeitando e abrangendo as diversas variedades de análise
linguística – o uso de textos variados, dos mais diferente gêneros: prosa, poesia,
texto científico, publicitário, quadrinhas, música popular, receitas, bulas,
panfletos, resenhas, entre outros.
A partir dessa abordagem dos mais diferentes gêneros presentes na
sociedade, serão feitas explorações de temas como: relações entre língua oral e
língua escrita; linguagem verbal e as outras linguagens; usos e funções da
linguagem oral e escrita numa perspectiva pragmática e enunciativa;
compreensão dos fenômenos de variação linguística, em uma abordagem
sociolinguística; estrutura composicional e características estilísticas dos gêneros
literários, de imprensa, de divulgação científica, epistolares, instrucionais,
publicitários e outros; gêneros de tradição oral: trava-língua, parlendas, adivinhas,
quadrinhas, cantigas de roda, contos de fada, contos, lendas, mitos e fábulas e
análise dos gêneros literários. Literatura infantil: história e características do
gênero, mecanismos de coerência e de coesão, a partir de contribuições da
linguística textual. Análise dos processos interlocutivos, numa perspectiva
enunciativa, analisando as estratégias argumentativas e o cruzamento das
diversas perspectivas no interdiscurso. História das letras e do alfabeto, para
compreensão do funcionamento dos sistemas de escrita. Articulações entre o
sistema fonológico e o sistema gráfico da língua: a ortografia e os valores
funcionais das letras. Morfossintaxe: análise das palavras e de suas relações e
identificação das unidades menores do que a palavra. Identificação das correções
impostas pelos padrões da escrita como instrumentos para a revisão de textos.
Além dos conteúdos acima mencionados faz-se necessário abordar ainda
temas relativos à “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, de acordo com a
lei nº 11.645/08 e, de igual forma, conteúdos relacionados aos temas contidos
nas leis nº 13.381/01 e n° 9.795/99 que instituem o ensino respectivamente da
“História do Paraná” e “Meio Ambiente”. Tais temas serão abordados com uma
metodologia diferenciada, por meio de textos que busquem evidenciar a
importância, bem como a preservação do meio ambiente e, com relação aos
125
povos e culturas, a valorização das diferenças e dos contrastes existentes na
sociedade em que vivemos e da qual fazemos parte. Dessa forma, aliam-se aos
conteúdos temas de grande importância e relevância para a vida social do
educando, evidenciando novamente para o aluno que a disciplina de Língua
Portuguesa tem como norte a interação entre sujeito e sociedade, e não a mera
memorização de conceitos – evidenciada da concepção sociointeracionista de
linguagem.
Uma grande atenção também deve ser dada ao equilíbrio necessário entre
os trabalhos que envolvam leitura e escrita, oralidade e análise linguística, pois
estas são as quatro práticas de estudo que sintetizam a aprendizagem da Língua
Portuguesa.
AVALIAÇÃO
No que consiste o progresso do aluno, o professor deve estar apto a
considerar as mais diversas formas de valoração, a fim de que sua prática
pedagógica tenha validade para o que ensinou, e para a efetivação da
aprendizagem de seus discentes:
“[...] o Professor de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio, será capaz de se valer de todos os meios de que dispõe para – ao aperfeiçoar a expressão e a compreensão dos seus alunos nos níveis da oralidade, leitura e escrita, fazendo a um tempo com que o pensamento prolifere – permitir que os alunos façam suas próprias escolhas ante as oportunidades que a vida colocar na sua frente e assim caminhem com suas próprias pernas. Um Professor de Língua Portuguesa e Literatura educa para a criatividade. Um Professor de Língua Portuguesa e Literatura educa para a liberdade”. (Orientações Curriculares de Língua Portuguesa do Ensino Médio, 2005)
Se o professor tiver consciência que a avaliação é a caminhada de
crescimento de seu aluno – ensino e aprendizagem – verificando o processo e não
o produto, e que sua função é diagnóstica, os resultados serão satisfatórios e
relevantes.
Que a verificação tenha caráter de observância apenas, e a avaliação se
faça valer pela totalidade – o que o aluno traz consigo do seu meio em que vive, e
o desenvolvimento de suas habilidades criativas conseguidas neste meio,
enquanto cidadão do mundo – assim, o professor estará realizando a avaliação
formativa, o que, na atualidade, rege os parâmetros educacionais nacionais no
126
que diz respeito à avaliação contínua, real e não classificatória.
Nesta instituição estaremos avaliando o aluno pela sua caminhada – desde
o Ensino Fundamental até o Ensino Médio – que perpassa por vários obstáculos,
dos quais o fortalecimento na aprendizagem fará a diferença. Obstáculos que
estarão sendo sanados pelas práticas diferenciadas de relações linguísticas, seja
na leitura e oralidade, na escrita, ou ainda, pela concepção de desmembramento
e desconstrução da Língua Portuguesa através da análise linguística.
Estaremos proporcionando ao aluno a apresentação de diversos textos,
variações linguísticas de comunicação midiática, o estudo das práticas discursivas
atuais e de décadas passadas, num confronto literário, onde se possa avaliar este
aluno pelo seu progresso, nas produções de textos(diversos gêneros discursivos),
numa leitura organizada(individual e coletiva), na abertura e exposição de ideias
argumentadas e com fundamentação histórica(o debate), na interpretação de
textos, charges, propagandas, mapas, gráficos e seus incisos(intertextualidade de
gêneros de textos), a dramatização e a literatura presente no meio cultural da
língua(autores do século XX e XXI, incluindo os contemporâneos), entre outros
meios que possam vir a colaborar com o processo de aprendizagem contínua e
não acabada, que a escola propõe.
Não estaremos esquecendo a cada instante, de retomarmos os conteúdos
programáticos, relevantes e de planejamento disciplinar da Língua Portuguesa,
não assimilados pelos alunos, de forma a proporcionar a eles, uma revisão
qualitativa a cada conteúdo trabalhado, por meio de outras técnicas
metodológicas e pedagógicas, a fim de amenizar e resolver problemas referentes
à concretização da aprendizagem, segundo as propostas curriculares
educacionais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABAURRE, Maria Luiza & PONTARA, Marcela Nogueira & FADEL, Tatiana. Português
Língua e Literatura. São Paulo: MODERNA. ed.1, 2001.
AMARAL, Emília & FERREIRA, Mauro & LEITE, Ricardo & ANTÔNIO, Severino.
Português – Novas palavras: Literatura, Gramática e Redação. São Paulo: FTD.
ed.1, 2000.
CADORE, Luís Agostinho. Curso Prático de Português – Literatura, Gramática e
127
Redação. São Paulo: ÁTICA. ed.6, 1998.
Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. 2008.
FARACO, Carlos Alberto. Português Língua e Literatura. Curitiba: BASE. ed.1,
2005. Livros 1, 2 e 3.
GUIMARÃES, Margaret e Florianete. A Gramática lê o texto. São Paulo: MODERNA.
ed.1, 1997.
http://www.seed.pr.gov.br/diaadia. Portal Dia-a-dia Educação. Educadores.
Disciplinas. Língua Portuguesa. Conteúdos Básicos de Língua Portuguesa-2008.
LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO. Língua Portuguesa e Literatura – Ensino Médio. SEED.
2007-2008.
MAIA, João Domingues. Português – Série Novo Ensino Médio. São Paulo: ÁTICA.
ed.1, 2007.
OLINTO, Antônio. Minidicionário de Língua Portuguesa. São Paulo: MODERNA.
ed.2, 2001.
PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto – Leitura e Redação. São Paulo: ÁTICA.
ed. 8, 1994.
MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O Conhecimento Matemático vem sendo construído através da história,
estruturado e formalizado através dos tempos e hoje faz parte da vida diária de
todas as pessoas, sendo impossível, não se adquirir o mínimo deste
conhecimento para a convivência na sociedade. É importante perceber a
Matemática como uma ciência com características próprias, como um
conhecimento social e historicamente construído e de importância impar no
desenvolvimento científico e tecnológico.
MIORIM traz a importância deste conhecimento quando analisa o caminho
histórico da Matemática desde o seu surgimento na Grécia antiga.
Ao analisar a construção histórica do conhecimento matemático, percebe-
se que o mesmo tem sido elaborado a partir da tentativa do homem de
compreender e atuar em seu mundo. Como, na Grécia Antiga, berço da
Matemática, somente alguns tinham o acesso ao conhecimento formal, os
128
escribas eram considerados homens especiais, dotados de inteligência acima da
média, por serem os únicos capazes de decifrar e desfrutar os conhecimentos
geométricos e aritméticos da época, que muitas vezes eram complexos como o
sistema de numeração grego e egípcio. A escola pitagórica muito contribuiu para
este pensamento, pois, formada por aristocratas, defendia o número como sendo
a essência de tudo o que existe. Segundo Miorim (s/d:15), a escola pitagórica foi
responsável pela introdução da concepção, existente até hoje, de que os homens
que trabalham com os conceitos matemáticos são superiores aos demais.
Portanto, a História da Matemática teve como palco o mundo egípcio,
babilônico, grego, árabe, hindu. Esses povos criaram a prática Matemática a partir
de vivências e necessidade diárias. Mais tarde com Descartes, Leibniz, Newton,
Gauss, entre outros o conhecimento matemático alcança um novo período de
sistematização que contribui para uma fase de grande progresso científico.
A partir do século XX educadores matemáticos apontavam para a
necessidade de compreender como acontecia o ensino da matemática de forma
que os alunos tivessem a possibilidade de realizarem análises, discussões,
conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de ideias.
Surgiram as ideias que vislumbravam um ensino da Matemática baseado
nas explorações indutivas e intuitivas (SCHUBRING, 2003).
A Educação Matemática configurou-se, então, como campo de estudo de
modo que os professores encontraram fundamentação teórica e metodológica
para direcionar sua prática.
Para Lonrenzato e Fiorentini (2001), a Educação Matemática é uma área
que engloba inúmeros saberes, na qual apenas o conhecimento da matemática e
a experiência de magistério não garantem competência a qualquer profissional
que nela trabalhe.
Os objetivos básicos da educação matemática buscam desenvolve-la como
campo de investigação e de produção de conhecimento, através de sua natureza
científica e a melhoria da qualidade do ensino, em sua natureza pragmática.
Para Miguel e Miorim (2004, p.70), a finalidade da educação matemática é
fazer o estudante compreender e se apropriar da própria matemática “concebida
como um conjunto de resultados, métodos, procedimentos, algoritmos, etc.”
Outra finalidade apontada pelos autores é fazer o estudante construir, “por
129
intermédio do conhecimento matemático, valores e atitudes de natureza diversa,
visando à formação integral do ser humano, particularmente do cidadão, isto é,
do homem público” ( MIGUEL E MIORM 2004, p.71).
No Brasil a Matemática desencadeada desde o Brasil colônia até os dias
atuais passou por constante mudanças e reformas. A deficiência tecnológica do
Brasil causou malefícios para o desenvolvimento das ciências no Brasil. No inicio
da industrialização no Brasil surgiram as exigências mercadológicas . Na primeira
metade do século XX, as mudanças na educação atingiram diretamente o ensino
da Matemática, já na metade do seculo XX , isto é, início da década de 50, teve
como características as profundas transformações no cenário mundial , o Brasil
vivia um período democrático e com expansão econômica , a matemática estava
em fase de estruturação, prevalecia o ensino tradicional,a rigorosidade, a
memorização e o castigo. Os exames recorriam à matemática como meio de
segregação social, período em que a matemática foi institucionalizada .
No início da década de 70 foi caracterizado pela matemática moderna, fruto
do Movimento Internacional da Matemática Moderna. Um aspecto marcante da
manifestação deste movimento foi a produção de livros didáticos. No conteúdo o
marco principal foi a Teoria dos Conjuntos.
A década de 80, foi decisiva para a Educação Matemática no Brasil, pois
desencadeou o surgimento de cursos, programas e pesquisas. Praticamente em
todo o país existiam profissionais preocupados com o Ensino da Matemática.
Na década de 90, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (Lei
nº9.394/96) e implementação dos Parâmetros Curriculares considerava-se um
grande espectro de competências e habilidades a serem desenvolvidas no
conjunto de disciplinas. Esperava-se que o ensino da Matemática pudesse
contribuir para que os alunos desenvolvessem habilidades relacionadas à
representação,compreensão,comunicação,investigação e, também, à
contextualização sociocultural.
O Estado do Paraná no inicio do século XXI repensando sua organização
curricular juntamente com os professores passou a adotar as Diretrizes
Curriculares da Educação Básica voltada a cada disciplina pensando o aluno como
sujeito crítico-emancipatório.
O ensino da matemática proposto nas diretrizes curriculares prevê a
130
formação de um estudante crítico, capaz de agir com autonomia nas suas
relações sociais e, para isso, é preciso que ele se aproprie de conhecimentos
matemáticos. Pela apropriação do conteúdo matemático o estudante se apropria
de conhecimentos que lhe possibilitam criar relações sociais.
Para que a educação matemática se realize necessita de um professor
interessado em desenvolver-se intelectual e profissionalmente e em refletir sobre
sua prática para tornar-se um educador matemático e um pesquisador em
contínua formação.
Cabe ao professor delimitar sua ação docente fundamentado numa ação
crítica, que conceba a ciência matemática como atividade humana em
construção.
A disciplina matemática tem como um dos objetivos transpor para a prática
docente, o objeto matemático construído historicamente e possibilitar ao
estudante ser um conhecedor desse objeto.
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
Números e álgebra
Sistema de numeração decimal e não decimal;
Números naturais e suas representações;
Operações Fundamentais e suas inversas.
Múltiplos e Divisores;
Potenciação e Radiciação;
Números Fracionários - Transformação de números fracionários ( na forma de
razão/quociente) em números decimais; Adição, subtração, multiplicação e
divisão de frações por meio de equivalência.
GRANDEZAS E MEDIDAS
Medidas de comprimento;
Organização do sistema métrico decimal ;
Medidas de Área e Volume ;
Transformações de unidades de medidas de massa, capacidade, comprimento e
131
tempo;
Sistema Monetário;
Medidas de ângulos.
GEOMETRIAS
Geometria Plana.
Geometria Espacial.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Leitura, interpretação e representação de dados, tabelas, listas, diagramas,
quadros e gráficos.
Porcentagem.
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Conjuntos numéricos (naturais, racionais e inteiros).
Operações fundamentais e suas inversas.
Noções de proporcionalidade: fração, razão, proporção, semelhança e diferença.
Regra de três.
Grandezas direta e inversamente proporcionais.
Equações e inequações do 1º grau.
GRANDEZAS E MEDIDAS
Medidas de temperatura.
Ângulos.
GEOMETRIAS
Perímetro, área, volume, unidades correspondentes e aplicações na resolução de
problemas algébricos.
Planificação de sólidos geométricos.
132
Padrões entre bases, faces e arestas de pirâmides e prismas.
Desenho geométrico com uso de régua e compasso.
Classificação de poliedros e corpos redondos, polígonos e círculos.
Ângulos, polígonos e circunferências.
Classificação de triângulos.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Pesquisa Estatística: Coleta, organização e descrição de dados.
Média Aritmética.
Moda e Mediana.
Juros Simples.
7ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Conjuntos numéricos (naturais, racionais, reais, inteiros e irracionais).
Potências.
Noções de variável e incógnita e a possibilidade de cálculo pela substituição de
letras por valores numéricos.
Equações e sistemas de equações de 1º grau.
Monômios e Polinômios.
Produtos notáveis.
Fatoração.
GRANDEZAS E MEDIDAS
Medidas de comprimento e área.
Perímetro, área, volume, unidades correspondentes e aplicações na resolução de
problemas algébricos.
Ângulos e arcos – unidade, fracionamento e cálculo.
133
GEOMETRIAS
Geometria Espacial: planificações de sólidos geométricos.
Cálculo do número de diagonais de um polígono.
Padrões entre bases, faces e arestas de pirâmides e prismas.
Classificação de poliedros e corpos redondos, polígonos e círculos.
Ângulos, polígonos e circunferências.
Classificação de triângulos.
Soma dos ângulos internos de um triângulo.
Representação cartesiana.
Representação geométrica dos produtos notáveis.
Estudo dos poliedros de Platão.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Coleta, organização e descrição de dados.
Leitura, interpretação e representação de dados de tabelas, listas, diagramas,
quadros e gráficos.
Construção de Gráficos.
8ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Conjuntos numéricos.
Operações fundamentais e suas inversas.
Propriedades dos radicais.
Equações do 2º grau.
Equações Biquadradas.
Teorema de Pitágoras.
Regra de três composta.
134
GRANDEZAS E MEDIDAS
Trigonometria no triângulo retângulo.
Perímetro, área, volume, unidades correspondentes e aplicações na resolução de
problemas algébricos.
Triângulo retângulo – relações métricas e teorema de Pitágoras.
FUNÇÕES
Noção intuitiva de função afim.
Noção intuitiva de função quadrática.
GEOMETRIAS
Congruência e semelhança de figuras planas – Teorema de Talles.
Condições de paralelismo e perpendicularidade.
Desenho geométrico com uso de régua e compasso.
Ângulos, polígonos e circunferências.
Classificação de triângulos.
Representação cartesiana e confecção de gráficos.
Estudo de polígonos encontrados a partir de prismas e pirâmides.
Círculo e cilindro.
Noções de geometria espacial.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Coleta, organização e descrição de dados.
Leitura, interpretação e representação de dados de tabelas, listas, diagramas,
quadros e gráficos.
Gráficos de barras, colunas, linhas poligonais, setores e de curvas e histogramas.
Noções de probabilidade.
Médias, moda e mediana.
METODOLOGIA
O encaminhamento metodológico a ser utilizado deverá possibilitar a
apropriação de conhecimentos matemáticos deverá facilitar as articulações entre
135
os conteúdos específicos, de conteúdos estruturantes e as relações com seu
cotidiano. É importante considerar a realidade do educando de forma que suas
significações sejam, de acordo com as DCEs: “ reforçadas, refinadas e
intercomunicadas”.
Os recursos didáticos a serem adotados para o desenvolvimento do
trabalho pedagógico inclui a utilização do livro didático, quadro negro, materiais
de geometria, além de materiais atualizados ( revistas, jornais,...).
Os conteúdos são trabalhados em sua grande maioria através do uso da
tendência metodológica resolução de problemas, pois trata-se de uma
metodologia pela qual o educando ou discente tem a oportunidade de aplicar
conhecimentos matemáticos já adquiridos em novas situações de modo a
resolver a questão proposta.
A Etnomatemática supre a necessidade de atender e desenvolver a lei
11.645 “ História e Cultura Afro-brasileira e indígena, levando em consideração
que não existe um conhecimento único, mas vários e distintos conhecimentos
que nenhum é menos importante que o outro.
Pode-se utilizar a modelagem matemática sendo ela um caminho para
despertar no educando o interesse por tópicos matemáticos que ainda não
conhece, por meio da pesquisa, desenvolvendo assim o seu conhecimento critico
sobre o conteúdo pesquisado.
Com a crescente globalização torna-se necessário a utilização da mídias
tecnológicas como ferramentas educacionais, levando o educando a ampliar suas
possibilidades de observação e investigação.
Os recursos tecnológicos ofertados na escola, dentre eles: TV-Multimídia,
Paraná-digital,calculadora, possibilitam a interpretação e visualização de um
mesmo conteúdo de diversas maneiras.
Através das tendências propostas nas Diretrizes, ensinamos os conteúdos
estruturantes, aplicando problemas que podem ser resolvidos com
conhecimentos da História da Matemática, incentivando o aluno a compreender a
evolução dos conceitos.
AVALIAÇÃO
A avaliação escolar tem assumido novas dimensões, objetivando orientar a
136
ação do professor e do aluno durante todo o processo de ensino e aprendizagem.
Para MARTINS(1997), a avaliação também deve ser encarada como um processo
de recolha de informação, que se utiliza de observações, entrevistas, situações
problemáticas, relatórios e ensaios escritos, assim como, de testes escritos de
diversos tipos. Neste caso ela assume a função reguladora durante todo o
processo de ensino e aprendizagem.
Nesta perspectiva, a avaliação surge como meio educativo, como
instrumento que visa orientar a atividade pedagógica para promover o sucesso
dos alunos. Assim, a avaliação deverá ser constante no cotidiano da aula de
forma a orientar e ajustar o processo de ensino e aprendizagem, proporcionando
ao professor a possibilidade de melhorar a sua prática pedagógica e, ao aluno,
envolver-se no próprio processo.
A avaliação não é nem o objetivo, nem o fim de um processo; ela tem,
como tarefa, gerar novas oportunidades de aprendizagem e fornecer dados
essenciais para o professor e para o aluno.
LACUEVA (1997) propõe que a avaliação se centre em ser uma ajuda para
que os alunos continuem aprendendo mais. Que a escola seja um mundo cultural
rico, que ofereça aos alunos múltiplas experiências formativas e os avalie em
contextos naturais como apoio para a aventura de aprender. A avaliação deve
contribuir para que os alunos tomem consciência de seus êxitos, do que sabem,
do que dominam, base fundamental para seus futuros esforços. Ela também deve
conscientizar os alunos de suas lacunas, erros, e insuficiências, porém
considerando esse fato normal, esperado e natural, de alunos em aprendizagem.
Os instrumentos avaliativos utilizados são diversificados e incluem provas
individuais e em duplas, atividades em grupo, resolução de exercícios com
acompanhamento do professor, trabalhos realizados em sala e em casa.
Os critérios utilizados não devem ser punitivos. Avalia -se levando em
consideração o processo realizado pelo educando e o avanço obtido por ele em
cada instrumento avaliativo.
A retomada dos conteúdos é realizada por meio de uma conversa do
professor com o aluno sobre os seus erros e acertos contribui para a
conscientização dos pontos fortes e fracos, contribuindo também para a
aprendizagem e superação de erros. Este diálogo propicia, ao aluno, a
137
familiaridade com as formas de avaliar, com critérios de avaliação, contribuindo
por sua vez para que ele se tome mais independente do professor e responsável
pela sua própria aprendizagem. Assim, orientado pelo professor, cada vez mais o
aluno passa a ser o proponente das medidas de intervenção (1997).
Porém, ainda hoje,
[...] o erro é considerado, pela maioria das pessoas, uma espécie de disfunção, uma anomalia, como tendo um caráter anormal, portanto, o ideal é a ausência de erro. [Os erros] são tomados como um tipo de índice de que o aluno não sabe fazer, não tem estudado e não tem como um índice de que o aluno sabe alguma coisa parcial, incorreta e que portanto é preciso trabalhar com ela para, a partir daí, construir um conhecimento correto. (BURIASCO,2000, p.10).
Para melhor compreender os erros cometidos nas aulas de Matemática é
importante que o professor ofereça aos seus alunos tipos diferentes de atividades
e que também ao avaliá-los utilize-se dos mais diversos tipos de instrumentos ou
recursos.
A aferição de notas dar-se-á por meio dos diversos instrumentos avaliativos
citados e após totalizarem 5,0 pontos realiza-se a recuperação dos conteúdos que
não foram satisfatoriamente aprendidos. A nota obtida através da soma dos dois
blocos de 5,0 pontos realizados ao longo do período.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BURIASCO, Regina L. C. de. Algumas considerações sobre avaliação educacional.
Estudos em Avaliação educacional, São Paulo, n. 22, p. 175-178, jul.ldez.
2000.
DUARTE, N. A relação entre o lógico e o histórico no ensino da matemática
elementar. São Carlos, 1987, 185p. Dissertação Mestrado em Educação. UFSC.
LACUEVA, Aurora. La evaluácion en Ia escuela: una ayuda para seguir
aprendiendo. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v. 23 n. 1/2,
jan.ldez. 1997.
MARTINS, Maria da Paz. Avaliação das aprendizagens em matemática:
concepção dos professores. Lisboa, 1996. Tese (Mestrado), Faculdade Católica
Portuguesa Lisboa.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino
138
Fundamental, Médio, jovens e adultos, Educação Profissional e Educação Especial.
Secretaria de Estado do Paraná - Diretrizes Curriculares da Educação Básica do
Paraná – 2008.
L.E.M. - INGLÊS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Com o objetivo de melhorar a instrução pública e atender as demandas
advindas da abertura dos portos ao comércio em 1809, D.joão VI assinou o
decreto de 22 de junho para criar a cadeira de Inglês. A partir daí o ensino de
línguas Estrangeiras Modernas começou a ser valorizado no Brasil.
A dependência econômica do Brasil em relação aos Estados Unidos se
acentuou durante e após a Segunda Guerra Mundial e com isso intensificou-se a
necessidade de aprender inglês. Na década de l940 , professores universitários,
militares, cientistas, artistas, imbuídos por missões norte-americanas vieram para
o Brasil e, com eles, a produção cultural daquele país. Assim falar Inglês passou a
ser um anseio das populações urbanas, de modo que o ensino dessa língua
ganhou cada vez mais espaço no currículo.
A aprendizagem de uma língua estrangeira é uma possibilidade de
aumentar a percepção do aluno, como ser humano e como cidadão. Por isso, ela
vai centrar-se no engajamento discursivo do aluno, ou seja, em sua capacidade
de se engajar e engajar outros no discurso, de modo a poder agir no mundo
social. Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades
pedagógicas centradas na constituição do aluno como ser discursivo, ou seja, sua
construção como sujeito do discurso via Língua Estrangeira. Essa construção
passa pelo envolvimento do aluno com os processos sociais de criar significados
por intermédio da utilização de uma Língua Estrangeira.”
A inclusão de uma área no currículo deve ser determinada, entre outros
fatores, pela função que desempenha na sociedade. Com relação a uma Língua
Estrangeira, no caso o Inglês, o número de pessoas que utilizam o conhecimento
de habilidades orais da língua em situação do trabalho está em progressão. Deste
modo, o uso de uma Língua Estrangeira parece estar mais vinculado à leitura de
literatura técnica ou de lazer. Nota-se também, que os únicos exames formais em
139
Língua Estrangeira (no caso do vestibular e admissão a cursos de pós-graduação),
requerem o domínio da habilidade da leitura, que atende por um outro lado, as
necessidades da educação formal, e, por outro, é a habilidade que o aluno pode
usar em seu contexto social imediato. A leitura tem função primordial na escola e
aprender a ler em outra língua pode colaborar no desempenho do aluno como
leitor em sua língua materna. As DCEs, apresentam a seguinte visão de língua: “a
língua se apresenta como espaço de construções discursivas, de produção de
sentidos indissociável dos contextos em que ela adquire sua materialidade,
inseparável das comunidades interpretativas que a constroem e são construídas
por ela”.
Deve-se considerar também o fato de que as condições na sala de aula da
maioria das escolas brasileiras podem inviabilizar o ensino das quatro habilidades
(ouvir, falar, ler e escrever ).
“A LE também pode ser propiciadora da construção das identidades dos alunos como cidadãos ao oportunizar o desenvolvimento da consciência sobre o papel exercido pelas línguas estrangeiras na sociedade brasileira e no panorama internacional, favorecendo ligações entre a comunidade local e a planetária ( Res. CEB nº 2, Art. III. Inciso V)”.
RAJAGOPALAN (2003), destaca que: “o verdadeiro do ensino de línguas
estrangeiras é formar indivíduos capazes de interagir com pessoas de outras
culturas e modos de pensar e agir. Significa transformar-se em cidadão do
mundo”.
Pela linguagem, o homem não só consolida seus laços societários e
acumula conhecimentos – transmitindo informações – como também produz a
possibilidade da consciência propriamente humana, assim como amplia a visão
de mundo, contribuindo para que se torne um cidadão mais críticos e reflexivos,
agindo no mundo pelo discurso, além daquilo que a língua materna oferece,
sabendo distinguir as variantes linguísticas.
No que se refere à sala de aula, os professores devem possibilitar aos
alunos a escolha do vocabulário que melhor reflita a ideia que se pretenda
transmitir. Ter condições de escolher o vocabulário que melhor reflita a ideia que
se pretenda transmitir, utilizando aspectos como coerência e coesão na produção
em Língua Estrangeira ( oral e/ou escrita). Todos os textos referentes à produção e
à recepção em qualquer idioma, são regidos por princípios gerais de coerência e
140
coesão e, por isso, somos capazes de entender e de sermos entendidos.
O aluno deve dominar as estratégias verbais que entram em ação, para
compensar as falhas na comunicação ( como o fato de não recordar
momentaneamente, uma forma gramatical ou léxica ), e para favorecer a efetiva
comunicação e alcançar o efeito pretendido ( falar mais lentamente, ou
enfatizando certas palavras para obter determinados efeitos retóricos, por
exemplo ) e leva-lo a comparar sua própria língua com a Língua Estrangeira
estudada, conduzindo-o a refinar a percepção de sua própria cultura por meio de
conhecimento da cultura de outros povos.
(...) a abordagem comunicativa, na tentativa de ensinar e se comunicar na Língua Estrangeira, deixou de lado a relação a relação entre comunicação e cultura, e a necessidade de entender a comunicação entre falantes nativos e não-nativos como comunicação intercultural mais do que comunicação na língua-alvo (GIMENEZ, 2001, p.110).
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
Ao tomarmos a língua como interação verbal, como espaço de produção de
sentidos marcados por relações contextuais de poder, o conteúdo estruturante
Discurso como prática social tratará a língua de forma dinâmica, por meio da
leitura, da oralidade e da escrita.
Para que os alunos percebam a interdiscursividade, as condições de
produção dos diferentes discursos, das vozes que permeiam as relações sociais e
de poder, é preciso que os níveis de organização linguística – fonético-fonológico,
léxico-semântico e de sintaxe – sirvam ao uso da linguagem na compreensão e na
produção escrita, oral, verbal e não-verbal.
O professor deve considerar a diversidade de gêneros textuais existentes e
a especificidade do tratamento da língua estrangeira na prática pedagógica, a
fim de estabelecer critérios para definir os conteúdos específicos para o ensino.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
Leitura, Escrita e Oralidade
● Leitura e compreensão de diferentes tipologias textuais observando as
características da tipologia e o vocabulário que estabelecem a referência
textual;
141
● Percepção do conteúdo vinculado, interlocutores, assunto, fonte, papéis
sociais representados, intencionalidade, valor estético e condições de
produção;
● Elementos coesivos e marcadores do discurso responsáveis pela
progressão textual, encadeamento das ideias e coerência do texto;
● Diversidade cultural: interna e externa, ou seja, entre as comunidades de
língua estrangeira e/ou as de língua materna e, ainda, no âmbito de uma
mesma comunidade. Importância do respeito às diferenças culturais,
étnico-raciais e afro-descendentes como comportamento étnico e
expressão de cidadania;
● Discussão dos assuntos lidos, dos acontecimentos, situações polêmicas,
notícias, relatos pessoais e outros envolvendo a língua inglesa.
Os conhecimentos linguísticos, tais como artigos, verbos, pronomes e
outros, a ortografia e as possíveis realizações sonoras, assim como os conteúdos
elencados, estarão presentes no processo pedagógico de todas as séries e serão
trabalhados em grau de profundidade de acordo com o conhecimento do aluno.
5ª SÉRIE
Cumprimentos (Greetings)
Alfabeto em Inglês
Apresentações
Verbo To Be
Países e Nacionalidades
Pronomes Demonstrativos
Artigos
Pronomes Pessoais
Cores
Numerais Cardinais
Animais
Preposições
6ª SÉRIE
Informações Pessoais
142
Profissões
Presente Simples
Numerais ordinais
Pronomes Interrogativos: What, Which, Whose, What Time
Horas
Dias da Semana
Meses do Ano
Estações do Ano
Matérias Escolares
Verbo to Have
Cômodos e mobília da Casa
Esportes
Pronomes pessoais e possessivos
Caso Genitivo
Roupas, acessórios e calçados
Verbo can
7ª SÉRIE
Imperativo
Verbo There to be
Verb to do
Passado Simples – Verbos Regulares e irregulares
Preposições
Why – Because
Palavras que indicam direções
Descrição Física
Tempo Futuro
Contable/Uncontable
Partes do Corpo
Problemas de saúde
8ª SÉRIE
Grau dos Adjetivos Comparativo e Superlativo
143
Verbos Modais: can, could, may, would
Plural dos Substantivos
Passado Simples - Revisão
Adjetivos
Vocabulário – comidas e bebidas
Prepositions
Verbos modais – must e mustn`t
Pronomes Interrogativos
Advérbios – Tempo, Lugar, Frequência e modo
METODOLOGIA
Hoje, com o advento da globalização e novas formas de tecnologias, falar,
ler e escrever em inglês tornou-se indispensável a todos que aspiram a uma
condição profissional de destaque. Portanto, a partir do conteúdo estruturante
Discurso como prática social, serão abordadas questões linguísticas, culturais e
discursivas, assim como as práticas do uso da língua: leitura, escrita e oralidade.
Diante desse quadro, nossa proposta é fazer com que o aluno do Ensino
Médio tenha uma visão da língua como instrumento vivo, de modo que o aluno
possa desempenhar um papel atuante, vivenciando o aprendizado de fato. Uma
língua não é um conjunto de regras gramaticais a ser decorado, memorizado para
provas bimestrais, sem jamais ser utilizado de forma adequada dentro e fora da
sala de aula. Uma língua é algo em constante transformação, geralmente
utilizada por um ou mais povos, e por isso, deve ser abordada em toda sua
amplitude e complexidade.
Entendemos que o aluno deve incorporar a língua ao seu dia-a-dia, e não
ter diante de si algo estático e distante. Optamos, portanto, por um ensino
dinâmico e envolvente, em que as culturas dos países de língua inglesa são
constantemente comparadas à brasileira, possibilitando ao aluno, através de uma
análise contrastante, uma visão crítica do modo em que vive:
“A educação nesta perspectiva, teria o papel de informar, mostrar, desnudar, ensinar as regras do jogo, não apenas para que sejam seguidas, mas principalmente para que possam ser modificadas. Esse é o sentido da pedagogia da possibilidade, ou seja, o ensino/aprendizagem de maneiras de falar, escrever, visualizar, agir e incorporar que, como resultado de determinadas constelações de capacidades/formas, são
144
materialmente possíveis e recebem “encorajamento coesivo” em consequência de não serem marcadas nem como desviantes, nem como patológicas, nem como inadequadas, inaceitáveis ou anormais”. ( SIMON, 1992 ).
O nosso trabalho metodológico com Língua Estrangeira segue a seguinte
estrutura:
● Aulas expositivas;
● Textos – gêneros variados: publicitários, jornalísticos, literários,
informativos e de opinião. O texto como unidade de linguagem em uso,
ou seja, de comunicação verbal - escrita, oral ou visual – será o ponto de
partida da aula de Língua Estrangeira. Esse texto trará uma
problematização em relação a um tema. A busca por sua solução deverá
despertar o interesse dos alunos para que desenvolvam uma prática
analítica e crítica, ampliem seus conhecimentos linguísticos e percebam
as implicações sociais, históricas e ideológicas presentes num discurso;
● Atividades em que a teoria e a prática possam ser integradas através de
dramatizações, histórias em quadrinho, etc.;
● Uso de diferentes recursos disponíveis, como DVD, aparelho de som,
TV-Multimídia, retro-projetor, laboratório de informática e outros
elementos motivadores e envolventes;
● Atividades lúdicas ( Músicas cantadas pelos alunos, jogos, palavras
cruzadas, etc. ), que contribuam para o sucesso do processo
ensino/aprendizagem;
Cabe ao professor criar condições para que o aluno não seja um leitor
ingênuo, mas que seja crítico e reaja aos diversos gêneros textuais de forma que
entenda que por trás deles há um sujeito, uma história, uma ideologia e valores
particulares e próprios da comunidade em que está inserido.
AVALIAÇÃO
Segundo VYGOTSKY (1989): “Caberá ao professor observar a participação
dos alunos e considerar que o engajamento discursivo na sala de aula se faça
pela interação verbal, a partir dos textos, e de diferentes formas: entre os alunos
e professor; entre os alunos na turma; na interação com o material didático; nas
conversas em língua materna e língua estrangeira; e no próprio uso da língua,
145
que funciona como recurso cognitivo ao promover o desenvolvimento de ideias”.
Na avaliação, o professor deve criar situações em que o aluno demonstre e
expresse sua aprendizagem. Por este motivo deve ser contínua, auxiliando o
processo de ensino/aprendizagem.
A avaliação é valida quando o professor acompanha o crescimento de seu
aluno, verificando o processo e não o produto. Sua função é diagnóstica, sendo
rigorosa a observância dos critérios pré-estabelecidos pelo professor. Sendo
dinâmica, ao professor cabe registrar as observações, em relação ao processo de
ensino e aprendizagem, evitando:
● Generalidades de encaminhamentos e orientações, distante do
desenvolvimento do aluno.
● Necessidade de provas bimestrais.
● Desconhecimento da dinâmica do processo da aprendizagem da turma.
Todo e qualquer material explorado e trabalhado dentro e fora da sala de
aula deve ser considerado no processo de avaliação, inclusive aspectos da
história dos alunos, da comunidade e da cultura local.
Portanto, os alunos serão avaliados através de avaliações escritas tais como
provas com atividades variadas, trabalhos de pesquisa e traduções.
“Com o propósito de encarar este desafio, busca-se em Língua Estrangeira Moderna, superar a concepção de avaliação como mero instrumento de medição de apreensão de conteúdos. Espera-se que subsidie discussões acerca das dificuldades e avanços dos alunos, a partir de suas produções.”(DCE 2008, pág.70)
Enfim, o professor que tenha em mente a concepção de que sua prática
educacional deve estar voltada para a transformação, terá em cada passo do
processo, decisões claras, explícitas do que está fazendo e para onde está
encaminhando os resultados de suas ações. Abordando sempre aspectos da
comunicação, que se centram em funções da linguagem, extraídas de contextos
culturalmente significativos mais amplos e reais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, Dirce Guedes de & GOMES, Ayrton de Azevedo. Blow Up. FTD: São
Paulo. Books 5, 6, 7, 8. 1998.
BERTOLIN, Rafael & SILVA, Antonio de Siqueira e. New Dynamic English. IBEP:
146
São Paulo. Books 1, 2, 3, 4. 1993.
FREIRE, Paulo. A pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação para promover. São Paulo: Mediação, 2000.
INTERNET e FILMES.
LAPORTA, Edgar. A Practical English course. COMPANHIA EDITORA
NACIONAL: São Paulo, Workbooks 1, 2, 3, 4.
MICHAELIS. Dicionário Prático Inglês-Português e Português-Inglês.
EDITORA MELHORAMENTOS: São Paulo. 1987.
PARANÁ, Secretaria da Educação. Currículo básico para escola pública do
estado do Paraná. 3ªed. Curitiba, 1997.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares de Língua
Estrangeira Moderna para a Educação Básica - 2008.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares de Língua
Estrangeira Moderna para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
LEFFA,V. J. Metodologia do ensino de línguas. In: BOHN, H. I.; VANDRESEN, P.
Florianópolis: UFSC, 1988.
PARANÁ, Secretaria da Educação. Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e
Inglês / vários autores Curitiba, 2006.
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PARANÁ, Secretaria da Educação. Currículo básico para escola pública do
estado do Paraná. 3ªed. Curitiba, 1997.
147
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS CURRICULARES
ENSINO MÉDIO
ARTES
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Entendendo O homem como um todo: razão,emoção. Pensamento, percepção, imaginação e reflexão, a Edu-cação Artística busca ajudar o homem compreendera realidade e transformá-la, com criatividade,tornando a humanidade mais sensível e construtiva.
O homem é um ser cultural, fruidor e agente de Arte. Como ser criador, se
transforma e transforma a natureza, produzindo novas maneiras de ver e sentir.
Esta maneira como vê e sente o meio em que vive, é relativa a cada momento
histórico e a cada cultura.
A Arte tem função no processo de educação do homem. Enquanto
Educação Artística e alfabetização estética, o leva a observar o meio que o cerca,
reconhecendo a organização de suas formas. Deste modo, A Arte tem como
finalidade possibilitar os processos de percepção, sensibilização, cognição,
expressão e criação, necessários ao desenvolvimento global do homem, levando
à construção de um leitor de mundo mais crítico, sensível e eficiente em seus
posicionamentos.
A escola constitui-se um espaço privilegiado de educação, que dialoga entre
o particular e o universal. A disciplina de Arte também deve manter este diálogo,
estabelecendo relações de nossa experiências, nossa cultura e vivência com a
imagem, com os sons, com os gestos, com os movimentos e, nessa perspectiva,
educar nossos alunos esteticamente, ensinando-os a ver, a ouvir criticamente, a
interpretar a realidade, a fim de ampliar suas possibilidades de fruição e
expressão artística.
A história social da Arte aborda que as formas artísticas não são
exclusivamente formas de consciência individual, mas também exprimem uma
148
visão de mundo. Em cada cultura e em cada momento histórico, as
transformações da sociedade determinam condições para uma nova atitude
estética.
Portanto, a arte e educação são produtos culturais e precisam ser
entendidas no contexto das culturas onde surgem, A escola é o espaço onde
pode-se intermediar a cultura, é ponto de intersecção e de convergência,
destinado a reprodução cultural, para a criação autônoma, para a crítica e a
construção da cidadania,
As contribuições que o ensino da arte traz na formação do educando é mais
completa, porque visa o conhecimento e a compreensão de si mesmo. Quando
realizam atividades artísticas, eles se mostram pessoas sensíveis, com
capacidade de percepção refinada, capazes de perceber modificações que
acontecem no mundo físico e natural além de experimentar sentimento como de
ternura, simpatia e compaixão.
Por meio das atividades artísticas ocorre desenvolvimento de habilidades
que expandem a capacidade de dizer melhor sobre si mesmo e sobre o mundo,
usando imagens visuais, sons, gestos, movimentos e palavras para expressar
valores e afetos, concretizados em forma de músicas, danças, dramatizações,
desenhos, pinturas e esculturas.
Apreciar produtos de arte, em suas vária linguagens, desenvolvendo tanto a
fruição quanto a análise estética, conhecendo, analisando, refletindo e
compreendendo critérios culturalmente construídos e embasados em
conhecimentos afins, de caráter filosófico, histórico, sociológico, antropológico,
semiótico, científico, dentre outros.
● Analisar os sistemas de representação visual de artes visuais e
audiovisuais, e as possibilidades estéticas, bem como de comunicação
presentes nos trabalhos, de seus colegas e de outras pessoas.
● Fazer trabalhos artísticos, como desenhos, pinturas, gravuras
perspectiva, modelagens, esculturas, fotografia, reografia, ambientes de
vitrines, design, artes gráficas (folhetos, cartazes, capas de CDs,
encartes, logotipos).
● Investigar em suas produções de artes visuais e audiovisuais, inclusive os
informatizadas, como se dão as articulações entre os componentes
149
básicos dessas linguagens – linha, forma, cor, valor, luz, textura, volume,
espaço, superfície, movimento, tempo, etc.
● Analisar as intrínsecas relações de forma e conteúdos presentes em sua
própria produção em linguagem visual e audiovisual aprofundando os
conhecimentos de suas estáticas.
● Analisar crítica e esteticamente músicas de gêneros, estilos e culturas
diferenciadas, utilizando conhecimento e vocabulário musicais.
● Improvisar, atuar e interpretar personagens tipos, coisas situações.
● Fazer criações de possibilidades expressivas corporais, faciais, do
movimento, da voz, do gesto,
● Utilizar diferentes fontes de improvisações em dança (instruções diretas,
descobertas, guiadas, jogos, respostas selecionadas).
Experimentar, investigar improvisação de dança e composição
coreográfica inclusive em arte visuais, a partir de diversas fontes
culturais. Levar o aluno a conhecer a história e cultura Afro-brasileira e
indígena conforme a lei nº11.645/08, bem como história do Paraná Lei
13.381/01 e meio Ambiente 9.795/99.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes da disciplina Arte, no Ensino Médio visa a
preservação do direito de acesso ao conhecimento sistematizado em arte pelo
aluno.
Os saberes, conteúdos estruturantes da disciplina Arte: Elementos
formais, a Composição, os Movimentos e os períodos, e permeando a
todos estes está a relação do tempo e do espaço. Constituem-se também em
identidade para a arte onde a prática pedagógica contempla as quatro áreas de
arte.
De acordo com as DCE – Diretrizes Curriculares da Rede Pública de
Educação Básica do Estado do Paraná – (2006), os conteúdos estruturantes para o
Ensino Médio são conhecimentos de maior amplitude, conceitos importantes,
basilares e fundamentais para a compreensão de cada uma das áreas de arte, e
paralelamente é elemento fundamental de uma área podendo encontrar
correspondentes nas outras áreas.
150
Ao utilizar os conteúdos estruturantes o professor poderá relacionar de
forma mais clara os conhecimentos das outras áreas de arte facilitando, assim, ao
aluno a compreensão da totalidade da mesma, objetivando a abrangência do
conhecimento em arte produzido pela humanidade.
1 A SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes Visuais Ponto
Linha
Superfície
Textura
Volume
Luz
Cor
Figurativo
Abstrata
BI/Tridimensional
Semelhanças
Contraste
Gêneros
Técnicas
Arte Brasileira
Arte Paranaense
Indústria Cultural
Arte Contemporânea
Música Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Gêneros
Técnicas
Música Popular
Brasileira
Indústria Cultural
Música Eletrônica,Rap,
Funk,Techo,etc.
Hip-HopTeatro Personagem:
Expressões
corporais, vocais,
faciais
Ação
Representação
Sonoplastia
Iluminação
Cenografia
Figurino
Caracterização
Gêneros
Teatro Greco-Romano
Teatro do Oprimido
Teatro do Pobre
Dança Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Sonoplastia
Coreografia
Improvisação
Gêneros
Industria Cultural
Dança Popular Brasileira
Paranaense
Dança moderna
151
Dança Contemporânea
2 A SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes Visuais Ponto
Linha
Superfície
Textura
Volume
Luz
Cor
Figurativa
Abstrata
Contrastes
Ritmo visual
Gêneros,
Técnicas
Expressionismo
Realismo
Surrealismo
Cubismo
Arte Engajada
Arte de Vanguarda
Industria Cultural
Música Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Melodia
Harmonia
Gêneros
Improvisação
Interpretação
Música Popular
Brasileira
Popular
Indústria Cultural
Engajada
Vanguarda
Africana
Teatro Personagem:
Expressões
corporais, vocais,
faciais
Ação
Representação
Caracterização
Roteiro
Gêneros
Teatro Popular
Indústria Cultural
Teatro Engajado
Arte de Vanguarda
Teatro Realista
Commedia dell art
Teatro japonês nô e
Kabuki,
Teatro modernoDança Movimento
Corporal
Tempo
Gêneros
Coreografia
Sonoplastia
Danças antigas
Danças indígenas
Dança de rua
152
Espaço Formação
Improvisação
Dança moderna
Vanguardas
Arte Engajada
Renascimento
3 a SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes visuais Ponto
Linha
Superfície
Textura
Volume
Luz
Cor
Figurativa
Abstrata
Figura/fundo
Ritmo visual
Técnicas
Gêneros
Arte Ocidental
Arte Oriental
Arte Africana
Arte Digital
Arte Latino-Americana
Música Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Intervalo melódico
Intervalo
harmônico
Gêneros
Estilos
Ocidental
Oriental
Latino-Americana
Música Popular
Brasileira
Paranaense
Teatro Personagem:
Expressões
corporais, vocais,
faciais
Ação
Representação
Sonoplastia
Caracterização
Figurino
Roteiro
Cenografia
Teatro Paranaense
Teatro Latino-Americano
Teatro de Vanguarda
Teatro Simbolista
Dança Movimento corporal
Tempo
Ação
Formação
Coreografia
Improvisação
Dança Classica
Africana
Paranaense
Dança Moderna
153
METODOLOGIA
A metodologia para o ensino da Arte busca o aproveitamento e apropriação
dos conteúdos pelo aluno de forma específica e qualitativa dos conhecimentos
produzidos pela humanidade.
Para isso o trabalho em sala de aula deve destacar a ralação do homem
com arte, com produzir arte,trabalho artístico e sentir e perceber as obras de arte.
Sabendo-se que o objeto do trabalho é o conhecimento, a metodologia do
ensino da arte deve contemplar: o sentir e perceber: são formas de apreciação
e apropriação da obra de arte; o trabalho artístico: é a prática de uma obra; o
conhecimento em arte: fundamenta e possibilita o aluno que sinta e perceba a
obra de arte bem como desenvolva um trabalho artístico para formar conceitos
artísticos.
E para uma exposição mais adequada dos conteúdos o professor utilizará
livros, revistas, jornais, gibis, os recursos tecnológicos ( computador, TV, Dvd,
Cds, pendrive e aparelho se som), será realizado trabalho individual em grupo e
pesquisas.
AVALIAÇÃO
A avaliação no sentido de rever a prática pedagógica de modo que leve o
aluno a apropriação do conhecimento, assume caráter dinâmico, contínuo,
cooperativo da prática pedagógica e requer participação de todos os envolvidos
no processo.
É interessante, portanto que seja avaliado o processo, ou seja, o domínio
que o aluno vai adquirindo dos modos de organização dos conteúdos ou
elementos formais na composição artística para que ele possa se expressar.
A forma de acompanhamento do aprendizado deve refletir o trabalho
realizado, privilegiando os conteúdos já dominados pelo aluno ou aqueles que
foram ampliados ao longo do percurso.
De forma a não tomar a avaliação totalmente subjetiva, deve estar pautada
em critérios previamente estabelecidos, os quais constituem níveis de idealidade
a serem atingidos.
O processo de avaliação deve ser contínuo, somando práticas em sala de
aula, trabalhos de pesquisas e apresentação oral, entre outras práticas, além de
154
avaliações escritas e, principalmente, do próprio acompanhamento sobre a
organização e a participação ativa e crítica do aluno em sala.
Os intrumentos avaliativos utilizados são trabalhos artísticos individuais e
em grupo, pesquisas biblibográficas e de campo, seminário, debates, e simpósios,
provas teóricas e prráticas, registros em forma de relatórios,portifólio, gráficos,
audio-visuais
CONTEÚDOS
1.ª SÉRIE
● Perspectiva, ponto de fuga, linha do horizonte.
● Perspectiva de exteriores: correta colocação de portas e janelas de
acordo com o ângulo de inclinação das paredes.
● Perspectiva de interiores
● História da arte: Realismo, escultura realista – August Rodin.
● Pintura social, salão dos recusados, influência da Revolução industrial
● Design – rough, layout e arte final
● Propaganda Visual, verbal e audiovisual
● Análise estética de uma obra de arte. “ Almoço na relva” / Manet ,
● A pintura como modo de registrar o momento histórico
● Gravura: xilogravura, linoleogravura, gravura em metal, litogravura.
● História da arte. Impressionismo e Pós-impressionismo
● Principais movimentos artísticos do séc. XX.
● Linguagem visual e seus elementos fundamentais (ponto, linha, textura,
cor e forma)
● Relação entre forma e conteúdo.
● Arte popular no Brasil ( Mestre Vitalino, Heitor dos Prazeres. Cerâmica,
artesanato, tecelagem.
● Estudo da arte brasileira: pré-história, arte indígena, Barroco no Brasil,
missão francesa.
● Imagem sequencial – história em quadrinhos
● Música: origem, história e evolução mundial e brasileira.
● Gêneros musicais.
● Apreciação musical
155
● Elementos da Música: melodia, harmonia, ritmo e timbre.
● História do rádio e da TV
● Criação de Programa de Radio: roteiro, estilo, músicas, notícias,
propagandas, participação, tempo, voz.
● Estilos musicais: sertaneja, MPB, samba, rap, Reggae, Rock, Pop, dance,
eletrônica, pagode, romântica, etc
● Criação de Párodia ( releitura de músicas)
● Criação de capa de CDs.
● Gêneros teatrais
● Teatro – Grécia, Roma e Comédia dell arte.
● Linguagem visual e seus elementos
● Leitura da obra de arte: peso, figuras principais, estratégia para aumentar
a dramaticidade e o equilíbrio entre a entrada e a saída e a saída do olhar
do observador em relação a obra.
● Composição tridimensional
2.ª SÉRIE
● Escorço: deformação aparente que um corpo sofre quando observado em
determinadas posições.
● Retrato e auto-retrato: histórico e técnicas.
● História da arte: Dadaísmo
● Criação de poesia dadaísta
● A pintura como modo de expressão, crítica e os conflitos do ser humano.
● Análise da obra de arte “O grito” (Edward Munch) - Expressionismo
● Movimentos artísticos do séc. XX Cubismo, Surrealismo, Futurismo,
Abstracionismo, Pop. Art, Op. Art, pintura metafísica.
● Arte popular no Brasil
● Caricaturas, charges, cartum.
● Arte paranaense (principais artistas e obras).
● Estudo da linha na pintura
● Superfície (contraste de claro-escuro)
● A cor e as possibilidades de sensações .
● Ritmo por distorção das linhas e das cores
156
● Composição bidimensional e tridimensional
● Processo da audição: Como você ouve?
● Aparelho fonador – como funciona a voz
● Elementos do som
● Elementos da Música
● Gêneros musicais
● Instrumentos musicais classificação, e como são executados.
● Música brasileiras ( Gêneros e estilos) marcantes a partir da década de
50, 60, 70, 80, 90, Séc. XXI década 2000 bem como o contexto histórico.
● Origem do teatro brasileiro
● Leitura de peças teatrais
● Gêneros teatrais
● Teatro Japonês No, Kabuki,
● Máscaras, figurino, luz, efeitos sonoros,
● Impostação de voz e interpretação de personagem, regionalismo.
3.ª SÉRIE
● História da escultura: pré-história, egípcia, grega, romana, renascentista,
barroca, realista, contemporânea, interativa,cinética
● Escultores consagrados e expoentes.
● Escultura abstrata e figurativa
● Escultura em sabão
● Contraste de claro-escuro (pintura com nanquim)
● Contraste com carvão vegetal
● Texturas: orgânicas, inorgânicas, próprias ou produzidas
● Desenho de observação representando diversas texturas com o grafite
● Publicidade e propaganda: criação de anúncios, folder’s, cartazes,
campanha de conscientização, logotipos.
● Criação de capa de CDs e livros
● A música no Brasil
● A formação da música brasileira
● Radionovela – texto, música, personagens, ruídos, efeitos sonoros,
gravação.
157
● Instrumento folclórico(afoxé, atabaque, berimbau, pandeiro, rabeca).
● Chiquina Gonzaga – serestas, marchinha.
● Tropicalismo ,jovem guarda, forró e músicas que marcaram o final do
século XX.
● Descaracterização da música brasileira pelos modismos impostos pela
mídia
● Cinema brasileiro: “O Pagador de promessas, Oscarito e grande Otelo, As
chanchadas, Glauber Rocha
● Análise da arte paranaense: Alfredo Andersen, De Bona, João Turin, Poty
Lazzaroto
● Teatro – expressão corporal, voz, interpretação – Gêneros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALABRIA,Carla Paula B, Raquel Valle Martins. Arte, história & produção. São
Paulo: FTD, 1997 vol. 1 e 2.
COLL, César, Ana Teberosky. Aprendendo arte. São paulo: Ática, 2000.
PROENÇA, Graça. História da arte. São Paulo: Ática, 1997.
SECRETÁRIA DE ESTADO DO PARANÁ. Projeto de correção de fluxo, caderno de
arte 1 e 2 – artes plástica, teatro e música. Paraná: Governo do Paraná,1998.
VÁRIOS AUTORES/ARTE SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO. Arte, livro
didático. Curitiba; SEED,2006.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÀ. Diretrizes Curriculares
Estaduais da Educação Básica - 2008.
BIOLOGIA
APRESENTAÇÃO DA DISCPLINA
Pretende-se que a área de Biologia gere oportunidades para que o aluno ao
final do Ensino Médio tenha adquirido um conjunto de conceitos, procedimentos e
atitudes que operem como instrumentos para a interpretação do mundo
tecnológico em que vivemos, capacitando-o nas escolhas que faz como indivíduo
e como cidadão.
158
“A disciplina de Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA. Ao longo da história da humanidade, muitos foram os conceitos elaborados sobre esse fenômeno, numa tentativa de explicá-lo e, ao mesmo tempo, compreende-lo”. (DCE 2006, pág.15)
A proposta básica é auxiliar os alunos a formar uma mentalidade crítica,
viva e construtiva, sintonizada com a atualidade e com a realidade do mundo.
O ensino de Biologia prepara o aluno para identificar o conhecimento
científico como resultado do trabalho de gerações de homens e mulheres em
busca do conhecimento para a compreensão do mundo, valorizando-o como
instrumento para o exercício da cidadania; o aluno vai valorizar a aplicação do
vocabulário científico para representar e comunicar conhecimentos sobre o
mundo natural e tecnológico; vai desenvolver hábitos de saúde e cuidado
pessoal/corporal, concebendo a saúde pessoal, social e ambiental como bens
individuais e da coletividade que se devem conservar e preservar. Através do
ensino da Biologia que é uma extensão do ensino de ciência no ensino
fundamental, o aluno também vai identificar elementos como recursos naturais
que tenham um ritmo de renovação, perceber os processos de relação, interação
e transformação, os limites e a independência entre os seres vivos e os demais
elementos do ambiente relacionando-os com a sobrevivência das espécies. Vai
ser possível relacionar as características do ambiente natural e cultural com a
qualidade de vida.
O desenvolvimento de uma postura para a aprendizagem, ou seja , a
curiosidade, interesse, mobilização para a busca e organização de informações
faz com que o aluno tenha autonomia e responsabilidade na realização de suas
tarefas como estudante; assim ele será capaz também de desenvolver um olhar
atento para usar o conhecimento científico na discussão e interpretação de fatos
do cotidiano, vai discernir o conhecimento científico de crendices e superstições.
Quanto às questões éticas o aluno será capaz de refletir sobre as relações
entre ciência, sociedade e tecnologia, vai desenvolver flexibilidade para
reconsiderar suas ideias reconhecendo e solucionando fatos e dados na re-
elaboração de seus conhecimentos.
Dentro do estudo de Biologia deve se relacionar também descobertas e
invenções humanas, com as mudanças sociais, políticas e ambientais,
compreendendo a tecnologia como recurso para resolver as necessidades do
159
homem, diferenciando os usos corretos e úteis daqueles prejudiciais ao equilíbrio
da natureza e ao homem.
“A História da Ciência mostra que tentativas de definir a VIDA têm origem desde a Antiguidade. Ideias desse período que contribuíram para o desenvolvimento da Biologia tiveram como principais pensadores e estudiosos os filósofos Platão (428/27 a.C. – 347 a.C) e Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C). Ambos deixaram contribuições relevantes quanto à classificação dos seres vivos, pois suas interpretações filosóficas buscavam explicações para compreensão da natureza”. (DCE 2006, pág.15)
Cada Ciência particular possui um código intrínseco, uma lógica interna,
métodos próprios de investigação, que se expressam nas teorias, nos modelos
construídos para interpretar os fenômenos que se propõe explicar. Apropriar-se
desses códigos, dos conceitos e métodos relacionados a cada uma da Ciências
particulares, compreender a relação entre Ciência, Tecnologia e Sociedade,
representa ampliação das possibilidades de compreensão do mundo e de
participação efetiva nesse mundo.
É objeto de estudo da Biologia, o fenômeno vida em sua diversidade de
manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto de processos
organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um indivíduo, ou ainda
de organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre fruto da interação entre
seus elementos constituintes e das interação entre esse mesmo sistema e demais
componentes de seu meio. As diferentes formas de vida estão sujeitas a
transformações que ocorrer no tempo e no espaço, sendo, ao mesmo tempo,
propiciadoras de transformações no ambiente.
Ao longo da história da humanidade várias foram as explicações para o
surgimento e a diversificação da vida, de modo que os modelos científicos
conviveram e convivem com outros sistemas explicativos; o ensino da Biologia
permite a compreensão da natureza e dos limites dos diferentes sistemas
explicativos, a contraposição entre os mesmos e a compreensão de que a Ciência
não tem respostas definitivas para tudo, sendo uma de suas características a
possibilidade de ser questionada e de se transformar. Permite, ainda, a
compreensão de que os modelos na Ciência servem para explicar tanto aquilo
que podemos observar, como também aquilo que nossos olhos não podem ver,
que tais modelos são frutos da imaginação humana e não a própria natureza; mas
160
que, embora imaginados, procuram sempre ter como critérios de legitimação a
realidade.
A presença de elementos da história e da filosofia da Biologia torna
possível, aos alunos, a compreensão de que há uma ampla rede de relações entre
a produção científica e o contexto social, econômico e político. Ao longo da
história é possível verificar que a formulação e o sucesso das diferentes teorias
científicas estão associados a seu momento histórico. Questões atualmente
bastante polêmicas como as que dizem respeito ao desenvolvimento de
tecnologias de intervenção no meio e aproveitamento de recursos naturais, só
podem ser devidamente julgadas e alternativas encaminhadas, á luz do
conhecimento sobre a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, enfim sobre o
modo como a natureza se comporta e a vida se processa.
O desenvolvimento da Genética e da Biologia Molecular, das Tecnologias de
Manipulação do DNA e de Clonagem, traz á tona aspectos éticos envolvidos na
produção e aplicação do conhecimento científico e tecnológico, chamado á
reflexão sobre as relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade. Conhecer a
estrutura molecular da vida, os mecanismos de perpetuação e diferenciação das
espécies, de diversificação intra-específica, a importância da biodiversidade para
a vida no planeta, permite significar tais construções e intervenções, ponderar
sobre os usos de cada uma dessas produções humanas, reconstruir valores e se
posicionar frente tais assuntos, superando a postura maniqueista.
O desenvolvimento da física quântica mostrou uma realidade que demanda
outras representações, que permite compreender a estrutura microscópica da
vida. Na Biologia estabelecem-se modelos para as microscópicas estruturas de
construção dos seres, de sua reprodução e de seu desenvolvimento. E se debate,
com questões existenciais de grande repercussão filosófica, se a lugar da vida é
um acidente, uma casualidade que poderia não ter acontecido ou se, pelo
contrário é a realização de uma ordem já inscrita na própria constituição da
matéria primeira.
Pretende-se que a área de Biologia gere oportunidades para que o aluno
venha a adquirir um conjunto de conceitos, procedimentos e atitudes que operem
como instrumentos para a interpretação do mundo tecnológico em que vivemos,
capacitando-o nas escolhas que faz como indivíduo e como cidadão.
161
A proposta básica é auxiliar os alunos a formar uma mentalidade crítica,
viva e construtiva, sintonizada com a atualidade e com a realidade do mundo.
O desenvolvimento de uma postura para a aprendizagem, ou seja, a
curiosidade, interesse, mobilização para a busca e organização de informações
faz com que o aluno tenha autonomia e responsabilidade na realização de suas
tarefas como estudantes; assim ele será capaz também de desenvolver um olhar
atento para usar o conhecimento científico na discussão e interpretação de fatos
do cotidiano, vai discernir o conhecimento científico de crendices e superstições.
Quanto às questões éticas o aluno será capaz de refletir sobre as relações
entre ciência, sociedade e tecnologia, vai desenvolver flexibilidade para
reconsiderar suas ideias reconhecendo e solucionando fatos e dados na re-
elaboração de seus conhecimentos.
O aprendizado de Biologia deve permitir a compreensão da natureza viva e
dos limites dos diferentes sistemas explicativos, a contraposição entre os mesmos
e a compreensão de que a ciência não tem respostas definitivas para tudo, sendo
uma de suas características a possibilidade de ser questionada e de se
transformar. Deve permitir, ainda, a compreensão de que os modelos na ciência
servem para explicar tanto aquilo que podemos observar diretamente, como
também aquilo que só podemos inferir, que tais modelos são produtos da mente
humana e não a própria natureza, construções mentais que procuram sempre
manter a realidade observada como critério de legitimação.
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS
Características dos seres vivos
Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos
MECANISMOS BIOLÓGICOS
Mecanismos de desenvolvimento embriológico
Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos
162
BIODIVERSIDADE
Teorias Evolutivas
MANIPULAÇÃO GENÉTICA
Organismos geneticamente modificados
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
● Apresentação: O que é Biologia
● Histórico da Biologia
● Organização da Biologia
● Lugar da Vida
● Evolucionismo
● Evidências da Evolução
● Evolução dos grandes grupos de seres vivos
● Evolução Humana
● Características Gerais dos Seres Vivos
● Introdução á Biologia Celular
● Organização Geral da Célula
● Composição Química das células
● Membranas Celulares
● O citoplasma e o sistema de canais
● Vesículas e Membranas internas da Célula
● As mitocôndrias e a liberação de energia pela célula
● Centro Celular, cílios e flagelos
● Núcleo, Cromossomos e mutações
● Divisão Celular
● Metabolismo energético das Células
● Reprodução
● Desenvolvimento embrionário
● Introdução á ecologia
● Energia nos ecossistemas
● Ciclos Biogeoquímicos
● Relações entre os seres vivos
163
● Sucessões ecológicas
● Fatores Abióticos
● Dinâmica de populações
● Tópicos de Biogeografia
● O homem e a biosfera
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS
Características dos seres vivos
Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos
Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia
MECANISMOS BIOLÓGICOS
Mecanismos de desenvolvimento embriológico
Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos
BIODIVERSIDADE
Teorias Evolutivas
MANIPULAÇÃO GENÉTICA
Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e interdependência
com o ambiente
Organismos geneticamente modificados
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
● Classificação dos Seres Vivos e a Nomenclatura Biológica
● Os Vírus
● Reino Monera
● Reino Protista
● Reino Fungi
● O Reino metaphyta – Vegetalia – Plantae
164
● Histologia Vegetal
● Organologia Vegetal – órgãos Vegetativos
● Organologia Vegetal – órgãos de Reprodução e Dispersão
● Tópicos de Fisiologia Vegetal
● Os grandes grupos Vegetais
● Introdução ao Reino Metazoa
● Filo dos Porifera
● Filo dos Coelenterata – Cnidaria
● Filo dos Platyhelminthes
● Filo dos Aschelminthes
● Filo dos Annlelida
● Filo Arthropoda
● Filo Mollusca
● Filo Echinodermata
● Filo Chordata
● Superclasse Pisces
● Classe Amphibia
● Classe Reptilia
● Classe Aves
● Classe Mammalia
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS
Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia
MECANISMOS BIOLÓGICOS
Mecanismos de desenvolvimento embriológico
Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos
BIODIVERSIDADE
Teorias Evolutivas
165
MANIPULAÇÃO GENÉTICA
Transmissão das características hereditárias
Organismos geneticamente modificados
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
● Reprodução e Desenvolvimento
● Reprodução Assexuada ou Agâmica
● Reprodução Sexuada ou Gâmica
● Casos Especiais de Reprodução
● Reprodução Humana
● Sistema Genital Masculino
● Sistema Genital Feminino
● Fecundação
● Regulação Hormonal
● Embriologia
● Tipos de Óvulos
● Segmentação ou Clivagem
● Gastrulação
● Organogênese
● Anexos Embrionários
● Introdução á Genética
● Genética Mendeliana
● A sequencia do Mendelismo
● O Di-Hibridismo e a 2ª Lei de Mendel
● Noções básicas de Probabilidade
● Polialelia ou Alelos Múltiplos
● Sistema ABO, Rh, Mn
● Fator Rh ou D
● A herança relacionada ao Sexo
● Gametogênese
● Interação Gênica
● Pleiotropia
166
● Hidação Fatorial ou “Linkage”
● Genética de Populações
● Genes ligados, permutações e mapas genéticos
● Hereditariedade e cromossomos sexuais
● Biotecnologia e Engenharia Genética
● Mapeamento dos Genes nos cromossomos
● Clonagem do DNA em bactérias e Vírus
● Organismos transgênicos
● Recuperação de espécies em extinção
METODOLOGIA
Os conteúdos serão trabalhados através de equipes ou grupos onde os
alunos em conjunto poderão esclarecer e tirar as dúvidas durante as aulas
expositivas.
O trabalho com textos de jornais e revistas serão utilizados como ponto de
partida para um determinado tema. A leitura dos recortes gera perguntas e
polêmicas sobre determinados assuntos. Os recortes e as perguntas podem ser
organizadas em um mural para serem trabalhadas durante as aulas onde o tema
será abordado.
Trabalhar com experiências é muito importante para desenvolver
habilidades de raciocínio do aluno e motivá-lo para a aprendizagem ao explicar os
conteúdos em situações do dia-a-dia. O ponto de partida para a elaboração de
uma aula prática é saber qual objetivo que se quer atingir com a experiência.
Poderão ser feitas visitas a locais pré-estabelecidos onde os alunos irão
formar novos conceitos sobre temas já estudados, poderá ser feito uma visita a:
postos de saúde, estação da ciência, bibliotecas, faculdades, etc...
O filme também poderá ser trabalhado, pois é uma fonte muito valiosa de
relação da realidade com o conteúdo a ser discutido, o filme em cinema ou vídeo,
podendo ser didático ou comercial, traz uma linguagem mais próxima do aluno e
distinta das utilizadas normalmente nas aulas.
Formas de aprender e ensinar biologia
Os avanços das pesquisas didáticas das Ciências apontam a importância da
167
análise psicológica e epistemológica do processo de ensino e aprendizagem das
Ciências, para compreendê-lo e re-estruturá-lo. Esse processo envolve a estrutura
do conhecimento científico e seu processo histórico de produção, que tem
relações com várias atividades humanas, especialmente a tecnologia, com
valores humanos e concepções de Ciência. Deve-se também levar em conta que
os estudantes possuem um repertório de representações, de conhecimentos
intuitivos, adquiridos pela vivência, pela cultura e senso comum, acerca dos
conceitos que serão ensinados na escola. O grau de amadurecimento intelectual
e emocional do aluno e sua formação escolar são relevantes na elaboração do
conhecimento científico, considerando esses conhecimentos prévios. O professor
também carrega consigo muitas ideias de senso comum, ainda que tenha
elaborado parcelas do conhecimento científico.
É fundamental, portanto, que se estabeleça uma relação entre o aluno, o
professor e o conhecimento científico, na perspectiva da aprendizagem
significativa do conhecimento historicamente acumulado, da formação de uma
concepção de Ciência e sua relação com a Tecnologia e com a Sociedade.
No ensino médio, embora os alunos sejam capazes de elaborar conceitos,
de articular dados a redes de ideias, de compreender teorias científicas e sua
construção espaço-temporal, é preciso considerar que a apropriação de tais
conceitos e dos procedimentos aí envolvidos é processual e mediada pela
interação professor/aluno.
Os modelos científicos têm uma lógica interna, grande parte das vezes,
diversa daquela do conhecimento intuitivo. Tem-se verificado que as concepções
espontâneas das crianças e adolescentes se assemelham a concepções
científicas de outros tempos. É o caso, na Biologia, das explicações de tipo
lamarckista sobre o surgimento e diversidade da vida. A apreensão de um
conceito científico, nem sempre significa o abandono do intuitivo. Pesquisas têm
mostrado que muitas vezes conceitos intuitivos coexistem a conceitos científicos
aprendidos na escola. Neste caso o ensino não provocou uma mudança
conceitual mas, desde que a aprendizagem tenha sido significativa, o aluno
adquiriu um novo conceito. Além disso, desde que o professor interfira
adequadamente, o aluno pode ganhar consciência de fatos e fenômenos, estando
apto a reconhecer e aplicar diferentes domínios de ideias em diferentes situações.
168
Se é nossa intenção que os alunos se apropriem do conhecimento científico
e desenvolvam uma autonomia no pensar e agir, é importante concebermos a
relação de ensino/aprendizagem como uma relação entre sujeitos, em que cada
um, a seu modo, com determinado papel, está envolvido na construção de uma
compreensão dos fenômenos naturais e suas transformações, na formação de
atitudes e de valores humanos.
É do aluno o movimento de “resignificar” o mundo, de construir explicações
norteadas pelo conhecimento científico; somente ele pode realizá-lo. Mas esse
processo não é espontâneo, é construído pela intervenção do professor. É o
professor que tem condições de orientar este caminhar do aluno, criando
situações e fornecendo informações que permitam a re-elaboração e a ampliação
dos conhecimentos prévios de seus alunos, propondo articulações entre os
conceitos construídos, de sorte a organizá-los como corpo de conhecimento
sistematizados.
É ao professor que cabe selecionar, organizar e problematizar conteúdos de
modo a promover um avanço no desenvolvimento intelectual do aluno, na sua
construção como ser humano, e que sejam importantes do ponto de vista de sua
inserção social.
As diversas metodologias aplicadas no processo de ensino-aprendizagem
sofreram, durante a evolução da didática, várias modificações, e talvez para a
época em que foram utilizadas, eram as mais acertadas ou possíveis de serem
encaminhadas. Não podemos deixar de considerar que, de modo que a
construção da ciência Biologia se dá sob a interferência de agentes sociais,
políticos, religiosos e econômicos em que está processando, o ensino dessa área
do conhecimento também sofrerá a ação, com maior ou menor intensidade, de
cada um desses agentes. Dessa forma temos uma gama relativamente complexa
de mecanismos didáticos em que a “apropriação” dos conceitos em Biologia, e
não só em Biologia, aconteceu ou acontece. Descrevemos alguns deles, apenas
como mote para podermos comparar com o que pensamos acerca desse
processo.
Alguns professores estão preocupados, em formular questões com o
objetivo de medir o tamanho do repertório adquirido pelo aluno e poder dar notas
boas ou ruins, como forma de reforçar positiva ou negativamente sua postura
169
frente ao aprendizado. Implícita nesta prática do professor está à ideia de que a
conduta do aluno pode ser moldada por fatores externos (notas), não havendo a
necessidade de ensiná-lo a aprender; ao aluno resta a expectativa de receber um
prêmio ou um castigo pelo que puder apresentar. Nesse sentido o aprendizado
está na dependência exclusiva de reforços e o aluno é um mero receptor passivo
do conhecimento. De acordo com essa concepção o mérito do aluno está tão
somente em apresentar a maior quantidade possível de conteúdos,
independente de sua relevância, e a responder, de forma mais semelhante
possível ao texto, as questões formuladas pelo professor.
Esta forma de pensar o ensino em Biologia fez com que escutássemos dos
alunos, e por várias vezes, que “para aprender alguma coisa nesta matéria
basta memorizar o máximo possível as informações; Biologia é única e
exclusivamente decoreba”.
Outros professores dedicam-se a selecionar conteúdos, que exprimam e
organizem os saberes culturais importantes que formarão o corpo de
conhecimentos de que o aluno deverá se apropriar através de várias estratégias
pedagógicas ( aulas expositivas, leituras de texto, vídeos, experimentações,
visitas a museus, etc. ).
Diferente do primeiro caso, o professor entende que a aprendizagem
depende, também, de uma série de processos cognitivos que atuam na mente do
aluno e que esses processos devem ser levados em conta no aprendizado. O
problema surge na hora de tentar decifrar a natureza desses processos cognitivos
e como intervir neles, contribuindo para o seu aprendizado. A escolha pode levar
a basicamente, mas não exclusivamente, dois caminhos: copiar ou construir.
O copiar é fruto de uma crença em que apreender consiste em reproduzir,
sem mudanças, a informação que chega por diferentes meios e que o
conhecimento é uma cópia interna da informação externa. Nesse caso, o
professor, passa a ser de extrema importância a seleção dos conteúdos mais
adequados e também as condições ideais para que o aprendizado ( cópia )
aconteça. Essa forma de aprendizado está diretamente relacionado com a
corrente positivista que permeou o ensino nos anos 50 e 60, que postulava o
estabelecimento de uma lógica legitimada pela Ciência como condição suficiente
para o aprendizado. Todos os conteúdos, não importando se biológicos ou não, se
170
caracterizavam por apresentar uma organização lógica, com linguagens e
métodos objetivos, que garantiriam a coerência interna do aluno. O professor
deveria propor atividades onde o aluno pudesse repetir, de diferentes formas, o
que deveria aprender ( construir maquetes, desenhos, esquemas, ver slides e ler
textos sobre célula), ou trabalhar em classe e em casa, várias modalidades de “
exercícios de fixação” sobre o mesmo conteúdo. De acordo com essa concepção o
aluno que tivesse sua mente organizada dentro de princípios lógicos, estaria
preparado para aprender todos os saberes, inclusive os que não tivessem a
mesma estrutura lógica. Para a maioria dos alunos o resultado foi uma repetição
de conteúdos, sem uma real compreensão do objeto de estudo e sem a
possibilidade de aplicação do aprendizado em situações que extrapolassem a sala
de aula. Por exemplo, por mais que tivessem utilizado métodos científicos nos
experimentos em laboratório, não transferiram esses procedimentos para o seu
dia a dia. Nesta concepção a aprendizagem não incorpora as características do
aluno que aprende e muito menos os processos pelos quais aprende.
A construção do conhecimento tem como princípio básico o aprendizado
através de uma elaboração pessoal da representação do objeto de estudo. Neste
sentido o aluno não é considerado um ser desprovido de conhecimentos e o
professor não é o único que conhece os conteúdos. Os saberes espontâneos serão
alvos de estudo e aprofundamento e é a partir deles que o conhecimento
sistematizado é construído. Professores e alunos saem das respectivas posições
de atores e espectadores, colocados que foram nas outras formas de ensino-
aprendizagem, para assumirem posições, ambos, de agentes do processo. O
centro do processo deixa de ser a Biologia e o aluno assume a posição de
destaque, já que o seu aprendizado está na dependência direta da sua atuação
sobre o conteúdo a ser ensinado.
O professor não pode simplesmente avaliar as capacidades dos alunos
( relacionar, inferir, interpretar, deduzir, etc ), mas terá que, antes de avaliar,
ensinar o que deve ser feito para que consigam realizar esses procedimentos.
Muitos educadores, apesar de adotarem essa concepção de ensino-
aprendizagem, entendem que o fato de ensinar tais procedimentos equivale a
realizar uma tarefa que os alunos deveriam conseguir fazer por si mesmos. É
necessário uma reflexão sobre essa prática: não é possível considerar esse
171
processo de ensino-aprendizagem como sendo uma série de passos, por
diferentes caminhos, que devam ser percorridos solitariamente pelo aluno. Se
partimos dos pressupostos de que os alunos são pessoas capazes de se
desenvolver em sociedade e portanto com condições de se apropriarem de
conhecimentos importantes para essa vida em sociedade; que essa apropriação
não acontece por acaso, mas é intimamente dependente de esforços do
quarteto: professor-aluno-escola-família; que o caminhar não deve ser feito
somente pelo aluno mas também pelo professor, devemos ir em busca do
aprofundamento do nosso papel como educadores, assim como das
características intrínsecas desse processo de ensino-aprendizagem.
Nessa perspectiva é de suma importância ensinar o aluno a aprender e
ajudá-lo a compreender que, quando aprende, não deve levar em conta apenas o
conteúdo, objeto de aprendizagem, mas também como se organiza e atua para
aprender. Dessa forma o ensino deve ser compreendido no trabalho pedagógico
como tendo conteúdos conceituais (objetos de aprendizagem ), conteúdo
procedimentais (como se organizar para se apropriar dos objetos de
aprendizagem ) e conteúdos atitudinais ( normais, valores e atitudes adequados
para conseguir se organizar na apropriação dos objetos de aprendizagem ).
Algumas estratégias
Conteúdos diversos podem ser trabalhados com diferentes técnicas, com
uma mesma técnica ou ainda com uma combinação delas. É desejável,
entretanto, que se assegure uma dinâmica de aula capaz de estimular o
interesse dos alunos, de instigá-los a resolver os problemas que devem emergir
das próprias atividades, organizadas e dos procedimentos envolvidos. É
necessário, portanto, variar as técnicas e as atividades de acordo com os
conteúdos que se pretende desenvolver.
Se pretendemos que os alunos compreendam conceitos e se apropriem de
procedimentos, é importante considerarmos as interpretações que eles trazem
acerca dos fenômenos em estudo. Tal situação nos permite conhecer seu
repertório, seus referenciais e organizar atividades que viabilizem o confronto
dessas interpretações com os dados obtidos e com outras interpretações. Coloca-
se, assim, para os alunos, um problema cuja superação exige mais informações e
172
uma mudança de referenciais.
As técnicas são várias e não pretendemos com os nossos exemplos esgotá-
las, mas apontar para os cuidados que devemos ter ao adotá-las.
● Textos: podem ser utilizados, uma vez verificada sua adequação, como
introdução ao estudo de um dado conteúdo, síntese do conteúdo
desenvolvido, leitura complementar. Um texto apresenta concepções
filosóficas, visões de mundo, e deve-se estimular o aluno aprender a ler
além das palavras, aprender, dar chance a ele avaliar e mesmo se
contrapor ao que vê e ouve. A leitura de um texto deve ser sempre um
recurso e não a aula. Assim, cabe ao professor problematizar o texto e
oferecer novas informações que caminhem para a compreensão do
conceito pretendido.
● Experimentos: não como mera constatação prática de conceitos
trabalhadores em classe ou que “tenham que dar certo”. Um
experimento requer um controle e seus resultados nem sempre não
previsíveis. A importância está justamente em interpretar os resultados
que se obtêm, diante daquilo que “ esperava-se que acontecesse”. Um
experimento é uma técnica de investigação que deve estar
acompanhada de questões que permitam a reflexão, posterior análise e
organização dos dados obtidos e fornecimento de informações para que o
conceito pretendido seja elaborado.
● Debates: é uma técnica bastante interessante, que pode ampliar o
universo do aluno, que estimula o desenvolvimento da capacidade de
síntese, argumentação etc, e é um ótimo momento para se trabalhar as
questões relativas a atitudes e valores (respeitar, ouvir e falar no
momento correto, capacidade de convencimento etc ). O debate exige
um conjunto de atividades preparatórias ( como a seleção de textos sobre
o tema )
● Excursões – Estudos do Meio: é um excelente recurso em Biologia, dada a
riqueza de material que podemos encontrar e analisar no próprio
ambiente. É preciso que o professor tenha claro o que pretende explorar,
visitar o local com antecedência e elaborar um roteiro. Os dados das
observações devem ser registrados e, de volta á sala de aula,
173
organizados, analisados e interpretados, tendo sempre como referência o
objetivo explicitado na elaboração da proposta.
● Aulas expositivas: é comum entre os professores a ideia de que essa
técnica pedagógica é sempre cansativa, longa e desinteressante, além de
frequentemente recorrerem a ela quando há necessidade de transmitir
um conceito. A aula expositiva é o momento do diálogo, do exercício da
criatividade e do trabalho coletivo de construção do conhecimento.
Através dessa técnica podemos, por exemplo, fornecer informações
preparatórias para um debate, jogo ou outra atividade em classe, análise
e interpretação dos dados coletados nos estudos do meio e laboratório,
além de trabalhar os objetivos atitudinais inerentes a uma produção
coletiva.
● Audiovisual: ( filmes, slides, transparências, painéis fotográficos, registros
sonoros ). São recursos complementares importantes, desde que o
professor verifique e reafirme a relação do filme com os conteúdos que
estão sendo trabalhados, prepare sua sequencia e garanta a qualidade da
apresentação.
● Jogos: O aluno deve se sentir desafiado pelo jogo e não somente pelos
outros participantes. Logicamente, o aspecto competitivo estará
presente. Não devemos nos preocupar com o aparecimento desse fator
( competição ), desde que a nossa postura seja a de evidenciar que a
competição é da natureza dos jogos e não da vida. É muito importante
que o professor se assegure da organização no registro de dados
( marcações do jogo ), para que sejam compreendidas as interpretações
sobre o desenvolvimento ou final do jogo.
Temas da biologia para o núcleo comum
A decisão sobre o que e como ensinar Biologia, no núcleo comum, está
diretamente relacionada aos objetivos que estabelecemos para o ensino da
disciplina e precisa considerar: _momento de desenvolvimento intelectual dos
alunos, de sorte a possibilitar que eles compreendam os conceitos envolvidos,
com eles operem, e avancem no seu desenvolvimento; _ uma articulação dos
conteúdos, de tal forma que permita a compreensão das inter-relações dos temas
174
abordados; _ um tratamento que propicie a compreensão de que a vida, assim
como o universo, é fruto de interações entre seus elementos constituintes.
A ideia de que o universo se comporta como uma máquina, em que cada
peça opera isoladamente, tem sido uma tônica no ensino de Biologia e tem
gerado incompreensão, desinteresse e a falsa ideia de que ao estudar cada parte
o aluno estará apto a compor e compreender o todo; _ um tratamento que
também permita a compreensão de que as teorias em Biologia (como nas demais
ciências) se constituem em modelos explicativos, constituídos em determinados
contextos sócio-político-econômicos; as relações, cada vez mais ampliadas, entre
Biologia e Tecnologia e desses fazeres humanos com a qualidade de vida.
É importante atentarmos para uma distribuição dos conteúdos, ao longo do
2º grau, de modo a garantir a compreensão do todo, partindo do geral,
analisando sua complexidade até chegar ao particular e retomando o geral. O
fenômeno vida é a totalidade. Pode estar expresso no ambiente, num organismo,
numa célula, mas é sempre resultado de inter-relações particulares. Assim,
estudando essas interações, chegamos a compreender o particular.
O ambiente, por exemplo, é produto das interações entre fatores abióticos e
seres vivos. É preciso que se conheça, num primeiro plano, essas interações para
então conhecer cada organismo em particular e reconhecê-lo no ambiente. Por
sua vez, cada organismo é um conjunto de interações entre órgãos, aparelhos e
sistemas que, no particular, são formados por um conjunto de células que
interagem. E, no mais íntimo nível, cada célula se configura pelas interações
entre suas organelas, que também possuem suas particularidades individuais, e
pelas interações entre essa célula e as demais.
Importa, também, que os conteúdos se apresentem como problemas a
serem resolvidos. Assim, o primeiro problema biológico a ser resolvido com os
alunos, se refere ás interações entre seres vivos, incluindo o ser humano, e
demais elementos do ambiente, seguido da lugar e diversidade, até que conhecer
a célula transpareça como problema a ser desvendado para uma maior e melhor
compreensão do fenômeno vida. E mais, que os alunos tenham um desses
problemas biológicos comporta conexões com aspectos do conhecimento
tecnológico a eles associados.
Os Conteúdos Estruturantes de Biologia ao mesmo tempo agrupam as
175
diferentes áreas da Biologia e proporcionam um novo pensar sobre como
relacioná-los sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no
Ensino Médio.
Tomando os objetivos definidos para o ensino de Biologia no nível médio de
escolaridade e as considerações acima, sugere-se que os conteúdos selecionados
estejam articulados pelos eixos:
Organização e Distribuição dos Seres Vivos
Noções sobre citologia aparecem nos temas anteriores, com níveis diversos
de enfoque e aprofundamento. Por exemplo, ao trabalharmos as funções vitais
básicas dos seres vivos (Tema Diversidade da Vida) vários processos celulares
podem ser abordados: fotossíntese, respiração celular, digestão celular etc. No
estudo da hereditariedade pode se tratar a síntese proteica e, portanto, as noções
de núcleo, ribossomos, ácidos Nucleicos; os conhecimentos sobre os processos de
divisão celular também podem ser contemplados. Os exemplos citados acima
evidenciam o estudo da célula de forma contextualizada, isto é, a célula pode ser
vista como parte de um todo e como unidade.
Nesse tópico cabe elaborar uma síntese para construir o conceito
sistematizado de célula e ampliá-lo nos estudos acerca da sua origem e evolução
(hipóteses sobre a origem da célula procarionte, eucarionte autotrófica e
heterotrófica), especialização (diferenciação celular) e interações (organismos
pluricelulares).
Recomenda-se que os estudos sobre embriologia atenham-se á espécie
humana, focalizando-se as principais fases embrionárias (ovo, mórula, blástula,
gástrula, nêurula), os anexos embrionários e a comunicação intercelular no
processo de diferenciação. Caso haja interesse, demanda, por conhecer a
embriologia de demais grupos de seres vivos, tal assunto pode se constituir em
tema integrante do núcleo diversificado.
Medicina ortomolecular, radicais livres e envelhecimento celular são
conhecimentos que podem ser relacionados aos estudos de citologia.
Compõem esse tópico as diferentes ideias sobre o surgimento da vida na
Terra e as características dos primeiros sistemas vivos, com aprofundamento na
hipótese atualmente mais aceita, evidenciando-se a contribuição dos diferentes
176
campos do conhecimento, como a geologia, a física e a astronomia, por exemplo.
O estudo dos processos que culminaram com o surgimento desses sistemas vivos
leva a indagações acerca dos diferentes níveis de organização, resultantes das
interações entre tais sistemas e entre eles e o meio. Os níveis de organização
(tecidos, órgãos, aparelhos, organismos, populações, comunidades, ecossistemas,
biosfera) são, portanto, assunto deste tópico. Os aspectos relacionados á
tecnologia podem aparecer, aqui, representados pelos instrumentos, aparelhos e
procedimentos, cujo desenvolvimento contribui para a compreensão dos
processos relacionados ao surgimento da vida e suas manifestações.
Biodiversidade
Focalizando-se as interações entre os diversos seres vivos e elementos
físico-químicos que configuram um ecossistema, estudam-se sua estrutura e
dinâmica. É de maior importância que não se perca de vista a íntima relação
entre estrutura e função, a fim de garantir a compreensão das frequentes
transformações, das quais também nós fazemos parte e ás quais também nós
estamos sujeitos. Torna-se fundamental, portanto, a compreensão das relações
alimentares representadas pelas cadeias e teias alimentares; dos ciclos da
matéria e do fluxo de energia, como formas de interação entre a porção viva e a
abiótica do sistema; dos movimentos populacionais; do equilíbrio dinâmico que
caracteriza qualquer ecossistema. O estudo das relações alimentares chama a
investigação das formas de obtenção de alimento e energia pelos seres vivos,
ainda numa abordagem fenomenológica. Se as interações acima apontadas se
apresentam em quaisquer ecossistemas, o que torna cada um deles particular? O
estudo dos diversos ecossistemas brasileiros, um olhar atento ao modo como
fatores bióticos e abióticos interagem em cada um deles, de modo a produzir
sistemas distintos, oferece elementos para a construção da resposta.
O ser humano, parte integrante dos ciclos e fluxos que operam nos
ecossistemas, neles intervém produzindo modificações intencionais, mediadas
pela tecnologia, construindo novos ambientes. O estudo da ocupação humana,
através da abordagem de alguns entre os diversos temas existentes, permite a
compreensão e o julgamento de diferentes modos de realizar tais intervenções e
sua relação com fatores político-econômicos; o estabelecimento de relações entre
177
degradação ambiental e saúde humana e a avaliação do desenvolvimento
sustentado como alternativa ao modelo de desenvolvimento vigente. Também
nesse tópico se evidenciam conexões com outros campos do conhecimento,
como a física e a química – ciclos da matéria e fluxo de energia; como a física a
química, a história, a geografia, a filosofia – ocupação humana.
Um aspecto da maior relevância na abordagem dos ecossistemas diz
respeito a sua construção no espaço e no tempo e á possibilidade da natureza
absorver impactos e se recompor. O estudo da sucessão ecológica permite
compreender a dimensão espaço – temporal do estabelecimento de
ecossistemas, relacionar diversidade e estabilidade de ecossistemas, relacionar
essa estabilidade e equilíbrio dinâmico, fornecendo elementos para avaliar as
possibilidades de absorção de impactos pela natureza.
Processos de Modificações dos Seres Vivos
Diversas foram as explicações sobre a diversidade das espécies – fixismo,
vitalismo, catastrofismo, lamarckismo, darwinismo, neodarwinismo,
neolamarckismo, teoria sintética da evolução. Conhecer algumas dessas
explicações, seus pressupostos, seus limites, o contexto em que foram
formuladas e em que foram substituídas ou complementadas e reformuladas,
permite a compreensão da dimensão histórico-fisiológica da produção científica e
o caráter da verdade científica.
Focaliza-se, então, a teoria sintética da evolução, abordando-se a
contribuição de diferentes campos do conhecimento para sua elaboração, como,
por exemplo, a paleontologia, a embriologia, a genética, a bioquímica. É central
para a compreensão da teoria os conceitos de adaptação e seleção natural como
mecanismos da evolução e a dimensão temporal (tempo geológico) do processo
evolutivo. Embora possam parecer corriqueiros, tais conceitos são bastante
complicados e, grande parte das vezes, os alunos não se apropriam dos mesmos.
As relações entre alterações ambientais e modificações dos seres vivos, estas
últimas decorrentes do acúmulo de alterações genéticas, precisam ser
compreendidas como eventos sincrônicos, que não guardam relação de causa e
efeito; a variabilidade como consequência de mutações e de combinações
diversas de material genético, precisa ser entendida como substrato sobre o qual
178
age a seleção natural; a própria ação da natureza selecionando combinações
genéticas que se expressam em características adaptativas, também precisa ser
significada, considerando a reprodução como possibilitadora da permanência de
determinado material genético na população.
A interpretação do processo de especiação (formação de novas espécies)
demanda a aplicação dos conceitos acima apontados, relacionando-os ás
condições de isolamento geográfico e reprodutivo.
Para o estudo da diversidade de seres (tradicionalmente Zoologia e
Botânica) é adequado o enfoque evolutivo-ecológico, a história geológica da vida.
A escala de tempo geológico é focalizada, centrando-se atenção na configuração
das águas e continentes e nas formas de vida que marcam cada período e era
geológicos. Uma análise primeira permite verificar que a vida surge, se expande,
se diversifica e se fixa nas águas. Os continentes são ocupados posteriormente á
ocupação das águas e, neles também, a vida se diversifica e se fixa, não sem um
grande número de extinções.
O estudo das funções vitais básicas (nutrição, transporte, trocas gasosas,
respiração excreção, reprodução), realizadas por diferentes estruturas, órgãos e
sistemas, com características que permitem sua adaptação nos diversos meios,
possibilitam a compreensão das relações de origem entre diferentes grupos de
seres vivos e o ambiente em que essas relações ocorrem. Ao abordar as funções
acima citadas, pode ser dado destaque ao corpo humano, estudando essa
espécie em particular. Uma vez resguardados os aspectos básicos acima tratados,
fica a critério do professor o aprofundamento dado a cada tema, tendo em vista a
demanda e a dinâmica de sala de aula.
Os estudos realizados (relações estabelecidas entre
forma/função/ambiente) permitem estabelecer critérios objetivos através dos
quais os seres vivos podem ser agrupados. Desta forma ao estudar o indivíduo,
estaremos estudando o grupo ao qual ele pertence e vice-versa. Vale ressaltar
que o contexto evolutivo deve estar presente na elaboração dos agrupamentos
feitos. Caso haja interesse nos estudos aprofundados de determinados grupos de
seres vivos, em particular – sua anatomia, fisiologia e comportamentos – o
assunto pode se converter em tema ou temas do núcleo diversificado.
179
Implicações dos avanços biológicos no contexto da vida
O que faz com que os peixes gerem sempre e tão somente peixes,
samambaias gerem samambaias, seres humanos gerem seres humanos? O que
faz com que os indivíduos de cada grupo animal ou vegetal, mesmo tão
semelhantes jamais sejam idênticos?
Questões como essas mereceram explicações diversas ao longo da história
da humanidade, até que se estabelecessem as leis da Genética. O conhecimento
da estrutura e composição do material genético (cromossomos, DNA, genes); do
processo de síntese de proteínas e de que é o conjunto proteico que caracteriza
uma espécie, são aspectos fundamentais á compreensão do modo como a
hereditariedade acontece.
Contribui, ainda, para esse entendimento a compreensão do processo da
reprodução celular (mitose e meiose – sem detalhamento das fases)
Relacionando os conceitos e processos acima expressos, trabalham-se as
leis da herança mendeliana (1ª e 2ª leis de Mendel e algumas de suas derivações:
alelos múltiplos, herança quantitativa e herança ligada ao sexo), recombinação
gênica e ligação fatorial.
Para dar significado ás leis da hereditariedade são necessárias noções de
probabilidade, análise combinatória e bioquímica.
De posse desses conhecimentos é possível ao aluno relacioná-los ás
tecnologias de clonagem, manipulação do DNA (biotecnologia), ao projeto
Genoma, em que se abordam aspectos éticos, morais, políticos e econômicos
envolvidos na produção científica e na sua utilização, momento bastante
adequado ao trabalho com a superação de posturas maniqueistas.
AVALIAÇÃO
O aluno deverá expor suas ideias de forma clara, sendo capaz de
argumentar e discutir sem dificuldade sobre o ponto de vista.
A avaliação do aprendizado deve ser feita a todo o momento, mesmo
porque a construção do conhecimento é um processo mais demorado que vem
com resultados cotidianos. A avaliação deve ocorrer ao longo do processo de
aprendizagem, propiciando ao aluno múltiplas possibilidades de expressar e
180
aprofundar a sua visão do conteúdo trabalhado.
As avaliações diagnósticas devem acontecer de diferentes formas de
expressões e oportunidades para que o próprio aluno sinta a necessidade do valor
do ensino de biologia, assim ele criará consciência das suas possibilidades,
objetivos e interesses.
O desenvolvimento de atividades em equipe produz um maior
aproveitamento já que os alunos trocam experiências vivenciadas no seu dia-a-
dia rendendo bons trabalhos e temas para discussões em seminários.
Os conceitos deverão ser avaliados de modo que demonstrem o nível de
conhecimento adquirido pelo aluno na prática diária, as definições dos assuntos
devem ser discutidas e associadas ao dia-a-dia para que haja compreensão e não
apenas o aprendizado momentâneo.
As avaliações serão feitas para os alunos demonstrarem os seus
conhecimentos, através de: testes escritos, participação nas atividades propostas
diariamente, elaboração de painéis e seminários, trabalhos individuais e em
equipes onde os alunos vão manifestar os avanços na aprendizagem. A
elaboração de feira de ciências vai demonstrar os seus conhecimentos e
futuramente os resultados obtidos das pesquisas, das aulas práticas e visitas a
locais onde os alunos poderão acrescentar conhecimentos e tirar dúvidas em
relação a aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KRASILCHIK, Myriam. Prática de Ensino de Biologia. São Paulo: Edusp, 2005
MEC/SEB – Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília,
2004.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a escola
pública do estado do Paraná. 3a edição. Curitiba: SEED, 1997.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio.
Temas para estudo - Biologia. Curitiba: SEED, 2004.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio.
Biologia – Orientações Curriculares Preliminares. Curitiba: SEED.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio.
Orientações Curriculares Preliminares - Biologia. Semana Pedagógica.
181
Curitiba:SEED, julho/2005
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio.
Orientações Curriculares Preliminares - Biologia. Semana Pedagógica.
Curitiba:SEED, fevereiro/2006
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio.
Diretrizes Curriculares de Biologia para o Ensino Médio – Versão preliminar.
Curitiba: SEED, julho/2006.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede
Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Biologia. Curitiba:
SEED, 2008.
PÁTIO REVISTA PEDAGÓGICA – Currículo – Que Pessoas Queremos Formar?
Ano X, fev/abr 2006. Editora Positivo
SANTOS, Maria Ângela Dos. Biologia Educacional. São Paulo: Ática, 2005
EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
No final do século XIX, Rui Barbosa, deputado geral do império, emitiu um
parecer sobre o projeto denominado reforma do ensino primário e várias
instituições complementares da instrução pública, no ano de 1882, quando, entre
outras conclusões, afirmou a importância da ginástica para a formação do
cidadão, equiparando-a em categorias e autoridade às demais disciplinas.
A partir de então, a educação física tornou-se obrigatória nos currículos
escolares, destacando-se que a burguesia brasileira depositou na ginástica a
responsabilidade de promover, por meio dos exercícios físicos, a saúde do corpo,
o pudor e os hábitos condizentes com a vida urbana.
As práticas pedagógicas escolares de educação física foram fortemente
influenciados pela instituição militar e pela medicina, emergentes dos séculos
XVIII e XIX.
Para atender aos objetivos de adquirir, conservar, promover e restabelecer
a saúde por meio dos exercícios físicos, foram importados da Europa práticas
conformativas, como modelo de saúde e sistemas de ginástica.
Por não existir um plano nacional de educação física a prática nas escolas
182
se dava pelo método francês de ginásticas adotadas pelas forças armadas e
tornado obrigatório a partir de 1931. A educação física se consolidou no contexto
escolar a partir da Constituição de 1937, quando objetivava doutrinar, dominar e
conter os ímpetos das classes populares. Também estabelecia o patriotismo a
hierarquia e a ordem.
A educação física seguia a risca os princípios higienistas para um corpo
forte e saudável, com atividades para a formação de um corpo masculino,
robusto, delineado para a defesa e proteção da família e da Pátria.
Com o promulgação da Lei orgânica do ensino secundário em 1942,
instituiu-se um primeiro ciclo denominado ginasial, com duração de 4 anos e um
segundo ciclo de 3 anos, com duas opções, o clássico e o científico. Essa reforma
ampliou a obrigatoriedade da educação física até os 21 anos de idade, para
formar mão-de-obra fisicamente capacitada para o mercado de trabalho.
A partir de 1964, o esporte passou a ser tratado com maior ênfase no
Brasil, devido aos acordos feitos entre o MEC e o Departamento Federal de
Educação Americana. Esse fato permitiu que muitos professores da disciplina
frequentassem, nos Estados Unidos, cursos de pós-graduação na área esportiva.
O esporte consolidou sua hegemonia na educação física, quando os currículos
passaram a tratá-lo com maior ênfase pelo método tecnicista centrado na
capacitação e no desempenho.
Em meados da época de 1980 começou-se a formar uma comunidade
cientifica na educação física, de modo que passaram a existir tendências ou
correntes, cujos debates evidenciavam severas críticas ao modelo vigente até
então.
No início da década de 90, um momento significativo para o estado do
Paraná foi elaboração do currículo básico, fundamentava-se na pedagogia
histórico crítica, denominada de educação física progressista, revolucionária e
crítica, sob pressupostos teóricos pautados no materialismo histórico dialético.
Essa proposta representou um marco para a disciplina, destacou a
dimensão social da educação física e possibilitou a consolidação de um novo
entendimento em relação ao movimento humano, como expressão da identidade
corporal como prática social e como uma forma de homem se relacionar com o
mundo. Ainda, a proposta valorizou a produção histórica e cultural dos povos,
183
relativa à ginástica, a dança, aos desportos, aos jogos e as atividades que
correspondem às características originais.
Tais avanços teóricos da educação física sofreram retrocesso da época de
1990, quando, após a discussão e a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases o
Ministério da Educação (MEC) apresentou os parâmetros curriculares nacionais
(PCN) para a disciplina de educação física.
Os parâmetros curriculares nacionais de educação física para o ensino
fundamental buscaram abandonar as perspectivas da aptidão física,
fundamentadas em aspectos técnicos e fisiológicos, e destacaram outras
questões relacionadas às dimensões culturais, sociais, políticas, afetivas, no
tratamento dos conteúdos, baseadas em concepções teóricas relativas ao corpo e
ao movimento.
Nos parâmetros curriculares nacional para o ensino médio, os
conhecimentos historicamente constituídos foram descaracterizados. Verificou-se,
portanto, uma desvalorização da teorias, em nome de questões imediatistas e
abstratas, presente na pedagogia das competências.
Pode-se dizer que os parâmetros curriculares nacionais de educação física,
transitou por diversas perspectivas, desde as mais reacionárias até as mais
criticas, nestas diretrizes curriculares opta-se por interrogar a hegemonia que
entende essa disciplina tão somente como treinamento do corpo, sem nenhuma
reflexão sobre o fazer corporal. Busca-se, assim, a formação de um sujeito que
reconheça o próprio corpo em movimento e também a sua subjetividade.
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais, as áreas do Conhecimento devem ser
articuladas com aspectos da Vida Cidadã: saúde, sexualidade, vida familiar e
social, meio ambiente, trabalho, ciência e tecnologia, cultura e linguagens.
Procurando atuar no processo de construção da cidadania e de igualdade
de direitos entre os cidadãos, a disciplina de Educação Física, dentro de suas
especificidades, deverá através dos seus eixos norteadores, repensar e re-
estruturar rituais, regras, valores, tempos e espaços que compõem o trabalho
pedagógico que abrange a educação do corpo da escola.
É fundamental que se faça uma clara distinção entre os objetivos da
Educação Física escolar e os objetivos do esporte, da dança, da ginástica e da luta
profissional. Embora sejam uma fonte de informações, não podem transformar-se
184
em meta a ser almejada pela escola, como se fossem fins em si mesmas: “É o
movimento humano com determinado significado/sentido, que por sua vez, lhe é
conferido pelo contexto histórico-cultural. O movimento que é tema da Educação
Física é o que se apresenta na forma de jogos, de exercícios ginásticos, de
esportes, de dança, etc.”(Brachdt, apud Daolio, 2004: 43)
A Educação Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para
que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva,
visando seu aprimoramento como seres humanos. Cabe assinalar que os alunos
portadores de necessidades especiais não podem ser privados das aulas de
Educação Física. Segundo Mauro Betti, este enfoque dentre outros dois princípios,
vêm de encontro às novas Diretrizes Curriculares:
(1) Princípio da não exclusão: que prega que os conteúdos e métodos da
Educação Física devem incluir a totalidade dos alunos, (2) Princípio da
diversidade, que defende que os conteúdos do programa de educação física
ofereçam variedade de atividades, a fim de permitir ao aluno escolher
criticamente, de forma valorativa, seus motivos-fins em relação às atividades da
cultura corporal de movimento e (3) Princípio da alteridade, termo caro à
antropologia social, ciência cuja tradição fez com que os pesquisadores de campo
se defrontassem com o outro, o diferente, o exótico, o distante. Betti afirma que o
profissional de educação física deve considerar o outro (aluno, clientela, atleta)
numa relação de totalidade, não como objeto, mas como sujeito humano,
ouvindo-o como ser humano global. (Betti, apud Daólio, 2004, p.53).
O trabalho na área de Educação Física tem seus fundamentos nas
concepções socioculturais de corpo e movimento, e a natureza do trabalho
desenvolvido nessa área se relaciona intimamente com a compreensão que se
tem desses dois conceitos.
A compreensão da organização institucional da cultura corporal de
movimento na sociedade, incluindo uma visão crítica do sistema esportivo
profissional, deve dar subsídios para uma discussão sobre a ética do esporte
profissional e amador, sobre a discriminação sexual e racial que neles existe. Essa
discriminação pode ser compreendida pela explicitação de atitudes cotidianas,
muitas vezes inconscientes e automáticas, pautadas em preconceitos. Contribui
para essa compreensão, por exemplo, o conhecimento do processo político e
185
histórico de inclusão dos negros e das mulheres nas práticas organizadas dos
esportes em olimpíadas e campeonatos mundiais. Pode, ainda, favorecer a
formação de uma consciência individual e social pautada no bem-estar, em
poucas não-preconceituosas e não-discriminatórias e, ainda, no cultivo dos
valores coerentes com a ética democrática.
A prática de educação física na escola busca conduzir o educando a
identificar e compreender criticamente no decorrer da sua vida escolar o
significado de sua pratica como complemento do currículo. Sua busca se
direciona em compreender e identificar as capacidades físicas, básicas e na
manutenção como fonte de saúde e bem estar físico e mental.
A formação do cidadão engloba sua participação nas diversas
manifestações culturais que o rodeia, seja na organização, ou na participação,
precisa superar barreira para conseguir a sua afirmação na sociedade.
O objetivo da educação física é transcender o senso comum e desmistificar
formas arraigadas e equivocadas em relação as diversas práticas e manifestações
corporais. Nessa direção a finalidade das práticas corporais deve-se a modificação
das relações sociais, portanto os conteúdos devem estar comprometidos com
uma educação física transformadora.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ESPORTES
● Futebol
● Handebol
● Voleibol
● Basquetebol
● Atletismo e punhobol
186
JOGOS
● Brincadeiras de ruas/populares;
● Brinquedos;
● Construção de brinquedos alternativos com sucata;
● Jogos de salão;
● Jogos pré-desportivos;
● Jogos de raquete e peteca;
● Jogos dramáticos e de interpretação;
● Jogos cooperativos
GINÁSTICA
● De academia;
● Rítmica;
● Artística
● Acrobática
● Relaxamento;
● Condicionamento;
● Geral
LUTAS
● Judô;
● Sumo;
● Karatê;
● Capoeira;
● Taekwondo
DANÇA
● Cantigas de roda;
● Dança regional;
● Dança folclórica;
● Dança internacional;
187
● Dança de salão;
● Expressão corporal
METODOLOGIA
Todas as metodologias surgidas nos últimos anos, não apenas na Educação
Física, têm orientado os professores para objetivar não apenas a “instrução
técnica” do aluno, mas a sua formação geral. Até mesmo as metodologias mais
conservadoras têm se preocupado com isso. Portanto, atender a sua formação
geral e ampla constitui o princípio norteador do ensino escolar hoje. (KUNS, 1999)
Nas aulas de Educação Física, os aspectos procedimentais são mais
facilmente observáveis, pois a aprendizagem desses conteúdos está
necessariamente vinculada à experiência prática. No entanto, a valorização do
desempenho técnico com pouca ênfase no prazer ou vice-versa, a abordagem
técnica com referência em modelos muito avançados, e, principalmente, uma
concepção de ensino que deixa como única alternativa ao aluno adaptar-se ou
não a modelos predeterminados têm resultado, em muitos casos, na exclusão de
alunos.
Na aprendizagem e no ensino da cultura corporal de movimentos, trata-se
basicamente de acompanhar a experiência prática e reflexiva dos conteúdos na
aplicação dentro de contextos significativos.
Em alguns casos, julga-se adequado nas duas primeiras séries do ensino
fundamental, uma ênfase nas atividades lúdicas por meio de jogos e brincadeiras,
considerando os perigos de uma especialização técnica precoce e seus efeitos
deficientes.
Noutras, justamente em função da suposta precariedade técnica dos jogos
e brincadeiras exercidos nessas primeiras séries propõem-se exercícios de
habilidades e fundamentos esportivos como construção de pré-requisitos para a
aprendizagem de modalidades esportivas nas séries posteriores.
Além da metodologia crítico-emancipatória, a construtivista defende o
método de integração com o mundo externo e com o mundo interno do aluno,
procurando o resultado de provocar o gosto de aprender e a auto-suficiência na
busca de respostas. O aluno é tomado como um ser pensante, com
desenvolvimento próprio, o professor procura ser um orientador que facilita a
188
aprendizagem criando situações estimulantes e motivadoras de respostas e a
escola é o espaço do saber e integração do indivíduo à sociedade e à cultura.
Pode-se utilizar ainda a metodologia crítico-superadora, a de situação
problema, a da pesquisa e outras que poderão contribuir no processo ensino-
aprendizagem.
Para tanto serão utilizados recursos: audiovisuais, seleção de textos,
apostilas, material para manifestações esportivas(bolas, cones e outros
equipamentos); material para manifestações ginásticas e danças(colchões, som,
arcos, bolas, cordas...); material para jogos e brincadeiras(bexigas, bolas,
barbantes...), entre outros, que a escola se dispõe para esta prática.
Em síntese, o que se quer ressaltar é que nem os alunos, nem os conteúdos
tampouco os processos de ensino e aprendizagem são virtuais ou ideais, mas sim
reais, vinculados ao que é possível em cada situação e em cada momento.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Os instrumentos de avaliação deverão atender à demanda dos objetivos
educativos expressos na seleção dos conteúdos. A predominância das intenções
avaliativas ocorrerá dentro de uma perspectiva processual, ou seja, facilitará a
observação do aluno no processo de construção do conhecimento. Essa avaliação
contínua compreende as fases que se convencionou denominar diagnóstica ou
inicial; formativa ou concomitante; somativa ou final.
A avaliação diagnóstica ou inicial fornecerá os dados para a elaboração de
um projeto de desenvolvimento dos conteúdos, a partir da consideração dos
conhecimentos prévios do aluno.
Em síntese, os instrumentos de avaliação deverão:
Explicitar os objetivos específicos propostos pelo programa de ensino;
Situar alunos e professores dentro do processo de ensino e aprendizagem;
Ser claros o suficiente para que o aluno saiba o quê, como e quando será
avaliado;
Reconhecer o desenvolvimento individual, valorizando o aluno e
contribuindo com a auto-estima;
Avaliar a construção do conhecimento como um processo.
Os instrumentos de avaliação estão diretamente relacionados com o grau
189
de abordagem dos conteúdos em função dos objetivos propostos. Assim, o
professor poderá construir instrumentos eficazes para cada objetivo específico,
tais como:
Fichas de acompanhamento do desenvolvimento pessoal;
Relatório de uma atividade em grupo ou fichas de observação com critérios
definidos sobre a participação e a contribuição no desenvolvimento de algumas
atividades em grupo;
Relatório de apreciação de um evento esportivo ou de um espetáculo de
dança, onde determinados aspectos forem ressaltados;
Ficha de avaliação do professor quanto à capacidade do grupo de aplicar as
regras de um determinado jogo, reconhecendo as transgressões e atuando com
autonomia;
Dinâmicas de criação de jogos, produção e transmissão para outros grupos;
Relatórios ou fichas de observação e auto-avaliação sobre a participação na
organização de um evento escolar ou para a comunidade;
Relatórios para avaliação das etapas em trabalhos sobre projetos.
Fichas de auto-avaliação mapeando o interesse sobre os diversos
conteúdos, propiciando uma reflexão sobre interesse e participações.
A avaliação é ponto de referência. É um processo constante de repensar a
prática educacional em todos os segmentos. Na tarefa de reconstrução da prática
avaliativa, coloca-se como premissa básica à postura de constante reflexão dos
educadores sobre sua pratica pedagógica e o acompanhamento do educando na
sua caminhada de construção do conhecimento.
Considerando a avaliação dessa forma, é possível enfatizar dois pontos
fundamentais. Primeiro, a avaliação é um processo dinâmico que qualifica e
oferece subsídios ao projeto político-pedagógico. Segundo, ela imprime uma
direção às ações dos professores e dos alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRACHT, Valter, Educação Física: conhecimento e especificidade. 2ª Edição. Belo
Horizonte: Cultura 1997.
CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil – História que não se conta. 2ª
dição. Campinas: Papirus 1991.
190
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares da Educação
Básica - 2008.
LIVRO PÚBLICO ESTADUAL – EDUCAÇÃO FÍSICA.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 2ª Edição. São Paulo: Cortez
1995.
MASCARENHAS, Fernando. Lazer como prática de liberdade. Goiânia: UFG 2003.
VAGO, Tarcício Mauro. Cultura Escolar, cultivos de corpos. Bragança Paulista: USF
2002.
FILOSOFIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Como todas as criações e instituições humanas, a Filosofia tem uma
história, e está na história. No Brasil, especificamente, a filosofia terá uma função
didascálica desde a chegada dos portugueses no Brasil. Junto com os
colonizadores chegaram os religiosos jesuítas que detiveram o monopólio
educacional. Esses religiosos não ficaram somente encarregados de ministrar
catequese aos indígenas, mas também de educar os filhos dos colonos. Os
religiosos católicos com uma ampla formação dentro da tradição escolástica
permaneceram no Brasil por mais de dois séculos e por isso foram os
responsáveis pela educação de várias gerações. Com a expulsão dos jesuítas do
Brasil por decreto do ministro iluminista Marques de Pombal muitos jovens
oriundos das elites vão continuar os estudos na Europa e lá tem contato com a
filosofia repudiada até então pelo humanismo religioso ensinado pelos jesuítas.
Esses jovens ao contato com ideias liberais nas áreas cientificas e políticas ao
voltar ao Brasil serão os responsáveis pela maioria das ideias revolucionárias,
dentre elas vale destacar a conjuração mineira e a revolta de Pernambuco.
Ademais o surgimento de sociedades secretas tal como a maçonaria é reflexo
desse encontro com a filosofia de Locke, Rousseau, Voltaire etc. Embora o ensino
jesuítico estivesse arraigado no Brasil e em decorrência disso à Filosofia
Escolástica não foram poucos os padres que buscaram novas formas de reflexão
filosófica, portanto, foram opositores da própria filosofia da igreja – vale destacar
nesse ponto os jansenistas. Tão associada estava a filosofia da igreja – entenda-se
191
aqui a filosofia escolástica – com a situação política do momento que qualquer
insurgente contra o status quo estava sujeito à perseguição política – foi assim
com Luís Vieira da Silva retratado minuciosamente no livro “O diabo na livraria do
cônego” de Eduardo Frieiro.
Desde cedo, portanto, a filosofia desassociada da filosofia da igreja foi vista
como subversiva e propagadora da desordem social – entenda-se aqui contrária à
monarquia.
Os nossos historiadores consideram Frei Francisco de Mont’Alverne o nosso
primeiro filósofo. Essa consideração não é dada pela sua originalidade, mas
principalmente por suas críticas à escolástica. Sua filosofia caracterizava-se pelo
ecletismo com influências de Victor Cousin.
Ainda atrelada aos seminários católicos e, desde a chegada dos
protestantes no Brasil na metade do século XIX, seminários protestantes uma
nova filosofia encontrará na burguesia comercial um campo fértil. Essa classe
burguesa fará adesão à filosofia de Augusto Comte e ao evolucionismo de
Spencer. A filosofia positivista exercerá tamanha influência nos ideais
republicanos que o dístico “ordem e progresso” escrita na bandeira nacional será
o lema filosófico do positivismo. Os principais responsáveis pela propaganda
positivista foram Teixeira Mendes e Miguel Lemos. Ainda merecem destaque no
pensamento filosófico no Brasil juristas tais como: Tobias Barreto, Silvio Romeiro e
Farias Brito.
A filosofia no Brasil ganhará novo impulso com a formação das
Universidades; na Universidade de São Paulo, por exemplo, foi criada a Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras; visto não termos no Brasil filósofos por formação
muitos professores estrangeiros são convidados para lecionar na nova
Universidade, dentre eles: Lévi-Strauss e Jean Maugüe.
Foi a partir da fundação da Universidade de São Paulo que surgem centros
de pesquisa, tais como: Instituto Brasileiro de Filosofia e Instituto Superior de
Estudos Brasileiros [ISEB] – este último fechado na época da Ditadura Militar.
No entanto, a filosofia na década de sessenta irá sofrer alguns revés não
somente com o fechamento do ISEB, mas também com a lei 4.024/61 a qual
extinguiu a obrigatoriedade do ensino de Filosofia; com a lei 5.692/71 a filosofia
desapareceria dos currículos escolares. Se por um lado houve avanços desde o
192
surgimento das Universidades, pouco tempo depois às novas gerações seria
relegado o aprofundamento na área filosófica.
Com a abertura política ocorrida nos anos oitenta a discussão em torno da
disciplina voltou à tona; depois de um longo processo que durou vários anos
surgiu a Sociedade de Estudos e Atividades Filosóficas (SEAF), principal
movimento intelectual que defenderá a presença da filosofia no currículo do
ensino médio (antigo segundo grau). Embora a SEAF tenha sido importante nas
discussões acerca da presença da filosofia no ensino médio, as propostas caíam
no esquecimento e esporadicamente voltavam à tona. No entanto, no ano de
1994 uma comissão composta por professores da rede pública junto com o
Departamento de Ensino de Segundo Grau elaboraram a Proposta Curricular de
Filosofia para o Ensino de Segundo Grau. A mudança de governo em 1995 optou
em esquecer-se das propostas apresentadas anteriormente e no ano seguinte a
partir da LDB n. 9.394/96, o ensino de filosofia é apresentado nas políticas
curriculares oficiais como disciplina transversal, ou seja, apresentada mediante
outras disciplinas. Vale destacar que o veto de 2001 optando que a filosofia e a
sociologia fossem disciplinas apresentadas de maneira transversal foi assinado
pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, coincidentemente um sociólogo.
Com a mudança governamental ocorrida em 2002 a filosofia passou a ser
novamente discutida e revista em 2004. Essa revisão teve a colaboração dos
professores responsáveis pela disciplina e também da Associação Nacional de
Pós-Graduação em Filosofia (Anpof); após essas discussões em fins de 2005 foram
enviadas ao Conselho Nacional de Educação propostas quanto às mudanças na
legislação. A mudança na legislação foi apoiada por unanimidade e em 2006 a
disciplina filosofia foi tornada obrigatória no Ensino Médio e em 2008 legitimada
por meio da correção da LDB pela lei 11.684.
O ensino da filosofia no Paraná apresenta um modelo contraposto ao ensino
e a prática neoliberal, visto que, através das DCE's o sujeito – nesse caso o aluno
– é incentivado à busca pela emancipação, assim como a compreensão do seu
contexto pluridimensional.
A partir desse momento fica clara a necessidade de uma discussão quanto
à metodologia e conteúdo a ser apresentado nas escolas. A necessidade de situar
historicamente a filosofia e sua importância na grade curricular é uma das
193
principais tarefas dos professores da disciplina, pois ainda ela enfrenta alguma
resistência.
A tarefa da filosofia no Ensino Médio é levar o estudante à investigação dos
diversos problemas inerentes à humanidade divergindo dialeticamente, muitas
vezes, da opinião geral. Os conteúdos estruturantes propostos circundam o ser
humano e é a reflexão filosófica que proporcionará ao estudante a elaboração de
conceitos diante de seu contexto. A apropriação por parte do aluno dos conceitos
teóricos possibilitará ao mesmo interagir com sua realidade e propor, a partir de
uma abstração, novos caminhos e propostas para a sociedade.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
● MITO E FILOSOFIA
● TEORIA DO CONHECIMENTO
● ÉTICA
● FILOSOFIA POLÍTICA
● FILOSOFIA DA CIÊNCIA
● ESTÉTICA
MITO E FILOSOFIA
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
● A função social do Mito a partir da leitura de Édipo Rei
● O Mito do Progresso: uma leitura sobre os ideais iluministas
Em primeiro lugar a importância desse conteúdo está na possibilidade de
compreensão sobre a função social do Mito a partir de uma análise dos mais
diversificados povos, desde os monoteístas hebreus aos politeístas gregos. As
chamadas histórias da carochinha, como por exemplo: o mito do Boto-Rosa tem
como finalidade a coerção, disciplina ou em alguns casos o medo. Enfim, grande
parte dos mitos tem uma função didascálica
Em segundo lugar podemos analisar a ruptura entre o mundo mítico e o
nascimento da Filosofia e abordar o tema “Mito Moderno” a partir de uma leitura
dos filósofos iluministas.
194
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Mobilização
Identificar as ideias que os estudantes possuem sobre o Mito a partir de
uma apresentação dos mais diversificados Mitos: mito da criação do mundo
(Cosmogonia), mito do surgimento dos deuses (Teogonia).
Problematização
Se o Mito ainda está presente na sociedade hodierna, através das histórias
que os avôs contam para as crianças, e também faz parte de uma vertente
literária é possível decretar o fim do mito com o surgimento da filosofia? É
possível desassociar verdade mítica e verdade filosófica?
Investigação
A análise sobre o Mito será feita através da leitura de autores clássicos,
como por exemplo: Sófocles. Para uma melhor compreensão sobre o mundo
mítico é necessário abordar o contexto histórico e entender a necessidade que os
povos sentiam em legislar de alguma forma. Se partirmos de uma compreensão
que esses povos não tinham meios de legislar através do saber cientifico, o único
meio de impor uma organização social seria por meio da emoção recorrendo ao
Mito.
Para uma melhor compreensão sobre esse tema é necessário discutir o
conteúdo especifico através do uso do Livro Didático Público propondo aos alunos
o desenvolvimento de textos, debates etc.
Criação de conceitos
Ao final da investigação de cada conteúdo específico os estudantes serão
arguidos e submetidos a uma consideração dos problemas trabalhados em sala
de aula. Dentro da compreensão que tiveram sobre os temas abordados espera-
se que sejam capazes de reavaliar suas opiniões através da autocrítica – gnōthi
seauton.
Para acarretar um melhor aproveitamento do conteúdo o docente usará
como subsidio metodológico: debates, textos argumentativos etc.
195
ÉTICA
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
● A Ética como disciplina fundamental para o convívio social
● O tema da Liberdade, Felicidade e Amizade à luz da experiência cognitiva
do aluno e a necessidade do recorte-teórico.
Em primeiro lugar a importância desse conteúdo está na possibilidade de
compreensão sobre a função da Ética no corpo social, assim como o seu papel na
subjetividade do sujeito. Temas, tais como: Liberdade, Felicidade e Amizade estão
presentes no cotidiano do aluno que a partir da criação de conceitos poderá lidar
com esses assuntos de maneira prática, mas também se apropriando do
conhecimento existencialista, tanto na sua vertente ateia em Jean-Paul- Sartre,
quanto na vertente cristã em Soren Kierkegaard. Nos outros dois conteúdos a
leitura de filósofos clássicos faz-se necessária, visto a necessidade de uma
correlação entre filosofia e história para a compreensão da vida social na Polis
Grega.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Mobilização
Identificar as ideias que os estudantes possuem sobre Ética (a qual na
maioria das vezes é associada simplesmente ao moralismo cívico) e, a partir de
então, propor um recorte-teórico que vise desenvolver conceitos que ultrapassem
o entendimento vinculado ao senso-comum.
Problematização
Se na base das relações humanas está o convívio em sociedade, diria até, a
busca por essa interação na maioria dos atores sociais, como não tratá-lo em sala
de aula junto à pluralidade de ideias e diversas experiências?
Investigação
A análise sobre a Ética será feita através da leitura de autores clássicos,
como por exemplo: Sócrates, Platão e Aristóteles, mas, também, filósofos
contemporâneos, visto existir um devir histórico de tempos em tempos.
Para uma melhor compreensão sobre esse tema é necessário discutir o
196
conteúdo especifico através do uso do Livro Didático Público propondo aos alunos
o desenvolvimento de textos, debates etc.
Criação de conceitos
Ao final da investigação de cada conteúdo específico os estudantes serão
arguidos e submetidos a uma consideração dos problemas trabalhados em sala
de aula. Dentro da compreensão que tiveram sobre os temas abordados espera-
se que sejam capazes de reavaliar suas opiniões através da autocrítica – gnōthi
seauton.
Para acarretar um melhor aproveitamento do conteúdo o docente usará
como subsidio metodológico: debates, textos argumentativos etc.
ESTÉTICA
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
● A Escola de Frankfurt e sua contribuição filosófica.
● A questão do gosto.
A importância desse conteúdo está na possibilidade de compreensão sobre
os fundamentos da arte e sua relação com a história. Através da história o ser
humano criou padrões de beleza que podem ser distintos conforme o contexto
social, político, religioso ou, como recentemente, midiático. Vários filósofos
trataram sobre o tema, dentre eles Hume e Kant, no entanto, a contribuição mais
sentida com relação à Estética pertence à Escola de Frankfurt. Tillich, Benjamim
(estes mais como inspiradores da Escola), Adorno, Horkheimer e Marcuse serão os
filósofos estudados em sala de aula.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Mobilização
Identificar as ideias que os estudantes possuem sobre a questão do gosto,
ou padrão de gosto. Mostrar que, sim, o gosto é uma questão a ser discutida, pois
não está circunscrita somente ao campo subjetivo, mas uma série de fatores
exerce influência para que o sujeito desprovido de uma análise crítica desenvolva
esse padrão que, na maioria das vezes, é ditado pela mídia, governos ou a elite
em si.
197
Problematização
Se o gosto é algo discutível o aluno deve buscar nas bases da razão o
porquê ele é levado a gostar desse tipo de música e não do outro, dessa e não
daquela cultura etc., para isso faz-se necessário estudarmos alguns teóricos que
tratam, também, sobre o tema, tais como Guy Debord e Maria Rita Kehl, a qual
buscará na psicanálise explicar os relacionamentos de gênero na sociedade.
Investigação
Como visto acima não podemos desvincular o padrão de gosto do setor
econômico (como vista na arte de vanguarda), da religião (como visto na Idade
Média do Ocidente), da política (como analisada pela própria Escola de Frankfurt),
portanto, faz-se necessário para uma compreensão profícua sobre a Estética
adentramos em vários campos da ciência através da interdisciplinaridade.
Criação de conceitos
Ao final da investigação de cada conteúdo específico os estudantes serão
arguidos e submetidos a uma consideração dos problemas trabalhados em sala
de aula. Dentro da compreensão que tiveram sobre os temas abordados espera-
se que sejam capazes de reavaliar suas opiniões através da autocrítica – gnōthi
seauton.
Para acarretar um melhor aproveitamento do conteúdo o docente usará
como subsidio metodológico: debates, textos argumentativos etc.
FILOSOFIA POLÍTICA
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
● O animal político para Aristóteles.
● A política entre os povos indígenas
Partindo do conceito aristotélico de que o homem é um animal político faz-
se necessário desassociar política no sentido strictu senso o qual compreende o
conceito de Aristóteles do sentido lato senso que de pela sua amplitude de
198
significado pode se referir ao sufrágio, aos partidos políticos e até mesmo a
corrupção, por isso, num primeiro momento – se não desassociada – pode gerar
no aluno certa ojeriza pelo conteúdo.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Mobilização
Identificar as ideias que os estudantes possuem sobre os conceitos básicos
da ciência política. Levar ao aluno o conhecimento sobre a teoria política; os
posicionamentos da Esquerda e da Direita. Apresentar as teorias políticas
vinculadas ao contexto histórico em que elas surgiram; demonstrar que a leitura
de alguns clássicos da teoria política, tais como, O Leviatã de Hobbes ou O
Príncipe de Maquiavel, precisam ser lidos com a consciência histórica do período
etc.
Problematização
Se as relações políticas fazem parte das próprias relações humanas de onde
vem o preconceito contra o termo? Seria a falta de uma conceituação mais
precisa?
Investigação
Francis Wolff em sua tese sobre as sociedades democráticas irá justapor a
Sociedade Tupi-Guarani de antes da descoberta junto a Sociedade Ateniense da
Grécia Clássica como se as duas fossem as únicas civilizações que alcançaram
plenamente o ideal democrático. Dessa forma cabe aos alunos um pormenorizado
estudo sobre as sociedades indígenas e, para isso, a leitura de antropólogos e
historiados faz-se de suma importância. Uma vez feita à análise da sociedade
indígena com o ideal de um chefe sem poder os alunos serão arguidos se, de fato,
acreditam nesse ideal democrático. Para um melhor aproveitamento dos debates
sobre o assunto faz-se necessário um teórico que se contraponha a tese de Wolff,
por isso Thomas Hobbes e sua teoria política da barbárie serão analisados.
199
Criação de conceitos
Ao final da investigação de cada conteúdo específico os estudantes serão
arguidos e submetidos a uma consideração dos problemas trabalhados em sala
de aula. Dentro da compreensão que tiveram sobre os temas abordados espera-
se que sejam capazes de reavaliar suas opiniões através da autocrítica – gnōthi
seauton.
Para acarretar um melhor aproveitamento do conteúdo o docente usará
como subsidio metodológico: debates, textos argumentativos etc.
OBJETIVOS GERAIS
Levar o aluno a:
● Desenvolver argumentos sistemáticos específicos da Filosofia;
● Apropriar-se de conceitos próprios da Filosofia;
● Entender as estruturas nos discursos ideológicos;
● Produzir textos analíticos e reflexivos;
CONTEÚDOS
1° SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MITO E FILOSOFIA
O surgimento da Filosofia
Os primeiros filósofos
A etimologia da palavra Filosofia
A função social do mito na sociedade grega
A passagem do pensamento mítico para o pensamento filosófico
Mito e razão filosófica
TEORIA DO CONHECIMENTO
O que é conhecimento?
Como se dá conhecimento? Relação sujeito X objeto
As Fontes do conhecimento
200
O problema do conhecimento para os gregos
A origem da palavra Filosofia: Pitágoras
O significado da palavra método
Os métodos para alcançar o conhecimento
O método cartesiano
Racionalismo e Empirismo
ÉTICA
A condição para o bom convívio social
A felicidade para os primeiros filósofos
O sujeito e a Polis (condição para a felicidade)
Como atingir a felicidade?
Conceito de Ética
A etimologia da palavra Ética
A liberdade em Kiekgaard (existencialismo cristão)
A liberdade em Jean-Paul Sartre (existencialismo ateu)
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
O que é ciência?
Filosofia e ciência
Senso comum e ciência
O surgimento das ciências e a ciência moderna
O mito do cientificismo (COMTE)
Bioética
FILOSOFIA POLÍTICA
Definição e origem da Política
Desassociação entre a política e a politicagem
Os teóricos políticos: Maquiavel, Hobbes, Marx
A importância da esfera pública em Habermas
2º SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
201
FILOSOFIA POLÍTICA
Definição e origem da Política
Desassociação entre a política e a politicagem
Os teóricos políticos: Maquiavel, Hobbes, Marx
A importância da esfera pública em Habermas
ESTÉTICA
Beleza
A beleza na Idade Média: espiritual x corporal
A beleza na Renascença: razão x corpo
Gosto: questão cultural e histórica
Arte ou sociedade do espetáculo: uma análise sobre o livro de Guy Debord
A arte no cinema, publicidade e televisão: um estudo sobre a relação de gênero
A estética em Kierkegaard (o estádio estético, ético e religioso)
ÉTICA
A condição para o bom convívio social
A felicidade para os primeiros filósofos
O sujeito e a Polis (condição para a felicidade)
Como atingir a felicidade?
Conceito de Ética
A etimologia da palavra Ética
A liberdade em Kiekegaard (existencialismo cristão)
A liberdade em Jean-Paul Sartre (existencialismo ateu)
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação para o ensino de Filosofia não deve se restringir ao mero
cumprimento de exigências legais, para mensuração de notas. A avaliação deve
estar inserida no contexto da própria aula de Filosofia e sua especificidade.
A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica, isto é, ela não
possui uma finalidade em si mesma, mas tem por função subsidiar e mesmo
redirecionar o curso da ação do processo ensino-aprendizagem, tendo em vista
202
garantir a qualidade do processo educacional, que professores, estudantes e a
própria instituição de ensino estão construindo coletivamente. No ensino de
Filosofia, a avaliação não se trata meramente de perceber o quanto o aluno
assimilou o conteúdo presente na história da filosofia, o problemas dos filósofos,
nem tão pouco sua capacidade de tratar deste ou daquele tema. Portanto, o
pensamento crítico não surge apenas das discussões sobre questões atinentes
aos problemas culturais, históricos e vivenciais, pela simples confrontação de
posições divergentes, nem da reprodução das soluções apresentadas pelo
professor.
O professor pode considerar também para avaliação os trabalhos em
grupos realizados em sala de aula e como atividade extra-classe, nas quais os
alunos deverão demonstrar intensa atividade de pesquisa e capacidade de expor,
por escrito, de forma clara, as suas ideias.
Os debates orais sobre temas pertinentes aos conteúdos programáticos,
desenvolvidos de forma sistemática, nos quais se procura levar em conta a
participação do aluno, poderá ser um outro ponto para avaliação. Enfim, o
professor organizará os instrumentos de avaliação dos conteúdos de Filosofia,
procurando constatar se o aluno re-elaborou os conhecimentos adquiridos,
avaliando a capacidade do aluno em reformular questões de maneira organizada
e estruturada, procedendo de forma sistemática, com conteúdos determinados,
procurando as raízes e examinando as diversas dimensões do problema num todo
articulado. Através de exercícios do “estilo reflexivo” nas aulas, nos trabalhos de
pesquisas, nas discussões, nas leituras de textos e comentários escritos, o
professor poderá ir avaliando o grau de inteligibilidade alcançada pelos
educandos, no sentido de diagnosticar as dificuldades e intervir no processo para
que possa atingir uma maior qualidade de reflexão. Neste sentido é possível
entender a avaliação como um processo que se dá no interior da própria aula de
Filosofia e não um momento em separado destinado a avaliar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
203
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação
fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná: Filosofia
do Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2008.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é filosofia? Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.
( Coleção Trans).
FILOSOFIA. Vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. 336p. (Livro Didático Público).
GALLO, S.; KOHAN, W.O. (Orgs). Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000.
FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Física é uma das ciências mais antigas, é responsável por grande
parte do desenvolvimento cientifico alcançado pela humanidade e tem como objeto de
estudo o universo em toda sua complexidade.
As descobertas no campo da Física remontam a pré-história, onde nasceu
o primeiro conhecimento elementar da Mecânica.
As primeiras civilizações Mesopotâmia e do Egito exerciam os conhecimentos
físicos em caráter prático, não sistematizando uma teoria explicativa.
Os gregos tentavam explicar o mundo através da razão, assim explicavam
os seus conhecimentos através de princípios explicativos, porém valorizaram
demasiadamente as ideias e muito pouco a experimentação.
A Física foi inaugurada por Galileu Galilei (1562-1643), no século XVI, com uma
nova forma de se conceber o universo, pela descrição matemática dos fenômenos
físicos. Galileu buscava descrever um fenômeno partindo de uma situação particular,
por exemplo, a queda de um corpo sob ação da gravidade. Inaugurava-se então as
bases da ciência moderna, que, a partir de uma situação particular chega ao geral,
tornando possível construir leis universais.
Galileu Galilei contrariou a física aristotélica ao propor que o peso dos
corpos não tem influência sobre a sua queda. Na concepção de Aristóteles, os
corpos caem porque tendem a buscar o seu lugar natural, o centro da Terra, o
qual, por sua vez coincide com o centro do Cosmos.
De suas observações através do telescópio, Galileu Galilei desfez o sacrário
204
dos lugares naturais, da dicotomia entre terra e céu, entre mundo sublunar e
supralunar. Então, o universo já não seria finito nem o céu tão perfeito. O espaço
deixava de ser qualitativo para ser mensurável; passou a ser descrito em
linguagem matemática.
Ao aceitar o modelo de Copérnico e propor a matematização do universo,
Galileu causou uma revolução.
Ao instituírem o método, Bacon, Galileu, Descartes e, provavelmente,
outros anônimos, retiraram das autoridades eclesiásticas o controle sobre o
conhecimento e iniciaram um novo período que chamamos de moderno, de modo
que abriu-se caminho para que Isaac Newton (1642-1727) fizesse a primeira
grande unificação da ciência, elevando a Física, no século XVII, ao estatuto de
Ciência.
Issac Newton fez as suas descobertas mais importantes e quando interrogado
respondeu: "Para descobrir todos os fenômenos que deseja, basta ao sábio três
coisas: pensar, pensar, pensar."
No final do século XIX destacou-se Albert Einstein, autor da teoria da
relatividade (1905), onde provocou grande revolução no campo cientifico,
desenvolvendo a mecânica quântica.
Elaborada por Newton, a Teoria da Gravitação deu consistência teórica aos
trabalhos de Brahe e Kepler e pode ser considerada o início de urna nova
concepção, na qual o universo passaria a ser governado por leis físicas, sob
equações matemáticas, e já não tão submetido à ação divina.
A partir de Newton e seus sucessores, a nova ciência indicava a ideia de
que o universo se comporta com uma regularidade mecânica, conhecida como
mecanicismo, e está alicerçada em dois pilares:
● a Matemática, como linguagem para expressar leis, ideias e elaborar
modelos para descrever os fenômenos físicos; e
● a experimentação, como forma de questionar a natureza, de comprovar
ou confirmar ideias, de testar nossos modelos.
De acordo com Abrantes (1989), a Física francesa do século XIX distinguia
as propriedades gerais dos corpos (physique générale - Física geral), seguindo o
modelo dos Principia. Era abstrata, matematizada, euclidiana, cujo caráter
qualitativo e especulativo dificultava uma visão simples da natureza. Os
205
fenômenos particulares, por sua vez, (physique particulière - Física especial) eram
tomados sob uma abordagem empírica, qualitativa, especulativa, conforme o
modelo da Óptica. "Em Laplace, os newtonianos que tomaram seja os Principia,
seja a Óptica como paradigmas confluem, contribuindo para o surgimento, na
França, de uma Física unificada" (ABRANTES, 1989, p. 10).
Na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, o capitalismo se
consolidava. Com a incorporação das máquinas a vapor à indústria, houve
mudança no modo de produzir bens, o que contribuiu para grandes
transformações sociais e tecnológicas.
O contexto social e econômico favorecia o avanço do conhecimento físico,
de maneira que a termodinâmica evoluía.
Em 1842, Mayer concluiu que calor e trabalho são manifestações de
energia, e elaborou uma síntese na qual afirmava que a energia criada não pode
ser destruída, aniquilada; pode tão-somente mudar de forma. Ao abranger trocas
de trabalho e calor, a energia mostrou-se uma quantidade que se conserva em
todos os processos, constituindo outro grande invariante, ao lado das quantidades
de movimento, outra grande unificação da física (MENEZES, 2005, p. 29).
Em 1808, com a vinda da família real ao Brasil, o ensino de Física foi trazido
para o nosso país para atender à corte e aos desejos da intelectualidade local. O
ensino de Física ocupou-se com a formação de engenheiros e médicos, de modo a
formar as elites dirigentes do país. Portanto, não era para todos, visto que esse
conhecimento não fazia parte da grade curricular das poucas escolas primárias ou
profissionais.
No período entre guerras, a ascensão do nazismo na Alemanha e a
solidificação do fascismo na Itália faziam muitos cientistas se transferirem para
países onde podiam desenvolver suas pesquisas, especialmente os Estados
Unidos.
Em 1934, no Brasil, a conjuntura favoreceu a criação, na Faculdade de
Philosophia, Sciencias e Letras da Universidade de São Paulo, do curso de
"Sciencias Physicas", destinado a formar bacharéis e licenciandos em Física. A
criação de tal curso foi possível com a vinda ao Brasil do professor Gleb Wataghin,
um físico russo de nascimento, que atuava na Universidade de Turin. Foi criado,
então, o curso de Física da USP, o que permitiu ao país que a Física, como campo
206
de pesquisa e criação de novos conhecimentos, começasse efetivamente.
A intensificação do processo industrial no país, desde a década de 1950,
tornou a física no Brasil parte dos currículos do ensino secundário, hoje Ensino
Médio.
A Física é um campo de conhecimentos específicos, em construção e
socialmente reconhecido, eis por que não é aceitável generalizá-lo. De fato, essa
cultura de busca de princípios gerais e abrangentes, tal qual o espírito positivista,
é obstáculo ao desenvolvimento do conhecimento científico e pode levar o
espírito científico a se prender a soluções fáceis, imediatas e aparentes.
Dessa forma, a Física deve construir um ensino centrado em conteúdos e
metodologias capazes de levar aos estudantes uma reflexão sobre o mundo das
ciências, sob a perspectiva de que esta não é somente fruto da racionalidade
científica.
A Física deve educar para cidadania e contribuir para o desenvolvimento de
um sujeito crítico, capaz de admirar a beleza da produção científica ao longo da
história. Também deve considerar a dimensão do conhecimento sobre o universo
de fenômenos e fazer perceber a não-neutralidade de sua produção, mas
aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais, seu comprometimento e
envolvimento com as estruturas que representam tais aspectos.
Sob o pressuposto de que o ensino de Física considera a ciência uma
produção cultural, objeto humano construído e produzido nas e pelas relações
sociais, entende-se:
● que o processo de ensino-aprendizagem, em Física, deve partir do
conhecimento trazido pelos estudantes, fruto de suas experiências de
vida em seu contexto social. Interessam as concepções alternativas
apresentadas pelos estudantes a respeito de alguns conceitos, as quais
influenciam a aprendizagem desses conceitos do ponto de vista científico;
● que a experimentação no ensino de Física é importante se entendida
como metodologia de ensino que contribui para relacionar teoria e
prática, por proporcionar melhor interação entre professor e estudantes e
entre grupos de estudantes, o que propicia o desenvolvimento cognitivo e
social, no ambiente escolar;
● que saber Matemático não pode ser um pré-requisito para ensinar Física,
207
ainda que a linguagem matemática seja, por excelência, uma ferramenta
para a Física. É preciso que os estudantes se apropriem do conhecimento
físico, daí a ênfase aos aspectos conceituais sem, no entanto, descartar o
formalismo matemático;
● que embora se adote um tratamento disciplinar, deve-se ir além, visto
que a Física não se separa das outras disciplinas,
Os conteúdos básicos devem ser abordados considerando-se:
● o contexto histórico-social, discutindo a construção científica como um
produto da cultura humana, sujeita ao contexto de cada época;
● a Epistemologia, a História e a Filosofia da Ciência – uma forma de
trabalhar é a utilização de textos originais traduzidos para o português
ou não, pois se entende que eles contribuem para aproximar
estudantes e professores da produção Científica, a compreensão dos
conceitos formulados pelos cientistas e os obstáculos epistemológicos
encontrados;
● o reconhecimento da Física como um campo teórico, ou seja,
consideram-se prioritários os conceitos fundamentais que dão
sustentação à teoria dos movimentos, pois se entende que, para ensinar
uma teoria científica, é necessário o domínio e a utilização de linguagem
própria da ciência, indispensável e inseparável do pensar ciência.
Portanto, é fundamental o domínio das ideias, das leis, dos conceitos e
definições presentes na teoria e sua linguagem científica;
● as relações da Física com a Física e com outros campos do
conhecimento;
● o contexto social dos estudantes, seu cotidiano e os jogos e brincadeiras
que fazem parte deste cotidiano;
● as concepções dos estudantes e a História da evolução dos conceitos e
ideias em Física como possíveis pontos de partida para problematizações;
● que a ciência dos movimentos não se esgota em Newton e seus
sucessores. Propõe-se uma discussão em conjunto com o quadro teórico
da Física no final do século XIX, em especial as dúvidas que inquietavam
os cientistas a respeito de algumas questões que envolviam o
eletromagnetismo, as tentativas de adaptar o eletromagnetismo à
208
mecânica, o surgimento do Princípio da Incerteza e as consequências
para a física clássica;
● textos de divulgação científica, literários, etc.
Do ponto de vista clássico, o conceito de momentum implica na concepção
de intervalo de tempo, deslocamento, referenciais e o conceito de velocidade.
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MOVIMENTO
História da física nos movimentos;
Sistema Internacional de medidas;
Cinemática;
Dinâmica;
Gravitação Universal;
Estática;
Hidrostática.
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
TERMODINÂMICA
Termologia;
Estudo dos gases;
Termodinâmica;
Ondulatória;
Acústica.
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ELETROMAGNETISMO
Eletrostática;
209
Eletrodinâmica;
Eletromagnetismo;
Óptica.
METODOLOGIA
Propõe-se uma metodologia onde o educador deverá levar os conceitos
fundamentais desta ciência a todos os estudantes, mesmo aqueles que não vão
necessitar diretamente destes conhecimentos em suas profissões devem estuda-
los. Em cada tópico estudado ressaltar a Física presente no cotidiano dos alunos,
fazendo relações com situações concretas à sua vida.
O estudante adquire a concepção espontânea no dia-a-dia, na interação
com os diversos objetos no seu espaço de convivência, os quais, na escola,
fazem-se presentes ao se iniciar o processo de ensino-aprendizagem.
Deve-se estimular as atividades experimentais, mesmo que muito
elementares pois elas disputam em grande parte a curiosidade do aluno, é uma
maneira de explicitar as ideias sobre o que está sendo estudado, procurando
demonstrar ou confirmar os conceitos, favorecendo a compreensão do educando.
Procurar trabalhar a Física não somente como matemática aplicada. Os
problemas e testes e exercícios de fixação constituem uma atividade
indispensável para a aprendizagem do conteúdo e deverão estar ligados a
situações concretas da vida do aluno.
Deve-se trabalhar conduzindo o educando a desenvolver o máximo possível
dos objetos que são esperados, tais como: compreender enunciados, fórmulas,
códigos, fazer representações, utilizar as tabelas, sendo capaz de diferenciar as
linguagens matemáticas e físicas, apresentando de maneira clara e sintética o
que foi aprendido, reconhecer a física fazendo relações com a história
sociocultural, compreender a sua evolução e relação com o meio científico.
Para facilitar o aprendizado do aluno, podemos utilizar meios tecnológicos
como recursos computacionais, ou seja, softwares voltados ao ensino da física,
textos e notícias retirados do portal dia-a-dia educação e aulas expositivas.
Utilização de programas referentes a Física que são transmitidos através da TV
Paulo Freire, e também utilizando laboratórios para realização de experimentos de
Física.
210
Os modelos Matemáticos e o ensino de Física
É de senso comum o argumento de que para ensinar Física é preciso um
requisito prévio: saber Matemática. De fato, em muitas situações, os fenômenos
físicos são ensinados a partir de fórmulas.
Ainda hoje, no estudo dos movimentos, há um excesso de atenção às
questões da engenharia.
Segundo os DCEs, para que o estudante tenha uma visão mais abrangente
do universo, é preciso indicar-lhe que as fórmulas matemáticas representam
modelos, os quais são elaborações humanas criadas para entender determinado
fenômeno ou evento físico. Esses modelos são válidos para alguns contextos, não
para todos. Ou seja, eles abrangem uma região e têm um prazo de validade que
termina quando a teoria não consegue explicar fatos novos que podem surgir.
Portanto, não é suficiente propor questões como: considere, suponha, resolva e
calcule.
Sabe-se da importância da linguagem matemática na Física, visto ser uma
ciência estruturada sob modelos traduzidos em equações matemáticas. Mas os
modelos criados quase sempre são escritos pelos cientistas para seus pares. Falar
com estudantes é diferente; é preciso levar em conta seu grau de capacidade de
compreensão dessa matéria, para que chegue a um saber científico em
contraponto à imparcialidade e à unilateralidade do conhecimento empírico.
O papel da experimentação no ensino de Física
Todas as pesquisas realizadas sobre o ensino da física, mostram como é
importante o uso dessa prática para melhorar a compreensão dos fenômenos
físicos.
Os experimentos podem suscitar a compreensão de conceitos ou a
percepção da relação de um conceito com as ideias discutidas em aula, para que
os estudantes reflitam sobre a teoria e a prática e para que o professor perceba
as dúvidas dos alunos. Além disso, os experimentos privilegiam o confronto entre
concepções prévias e a concepção científica, o que facilita a formação de um
conceito científico. Para que isso seja possível, antes do experimento, devem ser
acolhidas as ideias espontâneas dos alunos, em questões verbais ou escritas.
211
Depois, o próprio estudante pode comparar as suas concepções iniciais com a
concepção científica.
Leituras científicas de Física
Deve-se utilizar textos no ensino da física, porém tomar cuidado quanto à
escolha, no que diz respeito a: linguagem, conteúdo, aluno a que se destina e o
que se pretende com a proposta da leitura.
O texto deve servir como instrumento de mediação entre aluno-aluno e
aluno-professor, a fim de que surjam novas questões e discussões, o que de fato
ocorrerá, pois os leitores não são iguais, carregam em si histórias de vida
diferentes e versas leituras, ou, eventualmente nenhuma.
AVALIAÇÃO
O processo avaliativo deverá ser contínuo e consistente, considerando que
o educando deverá estar desenvolvendo o espírito crítico, questionador, refletindo
e ampliando as percepções sobre o mundo que o rodeia, compreendendo as leis e
princípios através de vivências.
Dessa forma, a avaliação deve ter um caráter diversificado, levando em
consideração todos os aspectos: a compreensão dos conceitos físicos; a
capacidade de análise de um texto seja ele literário ou científico, emitindo uma
opinião que leve em conta o conteúdo físico; a capacidade de elaborar um
relatório sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva a Física,
como por exemplo, uma visita a um Parque de Ciência, dentre outros.
A avaliação não pode ser utilizada para classificar os alunos com uma nota,
como tradicionalmente tem sido feita, com o objetivo de testar o aluno ou mesmo
puni-lo, mas sim de auxiliá-lo na aprendizagem. Ou seja, avaliar só tem sentido
quando utilizada como instrumento para intervir no processo de aprendizagem
dos estudantes, visando o seu crescimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONJORNO, José R. ; RAMOS, Clinton M.; Física Fundamental.Vol. única; ed FTD
S.A.; São Paulo – SP, 1999.
MARTINS, R. Andrade. O universo: teorias sobre sua origem e evolução. 5. ed.São
212
Paulo: Moderna, 1997.
BONJORNO, Regina A.; BONJORNO, José R.; BONJORNO, Valter; RAMOS, Clinton M.;
Física Completa. Vol. Único, ed FTD S.A.
Coleção explorando o Ensino. Física. Vol 7. Ministério da educação. Brasília-2006.
Livro de Física do Ensino Médio, Secretaria de Estado da Educação.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares da Educação
Básica - 2008.
www.diaadiaeducaçao.pr.gov.br
GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Na relação Sociedade x Natureza, a Geografia tem um objetivo muito
amplo, muitas vezes passa a ser confundida ou a penetrar em outras ciências. Daí
as discussões sobre a existência de uma ciência geográfica ou ciências
geográficas que tanto preocuparam ou seus estudiosos. Portanto, estudando as
relações entre a sociedade e a natureza, ela tem áreas em comum com os dois
grandes grupos científicos e se o espaço é produzido e reproduzido pela
sociedade, a Geografia tem grande aproximação com as mais diversas ciências
sociais; se analisa a intervenção desta sociedade na natureza; tem naturalmente
a necessidade de manter contatos, de trocar conhecimentos e experiências com
muitas das ciências ditas naturais. Ao utilizar técnicas modernas, divulgadas pelas
ciências ditas exatas, a Geografia necessita manter contato com as ciências ditas
exatas. Esta diversidade de contatos e enfoques tem colocado em perigo, durante
muito tempo, a identidade da Geografia, fazendo com que autores conceituados
afirmassem dualidade da Geografia, ora até a existência não de uma mas de
diversas ciências geográficas. Cabe a Geografia, estudando as relações entre a
sociedade e a natureza, analisar a forma como a sociedade atua, criticando os
métodos utilizados e indicando as técnicas e as formas sociais que melhor
mantenham o equilíbrio natural e o bem estar social .
Porém, com a evolução das estruturas econômicas-sociais houve também o
desenvolvimento da superestrutura cultural e da forma de interpretar o processo
de relações entre a sociedade e a natureza; daí também teremos evoluído o
213
conceito e a ideia de qual o objeto da Geografia .
Na pré-história e na Antiguidade, a Geografia era utilizada apenas para
desenhar roteiros a serem percorridos, para indicar os recursos a serem
explorados, para analisar as relações meteorológicas, etc. Estando
profundamente identificada com a Cartografia e com a Astronomia.
Na Idade Média, o pensamento geográfico foi influenciado pela visão de
mundo imposta pelo poder e pela organização socioespacial então estabelecida.
A ideia de que a Terra era um disco se generalizou e tornou-se para a Igreja
da época uma verdade que não podia ser contestada. Só com a difusão das ideias
de Aristóteles, após o século XII é que se voltou a admitir, a esfericidade do
planeta. A distribuição das terras e das águas sobre a superfície terrestre também
provocaram grandes discussões entre os sábios e pensadores em consequência
da expansão do mundo conhecido, provocada pelos movimentos religiosos e pelo
interesse comercial, acentuando-se nos tempos modernos em face de grandes
transformações ocorridas nos estudos náuticos, a divulgação do uso de astrolábio,
da bússola, do surgimento de novos tipos de embarcações, a exemplo da
caravela. Esta expansão atingia as classes dominantes de então que se
preparavam para o advento do capitalismo comercial e promoviam tanto as
viagens como a divulgação das mesmas através dos livros e dos mapas. A
cartografia antiga foi reformulada e com as navegações passaram a ser
produzidos os mapas que descreviam com detalhes as rotas marítimas, indicando
as re-entrâncias e saliências existentes na costa.
Fazendo-se um balanço do avanço do conhecimento geográfico na Idade
Média, observa-se que ele sofreu descontinuidade em relação à Idade Antiga,
devido ao período de grande conurbação que se observou nos séculos V e VI, com
a destruição do Império Romano do Ocidente; mas, surgidas novas estruturas e
iniciado o intercâmbio com os árabes, esses estudos voltaram a desenvolver-se,
quer pelo enriquecimento de informações e de descobertas, quer pela retomada
dos ensinamentos dos sábios gregos (Aristóteles, Herodoto, Ptolomeu, etc) e por
sua atualização. Assim vários temas do período medieval foram retomados do
período grego e romano e uma das maiores contribuições dessa retomada foi
dada pelos padres Alberto Magno e Tomas de Aquino, quando renovaram e
puseram na ordem do dia as ideias Aristotélicas. Daí a crença da esfericidade da
214
Terra, apesar de condenada pela Igreja Católica no final da Idade Média e a
preparação dos grandes movimentos que geraram os Tempos Modernos.
Na Idade Moderna, começou-se a procurar explicações mais profundas
sobre sistemas de relações entre a Terra e os astros, entre as condições naturais,
climáticas e as sociedades;
Os séculos XV e XVI foi marcado pela intensificação das grandes
navegações, com o descobrimento do caminho marítimo para as Índias, o
descobrimento e conquista da América e o início da navegação no Oceano
Pacífico que seria intensamente explorado no século XVIII. A grande revolução
para o conhecimento geográfico na Idade Moderna foi a expansão extraordinária
do espaço conhecido, a dominação da configuração da Terra e a relação de uma
série de ideias a respeito de sua superfície.
Ao chegar ao século XVII, os conhecimentos geográficos interligados às
várias ciências afins já eram, bastante numerosos, Os geógrafos passaram a
preocupar-se com a estrutura da Terra e a formação das rochas e outros
fenômenos naturais de considerável importância para a análise espacial.
O desenvolvimento da Geografia acelerou-se nos séculos XVIII e XIX em
consequência da expansão do capitalismo. Com isso , as desigualdades sociais
tornaram-se tão fortes que um novo pensar geográfico teve de ser colocado.
Assim, muitas escolas surgiram, muitos pensadores colocaram suas ideias do
pensar geográfico, passou-se a uma analise crítica do espaço geográfico. Tal
abordagem foi denominada de Geografia Crítica.
No Brasil, o percurso das mudanças desencadeadas no pós-guerra foi
afetado pelas tensões políticas dos anos de 1960 que trouxeram modificações no
ensino de Geografia e na organização curricular que atrasou a chegada das
abordagens teórico-conceituais críticas na escola. Nessa contraposição teórica, o
então movimento da Geografia Crítica no Brasil estabelecia embates entre as
demais correntes de pensamento, entre elas com a Geografia Clássica ou
Tradicional. A Geografia tradicional produzida no século passado na Europa
influenciou Geógrafos brasileiros, bem como ao ensino da Geografia. Mas esta
Geografia apresentava algumas particularidades no seu método e em seus
objetivos que fragmentava a realidade, reduzindo-se a citações de lugares, enfim,
fornecendo escassos elementos para uma empobrecida visão do mundo.
215
Hoje tentamos inverter esta situação tentando desenvolver nos alunos a
capacidade de observar, interpretar, analisar e pensar criticamente a realidade
para melhor compreendê-la para identificar as possibilidades de transformação no
sentido de superar suas contradições.
Assim sendo, a Geografia como as demais ciências sociais tem na escola o
compromisso de contribuir para formar o homem por inteiro. Deve contribuir para
a formação do cidadão que participa dos movimentos promovidos pela sociedade,
que conhece seu papel no inteiro das várias instituições que participa.
OBJETIVOS
A Geografia deverá facilitar a integração entre o ambiente mais restrito do
aluno e o mundo do qual faz parte, fornecendo-lhe uma visão mais completa da
sociedade(o espaço construído pelo trabalho humano ao longo da história).
Essa integração deve ser interpretada como a capacidade de refletir
criticamente sobre a sociedade em que vive e sobre o espaço que ocupa e ajuda
a construir, refletindo as questões da natureza como recurso disponível em
oposição aos interesses econômicos.
Para que o aluno seja capaz de construir um conjunto de conhecimentos
referentes a conceitos, procedimentos e atitudes relacionados à Geografia, alguns
objetivos serão colocados em prática, fazendo com que ao final do processo o
aluno seja capaz de:
● Conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento da
natureza em suas múltiplas relações , de modo a compreender o papel
das sociedades em sua produção e construção;
● Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas
consequências em diferentes espaços e tempos, de modo a construir
referenciais que possibilitem uma participação em questões sociais,
econômicas e ambientais;
● Compreender que as melhorias nas condições de vida , os avanços
tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas
decorrentes de conflitos e que estas não são ainda usufruídas por todos
os seres humanos, apesar dos seus esforços;
● Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia para
216
compreender o espaço , a paisagem, o território e o lugar , seus
processos de construção , identificando suas relações, problemas e
contradições.
● Fazer leituras de imagens, mapas , dados e documentos de diferentes
fontes de informação , de modo a interpretar, analisar e relacionar
informações sobre o espaço geográfico e as diferentes paisagens;
● Saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e
representar a espacialidade dos fenômenos geográficos;
● Valorizar o patrimônio sociocultural e ambiental, reconhecendo como um
direito dos povos e indivíduos e um elemento de fortalecimento da
democracia;
● Respeitar as diferenças étnico-culturais dos diferentes povos que
contribuíram para a formação da sociedade brasileira e as diferentes
civilizações;
● Identificar a importância que representa o uso dos recursos naturais para
a sociedade a qual encontra-se inserido e a necessidade de se preservar
os recursos ou fontes ainda disponíveis na natureza;
● Compreender que a organização do espaço geográfico mundial é fruto da
produção do trabalho humano, estando em constantes transformações.
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
A DIMENSÃO SÓCIOAMBIENTAL
A Ciência Geográfica: evolução do pensamento geográfico;
Localização e orientação: coordenadas geográficas, fusos horários, evolução dos
mapas e sua representação, projeções cartográficas, tecnologias aplicadas a
Cartografia;
Geografia e meio ambiente: origem e evolução da Terra, estrutura e formas de
relevo, relevo brasileiro, climas, solo, hidrografia e formações vegetais no mundo
e no Brasil, recursos naturais, conservacionismo e preservacionismo, crise e
impactos ambientais.
217
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
A GEOPOLÍTICA
A Nova Ordem Mundial no início do século XXI e a atual oposição norte/sul;
O Neoliberalismo;
Regionalização do espaço mundial;
Os novos papéis das organizações internacionais;
Redefinições de fronteiras;
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
Modos de produção e formações socioespaciais;
Indústria clássica, periférica e planejada;
Revolução Técnico-científica informacional e novo arranjo do espaço da produção;
Distribuição espacial da indústria nas diversas escalas geográficas;
Os recursos naturais e sua importância na produção industrial;
As fontes de energia;
Internacionalização do capital e sistemas financeiros;
As novas tecnologias e alterações nos espaços urbano e rural;
Industrialização dos países pobres e diferenças tecnológicas, econômicas e
ambientais;
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
Urbanização e hierarquia das cidades: megalópoles, metrópoles, cidades grandes,
médias e pequenas.
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
DINÂMICA CULTURA L E DEMOGRÁFICA
Crescimento demográfico e suas implicações políticas, sociais e econômicas;
Teorias demográficas e políticas educacionais em diferentes países;
Composição demográficas dos lugares: geração. Gênero e etnia;
218
Relações entre composição Demográficos;
População urbana e rural;
Diferentes grupos socioculturais e suas marcas na paisagem;
Diferentes grupos étnicos e o racismo: migração e desemprego;
Movimentos populacionais e suas implicações;
Nacionalismo, minorias étnicas, separatismo e xenofobia
Aspectos culturais e identidades regionais.
GEOPOLÍTICA
Organização do espaço geográfico à partir de políticas econômicas, ambientais e
socioculturais;
Conflitos rurais e estrutura fundiária.
METODOLOGIA
O encaminhamento metodológico a ser utilizado na disciplina de Geografia
deverá ser aquele que possibilite ao educando a compreensão de sua posição no
conjunto das relações da sociedade com a natureza ; como e poque suas ações,
individuais ou coletivas em relação aos valores humanos ou à natureza têm
consequências , tanto para si, como para a sociedade.
Uma metodologia que permita também fazer com que o aluno adquira
conhecimentos para compreender as diferentes relações que são estabelecidas
na construção do espaço geográfico , no qual se encontra-se inserido, tanto em
nível local como mundial, os avanços na tecnologia , nas ciências e nas artes
como resultantes de trabalho e experiência coletiva da humanidade, de resgate
de sua identidade permitindo o avanço de muitos questionamentos, propondo um
novo perfil do papel da cultura afro-brasileira na formação do país, estabelecendo
e reconhecendo e reconhecendo novas perspectivas educacionais para uma
compreensão do papel do tráfico, da escravidão como elementos formadores da
configuração do mundo contemporâneo, no sentido de construirmos pressupostos
para traçar um novo perfil do papel das culturas negras na formação do Brasil,
respeitando e valorizando diferenças culturais e étnicas. Como encaminhamento
metodológico, seguem como propostas de ações:
219
● Coleta de dados para posterior leitura e análise de resultados obtidos;
● Perguntas e suposições acerca do assunto em estudo;
● Defesa de um ponto de vista(Debate/Fórum);
● Elaboração de hipóteses;
● Leitura, interpretação e produção de textos;
● Leitura, interpretação e superposição de mapas;
● Interpretação de noticiários diários e a relação com os temas estudados;
● Análise e/ou interpretação de gráficos e tabelas;
● Produção de textos à partir de informações diversas;
● Interpretação de filmes, documentários e fotos com paisagens com
retratos das mais diversas realidades;
● Visita à indústrias, parques, pontos turísticos regionais e outros locais que
enriqueçam e auxiliem o educando na compreensão do espaço
geográfico;
● Trabalhos em grupos e situações que contemplem ao longo dos
conteúdos a História e cultura afro-brasileira e indígena (Lei 11.645/08),
a História do Paraná (Lei 13.381/01) e Meio Ambiente (Lei 9.795/99);
● As ferramentas tecnológicas no mundo globalizado na qual a sociedade
encontra-se inserida, atenta e reforça a necessidade de seu uso no
contexto escolar onde o professor deverá estimular a pesquisa em sites
de busca, enriquecendo ainda mais o conteúdo estudado em sala de
aula.
Enfim, uma metodologia que contribua para a compreensão das relações
locais com as universais, como o contexto mais próximo contém e está contido
em um contexto mais amplo e quais as possibilidades e implicações que estas
dimensões possuem, sempre levando-se em consideração a realidade dos
educandos.
AVALIAÇÃO
O processo de avaliação deverá ser contínuo e dinâmico, onde o professor
esteja aberto para buscar formas mais criativas e até alternativas para
compreender se o aluno avançou, e como o conhecimento da Geografia faz
sentido para esse aluno hoje e também o fará futuramente.
220
A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das
dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças necessárias
para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da
sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço onde os alunos
estão inseridos. Neste sentido, várias alternativas poderão diversificar a
avaliação, desde trabalhos em equipes e individuais, pesquisas bibliográficas e de
campo, até mesmo provas individuais e em duplas, com ou sem consulta. Além
da análise e interpretação de gráficos, mapas, tabelas, documentários, entre
outros.
Será oportunizada a recuperação de estudos, como forma de garantir o
desempenho do educando.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARCHELA, R. S. e Gomes, M.F.V.B. – Geografia para o Ensino Médio – Manual de
aulas práticas. Londrina: Ed. UEL, 1999.
CAVALCANTI, L de S. Geografia escola e construção do conhecimento. Campinas:
Papirus, 1998.
CHRISTOFOLETTI, A (org) Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difiel. 1982.
CORREA, R.L. Região e organização espacial. São Paulo: Ática. 1986.
GONÇALVES, C.W.P. Os (des) caminhos do meio ambiente. São Paulo: Contexto,
1999.
LACOSTE, Y. A geografia – Isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra.
Campinas: Papirus, 1988.
LIVRO DIDÁTICO DE GEOGRAFIA. Curitiba. 2006.
SANTOS, M. Por uma Globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SANTOS, M. Metamorfose no Espaço Habitado. São Paulo. Hucitec, 1988.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares da Educação
Básica - 2008.
VESENTINI, José W. Geografia, natureza e sociedade. São Paulo: Contexto. 1997.
HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
221
A história tem como estudos os processos históricos relativos às ações e às
relações humanas praticadas no tempo, bem como os sentidos que os sujeitos
deram às mesmas, tendo ou não consciência dessas ações. Já as relações
humanas produzidas por estas ações podem ser definidas como estruturas sócio-
históricas, ou seja, são as formas de agir, de pensar ou de raciocinar, de
representar, de imaginar, de instituir, portanto, de se relacionar social, cultural e
politicamente.
As relações condicionam os limites e as possibilidades das ações dos
sujeitos de modo a demarcar como estes podem transformar constantemente as
estruturas sócio-históricas. Mesmo condicionadas, as ações dos sujeitos
permitem espaços para suas escolhas e projetos de futuro. Deve-se considerar
também como objeto de estudos, as relações dos seres humanos com os
fenômenos naturais, tais como as condições geográficas, físicas e biológicas de
uma determinada época e local, os quais também se conformam a partir das
ações humanas.
Os conteúdos de história devem partir de uma visão tridimensional da
história – a história vivida aquela que é vivida por todos os homens no passado e
presente. A História enquanto produto dos historiadores que é o conhecimento
histórico acumulado. A História como disciplina curricular, conteúdos
sistematizados cientificamente pela sociedade.
Estudar História significa buscar entendê-la como processo e identificando
sua dinâmica, sua historicidade e sua relação com a vida.
A problematização de situações relacionadas às dimensões econômico-
social, política e cultural leva a seleção de objetos históricos. Esses objetos são as
ações e relações humanas no tempo, ou seja, articulam-se aos conteúdos
estruturantes propostos neste Plano Curricular: a dimensão política, a dimensão
econômico-social e dimensão cultural, a abordagem dos conteúdos, nessa
perspectiva, possibilita que o professor explore os novos métodos de produção do
conhecimento histórico e amplie as possibilidades: de recortes temporais, do
conceito de documento, de sujeitos e de suas experiências, de problematização
em relação ao passado. Além disso, permite que o aluno elabore conceitos que o
permitam pensar historicamente, superando também a ideia de história como
algo dado, como verdade absoluta.
222
E ainda, o ensino de história deve dar conta de superar os desafios de
desenvolver o senso critico, rompendo com a valorização do ensino enciclopédico.
Socializando a produção da ciência histórica, passando da reprodução do
conhecimento à compreensão das formas de como este se produz, formando o
homem político, capaz de compreender a estrutura do mundo da produção onde
ele se insere e nele interfere, considerando o aluno e o professor como sujeitos de
seu próprio conhecimento, numa constante elaboração e re-elaboração, que se dá
a partir de necessidades e problemas cotidianos.
Percebe-se, assim, a necessidade da valorização dos sujeitos históricos
não somente como objetos de analise historiográfica, mas como agentes que
buscam a construção do conhecimento através da reflexão teórica e, portanto, da
produção conceitual, de sua prática vivencial e investigativa no universo escolar.
Este é um caminho para a formação de uma consciência histórica no aluno e no
professor ao pensarem a própria experiência educativa ao se pensarem como
seres sociais e cidadãos construtores de um espaço público realmente
democrático produzido por uma ação social.
Para isto acontecer, torna-se relevante a defesa de referenciais teóricos de
caráter realista e globalizante, que levem em consideração, entre outros aspectos
sócio-históricos, as práticas dos alunos e dos professores inseridos no cotidiano
do universo escolar. Estes referenciais devem permitir a seleção das informações
advindas do mundo extra escolar através de uma conceitualização teórica
rigorosa, considerando, assim, a forma com que estes sujeitos sócio-históricos
entendam e constroem a narrativa histórica (interpretações e explicações). Este
rigor se refere a um critério de verdade estruturado na historicidade do
conhecimento científico, que para Christopher Lloyd possui um duplo argumento:
Primeiro, a sociedade não é o único sistema histórico. O universo inteiro,
incluindo os planetas, a geologia da Terra, a biosfera e evolução das formas de
vida são históricos no sentido de apresentar processos específicos de mudanças.
Em segundo lugar, a ciência não se caracteriza necessariamente pelo objetivo de
descobrir leis. A forma da racionalidade, a estrutura do raciocínio, a reflexibilidade
e a autocrítica, bem como a objetividade empírica, são características (...)
essenciais. (LLOYD, 1995, p. 43).
As relações condicionam os limites e as possibilidades das ações dos
223
sujeitos de modo a demarcar como estes podem transformar constantemente as
estruturas sócio-históricas. Mesmo condicionadas, as ações dos sujeitos
permitem espaços para suas escolhas e projetos de futuro. Deve-se considerar
também como objeto de estudos, as relações dos seres humanos com os
fenômenos naturais, tais como as condições geográficas, físicas e biológicas de
uma determinada época e local, os quais também se conformam a partir das
ações humanas.
As estruturas sócio-históricas podem ser descobertas, interpretadas e
analisadas a partir de metodologias que se confrontam com dados empíricos tais
como as fontes históricas. Este confronto, dentro dos critérios realistas apontados
por Lloyd, pode modificar as metodologias e mesmo verificar a sua validade em
relação aos fatos históricos expressos nas fontes utilizadas ao abordar o objeto de
estudo. Nessa concepção as teorias e as metodologias não são somente formas
discursivas, pois elas se constituem a partir da realidade sócio-histórica do objeto
de estudo (no caso, a ação humana na formação das estruturas sócio-históricas
que a limitam e a modelam) enquanto elemento relativamente autônomo em
relação à realidade complexa e total. É neste espaço, portanto, que ocorre a
tematização dos conteúdos numa relação dialética e seletiva entre o aspecto
empírico e o aspecto teórico conceitual do conhecimento histórico.
Por fim,
... ensinar e aprender história requer de nós, professores, a retomada de uma velha questão: o papel formativo de história. Devemos pensar sobre a possibilidade educativa da história, ou seja, a história como saber disciplinar que tem um papel fundamental na formação da consciência histórica do homem, sujeito de uma sociedade marcada por diferenças e desigualdades múltiplas. Requer assumir o oficio de professor de história como uma forma de luta política e cultural. A relação ensino-aprendizagem deve ser um convite e um desafio para alunos e professores cruzarem ou mesmo subverterem as fronteiras impostas entre as diferentes culturas e grupos sociais entre a teoria e a prática, a política e o cotidiano, a história, a arte e a vida. (FONSECA, 2003, p. 37-38).
A investigação histórica pode detectar causalidades externas voltadas para
descobertas de relações humanas, e causalidades internas que buscam
compreender/interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem às suas ações.
A finalidade da História é expressa no processo de produção do
conhecimento humano sob a forma da consciência histórica dos sujeitos. É
224
voltada para a interpretação dos sentidos do pensar histórico dos mesmos, por
meio da compreensão da provisoriedade deste conhecimento. Esta
provisoriedade não significa relativismo teórico, mas que, além de existirem
várias explicações e/ou interpretações para um determinado fato, algumas delas
são mais válidas historiograficamente do que outras. Esta validade é constituída
pelo estado atual da ciência histórica em relação ao seu objeto e a seu método. O
conhecimento histórico possui formas diferentes de explicar seu objeto de
investigação, construído a partir das experiências dos sujeitos.
A Nova História Cultural se utiliza das categorias de representação e
apropriação para a produção do conhecimento histórico. Representação,
considerada a pedra angular da Nova História Cultural, conceito superior ao de
mentalidade, é entendida como as diferentes formas através das quais as
comunidades, partindo de suas diferenças sociais e culturais, percebem e
compreendem sua sociedade e sua própria história.
A apropriação, por sua vez, “tem por objectivo [sic.] uma história social das interpretações, remetidas para as suas determinações fundamentais (que são sociais, institucionais e culturais) e inscritas nas práticas específicas que as produzem” (CHARTIER, 1987, p. 26.).
Ao optar pelas contribuições das correntes historiográficas identificadas
como Nova História Cultural e Nova Esquerda Inglesa como referenciais teóricos
das diretrizes curriculares de História, objetiva-se propiciar aos alunos, ao longo
da Educação Básica, a formação da consciência histórica genética. Nesta
corrente historiográfica a cultura é entendida de forma integrada aos modos de
produção e não como mero reflexo da infra-estrutura econômica de uma
sociedade. Nessa perspectiva, existiria uma relação dialética entre a cultura e as
estruturas sociais.
O ensino de história tem que estar em sintonia com as atuais correntes
historiográficas para que o aluno perceba a flexibilidade das ciências humanas,
em constante construção, por não serem exatas estão sujeitas a superação, a
novas formulações, tornando ainda mais complexas realidades sociais múltiplas,
conflituosas, descontínuas. Há um permanente debate e não existem
possibilidades que apontem para um consenso.
Temas sociais que no passado eram ignorados pela historiografia, hoje
225
ganham relevância. A história do cotidiano valoriza e possibilita novas percepções
na vida das classes trabalhadoras, mulheres, crianças, grupos étnicos, neste
aspecto as fontes de pesquisa tornam-se mais abrangentes, considerando textos,
imagens, cartas pessoais, relatos orais, objetos ... possibilitando aos professores
direcionamento de pesquisas envolvendo e valorizando os alunos como sujeitos
de um contexto amplo. Isso reforça e fortalece a posição de que as formas de
estudar o passado são plurais e estão relacionadas com o presente. Esta
perspectiva dá a história importância social de contribuir para a construção da
identidade do aluno, desenvolvendo um sentimento de pertencimento a nação de
um mundo “civilizado”.
Nesta perspectiva é valorizado o conceito de experiência, ideia que se
contrapõe ao pensamento dicotômico base/estrutura. Os historiadores dessa
corrente teórica consideram a subjetividade, as relações entre as classes e a
cultura. Defendem, ainda, que a consciência de classe se constrói nas
experiências cotidianas comuns, a partir das quais são tratados os
comportamentos, valores, condutas, costumes e culturas.
Outro conceito fundamental é o de poder, onde a Nova Esquerda Inglesa
busca superar a visão mecânica e reducionista de uma corrente tradicional
marxista que prescrevia uma História linear em direção a uma revolução, e ainda
uma História tradicional calcada em fatos históricos determinados e aliados a
figuras de heróis. Os historiadores da Nova Esquerda Inglesa procuraram analisar
a concepção de poder de forma a apresentar outros atores sociais e outros
espaços de poder, o que ficou conhecida como a "história vista de baixo".
Os historiadores da Nova Esquerda Inglesa elegeram a classe trabalhadora
como personagem central de seus estudos. O conceito de classe social e de luta
de classes fundamentais para o pensamento marxista, são ampliados por essa
historiografia, à medida em que seus estudos não reduzem a explicação histórica
ao aspecto econômico. Nessa perspectiva, percebem a classe trabalhadora a
partir do conceito de experiência, envolvendo dialeticamente o econômico, o
cultural e o social. Ao que se refere a conceitos fundamentais do marxismo como
o de luta de classes, esta corrente historiográfica amplia o seu significado,
passando a considerar não só a luta entre classes, mas a luta dentro de uma
mesma classe.
226
Portanto, a aprendizagem caminhará de mãos dadas com o interesse em
relação a cada fato exposto, uma vez que o aluno deverá se colocar como agente
construtor da história.
OBJETIVOS
Busca-se no ensino da história a compreensão do processo histórico relativo
às permanência e às transformações temporais dos modelos culturais e a
compreensão da vida social em toda sua complexidade, para que o aluno tenha a
formação da consciência histórica, ajudando-o a ser um cidadão participativo nas
questões sociais e políticas do seu meio.
Essa concepção de História, enquanto experiência de homens e mulheres e
sua relação dialética com a produção material, valoriza a possibilidade de luta e
transformação social. Justifica-se assim a concepção de História que se pretende,
a qual não se vincula às teorias deterministas da estrutura, nem às teorias
voluntaristas da consciência que reduzem a produção historiográfica à categoria
de ficção.
Desta forma propõe-se a estabelecer articulações entre abordagens teórico-
metodológicas distintas, resguardadas as diferenças e até a oposição entre elas,
por entender que esse é um caminho possível para o ensino de História, uma vez
que possibilita aos alunos compreender as experiências e os sentidos que os
sujeitos dão às mesmas.
RELAÇÕES DE TRABALHO
O trabalho expressa a relação que os seres humanos estabelecem
entre e si e a natureza. A execução do trabalho requer o emprego físico e mental,
estes esforços transformaram elementos da natureza em bens que satisfazem as
necessidades humanas. Ao realizar as atividades de transformação de elementos
da natureza, os homens se relacionam entre si. Estas relações de trabalho
permitem diversas formas de organização do mundo do trabalho. Na sociedade
e capitalista o trabalho assumiu uma forma muito específica. O emprego
assalariado. Para entende r como se construiu este modelo bem como sua
consequência, faz-se necessário entende r como as relações de trabalho foram
construídas historicamente.
227
Thompson (1998 e 2004) entende que o conceito de experiência histórica
possui duas dimensões. A primeira afirma que a classe social e sua respectiva
consciência de classe são fenômeno s produzidos pelas experiências e valores
herdados e compartilhados pelos sujeitos históricos ao construírem sua
identidade. A segunda dimensão do conceito se refere à prática do historiador,
que deve ser pautada na análise e verificação de documentos para que se
produza a metodologia da investigação histórica.
Para os historiadores da Nova Esquerda Inglesa o resgate da história dos
trabalhadores é possível quando o historiador reúne vários documentos, (inclusive
aqueles que a historiografia tradicional não aceitava como fonte histórica, como,
por exemplo, um boletim de ocorrência), analisando-os a luz de uma teoria para
verificar se as informações retiradas dos documentos correspondem à teoria por
ele optada, caso isso não ocorra o historiador deve construir um novo modelo
teórico para o seu objeto de investigação.
Assim o estudo de relações de trabalho no Ensino Médio deve contemplar
diversos tipos de fontes históricas para que professores e alunos possam a partir
diferentes visões perceber a História para além dos documentos oficiais.
A Nova Esquerda Inglesa entende que a consciência de classe dos sujeitos
não se constrói somente entre a luta de classes da burguesia versus proletariado,
mas também em conflitos intraclasses e nas relações interclasses, por meio da
experiência vivida pelos trabalhadores.
Partindo desta concepção o estudo das relações de trabalho deve
considerar as esferas: doméstica; a prática comunitária; as manifestações
artísticas e intelectuais, e a participação nas instâncias de representações:
políticas; trabalhistas e comunitárias.
A investigação sobre as relações de trabalho a partir de problemáticas do
presente, tais como: impactos ambientais, movimentos sociais e culturais,
desemprego, desigualdade social, fome, violência etc., e articulados aos demais
conteúdos estruturantes, permite aos alunos e professores entender como as
relações de trabalho foram construídas no decorrer do processo histórico.
RELAÇÕES DE PODER
Pode-se definir poder como “a capacidade ou possibilidade de agir ou de
228
produzir efeitos” e “pode ser referida a indivíduos e a grupos humanos” (BOBBIO
in BOBBIO, MATTEUCCI e PASQUINO, 2000, p. 993). O poder não possui forma de
coisa ou de objeto, mas se manifesta como relações sociais e ideológicas
estabelecidas entre aquele que exerce e aquele que se submete, portanto, o que
existe são as relações de poder.
O estudo das relações de poder geralmente remete a ideia de poder
político. Porém as relações de poder não se limitam somente à dimensão política,
essas relações encontram-se também na dimensão econômico-social e na
dimensão cultural, ou seja, em todo corpo social.
Os historiadores da Nova Esquerda Inglesa, criticam a historiografia política
tradicional pois esta se limitou a explicar o poder tendo como referência somente
o Estado. A Nova Esquerda Inglesa analisa as relações de poder a partir da
valorização das condições materiais, das estruturas sócio-econômicas, das
classes e grupos sociais, dos movimentos coletivos em geral e a reintroduz a
ideologia como categoria analítica do discurso histórico.
Para a corrente historiográfica Nova História Cultural, o estudo das relações
de poder remete às esferas das representações, do imaginário e das práticas
sociais. Radicalizando esta ideia, Michel Foucault optou pela ideia de “poderes”.
Esta concepção entende os saberes enquanto poderes; poderes que são
exercidos nas instituições, tais como: nas escolas; nas prisões, nos hospitais; nas
famílias e comunidades; nos estados nacionais, nas igrejas e nos organismos
internacionais políticos, econômicos e culturais. Ele também valorizou a
pluralidade das redes de poder ou micropoderes e propôs o estudo das relações
entre as diferentes práticas sociais discursivas.
O entendimento que as relações de poder são exercidas nas diversas
instâncias sócio-históricas, como o mundo do trabalho, as políticas públicas e as
diversas instituições, permite ao aluno perceber que estas relações fazem parte
de seu cotidiano. Assim ele poderá identificar onde se localizam as arenas
decisórias, porque determinada decisão foi tomada e de que forma foi ela
executada ou implementada para que ele entenda como, quando e onde reagir a
mediadas em processo de definição.
RELAÇÕES CULTURAIS
229
As relações culturais são a correspondência dialética entre as estruturas
materiais e simbólicas de um determinado contexto histórico. Diante disso,
pensou-se nas relações culturais como conteúdo estruturante para o Ensino
Médio. O conceito de cultura aqui proposto, parte de Raymond Willians (2003), o
qual afirmava que esta é comum a todos os seres humanos, na medida em que
existe uma estrutura comum de modos de pensar, agir e perceber o mundo, que
leva à constituição de organizações sociais diferentes. As diferenças culturais
existem devido às diversas interpretações construídas por sujeitos históricos que
estão inseridos em grupos sociais distintos na divisão social do trabalho.
Assim, na forma de organizar a vida político-econômica, as sociedades
contemporâneas não são tão diferentes, pois são poucas as sociedades que
destoam do padrão cultural imposto pelo capitalismo contemporâneo. Em outras
palavras, as classes dominadas existem numa relação de poder com as classes
dominantes, de tal modo que ambas partilham um processo social comum,
portanto, de uma experiência histórica comum, produto dessa história coletiva.
No entanto, os benefícios produzidos por esta sociedade e seu controle se
repartem desigualmente.
O estudo das relações culturais deve considerar a especificidade de cada
sociedade e relações entre elas. O processo histórico constituído na relação entre
as diversas sociedades é o que pode ser chamado de cultura comum.
Os historiadores da Nova Esquerda Inglesa repensaram o conceito de
cultura a partir de sujeitos históricos antes ignorados pela história tradicional e
passaram a valorizar uma “história vista de baixo”.
Para Thompson, o conceito de experiência histórica é o elemento
articulador entre as relações humanas, pois esta se expressa na constituição de
uma cultura comum. Assim, este historiador afirmava que a cultura comum dos
trabalhadores urbanos e camponeses na Inglaterra do século XVIII, “longe de ter a
permanência rígida que a palavra ‘tradição’ sugere, o costume era um terreno de
mudança e de conflito, um lugar onde interesses opostos formulavam
reivindicações opostas.” (1998, p. 16-17).
Hobsbawn entende que as tradições culturais são inventadas dentre do
contexto da luta de classes, intraclasses e das relações interclasses. Neste
conflito existem grupos dominantes que lutam por um consenso hegemônico,
230
enquanto outros grupos sociais resistem criando uma contra-hegemonia a partir
de suas experiências e valores (HOBSBAWN e RANGER, 2002).
Os historiadores da Nova História Cultural abordam as relações culturais a
partir de conceitos que superam a dicotomia entre a cultura de elite e a cultura
popular. Roger Chartier analisa a cultura a partir das práticas, apropriações e
representações culturais que os sujeitos têm em relação aos artefatos culturais
(literários, visuais ou mentais). Já Carlo Ginzburg estuda a circularidade entre as
culturas por meio de um recorte local onde se valorizam as ações e os valores de
sujeitos comuns, de suas famílias e comunidades. Esta abordagem é denominada
micro-história ou microanálise e permite reavaliar as macroanálises.
Tanto os historiadores da Nova Esquerda Inglesa como os da Nova História
Cultural utilizam-se de documentos antes desvalorizados pela historiografia
tradicional, tais como processos judiciais, interrogatórios, boletins de ocorrência,
canções populares, relatos de tradições orais, livros populares, etc. O uso destas
evidências possibilitou aos historiadores a construção de narrativas históricas que
incorporavam olhares alternativos em relação às ações dos sujeitos ao produzir e
vivenciar o processo histórico de constituição da humanidade.
CATEGORIAS DE ANÁLISE: TEMPO E ESPAÇO
O estudo do passado dos seres humanos, investigado por historiadores ou
por professores de história e seus alunos, realiza-se no presente à luz de uma
expectativa de futuro. Nesse sentido, as noções de tempo e espaço tornam-se
categorias de análise e quando articuladas aos conteúdos estruturantes
possibilitam a delimitação e a contextualização dos temas a serem
problematizados.
Tempo
O conceito de tempo foi construído historicamente e modificou-se de
acordo com o surgimento e transformação das sociedades. A concepção de
tempo de uma sociedade se articula a consciência histórica que seus sujeitos
possuem.
O tempo, nas sociedades agrárias, possuía um caráter cíclico e mítico; já
nas sociedades industriais, tem uma marca cronológica e disciplinadora. Nas
231
primeiras predomina uma experiência do tempo que leva a uma consciência
histórica tradicional, que aceita e repetem os modelos culturais dados. Na
sociedade industrial as experiências possuem dimensões e durações temporais
diversas. Nesta sociedade, estas experiências são acessíveis a um número maior
de sujeitos, os quais se defrontam no seu cotidiano com concepções temporais,
como: estruturas ou “fatos de massa”; conjunturas ou “fatos institucionais”; a
intervenção do acaso e das ações dos sujeitos e grupos (VILAR apud FONTANA,
2004, p. 326). Na escola, a compreensão dessas múltiplas experiências temporais
pode provocar nos alunos o desenvolvimento de uma consciência histórica crítica
ou genética.
A articulação entre as dimensões temporais se expressa nas relações de
temporalidade, tais como: processos, mudanças, rupturas, permanências,
simultaneidades, transformações, descontinuidades e deslocamentos. Estas
temporalidades podem ser periodizadas, o que consiste em classificar,
arbitrariamente, a sucessão ou as rupturas entre processos e acontecimentos
criados pelas diferentes sociedades históricas e investigados pelas correntes
historiográficas. As correntes historiográficas tomadas como referência neste
documento se utilizam de determinadas temporalidades e periodizações.
Com relação à temporalidade, os historiadores da Nova Esquerda Inglesa
valorizam a relação dialética entre as permanências e as mudanças, privilegiando
as rupturas como elementos dinamizadores do processo histórico. Quanto à
periodização, rompem com a concepção etapista dos modos de produção, mas
consideram as estruturas materiais e simbólicas (modos de produção) como
grandes contextos que delimitam e possibilitam as ações humanas no tempo. Sob
este aspecto, Hobsbawn, a partir de Gramsci, propõe o conceito de bloco
histórico, o qual é uma forma de periodização que leva em conta uma macro-
estrutura espaço-temporal que valoriza a análise das relações entre as ações
humanas e as estruturas sócio-históricas em um período definido por marcos
históricos precisos. Um exemplo disso são os marcos temporais das obras deste
autor: a Era das Revoluções (1789-1848), a Era do Capital (1848-1875), a Era dos
Impérios (1875-1914) e a Era dos Extremos (1914-1991).
Os historiadores da Nova Historia Cultural tendem a adotar a temporalidade
criada por Fernand Braudel relativa a longa duração (estruturas), a média duração
232
(conjunturas) e à curta duração (acontecimentos). O historiador Roger Chartier
procura detectar quais as permanências e mudanças presentes nas práticas e nas
representações culturais dos sujeitos; já Carlo Ginzburg investiga como as
temporalidades se relacionam com a circularidade cultural entre os sujeitos. Esta
corrente historiográfica geralmente utiliza a periodização quadripartite (Idade
antiga, medieval, moderna e contemporânea) para classificar os contextos
históricos.
Considera-se, neste documento, que o estudo das ações e das relações
humanas do passado parte de problematizações feitas no presente. Essas
problematizações ou perguntas levam a um recorte temporal que delimita o
estudo. Assim, é a partir da temática proposta pela problematização que o
professor historiador e o aluno determinam a periodização que define os marcos
temporais que balizam seu estudo.
Portanto, busca-se a superação de periodizações tradicionais determinadas
a priori, como, por exemplo, certo uso da periodização quadripartite da história,
através da valorização de diferentes temporalidades históricas escolhidas de
acordo com o objeto a ser pesquisado e os questionamentos feitos ao passado.
Espaço
A conceito de espaço, assim como o de tempo, contextualiza e articula os
conteúdos estruturantes aqui propostos. O local onde os sujeitos históricos atuam
delimita as possibilidades de ação e de compreensão do processo histórico. Os
historiadores, os professores e os alunos delimitam, através da problematização,
o contexto temporal e espacial a ser estudado.
Os historiadores ligados à Nova Esquerda Inglesa delimitam grandes
contextos espaciais em suas análises. Hill e Thompson tendem a abarcar todo o
território do Reino Unido, pois este é o local de ação dos movimentos sociais que
eles investigam. Entretanto, estes dois historiadores também analisam como as
estruturas sócio-históricas interferem na vida de indivíduos e nos costumes de
pequenas comunidades e como estes reagem a elas. Hobsbawn, em suas
principais obras, investiga os processos históricos mundiais que ocorreram e
interferiram em diversos locais em determinado contexto histórico, construindo,
assim, novos modelos teóricos para seus objetos.
233
Os historiadores da Nova História Cultural, tais como Carlo Ginzburg e
Giovanni Levi compreendem, por meio da micro-história, que a relação entre o
local e o universal é um problema de escalas. Para eles esta diferença se refere a
distintos graus nas perspectivas de análise. Um olhar local é um procedimento
fundamental para perceber as fissuras nas estruturas sócio-históricas e aponta
caminhos que mapeiam as transformações estruturais que ocorrem durante a
constituição do processo histórico.
O ambiente (seja ele natural, rural ou urbano), as paisagens, os territórios,
os caminhos, as conquistas territoriais, as migrações, etc. fazem parte do
conhecimento histórico bem como da memória social de uma sociedade. O modo
como o espaço é apreendido pelos homens que vivem em determinado local, a
localização e a relação entre os seres humanos e o ambiente constituem a
categoria de análise espaço que, junto com a categoria de análise tempo, permite
a delimitação de marcos históricos que são necessários ao estudo de um tema.
OBJETIVOS
Construir a identidade nacional e individual, localizando os momentos
históricos, seu processo de sucessão e duração, ressaltando o papel do homem
como agente ativo do processo.
● Discernir limites e possibilidades de atuação na permanência ou
transformação, comparando o presente e o passado, percebendo-se
como agente transformador da sociedade.
● Construir a identidade social e individual, visando um maior
conhecimento da realidade dos povos bem como seus costumes podendo
assim compreender como a nossa sociedade chegou onde nos
encontramos.
● Conhecer o processo histórico com o objetivo de conhecer nosso passado
para poder encaminhar nossa sociedade para um promissor futuro.
CONTEÚDOS
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
234
ABORDAGEM CENTRAL
A História entre a ciência e a filosofia
CONTEÚDOS VINCULADOS
O que é história?
Construção da ciência da história
Existe o tempo?
Para que serve a história
ABORDAGEM CENTRAL
O surgimento do ser humano e da civilização
CONTEÚDOS VINCULADOS
África berço da humanidade
Migrações euro-asiáticas e para a América o povoamento do mundo
Revolução agrícola e o nascimento das civilizações
(Paleolítico, Neolítico, Idade dos Metais)
Organização social no mundo antigo:
O Estado teocrático
Sociedades matriarcais
Sociedades patriarcais
O trabalho: escravo e livre
Religiosidade/mitologia
(Mesopotâmia, Egito/Núbia, hebreus, fenícios, persas, chineses, olmecas)
ABORDAGEM CENTRAL
Pindorama uma terra repleta de palmeiras O mundo antigo
CONTEÚDOS VINCULADOS
Mitos de origem dos principais grupos de indígenas
o processo de transformação da natureza (tecnologias)
235
os costumes
a importância da mandioca
a educação das crianças
(Arawakes, Karibes, Tupis e Jês)
ABORDAGEM CENTRAL
Grécia e Roma – modelos do mundo ocidental?
CONTEÚDOS VINCULADOS
A filosofia grega (importância do Egito nessa construção)
Educação, a família e a mulher
mundo escravo
Propriedade da terra – divina ou privada?
a expansão romana e o encontro com outras culturas
- a cristianização
- Abordagem central
- O império da Igreja cristã na Europa
- Conteúdos vinculados
- Feudalismo e poder da Igreja na Idade Média
- Ruralização da economia
- Cruzadas: encontro Oriente e Ocidente
- Império Bizantino
OBJETIVOS
● Compreender e respeitar as particularidades de cada povo da
antiguidade.
● Construir a identidade nacional e individual, localizando os momentos
históricos, seu processo de sucessão e duração, ressaltando o papel do
homem como agente ativo do processo.
● Discernir limites e possibilidades de atuação na permanência ou
transformação, comparando o presente e o passado, percebendo-se
como agente transformador da sociedade.
● Construir a identidade social e individual.
● Entender o tempo histórico como duração.
236
● Compreender o papel do indivíduo como sujeito e produto histórico.
● Compreender a identidade das gerações passadas.
● Entender o tempo histórico como construção cultural.
● Localizar os momentos históricos em seu processo de sucessão e em sua
simultaneidade.
● Analisar a diferença entre se atrasado ou culturalmente diferente.
● Evidenciar os servos e senhores feudais como peças chaves do
feudalismo.
● Articular estudos de pesquisas historiográficas, interpretando
documentos, visando à memória social.
● Reconhecer a valorização da terra, da agricultura.
● Reconhecer as fontes documentais da natureza de diversas.
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ABORDAGEM CENTRAL
Grandes civilizações americanas
Conteúdos vinculados
Maias
Astecas
Incas
Tupi-guarani
ABORDAGEM CENTRAL
África
Conteúdos vinculados
Sociedades subsaarianas:
Tribos
Cidades-estados
237
Reinos e impérios
Reino de Axum (Etiópia)
Grande Zimbabwe
ABORDAGEM CENTRAL
Terras ou dinheiro? O mundo ocidental entre a nobreza e a burguesia.
CONTEÚDOS VINCULADOS
A riqueza do Oriente: novas tecnologias (imprensa) novas culturas
O poder absolutista, o mercantilismo e o Sistema Colonial
A burguesia e sua nova visão de mundo
Renascimento, Reforma Religiosa,Colonização da América e da África e da Ásia.
ABORDAGEM CENTRAL
Encontro de culturas:
os ameríndios e os espanhóis
os ameríndios e os portugueses
os negros africanos e os portugueses
CONTEÚDOS VINCULADOS
Os negros africanos e os portugueses
O Sistema Colonial Espanhol
Resistência e extermínio dos ameríndios
Paraná espanhol (Revolta de Guairacá, os jesuítas e a escravização indígena)
A colônia como produtora de riqueza p/a metrópole: organização do Sistema
Colonial
A escravidão africana
Resistência à escravidão
Sociedade patriarcal para a elite. E o resto?
ABORDAGEM CENTRAL
Brasil: liberdade ou dependência?
238
CONTEÚDOS VINCULADOS
Processo de independência do Brasil
A luta entre o liberalismo e o conservadorismo
Revoltas de elite e populares
Houve de fato abolição da escravidão?
ABORDAGEM CENTRAL
Capital e Trabalho
CONTEÚDOS VINCULADOS
Revolução industrial
Mudança na forma de trabalho
Exploração: mais-valia
Expansão imperialista e colonialista
A partilha da África
Contestação ao capitalismo
OBJETIVOS
● Saber que a Homérica nem sempre foi como conhecemos, conhecer os
povos pré- colombianos.
● Analisar a forma do Estado Nacional.
● Compreender o que é um Rei Absolutista;
● Reconhecer que a expansão Comercial e marítima teve apoio dos reis e
burgueses;
● Identificar as inovações e consequências na navegação.
● Estabelecer relações entre permanências e transformações no processo
histórico;
● Reconhecer fontes documentais de natureza diversas;
● Analisar o Renascimento como resgatou a arte greco-romana.
● Reconhecer como era a Igreja, porque houve críticas;
● Identificar o protestantismo como movimento que deu origem a outras
religiões
239
● Compreender as mudanças da igreja Católica e a mudança do
pensamento religioso no mundo.
● Reconhecer o Iluminismo como movimento que impulsionou o
conhecimento.
● Analisar as características e pensamentos iluministas.
● Evidenciar os motivos que levaram a Revolução Inglesa e Francesa;
● Compreender o real significado da classe burguesa na Revolução
Francesa;
● Reconhecer as consequências das Revoluções.
● Analisar motivos que os colonos queriam ser independentes;
● Evidenciar como e porque aconteceu a Independência dos EUA.
● Reconhecer como era o cotidiano nas 13 colônias;
● Compreender o que levou a Crise do Sistema Colonial, as independências
em geral, motivos e consequências.
● Evidenciar como e porque ocorreu a Guerra da Secessão
● Compreender as consequências que levaram à Conquista do Oeste.
● Articular estudos de pesquisas historiográficas, interpretando
documentos, visando à memória social.
● Compreender o que aconteceu e como ocorreram esses acontecimentos
durante o 1º Reinado.
● Analisar o desenvolvimento no Período Regencial.
● Evidenciar o desenvolvimento e acontecimentos do 2º Reinado.
● Analisar a Revolução Agrícola e Industrial, as quais possibilitaram
mudanças nas relações dos homens, da terra, das plantas e animais.
● Analisar e comparar o operário e sua situação da época e a atual.
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ABORDAGEM CENTRAL
Fim do Brasil Império e a República
CONTEÚDOS VINCULADOS
240
A queda do Império
Proclamação da República
A República da Espada
Revolução Federalista
Cerco da Lapa no Paraná
O poder das oligarquias e o coronelismo
Contestado
ABORDAGEM CENTRAL
Mundo em guerra
CONTEÚDOS VINCULADOS
Primeira Guerra Mundial
A Política das alianças
O desenrolar da guerra
1917 o ano das mudanças
Os Tratados de Paz
Revolução Russa
Crise de 1929
Segunda Guerra Mundial
Crise do Liberalismo
Tensão Internacional
Nazismo
Fascismo
1ª e 2ª fases da guerra
O pós-guerra: os Tratados de Paz, a ONU e as divergências entre os vencedores
Oposição capitalismo x comunismo:
Guerra Fria
Descolonização da África e Ásia
República Popular da China
Revolução em Cuba
Brasil contemporâneo:
Era Vargas e a política nacionalista
241
Período democrático no Brasil
Ditadura Militar
Abertura política
Os governos neoliberais e o impacto social
América Latina no século XX
Ditaduras militares e resistência
Democratização e dependência
Alternativas sustentáveis
A hegemonia do EUA
As políticas estadunidenses para o mundo
Neocolonialismo
Fundamentalismo religioso e o confronto com o Oriente Médio
OBJETIVOS
● Analisar e entender os motivos da partilha da África e da Ásia, bem como
a suas consequências.
● Compreender o imperialismo como motivo principal dessa dominação.
● Verificar como estava o povo desses locais específicos, a política, a
economia, etc.
● Interpretar os motivos da unificação e como ela realmente aconteceu.
● Diferenciar a Itália em todos os aspectos da Alemanha (sociedade,
economia, etc).
● Estabelecer relações entre continuidade/permanência e
ruptura/transformação nos processos históricos.
● Reconhecer os motivos que levaram a essa guerra, bem como suas
consequências.
● Analisar os dados, mapas, voltados a esse momento.
● Estabelecer relações entre continuidade/permanência e
ruptura/transformação nos processos históricos.
● Entender onde e porque aconteceu essa revolução, bem como
reconhecer o cotidiano desse povo, suas dificuldades e sua luta.
● Reconhecer as consequências das Revoluções.
242
● Compreender o que levou a Crise de 1929, seus motivos e
consequências.
● Analisar as suas consequências nos outros países, inclusive no Brasil.
● Estabelecer relações entre continuidade/permanência e
ruptura/transformação nos processos históricos.
● Evidenciar o que foram: Nazismo, Fascismo, Totalitarismo.
● Compreender os motivos e as consequências catastróficas da guerra,
bem como o cotidiano antes e depois da guerra, dos países que
participaram dela.
● Entender que foi uma guerra sem armas, porém estratégica e que trouxe
consequências catastróficas da guerra, bem como o cotidiano antes e
depois da guerra, dos países que participaram dela e que sofrem até
hoje.
● Compreender a descolonização como fato interligado ao fim do bloco
socialista evidenciando os motivos reais do mesmo.
● Valorizar as características das sociedades capitalistas, entendendo que o
mundo hoje gira em torno delas, mesmo não sendo um modelo de
igualdade social, nem se preocupando com o povo. Reconhecer as
Ordens Mundiais atuais, bem como o papel dos países, inclusive o Brasil.
● Considerar o desempenho do aluno para se posicionar diante de
questionamentos que fazem parte dos conteúdos estudados e de sua
realidade.
● Analisar seus motivos, características, bem como o povo que vivia nas
épocas (Império, República e Atualidade), suas diferenças, semelhanças.
A economia, a política, enfim todos os dados possíveis.
● Articular estudos de pesquisas historiográficas, interpretando
documentos, visando à memória social.
METODOLOGIA
A proposta curricular do Ensino de História propõe-se a estabelecer
articulações entre abordagens teórico-metodológicas distintas, resguardadas as
diferenças e até a oposição entre elas, uma vez que possibilita aos alunos
compreender as experiências e os sentidos que os sujeitos dão às mesmas. Por
243
exemplo, a macro-história e a micro-história são abordagens que podem ser
combinadas: uma história das experiências ligadas ao sofrimento e à miséria,
sempre injustos, de uma localidade, de uma família, de um indivíduo mostra
pontos de vista e ações de um determinado passado que permitem uma
reavaliação dialética das explicações macro-históricas, as quais analisam e
propõem ações que visam à superação das condições de vida dos sujeitos do
presente, apontando para expectativas futuras.
Entende-se que a consciência histórica é uma condição da existência do
pensamento humano, pois sob esta perspectiva os sujeitos se constituem a partir
de suas relações sociais, em qualquer período e local do processo histórico, ou
seja, a consciência histórica é inerente à condição humana em toda a sua
diversidade.
Por meio do encaminhamento metodológico se busca a formação de uma
consciência histórica, tendo como conteúdos estruturantes as dimensões política,
econômica-social e cultural, bem como a ênfase na História do Brasil como
conteúdos específicos.
No processo da aprendizagem o aluno deverá ter estímulo para discernir
limites e possibilidades de atuação na permanência ou transformação,
comparando presente e passado e percebendo-se como agente transformador da
sociedade.
Dentro da disciplina de História, o professor deve desenvolver no aluno a
capacidade de observar, de extrair informações e interpretar algumas
características da realidade em seu entorno, de estabelecer relações e
confrontações entre informações atuais e históricas de forma crítica e reflexiva,
de datar e localizar as suas ações e as de outras pessoas no tempo e no espaço e,
em certa medida, poder relativizar questões específicas de sua época,
confrontando opiniões e possibilitando-o a ter acesso as novas informações.
O ensino de História na Educação Básica, pode se beneficiar da corrente
historiográfica, na medida em que esta valoriza a diversificação dos documentos
(imagens, canções, objetos arqueológicos, entre outros), na construção do
conhecimento histórico, permitindo também relações interdisciplinares com
outras áreas do conhecimento.
Da mesma forma, a abordagem local, assim como os conceitos de
244
representação, prática cultural, apropriação, por um lado, e circularidade cultural
e polifonia, por outro lado, possibilitam aos alunos e aos professores, tratarem
esses documentos através de problematizações mais complexas em relação à
história tradicional, desenvolvendo uma consciência histórica que leve em conta a
diversidade das práticas culturais dos sujeitos, sem abandono do rigor do
conhecimento histórico.
Através de atividades variadas (individuais ou em grupos) os alunos
realizarão análise e sínteses de textos, filmes, artigos de jornais, revista,
documentários. As estratégias devem-se voltar para estimular o trabalho docente
transformando-se mais atraente, dinâmico suscitando a criatividade, o confronto
de ideias e o espírito crítico do aluno.
Haverá muito incentivo à pesquisa como forma de despertar no aluno o
gosto pela leitura e por novas descobertas, o interesse em adquirir novos
conhecimentos além dos adquiridos em sala de aula. Estudo do meio (visitas a
museus, fábricas, cidades históricas, reservas biológicas, bibliotecas), procurando
comparar o conhecimento teórico com os dados obtidos em campo.
Os educandos farão leituras críticas dos conteúdos vinculados pelo texto
básico, trabalho de reflexão e produção de comentários, a partir de imagens
(mapas, fotos, desenhos, obras de arte), produção de textos conceituais, poéticos
e narrativos, a respeito e temas históricos, confecção de jornais e histórias em
quadrinhos para estimular a criatividade do aluno além de utilizar debates em
duplas e em equipes para maior engrandecimento do assunto.
Através do uso contínuo de diversas fontes históricas o educando poderá
compreender melhor a sociedade contemporânea e nela situar-se, de modo a
perceber-se como agente transformador da sociedade, atuante, participativo e
consciente.
No Ensino Fundamental deve-se fazer o encaminhando metodológico
partindo-se da “problematização dos conhecimentos” utilizando-se da produção
historiográfica e as várias linguagens de história como caricaturas, imprensa e
outros, para que ao chegar no Ensino Médio o aluno tenha condições de discutir a
produção do conhecimento histórico de forma crítica .
Os conteúdos de história devem partir de uma visão tridimensional da
história – a história vivida aquela que é vivida por todos os homens no passado e
245
presente. A História enquanto produto dos historiadores que é o conhecimento
histórico acumulado. A História como disciplina curricular, conteúdos
sistematizados cientificamente pela sociedade.
Estudar História significa buscar entendê-la como processo e identificando
sua dinâmica, sua historicidade e sua relação com a vida.
A problematização de situações relacionadas às dimensões econômico-
social, política e cultural leva a seleção de objetos históricos. Esses objetos são as
ações e relações humanas no tempo, ou seja, articulam-se aos conteúdos
estruturantes propostos nesta Proposta Pedagógica Curricular : a dimensão
política, a dimensão econômico-social e dimensão cultural, a abordagem dos
conteúdos, nessa perspectiva possibilita que o professor explore os novos
métodos de produção do conhecimento histórico e amplie as possibilidades: de
recortes temporais, do conceito de documento, de sujeitos e de suas
experiências, de problematização em relação ao passado. Além disso, permite
que o aluno elabore conceitos que o permitam pensar historicamente, superando
também a ideia de história como algo dado, como verdade absoluta.
Em relação ao Ensino Fundamental, o encaminhamento metodológico deve
ainda ter coerência de desenvolver os conteúdos de forma crítica e reflexiva,
levando o aluno a perceber-se como peça importante no processo histórico
reconhecendo-se como agente transformador da história. Para isso, o aluno fará
as atividades individuais, em duplas ou em grupos o que possibilitará analises e
sínteses de textos, filmes, artigos de jornais, revistas, documentários, etc. O
método de trabalho focará o incentivo a pesquisa como forma de despertar no
aluno o gosto pela leitura, por novas descobertas e o interesse em adquirir novos
conhecimentos conseguidos em fontes como imagens, livros, jornais, histórias em
quadrinhos, fotografias, pinturas, gravuras, museus, filmes, músicas, são
documentos que podem ser transformados em materiais didáticos de grande
valia na constituição do conhecimento histórico.
Dentro dessa concepção, o uso de documentos em sala de aula proporciona
a produção de conhecimento histórico quando usado como fonte na qual buscam-
se respostas para as problematizações anteriormente formuladas. Assim os
documentos permitem a criação de conceitos sobre o passado e o
questionamento dos conceitos já construídos.
246
AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de História objetiva favorecer a busca da coerência
entre a concepção de História defendida e as práticas avaliativas que integram o
processo de ensino de aprendizagem. Nesta perspectiva, a avaliação deve estar
colocada a serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo que permeie o
conjunto das ações pedagógicas, e não como um elemento externo a este
processo.
Através da avaliação, o professor identifica as apreensões de conteúdo,
conceitos e atitudes, como conquistas dos alunos, comparando o antes, o
durante, e o depois. Assim, este caráter diagnóstico possibilita ao professor se
auto-avaliar como docente, refletindo sobre as intervenções metodológicas e
buscando outras possibilidades para atuação no processo de aprendizagem dos
alunos.
Para que as decisões tomadas a partir da avaliação diagnóstica sejam mais
bem implementadas na continuidade do processo de ensino e aprendizagem, faz-
se necessário que sejam realizadas a partir do diálogo entre alunos e professores,
envolvendo questões relativas aos critérios adotados, a função da avaliação a
partir da tomada de decisões a partir do que foi constatado de forma individual ou
coletiva. Assim, a aprendizagem e a avaliação poderão ser compreendidas como
um fenômeno compartilhado, que se dará de modo contínuo, processual, e
diversificado, permitindo uma análise crítica das práticas que podem ser
constantemente retomadas pelo professor e pelos alunos
Retomar a avaliação com os alunos, permite ainda situá-los como parte de
um coletivo, onde a responsabilidade pelo e com o grupo seja assumida com vista
aprendizagem de todos.
Como os alunos possuem ritmos e outras características diferenciadas,
também temos que diversificar esses instrumentos de avaliação, pois existem
alunos que são portadores de necessidades especiais e merecem uma avaliação
diferenciada.
Para o desenvolvimento do pensamento crítico, a avaliação deverá propor
situações que permitam aos alunos estabelecerem relações entre sociedades
estudadas, detectando as semelhanças e diferenças, exercitando assim a reflexão
acerca das mudanças e permanências que se estabelecem entre temporalidade
247
distintas.
A seguir alguns critérios a serem observados pelo professor que permitam
analisar se os conteúdos e conceitos históricos estão sendo apropriados aos
alunos:
● compreendem que o conhecimento histórico é produzido com base em
um método de problematização de diferentes fontes documentais, a
partir das quais o pesquisador produz a narrativa histórica;
● explicitam o respeito da diversidade étnico-racial, religiosa, social e
econômica, a partir do conhecimento dos processos históricos que os
constituíram;
● compreender a História como prática social, da qual participam como
sujeitos históricos de seu tempo;
● reconhecem que o conceito de tempo foi construído de forma a permitir o
estudo das diferentes dimensões e contextos históricos propostos para
este nível de ensino.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino em História. São
Paulo: Papirus, 2003.
JÚNIOR, Alfredo Boulos Júnior. História Geral: Moderna e Contemporânea. São
Paulo, Ed. Renovada: FTD, 1997.
JÚNIOR, Alfredo Boulos Júnior. História Geral: Antiga e Medieval. São Paulo,
Ed. Renovada: FTD, 1997.
LLOYD, Christopher. As Estruturas da História. São Paulo: Zahar, 1995.
MOCELLIN, Renato. Para Compreender a História. São Paulo, Ed. Do Brasil,
1997.
ORDONEZ, Marlene. História Moderna e Contemporânea. São Paulo, IBEP,
1999.
PARANÁ. SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental e Médio
da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná – História. Curitiba,
2008.
BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Diário Oficial da União, 23 de dezembro de 1996.
248
BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática
"História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.
BRASIL. Câmara de Educação Básica. Parecer n. 04/98, de 29 de janeiro de 1998.
Diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental. Relatora Conselheira:
Regina Alcântara de Assis. Diário Oficial da União, 15 de abril de 1998. Sec. 1,
p.31.
PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Currículo básico para a
escola pública do estado do Paraná. Curitiba: SEED, 1990.
LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O Português, língua que tem sua raiz no indo-europeu por meio do Latim,
língua falada, escrita dos romanos, em seu início, teve também influências
germânicas, arábica (moçárabe) e provençal; no dialeto galiziano (galaico-
português), antes apenas falado, em 1189.
Paio Soares de Taveirós escreveu a “Cantiga da Ribeirinha”, considerado o
primeiro documento escrito; em 1920, Dom Dinis, o rei trovador, tornou
obrigatório o uso da língua portuguesa no reino de Portugal. Em 1572, Luís Vaz de
Camões escreveu o poema épico, “Os lusíadas”, o maior documento literário e
linguístico português. Em 1536 o Padre Fernão de Oliveira escreveu a primeira
gramática da língua portuguesa “Gramática da Lingoagem Portugueza”. A partir
da colonização portuguesa de outros povos, entre eles, os habitantes do Brasil, o
Português passou a ser falado e escrito já em direção de sua dialetação, com as
influências, primeiro das línguas locais e, depois, das atuais línguas que
expressam a maior força econômica, política e cultural de seus países.
Hoje, são ainda milhões os brasileiros analfabetos totais e quase a maioria
dos adultos é de gente que consegue ler, mas sem entender o que lê (analfabetos
funcionais); poucos são os brasileiros que dominam a chamada “língua culta” ou
aquela que observa as normas de algum tipo de gramática. Por isto, equivale
dizer que, apesar da pretendida unidade política nacional, não existe unidade
249
linguística e, sobretudo, muitos fatores têm impedido de a grande maioria ter
acesso a uma língua melhor elaborada, fatores estes de âmbito geográfico,
cultural, político e sócio-econômico.
Mais um fator complicador, por meio das relações no comércio, na
informática e na Internet, é a adoção de termos ingleses, sem ao menos adaptá-
los à estrutura lingüística portuguesa. Mario Lobo (na revista Educação, nº. 217,
maio de 1999) afirma: “Estrangeiros em relação a própria língua, os brasileiros
perdem capacidade de reflexão, discussão e criação”.
Se para alguns a solução seria a existência imposta de um “único padrão”
de língua, para outros esta padronização, considerada por eles impossível,
“destruiria a liberdade acadêmica e a criatividade expressiva” (Analdo Niskier,
presidente da Academia Brasileira de Letras, na revista Educação citada);
inclusive Niskier acrescenta que seria impor um “colonialismo nacional” que já
vem sendo exercido pela televisão, impondo o falar dos paulistas e cariocas. Além
disso, há de se respeitar que a língua é um fenômeno social vivo, sujeito a
mudanças; se assim não fosse, nossa língua, já com seus 800 anos, seria a
mesma que instruiu a escrita da “Cantiga da Ribeirinha” e, talvez estivesse
sistematizada na “Gramática da Lingoagem Portugueza”.
Diante desta problemática, a escola tem sido apontada como culpada por
não ter dado conta de seu papel no ensino da língua. Caminhos e critérios, nem
sempre na mesma direção, têm sido indicados por estudiosos nesta última
década, alguns deles incorporados pelo Ministério da Educação nos Parâmetros
Curriculares Nacionais.
No ensino da língua falada deve-se respeitar as diferenças regionais e para
o ensino da língua escrita deveria ser buscada uma “razoável unidade”, mas com
uma urgente atualização das gramáticas que vistas como “campo das certezas
absolutas” (Prof. Ataliba Teixeira de Castilho)”;
No ensino da língua a escola deveria: preocupar-se menos com a gramática,
a norma deveria estar a serviço da expressividade do estudante, maior circulação
social dos textos produzidos pelos alunos e organização de “estratégias de re-
escrita” (Adilson Citelli).
Durante muito tempo, o conteúdo gramatical, legitimado por uma classe
social influente e pela tradição acadêmica/escolar, tem sido a base para o ensino
250
de Língua Portuguesa e, por assim ser, tem havido uma forte resistência em
mudar, nas salas de aula, a prática decorrente dessa concepção. O conceito de
Conteúdo Estruturante lança um novo olhar sobre esse aspecto, porque esse
conceito é constituído dentro da mobilidade histórica. Essa característica
contextual garante a sua não fixidez, inviabilizando a arbitrariedade de seus
recortes. Possibilita, também, o diálogo com conceitos diversos que, somados,
conseguem abranger toda a complexidade que envolve o processo de uso da
língua, não contemplada dentro de uma perceptiva exclusivamente gramatical.
Assumindo-se a concepção de língua como prática que se efetiva nas
diferentes instâncias sociais, acorda-se que o objeto de estudo da disciplina é a
Língua e o Conteúdo Estruturante de Língua Portuguesa e Literatura é o discurso
enquanto prática social (leitura, escrita e oralidade).
Sendo assim, torna-se necessário esclarecer as implicações que esse termo
― discurso ― assume nestas Diretrizes. Na sua origem, o termo significa curso,
percurso, correr por movimento. Isso indica que a postura frente aos conceitos
fixos, imutáveis, deve ser diferenciada. De acordo com Stam (2000, p.32), “a
linguagem, em Bakhtin, não é um sistema acabado, mas um contínuo processo
de vir a ser”. A língua não é algo pronto, à disposição dos falantes, mas algo em
que eles “ingressam numa corrente móvel de comunicação verbal”. A consciência
só é adquirida por meio da linguagem e é através dela que os sujeitos começam a
intervir no real.
É por meio da linguagem que o homem constrói a representação da
realidade na qual está inserido. Agindo, ele é capaz de transformar a realidade
social, de forma que contribua para a acepção de novos valores no mundo em
quem vive. Segundo Frigotto e Ciavatta(2004): “Pensar o trabalho pedagógico
com a língua materna, no Ensino Médio, implica necessariamente, pensar que
este trabalho se concretiza no terreno das contradições do sistema capitalista e
da forma específica como elas se produzem na sociedade brasileira”.
A rapidez das mudanças ocorridas no meio social e a percepção das
inúmeras relações de poder constituídas a partir das teias discursivas,
requererem de nós, professores, uma mudança de posicionamento no que se
refere à ação pedagógica.
Em se tratando do ensino de Língua Portuguesa e Literatura, no Ensino
251
Médio:
“No que concerne ao domínio do ensino de Língua Portuguesa e Literatura no Ensino Médio, um dos fundamentos teóricos que subjazem como orientação para a elaboração curricular são os postulados construídos a partir das contribuições do teórico russo Mikhail Bakhtin e do chamado Círculo de Bakhtin. Segundo tais postulados, a língua configura um espaço de interação entre sujeitos que se constituem através dessa interação. Ela mesma, a língua, também só se constitui pelo uso, ou seja, movida pelos sujeitos que interagem. Isto significa compreender a língua como ‘um conjunto aberto e múltiplo de práticas sociointeracionais, orais ou escritas, desenvolvidas por sujeitos historicamente situados. Pensar a linguagem(e a língua) desse modo, é perceber que ela não existe em si, mas só existe efetivamente no contexto das relações sociais: ela é elemento constitutivo dessas múltiplas relações e nelas se constitui continuamente”. (Faraco, 2003).
Tendo em mente que o sujeito se constitui em meio a atividades verbais, o
Ensino da Língua Portuguesa deve estar orientado por uma concepção que torna
esta disciplina um conjunto de práticas internacionais, sociais e historicamente
constituídas e se constituindo. Conforme Orientações Curriculares de Língua
Portuguesa do Ensino Médio(2005):
“Insistindo, ainda, nesta perspectiva, a função do professor de Língua Portuguesa e Literatura é ajudar seus alunos a ampliarem seu domínio de uso das linguagens verbais e não-verbais através do contato direto com textos dos mais variados gêneros, orais ou escritos, engendrados pelas necessidades humanas enquanto falantes do idioma. É necessário que a inclusão da diversidade textual dê conta de relacionar os gêneros com as atividades sociais onde eles se constituem”.
A finalidade do ensino de Língua Portuguesa, tal como vem sendo tratada
em diversas propostas curriculares, é criar situações nas quais o aluno amplie o
domínio ativo do discurso nas diversas situações comunicativas, sobretudo nas
instâncias públicas de uso da linguagem de modo a possibilitar sua inserção
efetiva no mundo da escrita, ampliando suas possibilidades de participação social
no exercício da cidadania.
OBJETIVOS GERAIS
O professor deve propiciar ao aluno, para além do contato com diferentes
textos, a possibilidade deste, expressar-se através dos diferentes gêneros e até
mesmo de, exercendo a sua criatividade, participar ativamente da caracterização
do próprio gênero. Antes de tudo isso, no nível oral e escrito, a interpretação que
252
faz proliferar o pensamento, objetivando assim, no que diz respeito à:
1. PRÁTICA DE LEITURA DE TEXTOS E ORALIDADE
Procedimentos de leitura:
● Identificar informações no texto;
● Relacionar uma informação do texto com outras informações oferecidas
no próprio texto ou em outro texto;
● Depreender de uma afirmação explícita uma outra informação implícita.
● Identificar o tópico central de um texto;
● Estabelecer relações entre tópico e sub-tópicos;
● Inferir o sentido de uma palavra ou expressão considerando: o contexto
e/ou universo temático e/ou a estrutura morfológica da palavra (radical,
afixo e flexões);
● Avaliar a propriedade de certas estratégias argumentativas, utilizando
informações oferecidas por um verbete de dicionário e/ou por outro texto
(enciclopédia, pequeno texto informativo, textos científicos, notícia, etc.);
● Relacionar, na análise e compreensão do texto, informações verbais com
informações de ilustrações ou fotos e/ou gráficos ou tabelas e/ou
esquemas.
Características dos gêneros:
● Reconhecer características típicas de uma narrativa ficcional (conflito e
desenlace, cenário, personagens, narrador);
● Reconhecer as características típicas de um texto de análise/opinião
(tese, argumento, contra-argumento, refutação), como editorial, crítica,
crônica, artigo;
● Analisar a estratégia argumentativa do autor em um texto
analítico/opinativo;
● Reconhecer as características próprias de um texto informativo (tópico e
hierarquia de informação, exemplificação, analogia);
● Reconhecer recursos prosódicos frequentes em texto poético (rima, ritmo,
assonância, aliteração);
● Estabelecer relações, num texto poético, entre os aspectos formais
253
(verso, estrofe, exploração gráfica do espaço) e temáticos (lirismo
amoroso, descrição de objeto ou cena, retrato do cotidiano, narrativa
dramática).
Características do suporte e/ou do enunciador na construção de valores
e sentidos:
● Comparar o tratamento da informação em duas notícias sobre o mesmo
fato;
● Reconhecer em um texto, marcas decorrentes de identificações políticas,
ideológicas e de interesses econômicos dos agentes de produção;
● Comparar as diferenças de uma mesma informação em diferentes
veículos informativos (ex.: jornal X revista X televisão X rádio);
● Relacionar valores e sentidos veiculados em um texto informativo e/ou
analítico/opinativo com suas condições de produção e intenções do autor;
● Relacionar as diferenças de uma mesma informação divulgada por
diferentes fontes às interações do autor;
● Relacionar as intenções do autor e as diferenças de sentido consequentes
do seu lugar social (ex.: homem X mulher; líder sindical X empresário; pai
X filho);
● Avaliar o efeito de sentido consequente do uso de pontuação expressivo
(interrogação, exclamação, reticências, aspas);
● Avaliar a propriedade do uso dos recursos lexicais (jogos metafóricos e
metonímicos, expressões nominais definidas, hiponímia, hiperonímia,
repetição) em função da estratégia argumentativa do autor;
● Avaliar a propriedade do uso dos recursos sintáticos (paralelismo,
enumeração, inversão, intercalação, coordenação, subordinação etc) na
estratégia argumentativa do autor;
● Avaliar a propriedade do uso dos recursos semânticos (relações de
oposição ou aproximação, gradação, campo semântico, atenuação,
eufemismo, hipérbole, ironia) na estratégia argumentativa do autor.
2. PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
Comparar paráfrases avaliando sua maior ou menor fidelidade ao texto
254
original;
● Avaliar a intenção da paródia de um texto dado;
● Identificar referências ou remissões a outros textos;
● Analisar incoerências e contradições na referência a outro texto ou na
incorporação de um argumento de outro autor;
● Estabelecer relações temáticas e/ou estilísticas (de semelhança e de
oposição) entre dois textos de diferentes épocas;
● Narrativa ficcional (conto curto, crônica, paródia);
● Descrição ficcional (conto longo, crônica policial ou de outra natureza de
gênero, paródia);
● Notícia;
● Resenha;
● Carta argumentativa/persuasiva;
● Texto dissertativo expositivo ou polêmico (dissertação, artigo de opinião,
crônica);
● Quanto ao texto dissertativo (expositivo ou argumentativo), relacionar
adequadamente a seleção e ordenação dos argumentos com a tese;
● Quanto ao texto argumentativo, identificar o interlocutor e o assunto
sobre o qual se posiciona, e estabelecer interlocução explícita;
● Utilizar, considerando as condições de produção, diferentes recursos
resultantes de operações linguísticas (escolha, ordenação, expansão,
transformação, encaixamento, inversão, apagamento).
3. LITERATURA
Características dos gêneros:
● Reconhecer características típicas de uma narrativa ficcional (conflito e
desenlace, cenário, personagens, narrador);
● Reconhecer características típicas de um texto de análise/opinião (tese,
argumento, contra-argumento, refutação), como editorial, crítica, crônica,
artigo;
● Analisar a estratégia argumentativa do autor em um texto
analítico/opinativo;
● Reconhecer as características próprias de um texto informativo (tópico e
255
hierarquia de informação, exemplificação, analogia);
● Reconhecer recursos prosódicos frequentes em texto poético (rima, ritmo,
assonância, aliteração);
● Estabelecer relações, num texto poético, entre os aspectos formais
(verso, estrofe, exploração gráfica do espaço) e temáticas (lirismo
amoroso, descrição de objeto ou cena, retrato do cotidiano, narrativa
dramática);
● No concomitante aos períodos escravocratas no Brasil, relacionar autores
e obras importantes referentes aos assuntos voltados à raça negra e sua
luta ao tratamento e direitos iguais na sociedade como um todo.
4. ANÁLISE LINGUÍSTICA
Coerência e coesão no processamento do texto:
● Comparar textos de diferentes gêneros quanto ao tratamento temático e
aos recursos formais utilizados pelo autor;
● Estabelecer relações entre partes de um texto a partir de repetição e
substituição de um termo;
● Estabelecer relações entre partes de um texto a partir de mecanismos de
concordância verbal e nominal;
● Estabelecer relação entre os recursos coesivos e operadores
argumentativos usados pelo autor e sua estratégia argumentativa;
● Analisar as relações sintático-semânticas em segmentos do texto
(gradação, disjunção, explicação/estabelecimento de relação causal,
conclusão, comparação, contraposição, exemplificação, retificação,
explicitação).
Progressão temática e organização argumentativa e narrativa:
● Identificar a tese e os argumentos de um texto;
● Analisar a seleção de argumentos de um texto para a corroboração da
tese;
● Analisar a pertinência das informações selecionadas na exposição do
argumento;
● Estabelecer a relação entre o modo de oposição e a estratégia
256
argumentativa do autor;
● Estabelecer relações comparativas entre duas operações argumentativas,
considerando as diferenças de sentido decorrentes da opção por uma ou
outra;
● Avaliar a complexidade do núcleo dramático de uma narrativa e das
ações dele decorrentes;
● Relacionar o narrador ao foco narrativo (ponto de vista);
● Relacionar a organização do cenário (tempo e espaço) com o enredo e a
ação das personagens;
● Avaliar a propriedade da incorporação de dados da realidade na
construção do universo ficcional.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
● Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes manifestações
da Língua Verbal.
● Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora
de significação e integradora da organização do mundo e da própria
identidade.
● Aplicar as tecnologias de comunicação e da informação na escola, no
trabalho e em outros contextos relevantes da vida.
● Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando
textos/contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura, de
acordo com as condições de produção, recepção (intenção, época, local,
interlocutores participantes da criação e propagação das ideias e
escolhas, tecnologias disponíveis).
● Recuperar, pelo estudo do texto literário, as formas instituídas de
construção do imaginário coletivo, o patrimônio representativo da cultura
e as classificações preservadas e divulgadas, no eixo temporal e espacial.
● Articular as redes de diferenças e semelhanças entre a língua oral e
escrita e seus códigos sociais, contextuais e linguísticos.
● Considerar a Língua Portuguesa como fonte de legitimação de acordos e
condutas sociais e como representação simbólica de experiências
humanas manifestas nas formas de sentir, pensar e agir na vida social.
257
● Entender os impactos das tecnologias da comunicação, em especial da
língua escrita, na vida, nos processos de produção, no desenvolvimento
do conhecimento e na vida social.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Por muitas décadas, o conteúdo gramatical tem sido a base para o ensino
de Língua Portuguesa. O conceito de conteúdo estruturante garante a sua não
fixidez, abrange toda a complexidade que envolve o processo de uso da língua,
não apenas a gramática.
A definição de Conteúdo Estruturante da disciplina de Língua
Portuguesa/Literatura abrange um campo de ação onde se concretizam práticas
de uso real da língua materna, contrapondo-se a ensino tradicional, com estudo
de regras gramaticais como objetivo do ensino da língua.
É no contexto das práticas discursivas que se farão presentes os conceitos
oriundos da linguística, sociolinguística, semiótica, estudos literários, análise do
discurso, gramática normativa, etc, de modo a contribuir com o aprimoramento
da competência linguística dos estudantes: “No contexto das práticas discursivas,
estarão presentes os conceitos oriundos da Linguística, Sociolinguística,
Semiótica, Pragmática, Estudos Literários, Semântica, Morfologia, Sintaxe,
Fonologia, Análise do Discurso, Gramáticas normativa, descritiva, de usos, entre
outros, de modo a contribuir com o aprimoramento da competência linguística
dos estudantes” (Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação
Básica-2006).
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.
GÊNEROS DISCURSIVOS A SEREM TRABALHADOS: textos dramáticos,
romance, novela fantástica, crônica, conto, poema, contos de fada
contemporâneo, fábulas, diários, biografia, debate, artigos de opinião, editorial,
classificados, notícia, reportagem, entrevista, anúncio, carta de leitor, carta ao
leitor, carta de reclamação, tomada de notas, resumo, resenha, relatório
científico, dissertação escolar, seminário, conferência, palestra, pesquisa e defesa
de trabalho acadêmico, mesa redonda, instruções, regras em geral, leis,
estatutos, lendas, mitos, piadas, histórias de humor, tiras, cartum, charge,
258
caricaturas, paródia, propagandas, placas, outdoor, chats, e-mail, folder, blogs,
fotoblog, fotos, pinturas, esculturas, depoimento, folhetos, mapas, croqui,
explicação, horóscopo, provérbios, e demais.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
LEITURA
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático;
- interlocutores;
- fonte;
- intencionalidade;
- ideologia;
informatividade;
situacionalidade;
marcas linguísticas;
Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários;
Inferências;
As particularidades (lexicais, sintáticas e composicionais) do texto em registro
formal e informal;
Relações dialógicas entre textos;
Contexto de produção da obra literária;
Estética do texto literário;
As vozes sociais presentes no texto;
Textos verbais, não-verbais, midiáticos, etc;
Contexto de produção da obra literária;
Diálogo da literatura com outras áreas.
ORALIDADE
Adequação ao gênero:
conteúdo temático;
elementos composicionais;
marcas linguísticas;
Variedades linguísticas;
259
- Intencionalidade do texto.
Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação;
- turnos de fala;
- Particularidades de pronúncia de algumas palavras;
- Procedimentos e marcas linguísticas típicas da conversação (entonação,
repetições, pausas...);
- Finalidade do texto oral;
- Materialidade fônica dos textos poéticos.
ESCRITA
1ª SÉRIE
Adequação ao gênero;
Conteúdo temático;
Elementos composicionais;
Marcas linguísticas;
Tese e Argumento;
Coesão e coerência textual;
Finalidade do texto;
Paragrafação;
Paráfrase de textos;
Diálogos textuais;
Texto jornalístico;
Poesia e poema;
Requerimento;
Carta comercia;l
Narração;
Dissertação;
Ofício;
Refracção textual.
Temas propostos:
- Os meios de comunicação em nossa sociedade atual;
260
-O respeito às diferenças culturais, étnico-raciais e afro descendentes;
- A família e os valores de importância, para vivência em sociedade;
- O desequilíbrio no meio ambiente e suas consequências futuras;
- As atividades físicas e a importância do esporte no nosso dia-a-dia;
- Direitos e deveres de cada cidadão brasileiro;
- As diferenças entre o sistema educacional brasileiro e demais países da
América Latina;
- A influência de outros povos na colonização e cultura brasileira;
- A saúde e as drogas – causas e consequências.
2ª SÉRIE
Coesão e coerência textual.
Adequação ao gênero:
conteúdo temático;
elementos composicionais;
marcas linguísticas;
Diálogos textuais;
Texto de opinião;
Reflexão;
Dissertação;
Carta ao leitor;
Memorando;
Entrevista;
Mensagem publicitária;
Convite;
Resumo;
Comunicado a imprensa;
Temas propostos:
- Os meios de comunicação em nossa sociedade atual;
-O respeito às diferenças culturais, étnico-raciais e afro descendentes;
- A família e os valores de importância, para vivência em sociedade;
- O desequilíbrio no meio ambiente e suas consequências futuras;
- As atividades físicas e a importância do esporte no nosso dia-a-dia;
261
- Direitos e deveres de cada cidadão brasileiro;
- As diferenças entre o sistema educacional brasileiro e demais países da
América Latina;
- A influência de outros povos na colonização e cultura brasileira;
- A saúde e as drogas – causas e consequências.
3ª SÉRIE
Coesão e coerência textual.
Adequação ao gênero:
Conteúdo temático;
Elementos composicionais;
Marcas linguísticas;
Diálogos textuais;
Narrativa;
Abaixo-assinado;
Pesquisa e criação;
Currículo;
Argumentação;
Carta de apresentação de currículo;
Solicitação e relatório de estágio;
Procuração.
Temas propostos:
- Os meios de comunicação em nossa sociedade atual;
- O respeito às diferenças culturais, étnico-raciais e afro descendentes;
- A família e os valores de importância, para vivência em sociedade;
- O desequilíbrio no meio ambiente e suas consequências futuras;
- As atividades físicas e a importância do esporte no nosso dia-a-dia;
- Direitos e deveres de cada cidadão brasileiro;
- As diferenças entre o sistema educacional brasileiro e demais países da
América Latina;
- A influência de outros povos na colonização e cultura brasileira;
- A saúde e as drogas – causas e consequências.
262
ANÁLISE LINGUÍSTICA
1ª SÉRIE
Conotação e denotação;
Figuras de pensamento e linguagem;
Vícios de linguagem;
Operadores argumentativos e os efeitos de sentido;
Expressões modalizadoras (que revelam a posição do falante em relação ao que
diz, como: felizmente, comovedoramente...);
Semântica;
Coesão e coerência;
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto;
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico.
Acentuação gráfica;
Gírias, neologismos, estrangeirismos;
Procedimentos de concordância verbal e nominal;
Particularidades de grafia de algumas palavras;
Estrutura e formação das palavras.
2ª SÉRIE
Radicais gregos e latinos;
Coerência e coesão textual;
Função do adjetivo, pronome, artigo,verbo, numeral e de outras categorias como
elementos do texto;
Semântica;
Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam no
texto;
Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto;
Progressão referencial no texto;
Particularidades de grafia de alguma;
Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam no
texto;
Progressão referencial no texto;
263
Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto.
3ª SÉRIE
Função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto;
Radicais gregos e latinos;
Coerência e coesão textual;
Oração e período;
Termos da oração;
Coordenação e subordinação nas orações do texto;
Período composto por subordinação;
Orações subordinadas: adjetivas, adverbiais;
Semântica;
Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto;
Progressão referencial no texto;
Função do adjetivo, advérbio, pronome, e de outras categorias como elementos
do texto;
Procedimentos de concordância verbal e nominal;
Particularidades de grafia de alguma;
Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto;
Progressão referencial no texto;
Função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto.
METODOLOGIA
A visão que se tem sobre a linguagem e, por extensão sobre a língua,
determinará a metodologia a ser adotada pelo docente; por exemplo: um
professor que tenha uma visão Estruturalista, ministrará aulas com base no
código, pautando sua forma de ensino na “decoreba” de regras gramaticais e de
modelos textuais; ao passo que um professor com uma visão sociointeracionista,
pautará o ensino no uso efetivo da língua, ou seja, a língua enquanto local de
interação entre o sujeito e a sociedade que o cerca.
Assim, as ideias e reflexões sobre o desenvolvimento da competência
linguística vão direcionar as aulas de Língua Portuguesa, sendo que a
264
metodologia adotada será pautada na efetiva utilização que se faz da língua,
promovendo atividades e momentos em que o aluno reflita sobre o idioma na
tentativa de adequar a linguagem ao contexto, assim, conforme citam as
Diretrizes de Língua Portuguesa:
Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, os professores de Língua Portuguesa e Literatura têm o papel de promover o amadurecimento do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, para que os estudantes compreendam e possam interferir nas relações de poder com seus próprios pontos de vista, fazendo deslizar o signo-verdade-poder em direção a outras significações que permitam, aos mesmos estudantes, a sua emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e às praticas de linguagem imprescindíveis ao convívio social. Esse domínio das práticas discursivas possibilitarão que o aluno modifique, aprimore, re-elabore sua visão de mundo e tenha voz, também no dialeto de prestígio social, para se fazer presente na sociedade. (DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA PORTUGUESA p. 29)
Uma seleção rica de materiais escritos será o embasamento de toda a
dinâmica ensino/aprendizagem, sempre que possível serão utilizados recursos
como a TV-Multimídia, o laboratório de informática, retroprojetor, vídeo, painéis,
livros, jornais, revistas, o próprio livro didático e outros, para tornar as aulas
menos cansativas, mais interessantes e que alcancem maior grau de
aprendizagem.
Contudo, ainda existem alguns desafios a serem vencidos, como por
exemplo, a luta contra a falta de recursos, que na maioria das vezes, assola a
maioria das escolas públicas estaduais, uma estreita relação entre o que e como
ensinar determinados assuntos, etc. Objetivos só podem ser alcançados se os
conteúdos tiverem tratamento didático específico. A questão não é apenas qual
informação deve ser oferecida, mas principalmente, que tipo de tratamento deve
ser dado à informação que se oferece, conforme esclarece Bakhtin (1986): "A
verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de
formas linguísticas, nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato
psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal,
realizada através da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui
a realidade fundamental da língua" (1986:123).
Ter-se á, como objeto de toda metodologia utilizada a familiarização do
aluno com a prática da oralidade, prática essa de fundamental importância para a
vida futura do educando, bem como a prática de análise linguística e a de
265
produção e de leitura de uma grande variedade de gêneros, inserindo-se na
comunidade dos leitores, aprendendo a selecionar informações pertinentes em
diferentes suportes, compreendendo a perspectiva enunciativa com que os textos
foram produzidos e posicionando-se criticamente. Portanto, estudar os principais
mecanismos de textualização: a coesão nominal responsável pela continuidade
temática, a coesão verbal e as conexões temporais ou lógicas responsáveis por
marcar as articulações da progressão temática; envolver-se em uma intensa e
variada prática de produção de textos, elaborando relatórios, etc.
A própria definição dos conteúdos, já é em si, uma questão didática que
tem relação direta com os objetivos colocados. Dentro desta perspectiva cabe ao
professor desta instituição, oferecer em suas aulas práticas de oralidade, escrita e
análise linguística – respeitando e abrangendo as diversas variedades de análise
linguística – o uso de textos variados, dos mais diferente gêneros: prosa, poesia,
texto científico, publicitário, quadrinhas, música popular, receitas, bulas,
panfletos, resenhas, entre outros.
A partir dessa abordagem dos mais diferentes gêneros presentes na
sociedade, serão feitas explorações de temas como: relações entre língua oral e
língua escrita; linguagem verbal e as outras linguagens; usos e funções da
linguagem oral e escrita numa perspectiva pragmática e enunciativa;
compreensão dos fenômenos de variação linguística, em uma abordagem
sociolinguística; estrutura composicional e características estilísticas dos gêneros
literários, de imprensa, de divulgação científica, epistolares, instrucionais,
publicitários e outros; gêneros de tradição oral: trava-língua, parlendas, adivinhas,
quadrinhas, cantigas de roda, contos de fada, contos, lendas, mitos e fábulas e
análise dos gêneros literários. Literatura infantil: história e características do
gênero, mecanismos de coerência e de coesão, a partir de contribuições da
linguística textual. Análise dos processos interlocutivos, numa perspectiva
enunciativa, analisando as estratégias argumentativas e o cruzamento das
diversas perspectivas no interdiscurso. História das letras e do alfabeto, para
compreensão do funcionamento dos sistemas de escrita. Articulações entre o
sistema fonológico e o sistema gráfico da língua: a ortografia e os valores
funcionais das letras. Morfossintaxe: análise das palavras e de suas relações e
identificação das unidades menores do que a palavra. Identificação das correções
266
impostas pelos padrões da escrita como instrumentos para a revisão de textos.
Além dos conteúdos acima mencionados faz-se necessário abordar ainda
temas relativos à “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, de acordo com a
lei nº 11.645/08 e, de igual forma, conteúdos relacionados aos temas contidos
nas leis nº 13.381/01 e n° 9.795/99 que instituem o ensino respectivamente da
“História do Paraná” e “Meio Ambiente”. Tais temas serão abordados com uma
metodologia diferenciada, por meio de textos que busquem evidenciar a
importância, bem como a preservação do meio ambiente e, com relação aos
povos e culturas, a valorização das diferenças e dos contrastes existentes na
sociedade em que vivemos e da qual fazemos parte. Dessa forma, aliam-se aos
conteúdos temas de grande importância e relevância para a vida social do
educando, evidenciando novamente para o aluno que a disciplina de Língua
Portuguesa tem como norte a interação entre sujeito e sociedade, e não a mera
memorização de conceitos – evidenciada da concepção sociointeracionista de
linguagem.
Uma grande atenção também deve ser dada ao equilíbrio necessário entre
os trabalhos que envolvam leitura e escrita, oralidade e análise linguística, pois
estas são as quatro práticas de estudo que sintetizam a aprendizagem da Língua
Portuguesa.
AVALIAÇÃO
No que consiste o progresso do aluno, o professor deve estar apto a
considerar as mais diversas formas de valoração, a fim de que sua prática
pedagógica tenha validade para o que ensinou, e para a efetivação da
aprendizagem de seus discentes:
“[...] o Professor de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio, será capaz de se valer de todos os meios de que dispõe para – ao aperfeiçoar a expressão e a compreensão dos seus alunos nos níveis da oralidade, leitura e escrita, fazendo a um tempo com que o pensamento prolifere – permitir que os alunos façam suas próprias escolhas ante as oportunidades que a vida colocar na sua frente e assim caminhem com suas próprias pernas. Um Professor de Língua Portuguesa e Literatura educa para a criatividade. Um Professor de Língua Portuguesa e Literatura educa para a liberdade”. (Orientações Curriculares de Língua Portuguesa do Ensino Médio, 2005)
Se o professor tiver consciência que a avaliação é a caminhada de
267
crescimento de seu aluno – ensino e aprendizagem – verificando o processo e não
o produto, e que sua função é diagnóstica, os resultados serão satisfatórios e
relevantes.
Que a verificação tenha caráter de observância apenas, e a avaliação se
faça valer pela totalidade – o que o aluno traz consigo do seu meio em que vive, e
o desenvolvimento de suas habilidades criativas conseguidas neste meio,
enquanto cidadão do mundo – assim, o professor estará realizando a avaliação
formativa, o que, na atualidade, rege os parâmetros educacionais nacionais no
que diz respeito à avaliação contínua, real e não classificatória.
Nesta instituição estaremos avaliando o aluno pela sua caminhada – desde
o Ensino Fundamental até o Ensino Médio – que perpassa por vários obstáculos,
dos quais o fortalecimento na aprendizagem fará a diferença. Obstáculos que
estarão sendo sanados pelas práticas diferenciadas de relações linguísticas, seja
na leitura e oralidade, na escrita, ou ainda, pela concepção de desmembramento
e desconstrução da Língua Portuguesa através da análise linguística.
Estaremos proporcionando ao aluno a apresentação de diversos textos,
variações linguísticas de comunicação midiática, o estudo das práticas discursivas
atuais e de décadas passadas, num confronto literário, onde se possa avaliar este
aluno pelo seu progresso, nas produções de textos(diversos gêneros discursivos),
numa leitura organizada(individual e coletiva), na abertura e exposição de ideias
argumentadas e com fundamentação histórica(o debate), na interpretação de
textos, charges, propagandas, mapas, gráficos e seus incisos(intertextualidade de
gêneros de textos), a dramatização e a literatura presente no meio cultural da
língua(autores do século XX e XXI, incluindo os contemporâneos), entre outros
meios que possam vir a colaborar com o processo de aprendizagem contínua e
não acabada, que a escola propõe.
Não estaremos esquecendo a cada instante, de retomarmos os conteúdos
programáticos, relevantes e de planejamento disciplinar da Língua Portuguesa,
não assimilados pelos alunos, de forma a proporcionar a eles, uma revisão
qualitativa a cada conteúdo trabalhado, por meio de outras técnicas
metodológicas e pedagógicas, a fim de amenizar e resolver problemas referentes
à concretização da aprendizagem, segundo as propostas curriculares
educacionais.
268
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABAURRE, Maria Luiza & PONTARA, Marcela Nogueira & FADEL, Tatiana. Português
Língua e Literatura. São Paulo: MODERNA. ed.1, 2001.
AMARAL, Emília & FERREIRA, Mauro & LEITE, Ricardo & ANTÔNIO, Severino.
Português – Novas palavras: Literatura, Gramática e Redação. São Paulo: FTD.
ed.1, 2000.
CADORE, Luís Agostinho. Curso Prático de Português – Literatura, Gramática e
Redação. São Paulo: ÁTICA. ed.6, 1998.
Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. 2008.
FARACO, Carlos Alberto. Português Língua e Literatura. Curitiba: BASE. ed.1,
2005. Livros 1, 2 e 3.
GUIMARÃES, Margaret e Florianete. A Gramática lê o texto. São Paulo: MODERNA.
ed.1, 1997.
http://www.seed.pr.gov.br/diaadia. Portal Dia-a-dia Educação. Educadores.
Disciplinas. Língua Portuguesa. Conteúdos Básicos de Língua Portuguesa-2008.
LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO. Língua Portuguesa e Literatura – Ensino Médio. SEED.
2007-2008.
MAIA, João Domingues. Português – Série Novo Ensino Médio. São Paulo: ÁTICA.
ed.1, 2007.
OLINTO, Antônio. Minidicionário de Língua Portuguesa. São Paulo: MODERNA.
ed.2, 2001.
PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto – Leitura e Redação. São Paulo: ÁTICA.
ed. 8, 1994.
MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O Conhecimento Matemático vem sendo construído através da história,
estruturado e formalizado através dos tempos e hoje faz parte da vida diária de
todas as pessoas, sendo impossível, não se adquirir o mínimo deste
conhecimento para a convivência na sociedade.
MIORIM traz a importância deste conhecimento quando analisa o caminho
269
histórico da Matemática desde o seu surgimento na Grécia antiga.
Ao analisar a construção histórica do conhecimento matemático, percebe-
se que o mesmo tem sido elaborado a partir da tentativa do homem de
compreender e atuar em seu mundo. Como, na Grécia Antiga, berço da
Matemática, somente alguns tinham o acesso ao conhecimento formal, os
escribas eram considerados homens especiais, dotados de inteligência acima da
média, por serem os únicos capazes de decifrar e desfrutar os conhecimentos
geométricos e aritméticos da época, que muitas vezes eram complexos como o
sistema de numeração grego e egípcio. A escola pitagórica muito contribuiu para
este pensamento, pois, formada por aristocratas, defendia o número como sendo
a essência de tudo o que existe. Segundo Miorim (s/d), a escola pitagórica...foi
responsável pela introdução da concepção, existente até hoje, de que os homens
que trabalham com os conceitos matemáticos são superiores aos demais.
(MIORM, s/d: 15).
Portanto, a História da Matemática teve como palco o mundo egípcio,
babilônico, grego, árabe, hindu. Esses povos criaram a prática Matemática a partir
de vivências e necessidade diárias. Mais tarde com Descartes, Leibniz, Newton,
Gauss, entre outros o conhecimento matemático alcança um novo período de
sistematização que contribui para uma fase de grande progresso científico.
A partir do século XX educadores matemáticos apontavam para a
necessidade de compreender como acontecia o ensino da matemática de forma
que os alunos tivessem a possibilidade de realizarem análises, discussões,
conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de ideias.
Surgiram as ideias que vislumbravam um ensino da Matemática baseado
nas explorações indutivas e intuitivas (SCHUBRING, 2003).
A Educação Matemática configurou-se, então, como campo de estudo de
modo que os professores encontraram fundamentação teórica e metodológica
para direcionar sua prática.
Para Lorenzato e Fiorentini (2001), a Educação Matemática é uma área que
engloba inúmeros saberes, na qual apenas o conhecimento da matemática e a
experiência de magistério não garantem competência a qualquer profissional que
nela trabalhe.
Os objetivos básicos da educação matemática buscam desenvolve-la como
270
campo de investigação e de produção de conhecimento, através de sua natureza
científica e a melhoria da qualidade do ensino, em sua natureza pragmática.
Para Miguel e Miorim (2004, p.70), a finalidade da educação matemática é
fazer o estudante compreender e se apropriar da própria matemática “concebida
como um conjunto de resultados, métodos, procedimentos, algoritmos, etc.”
Outra finalidade apontada pelos autores é fazer o estudante construir, “por
intermédio do conhecimento matemático, valores e atitudes de natureza diversa,
visando à formação integral do ser humano, particularmente do cidadão, isto é,
do homem público” ( MIGUEL E MIORM 2004, p.71).
O ensino da matemática proposto nas diretrizes curriculares prevê a
formação de um estudante crítico, capaz de agir com autonomia nas suas
relações sociais e, para isso, é preciso que ele se aproprie de conhecimentos
matemáticos. Pela apropriação do conteúdo matemático o estudante se apropria
de conhecimentos que lhe possibilitam criar relações sociais.
Para que a educação matemática se realize necessita de um professor
interessado em desenvolver-se intelectual e profissionalmente e em refletir sobre
sua prática para tornar-se um educador matemático e um pesquisador em
contínua formação.
Cabe ao professor delimitar sua ação docente fundamentado numa ação
crítica, que conceba a ciência matemática como atividade humana em
construção.
A disciplina matemática tem como um dos objetivos transpor para a prática
docente, o objeto matemático construído historicamente e possibilitar ao
estudante ser um conhecedor desse objeto.
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRAS
Conjuntos dos números reais.
271
FUNÇÕES
Função afim;
Função quadrática;
Função exponencial;
Função logarítmica;
Função trigonométrica;
Função Modular.
GEOMETRIAS
Geometria plana.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Matemática Financeira.
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
NUMEROS E ÁLGEBRA
Sistemas lineares.
FUNÇÕES
Progressão aritmética;
Progressão geométrica.
GEOMETRIAS
Geometria plana;
Geometria espacial.
272
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Análise combinatória;
Estatística;
Binômio de Newton;
Probabilidade.
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRAS
Noções de números complexos;
Matrizes;
Determinantes;
Polinômios.
GEOMETRIAS
Geometria analítica;
Noções básicas de geometria não-euclidiana.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O encaminhamento metodológico a ser utilizado deverá possibilitar a
apropriação de conhecimentos matemáticos e deverá facilitar as articulações
entre os conteúdos específicos, de conteúdos estruturantes e as relações com seu
cotidiano. É importante considerar a realidade do educando de forma que suas
significações sejam, de acordo com as DCEs: “ reforçadas, refinadas e
intercomunicadas”.
Os recursos didáticos a serem adotados para o desenvolvimento do
trabalho pedagógico inclui a utilização do livro didático, quadro negro, materiais
de geometria, além de materiais atualizados ( revistas, jornais,internet...),
proporcionando
Os conteúdos são trabalhados em sua grande maioria através do uso da
tendência metodológica resolução de problemas, pois trata-se de uma
metodologia pela qual o educando ou discente tem a oportunidade de aplicar
273
conhecimentos matemáticos já adquiridos em novas situações de modo a
resolver a questão proposta.
A Etnomatemática supre a necessidade de atender e desenvolver a lei
11.645 “ História e Cultura Afro-brasileira e indígena, levando em consideração
que não existe um conhecimento único, mas vários e distintos conhecimentos
que nenhum é menos importante que o outro.
Pode-se utilizar a modelagem matemática sendo ela um caminho para
despertar no educando o interesse por tópicos matemáticos que ainda não
conhece, por meio da pesquisa, desenvolvendo assim o seu conhecimento critico
sobre o conteúdo pesquisado.
Com a crescente globalização torna-se necessário a utilização da mídias
tecnológicas como ferramentas educacionais, levando o educando a ampliar suas
possibilidades de observação e investigação.
Os recursos tecnológicos ofertados na escola, dentre eles: TV- Multimídia,
Paraná-digital, calculadora, possibilitam a interpretação e visualização de um
mesmo conteúdo de diversas maneiras.
AVALIAÇÃO
A avaliação escolar tem assumido novas dimensões, objetivando orientar a
ação do professor e do aluno durante todo o processo de ensino e aprendizagem.
Para MARTINS(1997), a avaliação também deve ser encarada como um processo
de recolha de informação, que se utiliza de observações, entrevistas, situações
problemáticas, relatórios e ensaios escritos, assim como, de testes escritos de
diversos tipos. Neste caso ela assume a função reguladora durante todo o
processo de ensino e aprendizagem.
Nesta perspectiva, a avaliação surge como meio educativo, como
instrumento que visa orientar a atividade pedagógica para promover o sucesso
dos alunos. Assim, a avaliação deverá ser constante no cotidiano da aula de
forma a orientar e ajustar o processo de ensino e aprendizagem, proporcionando
ao professor a possibilidade de melhorar a sua prática pedagógica e, ao aluno,
envolver-se no próprio processo.
A avaliação não é nem o objetivo, nem o fim de um processo; ela tem,
como tarefa, gerar novas oportunidades de aprendizagem e fornecer dados
274
essenciais para o professor e para o aluno.
LACUEVA (1997) propõe que a avaliação se centre em ser uma ajuda para
que os alunos continuem aprendendo mais. Que a escola seja um mundo cultural
rico, que ofereça aos alunos múltiplas experiências formativas e os avalie em
contextos naturais como apoio para a aventura de aprender. A avaliação deve
contribuir para que os alunos tomem consciência de seus êxitos, do que sabem,
do que dominam, base fundamental para seus futuros esforços. Ela também deve
conscientizar os alunos de suas lacunas, erros, e insuficiências, porém
considerando esse fato normal, esperado e natural, de alunos em aprendizagem.
Os instrumentos avaliativos utilizados são diversificados e incluem provas
individuais e em duplas, atividades em grupo, resolução de exercícios com
acompanhamento do professor, trabalhos realizados em sala e em casa,
pesquisas, construções de tabelas e gráficos e apresentações de trabalhos.
Os critérios avaliativos levarão o aluno a ampliar as possibilidades de
representações por meio da linguagem matemática, exercitando a construção de
esquemas, tabelas e gráficos; argumentações lógicas; o uso de expressões
algébricas. Espera-se que o aluno consiga estabelecer relações entre o
conhecimento matemático e as experiências da vida pessoal, social e produtiva e
obtenha um embasamento científico para a tomada de decisões, através de
análise de dados. É importante que o aluno perceba e compreenda a necessidade
das geometrias realizando leituras que exijam a percepção, a linguagem e
raciocínio geométricos.
Avalia -se levando em consideração o processo realizado pelo educando e o
avanço obtido por ele em cada instrumento avaliativo.
A retomada dos conteúdos é realizada por meio de uma conversa do
professor com o aluno sobre os seus erros e acertos e contribui para a
conscientização dos pontos fortes e fracos, contribuindo também para a
aprendizagem e superação de erros. Este diálogo propicia, ao aluno, a
familiaridade com as formas de avaliar, com critérios de avaliação, contribuindo
por sua vez para que ele se tome mais independente do professor e responsável
pela sua própria aprendizagem. Assim, orientado pelo professor, cada vez mais o
aluno passa a ser o proponente das medidas de intervenção (1997).
Porém, ainda hoje,
275
[...] o erro é considerado, pela maioria das pessoas, uma espécie de disfunção, uma anomalia, como tendo um caráter anormal, portanto, o ideal é a ausência de erro. [Os erros] são tomados como um tipo de índice de que o aluno não sabe fazer, não tem estudado e não tem como um índice de que o aluno sabe alguma coisa parcial, incorreta e que portanto é preciso trabalhar com ela para, a partir daí, construir um conhecimento correto. (BURIASCO,2000, p.10).
Para melhor compreender os erros cometidos nas aulas de Matemática é
importante que o professor ofereça aos seus alunos tipos diferentes de atividades
e que também ao avaliá-los utilize-se dos mais diversos tipos de instrumentos ou
recursos.
A aferição de notas dar-se-á por meio dos diversos instrumentos avaliativos
citados e após totalizarem 5,0 pontos realiza-se a recuperação dos conteúdos que
não foram satisfatoriamente aprendidos.
A nota bimestral é obtida através da soma dos dois blocos de 5,0 pontos
realizados ao longo do período.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BURIASCO, Regina L. C. de. Algumas considerações sobre avaliação educacional.
Estudos em Avaliação educacional, São Paulo, n. 22, p. 175-178, jul.ldez.
2000.
DUARTE, N. A relação entre o lógico e o histórico no ensino da matemática
elementar. São Carlos, 1987, 185p. Dissertação Mestrado em Educação. UFSC.
LACUEVA,Aurora. La evaluácion en Ia escuela: una ayuda para seguir
aprendiendo. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v. 23 n. 1/2,
jan.ldez. 1997.
MARTINS, Maria da Paz. Avaliação das aprendizagens em matemática:
concepção dos professores. Lisboa, 1996. Tese (Mestrado), Faculdade Católica
Portuguesa Lisboa.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino
Fundamental e Médio. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – 2008.
QUÍMICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
276
Inicialmente a humanidade busca no conhecimento mítico muitas
respostas, que ao longo da sua evolução cognitiva, já não basta explicar os novos
que foram surgindo. Através da filosofia e mais tarde da ciência as respostas são
transferidas das entidades místicas para a mão do homem.
Durante o renascimento surgiu o termo “químico” com Robert Boyle e
Lavoisier. Foi no século XIX que finalmente a química define seu caráter
microscópico. Com a ideia de átomo e a evolução dos modelos atômicos, pelo
estudo da eletricidade e da radioatividade, foi o que permitiu o homem o domínio
da nanotecnologia.
A Química participa do desenvolvimento científico-tecnológico com
importantes contribuições específicas, cujas decorrências têm alcance econômico,
social e político. A sociedade e seus cidadãos interagem com o conhecimento
químico 'por diferentes meios. A tradição cultural difunde saberes,
fundamentados em um ponto de vista químico, científico, ou baseado em crenças
populares. Por vezes, podemos encontrar pontos de contato entre esses dois tipos
de saberes, como, por exemplo, no caso de certas plantas cujas ações
terapêuticas popularmente difundidas são justificadas por fundamentos químicos.
Daí investir em recursos na pesquisa dos seus princípios e das suas aplicações.
Mas as crenças populares nem sempre correspondem a propriedades verificáveis
e podem reforçar uma visão distorcida do cientista e da atividade científica, a
exemplo do alquimista, que foi visto como feiticeiro, mágico e não como
pensador, partícipe da visão de mundo de sua época.
Além disso, frequentemente, as informações veiculadas pelos meios de
comunicação são superficiais, errôneas ou exageradamente técnicas. Dessa
forma, as informações recebidas podem levar a uma compreensão unilateral da
realidade e do papel do conhecimento químico no mundo contemporâneo.
Transforma-se a Química na grande vilã do final do século, ao se enfatizar os
efeitos poluentes que certas substâncias causam no ar, na água e no solo.
Entretanto, desconsidera-se o seu papel no controle das fontes poluidoras,
através da melhoria de processos industriais, tornando mais eficaz o tratamento
de efluentes.
Na compreensão da concepção histórica e social nos quais seus conceitos
foram construídos o ensino da química pode encontrar uma ferramenta
277
importante para superar o seu grande desafio de realizar a ponte entre os
universos de senso comum e conhecimento científico.
Aliando a ciência química com a educação de química, a construção do
conhecimento inerente a esta disciplina deve respeitar tanto o lado científico e
tecnológico assim como valorizar a realidade do educando a partir do contexto
em que este está inserido, aproximando o que se ensina do que se vive.
Na escola, de modo geral, o indivíduo interage com um conhecimento
essencialmente acadêmico, principalmente através de transmissão de
informações, supondo que o estudante, memorizando-as passivamente, adquira o
"conhecimento acumulado". A promoção do conhecimento químico em escala
mundial, nestes últimos quarenta anos, incorporou novas abordagens,
objetivando a formação de futuros cientistas, de cidadãos mais conscientes e
também o desenvolvimento de conhecimentos aplicáveis ao sistema produtivo,
industrial e agrícola. Apesar disso, no Brasil, a abordagem escolar continua
praticamente a mesma. Embora às vezes com uma aparência de modernidade, a
essência permanece a mesma, priorizando se as informações desligadas da
realidade vivida pelos alunos e professores.
A Química tem papel essencial na formação do sujeito, levando-o ao estudo
das substâncias materiais e suas transformações, mais ainda assim é uma ciência
ligada diretamente à vida, afirma Vanin:
"Os materiais provêm da natureza e, após processados quimicamente, voltam a interagir com ela. Esses materiais, extraídos do ambiente, são importantes para construir desde abrigos até ferramentas e instrumentos. Se essas considerações não bastam para convencer alguém da importância do estudo da Química, podemos acrescentar que a natureza funciona através de delicados equilíbrios químicos, produzindo uma infinidade de substâncias. A vida é o mecanismo da hereditariedade se baseiam em complexas estruturas moleculares e um número impressionante de reações."(VANIN, 2002, p.75).
O meio ambiente está intimamente ligado à Química, uma vez que o
planeta está vem sendo atingido por vários problemas que correspondem a este
campo do conhecimento. A maior parte dos habitantes desse planeta já está
familiarizada com o efeito estufa, que aumenta a temperatura da terra e com os
problemas causados pelos buracos da camada de ozônio da estratosfera, por
onde passam os nocivos raios ultravioleta que atingem o solo com maior
278
intensidade.
Os dois casos vistos acima decorrem da ação humana. O primeiro através
do dióxido de carbono, isto. é queima de combustíveis fosseis e, no segundo,
através da liberação de clorofluorcarbonetos (aerossóis) ou óxidos de nitrogênio
(motores de combustão interna).
Enfatiza-se por demais propriedades periódicas, tais como
eletronegatividade, raio atômico, potencial de ionização, em detrimento de
conteúdos mais significativos sobre os próprios elementos químicos, como a
ocorrência, métodos de preparação, propriedades, aplicações e as correlações
entre esses assuntos.
O aprendizado de Química pelos alunos de Ensino Médio implica que eles
compreendam as transformações químicas que ocorrem no mundo físico de
forma abrangente e integrada e assim possam julgar com fundamentos as
informações advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola e tomar
decisões autonomamente, enquanto indivíduos e cidadãos. Esse aprendizado
deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos em si'
quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as
aplicações tecnológicas' e suas implicações ambientais, sociais, políticas e
econômicas. Tal a importância da presença da Química em um Ensino Médio
compreendido na perspectiva de uma Educação Básica.
O conhecimento especializado, o conhecimento químico isolado, é
necessário, mas não suficiente para o entendimento do mundo físico, pois não
são capazes de estabelecer explícita e constantemente, por si só, as interações
com outros subsistemas.
Na interpretação do mundo através das ferramentas da Química, é
essencial que se explicite o caráter dinâmico. Assim, o conhecimento químico não
deve ser entendido como o conjunto de conhecimentos isolados, prontos e
acabados, mas sim uma construção da mente humana, em contínua mudança. A
História da Química, como parte do conhecimento socialmente produzido, deve
permear todo ensino de Química, possibilitando ao aluno a compreensão do
processo de elaboração desse conhecimento, com seus avanços, erros e conflitos.
Com isso o aluno será capaz de selecionar e processar informações para
poder relacionar os conhecimentos adquiridos de forma integrada. Assim, faz-se
279
necessário adquirir competências e habilidades para poder organizar produções
de forma autônoma e criativa e ter capacidade de resolver problemas.
Utilizar a vivência dos alunos e fatos do dia- a- dia pode ajudar a (re)
construir os conhecimentos químicos que possibilitam conhecer o mundo em que
eles vivem.
As habilidades desejáveis no ensino da Química devem estar relacionados
aos conteúdos a serem desenvolvidos: descrever as transformações químicas em
linguagens discursivas, compreender os códigos e símbolos próprios da Química
atual, compreender dados quantitativos, estimativas e medidas, selecionar e
utilizar ideias e procedimentos científicos (leis, teorias, modelos) para a resolução
de problemas qualitativos e quantitativos de Química.
Os conhecimentos difundidos no ensino da Química permitem a construção
de uma visão de mundo mais articulada, menor fragmentada, contribuindo para
que o indivíduo se auto-observe como participante de um mundo em constante
transformação. Esses conhecimentos devem se traduzir em habilidades
cognitivas e afetivas ao aluno do ensino médio.
Conteúdos
Para concretizar esta ponte entre a vivência do aluno e o conhecimento
produzido pela ciência de forma mais significativa, na DCE de Química, foram
apontadas três conteúdos estruturantes, pelos quais permeiam os conteúdos
básicos de química e buscam romper e superar a forma clássica praticada nas
escolas até então, de forma fragmentada e sem real significância para os alunos.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Matéria e sua natureza
Para entender o mundo microscópico é necessário conhecer os átomos, sua
características atômicas como sua capacidade de se ligar a outros átomos,
associar com sua disposição na tabela periódica. Por isto, faz-se necessário
compreender a matéria e sua natureza.
280
Biogeoquímica
Foi investigando a natureza e suas relações com ela que o homem
desenvolveu seus saberes químicos. Sendo assim a biogeoquímica, é a principal
fonte do conhecimento para este indivíduo, e ela tem a função de
instrumentalizar o educando para compreender estas relações, levando-o a uma
mudança de postura como agentes transformadores do meio em que vivem.
Química sintética
Este conjunto de saberes corresponde à aplicação direta dos conhecimentos
produzidos pelo homem através da investigação do mundo material, para
produzir conforto e gerar novos conhecimentos. Através da química sintética,
pode-se desenvolver a industria, produzir medicamentos, fertilizantes e
agrotóxicos para aumentar a produção de alimentos, permitiu ao homem entrar
na era do plástico.
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Matéria e Energia.
Objetivos específicos
● Estabelecer o objetivo da química como ciência.
● Enumerar as características da química como ciência.
● Definir Matéria, Energia e propriedades.
● Diferenciar as formas de energia e as fases da matéria.
MATÉRIA E SUA NATUREZ.
281
Propriedades da matéria, sistema material e suas transformações.
Objetivos específicos
● Analisar gráficos relacionados aos pontos de fusão e ebulição.
● Determinar a densidade de alguns materiais.
● Conceituar os diferentes sistemas materiais.
● Diferenciar substâncias puras de misturas.
● Métodos de Separação.
● Diferenciar sistema homogêneo de Heterogêneo.
● Caracterizar fenômenos físicos e químicos.
● Descrever uma reação através de uma equação química.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Atomística e Radioatividade.
Objetivos específicos
● Relatar a evolução do átomo na história da química como elemento
químico constituinte da matéria.
● Caracterizar as partículas subatômicas e sua relevância dentro do átomo.
● Demonstrar a organização dos elétrons dentro da eletrosfera atômica.
● Conceituar fenômenos radioativos.
● Identificar as partículas radioativas.
● Descrever leis da radioatividade.
● Demonstra os fenômenos de fusão e fissão nuclear.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Distribuição Eletrônica e Tabela Periódica.
Objetivos específicos
● Organizar os elementos em uma tabela segundo a periodicidade de suas
propriedades.
● Identificar a posição de um elemento dentro das famílias e períodos, com
base na sua distribuição eletrônica.
● Relacionar as principais propriedades dos elementos.
282
● Interpretar gráficos das propriedades periódicas.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Ligações Químicas.
Objetivos específicos
● Caracterizar as interações químicas existentes entre átomos e moléculas.
● Relacionar as ligações atômicas com as eletronegatividade dos átomos
de um elemento.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Funções Inorgânicas.
Objetivos específicos
● Demonstrar a capacidade de algumas substâncias de conduzir corrente
elétrica em solução.
● Caracterizar as propriedades funcionais.
● Classificar as substâncias inorgânicas em funções.
● Nomear as substâncias inorgânicas segundo nomenclatura de suas
respectivas funções.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Reações Químicas.
Objetivos específicos
● Reconhecer um fenômeno químico através das mudanças de
propriedades.
● Identificar os elementos de uma equação química.
● Classificar os diferentes tipos de reações.
● Desenvolver o balanceamento de equações químicas.
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
BIOGEOQUIMICA
283
Dispersões, Concentrações e Grandezas químicas.
Objetivos específicos
● Caracterizar as dispersões.
● Conceituar solubilidade.
● Ler gráficos de solubilidade.
● Conceituar massa atômica e sua unidade, assim como massa molecular e
molar.
● Realizar cálculos com número de Avogadro.
● Descrever as transformações gasosas.
● Calcular os diferentes tipos de concentrações.
● Identificar as concentrações em bulas, rótulos e embalagens.
BIOGEOQUIMICA
Termoquímica.
Objetivos específicos
● Conceituar entalpia e variação de entalpia.
● Diferenciar fenômenos endotérmicos e exotérmicos.
● Calcular a variação de entalpia através de diferentes métodos.
BIOGEOQUIMICA
Cinética Química.
Objetivos específicos
● Conceituar velocidade média.
● Identificar os fatores que afetam a velocidade de uma reação.
● Calcular da velocidade de uma reação.
BIOGEOQUIMICA
Equilíbrio Químico e Iônico.
Objetivos específicos
284
● Conceituar equilíbrio químico e iônico.
● Trabalhar com as diferentes constantes de equilíbrio.
● Identificar os fatores que afetam no equilíbrio químico.
● Caracterizar soluções iônicas.
● Calcular o produto iônico da água.
● Classificar as soluções em ácidas, básicas ou neutras.
BIOGEOQUIMICA
Eletroquímica.
Objetivos específicos
● Conceituar eletroquímica.
● Diferenciar os fenômenos pilha e eletrólise.
● Calcular os potenciais de uma pilhar.
● Identificar as partes de uma pilha.
● Demonstrar fenômenos de eletrólise utilizados na produção de produtos
do nosso cotidiano.
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
QUÍMICA SINTÉTICA
Introdução a Química Orgânica.
Objetivos específicos
● Definir química orgânica,
● Perceber a importância dos compostos orgânicos na sociedade atual.
● Demonstrar as propriedades do átomo de carbono em um composto
orgânico.
● Classificar o átomo de Carbono.
● Classificar as cadeias carbônicas.
285
QUÍMICA SINTÉTICA
Funções Orgânicas.
Objetivos específicos
● Identificar as funções orgânicas.
● Nomear seus compostos,
QUÍMICA SINTÉTICA
Isomeria.
Objetivos específicos
● Identificar o fenômeno da isomeria em diferentes estruturas orgânicas,
● Caracterizar as diferentes isomerias planas e espacial (geométrica e
óptica)
QUÍMICA SINTÉTICA
Teoria acido-base.
Objetivos específicos
● Relacionar os diferentes conceitos de ácido e base, segundo as teorias de
Arrhenius, Brönsted-Lowry e Lewis.
METODOLOGIA
Para atingir as metas do ensino de química, existem caminhos variados.
Cada professor escolhe o melhor caminho, porém sempre fazendo observações
para que os objetivos estejam sendo alcançados de maneira satisfatória.
“Isto é possível, na medida em que se considera aluno e professor como sujeitos e produtores do seu próprio conhecimento. Isto é, o conhecimento não é um dado pronto e acabado, mas uma constate re-elaboração e construção, que se dá a partir de necessidades e problemas colocados pelo cotidiano. A percepção da possibilidade de elaboração do conhecimento deve se tomar o fio condutor de todo o trabalho educativo, onde professores e alunos, numa relação pedagógica, se colocam numa interação constante de ensino-aprendizagem”.
A partir dessas reflexões o trabalho da disciplina de química deve tratar os
286
conhecimentos como elementos de sustentação para as tecer em torno deles. A
preocupação maior deve-se a integração da pratica com a teoria, buscando o seu
significado, mais do que memorizar acontecimentos amarrados por uma linha do
tempo com intuito de memorização maior que a reflexão.
A coleta dos materiais dos conteúdos selecionados não cabe apenas ao
professor, onde tem a participação ativa do aluno, isto é, o professor coloca a
disposição do aluno para que o mesmo possa analisar e interpretar os resultados
avaliativos.
O professor deve priorizar a atividade intelectual com base em experiências
vividas pelos alunos, fazendo com que o educando leia o mundo em que vive com
seus próprios olhos e com olhos da ciência , realizando atividades experimentais
em sala de aula por demonstrações vistas, tendo em vista que estas atividades
tem o papel de facilitar a aprendizagem. Ao elaborar atividades para que os
alunos desenvolvam. Considerar também o desenvolvimento cognitivo e de
valores, como controle das variáveis, e tradução de informações. Proporcionar a
leitura de textos para posterior discussão de ideias e temas levando os alunos a
construir e ampliar conceitos. Ministrar aulas dialógicas, instigando o diálogo
sobre o tema de estudo. Utilizar recursos de áudio e vídeo com a finalidade de
facilitar a aprendizagem utilizando a informática como fonte de dados e
informações.
AVALIAÇÃO
O conhecimento e compreensão de conceitos e procedimentos, com
capacidade de ampliar conhecimento na resolução de problemas do cotidiano de
química, e de outras áreas, utilizando a linguagem química para expressar ideias,
habilidades de pensamento como analisar, generalizar, inferir, raciocinar;
cuidando da realização de tarefas e na cooperação em grupo.
A avaliação deve desenvolver conteúdos integrados à vida do educando,
oportunizando o desenvolvimento de sua capacidade de investigação e críticas,
sendo este capaz de posicionar-se frente à problemática da evolução da ciência
química em todos os seus aspectos.
As avaliações terão caráter formativo, dialético e diagnóstico. Ocorrerão o
ao longo de todo o processo, através de instrumentos avaliativos diversificados
287
individuais e coletivos, tais como: provas, relatórios, cartazes, produção de textos,
folhas de exercícios, apresentação de seminários, auto-avaliação, tarefas, entre
outros.
A recuperação será realizada paralelamente, ao final de cada conjunto de
avaliações, caso o aluno não atinja o mínimo de 60% da soma das avaliações
realizadas ate o momento, através de novas avaliações depois da retomada de
conteúdo com os alunos que dela necessitarem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Presidência da República. lei n° 9394. Brasília: 1996.
CANTO, Eduardo. Química. São Paulo: Editora Moderna, 2003.
CHASSOT,A. A Ciência através dos tempos. 7a ed. São Paulo: Moderna, 1997. FEL
TRE, Ricardo. Química. São Paulo: Editora Moderna,2000.
GOLDFARB, A. M. Da Alquimia à Química. São Paulo: Landy,2001.
KUENZER, Acácia Z. (org.). Ensino Médio: construindo uma proposta para 9s que
vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 1999.
MALDANER, O. A. A Formação inicial e continuada de professores de Química:
Professor/Pesquisador. 2a ed. Ijuí: Ed. Ijuí,2003.
QUAGLlANO,J.V. e VALLARINO, L.M. Química. 3a ed. Ed. Guanabara Dois, 1979.
RUSSEL, J.B. Química Geral. São Paulo: McGraw.hell,1981.
VANIN, José Atílio. Alquimistas e Químicos: O passado, o presente e o futuro. São
Paulo: Moderna, 2002.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares da Educação
Básica – Química – 2008.
SOCIOLOGIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A trajetória do Ensino de Sociologia, caracterizada por frequentes
interrupções, trouxe-lhe marcas que não podem ser ignoradas relativamente à
sua inserção no cenário educacional.
Na Europa no auge da modernidade do século XIX surge uma ciência
disposta a dar conta das questões sociais, embora ainda imatura para os
288
acontecimentos que ora aconteciam e para melhor concluir, assim surge o
nascimento da disciplina sociologia como ciência, nesse período ocorria três
grandes revoluções: uma política, a Revolução Francesa de 1789; uma social, a
Revolução Industrial e uma revolução na ciência, que se afirma como ilusionismo,
com sua fé na razão e no progresso da civilização.
Os anos 1930 foram de plena efervescência da Sociologia que se
institucionalizou, no Brasil, graças a um conjunto de iniciativas na área da
educação, no campo da pesquisa e editoração. Nasce o ensino da disciplina e
alavanca a reflexão sobre as peculiaridades da cultura e sociedade brasileiras.
Entre as iniciativas que favoreceram o despertar da produção sociológica, estão
as apontadas por Meucci (2008):
a) introdução da cadeira de sociologia nos cursos secundários chamados
complementares, em 1925, e nas Escolas Normais de Pernambuco e no Rio de
Janeiro, m 1928, e de São Paulo, em 1933;
b) criação dos cursos de Ciências Sociais na Escola Livre de Sociologia e
Política, em 1933; na Universidade de São Paulo, em 1934; na universidade do
Distrito Federal, em 1935; e na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do
Paraná, em 1938;
c) publicação das consagradas obras Evolução Política do Brasil [1933] de
Caio Prado Júnior, Casa grande e senzala [1933] de Gilberto Freyre e Raízes do
Brasil [1936] de Sérgio Buarque de Holanda;
d) surgimento de dicionários, coletâneas de textos e periódicos que,
juntamente com os manuais didáticos, se constituíram nos primeiros veículos de
difusão do conhecimento sociológico, entre eles o Dicionário de Etnologia e
Sociologia [1939] de Herbert Baldus e Emílio Willems; o Dicionário de Sociologia
[1939] de Achiles Archero Júnior e Alberto Conte; a revista Sociologia [1939],
primeiro periódico especializado em Sociologia publicado por Romano Barreto e
Emílio Willems; e a coletânea organizada por Romano Barreto, Leituras
Sociológicas [1940], com traduções de artigos publicados na Europa e nos
Estados Unidos, considerados essenciais para o conhecimento da teoria social.
No Brasil teve em Florestan Fernandes (1976), seus primeiros acordes de
análise positiva. E ficou a margem das salas por vários motivos políticos e outros,
mas graças a lei, a disciplina passou a ser obrigatória a partir de 2007, por não
289
estar ainda bem integrada tem sua limitação em delimitar conteúdos pertinentes
ao ensino médio, o que vamos superar em breve, embasados pelas diretrizes.
Os grandes problemas que vivemos hoje, provenientes do acirramento das
forças do capitalismo mundial e do desenvolvimento industrial desenfreado, entre
outras causas, exigem sujeitos capazes de refutar a lógica neoliberal da
destruição social e planetária. É tarefa inadiável da escola e da Sociologia a
formação de novos valores, de uma nova ética e de novas práticas que indiquem
a possibilidade de construção de novas relações sociais.
Seu objeto é o conhecimento e a explicação da sociedade pela
compreensão das diversas formas pelas quais os seres humanos vivem em
grupos, das relações que se estabelecem no interior e entre esses diferentes
grupos, bem como a compreensão das consequências dessas relações para
indivíduos e coletividades.
A Sociologia se afirmou no desenvolvimento e na consolidação do
capitalismo; por isso, traz a especificidade de, simultaneamente, fazer parte e
procurar explicar a sociedade capitalista como forma de organização social.
Contudo, não existe uma única forma de explicar sociologicamente a realidade;
cada uma depende de posicionamentos políticos distintos, o que confirma o
princípio de que não existe neutralidade científica em análises do social.
O tratamento dos conteúdos pertinentes à Sociologia se fundamenta e
sustenta-se em teorias originárias de diferentes tradições sociológicas, cada uma
com seu potencial explicativo. A ciência, dessa forma, pode ser mobilizada para a
conservação ou para a transformação da sociedade, para a melhoria ou para a
degradação humana. Como disciplina escolar, a Sociologia deve acolher essa
particularidade – das diferentes tradições – e, ao mesmo tempo, recusar qualquer
espécie de síntese teórica, assim como encaminhamentos pedagógicos de
ocasião, carentes de método e rigor.
Karl Marx (1818-1883) concebe a sociedade capitalista como relação de
exploração, e a educação como possibilidade de emancipar o sujeito da opressão
exercida por essa relação desigual.
Marx, cuja teoria teve a finalidade de compreender a natureza da sociedade
capitalista e apontar uma direção para sua transformação, investigou os
mecanismos de “enquadramento” social dos indivíduos pela análise das forças
290
sociais capazes de controlar a consciência humana. Ao perceber, para além das
aparências, o processo histórico que conduziu a burguesia ao patamar de classe
dominante, Marx enunciou – como lei de validade geral – que a história das
sociedades é movida pela luta entre as classes sociais.
Émile Durkheim (1858-1917) concebe a sociedade capitalista como vínculo
moral entre os homens e a educação como forma de manutenção da estabilidade
e da ordem social.
Para Durkheim, as representações dos fatos sociais são percebidas pelas
pessoas de modo singular e coletivo ao mesmo tempo: cada ser humano é
habitado por estados mentais que dizem respeito apenas à sua pessoa quanto
por estados mentais coletivos, que são crenças, valores e hábitos compartilhados.
Max Weber (1864-1920) concebe a sociedade capitalista como vínculo de
racionalização da vida, resultado de uma grande teia de interações e relações
interindividuais e pensa a educação como uma resposta limitada e inexorável à
essa racionalização.
Para Weber, a realidade social não é algo por si, independente. A realidade
tem determinada fisionomia a partir dos valores que orientam sua compreensão,
os quais são compartilhados, são coletivos. No entanto, são introjetados e
apreendidos de formas diferenciadas, efeito do processo de interação social. Ou
seja, o social reside na interação entre as partes, que são muitas e se renovam a
cada dia; daí a impossibilidade de sua apreensão como totalidade.
Antonio Gramsci (1891-1937), pensador marxista e ativo militante
comunista, volta sua reflexão para as sociedades de capitalismo avançado,
caracterizadas por um forte mercado interno e pelo pluralismo político.
Conforme a concepção de Gramsci, o poder é diluído entre o governo e
suas instituições, qualificado por ele como o espaço da coerção; e a variadas
instâncias da sociedade civil, como as indústrias, os partidos, os sindicatos,
chamadas de espaço de consenso e persuasão.
Em sua concepção de sociedade, Bourdieu (1930 – 2002) radicaliza a
precedência e o peso das estruturas sociais sobre as ações individuais presentes
no pensamento de Durkheim.
Bourdieu questiona o discurso que propaga uma escola igualitária que,
supostamente, possibilitaria a concretização das potencialidades humana. Ao
291
contrário, para ele, a instituição escolar dissimularia, sob a fachada da
neutralidade, as desigualdades.
Para Florestan Fernandes (1920-1995), a sociedade é um nexo de relações
causais que se desdobram em processos e estruturas que engendram a
especificidade social.
Para ele, o homem se constitui como ser social no mesmo processo por
meio do qual constitui sua sociabilidade, sua forma de organização concreta.
“Existir” socialmente significa, para o sociólogo, compartilhar condições e
situações, desenvolver atividades e reações, praticar ações e relações que são
interdependentes e se influenciam reciprocamente. Tal nexo de relações configura
as condições de persistência e/ou transformação da realidade social.
Objetivos Gerais
No contexto escolar o conhecimento de concepções é importante na
construção do pensamento sociológico, porque possibilita ao aluno de Ensino
Médio ter acesso a conhecimentos elaborados de forma rigorosa, complexa e
crítica, acerca da realidade social na qual está inserido. A sociedade brasileira,
com suas acentuadas desigualdades sociais, econômicas, políticas e culturais
permite questionar muito da Sociologia clássica e moderna a partir do resgate
dos seus conteúdos críticos. Categorias como coerção, coesão, racionalidade,
interação, hegemonia, classe social, reprodução, violência simbólica, diversidade,
desigualdade, apresentam-se como possibilidades de explicação e emancipação
das relações, processos e estruturas de dominação política e apropriação
econômica que articulam as desigualdades e os antagonismos que caracterizam
a realidade brasileira e sua inserção no mundo contemporâneo.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
O Surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas
A formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do
pensamento social;
O pensamento científico e senso comum;
As Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Engels e Marx, Weber.
292
O desenvolvimento da sociologia no Brasil.
1. Processo de Socialização e as Instituições Sociais
Processo de Socialização;
Grupos sociais;
Instituições sociais: Familiares; Escolares; Religiosas;
Instituições de Ressocialização: prisões, manicômios, educandários, asilos, etc.;
A Instituição Estado.
2. Cultura e Indústria Cultural
O desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua contribuição na
análise das diferentes sociedades;
O que é Diversidade cultural?;
O que é Identidade?;
Indústria cultural e Meios de comunicação de massa;
Sociedade de consumo;
Preconceito e formas de discriminação;
Questões de gênero;
Cultura afro-brasileira e africana;
Cultura indígena;
A formação do Povo brasileiro;
A formação da sociedade paranaense;
3.Trabalho, Produção e Classes Sociais
O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades;
Desigualdades sociais: estamentos, castas, classes sociais;
O Trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições;
Globalização; Relações de trabalho;
Neoliberalismo;
O Trabalho no Brasil.
4. Poder, Política e Ideologia
293
O que é Estado? E a Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;
A democracia, o autoritarismo, o totalitarismo
O Estado no Brasil;
Conceitos de Poder;
Conceitos de Ideologia;
Conceitos de dominação e legitimidade;
As expressões da violência nas sociedades contemporâneas;
A mídia e as comunicações de massa.
5. Direito, Cidadania e Movimentos Sociais
Direitos: civis, políticos e sociais;
Direitos Humanos;
Conceito de cidadania;
Conceito de Movimentos Sociais;
Movimentos Sociais urbanos e rurais;
Movimentos Sociais no Brasil;
Movimentos ambientalistas;
Movimentos Sociais Conservadores.
METODOLOGIA
No ensino de Sociologia é fundamental a utilização de múltiplos
instrumentos metodológicos, os quais devem adequar-se aos objetivos
pretendidos, seja a exposição, a leitura e esclarecimento do significado dos
conceitos e da lógica dos textos (teóricos, temáticos, literários), a análise, a
discussão, a pesquisa de campo e bibliográfica ou outros, pois assim como os
conteúdos estruturantes – e os conteúdos específicos deles derivados – e o
processo de avaliação ensino-aprendizagem também devem estar relacionados à
própria construção histórica da sociologia crítica, caracterizada portanto por
posturas teóricas e práticas favorecedoras ao desenvolvimento de um
pensamento criativo e instigante.
Recomenda-se articular os excertos dos textos sociológicos acadêmicos a
textos de livros didáticos, procurando garantir a cientificidade do conteúdo
294
trabalhado. A utilização de textos teórico-sociológicos pode subsidiar o
desenvolvimento teórico dos conteúdos. O exercício de análise desses textos
acadêmicos propicia uma aproximação do educando com a linguagem própria das
Ciências Sociais. Destaca-se que textos literários contextualizados e articulados
com o conhecimento sociológico enriquecerão as discussões da disciplina.
O Livro Didático Público de Sociologia é outro importante suporte teórico e
metodológico desta disciplina e constitui um ponto de partida para professores e
alunos. Assim como qualquer material pedagógico, o livro didático não esgota ou
supre todas as necessidades que o ensino da Sociologia requer no Ensino Médio.
Aprender a pensar sobre a sociedade em que vivemos, e
consequentemente a agir nas diversas instâncias sociais, implica antes de tudo
numa atitude ativa e participativa. O ensino da Sociologia pressupõe
metodologias que coloquem o aluno como sujeito de seu aprendizado, seja a
leitura, o debate, a pesquisa de campo, ou a análise de filmes, mas importa que o
aluno esteja constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a rever
conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes.
AVALIAÇÃO
A avaliação no ensino de Sociologia, pauta-se numa concepção formativa e
continuada, onde os objetivos da disciplina devem estar de acordo com os
critérios de avaliação propostos pelo professor em sala de aula. Concebendo a
avaliação como mecanismo de transformação social e articulando-a aos objetivos
da disciplina, pretende-se a efetivação de uma prática avaliativa que vise
“desnaturalizar” conceitos tomados historicamente como irrefutáveis e propicie o
melhoramento do senso crítico e a conquista de uma maior participação na
sociedade. Pelo diálogo suscitado em sala de aula, com base em leitura teórica e
ilustrada, a avaliação da disciplina constitui-se em um processo contínuo de
crescimento da percepção da realidade à volta do aluno e faz do professor, um
pesquisador.
De maneira diagnóstica, a avaliação formativa deve acontecer identificando
aprendizagens que foram satisfatoriamente efetuadas, e também as que
apresentaram dificuldades, para que o trabalho docente possa ser reorientado.
Nesses termos, a avaliação formativa deve servir como instrumento docente para
295
a reformulação da prática através das informações colhidas. Nesse sentido, a
avaliação também se pretende continuada, processual, por estar presente em
todos os momentos da prática pedagógica e possibilitar a constante intervenção
para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem. O caráter diagnóstico da
avaliação, ou seja, a avaliação percebida como instrumento dialético da
identificação de novos rumos, não significa menos rigor na prática de avaliar.
Transpostos para o ensino da Sociologia, esse rigor almejado na avaliação
formativa, conforme Luckesi (2005), significa considerar como critérios básicos:
a) a apreensão dos conceitos básicos da ciência, articulados com a prática
social;
b) a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente;
c) a clareza e a coerência na exposição das ideias sociológicas, no texto oral
ou escrito;
d) a mudança na forma de olhar e compreender os problemas sociais.
Os instrumentos de avaliação em Sociologia, atentando para a construção
da autonomia do educando, acompanham as próprias práticas de ensino e
aprendizagem da disciplina e podem ser registros de reflexões críticas em
debates, que acompanham os textos ou filmes; participação nas pesquisas de
campo; produção de textos que demonstrem capacidade de articulação entre
teoria e prática.
Várias podem ser as formas, desde que se tenha como perspectiva ao
selecioná-las, a clareza dos objetivos que se pretende atingir, no sentido da
apreensão, compreensão, reflexão dos conteúdos pelo aluno e, sobretudo,
expressão oral ou escrita da sua percepção de mundo. Assim, a avaliação em
Sociologia busca servir como instrumento diagnóstico da situação, tendo em vista
a definição de encaminhamentos adequados para uma efetiva aprendizagem.
Estudar, aprender e ensinar Sociologia exige posicionamentos teórico-
metodológicos claros e concisos e também um posicionar-se frente à realidade
escancarada pelo conhecimento produzido.
A forma de agir metodologicamente no ensino da Sociologia em nível médio
aproxima estudantes e professores nas indagações e esses da realidade social
devolvendo o conhecimento científico ao senso comum. Nesse movimento
invertido, a Sociologia crítica revela que o conhecimento científico-tecnológico
296
tem cercado a humanidade, fazendo-a refém da fome, da concentração de
riquezas, da desigualdade, das discriminações sociais, apenas para citar algumas
das disparidades e paradoxos que a modernidade produziu. Cabe ao ensino da
Sociologia, despertar a consciência dos educandos para as possibilidades de
mudança. Demonstrar esses nexos de responsabilidade entre a ciência e a
política pode devolver aos professores e alunos-pesquisadores, a dimensão social
desse conhecimento nos currículos de Sociologia. A pesquisa integrante da
Sociologia, não sendo neutra nem pura, nem imparcial ou comprometida, tem um
papel social de importância no Ensino Médio das escolas brasileiras: dar respostas
simples a perguntas simples. O que se apresenta de forma complicada pode não
conter bem qualquer formulação. As contribuições sobre a matéria requerem
visões e interpretações de maior compreensão e menor margem de equívocos ou
reducionismos.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Espera-se que os estudantes compreendam:
● O processo histórico de constituição da Sociologia como ciência;
● Como as teorias clássicas relacionam-se com o mundo contemporâneo;
● Que o pensamento sociológico constrói diferentes conceitos para a
compreensão da sociedade e dos indivíduos;
● Que os conceitos formulados pelo pensamento sociológico contribuem
para capacidade de análise e crítica da realidade social que os cerca;
● Que as múltiplas formas de se analisar a mesma questão ou fato social
refletem a diversidade de interesses existentes na sociedade;
● Reconheçam a importância da produção sociológica nacional e o esforço
dos sociólogos brasileiros para se pensar o país;
● Identifiquem-se como seres eminentemente sociais;
● Compreendam a organização e a influência das instituições e grupos
sociais em seu processo de socialização e as contradições deste
processo;
● Reflitam sobre suas ações individuais e que as ações em sociedade são
interdependentes;
● Conheçam a importância e o papel das Instituições de Ressocialização;
297
● Reconheçam a necessidade do Estado em nossas vidas;
● Identifiquem e compreendam a diversidade cultural, étnica, religiosa, as
diferenças sexuais e de gênero presentes nas sociedades;
● Compreender que a questão gênero é uma construção social;
● Conheçam o processo de formação do povo brasileiro e da sociedade
paranaense;
● Conheçam a importância e as contribuições dos diversos povos e etnias
que formaram o Brasil;
● Compreendam como a cultura e a ideologia podem ser utilizadas como
formas de dominação na sociedade contemporânea;
● Compreendam como o conceito de indústria cultural engloba os
mecanismos que transformam os meios de comunicação de massa em
poderosos instrumentos de formação e padronização de opiniões, gostos
e comportamentos;
● Entendam o consumismo como um dos produtos de uma cultura de
massa, que está relacionada a um determinado sistema econômico,
político e social;
● Identifiquem as formas de discriminação existentes
contemporaneamente e trabalhem para o desenvolvimento da
alteridade;
● Que as desigualdades sociais são historicamente construídas, ou seja,
não são “naturais”. Variam conforme a articulação e organização das
estruturas de apropriação econômica e de dominação política;
● As transformações nas relações de trabalho advindas do processo de
globalização;
● Que a sociedade é formada por classes sociais e que estas, são
construções sociológicas;
● Compreendam o contexto histórico da conquista de direitos, e sua relação
com a cidadania;
● Percebam como direitos que hoje consideram “naturais” são resultado da
luta de diversos indivíduos ao longo do tempo;
● Sejam capazes de identificar grupos em situações de vulnerabilidade em
nossa sociedade, problematizando a necessidade de garantia de seus
298
direitos básicos;
● Compreendam as diversas possibilidades de se entender a cidadania;
● Compreendam o contexto histórico do surgimento dos diversos
movimentos sociais em suas especificidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, F. Princípios de sociologia: pequena introdução ao estudo da
sociologia geral. 11ª ed. São Paulo: Duas Cidades, 1973.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem, São Paulo: Hucitec, 1992.
CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática,1998.
GIDDENS, A . Sociologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artemed, 2005.
HOBSBAWN, E. Rebeldes primitivos: estudo sobre formas arcaicas de
movimentos sociais nos séculos XIX e XX, 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 1978.
ORTIZ, R. Cultura brasileira e entidade nacional, São Paulo: Brasiliense, 2003.
RIBEIRO, D. O povo brasileiro, a formação e o sentido do Brasil. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares da Educação
Básica – 2008.
L.E.M. - INGLÊS E ESPANHOL
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Com o objetivo de melhorar a instrução pública e atender as demandas advindas da
abertura dos portos ao comércio em 1809, D. João VI assinou o decreto de 22 de junho
para criar a cadeira de Inglês e Francês. A partir daí o ensino de línguas estrangeiras
Modernas começou a ser valorizado no Brasil.
A dependência econômica do Brasil em relação aos Estados Unidos se acentuou
299
durante e após a Segunda Guerra Mundial e com isso intensificou-se a necessidade de
aprender outras línguas. Na década de l940 , professores universitários, militares, cientistas,
artistas, imbuídos por missões norte-americanas vieram para o Brasil e, com eles, a
produção cultural daquele país. Assim falar Inglês passou a ser um anseio das
populações urbanas, de modo que o ensino dessa língua ganhou cada vez mais espaço
no currículo.
Com a Reforma Capanema, a partir do Estado Novo, a estrutura de ensino: curso
secundário – ginasial, de quatro anos, e colegial , de três; dividido em duas modalidades – o
clássico e o científico e o técnico profissionalizante, formação profissional dos alunos,
intensificou a ênfase no discurso nacionalista de fortalecimento da identidade nacional, um
dos resultados da instauração do governo Vargas; nesta conjuntura, o prestígio das línguas
estrangeiras foi mantido no ginásio onde o Espanhol foi introduzido como matéria obrigatória
alternativa ao ensino do Alemão, para contribuir na formação do aprendiz e para o acesso ao
conhecimento e à reflexão sobre as civilizações estrangeiras e tradições de outros povos. O
Espanhol passou a ser permitido oficialmente para compor o currículo do curso secundário,
indicado como a língua dos autores consagrados, língua de um povo importante na
participação na história ocidental e que não representava ameaça para o governo durante o
Estado Novo.
A aprendizagem de uma língua estrangeira é uma possibilidade de aumentar a
percepção do aluno, como ser humano e como cidadão. Por isso, ela vai centrar-se no
engajamento discursivo do aluno, ou seja, em sua capacidade de se engajar e engajar outros
no discurso, de modo a poder agir no mundo social. Isso pode ser viabilizado em sala de aula
por meio de atividades pedagógicas centradas na constituição do aluno como ser discursivo,
ou seja, sua construção como sujeito do discurso via Língua Estrangeira. Essa construção
passa pelo envolvimento do aluno com os processos sociais de criar significados por
intermédio da utilização de uma Língua Estrangeira.”
A inclusão de uma área no currículo deve ser determinada, entre outros fatores, pela
função que desempenha na sociedade. Com relação a uma Língua Estrangeira, no caso o
Inglês, o número de pessoas que utilizam o conhecimento de habilidades orais da língua em
situação do trabalho está em progressão. Deste modo, o uso de uma Língua Estrangeira
parece estar mais vinculado à leitura de literatura técnica ou de lazer. Nota-se também, que
os únicos exames formais em Língua Estrangeira (no caso do vestibular e admissão a cursos
de pós-graduação), requerem o domínio da habilidade da leitura, que atende por um outro
lado, as necessidades da educação formal, e, por outro, é a habilidade que o aluno pode usar
300
em seu contexto social imediato. A leitura tem função primordial na escola e aprender a ler
em outra língua pode colaborar no desempenho do aluno como leitor em sua língua materna.
As DCEs, apresentam a seguinte visão de língua: “a língua se apresenta como espaço de
construções discursivas, de produção de sentidos indissociável dos contextos em que ela
adquire sua materialidade, inseparável das comunidades interpretativas que a constroem e
são construídas por ela”.
A obrigatoriedade da oferta de Língua Espanhola nos estabelecimentos de Ensino
Médio
Deve-se considerar também o fato de que as condições na sala de aula da maioria
das escolas brasileiras podem inviabilizar o ensino das quatro habilidades (ouvir, falar, ler e
escrever ).
“A LE também pode ser propiciadora da construção das identidades dos alunos como cidadãos ao oportunizar o desenvolvimento da consciência sobre o papel exercido pelas línguas estrangeiras na sociedade brasileira e no panorama internacional, favorecendo ligações entre a comunidade local e a planetária ( Res. CEB nº 2, Art. III. Inciso V)”.
RAJAGOPALAN (2003), destaca que: “o verdadeiro do ensino de línguas
estrangeiras é formar indivíduos capazes de interagir com pessoas de outras culturas e
modos de pensar e agir. Significa transformar-se em cidadão do mundo”.
Pela linguagem, o homem não só consolida seus laços societários e acumula conhecimentos
– transmitindo informações – como também produz a possibilidade da consciência
propriamente humana, assim como amplia a visão de mundo, contribuindo para que se torne
um cidadão mais críticos e reflexivos, agindo no mundo pelo discurso, além daquilo que a
língua materna oferece, sabendo distinguir as variantes linguísticas.
No que se refere à sala de aula, os professores devem possibilitar aos alunos a
escolha do vocabulário que melhor reflita a ideia que se pretenda transmitir. Ter condições de
escolher o vocabulário que melhor reflita a ideia que se pretenda transmitir, utilizando
aspectos como coerência e coesão na produção em Língua Estrangeira ( oral e/ou escrita).
Todos os textos referentes à produção e à recepção em qualquer idioma, são regidos por
princípios gerais de coerência e coesão e, por isso, somos capazes de entender e de sermos
entendidos.
O aluno deve dominar as estratégias verbais que entram em ação, para compensar as
falhas na comunicação ( como o fato de não recordar momentaneamente, uma forma
gramatical ou léxica ), e para favorecer a efetiva comunicação e alcançar o efeito pretendido (
falar mais lentamente, ou enfatizando certas palavras para obter determinados efeitos
301
retóricos, por exemplo ) e leva-lo a comparar sua própria língua com a Língua Estrangeira
estudada, conduzindo-o a refinar a percepção de sua própria cultura por meio de
conhecimento da cultura de outros povos.
(...) a abordagem comunicativa, na tentativa de ensinar e se comunicar na Língua Estrangeira, deixou de lado a relação a relação entre comunicação e cultura, e a necessidade de entender a comunicação entre falantes nativos e não-nativos como comunicação intercultural mais do que comunicação na língua-alvo (GIMENEZ, 2001, p.110).
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
Ao tomarmos a língua como interação verbal, como espaço de produção de sentidos
marcados por relações contextuais de poder, o conteúdo estruturante Discurso como prática
social tratará a língua de forma dinâmica, por meio da leitura, da oralidade e da escrita.
Para que os alunos percebam a interdiscursividade, as condições de produção dos
diferentes discursos, das vozes que permeiam as relações sociais e de poder, é preciso que
os níveis de organização linguística – fonético-fonológico, léxico-semântico e de sintaxe –
sirvam ao uso da linguagem na compreensão e na produção escrita, oral, verbal e não-
verbal.
O professor deve considerar a diversidade de gêneros textuais existentes e a
especificidade do tratamento da língua estrangeira na prática pedagógica, a fim de
estabelecer critérios para definir os conteúdos específicos para o ensino.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS PARA O ENSINO MÉDIO
Leitura, Escrita e Oralidade
• Leitura e compreensão de diferentes tipologias textuais observando as Características
da tipologia e o vocabulário que estabelecem a referência textual.
• Percepção do conteúdo vinculado, interlocutores, assunto, fonte, papéis sociais
representados, intencionalidade, valor estético e condições de produção.
• Elementos coesivos e marcadores do discurso responsáveis pela progressão textual,
encadeamento das ideias e coerência do texto.
• Diversidade cultural: interna e externa, ou seja, entre as comunidades de língua
estrangeira e/ou as de língua materna e, ainda, no âmbito de uma mesma
comunidade. Importância do respeito às diferenças culturais, étnico-raciais e afro-
descendentes como comportamento étnico e expressão de cidadania.
302
• Discussão dos assuntos lidos, dos acontecimentos, situações polêmicas, notícias,
relatos pessoais e outros envolvendo a língua inglesa.
Os conhecimentos linguísticos, tais como artigos, verbos, pronomes e outros, a
ortografia e as possíveis realizações sonoras, assim como os conteúdos elencados,
estarão presentes no processo pedagógico de todas as séries e serão trabalhados em
grau de profundidade de acordo com o conhecimento do aluno.
1ª SÉRIE INGLÊS
• Temas abordados em diferentes textos orais ou escritos:
- Healthy Food X Junk Food (comida saudável e não saudável).
- English Around the world and through the ages (Inglês pelo mundo e através dos
tempos).
- Datas Comemorativas.
• Gramática contextualizada:
- Pronomes pessoais, possessivos, demostrativos.
- Palavras e expressões interrogativas: Which, whose, what time, How much.
- Uso do Adjetivo.
- Grau dos adjetivos - Comparativo (igualdade, superioridade e inferioridade),
Superlativo.
- Presente simples – atividades de rotina e lazer.
- Elementos coesivos – First, then, next, after, that, finally.
- Expressões adverbiais de frequência e tempo.
2ª SÉRIE INGLÊS
• Temas abordados em diferentes textos orais ou escritos:
- The Influence of English in the Portuguese Language (Estrangerismo na sociedade
brasileira).
- People Through the music ( Pessoas através da música).
- Shakespeare and ``Ten Things I Hate About You`` ( Literatura ).
303
- Datas comemorativas
- Vocabulário – partes do corpo.
• Gramática Contextualizada:
- Voz Passiva.
- Pronomes pessoais e reflexivos.
- Modo Imperativo.
- Revisão do Futuro.
- Palavras Cognatas.
- Uso do artigo indefinido.
3ª SÉRIE INGLÊS
• Temas abordados em diferentes textos orais ou escritos:
- Technology and Work (Tecnologia e trabalho).
- Tale – Fábulas (Literatura).
- Datas Comemorativas.
• Gramática Contextualizada:
- Presente Perfeito com ever, never, already, recently, lately, just.
- Presente Perfeito com since e for.
- Contraste entre presente perfeito e passado simples.
- Verbo should and shouldn`t.
- Verbos modais must and mustn`t.
- Discurso Direto e Indireto.
– Pronomes Pessoais e objeto.
3ª SÉRIE – ESPANHOL
PRÁTICA DISCURSIVA: Oralidade
Fatores de textualidade centradas no leitor:
• Tema do texto;
304
• Aceitabilidade do texto;
• Finalidade do texto;
• Informatividade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Situacionalidade do texto;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Conhecimento de mundo;
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos da fala;
• Variações linguísticas.
Fatores de textualidade centradas no texto:
• Marcas linguísticas; cessão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos;
• Adequação da fala ao contexto (uso de distintivos formais e informais como
conectivos, gírias, expressões, repetições);
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.
PRÁTICA DISCURSIVA: Leitura
Fatores de textualidade centradas no leitor:
• Tema do texto;
• Conteúdo temático do gênero;
• Elementos composicionais do gênero;
• Propriedades estilísticas do gênero;
• Aceitabilidade do texto;
• Finalidade do texto;
• Informatividade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Situacionalidade do texto;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Conhecimento de mundo;
• Temporalidade;
• Referência textual.
Fatores de textualidade centradas no texto:
• Intertextualidade;
305
• Léxico: repetição, conotação, denotação, polissemia;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, figuras de linguagem, recursos gráficos, aspas, travessão, negrito);
• Partículas conectivas básicas do texto.
PRÁTICA DISCURSIVA: Escrita
Fatores de textualidade centradas no leitor:
• Tema do texto;
• Conteúdo temático do texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Propriedades estilísticas do gênero;
• Aceitabilidade do texto;
• Finalidade do texto;
• Informatividade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Situacionalidade do texto;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Conhecimento de mundo;
• Temporalidade;
• Referência textual.
Fatores de textualidade centradas no texto:
• Intertextualidade;
• Partículas conectivas Básicas do texto;
• Vozes do discurso: direto e indireto;
• Léxico: emprego de repetições, conotação, denotação, polissemia, formação das
palavras, figuras de linguagem;
• Emprego de palavras e/ou expressões com mensagens implícitas e explícitas;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, figuras de linguagem, recursos gráficos ( como aspas, travessão, negrito );
• Acentuação gráfica;
• Ortografia;
• Concordância verbal e nominal.
METODOLOGIA
306
Hoje, com o advento da globalização e novas formas de tecnologias, falar, ler e
escrever em Inglês e Espanhol, tornou-se indispensável a todos que aspiram a uma condição
profissional de destaque. Portanto, a partir do conteúdo estruturante Discurso como prática
social, serão abordadas questões linguísticas, culturais e discursivas, assim como as
práticas do uso da língua: leitura, escrita e oralidade.
Diante desse quadro, nossa proposta é fazer com que o aluno do Ensino Médio
tenha uma visão da língua como instrumento vivo, de modo que o aluno possa desempenhar
um papel atuante, vivenciando o aprendizado de fato. Uma língua não é um conjunto de
regras gramaticais a ser decorado, memorizado para provas bimestrais, sem jamais ser
utilizado de forma adequada dentro e fora da sala de aula. Uma língua é algo em constante
transformação, geralmente utilizada por um ou mais povos, e por isso, deve ser abordada em
toda sua amplitude e complexidade.
Entendemos que o aluno deve incorporar a língua ao seu dia-a-dia, e não ter diante
de si algo estático e distante. Optamos, portanto, por um ensino dinâmico e envolvente,
possibilitando ao aluno, através de uma análise contrastante, uma visão crítica do modo em
que vive:
“A educação nesta perspectiva, teria o papel de informar, mostrar, desnudar,ensinar as regras do jogo, não apenas para que sejam seguidas, mas principalmente para que possam ser modificadas.
Esse é o sentido da pedagogia da possibilidade, ou seja, o ensino/aprendizagem de maneiras de falar, escrever, visualizar, agir e incorporar que, como resultado de determinadas constelações de
capacidades/formas, são materialmente possíveis e recebem “encorajamento coesivo” em consequência de não serem marcadas nem como desviantes, nem como patológicas, nem como inadequadas, inaceitáveis ou anormais”. ( SIMON, 1992 ).
O nosso trabalho metodológico com Língua Estrangeira segue a seguinte
estrutura:
➔ Aulas expositivas.
➔ Textos – gêneros variados: publicitários, jornalísticos, literários, informativos e de opinião.
O texto como unidade de linguagem em uso, ou seja, de comunicação verbal - escrita, oral
ou visual – será o ponto de partida da aula de Língua Estrangeira. Esse texto trará uma
problematização em relação a um tema. A busca por sua solução deverá despertar o
interesse dos alunos para que desenvolvam uma prática analítica e crítica, ampliem seus
conhecimentos linguísticos e percebam as implicações sociais, históricas e ideológicas
presentes num discurso.
➔ Atividades em que a teoria e a prática possam ser integradas através de dramatizações,
307
histórias em quadrinho, etc..
➔ Uso de diferentes recursos disponíveis, como DVD, aparelho de som, TV pendrive, retro-
projetor, laboratório de informática e outros elementos motivadores e envolventes.
➔ Atividades lúdicas ( Músicas cantadas pelos alunos, jogos, palavras cruzadas, etc. ), que
contribuam para o sucesso do processo ensino/aprendizagem.
Cabe ao professor criar condições para que o aluno não seja um leitor ingênuo, mas
que seja crítico e reaja aos diversos gêneros textuais de forma que entenda que por trás
deles há um sujeito, uma história, uma ideologia e valores particulares e próprios da
comunidade em que está inserido.
AVALIAÇÃO
Segundo VYGOTSKY (1989): “Caberá ao professor observar a participação dos
alunos e considerar que o engajamento discursivo na sala de aula se faça pela interação
verbal, a partir dos textos, e de diferentes formas: entre os alunos e professor; entre os
alunos na turma; na interação com o material didático; nas conversas em língua materna e
língua estrangeira; e no próprio uso da língua, que funciona como recurso cognitivo ao
promover o desenvolvimento de ideias”.
Na avaliação, o professor deve criar situações em que o aluno demonstre e expresse
sua aprendizagem. Por este motivo deve ser contínua, auxiliando o processo de
ensino/aprendizagem.
A avaliação é válida quando o professor acompanha o crescimento de seu aluno,
verificando o processo e não o produto. Sua função é diagnóstica, sendo rigorosa a
observância dos critérios pré-estabelecidos pelo professor. Sendo dinâmica, ao professor
cabe registrar as observações, em relação ao processo de ensino e aprendizagem, evitando:
Generalidades de encaminhamentos e orientações, distante do desenvolvimento do aluno.
Necessidade de provas trimestrais.
Desconhecimento da dinâmica do processo da aprendizagem da turma.
Todo e qualquer material explorado e trabalhado dentro e fora da sala de aula deve
ser considerado no processo de avaliação, inclusive aspectos da história dos alunos, da
comunidade e da cultura local.
Portanto, os alunos serão avaliados através de avaliações escritas tais como provas
com atividades variadas, trabalhos de pesquisa e traduções.
308
“Com o propósito de encarar este desafio, busca-se em Língua Estrangeira Moderna,
superar a concepção de avaliação como mero instrumento de medição de apreensão de
conteúdos. Espera-se que subsidie discussões acerca das dificuldades e avanços dos
alunos, a partir de suas produções.”(DCE 2008, pág.70)
Enfim, o professor que tenha em mente a concepção de que sua prática educacional
deve estar voltada para a transformação, terá em cada passo do processo, decisões claras,
explícitas do que está fazendo e para onde está encaminhando os resultados de suas ações.
Abordando sempre aspectos da comunicação, que se centram em funções da linguagem,
extraídas de contextos culturalmente significativos mais amplos e reais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Books 5, 6, 7, 8. 1998.
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PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira
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LEFFA,V. J. Metodologia do ensino de línguas. In: BOHN, H. I.; VANDRESEN, P.
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PARANÁ, Secretaria da Educação. Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e Inglês /
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KRAUSE-LEMKE, C. Complexa relação entre teoria e prática no ensino de língua
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309
MICHAELIS Dicionário Escolar Espanhol – Português e Português – Espanhol. Editora
melhoramentos: São Paulo. 2002.
Língua Estrangeira Moderna – Espanhol – Inglês 2ª edição – Secretaria de Estado da
Educação.
Ana Isabel Briones / Eugênio Flavian / Gretel Eres Fernandez. Espanol ahoca – Volume
único editora – moderna – São Paulo-2005.
Fátima Aparecida Teves Cabral Bruno / Maria Angélica Costa Lacerda Mendonza. Hacia el
Espanol 6º edição - 2004 – São Paulo. Editora Saraiva.
310
ANEXOS
CALENDÁRIO ESCOLAR 2009
312
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO CALENDÁRIO ESCOLAR – 2009
Considerar Formação Continuada (Fev. e Jul) como dias letivos
JANEIRO FEVEREIRO MARÇOD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 74 5 6 7 8 9 10 8 9 10 11 12 13 14 15 8 9 10 11 12 13 14 22
11 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21 dias 15 16 17 18 19 2021 dias
18 19 20 21 22 23 24 22 23 2425 26 27 28 22 23 24 25 26 27 2825 26 27 28 29 30 31 29 30 31
1 Dia Mundial da Paz 24 Carnaval
ABRIL MAIO JUNHOD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 1 2 1 2 3 4 5 65 6 7 8 910 11 19 3 4 5 6 7 8 9 20 7 8 9 101112 13 20
12 13 14 15 16 17 18 dias 10 11 12 13 14 15 16 dias 14 15 16 17 18 19 20 dias
1920 21 22 23 24 25 17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 2726 27 28 29 30 24 25 26 27 28 29 30 28 29 30
3110 Paixão 1 Dia do Trabalho 11 Corpus Christi
21 Tiradentes
JULHO AGOSTO SETEMBROD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 3 1 1 2 3 4 55 6 7 8 9 10 11 dias 2 3 4 5 6 7 8 18 6 7 8 9 10 11 12 21
12 13 14 15 16 17 18 9 10 11 12 13 14 15 dias 13 14 15 16 17 18 19 dias
19 20 21 22 23 24 25 10 16 1718 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 2626 27 28 29 30 31 dias 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30
30 317 Independência
OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBROD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 2 3 4 54 5 6 7 8 9 10 20 1 2 3 4 5 6 7 20 6 7 8 9 10 11 12 13
1112 13 14 1516 17 dias 8 9 10 11 12 13 14 dias 13 14 15 16 17 18 19 dias
18 19 20 21 22 23 24 15 16 17 18 1920 21 20 21 22 23 2425 2625 26 27 28 29 30 31 22 23 24 25 26 27 28 27 28 29 30 31
29 3012 N. S.Aparecida 19 Emancipação Política do PR
15 Dia do Professor 15 Proclamação da República 25 Natal
Dias letivos Férias Discentes Férias/Recessos/Docentes
1º semestre 102 janeiro 31 dias janeiro / férias 30 dias2º semestre 105 fevereiro 08 dias jan/fev /reces. 03 diasSubtotal 207 julho 17 dias julho/reces. 14 diasFeriado Mun. 1 dezembro 11 dias dez / reces. 11 dias
Conselho de Classe 2 Total 67 dias outros recessos 02 dias
Recessos 3 Total 60 diasTotal 201
Início de ano letivo e bimestreTérmino de ano letivo e bimestrePlanejamento e Replanejamento
FériasRecesso
Formação ContinuadaConselho de Classe
Reunião PedagógicaOBMEP/Consciência Negra
Semana CulturalComplementação
(07/03 – 4 h, 16/05 – 4h, 27/06 – 4h, 08/08 – 8h e 26/09 – 8h)
18 OBMEP-2009 (1ª FASE)
2 Finados
20 Dia Nacional da Consciência Negra