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Psicologia Cognitiva - Relatório Heurísticas

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Page 1: Psicologia Cognitiva - Relatório Heurísticas

Psicologia Cognitiva II

Heurísticas de Julgamento e Representatividade 1

INTRODUÇÃO

Objectivo de estudo

O objectivo de estudo da experiência realizada é mostrar que os sujeitos produzem

julgamentos de acordo com as Heurísticas de Disponibilidade e Representatividade. Se

os sujeitos fizerem julgamentos de acordo com a heurística de disponibilidade

cometerão erros de julgamento.

Heurísticas

As heurísticas foram consideradas durante muito tempo modelos cognitivos por

excelência, elas constituem-se como regras baseadas na experiência e no planeamento

substituindo as anteriores baseadas na procura algorítmica que chega às soluções

correctas depois de ter combinado o problema com todas as soluções possíveis.

Os métodos heurísticos procuram um grau tão grande quanto possível de uma acção a

uma situação. Assim ela engloba estratégias, procedimentos, métodos de aproximação

tentativa/erro, sempre na procura da melhor forma de chegar a um determinado fim. Os

processos heurísticos exigem muitas vezes menos tempo que os processos algorítmicos,

aproximam-se mais da forma como o ser humano raciocina e chega às resoluções dos

problemas, e garantem soluções eficientes.

Nos anos ’60 a aprendizagem era considerada adquirida quando se adicionavam /

adaptavam heurísticas e estruturas do conhecimento ao espaço da procura.

Os processos cognitivamente ideais para a realização de inferências raramente são

seguidas pelas pessoas nos processos de inferência que realizam quotidianamente e

apesar de serem cometidos muito erros as pessoas parecem mesmo assim realizar

inferências razoavelmente correctas; por isso são utilizadas as heurísticas para reduzir a

complexidade dos processos de forma mais simples e imediata.

O conceito de heurística foi introduzido por Simon (1957, 1982), nas suas

explorações sobre os limites do raciocínio dos seres humanos, para indicar algumas

estratégias ao mesmo tempo económicas e parcimoniosas, como também eficazes, mas

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não sistemáticas de resolução dos problemas. Tais heurísticas ou estratégias de

pensamento são procedimentos não sistemáticos de tipo informal, aproximações

práticas, ou então apenas estratégias gerais, mas não os algoritmos exactos fornecidos

pelas teorias normativas. De facto, enquanto a activação de uma heurística pode levar a

uma solução correcta de um problema, a sua aplicação não garante necessariamente que

esta solução seja sempre alcançada; é possível que em outros casos esta mesma

heurística seja capaz de produzir resultados diferentes daqueles que podem ser obtidos

através da aplicação das regras probabilísticas normativas. Estes resultados diferentes

consistem geralmente em erros sistemáticos.

Na sociedade actual existe uma necessidade de recorrer a heurísticas que não são mais

que atalhos cognitivos facilitadores dos processos de decisão. O factor tempo é crucial,

por isso muitas vezes pretende-se tomar decisões certas nu curto espaço de tempo, pois

a necessidade de tomar decisões é inerente ao ser humano, e imensas vezes as pessoas

têm que tomar decisões sobre a probabilidade de ocorrências futuras.

As heurísticas são importantes pois reduzem a complexidade das tarefas simplificando

os processos de decisão e sustentam os seus pressupostos em crenças e na experiência

dos componentes.

Daniel Kahneman e Amos Tversky, dois psicólogos de Israel que emigraram

para a América do Norte, argumentaram que, enquanto disciplinas formais – como a

Lógica e a Matemática – fornecem procedimentos computacionais normativos para se

chegar à solução de vários tipos de problemas, o raciocínio comum tem pouco ou

nenhum acesso a tais procedimentos e depende, ao contrário disso, de uma série de

heurísticas não – lógicas.

Entre as heurísticas propostas por Kahneman e Tversky (1982; Tversky & Kahneman,

1973, 1982) estão a representatividade, a prototipicalidade, a ancoragem e a

disponibilidade, todas tendo em comum a sua dependência do uso de representações de

casos individuais exemplares.

Segundo este tipo de heurística, os julgamentos dos sujeitos violam o princípio

estatístico e lógico de inclusão de classes, possibilitando a ocorrência ao erro ou falácia

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de conjunção (conjunction fallacy), isto é, uma avaliação da probabilidade de dois

eventos conjuntos superiores à probabilidade de eventos isolados.

Heurística da Disponibilidade

Uma outra heurística sugerida por Kahneman e Tversky é a da disponibilidade. Numa

experiência realizada por estes dois pesquisadores (Tversky & Kahneman, 1973),

solicitava-se dos sujeitos avaliar a probabilidade ou frequência de uma determinada

letra do alfabeto (K, L, N, R ou V) se encontrar no começo de uma palavra, comparando

com a probabilidade, por exemplo, da mesma letra se encontrar na terceira posição.

Apesar das cinco consoantes serem mais frequentes na terceira posição, 2/3 dos

participantes do estudo julgavam que a primeira posição era mais provável para a

maioria das letras. Isto deve-se ao facto de que as pessoas fundamentam as suas

estimativas na disponibilidade relativa de palavras destes dois tipos, i.e., na facilidade

de relembrar palavras que possuem a letra solicitada respectivamente na primeira e na

terceira posição. Por exemplo, faz sentido pressupor ser mais fácil relembrar palavras

que possuem a letra "r" na primeira posição (ex.: "rua"), comparativamente com

palavras que possuem a mesma letra na terceira posição (ex.: "cara").

Consequentemente, se basearmos as nossas estimativas de probabilidade na

disponibilidade relativa destas palavras, essas mesmas estimativas serão erradas em

todos aqueles casos ou eventos nos quais as frequências reais são diferentes daquelas

que podem ser calculadas, exactamente, de acordo com a disponibilidade. Para este

pesquisadores a disponibilidade tem a ver com a frequência de ocorrência, ou seja,

tendemos a recordar mais facilmente situações que tenhamos vivido no passado.

As heurísticas de disponibilidade baseiam-se na facilidade em aceder a

conteúdos mentais nas operações de recuperação, construção de ideias, tornando as

instâncias mais facilmente disponíveis (palavras, associações, imagens, símbolos) para

serem relembradas e consequentemente influenciaram o processo de tomada de decisão.

(Galotti, 1999). Este tipo de heurística tem a ver com a estratégia utilizada por parte dos

sujeitos para julgar como mais provável um facto para o qual podem evocar uma data de

exemplos. (Costerman, 2001).

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Podemos assim considerar a importância dos traços mnésicos mais recentes para a

evocação da heurística da disponibilidade, explicando desse forma porque têm sido

desenvolvidos vários estudos no campo do marketing. Todavia recentes estudos de

Broniarczyk e al. (1998; cit. Por Parkin, 2000), comprovam que a redução da heurística

de disponibilidade não têm efeito no comportamento de compra dos consumidores.

Outra dimensão é a de Gilhooly (1996), que considera a dimensão emocional como

basilar para influenciar a heurística de disponibilidade.

Nas heurísticas de disponibilidade trata-se de inferir a probabilidade de ocorrência de

um acontecimento baseada na rapidez com que acontecimentos semelhantes nos vêm à

mente, pois quando muitos acontecimentos estão imediatamente disponíveis

normalmente tendemos a inflacionar a frequência de ocorrências.

Outras aplicações da heurística da disponibilidade podem ser observadas também em

julgamentos que dizem respeito a eventos mais realistas do que o exemplo acima

descrito sobre a frequência relativa das palavras. Tversky e Kahneman (1973) têm

encontrado que uma classe de elementos que podem ser relembrados com mais

facilidade (Ex.: personagens famosas do mundo cinematográfico ou da música) era

avaliada como mais numerosa do que uma classe do mesmo tamanho, mas contendo

elementos menos fáceis de relembrar.

Nesta mesma óptica, apontam os resultados de outros estudos, como os de

Brown e Siegler (1992, 1993) na estimação de parâmetros demográficos como o

tamanho da população de um país e o estudo de Lichenstein, Slovic, Fishhoff e Layman

(1978) sobre a tendência das pessoas em exagerar a frequência de algumas causas

específicas de morte. Por exemplo, no estudo de Lichtenstein e colaboradores, foi

encontrado que as causas de morte que são mais facilmente relembradas, visto serem

mais divulgadas pelos meios de comunicação (televisão, jornais, revistas, etc.), devido a

sua natureza mais espectacular e violenta, são super estimadas em relação à sua

frequência real (Ex.: mortes decorrentes de acidentes de avião, furacões). Ao contrário,

outras causas de morte menos noticiadas, visto que são mais comuns e, por conseguinte,

menos interessantes, são menos disponíveis e consequentemente subestimadas (ex.:

mortes decorrentes de cirrose hepática ou diabete). Todos estes estudos têm levado os

pesquisadores a apontar que a heurística da disponibilidade é "one of he most widely

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shared assumptions in the decision making as well as in social judgment research"

(Schwartz & cols., 1991, p. 195).

Heurística de Representatividade

Um grupo de psicólogos analisou a personalidade de 70 engenheiros e 30 advogados

(condição 1); em segunda condição os engenheiros eram 30 e os advogados 70. A partir

desta análise, os psicólogos elaboraram fichas descritivas de cada uma das 100 pessoas

entrevistadas. A partir do total destas fichas, vão ser extraídas, ao acaso, cinco. Qual a

probabilidade desta ficha descritiva pertencer a uma das duas categorias profissionais?

(Esta probabilidade era avaliada numa escala que variava de 0 a 100).

Um exemplo de ficha extraída é apresentado a seguir:

João tem 45 anos, é casado e tem quatro filhos. Tende a ser bastante conservador e é

muito cuidadoso e ambicioso. Não possui qualquer interesse na área política e social e

passa a maioria do seu tempo livre em actividades como fazer pequenos arranjos,

passear de barco à vela e entreter-se com jogos matemáticos.

Para resolver este problema, é necessário considerar que a probabilidade de base que

um indivíduo escolhido ao acaso, a partir da amostra, seja um engenheiro é muito

diferente nas duas condições (70% na condição 1, 30% na condição 2). Entretanto,

apesar da diferença na probabilidade de base, a maioria dos indivíduos não apresentava

julgamentos de probabilidades diferentes nas duas condições. Geralmente, julgavam

uma mesma probabilidade – que João fosse um engenheiro nas duas condições; mesmo

quando os engenheiros eram menos (30%), julgavam como mais provável que a ficha

escolhida fosse a de um engenheiro. Se considerarmos este problema e o julgamento do

ponto de vista estatístico, pode-se afirmar que os sujeitos entrevistados não

consideravam a probabilidade de base e focalizavam a atenção para fornecer o

julgamento probabilista nos dados relativos às fichas descritivas fornecidas pelo

entrevistador. Por outro lado, quando se solicitava do sujeito julgar a probabilidade de

um sujeito qualquer, escolhido ao acaso entre os dois grupos de profissionais sem a

apresentação da ficha descritiva, ser um engenheiro, os sujeitos, ao responderem,

consideravam a probabilidade de base, isto é, seus julgamentos diferenciavam-se em

função do número relativo de engenheiros iniciais (70 ou 30).

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Para Tversky e Kahneman esta tendência em não considerar a probabilidade de base e

consequentemente fornecer respostas erradas opostas àquelas que manifestam a

tendência ao assim denominado "conservadorismo", que corresponde a uma

sobreavaliação da probabilidade de base, é neste caso determinada pela heurística da

"representatividade" (Tversky & Kahneman, 1982). Através deste termo, como se pode

inferir, define-se a relação de similaridade entre um indivíduo "X" e a classe "Z" a qual

pertence, ou entre uma amostra "A" e a população "P" da qual é retirada.

É neste ponto que, para estes pesquisadores, a heurística da representatividade impede

um julgamento probabilista estatisticamente válido. Quando se julgar algo como

representativo, isto é, que possui características típicas da classe à qual pertence, o

julgamento sobre a probabilidade de que este algo pertença de facto à classe

considerada será influenciado pelo grau de representatividade atribuída que, do ponto de

vista estatístico, não é relevante, e ao mesmo tempo, deixarão de ser consideradas outras

variáveis estatisticamente relevantes, como a probabilidade de base. No exemplo de

João, ocorre exactamente o que foi descrito acima; visto que os traços que o definem

parecem muito representativos do engenheiro típico, os entrevistados estarão mais

propensos em considerá-lo um provável engenheiro independentemente de qualquer

consideração da probabilidade de base.

Isto não significa que o grau de representatividade de algo em relação a uma classe não

possa ser, em determinados casos, um bom índice para o julgamento da probabilidade

de que o indivíduo pertença àquela própria classe. Geralmente, é mais provável que seja

extraído, a partir de uma determinada população, um indivíduo com um alto nível de

representatividade, em detrimento de um com um baixo nível de representatividade.

Esta consideração não contrasta com o conceito de heurística, visto que uma heurística

pode levar a uma rápida e correcta solução de alguns tipos de problemas.

Na heurística de representatividade um julgamento quando feito sobre uma amostra

tende a ser comparado ou generalizado à população da qual se mostra proveniente. As

pessoas tendem a assumir que um simples acto pode ser representativo de um grupo,

mesmo que essa seja uma situação pontual.

Um acontecimento é tanto mais provável num conjunto de acontecimentos, quando é

passível de ser representativo desse conjunto (Costerman, 2001).

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Os indivíduos têm dificuldade em concordar que uma pequena amostra não seja

suficiente para prever um resultado ou tomada de decisão. As pessoas sentem-se

reticentes para atender ao tamanho da amostra (Kahneman & Tversky), 1972: cit. Por

Parkin, 2000), os indivíduos esperam que pequenas amostras sejam representativas da

sua população – Leis de pequenos números.

As heurísticas de representatividade são usadas essencialmente quando se trata de fazer

julgamentos de probabilidade, ou seja, trata-te de fazer uma simples estimativa acerca

da medida em que uma característica de alguém é semelhante a uma característica típica

ou representativa de uma categoria.

Hipóteses de Estudo

1.ª Experiência

Era suposto que os sujeitos dissessem que a 1.ª das listas mostrada comportava um

maior número de nomes femininos. Pretendia-se que a variável independente (nomes

famosos) fosse provocar alterações nos resultados de tal forma que a média (dos

valores) do grupo experimental fossem muito diferentes do grupo de controlo. Ou seja,

até que ponto os sujeitos são influenciados pela heurística da disponibilidade.

2.º Experiência

Era suposto que os sujeitos escolhessem a opção que demonstra maior conhecimento da

população do ponto de vista da representatividade, ou seja, nascerem tantos rapazes

como raparigas, mesmo tendo sido dito antes que nasciam mais rapazes que raparigas

na maternidade em estudo. Ou seja, até que ponto os sujeitos são influenciados pela

heurística da representatividade.

Hipótese Teórica

De acordo com estes pressupostos teóricos os sujeitos esperam que uma sequência

aleatória de acontecimentos seja representativa da realidade desse processo.

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MÉTODO

Material

◊ Material de Registo;

◊ 1 Lista constituída por:

15 Nomes Masculinos Vulgares

10 Nomes Femininos Famosos

◊ 1 Lista constituída por:

15 Nomes Masculinos Vulgares

10 Nomes Femininos Vulgares

◊ 3 Sequencias de 6 prováveis situações

Procedimento

Experiência 1

Foram criados 2 grupos experimentais homogéneos, com selecção aleatória (Grupo A e

Grupo B).

Aos indivíduos do grupo A o experimentador leu uma lista com 15 nomes masculinos

vulgares e 10 nomes femininos famosos.

De seguida foram questionados sobre qual a lista que comportava maior número de

elementos (a masculina ou a feminina). As respostas foram devidamente anotadas.

Para o grupo B, repetiu-se o procedimento, havendo contudo uma ligeira variação

experimental, ou seja, na lista constavam 15 nomes masculinos vulgares e 10 nomes

femininos também vulgares.

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No final desta exposição os sujeitos também foram questionados sobre qual a lista que

continha mais nomes (a masculina ou a feminina).

Depois de anotadas as respostas, os dados do grupo A foram confrontados com os do

grupo B.

Experiência 2

Os sujeitos depararam-se com uma lista constituída por 3 sequências, sendo cada

sequência constituída por 6 situações prováveis

Sequência 1: RRRRRR

Sequência 2: MMMRRR

Sequência 3: MRRMMR

Sabendo que estas sequências poderiam ser uma situação de nascimentos prováveis

numa maternidade, os sujeitos eram questionados sobre a probabilidade relativa de

ocorrência para cada situação.

Para tal era pedido que atribuíssem o valor 1 à situação mais provável até ao valor 3

como sendo a menos provável.

No final foram contabilizados os resultados de todos os elementos.

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RESULTADOS

De seguida passamos aos resultados das experiências feitas. Aqui poderemos observar e

analisar os valores obtidos e suas respectivas percentagens assim como a análise em

SPSS.

Tabela 1. Diferença de valores para o grupo A e B, na escolha das listas de nomes mais

comprida.

Lista Nomes Masculinos Nomes Femininos

Xi Xi (%) Xi Xi (%)

Grupo A 11 68.75 5 31.25

Grupo B 10 66.7 5 33.3

Na tabela acima, podemos verificar que os resultados são idênticos. A lista de nomes

femininos foi escolhida por 5 sujeitos tanto no grupo A como no grupo B. Com uma

percentagem de 31,25 % para o grupo A e 33,3 % para o grupo B. A escolha de nomes

masculinos foi feita por 11 sujeitos do grupo A (respectivamente 68,75%) e por 10

sujeitos no grupo B (66,7 %).

Tabela 2. Resultados das sequências que melhor respondem ao problema.

1º Lugar 2º Lugar 3º Lugar

Sequência 1 3 4 25

Sequência 2 3 23 6

Sequência 3 26 5 1

Como podemos verificar na tabela acima, a sequência preferida pelos sujeitos foi a 3,

com 26 escolhas. Em segundo lugar a preferida foi a sequência 2, com 23 escolhas. E

por último, a sequência 1 foi a preferida em 3º lugar pelos sujeitos.

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Para melhor ilustras os resultados da tabela 2, apresentamos de seguida o gráfico com os

valores das 3 sequências.

Resultados das Sequências que melhor respondem ao problema

0

5

10

15

20

25

30

1.º 2.º 3.º

Lugares

Núm

ero

de S

ujei

tos

Sequência 1

Sequência 2

Sequência 3

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DISCUSSÃO

Na primeira experiência realizada os resultados não confirmam a hipótese feita

inicialmente, pois os sujeitos mencionaram correctamente sem grandes discrepâncias a

quantidade de nomes femininos e masculinos nas duas listas sem terem sido

influenciados pelos nomes femininos famosos da primeira lista lida.

Na segunda experiência os resultados confirmam a segunda hipótese feita. Ou seja os

sujeitos puserem como mais frequente a última opção. Neste caso a opção demonstra

conhecimento da população de bebés, ou seja a probabilidade de nascer rapaz ou

rapariga é quase igual.

Como podemos ver acima na introdução, de acordo com vários estudos realizados por

vários investigadores tais como Daniel Kahneman e Amos Tversky, Broniarczyk e al.,

Costerman e Gilhooly demonstram exactamente, que os sujeitos supostos a

determinadas experiências são influenciados tanto pela heurística da disponibilidade

como pela heurística da representatividade. Neste sentido podemos dizer que todas as

experiências feitas por estes autores comprovam as suas hipóteses e clarificam os

objectivos de estudo e até dão sugestões para futuras investigações de conceitos que

também poderão influenciar os sujeitos de outras maneiras.

Nas limitações do estudo, provavelmente o balanceamento da amostra limitou a

experiência e / ou alterou os resultados. Talvez também tenha havido limitações pelo

facto de não haver silêncio suficiente para uma boa audição das listas lidas pelo

experimentador e por isso haver uma certa confusão entre os nomes masculinos e

femininos.

Este estudo foi pertinente na medida em que é interessante e dá-nos mais uma visão em

como o ser humanos é influenciado por várias variáveis existentes e à partida formulam

respostas que no fim vamos ver que não são as mais correctas, mas as próprias

heurísticas aliciam para estas mesmas respostas e por isso mesmo são feitas estas

experiências que nos dão estas mesmas conclusões.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Costermans, J (2001) As actividades cognitivas: Raciocínio, decisão e resolução de

problemas. Coimbra: Quarteto

Eysenck, M.W. & Keane, M.T. (1994) Psicologia cognitiva: Um manual introdutório.

Porto Alegre: Artes Médicas.

http://w3.ualg.pt/~jfarinha/activ_docente/psicologia%20social/projec/cogn_social_inferencia.htm

http://www.citi.pt/educacao_final/trab_final_inteligencia_artificial/heuristicas.html

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ÍNDICE

Introdução

Objectivos de Estudo………………………………………………...…………..1

Heurísticas……………………………………………………………………….1

Heurística da Disponibilidade……………………………………………………2

Heurística da Representatividade……………………………………………...…5

Hipóteses de Estudo…………………………………………………………...…7

Método

Material…………………………………………………………………………..8

Procedimento…………………………………………………………………….8

Resultados…………………………………………………………..………………….10

Discussão……………………………………………………………………………….12

Referências Bibliográficas……………………………………………………………13