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1
Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Qualidade de mamão „Formosa‟ minimamente processado utilizando revestimentos comestíveis
Juliana Moreno Trigo
Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre em Ciências. Área de concentração: Ciência e Tecnologia de Alimentos
Piracicaba 2010
2
Juliana Moreno Trigo Engenheira Agrônoma
Qualidade de mamão „Formosa‟ minimamente processado utilizando revestimentos comestíveis
Orientadora: Profa. Dra. MARTA HELENA FILLET SPOTO
Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre em Ciências. Área de concentração: Ciência e Tecnologia de Alimentos
Piracicaba 2010
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Trigo, Juliana Moreno Qualidade de mamão `Formosa´ minimamente processado utilizando revestimentos
comestíveis / Juliana Moreno Trigo. - - Piracicaba, 2010. 102 p. : il.
Dissertação (Mestrado) - - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2010. Bibliografia.
1. Armazenagem de alimentos 2. Biofilmes 3. Conservação de alimentos 4. Mamão - Qualidade - Revestimentos 5. Processamento de alimentos 6. Vida-de-prateleira I. Título
CDD 664.804651 T828q
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
3
Amor, apoio, confiança... O sonho alça vôo, ganha altura, acerta, erra, se
concretiza. Essa conquista é para meus queridos pais, Jose Carlos e Salete, e para
minha irmã, Ana Paula, motivações desta passagem
DEDICO
4
5
AGRADECIMENTOS
A Deus pela graça da vida, pelo dom do amor e por mais esta conquista.
À Prof. Drª. Marta Helena Fillet Spoto pela confiança, orientação e apoio. Pelo carinho e
amizade, muito obrigada.
À Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) pela oportunidade de
crescimento profissional e pessoal.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) por acreditar na
importância desta pesquisa e pela bolsa de estudo concedida.
À amiga Silvana Albertini pelo companheirismo em várias atividades desenvolvidas no
Laboratório de Análises de Frutas e Hortaliças e pelo auxílio durante toda a realização
desta pesquisa.
Ao amigo Andrés Enrique Lay Reyes pela amizade, paciência e incomparável
colaboração na análise estatística.
Aos professores doutores Cláudio Rosa Gallo, Silene Bruder Silveira Sarmento e
Solange Guidolin Canniatti Brazaca pela atenção e orientação nos momentos de
dúvida.
Aos membros da banca examinadora, Prof. Dr. Leandro Francisco do Carmo, Profª Drª
Maria Teresa de Alvarenga Freire, Profª Drª Marta Regina Verruma Bernardi, Profª Drª
Silene Bruder Silveira Sarmento e Profª Drª Solange Guidolin Canniatti Brazaca pelas
importantes contribuições para esta pesquisa.
À Márcia Dias Correa Goldschmidt e Jacqueline de Oliveira pela amizade e presteza na
realização das análises.
6
Aos funcionários do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição: Fabio
Benedito Rodrigues, Fabio Luis Bortoleto, Gislaine Maria Martins Nóbilo, Jefferson
Zambom, Márcia R.S. Bertarelli, Maria Amábile S. Vendemiatti, Regina Célia Cardoso
Marafon, Wilson Januário e Wladimir Rodrigues Camargo pelo auxílio nos momentos de
necessidade.
À bibliotecária Beatriz Helena Giongo pela colaboração na organização das referências
bibliográficas.
Aos meus pais José Carlos Pereira Trigo Junior e Salete Moreno Pereira Trigo pelo
amor, confiança, cumplicidade e estímulo em todos os momentos.
À minha irmã Ana Paula Moreno Trigo pelo carinho, companheirismo e auxílio na
formatação do trabalho.
Aos meus avôs Salete Vidal Moreno, Domingos Moreno e Nancy Tognasca Trigo pelo
afeto, ensinamentos e compreensão.
Ao meu companheiro e amigo Juan Jose Gomez pelo apoio incondicional, constante
dedicação e paciência nas horas difíceis.
Ao meu grande amigo Weliton Dias da Silva pela amizade desde a graduação e pelo
encorajamento em iniciar o mestrado na ESALQ.
Aos meus amigos Marcio Mahmoud Megda e Michele Xavier Vieira por me ensinarem o
verdadeiro sentido da amizade.
Aos colegas de pós-graduação Egly Sturion Alessi, Evanilda Terezinha Perissinotto
Prospero, Guilherme Mei Silva, Paula Porrelli Moreira da Silva e Vanessa Daniel
Groppo Ortiz pela troca de idéias, experiências e incentivos.
7
Aos estagiários do Laboratório de Análises de Frutas e Hortaliças Rafaela Rebessi Zillo
e Lisiane Issisaki Kamimura pela atenção e presteza na realização de várias atividades,
e Antonio Bisconsin Júnior e Priscila Pereira Rosenbaum pelo auxílio na aquisição do
amido de arroz.
Às empresas:
Vitopel do Brasil Ltda pela doação do filme de polipropileno, em especial ao Renato
Slavov.
Murta Especialidades Químicas Ltda. pela doação da carboximetilcelulose, em especial
à Cecília Silva.
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desta pesquisa.
8
9
SUMÁRIO
RESUMO........................................................................................................................ 11
ABSTRACT .................................................................................................................... 13
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 17
2.1 Mamão ..................................................................................................................... 17
2.2 Processamento mínimo ............................................................................................ 19
2.2.1 Alterações fisiológicas nos tecidos submetidos ao processamento mínimo .......... 20
2.2.2 Consequências do processamento mínimo à qualidade microbiológica ............... 21
2.3 Revestimentos comestíveis em alimentos................................................................ 22
a) Amido ......................................................................................................................... 24
b) Alginato ...................................................................................................................... 26
c) Carboximetilcelulose .................................................................................................. 27
2.4 Avaliação das características físico-químicas dos frutos ......................................... 29
2.4.1 Concentração de gases (O2 e CO2) ...................................................................... 29
2.4.2 Perda de massa .................................................................................................... 30
2.4.3 Cor......................................................................................................................... 31
2.4.4 Firmeza ................................................................................................................. 32
2.4.5 Teor de sólidos solúveis ........................................................................................ 34
2.4.6 Acidez titulável e pH .............................................................................................. 34
2.4.7 Ratio ...................................................................................................................... 35
2.5 Análise sensorial ...................................................................................................... 36
2.5.1 Testes de aceitação .............................................................................................. 37
3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 39
3.1 Material..................................................................................................................... 39
3.2 Definição das concentrações e preparo das soluções filmogênicas ........................ 39
3.3 Processamento ........................................................................................................ 41
3.4 Análises microbiológicas .......................................................................................... 46
3.5 Análises físico-químicas ........................................................................................... 46
3.5.1 Concentração de CO2 no interior das embalagens ............................................... 46
3.5.2 Perda de massa .................................................................................................... 46
10
3.5.3 Cor ........................................................................................................................ 46
3.5.4 Firmeza ................................................................................................................. 47
3.5.5 Sólidos solúveis .................................................................................................... 47
3.5.6 Acidez titulável ...................................................................................................... 47
3.5.7 Ratio ..................................................................................................................... 47
3.5.8 pH ......................................................................................................................... 48
3.6 Análise sensorial ...................................................................................................... 48
3.7 Análise Estatística.................................................................................................... 50
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 51
4.1 Análises microbiológicas .......................................................................................... 51
4.2 Análises físico-químicas .......................................................................................... 53
4.2.1 Concentração de CO2 no interior das embalagens ............................................... 53
4.2.2 Perda de massa .................................................................................................... 54
4.2.3 Cor ........................................................................................................................ 55
4.2.3.1 Luminosidade..................................................................................................... 55
4.2.3.2 Hue .................................................................................................................... 57
4.2.3.3 Cromaticidade .................................................................................................... 60
4.2.4 Firmeza ................................................................................................................. 61
4.2.5 Teor de Sólidos Solúveis ...................................................................................... 64
4.2.6 Acidez Titulável ..................................................................................................... 67
4.2.7 Ratio ..................................................................................................................... 69
4.2.8 pH ......................................................................................................................... 70
4.3 Análise sensorial ...................................................................................................... 72
4.3.1 Aparência .............................................................................................................. 72
4.3.2 Aroma ................................................................................................................... 77
4.3.3 Sabor .................................................................................................................... 78
4.3.4 Textura .................................................................................................................. 79
4.3.5 Intenção de compra .............................................................................................. 81
5 CONCLUSÕES ........................................................................................................... 83
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 85
ANEXO .......................................................................................................................... 99
11
RESUMO
Qualidade de mamão „Formosa‟ minimamente processado utilizando
revestimentos comestíveis
Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de revestimentos comestíveis na qualidade de mamão 'Formosa' minimamente processado durante armazenamento a 5°C por 15 dias. Os tratamentos foram: o controle, e os seguintes revestimentos: amido de arroz 3%, alginato de sódio 0,5% e carboximetilcelulose 0,25%. O uso de revestimentos causou alterações nos parâmetros físicos, físico-químicos e microbiológicos do mamão minimamente processado, quando comparado ao controle. As alterações mais importantes foram: menor contagem de coliformes totais; menor respiração dos mamões tratados com amido de arroz e maior dos tratados com carboximetilcelulose, ao longo do tempo; menor descoloração da polpa dos frutos ao longo do armazenamento; maior manutenção da firmeza das amostras tratadas com carboximetilcelulose; e redução do teor de sólidos solúveis e aumento da acidez titulável. Os revestimentos não afetaram os atributos sensoriais. Como a maioria dos efeitos positivos das coberturas ocorreu no 12° e 15° dias e, considerando o custo da tecnologia relacionado ao preço dos revestimentos, a melhor opção, até 9 dias de armazenamento, consiste em fazer apenas uma boa sanitização dos frutos, como feito no controle. No entanto, se o interesse for preservar a vida útil dos mamões por um período maior, até 15 dias, os revestimentos testados podem ser utilizados com resultados satisfatórios. Palavras-chave: Amido de arroz; Alginato de sódio; Carboximetilcelulose; Cloreto de cálcio, Carica papaya, Vida útil
12
13
ABSTRACT
Quality of minimally processed „Formosa‟ papaya using edible coatings
This study aimed to evaluate the effect of edible coatings on the quality of minimally processed 'Formosa' papaya during storage at 5°C for 15 days. The treatments were: the control, and the following coatings: rice starch 3%, sodium alginate 0.5% and carboxymethylcellulose 0.25%. The use of coatings caused changes in the physical, physicochemical and microbiological parameters of minimally processed papaya, when compared to control. The most important changes were: lower counts of total coliforms; lower respiration of papayas treated with rice starch and higher of those treated with carboxymethylcellulose over time; less fruit pulp discoloration during storage, increased firmness maintenance of samples treated with carboxymethylcellulose; and reduction of soluble solids and increased acidity. The coatings did not affect the sensory attributes. Since most of the positive effects of the coatings occurred at the 12th and 15th days, and considering the technology cost related to the price of coatings, the best option, until 9 days of storage, is just to do a good sanitization of fruits such as that of control samples. However, if the interest is to preserve the shelf life of papayas for a longer period, up to 15 days, the coatings tested could be used with satisfactory results. Keywords: Rice starch, Sodium alginate, Carboxymethylcellulose, Calcium chloride, Carica papaya, Shelf life
14
15
1 INTRODUÇÃO
A mudança de hábito do consumidor, com tendências ao uso de produtos mais
convenientes, saudáveis e seguros, tem orientado o setor de alimentos na busca por
novos atrativos para seu público-alvo. Neste contexto, vislumbra-se crescimento na
oferta e consumo dos minimamente processados, por tratar-se de produtos frescos,
adequadamente fatiados ou cortados, 100% comestíveis e produzidos com rigores de
qualidade e sanidade (GODOY et al., 2003). Contudo, os entraves desta tecnologia
consistem em preservar os atributos de qualidade dos frutos, pois o corte durante a fase
de processamento expõe os tecidos celulares, promovendo aumento do metabolismo,
da taxa respiratória, da produção de etileno e, consequentemente, redução da vida útil
do produto (CHITARRA; CHITARRA, 2005).
As alternativas tecnológicas hoje disponíveis para melhor preservação destes
produtos baseiam-se no uso de embalagens poliméricas sintéticas e na manutenção
constante em ambientes refrigerados e, ainda nestas condições, há significativas
perdas de qualidade. Em alguns produtos mais nobres, atmosferas modificadas com a
presença de gases têm sido empregadas. Contudo, essas formas de conservação são
na prática complexas, onerosas e suscetíveis a fatores externos, como quedas de
energia ou vazamentos, inviabilizando muitas vezes a manutenção desses
procedimentos por períodos superiores a quatro ou cinco dias (ASSIS et al., 2008).
O uso de revestimentos comestíveis não tem como objetivo substituir o emprego
de embalagens convencionais, e sim ter uma atuação funcional, de preservar a textura
e o valor nutricional, reduzir os fenômenos de transporte superficial e principalmente
limitar a perda ou o ganho excessivo de água (BALDWIN, 1999). Além disso, por serem
elaborados a partir de polímeros naturais não tóxicos, os revestimentos comestíveis
representam uma nova categoria de materiais com alto potencial para preservar o
estado fresco dos produtos minimamente processados (ASSIS et al., 2008), e seus
efeitos sobre produtos altamente perecíveis merecem ser investigados.
Em mamão, cuja vida útil é relativamente curta, a maioria dos trabalhos com
revestimentos comestíveis analisa a qualidade de frutos inteiros. Investigar as
implicações desse tipo de material sobre a qualidade do produto minimamente
16
processado, além de proporcionar maior segurança ao consumidor, pode fornecer as
informações que a agroindústria necessita para agregar valor ao produto.
Neste trabalho, objetivou-se avaliar os efeitos de revestimentos comestíveis nas
características microbiológicas, físico-químicas e sensoriais de mamão „Formosa‟
minimamente processado, durante armazenamento refrigerado, com o intuito de
melhorar a conservação, ou seja, aumentar a vida útil pós-colheita do fruto.
17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Mamão
Originário da América do Sul, a espécie Carica papaya L. é o mamoeiro mais
cultivado em todo o mundo (CHAN JUNIOR; TANIGUCHI, 1985). Trata-se de uma
planta herbácea tipicamente tropical com fruto de natureza frágil, casca fina, suscetível
às doenças da pós-colheita e danos mecânicos e que, apresenta intolerância às baixas
temperaturas e rápido amadurecimento em temperatura ambiente, dificultando seu
armazenamento (SANCHES; DANTAS, 1999; PIMENTEL, 2001).
Nos países próximos aos trópicos, a cultura é considerada importante por sua
facilidade de crescimento, bem como, pela diversificação de seu uso (RUGGIERO,
1988). Seus frutos frescos, ricos em vitamina C, carotenóides, sais minerais e
carboidratos, são parte essencial de uma dieta humana balanceada (THOMAS, 1986).
Sua composição química é constituída de 85,6% de água, 0,5% de proteína, 0,3% de
extrato gorduroso de éter, 0,8% de fibras, 12,3% de carboidratos, 0,51% de cinzas e
13% de ácido cítrico (CORREA, 1984).
Por ser um fruto nutritivo e com boas características sensoriais (FAGUNDES;
YAMANISHI, 2001), o mamão é consumido principalmente in natura, mas sua
industrialização permite o aproveitamento integral do fruto e a oferta de extensa gama
de produtos e subprodutos, que podem ser utilizados pelas indústrias de alimentos,
farmacêuticas e de ração para animais (HINOJOSA; MONTGOMERY, 1988). A
papaína, extraída do látex do fruto verde, é usada no amaciamento de carnes, na
clarificação de cervejas, no isolamento de proteínas, na indústria de couros, extração de
látex de seringueira e como medicamento. A pectina, extraída do fruto integral "riscado",
após a extração do látex, é usada na confecção de geléias e doces e empregada na
indústria farmacêutica (LIMA, 2008).
Devido à boa aceitabilidade do mamão no mercado consumidor e ao grande
aproveitamento dos frutos, a cultura vem se expandido com perspectivas favoráveis
(MENDONÇA et al., 2006). O volume de produção mundial de mamão em 2007 foi
superior a 6,9 milhões de toneladas, em uma área total de 371,3 mil hectares, sendo
que o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial, com uma produção de 1,8
milhões de toneladas e uma contribuição de 26% da oferta mundial (FNP
18
CONSULTORIA & COMÉRCIO, 2010). O Estado da Bahia é o maior produtor brasileiro,
seguido pelo Espírito Santo, que produziram em 2008 902,5 e 630,1 mil toneladas,
respectivamente (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE,
2008).
Cerca de 30% do total produzido é perdido, devido à alta perecibilidade do mamão
(PAUL et al., 1997), que é um fruto climatérico, cujas características são de aumento da
taxa respiratória, produção autocatalítica de etileno e alterações sensoriais substanciais
durante o seu amadurecimento, tais como cor, sabor, amaciamento e produção de
compostos voláteis aromáticos (PEREIRA et al., 2006).
Sob condições ambientais o mamão completa o seu amadurecimento em
aproximadamente uma semana, no entanto esse período pode ser reduzido devido a
vários fatores de pré e pós-colheita (COSTA; BALBINO, 2002). Dentre os fatores de
pré-colheita, pode-se citar: práticas culturais como semeadura, pH do solo, plantio,
espaçamento, irrigação, controle de plantas daninhas, adubação, fertirrigação, poda,
controle fitossanitário, raleamento, fatores de clima e aspectos de colheita. Os fatores
de pós-colheita incluem: transporte e manuseio no galpão de embalagem, pré-
resfriamento e armazenamento (SENHOR et al., 2009). Esses fatores podem se
manifestar nos frutos isoladamente ou em conjunto, proporcionando perdas
quantitativas e/ou qualitativas nas diferentes fases da comercialização (COSTA;
BALBINO, 2002).
Considerando que a produção nacional do mamão baseia-se nos grupos „Havaí‟ e
„Formosa‟ e que este último, apesar de muito bem aceito pelos consumidores, é pouco
conveniente para uso individual, devido à necessidade de operações como o
descasque e a eliminação das sementes antes do consumo, o processamento mínimo
deste fruto poderia torná-lo muito mais prático, uma vez que, adequadamente
embalado, poderia ser ofertado em diversas ocasiões, ampliando a utilização nos
diferentes segmentos varejistas (GODOY et al., 2003).
Além disso, ao se comprar uma fruta minimamente processada com tamanho e/ou
peso adequados ao seu consumo, o consumidor reduz consideravelmente, ou até
mesmo, elimina o risco de perdas na sua geladeira (MELO et al., 2009). Dessa forma,
ocorre a maximização do aproveitamento da produção, o que, no caso do mamão, é um
19
fator bastante positivo, já que se trata de um fruto altamente perecível, com
possibilidade de grandes perdas na fase pós-colheita.
2.2 Processamento mínimo
De acordo com a International Fresh-cut Produce Association (IFPA, 2000 apud
GARCIA; BARRET, 2005) produtos minimamente processados são frutas e hortaliças
cortadas e/ou descascadas, 100% aproveitáveis, ensacadas ou pré-embaladas, que
ofereçam ao consumidor alto valor nutritivo, conveniência e sabor, mantendo ainda o
estado fresco original.
Produtos minimamente processados estão disponíveis no mercado norte-
americano desde os anos 30 do século passado. Saladas embaladas podiam ser
encontradas em quitandas e em pequenos mercados no ano de 1938 na costa Oeste e
a partir dos anos 40 na costa Leste dos Estados Unidos (IFPA, 1999). Todavia, a
atividade de processamento mínimo começou realmente a crescer nos Estados Unidos
a partir da década de 50, com o surgimento das redes de alimentação rápida, que
demandavam produtos processados e, com isso, estimularam a estruturação de
empresas nesse setor (McDONALD‟S, 2005).
No Brasil, similarmente ao verificado no mercado norte-americano, o início da
atividade de processamento mínimo de frutas e hortaliças ocorreu com a chegada das
redes de alimentação rápida, no final da década de 70. Inicialmente, as técnicas
empregadas no Brasil eram quase em sua totalidade copiadas de outros países, pois o
Brasil ainda carecia de informações e de tecnologia própria. Somente em meados dos
anos 90 iniciou-se, de forma consistente e sistematizada, a pesquisa e o
desenvolvimento de tecnologia de processamento mínimo, o que possibilitou que
muitos empresários pudessem atuar no setor de forma mais organizada, sustentável e
competitiva (MORETTI, 2007).
Nos últimos anos, fatores como as significativas mudanças nos hábitos
alimentares dos consumidores (SPOTO; MIGUEL, 2006), a maior participação da
mulher no mercado de trabalho, a diminuição no número de indivíduos por família, o
maior número de pessoas morando sozinhas e o aumento do setor de refeições
20
coletivas, têm impulsionado o mercado de produtos minimamente processados
(MORETTI, 2007).
Segundo Jacomino et al. (2004) o processamento mínimo oferece produtos com
qualidade, frescor e conveniência e, no caso de frutas, permite ainda a avaliação
imediata de sua qualidade interna, além de contribuir para o aumento da rentabilidade
dos produtores, fixação da mão-de-obra nas regiões produtoras e facilitar o manejo do
lixo.
2.2.1 Alterações fisiológicas nos tecidos submetidos ao processamento mínimo
Diferente da maioria das técnicas de processamento, que buscam a estabilização
e o prolongamento da vida útil dos alimentos, o processamento mínimo pode aumentar
a perecibilidade dos mesmos, uma vez que, ao remover a camada protetora natural dos
frutos, expõem-se as células da polpa, que possuem um grande percentual de água,
ácidos orgânicos e outras substâncias (CANTWELL, 2000; KING; BOLIN, 1989).
Quando as frutas e hortaliças atingem o ponto de colheita adequado, os tecidos
vegetais iniciam o processo de senescência, no qual a integridade da membrana e a
estrutura celular se enfraquecem, tornando os tecidos maduros extremamente
suscetíveis às injúrias e danos causados pelo processamento mínimo (WATADA et al.,
1990).
Chitarra (1999) e Spoto e Miguel (2006) explicam que as frutas e hortaliças
minimamente processadas são facilmente perecíveis porque os tecidos são fisicamente
injuriados nas etapas de descascamento e corte, promovendo aumento do
metabolismo, da taxa respiratória, da produção de etileno e, conseqüentemente,
reduzindo a vida útil do produto. Sarantópoulus et al. (2001) acrescentam que a maior
perecibilidade resulta da manipulação manual e/ou mecânica durante o processamento,
a qual provoca o rompimento dos tecidos e a mistura do conteúdo celular, acarretando
inúmeras reações químicas, oxidativas ou não.
De acordo com Cantwell (1992), os cortes e as raspagens levam a mudanças
fisiológicas que resultam em prejuízos à aparência. A perda da integridade celular, na
superfície cortada, destrói a compartimentalização de enzimas e substratos. As reações
de escurecimento e a formação de metabólitos secundários indesejáveis podem ser
21
desenvolvidas, com a aceleração da respiração e da produção de etileno nos tecidos
próximos à superfície cortada.
2.2.2 Consequências do processamento mínimo à qualidade microbiológica
O processamento mínimo é uma tecnologia que favorece a contaminação de
alimentos por microrganismos patogênicos e deteriorantes, em razão do manuseio e do
aumento das injúrias provocadas nos tecidos, que podem diminuir a qualidade e o
tempo de vida útil do produto por acelerarem mudanças degradativas durante a
senescência (WILEY, 1994).
Para reduzir a predisposição à deterioração dos produtos minimamente
processados, o emprego de práticas tecnologicamente adequadas é indispensável
(SPOTO; MIGUEL, 2006). Ngwyen e Carlin (1994) mencionam que o correto controle
da temperatura de armazenamento, o uso de embalagens e o emprego de cloro como
sanificante, diminuem de maneira considerável o desenvolvimento de agentes
patogênicos.
Além destas práticas, os polímeros naturais, como polissacarídeos e proteínas,
utilizados na formação de revestimentos, também podem reduzir a formação de
colônias e subseqüentes contaminações. Isso ocorre porque estes polímeros
apresentam concentração de cargas superficiais que, por transferência iônica com as
paredes celulares de bactérias e fungos, provocam o rompimento dessas paredes,
impossibilitando a reprodução (ASSIS, 2006).
Embora não se tenha informações na legislação brasileira quanto aos limites de
contagens tolerados para microrganismos em frutas e hortaliças minimamente
processadas, é usual basear-se na Resolução RDC n 12 de 02 de janeiro de 2001
(BRASIL, 2001). Tal resolução deve ser utilizada como referência para garantir a
sanidade desses produtos uma vez que prevê padrões microbiológicos para hortaliças e
frutas frescas in natura, preparadas (descascadas, selecionadas ou fracionadas),
sanificadas, refrigeradas, destinadas ao consumo direto, de ausência de Salmonella sp.
em 25g, e máximo de 5x102 para coliformes a 45C/g.
22
2.3 Revestimentos comestíveis em alimentos
O uso de revestimentos (filmes e coberturas) comestíveis tem recebido a atenção
de pesquisadores nos últimos anos. Trata-se de finas camadas de material depositado
em um alimento como cobertura e que têm a finalidade de inibir ou reduzir a migração
de umidade, oxigênio, dióxido de carbono, aroma, dentre outros, pois funcionam como
barreiras semipermeáveis (SPOTO; MIGUEL, 2006).
Filmes e coberturas diferem em sua forma de aplicação: as coberturas são
aplicadas e formadas diretamente sobre o alimento, enquanto os filmes são pré-
formados separadamente e posteriormente aplicados sobre o produto (GUILBERT;
GONTARD; GORRIS, 1996).
Embora a aplicação de revestimentos em frutas e hortaliças seja uma tecnologia
emergente, não consiste exatamente em uma prática recente. Emulsões derivadas de
óleos minerais têm sido empregadas desde o século XIII na China, para elevar a
conservação de frutos cítricos e demais produtos perecíveis que eram transportados
por longas distâncias, principalmente por via marítima. Na década de cinquenta, a cera
de carnaúba foi amplamente empregada para esse fim, mas devido à aparência fosca
resultante de sua aplicação, para melhor resultado visual, polietileno e parafinas foram
adicionados. Nos anos sessenta, ceras e vernizes processados a partir de gomas
solúveis em água se tornaram populares no revestimento de citros e frutas em geral. As
coberturas atualmente denominadas “comestíveis” são mais recentes e datam das
décadas finais do século passado. Essas ganharam espaço em função da expansão da
oferta de produtos processados e da necessidade de maior preservação (ASSIS, 2006).
As possíveis aplicações dos revestimentos comestíveis são diversas, a depender
de suas propriedades, principalmente de barreira: controle das trocas gasosas com o
ambiente, no caso de alimentos frescos; controle da entrada de O2, no caso de
alimentos oxidáveis; controle de transferência de umidade, em casos de alto gradiente
de umidade relativa entre o alimento e o ambiente (CUQ et al., 1995); retenção de
aditivos, promovendo uma resposta funcional mais significativa na superfície do produto
(GUILBERT, 1988); e controle da incorporação de óleos e solutos para os alimentos
durante o processamento (DANIELS, 1973). Além disso, essas embalagens têm a
23
vantagem da biodegradabilidade, que as torna "ambientalmente corretas" (GONTARD,
1997).
Os revestimentos comestíveis são elaborados por pelo menos um componente
que seja capaz de formar uma matriz contínua e coesa, entre eles os polissacarídeos,
as proteínas ou os lipídeos. Os polissacarídeos, que são compostos hidrofílicos,
originam revestimentos com eficiente barreira contra os compostos de baixa polaridade,
como os lipídeos. Os revestimentos à base de proteínas têm propriedades mecânicas e
de barreira superiores aos formados por polissacarídeos, graças às propriedades
funcionais das proteínas. Já os revestimentos lipídicos são geralmente utilizados em
vista da sua excelente barreira contra umidade, porém alteram as características
sensoriais dos produtos, como sabor e textura (SPOTO; MIGUEL, 2006).
Nos últimos anos, a Embrapa Instrumentação Agropecuária tem avaliado
formulações de proteínas, gomas e polissacarídeos de origem animal e vegetal
destinadas ao revestimento de frutos. Esses compostos, a maioria hidrocolóides, após a
polimerização sobre a superfície, formam coberturas extremamente finas, invisíveis a
olho nu e podem atuar como barreira à perda de umidade, além de controlarem a
respiração e apresentarem ações bactericidas reduzindo ataques microbiológicos.
Embora o processo de preparo das soluções precursoras para revestimentos
comestíveis requeira protocolos e sequências reativas específicas, o revestimento em si
é um procedimento simples e passível de aplicação em larga escala. Os frutos ou
hortaliças íntegros ou fatiados são diretamente mergulhados ou submetidos à
nebulização com sistema de pressão manual (spray) do composto protetor em condição
líquida. Após o escoamento do excesso, parte do material aderido à superfície é
parcialmente absorvido, e a fração superficial sofre o processo de cura (polimerização)
por evaporação espontânea ou forçada do solvente, formando um revestimento invisível
(ASSIS, 2006).
Estudos realizados na Embrapa indicam que os melhores resultados na formação
de revestimentos são conseguidos com soluções em concentrações de polissacarídeos
e proteínas não superiores a poucos gramas por litro, o que torna o processo
economicamente atrativo (ASSIS, 2006). Dentre os biopolímeros mais utilizados na
elaboração de filmes e coberturas comestíveis, podem ser citados: as proteínas
24
(gelatina, caseína, ovoalbumina, glúten de trigo, zeína e proteínas miofibrilares), os
polissacarídeos (amido e seus derivados, pectina, celulose e seus derivados, alginato e
carragena) e os lipídios (monoglicerídeos acetilados, ácido esteárico, ceras e ésteres de
ácido graxo) ou ainda a combinação dos mesmos (CUQ et al., 1995).
Os revestimentos a base de polissacarídeos oferecem pouca barreira à perda de
umidade devido a sua natureza hidrofílica (BALDWIN; NISPEROS-CARRIEDO;
BAKER, 1995), embora alguns possam retardar a perda de umidade desidratando-se
antes do produto revestido (KESTER; FENNEMA, 1986; KROCHTA; MULDER-
JOHNSTON, 1997). Por outro lado, constituem boas barreiras ao oxigênio (WHISTLER;
BEMILLER, 1997), podem retardar a oxidação lipídica dos alimentos e melhorar o
sabor, a textura e a adesão (KESTER; FENNEMA, 1986).
Diversos polissacarídeos e derivados têm sido testados como revestimentos
comestíveis em frutos (KESTER; FENNEMA, 1986), visando o aumento da vida de
prateleira, devido à redução da perda de umidade e ao controle da transmissão de
gases. Dentre estes revestimentos, pode-se citar o amido, o alginato e a celulose, cujos
principais aspectos estão descritos a seguir:
a) Amido
O amido é formado por dois tipos de polímeros de glicose, a amilose e a
amilopectina, com estruturas e funcionalidades diferentes. A amilose é um polímero
linear composto por unidades de D-glicose ligadas por ligações α-(1→4), com grau de
polimerização de 200 a 3000, dependendo da fonte do amido. A amilopectina é um
polímero altamente ramificado, com unidades de D-glicose ligadas através de ligações
α-(1→4) e ramificações em α-(1→6) (ELLIS et al., 1998). Variações nas proporções
entre estes componentes e em suas estruturas e propriedades podem resultar em
grânulos de amido com propriedades físico-químicas e funcionais muito diferentes, que
podem afetar as suas aplicações industriais (MALI et al., 2010).
As principais fontes mundiais de amido alimentício são o milho, a batata, o trigo, a
mandioca e o arroz (ELLIS et al., 1998). No Brasil, o polissacarídeo é extraído do milho
e da mandioca, no entanto as indústrias de alimentos estão interessadas na
identificação e no desenvolvimento de espécies que produzam amidos nativos com
25
características físico-químicas especiais, como é o caso do arroz (ZAVAREZE et al.,
2009).
Na farinha de arroz, os carboidratos são representados basicamente pelo amido.
O segundo componente em maior quantidade é a proteína, respondendo por cerca de
7-9% da sua composição. Segundo a Resolução CNNPA n° 12 de 24 de julho de 1978
(BRASIL, 1978), a farinha de arroz pode ser denominada e vendida como amido de
arroz se tiver no mínimo 80% de amido. Além disso, as proteínas presentes no grão de
arroz estão fortemente associadas com a superfície do grânulo de amido dificultando
assim sua remoção (CARDOSO et al., 2007).
Embora o amido de arroz não possua um volume de produção expressivo, suas
características especiais deveriam ser bem mais exploradas. O pequeno tamanho dos
grânulos confere textura extremamente suave com o cozimento e sabor brando; não é
um produto alergênico, podendo ser consumido por portadores de doença celíaca como
substituto do trigo na elaboração de produtos sem glúten (POLANCO et al., 1995;
NABESHIMA; EL-DASH, 2004).
Além disso, durante o beneficiamento do arroz, aproximadamente 14% dos grãos
são quebrados (CASTRO et al., 1999) e, portanto, apresentarão menor valor comercial.
Uma das alternativas para agregar valor aos grãos quebrados seria a extração de
amido, transformando essa matéria-prima em um produto com maior interesse industrial
e comercial (ZAVAREZE et al., 2009).
Neste contexto, o aproveitamento do amido de arroz para a elaboração de
coberturas comestíveis torna-se viável, notadamente pela capacidade de formação de
películas de amilose, a qual apresenta estrutura linear apropriada (CHITARRA;
CHITARRA, 2005). Quando o amido é aquecido em excesso de água: com o aumento
da temperatura, ocorre o rompimento da estrutura do grânulo, extravasando os seus
constituintes que se transformam em substâncias gelatinosas, denominada gel de
amido. Admite-se que o gel é formado pela amilopectina, retendo em sua estrutura a
amilose. A temperatura na qual se dá a geleificação varia com o tipo de amido
(MEDCALF, 1973). De acordo com Cereda et al. (1995) na retrogradação pontes de
hidrogênio são estabelecidas e o material disperso volta a se organizar em
macromolécula, originando uma cobertura protetora em volta do fruto.
26
Devido às suas propriedades de gelatinização e retrogradação, os revestimentos à
base de amido propiciam a criação de películas resistentes, flexíveis, atóxicas,
biodegradáveis e transparentes que, quando aplicadas na superfície dos vegetais,
melhoram o aspecto visual, por lhes conferir brilho, e sua vida útil, por alterar sua
permeabilidade aos gases (CEREDA et al., 1992).
No entanto, o uso de coberturas hidrofílicas, como a do amido, tem limitações
quanto às propriedades de barreira ao vapor d‟água, em suas propriedades mecânicas
e, de certa forma, por conferirem aparência untuosa a alguns produtos. Entretanto, o
amido exibe propriedades termoplásticas quando um plastificante, como o glicerol ou o
sorbitol, é adicionado à formulação (CHITARRA; CHITARRA, 2005).
b) Alginato
Os alginatos, comercialmente disponíveis como sais de sódio do ácido algínico
(GLICKSMAN, 1982), são polímeros lineares de alto peso molecular, variando de
20.000 a 600.000 Dalton, encontrados na parede celular e espaço intercelular de algas
marrons (ONSOYEN, 1997) como Macrocystis pyrifera, Ascophyllum nodosum,
Laminaria hyperborea e Laminaria digitata (DZIEZAK, 1991).
O sal do ácido algínico é um ácido poliurônico, com ligações do tipo α-1,4,
constituído por três tipos de segmentos de polímeros: poli-β-D-ácido manurônico (M),
poli-α-L-ácido gulurônico (G) e segmentos com resíduos alternados de ácidos D-
manurônico e L-gulurônico (KING, 1983; ONSOYEN, 1997).
O ácido algínico possui solubilidade limitada, podendo ser transformado em uma
grande variedade de alginatos comerciais pela incorporação de diferentes sais como
cálcio, potássio, magnésio e sódio, sendo este último, o mais utilizado e hidrofílico
(ONSOYEN, 1997). O ácido algínico é um polissacarídeo autodegradável quando
aquecido por tempo prolongado, cuja viscosidade aumenta em pH abaixo de 4 e na
presença de íons de cálcio ou cátions polivalentes, chegando a formar géis (BOBBIO;
BOBBIO, 2001).
A propriedade de geleificação é útil na formação do revestimento, sendo os sais
de cálcio os agentes geleificantes mais efetivos: quando a solução de alginato e o cálcio
entram em contato, um gel instantâneo é formado na interface (GLICKSMAN, 1982). Os
27
íons de cálcio têm por função manter as cadeias de alginato unidas pelas interações
iônicas, após a formação de pontes de hidrogênio entre as cadeias, produzindo gel com
estrutura de rede tridimensional (KING, 1983).
As coberturas de alginato constituem boas barreiras ao oxigênio (WHISTLER;
BEMILLER, 1997), são impermeáveis a óleos e gorduras (WHISTLER et al., 1984),
podem retardar a oxidação lipídica dos alimentos, melhorar o sabor, textura e a adesão
(KESTER; FENNEMA, 1986) e, apesar de serem barreiras deficientes quanto à
umidade (WHISTLER et al., 1984), podem reduzir significativamente a perda de água
pelos alimentos, isto porque a umidade é perdida pela cobertura antes do alimento se
desidratar (WHISTLER; BEMILLER, 1997). No entanto, alginatos com maior
porcentagem de segmentos poli-α-L-ácido gulurônico (G) na sua estrutura formam géis
mais rígidos e quebradiços, que podem sofrer sinérese (COTTRELL; GAIRD, 1980),
motivo pelo qual se recomenda a adição do plastificante glicerol (MOLDÃO-MARTINS;
EMPIS, 2000), o qual modifica as propriedades mecânicas dos filmes, aumentando a
resistência e a flexibilidade e reduzindo as rachaduras (CHITARRA; CHITARRA, 2005).
Os alginatos de sódio são compatíveis com um grande número de compostos
utilizados em alimentos como amidos, dextrinas, sacarose, pectinas, proteínas como
caseína e polióis. São também parcialmente compatíveis com etanol e sais como
sulfato de sódio, cloreto de sódio e incompatíveis com ácidos fortes, que reduzem o pH
a valores abaixo de 3,5 (MACDOWELL, 1973).
A Resolução n° 386 de 05 de agosto de 1999 (BRASIL, 1999) menciona que,
através de avaliação toxicológica, a FAO estabeleceu valores de Ingestão Diária
Aceitável (IDA) – “não especificada” para diversos aditivos, incluindo o alginato. Isso
significa que o aditivo pode ser utilizado em quantidade suficiente para obter o efeito
tecnológico necessário.
c) Carboximetilcelulose
O uso da celulose como material para formação de filmes comestíveis pode ser
obtido por meio de modificações químicas apropriadas e sob medida na sua estrutura
obtendo-se os éteres-ésteres de metil-celulose (MC), hidroxi-propil-metil-celulose
(HPMC), hidroxi-propil-celulose (HPC) e carboximetilcelulose (CMC)
28
(ARVANITOYANNIS; BILIADERIS, 1999). Dentre estes produtos, a CMC é um dos que
mais se destaca, em função da sua importância econômica como agente espessante e
pela variedade de aplicações (JUSTE; MAJEWICZ, 1985).
A CMC consiste em um éter de celulose que possui a estrutura baseada no
polímero de β(1→4)-D-glucopiranose da celulose (MERLE et al., 1999). Produzida via
reação de Williamson, que consiste no tratamento da celulose com ácido
monocloroacético em presença de excesso de hidróxido de sódio, a CMC geralmente é
isolada e comercializada como sal de sódio, o qual, quando dissolvido, apresenta-se
como éter aniônico de celulose (FUJIMOTO et al., 2002).
As propriedades e aplicações da CMC dependem, essencialmente, da viscosidade
de suas soluções aquosas, do grau médio de substituição (GS), definido como o
número médio de grupos hidroxila substituídos por unidade D-glicopiranosil da cadeia
polimérica, e da distribuição dos grupos carboximetila ao longo das cadeias. Este último
fator influencia fortemente suas propriedades, o comportamento reológico de suas
soluções e a abrangência de suas aplicações. Os produtos industrialmente importantes
apresentam graus médios de substituição inseridos em uma faixa relativamente restrita
(0,5<GS<1,5) e, considerando que são obtidos por reação heterogênea, a distribuição
dos substituintes inseridos nas cadeias de celulose depende da acessibilidade dos
reagentes aos sítios reativos da macromolécula, sendo uma característica de difícil
controle (CARASCHI; CAMPANA FILHO, 1999).
Não obstante, a CMC apresenta algumas vantagens em relação à maioria dos
ésteres de celulose: pode ser produzida à pressão atmosférica; apresenta grupos
carboxilatos que lhe conferem solubilidade em água quando seu grau médio de
substituição (GS) é maior que 0,5; possui grau de polimerização (GP) que lhe confere
maior peso molecular e conseqüentemente maior viscosidade quanto maior for o GP e
pode ser obtida de biomassa vegetal abundante e barata, como o bagaço de cana-de-
açúcar (FUJIMOTO et al., 2002).
Além disso, os biofilmes a base de CMC são flexíveis, transparentes, sem odor;
têm resistência moderada à ruptura; são resistentes a óleos e à migração de gorduras;
solúveis em água e funcionam como barreira moderada à umidade e ao oxigênio
(KESTER; FENNEMA, 1986; KROCHTA; MULDER-JOHNSTON, 1997). Já as
29
propriedades mecânicas e de barreira são dependentes do seu peso molecular, sendo
que quanto maior o peso molecular, melhores são as propriedades (KROCHTA et al.,
1994).
Diferentes pesquisas têm sugerido o uso de CMC como uma cobertura apropriada
para diversos produtos (DEL-VALLE et al., 2005; DEBEAUFORT; VOILLEY, 1997;
AYRANCI; TUNC, 2001). A CMC tem sido extensivamente aplicada como película para
retardar a perda de qualidade de produtos frescos como tomates, cerejas, feijões
frescos, morangos, mangas e bananas (ZHUANG et al., 1996; BALDWIN et al., 1999;
KITTUR et al., 2001; AYRANCI; TUNC, 2003).
2.4 Avaliação das características físico-químicas dos frutos
As características físicas e químicas dos frutos são de fundamental importância
para a definição de técnicas de manuseio pós-colheita, assim como para a boa
aceitação do produto pelo consumidor (CHITARRA; CHITARRA, 1990). Para estudos
da qualidade, vários parâmetros podem ser analisados, sejam eles físicos, como cor e
firmeza; ou químicos, como sólidos solúveis totais, pH, acidez titulável e outros
(FAGUNDES; YAMANISHI, 2001).
2.4.1 Concentração de gases (O2 e CO2)
O armazenamento de produtos minimamente processados em condições
adequadas é um ponto fundamental para o sucesso dessa tecnologia (VANETTI, 2000).
A temperatura, umidade relativa e a composição atmosférica do interior da embalagem
são condições ambientais que podem ser manipuladas para diminuir a respiração do
vegetal e minimizar o crescimento microbiano (SHEWFELT, 1987).
Baixas concentrações de O2 e altas de CO2 retardam a atividade respiratória do
vegetal, os níveis de produção de etileno, bem como outras alterações fisiológicas que
resultam na mudança de cor, firmeza, qualidade sensorial e nas propriedades
nutricionais (KADER, 1995).
Neste contexto, o sistema de atmosfera modificada consiste no acondicionamento
do produto hortícola em uma embalagem selada e com permeabilidade seletiva a
gases, com o objetivo de se reduzir às concentrações de O2 e aumentar as
30
concentrações de CO2 (ZAGORY; KADER, 1988). De maneira geral, embalagens
contendo 2-8% de O2 e 5-15% de CO2 têm potencial para aumentar a vida útil dos
produtos minimamente processados, contudo, para cada vegetal existe uma
composição de gases específica que aumenta sua durabilidade (CANTWELL, 1992).
Para mamão, essa composição varia entre 3-5% de O2 e 5-10% de CO2.
Concentrações de O2 menor do que 2% e de CO2 maior do que 10% podem induzir
modificações no sabor e falhas no amadurecimento dos frutos (KADER, 1997).
Sob condições de altos níveis de CO2, embora os microrganismos aeróbicos
responsáveis pela deterioração sejam inibidos, o crescimento de patógenos potenciais
pode ser estimulado. Além disso, concentrações de CO2 de 10 a 20% resultam na
supressão do processo metabólico aeróbico ainda que a presença de O2 seja suficiente
para reduzir a influência negativa sobre a qualidade sensorial (WATKINS, 2000).
Também a falta de O2 pode induzir o desenvolvimento de off-flavors devido à mudança
do metabolismo aeróbico para o anaeróbico (fermentativo). Ambas, altas concentrações
de CO2 ou baixa de O2, poderão indiretamente induzir a formação de off-flavors por
estimular o crescimento de bactérias homo e hetero-fermentativas e leveduras, que
produzem ácidos orgânicos, etanol e ésteres voláteis (BEAUDRY, 2000).
Deste modo, a seleção de filme plástico adequado, que tenha taxa de
permeabilidade a gases compatível com a respiração do vegetal, pode colaborar para
que se atinja uma atmosfera de equilíbrio no interior das embalagens e,
consequentemente, prolongar a vida pós-colheita do produto armazenado (CANTWELL,
1992).
2.4.2 Perda de massa
A perda de massa de frutas e hortaliças durante o armazenamento ocorre
principalmente devido a dois fatores, a transpiração e a respiração.
A transpiração, que é a maior responsável pela perda de massa, é o mecanismo
pelo qual a água é perdida devido à diferença de pressão de vapor d‟água entre a
atmosfera circundante e a superfície do fruto (BHOWMIK; PAN, 1992). De acordo com
Chitarra e Chitarra (1990), quando essa perda d‟água é suficientemente alta, ocorre
31
alteração da aparência e, consequentemente, da aceitabilidade do produto como
alimento.
A respiração, por sua vez, também causa redução de massa, pois átomos de
carbono são perdidos do fruto toda vez que uma molécula de CO2 é produzida e
perdida para a atmosfera (BHOWMIK; PAN, 1992).
A perda de água de produtos armazenados não só resulta em perda de massa,
mas também em perda de qualidade, principalmente pelas alterações na textura.
Alguma perda de água pode ser tolerada, mas aquela responsável pelo murchamento
ou enrugamento deve ser evitada. O murchamento pode ser retardado, reduzindo-se a
taxa de transpiração, o que pode ser feito por aumento da umidade relativa do ar,
diminuição da temperatura, redução do movimento do ar e uso de embalagens
protetoras (BARROS et al., 1994). Dentre as embalagens protetoras pode-se citar os
filmes plásticos, as ceras e os filmes comestíveis (VICENTINI et al., 1999).
A perda de umidade é usualmente expressa como perda percentual de massa e
pode ser determinada por pesagem do produto após o processamento e ao longo do
armazenamento (CHITARRA; CHITARRA, 2005).
2.4.3 Cor
É utilizada como parâmetro para a seleção de muitos produtos em classes e
categorias comerciais e relaciona-se com a percepção da aparência pelo consumidor
(CHITARRA; CHITARRA, 2005). É analisada através dos parâmetros L, a*, b*, Hue e
Croma, os quais representam as medidas objetivas de cor avaliadas pelo olho humano
(MINOLTA CORP., 1994).
Os valores a* e b* representam a cor propriamente dita, variando do vermelho ao
verde (valor a*) e do amarelo ao azul (valor b*). Neste círculo se encerra toda a gama
de cores representativa do universo (Croma); sendo que, quanto mais se afastam do
centro do círculo, mais vívidas ou mais fortes são as cores; ao contrário, quanto mais se
aproximam do centro, mais mescladas estas se tornam, até que o conjunto se torne
uma única tonalidade: cor cinza. O Hue se caracteriza pelo ângulo formado em relação
ao eixo x, se iniciando no valor a* positivo (vermelho), podendo atingir até 360 Graus.
Esse ângulo nos indica a variação entre as cores: vermelho, amarelo, verde, etc. e
32
também suas nuances: alaranjado, avermelhado, etc. (Figura 1) (MINOLTA CORP.,
1994).
O valor L representa a luminosidade ou o tom da cor do produto, variando de zero
(negro) a cem (branco). Portanto, amostras que apresentam as mesmas cores, ou seja,
os mesmos valores de a*, b*, Hue e Croma podem ser diferentes entre si pela variação
da luminosidade (tom), apresentando-se como claras ou pálidas, mais próximo de cem,
ou escuras, mais próximas de zero (Figura 2) (MINOLTA CORP., 1994).
Figura 1. Valores de a*, b*, Hue e Croma no Sistema Hunter Lab Croma Meter Fonte: Minolta Corp., 1994
Figura 2. Valor de L no Sistema Hunter Lab Croma Meter Fonte: Minolta Corp., 1994
2.4.4 Firmeza
A firmeza, um dos mais importantes componentes do atributo textura
(VILLARREAL ALBA et al., 2004), é representada pelas substâncias pécticas que
compõem as paredes celulares dos vegetais e é determinada pelas forças de coesão
entre as pectinas (KLUGE; JACOMINO, 2002).
De acordo com Kluge et al. (2002) a pectina corresponde a uma cadeia do ácido
poligalacturônico com grau variável de esterificação e metilação e que, juntamente com
a celulose, hemicelulose e cálcio, forma o material estrutural das paredes celulares dos
vegetais, estando em maior quantidade na lamela média. A combinação destes
compostos forma a protopectina, que é insolúvel em água.
Croma
33
Durante o crescimento da fruta, a protopectina mantém uma forte coesão das
células e, consequentemente, a fruta apresenta-se extremamente firme antes da
maturação. No transcorrer da maturação, após a fruta atingir o tamanho máximo, o
cálcio é desprendido da protopectina pela ação da enzima protopectinase, iniciando a
solubilização da pectina. Outras duas enzimas são importantes na modificação da
textura: a poligalacturonase (PG) que atua na despolimerização ou encurtamento da
cadeia do ácido poligalacturônico e a pectinametilesterase (PME) que promove a
desesterificação ou remoção dos grupos metílicos ou acetil das cadeias. Com a
atividade destas enzimas, a pectina passa da forma insolúvel para a forma solúvel,
promovendo amaciamento da polpa das frutas (KLUGE et al., 2002).
Segundo Awad (1993) a perda da firmeza pode resultar ainda da perda excessiva
de água e diminuição da pressão de turgescência das células. Vila (2004) relata que
este processo é importante na pós-colheita, em função da diferença de pressão de
vapor existente entre os tecidos do fruto e atmosfera local de armazenamento.
A perda de firmeza, após a mudança de cor, é a transformação mais evidente que
ocorre durante a maturação (TUCKER, 1993) e pode influenciar no período de
conservação e na resistência ao manuseio, transporte e ataque de microrganismos
(CARVALHO, 1994). De acordo com Kader (1995), o uso de baixas temperaturas,
dentro de certos limites para cada fruto, e o armazenamento em atmosfera modificada
e/ou controlada pode minimizar o amaciamento dos frutos durante a maturação.
Mohsenin (1986) descreve que a avaliação da firmeza de frutas e hortaliças é
importante na determinação do ponto de colheita, na avaliação da qualidade durante o
armazenamento de produtos frescos e na correlação entre a qualidade do material in
natura e correspondente produto processado.
As medições com penetrômetro, aparelho munido de uma ponteira para
penetração no produto, são bem correlacionadas com a percepção humana de firmeza
e com a vida de armazenamento e dão uma idéia das transformações na estrutura
celular, coesão das células e alterações bioquímicas no produto (CHITARRA;
CHITARRA, 2005).
34
2.4.5 Teor de sólidos solúveis
O teor de sólidos solúveis indica a quantidade de todas as substâncias dissolvidas
na polpa das frutas e é constituído majoritariamente por açúcares, principalmente
sacarose, frutose e glucose. Comumente designado como ºBrix, é medido com auxílio
de refratômetro (CHITARRA; CHITARRA, 2005).
Os sólidos solúveis geralmente aumentam com o transcorrer do processo de
maturação dos frutos, seja pela biossíntese, degradação de polissacarídeos ou perda
de água, resultando em maior concentração dos mesmos. A perda varia com a taxa de
respiração, já que os sólidos são substratos utilizados no processo respiratório
(LIDSTER et al., 1980).
2.4.6 Acidez titulável e pH
A acidez de um fruto é dada pela presença dos ácidos orgânicos, que servem de
substratos para a respiração, e encontram-se dissolvidos nos vacúolos das células,
tanto na forma livre, como combinada com sais, ésteres, glicosídeos. Em frutos, não só
contribuem para a acidez, como também para o aroma característico, já que alguns
componentes são voláteis. O teor de ácidos orgânicos tende a diminuir, devido à sua
oxidação no ciclo dos ácidos tricarboxílicos, em decorrência do processo respiratório ou
de sua conversão em açúcares, pois nesta fase ocorre maior demanda energética pelo
aumento do metabolismo (BRODY, 1996; CHITARRA; CHITARRA, 1990).
A acidez é usualmente calculada com base no principal ácido presente,
expressando-se o resultado em acidez titulável e nunca em acidez total, devido aos
componentes ácidos voláteis que não são detectados (CHITARRA; CHITARRA, 1990).
Os ácidos cítrico e málico são os encontrados em maior abundância nas frutas
tropicais; sendo que Arriola, Menchu e Rolz (1976) revelaram que para o mamão o
ácido orgânico predominante é o ácido cítrico; e o seu teor diminui com a maturação.
O método de medição da acidez titulável mais utilizado é o da neutralização
química de todos os ácidos livres presentes no suco do fruto com uma solução
padronizada de NaOH (0,1N). Esta acidez titulável normalmente é expressa em
miliequivalentes por litro (meq.L-1), ou também em gramas/litro do ácido orgânico
dominante ou em percentagem (g ácido/100 g de suco ou mL ácido/100 mL de suco),
35
que podem ser convertidos em meq.L-1 mediante massa molecular do ácido
correspondente e sua valência (VALERO; RUIZ ALTISENT, 1998).
Além da acidez titulável, outro método comumente utilizado para medir a acidez
de frutos, é o do potencial hidrogeniônico (pH). Enquanto o primeiro representa todos os
grupamentos ácidos encontrados (ácidos orgânicos livres e na forma de sais e
compostos fenólicos), o segundo expressa apenas a quantidade de ácido dissociado na
solução (KRAMER, 1973).
A capacidade tampão de alguns sucos, segundo Chitarra e Chitarra (1990),
permite que ocorram grandes variações na acidez titulável sem variações apreciáveis
no pH. Contudo, numa faixa de concentração de ácidos entre 2,5 e 0,5%, o pH aumenta
com a redução da acidez, sendo utilizado como indicativo dessa variação.
A determinação do pH é normalmente realizada com potenciômetro que converte
a concentração de íons hidrogênio em unidades de pH. As células para medidas
potenciométricas são formadas por um eletrodo de referência e um eletrodo indicador
ligados a um instrumento capaz de medir a diferença de potencial entre eles. A relação
entre o pH e a concentração de íons hidrogênio é dada pela fórmula: pH=-log (H+)
(LEAL et al.,2008).
Os mamões apresentam baixa acidez quando comparado a outras frutas tropicais,
sendo uma vantagem nutricional, pois permite seu consumo por pessoas sensíveis a
frutos ácidos, porém esta baixa acidez é um problema enfrentado pelos processadores,
pois seu alto pH favorece a atividade das enzimas e o crescimento de microrganismos
(LIMA et al., 2009).
2.4.7 Ratio
O ratio representa a relação entre os sólidos solúveis e a acidez titulável. É uma
das formas mais utilizadas para a avaliação do sabor, sendo mais representativa que a
medida isolada de açúcares ou da acidez, pois dá uma boa idéia do equilíbrio entre
esses dois componentes (CHITARRA; CHITARRA, 2005).
36
2.5 Análise sensorial
A NBR 12806 define análise sensorial com uma disciplina científica usada para
evocar, medir, analisar e interpretar reações das características dos alimentos e
materiais como são percebidas pelos sentidos da visão, olfato, gosto, tato e audição
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT, 1993).
O instrumento de medida utilizado pela Análise Sensorial é o homem e, segundo
Meilgaard et al. (1999), nenhum instrumento ou combinação de instrumentos poderia
substituir os sentidos humanos, os quais são capazes de registrar uma expressão
integral da complexidade de um alimento.
Nos últimos anos, a indústria alimentícia moderna tem utilizado a análise sensorial
como ferramenta, considerando a avaliação das características sensoriais dos produtos
como componente essencial no desenvolvimento, manutenção, otimização, controle de
qualidade e avaliação do potencial de mercado de um determinado alimento
(MEILGAARD et al., 1999; STONE; SIDEL, 1993b; BI, 2003).
Os testes sensoriais são importantes por serem capazes de identificar a presença
ou ausência de diferenças perceptíveis, definirem características sensoriais de um
produto e serem capazes de detectar particularidades dificilmente detectadas por outros
procedimentos analíticos, e ainda avaliarem se um produto é aceito pelo consumidor
(MUÑOZ et al., 1992).
Stone e Sidel (1993b) dividem os métodos de análise sensorial em discriminativos
(testes de diferença: teste triangular, duo-trio; comparação múltipla, sensibilidade e
ordenação), descritivos (perfil de sabor, perfil de textura, análise descritiva quantitativa,
tempo e intensidade e avaliação de atributos) e os afetivos (teste de
aceitação/preferência: preferência pareada, ordenação de preferência, escala hedônica;
escala relativa ao ideal).
Os testes discriminativos ou de diferença são muito utilizados para investigar se
há diferença ou não entre produtos e, em algumas metodologias, o grau dessa
diferença. Os testes de diferença têm como vantagem serem de rápida análise, pois é
necessário apenas contabilizar o número de resposta no teste aplicado e consultar a
tabela estatística adequada para a metodologia utilizada. Em contrapartida,
dependendo do teste, o resultado apenas demonstrará se há ou não diferença entre os
37
produtos testados, mas não avaliará o quão diferente são. Além disso, não é possível
determinar se o produto testado agradou ou não ao provador (ROUSSEAU, 2004).
Os testes descritivos são considerados os melhores métodos para se estabelecer
um perfil sensorial. A Análise Descritiva Quantitativa (ADQ) é um dos métodos
descritivos mais utilizados (ROUSSEAU, 2004). A técnica é capaz de descrever
qualitativa e quantitativamente o produto, baseada na percepção de um grupo de
pessoas previamente selecionadas e treinadas (MURRAY et al., 2001; BI, 2003). Os
resultados obtidos fornecem a descrição sensorial completa dos produtos e, quando
realizados junto com testes afetivos, permitem identificar os atributos sensoriais que são
importantes para a aceitabilidade do consumidor (MEILGAARD et al., 1999). No
entanto, a aplicação desta metodologia requer que os provadores sejam recrutados e
treinados, implicando na necessidade de tempo prolongado até se obter um resultado,
além dos custos serem mais elevados que nos testes discriminativos e afetivos
(ROUSSEAU, 2004).
Os testes afetivos têm como objetivo avaliar a resposta dos indivíduos com
relação à preferência e ou à aceitação de um produto ou características específicas de
um produto pelos consumidores habituais ou potenciais do mesmo. A utilização de
testes afetivos encontra-se em expansão entre as empresas que valorizam a
informação obtida de estudos de consumidor, assegurando assim que sejam atendidas
as expectativas do consumidor final (MEILGAARD et al., 1999). Os julgadores não são
treinados, mas são selecionados para representar uma população alvo (ISTITUTE OF
FOOD TCHNOLOGISTS - IFT, 1981).
2.5.1 Testes de aceitação
A aceitabilidade de um produto foi definida pela ABNT como o grau de aceitação
de um produto, por um indivíduo ou população, em termos de propriedades sensoriais
(ABNT, 1993). As propriedades sensoriais são influenciadas diretamente pela
composição química e propriedades físicas de um produto. São percebidas pelo
indivíduo como atributos de aparência, aroma, sabor e textura, os quais influenciam a
qualidade e a competitividade entre os produtos (MOLNAR et al., 1993).
38
De acordo com Meilgaard et al. (1991), a condução de testes de aceitação ou de
preferência geralmente visa atender quatro objetivos principais: verificação do
posicionamento do produto no mercado, otimização da formulação do produto,
desenvolvimento de novos produtos e avaliação do potencial de mercado.
Os testes de aceitação são geralmente realizados em laboratórios de análise
sensorial, por uma equipe formada por um número de 25 a 50 pessoas, que sejam
representativas do público que se deseja atingir (STONE; SIDEL, 1993a), de tal forma
que os resultados obtidos proporcionem maiores oportunidades de ação (STONE;
SIDEL, 1993ab).
A escala hedônica de nove pontos é a mais utilizada para testes de aceitação,
devido à confiabilidade dos resultados e a fácil compreensão pelos consumidores.
Considerando que o teste de aceitação utilizando escala hedônica pode medir, com
certa segurança, o grau de gostar e a aceitação de um produto, é possível obter por
meio dos resultados desses testes, uma indicação do produto ou produtos com
possibilidade de alcançarem sucesso no mercado (STONE; SIDEL,1993b).
39
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Material
Os mamões (Carica papaya L.) utilizados foram do grupo „Formosa‟, com cerca de
70-80% da casca amarela (Kaur et al., 1997), provenientes de uma única área de
produção do município de Barreiras-BA, e obtidos na Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP).
Para os tratamentos dos mamões minimamente processados foram utilizados:
Cloreto de cálcio P.A. dihidratado com peso molecular de 147,01, adquirido no
comércio local;
Amido de arroz com 183 kcal, 40 g de carboidratos, 3 g de proteínas, 0,7 g de
gorduras totais e 1,2 g de fibra alimentar para cada 50 g do produto, adquirido na
Cerealista São José, São Paulo-SP;
Alginato de sódio com umidade máxima de 16%, pH (solução a 1%, 20°C) de
4,0-7,0 e viscosidade (solução a 1%, 20°C) de 1000-1300 cp, adquirido no comércio
local;
Carboximetilcelulose com pureza (base seca) de 99,7%, grau de substituição de
0,7, umidade de 6,5%, pH (solução a 1%, 25°C) de 6,8 e viscosidade (solução a 1%,
25°C) de 800 cp, cedida pela empresa Murta Especialidades Químicas Ltda, Cotia-SP.
3.2 Definição das concentrações e preparo das soluções filmogênicas
Devido ao tempo requerido no preparo e à necessidade de resfriamento a 5°C
para aplicação no mamão minimamente processado, todas as soluções filmogênicas
foram preparadas no dia anterior ao processamento, sem nenhuma implicação visual
nos resultados obtidos.
Cloreto de cálcio 0,75%: a concentração foi definida com base em informações
obtidas por Spoto1, em trabalho realizado no Instituto Canario de Investigaciones
Agrarias, Espanha, com mamão minimamente processado.
A solução foi preparada adicionando-se, lentamente e sob agitação, 0,75 g de
cloreto de cálcio para cada 100 mL de água potável (ANDRADE et al., 2007).
1 SPOTO, M.H.F. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”.
40
Amido de arroz 3%: a concentração baseou-se no trabalho de Fakhouri et al.
(2007) com uvas „Crimson‟.
A suspensão foi preparada adicionando-se 3 g de amido para cada 100 mL de
água potável e 10% de sorbitol em relação à massa de amido. Em seguida, foi aquecida
a 85 °C em banho-maria, sob agitação, por três minutos. Este tempo foi determinado
visualmente em testes preliminares, considerando o tempo necessário para o aumento
da viscosidade e a perda de opacidade da suspensão, relacionado à gelatinização do
amido.
Alginato de sódio 0,5%: inicialmente testou-se a concentração de 1%, utilizada
por Miguel et al. (2008) em trabalho com melão „Amarelo‟, por Groppo et al. (2009) em
pesquisa com laranja „Pêra‟ e também por Pilon (2003) em estudo com abacaxi „Pérola‟,
todos minimamente processados. Nesta concentração, o revestimento ficou muito
espesso, apresentando-se como um produto processado pelo calor (doce em calda) e
não como um minimamente processado, que se caracteriza pelo estado fresco. Dessa
maneira, resolveu-se testar uma menor concentração do revestimento, 0,5%, com o
objetivo de se preservar o estado natural do mamão minimamente processado.
Constatou-se, então, que o alginato a 0,5% aderiu melhor aos pedaços de mamão,
apresentando também menos brilho do que a concentração a 1%.
A suspensão foi preparada em banho-maria sob agitação adicionando-se 0,5 g de
alginato de sódio para cada 100 mL de água potável aquecida a 70°C (FONTES et al.,
2008; GROPPO et al. 2009).
Carboximetilcelulose 0,25%: as concentrações de 1% e 0,5%, utilizadas por
Amariz et al. (2007) em manga, resultaram em um gel espesso, impedindo a imersão
dos pedaços de mamão. Por isso, a concentração de 0,25% foi testada e utilizada,
resultando em uma solução filmogênica mais fluida.
A suspensão foi preparada em banho-maria sob agitação adicionando-se 0,25 g
de carboximetilcelulose para cada 100 mL de água potável aquecida a 70°C e 10% de
sorbitol em relação à massa de carboximetilcelulose.
41
3.3 Processamento
O processamento foi realizado na Planta Piloto de Processamento do
Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN) da Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP).
A higiene do processo foi assegurada através dos procedimentos estabelecidos
pelas boas práticas de fabricação. Equipamentos, acessórios e utensílios foram
sanitizados com solução de dicloroisocianurato de sódio dihidratado (NaDCC) na
concentração de 200mg L-1 de cloro ativo. Todas as operações de preparo dos frutos
foram conduzidas manualmente em ambiente climatizado a 12°C.
Os mamões foram selecionados em função do tamanho, cor e ausência de danos
mecânicos ou podridões, lavados com detergente neutro em água corrente, visando à
eliminação das sujidades presentes na superfície dos frutos (JACOMINO et al., 2004), e
sanitizados por 10 minutos em solução a 5°C de NaDCC 200mg L-1 de cloro ativo, para
eliminar microrganismos e retirar parte do calor de campo dos frutos. Em seguida,
foram colocados sobre papel absorvente por 10 minutos para remoção da solução em
excesso e mantidos em câmara refrigerada a 12° C por 12 horas (SOUZA et al., 2005).
Os frutos foram descascados manualmente, com auxílio de um pelador, cortados
em rodelas, as quais foram divididas ao meio, originando pedaços com
aproximadamente 2,5 cm de largura (HERNÁNDEZ et al., 2007), que depois de imersos
em NaDCC 20mg L-1 de cloro ativo e drenados por dois minutos (TEIXEIRA et al., 2001;
SOUZA et al., 2005; OLIVEIRA JUNIOR et al., 2007), foram submetidos aos
tratamentos:
- Tratamento 1 - Controle: cloreto de cálcio 0,75%
Os pedaços de mamão foram imersos em solução de cloreto de cálcio 0,75% por
dois minutos e drenados por 2 minutos.
- Tratamento 2: cloreto de cálcio 0,75% e amido de arroz 3%
Os pedaços de mamão foram imersos em solução de cloreto de cálcio 0,75% por
2 minutos, drenados por dois minutos, imersos em solução de amido de arroz 3% e
drenados por mais dois minutos.
- Tratamento 3: cloreto de cálcio 0,75% e alginato de sódio 0,5%
42
Os pedaços de mamão foram imersos em solução de cloreto de cálcio 0,75% por
dois minutos, drenados por dois minutos, imersos em solução de alginato de sódio 0,5%
por dois minutos e drenados por mais dois minutos.
- Tratamento 4: cloreto de cálcio 0,75% e carboximetilcelulose 0,25%
Os pedaços de mamão foram imersos em solução de cloreto de cálcio 0,75% por
dois minutos, drenados por dois minutos, imersos em solução de carboximetilcelulose
0,25% por dois minutos e drenados por mais 2 minutos.
O acondicionamento dos mamões minimamente processados foi feito em
bandejas da linha “ranhurada” de polipropileno (PP) da Delpak Embalagens, modelo
K115, cor natural, com dimensões de 220 x 167 x 56 mm, recobertas com filme de
polipropileno biaxialmente orientado (BOPP) de 50 µm de espessura e taxa de
transmissão de O2 de 785 cc m2 dia-1, fornecido pela Vitopel do Brasil Ltda. A selagem
do filme na bandeja foi feita em máquina termoseladora semi-automática pré-industrial
da Ulma Packaging modelo Smart 500.
Cada bandeja (unidade experimental) continha dois pedaços de mamão,
resultando em um peso médio de 150 g por bandeja. Concluído o procedimento, as
amostras de mamões minimamente processados foram mantidas sob refrigeração em
câmara fria a 5°C (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2007) e 90% de umidade relativa (UR)
durante 15 dias, sendo analisadas a cada três dias, para caracterização microbiológica,
físico-química e sensorial.
O processamento dos mamões foi conduzido conforme o fluxograma da Figura 3 e
ilustrações das Figuras 4 e 5.
43
Recepção da matéria-prima
Seleção
Sanificação (200 mg.L-1 de cloro ativo)
Drenagem em papel absorvente
Descascamento
Corte em pedaços
Imersão (20 mg.L-1 de cloro ativo)
Drenagem em escorredor
Figura 3 – Fluxograma de mamão minimamente processado submetido a tratamento
com cloreto de cálcio e revestimentos comestíveis. Legenda: AA = amido de
arroz; AS = alginato de sódio; CMC = carboximetilcelulose
Lavagem em água corrente
CaCl2 0,75% CaCl2 0,75% CaCl2 0,75% CaCl2 0,75%
Drenagem Drenagem Drenagem Drenagem
Embalagem AA 3% AS 0,5% CMC 0,25%
15 dias/5°C Drenagem Drenagem Drenagem
Embalagem Embalagem Embalagem
15 dias/5°C 15 dias/5°C 15 dias/5°C
44
Matéria-prima
Lavagem em água corrente
Sanitização (200 mg.L
-1 de cloro livre)
Drenagem em papel absorvente
Refrigeração a 12°C por 12 horas
Descascamento
Corte em pedaços
Enxágue (20 mg.L
-1 de cloro livre)
Figura 4: Etapas iniciais do processamento mínimo de mamão
45
Drenagem em escorredor
Imersão em cloreto de cálcio
Imersão em amido de arroz
Imersão em alginato de sódio
Imersão em carboximetilcelulose
Drenagem
Embalagem
Armazenamento a 5°C por 15 dias
Figura 5: Etapas de imersão no cloreto de cálcio e na solução filmogênica, embalagem
e armazenamento do mamão minimamente processado
46
3.4 Análises microbiológicas
As análises microbiológicas foram realizadas pela Bioagri Alimentos, São Paulo -
SP. O transporte das amostras foi feito em caixas de isopor contendo gelo reciclável.
Para atender o que preconiza a Resolução RDC n°12 de 02 de janeiro de 2001
(BRASIL, 2001) foram feitas análises de Salmonella e coliformes termotolerantes (a
45°C) e, para estabelecer um padrão de qualidade para as amostras de mamão
minimamente processado, foram determinados coliformes totais, bactérias psicrotróficas
e bolores e leveduras.
A contagem de coliformes totais, termotolerantes, bactérias psicrotróficas, bolores
e leveduras e a análise de Salmonella foram realizadas de acordo com a Instrução
Normativa n°62, de 26 de agosto de 2003 (BRASIL, 2003).
3.5 Análises físico-químicas
As análises físico-químicas foram realizadas no Laboratório de Frutas e Hortaliças
do LAN da ESALQ/USP.
3.5.1 Concentração de CO2 no interior das embalagens
A concentração de CO2 no interior das embalagens foi quantificada em analisador
de gases portátil PBI Dansensor, modelo CheckPoint O2/CO2. Os resultados foram
expressos em porcentagem de CO2.
3.5.2 Perda de massa
A perda de massa foi determinada pesando-se os pedaços de mamão em balança
semi-analítica Mettler, modelo AJ150. Os resultados foram expressos em porcentagem,
considerando-se a diferença entre o peso inicial do pedaço e aquele obtido a cada
intervalo de tempo de amostragem.
3.5.3 Cor
A cor instrumental foi avaliada utilizando-se o Chroma Meter CR 400b. Para maior
representatividade da unidade experimental, foram colhidos dois estímulos automáticos
de luz nas extremidades de um pedaço de mamão e um estímulo automático de luz na
47
região central do outro pedaço. Os resultados foram expressos nos valores L, a* e b*, a
partir dos quais se calculou o Croma (C) [eq. (1)] e o ângulo Hue (°h) [eq. (2)]
(MINOLTA CORP., 1994):
(1)
(2)
3.5.4 Firmeza
A firmeza foi determinada utilizando-se o Penetrômetro Fruit PressureTest, mod.
FT 327. Para maior representatividade da unidade experimental, foram feitas três
leituras por bandejas, duas nas extremidades de um pedaço de mamão e uma na
região central do outro pedaço. Os resultados foram expressos em Newton (N).
3.5.5 Sólidos solúveis
Os sólidos solúveis foram determinados por leitura direta utilizando-se o
refratômetro manual Atago nº1 (AOAC, 2005). A amostra foi devidamente
homogeneizada com mixer, não tendo sido necessária a diluição da polpa em água. Os
resultados foram expressos em ºBrix.
3.5.6 Acidez titulável
A acidez titulável foi obtida por titulometria, de 10 g de polpa homogeneizada em
50 mL de água destilada, com solução de NaOH 0,1 N, sendo os valores expressos em
g ácido cítrico/100 g de amostra (AOAC, 2005). Titulou-se com solução de NaOH 0,1 N
até o ponto de viragem. O indicador utilizado foi o verde de bromocresol.
3.5.7 Ratio
O ratio foi calculado através da fórmula ratio = sólidos solúveis/acidez titulável.
48
3.5.8 pH
O pH foi determinado utilizando-se o pHmetro TEC3–MP. Foi realizada uma leitura
por bandeja (AOAC, 2005).
3.6 Análise sensorial
Inicialmente o projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da ESALQ/USP em 27/06/2007 (Folha de Rosto n° 189328 e Documento de Aprovação
n° 038), por estar de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
Os testes foram realizados no Laboratório de Análise Sensorial do Departamento
de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da ESALQ/USP em cabines individuais,
utilizando-se luz branca. Os horários dos testes foram pela manhã entre 9:00 e 12:00
horas e a tarde entre 14:00 e 17:00 horas.
Os testes de aceitação das quatro amostras de mamões minimamente
processados (com cloreto de cálcio 0,75%; com cloreto de cálcio 0,75% e amido de
arroz 3%; com cloreto de cálcio 0,75% e alginato de sódio 0,5%; com cloreto de cálcio
0,75% e carboximetilcelulose 0,25%) foram realizados com 1, 3, 6, 9, 12 e 15 dias de
armazenamento.
Em cada período, 30 provadores não treinados, incluindo homens e mulheres na
faixa etária entre 18 e 50 anos, consumidores de mamão e com disponibilidade e
interesse em participar dos testes, avaliaram os mamões minimamente processados.
As quatro amostras foram apresentadas simultaneamente aos provadores em
embalagens descartáveis de cor branca. Cada amostra foi servida em porções de
aproximadamente 40g, à temperatura de 12°C, acompanhadas de um copo com água
mineral em temperatura ambiente, para lavagem do palato entre uma amostra e outra, e
de uma ficha para avaliação sensorial das amostras, cujo modelo é mostrado na Figura
6.
Em cada tempo de análise experimental, os provadores avaliaram os atributos de
aparência, aroma, sabor e textura utilizando o teste de aceitação com escala hedônica
estruturada de nove pontos (PERYAM; GIRADOT, 1952; POSTE et al., 1991). Nesta
escala as notas correspondiam a 9-gostei extremamente a 1-desgostei extremamente,
sendo que a nota cinco foi considerada como limite de aceitabilidade. Na mesma ficha
49
constavam perguntas sobre o que o provador mais gostou ou desgostou na amostra, de
acordo com a metodologia utilizada por Behrens et al. (1999) e intenção de compra de
mamão minimamente processado.
Figura 6: Ficha do teste de aceitação utilizando a escala hedônica de nove pontos
Nome: ______________________________________ Data: ___________ Você está recebendo quatro amostras codificadas de mamão minimamente processado. Use a escala abaixo para indicar o quanto você gostou de cada uma delas.
9 - gostei extremamente 8 - gostei muito 7 - gostei regularmente 6 - gostei ligeiramente 5 - não gostei nem desgostei 4 - desgostei ligeiramente 3 - desgostei regularmente 2 - desgostei muito 1 - desgostei extremamente
Aparência Geral Aroma Sabor Textura
Amostra Valor Amostra Valor Amostra Valor Amostra Valor
Por favor, indique o que em particular você mais gostou ou menos gostou neste produto (use palavras ou frases): Código Mais gostei: Menos gostei: ________ ___________________________ ____________________________ ________ ___________________________ ____________________________ ________ ___________________________ ____________________________ ________ ___________________________ ____________________________ Por favor, use a escala abaixo para indicar a sua intenção de compra (assinale) Você compraria mamão minimamente processado se encontrasse este produto à venda? ( ) Certamente compraria ( ) Provavelmente compraria ( ) Talvez comprasse/Talvez não comprasse ( ) Provavelmente não compraria ( ) Certamente não compraria
50
3.7 Análise Estatística
Utilizou-se um delineamento experimental inteiramente casualizado em parcela
subdividida no tempo com dois fatores, tratamento com 4 níveis na parcela e período
com 6 níveis na subparcela. Foram 9 repetições para as variáveis pH, sólidos solúveis,
acidez titulável, ratio, cor e firmeza e 3 repetições para perda de massa e respiração.
Na análise sensorial, foram 30 repetições (questionários) para cada combinação de
tratamento x período. Os tratamentos na parcela foram: controle; amido de arroz 3%;
alginato de sódio 0,5%; e carboximetilcelulose 0,25%. Os tratamentos na subparcela
foram avaliações nos dias 1, 3, 6, 9, 12 e 15.
Todas as variáveis foram submetidas à análise de variância (ANOVA) e,
posteriormente, foram feitos testes de comparações múltiplas de Tukey com 5% de
significância para o fator tratamento. Para o fator período foram feitas análises de
regressão polinomial, aceitando as equações que apresentaram pelo menos 5% de
significância pelo teste de F. Para as análises, utilizou-se o WinSTAT versão 2.11
(MACHADO; CONCEIÇÃO, 2003).
Para atender aos pressupostos da ANOVA de aleatoriedade e independência das
amostras, distribuição normal dos erros e homogeneidade da variância, os dados de
concentração de CO2 foram transformados em 1/x, os de luminosidade e b* em x2, os
de firmeza em RAIZ(x) e os de acidez e ratio em LOG10(x). Os dados originais estão
apresentados no Anexo A.
No caso dos dados da análise sensorial, como as variáveis de resposta foram
estruturadas em 9 níveis, para se fazer a ANOVA os dados foram transformados [eq.
(3)], de maneira a garantir a normalidade, onde n representa o número de níveis de
resposta.
(3)
No entanto, para expressar valores entre 1 e 9 e facilitar a compreensão dos
resultados, as médias obtidas dos dados transformados foram retransformadas [eq. (4)].
Para verificar os pressupostos foi utilizado o Software SAS versão 9.2 (SAS INSTITUTE
INC., 2009).
(4)
51
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Análises microbiológicas
A Tabela 1 apresenta os resultados da análise microbiológica de mamões
´Formosa‟ minimamente processados.
Tabela 1 - Análises microbiológicas do mamão minimamente processado submetido
aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR por 15
dias
[-] ausência
Tratamento Tempo Salmonella sp. Coliformes Coliformes Psicrotróficos Bolores e
(dias) (presença (+)) termotolerantes totais leveduras
1 [-] < 10 < 102
< 10 < 10
3 [-] < 10 < 102
< 10 < 10
6 [-] < 10 < 102
< 10 < 10
9 [-] < 10 < 102
< 10 < 10
12 [-] < 10 5 x 102
< 10 5,6 x 104
15 [-] < 10 5 x 102
< 10 5,6 x 104
1 [-] < 10 < 10 < 10 < 10
3 [-] < 10 < 10 < 10 < 10
Amido 6 [-] < 10 < 10 < 10 < 10
3% 9 [-] < 10 < 10 < 10 < 10
12 [-] < 10 < 10 < 10 5,6 x 104
15 [-] < 10 < 10 < 10 5,6 x 104
1 [-] < 10 < 10 < 10 < 10
3 [-] < 10 < 10 < 10 < 10
Alginato 6 [-] < 10 < 10 < 10 < 10
0,5% 9 [-] < 10 < 10 < 10 < 10
12 [-] < 10 < 10 < 10 5,6 x 104
15 [-] < 10 < 10 < 10 5,6 x 104
1 [-] < 10 < 10 < 10 < 10
3 [-] < 10 < 10 < 10 < 10
CMC 6 [-] < 10 < 10 < 10 < 10
0,25% 9 [-] < 10 < 10 < 10 < 10
12 [-] < 10 < 10 < 10 5,6 x 104
15 [-] < 10 < 10 < 10 5,6 x 104
-----------------------(UFC/g)---------------------------
Controle
52
Em nenhuma das amostras analisadas houve detecção de Salmonella e os
valores de E. coli foram inferiores a 10 UFC/g, indicando boas práticas de sanitização e
higiene durante o processamento do produto. Tais resultados colocam as amostras
analisadas conforme o limite estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(BRASIL, 2001), que preconiza ausência de Salmonella em 25 g de amostra e no
máximo 5x102 UFC de E. coli em 1 g de fruta fresca.
Durante todo período de armazenamento e em todos os tratamentos, os valores
de microrganismos aeróbios psicrotróficos estritos e facultativos viáveis foram também
inferiores a 10 UFC/g.
A presença de coliformes totais não foi detectada nos mamões, obtendo-se
valores menores que 10 e 102, o que mostra a eficiência dos cuidados higiênicos e ação
positiva do dicloroisocianurato de sódio dihidratado na desinfecção do produto, assim
como o efeito da temperatura de 5°C. Somente para o controle verificou-se o
crescimento de coliformes a partir do 12° dia de armazenamento, alcançando valores
em torno de 5x102, sugerindo que os revestimentos de amido, alginato e
carboximetilcelulose podem ter servido de barreira contra o desenvolvimento
microbiano. Oliveira Junior et al. (2007) encontraram valores aproximados de 4,2x102,
5,4x103 e 5,3x103 UFC/g de coliformes totais aos 4, 6 e 8 dias de armazenamento a
10°C em mamão minimamente processado.
Quanto aos bolores e leveduras, em todos os tratamentos, a contagem foi de
aproximadamente 5,6x104 após o 12° dia de conservação. Nos demais períodos, os
valores foram inferiores a 10 UFC/g. A inibição do desenvolvimento de bolores e
leveduras foi devido à baixa temperatura (5°C) e, provavelmente, também em função da
atmosfera modificada, promovida pela embalagem, que resultou em baixos níveis de O2
e altos de CO2, conforme descrevem Zagory e Kader (1988), Lee et al. (1991) e Oliveira
Junior et al. (2004). Oliveira Junior et al. (2007) verificaram valores abaixo de 102 UFC/g
para mamões minimamente processados durante os 8 dias de armazenamento a 5°C e
valores acima de 5,1x104 UFC/g após 6 dias de armazenamento a 10°C, evidenciando
a relação entre o aumento da temperatura e o aumento do crescimento microbiano.
Embora não exista, na legislação brasileira vigente, norma específica para
mamões minimamente processados, em termos de padrões microbiológicos, tem sido
53
preconizado que alimentos contendo contagens microbianas acima de 105 e 106 UFC/g
podem ser impróprios para o consumo humano por causa da perda do valor nutricional,
alterações sensoriais e riscos de contaminação (VITTI et al., 2004). Como no 12° e 15°
dias de análises, a contagem de bolores e leveduras ficou abaixo desses limites, a
análise sensorial pôde ser realizada.
4.2 Análises físico-químicas
4.2.1 Concentração de CO2 no interior das embalagens
Para concentração de CO2 no interior das embalagens (Tabela 2) verificou-se
diferença significativa para os dias de armazenamento, bem como para a interação
entre tratamentos e dias de armazenamento.
Tabela 2 – Médias das concentrações de CO2 no interior das embalagens contendo
mamão minimamente processado submetido aos diferentes tratamentos e
armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 0,56 a 0,32 a 0,20 a 0,18 a 0,17 ab 0,15 ab
Amido 3% 0,58 a 0,37 a 0,31 a 0,30 a 0,31 a 0,28 a
Alginato 0,5% 0,65 a 0,32 a 0,20 a 0,17 a 0,15 ab 0,13 ab
CMC 0,25% 0,64 a 0,29 a 0,16 a 0,14 a 0,12 b 0,10 b
CV 11,47% * médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 95% de confiança. CV = coeficiente de variação. UR = umidade relativa; CMC = carboximetilcelulose.
No 12° e 15° dias, o interior das embalagens contendo mamões recobertos com
amido de arroz apresentou teores de CO2 significativamente menores do que o dos
mamões recobertos com carboximetilcelulose, ou seja, menor atividade respiratória. Tal
fato provavelmente ocorreu em função da estrutura linear formada pelas
macromoléculas do amido, a qual apresenta boas propriedades de barreira ao O2 (MALI
et al., 2010), e teria limitado o acesso dos mamões ao O2 contido no interior da
embalagem, inibindo a respiração dos mamões tratados com este revestimento.
54
A análise de regressão (Figura 7) mostra que o comportamento da respiração foi
semelhante em todos os tratamentos, com um pico respiratório apenas no 11° dia pós-
processamento.
Figura 7 – Equações de regressão para concentração de CO2 no interior das
embalagens contendo mamão minimamente processado submetido
aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR
por 15 dias
4.2.2 Perda de massa
O uso do filme de alta barreira ao vapor d‟água, utilizado no selamento das
bandejas, resultou em valores muito discrepantes de perda de massa (Tabela 3), com
muita variação. Não são apresentadas as análises de variância e dos testes de
comparações múltiplas de Tukey porque implicariam na apresentação de resultados
pouco confiáveis e de baixa reprodutibilidade.
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
CO
2(1
/X)
Dias de Armazenamento
Controle Amido 3% Alginato 0,5% Carboximetilcelulose 0,25%
55
Tabela 3 – Médias de perda de massa (%) para mamão minimamente processado
submetido aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de
UR por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 0,00 0,11 0,09 0,02 1,13 1,44
Amido 3% 0,00 0,10 0,08 0,00 0,99 1,04
Alginato 0,5% 0,00 0,06 0,06 0,10 0,10 0,10
CMC 0,25% 0,00 0,00 0,05 0,29 0,29 0,29 UR = umidade relativa; CMC = carboximetilcelulose.
Os dados numéricos mostram que as perdas variaram de 0,00% a 1,44%, porém
não se pode afirmar que os mamões não perderam massa, pois foram pesadas as
bandejas seladas com o filme de alta barreira ao vapor d‟água. Este filme não teria
permitido perda de umidade para o ambiente. Considera-se um material de embalagem
como de alta barreira ao vapor d‟água quando sua taxa de permeabilidade é inferior a 8
g/m2.dia-1.atm-1 (OLIVEIRA, 1990) e a permeabilidade do filme utilizado nesse
experimento foi de 2,36 g/m2.dia-1.atm-1.
Embora não seja possível afirmar se as diferenças foram significativas, o controle
apresentou as maiores médias de perda de massa em quase todo o período avaliado.
Este fato confirma o explicado por Chitarra e Chitarra (2005): películas de revestimento
podem retardar a perda de água e a desidratação dos produtos, prevenindo, portanto, a
perda de massa e o murchamento de produtos frescos. Em estudo com aplicação de
amido em mamão „Papaya‟, Cereda et al. (1992) verificaram que não houve efeito
nocivo do revestimento e que este reduziu a perda de peso dos frutos.
4.2.3 Cor
4.2.3.1 Luminosidade
Para a variável luminosidade, que diferencia cores claras de escuras, os
resultados são apresentados na Tabela 4. Houve diferença significativa para os
tratamentos e dias de armazenamento.
56
Tabela 4 – Médias de luminosidade para mamão minimamente processado submetido
aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR por 15
dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 2813,6 ab 3004,8 b 3178,3 a 3269,4 a 3310,6 a 3554,0 ab
Amido 3% 2757,0 ab 3168,7 b 3545,6 a 3136,3 a 3456,3 a 3103,2 b
Alginato 0,5% 2387,3 b 3110,7 b 3381,7 a 3274,8 a 3348,5 a 2999,7 b
CMC 0,25% 3304,6 a 3886,4 a 3719,9 a 3558,6 a 3461,1 a 3737,7 a
CV 15,74% *médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 95% de confiança. CV = coeficiente de variação. UR = umidade relativa. CMC = carboximetilcelulose.
A carboximetilcelulose apresentou as maiores médias (coloração mais clara) de
luminosidade em todos os períodos de armazenamento, diferindo do alginato de sódio
no 1°, 3° e 15° dias. No entanto, essas diferenças não foram percebidas pelo provador,
cujas notas atribuídas à aparência dos produtos foram estatisticamente iguais. A
coloração mais escura das amostras tratadas com alginato indica que o brilho do
revestimento não interferiu na luminosidade dos mamões minimamente processados.
No 3° e 15° dias, o tratamento com carboximetilcelulose também diferiu do
controle e do tratamento com amido de arroz, porém os provadores não perceberam
essas diferenças quando avaliaram a aparência do mamão minimamente processado.
Os menores valores obtidos para o tratamento com amido (coloração mais escura)
possivelmente decorre do processo de retrogradação do mesmo, o qual eleva a
opacidade da película. Quando o amido gelatinizado é armazenado, principalmente a
baixas temperaturas, ocorre a retrogradação, devido à recristalização das cadeias de
amilose e amilopectina (JANG; PYUN, 1997).
Fontes et al. (2008) analisando a conservação de maçãs minimamente
processadas revestidas com dextrina, fécula de mandioca e alginato de sódio também
verificaram que as polpas de maçãs minimamente processadas com alginato
apresentaram as menores médias de luminosidade.
57
Para os períodos foram obtidas equações de regressão somente para os
tratamentos que foram significativos (Figura 8). De modo geral, houve tendência a se
conservar melhor até o 9° dia, a partir do qual o controle ficou com a coloração muito
clara e os mamões revestidos com amido de arroz e alginato de sódio começaram a
apresentar ligeiro escurecimento da polpa.
Figura 8 – Luminosidade (x2) para mamão minimamente processado submetido
aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR
por 15 dias
4.2.3.2 Hue
O ângulo de cor pode variar de 0° a 360°, sendo que o 0° corresponde à cor
vermelha, 90° corresponde ao amarelo, 180° ao verde e 270° ao azul. De acordo com o
sistema CIELAB (ADOBE, 1976), se o ângulo estiver entre 0° e 90°, quanto maior ele
for mais amarelo é o fruto e quanto menor ele for mais vermelho é o fruto.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Lu
min
osid
ad
e (
X2)
Dias de Armazenamento
Controle Amido 3% Alginato 0,5%
y = 2830,60 + 46,6835x R2 = 94,80
y = 2684,42 + 165,775x - 9,203x2 R
2 = 62,20
y = 2283,29 + 254,940x - 13,959x2 R
2 = 86,87
58
Os valores do ângulo Hue obtidos para os mamões minimamente processados
variaram de 56,33 a 61,90 (Tabela 5), correspondendo a uma coloração alaranjada
tendendo para o amarelo. Verificou-se diferença significativa para os tratamentos e dias
de armazenamento.
Tabela 5 – Médias de ângulo Hue para mamão minimamente processado submetido
aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR por 15
dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 56,88 a 56,74 b 58,11 b 59,37 a 59,04 a 60,22 a
Amido 3% 58,25 a 58,76 ab 61,90 a 60,64 a 59,38 a 60,63 a
Alginato 0,5% 56,33 a 59,13 ab 60,75 ab 59,23 a 60,67 a 59,56 a
CMC 0,25% 59,09 a 60,38 a 60,41 ab 59,34 a 58,37 a 60,58 a
CV 3,96% *médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 95% de confiança. CV = coeficiente de variação. UR = umidade relativa. CMC = carboximetilcelulose.
A comparação de médias mostrou que apenas no 3° e no 6° dias, os tratamentos
com carboximetilcelulose e amido de arroz, respectivamente, apresentaram valor do
ângulo Hue significativamente maior que o do controle, denotando coloração alaranjada
com maior tendência para o amarelo. Esse comportamento é compatível com a
coloração levemente esbranquiçada do revestimento de amido, mas não é compatível
com a coloração incolor (transparente) da carboximetilcelulose. Assim, pode-se inferir
que essas diferenças não estariam relacionadas com a coloração dos revestimentos e
sim que as amostras revestidas teriam sido mais afetadas, no início do armazenamento,
pela descoloração resultante das operações do processamento mínimo. Fato
interessante é que essas diferenças constatadas na avaliação instrumental da cor não
foram detectadas na análise sensorial, cujas notas atribuídas à aparência desses
produtos foram estatisticamente iguais nos períodos mencionados.
59
Para os períodos foram obtidas equações de regressão somente para os
tratamentos que foram significativos (Figura 9). Para a amostra controle verificou-se que
a coloração alaranjada tendeu para o amarelo até o final do armazenamento, enquanto
que para as amostras recobertas com amido de arroz e alginato de sódio essa
tendência ocorreu até o 10° dia, indicando que as amostras revestidas tenderam a
conservar melhor a coloração original.
O natural seria que a coloração alaranjada dos mamões tendesse para o
vermelho, devido ao processo de maturação. No entanto, tenderam para o amarelo.
Dois fatores possivelmente justificariam esse comportamento. As lesões causadas pelo
processamento podem induzir à “cicatrização de ferida”, com produção e deposição de
lignina nos tecidos, formando uma camada esbranquiçada, como ocorre em cenoura
minimamente processada. Outro motivo que poderia explicar a descoloração seria a
lixiviação dos pigmentos dos mamões, causada pela lavagem, sanificação e imersão
dos frutos na solução de NaDCC 20mg L-1 de cloro ativo (JACOMINO et al., 2008),
etapas que ocorreram antes da aplicação dos revestimentos.
Figura 9 – Equações de regressão para ângulo Hue de mamão minimamente
processado submetido aos diferentes tratamentos e armazenado a
5±1°C e 90±2% de UR por 15 dias
56
57
57
58
58
59
59
60
60
61
61
62
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Hu
e
Dias de Armazenamento
Controle Amido 3% Alginato 0,5%
y = 56,484 + 0,2494x R2 = 91,05
y = 57,72 + 0,6469x – 0,0332x2 R
2 = 48,30
y = 56,11 + 0,9056x – 0,0456x2 R
2 = 72,72
60
4.2.3.3 Cromaticidade
Os valores de cromaticidade variaram de 38,27 a 45,12 (Tabela 6). Houve
diferença significativa para os tratamentos e para a interação entre tratamentos e dias
de armazenamento.
Tabela 6 - Médias de cromaticidade para mamão minimamente processado submetido
aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR por 15
dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 42,63 ab 45,02 a 44,36 a 43,35 a 42,97 a 41,83 ab
Amido 3% 44,01 a 41,68 a 42,52 a 38,27 b 40,71 a 44,11 a
Alginato 0,5% 39,36 b 43,01 a 41,92 a 40,43 ab 39,88 a 40,05 b
CMC 0,25% 45,12 a 42,60 a 42,25 a 43,06 a 41,62 a 42,43 ab
CV 7,92% *médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 95% de confiança. CV = coeficiente de variação. UR = umidade relativa. CMC = carboximetilcelulose.
No 1° dia, os mamões tratados com alginato de sódio apresentaram média de
cromaticidade significativamente menor (coloração alaranjada menos intensa) do que
as médias obtidas para as amostras recobertas com amido de arroz e
carboximetilcelulose, provavelmente devido a não formação imediata da película, cuja
coloração natural da solução filmogênica tende para o marrom. A película de alginato
somente se forma após a reação com o cálcio: o íon sódio (Na+) do alginato sofre
permutação permitindo a formação de ligações iônicas cruzadas com o íon cálcio (Ca+2)
presente no meio gelificante. Esta permutação permite a formação de uma estrutura
mais coesa promovendo uma fixação da película na superfície do alimento (WHISTLER;
BEMILLER; PASCHALL, 1984).
Apesar da coloração alaranjada menos intensa não ser apreciada pelos
provadores, as notas de aparência atribuídas às amostras de todos os tratamentos,
evidenciaram que não houve diferença entre eles no 1° dia.
No 9° dia, mamões recobertos com amido de arroz, que obtiveram a menor média
de cromaticidade, se diferenciaram do controle e da carboximetilcelulose. A análise de
regressão (Figura 10) desse tratamento, que foi o único significativo, mostra que houve
61
um decréscimo da cromaticidade até o 8° dia, possivelmente influenciada pela própria
coloração da película, que é levemente esbranquiçada. O acréscimo da luminosidade
verificado até o 9° dia para as amostras recobertas com amido de arroz reafirmou que a
coloração dos mamões tornou-se mais clara nesse período.
Figura 10 – Equação de regressão para a cromaticidade de mamão
minimamente processado submetido à aplicação de CaCl2 +
amido e armazenado a 5±1°C por 15 dias
4.2.4 Firmeza
A firmeza dos mamões minimamente processados (Tabela 7) apresentou
diferença significativa para os tratamentos e dias de armazenamento, bem como para a
interação entre tratamentos e dias de armazenamento.
37
38
39
40
41
42
43
44
45
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Cro
mati
cid
ad
e
Dias de Armazenamento
Amido 3%
y = 45,56 - 1,3798x + 0,0835x2 R2 = 66,03
62
Tabela 7 - Médias de firmeza para mamão minimamente processado submetido aos
diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 2,47 a 2,00 a 2,32 a 2,86 a 2,29 b 1,93 b
Amido 3% 2,30 a 1,89 a 2,30 ab 2,32 b 2,42 b 1,62 b
Alginato 0,5% 2,25 a 1,94 a 1,99 b 2,83 a 3,30 a 1,68 b
CMC 0,25% 2,33 a 2,12 a 2,30 a 2,64 a 2,29 b 2,46 a
CV 15,00% *médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 95% de confiança. CV = coeficiente de variação. UR = umidade relativa. CMC = carboximetilcelulose.
Considerando que todas as amostras foram imersas no cloreto de cálcio e,
mediante a observação dos valores obtidos para o parâmetro firmeza, pode-se inferir
que as diferenças constadas estejam relacionadas com a variabilidade da matéria-
prima, já que as porções utilizadas na medição foram tomadas de frutos diferentes. O
normal seria que a firmeza diminuísse ao longo do armazenamento, pela solubilização
das pectinas, ou então que os revestimentos atuassem na manutenção desse
parâmetro. No entanto, em alguns dias os valores aumentaram e em outros diminuíram,
ou seja, não se observou um comportamento coerente. As únicas amostras que
mostraram valores menos variáveis foram as tratadas com carboximetilcelulose, que
também apresentaram baixos valores de perda de massa. Apesar das variações, a
textura foi bem aceita pelos provadores, que não perceberam diferenças entre os
tratamentos durante o período avaliado.
Para os períodos foram obtidas equações de regressão somente para os
tratamentos que foram significativos (Figura 11). O comportamento da firmeza durante o
armazenamento foi semelhante em todos os tratamentos; com um aumento inicial e
posterior diminuição da firmeza.
63
O efeito associado da temperatura, cálcio e embalagem reduziu a taxa metabólica
dos frutos, criando ambiente de baixa concentração de O2 e maior concentração de
CO2, acarretando provavelmente uma redução na biossíntese do etileno, diminuição da
atividade das enzimas envolvidas na degradação e/ou solubilização de pectinas e
manutenção dos níveis de firmeza, como constatado também por Bicalho et al. (2000).
Paull e Chen (1997) também verificaram o efeito positivo da temperatura de 5°C na
minimização do amolecimento dos tecidos vegetais de mamões.
O aumento na firmeza verificado até o 9° dia pode ser justificado por dois fatores:
teria ocorrido perda de umidade, levando à formação de tecido superficial mais
resistente, como constatado por Souza et al. (2005) e/ou a lignificação provocada pela
“cicatrização de ferida” teria aumentado a resistência dos tecidos (JACOMINO et al.,
2008).
Figura 11 – Firmeza ( para mamão minimamente processado submetido
aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de
UR por 15 dias
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Fir
meza (
x1
/2)
Dias de Armazenamento
Controle Amido 3% Alginato 0,5%
y = 2,0828 + 0,1203x - 0,0083x2 R
2 = 30,84
y = 1,9488 + 0,1174x - 0,0085x2 R
2 = 41,99
y = 1,7029 + 0,2083x - 0,0117x2 R
2 = 23,07
64
4.2.5 Teor de Sólidos Solúveis
Para o teor de sólidos solúveis (Tabela 8) houve diferença significativa para os
tratamentos e dias de armazenamento, bem como para a interação entre tratamentos e
dias de armazenamento.
Tabela 8 - Médias de sólidos solúveis (°Brix) para mamão minimamente processado
submetido aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de
UR por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 11,51 a 11,66 a 11,53 a 10,84 a 10,68 a 10,43 a
Amido 3% 10,97 b 10,64 b 10,11 b 9,68 b 9,32 c 10,05 a
Alginato 0,5% 10,98 b 10,57 b 10,46 b 9,46 b 8,88 d 9,65 b
CMC 0,25% 11,20 ab 10,46 b 10,26 b 9,62 b 9,85 b 9,52 b
CV 2,99% *médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 95% de confiança. CV = coeficiente de variação. UR = umidade relativa. CMC = carboximetilcelulose.
Em todos os períodos, os revestimentos resultaram em mamões com teores
significativamente menores de sólidos solúveis comparativamente ao controle,
indicando que a imersão dos frutos nestes tipos de soluções filmogênicas poderia estar
lixiviando os sólidos solúveis do vegetal. As diferenças entre os tratamentos se
tornaram mais acentuadas entre o 6° e 12° dias. O valor de 8,88° Brix, constatado no
12° dia, pode estar relacionado com a porção tomada para medida. Fontes et al. (2008)
também constataram que os tratamentos com fécula e dextrina de mandioca resultaram
em maçãs minimamente processadas com menores teores de sólidos solúveis
comparados ao controle, o qual constou de maças apenas cortadas em cubos, e que as
diferenças entre os tratamentos se acentuaram no 13° dia.
Embora a avaliação instrumental de sólidos solúveis tenha detectado diferenças
entre os tratamentos, estas não foram percebidas pelos provadores em nenhum
período da análise sensorial, não tendo, portanto, influenciado a aceitação dos mamões
minimamente processados.
65
Para os períodos foram obtidas equações de regressão (Figura 12). As amostras
controle apresentaram valores de sólidos solúveis significativamente maiores do que as
amostras tratadas com alginato de sódio e carboximetilcelulose.
Figura 12 – Sólidos solúveis (°Brix) para mamão minimamente processado
submetido aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e
90±2% de UR por 15 dias
Um dos fatores que pode afetar o teor de sólidos solúveis dos frutos é a taxa
respiratória, pois os açúcares constituem um dos substratos para a respiração (KLUGE;
MINAMI, 1997). No entanto, os três tratamentos mencionados apresentaram valores de
CO2 semelhantes no interior das embalagens, podendo-se inferir que a diferença no
teor de sólidos solúveis entre os mamões controle e os mamões revestidos não
estariam relacionadas com o processo respiratório.
Para frutos climatéricos que contêm reservas de amido em sua constituição
celular, a hidrólise deste carboidrato é uma das modificações mais evidentes durante o
amadurecimento, culminando com o acúmulo de açúcares e o adoçamento da polpa
(WATADA, 1986). No entanto, o mamão acumula pouco amido: até 60 dias após a
antese a quantidade é de aproximadamente 0,5%. Essa quantidade diminui com o
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Só
lid
os S
olú
veis
(°B
rix)
Dias de Armazenamento
Controle Amido 3% Alginato 0,5% Carboximetilcelulose 0,25%
y = 11,8146 - 0,0915x R2 = 88,57
y = 11,4193 - 0,3364x - 0,0156x2
R2 = 90,73
y = 11,4278 + 0,3102x - 0,0115x2
R2 = 81,83
y = 11,3346 - 0,2543x + 0,0093x2
R2 = 92,06
66
desenvolvimento do fruto e se estabiliza em torno de 0,1% após 75 dias da antese
(SELVARAJ; SUBRAMANYAN; IYER, 1982). Portanto, o mamão não apresenta
quantidade significativa de amido para ser hidrolisado durante o amadurecimento, o que
resulta em pouca variação nos teores de sólidos solúveis durante a pós-colheita dos
frutos (BRON, 2006), justificando a tendência à linearidade para a amostra controle.
Sendo assim, a fonte de carbono para o adoçamento do fruto após a colheita,
possivelmente, provém de outro processo, uma vez que o baixo conteúdo de amido
acumulado durante o crescimento do fruto não é suficiente como fonte de carbono para
o aumento no teor de sacarose nem para o adoçamento no amadurecimento pós-
colheita (GOMEZ et al., 1999).
Gomez et al. (2002) observaram que a principal mudança no amadurecimento do
mamão foi o decréscimo em galactose e aumento no conteúdo de glicose. Os
resultados obtidos, segundo os autores, sugerem que a fonte de carbono para a síntese
de sacarose após a colheita do mamão pode ser derivada da galactose, que deve ser
rapidamente metabolizada, uma vez que não se observou galactose livre em mamões
maduros. Quando os autores avaliaram os principais açúcares solúveis (glicose, frutose
e sacarose) nos frutos verdes, intermediários e maduros, não observaram diferença
significativa entre os estádios de maturação e sugeriram que a percepção do sabor
doce se deve ao processo de mastigação que libera hexoses. Além disso, a percepção
do sabor doce pode estar relacionada ao desaparecimento do látex, considerado uma
característica de fruto verde pelos julgadores de análise sensorial (GOMEZ et al., 2002),
e ainda às mudanças nos níveis de compostos fenólicos as quais também contribuem
para o sabor (PAULL; CHEN, 1983).
Portanto, além da lixiviação dos sólidos solúveis que provavelmente foi menor nas
amostras controle, já que estas não foram imersas na solução filmogênica, a diferença
de sólidos solúveis entre os tratamentos pode estar relacionada com a perda de água,
que foi maior no controle e teria concentrado os teores de açúcares no interior dos
tecidos.
67
4.2.6 Acidez Titulável
O teor de acidez do mamão é muito baixo, em torno de 0,10%, o que contribui
para que seu pH seja relativamente alto, em média 5,5 - 5,9 (FOLEGATTI; MATSUURA,
2002). Para acidez titulável (Tabela 9) houve efeito significativo para tratamentos e para
os dias de armazenamento, bem como para a interação entre tratamentos e dias de
armazenamento.
Tabela 9 - Médias de acidez titulável para mamão minimamente processado submetido
aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR por 15
dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle -0,722 a -0,595 a -0,801 a -0,686 ab -0,512 ab -0,508 a
Amido 3% -0,902 b -0,721 b -0,857 a -0,705 ab -0,485 a -0,731 b
Alginato 0,5% -0,896 b -0,723 b -0,799 a -0,729 b -0,580 b -0,523 a
CMC 0,25% -0,894 b -0,625 a -0,819 a -0,626 a -0,509 ab -0,522 a
CV -9,88% *médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 95% de confiança. CV = coeficiente de variação. UR = umidade relativa. CMC = carboximetilcelulose.
Em todo o período avaliado, os mamões com revestimentos apresentaram
menores valores de acidez do que os obtidos para os mamões do controle. Para o
tratamento com amido de arroz foi verificado aumento significativo no 15° dia, porém a
hipótese de que este aumento teria sido causado por anaerobiose foi descartada, pois
este processo ocorre em condições de O2 limitado, abaixo de 2% (CHITARRA;
CHITARRA, 2005), e a concentração média de O2 no interior das embalagens estava
acima de 6%. No entanto, ao final do armazenamento, pode ter havido anaerobiose no
interior dos frutos, causada pela própria película, cuja estrutura linear formada pelas
macromoléculas do amido, não teria permitido a passagem do CO2 do interior dos
tecidos para o interior das embalagens, resultando na acidificação dos mamões.
Martineli et al. (2008) avaliaram a influência de películas de fécula de mandioca e
de carboximetilamido sobre o amadurecimento de mamões „Golden‟ e verificaram que,
durante todo o período experimental, a acidez titulável oscilou nos frutos revestidos
pelas diferentes películas e, que apesar das diferenças significativas entre tratamentos,
68
não houve grande discrepância entre os valores. Somente no 12° e 14° dias de
armazenamento houve um acréscimo mais acentuado nos frutos revestidos pela
película de fécula de mandioca a 3%. Bron (2006), também observou este caráter
oscilatório ao longo dos dias de armazenamento, em mamões colhidos em diferentes
estádios de maturação. Para este autor, a acidez pode aumentar com o
amadurecimento, provavelmente devido à formação de ácido galacturônico,
provenientes da degradação das pectinas.
Para os períodos foram obtidas equações de regressão (Figura 13). Em todos os
tratamentos houve tendência de aumento da acidez. Além da degradação das pectinas,
o teor de CO2 que foi se acumulando no interior das embalagens e o desenvolvimento
de microrganismos ao final do armazenamento, podem ter contribuído com a
acidificação dos mamões.
Figura 13 – Acidez titulável [LOG10(x)] para mamão minimamente processado
submetido aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e
90±2% de UR por 15 dias
-1,00
-0,90
-0,80
-0,70
-0,60
-0,50
-0,40
-0,30
-0,20
-0,10
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Acid
ez T
itu
láv
el [L
OG
10(x
)]
Dias de Armazenamento
Controle Amido 3% Alginato 0,5% Carboximetilcelulose 0,25%
y = -0,6641 - 0,0198x + 0,0021x2 R
2 = 57,10
y = -0,9317 + 0,0448x - 0,0017x2
R2 = 44,53
y = -0,8886 + 0,0234x
R2 = 82,81
y = -0,8467 + 0,0235x
R2 = 64,05
69
4.2.7 Ratio
De acordo com os resultados de ratio, houve diferença significativa para os
tratamentos e para os dias de armazenamento, bem como para a interação entre
tratamentos e dias de armazenamento.
Tabela 10 - Médias de ratio para mamão „Formosa‟ minimamente processado
submetido aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2%
de UR por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 1,78 b 1,66 b 1,86 a 1,72 a 1,54 a 1,52 b
Amido 3% 1,94 a 1,74 a 1,86 a 1,69 ab 1,45 b 1,73 a
Alginato 0,5% 1,93 a 1,74 a 1,81 a 1,70 a 1,52 ab 1,50 b
CMC 0,25% 1,94 a 1,64 b 1,83 a 1,60 b 1,50 ab 1,50 b
CV 3,95% *médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 95% de confiança. CV = coeficiente de variação. UR = umidade relativa. CMC = carboximetilcelulose.
No 1° dia, as amostras dos três tratamentos com revestimentos apresentaram
médias significativamente maiores que as do controle e, no 3° dia, os maiores valores
de ratio foram obtidos somente para os mamões com revestimentos de amido de arroz
e alginato de sódio. Este comportamento pode ser explicado pela menor acidez titulável
constatada nestes tratamentos. No 9° e 12° dias, as amostras recobertas com
carboximetilcelulose e amido de arroz, respectivamente, apresentaram médias menores
que as do controle, causadas pelo menor teor de sólidos solúveis. No 15° dia, os
mamões tratados com amido de arroz apresentaram a maior média de ratio em função
da menor acidez titulável.
Para o período de armazenamento foram obtidas equações de regressão (Figura
14). Em todos os tratamentos houve tendência na redução do ratio, provocada pelo
aumento na acidez, já que os valores de sólidos solúveis permaneceram praticamente
constantes. No entanto, os provadores não perceberam essa redução quando
avaliaram o sabor dos mamões minimamente processados.
70
Figura 14 – Ratio [LOG10(x)] para mamão minimamente processado submetido
aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR
por 15 dias
4.2.8 pH
Para pH (Tabela 11) houve diferença significativa para os tratamentos e para os
dias de armazenamento, bem como para a interação entre tratamentos e dias de
armazenamento.
Tabela 11 - Médias de pH para mamão minimamente processado submetido aos
diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 4,78 a 5,10 a 4,98 a 5,00 a 5,17 a 5,03 a
Amido 3% 4,67 a 5,11 a 4,92 a 4,70 b 4,86 b 4,50 c
Alginato 0,5% 4,76 a 5,15 a 4,89 a 5,09 a 4,92 b 4,67 b
CMC 0,25% 4,67 a 5,15 a 5,00 a 4,78 b 4,85 b 4,64 b
CV 2% *médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 95% de confiança. CV = coeficiente de variação. UR = umidade relativa. CMC = carboximetilcelulose.
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Rati
o[L
OG
10(x
)]
Dias de Armazenamento
Controle Amido 3% Alginato 0,5% Carboximetilcelulose 0,25%
y = 1,7317 + 0,0183x - 0,0022x2 R
2 = 65,47
y = 1,9912 - 0,0591x + 0,0024x2
R2 = 52,70
y = 1,9296 -0,0289x
R2 = 86,36
y = 1,8872 - 0,0280x
R2 = 69,89
71
No 9° dia, os mamões recobertos com as películas de amido de arroz e de
carboximetilcelulose apresentaram pH significativamente menor do que o dos frutos
controle No 12° e 15° dias, todos os tratamentos com revestimentos diferiram do
controle, apresentando valores de pH significativamente menores. Tais resultados estão
de acordo com os maiores valores de acidez titulável constatados nestes tratamentos e
períodos.
Para os períodos de armazenamento foram obtidas equações de regressão
(Figura 15). O pH do controle foi o que se manteve mais estável durante todo
armazenamento. Para os demais tratamentos, esta estabilidade ocorreu até o 9° dia,
indicando que os mamões tenderam a se conservar melhor até este dia, como
mostrado também pelos parâmetros de cor e de firmeza.
Figura 15 – pH para mamão minimamente processado submetido aos
diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR
por 15 dias
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
pH
Dias de Armazenamento
Controle Amido 3% Alginato 0,5% Carboximetilcelulose 0,25%
y = 4,8114 + 0,0525x - 0,0024x2 R
2 = 47,95
y = 4,7468 + 0,0618x - 0,0051x2
R2 = 49,77
y = 4,7604 + 0,0862x - 0,0061x2
R2 = 58,50
y = 4,7684 + 0,0651x - 0,0050x2
R2 = 44,02
72
4.3 Análise sensorial
4.3.1 Aparência
De acordo com as notas atribuídas à aparência das amostras de mamão (Tabela
12) houve diferença significativa somente para os dias de armazenamento.
Tabela 12 - Médias das notas de aparência para mamão minimamente processado
submetido aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de
UR por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 6,85 a 6,61 b 7,15 a 6,21 a 7,63 a 7,15 a
Amido 3% 7,43 a 7,15 ab 7,29 a 6,69 a 7,22 a 6,04 a
Alginato 0,5% 7,00 a 7,82 a 7,22 a 7,29 a 7,63 a 6,93 a
CMC 0,25% 7,22 a 7,29 ab 7,56 a 6,77 a 6,85 b 6,93 a
CV 20,96% * médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 95% de confiança. CV = coeficiente de variação. UR = umidade relativa. CMC = carboximetilcelulose.
Os revestimentos afetaram pouco a aceitabilidade do mamão minimamente
processado quanto ao atributo aparência. Até o 15° dia as notas atribuídas às amostras
sempre ficaram acima de 6, indicando que tanto os mamões controle quanto os
revestidos foram bem aceitos.
As respostas dos provadores, dadas nas fichas do teste de aceitação, referente à
pergunta sobre o que mais gostaram ou desgostaram na amostra, justificam as
diferenças de notas entre os tratamentos no 3° dia. Os provadores descreveram que os
mamões tratados com alginato de sódio apresentavam coloração alaranjada mais viva,
enquanto os mamões do controle apresentavam-se mais pálidos e com aspecto
superficial mais ressecado.
Meneghel et al. (2008) avaliaram as alterações das características sensoriais de
amora-preta in natura e revestidas com cobertura à base de alginato de sódio, porém os
autores não verificaram diferença nas notas de aparência atribuídas aos frutos com e
sem revestimento.
Fakhouri et al. (2007), analisando o efeito de revestimentos comestíveis
compostos à base de diferentes tipos de amido (arroz, batata, sorgo e trigo) e gelatina,
73
na conservação e aceitação sensorial de uvas Crimson, verificaram que as uvas
recobertas obtiveram aceitação igual ou maior que o controle quanto à aparência global,
brilho, cor e intenção de compra. Entretanto, as uvas com cobertura de arroz não
diferiram estatisticamente do controle, que apresentou as menores notas para os
parâmetros de aparência global e intenção de compra. Quanto à conservação, as
coberturas de sorgo e arroz foram as mais eficientes, prolongando a vida útil das
amoras em 10 dias a mais que o controle.
Para os períodos de armazenamento foi obtida equação de regressão somente
para o tratamento que foi significativo (amido) (Figura 16). Durante o armazenamento
houve redução significativa nas notas atribuídas à aparência dos mamões recobertos
com amido de arroz, o que provavelmente ocorreu pelo aspecto superficial
esbranquiçado ao final do armazenamento, como descrito pelos provadores..
Figura 16 – Aparência para mamão minimamente processado submetido à
aplicação de CaCl2 + amido e armazenado a 5±1°C e 90±2% de
UR por 15 dias
As Figuras 17, 18 e 19 mostram o aspecto dos mamões minimamente
processados durante o período de armazenamento refrigerado.
0,95
1,00
1,05
1,10
1,15
1,20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Ap
arê
ncia
Dias de Armazenamento
Amido 3%
y = 1,1556 - 0,0095x R2 = 60,36
74
Dia 1, controle
Dia 1, amido de arroz
Dia 1, alginato de sódio
Dia 1, carboximetilcelulose
Dia 3, controle
Dia 3, amido de arroz
Dia 3, alginato de sódio
Dia 3, carboximetilcelulose
Figura 17 - Aspecto dos mamões minimamente processados no 1° e 3° dia de
armazenamento refrigerado a 5°C
75
Dia 6, controle
Dia 6, amido de arroz
Dia 6, alginato de sódio
Dia 6, carboximetilcelulose
Dia 9, controle
Dia 9, amido de arroz
Dia 9, alginato de sódio
Dia 9, carboximetilcelulose
Figura 18 - Aparência dos mamões minimamente processados no 6° e 9° dia de
armazenamento refrigerado a 5°C
76
Dia 12, controle
Dia 12, amido de arroz
Dia 12, alginato de sódio
Dia 12, carboximetilcelulose
Dia 15, controle
Dia 15, amido de arroz
Dia 15, alginato de sódio
Dia 15, carboximetilcelulose
Figura 19 - Aparência dos mamões minimamente processados no 12° e 15° dia
de armazenamento refrigerado a 5°C
77
4.3.2 Aroma
Para o atributo aroma (Tabela 13) houve diferença significativa para o período de
armazenamento.
Tabela 13 - Médias das notas de aroma para mamão minimamente processado
submetido aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2%
de UR por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 7,43 a 6,69 a 7,15 a 6,77 a 7,76 a 6,93 a
Amido 3% 7,36 a 7,00 a 7,29 a 7,43 a 7,29 a 6,69 a
Alginato 0,5% 6,93 a 7,36 a 7,56 a 7,00 a 7,50 a 6,37 a
CMC 0,25% 7,63 a 6,85 a 7,56 a 7,07 a 7,07 a 6,77 a
CV 20,76% * médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 95% de confiança. CV = coeficiente de variação. UR = umidade relativa; CMC = carboximetilcelulose.
Os provadores não perceberam diferenças entre os tratamentos. Os dados
mostram que até o 15° dia as notas atribuídas às amostras sempre ficaram acima de 6,
indicando boa aceitação do aroma. Em mamões do grupo Formosa os principais
componentes voláteis responsáveis pelo aroma do fruto são o óxido cis, geralmente em
maior proporção, e o óxido trans de linalol, segundo componente mais abundante
(FRANCO; RODRIGUEZ-AMAYA, 2003).
Apesar da boa aceitação, os provadores descreveram que no final do
armazenamento as amostras de todos os tratamentos apresentavam pouco aroma, o
que provavelmente ocorreu pela redução na produção dos compostos característicos da
fruta. De acordo com Arruda et al. (2007) alterações da composição gasosa ao redor
dos frutos, pela técnica de atmosfera controlada ou modificada, podem causar certa
redução na produção de compostos voláteis responsáveis pelo odor característico dos
frutos. Assim, teores demasiadamente altos de CO2 na atmosfera de armazenamento,
além de causar toxicidade celular, podem resultar em menor produção de compostos
voláteis. Isto ocorre porque afetam a atividade da enzima piruvato desidrogenase, a
qual converte piruvato em Acetil Co-A, que por sua vez é precursor de muitos
compostos voláteis responsáveis pelo aroma dos produtos.
78
4.3.3 Sabor
Para sabor (Tabela 14) houve diferença significativa para o período de
armazenamento.
Tabela 14 - Médias das notas de sabor para mamão minimamente processado
submetido aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 7,56 a 7,07 a 7,29 a 6,53 a 7,29 a 6,12 a
Amido 3% 7,76 a 7,36 a 6,69 a 7,43 a 7,00 a 5,87 a
Alginato 0,5% 7,00 a 7,82 a 7,15 a 7,36 a 7,15 a 6,53 a
CMC 0,25% 7,07 a 7,56 a 7,56 a 6,93 a 6,69 a 6,61 a
CV 21,65% *médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 95% de confiança. CV = coeficiente de variação. UR = umidade relativa. CMC = carboximetilcelulose.
Os provadores não perceberam diferenças entre tratamento. No entanto, a partir
do 6° dia alguns tratamentos, incluindo o controle, deixaram de apresentar notas na
faixa de gostei regularmente a gostei muito e passaram a apresentar notas em faixas
inferiores, seguindo a mesma tendência do aroma.
Para os períodos foram obtidas equações de regressão somente para os
tratamentos que foram significativos (Figura 20). Os provadores justificaram, nas fichas
do teste de aceitação, que, no 15° dia, algumas amostras apresentavam sabor amargo,
especialmente as tratadas com carboximetilcelulose, que foram justamente as que
respiraram mais, indicand que pode ter havido anaerobiose no interior dos tecidos,
estimulando o crescimento de bactérias homo e hetero-fermentativas e leveduras, que
produzem ácidos orgânicos, etanol e ésteres voláteis, depreciando o sabor das
amostras, conforme explicado por Beaudry (2000).
79
Figura 20 – Sabor para mamão minimamente processado submetido aos
diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR
por 15 dias
4.3.4 Textura
De acordo com as notas atribuídas à textura dos mamões minimamente
processados (Tabela 15), houve diferença significativa para os dias de armazenamento.
Tabela 15 - Médias das notas de textura para mamão minimamente processado
submetido aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2%
de UR por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 7,69 a 7,56 a 7,63 a 7,15 a 7,94 a 7,00 a
Amido 3% 7,88 a 7,15 a 7,50 a 7,63 a 7,07 a 6,45 a
Alginato 0,5% 7,56 a 7,69 a 7,56 a 7,63 a 7,63 a 6,85 a
CMC 0,25% 7,56 a 7,76 a 7,94 a 7,36 a 6,85 a 7,00 a
CV 20,08% *médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 95% de confiança. CV = coeficiente de variação. UR = umidade relativa; CMC = carboximetilcelulose.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Sab
or
Dias de Armazenamento
Controle Amido 3% Carboximetilcelulose 0,25%
y = 1,1581 - 0,0095x R2 = 51,77
y = 1,1914 - 0,0129x
R2 = 61,86
y = 1,1572 - 0,0078x
R2 = 54,66
80
De modo geral, a textura firme dos mamões foi bastante apreciada pelos
provadores, recebendo notas que variaram de gostei moderadamente a gostei muito..
Verificou-se que até o 9° dia as notas atribuídas às amostras ficaram acima de 7 e, no
12° e 15° dias, ficaram entre 6 e 7.
Fakhouri et al. (2007) também verificaram que revestimentos comestíveis
compostos à base de diferentes tipos de amido (arroz, batata, sorgo e trigo) e gelatina,
não exerceram influência significativa no aroma, sabor e textura, sendo aceitas pelo
consumidor em todos os parâmetros.
Para os períodos de armazenamento foram obtidas equações de regressão
somente para os tratamentos de amido de arroz e carboximetilcelulose (Figura 22).
Houve tendência de redução na textura dos mamões revestidos com amido e com
carboximetilcelulose, mas, observando-se as notas, conclui-se que esse
comportamento afetou pouco a faixa de classificação utilizada na escala hedônica.
Figura 22 - Textura para mamão minimamente processado submetido aos
diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR
por 15 dias
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Textu
ra
Dias de Armazenamento
Amido 3% Carboximetilcelulose 0,25%
y = 1,2004 - 0,0095x
R2 = 54,97
y = 1,2124 - 0,0089x
R2 = 60,69
81
4.3.5 Intenção de compra
A maior porcentagem de intenção de compra para os mamões minimamente
processados incidiu sobre a nota 5, que corresponde à “certamente compraria”,
com 50% das atribuições feitas pelos provadores. Durante todo o período avaliado,
somente dois provadores atribuíram a nota 1, que corresponde na escala utilizada
à “certamente não compraria‟, mostrando a boa aceitação do produto (Figura 23).
Figura 23 – Teste de intenção de compra para mamões minimamente
processados
De maneira geral, as justificativas mais utilizadas pelos provadores para o interesse
na compra de mamões minimamente processados incluíram: praticidade que o produto
oferece, facilidade de consumo nos mais variados ambientes e avaliação interna do
produto. O fator limitante mais citado foi o preço.
No que tange as respostas, escritas nas fichas do teste de aceitação, referentes à
pergunta sobre o que os provadores mais e menos apreciaram sensorialmente nas
amostras. As respostas com maior incidência dentre os períodos são apresentadas na
Tabela 16.
50,00%
30%
14,45%
4,44%1,11%
Certamente compraria
Provavelmente compraria
Talvez comprasse/Talvez não comprasse
Provavelmente não compraria
Certamente não compraria
82
Tabela 16 – Avaliação geral das amostras de mamão minimamente processado (“mais
gostei” e “menos gostei”)
Mais gostei Menos gostei
Aparência de fresco, aparência de maduro
Aroma característico
Sabor adocicado
Textura firme
Aparência de “passado”, aspecto superficial
ressecado/esbranquiçado
Pouco aroma
Sabor amargo / “aguado”
Textura firme / textura mole
Algumas dessas respostas foram também obtidas por Franco e Rodriguez-Amaya
(2003), quando uma Análise Descritiva Quantitativa de mamão „Formosa‟ revelou que os
frutos desse grupo se caracterizaram por um aroma com notas de verde, sabor mais
amargo e aguado.
83
5 CONCLUSÕES
O uso de revestimento causou alterações nos parâmetros físicos, físico-químicos e
microbiológicos de mamão minimamente processado quando comparado ao controle.
As alterações mais importantes foram:
- Menor contagem de coliformes totais;
- Menor respiração dos mamões tratados com amido de arroz e maior dos tratados com
carboximetilcelulose, ao longo do tempo;
- Menor descoloração da polpa dos frutos ao longo do armazenamento;
- Maior manutenção da firmeza das amostras tratadas com carboximetilcelulose;
- Redução do teor de sólidos solúveis e aumento da acidez titulável.
Os revestimentos não afetaram os atributos sensoriais.
Como a maioria dos efeitos positivos das coberturas ocorreu no 12° e 15° dias e,
considerando o custo da tecnologia relacionado ao preço dos revestimentos, a melhor
opção, até 9 dias de armazenamento, consiste em fazer apenas uma boa sanitização
dos frutos, como feito no controle. No entanto, se o interesse for preservar a vida útil
dos mamões por um período maior, até 15 dias, os revestimentos testados podem ser
utilizados com resultados satisfatórios, desde que respeitadas as condições de
temperatura e umidade utilizadas na presente pesquisa.
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85
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99
ANEXO
100
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ANEXO A
Tabela 17 – Médias das concentrações de CO2 no interior das embalagens contendo
mamão minimamente processado submetido aos diferentes tratamentos e
armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 1,8 3,1 5,1 5,8 6,4 7,7
Amido 3% 1,7 2,8 3,8 4,1 4,2 4,9
Alginato 0,5% 1,5 3,1 5,0 5,9 6,6 7,8
CMC 0,25% 1,6 3,4 6,0 7,2 7,8 9,5
Tabela 18 – Médias de luminosidade para mamão minimamente processado submetido
aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR por 15
dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 53,04 54,82 56,38 57,18 57,54 59,62
Amido 3% 52,50 56,29 59,54 56,00 58,79 55,71
Alginato 0,5% 48,86 55,77 58,15 57,23 57,87 54,77
CMC 0,25% 57,48 62,34 60,99 59,65 58,83 61,14
Tabela 19 - Médias de firmeza para mamão minimamente processado submetido aos
diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2% de UR por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 6,10 4,00 5,38 8,18 5,24 3,72
Amido 3% 5,29 3,57 5,29 5,38 5,86 2,62
Alginato 0,5% 5,06 3,76 3,96 8,01 10,89 2,82
CMC 0,25% 5,43 4,49 5,29 6,97 5,24 6,05
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Tabela 20 - Médias de acidez titulável para mamão minimamente processado
submetido aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2%
de UR por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 0,190 0,254 0,161 0,204 0,308 0,314
Amido 3% 0,123 0,190 0,141 0,204 0,331 0,191
Alginato 0,5% 0,127 0,189 0,162 0,191 0,266 0,302
CMC 0,25% 0,127 0,238 0,155 0,240 0,310 0,301
Tabela 21 - Médias de ratio para mamão „Formosa‟ minimamente processado
submetido aos diferentes tratamentos e armazenado a 5±1°C e 90±2%
de UR por 15 dias
Tratamento Dias de Armazenamento
1 3 6 9 12 15
Controle 60,26 45,71 72,44 52,48 34,67 33,11
Amido 3% 87,10 54,95 72,44 48,98 28,18 53,70
Alginato 0,5% 85,11 54,95 64,57 50,12 33,11 31,62
CMC 0,25% 87,10 43,65 67,61 39,81 31,62 31,62