136

QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento
Page 2: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

2/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

QUESTÕES COMENTADAS

Penal - Parte Geral .............................................................................................................................. 3

Conceito, Fontes e Princípios .......................................................................................................... 4

Aplicação da Lei Penal ................................................................................................................... 11

Crimes .......................................................................................................................................... 18

Concurso de Pessoas ..................................................................................................................... 32

Concurso de Crimes ...................................................................................................................... 40

Penas & Extinção de Punibilidade ................................................................................................. 45

Penal - Parte Especial ........................................................................................................................ 61

Crimes Contra a Pessoa ................................................................................................................. 62

Crimes Contra a Administração Pública ......................................................................................... 83

Crimes Contra o Patrimônio .......................................................................................................... 93

Crimes Contra a Fé Pública .......................................................................................................... 105

Crimes Contra a Dignidade Sexual ............................................................................................... 114

Crimes contra a Propriedade Imaterial, Organização do trabalho, Sentimento Religioso e Respeito aos Mortos ................................................................................................................................. 119

Crimes Contra a família, a incolumidade pública e a paz pública .................................................. 126

Page 3: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

3/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Penal - Parte Geral

Page 4: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

4/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Conceito, Fontes e Princípios

Page 5: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

5/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(MPDFT/MPDFT/2013) 01) Os princípios da insignificância penal e da adequação social se identificam, ambos caracterizados pela ausência de preenchimento formal do tipo penal.

Comentário:

Princípio da Adequação Social

- Ocorre quando uma conduta é considerada crime formalmente, mas não é crime em sentido material devido à aceitação da sociedade, pois não afeta diretamente a sociedade. Porém, o princípio da adequação social não revoga tipos penais incriminadores.

- Serve de parâmetro ao legislador, que deve buscar afastar a tipificação criminal de condutas consideradas socialmente adequadas.

- O adultério é um exemplo do princípio, não sendo considerado mais crime.

Princípio da Insignificância ou da Bagatela

- Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento social de paz de maneira eficaz.

- O princípio da bagatela própria afasta a materialidade do delito, ou seja, implica a atipicidade material de condutas causadoras de danos ou de perigos ínfimos.

- Requisitos Objetivos para aplicação do princípio da bagatela própria de acordo com o STF: * Mínima Ofensividade da Conduta; * Ausência de periculosidade social da Ação; * Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; * Inexpressividade da lesão jurídica.

Mnemônico: MARI

Gabarito: Errado.

(MPE-GO/MPE-GO/2012) 02) Infração bagatelar imprópria é a que já nasce sem nenhuma relevância penal, ou porque não há desvalor da ação (não há periculosidade na conduta, isto é, idoneidade ofensiva relevante; ou porque não há desvalor do resultado não se trata de ataque intolerável ao bem jurídico);

Comentário:

Princípio da Bagatela Imprópria

Estabelece que não existe necessidade de aplicação da pena, mesmo ocorrendo um fato típico, antijurídico e culpável.

Em determinado julgamento do TJ-RS, este apresentou certos requisitos para a aplicação da bagatela imprópria.

TJ-RS/AC Nº 70076016484

Para o reconhecimento da bagatela imprópria, exige-se sejam feitas considerações acerca da culpabilidade e da vida pregressa do agente, bem como se verifique a presença de requisitos permissivos post-factum, a exemplo da restituição da res à vítima, do ressarcimento de eventuais prejuízos a esta ocasionados e, ainda, o reconhecimento da culpa e a sua colaboração com a Justiça. Assim, mesmo se estando diante de fato típico, ilícito e culpável, o julgador poderá deixar de aplicar a sanção por não mais interessar ao Estado fazê-lo em detrimento de indivíduos cujas condições subjetivas sejam totalmente favoráveis.

O STJ, reiteradamente, não concorda com tal princípio, nos delitos de violência ou grave ameaça contra mulher, pois sendo tipicamente formal e material o fato, existe crime.

STJ/REsp 1.602.827/MS

O Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência reiterada de que não incide os princípios da insignificância e da bagatela imprópria aos crimes e às contravenções praticados mediante violência ou grave ameaça contra mulher, no âmbito das relações domésticas, dada a relevância penal da conduta. Logo, a reconciliação do casal não implica no reconhecimento da atipicidade material da conduta ou a desnecessidade de pena (Precedentes).

Cleber Rogério Masson¹

Em outras palavras, infração (crime ou contravenção penal) de bagatela imprópria é aquela que surge como relevante para o Direito Penal, pois apresenta desvalor da conduta e desvalor do resultado. O fato é típico e ilícito, o agente é dotado de culpabilidade e o Estado possui o direito de punir (punibilidade). Mas, após a prática do fato, a pena revela-se incabível no caso concreto, pois diversos fatores recomendam seu afastamento, tais como: sujeito com personalidade ajustada ao convívio social (primário e sem antecedentes criminais), colaboração com a Justiça, reparação do dano causado à

Page 6: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

6/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

vítima, reduzida reprovabilidade do comportamento, reconhecimento da culpa, ônus provocado pelo fato de ter sido processado ou preso provisoriamente etc. Fonte¹: MASSON, Cleber. Direito Penal - Vol. 1 - Parte Geral. 8. ed. São Paulo: Método, 2014. P. 84.

Gabarito: Errado.

(CESPE/TRE-MT/2015) 03) Segundo a doutrina majoritária, os costumes e os princípios gerais do direito são fontes formais imediatas do direito penal.

Comentário:

Fontes do Direito Penal

- O direito penal possui duas fontes: * Materiais ou substanciais; * Formais ou cognitivas.

Materiais ou substanciais

Órgãos encarregados de produzir o Direito penal. No Brasil apenas a União pode criar normas de Direito Penal.

- CF/88, Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.

Formais ou cognitivas

É a exteriorização do direito penal, ou seja, é maneira que o Direito Penal se apresenta juridicamente.

- As Fontes Formais podem ser: * Imediatas; * Mediatas ou secundárias.

Imediatas

O Direito Penal é apresentado de forma direta. No Brasil a Lei ordinária, em sentido estrito, é a única fonte formal imediata. A CF/88 não pode criar crimes nem cominar penas.

OBS: Existe a possibilidade dos tratados e convenções internacionais serem fontes imediatas do direito penal, tendo eficácia erga omnes.

Mediatas ou secundárias

Ajudam na formação periférica do Direito Penal por meio dos costumes, princípios gerais e atos administrativos.

Gabarito: Errado.

(CESPE/Câmara dos Deputados/2014) 04) O princípio da reserva legal aplica-se, de forma absoluta, às normas penais incriminadoras, excluindo-se de sua incidência as normas penais não incriminadoras.

Comentário:

Princípio da Reserva Legal

- Apenas a lei em sentido estrito pode definir crime e estabelecer penas. As leis não podem ser vagas, pois este princípio tem a finalidade de proteger a segurança jurídica das pessoas.

É possível medida provisória tratar sobre matéria de direito penal? * 1º Corrente: Não, pois a CF/88 veda. * 2º Corrente: O STF entende que pode, no caso de matéria favorável ao réu. (Prevalece essa corrente).

Norma penal que não incrimina não precisa da reserva legal, podendo ser feita mediante Medida Provisória.

Gabarito: Correto.

(FCC/MPE-SE/2013) 05) Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Trata-se do postulado constitucional que se consagrou com a denominação de A) presunção de inocência. B) devido processo legal. C) in dubio pro reo. D) estrita legalidade. E) princípio da culpabilidade.

Comentário:

Page 7: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

7/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Princípio da Legalidade

- CF/88, Art. 5º, XXXIX - não há· crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

Anterioridade da Lei

- CP/84, Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

- Em razão do princípio da legalidade penal, a tipificação de conduta como crime deve ser feita por meio de lei em: * Sentido material; * Sentido formal.

Sentido material

É o conteúdo, a ocorrência real da lesão jurídica, no caso concreto, estabelecido em lei.

Sentido formal

É a descrição, anotação ou tipificação do crime no ordenamento jurídico.

- O princípio da legalidade compreende a obediência às formas e aos procedimentos exigidos na criação da lei penal e, principalmente, na elaboração de seu conteúdo normativo.

- O Princípio da Legalidade se divide em: * Princípio da Reserva Legal; * Princípio da Anterioridade da Lei Penal;

Princípio da Reserva Legal

- Apenas a lei em sentido estrito pode definir crime e estabelecer penas. As leis não podem ser vagas, pois este princípio tem a finalidade de proteger a segurança jurídica das pessoas.

É possível medida provisória tratar sobre matéria de direito penal? * 1º Corrente: Não, pois a CF/88 veda. * 2º Corrente: O STF entende que pode, no caso de matéria favorável ao réu. (Prevalece essa corrente).

Princípio da Anterioridade da Lei Penal ou Irretroatividade

- Estabelece que a lei tenha que ter sido criada antes de ocorrer à criminalização para considerar a prática da conduta. Pode ser considerado sinônimo do princípio da irretroatividade da lei penal.

- É possível a retroatividade da lei penal, quando for para beneficiar o réu.

CF/88, Art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

- No caso de Leis temporárias, a lei principal continua produzindo seus efeitos mesmo após o término da vigência das leis temporárias.

- CP/40. Art. 2º, parágrafo único, CP. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Princípio da Presunção de Inocência ou Presunção de Não Culpabilidade

- É o maior pilar do Estado Democrático de Direito.

- CF/88, Art.5, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

- Enquanto não existir uma sentença criminal condenatória irrecorrível, não é possível o acusado ser considerado culpado.

Princípio In dubio pro Reo

Existindo dúvidas acerca da culpa ou não do acusado, deverá o Juiz decidir em favor deste devido à falta de comprovação de culpa.

Princípio da Culpabilidade

Estabelece que a pena só pode ser imposta a quem, agindo com dolo ou culpa, e merecendo juízo de reprovação, cometeu um fato típico e antijurídico.

Gabarito: Letra D.

(CESPE/MPE-TO/2014) 06) Norma penal em branco homogênea, ou em sentido amplo, é aquela cujo complemento é oriundo da mesma fonte legislativa que editou a norma que necessita desse complemento.

Comentário:

Normas Penais em Branco

São normas que dependem de outra norma para que sua aplicação seja possível. (Não violam o princípio da reserva legal).

- As normas penais em branco são divididas pela doutrina em: * Homogêneas/Sentido Amplo/Imprópria; * Heterogêneas/Sentido Estrito/Própria.

Page 8: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

8/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Homogêneas/Sentido Amplo/Imprópria

A complementação da norma é feita pelo mesmo órgão que produziu a norma penal em branco. O complemento da norma é outra lei, ou seja, o complemento tem a mesma origem e mesma natureza jurídica da lei penal a ser complementada.

Heterogêneas/Sentido Estrito/Própria

A complementação da norma é realizada por órgão diverso do que produziu a norma penal em branco. A norma penal e seu complemento estão em diploma legais diversos.

Gabarito: Correto.

(CESPE/PC-SE/2016) 07) O princípio da anterioridade, no direito penal, informa que ninguém será punido sem lei anterior que defina a conduta como crime e que a pena também deve ser prevista previamente, ou seja, a lei nunca poderá retroagir.

Comentário:

Princípio da Anterioridade da Lei Penal ou Irretroatividade

- Estabelece que a lei tenha que ter sido criada antes de ocorrer à criminalização para considerar a prática da conduta. Pode ser considerado sinônimo do princípio da irretroatividade da lei penal.

- É possível a retroatividade da lei penal, quando for para beneficiar o réu.

CF/88, Art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

- No caso de Leis temporárias, a lei principal continua produzindo seus efeitos mesmo após o término da vigência das leis temporárias.

- CP/40. Art. 2º, parágrafo único, CP. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Gabarito: Errado.

(CESPE/TJ-DFT/2014) 08) É vedado ao juiz fixar a mesma pena base aos corréus, sob pena de violação ao princípio da individualização da pena, ainda que as circunstâncias judiciais sejam comuns.

Comentário:

STF/HC 94.655/MT

I - Esta Corte já assentou entendimento no sentido de que não viola o princípio da individualização da pena a fixação da mesma pena-base para corréus se as circunstâncias judiciais são comuns. Precedentes. II - De acordo com a jurisprudência desta Corte, somente em situações excepcionais é que se admite o reexame dos fundamentos da dosimetria levada a efeito pelo juiz a partir do sistema trifásico, o que não se verifica no caso sob exame.

Princípio da Individualização da Pena

Conforme PRADO¹, a pena deve estar proporcionada ou adequada à intensidade ou magnitude da lesão ao bem jurídico representada pelo delito e a medida de segurança a periculosidade criminal do agente.

CF/88, Art.5º, XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;

- Este princípio possui três fases correlacionadas: * Legislativa: Estabelecimento de penas mínimas e máximas e cominação de punições proporcionais à gravidade dos crimes. (Fase Abstrata) * Judicial: Análise, pelo juiz, do caso concreto. (Fase Concreta) * Administrativa: É a fase da execução da pena, momento em que o condenado será classificado, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal.

CF/88, Art. 5º, XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; Fonte¹: PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro, volume 1: parte geral, arts. 1º a 120. 6. ed. rev. atual e ampl. São Paulo: RT, 2006. p. 141.

Gabarito: Errado.

Page 9: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

9/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(CESPE/PC-SE/2018) 09) O princípio da individualização da pena determina que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, razão pela qual as sanções relativas à restrição de liberdade não alcançarão parentes do autor do delito.

Comentário:

Princípio da Intranscendência da Pena ou Responsabilidade Pessoal ou Pessoalidade

- CF/88, Art.5º XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens serem, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.

- A multa não é considerada uma vinculação a reparação do dano, pois não é direcionada à vítima. Caso o infrator morra, a punibilidade é extinta.

Gabarito: Errado.

(CESPE/PF/2018) 10) A fim de garantir o sustento de sua família, Pedro adquiriu 500 CDs e DVDs piratas para posteriormente revendê-los. Certo dia, enquanto expunha os produtos para venda em determinada praça pública de uma cidade brasileira, Pedro foi surpreendido por policiais, que apreenderam a mercadoria e o conduziram coercitivamente até a delegacia. Com referência a essa situação hipotética, julgue o item subsequente. O princípio da adequação social se aplica à conduta de Pedro, de modo que se revoga o tipo penal incriminador em razão de se tratar de comportamento socialmente aceito.

Comentário:

Princípio da Adequação Social

- Uma conduta sendo considerada crime, mas que não é capaz de afetar o sentimento social de Justiça não é crime em sentido material devido à aceitação da sociedade. Porém, o princípio da adequação social não revoga tipos penais incriminadores.

- Serve de parâmetro ao legislador, que deve buscar afastar a tipificação criminal de condutas consideradas socialmente adequadas.

- O adultério é um exemplo do princípio, não sendo considerado mais crime.

- O STJ não aceita o princípio da adequação social em relação à conduta de expor à venda CD’s e DVD’s Piratas.

- Súmula 502/STJ - Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, § 2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.

Gabarito: Errado.

(FCC/DPE-PR/2017) 11) O princípio da intervenção mínima no Direito Penal encontra reflexo A) no princípio da fragmentariedade e na teoria da imputação objetiva. B) no princípio da subsidiariedade e na teoria da imputação objetiva. C) nos princípios da subsidiariedade e da fragmentariedade. D) no princípio da fragmentariedade e na proposta funcionalista sistêmica. E) na teoria da imputação objetiva e na proposta funcionalista sistêmica.

Comentário:

Princípio da Intervenção Mínima ou Última Ratio

- Tal princípio estabelece a limitação do Estado em relação ao poder punitivo.

- O princípio da intervenção mínima no Direito Penal encontra reflexo nos princípios da subsidiariedade e da fragmentariedade.

- O Direito penal é a considerado a última maneira de resolver o problema.

- As condutas do indivíduo serão criminalizadas apenas quando existir a real necessidade de tutela aos bens jurídicos e não seja possível que esse indivíduo, com os seus atos, conviva harmônica e pacificamente em sociedade.

Gabarito: Letra C.

(CESPE/TRF - 5ª REGIÃO/2015)

Page 10: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

10/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

12) O princípio do ne bis idem está expressamente previsto na CF e preconiza a impossibilidade de uma pessoa ser sancionada ou processada duas vezes pelo mesmo fato, além de proibir a pluralidade de sanções de natureza administrativa sancionatórias.

Comentário:

Princípio do Ne Bis In Idem

- Uma pessoa não pode ser punida nem processada pelo mesmo fato duas vezes.

- No processo penal não existe a revisão pro societate.

- Ocorrendo o trânsito em julgado, a pessoa não pode ser processada novamente pelo mesmo fato.

- Um mesmo fato não pode ser considerado para fixação da pena mais de uma vez.

Gabarito: Errado.

(CESPE/TJ-CE/2018) 13) Assinale a opção que apresenta princípios que devem ser observados pelas leis penais por expressa previsão constitucional. A) legalidade, irretroatividade, responsabilidade pessoal, economicidade, individualização da pena B) legalidade, irretroatividade, responsabilidade pessoal, presunção da inocência, eficiência da pena C) legalidade, irretroatividade, responsabilidade pessoal, presunção da inocência, individualização da pena. D) legalidade, irretroatividade, moralidade, presunção da inocência, individualização da pena E) legalidade, impessoalidade, irretroatividade, presunção da inocência, individualização da pena.

Comentário:

Princípios do direito penal explícitos na CF/88

Legalidade ou Reserva Legal; Anterioridade;

Retroatividade da lei penal mais benéfica; Dignidade da pessoa humana;

Devido processo Legal; Proibição de prova ilícita; Juiz e Promotor natural;

Contraditório e ampla defesa; Presunção de Inocência;

Celeridade e razoável duração do processo; Personalidade ou da responsabilidade pessoal;

Individualização da pena; Humanidade.

Princípios do direito penal implícitos na CF/88

Proporcionalidade; Razoabilidade;

Duplo grau de jurisidção; Intervenção Mínima ou Subsidiariedade;

Fragmentariedade; Lesividade ou Ofensividade;

Taxatividade Penal ou da Determinação; Adequação dos meios aos fins;

Proibição do Excesso; Culpabilidade ou da Responsabilidade Subjetiva;

Adequação social; Insignificância ou da Bagatela.

Gabarito: Letra C.

Page 11: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

11/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Aplicação da Lei Penal

Page 12: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

12/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(IESES/TJ-PA/2016) 14) Atinente à aplicação da Lei penal no tempo e no espaço, é correto afirmar: A) No que tange ao tempo do crime, o código penal adotou a teoria da ubiquidade. B) Leis temporárias e excepcional (art. 3, CP) são hipóteses excepcional de ultra atividade maléfica. C) Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. Tal instituto é denominado Extraterritorialidade. D) De acordo com o princípio da territorialidade, não é possível, por conta de regras internacionais, que um crime cometido no Brasil não sofra as consequências da Lei Brasileira.

Comentário: Letra A: Errada.

Tempo do Crime

- É dividido em Três teorias explicando quando ocorre a prática do crime: * Teoria da Atividade; (CP ADOTA) * Teoria do Resultado; * Teoria da Ubiquidade ou Mista.

Teoria da Atividade

O crime é considerado praticado devido a sua ação ou omissão, sem a importância do momento do resultado. (ADOTADO PELO CP)

CP/84, Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. (Tempo do Crime);

Teoria do Resultado

O crime é considerado praticado no momento do resultado, independente do momento da ação ou omissão.

Teoria da Ubiquidade ou Mista

O crime é considerado praticado tanto no momento do resultado quanto da ação ou omissão.

- Nos crimes permanentes é aplicável a lei em vigência, ainda que mais gravosa, assim como nos crimes continuados, em é aplicada a lei vigente à época do último crime praticado, não ocorrendo retroatividade, apesar de ser mais grave, pois o crime estava em execução e não finalizado.

- Súmula 711/STF - A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

Letra B: Correta.

Leis Intermitentes

* Leis Excepcionais: Leis produzidas para vigorar em determinada situação;

* Lei Temporária: Lei editada que tem vigência em certo período sendo a sua revogação automática ao termo de sua vigência;

- No caso de Leis Intermitentes (Leis Excepcionais e Temporárias), a pessoa que cometeu o delito, em sua vigência, responderá, mesmo após o término do prazo da norma.

São hipóteses excepcionais de ultra-atividade maléfica.

- Sendo criada, após o termino das leis intermitentes, lei abolitiva revogando o crime previsto na lei temporária, estas não mais produziram efeitos.

- CP/84, Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Lei excepcional ou temporária).

Letra C: Errada.

Territorialidade

- A lei penal é aplicada nos crimes cometidos no território nacional, sendo ele comedito por estrangeiro ou contra estrangeiro.

- CP/84, Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.

Princípio da Territorialidade Mitigada ou Temperada

- Adotado pelo CP

Page 13: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

13/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

- O Território é o espaço que o Estado possui sua soberania política, compreendendo: * Mar Territorial; * O Espaço Aéreo; * Subsolo; * Navios e aeronaves públicos, dentro ou fora do Brasil; * As aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, em alto-mar ou no espaço aéreo.

- A Lei penal do Brasil é aplicada aos crimes cometidos a bordo de aeronaves estrangeiras quando estiverem no espaço aéreo brasileiro ou em pouso no território nacional.

- A Lei penal do Brasil é aplicada no caso das embarcações quando estiverem em porto ou mar territorial brasileiro.

CP/40. Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) § 2º - É também aplicável à lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

Letra D: Errada.

Territorialidade

- A lei penal é aplicada nos crimes cometidos no território nacional, sendo ele comedito por estrangeiro ou contra estrangeiro.

- CP/84, Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.

Gabarito: Letra B.

(MPE-RS/MPE-RS/2014) 15) Considere, abaixo, a norma disposta no art. 7º, inciso II, alínea c, do Código Penal. “Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro [...], os crimes [...] praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados”. Esse inciso II, em sua alínea c, define o princípio da A) proteção. B) justiça universal. C) representação. D) defesa. E) territorialidade.

Comentário:

Princípio da Representação ou da Bandeira ou do Pavilhão

- A Lei penal brasileira é aplicada nos crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e neste não sejam julgados.

- Considera-se uma Extraterritorialidade condicionada, ou seja, deve existir uma série de condições para ser considerado crime;

- CP/84, Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

II - os crimes:

c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.

Gabarito: Letra C.

(FUNDATEC/PGE-RS/2010)

Page 14: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

14/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

16) Em razão do princípio da atividade, a lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

Comentário: Trata-se do princípio da Ultratividade.

Leis Intermitentes

* Leis Excepcionais: Leis produzidas para vigorar em determinada situação;

* Lei Temporária: Lei editada que tem vigência em certo período sendo a sua revogação automática ao termo de sua vigência;

- No caso de Leis Intermitentes (Leis Excepcionais e Temporárias), a pessoa que cometeu o delito, em sua vigência, responderá, mesmo após o término do prazo da norma.

São hipóteses excepcionais de ultra-atividade maléfica.

- Sendo criada, após o termino das leis intermitentes, lei abolitiva revogando o crime previsto na lei temporária, estas não mais produziram efeitos.

- CP/84, Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Lei excepcional ou temporária).

Gabarito: Errado.

(FGV/PC-MA/2012) 17) Reconhecida a abolitio criminis, causa de extinção da punibilidade, os efeitos penais se apagam, permanecendo os efeitos civis.

Comentário:

Abolitio Criminis

- Ocorre quando um fato deixa de ser crime depois que uma lei penal que incrimina acaba sendo revogada;

- A Lei que revoga a anterior acaba produzindo efeitos retroativos, alcançando fatos praticados antes de sua entrada em vigor e cessando a pena e os efeitos penais da condenação. Porém, existindo o ressarcimento, os efeitos civis continuam existindo.

- CF/88, Art.5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

- CP/84, Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Lei penal no tempo)

Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Lei penal no tempo)

Gabarito: Correto.

(CESPE/TRF - 2ª REGIÃO/2013) 18) Assinale a opção correta acerca da interpretação da lei penal A) A interpretação extensiva é admitida em direito penal para estender o sentido e o alcance da norma até que se atinja sua real acepção. B) A interpretação analógica não é admitida em direito penal porque prejudica o réu. C) A interpretação teleológica consiste em extrair o sentido e o alcance da norma de acordo com a posição da palavra na estrutura do texto legal. D) A analogia penal permite ao juiz atuar para suprir a lacuna da lei, desde que isso favoreça o réu. E) A interpretação judicial da lei penal se manifesta na edição de súmulas vinculantes editadas pelos tribunais.

Comentário: Letra A: Correta.

Interpretação Extensiva

- É a extensão da lei, ou seja, o aumento do seu alcance;

Letra B: Errada. É aplicada.

Interpretação Analógica

Page 15: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

15/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

É um método de interpretação.

Retira o sentido da norma a partir dos próprios elementos fornecidos por ela.

Há uma lei regulando a hipótese apresentada, mas de forma genérica, sendo necessário o uso da via interpretativa.

Não se confunde com a Analogia.

Letra C: Errada.

Interpretação Gramatical

- É a interpretação literal da lei;

- Extrai o sentido e o alcance da norma de acordo com a posição da palavra na estrutura do texto legal.

Interpretação Teológica ou Lógica

- Tem por finalidade alcançar os fins sociais para o qual a lei foi criada.

- Procura descobrir a vontade do legislador, além da finalidade da lei.

Letra D: Errada.

Interpretação Analógica

É um método de interpretação.

Retira o sentido da norma a partir dos próprios elementos fornecidos por ela.

Há uma lei regulando a hipótese apresentada, mas de forma genérica, sendo necessário o uso da via interpretativa.

Não se confunde com a Analogia.

Analogia da Lei Penal

É um método de integração da norma

- É uma técnica utilizada para suprir a falta de uma lei, ou seja, é uma técnica de integrativa em que o aplicador do Direito irá utilizar outra norma para utilizar no caso concreto;

- A analogia da lei só é utilizada para o benefício do réu (analogia in bonam partem), nunca para prejudicá-lo (analogia in malam partem);

Não se admite o emprego de analogia para normas incriminadoras, uma vez que não se pode violar o princípio da reserva legal.

Letra E: Errada.

Interpretação Judicial

- Interpretação realizada por membros do Poder judiciário a partir de suas decisões em processos nos casos concretos;

O juiz não tem a obrigação a dar à lei a mesma interpretação dada, anteriormente, por outro juiz, ou pelo tribunal.

- Não vinculam os operadores do Direito, salvo no caso de Súmulas vinculantes do STF.

Gabarito: Letra A.

(CESPE/TJ-DFT/2003) 19) Considerando o princípio da especialidade, que rege o conflito aparente de normas penais, é correto afirmar que norma que define o crime de homicídio é especial em relação à que define o infanticídio.

Comentário: O infanticídio é especial em relação ao crime de homicídio.

Princípio da Especialidade

- É utilizado no conflito de duas normas, uma geral e outra especial. A norma especial é aquela que possui todos os elementos da norma geral com algumas características a mais.

- Existindo conflito nesse caso, a norma especial é aplicada no lugar da norma geral, mesmo aquela tendo uma penalidade maior que esta;

- Existindo norma especial, o código penal é aplicado subsidiariamente aos crimes previstos na especial, caso nesta não exista regulamentação sobre o assunto;

- CP/40, Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.

Page 16: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

16/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

- Lex specialis derrogat lex generalis, ou seja, a lei especial afasta a norma geral;

Gabarito: Errado.

(ESAF/CGU/2012) 20) Em relação às noções fundamentais do Direito Penal, resolva: Quanto ao Lugar do crime, o Direito brasileiro adotou a Teoria da Atividade segundo a qual o Lugar do delito é aquele em que se verificou o ato executivo.

Comentário:

Lugar do Crime

- Possui três teorias: * Teoria da Atividade; * Teoria do Resultado; * Teoria Mista ou da Ubiquidade. (CP ADOTA)

Teoria da Atividade

O local do crime é considerado aquele em que a conduta foi praticada;

Teoria do Resultado

O local do crime é o local onde ocorre a consumação do crime, independentemente de onde foi praticada a conduta;

Teoria Mista ou da Ubiquidade

O local do crime pode ser tanto o lugar onde se praticou a conduta, quanto o lugar do resultado; (ADOTADA PELO CP)

- CP/84, Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

Gabarito: Errado.

(CESPE/PC-RN/2009) 21) Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão, de detenção ou prisão simples, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa.

Comentário:

Crime ou Delito

Sentido Formal ou Legal

Crime é a infração penal que a lei estabelece pena de reclusão ou detenção, podendo ser de maneira isolada, alternativa ou cumulativa com multa.

CP/40, Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.

Contravenção Penal

- São consideradas penas com uma menor relevância para sociedade, como a pena de prisão simples ou de multa, ou ambas.

- LICP/41, Art 1º Considera-se...contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.

Gabarito: Errado.

(MPE-GO/ MPE-GO/2010) 22) Ocorre o crime progressivo ou progressão criminosa quando o agente, para alcançar o resultado mais gravoso, passa por outro, necessariamente menos grave.

Comentário: Crime Progressivo e Progressão Criminosa são conceitos diferentes.

Princípio da Consunção ou Absorção

- É quando existe o conflito de duas normas, porém, neste conflito uma norma absorve a outra, ou seja, lex consumens derrogat lex consumptae;

- O Princípio da Absorção pode ocorrer por: * Crime Progressivo;

Page 17: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

17/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

* Progressão Criminosa; * Antefato Impunível; * Pós-fato Impunível.

Crime Progressivo

É quando existe uma gradação do crime, ou seja, o agente começou praticando um crime menos grave indo até um crime mais grave, prevalecendo o crime mais grave absorvendo todos os demais.

Progressão Criminosa

É quando o agente começa praticando um crime menos grave, porém, durante o mesmo inter criminis, acaba mudando de intenção e pratica outro de maior gravidade;

Ex: Pessoa pretende roubar o celular da pessoa, daí resolveu durante a ação matar por que o celular era muito peba;

Antefato Impunível

A pessoa pratica fatos até chegar ao crime principal, porém não responde por esses fatos, mas sim pelo crime principal;

Pós-fato Impunível

São fatos considerados criminosos, de forma isolada, porém por ser um desdobramento do crime final, não são puníveis;

Gabarito: Errado.

Page 19: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

19/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(VUNESP/TJ-SP/2008) 23) Após a morte da mãe, A recebeu, durante um ano, a pensão previdenciária daquela, depositada mensalmente em sua conta bancária, em virtude de ser procuradora da primeira. Descoberto o fato, A foi denunciada por apropriação indébita. Se a sentença concluir que a acusada (em razão de sua incultura, pouca vivência, etc.) não tinha percepção da antijuricidade de sua conduta, estará reconhecendo A) erro sobre elemento do tipo, que exclui o dolo. B) erro de proibição. C) descriminante putativa. D) ignorância da lei.

Comentário:

Erro de Proibição

- É quando o agente comete um fato criminoso por pensar que a conduta não é proibida.

- Ocorre quando o agente age pensando que sua conduta não é ilícita, ou seja, o agente representa a realidade da conduta, mas acredita que é uma conduta lícita.

- O erro de proibição pode ser: * Escusável: O agente não tinha noção que sua conduta era contrária ao direito, excluindo a sua culpabilidade. * Inescusável: O agente tinha noção que sua conduta poderia ser considerada ilícita, não se excluindo sua culpa, respondendo com pena reduzida de um sexto a um terço.

- CP/40, Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Gabarito: Letra B.

(VUNESP/CRBio - 1º Região/2017) 24) De acordo com o Código Penal Brasileiro, A) nos crimes sem violência ou grave ameaça à pessoa, o arrependimento posterior isenta de pena o autor do crime, desde que reparado o dano até o recebimento da denúncia ou queixa. B) responde penalmente, a título de omissão, aquele que deixa de agir para evitar o resultado quando, por lei ou convenção social, tenha obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. C) o crime é tentado quando, iniciada a execução, o agente impede a realização do resultado. D) fica sujeito à lei brasileira, embora praticado no estrangeiro, o crime contra o patrimônio dos municí­ pios. O agente será punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido no estrangeiro. E) o crime praticado sob coação irresistível ou em obediência à ordem de superior hierárquico, desde que não manifestamente ilegal, é punido de forma atenuada.

Comentário: Letra A: Errada. CP/40. Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Letra B: Errada. Não existe previsão de convenção social. Art. 13, CP (...) § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Letra C: Errada.

Crime por Tentativa

- CP/40, Art. 14 - Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.

Page 20: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

20/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

- Não estarão, em regra, presentes os elementos resultado e nexo de causalidade, pois o crime não foi consumado;

- Como a punibilidade do crime de tentativa não é o mesmo do consumado, adota-se que o CP penal segue a teoria dualística, realista ou objetiva da punibilidade da tentativa.

- Todos os crimes admitem tentativa, salvo: * Crimes Culposos: A vontade do agente não tem finalidade ilícita; * Crimes Preterdolosos: A primeira conduta é dolosa, mas a segunda é culposa; * Crimes Unissubsistentes: Crime realizado por um único ato, sem fracionamento da prática; * Crimes Omissivos próprios; * Crimes de Perigo abstrato; * Contravenções Penais; * Crime de Atentado; * Crimes habituais;

Letra D: Correta. CP/40. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. Letra E: Errada. CP/40. Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. Gabarito: Letra D.

(CESPE/TRE-MT/2015) 25) A legítima defesa sucessiva é inadmissível como causa excludente de ilicitude da conduta.

Comentário:

Legítima Defesa Sucessiva

- Ocorre quando o agente que sofre a primeira lesão revida de maneira desproporcional e faz com que o primeiro que iniciou a lesão possa utilizar-se de legítima defesa.

Gabarito: Errado.

(CESPE/TRE-MT/2015) 26) A coação física irresistível configura causa excludente da culpabilidade.

Comentário:

Excludente de Ilicitude

- Estado de necessidade; - Legítima defesa; - Estrito cumprimento de dever legal; - Exercício regular de direito.

Excludente de Tipicidade

- Caso fortuito; - Coação física irresistível; (é diferente de coação moral irresistível, que é excludente de culpabilidade) - Estado de inconsciência; - Erro de tipo inevitável (escusável); - Movimentos reflexos; - Princípio da Insignificância.

Page 21: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

21/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Excludente de Culpabilidade

- Erro inevitável sobre a ilicitude do fato. - Coação moral irresistível. - Obediência à ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico. - Menoridade; - Doença Mental; - Desenvolvimento mental retardado ou incompleto; - Embriaguez completa e acidental; - Erro de proibição inevitável; - Coação moral irresistível; - Obediência hierárquica.

Gabarito: Errado.

(CESPE/TCE-PR/2016) 27) Caso a restituição da coisa ou a reparação do dano se dê até o recebimento da denúncia, configurar-se-á o arrependimento posterior. Caso se dê após o recebimento da denúncia e até a sentença, a restituição ou reparação será considerada circunstância atenuante.

Comentário:

Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz

- São consideradas causas de exclusão da tipicidade;

- CP/41, Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Desistência Voluntária

- O agente desiste, por vontade própria de seguir os atos executórios, mesmo podendo prosseguir.

- Desistência Voluntária: Resultado não é consumado devido à desistência do agente;

Arrependimento Eficaz

- O agente pratica todos os atos executórios, porém se arrepende e impede a consumação do resultado;

OBS: Mesmo após tentar impedir o resultado e este vier a acontecer, o agente responde pelo crime, porém com atenuação da pena.

- Ocorrendo à desistência voluntária ou arrependimento eficaz em crime de concurso de pessoas, a desistência ou arrependimento de um valerá para os demais;

Arrependimento Posterior

- Não exclui o crime, pois já foi realizado, porém diminui a pena.

- Não é aplicável se o crime é cometido com violência ou grave ameaça, salvo, de acordo com a doutrina, se a violência for culposa, tendo o agente antes da queixa se arrependido e tomado as providências necessárias.

- CP/41, Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

- Mesmo que a vítima se recuse de receber a reparação do dano, o agente tem direito a redução da pena;

Gabarito: Correto.

(CESPE/TCE-PR/2016) 28) No direito brasileiro, os atos preparatórios não são puníveis em nenhuma circunstância, nem mesmo como tipo penal autônomo.

Comentário:

Atos Preparatórios

- O agente dar início aos preparativos, mas não inicia a prática do crime, sendo considerados não puníveis, pois o crime não está em execução, salvo quando se tratar de um delito autônomo, ou seja, o CP já criminaliza o ato preparatório.

Gabarito: Errado.

(CESPE/TCE-SC/2016)

Page 22: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

22/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

29) Caracteriza-se o dolo eventual no caso de um caçador que, confiando em sua habilidade de atirador, dispara contra a caça, mas atinge um companheiro que se encontra próximo ao animal que ele desejava abater.

Comentário:

Culpa Consciente

- O agente vê que é possível o resultado, mas crê que não ocorrerá; Ex: Caçador que, confiando em sua habilidade de atirador, dispara contra a caça, mas atinge um companheiro que se encontra próximo ao animal que ele desejava abater.

- Semelhante ao dolo eventual, porém neste o agente assume o risco, sem se importar com o resultado, ou seja, prevê o resultado como possível, mas com ele não se importa e na culpa consciente o agente não assume o risco, pois pensa que não ocorrerá.

Gabarito: Errado.

(FCC/SEFAZ-SC/2018) 30) À luz do que dispõe o Ordenamento Penal brasileiro, A) o agente que desiste de forma voluntária de prosseguir na execução do crime, ou impede que o resultado se produza, terá sua pena reduzida de um a dois terços. B) o arrependimento posterior, nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, deve ocorrer até o oferecimento da denúncia ou da queixa. C) não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. D) crime impossível é aquele em que o agente, embora tenha praticado todos os atos executórios à sua disposição, não consegue consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade. E) diz-se crime culposo, quando o agente assumiu o risco de produzi-lo.

Comentário: CÓDIGO PENAL: Art. 14 - Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Desistência voluntária e arrependimento eficaz Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Arrependimento posterior Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Crime impossível Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

Page 23: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

23/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Súmula 145 STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. Gabarito: Letra C.

(FCC/DPE-AP/2018) 31) Nos crimes comissivos por omissão, A) pelo critério nomológico, violam-se normas mandamentais. B) a tipicidade é a do tipo comissivo, mas pode também, excepcionalmente, ser a do tipo omissivo. C) a falta do poder de agir gera atipicidade da conduta. D) são delitos de mera atividade, que se consumam com a simples inatividade. E) no caso de ingerência, a conduta anterior deve ser a produtora do dano ou lesão.

Comentário:

Crimes Omissivos

Os crimes omissivos são divididos em:

* Crimes omissivos puros (próprios): Ocorre quando o tipo penal estabelece que a omissão do agente é tipificada como crime, ou seja, o agente deve agir para não responder ao crime. O resultado é considerado irrelevante;

- CP/40, Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

* Crimes omissivos impuros (impróprios): O agente possuía o dever legal de agir para evitar o resultado, porém não agiu, respondendo pelo resultado lesivo que ocorrer. O resultado é relevante, sendo imputado ao agente que se omitiu. Nesses crimes a conduta de omissão do agente ao resultado é normativa e não física, com isso o resultado é a ele imputado por descumprir a lei.

OBS: Os crimes comissivos possuem uma relação de causalidade física ou natural, já os crimes comissivos por omissão imprópria possuem uma relação de causalidade normativa.

Relevância da omissão Art.13. § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Gabarito: Letra C.

(FCC/DPE-AM/2018) 32) O erro de tipo, no Direito Penal, A) exclui a culpabilidade subjetiva, impedindo a punição do agente. B) quando escusável, permite a punição por crime culposo. C) é incabível em crimes hediondos e equiparados. D) é inescusável nos crimes da Lei de Drogas, no desconhecimento da lei penal. E) incide sobre o elemento constitutivo do tipo e exclui o dolo.

Comentário:

Erro de Tipo

- Erro em relação à existência fática de um dos elementos que possui o tipo penal.

- Ocorre quando o agente pratica um fato típico por meio de um erro sobre algum de seus elementos, ou seja, o agente não sabia que estava praticando um ato que era considerado um elemento essencial do tipo penal.

- O erro de tipo pode acontecer nos crimes omissivos impróprios, ou seja, os crimes comissivos por omissão em que o agente desconhece o dever de impedir o resultado.

- Se o erro incidir no elemento normativo do tipo, a doutrina majoritária entende que é um erro de tipo e não de proibição.

- O erro de tipo é considerado:

* Escusável: Ocorre quando o agente não poderia conhecer a presença do elemento do tipo, mesmo através da racionalidade mental. Nesse caso, o agente não responderia pelo crime.

Page 24: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

24/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

* Inescusável: Ocorre quando o agente erra perante o elemento essencial do tipo, porém, caso se esforçasse racionalmente, não teria praticado esse erro. Nesse caso o agente responderia pelo crime.

OBS: O erro de tipo permissivo é o erro em relação aos pressupostos objetivos de uma causa de justificação (Excludente de ilicitude), ou seja, nesse erro o agente estaria amparado pela excludente de ilicitude.

Art. 20, CP. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o DOLO, mas permite a punição por crime culposo se previsto em lei.

Gabarito: Letra E.

(FCC/TCE-SP/2011) 33) No estado de necessidade, A) há necessariamente reação contra agressão. B) o agente responderá apenas pelo excesso culposo. C) deve haver proporcionalidade entre a gravidade do perigo que ameaça o bem jurídico e a gravidade da lesão causada. D) a ameaça deve ser apenas a direito próprio. E) inadmissível a modalidade putativa.

Comentário:

Estado de Necessidade

- Teoria unitária de estado de necessidade;

- O bem jurídico deve ser de igual valor ou superior ao sacrificado;

- Requisitos: * Perigo atual; * Ameaça a direito próprio ou alheio; * Situação de perigo não causada voluntariamente pelo sujeito; * Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo * Inevitabilidade; * Inexigibilidade do sacrifício do direito ameaçado; * Elemento subjetivo do tipo permissivo.

- CP/41, Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

- Caso o bem sacrificado seja de valor superior que o protegido o agente responderá pelo delito, porém com pena reduzida.

- CP/41,Art.24 § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.

OBS: De acordo com o STJ, a mera alegação de miserabilidade não ocasiona o estado de necessidade para que seja excluída assim a ilicitude do fato, porém, ocorre exclusão de culpa quando inexigível conduta diversa.

OBS: O agente pode ser protegido pelo estado de necessidade nos erros na execução.

OBS: É possível o estado de necessidade recíproco, desde que as duas pessoas não tenham gerado situação de perigo.

Gabarito: Letra C.

(FCC/TCM-GO/2015) 34) Fernando deu início à execução de um delito material, praticando atos capazes de produzir o resultado lesivo. Todavia, aliou-se à sua ação uma concausa I. preexistente, absolutamente independente em relação à conduta do agente que, por si só, produziu o resultado. II. concomitante, absolutamente independente em relação à conduta do agente que, por si só, produziu o resultado. III. superveniente, relativamente independente em relação à conduta do agente, situada na mesma linha de desdobramento físico da conduta do agente, concorrendo para a produção do resultado. IV. superveniente, relativamente independente em relação à conduta do agente, sem guardar posição de homogeneidade em relação à conduta do agente e que, por si só, produziu o resultado. O resultado lesivo NÃO será imputado a Fernando, que responderá apenas pelos atos praticados, nas situações indicadas em A) I, II e IV.

Page 25: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

25/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

B) III e IV. C) I e III. D) I e II. E) II, III e IV.

Comentário:

Teoria da Causalidade Adequada

- Adotada pelo C.P em situações específicas;

- Ocorre nos casos de concausa superveniente relativamente independente que, por si só, produz resultado.

- Concausas: Circunstâncias que são exercidas paralelamente à conduta do agente para produzir o resultado.

- As concausas podem ser: * Absolutamente independentes; * Relativamente independentes;

Absolutamente Independentes

Não se vinculam à conduta do agente para gerar o resultado, podendo existir antes da conduta, surgir durante e depois. Com isso a conduta do agente não contribui para o resultado, não respondendo por este.

Relativamente Independentes

Vinculam-se à conduta do agente para gerar o resultado, podendo existir antes da conduta, surgir durante e depois. Com isso, como a conduta do agente é causa para o resultado, aquele responde por este.

OBS: Nas concausas supervenientes relativamente independentes, a causa superveniente pode produzir por si só o resultado ou se agregar ao desdobramento natural da conduta do agente e ajudar a produzir o resultado.

Gabarito: Letra A.

(FCC/TCE-CE/2015) 35) São elementos da tentativa: A) início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente; dolo e culpa. B) início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente; dolo. C) início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente; culpa consciente. D) atos preparatórios; Início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente; dolo e culpa. E) atos preparatórios; Início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente; dolo.

Comentário:

Crime por Tentativa

- CP/41, Art. 14 - Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.

Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

- Não estarão, em regra, presentes os elementos resultado e nexo de causalidade, pois o crime não foi consumado;

- Como a punibilidade do crime de tentativa não é o mesmo do consumado, adota-se que o CP penal segue a teoria dualística, realista ou objetiva da punibilidade da tentativa.

- Todos os crimes admitem tentativa, salvo: * Crimes Culposos: A vontade do agente não tem finalidade ilícita; * Crimes Preterdolosos: A primeira conduta é dolosa, mas a segunda é culposa; * Crimes Unissubsistentes: Crime realizado por um único ato, sem fracionamento da prática; * Crimes Omissivos próprios; * Crimes de Perigo abstrato; * Contravenções Penais; * Crime de Atentado;

Page 26: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

26/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

* Crimes habituais;

Gabarito: Letra B.

(FCC/TCE-CE/2015) 36) São elementos do crime doloso: A) previsibilidade objetiva e dever de cuidado objetivo. B) previsibilidade subjetiva e dever de cuidado objetivo. C) desejo do resultado e assunção do risco de produzi-lo. D) previsão do resultado pelo agente, mas que não se realize sinceramente a sua produção e especificidade do dolo. E) elemento subjetivo do tipo e previsibilidade subjetiva.

Comentário:

Crime Doloso

- Consiste na vontade de querer cometer o crime (dolo direto) ou assumir o risco de produzi-lo com a sua conduta (dolo eventual).

- CP/40, Art. 18 - Diz-se o crime: I - doloso, quando o agente quis o resultado (Dolo direto) ou assumiu o risco de produzi-lo(dolo eventual);

Gabarito: Letra C.

(FCC/SEGEP-MA/2016) 37) O Código Penal, ao tratar da relação de causalidade do crime, considera causa a A) emoção ou a paixão. B) delação. C) ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. D) excludente de ilicitude. E) descriminante putativa.

Comentário:

Nexo de Causalidade

- CP/40, Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

- É o elo da conduta com o resultado naturalístico;

- Aplicado apenas aos crimes materiais;

- O nexo de causalidade possui algumas teorias: * Teoria da Equivalência dos Antecedentes; * Teoria da Causalidade Adequada; * Teoria da Imputação Objetiva;

Teoria da Equivalência dos Antecedentes

- Estabelece que a causa é toda a ação ou omissão sem a qual o resultado não se teria produzido.

- Tudo o que contribui, in concreto, para o resultado, é causa.

- Estabelece que se uma das ações executadas pelo agente não tivesse ocorrido, o resultado teria deixado de acontecer.

- Adotado pelo CP;

- CP/40, Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

Gabarito: Letra C.

(FGV/SUSAM/2014) 38) São elementos do crime culposo: conduta voluntária, inobservância de um dever objetivo de cuidado; resultado lesivo não querido, tampouco assumido, pelo agente; nexo causal entre a conduta descuidada e o resultado; previsibilidade; tipicidade.

Comentário:

Crime Culposo

- CP/40, Art. 18 - Diz-se o crime: II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.

- O crime culposo ocorre quando o agente pratica uma conduta voluntária com uma finalidade lícita ou

Page 27: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

27/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

ilícita, mas sem a intenção de produzir o resultado ocorrido.

- O crime culposo viola o dever objetivo de cuidado podendo ocorrer por meio da negligência (o agente lesa um bem jurídico de outro por não tomar as medidas cautelares necessárias), imprudência (algo não recomendado por todos) ou imperícia (falta de conhecimento técnico).

- No crime culposo o resultado gerado não foi o que o agente pretendia (resultado involuntário), salvo culpa imprópria.

- O crime culposo possui como característica a Previsibilidade Objetiva, que é quando o resultado ocorrido era logicamente previsível.

- O crime culposo abrange também a relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado ocasionado, além da tipicidade, que é a previsão do fato como crime de maneira expressa na lei.

Gabarito: Correto.

(FGV/MPE-RJ/2016) 39) Diz-se que o crime é doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, e que o crime é culposo, quando o agente deu causa a resultado previsível por imprudência, negligência ou imperícia. Sobre o tema, é correto afirmar que: A) o dolo direto de segundo grau também é conhecido como dolo de consequências necessárias; B) para a teoria finalista da ação, o dolo e a culpa integram a culpabilidade; C) no crime culposo, a imprudência se caracteriza por uma conduta negativa, enquanto a negligência, por um comportamento positivo; D) o crime culposo admite como regra a forma tentada; E) na culpa consciente, o agente prevê o resultado como possível, mas com ele não se importa.

Comentário: Letra A: Correta.

Dolo Direto de 2º Grau

O agente não pretende produzir o resultado, porém aceita o resultado como consequência necessária dos meios empregados;

Letra B: Errada.

Teoria Psicológica

- A culpabilidade é analisada de acordo com a imputabilidade e a vontade.

- Culpabilidade do agente: Imputável no momento do crime + agir com dolo ou culpa.

- Teoria usada por quem adota a teoria causalista da conduta uma vez que o dolo e a culpa se encontram na culpabilidade.

- A teoria finalista que é adotada pelo CP estabelece que a culpa e o dolo esteja na conduta e no fato típico.

Letra C: Errada.

Crime Culposo

- CP/40, Art. 18 - Diz-se o crime: II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.

- O crime culposo ocorre quando o agente pratica uma conduta voluntária com uma finalidade lícita ou ilícita, mas sem a intenção de produzir o resultado ocorrido.

- O crime culposo ocorre por meio da negligência (o agente lesa um bem jurídico de outro por não tomar as medidas cautelares necessárias), imprudência (algo não recomendado por todos) ou imperícia (falta de conhecimento técnico).

Letra D: Errada.

Crime Culposo

- CP/40, Art. 18 - Diz-se o crime: II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.

- O crime culposo ocorre quando o agente pratica uma conduta voluntária com uma finalidade lícita ou ilícita, mas sem a intenção de produzir o resultado ocorrido.

Na Culpa própria (regra), a forma tentada não é possível, pois o agente não atua com vontade na causação

Page 28: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

28/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

do resultado. No entanto, a culpa imprópria admite hipótese em que o agente possui consciência e vontade (dolo) de conseguir resultado que é previsível, mas atua em erro vencível.

Letra E: Errada.

Culpa Consciente

- O agente vê que é possível o resultado, mas crê que não ocorrerá;

- Semelhante ao dolo eventual, porém neste o agente assume o risco, sem se importar com o resultado, ou seja, prevê o resultado como possível, mas com ele não se importa e na culpa consciente o agente não assume o risco, pois pensa que não ocorrerá.

Gabarito: Letra A.

(CESPE/STM/2018) 40) A embriaguez acidental, proveniente de força maior ou caso fortuito, exclui a culpabilidade, ainda que o sujeito ativo possuísse, ao tempo da ação, parcial capacidade de entender o caráter ilícito do fato que praticou.

Comentário:

Inimputabilidade – Embriaguez

- A embriaguez, em regra, é considerada imputável, ou seja, o agente responderá pelo crime.

- CP/40, Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.

- Conforme ALIC ou Teoria da Actio Libera In Causa (Ação Livre Na Causa) o agente é imputável embora não tenha a capacidade de avaliar as coisas na hora do fato, pois no momento em que ingeriu a substância tinha consciência do que estava fazendo.

- A exceção ocorre quando o agente se embriaga em caso fortuito ou força maior, estando totalmente incapaz de entender o caráter ilícito do fato.

- CP/40, Art.28, § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

- CP/40, Art.28, § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Gabarito: Errado.

(FCC/DPE-SP/2012) 41) Em Direito Penal, o erro A) de tipo, se for invencível, exclui a tipicidade dolosa e a culposa. B) que recai sobre a existência de situação de fato que justificaria a ação, tornando-a legítima, é tratado pelo Código Penal como erro de proibição, excluindo-se, pois, a tipicidade da conduta. C) de tipo exclui o dolo e a culpa grave, mas não a culpa leve. D) de proibição é irrelevante para o Direito Penal, pois, nos termos do caput do art. 21 do Código Penal, “o desconhecimento da lei é inescusável”. E) de proibição exclui a consciência da ilicitude, que, desde o advento da teoria finalista, integra o dolo e a culpa.

Comentário: Letra A: Correta.

Erro de Tipo Essencial

- Erro em relação à existência fática de um dos elementos que possui o tipo penal.

- Ocorre quando o agente pratica um fato típico por meio de um erro sobre algum de seus elementos, ou seja, o agente não sabia que estava praticando um ato que era considerado um elemento essencial do tipo penal.

- O erro de tipo pode acontecer nos crimes omissivos impróprios, ou seja, os crimes comissivos por omissão em que o agente desconhece o dever de impedir o resultado.

- Se o erro incidir no elemento normativo do tipo, a doutrina majoritária entende que é um erro de tipo e não de proibição.

- O erro de tipo é considerado:

* Escusável (Invencível): Ocorre quando o agente não poderia conhecer a presença do elemento do

Page 29: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

29/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

tipo, mesmo através da racionalidade mental. Nesse caso, o agente não responderia pelo crime.

* Inescusável: Ocorre quando o agente erra perante o elemento essencial do tipo, porém, caso se esforçasse racionalmente, não teria praticado esse erro. Nesse caso o agente responderia pelo crime.

OBS: O erro de tipo permissivo é o erro em relação aos pressupostos objetivos de uma causa de justificação (Excludente de ilicitude), ou seja, nesse erro o agente estaria amparado pela excludente de ilicitude.

Erro sobre elementos do tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Descriminantes putativas § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

Letra B: Errada.

Erro de Proibição

- É quando o agente comete um fato criminoso por pensar que a conduta não é proibida.

- Ocorre quando o agente age pensando que sua conduta não é ilícita, ou seja, o agente representa a realidade da conduta, mas acredita que é uma conduta lícita.

- O erro de proibição pode ser: * Escusável: O agente não tinha noção que sua conduta era contrária ao direito, excluindo a sua culpabilidade. * Inescusável: O agente tinha noção que sua conduta poderia ser considerada ilícita, não se excluindo sua culpa, respondendo com pena reduzida de um sexto a um terço.

- CP/40, Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Letra C: Errada. Erro sobre elementos do tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Letra D: Errada.

Erro de Proibição

- É quando o agente comete um fato criminoso por pensar que a conduta não é proibida.

- Ocorre quando o agente age pensando que sua conduta não é ilícita, ou seja, o agente representa a realidade da conduta, mas acredita que é uma conduta lícita.

- O erro de proibição pode ser: * Escusável: O agente não tinha noção que sua conduta era contrária ao direito, excluindo a sua culpabilidade. * Inescusável: O agente tinha noção que sua conduta poderia ser considerada ilícita, não se excluindo sua culpa, respondendo com pena reduzida de um sexto a um terço.

- CP/40, Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Letra E: Errada. O Erro de Proibição faz parte da Culpabilidade e não da Tipicidade em que se encontram o dolo e a culpa. Gabarito: Letra A.

(VUNESP/MPE-SP/2015) 42) Assinale a alternativa correta a respeito da imputabilidade penal. A) Comprovada a doença mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, o agente será considerado inimputável para os efeitos legais. B) Aos inimputáveis e aos semi-imputáveis, comprovada essa condição por perícia médica, será substituída a pena por medida de segurança consistente em internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico.

Page 30: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

30/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

C) A imputabilidade é um dos elementos da culpabilidade, ao lado da potencial consciência sobre a ilicitude do fato e a exigibilidade de conduta diversa. D) A imputabilidade, de acordo com o Código Penal, pode se dar por doença mental, imaturidade natural ou embriaguez do agente. E) A emoção e a paixão, além de não afastarem a imputabilidade penal do agente, podem ser consideradas como circunstâncias agravantes no momento da fixação da pena.

Comentário: Letra A: Errada.

Inimputabilidade – Doença Mental e Desenvolvimento Mental incompleto ou retardado

- Critério Biopsicológico;

- Caso o agente seja inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da conduta será considerado inimputável, caso seja parcialmente, será semi-imputável, sendo a pena reduzida de uma a dois terços.

- Mesmo o agente sendo inimputável por ser doente mental, o juiz aplica uma sentença absolutória imprópria, ou seja, o agente é absolvido, sendo que o juiz aplica uma medida de segurança como a sua internação ou tratamento.

CP/40. Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

- Exclui a culpabilidade por ausência de imputabilidade.

Letra B: Errada.

Inimputabilidade – Doença Mental e Desenvolvimento Mental incompleto ou retardado

- Critério Biopsicológico;

- Caso o agente seja inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da conduta será considerado inimputável, caso seja parcialmente, será semi-imputável, sendo a pena reduzida de uma a dois terços.

- Mesmo o agente sendo inimputável por ser doente mental, o juiz aplica uma sentença absolutória imprópria, ou seja, o agente é absolvido, sendo que o juiz aplica uma medida de segurança como a sua internação ou tratamento.

CP/40. Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

- Exclui a culpabilidade por ausência de imputabilidade.

Letra C: Correta.

Elementos da Culpabilidade

- São considerados elementos da culpabilidade: * Imputabilidade Penal; * Potencial Consciência da Ilicitude; * Exigibilidade de Conduta Diversa.

Letra D: Errada.

Inimputabilidade

Pode ocorrer por: - Menoridade; - Embriaguez acidental, decorrente de caso fortuito ou força maior; - Doença mental ou Desenvolvimento mental incompleto ou retardado.

Letra E: Errada.

Page 31: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

31/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

A emoção pode ser uma atenuante genérica, mas não agravante. Gabarito: Letra C.

Page 32: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

32/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Concurso de Pessoas

Page 33: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

33/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(FCC/TCE-SP/2011) 43) Em matéria de concurso de pessoas, é correto afirmar que A) coautores são aqueles que, atuando de forma idêntica, executam o comportamento que a lei define como crime. B) partícipe é aquele que, também praticando a conduta que a lei define como crime, contribui, de qualquer modo, para a sua realização. C) é possível a coautoria nos crimes de mão própria. D) é admissível a coautoria nos crimes próprios, desde que o terceiro conheça a especial condição do autor. E) é inadmissível a participação nos crimes omissivos próprios.

Comentário: Letra A: Errada. Não precisam atuar necessariamente de forma idêntica.

Coautoria Funcional x Coautoria Material

- A coautoria Funcional ou Parcial é quando os agentes possuem condutas diversas e essas condutas se somam, produzindo o resultado.

- A coautoria Material ou Direta é quando os agentes possuem a mesma conduta, produzindo o resultado.

Letra B: Errada.

Modalidades de Concurso de Pessoas

- São consideradas modalidades de concurso de pessoas: * Coautoria; * Participação;

Coautoria

- É quando duas ou mais pessoas realizarem uma conduta que se encontra determinada no núcleo do tipo penal, ou seja, quando dois ou mais indivíduos conjuntamente praticam uma conduta que configura o crime mediante uma ligação subjetiva.

- Conforme a teoria restritiva, aplicada pelo CP, autor não se confunde com partícipe.

- Autor é o que pratica a conduta apresentada na lei penal. Já os partícipes são os demais que colaborarem de alguma maneira como a prestação de auxílio.

- Teorias que diferenciam o Autor do Partícipe: * Teoria Objetivo-Formal; * Teoria Objetivo-Material; * Teoria do Domínio do Fato.

Teoria Objetivo-Formal

O autor é aquele que pratica o que está previsto na lei penal, sendo os restantes partícipes, ou seja, colaboraram na conduta. (CP ADOTA)

Participação

- Modalidade em que o agente colabora para a prática do crime, porém não executa a conduta apresentada no tipo penal.

- A participação pode ser: * Moral: Ocorre quando o agente induz a pessoa a praticar o delito, ou seja, age no psicológico do indivíduo. * Material: Nessa, o partícipe auxilia o autor do crime, fornecendo algum tipo de ajuda, sendo seu cúmplice.

- Como o partícipe pratica uma conduta acessória, não sendo a descrita no núcleo do tipo penal e não é possível aplicar esta conduta àquele, é possível a extensão da adequação típica, ocorrendo a adequação típica mediata. Com isso, utiliza-se a teoria da acessoriedade, que é dividida em 04 Teorias:

* Teoria da Acessoriedade Mínima: A conduta principal deve ser um fato típico, independentemente de o fato ser lícito ou não.

* Teoria da Acessoriedade Limitada: A conduta deve ser considerada típica e ilícita para o partícipe responder pelo crime. (Mais aproximada com o CP)

* Teoria da Acessoriedade Máxima: A conduta deve ser típica, ilícita e praticada por agente culpável para o partícipe responder pelo crime.

* Teoria da hiperacessoriedade: A conduta deve ser típica, ilítica, o agente culpável e efetivamente

Page 34: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

34/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

punido para o partícipe responder pelo crime.

Letra C: Errada.

Possibilidades da Coautoria

- É possível a coautoria nos crimes próprios, desde que o terceiro conheça a especial condição do autor.;

- Não é possível a coautoria nos crimes de mão-própria.

- Não é possível a coautoria nos crimes omissivos, a doutrina majoritária entende ser possível a participação, mas não a coautoria.

- Nunca existira concurso de pessoas entre autor mediato e imediato, porém, existe a possibilidade de haver coautoria e participação na autoria mediata, se houver colaboração entre os agentes mediatos.

Letra D: Correta.

Possibilidades da Coautoria

- É possível a coautoria nos crimes próprios, desde que o terceiro conheça a especial condição do autor.;

- Não é possível a coautoria nos crimes de mão-própria.

- Não é possível a coautoria nos crimes omissivos, a doutrina majoritária entende ser possível a participação, mas não a coautoria.

- Nunca existira concurso de pessoas entre autor mediato e imediato, porém, existe a possibilidade de haver coautoria e participação na autoria mediata, se houver colaboração entre os agentes mediatos.

Letra E: Errada.

Possibilidades da Coautoria

- É possível a coautoria nos crimes próprios, desde que o terceiro conheça a especial condição do autor.;

- Não é possível a coautoria nos crimes de mão-própria.

- Não é possível a coautoria nos crimes omissivos, a doutrina majoritária entende ser possível a participação, mas não a coautoria.

- Nunca existira concurso de pessoas entre autor mediato e imediato, porém, existe a possibilidade de haver coautoria e participação na autoria mediata, se houver colaboração entre os agentes mediatos.

Gabarito: Letra D.

(FCC /TRE-PE/2011) 44) De acordo com o Código Penal brasileiro, A) não há distinção entre autores, co-autores e partícipes, que incidem de forma idêntica nas penas cominadas ao delito. B) os autores, co-autores e partícipes incidem nas penas cominadas ao delito na medida de sua culpabilidade. C) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos co-autores e partícipes. D) ao autor principal e aos co-autores será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos partícipes. E) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito, sendo que os co-autores e os partícipes terão obrigatoriamente a pena reduzida de um sexto a um terço.

Comentário:

Coautoria

- É quando duas ou mais pessoas realizarem uma conduta que se encontra determinada no núcleo do tipo penal, ou seja, quando dois ou mais indivíduos conjuntamente praticam uma conduta que configura o crime mediante uma ligação subjetiva.

- Conforme a teoria restritiva, aplicada pelo CP, autor não se confunde com partícipe.

- Autor é o que pratica a conduta apresentada na lei penal. Já os partícipes são os demais que colaborarem de alguma maneira como a prestação de auxílio. Coautor é a pessoa que mais se aproxima do núcleo do tipo penal, prestando uma ajuda considerada essencial.

Condutas Contrapostas

Conduta dos agentes uma contra os outros.

- CP/40, Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

Page 35: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

35/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Terceira fase de aplicação da pena)

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

Gabarito: Letra B.

(FGV/TJ-RO/2015) 45) O Código Penal brasileiro traz diversos crimes que podem ser praticados por uma única pessoa, mas também prevê algumas hipóteses em que o concurso de pessoas é necessário. Como regra geral, quando duas ou mais pessoas, unidas em ações e desígnios, praticam em conjunto um delito, pode-se falar em concurso de pessoas. Sobre essa tema, é correto afirmar que o Código Penal adotou, em regra, a Teoria: A) Pluralista, com exceções; B) Dualista, sem exceções; C) Monista, com exceções; D) Dualista, com exceções; E) Monista, sem exceções.

Comentário:

Concurso de Pessoas

Conceito

- É a colaboração de dois ou mais agentes para a prática de um crime ou contravenção penal.

- Teorias relacionadas ao concurso de pessoas: * Pluralista; * Dualista; * Monista. (Adotada pelo CP)

Pluralista

Cada pessoa responde por um crime próprio. (Usada de Modo Excepcional pelo CP) Ex¹: Corrupção ativa e passiva (arts. 317 e 333, CP). Ex²: Aborto provocado por terceiro com consentimento da gestante (arts. 124 e 126, do CP).

Dualista

Existem dois crimes, um para quem realiza a conduta típica expressa na norma penal, e outro para quem desenvolve a atividade secundária.

Monista

Todos respondem pelo mesmo crime, porém a pena variará de acordo com a conduta de cada um que concorreu ao crime. (Adotada pelo CP – Teoria Monista Temperada)

- O Concurso de Pessoas é dividido em dois tipos: * Eventual * Necessário

Gabarito: Letra C.

(FCC/ALESE/2018) 46) Hamilton resolve chamar um táxi pelo aplicativo do celular a fim de conduzi-lo até determinado endereço. Após ingressar no veículo, Hamilton recebe uma ligação em seu telefone, ocasião em que diz a pessoa que está do outro lado da linha que está se dirigindo até o endereço do amante de sua esposa a fim de matá-lo. O motorista do táxi, mesmo após ouvir a conversa de seu passageiro, o conduz até seu destino. No dia seguinte, o motorista toma conhecimento pelo noticiário televisivo de que Hamilton realmente matou o amante de sua mulher. Diante do caso hipotético, o taxista A) responderá pelo crime de homicídio doloso como partícipe. B) responderá pelo crime de homicídio doloso como coautor. C) responderá pelo crime de homicídio culposo. D) responderá pelo crime de favorecimento pessoal. E) não responderá por nenhum crime.

Comentário: No caso tratado, o taxista não responderá por nenhum crime devido a ausência do Liame Subjetivo.

Requisitos – Concurso de Pessoas

- Cinco são os requisitos que caracteriza o concurso de pessoas: * Pluralidade de Agentes;

Page 36: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

36/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

* Relevância Causal da Colaboração; (Nexo de Causalidade) * Vínculo Subjetivo; * Identidade de Infração Penal; (Unidade de Crime ou Contravenção) * Existência de Fato Punível.

Gabarito: Letra E.

(FGV/TCE-RJ/2015) 47) Sobre o tema concurso de agentes, é correto afirmar que: não se exige homogeneidade de elemento subjetivo no concurso de pessoas, admitindo-se participação culposa em crime doloso.

Comentário:

Possibilidades da Coautoria

- É possível a coautoria nos crimes próprios, desde que o terceiro conheça a especial condição do autor.;

- Não é possível a coautoria nos crimes de mão-própria.

- Não é possível a coautoria nos crimes omissivos, a doutrina majoritária entende ser possível a participação.

- Nunca existira concurso de pessoas entre autor mediato e imediato, porém, existe a possibilidade de haver coautoria e participação na autoria mediata, se houver colaboração entre os agentes mediatos.

OBS: A coautoria em crimes culposos é possível, pois basta duas pessoas quererem praticar uma conduta imprudente.

OBS: A participação em crime culposo, conforme o STJ, não é possível.

OBS: A participação é possível em contravenção penal.

OBS: Caso a participação seja dolosa e o crime seja culposo não existirá concurso. O agente doloso responde pelo crime doloso e o agente culposo pelo culposo.

Gabarito: Errado.

(VUNESP/PC-SP/2018) 48) No que diz respeito ao concurso de pessoas e às expressas regras do CP (arts. 29 a 31), A) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua punibilidade. C) aplica-se a mesma pena a todos os coautores, ainda que a participação seja de menor importância. D) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua voluntariedade. E) mesmo que o crime sequer seja tentado, o ajuste, a determinação ou a instigação e o auxílio sempre são puníveis.

Comentário: Letra A: Correta.

Comunicabilidade das Circunstâncias

- CP/40, Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

- As circunstâncias elementares são indispensáveis para caracterizar o crime.

Espécies de Elementares e de Circunstâncias

- As elementares podem ser: * Subjetivas: Relacionada à pessoa do agente; * Objetivas: Relacionada ao delito em si, ou seja, o caráter real, o modus operandi.

- As circunstâncias de caráter pessoal não se interligam com as condições pessoais. As circunstâncias de caráter real, ou objetivas, se interligam, desde que os demais agentes tenham conhecimento.

- As elementares sempre se interligam, embora objetivas ou subjetivas, desde que os demais agentes tenham conhecimento.

Letra B: Errada.

Condutas Contrapostas

Conduta dos agentes uma contra os outros.

- CP/40, Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na

Page 37: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

37/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

medida de sua culpabilidade.

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Terceira fase de aplicação da pena)

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada ATÉ metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

Letra C: Errada.

Condutas Contrapostas

Conduta dos agentes uma contra os outros.

- CP/40, Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Terceira fase de aplicação da pena)

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada ATÉ metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

Letra D: Errada.

Condutas Contrapostas

Conduta dos agentes uma contra os outros.

- CP/40, Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Terceira fase de aplicação da pena)

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada ATÉ metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

Letra E: Errada.

Casos de Impunibilidade

- CP/40, Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Gabarito: Letra A.

(VUNESP/PC-SP/2018) 49) A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que Mévio, pela participação de menor importância na prática de furto à residência de Tício, poderá ter a pena diminuída.

Comentário:

Condutas Contrapostas

Conduta dos agentes uma contra os outros.

- CP/40, Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Terceira fase de aplicação da pena)

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada ATÉ metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

Gabarito: Correto.

(CESPE/PC-SE/2018) 50) Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente. De acordo com a teoria objetivo-subjetiva, o autor do delito é aquele que tem o domínio final sobre o fato criminoso doloso.

Page 38: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

38/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Comentário:

Coautoria

- É quando duas ou mais pessoas realizarem uma conduta que se encontra determinada no núcleo do tipo penal, ou seja, quando dois ou mais indivíduos conjuntamente praticam uma conduta que configura o crime mediante uma ligação subjetiva.

- Conforme a teoria restritiva, aplicada pelo CP, autor não se confunde com partícipe.

- Autor é o que pratica a conduta apresentada na lei penal. Já os partícipes são os demais que colaborarem de alguma maneira como a prestação de auxílio. Coautor é a pessoa que mais se aproxima do núcleo do tipo penal, prestando uma ajuda considerada essencial.

- Teorias que diferenciam o Autor do Partícipe: * Teoria Objetivo-Formal; * Teoria Objetivo-Material; * Teoria do Domínio do Fato ou Objetivo-Subjetiva.

Teoria Objetivo-Formal

O autor é aquele que pratica o que está previsto na lei penal, sendo os restantes partícipes, ou seja, colaboraram na conduta. (CP ADOTA)

Teoria Objetivo-Material

O autor é aquele que tem maior envolvimento no crime e o partícipe é aquele que tem uma menor participação, não sendo importante quem pratica a conduta criminosa.

Teoria do Domínio do Fato ou Objetivo-Subjetiva

O autor é aquele que tem um domínio da conduta criminosa, ou seja, o controle da situação, podendo ser executor do crime ou não. Com isso, o autor é aquele que decide se irá ocorrer ou não a conduta, ou seja, é o que manda. O partícipe contribui para ocorrer o crime, porém não manda na conduta criminosa.

- O controle da ação pode ocorrer por: * Domínio da ação; * Domínio da Vontade; * Domínio Funcional do Fato.

Domínio da ação

O agente pratica de maneira direta a conduta apresentada no tipo penal.

Domínio da Vontade

O agente não pratica diretamente, mas controla quem vai praticar.

Domínio Funcional do Fato

O agente desempenha uma função essencial que é necessária para a conduta criminosa e é dividida entre os demais parceiros.

Gabarito: Correto.

(CESPE/Câmara dos Deputados/2014) 51) A autoria mediata não é admitida nos crimes de mão própria e nos tipos de imprudência.

Comentário:

Autoria Mediata por Crimes próprios e Crimes de Mão Própria

- Nos crimes próprios é possível a autoria mediata, desde que reúna as condições especiais exigidas no tipo penal.

- Nos crimes de mão própria não é possível a autoria mediata, mas sim um autor por determinação.

- É possível a participação em delitos de mão própria.

OBS: Autoria por Determinação é quando o agente não é considerado autor por não reunir elementos para essa característica, nem partícipe, porém será punido por ter sido o responsável pelo delito.

OBS: A coação física irresistível é uma autoria imediata e não mediata, pois o agente da ação não possui vontade.

OBS: A autoria Mediata é possível nos crimes próprios, não sendo possível nos crimes de mão própria.

Gabarito: Correto.

(CESPE/PC-DF/2013) 52) É possível, do ponto de vista jurídico-penal, participação por omissão em crime comissivo.

Comentário:

Possibilidades da Coautoria

- É possível a coautoria nos crimes próprios, desde que o terceiro conheça a especial condição do

Page 39: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

39/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

autor.;

- Não é possível a coautoria nos crimes de mão-própria, mas a participação em delitos de mão própria é possível.

- Não é possível a coautoria nos crimes omissivos, a doutrina majoritária entende ser possível a participação.

- Nunca existira concurso de pessoas entre autor mediato e imediato, porém, existe a possibilidade de haver coautoria e participação na autoria mediata, se houver colaboração entre os agentes mediatos.

OBS: A coautoria em crimes culposos é possível, pois basta duas pessoas quererem praticar uma conduta imprudente.

OBS: A participação em crime culposo, conforme o STJ, não é possível.

OBS: A participação é possível em contravenção penal.

OBS: Caso a participação seja dolosa e o crime seja culposo não existirá concurso. O agente doloso responde pelo crime doloso e o agente culposo pelo culposo. Não é possível a participação dolosa em crime culposo e a participação culposa em crime doloso, devendo a participação ter a mesma natureza volitiva.

Gabarito: Correto.

Page 40: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

40/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Concurso de Crimes

Page 41: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

41/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(FGV/DPE-RJ/2014) 53) Na aplicação da pena privativa de liberdade, o aumento decorrente de concurso formal ou de crime continuado não incide sobre a pena-base, mas sobre a pena acrescida por circunstância qualificadora ou causa especial de aumento.

Comentário:

STF/RHC 86080

Na aplicação de pena privativa de liberdade, o aumento decorrente de concurso formal ou de crime continuado não incide sobre a pena-base, mas sobre a pena acrescida por circunstância qualificadora ou causa especial de aumento.

Gabarito: Correto.

(VUNESP/TJ-MT/2018) 54) Entende-se por “concurso material benéfico” a A) limitação de tempo de cumprimento de pena em 30 anos. B) aplicação da regra do concurso material para beneficiar o coautor ou partícipe. C) regra estabelecida em lei pela qual a pena aplicada pelo concurso formal não poderá superar a pena aplicada pelo concurso material. D) extensão ao coautor da condição pessoal que se afigurar elementar do crime. E) diminuição de pena para determinados crimes materiais.

Comentário:

Concurso Material Benéfico

Caso a pena do Crime continuado ou do concurso formal próprio seja pior que o concurso material, aplica-se o concurso material.

Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.

Gabarito: Letra C.

(FCC/MPE-SE/2013) 55) Uma vez reconhecido o concurso formal de crimes, será afinal aplicada pena privativa de liberdade A) aquém daquela mais grave isoladamente aplicável por qualquer dos crimes. B) aquém daquela menos grave isoladamente aplicável por qualquer dos crimes. C) igual à pena mais grave isoladamente aplicável por qualquer dos crimes. D) além daquela mais grave e até a somatória aritmética das penas isoladamente aplicáveis aos crimes. E) além da somatória aritmética das penas isoladamente aplicáveis aos crimes.

Comentário:

Concurso Material ou Real

-CP/40, Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos (homogêneo) ou não (heterogêneo), aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Sistema do Cúmulo Material)

Concurso formal

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. (Sistema da Exasperação) As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior (Sistema do Cúmulo Material)

Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.

Gabarito: Letra D.

(VUNESP/TJ-SP/2015) 56) À luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta. A) Não há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, mas o agente não realiza a subtração de bens da vítima. B) Admite-se a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano. C) A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.

Page 42: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

42/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

D) A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

Comentário: Letra A: Errada.

STF/Súmula 610

Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.

Letra B: Errada.

STF/Súmula 723

Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.

Letra C: Errada.

STF/Súmula 718

A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.

Letra D: Correta.

STF/Súmula 711

A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

Gabarito: Letra D.

(VUNESP/PC-CE/2015) 57) Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. Trata-se da definição legal do A) concurso formal. B) concurso material. C) concurso material benéfico. D) princípio da consunção E) crime continuado.

Comentário:

Concurso Formal

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos (homogêneo) ou não (heterogêneo), aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. (Sistema da Exasperação) As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior (Sistema do Cúmulo Material).

Gabarito: Letra A.

(FCC/TJ-GO/2015) 58) Por disposição legal, a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias do crime, devem servir de parâmetro para o cálculo de A) diminuição da pena pelo arrependimento posterior. B) aumento da pena pelo crime continuado comum C) aumento da pena pelo concurso formal próprio D) aumento da pena pelo crime continuado específico.

Comentário:

Crime Continuado Específico

Page 43: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

43/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Ocorre nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.

Gabarito: Letra D.

(CESPE/TJ-ES/2013) 59) Os crimes omissivos próprios são crimes de resultado, ao passo que os omissivos impróprios, também denominados comissivos por omissão, são crimes de mera atividade, a exemplo da omissão de socorro.

Comentário: Conceitos Invertidos

- O concurso formal pode ser: * Perfeito ou Próprio; * Imperfeito ou Impróprio.

Perfeito ou Próprio

* Perfeito ou Próprio: O agente pratica uma única conduta e acaba por produzir dois resultados sem sua real intenção em querer realizá-los. Não existe desígnio autônomo, que é a vontade de realizar dolosamente mais de um crime.

Imperfeito ou Impróprio

* Imperfeito ou Impróprio: O agente pratica, de forma dolosa, uma única conduta para produzir mais de um crime. Existe desígnio autônomo, que é a vontade de realizar dolosamente mais de um crime.

- As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior (Sistema do Cúmulo Material – Concurso Formal Imperfeito).

- No concurso formal, o sistema utilizado, em regra, é o da Exasperação em que se utiliza a pena do crime mais grave, podendo ser aumentada.

- Cúmulo material benéfico: É quando o sistema de exasperação, que foi criado para beneficiar o réu, é mais prejudicial que o sistema de cumulação, sendo aplicado o sistema do cúmulo material.

Gabarito: Errado.

(CESPE/TJ-ES/2013) 60) De acordo com a teoria subjetiva, que foi qualificada como absurdo lógico e dogmático, para a caracterização do crime continuado, não importam os aspectos objetivos das diversas ações.

Comentário:

Teoria Subjetiva

O crime continuado é definido apenas em relação ao elemento subjetivo do agente, desconsiderando os aspectos objetivos.

Teoria Objetiva – CP ADOTA

O crime continuado exige apenas requisitos de ordem objetiva, dispensando a unidade de desígnios.

Teoria Objetivo-Subjetiva – STJ e STF ADOTAM

O crime continuado leva em consideração os elementos subjetivos (unidade de desígnios) e os elementos objetivos (Condições semelhantes de tempo, lugar, modo de execução e outras semelhanças)..

Gabarito: Correto.

(CESPE/TJ-BA/2013) 61) O CP prevê o cúmulo material ou a soma das penas cominadas a cada um dos crimes nas hipóteses de concurso formal perfeito e de crime continuado.

Comentário:

Sistemas de Aplicação da Pena

- No concurso formal, existem três sistemas de aplicação da pena : * Sistema do Cúmulo Material; * Sistema da Exasperação; * Sistema de Absorção.

Page 44: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

44/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

* Sistema do Cúmulo Material: É o somatório das penas relativas a cada um dos crimes cometidos pelo agente. (Adotada no Concurso Material, Formal impróprio e de Penas de Multa).

* Sistema da Exasperação: É aplicável ao agente apenas a pena mais grave, podendo existir aumento desta. (Aplicado no concurso formal próprio ou perfeito e ao crime continuado) A exasperação da pena, de um sexto até dois terços, aplica-se de forma distinta em relação às penas restritivas de direitos e à pena de multa, sendo a Jurisprudência, na terceira fase da dosimetria, responsável por aplicar a exasperação.

* Sistema de Absorção: É aplicável ao agente apenas a pena mais grave, não existindo aumento desta. (Adotado aos crimes familiares)

Gabarito: Errado.

(CESPE/SEGESP-AL/2013) 62) Se uma pessoa com um único disparo de arma de fogo matar duas pessoas, poderá responder por concurso formal impróprio de crimes.

Comentário:

Concurso Formal

- O concurso formal pode ser: * Perfeito ou Próprio; * Imperfeito ou Impróprio.

Perfeito ou Próprio

* Perfeito ou Próprio: O agente pratica uma única conduta e acaba por produzir dois resultados sem sua real intenção em querer realizá-los. Não existe desígnio autônomo, que é a vontade de realizar dolosamente mais de um crime.

Imperfeito ou Impróprio

* Imperfeito ou Impróprio: O agente pratica, de forma dolosa, uma única conduta para produzir mais de um crime. Existe desígnio autônomo, que é a vontade de realizar dolosamente mais de um crime.

- As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior (Sistema do Cúmulo Material – Concurso Formal Imperfeito).

- No concurso formal, o sistema utilizado, em regra, é o da Exasperação em que se utiliza a pena do crime mais grave, podendo ser aumentada.

- Cúmulo material benéfico: É quando o sistema de exasperação, que foi criado para beneficiar o réu, é mais prejudicial que o sistema de cumulação, sendo aplicado o sistema do cúmulo material.

Gabarito: Correto.

Page 45: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

45/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Penas & Extinção de Punibilidade

Page 46: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

46/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(UEG/PC-GO/2013) 63) O sistema penitenciário que prega o trabalho dos presos nas celas e, posteriormente, a realização de tarefas em pequenos grupos, durante o dia e em silêncio, é característica do sistema A) inglês B) auburniano C) filadélfico D) reformatório

Comentário:

Sistemas Penitenciários

* Auburniano; * Filadélfico ou Pensilvânico; * Progressivo (Inglês); * Reformatório.

Filadélfico ou Pensilvânico

- Precursores: Benjamin Franklin e Willian Bradford;

- Neste sistema penitenciário foram utilizadas convicções religiosas e bases do Direito Canônico para estabelecer uma finalidade e forma de execução penal.

- Baseado na solidão e no silêncio do detento.

- “utiliza-se o isolamento celular absoluto, com passeio isolado do sentenciado em um pátio circular, sem trabalho ou visitas, incentivando-se a leitura da bíblia” (Damásio de Jesus¹)

Auburniano

- “a partir de então se estendeu a política de permitir o trabalho em comum dos reclusos, sob absoluto silêncio e confinamento solitário durante a noite” (Bitencourt²)

- Presos trabalham durante o dia e durante a noite se recolhem para as celas.

Progressivo (Inglês)

- “Consiste em distribuir o tempo de duração da condenação em períodos, ampliando-se em cada um os privilégios que o recluso pode desfrutar de acordo com sua boa conduta e o aproveitamento demonstrado do tratamento reformador. A meta do sistema tem dupla vertente: de um lado pretende constituir um estímulo à boa conduta e à adesão do recluso ao regime aplicado, e, de outro, pretende que este regime, em razão da boa disposição anímica do interno, consiga paulatinamente sua reforma moral e a preparação para a futura vida em sociedade.” (Bitencourt³)

No Brasil foi adotado um sistema similar ao progressivo inglês.

Reformatórios

- São instituições destinadas, quase que totalmente, aos infratores adolescentes ou aos jovens adultos.

- Visa à educação e à reinserção social do condenado. Fonte: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/dos-sistemas-penitenciarios/ Fonte¹: JESUS, D. E. de. Direito Penal, volume 1: parte geral. 29. ed. rev e atual. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 249. Fonte²: BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2000; p . 95. Fonte³: BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2000; p . 98.

Gabarito: Letra B.

(IBADE/SEJUDH - MT/2017) 64) De acordo com a doutrina, a pena tem tríplice finalidade, sendo elas retributiva, preventiva (geral e especial) e reeducativa. Quanto à aplicação e finalidades das penas, pode-se afirmar que a(o): A) prevenção especial e o caráter retributivo atuam durante a imposição e execução da pena. B) LEP não se aplica ás hipóteses de sentença absolutória imprópria (execução das medidas de segurança). C) caráter reeducativo da pena atua somente na fase de imposição. D) prevenção especial (visa a sociedade) atua antes mesmo da prática de qualquer infração penal. E) LEP será aplicada nos casos de medidas socioeducativas (resposta estatal aos atos infracionais), regradas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

Comentário: Letra A: Correta.

Teoria Mista – Dupla Finalidade

- Tem fim punitivo (castigar o agente) e preventivo, podendo ser tanto geral (perante a sociedade) ou especial (perante o infrator).

- O CP Adota;

- CP/40, Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à

Page 47: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

47/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.

Letra B: Errada. A LEP se aplica ás hipóteses de sentença absolutória imprópria. Letra C: Errada. Letra D: Errada.

Teoria Relativa ou Utilitarista – Finalidade Preventiva

- O condenado é punido com a finalidade de prevenir a prática de novos crimes, mas não com a intenção de castigo;

- A prevenção pode ser: * Geral Positiva: Faz com que a sociedade queira se comportar de acordo com a lei; * Geral Negativa: Tem por finalidade intimidar a sociedade para que tenha medo da pena; * Especial: Destina-se ao infrator, e não à sociedade. Tem como finalidade prevenir nova reincidência (Teoria Especial Negativa) ou ressocializar e reeducar o delinquente (Teoria Especial Positiva).

Letra E: Errada. As crianças e adolescentes estão sujeitos ao ECA. Gabarito: Letra A.

(CESPE/TJ-SE/2008) 65) Assinale a opção correta a respeito das penas. A) O princípio da transcendência estabelece que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, contudo a obrigação de reparar o dano se estende aos sucessores ilimitadamente. B) Não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada. C) Não haverá penas de caráter perpétuo, de banimento, cruéis ou pecuniárias. D) A pena será cumprida preferencialmente em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito e as condições socioeconômicas do apenado. E) É assegurado aos presos o respeito à integridade física, moral e material, sendo vedada pena que implique perda ou privação de bens.

Comentário:

Penas

Conceito

- É a sanção aplicada, como a privação ou restrição de direito, a quem praticou uma conduta criminosa, ou seja, é a aplicação da sanção a culpabilidade do agente que infringiu um dos dispositivos das normas penais.

- A pena não se confunde com as medidas de segurança, pois estas são aplicadas em razão da periculosidade, mas não da culpabilidade, pois o agente ainda não foi considerado culpado.

Princípios

- Existem alguns princípios que disciplinam as Penas, dentre eles estão:

* Princípio da Reserva Legal ou Legalidade Estrita;

* Princípio da Anterioridade;

* Princípio da Intranscendência da Pena;

* Princípio da Inevitabilidade ou Inderrogabilidade da pena;

* Princípio da humanidade ou humanização da pena;

* Princípio da Proporcionalidade;

* Princípio da Individualização da Pena.

Princípio da Reserva Legal ou Legalidade Estrita

- Apenas a lei em sentido estrito pode criar penas;

- Nulla poena sine lege;

- CF/88. Art. 5º. XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

Page 48: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

48/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

- CP/40. Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

Princípio da Anterioridade

- A lei só é aplicada para os crimes ocorridos depois de sua criação, não sendo considerado crime as condutas ocorridas antes da sua criação;

- Nula poena sine praevia lege;

- CF/88. Art. 5º. XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

- CP/40. Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

Princípio da Intranscendência da Pena

- A pena é cumprida apenas por quem foi condenado, não sendo possível ser transferida aos seus familiares, salvo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

- CF/88. Art. 5º. XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

- A pena de multa não pode ser cobrada aos sucessores;

Princípio da Inevitabilidade ou Inderrogabilidade da pena

- Existindo os requisitos para condenar o agente, a pena deve ser imposta e cumprida.

Princípio da humanidade ou humanização da pena

- A pena deve respeitar os direitos fundamentais do indivíduo, não afetando sua integridade física ou moral, não podendo ser uma pena cruel ou desumana;

- CF/88. Art. 5º. XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis;

- CF/88. Art. 5º. XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

Princípio da Proporcionalidade

- A pena aplicada deve corresponder com a gravidade do crime;

Princípio da Individualização da Pena

- A pena deve ser aplicada a cada um dos infratores de forma individual, a partir da analise de cada caso;

- A individualização da pena se divide em três fases:

* Cominação: A lei apresenta a maneira de como a pena deve ser aplicada pelo juiz, devendo este aplicar a proporção adequada perante a conduta; (Fase Legislativa);

* Aplicação da pena: É a aplicação da pena em si, analisando individualmente cada caso de acordo com as circunstâncias do crime e antecedentes do réu. (Fase Judicial)

* Execução da pena: É análise individual (feita pelo juiz) de como o condenado cumprirá sua pena. (Fase Administrativa); CF/88. Art. 5º. XLVI.

- CF/88. Art. 5º. XLVI. a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;

Regime especial

Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo.

- CF/88. Art. 5º. XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

- CF/88. Art. 5º. L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

Gabarito: Letra B.

(PGR/PGR/2015) 66) Em tema de sanções penais assinale a alternativa incorreta, consoante jurisprudência sumulada do STJ:

Page 49: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

49/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

A) É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstancias judiciais. B) Fixada a pena-base no minimo legal, e vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razao da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito. C) E inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) com condição especial ao regime aberto. D) A falta grave interrompe o prazo para a obtenção de livramento condicional.

Comentário: Letra A: Errada.

STJ/Súmula 269

É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.

Letra B: Errada.

STJ/Súmula 440

Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.

Letra C: Errada.

STJ/Súmula 493

É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial ao regime aberto.

Letra D: Correta.

STJ/Súmula 441

A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.

Gabarito: Letra D.

(MPDFT/MPDFT/2004) 67) As teorias absolutas fundamentam a sanção penal na mera retribuição ao delito perpetrado, sendo aplicada por necessidade ética (Kant) ou jurídica (Hegel).

Comentário:

Teoria Absoluta – Finalidade Retributiva

- A pena é aplicada com a finalidade de castigar o agente, sem a finalidade de reeducação do indivíduo e inseri-lo novamente na sociedade;

- A pena é considerada uma maneira do Estado se vingar do indivíduo;

- Kant (Necessidade Ética) e Hegel (Necessidade Jurídica).

Gabarito: Correto.

(FCC/DPE-ES/2016) 68) A reincidência não obsta a adoção do regime prisional semiaberto, desde que favoráveis as circunstâncias judiciais e a pena, necessariamente, seja inferior a quatro anos.

Comentário:

- CP/40. Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva (do regime mais gravoso ao menos gravoso) segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso (Forma regressiva): a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;

Page 50: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

50/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

- STJ/Súmula 269: É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.

Gabarito: Errado.

(FCC/TRF - 3ª REGIÃO/2014) 69) Quanto ao regime prisional fechado é passível de trabalho externo, salvo no início de cumprimento da pena.

Comentário:

Regras do Regime Fechado

- CP/40. Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execução.

- STJ/Súmula 439: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. (O exame criminológico não é obrigatório);

§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno.

§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.

§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas. (Desde que cumprido 1/6 da pena)

LEP. Art.37.. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.

- O trabalho é obrigatório no regime de cumprimento da pena, caso o preso se recuse, será aplicada falta grave, não podendo ter progressão de regime nem livramento condicional;

- CP/40. Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.

Gabarito: Correto.

(FCC/DPE-AM/2018) 70) O Código Penal impede a avaliação negativa das circunstâncias judiciais para aplicação da pena-base e para agravar o regime inicial de cumprimento de pena no mesmo caso, pois configuraria bis in idem.

Comentário: CP/40. Art.33. § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código - CP/40, Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. Gabarito: Errado.

(FCC/TRE-RS/2010) 71) A pena de interdição temporária de direitos NÃO inclui: A) proibição do exercício de mandato eletivo. B) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. C) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público. D) proibição de se ausentar da casa de albergado aos sábados e domingos.

Comentário:

Page 51: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

51/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Interdição temporária de direitos

Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são:

I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; (modalidade de pena restritiva de direito específica)

II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; (modalidade de pena restritiva de direito específica)

- CP/40. Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes.

III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.

- CP/40. Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes culposos de trânsito.

- CP/40. Art. 92 - São também efeitos da condenação:

III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.

- A pena de habilitação não se confunde com o efeito da condenação apresentado no inciso III, do Art. 92.

IV – proibição de freqüentar determinados lugares.

V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.

Gabarito: Letra D.

(CESPE/TRE-BA/2017) 72) A respeito de penas, julgue os itens a seguir. I O trabalho externo é admissível no regime fechado. II Em se tratando de reincidentes em crimes dolosos, as penas restritivas de direitos não podem ser autônomas. III São penas restritivas de direitos: interdição temporária de direitos e pagamento de multa. IV A limitação de final de semana é uma das penas restritivas de direitos e consiste em permanecer em casa de albergado por cinco horas aos finais de semana. Estão certos apenas os itens A) I e III. B) I e IV. C) II e III. D) II e IV. E) III e IV.

Comentário: Item I: Correto.

Regras do Regime Fechado

- CP/40. Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execução.

- STJ/Súmula 439: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. (O exame criminológico não é obrigatório);

§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno.

§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.

§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas. (Desde que cumprido 1/6 da pena)

- O trabalho é obrigatório no regime de cumprimento da pena, caso o preso se recuse, será aplicada falta grave, não podendo ter progressão de regime nem livramento condicional;

- CP/40. Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.

Item II e III: Errados.

Penas Restritivas de Direitos – CP/40.

- Possui autonomia, pois não são aplicadas cumulativamente com a pena privativa de liberdade,.

- Possui substitutividade, pois não são consideradas pena originária nos crimes do CP. São aplicadas para substituir pena privativa de liberdade imposta.

Page 52: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

52/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

- Art. 43. As penas restritivas de direitos são: I - prestação pecuniária; II - perda de bens e valores; III - limitação de fim de semana. IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; V - interdição temporária de direitos; VI - limitação de fim de semana.

- Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II – o réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

- A reconversão não é admitida quando o condenando não paga a pena de multa, ou seja, será possível apenas quando se tratar de penas restritivas de direitos.

- A prestação pecuniária não se confunde com a pena de multa, aquela é uma pena restritiva de direitos, podendo existir a reconversão;

Item IV: Correto.

Limitação de fim de semana

Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.

Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.

Gabarito: Letra B.

(CESPE/PC-SE/2018) 73) Em um clube social, Paula, maior e capaz, provocou e humilhou injustamente Carlos, também maior e capaz, na frente de amigos. Envergonhado e com muita raiva, Carlos foi à sua residência e, sem o consentimento de seu pai, pegou um revólver pertencente à corporação policial de que seu pai faz parte. Voltando ao clube depois de quarenta minutos, armado com o revólver, sob a influência de emoção extrema e na frente dos amigos, Carlos fez disparos da arma contra a cabeça de Paula, que faleceu no local antes mesmo de ser socorrida. Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item. Incide a favor de Carlos circunstância atenuante que tem efeito sobre a culpabilidade.

Comentário:

Primeira Fase: Fixação da Pena-base

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.

Circunstâncias Judiciais

- O Art. 59 apresenta circunstâncias judiciais, sendo levadas em consideração pelo juiz para aplicação da pena, podendo ser uma pena-base menor ou uma pena-base maior.

- O juiz não pode fixar pena-base abaixo do mínimo legal, caso as circunstâncias judiciais sejam extremamente favoráveis ao condenado, nem ultrapassar o máximo permitido.

- Possuem um caráter subsidiário, sendo consideradas apenas se não existir previsão no tipo penal, ou seja, se o fato não tiver sido levado em conta na própria definição do crime, e não existam circunstâncias legais ou causas de aumento e diminuição da pena.

Circunstâncias atenuantes

CP/40. Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;

Page 53: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

53/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

Gabarito: Correto.

(CESPE/PF/2018) 74) Em cada item que se segue, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada com base na legislação de regência e na jurisprudência dos tribunais superiores a respeito de aplicação de pena, cominação de penas, regime de penas, medidas de segurança e livramento condicional. Valter, maior e capaz, foi preso preventivamente em uma das fases de uma operação policial. Ele já era réu em outras três ações penais e estava indiciado em mais dois outros IPs. Nessa situação, as ações penais em curso podem ser consideradas para eventual agravamento da pena-base referente ao crime que resultou na prisão preventiva de Valter, mas os IPs não podem ser considerados para essa mesma finalidade.

Comentário:

STJ/Súmula 444

É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.

Pena-base – Pontos Importantes

- Não são considerados como maus antecedentes a existência de inquéritos policiais e ações penais em curso, sem o trânsito em julgado, não podendo aumentar a pena-base.

Gabarito: Errado.

(CESPE/PF/2018) 75) Em cada item que se segue, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada com base na legislação de regência e na jurisprudência dos tribunais superiores a respeito de aplicação de pena, cominação de penas, regime de penas, medidas de segurança e livramento condicional. Ronaldo, maior e capaz, e outras três pessoas, também maiores e capazes, furtaram um veículo que estava parado em um estacionamento público. Depois de terem retirado pertences do veículo, o abandonaram perto do local do assalto. O grupo foi preso. Constatou-se que Ronaldo era réu primário, tinha bons antecedentes e que agira por coação dos outros elementos do grupo. Nessa situação, se a coação foi resistível, se houver confissão do crime e se as circunstâncias atenuantes preponderarem sobre as agravantes, a pena de Ronaldo poderá ser reduzida para abaixo do mínimo legal.

Comentário:

STJ/Súmula 231

A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.

Gabarito: Errado.

(VUNESP/TJ-SP/2017) 76) A chamada prescrição retroativa A) é regulada pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime. B) não pode ter por termo inicial data anterior à publicação da sentença condenatória recorrível. C) acarreta o acréscimo de um terço no lapso prescricional em se tratando de acusado reincidente. D) não marca os antecedentes do acusado, nem gera futura reincidência.

Comentário:

Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o

Page 54: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

54/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

condenado é reincidente.

- A prescrição da pretensão punitiva pode ser ordinária (Art.109) e superveniente ou intercorrente.

- A prescrição da pretensão punitiva intercorrente (Art.110. § 1º) ocorre depois da sentença penal condenatória com transito em julgado apenas para quem estar ACUSANDO o crime, porém não transita em julgado para a defesa.

§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

- Prescrição da pretensão punitiva retroativa: ocorre quando já tenha transitado em julgado para a acusação e tenha ocorrido a prescrição entre a data da denúncia e a sentença condenatória.

Gabarito: Letra D.

(VUNESP/Prefeitura de São José do Rio Preto - SP/2014) 77) É efeito da condenação criminal, de acordo com o art. 91 do CP: A) tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime. B) a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime, exceto quando referidos bens localizarem-se no exterior. C) a perda em favor da União, sem ressalva ao direito do terceiro de boa-fé, dos instrumentos do crime cuja detenção constitua ato ilícito. D) a perda em favor da vítima ou ofendido de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. E) a perda, em favor do Município em que a infração foi cometida, do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.

Comentário:

Efeitos genéricos

Art. 91 - São efeitos (genéricos) da condenação: I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Reparação de Dano); II - a perda em favor da União (Confisco), ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cuja fabricação, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.

§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior.

§ 2º Na hipótese do § 1º, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda.

- A sentença criminal faz coisa julgada na esfera cível, sendo certo e indiscutível o dever de reparar o dano, porém seu valor pode ser discutido na cível.

- Ocorrendo à extinção do crime ou anistia, os reflexos na esfera civil não são alterados, ocorrendo a reparação do dano.

- O confisco é a perda do bem de natureza ilícita em favor da união, recaindo sobre os instrumentos (material que o agente utilizou para o crime) e produto (vantagem direta auferida pelo infrator na prática do crime) ou proveito (vantagem indireta auferida pelo agente) do crime.

- Os efeitos genéricos são automáticos, não precisam ser expressamente declarados pelo juiz na sentença.

Gabarito: Letra A.

(CESPE/Prefeitura de Belo Horizonte - MG/2017) 78) De acordo com o entendimento jurisprudencial, o tempo da internação para o cumprimento de medida de segurança é indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada a cessação da periculosidade.

Comentário:

Medidas de Segurança

- Aplicáveis aos que cometeram fato típico e ilícito, porém são inimputáveis ou semi-imputáveis devido a problemas mentais.

Não são consideradas penas, possuem um caráter terapêutico aos inimputáveis e semi-imputáveis.

- A doutrina entende que embora não seja pena é uma espécie da sanção penal.

Espécies de medidas de segurança

Page 55: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

55/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Art. 96. As medidas de segurança são: I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; II - sujeição a tratamento ambulatorial.

Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta.

Imposição da medida de segurança para inimputável

Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (no caso de pena de reclusão - art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.

- O STJ entende que a medida de segurança adotada deve corresponder as necessidades médicas do agente e não de acordo com a pena prevista.

Prazo

§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.

Perícia médica

§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.

- O STF entende que a medida de segurança não pode extrapolar 30 anos.

STJ/Súmula 527

O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.

Desinternação ou liberação condicional

§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior (a internação) se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade.

§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos.

Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável

Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.

Art. 26. Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

- Semi-imputável: Sentença é condenatória.

- Inimputável: Sentença é absolutória imprópria.

Direitos do internado

Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e será submetido a tratamento.

Gabarito: Errado.

(CESPE/Prefeitura de Belo Horizonte - MG/2017) 79) No momento da aplicação da pena, o juiz pode compensar a atenuante da confissão espontânea com a agravante da promessa de recompensa.

Comentário:

Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes

- Existindo tanto circunstâncias agravantes e atenuantes, em regra, não existe a compensação entre tais circunstâncias, prevalecendo à circunstância preponderante, salvo quando tais circunstâncias estiverem no mesmo patamar.

Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.

- O STJ entende que é possível a compensação entre a agravante de reincidência e a atenuante da

Page 56: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

56/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

confissão espontânea, salvo, quando, no caso concreto, o juiz entender que o grau de reincidência do agente deva preponderar sobre confissão espontânea.

Gabarito: Correto.

(CESPE/Prefeitura de Belo Horizonte - MG/2017) 80) Confissão ocorrida na delegacia de polícia e não confirmada em juízo não pode ser utilizada como atenuante, mesmo que o juiz a utilize para fundamentar o seu convencimento.

Comentário:

STJ/HC 68.010-MS

Se a confissão extrajudicial foi efetivamente utilizada para embasar a sentença condenatória, a atenuante da confissão espontânea deve ser aplicada (art. 65, III, d, do CP), mesmo que posteriormente haja retratação em juízo.

Gabarito: Errado.

(VUNESP/DPE-MS/2014) 81) Agente imputável e menor de 21 anos à época do fato criminoso ocorrido em 10 de junho de 2006. Foi denunciado como incurso no art. 157, caput, do CP. A denúncia foi recebida em 29 de junho de 2006 e até 01 de julho de 2014 não havia sido prolatada sentença. Diante disso, pode-se afirmar que A) ocorreu a pretensão punitiva estatal, considerado o máximo da pena abstratamente cominada à infração. B) ocorrerá a prescrição da pretensão punitiva estatal somente depois de decorridos seis anos da data supra mencionada (01.07.2014). C) ocorrerá a prescrição da pretensão punitiva estatal somente depois de decorridos quatro anos da data supra mencionada (01.07.2014). D) antes da prolação da sentença condenatória não se pode falar em ocorrência da pretensão punitiva estatal.

Comentário:

Redução dos prazos de prescrição

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Executória

Ocorre quando existe sentença penal transitada em julgado;

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.

Causas interruptivas da prescrição

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Aplicado apenas à prescrição da pretensão executória). VI - pela reincidência. (Aplicado apenas à prescrição da pretensão executória).

Gabarito: Letra A.

(MPE-SC/MPE-SC/2014)

Page 57: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

57/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

82) Para a doutrina dominante, o Código Penal Brasileiro, ao disciplinar o cálculo da pena, adotou o sistema trifásico, sendo observado na primeira fase da individualização as agravantes e atenuantes legais, circunstâncias estas inseridas nos artigos 61 a 66 daquele diploma legal.

Comentário:

Aplicação das Penas

- Ato em que o Juiz aplica sanção penal ao infrator na sua sentença penal condenatória.

- É considerado um ato discricionário vinculando, pois o Juiz possui discricionariedade na fixação da pena, porém obedecendo aos limites da lei.

- Possui um sistema trifásico: * Fixação da Pena-Base (Circunstâncias Judiciais); (1º Fase) * Aplicação de agravantes e atenuantes; (2º Fase) * Aplicação de causas de aumento e diminuição da pena. (3º Fase)

Cálculo da pena

Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Sistema Trifásico de Aplicação das penas)

Gabarito: Errado.

(VUNESP/PC-SP/2014) 83) Em regra geral, a prescrição antes de transitar em julgado a sentença final A) chamada, pela doutrina, de prescrição intercorrente. B) é chamada, pela doutrina, de prescrição retroativa. C) regula-se pelo mínimo da pena privativa de liberdade cominada ao crime. D) regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime.

Comentário:

Prescrição antes de transitar em julgado a sentença

- A prescrição possui pretensão: * Punitiva; * Executória.

Punitiva

Ocorre quando não existe sentença penal transitada em julgado; Art. 109. (Pretensão Punitiva Ordinária)

Executória

Ocorre quando existe sentença penal transitada em julgado;

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.

Gabarito: Letra D.

(UEG/PC-GO/2018) 84) Segundo o Código Penal, a reincidência impede a suspensão condicional da pena, se em crime doloso.

Comentário:

Suspensão Condicional da Pena ou Sursis

- A suspensão condicional da pena é um benefício dado ao condenado, em que ele não cumpre a pena, porém se submete a um período de fiscalização.

Requisitos da suspensão da pena

Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;

Page 58: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

58/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.

§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.

§ 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.

Gabarito: Correto.

(FCC/TJ-SC/2017) 85) Sobre a suspensão condicional da pena, é correto afirmar: É causa de revogação obrigatória a condenação por crime doloso e culposo.

Comentário:

Revogação obrigatória

Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; (Caso o condenado repare o dano ou pague a multa, a doutrina entende que o sursis pode ser restabelecido). III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.

Art. 78 § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48)

Gabarito: Errado.

(VUNESP/Prefeitura de Suzano - SP/2015) 86) Ao agente que, em virtude de perturbação da saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se, de acordo com esse entendimento, será sempre aplicada a medida de segurança consistente em tratamento ambulatorial.

Comentário:

Imposição da medida de segurança para inimputável

Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (no caso de pena de reclusão - art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.

- O STJ entende que a medida de segurança adotada deve corresponder as necessidades médicas do agente e não de acordo com a pena prevista.

Gabarito: Errado.

(VUNESP/Prefeitura de Suzano - SP/2015) 87) O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 anos, sendo permitida a unificação das penas, apenas uma vez, caso o agente seja condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a esse limite.

Comentário:

Limite das penas

Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.

§ 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo.

§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.

- Se durante o cumprimento da pena o agente seja condenado por outra infração, e este, tendo cumprido parte da pena máxima de 30 anos, será feito uma nova unificação das penas devido ao novo crime, podendo chegar novamente até 30 anos.

Gabarito: Errado.

(IBADE/SEPLAG-SE/2018)

Page 59: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

59/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

88) O instituto de política criminal, destinado a permitir a redução do tempo de prisão com a concessão antecipada e provisória da liberdade do condenado, quando é cumprida pena de liberdade, mediante o preenchimento de determinados requisitos e aceitação de certas condições é o(a): A) medida de segurança. B) livramento condicional. C) anistia. D) suspensão condicional do processo. E) multa penal.

Comentário:

Livramento Condicional

- É um benefício concedido aos condenados a penas privativas de liberdade superiores a dois anos, que permite a antecipação de sua liberdade.

Conforme NUCCI¹, livramento condicional trata-se “de instituto de política criminal destinado a permitir a redução do tempo de prisão com a concessão antecipada e provisória da liberdade ao condenado, quando é cumprida pena privativa de liberdade, mediante o preenchimento de determinados requisitos e a aceitação de certas condições”.

De acordo com SANCHES CUNHA², livramento condicional trata-se da “medida penal consistente na liberdade antecipada do reeducando, etapa de preparação para a soltura plena, importante instrumento de ressocialização”.

Requisitos do livramento condicional

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Requisito Objetivo) II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Requisito Objetivo) III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; (Requisito Subjetivo) IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; (Requisito Objetivo) V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Requisito Objetivo)

Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. (Requisito Subjetivo) Fonte¹: NUCCI, Guilherme Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. Fonte²: SANCHES CUNHA, Rogério. Manual de Direito Penal - PARTE GERAL, 2° Edição - Ed. Juspodivm, 2014. p 443.

Gabarito: Letra B.

(IBFC/PC-RJ/2014) 89) Acerca da prescrição, assinale a alternativa que NÃO corresponde ao entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça: A) É admissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal. B) A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime. C) A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva. D) A prescrição penal é aplicável às medidas socioeducativas impostas aos adolescentes infratores.

Comentário: Letra A: Correta.

STJ/Súmula 438

É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.

Letra B: Errada.

STJ/Súmula 191

Page 60: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

60/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

A pronuncia e causa interruptiva da prescrição, ainda que o tribunal do juri venha a desclassificar o crime.

Letra C: Errada.

STJ/SÚMULA 220

A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.

Letra D: Errada.

STJ/Súmula 338

A prescrição penal é aplicável às medidas socioeducativas;

Gabarito: Letra A.

Page 61: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

61/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Penal - Parte Especial

Page 62: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

62/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Crimes Contra a Pessoa

Page 63: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

63/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(INSTITUTO AOCP/SEJUS - CE/2017) 90) A pena mínima do infanticídio é maior do que a pena mínima do homicídio simples doloso.

Comentário:

Infanticídio – CP/40. Art. 123.

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos.

É considerada uma espécie de homicídio, sendo a pena menor, desde que comprovado a influência do estado puerperal da mãe, ou seja, o estado emocional da pessoa precisa ser a causa do fato.

É um crime próprio, sendo possível o concurso de agentes. É possível o crime por tentativa.

O crime só é possível mediante dolo (direto ou eventual). Caso a mãe de forma culposa mate o filho, teremos um caso de homicídio culposo e não de infanticídio.

A mãe responderá por infanticídio, mesmo se matar o filho de outra pessoa pensando que é o seu, sendo um caso de erro sobre a pessoa.

Sujeito Ativo: Mãe da vítima. Sujeito Passivo: Recém-nascido.

Consumação do Crime: Ocorre com a morte da criança.

Homicídio Simples – CP/40. Art. 121.

CP/40. Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Ocorre quando uma pessoa mata alguém.

Sujeito Ativo: Pessoa Física. Sujeito Passivo: Pessoa Física.

Tipo Objetivo: Tirar a vida de uma pessoa.

Elemento Subjetivo: Dolo direto ou indireto (eventual ou alternativo).

O crime de homicídio pode ser fracionado em vários atos (Crime plurissubsistente).

Consumação do Crime: A partir do falecimento da vítima (Crime Material).

Caso a consumação do crime não ocorra por circunstâncias diversas à vontade do agente, é possível a tentativa.

Existe crime de homicídio a partir do nascimento da pessoa (Vida Extrauterina). Caso a vida seja tirada antes do nascimento, não estaremos tratando de homicídio, mas sim uma possibilidade de Aborto.

Não existe homicídio quando uma pessoa tenta tirar a vida de outra que já esteja morta, sendo considerado um Crime Impossível.

A pessoa pode responder por Homicídio tanto de forma omissiva (sem ter agido), quanto comissiva.

OBS: Caso o sujeito passivo seja o Presidente da República, do Senado, da Câmara ou do STF e o ato estiver vinculado a uma natureza política, o crime previsto estará apresentado na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.710/89) e não no CP/40.

OBS: O homicídio simples é qualificado como crime hediondo quando uma pessoa mata outra, mas age em prol de uma atividade típica de grupo de extermínio.

Lei 8.072/90. Art. 1º. São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: I - homicídio (artigo 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (artigo 121, § 2º, I, II, III, IV e V);

Gabarito: Errado.

(CESPE/PC-MA/2018) 91) Admite a modalidade tentada o crime de A) instigação ao suicídio sem resultado lesivo. B) aborto. C) lesão corporal culposa. D) omissão de socorro. E) difamação cometida verbalmente.

Comentário:

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento – CP/40. Art. 124.

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:

Page 64: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

64/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Pena - detenção, de um a três anos.

Elemento Subjetivo: Dolo. O aborto de forma culposa não é considerado crime. É cabível tentativa.

Sujeito Ativo: Mãe da vítima. Sujeito Passivo: Embrião ou feto.

É um crime de mão própria.

Sendo o aborto por consentimento (outra pessoa pratica o aborto com o consentimento da estante), o terceiro responde nos termos do Art. 126. CP/40.

Consumação do Crime: Ocorre com a eliminação do feto ou embrião.

Não há tentativa

Preterdoloso; Unissubsistente; Culposo; Habitual; Contravenção; Atentado; Condicionado; Omissivo Próprio.

Mnemônico

PUCHAÇACO

Fonte: Qconcursos

Gabarito: Letra B.

(CESPE/DPE-PE/2018) 92) Se o agente cometer o crime de homicídio qualificado sob violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima, o juiz deve considerar essa circunstância como atenuante genérica na aplicação da pena.

Comentário: O Juiz não está vinculado a considerar a circunstância. O juiz pode, ou seja, é discricionário.

Homicídio Privilegiado - CP/40. Art. 121. §1°

CP/40. Art. 121. § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Ocorre em situações especiais, sendo a reprovação de conduta ilícita do agente menor, podendo este ter a pena reduzida de 1/6 a 1/3.

O Homicídio Privilegiado é possível quando se tratar: * Motivo de relevante valor social ou valor moral; * Domínio de violenta emoção, após o sujeito passivo provocar injustamente.

OBS: No concurso de pessoas, caso o crime por violenta emoção seja praticado, o agente que não possuía tal circunstância pessoal responderá por homicídio simples, e não privilegiado.

Motivo de relevante valor social

Quando o interesse é da coletividade ou de ordem geral. Ex: Uma pessoa mata um traficante de drogas que está cometendo crimes em seu bairro.

Motivo de relevante valor moral

Quando o interesse é individual ou particular do agente. Ex: O pai da filha que foi estuprada mata o estuprador.

Gabarito: Errado.

(CESPE/DPE-PE/2018) 93) A pena pela prática do homicídio doloso simples será aumentada de um terço se o agente deixar de prestar imediato socorro à vítima, não procurar diminuir as consequências do seu ato ou fugir para evitar a prisão em flagrante.

Comentário:

Homicídio Majorado - CP/40. Art. 121. §4°

CP/40. Art. 121. § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de

Page 65: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

65/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

Gabarito: Errado.

(CESPE/DPE-DF/2019) 94) A circunstância do descumprimento de medida protetiva de urgência imposta ao agressor, consistente na proibição de aproximação da vítima, constitui causa de aumento de pena no delito de feminicídio.

Comentário: CP/40. Art. 121. § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Lei 11.340. Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras: I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ; II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor; b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação; c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;

Homicídio Majorado - CP/40. Art. 121. §4°

CP/40. Art. 121. § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

Aumento da Pena - Majorante

Homicídio Culposo Homicídio Doloso

O aumento da pena ocorre se: * O crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício. (Pena aumentada de 1/3) * O agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. (Pena aumentada de 1/3)

O aumento da pena ocorre se: * O crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Pena aumentada de 1/3) * O crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Pena aumentada de 1/3 até 1/2) * No caso de Feminicídio o crime for praticado: - Durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; - Contra pessoa menor de 14 (catorze) anos,

Page 66: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

66/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; - Na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; - Em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Pena aumentada de 1/3 até 1/2)

Gabarito: Correto.

(FUNDEP/DPE-MG/2019) 95) De acordo com o STJ, a qualificadora do feminicídio pode coexistir com a qualificadora do motivo torpe, pois o feminicídio tem natureza objetiva, o que dispensa a análise do animus do agente, enquanto o motivo torpe tem natureza subjetiva, já que de caráter pessoal.

Comentário:

STJ/HC 433.898/RS

1. Nos termos do art. 121, § 2º-A, II, do CP, é devida a incidência da qualificadora do feminicídio nos casos em que o delito é praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar, possuindo, portanto, natureza de ordem objetiva, o que dispensa a análise do animus do agente. Assim, não há se falar em ocorrência de bis in idem no reconhecimento das qualificadoras do motivo torpe e do feminicídio, porquanto, a primeira tem natureza subjetiva e a segunda objetiva. 2. A sentença de pronúncia só deverá afastar a qualificadora do crime de homicídio se completamente dissonante das provas carreadas aos autos. Isso porque o referido momento processual deve limitar-se a um juízo de admissibilidade em que se examina a presença de indícios de autoria, afastando-se, assim, eventual usurpação de competência do Tribunal do Júri e de risco de julgamento antecipado do mérito da causa. 3. Habeas corpus denegado.

Homicídio Qualificado - Feminicídio

Ocorre quando o sujeito ativo pratica o delito contra uma mulher, devendo ocorrer por razões de condição do sexo feminino (violência de gênero), que é quando envolver: * Violência doméstica e familiar; * Menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

OBS: Caso exista mais de uma situação qualificadora, uma das situações qualifica o delito e a outra serve como agravante genérica, no caso de previsão, ou circunstância judicial desfavorável, caso não exista a previsão de agravante.

OBS: É possível ainda o homicídio ser privilegiado e qualificado, desde que a qualificadora seja objetiva, em relação ao meio usado, e a situação privilegiada seja sempre subjetiva, em relação aos motivos do crime.

OBS: O crime privilegiado e qualificado não será considerado hediondo.

Gabarito: Correto.

(INSTITUTO AOCP/PC-ES/2019) 96) Deve ser punido o aborto praticado por médico, ainda que não exista outro meio de salvar a vida da gestante.

Comentário:

Aborto praticado por Médico – CP/40. Art. 128.

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

Page 67: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

67/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

STF/ADPF 54

“... O feto anencéfalo, mesmo que biologicamente vivo, porque feito de células e tecidos vivos, é juridicamente morto, não gozando de proteção jurídica e, acrescento, principalmente de proteção jurídico-penal. Nesse contexto, a interrupção da gestação de feto anencefálico não configura crime contra a vida – revela-se conduta atípica...”

Gabarito: Errado.

(INSTITUTO AOCP/PC-ES/2019) 97) No tocante aos crimes contra a vida, é circunstância qualificadora do crime A) a reincidência. B) ser contra mulher por razões da condição de sexo feminino. C) o abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão. D) ser contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge. E) o estado de embriaguez preordenada.

Comentário:

Homicídio Qualificado - CP/40. Art. 121. §2°

É o homicídio em que resulta em uma pena mais grave devido à alta reprovação da conduta do sujeito ativo, sendo de 12 a 30 anos.

Ocorre Homicídio Qualificado: * Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; (Homicídio Qualificado devido ao Motivo) * Por motivo fútil; (Homicídio Qualificado devido ao Motivo) * Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; (Homicídio Qualificado devido ao Meio utilizado) * À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; (Homicídio Qualificado devido ao modo ou a forma) * Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; (Homicídio Qualificado devido à finalidade) * Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (Feminicídio); * Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.

CP/40. Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, salvo quando não constituem ou qualificam o crime: I - A reincidência; II - Ter o agente cometido o crime: e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; l) em estado de embriaguez preordenada. Gabarito: Letra B.

(FUNCAB/PC-ES/2013) 98)Sobre o homicídio culposo, é correto afirmar que: A) não admite perdão judicial. B) admite a compensação das culpas do agente e da vítima. C) admite as formas tentada e consumada. D) sua pena é aumentada se o agente foge para evitar a prisão em flagrante. E) não admite concorrência de culpas, mas sua pena é aumentada se coexistirem condutas culposas por parte da mesma pessoa.

Page 68: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

68/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Comentário: Letra A: Errada.

Perdão Judicial - CP/40. Art. 121. §5°

CP/40. Art. 121. § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

A sentença do perdão judicial não serve para a reincidência.

STJ/Súmula 18

A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.

Letra B: Errada.

Homicídio Culposo - CP/40. Art. 121. §3°

CP/40. Art. 121. § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos.

Acontece no caso do agente praticar uma conduta sem a intenção do homicídio, no entanto acaba por cometer o crime por causa de negligência, imprudência ou imperícia.

Existindo culpa do agente e culpa da vítima, não há que se falar em compensar as culpas, sendo o agente responsável da mesma maneira, porém tal circunstância beneficiará o réu quando a pena for fixada.

Letra C: Errada. Em regra, não é admissível a tentativa nos crimes culposos. Letra D: Correta. CP/40. Art. 121. § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. Letra E: Errada. É possível a concorrência de culpas. Gabarito: Letra D.

(VUNESP/PC-BA/2018) 99) Suponha que “A” seja instigado a suicidar-se e decida pular da janela do prédio em que reside. Ao dar cabo do plano suicida, “A” não morre e apenas sofre lesão corporal de natureza leve. Pode-se afirmar que o instigador deverá responder pelo crime de tentativa de instigação ao suicídio, previsto no art. 122 do Código Penal.

Comentário:

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio - CP/40. Art. 122.

CP/40. Art. 122 – Induzir (cria a possibilidade – Participação Moral) ou instigar (Reforça a ideia - Participação Moral) alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio (auxílio material) para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único - A pena é duplicada: I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.

Elemento subjetivo: Dolo (é possível por dolo eventual), não sendo possível a forma culposa.

OBS: O suicídio não é considerado crime, mas sim a conduta da pessoa que incentiva a outra a cometer tal ato. Essa conduta é uma conduta principal e não acessória, sendo o próprio núcleo do tipo

Page 69: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

69/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

penal. Desta forma, o agente que incentiva o suicídio é o autor e não partícipe do crime.

OBS: Apenas a pessoa que tenha discernimento é que pode ser sujeito passivo de tal crime. Caso a pessoa possua ausência de discernimento (doente mental), o crime será tipificado como homicídio.

Doutrina Moderna - Posição 01

Consumação do Crime (Crime é material): Ocorre quando a vítima morre (Reclusão, pena de 02 a 06 anos) ou a vítima sofre lesões graves (Reclusão, pena de 01 a 03 anos).

OBS: Caso a vítima não morra e nem sofre lesões ocorrerá um indiferente penal, não existindo punição da conduta.

Doutrina Clássica - Posição 02

Consumação do Crime (Crime é Formal): Ocorre quando o agente pratica o ato, sendo a morte ou as lesões uma mera condição objetiva de punibilidade.

Gabarito: Errado.

(MPE-MS/MPE-MS/2018) 100) É possível a aplicação da interpretação analógica no tipo de homicídio qualificado pelo fato de o crime ter sido praticado mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe.

Comentário: Ocorre Homicídio Qualificado: * Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; * À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; Tais termos destacados admitem a interpretação analógica, que é interpretação extensiva do dispositivo.

Interpretação Analógica

É um método de interpretação.

Retira o sentido da norma a partir dos próprios elementos fornecidos por ela.

Existe uma norma regulando a hipótese expressamente, mas de forma genérica, tornando necessário o recurso à via interpretativa.

Não se confunde com a Analogia.

Analogia da Lei Penal

É um método de integração da norma;

- É uma técnica utilizada para suprir a falta de uma lei, ou seja, é uma técnica de integrativa em que o aplicador do Direito irá utilizar outra norma para utilizar no caso concreto;

- A analogia da lei só é utilizada para o benefício do réu (analogia in bonam partem), nunca para prejudicá-lo (analogia in malam partem);

Não se admite o emprego de analogia para normas incriminadoras, uma vez que não se pode violar o princípio da reserva legal.

Gabarito: Correto.

(FUNDEP/DPE-MG/2019) 101) Quando não reconhecida a autonomia de desígnios, o crime de lesão corporal culposa (art. 303 do CTB) absorve o delito de direção sem habilitação (art. 309 do CTB), funcionando este como causa de aumento de pena.

Comentário:

STJ/HC 299.223/RJ

Assim, havendo a renúncia expressa ao direito de representação pelo crime de lesão corporal culposa, não pode a majorante, decorrente da ausência de habilitação, persistir como delito autônomo, devendo ser declarada extinta a punibilidade também do crime de dirigir sem habilitação.

Gabarito: Correto.

(INSTITUTO AOCP/PC-ES/2019) 102) Pratica o crime de lesão corporal de natureza grave, a pessoa que ofender a integridade corporal de outrem, causando-lhe incapacidade para as ocupações habituais, por dez dias.

Page 70: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

70/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Comentário: CP/40. Art. 129 §1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;

Lesão Corporal Qualificada – CP/40. Art. 129. §1°, §2° e §3°

Ocorre quando o resultado da lesão é grave ou quando a lesão acarreta a morte do sujeito passivo.

Ocorre quando a lesão corporal não é tão grave e não resulta em morte.

Apesar do CP/40. Tratar as lesões corporais como graves, a Doutrina divide em duas classificações: * Lesões Graves (CP/40. Art. 129. §1°); * Lesões Gravíssimas (CP/40. Art. 129. §2°);

Lesões Graves

A lesão será grave, se resultar em: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto.

Pena: reclusão, de um a cinco anos.

Gabarito: Errado.

(FGV/TJ-SC/2018) 103) Durante uma discussão entre Carla e Luana, que eram amigas, Carla desfere, com intenção de causar lesão leve, um tapa na face de Luana, que a havia ofendido. Ocorre que, de maneira totalmente surpreendente, Luana vem a falecer no dia seguinte, em virtude do tapa recebido e da lesão causada, pois rompeu-se um desconhecido coágulo sanguíneo na cabeça, mesmo diante do fraco golpe. Na semana seguinte, a família de Luana, revoltada, procura a Delegacia, narra o ocorrido e afirma ter interesse em ver Carla processada criminalmente. Confirmados os fatos, assim como a intenção de Carla, o Ministério Público poderá imputar a Carla a prática do(s) crime(s) de: A) lesão corporal leve dolosa e homicídio culposo; B) lesão corporal seguida de morte; C) lesão corporal leve; D) homicídio doloso; E) homicídio culposo.

Comentário:

Crime de Lesão Corporal

Ocorre quando o agente ofende a integridade corporal ou a saúde de qualquer pessoa.

O crime pode ocorrer de diversas maneiras;

Bem jurídico tutelado: incolumidade física ou integridade física da pessoa.

A autolesão não é considerada crime, pois não existe lesividade a bem jurídico de terceiro, mas sim no próprio agente.

Em regra, a ação penal é pública incondicionada. Porém, em se tratando de lesão leve culposa, a ação será pública condicionada à representação.

Lei 9.099/95. Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

A lesão corporal pode ser: * Simples; * Qualificada; * Privilegiada; * Culposa.

Lesão Corporal Simples – CP/40. Art. 129.

CP/40. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano.

Ocorre quando a lesão corporal não é tão grave e não resulta em morte.

Page 71: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

71/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

STJ/REsp 1.094.758-RS

Não há a configuração do crime de lesão corporal seguida de morte se a conduta do agente não foi a causa imediata do resultado morte, estando ausente o necessário nexo de causalidade.

Gabarito: Letra C.

(FUNDATEC/DPE-SC/2018) 104) A debilidade permanente de membro, sentido ou função, difere da perda ou inutilização de membro, sentido ou função. A debilidade permanente é lesão corporal de natureza grave, enquanto que a perda ou inutilização é lesão corporal de natureza gravíssima. Se houver, por exemplo, a perda de um único dedo, temos debilidade permanente, mas se houver a perda de uma mão inteira, por exemplo, teremos, então, perda ou inutilização.

Comentário:

Lesão Corporal Qualificada – CP/40. Art. 129. §1°, §2° e §3°

Ocorre quando o resultado da lesão é grave ou quando a lesão acarreta a morte do sujeito passivo.

Ocorre quando a lesão corporal não é tão grave e não resulta em morte.

Apesar do CP/40. Tratar as lesões corporais como graves, a Doutrina divide em duas classificações: * Lesões Graves (CP/40. Art. 129. §1°); * Lesões Gravíssimas (CP/40. Art. 129. §2°);

Lesões Graves

A lesão será grave, se resultar em: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto.

Pena: reclusão, de um a cinco anos.

Lesões Gravísssima

A lesão será gravíssima, se resultar em: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V – aborto.

Pena: reclusão, de dois a oito anos.

STJ/REsp 1.620.158/RJ

A deformidade permanente prevista no art. 129, § 2º, IV, do Código Penal é, segundo a doutrina, aquela irreparável, indelével.Assim, a perda de dois dentes, muito embora possa reduzir a capacidade funcional da mastigação, não enseja a deformidade permanente prevista no referido tipo penal, mas sim, a debilidade permanente de membro, sentido ou função, prevista no art. 129, § 1º, III, do Código Penal.

Gabarito: Correto.

(IPAD/PC-AC/2012) 105) No caso de lesões corporais recíprocas, é lícito ao juiz isentar os agentes de pena, independentemente da gravidade das lesões.

Comentário:

Lesão corporal Privilegiada - CP/40. Art. 129. §4° e §5°

Ocorre quando: * O Agente pratica o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima; (Redução da pena de 1/6 a 1/3). * As lesões não são graves, quando se tratar das hipóteses apresentadas acima ou caso as lesões sejam recíprocas. (Substituição da pena privativa de liberdade pela multa);

Diminuição de pena CP/40. Art. 129. § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Page 72: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

72/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Substituição da pena CP/40. Art. 129. § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II - se as lesões são recíprocas.

Gabarito: Errado.

(CESPE/DPF/2013) 106) A incapacidade para ocupações habituais por mais de trinta dias, a deformidade permanente e a aceleração de parto caracterizam lesões corporais de natureza grave.

Comentário:

Lesão Corporal Qualificada – CP/40. Art. 129. §1°, §2° e §3°

Ocorre quando o resultado da lesão é grave ou quando a lesão acarreta a morte do sujeito passivo.

Ocorre quando a lesão corporal não é tão grave e não resulta em morte.

Apesar do CP/40. Tratar as lesões corporais como graves, a Doutrina divide em duas classificações: * Lesões Graves (CP/40. Art. 129. §1°); * Lesões Gravíssimas (CP/40. Art. 129. §2°);

Lesões Graves

A lesão será grave, se resultar em: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto.

Pena: reclusão, de um a cinco anos.

Lesões Gravísssima

A lesão será gravíssima, se resultar em: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V – aborto.

Pena: reclusão, de dois a oito anos.

Debilidade permanente Deformidade permanente

Lesão Grave Lesão Gravíssima

Lesão Grave Lesão Gravíssima

Perigo de vida; Incapacidade para as ocupações habituais; Debilidade permanente; Aceleração de parto.

Perda ou inutilização; Enfermidade incurável; Deformidade permanente; Incapacidade permanente para o trabalho; Aborto.

PIDA PEDIA

Gabarito: Errado.

(CESPE/EBSERH/2018) 107) O crime de omissão de socorro, tipificado na parte especial do Código Penal, somente se consuma com a ocorrência de um resultado naturalístico, o qual, dependendo de sua gravidade, poderá constituir, ainda, causa qualificadora da conduta.

Comentário:

Periclitação da Vida e Saúde – CP/40. Capítulo III

Espécie do gênero crimes de perigo;

O dolo do agente consiste em criar uma circunstância de perigo, ao invés de lesar a vítima diretamente.

O crime é formal, não sendo relevante a consumação do dano para sua ocorrência, ou seja, dispensa o

Page 73: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

73/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

resultado naturalístico (Crime Material).

A doutrina divide os crimes de Periclitação da Vida e Saúde em: Crimes de perigo concreto: Comprovação do sujeito que sofreu o real perigo de dano. Crimes de perigo abstrato: Não existe a necessidade de provar quem foi exposto pelo risco, sendo a conduta presumida.

Não é possível a modalidade culposa.

Omissão de Socorro – CP/40. Art. 135.

Crime Comum Omissivo Puro. Praticado apenas por omissão. Não é possível tentativa.

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.

A omissão de socorro ocorre quando o agente: * Deixa de prestar socorro imediato à pessoa; * Caso não consiga fazer, deixe de informar à autoridade pública para que esta preste socorro à pessoa.

OBS: A opção de chamar a autoridade pública para socorrer é subsidiária; caso seja possível a prestação de socorro imediato e o agente não faça, este estará cometendo o crime por omissão de socorro.

Elemento Subjetivo: Dolo (Direto ou eventual). Não é possível a forma culposa.

A doutrina majoritária estabelece que, no concurso de agentes, é possível a participação, no entanto a coautoria não é.

Para o agente participar do crime, exige-se que ele esteja presenciando a situação de perigo da vítima, se omitido na prestação de socorro.

O agente que praticou a ação deixando a vítima em perigo, não responde por omissão, mas sim pelo crime que estava intencionado a fazer. (Ex: A corta a cabeça de B para matá-lo, nesse caso, A não é punido por omissão de socorro mais sim por homicídio consumado ou tentado).

Consumação: Quando o agente se omite em prestar socorro.

O perigo torna-se presumido quando se tratar de criança abandonada ou extraviada.

Ocorrerá majoração da pena, quando a vítima sofrer lesões graves, sendo a pena aumentada em 1/2, ou quando a vítima morrer, sendo a pena triplicada. (Na majoração, exige-se a comprovação de que a ação do agente evitaria o dano maior).

Caso a omissão de socorro esteja vinculada a acidentes de trânsito, será o CTB que regulará a matéria.

Tratando-se de omissão de socorro a um idoso, o crime será específico, sendo previsto no Estatuto do Idoso e não no CP/40.

Ação penal será pública incondicionada.

CP/40. Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Gabarito: Errado.

(CESPE/TJ-RR/2006) 108) No crime de rixa, a co-autoria é obrigatória, pois a norma incriminadora reclama como condição obrigatória do tipo a existência de pelo menos três autores, sendo irrelevante que um deles seja inimputável.

Comentário:

Rixa – CP/40. Capítulo IV Art. 137.

Ocorre quando três ou mais pessoas se agridem, ao mesmo tempo, por conta própria e de forma desordenada acompanhada de vias de fato ou violência recíproca.

Ação Penal Pública Incondicionada.

O crime trata-se de um concurso necessário (Crime Plurisubjetivo), pois é necessário existir no mínimo três pessoas ou mais. A depender da doutrina é cabível tentativa.

Pode ser praticado por qualquer pessoa. (Crime Comum).

Elemento Subjetivo: Dolo. Não existe modalidade culposa.

Os sujeitos são ao mesmo tempo passivo e ativo do crime, porém cada um terá uma conduta criminosa

Page 74: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

74/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

própria.

É possível o concurso de pessoas.

O sujeito pode participar tanto na forma: * Material (A dá uma faca para B); * Moral (A influencia B).

Consumação: Ocorre com o começo da rixa e a existência de vias de fato ou violência recíproca. A existência de lesões é não possui relevância para a consumação.

O crime de rixa será qualificado caso acarrete em lesão corporal grave ou morte. Respondendo todos que participaram da rixa (Doutrina Majoritária).

Caso o agente saia da rixa antes da lesão corporal grave ou morte ocorrerem: responderá mesmo assim de forma qualificada. Caso o agente entre depois de acontecer a lesão corporal grave ou morte: responderá por rixa simples.

A briga entre torcidas não é considerada crime de rixa, mas sim um crime específico do Estatuto do Torcedor.

CP/40. Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

Gabarito: Correto.

(CESPE/TJ-SC/2019) 109) Com relação a crimes contra a honra, assinale a opção correta. A) O crime de calúnia se consuma no momento em que o ofendido toma conhecimento da imputação falsa contra si. B) Calúnia contra indivíduo falecido não se enquadra como crime contra a honra. C) A exceção da verdade é admitida em caso de delito de difamação contra funcionário público no exercício de suas funções. D) A retratação cabal do agente da calúnia ou da difamação após o recebimento da ação penal é causa de diminuição de pena. E) O delito de injúria racial se processa mediante ação penal pública incondicionada.

Comentário: Letra A/B: Erradas.

Crimes Contra a Honra – CP/40. Capítulo V

Bem jurídico tutelado: Honra da pessoa que foi ofendida.

A honra pode ser: * Subjetiva: Reputação que o ofendido tem de si, envolvendo dignidade, decoro e autoestima. * Objetiva: reputação da sociedade em relação ao ofendido.

São crimes contra a honra: * Calúnia (Honra Objetiva); * Injúria (Honra Subjetiva); * Difamação (Honra Objetiva).

Regra: Ação penal privada (Mediante Queixa). Exceção: Ação Penal Pública Incondicionada, caso a injúria real (Art 140. §2º) resultar lesão corporal. Exceção: Ação penal pública condicionada à requisição do M.J quando a ofensa for contra o P.R ou chefe de governo estrangeiro. Exceção: No caso de injúria qualificada, a ação é pública condicionada à representação do ofendido.

Calúnia – CP/40. Art. 138.

Existe quando o agente imputa falsamente fato definido como crime ao sujeito passivo.

Bem Jurídico Tutelado: Honra Objetiva (Reputação mediante a sociedade) da pessoa que foi ofendida.

Tipo Objetivo: Imputar falsamente um fato definido como crime.

Crime Formal;

Praticado apenas de modo comissivo. É possível praticar calúnia por meio de gestos e insinuações.

Existe o crime de calúnia independente do fato imputado falsamente à pessoa ter ocorrido ou não.

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, salvo certas autoridades com imunidade material (Parlamentares);

Page 75: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

75/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.

Elemento Subjetivo: Dolo. Não é possível a modalidade culposa. É possível a tentativa.

É punível a calúnia contra os mortos, sendo o sujeito passivo os familiares. (Letra B)

A doutrina entende que o inimputável pode ser caluniado.

Tratando-se de uma brincadeira (animus jocandi) do agente com o sujeito imputando-lhe um fato falso, aquele não responde por calúnia, pois a intenção era brincar.

O crime de autoacusação falsa (CP/40. Art. 341.) ocorre quando o agente imputa a si mesmo, falsamente, fato considerado crime. Não se confunde com a calúnia (CP/40. Art. 138).

Existindo calúnia contra o Presidente da República, quando se tratar de natureza política, o crime estará tipificado na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83).

Incorre na pena de calúnia quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga (Nesse caso é possível apenas o dolo direto).

Consumação: Ocorre quando um terceiro fica sabendo, independente do resultado naturalístico, pois trata-se da Honra Objetiva (Reputação mediante a sociedade) da pessoa que foi ofendida. (Letra A)

O sujeito ativo pode provar que o fato imputado ao sujeito passivo realmente ocorreu (Exceção da Verdade), salvo: * Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; * Se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141 (Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro); * Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.

Uma parcela da doutrina admite que se o caluniador provar que todos já sabiam do fato imputado ao ofendido, aquele não responderá por calúnia. (Exceção de Notoriedade).

Letra C: Correta.

Difamação – CP/40. Art. 139.

Existe quando o agente imputa fato ofensivo ao sujeito passivo.

Bem Jurídico Tutelado: Honra Objetiva (Reputação mediante a sociedade) da pessoa que foi ofendida.

Crime Formal; Crime Comum;

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa; Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.

Elemento Subjetivo: Dolo (direto ou eventual). Não é possível a modalidade culposa. É possível a tentativa, apenas na forma escrita.

A exceção da verdade é possível apenas quando o sujeito passivo for funcionário público e a ofensa for relativa ao exercício de suas funções.

Não é punível a difamação contra os mortos.

Consumação: Ocorre quando um terceiro fica sabendo, independente do resultado naturalístico, pois trata-se da Honra Objetiva (Reputação mediante a sociedade) da pessoa que foi ofendida.

Uma parcela da doutrina admite que se o difamador provar que todos já sabiam do fato imputado ao ofendido, aquele não responderá por difamação. (Exceção de Notoriedade).

Difamação Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Exceção da verdade Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Letra D: Errada. CP/40. Art. 143 - O querelado (infrator) que, antes da sentença (de primeiro grau) , se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. Letra E: Errada.

Page 76: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

76/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Injúria – CP/40. Art. 140.

Existe quando o agente ofende a dignidade ou o decoro do sujeito passivo. Com isso, não existe um fato, e sim um palavreado de baixo nível ao ofendido.

Bem Jurídico Tutelado: Honra Subjetiva (Reputação que o ofendido tem de si, envolvendo dignidade, decoro e autoestima) da pessoa que foi ofendida.

Crime Formal; Crime Comum.

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa; Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.

Elemento Subjetivo: Dolo com a finalidade específica, ou seja, o sujeito ativo quer ofender ou humilhar.

Doutrina Majoritária: É possível o concurso material entre o crime de injúria e lesão corporal no caso do agente praticar os dois. Doutrina Minoritária: Não existe concurso material, mas sim concurso formal impróprio, com isso o sujeito ativo com apenas uma ação pratica mais de um crime.

A exceção da verdade é impossível.

Consumação: Ocorre quando o ofendido fica sabendo, pois a Honra é Subjetiva, não precisando do conhecimento de terceiros. O crime ocorre independentemente do sujeito passivo se sentir ofendido ou não.

É cabível o perdão judicial: * Quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; * No caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. OBS: O perdão judicial não é cabível na injúria real e qualificada.

Injúria Real: consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes. (Ação Penal Pública, condicionada ou incondicionada, conforme a natureza da lesão corporal do ofendido).

Injúria Qualificada: Ocorre quando o agente utiliza-se de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. (Ação Penal Pública Condicionada à Representação do ofendido).

Gabarito: Letra C.

(NUCEPE/PC-PI/2018) 110) É crime injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, mas o legislador pátrio entendeu que o juiz pode deixar de aplicar a pena, quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria ou no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

Comentário:

Injúria – CP/40. Art. 140.

Existe quando o agente ofende a dignidade ou o decoro do sujeito passivo. Com isso, não existe um fato, e sim um palavreado de baixo nível ao ofendido.

Bem Jurídico Tutelado: Honra Subjetiva (Reputação que o ofendido tem de si, envolvendo dignidade, decoro e autoestima) da pessoa que foi ofendida.

Crime Formal; Crime Comum.

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa; Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.

Elemento Subjetivo: Dolo com a finalidade específica, ou seja, o sujeito ativo quer ofender ou humilhar.

Doutrina Majoritária: É possível o concurso material entre o crime de injúria e lesão corporal no caso do agente praticar os dois. Doutrina Minoritária: Não existe concurso material, mas sim concurso formal impróprio, com isso o sujeito ativo com apenas uma ação pratica mais de um crime.

A exceção da verdade é impossível.

Consumação: Ocorre quando o ofendido fica sabendo, pois a Honra é Subjetiva, não precisando do conhecimento de terceiros. O crime ocorre independentemente do sujeito passivo se sentir ofendido ou não.

É cabível o perdão judicial: * Quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; * No caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. OBS: O perdão judicial não é cabível na injúria real e qualificada.

Injúria Real: consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes. (Ação Penal Pública, condicionada ou incondicionada, conforme a natureza da lesão corporal do ofendido).

Page 77: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

77/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Injúria Qualificada: Ocorre quando o agente utiliza-se de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. (Ação Penal Pública Condicionada à Representação do ofendido).

Gabarito: Correto.

(NUCEPE/PC-PI/2018) 111) Caso o crime contra a honra tenha como vítima um funcionário público, em razão de suas funções, a pena será aumentada.

Comentário:

Disposições comuns dos Crimes Contra a Honra – CP/40. Art. 141.

Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; (Ação penal pública condicionada à requisição do M.J) II - contra funcionário público, em razão de suas funções; (Ação penal pública condicionada com legitimidade concorrente tanto do ofendido quanto do MP) III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.

STF/Súmula 714

É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.

Gabarito: Correto.

(FCC/PC-AP/2017) 112) No que concerne aos crimes contra a honra, considere as afirmativas abaixo: I. Não é admissível a exceção da verdade para o delito de injúria. II. A retratação somente é admissível nos casos de calúnia e difamação. III. O juiz pode deixar de aplicar a pena na difamação no caso de retorsão imediata, que consista em outra difamação. Está correto o que se afirma em A) I, II e III. B) I e III, apenas. C) II e III, apenas. D) I, apenas. E) I e II, apenas.

Comentário: Item I: Correto.

Crimes Contra a Honra – Exceção da Verdade

Difamação Calúnia Injúria

É possível. É possível. Não é possível.

Item II: Correto.

Crimes Contra a Honra – Retratação

Difamação Calúnia Injúria

É possível. É possível. Não é possível.

Page 78: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

78/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Item III: Errado. Injúria CP/40. Art. 140. § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. Gabarito: Letra E.

(CESPE/PRF/2019) 113) Abordado determinado veículo em região de fronteira internacional, os policiais rodoviários federais suspeitaram da conduta do motorista: ele conduzia duas adolescentes com as quais não tinha nenhum grau de parentesco. Ao ser questionado, o condutor do veículo confessou que fora pago para conduzi-las a um país vizinho, onde seriam exploradas sexualmente. As adolescentes informaram que estavam sendo transportadas sob grave ameaça e que não haviam consentido com a realização da viagem e muito menos com seus propósitos finais. Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir. A conduta do motorista do veículo se amolda ao tipo penal do tráfico de pessoas, em sua forma consumada, incidindo, nesse caso, causa de aumento de pena, em razão de as vítimas serem adolescentes.

Comentário:

Tráfico de Pessoas - CP/40. Art. 149-A.

CP/40. Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa (Conduta), mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso (Meio adotado ou Modus Operandi), com a finalidade (Elemento Subjetivo: Dolo Específico) de: I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; IV - adoção ilegal; ou V - exploração sexual. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Tal crime foi incluído no CP pela Lei 13.344/06. Cabe destacar que o Art. 149-A revogou os Arts. 231 e 232 do CP/40. que tratavam do Tráfico de Pessoa para fins de exploração sexual, aplicando tal crime em seu dispositivo (CP/40. Art. 149-A.) ocorrendo assim uma continuidade típico-normativa, pois os Tipos penais (Art. 231 e 232) foram revogados, no entanto o Tráfico de Pessoa para fins de exploração sexual continuou sendo crime no Art. 149-A.

Crime Formal, sendo dispensado o resultado naturalístico, ou seja, o crime é consumado independentemente do efetivo exercício da finalidade do agente.

A pena será majorada de 1/3 até 1/2 se: * O crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; * O crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência; * O agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; * A vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.

A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização criminosa (ambos os requisitos são necessários para a redução).

O Brasil adota as regras do Protocolo de Palermo, que estabelece a atuação dos países ao combate do tráfico de pessoas de modo geral.

Gabarito: Correto.

Page 79: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

79/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(VUNESP/PC-SP/2018) 114) Mévio e Caio, demitidos, ao manterem preso, por 10 dias, em uma casa abandonada, por vingança, o filho do dono da empresa em que trabalhavam, praticam o crime de extorsão mediante sequestro, previsto no artigo 159 do CP.

Comentário:

Sequestro e Cárcere Privado – CP/40. Art. 148.

CP/40. Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado: Pena - reclusão, de um a três anos.

Ocorre quando o agente priva alguém de sua liberdade de locomoção, mediante sequestro ou cárcere privado.

Sujeito Ativo: Qualquer Pessoa. Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.

Crime comum praticado de várias formas como: * Ação; * Omissão; * Fraude.

Sequestro (gênero): Privação da liberdade. Cárcere Privado (Espécie): O sujeito ativo deve confinar a vítima em um local fechado.

Elemento Subjetivo: Dolo. Não é possível a modalidade culposa.

Consumação: Ocorre no momento da privação de liberdade da vítima e se prolonga (crime permanente) durante o tempo, acabando apenas com o fim da privação.

Caso no crime de sequestro venha uma lei mais grave, esta será aplicada, pois o crime é permanente e não foi consumado.

STF/Súmula 711

A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

Sequestro e Cárcere Privado – Qualificadoras - CP/40. Art. 148. § 1º e § 2º

CP/40. Art. 148. § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; V – se o crime é praticado com fins libidinosos.

CP/40. Art. 148. § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Gabarito: Errado.

(VUNESP/PC-SP/2018) 115) Caio, médico, ao realizar transfusão de sangue em Tício, menor, sem o consentimento dos pais, ainda que para salvá-lo de risco iminente de morte, pratica o crime de constrangimento ilegal, previsto no artigo 146 do CP.

Comentário:

Crimes Contra a Liberdade Pessoal

Constrangimento Ilegal – CP/40. Art. 146.

Constrangimento ilegal CP/40. Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a

Page 80: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

80/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Aumento de pena § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas. § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; II - a coação exercida para impedir suicídio.

Ocorre quando uma pessoa constrange alguém, mediante violência ou grave ameaça;

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: Qualquer pessoa com discernimento.

OBS: Se o sujeito ativo for funcionário público pode responder por crime de abuso de autoridade, desde que esteja no exercício da função.

Elemento Subjetivo: Dolo. Não é possível a modalidade culposa.

Crime Comum realizado tanto na forma comissiva, quanto omissiva; É um crime material e plurissubsistente. É possível tentativa.

O crime de Constrangimento Ilegal passa a ser subsidiário, caso o sujeito ativo cometa um crime mais grave.

Consumação do Crime: Ocorre quando a vítima deixa o infrator praticar o ato que não aceitava, ou seja, a vítima faz ou deixa de fazer algo contrário à sua vontade, obedecendo ao que o agente impõe.

Existindo a utilização de armas ou se o crime for executado por concurso de mais de três pessoas, a pena é dobrada.

Se o sujeito ativo causar lesão à vítima e ao mesmo tempo Constrangimento Ilegal, responderá cumulativamente; (Concurso Material).

Não ocorrerá punição (Constrangimento é atípico), caso o constrangimento seja utilizado para: * Intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; * Coação exercida para impedir suicídio.

Gabarito: Errado.

(IBADE/PC-AC/2017) 116) Assinale a alternativa que contempla uma hipótese de violação de domicílio. A) Pafúncio e Marocas, casados, em virtude de um desentendimento, resolvem se separar, após o que, conforme acordado entre ambos, Pafúncio deixa o lar conjugal para morar em outra casa. Semanas depois, embora já proposta a ação de divórcio, Pafúncio retorna ao imóvel e ali se instala sem a ciência de Marocas, que naquele momento viajava com o novo namorado. B) Clarabela. ao passear pelas ruas internas de um condomínio de casas, no qual entrou regularmente, percebe um canteiro de rosas no jardim de um dos imóveis. Como o jardim não é murado, delimitado por cercas ou possui qualquer outro obstáculo ao livre acesso de pessoas, Clarabela nele ingressa, de lá colhendo uma muda de flor para levar consigo. C) Jeremias, após o trabalho, por volta das 18h, notando que não chegará a tempo para ver o jogo televisionado de seu time de coração, entra no saguão de um hotel, misturando-se a hóspedes e funcionários, pois ali há um telão transmitindo a partida. D) Ferdinando. fotógrafo, é contratado para trabalhar em um evento privado. No dia agendado, erra o endereço e ingressa - de forma não autorizada - no aniversário de Violeta. Instado pelos seguranças a deixar o local, ainda desconhecendo seu equívoco, Ferdinando se recusa a sair, o que só acontece com a chegada da polícia militar. E) Acácio, andarilho, entra em um apartamento de propriedade de Nestor, o qual se encontra vazio e destinado à locação. Embora sua intenção inicial fosse apenas pernoitar no imóvel, Acácio decide fazer do local sua nova moradia.

Comentário:

Crime Contra a Inviolabilidade do Domicílio - CP/40. Art. 150.

Page 81: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

81/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

CP/40. Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Ocorre quando o agente entra ou permanece, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências. OBS: É necessário que o recinto seja fechado ao público. Tratando-se de locais abertos como restaurantes e bares, não ocorre o crime.

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.

Elemento subjetivo: Dolo. Não existe modalidade culposa. (A, bêbado, não comete crime se entrar por engano na casa de B). É possível a tentativa.

Consumação: Ocorre com a realização da conduta, independente de ter ou não existido o resultado.

Crime Contra a Inviolabilidade do Domicílio – Qualificadora - CP/40. Art. 150. § 1º.

CP/40. Art. 150. § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

Crime Contra a Inviolabilidade do Domicílio – Majoração - CP/40. Art. 150. § 2º.

CP/40. Art. 150. § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.

Crime Contra a Inviolabilidade do Domicílio – Inexistência do Crime - CP/40. Art. 150. § 3º.

CP/40. Art. 150. § 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências: I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.

Expressões equiparadas a “casa” – CP/40. Art. 150. § 4º.

CP/40. Art. 150. § 4º - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.

Expressões não equiparadas a “casa” – CP/40. Art. 150. § 5º.

CP/40. Art. 150. § 5º - Não se compreendem na expressão "casa": I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

Gabarito: Letra A.

(CESPE/ABIN/2008) 117) Acerca dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos, contra a segurança dos meios de comunicação e transporte e outros serviços públicos e sobre a inserção de dados falsos em sistema de informação, julgue os seguintes itens. Em regra, o crime de divulgação de segredo se sujeita à ação penal pública condicionada. Todavia, quando resultar prejuízo para a administração pública, a ação penal será pública incondicionada.

Comentário: Divulgação de segredo CP/40. Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:

Page 82: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

82/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 9.983, de 2000) § 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será incondicionada. Gabarito: Correto.

Page 83: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

83/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Crimes Contra a Administração Pública

Page 84: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

84/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(CESPE/CGE - CE/2019) 118) Para fins penais, o conceito de administração pública tem sentido restrito: não alcança os servidores contratados por empresas privadas prestadoras de serviço tipicamente público.

Comentário: Alcança os servidores contratados por empresas privadas prestadoras de serviço tipicamente público.

CP/40. Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.

DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

- São crimes funcionais, praticados por funcionário público.

- Os crimes funcionais se dividem em: * Funcionais Próprios (puros); * Funcionais Impróprios (impuros).

Funcionais Próprios (puros)

Nesse caso, se o agente não for funcionário público, a conduta passa a ser um indiferente penal (atipicidade absoluta), ou seja, não existe infração penal.

Funcionais Impróprios (impuros)

Nesse caso, mesmo se o agente não for funcionário público, sua conduta será classificada em outro delito, sem ser a de crime funcional, não ocorrendo o indiferente penal.

- A doutrina majoritária entende que quem tem múnus público (diferente de função pública), não são considerados funcionários públicos.

- O STJ vem considerando os defensores dativos, advogados nomeados pelo Juiz da causa para a defesa do acusado, funcionários públicos para fins penais.

Gabarito: Errado.

(FCM/Câmara de Conselheiro Lafaiete - MG/2019) 119) Sobre os crimes contra a administração pública previstos no Código Penal, é correto afirmar que: Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício, é crime contra a Administração Pública, com pena de detenção.

Comentário: Trata-se de um crime de contra a Administração Pública, porém a pena é de reclusão. Corrupção Ativa CP/40. Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Gabarito: Errado.

(FACET/Prefeitura de Marcação - PB/2016) 120) O funcionário público quando deixa de praticar ato de ofício cedendo a pedido de outrem, pratica o crime de corrupção passiva privilegiada.

Comentário:

Corrupção Passiva

Bem Jurídico Protegido: Moral da Administração Pública.

- Crime próprio;

Page 85: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

85/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

- É possível o concurso de pessoas com um particular, desde que este saiba da condição de funcionário público do agente.

- Sujeito Passivo: Administração Pública.

- Tipo Subjetivo: Dolo, sem fim específico.

CP/40. Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: (Forma privilegiada do crime – Crime material) Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

A corrupção passiva pode ser: * Imprópria: Ato praticado pelo funcionário público em troca da vantagem é legítimo. * Própria: O agente recebe a vantagem ou aceita a promessa da vantagem para cometer um ato ilícito.

Consumação: Será consumado no momento da aceitação e solicitação da vantagem. Sem precisar ter recebido, sendo nesse caso Crime formal. Na modalidade de receber a vantagem ilícita, o crime é considerado Material. O funcionário não precisa necessariamente praticar ou deixar de praticar o ato em razão da vantagem para ser considerado crime.

Gabarito: Correto.

(FACET/Prefeitura de Marcação - PB/2016) 121) O dispositivo penal que trata do crime de concussão prevê a figura do excesso de exação, sendo esta praticada quando o funcionário público exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, não autorizado pela lei.

Comentário:

Concussão

Bem Jurídico Protegido: Moral da Administração Pública.

- Crime próprio;

- É possível o concurso de pessoas com um particular, desde que este saiba da condição de funcionário público do agente.

Se o funcionário público for um Fiscal de Rendas, aplica-se a Lei 8.137/90, por ser norma penal especial.

- Sujeito Passivo: Administração Pública.

- Tipo Subjetivo: Dolo, sem fim específico. É possível a tentativa (Doutrina).

CP/40. Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Consumação: Será consumado no momento que o agente pratica a conduta de exigir a vantagem indevida, não importando se conseguiu ou não (Independente de resultado naturalístico).

- Não se confunde com corrupção passiva,enquanto a concussão exige vantagem indevida, a corrupção solicita ou recebe vantagem indevida, ainda que fora da função ou antes de assumi-la.

Excesso de exação

É considerado uma espécie de concussão, sendo que específica, exigindo-se tributo ou contribuição social.

É possível crime por tentativa.

CP/40. Art. 316. § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

Page 86: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

86/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

CP/40. Art. 316. § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: (Qualificadora) Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Gabarito: Correto.

(Instituto AOCP/PC-ES/2019) 122) O funcionário público que deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, para satisfazer sentimento pessoal, pratica o crime de condescendência criminosa.

Comentário:

Prevaricação

Bem Jurídico Protegido: Moral da Administração Pública.

- Crime próprio;

- É possível o concurso de pessoas com um particular, desde que este saiba da condição de funcionário público do agente.

- Sujeito Passivo: Administração Pública.

- Tipo Subjetivo: Dolo, existindo finalidade específica, que é satisfazer interesse ou sentimento pessoal. É possível a tentativa.

CP/40. Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Consumação: Será consumado no momento que o agente pratica a conduta.

- Não se confunde com a corrupção passiva privilegiada nem com a condescência criminosa.

- Prevaricação: deixa de praticar ato para satisfazer o interesse próprio.

- Corrupção Passiva Privilegiada: deixa de praticar ato ou pratica ato indevido a pedido de terceiros.

- Condescência criminosa: O Agente deixa de praticar ato por indulgência (sentimento de pena).

Gabarito: Errado.

(Instituto AOCP/PC-ES/2019) 123) No crime de corrupção passiva, a pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.

Comentário:

Corrupção Passiva

Bem Jurídico Protegido: Moral da Administração Pública.

- Crime próprio;

- É possível o concurso de pessoas com um particular, desde que este saiba da condição de funcionário público do agente.

- Sujeito Passivo: Administração Pública.

- Tipo Subjetivo: Dolo, sem fim específico.

CP/40. Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: (Forma privilegiada do crime – Crime material) Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

A corrupção passiva pode ser: * Imprópria: Ato praticado pelo funcionário público em troca da vantagem é legítimo.

Page 87: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

87/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

* Própria: O agente recebe a vantagem ou aceita a promessa da vantagem para cometer um ato ilícito.

Consumação: Será consumado no momento da aceitação e solicitação da vantagem. Sem precisar ter recebido, sendo nesse caso Crime formal. Na modalidade de receber a vantagem ilícita, o crime é considerado Material. O funcionário não precisa necessariamente praticar ou deixar de praticar o ato em razão da vantagem para ser considerado crime.

Gabarito: Correto.

(Instituto AOCP/PC-ES/2019) 124) Não constitui crime contra a Administração Pública abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei.

Comentário:

Abandono de função

Bem Jurídico Protegido: Atividades da Administração Pública.

- Crime próprio;

- É possível o concurso de pessoas com um particular, desde que este saiba da condição de funcionário público do agente.

- Sujeito Passivo: Administração Pública.

- Tipo Subjetivo: Dolo, sem fim específico. Não é possível tentativa.

CP/40. Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. § 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Consumação: Será consumado no momento que o agente pratica a conduta.

Gabarito: Errado.

(Quadrix/CRBio-7ª Região/2017) 125) Pratica concussão o funcionário público que facilita, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho.

Comentário: Facilitação de contrabando ou descaminho CP/40. Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

Facilitação de contrabando ou descaminho

Bem Jurídico Protegido: Moral e Patrimônio da Administração Pública.

- Crime próprio;

- É possível o concurso de pessoas com um particular, desde que este saiba da condição de funcionário público do agente.

- Sujeito Passivo: Administração Pública.

- Tipo Subjetivo: Dolo, sem fim específico. A tentativa é possível nos casos em que a facilitação for ativa.

CP/40. Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

- No concurso de pessoas, caso o funcionário seja o responsável por evitar a prática de contrabando ou

Page 88: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

88/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

descaminho, ocorre à exceção à teoria monista, tendo o particular que responder pelo contrabando ou descaminho e o funcionário público pela facilitação.

- Caso o funcionário, não esteja obrigado a evitar o crime, mas facilite a prática do contrabando ou descaminho, responderá como partícipe pelo delito que o particular praticar.

Consumação: Será consumado no momento que o agente facilita o crime, ainda que não ocorra.

Concussão

Bem Jurídico Protegido: Moral da Administração Pública.

- Crime próprio;

- É possível o concurso de pessoas com um particular, desde que este saiba da condição de funcionário público do agente.

Se o funcionário público for um Fiscal de Rendas, aplica-se a Lei 8.137/90, por ser norma penal especial.

- Sujeito Passivo: Administração Pública.

- Tipo Subjetivo: Dolo, sem fim específico. É possível a tentativa (Doutrina).

CP/40. Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Consumação: Será consumado no momento que o agente pratica a conduta de exigir a vantagem indevida, não importando se conseguiu ou não (Independente de resultado naturalístico).

- Não se confunde com corrupção passiva, enquanto a concussão exige vantagem indevida, a corrupção solicita ou recebe vantagem indevida, ainda que fora da função ou antes de assumi-la.

Gabarito: Errado.

(Quadrix/CRBio-7ª Região/2017) 126) De acordo com a legislação penal, os crimes contra a Administração Pública não admitem a modalidade culposa.

Comentário: Peculato culposo CP/40. Art. 312. § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. (Apenas nos casos de Peculato Culposo). Gabarito: Errado.

(CESPE/PC-MA/2018) 127) Com relação aos crimes contra a administração pública, assinale a opção correta. Ser membro de poder ou exercer cargo de elevada envergadura são circunstâncias irrelevantes para a formulação da pena-base dos crimes contra a administração pública.

Comentário:

STJ/APn 675/GO

A prática de crime contra a Administração Pública por ocupantes de cargos de elevada responsabilidade ou por membros de poder justifica a majoração da penabase.

Gabarito: Errado.

(CESPE/PC-MA/2018) 128) Com relação aos crimes contra a administração pública, assinale a opção correta. A corrupção ativa não pode existir na ausência de corrupção passiva, pois tais condutas são tipicamente bilaterais.

Comentário:

STJ/HC 306397/DF

Não há bilateralidade entre os crimes de corrupção passiva e ativa, uma vez que estão previstos em tipos penais distintos e autônomos, são independentes e a comprovação de um deles não pressupõe a do outro.

Page 89: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

89/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Gabarito: Errado.

(FAUEL/Prev São José - PR/2017) 129) Com base na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa CORRETA, acerca dos crimes praticados contra a administração pública. Há bilateralidade entre os crimes de corrupção passiva e ativa, uma vez que, apesar de previstos em tipos penais distintos, são dependentes e a comprovação de um deles pressupõe a do outro.

Comentário:

STJ/HC 306397/DF

Não há bilateralidade entre os crimes de corrupção passiva e ativa, uma vez que estão previstos em tipos penais distintos e autônomos, são independentes e a comprovação de um deles não pressupõe a do outro.

Gabarito: Errado.

(INSTITUTO AOCP/SEJUS - CE/2017) 130) Em relação aos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, assinale a alternativa correta. A) Se o funcionário público se apropria de bem particular de quem tem a posse em razão do cargo, comete furto e não peculato, pois esse último só se configura em caso de subtração de bem público. B) Ao contrário do furto, o peculato admite a figura culposa. C) É pressuposto da prevaricação a obtenção de vantagem econômica. D) Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, apenas quem exerce cargo, função ou emprego público de forma efetiva e remunerada.

Comentário: Letra A: Errada. Peculato CP/40. Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, (Peculato-Apropriação) ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio (Peculato-Desvio): Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Letra B: Correta. Peculato culposo CP/40. Art. 312. § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. (Apenas nos casos de Peculato Culposo). Letra C: Errada. Prevaricação CP/40. Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Letra D: Errada.

CP/40. Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

Page 90: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

90/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Gabarito: Letra B.

(FCC/TRF - 3ª REGIÃO/2016) 131) O crime de prevaricação exige o intuito do agente de satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

Comentário:

Prevaricação

Bem Jurídico Protegido: Moral da Administração Pública.

- Crime próprio;

- É possível o concurso de pessoas com um particular, desde que este saiba da condição de funcionário público do agente.

- Sujeito Passivo: Administração Pública.

- Tipo Subjetivo: Dolo, existindo finalidade específica, que é satisfazer interesse ou sentimento pessoal. É possível a tentativa.

CP/40. Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Consumação: Será consumado no momento que o agente pratica a conduta.

- Não se confunde com a corrupção passiva privilegiada nem com a condescência criminosa.

- Prevaricação: deixa de praticar ato para satisfazer o interesse próprio.

- Corrupção Passiva Privilegiada: deixa de praticar ato ou pratica ato indevido a pedido de terceiros.

- Condescência criminosa: O Agente deixa de praticar ato por indulgência (sentimento de pena).

Gabarito: Correto.

(TRF - 3ª REGIÃO/TRF - 3ª REGIÃO/2016) 132) Para fins penais, é considerado funcionário público: A) O médico não concursado, que presta serviços pelo SUS; B) Os funcionários das empresas de ônibus, haja vista que o transporte público é serviço fundamental; C) Os funcionários das empresas de telecomunicações, haja vista que se trata de serviço essencial; D) Apenas quem tenha prestado concurso público.

Comentário:

STF/RHC 90.523

O médico particular, em atendimento pelo SUS, equipara-se, para fins penais, a funcionário público. Isso por efeito da regra que se lê no caput do art. 327 do Código Penal.

Gabarito: Letra A.

(CESPE/SEFAZ-RS/2018) 133) Claus, servidor público de uma secretaria de fazenda, estava sozinho em seu departamento de trabalho, ao final do expediente, quando um cidadão dirigiu-se até ele, insistindo em efetuar pagamento em dinheiro referente a dívida que Claus verificou ser inexistente junto àquela secretaria. Aproveitando-se do equívoco, Claus recebeu e apropriou-se do valor, sem alertar o devedor de que o pagamento deveria ser efetuado em outro órgão. A conduta de Claus o sujeita a responder por A) peculato desvio. B) peculato culposo. C) excesso de exação. D) peculato mediante erro de outrem. E) emprego irregular de verbas ou rendas públicas.

Comentário:

Peculato mediante erro de outrem (Peculato-Estelionato)

Bem Jurídico Protegido: Moral e Patrimônio da Administração Pública, além de particular lesado.

- Crime próprio;

- É possível o concurso de pessoas com um particular, desde que este saiba da condição de funcionário público do agente.

- Sujeito Passivo: Administração Pública e particular eventualmente lesado.

- Tipo Subjetivo: Dolo. É possível a tentativa.

CP/40. Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por

Page 91: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

91/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Consumação: Será consumado no momento que o agente altera sua vontade e passa a considerar como se o bem fosse seu, sem intenção de devolver.

Gabarito: Letra D.

(CESPE/Prefeitura de Belo Horizonte - MG/2017) 134) Para a configuração do crime de descaminho, é necessária a constituição definitiva do crédito tributário por processo administrativo-fiscal.

Comentário:

STJ/AREsp 1034891/SP

A Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que o delito previsto no art. 334 do Código Penal se configura no ato da importação irregular de mercadorias, sendo desnecessário, portanto, o exaurimento das vias administrativas e constituição definitiva do crédito tributário para a sua apuração criminal.

STJ/RHC 47.893/SP

4. No julgamento do HC 218.961/SP, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento no sentido de que o crime de descaminho é de natureza formal e se aperfeiçoa mediante o não pagamento do imposto devido em razão da entrada de mercadoria no país, sendo prescindível o exaurimento da esfera administrativa com o lançamento do débito fiscal como condição para a persecução penal. 5. A exigência da prévia constituição definitiva do crédito tributário para o início da ação penal, conforme preconiza a Súmula Vinculante 24/STF, aplica-se apenas aos crimes tributários de natureza material, previstos no art. 1º, I a IV, da Lei n. 8.137/1990.

Gabarito: Errado.

(CESPE/Câmara dos Deputados/2014) 135) O agente que ilude o pagamento de tributo aduaneiro devido pela entrada ou pelo consumo de mercadoria pode incidir no crime de descaminho. Na hipótese de o tributo devido ser inferior ao mínimo exigido para a propositura de uma execução fiscal, o STF entende que a conduta é penalmente irrelevante, aplicando-se a ela o princípio da insignificância.

Comentário:

STJ/REsp 1.709.029/MG

Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda.

O entendimento do STF se alinha com o do STJ. Gabarito: Correto.

(FGV/MPE-MS/2013) 136) O funcionário que revela fato de que tem ciência em razão do cargo que ocupa, e que deve permanecer em segredo, comete o crime de A) advocacia administrativa. B) violação de sigilo funcional. C) exercício ilegal da função. D) facilitação criminosa. E) extravio de documentação.

Comentário: Violação de sigilo funcional (Crime cometido por funcionário público contra a administração em geral)

Page 92: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

92/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

CP/40. Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave. Gabarito: Letra B.

(CESPE/DPE-DF/2019) 137) Segundo o STJ, a previsão legal do crime de desacato a funcionário público no exercício da função não viola o direito à liberdade de expressão e de pensamento previstos no Pacto de São José da Costa Rica.

Comentário:

STJ/REsp 1.791.198/RO

Consoante entendimento pacificado pela Terceira Seção desta Corte Superior, no julgamento do HC n. 379.269/MS, desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela continua a ser crime, conforme previsto no art. 331 do Código Penal - CP, não havendo que falar em ofensa ao direito à liberdade de expressão, prevista em Tratado Internacional de Direitos Humanos. Precedentes.

Gabarito: Correto.

Page 93: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

93/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Crimes Contra o Patrimônio

Page 94: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

94/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(CESPE/DPE-DF/2019) 138) Situação hipotética: Pedro, réu primário, valendo-se da confiança que lhe depositava o seu empregador, subtraiu para si mercadoria de pequeno valor do estabelecimento comercial em que trabalhava. Assertiva: Nessa situação, apesar de configurar a prática de furto qualificado pelo abuso de confiança, o juiz poderá reconhecer o privilégio.

Comentário: CP/40. Art. 155. § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: (Furto Qualificado) I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

STJ/Súmula 511

É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2o do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.

O STJ considera o abuso de confiança uma qualificadora de ordem subjetiva, não sendo possível por meio desta o benefício do privilégio no furto.

STJ/AREsp 1386937/SP

Nos termos da pacífica jurisprudência desta Corte, consolidada na Súmula 511/STJ, é viável a incidência do privilégio na hipótese de furto qualificado, desde que a qualificadora seja de caráter objetivo. Decerto, a única qualificadora que inviabiliza o benefício penal é a de abuso de confiança (CP, art. 155, § 4º, II, primeira parte).

Abaixo deixo um resumo sobre o crime de Furto! Sua leitura é fundamental!

Furto

Bem jurídico Protegido: Patrimônio (Não só a propriedade, mas também a posse e detenção legítimas).

Crime Comum e genérico;

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: Indivíduo que teve coisa móvel subtraída.

Tipo Subjetivo: Dolo. Não tem a modalidade culposa. É possível tentativa.

Consumação: O Plenário do STF (RE 102.490-SP, DJ 16/8/1991), superando a controvérsia em torno do tema, consolidou a adoção da teoria da apprehensio (ou amotio), segundo a qual se considera consumado o delito de furto quando, cessada a clandestinidade, o agente detenha a posse de fato sobre o bem, ainda que seja possível à vítima retomá-lo, por ato seu ou de terceiro, em virtude de perseguição imediata. Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.

O sujeito ativo deve ter a vontade (intenção) de querer a coisa furtada (Animus rem sibi habendi), caso não exista a intenção, tendo o indivíduo apenas usado a coisa alheia e devolvido ao sujeito passivo, caracteriza-se o Furto de Uso, que não é considerado crime.

Caso o sujeito ativo pratique o ato de subtração apenas para sanar a fome, a jurisprudência considera uma excludente de ilicitude do estado de necessidade.

Caso a coisa subtraída seja do próprio infrator, tal crime não é caracterizado como furto, mas sim crime de Exercício Arbitrário das Próprias Razões.

Caso funcionário público subtraia bem da administração pública estará cometendo crime de Peculato-Furto (CP/40. Art. 312. § 1º) e não de Furto (CP/40. Art. 155.).

Praticará o crime de furto o sujeito que subtrair cadáver, desde que tenha dono.

STJ/Súmula 567

Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior

Page 95: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

95/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.

Furto CP/40. Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º - A pena aumenta-se de um terço (Majorante aplicável ao furto simples e qualificado), se o crime é praticado durante o repouso noturno. (Ainda que a residência seja desabitada ou se trate de estabelecimento comercial). § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada (até um salário mínimo), o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. Furto qualificado § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: (Furto Qualificado) I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Furto Qualificado) § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. (Furto Qualificado) § 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. (Apenas animais para produção pecuária). (Furto Qualificado) § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Furto Qualificado)

STJ/Súmula 511

É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2o do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.

O STJ considera o abuso de confiança uma qualificadora de ordem subjetiva, não sendo possível por meio desta o benefício do privilégio no furto.

O STJ entende que a adulteração de medidor de energia elétrica configura delito de furto, pois ocorre a subtração da energia elétrica.

STJ/Súmula 442

É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo.

O STJ entende que se o sujeito ativo subtrair folha de cheque em branco não estará praticando crime de furto, pois tal ato possui valor insignificante. No entanto, caso o sujeito ativo preencha a folha de forma fraudulenta e obtenha vantagem indevida, estará praticando o crime de estelionato, ou seja, ocorre a absorção do furto pelo crime de estelionato.

Em se tratando de furto de coisas perdidas (res desperdicta), o sujeito ativo pratica o crime de apropriação de coisa achada (CP/40. Art. 169. P. Único). Quando o furto for de coisas abandonadas e que nunca tiveram dono (res derelicta e res nullius), o sujeito ativo não comete crime e se torna dono da coisa.

Page 96: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

96/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Furto de Coisa Comum

Bem jurídico Protegido: Patrimônio (Não só a propriedade, mas também a posse e detenção legítimas).

Crime próprio;

Sujeito Ativo: Pessoa que subtrai o condômino, co-herdeiro ou sócio. Sujeito Passivo: Condômino, co-herdeiro ou sócio.

Furto de coisa comum CP/40. Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 1º - Somente se procede mediante representação. § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.

Ação Penal Pública Condicionada à Representação.

Gabarito: Errado.

(CESPE/PC-PE/2016) 139) Conforme orientação atual do STJ, é imprescindível para a consumação do crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo, a posse mansa, pacífica e desvigiada da coisa, caso em que se deve aplicar a teoria da ablatio.

Comentário:

STJ/REsp 1.524.450/RJ

Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.

O Plenário do STF (RE 102.490-SP, DJ 16/8/1991), superando a controvérsia em torno do tema, consolidou a adoção da teoria da apprehensio (ou amotio), segundo a qual se considera consumado o delito de furto quando, cessada a clandestinidade, o agente detenha a posse de fato sobre o bem, ainda que seja possível à vítima retomá-lo, por ato seu ou de terceiro, em virtude de perseguição imediata.

Gabarito: Errado.

(CESPE/TJ-DFT/2016) 140) O reconhecimento do privilégio previsto para o furto simples nos casos de crime de furto qualificado é inadmissível, mesmo que o criminoso seja primário, a coisa furtada seja de pequeno valor e a qualificadora seja de ordem objetiva.

Comentário:

STJ/Súmula 511

É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2o do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.

O STJ considera o abuso de confiança uma qualificadora de ordem subjetiva, não sendo possível por meio desta o benefício do privilégio no furto.

STJ/AREsp 1386937/SP

Nos termos da pacífica jurisprudência desta Corte, consolidada na Súmula 511/STJ, é viável a incidência do privilégio na hipótese de furto qualificado, desde que a qualificadora seja de caráter objetivo. Decerto, a única qualificadora que inviabiliza o benefício penal é a de abuso de confiança (CP, art. 155, § 4º, II, primeira parte).

Gabarito: Errado.

(CESPE/DPE-PE/2015) 141) José, réu primário, após subtrair para si, durante o repouso noturno, mediante rompimento de obstáculo, um botijão de gás avaliado em R$ 50,00 do interior de uma residência habitada, foi preso em flagrante delito.

Page 97: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

97/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, com base na jurisprudência dominante dos tribunais superiores a respeito desse tema. Na tipificação do crime praticado por José, admite-se o reconhecimento da figura do furto privilegiado.

Comentário:

STJ/Súmula 511

É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2o do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.

O STJ considera o abuso de confiança uma qualificadora de ordem subjetiva, não sendo possível por meio desta o benefício do privilégio no furto.

STJ/AREsp 1386937/SP

Nos termos da pacífica jurisprudência desta Corte, consolidada na Súmula 511/STJ, é viável a incidência do privilégio na hipótese de furto qualificado, desde que a qualificadora seja de caráter objetivo. Decerto, a única qualificadora que inviabiliza o benefício penal é a de abuso de confiança (CP, art. 155, § 4º, II, primeira parte).

Gabarito: Correto.

(CESPE/TJ-PA/2012) 142) O conceito de chave falsa abrange, no que se refere ao delito de furto qualificado, a chave mixa e todo e qualquer instrumento ou dispositivo empregado para abertura de fechaduras.

Comentário:

STJ/HC 95.014

1. O crime de roubo consuma-se com a verificação de que, cessada a clandestinidade ou a violência, o agente tenha obtido a posse da coisa subtraída, ainda que esta tenha sido retomada logo em seguida, em decorrência de perseguição imediata. 2. A causa de aumento de pena pelo concurso de pessoas no crime de roubo [art. 157, § 2º, do CP] não se aplica ao crime de furto; há, para este, idêntica previsão legal de aumento de pena [art. 155, § 4º, IV, do CP]. 3. O conceito de chave falsa abrange qualquer instrumento empregado para abrir fechaduras em geral. A chave do próprio agente, quando ilicitamente utilizada, também qualifica o crime de furto.

Gabarito: Correto.

(FCC/TRF - 3ª REGIÃO/2016) 143) Brutus, no interior de uma loja, a pretexto de adquirir roupas, solicitou ao vendedor vários modelos para experimentar, mas, no interior do provador, escondeu uma das peças dentro de suas vestes, devolveu as demais e deixou o local. Brutus cometeu crime de A) furto qualificado pela fraude. B) apropriação indébita. C) furto simples. D) estelionato. E) furto de coisa comum.

Comentário: Furto qualificado CP/40. Art. 155 § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: (Furto Qualificado) I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

Page 98: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

98/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Gabarito: Letra A.

(CESPE/MPU/2018) 144) Situação hipotética: Um indivíduo, penalmente imputável, ameaçou com arma de fogo um adolescente e subtraiu-lhe todos os pertences, incluindo-se valores e objetos pessoais. O autor foi preso logo depois, em flagrante delito, todavia, quando da abordagem policial, já não mais portava a arma utilizada no roubo. Assertiva: Nessa situação, o agente responderá pelo roubo na forma simples, sendo indispensável a apreensão da arma de fogo pela autoridade policial para a caracterização da correspondente majorante do crime.

Comentário:

STJ/REsp 1.712.795/AM

O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento firme de que é prescindível a apreensão e a perícia da arma para a incidência da majorante prevista no art. 157, § 2º, I, do Código Penal, quando existirem nos autos outros elementos de prova capazes de comprovar a sua utilização no delito, como no caso concreto, em que demonstrado pela própria Corte de origem que por meio do depoimento da vítima e do corréu, que o apelante com o corréu praticaram o roubo utilizando arma de fogo.

CP/40. Art. 157. § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; Abaixo deixo um resumo sobre Roubo. A sua leitura é fundamental!

Roubo

Bem jurídico Protegido: Patrimônio, integridade física e mental do sujeito passivo.

Crime Comum;

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: Pessoa roubada mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.

Tipo Subjetivo: Dolo, não sendo possível a modalidade culposa. É possível a tentativa em todas as formas de roubo.

OBS: O sujeito que subtrai algo apenas para usar e posteriormente devolver, comete roubo. No entanto, a doutrina minoritária entende que nessa hipótese, existiria apenas constrangimento ilegal, e não roubo.

OBS: Tanto o STF, quanto o STJ entendem que o crime só é consumado quando o sujeito ativo possui o poder da coisa subtraída, depois da violência e grave ameaça.

OBS: Caso o sujeito passivo não possua nada para a subtração do sujeito ativo, ocorre o roubo por tentativa, não sendo caracterizado crime impossível.

Roubo Impróprio: Acontece quando a violência ou grave ameaça ocorre depois da subtração da coisa.

Roubo CP/40. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. (Roubo Impróprio) § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade (Majorante aplicável no roubo próprio e impróprio – Chamado também de Roubo Circunstanciado): I – (revogado); II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;

Page 99: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

99/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. § 3º Se da violência resulta (Roubo Qualificado pelo resultado): I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. (Latrocínio);

OBS: Para caracterizar a majorante do emprego de arma de fogo é necessário ocorra o uso efetivo desta. Caso o sujeito passivo não saiba que o sujeito ativo possui uma arma de fogo a pena não é aumentada.

OBS: A pena não será aumentada quando se tratar de uso de arma de brinquedo.

STJ/ HC 416.644 SC

A Terceira Seção pacificou o entendimento no sentido da desnecessidade de apreensão e perícia da arma de fogo para que seja configurada a causa de aumento prevista no art. 157, § 2.º, I, do Código Penal, desde que os demais elementos probatórios demonstrem sua utilização na prática do delito. Ressalva de entendimento da relatora.

O STJ possui entendimento que o sujeito ativo responde com aumento de pena no caso de concurso de pessoas, assim como por associação criminosa, ocorrendo assim um concurso material.

Não ocorre o roubo qualificado (CP/40. Art. 157. § 3º ) quando o sujeito ativo praticar o roubo por meio da grave ameaça, mas apenas por violência.

O latrocínio ocorre quando o sujeito ativo utiliza-se da violência para subtrair a coisa e consequentemente causa a morte (dolosa ou culposamente) do sujeito passivo.

Caso o sujeito ativo já tenha a intenção de matar a vítima e só depois furte a coisa alheia, estará cometendo crime de homicídio em concurso com furto.

Existirá concurso material de roubo com homicídio, quando o sujeito ativo acaba matando o seu parceiro do crime para ficar com tudo.

Ocorre erro de execução (Aberratio ictus) quando o sujeito ativo atinge o seu parceiro de crime em vez da vítima, respondendo como se tivesse atingido o sujeito passivo.

STF/Súmula 610

Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.

Gabarito: Errado.

(CESPE/EBSERH/2018) 145) A distinção entre o roubo e a extorsão está no grau de participação da vítima, tendo em vista que, no segundo tipo penal, é exigida a participação efetiva do agente lesado.

Comentário:

Roubo Subtrair com violência ou grave ameaça. É dispensável a colaboração da vítima.

Extorsão Comum Constranger com violência ou grave ameaça; É indispensável a colaboração da vítima.

Extorsão mediante Sequestro

Sequestrar com o fim de obter vantagem, como condição ou preço do resgate. É dispensável a colaboração da vítima.

Roubo

Page 100: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

100/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

CP/40. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Extorsão CP/40. Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Gabarito: Correto.

(CESPE/SERES-PE/2017) 146) Antônio, junto com comparsa, abordou dois rapazes que caminhavam na rua e os ameaçou com um revólver de brinquedo, subtraindo do primeiro R$ 20 e do segundo um isqueiro no valor de R$ 8. Notificados da ocorrência, os componentes de uma guarnição da Polícia Militar de Pernambuco, ao final de rápida diligência, os localizaram e prenderam em situação de flagrância, já que estavam na posse da res furtiva. Durante a lavratura do flagrante, Antônio identificou-se com nome fictício, para esconder seus antecedentes criminais, não tendo exibido documento de identidade. Nessa situação hipotética, Antônio responderá pela prática de A) roubos em concurso formal mais falsidade ideológica. B) roubo impróprio. C) roubos em concurso formal mais falsa identidade em concurso material. D) roubo com majorante de uso de arma. E) roubo continuado.

Comentário:

STJ/HC 326.778/SP

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que o uso de simulacro de arma de fogo (Arma de brinquedo) não constitui motivo idôneo para exasperar ou majorar a pena no crime de roubo, prestando-se, tão somente, a caracterizar a grave ameaça, circunstância elementar do delito, razão pela qual a Súmula 174/STJ foi cancelada.

STJ/HC 459.546/SP

Caracteriza-se o concurso formal de crimes quando praticado o roubo, mediante uma só ação, contra vítimas distintas, pois atingidos patrimônios diversos. Precedentes.

STJ/Súmula 522

A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.

STJ/REsp 1.640.084 SP

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça afasta a aplicabilidade do princípio da insignificância em crimes cometidos mediante o uso de violência ou grave ameaça, como o roubo.

STJ/Súmula 582

Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível (dispensável) a posse mansa e pacífica ou desvigiada.

Gabarito: Letra C.

(VUNESP/TJ-RJ/2016) 147) José adentra a um bar e pratica roubo contra dez pessoas que ali estavam presentes em dois grupos distintos de amigos, subtraindo para si objetos de valor a elas pertencentes. Nesta hipótese, segundo a jurisprudência dominante mais recente do Superior Tribunal de Justiça, José praticou A) os crimes (dez crimes de roubo) em concurso material. B) um único crime de roubo. C) os crimes (dez crimes de roubo) em concurso formal.

Page 101: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

101/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

D) os crimes (dez crimes de roubo) em continuidade delitiva. E) dois crimes de roubo em concurso material.

Comentário:

STJ/HC 197.684 RJ

Praticado o crime de roubo mediante uma só ação contra vítimas distintas, no mesmo contexto fático, resta configurado o concurso formal próprio, e não a hipótese de crime único, visto que violados patrimônios distintos.

Gabarito: Letra C.

(FCC/TJ-SC/2015) 148) No sistema legal brasileiro o latrocínio contempla crime complexo, qualificado pelo resultado, formado pela soma dos delitos de roubo e homicídio, doloso ou culposo.

Comentário: O latrocínio ocorre quando o sujeito ativo utiliza-se da violência para subtrair a coisa e consequentemente causa a morte (dolosa ou culposamente) do sujeito passivo. CP/40. Art. 157. § 3º Se da violência resulta (Roubo Qualificado pelo resultado): I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. (Latrocínio); Gabarito: Correto.

(FCC/DPE-ES/2016) 149) A indispensabilidade do comportamento da vítima não constitui critério de diferenciação entre o roubo e a extorsão.

Comentário: Extorsão CP/40. Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Roubo Subtrair com violência ou grave ameaça. É dispensável a colaboração da vítima; Vantagem imediata.

Extorsão Comum Constranger com violência ou grave ameaça; É indispensável a colaboração da vítima; Vantagem mediata.

Extorsão mediante Sequestro

Sequestrar com o fim de obter vantagem, como condição ou preço do resgate. É dispensável a colaboração da vítima.

Gabarito: Errado.

(FCC/MPE-PA/2014) 150) Quanto ao roubo e à extorsão, embora ambos sejam crimes eminentemente patrimoniais, tutela-se no roubo frontalmente também a integridade e a vida, ao passo que, na extorsão, tutela-se de modo mais concomitante a liberdade autonômica da vítima e sua capacidade decisória, bens sempre ainda remanescentes nessa respectiva situação normativa.

Comentário: Extorsão CP/40. Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Page 102: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

102/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Roubo Extorsão

O sujeito ativo subtrai a coisa mediante violência. O sujeito passivo entrega ao ativo o bem jurídico

É dispensável a participação da vítima; É indispensável a participação da vítima;

Vantagem imediata. Vantagem mediata.

Gabarito: Correto.

(VUNESP/PC-SP/2018) 151) O crime de apropriação indébita (CP, art. 168) A) torna-se qualificado quando a vítima é entidade de direito público ou instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. B) é de ação pública condicionada à representação. C) apenas tem como objeto material a coisa alheia móvel, sendo impossível falar-se em apropriação indébita de imóvel. D) não admite a figura privilegiada, ao contrário do furto. E) tem a punibilidade extinta em caso de devolução da coisa antes do oferecimento da denúncia.

Comentário: Letra A: Errada. Trata-se de delito de Estelionato Previdenciário.

Estelionato Previdenciário

Bem jurídico Protegido: Patrimônio Público.

CP/40. Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. CP/40. Art. 171. § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. (Estelionato Previdenciário).

STJ/REsp 1651521/SP

Na hipótese de estelionato previdenciário praticado em benefício de terceiro, o marco inicial do lapso prescricional da pretensão punitiva estatal a ser considerado é a data do recebimento da primeira parcela do benefício, uma vez que se trata de delito instantâneo com efeitos permanentes.

OBS: O STJ entende que pode ser considerado crime continuado, quando o sujeito ativo efetua, constantemente, saques dos valores de um segurado já falecido e não comunica o óbito ao INSS, tendo este prejuízo. Se os saques não são constantes, ocorrendo, por exemplo, um saque ao ano, o crime não é considerado continuado.

Não é cabível a aplicação do princípio da insignificância ao delito de Estelionato Previdenciário.

Letra B: Errada. É um delito de ação penal pública incondicionada.

Apropriação Indébita

Bem jurídico Protegido: Patrimônio do sujeito passivo que confiou a posse da coisa ao sujeito ativo.

Crime Comum; É considerado genérico, existindo a possibilidade de ser afastado por norma específica.

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: Qualquer pessoa.

Tipo Subjetivo: Dolo, não sendo possível a modalidade culposa. Não é possível a tentativa.

Apropriação indébita CP/40. Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Aumento de pena

Page 103: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

103/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa (Majoração): I - em depósito necessário; II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; III - em razão de ofício, emprego ou profissão.

OBS: O crime de apropriação indébita ocorre por meio da inversão do Animus do agente. O sujeito ativo recebe o bem da vítima, porém, utiliza-se da má fé e se recusa a devolver a posse ou detenção do bem àquela.

O delito de apropriação indébita tem como um dos elementos essenciais a confiança que deve existir entre o sujeito ativo e o dono do bem. Não existindo a confiança entre ambos e o contato do sujeito ativo com o bem, o crime será de furto.

Consumação: Ocorre a partir da inversão da intenção do sujeito ativo, ou seja, o sujeito ativo antes tinha uma boa intenção em relação ao bem que estava sob sua confiança, no entanto, posteriormente não possui mais tal intenção, apropriando-se o bem do sujeito passivo.

É um delito de ação penal pública incondicionada.

Letra C: Correta. Apropriação indébita CP/40. Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Letra D: Errada. É possível a figura privilegiada. CP/40. Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º. § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada (até um salário mínimo), o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Letra E: Errada. Tal caso é aplicável na Apropriação Indébita Previdenciária (CP/40. Art. 168-A). Gabarito: Letra C.

(FCC/TJ-SE/2015) 152) No delito de receptação qualificada, a expressão “coisa que deve saber ser produto de crime" possui interpretação do STF no sentido de que, A) se trata de norma inconstitucional com relação ao preceito secundário, por violar o princípio da proporcionalidade quando comparada à pena prevista para o caput. B) se aplica apenas aos casos de dolo eventual, excluindo-se o dolo direto. C) abrange igualmente o dolo direto. D) configura má utilização da expressão, por ser indicativa de culpa consciente. E) impede que no exercício de atividade comercial possa se alegar receptação culposa.

Comentário: Receptação CP/40. Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar (Caracterizam crime permanente), em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Page 104: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

104/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Receptação qualificada CP/40. Art. 180 § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.

STF/HC 97344/SP

O art. 180, § 1º, do CP não ofende os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade (“§ 1º – Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: Pena – reclusão, de três a oito anos, e multa.”). Com fundamento nessa orientação, a Turma indeferiu habeas corpus no qual condenados por receptação qualificada (CP, art. 180, § 1º) — por efetuarem desmanche de veículos roubados —, alegando violação aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, argüiam a inconstitucionalidade do mencionado dispositivo, na medida em que prevista pena mais severa para o agente que “deve saber” da origem ilícita do produto, em relação àquele que “sabe” de tal origem, conforme disposto no caput desse mesmo artigo (“Art. 180 – Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.”). De início, aduziu-se que a conduta descrita no § 1º do art. 180 do CP é mais gravosa do que aquela do caput, porquanto voltada para a prática delituosa pelo comerciante ou industrial, que, em virtude da própria atividade profissional, possui maior facilidade para agir como receptador de mercadoria ilícita. Em seguida, asseverou-se que, apesar da falta de técnica na redação do aludido preceito, a modalidade qualificada do § 1º abrangeria tanto o dolo direto quanto o eventual, ou seja, abarcaria a conduta de quem “sabe” e de quem “deve saber” ser a coisa produto de crime. Assim, se o tipo pune a forma mais leve de dolo (eventual), a conclusão lógica seria de que, com maior razão, também o faria em relação à forma mais grave (dolo direto), mesmo que não o tenha dito expressamente, pois o menor se insere no maior.

Gabarito: Letra C.

(VUNESP/TJ-PA/2014) 153) A receptação própria é um crime material, consuma-se com a efetiva aquisição, recebimento, transporte, condução ou ocultação da coisa produto de crime. A receptação imprópria, por sua vez, é um crime formal e, teoricamente, não admite a tentativa.

Comentário: Receptação CP/40. Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar (Caracteriza crime permanente), em proveito próprio ou alheio (Crime Material e Próprio), coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte (Crime Formal e Impróprio): Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Receptação

Própria Imprópria

O sujeito ativo sabe que o produto é criminoso, no entanto, Adquire, recebe, transporta, conduz ou

oculta.

O sujeito ativo sabe que o produto é criminoso, mas influi para que terceiro de boa-fé adquira, receba ou

oculte.

Crime Material Crime Formal (Não é possível tentativa)

Gabarito: Correto.

Page 105: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

105/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Crimes Contra a Fé Pública

Page 106: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

106/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(VUNESP/TJ-SP/2019) 154) Tirso de Arruda é servidor público e nas horas de folga auxilia seu irmão, Tássio, em uma pequena gráfica, sem qualquer remuneração. Aproveitando-se dos materiais ali existentes, imprimiu dez passes de transporte público municipal, para usar nos deslocamentos de casa para o trabalho e vice-versa. Ao agir dessa forma, Tirso cometeu o crime A) de falsificação de selo ou sinal público. B) de falsificação de papéis públicos. C) de emissão de título ao portador sem permissão legal. D) de falsificação de documento público. E) assimilado ao de moeda falsa.

Comentário: Falsificação de papéis públicos CP/40. Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Falsificação de papéis públicos

Bem jurídico Protegido: Fé pública.

Crime comum;

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: Coletividade e pessoa lesada diretamente pela conduta.

Tipo Subjetivo: Dolo sem finalidade específica. Não é possível a modalidade culposa.

Falsificação de papéis públicos Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; III - vale postal; IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. § 1º Incorre na mesma pena quem: I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo; II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário; III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:

Page 107: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

107/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação. § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior. § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências.

Consumação: O delito é consumado a partir do momento em que o agente pratica a conduta.

Gabarito: Letra B.

(CESPE/TCE-MG/2018) 155) Por estar em dificuldades financeiras, José passou a realizar falsificações em cédulas de dinheiro verdadeiras, alterando-as para que parecessem ser de um valor mais alto. Dessa forma, enganou o feirante Pedro, tendo-lhe entregado notas falsificadas. Ao perceber o prejuízo, Pedro tentou repassar a nota a João, que, por trabalhar na casa da moeda, descobriu a falsificação. João comunicou o fato à polícia, que, após diligências, identificou José como o autor da falsificação. A respeito dessa situação hipotética, assinale opção correta. A) Ao caso poderá ser aplicado o princípio da insignificância, se verificado que a quantidade de cédulas de dinheiro repassadas havia sido muito pequena. B) Pedro não cometeu crime, pois não consumou o repasse das notas falsificadas. C) José não cometeu crime, porque a sua dificuldade financeira é causa excludente de culpabilidade. D) Pedro não cometeu crime, uma vez que não produziu as notas falsificadas. E) José será processado pela justiça estadual caso se identifique que a falsificação das cédulas tenha sido grosseira.

Comentário: Letra A: Errada.

STJ/AREsp 558.790/SP

Independentemente da quantidade e do valor das cédulas falsificadas, haverá ofensa ao bem jurídico tutelado, razão pela qual não há falar em mínima ofensividade da conduta do agente, o que afasta a incidência do princípio da insignificância.

STJ/Súmula 599

O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a Administração Pública.

Letra B: Errada. Moeda Falsa CP/40. Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.

Page 108: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

108/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. Letra C: Errada. Letra D: Errada. Moeda Falsa CP/40. Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. Letra E: Correta.

STJ/Súmula 73

A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.

Gabarito: Letra E.

(VUNESP/Câmara de Marília - SP/2016) 156) Aquele que guarda instrumento especialmente destinado à falsificação de moeda A) comete crime equiparado ao crime de falsificação de moeda (CP, art. 289), mas receberá pena reduzida. B) comete crime equiparado ao crime de falsificação de moeda (CP, art. 289), com idêntica pena. C) comete crime assimilado ao crime de falsificação de moeda (CP, art. 290). D) comete o crime de petrechos para falsificação de moeda (CP, art. 291). E) não comete crime algum, por se tratar de ato preparatório.

Comentário: Petrechos para falsificação de moeda CP/40. Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Petrechos para falsificação de moeda

Bem jurídico Protegido: Fé pública.

Crime comum;

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: Coletividade e pessoa lesada diretamente pela conduta.

Tipo Subjetivo: Dolo sem finalidade específica. Não é possível a modalidade culposa. É possível a tentativa.

Petrechos para falsificação de moeda CP/40. Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Consumação: Será consumado no momento da fabricação ou aquisição da máquina que falsifica moeda.

Para ocorrer a tipificação do delito do art. 291 do CP, o sujeito ativo precisa apenas deter a posse de petrechos destinados à falsificação de moeda, sendo dispensável que o objeto (máquina) seja utilizado exclusivamente para esse fim.

Gabarito: Letra D.

(VUNESP/TJ-SP/2015)

Page 109: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

109/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

157) O caput do art. 293 do CP tipifica a falsificação de papéis públicos, especial e expressamente no que concerne às seguintes ações: A) produção e confecção B) contrafação e conspurcação C) fabricação e alteração. D) adulteração e corrupção E) corrupção e produção.

Comentário:

Falsificação de papéis públicos

Bem jurídico Protegido: Fé pública.

Crime comum;

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: Coletividade e pessoa lesada diretamente pela conduta.

Tipo Subjetivo: Dolo sem finalidade específica. Não é possível a modalidade culposa.

Falsificação de papéis públicos Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; III - vale postal; IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. § 1º Incorre na mesma pena quem: I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo; II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário; III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação. § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.

Page 110: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

110/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências.

Consumação: O delito é consumado a partir do momento em que o agente pratica a conduta.

Gabarito: Letra C.

(VUNESP/TJ-SP/2018) 158) Assinale a alternativa correta quanto aos crimes contra a fé pública. A) O crime de falsidade material se consubstancia na alteração do conteúdo de documento, ainda que parcial, omitindo declaração que dele devia constar, ou nele inserindo ou fazendo inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita. B) Atribuir-se falsa identidade perante a autoridade policial em autodefesa, uma vez que procurado pela justiça, não constitui crime, aplicando-se o princípio da dignidade da pessoa humana. C) Há concurso material de crimes quando o falsificador posteriormente usa o documento falsificado que se esgota nessa conduta. D) Para efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

Comentário: Letra A: Errada.

Falsidade Ideológica

É a alteração ou omissão do conteúdo de documento público ou particular.

Bem jurídico Protegido: Fé pública.

Crime comum;

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: Coletividade e pessoa lesada, eventualmente, pela conduta.

Tipo Subjetivo: Dolo com finalidade específica. Não é possível a modalidade culposa. É possível a tentativa.

Falsidade ideológica CP/40. Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

Consumação: Será consumado no momento em que o sujeito ativo omite a informação ou insere informação falsa, não existindo necessidade de o objeto ser levado ao conhecimento de terceiros.

Não está relacionada à falsidade de identidade.

O crime de falsidade não será caracterizado caso o documento falsificado seja revisado por autoridade, impedindo assim potencialidade lesiva.

O agente comete crime de falsidade ideológica quando recebe documento em branco com a finalidade de inserir determinado conteúdo, e faz de maneira diversa.

Se o agente apodera um documento, que não recebeu, e insere conteúdo falso, comete crime de falsidade material, e não de falsidade ideológica, pois não existem obrigações entre o signatário e o agente.

Falsidade Material Falsidade Ideológica

O documento é estruturalmente falso. O documento é estruturalmente verdadeiro, porém o

conteúdo é falso.

Letra B: Errada.

Page 111: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

111/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Falsa identidade

Não se confunde com o crime de falsidade ideológica.

Bem jurídico Protegido: Fé pública.

Crime comum;

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: Coletividade e pessoa lesada, eventualmente, pela conduta.

Tipo Subjetivo: Dolo com finalidade específica. Não é possível a modalidade culposa. É possível a tentativa por escrito.

Falsa identidade CP/40. Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.

Consumação: Será consumado no momento em que o sujeito ativo se passa por outra pessoa. O delito para ser consumado não depende da obtenção de vantagem pelo sujeito ativo, sendo consumado com a simples atribuição de falsa identidade.

STJ/Súmula 522

A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.

CP/40. Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro: (Considerado pela Doutrina como um tipo de Falsa Identidade Específica) Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. - É considerado um crime comum, admitindo-se tentativa e formal, se consumando no momento que o agente pratica a conduta. Letra C: Errada.

STF/HC 84.533

O uso dos papéis falsificados, quando praticado pelo próprio autor da falsificação, configura "post factum" não punível, mero exaurimento do "crimen falsi", respondendo o falsário, em tal hipótese, pelo delito de falsificação de documento público (CP, art. 297) ou, conforme o caso, pelo crime de falsificação de documento particular (CP, art. 298). Doutrina. Precedentes (STF). - Reconhecimento, na espécie, da competência do Poder Judiciário local, eis que inocorrente, quanto ao delito de falsificação documental, qualquer das situações a que se refere o inciso IV do art. 109 da Constituição da República. - Irrelevância de o documento falsificado haver sido ulteriormente utilizado, pelo próprio autor da falsificação, perante repartição pública federal, pois, tratando-se de "post factum" impunível, não há como afirmar-se caracterizada a competência penal da Justiça Federal, eis que inexistente, em tal hipótese, fato delituoso a reprimir.

Letra D: Correta. Falsificação de documento público CP/40. Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

Page 112: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

112/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. (Rol Taxativo – Não se admite analogia) Gabarito: Letra D.

(CESPE/TCE-PB/2018) 159) Antônio foi parado em operação de fiscalização de trânsito e entregou sua carteira de identidade ao policial, que, na verdade, havia lhe solicitado sua CNH. Tal fato gerou suspeita no policial, que decidiu vistoriar o veículo de Antônio e acabou por encontrar uma CNH falsa. Nessa situação hipotética, A) Antônio deverá responder pelos crimes de uso de documento falso e de falsificação de documento público, em concurso material. B) Antônio deverá responder pelo crime de uso de documento falso. C) a conduta de Antônio foi atípica, não devendo ser instaurado inquérito policial. D) não se pode falar em flagrante delito; deve ser instaurado inquérito para apurar o crime de falsificação de documento público. E) não se pode falar em flagrante delito; deve ser instaurado inquérito para apurar o crime de falsificação de documento privado.

Comentário:

STF/CC 148.592 RJ

1. A configuração do delito previsto no art. 304 do CP pressupõe tanto a efetiva utilização do documento, sponte própria, quanto que o documento falso seja apresentado como autêntico. Nessa linha de raciocínio, "o encontro casual do documento falso em poder de alguém (como ocorre por ocasião de uma revista policial) não é suficiente para configurar o tipo penal, pois o núcleo é claro: 'fazer uso'" (in Nucci, Guilherme de Souza. Código Penal comentado - 15. ed. rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense, 2015). Precedente: CC 128.923/SE, Rel. Ministro NEWTON TRISOTTO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SC), TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 25/02/2015, DJe 03/03/2015. 2. Se o investigado, em abordagem de rotina, afirma ao agente da Polícia Rodoviária Federal não possuir Carteira Nacional de Habilitação, identificando-se por meio de Carteira de Identidade, e, logo em seguida, o policial avista, em sua carteira aberta, documento similar à CNH que o investigado lhe entrega, admitindo tratar-se de documento falso, não há como se reconhecer na conduta, a priori, o elemento de vontade (de fazer uso de documento falso) necessário à caracterização do delito do art. 304 do CP, situação em que a apresentação do documento falso à autoridade policial federal não tem o condão de deslocar a competência para o julgamento da ação penal para a Justiça Federal. 3. Remanesce, assim, no caso concreto, apenas o interesse, em tese, no prosseguimento da investigação do delito previsto no art. 297 do Código Penal (falsificação de documento público) que não é de competência da Justiça Federal, por não ofender diretamente bens, serviços ou interesses da União, de suas autarquias ou empresas públicas, na medida em que a emissão da Carteira Nacional de Habilitação é incumbência de órgãos estaduais de trânsito. 4. Conflito conhecido, para declarar competente para o julgamento do feito o Juízo de Direito da 2ª Vara Cível de Campos dos Goytacazes/RJ, o Suscitado.

Gabarito: Letra D.

(CESPE/TCE-SC/2016) 160) De acordo com o STJ, a conduta do agente que se atribui falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.

Comentário:

STJ/Súmula 522

A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.

Gabarito: Correto.

(FCC/TCE-AP/2012)

Page 113: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

113/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

161) Quem comparece a juízo sob nome falso, a fim de manter- se isento da mácula nos registros públicos, comete crime de falsa identidade.

Comentário:

STJ/HC 151.802/MS

1. A Sexta Turma deste Superior Tribunal de Justiça, alinhando-se à posição adotada pelo Supremo Tribunal Federal, firmou a compreensão de que tanto a conduta de utilizar documento falso como a de atribuir-se falsa identidade, para ocultar a condição de foragido ou eximir-se de responsabilidade, caracterizam, respectivamente, o crime do art. 304 e do art. 307 do Código Penal, sendo inaplicável a tese de autodefesa. 2. No caso, conforme depreende-se da imputação, no momento de sua prisão, o paciente atribuiu-se falsa identidade para eximir-se de responsabilidade penal, estando, portanto, caracterizada a tipicidade da conduta. 3. Ordem denegada.

STJ/Súmula 522

A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.

Gabarito: Correto.

(FCC/TRF - 5ª REGIÃO/2012) 162) Em relação aos crimes contra a fé pública previstos no Código Penal brasileiro é correto afirmar, A) Excepcionalmente admitem a modalidade culposa quando se tratar de falsificação de documento particular. B) Exigem como elemento a imitação ou alteração da verdade; a possibilidade de dano e o dolo. C) A alteração inapta a induzir número indeterminado de pessoas leva à consideração da forma tentada em qualquer caso. D) No crime de moeda falsa, mesmo ausente a capacidade ilusória da contrafação, tem-se caracterizada sua consumação. E) Tratando-se de crimes formais não admitem forma tentada.

Comentário: Letra A: Errada.

Os crimes contra a fé pública não admitem:

* Princípio da Insignificância; * Arrependimento Posterior;

* Modalidade Culposa.

Letra B: Correta. Letra C: Errada. Sendo a alteração inapta a produzir a consumação do delito, o crime torna-se impossível. Letra D: Errada.

STJ/REsp 838.344/RS

A falsificação nitidamente grosseira de documento afasta o delito insculpido no art. 304 do Código Penal, tendo em vista a incapacidade de ofender a fé pública e a impossibilidade de ser objeto do mencionado crime.

Letra E: Errada. É possível a tentativa. Gabarito: Letra B.

Page 114: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

114/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Crimes Contra a Dignidade Sexual

Page 115: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

115/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(CESPE/TJ-SC/2019) 163) Um indivíduo poderá responder criminalmente por violação sexual mediante fraude, caso pratique frotteurismo contra uma mulher em uma parada de ônibus coletivo lotada, sem o consentimento dela.

Comentário:

Frotteurismo

Ocorre quando um sujeito ativo toca ou esfrega-se nas partes íntimas de uma pessoa sem a permissão desta. Normalmente, o ato ocorre em ambientes aglomerados de pessoas. Tal ato configura crime de importunação sexual.

Importunação sexual CP/40. Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.

Gabarito: Errado.

(TJ-SC/TJ-SC/2012) 164) Não constitui crime contra a dignidade sexual: A) Exploração sexual de vulnerável. B) Rapto violento ou mediante fraude. C) Violência sexual mediante fraude. D) Estupro de vulnerável. E) Favorecimento à prostituição.

Comentário: O Rapto violento ou mediante fraude trata-se de um delito revogado pela Lei nº 11.106, de 2005.

Crimes contra a Dignidade Sexual

Crimes Contra a Liberdade Sexual

Estupro; Violação sexual mediante fraude; Importunação sexual; Assédio Sexual;

Exposição Da Intimidade Sexual

Registro não autorizado da intimidade sexual

Crimes Sexuais Contra Vulnerável

Estupro de vulnerável; Corrupção de Menores; Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente; Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável; Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia;

Lenocínio e do tráfico de pessoa para fim de prostituição ou outra forma de exploração sexual

Mediação para servir a lascívia de outrem; Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual; Casa de prostituição; Rufianismo; Promoção de migração ilegal.

Ultraje Público Ao Pudor

Ato obsceno; Escrito ou objeto obsceno;

Gabarito: Letra B.

(CESPE/TJ-CE/2018) 165) Ato sexual praticado por maior de idade com menor de quatorze anos de idade não configura estupro de vulnerável se tiver havido consentimento da parte menor.

Comentário:

Page 116: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

116/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

STJ/Súmula 593

O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.

Gabarito: Errado.

(CESPE/TJ-CE/2018) 166) Toques e apalpações fugazes nos seios e na genitália da vítima são atitudes insuficientes para configurar o tipo de estupro de vulnerável.

Comentário:

STJ/REsp 1.707.920/RJ

Para a caracterização do crime de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal, basta que o agente tenha conjunção carnal ou pratique qualquer ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos. O consentimento da vítima, sua eventual experiência sexual anterior ou a existência de relacionamento amoroso entre o agente e a vítima não afastam a ocorrência do crime.

Gabarito: Errado.

(CESPE/TJ-PR/2017) 167) A prática sequenciada de atos libidinosos e conjunção carnal contra a mesma pessoa, dentro do mesmo contexto fático, configura crime único.

Comentário:

STJ/HC 252.144/SP

Por força da alteração no Código Penal , veiculada pela Lei n. 12.015/2009, o Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento de que a prática de conjunção carnal e ato libidinoso diverso constitui crime único, desde que praticado contra a mesma vítima e no mesmo contexto fático.

Gabarito: Correto.

(FCC/POLITEC-AP/2017) 168) A mídia noticiou que um médico endoscopista foi flagrado em sua clínica tendo relação sexual com uma paciente de 35 anos enquanto ela estava sob efeito do sedativo utilizado para o exame de endoscopia digestiva alta. Desse modo, o médico foi acusado de ter cometido crime de A) estupro. B) atentado violento do pudor. C) estupro de vulnerável. D) sedução. E) assédio sexual.

Comentário: Estupro de vulnerável Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. § 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.

STJ/Súmula 593

O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.

Gabarito: Letra C.

(CESPE/TJ-PR/2019)

Page 117: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

117/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

169) Praticar conjunção carnal com o parceiro na presença de menor de catorze anos de idade, a fim de satisfazer a própria lascívia, configura, a princípio, o tipo penal específico denominado satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.

Comentário: Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente CP/40. Art. 218-A.Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. Gabarito: Correto.

(CESPE/TJ-PR/2019) 170) Praticar ato obsceno em praça pública, ainda que sem a intenção de ultrajar alguém específico, configura crime de importunação sexual, que, por equiparação, é considerado hediondo.

Comentário: Trata-se do crime de Ato obsceno e não de importunação sexual. Ambos os crimes não são considerados hediondos. Importunação sexual CP/40. Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave. Ato obsceno CP/40. Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Gabarito: Errado.

(VUNESP/TJ-SP/2009) 171) Pode constituir, em tese, ato obsceno, na figura típica do art. 233 do Código Penal, A) a exposição de cartazes, em lugar aberto ao público, mostrando corpos nus. B) a exposição à venda de revista com fotografias de cunho pornográfico em lugar aberto ao público. C) o ato de urinar em lugar público com exibição do pênis. D) a exposição pública de fotografias de crianças nuas.

Comentário: Letra A e B: Erradas. Escrito ou objeto obsceno CP/40. Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem: I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo; II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter; III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.

Page 118: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

118/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Letra C: Correta. Ato obsceno CP/40. Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Gabarito: Letra C.

Page 119: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

119/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Crimes contra a Propriedade Imaterial, Organização do

trabalho, Sentimento Religioso e Respeito aos Mortos

Page 120: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

120/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(MPE-SP/MPE-SP/2017) 172) A simples exposição à venda de cópias não autorizadas de filmes sob a forma de DVD constitui A) apenas um ilícito civil. B) mero ato preparatório. C) fato atípico. D) crime contra a propriedade imaterial. E) contravenção relativa à violação de objeto.

Comentário:

TÍTULO III DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL

CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL Violação de direito autoral CP/40. Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. § 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. § 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente.

STJ/Súmula 502

Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, § 2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.

STJ/Súmula 574

Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a comprovação de sua materialidade, é suficiente a perícia realizada por amostragem do produto apreendido, nos aspectos externos do material, e é desnecessária a identificação dos titulares dos direitos autorais violados ou daqueles que os representem.

Gabarito: Letra D.

(CESPE/TJ-PB/2015) 173) Acerca da disciplina legal dos crimes previstos na parte especial do CP, assinale a opção correta. A) A conduta de subtrair cadáver de sua sepultura configura crime de furto qualificado. B) O ato de escarnecer de alguém publicamente em razão de sua crença ou de sua função religiosa configura crime de injúria qualificada. C) Nas figuras qualificadas do crime de direito autoral, é desnecessário que haja o intuito de obter lucro para que seja configurado o referido crime. D) No crime de impedimento ou perturbação de enterro ou cerimônia funerária, constitui causa de aumento de pena o fato de o agente praticar o referido crime mediante violência. E) A ação penal para os crimes contra a propriedade intelectual é de iniciativa privada e deverá ser ajuizada mediante queixa do ofendido.

Comentário: Letra A: Errada.

Page 121: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

121/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Destruição, subtração ou ocultação de cadáver CP/40. Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Letra B: Errada. Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo CP/40. Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. Letra C: Errada. É necessário que haja o intuito de obter lucro para que seja configurado o referido crime. Violação de direito autoral CP/40. Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. § 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: (Qualificação) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. § 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Qualificação) § 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente: (Qualificação) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. § 4º O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. Letra D: Correta. Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária CP/40. Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:

Page 122: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

122/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. Letra E: Errada. Não é apenas mediante queixa.

Violação dos Direitos Autorais

Ação Penal Privada (Queixa)

CP/40. Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Ação Penal Pública Incondicionada

CP/40. Art. 184. § 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: (Qualificação) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. CP/40. Art. 184. § 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Qualificação) Nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público;

Ação penal pública condicionada à representação

CP/40. Art. 184. § 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente: (Qualificação) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

CP/40. Art. 186. Procede-se mediante: I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e 2º do art. 184; III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público; IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3º do art. 184. Gabarito: Letra D.

(INSTITUTO AOCP/TRT - 1ª REGIÃO (RJ)/2018) 174) Determinados empregados de uma empresa metalúrgica invadiram seu estabelecimento no período noturno e destruíram os bens necessários para o trabalho normal existente dentro do estabelecimento, tais como máquinas da linha de produção, em protesto contra medidas de gestão tomadas pelo empregador. A esses trabalhadores é possível imputar a conduta penalmente tipificada como A) crime de dano (art. 163, CP). B) crime de exercício de atividade com infração de decisão administrativa (art. 205, CP). C) crime de paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem (art. 200, CP). D) crime de invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola e sabotagem (art. 202, CP). E) crime de exercício arbitrário das próprias razões (art. 345, CP).

Page 123: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

123/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Comentário: Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem CP/40. Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Gabarito: Letra D.

(VUNESP/PC-BA/2018) 175) A respeito dos crimes contra a organização do trabalho, é correto afirmar que A) são meios de execução do crime de frustração de direito assegurado por lei trabalhista a fraude, a violência e a grave ameaça. B) o crime de atentado contra a liberdade de associação configura-se pela conduta de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar de sindicato. Já a conduta de impedir a saída de sindicato é atípica. C) o crime de paralisação do trabalho de interesse coletivo configura-se independentemente do emprego de violência contra pessoas ou coisas. D) no crime de aliciamento para fins de emigração, haverá aumento de pena nos casos em que a vítima for menor de 18 anos, gestante, idosa, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. E) o crime de sabotagem, para se configurar, exige a danificação do estabelecimento ou coisas nele existentes.

Comentário: Letra A: Errada. Frustração de direito assegurado por lei trabalhista CP/40. Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho: Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Letra B: Errada. Atentado contra a liberdade de associação CP/40. Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Letra C: Correta. Paralisação de trabalho de interesse coletivo CP/40. Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Letra D: Errada. Não ocorrerá aumento de pena no delito de Aliciamento para o fim de emigração, e sim no delito de Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional. Aliciamento para o fim de emigração CP/40. Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 8.683, de 1993)

Page 124: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

124/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional CP/40. Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional: Pena - detenção de um a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) § 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. Letra E: Errada. Não é uma exigência, mas sim uma opção. Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem CP/40. Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Gabarito: Letra C.

(CESPE/Câmara dos Deputados/2014) 176) Caso os empregados de determinada empresa pública paralisem o trabalho de forma coletiva, interrompendo a prestação de serviço público, poderá haver punição, a título de crime contra a organização do trabalho, somente se o serviço for considerado essencial e se forem constatados abusos por parte dos trabalhadores.

Comentário: Lei 7783/89. Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Lei 7783/89. Art. 14. Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho. Paralisação de trabalho de interesse coletivo CP/40. Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Gabarito: Correto.

(CESPE/Câmara dos Deputados/2014) 177) A despeito de a CF prever como crime a retenção dolosa de salário, não houve, ainda, a criação do tipo penal específico pela legislação ordinária, razão por que se entende que a referida conduta recai sobre a hipótese típica do crime de apropriação indébita.

Comentário: Trata-se de um fato atípico.

STJ/HC 177.508/PB

Page 125: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

125/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

1. É imperiosa a necessidade de racionalização do emprego do habeas corpus, em prestígio ao âmbito de cognição da garantia constitucional, e, em louvor à lógica do sistema recursal. In casu, foi impetrada indevidamente a ordem como substitutiva de recurso ordinário. 2. A retenção dolosa de salário, conquanto tenha sido prevista no art. 7º, X da Constituição Federal como crime, ainda ressente-se da necessária lei, criando o tipo penal respectivo. 3. Também não há como subsumir a conduta à apropriação indébita (art. 168 do Código Penal), porque o numerário ao qual o empregado tem direito, até que lhe seja entregue, em espécie ou por depósito, é de propriedade da empresa (empregador), não havendo se falar, então, em inversão da posse, necessária para a tipicidade do crime. 4. O administrador da empresa, ao assim agir, não pratica fato típico previsto no art. 168 do Código Penal. Talvez por isso tenha o legislador constituinte feito a previsão mencionada, mas ainda sem eficácia, ante a omissão legislativa. 5. Writ não conhecido, mas concedida a ordem, ex officio, para trancar a ação penal por atipicidade, ficando prejudicada a inépcia da denúncia e a alegação de que a paciente não seria administradora da pessoa jurídica.

Gabarito: Errado.

(CESPE/DPE-AL/2017) 178) No que tange aos crimes contra o sentimento religioso, responda. Para que configure crime, a prática do escárnio deve expressar o fim específico de ofender o sentimento religioso de um indivíduo, como elemento subjetivo do injusto.

Comentário: Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo CP/40. Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente (Sujeito Passivo: Pessoa Física Determinada), por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso (Sujeito Passivo: Coletividade); vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso (Sujeito Passivo: Coletividade): Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. Gabarito: Correto.

(CESPE/DPE-MA/2011) 179) Acerca da disciplina legal dos crimes previstos na parte especial do CP, assinale a opção correta. O sujeito passivo do delito de ocultação de cadáver, delito vago, que não possui sujeito passivo determinado, é a coletividade.

Comentário:

STJ/HC 145928 / SP

No caso do delito de ocultação de cadáver, o sujeito passivo é a coletividade. Trata-se, pois, de crime vago, que não possui sujeito passivo determinado, tanto que está inserido no Título V - Dos crimes contra o sentimento religioso, Capítulo II - Dos crimes contra dos mortos, que não se confundem com as pessoas, estas sim passíveis de ensejarem maior ou menor reprovabilidade quando violadas em sua integridade física, moral ou psicológica.

Gabarito: Correto.

Page 126: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

126/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Crimes Contra a família, a incolumidade pública e a paz

pública

Page 127: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

127/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

(FAPEMS/PC-MS/2017) 180) Com base no caso, assinale a alternativa correta. Miriam, mãe de Rodrigo, e José, tutor de João, receberam convocação da Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude da respectiva Comarca para comparecem à audiência pública destinada a tratar específico programa para prevenir a evasão escolar. Na carta, havia advertência, em negrito e sublinhado, que a presença seria obrigatória, sob pena de incorrerem pais e/ou responsáveis legais em apuração de responsabilização criminal por abandono intelectual (CP, artigo 246). Miriam não compareceu, pois, no horário da reunião, realizou procedimento cirúrgico de emergência em Maria, colega de escola de Rodrigo. Tampouco José se fez presente, porquanto decidiu acompanhar um jogo do time do colégio de João. Ciente das ausências, o Promotor de Justiça requisitou instauração de investigação para apurar a responsabilidade de ambos. A) Miriam e José poderão ser indiciados pelo crime de abandono material. B) Apenas Miriam poderá ser indiciada pelo crime de abandono intelectual. C) Miriam e José poderão ser indiciados pelo crime de abandono intelectual. D) Apenas José poderá ser indiciado pelo crime de abandono intelectual. E) Miriam e José não poderão ser indiciados pelo crime de abandono intelectual.

Comentário: No caso tratado, Miriam não pode ser indiciada pelo crime de abandono intelectual, pois seu filho frequenta a escola e prover à instrução primária. Abandono intelectual Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. José não responderá por crime de abandono intelectual porque tal tipificação penal direciona os pais como sujeito ativo. Gabarito: Letra E.

(FUNDEP/MPE-MG/2017) 181) Sobre os crimes contra a família, é INCORRETO afirmar: A) Que no crime de “registrar como seu filho de outrem”, que a doutrina denomina “adoção à brasileira”, admite-se, presente o motivo de reconhecida nobreza, privilégio e até mesmo perdão judicial. B) Que o crime de entrega de filho menor a pessoa inidônea admite formas dolosa e culposa. C) Que ao definir o crime de bigamia, houve por bem o direto brasileiro excepcionar a teoria monista, cominando ao concorrente para a sua prática pena mais branda que a atribuída ao autor. D) Que o crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento ao matrimônio é caso de ação penal privada personalíssima.

Comentário: Letra A: Correta.

TJ-SC/AC 2008.066663-7

Se a conduta definida como crime no art. 242 do Código Penal é perpetrada por motivo de reconhecida nobreza, pode o juiz, autorizado pelo parágrafo único da aludida norma, deixar de aplicar a pena e conceder ao réu perdão judicial, forma de extinção da punibilidade que abrange tanto os efeitos primários, quanto os secundários da sentença.

Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido CP/40. Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: Pena - reclusão, de dois a seis anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.

Page 128: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

128/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Letra B: Errada. É possível apenas a forma dolosa. Entrega de filho menor a pessoa inidônea CP/40. Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo: Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Letra C: Correta. Bigamia Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena - reclusão, de dois a seis anos. § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos. Letra D: Correta. Trata-se do único tipo penal de ação penal privada personalíssima. Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. Gabarito: Letra B.

(VUNESP/TJ-SP/2012) 182) No tocante aos crimes quanto ao estado de filiação: São considerados atos criminosos a promoção no registro civil da inscrição de nascimento inexistente, o fato de dar parto alheio como próprio e, ainda, registrar como seu filho de outrem.

Comentário: DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO Registro de nascimento inexistente CP/40. Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente: Pena - reclusão, de dois a seis anos. Gabarito: Correto.

(CESPE/TJ-CE/2014) 183) No crime de bigamia, a data do fato constitui o termo inicial do prazo prescricional.

Comentário: CP/40. Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.

Page 129: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

129/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

Gabarito: Errado.

(CESPE/TJ-PI/2013) 184) Em relação aos crimes contra a família, assinale a opção correta. Aquele que contrair casamento mesmo conhecendo a existência de impedimento que lhe cause nulidade absoluta ou relativa cometerá crime punido com reclusão.

Comentário: Conhecimento prévio de impedimento CP/40. Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: Pena - detenção, de três meses a um ano. Gabarito: Errado.

(CESPE/TJ-PI/2013) 185) Em relação aos crimes contra a família, assinale a opção correta. A ação penal por crime de induzimento a erro essencial no casamento, para a qual é indispensável a queixa do contraente enganado, só poderá ser ajuizada após o trânsito em julgado da sentença que, por motivo de erro, tiver anulado o casamento.

Comentário: Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. Gabarito: Correto.

(FEPESE/DPE-SC/2012) 186) Com a regulamentação civil da união estável, o casamento deixou de ser um bem jurídico penalmente tutelado, em face da revogação dos tipos penais que dispunham sobre a bigamia e o adultério.

Comentário: A bigamia continua sendo crime, já o adultério realmente foi revogado. Gabarito: Errado.

(FEPESE/DPE-SC/2012) 187) A concessão do perdão judicial a quem registrasse flho alheio como próprio, se o crime fosse praticado por motivo de reconhecida nobreza, era possível, somente, antes da vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente, que revogou essa causa de extinção de punibilidade.

Comentário: Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido CP/40. Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: Pena - reclusão, de dois a seis anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena. Gabarito: Errado.

(FCC/TJ-PE/2013) 188) Registrar como seu o filho de outrem constitui crime cujo bem jurídico precípuo é

Page 130: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

130/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

A) a administração da Justiça. B) o patrimônio. C) a propriedade imaterial. D) a família. E) a Administração Pública em geral.

Comentário: TÍTULO VII DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA CAPÍTULO II DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido CP/40. Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: Pena - reclusão, de dois a seis anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena. Gabarito: Letra D.

(IESES/TJ-RO/2012) 189) Trata-se de conduta tipificada como abandono intelectual, permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância, frequente casa de jogos.

Comentário: Abandono intelectual Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. CP/40. Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância: I - frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida; II - frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza; III - resida ou trabalhe em casa de prostituição; IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Gabarito: Correto.

(FGV/Prefeitura de Salvador - BA/2019) 190) O crime de desabamento é classificado pela doutrina como de dano, exigindo que cause efetivo dano à vida, integridade física ou patrimônio de outrem.

Comentário: O crime de desabamento é considerado um delito de perigo, mas não de dano. Desabamento ou desmoronamento

Page 131: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

131/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

CP/40. Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Modalidade culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a um ano. Formas qualificadas de crime de perigo comum CP/40. Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço. Gabarito: Errado.

(FGV/Prefeitura de Salvador - BA/2019) 191) O crime de desabamento pode ser punido na modalidade dolosa ou na culposa.

Comentário: Desabamento ou desmoronamento CP/40. Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Modalidade culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a um ano. Formas qualificadas de crime de perigo comum CP/40. Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço. Gabarito: Correto.

(VUNESP/PauliPrev - SP/2018) 192) A respeito dos crimes contra a incolumidade pública e dos crimes contra a paz pública, assinale a alternativa correta. Nos crimes de perigo comum, a forma qualificada somente incide quando praticados mediante dolo.

Comentário: Formas qualificadas de crime de perigo comum CP/40. Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.

Crimes de Perigo

Concreto Abstrato

O perigo é analisado após a conduta, pois deve ser O perigo é ex ante, sendo assim, o agente é

Page 132: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

132/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

verificado se a conduta do agente gerou ou não perigo no caso concreto.

penalizado pelo simples fato da conduta ser perigosa, não exigindo resultado naturalístico, ou seja, não é necessário o perigo real no caso concreto.

Gabarito: Errado.

(FUNDATEC/PC-RS/2018) 193) Na farmácia de Malaquias, durante fiscalização, foi constatado que havia medicamentos em depósito, para venda, de procedência ignorada. Nesse caso, Malaquias poderia ser enquadrado em crime contra a saúde pública, porém de acordo com o Superior Tribunal de Justiça, a pena prevista para esse crime, reclusão de dez a quinze anos e multa, seria desproporcional e, portanto, não poderia ser aplicada.

Comentário:

STJ/HC 239.363 - PR

1. A intervenção estatal por meio do Direito Penal deve ser sempre guiada pelo princípio da proporcionalidade, incumbindo também ao legislador o dever de observar esse princípio como proibição de excesso e como proibição de proteção insuficiente. 2. É viável a fiscalização judicial da constitucionalidade dessa atividade legislativa, examinando, como diz o Ministro Gilmar Mendes, se o legislador considerou suficientemente os fatos e prognoses e se utilizou de sua margem de ação de forma adequada para a proteção suficiente dos bens jurídicos fundamentais . 3. Em atenção ao princípio constitucional da proporcionalidade e razoabilidade das leis restritivas de direitos (CF, art. 5º, LIV), é imprescindível a atuação do Judiciário para corrigir o exagero e ajustar a pena cominada à conduta inscrita no art. 273, § 1º-B, do Código Penal. 4. O crime de ter em depósito, para venda, produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais de procedência ignorada é de perigo abstrato e independe da prova da ocorrência de efetivo risco para quem quer que seja. E a indispensabilidade do dano concreto à saúde do pretenso usuário do produto evidencia ainda mais a falta de harmonia entre o delito e a pena abstratamente cominada (de 10 a 15 anos de reclusão) se comparado, por exemplo, com o crime de tráfico ilícito de drogas - notoriamente mais grave e cujo bem jurídico também é a saúde pública. 5. A ausência de relevância penal da conduta, a desproporção da pena em ponderação com o dano ou perigo de dano à saúde pública decorrente da ação e a inexistência de consequência calamitosa do agir convergem para que se conclua pela falta de razoabilidade da pena prevista na lei. A restrição da liberdade individual não pode ser excessiva, mas compatível e proporcional à ofensa causada pelo comportamento humano criminoso. 6. Arguição acolhida para declarar inconstitucional o preceito secundário da norma.

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais: Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. § 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. § 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. § 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; V - de procedência ignorada;

Page 133: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

133/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. Modalidade culposa § 2º - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Gabarito: Correto.

(Quadrix/CRO - PR/2016) 194) Aquele que inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível pratica crime de curandeirismo.

Comentário:

Charlatanismo Curandeirismo

Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 284 - Exercer o curandeirismo: I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; III - fazendo diagnósticos: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa. Forma qualificada Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.

Gabarito: Errado.

(MPE-SC/MPE-SC/2016) 195) O crime de envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, de uso comum ou particular, cujo objeto jurídico a ser protegido é a saúde pública, não admite a modalidade culposa.

Comentário: Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal CP/40. Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo: Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) § 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada. Modalidade culposa § 2º - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Gabarito: Errado.

(VUNESP/CRO-SP/2015)

Page 134: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

134/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

196) Figure que em consultório odontológico exista uma pequena copa, onde os dentistas e demais profissionais que ali trabalham realizam suas refeições. Imagine, ainda, que por imprudência na manutenção do fogão e respectivas mangueiras ocorra um vazamento de gás, seguido de uma explosão. Dela decorrem danos materiais de razoável monta, mas não se registra nenhum dano à incolumidade física. Independentemente de quem seja (eventual) responsável, é correto afirmar que A) não houve ilícito algum. B) apenas poderá haver responsabilização civil, uma vez que o fato é penalmente atípico. C) houve crime de explosão dolosa. D) houve crime de explosão culposa. E) houve crime de uso de gás tóxico ou asfixiante.

Comentário: Explosão CP/40. Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. § 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Aumento de pena § 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo parágrafo. Modalidade culposa § 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a um ano. Gabarito: Letra D.

(VUNESP/Câmara de Sertãozinho - SP/2014) 197) O crime de corrupção ou poluição de água potável (CP, art. 271) A) admite a modalidade dolosa, mas não a culposa. B) é punido com pena privativa de liberdade, cumulada com multa C) só se caracteriza se, como resultado da ação, a água se tornar imprópria para consumo ou nociva à saúde D) só se caracteriza se o objeto material (água potável) for de uso comum. E) tem pena aumentada de 1/2 a 2/3 se ocorrer em período de estiagem ou falta d’água.

Comentário: Corrupção ou poluição de água potável CP/40. Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a imprópria para consumo ou nociva à saúde: Pena - reclusão, de dois a cinco anos. Modalidade culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de dois meses a um ano. Gabarito: Letra C.

(IESES/TJ-SC/2019) 198) Acerca do delito de associação criminosa, do art. 288 do Código Penal, é correto afirmar:

Page 135: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

135/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

A) Sua configuração exige a associação de mais de três pessoas para o fim específico de cometer crimes, consumando-se independentemente de prévia condenação de quaisquer de seus membros pela prática de quaisquer dos crimes para os quais a associação foi estabelecida. B) Sua configuração exige a associação de mais de três pessoas para o fim específico de cometer crimes e a condenação de ao menos um de seus membros por, no mínimo, um desses crimes para os quais a associação foi estabelecida, ainda que não se comprove a reiteração criminosa. C) Sua configuração exige a associação de três ou mais pessoas para o fim específico de cometer crimes e a condenação de ao menos um de seus membros por, no mínimo, um desses crimes para os quais a associação foi estabelecida, ainda que não se comprove a reiteração criminosa. D) Sua configuração exige a associação de três ou mais pessoas para o fim específico de cometer crimes, consumando-se independentemente de prévia condenação de quaisquer de seus membros pela prática de quaisquer dos crimes para os quais a associação foi estabelecida.

Comentário: A consumação da associação criminosa não depende de prévia condenação de quaisquer de seus membros pela prática de quaisquer dos crimes para os quais a associação foi estabelecida.

Associação Criminosa X Organização Criminosa X Associação para o Tráfico de Drogas

Associação Criminosa

CP/40. Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.

Organização Criminosa

Lei 12.850/2013. Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado. § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.

Associação para o Tráfico de Drogas

Lei 11.343/06. Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

Associação Criminosa Organização Criminosa

03 ou mais pessoas; Não precisa ser estruturalmente ordenada; Dispensa divisão de tarefas; Finalidade específica de cometer crimes.

04 ou mais pessoas; Estruturalmente ordenada; Possui divisão de tarefas; Finalidade genérica.

Gabarito: Letra D.

(NC-UFPR/TJ-PR/2019) 199) “O conceito de bem jurídico é bastante recente no Direito Penal, apontando-se o século XIX como o ponto de partida. (RANGEL; BACILA, 2015). Bem jurídico, portanto, é um interesse relevante tutelado pelo direito. É um bem jurídico tutelado no delito de Associação Criminosa previsto no artigo 288 do Código penal: A) fé pública. B) patrimônio público. C) costumes. D) paz pública. E) incolumidade pública.

Comentário:

Page 136: QUESTÕES COMENTADAS · 2019-12-01 · - Estabelece que as condutas que afetam os bens jurídico-penais de maneira ínfima, não são consideras crimes, pois não lesionam o sentimento

136/136 @Quebrandoquestões

Direito Penal

O bem jurídico tutelado no delito de Associação Criminosa é a paz pública. CP/40. Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.

CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

* Incitação ao crime * Apologia ao crime * Associação criminosa * Constituição de milícia privada

Gabarito: Letra D.