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RAPHAEL PEREIRA MATTAR VINÍCIUS MANHÃES GABRIEL DE BRITO CAVALCANTI PROJETO DE SISTEMA DE CONTROLE ÓTIMO E SIMULAÇÃO DE VÔO DE UM QUADRICÓPTERO Monografia apresentada ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense como requisito parcial para conclusão do curso de Bacharelado em Engenharia de Controle e Automação. Orientador: Edson Simões dos Santos CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ 2014

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RAPHAEL PEREIRA MATTAR

VINÍCIUS MANHÃES GABRIEL DE BRITO CAVALCANTI

PROJETO DE SISTEMA DE CONTROLE ÓTIMO E SIMULAÇÃO DE VÔO DE UM

QUADRICÓPTERO

Monografia apresentada ao Instituto

Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia Fluminense como

requisito parcial para conclusão do

curso de Bacharelado em Engenharia

de Controle e Automação.

Orientador: Edson Simões dos Santos

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ

2014

2

RAPHAEL PEREIRA MATTAR

VINÍCIUS MANHÃES GABRIEL DE BRITO CAVALCANTI

PROJETO DE SISTEMA DE CONTROLE ÓTIMO E SIMULAÇÃO DE VÔO DE UM

QUADRICÓPTERO

Monografia apresentada ao Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense como

requisito parcial para conclusão do curso de

Bacharelado em Engenharia de Controle e

Automação.

Orientador: Edson Simões dos Santos.

Aprovada em 04/12/214

Banca Avaliadora:

_____________________________________________________________

Prof° Edson Simões dos Santos

Mestre em Pesquisa Operacional e Inteligência Computacional - UCAM

Instituto Federal Fluminense

________________________________________________________________

Prof° Adelson Siqueira Carvalho

Doutor em Informática na Educação - UFGS

Instituto Federal Fluminense

________________________________________________________________

Profa Valéria Rodrigues Valle

Bacharel em Engenharia de Controle e Automação - IFF

Instituto Federal Fluminense

3

Raphael agradece:

Quero agradecer, em primeiro lugar, а

Deus, pela força е coragem durante esta

longa caminhada.

Aos familiares e amigos pelo apoio

incondicional durante toda a minha vida.

Ao meu orientador Edson Simões pela sua

energia, correções е incentivos.

À Instituição pelo ambiente criativo е

amigável qυе proporciona.

Vinícius agradece:

Ao orientador Edson Simões pela

compreensão e suporte que foram

fundamentais para a concretização deste

trabalho.

Aos familiares e amigos pelo apoio e

incentivo nos momentos difíceis ao longo

da vida.

Em especial ao amigo Otávio Santos pelas

contribuições e parceria nas fases iniciais

de desenvolvimento deste projeto.

Ao IFF pelo ambiente proporcionado

durante toda a graduação.

4

“O que sabemos é uma gota, o que

ignoramos é um oceano.”

(Isaac Asimov)

“Quanto mais nos elevamos, menores

parecemos aos olhos daqueles que não

sabem voar.”

(Friedrich Nietzsche)

5

RESUMO

A teoria de controle ótimo lida com sistemas dinâmicos a um custo mínimo, no qual o

sistema é definido por um conjunto de equações diferenciais lineares e o custo é

descrito por uma função quadrática. Estas caraterísticas tornam a classe de

controladores ótimos interessante para projetos que visem ampliar e melhorar a

performance do sistema com menor custo possível. O objetivo deste estudo é projetar

e simular um sistema baseado em técnicas de modelagem em espaço de estados e

controle ótimo, sendo este robusto a perturbações e ruídos proveniente dos sensores,

para um quadricóptero. O projeto apresenta prototipagem em Computer-Aided Design

(CAD) para levantamento de parâmetros físicos. Este trabalho apresenta a

representação em espaço de estados do sistema não-linear e também sua forma

linear, que será utilizada para o projeto do controlador. O modelo é invariante no

tempo. A estratégia de controle a ser adotada é o Controlador Linear Quadrático

Gaussiano (LQG). As variáveis de saída estimadas são utilizadas para simulação

dinâmica em ambiente virtual. O sistema de controle implementado

computacionalmente atendeu as condições de distúrbio e ruído, limitações físicas dos

motores, e restrições das variáveis de estado.

PALAVRAS CHAVE: Controle Ótimo, LQG, Simulação Virtual, Quadricóptero.

6

ABSTRACT

The optimal control theory is concerned with dynamic systems at minimum cost, where

the system is defined by a set of linear differential equations and the cost is described

by a quadratic function. Those features render the class of optimal controllers

interesting in projects aiming to extend and improve the system’s performance at

minimum cost. This study’s objective is to design and simulate a quadcopter in state

space representation with optimal control regulation robust to process and

measurement noises. The project shows a prototype in Computer-Aided Design

(CAD). This work shows the state space representation for the non-linear system and

its linear form as well, using the last one for the controller design. The model is time

invariant. The chosen control strategy is the Linear Quadratic Gaussian (LQG)

Controller. The estimated output states will be used for dynamic simulation in virtual

world. The implemented control system achieved the noise, motors and state

constraints.

KEYWORDS: Optimal Control, LQG, Virtual Simulation, Quadcopter.

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Helicóptero de Leonardo da Vinci 12

Figura 2: Gyroplane No. 1 12

Figura 3: Treinamento de Linker 13

Figura 4: FSTD (Flight Simulation Training Device) Moderno 14

Figura 5: Aeryon Scout 14

Figura 6: Parrot AR.Drone 15

Figura 7: Figura representativa dos seis graus de liberdade do sistema 18

Figura 8: Barra de ferramentas do SolidWorks 19

Figura 9: Controlador LQG e planta com ruído 22

Figura 10: Função de transferência do controlador LQG 23

Figura 11: Diagrama de divisão do Capítulo 3 26

Figura 12: Modelo 3D do Quadricóptero 26

Figura 13: Modelo 3D do Quadricóptero após a inserção de Câmera 27

Figura 14: Sistema de coordenadas 29

Figura 15: Modelo em Simulink 35

Figura 16: Subsistema de referências 36

Figura 17: Subsistema motores 36

Figura 18: Subsistema Dinâmica do Quadricóptero 37

Figura 19: Subsistema Sensores 37

Figura 20: Subsistema Vetor de Estados 38

Figura 21: Resposta ao degrau unitário da velocidade linear no eixo z 38

Figura 22: Saídas do controlador em resposta ao degrau unitário 39

Figura 23: Deslocamento vertical em resposta ao degrau unitário 40

Figura 24: Deslocamento vertical em resposta ao novo sinal de referência 40

Figura 25: Subsistema de simulação 3D 41

Figura 26: V-Realm Builder 42

Figura 27: Parâmetros do Bloco VR Sink 42

Figura 28: Deslocamento linear no eixo x 43

Figura 29: Velocidade linear no eixo x 44

Figura 30: Deslocamento linear no eixo y 44

8

Figura 31: Velocidade linear no eixo y 45

Figura 32: Deslocamento linear no eixo z 45

Figura 33: Velocidade linear no eixo z 46

Figura 34: Deslocamento angular no eixo x 46

Figura 35: Velocidade angular no eixo x 47

Figura 36: Deslocamento angular no eixo y 48

Figura 37: Velocidade angular no eixo y 48

Figura 38: Deslocamento angular no eixo z 49

Figura 39: Velocidade angular no eixo z 49

Figura 40: Restrições das variáveis 50

9

LISTA DE SIGLAS

CAD Computer-Aided Design

GRASP General Robotics, Automation, Sensing and Perception

IMU Inertial Measurement Unit

LQE Linear Quadradic Estimator

LQG Linear Quadradic Gaussian

LQR Linear Quadradic Regulator

LTI Linear Time Invariant

MIMO Multiple Input Multiple Output

MIT Massachusetts Institute of Technology

PID Proportinal-Integral-Derivative

VANT Veículo Aéreo Não Tripulado

VR Virtual Reality

VRML Virtual Reality Modeling Language

VTOL Vertical Take-Off and Landing

10

SUMÁRIO

Introdução 12

1.1 OBJETIVO 15

1.1.1 Objetivo Geral 15

1.1.2 Objetivos Específicos 16

1.2 JUSTIFICATIVA 16

1.3 ESTADO DA ARTE 17

1.4 CONTRIBUIÇÕES DESTE TRABALHO 17

CAPÍTULO 2 – MÉTODOS E FERRAMENTAS 19

2.1 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR 19

2.2 CONTROLE ÓTIMO 20

2.2.1 Realimentação de Estados Ótima 21

2.2.2 Estimativa Ótima de Estados 21

2.2.3 Controlador Linear Quadrático Gaussiano 22

2.3 PRINCÍPIOS DE MODELAGEM DA DINÂMICA DE AERONAVES 23

2.4 PRINCÍPIOS E METODOLOGIA DE SIMULAÇÃO 23

CAPÍTULO 3 – DESENVOLVIMENTO 26

3.1 PROJETO EM CAD 26

3.1.1 Criação do Modelo 3D 27

3.1.2 Características Construtivas 28

3.2 MODELO MATEMÁTICO DO QUADRICÓPTERO 29

3.2.1 Representação em Espaço de Estados do Protótipo 32

3.3 PROJETO DE CONTROLE ÓTIMO 32

3.3.1 Adição Pólos na Origem 33

3.3.2 Verificação de Observabilidade e Controlabilidade 33

3.3.3 Projeto de um Estimador Quadrático Linear 34

3.3.4 Projeto de um Regulador Quadrático Linear 34

3.3.5 Controlador Ótimo 34

3.4 SIMULAÇÃO MATEMÁTICA 35

3.5 SIMULAÇÃO EM AMBIENTE VIRTUAL 41

11

CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DICUSSÕES 43

CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 51

5.1 CONCLUSÃO 51

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 52

APÊNDICE I 54

12

INTRODUÇÃO

Ao longo da história o homem sempre expressou sua fascinação pelo voo,

tanto quanto existem vários registros de tentativas mal sucedidas de realizar tal feito.

A primeira tentativa de se projetar um meio de transporte voador é creditada a

Leonardo Da Vinci em 1493 (BOUABDALLAH, 2007).

Figura 1: Helicóptero de Leonardo da Vinci

Fonte: <wikipedia.org> Acesso em: Outubro de 2014

A palavra helicóptero, porém, só foi empregada pela primeira vez por Gustave

Ponton d’Amécourt em 1861 ao unir duas palavras de origem grega, helix e pteron,

que significam, correspondentemente, espiral e asa. Porém seu invento, movido a

vapor, nunca levantou voo. Em 1878, o veículo de Enrico Forlanini foi o primeiro deste

tipo a levantar voo, alcançando 12 metros e pairando por 12 segundos

(BOUABDALLAH, 2007).

Em 1906, os irmãos Jacques e Louis Breguet projetaram o Gyroplane No.1,

possivelmente o primeiro exemplo de quadricóptero, um helicóptero multi-rotor

propulsionado por quatro motores. O voo do Gyroplane No.1 é considerado o primeiro

voo livre tripulado (BOUABDALLAH, 2007).

Figura 2: Gyroplane No. 1

Fonte: <www.intechopen.com> Acesso em: Outubro de 2014

13

Allerton (2009) descreve que o início das simulações de vôo se deu no início

do século XX, quando o movimento do cockpit era controlado pelos instrutores em

resposta às ações do piloto. Durante a Primeira Guerra Mundial o treinamento se

estabeleceu em aeronaves de dois assentos, nesta configuração o instrutor

demonstrava manobras que eram praticadas pelos alunos até se chegar a um padrão

satisfatório. Nos anos 20, Edward Link, que é reconhecido como o fundador da

simulação de voo moderna desenvolveu um dispositivo de treinamento de voo,

usando ar comprimido para inclinar o cockpit e replicar medições dos instrumentos da

aeronave.

Figura 3: Treinamento de Linker

Fonte: Allerton, 2009

Ainda segundo o mesmo o autor, os sistemas de controle evoluíram durante

a Segunda Guerra Mundial, devido a necessidade de se estabilizar aeronaves e

navios com servomecanismos. No centro disto estavam o desenvolvimento dos

amplificadores operacionais. Na aeronáutica os computadores analógicos eram

utilizados para modelar as equações de movimento das aeronaves como um conjunto

de equações diferenciais não-lineares, dando a oportunidade de projetistas

desenvolverem sistemas de controle avançado em laboratório. Com o advento da

computação digital e avanço na velocidade de processamento, produtores de

simuladores puderam aplicar esse tipo de tecnologia para desenvolvimento de

sistemas visuais. Com a popularização dos PC’s e os avanços em tecnologia de

videogames, companhias de simulação puderam explorar as capacidades de geração

de imagem com circuitos integrados, assim como a tecnologia de atuadores

hidráulicos avançou já era possível fornecer uma sensação de vôo bastante realística.

14

Figura 4: FSTD (flight simulation training device) moderno

Fonte: Allerton, 2009

No início dos desenvolvimentos de VANT’s (veículo aéreo não tripulado) o foco

era puramente para aplicações militares, porém, nos últimos anos, VANT’s de

pequena escala tem sido cada vez mais utilizados em diversas aplicações (RHEIN E

MESSNARZ, 2012). Dentro das aplicações militares temos exemplos como o do

Aeryon Scout, criado pela Aeryon Labs, sendo este um VANT equipado com uma

câmera para aplicações de vigilância.

Figura 5: Aeryon Scout

Fonte: <wikipedia.org> Acesso em: Setembro de 2014

Existem ainda empresas dedicadas a fomentar projetos com hardware open-

source e software baseado em Arduino, citando como exemplo as plataformas

AeroQuad e ArduCopter. Outra plataforma para desenvolvimento muito difundida é a

Parrot ARDrone.

15

Figura 6: Parrot AR.Drone

Fonte: <wikipedia.org> Acesso em: Setembro de 2014

Além dessas empresas, laboratórios com renome mundial como o Laboratório

de Controle Aerospacial do MIT e o Laboratório GRASP (General Robotics,

Automation, Sensing and Perception) da Universidade da Pensilvânia, que buscam

técnicas mais avançadas de controle e aplicações para quadricópteros.

Segundo Skogestad e Postlethwaite (2005) o controle ótimo, baseado no

trabalho realizado por Winter nos anos 40 sobre o filtro ótimo, chegou a maturidade

nos anos 60 com o que é chamado atualmente de controle LQG. Seu

desenvolvimento se deu por conta dos programas espaciais desenvolvidos pelos

Estados Unidos da América e União Soviética para solucionar problemas como, por

exemplo, manobras de foguetes com o uso mínimo de combustível (que pode ser

definido como um problema de otimização).

Neste trabalho desenvolve-se um algoritmo de controle completo de estados,

para as variáveis de estado deslocamentos lineares, velocidades lineares, posições

angulares e velocidade angulares, que obedeçam aos seguintes critérios de robustez

a ruídos, a distúrbios no processo, bom desempenho no rastreamento da referência

com custo otimizado de energia.

1.1 OBJETIVO

1.1.1 Objetivo Geral

Projetar e simular um sistema baseado em técnicas de modelagem em espaço

de estados e controle ótimo, sendo este robusto a perturbações e ruídos proveniente

dos sensores.

16

1.1.2 Objetivos Específicos

Os objetivos intermediários abrangem:

Modelagem matemática do quadroicóptero e linearização do mesmo;

Prototipagem em CAD (Desenho Assistido por Computador) visando colher os

parâmetros mecânicos reais do modelo proposto;

Avaliação do desempenho do sistema controlador/quadricóptero através da

ferramenta Simulink;

Simulação 3D com auxílio da biblioteca Simulink 3D Animation.

1.2 JUSTIFICATIVA

Uma das classes de VANT é o quadricóptero, que possui uma configuração

com quatro rotores, sendo este uma ferramenta útil para testar e avaliar teorias de

controle de voo. Dentre as vantagens para a utilização de um quadricóptero como

plataforma de teste pode ser apontado que este possui: custo baixo, variedade de

tamanhos, concepção mecânica simples e versatilidade.

Os drones, como também são conhecidos, atualmente são utilizados para

aplicações tanto militares quanto civis. Aplicações militares compreendem vigilância

e reconhecimento, missões de busca e salvamento. As aplicações civis se

concentram, em sua maioria, em captação de imagens aéreas. A indústria

cinematográfica e a de agricultura têm mostrado grande interesse neste tipo de

aplicação. Em 2013 a amazon.com, maior empresa de comércio eletrônico do

ambiente, anunciou que pretende investir em pesquisa de drones a fim de utilizá-los

para entregas de produtos leves. Já em 2014 a amazon.com está desenvolvendo

seu nono protótipo.

Portanto pode ser identificado uma demanda de projetos que visem ampliar e

melhorar as habilidades de um veículo aéreo não tripulado em realizar manobras e

pairar no ar, com obtenção de menor custo em seu deslocamento.

17

1.3 ESTADO DA ARTE

O estado da arte em sistema de controle para quadricópteros tem mudado

bastante nos últimos anos, assim como o número de projetos tem aumentado

consideravelmente. A maioria dos projetos consiste em modificações de

quadricópteros comerciais visando aprimoramento do mesmo.

Joyo et al. (2013) apresentam uma sintonia de controlador, para o sistema

linearizado, a partir da técnica PID para posicionamento horizontal e vertical de um

VANT sob efeito de turbulência.

Al-Omari et al. (2013) utilizam da mesma técnica, porém para o sistema não

linear. A estrutura constitui de seis PID’s. Os ângulos de roll e pitch são gerados a

partir das posições Y e X, respectivamente, num controle do tipo cascata, enquanto o

ângulo de yaw e a posição Z estão em paralelo. Para os mesmos estados Alexis et

al. (2012) utilizam controle preditivo. Além destes seis estados, Voos (2009), projeta

estabilidade para os três estados de velocidade angular. O autor desenvolve um

controlador por linearização na realimentação para controle não-linear

Argentim et al. (2013) utilizam PID, LQR e PID-LQR para controle de posição

e velocidade no eixo z. Se aproximando mais do controle ótimo Jeong et al. (2012)

utilizam controle H-infinito para controle de attitude com dinâmica não-linear e

incertezas. Liu et al. (2013) também desenvolve um controle de attitude, porém com

controlador LQR.

Dentro da técnica que será utilizada neste trabalho, Rhein e Messnarz (2012)

desenvolvem um controle robusto para a variável altura. Já Nuchkrua e Parnichkun

(2012) desenvolvem o mesmo tipo de controlador para attitude.

1.4 CONTRIBUIÇÕES DESTE TRABALHO

A proposta deste trabalho é projetar um controle ótimo de voo para um veículo

aéreo não tripulado da classe quadricóptero. Diferentemente dos trabalhos expostos

neste capítulo, que simplificam a estrutura da representação em espaço de estados

ao diminuírem os graus de liberdade do sistema ou ignorarem os estados de taxa de

variação dos erros, o modelo que será aqui exposto deverá atender as referências

dos doze estados do modelo matemático:

18

Deslocamento linear no eixo X (Back/Forward)

Taxa de variação linear no eixo X

Deslocamento linear no eixo Y (Left/Right)

Taxa de variação linear no eixo Y

Deslocamento linear no eixo Z (Up/Down)

Taxa de variação linear no eixo Z

Deslocamento angular no eixo X (Roll)

Taxa de variação angular no eixo X

Deslocamento angular no eixo Y (Pitch)

Taxa de variação angular no eixo Y

Deslocamento angular no eixo Z (Yaw)

Taxa de variação angular no eixo Z

Figura 7: Figura representativa dos seis graus de liberdade do sistema

Fonte: <wikipedia.org> Acesso em: Novembro de 2014

19

CAPÍTULO 2 – MÉTODOS E FERRAMENTAS

O procedimento adotado neste trabalho de conclusão de curso foi: obter as

equações linearizadas que descrevam o comportamento do sistema, representa-las

em espaço de estados, obter os parâmetros de um modelo em CAD, projetar um

controlador ótimo para o sistema encontrado e simular o sistema controlado com as

ferramentas computacionais disponíveis.

O modelo desenvolvido neste trabalho assume que:

A estrutura e hélices são rígidas;

O centro de gravidade e a origem do sistema de coordenadas são

coincidentes;

O sistema é passivo de deslocamentos angulares próximos de zero;

O sistema de aquisição de dados é do tipo IMU (Inertial Measurement Unit),

sendo possível coletar dados de todas as variáveis de estado;

Não há leitura negativa do deslocamento no eixo z;

2.1 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR

O Desenho Assistido por Computador é o nome genérico dado a sistemas

computacionais utilizados em diversas áreas de conhecimento para facilitar e auxiliar

o desenvolvimento de projetos de desenho em três dimensões através de diversas

ferramentas. Dentre os vários recursos utilizados durante a criação do modelo 3D,

utilizando o software SolidWorks, destacam-se abaixo:

Figura 8: Barra de ferramentas do SolidWorks

Fonte: Próprios autores

20

Sketch: para a criação de formas geométricas em 2D sobre um plano ou

sobre uma das faces de um objeto existente;

Trim Enteties: para deletar ou cortar linhas;

Convert Entities: copia uma ou mais curvas (arestas, contornos de faces e

outras entidades visíveis) para o esboço atual pela sua projeção no plano

do esboço;

Offset Entities: são usadas para criar cópias de arestas de modelo em um

sketch, sendo estas afastadas das originais por algum valor específico;

Mirror Entities: o espelhamento é usado para criação de geometrias

simétricas através de uma centerline;

Linear/Circular Pattern: copia features em um padrão dimensional sendo

este linear ou circular;

Extruded Boss/Base: extrusão das formas geométricas 2D geradas sobre

um plano ou sobre uma das faces de um sólido;

Extruded Cut: corte feito a partir de formas geométricas 2D construídas

sobre a face de um objeto;

Fillet: usado para arredondar "quinas" em sólidos já existentes;

Flex: usado para torcer um objeto;

Shell: transforma um sólido em uma casca (caixa);

Mate: usado durante a composição de um assembly (montagem) para criar

relações que alinham e ajustam um ou mais componentes;

2.2 CONTROLE ÓTIMO

Segundo Skogestad e Postlethwaite (2005) no controle LQG é assumido que

a dinâmica da planta seja conhecida e linear, e que os ruídos de medida e distúrbios

sejam estocásticos com propriedades estatísticas conhecidas. Assim sendo, temos o

modelo:

{�� = 𝐴𝑥 + 𝐵𝑢 + 𝑤𝑑𝑦 = 𝐶𝑥 + 𝑤𝑛

21

Onde 𝑤𝑑 é o distúrbio e 𝑤𝑛 é o ruído. Estes são gaussianos, de média zero,

sem correlação e com matrizes de densidade espectral W e V, respectivamente.

Assim sendo, o controle LQG é definido como o controle ótimo u(t) que minimiza:

𝐽 = 𝐸 { lim𝑇→∞

1

𝑇∫ [𝑥𝑇𝑄𝑥 + 𝑢𝑇𝑅𝑢]𝑑𝑡𝑇

0

}

Onde Q e R são matrizes de peso apropriadamente escolhidas (parâmetros de

projeto) para otimização de erro e energia respectivamente, tal que Q=QT≥0 e R=RT>

0. A solução para este problema, conhecido como Teorema de Separação, consiste

em determinar: uma solução ótima para o problema determinístico de regulação linear

quadrática e uma estimação ótima para os estados.

2.2.1 Realimentação de Estados Ótima

Ainda segundo os mesmos autores, para um sistema dinâmico �� = 𝐴𝑥 + 𝐵𝑢

com lei de realimentação 𝑢 = −𝐾𝑥 o projeto do regulador consiste em achar uma

matriz K que minimize a função de custo:

𝐽 = ∫ (𝑥𝑇𝑄𝑥 + 𝑢𝑇𝑅𝑢)𝑑𝑡∞

0

A solução ótima para lei de realimentação é K=R-1BTX, onde X é a solução

algébrica da equação de Riccati:

𝐴𝑇𝑋 + 𝑋𝐴 − 𝑋𝐵𝑅−1𝐵𝑇𝑋 + 𝑄 = 0

2.2.2 Estimativa Ótima de Estados

Prosseguindo na literatura citada acima, considerando o sistema contínuo

abaixo:

{�� = 𝐴𝑥 + 𝐵𝑢 + 𝐺𝑤

𝑦 = 𝐶𝑥 + 𝐷𝑢 + 𝐻𝑤 + 𝑣

22

Em que, w é o ruído branco no vetor de estados e v é o ruído branco no vetor

de saídas, ambos gaussianos, de média nula e não correlacionados entre si.

A dinâmica do estimador é dada por:

�� = 𝐴�� + 𝐵𝑢 + 𝐿(𝑦 − 𝐶��)

𝑒 = 𝑥 − ��

O projeto do estimador consiste em achar uma matriz L ótima, ou seja, que

minimiza o erro médio quadrático da estimativa.

𝐽 = 𝐸{[𝑥 − ��]𝑇[𝑥 − ��]}

2.2.3 Controlador Linear Quadrático Gaussiano

Os autores referenciados anteriormente concluem que, ao se combinar o LQR

e o LQE obtem-se a estrutura a seguir:

Figura 9: Controlador LQG e planta com ruído

Fonte: Skogestad e Postlethwaite, 2005

Assim sendo a função de transferência do controlador LQG é dado de acordo

com a imagem da figura 10:

23

Figura 10: Função de transferência do controlador LQG

Fonte: Skogestad e Postlethwaite, 2005

2.3 PRINCÍPIOS DE MODELAGEM DA DINÂMICA DE AERONAVES

Os princípios de mecânica de corpos rígidos e fluídos foram estabelecidos por

Newton, Bernouilli, Euler, Lagrange e Laplace e então aplicadas na dinâmica de

aeronaves formulando equações diferenciais que descrevem por completo seu

comportamento (ALLERTON, 2009).

A orientação da aeronave pode ser definida apartir do seu frame, fornecendo

sua attitude que é dada por três ângulos ϕ (roll), θ (pitch) e ψ (yaw). Esses ângulos

também são conhecidos como ângulos de Euler.

Quartenions são amplamente usados em simulações de voo. Eles possibilitam

que os ângulos de Euler sejam computados evitando singularidade computacional.

Essas singularidades ocorrem quando θ=±𝜋

2. Os quatro parâmetros 𝑒0, 𝑒1, 𝑒2 e 𝑒3 são

definidos em termos dos ângulos de Euler (ϕ, θ e ψ) como se segue:

𝑒0 = cos𝜓

2cos

𝜃

2cos

𝜙

2+ sin

𝜓

2sin

𝜃

2sin

𝜙

2

𝑒1 = cos𝜓

2cos

𝜃

2sin

𝜙

2− sin

𝜓

2sin

𝜃

2cos

𝜙

2

𝑒2 = cos𝜓

2sin

𝜃

2cos

𝜙

2+ sin

𝜓

2cos

𝜃

2sin

𝜙

2

𝑒3 = sin𝜓

2cos

𝜃

2cos

𝜙

2− cos

𝜓

2sin

𝜃

2sin

𝜙

2

2.4 PRINCÍPIOS E METODOLOGIA DE SIMULAÇÃO

Linguagens de programação possibilitaram traduzir um algoritmo para um

código executável. Geralmente, o principal critério para o software é que produza

saídas corretas com uma precisão definida. Contudo, existe uma classe conhecida

como real-time softwares, em que adicionalmente a precisão o software deve

computar seus resultados dentro de um tempo específico (ALLERTON, 2009).

24

O tempo de execução depende de vários fatores:

Arquitetura do processador, principalmente o ciclo de clock para extrair,

decodificar e executar instruções;

A complexidade do algoritmo;

A eficiência do processo de compilação para traduzir descrições em alto-

nível para linguagem de máquina;

Qualquer atraso em adquirir entradas para o algoritmo ou transmitir saídas,

principalmente dados que serão lidos ou escritos via interface de hardware;

A simulação permite explorar o dimensionamento dos equipamentos e

componentes do processo, estudar interações de várias partes do processo, melhorar

o entendimento do processo, investigando seu comportamento sem os gastos com a

operação do processo real e sem os eventuais riscos envolvidos nessa atividade e

selecionar ajustes de controladores ou projetar leis de controle (CLAUDIO GARCIA,

2009).

Para tais propósitos foi utilizado o Simulink, que é um ambiente de diagrama

de blocos para simulação multi-domínio e projeto baseado em modelo. Ele suporta

projeto de sistemas, simulação, geração de código automático e teste contínuo e

verificação de sistemas embutidos. Ele fornece editor gráfico, bibliotecas de blocos

personalizáveis e solucionadores de modelagem e simulação de sistemas dinâmicos.

É integrado com MATLAB, permitindo-lhe incorporar algoritmos em modelos e

exportar os resultados da simulação para análise posterior.

A toolbox de realidade virtual é uma solução para interação de modelos

dinâmicos ao longo do tempo. Esta toolbox estende as capacidades do Simulink e

MATLAB, permitindo:

Criação de ambientes virtuais tridimensionais usando os padrões de VRML

(Virtual Reality Modeling Language). O VRML é um formato padrão de

arquivo para representações tridimensionais. Tais arquivos possuem

extensão .wrl;

Criar e definir dinâmicas com o MATLAB e Simulink;

Observar animações dirigidas por sinais do ambiente Simulink;

Mudar a posição e propriedades de objetos em ambiente virtual de acordo

com a simulação;

25

Existem diversas configurações de voo. Neste trabalho será assumido que tal

configuração será VTOL (vertical take-off and landing) que possui uma habilidade

única para voos verticais, estacionários e de baixa velocidade, além de simplicidade

de controle. Estas características são essenciais para aplicações críticas como

vigilância aérea, como observado em Bouabdallah (2007).

26

CAPÍTULO 3 – DESENVOLVIMENTO

O diagrama hierárquico abaixo descreve as etapas que compõem este

capítulo, sendo dividido em cinco partes principais:

Figura 11: Diagrama de divisão do Capítulo 3

Fonte: Próprios autores

3.1 PROJETO EM CAD

O primeiro passo deste projeto foi a criação do modelo 3D do quadricóptero

em um software de Desenho Assistido por Computador (CAD - Computer-Aided

Design). Utilizando o software SolidWorks desenvolvido pela Dassault Systèmes

SolidWorks Corp., foi possível a criação de um modelo virtual com medidas próximas

das quais seriam utilizadas na criação de um modelo real.

Figura 12: Modelo 3D do Quadricóptero

Fonte: Próprios autores

27

O SolidWorks foi escolhido como software de criação do modelo 3D devido a

dois principais fatores: facilidade em poder importar o modelo 3D desenvolvido com

formato .wrl (compatível com o software MATLAB) no Simulink; conhecimento que os

autores possuem em relação aos demais CAD softwares.

Deste modo, foi possível a realização da simulação no ambiente Simulink

tornando desnecessário o uso de algum outro software para gerar a simulação,

simplificando o projeto.

3.1.1 Criação do Modelo 3D

O modelo 3D do veículo não tripulado é composto por três diferentes partes:

frame, motores e hélices.

A armação do quadricóptero (frame) é composta por uma "caixa central", onde

serão inseridos a placa microcontrolada, bateria e demais circuitos internos, e quatro

eixos (conectados a “caixa central”) onde estarão localizados os quatro motores.

Cada eixo do quadricóptero possui um “pé” de apoio fazendo com que a base do

dispositivo mantenha uma distâcia de 9.25 cm em relação ao solo. Esta distância

entre o dispositivo e o solo pode ser utilizada para, por exemplo, a instalação de uma

câmera na base da “caixa central”. Para todo o frame foi escolhido como material o

Hexcel 3000 filamentos sendo este, uma fibra de carbono. Podemos observar na

figura a seguir a instalação de uma Câmera GoPro Hero 3 Black Edition (modelo 3D

encontrado no website GrabCAD) acoplada a base do quadricóptero.

Figura 13: Modelo 3D do Quadricóptero após a inserção de Câmera

Fonte: Próprios autores

28

Os motores e hélices criados neste modelo 3D estão localizados no final de

cada eixo e possuem, como material construtivo o Alumínio e PVC rígido

respectivamente.

Neste processo foram utilizados, principalmete, os seguintes recursos:

Sketch;

Trim Enteties;

Convert Entities;

Offset Entities;

Mirror Entities;

Linear/Circular Pattern;

Extruded Boss/Base;

Extruded Cut;

Fillet;

Flex;

Shell;

Mate;

3.1.2 Características Construtivas

Concluído o Modelo 3D, através do SolidWorks, é possivel obter as

características do modelo de acordo com material usado para a construção do

suposto modelo real. Os materias utilizados no modelo 3D (frame, bateria de lítio e

placa microcontrolada), fazem parte de uma lista de materias do software e foram

definidos pelos autores. A partir da escolha do material e da determinação da

envergadura foram obtidos através do SolidWorks parâmetros e características

construtivas do modelo, observado na Tabela 1.

Tabela 1: Caracteristicas do Quadricóptero

Densidade do Hexcel AS4C 0.00178 Kg/cm³

Densidade do Alumínio 2024-T4 0.00278 Kg/cm³

Densidade do PVC rígido 0.0013 Kg/cm³

Área de Superfície (quadricóptero) 0.5788 m²

Volume (quadricóptero) 0.002245 m³

29

Envergadura (y) 0.98 m

Envergadura (x) 0.98 m

Massa do Quadricóptero 4.4325 Kg

Centro de Massa (x) -0.00069488 m

Centro de Massa (y) 0.03924390 m

Centro de Massa (z) 0.00090736 m

Momento de Inércia (Ixx) 0.11305391 m

Momento de Inércia (Iyx) -0.00006356 m

Momento de Inércia (Izx) 0.00029731 m

Momento de Inércia (Ixy) -0.00006356 m

Momento de Inércia (Iyy) 0.19592094 m

Momento de Inércia (Izy) 0.00028867 m

Momento de Inércia (Ixz) 0.00029731 m

Momento de Inércia (Iyz) 0.00028867 m

Momento de Inércia (Izz) 0.11348942 m

3.2 MODELO MATEMÁTICO DO QUADRICÓPTERO

Apartir do sistema de coordenadas abaixo:

Figura 14: Sistema de coordenadas

Fonte: Bouabdallah, 2007

30

Bouabdallah (2007), utilizando o formalismo de Newton-Euler, chega ao

conjunto de equações não-lineares que representam por completo a dinâmica do

sistema proposto:

Equações de movimento

{

𝐼𝑥𝑥�� = ����(𝐼𝑦𝑦 − 𝐼𝑧𝑧) + 𝐽𝑅��𝛺𝑅 + 𝑙𝜏𝑥

𝐼𝑦𝑦�� = ����(𝐼𝑧𝑧 − 𝐼𝑥𝑥) + 𝐽𝑅��𝛺𝑅 + 𝑙𝜏𝑦

𝐼𝑧𝑧�� = ����(𝐼𝑥𝑥 − 𝐼𝑦𝑦) + 𝐽𝑅𝛺�� + 𝜏𝑧𝑚�� = 𝑚𝑔 − (cos𝜙 cos 𝜃)𝑈

𝑚�� = (cos𝜙 sin 𝜃 cos𝜓 + sin𝜙 sin𝜓)𝑈𝑚�� = (cos𝜙 sin 𝜃 sin𝜓 − sin𝜙 cos𝜓)𝑈

O movimento do quadricóptero se dá ao variar a velocidade dos quatro motores

nele presente de forma combinada de acordo com o tipo de movimento a ser

realizado. Segundo Bouabdallah (2007), o sistema de equações que representa o

movimento deste sistema pode ser descrito como:

Equações de empuxo

{

𝜏𝑥 = 𝑏(−𝛺2

2 + 𝛺42)

𝜏𝑦 = 𝑏(−𝛺12 + 𝛺3

2)

𝜏𝑧 = 𝑑(−𝛺12 + 𝛺2

2 − 𝛺32 + 𝛺4

2)

𝑈 = 𝑏(𝛺12 + 𝛺2

2 + 𝛺32 + 𝛺4

2)

Mais detalhes quanto a formulação das equações de movimento e outros

aspectos aerodinâmicos podem ser verificados em Allerton (2009).

Dentro da classe de controladores ótimos, optou-se pelos reguladores lineares

por sua simplicidade. Naidu (2003) mostra que para este tipo de problema a lei de

controle ótimo pode ser encontrada como uma representação linear, variante ou

invariante no tempo do sistema de estados.

Neste projeto será considerado um sistema LTI (Linear Time Invariant). Assim

sendo, lineariza-se as equações de movimento do quadricóptero para pequenos

ângulos. Obtendo-se:

31

{

�� =

𝑙

𝐼𝑥𝑥𝜏𝑥

�� = 𝑙

𝐼𝑦𝑦𝜏𝑦

�� = 𝜏𝑧𝐼𝑧𝑧

�� = 𝑔 −𝑈

𝑚�� = 𝜃𝑔�� = −𝜑𝑔

A partir das equações de movimento acima, é evidente que as equações do

veículo representam um sistema de múltiplas entradas e múltiplas saídas (MIMO),

onde o vetor de estado pode ser descrito como:

x(t)=[𝑥 �� 𝑦 �� 𝑧 �� 𝜙 �� 𝜃 𝜃 𝜓 ��]𝑇

E de acordo com as equações de empuxo o vetor de entrada escolhido é

representado da seguinte forma:

u(t)=[𝑈 𝜏𝑥 𝜏𝑦 𝜏𝑧]𝑇

A representação em espaço de estados do quadricóptero, então, é dada da

seguinte forma:

{�� = 𝐴𝑥 + 𝐵𝑢𝑦 = 𝐶𝑥 + 𝐷𝑢

[ ��𝑥𝑦𝑦𝑧𝑧��

𝜙

𝜃𝜃𝜓

��

]

=

[ 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 𝑔 0 0 00 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 −𝑔 0 0 0 0 00 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0]

[ 𝑥��𝑦��𝑧��𝜙

��𝜃𝜃

𝜓

��]

+

[

0 0 0 00 0 0 00 0 0 00 0 0 00 0 0 0

−1/𝑚 0 0 00 0 0 00 𝑙/𝐼𝑥 0 00 0 0 00 0 𝑙/𝐼𝑦 0

0 0 0 00 0 0 1/𝐼𝑧]

[

𝑈 𝜏𝑥𝜏𝑦𝜏𝑧

]

32

[ 𝑥��𝑦��𝑧��𝜙

��𝜃𝜃

𝜓

��]

=

[ 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1]

[ 𝑥��𝑦��𝑧��𝜙

��𝜃𝜃

𝜓

��]

3.2.1 Representação em Espaço de Estados do Protótipo

Utilizando os parâmetros discutidos no tópico 3.1.2 na representação em

espaço de estados do tópico anterior, tem-se a seguinte representação:

[ ��𝑥𝑦𝑦𝑧𝑧��

𝜙

𝜃𝜃𝜓

��

]

=

[ 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 9.81 0 0 00 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 −9.81 0 0 0 0 00 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0]

[ 𝑥��𝑦��𝑧��𝜙

��𝜃𝜃

𝜓

��]

+

[

0 0 0 00 0 0 00 0 0 00 0 0 00 0 0 0

−0.226 0 0 00 0 0 00 8.67 0 00 0 0 00 0 5 00 0 0 00 0 0 8.85]

[

𝑈 𝜏𝑥𝜏𝑦𝜏𝑧

]

[ 𝑥��𝑦��𝑧��𝜙

��𝜃𝜃

𝜓

��]

=

[ 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1]

[ 𝑥��𝑦��𝑧��𝜙

��𝜃𝜃

𝜓

��]

3.3 PROJETO DE CONTROLE ÓTIMO

Seguindo a metodologia de Skogestad e Postlethwait (2005), o controlador

LQG (Linear Quadratic Gaussian) consiste da simples combinação de um estimador

quadrático linear (LQE) e um regulador quadrático linear (LQR). Portanto, uma vez

33

estabelecida a dinâmica, os próximos passos consistem em verificar que as

condições de observabilidade e controlabilidade, e requisito de resposta em regime

permanente sejam satisfeitas, para então projetar o LQE e o LQR.

3.3.1 Adição Pólos na Origem

É possível incluir matematicamente pólos na origem e garantir que o erro em

regime permanente para entradas em degrau seja nulo. Com isso, para o projeto de

controle, deve-se utilizar o modelo de sistema aumentado descrito por Maia Jr. (2007),

como se segue (onde o índice i refere-se as matrizes após a inclusão do pólo na

origem):

𝐴𝑖 = [0 0𝐵 𝐴

]

𝐵𝑖 = [𝐼0]

𝐶𝑖 = [0 𝐶]

No modelo foram adicionados dois pólos na origem, para compensar o erro em

regime permanente em resposta ao degrau e a força da gravidade que não pode ser

controlada e atua constantemente no sistema.

3.3.2 Verificação de Observabilidade e Controlabilidade

Em posse do modelo matemático acima é necessário, para o projeto de um

controlador ótimo, a verificação de controlabilidade e observabilidade onde ambas as

condições devem ser completas. Essas condições podem ser facilmente verificadas

utilizando as funções:

ctrb: retorna a matriz de controlabilidade do sistema em espaço de estados;

obsv: retorna a matriz de observabilidade do sistema em espaço de

estados;

rank: retorna o número de colunas ou linhas linearmente independentes de

uma matriz cheia;

34

Com o código que se encontra no Apêndice I verifica-se que ambas as matrizes

possuem posto 20. Isso quer dizer que a matriz de controlabilidade tem todas as

linhas linearmente independentes e que a matriz de observabilidade tem todas as

colunas linearmente independentes.

3.3.3 Projeto de um Estimador Quadrático Linear

A função lqe, com a sintaxe [L,M,E] = lqe(A,G,C,W,V), retorna a matriz de

ganho L de forma que produza uma estimativa ótima �� dos estados x

(www.mathworks.com, acesso em setembro de 2014).

Para o projeto de LQE os parâmetros escolhidos foram: W=0.01*eye(20) e

V=0.01*eye(12) a critério dos autores. Pela extensão da matriz a resposta obtida não

foi incluída no corpo do texto, mas pode ser verificada a partir do código que se

encontra no Apêndice I.

3.3.4 Projeto de um Regulador Quadrático Linear

A função lqr, com a sintaxe [K,S,E] = lqr(A,B,Q,R), retorna a matriz de ganho

K, de forma que para um sistema contínuo, a lei de controle minimize a função de

custo, tornando-a ótima (www.mathworks.com, acesso em setembro de 2014).

Para o projeto de LQR os parâmetros de otimização escolhidos foram:

R=0.0001*eye(4) e Q escolhido a partir de Q=CTC, com alterações nos pesos

referentes aos estados de deslocamento e velocidade lineares no eixo z para 108, a

escolha de Q e R ficaram a critério dos autores. Pela extensão da matriz a resposta

obtida não foi incluída no corpo do texto, mas pode ser verificada a partir do código

que se encontra no Apêndice I.

3.3.5 Controlador Ótimo

Utilizando as matrizes L e K obtidas nos tópicos 3.3.3 e 3.3.4, respectivamente,

e arquitetura discutida no tópico 2.2.3, a representação do controlador é dada pelas

matrizes: Ak, Bk e Ck. Pela extensão das matrizes, que representam o espaço de

estados do controlador, a resposta obtida não foi inclusa no corpo do texto, mas pode

ser verificada a partir do código que se encontra no Apêndice I.

35

3.4 SIMULAÇÃO MATEMÁTICA

Utilizando o código que se encontra no Apêndice I e o modelo dinâmico

desenvolvido no Simulink, representado abaixo, é possível analisar a resposta do

sistema a partir do plano de voo definido no início da simulação como entrada.

Figura 15: Modelo em Simulink

Fonte: Próprios autores

A Figura 16 apresenta os sinais de referência para as 12 variáveis de estado

do sistema. Como deseja-se um sistema com movimentação suave optou-se para

que as referências de velocidade linear nos eixos x, y e z fossem nulas. Também

optou-se por referências nulas nas 6 variáveis de estado angulares para que o

sistema respondesse o mais estável possível. Assim sendo, as referências de posição

nos eixos x, y e z são as referências que possuem parâmetros alteráveis de acordo

com os requisitos de navegação.

36

Figura 16: Subsistema de referências

Fonte: Próprio autores

A Figura 17 apresenta as restrições da saída do controlador de acordo com

as equações abaixo:

{

0 < 𝑈 < 52−13 < 𝜏𝑥 < 13−13 < 𝜏𝑦 < 13

−26 < 𝜏𝑧 < 26

Figura 17: Subsistema motores

Fonte: Próprios autores

A Figura 18 apresenta as matrizes da representação em espaço de estados da

dinâmica do quadricóptero de acordo com o código que se encontra no Apêndice I. O

37

vetor ep é um vetor coluna com todos os elementos unitários e com número de linhas

igual ao da matriz ap. O vetor que representa a ação da aceleração gravitacional é

dado por [0;0;0;0;0;-9.81;0;0;0;0;0;0].

Figura 18: Subsistema Dinâmica do Quadricóptero

Fonte: Próprios autores

A Figura 19 apresenta as restrições do sensor de posição no eixo z que não

possui leituras negativas.

Figura 19: Subsistema Sensores

Fonte: Próprios autores

A Figura 20 apresenta o subsistema de vetor de estados, utilizado para extrair

as informações correspondentes as respostas das variáveis de estado ao longo do

tempo e enviar os deslocamentos lineares e angulares, utilizando o bloco Goto, para

o subsistema de simulação 3D.

38

Figura 20: Subsistema Vetor de Estados

Fonte: Próprios autores

O primeiro dado a ser estabelecido é a restrição dos motores. Quanto empuxo

ele será capaz de gerar. Aplicando um degrau unitária na variável z, retira-se os

seguintes resultados mostrados nas Figuras 21 e 22.

Figura 21: Resposta ao degrau unitário da velocidade linear no eixo z

Fonte: Próprios autores

39

Figura 22: Saídas do controlador em resposta ao degrau unitário

Fonte: Próprios autores

No gráfico da Figura 21 obtemos a velocidade máxima atingida em decolagem

é de 2,6 m/s, que é um valor razoável para VANTs de pequeno porte. Para atingir tal

velocidade o máximo empuxo requerido foi um pouco acima de 50N, e

aproximadamente 13N por motor, de acordo com o gráfico da Figura 22.

O próximo parâmetro que deve ser estabelecido é o tempo que o quadricóptero

leva para decolar e se estabilizar na altura planejada (1m). O vetor de referência,

portando, é: 𝑥 = [0; 0; 0; 0; 1; 0; 0; 0; 0; 0; 0; 0] e a resposta do sistema é descrita no

gráfico da Figura 23.

40

Figura 23: Deslocamento vertical em resposta ao degrau unitário

Fonte: Próprios autores

Analisando o gráfico da Figura 23 pode ser observado um alto overshoot,

aproximadamente 150%, com rise time de 8,125 segundos. Com o critério de 2% o

tempo de acomodação foi de 19,44 segundos.

Ao alterar o sinal de referência, para um degrau com transição em rampa, a

resposta sistema passa a ser a exposta no gráfico da Figura 24:

Figura 24: Deslocamento vertical em resposta ao novo sinal de referência

Fonte: Próprios autores

41

Analisando o gráfico da Figura 24 pode ser observado uma melhora na

resposta do sistema. O overshoot é de aproximadamente 11,1%, com rise time de 9,7

segundos, undershoot de 49% e settling time de 20,63 segundos, no critério de 2%.

3.5 SIMULAÇÃO EM AMBIENTE VIRTUAL

Para a simulação 3D foi necessária a utilização de dois blocos da biblioteca de

animação virtual do Simulink, sendo estes: Euler to VR (virtual reality) e VR Sink.

Como o sistema de coordenadas do ambiente virtual é baseado em

quaternions e a modelagem aqui exposta é baseada em ângulos de Euler se faz

necessária a conversão através do bloco Euler to VR. Enquanto o VR Sink trata os

dados de deslocamento angular e linear para os elementos a serem animados no

ambiente virtual.

Figura 25: Subsistema de simulação 3D

Fonte: Próprios autores

O V-Realm Builder foi o software utilizado para criar e editar códigos em VRML,

como segue na Figura 26.

42

Figura 26: V-Realm Builder

Fonte: Próprios autores

Ainda é possível abrir canais para animações dirigidas por sinais do ambiente

Simulink como mostrado na Figura 27.

Figura 27: Parâmetros do Bloco VR Sink

Fonte: Próprios autores

43

CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DICUSSÕES

Nesta simulação o quadricóptero recebeu comandos em dois momentos:

primeiramente o comando para pairar a uma altura predeterminada, decolagem

vertical, e em seguida um comando para se deslocar horizontalmente (determinada

pelos autores). O distúrbio possui média nula e variância de 0.01, enquanto o ruído

possui média nula e variância de 0.001, esses valores foram definidos pelos autores,

de acordo com a literatura.

Estabelecido o tempo de decolagem, é possível analisar a resposta de todas

as variáveis ao plano de voo definido.

𝑥(𝑡) = {[0; 0; 0; 0; 0.05𝑡; 0; 0; 0; 0; 0; 0; 0], 0 ≤ 𝑡 < 20[1; 0; 1; 0; 1; 0; 0; 0; 0; 0; 0; 0], 𝑡 ≥ 20

Figura 28: Deslocamento linear no eixo x

Fonte: Próprios autores

No gráfico da Figura 28 observa-se a relação entre variável de estado

deslocamento linear no eixo x em relação ao tempo. O settling time é de 5 segundos.

44

Figura 29: Velocidade linear no eixo x

Fonte: Próprios autores

No gráfico da Figura 29 observa-se a relação entre variável de estado

velocidade linear no eixo x em relação ao tempo. O valor máximo, em módulo, está

entre 0.3 e 0.35 m/s.

Figura 30: Deslocamento linear no eixo y

Fonte: Próprios autores

No gráfico da Figura 30 observa-se a relação entre variável de estado

deslocamento linear no eixo y em relação ao tempo. O settling time é de 5 segundos.

45

Figura 31: Velocidade linear no eixo y

Fonte: Próprios autores

No gráfico da Figura 31 observa-se a relação entre variável de estado

velocidade linear no eixo y em relação ao tempo. O valor máximo, em módulo, está

entre 0,3 e 0,35 m/s.

Figura 32: Deslocamento linear no eixo z

Fonte: Próprios autores

46

No gráfico da Figura 32 observa-se a relação entre variável de estado

deslocamento linear no eixo z em relação ao tempo. As características desse gráfico

são iguais aos do gráfico da Figura 24, discutido na seção 3.4.

Figura 33: Velocidade linear no eixo z

Fonte: Próprios autores

No gráfico da Figura 33 observa-se a relação entre variável de estado

velocidade linear no eixo z em relação ao tempo. O valor máximo é de 2 m/s.

Figura 34: Deslocamento angular no eixo x

Fonte: Próprios autores

47

No gráfico da Figura 34 observa-se a relação entre variável de estado

deslocamento angular no eixo x em relação ao tempo. O valor máximo, em módulo,

está entre 0,03 e 0,04 rad.

Figura 35: Velocidade angular no eixo x

Fonte: Próprios autores

No gráfico da Figura 35 observa-se a relação entre variável de estado

velocidade angular no eixo x em relação ao tempo. O valor máximo, em módulo, está

entre 0,015 e 0,2 rad/s.

48

Figura 36: Deslocamento angular no eixo y

Fonte: Próprios autores

No gráfico da Figura 36 observa-se a relação entre variável de estado

deslocamento angular no eixo y em relação ao tempo. O valor máximo, em módulo,

está entre 0,05 e 0,06 rad.

Figura 37: Velocidade angular no eixo y

Fonte: Próprios autores

49

No gráfico da Figura 37 observa-se a relação entre variável de estado

velocidade angular no eixo y em relação ao tempo. O valor máximo, em módulo, está

entre 0,15 e 0,2 rad/s.

Figura 38: Deslocamento angular no eixo z

Fonte: Próprios autores

No gráfico da Figura 38 observa-se a relação entre variável de estado

deslocamento angular no eixo z em relação ao tempo. O valor máximo, em módulo,

é de 0,04 rad.

Figura 39: Velocidade angular no eixo z

50

Fonte: Próprios autores

No gráfico da Figura 39 observa-se a relação entre variável de estado

velocidade angular no eixo z em relação ao tempo. O valor máximo, em módulo, é de

0,06 rad/s.

Os resultados obtidos mostram que o comportamento do quadricóptero está

dentro do benchmarking previsto na literatura, apresentadas nas inequações da

Figura 40. As velocidades lineares resultantes estiveram abaixo de 3 m/s. As

angulações máximas de pitch e roll ficaram abaixo de π/4 rad, e angulação máxima

de yaw ficou abaixo de π rad. As taxas angulares de pitch e roll ficaram abaixo de

0,75 rad/s, e a taxa angular de yaw ficou abaixo de 1 rad/s.

Figura 40: Restrições das variáveis

Fonte: Alexis et. al, 2011

51

CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo serão apresentadas as conclusões dos resultados obtidos e

sugestões para trabalhos futuros.

5.1 CONCLUSÃO

Os resultados obtidos mostram que a estratégia de controle LQG é uma

ferramenta poderosa, pois dentro do cenário proposto foi capaz de controlar todas as

12 variáveis, possuindo robustez a ruídos de processo e de mensuração,

comportando-se dentro das restrições utilizadas na literatura.

O dimensionamento do motor se mostrou adequado para a aplicação

atendendo as demandas do controlador sem ocorrer saturação.

A simulação 3D apresenta-se como um aspecto relevante para análise da

dinâmica global do sistema e validação do modelo proposto, uma vez que a

visualização da simulação ajuda na compreensão dos gráficos e ressalta os possíveis

comportamentos indesejados.

O modelo apresentou uma boa resposta quando submetido a variação de sua

posição mesmo com a restrição de energia inserida no projeto de obtenção do

controlador otimizado. Para o comando de deslocamento de 1m, simultaneamente,

nos eixos x e y, o sistema se acomodou em 5s.

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Desenvolver um modelo com maior precisão levando em consideração não

linearidades que foram desconsideradas neste trabalho como: as propriedades

atmosféricas, propriedades aerodinâmicas (lift, drag, side force, blade flapping),

efeitos inerciais na mudança de velocidade do motor, efeitos giroscópicos e efeito

solo.

Construir um protótipo utilizando controle embarcado open source para estudo

do comportamento real do sistema sob a estratégia de controle exposta neste

trabalho.

52

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALEXIS, K.; NIKOLAKOPOULOS, G.; TZES, A. Model Predictive Quadrotor

Control: Attitude, Altitude and Position Experimental Studies. IET Control Theory

and Applications, 2012.

ALLERTON, D. Principles of Flight Simulation. 1 ed. Reino Unido: Wiley, 2009.

AL-OMARI, M. A. R.; JARADAT, M. A.; JARRAH, M. Integrated Simulation Platform

for Indoor Quadrotor Applications. Proceedings of the 9th International Symposium

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54

APÊNDICE I

M-File para Simulção Matemática

clc clear all close all

global Ap Bp Cp Dp Ai Bi Ci Ei Qi Ri g m l Ix Iy Iz sys_ss co

controlability ob observability Wi Vi ki P ek li mi el Ak Bk Ck T

%-------------------------Parametros---------------------------------------

g=9.81; %Acelaração gravitacional m=4.4325; %Massa total do quadricóptero l=0.98; %Invergadura do quadricóptero Ix=0.113; %Momento de inércia no eixo x Iy=0.196; %Momento de inércia no eixo y Iz=0.113; %Momento de inércia no eixo z

%--------------------------------------------------------------------------

%-------------------------Modelo em Espaço de Estados----------------------

Ap=[0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 g 0 0 0; 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 -g 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0];

Bp=[0 0 0 0; 0 0 0 0; 0 0 0 0; 0 0 0 0; 0 0 0 0; -1/m 0 0 0; 0 0 0 0; 0 l/Ix 0 0; 0 0 0 0; 0 0 l/Iy 0; 0 0 0 0; 0 0 0 1/Iz];

Cp=eye(12);

Dp=zeros(12,4);

%--------------------------------------------------------------------------

%-------------------------Adicionando Pólos na Origem----------------------

Ai = [zeros(4,8) zeros(4,8); B A]; Bi = [eye(4);zeros(12,4)]; Ci = [zeros(12,4) C]; Ei = eye(16);

Ai = [zeros(4,10) zeros(4,10); Bi Ai]; Bi = [eye(4);zeros(16,4)]; Ci = [zeros(12,4) Ci]; Ei = eye(20);

%--------------------------------------------------------------------------

55

%-------------------------Verificação de Controlabilidade e Observabilidade

sys_ss=ss(Ai,Bi,Ci,zeros(12,4)); co=ctrb(sys_ss); controlability=rank(co); ob=obsv(sys_ss); observability=rank(ob);

%--------------------------------------------------------------------------

%-------------------------Projeto de Controle LQG/LTR----------------------

Qi=[0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1E8 0 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1E8 0 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1];

Ri=1e-4*eye(4); Wi=0.01*eye(20); Vi=0.01*eye(12);

[ki, P, ek] = lqr(Ai, Bi, Qi, Ri); [li, mi, el] = lqe(Ai, Ei, Ci, Wi, Vi);

Ak = Ai - Bi*ki - li*Ci; Bk = li; Ck = ki;