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Pólo Costa dos Arrecifes PDITS - Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável 127 DIAGNÓSTICO ÁREA DE PLANEJAMENTO DEFINIÇÃO MUNICÍPIOS QUE INTEGRAM O PÓLO Dentro dos preceitos definidos pelo PRODETUR II, considerando a adoção de um pólo turístico por estado, Pernambuco elegeu para integrar esta nova fase do Programa o Pólo Turístico Litoral, que recebeu a denominação de Pólo Costa dos Arrecifes. O Pólo Costa dos Arrecifes constitui um grupamento de 15 municípios contíguos entre si, e pelo Distrito Estadual de Fernando de Noronha. Os municípios distam no máximo 120 km do Centro Receptivo Principal do Estado (RECIFE) e ocupam uma faixa costeira de apenas 187 km. De uma forma geral, atuam no cenário turístico estadual de maneira complementar tanto pela visitação compartilhada como pelos atrativos e produtos turísticos oferecidos. Além dos municípios que integram a faixa litorânea, especial destaque deve ser atribuído ao Arquipélago de Fernando de Noronha, ícone ecoturístico do Estado de Pernambuco. Embora não esteja contígua aos municípios costeiros, a citada ilha integra o conjunto de atrativos complementares ao litoral, sendo visitada por grande parte de sua demanda e sofrendo todos os impactos advindos desta visitação. Integra assim, de forma real, o Pólo Turístico Litorâneo. Os municípios que integram o Pólo Costa dos Arrecifes são: § Tamandaré § Itamaracá, § Itapissuma, § Igarassu, § Goiana § Paulista, § Olinda, § Recife, § Jaboatão dos Guararapes,

REA DE PLANEJAMENTO DEFINIÇÃO - edi.bnb.gov.bredi.bnb.gov.br/content/aplicacao/prodetur/downloads/docs/pe_3_1... · Pernambuco / Morro do Pico / Regata Oceânica. Principal segmento

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DDIIAAGGNNÓÓSSTTIICCOO

ÁÁRREEAA DDEE PPLLAANNEEJJAAMMEENNTTOO –– DDEEFFIINNIIÇÇÃÃOO

MUNICÍPIOS QUE INTEGRAM O PÓLO

Dentro dos preceitos definidos pelo PRODETUR II, considerando a adoção de um pólo turístico por estado, Pernambuco elegeu para integrar esta nova fase do Programa o Pólo Turístico Litoral, que recebeu a denominação de Pólo Costa dos Arrecifes.

O Pólo Costa dos Arrecifes constitui um grupamento de 15 municípios contíguos entre si, e pelo Distrito Estadual de Fernando de Noronha. Os municípios distam no máximo 120 km do Centro Receptivo Principal do Estado (RECIFE) e ocupam uma faixa costeira de apenas 187 km. De uma forma geral, atuam no cenário turístico estadual de maneira complementar tanto pela visitação compartilhada como pelos atrativos e produtos turísticos oferecidos.

Além dos municípios que integram a faixa litorânea, especial destaque deve ser atribuído ao Arquipélago de Fernando de Noronha, ícone ecoturístico do Estado de Pernambuco. Embora não esteja contígua aos municípios costeiros, a citada ilha integra o conjunto de atrativos complementares ao litoral, sendo visitada por grande parte de sua demanda e sofrendo todos os impactos advindos desta visitação. Integra assim, de forma real, o Pólo Turístico Litorâneo.

Os municípios que integram o Pólo Costa dos Arrecifes são:

§ Tamandaré

§ Itamaracá,

§ Itapissuma,

§ Igarassu,

§ Goiana

§ Paulista,

§ Olinda,

§ Recife,

§ Jaboatão dos Guararapes,

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§ Cabo de Santo Agostinho,

§ Ipojuca,

§ Sirinhaém,

§ Rio Formoso,

§ Barreiros,

§ São José da Coroa Grande, e

§ Distrito Estadual de Fernando de Noronha.

COMPLEMENTARIDADE ENTRE OS MUNICÍPIOS DO PÓLO

O Pólo, como unidade de agrupamento e estruturação do espaço turístico, pressupõe a existência, em sua área de abrangência, de atrativos e produtos diversificados e complementares entre si interligados por uma malha de acessibilidade e deslocamento interno, segurança, infra-estrutura básica e equipamentos e serviços que facilitem o acesso, a permanência e a circulação do visitante nos diversos locais de atração turística existentes no Pólo.

Sendo o turismo uma atividade fortemente influenciada por ocorrências no ambiente externo ao sistema, como, por exemplo, desvalorização da moeda nos mercados emissores, a complementaridade dos atrativos possibilita a segmentação de produtos e mercados e a conseqüente ampliação do tempo de permanência do visitante, contribuindo assim para a diminuição da sazonalidade da demanda e ampliação dos benefícios econômicos do turismo.

Em Pernambuco, a exemplo da maioria dos estados do Nordeste, a grande variedade de atrativos culturais e naturais possibilita o desenvolvimento do turismo integrado entre municípios e com as demais atividades produtivas locais. No que concerne aos municípios que compõem o Pólo Costa dos Arrecifes, o Zoneamento do Espaço Turístico de Pernambuco, integrante da Macroestratégia do Estado, identifica as seguintes funções e segmentação do turismo:

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FUNÇÃO TURÍSTICA DOS MUNICÍPIOS DA “ZONA TURÍSTICA DO LITORAL”2 / ÁREA DE PLANEJAMENTO DO PRODETUR II

MUNICÍPIOS FUNÇÃO TURÍSTICA ATRATIVOS/ SEGMENTAÇÃO DO TURISMO

Distrito Estadual de Fernando de Noronha (*) “Pólo3 de Ecoturismo”

Arquipélago de Origem Vulcânica / Parque Nacional Marinho / Um dos melhores locais de mergulho no mundo / Atrativo Técnico-Científico / Principal Pólo de Ecoturismo de Pernambuco / Morro do Pico / Regata Oceânica. Principal segmento turístico: ecoturismo.

Goiana / Barra de Catuama Complexo Náutico-Cultural Núcleo de Excursão

Barra de Catuama / Paisagem Notável / Marinas / Esportes Náuticos. Principal segmento turístico: sol e mar/esportes náuticos. Integra roteiros náuticos culturais com Igarassu, Itamaracá, Itapissuma, Paulista, Olinda e Recife.

Igarassu (*)

Complexo Náutico-Cultural “Centro de Atração/Estadia” Núcleo de Excursão

Patrimônio Histórico-Cultural (Igreja de S. Cosme e Damião, Convento de Santo Antônio com valiosa Pinacoteca, Engenho Monjope) / Canal de Santa Cruz - Esportes Náuticos / Coroa do Avião - Estação de Observação de Aves Migratórias / Reserva Florestal Charles Darwin / Fazenda Zumbi Safári. Principal segmento turístico: cultural. Integra roteiros náuticos culturais com Goiana, Itamaracá, Itapissuma, Paulista, Olinda e Recife.

Itamaracá (*)

Complexo Náutico-Cultural “Centro de Atração/Estadia” Núcleo de Excursão

Patrimônio Histórico - Cultural (Forte Orange, Vila velha, Engenho S. João) / Paisagem notável / Esportes Náuticos / Praias / Centro do Peixe-Boi / Reserva da Biosfera -UNESCO, Buscada de São Gonçalo, Artesanato, Cultura Popular. Principal segmento turístico: sol e mar/esportes náuticos. Integra roteiros náuticos culturais com Goiana, Igarassu, Itapissuma, Paulista, Olinda e Recife.

Itapissuma (*) Complexo Náutico-Cultural Núcleo de Excursão

Canal de Santa Cruz - Esportes Náuticos / Reserva da Biosfera - UNESCO / Paisagem Notável / Mercado de Crustáceos / Buscada de São Gonçalo. Principal segmento turístico: gastronômico/contemplação de paisagem. Integra roteiros náuticos culturais com Goiana, Igarassu, Itamaracá, Paulista, Olinda e Recife.

Paulista / Maria Farinha (*)

Complexo Náutico-Cultural “Centro de Atração/Estadia” “Centro de Distribuição” Núcleo de Excursão

Esportes Náuticos / Marinas / Praias / Rio Timbó / Patrimônio Histórico-Cultural (Forte de Pau Amarelo / Igreja de N.S. do Ó) Principal segmento turístico: sol e mar/esportes náuticos. Integra roteiros náuticos culturais com Goiana, Igarassu, Itamaracá, Itapissuma, Olinda e Recife.

2 A expressão “Zona Turística”, adotada por Boullón, corresponde ao conceito de Pólo Turístico adotado pelo PRODETUR/BID/BN. 3 A expressão “Pólo Turístico” corresponde ao conceito de “Centro Turístico” de maior hierarquia, com oferta de equipamentos, serviços e atrativos diversificados e que exerce também a função de receptor e redistribuidor de fluxos na “zona” que polariza.

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MUNICÍPIOS FUNÇÃO TURÍSTICA ATRATIVOS/ SEGMENTAÇÃO DO TURISMO

Pólo Metropolitano Recife (**)

ACESSO INTERNACIONAL “Pólo Turístico” Núcleo de Excursão

Patrimônio Histórico-Cultural / Praias / Rios / Parques / Museus / Reservas Ecológicas (Dois Irmãos e Jardim Botânico) / Pólo de Serviços Turísticos e de Apoio / Carnaval / Galo da Madrugada / São João / Paixão de Cristo / Recifolia / Eventos Esportivos / Manifestações Religiosas / Atrativo Técnico-Científico. Principal segmento turístico: sol e mar / cultural / eventos e convenções/ esportes náuticos. Exerce a função de pólo receptor e redistribuidor de fluxos turísticos em todo estado de Pernambuco e para vários estados do Nordeste. Ponto de saída e retorno dos principais roteiros e circuitos comercializados pelas principais agências de turismo receptivo.

Olinda (**) “Pólo Turístico” Núcleo de Excursão

Patrimônio Natural e Cultural da Humanidade - UNESCO / Mirantes / Paisagem Notável / Carnaval / Comunidade de Artistas / Museus / Centro de Convenções / Artesanato / Cultura Popular / Parque Espaço Ciência / Praias / Manifestações Religiosas. Principal segmento turístico: cultural/contemplação de paisagem. Integra roteiros náuticos culturais com Goiana, Igarassu, Itamaracá, Itapissuma, Paulista, e Recife. Integra roteiros de excursão de meio dia comercializados pelas agências de turismo receptivo juntamente com Recife e Jaboatão.

Jaboatão dos Guararapes (*) “Pólo Turístico” Núcleo de Excursão

Praias/ Patrimônio Histórico - Cultural (Montes Guararapes) / Mirante / Paisagem Notável / Pólo de Serviços Turísticos e de Apoio. Principal segmento turístico: sol e mar/cultural. Integra roteiros de excursão de meio dia comercializados pelas agências de turismo receptivo juntamente com Recife e Olinda.

Área 2 Barreiros

Núcleo de Excursão

Praia do Porto / Ilhota do Coqueiro / Várzea do rio Una / Paisagem Notável / APA de Guadalupe. Principal segmento turístico: sol e mar/cultural. Integra roteiros de excursão de meio dia comercializados pelas agências de turismo receptivo juntamente com Recife e Olinda.

Cabo de Santo Agostinho (*)

Corredor Estadual de Apoio “Centro de Distribuição” “Centro de Atração/Estadia” Núcleo de Excursão

Litoral e relevo de extraordinária beleza com várias praias, destacando-se Gaibu, Calhetas e Itapuama, onde podem ser observadas rochas traquíticas resultantes do derramamento vulcânico do Neck localizado na Usina Ipojuca (Município de Ipojuca)/ Mirantes / Patrimônio Histórico-Cultural (Engenhos, ruínas arqueológica) / Esportes Náuticos / Hotéis de Lazer / Resort / Parque Metropolitano Armando Holanda / Reservas de Mata Atlântica / Parque Natural Estadual de Suape / Complexo Industrial Portuário de Suape. Principal segmento turístico: sol e mar / cultural / evntos e convenções. Dispõe do único resort existente em Pernambuco com mais de 300 UHs.

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MUNICÍPIOS FUNÇÃO TURÍSTICA ATRATIVOS/ SEGMENTAÇÃO DO TURISMO

Ipojuca / Porto de Galinhas (*)

“Pólo Turístico” Núcleo de Excursão

Praias de Porto de Galinhas, Serrambi, Maracaípe, Muro alto, Cupe, Toquinho / Campeonato Mundial de Surf / Um dos municípios mais antigos de Pernambuco com rico patrimônio cultural como Engenho Gaipió (Séc. XIX) e Engenho Canoas (Único do litoral que ainda produz mel e rapadura), Casario do princípio da colonização, Convento e Igreja do Santo Cristo (Séc. XVII), local de romarias e Ex-votos / Neck vulcânico da Usina Ipojuca / APA de Guadalupe. Principal segmento turístico: sol e mar. Principal destino turístico de Pernambuco, várias vezes eleito como a Praia Mais Bonita do Brasil.

Rio Formoso (**) Núcleo de Atração/Estadia Núcleo de Excursão

Rio Formoso com margens de belas e diversificadas paisagens/ Praias Fluviais/ Corredeiras / Engenhos/ Manguezais / Trilhas Ecológicas / Mirantes / Hospedagem Rural / APA de Guadalupe. Principal segmento turístico: sol e mar / ecoturismo.

São José da Coroa Grande

ACESSO INTERESTADUAL Núcleo de Atração/Estadia Núcleo de Excursão

Um dos melhores locais da costa nordestina para caça submarina (Lazer Náutico) / Praias de São José, Gravatá e Barra da Cruz / Foz do Rio Una / Manguezais. Principal segmento turístico: sol e mar.

Sirinhaém (**) Núcleo de Atração/Estadia Núcleo de Excursão

Praias de grande beleza, vasto coqueiral, destacando-se entre elas a de Guadalupe e toda área do CT- Guadalupe, de extraordinária beleza paisagística /APA de Guadalupe / Rios / Convento Santo de Antônio / Conjunto Urbano / Casa de Farinha. Principal segmento turístico: sol e mar / ecoturismo.

Tamandaré (**)

“CENTRO DE ATRAÇÃO/ESTADIA”

Núcleo de Excursão

Praias de Tamandaré e Carneiros, duas das mais belas praias do litoral pernambucano/ Forte de Santo Inácio de Loyola (Séc. XVII) único forte de construção portuguesa ainda conservado fora da RMR / Ruínas da Igreja de São José / Escola de Pesca / Marina / Mirante / APA de Guadalupe / Esola de Pesca. Principal segmento turístico: sol e mar.

Fonte: Adaptado do Anexo II da Macroestratégia de Desenvolvimento Turístico de Pernambuco, 1999. (*) Municípios que integram o Pólo Costa dos Arrecifes. (**) Municípios que integram o Pólo Costa dos Arrecifes e receberam investimentos do PRODETUR I.

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ENTRA MAPA SITUAÇÃODO PÓLO

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SELEÇÃO DE MUNICÍPIOS PARA A ÁREA DE PLANEJAMENTO DO PÓLO

Em termos de sustentabilidade o Pólo do Litoral constitui o principal produto do Estado, tendo em vista que agrega municípios que compartilham não só a infra-estrutura, mas a vocação natural para o desenvolvimento de modalidades turísticas complementares como o turismo de lazer, o turismo náutico e o ecoturismo. Exemplo disso é a dinâmica da mobilização de turistas nesta área, tendo em vista que são apenas 187Km, facilmente percorridos pelos visitantes.

A definição do PRODETUR II conceitua Pólo como grupo de municípios contíguos que têm recursos turísticos complementares, que compartilham impactos diretos e indiretos gerados pelo turismo e que concordam em desenvolver suas capacidades de gerenciamento de fluxos turísticos ou ainda, municípios não contíguos, que trabalham com um circuito de atrativos complementares, como é o caso de Fernando de Noronha.

Para se definir, dentro da área do Pólo, a área de planejamento para o PRODETUR II, tomou-se como base os seguintes critérios:

Ø Municípios que integraram o PRODETUR I e foram alvo direta ou indiretamente de seus impactos;

Ø Municípios que integram a RMR e fazem parte da mesma estrutura de planejamento influenciando física e economicamente entre si;

Ø Municípios que compartilham com outros municípios do Pólo: demanda turística, roteiros, rotas, circuitos ou pacotes comercializados, infra-estrutura de acesso, infra-estrutura básica e setores econômicos da cadeia produtiva do turismo; e

Ø Municípios que possuem forte inserção junto à demanda internacional que visita o Pólo.

Convém salientar que os critérios utilizados não são excludentes e que um município pode atender a um ou mais critérios. A seguir, apresenta-se a análise efetuada com base nos princípios estabelecidos.

a)Municípios que integraram o PRODETUR I e foram alvo direta ou indiretamente de seus impactos

Dentre os 15 municípios que integram o Pólo Costa dos Arrecifes, 06 receberam investimentos advindos do PRODETUR I, quais sejam:

• Sirinhaém

• Rio Formoso

• Tamandaré

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• Ipojuca

• Recife

• Olinda

• Paulista

Nestes municípios, foram detectados diversos efeitos de ordem direta e indireta, advindos das ações implementadas, como pode ser observado no item que trata dos impactos da primeira fase do Programa. Nestes municípios, portanto, deverão ser implementadas as ações necessárias para completar, bem como para complementar os projetos já implantados buscando-se maximizar as inversões realizadas.

b) Municípios que integram a RMR, e fazem parte da mesma estrutura de planejamento influenciando física e economicamente entre si, além de possuírem produtos turísticos compartilhados

A Região Metropolitana do Recife (RMR) está constituída por 14 municípios (Abreu e Lima, Araçoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Igarassu, Ipojuca, Itamaracá, Itapissuma, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda, Paulista, Recife e São Lourenço da Mata).

A RMR reúne em seu território costeiro os principais atrativos e equipamentos turísticos estruturados para visitação e regularmente comercializados por agências e operadoras de turismo locais e externas.

Destacam-se neste contexto, sete municípios, nos quais o turismo tem se desenvolvido ao longo das últimas décadas : Cabo de Santo Agostinho, Igarassu, Ipojuca, Itamaracá, Itapissuma, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Recife, com funções turísticas diferenciadas, as quais no conjunto, constituem uma oferta integrada e complementar.

Dentre os municípios destacados observa-se grupamentos que compartilham entre si, infra-estrutura, produtos, modalidades e demanda turística como pode ser observado no item c, a seguir.

c) Municípios que compartilham com outros municípios do Pólo: demanda turística, roteiros, rotas, circuitos ou pacotes comercializados, infra-estrutura de acesso, infra-estrutura básica e setores econômicos da cadeia produtiva do turismo

Entre os grupamentos citados no item anterior podemos citar Recife, Olinda , Paulista e Jaboatão dos Guararapes (todos integrantes da RMR) que funcionam como suporte ao parque hoteleiro ao Centro Receptivo Principal, Recife, e compartilham tanto a demanda do produto sol & mar ( lazer) quanto o produto eventos de negócios e culturais, forte marca desta região. Observa-se também a existência de uma conurbação urbana real entre os municípios citados, ensejada tanto pela sócio-economia, bem como pelo compartilhamento da infraestrutura de acessos, transportes urbanos e serviços que tornam estes municípios

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interdependentes entre si. Igarassu, Itamaracá e Itapissuma (pertencentes à RMR) dividem entre si, e com o restante da RMR, o Produto Turístico de lazer, o produto cultural e o produto turismo náutico, compartilhando também a acessibilidade rodoviária e marítima. Ações que prejudiquem os atrativos naturais , como praias e rios, que venham a ocorrer nestes municípios, (ex: despejo de resíduos líquidos ou sólidos nos corpos hídricos), impactam diretamente nos demais, pois estes estão interligados e muito próximos entre si.

Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, por sua vez, dividem a estrutura de acessos e produtos de Turismo de lazer mais qualificado bem como o ecoturismo, voltados à demanda inter-regional e internacional. Convém ressaltar que Ipojuca (Porto de Galinhas) também possui compartilhamento de demanda com Fernando de Noronha, sendo o arquipélago apoiado integralmente no ecoturismo. É interessante observar também, que tanto Recife como Natal, capital do Rio Grande do Norte, são freqüentemente comercializados em conjunto com Fernando de Noronha.

A oferta de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, também é complementada pelas áreas do município de Tamandaré, Rio Formoso e Sirinhaém, que integram o CT- Guadalupe. Tamandaré já possui diversas pousadas voltadas ao turismo de lazer e os demais municípios possuem toda uma vocação voltada ao ecoturismo, com áreas voltadas a empreendimentos de maior porte, grandes áreas livres e ocupação horizontal.. Assim como no caso de Itamaracá e municípios vizinhos, as ações que prejudiquem os atrativos naturais dos municípios do litoral sul, impactam diretamente nos demais, pois estes estão interligados e muito próximos entre si, além de compartilharem a imagem urbana e ambiental perante a demanda turística.

Dos municípios que integram o Pólo, apenas Barreiros e São José da Coroa Grande, não integram os produtos turísticos correntemente comercializados no litoral pernambucano. Barreiros, embora dotado de atrativos turísticos relevantes, são mais visitados pela demanda intra-regional que se dirige ao Pólo Interior Pernambucano, enquanto São José da Coroa Grande está mais integrado ao turismo alagoano, agregando-se ao destino Maragogi. Embora estes municípios dividam uma estrutura de acesso rodoviário com outros municípios do Pólo, não constituem passagem obrigatória para nenhum deles, como é o caso de Itapissuma com relação a Itamaracá.

É importante ressaltar que Itapissuma, ao lado de Igarassú e a Ilha de Itamaracá compõem, juntamente com os municípios de Paulista (praia de Maria Farinha) e Goiana (praia de Catuama), o maior pólo de lazer náutico do Norte/Nordeste, integrando uma reserva da biosfera atlântica, reconhecida pela UNESCO como um patrimônio da humanidade.

O potencial comercial ligado a esse turismo é grande, entretanto as perspectivas de expansão eram reprimidas em face da pouca estrutura existente, o que levou o Estado a investir quase 9 milhões de reais no Circuito Turístico Náutico, investimento que será apresentado como contrapartida ao PRODETUR II, constituído pela construção de praias, estações hidroviárias, dragagens e sinalização.

Mais de 80% da área estuarina disponível para o segmento turístico náutico está contida nos municípios de Igarassú, Itapissuma e Itamaracá, cuja via de acesso, entre outras

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provenientes de Recife, é realizada através da rodovia PE-15, triplicada, com faixa exclusiva para ônibus, sinalização e iluminação moderna, se constituindo no segundo maior aporte de recursos do atual Governo Estadual em um sistema viário, atrás apenas da duplicação da BR-232, ligando Recife a Caruaru.

O município de Itapissuma é ponto de ligação obrigatório entre Igarassú e Itamaracá. A primeira considerada detentora do terceiro maior acervo histórico e cultural do Estado , incluindo a mais antiga Igreja do Brasil entre tantas outras riquezas. A segunda uma localidade turística por excelência, dotada de lindas praias, edificações antigas e seculares, fortificações militares do período colonial, centro de visitação do projeto de conservação dos peixes-bois marinhos, entre tantas outras atrações. Por tudo isso, essas duas localidades são atrativos para os diversos roteiros turísticos que se fazem a partir de Recife.

A interligação entre Igarassú e Itamaracá é feita através de Itapissuma de uma via simples, entrecortando o por meio seu centro histórico. Durante os meses de dezembro até fevereiro varias manifestações folclóricas e festivas acontecem nessa tradicional cidade de pescadores, carnaval, procissões marítimas e tantas outras, traduzindo enormes dificuldades e gigantescos congestionamentos aos turistas que se deslocam entre as duas cidades. Desse modo, é fundamental uma intervenção que venha a solucionar essa questão, a exemplo da implantação de um pátio de eventos em área mais afastada do centro histórico de Itapissuma. Vale ressaltar também que, segundo o Inventário Turístico realizado pela Empresa de Turismo de Pernambuco - EMPETUR, o município de Itapissuma ainda não possui uma rede hoteleira para atender ao fluxo turístico. O município serve de passagem para a Ilha de Itamaracá. Os viajantes, turistas e excursionistas não ficam na cidade, mas por ela passam para atravessar a ponte e chegar à Ilha e também para acessar o circuito náutico. Outro detalhe importante que deve ser ressaltado sobre Itapissuma é a sua emancipação. A Lei Estadual nº 8.952 de 14 de maio de 1982 criou o município de Itapissuma, desmembrando-o do município de Igarassu. Itapissuma é um município relativamente novo, justificando-se, portanto, a sua falta de infra-estrutura turística. Contudo, o município tem um potencial para o desenvolvimento do turismo cultural e do ecoturismo.

d)Municípios que possuem forte inserção junto à demanda internacional que visita o Pólo

Pernambuco possui ícones ou “estrelas turísticas” que são responsáveis pela sua imagem e atratividade junto à demanda internacional, notadamente os fluxos oriundos da Europa, e que estão todos inseridos no Pólo Costa dos Arrecifes. A demanda portuguesa, por exemplo, tem como principal destino para visitação o Recife, com 28% destes turistas (Estudo de Demanda Turística internacional- Embratur, 2002). Este fato que também se confirma pelos investimentos privados assinalados nos últimos anos na região do Pólo, que provêm em parte de investidores portugueses As “estrelas” turísticas do Pólo são: Recife, Olinda, Fernando de Noronha e Porto de Galinhas.O correto tratamento em termos de infra-estrutura turística e de apoio é extremamente relevante inclusive porquê estas localidades possuem o papel de atrator e fixador desta importante parcela da demanda não só para Recife e o nordeste, mas para todo o Brasil. De acordo com o Estudo de Demanda Turística internacional- Embratur – 2002, dos turistas que visitaram Recife 93,39 % tinham intenção de voltar ao País, o que confirma que a imagem do destino ainda é favorável não obstante o

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fato de que parte desta demanda demonstrou insatisfação, principalmente com a limpeza pública, sinalização turística e segurança.

Diante do exposto, podemos resumir a seleção de municípios para integrar a área de planejamento do Pólo com o seguinte quadro:

Município

Integra a área de intervenção do PRODETUR I e

sofreu impactos do Programa

Integra a RMR e compartilha infra-

estrutura turística e sócio-econômica

com outros municípios do Pólo

Compartilha demanda, infra-

estrutura e produtos turísticos com

outros municípios do Pólo

Possui forte inserção junto à

demanda internacional que

visita o Pólo

Tamandaré

Itamaracá

Itapissuma

Igarassu

Goiana

Paulista,

Olinda

Recife

Jaboatão dos Guararapes

Cabo de Santo Agostinho

Ipojuca

Sirinhaém

Rio Formoso

Barreiros

São José da Coroa Grande

Fernando de Noronha

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Observa-se que foram selecionados os municípios que se inserem em pelo menos um dos critérios utilizados para classificação, mas a grande maioria dos municípios preenche , pelo menos, dois dos critérios elencados, confirmando a escolha indicada.

O mapa de equipamentos e serviços associados a turismo e lazer (da macroestratégia de PE) pode ser adaptado para esse propósito, transpondo inclusive os equipamentos e serviços lá citados. Inserir na figura também o valor investido por município no PRODETUR I e a ação.

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MAPA EQUIPAMENTOS

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DDIINNÂÂMMIICCAA SSOOCCIIOOEECCOONNÔÔMMIICCAA

AANNÁÁLLIISSEE DDAA DDIINNÂÂMMIICCAA EECCOONNÔÔMMIICCAA PERFIL ECONÔMICO SETORIAL E SUA EVOLUÇÃO

O perfil econômico setorial do litoral de Pernambuco apresenta como característica principal o predomínio absoluto do setor de serviços. Uma análise da distribuição do número de estabelecimentos por atividade e do número de empregados nos mesmos, demonstra a importância do setor terciário na estrutura econômica da região. Os sub-setores de comércio e serviços agrupam 86,21% dos estabelecimentos e 47,54% dos empregados. Ao se acrescentar o setor de administração pública, o percentual dos estabelecimentos sobe para 86,89% do total, somente. Entretanto, o percentual de empregados entre os três sub-setores sobe a 77,54% no litoral. A indústria de transformação representa 7,82% dos estabelecimentos e 12,56% dos empregados e a construção civil representa 3,93% e 13,72% desses dois itens. No entanto, a agricultura tem uma representatividade marginal, pois os estabelecimentos e os empregados significam 1,08% e 1,85%, respectivamente, conforme mostra a Tabela 1.1, do Anexo 1. Desta maneira, fica evidente que a estrutura econômica da região é predominantemente de serviços e que, nesse sentido, é o próprio turismo que tem contribuído de forma determinante para estruturar uma rede de serviços relativamente desenvolvida e diversificada.

Cabe, contudo, destacar, que não é somente o turismo que tem ocasionado o fortalecimento do setor serviços. Destaca-se, também, um crescente e altamente especializado setor de serviços médicos, que tem situado a cidade do Recife como o segundo Pólo Médico do Brasil, freqüentado por pacientes de todo o país e do exterior. Além desse, existe o Pólo Digital que busca estabelecer um ambiente de negócios e tende a situar Recife como um centro futuro de produção e de serviços de informática altamente especializado. Igualmente, é destacável o setor educativo universitário, o qual pode ser impulsionado e caracterizar Recife como centro mais importante em pesquisa, educação e cultura do Nordeste.

Neste sentido, Recife e a região metropolitana como um todo, apresentam tendências marcantes no seu perfil econômico, com base nas quais o PDITS estabelecerá estratégias de ação conjunta, em busca de um mútuo benefício, entre estes setores de serviços e a demanda complementar de lazer, infra-estrutura e equipamentos turísticos. De fato, os serviços médicos, de informática e de educação especializada de alto nível, não somente demandarão equipamentos e toda a logística para realizar convenções e congressos como os participantes também demandarão serviços e equipamentos de alojamento, alimentação e lazer. Da mesma maneira, o fortalecimento desses três setores de serviços ainda promoverá o turismo de negócios, incentivado pelo comércio de equipamentos e produtos médicos, de informática, pesquisa e educação especializada.

Assim como a região metropolitana apresenta uma estrutura econômica definida com predominância dos serviços, também os litorais sul e norte apresentam características econômicas que determinam as estratégias de ação para fortalecer o turismo nessas duas

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regiões. No sul, somente Cabo de Santo Agostinho e Rio Formoso apresentam um setor industrial de alguma significação, tendo sido mais favorecido, no primeiro caso, pela presença do Porto de Suape. Este já constitui um atrativo turístico e promoverá a instalação de novas indústrias, dada a perspectiva de consolidação deste porto para transferência de carga a outros estados do Nordeste, em razão de sua grande capacidade para receber navios de amplo calado. Estas características produtivas industriais e a localização do porto de Suape distinguem a sub-região com potencialidades para o turismo de negócios para o qual devem ser adequados à infra-estrutura e os serviços a fim de atender esta demanda. O Porto de Suape exigirá um tratamento de vias de acesso e infra-estrutura específicas.

SETOR PRIMÁRIO:

AGRICULTURA

A agricultura no litoral se caracteriza pela pouca diversificação de cultivos e por uma alta concentração da produção em poucos produtos. Mas, culturas permanentes distinguem-se de forma predominante: o coco-da-baía e posteriormente, a banana, pela magnitude de suas áreas plantadas. O coco representa 87,8% da área e a banana 9,25. Existem pequenas áreas com plantios de algumas frutas como manga e laranja, que representam 1,7% e 1,1% das superfícies plantadas.

Com respeito às culturas temporárias, a cana-de-açúcar, a mandioca, o feijão e o milho constituem os quatro principais plantios. A cana-de-açúcar é evidentemente a cultura predominante em área plantada, ocupando 97% da superfície; os outros 3 cultivos ocupam áreas comparativamente muito menores, possuindo na sua ordem 1,48%, 0,95% e 0,50% da superfície. Outros cultivos como arroz, abacaxi e batata doce, apresentam áreas com pouca significação produtiva e econômica. (Quadro 1.1, do Anexo 1)

O predomínio da cana-de-açúcar na ocupação das áreas agrícolas no litoral é absoluto, na medida em que a superfície deste cultivo chega a 89,8% do total da superfície ocupada pelas oito principais culturas permanentes e temporárias. As áreas plantadas em alguns municípios chegam a representar mais de 95% do total da superfície com culturas agrícolas e, na maioria dos casos, está acima de 90% da área ocupada com culturas permanentes e temporárias.

Este predomínio da monocultura da cana e a falta de diversificação da produção, decorrente, em boa medida, da concentração histórica da propriedade da terra, é uma questão fundamental a ser examinada junto a produtores, em face de um incremento da demanda de alimentos, conseqüência do desenvolvimento do turismo.

Não obstante, esse predomínio da cana-de-açúcar na ocupação do solo, entre 1985 e 2000, é registrado em um processo de mudança no uso das terras, que diminui a área plantada em cana e aumenta a área de pastagem e o rebanho efetivo de bovinos. Os municípios que mais aumentaram, proporcionalmente, o número de cabeças de gado nos seus territórios foram Goiana, Igarassu e Ipojuca, sendo que os dois primeiros tiveram uma diminuição nas áreas de cultivo de cana.

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Esses dois fatos, a concentração da cultura da cana e a mudança de uso das terras para a pecuária, têm uma importância singular para o turismo, pois se trata da ocupação predominante do solo com duas atividades econômicas que apresentam entraves e dificuldades. De um lado, a cana-de-açúcar, que embora gere o maior número de empregos na agricultura do litoral, apresenta baixos rendimentos agrícolas e pouca rentabilidade, dados os baixos preços internacionais. De outro lado, a pecuária não gera emprego e, nesse sentido, não resolve um dos principais problemas sociais do litoral de Pernambuco. Esta problemática com a cana-de-açúcar, pode constituir um fato favorável para encontrar parceiros para o turismo, tanto na disposição de terras para a construção de equipamentos e obras turísticas, como para utilização dos antigos, interessantes e belos engenhos, transformando-os em forte atrativo de fluxos turísticos.

A disposição de terras para empreendimentos turísticos e outras atividades econômicas também estaria justificada pela alta concentração da sua propriedade nos municípios, particularmente pelos engenhos de cana-de-açúcar. De fato, 47 estabelecimentos de mais de 1000 hectares ocupam 16.770.000 hectares, que representam 45,38% das terras ocupadas, enquanto que, 2.644 estabelecimentos de menos de 10 hectares, que representam 71% do total, ocupam somente 2,51% das terras. Os estabelecimentos de até 100 hectares, que representam 91% do total, ocupam somente 9,5% das terras. (Tabela 1.2, Anexo 1).

Desta forma, propõe-se que o setor agrícola da cana-de-açúcar que, por um lado, concentra a propriedade da terra e que, por outro lado, apresenta uma tendência de mudança de uso para a produção pecuária, que não gera alto lucro nem emprego, alie-se e faça parceria com o turismo para melhorar a geração da renda e os níveis de ocupação no litoral.

PECUÁRIA

A pecuária no litoral é pouco representativa tanto pela área ocupada pelos rebanhos, como pelo número dos rebanhos de todas as espécies que existem nos municípios. O rebanho bovino, que é o mais numeroso, excetuando o galináceo, atingiu um total de 40.133 cabeças em 2000, tendo aumentado em 61.5% desde 1985, quando o total era de 24.705. Este incremento se deu sobre uma mudança de uso do solo, passando da cultura da cana para a pecuária, conforme dito anteriormente.

Seguem em importância o rebanho suíno, com 31.485 cabeças, e o caprino, com 11.390. O rebanho galináceo atingiu 1.975.197 cabeças no ano 2000. (Tabela 1.3, Anexo 1).

Esses rebanhos encontram-se distribuídos em quase toda a região, porém destacam-se alguns municípios por possuir números maiores de cabeças nas diferentes espécies. Com relação ao rebanho bovino, destacam-se Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Goiana e Igarassu. Com relação ao suíno, o grande produtor do litoral é Igarassu, que possui mais de 50% do rebanho, depois Cabo e Jaboatão lhe seguem a grande distância. Em eqüinos se distinguem Igarassu, Jaboatão e Cabo e em muares, Cabo, Barreiros e Sirinhaém. O rebanho de asininos é menor e somente tem algum significado em Ipojuca e Jaboatão. Recife é o grande produtor de ovinos e divide o primeiro lugar do rebanho dos caprinos com Cabo. Em galináceos se distinguem Igarassu e Cabo com um rebanho em número aproximado e posteriormente Goiana.

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A pecuária também tem relação estreita com o turismo, tanto na produção de alimentos, como no uso dos cavalos para passeio. Um diálogo entre produtores e servidores do turismo poderia permitir o estabelecimento de um comércio mais estável desses produtos e serviços.

PESCA

Outro setor econômico de importância pela sua forte relação com o turismo em função de um diferenciado modo de vida, bem como pela própria atratividade da ação é a pesca, que se realiza de forma permanente e organizada em Colônias de Pescadores em todos os municípios do litoral. As informações fornecidas pelo IBAMA contidas na Tabela 1.4 do Anexo 1, não incluem informações sobre Barreiros nem Fernando de Noronha. Como se pode verificar, a produção pesqueira tem aumentado desde 1985 a 2000, em 43,3%, entretanto, o ritmo de crescimento diminuiu entre 1995 e 2000.

Os técnicos do Centro de Pesquisa e Extensão Pesqueira do Nordeste, do IBAMA e as lideranças de algumas das colônias entrevistadas, afirmam que o setor funciona com equipamentos e materiais de pesca bastante rudimentares o que diminui as possibilidades de um desempenho mais eficiente. Segundo os pescadores, é necessário melhorar a frota pesqueira, os materiais, os equipamentos de refrigeração e armazenamento e, sobretudo, estabelecer e garantir mercados e meios de comercialização permanentes e estáveis. Somente desta maneira o setor pesqueiro melhorará o volume e qualidade da extração e, em conseqüência, as condições de vida dos pescadores e outros envolvidos no setor.

Entretanto, grande parte das tradicionais jangadas é utilizada para passeios nas praias, restando pequeno número delas a serem usadas para as labores de pesca. Desta maneira, fica claro que os pescadores não somente estão e podem estar articulados ao turismo através do fornecimento de pescado para a tradicional demanda dos turistas que visitam as praias, mas também por meio do uso de seus barcos para passeio dos turistas. Isso pode ser realizado mediante uma padronização das lanchas e um adequado tratamento para conforto dos turistas.

SETOR SECUNDÁRIO:

INDÚSTRIA

A Indústria é um setor relativamente diversificado, embora com pouco desenvolvimento e significado na estrutura produtiva do litoral e no estado de Pernambuco como um todo. O número de estabelecimentos representa apenas 7,82% do total e os empregados somente 12,56%, sendo inferior ao número de postos de trabalho, gerados nos serviços, no comércio e na construção civil. Este último sub-setor ocupa 13,72% dos empregados.

Existe, igualmente, alta concentração das atividades industriais nos municípios da Região Metropolitana e, particularmente, no Recife. Este setor econômico está em processo de desenvolvimento no Cabo de Santo Agostinho, incentivado recentemente pela localização do Porto de Suape. Também, existe um número relativamente significativo de indústrias localizadas em Rio Formoso.

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Segundo informações da FIEPE - Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco - os produtos industrializados com maior participação a preços básicos em 1996 no Estado foram os produtos alimentares com 26,66%, as bebidas com 14,06%, a metalúrgica com 13,26% e outros gêneros com 11,66%, sendo muito expressivo o alto crescimento das bebidas, conforme demonstra a Tabela 1.5, do Anexo 1,. Ao serem cruzados esses dados com os dados sobre os principais gastos dos turistas pode-se confirmar a posição dos produtos alimentares em primeira escala, pois é exatamente esse gênero da indústria que também se destaca como principal gasto dos turistas. A maior parte destas indústrias se encontram localizadas na Região Metropolitana de Recife.

Cabe destacar que o desenvolvimento do Porto Digital e a atual localização de mais de 200 empresas do setor de informática, têm criado vantagens comparativas e uma enorme expectativa para o desenvolvimento da indústria neste gênero.

O predomínio das indústrias alimentícias e das bebidas como os dois gêneros mais importantes no litoral, demonstra que existe uma vantagem comparativa e nível de desenvolvimento suficiente para atender ao crescimento da demanda esperada com a expansão do setor turismo. Neste sentido, é necessário aproximar estes setores industriais de consumo cotidiano com os estabelecimentos de atendimento ao turismo, visando estabelecer mercados de produtos novos e abastecimentos estáveis. Da mesma forma, será necessário o diálogo e planejamento com outras indústrias domésticas que produzem artesanato, utilizando diversos materiais como têxteis, couro, cerâmica, etc.

ARTESANATO

O artesanato é altamente diversificado, de grande beleza e atração em Pernambuco. É uma atividade econômica que gera numerosos empregos e condições de subsistência a diversas famílias. Estima a AD-DIPER – Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, que existem 38.000 artesãos no Estado e que parte deles vivem e produzem artesanato em Recife e Olinda. Entretanto, não é o litoral um grande produtor do artesanato mais tradicional e conhecido do Estado e, sim, os outros centros urbanos. Caruaru é o principal e mais diversificado centro de produção e comercialização de Pernambuco, já que além da produção local da tradicional cerâmica, tecidos e palha, também são levados produtos de outras cidades reconhecidas pelo seu artesanato peculiar.

O artesanato do litoral é significativo pela produção realizada na região metropolitana, particularmente, em Recife e Olinda, onde moram artesãos que trabalham diversos materiais e produtos, tais como a pintura, talhas de madeira, metais, tecidos, vidro e cerâmica, entre outros. No litoral, os mais tradicionais são os produtos elaborados com materiais regionais como a palha de coqueiro e conchas do mar. Em razão da concentração do mercado e do fluxo turístico, em Recife, se comercializa os produtos de todas as regiões do estado de Pernambuco.

Segundo artesãos e lideranças entrevistados na Casa da Cultura do Recife, o artesanato não tem o apoio suficiente para a capacitação dos produtores, não dispõe de crédito para melhorar a sua produção e ainda são vítimas dos intermediários que pagam a preços baixos seus produtos e diminuem as possibilidades de melhorar suas pequenas rendas familiares.

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SETOR TERCIÁRIO:

O setor terciário é o principal segmento da estrutura econômica do litoral de Pernambuco, tanto no número de estabelecimentos, como na geração de emprego. No setor terciário, o comércio, os serviços e a administração pública, constituem 86,2% do número de estabelecimentos e 77,5 % dos empregados, demonstrando a importância econômica desse setor.

COMÉRCIO

O setor comercial conta com o maior número de estabelecimentos do litoral, correspondentes a 43,23% do total, sendo um pouco superior ao número de estabelecimentos do setor serviços. Entretanto, o número de empregados no comércio corresponde apenas a 13,72% do total de postos de trabalho. Uma relação entre os 27.923 estabelecimentos comerciais existentes nos municípios do litoral e os 85.620 empregos gerados, registra uma média de 3 postos de trabalho por estabelecimento, que explica que a maior parte dos estabelecimentos é de porte pequeno e são atendidos geralmente por seus donos e familiares.

O comércio apresenta na região do litoral uma grande desigualdade na qualidade e quantidade dos estabelecimentos, já que em Recife e na Região Metropolitana, não somente localiza-se o maior número destes, mas, também, encontram-se os principais centros comerciais, as cadeias de lojas de departamentos e o comércio mais especializado em produtos de alta tecnologia e sofisticação. Na região metropolitana se destacam, por seu número e tamanho, as cadeias de supermercados Bom Preço, Pão de Açúcar e Carrefour. Nas sedes dos municípios distintos a Recife, em geral, o comércio está constituído por estabelecimentos que vendem produtos alimentícios e de uso cotidiano.

Em função da dispersão dos recursos e dos atrativos turísticos em todos os municípios do litoral, é importante que o setor comércio ofereça, pelo menos em centros urbanos eqüidistantes, bens e produtos básicos de uso cotidiano do turista.

SERVIÇOS

É o sub-setor que emprega maior número de pessoas na estrutura econômica regional do litoral, devido, fundamentalmente, ao fato que a Região Metropolitana do Recife é, predominantemente, um centro de serviços diversificado. No ano 2000, estavam empregadas nesse setor 210.970 pessoas, correspondentes a 33,32% da população ocupada nos municípios da região. É importante ressaltar que sendo o número de estabelecimentos de serviços praticamente o mesmo número que os estabelecimentos comerciais, o número de pessoas empregadas no setor serviços é quase três vezes maior. Isso se explica pelo significativo número de hospitais localizados na Região Metropolitana, nos quais, por cada cama hospitalar construída, é gerado, em média, 5 empregos.

Além dos serviços pessoais, destacam-se os sub-setores médico, de informática, educativo, da administração pública e das organizações não governamentais. O denominado Pólo Médico está integrado por 320 hospitais das mais diversas especialidades que empregam

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111.000 pessoas, constituindo o segundo centro urbano de atenção médica depois de São Paulo. Somente a administração pública, que emprega 187.518 pessoas e 30% do total dos empregados no litoral, é superior ao setor médico na geração de postos de trabalho. Também na Região Metropolitana estão localizadas numerosas universidades e centros de pesquisa de excelência, nos quais trabalham professores e pesquisadores com alto nível de especialização em diversas áreas de conhecimento.

O Porto Digital, um inovador projeto de iniciativa do Governo do Estado que funciona como uma organização social sem fins lucrativos, está convertendo a cidade do Recife e o estado de Pernambuco num dos mais importantes pólos de informática do Brasil. O projeto está orientado a criar um ambiente de negócios em tecnologia da informação e comunicação, já conta com a participação de 33 empresas e a expectativa de expansão é muito positiva. Segundo cifras do Governo do Estado, somente a cidade do Recife conta com mais de 200 empresas de informática.

TURISMO

O estado de Pernambuco possui inegável vocação para o turismo, evidenciada por seus atributos naturais de alto valor cênico e paisagístico e por seu rico patrimônio cultural.

Consciente do potencial deste segmento econômico, o Governo do Estado vem atuando com a visão de que o turismo, corretamente planejado e monitorado, pode se constituir em importantes agentes de correção dos grandes desequilíbrios socioeconômicos regionais, que constituem desafios ainda por serem vencidos.

Por ser um setor dinâmico por excelência, a atividade turística está em contínua e rápida evolução, proporcionando um ritmo de crescimento que outras atividades do setor terciário e mesmo do setor industrial, não têm experimentado. Em contrapartida, tal ritmo de crescimento exige uma atuação constante e integrada do poder público no sentido de prover o ordenamento e a infra-estrutura necessária ao seu desenvolvimento sustentável, ressaltando-se que tais investimentos nem sempre acompanham a dinâmica do turismo.

Um dos segmentos do turismo que vem se destacando é o turismo de negócios. Segundo a ABIH, o turista de negócios gasta mais em média, por dia, que o de lazer, o que vem estimulando o crescimento dos investimentos no setor.

O mercado de eventos está dividido em vários segmentos. A segmentação se dá através do tamanho dos eventos, do tipo de participantes, do objetivo do encontro, entre outros. Entretanto, para o fornecedor de espaços para eventos o principal critério de segmentação do mercado está relacionado ao organizador do evento, que na maioria dos casos tem origem na associação profissional da área.

Quase toda especialidade tem uma associação e realiza um ou mais evento por ano. A maioria das associações promove eventos repetidos a intervalos regulares, anual, bi-anual, etc. A escolha do local do evento é influenciada tanto pela estrutura receptiva da cidade como pela comunidade técnica e científica existente na área. No caso do Recife, a dinâmica dos Pólos Médico e de Informática, associada à produção acadêmica das universidades e faculdades existentes na RMR vêm estimulando a captação de eventos associativos, fato

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que tem motivado a inclusão de espaços para eventos e convenções, a exemplo da tendência mundial, na maioria dos hotéis da RMR.

Esses espaços permitem não só a realização de mais de um evento simultaneamente, como também a adaptação para o tamanho do público e tipo de evento de acordo com a dimensão e altura da área disponível e utilização de divisórias retráteis, o que possibilita a realização tanto de um congresso com tradução simultânea, como de um uma feira com exibição de grandes equipamentos e também pequenas reuniões, impactando inúmeros segmentos da cadeia produtiva, envolvendo desde cultivadores de flores ornamentais até aluguel de equipamento de tradução simultânea.

Portanto o setor turismo, tanto o de sol e mar, quanto de negócios, entre outros, possui grande potencial de crescimento no Pólo. Isso será mais bem detalhado e discutido no decorrer do presente documento.

ENTIDADES FINANCEIRAS

O setor financeiro no litoral conta com 225 agências das principais entidades bancárias nacionais e regionais, porém, encontram-se altamente concentradas nos quatro principais centros urbanos da Região Metropolitana, já que entre os quatro principais municípios, somam um total de 87,8% das agências existentes na região, conforme Tabela 1.6, do Anexo 1. Um caso destacável, além do predomínio absoluto de Recife, é o de Rio Formoso que conta apenas com duas agencias bancárias, apesar do significativo número de empresas localizadas no município.

A localização dos serviços bancários e, particularmente, de caixas automáticos são de grande importância para apoio do turista. Esses equipamentos cumprem uma função determinante no fluxo de recursos, na comercialização dos produtos e, evidentemente, na dinamização econômica das atividades relacionadas diretamente com o turismo.

PRODUTO INTERNO BRUTO NOS MUNICÍPIOS

O PIB é um indicador que dimensiona a produtividade de uma determinada região. É sabido que a atividade econômica é diferenciada espacialmente, dado que se concentra em certas áreas, principalmente em centros urbanos como as regiões metropolitanas. O estado de Pernambuco, entre 1975 e 1996, foi responsável, em média, por 2,5% da produção do país. A tendência dessa participação observada no período, foi decrescente . Ela passou de 2,7%, em 1975, para 2,3% em 1996.

A estimativa do PIB requer informações acerca das riquezas geradas nos setores primário, secundário e terciário e seus sub-setores.

Os PIB´s municipais apresentados aqui estão estimados como uma proporção dos PIB´s estaduais, a partir de um rateio destes últimos. Foram selecionadas informações disponíveis

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a nível municipal que pudessem servir como referência da participação do município para cada um dos seguintes setores e sub-setores econômicos: primário, secundário, comércio, serviços de transporte e comunicação, outros serviços, governo e Instituições Financeiras.

É na utilização dessa metodologia aplicada por Andrade e Serra em seu artigo que ora apresentam-se as estimativas do PIB municipal para o Pólo Costa dos Arrecifes.

Em 1996, os municípios hoje pertencentes ao Pólo Costa dos Arrecifes no seu conjunto, foram responsáveis por 69% da produção do Estado. Isso se deve ao fato de 9 dos 16 municípios analisados pertencerem à região metropolitana de Recife. São eles: Cabo de Santo Agostinho, Igarassu, Ipojuca, Itamaracá, Itapissuma, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Recife. Nesse ano, mais de 50% da atividade econômica do estado se concentrava em Recife. Em segundo lugar em importância, destaca-se Jaboatão dos Guararapes (5,4%) e Olinda (5,3%). O restante dos municípios não ultrapassaram 1,8% da produção do estado. As menores participações no PIB dos municípios analisados no estado foram registradas em Fernando de Noronha (0,03%) e São José da Coroa Grande (0,08%). A Tabela 1.17 do Anexo 1 apresenta o PIB a Custo de Fatores a Preços de 1996.

A seguir apresenta-se tabela contendo o PIB estadual no período de 1985 a 2001:

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PERNAMBUCO

PRODUTO INTERNO BRUTO (1985-2001)

ANO MOEDA

Valor adicionado

bruto a preço básico corrente

Serviços de intermediação

financeira indiretamente

medidos

Impostos sobre produtos, líquidos

de subsídios

Produto interno bruto a preço de mercado

corrente

(+) (-) (+) 1985 Cr$ Bilhão 32.000 2.190 4.196 34.006

1986 Cz$ Milhão 87.628 3.309 11.879 96.199

1987 Cz$ Milhão 290.021 21.192 33.928 302.757

1988 Cz$ Milhão 2.128.844 162.711 219.453 2.185.587

1989 NCz$ Milhão 32.893 3.028 2.052 31.917

1990 Cr$ Milhão 848.307 85.244 81.444 844.507

1991 Cr$ Milhão 4.647.894 326.439 469.520 4.790.975

1992 Cr$ Milhão 47.852.290 5.461.709 4.607.852 46.998.433

1993 CR$ Milhão 1.066.799 145.162 78.098 999.734

1994 R$ Milhão 8.826 611 824 9.039

1995 R$ Milhão 16.506 642 1.596 17.461

1996 R$ Milhão 20.001 514 1.903 21.391

1997 R$ Milhão 21.868 469 2.040 23.439

1998 R$ Milhão 23.316 799 2.294 24.810

1999 R$ Milhão 24.164 480 2.337 26.021

2000 R$ Milhão 27.042 620 2.705 29.127

2001 R$ Milhão 29.480 808 3.052 31.725 Fonte: Ag. CONDEPE/FIDEM, IBGE/CONAC.

O Cálculo do PIB Municipal no período 1994-2001 será elaborado em detalhamento posterior.

PERFIL ECONÔMICO ESPACIAL DA ÁREA

Apresenta-se, a seguir, um panorama da situação econômica dos municípios que integram o Pólo Costa dos Arrecifes. No Anexo 1, encontram-se tabelas com informações complementares para esta análise.

DISTRITO ESTADUAL DE FERNANDO DE NORONHA

Por seu caráter de arquipélago turístico, as atividades agrícolas são muito reduzidas e somente existem pequenas culturas temporárias de feijão, milho e mandioca.

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Em relação ao seu tamanho e às próprias funções das ilhas, pode-se considerar o rebanho de bovinos, ovinos e caprinos como numeroso e, possivelmente, não conveniente para integridade ambiental dos ecossistemas. É conhecido o poder depredador da vegetação nativa por parte do gado, especialmente, das espécies caprinas.

Quanto aos estabelecimentos rurais, existe um registro de somente dois com áreas de menos de 10 hectares e 15 entre 10 e menos de 1000. Todos estes estabelecimentos aparecem com utilização das terras em pastagens.

A maior parte dos estabelecimentos se encontram no setor serviços, representando 81,7% do total, já no setor comércio se encontram 15,6%. Com referência ao número de empregados, 75,2% pertencem ao setor serviços, 20,7% ao comércio e somente 2,86% trabalham na agropecuária. É evidente que dado o predomínio do turismo como atividade principal do arquipélago, o setor terciário é predominante em estabelecimentos e número de empregados.

GOIANA

É o município do litoral com maior diversificação da agricultura. Em culturas permanentes, é o principal produtor de coco-da-baía e, também, produz várias espécies de frutas, especialmente, manga. Nas culturas temporárias, destaca-se a diminuição drástica da área plantada em cana-de-açúcar. É significativo o número de hectares plantados em feijão e milho, sendo o município principal produtor destes dois grãos no litoral. Na utilização das terras no período, entre 1985 e 1995, é notória, a diminuição total das áreas plantadas nas duas modalidades de culturas, a diminuição das áreas em descanso, o aumento das áreas com pastagens e a diminuição das matas e florestas.

Cabe destacar que além da pesca esportiva como recurso turístico, é um dos municípios com maior área de matas e florestas, as quais representam um atrativo adicional para traçar percursos e trilhas ecoturísticas.

Na pesca, o município é o principal produtor do litoral, com 18,3% da captura total, notando-se um incremento importante na produção, entre os anos 1999 e 2000.

Na pecuária, destaca-se o rebanho de bovinos e, em menor medida, o suíno e galináceo. O número do rebanho nas outras espécies não é muito significativo frente ao número destas em outros municípios.

A propriedade da terra apresenta alta concentração, já que 8 estabelecimentos entre 1000 e menos de 10.000, ocupam 70% do total das terras do município. Entretanto, 502 estabelecimentos de menos de 10 hectares, que representam 85% do total, ocupam somente 1,8% da área ocupada.

O maior número de estabelecimentos se encontra no setor comércio, com 57,5% do total e em serviços 30,4%. Desta forma, estes dois setores atingem a cifra de 87,9% do total de estabelecimentos, demonstrando o predomínio do setor terciário. Entretanto, o número maior de empregados se encontra no setor de industria de transformação, com 34,%,

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seguido do setor agropecuário com 28,1%. Estes dois setores somam 62.1%, de forma que o setor terciário neste município não é o maior gerador de postos de trabalho.

O número de estabelecimentos comerciais e de serviços representa uma base de apoio ao turismo. Entretanto, novas áreas de exploração, como a pesca esportiva e o ecoturismo, podem demandar estabelecimentos com alguma especialização.

ITAMARACÁ

Em razão da sua condição e vocação de ilha turística, com belos cenários paisagísticos, Itamaracá apresenta pouca utilização de suas terras na agricultura e na pecuária. Algumas culturas existentes em 1995, desapareceram e, no ano 2000, a única cultura permanente era o coco-da-baia, enquanto a mandioca é a única cultura temporária. Entretanto, contrariamente às expectativas, os rebanhos de bovino e caprino têm aumentado desde 1995, o que representa um risco para os ecossistemas naturais de grande potencialidade para a exploração turística.

A propriedade da terra está muito concentrada em quatro estabelecimentos, um dos quais ocupa 72,4% do território. Os outros três ocupam 21,4% da terra, de forma que estes quatro estabelecimentos representam 92,8% do total da ilha. A utilização da terra em culturas permanentes e temporárias tem diminuído de maneira notável, bem como a área de matas e florestas que, de 1985 a 1995, diminuiu 44%.

A produção pesqueira está em aumento desde 1985 e, hoje, o município é um dos principais produtores entre aqueles do litoral. Também, é um produtor importante de mel de abelha.

Os serviços e o comércio são evidentemente as principais fontes de emprego, sendo que nos serviços encontram-se 44,4% da força de trabalho e, no comércio, 38,6%. Desta forma, os dois setores geram 85% dos empregos, em decorrência do caráter turístico da ilha. A potencialidade da ilha e o aumento previsto do turismo demandarão uma melhoria dos serviços e equipamentos para atendimento dos turistas.

ITAPISSUMA

No contexto do litoral, não é um dos municípios com produção agropecuária de importância. Em culturas permanentes, somente apresenta plantações de coco-da-baía de relativa importância. Em culturas temporárias, a cana-de-açúcar e a mandioca são os destaques.

Os rebanhos de todas as espécies são reduzidos, sendo os mais significativos o bovino, suíno e caprino. É um dos produtores de mel de abelha do litoral.

A propriedade da terra rural é das menos concentradas entre os municípios litorâneos: somente existem 117 estabelecimentos, dos quais 114 ocupam menos de 10 hectares e 3 ocupam entre 10 e menos de 100. Esses três estabelecimentos ocupam 42,1 % das terras, não havendo propriedades de mais de 100 hectares.

É o segundo produtor pesqueiro do litoral depois de Goiana e apresenta uma drástica diminuição da captura entre 1999 e 2000. Nesse ano anterior, o município destacava-se de

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maneira distanciada como o primeiro produtor de peixe. Dada essa potencialidade, a pesca esportiva pode constituir um setor de importância como atividade de atração turística. Barcos e jangadas dos pescadores podem ser melhorados, padronizados e utilizados para passeios turísticos.

A distribuição setorial dos estabelecimentos é predominante nos serviços e na administração pública, que representam 39,5% e 34,3% . A indústria de transformação representa o 11,9% e o comércio 8,9%¨dos estabelecimentos. Já na distribuição setorial do emprego, a indústria de transformação é o principal gerador de postos de trabalho com 58%, seguido da administração pública com 35%. O comércio e os serviços não têm representatividade. Este é um caso entre os municípios do litoral, no qual o terciário não tem significação na geração de emprego.

Apresenta uma estrutura de comércio e de serviços apenas de bens de consumo básico, que deverão ser fortalecidos para atender a demanda ocasionada com a dinamização do turismo.

IGARASSU

Na agricultura, o município destaca-se por ser o principal produtor de laranja e de mel de abelha no litoral e um dos principais produtores de coco-da-baía. Nas culturas temporárias, é significativa a diminuição da área plantada com cana-de-açúcar e mandioca.

Na pecuária, destaca-se por ser o principal produtor de suínos e contar com um rebanho desta espécie muito superior em termos quantitativos aos demais municípios. Também, conta com o maior número de caprinos e galináceos, mostrando, desta maneira, especificidade nas atividades econômicas no contexto dos municípios do litoral.

Apresenta ao mesmo tempo a mais alta e drástica concentração da propriedade da terra, na medida em que somente um estabelecimento, com 16.700 hectares, ocupa 71,3% das terras plantadas no município. Os 403 estabelecimentos que representam 76,4% do total ocupam somente 1583 hectares, que representam 2,33% da área ocupada. Entre 1985 e 1995, as áreas plantadas em culturas permanentes e temporárias diminuíram, as pastagens cresceram e as matas e florestas também tiveram uma diminuição da sua área ocupada. Entretanto, é junto com Goiana, o município com maior área de floresta nativa no litoral, o que significa um alto potencial para exploração do ecoturismo, em áreas contíguas ou conectadas.

O maior número de estabelecimentos se encontra no setor comércio com 38,8% e nos serviços 30,1%. Entretanto, o maior número de empregados estão no setor da industria de transformação, com 68,9%, contrastando com 3,88% dos empregados na cana-de-açúcar, apesar de toda a área agrícola que ocupam.

Os estabelecimentos comerciais e de serviços constituem, atualmente, uma boa base de apoio ao turismo. Todavia, o surgimento e consolidação de novas atividades turísticas, como o ecoturismo, podem demandar estabelecimentos com alguma especialização.

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PAULISTA

É outro dos municípios da região metropolitana com um acelerado processo de urbanização, que explica o reduzido tamanho das áreas ocupadas em atividades agrícolas. Em culturas permanentes, existem algumas áreas de significado expressivo, com coco da baía e pequenas áreas com palmito e banana. Em cultura temporária, somente existe mandioca, porém a área é significativa dadas às condições do uso da terra no município.

Também, os rebanhos bovino e caprino são significativos, considerando a área que demandam. A cidade ainda destaca-se pelo número dos rebanhos suíno e galináceo.

Em 1995, existiam no território municipal 4 estabelecimentos com áreas entre 100 e 1000 hectares, que ocupavam 47,5% da terra e 135 estabelecimentos de menos de 10 hectares, ocupando 22,6% do território, sendo das menores concentrações da propriedade da terra entre os municípios do litoral.

Entre 1999 e 2000, a pesca teve um incremento de 145%, embora no contexto do litoral não seja um dos municípios com mais alta produção.

O maior número de estabelecimentos se encontra no setor serviços com 52,6%, seguido do comércio com 26,5% e da indústria de transformação com 11,4%. Entretanto, o maior número de empregados se encontram na indústria de transformação com 37,3%, seguida dos serviços, com 27,7%, da administração com 29,66% e do comércio com 11,89%. Neste caso, também, o setor terciário é predominante. Em todo caso, a indústria é muito representativa, considerando a estrutura econômica dos municípios do litoral.

O município se beneficia da integração urbana na região metropolitana para usufruir dos estabelecimentos comerciais e de serviços para atenção do turista.

OLINDA

A urbanização do território de Olinda, dada sua proximidade com Recife, extinguiu com as atividades agrícolas permanentes e temporárias. Somente pequenas áreas plantadas com coco-da-baía, mandioca e banana estavam presentes em 2000.

Com relação à pecuária, os rebanhos são, comparativamente, pequenos, embora o número de bovinos e caprinos ainda seja representativo pela área de pastagens que demandam. Também existe um número significativo de cabeças de galináceos.

Somente existiam 34 estabelecimentos rurais no ano de 2000 dos quais 2 tinham entre 10 e 100 hectares, sendo o município com menor terra agrícola ocupada e menor concentração da propriedade da terra de todo o litoral. As terras com pastagens são pequenas e as matas e florestas praticamente não existem.

A produção pesqueira ocupou o quarto lugar em volume no ano 2000, entre os municípios do litoral.

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O maior número de estabelecimentos se encontra no setor comércio, com 46% do total, seguido dos serviços com 39% e da indústria de transformação com 9,96%. Quanto ao número de empregados, o maior gerador é o setor serviços com 63,%, seguido do comércio com 10,6%, da construção civil com 9,95% e da indústria de transformação com 8,76%. Sendo o setor terciário o maior gerador de emprego, é notável o nível de postos de trabalho gerados pela construção civil.

Além do comércio e estabelecimentos de serviços instalados no município, a integração urbana e proximidade com Recife permite que Olinda conte com uma estrutura sofisticada de serviços para atenção do turista.

RECIFE

Não existem atividades agrícolas no município. Entretanto, é altamente significativo o número de cabeças de gado bovino, caprino e ovino, na medida em que ocupam grandes áreas de território na capital do Estado, em principio altamente valorizadas pela urbanização.

Existiam, em 1995, dois estabelecimentos que ocupavam 44,8% do total do território, sendo que 50 estabelecimentos que constituíam 74,6% do total, ocupavam somente 15,5% da área. Entre 1985 e 1995, as terras ocupadas por pastagens cresceram 48,6% ao mesmo tempo em que as matas e florestas diminuíram 55,8%.

A produção pesqueira tem diminuído drasticamente desde 1995, quando o município era um dos principais produtores do Estado. Entre 1999 e 2000, a diminuição foi menor, e atualmente, Recife não ocupa um lugar de destaque na extração pesqueira.

O setor serviços tem o maior número de estabelecimentos e representa 46,2% do total, seguido pelo comércio com 40,8%, o qual mostra o predomínio absoluto do setor terciário com 86,2% dos estabelecimentos. A indústria de transformação somente representa 6,8%. Entretanto, a distribuição setorial do emprego é diferente, na medida em que é a administração pública o maior empregador com 36,8%, seguido dos serviços, com 32,9% e do comércio com 14,2%. Esses três setores somam 83,9%, demonstrando que o setor terciário é predominante na geração de emprego e na estrutura econômica de Recife.

Na cidade, estão localizados os estabelecimentos comerciais e de serviços do mais alto padrão para atender ao turista, inclusive, setores como o médico, o educativo e o de informática geram de forma autônoma seu próprio fluxo turístico, tendo grandes possibilidades de expansão e consolidação como atividades econômicas principais da Capital do Estado e da Região Metropolitana.

JABOATÃO DOS GUARARAPES

Existem algumas áreas pequenas com culturas permanentes de banana, coco-da-baía e manga além de plantios significativos de cana-de-açúcar e mandioca.

Na pecuária, é igualmente significativo o número de cabeças de diferentes espécies de rebanhos, entre os quais se destacam o bovino, o suíno, o eqüino e o caprino.

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A produção pesqueira não é representativa, entretanto apresenta um volume de extração estável, entre os anos 1999 e 2000. Por outro lado, é um dos municípios produtores de mel de abelha.

Comparativamente com outros municípios do litoral, a distribuição da terra está menos concentrada, ainda que 15 estabelecimentos com área entre 100 e menos de 1000 hectares ocupem 84,2% do território municipal. Entretanto, os 423 estabelecimentos restantes com áreas até 100 hectares ocupam 14,35% da área municipal. As lavouras temporárias, que ocupam a maior parte das áreas utilizadas, tiveram uma notável diminuição devido a menor plantação de cana-de-açúcar, entre 1985 e 1995, e a urbanização do solo. Também, as pastagens, as matas e florestas tiveram uma diminuição em suas áreas em 63,1%.

O maior número de estabelecimentos estão no comércio e nos serviços com 46,4% e 38,4%, respectivamente. Entretanto, o maior número de empregados está nos serviços com 43,3%, 23,2% na indústria de transformação, 17,3% no comércio e 8,86% na administração pública. Desta forma, os serviços somam 69,46% do total de empregados, demonstrando o predomínio do setor terciário neste município urbanizado da região metropolitana.

Além do significativo número de estabelecimentos no comércio e nos serviços e de sua integração urbana com Recife, o município conta com centros comerciais de alto padrão e sofisticação, que atendem aos turistas. Entretanto, a infra-estrutura instalada nas praias, especialmente em Piedade, é altamente deficiente, encontrando-se todo tipo de carros e veículos para venda de alimentos e bebidas com péssima apresentação e estética.

CABO DE SANTO AGOSTINHO

É um município com um bom nível comparativo de diversificação das culturas permanentes, entre as quais se destaca o crescimento do coco da baía, a manga e o maracujá. Entre as culturas temporárias, destaca-se o crescimento da cana-de-açúcar e a mandioca, sendo estas duas as maiores áreas cultivadas entre os municípios do litoral.

Também, na pecuária, o município tem um rebanho diversificado em todas as espécies, sendo o que conta com maior número de cabeças os bovinos, seguidos de suínos, caprinos e galináceos.

Quanto à propriedade da terra, apresenta somente um estabelecimento entre 1000 e menos de 10.000 hectares. Porém na ocupação do solo apresenta uma grande concentração com cana-de-açúcar.

A produção pesqueira é das menores no contexto dos municípios do litoral. Entretanto, é um dos primeiros na produção de mel de abelha.

Entre os municípios não próximos de Recife, é o que apresenta maior grau de industrialização e um número representativo de empresas comerciais e de serviços. O maior número de estabelecimentos é de caráter comercial representando 47% e, posteriormente, os de serviços com 36%. Estes dois sub-setores somam 83%, demonstrando o predomínio do setor terciário na estrutura econômica municipal.

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Essa estrutura de comércio e de serviços constitui uma importante base para apoiar as atividades turísticas, entretanto, com a dinamização do Porto de Suape e o crescimento do setor industrial incentivado, será necessário atender turistas com uma demanda de serviços específicos.

IPOJUCA

No contexto do litoral, é um município que apresenta uma agricultura permanente bastante diversificada com plantações de coco-da-baía, banana e outras frutas, entre as quais, destaca-se a área plantada em manga. Nas culturas temporárias, destaca-se a cana-de-açúcar, na medida em que é a segunda área plantada no litoral e por estar ainda em processo de crescimento. Também merece destaque a área das plantações de mandioca.

Conta com o segundo rebanho de bovinos e um número significativo de cabeças de muares, suínos e galináceos. No período 1985 a 1995, todas as espécies apresentam crescimento de seus rebanhos.

A propriedade da terra apresenta menor concentração que em outros municípios, pois a maior área ocupada se encontra nos estabelecimentos entre 100 e 1000 ha, os quais, em um total de 54, ocupam 73,4% da área.

Todas as formas de utilização das terras apresentam diminuição das áreas ocupadas no período entre 1985 e 1995. As lavouras temporárias que ocupam a maior parte das terras na agricultura e nas quais a cana-de-açúcar é predominante, apresentam diminuição da área utilizada. Também, apresentam redução de áreas ocupadas as pastagens e as matas e florestas. Em princípio, haveria disponibilidade de terras para empreendimentos turísticos.

O comércio e os serviços somados representam 84,6% dos estabelecimentos, enquanto que a indústria representa somente 5,17% do total. Os serviços e o comércio representam 26,2% e 11,5% do emprego e a indústria de transformação 36,9% dos postos de trabalho no município. Nesse sentido, fica claro que os estabelecimentos industriais são de grande porte, pois a média de pessoal ocupado por estabelecimento industrial chega a 192 trabalhadores e, no comércio, a média alcança somente 6,7 pessoas por estabelecimento. De todas as formas, essa média de pessoas por estabelecimento no comércio, mostra algum nível de desenvolvimento para apoiar as atividades turísticas.

SIRINHAÉM

As principais culturas permanentes são o coco-da-baía, que se encontra em processo de diminuição da área ocupada, e a banana, em processo de crescimento. Nas culturas permanentes, destacam-se a cana-de-açúcar, cuja área plantada se mantém estável, e o feijão com grande crescimento.

Conta com rebanhos em todas as espécies, destacando-se o número de muares e, em alguma medida, os bovinos. A produção pesqueira está em crescimento desde 1995.

A propriedade da terra está concentrada em 11 grandes estabelecimentos entre 1000 a menos de 10.000 hectares, os quais ocupam 56,2% da terra e representam 4,5% do número

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de estabelecimentos. Existem, também, 18 propriedades, entre 100 e menos de 1000, que ocupam 30,6% do território. Entretanto os pequenos, menores de 10 hectares que representam 20% do total, ocupam somente 0,9%. O maior número de estabelecimentos está entre 10 e menos de 100 ha, representando 67,9% do número de propriedades e que ocupam somente 12% da área.

As lavouras permanentes e temporárias diminuíram o tamanho das áreas ocupadas, bem como as pastagens. Mantém uma importante reserva de matas e florestas que podem ser utilizadas para fazer percursos de ecoturismo.

Na distribuição dos estabelecimentos, por atividade econômica, destaca-se o comércio e os serviços com 54,4% e 29,2%, respectivamente. Somente existem 14 estabelecimentos industriais, porém é o setor econômico que mais gera emprego com 77,2% do total, o que demonstra que se trata de empresas de grande porte. Depois, segue em geração de emprego, a administração pública com 12,5% e o comércio com 3,5% do total. É outro dos poucos casos no litoral onde o emprego gerado pelo setor secundário é predominante.

Em princípio, o número de estabelecimentos comerciais e de serviços apoiam a atividade turística. Todavia o incremento da demanda deve exigir uma melhoria nos serviços prestados.

RIO FORMOSO

Apresenta uma relativa diversidade de culturas permanentes, sendo o único produtor de borracha e um dos poucos com plantações de mamão e outras frutas. Nas culturas temporárias conta com uma considerável plantação de feijão e um processo de redução drástica do cultivo de cana.

Possui cabeças em todas as espécies de rebanhos, sendo de alguma importância relativa o número de bovinos e muares.

A propriedade da terra agrícola é altamente concentrada, na medida em que 13 estabelecimentos, entre 1000 e 10.000 hectares, representam 47,5% da totalidade da área ocupada. Também, existem 50 estabelecimentos com áreas entre 100 e menos de 1000 hectares que ocupam 45,3% da terra. Por outro lado, 123 estabelecimentos de menos de 10 hectares, que representam a metade do total, unicamente ocupam 1,2% da terra.

Com referência à utilização da terra, as lavouras permanentes mantêm uma certa estabilidade no tamanho das áreas plantadas. Porém, as lavouras temporárias mostram uma diminuição de 31,8% devido às menores áreas de cultivo em cana-de-açúcar. As pastagens têm aumentado em alguma medida e as matas e florestas foram praticamente destruídas após contar com um número significativo de áreas florestadas. Em princípio, pode-se pensar que com o declínio das plantações de cana-de-açúcar, há disponibilidade de terras para empreendimentos turísticos.

Não sendo a atividade da pesca, relevante, em termos econômicos, a potencialidade do município neste setor pode permitir a consolidação da pesca esportiva como atração

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turística. Os barcos e jangadas dos pescadores também podem ser utilizados para lazer dos turistas.

A distribuição dos estabelecimentos nas distintas atividades econômicas é majoritária no comércio e nos serviços com 39,6% e 33,3%, respectivamente. A agropecuária representa 15,7% e a indústria de transformação 0,5%. Entretanto, é a indústria de transformação a que mais gera emprego, com 79,4% demonstrando que os 9 estabelecimentos industriais existentes são grandes empreendimentos. Os serviços ocupam 26,6 % dos empregados e a administração pública 10%. Neste caso, o setor secundário é, evidentemente, o principal setor econômico do município.

TAMANDARÉ

Em razão da sua recente fundação como município, não existem os dados e informações registradas para o período de análise realizado como os outros municípios.

Em culturas permanentes, conta com plantações de coco-da-baía e banana, não sendo em nenhum dos dois casos principal produtor. Em culturas temporárias tem alguma representatividade a cana-de-açúcar e o feijão, embora também tenha plantações de milho e mandioca.

Na pecuária, os rebanhos são pouco significativos no contexto dos municípios litorâneos. Somente o rebanho bovino tem um número de cabeças de alguma importância.

A produção pesqueira teve um crescimento de 22,2%, entre 1999 e 2000, sendo um produtor de nível mediano entre os municípios do litoral. A consolidação do turismo pode incrementar a pesca esportiva como atrativo adicional.

Os estabelecimentos de serviços e comércio representam 85,1% do total, sendo que cada setor significa 44,0% e 41,1%, respectivamente. Entretanto, na geração de emprego, a distribuição setorial é muito diferente, na medida em que a indústria de transformação representa 30,7% do emprego, a administração pública 22,3%, os serviços 19,1%, a agropecuária 13,7% e o comercio 9,58%. Neste sentido, é dos municípios com um maior equilibro na distribuição setorial do emprego, onde o setor terciário não é predominante.

Espera-se que com a consolidação do setor turismo no município, o comércio e os serviços sejam coerentemente fortalecidos para atender uma demanda mais especializada de produtos e serviços.

BARREIROS

O município de Barreiros caracteriza-se por uma estrutura econômica baseada no setor primário, com uma agricultura permanente de banana, em expansão, e de coco-da-baía, em decrescimento. Quanto às culturas temporárias, é predominante a cana-de-açúcar, porém com uma drástica diminuição da superfície cultivada. Planta-se, também, feijão, milho e mandioca.

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As lavouras temporárias ocupam a maior parte das terras plantadas, sendo que, em 1995, essa superfície era 10 vezes superior àquela plantada com lavouras permanentes. As terras em pastagens tiveram expansão entre 1985 e 1995, entretanto, as matas e florestas diminuíram quase a terceira parte da sua superfície no mesmo período. Porém, as áreas que ainda subsistem, podem ser um elemento para ecoturismo.

Os rebanhos por espécie são relativamente diversificados, destacando-se além do bovino os efetivos de muar e suíno. Tem uma produção anual de 250 quilogramas de mel.

A estrutura da propriedade da terra não é das mais concentradas no contexto dos municípios do litoral, já que somente existe um estabelecimento com mais de 1000 hectares.

O maior número de estabelecimentos no município é de comércio, representando 60% do total. Depois, estão os estabelecimentos de serviços que representam 23%. Desta maneira, os dois sub-setores são predominantes com 83% dos estabelecimentos. Entre as empresas com sede no município, também são majoritárias as comerciais e as de serviços, o que evidencia que o setor terciário é predominante na economia municipal. O número de estabelecimentos comerciais e de serviços indica que existe uma boa base nesses setores para apoiar a atividade turística.

SÃO JOSÉ DA COROA GRANDE

Apresenta, entre os municípios do litoral sul, a maior área de cultivo de coco-da-baía, ademais de pequenas áreas com banana e manga como culturas permanentes. Em culturas temporárias, o município tem áreas de relevância em feijão e milho, porém a cana-de-açúcar e a mandioca são, comparativamente, pequenas perante outros municípios do litoral.

Na pecuária não tem rebanhos significativos no âmbito dos municípios litorâneos, sendo de algum significado as cabeças de bovinos e muar.

Quanto à propriedade da terra, é destacável a reduzida quantidade de pequenos proprietários, já que existem somente 18 estabelecimentos de menos de 10 hectares que ocupam 0,4% da terra. Ao mesmo tempo, existem cinco estabelecimentos entre 1000 e menos de 10.000 hectares, que ocupam 62,9% do território, mostrando uma concentração considerável da propriedade. Os estabelecimentos de menos de 10 hectares e menos de 100 somam 24, o que representa 63,1% do total. Estes estabelecimentos representam unicamente 2,22% da terra ocupada.

Com respeito à utilização das terras, no período entre 1985 e 1995, destaca-se a estabilidade do número de hectares ocupados com culturas permanentes e temporárias. No mesmo período, verificou-se um considerável aumento das terras em descanso, um pequeno decrescimento das pastagens e praticamente o desaparecimento das matas e florestas, que passaram de 589 hectares a somente 11.

Na produção pesqueira São José da Coroa Grande destaca-se como um dos municípios de maior extração, somente superado por Goiana e Itapissuma. Apresenta um elevado crescimento da produção, entre 1999 e 2000. A pesca esportiva pode constituir um atrativo turístico adicional.

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O maior número de estabelecimentos encontra-se no setor comércio com 40,8% do total, seguido dos serviços com 36,8% e da agropecuária com 10,4%. Entretanto, o maior número de empregados se encontra na administração pública com 61,6%, seguido da agropecuária, com 19,0%, do comércio, com 10,5% e dos serviços, com 7,63%. Neste sentido, é um município onde o setor público é o grande empregador.

O setor comércio e de serviços é relativamente pequeno e de pouca especialização, sendo necessário seu fortalecimento para atender à demanda turística que espera-se seja incrementada.

AANNÁÁLLIISSEE SSOOCCIIAALL O presente item apresenta um diagnóstico das tendências populacionais e das condições de vida dos 15 municípios integrantes do Pólo Costa dos Arrecifes e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha. Inclui-se um conjunto de projeções populacionais para essas áreas. Estas se referem aos anos calendários compreendidos no período 2000-2020. Um conjunto de indicadores sociais que poderão ser utilizados para o acompanhamento e avaliação do êxito do PRODETUR II para a área de planejamento e análise também estão aqui incluídas.

POPULAÇÃO

Dinâmica Demográfica: 1980-2000

O Censo Demográfico de 2000 encontrou 3,2 milhões de pessoas residindo nos 15 municípios que integram a área de planejamento, o que significa 40% da população estadual. Aproximadamente 45% dessa população vivia no município do Recife, o que indica que a dinâmica da capital vai determinar a dinâmica do conjunto desses municípios. O total da população residindo nesses municípios varia de 1,4 milhões, no município de Recife, a 2 mil habitantes, como é o caso de Fernando de Noronha.

De acordo com os critérios de população urbana e rural do IBGE, essa população pode ser considerada como praticamente urbana, pois 95% dela residia nas áreas definidas como tal. Três desses municípios apresentaram a totalidade de sua população residindo nas áreas urbanas, a saber: Recife, Paulista e Fernando de Noronha. Por outro lado, nos municípios de Rio Formoso e Sirinhaém apenas 40,2% e 41,3% de suas populações, respectivamente, eram urbanas, conforme Tabela 1.7, do Anexo 1. Isto aponta para uma heterogeneidade socioeconômica desses municípios, o que poderá ser reforçado quando da avaliação de outros indicadores.

A dinâmica demográfica desses municípios segue, de uma maneira geral, a observada para o conjunto do país, ou seja, observa-se uma desaceleração no seu ritmo de crescimento. Isto é fruto da queda generalizada da fecundidade, que tem atingido todo o país, as áreas urbanas e rurais, os vários grupos sociais, etc. No âmbito municipal, um componente

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importante para a dinâmica populacional é o movimento migratório. Nos anos 80, estes parecem ter contribuído para o crescimento populacional de: Barreiros, Fernando de Noronha, Itamaracá, Jaboatão e Paulista.

Nos anos 90, essa tendência se manteve com exceção apenas de Barreiros, que teve o seu ritmo de crescimento desacelerado, principalmente, na sua área rural. Foram incluídos no grupo dos municípios “receptores”: Cabo de Santo Agostinho e São José da Coroa Grande. Em ambos os casos, o crescimento foi localizado nas áreas urbanas. É bem possível que a dinâmica desses dois municípios tenha sido afetada pelas atividades turísticas.

Por outro lado, um grupo de sete municípios experimentou, nos anos 80, um baixo crescimento populacional, que parece ter sido reflexo de uma expulsão populacional. Em cinco deles, o baixo dinamismo populacional parece ter acontecido tanto nas áreas urbanas quanto rurais. São eles: Rio Formoso, Iguarassu, São José da Coroa, Sirinhaém e Goiana. No município de Ipojuca, o baixo dinamismo foi conseqüência, principalmente, de perda de população rural. Já em Recife, um município totalmente urbanizado, este baixo dinamismo foi devido à perda de população urbana.

Durante a década de 90, a mesma tendência descrita acima foi observada para seis dos sete municípios. Apenas o município de Ipojuca reverteu a tendência mencionada. Este apresentou um crescimento de sua população urbana acentuado em virtude de uma perda de população rural expressiva. Por outro lado, Olinda juntou-se a este grupo em decorrência de baixo crescimento de sua população urbana, conforme demonstra a Tabela 1.8, do Anexo 1.

POPULAÇÃO NO PERÍODO 2000-2020

Com base nas tendências descritas acima, projetou-se a população para os 16 municípios estudados. Esta partiu da projeção da população brasileira como um todo, realizada pelo IBGE, que utiliza o método das componentes demográficas, projetando em separado, mortalidade e fecundidade. O primeiro passo foi projetar a população do estado de Pernambuco. Considerou-se que o logito da participação da população pernambucana na população do Brasil seguiria um comportamento linear:

onde:

tPEP é a população de Pernambuco no instante t,

tBRP é a população do Brasil no mesmo momento e

a e b são os parâmetros da projeção.

Para o ajuste, utilizamos os dados de 1980, 1991 e 2000.

Para projetar a população total de cada município, considerou-se cada um deles como uma das unidades que compõe o Pernambuco e utilizou-se de um procedimento similar ao

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utilizado para se obter a população do Estado. Repetindo, considerou-se que o logito da participação da população do município na população de Pernambuco seguiria um comportamento linear:

tba ii +=−

= tM

tPE

tMt

Mi

i

i PPP

lnP logito,

onde:

tMi

P é a população do i-ésimo município no instante t e

ai e bi são os parâmetros da projeção para o mesmo município.

Aqui também, utilizaram-se os dados dos Censos de 1980, 1991 e 2000. No caso particular do município de Tamandaré, que foi desmembrado de Rio Formoso, sua população foi projetada conjuntamente com a do município mãe e desagregada de acordo com a sua participação em 2000. Neste caso, não foi possível estimar uma tendência. Procedimento semelhante foi seguido para Itapissuma.

A projeção da população urbana foi feita a partir do grau de urbanização de cada município. Este foi também considerado uma função linear no logito:

tdc ii +=−

= tMU

tM

tMUt

MUii

i

i PPP

lnPlogito ,

onde:

tMU i

P é a população urbana do i-ésimo município no instante t e

ci e di são os parâmetros da projeção para a população urbana do mesmo município.

Aqui, também, os municípios que foram desmembrados foram numa primeira instância projetados conjuntamente e depois desagregados proporcionalmente aos valores de 2000. A população rural foi obtida como diferença. Os resultados encontram-se nas tabelas 1.9 e 1.10 do Anexo 1, e nos gráficos abaixo.

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Gráfico 1 - População do Pólo 2000

População Urbana

91%

População Rural9%

Gráfico 2 - População no Pólo - Projeção 2020

População Urbana

97%

População Rural3%

Observa-se a predominância da população urbana sobre a população rural, inclusive agravando-se na projeção realizada, tendência recorrente em todo o território nacional, registrando-se no Pólo o mesmo perfil da urbanização brasileira.

Com relação a população flutuante nos municípios integrantes do Pólo, como não existem dados disponíveis, este item será objeto de estudo específico elaborado com dados indiretos, provenientes da COMPESA, em estudo posterior.

CONDIÇÕES DE VIDA

Aqui serão analisadas as condições de vida da população dos 16 municípios do litoral pernambucano nas duas últimas décadas. Isso será feito através de indicadores setoriais, tais como: índice de mortalidade, esperança de vida ao nascer, nível de escolaridade, condições de domicílio (o qual analisa o acesso à água, tratamento de esgoto e coleta de lixo) e o rendimento da população estudada.

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Indicadores de Mortalidade

O gráfico abaixo, apresenta as taxas de mortalidade infantil4 para os 16 municípios considerados, Pernambuco e Brasil. É possível observar a tendência de queda para todos os municípios. Os municípios com as maiores taxas em 1991 foram São José da Coroa Grande (114,3 por 1000), Rio Formoso (114,2 por 1000) e Sirinhaém (104,1 por 1000). Em contrapartida, os menores índices foram encontrados em Paulista e Recife, ambos com 51,4 por 1000 e Olinda com 56,7 por 1000. Depois de 10 anos, não houve mudanças, no que diz respeito a classificação dos municípios. Embora com índices mais baixos, com quedas entre 31% e 33%, São José da Coroa Grande (78,6), Rio Formoso (78,5) e Sirinhaém (71,3) continuaram como os municípios de maiores taxas de mortalidade infantil. Ainda de acordo com o gráfico 3, é visível a melhora na taxa de mortalidade infantil ocorrida nesses municípios. Há indícios de que as condições de vida (habitação, higiene, limpeza e saúde) contribuíram para essa evolução, no entanto ainda necessitam de atenção e políticas que continuem a baixar essa estatística.

A redução das taxas de mortalidade para esses municípios foi reflexo de políticas sociais desenvolvidas e realizadas, principalmente na década de 90. Um dos programas era o de atenção à saúde da criança. Para isso, em 1984, o Ministério da Saúde criou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança que objetivava a redução na taxa de mortalidade infantil e diminuição da desnutrição. O Brasil participou em 1989 da Convenção Internacional pelos Direitos da Criança. Estabeleceu-se que os governos deveriam adotar medidas visando a queda da mortalidade. O Brasil se comprometeu a reduzir a mortalidade infantil de 44,7 por 1000 em 1991, para 30 óbitos a cada 1000 nascidos vivos em 2000. Segundo o resultado do último Censo Demográfico, essa taxa para o Brasil foi de 29,6 por 1000.

Mesmo com uma queda expressiva no período de 10 anos, a região Nordeste ainda apresenta índices elevados. O estado de Pernambuco em 1991 registrou uma queda de aproximadamente 33% ao longo da década. Em 1991 a taxa foi de 83,6 óbitos a cada 1000 nascidos vivos e em 2001 de 57,1, bem acima da média nacional.

4 Segundo o IBGE a taxa de mortalidade infantil é “definida como o número de óbitos de menores de um ano de idade (por mil nascidos vivos), em determinada área geográfica e período, interpreta-se como a estimativa do risco de um nascido vivo morrer durante o seu primeiro ano de vida. Altas taxas de mortalidade infantil refletem, de maneira geral, baixos níveis de saúde, de condições de vida e de desenvolvimento socioeconômico. As taxas de mortalidade infantil são geralmente classificadas em altas (50% ou mais), médias (20%-49%) e baixas (menos de 20%), em função da proximidade ou distância dos valores já alcançados pelas sociedades mais desenvolvidas ao longo do tempo. No entanto, mesmo quando as taxas de mortalidade infantil são baixas no conjunto, podem ser verificadas pronunciadas variações entre distintos segmentos da população”.

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165

GRÁFICO 1 TAXAS DE MORTALIDADE INFANTILBRASIL, PERNAMBUCO 1991 E 2001

0

20

40

60

80

100

120

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1991 2001

Brasil

Pernambuco

Barreiros

Cabo de Santo Agostinho

Fernando de Noronha

Goiana

Igarassu

Ipojuca

Itamaracá

Itapissuma

Jaboatão dos Guararapes

Olinda

Paulista

Recife

Rio Formoso

São José da Coroa Grande

Sirinhaém

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1991; Anuário Estatístico de 2000 e Ministério da Saúde (SIM)

Outro indicador bastante utilizado para avaliar as condições de vida da população é a esperança de vida ao nascer.5 Nas últimas décadas, o Brasil experimentou um aumento na esperança de vida entre 1991 e 2001, de 2,8 anos. No caso de Pernambuco, o número de anos variou de 62,4 anos para 65,9 anos, no mesmo período. O gráfico abaixo mostra a esperança de vida ao nascer para o Brasil, Pernambuco e municípios em 1991 e 2001. O ganho médio observado no período foi de três anos. Os municípios que registraram maior esperança de vida em 2001 foram Recife e Olinda, com 69,2 anos. As menores foram observadas em São José da Coroa Grande e Rio Formoso, ambos com 60,4 anos. Este resultado era esperado, pois a esperança de vida ao nascer é altamente afetada pela taxa de mortalidade infantil.

5 É o número médio de anos que um recém nascido pode esperar viver.

Gráfico 3

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166

GRÁFICO 2ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER

BRASIL, PERNAMBUCO E MUNICÍPIOS - 1991 E 2001

52

56

60

64

68

72

1991 2001

Brasil

Pernambuco

Barreiros

Cabo de Santo Agostinho

Fernando de Noronha

Goiana

Igarassu

Ipojuca

Itamaracá

Itapissuma

Jaboatão dos Guararapes

Olinda

Paulista

Recife

Rio Formoso

São José da Coroa Grande

Sirinhaém

Encontram-se, na Tabela 1.11 do Anexo 1, os valores da taxa de mortalidade infantil e esperança de vida ao nascer para os 16 municípios, o estado de Pernambuco e o Brasil, em 1991, 1999 e 2001.

Gráfico 4

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167

Condições do Domicílio

Uma outra variável considerada na análise das condições de vida da população estudada são as condições do domicílio. Para isto, considerou-se abastecimento de água, instalações sanitárias e coleta de lixo. Os dados têm como fonte os Censos Demográficos de 1991 e 2000, realizados pelo IBGE. No caso de Tamandaré, só se considerou o ano 2000, dada a não disponibilidade de dados.

Acesso à Água Encanada

A primeira variável considerada foi o acesso à água encanada. Ela foi medida pela proporção de domicílios servidos por água encanada ou não e a fonte do abastecimento.6 Embora tenha se assistido na década de 90 a uma melhoria no acesso a esses serviços, o que, certamente, está associado à queda na taxa de mortalidade infantil, ainda é elevada a proporção de domicílios em condições precárias. Por abastecimento precário, consideram-se os domicílios cuja água é não canalizada sendo proveniente, por exemplo, de carro-pipa, coleta de chuva, etc. Em 1991, o estado de Pernambuco apresentava cerca de 67% de seus domicílios com abastecimento de água razoável e 33% em condições precárias. No ano 2000, essa proporção baixou para 24%, o que pode ser considerado como uma melhora expressiva. No entanto, essa está longe de uma situação ideal e apresenta-se em condições mais desfavoráveis nas áreas rurais.

Considerando os municípios que fazem parte do PRODETUR, observa-se que em 1991, as melhores condições no abastecimento de água foram observadas em Fernando de Noronha e Recife, onde 97% e 96%, respectivamente, dos domicílios tinham abastecimento de água considerado razoável. As piores condições foram registradas em Rio Formoso (64%) e Sirinhaém, (63%). Ao longo da década, todos os municípios experimentaram uma melhora. Comparando os gráficos 5 e 6, nota-se que em 2000, mais de 60% dos domicílios em quase todos os 16 municípios foram classificados como razoáveis. As exceções foram Rio Formoso e Sirinhaém, que foram os que apresentaram as mais baixas condições. Os maiores ganhos foram observados em Ipojuca, que registrou 25% a mais de domicílios em condições razoáveis e Igarassu com 23%. Os menores ganhos foram obtidos por Jaboatão dos Guararapes, que experimentou uma queda de 1,1% e Fernando de Noronha, 0,2%.

6 Os tipos de abastecimento de água considerados foram: água encanada oriunda de rede geral, de poço ou nascente canalizada ou não, outra forma sendo proveniente de carro pipa, fonte ou nascente, da chuva, etc.

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GRÁFICO 3PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS POR TIPO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

PERNAMBUCO E MUNICÍPIOS, 1991

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0

Pernambuco

Barreiros

Cabo de Santo Agostinho

Fernando de Noronha

Goiana

Igarassu

Ipojuca

Itamaracá

Itapissuma

Jaboatão dos Guararapes

Olinda

Paulista

Recife

Rio Formoso

São José da Coroa Grande

Sirinhaém

RazoávelPrecário

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1991

GRÁFICO 4PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS POR TIPO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

PERNAMBUCO E MUNICÍPIOS, 2000

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0

Pernambuco

Barreiros

Cabo de Santo Agostinho

Fernando de Noronha

Goiana

Igarassu

Ipojuca

Itamaracá

Itapissuma

Jaboatão dos Guararapes

Olinda

Paulista

Recife

Rio Formoso

São José da Coroa Grande

Sirinhaém

RazoávelPrecário

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000

Gráfico 5 Proporção de Domicílios por Tipo de Abastecimentos de Água

Pernambuco e Municípios 1991

Gráfico 6 Proporção de Domicílios por Tipo de Abastecimentos de Água

Pernambuco e Municípios 2000

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169

Esgotamento Sanitário

Por domicílios com condições ideais de esgotamento sanitário, está se considerando aqueles servidos por esgotamento de rede geral e com fossa séptica com escoadouro. Nesse tocante, observou-se uma melhora expressiva no período, mas as condições estão ainda muito longe das desejadas. Em 1991, cerca de 26% dos domicílios do estado de Pernambuco apresentaram condições razoáveis e 74% possuíam condições precárias. Em 2000, o percentual de domicílios que tinham condições adequadas dobrou, ou seja, passou para 52%. No entanto, 48% desses ainda apresentavam condições precárias.

Em 1991, dos 16 municípios analisados, nenhum apresentou mais de 70% dos seus domicílios com instalações sanitárias consideradas boas (vide gráfico abaixo). Em 1991, Fernando de Noronha foi o que apresentou a maior proporção de domicílios nessas condições, 69%. Em contrapartida, Goiana, Itamaracá, Itapissuma, São José da Coroa Grande e Sirinhaém não alcançaram nem 1% dos seus domicílios em condições consideradas razoáveis. Segundo o Ministério da Saúde (DATASUS) “baixas coberturas estão associadas a condições favoráveis à proliferação de doenças transmissíveis decorrentes de contaminação ambiental”, fato este que é extremamente prejudicial à atividade turística.7

GRÁFICO 5PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS POR TIPO ESGOTAMENTO SANITÁRIO

PERNAMBUCO E MUNICÍPIOS, 1991

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0

Pernambuco

Barreiros

Cabo de Santo Agostinho

Fernando de Noronha

Goiana

Igarassu

Ipojuca

Itamaracá

Itapissuma

Jaboatão dos Guararapes

Olinda

Paulista

Recife

Rio Formoso

São José da Coroa Grande

Sirinhaém

RazoávelPrecário

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1991

7 Retirado do site do DATASUS: www.datasus.gov.br – em 10/09/2002.

Gráfico 7 Proporção de Domicílios por Tipo de Esgotamento Sanitário

Pernambuco e Municípios 1991

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170

GRÁFICO 6PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS POR TIPO ESGOTAMENTO SANITÁRIO

PERNAMBUCO E MUNICÍPIOS, 2000

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0

Pernambuco

Barreiros

Cabo de Santo Agostinho

Fernando de Noronha

Goiana

Igarassu

Ipojuca

Itamaracá

Itapissuma

Jaboatão dos Guararapes

Olinda

Paulista

Recife

Rio Formoso

São José da Coroa Grande

Sirinhaém

RazoávelPrecário

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000

O Censo de 2000 mostrou um sensível avanço na cobertura do esgotamento sanitário, que atingiu a todos os municípios, sem exceção. Fernando de Noronha continuou a apresentar a maior cobertura (96%) e Itamaracá e Sirinhaém, as menores (3%). Os maiores ganhos foram observados em Itapissuma e São José da Coroa Grande. Em 1991, quase a totalidade dos domicílios rurais encontrava-se em condições precárias. Em 2000, não obstante o aumento da cobertura, a proporção de domicílios precária estava em torno de 88%.

Cabe ressaltar, que há uma parcela considerável de domicílios que não têm nenhum tipo de instalação sanitária. Em 1991, observou-se para o Estado como um todo que cerca de 11% de domicílios se encontravam nessas condições. Em 2000, essa proporção caiu para 4%. Entre os municípios analisados, observou-se uma melhora na referida proporção. A maior delas foi em São José da Coroa Grande. Em 1991, 49% dos domicílios não contavam com nenhum tipo de instalação e em 2000, a referida proporção passou para 26%. Em segundo lugar, colocou-se Itamaracá, cuja proporção passou de 24% para 9% no período. No ano 2000, a mais alta proporção de domicílios sem nenhum tipo de instalação foi observada em São José da Coroa Grande (16,4%) e a mais baixa em Itapissuma (2,1%).

Gráfico 8 Proporção de Domicílios por Tipo de Esgotamento Sanitário

Pernambuco e Municípios 2000

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171

Coleta de Lixo

Um outro indicador bastante utilizado para avaliar as condições do domicílio é a coleta de lixo. É considerada uma atividade indispensável à higiene, saúde e limpeza do ambiente e dos indivíduos a sua volta. A tabela abaixo mostra o percentual de domicílios pelo tipo de coleta de lixo segundo os municípios selecionados em 1991 e 2000. O destino do lixo foi classificado como: coletado no domicílio, enterrado, queimado e outra forma. Essa última categoria inclui o lixo jogado em terreno baldio ou logradouro, jogado em rio, lago ou mar ou outro destino. Observou-se um aumento na proporção de domicílios com coleta de lixo, de 52% em 1991 para 69% em 2000, conforme Tabela 1.12, do Anexo 1.

Esse aumento beneficiou todos os municípios considerados. Em Fernando de Noronha e Itapissuma a coleta de lixo atingiu quase a totalidade dos domicílios. Em contrapartida, São José da Coroa Grande registrou a menor coleta de lixo, cerca de 11% e mais de 80% dos domicílios dão outro destino ao lixo. Em 2000, além de Fernando de Noronha e Itapissuma, Recife também quase atingiu 100% da coleta, enquanto que Itamaracá registrou apenas 37%, o único município com a coleta abaixo de 40%.

Educação

Na década de 90, verificou-se em todo o território nacional, um aumento da escolaridade da população de 7 a 14 anos. No entanto, por ser esta uma tendência recente, ainda se observa uma baixa proporção de pessoas que tem o ensino fundamental completo. Por exemplo, em 1999, a população brasileira acima de 25 anos tinha em média 5,8 anos de estudo. O estado de Pernambuco registrou uma média abaixo da nacional, 4,8 anos, segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios PNAD. Nesta seção, serão analisadas as taxas de analfabetismo e a proporção de chefes de domicílios segundo os anos de estudo completos.

Alfabetização Segundo a Situação de Domicílio (1991 e 2000)8

A proporção da população pernambucana alfabetizada cresceu entre 1991 e 2000 tanto na área urbana quanto na rural. Embora o crescimento tenha sido bem mais expressivo na área urbana, essa proporção continua bem mais baixa na área rural: 59% comparados aos 82% da área urbana. Observando os gráficos 9 e 10, nota-se que na área urbana, o crescimento se estendeu a todos os municípios. Na área rural, um município apresentou uma redução nessa proporção: Jaboatão dos Guararapes, onde esta passou de 78% para 68%.

Em Fernando de Noronha encontra-se, no ano 1991, a maior proporção de pessoas alfabetizadas, 89%. A menor proporção foi observada em São José da Coroa Grande, 61,4%. Em 2000, Fernando de Noronha continuou liderando os municípios pernambucanos com 94% de sua população alfabetizada enquanto Tamandaré assumiu a posição de mais baixa proporção de alfabetizados 64,5%.

8 Calculada para a população de 10 anos e mais de idade.

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172

GRÁFICO 7TAXA DE ALAFABETIZAÇÃO SEGUNDO A SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO

MUNICÍPIOS SELECIONADOS - 1991

0,0

10,0

20,0

30,0

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100,0P

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São

Jos

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Cor

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Siri

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m

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Urbano Rural

Fonte: IBGE, Censos Demográficos de 1991.

GRÁFICO 8TAXA DE ALFABETIZAÇÃO SEGUNDO A SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO

MUNICÍPIOS SELECIONADOS - 2000

0,0

10,0

20,0

30,0

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Urbano Rural

Fonte: IBGE, Censos Demográficos de 2000.

Gráfico 9 Taxa de Alfabetização Segundo a Situação do Domicílio

Municípios Selecionados 1991

Gráfico 10 Taxa de Alfabetização Segundo a Situação do Domicílio

Municípios Selecionados 2000

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173

Anos de estudo

A variável anos de estudo foi analisada apenas para os chefes do domicílio, dada a não divulgação desta para o resto da população no Censo de 2000. Os dados analisados permitem concluir por um aumento na escolaridade dos chefes entre 1991 e 2000. Isto ocorreu em quase todos os municípios onde se registrou o aumento do número médio de anos de estudo. Em 1991, a média de anos de estudo dos 16 municípios foi de 3,7 anos e em 2000, ela alcançou 4,6 anos. Os únicos municípios que experimentam queda foram Rio Formoso e Sirinhaém (vide gráfico abaixo).

GRÁFICO 9NÚMERO MÉDIO DE ANOS DE ESTUDO DOS CHEFES DE DOMICÍLIOS MUNICÍPIOS

SELECIONADOS 1991 E 2000

0,0

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2,0

3,0

4,0

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7,0

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Cor

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e

Siri

nhaé

m

Tam

anda

1991 2000

Fonte: IBGE/SIDRA

Além disso, observou-se uma redução expressiva na proporção da população sem instrução ou com menos de um ano de estudo em todos os municípios. A maior ocorreu em São José da Coroa Grande. Em 1991, cerca de 56% da população encontrava-se nesse grupo. Em 2000 esta proporção caiu para 34%. A menor queda foi em Paulista e Recife, que já apresentavam baixas proporções. Em 1991, estas foram de 13,4% e 14,8% e declinaram para 9,4% e 10,8%, respectivamente. Os gráficos 12 e 13 apresentam a proporção de chefes de domicílio segundo os anos de estudos.

A maior proporção da população que não concluiu o elementar (o equivalente a quatro anos de estudo completos) em 1991 foi observada em Itamaracá, 26%. A menor proporção foi verificada em Fernando de Noronha, 8,1%. Já em 2000, Tamandaré registrou a maior proporção, 29% e, novamente, Fernando de Noronha apresentou a menor. As proporções de chefes nas classes de estudo seguintes, de um modo geral, aumentaram. Em 1991, entre os chefes de domicílios que declararam ter o elementar completo e ensino

Gráfico 11 Número Médio de Anos de Estudo dos Chefes de Domicílios

Municípios Selecionados 1991 a 2000

Pólo Costa dos Arrecifes PDITS - Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável

174

fundamental incompleto (4 a 7 anos de estudo completos), a maior proporção foi observada em Cabo de Santo Agostinho, 31,2%, e a menor em Sirinhaém, 14,8%. Em 2000, os valores extremos foram encontrados em Igarassu (32,2%) e Tamandaré (20,5%).

Para os chefes de domicílio que declararam possuir o ensino fundamental completo e o ensino médio incompleto (8 a 10 anos de estudo completo), o maior ganho no período ocorreu em Igarassu, um aumento de 7%. O menor aconteceu em Fernando de Noronha. Em Fernando de Noronha, a proporção de chefes com 11 a 14 anos de estudo dobrou; foi o maior acréscimo medido para essa categoria (29%). Observa-se que para as proporções de chefes com escolaridade mais elevada, 15 anos e mais cresceu em quase todos os municípios, à exceção de Fernando de Noronha e Itapissuma.

GRÁFICO 10ANOS DE ESTUDO DOS CHEFES DE DOMICÍLIOS ACIMA DE 25 ANOS

MUNICÍPIOS SELECIONADOS, 1991

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40%

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Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1991

Gráfico 12 Anos de Estudo dos Chefes de Domicílios acima de 25 anos

Municípios Selecionados 1991

Pólo Costa dos Arrecifes PDITS - Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável

175

GRÁFICO 11ANOS DE ESTUDO DOS CHEFES DE DOMICÍLIOS ACIMA DE 25 ANOS

MUNICÍPIOS SELECIONADOS, 2000

0%

20%

40%

60%

80%

100%

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15 ou maisanos

11 a 14 anos

8 a 10 anos

4 a 7 anos

1 a 3 anos

Sem instruçãoou <1 ano

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000

Rendimento

Outra variável considerada nesse diagnóstico foi o rendimento. Assume-se que ela desempenha um papel muito importante nas condições de vida de qualquer população. Ela foi investigada para os chefes de domicílios nos Censos Demográficos de 1991 e 2000. As tabelas 1.13 e 1.14 apresentam as proporções de chefes de domicílio segundo as classes de rendimento.

Entre 1991 e 2000, observou-se uma redução na proporção de pessoas que ganhavam no máximo um salário mínimo9 (SM) em todos os municípios analisados. A maior delas foi no município de Ipojuca. Em 1991, cerca de 69% dos chefes de domicílios declararam ganhar no máximo um salário mínimo e em 2000, essa proporção reduziu-se para 46,8%. Os menores ganhos foram observados em Fernando de Noronha. Este foi o município que apresentou a maior proporção de pessoas que ganhavam mais de três salários mínimos, aproximadamente 70%. Esta foi quase o dobro da observada para Recife no mesmo ano, 38%. Essa tendência de queda também foi observada para a proporção de chefes de domicílio que ganhavam até dois salários mínimos. Nesse caso, Fernando de Noronha apresentou a maior queda. Em 1991, encontrou-se cerca de 40% dos chefes nessa classe de rendimento e em 2000, apenas 13%.

9 Em 1991, o salário mínimo vigente era de Cr$ 36.161,60 (equivalente a 194,52 reais em janeiro de 2002) e em 2000, o valor foi de R$ 151,00.

Gráfico 13 Anos de Estudo dos Chefes de Domicílios acima de 25 anos

Municípios Selecionados 2000

Pólo Costa dos Arrecifes PDITS - Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável

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Quando se analisa o rendimento médio mensal do conjunto dos chefes de domicílio, em termos de salários mínimos, entre 1991 e 2000, observa-se um aumento médio de 1,1 salários mínimos. Em 1991, o maior rendimento médio mensal dos chefes de domicílio foi observado em Recife, 4,6 salários mínimos e o segundo em Fernando de Noronha, 3,8. Já os mais baixos foram observados em Sirinhaém e Rio Formoso. No período analisado, observou-se uma mudança na hierarquia dos municípios. Em 2000, o maior rendimento mensal foi observado em Fernando de Noronha (9,0 salários mínimos), seguido de Recife (6,1 salários mínimos). Os menores ainda continuaram em Sirinhaém (1,5 salários) seguido de Rio Formoso e Barreiros (1,4 salários mínimos).

Um outro aspecto considerado foi a proporção de chefes de domicílio com rendimento insuficiente, definido pelo IBGE, como os chefes que recebem menos de 50% do salário mínimo. Em 2000, São José da Coroa Grande liderava a proporção de chefes de domicílio que ganhavam menos da metade do salário mínimo, 8,5%. Este foi seguido de Itapissuma, com 6,8%. As menores proporções foram encontradas em Fernando de Noronha, 0,2%, e Paulista, 1,3%. Por outro lado, nesse mesmo ano, os municípios de Recife e Fernando de Noronha eram responsáveis pelas maiores proporções de chefes de domicílios que declararam receber mais de 30 salários mínimos, 4,2% e 3,9%, respectivamente.

Tem-se, na verdade, um círculo vicioso em alguns municípios do Pólo, no que diz respeito à renda, escolaridade e turismo.

O nível de escolaridade em municípios, tais como Rio Formoso e Sirinhaém provocam uma ocupação trabalhista de baixo nível e um pagamento pelos serviços também baixo. Para alimentar essa roda, os serviços prestados são de baixa qualificação, o que não fomenta o desenvolvimento do turismo.

Nesses municípios, principalmente, a intervenção no segmento formação profissional deve ser caracterizada como fator que promoverá a mudança e o equilíbrio com os demais municípios do Pólo no tocante ao aspecto social e ao desenvolvimento do turismo.

Observou-se em todos os municípios estudados que a proporção de chefes de domicílios que ganham até um salário mínimo tem no máximo três anos de estudo, o equivalente ao ensino fundamental incompleto. Entre os sem instrução ou com menos de um ano de estudo, em todos os municípios predominam chefes ganhando até um salário mínimo. Uma única exceção foi observada em Fernando de Noronha, onde nessa categoria de escolaridade, predominaram chefes com rendimento entre dois a cinco salários mínimos, conforme demonstra a Tabela 1.15, do Anexo 1.

Entre os chefes que declararam ter até o ensino fundamental incompleto (sete anos de estudos), há um aumento na proporção dos que recebem de um a dois salários mínimos em detrimento das faixas mais baixas em Cabo de Santo Agostinho, Igarassu, Ipojuca e Jaboatão dos Guararapes. No caso de Fernando de Noronha, os ganhos são maiores. A faixa predominante passa a ser a de dois a cinco salários mínimos. Em oito municípios, entre as pessoas com ensino fundamental completo e ensino médio incompleto (8 a 10 anos de estudo), a categoria de rendimento modal foi a de dois a cinco salários mínimos. São

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eles: Cabo de Santo Agostinho, Fernando de Noronha, Goiana, Igarassu, Ipojuca, Jaboatão, Olinda e Paulista.

Na categoria de 11 a 14 anos de estudo, a concentração dos chefes também está na faixa de rendimento de dois a cinco salários mínimos. Isto ocorre em 13 municípios analisados. Já entre aqueles com escolaridade superior a 15 anos, a maioria recebe uma renda média mensal entre 5 a 10 salários mínimos.

Com relação aos chefes de domicílios sem rendimento, observou-se de uma maneira geral, uma relação inversa entre anos de estudo e proporção de chefes sem rendimentos. Isto só não se dá de forma clara em Barreiros, Tamandaré e São José da Coroa Grande. A proporção mais elevada de chefes sem rendimentos foi observada em Tamandaré entre os chefes que declararam ter entre 1 a 3 anos de estudo – 33,1%. Entre os chefes sem instrução ou com menos de um ano, o destaque é novamente Tamandaré, 28,1%. Entre os chefes com escolaridade mais elevada, a maior proporção de sem rendimentos foi observada e encontrada em Itapissuma, cerca de 9%.

O turismo apresenta-se como via de redução da pobreza e da desigualdade podendo alcançar mediante a geração de empregos, a ampliação de oportunidades de renda. Para que tal perspectiva torne-se realidade é necessário, no entanto, que se promovam a melhoria da qualificação profissional e o aprimoramento das relações capital-trabalho.

Indicadores Municipais

O enfoque desta seção não é mais a população, mas sim os municípios. Está se considerando, portanto, para os municípios estudados, a oferta hospitalar, o ìndice de Desenvolvimento Humano e o Índice de Condições de Vida.

No tocante ao PIB municipal, esta informação está apresentada no item anterior “Análise da Dinâmica Econômica”.

Unidades hospitalares (1992 e 2000)

Os dados apresentados nesta análise foram coletados pelo Ministério da Saúde para os anos de 1992 e 2000. Permitem medir a cobertura hospitalar e o atendimento à saúde. As unidades são classificadas em públicas, privadas e pertencentes a universidades. A Tabela 1.16 do Anexo 1, mostra o número de unidades hospitalares ao final do ano de 1992 e 2000 por rede segundo os municípios. Com exceção do distrito de Fernando de Noronha e dos municípios São José da Coroa Grande e Tamandaré, os demais contam com, pelo menos, uma unidade hospitalar, independentemente da esfera administrativa (pública, privada ou universitária).

Para o Estado como um todo, observou-se um aumento de 5,7% no número de unidades hospitalares. O aumento se deu principalmente nas esferas públicas totalizando um acréscimo no estado de 9 unidades hospitalares. Dentre essas uma em Ipojuca, uma em Jaboatão dos Guararapes uma em Olinda e duas delas em Recife. Na esfera privada houve o acréscimo de uma unidade no Cabo de Santo Agostinho.

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Apenas Recife contava com unidades hospitalares nas três esferas administrativas, e onde se verificou o maior número de unidades. Ao final do ano de 1992, lá foram contabilizadas 16 unidades na rede pública, 31 na rede particular e 4 na rede universitária. No período, foram acrescidas duas novas unidades na rede pública.

Em termos de unidades per-capita, apesar do aumento das unidades, o Estado passou a atender 1.297 pessoas a mais. Em 1991, para cada hospital eram atendidas 24.923 pessoas e em 2000, 26.220. Seguindo a mesma tendência do Estado, grande parte dos 16 municípios apresentou um aumento no contingente de pessoas atendidas por unidade hospitalar. O maior aumento foi em Paulista e o menor foi no Cabo de Santo Agostinho. Barreiros, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Rio Formoso e Sirinhaém apresentaram uma queda no atendimento por unidade hospitalar.

Indicadores Sintéticos: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e Índice de Condições de Vida (ICV).

Nesta seção, serão analisados dois índices sintéticos que medem as condições de vida dos municípios. Ambos foram calculados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD. O primeiro deles, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um indicador que combina três dimensões: a longevidade, a educação e a renda. Para sua avaliação, o índice é classificado nas seguintes categorias:

5,00 ≤−≤ MIDH - Baixo desenvolvimento humano;

8,05,0 ≤−≤ MIDH - Médio desenvolvimento humano;

18,0 ≤−≤ MIDH - Alto desenvolvimento humano.

Segundo os dados do PNUD, o IDH de Pernambuco e dos 16 municípios estudados foram classificados como tendo baixo ou médio desenvolvimento. Entre 1980 e 1991, houve uma melhora no índice, principalmente em Barreiros, Cabo de Santo Agostinho e Itamaracá que passaram de baixo para médio desenvolvimento. Isso se deve aos ganhos obtidos com a redução da mortalidade e aumentos na escolaridade e rendimentos. (Ver Quadro 1.2 do Anexo 1.

Em 1980, o estado de Pernambuco alcançou um IDH de 0,509. No início da década de 90, apresentou um crescimento de 16%, passando para 0,590. Este ganho atingiu todos os municípios analisados, com exceção de Rio Formoso. Este apresentou uma queda de 13%, devido à queda na renda. Segundo os dados do PNUD, a dimensão da renda (IDH-renda) foi de 0,589 em 1980 para 0,207 em 1991. Barreiros foi o município que obteve o maior ganho: 21%.

O Índice de Condições de Vida - ICV, como o próprio nome revela, é um indicador que avalia a qualidade de vida. É mais abrangente do que o IDH. Para sua construção, consideram-se 20 indicadores a mais nas cinco dimensões. Por exemplo, a mensuração de renda leva em conta cinco indicadores, a de educação também. Infância e habitação consideram quatro indicadores e longevidade dois.

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A sua consideração aponta para melhores condições de vida tanto no estado de Pernambuco quanto nos municípios estudados do que o IDH (vide quadro 1.3 do Anexo 1). Seguindo a mesma metodologia de análise do índice anterior, entre 1980 e 1991, com exceção de Rio Formoso, São José da Coroa Grande e Sirinhaém, o restante dos municípios passaram do grupo de baixas condições de vida para compor o de médias condições. Diferentemente do IDH, todos os municípios tiveram um crescimento no ICV, acima da média nacional de 10%. O maior aumento foi registrado em São José da Coroa Grande, cerca de 25%, passando de 0,374 para 0,568. Este foi seguido de Cabo de Santo Agostinho (24%). As menores variações foram verificadas em Recife. O referido índice passou de 0,672 para 0,747, um aumento de 11%. Em Olinda e Barreiros, a variação foi de 12%.

Os avanços ocorridos são conseqüência de vários fatores. A sensível melhora nas condições de vida e de saúde foram determinantes para o aumento da esperança de vida. Além disso, houve uma maior cobertura da educação o que influenciou o aumento do índice.

IDH para os municípios pernambucanos no ano 2000.

Dada a impossibilidade de se calcular o IDH para o ano 2000, pela não disponibilidade do conjunto total de dados, estimou-se um proxy deste com base em algumas hipóteses.

O IDH-M resulta da combinação de três dimensões:

Longevidade, medida pela esperança de vida ao nascer;

Educação, medida pela combinação entre a taxa de analfabetismo da população de 14 anos e mais, com peso 2/3, e a do número médio de anos de estudo da população de 25 anos e mais, com peso 1/3; e

Renda, medida pela renda familiar per capita média ajustada (RFPC), expressa em salários mínimos.

Para que os indicadores possam ser combinados em um índice único, eles são transformados em índices parciais, cujos valores variam entre 0 e 1. A fórmula geral para a construção desses índices é:

pior valor -or melhor valpior valor - observadovalor Índice =

Os valores limites utilizados são os seguintes:

Indicador Pior Valor Melhor Valor Unidade

Esperança de vida ao nascer 25 85 anos

Taxa de alfabetização 0 100 %

Número médio de anos de estudo 0 15 anos

Renda familiar per capita média 0,05 3 em salários mínimos

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Assim, o IDH-M do município i, cujos índices de longevidade, educação e renda são, respectivamente, ILi, IEi e IR é:

3iii IRIEIL

MIDH++

=−

Neste caso, os dados de alfabetização foram obtidos diretamente do questionário do Censo 2000. Os dados de esperança de vida foram estimados assumindo-se que o crescimento ocorrido entre 1991 e 2000 do logito da esperança de vida do Estado foi o mesmo que o ocorrido para os municípios. Os anos de estudo foram estimados utilizando-se um corretor da razão entre os anos de estudo do chefe do domicílio e dos demais membros da família estimado para o censo de 1991. Os dados de anos de estudo para o chefe da família em 2000 foram retirados do questionário do Censo 2000. Para a renda per capita familiar assumiu-se também uma relação constante no tempo entre a renda média do chefe e a renda média familiar.

Os valores dos parâmetros estimados para os municípios em 2000 são apresentados na Tabela 1.18 do Anexo 1.

Os valores para os índices de longevidade, alfabetização, anos de estudo e renda, dos municípios encontram-se na Tabela 1.19.

Finalmente, os valores dos IDH estimados para os municípios de Pernambuco estão apresentados na Tabela 1.20.

De acordo com os resultados, cinco dos dezesseis municípios podem ser caracterizados como apresentando um baixo desenvolvimento humano. Três deles já se encontravam nessa situação tanto em 1980 quanto em 1991. Tamandaré, município novo, foi incorporado a esse grupo, pelas características do município mãe, Rio Formoso. Barreiros foi classificado nessa categoria, mas o seu valor encontra-se na faixa limite. Os demais municípios continuam na faixa de médio desenvolvimento humano, com exceção de Fernando de Noronha. Este foi elevado à categoria de alto desenvolvimento, mas está também, situado numa faixa limite. Tem-se, na verdade, um círculo vicioso em alguns municípios do Pólo, no que diz respeito à renda, escolaridade e turismo.

O nível de escolaridade em municípios, tais como Rio Formoso e Sirinhaém provocam uma ocupação trabalhista de baixo nível e um pagamento pelos serviços também baixo. Para alimentar essa roda, os serviços prestados são de baixa qualificação, o que não fomenta o desenvolvimento do turismo.

Nesses municípios, principalmente, a intervenção no segmento formação profissional deve ser caracterizada como fator que promoverá a mudança e o equilíbrio com os demais municípios do Pólo no tocante ao aspecto social e ao desenvolvimento do turismo.

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CCOONNCCLLUUSSÕÕEESS EE RREECCOOMMEENNDDAAÇÇÕÕEESS

De acordo com os estudos sobre a dinâmica sócio-econômica dos municípios que integram o Pólo costa dos Arrecifes, observa-se uma grande concentração espacial das atividades econômicas em Recife e nos quatro principais municípios da Região Metropolitana, entretanto, os recursos naturais e os atrativos turísticos existentes nos municípios menos desenvolvidos do litoral, podem ser aproveitados para aumentar as oportunidades de emprego e renda para a população local, promovendo, através do turismo, um desenvolvimento mais integrado do Pólo.

O perfil econômico setorial do Pólo Costa dos Arrecifes apresenta como característica principal o predomínio absoluto do setor de serviços, os sub-setores de comércio e serviços agrupam 86,21% dos estabelecimentos e 47,54% dos empregados.. neste contexto, o turismo tem contribuído de forma determinante para estruturar uma rede de serviços relativamente desenvolvida e diversificada.

No sul, somente Cabo de Santo Agostinho e Rio Formoso apresentam um setor industrial de alguma significação, tendo sido mais favorecido, no primeiro caso, pela presença do Porto de Suape.

A agricultura no litoral se caracteriza pela pouca diversificação de cultivos e por uma alta concentração da produção em poucos produtos. Mas, culturas permanentes distinguem-se de forma predominante: o coco-da-baía e posteriormente, a banana, pela magnitude de suas áreas plantadas.

O predomínio da cana-de-açúcar na ocupação das áreas agrícolas no litoral é absoluto, na medida em que a superfície deste cultivo chega a 89,8% do total da superfície ocupada pelas oito principais culturas permanentes e temporárias. Seria altamente indicado que a os proprietários das áreas deste cultivo que concentra a propriedade da terra alie-se e faça parceria com o turismo para melhorar a geração da renda e os níveis de ocupação no litoral.

A pecuária no litoral é pouco representativa tanto pela área ocupada pelos rebanhos, como pelo número dos rebanhos de todas as espécies que existem nos municípios.

Outro setor econômico de importância pela sua forte relação com o turismo em função de um diferenciado modo de vida, bem como pela própria atratividade da ação é a pesca, que se realiza de forma permanente e organizada em Colônias de Pescadores em todos os municípios, embora necessite de ações de fomento e organização.

Quanto ao setor industrial, embora pouco expressivo, o predomínio das indústrias alimentícias e das bebidas no litoral, demonstra que existe uma vantagem comparativa e nível de desenvolvimento suficiente para atender ao crescimento da demanda esperada com a expansão do setor turismo. Neste sentido, é necessário aproximar estes setores industriais de consumo cotidiano com os estabelecimentos de atendimento ao turismo, estudando-se a cadeia do turismo local, visando estabelecer mercados de produtos novos e abastecimentos estáveis. Da mesma forma, será necessário o diálogo e planejamento com

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outras indústrias domésticas que produzem artesanato, utilizando diversos materiais como têxteis, couro, cerâmica, etc.

O artesanato do litoral é significativo pela produção realizada na região metropolitana, particularmente, em Recife e Olinda, onde moram artesãos que trabalham diversos materiais e produtos, tais como a pintura, talhas de madeira, ente outras.

Quanto á análise social, o Censo Demográfico de 2000 encontrou 3,2 milhões de pessoas residindo nos 15 municípios que integram a área de planejamento, o que significa 40% da população estadual. Aproximadamente 45% dessa população vivia no município do Recife, o que indica que a dinâmica da capital vai determinar a dinâmica do conjunto desses municípios. O total da população residindo nesses municípios varia de 1,4 milhões, no município de Recife, a 2 mil habitantes, como é o caso de Fernando de Noronha.

De acordo com os critérios de população urbana e rural do IBGE, essa população pode ser considerada como praticamente urbana, pois 95% dela residia nas áreas definidas como tal.

No tocante à taxa de mortalidade infantil para os 16 municípios considerados, observa-se entre 1991 e 2000, uma tendência de queda para todos os municípios. Os municípios com as maiores taxas em 1991 foram São José da Coroa Grande, Rio Formoso e Sirinhaém. Em contrapartida, os menores índices foram encontrados em Paulista e Recife. A redução das taxas de mortalidade para esses municípios foi reflexo de políticas sociais desenvolvidas e realizadas, principalmente na década de 90.

As melhores condições no abastecimento de água foram observadas em Fernando de Noronha e Recife, onde 97% e 96%, respectivamente, dos domicílios tinham abastecimento de água considerado razoável. As piores condições foram registradas em Rio Formoso (64%) e Sirinhaém, (63%). O Censo de 2000 mostrou um sensível avanço na cobertura do esgotamento sanitário, que atingiu a todos os municípios, sem exceção. Fernando de Noronha continuou a apresentar a maior cobertura (96%) e Itamaracá e Sirinhaém, as menores (3%). Quanto á coleta de lixo houve, entre 1991 e 2000 uma melhoria nos serviços que beneficiou todos os municípios considerados. Em Fernando de Noronha e Itapissuma a coleta de lixo atingiu quase a totalidade dos domicílios. Em contrapartida, São José da Coroa Grande registrou a menor coleta de lixo, cerca de 11% e mais de 80% dos domicílios dão outro destino ao lixo. Em 2000, além de Fernando de Noronha e Itapissuma, Recife também quase atingiu 100% da coleta, enquanto que Itamaracá registrou apenas 37%, o único município com a coleta abaixo de 40%. Tal fato necessita de cuidados e atenção especial, visto que da coleta deficiente é extremamente danosa para a imagem urbana de um destino.

Quanto á educação, observou-se uma redução expressiva na proporção da população sem instrução ou com menos de um ano de estudo em todos os municípios, no período considerado. A maior proporção da população que não concluiu o elementar em 2000, foi em Tamandaré registrou, 29% e, Fernando de Noronha apresentou a menor.

Quanto aos índices de qualidade de vida (IDH e ICV), cinco dos dezesseis municípios(Rio Formoso, São José da Coroa Grande, Sirinhaém, Iipojuca e Igarassu)podem ser

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caracterizados como apresentando um baixo desenvolvimento humano. Três deles, Rio Formoso, São José da Coroa Grande e Sirinhaém, já se encontravam nessa situação tanto em 1980 quanto em 1991. Tamandaré, município novo, foi incorporado a esse grupo, pelas características do município mãe, Rio Formoso. Barreiros foi classificado nessa categoria, mas o seu valor encontra-se na faixa limite. Os demais municípios estão na faixa de médio desenvolvimento humano, com exceção de Fernando de Noronha. Este foi elevado à categoria de alto desenvolvimento, mas está também, situado numa faixa limite.

De uma forma geral pode-se concluir que o Recife e Fernando de Noronha caracterizam-se como os municípios que apresentam melhores condições sócio-econômicas e que os demais municípios, apresentam demandas setoriais em diversas áreas importantes ao seu desenvolvimento, principalmente no tocante ao turismo, que devem ser sanados. Não obstante deve ser ressaltado que alguns problemas, devido à sua magnitude e abrangência, assim como o saneamento ambiental, carecem de um alto montante de recursos e soluções técnicas muitas vezes complexas, o que deve ser viabilizado por fontes específicas, atuando complementarmente ao PRODETUR.

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IINNFFRRAA--EESSTTRRUUTTUURRAA

O turismo no litoral pernambucano, assim como em outros estados litorâneos do Brasil, tem sofrido com inúmeros problemas, principalmente do ponto de vista de infra-estrutura. Apesar do crescimento do número de empregos e a melhoria da economia da região, o aumento da densidade populacional, nesses locais, tem tido como conseqüência impactos negativos em diversas áreas, tanto ecológicas quanto sociais.

Em praticamente todo o mundo, grande parte da população costuma tirar férias em locais relacionados com água, como praias, proximidades de lagos, estâncias, hidroviárias ou afins. Os turistas são atraídos pela beleza natural que o local oferece e pelos eventos esportivos e recreativos. Quanto maior a quantidade de praias pouco exploradas, maior o interesse turístico. Entretanto, esse contingente de turistas, principalmente no verão, aumenta a poluição das praias com lixo, a demanda por água e, conseqüentemente, a geração de esgotos. Um município não preparado para esse afluxo populacional sofrerá sérias conseqüências, uma vez que o turista, decepcionado com falta de saneamento básico, tenderá a não voltar ao local iniciando uma trajetória de declínio que será responsável, em longo prazo, pelo prejuízo do comércio local e setor de hotelaria.

O saneamento básico é um dos principais problemas enfrentados pelos municípios pernambucanos inseridos ou não no PDITS, além de muitos outros nacionais. Nesses municípios, a maior parte do esgoto corre a céu aberto e deságua nas praias. Em épocas de chuvas, grande parte do lixo é levada em direção ao mar, aumentando a incidência de doenças e contaminação ambiental.

A importância do saneamento e sua associação com a saúde humana e o meio ambiente remonta à Antiguidade. A utilização do saneamento como instrumento de promoção da saúde pública pressupõe a superação dos entraves tecnológicos, políticos e gerenciais que têm dificultado a extensão dos benefícios aos residentes em áreas rurais, municípios e localidades de pequeno porte (FUNASA - Fundação Nacional de Saúde, 1999).

AVALIAÇÃO DOS INVESTIMENTOS EM INFRA-ESTRUTURA REALIZADOS NO PRODETUR I

INVESTIMENTOS EM SANEAMENTO E ENERGIA

Os investimentos voltados para saneamento foram concentrados em duas áreas. A primeira, que consumiu por volta de 60% do total investido, correspondeu ao município de Rio Formoso. A outra parcela principal, onde foram alocados 28,48% do total, foi dirigida ao Bairro do Recife. O restante, cerca de 10%, foram alocados no projeto “Subestação do Espaço Cultural”. Em ambas as ações de saneamento ressalta-se o inegável benefício para a população residente e, especificamente no Bairro do Recife, para as atividades produtivas

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com especial ênfase no turismo cultural. No caso das ações de energia, no espaço cultural, o principal impacto refere-se ao aumento da segurança e da capacidade para realização de eventos.

INVESTIMENTOS EM TRANSPORTE Os investimentos em infra-estrutura de transporte foram bastante diversificados, abrangendo três diferentes modos: rodoviário, aeroviário e aquaviário.

Investimentos em Transporte Rodoviário

Entre os investimentos em transporte, aqueles relativos ao transporte rodoviário, além de mais volumosos, foram os mais numerosos. Foram implantadas novas e/ou restauradas antigas rodovias, além de executados alguns projetos de sinalização, dentre outros investimentos.

O maior dentre os projetos foi o da Via Litorânea de Guadalupe, que consumiu US$ 4 milhões, ou seja, um terço de todos os recursos empregados em transporte rodoviário. Esta obra foi financiada, exclusivamente, com recursos do BID/BN e consumiu 45% dos recursos do total destinado ao transporte rodoviário. No entanto a Via Litorânea não obteve o retorno esperado, revelando um alto custo de oportunidade. Até a presente data, são pouquíssimos os empreendimentos voltados para o turismo que se instalaram na área de influência desta via. A viabilidade econômica da implantação desta via, certamente, não suportaria esta ociosidade prolongada em sua utilização.

A Implantação da Infra-Estrutura Viária de Acesso à Praia de Muro Alto – Município de Ipojuca causou benefícios à exploração de atividades turísticas e de lazer principalmente no tocante aos dois resorts em operação e novos resorts e flats em construção.

Os impactos sociais desta intervenção referem-se à geração de empregos na construção civil no período de edificação das obras e uma contribuição no incremento dos serviços de apoio turístico, tais como, hotéis, transportes, restaurantes, acarretando a geração de empregos e dinamização da economia do município.

A Implantação de Infra-Estrutura Viária dos Municípios de Olinda e Paulista, adequada à topografia local atendeu à crescente demanda por acesso rodoviário aos dois municípios turísticos e contribuiu no aumento da demanda turística no município de Olinda e aumento da demanda por emprego no setor de turismo nas suas várias atividades: hospedagem, alimentação, guias e recepção, entre outros.

Investimentos em Transporte Aéreo

Em termos de volume de recursos alocados na área de transportes, este projeto foi superado apenas pelo investimento realizado na Via Litorânea de Guadalupe.

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Recentemente foi inserido no Programa o acesso viário ao aeroporto dos Guararapes, que se encontra licitado e em execução. Na licitação, entretanto, foi excluída a alça sul, por falta de recursos por parte do Programa.

As obras do Aeroporto Internacional dos Guararapes incluídas no Prodetur I englobam a ampliação do pátio de aeronaves, apenas em caráter emergencial e os acessos ao novo aeroporto.

Diante da urgente necessidade de modernização o governo do estado implantou a ampliação da pista de pouso e decolagem que passou de 3.000 para 3.300 metros e a construção do novo Terminal de passageiros e estacionamento. Após a conclusão da pista, as aeronaves de grande porte, que até então decolavam com 80% de sua capacidade de carga, passaram a operar com 100% desta capacidade.

As obras do terminal aeroportuário, por sua vez, foram concluídas em junho de 2004. Foram construídas mais duas salas de embarque e um conector. Onze novas pontes de embarque (fingers), já estão em funcionamento. O aeroporto possui um edifício-garagem de cinco pavimentos e capacidade para mais de 2.000 veículos.

O novo terminal possibilitará um aumento de 40% no fluxo de vôos internacionais e o desembarque de cinco milhões de pessoas/ano. Atualmente, este número é de 1,5 milhões de pessoas/ano.

A obra de ampliação do pátio de aeronaves trouxe como impactos positivos a diminuição do risco de acidentes de aeronaves e a geração de empregos na construção civil durante o período da obra. A implantação do novo aeroporto e de seus acessos (estes últimos financiados pelo PRODETUR I), por outro lado vem propiciando, além do aumento do nível de conforto dos passageiros e demais usuários e de um significativo acréscimo da capacidade operacional, um aumento na geração de empregos na construção civil no período de construção das obras do complexo viário; e um aumento de empregos no interior do aeroporto, no setor de embarque e desembarque de passageiros e de companhias aéreas, bem como no setor de cargas e áreas externas.

Não obstante deve ser registrada a urgente necessidade da implementação da alça complementar (só está sendo implementada uma das alças) que compõe o complexo viário e permite a correta operação do binário de acesso ao aeroporto. A não conclusão desta alça comprometerá, com certeza a acessibilidade ao aeroporto, comprometendo também os níveis de segurança, confiabilidade e impactando negativamente nos demais fluxos referentes ao tráfego de passageiros e de carga que se utilizam da Avenida Mascarenhas de Morais, causando conflitos de diversas naturezas.

Investimentos em Transporte Aquaviário

Os investimentos voltados para transporte aquaviário foram dirigidos para a implantação do Terminal Marítimo de Passageiros do Recife. Este projeto foi financiado quase integralmente por recursos do BID/BN, mas não alcançou a sua efetividade, tendo em vista as dificuldades

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de acesso dos navios ao Terminal por problemas de calado devido ao assoreamento local. Observa-se a necessidade do estudo de alternativas para viabilização do equipamento.

SSAANNEEAAMMEENNTTOO BBÁÁSSIICCOO –– ÁÁGGUUAA EE EESSGGOOTTOO ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O abastecimento d’água visa controlar e prevenir doenças; implantar hábitos higiênicos e aumentar a esperança de vida da população. A falta de um sistema adequado de abastecimento d’água traz riscos à saúde humana, devido às doenças de veiculação hídrica. Com as informações coletadas em campo foi elaborada a Tabela 2.1, do Anexo 2.

Nos municípios, a cobertura por abastecimento d’água alcança em média 80% da população, a exceção é nas áreas remotas e de ocupação subnormais (favelas e invasões). Também se devem reduzir as perdas visto que, na região Nordeste, há períodos de seca com escassez de água. A empresa concessionária deve priorizar as ações de controle operacional, enfatizando a redução das perdas físicas no sistema.

Esses índices de perdas físicas chegam a quase 50% do que é produzido, bastante superior àqueles 20% alcançados por empresas similares. Trabalhos compartilhados de educação ambiental devem ser realizados envolvendo a comunidade, instituições públicas e a própria COMPESA - Companhia Pernambucana de Saneamento, objetivando o uso racional da água.

As informações referentes à situação das empresas concessionárias (aspectos institucionais,comerciais, operacional e custos, aspectos financeiros e planejamento estratégico) serão objeto de pesquisa e análise específica a ser elaborada posteriormente.

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Os excretos humanos são condutores de diversos patogênicos e, por isso, torna-se indispensável o seu afastamento do homem, das águas de abastecimento, dos vetores e dos alimentos. A solução para o afastamento desses excretos é a construção de um sistema coletor de esgotos, com posterior tratamento do efluente. Com as informações coletadas em campo foi elaborada a Tabela 2.2, do Anexo 2.

Os municípios diagnosticados apresentaram pouco ou nenhum atendimento por esgotamento sanitário.

Os municípios de Goiana, Itamaracá, Itapissuma, Barreiros, Ipojuca, São José da Coroa Grande, Sirinhaém e Tamandaré não possuem Sistemas de Esgotamento Sanitário - SES. Esses municípios, apesar de possuírem imenso potencial turístico com belas praias e monumentos históricos, não contam com infra-estrutura adequada ao recebimento de

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turistas. Dessa maneira, deve-se investir na implantação de SES, em toda área urbana, não somente para incrementar o turismo, mas também para melhorar a qualidade de vida da população residente.

Os municípios de Igarassu, Olinda, Paulista, Recife, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes que têm um pequeno percentual de atendimento por SES, devem ampliar o sistema para que este atenda a 100% da população urbana, à exceção dos locais onde há ocupação subnormal, visto que esta pode ser removida dessas áreas a qualquer tempo.

A operação e manutenção dos SES’s do município de Recife são precárias. Há freqüentes reclamações da população sobre os serviços prestados pela COMPESA. As Estações de Tratamento de Esgotos – ETE’s, de Peixinhos e Cabanga estão em reforma, o que está causando intermitência operacional. A ETE Cabanga realiza o tratamento dos esgotos somente a nível primário, não fornecendo uma eficiência necessária de tratamento. É preciso que se faça um incremento na planta de tratamento do Cabanga para que esta trate os esgotos, no mínimo, a nível secundário.

O monitoramento de qualidade das águas e balneabilidade das praias será objeto de pesquisa e análise a serem elaboradas posteriormente; o mesmo se aplica à situação das empresas concessionárias de Esgotamento Sanitário, enfocando aspectos institucionais, comerciais, operacional e custos, aspectos financeiros e planejamento estratégico.

SSAANNEEAAMMEENNTTOO BBÁÁSSIICCOO –– CCOOLLEETTAA EE DDIISSPPOOSSIIÇÇÃÃOO DDEE RREESSÍÍDDUUOOSS SSÓÓLLIIDDOOSS MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

No tocante aos resíduos sólidos, quando não tratados estes são fontes de doenças, problemas sanitários, econômicos e até estéticos. O manejo adequado dos resíduos sólidos vem desde seu acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final. Uma disposição final adequada consiste na implantação de um aterro sanitário construído de acordo com normas e critérios de engenharia, e que opere sem causar danos ao meio ambiente. Com as informações coletadas em campo foram elaboradas as Tabelas 2.3 e 2.4, do Anexo 2.

O panorama do gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos no Brasil aponta um serviço de coleta e transporte ineficiente. Estudos mostram que nas grandes capitais, somente 40% do lixo gerado é tratados pelo método mais rudimentar, são enviados a aterros sanitários ou controlados.

Em Pernambuco o quadro não se diferencia muito do restante do país.

Entretanto, um dos maiores problemas ambientais enfrentados no Estado é a disposição final dos resíduos sólidos urbanos, sem nenhum controle ou preocupação quanto à poluição do ar, solo e recursos hídricos, ou quanto à poluição visual e à proliferação de doenças.

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Todos os municípios realizam a disposição final em lixões, exceto Recife, Jaboatão dos Guararapes e Goiana, que o fazem em aterros controlados. Entretanto, esses aterros controlados não efetuam o tratamento do efluente produzido pelos resíduos sólidos, o chorume. O despejo de chorume sem tratamento prévio, no meio ambiente, causa os mesmos problemas que os despejos de esgotos sanitários sem tratamento. Os problemas podem ainda ser maiores se levar em consideração que a carga orgânica do chorume é, no mínimo, 10 vezes maior que a carga orgânica de um efluente sanitário.

Através da Companhia Pernambucana de Meio Ambiente – CPRH, o PRODETUR I financia o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos dos municípios do litoral sul, no valor de US$ 88.866,92, dentro da ação intitulada Controle de Atividades Poluidoras.

O referido estudo foi realizado para os municípios de Ipojuca, Sirinhaém, Tamandaré, Barreiros e São José da Coroa Grande, e é constituído pelos Planos Operacionais de Coleta e limpeza de Vias e Logradouros desses municípios, além dos projetos básicos do Aterro Sanitário de São José da Coroa Grande e das Unidades de Compostagem e Reciclagem dos municípios de Tamandaré e Sirinhaém.

São estes os únicos municípios do Pólo que possuem o PGRS.

Na oportunidade, lembramos que o tratamento de chorume do aterro sanitário de Muribeca em Jaboatão dos Guararapes, que atende Recife e Jaboatão, é insuficiente para o atendimento da demanda existente.

Os demais municípios dispõem seus resíduos sólidos em vazadouros a céu aberto, os chamados lixões. O lixão é uma forma de disposição inadequada de resíduos sólidos, onde não há nenhum critério de construção e nem de operação. A melhor maneira de se dispor os resíduos não passíveis de reaproveitamento é o aterro sanitário, construído de acordo com critérios e normas de engenharia. O aterro sanitário deve ter um sistema de coleta e tratamento de efluentes, um sistema de coleta das águas pluviais e um sistema de coleta e drenagem de gases produzidos (biogás). Os municípios que realizam sua disposição final de resíduos sólidos em lixões devem buscar recursos para elaboração e implantação de projeto de aterro sanitário, no menor prazo de tempo possível, a fim de minimizar a degradação ambiental causada pelos vazadouros a céu aberto.

Os municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca receberam R$ 100.000,00, provenientes da Fonte 07, para elaboração do EIA/RIMA, que está sob análise da CPRH; ainda irão receber R$ 2.500.000,00, provenientes de recursos de Emenda de Bancada, repassada via FUNASA, para implantação do aterro.

Os municípios de Igarassu, Itapissuma e Itamaracá receberam R$ 100.000,00 para elaboração do EIA/RIMA.

O município de Paulista irá receber R$ 2.083.000,00 para implantação do projeto de aterro sanitário que já se encontra elaborado e aguardando a análise de seu EIA/RIMA. A fonte originária do recurso foi a 07, do Governo Estadual.

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Vale ressaltar que foi observado um déficit no que diz respeito às despesas com limpeza urbana e o que se tem como receita. O município de Rio Formoso gasta com limpeza urbana anualmente R$ 323.800,00 e somente arrecada para esse serviço R$ 10.000,00, tendo um prejuízo de R$ 313.800,00. O município de Paulista gasta anualmente R$ 4.897.642,63 e arrecada R$ 863.595,75, tendo um déficit de R$ 4.034.046,88. Igarassu gasta mensalmente R$ 110.886,30 e arrecada 49.392,17, tendo um déficit de R$ 61.494,13. Tamandaré gasta anualmente R$ 387.289,07 e arrecada R$ 48.586,26 tendo um déficit de R$ 338.702,01. Itamaracá gasta anualmente R$ 557.829,37 e arrecada R$ 144.209,79, tendo um déficit de R$ 413.619,58. Cabo de Santo Agostinho gasta anualmente R$ 5.400.000,00 e arrecada R$ 427.421,39, tendo um déficit de 4.972.578,61. Olinda gasta anualmente R$ 4.897.642,63 e arrecada R$ 863.595,75, tendo um prejuízo de R$ 4.034.046,88. Recife gasta anualmente R$ R$ 52.000.000,00 e arrecada R$ 25.500.000,00, tendo prejuízo de R$ 26.500.000,00. Itapissuma e Fernando de Noronha gastam, respectivamente R$ 434.091,00 e R$ 100.000,00 e não cobram nenhuma taxa de limpeza urbana. Os demais municípios arrecadam aproximadamente 20% do montante que gastam. Com esses dados, pode-se verificar que há necessidade de cobrança de uma taxa para execução desses serviços, talvez pela não cobrança haja falta de eficiência e inadequação no manejo dos resíduos nos municípios. O valor da taxa deverá ser calculado de acordo com a situação de cada município, verificando seu coeficiente de impacto distributivo e a sua repercussão nas camadas de baixa renda.

Quanto a identificação das taxas cobradas para os serviços e os problemas de saúde pública associados aos resíduos sólidos, este item será objeto de pesquisa e análise específica a ser elaborada posteriormente.

TTRRAANNSSPPOORRTTEE As principais cidades do Estado ligam-se à capital Recife e ao restante do país através de 41.657 km de rodovias, dos quais 2.587 km são federais, 5.136 km são estaduais e 33.934 km municipais. Deste total, 5.549 km são pavimentados.

O sistema ferroviário do Estado é operado pela Companhia Ferroviária do Nordeste e conta com 1.009 km de extensão. As principais ligações ferroviárias são: Linha Tronco Sul, que liga a cidade de Propriá (SE) até Recife, a Linha Tronco Centro que liga Recife a Salgueiro e a Linha Tronco Norte que liga Recife até Souza, no estado da Paraíba.

O transporte ferroviário de passageiros de Recife é oferecido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos - CBTU, que administra o Trem Metropolitano do Recife - METROREC e a Linha Sul. O sistema conta com 53 km de extensão e 27 estações, atendendo 5 municípios.

O Porto do Recife, sob gestão do Governo Estadual, localiza-se a leste da ilha do Recife, às margens dos rios Capibaribe e Beberibe. Os principais produtos nele movimentados são milho, trigo, derivados de petróleo e açúcar.

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O Porto de Suape também sob gestão do Governo Estadual situa-se a 35 km ao sul do porto do Recife, atingindo uma área de influência que abrange os estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba.

A melhoria da logística portuária que agilize, por exemplo, a operação de desembarque de turistas nos portos brasileiros, é essencial. Nesse sentido, as viagens de cruzeiros são produtos turísticos crescentes desde a liberação da política de cabotagem nacional.

A disputa pelo mercado tem transformado o nordeste brasileiro em destino consolidado como roteiro turístico para esse segmento. Os estados que mais se capacitam para o embarque e desembarque de passageiros pelos portos inclui-se em parada obrigatória nesses roteiros. Contudo, é preciso criar condições para que este segmento da indústria do turismo seja explorado da melhor forma possível.

SISTEMA MARÍTIMO DE TRANSPORTES

Pernambuco possui dois importantes Portos na rota Internacional: o Porto de Suape que se caracteriza, basicamente, como porto comercial e o Porto do Recife que exerce atividade mista comercial e turística.

O Porto do Recife, objeto do PRODETUR I, possui um terminal de passageiros que não funciona para tal fim, pois os passageiros ali não conseguem desembarcar.

Dentro do Programa de Desestatização dos Portos, o Porto do Recife já se encontra com toda a operação privatizada, já arrendou 17 lotes com 95 mil m2 de área e recebeu investimentos de R$ 6 milhões.

Já o Porto de Suape, objeto de um dos projetos básicos do Programa Brasil em Ação, orçado em R$ 172 milhões, irá dar suporte à infra-estrutura de transportes para que o país possa sustentar sua dinâmica de crescimento nas próximas décadas.

O objetivo deste projeto é criar infra-estrutura para atração de investimentos privados e o conseqüente desenvolvimento socioeconômico do Estado, destacando-se os seguintes benefícios: geração de empregos durante e após a execução das obras; geração de impostos federais, estaduais e municipais; e redução do transporte de carga rodoviária nas regiões metropolitanas, principalmente na cidade do Recife.

A realização desses investimentos, provenientes do setor público e privado, implica numa parceria onde o setor privado engaja a sua capacidade de investir na área de infra-estrutura com a ampliação dos processos de privatização e concessão de serviços públicos, propiciando uma melhoria dos serviços prestados e uma redução dos custos operacionais e fretes.

As obras que estão sendo realizadas (dragagem, construção dos berços de cais, urbanização, etc.) além de permitir condições para que a iniciativa privada possa investir na área industrial e portuária (construção e exploração de Terminais Especializados de

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Movimentação de Cargas), transformarão Suape no principal porto concentrador de cargas da Região Nordeste, contribuindo, dentro do conceito de economia de escala, para a redução dos fretes brutos marítimos, decorrente do transporte de grandes lotes de carga.

PORTO DO RECIFE

Administração - Governo do Estado de Pernambuco

Localização - centro-leste da cidade do Recife, às margens dos rios Capibaribe ao sul e Beberibe, ao norte.

Área de Influência - Abrange os estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, parte de Alagoas, faixa litorânea de Sergipe, sudeste do Piauí, sul do Ceará e noroeste da Bahia.

Acessos -

Rodoviário: BR-101, BR-232 e BR-408.

Ferroviário: Pelas linhas da Malha Nordeste, em bitola métrica.

Marítimo: Canal Sul, com aproximadamente 260 m de largura, 3,4 km de extensão e profundidade de 10,5 m, e Canal norte, com cerca de 1.000 m de comprimento e profundidade de 6,5 m, utilizado apenas por embarcações de pequeno porte.

Instalações -

Compreendem quatro trechos de um cais contínuo, com extensão de 2.947 m, assim distribuídos:

Trecho 1 - 340 m, 2 berços de atracação com profundidades variando de 8,50m a 10 m, 2 silos horizontais para granéis com capacidade para 200.000 t, 2 tanques para 10.000 t e 1 armazém destinado à carga geral, com área de 3.800 m2.

Trecho 2 - 1.000 m, 5 berços e profundidade de 10,30 m. Dispõe de uma área de armazenagem com 50.600 m2 e 2 armazéns totalizando 15.000 m2.

Trecho 3 - 1.260 m, 8 berços e profundidade entre 8 e 10 m, possui 8 armazéns para carga geral.

Trecho 4 - 347 m, 2 berços, com profundidades de 6 m a 8 m. Um pátio coberto de 1.400 m2

, destinado à carga geral.

Conta dentro de sua área com o terminal do Instituto do Açúcar e Álcool - IAA, especializado na movimentação de açúcar e melaço.

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PORTO DE SUAPE

Administração - Governo do Estado de Pernambuco

Localização - Suape é um porto artificial, protegido por um molhe em forma de L, com 2.950 m de extensão, localizado ao sul do estado de Pernambuco, entre o Cabo de Santo Agostinho e o Pontal do Cupe.

Área de Influência - Semelhante ao porto do Recife.

Acessos -

Rodoviário: - PE-060, que encontra a BR-101 no município de Cabo e a AL-101 na divisa com o estado de Alagoas.

Ferroviário: - Ramal de 23 km integrado às linhas da Malha Nordeste.

Marítimo: - Canal de acesso, apresentando uma orientação para navegação com bóias de sinalização e profundidades variando de 11 a 16 m.

Instalações -

Píer para granéis líquidos com 89 m de extensão e 25 m de largura, com dolfins laterais com 2 berços para navios de até 30.000 TPB;

2 pátios cobertos;

2 armazéns de carga geral, 1 pátio de contêineres e 45 tanques.

Outro ponto a ser explorado turisticamente no setor de sistema aquaviário de transportes é a navegação do Rio Capibaribe. Dotado de beleza cênica particular, o rio Capibaribe cruza toda a cidade do Recife revelando potencial como meio de acesso aos principais pontos turísticos da capital pernambucana. As grandes cidades do mundo fazem uso dos leitos dos rios como foco de desenvolvimento turístico, utilizando ainda as suas margens para implantação de setor gastronômico, um modelo que se encaixa na realidade da Cidade do Recife, proporcionando um diferencial em relação a outras cidades brasileiras. A opção de implantar uma ciclovia às margens do Capibaribe ofereceria atividades multidisciplinares.

Em diversos Municípios do litoral conta-se com grandes estuários que podem ser explorados turisticamente. É o caso de Goiana, Itamaracá, Paulista (Maria Farinha), Guadalupe e Rio Formoso. A implantação de ancoradouros possibilitaria a atividade do turismo náutico, com um tipo de embarcação apropriada que poderia vir a ser usada ainda, em passeios coletivos. Inclusive, no Pólo Guadalupe, o município de Rio Formoso foi objeto de intervenção do PRODETUR I. Resultam daí o píer de atracação e as vias de acesso que deram origem a um sistema de circulação intermodal.

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Ainda no tocante à acessibilidade marítima cabe salientar a necessidade de implantação de um Terminal com equipamentos capazes de oferecer conforto e segurança aos visitantes que aportam em Fernando de Noronha, tendo em vista a precariedade atualmente existente.

SISTEMA AÉREO DE TRANSPORTES

O Aeroporto Internacional dos Guararapes, considerado o maior do Norte/Nordeste, diferencia-se dos demais aeroportos brasileiros por sua privilegiada localização: fica na zona urbana da capital pernambucana e a 12 km do centro.

Além de possuir uma pista de pouso com 3.300 metros de comprimento, que permite a operação de aeronaves de grande porte, o Aeroporto dos Guararapes terá, em breve, um dos mais modernos terminais aeroportuários do país. O novo terminal possibilitará um acréscimo de 40% no fluxo de vôos originados da Europa e dos Estados Unidos.

Atualmente, o aeroporto conta com um conector e sete fingers (túneis climatizados), que permitem que o embarque e desembarque de turistas seja realizado com muito mais conforto, livrando os passageiros de caminhadas sob sol ou chuva. Até o final da reforma, serão implantados mais quatro fingers.

Também está em funcionamento o edifício-garagem do Aeroporto Guararapes. O estacionamento, que possui cinco pavimentos, já conta com 600 vagas a serviço da população. Quando concluído, o edifício-garagem terá capacidade para abrigar mais de dois mil veículos.

O Aeroporto Internacional dos Guararapes foi beneficiado com recursos do PRODETUR I na obra de ampliação do pátio de aeronaves, aumentando em mais de 60% sua capacidade de estacionamento, o que possibilitou um crescimento de número de passageiros que desembarcaram no Recife. Atualmente, encontra-se em execução a ampliação do terminal de passageiros, com obra estimada no valor de R$167.000.000,00(cento e sessenta e sete milhões de reais) e prazo de entrega previsto para dezembro de 2003. Hoje, este terminal já tem expressiva movimentação de vôos, e após a conclusão das obras, o aeroporto será um dos melhores e mais bem equipados do Norte-Nordeste.

Desembarcaram em Recife 901.610 (novecentos e um mil seiscentos e dez) passageiros de janeiro a agosto de 2002, verificando um aumento de 9,27% comparado a igual período do ano anterior. Isto vem confirmar que a demanda turística no aeroporto do Recife continua em amplo crescimento, possibilitando aumento na economia do estado. (Tabela 2.5, do Anexo 2).

Quanto ao Aeroporto de Fernando de Noronha devem ser ressaltadas as más condições físicas e operacionais deste equipamento, comprometendo a acessibilidade dos visitantes que perdem um longo tempo na tentativa de reaver suas bagagens. Dessa forma, observa-se a necessidade de desenvolvimento de um Plano de Gestão e Operação deste equipamento, que deve anteceder a qualquer intervenção de ordem física.

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SISTEMA RODOVIÁRIO DE TRANSPORTES

As principais rodovias federais que cortam o Estado são as BR's 101, 104, 116, 122, 232 e 407.

As BR's 101, 104, 116 e 122 cortam o Estado de Norte a Sul, desde a divisa com a Paraíba até a divisa com Alagoas.

A BR-101, com 200 km no Estado, passa por Goiana, Recife, Cabo, Escada e Palmares.

A BR-104, com 149 km de extensão no Estado, tem Caruaru como um dos principais pontos de passagem.

A BR-116, com 95 km de extensão no Estado, passa por Salgueiro e a BR-122, com 306 km, passa por Ouricuri e Petrolina.

A BR-232 atravessa o Estado de leste a oeste, passando por Recife, Caruaru, Serra Talhada, Salgueiro, Ouricuri e Araripina.

No âmbito do Programa de Concessões de Rodovias Federais do DNER, em sua 2ª etapa, pretende-se licitar ainda este ano a BR-232 - trecho Recife - Caruaru com 129 km.

A BR-407 é a principal ligação da região de Petrolina com o estado do Piauí. (Tabelas 2.6 e 2.7, do Anexo 2).

Recife, capital de Pernambuco, é cidade costeira e está localizada a 110 km de João Pessoa, ao norte, e 250 km de Maceió, ao sul. Os acessos se fazem pela rodovia federal BR-101, que sempre apresenta intenso fluxo de veículos: ônibus, carretas e caminhões de carga durante todo ano.

Os Municípios do litoral são acessados pela BR-101 nos sentidos norte-sul, de onde partem entroncamentos para rodovias estaduais que acessam as praias. Entretanto, em alguns casos, só existem vias projetadas e/ou em leito natural para o destino final, dificultando, assim, o desenvolvimento turístico dessas áreas.

Cabe aqui salientar o caso específico de Ipojuca, no Litoral Sul, cuja acessibilidade às áreas turísticas, especificamente para o Distrito de Porto de Galinhas, encontra-se desordenado e carente de ações, visando a implantação e disciplinamento de uma estrutura viária compatível com o fluxo de visitantes, principalmente nos períodos de alta estação.

A implantação de algumas rodovias no Pólo Guadalupe (PE-060,Via Litorânea de Guadalupe, Via Litorânea dos Carneiros, Recuperação da PE-076) com recursos do PRODETUR I, foi uma iniciativa que pretendia desenvolver aquela região dos Municípios de Sirinhaém, Rio Formoso e Tamandaré. Todavia, ainda nada trouxe em termos de aumento turístico daquela área, pois não houve instalação dos equipamentos previstos no estudo: hotéis, resorts, restaurantes, entre outras.

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Em Paulista, fica mais visível os benefícios do PRODETUR I, através dos acessos implantados possibilitando que equipamentos como o Veneza Water Park se instalassem na região.

Contudo, o que se observa são ações isoladas. Hoje, depara-se com um litoral sem interligação entre os Municípios. Viabilizar a pavimentação dos trechos das rodovias PE-001 e PE-009, que se encontram só projetados completariam a Via Costeira possibilitando a segregação do fluxo turístico do grande movimento de veículos de carga.

É preciso considerar que os trechos planejados totalizam 133,7km. Dentre estes, os trechos: Itamaracá-Goiana (PE-001 trecho017), Jaboatão-Cabo (PE-009 trecho 003) e Sirinhaém-Tamandaré (PE-009 trecho 011), necessitam de pontes para viabilizar a interligação de todo o litoral, bem como, a observância do fator ambiental. (Tabela 2.8, do Anexo 2).

Outra alternativa para o litoral sul seria a duplicação da PE-060, que já tem trecho duplicado do Cabo de Santo Agostinho até a entrada para o Porto de Suape (11km), restando o maior trecho de acesso entre Suape e São José da Coroa Grande - Divisa PE/AL, com 79,8km.

Faz-se necessária a duplicação da BR-101, no trecho entre o Girador da Randon até o Entroncamento com a PE-060. Com 3,8km de extensão, esse trecho, em pista pavimentada simples, já tem licitação para sua duplicação prevista para o corrente ano com orçamento em torno de R$16.000.000,00 (dezesseis milhões de reais), segundo informações do DNER. É imprescindível essa ampliação, pois se trata de trecho de altíssimo fluxo, tornando-se ponto de congestionamento no período do verão, quando há uma mistura de veículos pesados que vão para o Porto de Suape com o fluxo de veículos de veranistas e turistas.

A duplicação da PE-060 poderia ser executada em 03 lotes de obra. Inicialmente, com o trecho de acesso a Suape até aquele de acesso à PE-051(21,3km), que beneficiaria Nossa Senhora do Ó, Porto de Galinhas, Muro Alto, Maracaípe, Serrambi. Em uma segunda etapa entre a PE-051 e a PE-076 beneficiaria os Municípios de Sirinhaém, Rio Formoso e Tamandaré. Em uma última fase seria privilegiado o trecho compreendido entre a PE-076 - Divisa PE/AL beneficiando Barreiros e São José da Coroa Grande e facilitando, ainda, a entrada ao Estado pelo litoral sul, através de Alagoas. É importante priorizar a implantação de vicinais de acesso até as praias que ainda não existem e dar continuidade às intervenções iniciadas no PRODETUR I:

- Ponte sobre o Rio Ariquindá (Tamandaré), Via de Penetração Sul (Tamandaré) e Via de Contorno de Tamandaré.

Alguns técnicos do DER-PE defendem a idéia da complementação da PE-001 e PE-009 criando uma Via Costeira. Tal idéia, entretanto, encontra muitas resistências por parte do CONDEMA e até dos habitantes e veranistas daquelas praias, sem contar que o investimento seria muito maior. A opção de duplicar a PE-060 e acessos às praias torna-se uma opção mais econômica e exeqüível, pois se encaixaria no investimento que já será realizado a nível federal.

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Em relação ao litoral norte, pode-se pensar na duplicação da rodovia federal BR-101, nos trechos do Entroncamento da PE-035(Igarassu) até a Divisa PE/PB, além da duplicação da PE-035 entre Igarassu e Itamaracá.

A ampliação de capacidade, ou seja, a duplicação, o acostamento, as passarelas e a sinalização da BR-101 nos 41,4 km do trecho acima citado, com VMD de 16.000 veículos/dia, também faz parte do planejamento do DNER e se encontra em tramitação a análise e aprovação do anteprojeto, previsto no orçamento da União R$32.000.000,00 para esse lote. O conjunto de obras para o Nordeste prevê a ampliação de capacidade desta Rodovia num contexto maior, entre Natal e Palmares, envolvendo R$800.000.000,00.

Portanto, a malha interna precisa estar preparada para esse aumento de capacidade. Para isso, nota-se a necessidade de duplicação da PE-035, entre Igarassu e Itamaracá, onde há maior número de atrativos turísticos.

Em relação aos impactos ambientais causados pela implantação ou duplicação de rodovias, sempre com a observância do meio ambiente, estes são considerados positivos. O retorno em desenvolvimento econômico que é gerado em forma de investimentos, empregos diretos e indiretos e pela acessibilidade à região de potencial turístico é evidente e comprovado em outras áreas, pois as rodovias são patrocinadoras de progresso, possibilitando um importante papel social para a população. (Tabela 2.9, do Anexo 2).

Dentro da Cidade do Recife, observa-se a importância de urbanização da orla marítima e fluvial de Brasília Teimosa, envolvendo a implantação de Via de Contorno e promovendo a ligação com a Praia do Pina e com o Parque das Esculturas situado no Molhe do Porto do Recife. De fato, detecta-se a importância de se desenvolver um pólo turístico inserido dentro da área de grande beleza cênica e natural de Recife.

Em Jaboatão dos Guararapes detecta-se a importância de melhoria do acesso ao Monte dos Guararapes, na PE-008 no trecho 003 Aeroporto Internacional dos Guararapes - BR-101(Prazeres) que soma 3,6Km. Como esse trecho já é duplicado vê-se necessária a utilização de uma terceira faixa ou de construção de Viaduto, já que por aí trafegam um enorme fluxo de veículos tendo VMD=34.135. Trata-se do acesso principal às praias do litoral sul, chegando pelo Aeroporto.

Arquipélago que possui uma única rodovia federal, a BR - 363, Fernando de Noronha apresenta carência de calçadas para pedestres, nesta rodovia. Há projeto para a construção de calçadas em apenas um lado da via, sendo necessária a construção em ambos os lados, pois o número de veículos (total 783) é considerável na ilha tornando perigosa a circulação de pedestres ao longo desta via. É necessária, ainda, sinalização vertical, adequada à região, utilizando materiais naturais. (Tabela 2.10, do Anexo 2)

Nota-se, também, que os acessos às praias não são pavimentados e alguns existentes estão em estado precário. É o caso das praias do Meio e da Conceição, que possuem parte do calçamento em pedra tosca já bastante estragado. Considera-se que esses acessos deverão ser refeitos no mesmo material entendendo a descaracterização e, ao mesmo tempo, respeitando o meio ambiente, pois estão inseridos no sítio histórico. Os acessos restantes estão previstos em asfalto. (Tabela 2.11, do Anexo 2).

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Um dos principais passivos advindos do PRODETUR I refere-se ao sistema viário de Guadalupe cujos impactos gerados ocasionaram um Termo de Ajustamento de Conduta/TAC, firmado perante o Ministério Público Federal, pelo CONDEMA de Tamandaré, Prefeitura deste município e o Estado de Pernambuco. Como já foi ressaltado no item referente à obras previstas e não realizadas, no trecho entre o rio União e o rio Ariquindá, a condição do trabalho já executado está bastante prejudicada, com a ocorrência de danos significativos na terraplanagem realizada e processo agudo de erosão carreando material para o estuário, que tende ao agravamento, se o trabalho não for retomado e concluído. De acordo com a clausula quarta do Termo de Ajustamento de Conduta, o Departamento de Estrada e Rodagens do Estado compromete-se a executar a pavimentação em paralelepípedos no trecho final da Via de Penetração Sul, que corresponde a 1,5 Km de cada lado da Ponte sobre o rio Ariquindá. O DER já promoveu parte da recuperação dos danos ambientais através de trabalhos de revegetação de alguns taludes, bem como, a retirada de material que assoreou parte do leito do rio União. Contudo, deverá ser elaborado e executado projeto de recuperação referente às áreas degradadas, mediante orientação e aprovação da Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos/CPRH, de conformidade com o Termo de Ajustamento de Conduta. Ainda de acordo com o Termo de Ajustamento de Conduta – TAC, o Estado deverá também proceder a recuperação da Fortaleza de Santo Inácio e implantar uma unidade de conservação de uso indireto, o Parque Municipal do Forte de Tamandaré, que servirá como ação compensatória aos danos ambientais causados na construção do Sistema Viário do Centro Turístico de Guadalupe A Fortaleza de Santo Inácio, em Tamandaré, cuja construção remonta à primeira metade do século XVII, é um edifício típico da arquitetura militar colonial e a única no Estado, localizada fora dos limites da Região Metropolitana do Recife. Essa fortificação é tombada em virtude do inquestionável valor histórico e arquitetônico do imóvel e de sua ambiência natural e objetiva a preservação do Forte e do seu entorno imediato. O edifício encontra-se parcialmente arruinado, com o projeto de restauração elaborado pela FUNDARPE.

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MAPA RODOVIAS

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SISTEMA FERROVIÁRIO DE TRANSPORTES

TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE CARGA

O sistema ferroviário de Pernambuco conta com 1.009 km, em bitola métrica, assim subdivididos:

LINHA TRECHO EXT.

Tronco Sul Recife – Div. PE/AL 287 km

Tronco Centro Recife – Salgueiro 608 km

Tronco Norte Recife – Div.PE/PB 114 km

Estas linhas são, atualmente, operadas pela Companhia Ferroviária do Nordeste - CFN.

A concessionária investiu na recuperação e modernização de 64 das 102 locomotivas disponíveis.

Os sistemas de sinalização e de comunicação entre as locomotivas e o centro de controle operacional também estão sendo recuperados e aprimorados.

De acordo com estudo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE, existem 38 produtos na região, que podem ser transportados por ferrovia.

Para se tornar lucrativa, a CFN terá de transportar volume de carga muito superior ao atual. Por isso, o planejamento estratégico da empresa inclui a construção de mais um tronco de 523 km (Ferrovia Transnordestina) e a reativação da hidrovia do São Francisco.

A SUDENE acredita que, se for concluída a ferrovia Transnordestina, a CFN poderá chegar a transportar 5 bilhões de TKU.

A FERROVIA TRANSNORDESTINA

A Ferrovia Transnordestina está inserida no “Programa Avança Brasil”, do Governo Federal. O projeto tem como objetivo integrar a malha ferroviária do Nordeste e permitir o escoamento das cargas da hidrovia do São Francisco em direção aos portos de Suape e Pecém, por meio da construção do trecho ferroviário entre Petrolina (PE) - Salgueiro (PE) - Missão Velha (CE), numa extensão de 342 km.

A Transnordestina S/A, atualmente em constituição, é uma empresa privada, tendo como base para suportar a sua viabilidade, a obtenção de recursos via FINOR no que se refere aos investimentos de implantação da via permanente.

O empreendimento deverá ser implantado nas seguintes etapas:

Pólo Costa dos Arrecifes PDITS - Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável

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O 1º e mais extenso trecho, com 231 km, liga a Hidrovia do São Francisco em Petrolina, até Salgueiro. Esta ligação permitiria formar dois corredores:

§ Rio São Francisco/Petrolina/Recife - corredor de exportação Oeste-Leste; e

§ Petrolina/Sertão Cearense/Fortaleza - corredor do interior Norte-Sul.

O 2º trecho, Missão Velha - Salgueiro, com 113 km, completa o corredor central, viabilizando a interligação do Rio São Francisco com o sertão do Cariri e à cidade de Fortaleza.

O 3º trecho, Crateús - Piquet Carneiro, com 179 km de extensão, desenvolve-se no estado do Ceará. Caso concluído, formaria um corredor de São Luís a Recife evitando a necessidade das cargas de São Luís com destino a Recife, ou vice-versa, de obrigatoriamente circularem em Fortaleza, melhorando assim o desempenho da ligação entre as capitais.

Os estudos de implantação destes três trechos da ferrovia prevêem a construção inicial dos dois trechos de Petrolina a Salgueiro e Salgueiro a Missão-Velha e o terceiro trecho de Crateús-Piquet Carneiro deverá ter primeiro a realização de um estudo de viabilidade técnica e econômica para a posterior decisão de construção.

O empreendimento receberá investimentos de R$ 397,8 milhões sendo:

§ Petrolina - Salgueiro: R$ 146,8 milhões.

§ Salgueiro - Missão Velha: R$ 97,9 milhões.

§ Salgueiro - Recife (rest.): R$ 24,6 milhões.

§ Material Rodante: R$ 97,6 milhões.

§ Custos Financeiros: R$ 30,9 milhões.

Constam como intervenientes no projeto, o FINOR (SUDENE) com participação de 50%, o BNDES com 25% e a CFN com 25%.

O projeto encontra-se em fase de detalhamento.

TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE PASSAGEIROS

O transporte ferroviário metropolitano de passageiros em Recife é gerenciado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos - CBTU.

A Superintendência de Trens Urbanos de Recife - STU/REC é responsável pelos 32 km de via em bitola métrica da Linha Sul e pelos 21 km eletrificados, em bitola de 1,60m, do Trem Metropolitano de Recife - METROREC.

Pólo Costa dos Arrecifes PDITS - Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável

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Os sistemas do Trem Metropolitano e da Linha Sul, com um efetivo de 1.379 empregados, atendem à população de 5 municípios, transportando, em 1999, cerca de 120.000 passageiros por dia.

Na área abrangida pelas atividades da Superintendência existem 27 estações e 3 oficinas para manutenção do material rodante.

O Projeto de Descentralização dos Trens Urbanos do Recife, que foi iniciado em setembro/96, envolve recursos do Governo Federal de US$ 203,8 milhões, sendo US$ 102,0 milhões financiados pelo BIRD e US$ 101,8 milhões de contrapartida da União.

O Projeto estabelece intervenções físicas e institucionais objetivando capacitar o sistema para o transporte de 300.000 passageiros/dia. Encontra-se com 19,5% das obras concluídas.

Os benefícios sócio-ambientais motivados pelo Projeto são representativos para a Região Metropolitana de Recife. Haverá uma economia de US$ 20,4 milhões anuais com a redução do tempo de viagem, resultante da transferência dos passageiros dos ônibus para o metrô.

Com sua implantação serão transferidos cerca de 100 ônibus nos corredores da Linha Centro e 200 ônibus nos corredores da Linha Sul para outras áreas mais necessitadas, possibilitando significativas economias externas com a redução dos congestionamentos, da poluição (US$ 0,6 milhão anuais) e dos acidentes de trânsito (US$ 1,1 milhão anuais).

Como conseqüência das intervenções físicas a serem realizadas, o Projeto possibilitará a criação de 7.150 empregos/ano durante a fase de implantação. (Tabela 2.12, do Anexo 2).

As informações referentes à situação dos órgãos estaduais de transportes (aspectos institucionais, financeiros e planejamento estratégico) serão objeto de pesquisa e análise específica a ser elaborada posteriormente.