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Módulo 8 Recursos Didácticos

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Módulo 8

Recursos Didácticos

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Título Módulo 8 – Recursos Didácticos

Copyright © 2010, Instituto Bento de Jesus Caraça

Autor Jorge Peixoto Freitas

Coordenação e supervisão Álvaro Cartas

Edição e revisão Jorge Peixoto Freitas

O presente manual foi elaborado com recurso exclusivo a Software livre

© Instituto Bento de Jesus CaraçaRua Victor Cordon, 1, R/c, 1249-102 LisboaTelefone 21 323 65 00 • Fax 21 323 66 99

Entidade Promotora Entidade Co-Financiadora

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PROJECTO MORABEZA

O Projecto MORABEZA surgiu no contexto da cooperação entre duas centrais sindicais: a UNTC – CS - União Nacional Trabalhadores de Cabo Verde e a CGTP-IN – Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses. As duas confederações participam na CSPLP – Comunidade Sindical dos Países de Língua Oficial Portuguesa. Esta cooperação comum abriu espaços de conhecimento, debate e partilha de experiências que culminaram num clima de confiança e apoio mútuo.

A cooperação entre as centrais sindicais, de que é bom exemplo a Comunidade Sindical dos Países de Língua Portuguesa e a cooperação bilateral que a CGTP-IN vem desenvolvendo com a UNTC-CS, reforça a acção sindical mundial e regional, promovendo o trabalho digno e com direitos perante as novas formas de organização do trabalho, no quadro de uma sociedade mais solidária.

A sociedade de informação – sociedade do conhecimento – e a globalização exigem uma resposta sindical cada vez mais forte, valorizando a cidadania e o primado essencial dos direitos do homem, dos direitos e das liberdades fundamentais, dos direitos económicos e sociais, valorizando os direitos e a igualdade entre mulheres e homens e o direito a um ambiente saudável.

O projecto visa, como primeiro grande objectivo, o combate à designada info-exclusão, na vertente da utilização da formação a distância, pelas suas potencialidades, nomeadamente esbatendo as barreiras geográficas e na autonomia de aprendizagem.

A autonomia de aprendizagem que estas tecnologias permitem, adequa-se particularmente a adultos, cuja formação, maturidade e disciplina lhes permite uma auto-aprendizagem eficiente que, no entanto, deve ser preparada e potenciada através de conteúdos especialmente concebidos.

O projecto nasce das necessidades identificadas pela UNTC – CS (União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde - Central Sindical) e do seu reforço de capacitação enquanto parceiro social, bem como do incentivo à utilização das novas tecnologias no contexto da formação de adultos, visando também criar as condições para o aprofundamento da cooperação entre as duas organizações congéneres e entre os dois países – Cabo Verde e Portugal.

Parceiros: Instituto Bento de Jesus Caraça – IBJC - Entidade Promotora CGTP-IN – Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses UNTC-CS – União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde - Central SindicalInstituto António Aurélio Gonçalves Instituto de Emprego e Formação Profissional de Cabo Verde NOSi – Núcleo Operacional da Sociedade de Informação

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Módulo 8Recursos Didácticos

ÍNDICE

PROJECTO MORABEZA.............................................................................................3

ÍNDICE...........................................................................................................................4

APRESENTAÇÃO DO MANUAL.................................................................................6

OBJECTIVOS DO MÓDULO........................................................................................7

CAPÍTULO 1

RECURSOS DIDÁCTICOS...........................................................................................8

OS RECURSOS DIDÁCTICOS.........................................................................................................9

Funções........................................................................................................................................9

Critérios para a sua escolha.........................................................................................................9

Utilização....................................................................................................................................10

Perguntas de auto-avaliação......................................................................................................11

QUADROS......................................................................................................................................12

Quadros de escrita a giz.............................................................................................................12

Quadro branco ou cerâmico.......................................................................................................13

Quadro de papel.........................................................................................................................15

Quadro magnético......................................................................................................................17

Regras para a utilização dos quadros........................................................................................19

Perguntas de auto-avaliação......................................................................................................19

MANUAL DE FORMAÇÃO..............................................................................................................20

Regras de concepção.................................................................................................................21

Perguntas de auto-avaliação......................................................................................................22

RETROPROJECTOR......................................................................................................................23

Regras de utilização...................................................................................................................25

Perguntas de auto-avaliação......................................................................................................26

PROJECTOR DE DIAPOSITIVOS..................................................................................................27

Perguntas de auto-avaliação......................................................................................................28

PROJECTOR MULTIMÉDIA............................................................................................................29

Regras de utilização...................................................................................................................30

Perguntas de auto-avaliação......................................................................................................32

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Módulo 8Recursos Didácticos

GRAVAÇÃO E REPRODUÇÃO VÍDEO...........................................................................................33

Exibição de conteúdos................................................................................................................35

Gravação e visionamento de desempenhos...............................................................................36

Captura.......................................................................................................................................36

Visionamento..............................................................................................................................38

Perguntas de auto-avaliação......................................................................................................39

RESUMO DO CAPÍTULO E ACTIVIDADES A REALIZAR..............................................................40

CAPÍTULO 2

CONCEPÇÃO DE SUPORTES PEDAGÓGICOS......................................................41

AS NOVAS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO................................................................................42

Perguntas de auto-avaliação......................................................................................................43

APRESENTAÇÃO MULTIMÉDIA.....................................................................................................44

Software.....................................................................................................................................44

Funções......................................................................................................................................45

Regras de concepção.................................................................................................................45

Perguntas de auto-avaliação......................................................................................................46

EDIÇÃO DE IMAGEM.....................................................................................................................47

Software.....................................................................................................................................47

Funções......................................................................................................................................48

Regras de utilização...................................................................................................................48

Perguntas de auto-avaliação......................................................................................................49

EDIÇÃO DE VÍDEO.........................................................................................................................50

Software.....................................................................................................................................50

Funções......................................................................................................................................51

Regras de utilização...................................................................................................................51

Perguntas de auto-avaliação......................................................................................................51

ARMAZENAMENTO DOS SUPORTES PEDAGÓGICOS...............................................................52

Software.....................................................................................................................................53

Funções......................................................................................................................................53

Regras de utilização...................................................................................................................53

Perguntas de auto-avaliação......................................................................................................53

RESUMO DO CAPÍTULO E ACTIVIDADES A REALIZAR..............................................................54

BIBLIOGRAFIA ..........................................................................................................56

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Módulo 8Recursos Didácticos

APRESENTAÇÃO DO MANUAL

Numa sociedade cada vez mais exigente e competitiva, os formadores e formadoras têm de responder a uma diversidade de solicitações desempenhando, muitas vezes, outras funções que ultrapassam o âmbito da sua área académica ou profissional e a mera animação de sessões de formação. Assim, torna-se necessário o domínio de um conjunto de técnicas que permitam transmitir, de uma forma agradável e apelativa, toda a informação necessária, num determinado contexto formativo. No actual mundo da formação, com o aumento da acessibilidade a meios informáticos, as apresentações multimédia ocupam um lugar de relevo. No entanto, o/a formador/a deve começar por conhecer as características e potencialidades dos recursos didácticos, em particular dos meios audiovisuais, actualmente considerados “clássicos”, dominando-os e explorando-os, tanto a nível técnico, como pedagógico. Sem a aquisição ou aperfeiçoamento de competências relativas a este domínio, será difícil um bom desempenho e um bom aproveitamento de técnicas mais avançadas e sofisticadas. É precisamente a este domínio que dedicamos o Capítulo 1 – Recursos Didácticos.

É este o desafio e o percurso formativo que o presente manual sugere: da utilização de recursos didácticos como o quadro branco, o projector de slides, o retroprojector, entre outros, até à fotografia digital, à edição de vídeo e às apresentações multimédia.

Desde há 20 anos que os recursos didácticos elaborados no presente módulo incidiam na concepção de transparências e apresentações power-point. As primeiras caíram em desuso, já nas segundas, sem dúvida ainda actuais, nos últimos anos tem proliferado o software disponível para a sua elaboração, de tal modo que optar por explicar um software, parece-nos uma actividade de restrição à liberdade de escolha. Por outro lado, a disseminação de tecnologias digitais como fotografia e vídeo, é um convite a novas concepções de recursos, mas ao mesmo tempo, uma certidão de inviabilidade de construção de um manual com todos os softwares explorados exaustivamente. Neste âmbito, apelidamos o Capitulo 2 - Concepção de Suportes Pedagógicos, mas na verdade a tarefa de os criar caberá por completo ao/à formando/a. Mais ainda também sobre ele/a recairá a tarefa de aprender e explorar os programas que lho permitirão.

Neste modelo de aprendizagem, em que cada formando/a é o/a principal construtor/a dos seus próprios saberes, este manual não pretende ser um repositório completo dos conhecimentos sobre a matéria em causa, o que também não seria possível, mas tão só uma orientação para esse trabalho de procura e de selecção que cada formando/a se deve habituar a fazer, e que constitui, sem qualquer dúvida, uma competência fundamental no exercício da profissão de formador/a que brevemente iniciará.

Concluindo, este manual não é, nem pretende ser, um ponto de chegada em termos de conhecimentos sobre a matéria em estudo, mas fundamentalmente um ponto de partida na aventura fascinante de aquisição de saberes numa nova área de conhecimentos.

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Módulo 8Recursos Didácticos

OBJECTIVOS DO MÓDULO

1 Classificar os diversos meios audiovisuais.

2 Avaliar vantagens e desvantagens dos diferentes meios audiovisuais.

3 Utilizar os equipamentos mais comuns na formação.

4 Analisar e avaliar situações específicas de formação e a sua relação com os recursos didácticos.

5 Preparar materiais pedagógicos para a simulação de desempenho final.

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Módulo 8Recursos Didácticos

RECURSOS DIDÁCTICOS

OBJECTIVOS DO CAPÍTULO

Unidade 1 Identificar as funções dos recursos didácticos.Seleccionar recursos didácticos utilizando critérios de escolha.

Unidade 2 Identificar funcionalidades, vantagens e desvantagens dos quadros.Conhecer as regras de utilização dos quadros.

Unidade 3 Identificar funcionalidades, vantagens e desvantagens do manual de formação.Conhecer as regras de utilização do manual de formação.

Unidade 4 Identificar funcionalidades, vantagens e desvantagens do retroprojector.Conhecer as regras de utilização do retroprojector.

Unidade 5 Identificar funcionalidades, vantagens e desvantagens do projector de diapositivos.Conhecer as regras de utilização do projector de diapositivos.

Unidade 6 Identificar funcionalidades, vantagens e desvantagens do projector multimédia.Conhecer as regras de utilização do projector multimédia.

Unidade 7 Identificar funcionalidades, vantagens e desvantagens da gravação e reprodução vídeo.Conhecer as regras de utilização da gravação e reprodução vídeo.

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CAPÍTULO

1

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Módulo 8Recursos Didácticos

OS RECURSOS DIDÁCTICOS 1

Conjunto de documentos e/ou

aparelhos que facilitam a aprendizagem.

Os recursos didácticos têm como principal função, auxiliar os/as formandos/as no seu processo de aprendizagem. Tal propósito é atingido pelas seguintes potencialidades destes recursos:

Estimulação sensorial Activa vários sentidos em simultâneo, o que

melhora a percepção e, por conseguinte, o processo de aprendizagem;

Os sentidos respondem a um processo de habituação, ou seja quando o mesmo estímulo é repetido invariavelmente, diminui a atenção sobre o mesmo. No entanto, estes recursos permitem activar o mesmo sentido de diferentes formas; a visão, por exemplo, pode ser solicitada para observação de escrita, desenhos, esquemas, imagens, etc., minimizando o referido processo de habituação e aumentando a atenção.

Sistematização da informação A organização da informação e sistematização dos

aspectos mais importantes, funcionam como importantes facilitadores da aprendizagem.

Estética O ser-humano tem um desenvolvido sentido

estético, que o leva a admirar e contemplar estímulos interpretados como agradáveis.

Funções Veicular ideias e informações Estimular a percepção e atenção Melhorar a memorização Estruturar aprendizagens Rentabilizar o tempo da formação Facilitar a comunicação e a troca de ideias Facilitar a actividade do/a formador/a, funcionando

como guia Favorecer a relação da formação com a actividade

profissional, pois permitem trazer informações, imagens e vídeos do exterior, para a sala de formação.

Critérios para a sua escolha

Objectivos a atingir com a sua utilização. Destinatários. As características dos destinatários

condicionam a escolha dos meios, nomeadamente, habilitações, idade, área profissional, etc.

Conteúdo da mensagem a transmitir, por exemplo,

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Módulo 8Recursos Didácticos

se é um conteúdo verbal ou visual; se implica um domínio cognitivo ou psicomotor.

Condicionalismos materiais. Os recursos didácticos nem sempre estão ao dispor do/a formador/a. Assim, é fundamental confirmar antecipadamente quais os meios que tem à sua disposição.

Condicionantes do espaço de formação. Por exemplo, o uso de meios visuais projectáveis, como o projector multimédia e o projector de slides, é inadequado em salas que não possam ser obscurecidas.

Tempo disponível para a acção de formação. Há recursos que pelo seu tempo de preparação e de utilização, podem ser inviáveis para uma acção de curta duração.

Utilização Apesar da importância real dos recursos didácticos, nunca se deve esquecer que mais não são do que auxiliares pedagógicos do/a formador/a. É sobre este/a que recai a responsabilidade de preparação, concepção e articulação dos diferentes recursos, tendo em vista a dinamização de uma sessão com vivacidade, harmoniosa e participativa. Deste modo o/a formador/a deverá zelar para que os recursos didácticos cumpram a sua função de o auxiliar a promover a aprendizagem nos formandos e formandas.

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A utilização destes meios, por melhor que eles sejam, não são, por si só, uma garantia de sucesso para a formação. Aliás a utilização de meios audiovisuais em excesso, provocando a fadiga dos participantes, ou as deficientes condições de apresentação, tanto ao nível técnico como ambiental, poderão comprometer os resultados esperados. Por vezes, verifica-se que, devido às suas elevadas qualidades mediáticas, os recursos didácticos são utilizados para colmatar ou disfarçar lacunas de tempo ou de assunto, na apresentação dos temas.

Outro aspecto a ter em conta é o de não haver recursos didácticos específicos para cada objectivo. Para cada situação certos meios podem ser mais apropriados do que outros, mas não há eleitos. Todos eles, como veremos, têm vantagens e desvantagens. As preferências pessoais de cada formador/a em relação à sua utilização, não devem afectar a sua escolha quanto aos mais apropriados para cada situação de formação.

Cada recurso didáctico deve ser estruturado em função de um determinado grupo, pelo que não há documentos audiovisuais universais. Sempre que se deseje utilizar documentos já existentes é necessário fazer uma análise dos seus conteúdos e verificar a sua adequação aos objectivos previstos.

Perguntas de auto-avaliação

Antes de passar para a próxima unidade, responda às perguntas que em seguida colocamos. As respostas estão contidas no texto que acabou de ler. Se tiver dificuldades, releia com atenção o mesmo texto:

1. Enumere as funções dos recursos didácticos.2. Enuncie os critérios para a escolha dos recursos

didácticos.3. Justifique a razão pela qual os recursos didácticos,

mais não são do que auxiliares pedagógicos do/a formador/a.

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QUADROS 2

Os quadros são os recursos didácticos mais comuns nas salas de formação e de aulas. Com efeito, na grande maioria destes espaços, ocupam o lugar central. A sua história é longa, remontando ao início do sistema educativo com os quadros de ardósia, hoje em desuso, até aos recentes quadros interactivos.

Apesar dos modelos desaparecidos e da introdução de novas tecnologias, os seus princípios de utilização têm-se mantido relativamente estáveis. Destacam-se como grandes vantagens a sua facilidade de utilização, a sua interactividade e flexibilidade.

Quadros de escrita a giz

Nesta categoria englobam-se os quadros de ardósia e os sintéticos. Apesar do seu progressivo desuso, ainda os podemos encontrar em grande número, sobretudo em estabelecimentos de ensino.

Vantagens Desvantagens

• Baixo custo de aquisição e utilização.

• Fácil utilização, visto não necessitar de conhecimentos técnicos específicos.

• Larga implantação na maioria dos estabelecimentos de ensino.

• Utilização de cores. Existe uma larga variedade de giz de cor.

• Pó de giz. É sem dúvida o maior inconveniente deste tipo de quadro. A sua utilização provoca grandes quantidades de pó, sujando o utilizador e o espaço circundante. Este pó é também prejudicial à saúde.

• Posição do/a utilizador/a. O/A formador/a, ao utilizar este meio, vira as costas ao grupo, quebrando-se o contacto visual.

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Vantagens Desvantagens

• Grande interactividade, pois permite que seja registada, em tempo real, informação partilhada pelo grupo.

• Elevada durabilidade.

• A informação não é reutilizável. Sempre que se apaga o quadro, a informação desaparece, não podendo ser reutilizada.

• Legibilidade deficiente. Normalmente o/a utilizador/a não dá importância aos aspectos gráficos (letragem, traço, cores, etc.) de que resulta uma informação deficiente.

• Provoca momentos de pausa se o/a formador/a tiver que transcrever grande quantidade de informação.

Quadro branco ou cerâmico

Actualmente este tipo de quadro é o mais utilizado em salas de formação, dadas as suas vantagens, nomeadamente a polivalência. A sua principal função é de suporte de escrita directa, substituindo os primitivos quadros de giz.

Um dos principais cuidados a ter é a correcta selecção e utilização dos materiais de escrita, visto só existir um tipo de caneta adequado a este suporte: a caneta de feltro do tipo não permanente (normalmente tem a designação non permanent/dry wipe). Este aspecto é importante, visto que normalmente co-existem nas salas de formação canetas de

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aspecto idêntico, do tipo permanente (normalmente têm a designação permanent waterproof), próprias para escrita em quadro de papel ou em acetatos.

Se, por lapso, o/a formador/a utilizar canetas do tipo permanente no quadro branco, a informação não desaparecerá com o apagador, podendo provocar uma situação de embaraço. Ao verificar-se esta situação, deve proceder-se do seguinte modo: utilizar um pano branco limpo ou algodão embebido em álcool e limpar com movimentos não circulares. Nunca utilizar o apagador do quadro embebido em álcool, porque irá sujar ainda mais o quadro.

Nota Antes de utilizar as canetas no quadro branco, teste-as previamente num dos cantos e tente apagar com o apagador, deste modo não prejudicará a visibilidade na eventualidade da caneta ser permanente. Se não tiver álcool para apagar a sua experiência, e uma vez que ocupou uma pequena área, passe com um marcador adequado para quadro branco, por cima dessa mancha, utilize imediatamente o apagador.

Para além de permitir a escrita directa, a maioria dos quadros brancos têm propriedades magnéticas, conferindo-lhes as vantagens e aplicações do quadro magnético. Pode ainda ser utilizado como tela, mas neste caso e devido ao elevado brilho da sua superfície, deve ter-se o cuidado de não colocar espectadores no eixo de projecção, a fim de evitar situações de encandeamento.

Na utilização do quadro branco como tela, podemos complementar a informação obtida por projecção (retroprojector, projector multimédia, etc.), escrevendo directamente no quadro. Exemplos: preencher uma grelha

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P

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de avaliação, legendar um organograma ou figura, completar um esquema técnico; estes elementos são de concepção detalhada e minuciosa, pelo que a sua preparação prévia e reutilização é indubitavelmente vantajosa.

Vantagens Desvantagens

• Baixo custo de aquisição.• Facilidade de utilização, visto

não necessitar de conhecimentos específicos.

• Larga implantação. Bastante vulgarizado nos espaços de formação.

• Utilização de cores. Grande variedade de canetas de cor.

• Elevada durabilidade.• Não causa pó, pelo que não tem

as desvantagens provocadas pelo pó de giz.

• Polivalência: quadro de escrita, quadro magnético, ecrã em casos particulares.

• Grande interactividade, pois permite que seja registada, em tempo real, informação partilhada pelo grupo.

• Posição do/a utilizador/a. O/A formador/a, ao utilizar este meio, vira as costas ao grupo, quebrando-se o contacto visual.

• Legibilidade limitada. As canetas, normalmente disponíveis, são de traço fino.

• Uso de canetas específicas. Só podem ser utilizadas canetas de feltro do tipo não permanente.

• A informação não é reutilizável. Sempre que se apaga o quadro, a informação desaparece, não podendo ser novamente utilizada.

• Provoca momentos de pausa se o/a formador/a tiver que transcrever grande quantidade de informação.

Quadro de papel

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O quadro de papel, também conhecido por quadro de conferência ou flip chart, é o mais pequeno dos quadros de escrita utilizados em formação. Habitualmente, tem as dimensões de 90cmx60cm e está montado num cavalete. A parte superior do quadro tem uma barra de suporte e fixação do conjunto de folhas de papel. A placa base do quadro tem as mesmas características do quadro branco/magnético, normalmente.

A principal característica deste recurso é que a informação escrita em cada folha não desaparece e pode ser reutilizada. É frequente utilizar-se o quadro de papel em conjunto com outros auxiliares pedagógicos (quadro branco, retroprojector, etc), já que tem utilizações complementares. No quadro branco normalmente regista-se a informação geral e no de papel a informação-síntese o que permite em qualquer altura relembrar as ideias-chave.

Este quadro é de fácil transporte (mais ainda se só se transportar o papel), ocupa pouco espaço e alia uma grande polivalência a uma fácil utilização. Estas características tornam-no ideal para pequenos grupos.

Apesar das canetas adequadas a este suporte serem do tipo permanente (waterproot), outros materiais de escrita podem ser utilizados, como os lápis de cera, de cor, carvão, etc. Pode preparar-se com antecedência e guardar para posterior utilização: escrita, esboços, gráficos e figuras. Toda esta informação pode também ser obtida pela técnica da projecção já referida para o quadro branco. Sempre que o/a formador/a prevê que vai repetir o mesmo tema em diferentes sessões, pode ser vantajoso preparar um álbum seriado. Este é basicamente um conjunto de folhas com a informação-síntese ordenada sequencialmente.

Vantagens Desvantagens

• Fácil utilização.• Baixo custo de aquisição.• Preparação prévia. A

informação pode estar pronta, ou em rascunho a lápis, para ser recoberta a tinta durante a sessão.

• Conservação e utilização posterior. Contrariamente aos outros quadros de escrita, a informação não desaparece podendo, ser reutilizada como síntese ou recapitulação. As

• Área para escrita muito limitada. Normalmente 90 x 60 cm.

• Não permite emendar um erro sem rasura.

• Provoca momentos de pausa se o/a formador/a tiver que transcrever grande quantidade de informação.

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Módulo 8Recursos Didácticos

Vantagens Desvantagens

folhas podem ainda ser afixadas ou penduradas na sala de formação, para consulta, o que permite retomar discussões de grupo, resumir opiniões, etc.

• Não suja. A sua utilização não tem as desvantagens do pó de giz.

• Diversos materiais de escrita.• Utilização de cores. Grande

variedade de canetas de cor.• Fácil transporte. Normalmente

a estrutura é articulada, o que permite obter um conjunto compacto para facilitar o transporte.

• Posição do utilizador. O formador ao utilizar este meio não vira completamente as costas ao grupo.

• Polivalência: • Quadro de papel• Quadro branco• Quadro magnético

• Grande interactividade, pois permite que seja registada, em tempo real, informação partilhada pelo grupo.

Quadro magnético

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Módulo 8Recursos Didácticos

Este quadro é constituído por uma chapa de metal ferromagnético e permite a fixação de elementos, através de pequenos ímanes. Ao contrário dos outros quadros a informação é facilmente manipulada, ultimando em mobilidade e interactividade. Podem mesmo ser utilizados com formas tridimensionais, desde que de baixo peso. Podem ser utilizados com grande eficácia em áreas muito díspares, a título de exemplo:

Química – composição de moléculas e rápido acrescento ou retirada de átomos;

Gestão – fluxogramas móveis e interactivos; Aulas de condução – sinalética e simulações através

das miniaturas; Geometria – diversas formas, fielmente construídas; Biologia – ecossistemas; Desporto – esquemas de jogo.

Vantagens Desvantagens

• Larga implantação visto que os quadros cerâmicos de escrita, muito vulgarizados nos espaços de formação, são também do tipo magnético.

• Elementos reutilizáveis.• Elevada durabilidade dos

elementos.• Elevada qualidade dos

elementos se devidamente elaborados.

• Utilização fluente, pois não há momentos de pausa já que os elementos se encontram previamente preparados.

• Mobilidade e animação dos elementos. Os elementos põem-se e tiram-se facilmente, o que permite compor e decompor a informação.

• Afixação de documentos. O quadro magnético também serve de quadro para afixação de documentos utilizando ímanes. Exemplo: cartazes, fotografias, diagramas, recortes de jornais, mapas, etc.

• Preparação complexa e demorada. A utilização deste suporte exige uma preparação cuidada porque não permite improvisos.

• Realização dos elementos. Os elementos para este suporte são dispendiosos e difíceis de realizar.

• Acondicionamento dos elementos. É difícil o seu manuseamento e acondicionamento, principalmente de figuras tridimensionais.

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Módulo 8Recursos Didácticos

Regras para a utilização dos

quadros

Apesar das diferenças existentes entre os quadros anteriormente apresentados, a sua utilização não é assim tão variável, pelo que podemos sintetizar as regras comuns:

Planear previamente o que se irá escrever/desenhar. O título da exposição deve ser escrito no início. Organizar espacialmente a informação, separar o

quadro para dados essenciais e secundários, ou proporcionar uma visão perfeita da subordinação dos dados secundários aos essenciais.

A utilização do quadro é quase sempre sincrónica ao do desenvolvimento da exposição, mas, para ganhar tempo, no início da exposição podem-se lançar os dados ou itens essenciais, deixando espaço para preenchimento dos dados secundários no decorrer da exposição.

Procurar estar o mínimo de tempo possível de costas; optar por escrever/esquematizar em pequenas sequências alternadas com diálogo com contacto visual com o grupo; pode ser uma boa estratégia falar enquanto escreve, mas somente se a sua voz se mantiver natural e audível.

Assegurar-se que a informação colocada é visível por todos os/as formandos/as.

Garantir a legibilidade no tamanho de letras (+ 5cm.), na sua forma clara e simples e no espaçamento adequado de letras e palavras.

Zelar pela correcção gramatical e semântica. Antes de iniciar a exposição limpar toda a informação,

bem como no término de cada unidade. No decorrer da exposição devem ser apagados os elementos de interesse momentâneos.

Quando utilizados como tela, atender ao eixo de projecção para evitar encadeamento.

Perguntas de auto-avaliação

Antes de passar para a próxima unidade, responda às perguntas que em seguida colocamos. As respostas estão contidas no texto que acabou de ler. Se tiver dificuldades, releia com atenção o mesmo texto:

1. Enumere os 4 quadros abordados, apresentando uma vantagem e uma desvantagem exclusivas para cada um deles.

2. Apesar da utilização ser síncrona e permitirem improvisação, a informação a colocar nos quadro deve ser previamente preparada. Justifique.

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Módulo 8Recursos Didácticos

MANUAL DE FORMAÇÃO 3

Um dos recursos didácticos centrais na formação, continua a ser o manual de formação. Entre as inúmeras vantagens que abordaremos, há uma característica que o torna único em relação aos restantes recursos didácticos: fica na posse do/a formando/a, permitindo-lhe a sua consulta sempre que o desejar.

Apesar de ser o recurso mais antigo, em formação profissional, está longe de cair em desuso. Na verdade, tem permanecido quase imutável no seu formato. “Quase”, porque cada vez mais os manuais têm vindo a ser fornecidos em formato digital ao invés do papel. Dos critérios que têm conduzido a esta preferência do digital face ao papel destacamos os seguintes:

Ecológico – a poupança no papel é notória. Se todos os manuais, do presente curso, fossem impressos para um grupo de 15 formandos/as, seriam necessárias cerca de 4 500 folhas, impressas na frente e no verso;

Económico – pela poupança de papel e tinta; Portátil – o/a formando/a ou formador/a podem

transportar uma quantidade de informação colossal, a qual que seria inviável em formato de papel. Por outro lado, pode-se copiar facilmente, colocando-o em diversos computadores e outros dispositivos.

Fácil consulta – após uma formação a grande maioria dos/as formandos/as arquiva os seus manuais. Às vezes votados ao esquecimento, mas mesmo não sendo este o caso, por vezes a tarefa de consulta de material arquivado, torna-se tão árdua e

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demorada que, mesmo para a pessoa mais zelosa e organizada, implica o sub-aproveitamento dos recursos outrora recolhidos. No formato digital a sua organização é muito mais fácil e permite ainda pesquisas dos documentos existentes num computador;

Atractivo – Podem ser utilizadas, imagens, cores e esquemas sem pudor pelo consumo de papel ou tinta de impressoras;

Interactivo – o próprio manual permite ligações para páginas de internet e outros ficheiros. Permite ainda a utilização de índices automáticos e funções de pesquisa no documento. Se ainda não está familiarizado/a com estas funções, agora é uma boa altura para experimentar, através do presente manual.

Apesar das vantagens assinaladas, reconhecemos que para a maioria das pessoas o acto de leitura em papel, possa ser mais agradável, pelo que o presente manual, encontra-se também preparado e paginado para uma eventual impressão.

Vantagens Desvantagens

• Permite a consulta sempre que o desejar. Seja para confirmar um aspecto que não compreendeu dos conteúdos abordados, ou para consultar anos após a formação terminar.

• A informação é permanente. Reduz erros perceptivos ou mal-entendidos da informação.

• Respeita ritmos individuais. Cada formando/a poderá ler à velocidade que lhe agradar e nas alturas mais adequadas.

• Permite anotações individuais. Estas podem ser realizadas sobre os próprios conteúdos, tanto no formato de papel como digital.

• Preparação complexa e demorada. A utilização deste recurso exige uma preparação cuidada.

• Depende do auto-estudo dos/as formandos/as. Se estes/as não se empenharem na análise e estudo do manual, não há aprendizagem.

• Pode limitar a auto-aprendizagem. Tendencialmente, os/as formandos/as assumem que o manual contém toda a informação que é necessário conhecer.

Regras de concepção

Independentemente do seu formato, a utilidade do manual de formação é indiscutível, pelo que se torna paradoxal que os/as formadores/as, frequentemente negligenciem este recurso, não o elaborando ou fazendo-a com deplorável qualidade.

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Módulo 8Recursos Didácticos

Não pretendemos estender-nos com aspectos da redacção de texto e concepção de materiais escritos, remete-mo-nos antes, para aspectos directamente ligados à formação. Assim o manual deverá:

Respeitar as regras gramaticais e linguísticas, um/a formador/a não pode criar um recurso com erros. Por vezes acontecem lapsos, pelo que peça sempre a alguém para rever;

A linguagem deve ser clara e facilmente compreensível. Um manual não é um conjunto de palavras-chave, pelo que as ideias devem surgir inteligíveis e articuladas entre si.

Ser tecnicamente e cientificamente correcto; Organizado e sequenciado de acordo com os

conteúdos a abordar; Ter uma apresentação gráfica agradável:

boa disposição do texto; caracteres legíveis; aspectos importantes devidamente realçados; utilização de cores e imagens para realçar nunca

para criar confusão visual. Se forem colocados outros documentos (artigos,

documentos, etc.), colocá-los em anexo e referir sempre qual o autor;

Citar sempre as fontes de onde foi retirada a informação.

Perguntas de auto-avaliação

Antes de passar para a próxima unidade, responda às perguntas que em seguida colocamos. As respostas estão contidas no texto que acabou de ler. Se tiver dificuldades, releia com atenção o mesmo texto:

1. Indique as vantagens que o formato digital trouxe para os manuais de formação.

2. Apresente, de acordo com a sua opinião, quais as 2 principais vantagens e as duas principais desvantagens deste recurso didáctico.

3. Refira 5 cuidados que o/a formador/a deverá ter na concepção do manual de formação.

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Módulo 8Recursos Didácticos

RETROPROJECTOR 4

O retroprojector começou a ser utilizado em formação durante a II Guerra Mundial, pelo exército americano, para diminuir o tempo de instrução militar. Foi o primeiro meio de projecção a ser utilizado com luz ambiente normal, permitindo utilizá-lo em complemento e simultaneamente com outros auxiliares pedagógicos, normalmente os quadros. O retroprojector foi concebido de forma a projectar documentos transparentes (acetatos) de grande formato, a curta distância, produzindo uma grande imagem.

Os documentos transparentes colocam-se sobre uma placa de vidro (porta-documentos), disposta horizontalmente por cima duma lâmpada e dum condensador (lente). Por cima do documento, encontra-se a cabeça de projecção, constituída por uma objectiva e um espelho. Esta cabeça desloca-se em altura para permitir a focagem da imagem.

Para obter uma boa visibilidade em luz ambiente normal, torna-se necessária a utilização de lâmpadas de elevada potência. Estas produzem muito calor, obrigando que estes aparelhos tenham sistemas de arrefecimento, o qual pode causar ruído.

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Page 24: Recursos Didacticos (1)

Módulo 8Recursos Didácticos

Vantagens Desvantagens

• Não há obscurecimento da sala. Ao contrário de outros meios projectáveis (projector de diapositivos, e grande parte dos projectores multimédia), a utilização deste meio é feita com luz ambiente, o que não quebra o ritmo da exposição.

• Baixo custo.• Utilização de cores. Existe uma

larga variedade de cores nos materiais para confecção de documentos projectáveis.

• Economia de tempo. A preparação prévia dos documentos poupa o tempo de escrita que seria necessário durante a sessão.

• Durabilidade dos documentos, desde que devidamente acondicionados em bolsas próprias ou dossiers.

• Reutilização dos documentos. A informação pode ser sempre reutilizada posteriormente na mesma sessão ou seguintes

• Mobilidade e animação dos elementos. Há documentos que pela sua construção (em acrílico) permitem a visualização de movimentos (exemplo: mostrador de relógio com ponteiros móveis).

• Posição do/a utilizador/a. Sempre frontal ao grupo, não havendo quebras de comunicação.

• Escrita directa. Pode ser utilizado como quadro de escrita.

• Revelação progressiva da informação. Com a utilização de máscaras ou acetatos compostos.

• Utilização combinada. Quando a imagem é projectada sobre um quadro de escrita branco ou de papel, é possível acrescentar informação ou reproduzir por cópia, desenhos, gráficos, etc.

• Conhecimentos específicos. Este meio requer a aprendizagem de conhecimentos técnicos para uma correcta utilização.

• Ruído de funcionamento, provocado pela turbina de arrefecimento em alguns modelos. Por vezes, mesmo após ter-se desligado a lâmpada, a turbina de arrefecimento mantém-se a funcionar até à normalização da temperatura no interior do aparelho.

• Preparação prévia. Antes da sessão é necessário fazer uma série de verificações e ajustes, a fim de garantir um correcto visionamento.

• Dificuldade de manuseamento dos acetatos.

• Obstruem a imagem projectada. A maioria dos retroprojectores é de grandes dimensões pelo que dificultam a visibilidade para a tela.

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Módulo 8Recursos Didácticos

Regras de utilização

Antes da sessão: Ligar a ficha de alimentação eléctrica à tomada. Accionar o interruptor de funcionamento, o que em

condições normais fará acender a lâmpada. Se tal não suceder, verificar se chega corrente ao aparelho, se o fusível está fundido ou se a lâmpada está fundida. Se, após estas verificações, a lâmpada não acender, o aparelho pode ter uma avaria que só os serviços técnicos competentes poderão solucionar.

Regular o tamanho da imagem. Como este aparelho é de distância focal fixa, o tamanho da imagem projectada depende da distância do aparelho ao ecrã. Normalmente a imagem deve encher o ecrã.

Posicionar correctamente o aparelho face à tela, de modo a não haver obstrução e distorção na imagem projectada.

Focar a imagem projectada. Colocar um acetato no porta-documentos e rodar o manípulo de focagem até se obter uma imagem correctamente focada. As distorções de imagem atrás referidas também afectam a focagem.

Durante a Sessão: Pelas características da retroprojecção o/a formador/a

não precisa de olhar para o ecrã para ver a informação, visto que o faz directamente no porta-documentos. Por esta razão, a sua posição é sempre frontal ao grupo, não havendo, portanto, quebras na comunicação. O/A formador/a pode, assim, apresentar simultaneamente a informação oral e escrita.

Quando se pretende revelar progressivamente o conteúdo do acetato devem utilizar-se máscaras. Uma máscara é normalmente uma folha de papel opaca que cobre, no acetato, a informação que não se quer revelar de imediato. A utilização de máscaras aumenta o interesse do grupo e evita a dispersão da atenção.

Sempre que se pretende salientar parte da informação deve apontar-se directamente no acetato, nunca apontar directamente na tela, porque o/a utilizador/a entra no cone de luz e perde o contacto visual com o grupo.

Nunca se deve deixar o aparelho ligado em permanência. Não se deve ligar o aparelho sem se certificar que o documento a apresentar está correctamente colocado. Após a apresentação de

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cada documento deve desligar-se o aparelho, o que faz regressar a atenção do grupo ao/à formador/a.

O retroprojector também permite a escrita directa como se se tratasse dum simples quadro de escrita. Neste caso, escreve-se sobre um acetato colocado no porta-documentos, com o aparelho ligado. Desta forma também se pode acrescentar informação suplementar em documentos já elaborados.

Outra possível utilização deste aparelho é a apresentação de objectos transparentes e silhuetas de opacos.

A informação pode ser repartida por vários acetatos, que ao serem sobrepostos progressivamente, vão criar a informação final - acetato composto.

Em casos particulares o retroprojector pode ser usado para reproduzir, por cópia, desenhos, gráficos e figuras, em quadros de escrita (ver Quadro branco).

Perguntas de auto-avaliação

Antes de passar para a próxima unidade, responda às perguntas que em seguida colocamos. As respostas estão contidas no texto que acabou de ler. Se tiver dificuldades, releia com atenção o mesmo texto:

1. Apresente, de acordo com a sua opinião, quais as 2 principais vantagens e as duas principais desvantagens deste recurso didáctico.

2. Uma grande vantagem do retroprojector face a outros recursos didácticos, é permitir que o formador/a esteja de frente para o grupo. Apresentes as características do equipamento que possibilitam esta posição, e complemente com os cuidados que o/a formador/a deverá ter para a manter, aquando a utilização deste recurso.

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PROJECTOR DE DIAPOSITIVOS

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Este equipamento foi criado simultaneamente com a própria fotografia, sendo basicamente uma forma de ampliar e projectar as películas fotográficas. No entanto, foi após a II Guerra Mundial, que o projector de diapositivos passou a ser utilizado na formação e no ensino. Desde essa altura, que os seus componentes básicos permaneceram inalterados:

1. Lâmpada;2. Sistema de lentes para aumento e projeccção;3. Sistema de arrefecimento;4. Carregador de diapositivos;5. Comando, inicialmente manuais, seguidamente

automáticos, até aos mais recentes comandos à distância.

O diapositivo (ou slide), como o seu nome indica, é uma imagem transparente positiva, em filme (película fotográfica), normalmente colorida, montada num caixilho de plástico para facilitar a projecção. Obtém-se utilizando películas fotográficas. Após ser tirada a fotografia, por revelação obtém-se directamente imagens prontas a ser visionadas. Cada diapositivo é, assim, um original único, pois a película utilizada para fotografar é ela própria utilizada para visualizar.

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Page 28: Recursos Didacticos (1)

Módulo 8Recursos Didácticos

Um diapositivo mal protegido (caixilho simples) está sujeito a numerosos danos de utilização. Os mais comuns são: as impressões digitais e os riscos na película, resultantes do manuseamento ou mau acondicionamento; a degradação da imagem resultante do calor do feixe de projecção; e o efeito das poeiras. Por estas razões cada diapositivo deve ser protegido por caixilhos especiais. Nestes caixilhos, a película fica entalada entre dois finos vidros especiais. Além de proporcionarem uma eficaz protecção aos danos mencionados, também mantêm a película no mesmo plano, evitando que empole com o calor, o que provoca desfoque na imagem.

Um dos aspectos mais importantes na utilização deste meio é o correcto posicionamento dos diapositivos a projectar, pois das oito posições possíveis só uma é correcta. Torna-se necessária uma sequenciação e posicionamento prévio, extremamente zeloso.

Vantagens Desvantagens

• Qualidade da imagem projectada.

• Facilidade de transporte do projector.

• Facilidade de obtenção de assuntos. Tudo o que se pode fotografar é utilizável.

• Rapidez de apresentação da imagem.

• Compatibilidade. Os formatos dos slides estão normalizados mundialmente.

• Facilidades de utilização do projector: controlo remoto, focagem, avanço e retrocesso de imagem.

• Obscurecimento da sala.• Impossibilidade de intervenção

directa sobre o documento.• Dificuldade de utilização

combinada com outros meios audiovisuais.

• Posição do aparelho. Afastado e em posição oposta à do formador.

• Elevado custo na produção dos diapositivos.

• Não existem cópias. Uma vez perdidos ou deteriorados os diapositivos a informação perde-se para sempre.

Perguntas de auto-avaliação

Antes de passar para a próxima unidade, responda às perguntas que em seguida colocamos. As respostas estão contidas no texto que acabou de ler. Se tiver dificuldades, releia com atenção o mesmo texto:

1. Porque motivo não se podem realizar cópias dos diapositivos?

2. Apresente, de acordo com a sua opinião, quais as 2 principais vantagens e as duas principais desvantagens deste recurso didáctico.

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Page 29: Recursos Didacticos (1)

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PROJECTOR MULTIMÉDIA 6

Nos últimos anos, este recurso aumentou drasticamente a sua qualidade, ao mesmo tempo que o seu preço diminuiu a ponto de tornar a sua compra acessível a qualquer centro de formação. Apesar de permitir ligação a várias fontes (áudio e imagem), é a sua ligação ao computador que o coloca na vanguarda da multimédia. Sem termos a pretensão de estabelecer uma definição geral, mas somente com o intuito de se clarificar o conceito, pode considerar-se que multimédia é a tecnologia que permite a integração, num mesmo documento, em linguagem digital, de diferentes “media” como: textos, grafismo, sons, imagens reais fixas e animadas em duas (2D) ou três dimensões (3D). Assim, associado ao computador é possível juntar as vantagens de vários recursos num só:

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Multimédia

Desenho

Gráficos

Vídeo

Texto

Som

Fotografia

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Vantagens Desvantagens

• Polivalência de utilização (vídeo e computador).

• Portabilidade.• Controlo da imagem

projectada por controlo remoto, nomeadamente para suspender a projecção.

• Não há obscurecimento da sala.

• Imagem de grandes dimensões.

• Imagem de qualidade.• Silencioso.

• Custo elevado da lâmpada.• Conhecimentos específicos.

Obriga o/a utilizador/a a ter alguns conhecimentos técnicos quanto à interligação e operação do aparelho.

• Software específico para a produção dos suportes.

• Tempo de concepção dos recursos elevado, quando utilizados os recursos multimédia.

Regras de utilização

Os passos a seguir apresentados, reportam-se à utilização de um projector multimédia com um computador, pois é a utilização mais habitual em formação. No entanto, como foi referido anteriormente, este dispositivo pode ser utilizado com outros equipamentos, como leitores de DVD ou câmaras de filmar. Na verdade as conexões destes dispositivos são bem mais simples do que as aqui referidas, contudo dependem do tipo de ligações existentes (variável entre marcas), pelo que recomendamos uma rápida consulta do manual do seu equipamento.

Cuidados com o equipamento: Proporcionar ventilação suficiente ao projector; Não olhar directamente para a lente enquanto está

ligado; Não cobrir a lente com a tampa enquanto estiver

ligado; Não desligar a corrente eléctrica enquanto estejam a

funcionar os ventiladores de refrigeração; Evitar qualquer movimento brusco do projector

quando está ligado e/ou quente.

Antes da sessão: Posicionar correctamente o aparelho face à tela,

de modo a não haver obstrução e distorção na imagem projectada.

Conectar os dispositivos. Todas as ligações entre aparelhos devem ser realizadas com estes desligados. Não se esqueça que se pretende exibir conteúdos com som deve ligar umas colunas externas ao computador.

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Page 31: Recursos Didacticos (1)

Módulo 8Recursos Didácticos

Ligar a ficha de alimentação eléctrica à tomada, de todos os dispositivos. Verifique se acendem os LEDs (luzes) de sinalização de corrente.

Accionar o interruptor de funcionamento, o que em condições normais fará iniciar o aparelho. Atenção que ele demora um pouco até se encontrar em condições de projectar a imagem Se tal não suceder, verificar se chega corrente ao aparelho, se o fusível está fundido ou se a lâmpada está fundida. Se, após estas verificações, a lâmpada não acender, o aparelho pode ter uma avaria que só os serviços técnicos competentes poderão solucionar.

Iniciar o computador. É importante que ligue em segundo lugar o computador, de forma a permitir que este reconheça o projector multimédia.

Verificar a fonte de entrada. Deverá ser seleccionada, no projector multimédia, a entrada “computador” ou “VGA”.

Passar a imagem do computador para o projector multimédia. Este é o passo em que, frequentemente, os/as formadores/as apresentam mais dificuldades. Para o fazer eficazmente deverá conhecer o software da sua placa gráfica. Não confie na ajuda de outras pessoas, é da sua responsabilidade garantir uma utilização de recursos eficaz. Assim, teste antecipadamente e leia a ajuda do seu software.

Regular a imagem. Normalmente a imagem deve encher o ecrã. Se a imagem estiver com a forma de um trapézio, existe uma função denominada “keystone” que corrige esta deformação.

Focar a imagem projectada. Projectar um texto e regular a focagem até se obter uma imagem nítida.

Obscurecer a sala se necessário. Testar exaustivamente todos os recursos que

tenciona usar: não basta verificar que funciona, teste apresentações, gráficos e principalmente vídeos (são os recursos que mais penalizam formadores/as pouco precavidos) que vai utilizar.

Durante a Sessão: Não precisa de olhar para o ecrã para ver a

informação, visto que o faz directamente no seu computador. Por esta razão, a sua posição é sempre frontal ao grupo, não havendo, portanto, quebras na comunicação. O/A formador/a pode, assim, apresentar simultaneamente a informação oral e escrita.

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Page 32: Recursos Didacticos (1)

Módulo 8Recursos Didácticos

Sempre que se pretende salientar parte da informação deve apontar-se lateralmente à tela ou, preferencialmente, utilizar um apontador.

Nunca passar à frente da projecção. Da mesma forma se tiver que o fazer não deve tentar baixar-se ineficazmente, pois ainda vai chamar mais a atenção da plateia para algo desadequado. A forma correcta é suspender a projecção.

Suspenda a projecção sempre que não necessitar dos conteúdos, ou se estiver a dialogar com os formandos e formandas. Há várias formas de suspender a projecção: Utilizar a função para este efeito do próprio

projector, normalmente contida no comando a distância. A sua designação é variável “snooze”, “suspend”, “blank screen”, etc.;

Se estiver a usar um programa de apresentação, normalmente a tecla “ponto” coloca a imagem negra, depois é só pressionar novamente para retomar;

Colocar um cartão frente há projecção junto do projector. Tenha em atenção para não bloquear a entrada de ar.

Perguntas de auto-avaliação

Antes de passar para a próxima unidade, responda às perguntas que em seguida colocamos. As respostas estão contidas no texto que acabou de ler. Se tiver dificuldades, releia com atenção o mesmo texto:

1. Apresente, de acordo com a sua opinião, quais as 2 principais vantagens e as duas principais desvantagens deste recurso didáctico.

2. Enumere os passos a seguir na preparação, deste equipamento, previamente a uma sessão de formação.

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Módulo 8Recursos Didácticos

GRAVAÇÃO E REPRODUÇÃO VÍDEO

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O/A leitor/a mais atento certamente se intrigará com o título da actual unidade, pois ao contrário dos anteriores não se reporta a um equipamento. Na verdade, o título original seria câmara de filmar e vídeo-gravador, e estes sim, são equipamentos. Todavia, fruto da inovação tecnológica, tal nomenclatura seria no mínimo redutora, pois actualmente existem muitos mais meios e formatos de captura e reprodução vídeo. Aliás o próprio vídeo-gravador tem vindo a ser substituído por formatos digitais (ex.: DVDs, Vídeo CD, ficheiros vídeo, etc.). E, mesmo na gravação, os cânones estabelecidos têm sido cada vez mais desafiados, o custo destes dispositivos tem vindo a tornar-se cada vez mais acessível, e a sua portabilidade cada vez maior. Denote-se que um simples telemóvel, se bem que com pouca qualidade, permite-nos fazer um registo vídeo em formação, de um aspecto que pode ser importante rever mais tarde.

Neste âmbito, na presente unidade, focaremos aspectos genéricos da utilização de vídeo em formação, comuns a todos os equipamentos que permitam gravação e/ou reprodução.

Nota Devido à multiplicidade de equipamentos e ligações entre estes, é-nos impossível elaborar um tutorial suficientemente detalhado e compreensível para ser útil ao/à formador/a. Recomendamos a leitura do capítulo referente ao tópico de “ligações” no manual do seu equipamento. Na página www.ceaconnectionsguide.com é apresentada uma lista de diversos equipamento de som e imagem, e indica-lhe ainda qual a conexão recomendada entre eles.

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Page 34: Recursos Didacticos (1)

Módulo 8Recursos Didácticos

Vantagens Desvantagens

• Reprodução do movimento. Ao contrário de outros recursos permite registar e observar, execuções e comportamentos.

• Possibilidade de exploração. As várias funções dos reprodutores vídeo (busca rápida da imagem, pausa e câmara lenta) permitem uma melhor exploração do conteúdo dos videos. Possibilitam nomeadamente, recuar tantas vezes, quanto a compreensão do filme o exigir, e fazer paragens sobre a imagem cada vez que um participante o desejar.

• Posicionamento do/a formador/a. Desde que munido dum comando à distância, o/a formador/a tem possibilidade de controlar as funções do aparelho de qualquer ponto da sala.

• Larga implantação. Com a massificação dos formatos digitais, é cada vez mais simples utilizar o vídeo particularmente, na sua exibição.

• Suporte reutilizável. A fita magnética e os formatos digitais, podem ser gravados por diversas vezes, o que também representa uma economia apreciável.

• Permite a montagem. Por cópia, permite a selecção e ordenamento de assuntos a partir de um original.

• Reprodução instantânea. Utilizando uma câmara é possível a reprodução imediata, num televisor, da gravação efectuada.

• Reutilização dos documentos. A informação pode ser reutilizada na mesma sessão ou seguintes.

• Utilização combinada. Durante a gravação podem ser utilizados outros recursos didácticos.

• Conhecimentos específicos. Este meio requer conhecimentos técnicos para uma correcta utilização.

• Preparação prévia. Antes da sessão é conveniente fazer uma série de verificações e ajustes, a fim de garantir um correcto visionamento.

• Custo elevado. As câmaras de filmar de boa qualidade de imagem, ainda apresentam preços elevados.

• Incompatibilidade entre formatos. Regista-se tanto entre formatos de gravação (uma cassete gravada numa câmara pode não ser lida noutra, como nas ligações (os cabos são exclusivos das marcas de fabricantes).

• Requer trabalho de montagem e realização, por vezes extremamente demorada.

A utilização deste recurso, em formação, prende-se com duas modalidades:

Exibição de conteúdos Gravação e visionamento de desempenhos

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Módulo 8Recursos Didácticos

Exibição de conteúdos

Aqui enquadra-se a exibição de conteúdos previamente elaborados ou preparados, nomeadamente;

Documentários; Filmes e séries de autor; Filmes didácticos; Edições de vídeo pelo/a formador/a.

Os documentários, revelam-se auxiliares preciosos, para explorar diferentes perspectivas sobre os conteúdos. Por exemplo a sua visualização, permitirá observar experiências não exequíveis em sala de formação, bem como ouvir opiniões de outros especialistas, para além da do/a formador/a, o que incrementa a qualidade da formação, bem como desenvolve processos cognitivos de análise e reflexão.

No recurso a filmes e séries, é importante uma utilização marcadamente com fins pedagógicos. Os/As formandos/as tendem a percepcionar esta actividade como lúdica e de ócio, quando na verdade, apesar de lúdica e atractiva é, acima de tudo, de aprendizagem. Assim o/a formador deverá ser extremamente criterioso na sua selecção, tendo em vista a relevância para os conteúdos, bem como informar da actividade de análise e exploração que é esperada por parte dos/as formados/as.

Apesar da antiguidade do cinema, só durante a II Guerra Mundial, este se afirmou como um importante auxiliar pedagógico, tendo sido elaborados filmes didácticos, para fins de instrução militar. Após a guerra, a experiência adquirida foi transposta para a formação profissional. Estes filmes obedem a uma estrutura semelhante à da organização de uma sessão de formação (ver manual M7-Operacionalização da Formação – Capítulo 3 – Unidade 3), onde se incluem recomendações de actividades. O filme garante uma excelente qualidade de imagem e som e uma apreciável durabilidade. Os custos de produção são bastante altos, e a sua exploração exige alguns conhecimentos especializados.

Com o incremento da acessibilidade a equipamento de gravação e reprodução de vídeo, o/a formador/a tem na mão dois utensílios que podem modificar consideravelmente os hábitos pedagógicos. Neste momento, o/a formador/a pode capturar e editar os seus próprios vídeos.

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Page 36: Recursos Didacticos (1)

Módulo 8Recursos Didácticos

A câmara de filmar é um valioso instrumento, os sons e imagens são registadas nos mais diversos ambientes, imediatamente verificadas, imediatamente visualizadas e repetidas tantas vezes quanto desejadas, montadas, manipuladas, introduzir-lhe títulos, etc. Possibilita a exibição de anteriores gravações realizadas pelo/a formador/a, tendo em vista a visualização de comportamentos que não poderiam ser apresentados em contexto de formação. Ex.: numa formação em higiene e segurança no trabalho, o/a formador/a poderá gravar-se a si próprio/a a manobrar uma empilhadora.

O vídeo é um verdadeiro meio de expressão, torna-se escrita, memória, banco de imagens ou de dados científicos. Torna-se actividade artística, ou prolongamento de outras criações.

Gravação e visionamento de

desempenhos

Este é o recurso ideal para o treino de competências. A gravação do/a formando/a, e posterior visionamento, permite uma discussão rigorosa e criteriosa. É um precioso auxiliar da formação, seja em sala, seja na oficina ou na prática em contexto real de trabalho. É o meio de observação mais rigoroso que analisará imagem a imagem o saber-fazer e o saber-ser. Permite visualizar normalmente, acelerar, em câmara lenta, ver uma imagem estática e repetir quantas vezes for necessário.

Captura De seguida vamos enumerar uma série de conselhos práticos que permitem melhorar a qualidade das gravações efectuadas, tanto a nível doméstico, como em situações de formação:

O primeiro, e talvez o mais importante, é conhecer bem o equipamento que vai utilizar. É por isso importante, ler atentamente o manual de instruções.

Antes das gravações, principalmente em exteriores, deve confirmar: se tem todo o equipamento de que irá necessitar; se tem as baterias carregadas; se tem o número de suportes de gravação

suficiente (cassetes, DVDs, cartões). Na captação de imagens, se não tiver tripé, tente

apoiar a câmara ou assuma uma pose estável, sem ser rígida, de modo a que a imagem seja estável e os movimentos suaves e regulares.

Para uma maior estabilidade quando se está de pé, afaste ligeiramente as pernas e junte os cotovelos ao corpo.

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Page 37: Recursos Didacticos (1)

Módulo 8Recursos Didácticos

Coloque as mãos de modo a conseguir operar facilmente as teclas necessárias (principalmente a do disparador e a do zoom).

A correia que aperta a mão direita à câmara, deve estar bem ajustada.

Encoste bem o Olho à ocular do visor. Se tiver de se deslocar durante a gravação, tente fazê-lo com os dois olhos abertos para poder ver para onde se desloca, em segurança.

Mantenha normalmente a câmara na horizontal. Tente alinhar as linhas horizontais e verticais com os limites do enquadramento.

Tenha em atenção a duração dos planos. Planos muito extensos do mesmo assunto tornam-se cansativos. Planos demasiado curtos podem não ter tempo suficiente de observação.

Sempre que possível grave com boas condições de luz. Apesar destes aparelhos funcionarem com pouca luz, a qualidade da imagem degrada-se com a diminuição da intensidade luminosa.

A câmara usada à altura dos olhos é o ponto de vista mais vulgar (normal), mas não é o único. Se for usado o ponto de vista alto (plano em picado), as pessoas ou objectos parecem mais pequenos e mais próximos do que na realidade. Se o ponto de vista for baixo (plano contrapicado), com a câmara apontada para cima dá a sensação de que o assunto fica maior ou mais alto do que na realidade é.

Um dos movimentos de câmara da linguagem cinematográfica é o zoom, obtido pela variação contínua da distância focal da objectiva. Este movimento pode ser de dois tipos: zoom in ou de aproximação, que transporta o

espectador do geral para o particular; zoom out ou de afastamento, que transporta o

espectador do particular para o geral.Estas variações devem ser contínuas e regulares (sem saltos). No início e no final de cada zoom deve fazer-se um plano fixo de alguns segundos. Os zooms de aproximação têm que ser feitos com a câmara bem estabilizada, pois os mais pequenos movimentos provocam grande instabilidade na imagem.

Não abuse do zoom, porque além de tornar o programa cansativo, gasta mais a bateria.

Os movimentos de câmara mais comuns são as panorâmicas, que podem ser de dois tipos: horizontal (pan) e vertical (tilt). As panorâmicas servem

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Page 38: Recursos Didacticos (1)

Módulo 8Recursos Didácticos

sobretudo para descrever um cenário demasiado extenso, ou para acompanhar um assunto em movimento. Estes movimentos devem ser suficientemente lentos para que se possa analisar a imagem. No início e no fim de cada panorâmica deve existir um plano fixo, correctamente enquadrado, com cerca de cinco segundos de duração. As panorâmicas horizontais do tipo descritivo fazem-se normalmente da esquerda para a direita, por serem mais facilmente ''lidas'' pelo espectador.

Outro movimento de câmara é o travelling, que se obtém se a imagem for captada com a câmara em movimento. O travelling permite o acompanhamento de um assunto em movimento, bem como a aproximação ou o afastamento da câmara a um assunto. O resultado destes movimentos é diferente do obtido com o zoom de aproximação ou de afastamento. Os zooms não alteram a perspectiva do enquadramento, ao contrário dos travellings que a alteram.

Nunca faça movimentos contrários em relação ao mesmo assunto. Por exemplo: zoom in seguido de zoom out, ou panorâmica à direita seguida de panorâmica à esquerda.

Evite o excesso de movimentos de câmara, a não ser que esteja a acompanhar pessoas ou objectos em movimento.

Em enquadramentos com seres vivos, a olharem para qualquer dos lados, ou quando se acompanha um assunto em movimento, deve deixar-se espaço à frente.

Visionamento SeleccionarPrimeiro que tudo é necessário seleccionar o material a visionar, criando notas de aspectos relevantes para os quais chamar a atenção. Nos filmes, o/a formador/a deverá seleccionar as partes significativas para exibição. De seguida, preparam-se as actividades, cuja realização será solicitada aos/às formandos/as em sequência do visionamento, bem como eventuais listas de perguntas.

PrepararConfirmar a existência dos equipamentos necessários, a sua compatibilidade, e o seu funcionamento; verificar se em todos os lugares se vê suficientemente bem e sem esforço, acertando os níveis de som e de luz;

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Módulo 8Recursos Didácticos

InstruirFornecer instruções, anunciando aos/às formandos/as o que vão ver, quais os objectivos, o que deverão fazer durante o visionamento (tomar notas, reparar em certas passagens ou pormenores, etc.) e que actividade será realizada após a exibição;

ExibirConvém não esquecer que, embora, por si só, o vídeo seja motivador, durante a exibição, os/as participantes estão passivos/as, o que poderá conduzir a desmotivação e, a certas horas, a sonolência. Neste âmbito o/a formador/a deve manter actividade, dirigir a atenção para aspectos importantes, mantendo os formandos sempre expectantes e activos. Uma vez que o/a formador/a já visionaram o vídeo, na fase de selecção, devem agora observar, continuamente, as reacções dos/as participantes.

AnalisarNo final, pedir opinião aos formandos e formandas sobre o que acabaram de ver, tendo em vista a partilha de opiniões, bem como eventuais esclarecimentos de dúvidas, despertadas durante a exibição.

Sintetizarapresentar, no fim, os pontos principais, discutindo as reacções dos formandos que observou, e sintetizando os pontos-chave que o grupo deve reter.

Perguntas de auto-avaliação

Antes de passar para a próxima unidade, responda às perguntas que em seguida colocamos. As respostas estão contidas no texto que acabou de ler. Se tiver dificuldades, releia com atenção o mesmo texto:

1. Apresente, de acordo com a sua opinião, quais as 2 principais vantagens e as duas principais desvantagens deste recurso didáctico.

2. Diferencie as duas modalidades de utilização de vídeo em formação: exibição de conteúdos e gravação e visionamento de desempenhos. Apresente ainda dois exemplos de utilização em formação, para cada modalidade.

3. Enuncie os passos a realizar, a fim de garantir um visionamento de qualidade.

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Módulo 8Recursos Didácticos

RESUMO DO CAPÍTULO E ACTIVIDADES A REALIZAR

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Unidade 1 Os recursos didácticos têm como principal função, auxiliar os/as formandos/as no seu processo de aprendizagem. Para além de promoverem estimulação sensorial, sistematizam a informação de uma forma esteticamente agradável. No acto da sua escolha, o/a formador/a deve considerar os objectivos, destinatários, conteúdo da mensagem, condicionalismos materiais, condicionantes do espaço e tempo disponível; pois só assim, estes recursos lhe poderão ser úteis como auxiliares pedagógicos.

Unidade 2 a 7 Tempo de Preparação

Facilidade de utilização

CustoDimensão do

grupoInteracção

Quadros

Manual de formação

Retroprojector

Projector de diapositivos

Projector multimédia

Vídeo

Actividades a realizar

1. Tendo como base a sua simulação de desempenho final, seleccione e prepare os recursos didácticos a utilizar, tendo em de acordo com os objectivos, destinatários, conteúdo da mensagem, condicionalismos materiais, condicionantes do espaço e tempo disponível.

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Módulo 8Recursos Didácticos

CONCEPÇÃO DE SUPORTES PEDAGÓGICOS

OBJECTIVOS DO CAPÍTULO

Unidade 1 Analisar a relação do/a formador/a com as novas tecnologias na formação.

Unidade 2 Identificar funcionalidades da apresentação multimédia.Conhecer as regras de concepção da apresentação multimédia.

Unidade 3 Identificar funcionalidades da edição de imagem, em formação.Conhecer as regras de utilização da edição de imagem, em formação.

Unidade 4 Identificar funcionalidades da edição de vídeo, em formação.Conhecer as regras de utilização da edição de vídeo, em formação.

Unidade 5 Identificar funcionalidades da gravação e edição de CD/DVD.

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CAPÍTULO

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Módulo 8Recursos Didácticos

AS NOVAS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO

1

A atitude comportamental da maioria dos/as formadores/as face a uma novidade pedagógica e didáctica que extrapola o domínio específico das competências adquiridas é, ao menos inicialmente, de reserva, ou resistência passiva. No caso das Tecnologias de Informação e Comunicação esta atitude é reforçada por uma característica intrínseca aos novos dispositivos: a sua rápida evolução.

“Esperar para ver em que param as modas”, se é um plebeísmo que tem alguma razão de ser, dada a permanente mudança de processos e modelos, também não deixa de se transformar num justificativo eficaz para o comodismo dos/as que aguardam que os sistemas estabilizem a fim de que, um dia mais tarde, se possam debruçar com alguma tranquilidade sobre o saber de experiências construídas por outrém. A reserva face à novidade, quando aceite de forma consensual pela comunidade profissional em que o sujeito se insere, tranquiliza a consciência, justifica a atitude conservadora e os processos da prática profissional estanques e estagnados. E muito embora um /a formador/a não seja, por inerência de funções profissionais, um agente passivo do saber científico, pedagógico e didáctico, por vezes, assume uma atitude conservadora, sobretudo se a nova esfera do saber requer uma competência científica e tecnológica que se situa para lá das suas apetências disciplinares.

O reconhecimento da existência de minorias que assumem a tarefa de inovação tecnológica e experimentação pedagógico-didáctica reforça esta atitude, até ao momento em que a novidade laboratorial se transforma em realidade experimentada e, pela sua presença incontornável, ameaça contaminar metodologias de processos de trabalho há muito adquiridos e rotineiramente aplicados.

A dificuldade individual de dominar modos e processos proveniente de esferas até agora separadas do saber, com ênfase especial para novos softwares e o multimédia, pode levar o/a formador/a a sentir-se ultrapassado/a, impotente face à complexidade e dinâmica da novidade, incapaz de a transmitir em termos pedagógico-didácticos aos seus formandos e formandas.

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Módulo 8Recursos Didácticos

Quando esta atitude psicológica se instala, o/a formador/a sente-se questionado/a na sua competência profissional, tanto mais que os/as formandos/as trazem do exterior notícias entusiásticas e, por vezes, hiperbólicas sobre jogos da galáxia multimédia, quando não mesmo de novos produtos interactivos já aplicados com sucesso por outros profissionais.

As acções de formação para formadores/as, se necessárias, não são no caso presente, condição suficiente para uma correcta aquisição e aplicação de novas estratégias de ensino, na medida em que a maioria dos recursos didácticos e tecnologias pressupõe uma prática individual continuada e uma atitude de investigação permanente. Em suma, para se manter auto-suficiente, confiante e competente, é imperativo conjugar o binómio aprender e ensinar numa dialéctica permanente, quiçá até ao fim da sua vida profissional.

Perguntas de auto-avaliação

Antes de passar para a próxima unidade, responda às perguntas que em seguida colocamos. As respostas estão contidas no texto que acabou de ler. Se tiver dificuldades, releia com atenção o mesmo texto:

1. Refira o motivo pelo qual alguns formadores e formadoras adoptam uma postura de resistência face às novas tecnologias na formação.

2. Justifique em que medida só é possível manter-se competente, na utilização das novas tecnologias, através da auto-formação.

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APRESENTAÇÃO MULTIMÉDIA

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Ambiente de trabalho do OpenOffice Impress

Este recurso foi criado especificamente para auxiliar comunicadores, na transmissão de uma mensagem para um público. Assim, é frequentemente utilizado na formação, no ensino, em conferências e apresentações de trabalho.

Software Comercial PowerPoint 2007 – documentação de ajuda

Gratuito OpenOffice Impress – documentação de ajuda

Online Googledocs – documentação de ajuda

A Saber O software aqui apresentado, é meramente exemplificativo, pelo que aconselhamos o/a leitor/a a fazer alguma pesquisa, pois certamente encontrará soluções adequadas às suas necessidades. Para auxílio nesta tarefa, existem algumas páginas de internet dedicadas à análise de software, por exemplo softonic e zwame, outras dedicada a publicação de software livre como a sourceforge.

Nem sempre é possível indicar documentação de ajuda, pois em algum software comercial, os manuais também têm custos para o/a utilizador/a.

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Funções Estes programas fornecem tudo o que é necessário para a produção de uma apresentação com aparência profissional. Permitem criar diapositivos (ou slides) contendo elementos muito diversos, incluindo texto, listas numeradas ou com marcas, tabelas, gráficos, imagens, vídeos e uma vasta gama de objectos gráficos. A grande maioria dos softwares dispõem de um verificador ortográfico, estilos de texto pré-definidos e atraentes modelos de diapositivos. Possibilitam ainda animações de elementos e transições animadas de diapositivos.

Regras de concepção

A principal regra de concepção de uma apresentação multimédia, é a mesma que nos restantes recursos didácticos: favorecer a aprendizagem dos formandos e formandas. Assim, toda as decisões tomadas, deverão ter em conta esta máxima. De seguida apresentamos algumas sugestões para a sua elaboração:

Decidir quais os objectivos da apresentação, destinatários, conteúdos e tempo disponível.

Manter sempre a mesma aparência durante toda a apresentação, utilizando sempre a mesma cor de fundo, tipo de fonte etc. Quebrar a consistência somente se desejar usar um elemento surpresa.

Personalizar a apresentação. Escolha modelos de apresentações e padrões de fundo adequados ao tema. Evite utilizar os modelos predefinidos ou personalize-os, tornando a sua apresentação original. No caso de utilizar o openoffice, na página oficial são disponibilizadas extensões que permitem acrescentar modelos para além dos pré-existentes. No caso do PowerPoint, deverá fazer uma pesquisa por “templates” havendo algumas páginas que os disponibilizam gratuitamente.

Utilizar a apresentação como base visual aos desenvolvimentos feitos oralmente, ou como síntese e conclusão.

O conteúdo dos slides deve estar directamente relacionado com o que está a ser comunicado oralmente. Não deixe o seu discurso desviar-se do conteúdo do slide que está a mostrar.

Apresentar somente a informação que será utilizada. O título da apresentação é colocado no primeiro

diapositivo, nos restantes, deve resumir os conteúdos presentes no diapositivo respectivo.

Utilizar preferencialmente palavras-chave e esquemas.

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Módulo 8Recursos Didácticos

Recorrer a desenhos ou gráficos sempre que possível, reduzindo o número de palavras e números.

Deixar bastante espaço entre os itens para facilitar a visualização.

Empregar tipos de letra grandes e legíveis para melhorar a visualização; Tamanhos mínimos recomendados: Título > 38 Tópico > 32 Sub-tópico >28

Produzir ilustrações com um estilo consistente em toda a apresentação.

Contra-indicado Apresentar mais informação do que a que será

utilizada. Antecipar as sequências da exposição. Ler os diapositivos ou apoiar toda a sua formação em

diapositivos utilizados como suportes. Ocultar a projecção colocando-se em frente do foco. Usar diapositivos carregados de texto. Usar diapositivos ilegíveis devido ao tamanho dos

caracteres da letra. Se “acha” que os/as formandos/as conseguirão ler, então o melhor é dividir a informação por dois diapositivos e aumentar o tipo de letra, para ter “certeza”.

Utilizar cores que dificultam a leitura. Sobrepor texto a imagens; é preferível colocar os

elementos lado-a-lado, ou em diapositivos diferentes.

Perguntas de auto-avaliação

Antes de passar para a próxima unidade, responda às perguntas que em seguida colocamos. As respostas estão contidas no texto que acabou de ler. Se tiver dificuldades, releia com atenção o mesmo texto:

1. Refira as principais funções dos softwares de criação de apresentações multimédia.

2. Enuncie a principal regra de concepção de uma apresentação multimédia.

3. Enumere 5 sugestões para concepção de uma apresentação multimédia adequada.

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EDIÇÃO DE IMAGEM 3

Ambiente de trabalho do GIMP

Como o próprio nome indica, este recurso destina-se a editar e manipular imagens e fotografias. Com o advento da fotografia digital, o desenvolvimento de programas de edição de imagem tem sido exponencial. Destaca-se o proliferar de programas online que dispensam a instalação no seu computador. Se nunca utilizou nenhum software de edição de imagem, esta deverá ser a sua primeira escolha, pois apresentam uma utilização muito simples e intuitiva. Tal é a qualidade e funcionalidade destes recursos online, que no que concerne a programas para instalar no seu computador, exemplificamos com aqueles que permitem funcionalidades, muito além das imediatas na formação. Por conseguinte, se optar por estes últimos, atente que necessitará de maior tempo de aprendizagem, mas ao mesmo tempo terá ao seu dispor um número muito mais elevado de funcionalidades e potencialidades.

Software Comercial Adobe® Photoshop® Corel® PaintShop Photo™

Gratuito OpenOffice Draw – documentação de ajuda Gimp – documentação de ajuda; vídeo de ajuda

Online picnik pikipimp rsizr splashup

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Funções Os programas para instalação no computador, apresentam um elevado número de funções; a sua enumeração exaustiva seria infrutífera no âmbito do presente manual. Deste modo enumeramos as funções mais vulgarmente utilizadas na elaboração de recursos para formação, que todos os formadores e formadoras deverão dominar:

Cortar Redimensionar Rodar Utilizar filtros básicos, marcadamente de cor Legendar

Regras de utilização

Tendo em vista a utilização de imagens e fotografias nas suas sessões de formação, deve considerar alguns aspectos:

Cortar aspectos irrelevantes da imagem. Ponderar o tamanho das imagens. Imagens

demasiado grandes irão aumentar o tamanho das suas apresentações e manuais, bem como lentificar estes recursos. Assim, antes de colocar a imagem deve redimensioná-la de acordo com a utilização pretendida. Por exemplo, as imagens que ilustram este manual, foram redimensionadas para uma resolução de 1024x768 e posteriormente para uma largura de 11cm. Se o intuito fosse explorar a imagem, poderia utilizar-se uma resolução um pouco maior.

Nunca deformar a imagem. Não ajuste a largura e a altura em separado. Recomendamos utilizar redimensionamento através de valores numéricos. No caso das imagens aqui apresentadas, ao invés de utilizar o rato para tentar aproximar o tamanho, simplesmente escolhemos uma largura de 11cm, com a opção de manter a proporção.

Rodar utilizando os valores dos ângulos e não o rato. Deste modo pode utilizar uma inclinação idêntica em todos os seus elementos.

Se utilizar fotografias de locais reais, ou de outros grupos de formação, utilizar filtros para esbater a cara das pessoas, de forma a respeitar a sua privacidade.

Legendar sobriamente e legivelmente. Normalmente, a melhor opção é colocar na imagem somente números ou letras, com legenda no exterior. As setas são também uma boa opção. Não abuse das cores, pois irão entrar em conflito com a imagem.

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Módulo 8Recursos Didácticos

Não exagerar em efeitos e artefactos. Muitos programas oferecem um conjunto de efeitos, molduras, balões, etc. que devem ser utilizados de forma ponderada e moderada.

Perguntas de auto-avaliação

Antes de passar para a próxima unidade, responda às perguntas que em seguida colocamos. As respostas estão contidas no texto que acabou de ler. Se tiver dificuldades, releia com atenção o mesmo texto:

1. Refira as principais funções dos softwares de edição de imagem, utilizadas em formação.

2. Enumere os cuidados a ter na edição de imagens, tendo em vista a sua utilização em recursos didácticos.

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EDIÇÃO DE VÍDEO 4

Ambiente de trabalho do PiTiVi

Há uns anos atrás seria impensável apresentar esta unidade num manual de Formação Pedagógica Inicial de Formadores. Editar vídeo implicava equipamento de elevado custo e árduas horas de trabalho, pelo que esta tarefa permanecia exclusiva dos profissionais da área. Tal como na fotografia, os formatos digitais colocaram a edição de vídeo ao alcance de qualquer interessado/a. Deste modo, todos os vídeos capturados através de câmara digital, utilizando o seu telemóvel ou recolhidos da internet, podem agora ser manipulados e trabalhados, tendo em vista a sua utilização didáctica.

Num primeiro vislumbre, poderá parecer uma actividade demasiado complexa, mas após algumas experiências, verá que é bem mais simples, do que previa. Os softwares de edição vídeo estão cada vez mais fiáveis e intuitivos.

Software Comercial Windows Movie Maker

Gratuito PiTiVi (linux) - documentação de ajuda Avidemux - documentação de ajuda VideoPad

Online jaycut

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Funções Apesar de simples e intuitivos, todos os programas apresentados permitem:

Trabalhar com diversos formatos de ficheiros de entrada: .avi, .mpeg, .mov, DivX, .wmv, .mp3

Inserir vários filmes Cortar os filmes Utilizar filtros de imagem básicos Empregar efeitos de transição Inserir música Inserir voz do/a narrador/a Inserir títulos Exportar para o computador como um só filme

Regras de utilização

Tendo em vista a utilização de filmes nas suas sessões de formação, deve considerar alguns aspectos:

Cortar aspectos irrelevantes do filme (intervalos, enganos, etc.).

Se utilizar música de fundo, esta não deve ter letra e deverá ser o mais neutra possível, de modo a não desviar a atenção dos conteúdos. Sempre que entrar a voz de narração, ou dos próprios intervenientes no filme, baixar a música de fundo.

Não exagerar em efeitos e artefactos. Muitos programas oferecem um conjunto de efeitos, molduras, balões, etc. que devem ser utilizados de forma ponderada e moderada.

Vá gravando o seu projecto. A edição de vídeo utiliza bastantes recursos do computador, pelo que se houver algum bloqueio, não haverá perda de trabalho.

Para o seu trabalho ser visionado noutro computador ou armazenado noutro suporte tem que ser exportado.

Perguntas de auto-avaliação

Antes de passar para a próxima unidade, responda às perguntas que em seguida colocamos. As respostas estão contidas no texto que acabou de ler. Se tiver dificuldades, releia com atenção o mesmo texto:

1. Refira as principais funções dos softwares de edição de vídeo, utilizadas em formação.

2. Enumere os cuidados a ter na edição de vídeos, tendo em vista a sua utilização em recursos didácticos.

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ARMAZENAMENTO DOS SUPORTES PEDAGÓGICOS

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Ambiente de trabalho do DVDStyler

Finalizado o processo de concepção de suportes pedagógicos, resta-nos armazenar esta informação, com o intuito de a reutilizar mais tarde. A acção mais simples é manter guardado no disco rígido do seu computador, contudo, tal opção para além de pouco segura (se utilizada em exclusivo), não é prática caso pretenda partilhar a informação com outras pessoas. Por exemplo se quiser fornecer uma cópia aos seus formandos e formandas.

Na presente unidade apresentaremos os passos básicos para a gravação de CDs e DVDs, de forma a armazenar os seus dados. Desafiando um pouco mais ainda, propomos em consequência das unidades anteriores criar um DVD capaz de ser reproduzido em qualquer vulgar leitor de sala. Esta ferramenta transformará por completo os portefólios e, quem sabe, os manuais de formação, pois estes poderão passar a ser inteiramente digitais, contemplando textos, apresentações, vídeos e fotografias.

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Software Gravação de CD/DVD - Comercial Nero Burning ROM - documentação de ajuda

Gravação de CD/DVD - Gratuito CDBurnerXP - documentação de ajuda

Edição/autoria de CD/DVD - Comercial Nero Vision - documentação de ajuda

Edição/autoria de CD/DVD - Gratuito DVDStyler - documentação de ajuda

Funções Gravação de CD/DVD: Gravar dados Gravar aúdio – CDs de música clássicos utilizados em

Hi-Fi, CDs de mp3 são CDs de dados Gravar vídeo – formatos que podem ser reproduzidos

em leitores de DVD de sala. A sua estrutura de ficheiros é diferente da utilizada para arquivar dados. São exemplos destes formatos: Vídeo-CD DVD

Copiar CDs e DVDs Gravar imagem – formato em que normalmente é

disponibilizado software para instalação.Edição/autoria de CD/DVD:

Criar menus de navegação de DVD Inserir imagens de fundo Inserir botões de acção Criar apresentações de fotografias e imagens Introduzir banda sonora

Regras de utilização

O presente suporte permite compilar os recursos anteriormente elaborados, pelo que as regras anteriormente aplicadas, repercutem-se aqui. Assim a única recomendação que é exclusiva do armazenamento dos suportes pedagógicos, é a seguinte:

Testar os CDs e DVDs produzidos, em diversos leitores, para certificar que a gravação foi bem conseguida.

Perguntas de auto-avaliação

Antes de passar para a próxima unidade, responda às perguntas que em seguida colocamos. As respostas estão contidas no texto que acabou de ler. Se tiver dificuldades, releia com atenção o mesmo texto:

1. Refira as principais funções dos softwares de gravação de CD/DVD e de edição/autoria de CD/DVD, utilizadas em formação.

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RESUMO DO CAPÍTULO E ACTIVIDADES A REALIZAR

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Unidade 1 Habitualmente os formadores e formadoras adoptam posturas de resistência, face às novas tecnologias na formação. Tal atitude prende-se, por um lado, com o facto de estas tecnologias extravasarem as áreas disciplinares do/a formador/a e, por outro lado, com a rápida evolução desta área do saber. A actualização e domínio destas competências, só é possível através de uma prática individual continuada e uma atitude de investigação permanente.

Unidade 2 De todas as novas tecnologias da formação, as apresentações multimédia, foram sem dúvida, as que mais firmemente se implementaram. Permitem criar diapositivos (ou slides) contendo elementos muito diversos, incluindo texto, listas numeradas ou com marcas, tabelas, gráficos, imagens, vídeos e uma vasta gama de objectos gráficos. Para uma concepção e apresentação eficaz, é necessário respeitar uma série de princípios, sob pena de não cumprirem o fim a que se destinam: favorecer a aprendizagem dos formandos e formandas.

Unidade 3 Com a massificação da fotografia digital, o/a formador/a dispõe com facilidade deste valioso recurso de registo visual. No intuito de elaborar suportes pedagógicos organizados, atractivos e estimulantes, o/a formador/a deverá dominar as funções básicas de cortar, redimensionar, rodar, utilizar filtros básicos e legendar as fotografias e imagens.

Unidade 4 A tarefa de capturar vídeos tem sido cada vez mais facilitada, seja através de câmara digital, webcam ou telemóvel. Da mesma forma, a edição destes conteúdos está também ao alcance de todo/a o/a formador/a que se disponibilize para aprender. Assim, ao invés de exibir vídeos com informação irrelevante, tendo que rebobinar ou acelerar a câmara, pode recorrer à edição de vídeo criando um vídeo organizado e facilmente exibido em diferentes equipamentos.

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Unidade 5 Após toda a concepção dos suportes pedagógicos, é importante que o/a formador/a tenha conhecimentos para armazenar estes dados. Deste modo, pode criar cópias de segurança e fornecer facilmente conteúdos aos seus formandos e formandas. Mas após ter editado todos este conteúdos multimédia, arquivar simplesmente ficheiros, poderá ser um final inglório. A edição de DVD, torna-se assim uma ferramenta poderosa, pois para além de permitir a introdução destes dados, ainda permite organizá-los de uma forma atractiva e passível de serem visionados em qualquer leitor de DVD, seja no computador, na sala, ou em formação.

Actividades a realizar

1. Tendo presente o perfil de formandos/as a que eventualmente dará formação, elabore suportes pedagógicos, utilizando as funcionalidades descritas nas unidades 2, 3 e 4.

2. Elabore os suportes pedagógicos da sua simulação de desempenho final, servindo-se, para o efeito, dos materiais e programas que julgar mais apropriados e respeitando as regras para a sua concepção.

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BIBLIOGRAFIA

Cardoso, M. G. (1997). Manual de Apoio à Formação de Formadores de Formadores. Turim: OIT e IEFP.

Correia, C. (1999). Os Desafios Multimédia na Formação Profissional. Aprender (Vol. 32). Lisboa: IEFP.

Departamento de Formação Profissional. (1999). Formação Pedagógica Inicial de Formadores. Referenciais de Formação (2.º ed.). Lisboa: IEFP.

Germano, L. (2009). Manual da Formação Pedagógica Inicial de Formadores. Praia: IEFP.

Lencastre, J. G. (1997). Concepção de Cursos de Ensino Assistido e Multimédia. Aprender (2.º ed., Vol. 13). Lisboa: IEFP.

Machado, A. R. (2005). Guia Prático para o Uso do Retroprojector. Aprender (5.º ed., Vol. 10). Lisboa: IEFP.

Nunes, M. C. R. (1999). O Multimédia e o Formador. Formar Pedagogicamente (3.º ed., Vol. 20). Lisboa: IEFP.

Nunes, M. C. R., & Serradas, J. M. (1993). Formação e Multimédia. Aprender (1.º ed., Vol. 19). Lisboa: IEFP.

Ribeiro, C. P., Dias, J. A. P., & Relvas, L. (1999a). A Televisão e o Vídeo na Formação. Aprender (2.º ed., Vol. 16). Lisboa: IEFP.

Ribeiro, C. P., Dias, J. A. P., & Relvas, L. (1999b). Os Meios Audiovisuais na Formação. Aprender (3.º ed., Vol. 11). Lisboa: IEFP.

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BIBLIOGRAFIA