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(1/14) RELATÓRIO E CONTAS 2019 INDICADORES FINANCEIROS MZN Auditado 2019 2018 Margem Financeira 247 390 886 136 872 705 Comissões Líquidas 115 305 933 83 382 815 Resultados de Operações Financeiras 136 628 692 116 757 305 Outros Resultados de Exploração (3 256 426) (685 812) Produto Bancário 496 069 085 336 327 013 Custos com Pessoal (102 367 550) (74 072 224) Gastos Gerais Administrativos (57 500 272) (46 549 082) Custos de Funcionamento (159 867 822) (120 621 306) Amortizações (17 767 638) (9 921 663) Imparidades (2 750 629) 1 699 276 Provisões - - Resultados Operacionais 315 682 996 207 483 319 Impostos Correntes (76 948 207) (47 613 942) Impostos Diferidos 2 221 192 1 214 359 Resultado Líquido 240 955 981 161 083 736 Indicadores Selecionados 2019 2018 Total do Activo 2 974 604 570 1 429 854 045 Capitais próprios 1 631 294 308 706 098 400 Fundos Próprios Regulamentares 1 208 967 218 709 285 242 Recursos de Clientes 1 238 453 481 672 862 507 Crédito concedido / Recursos de Clientes - - Activos sob Supervisão (*) 10 383 452 158 4 165 494 077 (*) Activos sob gestão, sob Custódia e Depósitos de Clientes Rendibilidade 2019 2018 Rendibilidade dos Activos Médios (ROA) 14.3% 16.7% Rendibilidade dos Capitais Próprios Médios (ROE) 20.6% 25.7% Produto Bancário/Activo Líquido Médio 22.5% 27.0% Juros Recebidos / Activos Remunerados 17.0% 17.8% Solvência Core Tier 1 186.1% 183.6% Rácio de Fundos Próprios Totais 194.7% 185.2% Eficiência 2019 2018 Custos de Funcionamento / Produto Bancário 32.2% 35.9% Custos com Pessoal/Produto Bancário 20.6% 22.0% Fonte: BiG INTRODUÇÃO O Banco O Banco BIG Moçambique, S.A. (BiG ou Banco) é um banco especializado em investimento e poupança, com sede em Maputo, que iniciou a sua actividade em Março de 2016. O Banco está autorizado a operar em todas as áreas de negócio abertas ao sector bancário em Mo- çambique. Em 31 de Dezembro de 2019, o Banco detinha MZN 2.975 milhões de activos, MZN 1.238 milhões de depósitos de clientes e MZN 1.631 milhões de Capitais Próprios. Na actividade principal, o BiG apresenta um modelo de negócio transparente e inovador, focado em soluções de poupança e investimento, bem como em serviços de assessoria, di- rigidos a Empresas, Clientes Institucionais e Clientes Particulares de perfil afluente, estando comercialmente focado na angariação de Clientes, no crescimento da base de depósitos e na gestão de activos de terceiros. Operacionalmente, o Banco foca-se na qualidade dos seus activos, gestão de liquidez, con- trolo operacional interno, fiabilidade de execução, preservação do capital e controlo dos riscos inerentes ao negócio, de modo a gerar retornos atractivos para os seus stakeholders. O Banco é detido maioritariamente pelo Banco de Investimento Global, S.A., com sede em Lisboa, Portugal, fazendo parte de um Grupo com sólida experiência e credenciais provadas em banca. Em 2019, o BiG implementou uma operação de aumento de capital que permitiu o alargamento da base acionista a três investidores institucionais nacionais de referência no sector financeiro, que em conjunto detinham 16,01% do capital a 31 de Dezembro (ver secção Base Accionista e Nota 26 das Demonstrações Financeiras). O Grupo BiG é independente face a grupos financeiros e a accionistas ou grupos específicos. Esta independência proporciona a liberdade de reflexão e inovação, mas, simultaneamen- te, requer a responsabilidade de assumir níveis elevados de disciplina financeira. Adicional- mente, esta independência exige uma rigorosa gestão de risco e a confiança na extensa experiência acumulada em mercados financeiros ao longo dos anos, associada ao profundo conhecimento da natureza risco / retorno do negócio bancário. O BiG procura, antes de mais, assegurar um crescimento sólido e sustentável, e permanecer uma referência de segurança para os activos e poupanças dos seus Clientes. Neste contex- to, a solvabilidade do Banco, assim como outros rácios operacionais, apresenta-se forte e robusta. Desde o início da actividade, o BiG tem contado com as capacidades de gestão de risco próprias e do Grupo para alicerçar o seu crescimento inicial, bem como para alargar e melhorar o seu modelo de negócio num período de contínua turbulência na economia mo- çambicana e na região em que Moçambique se insere. O BiG é uma instituição especializada focada, alicerçada em processos de base tecnológica e escaláveis, de arquitectura aberta, com uma cultura que procura mitigar erros operacionais ou perdas de crédito. O BiG privilegia a qualidade face à quantidade ou à quota de mercado em todas as suas áreas de negócio, e em momento algum procura replicar os modelos de banca universal tradicionais, de retalho de massas, que nos últimos anos proliferaram no mercado nacional, procurando desenvolver soluções alternativas e eficientes e trazer inova- ção ao mercado financeiro moçambicano. O BiG propõe-se repensar os serviços financeiros para os investidores mais exigentes e procura democratizar o acesso a produtos de poupan- ça e aos mercados de capitais. O BiG contacta com os Clientes a partir dos escritórios em Maputo, e as equipas comerciais do Banco deslocam-se constantemente por todo o país. A nossa visão Reconhecemos que as necessidades e exigências dos aforradores e investidores moçam- bicanos continuaram a evoluír a um ritmo mais acelerado do que os modelos tradicionais de Banca, que apresentam dificuldades em suprir as necessidades e exigências actuais dos Clientes. Acreditamos que o acesso à informação veio proporcionar aos Clientes ferramentas mais adequadas para melhores e mais rápidas decisões financeiras. Baseamos a nossa abordagem ao mercado numa estratégia de constante mudança e actua- lização, exigindo aos nossos Colaboradores, sistemas e processos, eficiência e capacidade de antecipar as alterações do mercado e as preferências dos Clientes. Encorajamos a iniciativa e apoiamos a inovação, procurando enquadrar esses valores de forma controlada e responsável, traduzindo-os em ganhos de produtividade e valor acres- centado. Procuramos democratizar o acesso dos investidores moçambicanos aos mercados de capi- tais. No futuro, queremos continuar a oferecer “mais por menos”, com constante inovação finan- ceira e actualização tecnológica, procurando continuamente satisfazer os nossos Clientes. O que fazemos De um modo geral, o BiG associa a experiência dos seus recursos humanos, o seu capital e as suas ideias com o objectivo de ajudar Clientes, Accionistas e demais stakeholders a pre- servar e valorizar os respectivos activos financeiros. Em particular, o BiG: Atrai depósitos de clientes institucionais e de retalho; Aconselha empresas, clientes institucionais e clientes particulares em matérias de risco de mercado, alocação de activos e questões estratégicas associadas aos seus negócios; Executa transacções em mercados regulados, em função de necessidades de financiamento ou apetência por risco dos seus Clientes; Investe, sobretudo em activos líquidos e de alta qualidade, contribuindo para o financiamen- to de empresas e da economia, e aconselha os seus Clientes relativamente a estratégias de investimento, de acordo com o respectivo perfil e conhecimento financeiro; Gere o seu Balanço, a sua exposição ao risco e, sob solicitação, os activos dos seus Clientes; Preserva a sua reputação e a integridade do seu negócio; Valoriza o seu capital, assim como as poupanças e os activos confiados pelos seus Clientes, num ambiente operacional seguro e de confiança; Inova, estimulando e desenvolvendo ideias que derivam da sua visão sobre o mercado, e que tem origem na génese empreendedora do Banco. Para Empresas e Clientes Institucionais, os serviços prestados incluem gestão de risco, tesouraria, corretagem, custódia e serviços de assessoria financeira. Para o segmento de Clientes Particulares, o Banco presta serviços de poupança, corretagem, custódia, gestão de património e serviços bancários gerais e de pagamento. A área de Tesouraria e Mercado de Capitais do Banco foca-se na gestão de liquidez de Ba- lanço. Esta área desempenha um papel central na cultura de gestão de riscos relacionados com mercado e crédito. Complementarmente à oferta de serviços bancários tradicionais, o Banco disponibiliza um conjunto de produtos destinados a vários segmentos de Clientes, cujo objectivo passa por promover a poupança e facilitar a negociação e investimento em instrumentos financeiros. Desta forma, o Banco procura facilitar o acesso de aforradores e investidores a serviços bancários e a um amplo conjunto de soluções financeiras, com aconselhamento, assistência e níveis adequados de informação, ou apenas execução, assim como a vários produtos de investimento negociados na Bolsa de Valores de Moçambique e em mercados de balcão (OTC). O Banco, em 2019, gerou todas as suas receitas em Moçambique. O activo do Banco pode variar ao longo do tempo, dependendo das condições de mercado e de oportunidades de negócio. Adicionalmente, o Balanço do Banco reflecte a política do BiG de manutenção de excesso de liquidez. Do lado das responsabilidades, o Banco foca-se na estabilidade dos depósitos e no crescimento do capital. O Banco interage com os seus Clientes através de vários canais integrados: os Clientes Institucionais e Empresas são servidos por equipas de vendas e de produto que se deslocam por todo o País; os Clientes Particulares são servidos por uma equipa comercial disponível para se deslocar ao seu encontro. O serviço de corretagem do Banco tem por base a sua participação como Operador da Bolsa de Valores de Moçambique, membro da Central de Valores e Operador Especializado de Obrigações do Tesouro aprovado pela Direcção Nacional do Tesouro. Adicionalmente, o Banco disponibiliza informações sobre os mercados de capitais internacionais, de modo a proporcionar aos seus Clientes o acesso a um conjunto de informação financeira que lhes permita tomar decisões informadas e conscientes. Onde estamos O BiG está sediado em Maputo, tendo a sua agência-sede no Edifício JAT 6-3, Rua dos Des- portistas, nº 733, 2º Andar. Áreas de negócio Clientes Institucionais e Empresas Para investidores institucionais e para médias e grandes empresas, os profissionais de áreas chave do BiG desenvolvem soluções financeiras especializadas, executam estratégias de negociação e de investimento e apoiam os Clientes na gestão de risco. A ampla gama de serviços que o BiG oferece inclui negociação em mercados regulados, nacionais e interna- cionais, estruturação de soluções para cobertura de riscos de mercado, custódia, operações cambiais e serviços de assessoria financeira. Tesouraria e Mercados de Capitais A área de Tesouraria e Mercados de Capitais foca-se nas actividades de investimento e cré- dito do Banco, centraliza a gestão de liquidez de Balanço do BiG e desempenha um papel central na cultura de gestão de riscos relacionados com o mercado. Para além da gestão da carteira de activos financeiros do Banco, esta área partilha análises e informação especiali- zada sobre mercados para consumo interno e para os Clientes, desenvolve activamente a actividade de intermediação para Clientes e contrapartes, e gere as posições de tesouraria e de risco do Banco. Clientes Particulares O BiG serve Clientes particulares com diferentes necessidades e expectativas através de uma abordagem integrada, apoiada por um conjunto de serviços bancários e de negociação, e por uma equipa comercial que se desloca aos mercados geográficos chave do País. A com- binação de produtos e serviços e equipas de venda especializadas permite aos Clientes do BiG executarem operações bancárias, gerir as suas poupanças e investir através do mercado de capitais. O Banco dispõe de soluções e serviços bancários direccionados para Clientes com perfil diversificado, que procuram apoio nas decisões de investimento, soluções perso- nalizadas e preservação do capital. Produtos & Serviços Corretagem e Custódia O BiG estabeleceu-se rapidamente como um dos principais operadores de mercado de capi- tais em Moçambique, definindo um novo padrão para nível de serviço, rapidez de execução e competitividade nos custos. As suas actividades de Operador de Bolsa e de Operador Especializado de Obrigações do Tesouro continuam a apoiar os principais clientes institucio- nais do País, que procuram no Banco um parceiro profissional e conhecedor das dinâmicas e tendências dos mercados nacionais e internacionais. Durante o ano de 2019, o BiG continuou a desempenhar o papel de importante colocador quer de dívida pública quer de dívida corporativa, bem como a ser o operador de referência no mercado secundário. Adicionalmente, por ser membro da Central de Valores Mobiliários, o Banco presta serviços de banco depositário, executando as liquidações financeiras asso- ciadas a uma carteira de activos financeiros, bem como à manutenção e actualização dessa carteira em custódia. O Banco oferece ainda aos seus Clientes, research macroeconómico periódico, bem como a constante monitorização dos mercados financeiros nacionais com o objectivo de detectar oportunidades de investimento ajustadas às diferentes necessidades dos aforradores e dos investidores. Estruturação Financeira A essência de um banco de investimento reside na capacidade de transformar dados em in- formação e informação em inteligência, integrando simultaneamente a excelência do capital humano com a inovação tecnológica. Um dos pilares da banca de investimento é ter capaci- dade de aconselhar os Clientes de forma profissional, objectiva e imparcial, com soluções à medida para a gestão ou angariação de financiamento através de dívida e capital. Quer seja a estruturar uma complexa emissão de dívida por parte de um Cliente, ou a aconselhar um gestor numa aquisição; quer seja na gestão competente de uma carteira de activos financei- ros, ou na aferição do risco de determinado portfólio, a constante preocupação do Banco é maximizar o valor, sem nunca deixar de fazer uma gestão prudente dos riscos a que os Clientes e Accionistas possam estar expostos. Assessoria Financeira Num mercado financeiro concentrado, com pouca liquidez e sujeito a choques externos, um aconselhamento objectivo e imparcial revela-se um serviço pouco comum e muito valoriza- do. O posicionamento do BiG, como prestador independente de serviços de aconselhamen- to, permitiu ao Banco tornar-se num dos principais prestadores de serviços nesta área, ob- tendo diversos mandatos de Corporate Finance, particularmente no sector financeiro e nos mercados de dívida, onde os impactos económicos globais mais se fazem sentir, provocando alterações profundas na conjuntura local. Os serviços oferecidos às empresas incluem Acon- selhamento Financeiro (estratégia de angariação de capital, avaliações, reestruturação de dívida, cobertura de risco), Assessoria em Reestruturações (fusões e aquisições, equity spin- -offs/carve-outs, parcerias estratégicas), soluções de optimização de balanço e securitização de activos e Private Equity (colocações privadas, capital de desenvolvimento). Para aforrado- res e investidores, os serviços incluem Planeamento de Carteiras de Activos Financeiros e Análise de Risco. O BiG tornou-se num importante parceiro de entidades supranacionais e agências de cooperação, estando correntemente a prestar assessoria a este segmento de clientes/parceiros, em diversos projectos. Em particular, destaca-se a selecção do BiG como coordenador global da operação de venda de 4% do capital social da Hidroeléctica de Caho- ra Bassa, S.A., através de uma OPV na BVM. Serviços Transaccionais A competência, energia e o capital humano e intelectual, são argumentos essenciais para a concretização de negócios. O BiG posiciona-se no mercado como entidade profissional, ex- periente e independente, capaz de estruturar, subscrever, sindicar e colocar transacções no mercado com sucesso. Os mercados de capitais são a maior e mais eficiente fonte de finan- ciamento para qualquer negócio viável, tendo maior capacidade que o Balanço de qualquer banco ou combinação de Balanços de bancos. Ao continuar a não privilegiar a utilização do Balanço próprio no financiamento de Clientes, o BiG garante independência e a capacidade de encontrar soluções mais eficientes. Estes serviços incluem Financiamento por Capitais Próprios (OPV, colocações privadas, ofertas em mercado primário e em mercado secundário), Financiamento por Renda Fixa (emissões clás- sicas e estruturadas de dívida), Híbridos (convertíveis, obrigações com opções, emissões preferenciais) e outros tipos de Dívida (financiamentos intercalares, papel comercial). As op- ções de investimento para os clientes institucionais e particulares cobrem um conjunto de produtos e serviços, incluindo gestão discricionária de carteiras de investimento, estrutura- ção de portefólios personalizados e investimentos estruturados à medida das necessidades específicas e visão de mercado de cada Cliente. Prémios e reconhecimento Desde o início de actividade, o BiG Moçambique tem sido reconhecido pela solidez, eficiên- cia e rentabilidade do Banco, bem como pelo seu papel no desenvolvimento do Mercado de capitais em Moçambique. O BiG foi reconhecido em 2018 e 2019, consecutivamente, como o Banco Mais Sólido, pela KPMG na sua Pesquisa Anual sobre o Sector Bancário. Novembro BiG atinge o break-even Outubro Transacciona o equivalente a 1/3 do volume da BVM e é um dos principais colocadores de Obrigações do Tesouro Dezembro O Resultado Líquido do Banco cresce 239% Junho É selecionado como Coordenador Global na OPV de 7,5% do capital da HCB Junho/Julho Organizou duas emissões de obrigações para a Bayport, num montante superior a mil milhões de meticais. Ambas emissões foram distinguidas como“The Local Currency Bond Deal of the Year” em África, pelo grupo GFC Media Dezembro Resultado Líquido ascende a MZN 161 milhões, representando o triplo de 2017 O BiG é responsável por 70% do volume transacionado na BVM em mercado secundário Fevereiro O BiG Moçambique realizou um aumento de capital no valor de MZN 600 milhões, com a entrada de 3 novos accionistas moçambicanos de perfil institucional Julho Colocou o segundo maior montante na OPV da HCB, num sindicato composto por 15 bancos. O BiG colocou cerca de MZN 900 milhões, o equivalente a 28.5% da OPV Dezembro Resultado Líquido cresce 50% Março Início de Operações 2016 2017 2018 2019

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(1/14)RELATÓRIO E CONTAS 2019

INDICADORES FINANCEIROSMZN

Auditado 2019 2018

Margem Financeira 247 390 886 136 872 705

Comissões Líquidas 115 305 933 83 382 815

Resultados de Operações Financeiras 136 628 692 116 757 305

Outros Resultados de Exploração (3 256 426) (685 812)

Produto Bancário 496 069 085 336 327 013

Custos com Pessoal (102 367 550) (74 072 224)

Gastos Gerais Administrativos (57 500 272) (46 549 082)

Custos de Funcionamento (159 867 822) (120 621 306)

Amortizações (17 767 638) (9 921 663)

Imparidades (2 750 629) 1 699 276

Provisões - -

Resultados Operacionais 315 682 996 207 483 319

Impostos Correntes (76 948 207) (47 613 942)

Impostos Diferidos 2 221 192 1 214 359

Resultado Líquido 240 955 981 161 083 736

Indicadores Selecionados 2019 2018

Total do Activo 2 974 604 570 1 429 854 045

Capitais próprios 1 631 294 308 706 098 400

Fundos Próprios Regulamentares 1 208 967 218 709 285 242

Recursos de Clientes 1 238 453 481 672 862 507

Crédito concedido / Recursos de Clientes - -

Activos sob Supervisão (*) 10 383 452 158 4 165 494 077

(*) Activos sob gestão, sob Custódia e Depósitos de Clientes

Rendibilidade 2019 2018

Rendibilidade dos Activos Médios (ROA) 14.3% 16.7%

Rendibilidade dos Capitais Próprios Médios (ROE) 20.6% 25.7%

Produto Bancário/Activo Líquido Médio 22.5% 27.0%

Juros Recebidos / Activos Remunerados 17.0% 17.8%

Solvência

Core Tier 1 186.1% 183.6%

Rácio de Fundos Próprios Totais 194.7% 185.2%

Eficiência 2019 2018

Custos de Funcionamento / Produto Bancário 32.2% 35.9%

Custos com Pessoal/Produto Bancário 20.6% 22.0%

Fonte: BiG

INTRODUÇÃO

O BancoO Banco BIG Moçambique, S.A. (BiG ou Banco) é um banco especializado em investimento e poupança, com sede em Maputo, que iniciou a sua actividade em Março de 2016. O Banco está autorizado a operar em todas as áreas de negócio abertas ao sector bancário em Mo-çambique.

Em 31 de Dezembro de 2019, o Banco detinha MZN 2.975 milhões de activos, MZN 1.238 milhões de depósitos de clientes e MZN 1.631 milhões de Capitais Próprios.

Na actividade principal, o BiG apresenta um modelo de negócio transparente e inovador, focado em soluções de poupança e investimento, bem como em serviços de assessoria, di-rigidos a Empresas, Clientes Institucionais e Clientes Particulares de perfil afluente, estando comercialmente focado na angariação de Clientes, no crescimento da base de depósitos e na gestão de activos de terceiros.

Operacionalmente, o Banco foca-se na qualidade dos seus activos, gestão de liquidez, con-trolo operacional interno, fiabilidade de execução, preservação do capital e controlo dos riscos inerentes ao negócio, de modo a gerar retornos atractivos para os seus stakeholders.

O Banco é detido maioritariamente pelo Banco de Investimento Global, S.A., com sede em Lisboa, Portugal, fazendo parte de um Grupo com sólida experiência e credenciais provadas em banca. Em 2019, o BiG implementou uma operação de aumento de capital que permitiu o alargamento da base acionista a três investidores institucionais nacionais de referência no sector financeiro, que em conjunto detinham 16,01% do capital a 31 de Dezembro (ver secção Base Accionista e Nota 26 das Demonstrações Financeiras).

O Grupo BiG é independente face a grupos financeiros e a accionistas ou grupos específicos. Esta independência proporciona a liberdade de reflexão e inovação, mas, simultaneamen-te, requer a responsabilidade de assumir níveis elevados de disciplina financeira. Adicional-mente, esta independência exige uma rigorosa gestão de risco e a confiança na extensa experiência acumulada em mercados financeiros ao longo dos anos, associada ao profundo conhecimento da natureza risco / retorno do negócio bancário.

O BiG procura, antes de mais, assegurar um crescimento sólido e sustentável, e permanecer uma referência de segurança para os activos e poupanças dos seus Clientes. Neste contex-to, a solvabilidade do Banco, assim como outros rácios operacionais, apresenta-se forte e robusta. Desde o início da actividade, o BiG tem contado com as capacidades de gestão de risco próprias e do Grupo para alicerçar o seu crescimento inicial, bem como para alargar e melhorar o seu modelo de negócio num período de contínua turbulência na economia mo-çambicana e na região em que Moçambique se insere.

O BiG é uma instituição especializada focada, alicerçada em processos de base tecnológica e escaláveis, de arquitectura aberta, com uma cultura que procura mitigar erros operacionais ou perdas de crédito. O BiG privilegia a qualidade face à quantidade ou à quota de mercado em todas as suas áreas de negócio, e em momento algum procura replicar os modelos de banca universal tradicionais, de retalho de massas, que nos últimos anos proliferaram no mercado nacional, procurando desenvolver soluções alternativas e eficientes e trazer inova-ção ao mercado financeiro moçambicano. O BiG propõe-se repensar os serviços financeiros para os investidores mais exigentes e procura democratizar o acesso a produtos de poupan-ça e aos mercados de capitais.

O BiG contacta com os Clientes a partir dos escritórios em Maputo, e as equipas comerciais do Banco deslocam-se constantemente por todo o país.

A nossa visão

Reconhecemos que as necessidades e exigências dos aforradores e investidores moçam-bicanos continuaram a evoluír a um ritmo mais acelerado do que os modelos tradicionais de Banca, que apresentam dificuldades em suprir as necessidades e exigências actuais dos Clientes.

Acreditamos que o acesso à informação veio proporcionar aos Clientes ferramentas mais adequadas para melhores e mais rápidas decisões financeiras.

Baseamos a nossa abordagem ao mercado numa estratégia de constante mudança e actua-lização, exigindo aos nossos Colaboradores, sistemas e processos, eficiência e capacidade de antecipar as alterações do mercado e as preferências dos Clientes.

Encorajamos a iniciativa e apoiamos a inovação, procurando enquadrar esses valores de forma controlada e responsável, traduzindo-os em ganhos de produtividade e valor acres-centado.

Procuramos democratizar o acesso dos investidores moçambicanos aos mercados de capi-tais.

No futuro, queremos continuar a oferecer “mais por menos”, com constante inovação finan-ceira e actualização tecnológica, procurando continuamente satisfazer os nossos Clientes.

O que fazemos

De um modo geral, o BiG associa a experiência dos seus recursos humanos, o seu capital e as suas ideias com o objectivo de ajudar Clientes, Accionistas e demais stakeholders a pre-servar e valorizar os respectivos activos financeiros. Em particular, o BiG:

Atrai depósitos de clientes institucionais e de retalho;

Aconselha empresas, clientes institucionais e clientes particulares em matérias de risco de mercado, alocação de activos e questões estratégicas associadas aos seus negócios;

Executa transacções em mercados regulados, em função de necessidades de financiamento ou apetência por risco dos seus Clientes;

Investe, sobretudo em activos líquidos e de alta qualidade, contribuindo para o financiamen-to de empresas e da economia, e aconselha os seus Clientes relativamente a estratégias de investimento, de acordo com o respectivo perfil e conhecimento financeiro;

Gere o seu Balanço, a sua exposição ao risco e, sob solicitação, os activos dos seus Clientes;

Preserva a sua reputação e a integridade do seu negócio;

Valoriza o seu capital, assim como as poupanças e os activos confiados pelos seus Clientes, num ambiente operacional seguro e de confiança;

Inova, estimulando e desenvolvendo ideias que derivam da sua visão sobre o mercado, e que tem origem na génese empreendedora do Banco.

Para Empresas e Clientes Institucionais, os serviços prestados incluem gestão de risco, tesouraria, corretagem, custódia e serviços de assessoria financeira. Para o segmento de Clientes Particulares, o Banco presta serviços de poupança, corretagem, custódia, gestão de património e serviços bancários gerais e de pagamento.

A área de Tesouraria e Mercado de Capitais do Banco foca-se na gestão de liquidez de Ba-lanço. Esta área desempenha um papel central na cultura de gestão de riscos relacionados com mercado e crédito.

Complementarmente à oferta de serviços bancários tradicionais, o Banco disponibiliza um conjunto de produtos destinados a vários segmentos de Clientes, cujo objectivo passa por promover a poupança e facilitar a negociação e investimento em instrumentos financeiros. Desta forma, o Banco procura facilitar o acesso de aforradores e investidores a serviços bancários e a um amplo conjunto de soluções financeiras, com aconselhamento, assistência e níveis adequados de informação, ou apenas execução, assim como a vários produtos de investimento negociados na Bolsa de Valores de Moçambique e em mercados de balcão (OTC).

O Banco, em 2019, gerou todas as suas receitas em Moçambique. O activo do Banco pode variar ao longo do tempo, dependendo das condições de mercado e de oportunidades de negócio. Adicionalmente, o Balanço do Banco reflecte a política do BiG de manutenção de excesso de liquidez. Do lado das responsabilidades, o Banco foca-se na estabilidade dos depósitos e no crescimento do capital. O Banco interage com os seus Clientes através de vários canais integrados: os Clientes Institucionais e Empresas são servidos por equipas de vendas e de produto que se deslocam por todo o País; os Clientes Particulares são servidos por uma equipa comercial disponível para se deslocar ao seu encontro.

O serviço de corretagem do Banco tem por base a sua participação como Operador da Bolsa de Valores de Moçambique, membro da Central de Valores e Operador Especializado de Obrigações do Tesouro aprovado pela Direcção Nacional do Tesouro. Adicionalmente, o Banco disponibiliza informações sobre os mercados de capitais internacionais, de modo a proporcionar aos seus Clientes o acesso a um conjunto de informação financeira que lhes permita tomar decisões informadas e conscientes.

Onde estamosO BiG está sediado em Maputo, tendo a sua agência-sede no Edifício JAT 6-3, Rua dos Des-portistas, nº 733, 2º Andar.

Áreas de negócioClientes Institucionais e Empresas

Para investidores institucionais e para médias e grandes empresas, os profissionais de áreas chave do BiG desenvolvem soluções financeiras especializadas, executam estratégias de negociação e de investimento e apoiam os Clientes na gestão de risco. A ampla gama de serviços que o BiG oferece inclui negociação em mercados regulados, nacionais e interna-cionais, estruturação de soluções para cobertura de riscos de mercado, custódia, operações cambiais e serviços de assessoria financeira.

Tesouraria e Mercados de Capitais

A área de Tesouraria e Mercados de Capitais foca-se nas actividades de investimento e cré-dito do Banco, centraliza a gestão de liquidez de Balanço do BiG e desempenha um papel central na cultura de gestão de riscos relacionados com o mercado. Para além da gestão da carteira de activos financeiros do Banco, esta área partilha análises e informação especiali-

zada sobre mercados para consumo interno e para os Clientes, desenvolve activamente a actividade de intermediação para Clientes e contrapartes, e gere as posições de tesouraria e de risco do Banco.

Clientes Particulares

O BiG serve Clientes particulares com diferentes necessidades e expectativas através de uma abordagem integrada, apoiada por um conjunto de serviços bancários e de negociação, e por uma equipa comercial que se desloca aos mercados geográficos chave do País. A com-binação de produtos e serviços e equipas de venda especializadas permite aos Clientes do BiG executarem operações bancárias, gerir as suas poupanças e investir através do mercado de capitais. O Banco dispõe de soluções e serviços bancários direccionados para Clientes com perfil diversificado, que procuram apoio nas decisões de investimento, soluções perso-nalizadas e preservação do capital.

Produtos & Serviços

Corretagem e Custódia

O BiG estabeleceu-se rapidamente como um dos principais operadores de mercado de capi-tais em Moçambique, definindo um novo padrão para nível de serviço, rapidez de execução e competitividade nos custos. As suas actividades de Operador de Bolsa e de Operador Especializado de Obrigações do Tesouro continuam a apoiar os principais clientes institucio-nais do País, que procuram no Banco um parceiro profissional e conhecedor das dinâmicas e tendências dos mercados nacionais e internacionais.

Durante o ano de 2019, o BiG continuou a desempenhar o papel de importante colocador quer de dívida pública quer de dívida corporativa, bem como a ser o operador de referência no mercado secundário. Adicionalmente, por ser membro da Central de Valores Mobiliários, o Banco presta serviços de banco depositário, executando as liquidações financeiras asso-ciadas a uma carteira de activos financeiros, bem como à manutenção e actualização dessa carteira em custódia. O Banco oferece ainda aos seus Clientes, research macroeconómico periódico, bem como a constante monitorização dos mercados financeiros nacionais com o objectivo de detectar oportunidades de investimento ajustadas às diferentes necessidades dos aforradores e dos investidores.

Estruturação Financeira

A essência de um banco de investimento reside na capacidade de transformar dados em in-formação e informação em inteligência, integrando simultaneamente a excelência do capital humano com a inovação tecnológica. Um dos pilares da banca de investimento é ter capaci-dade de aconselhar os Clientes de forma profissional, objectiva e imparcial, com soluções à medida para a gestão ou angariação de financiamento através de dívida e capital. Quer seja a estruturar uma complexa emissão de dívida por parte de um Cliente, ou a aconselhar um gestor numa aquisição; quer seja na gestão competente de uma carteira de activos financei-ros, ou na aferição do risco de determinado portfólio, a constante preocupação do Banco é maximizar o valor, sem nunca deixar de fazer uma gestão prudente dos riscos a que os Clientes e Accionistas possam estar expostos.

Assessoria Financeira

Num mercado financeiro concentrado, com pouca liquidez e sujeito a choques externos, um aconselhamento objectivo e imparcial revela-se um serviço pouco comum e muito valoriza-do. O posicionamento do BiG, como prestador independente de serviços de aconselhamen-to, permitiu ao Banco tornar-se num dos principais prestadores de serviços nesta área, ob-tendo diversos mandatos de Corporate Finance, particularmente no sector financeiro e nos mercados de dívida, onde os impactos económicos globais mais se fazem sentir, provocando alterações profundas na conjuntura local. Os serviços oferecidos às empresas incluem Acon-selhamento Financeiro (estratégia de angariação de capital, avaliações, reestruturação de dívida, cobertura de risco), Assessoria em Reestruturações (fusões e aquisições, equity spin--offs/carve-outs, parcerias estratégicas), soluções de optimização de balanço e securitização de activos e Private Equity (colocações privadas, capital de desenvolvimento). Para aforrado-res e investidores, os serviços incluem Planeamento de Carteiras de Activos Financeiros e Análise de Risco. O BiG tornou-se num importante parceiro de entidades supranacionais e agências de cooperação, estando correntemente a prestar assessoria a este segmento de clientes/parceiros, em diversos projectos. Em particular, destaca-se a selecção do BiG como coordenador global da operação de venda de 4% do capital social da Hidroeléctica de Caho-ra Bassa, S.A., através de uma OPV na BVM.

Serviços TransaccionaisA competência, energia e o capital humano e intelectual, são argumentos essenciais para a concretização de negócios. O BiG posiciona-se no mercado como entidade profissional, ex-periente e independente, capaz de estruturar, subscrever, sindicar e colocar transacções no mercado com sucesso. Os mercados de capitais são a maior e mais eficiente fonte de finan-ciamento para qualquer negócio viável, tendo maior capacidade que o Balanço de qualquer banco ou combinação de Balanços de bancos.

Ao continuar a não privilegiar a utilização do Balanço próprio no financiamento de Clientes, o BiG garante independência e a capacidade de encontrar soluções mais eficientes. Estes serviços incluem Financiamento por Capitais Próprios (OPV, colocações privadas, ofertas em mercado primário e em mercado secundário), Financiamento por Renda Fixa (emissões clás-sicas e estruturadas de dívida), Híbridos (convertíveis, obrigações com opções, emissões preferenciais) e outros tipos de Dívida (financiamentos intercalares, papel comercial). As op-ções de investimento para os clientes institucionais e particulares cobrem um conjunto de produtos e serviços, incluindo gestão discricionária de carteiras de investimento, estrutura-ção de portefólios personalizados e investimentos estruturados à medida das necessidades específicas e visão de mercado de cada Cliente.

Prémios e reconhecimentoDesde o início de actividade, o BiG Moçambique tem sido reconhecido pela solidez, eficiên-cia e rentabilidade do Banco, bem como pelo seu papel no desenvolvimento do Mercado de capitais em Moçambique. O BiG foi reconhecido em 2018 e 2019, consecutivamente, como o Banco Mais Sólido, pela KPMG na sua Pesquisa Anual sobre o Sector Bancário.

Novembro

BiG atinge o break-even

Outubro

Transacciona o equivalente a 1/3 do volume da BVM e é um dos principais colocadores de Obrigações do Tesouro

Dezembro

O Resultado Líquido do Banco cresce 239%

Junho

É selecionado como Coordenador Global na OPV de 7,5% do capital da HCB

Junho/Julho

Organizou duas emissões de obrigações para a Bayport, num montante superior a mil milhões de meticais. Ambas emissões foram distinguidas como“The Local Currency Bond Deal of the Year” emÁfrica, pelo grupo GFC Media

Dezembro

• Resultado Líquido ascende a MZN 161 milhões, representando o triplo de 2017

• O BiG é responsável por 70% do volume transacionado na BVM em mercado secundário

Fevereiro

O BiG Moçambique realizou um aumento de capital no valor de MZN 600 milhões, com a entrada de 3 novos accionistas moçambicanos de perfil institucional

Julho

• Colocou o segundo maior montante na OPV da HCB, num sindicato composto por 15 bancos. O BiG colocou cerca de MZN 900 milhões, o equivalente a 28.5% da OPV

DezembroResultado Líquido cresce50%

Março

Início de Operações

2016 2017 2018 2019

Page 2: RELAT CAS 2019bancobig.co.mz/images/pdf/Relatorio_Contas_2019_Banco_BIG.pdfestá autorizado a operar em todas as áreas de negócio abertas ao sector bancário em Mo-çambique. Em

(Continuação 2/14)

Credenciais acumuladasO ano de 2019 permitiu a contínua consolidação dos sucessos alcançados desde o início da actividade do Banco, tanto em relação aos resultados da operação, quanto à inserção do banco no mercado.

O BiG reforçou o seu posicionamento no mercado ao longo de 2019, tendo continuado a ser um importante dinamizador do mercado de capitais, um dos principais operadores na Bolsa de Valores de Moçambique e um dos principais colocadores de títulos de dívida soberana junto de investidores locais e internacionais. Neste sentido, há que assinalar os seguintes feitos alcançados em 2019:

Debt finance: O BiG foi Sole Lead Arranger da maior emissão de obrigações corporativas do ano no mercado de capitais moçambicano, pela Bayport Serviços Financeiros Moçam-bique, S.A., num montante que ascendeu a MZN 390 milhões.

Equity finance: Em Julho de 2019, o Banco concluiu com sucesso a Oferta Pública de Venda (OPV) de 4% do capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, S.A. (HCB), aquela que foi a maior e mais emblemática operação de mercado de capitais em Moçambique, até à data. O BiG Moçambique actuou como Co-Coordenador Global, e foi responsável pela colocação de 28,5% da operação, num sindicato de colocação composto por 15 bancos nacionais.

Mercado secundário: Em 2019, o BiG Moçambique consolidou o seu posicionamento como um dos principais operadores de bolsa, tendo sido responsável por 49% do total de transacções e 30% do volume transaccionado em mercado secundário.

Assessoria financeira: O BiG tem estado envolvido nos principais processos de assesso-ria financeira que têm ocorrido em Moçambique, sendo de destacar o apoio à Portucel Moçambique/The Navigator Company no desenvolvimento de um modelo económico-fi-nanceiro para o seu projecto florestal de larga-escala em Moçambique, com investimento estimado superior a USD 2 mil milhões.

Credenciais em Mercado PrimárioO BiG Moçambique é um dos principais operadores na Bolsa de Valores de Moçambique e um dos principais colocadores de títulos de dívida soberana junto de investidores locais e internacionais. O Banco participou ainda em todas as emissões de obrigações de empre-sas privadas desde 2017 e assessorou a HCB, como Coordenador Global, na organização, estruturação e colocação de 4% do capital da empresa através da Bolsa de Valores de Mo-çambique.

Credenciais em Mercado SecundárioEm 2019, o BiG Moçambique consolidou o seu posicionamento como um dos principais ope-radores de bolsa, tendo sido responsável por 49% do total de transacções e 30% do volume transaccionado em mercado secundário.

O BiG Moçambique tem sido o principal market maker de obrigações do Grupo Entreposto e Bayport, papel comercial da Petromoc, assim como das acções da CDM e HCB.

Volume transaccionado em 2019:

O BIG MOÇAMBIQUE foi responsável por 30% do volume transaccionado no Mercado secundário

BIG BVM %

Volume Transaccionado (MZN milhões) 1.970,3 6.730,9 30%

Obrigações 1.867,9 6.322,3 30%

Acções 102,3 408,6 25%

Número de Transacções 575 1.176 49%

Credenciais em Assessoria Financeira Desde o início da sua actividade, o BiG Moçambique esteve envolvido nos principais proces-sos de assessoria financeira que ocorreram em Moçambique tendo prestado serviços para diversas entidades, de diferentes perfis, incluindo investidores internacionais, e entidades públicas, privadas e supranacionais.

ReguladoresAs actividades do Banco são reguladas pelas seguintes entidades:

Banco de Moçambique: data de registo especial a 23 de Março de 2016, sob a Lei Nº15/99, de 1 de Novembro – alterada pela Lei Nº9/2004, de 21 de Julho. www.ban-comoc.mz

Bolsa de Valores de Moçambique: data de autorização a 14 de Dezembro de 2015, sob o Regulamento Nº2/GPCABVM/2013, de 16 de Abril. www.bvm.co.mz

Ministério da Economia e Finanças - Operador Especializado em Obrigações de Tesouro: data de autorização a 10 de Agosto de 2016, sob o Decreto Nº5/2013, de 22 de Março. www.mef.gov.mz

O BiG, por fazer parte do Grupo BiG - Banco de Investimento Global, que se encontra sujeito às regras de supervisão dos bancos da União Europeia, sob as directrizes da Autoridade Bancária Europeia (EBA), é também abrangido pelas mesmas exigências. O Sistema de Su-pervisão e Avaliação de Processos da EBA visa reforçar a ligação entre o perfil de risco dos grupos bancários, os seus sistemas de gestão de risco e o seu plano de capital. Este proces-so de avaliação inclui orientações sobre testes de esforço, processos de auto-avaliação da adequação do capital interno (ICAAP) e liquidez (ILAAP), bem como regras de concentração e diversificação de activos e políticas de reconhecimento e categorização de riscos de crédito.

RELATÓRIO DE GESTÃO

Resumo dos Resultados em 2019Os resultados em 2019 voltaram a demonstrar a solidez do desempenho das actividades do Banco BiG Moçambique, S.A. apesar do ambiente económico desafiante no País, tendo--se verificado um crescimento transversal em todas as linhas de receita do Banco (Margem Financeira, Comissões de Corretagem e Assessoria Financeira e Resultados de Operações Financeiras). Como resultado deste crescimento sustentado, o Resultado Líquido de 2019 subiu 50% face a 2018.

MZN

Resumo dos Resultados 2019 2018

Produto Bancário 496 069 085 336 327 013

Margem Financeira 247 390 886 136 872 705

Comissões Líquidas 115 305 933 83 382 815

Resultados de Operações Financeiras 136 628 692 116 757 305

Outros Resultados de Exploração (3 256 426) (685 812)

Custos Operacionais (180 386 089) (128 843 694)

Resultados antes de Impostos 315 682 996 207 483 319

Impostos (74 727 015) (46 399 583)

Resultado Líquido 240 955 981 161 083 736

A Margem financeira aumentou aproximadamente 81%, num contexto de queda de taxas de juro, representando 50% do Produto Bancário.

As Comissões Líquidas cresceram 38% e incluem as comissões de custódia, corretagem e assessoria financeira, em particular as comissões de colocação de 4% do capital social da Hidroeléctica de Cahora Bassa, S.A., através de uma OPV na BVM, bem como a execução de outros mandatos de assessoria financeira, representando 23% do Produto Bancário.

Os Resultados de Operações Financeiras registaram um crescimento de 17% face a 2018, beneficiando de um aumento do interesse por activos financeiros e da forte presença do BiG no mercado secundário em Moçambique, tendo sido o principal operador do mercado secundário em 2019. Os Resultados de Operações Financeiras representaram 28% do Pro-duto Bancário.

Principais Indicadores de BalançoMZN

Indicadores de Balanço 2019 2018

Total do Activo Líquido 2 974 604 570 1 429 854 045

Capitais Próprios 1 631 294 308 706 098 400

Depósitos de Clientes 1 238 453 481 672 862 507

Crédito Vencido/Crédito Concedido 0.00% 0.00%

Crédito Concedido/Depósitos de Clientes 0.00% 0.00%

Crédito Concedido/Activo Líquido 0.00% 0.00%

Activos sob Supervisão (*) 10 383 452 158 4 165 494 077

Fundos Próprios Regulamentares 1 208 967 218 709 285 242

TIER 1 Capital 186.1% 183.6%

Rácio de Fundos Próprios Totais 194.7% 185.2%

(*) Activos sob gestão, sob Custódia e Depósitos de Clientes

A maioria dos activos do Balanço é constituída por valores mobiliários transaccionáveis em Bolsa, detidos na carteira de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral, em detrimento de actividades de menor liquidez relacionadas com a concessão de crédito. O risco de crédito e as concentrações são geridas de forma activa, dependendo das condições de mercado e das expectativas do Banco relativamente à evolução das taxas de juro.

As decisões de investimento e alocação de risco são baseadas numa análise exaustiva aos acontecimentos financeiros e económicos em Moçambique, juntamente com os eventos ma-croeconómicos a nível global. As oportunidades de investimento analisadas ponderam os impactos regionais das economias da SADC, dos maiores parceiros comerciais (África do Sul, União Europeia, China, Índia, Brasil) e da economia global. Adicionalmente, em 2019 foi igualmente considerada a gestão dos efeitos do abrandamento económico em Moçambique derivado das catástrofes ambientais, e de um comportamento não uniforme dos preços dos activos financeiros nos mercados globais.

No segundo semestre de 2019, e após as catástrofes ambientais que assolaram o centro e norte do País, retornou a confiança na recuperação económica, apoiada pelos últimos de-senvolvimentos no processo de Paz e de desenvolvimento dos grandes projectos do Gás, tendo suportado a tomada de decisão de aumento de duration na exposição do Banco ao risco soberano de Moçambique.

Enquadramento Macroeconómico GlobalDe acordo com as projecções do FMI, a economia global registou um abrandamento em 2019, tendo o crescimento económico atingido 2,9%, inferior aos 3,6% registados em 2018. O crescimento alcançado em 2019 representa o mais baixo desde a crise financeira mundial de 2008-2009, e reflecte o impacto do conflito comercial entre os EUA e a China e as incer-tezas daí associadas, fragilidades nacionais específicas nas grandes economias de merca-dos emergentes, agravamento das tensões macroeconómicas relacionadas com condições financeiras mais restritivas, tensões geopolíticas e perturbações sociais.

A economia global ressentiu-se da desaceleração acentuada da actividade industrial e do comércio mundial, influenciados pela redução da procura por máquinas, equipamentos e bens de consumo duráveis, em consequência da postura mais cautelosa assumida pelas empresas, num contexo de aumento de incertezas em relação à conjuntura económica. As vendas do sector automóvel foram especialmente afectadas em vários países por mudanças regulatórias, novas normas sobre emissões de dióxido de carbono e popularização de apli-cactivos de transporte partilhado.

Em virtude do contexto de baixo crescimento, os principais bancos centrais reagiram de forma agressiva ao enfraquecimento da actividade, tendo a Reserva Federal (Fed) dos Es-tados Unidos, o Banco Central Europeu (BCE) e os bancos centrais de importantes eco-nomias de mercados emergentes decidido reduzir as taxas de juro de referência, tendo o BCE retomado a compra de activos. Por sua vez, os cortes nas taxas de juro e as condições financeiras favoráveis impulsionaram a procura por serviços e bens não duráveis, incenti-vando assim a criação de empregos, tendo a escassez de oferta no mercado de trabalho e o aumento gradual dos salários reforçado a confiança dos consumidores e os gastos das famílias.

Não obstante, foi possível observar alguns sinais de recuperação em finais de 2019, larga-mente relacionados com a adopção de políticas monetárias menos restritivas nas principais economias, bem como com boas perspectivas relativamente à cooperação económica entre os EUA e a China e os receios de um Brexit sem acordo.

Segundo as estimativas do FMI, as economias desenvolvidas registaram um crescimento de 1,7% em 2019, contra 2,2% em 2018, influenciado pelas incertezas ligadas às políticas comerciais dos EUA, desaceleração do crescimento das exportações na Zona Euro e incer-tezas relativamente ao Brexit no Reino Unido. As economias avançadas da Ásia, incluindo Hong-Kong, Coreia Sul e Singapura foram negativamente afectadas pela desaceleração na China.

Relativamente às economias emergentes e em vias de desenvolvimento, estas registaram um crescimento de 3 7% em 2019, representando uma desaceleração face aos 4,5% de 2018, infuenciada, por um lado pelas incertezas em relação ao comércio mundial, e por outro, pelas incertezas em relação a políticas domésticas.

Quanto às economias subdesenvolvidas, o FMI projectou um crescimento de 5,0% para 2019, à semelhança de 2018, embora o desempenho esperado seja heterogéneo neste grupo de países. Assim, espera-se um crescimento mais robusto nos países não-exportadores de com-modities, em contraposição aos países exportadores de commodities.

Crescimento do PIB em Economias/Blocos económicos seleccionadas

País/Região

PIB (%)

2018 2019 2020P

Estados Unidos 2,9 2,3 2,0

Zona Euro 1,9 1,2 1,3

Japão 0,3 1,0 0,7

China 6,6 6,1 6,0

Rússia 2,3 1,1 1,9

Médio Oriente e Ásia Central 1,9 0,8 2,8

América Latina e Caraíbas 1,1 0,1 1,6

Economias Avançadas 2,2 1,7 1,6

Economias em Desenvolvimento 4,5 3,7 4,4

Mundo 3,6 2,9 3,3

Fonte: FMI e Banco Mundial

Page 3: RELAT CAS 2019bancobig.co.mz/images/pdf/Relatorio_Contas_2019_Banco_BIG.pdfestá autorizado a operar em todas as áreas de negócio abertas ao sector bancário em Mo-çambique. Em

(Continuação 3/14)

Enquadramento Macroeconómico em MoçambiqueÀ semelhança de 2018, o contexto macroeconómico em 2019 continuou a ser marcado pelo congelamento do apoio do FMI e das entidades doadoras ao Estado, o que continuou a influenciar o nível de confiança e de investimento por parte dos principais stakeholders em Moçambique.

Entre Março e Maio de 2019, numa altura em que o País iniciava um período de retoma do crescimento económico, Moçambique foi atingido por dois ciclones de grande dimensão, que tiveram impacto substancial na vertente social e económica, tendo resultado em pre-juízos estimados em cerca de USD 3 mil milhões. Em virtude destes acontecimentos, as estimativas do FMI apontam para um crescimento do PIB de 2,1% em 2019, abaixo da média nos últimos anos.

Apesar do choque dos ciclones, a inflação manteve-se relativamente baixa e estável em 2019, tendo se situado em 2,7% em Dezembro, segundo o INE. Este comportamento foi largamente influenciado pelas expectativas de maiores influxos de moeda externa para financiar a reconstrução pós-disastres naturais e os projectos de exploração de recursos naturais, por um lado, e por outro, pela estabilização do preço médio do petró-leo no mercado internacional, não obstante o abrandamento da actividade económica global.

As perspectivas de inflação a médio prazo, relacionadas com a previsão de uma maior es-tabilidade dos preços internos, expectativa de menor pressão no mercado cambial e de comportamento favorável dos preços internacionais do petróleo, levaram o Banco Central a dar continuidade ao relaxamento da política monetária, tendo a taxa de política monetária – MIMO - passado de 14,25% em Janeiro para 12,75% em Dezembro (em 2018 desceu de 19 50% para 14,25% em igual período).

O câmbio do metical face ao dólar americano manteve-se relativamente estável, tendo osci-lado entre os MZN 60 e os MZN 64, igualmente influenciado durante o ano essencialmente por influxos extraordinários de moeda estrangeira, quer no âmbito do apoio recebido após os desastres naturais, quer nas mais-valias de USD 800 milhões arrecadadas com a venda da operação da Anadarko à Total. Por outro lado, verificou-se uma descida generalizada dos preços das principais commodities de exportação (o carvão e o alumínio), que contribuíram para uma descida das receitas em moeda estrangeira durante o ano. Não obstante, as reser-vas internacionais mantiveram-se num nível estável, equivalente a 7 meses de importações (excluindo grandes projectos).

Em 2019 o Estado emitiu cerca de MZN 19 mil milhões em dívida pública através de títulos do tesouro, tendo beneficiado da descida generalizada das taxas de juro, com as emissões de longo-prazo a apresentarem a mesma tendência, com as taxas de juro de Dívida Pública a 3y a caírem dos 17% no início do ano para perto de 12,5% no final do ano. O Tesouro pas-sou ainda a emitir títulos a 5 anos e a taxa fixa, que atrairam elevada procura por parte dos investidores.

Após um período de cerca de 24 meses de queda, o crédito à economia voltou a crescer a partir do primeiro trimestre de 2019. O crescimento verificado foi ainda na componente de moeda nacional, na medida em que o crédito em moeda estrangeira continuou a apresentar uma tendência decrescente desde meados de 2017.

Depois de um primeiro semestre desafiante, a confiança dos agentes económicos apresen-tou melhorias no segundo semestre do ano, em virtude de alguns acontecimentos:

Assinatura de Acordo de paz definitiva entre o Presidente Filipe Nyusi e o Líder do maior partido da oposição, na presença de várias figuras de Estado africanas;

Anúncio da Decisão Final de Investimento do projecto de gás na Área 1, liderado pela Total (anteriormente liderado pela Anadarko);

Acordo alcançado para a reestruturação das MOZAM23 e consequente melhorias do ra-ting de crédito de Moçambique por parte das principais agências de rating internacionais;

Eleições presidenciais e legislativas realizadas em clima de relativa estabilidade, com um resultado expressivo para o actual partido no poder;

Decisão inicial de investimento do projecto de gás na Área 4 liderado pela ExxonMobil/ENI (FID estimado no final do 1º semestre de 2020);

Demonstração de abertura, por parte do FMI, em retomar o apoio financeiro ao Estado, de acordo com programas específicos a anunciar pelo novo Executivo, que tomará posse em Janeiro de 2020.

Não obstante a conjuntura acima descrita, o Conselho de Administração considera que o modelo de negócio do Banco continua a demonstrar um bom desempenho e que as linhas de negócios desenvolvidas pelo BiG evidenciaram resiliência e solidez.

Perspectivas de Negócio para 2020Para 2020 perspectiva-se uma retoma do crescimento económico em Moçambique, com o FMI a estimar um crescimento real do PIB em 5,5%, suportado pelas actividades de recons-trução pós-ciclones e uma maior contribuição do sector agrícola.

A economia deverá ainda beneficiar dos estímulos associados à redução gradual das po-líticas monetárias restrictivas, um consequente crescimento do crédito às empresas, e o pagamento de algumas dívidas em atraso do Estado a empresas, sobretudo no sector da construção.

O ano de 2020 deverá ainda constituir o ano de início dos investimentos em Capex associa-dos aos projectos do gás, estimados em cerca de USD 45 mil milhões ao longo dos próximos 5 anos. A Decisão Final de Investimento (DFI) do projecto da área 1 ocorreu em Junho de 2019, enquanto que no projecto da Área 4 estima-se que ocorra no final do primeiro semes-tre de 2020.

A abertura demonstrada pelo FMI no final de 2019 para a retoma do programa de assistência financeira ao Estado, e que se estima que se materialize, deverá ter um impacto económico muito positivo, resultando numa melhoria do nível de confiança dos agentes económicos, bem como na retoma automática do apoio por parte de outras multilaterais/entidades doa-doras.

Estima-se que a inflação apresente um ligeiro crescimento, mas que se mantenha controlada em torno dos 5%, assente na expectativa de estabilidade do Metical, num contexto de baixa procura agregada doméstica, e na perspectiva de queda dos preços médios do petróleo e dos alimentos.

A situação cambial deverá manter-se estável no próximo ano, com uma intervenção activa por parte do Banco Central, quando necessário, à semelhança dos dois anos anteriores. Não obstante, e em virtude da dimensão da economia, a situação cambial continuará susceptível a momentos de volatilidade em virtude de eventuais fluxos anormais de moeda estrangeira e factores externos (eventual downgrade do rating da economia sul-africana, evolução do preço de commodities, eventuais desastres naturais, etc.)

Estima-se que o Tesouro emita cerca de MZN 20 mil milhões em Títulos de Dívida Pública, ligeiramente acima do montante emitido em 2019 e que, com a inflação e o câmbio controla-das, a tendência de descida de taxas de juro perdure ao longo de 2019.

Desempenho do Banco em 2019O resultado líquido ascendeu a MZN 241 milhões, tendo superado em cerca de 50% o resul-tado de 2018. Os principais indicadores do BiG continuaram em 2019 a comparar favoravel-mente com os indicadores dos parceiros do sector em Moçambique.

De uma forma geral, o Banco privilegia a versatilidade e liquidez dos seus activos em Balan-ço, prosseguindo uma abordagem global quanto à gestão de riscos, e opera com uma estra-tégia única, que é suportada por uma estrutura operacional leve e de arquitectura aberta e preparada para um processamento escalável. No que concerne ao uso do capital e à gestão do risco, esta abordagem é chave na gestão da base de custos.

Produto Bancário

MZN

Proveitos 2019 2018

Juros e Rendimentos Similares 337 874 270 206 386 817

Juros e Custos Similares (90 483 384) (69 514 112)

Margem Financeira 247 390 886 136 872 705

Rendimentos de Serviços e Comissões 124 207 507 86 654 075

Encargos com Serviços e Comissões (8 901 574) (3 271 260)

Resultados de activos financeiros ao justo valor através de resultados 1 213 044 -

Resultados de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 127 580 105 114 639 461

Resultados de Reavaliação Cambial 7 835 543 2 117 843

Resultados de alienação de outros activos (125 537) -

Outros Resultados de Exploração (3 130 889) (685 812)

Produto Bancário 496 069 085 336 327 013

O Produto Bancário registou um aumento de cerca de 47% em comparação com o ano an-terior.

Os proveitos operacionais do Banco foram consistentes com o projectado e incluíram (i) um aumento de 81% da margem financeira, num ambiente de queda das taxas de juro, (ii) um crescimento de 38% nas comissões líquidas, em linha com o desenvolvimento do mercado, (iii) resultados robustos nas actividades de investimento,, (iv) crescimento controlado do cus-to com pessoal e outras despesas administrativas em linha com o estimado, (v) nível de pro-visionamento alinhado com as possíveis perdas de crédito associadas à exposição a dívida soberana e corporativa.

O Conselho de Administração espera que os rendimentos no futuro resultem essencialmente das categorias descritas anteriormente, não antecipando um desvio significactivo do modelo de negócio actual ou um aumento da complexidade no futuro próximo. As respectivas pro-porções poderão variar à medida que os depósitos de Clientes e os activos sob supervisão aumentem, o Balanço cresça gradualmente e a reputação do Banco no mercado doméstico continue a aumentar.

Custos OperacionaisOs custos operacionais reflectem o foco da Gestão no estabelecimento de uma estrutura organizacional simples e transparente em linha com a prática e cultura organizacional do Grupo.

MZN

Resumo dos Custos 2019 2018

Custos com Pessoal (102 367 550) (74 072 224)

Gastos Gerais Administrativos (57 500 272) (46 549 082)

Depreciações e Amortizações (17 767 638) (9 921 663)

Imparidade de Activos Financeiros Líquida de Reversões e Recuperações (2 750 629) 1 699 276

Total (180 386 089) (128 843 694)

O Banco privilegia uma estrutura sensata e deliberadamente flexível de remunerações que se relaciona fortemente com o desempenho do Banco. Para além dos custos com pessoal, outras categorias relevantes de despesa incluem custos administractivos, particularmente associados ao número de Colaboradores, e custos de gestão dos escritórios físicos e siste-mas de informação do Banco.

Os custos administractivos incluem comunicações, serviços de informação, licenciamentos, acordos com bolsas e fornecedores relacionados, rendas e outras despesas relacionadas com o normal funcionamento do Banco. Estes custos estão, normalmente, correlacionados com o crescimento do número de Colaboradores e dos níveis de actividade de negócio ou associados a investimentos específicos. O Conselho de Administração espera aumentar o crescimento desta categoria, em linha com os planos de renovação tecnológica para 2020.

Os custos com amortizações no BiG relacionam-se quer com a amortização das instalações sede do Banco que foram adquiridas em Maio de 2019, quer com os equipamentos de es-critório usados pelo Banco, investimentos em hardware e outros equipamentos e custos de licenças iniciais associados com acordos de fornecimento de software. O Banco inves-te regularmente na sua infraestrutura de tecnologias de informação, de modo a assegurar qualidade de execução e segurança ao nível dos melhores padrões da indústria, e mantém recursos dedicados à gestão da infra-estrutura com soluções desenvolvidas internamente.

Produto Bancário por Segmento de NegócioMZN

Produto Bancário por Segmento

Tesouraria e Mercados

Corporate Finance

Corporate Banking Retalho Total

Juros e rendimentos similares 176 924 634 - 155 925 473 5 024 163 337 874 270

Juros e encargos similares (142 814) - (88 862 122) (1 478 448) (90 483 384)

Margem Financeira 176 781 820 - 67 063 351 3 545 715 247 390 886

Rendimentos de ser-viços e comissões 11 345 525 75 259 960 35 671 731 1 930 291 124 207 507

Encargos com servi-ços e comissões (8 634 275) - (187 109) (80 190) (8 901 574)

Resultados de opera-ções financeiras 126 900 752 - 6 807 870 2 920 070 136 628 692

Outros resultados de exploração (814 107) (814 107) (814 106) (814 106) (3 256 426)

Produto Bancário 305 579 715 74 445 853 108 541 737 7 501 780 496 069 085

Internamente, o Conselho de Administração revê o desempenho do Banco ao nível dos principais segmentos de negócio, equipas de venda e áreas de produto, usando critérios objectivos e as contas do Banco como referência. De um modo geral, o Conselho de Administração revê os resultados com base numa matriz de quatro segmentos de negó-cio principais, que incluem as duas áreas principais de Clientes – Corporate Banking e Particulares – e as áreas de Tesouraria e Mercados de Capitais e Corporate Finance. A presente secção contém uma exposição do Produto Bancário do BiG, com base numa apresentação interna das receitas e despesas associadas com as quatro principais divi-sões internas.

As áreas de produto do segmento de Empresas e Clientes Institucionais do Banco são se-melhantes às oferecidas ao segmento de Clientes Particulares, com excepção da assessoria dirigida a empresas. Os produtos e serviços oferecidos são, designadamente, corretagem institucional, gestão de risco, venda de produtos de investimento e serviços de assessoria independente para Clientes Empresariais, Bancos e Institucionais.

Indicadores Chave da Demonstração de ResultadosMargem financeira: Esta categoria gerou MZN 247,4 milhões de proveitos em 2019, repre-sentando cerca de 50% do Produto Bancário. A margem financeira obtida neste período resulta da constituição de uma carteira bancária diversificada e composta por instrumentos

financeiros líquidos, e beneficiou do aumento de capital ocorrido em 2019. O custo de anga-riação de depósitos do Banco apresentou uma melhoria face a 2018 que reflecte a tendência de queda das taxas de juro verificada ao longo do ano.

Rendibilidade 2019 2018

Rendibilidade dos Activos Médios (ROA) 14.3% 16.7%

Rendibilidade dos Capitais Próprios Médios (ROE) 20.6% 25.7%

Produto Bancário/Activo Líquido Médio 22.5% 27.0%

Juros Recebidos / Activos Remunerados 17.0% 17.8%

Comissões: As comissões líquidas de serviços de corretagem, custódia, clientes particulares e advisory atingiram cerca de MZN 115,3 milhões. Este resultado deveu-se essencialmente às receitas com assessoria financeira a empresas, com os serviços de custódia institucional e de corretagem. Durante o ano de 2019 o apetite dos investidores por risco teve uma evolução positiva, fazendo aumentar a procura por activos de risco quer do lado da dívida, quer do lado equity, que o Banco soube aproveitar como comprova o crescimento significactivo dos activos sob supervisão do Banco. As comissões provenientes da área de Corporate Finan-ce provêm de retainers e de comissões de sucesso associadas a serviços de assessoria e operações financeiras, onde se pode realçar a colocação em bolsa das acções da HCB, bem como comissões de organização e colocação, relacionadas com operações de financiamen-to organizadas pelo BiG para Empresas.

MZN

Comissões Pagas e Recebidas 2019 2018

Comissões Recebidas

Por operações realizadas por conta de terceiros 47 930 520 38 690 651

Por serviços e garantias prestadas 870 114 200 378

Por serviços de assessoria financeira 75 259 961 46 846 389

Outros rendimentos de serviços e comissões 146 912 916 657

Comissões Pagas

Por operações sobre instrumentos financeiros (8 634 276) (3 100 249)

Por serviços bancários de terceiros (267 298) (171 011)

Comissões Líquidas 115 305 933 83 382 815

Tesouraria e Mercado de Capitais: As actividades de tesouraria e investimento, a interme-diação financeira e os proveitos líquidos gerados pela gestão da carteira de activos de ren-dimento fixo disponíveis para venda do Banco registaram um resultado líquido de MZN 136,6 milhões. Os lucros das operações realizados foram gerados numa carteira diversificada de activos de rendimento fixo, com alocações a diferentes classes, privilegiando títulos líquidos e de maturidades mais longas, dada a visão da equipa de Gestão para a evolução das taxas de juro. Num enquadramento desafiante, o Banco teve como prioridade, na gestão das suas carteiras, manter elevados níveis de liquidez na sua carteira de activos remunerados e um foco na sua qualidade creditícia. O Conselho de Administração prevê manter estes pressu-postos de investimento, uma vez que representam vectores estruturais da cultura de gestão do Banco. A área de Tesouraria e Mercados de Capitais é essencial para o Banco, como fonte de conhecimentos específicos relacionados com produtos para Clientes. Os proveitos pro-venientes desta actividade podem variar de ano para ano. Contudo, a equipa de Gestão está constantemente à procura de oportunidades que possam aumentar os proveitos mantendo o nível de risco controlado.

Custos Operacionais: O Conselho de Administração procura a máxima flexibilidade possível na gestão da sua base de custos, de modo a garantir alguma correlação dos mesmos com o aumento, ou diminuição, da actividade em cada ano. Esta flexibilidade é gerida dentro de limites considerados razoáveis para uma instituição em crescimento, que necessita de continuar a investir, tendo igualmente em consideração a relativa inflexibilidade do contexto laboral e fiscal. Em 2019, os custos operacionais, excluindo a tributação fiscal, foram cerca de MZN 180,4 milhões. Os custos com pessoal, que ascenderam a MZN 102,4 milhões, represen-taram cerca de 57% dos custos operacionais do ano. Quer as despesas administrativas quer as amortizações têm um peso moderado na estrutura de custos. O comportamento destas rubricas de custos operacionais decorre dos seguintes factores: (i) a contratação de novos colaboradores, (ii) a preparação do espaço físico onde o banco desenvolve a sua actividade, (iii) custos associados ao desenvolvimento da actividade, e (iv) investimentos em hardware e software. O crescimento nas amortizações para cerca de MZN 17,8 milhões, diz respeito quer a sistemas, equipamento e hardware, quer ao início de amortização da Sede, que o Banco adquiriu em Maio de 2019, como mais um passo definitivo de desenvolvimento das opera-ções do Grupo BiG em Moçambique.

Eficiência 2019 2018

Custos de Funcionamento / Produto Bancário 32.2% 35.9%

Custos com Pessoal/Produto Bancário 20.6% 22.0%

Resultado antes de Imposto e Impostos. O Resultado Antes de Impostos foi de MZN 315,7 milhões. Os impostos correntes e diferidos ascenderam a MZN 74,7 milhões.

Indicadores Chave do Balanço

MZN

Principais Activos e Fontes de Financiamento 2019 2018

Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais 27 371 559 92 265 802

Disponibilidades em Outras Instituições de Crédito 37 560 276 4 671 720

Activos Financeiros ao Justo Valor através de Resultados 24 362 293 -

Activos Financeiros ao Justo Valor através de outro Rendi-mento Integral 1 728 897 734 972 248 539

Aplicações em Instituições de Crédito 836 042 816 257 529 440

Recursos de Outras Instituições de Crédito 14 162 876 33 468

Recursos de Clientes 1 238 453 481 672 862 507

Capitais Próprios 1 631 294 308 706 098 400

Os principais activos remunerados do Banco foram geridos de modo a maximizar a liquidez e controlar os riscos de concentração. Estes representam carteiras diversificadas de negocia-ção e de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral, constituídas maioritariamente por instrumentos financeiros líquidos de rendimento fixo que ascendiam, no final do ano, a cerca de MZN 1.753 milhões. A rubrica de Crédito a Clientes não apresenta saldo, uma vez que o Banco continuou a optar por não desenvolver esta linha de negócio. Este posicionamento reflecte a reduzida ênfase do modelo de negócio do Banco no crédito comercial e ao consumo.

Capital e Solvabilidade

MZN

Capital e Solvabilidade 2019 2018

Capital 1 171 345 000 557 871 524

Prémio de emissão 1 714 -

Outros Instrumentos de Capital 2 839 556 1 034

Reserva de Justo Valor 70 825 246 2 899 031

Outras Reservas e Resultados Transitados 145 326 811 (15 756 925)

Resultado Líquido do Exercício 240 955 981 161 083 736

Capitais Próprios 1 631 294 308 706 098 400

Fundos Próprios 1 208 967 218 709 285 242

TIER 1 Capital 186,1% 183,6%

Page 4: RELAT CAS 2019bancobig.co.mz/images/pdf/Relatorio_Contas_2019_Banco_BIG.pdfestá autorizado a operar em todas as áreas de negócio abertas ao sector bancário em Mo-çambique. Em

(Continuação 4/14)

A utilização e afectação de capital, bem como a robustez, consistência e transparência dos rácios de solvabilidade são, para o Conselho de Administração, de extrema importância na gestão diária do Banco. O nível adequado de capital fornece confiança aos Clientes e às contrapartes, e reflecte os aspectos chave de como o Banco gere o negócio. Alguns desses aspectos são: (i) controlar atentamente os riscos potenciais assim como os retornos espera-dos, (ii) aplicar o resultado dos processos de testes de esforço e planeamento de capital à gestão diária do Balanço, (iii) avaliar objectivamente o ambiente empresarial e (iv) identificar e avaliar os potenciais riscos materiais, sejam estes específicos ou estratégicos. O Banco efectua projecções de capital e financiamento e envia ao Regulador o resultado do Proces-so de Avaliação da Adequação do Capital Interno (ICAAP), que incorpora extensas análises realizadas regularmente.

De forma a garantir um uso prudente do capital e um nível confortável de reservas, o Banco efectua periodicamente testes de sensibilidade. Estes testes incluem testes de esforço à carteira bancária e ao rácio de solvabilidade, que foram definidos para avaliar o impacto no Capital de alterações improváveis, mas teoricamente possíveis, no sentimento de merca-do, com potencial impacto directo nos rácios de solvabilidade do Banco. Os resultados dos testes de esforço, ainda que hipotéticos, servem regularmente como aviso ao Conselho de Administração e às diversas áreas de negócio, para controlo e monitorização do risco ou diversificação das concentrações. Estes testes são alguns dos muitos controlos inter-nos do BiG, existindo, no entanto, outros que são realizados de acordo com os requisitos regulatórios.

Liquidez e Recursos

MZN

Liquidez e Recursos 2019 2018

Capitais Próprios 1 631 294 308 706 098 400

Recursos de Outras Instituições de Crédito 14 162 876 33 468

Recursos de Clientes 1 238 453 481 672 862 507

Passivos por Impostos Diferidos 27 884 347 -

Outros Passivos 62 809 558 50 859 671

O Conselho de Administração, de acordo com as expectativas relativamente aos movimen-tos das taxas de juro e da evolução da economia moçambicana e qualidade de crédito dos activos, realizou uma gestão activa da carteira do Banco.

A margem financeira do Banco obedece: (i) a uma política de controlo da dimensão do Ba-lanço, (ii) à criteriosa alocação em activos remunerados e (iii) à gestão activa da carteira do Banco. O crescimento da base de clientes e a diminuição da iliteracia financeira influenciou os Clientes a aumentar as suas transacções e investir cada vez mais, contribuindo assim para um incremento significactivo nas comissões líquidas.

A maioria dos activos do Banco correspondiam a activos financeiros líquidos, ao justo valor através de outro rendimento integral. O crédito tradicional continuou a ser um segmento não estratégico, constituindo um factor chave no modelo de negócio do Banco e fundamental para a sua gestão da liquidez, da qualidade dos activos e da utilização eficiente do capital próprio do Banco.

O Conselho de Administração considera, e o passado recente confirma, que deter e nego-ciar activos através das carteiras de activos financeiros detidos para negociação ou Hold to Collect and Sale permite uma maior flexibilidade na gestão de posições, encoraja a dis-ciplina nas tomadas de risco e o crescimento do Balanço, o que coincide com a política de absoluta transparência na avaliação de activos financeiros. A combinação de (i) nenhuma concentração de crédito ilíquido, (ii) uma reduzida alavancagem do Balanço relativamente ao capital próprio e fontes estáveis de financiamento e (iii) uma política de manutenção de uma carteira de activos permanentemente disponíveis e livres de encargos garantindo ní-veis de liquidez confortáveis, têm sido fundamentais para a gestão rentável das operações do Banco.

As principais fontes de financiamento do Banco incluíram (i) capitais próprios, (ii) depósitos de Clientes, e (iii) acordos de cedência no mercado interbancário estabelecidos com contra-partes de mercado. O Banco não emitiu títulos de dívida, dado não representarem activos estratégicos do actual modelo de negócio e planos de investimento do Banco.

O Banco não emite instrumentos de dívida para suportar as suas actividades de Balanço, sendo as fontes chave de financiamento os depósitos de Clientes e os capitais próprios;

O modelo de negócio do Banco não se baseia em crédito; está orientado para o cresci-mento sustentável num ambiente controlado, com base no crescimento dos resultados acumulados e cuidadosa gestão de capital;

O Banco não solicitou, nem necessitou, de assistência ou apoio de entidades externas, em qualquer momento, para cobrir as suas necessidades de financiamento ou capital, sob a forma de garantias e similares, obrigações convertíveis ou capital.

Estratégia de Balanço e Fontes de Financiamento MZN

Principais Activos e Fontes de Financiamento 2019 2018

Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais 27 371 559 92 265 802

Disponibilidades em Outras Instituições de Crédito 37 560 276 4 671 720

Activos Financeiros ao Justo Valor através de Resultados 24 362 293 -

Activos Financeiros ao Justo Valor através de outro Rendi-mento Integral 1 728 897 734 972 248 539

Aplicações em Instituições de Crédito 836 042 816 257 529 440

Recursos de Outras Instituições de Crédito 14 162 876 33 468

Recursos de Clientes 1 238 453 481 672 862 507

Capitais Próprios 1 631 294 308 706 098 400

Gestão de BalançoO crescimento do Balanço em 2019 foi significativo e resultou, principalmente, do cres-cimento dos depósitos e dos capitais próprios. Os activos e passivos do BiG aumenta-ram ao longo de 2019, ao ritmo da entrada de depósitos tanto de novos clientes como dos clientes actuais. Depósitos e capitais próprios financiaram uma maior carteira de activos financeiros disponíveis para venda, constituída maioritariamente por activos líquidos de rendimento fixo. De uma forma geral, as modificações na natureza do Balan-ço foram graduais, demonstrando alterações oportunísticas na constituição da carteira do Banco.

A atenção dada pelo Conselho de Administração à dimensão e composição do Balanço do Banco constitui um dos exercícios de gestão de risco mais importantes. Os activos e passivos podem alterar-se em função das actividades de Clientes, condições do mercado e oportunidades de negócio. No entanto, a dimensão e a composição do Balanço do Ban-co em cada momento reflecte (i) a natureza e disponibilidade de fontes de financiamento estáveis, (ii) o nível de capitais ou fundos próprios do Banco, e (iii) a visão global do Conse-lho de Administração relativamente a oportunidades e aos riscos associados. O processo envolve revisão regular e o planeamento das oportunidades de investimento disponíveis e estratégias de financiamento através do ALCO – Comité de Activos e Passivos, limites por classe de activos ou concentração, monitorização diária dos indicadores chave pela Gestão de Risco e o importante uso de análise de sensibilidade como instrumentos disci-plinadores essenciais. A grande maioria dos activos remunerados do Banco é classificada como Hold to Collect and Sell. Estes são mensurados a justo valor e utilizados na gestão da exposição do Banco aos movimentos das taxas de juro bem como no investimento de excedentes de liquidez.

A estrutura de risco é concebida e gerida à volta de uma estratégia central de manutenção de um Balanço líquido. Os processos e procedimentos do Banco encorajam uma gestão dinâmica dos activos e responsabilidades e incluem:

Uma revisão periódica e planeamento dos activos e responsabilidades chave;

Monitorização de indicadores de risco chave e de utilização de capital;

Utilização de análises de cenário e de sensibilidade, compiladas e analisadas periodica-mente;

Projecções de fontes de financiamento e requisitos de capital;

Revisão anual de limites de crédito;

Os depósitos junto de outros bancos são utilizados para gerir a liquidez de curto prazo e as reservas mínimas obrigatórias junto do Banco Central. A carteira de activos Hold to Collect and Sell aumentou com o crescimento do Balanço e inclui títulos de dívida de curto, médio e longo prazo de emitentes soberanos, públicos e corporactivos.

Entre os factores que poderão afectar a dimensão da carteira incluem-se oportunida-des para criar margem ou proveitos de investimento durante o ano. A decisão de deter activos para tirar proveito da margem ou desinvestir é tomada pelo ALCO, que tem em consideração as condições e concentrações de mercado e o perfil global de liquidez do Banco.

As principais fontes de financiamento do Banco foram capitais dos accionistas, os depósitos de Clientes, e o acesso a financiamento interbancário de contrapartes do mercado.

O ALCO fornece uma visão da natureza das concentrações e liquidez dos activos do Ban-co e da gestão conservadora relativamente à composição do financiamento. O Conselho de Administração procura assegurar que existam posições substanciais de excedente líquido de tesouraria de modo a cobrir, a qualquer altura, as hipotéticas saídas de capital normais.

Capitais Próprios: Os principais factores que influenciaram o aumento substancial do mon-tante de capital desde a constituição da sociedade, prendem-se com o plano de negócios definido inicialmente para o Banco e com as necessidades previstas de investimento na estrutura para fazer crescer o negócio, bem como com o aumento dos requisitos minímos de capital legalmente definidos.

Capital Regulatório: O BiG é regulado pelo Banco de Moçambique e, de acordo com as regulações bancárias, o Banco está sujeito aos requisitos de capital calculados com base no risco, a nível individual e consolidado. Em termos gerais, o capital regulatório, objecto de reporte regular, é utilizado como base para avaliar aspectos chave do negócio bancário e envolve vários ajustamentos regulares à rubrica de capital do Banco. Os requisitos de capital são apresentados como rácios de capital que comparam o capital ajustado com o valor dos activos ponderados pelo risco.

ICAAP – Processo de Auto-avaliação da Adequação do Capital Interno. Nos termos da regulamentação em vigor, o Banco realiza um exercício anual de auto-avaliação para determinar os níveis de adequação de capital face ao seu modelo de negócio. O processo é parte da regulação moçambicana e internacional, uma vez que o Banco consolida no Banco de Investimento Global, S.A., que reporta de forma consolidada e segundo as regras de Basileia III definidas pelo Banco Central Europeu. Este relatório incorpora uma descrição dos vários processos de gestão e controlo de risco utilizados pelo Banco. O ICAAP procura quantificar o montante de capital que o Banco deverá deter tendo em conta a sua estratégia e os riscos que considera ser materialmente relevantes. Neste âmbito, são considerados várias tipologias de riscos para o cálculo dos requisitos de capital. São, ainda, utilizados modelos internos complementares para o cálculo dos requisitos de capital e é feito um exercício de auto-avaliação usando modelos proprietários para algumas classes de activos no âmbito do risco de crédito e do risco de mercado. Incorporando todos os riscos materialmente relevantes, os resul-tados do ICAAP demostram que o BiG mantém um rácio de capital confortável, muito acima dos níveis prudenciais mínimos exigidos.

OrganizaçãoOs objectivos do Banco passam por disponibilizar serviços financeiros eficientes e competi-tivos aos seus Clientes e criar valor de longo prazo para os seus Accionistas. O BiG procura assegurar um crescimento sustentado e um equilíbrio entre o investimento a médio-prazo e a existência de retornos no curto-prazo.

O Conselho de Administração acredita que estes objectivos poderão ser alcançados através de uma estrutura operacional interna clara e eficiente, construída em torno de pessoas com talento, processos bem definidos e tecnologia fiável. No seu conjunto, es-tas componentes permitem maximizar a eficiência operacional e ajudar a manter uma estrutura de custos competitiva, concebida para beneficiar o Cliente final e os Accionis-tas. Estas componentes são igualmente essenciais à manutenção de controlos rigorosos sobre os riscos de mercado, crédito e operacional, aos quais qualquer instituição finan-ceira se encontra exposta.

A estrutura organizacional interna reflecte aspectos chave da cultura empresarial, que se foca no objectivo de assegurar a resiliência e a integridade do modelo de negócio do Banco e a sua capacidade de resistir a qualquer crise financeira. Resumindo, o Banco pretende ser transparente, flexível, atento aos riscos de mercado e com uma gestão que permita reagir rapidamente às oportunidades de negócio. A liquidez do Banco, a quali-dade dos seus activos e o seu perfil de capital são pilares fundamentais da estratégia do Banco. No decurso da sua actividade, o Conselho de Administração está continuamente a analisar melhorias às actuais áreas de negócio e a procurar formas de investir capital, aumentar receitas, racionalizar custos e melhorar continuamente a eficiência interna. O BiG espera crescer de forma sustentável, apesar da concorrência, e manter esta tendên-cia no futuro próximo.

Estrutura Legal e Órgãos SociaisO Banco BiG Moçambique, S.A.. é uma sociedade fundada de raíz, detida em 83,99% pelo Banco de Investimento Global, S.A., que foi responsável pela implementação da unidade bancária do Grupo BiG em Moçambique. O BiG Moçambique não detém nenhuma outra sociedade, não participa em sociedades off-shore ou em veículos especiais de investimento.

As marcas do Banco são utilizadas na abordagem ao segmento de Empresas e Clientes Ins-titucionais e Clientes Particulares.

Governo da Sociedade A organização interna do Banco é reflexo da vontade do Conselho de Administração em manter a simplicidade, transparência e um controlo operacional eficaz sobre as diferentes áreas de negócio. Esta filosofia encoraja o uso eficiente dos recursos e uma clara distribuição das responsabilidades sobre a forma como estes recursos são utilizados e os riscos assumi-dos. O BiG, embora não seja uma sociedade cotada em bolsa, procura seguir as melhores práticas de Corporate Governance e alinhar a supervisão e os processos de decisão com os interesses dos principais stakeholders do Banco. Embora sendo um pequeno/médio Banco, o BiG procura ser um exemplo entre os seus concorrentes de qualquer dimensão, em ter-mos de gestão prudente de um negócio sustentável, independentemente das condições de mercado, com base no pressuposto de que o Banco pode e deve operar sem ajuda externa. Adicionalmente, o BiG é membro da Associação Moçambicana de Bancos, através da qual o Banco procura contribuir para o debate dos principais temas e acompanhar os principais desenvolvimentos do sector bancário. O Conselho de Administração revê e, quando é ne-cessário, melhora as práticas e os instrumentos de Governo da Sociedade, de forma a refor-çar a cultura de controlo interno e a manter uma base para o seu desenvolvimento social e económico.

Órgãos Estatutários BiG

ASSEMBLEIA GERAL

Presidida por um Presidente e um secretário eleitos pelos accionistas por mandatos de quatro anos. As suas responsabilidades passam por dirigir as assembleias gerais anuais e extraordinárias de accionistas do Banco.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Constituído no final do ano por cinco membros (3 membros não-executivos e 2 execu-tivos). Este órgão é eleito para mandatos de quatro anos e todos os membros são es-colhidos com base na sua experiência, em base individual, independente de qualquer interesse accionista específico.

COMISSÃO EXECUTIVA

Constituído por dois membros executivos eleitos por períodos de quatro anos. Este órgão reporta directamente ao Conselho de Administração e foi constituído no âmbito da delegação de funções do Conselho de Administração, de modo a gerir adequada-mente a actividade corrente do Banco.

FISCAL ÚNICO

Este órgão reporta directamente aos accionistas. As suas responsabilidades incluem revisões periódicas e auditorias independentes às contas, de acordo com as normas e políticas contabilísticas internacionais. Um auditor independente providencia, igual-mente, a sua opinião relativamente às contas.

No final de 2019 foi designado o Dr. Nuno Domingues como Fiscal Único, substituindo o Dr. Miguel Damas.

Direitos de VotoDe acordo com os Estatutos do Banco, não existem restrições aos direitos de voto dos Accio-nistas. Cada acção corresponde a um voto.

Auditores e Consultores ExternosO auditor independente do Banco é a PricewaterhouseCoopers, Lda. O Banco tem uma po-lítica de revisão periódica dos seus auditores externos, que por norma está limitado ao exer-cício de um mandato não superior a cinco anos consecutivos. O Banco mantém ainda como consultor legal externo a Sociedade Couto Graça e Associados (CGA) e como consultar fiscal externo a Ernst & Young, Lda.

Controlo InternoAs funções de contabilidade, auditoria interna, compliance e gestão dos riscos associados com mercados, crédito, tecnologia e operações reportam à Comissão Executiva. Além das funções de supervisão por área, o Banco estabeleceu um Comité de Todos os Riscos (All Risks Committee), supervisionado por um elemento da Comissão Executiva, com o intuito de melhorar a compreensão em todo o Banco das prioridades relacionadas com controlo, regulamentação, sistemas e procedimentos.

O Compliance Officer do Banco reúne regularmente com a Comissão Executiva, para anali-sar temas sensíveis relacionados com o controlo interno e o cumprimento das disposições regulatórias. A área de Recursos Humanos reporta directamente à Comissão Executiva e as funções de Auditoria Interna são desempenhadas a nível de Grupo.

Base AccionistaO capital do Banco BiG Moçambique, S.A. é detido maioritariamente pelo Banco de Investi-mento Global, S.A., com sede em Lisboa, Portugal.

Em 2019, e em linha com o previsto no seu plano de negócio inicial, o Banco abriu o seu capital social a investidores locais de referência no sector financeiro em Moçambique, que subscreveram uma operação de aumento de capital realizada no 1º trimestre de 2019 e irão beneficiar e contribuir para o desenvolvimento da actividade do BiG. Em 31 de Dezembro o capital social do Banco é detido pelos seguintes accionistas:

2019 2018

Nº de acções

% Nº de acções

%

Banco de Investimento Global, SA 983 774 83,987% 571 922 100,000%

BIG Serviços Financeiros, SA 2 0,000% 1 0,000%

Joel Narciso Gonçalves Rodrigues 2 0,000% 1 0,000%

EMOSE, S.A. 114 782 9,799% - 0,000%

Global Alliance Seguros, S.A.

GA Open Fund 11 461 0,978% - 0,000%

GA FPTM 26 932 2,299% - 0,000%

Hollard Moçambique Companhia de Seguros, S.A. 34 392 2,936% - 0,000%

1 171 345 100,00% 571 924 100,00%

Capital HumanoA cultura de negócio do Banco provém da resiliência do seu modelo de negócio, da capacidade do Conselho de Administração de executar as suas estratégias e de con-trolar os riscos, e da qualidade, formação e carácter dos seus Colaboradores. O Con-selho de Administração acredita que o desenvolvimento de uma cultura interna é uma preocupação principal da gestão de topo e assume funções directas nos processos de recrutamento, formação e desenvolvimento de carreiras dos Colaboradores. O BiG percepciona o desenvolvimento dos Colaboradores como um investimento chave e procura recompensar o talento desde o início. Em regra, o Banco promove a diversida-de, excepto nos seus valores fundamentais. Estes incluem a excelência académica, um sentido de compromisso, trabalho de equipa, energia, inovação, respeito pelos outros e, acima de tudo, integridade.

Ao longo do último ano, o perfil dos Colaboradores do Banco e as políticas de recrutamento, formação e desenvolvimento continuaram a ser consistentes com o plano delineado inicial-mente. De uma forma consolidada, a idade média dos Colaboradores é de 29 anos e 86% dos mesmos detêm pelo menos um grau académico. O número de Colaboradores, excluindo o Conselho de Administração, é de 38.

A distribuição dos Colaboradores pelas áreas de suporte, controlo e negócio é relativamente equitativa. O crescimento nas áreas de negócio tem acompanhado o aumento do volume de negócio, e é expectável que o mesmo continue em 2020.

As acções de formação locais e os períodos alargados de formação na Sede do Grupo, para vários membros de todas as áreas funcionais do Banco, são parte importante do esforço do Banco para manter os seus Colaboradores actualizados e em contacto com os padrões mais elevados e as melhores práticas internacionais. Estas acções de formação e actualizações do conhecimento das equipas são constantes e fazem parte da cultura do Grupo, mantendo uma actualização transversal à estrutura dos processos e procedimentos.

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Os Padrões e Cultura Empresariais do BiGO BiG é gerido por profissionais experientes e dedicados. O Banco tem como objectivo manter uma estrutura organizacional simples e com linhas de responsabilidade claramente definidas en-tre o Conselho de Administração, a Comissão Executiva e os vários órgãos e Colaboradores. O modelo de negócio do BiG é deliberadamente transparente, assim como o são as suas relações com Clientes, reguladores e o público em geral. A estrutura organizacional é horizontal e não con-tém estruturas opacas nem qualquer entidade offshore. Desde a criação do Banco, o Conselho de Administração e os Accionistas têm procurado alinhar os seus interesses, procurando garantir uma separação adequada entre os que são proprietários e emitem orientações por um lado, e aqueles que profissionalmente assumem e aceitam responsabilidades de gestão, por outro.

O Conselho de Administração acredita que um sistema eficaz de governação para qualquer organização assenta na sua cultura e na integridade das pessoas que a compõem. Operando num negócio exigente de serviços financeiros, o BiG trabalha todos os dias para melhorar essa governação. A natureza e extensão da informação divulgada reflecte um aspecto fun-damental da cultura interna do Banco e a sua proposta de valor. Nas relações com os seus stakeholders, o BiG comunica deliberadamente de forma detalhada não só em que consiste o seu modelo de negócio, como também o seu funcionamento. Internamente, a cultura do Banco enfatiza a governação societária enquanto exercício diário de responsabilização de cada indivíduo, equipa e área de negócio. Este conceito começa pelo Conselho de Adminis-tração e pelos comités internos de supervisão e estende-se a toda a organização.

Uma vez que o BiG opera num ambiente de regulação e reporte crescente, as responsabili-dades individuais e do Conselho de Administração abrangem uma compreensão do código de ética da organização, formação interna sobre procedimentos, gestão de informação, polí-ticas e práticas. Estas são concebidas para identificar e gerir riscos e funções independentes de supervisão e assegurar a aplicação dos regulamentos internos e externos. Estamos per-manentemente focados em garantir controlos operacionais efectivos, encorajar regras que promovam maior responsabilidade e transparência nas práticas competitivas e aceitamos o escrutínio do modelo de negócio. O tempo dedicado pelo Conselho de Administração à gestão de riscos e construção de uma cultura de responsabilidade apresenta uma tendência crescente e superior à análise e geração de novas oportunidades de negócio.

Planeamento: Financiamento e CapitalAnualmente, o Conselho de Administração faz o seu planeamento no que concerne às ne-cessidades de financiamento e alocações de capital do Banco. Este processo de planea-mento incorpora expectativas quanto à gestão dos activos remunerados, assume condições de negócio estáveis, e projecta o crescimento na disponibilidade de diferentes fontes de financiamento a taxas de mercado competitivas.

Os pressupostos fundamentais subjacentes usados pelo Conselho de Administração incluem (i) crescimento orgânico sustentável, e (ii) foco contínuo num modelo de negócio baseado em reduzida alavancagem, elevados níveis de capital e níveis confortáveis de liquidez. Por norma, o Banco não estima uma taxa específica para o crescimento dos seus activos. Pelo contrário, o crescimento do Balanço deriva dos fundos disponíveis, condições de mercado e uma base de capital que garante resiliência nos cenários de maior esforço. De acordo com as condições do mercado, o Banco espera efectuar ajustamentos às diferentes áreas de ne-gócios, oferta de produtos e canais de distribuição, tendo em vista aumentar o financiamento estável, assegurar a preservação do capital e melhorar as receitas.

Complementarmente ao capital e depósitos, o Banco tem outras fontes de financiamento, designadamente financiamento junto de outros bancos e junto do Banco Central ao abrigo das facilidades de cedência. Assumindo um crescimento moderado do Balanço, os planos de financiamento não prevêm uma utilização do financiamento proveniente do Banco Central. O aumento do Capital Próprio, o aumento dos depósitos, bem como a utilização de fontes alternativas de financiamento, irão ser as principais fontes de financiamento do activo. Para efeitos de planeamento, o Conselho de Administração assume que o Banco não necessitará, nem recorrerá, ao mercado institucional de financiamento de longo prazo, e que o acesso ao mercado interbancário relevante será utilizado oportunistica e selectivamente, como tem sido feito nos últimos anos.

Em virtude de um conjunto de razões estratégicas, o Banco tem utilizado o seu Capital de for-ma conservadora e o Conselho de Administração prevê a continuidade desta tendência. Os novos requisitos mínimos de capital, que entraram em vigor de forma faseada em 2018 e que aumentarão até 2020, foram incorporados nos planos de financiamento desenhados pelo Conselho de Administração. O Conselho de Administração espera poder vir a remunerar os Accionistas através do pagamento de dividendos no médio prazo, assumindo que as ten-dências actuais se mantêm. Contudo, devido à natureza do negócio do Banco, bem como ao plano de investimentos no desenvolvimento do Banco, de sistemas e novos produtos para manter o BiG em linha com o compromisso de inovação e sofisticação financeira, durante os próximos três anos deverão ser direccionados parte dos resultados anuais para a satisfação destas necessidades de investimento.

RegulaçãoO sistema financeiro moçambicano passou por várias alterações regulamentares nos últimos anos, com ênfase na Supervisão Prudencial. Este aumento significactivo da regulamentação, e o consequente impacto em termos operacionais nos Bancos, tem sido justificado com a ne-cessidade de (i) estabilização dos mercados financeiros; (ii) reforço da solidez das instituições e (iii) aumento da transparência. Os resultados traduzem-se numa presença mais intensa das entidades reguladoras, num maior fluxo de informação requerida e no enfoque em controlos prudenciais, comportamentais e internos.

Políticas Contabilísticas RelevantesAs políticas contabilísticas relevantes utilizadas pelo Banco são apresentadas em detalhe nas Notas às Demonstrações Financeiras, sendo que a mais relevante para o Banco corresponde à mensuração pelo justo valor dos instrumentos financeiros. Isto resulta do facto de a carteira de activos remunerados – e, portanto, do próprio Balanço – serem activos líquidos, de rendimento fixo ou variável, por oposição a activos com menor liquidez. Perante a ocorrência de eventos que reduzem a transparência e/ou liquidez nos mercados, como tem vindo a ocorrer ocasio-nalmente nos últimos anos, gerando assim volatilidade no mercado, a utilização desta política de mensuração pelo justo valor, pode ter um impacto significactivo na forma como os activos financeiros são avaliados e, consequentemente, nas demonstrações financeiras do Banco.

Eventos que podem assumir particular relevância nas Demonstrações Financeiras:

Precificação - Na determinação do justo valor de um determinado activo financeiro, o Banco considera o preço disponível no mercado. Na ausência de cotações ou na presença de pre-ços de mercado que, na opinião do Banco, possam não ser realistas, o justo valor pode ser determinado com recurso a (i) avaliações baseadas em transacções recentes ou semelhan-tes, executadas sob condições de mercado normais, metodologias de cash flows desconta-dos e modelos de avaliação baseados em opções, os quais podem ser customizados tendo em vista reflectir as circunstâncias de um determinado instrumento financeiro e (ii) avaliações baseadas em informação de mercado.

Controlo sobre avaliação de instrumentos financeiros - As infraestruturas de controlo são independentes das áreas de geração de receitas. Estes processos, conjuntamente com as metodologias acima referidas, são definidos pelo Conselho de Administração e controlados ou revistos pelas funções de auditoria interna e externa do Banco.

Revisão das receitas e despesas líquidas - A contabilidade das receitas e despesas é da responsabilidade de funções independentes e de controlo e é verificada diariamente pelo Conselho de Administração. O objectivo consiste em identificar e resolver potenciais proble-mas associados ao justo valor ou contabilístico das receitas numa base objectiva e periódica.

Outros Factores que Afectam o Negócio do BiGO Banco gere vários riscos inerentes ao negócio bancário. Para além dos riscos resumidos anteriormente, as condições económicas e políticas também afectam o negócio do Banco. A crise económica que vem afectando Moçambique e a percepção da comunidade investidora e doadora internacional, começou a expor as falhas nos mecanismos de controlo do Estado,

uma grande divergência de responsabilidade fiscal e produtividade no sector Público e dife-rentes percepções da capacidade de acesso ao financiamento internacional.

Apesar das recentes melhorias, quer internas, como o acordo final de Paz entre os dois prin-cipais partidos políticos em Moçambique ou a tomada de decisões de investimento nos prin-cpiais projectos de energia no País, quer externas, como o acordo de renegociação de dívida externa e melhoria dos ratings, Moçambique continua entre os países mais vulneráveis a nível mundial. Embora o ambiente politíco tenha melhorado nos últimos anos, culminando no acordo de paz assinado entre o governo e o partido da oposição, as crispações derivadas da instabilidade motivada pelos ataques dos insurgentes no norte do País e as catástrofes que assolaram Moçambique, estão entre o conjunto de factores que tem impedido a resolução dos problemas estruturais que assolam a economia.

As medidas correctivas específicas para Moçambique, combinadas com a estagnação eco-nómica dos maiores parceiros comerciais, conduziram a um contexto de crescimento muito abaixo das expectativas e, também, da média histórica de anos recentes. Em 2019, a percep-ção do risco associado ao Estado moçambicano melhorou e culminou com a saída do nível Default por parte das principais agências de rating mundiais.

O BiG não está actualmente sujeito a notação de risco de crédito (rating), nem antecipa re-querer ou necessitar de uma notação de risco de crédito no futuro próximo. Não obstante, as opiniões das agências internacionais e de outros participantes de mercado sobre Moçam-bique, as empresas e as instituições financeiras em geral, afectam directamente o negócio.

A atractividade de mercados em crescimento ou mais competitivos, conjugada com a apertada re-gulação e aumento dos impostos, poderão afectar o negócio. O aumento da concorrência, pode-rá tornar a retenção de Colaboradores especializados do Banco um desafio importante. O início das operações dos grandes projectos, que começarão brevemente a montar as suas equipas, po-derá ser um desafio adicional à capacidade do Banco de manter uma equipa estável e motivada.

O BiG concentra-se em linhas específicas de produto para os segmentos de Clientes Institu-cionais e Empresas, Clientes Particulares, e alguns dos negócios estão altamente correlacio-nados com o desempenho dos mercados financeiros e a capacidade de antecipar e reagir a movimentos e oportunidades. Não se espera que este factor chave do negócio se altere no futuro próximo.

GESTÃO DE RISCO E CONTROLO INTERNO O negócio do Banco, num sentido mais lato, envolve a assunção e gestão de riscos, de modo a criar valor para os diferentes Stakeholders. As políticas e práticas definidas tendo em vista o controlo destes aspectos fundamentais do negócio são apresentadas em detalhe de seguida.

Na gestão do risco da organização, o Conselho de Administração revê regularmente os pro-cessos, de forma a garantir que estes são bem concebidos, disciplinados, independentes, objectivos e quantitativos. Estas revisões visam garantir também o cumprimento das normas regulamentares e práticas empresariais sensatas. Os processos de gestão de risco, ope-rações de crédito, processamento, tecnologia e riscos genéricos de negócio, exigem um sistema integrado de políticas e controlos, de modo a garantir a integridade do modelo de negócio do Banco e preservar a sua estabilidade, potenciando a rentabilidade. Subjacente a estes sistemas e processos está uma cultura de responsabilidade pessoal e vigilância mútua, tendo em vista o interesse comum.

O objectivo do Banco é gerar receitas através de um conjunto diversificado de fontes – o que implica assumir um certo nível de risco - operando em linha com orientações prudentes e razoáveis. Estas orientações combinam aspectos prudenciais básicos do negócio bancário, reflectem a experiência do Conselho de Administração e dos gestores de negócio do Banco e são actualizadas através de medidas regulatórias ou legislativas. A comunicação interna regular e frequente das políticas de gestão de riscos e tolerância ao risco revela-se crítica neste processo. Estas comunicações incluem, embora não limitadas: o cumprimento pelo Banco de orientações regulatórias prudenciais, a capacidade de monitorizar transacções apropriadamente, o conhecimento dos Clientes e a compreensão dos mercados, o ambiente legal em que o Banco opera, e o seu interesse em cada momento por certos riscos tendo em conta determinadas condições de mercado. O negócio do Banco assenta significativamente na confiança nos nossos Colaboradores e na fiabilidade dos nossos sistemas para processar operações, numa base contínua e relativamente livre de erros. O processo começa com a identificação do risco, seguindo-se a sua quantificação, controlo e eventual reporte interno e externo em intervalos apropriados.

O BiG é uma instituição em crescimento, a operar num contexto de incerteza macroeconó-mica e financeira, de aumento da regulação e de maior escrutínio, num mercado global. Uma vez que o sector bancário depende da confiança e percepção, o Conselho de Administração foca-se em assegurar que o processo do Banco consegue sobreviver a condições de merca-do voláteis, testando estes processos e pressupostos de forma regular, estando igualmente atento à integridade dos controlos do Banco e à manutenção da disciplina interna face a eventos de natureza excepcional.

No Banco, de forma transversal, são utilizadas técnicas diferentes para rever e analisar os riscos aos quais a actividade está exposta, designadamente o risco de mercado, risco de crédito, risco operacional, risco reputacional e risco político. Estas técnicas incluem um con-junto de testes de sensibilidade, realizados periodicamente, que são ajustados quando jus-tificável, e que envolvem um exame aos resultados de cenários para as grandes classes de activos e carteira do Banco. Os cenários são desenvolvidos pelo Conselho de Administração e pela equipa de risco de mercado, e geralmente coincidem, ou são mais prudentes, que as recomendações dos reguladores. Simultaneamente, são monitorizados um conjunto de indicadores, são realizadas análises de sensibilidade da exposição do Banco à taxa de juro, e são utilizados vários limites não estatísticos para avaliar o risco de mercado. Estes estão interrelacionados com medidas básicas relacionadas com crédito e procedimentos operacio-nais para garantir uma sobreposição de controlos sobre todas as exposições significativas.

Durante o ano, a exposição de risco cresceu de forma controlada, enquanto a qualidade dos activos, medida através de níveis actuais e históricos de crédito vencido e crédito em risco, se manteve em níveis satisfatórios. Tendo por base as análises das agências de rating ex-ternas, as análises internas e a informação disponível no mercado, a qualidade creditícia da carteira de activos corporactivos, de um modo geral, permaneceu inalterada durante 2019, ao passo que as emissões públicas e entidades financeiras viram a sua percepção de risco melhorar com o desenrolar do ano.

As notações de rating externas são utilizadas para medir níveis de perdas esperadas e ava-liar as posições e a sua respectiva evolução. As perdas relacionadas com crédito, bem como os custos associados com riscos operacionais, estão em linha com o projectado no início de actividade.

Estrutura de Controlo Interno

Conselho de

Administração

Comité deActivos e Passivos

(ALCO)

Comissão Executiva

Comité deCompliance

Comité de Todos os Riscos

Direcção Tesouraria Mercado

de Capitais

Sala de Mercados

Back-O�ceClientes

Back-O�ceAbertura Contas

Back-O�ceCustódia e Liquidação

Back-O�ceMercados

Back-O�ceMeios de

Pagamento

DirecçãoComercial

Gestão de Risco deLiquidez

Direcção de Controlo Interna e

Compliance

Direcção de Risco

Direcção deCorporate Finance

Direcção de

Operações

Direcção de Sistemas

de Informação

Direcção deContabili-

dade e Reporte

Direcção deRecursos Humanos

A responsabilidade pela monitorização de riscos começa pelo Conselho de Administração, pelo Comité de Todos os Riscos do Banco (All Risks), e pelos diferentes departamentos que controlam áreas específicas de risco. O Comité de Todos os Riscos combina as várias fun-ções individuais de controlo e os grupos funcionais que supervisionam a Gestão de Risco e a área de Compliance e Auditoria Interna do Banco.

Presidindo à estrutura de governo societário encontra-se o Conselho de Administração que delega as funções executivas na Comissão Executiva. O Conselho de Administração assume um papel essencial na supervisão de riscos e o seu funcionamento tem sido sempre pautado pelo reconhecimento de controlos adequados – quer para evitar perdas desnecessárias, quer como meio de gerar valor para os Accionistas num ambiente controlado. O Conselho de Administração tem a responsabilidade de estabelecer a orientação estratégica do Banco e os níveis de risco aceites, aprovar políticas, e ainda manter uma visão integrada das expo-sições às diferentes tipologias de risco.

Políticas Gerais e Procedimentos O Conselho de Administração procura assegurar a sua comunicação de forma clara ao longo de toda a organização, de modo a criar a base para um ambiente operacional sólido, onde a existência de sobreposição de sistemas para medir e controlar o risco e a formação para apoiar a identificação de riscos nas várias áreas, são essenciais na cultura de risco.

Entre as políticas e procedimentos essenciais incluem-se: (i) a revisão activa das posições do Banco, (ii) reavaliação dos activos financeiros ao justo valor, (iii) revisão diária das exposições financeiras, (iv) revisão diária, das exposições de crédito, e controlo diário dos limites, (v) re-porte independente e diálogo frequente entre as equipas geradoras de receitas e as equipas de controlo de risco e funções de suporte; (vi) testes de esforço e análises de sensibilidade (vii) proximidade do Conselho de Administração ao processo de controlo de risco e encora-jamento na comunicação rápida do seu aumento.

Quantificação do RiscoNa tomada de decisões e na gestão de risco, o Conselho de Administração aplica o seu julgamento de negócio em combinação com um conjunto de ferramentas quantitativas e sistemas utilizados para monitorizar e medir as exposições.

A quantificação do risco requer exercícios regulares de auto-avaliação, actualizações nas técnicas e mudanças nos pressupostos, bem como a adesão a normas regulamentares e contabilísticas. Em resultado, o processo é um foco diário do Conselho de Administração, das equipas responsáveis e das áreas de suporte. Assume-se como parte do processo que nenhuma metodologia isolada é suficiente na análise global das exposições e, como tal, revêm-se os riscos, em particular os riscos de mercado, através de um conjunto de processos e abordagens.

Limites e ControloA existência de limites em todas as actividades com risco é essencial ao processo de con-trolo de riscos e envolve uma série de restrições revistas com frequência, organizadas por classe de produto ou maturidade. Estes limites podem ser medidos através de uma combi-nação de medidas não estatísticas e medidas estatísticas. É responsabilidade do Conselho de Administração e da função de Risco garantir a actualização contínua, o reporte diário, o diálogo e a revisão dos pressupostos dos modelos.

Vários critérios são adoptados para determinar os limites apropriados na tomada de riscos associada à negociação de activos financeiros e investimento, incluindo a análise corrente e histórica dos mercados, estatísticas de volatilidade e de liquidez, análise técnica e funda-mental e, constituindo um factor importante, o apetite do Banco pelo risco em função das condições de mercado.

Os limites aprovados, especificando as exposições autorizadas por contraparte e con-centração por tipo de activos, são revistos e comunicados numa base periódica aos gestores e Colaboradores de Front e Back Office e são sujeitos a revisão e actualiza-ção regular.

ReporteDiariamente, as áreas responsáveis pela gestão de risco e Back Office compilam e repor-tam posições à Comissão Executiva com base nas medidas estatísticas e não estatísticas estabelecidas. Os limites excedidos são reportados ao Conselho de Administração, que toma as medidas necessárias para garantir o cumprimento dos mesmos. Estes controlos formais são ainda acompanhados por sistemas informais de monitorização de tomada de posições e limites, incluindo reuniões da Comissão Executiva com as áreas de mercado, para rever posições e avaliar tendências. As análises de sensibilidade servem como base de discussão sobre os níveis apropriados de exposição e da necessidade de agir de modo a reduzir concentrações de risco, quer através da venda ou quer pelo reposicionamento das posições.

Unidades de Controlo de RiscoCada um dos comités internos de risco – All Risks, ALCO e outros grupos responsáveis por áreas como Auditoria Interna e Compliance – inclui responsáveis pelos mecanismos de con-trolo no dia-a-dia. Cada comité inclui, pelo menos, um membro Executivo do Conselho de Administração. Dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho de Administração, estes co-mités têm autoridade para tomar decisões nas suas áreas respectivas. Os eventos diários de natureza excepcional requerem a aprovação da Comissão Executiva. As exposições sig-nificativas ou decisões políticas relevantes que caiam fora destes limites requerem revisão e aprovação pelo Conselho de Administração. Acresce ainda que o Comité de Todos os Riscos reúne regularmente para assegurar uma comunicação adequada, conformidade com regulamentos e compreensão das inter-relações dos riscos entre as várias áreas do Banco.

A área de Compliance reporta directamente a um membro Executivo do Conselho de Ad-ministração. As responsabilidades incluem a monitorização do cumprimento pelo Banco de questões de natureza legal e regulamentar, aplicação de procedimentos operacionais in-ternos, código de ética e questões relacionadas. O Compliance reúne-se periodicamente com a Comissão Executiva, e sempre que necessário, para rever a evolução de questões regulatórias.

Risco de MercadoO risco de mercado representa as possíveis alterações no valor de instrumentos financeiros em resultado de alterações nas condições de mercado. Dada a possibilidade de impacto directo na demonstração de resultados e/ou nas reservas de justo valor, os principais riscos que o Banco gere na sua actividade de mercado incluem:

Risco de preço de activos financeiros, resultante de mudanças dos preços de activos financeiros detidos para negociação ou em Hold to Collect and Sell, por alterações das condições de mercado;

Risco de taxa de câmbio, resultante de mudanças nos preços à vista dos câmbios, das posições em moeda estrangeira que o Banco possui;

O Conselho de Administração delega na Comissão Executiva e no ALCO a gestão dos riscos acima identificados, e o controlo e supervisão diária dos mesmos é feita pelo Departamento de Riscos. O ALCO inclui os membros Executivos do Conselho de Administração, além de outros gestores envolvidos nas actividades geradoras de receitas e da equipa de controlo de risco.

A Direcção de Risco revê modelos e análises associadas ao cálculo dos vários limites para a carteira do Banco, e é responsável pela condução diária dos testes de sensi-bilidade à carteira bancária, bem como por assegurar uma supervisão, controlo inde-pendente e verificação do cumprimento dos limites de tomada de risco pelos Colabo-radores de Front Office. Adicionalmente, este grupo procura assegurar um equilíbrio eficiente entre riscos e retorno, bem como um nível apropriado de volatilidade nos resultados operacionais.

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Nas suas actividades de Tesouraria e Mercado de Capitais, o BiG gera receitas através da gestão de exposições a mudanças no valor dos instrumentos financeiros, produtos e cartei-ras. Para gerir e reportar riscos, o Conselho de Administração estabelece e revê, periodica-mente, os procedimentos e sistemas definidos para assegurar níveis de controlo adequados ao capital do Banco e aos seus objectivos de negócio.

Metodologias

Na gestão do risco de mercado, o Banco utiliza um conjunto de metodologias diferentes, qualitativas e quantitativas, para medir e controlar a exposição ao risco, que são analisadas em conjunto com informação cobrindo os riscos de país e contraparte. Os riscos são frequen-temente geridos através do processo de diversificação de exposições, controlo de dimensão de posições e estabelecendo coberturas em valores mobiliários.

Risco de LiquidezPara o BiG o risco de liquidez é definido como a probabilidade de o Banco incorrer em custos ou perdas decorrentes da incapacidade de dispor de fundos líquidos necessários para o cumprimento das suas obrigações esperadas e inesperadas, correntes e futuras, sem afectar as suas operações diárias e sem incorrer em perdas significativas. O risco de liquidez incorpora também a possibilidade do BiG não conseguir negociar a preço de mercado uma posição, devido à sua dimensão em relação ao volume normalmente transacionado ou por razão de alguma descontinuidade no mercado.

A política do BiG relativa à liquidez e financiamento baseia-se nos seguintes princípios: (1) financiamento dos activos antes da sua aquisição, (2) o pressuposto de que a maior parte dos activos que compõem o Balanço pode ser convertível em liquidez num curto espaço de tempo, (3) um programa para construir uma base estável de depósitos e (4) assumir que se mantém um razoável nível de independência do mercado de financiamento junto de outras instituições. Com efeito, estes princípios definem o modelo de negócio do BiG, que é basea-do em comissões e prestação de serviços e pressupõe uma base de activos composta por activos líquidos em detrimento de crédito ilíquido.

Na prática, o processo de gestão de liquidez do Banco é uma questão estratégica e diária da Comissão Executiva, que mantém controlos diários dos fluxos de entrada e saída de liquidez. Adicionalmente, o BiG privilegia fontes de funding estáveis como capital próprio e uma base estável de depósitos, e mantém linhas de Mercado Monetário Interbancário aprovadas com as principais instituições de crédito do País.

Risco de Taxa de JuroO risco de taxa de juro resulta da exposição ao nível, declive e configuração das curvas de taxa de juro, volatilidade nas taxas de juro, duração e spreads de crédito. O risco de taxa de juro mede a probabilidade de ocorrência de impactos nos proveitos ou no capital do Banco, causados por movimentos nos níveis absolutos de taxas de juro, em spreads entre duas ta-xas, ou na configuração da curva de taxas de juro, entre outros factores. O BiG controla a sua exposição a eventos adversos através da diversificação e do acompanhamento diário das dinâmicas dos mercados nacionais e internacionais.

Análises de SensibilidadeO Banco também executa análises de sensibilidade, que são utilizadas para quantificar o efeito da variação de um factor de risco em todas as posições. Estas dependem de variáveis de mercado incluindo o preço do activo subjacente, taxas de juro e tempo até à maturidade. O Banco mede as exposições a estas variáveis através da realização de análises de sensi-bilidade.

Risco de CréditoO BiG está exposto a riscos de crédito em várias das suas actividades.

O risco de crédito define-se como a perda em que o Banco incorreria se um mutuário, con-traparte ou emitente de valores mobiliários falhasse no cumprimento das suas obrigações contratuais para com o Banco. Estes riscos incluem principalmente a exposição directa a Clientes, exposição directa a riscos de crédito associados com valores mobiliários emitidos por terceiros e detidos como activos de investimento do Banco, mas também risco de com-pensação e liquidação de valores mobiliários e compromissos relacionados com a conces-são de garantias.

Constituindo um factor inerente à banca, o Conselho de Administração percepciona o risco de crédito como parte integrante do modelo de negócio, fundamental para a geração de receitas e valor para os Accionistas. Considerando a importância do desenvolvimento de um negócio rentável, aceitando risco e utilizando o capital prudentemente, o processo de risco de crédito visa preservar a independência do processo de aprovação, permitindo também uma integração efectiva com os objectivos de negócio definidos pelo Conselho de Adminis-tração.

Processo de Análise e Aprovação No processo de análise e aprovação, o Banco avalia estas exposições a dois níveis: (i) ao nível das transacções, onde é necessário aprovação para todas as transacções por pelo menos dois representantes com autoridade de crédito, concedida pelo Conselho de Ad-ministração, e (ii) ao nível das respectivas carteiras, onde as decisões de investimento são tomadas de forma a minimizar concentrações excessivas de risco relativamente a clientes ou produtos. Este processo começa com o Conselho de Administração, que aprova as políticas gerais e orientações para riscos de crédito. O Conselho de Administração delega posterior-mente na Comissão Executiva a implementação diária destas políticas e responsabilidades, que incluem:

Análise e controlo do risco de contraparte;

Orientações quantitativas e qualitativas, para revisão de créditos;

Procedimentos quantitativos e qualitativos, para controlo da qualidade de crédito;

Controlo do Cliente, família e grandes riscos;

Documentação, gestão e arquivo;

Gestão e controlo de procedimentos e sistemas de monitorização de riscos;

Manutenção de um sistema scoring e de aprovação de crédito;

Atenção à integridade e independência do processo de aprovação;

Adesão a orientações regulamentares;

Natureza das Exposições de CréditoA gestão do risco de crédito da carteira do Banco, em particular instrumentos de dívida cotada, resulta da percepção da qualidade de crédito e liquidez, sem perder de vista as questões fundamentais de longo prazo associadas ao mercado. Neste enquadramento, a visão do mercado em relação à qualidade da maioria dos activos, especialmente relativamente ao risco de activos soberanos, e de activos intrinsecamente relacionados com a percepção de risco soberano, activos públicos e risco-empresas é essencial.

Em termos genéricos, a estratégia de negócio do Banco reduz o risco de crédito a duas categorias abrangentes:

Risco de Crédito garantido, associado principalmente às actividades de negociação e intermediação para Clientes e de produtos off balance-sheet.

Risco de Crédito não garantido, que surge da gestão dos riscos de crédito principais: principalmente, da carteira de investimento em obrigações de empresas ou dívida pú-blica, e das actividades de negociação no mercado com contrapartes profissionais. As exposições classificadas pelo Banco como não garantidas podem envolver emissões de dívida soberana ou pública, dívida de emissões de outras entidades garantida por entidades soberanas, ou dívida de empresas. Considerando a dimensão da carteira de investimento em dívida sénior empresarial, soberana e pública do Banco, este tipo de crédito representa a maior porção da exposição de risco do Banco.

Procedimentos de CréditoDe acordo com a política de crédito do Banco e do Grupo, a base para aprovação de exposi-ções a crédito, com ou sem garantia, inclui uma determinação de notação de risco (scoring) para a exposição ao crédito, calculado com base em critérios maioritariamente objectivos. O Banco segue uma matriz de aprovação pré-definida, que combina os resultados da avaliação de crédito, prazos, níveis máximos de exposição global, incluindo quaisquer transacções em consideração. Outros critérios para determinação dos níveis de aprovação incluem a existên-cia e tipo de garantia subjacente à exposição do valor global.

Exposições não Garantidas As linhas de crédito ou exposições conexas que não são integralmente garantidas, ou nas quais a garantia oferecida pode não ser líquida, estão sujeitas a uma revisão objectiva dos dados financeiros históricos e projecções conservadoras como base para aprovação de qualquer proposta de crédito. As principais exposições globais não garantidas são a institui-ções financeiras através do mercado monetário interbancário, por exemplo, quando o Banco opera na qualidade de credor de outros bancos, do sector financeiro, empresarial e de dívida soberana e pública, representada por dívida cotada com maturidades variáveis.

Gestão de Concentração de RiscosO Banco analisa a sua exposição à concentração de riscos por categoria - risco de crédito, risco de mercado, risco de liquidez e risco operacional. No que diz respeito à gestão de concentrações de risco de crédito, o Conselho de Administração e as áreas de Risco do Banco analisam os relatórios que resumem as maiores concentrações de risco, incluindo ex-posições directas, indirectas e contingentes. Para além da sua função de gestão e monitori-zação regular, servem também como base para reporte periódico de limites regulamentares, incluindo exposições superiores a 25% dos fundos próprios e limites legais de concessão de crédito.

Risco OperacionalO risco operacional pode surgir em resultado de procedimentos ou sistemas inadequados, risco humano ou eventos externos. Tendo em conta a natureza do seu negócio, o Banco encontra-se exposto a potenciais perdas e risco reputacional, em resultado de erros hu-manos ou erros sistémicos e operacionais, interrupções inesperadas no processamento de negócio ou execução insuficiente por fornecedores terceiros de componentes significactivos do modelo de negócio. No processo de gestão proactiva de riscos operacionais, de modo a manter as exposições em níveis mínimos, o Banco revê os seus sistemas de controlo interno regularmente para assegurar o bom funcionamento do negócio em circunstâncias normais e anormais. Limitar os riscos operacionais através da implementação de procedimentos in-ternos é essencial para oferecer um serviço completo e competente aos Clientes e reduzir o risco de sanções regulatórias.

A responsabilidade pela gestão de riscos operacionais recai sobre os responsáveis de cada unidade de negócio. Para monitorizar os riscos e a aplicação dos procedimentos no Banco, os responsáveis de área reúnem separadamente com os seus Colaboradores e reportam, posteriormente aos seus supervisores no Conselho de Administração, e também em conjun-to nos comités onde participam.

Os processos de controlo incluem, por exemplo, a revisão frequente dos procedimentos operacionais relevantes, o cumprimento de orientações normativas, auditorias internas e externas de operações, sistemas e áreas comerciais e de negociação, procedimentos de backup e a manutenção dos acordos de outsourcing e de um plano de recuperação de ne-gócio apropriado para reduzir os efeitos de qualquer interrupção imprevista das actividades do Banco.

Constitui um objectivo da estrutura de governação, e dos departamentos internos, garantir o cumprimento das orientações prudenciais e regulatórias para que os custos de tais erros sejam mantidos em níveis consentâneos com o capital e estratégia de negócio. Tendo em vista o apoio a este controlo, o Banco tem procedimentos internos de reporte de erros ope-racionais ao Conselho de Administração numa base regular. Um aspecto chave no controlo dos riscos operacionais e manutenção de perdas operacionais evitáveis a níveis aceitáveis, é parte da cultura de identificação e mitigação de riscos do Banco. Encoraja-se a comunicação dos problemas operacionais, quer potenciais quer reais, ao Conselho de Administração e a sua resolução proactiva.

Continuidade do Negócio e Segurança de InformaçãoO objectivo principal do Banco é assegurar que o negócio está apto para operar sob as con-dições mais exigentes e que os processos, gestão de risco e controlo interno, informação e sistemas são seguros e fiáveis. Estas questões complexas exigem uma regular atenção, revi-são e melhoria à medida que o Banco cresce e que as condições de mercado e o ambiente regulatório mudam.

Compliance e Auditoria InternaNa qualidade de instituição bancária cujo negócio envolve activos financeiros, o respeito pela regulação e pelo património dos Clientes e Accionistas é central ao modelo de negócio. A função de Compliance assume um papel chave no banco e constitui uma parte integran-te da cultura interna. Neste âmbito, o Conselho de Administração considera o Compliance como mais do que o simples cumprimento das leis, regulamentos e práticas de mercado, na medida em que a história tem mostrado que a percepção sobre os comportamentos que são aceitáveis pode alterar-se com o tempo.

Os Colaboradores são seleccionados tanto com base nos seus valores como nas suas ca-pacidades e experiências, e procura-se que a transparência, o respeito pelas regras e o comportamento responsável constituam elementos competitivos de diferenciação do Banco na sua relação com os Clientes.

A função de Compliance do Banco é responsável por: (i) garantir o respeito pelas exigências legais e regulamentares aplicáveis, incluindo os termos aprovados e os padrões internos de conduta; (ii) promover um ambiente de controlo e transparência na estrutura organizacional adequado à complexidade dos serviços oferecidos e à dimensão da instituição; (iii) moni-torizar a adequação e eficiência dos mecanismos de controlo associados com os riscos da actividade bancária; e (iv) proteger a reputação do Banco.

Em matéria de prevenção ao branqueamento de capitais e combate ao financiamento do terrorismo, o Compliance é responsável pela criação dos mecanismos de controlo e detec-ção de operações suspeitas e pela monitorização do cumprimento dos deveres previstos na legislação em vigor relativamente à abertura de contas bancárias e conhecimento do Cliente (Know Your Client). Compete a esta função, a centralização do reporte e interacção com as entidades judiciais e órgãos de supervisão na investigação e análise de processos e operações suspeitas.

A função de Compliance é ainda responsável pela análise e emissão de pareceres sobre novos produtos e serviços, à luz da regulamentação em vigor, promovendo uma gestão proactiva dos mesmos, um controlo e uma validação prévia dos riscos desses serviços, e a identificação e prevenção activa de conflitos de interesses.

O sistema de controlo interno do Banco baseia-se numa forte cultura de conformidade com a legislação e diferentes normactivos aplicáveis à actividade bancária, bem como de cumpri-mento do conjunto de procedimentos e políticas relativas às obrigações contratuais, conduta pessoal e relacionamento com Clientes. No seu conjunto, estes sistemas e procedimentos visam mitigar o risco de o Banco incorrer em prejuízos associados a potenciais sanções de carácter legal, limitações à sua actividade e expansão e perdas de reputação associadas ao incumprimento contratual ou a uma percepção negativa da imagem pública do Banco.

A Auditoria Interna desempenha um papel central no sistema de controlo interno do Banco, através de inspecções regulares baseadas nas prioridades definidas pelo Conselho de Ad-ministração e tendo em vista os riscos inerentes às várias actividades e negócios do BiG.

A função de Auditoria Interna é objectiva e imparcial e, por via das suas análises periódicas, desempenha um papel essencial na identificação de quaisquer debilidades nos processos de controlo e políticas de gestão de risco, procurando garantir a conformidade com procedi-

mentos internos e padrões de integridade e qualidade definidos pelo Banco. As inspecções cobrem todas as áreas de negócio e operacionais e as respectivas conclusões são reporta-das directamente ao Conselho de Administração.

Aplicação dos resultados do Banco BIG Moçambique, S.A.No exercício de 2019, o Banco BiG Moçambique S.A. teve um resultado líquido positivo de MZN 240.955.981 03. O Banco BiG Moçambique S.A. deverá, nos termos do n.º 1 do artigo 63 da Lei 15/99, de 1 de Novembro, destinar 15% dos lucros líquidos à formação da reserva legal. O Conselho de Administração propõe que, relativamente ao exercício de 2019, seja distribuído um montante de dividendos de MZN 185.000.000, correspondente a uma distri-buição de 77% do lucro individual do exercício. Assim, nos termos do disposto no artigo 27.º dos Estatutos, o Conselho de Administração apresenta a seguinte proposta de aplicação dos resultados:

Reserva Legal…………………................. MZN 36.143.397,15

Dividendos.............................................MZN 185.000.000,00

Reserva Livre…………………....................MZN 19.812.583,88

Propõe, ainda, o Conselho de Administração — condicionado a que, até ao momento da de-liberação, não tenha sido dada a aprovação dos resultados de 2018 por parte do Banco de Moçambique, que permita incorporar essas referidas reservas em capital, que seja aprovada a distribuição de reservas livres do Banco no montante de MZN 115.000.000,00, consideran-do que, em observância do artigo 109, n.ºs 1 a 3 do Código Comercial, resulta das contas do exercício de 2019 que:

i) O Banco BiG Moçambique, à data de 31 de Dezembro de 2019, apresenta reservas livres no montante de MZN 121.164.250,47; e que,

ii) Após a distribuição das referidas reservas livres, o capital próprio do Banco BiG Moçam-bique S.A., manter-se-á superior à soma do capital social e das reservas cuja distribuição aos acionistas não é permitida por lei;

iii) Não existem prejuízos transitados que devam ser cobertos pelas reservas livres.

A proposta anteriormente mencionada implica que um dividendo global a distribuir pelos accionistas no montante de MZN 300.000.000,00.

Maputo, 19 de Fevereiro de 2020

O Conselho de Administração

Salvador Namburete

Presidente

Paulo José Caramelo de Figueiredo

Vogal

Pedro Gonzaga da Silva de Noronha

Vogal

Mário João Abreu Galhardo Bolota

Vogal

Joel Narciso Gonçalves Rodrigues

Vogal

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOSDO EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2019

(Valores expressos em meticais)

Notas 2019 2018

Juros e rendimentos similares 4 337 874 270 206 386 817

Juros e encargos similares 4 (90 483 384) (69 514 112)

Margem financeira 247 390 886 136 872 705

Rendimentos de serviços e comissões 5 124 207 507 86 654 075

Encargos com serviços e comissões 5 (8 901 574) (3 271 260)

Resultados de activos financeiros ao justo valor através de resultados 6 1 213 044 -

Resultados de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 7 127 580 105 114 639 461

Resultados de reavaliação cambial 8 7 835 543 2 117 843

Resultados de alienação de outros ativos 9 ( 125 537) -

Outros resultados de exploração 10 (3 130 889) ( 685 812)

Proveitos operacionais 496 069 085 336 327 013

Custos com pessoal 11 (102 367 550) (74 072 224)

Gastos gerais administrativos 12 (57 500 272) (46 549 082)

Depreciações e amortizações 19 (17 767 638) (9 921 663)

Imparidade de activos financeiros líquida de reversões e recuperações 17 (2 750 629) 1 699 276

Custos operacionais (180 386 089) (128 843 694)

Resultado operacional 315 682 996 207 483 319

Resultado antes de impostos 315 682 996 207 483 319

Impostos

Correntes 13 (76 948 207) (47 613 942)

Diferidos 13 2 221 192 1 214 359

Resultado líquido do exercício 240 955 981 161 083 736

Resultados por acção básicos 26 276,44 304,88

Resultados por acção diluídos 26 276,44 304,88

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras.

DEMONSTRAÇÃO DO RENDIMENTO INTEGRALPARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2019

(Valores expressos em meticais)

Nota 2019 2018

Resultado líquido do exercício 240 955 981 161 083 736

Items que poderão vir a ser reclassificados para resulta-dos

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral

Efeito da reavaliação de activos financeiros 99 759 200 (1 603 392)

Impacto fiscal (31 832 984) 513 085

67 926 216 (1 090 307)

Total do rendimento integral do exercício 308 882 197 159 993 430

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras.

Page 7: RELAT CAS 2019bancobig.co.mz/images/pdf/Relatorio_Contas_2019_Banco_BIG.pdfestá autorizado a operar em todas as áreas de negócio abertas ao sector bancário em Mo-çambique. Em

(Continuação 7/14)

BALANÇOEM 31 DE DEZEMBRO DE 2019

(Valores expressos em meticais)

Notas 2019 2018

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 14 27,371,559 92,265,802

Disponibilidades em outras instituições de crédito 15 37,560,276 4,671,720

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 16 24,362,293 -

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 17 1,728,897,734 972,248,539

Aplicações em instituições de crédito 18 836,042,816 257,529,440

Activos tangíveis 19 296,990,049 64,833,903

Activos por impostos correntes 13 e 21 12,854,701 24,300,720

Activos por impostos diferidos 13 e 17 - 1,727,445

Outros Activos 22 10,525,142 12,276,476

Total do Activo 2,974,604,570 1,429,854,045

Passivo

Recursos de outras instituições de crédito 23 14,162,876 33,468

Recursos de clientes 24 1,238,453,481 672,862,507

Passivos por impostos diferidos 13 e 17 27,884,347 -

Outros passivos 25 62,809,558 50,859,671

Total do Passivo 1,343,310,262 723,755,645

Capital

Capital social 26 1,171,345,000 557,871,524

Prémios de emissão 26 1,714 -

Outros instrumentos de capital 26 2,839,556 1,034

Reserva de justo valor 17 70,825,246 2,899,031

Outras reservas e resultados transitados 26 145,326,811 (15,756,925)

Resultado líquido do exercício 240,955,981 161,083,736

Dividendos antecipados - -

Total do Capital 1,631,294,308 706,098,400

Total de Passivo e Capital 2,974,604,570 1,429,854,045

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras individuais.

DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIOPARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2019

(Valores expressos em meticais)

Capital social

Prémios de emis-

são

Outros ins-trumentos de

capitalReserva de justo valor

Reserva Legal

Outras Re-servas

Resultado líquido do exercício

Total do Capital

Saldos em 1 de Janeiro de 2018 484 791 661 - 25 583 687 3 989 337 2 781 844 (18 538 772) 47 497 213 546 104 970

Rendimento integral

- Efeito da reavaliação de activos financeiros - - - (1 603 392) - - - (1 603 392)

- Impacto fiscal - - - 513 085 - - - 513 085

Resultado líquido do exercício - - - - - - 161 083 736 161 083 736

Total de rendimento integral reconhecido no exercício - - - (1 090 307) - - 161 083 736 159 993 430

Distribuição do resultado do exer-cício de 2017

Transferência para reservas - - - - 7 124 582 40 372 631 (47 497 213) -

Aumento de capital 73 079 863 - (25 582 653) - (9 906 426) (37 590 784) - -

Saldos em 31 de Dezembro de 2018 557 871 524 - 1 034 2 899 031 - (15 756 925) 161 083 736 706 098 400

Rendimento integral

- Efeito da reavaliação de activos financeiros - - - 99 759 200 - - - 99 759 200

- Impacto fiscal - - - (31 832 984) - - - (31 832 984)

Resultado líquido do exercício - - - - - - 240 955 981 240 955 981

Total de rendimento integral reconhecido no exercício - - - 67 926 216 - - 240 955 981 308 882 197

Distribuição do resultado do exer-cício de 2018

Transferência para reservas - - - - 24 162 561 136 921 175 (161 083 736) -

Aumento de capital 613 473 476 1 714 2 838 522 - - - - 616 313 712

Saldos em 31 de Dezembro de 2019 1 171 345 000 1 714 2 839 556 70 825 246 24 162 561 121 164 250 240 955 981 1 631 294 308

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras individuais.

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXAPARA O ANO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2019

(Valores expressos em meticais)

Notas 2019 2018

Fluxos de caixa de actividades operacionais

Juros, comissões e outros rendimentos recebidos 608 012 662 410 017 137

Juros e comissões pagos (91 468 701) (82 396 520)

Pagamentos a empregados e fornecedores (142 077 583) (131 229 196)

374 466 378 196 391 421

Variação nos activos e passivos operacionais:

Disponibilidades em bancos centrais (48 095 824) (37 213 554)

Activos e passivos financeiros ao justo valor através de resultados (24 362 293) -

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral (659 284 366) (382 049 292)

Aplicações em instituições de crédito 139 220 500 (53 588 058)

Recursos de instituições de crédito 14 129 408 (24 072 776)

Recursos de clientes 557 674 716 217 054 220

Outros activos e passivos operacionais (1 595 851) 36 622 972

Fluxos de caixa líquidos das actividades operacionais, antes de impostos sobre lucros 352 152 668 (46 855 067)

Impostos sobre os lucros pagos / recebidos (65 502 188) (57 250 339)

(65 502 188) (57 250 339)

Fluxos de caixa das actividades de investimento

Compra de imobilizado (250 340 045) (41 890 330)

(250 340 045) (41 890 330)

Fluxos de caixa das actividades de financiamento

Realização/aumento de capital 616 313 712 -

616 313 712 -

Efeitos da alteração da taxa de câmbio em caixa e seus equivalentes 6 757 425 860 239

Variação líquida em caixa e seus equivalentes 659 381 572 (145 135 497)

Caixa e equivalentes no início do período 91 778 334 236 913 831

Caixa e equivalentes no fim do período 751 159 906 91 778 334

Variação líquida em caixa e seus equivalentes 659 381 572 (145 135 497)

Caixa e equivalentes engloba:

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 14 27 371 559 92 265 802

Saldo mínimo de reservas obrigatórias no Banco de Moçambique 14 (147 206 416) (102 628 121)

Disponibilidades em outras instituições de crédito 14 37 560 276 4 671 720

Aplicações em instituições financeiras com maturidade inferior a 3 meses 18 833 434 487 97 468 932

Total de caixa e seus equivalentes 751 159 906 91 778 334

As Notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras

NOTA INTRODUTÓRIA O Banco BIG Moçambique, S.A. (Banco ou BiG) foi constituído por escritura de 8 de Outubro de 2014, tendo iniciado a sua actividade bancária no dia 23 de Março de 2016. O Banco tem por objecto a realização de todas as operações e a prestação de quaisquer serviços permitidos aos bancos, sem quaisquer limitações de natureza estatutária.

Nota 1. Bases de apresentaçãoNo âmbito do disposto no Aviso n.º 4/GBM/2007 do Banco de Moçambique, de 30 de Março de 2007, as demonstrações financeiras do Banco BIG Moçambique, S.A. (Banco ou BiG) são preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), tal como adoptadas em Moçambique.

As IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee (IFRIC) e pelos respectivos órgãos antecessores.

As demonstrações financeiras agora apresentadas reportam-se ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2019 e foram preparadas de acordo com as IFRS. As políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco na preparação das demonstrações financeiras reportadas a 31 de De-zembro de 2019 são consistentes com as utilizadas com referência a 31 de Dezembro de 2018.

As demonstrações financeiras estão expressas em meticais. Estas foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com ex-cepção dos activos e passivos registados ao justo valor, nomeadamente instrumentos financeiros derivados, activos e passivos financeiros ao justo valor através de resultados e activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral.

A preparação de demonstrações financeiras de acordo com as IFRS requer que o Banco efectue julgamentos e estimativas e utilize pressu-postos que afectam a aplicação das políticas contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, activos e passivos. As alterações em tais pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impactos sobre as actuais estimativas, e julgamentos. As áreas que envol-vem um maior nível de julgamento ou de complexidade, ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significativas na preparação das demonstrações financeiras encontram-se analisadas na nota 3.

Nota 2. Principais políticas contabilísticas

2.1. Alterações de políticas contabilísticas

2.1.1. Alterações voluntárias de políticas contabilísticasDurante o ano não ocorreram alterações voluntárias de políticas contabilísticas face às consideradas na preparação da informação financeira relativa ao exercício anterior apresentada nos comparativos.

2.1.2. Novas normas e interpretações aplicáveis ao exercícioO BiG adoptou, com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2019, as seguintes normas, interpretações, emendas ou alterações, emitidas pelo IASB:

IFRS 16 (nova), ‘Locações’. Esta nova norma substitui a IAS 17 – ‘Locações’, com um impacto significativo na contabilização pelos locatários que são agora obrigados a reconhecer um passivo de locação reflectindo futuros pagamentos da locação e um activo de “direito de uso” para todos os contratos de locação, excepto certas locações de curto prazo e de activos de baixo valor. A defi-nição de um contrato de locação também foi alterada, sendo baseada no “direito de controlar o uso de um activo identificado”. No que se refere ao regime de transição, a nova norma pode ser aplicada retrospectivamente ou pode ser seguida uma abordagem retrospectiva modificada.

IFRS 9 (alteração), ‘Elementos de pré-pagamento com compensação negativa’. Esta alteração introduz a possibilidade de classificar activos financeiros com condições de pré-pagamento com compensação negativa, ao custo amortizado, desde que se verifique o cumprimento de condições específicas, em vez de serem classificados ao justo valor através de resultados.

IAS 19 (alteração), ‘Alterações, reduções e liquidações de planos de benefícios definidos’. Esta alteração à IAS 19 exige que uma entidade: (i) utilize pressupostos actualizados para determinar o custo do serviço actual e os juros líquidos para o período remanescente após a altera-ção, redução ou liquidação do plano; e (ii) reconheça no resultado do exercício como parte do custo com serviços passados, ou como ganho ou perda na liquidação qualquer redução no excedente de cobertura, mesmo que o excedente de cobertura não tenha sido reconhecido anteriormente devido ao impacto do “asset ceiling”. O impacto no “asset ceiling” é sempre registado no Outro Rendimento Integral, não podendo ser reciclado por resultado do exercício.

IAS 28 (alteração), ‘Investimentos de longo-prazo em associadas e empreendimentos conjuntos’. Esta alteração clarifica que os investi-mentos de longo-prazo em associadas e empreendimentos conjuntos (componentes do investimento de uma entidade em associadas e empreendimentos conjuntos), que não estão a ser mensurados através do método de equivalência patrimonial, são contabilizados segundo a IFRS 9 – ‘Instrumentos financeiros’. Os investimentos de longo-prazo em associadas e empreendimentos conjuntos, estão sujeitos ao modelo de imparidade das perdas estimadas, antes de ser adicionado para efeitos de teste de imparidade ao investimento global numa associada ou empreendimentos conjunto, quando existam indicadores de imparidade.

IAS 23, ‘Custos de empréstimos obtidos’. Esta melhoria clarifica que os empréstimos específicos obtidos que ainda permaneçam em aberto, após os activos qualificáveis a que respeitam estarem na sua condição de uso ou venda, devem ser adicionados aos empréstimos genéricos para calcular a taxa de juro média de capitalização nos outros activos qualificáveis.

IAS 12, ‘Impostos sobre o rendimento’. Esta melhoria clarifica que os impactos fiscais dos dividendos são reconhecidos na data em que a en-tidade regista a responsabilidade pelo pagamento de dividendos, os quais são reconhecidos no resultado do exercício, no outro rendimento integral ou em capital, consoante a transacção ou o evento que deu origem aos dividendos.

IFRS 3, ‘Concentrações de atividades empresariais’ e IFRS 11, ‘Acordos conjuntos’. Estas melhorias clarificam que: i) na obtenção de controlo sobre um negócio que é uma operação conjunta, os interesses detidos anteriormente pelo investidor são remensurados ao justo valor; e ii) quando um investidor numa operação conjunta (não exerce controlo conjunto) obtém controlo conjunto numa operação conjunta que é um negócio, não remensura o interesse detido anteriormente ao justo valor.

IFRIC 23 (nova), ‘Incerteza sobre o tratamento de Imposto sobre o rendimento’. Trata-se de uma interpretação à IAS 12 – ‘Imposto sobre o rendimento’, referindo-se aos requisitos de mensuração e reconhecimento a aplicar quando existem incertezas quanto à aceitação de um determinado tratamento fiscal por parte da Autoridade tributária relativamente a imposto sobre o rendimento. Em caso de incer-teza quanto à posição da Autoridade tributária sobre uma transacção específica, a entidade deverá efectuar a sua melhor estimativa e registar os activos ou passivos por imposto sobre o rendimento à luz da IAS 12, e não da IAS 37 – ‘Provisões, passivos contingentes e activos contingentes’, com base no valor esperado ou o valor mais provável. A aplicação da IFRIC 23 pode ser retrospectiva ou re-trospectiva modificada.

A adopção dos normativos acima indicados não produziu impactos significativos na situação patrimonial do Banco.

2.1.3. Novas normas e interpretações já emitidas, mas que ainda não são obrigatóriasIAS 1 e IAS 8 (alteração), ‘Definição de material’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2020). Esta alteração introduz uma modificação ao conceito de material e clarifica que a menção a informações pouco claras, refere-se a situações cujo efeito é similar a omitir ou distorcer tais informações, devendo a entidade avaliar a materialidade considerando as demonstrações financeiras como um todo. São ainda efectuadas clarificações quanto ao significado de “principais utilizadores das demonstrações financeiras”, sendo estes definidos como ‘actuais e futuros investidores, financiadores e credores’ que dependem das demonstrações financeiras para obterem uma parte significativa da informação de que necessitam.

Estrutura conceptual, ‘Alterações na referência a outras IFRS’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2020). Como resultado da publicação da nova Estrutura Conceptual, o IASB introduziu alterações no texto de várias normas e interpretações, como: IFRS 2, IFRS 3, IFRS 6, IFRS 14, IAS 1, IAS 8, IAS 34, IAS 37, IAS 38, IFRIC 12, IFRIC 19, IFRIC 20, IFRIC 22, SIC 32, de forma a clarificar a apli-cação das novas definições de activo/passivo e de gasto/rendimento, além de algumas das características da informação financeira. Essas alterações são de aplicação retrospectiva, excepto se impraticáveis.

IFRS 3 (alteração), ‘Definição de negócio’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2020). Esta alteração constitui uma revisão à definição de negócio para efeitos de contabilização de concentrações de actividades empresariais. A nova definição exige que uma aquisição inclua um input e um processo substancial que conjuntamente gerem outputs. Os outputs passam a ser definidos como bens e serviços que sejam prestados a clientes, que gerem rendimentos de investimentos financeiros e outros rendimentos, excluindo os retornos sob a forma de reduções de custos e outros benefícios económicos para os accionistas. Passam a ser permitidos ‘testes de concen-tração’ para determinar se uma transacção se refere à aquisição de um activo ou de um negócio.

IFRS 9, IAS 39 e IFRS 7 (alteração), ‘Reforma das taxas de juro de referência’ (em vigor para períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2020). Estas alterações fazem parte da primeira fase do projecto ‘IBOR reform’ do IASB e permitem isenções relacionadas com a reforma do benchmark para as taxas de juro de referência. As isenções referem-se à contabilidade de cobertura, em termos de: i) compo-nentes de risco; ii) requisito ‘altamente provável’; iii) avaliação prospectiva; iv) teste de eficácia retrospectivo (para adoptantes da IAS 39); e v) reciclagem da reserva de cobertura de fluxo de caixa, e têm como objectivo que a reforma das taxas de juro de referência não determine a cessação da contabilidade de cobertura. No entanto, qualquer ineficácia de cobertura apurada deve continuar a ser reconhecida na de-monstração dos resultados.

IFRS 17 (nova), ‘Contratos de seguro’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2021). Esta nova norma subs-titui o IFRS 4 e é aplicável a todas as entidades que emitam contratos de seguro, contratos de resseguro e contratos de investimento com características de participação discricionária. A IFRS 17 baseia-se na mensuração corrente das responsabilidades técnicas, a cada data de relato. A mensuração corrente pode assentar num modelo completo (“building block approach”) ou simplificado (“premium allocation approach”). O reconhecimento da margem técnica é diferente consoante esta seja positiva ou negativa. A IFRS 17 é de apli-cação retrospectiva.

O Conselho de Administração não antecipa que a adopção das normas e interpretações acima referidas, apresentem impactos patrimoniais significativos nas demonstrações financeiras do Banco.

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2.2. IFRS 16 – “Locações” – aplicação inicialO Banco implementou a IFRS 16 retrospectivamente a partir de 1 de Janeiro de 2019, cuja alteração mais significativa é a obrigatoriedade do reconhecimento no activo e no passivo dos contratos de locação operacional por parte dos locatários. A nova política encontra-se divulgada na nota 2.10. À data de balanço, o BIG apresenta-se como locatário em contratos cobertos pela norma. No entanto, foi exercida a opção de isenção de curto prazo. A isenção da locação de curto-prazo visa limitar os custos associados à implementação da IFRS 16 sem que isso prejudique a qualidade da informação fornecida nas demonstrações financeiras. Os locatários podem optar por não reconhecer activos e passivos para locações com um prazo de locação de 12 meses ou menos. Nesses casos, o locatário reconhece os pagamentos da locação directamente em resultados. A isenção deve ser aplicada por classe de activos subjacente.

A norma define o período de locação como o período não-cancelável para o qual o loca-tário tem o direito de utilizar um activo subjacente, incluindo períodos de opção que sejam exercidos com uma probabilidade razoável. Isto é, a opção de prolongar o prazo da locação deve ser incluso no prazo de locação se for razoavelmente certo que o locatário exerça essa opção.

Período não-cancelável significa que o contrato é vinculativo durante esse período. Se qual-quer parte pode rescindir o contrato unilateralmente, ou sem o consentimento da outra par-te, e não existem penalizações significativas, então o contrato deixa de ser vinculativo. No caso dos contratos de locação em que o banco é locatário, qualquer parte pode rescindir o contrato a qualquer momento, desde que manifeste esse interesse antecipadamente num prazo de 90 dias. Estes contratos de arrendamento são canceláveis num prazo de 90 dias e não existem penalizações significativas, tanto por parte do locador, como do locatário. Assim sendo, as referidas locações são não-canceláveis apenas por 90 dias e, portanto, são locações de curto-prazo.

2.3. Conversão de saldos e transacções em moeda estrangeiraAs demonstrações financeiras estão expressas em meticais, que é a moeda funcional do BiG. Na preparação das demonstrações financeiras as transacções em moeda estrangeira são registadas com base nas taxas de câmbio indicativas na data em que foram realizadas.

Em cada data de balanço, os activos e passivos monetários denominados em moeda es-trangeira são convertidos para a moeda funcional com base na taxa de câmbio em vigor. Os activos não monetários que sejam valorizados ao justo valor são convertidos com base na taxa de câmbio em vigor na data da última valorização. Os activos não monetários regista-dos ao custo histórico, incluindo activos tangíveis e intangíveis, permanecem registados ao câmbio original.

As diferenças de câmbio apuradas na conversão cambial são reflectidas em resultados do exercício, com excepção das originadas por instrumentos financeiros não monetários regis-tados ao justo valor, tal como instrumentos de capital relativamente aos quais tenha sido exercida a opção de classificação ao justo valor através de outro rendimento integral, que serão registadas diretamente em reservas.

2.4. Instrumentos financeirosa) Activos financeiros

A classificação dos activos financeiros depende do modelo de negócio da entidade e das características dos cash flows contratuais do instrumento financeiro, excepto quando seja aplicada a opção de mensurar o instrumento financeiro pelo seu justo valor através de re-sultados.

O BiG classifica e mensura um activo financeiro pelo custo amortizado quando este seja incluído numa carteira gerida com base num modelo de negócio cujo objectivo é alcançado através do recebimento de todos os cash flows contratuais que possam ser considerados como pagamentos de capital e juros sobre o capital em dívida. Por outro lado, o BiG clas-sifica e mensura um activo financeiro pelo justo valor através de outro rendimento integral (“FVTOCI”) quando este seja incluído numa carteira gerida com base num modelo de negó-cio cujo objectivo é alcançado tanto através do recebimento dos cash flows contratuais que constituam pagamentos de capital e juros sobre o capital em dívida como através da venda. Um activo financeiro é classificado e mensurado pelo justo valor através de resultados (“FVT-PL”) quando não seja classificado e mensurado pelo custo amortizado nem pelo “FVTOCI”. No entanto, no momento do reconhecimento inicial, o BiG pode optar, de forma irrevogável, por classificar e mensurar pelo “FVTOCI” um investimento num instrumento de capital (que não seja detido para negociação nem constitua uma retribuição contingente reconhecida pelo adquirente numa concentração de actividades empresariais à qual se aplique a IFRS 3 – “Concentrações de actividades empresariais”), que de outra forma seria classificado e mensurado pelo “FVTPL”.

Para determinar qual o modelo de negócio usado na gestão de um activo financeiro, o BiG define como espera vir a obter cash flows desse activo financeiro. O modelo de negócio é determinado a um nível que reflicta como um grupo de activos financeiros é gerido no seu conjunto para alcançar o objectivo específico desse modelo de negócio, não dependendo dos planos para qualquer activo financeiro em particular. Como a alocação a um modelo de negócio constitui um facto e não uma asserção, o BiG considera todas as informações rele-vantes que permitam concluir sobre qual o modelo de negócio considerado para a gestão dos seus activos financeiros. Neste contexto, o BiG tem em consideração:

a forma como o desempenho do modelo de negócio e os activos financeiros detidos no âmbito desse modelo de negócio são avaliados e comunicados à Gestão do BiG;

quais os riscos que afectam o desempenho do modelo de negócio (e os activos financei-ros detidos no âmbito desse modelo de negócio) e, em particular, a forma como esses riscos são geridos; e

o modo como os gestores são retribuídos (por exemplo, se a retribuição se baseia no justo valor dos activos geridos ou nos fluxos de caixa contratuais recolhidos).

Conforme referido acima, na determinação da classificação e mensuração de activos finan-ceiros abrangidos pelo âmbito da IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” consideram-se dois critérios:

O modelo de negócio da entidade para gestão do activo financeiro; e

As características dos cash flows contratuais do activo financeiro: apenas pagamentos de capital e juros (SPPI).

DesreconhecimentoUm activo financeiro é desreconhecido quando, e apenas quando, expira o direito contra-tual ao recebimento dos cash flows ou o activo financeiro é transferido e a transferência se qualifica para desreconhecimento. Considera-se que um activo financeiro é transferido se, e apenas se, forem transferidos os direitos contratuais ao recebimento dos cash flows des-se activo financeiro ou se forem mantidos os direitos contratuais ao recebimento dos cash flows, mas o BiG assumir uma obrigação contratual de entregar esses cash flows a um ou mais beneficiários. No caso em que sejam mantidos os direitos contratuais ao recebimento dos cash flows, o BiG trata a operação como uma transferência apenas se todas as seguintes condições forem cumpridas: (i) o BiG não tenha a obrigação de pagar valores ao beneficiário excepto aqueles que sejam recebidos do activo original; (ii) o BiG encontre-se impedido pe-los termos do acordo de transferência de vender o activo original; e, (iii) o BiG tenha a obriga-ção de pagar os cash flows recebidos sem atrasos materiais e não seja permitido reinvestir esses cash flows até ao seu pagamento.

Quando os cash flows contratuais de um activo financeiro são renegociados ou de outra forma modificados e essa renegociação ou modificação não resulta no desreconhecimen-to do activo financeiro, o BiG recalcula o valor de balanço bruto do activo financeiro e reconhece um ganho ou perda pela diferença para o anterior valor de balanço bruto. O novo valor de balanço bruto do activo é determinado como o valor actual dos cash flows renegociados ou modificados, descontado à taxa efectiva original do activo (ou à taxa de juro ajustada no caso de créditos adquiridos ou originados com imparidade) ou, quando aplicável, a taxa de juros efectiva revista. Quaisquer custos ou comissões incorridos são incluídos no novo valor de balanço bruto e amortizados durante o período de vida rema-nescente do activo.

Num cenário em que a modificação dos fluxos contratuais resulta no desreconhecimento do activo financeiro, observam-se as seguintes implicações:

Necessidade de realização de nova análise SPPI com o intuito de determinar se as con-dições contratuais do activo financeiro modificado se enquadram no âmbito de SPPI;

Registo do novo activo financeiro pelo justo valor no momento inicial, sendo a eventual diferença face ao valor líquido contabilístico do activo anterior registada em resultados;

Caso as modificações contratuais tenham sido motivadas por reestruturação de um ac-tivo por dificuldades financeiras do devedor, o novo activo é considerado POCI (Pur-chased or originated credit impaired financial assets) sendo as perdas por imparidade sempre reconhecidas com base na PD lifetime, ou seja, o novo activo nunca poderá ser classificado como stage 1;

O custo amortizado do novo activo será determinado com base nos fluxos de caixa espe-rados;

O novo activo financeiro reconhecido que resulte de uma modificação contratual de um activo financeiro anteriormente marcado como forbearance continuará a manter esta marcação, sendo que o período de cura é reiniciado a partir da data da última reestrutu-ração; e

Para um activo financeiro originalmente classificado no stage 3 para efeitos do modelo de imparidade cuja modificação contratual conduz ao respetivo desreconhecimento, o novo activo financeiro a reconhecer manter-se-á classificado no stage 3, podendo, em função dos triggers definidos pelo BiG para efeitos da definição de incumprimento, pas-sar posteriormente para o stage 2.

Reclassificação de activos financeirosSe o BiG alterar o seu modelo de negócios de gestão de activos financeiros, o que se espera que ocorra de forma pouco frequente e excepcional, reclassifica todos os activos financeiros afectados em conformidade com os requisitos definidos na IFRS 9 - “Instrumentos financei-ros”. A reclassificação é aplicada prospetivamente a partir da data em que se torne efectiva. De acordo com a IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”, não são permitidas reclassificações de instrumentos de capital para os quais tenha sido incluída a opção de valorização ao justo va-lor através de outro rendimento integral ou para activos e passivos financeiros classificados ao justo valor no âmbito da “fair value option”.

Justo valorConforme referido anteriormente, os activos financeiros registados nas categorias de “Ac-tivos financeiros ao justo valor através de resultados” e “Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” são valorizados pelo justo valor.

O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao montante pelo qual um activo ou passivo financeiro pode ser vendido ou liquidado entre partes independentes, informadas e interessadas na concretização da transacção em condições normais de mercado.

O justo valor de activos financeiros é determinado por um órgão do BiG independente da função de negociação, com base nos seguintes critérios:

Cotação de fecho na data de balanço, para instrumentos transaccionados em mercados activos;

Relativamente a instrumentos de dívida não transacionados em mercados activos (in-cluindo títulos não cotados ou com reduzida liquidez) são utilizados métodos e técnicas de valorização, que incluem:

i) Preços (“bid prices”) divulgados por meios de difusão de informação finan-ceira, nomeadamente a Bloomberg e a Reuters, incluindo preços de merca-do disponíveis para transacções recentes;

ii) Cotações indicativas (“bid prices”) obtidas junto de instituições financeiras que funcionem como “market-makers”; e,

iii) Modelos internos de valorização, os quais têm em conta os dados de merca-do que seriam utilizados na definição de um preço para o instrumento finan-ceiro, reflectindo as taxas de juro de mercado e a volatilidade, bem como a liquidez e o risco de crédito associado ao instrumento.

Custo amortizadoOs instrumentos financeiros mantidos ao custo amortizado são inicialmente registados pelo justo valor acrescido ou deduzido de proveitos ou custos directamente atribuíveis à transac-ção. O reconhecimento dos juros é efectuado pelo método da taxa efectiva.

No caso de activos financeiros em incumprimento (stage 3), o reconhecimento dos juros é realizado com base na taxa utilizada para desconto dos cash flows futuros inerentes à deter-minação da perda por imparidade.

b) Passivos financeiros

Os passivos financeiros são registados na data de contratação, pelo respectivo justo valor, deduzido de custos directamente atribuíveis à transacção. Os passivos financeiros são clas-sificados nas seguintes categorias:

i) Passivos financeiros detidos para negociação

Os passivos financeiros detidos para negociação incluem instrumentos fi-nanceiros derivados com reavaliação negativa, assim como títulos de ren-dimento fixo e variável transacionados em mercados activos a descoberto (short selling).

Estes passivos são registados pelo respectivo justo valor, sendo os ganhos e perdas resultantes da sua3 valorização subsequente registados nas rubricas de “Resultados de activos financeiros”.

ii) Passivos financeiros associados a activos transferidos

Esta rubrica inclui os passivos associados a operações de titularização de créditos cujos saldos não foram desreconhecidos.

Estes passivos são inicialmente registados pelo valor recebido na cessão de créditos, sendo posteriormente valorizados pelo custo amortizado, de forma coerente com a valorização dos correspondentes activos e as condições de-finidas na operação de titularização.

iii) Outros passivos financeiros

Esta categoria inclui recursos de instituições de crédito e de clientes, obriga-ções emitidas, passivos subordinados e passivos incorridos para pagamen-to de prestações de serviços ou compra de activos, registados em “Outros passivos”.

Estes passivos financeiros são valorizados pelo custo amortizado sendo os juros, quando aplicável, reconhecidos de acordo com o método da taxa efec-tiva.

c) Derivados e contabilidade de cobertura

Quando necessário, o BiG realiza no âmbito da sua actividade operações com produtos de-rivados, com o objectivo de satisfazer as necessidades dos seus clientes e de reduzir a sua exposição a flutuações cambiais, de taxas de juro e de cotações.

Os instrumentos financeiros derivados são registados pelo seu justo valor na data da sua contratação. Adicionalmente, são reflectidos em rúbricas extra-patrimoniais pelo respectivo valor nocional.

O justo valor dos instrumentos financeiros derivados não transaccionados em mercados or-ganizados é apurado através de modelos que incorporam técnicas de valorização baseadas em fluxos de caixa descontados, reflectindo também o efeito do risco de crédito das contra-partes e do risco de crédito próprio.

Derivados embutidosOs derivados que estão embutidos em outros instrumentos financeiros são tratados separa-damente quando as suas características económicas e os seus riscos não estão estritamente relacionados com o resto do contrato e com as características do instrumento financeiro subjacente. Os derivados embutidos são reavaliados ao justo valor através de resultados.

Derivados de negociaçãoInclui todos os derivados que não estejam associados a relações de cobertura eficazes, no-meadamente:

Derivados contratados para cobertura de risco em activos ou passivos registados ao justo valor através de resultados, tornando assim desnecessária a utilização de contabili-dade de cobertura;

Derivados contratados para cobertura de risco que não reúnam as condições necessá-rias para a utilização de contabilidade de cobertura ao abrigo da IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”, nomeadamente pela dificuldade em identificar especificamente os elemen-tos cobertos, nos casos em que não se tratem de micro-coberturas, ou pelos resultados dos testes de eficácia revelarem que a mesma não é eficaz; e

Derivados contratados com o objectivo de “trading”.

Os derivados de negociação são registados ao justo valor, sendo os resultados da reava-liação apurados diariamente reconhecidos em proveitos e custos do período, nas rubricas de “Resultados de activos financeiros”, com excepção da parcela relativa a juros corridos e liquidados, a qual é reflectida em “Juros e rendimentos similares” e “Juros e encargos similares”. As reavaliações positivas e negativas são registadas nas rubricas do balanço de “Activos financeiros detidos para negociação” e “Passivos financeiros detidos para negociação”, respectivamente.

Derivados de coberturaTrata-se de derivados contratados com o objectivo de cobertura da exposição do BiG a ris-cos inerentes à sua actividade.

Os derivados de cobertura são registados ao justo valor, sendo os resultados apurados dia-riamente reconhecidos em proveitos e custos do exercício. Caso se demonstre que a cober-tura é eficaz, o BiG reflecte igualmente no resultado do exercício a variação no justo valor do elemento coberto atribuível ao risco coberto na rúbrica de “Resultados de activos financei-ros”. No caso de instrumentos que incluem uma componente de juros (como por exemplo, swaps de taxa de juro) a periodificação de juros relativa ao período em curso e os fluxos liquidados são reflectidos em “Juros e rendimentos similares” e “Juros e encargos similares”, da margem financeira.

Sempre que as coberturas deixem de satisfazer os requisitos para aplicação de contabilidade de cobertura definidos na Norma, a contabilidade de cobertura é descontinuada. Nesta situa-ção, os ajustamentos efectuados aos elementos cobertos até à data em que a contabilidade de cobertura deixa de ser eficaz ou é decidida a revogação dessa designação, passam a ser reflectidos em resultados pelo método da taxa efectiva até à maturidade do correspondente activo ou passivo financeiro.

As reavaliações positivas e negativas de derivados de cobertura são registadas no activo e passivo, respectivamente, em rúbricas específicas.

As valorizações dos elementos cobertos são refletidas nas rubricas de balanço onde se en-contram registados esses instrumentos.

d) Imparidade de activos financeiros

O modelo de imparidade da norma IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” é aplicável aos seguin-tes activos financeiros:

Todos os activos financeiros mensurados ao custo amortizado;

Instrumentos de dívida mensurados ao justo valor através de Outro Rendimento Integral (FVTOCI);

Direitos e obrigações conforme referenciados pela IFRS 15 – “Réditos de contratos com clientes”, nos casos em que esta norma remeta para a contabilização para a IFRS 9 - “Ins-trumentos financeiros”;

Activos que traduzam o direito ao reembolso de pagamentos efectuados pela entidade na liquidação de passivos reconhecidos no âmbito da IAS 37 – “Provisões, passivos con-tingentes e activos contingentes”; e

Compromissos de crédito concedidos (excepto os mensurados ao justo valor através de resultados).

Estes activos financeiros são divididos em 3 grupos de risco, dependendo da degradação significativa de risco de crédito:

Stage 1 - Activos sem degradação significativa de risco de crédito desde o reconheci-mento inicial;

Stage 2 - Activos com degradação significativa de risco de crédito desde o reconheci-mento inicial; e

Stage 3 - Activos em incumprimento (default).

Dependendo da classificação do Stage da operação, as perdas de crédito são estimadas de acordo com os seguintes critérios:

Perdas Esperadas a 12 meses: perda esperada resultante de um evento de perda que ocorre nos 12 meses após a data de cálculo, sendo aplicada para operações em stage 1; e

Perdas Esperadas Lifetime: perda esperada obtida através da diferença entre os fluxos de caixa contratuais e os fluxos de caixa que a entidade espera vir a receber até à matu-ridade do contrato. Ou seja, a perda esperada resulta de todos os potenciais eventos de perda até à maturidade, sendo aplicada para operações em stage 2 e 3.

A norma IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” não define um conceito de default, no entanto, o BiG aplica a mesma definição de default utilizada para efeitos de gestão do risco de crédito.

A classificação em stage 2 baseia-se na observação de um aumento significactivo do risco de crédito (Significant Increase in Credit Risk - SICR) desde o reconhecimento inicial.

A métrica quantitativa para determinar quando um activo é transferido para Stage 2 resulta da comparação da degradação da probabilidade de default Lifetime forward-looking desde o reconhecimento inicial até à data de reporte.

Adicionalmente, são considerados critérios qualitativos para transferência de um activo fi-nanceiro para Stage 2, nomeadamente, créditos com atraso superior a 30 dias (backstop), créditos reestruturados por dificuldades financeiras e critérios objectivos de risco de crédito capturados no processo de monitorização dos clientes/contrapartes.

O apuramento da perda esperada baseia-se em informações históricas e actuais, mas deve igualmente incorporar cenários de projeções futuras que sejam fiáveis, razoáveis, suportá-veis e disponíveis sem custo ou esforço excessivo (forward-looking).

A definição dos cenários a considerar assenta numa abordagem metodológica de projeção de variáveis macroeconómicas e as probabilidades de ocorrência de cada um dos cenários são definidas a nível interno.

2.5. Instrumentos de capitalUm instrumento é classificado como instrumento de capital quando não existe uma obriga-ção contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal, evidenciando um interesse resi-dual nos activos de uma entidade após a dedução de todos os seus passivos.

Os custos directamente atribuíveis à emissão de instrumentos de capital são registados por contrapartida do capital próprio como uma dedução ao valor da emissão. Os valores pagos e recebidos pelas compras e vendas de instrumentos de capital são registados no capital próprio, líquidos dos custos de transacção.

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(Continuação 9/14)

As distribuições efectuadas por conta de instrumentos de capital são deduzidas ao capital próprio como dividendos quando o direito ao seu recebimento é declarado.

As acções próprias são registadas em contas de capital pelo valor de aquisição não sendo sujeitas a reavaliação. As mais e menos-valias realizadas na venda de acções próprias são registadas directamente em capitais próprios, não afectando o resultado do exercício.

2.6. Compensação de instrumentos financeirosOs activos e passivos financeiros são apresentados no balanço pelo seu valor líquido quando existe o direito legal exercível de compensar os montantes reconhecidos e liquidar o passivo simultaneamente. O direito legal exercível não pode ser contingente de eventos futuros, e deve ser exercível no decurso normal da actividade do Banco assim como em caso de de-fault, falência ou insolvência do Banco ou contraparte.

2.7. Activos cedidos com acordo de recompraOs títulos vendidos com acordo de recompra (repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de venda acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são desreconhecidos do balanço. O correspondente passivo é contabilizado em valores a pagar a outras instituições financeiras ou a clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de venda e o valor de recompra é tratada como juro e é diferida durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva.

Os títulos comprados com acordo de revenda (reverse repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de compra acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são reconhecidos no balanço, sendo o valor de compra registado como empréstimos a outras instituições financeiras ou clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de compra e o valor de revenda é tratada como juro e é diferido durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva.

2.8. Activos tangíveisOs activos tangíveis do Banco encontram-se registados ao custo de aquisição, deduzido das respectivas depreciações acumuladas e perdas por imparidade. O custo inclui despesas que são directamente atribuíveis à aquisição dos bens.

Os custos subsequentes são reconhecidos apenas se for provável que deles resultarão be-nefícios económicos futuros para o Banco. As despesas com manutenção e reparação são reconhecidas como custo à medida que são incorridas, de acordo com o princípio da espe-cialização dos exercícios.

Os terrenos não são depreciáveis. As depreciações dos outros activos tangíveis são calcula-das segundo o método das quotas constantes, com taxas de amortização que refletem a vida útil esperada dos bens, conforme abaixo:

Anos

a) Obras em edifícios arrendados 5

b) Mobiliário e material de escritório 8 a 10

c) Máquinas e ferramentas 5 a 7

d) Equipamento informático 4 a 5

e) Instalações interiores 4 a 8

f) Material de transporte 4

g) Equipamento de segurança 8

h) Imóveis de serviço próprio 50

Sempre que exista indicação de que um activo possa estar em imparidade, o Banco estima o seu valor recuperável, devendo ser reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor contabilístico líquido de um activo exceda o seu valor recuperável. As perdas por imparidade são reconhecidas em resultados do exercício, sendo revertidas em períodos de relato posteriores quando os motivos que levaram ao seu reconhecimento inicial cessarem. Para o efeito, a nova quantia depreciada não será superior àquela que estaria contabilizada, caso não tivessem sido imputadas perdas por imparidade ao activo, considerando as depre-ciações que este teria sofrido.

O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa es-timados futuros que se esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil.

2.9. Activos intangíveisOs activos intangíveis são registados ao custo e são amortizados de forma linear pelo perío-do de vida útil estimado de quatro anos.

2.10. LocaçõesAté ao exercício de 2018, as locações de activos tangíveis eram classificadas como locações financeiras ou operacionais. A partir de 1 de Janeiro de 2019, os contratos de locação são reconhecidos como um activo de direito de uso e um passivo correspondente na data em que o activo locado se encontra disponível para utilização pelo Banco.

Os activos e passivos decorrentes de locação são inicialmente mensurados com base no valor actual. Os passivos de locação incluem o valor actual líquido dos seguintes pagamentos da locação: (i) pagamentos fixos; (ii) pagamentos variáveis que se baseiam num índice ou numa taxa, medidos inicialmente usando o índice ou a taxa na data de início; (iii) montantes a pagar pelo Banco ao abrigo de garantias de valor residual; (iv) o preço de exercício de uma opção de compra se o Banco estiver razoavelmente seguro de que irá exercer essa opção; e (v) pagamentos de penalidades pela rescisão do contrato, se o prazo do contrato reflectir o exercício dessa opção pelo Banco.

Os pagamentos da locação são descontados utilizando a taxa de juros implícita na locação. Se essa taxa não puder ser prontamente determinada, o que é geralmente o caso das loca-ções no Banco, é usada a taxa de empréstimo incremental do locatário, sendo a taxa que o locatário teria de pagar para obter os fundos necessários para obter um activo de valor semelhante ao activo do direito de uso num ambiente económico semelhante, com termos, segurança e condições semelhantes.

Para determinar a taxa de empréstimo incremental, o Banco, (i) sempre que possível, utiliza como ponto de partida os financiamentos recentes de terceiros recebidos pelo locatário, ajustados para reflectir as mudanças nas condições de financiamento desde que o financia-mento de terceiros foi recebido; (ii) utiliza uma abordagem de incorporação que começa com uma taxa de juros sem risco ajustada para o risco de crédito das locações detidas pelo Banco que não tem financiamento recente de terceiros; e (iii) faz ajustes específicos para a locação, por exemplo, prazo, país, moeda e segurança.

O Banco está exposto a potenciais aumentos futuros nos pagamentos de arrendamento va-riáveis com base num índice ou taxa, que não são incluídos no passivo de locação até que entrem em vigor. Quando os ajustes nos pagamentos da locação com base num índice ou taxa entram em vigor, o passivo de locação é reavaliado e ajustado contra o activo do direito de uso.

Os pagamentos de locação são alocados entre o principal e o custo financeiro. O custo fi-nanceiro é imputado aos resultados durante o período da locação de modo a produzir uma taxa de juros periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo para cada período.

Os activos de direito de uso são mensurados ao custo, compreendendo o seguinte: (i) o valor da mensuração inicial do passivo de locação; (ii) quaisquer pagamentos de locação efectua-dos na data de início ou antes dessa data menos quaisquer incentivos de locação recebidos; (iii) quaisquer custos directos iniciais; e (iv) custos de restauração.

Os activos de direito de uso são geralmente depreciados ao longo da vida útil mais curta do activo e do prazo de locação numa base linear. Se o Banco tiver a certeza razoável de exercer uma opção de compra, o direito de uso do activo é depreciado ao longo da vida útil do activo subjacente.

Os pagamentos associados às locações de curto prazo e a todas as locações de activos de baixo valor são reconhecidos pelo método das quotas constantes como um custo nos resul-tados. Os contratos de locação de curto prazo são contratos com um prazo de locação igual ou inferior a 12 meses. Os activos de baixo valor compreendem equipamento informático e pequenas peças de mobiliário de escritório.

2.11. Benefícios a empregadosOs colaboradores com vínculo contratual ao Banco estão, na sua totalidade, inscritos na Segurança Social. As responsabilidades do Banco com pensões consistem, desta forma, no pagamento de um suplemento que completará a eventual prestação do sistema de Segu-rança Social.

O Banco não dispõe ainda de um plano de pensões, limitando-se às contribuições obrigató-rias para a Segurança Social conforme determinado por Lei em Moçambique.

Remunerações variáveis aos empregados e Órgãos de Administração

As remunerações variáveis atribuídas aos empregados e aos órgãos de administração são contabilizadas em resultados do exercício a que respeitam.

2.12. ProvisõesSão reconhecidas provisões quando (i) o Banco tem uma obrigação presente, legal ou cons-trutiva como resultado de um acontecimento passado, (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obri-gação. Nos casos em que o efeito do desconto é material, a provisão corresponde ao valor actual dos pagamentos futuros esperados, descontados a uma taxa que considera o risco associado a essa obrigação.

As provisões são desreconhecidas através da sua utilização para cumprimento das obriga-ções para as quais foram inicialmente constituídas ou nos casos em que estas deixam de se observar.

2.13. Impostos sobre lucrosO Banco está sujeito ao regime estabelecido no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRPC). Adicionalmente, são registados impostos diferidos resultantes das diferenças temporárias entre os valores contabilísticos e as bases fiscais para o efeito, sempre que haja uma probabilidade razoável de que tais impostos venham a ser pagos ou recuperados no futuro.

Os impostos sobre lucros compreendem os impostos correntes e os impostos diferidos. Os impostos sobre lucros são reconhecidos na demonstração de resultados, excepto quando relacionados com itens que sejam reconhecidos directamente nos capitais próprios, facto que implica o seu reconhecimento em capitais próprios.

Os impostos sobre lucros reconhecidos nos capitais próprios decorrentes da reavaliação de activos financeiros disponíveis para venda são posteriormente reconhecidos em resultados no momento em que forem reconhecidos em resultados os ganhos e perdas que lhes deram origem.

Os impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base no resultado tri-butável apurado de acordo com as regras fiscais em vigor, ou substancialmente aprovadas, e utilizando a taxa de imposto em cada jurisdição do Banco.

Os impostos diferidos são calculados de acordo com as regras fiscais em vigor, ou substancialmente aprovadas, e utilizando as taxas de imposto à data de balanço em cada jurisdição e que se espera venham a ser aplicadas quando as diferenças tempo-rárias se reverterem.

Os impostos diferidos activos são reconhecidos apenas na medida em que seja expectável que existam lucros tributáveis no futuro, capazes de absorver as diferenças temporárias de-dutíveis.

2.14. Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissõesOs rendimentos resultantes de serviços e comissões são reconhecidos de acordo com os seguintes critérios:

Quando obtidos à medida que os serviços são prestados, o seu reconhecimento em resultados é efectuado no período a que respeitem;

Quando são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro, os rendimentos de serviços e comissões são registados em resultados pelo método da taxa de juro efectiva.

2.15. Reconhecimento de jurosOs resultados referentes a juros de instrumentos financeiros não derivados mensurados ao custo amortizado e de activos financeiros disponíveis para venda, utilizando o método da taxa efectiva, são reconhecidos nas rubricas de juros e rendimentos similares ou juros e encargos similares, utilizando o método da taxa efectiva. Os juros dos activos e dos passivos financeiros detidos para negociação são também incluídos na rubrica de Juros e rendimen-tos similares ou Juros e encargos similares, respectivamente.

A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro, ou quando apropriado, um período mais curto, para o valor líquido actual de balanço do activo ou passivo financeiro. No caso da taxa de juro fixa, a taxa de juro efectiva é estabelecida no reconhecimento inicial dos activos e passivos financeiros e não é revista subsequentemente.

Para o cálculo da taxa de juro efectiva são estimados os fluxos de caixa futuros considerando todos os termos contratuais do instrumento, não considerando, no entanto, eventuais perdas de crédito futuras. O cálculo inclui as comissões que sejam parte integrante da taxa de juro efectiva, custos de transacção e todos os prémios e descontos directamente relacionados com a transacção.

No caso de activos financeiros ou grupos de activos financeiros semelhantes para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em resultados são determi-nados com base na taxa de juro utilizada na mensuração da perda por imparidade.

No que se refere aos instrumentos financeiros derivados, com excepção daqueles classifi-cados como derivados para gestão de risco, a componente de juro inerente à variação de justo valor não é separada e é classificada na rubrica de Resultados de activos financeiros ao justo valor através de resultados. A componente de juro inerente à variação de justo valor dos instrumentos financeiros derivados para gestão de risco é reconhecida nas rubricas de Juros e rendimentos similares ou Juros e encargos similares.

Os proveitos são registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu pagamento. Os rendimentos são reconhecidos na medida em que é provável que o seu benefício económico flua para o Banco.

2.16. Resultados por acçãoOs resultados por acção básicos são calculados dividindo o lucro atribuível aos accionistas do Banco pelo número médio ponderado de acções ordinárias emitidas, excluindo o número médio de acções próprias ordinárias detidas pelo Banco.

Para o cálculo dos resultados por acção diluídos, o número médio ponderado de acções ordi-nárias emitidas é ajustado de forma a reflectir o efeito de todas as potenciais acções ordiná-rias diluidoras, como as resultantes de dívida convertível e de opções sobre acções próprias concedidas aos trabalhadores. O efeito da diluição traduz-se numa redução nos resultados por acção, resultante do pressuposto de que os instrumentos convertíveis são convertidos ou de que as opções concedidas são exercidas.

2.17. Caixa e equivalentes de caixaPara efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes en-globam os valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de aquisição/contratação, com risco imaterial de flutuação de justo valor, onde se incluem o caixa, as disponibilidades em bancos centrais e em outras instituições de crédito.

A caixa e equivalentes de caixa excluem os depósitos de natureza obrigatória realizados junto de bancos centrais.

2.18. Reconhecimento de dividendosOs rendimentos de instrumentos de capital (dividendos) são reconhecidos quando o direito de receber o seu pagamento é declarado.

2.19. Reporte por segmentosConsiderando que o Banco não detém títulos de capital próprio ou de dívida que sejam ne-gociados publicamente, à luz do parágrafo 2 do IFRS 8, o Banco não apresenta informação relativa aos segmentos.

Nota 3. Principais estimativas e julgamentos utilizados na elaboração das demonstrações financeirasOs IFRS estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que a gestão efectue julgamentos e faça estimativas necessárias de forma a decidir qual o tratamen-to contabilístico mais adequado. As principais estimativas contabilísticas e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios contabilísticos pelo Banco são apresentadas nesta nota com o objectivo de melhorar o entendimento de como a sua aplicação afecta os resultados reportados pelo Banco e a sua divulgação. Uma descrição alargada das prin-cipais políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco é apresentada na nota 2 às demons-trações financeiras.

3.1. Imparidade de activos financeirosAs metodologias e pressupostos utilizados para este efeito foram estabelecidos em confor-midade com as disposições da norma IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” e estão detalhada-mente explicadas na Nota 2.4, alínea d).

3.2. Justo valor dos instrumentos financeirosO justo valor é baseado em cotações de mercado, quando disponíveis, e na ausência de cotação é determinado com base na utilização de preços de transacções recentes, seme-lhantes e realizadas em condições de mercado, ou com base em metodologias de avaliação, baseadas em técnicas de fluxos de caixa futuros descontados considerando as condições de mercado, o valor temporal, a curva de rentabilidade e factores de volatilidade. Estas metodo-logias podem requerer a utilização de pressupostos ou julgamentos na estimativa do justo valor, conforme detalhado na Nota 2.4, alínea a).

Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias ou de diferentes pressupostos ou julgamentos na aplicação de determinado modelo, poderia originar resultados financeiros diferentes daqueles reportados.

3.3. Impostos sobre os lucrosO Banco encontra-se sujeito ao pagamento de impostos sobre lucros. A determinação do montante global de impostos sobre os lucros requer determinadas interpretações e estima-tivas. Existem diversas transacções e cálculos para os quais a determinação do valor final de imposto a pagar é incerto durante o ciclo normal de negócios.

Outras interpretações e estimativas poderiam resultar num nível diferente de impostos sobre os lucros, correntes e diferidos, reconhecidos no período.

A Autoridade Tributária tem a possibilidade de rever a situação fiscal do Banco durante um período de 5 anos, excepto nos casos de utilização de prejuízos fiscais reportáveis, em que o prazo de caducidade é o do exercício desse direito. Desta forma, podem ser eventual-mente feitas correcções à matéria colectável, resultantes principalmente de diferenças na interpretação da legislação fiscal. No entanto, é convicção do Conselho de Administração do Banco de que não haverá correções significativas aos impostos sobre lucros registados nas demonstrações financeiras.

Nota 4. Margem financeiraO valor desta rubrica é composto por:

2019 2018

Juros e rendimentos similares

Juros de disponibilidades - 5 429 963

Juros de activos financeiros ao justo valor através de resultados

1 735 964 -

Juros de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral

252 448 144 140 680 108

Juros de aplicações 83 690 162 60 276 746

337 874 270 206 386 817

Juros e encargos similares

Juros de recursos de instituições de crédito (142 814) (2 122 845)

Juros de recursos de clientes (90 340 570) (67 391 267)

(90 483 384) (69 514 112)

247 390 886 136 872 705

Nota 5. Resultados de serviços e comissõesO valor desta rubrica é composto por:

2019 2018

Rendimentos de serviços e comissões:

Por operações realizadas por conta de terceiros 47 930 520 38 690 651

Por serviços prestados 189 891 109 464

Outros rendimentos de serviços e comissões 146 912 90 914

Por serviços de assessoria financeira 75 259 961 46 846 389

Por garantias prestadas 680 223 916 657

124 207 507 86 654 075

Encargos com serviços e comissões:

Por operações sobre instrumentos financeiros (8 634 276) (3 100 249)

Por serviços bancários de terceiros (267 298) (171 011)

(8 901 574) (3 271 260)

115 305 933 83 382 815

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(Continuação 10/14)

Nota 6. Resultados de activos financeiros ao justo valor através de resultadosO valor desta rubrica é composto por:

2019 2018

Ganhos Perdas Total Ganhos Perdas Total

Obrigações e outros títulos de rendimento fixo

De emissores públicos 55 666 (2 537) 53 129 - - -

De outros emissores 1 842 433 (682 892) 1 159 541 - - -

Acções 37 874 (37 500) 374 - - -

1 935 973 (722 929) 1 213 044 - - -

Nota 7. Resultados de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integralO valor desta rubrica é composto por:

2019 2018

Ganhos Perdas Total Ganhos Perdas Total

Obrigações e outros títulos de rendimento fixo

De emissores públicos 118 879 340 (469 436) 118 409 904 102 135 377 - 102 135 377

De outros emissores 5 151 430 (1 779) 5 149 651 10 593 041 (36 269) 10 556 771

Acções 4 021 046 (496) 4 020 550 1 947 313 - 1 947 313

128 051 816 (471 711) 127 580 105 114 675 731 (36 269) 114 639 461

Nota 8. Resultados de reavaliação cambialEm 31 de Dezembro de 2019 a rubrica apresentava resultados no montante de 6 089 546 meticais em operações cambiais não realizáveis e 1 745 997 meticais em operações cambiais realizáveis.

Nota 9. Resultados de alienação de outros activosO valor desta rubrica é composto por:

2019 2018

Resultados de alienação de outros activos

Alienação de outros activos ( 125 537) -

( 125 537) -

Nota 10. Outros resultados de exploraçãoO valor desta rubrica é composto por:

2019 2018

Outros proveitos de exploração

Outros 3 856 24

3 856 24

Outros custos de exploração

Quotizações e donativos (1 879 791) (685 836)

Outros (1 254 954) -

(3 134 745) (685 836)

Outros resultados de exploração (3 130 889) (685 812)

Nota 11. Custos com pessoalO valor desta rubrica é composto por:

2019 2018

Remunerações (99 528 834) (72 354 790)

Encargos sociais obrigatórios (1 933 030) (1 516 414)

Outros custos com o pessoal (905 686) (201 020)

(102 367 550) (74 072 224)

Por categoria profissional, o número de colaboradores a 31 de Dezembro de 2019 era o seguinte:

2019 2018

Funções específicas 25 24

Funções de chefia 2 4

Funções directivas 7 4

Funções administrativas 2 2

Funções auxiliares 2 2

38 36

Nota 12. Gastos gerais administrativosO valor desta rubrica é composto por:

2019 2018

Fornecimentos (5 344 298) (5 543 880)

Rendas e alugueres (18 222 278) (12 158 625)

Comunicações (2 589 369) (3 402 540)

Deslocações, estadas e representação (8 082 570) (3 861 934)

Publicidade e edição de publicações (1 308 171) (1 227 939)

Reparação e manutenção (684 063) (206 011)

Seguros (1 112 631) (1 446 129)

Formação do pessoal (4 757 329) (1 648 876)

Serviços especializados:

Avenças e honorários (397 486) (3 556 863)

Contencioso e notariado (1 689 265) (513 140)

Segurança e vigilância (1 708 707) (513 140)

Bancos de dados (4 659 762) (4 940 745)

Auditores externos (3 697 770) (2 792 567)

Advogados e consultores externos (3 069 358) (480 268)

Outros serviços especializados - (191 559)

Outros (177 215) (4 064 866)

(57 500 272) (46 549 082)

Nota 13. ImpostosO Banco determinou o montante do seu imposto corrente sobre os rendimentos para o exer-cício de 2019 tendo por base uma taxa nominal de imposto de 32%.

A Autoridade Tributária tem a possibilidade de rever a situação fiscal do Banco durante um período de 5 anos, exceto nos casos de utilização de prejuízos fiscais reportáveis, em que o prazo de caducidade é o do exercício desse direito. Desta forma, podem ser eventualmente feitas correções à matéria coletável, resultantes principalmente de diferenças na interpreta-ção da legislação fiscal. No entanto, é convicção do Conselho de Administração, de que não haverá correções significativas aos impostos sobre lucros registados nas demonstrações financeiras.

2019 2018

Taxa de imposto Valor

Taxa de imposto Valor

Resultado antes de impostos 315 682 996 207 483 319

Resultado apurado com base na taxa de imposto 32.00% 101 018 559 32.00% 66 394 662

Correções nos casos de crédito de imposto 0.00% - 0.00% -

Custos não dedutíveis para efeitos fiscais 1.59% 5 022 817 2.84% 5 891 554

Benefícios fiscais -0.45% (1 408 517) 0.00% -

Proveitos não tributáveis -17.20% (54 288 672) -22.88% (47 477 752)

Rendimentos sujeitos a taxas liberatórias de imposto 8.43% 26 604 020 13.10% 27 189 555

Dedução de prejuízos fiscais 0.00% - -2.11% (4 384 077)

24.38% 76 948 207 22.95% 47 613 942

2019 2018

Reconhe-cido em

resultados

Reconhe-cido em reservas Total

Reconhe-cido em

resultados

Reconhe-cido em reservas Total

Activos financeiros ao justo valor através de ou-tro rendimen-to integral (2 221 192) (33 197 234) (35 418 426) (1 214 359) (1 364 250) (2 578 609)

(2 221 192) (33 197 234) (35 418 426) (1 214 359) (1 364 250) (2 578 609)

Nota 14. Caixa e disponibilidades em bancos centraisEm 31 de Dezembro de 2019, esta rubrica tem a seguinte decomposição:

2019 2018

Caixa 5 575 56 833

Depósitos à ordem no Banco de Moçambique:

Moeda nacional 999 669 86 414 580

Moeda estrangeira 26 366 315 5 794 389

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 27 371 559 92 265 802

Saldo mínimo de reservas obrigatórias (147 206 416) (102 628 121)

Disponibilidades em outras instituições de crédito 37 560 276 4 671 720

Aplicações de maturidade inferior a 3 meses 833 434 487 97 468 932

Caixa e equivalentes para fluxos de caixa 751 159 906 91 778 334

A rubrica Depósitos à ordem em bancos centrais inclui os depósitos constituídos para satis-fazer as exigências do regime de constituição de reservas obrigatórias, conforme regulamen-tado pelo Aviso 08/GBM/2019.

Nota 15. Disponibilidades em outras instituições de créditoEm 31 de Dezembro de 2019, esta rubrica tem a seguinte composição:

2019 2018

Disponibilidades em outras instituições de crédito no país

Moeda nacional 4 445 233 479 360

Moeda estrangeira 21 685 045 84 483

Disponibilidades em outras instituições de crédito no estrangeiro

Depósitos à ordem 11 429 998 4 107 877

37 560 276 4 671 720

Nota 16. Activos financeiros ao justo valor através de resultadosEsta rubrica tem a seguinte composição:

2019 2018

Obrigações e outros títulos de rendimento fixo

De emissores públicos 8 384 561 -

De outros emissores 15 977 732 -

24 362 293 -

Nota 17. Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integralEsta rubrica tem a seguinte composição:

CustoReserva de justo valor Perdas por

imparidadeValor balanço

Positiva Negativa

Obrigações e outros títulos de rendimento fixo

De emissores públicos 831 526 249 8 865 380 (1 493 861) (3 770 218) 835 127 550

De outros emis-sores 140 626 406 2 472 707 (5 580 946) (397 178) 137 120 989

Saldo a 31 de Dezembro de 2018 972 152 655 11 338 087 (7 074 807) (4 167 396) 972 248 539

Obrigações e outros títulos de rendimento fixo

De emissores públicos 1 409 272 142 92 710 176 (2 792) (6 126 513) 1 495 853 013

De outros emis-sores 220 579 648 11 671 354 - (791 512) 231 459 490

Acções 1 941 489 - (356 258) - 1 585 231

Saldo a 31 de Dezembro de 2019 1 631 793 279 104 381 530 (359 050) (6 918 025) 1 728 897 734

Quanto aos modelos de avaliação dos activos em carteira, a rubrica apresentava a seguinte decomposição:

2019 2018

Cotação de mer-

cado (nível 1)

Modelos de valori-

zação com parâmetros observáveis no mercado

(nível 2)

Mode-los de

valoriza-ção com parâme-tros não

obser-váveis

no merca-

do (nível 3) Total

Cota-ção de

mer-cado (nível

1)

Modelos de valoriza-ção com

parâmetros observá-

veis no mercado (nível 2)

Mode-los de

valoriza-ção com parâme-tros não

obser-váveis

no merca-

do (nível 3) Total

Obriga-ções e outros títulos de ren-dimento fixo

De emis-sores públi-cos - 1 495 853 012 - 1 495 853 012 - 835 127 550 - 835 127 550

De ou-tros emis-sores - 231 459 490 - 231 459 490 - 137 120 989 - 137 120 989

Acções 1 585 232 - - 1 585 232 - - - -

1 585 232 1 727 312 502 - 1 728 897 734 - - 972 248 539

Adicionalmente, apresentava a seguinte decomposição em relação aos prazos de maturida-de residual:

2019 2018

Até 3 meses 6 221 266 3 686 271

De 3 meses a 1 ano 5 049 025 10 490 637

De 1 a 5 anos 1 717 627 443 958 071 631

1 728 897 734 972 248 539

Movimento na conta de imparidade:

2019 2018

Saldo Inicial 4 167 396 5 866 672

Dotações 80 538 680 4 022 449

Utilizações/Reversões (77 788 051) (5 721 725)

Reforço / (Reversão) de imparidade no período 2 750 629 (1 699 276)

Saldo final 6 918 025 4 167 396

Nota 18. Aplicações em instituições de créditoEsta rubrica tem a seguinte composição:

2019 2018

Aplicações em instituições de crédito

No país 820 272 431 232 793 865

No estrangeiro 15 770 385 24 735 575

836 042 816 257 529 440

Os prazos residuais das aplicações em instituições de crédito apresentavam a seguinte es-trutura:

2019 2018

Até 3 meses 836 042 816 97 468 933

De 3 meses a 1 ano - 160 060 507

836 042 816 257 529 440

Nota 19. Activos tangíveisEm 31 de Dezembro de 2019, esta rubrica tem a seguinte composição:

2019 2018

Imóveis

Beneficiações em imóveis - 17 166 219

De serviço próprio 254 137 065 -

254 137 065 17 166 219

Equipamento

Equipamento informático 18 995 699 16 818 092

Mobiliário e material 15 174 648 12 714 576

Instalações e interiores 27 556 901 21 948 090

Equipamento de segurança - 151 634

Aparelhagem de som e imagem 1 189 982 206 776

Outros equipamento - 37 500

Material de transporte 6 586 901 6 136 901

69 504 131 58 013 569

Activos tangíveis em curso 8 065 081 7 129 792

331 706 277 82 309 580

Depreciação acumulada (34 716 228) (17 475 677)

Imobilizado líquido 296 990 049 64 833 903

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(Continuação 11/14)

Imóveis

Beneficia-ções em imóveis Equipamento

Imobilizado em curso Total

Custo de aquisição

Saldo em 31 de De-zembro de 2017 - 9 016 045 25 845 509 5 861 780 40 723 334

Adições - - - 41 586 246 41 586 246

Transferências - 8 150 174 32 168 060 (40 318 234) -

Saldo em 31 de Dezembro de 2018 - 17 166 219 58 013 569 7 129 792 82 309 580

Adições 245 986 890 - 3 052 080 1 301 075 250 340 045

Transferências 8 150 175 (17 166 219) 9 381 830 (365 786) -

Abates - - (943 348) - (943 348)

Saldo em 31 de De-zembro de 2019 254 137 065 - 69 504 131 8 065 081 331 706 277

Depreciações

Saldo em 31 de De-zembro de 2017 - (1 784 142) (10 702 512) - (12 486 654)

Amortizações do exercício - (1 468 662) (3 790 838) - (5 259 500)

Itens não reflecti-dos no activo fixo - - 270 477 - 270 477

Imparidade do exercício - - - - -

Saldo em 31 de De-zembro de 2018 - (3 252 804) (14 222 873) - (17 475 677)

Amortizações do exercício (3 112 830) - (14 654 808) - (17 767 638)

Imparidade do exercício - - - - -

Transferências - 3 252 804 (3 252 804) - -

Abates - - 527 087 - 527 087

Saldo em 31 de De-zembro de 2019 (3 112 830) - (31 603 398) - (34 716 228)

Saldo líquido em 30 de Dezembro de 2019 251 024 235 - 37 900 733 8 065 081 296 990 049

Saldo líquido em 30 de Dezembro de 2018 - 13 913 415 43 790 696 7 129 792 64 833 903

Nota 20. Activos intangíveisEsta rubrica tem a seguinte composição:

2019 2018

Adquiridos a terceiros

Sistema de tratamento automático de dados 6 344 246 6 344 246

6 344 246 6 344 246

6 344 246 6 344 246

Amortização acumulada (6 344 246) (6 344 246)

- -

O movimento nesta rubrica foi o seguinte:

Sistema de tratamento

automático de dados

Imobilizado em curso Total

Custo de aquisição

Saldo em 31 de Dezembro de 2017 3 319 163 2 721 000 6 040 163

Adições 220 323 83 761 304 084

Transferências 2 804 761 (2 804 761) -

Saldo em 31 de Dezembro de 2018 6 344 246 - 6 344 246

Adições - - -

Transferências - - -

Saldo em 31 de Dezembro de 2019 6 344 246 - 6 344 246

Amortizações

Saldo em 31 de Dezembro de 2017 (1 682 084) - (1 682 084)

Amortizações do exercício (4 662 163) - (4 662 163)

Saldo em 31 de Dezembro de 2018 (6 344 246) - (6 344 246)

Amortizações do exercício - - -

Saldo em 31 de Dezembro de 2019 (6 344 246) - (6 344 246)

Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2019 - - -

Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2018 - - -

Nota 21. Activos e passivos por impostos sobre o rendimentoEsta rubrica tem a seguinte composição:

2019 2018

Estimativa de imposto do exercício (32 278 009) (20 424 388)

Retenções na fonte e pagamentos por conta 45 132 710 44 725 108

Activos / (Passivos) por impostos correntes 12 854 701 24 300 720

Impostos diferidos por diferenças temporárias:

2019 2018

Diferenças temporárias

Provisões e imparidades para além dos limites fiscais 5 312 887 3 091 695

Ganhos / (perdas) não realizados em activos financeiros (33 197 234) (1 364 250)

Activos / (Passivos) por impostos diferidos (27 884 347) 1 727 445

2019 2018

Reconhecido em reservas

Imposto diferido (33 197 234) (1 364 250)

(33 197 234) (1 364 250)

Reconhecido em resultados

Imposto corrente do exercício (76 948 207) (47 613 942)

Imposto diferido (2 221 192) (1 214 359)

(79 169 399) (48 828 301)

(112 366 633) (50 192 551)

2019 2018

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendi-mento integral (33 197 234) (1 364 250)

Imposto diferido activo / (passivo) líquido (33 197 234) (1 364 250)

Movimento do imposto no período (31 832 984) 513 085

Nota 22. Outros ActivosEsta rubrica tem a seguinte composição:

2019 2018

Devedores e outras aplicações

Aplicações - Contas caução 326 974 2 960 285

Devedores diversos 1 341 590 1 341 590

1 668 564 4 301 875

Despesas com custo diferido 7 015 754 4 197 571

Rendimentos a receber 1 840 824 3 777 030

10 525 142 12 276 476

Nota 23. Recursos de outras instituições de créditoEm 31 de Dezembro de 2019, esta rubrica tem a seguinte composição:

2019 2018

No país

Depósitos à ordem 11 908 305 33 468

11 908 305 33 468

No estrangeiro

Depósitos à ordem 2 254 571 -

2 254 571 -

14 162 876 33 468

O prazo residual dos Recursos de outras instituições de crédito pode ser analisado comos se segue:

2019 2018

Até 3 meses 14 162 876 33 468

De 3 meses a 1 ano - -

14 162 876 33 468

Nota 24. Recursos de clientesEsta rubrica tem a seguinte composição:

2019 2018

Depósitos à ordem 761 722 048 116 454 213

Depósitos a prazo 476 731 433 556 408 294

1 238 453 481 672 862 507

Os prazos residuais dos Recursos de clientes, apresentavam a seguinte estrutura:

2019 2018

Até 3 meses 896 113 992 234 715 658

De 3 meses a 1 ano 342 339 489 438 146 849

1 238 453 481 672 862 507

Nota 25. Outros passivosEsta rubrica tem a seguinte composição:

2019 2018

Credores e outros recursos

Sector público administrativo 3 257 060 8 997 284

Outros credores 4 319 824 3 968 957

7 576 884 12 966 242

Custos a pagar

Encargos com o pessoal 42 381 407 24 460 895

Outros encargos a pagar 12 851 267 12 981 538

55 232 674 37 442 434

Outras contas de regularização

Outras operações a regularizar - 450 995

- 450 995

62 809 558 50 859 671

Nota 26. Capital, prémios de emissão, acções próprias e reservas

CapitalEm 31 de Dezembro de 2019 o capital do Banco encontra-se representado por 1 171 345 acções, com o valor nominal de 1.000,00 meticais cada, integralmente subscrito e realizado.

A estrutura accionista do Banco é a seguinte:

2019 2018

Nº de acções

% Nº de acções

%

Banco de Investimento Global, SA 983 774 83,987% 571 922 100,000%

BIG Serviços Financeiros, SA 2 0,000% 1 0,000%

Joel Narciso Gonçalves Rodrigues 2 0,000% 1 0,000%

EMOSE, S.A. 114 782 9,799% - 0,000%

Global Alliance Seguros, S.A.

GA Open Fund 11 461 0,978% - 0,000%

GA FPTM 26 932 2,299% - 0,000%

Hollard Moçambique Companhia de Seguros, S.A. 34 392 2,936% - 0,000%

1 171 345 100,00% 571 924 100,00%

Prémios de emissãoEm 31 de Dezembro de 2019, esta rubrica apresentava um saldo de 1 714 meticais. O referido saldo corresponde ao montante do prémio não incorporado aquando do aumento de capi-tal por incorporação de reservas aprovado pelos accionistas na Assembleia Geral ordinária realizada em Março último.

Outros instrumentos de capitalEm 31 de Dezembro de 2019, esta rubrica apresentava um saldo de 2 839 556 meticais cor-respondente aos ganhos cambiais obtidos na conversão dos fundos em moeda estrangeira recebidas do accionista maioritário para efeitos de realização da sua parte no aumento de capital aprovado em Fevereiro de 2019.

Reserva de justo valorEsta rubrica tem a seguinte composição:

2019 2018

Custo dos activos ao justo valor através de outro rendimen-to integral (nota 17) 1 631 793 279 972 152 655

Perdas por imparidade (nota 17) 6 918 025 4 167 396

Valor de mercado activos ao justo valor através de outro rendimento integral (nota 17) 1 728 897 734 972 248 539

Reserva de justo valor de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 103 854 829 4 263 280

Impostos diferidos (33 029 583) (1 364 250)

70 825 246 2 899 030

Resultados por acçãoEsta rubrica tem a seguinte composição:

2019 2018

Resultado líquido atribuível aos acionistas do banco 240 955 981 161 083 736

Número médio ponderado de ações ordinárias emitidas 871 635 528 358

Número médio de acções ordinárias em circulação 871 635 528 358

Resultado por acção básico atribuível aos acionistas do banco (em meticais) 276,44 304,88

Número de acções emitidas a 31 de Dezembro 1 171 345 571 924

Os resultados por acção diluídos não diferem dos resultados por acção básicos por não exis-tirem instrumentos emitidos com efeito diluidor em 31 de Dezembro de 2019.

Nota 27. Partes relacionadasNos termos da IAS 24, são entidades relacionadas aquelas nas quais o BiG exerce, directa ou indirectamente, uma influência significativa sobre a sua gestão e política financeira (Associa-das e Subsidiárias) e aquelas que exercem influência significativa sobre a gestão do Banco (Accionistas, Pessoal Chave: Membros do Conselho de Administração).

Ocorrem diversas transacções bancárias, depósitos, garantias e outras operações com en-tidades relacionadas, que foram realizadas numa base comercial no decurso normal do ne-gócio.

As transacções realizadas durante o ano com as entidades relacionadas e os respectivos saldos em 31 de Dezembro de 2019 são as seguintes:

2019 2018

AccionistasPessoal

chave Total AccionistasPessoal

chave Total

Activo

Disponibilida-des em outras instituições de crédito 11 429 998 - 11 429 998 4 107 877 - 4 107 877

Aplicações em instituições de crédito 15 770 385 - 15 770 385 24 735 575 - 24 735 575

27 200 383 - 27 200 383 28 843 452 - 28 843 452

Passivo

Recursos de instituições de crédito 14 038 442 - 14 038 442 - - -

Recursos de clientes - 1 176 985 1 176 985 - 12 751 398 12 751 398

14 038 442 1 176 985 15 215 427 - 12 751 398 12 751 398

Proveitos

Juros 555 052 - 555 052 5 429 963 - 5 429 963

555 052 - 555 052 5 429 963 - 5 429 963

Custos (149 245) - (149 245) (76 634) - (76 634)

Comissões e despesas (149 245) - (149 245) (76 634) - (76 634)

Nota 28. Gestão de Risco

Classificação contabilística e justo valorA tabela abaixo apresenta o valor contabilístico e o justo valor dos activos e passivos finan-ceiros do Banco:

2019Ao custo amor-

tizado

Ao justo valor

através de resultados

Ao justo valor através de ou-

tro rendimento integral

Total do valor contabilístico Justo valor

Activos financeiros

Caixa e dispo-nibilidades em bancos centrais 27 371 559 - - 27 371 559 27 371 559

Disponibilida-des em outras instituições de crédito 37 560 276 - - 37 560 276 37 560 276

Activos finan-ceiros detidos para negocia-ção - 24 362 293 - 24 362 293 24 362 293

Activos finan-ceiros ao justo valor através de outro rendimen-to integral - - 1 728 897 734 1 728 897 734 1 728 897 735

Aplicações em instituições de crédito 836 042 816 - - 836 042 816 838 166 435

Outros activos 320 369 892 - - 320 369 892 320 369 892

Total de activos financeiros 1 221 344 543 24 362 293 1 728 897 734 2 974 604 570 2 976 728 190

Passivos financeiros

Recursos de outras institui-ções de crédito 14 162 876 - - 14 162 876 14 162 876

Recursos de clientes 1 238 453 481 - - 1 238 453 481 1 252 480 667

Outros passivos 90 693 905 - - 90 693 905 90 693 905

Total de passivos financeiros 1 343 310 262 - - 1 343 310 262 1 357 337 449

Page 12: RELAT CAS 2019bancobig.co.mz/images/pdf/Relatorio_Contas_2019_Banco_BIG.pdfestá autorizado a operar em todas as áreas de negócio abertas ao sector bancário em Mo-çambique. Em

(Continuação 12/14)

2018Ao custo amorti-

zado

Ao justo valor através de resul-

tados

Ao justo valor através de outro

rendimento in-tegral

Total do valor contabilístico Justo valor

Activos financeiros

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 92 265 802 - - 92 265 802 92 265 802

Disponibilidades em outras instituições de crédito 4 671 720 - - 4 671 720 4 671 720

Ativos financeiros detidos para negociação - - - - -

Ativos financeiros disponíveis para venda - - 972 248 539 972 248 539 972 248 539

Aplicações em instituições de crédito 257 529 440 - - 257 529 440 257 529 440

Outros activos 103 138 544 - - 103 138 544 103 138 544

Total de activos financeiros 457 605 506 - 972 248 539 1 429 854 045 1 429 854 045

Passivos financeiros

Recursos de outras instituições de crédito 33 468 - - 33 468 33 468

Recursos de clientes 672 862 507 - - 672 862 507 672 862 507

Outros passivos 50 859 671 - - 50 859 671 50 859 671

Total de passivos financeiros 723 755 645 - - 723 755 645 723 755 645

Risco de créditoO risco de crédito define-se como a perda em que o Banco incorreria se um mutuário, contraparte ou emitente de valores mobiliários não cumprir com as suas obrigações contratuais para com o Banco. O BiG está exposto a riscos de crédito em várias das suas actividades. Estes riscos incluem principalmente a exposição directa a Clientes, exposição directa a riscos de crédito associados com valores mobiliários emi-tidos por terceiros e detidos como activos de investimento do Banco, mas também a exposição directa a Clientes com crédito concentrado e risco de compensação ou de mercado associado a actividades de Clientes. O risco de crédito associado a relações com contrapartes profissionais, bem como emitentes de valores mobiliários admitidos à negociação, é avaliado em combinação com outros procedimentos de gestão de riscos referidos anteriormente.

Exposição a risco de crédito 2019 2018

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 27 371 559 92 265 802

Disponibilidades em outras instituições de crédito 37 560 276 4 671 720

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 24 362 293 -

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 728 897 734 972 248 539

Aplicações em instituições de crédito 836 042 816 257 529 440

Outros activos 23 379 843 38 304 641

Total de activos sujeitos a risco de crédito 2 677 614 521 1 365 020 142

Activos não sujeitos risco de crédito 296 990 049 64 833 903

Total do activo 2 974 604 570 1 429 854 045

Para efeitos de reporte da qualidade de crédito da carteira, os activos financeiros foram analisados conforme segue:

2019 Stage 1 Stage 2 Stage 3Valor contabi-

lístico

Activos financeiros

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 27 371 559 - - 27 371 559

Disponibilidades em outras instituições de crédito 37 560 276 - - 37 560 276

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 24 362 293 - - 24 362 293

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 728 897 734 - - 1 728 897 734

Aplicações em instituições de crédito 836 042 816 - - 836 042 816

Outros activos 23 379 843 - - 23 379 843

Total de activos financeiros 2 677 614 521 - - 2 677 614 521

2018 Stage 1 Stage 2 Stage 3Valor contabi-

lístico

Activos financeiros

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 92 265 802 - - 92 265 802

Disponibilidades em outras instituições de crédito 4 671 720 - - 4 671 720

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - -

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 972 248 539 - - 972 248 539

Aplicações em instituições de crédito 257 529 440 - - 257 529 440

Outros activos 38 304 641 - - 38 304 641

Total de activos financeiros 1 365 020 142 - - 1 365 020 142

Risco de liquidezO risco de liquidez decorre da gestão dos activos e passivos do Banco. A política do BiG relativa à liquidez e financiamento baseia-se nos seguintes princípios: (1) financiamento dos activos antes da sua aquisição, (2) o pressuposto de que a maior parte dos activos que compõem o Balanço deveria ser convertível em liquidez num curto espaço de tempo, (3) um programa para construir uma base estável de depósitos e (4) assumir que se mantem um razoável nível de independência do mercado de financiamento junto de outras instituições. Com efeito, estes princípios definem o modelo de negócio do BiG, que é baseado em comissões e prestação de serviços e pressupõe uma base de activos composta por activos líquidos, em detrimento de crédito ilíquido.

Na prática, o processo de gestão de liquidez do Banco é uma questão estratégica e diária do Conselho de Administração. Este engloba os detalhes sobre os controlos dos fluxos de entrada e saída, as questões de preçário e reputação, o controlo sobre colaterais, o processo do ALCO e os aspectos do plano de recuperação que transmite a natureza fundamental do modelo de negócio: activos líquidos, flexíveis e de qualidade financiados de forma conservadora por depósitos estáveis e capital.

O balanço do BiG apresentava, por prazos de maturidade remanescente, a decomposição seguinte para os exercícios findos em 31 de De-zembro de 2019 e 31 de Dezembro de 2018, respectivamente:

2019 À vista Até 3 mesesDe 3 meses a

um ano Entre 1 a 5 anosMais de 5

anos Total

Activos financeiros

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 27 371 559 - - - - 27 371 559

Disponibilidades em outras instituições de crédito 37 641 158 (80 882) - - - 37 560 276

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 8 - - 24 362 285 - 24 362 293

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 585 231 - 1 369 137 860 933 855 865 009 511 1 728 897 734

Aplicações em instituições de crédito - 836 042 816 - - - 836 042 816

Crédito a clientes - - - - - -

Outros activos 23 379 843 - - - - 23 379 843

Total de activos financeiros 89 977 799 835 961 934 1 369 137 885 296 140 865 009 511 2 677 614 521

Passivos financeiros

Recursos de outras instituições de crédito 14 162 876 - - - - 14 162 876

Recursos de clientes 761 722 045 134 391 945 290 706 614 51 632 877 - 1 238 453 481

Outros passivos 90 693 905 - - - - 90 693 905

Total de passivos financeiros 866 578 826 134 391 945 290 706 614 51 632 877 - 1 343 310 262

2018 À vista Até 3 mesesDe 3 meses a

um ano Entre 1 a 5 anosMais de 5

anos Total

Activos financeiros

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 92 265 802 - - - - 92 265 802

Disponibilidades em outras instituições de crédito 4 663 876 7 844 - - - 4 671 720

Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - -

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - 24 737 623 155 243 120 1 292 470 933 - 1 472 451 676

Aplicações em instituições de crédito - 97 534 454 171 378 053 - - 268 912 508

Crédito a clientes - - - - - -

Outros activos 479 109 11 797 368 - - - 12 276 476

Total de activos financeiros 97 408 787 134 077 289 326 621 173 1 292 470 933 - 1 850 578 182

Passivos financeiros

Recursos de outras instituições de crédito 33 468 - - - - 33 468

Recursos de clientes 116 454 213 118 261 445 438 146 849 - - 672 862 507

Outros passivos - 40 568 430 3 807 831 - - 44 376 261

Total de passivos financeiros 116 487 681 158 829 875 441 954 680 - - 717 272 236

Risco de taxa de juroO risco de taxa de juro resulta da exposição ao nível, declive e configuração das curvas de taxa de juro, volatilidade nas taxas de juro, du-ração e margens de crédito. O risco de taxa de juro mede a probabilidade de ocorrência de impactos nos proveitos ou no capital do Banco, causados por movimentos nos níveis absolutos de taxas de juro, em margens entre duas taxas, ou na configuração da curva de taxas de juro, entre outros factores. O BiG controla a sua exposição a eventos adversos através da diversificação e de técnicas de cobertura de risco. Uma posição líquida longa pressupõe uma posição longa em obrigações financiadas com liquidez de curto prazo. Uma posição líquida curta significa que o Banco vendeu obrigações na expectativa de cobrir ou recomprar a posição mais tarde com lucro.

Os itens do balanço do BiG sensíveis à taxa de juro apresentam a seguinte decomposição:

2019

Valor de balanço Não sensíveis Até 3 meses

3 meses a 1 ano De 1 a 5 anos

Mais de 5 anos

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 27 371 559 27 371 559 - - - -

Disponibilidades em outras instituições de crédito 37 560 276 37 560 276 - - - -

Ativos financeiros detidos para negociação 24 362 293 8 - - 24 362 285 -

Ativos financeiros disponíveis para venda 1 728 897 734 1 585 231 - 1 369 137 860 933 855 865 009 511

Aplicações em instituições de crédito 836 042 816 - 836 042 816 - - -

Crédito a clientes - - - - - -

Outros activos 320 369 892 320 369 892 - - - -

Total de activos financeiros 2 974 604 570 386 886 966 836 042 816 1 369 137 885 296 140 865 009 511

Recursos de outras instituições de crédito 14 162 876 14 162 876 - - - -

Recursos de clientes 1 238 453 481 761 722 045 134 391 945 290 706 614 51 632 877 -

Outros passivos 90 693 905 90 693 905 - - - -

Total de passivos financeiros 1 343 310 262 866 578 826 134 391 945 290 706 614 51 632 877 -

GAP (Activos - Passivos) 1.631.294.308 (479.691.860) 701.650.871 (289.337.477) 833.663.263 865.009.511

2018

Valor de ba-lanço Não sensíveis Até 3 meses

3 meses a 1 ano De 1 a 5 anos

Mais de 5 anos

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 92 265 802 92 265 802 - - - -

Disponibilidades em outras instituições de crédito 4 671 720 4 671 720 - - - -

Ativos financeiros detidos para negociação - - - - - -

Ativos financeiros disponíveis para venda 972 248 539 - 3 686 271 10 490 637 958 071 631 -

Aplicações em instituições de crédito 257 529 440 - 97 468 932 160 060 507 - -

Crédito a clientes - - - - - -

Outros activos 103 138 544 103 138 544 - - - -

Total de activos financeiros 1 429 854 045 200 076 066 101 155 203 170 551 144 958 071 631 -

Recursos de outras instituições de crédito 33 468 33 468 - - - -

Recursos de clientes 672 862 507 116 454 213 118 261 445 438 146 849 - -

Outros passivos 50 859 671 50 859 671 - - - -

Total de passivos financeiros 723 755 645 167 347 351 118 261 445 438 146 849 - -

GAP (Activos - Passivos) 706 098 400 32 728 715 (17 106 242) (267 595 705) 958 071 631 -

Risco de mercadoNa gestão do risco de mercado, o Conselho de Administração delega o controlo e supervisão diária no ALCO. Este inclui os membros Exe-cutivos do Conselho de Administração, além de outros gestores envolvidos nas actividades geradoras de receitas e da equipa de controlo de risco.

Em suporte ao Comité, está a unidade de controlo de Risco de Crédito, responsável pela revisão de metodologias de medição de risco e limites para todas as actividades de investimento e negociação de activos financeiros. Controla ainda as decisões genéricas de investimento discutidas no ALCO, revê modelos e análises associadas ao cálculo dos vários limites para a carteira do Banco, bem como para as carteiras dos clientes, e são responsáveis pela condução diária dos testes de esforço às carteiras, bem como por assegurar uma supervisão, controlo independente e verificação do cumprimento dos limites de tomada de risco pelos colaboradores de Front Office. Adicionalmente, este grupo procura assegurar um equilíbrio eficiente entre riscos e retorno, bem como um nível apropriado de volatilidade nos resultados operacionais.

Nas suas actividades de Tesouraria e Mercado de Capitais, o BiG gera receitas através da gestão de exposições a mudanças adversas no valor dos instrumentos financeiros, produtos e carteiras. Para gerir e reportar riscos, o Conselho de Administração estabelece e revê, periodicamente, os procedimentos e sistemas definidos para assegurar níveis de controlo adequados ao capital do Banco e aos seus objectivos de negócio.

A função de monitorização do Risco de Mercado em específico é desempenhada pelo Conselho de Administração que, com o Compliance, revê as políticas e procedimentos de desenvolvimento de produtos para assegurar que os níveis de risco assumidos pelos Clientes, e ofere-cidos pelo Banco, são apropriados às circunstâncias. Alguns dos membros do ALCO acompanham as tendências, alocações e políticas com respeito à gestão de activos próprios e de terceiros, incluindo responsabilidades associadas com mandatos de assessoria e gestão discri-cionária. As actividades desta área, embora separada da carteira própria do Banco, encontram-se sujeitas ao mesmo tipo de mecanismos e procedimentos de controlo que são utilizados pelo Banco na gestão do seu capital. Os grupos reúnem regularmente e, uma vez que incluem normalmente os dois Administradores Executivos, têm a autoridade para decidir questões do dia-a-dia. As grandes exposições ou políticas significativas são geralmente apresentadas para revisão prévia pelo Conselho de Administração.

Em 31 de Dezembro de 2019 e 31 de Dezembro de 2018, respectivamente, a exposição do BiG por moeda apresentava a seguinte decomposição:

2019

EuroDólar Norte Americano

Rand Sul--africano Metical

Valor Total

Activo por moeda

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - 26 345 736 20 579 1 005 244 27 371 559

Disponibilidades em outras instituições de crédito 577 463 32 537 580 - 4 445 233 37 560 276

Activos financeiros a justo valor através de resultados - - - 24 362 293 24 362 293

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - - 1 728 897 734 1 728 897 734

Aplicações em instituições de crédito - 15 770 385 - 820 272 431 836 042 816

Outros activos - 234 303 - 10 290 839 10 525 142

Total de activos financeiros 577 463 74 888 004 20 579 2 899 118 524 2 974 604 570

Passivo por moeda

Recursos de outras instituições de crédito - 2 254 571 - 11 908 305 14 162 876

Recursos de clientes - 9 114 853 - 1 229 338 628 1 238 453 481

Outros passivos 685 917 492 - 62 123 149 62 809 558

Total de passivos financeiros 685 917 11 369 917 - 1 303 370 081 1 315 425 915

Activo - Passivo líquido por moeda (108 454) 63 518 087 20 579 1 595 748 443 1 659 178 655

Page 13: RELAT CAS 2019bancobig.co.mz/images/pdf/Relatorio_Contas_2019_Banco_BIG.pdfestá autorizado a operar em todas as áreas de negócio abertas ao sector bancário em Mo-çambique. Em

(Continuação 13/14)

2018

EuroDólar Norte Americano

Rand Sul--africano Metical

Valor Total

Activo por moeda

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - 5 774 234 20 155 86 471 414 92 265 803

Disponibilidades em outras instituições de crédito 3 575 740 616 619 - 479 361 4 671 720

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - - 972 248 539 972 248 539

Aplicações em instituições de crédito - 24 735 575 - 232 793 864 257 529 439

Outros activos - 3 559 967 - 99 578 577 103 138 544

Total de activos financeiros 3 575 740 34 686 395 20 155 1 391 571 755 1 429 854 045

Passivo por moeda

Recursos de outras instituições de crédito - - - 33 468 33 468

Recursos de clientes 475 593 19 360 466 - 653 026 449 672 862 507

Outros passivos - 2 742 421 - 48 117 250 50 859 670

Total de passivos financeiros 475 593 22 102 887 - 701 177 167 723 755 645

Activo - Passivo líquido por moeda 3 100 148 12 583 508 20 155 690 394 588 706 098 400

Risco de CapitalO Banco de Moçambique exige que cada banco ou grupo de bancos mantenha um nível mínimo de capital obrigatório em função dos activos ponderados pelo risco. O capital obrigatório do Banco divide-se em duas componentes:

Capital Tier 1: Capital Social e Resultados Transitados.

Capital Tier 2: Empréstimos subordinados elegíveis, provisões para imparidade colectiva e ganhos não realizados decorrentes da reava-liação justa de acções e elementos extrapatrimoniais.

2019 2018

A - Fundos Próprios

Capital ordinário realizado, prémios de emissão, ações próprias e outros 1 171 345 000 557 871 524

Resultados e reservas formadas por resultados não distribuidos (15 756 925) 145 326 811

Reservas de reavaliação de activos financeiros 50 539 587 6 085 873

Outros instrumentos de capital 2 839 556 1 034

Activos intangíveis - -

Fundos próprios principais de nível 1 (Common Equity Tier 1 Capital) ( A1 ) 1 155 588 075 703 198 335

Fundos próprios de nível 1 (Tier 1 Capital) ( A2 ) 1 155 588 075 703 198 335

Fundos Próprios Totais ( A3 ) 1 208 967 218 709 285 242

B - Ativos ponderados pelo risco ( B ) 621 017 118 383 083 494

C - Rácios de Capital

Rácio de FPP1 (Common Equity Tier 1 Capital) ( A1 / B ) 186,1% 183,6%

Rácio de FP1 (Tier 1 Capital) ( A2 / B ) 186,1% 183,6%

Rácio de Fundos Próprios Totais (Total capital ratio) ( A3 / B ) 194,7% 185,2%

* Para o cálculo do saldo das reservas de reavaliação de activos financeiros a considerar no apuramento dos fundos próprios complementares é considera-do o seguinte conforme estabelecido no Aviso 08/GBM/2017 de 3 de Abril:

a) A parte da reserva de reavaliação correspondente à imparidade é considerada em 100%;

b) A parte da reserva de reavaliação correspondente a ganhos e perdas não realizadas é considerada até ao limite de 45% do seu valor.

** O montante de activos ponderados pelo risco é o apurado com base na aplicação dos normativos aplicáveis ao reporte regulamentar.

Nota 29. Eventos SubsequentesDurante o mês de Fevereiro 2020, foi realizado um aumento do capital do Banco BiG Moçambique por entradas em dinheiro, no montante de MZN 248.500.000,00, o qual foi subscrito por todos os accionistas na proporção da participação detida no capital. Com esta operação, o capital social do BiG Moçambique aumentou para MZN 1.419.845.000,00.

Vai ser convocada uma Assembleia Geral Ordinária de accionistas para o dia 24 de Março, na qual se prevê deliberar um novo aumento de capital do BiG Moçambique por forma a cumprir com o requisito mínimo de capital no montante de MZN 1.700.000.000,00, que entrará em vigor a partir do próximo dia 4 de Abril.

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2019

(milhares de meticais)

Código de contas ACTIVO

ANO

ANO ANTERIOR

Valor antes de Pro-visoes, Imparidade

e Amortizacoes

Provisoes, Impari-dade e Amortiza-

coes

Activo Liquido

10+33001. Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais 27 372 - 27 372 92 266

11+3301

2. Disponibilidades em Outras Instituições de Crédito 37 934 - 37 934 4 672

153 (1)+158 (1)+163. Activos Financeiros De-tidos para Negociação 24 362 - 24 362 -

153 (1)+158 (1)+17

4. Outros Activos Financei-ros ao Justo valor através de Resultados - - - -

154+158 (1)+18+34888 (1)-53888 (1)5. Activos Financeiros Disponiveis para Venda. 1 728 898 - 1 728 898 972 249

13+150+158 (1)+159 (1)+3303+3310 (1)+3408 (1)-350-3550-5210 (1)-5300

Aplicacoes em Instituições de Crédito 836 043 - 836 043 257 529

14+151+152+158 (1)+3304+3310 (1)+34000+34008-3510-3518-35210-35211-5210 (1)-53010-53018 Créditos a Clientes - - - -

156+158 (1)+159 (1)+22+3307+3310 (1)+3402-355-3524-5210 (1)-5303 (1)

Investimentos detidos até a Maturidade - - - -

21 Derivados de Cobertura - - - -

25-3580Activos não Correntes detidos para Venda - - - -

26-3581 (1)-360 (1)Propriedade de Investi-mentos - - - -

27-3581 (1)-360 (1) Outros Activos Tangíveis 331 706 34 716 296 990 64 834

29-3583-361 Activos Intangíveis 6 344 6 344 - -

24-357

Investimentos em Filiais Associadas e Empreendi-mentos Conjuntos - - - -

300Activos por Impostos Correntes 12 855 - 12 855 44 725

301Activos por Impostos Diferidos - - - 3 092

12+157+158 (1)+159 (1)+31+32+3302+3308+3310 (1)+338+3408 (1)+348 (1)-3584-3525+50 (1)(2)-5210 (1)-5304-5308 (1)+54 (1)(3) Outros Activos 10 525 - 10 525 12 276

3 016 039 41 060 2 974 979 1 451 643

Código de contas PASSIVO ANOANO

ANTERIOR

38-3311 (1)-3410+5200+5211 (1)+5318 (1) Recursos de Bancos Centrais - -

43 (1) Passivos Financeiros detidos para Negociação - 0

43 (1) Outros Passivos Financeiros ao Justo valor através de Resultados - -

39-3311 (1)-3411+5201+5211 (1)+5318 (1) Recursos de Outras Instituições de Créditos 14 163 33

40+41-3311 (1)-3412-3413+5202+5203+5211 (1)+5310+5311 Recursos de Clientes e Outros Empréstimos 1 238 453 672 863

42-3311 (1)-3414+5204+5211 (1)+5312 Responsabilidades representadas por Títulos - -

44 Derivados de Cobertura - -

45 Passivos não Correntes detidos para Venda e Operações descontinua-das - -

47 Provisões - -

490 Passivos por Impostos Correntes - 20 424

491 Passivos por Impostos Diferidos 27 884 1 364

480+488+/-489 (1)-3311 (1)-3416 (1)+5206 (1)+5211 (1)+5314 (1) Outros passivos Subordinados - -

51-3311 (1)-3417-3418+50 (1)(2)+5207+5208+5211 (1)+528+538-5388+5318 (1)+54 (1)(3) Outros Passivos 63 184 50 860

0 - -

55 Capital 1 171 345 557 872

602 Prémios de Emissão 2 -

57 Outros Instrumentos de Capital 2 840 1

-56 Acções Próprias - -

58+59 Reservas de Reavaliação 70 825 2 899

60-602+61 Outras Reservas e Resultados Transitados 145 327 (15 757)

64 Resultado do Exercício 240 956 161 084

-63 (Dividendos Antecipados) - -

TOTAL DO PASSIVO 2 974 979 1 451 643

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2019 Código de contas ANO ANO

79+80 Juros e Rendimentos Similares 337 874 206 387

66+67 Juros e Encargos Similares 90 483 69 514

Margem Financeira 247 391 136 873

82 Rendimentos de Instrumentos de Capital 0 0

81 Rendimentos com serviços e Comissões 124 208 86 654

68 Encargos com Serviços e Comissões 8 902 3 271

-692-693-695 (1)-696 (1)-698-69900-69910+832+833+835 (1)+836 (1)+838+83900+83910

Resultados de Activos e Passivos Avaliados ao Justo valor através de Resultados 1 213 0

-694+834Resultados de Activos Financeiros Disponíveis para Venda 127 580 114 639

-690+830 Resultados de Reavaliação Cambial 7 836 2 118

-691-697-699 (1)-725 (1)-726 (1)+831+837+839 (1)+843 (1)+844 (1) Resultados de Alienação de Outros Activos (126) 0

-695 (1)-696 (1)-69901-69911-75-720-721-725 (1)-726 (1)-728+835 (1)+836 (1)+83901+83911+840+843 (1)+844 (1)+848 Outros Resultados de Exploração (3 131) (686)

Produto Bancário 496 069 336 327

70 Custo com Pessoal 102 368 74 072

71 Gastos Gerais Administrativos 57 500 46 549

77 Amortização do Exercício 17 768 9 922

784+785+786+788-884-885-886-888 Provisões Líquidas de Reposições e Anulações 0 0

760+7610+7618+7620+76210+76211+7623+7624+7625 +7630+7631+765+766-870-8720-8710-8718-87210-87211 -8723-8724-8726-8730-8731-875-876

Imparidade de Outros Activos Financeiros Líquidos de Reversões e Recuperações 2 751 (1 699)

768+769 (1)-877-878Imparidade de Outros Activos Líquida de Reversões e Recuperações 0 0

Resultado Antes de Impostos 315 683 207 483

65 Impostos Correntes 76 948 47 614

74-86 Impostos Diferidos (2 221) (1 214)

640 Resultados após Impostos 240 956 161 084

-72600-7280+8480+84400Do qual: Resultado Líquido após Impostos de Operações Descontinuadas 126 0

T O T A L 240 956 161 084

O BANCO QUE ENTENDE OS SEUS VALORES...

Page 14: RELAT CAS 2019bancobig.co.mz/images/pdf/Relatorio_Contas_2019_Banco_BIG.pdfestá autorizado a operar em todas as áreas de negócio abertas ao sector bancário em Mo-çambique. Em

(Continuação 14/14)

RELATÓRIO DO AUDITOR EXTERNO

PARECER DO FISCAL ÚNICO