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Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015
Ano Base 2014
Interfarma – Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa
R. Verbo Divino, 1.488 – 7º andar – cj. 7A
CEP: 04719-904 – Chácara Santo Antônio – São Paulo – SP
Tel.: (11) 5180-3499 – Fax: (11) 5183-4247
www.interfarma.org.br
E X P E D I E N T E
Relatório Interfarma de Responsabilidade Socioambiental 2015/Ano Base 2014
S U P E R V I S Ã O
Antônio Britto | Presidente executivo – Interfarma
C O O R D E N A Ç Ã O - G E R A L
Maria José Delgado Fagundes | Inovação e Responsabilidade Social – Interfarma
C O O R D E N A Ç Ã O D E C O M U N I C A Ç Ã O
Octávio Nunes | Comunicação Institucional – Interfarma
C O N T E Ú D O T É C N I C O D E S U S T E N T A B I L I D A D E , R E D A Ç Ã O E R E V I S Ã O
Duplo Z Inteligência de Comunicação
www.duploz.com
Fanny Zygband – Mtb 13.464
A P O I O
Marcela Simões | Acesso e Inovação – Interfarma
Selma Hirai | Comunicação – Interfarma
Paula Lazarini | Comunicação – Interfarma
Bruno Folli | Comunicação – Interfarma
P R O J E T O G R Á F I C O E D I A G R A M A Ç Ã O
Nebraska Composição Gráfica
I D E N T I D A D E V I S U A L
Unic Comunicações
www.interfarma.org.br/resp-socioambiental.php
facebook.com/SaudeComInterfarma
twitter.com/SaudeCom_
facebook.com/AssociacaoInterfarma
twitter.com/Interfarma_
Porque mudar vidas faz parte da nossa Jornada
4 |
6 Apresentação
8 Prefácio
11 Introdução
12 Metodologia – Harmonização com o Pacto Global
15 Perfil das empresas
16 Origem das empresas
16 Localização da sede no Brasil
17 Áreas de atuação
18 Número de funcionários
18 Porte das empresas
19 Funcionários por gênero
20 Inovação, acesso e cuidados com o paciente
20 Inovação
21 Maximização do acesso a terapias
22 Estímulo ao uso racional de medicamentos
25 Investimentos sociais privados
26 Modalidades de Investimento Social Privado
27 Investimento Social Privado com recursos próprios
28 Investimento Social Privado com incentivo fiscal
30 Investimento Social Privado ligado ao negócio
32 Voluntariado
32 Doações
Sumário 33 Empregabilidade
34 Gênero e liderança
34 Diversidade e inclusão
35 Benefícios para colaboradores
36 Ética e transparência
36 Código de Ética/Conduta
37 Pacto Global
38 Relatório de sustentabilidade/social
38 Engajamento de públicos de interesse
40 Relacionamento com o Poder Público
40 Relacionamento com fornecedores
41 Relacionamento com consumidores/clientes
43 Relacionamento com profissionais de saúde
43 Diálogo com a imprensa
43 Meio ambiente
45 Iniciativas internas de gestão ambiental
45 Consumo de água e energia
45 Emissão de gases de efeito estufa
46 Gestão de resíduos
46 Iniciativas externas de gestão ambiental
48 Considerações finais
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 5
6 |
Apresentação
A indústria farmacêutica tem um
compromisso muito particular com
a responsabilidade social. Ela nasceu
para preservar e cuidar da vida e
somente poderá cumprir sua missão
se estiver imbuída de um profundo
comprometimento ético e de uma grande
preocupação em possibilitar o acesso da
sociedade à qualidade de vida e à sua
preservação.
A dimensão social é intrínseca à indústria
farmacêutica e se torna especialmente
relevante neste momento que o país
atravessa e em face dos grandes desafios
com os quais todos os que atuamos na
área da Saúde estamos nos defrontando.
Sem deixar de lado o fato inequívoco
de serem empresas privadas que
realizam lucro, o ambiente da indústria
farmacêutica só pode ser o de uma
profunda responsabilidade social e ética.
Um ambiente que transcenda o impacto
mercadológico de suas decisões e
contribua para melhorar a sociedade por
meio de uma atuação orientada para a
responsabilidade e a sustentabilidade dos
negócios.
Hoje não é mais possível dissociar o
desenvolvimento sustentável do conceito
de responsabilidade social e ambiental.
São aspectos que se inter-relacionam e que
precisam necessariamente receber igual
atenção.
As associadas da Interfarma (Associação da
Indústria Farmacêutica de Pesquisa) têm
procurado entender, praticar e ampliar esse
compromisso da indústria e o relatório é
uma demonstração concreta de como ele
vem sendo posto em prática nos últimos
seis anos.
6 |
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 7
Desde 2009, quando a Interfarma reuniu
pela primeira vez suas associadas com
o propósito de promover um fórum
para exposição e troca de experiências
no campo da Responsabilidade Social
Empresarial e criou uma Comissão
especificamente com este foco, o setor
passou por um contínuo processo de
amadurecimento nessa área.
Além dos resultados alcançados a cada
ano, o que nos motiva é, sobretudo, o
esforço permanente e consistente que a
indústria farmacêutica vem fazendo e o
fato de ter perseguido e perseverado nesta
direção.
Boa leitura!
Theo van der Loo Antônio BrittoPresidente do Conselho Diretor Presidente executivo
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 7
8 |
Prefácio
Em 2012, quando cheguei na Interfarma
(Associação da Indústria Farmacêutica de
Pesquisa), conheci um lado da indústria
que ainda não era muito valorizado e
tampouco divulgado. Como resultado do
esforço da Comissão de Responsabilidade
Social – criada apenas três anos antes
– a associação já havia publicado um
relatório, dando forma, pela primeira vez, às
iniciativas das associadas nessa área.
Na época, o documento alinhava, de
maneira embrionária, as principais ações
implementadas individualmente pelas
empresas, mas não era ainda um relato
que expressasse e consolidasse a atuação
conjunta do setor.
O fato de haver uma publicação específica
sobre responsabilidade socioambiental já
constituía, sem dúvida, um grande avanço,
mas sabíamos também que muito ainda
poderia ser feito e que havia um longo
caminho a percorrer.
Desde então, os nossos esforços têm se
concentrado em fortalecer esta dimensão
dentro das empresas e em produzir um
documento que reflita, cada vez mais
e melhor, o compromisso da indústria
farmacêutica com essa prática, dando
respostas transparentes e objetivas à
sociedade.
Sabemos que este é um processo
contínuo e de permanente aprendizado
e aperfeiçoamento. Os relatórios que
se seguiram apontaram novas direções
e caminhos e foi a partir deles que
identificamos, por exemplo, a necessidade
de a própria Interfarma desenvolver um
programa institucional de responsabilidade
socioambiental.
8 |
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 9
Dessa constatação nasceu o “Geral na
Saúde” – um projeto de educação em
saúde -, bem como a sugestão de publicar
uma Cartilha sobre Renúncia Fiscal para
orientar as associadas e mostrar que este é
um caminho viável e seguro para a prática
social no país.
No ano passado, a Interfarma iniciou uma
nova etapa nessa jornada e idealizou
um projeto de investimento social com
renúncia fiscal, o “Saúde na Tela”, - um
documentário sobre o Geral na Saúde, que
está em fase de captação de recursos.
Com os olhos voltados para o futuro
e em conjunto com a Comissão de
Responsabilidade Social – sem cujo
empenho e dedicação este caminho
construído nos últimos seis anos não teria
sido possível – estamos agora desenhando
os próximos passos.
Nosso desafio e esperança é contribuir
para que a área de responsabilidade
socioambiental alcance um novo patamar
na vida das empresas, que passe a integrar
o planejamento estratégico e seja vista
de maneira sistêmica. E, sobretudo, que
desse novo olhar derive a compreensão de
que deve estar totalmente integrada ao
negócio.
Maria José Delgado FagundesDiretora
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 9
10 |
O relatório é um retrato de como o setor faz a gestão de questões fundamentais do mercado farmacêutico e do sistema de saúde do país.
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 11
Introduçãose encontra na resolução de questões como diversidade e inclusão e do binômio gênero x posições de liderança.
O documento reflete também a consciência das empresas de que seu compromisso extrapola os limites das suas instalações físicas. Hoje, é cada vez mais claro e mensurável que têm o poder de influenciar o desenvolvimento da sociedade e ser protagonistas, por meio de suas ações de responsabilidade socioambiental, da melhoria da qualidade de vida da população, das condições gerais do país e das gerações futuras.
Em 2014, as empresas desenvolveram um conjunto de 2148 ações, entre iniciativas de responsabilidade social empresarial, investimento social privado e meio ambiente – o triplo do que foi realizado em 2013. Foi um ano em que, além das ações sociais e ambientais, as empresas investiram muito na ampliação do acesso da população a medicamentos – beneficiando mais de 10 milhões de pessoas –, em ações voltadas a colaboradores e no relacionamento com stakeholders, principalmente fornecedores.
Desde 2009, quando a Interfarma criou a área de responsabilidade social na associação, o número de empresas com programas de voluntariado quase dobrou,
A Interfarma apresenta, pelo sexto ano consecutivo, seu Relatório de Responsabilidade Socioambiental. O documento contempla as principais práticas adotadas pelas empresas associadas e os impactos por elas gerados ao longo de 2014.
Mais do que o relato de um conjunto de iniciativas, a atual edição é um retrato de como o setor vem direcionando sua atuação e fazendo a gestão de questões fundamentais e cada vez mais desafiadoras que envolvem o mercado farmacêutico e o sistema de saúde do país.
Enquadram-se nesta categoria temas como o acesso da população a terapias, as estratégias para estimular o consumo e a prescrição responsáveis de medicamentos, os caminhos trilhados para a inovação, a preocupação com o meio ambiente e um tópico transversal a todos os outros – a transparência e os princípios éticos que regem a interação das empresas com seus vários públicos, entre eles os colaboradores.
Do exercício de tentar circunscrever o que ocorre no âmbito interno das empresas, emerge uma radiografia de como o setor atua em relação a seus funcionários, como promove o seu desenvolvimento pessoal e profissional, investe na melhoria das condições de trabalho e em que patamar
12 |
passando de 48% para 82%. Se naquele ano essas iniciativas envolviam 1750 pessoas, em 2014 o quadro de voluntários chegou a cerca de 5,5 mil integrantes.
Ações de gestão ambiental também cresceram significativamente em todos os parâmetros avaliados. Para dar ideia de apenas um deles: o percentual de empresas que se ocupam com a redução da emissão de CO2 e gases de efeito estufa subiu de 48% em 2009 para 64% no ano passado. São alguns dos exemplos que comprovam a solidez dessa trajetória.
Metodologia – Harmonização com o Pacto Global
Neste ano, para que o Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015/Ano Base 2014 apresentasse informações mais concisas e objetivas, a Comissão de Responsabilidade Social da Interfarma elegeu alguns temas centrais que formaram o arcabouço sobre o qual o atual documento foi elaborado.
Decidiu-se que estes macrotemas seriam harmonizados com os princípios do Pacto Global proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) - a maior iniciativa voluntária de responsabilidade corporativa do mundo. A adesão ao Pacto sinaliza um compromisso das empresas de apoiar e aplicar, nas suas esferas de influência, um
conjunto de 10 princípios relacionados a quatro áreas fundamentais: direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção.
Como nos anos anteriores, o questionário base para elaboração do relatório foi estruturado em cinco etapas, de modo a gerar informações sobre as empresas, sua atuação na área de Responsabilidade Social Empresarial e Sustentabilidade (que engloba os Indicadores FarmaSustentável), suas práticas em relação aos stakeholders, seus Investimentos Sociais Privados e as iniciativas em relação ao Meio Ambiente.
Contudo, para facilitar a apresentação do documento e, ao mesmo tempo, conciliar as informações obtidas com os temas centrais do Pacto Global, ajustando-os às práticas do setor farmacêutico, o relatório foi organizado em cinco blocos principais:
� Inovação, acesso e cuidados com o paciente
� Investimentos Sociais
� Empregabilidade
� Ética e transparência
�Meio Ambiente
O objetivo é que ele reflita, cada vez mais, o desempenho das empresas associadas da Interfarma em todas as dimensões do seu negócio e em suas práticas de gestão, traçando um retrato mais fiel da atuação socioambiental do setor farmacêutico.
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 13
Responsabilidade Social Corporativa
O setor farmacêutico em números
2148 ações
de responsabilidade social corporativa
em investimentos sociais privados
38 milhões
4,5 milhões
10,2 milhões de pessoas
4 milhõesinvestidos em meio ambiente
impactadas por programas de acesso
de pessoas atendidas nos SAC
5421 voluntários
983
programas de educação médica
7950
profissionais do varejo capacitados
652
projetos de pesquisa clínica
9,2beneficiadas por ações sociais
milhões de pessoas
14 |
de treinamento para colaboradores
têm metas ambientais e sistemas de monitoramento
159 mil horas
75%
11 milhões investidos em ações para colaboradores
5,3 milhõesinvestidos em iniciativas para clientes
89%
observam princípios de governança corporativa
85%
têm programas para estimular o uso e prescrição responsáveis de medicamentos
81% baseiam suas decisões no feedback dos clientes
75% possuem programas
de diversidade
de turnover (rotatividade de pessoas)16%
67% dirigem os programas
de acesso à população de baixa renda
é a média nacional segundo o DIEESE43%
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 15
� Abbott
� AbbVie
� Actelion
� Amgen
� Astellas
� AstraZeneca
� Bayer
� Besins
� Biomarin
� Bristol-Myers Squibb
� Chiesi
� Daiichi-Sankyo
� Galderma
� Genzyme
Empresas que participam do relatório
� GSK
� Janssen
� Lilly
� Merck
� MSD
� Novartis
� Novo Nordisk
� Pfizer
� Roche
� Sanofi
� Servier
� Shire
� Takeda
� Zambon
Perfil das empresas Esta edição do Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015/Ano Base 2014 contou com a adesão de 28 dos 56 laboratórios associados da Interfarma. Excepcionalmente, foram seis empresas a menos do que em 2013, interrompendo uma curva ascendente de participação que se mantinha desde 2009.
Do total de empresas participantes do atual relatório, 17 estão presentes desde a primeira edição. É o caso da Abbott, AstraZeneca, Bayer, Chiesi, Daiichi-Sankyo, GSK, Lilly, Merck, MSD, Novartis, Novo Nordisk, Pfizer, Roche, Sanofi, Servier, Shire e Zambon.
Outro grupo aderiu na segunda versão e manteve participação constante em todas as edições posteriores. Fazem parte desse contingente Actelion, Astellas, Galderma e Genzyme.
A AbbVie, criada em 2013, e a Biomarin, por sua vez, estrearam na presente edição.
16 |
Origem das empresas
As 28 empresas que aderiram ao relatório são multinacionais. 10 são norte-americanas, quatro suíças e três japonesas. Alemanha, França e Itália contam com duas representantes cada. Bélgica, Dinamarca e Inglaterra sediam uma matriz cada. Duas companhias têm dupla nacionalidade: uma é anglo-americana e outra anglo-sueca.
Localização da sede no Brasil
Todas as empresas participantes do relatório têm sede no Brasil, concentradas em dois estados: São Paulo, que congrega 86% das companhias, e Rio de Janeiro, com participação de 14%.
País de origem das empresas
4% Bélgica
7% Alemanha
4% Brasil
4% Dinamarca
32% EUAFrança 7%
Inglaterra 11%
Itália 7%
Japão 11%
Suíça 14%
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 17
Áreas de atuação
O levantamento realizado aponta que 83% das empresas participantes atuam na área farmacêutica. Um pequeno percentual opera também em outros segmentos, como o setor de alimentos, de dispositivos médicos e de saúde animal.
Durante a pesquisa, foi dada às empresas a opção de escolher mais de uma área de atuação.
Medicamentos, alimentos
8%
Medicamentos 83%
Medicamentos, produtos para saúde
(Medical Service), pro-dutos veterinários
4%
Medicamentos, produtos para saúde
(Medical Service)4%
Atuação das empresas
14% Rio de Janeiro
86% São Paulo
Unidades operacionais no Brasil
18 |
Porte das empresas201 a 1000 funcionários
� AbbVie
� Amgen
� Bristol-Myers Squibb
� Chiesi
� Daiichi-Sankyo
� Galderma
� Lilly
� Servier
� Zambon
0 a 200 funcionários
� Actelion
� Astellas
� Besins
� Biomarin
� Genzyme
� Shire
Acima de 1000 funcionários
Número de funcionários
Aproximadamente metade das indústrias participantes (47%) é de grande porte e emprega um contingente superior a 1 mil funcionários. 32% respondem pela faixa compreendida entre 201 a 1 mil colaboradores, enquanto 21% possuem até 200 funcionários.
Juntas, as empresas empregaram 26.967 pessoas em 2014. No ano anterior, contavam com 30.985 colaboradores e com 30.500 em 2012. É preciso considerar na comparação que, na elaboração do atual relatório, houve diminuição no número de empresas participantes, o que pode ter influenciado o resultado final.
� Abbott
� AstraZeneca
� Bayer
� GSK
� Janssen
� Merck
� MSD
� Novartis
� Novo Nordisk
� Pfizer
� Roche
� Sanofi
� Takeda
21% 0 a 200
32% 201 a 1000
47% acima de 1.000
Número de funcionários
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 19
Funcionários por gênero
Do total de 26.967 pessoas empregadas pelo setor farmacêutico, 55% são do sexo masculino (14.707 funcionários) e 45% do sexo feminino (12.260) – uma proporção razoavelmente equilibrada. Embora não haja desigualdade numérica expressiva, ela é inversa à proporção populacional do país, que conta com 52% de mulheres e 48% de homens segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No entanto, se consideramos a taxa de atividade por gênero no país – a participação de homens e mulheres no mercado de trabalho – a desigualdade no setor farmacêutico é menor do que no conjunto da economia, que exibe os seguintes índices: 75,7% de homens empregados para 54,6% de mulheres, segundo o Censo de 2010 do IBGE.
A maioria dos colaboradores se situa na faixa etária entre 30 e 50 anos. Esse dado acompanha o perfil do mercado de trabalho brasileiro, que conta com 62% da população ocupada concentrada na faixa de 30 a 59 anos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE 2011.
No setor farmacêutico, o segundo grupo mais numeroso de colaboradores (26%) é o que possui menos de 30 anos e, por último, os que estão acima de 50 anos (9%).
Total de funcionários: 26.967
45 % Mulheres(12.260)
55 % Homens(14.707)
Funcionários por gênero
65% Entre 30 e 50 anos
26% Menor que 30 anos
9% Maior que 50 anos
Funcionários por faixa etária
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Inovação, acesso e cuidados com o pacienteOs tópicos abordados nesta seção do relatório – Inovação, Maximização do acesso a terapias e Estímulo ao uso racional de medicamentos – integram os indicadores FarmaSustentável, um instrumental para aferir e avaliar as práticas e modelos de gestão da indústria farmacêutica, sob a ótica da sustentabilidade.
Inovação
A inovação é a força motriz da indústria farmacêutica. Diante dos desafios enfrentados hoje pelo setor para manter sua sustentabilidade – como os elevados custos de desenvolvimento de novas drogas, a necessidade de priorizar investimentos e o empenho dos gestores em reduzir os crescentes gastos com saúde – a capacidade de inovação é um fator estratégico para a competitividade das empresas.
O levantamento realizado neste relatório procurou identificar como o processo de inovação está ocorrendo hoje nas empresas do setor e em que áreas majoritariamente ele se dá. Para responder a estas questões, elas puderam assinalar mais de uma alternativa.
Como ocorre a inovação
Desenvolvimento de novos produtos
Otimização de processos de logística e
distribuição
Otimização de processos produtivos
20%
92%
81%
Os resultados mostram que, em 2014, o principal foco de inovação no setor farmacêutico recaiu sobre o desenvolvimento de programas e iniciativas destinados a otimizar os processos de logística e distribuição. Esse caminho foi trilhado por 92% das empresas participantes do relatório.
Para 81% das empresas, a estratégia prioritária de inovação ficou concentrada na otimização de processos produtivos. Já o desenvolvimento de novos produtos foi o caminho para inovar adotado por 20% das empresas participantes. Em 2014, dois novos produtos foram desenvolvidos no país.
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 21
Maximização do acesso a terapias
O acesso a medicamentos essenciais é, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), um elemento fundamental do direito à saúde e uma prerrogativa relacionada com o próprio direito à vida. A ONU entende que melhorar o acesso é uma responsabilidade compartilhada, na qual governos e empresas devem desempenhar o seu papel.
Em 2014, 67% das empresas participantes do relatório possuíam programas ou iniciativas voltadas à ampliação do acesso da população a terapias, que impactaram e beneficiaram 10,2 milhões de pessoas.
Apesar das dificuldades causadas à inovação pela morosidade na aprovação de estudos clínicos, 72% das empresas disseram ter mantido iniciativas locais de Pesquisa e Desenvolvimento em 2014. Juntas, realizaram 323 estudos clínicos e patrocinaram 329 pesquisas.
Em 2014, a indústria farmacêutica concentrou as ações de inovação na otimização de processos produtivos, de logística e distribuição.
Três focos principais orientaram as ações das empresas para maximizar o acesso a medicamentos: os programas voltados à população de baixa renda (67%); iniciativas para auxiliar as autoridades – federais, estaduais e municipais – na gestão dos recursos aplicados nos programas públicos
28% Não (7)
72% Sim (18)
Iniciativas locais de P&D
33% Não (9)
67% Sim (18)
Programas de acesso a medicamentos
22 |
de assistência farmacêutica (65%) e as campanhas de prevenção e conscientização da população (63%), com o objetivo de melhorar o acesso de pacientes ao sistema de saúde e a adesão aos tratamentos.
Estímulo ao uso racional de medicamentos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que o uso racional de medicamentos ocorre quando pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade.
Consta ainda do site da OMS que 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou usados inadequadamente
e que os hospitais gastam de 15 a 20% de seus orçamentos para lidar com as complicações causadas pelo mau uso dessas drogas.
No caso do Brasil, convive-se também com uma realidade na qual a automedicação é uma prática recorrente e atinge 76,4% da população, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para Farmacêuticos (ICTQ - 2014).
As soluções para reverter ou atenuar esse quadro passam por uma série de iniciativas, que envolvem a participação de todos os setores da sociedade, inclusive da indústria. Do total de empresas participantes deste relatório, 85% afirmam dispor de programas ou ações para estimular o uso e a prescrição responsáveis de medicamentos.
Focos principais dos programas
33% Não (9) 35% Não (9) 37% Não (10)
67% Sim (18)
65% Sim (17)
63% Sim (17)
Iniciativa voltada à
população de baixa renda
Auxiliou autoridades
na gestão dos recursos aplicados
em assistência farmacêutica
Programa de prevenção e
conscientização da população
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 23
As estratégias de estímulo ao uso correto de medicamentos variam de empresa para empresa mas, em geral, envolvem a combinação de várias iniciativas para atingir o maior número possível de elos da cadeia farmacêutica (as empresas respondentes puderam escolher mais de uma opção).
96% das companhias têm programas focados no paciente e na oferta de informações aos usuários; 92% investe na orientação a distribuidores; em 85% dos casos há iniciativas voltadas para educação médica e 50% das empresas promovem capacitação dos profissionais que atuam no varejo.
Como resultado desse esforço, no ano passado as empresas do setor promoveram 983 programas voltados à educação médica. Além disso, capacitaram 7.950 profissionais da área de varejo.
Os programas da indústria para estimular o uso e prescrição responsáveis de medicamentos atingem todos os elos da cadeia farmacêutica, de pacientes a distribuidores.
15% Não (4)
85% Sim (22)
Estímulo ao uso correto de medicamentos
24 |
96% Sim (25)
92% Sim (24)
85% Sim (22)
50% Sim (13)
Iniciativas para uso racional de medicamentos
4% Não (1)
8% Não (2)
50% Não (13)
15% Não (4)
Informação para
usuários
Educação médica
Orientação a distribuidores
Capacitação dos profissionais
que atuam no varejo
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 25
Investimentos sociais privados
O Investimento Social Privado (ISP) ocupa posição importante nos processos de desenvolvimento da sociedade brasileira e é cada vez mais notória a atuação das empresas como força econômica que promove transformação social. Segundo dados do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), os projetos sociais corporativos movimentam atualmente cerca de R$ 10 bilhões em todo o país.
O objetivo desta seção é demonstrar como as empresas do setor farmacêutico participantes deste relatório alavancam seus investimentos sociais, a rede de relações que estabelecem nesse processo e os resultados alcançados.
Foram analisadas três dimensões dos Investimentos Sociais Privados: os realizados com recursos próprios; os que contaram com incentivos fiscais, como Lei Rouanet, Lei do ICMS, Fumcad, Lei do Esporte, entre outros; e as iniciativas ligadas ao negócio, que favoreceram direta ou indiretamente consumidores potenciais dos produtos da empresa.
O objetivo de computar separadamente esta última modalidade de atuação social,
Saúde, educação e assistência social foram os principais focos dos investimentos sociais, que beneficiaram todas as faixas etárias da população.
desmembrando-a das ações que não possuem qualquer relação com o core business, foi dar maior transparência ao relatório.
O levantamento apontou que, em 2014, as empresas investiram R$ 38 milhões em ações sociais. Ao todo, foram implementadas 152 iniciativas que alcançaram todo o país e impactaram diretamente 9,2 milhões de pessoas. Em 2013, o investimento foi cerca de 15% maior (R$ 44,5 milhões).
A diminuição de recursos talvez possa ser explicada pela redução do número de empresas participantes do relatório.
26 |
Outra possibilidade é a distribuição dos recursos para outras áreas. A doação de medicamentos e vacinas, por exemplo, subiu de 31% em 2013 para 43% no ano passado.
Ações dirigidas a colaboradores e fornecedores também atraíram grandes investimentos da indústria, porém, não há dados no relatório anterior que permitam uma comparação e análise mais aprofundadas.
Entre as empresas participantes do relatório, 71% disseram contar com estratégias definidas e estruturadas de ISP. Esse índice representa um avanço de 21% em relação a 2013, quando 59% das empresas declararam possuir programas nessa área.
Modalidades de Investimento Social Privado
O foco dos programas sociais desenvolvidos pelo setor variou conforme a modalidade de investimento utilizada – com recursos próprios, com incentivo fiscal ou ligada ao negócio - mas três áreas foram contempladas por todos os tipos de iniciativas: saúde, educação e assistência social. Ao se analisar, porém, os públicos-alvo das ações, é possível constatar uma notória diferença entre uma categoria de ISP e outra.
Do total de iniciativas sociais implementadas no ano passado, 45% saíram do caixa das empresas. Este foi o tipo de ISP que gerou maior número de ações (68). Em seguida, vieram os programas desenvolvidos com incentivos fiscais (46) e, por fim, 38 ações ligadas ao negócio.
Ainda que os ISPs realizados com recursos próprios tenham sido mais numerosos e demandado maior volume de recursos, as iniciativas ligadas ao negócio foram as que impactaram o maior contingente de pessoas, como poderá ser observado nas páginas seguintes.
29% Não (8)
71% Sim (20)
Estratégias de Investimento Social Privado
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 27
Investimento Social Privado com recursos próprios
As 68 iniciativas sociais financiadas pelas empresas mobilizaram aproximadamente R$ 19 milhões em investimentos, beneficiando ao redor de 1,3 milhão de pessoas.
O levantamento revela que a atuação social das empresas se deu de maneira pulverizada entre inúmeras áreas, mas quatro setores concentraram a maioria das iniciativas, em ordem decrescente: saúde, assistência social, educação e desenvolvimento comunitário.
Tipos de investimento social privado
ISP sem incentivo
ISP ligado ao negócio
Total
ISP com incentivo
68
38
152
46
Focos de investimento social
11%
21%
46%
11%
25%
21%
32%
36%
21%
21%
14%
11%
50%
11%
Acessibilidade (portadores de necessidades especiais) 3
Apoio à gestão do Terceiro Setor 6
Assistência social 13
Comunicações 3
Cultura e Artes 7
Defesa dos direitos 6
Desenvolvimento comunitário/de base 9
Educação 10
Esportes 6
Formação para o trabalho 6
Geração de trabalho e renda 4
Meio ambiente 3
Saúde 14
Outros 3
28 |
De modo geral, as ações de Investimento Social Privado com recursos próprios impactaram de maneira uniforme todas as faixas etárias da população, com exceção da parcela acima de 60 anos. Porém, entre todos os públicos analisados, crianças de 2 a 6 anos (64%) e adolescentes de 13 a 17 anos (61%) foram os alvos prioritários desses programas.
Público beneficiado
46%
64%
54%
61%
54%
54%
39%
Bebês (até 1 ano) 13
Crianças (2 a 6 anos) 18
Crianças (7 a 12 anos) 15
Adolescentes (13 a 17 anos) 17
Jovens (18 a 25 anos) 15
Adultos (26 a 60 anos) 15
Idosos (acima de 60 anos) 11
Investimento Social Privado com incentivo fiscal
Em 2014, 41% das empresas utilizaram leis de incentivo fiscal nas suas iniciativas de ISP. Ao todo, foram desenvolvidos 46 projetos nessa modalidade, que beneficiaram 615 mil pessoas e demandaram recursos da ordem de R$ 6,7 milhões.
Ações voltadas à educação foram o foco de 25% das iniciativas, liderando o ranking dos investimento sociais com incentivo fiscal. Em ordem decrescente, as empresas investiram em saúde e cultura/artes (21% em cada área) e em esportes, acessibilidade e assistência social (18% cada).
59% Não (11)
41% Sim (16)
A empresa fez uso de incentivo fiscal
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 29
Focos de investimento com incentivo fiscal
18%
4%
18%
4%
21%
4%
7%
25%
18%
14%
7%
7%
21%
7%
Acessibilidade (portadores de necessidades especiais) 5
Apoio à gestão do Terceiro Setor 1
Assistência social 5
Comunicações 1
Cultura e Artes 6
Defesa dos direitos 1
Desenvolvimento comunitário/de base 2
Educação 7
Esportes 5
Formação para o trabalho 4
Geração de trabalho e renda 2
Meio ambiente 2
Saúde 6
Outros 2
As ações sociais com incentivo fiscal beneficiaram em igual proporção crianças de 2 a 6 anos, jovens de 18 a 25 anos e adultos de 26 a 60 anos (25% cada faixa etária). O grupo menos contemplado foi o de bebês com até 1 ano de idade.
Público beneficiado
11%
25%
18%
21%
25%
25%
18%
Bebês (até 1 ano) 3
Crianças (2 a 6 anos) 7
Crianças (7 a 12 anos) 5
Adolescentes (13 a 17 anos) 6
Jovens (18 a 25 anos) 7
Adultos (26 a 60 anos) 7
Idosos (acima de 60 anos) 5
30 |
Investimento Social Privado ligado ao negócio
Esta seção reúne as iniciativas que as empresas realizaram em 2014 em prol da comunidade e que favoreceram, direta ou indiretamente, pacientes potenciais. Por essa razão, são descritas como ações sociais ligadas ao negócio.
Embora ligadas ao core business, foram selecionadas para compor o relatório ações que não fizeram menção aos medicamentos da empresa, que a implementação não foi determinada por ela e que o resultado beneficiou diretamente a comunidade, sem influenciar ou condicionar a compra e venda de produtos da companhia. Fazem parte desse grupo iniciativas que esclareceram a população sobre doenças, por exemplo, e que podem ser replicadas por qualquer outra empresa, seja qual for o segmento a que pertença.
Em 2014, essa categoria de investimento social foi adotada por 58% das empresas respondentes. Ao longo do ano, foram desenvolvidos 38 projetos que demandaram investimentos da ordem de R$ 12,3 milhões. Essas ações impactaram aproximadamente 7,3 milhões de pessoas.
A maioria das iniciativas ligadas ao negócio foi dirigida à área da saúde (50%). Em seguida, vieram ações de apoio à gestão do terceiro setor (36%), de assistência social (29%) e voltadas à educação (25%).
42% Não (11)
58% Sim (15)
Investimentos Sociais Privados ligados ao negócio
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 31
As ações ligadas ao negócio priorizaram, em especial, o público acima de 13 anos - inclusive a faixa com idade superior a 60 anos, que não havia sido alvo preferencial dos programas desenvolvidos nas outras duas modalidades de investimento social.
Focos das ações ligadas ao negócio
4%
4%
4%
7%
7%
7%
7%
36%
29%
18%
14%
14%
25%
50%
Acessibilidade (portadores de necessidades especiais) 1
Apoio à gestão do Terceiro Setor 10
Assistência social 8
Comunicações 5
Cultura e Artes 2
Defesa dos direitos 4
Desenvolvimento comunitário/de base 4
Educação 7
Esportes 1
Formação para o trabalho 2
Geração de trabalho e renda 2
Meio ambiente 1
Saúde 14
Outros 2
Público beneficiado
36%
36%
39%
54%
54%
57%
50%
Bebês (até 1 ano) 11
Crianças (2 a 6 anos) 10
Crianças (7 a 12 anos) 10
Adolescentes (13 a 17 anos) 15
Jovens (18 a 25 anos) 15
Adultos (26 a 60 anos) 16
Idosos (acima de 60 anos) 14
32 |
Voluntariado
Apenas 11% dos brasileiros realizam hoje alguma atividade voluntária, segundo uma pesquisa encomendada pela Fundação Itaú Social ao Instituto Datafolha, no ano passado. O fomento ao voluntariado no ambiente de negócios é uma forma de aprimorar competências, como o trabalho cooperativo e a liderança, avalia o estudo.
Em 2014, as empresas mobilizaram 5421 voluntários – ou cerca de 20% da força de trabalho empregada no período. Esse contingente é ligeiramente inferior aos 5487 registrados em 2013, o que pode ser explicado pela participação de menor número de empresas na atual edição do relatório.
Ainda assim, o avanço é considerável se comparado a 2012, quando foram reportados 3500 voluntários. E, se houve queda no número total de voluntários, cresceu de 78% para 82% o número de empresas que ofereceram aos colaboradores este tipo de programa.
Doações
Paralelamente ao recurso financeiro que as empresas aportaram em iniciativas sociais, 43% das participantes também doaram medicamentos ou vacinas para diferentes destinatários, como ONGs e postos de saúde.
48% das empresas fizeram ainda doações dos mais variados tipos de produtos e materiais, como alimentos, brinquedos, computadores e roupas, entre outros itens.
18% Não (5)
82% Sim (23)
Programas de voluntariado
57% Não (16)
43% Sim (12)
Doação de medicamentos/vacinas
52% Não (14)
48% Sim (13)
Doação para projetos de terceiros
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 33
Empregabilidade
O relacionamento com colaboradores foi uma das áreas que mais mobilizaram o setor farmacêutico no ano passado. O levantamento realizado nesta seção procurou demonstrar como as empresas implementam suas práticas de gestão de pessoas, quais os modelos desenvolvidos e como valorizam seu capital humano.
Ações relativas a qualidade de vida e saúde, desenvolvimento profissional, diversidade e inclusão, relação entre gênero e liderança são alguns dos vetores analisados que ajudam a compor este perfil.
As 28 empresas aderentes ao relatório empregaram 26.967 funcionários em 2014. Ao longo do ano, 4.354 novos colaboradores foram admitidos e 4.109 desligados, perfazendo uma taxa de rotatividade de pessoas (turnover) de aproximadamente 16% – índice bem abaixo da média brasileira. Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) o turnover no país se situa ao redor de 43%, – descontados os desligamentos por transferência, aposentadoria, falecimento ou a pedido do trabalhador - e é de 35% se for considerado apenas o setor industrial. Os dados são de 2012, publicados em 2014.
Os resultados e a comparação indicam que a retenção de pessoas é um diferencial do setor farmacêutico, que implementou no ano passado 204 práticas de gestão que priorizaram os colaboradores, com um investimento de R$ 11 milhões.
Apenas a capacitação de funcionários envolveu cerca de 160 mil horas de treinamento – uma média de 5.700 horas por empresa.
A retenção e desenvolvimento de pessoas é um diferencial do setor farmacêutico, que implementou 204 práticas de gestão voltadas a colaboradores.
34 |
Gênero e liderança
Os dados coletados demonstram também que as empresas avançaram em vários aspectos relativos à empregabilidade, mas ainda têm pela frente um caminho de aperfeiçoamento em relação a determinados parâmetros, como por exemplo a relação entre gênero e liderança.
Do total de vagas disponíveis no ano passado, 55% eram ocupadas por homens e 45% por mulheres. Embora a distribuição por gêneros seja razoavelmente equilibrada no total de cargos, a distinção aparece claramente quando se consideram apenas as posições de liderança.
Entre as 12.260 mulheres empregadas, apenas 18% (2209 colaboradoras) ocupavam os postos mais altos da empresa, indicando que existe ainda espaço para o setor avançar nesta questão. O índice é superior à média nacional, – 15% em 2014, de acordo com levantamento do International Bussiness Report, que pesquisou cerca de 40 países – mas aquém da média mundial de 22%.
Diversidade e inclusão
No que diz respeito à gestão da diversidade, no entanto, as empresas farmacêuticas deram um grande salto no ano passado. Em 2014, 75% contavam com programas de diversidade – um avanço de 60% em relação a 2013, quando apenas 41% das companhias dispunham de ações estruturadas nessa área.
Além de programas para o desenvolvimento de lideranças femininas, essas iniciativas incluem cobertura de saúde para parceiros do mesmo sexo e o recrutamento e seleção de pessoas portadoras de necessidades especiais, entre outras ações. No ano passado, as empresas empregaram 728 pessoas com deficiência – 13 em posições de liderança.
18% em posição de liderança
Mulheres em posições de liderança
Total de mulheres
empregadas
25% Não (7)
75% Sim (21)
Programas de diversidade
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 35
Benefícios para colaboradores
No ano passado, as empresas do setor avançaram em todos os quesitos avaliados de seu modelo de gestão de pessoas. Benefícios como previdência complementar, programas de treinamento, de qualidade de vida, saúde e segurança estão presentes na rotina de mais de 90%
delas, confirmando o empenho do setor na retenção e desenvolvimento de pessoas.
A área que registrou o menor indicador foi a de planejamento de carreiras. Ainda assim, o índice de empresas que oferecem esse benefício cresceu de 69% em 2013 para 75% no ano passado.
Benefícios oferecidos aos funcionários
4% Não (1) 25% Não (7) 7% Não (2) 7% Não (2) 4% Não (1)
96% Sim (27) 75% Sim (21) 93% Sim (26) 93% Sim (26) 96% Sim (27)
91% Sim 69% Sim 81% Sim 91% Sim 94% Sim
2013 2013 2013 2013 2013
Previdência complementar
Plano de carreiraPrograma de
segurança e saúdeProgramas de
qualidade de vidaProgramas de treinamento
2014 2014 2014 2014 2014
36 |
Ética e transparência
De acordo com o Instituto Ethos, empresas cujos valores são percebidos como positivos pela sociedade tendem a ter vida longa, caso contrário tornam-se frágeis, sem competitividade e ficam suscetíveis a riscos de imagem e reputação.
A conduta socialmente responsável tem assumido relevância cada vez maior, especialmente neste momento em que consumidores – e a sociedade como um todo – estão cada vez mais conscientes, têm grande acesso à informação e exigem que instituições e empresas se elevem a um patamar no qual valores como ética, respeito e transparência predominem no relacionamento com todos os stakeholders.
Nesta seção do relatório vamos analisar o compromisso das empresas participantes com a ética nos negócios e como se dá sua interação com os outros elos da cadeia da Saúde: pacientes e ONGs, parceiros comerciais, profissionais de saúde, instituições pagadoras e Governo.
Código de Ética/Conduta
Quando se associam à Interfarma, as empresas assumem o compromisso de seguir o Código de Conduta da entidade, que estabelece as regras de boas práticas que devem nortear o relacionamento do setor farmacêutico com profissionais de saúde.
A maioria das companhias - 93% das participantes - possui também um código de ética ou de conduta próprios e, na prática diária, optam pela regra mais restritiva em suas ações de compliance, além de estender essas diretrizes à interação com outros públicos.
Ouvir e compreender o ponto de vista de diferentes públicos e assegurar que suas necessidades sejam levadas em consideração é uma tendência entre as empresas do setor.
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 37
O treinamento tem sido amplamente utilizado pelas empresas como ferramenta para que as premissas estabelecidas nos códigos sejam disseminadas pela companhia e incorporadas pelos colaboradores. Entre as empresas pesquisadas no relatório, 89% treinam periodicamente os funcionários com o objetivo de alinhar os novos com os princípios éticos da empresa e reciclar o conhecimento dos mais antigos.
Pacto Global
A adesão ao Pacto Global da ONU foi declarada por 52% das empresas. Considerado uma das maiores iniciativas globais de responsabilidade social empresarial, o Pacto é uma ferramenta de adesão voluntária de empresas que assumem o compromisso de apoiar e aplicar um conjunto de 10 princípios relacionados a direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Nesse quesito, o setor avançou consideravelmente em relação a 2013, quando o índice de adesão era de 31%.
7% Não (2)
93% Sim (26)
Código de Ética/Conduta próprio
89% Sim (25)
11% Não (3)
Programas de capacitação
48% Não (13)
52% Sim (14)
Adesão ao Pacto Global da ONU
38 |
Relatório de sustentabilidade/social
Muitas empresas associadas da Interfarma reportam globalmente seus dados de Responsabilidade Social, enviando-os para suas matrizes. No entanto, entre as companhias pesquisadas, 32% publicam regulamente relatórios de sustentabilidade ou social no Brasil. Houve um pequeno crescimento dessa prática em relação aos 28% apurados em 2013.
Engajamento de públicos de interesse
De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), as bases da boa governança variam de acordo com o ambiente corporativo no qual as organizações estão inseridas, mas quatro princípios devem sempre ser observados: transparência – as decisões e processos devem ser claros para todos os públicos de interesse (stakeholders); equidade – todos os interessados no negócio devem ser tratados de maneira igualitária; prestação de contas – não apenas dos recursos financeiros, mas em relação ao papel que exerce em relação aos stakeholders; e responsabilidade corporativa, que inclui a atuação da organização em seu contexto social.
Do total de empresas participantes do relatório, 89% declararam observar os princípios de governança corporativa. Elas reconhecem a importância crescente dos stakeholders no negócio, bem como a necessidade de integração com essas forças internas e externas que influenciam e são influenciadas pela sua atuação. Compreender o ponto de vista desses públicos e assegurar que suas necessidades sejam levadas em consideração tem sido uma tendência crescente na indústria farmacêutica.
O levantamento realizado para este relatório mostrou que as empresas do setor possuem iniciativas e práticas bem estabelecidas
68% Não (19)
32% Sim (9)
Relatório de Sustentabilidade ou Social
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 39
que pautam sua interação com todos os stakeholders. O engajamento e a gestão dos públicos de interesse integram os indicadores FarmaSustentáveis.
A maioria das ações é dirigida a pacientes e profissionais de saúde, mas elas se estendem também a outros públicos, como parceiros comerciais, instituições pagadoras e imprensa.
Engajamento de públicos de interesse
11% Não (3) 11% Não (3)4% Não (1)
4% Não (1) 52% Não (14) 7% Não (2) 4% Não (1)
89% Sim (25) 89% Sim (24)96% Sim (26)
96% Sim (26) 48% Sim (13) 93% Sim (25) 96% Sim (26)
100% Sim (28)
Observou princípios de governança e transparência
Estabeleceu relação
comercial justa com parceiros
comerciais
Manteve canais de contato com
pacientes
Contribuiu para a capacitação de parceiros comerciais
Procurou entender as
demandas de pacientes e de
ONGs
Dialogou com veículos de
comunicação
Forneceu subsídios técnicos a
instituições pagadoras
Dialogou com a classe
médica
40 |
Relacionamento com o Poder Público
O relacionamento com o Governo é estratégico para o setor farmacêutico. Por meio dessa interação, as indústrias, - diretamente impactadas por políticas públicas e legislações -, fazem chegar sua visão, opinião ou sugestões aos tomadores de decisão, podendo contribuir para a melhoria da qualidade da assistência à saúde no país.
Em 2014, 60% das empresas contaram com canais específicos para discutir questões setoriais e manifestar seus interesses ao Governo. Além do contato direto com autoridades, muitas também participaram de comitês e conselhos com a mesma finalidade.
A Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sinfar), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), câmaras de comércio, Conselho Regional de Farmácia (CRF) e Instituto Ethos foram algumas das instâncias utilizadas pelas companhias para dialogar com o Governo.
Relacionamento com fornecedores
O Código de Conduta da Interfarma explicita que a responsabilidade das empresas se estende a todos os atos praticados por terceiros, como distribuidores e empresas contratadas, sempre que atuarem sob sua orientação ou em seu nome.
Por isso, a transparência na relação com fornecedores e o alinhamento ético para que se pautem pelos mesmos princípios que as empresas são fundamentais para a indústria farmacêutica e fazem parte das práticas de compliance de muitas delas.
40% Não (10)
60% Sim (15)
Participação em comitês e conselhos
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 41
As participantes deste relatório investiram no ano passado cerca de R$ 2 bilhões em processos de avaliação, monitoramento, treinamento e demais iniciativas dirigidas a fornecedores. 48% acompanharam e levaram em conta a conduta socioambiental e de direitos humanos na contratação de fornecedores e 56% priorizaram aqueles que tinham boas práticas de sustentabilidade.
Relacionamento com consumidores / clientes
O papel dos consumidores – especialmente dos pacientes e das organizações que os representam – tem se tornado cada vez mais relevante para as empresas, assim como o grau de influência que exercem sobre suas decisões. Dar voz a esse público, conhecer suas necessidades, desejos e opiniões e aferir o seu grau de satisfação são vetores que mobilizam a indústria farmacêutica.
Para suprir as expectativas dos clientes, não é só a qualidade do produto que interessa, mas também a qualidade dos serviços prestados, o bom atendimento e uma informação adequada, que contribua, entre outras coisas, para o uso correto de medicamentos e maior adesão ao tratamento.
Com esta finalidade, no último ano, as empresas investiram ao redor de R$ 5,3 milhões em ações dirigidas a clientes e em iniciativas destinadas a implementar ou aperfeiçoar canais de comunicação com esse público.
Trata-se de uma estrutura robusta e estratégica de atendimento que inclui do sistema de farmacovigilância, realizado por profissionais especializados, ao call center e plataformas online, além de um arsenal de instrumentos e informações dirigidos a pacientes, cuidadores, médicos, enfermeiros, farmacêuticos, pesquisadores, instituições públicas e privadas, fontes pagadoras, entre outros.
52% Não (13)
48% Sim (12)
Avalia práticas de sustentabilidade na contratação de fornecedores
44% Não (11)
56% Sim (14)
Prioriza a conduta socioambiental na contratação de fornecedores
42 |
Em 2014, 96% das empresas mantiveram um serviço de atendimento ao cliente acompanhado por indicadores variados que permitem avaliar, por exemplo, a qualidade do serviço prestado. 65% também desenvolveram práticas para aferir a satisfação do cliente. E, em 81% dos casos, os feedbacks recebidos influenciaram as decisões tomadas pelas companhias.
4% Não (1)
96% Sim (25)
Serviço de atendimento ao cliente com indicadores 35% Não (9)
65% Sim (17)
Práticas para aferir a satisfação do cliente
19% Não (5)
81% Sim (21)
O cliente influenciou a decisão da empresa
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 43
Relacionamento com profissionais de saúde
Garantir eficácia, segurança, qualidade, informação e acesso dos pacientes a medicamentos é uma tarefa que envolve todos os atores da cadeia de saúde e que depende, intrinsicamente, da utilização adequada desses produtos por parte dos profissionais de saúde e pessoal de farmácia.
Como um indicador da importância desses públicos para a indústria farmacêutica, 96% das empresas participantes deste relatório contam com canais e processos bem estruturados de diálogo com esses profissionais e investem principalmente no treinamento e qualificação desse grupo. No ano passado, a indústria implementou 983 programas educativos dirigidos a esse público.
Diálogo com a imprensa
Em 2014, 93% das empresas participantes do relatório mantiveram um canal de comunicação com a imprensa. Para a indústria, esse relacionamento é uma forma de expressar de maneira objetiva e transparente para a sociedade seus valores e princípios e áreas de atuação.
A imprensa e as redes sociais têm sido grandes aliadas também nas campanhas de conscientização sobre prevenção e tratamentos de doenças, atingindo vários públicos.
Meio ambienteAs atividades relativas ao meio ambiente reportadas neste documento dizem respeito às empresas que possuem fábricas instaladas no Brasil. Como a coleta de dados abrangeu o universo total de empresas participantes, as que não possuem fábrica responderam “não” em cada indicador avaliado.
O controle do meio ambiente é crítico para a indústria farmacêutica e faz parte dos indicadores denominados FarmaSustentável. O cuidado rigoroso com a qualidade e segurança dos produtos é um dever das empresas do setor e está diretamente ligado à gestão ambiental e sanitária de todas as etapas dos processos que desenvolve, garantindo boas práticas e o cumprimento dos requisitos legais nessas duas esferas.
Monitorar e controlar o meio ambiente é fundamental para a indústria farmacêutica garantir segurança sanitária e ambiental a seus produtos e processos.
44 |
A dupla preocupação com o meio ambiente e com a qualidade e segurança dos medicamentos tem levado as indústrias de setor a adotar políticas e sistemas de gestão ambiental que possibilitem o monitoramento, a prevenção de riscos e o controle permanentes dos danos ambientais ao longo de todo o processo produtivo.
Entre as empresas respondentes, 71% possuíam políticas estruturadas de meio ambiente no ano passado e 82% declararam contar com um programa de gestão ambiental – ferramentas fundamentais para controlar e adequar as atividades industriais, aumentar a segurança dos processos, preservar recursos, reduzir desperdícios e minimizar impactos ambientais.
Para implementar ou aperfeiçoar suas ações de controle ambiental, o setor investiu cerca de R$ 4 milhões no ano passado. Como parte das políticas e programas de gestão voltados ao meio ambiente, 75% das empresas também adotaram metas ambientais específicas e criaram sistemas de monitoramento para acompanhar seu desempenho.
As ações para aumentar a eficiência ambiental das empresas tiveram como foco principalmente a redução do consumo de água (68%), da geração de resíduos (57%) e do gasto de energia (54%). 39% das empresas também adotaram metas para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa. Os 25% que reportaram não possuir sistema de monitoramento se enquadram no grupo de empresas que não têm fábrica no país.
29% Não (8)
71% Sim (20)
Política de Meio Ambiente
18% Não (5)
82% Sim (23)
Programa de gestão ambiental
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 45
Consumo de água e energia
O monitoramento do consumo de água e energia foi praticado por 86% das empresas pesquisadas, que adotaram uma série de iniciativas para reduzir o uso desses recursos. Campanhas de conscientização, planos de contingência, reuso de água, utilização de energia solar e melhor aproveitamento da iluminação natural foram algumas das estratégias empregadas para estimular e implementar o uso responsável de água e energia.
Emissão de gases de efeito estufa
O Brasil é um dos dez maiores emissores de CO2 do planeta e responde por cerca de dois terços das emissões globais, segundo
Iniciativas ambientais internas
86%
86%
89%
64%
Mede consumo de energia
Mede consumo de água
Monitora as emissões de gases
de efeito estufa
Sistema de monitoramento com metas ambientais
54%
39%
57%
25%
68%
Aumento da eficiência energética
Redução da emissão de CO2 e outros gases causadores do
efeito estufa na atmosfera
Não possuía sistema de monitoramento para os
itens citados
Redução da geração de resíduos sólidos
Redução do consumo de água
Possui programa de gestão de resíduos
Iniciativas internas de gestão ambiental
Os programas de gestão ambiental implementados pela indústria farmacêutica incluíram a análise e controle do consumo de água e energia, emissão de gases de efeito estufa e gestão de resíduos. Em relação a essas iniciativas internas de controle do meio ambiente, o setor avançou em média 20% em todos os parâmetros analisados na comparação com 2013. Houve progresso inclusive no número de companhias que passaram a contar com um sistema de gestão ambiental, que há dois anos não ultrapassava 53% do total de empresas.
46 |
o Observatório do Clima. Parte significativa dessas emissões provém de desmatamentos, dos setores de energia, transporte e agropecuário e das atividades industriais, de acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
No setor farmacêutico, a preocupação com a emissão de gases de efeito estufa decorrente das operações tem aumentado ano a ano, bem como os programas de gestão para reduzi-la. Entre as empresas pesquisadas neste relatório, 64% monitoram as emissões desses gases. Em 2013, o monitoramento era realizado por 47% das indústrias.
Para reduzir as emissões, as empresas com fábrica no Brasil adotaram uma série de medidas, como o estabelecimento de metas, substituição do combustível das caldeiras, estímulo ao uso de etanol pelas frotas de veículos e até parcerias com ONGs para promover compensação por meio do plantio de árvores.
Gestão de resíduos
O gerenciamento de resíduos na indústria farmacêutica é extremamente importante para minimizar riscos ambientais e de saúde pública decorrentes da operação das empresas. A legislação que regulamenta o tema é bastante restritiva, contribuindo para que a indústria farmacêutica tenha uma atuação cada vez mais segura e responsável.
No ano passado, 89% das companhias participantes do relatório contavam com programas específicos para o gerenciamento de resíduos – 11% a mais do que em 2013. Os programas abarcam os resíduos gerados ao longo de todo o processo em laboratórios, unidades fabris e escritórios e estabelecem diretrizes para a destinação final. Algumas companhias se ocupam inclusive do descarte de produtos e materiais utilizados por clientes.
A destinação dos resíduos está diretamente ligada à categoria de risco na qual se enquadram. As medidas adotadas pelas empresas variam da coleta seletiva e reciclagem, ao coprocessamento, incineração e envio para aterros sanitários.
Iniciativas externas de gestão ambiental
O relatório fez um levantamento também das iniciativas ambientais externas implementadas pelas empresas, mensurando quesitos como a discussão da questão ambiental com outros grupos de interesse, preservação da biodiversidade, políticas de não utilização de recursos provenientes da exploração ilegal e uso de fontes renováveis de energia.
Assim como ocorreu em relação às iniciativas ambientais internas, também nesse bloco de ações o setor avançou consideravelmente no comparativo com 2013.
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 47
Iniciativas ambientais externas em 2014
Iniciativas ambientais externas em 2013
50%
47%
26%
16%
58%
37%
50%
28%
Debateu a questão ambiental com o governo/comunidade
Debateu a questão ambiental com o governo/comunidade
Desenvolveu projetos para preservação da biodi-versidade (conservação de áreas protegidas e/ou
programa de proteção a animais ameaçados
Desenvolveu projetos para preservação da biodiversi-dade (conservação de áreas protegidas e/ou programa
de proteção a animais ameaçados
Política de não-utilização de recursos naturais explorados ilegalmente
Política de não-utilização de recursos naturais explorados ilegalmente
Iniciativas para o uso de fontes de energia renovável
Iniciativas para o uso de fontes de energia renovável
48 |
Considerações finaisO Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015/Ano Base 2014 cumpre mais uma etapa do compromisso das associadas da Interfarma de reportar e dar visibilidade às suas práticas corporativas, implementadas tanto no ambiente interno das empresas quanto no âmbito externo, e demonstrar seus reflexos na multiplicidade de relações que estabelecem cotidianamente.
As 28 associadas da Interfarma que participaram do relatório implementaram em conjunto, no ano passado, 2148 ações de responsabilidade socioambiental – um recorde desde que o primeiro documento foi lançado há seis anos. Nesse período, cresceu também o número de empresas com programas e estratégias estruturados de responsabilidade social.
O levantamento revelou que as ações e os investimentos tiveram como foco principalmente as áreas da saúde, educação e assistência social e beneficiaram praticamente todas as faixas etárias da população, atingindo dezenas de milhões de pessoas.
As empresas avançaram em práticas de governança e no engajamento de stakeholders, aprimorando a relação com todos os públicos com os quais interagem.
Três deles receberam atenção especial e investimentos consideráveis: colaboradores, o que revela um esforço do setor para reter talentos; clientes – aumentou o número de canais dirigidos a este público e a necessidade de utilizar indicadores para medir sua satisfação com produtos e serviços; e fornecedores, que passaram a ser selecionados também em função de suas práticas éticas e socioambientais.
O setor evoluiu ainda em todos os parâmetros analisados de gestão ambiental.
Não restam dúvidas de que a indústria farmacêutica vem aperfeiçoando sua atuação a cada ano. Porém, como este é um processo contínuo, ainda há muito por ser feito, tanto na esfera individual das empresas, quanto em trabalho conjunto a ser realizado por intermédio da Interfarma.
Da mesma forma, também é possível progredir em relação à própria visão que as empresas têm de responsabilidade socioambiental e sustentabilidade e, sobretudo, em relação ao papel e espaço que reservam a esta prática. Em compasso com as novas tendências e debates que envolvem o tema, ela pode - e deve - ser cada vez mais integrada ao âmbito geral do negócio.
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Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015 – Ano base 2014 | 49
Relatório de Responsabilidade Socioambiental 2015
Ano Base 2014