RELATORIO DO ESTAGIO II PARTE TRÊS

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL Curso de Pedagogia

Relatrio de Estgio Curricular II Ensino Fundamental

Acadmicas: Ana Cristina Brando da Silva Lucinia Maria da Silva Rosa

RELATRIO DO ESTGIO CURRICULAR II

Aripuan/MT Maro/2011 SUMRIO

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1 DADOS DE IDENTIFICAO 1.1 NOME DA INSTITUIO: Universidade Luterana do Brasil - ULBRA 1.2 TTULO DO TRABALHO: A prtica pedaggica nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental 1.3 NOME DO ALUNO: Lucinia Maria da Silva Rosa 1.4 NOME DOS SUPERVISORES DO ESTAGIO: REGENTE: Cezenir Carlos de Siqueira VIRTUAL: Beatriz Cristina Seibert Hasse PRESENCIAL: Marilza Ferreira Incio 1.5 NOME DA DISCIPLINA DE ESTGIO: 1.6 NOME DA INSTITUIO ONDE REALIZOU O ESTAGIO: Escola Municipal Professora Wilma Calvi Batistti 1.7 DATA:

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INTRODUO

Este trabalho uma exigncia curricular do curso de Pedagogia da Universidade Luterana do Brasil ULBRA, que tem como objetivo relatar a experincia docente no perodo de estgio. O estgio foi realizado com uma turma de 3 Ano, alunos na faixa etria de 8 anos de idade da Escola Municipal Professora Wilma Calvi Battisti do Municpio de Aripuan/MT, no perodo de 10 a 29 de novembro de 2010. O corpo do trabalho ser assim constitudo: inicialmente abordaremos sobre a prtica pedaggica nos anos iniciais do Ensino Fundamental, trazendo a contribuio dos filsofos estudados neste curso de Graduao que abordam sobre a prtica pedaggica nos anos iniciais do Ensino Fundamental e sobre a importncia da ludicidade neste processo de ensino aprendizagem. Em seguida faremos uma abordagem sobre a caracterizao da realidade da escola e das observaes realizadas na semana de estgio. Fechando o trabalho traremos o Projeto de Interveno desenvolvido e as consideraes finais sobre a experincia docente neste perodo de estgio.

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2 A PRTICA PEDAGGICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

As rpidas mudanas ocorridas na sociedade e o grande volume de informaes esto refletindo-se no ensino, exigindo, desta forma, que a escola no seja uma mera transmissora de conhecimentos, mas que seja um ambiente estimulante, que valorize a inveno e a descoberta, que possibilite criana percorrer o conhecimento de maneira mais motivada, crtica e criativa, que proporcione um movimento de parceria, de trocas de experincias, de afetividade no ato de aprender e desenvolver o pensamento crtico reflexivo. No ensino fundamental deve ocorrer a formao bsica do cidado, que deve ter uma noo geral acerca do seu ambiente social e natural, dos valores da sociedade, da organizao poltica, da tecnologia e das artes. A escola no apenas um prdio escolar: um ponto de encontro entre sujeitos que esto fazendo a histria, a sua histria e a histria de seu pas. Portanto, a educao escolar precisa ser vivida plenamente, pelo prazer de aprender e ensinar a compreender o mundo, todos vivenciando esse processo juntos, professores e alunos. A educao corresponde a um projeto de sociedade. Cada sociedade, a partir da sua constituio, imprime um sentido prprio formao que deseja para os indivduos que a integram. Educar para a cidadania uma formao que as escolas almejam.Educar o cidado no apenas incluir uma disciplina sobre cidadania no currculo escolar, cumprindo formalmente uma exigncia prevista em uma educao democrtica. A educao para a cidadania envolve a participao do cidado nas decises sobre assuntos pblicos, sobre o questes relacionadas a sociedade em que est inserido. (OYARZABAL, 2008, p.30)

Na perspectiva construtivista de Piaget, o comeo do conhecimento a ao do sujeito sobre o objeto, ou seja, o conhecimento humano se constri na interao homem-meio, sujeito-objeto. Conhecer consiste em operar sobre o real e transform-lo a fim de compreend-lo, algo que se d a partir da ao do sujeito sobre o objeto de conhecimento. As formas de conhecer so construdas nas trocas com os objetos, tendo uma melhor organizao em momentos sucessivos de adaptao ao objeto. A adaptao ocorre atravs da organizao, sendo que o organismo discrimina entre estmulos e sensaes, selecionando aqueles que ir organizar em alguma forma de estrutura. A adaptao possui dois mecanismos opostos, mas complementares, que garantem o processo de desenvolvimento: a assimilao e

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a acomodao. Segundo Piaget, o conhecimento a equilibraro/reequilibraro entre assimilao e acomodao, ou seja, entre os indivduos e os objetos do mundo.Cabe mencionarmos que Piaget, em nenhuma de suas obras, sugere um mtodo de ensino ou d tcnicas para o professor. O que ele busca, de fato, apontar uma estrutura ideal para a construo e desenvolvimento do conhecimento. Afirma ainda que as instituies de ensino deveriam considerar a importncia do brincar e do brinquedo no processo de desenvolvimento. Assim Piaget busca um ensino que seja mais integrado. Que no considere o aluno um ser zerado de conhecimento e vivncia. O que ele prope um ensino a partir do que o aluno j sabe, acrescentando novos conceitos aos conceitos existentes e propondo uma nova forma de ver os conceitos j existentes. Assim, acredita ele, teremos cidados pensantes e crticos. (CORREA, 2008, p.33).

Para o autor o brincar supe tambm o aprendizado de uma forma particular de relao com o mundo marcado pelo distanciamento da realidade da vida comum. Ao observarmos as crianas e os adolescentes de nossas escolas brincando, podemos conhec-los melhor, ultrapassando os muros da escola, pois uma parte de seus mundos e experincias revela-se nas aes e significados que constroem nas suas brincadeiras. Isso porque o processo do brincar referencia-se naquilo que os sujeitos conhecem e vivenciam. Os estudos da psicologia baseados em viso histrica e social dos processos de desenvolvimento infantil apontam que o brincar um importante processo psicolgico, fonte de desenvolvimento e aprendizagem. De acordo com Vygotsky, um dos principais representantes dessa viso, o brincar uma atividade humana criadora, na qual imaginao, fantasia e realidade interagem na produo de novas possibilidades de interpretao, de expresso e de ao pelas crianas, assim como de novas formas de construir relaes sociais com outros sujeitos, crianas e adultos. Sabemos que o sentido da vida de uma criana a brincadeira, pois atravs da mesma que a criana reproduz situaes concretas do cotidiano de um adulto. Ao brincar e jogar a criana fica to envolvida com o que est fazendo que se expressa todo o seu sentimento e emoo. Os jogos e brincadeiras, no apenas um entretenimento, mas uma atividade que possibilita a aprendizagem de vrias habilidades. No podemos esquecer que toda e qualquer brincadeira deve ter um objetivo, e sua funo contribuir para o desenvolvimento fsico, psquico, social e cultural da criana. O modo como organizamos o trabalho pedaggico est ligado ao sentido que atribumos escola e sua funo social; os modos como entendemos a criana; aos sentidos que damos infncia e adolescncia aos processos de ensino-aprendizagem. Em sntese, est ligado nossa concepo de educao: educar pra qu? Educar para que as crianas e os adolescentes

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possam cada vez mais compreender o mundo em que vivem por meio do trabalho pedaggico com os conhecimentos que tm e com aqueles conhecimentos de que vo, aos poucos, se apropriando.Para alcanar os objetivos, o trabalho a partir da vida do aluno o caminho mais coerente, entendendo por que sua vida assim como se apresenta como o meio em que vive, como sua histria. Mas a deve-se ter cuidado para no enaltecer demais a prpria individualidade, pois ningum vive sozinho no mundo, pelo contrrio, a prpria vida o resultado de uma construo socializada e socialmente distribuda, embora isso no signifique igualdade na prtica do dia-a-dia. (BASEGIO e MEDEIROS, 2008 p. 19)

A escola , ento, lugar de encontro de muitas pessoas; lugar de partilha de conhecimentos, idias, crenas, sentimentos, lugar de conflitos, portanto, uma vez que acolhe pessoas diferentes, com valores e saberes diferentes. A organizao do trabalho pedaggico, ento, deve ser pensada em funo do que as crianas sabem, dos seus universos de conhecimentos, em relao aos conhecimentos e contedos que consideramos importantes que elas aprendam. Ao desenvolver conhecimentos sobre o seu meio, a criana aprende a compreender outros meios mais distantes dela nas dimenses de espao e tempo. Outro ponto importante que, a partir dos estudos do meio e de suas mltiplas relaes, a criana desnaturaliza aquilo que lhe aparece dado como sendo a realidade, ou seja, deixa de perceber o mundo como pronto e acabado e passa a entend-lo como o resultado de uma construo social, a qual se d custa de inmeros fatores e determinaes.Atividades investigativas, na maioria das vezes, despertam no estudante o esprito cientfico, uma vez que, ao levantar hipteses, buscar comprovaes e organizar justificativas lhe do esse carter prprio. Os PCNs afirmam que entre os objetivos do ensino fundamental esto o desenvolvimento do esprito de investigao, o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas e a argumentao sobre conjecturas. (LEIVAS, 2008, p.27)

Curiosidades despertam e motivam os estudantes busca de solues de problemas, tornando a matemtica mais agradvel e eliminando a considerao que fazem de ser sempre a mesma coisa, reproduo de exerccios de calculo. Os PCNs mostram que o professor precisa de diversos materiais de apoio para planejar suas aulas, principalmente jornais, revistas e livros, com a finalidade de auxiliar na assimilao e na acomodao de conceitos necessrios construo do conhecimento.

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2.1 A ludicidade na promoo de uma aprendizagem significativa Atravs das atividades semanais de docncia com as crianas do 3 ano da EM Prof Wilma Calvi Batistti, percebemos que no devemos estar preparados somente para ensinar mais aberta principalmente para aprender e compartilhar o conhecimento, pois as crianas possuem um conhecimento muito grande e esta troca de experincias possibilita tanto o desenvolvimento infantil quanto o aperfeioamento de nossa prtica pedaggica. Em sala de aula devemos experimentar, mas no arriscar mtodos descontextualizados do cotidiano das crianas com a inteno de inovar, sem prever interveno para reverses que no deram certo. Temos que ser prticas e dinmicas no manejo com a turma.O professor deve organizar a aula acomodando informaes provenientes tanto dos elementos culturais presentes no grupo de alunos, quanto dos elementos concentrados pelo contedo da matria. Deve reunir, nos exerccios relacionados, a pratica e a teoria, as quais valorizem do mesmo modo o aluno e sua histria, assim como as pesquisas cientificas e histricas j acumuladas na sociedade. (BEMVENUTI, 2008, p. 196)

Durante a realizao desse estgio, percebemos que para as crianas se sentirem motivadas a novas aprendizagens, elas precisam se interagir umas com as outras, trocando experincias, atravs de debates sobre os temas trabalhados. Sempre que propnhamos um novo tema as crianas, realizvamos uma roda de conversa onde cada um expunha o seu conhecimento prvio sobre o assunto. E nesta troca de experincias, ns como educadoras amos acrescentando novos pontos de aprendizagem, sem impor o conhecimento e sim buscando a ampliao deste. Segundo Fuhrmann (2008, p.84) O trabalho com os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental pode e deve ser o mais ldico possvel, a partir da realidade do educando. A aprendizagem algo que se constri e aprimora-se paulatinamente passo a passo, com perseverana e pacincia, visto que cada um possui necessidades educacionais diferenciadas. Situao em que as dificuldades de aprendizagem apresentada sejam provenientes da baixa estima, ou carncia afetiva. Esse segundo estgio para ns como docente, sendo realizado com crianas das series iniciais, foi uma experincia muito prazerosa e inesquecvel, apesar das dificuldades

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que tivemos no inicio, mas descobrimos que a interao aluno/professor imprescindvel para que ocorra uma aprendizagem de fato. Para Bemvenuti (2008, p. 196) Ao valorizar o sujeito aprendiz, a escola resgata a sua funo social, revitalizando as relaes no espao escolar como um espao integrador, dinmico, vivo, ao invs de um lugar cristalizado como transmissor de contedos da matria. Aprender com prazer, aprender brincando, brincar aprendendo, aprender a aprender, aprender a crescer: a escola sim, espao de aprendizagem. Mas para que a aprendizagem se torne significativa para a criana preciso que a escola valorize o aluno.No existem pessoas sem conhecimento. Elas no chegam vazias. Chegam cheias de coisas. Na maioria dos casos trazem juntas consigo opinies sobre o mundo, sobre a vida. O construir uma aula no est no deixar fazer s por prazer, mas na relao de convivncia, quando a riqueza do saber cultural dos sujeitos integrantes do grupo aliada ao contedo da matria, dando sentidos e significados ao estudo. (BEMVENUTI, 2008, p. 191)

importante que o professor pense nas crianas como sujeitos ativos que participam e intervm no que acontece ao seu redor, porque suas aes so tambm forma de reelaborao e de recriao do mundo. Nos seus processos interativos, a criana no apenas recebe, mas tambm cria e transforma. Por isso importante ler, escrever e resolver problemas, mas sem exigir muito rigor inicialmente.Assim, nos anos iniciais importante continuar a realizar atividades com jogos e brincadeiras, que permitam aos alunos interagir com os materiais utilizados e com as pessoas, para que vivenciem situaes prticas e contextualizadas. (SILVEIRA, 2008, p. 116)

Para a autora as atividades para esse nvel de ensino ainda podem e devem continuar a ter caractersticas ldicas, que possibilitem aprendizagens prazerosas. Para desenvolver o interesse e o aprendizado real, as crianas necessitam de atividades que passem por simples brincadeiras, nas quais o aprendizado seja associado a atividades prazerosas e saudveis ao mesmo tempo. Assim, para o professor, necessrio transformar as informaes tcnicas em uma linguagem que seja fundamentada no cotidiano e preparar a aula observando os diferentes aspectos da realidade que os alunos entendem. Antes de planejar a aula, o professor precisa observar seus alunos. Essa observao deve perpassar sua prpria prtica, a relao dos alunos com o conhecimento, os saberes produzidos em aula e os movimentos necessrios para isso, portanto, uma observao atenta.

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3 CARACTERIZAO DA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA WILMA CALVI BATTISTI 3.1 Histrico da Instituio

A Escola Municipal Professora Wilma Calvi Batistti recebeu esse nome em homenagem a uma professora com vrios anos de bons servios prestados na rede municipal de Ensino e que faleceu em outubro de 1997, ao ser atropelada num acidente de trnsito na Avenida 02 de dezembro em Aripuan. A Escola Municipal Professora Wilma Calvi Batistti, oferece os nveis de Ensino: Educao Infantil e Ensino Fundamental do 1 ao 5 Ano. Est situada na Rua Comendador Manoel Pedro de Oliveira n 1525 Quadra 110, Bairro Cidade Alta no municpio de Aripuan/MT. Foi criada pelo Decreto Municipal n 926/98 e autorizada pela Resoluo n 184/98/CEE/MT. Sua criao surgiu da necessidade de se ter uma escola mais prxima s crianas que passaram a residir no bairro que estava iniciando. Com a construo desse Estabelecimento de Ensino dotado de toda infra-estrutura, foi possvel receber tambm os alunos da Escola Municipal Frei Caneca que era pequena e prxima. A construo do prdio escolar teve incio em janeiro de 1998, com a construo record da primeira ala, com duas salas de aula e um poo artesiano que usado tambm pela comunidade, neste ano a Escola terminou o ano letivo com 320 alunos. No ano de 2010 a escola atende 408 alunos matriculados na Educao Infantil (PrEscola) e Ensino Fundamental do 1 ao 5 ano. Oferece no contra turno aulas de teatro, dana, pintura, karat, hip hop, coral e flauta. Neste mesmo ano a escola passou a oferecer aulas de informtica a todos os alunos. A Escola adota o regime de Gesto Democrtica, sendo que os cargos de diretor e coordenador foram eleitos pela comunidade escolar para um mandato de 2 anos. A atual Diretora Professora Rita Maltezo foi eleita para o binio 2009/2011.

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3.2 Estrutura fsica da Escola Municipal Professora Wilma Calvi Battisti

A estrutura fsica da instituio excelente, tendo salas amplas, bem arejadas e ventiladas. As salas dispem de carteiras suficientes para os alunos, cadeiras e mesas para uso dos educadores, os moveis so adaptados a turma como, por exemplo: os armrios utilizados para guardar os materiais como livros, revistas dicionrio, uns so maiores outros menores. Os materiais pedaggicos dispostos para auxiliar nas eram de boa qualidade e sempre que solicitamos fomos atendidos imediatamente a direo sempre tentando suprir as exigncias dos professores proporcionando materiais necessrios que favoream no desenvolvimento da aprendizagem da criana. O ambiente externo oferece um ptio todo gramado com muitas rvores, uma horta para auxiliar na alimentao dos discentes e uma quadra esportiva coberta onde realizada a aula de educao fsica, tambm aberta para eventos da comunidade. H outras dependncias como: laboratrios de informtica, biblioteca, salas administrativas para direo, coordenao, secretaria e almoxarifado. O refeitrio com equipamentos e utenslios necessrios para que uma cozinha funciona adequadamente, atendendo a normas exigidas pela vigilncia da sade. A escola conta hoje, com 35 funcionrios, sendo: 20 professores, 01 articulador, 01 tcnico em informtica, 01 secretaria, 01 auxiliar de secretaria, 03 vigias, 02 merendeiras, 04 zeladoras, 01 coordenadora e a direo sob responsabilidade da professora Rita Maltezo, desde o inicio de 2009.

3.3 Projeto Poltico Pedaggico da Escola Municipal Professora Wilma Calvi Battisti

O projeto poltico pedaggico um documento de suma importncia na instituio escolar. o conjunto de normas de metas que a escola, professores e comunidade devem alcanar para com seus alunos, ali est traado todos os meios que devero ser percorridos para obter o objetivo em cada fase de ensino. O PPP normatiza a escola da suporte ao professor para que o mesmo possa desenvolver todos os contedos de acordo com que proposto a cada ano.Deve ser elaborado de forma clara e com a participao de todos,contam com o apoio,dialogo, sugestes de profissionais que atuam na instituio pais, e comunidade

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escolar levando sempre em considerao as necessidades da criana e no por mera obrigao ou imposio. No entanto deve ser verdadeiramente libertador e participativo, visando construir um novo caminho. Segundo Vasconcelos

O ppp (...) deve expressar de maneira simples o que no significa simplista, as opes, os compromissos, a viso de mundo e as tarefas assumidos pelo (...) esclarece que de pouco adianta um projeto com palavras alusivas, chaves, citaes e mais citaes quando a comunidade sequer lembra a existncia.

Na escola Wilma Batistti o PPP disponibilizado na sala dos professores, coordenao e direo de livre acesso para todos. reformulado sempre no inicio do ano letivo, de forma coletiva, havendo respeito fala de cada um ,pois, os educadores que tem a participao direta com o PPP desde da sua elaborao, em relao os contedos,necessidades do aluno o seu desenvolvimento ser mais eficaz durante o trabalho a ser realizado. preciso lembrar que, para que o PPP repercuti na vida dos educando, primeiramente devem repercutir na vida de todos os integrantes da escola, podendo assim,os educadores sentirem os efeitos do projeto em suas vidas e vai se aprimorando em seu dia-a-dia ,e estabelecer uma parceria entre eles. Portanto, o PPP tem a finalidade de nos proporcionar o dialogo, a interao entre as equipes da escola, possibilitando que todos os envolvidos expressem suas opinies. De modo que, possamos conhecer quem so os alunos, suas necessidades, previso dos dias letivos, conhecerem a realidade onde a escola est inserida, entram outras. O PPP nunca est completamente pronto, a cada dia na pratica surge desempenhos novos ou diferenciados do esperado e conduz a uma desconstruo, reconstruo, pois, PPP dinmico.

3.4 Leitura da realidade da Escola Municipal Professora Wilma Calvi Battisti A Escola Municipal Professora Wilma Calvi Battisti localizada no Bairro Cidade Alta no Municpio de Aripuan, atende a Educao Infantil na modalidade Pr-Escola de 4 a 5 anos de idade e o Ensino Fundamental do 1 ao 5 Ano.

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A localizao privilegiada da escola possibilita acesso tanto aos alunos do bairro quanto aqueles que moram nas proximidades do Centro e do Bairro Boio. Atende tambm alguns alunos da zona rural do municpio. A escola sempre cedida comunidade para a realizao de cursos de capacitao, curso de ps-graduao, cursos de aperfeioamento, dentre outros. A quadra da escola tambm utilizada pela populao que contribui com um valor simblico para ajudar com o pagamento de energia. O quadro docente da Escola composto por profissionais efetivos e Graduados. Possui Conselho Escolar que auxiliam a Gesto no gerenciamento dos recursos financeiros da escola, bem como nas tomadas de decises. A escola bem equipada o que favorece a aprendizagem dos alunos. No ano de 2010 a escola teve o maior Ideb do municpio, uma demonstrao clara que o ensino ofertado de qualidade.

3.5 Relato das observaes na turma da prtica de estgio No decorrer dessas semanas de regncia do dia 16 a 29 de novembro de 2010, desenvolvemos com os alunos do 3 ano da Escola Municipal Prof Wilma Calvi Batistti, o tema gua. Aps a elaborao do projeto, comeamos a planejar as atividades que seriam desenvolvidas em sala de aula. Dentre elas destaco: cpia e leitura de texto relacionado ao tema, desenhos, histrias, caa palavras, interpretao e resoluo de problemas utilizando as quatro operaes matemticas, ditados, conversa informal e debate sobre o tema gua. O presente estgio ns permitiu um contato direto com os alunos e professores o que ns proporcionou uma viso real da Escola e da metodologia adotada nas sries iniciais. Para desenvolver o projeto de docncia foram utilizados diversos materiais didticos na elaborao do plano de aula, como: livros de histrias, materiais educativos e livros didticos. Ao selecionar os materiais ns preocupamos com a receptividade dos alunos, quanto ao contedo trabalhado e sua compreenso, respeitando a realidade de cada um, e seu desenvolvimento cognitivo, partindo do conhecimento prvio dos alunos, visando ampliao destes conhecimentos de forma coletiva, o que possibilitou a realizao das atividades prticas de forma significativa e prazerosa.

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As aulas iniciavam sempre com uma orao em seguida a correo das atividades do dia anterior, tirando alguma dvida e relembrando algumas partes importantes da aula. Durante essas semanas de estgio desenvolvemos atividades relacionadas ao Projeto gua. Na primeira semana falamos sobre a importncia da gua para a vida, onde os alunos puderam identificar as utilidades da gua e a sua presena na natureza. Atravs de conversa informal os alunos identificaram os principais rios de nosso Municpio. Alguns deles s conheciam o rio principal que corta a nossa cidade: o Rio Aripuan. Porm alguns j conheciam outros rios existentes em nosso municpio, pois possuem familiares que moram em stios e fazendas, onde esses rios passam. Utilizamos o mapa do Estado de Mato Grosso para que os alunos pudessem observar a quantidade de rios existentes em nosso Estado e Municpio. Atravs de leituras de textos sobre o tema gua, foi possvel ampliar e desenvolver a interpretao de alguns alunos que tinham alguma dificuldade de leitura e interpretao. Realizamos atividades de ditado, separao de slabas, caa palavras, cruzadinhas, interpretao de texto a fim de desenvolver a leitura e a escrita. As situaes problemas apresentadas aos alunos possibilitou a estes o desenvolvimento de clculos matemticos utilizando as quatro operaes matemticas. Para a elaborao das atividades utilizamos situaes corriqueiras que as crianas vivenciam em seu dia-a-dia. O desperdcio de gua foi um dos focos que priorizamos nessas semanas de estgio, pois percebemos que a maioria das pessoas no usa a gua com racionalidade. As crianas perceberam que precisam economizar a gua, pois sabem que esta um bem finito. Entenderam tambm os cuidados que devemos ter com a gua que bebemos, esta deve ser fervida ou filtrada antes de ser consumida. A maioria das crianas busca gua no poo artesiano da escola e segundo relato destas, a maioria das crianas no possuem filtro de gua em suas casas. Realizamos uma visita ao Departamento de gua e Esgoto de Aripuan - DAE, para que as crianas observassem e entendessem o processo pelo qual a gua passa antes de chegar a suas casas. 3.6 Leitura da realidade da sala de aula Para cumprir com as exigncias do curso de Pedagogia para as Sries Iniciais, na segunda semana do ms de novembro de 2010, nos

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apresentamos a coordenao pedaggica da Escola Municipal Prof Wilma Calvi Batistti para proceder as observaes das turmas das sries iniciais. Durante os dias 10 e 11/11/2010 que realizamos as observaes fomos encaminhadas as turmas do 3 Ano e pudemos constatar que a rotina a mesma para todas as turmas desta faixa etria, mudando apenas as estratgias utilizadas pelas professoras levando sempre em considerao o desenvolvimento cognitivo destas. As crianas quando chegam escola, as menores so encaminhadas pelos pais ou responsveis at a sala de aula, as maiores entretanto, se dirigem sozinhas sala onde os professores j os esperam com a sala de aula organizada para o inicio das aulas. Para iniciar a aula a maiorias dos professores fazem uma orao, corrigem a tarefa de casa e do inicio as atividades de acordo com o planejamento semanal. Os planos de aula so elaborados pelas professoras baseados em projetos pedaggicos e com o auxilio do livro didtico. Os alunos demonstram interesse nas atividades elaboradas. A interao, a coletividade, a harmonia e os valores trabalhados em sala de aula fazem com que as professoras tenham certo domnio dos alunos, possuindo habilidade e levando os alunos a participarem o que torna as aulas atrativas. As aulas prosseguem at a hora do intervalo para o lanche, a professora acompanha a turma em fila at a cozinha onde eles recebem a merenda e seguem at o refeitrio. O cardpio diferenciado durante a semana de acordo com a orientao do Nutricionista da Secretaria Municipal de Educao e Cultura. Aps as crianas retornarem para a sala de aula, onde do prosseguimento as atividades do dia. Percebemos tambm que alguns alunos tm dificuldade com a leitura e escrita tendo aula de reforo mesmo assim no obtendo um bom resultado. No trmino da aula as crianas arrumam os seus materiais e vo para casa, sempre com um dever de casa. Em suma, este perodo foi gratificante porque nos permitiu produzir saberes e novos conhecimentos sobre a docncia.

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3.7 Caracterizao dos alunos com nfase pedaggica A nova LDB concedeu maior autonomia e flexibilidade s escolas para organizarem seu currculo. Conforme seu art. 23 a educao bsica poder ser organizada de vrias formas: sries anuais, perodos semestrais, ciclos, alternncia regular de perodos de estudos, grupos no-seriados ou outra forma pedagogicamente recomendada.Nos Ciclos de Formao, a lgica a do sucesso e no a do fracasso escolar. Garantir a aprendizagem de todos os alunos, respeitando seus ritmos, seus tempos, suas experincias e as caractersticas de sua faixa etria, o que essa proposta prioriza. (OYARZABAL, 2008, p.134)

Nos Ciclos de Formao, segundo a autora, parte-se da idia de que todos podem aprender. Entretanto, para se alcanar a aprendizagem de todos, tornou-se necessrio inverter a lgica da escola seriada e estabelecer como prioridade e compreenso das fases da vida do aluno e o respeito aos seus conhecimentos prvios, aproximando a realidade escolar do cotidiano da comunidade. A Escola Municipal Professora Wilma Calvi Battisti organizou seu currculo em Ciclos de Formao, oferece alm da Educao Infantil, do 1 ao 5 Ano do Ensino Fundamental de nove anos. Neste sistema de ensino os alunos so agrupados conforme sua faixa etria levando em considerao o ritmo de aprendizagem de cada um. 4 Projeto 4.1 Projeto de interveno gua 4.2 Turma 3 Ano 4.3 Durao duas semanas 4.4 JUSTIFICATIVA Reconhecendo a importncia da gua para a vida de todos os seres do planeta, e a eminente diminuio da mesma a cada dia, devido a problemas como: assoreamento dos rios, poluio, desperdcio, foi escolhido esse tema visando sensibilizar e conscientizar o aluno,

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(este um transmissor de conhecimento para toda a comunidade) atentando para o uso racional da gua e da preservao do meio-ambiente, como forma de garantir uma fonte futura. Este projeto ser desenvolvido com aproximadamente 26 alunos do 3 ano da Escola Professora Vilma Calvi Batistti no municpio da Aripuan /MT. Este projeto ter durao de duas semanas.

4.5 OBJETIVO GERAL Sensibilizar os alunos quanto a importncia da gua para os seres vivos e compreender o ciclo da gua na natureza. 4.6 Objetivos Especficos

Reconhecer a importncia da gua para a vida; Identificar as utilidades, da gua e a sua presena na natureza; Compreender o ciclo da gua e o sistema de medidas-litros; Identificar os cuidados que devemos ter com a gua potvel, e conhecer os estados fsicos da mesma (slido, liquido e gasoso); Identificar o percurso da gua do rio ate as casas; Perceber a existncia da gua no nosso corpo e nos alimentos; Conhecer as causas da poluio da gua;

4.7 FUNDAMENTAO TERICA A gua uma substncia qumica composta de hidrognio e oxignio, sendo essencial para todas as formas conhecidas de vida. freqente associar-se a gua apenas sua forma ou estado liquido, mas a substncia tambm possui um estado slido, o gelo, e um estado gasoso, designado vapor de gua. A gua cobre 71% da superfcie da terra. Na terra, ela encontrada principalmente nos oceanos. 1,6% encontra-se em aqferos e 0,001% na atmosfera como vapor, nuvens

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(formadas de partculas de gua slidas e liquida suspensa no ar) e precipitao.Os oceanos detm 97% da gua superficial, geleiras e calotas polares detm 2,4%, e outros, como rios, lagos e lagoas detm 0,6%da gua do planeta. A gua na terra se move continuamente segundo um ciclo de evaporao e transpirao (evapotraspirao), precipitao e escoamento superficial, geralmente atingindo o mar. A evaporao e a transpirao contribuem para a precipitao sobre a terra. A gua essencial para os humanos e para as outras formas de vida. Ela age como reguladora de temperatura, diluidora de slidos e transportadora de nutrientes e resduos por entre os vrios rgos. Bebemos gua para ajudar na diluio e funcionamento normal dos rgos para em seguida ser eliminada pela urina e por evaporao nos poros, mantendo a temperatura corporal e eliminando resduos solveis, como sais e impurezas. As lagrimas so outro exemplo de eliminao de gua. A gua desempenha um papel importante na economia mundial, j que ela funciona como um solvente para uma grande variedade de substancias qumicas, alm de facilitar a refrigerao industrial e o transporte. Cerca de 70% da gua doce do mundo consumida pela agricultura.

4.8 CONTEDOS

A importncia da gua para a vida; Interpretao do texto gua na natureza; Identificar a presena da gua no mapa-mndi e porcentagem de gua doce e salgada; Conhecendo os rios de nosso municpio e o ciclo da gua, leitura da historinha Gotinha plimplim Poluio da gua; Estado fsico da gua (slido, liquido e gasoso) e a existncia da gua em nosso corpo;

4.9 METODOLOGIA Para o desenvolvimento do projeto, realizamos pesquisa na internet sobre o tema gua. Na seqncia foi trabalhado em sala atividades, de leitura e interpretao, leitura de

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histria, e atividades diversificadas envolvendo a escrita de palavras significativas sobre o assunto estudado.

4.10 RECURSOS UTILIZADOS Livros de histrias: Atividades xerocadas; Livros didtico e outros;

4.11 AVALIAO Os alunos sero avaliados atravs da participao nas aulas e no desenvolvimento das atividades. 4.12 REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS http://cantinholudico.forumeiros.com/projetos-f6/projeto-agua-t93.htm http://PT.wikipedia.org/wiki%C3% 81gua

5 CONSIDERAES FINAIS O desenvolvimento deste estgio foi imprescindvel para nossa formao acadmica, uma vez que, atravs dele pudemos relacionar teoria e prtica de maneira que a compreenso dos contedos estudados ficassem mais claros. No decorrer de todo processo de estgio em sala de aula, utilizamos atividades ldicas no desenvolvimento do Projeto gua com a as crianas do 3 Ano, que foi imprescindvel para que estas compreendessem de forma significativa e prazerosa os temas abordados.

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Entende-se que o ldico em situaes educacionais proporciona no s um meio real de aprendizagem como permite tambm que adultos perceptivos e competentes aprendam sobre crianas e suas necessidades. No contexto escolar isso significa professores capazes de compreender onde as crianas esto em sua aprendizagem e desenvolvimento geral, o que por sua vez, d aos educadores um ponto de partida para promover novas aprendizagens nos domnios cognitivo e afetivo, para a construo de saberes significativos. A partir das premissas levantadas neste estudo, constatou-se que, o sucesso da aprendizagem da criana se estabelece atravs de uma prxis pedaggica que leve em considerao a criana como um ser com caractersticas e ritmos prprios, os quais podem ser trabalhados atravs de atividades ldicas, as quais contribuem para a vida afetiva pela satisfao encontrada nas atividades, e pelo alvio de tenses que permitem um clima de satisfao para o aluno, assim como encorajam o desenvolvimento intelectual por meio de exerccio da ateno e da imaginao, e tambm pelo uso progressivo de processos mentais mais complexos (comparao e discriminao) e pelo estmulo imaginativo. Em suma, deve-se trabalhar a criana, tomando como ponto de partida que esta um ser com caractersticas individuais e que precisa de estmulos para o seu crescimento e desenvolvimento, de forma a possibilitar-lhes fatores fundamentais como, a criatividade, a capacidade inventiva, a iniciativa e, acima de tudo, o desenvolvimento de um senso crtico, objetivando o favorecimento da aprendizagem infantil. Isto significa redimensionar s prticas pedaggicas na aprendizagem infantil, onde o ldico representa a plena libertao do homem. Com base nos objetivos do estgio, nos resultados obtidos e no referencial terico foi possvel concluir que a ludicidade de suma importncia para a criana nas sries iniciais, por favorecer um desenvolvimento fsico, emocional e cognitivo mais completo e harmonioso. Compreendeu-se tambm que o desenvolvimento do estgio curricular uma ferramenta pedaggica imprescindvel no curso de graduao, uma vez que, nos favoreceu o contato direto com os alunos no ambiente escolar, possibilitando assim, a associao da teoria e prtica.

REFERENCIAS

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ANEXOS

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