Relatório do Plano Estrutural - Brasil 2010 · ... Distribuição conceitual de centros comerciais Rod ... lazer, recreação, cultura e outros serviços ... desenvolveu o Mapa de

Relatório do Plano Estrutural - Brasil 2010

Corredor Multimodal de Belo Horizonte 142

típico para quantum de varejo é uma área construída de 80

centímetros quadrados por pessoa. Baseado na população total

projetada, uma área comercial total de 1,3 milhão de metros

quadrados é requerida. Usando a porcentagem típica dividida

mostrada na Figura 6.14, o quantum comercial geral foi calculado em

aproximadamente 4,37 milhões de metros quadrados (Tabela 6.8).

Tabela 6.8: Quantum Comercial Proposto

Componente % GFA (m2)

Varejo 30 1.300.000

Escritório 50 2.200.000

Hotel 20 867.000

Total 100 4.367.000

Demanda – Área Comercial

No nível do Plano Estrutural, não é realístico distribuir o quantum

comercial total em locais específicos dentro das municipalidades

individuais. Mais adiante devem ser feitos estudos na fase de plano

diretor detalhado em termos de disponibilidade do solo, forças de

mercado prevalecentes, compatibilidade com usos do solo

circunvizinhos, presença de infraestrutura e integração com a rede de

transporte.

Para propósito de salvaguarda do solo, a demanda total de área

comercial foi calculada usando a população total projetada de 1,63

milhão, além da zona de influência da população e do tamanho de

cada hierarquia de centro comercial. O número de centros comerciais

e área de terreno necessária são mostrados na Tabela 6.9.

Capítulo 06: Propostas de Planejamento

143

Tabela 6.9: Demanda por área comercial

Hierarquia Provisão Tamanho (ha) Nº necessário Total (ha)

Nível I Centro regional Nível da RMBH 50 1 50

Nível II Centro sub-regional ou

especial

1 para cada 550.000

habitantes 30 3 90

Nível III Centro da

cidade

1 para cada 125.000

habitantes 20 12 240

Nível IV Centro do

bairro 1 para cada 5.000

habitantes 5 326 1.630

Total 2.010

Provisão – Área Comercial

Foi explicado no Capítulo 5 que cada zona terá um quantum designado

de área comercial. Baseado nisso, a oferta total de área comercial para

o local de estudo foi calculada (Tabela 6.10). A diferença entre a oferta

e a demanda por área comercial é mostrada na Tabela 6.11.

Tabela 6.10: Oferta de área comercial

Zona Oferta (ha) %

Residencial 1.639 50,5

Aerotrópolis 415 12,8

Industrial 326 10,0

Resi-Rec 317 9,8

Recreação 235 7,3

Resi-In 199 6,0

Distrito Comercial Regional 115 3,6

Total 3.247 100

Tabela 6.11: Comparação de oferta e demanda por área comercial

Oferta (ha) Demanda (ha) Déficit (-) / Superávit (+)

3.247 2.010 (+) 1.237



6.3.4. Distribuição proposta

Além do centro da cidade de Belo Horizonte existente que funciona

como Zona Comercial Central para o todo o Estado de Minas Gerais,

foram propostos quatro níveis adicionais de centro comercial para o

local de estudo (como mostrado na Tabela 6.9). São ilustradas as

distribuições estratégicas e geográficas destes centros nas Figuras 6.15

e 6.16 respectivamente.

Figura 6.15: Distribuição estratégica de centros comerciais

Nível BH: Ex. DEC

Nível I: Ex. Centro Regional

Nível II: Ex. Centro Sub-regional / Centro Especializado

Nível III: Ex. Centro Municipal


145

Figura 6.16: Distribuição conceitual de centros comerciais

Rod. Existente Rod. Proposta Centros Comerc.



É necessário notar que o quantum comercial proposto e os locais

mostrados são apenas indicativos. O quantum exato e o local dos

centros comerciais terão que ser estudados mais adiante e

determinados separadamente. Sua implantação também terá que ser

faseada de acordo com o plano diretor de desenvolvimento geral e o

crescimento da população de cada municipalidade. Dessa forma, o

crescimento e o desenvolvimento serão apoiados, melhorando a

qualidade de vida e satisfazendo as necessidades dos residentes.

Os detalhes de cada hierarquia de centro comercial serão elaborados

em breve.

Centro Comercial de Nível I

O centro comercial de Nível I - ou Distrito Empresarial Regional (DER) -

serve todo o local de estudo. Ele fica estrategicamente situado à

junção onde a Linha Verde cruza o Rodoanel em Vespasiano e está

próximo do novo Centro Administrativo.

Esta extensão de desenvolvimento pode ser nomeada “Vislumbre de

Belo Horizonte” (Figura 6.17), pois une o AITN, o DER e o Centro

Administrativo, criando um corredor distinto e evidente quando

visitantes chegam por via aérea e que viajam diariamente do

aeroporto para a cidade de Belo Horizonte.

O RBD é o principal núcleo comercial e tem um foco regional e amplo.

É uma jurisdição apropriada para contatos e interações empresariais e

profissionais internacionais. Contêm um grande conjunto de negócios

regionais, serviços profissionais, estabelecimentos de saúde

especializada e educação, lojas de varejo e opções de entretenimento

e turismo.

Edifícios comerciais no DER terão as fachadas diretamente para as

principais vias e é vislumbrado para prover uma imagem vibrante e

atraente para a RMBH. Para alcançar impacto visual até mesmo nos

viajantes entre o trabalho e a residência, alguns marcos como edifícios

e núcleos com usos complementares serão desenvolvidos.


147

Figura 6.17: “Vislumbre de Belo Horizonte”

Para assegurar a vibração do DER, uma combinação conveniente de

varejo, escritórios, hotéis e apart- hotéis serão propostos juntamente

com uma tipologia adequada de edifícios (Figura 6.18). Também serão

estabelecidas instituições de ensino suficientes para satisfazer o

treinamento profissional de trabalhadores e profissionais qualificados.

12

AITN

Admin.

Centre

‘Glimpse of

Horizon’ Zone

Green Line

Proposed

Level-I

CentreRoadonal

Vislumbre de Belo Horizonte horizonte

Linha Verde



Figura 6.18: Perspectivas de um DER vibrante e visualmente atraente

Instalações recreativas e de esportes, inclusive pistas de corrida e

salões multiuso, serão incluídas nas premissas. Isto criará um ambiente

para se ‘trabalhar - viver - divertir - aprender’ dentro do Distrito

Empresarial.

Centros Comerciais de Nível II

Estes centros sub-regionais ficam situados em três localizações dentro

do local de estudo – Sabará, Betim e Lagoa Santa – para servir uma

zona de influência populacional de aproximadamente 500.000

habitantes cada um (Figura 6.19).

O Centro de Nível II proposto em Sabará age como um catalisador para

impulsionar o crescimento da Municipalidade. Os centros em Betim e

Lagoa Santa apoiam as respectivas municipalidades para aumentar sua

identidade zonal. Estes centros são os focos para uma grande região

crescente, com acesso fácil a serviços governamentais, gama de bens e

compras comparáveis, saúde e educação, lazer, recreação, cultura e

outros serviços.

Figura 6.19: Centros Comerciais de Nível II


149

Centro Comercial de Nível III

Além de servir a população de cada municipalidade, os centros de

Nível III são marcos visuais e de atividade que criam um senso de

localidade e chegada (Figura 6.20). Cada municipalidade terá um

centro municipal que serve como um ponto de conveniência onde as

necessidades de residentes são atendidas por uma gama de lojas de

apoio que vendem bens de conveniência, estabelecimentos coletivos

selecionados, serviços médicos e de cuidado pessoais. Também pode

incluir escritórios de empresas locais.

Figura 6.20: Centro Comercial de Nível III

Centro Comercial de Nível IV

O número de centros de Nível IV a serem providos está baseado no

número de bairros. Os residentes de cada bairro terão acesso fácil a

estes centros de bairro (Figura 6.21).

Estes centros de bairro consistem tipicamente de um pequeno

agrupamento de lojas e serviços atendendo às necessidades diárias de

residentes dentro de um bairro em particular. Estes não são mostrados



no nível do Plano Estrutural, mas seu local exato pode ser indicado nos

planos diretores detalhados.

Figura 6.21: Centros Comerciais de Nível-IV

6.4. Uso institucional

6.4.1. Introdução

Instituições são necessárias para manter um nível de vida adequado

para a população que vive no local de estudo. Instituições são

definidas como estabelecimentos coletivos que variam de saúde básica

e serviços sociais até educação, artes e cultura. Provisões para o local

de desenvolvimento incluem estabelecimentos educacionais,

coletivos, esportivos e de recreação, instalações de cuidado da saúde e

outras necessidades cívicas institucionais para fazer do local de estudo

um lugar mais habitável.

O tipo de edifícios e provisão de área para uso institucional dependeria

muito das necessidades cotidianas das comunidades. Isso leva em

conta as necessidades de ampla abrangência das pessoas que vivem,

trabalham, estudam e visitam o local de estudo. Estas instituições são

analisadas em nível municipal para melhorar ainda mais sua


151

acessibilidade e reduzir a necessidade de usuários de viajarem e se

deslocarem entre o trabalho e a residência.

É crucial notar que a necessidade de estabelecimentos coletivos

dentro de uma área é afetada pelo desenvolvimento de atividades

comerciais, residenciais e industriais. Nova provisão ou expansão de

instalações existentes e serviços serão requeridos conforme a

população residencial cresce. Igualmente, quando negócios crescem e

atraem mais empregados e visitantes ao local de estudo, a demanda

por instituições e serviços aumentará correspondentemente. Como tal,

um excesso de provisão de solo é fornecido para assegurar que a área

adequada esteja disponível para futuras mudanças e expansões.

Da esquerda para a direita: Co-localização de delegacia de polícia e corpo de bombeiros; Escola com instalações para esportes que estão abertas para uso público.

Isto repercute o objetivo geral de ‘encorajar o crescimento econômico

sustentável e o desenvolvimento infraestrutural coordenado’. A

presença de um comitê da autoridade local supervisionando todas as

necessidades institucionais é importante para assegurar que os

desenvolvimentos estejam mais sincronizados e arranjados no mesmo

tempo das necessidades existentes. Este movimento melhora a

eficiência geral de recursos e utilização do solo.



6.4.2. Condições existentes

A RMBH consiste de 34 municipalidades com uma população

total de 5,08 milhões de habitantes. As treze municipalidades

do local de estudo estão nesta região, com 1,97 milhões de

habitantes residentes no local.

O local de estudo é em grande parte um local não

desenvolvido, incluindo 58,8% de áreas a serem preservadas e

conservadas, e 20,9% de áreas a serem usadas para

desenvolvimento. Como mostrado na Tabela 6.12, áreas

urbanizadas atualmente ocupam apenas 20,3% do local geral

de estudo.

Tabela 6.12: Visão geral da área disponível no local de estudo

Categoria Total (ha) Porcentagem (%)

Área urbanizada 42.612,71 20,3

Área a ser preservada 64.255,33 30,5

Área a ser conservada 59.605,57 28,3

Área satisfatória para desenvolvimento 43.912,38 20,9

Total 210.385,98 100

Fonte: Relatório Geral de Avaliação Ambiental (2009), da Praxis Consultoria Ltda.

Áreas urbanas incluem instalações residenciais, comerciais, industriais,

recreativas e públicas (instituição), além de outros usos urbanos. Cada

municipalidade tem seu próprio Plano Diretor com provisões

diferentes em cada nível municipal.

Em 2008, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano (SEDRU)

desenvolveu o Mapa de Correspondência de Zoneamento

Metropolitano para estabelecer a relação entre os diferentes

regulamentos locais de uso do solo. Como isto é uma formulação

relativamente nova, nenhuma informação está disponível sobre a

provisão existente de instituições.

Educação e Lugares de Culto

A Figura 6.22 mostra dois tipos de instituições na RMBH que são

importantes para satisfazer as necessidades sociais e religiosas da

comunidade: lugares de culto e instituições de ensino. Igrejas são

Local de Estudo em relação à RMBH


153

comuns a todas as municipalidades e variam em tamanho e

significação histórica. Algumas das igrejas foram construídas há

séculos e são preservadas como marcos históricos. A UFMG é uma

universidade pública e é um das cinco maiores universidades do Brasil,

oferecendo 48 cursos de graduação que incluem Medicina, Direito,

Economia, Engenharia, Ciência e Arte. Medindo uma área de 879

hectares, a UFMG emprega aproximadamente 4.445 pessoas e tem um

total de 32.692 estudantes universitários e pós-graduandos em 2008.

Figura 6.22: Uma igreja em Sabará; Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), situada na Pampulha.

Esportes e Recreação

Esportes, particularmente futebol, continuam sendo a paixão dos

brasileiros. O local de jogo esportivos na Região Metropolitana está

centralizado na Pampulha em Belo Horizonte. O Estádio do Mineirão

(Figura 6.23) recebe muitas partidas de futebol de seus clubes, e será

um dos estádios anfitriões para a Copa do Mundo FIFA de 2014,

quando o Brasil será a nação anfitriã.

O Estádio Coberto do Mineirinho, situado próximo ao Estádio do

Mineirão, é o local para jogos de voleibol da seleção brasileira de

voleibol e para jogos de basquetebol. Esta arena esportiva coberta tem

capacidade para 25.000 pessoas e pode acomodar shows

internacionais de artistas como Iron Maiden, Green Day, Roberto

Carlos e Disney on Ice.



Figura 6.23: O Estádio do Mineirão fica situado próximo ao Estádio Coberto do Mineirinho na Pampulha.

6.4.3. Objetivos

Há três objetivos-chave de provisão institucional para o local de

estudo:

1. Melhorar a qualidade de vida da comunidade;

2. Prover acessibilidade ao maior número de usuários;

e

3. Compatibilizar a demanda diversa por instalações

coletivas.

Como exposto na introdução desta seção, instituições são necessárias

para manter um padrão de vida adequado. A qualidade de vida da

comunidade é melhorada com a provisão adequada de instituições

coletivas que ficam convenientemente localizadas para pessoas com

diferentes estilos de vida. Por exemplo, hospitais e corpos de

bombeiros devem ser localizados em áreas altamente acessíveis que

sejam bem conectadas a redes de rodovias devido ao tempo de

resposta imediato requerido durante emergências. A acessibilidade e

provisão adequada ajudarão a melhorar a qualidade de vida

comunitária.

Embora a área reservada para propósitos de instituição não seja

grande ou abrangente, seria bom não só considerar questões de

transporte relacionadas à acessibilidade como também o impacto de

localizar as instalações em uma área. Instituições atraem uma quantia

razoável de pessoas e um plano adequado deve ser elaborado para

não causar problemas futuros de congestionamento de tráfego,

questões de segurança ou estacionamento impróprio na área. É

adequado que os principais desenvolvimentos institucionais sejam

acompanhados por um plano de transporte que administre a


155

necessidade de viagens dos que acessam as instalações por outros

meios além de carros privados.

Outros fatores também deveriam ser considerados durante a execução

dos objetivos anteriores. Primeiramente, a escala e gama de

instalações propostas no local de estudo devem estar de acordo com o

caráter da área circunvizinha e o caráter proposto para cada cidade, e

ainda considerar a habilidade da área para acomodar as atividades

propostas.

Localização de instituições de maior porte como uma universidade

com 200 hectares não devem ser localizadas em Vespasiano, uma Zona

Comercial Regional proposta onde é esperado que o volume de

tráfego seja alto perto da Linha Verde. Ao invés disso, localizá-las em

Pedro Leopoldo é uma opção mais viável devido à vasta quantia de

área disponível para desenvolvimento e para atingir o caráter ‘Resi-In’

previsto para Pedro Leopoldo.

Em segundo lugar, a provisão de novas instituições deveria levar em

conta a distribuição e a provisão existente de instalações. Uma super-

provisão de um tipo particular de instituição corre o risco de prejudicar

o caráter da área e pode resultar em impacto social cumulativo

indesejável.

6.4.4. Provisões

Metodologia

Para a área de estudo, um padrão de provisão indicado para

instituições é provido para guiar a salvaguarda de área para o

corredor. As recomendações são feitas com base em benchmarking de

provisões em cidades mundiais. Geralmente, provisões para

instituições são determinadas com base nos 1,63 milhão de habitantes

projetados para o local de estudo (por exemplo, uma universidade por

1.000.000 habitantes, etc).

Porém, o padrão de provisão geral provê só um esboço da estimativa

do número de instalações e amenidades requeridas pelo local de

estudo com base na população geral. O próximo passo é a análise em

nível municipal e o estudo de viabilidade de recursos e instalações

compartilhados entre municipalidades. Isto é necessário para

assegurar que a distribuição de instituições seja mais difusa e previna a



super-provisão de algumas instalações em municipalidades de

tamanho populacional pequeno.

Além disso, este passo leva em conta as características de cada

municipalidade previstas no Plano Estrutural geral. Algumas

instituições são designadas em municipalidades com caráter específico

para não corroer a identidade da cidade e da comunidade.

Tipos de Instituições

Instituições de ensino

Este é um subconjunto de instituições, consistindo de universidades,

escolas secundárias, escolas primárias e instituições vocacionais. O

espectro completo, como qualquer outro tipo institucional, não é

exaustivo e pode se expandir para incluir pré-escolas, politécnicas e

outras escolas particulares onde for aplicável. Baseado nos quatro

tipos de instituições de ensino, um total de 694 hectares de área são

exigidos para atender a demanda no local de estudo (Tabela 6.13).

Tabela 6.13: Número proposto e área reservada para instituições de ensino

Tipos

Recomendação Proposto

Padrão Tamanho

(ha) Número Tamanho (ha)

Universidade 1 para cada 1.000.000 hab

200 1 200

Escola secundária 1 para cada 20.000 hab

3 71 213

Escola primária 1 para cada 12.000 hab.

2 121 242

Instituição vocacional 1 por municipalidade 3 13 39

Total 206 694

A universidade é a instituição com maior extensão de área dentro do

uso do solo de educação. Atualmente, a universidade mais próxima da

área de estudo é a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

situada na Pampulha. Para atender a demanda crescente por

educação, pode ser estabelecida outra universidade de classe mundial

e que deveria atrair nomes do exterior.

É esperado que o setor de educação contribua com 3.000 empregos

para o local de estudo até 2030, conforme o relatório estrutural

estratégico do local de estudo. Construir outra universidade faz a

geração de empregos mais realística. Há uma necessidade por

educação de qualidade dentro do local de estudo para minimizar o


157

tráfego e movimento para Belo Horizonte e dar o pontapé inicial no

desenvolvimento institucional em Pedro Leopoldo. A universidade

pode se especializar em ecologia, se aproveitando da proximidade com

a região da APA Carste para futuros avanços em pesquisa.

Instalações coletivas

Exemplos de instalações coletivas incluem centros comunitários,

biblioteca, casa para idosos e orfanato. Baseado nas providências

indicadas, são necessários 10,5 hectares de área para uso como

instalações coletivas (Tabela 6.14).

Tabela 6.14: Número proposto e área reservada para instituições coletivas

Tipos Recomendação Proposto

Padrão Tamanho (ha) Número Tamanho (ha)

Centro comunitário 1 por municipalidade 0,4 13 5,2

Asilo para Idosos 1 para cada 500.000 hab

0,5 3 1,5

Biblioteca 1 para cada 200.000 hab

0,5 5 2,5

Orfanato 1 para cada 100.000 hab

0,1 13 1,3

Total 34 10,5

Instalações Esportivas e Recreativas

Instalações esportivas e recreativas, juntamente com parques e

espaços abertos, têm um papel essencial no desenvolvimento físico e

mental de adultos e crianças. Para facilitar um estilo de vida saudável,

residentes requerem acesso conveniente a instalações esportivas e

recreativas. Estas instalações ficam mais bem situadas próximas a

zonas habitacionais para encorajar o uso e por conveniência.

Instalações esportivas como estádio coberto, complexo esportivo,

complexo de natação e clube de recreação ficam mais bem situados

próximos uns aos outros para administrar o tráfego mais eficazmente

durante a alta estação ou durante a recepção de eventos

internacionais. Esta integração de instalações esportivas pode ser vista

como um centro de esportes individual que serve os residentes em

cada cidade. Eventualmente, haverá um total de treze centros

esportivos, distribuídos quase uniformemente pelas municipalidades e

ocupando 79,2 hectares de área (Tabela 6.15).



Tabela 6.15: Número proposto e área reservada para instalações esportivas e recreativas



Estádio coberto* 1 p/ cada 150 mil hab 1,2 11 13,2

Complexo esportivo* 1 p/ cada 150 mil hab 3,0 11 33,0

Complexo de natação* 1 p/ cada 150 mil hab 1,5 11 16,5

Clube de recreação* 1 p/ cada 150 mil hab 1,5 11 16,5

Total 44 79,2

Instalações de Assistência Médica

Devem ser providas instalações de assistência médica suficientes para

melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem no local de

estudo. Dependendo das necessidades da comunidade, deveriam ser

providos hospitais de tamanhos diferentes e policlínicas. Para hospitais

menores e policlínicas, estas instalações podem ser localizadas em

desenvolvimentos de uso misto como centros comerciais para

conveniência.

A provisão de instalações de assistência médica deve ser monitorada

regularmente, pois qualquer aumento na população local gerada pelo

desenvolvimento pode subsequentemente aumentar a pressão sobre

uma gama de serviços e instalações de saúde. Baseado na nova

população residencial projetada no local de estudo, um total de 66

hectares de área foi salvaguardado para a provisão de instalações de

assistência médica (Tabela 6.16).

Tabela 6.16: Número proposto e área reservada para instalações de assistência médica



Policlínica 1 p/ cada 30 mil hab 0,5 47 23,5

Hospital (≤ 100 leitos) 1 p/ cada 100 mil hab 0,5 13 6,5

Hospital (101-200 leitos) 1 p/ cada 200 mil hab 1,0 6 6,0

Hospital (201-500 leitos) 1 p/ cada 400 mil hab 5,0 3 15,0

Hospital (≥ 501 leitos) 1 p/ cada 500 mil hab 5,0 3 15,0

Total 72 66


159

Instalações diversas

Instalações diversas incluem instituições cívicas como hospitais

veterinários, delegacias de polícia, corpos de bombeiros e agências dos

correios. Como refletido na Tabela 6.17, são requeridos 17,6 hectares

de área para estas instalações diversas.

Tabela 6.17: Número proposto e área reservada para instalações diversas

Tipos

Recomendação Proposto

Padrão Tamanho

(ha) Número Tamanho (ha)

Agência dos correios 1 p/ cada 200 mil hab 0,25 8 2,0

Delegacia de polícia 1 p/ cada 200 mil hab 1 7 7,0

Corpo de bombeiros 1 p/ cada 250 mil hab 1 7 7,0

Hospital veterinário 1 p/ cada 500 mil hab 0,4 4 1,6

Total 26 17,6

No total, serão salvaguardados 867,3 hectares de área para a provisão

de várias instalações institucionais. Note que a lista para instituições

não é exaustiva e pode ser ampliada para incluir mais instalações para

satisfazer a comunidade.

6.4.5. Demanda e Oferta

A oferta de área para instituições é computada com base na análise de

todas as municipalidades conforme seu caráter designado e intenções

de desenvolvimento. Uma porcentagem é fixada para cada tipo de uso

do solo dentro de cada municipalidade.

Uma cidade predominantemente residencial (por exemplo Ribeirão

das Neves, Santa Luzia e Betim) terá naturalmente uma porcentagem

mais alta de área dedicada a instalações institucionais devido à maior

população residente (Tabela 6.18). É esperado que 72,7% da

população no local de estudo viva nestas três municipalidades. Como

tal, a oferta de instalações coletivas nestas três municipalidades é mais

alta para satisfazer as necessidades da população. É crucial notar que o

desenvolvimento de instalações institucionais ainda depende

grandemente da demanda e do crescimento da população na área.

Para as municipalidades menores, o compartilhando de instalações

seria suficiente devido ao melhor custo-eficiência.



Tabela 6.18: Oferta de área para instalações institucionais

Zona Área (ha) %


Resi-In 662 17,3


Industrial 326 8,5

Resi-Rec 159 4,2

Distrito Empresarial Regional 161 4,2

Recreação 118 3,1

Total 3.822 100

A provisão de área a ser reservada para instalações institucionais foi

decidida desde o começo. Um total de 3.822 hectares de área (Tabela

6.18) estava reservado para este propósito. Baseado na demanda total

de 867,3 hectares de área, há na verdade um excesso de 2.954,7

hectares. Estes podem ser reservados para contingência e/ou uso para

satisfazer futuros desenvolvimentos e demanda por instalações

institucionais que não foram incluídas neste estudo.

6.4.6. Estratégias

Para cumprir os objetivos dispostos na seção 6.4.3, três estratégias

foram consideradas e adotadas na distribuição da área institucional

(Tabela 6.19).

Tabela 6.19: Objetivos do Plano Institucional

Objetivos Estratégias

Melhorar a qualidade de vida comunitária

Formulação de padrões de provisão adequados/apropriados para cada instalação

Prover acessibilidade ao maior número de usuários

Alocar em locais estratégicos que aumentam a acessibilidade e o uso

Compatibilizar a demanda diversa por instalações coletivas

Integração de usos compatíveis para aperfeiçoar a utilização do solo

A distribuição é guiada pelos padrões de provisão apropriados para

cada instalação como refletido na Seção 6.4.4. As instalações foram

alocadas em locais estratégicos para aumentar sua acessibilidade e

uso. Como um guia, há mais instalações localizadas em cidades

residenciais pois é onde estará a maioria da demanda entre agora e


161

2030. Além disso, uma integração de usos compatíveis também será

proposta para aperfeiçoar a utilização do solo.

Para ilustrar, podem ser localizadas instalações de assistência médica

de nível comunitário dentro de áreas comerciais. Instalações diversas

como delegacias de polícia também podem ser localizadas dentro das

composições de um centro comunitário. Esta integração facilita

movimento e provê um destino único para atender necessidades

comunitárias diferentes. Estas estratégias estão alinhadas com os

objetivos de prover acessibilidade ao maior número de usuários e

assegurar que as instalações são compatíveis com a demanda diversa

requerida pela comunidade.


A distribuição de instituições proposta no plano para 2030 é guiada

pelos objetivos, estratégias, demanda/oferta, e consideração das

condições existentes. Esta distribuição leva em conta o melhor local

para os diferentes tipos de instituições no local de estudo.

Como a área requerida para instituições é pequena, estes locais são

conceituais e devem ser providos pela autoridade local

desenvolvedora das áreas localizadas. A Figura 6.22 mostra o

agrupamento de várias instituições para satisfazer as necessidades dos

residentes. A concentração de instituições é evidente nas cidades

residenciais pois é onde as instalações institucionais são mais

necessárias.



Figura 6.22: Plano Institucional Proposto

Rodovia Existente

Rodovia Proposta

Área Residencial

Educação

Instalações Comunitárias

Esportes e Recreação

Instal. de Assist. Médica

Usos variados


163

6.5. Espaços Abertos & Recreação

6.5.1. Introdução

Espaços abertos, também conhecidos como ‘áreas verdes’, não só têm

um papel importante nas cidades como parte da natureza, mas

também como base de processos ecológicos urbanos para sustentar a

paisagem e o caráter de uma cidade. Eles contribuem para o

aprimoramento da relação entre as pessoas, a estrutura urbana

construída e a natureza. Espaços abertos têm quatro funções básicas:

a. Satisfação estética

b. Recreação

c. Estruturar formas urbanas

d. Reservas naturais

Parques públicos e de bairro, parques infantis, trilhas a pé, passeios à

margem d'água, espaços abertos comunitários, verdes e conectores

verdes e de parques locais são todos elementos de espaços abertos.

Outros espaços públicos como praças, ruas e centros comerciais de

passagem que provêm acesso a pé ao centro da cidade também estão

incluídos nesta categoria.

O plano de Espaços Abertos objetiva integrar os espaços abertos

formais e informais e conectá-los para formar um sistema de parque

nacional abrangente. Uma abordagem integrada e estratégica para o

planejamento de espaços abertos é essencial para salvaguardar a

qualidade de vida regional e também o bem-estar econômico para

alcançar a visão do local de estudo de um futuro sustentável.



Aproximadamente 58% da região compreendem Florestas Atlânticas,

Bioma de Savana brasileira e outras reservas de florestas. 15 dessas

áreas de natureza ficam situadas dentro do local de estudo e são

classificadas como Unidades de Proteção Total:

1. Reserva da Vida Selvagem Cauaia

2. Parque Estadual Cerca Grande

3. Parque Estadual de Confins

4. Monumento Natural Escrivania

5. Monumento Natural Experiência da Jaguará

6. Monumento Natural Lapa Vermelha

7. Parque Estadual Macaúbas

8. Monumento Natural Planalto das Dolinas

9. Parque Estadual Poções

10. Reserva Biológica Serra das Aroeiras

11. Parque Estadual Serra do Sobrado

12. Parque Serra Verde

13. Parque Estadual do Sumidouro

14. Monumento Natural Vargem da Lapa

15. Monumento Natural Vargem da Pedra

Estas áreas protegidas mencionadas acima são governadas por

regulamentos ambientais e de uso do solo dos governos federal e

estadual, bem como reforçadas dentro de cada municipalidade.

Segundo o Ato de Conservação Ambiental Federal, há duas categorias

de áreas de proteção:

a. Unidade de Proteção Total:

Isto inclui o Parque Estadual Serra Verde, Parque Estadual

do Sumidouro e outros Monumentos Naturais, Reservas

Biológicas e da Vida Selvagem. Nenhum desenvolvimento

é permitido e somente usos e atividades específicas são

permitidos.


165

b. Unidade de Uso Sustentável:

Isto inclui a área da APA Carste, inclusive a Bacia do

Ribeirão Urubu e a Bacia do Reservatório de Vargem das

Flores onde certos usos e atividades são permitidos tais

como desenvolvimento residencial de baixo gabarito,

agricultura, parques organizados e outras áreas verdes,

etc. A área está sendo considerada para turismo

ecológico. Ela também está sob outros ordenamentos de

zoneamento locais que governam os tipos de

desenvolvimento permitidos dentro de cada zona.

6.5.2. Objetivos

A visão deste uso do solo é: “O desenvolvimento de instalações de

espaços abertos e recreação para prover uma oportunidade não só

para reestruturação do espaço como também para promover a

integração da comunidade”.

Seu papel essencial na vida urbana é um ambiente saudável, gerando

atividades recreativas (ativas ou passivas), aumentando e protegendo

os recursos naturais, além da beleza paisagística para tornar o lugar

mais desejável para se viver. Isto é traduzido nos seguintes objetivos:

Proteção e restauração de hábitat natural substancial

de flora e fauna nativas, pois isso se tornou um

elemento importante com a crescente urbanização.

Aumentar o ambiente natural e dar forma a

comunidades urbanas, contribuindo assim

significativamente para a economia regional e

competitividade econômica pelo aprimoramento da

identidade visual da região.

Provisão de acesso a instalações recreativas e de

jogos esportivos para entrosamento ativo e

apreciação passiva de espaços abertos para

atividades culturais e de lazer.

Aprimoramento e expansão de ligações verdes físicas

e visuais como parte da rede de espaços abertos

como pulmões da região e melhoria de qualidade da

vida em geral.

Melhorar a acessibilidade através da integração do

planejamento de espaços abertos com a

infraestrutura de transporte e outros serviços



urbanos, combinando diferentes expectativas em

relação a espaços abertos nos ambientes de vida,

trabalho e recreação.

6.5.3. Provisões

Metodologia:

É projetado que a população geral do local de estudo será de 1,63

milhão até 2030. A provisão de espaços abertos está baseada na

hierarquia e na zona de influência. A abordagem deve refletir a

localização e a natureza do sistema de espaços abertos que conduz ao

respectivo planejamento e hierarquia, como mostrado na Figura 6.23.

A provisão recomendada de espaços abertos está baseada em

benchmarking de provisão semelhante em cidades mundiais. Isto

fornece apenas um esboço da estimativa da área requerida para ser

zoneada sob cada tipologia de espaços abertos com base na população

geral proposta. Assim, uma análise adicional em termos de

disponibilidade e alocação de terras e recursos é crucial no nível mais

micro do plano diretor.


167

Figura 6.23: Hierarquia de espaços abertos

Tipologia de espaços abertos:

A rede de espaços abertos deve incluir diversidade de oportunidades

recreativas em resposta às necessidades e valores variáveis. Esta rede

também inclui proteção e melhoria do patrimônio cultural, ambiental

e paisagístico típicos. Estes espaços abertos contribuirão para o

caráter do lugar, preservarão os recursos de agricultura e protegerão

recursos e características geográficas e geológicas proeminentes. Os

espaços abertos se agrupam em várias categorias gerais conforme

declarado na Tabela 6.20.

PPaarrqquuee NNaacciioonnaall

PPaarrqquuee RReeggiioonnaall

PPaarrqquuee MMuunniicciipp..

PPaarrqquuee ddee

bbaaiirrrrooss



Tabela 6.20: Tipos de espaços abertos

Hierarquia Tamanho (ha) Distância e população

sob influência Características

Parque nacional > 1.500 8-15 km /

Nível do local de estudo

Estes seriam grandes áreas e corredores incluindo reservas naturais e área de patrimônio histórico dentro da APA Carste, alguns dos quais não podem ser acessíveis ao público, contribuindo principalmente para a recreação ativa informal e não intensiva.

Parque regional 250 – 350 8 km /

1 para cada 300 mil hab

Estes parques formais proveriam um ambiente para recreação ativa e passiva. Estes podem ter cenário paisagístico com uma variedade de características naturais fornecendo uma gama extensiva de atividades que incluem eventos culturais, piqueniques e jogo esportivos ao ar livre, etc.

Parque municipal 30 – 50 1 por municipalidade Estes seriam desenvolvidos como parte do sistema de espaços abertos para cada municipalidade com composição de um cenário que captura os aspectos naturais que caracterizam cada municipalidade. Os parques satisfariam uma variedade de atividades de recreação informais.

Parque de Bairro 3 0,5 – 1 km /

1 para cada 5 mil hab Estes espaços abertos devem ser desenvolvidos dentro de cada bairro, provendo pátios de recreação para crianças, área para pessoas se sentarem e cenário paisagístico, a uma distância a pé a partir das residências, como um local de encontro ou para relaxar.


169

Hierarquia Tamanho (ha) Distância e população

sob influência Características

Parque local / Espaço aberto

1 0,25 – 0,5 km /

1 para cada 1 mil hab

Os parques locais teriam área para crianças brincarem, área para pessoas se sentarem e outros espaços abertos privados, que formam uma parte importante do ambiente social. Estes espaços abertos seriam parte de moradias públicas e privadas. Eles também teriam área disponível reservada para potenciais espaços abertos no futuro.

Espaço Aberto Linear/

Conector de Parques Variável / onde for possível

Caminhos e espaços abertos informais ao longo de margens d'água, caminhos urbanos que conectam partes das cidades a partes dos espaços abertos lineares. Estes também podem incluir ruas ajardinadas, centros comerciais, praças municipais, etc. Alguns deles podem não ser completamente acessíveis ao público, mas podem contribuir como parte do sistema de espaço aberto.

6.5.4. Demanda e Provisão

O Plano Estrutural reconhece que a provisão adequada de espaços

abertos, esportes e atividades recreativas que são acessíveis,

interconectados e proporcionam aos residentes e aos visitantes

instalações recreativas sociais e de entretenimento é uma

consideração fundamental.

Para o local de estudo, foi proposta uma provisão de três hectares

para cada 1.000 pessoas. Esta é uma provisão indicada para o Plano

Estrutural (excluindo a área a ser preservada e conservada),

aumentando assim o quantum total da provisão global para espaços

abertos.



É inevitável que um bom ambiente de vida seja criado com uma boa

distribuição de espaços abertos verdes dentro das zonas habitacionais

bem como a área designada para espaços abertos regionais. Para o

local de estudo, com base na demanda média por espaço aberto como

mencionado acima, a área total requerida para espaços abertos é de

4.890 ha.

Com base na característica dada a cada zona, foram computados os

fornecimentos de áreas para os espaços abertos (Tabela 6.21). É

importante notar que a provisão de espaço aberto dentro de cada

municipalidade é muito dependente da característica zonal, da

demanda e também do crescimento da população dentro da área. Por

exemplo, no caso de Jaboticatubas, Matozinhos e Pedro Leopoldo, que

são divididos em zonas principalmente para propósitos de recreação,

haveria uma porcentagem mais alta de área destinada a espaços

abertos.

Tabela 6.21: Provisão de área para espaços abertos dentro de cada zona

Zona Área do solo (ha) * Porcentagem (%)



Resi-Rec 793 15,3

Recreação 706 13,7

Resi-In 430 8,3

Industrial 326 6,3

Distrito comercial regional 104 2,1

Total 5.170 100

* Área baseada somente na área disponível para desenvolvimento.

Com um total de 5.170 ha de áreas reservadas para a provisão de

espaços abertos, constituindo aproximadamente 12% da área total

adequada para desenvolvimento, a provisão excede a demanda em

281 ha (Tabela 6.22).

Tabela 6.22: Demanda versus oferta de espaços abertos

Oferta (ha) Demanda (ha) Déficit (-) /

Superávit (+)

5.171 4.890 (+) 281


171

Conforme o Plano Estrutural, lotes contíguos estão reservados em

locais apropriados para áreas de espaço aberto/recreação regionais.

Estes seriam unidos mais adiante pela provisão de parques à beira

d’água e conectores de parque lineares para prover acesso de todos os

residentes a instalações recreativas.

Também há necessidade de áreas verdes de amortecimento

localizadas entre áreas industriais e residenciais, de forma a proteger

as zonas habitacionais de qualquer impacto de poluição ou ruído das

operações industriais.

Adicionalmente, devem ser incorporadas áreas de amortecimento no

projeto de infraestrutura e de instalações de serviços de utilidade

pública, especialmente para as instalações com odores desagradáveis

(ex. reservatório de esgoto tratado e instalação de tratamento de

esgoto, etc). Praças para pedestres e espaços recreativos ao longo da

região industrial proporcionariam aos trabalhadores e residentes um

ambiente de lazer.

6.5.5. Estratégias

A missão de desenvolver o espaço aberto é para proteger e estender o

espaço aberto existente, melhorando a qualidade e o uso para

satisfazer demandas crescentes e necessidades variáveis da

comunidade. Com base nos objetivos supracitados, foram propostas

cinco estratégias para orientar a distribuição de espaços abertos:

1. Sincronizar o desenvolvimento regional com a provisão e

distribuição de espaços abertos.

2. Abordagem integrada do planejamento, provisão e gestão de

espaços abertos.

3. Prover acessibilidade a espaços abertos regionais.

4. Aumentar a qualidade de vida através da provisão de um

ambiente de recreação variado.

5. Proteger a herança natural e fornecer ativos para a indústria

de turismo.

As estratégias são formuladas para trabalhar em conjunto com a

estratégia de crescimento regional. Estas forneceriam orientação a

municipalidades individuais para alinhar sua decisão com a visão geral

e reunir os principais participantes para desenvolver um plano

coordenado para a provisão de uma rede efetiva de espaços abertos.



Sincronizar o desenvolvimento regional com a provisão e distribuição

de espaços abertos

Com a urbanização crescente, pode haver demanda por mais espaços

abertos, resultando em um aumento da pressão na área urbana e no

custo de provisão de espaços abertos. Assim, a provisão e distribuição

de espaços abertos precisarão responder às necessidades variáveis da

comunidade. Para uma implantação próspera, é necessário que o

governo aloque recursos para planejar e melhorar significativamente

os espaços abertos conforme o Plano Estrutural.

Abordagem integrada do planejamento, provisão e gestão de

espaços abertos

É necessário priorizar o desenvolvimento de espaços abertos ao longo

da periferia urbana para prevenir a expansão e assegurar

oportunidades estratégicas em longo prazo. O foco não deveria estar

só no aumento da quantia de espaços abertos e áreas recreativas, mas

também na melhoraria da administração e manutenção de espaços

abertos e instalações recreativas existentes. A expansão e

administração de espaços abertos deveriam ser uma parte da

estrutura do plano de ação por meio de monitoramento,

políticas/diretrizes, parcerias e envolvimento da comunidade.

Prover acessibilidade a espaços abertos regionais

A acessibilidade ao uso de espaços abertos pode ser melhorada

através do desenvolvimento do turismo de parques e outros usos

satisfatórios ao longo da rede de transporte principal. Uma estrutura

de rede de espaço aberto também pode ser formada por meio do

aprimoramento de ligações verdes e a expansão de núcleos de

crescimento regionais com um corredor ecológico. Um maior acesso

público pode ser provido a uma gama de espaços abertos.


173

Aumentar a qualidade de vida pela provisão de ambientes de

recreação diversos

O espaço aberto regional deverá prover aos residentes uma

oportunidade para participar de uma gama de atividades recreativas

ativas e passivas. O planejamento melhorará a rede de espaços

abertos que aumentaria as facilidades recreativas e a qualidade do

ambiente de vida e de trabalho. A provisão destes lugares tem que

satisfazer a expectativa diversa da comunidade moradora e

trabalhadora.

Proteger a herança natural e fornecer ativos para a indústria de

turismo

A proteção do ambiente natural incluiria espaços verdes e azuis.

Espaços verdes como parques e reservas naturais são usados para

proteger a biodiversidade e o hábitat natural da flora e fauna. Os

‘espaços azuis’ incluem os canais regionais, reconstituindo assim o

ecossistema natural. Como grande parte da área de desenvolvimento é

designada para preservação e como uma zona ecologicamente

sensível, o plano buscaria continuar a preservação de áreas

paisagísticas e patrimoniais valiosas e torná-las acessíveis para os

residentes e visitantes, promovendo assim o turismo.


A distribuição proposta da área para espaços abertos (Figura 6.24) foi

orientada pelos objetivos e estratégias (Seções 6.5.2 e 6.5.4

respectivamente), bem como pela avaliação de demanda e oferta,

levando em consideração as condições existentes. Além da provisão de

espaços abertos dentro das zonas habitacionais e núcleos principais,

áreas verdes de amortecimento podem ser fornecidas entre áreas

residenciais e industriais. Elas também podem ser providas juntamente

com faixas de plantio ao longo de canteiros centrais e margens de

rodovias. Juntos, estes formariam uma rede verde abrangente,

resultando em um ambiente semelhante a um parque.



Rod. Existente Rod. Proposta Áreas de Recreação e Espaços Verdes Propostos

Figura 6.24: Distribuição de espaços abertos


175

6.6. Turismo

6.6.1. Introdução

O planejamento do turismo é importante na formulação de políticas e

no envolvimento dos participantes. Isso requer planejamento e

coordenação em nível comunitário, regional e internacional. O

processo envolve a identificação de objetivos e avaliação de métodos e

estratégias para alcançá-los. Um planejamento abrangente inclui a

consideração de recursos, organizações, mercados e programas

turísticos que já estão disponíveis ou sob implantação.

O turismo sustentável é o conceito fundamental nos últimos anos,

onde considerações de aspectos econômicos, ambientais, sociais e

institucionais têm precedência na geração de maiores benefícios

econômicos, sociais, ambientais e culturais. Benefícios incluem a

preservação de locais históricos e arqueológicos importantes, geração

de emprego, aumento da receita do turismo e a renovação da cultura

para algumas comunidades pequenas.

Atrações de turismo na Região Metropolitana de Belo Horizonte

(RMBH) estão desenvolvidas. Com sua vasta vegetação e herança

cultural e histórica rica, Belo Horizonte é uma das três principais

regiões na atração de turistas domésticos. Uma estratégia factível é

necessária para atrair mais turistas estrangeiros e isto requer a

colaboração entre agências para um planejamento mais efetivo. As

seções subsequentes devem analisar as condições e atrações

existentes, além de fazer recomendações sobre os tipos de turismo a

serem desenvolvidos com base no Relatório Estrutural Estratégico. Isto

será acompanhado por uma abordagem recomendada para facilitar a

colaboração entre as diferentes partes interessadas.

6.6.2. Condições e Atrações Existentes

Turismo Internacional no Brasil

Um total de 5,02 milhões de turistas estrangeiros visitaram o Brasil em

2007. Chegadas turísticas entre 2003 e 2007 cresceram a uma Taxa de

Crescimento Anual Composta (CAGR) de 5%. Houve um aumento do

crescimento nos anos subsequentes (Tabela 6.23). De acordo com a

EMBRATUR e o Ministério do Turismo, os três principais países de

origem de turistas em 2008 foram Argentina, Estados Unidos e Itália. A

Ouro Preto em Minas Gerais é uma atração popular e parte da rota de ouro histórica de mineiros e comerciantes no passado



Argentina representa 20,15% do total de chegadas de visitantes

estrangeiros, enquanto os Estados Unidos e a Itália representam

12,39% e 5,25% respectivamente1. O número total de turistas

estrangeiros alcançou 5,05 milhões em 2008.

Tabela 6.23: Chegadas de visitantes estrangeiros por região de origem (2006 - 2008)

2

Ranking em

2008 Origem

2008 2007 2006

Nº de turistas

% de total

Nº de turistas

% de total

Nº de turistas

% de total

1 América do Sul

2.070.391 41,0 1.906.451 37,9 1.818.352 36,2

2 Europa 1.776.333 35,2 1.906.078 37,9 1.951.528 38,9

3 América do Norte

765.380 15,2 821.921 16,4 855.098 17,0

Fonte: EMBRATUR (2008) e EMBRATUR (2009).

Turismo doméstico no Brasil

Nenhum dado está disponível para contabilizar o turismo doméstico

no Brasil nos últimos anos. Porém, a Fundação Instituto de Pesquisas

Econômicas notou que, em 2005, dez vezes mais viagens foram feitas

por 51 milhões de nacionais brasileiros do que por turistas

estrangeiros. Os turistas locais também gastaram cinco vezes mais

dinheiro do que os turistas estrangeiros. O principal destino do

turismo doméstico em 2005 foi São Paulo, Minas Gerais, Rio de

Janeiro, Bahia e Santa Catarina. No estudo, os três principais Estados

em relação à origem da viagem eram São Paulo (35,7%), Minas Gerais

(13,6%) e Rio de Janeiro (8,2%)3.

O turismo no Brasil serve como uma plataforma para alcançar o resto

do mundo. Minas Gerais mostrou um desempenho impressionante no

setor de turismo, evidente no crescimento anual de chegadas de

turistas em viagens doméstica e internacional. Porém, uma análise

adicional de dados revela que enquanto há um aumento das visitas

internacionais da América do Sul para o Brasil, dados turísticos da

1 EMBRATUR (2009). Anuário Estatístico de Turismo 2009, Ministério do Turismo -

Tabelas 1.1 e 3.8. 2 Dados compilados de dois Anuários Estatísticos de Turismo da EMBRATUR: 2008/2009

e EMBRATUR (2008). Anuário estatístico 2008, Ministério do Turismo. 3 Extraído da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (2007). Caracterização e

Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil, 2002 e 2006, Ministério do Turismo.

http://200.189.169.141/site/arquivos/dados_fatos/Anuario/anuario_estatistico_2009___ano_base_2008.pdf

http://200.189.169.141/site/arquivos/anuario_2008___internet.pdf

http://200.189.169.141/site/arquivos/dados_fatos/demanda%20turistica/relatorio_executivo___turismo_domestico___2002_e_2006.pdf

http://200.189.169.141/site/arquivos/dados_fatos/demanda%20turistica/relatorio_executivo___turismo_domestico___2002_e_2006.pdf


177

Europa e América do Norte afundaram. Isto pode ser atribuído a

muitos fatores, inclusive à elevação dos preços do petróleo, assistência

médica e outras questões políticas. No todo, está claro que a

propaganda estratégica internacional pelo Ministério do Turismo para

mercados designados na Europa e outras partes da América geraram

benefícios. O marketing tem que continuar atraindo turistas

globalmente e, ao mesmo tempo, limitações precisam ser enfrentadas

e a implantação de projetos estratégicos pode ajudar a melhorar a

qualidade e amplitude das ofertas turísticas de Minas Gerais e da

RMBH.

A promoção do turismo doméstico e regional tem que continuar

assegurando pelo menos um pequeno impacto na economia de Minas

Gerais no caso de ocorrer flutuações nos números de visitantes

durante baixas estações. Os turistas locais tendem a gastar mais do

que os turistas internacionais e este padrão de gasto realça a

popularidade crescente das viagens interestaduais.

O desafio está essencialmente em disseminar uniformemente os

benefícios do turismo ao longo do país. Pontos turísticos estão

principalmente concentrados nas cidades litorâneas como Rio de

Janeiro. Para aumentar a atratividade de Minas Gerais, podem ser

introduzidas atividades para impulsionar mais o turismo doméstico

focando em atividades periódicas anuais como carnavais. Residentes

podem semelhantemente desfrutar destes carnavais permanecendo

na cidade em vez de viajar a outros Estados vizinhos para desfrutar das

festividades. Para ampliar a participação no mercado brasileiro e

global, Minas Gerais pode oferecer novos produtos, ampliar as

despesas turísticas per capita e melhorar suas estratégias de marketing

internacional para atrair turistas de outras partes do mundo, inclusive

Ásia e Oriente Médio.

Embora Minas Gerais e a RMBH possam ganhar com o

desenvolvimento do turismo, políticas e estratégias devem ser

implantadas para mitigar resultados adversos não intencionais como

degradação ambiental, crimes urbanos e organizados. Para um

desenvolvimento turístico sustentável, tradições culturais e valores

devem ser preservados para prevenir o ‘efeito demonstração’, onde

tradições e valores são corroídos e substituídos pelo modo de viver

dos turistas e seus interesses.



Recursos e Atrações Turísticas na RMBH

A Tabela 6.24 apresenta as forças e oportunidades da RMBH e do local

de estudo. No local de estudo não faltam recursos naturais, culturais,

históricos, humanos e de capital. Ele ostenta muitas atrações

existentes que ou estão inexploradas ou não utilizadas completamente

no momento atual. Com a finalidade turística, três áreas-chave podem

ser focadas por agências para assegurar uma colaboração e resultado

bem sucedidos:

1. Ecoturismo;

2. Turismo empresarial; e

3. Turismo de lazer (abrange turismo cultural e histórico).

Além disso, baseado no Estudo Estratégico, o Turismo Médico tem

também potencial para crescimento. Esta não é uma característica

existente do local de estudo, mas a introdução da aerotrópolis e de

centros pesquisa e desenvolvimento (P&D) em Pedro Leopoldo e

Lagoa Santa facilitarão enormemente o crescimento deste campo.

É importante ver o turismo não como um pilar industrial sozinho. A

indústria do turismo é uma das maiores empregadoras do Brasil,

empregando um entre cada 11 trabalhadores. Em 2005,

aproximadamente nove milhões de empregos estavam ligados à

indústria de turismo e viagens no Brasil, sendo o setor que gerou mais

de 250.000 novos empregos4. O turismo também é ligado a muitos

outros setores como entretenimento, agricultura, negócios e animais

selvagens.

4 Ações de áreas verdes: especialista em desenvolvimento de propriedades no Brasil.

Disponível em: http://www.greenlandsecurities.com/aboutbrazil-tourism.php (Acessado em: 1 de Novembro 2009).

http://www.greenlandsecurities.com/aboutbrazil-tourism.php


179

Tabela 6.24: Atrações existentes na RMBH (com ênfase no local de estudo)5

Recursos naturais Rec. Culturais/Históricos Recursos humanos Recursos de capital

- Recursos de água: Represa Vargem das Flores, Lago do Fidalgo e Lagoa Santa

- Flora e Fauna:

Florestas Atlânticas - Recursos geológicos:

Topografia, Caver-nas, Colinas de Pedra calcária, Rochas e Minerais, Fósseis na região da APA CARSTE e Lapinha

- Paisagem:

Combinações anteriores, Resort de Jaboticatubas

- Arquitetura barroca: Comum em igrejas na RMBH e no corredor

- Estrada real, que foi a

primeira rota usada por colonizadores continua, sendo a atração principal para europeus. Entusiastas por bicicleta vão na Excursão de Bicicleta da Estrada Real que atravessa o local de estudo

- A culinária mineira é uma atração gastronômica

- Artesãos: Venda de peças de arte em Ouro Preto e outros destinos turísticos na RMBH

- Habilidades de hospitalidade: Isto inclui hotéis existentes em Sabará, Betim, Santa Luzia e na Serra do Cipó em Jaboticatubas

- Populações locais estão disponíveis para apoiar a indústria de turismo

- Infraestrutura: Redes de transporte desenvolvidas, conectividade com outros Estados, Aeroporto Internacional Tancredo Neves, trilhas e caminhos

- Infraestrutura: serviços de utilidade pública bem desenvolvidos como água, energia, tratamento de resíduos e telecomunicações.

- Centros de exposição bem desenvolvidos como o Expominas

Recursos naturais

Minas Gerais é abençoada com recursos naturais que variam de lindas

cavernas, formações de pedra surpreendentes, vegetação exuberante,

arte pré-histórica e encostas de pedra calcária impressionantes.

Algumas destas atrações estão situadas a noroeste de Belo Horizonte,

onde podem ser achadas mais de 500 cavernas, cada uma com sua

própria história e exibição da beleza natural da região. A Figura 6.25

mostra as áreas com atrações verdes e recursos naturais que podem

ser usadas para desenvolver o turismo. A cidade de Belo Horizonte

existente é uma atração própria, completamente desenvolvida com

instalações de turismo e recursos naturais.

5

Dados compilados de dois Anuários Estatísticos de Turismo da EMBRATUR: 2008/2009

e EMBRATUR (2008). Anuário estatístico 2008, Ministério do Turismo.




Figura 6.25: Recursos naturais existentes no local de estudo

Rodovias Ferrovias Lagos Existentes Rios/ Córregos Exist. Área de planejam. ambiental Carste

Parque Serra Verde

Área de Proteção - Captação do Córrego Urubu

Área de Proteção Ambiental Vargem das Flores

Parque Municipal


181

A região da APA Carste na área de estudo começa em Lagoa Santa,

uma cidade mineira localizada a 37 km de Belo Horizonte na RMBH.

Escavações de caverna nos séc. XIX pelo paleontologista Peter Wilhelm

Lund conduziram à descoberta de cavernas e locais arqueológicos com

fósseis que datam aproximadamente de 11.000 anos atrás. Acredita-se

que a descoberta do fóssil na caverna pode ser o fóssil mais antigo já

descoberto de um ser humano da era Pleistocênica na América. Isto

estimulou muitos debates e pesquisas ao redor da área da APA Carste

que é protegida por razões arqueológicas e ambientais. Lagoa Santa

subsequentemente tem sido o centro das atenções de estudos

científicos e trilhas turísticas.

A paisagem de pedra calcária é de particular importância pelos

Mineiros. Além de ter a densidade mais alta de cavernas no Brasil, a

região também contém fósseis, ossos, pinturas antigas, fauna extinta e

ferramentas bem preservadas tão antigas quanto 12.000 a.C. Com tal

grande potencial para ecoturismo, não é surpresa que a Gruta da

Lapinha em Lagoa Santa foi transformada em uma caverna de exibição

para atrair os ecoturistas da região e além. Recentemente, o Parque

Estadual do Sumidouro em Lagoa Santa também foi aprimorado para

oferecer novas atrações e uma variedade de atividades sustentáveis.

Em 2005, a Rota da Caverna foi criada para atrair visitantes para Minas

Gerais. Além de promover a arte colonial, arquitetônica, terras

agrícolas, vales e montanhas valiosos, a Rota da Caverna também

objetiva trazer os turistas a uma rede de cavernas e cachoeiras ao

redor de Sete Lagoas, Lagoa Santa, Cordisburgo e Serra do Cipó.

Além da região da APA Carste, Jaboticatubas, onde fica situada a Serra

do Cipó, continua sendo uma área popular para resorts de colinas e um

destino imperdível para turistas domésticos e estrangeiros. Sua vasta

vegetação e ar refrescante promovem a recuperação para os cansados

e indispostos. Jaboticatubas também está na vanguarda da

preservação de edifícios e estruturas antigas que existem desde o

período colonial. Hoje, estes edifícios são tratados e reutilizados como

hotéis ou atrações culturais.



O Resort em Jaboticatubas, antigamente senzala para escravos, é preservado hoje como um destino de férias.

Está claro que Minas Gerais, particularmente a área de estudo, tem

grande potencial no desenvolvimento do ecoturismo. A Rota da

Caverna existente mostrou a demanda por tal aventura e a

possibilidade de desenvolver isto mais adiante se aparece ilimitada.

Porém, o ecoturismo atravessa perigosamente áreas sustentáveis,

sujeito a vários debates sobre sua sustentabilidade atual para a

comunidade, o lugar e o meio-ambiente. O desenvolvimento do

ecoturismo requer cuidado extra e cautela para também assegurar que

não será comercializado e transformado em turismo de lazer popular.

Para isto, a introdução do conceito de ‘capacidade de carga’ é

importante para assegurar que o ambiente possa receber um número

máximo de turistas sem ser degradado.

A área da APA Carste é caracterizada por características de pedra calcária, cavernas misteriosas com escritas na parede e lar de uma gama extensiva de organismos.

Recursos culturais e históricos

A famosa Estrada Real constitui a primeira rota dos colonizadores no

fim do século XVII. Ela é mostrada como uma rota azul na Figura 6.26.


183

Rodovias Ferrovias Lagos Existentes Cozinha Mineira Igreja de Nsa. Sra. Da Assunção

Figura 6.26: Recursos históricos e culturais existentes na área de estudo



Hoje, a Estrada Real representa uma jornada de volta ao passado. A

Estrada Real oferece lições de história conforme turistas viajam por

fazendas e cidades históricas, interagindo com a população local

hospitaleira, se imergindo nas tradições culturais e culinárias e, ao

mesmo tempo, apreciando a habilidade manual dos residentes em

uma experiência verdadeiramente sem igual. A Estrada Real introduz

múltiplos circuitos de turismo. Um deles é o Circuito do Ouro, que une

várias cidades históricas a cidades mineradoras de ouro como Ouro

Preto, Mariana, Diamantina, Cordisburgo, São João del Rey e

Tiradentes.

A Excursão de Bicicleta da Estrada Real que visita diversas cidades,

inclusive Belo Horizonte, Diamantina e a Serra do Cipó, atravessa o

local de estudo. Isto representa uma oportunidade para o turismo,

particularmente para pousadas, hotéis e estabelecimentos locais que

atuam como ponto de parada para estes turistas.

A culinária mineira é outra maravilha gastronômica para os turistas.

Uma gama de comidas é particularmente única de Minas Gerais -

torresmos, feijão tropeiro, queijos, tutu e doce de leite - são algumas

das comidas de dar água na boca que são únicas no Estado. Alguns

restaurantes rurais estão disponíveis em Matozinhos que ficam

idealmente situados dentro da zona de recreação da APA Carste. Além

de complementar o ecoturismo na área, este aspecto é

potencialmente um local para o desenvolvimento do turismo de lazer.

Restaurantes rurais podem ser ampliados para incluir acomodação e

prover hotéis-fazenda para aqueles interessados em experimentar a

cultura de Minas.

Há bastante arquitetura barroca para ser apreciada. Dentro do local,

Sabará tem uma igreja chamada Igreja Nossa Senhora da Assunção,

datada de 1750. O fato de a igreja ter sobrevivido ao desgaste e às

forças da natureza por quase 260 anos definitivamente é algo a se

apreciar. Em outras áreas, igrejas com arquitetura barroca são

conservadas geralmente em Ouro Preto e Diamantina. Os trabalhos de

Aleijadinho, um grande escultor brasileiro do período barroco,

também podem ser seguidos por arquitetos e historiadores

interessados.


185

O local de estudo tem certamente muito potencial para o

desenvolvimento do turismo cultural e histórico. É evidente que o local

de estudo fica estrategicamente situado entre muitas cidades

históricas famosas, fornecendo uma área pronta de atração de turistas

se o local de estudo for mantido com boa infraestrutura e

conectividade com a APA Carste e a Estrada Real.

Fonte: Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais e Secretaria de Turismo (SETUR).




Recursos humanos

É notável que artesanatos como pinturas, esculturas e bordados

representam uma das expressões de arte mais consideráveis de Minas

Gerais, provendo também uma fonte de renda alternativa para muitas

comunidades no Estado. Semelhantemente, o turismo no local de

estudo apresenta uma oportunidade para comunidades dentro do

local com inclinação artística. A venda de artesanato é notavelmente

uma atividade popular em Belo Horizonte, Ouro Preto e outros

destinos turísticos (os principais núcleos de recursos humanos

existentes são indicados na Figura 6.27). Dado o espaço e a

oportunidade, populações locais se unem para apoiar a venda de

artesanato que, em troca, pode ajudar na revitalização de algumas

comunidades ou cultura.

Conhecimentos de hotelaria realmente são não só prevalecentes em

Belo Horizonte como também dentro do local de estudo. Embora em

uma escala menor, o local de estudo tem alguns hotéis atualmente

para suprir a necessidades de diferentes turistas. A Tabela 6.25 mostra

uma lista de alguns hotéis existentes dentro do local de estudo.

Tabela 6.25: Lista de hotéis em várias municipalidades

6

Municipalidade Hotel(éis)

Betim Hotel Fazenda Campanalio

Pousada do Rei

Jaboticatubas Fazenda das Minhocas

Sabará Fazenda Recanto dos Fonda

Santa Luzia Hotel Recanto Lago Azul

6 Dados compilados de dois Anuários Estatísticos de Turismo da EMBRATUR: 2008/2009

e EMBRATUR (2008). Anuário estatístico 2008, Ministério do Turismo.



187

Figura 6.27: Núcleos de recursos humanos existentes na área de estudo

Rodovias Rodoanel Vegetação - amortecimento

Rodovia Existente Ferrovia Exist. Núcleos de Recursos Humanos (Indicativo)



A existência de hotéis é promissora para que o desenvolvimento do

turismo no local de estudo dê início à indústria de hotelaria. Escolas

privadas de hotelaria também estão disponíveis em Belo Horizonte

para capacitar a mão-de-obra.


Recursos de capital

Todo desenvolvimento deve ser acompanhado por recursos de capital

como infraestrutura, que provê um bom ambiente de vida no geral

para visitantes e residentes. A Linha Verde, que une Belo Horizonte ao

AITN, fornece uma oportunidade para o desenvolvimento acontecer

perto da rodovia dentro do local de estudo. Ela forma a ligação entre o

portão de entrada (AITN) e a cidade importante (Belo Horizonte),

encorajando turistas a atravessarem o local de estudo (Figura 6.28).

Onde há atrações disponíveis, é possível que os turistas de negócios

possam considerar ficar no local de estudo devido a sua proximidade

com o Expominas e muitos outros negócios que estão sendo propostos

atualmente para a aerotrópolis. O Rodoanel proposto pode encorajar

isto ainda mais, pois a conectividade entre leste e oeste será

melhorada com a sua conclusão.

Enquanto muitas rodovias já existem para conectar Belo Horizonte e o

local de estudo a outros Estados como Rio de Janeiro e São Paulo,

também é importante desenvolver serviços de utilidade pública para

assegurar um ambiente limpo e verde. Atualmente, utilidades públicas

são mais desenvolvidas em zonas habitacionais ou cidades com

população maior. O desenvolvimento de utilidades públicas deve


189

acontecer em conjunto com o desenvolvimento do local de estudo

para satisfazer as exigências e necessidades de cada local e usos.

Conectividade, serviços de utilidade pública bem desenvolvidos e o

Expominas recentemente renovado (dentro da RMBH) apresentam

uma boa oportunidade para que o turismo de negócios prospere. Com

a infraestrutura implantada e com o apoio dos serviços e atrações

turísticas, os objetivos propostos para o turismo no Plano Estratégico

são uma meta tangível.

O Expominas e o AITN são algumas infraestruturas disponíveis para promover o turismo de negócios na região.



Linha Verde Rodovias Rodoanel Vegetação-Amortecim.

Aeroporto Expominas

Figura 6.28: Recursos de capital no local de estudo


191

6.6.3. Objetivos

O desenvolvimento do turismo no local de estudo tem que considerar

a região natural e os recursos de patrimônio para promover um

desenvolvimento mais sustentável. O desenvolvimento sustentável do

turismo tem que assegurar a complementação da escala e das

características únicas da comunidade, a compensação dos interesses

do turismo com os interesses de outras indústrias e o equilíbrio das

necessidades dos visitantes com as necessidades dos residentes. Ao

enfatizar a comunidade local e ao reconhecer outros envolvidos,

encoraja a participação de diferentes setores. Este é um elemento

crucial a ser considerado no sucesso de qualquer plano turístico.

A visão para o local de estudo é ser instituído como vibrante e

sustentável, um destino turístico durante todo o ano e construir uma

imagem distinta da comunidade para turistas domésticos e

estrangeiros. Esta visão será o princípio orientador do planejamento

turístico para o local de estudo.

Há três objetivos para o desenvolvimento do turismo no local de

estudo:

1. Promover o AITN e o local de estudo como portais de

entrada para Minas Gerais;

2. Encorajar o desenvolvimento turístico sustentável nas

áreas de turismo de negócios, lazer, médico e ecológico;

e

3. Atrair visitantes pela primeira vez e repetidos de

mercados novos e existentes.

Os objetivos formulados almejam alcançar um aumento sustentável da

renda e do emprego no turismo, em grande parte equilibrando os

objetivos sociais e econômicos com os princípios ambientais. O

turismo deve ser gerenciado cuidadosamente para assegurar que não

haja nenhum excesso de dependência nisto e, ao mesmo tempo, as

comunidades ainda possam apreciar e colher os benefícios do turismo.

Isto é importante durante flutuações sazonais nos números de

turismo, provocados por flutuações nas forças de mercado. O excesso

de dependência é insustentável, especialmente quando o meio de vida

das comunidades depende apenas do turismo.



6.6.4. Estratégias

Para alcançar os objetivos declarados na Seção 6.6.3, algumas

estratégias foram planejadas para orientar o local de estudo no

planejamento do turismo. Problemas com o planejamento do turismo

são frequentemente associados a objetivos mal definidos, dados

irrelevantes compilados, lacuna de informação de planejamento

exigida, sem coordenação de atividades de pesquisa de várias

agências/equipes de estudo e dificuldades relativas à avaliação do

sucesso do processo de formulação de plano. Como tal, estes fatores

devem ser reconhecidos e as estratégias devem ser realistas em

relação ao alcance das metas de turismo. A Tabela 6.26 lista as

estratégias para alcançar os objetivos.

Tabela 6.26: Objetivos e Estratégias do Plano de Turismo

Objetivos Estratégias

Promover o AITN e o local de estudo como um portal para Minas Gerais

Encorajar iniciativas de desenvolvimento e marketing baseadas nas forças de turismo existentes

Encorajar o desenvolvimento do turismo sustentável nas áreas de ecoturismo, negócios, lazer e médico

Criar uma plataforma para colaboração entre agências e envolvidos para melhorar a sustentabilidade do turismo no local de estudo

Atrair visitantes pela primeira vez e repetidos de mercados novos e existentes

Promoção de carnavais durante o ano todo e tarifas para encorajar atividades em andamento que supram interesses diferentes

As estratégias serão implantadas da seguinte forma:

1. Estimular as condições existentes.

2. Colaboração interagência com partes interessadas.

3. Entender as necessidades turísticas do local de estudo.

4. Estabelecer objetivos para o desenvolvimento do turismo no

longo prazo.

As estratégias serão avaliadas mais adiante pelos quatro aspectos

seguintes:

Estimular Condições Existentes

O aproveitamento de recursos e atrações existentes pode facilitar o

desenvolvimento mais econômico e ao mesmo tempo permitir

investimentos em infraestruturas que são urgentemente necessárias.

Ao mesmo tempo, a distribuição equitativa dos benefícios para a

comunidade é mais fácil de ser alcançada. Das condições existentes

Documents

Relatório do Plano Estrutural - Brasil 2010 · ... Distribuição conceitual de centros comerciais Rod ... lazer, recreação, cultura e outros serviços ... desenvolveu o Mapa de