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RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO 1. Com a entrada em vigor da Lei n.º 9/16, de 16 de Junho, Lei dos Contratos Públicos, inaugura-se uma nova era para a contratação pública nacional. 2. A definição de instrumentos regulamentares que permitem a melhor execução dos comandos normativos constantes da Lei dos Contratos Públicos e demais legislações conexas, torna-se num imperativo não apenas para a eficácia do referido diploma mas, fundamentalmente, para a contínua dinamização do mercado da contratação pública, na busca dos meios mais adequados para a realização do interesse público aquisitivo e para o fomento da concorrência e competividade entre os operadores económicos que contratam com o Estado. 3. O Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP), órgão responsável pela regulação e supervisão da contratação pública, nos termos do art.º 11.º da Lei n.º 09/16, de 16 de Junho, Lei dos Contratos Públicos e do Decreto Presidencial n.º 162/15, de 19 de Agosto, que aprova o seu estatuto orgânico, tem como missão apoiar o Executivo na definição de políticas e práticas referentes à contratação pública. 4. Constitui um imperativo circunstancial da Administração Pública, para a promoção de ganhos de eficiência no mercado da contratação pública, a criação de estrutras administrativas suficientemente aptas, para garantir da melhor forma o acompanhamento da planificação, gestão, controlo, fiscalização e reporte contínuo e uniformizado das aquisições públicas, sem entretanto, aumentar o crescimento do aparelho burocrático do Estado e, consequentemente, os custos operacionais. 5. Deste modo, com vista à profissionalização da função do comprador público e ao fomento do maior rigor e transparência na formação dos contratos públicos e na sua gestão, o SNCP propõe que sejam criadas junto das Entidades Públicas Contratantes (EPC), Unidades de Contratação Pública (UCP). 6. Cabe à UCP a condução de todo o processo de formação do contrato após a identificação da necessidade pela área técnica responsável, até à adjudicação e celebração do mesmo, bem como dos actos subsequentes, quando aplicáveis. 7. A UCP abre terreno à introdução, junto das áreas técnicas das EPC, de uma melhor gestão dos contratos. Concluído o processo de formação e celebração de contratos, a UCP assegura a passagem do dossier completo para o Gestor de Contrato (GC), ficando a cargo deste a monitorização da sua execução.

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RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO

1. Com a entrada em vigor da Lei n.º 9/16, de 16 de Junho, Lei dos Contratos Públicos, inaugura-se uma nova era para a contratação pública nacional.

2. A definição de instrumentos regulamentares que permitem a melhor execução dos comandos normativos constantes da Lei dos Contratos Públicos e demais legislações conexas, torna-se num imperativo não apenas para a eficácia do referido diploma mas, fundamentalmente, para a contínua dinamização do mercado da contratação pública, na busca dos meios mais adequados para a realização do interesse público aquisitivo e para o fomento da concorrência e competividade entre os operadores económicos que contratam com o Estado.

3. O Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP), órgão responsável pela regulação e supervisão da contratação pública, nos termos do art.º 11.º da Lei n.º 09/16, de 16 de Junho, Lei dos Contratos Públicos e do Decreto Presidencial n.º 162/15, de 19 de Agosto, que aprova o seu estatuto orgânico, tem como missão apoiar o Executivo na definição de políticas e práticas referentes à contratação pública.

4. Constitui um imperativo circunstancial da Administração Pública, para a promoção de ganhos de eficiência no mercado da contratação pública, a criação de estrutras administrativas suficientemente aptas, para garantir da melhor forma o acompanhamento da planificação, gestão, controlo, fiscalização e reporte contínuo e uniformizado das aquisições públicas, sem entretanto, aumentar o crescimento do aparelho burocrático do Estado e, consequentemente, os custos operacionais.

5. Deste modo, com vista à profissionalização da função do comprador público e ao fomento do maior rigor e transparência na formação dos contratos públicos e na sua gestão, o SNCP propõe que sejam criadas junto das Entidades Públicas Contratantes (EPC), Unidades de Contratação Pública (UCP).

6. Cabe à UCP a condução de todo o processo de formação do contrato após a identificação da necessidade pela área técnica responsável, até à adjudicação e celebração do mesmo, bem como dos actos subsequentes, quando aplicáveis.

7. A UCP abre terreno à introdução, junto das áreas técnicas das EPC, de uma melhor gestão dos contratos. Concluído o processo de formação e celebração de contratos, a UCP assegura a passagem do dossier completo para o Gestor de Contrato (GC), ficando a cargo deste a monitorização da sua execução.

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8. Para tal, propõe-se que seja criado um novo departamento, dependente da Secretaria-Geral, que fica com as responsabilidades supra referidas, sendo composto por quadros provenientes das áreas que actualmente conduzem os procedimentos de contratação pública junto das EPC, designadamente: i. Secretaria Geral, ii. Gabinete de Estudo, Planeamento e Estatística (GEPE) ou Repartição de Estatística e Planeamento (REP) e iii. Gabinete Jurídico.

9. Para a condução das actividades das UCP, os recursos humanos provenientes das áreas acima referidas, devem ser capacitadas pelo Serviço Nacional da Contratação Pública, em parceria com o Instituto de Formação de Finanças Públicas (INFORFIP) e o Instituto de Formação da Administração Local (IFAL), devendo obter avaliação positiva e respectiva certificação.

10. Por outro lado, propõe-se institucionalizar a figura do GC junto das áreas técnicas responsáveis pela despesa sujeita à contratação pública, em cada uma das EPC.

11. De modo a assegurar uma correcta segregação de funções, os técnicos integrantes das UCP não podem exercer qualquer actividade junto de qualquer outra área técnica. Quanto ao GC, que fica na dependência das áreas técnicas responsáveis pela despesa, pode ser chamado pela UCP a integrar as Comissões de Avaliação dos procedimentos relacionados com a área técnica da respectiva EPC.

12. Adicionalmente, o SNCP deve disponibilizar instrumentos de trabalho que permitam o acompanhamento dos processos conduzidos pela UCP, bem como uma Base de Dados para registo dos respectivos procedimentos de contratação pública.

13. Com a referida ferramenta de acompanhamento dos processos e com a base de dados o SNCP pretende assegurar que o processo de contratação é feito de forma eficiente e uniformizada, fornecendo todos os documentos, guias, pontos de situação e próximos passos necessários.

14. O SNCP elaborou estudos comparados sobre os vários modelos de governação da contratação pública e sobre a forma de implementação das UCP, de acordo com a informação em anexo (Visão Conceptual sobre a criação das UCP) e, realizou, igualmente, encontros de auscultação com os Directores dos Gabinetes de Estudos, Planeamento e Estatística e com os Secretários Gerais das Entidades Públicas Contratantes que integram a fase piloto de implementação.

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15. Importa, igualmente, referir que a presente iniciativa foi também objecto de discussão junto da Equipa Técnica de Monitorização da Estratégia de Implementação da Programação Macroeconómica Executiva para 2017.

16. A criação das UCP e a implementação da figura do Gestor de Contratos é motivada pela crescente necessidade de garantir maior controlo, uniformização e profissionalização do processo de formação e execução dos contratos públicos, contribuindo, desta forma, para a melhoria da qualidade da despesa pública.

17. Entende-se, como parte fundamental deste segmento, a necessidade de um elevado patrocínio político e a definição de um sólido programa de gestão da mudança, tendo em atenção as eventuais resistências decorrentes da actual cultura de compras na Administração Pública.

18. Deve-se, igualmente, dar nota de que, com apoio do Banco Africano de Desenvolvimento, está em implementação um Plano de Formação a nível da Administração Local do Estado e que, posteriormente, uma acção semelhante será desencadeada junto da Administração Central do Estado que permitirá a identificação dos técnicos que poderão integrar as UCP ou serem indicados como Gestor de Contratos.

Luanda, _____de __________ de 2017

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Regulamento sobre a Criação e Funcionamento das Unidades de Contratação Pública e a Instituição da Figura do Gestor de Contratos

1) SUMÁRIO A PUBLICAR NO DIÁRIO DA REPÚBLICA

Eis o sumário que deve constar da I Série do Diário da República (DR): “Decreto Presidencial n.º ___/2017, de _______ de _______________: – Aprova o Regulamento sobre a Criação e Funcionamento das Unidades de Contratação Pública e a Instituição da Figura do Gestor de Contratos.”

2) NECESSIDADE DA FORMA PROPOSTA PARA O DIPLOMA

O presente acto normativo tem a forma de Decreto Presidencial, nos termos das disposições combinadas das alíneas d) e l) do Artigo 120.º e do n.º 1 do Artigo 125.º, todos da Constituição da República de Angola e do no n.º 7 do art.º 41.º da Lei n.º 9/16, de 16 de Junho, Lei dos Contratos Públicos.

3) ACTUAL ENQUADRAMENTO JURÍDICO DA MATÉRIA OBJECTO DO DIPLOMA

A matéria objecto do presente diploma, enquadra-se no n.º 7 do art.º 41.º da Lei n.º 9/16, de 16 de Junho, Lei dos Contratos Públicos.

4) NOTA PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL

Eis a nota que se aconselha para os órgãos de comunicação social:

«No âmbito das acções que têm sido desenvolvidas com objectivo de melhorar a qualidade da

despesa pública, o Conselho de Ministros apreciou hoje, em sessão ordinária, o Projecto de

Decreto Presidencial que aprova o Regulamento sobre a Criação e Funcionamento das

Unidades de Contratação Pública e a Instituição da Figura do Gestor de Contratos.

Trata-se de uma medida legislativa que não visa a constituição de mais um órgão da administração pública, apenas o redimensionamento das funções das Secretarias- Gerais dos órgãos da administração central e local do Estado, por forma, a garantir maior controlo e padronização dos processos de contratação pública. Por sua vez, o Gestor de Contratos é a pessoa responsável pelo acompanhamento do ciclo de vida da execução dos contratos, permitindo a implementação de maiores níveis de responsabilização.»

5) ÍNDICE SISTEMÁTICO

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Regulamento sobre a Criação e Funcionamento das Unidades de Contratação Pública e a Instituição da Figura do Gestor de Contratos

DECRETO PRESIDENCIAL N.º_________/2017

DE ___________ DE MAIO

Sabendo que a Lei n.º 9/16, de 16 de Junho, Lei dos Contratos Públicos, define um conjunto de procedimentos, actos e medidas de sustentabilidade da contratação pública, que para a sua concretização muito contribui a profissionalização da função compra, mediante a criação de estruturas cuja responsabilidade seja de garantir maior controlo, racionalização, padronização de métodos, centralização de processos e cumprimento das obrigações de reporte previstas na Lei dos Contratos Públicos, visando a melhoria da qualidade da despesa; Considerando que a descentralização de competências no domínio da contratação pública não tem permitido a concretização, de forma eficiente, da geração de economias de escala e a implementação eficaz de políticas de sustentabilidade nos processos de contratação pública; Tendo em atenção a necessidade de alocação permanente de técnicos com responsabilidade de acompanhamento do ciclo de formação e gestão de contratos celebrados por cada entidade pública contratante, por forma a contribuir para maior visibilidade das vicissitudes inerentes a cada aquisição e progressiva profissionalização da função compras do Estado; O Presidente da República decreta, nos termos das alíneas d) e l) do artigo 120.º e do n.º 3 do artigo 125.º, ambos da Constituição da República de Angola, conjugado com o n.º 7 do artigo 41.º da Lei n.º 9/16, de 16 de Junho, Lei dos Contratos Públicos, o seguinte:

Artigo 1.º (Criação)

São criadas as Unidades de Contratação Pública, abreviadamente designada por UCP e é instituída a figura do Gestor de Contratos.

Artigo 2.º (Aprovação)

É aprovado o Regulamento sobre a Criação e Funcionamento das Unidades de Contratação Pública e a Instituição da Figura do Gestor de Contratos, anexo ao presente decreto de que é parte integrante.

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Artigo 3.º

(Implementação das Unidades de Contratação Pública)

1. Pelo presente Decreto Presidencial são criadas, junto das Secretarias Gerais

ou entidades equiparadas dos Departamentos Ministeriais responsáveis pela

saúde, educação, energia e água, construção, finanças, telecomunicações e

tecnologias de informação e defesa nacional, as UCP, a quem compete de

forma exclusiva gerir os processos de contratação pública.

2. Ficam, igualmente, criadas UCP, nas Secretarias Gerais dos Governos

Provinciais de Benguela, Cabinda, Cuando Cubango, Huambo, Huíla,

Luanda, Lunda Sul, Namibe e Uíge.

3. O processo de criação das UCP nas demais Entidades Públicas Contratantes

rege-se pelo regulamento referido no artigo anterior.

4. Nos termos do presente Decreto Presidencial, entende-se por entidades

equiparadas às Secretarias Gerais, os órgãos responsáveis pela execução da

despesa nos Departamentos Ministeriais onde não existam Secretarias

Gerais.

Artigo 4.º

(Designação e Funcionamento)

1. As UCP têm natureza de departamento e funcionam na Secretaria Geral ou

entidades equiparadas sob a dependência do Secretário Geral, a quem

compete reportar directamente ao órgão máximo da entidade pública

contratante.

2. Para efeito de enquandramento nos Estatutos Orgânicos das Entidades

Públicas Contratantes, as UCP são designadas por “Departamento da

Contratação Pública”.

3. As funções das UCP são exclusivas e incompatíveis com as funções de

pagamento.

4. As atribuições das UCP são as constantes do Regulamento referido no artigo

2.º do presente Decreto Presidencial.

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Artigo 5.º (Composição)

Por forma a limitar as despesas com o pessoal e garantir o melhor aproveitamento

da experiência dos recursos humanos afectos às antigas áreas responsáveis pelas

aquisições, as UCP são compostas por técnicos provenientes do Gabinete de

Estudos, Planeamento e Estatísticas, Gabinete Jurídico, Áreas Técnicas e Secretaria-

geral ou áreas equiparadas.

Artigo 6.º (Gestor de Contratos)

É criada a figura do Gestor do Contrato, cuja responsabilidade consiste no

acompanhamento da execução, extinção dos contratos, bem como do tratamento

de toda a informação referente a estes.

Artigo 7.º

(Controlo, fiscalização e capacitação)

1. Compete ao Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP), enquanto

órgão responsável pela regulação e supervisão da contratação pública, o

controlo e a fiscalização da aplicação das normas previstas no presente

Decreto Presidencial.

2. O SNCP deve garantir a capacitação e certificação dos integrantes das UCP,

bem como a disponibilização de todas as informações necessárias para o

desenvolvimento das suas actividades.

Artigo 8.º (Disposições transitórias)

1. Ficam revogadas todas as atribuições das áreas técnicas em matéria de

contratação pública decorrentes da criação das UCP, com excepção da

identificação das necessidades de contratação.

2. A alteração introduzida pelo presente Decreto Presidencial reflete-se nos

Estatutos Orgânicos das Entidades Públicas Contratantes previstas no Artigo

2.º.

Artigo 9.º (Dúvidas e omissões)

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As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e aplicação do presente Decreto

Presidencial são resolvidas pelo Presidente da República.

Artigo 10.º (Entrada em vigor)

O presente Decreto Presidencial entra em vigor na data da sua publicação.

Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos__de Maio de 2017.

Publique-se.

Luanda, aos

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS

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REGULAMENTO SOBRE A CRIAÇÃO E FUNCIONAMENTO DAS UNIDADES DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA E A INSTITUIÇÃO DA

FIGURA DO GESTOR DE CONTRATOS

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 1.º (Objecto)

1. O presente regulamento estabelece as regras de criação e funcionamento das

Unidades de Contratação Pública, junto das Entidades Públicas

Contratantes, nos termos da Lei dos Contratos Públicos.

2. Este regulamento aplica-se, igualmente, à instituição da figura do Gestor de Contratos.

Artigo 2.º (Âmbito)

O presente regulamento é aplicável às Entidades Públicas Contratantes previstas na Lei dos Contratos Públicos.

Artigo 3.º (Definições)

Para efeitos do presente diploma, entende-se por:

a) Gestor de Contratos - o técnico responsável pelo acompanhamento do ciclo de vida de um contrato, compreendendo, entre outros, a execução física e financeira até à extinção, bem como do tratamento de toda a informação referente a este.

b) Unidade de Contratação Pública - órgão da Entidade Pública Contratante com

a responsabilidade de centralizar a formação de todos os processos de contratação pública e o tratamento da respectiva informação.

Artigo 4.º (Objectivos)

As UCP devem obedecer à prossecução dos seguintes objectivos:

a) Universalidade - abranger todos os contratos públicos da EPC sujeitos ao âmbito da contratação pública;

b) Assertividade - garantir a correcta aplicação do regime jurídico da contratação pública mediante a padronização dos processos e a disponibilização

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informações customizadas;

c) Eficiência - definir os canais de comunicação interna e externa, bem como promover a capacidade de reporte e a melhoria contínua dos processos, por forma a garantir a abertura e simplificação nas respostas;

d) Eficácia - obter maior volume de informação pertinente e maior transparência sobre os diferentes processos, controlo da execução da despesa, melhorando a gestão financeira e actuando como um facilitador do processo de tomada de decisão.

Artigo 5.º

(Princípios orientadores)

Sem prejuízo dos princípios estabelecidos na Lei dos Contratos Públicos, a criação, organização e funcionamento da UCP rege-se pelos seguintes princípios:

a) Alinhamento e agregação institucional – a UCP deve agregar e gerir toda a informação referente à contratação pública em função da natureza jurídica de cada entidade, para efeitos de controlo e demais efeitos legais;

b) Incorporação metodológica - a UCP deve implementar as políticas prioritárias de contratação pública definidas para cada ano, nomeadamente, quanto ao cumprimento regular das obrigações de reporte e apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas e à contratação preferencial da produção local e do empresariado nacional;

c) Qualificação de resultados - o funcionamento da UCP deve permitir eficiência e eficácia dos actos de contratação pública, mediante, quantificação de resultados.

CAPÍTULO II UNIDADES DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA - UCP

SECÇÃO I Unidades de Contratação Pública nos Órgãos da Administração Directa do

Estado

Artigo 6.º (Criação)

1. A criação da UCP tem por base o volume e ou a complexidade dos processos

de contratação pública de cada EPC.

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2. A criação das UCP nas demais Entidades Públicas Contratantes, não

referidas no artigo 3.º do Decreto Presidencial que aprova o presente

regulamento é efectuada sob proposta do Departamento Ministerial

responsável pelas Finanças Públicas, através do SNCP, ou por iniciativa da

EPC.

3. Em qualquer dos casos previstos no número anterior, o processo de criação

da UCP deve observar os seguintes pressupostos:

a) Fundamentação da necessidade;

b) Identificação dos técnicos a transferir para a UCP;

c) Capacitação e certificação técnica, promovida pelo SNCP;

d) Criação da UCP, mediante acto normativo solene da EPC, que deve

nomear os respectivos integrantes, de acordo com o estabelecido no

presente regulamento.

Artigo 7.º (Relacionamento Orgânico)

1. A UCP têm natureza de departamento e funcionam na dependência da

Secretária Geral.

2. Para efeito de enquandramento no Estatuto Orgânico das Entidades

Públicas Contratantes, as UCP são designadas por “Departamento da

Contratação Pública.”

3. As EPC, detentoras de órgaõs com responsabilidades de centralização de

contratações, devem garantir os mecanismos de articulação e ou fusão entre

estes e as UCP, evitanto a subreposição ou a duplicação de tarefas.

4. Em caso de conflitos, compete à UCP a compilação de toda a informação

relevante sobre a contratação pública, decorrente da actividade desenvolvida

pelos órgãos com responsabilidades de centralização das contratações.

5. Com a inclusão da UCP, o organigrama da Secretária-Geral ou da entidades

equiparada é o que consta do Anexo do presente Regulamento e que dele faz

parte integrante.

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Artigo 8.º

(Coordenação e Composição) 1. A UCP é coordenada por um Chefe de Departamento.

2. Os recursos humanos da UCP são os técnicos com experiência relevante em

matérias de contratação, que realizam, até a data da criação das UCP, as

actividades de contratação pública, provenientes, preferencialmente da

Secretaria Geral, do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística, do

Gabinete Jurídico, do Gabinete de Inspecção e da(s) área(s) técnica(s), com

maior volume de necessidades de contratação de bens e serviços ou

empreitadas de obras públicas.

3. O número de técnicos a integrar cada uma das UCP é determinado em

função do volume e complexidade das contratações.

Artigo 9.º

(Atribuições)

1. A UCP tem as seguintes atribuições:

a) Coordenar a função de compra da EPC;

b) Acompanhar de forma direccionada todo o ciclo de contratações;

c) Interagir com as áreas técnicas na definição das necessidades, da escolha

e dos momentos da realização do procedimento, bem como na

preparação das respectivas peças;

d) Propor os membros das Comissões de Avaliação;

e) Apoiar as Comissões de Avaliação na resolução dos conflitos com os

candidatos ou concorrentes;

f) Designar na sua estrutura técnicos responsáveis por contratação de

categorias de bens, serviços e empreitadas;

g) Propor a celebração e ou vinculação aos acordos-quadro;

h) Carregar anúncios, registar abertura de procedimento e comunicar de

adjudicação no Portal da Contratação Pública.

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i) Assegurar a utilização dos instrumentos de contratação pública

electrónica;

j) Identificar e propor para cada contrato um Gestor de Contratos,

proveniente das áreas técnicas;

k) Actualizar, permanentemente, os conhecimentos referentes à contratação

pública, de acordo com as boas práticas nacionais e internacionais;

l) Implementar, em cada procedimento de contratação pública, acções de

fomento à sustentabilidade da contratação pública, nomeadamente, a

aplicação do regime das contrapartidas, contratação preferencial das

Micro, Pequenas e Médias Empresas e a produção nacional e local, a

utilização predilecta da mão-de-obra local;

m) Reportar as informações pertinentes sobre os principais indicadores da

contratação pública sectorial;

n) Estabelecer contactos permanentes, com o SNCP, Tribunal de Contas,

Unidade Técnica de Acompanhamento de Projectos com Financiamento

Externo e demais órgãos intervenientes no sistema da contratação

pública.

2. Constituem, ainda, atribuições das UCP, colaborar com o SNCP no sentido

de:

a) Propor a emissão ou actualização de normas da contratação pública;

b) Sugerir a emissão ou actualização de manuais de procedimento;

c) Informar sobre situações ocorridas de práticas anti-éticas e actos ilícitos;

d) Encaminhar os dados e informações necessários à constituição, manutenção

e actualização de estudos estatísticos sobre contratação pública; e

e) Propor a inclusão de fornecedores na lista de empresas impedidas de

contratualizar com o Estado.

Artigo 10.º (Integração de processos)

1. A UCP deve conduzir todos os processos de contratação pública

desencadeados pela EPC, podendo, igualmente, conduzir os procedimentos

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de contratação pública dos órgãos superintendidos que não disponham de

um órgão similar.

2. Nos termos do número anterior, o órgão máximo da EPC deve garantir que

todos os órgãos dependentes e serviços superintendidos não exerçam

nenhuma acção de contratação, sem que seja sob a alçada da UCP.

SECÇÃO II

Unidades de Contratação Pública nos órgãos da Administração Indirecta do Estado

Artigo 11.º (Criação)

1. As EPC, a nível da Administração Indirecta, para a criação das UCP, devem

avaliar previamente, o âmbito, a quantidade e a complexidade das

actividades, a disponibilidade dos recursos financeiros, os recursos humanos,

entre outros indicadores.

2. Os órgãos da Administração Indirecta do Estado, nomeadamente, os

Institutos Públicos e os Órgãos do Sector Público Empresarial, a nível local

e central, enquanto EPC, podem, igualmente, constituir UCP quando o

volume e a complexidade das aquisições assim justificar.

3. As entidades previstas no número anterior podem submeter as suas

contratações junto da UCP do órgão de superintendência ou agrupar-se

entre si.

Artigo 12.º (Âmbito das Actividades)

As UCP, criadas junto dos órgãos previstos na presente Secção, são responsáveis

pelo acompanhamento de todos os procedimentos de contratação pública

independentemente de se tratarem de recursos próprios ou oriundos do

Orçamento Geral do Estado.

CAPÍTULO III

FUNCIONAMENTO DAS UCP

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Artigo 13.º (Disposição Geral)

A UCP funciona de forma permanente junto da EPC, devendo praticar, com o

apoio das áreas técnicas, todos os actos inerentes ao planeamento, identificação das

necessidade, condução dos procedimentos até à celebração dos contratos.

Artigo 14.º

(Funcionamento)

1. Para a condução de procedimemtos de contratação pública, a UCP inicia a

sua actividade, mediante a identificação da necessidade por parte das áreas

técnicas.

2. As necessidades previstas no número anterior, devem constar do Plano

Anual de Contratação da EPC, salvo casos devidamente fundamentados.

3. As Comissões de Avaliação casualmente constituídas para a condução de

procedimentos de contratação pública, devem integrar técnicos provenientes

das áreas técnicas.

4. As EPC podem agrupar-se para indicar uma única UCP competente para

efectuar todas ou algumas das suas aquisições.

5. Todas as aquisições a efectuar nos termos do número anterior devem ser

conduzidas de acordo com o presente regulamento.

Artigo 15.º (Submissão Metodológica)

As UCP são metodologicamente orientadas pelo SNCP, nomeadamente, na forma

de identificação das necessidades, definição dos preços de referência, planeamento

das aquisições, elaboração das peças de procedimento, elaboração de

pronunciamentos sobre as impugnações administrativas, implementação de

políticas sectoriais de sustentabilidade, acompanhamento da execução dos

contratos.

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Artigo 16.º (Ética no funcionamento das UCP)

No exercício das suas funções, a UCP deve obediência às normas éticas e

deontológicas previstas na Lei dos Contratos Públicos, na Lei da Probidade Pública

e demais legislação aplicável na gestão orçamental.

Artigo 17.º

(Segregação de Funções)

1. Os técnicos integrantes das UCP devem exercer as suas funções de forma

exclusiva, ficando expressamente proibidos de exercer qualquer actividade

junto das áreas técnicas.

2. O disposto no número anterior não se aplica aos técnicos das áreas técnicas,

que devem sempre integrar as Comissões de Avaliação para a formação de

contratos cuja necessidade seja proveniente da respectiva área.

Artigo 18.º

(Obrigação de reporte)

1. As UCP devem garantir o cumprimento das obrigações de reporte de

informação relevante em matérias de contratação pública, nos termos da Lei dos

Contratos Públicos, nomeadamente, quanto a:

a) Publicação do Plano Anual de Contratação;

b) Comunicação da decisão de contratar;

c) Comunicação das Adjudicações;

d) Relatórios de contratação pública por programa orçamental;

e) Relatórios de contratações ao abrigo de acordos-quadro;

f) Contratação de Micro, Pequenas e Médias Empresas.

2. As UCP devem, ainda, reportar toda a informação relevante para efeito de

produção de estatísticas ao SNCP ou demais órgãos intervenientes no sistema

de contratação pública nacional.

Artigo 19.º (Obrigação dos órgãos máximos das EPC)

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1. O órgão máximo da EPC deve garantir que todos os processos de contratação

pública sejam desencadeados pelas UCP. 2. O órgão máximo das EPC deve, ainda, garantir que a UCP cumpra com todas

as obrigações decorrentes da Lei dos Contratos Públicos, do presente regulamento e demais legislação aplicável.

Artigo 20.º (Competências dos Secretários Gerais sobre as UCP)

1. Os Secretários Gerais ou entidades equiparadas devem garantir o pleno funcionamento das UCP, promovendo todos os actos necessários para o cumprimento de todas as obrigações constantes do presente regulamento.

Artigo 21.º

(Controlo e fiscalização da actividade das UCP)

1. Compete ao SNCP, enquanto órgão responsável pela regulação e supervisão da

contratação pública, fiscalizar, monitorar e reportar a implementação do grau

de funcionamento das UCP.

2. No exercício das suas funções de fiscalização da aplicação do presente

regulamento, o SNCP deve:

a) Capacitar e certificar os integrantes das UCP;

b) Disponibilizar uma ferramenta para o acompanhamento dos processos e

uma base de dados para registo destes;

c) Apoiar e acompanhar a implementação faseada das UCP;

d) Identificar a necessidade de criação de UCP nas EPC; e

e) Ponderar e sugerir a criação da carreira especial para o quadro de pessoal

afecto à área de compras públicas, em colaboração com o Departamento

Ministerial responsável pela gestão da política de recursos humanos na

Administração Pública.

Artigo 22.º (Infracções)

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Constituem infracções, no âmbito das actividades das UCP, todos os actos assim

descritos nas regras aplicáveis à disciplina orçamental.

Artigo 23.º

(Responsabilização da UCP)

1. As UCP e os seus funcionários são responsabilizados criminal, civil,

financeira e disciplinarmente pela prática de actos que violem as disposições

presentes na Lei do Orçamento Geral do Estado, na Lei dos Contratos

Públicos, nas Regras Anuais de Execução Orçamental e nas demais

legislações aplicáveis à execução das despesas públicas.

2. Sem prejuízo das competências dos demais órgãos, o SNCP pode denunciar

as acções ou omissões passíveis de responsabilização, nos termos do número

anterior, das quais tenha conhecimento no exercício das suas funções.

Artigo 24.º (Acompanhamento subsequente da execução)

1. Terminada a fase de formação dos contratos, a UCP promove a transferência

de toda a informação de cada procedimento para o Gestor de Contratos que

assegura a sua execução física e financeira.

2. A execução financeira dos contratos é assegurada pelo órgão responsável pela

execução orçamental junto da Secretaria Geral ou entidades equiparada.

CAPÍTULO IV GESTOR DE CONTRATOS

Artigo 25.º

(Perfil do Gestor de Contratos)

O Gestor de Contrato é proveniente das áreas técnicas de cada órgão e deve ter

experiência nos domínios técnico, económico, jurídico e do mercado público na

área de procedimentos de contratação pública.

Artigo 26.º (Obrigatoriedade da nomeação do Gestor de Contrato)

1. É obrigatória a nomeação do Gestor de Contrato nos seguintes contratos:

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a) Empreitada de Obras Públicas;

b) Fornecimento contínuo de bens e serviços.

2. Sem prejuízo do estipulado no número anterior, a EPC pode ainda nomear

Gestor de Contrato, sempre que julgar necessário.

3. O Gestor de Contrato é nomeado independetemente da existência da UCP.

Artigo 27.º (Nomeação do Gestor de Contratos)

1. O Gestor de Contratos é indicado pelo órgão compentente para a decisão de

contratar, nos termos da Lei dos Contratos Públicos, antes da entrada em

vigor do contrato.

2. O Gestor de Contratos pode ser designado entre os membros da Comissão

de Avaliação.

3. Sempre que for necessário, o órgão competente para a decisão de contratar

pode designar perito ou consultor para apoiar ou execer a actividade do

Gestor de Contratos.

Artigo 28.º (Atribuições do Gestor de Contratos)

O Gestor de Contratos deve prosseguir, nomeadamente, às seguintes atribuições:

a) Representar o dono da obra, nos contratos de empreitadas de obras públicas

nas relações que estabelece com o fiscal e o empreiteiro;

b) Representar e defender os interesses da EPC nos contratos;

c) Assegurar o cumprimento dos níveis de serviços acordados com o fornecedor

ou prestador de serviços;

d) Documentar todas as modificações e adendas aos contratos durante o seu

período de execução;

e) Apoiar a UCP na preparação dos procedimentos pré-contratuais;

f) Prestar informação relativa à execução do contrato;

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g) Monitorizar o desempenho dos contratos e produzir informação estatística

relativa a estes;

h) Analisar o mercado de fornecedores de modo a encontrar soluções

alternativas ou inovadoras;

i) Desempenhar outras atribuições emanadas pelo órgão máximo da EPC.

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Artigo 29.º (Ética)

O Gestor de Contratos da UCP está obrigado a cumprir com as disposições

relativas à ética e deontologia, no exercício das suas funções, previstas no artigo

8.º da Lei dos Contratos Públicos, na Lei da Probidade Pública e nas demais

legislações aplicáveis.

Artigo 30.º

(Responsabilização do Gestor de Contratos)

O Gestor de contratos responde pelos actos e omissões que configurem infracções

nos termos do disposto no artigo 23.º do presente regulamento.

CAPÍTULO IV DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 31.º

(Delegação de competência)

1. São delegadas competências, aos órgãos máximos das EPC para criar UCP, nos

termos do presente regulamento.

2. Compete aos titulares dos Departamentos Ministeriais responsáveis pelas

Finanças Públicas e pela administração pública definir a estratégia, criar e

aprovar a carreira de técnico de compras públicas, bem como os mecanismos

para atribuição de prémios aos técnicos integrantes das UCP.

Artigo 32.º (Direito subsidiário)

Em tudo que não estiver previsto no presente regulamento aplica-se, subsidiariamente, a Lei dos Contratos Públicos.

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Secretaria Geral ou Entidade Equiparada

Outro Outro OutroDepartamento de Contratação Pública

ANEXO Organigrama a que se refere o n.º 5 do artigo 7.º.