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7/23/2019 RESP 1112557
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Superior Tribunal de Justia
RECURSO ESPECIAL N 1.112.557 - MG (2009/0040999-9)
RELATOR : MINISTRO NAPOLEO NUNES MAIA FILHORECORRENTE : Y G P S (MENOR)REPR. POR : CNTIA DBORA PEREIRA SOUZA
ADVOGADO : JULLYO CEZZAR DE SOUZARECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROCURADOR : MIGUEL DOS SANTOS FONSECA NETO E OUTRO(S)
EMENTA
RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ART. 105, III, ALNEA C DA CF.DIREITO PREVIDENCIRIO. BENEFCIO ASSISTENCIAL. POSSIBILIDADE DEDEMONSTRAO DA CONDIO DE MISERABILIDADE DO BENEFICIRIOPOR OUTROS MEIOS DE PROVA, QUANDO A RENDA PER CAPITA DO
NCLEO FAMILIAR FOR SUPERIOR A 1/4 DO SALRIO MNIMO. RECURSOESPECIAL PROVIDO.
1. A CF/88 prev em seu art. 203, caput e inciso V a garantia deum salrio mnimo de benefcio mensal, independente de contribuio SeguridadeSocial, pessoa portadora de deficincia e ao idoso que comprovem no possuirmeios de prover prpria manuteno ou de t-la provida por sua famlia, conformedispuser a lei.
2. Regulamentando o comando constitucional, a Lei 8.742/93,alterada pela Lei 9.720/98, dispe que ser devida a concesso de benefcio
assistencial aos idosos e s pessoas portadoras de deficincia que no possuammeios de prover prpria manuteno, ou cuja famlia possua renda mensal percapita inferior a 1/4 (umquarto) do salrio mnimo.
3. O egrgio SupremoTribunal Federal, j declarou, por maioriade votos, a constitucionalidade dessa limitao legal relativa ao requisito econmico,no julgamento da ADI 1.232/DF (Rel. para o acrdo Min. NELSON JOBIM, DJU1.6.2001).
4. Entretanto, diante do compromisso constitucional com adignidade da pessoa humana, especialmente no que se refere garantia das
condies bsicas de subsistncia fsica, esse dispositivo deve ser interpretado demodo a amparar irrestritamente a o cidado social e economicamente vulnervel.
5. A limitao do valor da renda per capita familiar no deve serconsiderada a nica forma de se comprovar que a pessoa no possui outros meiospara prover a prpria manuteno ou de t-la provida por sua famlia, pois apenasum elemento objetivo para se aferir a necessidade, ou seja, presume-seabsolutamente a miserabilidade quando comprovada a renda per capita inferior a1/4 do salrio mnimo.
6. Alm disso, em mbito judicial vige o princpio do livre
convencimento motivado do Juiz (art. 131 do CPC) e no o sistema de tarifaolegal de provas, motivo pelo qual essa delimitao do valor da renda familiar per
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capita no deve ser tida como nico meio de prova da condio de miserabilidadedo beneficiado. De fato, no se pode admitir a vinculao do Magistrado adeterminado elemento probatrio, sob pena de cercear o seudireito dejulgar.
7. Recurso Especial provido.
ACRDO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros daTERCEIRA SEO do Superior Tribunal de Justia, na conformidade dos votos edas notas taquigrficas a seguir, por unanimidade, dar provimento ao recursoespecial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Votaram com o Relator os Srs.Ministros Jorge Mussi, Og Fernandes, Celso Limongi (Desembargador convocadodo TJ/SP), Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado doTJ/CE), Felix Fischer,Arnaldo Esteves Lima e Maria Thereza de Assis Moura.
Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Nilson Naves.
Presidiu ojulgamento a Sra. Ministra Laurita Vaz.
Braslia/DF, 28 de outubro de 2009 (Data doJulgamento).
NAPOLEO NUNES MAIA FILHO
MINISTRO RELATOR
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RECURSO ESPECIAL N 1.112.557 - MG (2009/0040999-9)
RELATOR : MINISTRO NAPOLEO NUNES MAIA FILHORECORRENTE : Y G P S (MENOR)REPR. POR : CNTIA DBORA PEREIRA SOUZA
ADVOGADO : JULLYO CEZZAR DE SOUZARECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROCURADOR : MIGUEL DOS SANTOS FONSECA NETO E OUTRO(S)
RELATRIO
1. Trata-se de Recurso Especial interposto com fundamento no
art. 105, III, c da CF, objetivando a reforma do Acrdo do Tribunal Regional
Federal da 1a. Regio, assim ementado:
CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIRIO. AMPARO SOCIAL AOPORTADOR DE DEFICINCIA. INCAPACIDADE PARCIAL PARA OTRABALHO. RENDA PER CAPITA FAMILIAR SUPERIOR AO LIMITECONSTITUCIONAL DE 1/4 DO SALRIO-MNIMO. CUSTAS EHONORRIOS ADVOCATCIOS PERICIAIS. GRATUIDADE DE JUSTIA.REMESSA OFICIAL. ART. 475, 2o. DO CPC.
1. Remessa oficial no conhecida por se tratar de sentena nosujeita ao reexame necessrio (art. 475, 2o., CPC).
2. O benefcio de prestao continuada para a pessoa portadorade deficincia, consoante disciplina o art. 20 da Lei 8.742/93, condiciona-se demonstrao de deficincia, da incapacidade dela resultante e do requisitoeconmico.
3. Infere-se que para fazer jus ao benefcio, a requerente, alm dorequisito subjetivo (ser deficiente ou idoso), deve possuir renda insuficiente
para o seu prprio sustento ou no possuir meios de obter a manuteno por
parte de seusfamiliares.
4. Requisito econmico no demonstrado (art. 20, 3o. da Lei8.745/93), ante a ausncia de elementos a comprovar a vulnerabilidade social
para a concesso do benefcio.
5. Condenao da autora em custas e honorrios advocatcios,fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor atribudo causa, suspensa aexigibilidade em ateno ao quanto disposto no art. 12 da Lei 1.060/50, porlitigarem sob o plio da justia gratuita.
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6. Apelao do INSSprovida (fls. 182).
2. Alega o recorrente que o entendimento manifestado no
acrdo recorrido diverge dajurisprudncia do STJ de que o parmetro fixado peloart. 20, 3o. da Lei 8.742/93 no pode ser bice para a concesso do benefcio
assistencial criado para auxiliar as pessoas idosas e deficientes menos favorecidas.
Aduz que tal dispositivo quis apenas definir que a renda familiar inferior a 1/4 do
salrio mnimo , objetivamente considerada, insuficiente para a subsistncia. Tal
regra, contudo, no afasta, no caso concreto, outros meios de prova da condio de
miserabilidade (fls. 187).
3. O presente Recurso Especial foi admitido na origem como
representativo da controvrsia, a teor do art. 543-C do CPC, em face da
multiplicidade de recursos especiais com fundamento em questo idntica de
direito.
4. Remetidos os autos a esta Corte Superior, submeti o
julgamento deste Recurso Especial Terceira Seo, em conformidade com o art.
543-C do CPC e com a Resoluo 8/08 desta Corte.
5. O ilustre membro do Ministrio Pblico Federal IVALDO
OLMPIO DE LIMA opina pelo provimento do Recurso Especial, em parecer cuja
ementa restou assim transcrita:
Recurso Especial pela alnea 'c'. Divergncia notria.Desnecessidade de cotejo analtico. Interpretao do art. 20, 3o. da Lei8.742/1993. Limite de 1/4 do salrio-mnimo por membro da famlia. Limite
mnimo. Possibilidade de comprovao da condio de risco social por outrosmeios. Precedentes do STJ. Art. 4o. inciso I da Lei 8.742/1993. Princpio dasupremacia do atendimento s necessidades sociais sobre as exigncias derentabilidade econmica.
Pelo provimento do recurso especial (fls. 210).
6. o relatrio.
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RELATOR : MINISTRO NAPOLEO NUNES MAIA FILHORECORRENTE : Y G P S (MENOR)REPR. POR : CNTIA DBORA PEREIRA SOUZA
ADVOGADO : JULLYO CEZZAR DE SOUZARECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROCURADOR : MIGUEL DOS SANTOS FONSECA NETO E OUTRO(S)
VOTO
RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ART. 105, III, ALNEA C DACF. DIREITO PREVIDENCIRIO. BENEFCIO ASSISTENCIAL.POSSIBILIDADE DE DEMONSTRAO DA CONDIO DE
MISERABILIDADE DO BENEFICIRIO POR OUTROS MEIOS DE PROVA,QUANDO A RENDA PER CAPITA DO NCLEO FAMILIAR FOR SUPERIORA 1/4 DO SALRIO MNIMO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
1. A CF/88 prev em seu art. 203, caput e inciso V a garantia deum salrio mnimo de benefcio mensal, independente de contribuio Seguridade Social, pessoa portadora de deficincia e ao idoso quecomprovem no possuir meios de prover prpria manuteno ou de t-la
provida por sua famlia, conforme dispuser a lei.
2. Regulamentando o comando constitucional, a Lei 8.742/93,alterada pela Lei 9.720/98, dispe que ser devida a concesso de benefcioassistencial aos idosos e s pessoas portadoras de deficincia que no
possuam meios de prover prpria manuteno, ou cuja famlia possuarenda mensal per capita inferior a 1/4 (um quarto) do salrio mnimo.
3. O egrgio Supremo Tribunal Federal, j declarou, por maioriade votos, a constitucionalidade dessa limitao legal relativa ao requisitoeconmico, no julgamento da ADI 1.232/DF (Rel. para o acrdo Min.
NELSON JOBIM, DJU 1.6.2001).
4. Entretanto, diante do compromisso constitucional com adignidade da pessoa humana, especialmente no que se refere garantia dascondies bsicas de subsistncia fsica, esse dispositivo deve serinterpretado de modo a amparar irrestritamente a o cidado social eeconomicamente vulnervel.
5. A limitao do valor da renda per capita familiar no deve serconsiderada a nica forma de se comprovar que a pessoa no possui outros
meios para prover a prpria manuteno ou de t-la provida por sua famlia,pois apenas um elemento objetivo para se aferir a necessidade, ou seja,
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presume-se absolutamente a miserabilidade quando comprovada a renda percapita inferior a 1/4 do salrio mnimo.
6. Alm disso, em mbito judicial vige o princpio do livre
convencimento motivado do Juiz (art. 131 do CPC) e no o sistema detarifao legal de provas, motivo pelo qual essa delimitao do valor da renda
familiar per capita no deve ser tida como nico meio deprova da condiode miserabilidade do beneficiado. De fato, no se pode admitir a vinculaodo Magistrado a determinado elemento probatrio, sob pena de cercear o seudireito de julgar.
7. Recurso Especial provido.
1. Presentes os requisitos de admissibilidade do Recurso
Especial, passo anlise do mrito.
2. A CF/88 prev em seu art. 203, capute inciso Va garantia de
um salrio mnimo de benefcio mensal, independente de contribuio Seguridade
Social, pessoa portadora de deficincia e ao idoso que comprovem no possuir
meios de prover prpria manuteno ou de t-la provida por sua famlia, conforme
dispuser a lei.
3. Regulamentando o comando constitucional, a Lei 8.742/93,
alterada pela Lei 9.720/98, dispe:
Art. 20 - O benefcio de prestao continuada a garantia de 1 (um)salrio mnimo mensal pessoa portadora de deficincia e ao idoso com 70(setenta) anos ou mais e que comprovem no possuir meios de prover a
prpria manuteno e nem de t-la provida por sua famlia.
1o.
Para os efeitos do disposto no caput, entende-se como famliao conjunto depessoas elencadas no art. 16 da Lei 8.213, de 24 de julho de1991, desde que vivam sob o mesmo teto. (Redao dada pela Lei n 9.720,de 30.11.1998)
2o.Para efeito de concesso deste benefcio, a pessoa portadorade deficincia aquela incapacitada para a vida independente e para otrabalho.
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3o. Considera-se incapaz de prover a manuteno da pessoaportadora de deficincia ou idosa a famlia cuja renda mensal per capita sejainferior a 1/4 (um quarto) do salrio mnimo. (...).
4. Da leitura desse dispositivo, constata-se que ser devida a
concesso de benefcio assistencial aos idosos e s pessoas portadoras de
deficincia que no possuam meios de prover prpria manuteno, oucuja famlia
possua renda mensalper capitainferior a 1/4 (umquarto) do salrio mnimo.
5. A controvrsia posta no presente incidente de uniformizao
dejurisprudncia diz respeito justamente ao citado requisito econmico consistente
na renda mensalper capita igual ou inferior a do salrio mnimo.
6. De se ter em conta que o egrgio SupremoTribunal Federal, j
declarou, por maioria de votos, a constitucionalidade dessa limitao, nojulgamento
da ADI 1.232/DF (Rel. para o acrdo Min. NELSON JOBIM, DJU 1.6.2001).
7. Entretanto, diante do compromisso constitucional com a
dignidade da pessoa humana, especialmente no que se refere garantia das
condies bsicas de subsistncia fsica, entendo que esse dispositivo deve serinterpretado de modo a amparar irrestritamente o cidado social e economicamente
vulnervel.
8. Dessa forma, a limitao do valor da rendaper capitafamiliar
no deve ser considerada a nica forma de se comprovar que a pessoa no possui
outros meios para prover a prpria manuteno ou de t-la provida por sua famlia,
pois apenas um elemento objetivo para se aferir a necessidade, ou seja,
presume-se absolutamente a miserabilidade quando comprovada a rendaper capita
inferior a 1/4 do salrio mnimo.
9. Alm disso, em mbito judicial vige o princpio do livre
convencimento motivado do Juiz (art. 131 do CPC) e no o sistema de tarifao
legal de provas, motivo pelo qual essa delimitao do valor da renda familiarper
capitano deve ser tida como nico meio de prova da condio de miserabilidade
do beneficiado. De fato, no se pode admitir a vinculao do Magistrado a
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determinado elemento probatrio, sob pena de cercear o seudireito dejulgar.
10. Diante dessa situao, o STJj pacificou o entendimento de
que o critrio de aferio da renda mensal previsto no 3o.
do art. 20 da Lei8.742/93 deve ser tido como um limite mnimo, um quantum considerado
insatisfatrio subsistncia da pessoa portadora de deficincia ou idosa, no
impedindo, contudo, que o julgador faa uso de outros elementos probatrios, desde
que aptos a comprovar a condio de miserabilidade da parte e de sua famlia
(REsp. 841.060/SP, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, DJU
25.06.2007).
11. No mesmo sentido, o seguinte julgado:
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DECLARATRIOS.CONTRADIO. INOCORRNCIA. PREVIDENCIRIO. ASSISTNCIASOCIAL. BENEFCIO DA PRESTAO CONTINUADA. REQUISITOSLEGAIS. ART. 20, 3o., DA LEI 8.742/93.
(...).
II - A assistncia social foi criada com o intuito de beneficiar osmiserveis, pessoas incapazes de sobreviver sem a ao da Previdncia.
III - O preceito contido no art. 20, 3o., da Lei 8.742/93 no onico critrio vlido para comprovar a condio de miserabilidade preceituadano art. 203, V, da Constituio Federal. A renda familiar per capita inferior a1/4 do salrio-mnimo deve ser considerada como um limite mnimo, umquantum objetivamente considerado insuficiente subsistncia do portadorde deficincia e do idoso, o que no impede que o julgador faa uso deoutros fatores que tenham o condo de comprovar a condio de
miserabilidade do autor. Precedentes.
IV - A pretenso do embargante obter novo julgamento, o que no possvel, via de regra, por meio de embargos declaratrios.
Embargos rejeitados(EDcl no AgRg no REsp. 824.817/SP, Rel. Min.FELIX FISCHER,T5, DJ 11.12.2006).
12. No caso dos autos, o pedido foijulgado procedente peloJuiz de
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primeira instncia, por reconhecer, com base no conjunto ftico-probatrio dos
autos, a condio de miserabilidade da autora, bem como ser ela portadora de
deficincia, nos termos do art. 20, 2o. da Lei 8.742/93, conforme se depreende do
seguinte trecho da sentena:
Temos, portanto, uma renda familiar de R$ 400,00 (quatrocentosreais) para quatro pessoas, o que a princpio, supera o estabelecido pelo
pargrafo 3 do artigo 20 da Lei 8.742/93, contudo algumas ponderaesdevem ser feitas, tendo em vista que a autora, por ser deficiente visual e com
problemas neurolgicos precisa de cuidados constantes de outrapessoa paraauxili-la em sua higiene pessoal, alimentao e vesturio.
Alm disso, verifica-se atravs do Estatuto Social a evidenteprecariedade das condies de vida da famlia da Autora, que no possuicasa prpria, vivendo em casa cedida pela Igreja Restaurao.
Merece transcrio o parecer Ministerial que foi conclusivo aopontuar que:
'(...) ficou constatado atravs do laudo pericial de fls. 91/92 que arequerente portadora de doena congnita (intrtero), o que atorna incapaz total e permanentemente para a vida laborativa e
independentemente (conforme resposta ao quesito 'a' de fls. 70).
Quanto ao requisito pertinente carncia financeira, ficouconstatado no estudo scio-econmico de fls. 85/86 que acomposio familiar da requerente conta com quatro pessoas(juntamente com ela), ressaltando que somente o seu paidesempenha atividade laborativa como auxiliar de mecnica,
percebendo a quantia mensal de R$ 400,00 (quatrocentos reais).
Apesar de conter no estudo scio-econmico a afirmao de que a
situao financeira da requerente e de sua famlia estvel, esteParquet Federal no vislumbrou o caso da mesma maneira. evidente que a requerente apresenta uma condio financeira
precria, j que todo o grupo familiar encontra-se sobrevivendoapenas com uma renda de R$ 400,00 (quatrocentos reais), ou sejamcorrespondente a R$ 100,00 (cem rais), no se podendo conceberque tal situao demonstra estabilidade financeira, conformeentendeu a assistente social (...)' (fls. 117/118).
13. Ressalte-se que o Tribunal de origem reformou essa deciso,
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para afastar a concesso do benefcio assistencial, com fundamento na constatao
de que a rendaper captado ncleo familiar superior ao limite estabelecido no art.
20, 3o. da Lei 8.742/93, o que, como visto, vai de encontro ao entendimento
jurisprudencial do STJ.
14. Dessa forma, tendo a agravante logrado comprovar sua condio
de miserabilidade por outros meios, e estando preenchidos os requisitos legais,
conforme antes analisado, fazjus concesso do benefcio assistencial pleiteado.
15. Diante disso, d-se provimento ao Recurso Especial para
determinar que seja restabelecida a sentena que julgou procedente o pedido da
autora.
16. como voto.
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CERTIDO DE JULGAMENTOTERCEIRA SEO
Nmero Registro: 2009/0040999-9 REsp 1112557/ MG
Nmero Origem: 200538040028106
PAUTA: 28/10/2009 JULGADO: 28/10/2009
RelatorExmo. Sr. Ministro NAPOLEO NUNES MAIA FILHO
Presidenta da SessoExma. Sra. Ministra LAURITA VAZ
Subprocurador-Geral da RepblicaExmo. Sr. Dr. BRASILINO PEREIRA DOS SANTOS
Secretria
Bela. VANILDE S. M. TRIGO DE LOUREIRO
AUTUAO
RECORRENTE : Y G P S (MENOR)REPR. POR : CNTIA DBORA PEREIRA SOUZAADVOGADO : JULLYO CEZZAR DE SOUZA
RECORRIDO : INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROCURADOR : MIGUEL DOS SANTOS FONSECANETO E OUTRO(S)
ASSUNTO: DIREITO PREVIDENCIRIO - Benefcios em Espcie - Benefcio Assistencial (Art. 203,VCF/88)
CERTIDO
Certifico que a egrgia TERCEIRA SEO, ao apreciar o processo em epgrafe na sessorealizada nesta data, proferiu a seguinte deciso:
A Seo,por unanimidade, deu provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr.Ministro Relator.
Votaram com o Relator os Srs. Ministros Jorge Mussi, Og Fernandes, Celso Limongi
(Desembargador convocado do TJ/SP), Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do TJ/CE),Felix Fischer, Arnaldo Esteves Lima e Maria Thereza de Assis Moura.
Ausente, ocasionalmente, o Sr. MinistroNilson Naves.Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Laurita Vaz.
Braslia, 28 de outubro de 2009
VANILDE S. M. TRIGO DE LOUREIROSecretria
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