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jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português Num. 70 • Ano / An 3 • 3 de Dezembro / 3 décembre 2016 www.facebook.com/museucombatente.oficial Visitez Le Portugal 1º de Dezembro RESTAURAÇÃO 1640 Déclaration du premier ministre du Canada sur le décès de l’ancien président Cubain, Fidel Castro Le 26 novembre 2016 Le premier ministre Justin Trudeau a fait aujourd’hui la déclaration suivante suite à l’annonce du décès de l’ancien président cubain, Fidel Castro : « C’est avec une profonde tristesse que j’ai appris aujourd’hui la mort du président cubain ayant le plus longtemps exercé cette fonction. « Fidel Castro, leader plus grand que nature, a consacré près d’un demi-siècle au service du peuple cubain. Révolutionnaire et orateur légendaire, M. Castro a réalisé d’importants progrès dans les domaines de l’éducation et des soins de santé sur son île natale. « Bien qu’il était une figure controversée, ses supporters et ses détracteurs reconnaissaient son amour et son dévouement immenses envers le peuple cubain, qui éprouvait une affection profonde et durable pour “el Comandante”. « Je sais que mon père était très fier de le considérer comme un ami, et j’ai eu l’occasion de rencontrer Fidel lorsque mon père est décédé. Ce fut aussi un véritable honneur de rencontrer ses trois fils et son frère, le président Raúl Castro, au cours de ma récente visite à Cuba. « Au nom de tous les Canadiens, Sophie et moi offrons nos plus sincères condoléances à la famille et aux amis de M. Castro ainsi qu’aux nombreuses personnes qui l’appuyaient. Aujourd’hui, nous pleurons avec le peuple de Cuba la perte d’un leader remarquable. » Dever de recordar

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Visitez Le Portugal

1º de Dezembro

RESTAURAÇÃO1640

Déclaration du premier ministre du Canada sur le décès de l’ancien président Cubain, Fidel CastroLe 26 novembre 2016

Le premier ministre Justin Trudeau a fait aujourd’hui la déclaration suivante suite à l’annonce du décès de l’ancien président cubain, Fidel Castro :

« C’est avec une profonde tristesse que j’ai appris aujourd’hui la mort du président cubain ayant le plus longtemps exercé cette fonction.« Fidel Castro, leader plus grand que nature, a consacré près d’un demi-siècle au service du peuple cubain. Révolutionnaire et orateur légendaire, M. Castro a réalisé d’importants progrès dans les domaines de l’éducation et des soins de santé sur son île natale.« Bien qu’il était une figure controversée, ses supporters et ses détracteurs reconnaissaient son amour et son dévouement immenses envers le peuple cubain, qui éprouvait une affection profonde et durable pour “el Comandante”.

« Je sais que mon père était très fier de le considérer comme un ami, et j’ai eu l’occasion de rencontrer Fidel lorsque mon père est décédé. Ce fut aussi un véritable honneur de rencontrer ses trois fils et son frère, le président Raúl Castro, au cours de ma récente visite à Cuba.

« Au nom de tous les Canadiens, Sophie et moi offrons nos plus sincères condoléances à la famille et aux amis de M. Castro ainsi qu’aux nombreuses personnes qui l’appuyaient. Aujourd’hui, nous pleurons avec le peuple de Cuba la perte d’un leader remarquable. »

Dever de recordar

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A Chuva e o Bom Tempo

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TUDO EM FAMÍLIA….coisa gira!!!

Por Paulo de Morais Na política nacional, os vínculos mais fortes não são os ideológicos, ou sequer partidários. São os familiares. No governo, Parlamento e na alta administração pública, estamos cheios de casados, primos e cunhados. Os exemplos são inúmeros. O ministro Eduardo Cabrita é casado com Ana Paula Vitorino, que também integra o governo. Já Vieira da Silva, ministro da segurança social, é pai da secretária de estado adjunta, Mariana Vieira da Silva.

Ainda no actual executivo, o secretário de estado Waldemar de Oliveira Martins é filho de Guilherme Oliveira Martins, ex-Presidente do Tribunal de Contas, actual presidente do Conselho Fiscal da Caixa; este é cunhado de Margarida Salema, que preside à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos e é irmã da deputada Helena Roseta, casada com o ex-ministro Pedro Roseta, que é cunhado do também ex-ministro António Capucho.

No Parlamento, os exemplos de consanguinidade são às dezenas: Luís Meneses, filho de Luís Filipe Meneses, Nuno Encarnação, filho do ex ministro Carlos Encarnação e os deputados Candal, pai Carlos e filho Afonso, ambos do PS. A que se juntam Paulo Mota Pinto filho do anterior primeiro-ministro Mota Pinto e da provedora da Santa Casa da Misericórdia, Fernanda Mota Pinto. Clara Marques Mendes, deputada, é filha e irmã de dois outros Marques Mendes, António e Luís. António foi eurodeputado, Luís ministro e líder parlamentar. O exemplo familiar mais exótico nos dias de hoje é constituído pelas gémeas Mariana e Joana Mortágua.

Paulo Portas, ex ministro e líder do CDS, primo do todo-poderoso socialista Jorge Coelho, é filho do ex secretário de Estado Nuno Portas e enteado de Manuela de Melo, ex-deputada do PS. A socialista Elisa Ferreira, administradora do Banco de Portugal, é casada com Freire de Sousa que preside à Comissão de Coordenação do Norte. O ex-Secretário de Estado de Passos Coelho João Taborda da Gama é filho do socialista Jaime Gama, antigo presidente do Parlamento.

O ex ministro das Finanças Vitor Gaspar é primo de Francisco Louçã, líder histórico do Bloco de Esquerda. Este é cunhado de Correia de Campos, ex ministro da saúde do PS. António Campos, ex-ministro, é pai de Paulo Campos, deputado…

Esta é uma lista interminável. No acesso ao poder, o que emerge, em primeiríssimo lugar, são os laços de sangue.

A corrupção de retorno a OtavaMuito de tem falado por cá e mesmo na Europa e outros continentes, sob a orientação política e social (estando esta normalmente associada à primeira…) que Justin Trudeau imprimiu ou pelo menos caucionou, no Parlamento.

Á priori poderemos dizer e classificá-la como catastrófica. Em poucos meses, destruiu o equilíbrio financeiro que Stephan Harper com tanto desvelo e sentido da responsabilidade, havia introduzido, suportando críticas e adversidades. Este trágico episódio fez-me lembrar quando nos anos 80 a tradicional irresponsabilidade de Trudeau pai, fez cair o minoritário governo de Joe Clark aquando da apresentação do Orçamento para o país. Com as fanfarronadas que lhe eram particulares, choramingava em cenas trágico-cómicas, antecipando as dificuldades que os seus agricultores do Oeste canadiano teriam de enfrentar devido à previsão do Orçamento Clark de aumentar o carburante de 18 cêntimos por litro.

E toda a campanha eleitoral a seguir desencadeada passou sobre este tema.

Como é evidente nestes casos, toda a fina e grossa “flor liberal”, aderiu como crianças atrás dum chupa-chupa, espalhando a ignomínia conservadora que desta forma, “desprezava” os valentes e leais agricultores da Saskatchewan, principalmente.

O bom Zé Povo, que nestas coisas não é muito diferente do português, deixou-se levar na cantiga e na enxurrada de falsas promessas elegendo a 18 de Fevereiro de 1980, Trudeau e a sua equipa de vendedores de ilusões. Resultado, um mês depois, não foram 18 cêntimos mas sim 25 cêntimos/litro que o Orçamento Liberal impôs não apenas aos agricultores mas, naturalmente, a toda a população.

Entretanto a dívida que em 1980 (ano Clark) estava em 14, 556 biliões passou, nos finais do mandato liberal, em 1984, a 37,167 biliões de dólares e a “dette” aumentou estrondosamente para 195 biliões de dólares. Cent quatre vingh quinze milliards de dollars!

Bravo. O bom povo encaixa e morde os dedos. E passa ao hockey. As-tu vu le but de…O governo Mulroney, que seguiu ao desastre, fez de bombeiro durante largo tempo, lá conseguindo apagar grande parte do incêndio nas finanças públicas. Recordo, na passagem, que nessa altura num Congresso que se fez em Otava, o Ministro Wilson, das Finanças, dizia-se arrepiado e não apenas para pagar a dívida mas mais ainda, para pagar os juros desta. Elevadíssimos. Vários milhões por dia.

Os anos passaram, e após outros chefes liberais, cada qual mais incompetente que o outro, chegou a ocasião do “homem do Motel em Shawinigan” gastar à profusão, lapidando fundos a torto e a direito, tendo lançado o célebre caso das Comandites, de onde e para onde o dinheiro corria livremente como um caudal. Escândalo do qual, como é costume, foram considerados responsáveis uns quantos homens de mão, pobre diabos que mais não fizeram que cumprir à letra as disposições de que tinham sido incumbidos. Safaram-se os arrogantes chefões!

Com os anos Harper o país iniciou um movimento de recuperação, que impôs sacrifícios, mas que tinha a virtude de dividir os “prejuízos” por todos. Procurando responder às maiores necessidades de forma equilibrada e sem bandeiras de “camaradas revolucionários”, respeitando à letra todas as promessas do seu programa eleitoral. Claro que para uma parte da população não era conforme e a veia quebequense extravasou a ânfora gaulesa entrando em cena outro Trudeau. Pobre imitação do pai, teve como bandeira “Porque estamos em 2015…”. Quem souber dizer o significado será candidato liberal nas próximas eleições.

A primeira preocupação foi a de deitar às ortigas o esforço conservador em eliminar a dívida externa. Prometendo mesmo um défice que na hora actual, já foi super ultrapassado. Depois, surge a decisão de receber 25 mil ditos emigrantes do Médio-Oriente, que são recebidos com ursinhos de peluche, instalados em hotéis ou acomodações para o efeito, recebendo mensalmente uma renda que a maioria dos reformados não tem e, causando inveja e frustração nos milhares de desempregados com dificuldades, obrigados a desfazerem-se das suas casas por impossibilidade de pagamentos.

Porém, a cereja no bolo, apareceu agora com os dons e acessos privilegiados aos gabinetes de qualquer ministro ou mesmo, do Primeiro-ministro, a todos os homens de negócios, empreiteiros, dirigentes de grandes empresas, magnates, desde que ofereçam 200 ou 300 mil dólares para a caixa do Partido Liberal du Canada. A isto, quando interrogado por um dos poucos jornalistas que terá ousado escrever sobre o assunto, o imberbe PM diz nada haver de ilegal…Tudo légal como dizem os brasileiros.

Por esta ordem de ideias, as famosas Comanditas foram fatias de pão de leite…Eis então, de forma clara, como a corrupção está de retorno a Otava. E desta vez, pela porta principal!

Raul Mesquita

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Manuel do Nascimento / Paris

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António de Spínola (1910-1996)

14ème et premier Président de la République après le coup d’État du 25 avril 1974 - Troisième République

(15 mai 1974 - 30 septembre 1974)António de Spínola, né le 11 avril 1910, à Estremoz. De 1920 à 1928 il étudie au collège militaire de Lisbonne, puis, en 1939, António de Spínola devient aide de camp au commandement de la Garde Nationale Républicaine et dès 1941, pendant la seconde guerre, il part pour le front russe (Wehrmacht) au début de la bataille de Stalingrad, en tant qu’observateur, où il y avait déjà des volontaires portugais incorporés dans la division bleue (La 250e division d’infanterie espagnole de volontaires), et mis à disposition de l’Allemagne nazie pour combattre sur le front de l’Est. Spínola, dans une lettre adressée à Salazar, en 1961, il dit se porter volontaire pour l’Angola. En 1968, il est nommé gouverneur de Guinée-Bissau. En 1970, Spínola fait partie de l’opération Mer Verte, une attaque à Conakry (Guinée) qui avait pour objectif de capturer Amílcar Cabral du parti PAIGC ou de tuer le président Ahmed Sékou Touré et renverser son régime. (1) La dictature portugaise se tourne vers Paris pour lui demander de l’aider à éliminer Cabral, la Guinée de Sékou Touré étant de facto dirigée par les intérêts pétroliers français. Le 22 mai 1972, le général Spinola rencontre à Paris les responsables du SDECE pour mettre sur pied l’opération. « L’entente de Conakry » prévoit le lancement d’une campagne de désinformation par le SDECE parmi les militants guinéens à Conakry, afin de discréditer « l’étranger Cabral » (il est né au Cap-Vert). Un ancien guérillero, Inocêncio Kani, est chargé d’appuyer la thèse du « règlement de comptes entre militants ». Dans la nuit du 20 janvier 1973, Amilcar Cabral est abattu devant sa maison par une équipe du Service Action du SDECE, guidé par Kani.

Le 17 janvier 1974, Spínola est nommé vice-chef des forces armées à la suggestion de Costa Gomes. Le 22 février 1974, il publie le livre Portugal e o Futuro, le Portugal et l’avenir, où il exprime une solution pour le problème de la guerre coloniale. Le 14 mars 1974, Spínola est limogé du poste vice-chef des forces armées, par Marcelo Caetano. Après la lecture du livre le Portugal et

l’avenir, Marcelo Caetano donne sa démission à deux reprises au Président de la République, Américo Tomás, qu’il refuse à chaque fois. Le 25 avril 1974, Spínola reçoit la reddition de Marcelo Caetano et de son gouvernement. Cela lui permet d’assurer ses pouvoirs publics après la Révolution des Œillets du 25 avril 1974. Le Mouvement des Forces Armées (MFA), nomme la Junte du Salut Nationale (JSN), avec Costa Gomes, António de Spínola, Jaime Silvério Marques, Pinheiro de Azevedo, Rosa Coutinho, Galvão de Melo et Diogo Neto.

La JSN est composée d’une majorité d’officiers modérés. Le 15 mai 1974, la JSN nomme António de Spínola, Président de la République. Dès le 26 avril 1974, et après la divulgation du programme du MFA, les prisonniers politiques sont mis en liberté. Des nouveaux partis politiques voient le jour. Les réfugiés politiques à l’étranger ; Mário Soares, Álvaro Cunhal, etc., rentrent au Portugal. Costa Gomes est nommé chef de l’État-major général des forces armées. Lors de la journée du 1er mai, plus de 300 000 personnes sont réunies au stade 1.° de maio à Lisbonne. Le 14 mai 1974, sont définies les bases de la société portugaise jusqu’à l’entrée en vigueur de la nouvelle constitution portugaise. Palma Carlos est nommé Premier ministre et Mário Soares, est nommé ministre des Affaires étrangères, qui est chargé de négocier le cesser-feu avec la Guinée. Mário Soares reconnaît les partis africains, PAIGC, MPLA, UNITA, FLN et FRELIMO.

Otelo Saraiva de Carvalho, le cerveau de la Révolution des Œillets est nommé commandant du COPCON. Le 17 juillet 1974, le Premier ministre Palma Carlos est remplacé par le général Vasco Gonçalves. La réalité du pouvoir était, en fait détenue par les capitaines du MFA, qui imposèrent à António de Spínola comme Premier

m i n i s t r e V a s c o Gonçalves. Le 18 août 1974, est organisée une manifestation dédiée aux émigrants au stade 1.° Maio à Lisbonne, pour commémorer le 25 avril 1974.

Divers accords de paix en vue d’indépendance des colonies sont signés. Le Portugal réintègre l’UNESCO. António de Spínola enchaîne ses déplacements dans tout le pays et l’étranger. Par tout, il est reçu avec enthousiasme populaire et avec des ‘o Povo Unido Jamais sera Vencido’ le peuple uni jamais sera vaincu et ‘O Povo está com o MFA’ le peuple est avec le MFA. Le 27 septembre 1974, le Premier-ministre Vasco Gonçalves et Otelo Saraiva de Carvalho, réunis au Palais de Belém, avec le président António de Spínola sont détenus durant quelques heures. Les tensions entre les deux têtes de l’exécutif, à la fois sur la politique sociale et économique, comme à l’aboutissement rapide de la décolonisation, les divergences s’aggravent. António de Spínola, mécontent de la direction prise par les événements au Portugal après la Révolution des Œillets, tout particulièrement avec le virage important à gauche, auquel ont participé un grand nombre de militaires, et par la perspective d’indépendance totale pour les toutes les colonies portugaises, il tente d’intervenir activement dans la politique pour éviter l’application complète du programme du MFA. La nuit du 27 au 28 septembre 1974, dans le cadre d’une tentative de contre-révolution Maioria Silenciosa, (majorité silencieuse),

dirigée par António de Spínola, est avortée par les barrages de toutes les entrées routières à Lisbonne, avec les slogans ‘O Povo está com o MFA’ le Peuple est avec le MFA. Dans cette défaite du président António de Spínola, il démissionne. Il est remplacé par Costa Gomes. António de Spínola, après sa démission de la présidence de la République du 28 septembre 1974, et surtout après le coup d’État

manqué par la majorité silencieuse, il tente une nouvelle contre-révolution de droite du 11 mars 1975. Dès le 8 mars, il y a des rumeurs d’une tentative de contre-révolution, appelée ‘Matança da Páscoa’, Carnage de Pâques. Le 10 mars, António de Spínola, déguisé avec une fausse barbe, donne rendez-vous aux officiers et aux conspirateurs du 11 mars, au péage de l’autoroute de

Sacavém-Lisbonne. Ensuite, ils partent pour la base aérienne de Tancos (2). Une fois de plus, António de Spínola échoue dans cette nouvelle tentative de putsch des Spínolistes, ce coup militaire manqué par les contre-révolutionnaires. António de Spínola et les principaux impliqués se réfugient en Espagne. António de Spínola, d’Espagne, part pour le Brésil. Après le coup militaire manqué, une grande manifestation populaire a lieu en soutien au MFA.

L’indépendance de la Guinée-Bissau fut proclamée le 10 septembre 1974.

(1)Quand Paris rendait service à la dictature portugaise, par Grégoire Seither, Réseau Voltaire, 22 mai 2005.

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O CRISTO DAS TRINCHEIRAS No sector português da Flandres, que ficava entre as localidades de Lacouture e Neuve-Chapelle, encontrava-se um artístico cruzeiro com um Cristo pregado numa cruz de madeira que dominava a paisagem da planície envolvente.

A imagem deste Cristo não era, obviamente portuguesa, mas encontrava-se na zona defendida pelo Corpo Expedicionário Português durante a ofensiva alemã que quase destruiu a 2ª Divisão de Infantaria.

No dia 9 de Abril de 1918, sobre aquela planície caiu uma tempestade de fogo de artilharia, durante horas a fio, que a metralhou, a incendiou e a revolveu. Era a ofensiva da Primavera de 1918 do exército alemão. A povoação de Neuve-Chapelle quase desapareceu do mapa, de tão transformada em escombros. A área ficou juncada de cadáveres e entre estes jaziam 7.500 portugueses da 2ª Divisão do CEP mortos ou agonizantes.

No final da luta apenas o Cristo se mantinha de pé, mas também mutilado. A batalha decepou-lhe as pernas, o braço direito e uma bala varou-lhe o peito. Mas, no meio do caos, foi trazida pelos militares que conseguiram reagrupar-se e regressar às linhas aliadas.

É quase inimaginável que, debaixo das barragens de artilharia alemãs, que dizimaram grande parte do contingente português, a opção de alguns militares fosse a de trazer consigo a imagem de Cristo, severamente danificada, e a colocassem em local seguro onde pudesse ser novamente venerada.

Em 1958 o Governo Português mostrou o desejo de possuir aquele Cristo mutilado ao Governo Francês. Tornara-se um símbolo da Fé e do Patriotismo nacional e passou a ser conhecido como o “Cristo das Trincheiras”.

A imagem chegou a Lisboa de avião, a 4 de Abril de 1958, uma Sexta-feira Santa. Ficou em exposição e veneração na capela do edifício da Escola do Exército até 8 de Abril, quando foi conduzida para o Mosteiro da Batalha e colocada, a 9 de Abril à cabeceira do túmulo do Soldado Desconhecido, na sala do Capítulo.

A imagem foi acompanhada desde França por uma delegação de portugueses antigos combatentes da Grande Guerra, que residiam em França, e por uma delegação de deputados franceses, chefiada pelo Coronel Louis Christian. As cerimónias foram apoteóticas e milhares de portugueses desfilaram perante a imagem em Lisboa.

No dia 8 de Abril a imagem foi transportada num carro militar para a Batalha, sem qualquer cerimonial especial, e aí ficou exposta na sala do refeitório do mosteiro para no dia seguinte, 9 de Abril, se efectuar a entrega oficial. No dia 9 de Abril, pelas 11 horas, começaram a concentrar-se junto ao Mosteiro da Batalha numerosas entidades civis e militares, entre elas os Embaixadores de Portugal em França e de França em Portugal, os Adidos Militares da França, da Bélgica e dos Estados Unidos, as altas patentes portuguesas do Exército, Marinha e da Força Aérea. Ao meio-dia iniciaram-se as cerimónias com a chegada do Coronel Louis Christian (França) e o Ministro da Defesa de Portugal Coronel Santos Costa. A guarda de honra foi prestado por um Batalhão do Regimento de Infantaria N.º 7, Leiria. O andor que transportou o «Cristo das Trincheiras» entre a sala do refeitório e a sala do Capítulo esteve ao cuidado de representantes da Ligados Combatentes da Grande Guerra.

O “Cristo das Trincheiras” foi então deposto sobre um pequeno plinto adamascado à cabeceira do túmulo do “Soldado Desconhecido”. Terminada as orações o Adido Militar Francês, Coronel Revault d’Allonnes, conferiu aos dois “Soldados Desconhecidos” duas Cruzes de Guerra, as quais foram depositadas sobre a campa rasa.

A fanfarra do Regimento de Infantaria n.º 19, Chaves, tocou a silêncio no final da cerimónia, enquanto uma Bateria de Artilharia do Regimento de Artilharia Ligeira de Leiria, salvava com 19 tiros.

Mais do que um episódio ocorrido durante a 1ª Guerra Mundial, o “Cristo das trincheiras” simboliza a fé que manteve os militares portugueses na linha de frente durante um par de anos, praticamente sem licenças, mal abastecidos, sentindo-se abandonados por quem os enviou para combater por algo que a maioria não entendia.

Este texto extraído do blogue de marinheiros “NRP CACINE” é uma viagem pelo nosso passado.

Um passado que não devemos ignorar e relembrar de quando em quando. Faz bem ao espírito.

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Rosa dos Ventos Rose des Vents

Musée et Ruines Romaines de ConímbrigaHabitée depuis la préhistoire, le site de Conímbriga a été occupé par les troupes romaines 139 après J.C., devenant ainsi la capitale prospère de la province de Lusitanie.

Au siècle suivant, sous le règne de l’Empereur Auguste, la ville a grandi urbanistiquement, datant de cette époque la construction des structures fondamentales á l’expérience de la vie quotidienne dans une ville romaine, comme le forum, l’amphithéâtre et les thermes. Plus tard, une basilique à trois nefs fut construite au centre du village.

Cependant, l’architecture domestique de Conímbriga, qui s’est développé et renouvelé en particulier parmi les dernières années du Ie siècle et le début du IIIe siècle, est notable par la construction d’une insulae et de somptueux domus. Le charme de Conímbriga réside précisément dans ces maisons, qui gardent dans la pierre les souvenirs de la splendeur d’antan.

Parcourrez la Maison des Fontaines et délectez-vous dans le magnifique jardin central, qui préserve la structure hydraulique originale avec plus de cinq cents fontaines, entourées d’un magnifique ensemble de mosaïques figuratives avec des scènes de chasse, des passages mythologiques, des saisons, des monstres, des oiseaux et des animaux marins. Visitez les grandes maisons et les appareils, comme celle de «Cantaber», la plus grande de la ville, la Croix de Swastika, avec ses mosaïques géométriques, du Trident de l’Épée ou des Squelettes, puis marchez à travers les « prédios de rendimento » (maisons construites en hauteur, mais avec de petits espaces intérieurs) qui s’organisent autour de ceux-ci. Montez les bancs et les tunnels de l’amphithéâtre, parcourrez les trois thermes dispersés à travers métropole, et en marchant sur les mosaïques du forum imaginez-vous dans le centre politique de cette ville en plein essor d’antan.

Ensuite, faire une visite au musée où, à travers des objets trouvés au cours des nombreuses années de fouilles, les différents espaces évoquent la vie quotidienne de l’ancienne ville romaine, l’expérience de la religion, l’architecture des maisons nobles et leur décoration, ainsi que la vie dans le forum.

Le Portugal romain vous attend dans la région Centre du Portugal!

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O país que perdeu quase tudo sem dar por isso

POR NICOLAU SANTOS Expresso / Diretor-Adjunto

Bom dia. Este é o seu Expresso Curto, cada vez mais de olhos em bico, seja por causa de um banco, de umas eleições, de umas revelações, das pensões ou do diabo, que não arreda pé da política nacional.

O país amanhece hoje com mais um banco controlado por capitais chineses. O grupo privado Fosun passa a deter 16.7% do capital do BCP, tornando-se o maior acionista individual, através de uma operação de aumento de capital, pelo qual paga 175 milhões de euros. Fica aberto o caminho para chegar aos 30% e conta já com a luz verde do BCE para esse efeito. Também os direitos de voto vão subir do atual limite de 20% para 30%. A entrada dos chineses mereceu o acordo dos outros principais investidores, nomeadamente os angolanos da Sonangol e os espanhóis do Sabadell. A Fosun já controla a companhia de seguros Fidelidade e a Luz Saúde. Mas a entrada no BCP far-se-à através de uma entidade chamada Chiado.

O negócio é excelente para o banco, que precisava de estabilidade acionista e de aumentar capital, até porque ainda deve 700 milhões ao Estado da ajuda que recebeu durante o período da troika. Mas… o BCP é o maior banco privado português. A EDP é a maior empresa elétrica do país. A REN – Redes Elétricas Nacionais gere as principais infraestruturas de transporte de eletricidade e de gás natural. A ANA controla todos os aeroportos nacionais. A TAP é fundamental na captação de turistas para o país. Todos foram vendidos ou estão concessionados a investidores estrangeiros, assim como o porto de Sines (detido pela PSA de Singapura) e todos os outros (Lisboa, Setúbal, Leixões, Aveiro e Figueira da Foz, controlados pela empresa turca Yilport).

Ora um país que não controla os seus portos, os seus aeroportos, a sua energia (quer a produção quer a distribuição) nem o seu sistema financeiro na quase totalidade (escapa a CGD) é seguramente um país que terá no futuro cada vez mais dificuldades em definir uma estratégia nacional de desenvolvimento.

Provas? A TAP quer comprar oito aeronaves para fazer face à procura crescente resultante das rotas que abriu para os Estados Unidos mas a ANA responde-lhe que não tem espaço para o seu estacionamento no aeroporto Humberto Delgado. Na verdade, os franceses da Vinci, que controlam a ANA, deveriam ter já arrancado com a construção de um novo aeroporto porque o número de passageiros na Portela está muito próximo do limite definido no acordo para que esse passo seja desencadeado. Mas preferem a solução Portela mais Montijo, que lhes sai mais barata e que só deverá estar pronta dentro de três anos, a construir um novo aeroporto, uma decisão obviamente de importância estratégica para o país.

Mais provas? Como se disse, o porto de Sines foi concessionado à PSA de Singapura. Ora, os chineses estão interessados em Sines, onde se propõem aumentar os cais e as plataformas de apoio, mais uma plataforma industrial para montarem os produtos cá e obterem o “made in Portugal”, podendo assim entrar sem problemas no mercado europeu. Só que a PSA de Singapura opõe-se e faz valer a sua opinião por ser dona da concessão. E as autoridades portuguesas pouco podem fazer porque infraestruturas deste tipo são únicas: não se podem construir outras ao lado.

É este o Estado que temos: sem poder para mandar naquilo que é verdadeiramente essencial para definir uma estratégia de desenvolvimento. E o que é espantoso é que quase tudo tenha acontecido em tão pouco tempo (entre 2011 e 2015, pouco mais de quatro anos) e que estivéssemos tão anestesiados que o não conseguíssemos evitar.

Passou-se mais um DIA 1 DE DEZEMBRO O QUE NOS CONTA A HISTÓRIA ....

Há 376 anos vivia-se em Lisboa uma revolução! Depunha-se um Rei , alguns dos seus representantes eram detidos, outros atirados pela janela ….. O que nos conta afinal a História??...

Tudo começa em 1578 quando El-Rei D. Sebastião desaparece subitamente no Norte de África na trágica batalha de Alcácer-Quibir, deixando Portugal mergulhado numa gravíssima crise de sucessão.

Durante 2 anos (1578 a 1580) o Cardeal D. Henrique governa Portugal como regente.

Nas Cortes de Tomar em 1581 Filipe II de Espanha é aclamado Rei de Portugal iniciando-se a Terceira Dinastia ou Dinastia Filipina, a qual duraria 60 anos.Filipe II de Espanha, (1º de Portugal) assina um Tratado onde se compromete a respeitar a autonomia Politica e Administrativa do Reino de Portugal; Tratado que este Rei respeitou. O mesmo não o fizeram os seus sucessores Filipe II e sobretudo Filipe III, tendo este último (Filipe III de Portugal /IV de Espanha) dado início a acções que visavam a anulação da autonomia Portuguesa. Estas acções aliadas a outras decisões anti-populares, nomeadamente um pesado agravamento de impostos, originaram alguns motins populares dos quais o mais aceso (Manuelino) começou em Évora em 1637. O descontentamento pelas medidas adoptadas por Filipe III, que tudo fazia para reduzir Portugal à condição de província Espanhola, desrespeitando o juramento feito nas Cortes de Tomar, levou a que, durante cerca de 3 anos, alguns nobres se reunissem secretamente para conspirarem contra o domínio Espanhol e prepararem a revolução.

A 1 de Dezembro de 1640, 40 fidalgos Portugueses, aproveitado o facto de grande parte das tropas Espanholas estarem ausentes, dirigiram-se ao Terreiro de Paço e de surpresa invadiram o Palácio Real. Prenderam a espanhola Duquesa de Mântua, Vice-Rainha de Portugal desde 1634, e da janela do Paço Real defenestraram para o Terreiro do Paço o então Secretário de Estado Miguel de Vasconcelos.

D. João, Duque de Bragança, futuro Rei de Portugal D. João IV, assomando-se a uma das janelas do Paço Real, proclamou a Independência de Portugal.

Seria utópico pensar-se que após 60 anos de domínio Espanhol, Portugal recuperaria definitivamente a sua independência política e administrativa nesse mesmo dia. A guerra da restauração duraria ainda 28 anos, e, somente em 1668 seria assinado um acordo entre Portugal e Espanha (o Tratado de Lisboa) onde se estabelecia a paz entre os dois países, se redefiniram as fronteiras e onde a Espanha reconhecia final e definitivamente a independência de Portugal.

Depois, depois fez-se mais História. Rica, Desassombrada. E hoje o que temos? Um país à míngua, subserviente duma Europa arrogante e exigente, que nos fez perder quase tudo. Até mesmo a identidade nacional.

Recordemos com orgulho, mesmo se envolvidos de desânimo, os Valorosos de 1640. Pudéssemos retribui-lhes as honras. Aonde vais Portugal?

Raul Mesquita

O pão que sobra à riqueza, distribuído pela razão, matava a fome à pobreza e ainda sobrava pão.

António Aleixo

1899-1949

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Gastronomie et Tradition...Un climat doux et salubre, un littoral poissonneux, des vallées abritées et peu profondes: rien d’étonnant a ce que le Portugal, riche en huile et en vins, ait déjà fait l’envie des Romains! Au 8e siècle, sous la domination maure et grâce a l’irrigation, se développent vergers et plantations. Au début du XVe siècle, les Portugais construisent la première caravelle et partent a la découverte de Madère, des Acores, du Brésil... Et c’est en 1498 que Vasco de Gama trouve la route maritime conduisant aux trésors d’épices que renferme l’Extrême-Orient.Les Portugais vont ainsi introduire en Europe coriandre, poivre, gingembre, curry, safran et paprika. Grace a l’extension de leur empire d’outre-mer -ils seront en effet les premiers blancs à aborder aux Moluques, en Chine, au Japon et en Ethiopie- nous faire connaitre d’autres produits exotiques d’Orient (riz et the) et d’Afrique (café et cacahuètes) sans oublier l’ananas, le poivron, la tomate et la pomme de terre venus du Nouveau Monde.

Le paradis du poisson et des crustacés La présence de la côte atlantique oriente tout naturellement cette gastronomie vers les produits de la mer. Il existe néanmoins un premier et incontournable plat au menu quotidien des Portugais: la soupe, dont la plus célèbre, le caldo verde, couleur d’émeraude comme la province du Minho qui l’a vu naitre, est à goûter absolument. La recette en est simple -chou vert émincé en fines lamelles dans un bouillon assez clair de, pommes de terre et d’huile d’olive, relevé de quelques rondelles de chorizo- est délicieuse. Vous apprécierez aussi le cozido, véritable plat national très proche de notre pot-au-feu et la savoureuse caldeirada ou l’on retrouve les meilleurs poissons du pays.Mais à tout seigneur, tout honneur: la morue (bacalhau) a sa place plusieurs fois par semaine sur toutes les tables. Selon la tradition, il y a autant de manières -simples ou sophistiquées- de l’accommoder que de jours dans l’année. On la mange le plus souvent grillée, avec un filet d’huile d’olive, poêlée (à Brás) ou sous forme de beignets.Entre autres délices de la pèche, vous dégusterez soles (linguado), rougets (salmonetes), poisson-épée (peixe espada) et anguille de mer (eiroz), sans oublier l’un des poissons les moins chers et les plus savoureux: la sardine (sardinha) qui figure dans tous les barbecues et fêtes populaires du Nord au Sud du pays... A moins que vous ne leur préfériez de succulents crabes farcis, d’excellentes moules (mexilhões) et des palourdes cuisinées en Algarve en cataplana avec lard, saucisse et herbes.Côté eau douce, vous vous régalerez de lamproie (lampreia), de saumon (salmäo) du Minho, de l’incomparable truite (truta) de la Serra d’Estrela ou de Madère e et de I’ alose (savel) du Tage et do Douro

Viandes, Volailles et Gibiers:Au royaume de l’imaginationMalgré l’abondance et la qualité de leurs poissons, les Portugais aiment la viande et la cuisinent selon des recettes aussi variées que savoureuses.

Le steak grille ou poêle (bife a portuguesa), souvent accompagne d’une sauce au «Porto », à partout droit de cite. Tout comme les brochettes (espetadas) ou le bœuf, marine au vin et a l’ail, cuit sur des branches de laurier vert qui embaument en rôtissant. Au mouton (carneiro) vous préférerez le délicieux cabri (cabrito) ou l’agneau (borrego) cuits en petit ragout printanier (ensopado) ou marines aux aromates et passes au four.

Le porc (porco) abonde, car il est friand des glands et des truffes blanches que l’on trouve dans les bois de chêne-liège de l’Alentejo. Ne manquez surtout pas la célèbre carne de porco à alentejana, petits morceaux de porc marinés et aromatisés aux poivrons rouges accompagnés de palourdes- ou le porcelet au four (leitäo assado), doré et croquant à souhait.

Les charcuteries sont excellentes et vous savourerez jambons b o u c a n é s (presuntos) et saucisses (paios et salpicões). Et pour qui aime les tripes -les Portugais en raffolent!- la recette de base, «Tripas à moda do Porto», est devenue un plat délicieux, où se mêlent tripes de veau, poulet, saucisses, jambon, haricots secs, chorizo, oignons, herbes et épices.

Vous trouverez enfin, côté volailles, d’excellentes dindes (perú), canards (pato), perdreaux (perdizes) et autres pigeons (borrachos) que chaque région prépare selon ses traditions.

Les vins du PortugalLa transformation d’un vignobleLe Portugal a connu une modernisation sans pareil depuis son intégration dans (‘Union Européenne en 1986. Ces changements se reflètent tout particulièrement dans l’industrie portugaise du vin, où le perfectionnement est devenu la norme. Parmi les innovations : des cuves de fermentation en acier inoxydable et de nouveaux fûts de chêne de petite contenance.

Le temps où la plupart des vins avaient des étiquettes anonymes est révolu. Désormais, la région de production est indiquée sur chaque bouteille, la mise en bouteille à la propriété connait un succès croissant et partout les vignerons sélectionnent uniquement les meilleures variétés de raisins.

Pendant des siècles, le Portugal a été réputé pour certaines régions et certains vins. La région du vin de Porto a été délimitée et est devenue célèbre au milieu du XVIII e siècle. Par ailleurs, le vin de Madère était le vin préféré de l’Amérique coloniale. Certaines autres régions ont reçu des appellations officielles au début de ce siècle, comme Dão, Bucelas et Moscatel de Setúbal.

Ensuite, le Portugal s’est longuement assoupi. Heureusement, un réveil en sursaut dans les années 80 a permis de rénover ses régions vinicoles. En 1985, il existait 10 régions vitivinicoles délimitées, actuellement elles sont au nombre de 55.

Les fromages du Portugal:à déguster sur placeLe plus célèbre d’entre eux, le queijo da serra, fromage de brebis fabrique dans la Serra de Estrela, point culminant du Portugal, n’a rien a envié en moelleux et saveur au meilleur des bries. Goûtez aussi les exquispetits fromages crémeux d’Azeitão, que l’on déguste surtout au printemps... Ou le Serpa del’Alentejo, doux et onctueux quand it est frais, plus fort et sec après un séjour d’un ou deux ans en cave fraiche. À moins que vous ne leur préfériez le cabreiro, chèvre puissant ou le queijo da Ilha, cet étonnant fromage des Açores que l’on utilise aussi râpé, comme du parmesan, dans de nombreux plats.

Les desserts : œufs, sucre et fantaisieLes Portugais sont gourmands - leur cuisine ne renferme pas moins de 200 variétés de gâteaux! Ce goût national pour les friandises semble dû aux Maures et, au XVe siècle, aux... pousses de canne à sucre plantées à Madère. Puis, au XVIIe et XVIIIe siècle, ce sont les couvents portugais qui deviennent célèbres pour leurs pâtisseries, ainsi qu’en attestent -de façon allusive!- leurs noms: toucinho do céu (Lard du Ciel) ou Barriga de Freiras (Ventre de Nonnes).

En tête de ces «douceurs aux œufs»: les ovos moles d’Aveiro. Omniprésents dans la pâtisserie portugaise, vous les dégusterez en petits pots, comme garniture de tartes ou biscuits, en décoration, saupoudrés de cannelle, agrémentes de noix ou d’amandes grillées. Dans ce véritable paradis des desserts qu’est le Portugal, il ne vous reste qu’à vous laisser séduire par l’infinie variété de pão-de-ló (gâteau de Savoie) ou peut-être la délicieuse palha d’Abrantes, semblable à une touffe de cheveux dorés, les succulents pasteis de nata à Belém, ces merveilles qui’ sont les massepains d’Algarve ou le pão de rala d’Évora, tout en pâte d’amandes avec son cœur en citrouille blanche confite...

Vous préférez les fruits? Qu’il s’agisse du melon, de la pastèque, du raisin, de l’ananas des Açores, de l’orange douce d’Algarve ou des bananes de Madère, ils sont ici doux et parfumés et si vous rêvez d’exotisme, vous choisirez la mangue,

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Um poder como os outros

REUTERS/Pilar Olivares Por João Almeida Moreira

Já dizia também Millôr Fernandes, “como são admiráveis as pessoas quando não as conhecemos bem” “Nenhum de nós, brasileiros, é contra o roubo, somos apenas contra ser roubados”, dizia Millôr Fernandes.

A frase do humorista (e não só) falecido em 2012 adapta-se ao momento do seu Rio de Janeiro, numa altura em que dois dos últimos governadores do estado, Anthony Garotinho (de 1999 a 2002) e Sérgio Cabral (de 2007 a 2014), foram presos no intervalo de 24 horas.

Garotinho, mesmo detido dia 16 de Novembro por fraude eleitoral, comemorou a prisão do segundo, no dia 17 de Novembro, da mesma forma que defensores de Cabral, preso por desvios astronómicos de dinheiros públicos, haviam festejado a detenção do primeiro. Eles não são contra a corrupção, eles são contra a corrupção do rival político.

O caso acima é de dois membros do poder executivo que, no entanto, perde de goleada para o poder legislativo em matéria de podridão – mais de metade dos congressistas brasileiros tem a justiça à perna, dezenas deles são investigados na Operação Lava-Jato, há até parlamentares acusados de sequestro e homicídio em posições fundamentais da Câmara e do Senado.

Na semana passada foi lembrada aqui a “farra das passagens”, escândalo milionário de viagens indevidas de deputados com dinheiro público, e a “farra das folgas”, porque os mesmos eleitos pelo povo transformaram uma semana com um feriado a uma quarta-feira numa semana de férias – e a cada nova semana, outras farras se organizam em Brasília.

Com este pano de fundo grotesco, o poder judicial vem-se assumindo como um oásis no deserto de princípios e de escrúpulos dos outros dois poderes. O julgamento do Mensalão, primeira vez na história em que poderosos ligados ao partido no governo foram parar à cadeia por decisão de um juiz, Joaquim Barbosa, o justiceiro negro (não é detalhe) elevado a herói nacional; e a Operação Lava-Jato que, apesar de critérios enviesados, vem punindo sem demoras nem medos generais da corrupção, sob a liderança de Sérgio Moro, o justiceiro jovem (não é detalhe) erguido a salvador da pátria, contribuíram para essa percepção. A atenção da opinião pública, por isso, virou-se para a acção dos juízes brasileiros. Barbosa e Moro, apesar de uma ou outra traição do próprio ego, esforçam-se por manter recato. Mas outros juízes do Supremo, cujas decisões são transmitidas em directo na TV, tornaram-se, salvo excepções, celebridades pomposas entrevistadas diariamente que trocaram o papel de árbitros para passarem ao de protagonistas do jogo político – o caso do juiz Gilmar Mendes, que causou a cada intervenção mais dano ao governo PT do que os próprios partidos de oposição, é a prova.

Mendes e outros juízes do Supremo, dotados de poderes quase absolutos, estão a travar 225 ações de políticos influentes, que gozam do privilégio de serem julgados pela suprema corte, por causa de “pedidos de vista ao processo” – ou “perdidos de vista”, como lhes chamam nos corredores de Brasília – para estudar melhor os casos. Em média, esses pedidos demoram 443 dias na gaveta de cada magistrado. Três deles, relativos ao influente senador do PMDB Valdir Raupp, estão há 15 ou mais anos sem decisão. E noutras instâncias há juízes como Ivan Sartori que, dias antes de se completarem 24 anos sobre a Tragédia de Carandiru, massacre policial que

resultou na morte de 111 presos, decidiu anular os júris que haviam condenado 74 agentes envolvidos. Sartori alega “legítima defesa” dos polícias, mesmo tendo em conta que nenhum dos detidos estava armado.

Outro juiz, Alex de Oliveira, autorizou a polícia a utilizar à privação do sono, tática proibida nos EUA até em casos de terrorismo, contra estudantes adolescentes que ocuparam escolas no estado do Paraná em protesto contra uma reforma escolar.

De oásis, por comparação com o executivo e o legislativo, o poder judicial passa após análise mais minuciosa a um deserto tão árido como os outros. Já dizia também Millôr Fernandes, “como são admiráveis as pessoas quando não as conhecemos bem”.

Visitando MadridPrezados leitores,

Madrid é uma cidade onde festas não faltam. O ano inteiro o turista tem a oportunidade de encontrar motivos para visitá-la.

Relembrando um pouco mais esta grande capital européia, verificamos que a Plaza de España tem a sua importância quando nos deparamos com dois edifícios: um do Banco de Espanha, construído em forma de pirâmide alongada e outro que é a Torre de Madrid, que já foi considerado na década de 50 o edifício mais alto da Europa. O que marca mais este logradouro, entretanto, é o monumento em homenagem a Miguel de Cervantes Saavedra, ou simplesmente Cervantes, autor do clássico Dom Quijote de La Mancha, e como não poderia faltar, lá estão as estátuas em bronze de Dom Quijote e Sancho Panza.

A Fonte Cibeles, é, sem dúvida, o cartão postal de Madrid. Além da sua construção toda talhada em mármore branco, é palco de comemorações e eventos importantes da cidade. De um lado da praça, está o imponente Palácio das Comunicações que com a sua cor clara sobressai aos olhos do visitante tanto durante o dia como à noite, quando fica todo iluminado. Do outro lado, o prédio sede do Exército espanhol na cor rosa oferece também um belo visual que é completado pelos seus jardins.

Na Plaza Cibeles tem início a Calle Del Alcalá que vai dar na Calle Gran Via. É na Gran Via que se localizam os hotéis chiques, o comércio diferenciado e o charme da cidade. É uma pequena 5ª avenida nova-iorquina. É também na Plaza Cibeles que se inicia o Paseo Del Prado. Esta avenida tem no seu canteiro central, uma área muito grande em toda sua extensão, até as proximidades do Museo Del Prado. Vários bancos para descanso, pequenas fontes e muito verde são encontrados neste trecho. Restaurantes e cafés completam o passeio por este verdadeiro Boulevard madrilenho. Lembra um pouco a avenida 9 de Júlio de Buenos Aires.

Plaza de Toros de La Venta, a maior arena de corrida de touros da Europa, é o local onde acontecem as famosas touradas de Madrid, principalmente no mês de Maio por ocasião da festa de Santo Izidro. Vale a pena conhecê-la para sentir o clima contagiante que toma conta dos madrilenhos. Senhoras e moças elegantemente vestidas fazem um espetáculo à parte. É uma apresentação pomposa e de rara beleza, seja pelo trajar impecável de suas ilustres freqüentadoras, seja pela orquestra, sempre ao vivo, que anima o público tocando alegres músicas no decorrer de toda apresentação. O ponto alto do show é quando entra na arena o toureiro principal daquele dia.

A Espanha é um país que investe muito no turismo, possibilitando ao viajante acesso fácil às cidades menores através dos escritórios de turismo que mantém em todo país.

Boa viagem!João Aparecido da Luz – Autor do “Diário de Viagem”

Escritor e Bacharel em Direito E-mail: [email protected]

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Attentat déjoué : plusieurs suspects auraient séjourné en Syrie

Bernard Cazeneuve a confirmé le succès d’une opération antiterroriste à Strasbourg et à Marseille ainsi que l’arrestation de 7 personnes.

Source AFP| Le Point.fr

L’enquête « s’attachera à définir les rôles respectifs des personnes interpellées et à établir si l’attentat ainsi déjoué était une attaque coordonnée, visant à frapper simultanément plusieurs sites sur le territoire », a déclaré Bernard Cazeneuve.

Un « nouvel attentat », envisagé « de longue date », a été « mis en échec » avec l’arrestation de sept individus à Marseille et à Strasbourg, a affirmé Bernard Cazeneuve. Le ministre a également précisé que « la menace terroriste » n’avait jamais été « aussi élevée ». Sept personnes, âgées de 29 à 37 ans, de nationalités française, marocaine et afghane, ont été interpellées dans la nuit lors d’une opération conduite par la Direction générale de la sécurité intérieure (DGSI). Quatre ont été arrêtées à Strasbourg et deux à Marseille. Le lieu de l’arrestation du septième suspect n’a pas été précisé. Parmi les membres de ce réseau soupçonné d’avoir voulu commettre des attentats sur le sol français, plusieurs d’entre eux auraient séjourné en Syrie, indique une source proche de l’enquête.

Parmi les personnes interpellées, « six étaient inconnues des services de renseignements et un ressortissant marocain, dont la résidence n’était pas en France, était signalé par un pays partenaire », a indiqué Bernard Cazeneuve dans une déclaration devant la presse. Cette opération est l’aboutissement d’une enquête menée « depuis plus de huit mois » qui avait déjà permis une première série d’interpellations « de cinq individus liés à ce réseau » le 14 juin, à la veille de l’Euro, et « avait conduit à deux premières incarcérations », a dit le ministre. Les arrestations de ce week-end ont été menées en urgence « sur la base d’éléments sérieux », avait expliqué dimanche une source proche de l’enquête. L’enquête, confiée au parquet antiterroriste, devra définir le rôle de chacune des personnes interpellées et « établir si l’attentat ainsi déjoué était une attaque coordonnée visant à frapper simultanément plusieurs sites sur le territoire », selon le ministre.

Le marché de Noël de Strasbourg maintenu

Il n’a pas précisé la ou les cibles envisagées par ce réseau arrêté moins d’une semaine avant l’ouverture, prévue vendredi, du célèbre marché de Noël de Strasbourg, qui attire chaque année une foule d’environ 2 millions de personnes. « Cazeneuve m’a confirmé que Strasbourg n’était pas visée, la cible était plutôt en région parisienne », a déclaré le maire de Strasbourg, Roland Ries. « Sauf événement ou menace directe ou grave, le marché de Noël est maintenu », a-t-il ajouté, précisant que les mesures de sécurité prévues sont « plus importantes que l’année dernière » et que « le dispositif sera encore affiné cette semaine ».

« Jamais la menace terroriste n›a été aussi élevée sur notre territoire », a insisté le ministre de l›Intérieur. « Le risque zéro ne peut être garanti et ceux qui le garantissent mentent aux Français », a-t-il déclaré à six mois de l›élection présidentielle. Pour la seule année 2016, près de 20 attentats et projets ont été déjoués en France, selon une source proche du dossier. Début septembre, la police avait arrêté un commando de femmes djihadistes à l’origine d’un attentat avorté à la voiture piégée, retrouvée le 4 septembre non loin de la cathédrale Notre-Dame-de-Paris et bourrée de bonbonnes de gaz. Elles préparaient, d’après les enquêteurs, une autre attaque « imminente » contre une gare parisienne ou de l’Essonne.

« Tout est fait pour protéger les Français », insiste Hollande

« Tout est mis en œuvre, à chaque instant, pour protéger les Français », a affirmé François Hollande après l’arrestation de sept personnes impliquées dans la préparation d’un attentat terroriste, selon un communiqué de l’Élysée. Ces

interpellations sont intervenues au terme d’« une enquête de plus de huit mois, qui a mobilisé des moyens exceptionnels », a souligné le chef de l’État,félicitant la Direction générale de la sécurité intérieure (DGSI) et tous les services de l’État mobilisés dans la lutte antiterroriste.

Les services antiterroristes ont arrêté depuis janvier 418 personnes en lien avec des réseaux djihadistes, dont 143 depuis le 1er septembre. Sur ces 143, 52 ont été écrouées et 21 placées sous contrôle judiciaire. François Hollande a affirmé le 15 novembre vouloir prolonger jusqu’à la présidentielle d’avril-mai 2017 l’état d’urgence, décrété au soir des attentats du 13 novembre 2015 à Paris et à Saint-Denis (130 morts) et prolongé après celui du 14 juillet à Nice (86 morts). Les attaques ont été revendiquées par le groupe terroriste Daech. Pour justifier une prolongation de ce régime d’exception, Manuel Valls a également cité vendredi « les batailles décisives » engagées contre l’EI dans ses fiefs de Mossoul en Irak et de Raqqa en Syrie, auxquelles la France participe au sein de la coalition.

Pourquoi avez-vous besoin d’un détecteur de basse température?Tuyaux gelés... Les pires cauchemars de l’hiverTuyaux gelés. Maison inondée. Réparations coûteuses. Les pires cauchemars de l’hiver. Mais vous pouvez éviter tout ça! Avec un détecteur de température, vous le savez quand la température de votre maison change dramatiquement. Le détecteur déclenche le système de sécurité et vous avise. Ainsi, vous avez le temps de réagir et vous pouvez éviter les dommages coûteux. Découvrez comment un détecteur de basse température peut vous offrir la tranquillité d’esprit cet hiver...

Pourquoi avez-vous besoin d’un détecteur de basse température?

Vos tuyaux ont-ils déjà gelés? Si c’est le cas, vous savez que les dommages engendrés par cet incident peuvent être coûteux! Imaginez le scénario suivant : vous profitez de vacances hivernales, votre appareil de chauffage fait défaut et la température extérieure chute dangereusement. Les tuyaux brisent et créent des torrents d’eau qui se transforment en glace. Maintenant, imaginez découvrir les dommages à votre retour de vacances.

Les technologies d’ADT-Protectron aident à éviter ces mésaventures dévastatrices. En ajoutant simplement un détecteur de basse température à votre système de sécurité, vous, ainsi que le centre de télésurveillance, serez avisés si les températures chutent sous le seuil que vous avez établi. Grâce au détecteur de basse température pris en charge par un système télésurveillé 24 heures sur 24, 7 jours sur 7 d’ADT Canada, la sécurité de votre résidence est assurée que vous soyez à la maison ou non.

Comment un détecteur de basse température fonctionne-t-il?

Un détecteur de basse température est un petit dispositif qui peut être ajouté à votre système de sécurité résidentiel ADT-Protectron. Lorsque la température descend sous le seuil que vous avez fixé en fonction de vos besoins, le détecteur déclenche une alarme. Une fois le détecteur activé, le système d’alarme envoie un signal de basse température à notre centre de télésurveillance, puis :

Nous communiquons avec les personnes à joindre en cas d’urgence, comme cela figure dans votre compte.

Si vous êtes abonné au service gratuit de textos TeleGARDMC, vous recevez plutôt une alerte par texto sur votre téléphone cellulaire ou un courriel, vous indiquant quel est le problème. L’alerte par texto pourrait ressembler à : «Le détecteur de température du sous-sol signale une basse température.»Si vous vous abonnez à nos services interactifs, vous recevrez un avis sur votre téléphone cellulaire par le biais de l’application MonProtectron.com offerte sur iPhone, BlackBerry et Android.

Qui a besoin d’un détecteur de basse température?

Si vous êtes propriétaire d’une maison ou d’un chalet, vous pourrez assurément tirer profit d’un détecteur de basse température qui vous enverra une alerte, au besoin, si une température est dangereusement basse. Ces alertes peuvent éviter qu’il y ait des dommages à votre maison et peuvent éviter des coûts de réparation. Si votre maison est inhabitée pendant de longues périodes en hiver, un détecteur de basse température est un incontournable. Si vous avez des objets de valeur comme des œuvres d’art, des instruments de musique ou d’autres articles qui doivent être entreposés à une température spécifique, un détecteur de basse température peut vous assurer la tranquillité d’esprit et garder en sécurité ce qui vous tient le plus à cœur.Appelez le 1-800-653-9111 aujourd’hui pour parler à un de nos experts sur votre système de sécurité résidentiel.

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Valeurs : la chasse au Fillon est ouverteQuand les snipers de la gauche «bien-pensante» attaquent le candidat de la droite «bienséante». Florilège des perles de la mauvaise foi...

Par Jérôme Cordelier

La gauche commence à ajuster ses flèches contre François Fillon.

La gauche commence à ajuster ses flèches contre François Fillon. © CHRISTOPHE ARCHAMBAULT / AFP/ CHRISTOPHE ARCHAMBAULT

« Nous n’avons pas les mêmes valeurs. » Il va falloir ressortir cette pub vintage des années 1980 dans laquelle une bourgeoise fofolle dévorait un pot de rillettes sous le nez d’un huissier en train de lui embarquer ses meubles. D›abord, puisque le pays semble soudainement pris de « fillonite aiguë », tout ce qui a trait à la culture sarthoise risque de (re)devenir à la mode. Ensuite, surtout, parce que les valeurs, évidemment, seront au cœur du combat pour la présidentielle, et dès cette semaine lors de la campagne pour le second tour des primaires de la droite et du centre.

Blitzkrieg

« Nous n’avons pas les mêmes valeurs. » Les « snipers » de la gauche bien-pensante ont déjà lancé la chasse au Fillon. Le citoyen-bourgeois Laurent Joffrin a ouvert le feu dans Libération, par un éditorial de « blitzkrieg » contre Fillon, porte-voix de la « bourgeoisie bienséante », à savoir ceux « qui n’auraient pas l’idée de dire casse-toi pauvre con, mais préfèrent susurrer passez votre chemin, mon brave ». Ou quand le patron de Libé et anciennement du Nouvel Obs « villiérise » le candidat Fillon en lui taillant sur mesure, comme jadis avec le vicomte du Puy du Fou, un délit de « sale gueule »… Savoureux. Gauche « bien-pensante » contre droite « bienséante », le match s’annonce animé.

Bien avant ce surprenant premier tour de la primaire, alors que François Fillon baguenaudait encore dans les limbes sondagiers, Léa Salamé avait lancé l’offensive. Lors de L’Émission politique sur France 2 le 27 octobre, la journaliste star du service public (France Télévisions et Radio France) revenait plusieurs fois à la charge pour faire cracher à François Fillon sa Valda, ou plutôt son hostie – c’est plus approprié en l’occurrence –, sur ses convictions catholiques. C’est tout juste si le candidat de la droite n’était pas accusé de vouloir (re)mettre en place une théocratie – on exagère à peine. En particulier sur l’IVG, François Fillon avait beau reconnaître qu’il s’agissait d’un droit, qu’il savait faire la part des choses entre ses convictions personnelles et « le bien commun, l’intérêt général », et qu’il ne reviendrait pas, mieux, que « jamais personne et certainement pas moi ne reviendra sur l’avortement », Léa Salamé ne le lâchait pas sur le sujet, laissant tomber l’insulte, la suprême insulte : « Diriez-vous que vous êtes réactionnaire ? »

Griefs

Accusé Fillon, levez-vous ! Ses griefs ? Avoir affirmé haut et fort qu’il réécrirait la loi Taubira sur le droit à la PMA et à la GPA pour les couples homosexuels. Avoir pris à ses côtés Madeleine de Jessey, qui est secrétaire nationale des Républicains (précision : elle a été intégrée par Jean-François Copé et propulsée par Nicolas Sarkozy…), mais aussi – argh ! – porte-parole de Sens commun, l’ultra efficace courant politique de la Manif pour tous.

Dès le lendemain du premier tour de la primaire, le conseiller régional et maire adjoint du 12e arrondissement de Paris Jean-Luc Romero (ex-UMP aujourd’hui apparenté PS), hyperactif militant de la lutte contre le sida et pour l’euthanasie, dénonçait au micro de Sud Radio cet « ultraconservateur » candidat, lâchant sans nuance : « Avec Fillon, on aura deux catégories de citoyens : les hétéros et les homos. » Puis, affirmant, là aussi sans ambages, sur l’euthanasie : « J’espère qu›un jour on aura une loi pour le droit à mourir. Mais avec Fillon on est mal barrés. »

Il est certain que dans les jours prochains Alain Juppé s’emparera de ces enjeux sociétaux, pour marquer sa différence avec son rival et ouvrir son jeu. Lequel rival ne met pas son drapeau dans la poche, c’est le moins que l’on puisse dire. Il a conclu le dernier débat avant le premier tour de la primaire en reprenant les mots mêmes du pape Jean Paul II, le soir de son élection en 1978, sur la place Saint-Pierre : « N’ayez pas peur ! » Pas mort, le choc des deux France.

François Fillon : «Moi président», les 5 réformes qu’il prévoitFrançois Fillon candidat de la droite et du centre à la présidentielle

François Fillon a été désigné par plus de 4,3 millions d’électeurs candidat de la droite et du centre à la présidentielle d’avril-mai 2017. Longtemps « sous les radars » des sondeurs et des observateurs, l’ancien Premier ministre de Nicolas Sarkozy obtient les 2/3 des suffrages exprimés. Son programme est un mélange de libéralisme, de dérégulation et de conservatisme social. Découvrez les 5 réformes que François Fillon mettrait en place s’il était élu à la présidence de la république. Le candidat de la droite à l’élection présidentielle de 2017 propose un mélange de chasse aux normes, de libéralisme et de conservatisme social.

Par Emmanuel Berretta

1. Le grand ménage du Code du travailFrançois Fillon pousse la logique libérale le plus loin possible. Il prévoit de donner un grand coup de pied dans l’écheveau complexe du Code du travail (réduit aux grands principes) en renvoyant à l’accord d’entreprise ou à la négociation de branche l’essentiel des dispositions. Par conséquent, la notion même de durée hebdomadaire légale du travail serait supprimée, sauf dans la fonction publique qui serait soumise aux 39 heures. Les seuils sociaux seraient drastiquement relevés. Fillon souhaite également introduire le « contrat de travail unique à droits progressifs », les salariés les plus anciens seraient mieux protégés que les dernières recrues.

L’ancien Premier ministre introduirait un nouveau motif aux procédures de licenciements collectifs : le motif de « réorganisation ». Le terme est très vague et, si cette mesure entre en application, elle générera une abondante jurisprudence. L’effet est voulu. Durant quelques années, les entrepreneurs pourront procéder à des licenciements collectifs à peu près à leur guise, avant que la chambre sociale de la Cour de cassation ne précise les contours de ce nouveau motif...

2. La baisse des charges sur tous les salairesQuand la plupart de ses concurrents misent sur les baisses de charges au niveau du smic et des bas salaires, François Fillon promet une baisse des charges généralisée sur l’ensemble des salaires. Cela représenterait 40 milliards de baisses de charges pour les entreprises. Il y ajoute, pour faire bonne mesure, 10 milliards d’allégements sociaux et fiscaux pour les ménages. Il prévoit aussi de supprimer l’ISF.

3. La loi sur le mariage pour tous réécriteC’est sur ce point que le discours de François Fillon, qui bénéficie du soutien de Sens commun, s’est durci, lui permettant de renouer avec un positionnement conservateur sur le plan sociétal. Il s’est engagé à réécrire la loi Taubira sur le mariage pour tous de manière à réserver l’adoption plénière aux couples hétérosexuels, à limiter la procréation médicalement assistée aux couples hétérosexuels infertiles et à interdire la GPA. Fillon entend renégocier la Convention européenne des droits de l’homme afin que celle-ci ne se mêle plus de sujets sociétaux. Il fustige, en effet, l’obligation faite à la France de reconnaître les enfants nés d’une GPA.

4. L’instauration d’une allocation sociale uniquePour des raisons à la fois de simplification et de contrôle, François Fillon se propose de fondre les diverses aides publiques en une seule allocation sociale. Son montant serait toutefois inférieur au smic de manière à encourager la reprise du travail. Avec une seule allocation à gérer, l’État serait en mesure de faire des économies de gestion et de surveiller la fraude.

5. Le référendum comme méthodePour Fillon, le changement passe aussi par la méthode. Un temps de préparation très en amont des décisions, un gouvernement commando resserré avec des ministres issus de la société civile et reconnus comme des experts dans leur domaine. En bon gaulliste, Fillon entend surtout redonner son lustre aux référendums sur les choix fondamentaux pour le pays. Il en va ainsi, selon lui, de l’organisation territoriale du pays dont il entend supprimer deux strates administratives.

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Principal causa da confusão mental no idoso

Arnaldo Lichtenstein, médico

Sempre que dou aula de clínica médica a estudantes do quarto ano de Medicina, lanço a pergunta:

- Quais as causas que fazem o avô ou avó terem confusão mental?

Alguns arriscam: “Tumor na cabeça”.

Eu digo: “Não”.

Outros apostam: “Doença de Alzheimer”

Respondo, novamente: “Não”.

A cada negativa a turma espanta - se... E fica ainda mais boquiaberta quando enumero os três responsáveis mais comuns:

- diabetes descontrolado;- infecção urinária;- a família passou um dia inteiro nas compras, enquanto os idosos ficaram em casa.

Parece brincadeira, mas não é. Constantemente o avô e a avó, sem sentir sede, deixam de beber líquidos.

Quando não há gente em casa para lembrá-los, desidratam-se com rapidez.

A desidratação tende a ser grave e afecta todo o organismo. Pode causar confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos (taquicardia), (angina de peito), coma e até morte.

Insisto: não é brincadeira.

Na melhor idade, que começa aos 60 anos, temos pouco mais de 50% de água no corpo. Isso faz parte do processo natural de envelhecimento.

Portanto, os idosos têm menor reserva hídrica.

Mas há outro factor: mesmo desidratados, eles não sentem vontade de beber água, pois os seus mecanismos de equilíbrio interno não funcionam muito bem.

Conclusão:

Os idosos desidratam-se, facilmente, não apenas porque possuem reserva hídrica menor, mas também porque percebem menos a falta de água no seu corpo. Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudicado o desempenho das reacções químicas e funções de todo o seu organismo.Por isso, aqui vão dois alertas:

1 - O primeiro é para os avós: tornem voluntário o hábito de beber líquidos. Por líquido entenda-se água, sumos, chás, leite, sopa, gelatina e frutas ricas em água, como melão, melancia, ananás, laranja e tangerina, também funcionam. O importante é que, a cada duas horas, beber algum líquido. Lembrem-se disso!

2 - Meu segundo alerta é para os familiares: ofereçam, com frequência, líquidos aos idosos. Ao mesmo tempo, fiquem atentos. Ao perceberem que rejeitam os líquidos e, de um dia para o outro, ficam confusos, irritadiços, aéreos, falta de atenção. É quase certo que sejam sintomas decorrentes de desidratação.

Atitude a ter:

“Dar-lhes líquidos e ir, rapidamente, a um serviço médico”.

(*) Arnaldo Lichtenstein (46), médico, é clínico-geral do Hospital das Clínicas e professor colaborador do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

O Terramoto Trump José Mateus | Jornal ‘Tornado’

A eleição de Trump é um enorme terramoto geopolítico. As suas propostas disruptivas apanharam de surpresa todos os que se haviam habituado a viver (desde 1945) sob a protecção do guarda-chuva do Tio Sam, mesmo quando mordiam a mão que o segurava

Bem vistas as coisas, não há razões para surpresa, excepto a de uma confiança cega na inércia. As “revolucionárias” propostas de Trump não têm nada de novo (excepto o tom tonitruante deste seu proclamador) e, de um ponto de vista conceptual, enquadram-se perfeitamente na escola geopolítica da “fortaleza América”. Quem não apreciava o intervencionismo em todos os azimutes da escola trotskisante dos neo-conservadores está servido com o Donald…

Mas tão pouco há surpresa de um ponto de vista da conjuntura global. A posição americana, das últimas 7 décadas baseia-se no célebre relatório sobre o “containment” à URSS (enviado da embaixada americana em Moscovo por George Kennan a 22 Fevereiro 1946) e desenvolveu-se no quadro da guerra fria.Foi nesse quadro que o ‘patrão’ do OSS e criador da CIA “Wild Bill” Donovan alimentou os “pais da Europa”, utilizando para os financiar o canal da European Youth Campaign (criada pelo American Committee on United Europe que Donovam também criara e dirigia), como bem, já há anos (19 Setembro 2000), revelou Ambrose Evans-Pritchard no seu “Euro-federalists financed by US spy chiefs”.

Ora, depois da queda do Muro e da implosão da URSS, a mudança na conjuntura estratégica global tornou desnecessária e obsoleta a matriz de política externa definida por Kennan e Donovan… Ademais, no pós 11 de Setembro (com razão ou sem ela, isso aqui não tem interesse), os europeus (França e, sobretudo, Alemanha…) revelaram-se aliados timoratos e pouco confiáveis. Portanto, era só uma questão de tempo até surgir a quebra da inércia…

Os Democratas podiam tê-lo feito nos anos Obama. Ainda ensaiaram uma tímida “mudança para o Pacífico” mas faltaram-lhes argumentos conceptuais e coragem política. E, sobretudo, não souberam ver o “link” entre isso e a fidelização do seu eleitorado popular que, assim, os abandonou e deu a vitória a um Trump que tinha visto a brecha e a soube aproveitar.

A proposta disruptiva de Trump acaba com a garantia automática de segurança (derivada do tratado NATO, para a Europa, e de outros tratados na zona do Pacífico) e diz de forma brutal uma coisa simples: se querem guarda-chuva têm de o pagar, acabou o tempo do guarda-chuva gratuito. De facto, a opinião pública americana há muito que está farta de pagar a segurança da Europa, coisa que considera inútil (depois de 1989/90) e injusta (pois a Europa tem mais habitantes que os EUA e um peso económico equivalente).

Com este trumpiano “cada um que trate de si e depois logo se vê”, todos os “aliados” (que supunham como eternamente garantida a protecção do guarda-chuva americano) sentiram o chão fugir-lhes debaixo dos pés e o terreno à sua volta abrir fendas. Curiosamente, nas últimas semanas, as despesas militares dos Estados da União Europeia deixaram de ser consideradas uma espécie de pecado mortal e voltaram ao topo da agenda. Até a “pacífica” Alemanha já fala abertamente de “rearmamento”, um assunto, até há pouco, tabu…Curiosamente e talvez por nunca ter entrevisto nem antecipado a possibilidade de vitória de Trump, o Governo Português continua a insistir na “tradição” de cortes no investimento na Defesa… Uma decisão em “contratempo” e cujos custos estratégicos, políticos e económicos se irão, brevemente, começar a revelar.

É tempo de Portugal abandonar uma política de Defesa arcaica (reveladora de um vazio estratégico e de uma incapacidade conceptual), forjar uma política de Defesa inteligente e começar a preencher o vazio estratégico que há décadas nos impede de ter uma estratégia que garanta desenvolvimento e segurança. Tanto mais que António Costa é um dos pouquíssimos políticos actuais com capacidade para o perceber e é… primeiro-ministro.

A vida é o que acontece enquanto estás ocupado a fazer outros planos.

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Europe : Pour en Finir avec la Liberté d’Expression !Les Etats Membres sont-ils devenus des Etats Policiers ?

par Judith BergmanTraduction du texte original: Europe: Let’s End Free Speech!

Selon Nouvelle Europe, à Leeuwarden, « une vingtaine de personnes hostiles aux projets [d’ouverture de centres d’accueil pour réfugiés] dans la région ont reçu la visite de la police ». Autrement dit, les Pays-Bas mettent en place une censure d’Etat, ce qui oblige à poser la question suivante : les Pays-Bas sont-ils devenus un Etat policier ?A Sliedrecht, la police s’est présentée au bureau de Mark Jongeneel et lui a dit qu’il tweetait « trop » et qu’il devrait « faire attention au ton qu’il employait » : ses tweets « confinent à la sédition ». Que lui reprochait-on ? Un tweet qui disait « Le Collège de #Sliedrecht a proposé d’accepter 250 réfugiés au cours des deux prochaines années. Quelle mauvaise idée ! »En septembre 2015, Die Welt a rapporté que les gens qui diffusent des points de vue « xénophobes » sur les médias sociaux, risquent de perdre la garde de leurs enfants.

Les citoyens européens courent le risque d’être arrêtés et poursuivis pour des propos « xénophobes », mais un commissaire européen allemand, Günther Oettinger, peut se permettre de traiter une délégation ministérielle chinoise de « yeux bridés » (« Schlitzaugen »). Jean-Claude Juncker, président de la commission européenne a promu Oettinger à la tête du budget de l’UE.De toute évidence, la loi n’est pas la même pour tous. Un commissaire de l’UE peut faire des remarques « xénophobes » et être promu ; des citoyens européens qui exercent leur droit à la liberté d’expression, sont arrêtés et poursuivis.En Europe, les gouvernements seraient-ils devenus l’ennemi ? Chaque jour qui passe apporte la preuve qu’exprimer, fût-ce en passant, une opinion critique de la politique du gouvernement, peut vous valoir la prison, ou au moins une visite amicale de la kafkaïenne police locale. L’Europe serait-elle devenue un Etat policier ?

Plusieurs gouvernements européens ont entrepris de faire clairement savoir à leurs citoyens que la critique des migrants ou de la politique migratoire de l’Europe est aujourd’hui un délit pénal. Les personnes qui « passent les bornes » selon l’appréciation des autorités, sont arrêtées, poursuivies et parfois même condamnées.En octobre 2015, aux Pays-Bas, la police a ainsi rendu visite à des personnes qui, naïvement, ont émis sur Twitter quelques commentaires critiques sur les centres d’asile. A Sliedrecht, la police s’est déplacée jusque dans le bureau de Mark Jongeneel pour l’informer qu’il tweetait « trop » et qu’il devrait « surveiller le ton » avec lequel il s’exprime : « ses tweets » « confinent à la sédition ». Son crime ? Avoir diffusé quelques tweets à l’occasion d’une réunion d’information municipale sur l’ouverture d’un centre d’accueil pour réfugiés. Sur l’un d’eux, Jongeneel disait : « Le Collège des #Sliedrecht propose d’accueillir 250 réfugiés au cours des deux prochaines années ? Quelle mauvaise idée ». Un peu auparavant, il a aussi tweeté : « Faut-il laisser faire ça ?! »

Il n’est pas le seul dans son cas. Selon Nouvelle Europe, à Leeuwarden : « ... une vingtaine d’opposants au programme [d’ouverture de centres d’accueil de réfugiés] dans la région ont reçu la visite de la police à domicile. La même chose s’est produite à Enschede, et dans certains coins du Brabant. Selon les médias néerlandais, un certain nombre de personnes se sont vues priées de cesser d’avoir recours aux médias sociaux pour critiquer l’arrivée de réfugiés ».Un porte-parole de la police nationale a expliqué qu’au sein des services de renseignement, dix unités de « police numérique » surveillent Facebook et Twitter en temps réel, à la recherche de messages qui « passent les bornes » ; des rencontres avec leurs auteurs ont ensuite lieu pour leur faire savoir « quel effet un post ou un tweet sur Internet peut avoir ». En d’autres termes, les Pays-Bas ont commencé d’instituer une censure d’Etat qui oblige à se demander si les Pays-Bas ne sont pas devenus un Etat policier ?Au Royaume-Uni, Scott Clark a été arrêté en février 2016 pour avoir écrit sur la page Facebook de la Ligue de défense écossaise que les réfugiés syriens « vont faire connaissance avec notre mauvais côté ». Selon un article de presse, il a justifié ses commentaires par les agressions sexuelles commises à Cologne, en Allemagne, le soir de la Saint-Sylvestre par des hommes d’apparence arabe ou originaires d’Afrique du Nord. Il ajouté : « si quelque chose arrive à une jeune fille, j’irai personnellement cracher au visage des élus qui ont milité et poussé pour les loger ici ... » Il a aussi écrit :« Il y a de fait une invasion islamique. De fait quelque chose ne va pas. Je viens de voir 15 Syriens au bistrot du coin... Je suis contre leur présence depuis le début ».

L’inspecteur Ewan Wilson de la police de Dunoon a déclaré au Guardian : « J’espère que l’arrestation de cette personne sera perçue comme un message : la police d’Ecosse ne tolérera aucune incitation à la haine ni aucune activité qui favorise des commentaires choquants sur les médias sociaux. »

En Allemagne, un couple marié, Peter et Mélanie M., ont fait l’objet de poursuites pénales pour avoir créé un groupe Facebook critique de la politique migratoire du gouvernement. Selon des articles de presse, ils ont posté : « La guerre et les réfugiés économiques envahissent notre pays. Ils apportent avec eux la terreur, la peur, la tristesse. Ils violent nos femmes et mettent en danger nos enfants. Que cela finisse ! »

A son procès, Peter M. a défendu ses propos en ligne : « On ne peut pas exprimer une opinion critique des réfugiés sans être étiqueté de nazi. Je voulais un forum où chacun aurait pu exprimer un ressenti face aux réfugiés ... ». Il ajouté que, en tant qu’administrateur du groupe, il avait enlevé les remarques radicales ou de type nazi, mais Facebook ayant mis fin au groupe, il n’a pas été en mesure d’en présenter les preuves à la cour.En prononçant son verdict, le juge a dit, « Le groupe a été fondé sur une série de généralisations clairement orientées à droite. » Peter M. a été condamné à neuf mois de prison avec sursis et sa femme à 1200 € d’amende. Le juge a ajouté : « j’espère que vous comprenez la gravité de la situation. Si vous vous retrouvez à nouveau face à moi, vous finirez en prison ».

En Allemagne, la critique des migrants et de la politique migratoire du gouvernement peut avoir d’autres conséquences tout aussi draconiennes. En septembre 2015, Die Welt a rapporté que les personnes qui manifestent leur « xénophobie » sur les médias sociaux risquent de perdre la garde de leurs enfants. Sans qu’une infraction pénale soit nécessairement constituée, un tribunal sera en droit d’examiner le bien-être de l’enfant, d’évaluer les risques qu’il encourt au sein de sa famille, de restreindre le droit des parents de voir leur enfant et d’ordonner qu’un « éducateur » soit présent à chaque rencontre avec possibilité « d›intervenir comme il se doit ». Le tribunal aura également tout pouvoir d›interdire des actions, des expressions ou des réunions en présence de l›enfant. En dernier recours, le tribunal peut priver totalement une mère de la garde de son enfant.

Selon Eva Becker, présidente du Groupe de travail sur le droit de la famille de l’Association des avocats allemands (DAV), « le facteur décisif est une saine compréhension des gens ». Becker reconnait qu’il sera difficile de considérer qu’un enfant est en danger si l’un des parents se borne à dire qu’il préférerait ne pas avoir de migrants syriens dans son voisinage. En revanche, un père ou une mère qui se livrerait à des menaces verbales contre des réfugiés en présence de l’enfant, « dépasserait clairement la limite critique. »Il n’est même pas nécessaire que les propos incriminés soient en infraction avec le code pénal. Le « seuil critique » peut être atteint même si un commentaire ne relève d’aucun article du code pénal. La question n’est pas de savoir si les propos tenus ont un caractère pénal, mais s’ils ont une « influence » sur le bien-être de l’enfant au point de menacer son bien être. Si un tribunal établit que le bien-être de l’enfant est menacé, le parent peut voir ses droits paternels ou maternels restreints.Les actions demeurent toutefois plus incriminantes que les propos. Selon Becker, tenir des propos désobligeants entre amis sur les demandeurs d’asile en présence de l’enfant est une chose ; mais emmener un enfant à des manifestations « xénophobes » est bien pire.Becker se garde bien de définir la « xénophobie ». Il semble acquis que la xénophobie est un discours à sens unique, qui n’inclut pas la xénophobie des musulmans contre les non-musulmans, par exemple. Pas de définition donc de ce qui est précisément le cœur du sujet.Alors que des citoyens européens ordinaires risquent d’être arrêtés et poursuivis pour propos « xénophobes », il en va tout autrement pour les hauts fonctionnaires de l’Union européenne.

En octobre, dans un discours prononcé à Hambourg, Günther Oettinger, commissaire européen pour l’économie numérique, un Allemand, a traité une délégation ministérielle chinoise de « yeux bridés » (« Schlitzaugen »), une expression généralement considérée comme raciste. Oettinger n’a même pas pris la peine de présenter ses excuses. Il a déclaré à Die Welt que ses commentaires devaient être compris dans un « contexte plus large. »La Commission européenne a refusé de présenter des excuses, ou d’enquêter sur les remarques de Oettinger (qui semblent avoir également été désobligeantes pour les femmes et les homosexuels). Margaritis Schinas, porte-parole en chef de la Commission, a déclaré devant des journalistes incrédules : « Nous n’avons rien à ajouter. » A la question de savoir s’il y aurait une enquête, il a répondu, « Il n’y a pas de FBI à la Commission. »

Pas plus tard que le 28 Octobre, Jean-Claude Juncker, président de la Commission européenne, a fait de Oettinger son vice-président, en charge de la très convoitée et toute puissante direction du budget de l’UE.A l’évidence, la loi n’est pas égale pour tous. Les Commissaires de l’UE peuvent se livrer à des remarques « xénophobes » et être promus ; les citoyens européens courent eux, le risque d’être arrêtés et poursuivis, pour le libre exercice de leur liberté d’expression.

Judith Bergman est écrivain, éditorialiste, avocate et analyste politique.

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Fidel e Portugal - algumas histórias de uma relação nunca quebrada

Uma enorme foto do líder cubano Fidel Castro foi colocada em Havana no sábado seguinte à sua morte, sexta-feira dia 25 de novembro de 2016. | Alejandro Ernesto - EPA

Fidel Castro foi uma personalidade internacional, que muitos - tanto admiradores como detractores - consideraram com estatura política excessiva para a pequena ilha do Caribe. Entre as estórias que o ligam à grande história do século XX, algumas têm que ver com Portugal.

No dia 1 de Janeiro de 1959, quando Fulgencio Baptista fugiu de Cuba, levando dos cofres do Estado tudo o que pôde, refugiou-se temporariamente em São Domingos e pediu asilo político nos Estados Unidos. Este foi-lhe recusado, porque o presidente Eisenhower não queria aparecer sob os holofotes da opinião pública mundial ligado a um ditador, notoriamente venal, sanguinário e pouco frequnetável, que acabava de ser deposto.

O exílio de Baptista em Portugal

Mas Einsehower tão-pouco queria deixar cair desamparado aquele que fora homem de mão dos EUA e diligenciou que ele fosse acolhido em algum outro país. A escolha acabou por recair sobre Portugal. Salazar aceitou o papel de anfitrião. Baptista veio para Lisboa com alguns dos seus acólitos e hospedou-se no Ritz. Aí o filmou a RTP, tomando contacto com a imprensa portuguesa Reuniu-se-lhe depois a família, mulher e filhos, e finalmente partiram todos juntos para um exílio mais discreto, mas não menos dourado, no Funchal. Também aí a RTP o filmou, a chegar, a passear na cidade, a recolher os filhos à saída da escola.Quando foram caindo no esquecimento os crimes da ditadura de Baptista e foram esmorecendo as iniciais expectativas norte-americanas de se fazer obedecer pelo regime castrista, o ditador deposto pôde vir instalar-se em Portugal continental. Ficou a viver no Estoril, mas rapidamente investiu a fortuna que trouxera de Cuba em várias praças financeiras.

Investiu também uma parte em negócios imobiliários em Marbella, que visitou algumas vezes. Numa das viagens que fazia à estância balnear do país vizinho, Baptista - conhecido como um garfo de sofreguidão rabelaisiana - fez escala em Elvas, encantou-se com a gastronomia local, comeu demasiado e caíu morto.

Cuba e Portugal: relações diplomáticas sem sobressalto

Fidel Castro nunca se mostrou incomodado pela hospitalidade dispensada a Baptista no Portugal de Salazar, nem consta que alguma vez tenha reclamado a devolução de bens que o notório cleptocrata subtraíra dos cofres do Estado.Uma particularidade da Cuba revolucionária foi, aliás, a de ter mantido sempre relações diplomáticas com o Portugal de Salazar e mesmo com figuras como o líder franquista galego Fraga Iribarne, com quem Fidel viria a encontrar-se bem mais tarde, invocando a sua próprio ascendência galega como traço comum com Fraga.

Certo é que, num momento em que diversas potências ocidentais cortavam relações com Cuba, a ditadura portuguesa mantinha-as. Num momento em que a ditadura portuguesa estava de relações cortadas com a generalidade dos países do Leste europeu, abria uma excepção com Cuba.

“Gosto muito dos portugueses” dizia Fidel Castro

O caso da filha do chefe da PIDE

Fidel cuidava, por outro lado, de evitar detalhes irritantes que pudessem afectar essa relação. Um caso bem conhecido - e exaustivamente dissecado pelos jornalistas José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz no livro “A filha rebelde” - diz respeito à filha do chefe da PIDE Fernando Silva Pais. A jovem Ana Silva Pais, casada com um diplomata suíço, acompanhara o marido para uma comissão de serviço em Havana, caindo aí em plena “crise dos mísseis”.Separara-se depois do marido, aderira à revolução cubana e optara por viver em Cuba. Durante algum tempo, viveu com o médico de Fidel, René Vallejos. A mãe viajou ainda a Havana, para tentar convencer a filha a regressar, mas a tentativa foi inútil.

Em Portugal, Salazar receou que a deserção de “Annie” Pais e a sua adesão à revolução cubana fossem usadas com intuitos de propaganda. Acabou por constatar, agradavelmente surpreendido, que a imprensa cubana se abstivera de dizer uma palavra sobre o caso.

A explicação não era certamente um escrúpulo cavalheiresco. Fidel procurava na altura evitar o isolamento internacional e faria o que pudesse para manter relações diplomáticas com os países ainda representados na Havana. Com Portugal, bem lhe bastava o factor de ruptura que constituía o seu apoio às guerrilhas independentistas do MPLA, PAIGC e Frelimo.

Fidel Castro esteve por duas vezes em Portugal:

O caso do capitão Peralta

Esse apoio, por outro lado, foi cada vez mais limitado ao de conselheiros não combatentes ou equipas médicas. O verdadeiro projecto de intervenção armada em África fora o do “Che” Guevara, no Congo. Em Angola, Moçambique e Guiné, durante a guerra de libertação, Fidel procurou concentrar a participação cubana noutras áreas. A intervenção militar viria mais tarde, já depois do 25 de Abril.

Na Guiné, já na última fase da guerra colonial, foi ferido e capturado por tropas portuguesas o capitão cubano Pedro Peralta. Este viria a alegar depois que não se encontrava em missão de combate. Declarou, além disso, que recebeu tratamento médico adequado e que, até ao momento de ser entregue à PIDE, foi tratado com correcção pelas tropas páraquedistas que o capturaram.

Logo após o 25 de Abril, Spínola e o seu círculo mais próximo não quiseram libertar Peralta imediatamente, tal como não quiseram libertar a totalidade dos presos políticos. Correu na altura a versão de que Spínola procurava ganhar tempo enquanto o Departamento de Estado norte-americano negociava nos bastidores uma troca de Peralta por dois agentes da CIA em poder dos cubanos.Nem essa versão foi provada, nem são conhecidas quaisquer diligências cubanas para obter a libertação de Peralta. Em Portugal, foi o seu advogado, Manuel João da Palma Carlos, quem tomou as iniciativas necessárias para obter a sua libertação. A pressão da opinião pública fez o resto, nomeadamente através de uma manifestação em frente do Hospital Militar da Estrela, onde Peralta estava internado sob prisão.

Libertado, Peralta partiu para Cuba. Já no aeroporto, foi brevemente entrevistado pela RTP, homenageando a forma como o trataram as tropas portuguesas. Em Cuba, o capítulo internacionalista da sua carreira catapultou-o para promoções inesperadas. Mas, segundo o embaixador José Fernandes Fafe, não brilhou nos cargos a que ascendera.

Portugal, “Cuba da Europa”: receios infundados dos EUA

Durante a revolução, o embaixador norte-americano Frank Carlucci concebeu a suspeita de que Fidel quisesse exportar para Portugal o modelo dos CDR cubanos (Comités de Defesa da Revolução) e comunicou essa suspeita ao

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jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Françaisseu chefe, Henry Kissinger. A suspeita data da visita de uma delegação militar portuguesa a Cuba, no final de Abril de 1975.

A delegação, chefiada pelo coronel Varela Gomes, era integrada também por um oficial do Exército e um da Força Aérea (respectivamente Jorge Golias, hoje coronel, e Fernando Seabra, hoje general), e por um marinheiro (recorrentemente designado apenas pelo nome próprio, Bruno, hoje primeiro cabo). Em todos os relatos feitos por essa delegação, nomeadamente perante as câmaras da RTP, não é conhecida qualquer referência aos CDR.

Segundo os relatos da visita, Fidel pediu a Varela Gomes que transmitisse ao presidente da República, o então general Costa Gomes, um aviso de que considerava provável os EUA manobrarem com vista à independência dos Açores. A delegação refere também acordos de cooperação entre ambas as Forças Armadas e, em concreto, as combinações relativas a uma visita a Cuba do chefe do Copcon, o general graduado Otelo Saraiva de Carvalho.

Também durante essa visita, Varela Gomes convidou “Annie” Pais, a filha do chefe da PIDE entretanto preso, a vir para Portugal. O convite foi aceite e “Annie” Pais trabalhou nos meses seguintes como intérprete de franês, castelhano e português na Vª Divisão. Entre as figuras internaicnais que visitaram Portugal a convite desse serviço, contou-se o poeta cubano Nicolas Guillén.

A visita de Otelo viria a ocorrer em Julho, no pico da tensão entre a Vª Divisão e o Grupo dos Nove. Em nome deste, foi feito em 24 de Julho um contacto telefónico com Otelo, que então se encontrava em Havana e daí transmitiu instruções que consistiam em proteger o Grupo dos Nove face às medidas disciplinares que se desenhavam contra os seus membros.

Durante o Verão de 1975, deram-se os primeiros passos para a intervenção cubana em Angola, quando Luanda se encontrava ameaçada por tropas da FNLA a norte e tropas sul-africanas a sul. Nessa altura tratou-se do envio de conselheiros militares que se contavam ainda às dezenas. Em breve passariam a ser enviadas para Angola tropas de combate, em números cada vez mais importantes e para desempenharem um papel que viria a ser decisivo na sobrevivência da jovem República Popular de Angola.

Fidel e o 25 de Novembro

Entretanto, em Portugal, o 25 de Novembro punha fim à revolução. Segundo o embaixador José Fernandes Fafe recorda de conversa que então manteve com Fidel, a principal preocupação deste tinha que ver com o destino que iria ter o PCP, num momento em que a ala mais extremista dos vencedores queria ilegalizá-lo.

Por isso mesmo, tiveram importância para Fidel as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros Melo Antunes à RTP, logo no dia 26 de Novembro, a garantir que o PCP continuava a ser visto como um partido imprescindível para o regime democrático.

E assim se poderá explicar também um outro episódio, relativo à partida para o exílio de três militares proscritos: Varela Gomes, o capitão Duran Clemente, e o ex-ministro do Trabalho Costa Martins. O advogado e dirigente do MDP/CDE Levy Baptista combinou com o embaixador cubano Francisco Astray a saída dos três militares, com identidade falsa, pela fronteira espanhola, com destino à Embaixada cubana em Madrid, para daí partirem de avião para a Havana.

Depois de combinados todos os detalhes, com grandes precauções conspirativas, Levy Baptista foi surpreendido pela comunicação de Astray de que iria pôr Melo Antunes ao corrente da operação. Mas, apesar de surpreendente, a comunicação confirmava a preocupação de Fidel com o estatuto legal do PCP e com o papel de Melo Antunes, na altura favorável a manter esse estatuto.

TRUMP...

ESSE DONALD TRUMP É RACISTA MESMO....... O PRIMEIRO ACTO AO ASSUMIR A PRESIDÊNCIA DOS

EUA, É DESALOJAR UMA FAMÍLIA DE NEGROS QUE MORA NUMA «CASA BRANCA”...

Domingues prefere sair da Caixa a mostrar rendimentos

Domingues prefere sair da Caixa a mostrar rendimentos. Renúncia de António Domingues ao cargo foi entregue na sexta-feira.

Foto João Relvas/Lusa

Terminou o impasse sobre a entrega das declarações de rendimentos no Tribunal Constitucional (TC). António Domingues demitiu-se do cargo de presidente do Conselho de Administração da CGD. E não foi sozinho. Ao que o CM apurou, outros quatro gestores seguiram-lhe o exemplo e estão de saída do banco público.

Em comunicado, enviado este domingo à noite, o Ministério das Finanças diz lamentar a decisão e esclarece que “a renúncia só produzirá efeitos no final do mês de Dezembro”. Na mesma nota oficial, o Governo explica que “será designada, para apreciação por parte do Single Supervisory Mechanism [Mecanismo Único de Supervisão], uma personalidade para o exercício de funções como presidente do Conselho de Administração da CGD, que dê continuidade aos planos de negócios e de recapitalização”.

O ministério de Mário Centeno não esclarece as razões da renúncia. O CM sabe que o pedido já tinha sido entregue na sexta-feira, um dia depois da aprovação na Assembleia, com os votos do PSD, CDS e BE, de um diploma que obrigava a administração da Caixa a entregar as declarações no TC. Ontem, no comentário na SIC, Marques Mendes, conselheiro de Estado, afirmou que Domingues bateu com a porta porque se “sentiu ofendido” com a aprovação desse diploma no Parlamento.

Domingues já tinha manifestado, na semana passada, vontade de sair. Para isso terá contribuído a falta de apoio de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, que defenderam publicamente a necessidade de entrega das declarações no TC.

Além de António Domingues, segundo apurou o CM, terão também renunciado aos cargos quatro administradores, entre os quais um executivo (Emídio Pinheiro) e dois não executivos de estrangeiros (Angel Corcóstegui Guraya e Herbert Walter). Poderão ainda ficar por resolver eventuais questões de indemnização. O presidente da CGD tem um salário de 423 mil de euros por ano e os administradores executivos, 337 mil euros ano.

PJ apanha rasto a armas para terror e crime/JN

Dezenas de espingardas de assalto apreendidas. Arma transformada em Portugal usada por criminosos na Alemanha.

Dezenas de armas de fogo usadas apenas por forças militares e policiais foram apreendidas pela Polícia Judiciária (PJ), no espaço de apenas sete meses, expondo ligações a redes de tráfico internacional que estão a ser investigadas também por fornecerem armamento a terroristas, designadamente nos atentados de Paris, e ao crime organizado no Reino Unido, em Itália e na Alemanha, onde foi encontrada uma arma transformada e traficada a partir do nosso país.

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Dons et accès privilégié: l’éthique élastique de TrudeauLe Parti libéral du Canada a reçu des centaines de milliers de dollars de dons en échange d’un accès privilégié aux ministres du gouvernement Trudeau et à son chef. Il est temps d’y mettre fin et de réformer le financement des partis à Ottawa.

par Alec Castonguay /L’actualité

Le Parti libéral du Canada a reçu des centaines de milliers de dollars de dons en échange d’un accès privilégié à ses députés, ses ministres et à son chef. Et ça ne semble pas émouvoir Justin Trudeau, qui s’y adonne lui-même, et ce, même si cela enfreint les règles qu’il a édictées à son arrivée au pouvoir.

Les exemples sont suffisamment nombreux pour parler d’un modus operandi. Un «pattern», en langue de Shakespeare, qui écorche l’éthique du gouvernement Trudeau. Voici l’opération: un ministre — ou le premier ministre — se rend dans une soirée de financement, souvent dans une résidence privée, où les invités, peu nombreux, ont accès à l’élu en échange d’un don au parti. Parfois, ce club sélect inclut des lobbyistes enregistrés qui tentent d’influencer le gouvernement.Le Globe and Mail a révélé que le premier ministre Justin Trudeau a participé à une telle soirée de financement en mai dernier, dans la chic résidence privée du président de la Chambre de commerce chinoise, Benson Wong, à Toronto. Trente-deux personnes étaient présentes pour entendre ou discuter avec Justin Trudeau. Coût du billet: 1500 $, la limite permise par la loi.

Parmi les riches hommes d’affaires — dont certains ont des liens étroits avec le gouvernement chinois — se trouvait Shenglin Xian, fondateur de la Wealth One Bank of Canada, qui souhaitait obtenir une licence du gouvernement canadien afin d’opérer une banque en ligne, baptisé Schedule 1. C’est le Bureau du surintendant des institutions financières, un organisme indépendant du gouvernement fédéral, qui prend les décisions sur les licences octroyées par Ottawa, après avoir consulté le ministère des Finances. La banque Schedule 1 a obtenu la permission de lancer ses activités le 7 juillet dernier.

Ce n’était pas la première fois que Justin Trudeau était l’orateur vedette de ce type de soirée. Le 25 août 2015, en pleine campagne électorale — donc avant que les libéraux accèdent au pouvoir — il se rend dans la maison de Barry Sherman, président du géant pharmaceutique des médicaments génériques Apotex, à Toronto. Une soirée organisée pour financer le candidat libéral local, Michael Levitt, qui sera élu quelques semaines plus tard.Le 1er mars 2016, Barry Sherman, l’une des 20 personnes les plus riches au pays,s’enregistre comme lobbyiste auprès du bureau du premier ministre Trudeau. Il est également enregistré comme lobbyiste auprès d’autres ministères.

Apotex et Ottawa sont en litige, notamment parce que le gouvernement fédéral a interdit en 2014 à l’entreprise d’importer certains médicaments fabriqués en Inde. Apotex a contesté l’interdiction devant les tribunaux, a gagné, et réclame maintenant 500 millions de dollars en dommage, notamment pour diffamation.Ce n’est pas la seule soirée privée de financement du PLC qui implique Barry Sherman. Le 7 novembre dernier, le ministre des Finances, Bill Morneau, était l’invité d’un cocktail qui se déroulait dans le condo d’une riche veuve philanthrope de Toronto, Nancy Pencer. Barry Sherman aidait à vendre des billets à 500 $ pour cette soirée.

Or, M. Sherman est aussi enregistré pour faire du lobbying auprès du ministre des Finances, ce qui pourrait contrevenir à l’article 9 du Code de déontologie des lobbyistes, qui interdit à un lobbyiste d’approcher pendant cinq ans un élu pour lequel il a aidé à organiser une campagne de financement ou sa campagne électorale elle-même.

La commissaire au lobbying, Karen Shepherd, a déclenché une enquête officielle. Précisons ici que c’est M. Sherman, et non pas le ministre Morneau, qui fait l’objet de vérifications. Le patron d’Apotex a d’ailleurs cessé de vendre des billets lorsque le Globe and Mail a révélé son implication, quelques jours avant l’événement.Il se trouve que M. Morneau siège sur le comité spécial du cabinet formé pour superviser les causes juridiques majeures qui impliquent le gouvernement du Canada.

Le ministre des Finances, Bill Morneau, semble d’ailleurs un orateur prisé lors de ce type de soirée. En octobre dernier, il a été sur la sellette en raison d’une activité de financement privée à Halifax. Une quinzaine de personnes ont payé 1500 $ pour rencontrer M. Morneau chez Fred George, un homme d’affaires qui a fait fortune dans le secteur minier et qui est aujourd’hui promoteur immobilier. Lui et ses partenaires actuels cherchent à profiter d’un possible agrandissement du port d’Halifax et le financement d’Ottawa est crucial.

Bill Morneau deux fois, Justin Trudeau deux fois… Ce ne sont là que les cas connus de soirées de financement du PLC où une poignée de donateurs peuvent s’entretenir avec les élus. Il y en a peut-être d’autres.

Le montant n’est pas un enjeu ici. Aucun ministre ou premier ministre ne va risquer sa réputation pour 1500 $. Le problème, c’est le nombre restreint d’invités. Une recherche de proximité pour donateur averti que le simple citoyen ne peut espérer. Payer pour avoir un accès privilégié à un décideur public accentue l’impression de conflit d’intérêt potentiel.

Si un ministre ou le premier ministre fait un discours devant 100, 200 ou 500 personnes lors d’une soirée partisane où tout le monde peut se procurer un billet, l’accès n’est pas le même que lors d’un cocktail d’une douzaine de personnes dans une maison privée.

Justin Trudeau semblait pourtant en être conscient. Dans la lettre de mandat qu’il a remis à chacun de ses ministres lorsqu’il a pris le pouvoir, il a ajouté un exemplaire du guide «Pour un gouvernement ouvert et responsable», qui sert de ligne directrice éthique. À l’annexe B, on peut lire ceci:

«Il ne doit y avoir aucun accès préférentiel au gouvernement, ou apparence d’accès préférentiel, accordé à des particuliers ou à des organismes en raison des contributions financières qu’ils auraient versées aux politiciens ou aux partis politiques.»

En Chambre, Justin Trudeau et ses ministres se défendent, affirmant que les activités de financement sont strictement contrôlées au fédéral et qu’il n’y a rien d’illégal. Il n’y a rien d’illégal, c’est vrai, mais «l’apparence d’accès préférentiel», tel qu’indiqué dans l’annexe B, semble toutefois s’appliquer.

Le Parti libéral du Canada insiste pour dire qu’il y a un mur étanche entre les travaux du gouvernement et les activités du parti. Que les instances du PLC ne sont pas au courant d’un lien que les donateurs présents à une soirée peuvent avoir avec le gouvernement. N’empêche, dans la foulé de la controverse entourant la présence de Bill Morneau à la soirée de financement à laquelle participait Barry Sherman, en novembre, le PLC a tout de même cru bon d’envoyer une note à ses organisateurs et ses solliciteurs de fonds pour les avertir de ne plus vendre de billets à des lobbyistes enregistrés auprès du ministre-vedette de la soirée…Ce stratagème de dons et d’accès privilégié a éclaboussé la première ministre Kathleen Wynne, en Ontario, qui a dû changer la loi très laxiste de la province.

Il est temps d’en faire autant à Ottawa.

Ce n’est pas une tare de donner à un parti politique. Mais il faut que ce soit pour la cause, pour les idées ou pour aider quelqu’un en qui on a confiance. Pas pour espérer obtenir quelque chose en retour du parti ou du gouvernement.Le véritable problème est toujours le même: les partis ont besoin d’argent pour se financer. Et à Ottawa, ils ont besoin de beaucoup d’argent. Seulement pour les partis, le plafond des dépenses lors d’une campagne électorale de 37 jours est de 25 millions de dollars. Sans compter l’argent qu’il faut amasser entre les élections pour faire rouler la machine du parti.

Faut-il allouer plus d’argent public aux partis, et ainsi, faire diminuer la pression sur la collecte de fonds? En 2011, Stephen Harper a aboli graduellement la subvention de 1,75 $ versée aux partis pour chacun des votes obtenus. En 2010, grâce à cette allocation par vote, les partis se partageaient une somme de près de 25 millions de dollars. Il n’en reste plus rien.Dans Le Devoir, Manon Cornellier affirme qu’il faut remettre l’allocation par électeur en place. Une bonne idée. Mais Ottawa pourrait aller plus loin et s’inspirer de la réforme du financement des partis politiques au Québec, mise en place en 2013, dont le principe est simple: abaisser la limite des dons et ajouter de l’argent public pour compenser.

Faut-il se rendre jusqu’à une limite de 100 $ comme au Québec? Le territoire du Canada est vaste, y faire campagne coûte cher. Les partis doivent pouvoir lever des fonds en conséquence. Mais abaisser la limite à 1000 $? Pourquoi pas. Il faudrait ensuite trouver une manière d’injecter plus d’argent public, notamment pour aider les petits partis.

Le gouvernement Trudeau doit mettre fin à son système de dons en échange d’un accès privilégié à ses ministres. Les soirées dans les maisons privées avec des invités triés sur le volet doivent cesser. Ensuite, le premier ministre pourrait en profiter pour ouvrir la discussion sur une possible réforme du financement avec les autres partis politiques. Justin Trudeau s’est dit ouvert à l’idée, sans aller plus loin.

Le financement politique est un enjeu délicat qui peut miner la confiance du public envers ses institutions. En politique, la perception est aussi importante que la réalité. On est dans le domaine de l’éthique, de la morale. Et sur ce plan, Trudeau et ses ministres ont franchi la ligne. À eux de corriger la situation.

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Il existe 3 types de diabète : le diabète de type 1, le diabète de type 2 et le diabète gestationnel. Dans les trois cas, sans traitement, le taux de sucre (= glycémie) s’élève dans le sang.

Le diabète de type 1 est un diabète touchant plutôt les personnes jeunes. Il est dû à la destruction des cellules du pancréas produisant l’insuline.

Le diabète de type 2 apparaît surtout chez des personnes en surpoids après 40 ans. Il est dû à une résistance du corps à l’insuline, cette hormone ne parvenant plus à faire rentrer le sucre dans les cellules.

Le diabète gestationnel est un diabète survenant uniquement pendant la grossesse. Les femmes qui en souffrent sont par la suite à plus haut risque de diabète de type 2.

Diabète

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Colaboração Especial

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DO FUNDADOR DA LIGA DOS COMBATENTES : JOÃO JAYME DE FARIA AFFONSO, EVOCANDO O 50º ANIVERSÁRIO DA SUA MORTE E OS 120 ANOS DO SEU NASCIMENTO.Sobre a Liga dos Combatentes, constituição, fundação, evolução até aos dias de hoje, há muitos artigos já escritos, nomeadamente no site da Liga dos Combatentes. Assim, este artigo visa dar a conhecer alguns pormenores sobre a personalidade do Fundador, João Faria Affonso .

Nascido em 25 de Dezembro de 1896,filho de John Luís Affonso e de Mª José Abranches de Faria, ficou órfão de pai três meses depois. A mãe, extremamente culta para a época, educou sozinha os dois filhos, mas para trabalhar como educadora em casa de famílias, foi forçada a internar o filho no pensionato Silva Barreto e a filha num colégio. Mais tarde, João Affonso transitou para a Casa Pia.

Quando os filhos tiveram idade para sair dos colégios onde estiveram, Dª Mª José ficou com o Colégio João de Deus, em Algés, deixando o colégio para sua filha Maria José quando faleceu.

Em 1917 João Jayme de Faria Afonso, funcionário dos Transportes Marítimos do Estado, seguiu para França como soldado da 1ª Companhia de Mineiros. Gaseado em combate em 4 de Março 1918, não esteve a 9 de Abril na linha da frente por estar a recuperar num hospital de sangue.

Só regressou a Lisboa, em 1919, como Sargento Miliciano (embarcou em Lisboa em 8 de Agosto de 1917 e desembarcou em Lisboa em 10 de Julho de 1919 - Boletim Individual do CEP, tendo viajado a bordo do Cruzador Aux. Pedro Nunes).

Ainda em França, a 29 de Janeiro de 1919 foi proposta a sua promoção: “ que o 1º cabo miliciano Joâo Jayme de Faria Affonso, nº 660 da 9-ª Companhia de Inf. 16, (territorial), placa 31476, fosse promovido a 2º Sargento, visto reunir as seguintes condições:-Ter sido promovido a 1º cabo miliciano em 3 de Setembro de 1917; Ter 105 dias de serviço como cabo na 1ª Linha; Ser amanuense da Pagadoria desde 18 de Maio de 1918; Ter comportamento exemplar; Na vida civil desempenhar o lugar de ajudante de guarda-livros do Ministério da Marinha, na 2ª Secção de Transportes Marítimos de Estado.

Até 1924, tentou concretizar o seu sonho: criar um organismo que representasse e apoiasse os combatentes de 1914-1918 e em finais de 1919João Jayme de Faria Affonso dá os primeiros passos para criar a associação dos combatentes, no que foi o primeiro esforço para a criação da Liga.

Após ter tentado em 1919 criar a sonhada Associação dos Combatentes Portugueses, que foi efémera, conseguiu mais tarde unir no mesmo ideal de luta, o 1º Tenente Faria Pereira e o Tenente Figueiredo Ministro, e de 1919 a 1923 no pequeno escritório da rua de S. Paulo, 260-1º, inicia a organização da Liga, com uma comissão cedo apoiada pelos Tenentes-coronéis Ferreira do Amaral e Francisco Aragão.

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Como que premonitório que os fundadores e os outros membros da comissão fossem dos 3 ramos das Forças Armadas: Faria Affonso, Exército, Faria Pereira, Marinha e Francisco Aragão, o herói de Naulila, Exército e posteriormente pioneiro na Aviação Portuguesa.

Faria Affonso propôs as bases dos Estatutos que Faria Pereira desenvolveu e, segundo palavras de Faria Pereira, todos ficaram espantados por “aqueles pardais de telhado: ele Faria Pereira, um guarda marinha, primo direito de Faria Afonso, este próprio, 2º sgtº miliciano e Figueiredo Ministro” os terem feito.

Durante 3 anos Faria Affonso tinha recebido o apoio à ideia, desde o General Gomes da Costa, ao General Tamagnigi de Abreu, Comdt Afonso de Cerqueira e outros, todos eles heróis de Guerra, e em 29 de Janeiro de 1924 é oficializada a Liga dos Combatentes da Grande Guerra (LCGG).Em 1924 começa o reconhecimento oficial de Faria Affonso, e em 1967, quarenta e três anos depois, numa homenagem da Liga pela morte do seu Fundador, Faria Pereira dizia que “A Liga prossegue, a Liga expande-se, a Liga vai criando sucessivamente Delegações e Agências e cada vez mais se vai transformando naquilo que Faria Affonso tinha sonhado”.Em 1925 Faria Affonso funda a revista ilustrada A GUERRA, de que foi Administrador, Editor e depois redactor principal. Foi também Director e Editor da VOZ DOS COMBATENTES, tendo escrito para GENTE DA GUERRA e VÌTIMAS DA GUERRA, lutando sempre por causas justas. Publicou em diversos jornais do País como o DIÁRIO DE LISBOA e o NOTÍCIAS ILUSTRADO.

Escreveu também um livro até hoje inédito e cujo manuscrito se encontra na biblioteca da Liga dos Combatentes – MEMÓRIAS DE UM SOLDADO.Em 1938 em Paris, Faria Affonso nas comemorações do XX aniversário do Armistício levou o facho aceso no Lampadário da Batalha até junto do túmulo do soldado desconhecido francês, no Arco do Triunfo .

Foi 1º Secretário de todas as Direcções da Liga até 1935, passando nesse ano a desempenhar as funções de Secretário-geral, e dedicando-se exclusivamente à LCGG.

No Porto com o amigo Custódio Guimarães, camarada da Junta Patriótica do Norte (JPN) e que foi 39 anos Presidente da Agência do Porto recuperaram um asilo criado para os filhos dos combatentes surgindo a Casa dos Filhos dos Soldados (CFS), de que a LC toma posse em 1938.

Era o sócio nº 1 e de Honra da LCGG.Possuía as seguintes condecorações: Ordem Militar de Cristo (Oficial); Medalha Comemorativa das Campanhas do Exército Português; Medalha Militar de Bons Serviços (de prata e de cobre), esta com palma; Medalha da Vitória, com estrela; Medalha de Reconhecimento da Obra dos Antigos Combatentes Belgas; Cavaleiro da Legião de Honra e da Ordem da Coroa da Bélgica, o que mostra como era considerado não só em Portugal como no estrangeiro.

Combateu o analfabetismo, criou Colónias de férias e casas de repouso e peditórios a favor da Liga. Em 10 de Junho de 1952, organizou o primeiro evento Desportivo Nocturno,.

No seu testamento de 17 Março de 1960, diz Faria Affonso “Morrerei pobre de dinheiro mas rico de consciência, não tenho de me arrepender muito menos por ter praticado o bem, mesmo aquele que fiz em troca do mal que recebi”…e “que é preciso porfiar cada vez mais na ultrapassagem da força pelo espírito”.

Em Agosto de 1961 sofreu grave doença súbita (trombose cerebral) indo para tratamento para o Porto e em Janeiro de 1965 foi acometido de pneumonia e grave ataque cardíaco, sendo que sempre conciliou períodos de tratamento e trabalho.

Morreu em 30 de Novembro de 1966, aos setenta anos de idade, após 40 anos de profunda dedicação à sua obra .Abria todas as agendas de trabalho com as palavras: Amor, Caridade, Gratidão, Justiça, e foi nesses valores que fundamentou a sua obra na Liga e a da sua vida de militar e de cidadão.

Numa homenagem da LC em 18 de Dezembro de 1967 em que discursaram o Comandante Horácio Faria Pereira, e o Prof Hernâni Cidade, este, ao encerrar a sessão, disse:”Não se pode fazer a biografia de Faria Affonso sem se fazer simultaneamente a história da Liga, nem a história da Liga se pode compreender sem o conhecimento da biografia de Faria Affonso. Faria Affonso é.uma espécie de resumo, uma encarnação da Liga. viveu com a Liga e para a Liga…”Está presente o Gen. Affonso Botelho que mais conviveu com Faria Affonso e que pode testemunhar as qualidades de inteligência, vontade, carácter, …E é curioso que Faria Affonso, que tão intensamente viveu pelo coração, foi exactamente pelo coração que morreu, arruinou-o pelo trabalho que lhe deu…”

Isabel Martins 20 de Novembro de 2016

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O 25 de Novembro (1975) e alguns militares distraídos…

Por Manuel Bernardo (Cor. Ref.)

(…) Neste processo todo, tinha uma grande ajuda, da Força Aérea.Ora tendo a Força Aérea comigo. Não havia que ter medo de ninguém(…) Jaime Neves citado por Morais da Silva, in “25 de Novembro de 1975; os ́ Comandos` e o Combate pela Liberdade”/2005

“(…) Esta acção provoca os únicos mortos – três – do 25 de Novembro, todos militares da PM. (…) Filipe Luís (editor), In “Visão” de 19-11-2015

Este contragolpe de 25/26 de Novembro de 1975 tem sido muito maltratado pela generalidade da imprensa e dos “media” portugueses, ao longo dos últimos 41 anos. Ainda no passado dia 25 de Novembro, no quartel do Regimento de Comandos, na Serra da Carregueira, das poucas vezes em que vi uma equipa de TV lá aparecer, tal apenas aconteceu suscitado pelo “caso” das duas mortes de instruendos no Curso de Comandos. Mas nem isso os levou a fazer a cobertura da cerimónia recordatória do 25 de Novembro de 1975, ocorrida nesse dia e no mesmo quartel, pouco tempo antes! Pelo menos foi o que eu vi na SIC na noite desse dia…O “caso” Vasco Lourenço e a actuação do então CEMFA, General (graduado) Morais da Silva… Em livros anteriores, em que concedeu entrevistas, as diatribes contra Morais da Silva eram bastante realçadas e destacadas no seu conteúdo – vide Avelino Rodrigues e outros, “Abril nos Quartéis de Novembro”, pp 288/1979 e Vasco Lourenço, “Do Interior da Revolução; Entrevista de Maria Manuel Cruzeiro”, pp 522 a 529/2009.

Há dias, foi lançado uma nova edição actualizada do livro “25 de Novembro; Reflexões”, com a coordenação de Manuel Barão da Cunha, onde Vasco Lourenço, agora convidado a participar, no seu depoimento volta a desdenhar e a criticar acerrimamente o Coronel Piloto Aviador Morais da Silva (já falecido). Transcrevo:(…) Refira-se aqui a acção determinante porque altamente provocadora, feita ao arrepio das mais elementares regras éticas próprias dos militares, desenvolvida pelo CEMFA, general Morais Silva. Confesso que, por muito que os resultados me tivessem sido favoráveis, quanto mais conheço o que então se passou menos consideração e respeito tenho por esse oficial do meu curso da Academia Militar. O que, aliás, me não deveria surpreender nada, face às suas atitudes anteriores de autêntico catavento!...Seria interessante estudar-se toda a acção, as cambalhotas e os borreganços deste militar, bem como os objectivos que o nortearam. (…).

Espantoso; Vasco Lourenço, utilizando descaradamente as técnicas da omissão dos acontecimentos que foram accionados pelo então CEMFA, General (graduado) Morais da Silva, no pré e durante o golpe dos pára-quedistas revoltosos de Tancos, veio ainda fazer estas incríveis afirmações. Recorde-se apenas de que foi através de directivas suas entregues ao então ao Coronel Pára-quedista Heitor Almendra, que os páras vindos de Angola e chegados aos cais de Alcântara/Lisboa, em 23 de Novembro, não foram juntar-se àqueles revoltosos de Tancos. E que foi também, através de um plano elaborado anteriormente, que permitiu aos meios aéreos de várias bases terem ido para a de Ovar (ou também designada por Cortegaça) afecta à NATO, antes da sua ocupação pelos revoltosos, e donde actuaram em sobrevoos sobre as zonas afectadas pela sublevação. Aliás é significativo como Morais da Silva termina o seu depoimento (já constante da 1.ª edição, em que eu colaborei) no livro “25 de Novembro; Reflexões” já referido. Transcrevo: “(…) Chegou-se mesmo à situação caricata de um semanário ter publicado uma entrevista com o Coronel Jaime Neves, em que à pergunta: «Teve medo no 25 de Novembro? …» aquele oficial terá respondido: «… Para além de que, neste processo todo, tinha uma grande ajuda, a Força Aérea. Ora, tendo a Força Aérea por mim, não havia que ter medo de ninguém…» E o pressuroso entrevistador logo terminou o trabalho com esta frase lapidar: «E foi assim que tudo acabou, com a Força Aérea no chão e o Danny Kaye no ar.» Isto exactamente ao contrário do tinha sucedido, pois aquele artista americano apenas tinha sido colocado na TV para substituir Durand Clemente, ligado aos revoltosos, no início da noite de 25 e a Força Aérea continuou a actuar durante todo o dia 26, quando a situação ficou dominada na área de Lisboa, pelas tropas do Regimento de Comandos de Jaime Neves e de outras unidades em seu reforço. Continua a falar-se pouco da Força Aérea no 25 de Novembro

Estas omissões sobre a actuação da Força Aérea vieram de novo a concretizar-se (talvez por lapso involuntário) nos depoimentos de dois generais (Tomé Pinto e Valença Pinto) e do Professor Adriano Moreira, no capítulo “As Forças Armadas” do livro apresentado em Lisboa, no passado dia 25 de Novembro – “O 25 de Novembro e a Democratização Portuguesa”, com a coordenação de António Barreto, João Salgueiro, Luís Aires de Barros, Luís Valença Pinto, Manuel Braga da Cruz e Vasco Rocha Vieira.A actuação da Força Aérea no dia 25 de Novembro é sintetizada por Morais da Silva no livro já citado. Transcrevo: (…) Além do sobrevoo de várias cidades do Norte por 40 aviões da Base de São

Jacinto, uma formação de sete aviões Fiat G-91 sobrevoou as bases de Monte Real, Tancos, Ota e Montijo com o objectivo de mostrar ao pessoal das bases ocupadas que, apesar da acção dos pára-quedistas, a Força Aérea ainda dispunha de meios aéreos operacionais. Mais tarde a pedido do Coronel Jaime Neves, comandante das forças de Comandos, em aproximação a Monsanto, descolaram dois aviões T-32, seguidos de uma parelha de Fiat-91 armados, para apoio ao avanço dos Comandos. (…) Recordo ainda que o então CEMFA, General Morais da Silva foi o responsável pela negociação e libertação de 23 militares e 562 civis detidos em Atambua (Timor-ocidental) em Julho/Agosto/Setembro de 1976.

A actuação de Morais da Silva e do meu amigo de longa data, então Major Comando Loureiro Cadete, nas diligências levadas a efeito desde o início do ano de 1976, e feitas à revelia do MNE de Melo Antunes, em ligação directa com o Presidente da República, General Costa Gomes, encontram-se descritas no livro que publicou em co-autoria comigo, em Novembro de 2000 – “Timor; Abandono e Tragédia”. Intitulou o seu texto como “A Terra Mártir de Timor” e eu, com a designação “A «Descolonização» de Timor (1974-1975)”. Como resultado das referidas diligências de Morais da Silva e de Loureiro Cadete, os indonésios fizeram desembarcar em Lisboa, em 1977, mais 1200 timorenses, que ainda tinham ficado retidos em Atambua, além dos 565 acima referidos e transportados em aviões portugueses.

Uma notícia transcrita do diário “O Dia” (29-06-1976) sobre um bebé, a quem a mãe deu o nome de César Maggiolo, serviu de base à dedicatória do nosso livro, que se transcreve:A César Maggiolo, jovem timorense com cerca de 25 anos (fazendo votos sinceros que pertença ao número dos vivos), cuja mãe, em fuga de Timor em 1975, quis homenagear dois mártires então fuzilados pela FRETILIN: César Mouzinho e Maggiolo Gouveia.

Aquela notícia, fotocopiada a pp 71 do citado livro referia o seguinte: “César Maggiolo“Tem poucos meses e nasceu em plena desgraça quando a mãe, uma modesta timorense, encetava a fuga para se livrar da fúria assassina da FRETILIN.“Chama-se César Maggiolo. A mãe decidiu baptizá-lo assim em homenagem a dois grandes portugueses e dois grandes heróis. César Mouzinho, vice-presidente da UDT que, acreditando na sinceridade dos apelos do governador Lemos Pires para estabelecer conversações com os movimentos desavindos se apresentou no aeroporto de Baucau para o efeito. Apresentou-se à morte. Maggiolo era um dos apelidos de um militar que todo o povo de Timor vai recordar por muitos anos. O Tenente-Coronel Maggiolo Gouveia que deixou escrito com o seu próprio sangue nas paredes da prisão, em Díli «Crime de Amar Timor». “Dupla responsabilidade esta do pequeno César Maggiolo que, da sua ilha distante, ao colo de sua mãe, vem com a ingénua presença alertar as consciências.”

Um general e um jornalista muito distraídos…

Desde 2005 que ando a lutar contra uma placa “comemorativa” espetada na via pública à entrada do ex-RPM, na Calçada da Ajuda.Um dos textos publicados referia o seguinte: (…) Finalmente a situação que eu considero mais grave, até porque foi promovida pelo então CEME, General Valença Pinto. Redigi então um artigo que fiz publicar no “Diabo” de 6-12-2005.Nele, resumidamente afirmava que no 30.º aniversário do 25 de Novembro de 2005, Valença Pinto, agora CEMGFA, resolveu levar a efeito uma comemoração da efeméride precisamente no Regimento de Lanceiros de Lisboa, unidade de grandes tradições, mas também sucessora do revolucionário Regimento de Polícia Militar de triste memória. Para ela estranhamente não foi convidado nenhum dos generais que desempenharam o cargo de CEME ao longo dos últimos 30 anos, com excepção do General Ramalho Eanes.

O que sucedeu nesta cerimónia?

Foi feita uma evocação (tiveram o cuidado de não lhe chamar homenagem), em que o nome do Aspirante Mil.º Ascenso Bagagem (na situação de ausente sem licença, não pertencente ao Regimento de Polícia Militar, como já referido, e recentemente considerado na Imprensa como militante da UDP), aparece misturado (no meio) com os dois elementos dos “Comandos”, que morreram a cumprir o seu dever e obrigação militar, na sequência de ordens legítimas da Presidência da República. E a placa com os seus nomes lá está espetada na parede, na via pública, ao lado da porta de armas do Regimento de Lanceiros de Lisboa. (…) E a desfaçatez do escrito na placa em questão levou um jornalista, talvez ignorante em questões militares, a declarar peremptoriamente na Visão, onde é editor chefe, este grande equívoco:“(…) Esta acção provoca os únicos mortos – três – do 25 de Novembro, todos militares da PM. (…) Como já referi, os dois militares do Regimento de Comandos morreram no início do cerco ao RPM, pois as tropas de Jaime Neves foram recebidas a tiro, quer do RPM, quer do Reg. Cav. 7: Tenente José Coimbra e Furriel Joaquim Pires, depois condecorados, a título póstumo, com a Ordem da Liberdade. O outro falecido, Ascenso Bagagem, estava no RPM, não por lá pertencer, mas devido ao seu “fervor revolucionário”, como atrás referido. E o jornalista Filipe Luís, apesar de ter recebido uma carta minha, não fez o desmentido como era sua obrigação. Irá dizer, talvez, que a culpa é da placa, pois ele não tem a obrigação de saber que Cmd é a abreviatura de Comando. É ridículo, mas poderá ter sido assim…