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ISSN 0104-5172 RESULTADOS DE PESQUISA COM TRIGO NA ÁREA DE MELHORAMENTO GENÉTICO SAFRA 1997 Documentos CPAO Dourados, MS p.1-41 1998 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro de Pesquisa Agropecuária do Oeste Ministério da Agricultura e do Abastecimento

RESULTADOS DE PESQUISA COM TRIGO NA ÁREA DE … · Na Tabela 1, constam os períodos citados e a ... Fases de de desenvolvimento do trigo, segundo as necessidades de água das plantas,

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ISSN 0104-5172

RESULTADOS DE PESQUISA COM TRIGO

NA ÁREA DE MELHORAMENTO GENÉTICO

SAFRA 1997

Documentos CPAO Dourados, MS p.1-41 1998

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaCentro de Pesquisa Agropecuária do OesteMinistério da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA-CPAO. Documentos, 20

Exemplares desta publicação podem ser solicitados à:Embrapa Agropecuária OesteÁrea de Comunicação Empresarial - ACEBR 163, km 253,6 - Trecho Dourados-CaarapóCaixa Postal 661Fone: (067) 422-5122 - Fax (067) 421-081179804-970 Dourados, MS

COMITÊ DE PUBLICAÇÕES:

PRODUÇÃO GRÁFICA:

TIRAGEM: 100 exemplares

Júlio Cesar Salton (Presidente)André Luiz MelhorançaClarice Zanoni FontesEdelma da Silva DiasEliete do Nascimento FerreiraHenrique de Oliveira

Coordenação: Clarice Zanoni FontesEditoração eletrônica: Eliete do Nascimento FerreiraRevisão: Eliete do Nascimento FerreiraNormalização: Eli de Lourdes Vasconcelos

José Ubirajara Garcia FontouraLuís Armando Zago MachadoLuiz Alberto StautMembros "ad hoc"Claudio LazzarottoFernando Mendes Lamas

CDD 631.11

Embrapa, 1998

EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuária do Oeste (Dourados, MS). Resultados de pesquisa com trigo na área de melhoramento genético - safra 1997. Dourados: 1998. 41p. (EMBRAPA-CPAO. Documentos, 20).

1.Trigo-Melhoramento genético-Pesquisa. I.Título. II.Série.

APRESENTAÇÃO

A Embrapa Agropecuária Oeste tem procurado, em sua programação anual de trabalho, novas alternativas de sistemas de produção e melhoria dos atuais.

O trigo, em Mato Grosso do Sul, tem sido uma opção importante como cultura de outono-inverno, com possibilidades de implantação na entressafra, principalmente após a cultura da soja e do milho, com ênfase na utilização do Sistema Plantio Direto.

Nos últimos anos tem havido forte desestímulo dos produtores, visto às políticas relacionadas ao produto e conseqüentes preços baixos.

Apesar desta situação, a Embrapa Agropecuária Oeste mantém projetos de pesquisa com a cultura, visando suprir com tecnologias os interessados, principalmente com cultivares e manejo da cultura, mantendo assim estoque de informações para eventual retomada da atividade.

JOSÉ UBIRAJARA GARCIA FONTOURAChefe Geral

Embrapa Agropecuária Oeste

SUMÁRIO

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS OCORRIDAS DURANTE O CICLO DA CULTURA D O T R I G O , E M D O U R A D O S - M S , S A F R A 1997..........................................................................................

1. AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE TRIGO EM NÍVEL ESTADUAL DE EXPERIMENTAÇÃO, NO SUL DE MATO GROSSO DO SUL, SAFRA DE 1997Paulo Gervini Sousa..................................................................1.1. Introdução........................................................................1.2. Material e Métodos............................................................1.3. Resultados.......................................................................

2. AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE TRIGO EM NÍVEL FINAL DE EXPERIMENTAÇÃO, NO SUL DE MATO GROSSO DO SUL, SAFRA DE 1997Paulo Gervini Sousa..................................................................2.1. Introdução........................................................................2.2. Material e Métodos.............................................................2.3. Resultados.......................................................................

3. INTRODUÇÃO DE LINHAGENS DE TRIGO NO SUL DE MATO GROSSO DO SUL, SAFRA DE 1997Paulo Gervini Sousa..................................................................3.1. Introdução........................................................................3.2. Material e Métodos.............................................................3.3. Resultados.......................................................................

4. MULTIPLICAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE TRIGO NO SUL DE MATO GROSSO DO SUL, SAFRA DE 1997Paulo Gervini Sousa..................................................................4.1. Introdução........................................................................4.2. Material e Métodos.............................................................4.3. Resultados.......................................................................

AGRADECIMENTOS.....................................................................

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CONDIÇÕES CLIMÁTICAS OCORRIDAS DURANTE O CICLO DA

CULTURA DO TRIGO, EM DOURADOS-MS, SAFRA 1997

A safra tritícola de 1997, na região de Dourados, Mato Grosso do Sul, foi marcada pela ocorrência de chuvas em volume total acima da média, no mês de junho. Foram 300mm de precipitação pluvial, enquanto a normal está em torno de 78mm. A situação mais próxima, registrada desde 1979, ocorreu em 1982, com 230mm. Essa condição refere-se aos dados coletados na estação meteorológica da Embrapa Agropecuaria Oeste, localizada em Dourados, onde as condições foram favoráveis à obtenção de produtividades superiores a 2.500kg/ha, quando a semeadura foi realizada no mês de abril.

Além das boas condições de disponibilidade hídrica para o desenvolvimento das plantas, nesse ano não houve geadas ou frios excessivos que pudessem comprometer o desenvolvimento vegetativo. A ausência de chuvas deu-se em períodos que não comprometeram o trigo semeado

A observação dos rendimentos de grãos do Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo (EC) de Dourados, comparada com os mesmos experimentos dos demais locais, demonstram que independentemente das condições climáticas o mês de abril é o mais indicado para a semeadura do trigo.

A semeadura do EC de Dourados, realizada em 23 de abril, permitiu a emergência no dia 30, com pleno aproveitamento da umidade do solo para a emergência e crescimento. As chuvas de 7,5mm ocorridas logo após a semeadura, associadas à umidade do solo, permitiram o bom estabelecimento das parcelas, e a superação do período de 17 dias de calor sem precipitação pluviométrica, até o início do perfilhamento das plantas, evidenciando a importância de um bom stand para o sucesso da cultura do trigo.

Considerando-se as diferentes necessidades hídricas do trigo durante seu desenvolvimento, a análise da precipitação pluviométrica foi feita com base no comprimento de cada grande etapa do desenvolvimento das plantas. Assim, a primeira fase foi considerada desde a germinação até o início do perfilhamento; a segunda, do perfilhamento até o início da elongação do colmo (aproximadamente 20 dias antes do florescimento); a terceira até aproximadamente quinze dias após o florescimento; a quarta até a plena formação dos grãos e a quinta até a colheita. Na Tabela 1, constam os períodos citados e a quantidade de chuva acorrida em cada período, segundo o ciclo das cultivares em estudo.

Observa-se na tabela 1, que tanto as cultivares de ciclo longo (OR-Juanito e BR 11-Guarani) quanto as demais, tiveram boa disponibilidade de água durante a fase 2. Na fase 3, as cultivares de ciclo longo receberam praticamente a metade da chuva das demais cultivares. Na fase 4, as cultivares de ciclo longo tiveram o dobro da água precipitada, nos 20 dias após a formação dos grãos. Assim, considerando que tanto cultivares de ciclo longo como algumas de ciclo menor atingiram produtividades superiores a 2.500 kg/ha em condições de precipitação pluvial bastante diferenciada, pode-se concluir que a produtividade do trigo no Ensaio Estadual de Cultivares de Dourados dependeu do potencial produtivo de cada cultivar e da água armazenada no solo. Para as condições médias de evapotranspiração da época, houve excesso volumétrico de chuvas durante as fases 2 e 3, porém como a distribuição não foi uniforme, a retenção de água do solo exerceu um papel importantíssimo na disponibilização da água ao longo do ciclo, tendo, provavelmente, uma participação na obtenção de altas produções, maior que o próprio volume total de chuvas caído.

Como nos demais locais a germinação ocorreu tardiamente, as chuvas foram abundantes no início do ciclo, mas foram insuficientes quando as plantas mais necessitaram; por isso as produtividades foram muito baixas.

Os resultados da produtividade das cultivares, que são apresentados nos capítulos adiante, permitem comprovar que há diferença de potencial entre as cultivares, mesmo quando as condições ambientais são favoráveis e que isso, associado à época de semeadura e ao potencial de retenção de água do solo, são fatores determinantes de bons rendimentos.

1. AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE TRIGO EM NÍVEL ESTADUAL DE 1

EXPERIMENTAÇÃO, NO SUL DE MATO GROSSO DO SUL, SAFRA 1997

2Paulo Gervini Sousa

1.1. Introdução

A avaliação permanente das cultivares de trigo, que estão em cultivo ou com potencial de utilização pelos agricultores no sul de Mato Grosso do Sul, é necessária para a identificação das mais produtivas e com maior grau de resistência às doenças, já que essas características variam entre as cultivares, em função das diferenças genéticas e das condições edafoclimáticas a que as mesmas são submetidas. Este trabalho teve o objetivo de avaliar as cultivares de trigo recomendadas para cultivo no Estado.

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TABELA 1. Fases de de desenvolvimento do trigo, segundo as necessidades de água das plantas, com a respecitiva duração de cada período e chuvas registradas, para o Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo (EC) de Dourados, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

Fase 1

Fase 2

Fase 3

Fase 4

Fase 5

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Fases

Cultivares

Duração (dias) Duração (dias)Chuva (mm) Chuva (mm)

BR 18-Terena, BR 31-Miriti, BR 36-Ianomami, BR 40-Tuiúca, BH 1146, Anahuac e Embrapa 10

OR-Juanito eBR 11-Guarani

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1.2. Material e Métodos

Foram testadas nove cultivares no Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo (EC), instalado nos seguintes locais com diferentes tipos de solos: Dourados (LRd ), Indápolis (LRe) e Ponta Porã (LEa), em 23.04.97, 30.04.97 e 08.05.97, respectivamente.

Participaram do EC: Anahuac, BH 1146, BR 11-Guarani ou BR 17-Caiuá, BR 18-Terena, BR 31-Miriti, BR 36-Ianomami, BR 40-Tuiúca (semente básica), BR 40-Tuiúca (semente genética), Embrapa 10-Guajá e OR-Juanito.

O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições. A parcela constituiu-se de cinco linhas de 5,00m de comprimento, espaçadas de 0,20 m, sendo colhidas as três

2linhas centrais. Utilizou-se a densidade de 350 sementes viáveis/m . Foram feitas determinações de rendimento de grãos, rendimento relativo, peso do hectolitro (PH), peso de mil sementes (PMS), data do espigamento médio, subperíodo da emergência ao espigamento médio, ciclo, altura de planta e reação às doenças (ferrugem da folha, brusone, helmintosporiose e bacteriose). Para a determinação do PH e do PMS utilizou-se uma amostra homogênea, obtida a partir da mistura dos grãos das quatro repetições. Os dados de rendimentos de grãos foram submetidos à análise de variância e os contrastes entre as médias determinados pelo teste de Duncan, a 5% de probabilidade. Os rendimentos relativos foram calculados utilizando-se a média geral do experimento.

Com exceção de Indápolis, foram usadas adubações de manutenção, em kg/ha, de N-P-K: 0-40-50, (Dourados) e 25-45-65 (Ponta Porã). Os atributos químicos dos solos, após a colheita dos experimentos nos três locais, estão apresentados na Tabela 1.

1.3. Resultados

O rendimento médio de grãos do EC, conduzido em Dourados, na Embrapa Agropecuária Oeste, foi de 2.317 kg/ha (Tabela 2). Das nove cultivares testadas, cinco superaram essa média, as quais foram: OR-Juanito, BR 18-Terena, BR 31-Miriti, BR 11-Guarani e BR 40-Tuiúca (semente básica), em 18, 17, 16, 9 e 1%, respectivamente. A maior produtividade foi alcançada pela OR-Juanito (2.733 kg/ha), diferindo significativamente a partir da BR 40-Tuiúca (semente básica), e a menor pela BR 36-Ianomami (1.683 kg/ha).

O rendimento médio de grãos do EC, conduzido em Indápolis, distrito do município de Dourados, foi de 975 kg/ha (Tabela 3). Das nove cultivares testadas, cinco suplantaram essa média, as quais foram: OR-Juanito, BH 1146, BR 18-Terena, BR 31-Miriti e BR 17-Caiuá, em 55, 32, 30, 11 e 3%, respectivamente. Novamente, a maior produtividade foi alcançada pela OR-Juanito (1.513 kg/ha), com diferença significativa a partir da BR 31-Miriti, e a menor pela BR 36-Ianomami (541 kg/ha).

O rendimento médio de grãos do EC, conduzido em Ponta Porã (Fazenda experimental da Embrapa Agropecuária Oeste) foi de 862 kg/ha (Tabela 4). Das nove cultivares testadas, cinco superaram essa média, as quais foram: BH 1146,BR 31-Miriti, BR 18-Terena, BR 40-Tuiúca e BR 17-Caiuá, em 63, 35, 13, 9 e 7%, respectivamente. A maior produtividade foi atingida pela BH 1146 (1.406 kg/ha), diferindo significativamente a partir da BR 18-Terena, e a menor pela Embrapa 10-Guajá (511 kg/ha).

As diferenças entre os rendimento de grãos da BR 40-Tuiúca, origens sementes básica e genética,

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E-mail: [email protected]

Trabalho apresentado na XIV RCCSBPT, Londrina-PR, 9 a 12 de fevereiro de 1998.

Eng.-Agr., Dr., CREA nº 9414/D-RS, Visto 1034-MS, Embrapa Agropecuária Oeste, Caixa Postal 661, 79804-970 - Dourados- MS.

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não foram significativas nos três locais (Tabelas 2, 3 e 4).Os valores de PH variaram de 79 a 82 kg em Dourados (o maior valor foi da BR-18-Terena e BR 31-

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Os valores de PMS variaram de 29,1 a 40,6g em Dourados (o maior valor foi da BR 18-Terena); de 2 0 , 1 a 2 8 , 4 g e m I n d á p o l i s ( o m a i o r v a l o r f o i d a B R 1 8 - T e r e n a e OR-Juanito) e de 20,0 a 29,6 g em Ponta Porã (o maior valor foi da BH 1146).

Em comparação com o EC de Dourados, observou-se também reduções no ciclo e/ou na altura de plantas das cultivares nos EC de Indápolis e Ponta Porã.

Em Dourados, onde as condições foram favoráveis, verificou-se que as duas origens da BR 40-Tuiúca tiveram exatamente os mesmos valores de PH, PMS, ciclo e altura de planta (Tabela 2).

Observou-se que a alta disponibilidade de água no solo, na segunda quinzena de maio e, principalmente, durante o mês de junho, foram extremamente favoráveis às cultivares de trigo com emergência na segunda quinzena de abril, como foi o caso do EC de Dourados, permitindo que as mesmas expressassem seus potenciais produtivos, com níveis de produtividade nunca antes alcançados em experimentos dentro da área da Embrapa Agropecuária Oeste, em condições naturais de precipitação. Verificou-se também que as cultivares com emergência na segunda quinzena de maio, nos experimentos de Indápolis e Ponta Porã, foram muito prejudicadas. Inicialmente, por essa alta disponibilidade de água no solo, nos 40 primeiros dias do ciclo, que, associada à baixa luminosidade, podem ter sido responsáveis pela redução do sistema radicular, além de as raízes ficarem concentradas na camada superficial do solo. Esse reduzido desenvolvimento radicular, que em Indápolis pode ter sido agravado pela ocorrência de pragas de solo, principalmente de larvas da Diabrotica speciosa, e também a sua pouca profundidade tornaram as plantas muito vulneráveis ao longo período de estiagem que se seguiu a esse período chuvoso. Portanto, essas condições climáticas mostraram a importância de o estabelecimento inicial das plantas de trigo acontecer em condições favoráveis, pois a diferença de 19 dias entre a emergência em Dourados e as em Indápolis e Ponta Porã, parece ter sido suficiente para garantir a maior parte da superioridade dos rendimentos de grãos, observada no primeiro local (138 e 169%, respectivamente, considerando-se apenas a média dos experimentos), além da melhor qualidade dos grãos, refletida pelo maior grau de enchimento dos mesmos.

Em Indápolis, o intervalo de 19 dias entre a semeadura e a emergência e a grande quantidade de torrões, que se formaram durante o preparo do solo com grades, podem ter causado prejuízos no estabelecimento do estande desejado, e em Ponta Porã, a instalação do experimento numa área desuniforme provocou a perda de uma repetição de todos os tratamentos e aumentou o erro experimental. O coeficiente de variação (C.V.) foi de 27% nesse local, enquanto em Dourados e Indápolis o C.V. foi de 9 e 19%, respectivamente.

É possível que as mesmas condições climáticas, que permitiram a obtenção de altas produtividades, quando o trigo foi semeado na segunda quinzena de abril, também favoreceram o aparecimento de doenças, como a ferrugem da folha, brusone, hemintosporiose e bacteriose.

A presença de água livre nas folhas associada à ocorrência de temperaturas acima de 25ºC e alta luminosidade, durante o mês de julho, podem ter favorecido a ocorrência de forte epifitia de ferrugem da folha nos três locais. Poré,m a brusone apareceu de forma esporádica, sem causar danos, em Dourados e em Indápolis. Nesse dois locais também foi observada a ocorrência de manchas foliares (complexo de helmintosporiose e bacteriose), enquanto em Ponta Porã houve ataque generalizado de helmintosporiose.

Em Dourados, a ferrugem da folha apareceu depois do espigamento, e em Indápolis e Ponta Porã, antes do espigamento. As cultivares de maior suscetibilidade a essa doença foram: BR 36-Ianomami, que teve 100% de infecção em Indápolis (leitura em 17.07) e em Dourados (22.07); BR 40-Tuiúca, com 100% de infecção em Dourados (31.07); Anahuac, também com 100% de infecção em Dourados (31.07) e Embrapa 10-Guajá, com o máximo de 80% de infecção em Dourados (31.07).

Foram observadas algumas espigas com brusone na Anahuac, BR 11-Guarani, BR 40-Tuiúca, Embrapa 10-Guajá e OR-Juanito. A maior quantidade de espigas atacadas pela brusone

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foi encontrada na BR 40-Tuiúca, em Dourados: 30 espigas com infecção visível numa linha de 5,00 m da bordadura, onde havia uma população de 425 espigas.

Em relação às manchas foliares, verificou-se que a BR 11-Guarani foi a de maior suscetibilidade, em Dourados, e BR 17-Caiuá, BR 18-Terena e BR 31-Miriti as mais suscetíveis, em Indápolis. Em Ponta Porã, todas as cultivares foram consideradas suscetíveis à helmintosporiose.

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TABELA 1. Atributos químicos dos solos na camada de 0 a 20cm, após a colheita dos experimentos em Dourados, Indápolis e Ponta Porã, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

Dourados

Indápolis

Ponta Porã

5,7

6,4

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LocalpH

(H O)2

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0,23

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29

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2. AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE TRIGO EM NÍVEL FINAL DE 1EXPERIMENTAÇÃO, NO SUL DE MATO GROSSO DO SUL, SAFRA 1997

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2Paulo Gervini Sousa

2.1. Introdução

A obtenção de novas cultivares de trigo, que sejam produtivas, estáveis e resistentes às doenças, é necessária para viabilizar a diversificação de cultivares e também para substituir as que estão em declínio, por não mais atenderem as necessidades dos sistemas de produção. Este trabalho teve o objetivo de avaliar cultivares e linhagens de trigo em nível final de experimentação, no sul de Mato Grosso do Sul, safra 1997.

2.2. Material e Métodos

O planejamento e a organização dos experimentos obedeceram à programação estabelecida na XIII REUNIÃO DA COMISSÃO CENTRO-SUL BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO. Os experimentos foram:

a) Ensaio Centro-Sul Brasileiro de Cultivares de Trigo para Solos com Alumínio (CSBR), instalado em Dourados (LRd) e Ponta Porã (LEa), em 24.04.97 e 08.05.97, respectivamente;

b) Ensaio Centro-Sul Brasileiro de Cultivares de Trigo para Solos sem Alumínio (CSBS), instalado em Indápolis (LRe) e Ponta Porã (LEa), em 30.04.97 e 08.05.97, respectivamente.

O CSBR foi constituído por cultivares e linhagens selecionadas no Paraná:a) IAPAR: IAPAR 53, IAPAR 60, IAPAR 78 e PG 9337;b) COODETEC: OCEPAR 16, OC 959, OC 9511, OC 962, OC 963 e OC 968;c) OR Melhoramento: OR 1, ORL 9285, ORL 9361 e ORL 93320.O CSBS foi formado por cultivares e linhagens selecionadas no Paraná:a) IAPAR: IAPAR 53, IAPAR 60 e IAPAR 78;b) COODETEC: OCEPAR 16, OC 962, OC 963 e OC 966;c) OR Melhoramento: OR 1, IORL 90226 e ORL 92203.As cultivares padrões, no CSBR, foram: BH 1146, BR 17-Caiuá, BR 18-Terena e

BR 40-Tuiúca, e no CSBS: Anahuac, BR 18-Terena, BR 31-Miriti e BR 40-Tuiúca.O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições. A parcela

constituiu-se de cinco linhas de 5,00m de comprimento, espaçadas de 0,20m, sendo colhidas as três 2

linhas centrais. Utilizou-se a densidade de 350 sementes viáveis/m . Foram feitas determinações de rendimento de grãos, rendimento relativo, peso do hectolitro (PH), peso de mil sementes (PMS), data do espigamento médio, subperíodo da emergência ao espigamento médio, ciclo, altura de planta e reação à s d o e n ças (ferrugem da folha, helmintosporiose e brusone). Para a determinação do PH e PMS, utilizou-se uma amostra homogênea, obtida a partir da mistura dos grãos das quatro repetições. Os dados de rendimentos de grãos foram submetidos à análise de variância e os contrastes entre as médias determinados pelo teste de Duncan, a 5% de probabilidade. Os rendimentos relativos foram calculados utilizando-se a média das quatro cultivares padrões.

Com exceção de Indápolis, foram usadas adubações de manutenção, em kg/ha, de N-P-K: 0-40-50, (Dourados) e 25-45-65 (Ponta Porã). Os atributos químicos dos solos, após a colheita dos experimentos nos três locais, estão apresentados na Tabela 1.

2.3. Resultados

Os rendimentos médios de grãos do CSBR, conduzido em Dourados, na Embrapa Agropecuária

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Oeste e das quatro cultivares padrões foram de 2.662 e 2.501 kg/ha, respectivamente (Tabela 2). Dos onze genótipos testados, oito superaram essa última média, os quais foram: OR 1, IAPAR 78, OC 963, OC 9 6 2 , O C 9 6 8 , O C E P A R 1 6 , OC 959 e IAPAR 60, em 26, 21, 17, 15, 14, 14, 10 e 3%, respectivamente. A maior produtividade foi alcançada pela OR 1 (3.143 kg/ha), diferindo significativamente a partir da OC 959, e a menor, pela OC 9511 (2.098 kg/ha). Das cultivares padrões, a mais produtiva foi a BR 18-Terena (2.769 kg/ha).

Os rendimentos médios de grãos do CSBR, conduzido em Ponta Porã (Fazenda experimental da Embrapa Agropecuária Oeste) e das quatro cultivares padrões foram de 1.145 e 1.094 kg/ha, respectivamente (Tabela 3). Dos onze genótipos testados, sete suplantaram essa última média, os quais foram: OC 963, OC 968, OC 9511, OCEPAR 16, IAPAR 60, OR 1 e OC 959, em 36, 35, 33, 20, 19, 9 e 7%, respectivamente. A maior produtividade foi alcançada pela OC 963 (1.492 kg/ha), mas não diferiu significativamente das outras seis, e a menor pela OC 962 (658 kg/ha). Das cultivares padrões, a mais produtiva foi a BR 17-Caiuá (1.286 kg/ha).

Os rendimentos médios de grãos do CSBS, conduzido em Indápolis, distrito do município de Dourados, e das quatro cultivares padrões foram de 1.233 e 1.047 kg/ha, respectivamente (Tabela 4). Dos nove genótipos testados sete superaram essa última média, os quais foram: IOR 90226, OR 1, OCEPAR 16, IAPAR 78, ORL 922203, IAPAR 60 e OC 963, em 69, 53, 48, 45, 22, 19 e 18%, respectivamente. A maior produtividade foi atingida pela IOR 90226 (1.765 kg/ha), diferindo significativamente a partir da ORL 92203, e a menor pela OC 962 (704 kg/ha). Das cultivares padrões, a mais produtiva foi a BR 31-Miriti (1.279 kg/ha).

Os rendimentos médios de grãos do CSBS, conduzido em Ponta Porã (Fazenda experimental da Embrapa Agropecuária Oeste), e das quatro cultivares padrões foram de 966 e 840 kg/ha, respectivamente (Tabela 5). Dos nove genótipos testados oito superaram essa média, os quais foram: OC 963, IOR 90226, ORL 92203, IAPAR 53, OR 1, IAPAR 78, OCEPAR 16 e OC 962, em 72, 39, 38, 18, 16, 11, 9 e 1%, respectivamente. A maior produtividade foi atingida pela OC 963 (1.442 kg/ha), diferindo significativamente a partir da IAPAR 53, e a menor pela IAPAR 60 (774 kg/ha). Das cultivares padrões, a mais produtiva foi a BR 18-Terena (1.159 kg/ha).

No CSBR, os valores de PH variaram de 75 a 84 kg em Dourados (o maior valor foi da IAPAR 78); e de 70 a 79 kg em Ponta Porã (o maior valor foi da BH 1146). No CSBS, os valores de PH foram de 75 a 80 kg em Indápolis (o maior valor foi da IAPAR 53, IAPAR 78 e ORL 92203) e de 69 a 79 kg em Ponta Porã (o maior valor foi da IAPAR 78).

No CSBR, os valores de PMS variaram de 27,6 a 39,7 g em Dourados (o maior valor foi da BR 17-Caiuá); de 18,7 a 30,7 g em Ponta Porã (o maior valor foi da BR 17-Caiuá). Já no CSBS, os valores foram de 20,7 a 31,6 g em Indápolis (o maior valor foi da IOR 90226) e de 20,0 a 31,4 g, em Ponta Porã (o maior valor foi da OC 963).

Observou-se reduções no ciclo e/ou na altura de plantas das cultivares nos experimentos de Indápolis e Ponta Porã, em comparação com o experimento de Dourados.

Observou-se que a alta disponibilidade de água no solo, na segunda quinzena de maio e, principalmente, em todo o mês de junho, foram extremamente favoráveis às cultivares de trigo com emergência na segunda quinzena de abril, como foi o caso do CSBR de Dourados, permitindo que as mesmas expressassem seus potenciais produtivos, com níveis de produtividade nunca antes alcançados em experimentos dentro da área da Embrapa Agropecuária Oeste, em condições naturais de precipitação. Observou-se também que os genótipos com emergência na segunda quinzena de maio, nos experimentos de Indápolis e de Ponta Porã, foram muito prejudicados. Inicialmente por essa alta

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E-mail: [email protected]

Trabalho apresentado na XIV RCCSBPT, Londrina-PR, 9 a 12 de fevereiro de 1998.

Eng.-Agr., Dr., CREA nº 9414/D-RS, Visto 1034-MS, Embrapa Agropecuária Oeste, Caixa Postal 661, 79804-970 - Dourados- MS.

disponibilidade de água no solo, nos 40 primeiros dias do ciclo, que, associada à baixa luminosidade podem ter sido os responsáveis pela redução do sistema radicular, além de as raízes ficarem concentradas na camada superficial do solo. Esse reduzido desenvolvimento radicular, que em Indápolis pode ter sido agravado pela ocorrência de pragas de solo, principalmente de larvas da Diabrotica speciosa, e também a sua pouca profundidade tornaram as plantas muito vulneráveis ao longo período de estiagem que se seguiu a esse período chuvoso. Portanto, essas condições climáticas mostraram a importância de o estabelecimento inicial das plantas de trigo acontecer em condições favoráveis, pois a diferença de 19 dias entre a emergência em Dourados e as em Indápolis e Ponta Porã foi suficiente para garantir a maior parte da superioridade dos rendimentos de grãos, observada no primeiro local, além da melhor qualidade dos grãos, refletida pelo maior grau de enchimento dos mesmos.

Em Indápolis, o intervalo de 19 dias entre a semeadura e a emergência e a grande quantidade de torrões, que se formaram durante o preparo do solo com grades, podem ter causado prejuízos no estabelecimento do estande desejado, e em Ponta Porã, a instalação do experimento numa área desuniforme provocou a perda de uma repetição de todos os tratamentos e aumentou o erro experimental. O coeficiente de variação (C.V.) foi de 19% nesse local, enquanto em Dourados e Indápolis o C.V. foi de 8 e 14%, respectivamente.

É possível que as mesmas condições climáticas, que permitiram a obtenção de altas produtividades, quando o trigo foi semeado na segunda quinzena de abril, também possam ter favorecido o aparecimento de doenças, como a ferrugem da folha, brusone, hemintosporiose e bacteriose.

A presença de água livre nas folhas associada à ocorrência de temperaturas acima de 25ºC e alta luminosidade, durante o mês de julho, podem ter favorecido a ocorrência de forte epifitia de ferrugem da folha nos três locais. Porém, a brusone apareceu de forma esporádica, sem causar danos, em Dourados e em Indápolis. Nesses dois locais também foi observada a ocorrência de manchas foliares (complexo de helmintosporiose e bacteriose), enquanto em Ponta Porã houve ataque generalizado de helmintosporiose.

Em Dourados a ferrugem da folha apareceu depois do espigamento e em Indápolis e Ponta Porã, antes do espigamento. Os genótipos de maior suscetibilidade a essa doença foram: IAPAR 53, que teve 100% de infecção em Dourados (leitura em 31.07) e em Indápolis (07.08); OC 962, com 100% de infecção em Indápolis (07.08) e em Ponta Porã (12.08); e a cultivar padrão BR 40-Tuiúca, com 100% de infecção em Dourados (31.07) e em Ponta Porã (12.08).

Foram observadas algumas espigas com brusone na IAPAR 60, OC 962, OC 963 e OC 968 (CSBR de Dourados) e na IAPAR 60, IAPAR 78, IOR 90226, OC 962, OC 963, OCEPAR 16 e OR 1 (CSBS em Indápolis). A maior quantidade de espigas atacadas pela brusone foi encontrada na IOR 90226.

Em Ponta Porã todos os genótipos foram considerados suscetíveis à helmintosporiose.Nos dois experimentos de Ponta Porã, observou-se problema de degrana natural nos seguintes

genótipos: BR 18-Terena, IAPAR 60, OC 968 e OCEPAR 16, esta última em maior grau.

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TABELA 1. Atributos químicos dos solos na camada de 0 a 20cm, após a colheita dos experimentos em Dourados, Indápolis e Ponta Porã, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

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3. INTRODUÇÃO DE LINHAGENS DE TRIGO NO SUL DE MATO GROSSO DO SUL, SAFRA 1997

1Paulo Gervini Sousa

3.1. Introdução

As primeiras introduções de genótipos de trigo, em Mato Grosso do Sul, foram realizadas pelos agricultores. Por um sistema de sucessos e fracassos, foram-se conhecendo as cultivares de melhor adaptação, ampliando-se seu uso, enquanto as não adaptadas foram naturalmente sendo eliminadas. Por ser um método bastante rápido e sem necessidade de grandes recursos em comparação com os demais, a introdução de genótipos constitui-se no passo inicial de qualquer programa de melhoramento genético. No Estado, a maioria das cultivares recomendadas foram obtidas através desse método. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar linhagens de trigo introduzidas pela primeira vez em Mato Groso do Sul.

3.2. Materiais e Métodos

Seis coleções de linhagens de trigo foram semeadas em Indápolis, em 19 e 20/05/97 (emergência em 26.05.97), num latossolo roxo eutrófico (Tabela 1). A parcela constituiu-se de duas linhas de 2,00 m de

2comprimento, espaçadas de 0,20 m. Colheu-se a parcela inteira (0,80 m ). Para o controle ambiental f o r a m u t i l i z a d a s 2 2 , 1 4 , 1 , 1 e 1 p a r c e l a s d a c v .

th th th th thBR 18-Terena nas coleções 29 IBWSN, 14 SAWSN, 17 ESWYT, 4 HTWYT e 4 SAWYT, respectivamente. Na Coleção A foram utilizadas duas parcelas controles da Anahuac e da OCEPAR 16 e uma da BR 26-São Gotardo, BR 33-Guará, IAS 55 e Sonora 64. Durante o ciclo das plantas foram feitas avaliações do tipo agronômico (altura de planta e ciclo, principalmente) e de resistência às doenças (ferrugem da folha, principalmente) e, na pós-colheita, determinações de produção de grãos.

3.3. Resultados

thNa coleção 29 IBWSN, foram selecionadas 288 linhagens no campo (68% do total), cuja produção

média de grãos foi de 148 g (a média da produção de oito parcelas controles da BR 18-Terena foi de 110 g). Baseado nesses resultados foram selecionadas em definitivo 148 linhagens (35% do total). Na coleção

th14 SAWSN foram selecionadas 163 linhagens no campo (61% do total), cuja produção média de grãos foi de 149 g (a média da produção de seis parcelas controles da BR 18-Terena foi de 97 g). Baseado nesses

thresultados foram selecionadas em definitivo 92 linhagens (34% do total). Na coleção 17 ESWYT foram selecionadas 36 linhagens no campo (73% do total), cuja produção média de grãos foi de 155 g (a produção de uma parcela controle da BR 18-Terena foi de 86 g). Baseado nesses resultados foram

thselecionadas em definitivo 24 linhagens (49% do total). Na coleção 4 HTWYT foram selecionadas 38 linhagens no campo (78% do total), cuja produção média de grãos foi de 177 g (a produção de uma parcela controle da BR 18-Terena foi de 132 g). Baseado nesses resultados foram selecionadas em

thdefinitivo 25 linhagens (51% do total). Na coleção 4 SAWYT foram selecionadas 37 linhagens no campo (76% do total), cuja produção média de grãos foi de 167 g (a produção de uma parcela controle da BR 18-Terena foi de 101 g). Baseado nesses resultados, foram selecionadas em definitivo 25 linhagens (51% do

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total). Na Coleção A foram selecionadas sete linhagens no campo (8% do total), cuja produção média de grãos foi de 107 g. Baseado nesse resultado foram selecionadas em definitivo cinco linhagens (5% do total). Portanto, o índice de seleção praticado variou de 5 a 51%.

4. MULTIPLICAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE TRIGO NO SUL DE MATO GROSSO

DO SUL, SAFRA 1997

1Paulo Gervini Sousa

4.1. Introdução

Para o êxito de uma nova cultivar, a partir do seu lançamento, é necessário que haja quantidade suficiente de sementes, que permita sua rápida difusão. Por isso, a multiplicação deve assegurar que as linhagens, após passarem por todos os níveis de experimentação, tenham, quando do lançamento como nova cultivar, sementes de alto padrão de qualidade, e na quantidade mínima de 1.000 kg. A multiplicação também é necessária para garantir a renovação e ampliação da disponibilidade de sementes das linhagens em experimentação, para que as mesmas possam ser promovidas de um nível

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23

para outro, e para renovar o estoque de sementes das cultivares recomendadas para o Estado, para realimentar o Serviço de Produção de Sementes Básicas (SPSB)-Gerência local de Dourados, e também das cultivares que saíram de recomendação, mas que podem ser utilizadas futuramente nos programas de melhoramento genético de trigo no Brasil. Este trabalho teve o objetivo da renovar e ampliar o estoque de sementes genéticas das linhagens em experimentação e também renovar o estoque de sementes genéticas das cultivares que já foram ou permanecem recomendadas no Estado de Mato Grosso do Sul.

4.2. Material e Métodos

Foram semeadas, em Indápolis (29.04.97), num latossolo roxo eutrófico (LRe), e em Ponta Porã (09.05.97), num latossolo vermelho-escuro álico (LEa), quinze cultivares e 114 linhagens de trigo, que em 1996 estavam em diferentes níveis de experimentação (Tabelas 1 e 2).

Seis cultivares em nível estadual e as linhagens em níveis final e intermediário de experimentação foram multiplicadas em três parcelas em Indápolis e em uma parcela em Ponta Porã; nove cultivares em nível estadual e as linhagens em nível preliminar, em uma parcela, em ambos locais. A parcela constituiu-se de oito linhas de 14,00m de comprimento, espaçadas de 0,18 m. Em Indápolis, a área

2colhida, por parcela, foi de aproximadamente 15,00 m (seis linhas de 14,00 m) e em Ponta Porã, de

2 2aproximadamente 20,00 m (oito linhas de 14,00 m). Utilizou-se a densidade de 350 sementes viáveis/m . Durante o ciclo das plantas foram feitas avaliações do tipo agrônomico (altura de planta e ciclo, principalmente) e de resistência às doenças (ferrugem da folha, principalmente) e, na pós-colheita, determinações de produção e rendimento de sementes, pesos do hectolitro (PH) e de mil sementes (PMS). Durante a limpeza das sementes colhidas foram utilizadas peneiras com abertura de malhas suficiente para a eliminação das sementes pequenas. Para o controle das doenças da parte aérea foi feita uma pulverização com o fungicida propiconazole, na dosagem de 0,125 g/ha, de princípio ativo, após o surgimento das mesmas.

4.3. Resultados

Nas Tabelas 3 a 6 estão apresentados os resultados das cultivares de trigo. Em Indápolis, a BH 1146 apresentou o maior rendimento de sementes (1.509 kg/ha), e em Ponta Porã a BR 41-Ofaié foi a mais produtiva (1.406 kg/ha). Nas Tabelas 7 e 8 estão apresentados os resultados das linhagens em nível final. Nos dois locais, a PF 91345 (CSBR) mostrou o maior rendimento de sementes (1.484 e 1.657 kg/ha em Indápolis e em Ponta Porã, respectivamente). Nas Tabelas 9 e 10 estão mostrados os resultados das linhagens em nível intermediário. Em Indápolis, a MS 89001 (MSS) apresentou o maior rendimento de sementes (1.454 kg/ha) e em Ponta Porã a PF 92568 (MST) foi a mais produtiva (1.808 kg/ha). Nas

oTabelas 11 e 12 estão mostrados os resultados das linhagens em nível preliminar (2 Ano). Em Indápolis, a

olinhagem mais produtiva foi a GD 94122 (EPLS 2 ), com rendimento de sementes de 1.526 kg/ha, e em P o n t a P o r ã d e s t a c o u - s e a

oGD 94088 (também do EPLS 2 ), produzindo 1.615 kg/ha. Nas Tabelas 13 a 16 estão apresentados os oresultados das linhagens em nível preliminar (1 Ano). Em Indápolis, as linhagens mais produtivas foram

1

E-mail: [email protected]., Dr., CREA nº 9414/D-RS, Visto 1034-MS, Embrapa Agropecuária Oeste, Caixa Postal 661,

79804-970 - Dourados- MS.

24

o oa 113791-95 (EPLS 1 ) e 20389-95 (EPLT 1 ), com rendimentos de sementes de 1.363 e 1.407 kg/ha, o o

respectivamente, e em Ponta Porã destacaram-se a 113985-95 (EPLS 1 ) e 20385-95 (EPLT 1 ), produzindo 1.896 e 1.770 kg/ha, respectivamente.

Foram eliminadas 52 linhagens, sendo 36 antes da colheita, por não apresentarem bom tipo agronômico e/ou suscetibilidade à ferrugem da folha, e 16 após a colheita, por baixo rendimento de sementes.

TABELA 1. Coleções de linhagens de trigo semeadas em Indápolis, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

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E-mail: [email protected]., Dr., CREA nº 9414/D-RS, Visto 1034-MS, Embrapa Agropecuária Oeste, Caixa Postal 661,

79804-970 - Dourados- MS.

26

27

TABELA 1. Relação de quinze cultivares em nível estadual e de 39 linhagens em níveis final e intermediário de experimentação (1996), semeadas em Indápolis e em Ponta Porã, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

CSBS (3) MSS (16)EC (15) CSBR (10) MST (10)

AnahuacBH 1146BR 11-MiritiBR 17-CaiuáBR 18-TerenaBR 20-GuatóBR 29-JavaéBR 30-CadiuéuBR 31-MiritiBR 36-IanomamiBR 40-TuiúcaBR 41-OfaiéEmbrapa 10-GuajáIAC 13OR-Juanito

CPAC 8604GD 91014GD 91078GD 91090GD 91093MS 91001PF 88454PF 88458PF 91345PF 91362

MS 91029PF 91389PF 91407

EC: Ensaio Estadual de cultivares de Trigo;CSBR: Ensaio Centro-Sul Brasileiro de Cultivares de Trigo para Solos com Alumínio;CSBS: Ensaio Centro-Sul Brasileiro de Cultivares de Trigo para Solos sem Alumínio;MSS: Ensaio Sul-Matogrossense de Linhagens de Trigo Sensíveis ao Alumínio;MST: Ensaio Sul-Matogrossense de Linhagens de Trigo Tolerantes ao Alumínio.

GD 91066MS 89001MS 91020MS 93024PF 91242PF 91249PF 91278PF 91378PF 91379PF 91380PF 91381PF 91388PF 91402PF 91403PF 91405PF 91408

GD 92024GD 93009GD 93016GD 93017GD 93019GD 93038PF 87061PF 87410PF 92375PF 92568

28

TABELA 2. Relação de 75 linhagens em nível preliminar de experimentação (1996), semeadas em Indápolis e em Ponta Porã, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

EPLS-1º Ano (29) EPLT-1º Ano (28)EPLS-2º Ano (13) EPLT-2º Ano (5)

GD 90019GD 94088GD 94095GD 94107GD 94122GD 94127GD 94133GD 94135GD 94136GD 94137GD 94138GD 94160PF 88543

MS 94033MS 94077MS 94080MS 94082MS 94090

EPLS: EPLT: Ensaio Preliminar de Linhagens de Trigo Tolerantes ao Alumínio.

Ensaio Preliminar de Linhagens de Trigo Sensíveis ao Alumínio;

113757-95113767-95113771-95113774-95113791-95113795-95113796-95113803-95113809-95113836-95113852-95113853-95113875-95113887-95113889-95113891-95113922-95113925-95113955-95113959-95113984-94113985-95113992-95113998-95114001-95114002-95114008-95114015-95114038-95

20206-9520213-9520214-9520216-9520218-9520225-9520234-9520241-9520245-9520255-9520257-9520276-9520299-9520376-9520377-9520380-9520381-9520382-9520385-9520386-9520389-9520404-9520464-9520465-9520467-9520476-9520506-9520508-95

29

TABELA 3. Produção e rendimento de sementes, peso do hectolitro, peso de mil sementes e origem de seis cultivares de trigo, em nível estadual de experimentação, em Indápolis, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

TABELA 4. Produção e rendimento de sementes, peso do hectolitro, peso de mil sementes e origem de seis cultivares de trigo, em nível estadual de experimentação, em Ponta Porã, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

Rendimentode sementes

(kg/ha)

Rendimentode sementes

(kg/ha)

Peso dohectolitro

(kg)

Peso dohectolitro

(kg)

Cultivar

Cultivar

Produção deasementes

(kg)

Produção deasementes

(kg)

Peso de milsementes

(g)

Peso de milsementes

(g)

Origem(1996)

Origem(1996)

BH 1146BR 18-TerenaBR 17-CaiuáBR 31-MiritiEmbrapa 10-GuajáBR 40-Tuiúca

BH 1146BR 18-TerenaBR 17-CaiuáBR 31-MiritiBR 40-TuiúcaEmbrapa 10-Guajá

6,7896,3026,0445,0173,5033,477

2,5821,9031,5061,3861,3200,909

1.5091.4001.3431.115

778773

1.291952753693660455

817979798078

797674767073

29,632,529,230,524,723,7

27,527,326,525,822,620,1

ECECECECECEC

ECECECECECEC

EC: Ensaio Estadual de cultivares.a 2 Área colhida = 45,00m .

EC: Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo.a 2 Área colhida = 20,00m .

30

TABELA 5. Produção e rendimento de sementes e origem de nove cultivares de trigo, em nível estadual de experimentação, em Indápolis, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

TABELA 6. Produção e rendimento de sementes e origem de nove cultivares de trigo, em nível estadual de experimentação, em Ponta Porã, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

Rendimentode sementes

(kg/ha)

Rendimentode sementes

(kg/ha)

Cultivar

Cultivar

Produção deasementes

(kg)

Produção deasementes

(kg)

Origem(1996)

Origem(1996)

BR 29-JavaéBR 30-CadiuéuBR 41-OfaiéBR 11-GuaraniBR 20-GuatóOR-JuanitoIAC 13-LorenaÁnahuacBR 36-Ianomami

BR 41-OfaiéBR 11-GuaraniBR 29-JavaéBR 20-GuatóBR 30-CadiuéuOR-JuanitoIAC 13-LorenaAnahuacBR 36-Ianomami

1,9181,9091,8921,8331,6671,5441,2891,0330,720

2,8122.2562.2382.2281,5941,5741,2381,0640,667

1.2791.2731.2611.2221.1111.029

859689480

1.4061.1281.1191.114

797787619532334

ECECECECECECECECEC

ECECECECECECECECEC

EC: Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo.a 2 Área colhida = 15,00m .

EC: Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo.a 2 Área colhida = 20,00m .

31

TABELA 7. Produção e rendimento de sementes, peso do hectolitro, peso de mil sementes e origem de oito linhagens de trigo, em nível final de experimentação, em Indápolis, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

TABELA 8. Produção e rendimento de sementes, peso do hectolitro, peso de mil sementes e origem de oito linhagens de trigo, em nível final de experimentação, em Ponta Porã, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

Rendimentode sementes

(kg/ha)

Rendimentode sementes

(kg/ha)

Peso dohectolitro

(kg)

Peso dohectolitro

(kg)

Linhagem

Linhagem

Produção dea

sementes(kg)

Produção dea

sementes(kg)

Peso de milsementes

(g)

Peso de milsementes

(g)

Origem(1996)

Origem(1996)

PF 91345GD 91078PF 91362PF 88458PF 88454MS 91029GD 91090GD 91093

PF 91345PF 88458PF 91362MS 91029PF 88454GD 91093GD 91090GD 91078

6,6795,9885,6955,3745,2815,2695,1325,042

3,3143,1253,0362,5372,3252,2052,0041,953

1.4841.3311.2661.1941.1741.1711.1401.120

1.6571.5631.5181.2691.1631.1031.002

977

7982807980798083

7977797877817778

33,831,127,232,333,827,927,032,3

31,431,427,027,330,731,125,528,6

CSBRCSBRCSBRCSBRCSBRCSBSCSBRCSBR

CSBRCSBRCSBRCSBSCSBRCSBRCSBRCSBR

CSBR: Ensaio Centro-Sul Brasileiro de Cultivares de Trigo para Solos com Alumínio;CSBS: Ensaio Centro-Sul Brasileiro de Cultivares de Trigo para Solos sem Alumínio.a 2 Área colhida = 45,00m .

CSBR: Ensaio Centro-Sul Brasileiro de Cultivares de Trigo para Solos com Alumínio;CSBS: Ensaio Centro-Sul Brasileiro de Cultivares de Trigo para Solos sem Alumínio.a 2 Área colhida = 20,00m .

32

TABELA 9. Produção e rendimento de sementes, peso do hectolitro, peso de mil sementes e origem de quinze linhagens de trigo, em nível intermediário de experimentação, em Indápolis, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

Rendimentode sementes

(kg/ha)

Peso dohectolitro

(kg)Linhagem

Produção deasementes

(kg)

Peso de milsementes

(g)

Origem(1996)

MS 89001PF 91249PF 91242PF 91381GD 93019PF 91380PF 91408GD 93017MS 93024GD 93016PF 91378PF 92568GD 91066PF 92375GD 92024

6,5416,0675,8375,8005,6715,5555,4575,4305,3285,1304,9344,9054,4004,3263,672

1.4541.3481.2971.2891.2601.2341.2131.2071.1841.1401.0961.090

978961816

797976777975788080797879828181

31,131,629,932,523,829,130,927,831,322,228,428,129,123,032,9

MSSMSSMSSMSSMSTMSSMSSMSTMSSMSTMSSMSTMSSMSTMST

MSS: Ensaio Sul-Matogrossense de Linhagens de Trigo Sensíveis ao Alumínio;MST: Ensaio Sul-Matogrossense de Linhagens de Trigo Tolerantes ao Alumínio.a 2 Área colhida = 45,00m .

33

TABELA 10. Produção e rendimento de sementes, peso do hectolitro, peso de mil sementes e origem de quinze linhagens de trigo, em nível intermediário de experimentação, em Ponta Porã, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

Rendimentode sementes

(kg/ha)

Peso dohectolitro

(kg)Linhagem

Produção deasementes

(kg)

Peso de milsementes

(g)

Origem(1996)

PF 92568GD 93016PF 92375MS 89001GD 91066GD 92024GD 93017PF 91381PF 91408GD 93019PF 91249PF 91378PF 91380MS 93024PF 91242

3,6163,0452,9092,8132,6542,6022,5412,3422,0452,0001,9921,8971,7941,6161,588

1.8081.5231.4551.4071.3271.3011.2711.1711.0231.000

996949897808794

777980778180767375777674738075

28,224,525,029,231,132,127,830,329,822,629,427,029,129,127,2

MSTMSTMSTMSSMSSMSTMSTMSSMSSMSTMSSMSSMSSMSSMSS

MSS: Ensaio Sul-Matogrossense de Linhagens de Trigo Sensíveis ao Alumínio;MST: Ensaio Sul-Matogrossense de Linhagens de Trigo Tolerantes ao Alumínio.a 2 Área colhida = 20,00m .

34

TABELA 11. Produção e rendimento de sementes, peso de mil sementes e origem de nove linhagens de trigo sensíveis ao alumínio e de duas tolerantes ao alumínio, em nível preliminar de experimentação (segundo ano), em Indápolis, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

Rendimentode sementes

(kg/ha)

Peso de milsementes

(g)Linhagem

Produção deasementes

(kg)

Origem(1996)

GD 94122GD 94138GD 94137GD 94135GD 94136MS 94082MS 94080GD 94160GD 94095GD 94088PF 88543

2,2892,1572,0722,0271,9651,8691,8521,7691,5951,5111,482

1,5261,4381,3811,3511,3101,2461,2351,1791,0631,007

988

34,127,527,828,428,122,423,630,331,127,632,5

EPLS-2ºEPLS-2ºEPLS-2ºEPLS-2ºEPLS-2ºEPLT-2ºEPLT-2ºEPLS-2ºEPLS-2ºEPLS-2ºEPLS-2º

EPLS-2º = Ensaio Preliminar de Linhagens de Trigo Sensíveis ao Alumínio (2º Ano);EPLT-2º = Ensaio Preliminar de Linhagens de Trigo Tolerantes ao Alumínio (2º Ano).a 2 Área colhida = 15,00m .

35

TABELA 12. Produção e rendimento de sementes e origem de nove linhagens de trigo sensíveis ao alumínio e de duas tolerantes ao alumínio, em nível preliminar de experimentação (segundo ano), em Ponta Porã, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

Rendimentode sementes

(kg/ha)Linhagem

Produção dea

sementes(kg)

Origem(1996)

GD 94088GD 94122GD 94095MS 94080MS 94082PF 88543GD 94136GD 94138GD 94160GD 94137GD 94135

3,2303,1833,0182,5992,5942,5752,5572,4022,0341,8531,609

1.6151.5921.5091.3001.2971.2881.2791.2011.017

927805

EPLS-2ºEPLS-2ºEPLS-2ºEPLT2ºEPLT-2ºEPLS-2ºEPLS-2ºEPLS-2ºEPLS-2ºEPLS-2ºEPLS-2º

EPLS-2º = Ensaio Preliminar de Linhagens de Trigo Sensíveis ao Alumínio (2º Ano);EPLT-2º = Ensaio Preliminar de Linhagens de Trigo Tolerantes ao Alumínio (2º Ano).a 2 Área colhida = 20,00m .

36

TABELA 13. Produção e rendimento de sementes, peso de mil sementes e origem de treze linhagens de trigo sensíveis ao alumínio, em nível preliminar de experimentação (primeiro ano), em Indápolis, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

Rendimentode sementes

(kg/ha)

Peso de milsementes

(g)Linhagem

Produção dea

sementes(kg)

Origem(1996)

113791-95113767-95113852-95113836-95113809-95113757-95113853-95113771-95114038-95113985-95113774-94113796-95113992-95

2,0452,0321,8721,8271,7221,7101,6191,5421,5021,3331,2241,1861,122

1,3631,3551,2481,2181,1481,1401,0791,0281,001

889816791748

34,526,430,527,825,427,228,734,530,728,225,934,124,7

EPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1º

EPLS-1º = Ensaio Preliminar de Linhagens de Trigo Sensíveis ao Alumínio (1º Ano).a 2 Área colhida = 15,00m .

37

TABELA 14. Produção e rendimento de sementes e origem de treze linhagens de trigo sensíveis ao alumínio, em nível preliminar de experimentação (primeiro ano), em Ponta Porã, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

Rendimentode sementes

(kg/ha)Linhagem

Produção deasementes

(kg)

Origem(1996)

3,7913,5853,3963,0693,0613,0542,7132,5832,4442,2262,1581,4901,354

1.8961.7931.6981.5351.5311.5271.3571.2921.2221.1131.079

745677

EPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1ºEPLS-1º

EPLS-1º = Ensaio Preliminar de Linhagens de Trigo Sensíveis ao Alumínio (1º Ano).a 2 Área colhida = 20,00m .

113985-95113992-95113809-95114038-95113796-95113771-95113791-95113774-95113853-95113852-95113836-95113767-95113757-95

38

TABELA 15. Produção e rendimento de sementes, peso de mil sementes e origem de quinze linhagens de trigo tolerantes ao alumínio, em nível preliminar de experimentação (primeiro ano), em Indápolis, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

Rendimentode sementes

(kg/ha)

Peso de milsementes

(g)Linhagem

Produção deasementes

(kg)

Origem(1996)

20389-9520476-9520465-9520382-9520213-9520214-9520245-9520508-9520381-9520404-9520216-9520225-9520385-9520386-9520464-95

2,1101,9701,9451,8991,8851,8111,7931,7581,7251,7061,6501,6431,6421,6341,495

1.4071.3131.2971.2661.2571.2071.1951.1721.1501.1371.1001.0951.0951.089

997

29,626,230,329,629,635,027,825,630,329,829,229,928,131,832,3

EPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1º

EPLT-1º = Ensaio Preliminar de Linhagens de Trigo Tolerantes ao Alumínio (1º Ano).a 2 Área colhida = 15,00m .

39

TABELA 16. Produção e rendimento de sementes e origem de quinze linhagens de trigo tolerantes ao alumínio, em nível preliminar de experimentação (primeiro ano), em Ponta Porã, em 1997. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 1998.

Rendimentode sementes

(kg/ha)Linhagem

Produção deasementes

(kg)

Origem(1996)

3,5403,3983,3953,1143,0682,9342,7842,4212,0991,8041,6851,6421,6001,3371,335

1.7701.6991.6981.5571.5341.4671.3921.2111.050

902843821800669668

EPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1ºEPLT-1º

EPLT-1º = Ensaio Preliminar de Linhagens de Trigo Tolerantes ao Alumínio (1º Ano).a 2 Área colhida = 20,00m .

20385-9520465-9520386-9520389-9520404-9520382-9520464-9520213-9520214-9520216-9520476-9520381-9520225-9520245-9520508-95

40

AGRADECIMENTOS

O autor agradece a Sementes Barreirão Ltda. (Semen Barra), pela cessão da área no distrito de Indápolis-MS, onde foram conduzidos os experimentos.

41

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Fernando Henrique CardosoPresidente

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO

Francisco Sérgio TurraMinistro

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA

Alberto Duque PortugalPresidente

Elza Angela Battaggia Brito da Cunha

José Roberto Rodrigues Peres

Dante Daniel Giacomelli ScolariDiretores

CENTRO DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO OESTE

José Ubirajara Garcia FontouraChefe Geral

Júlio Cesar SaltonChefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento

Josué Assunção Flores

Chefe Adjunto de Administração

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaCentro de Pesquisa Agropecuária do OesteMinistério da Agricultura e do AbastecimentoBR 163, km 253,6 - Trecho Dourados-Caarapó

79804-970 Dourados, MSTelefone (067) 422-5122 Fax (067) 421-0811

Ministérioda Agricultura

e do Abastecimento

ISSN 0104-5172

RESULTADOS DE PESQUISA COM TRIGO

NA ÁREA DE MELHORAMENTO GENÉTICO

SAFRA 1997