18
Resumão de competência Conceito O Estado tomou para si a função de dizer o direito em todo o seu território. Para tanto, criou dentro da alçada do Poder Judiciário, uma grande organização, composta por diversos órgãos jurisdicionais (STF, STJ, STM, STE, TRF etc.), repartindo a jurisdição entre eles, embora se deva ressaltar que a “jurisdição”, enquanto poder-dever do Estado é una, sendo que a mencionada repartição é apenas para fins de divisão do trabalho. Deste modo, competência nada mais é do que a fixação das atribuições de cada um dos órgãos jurisdicionais, isto é, a demarcação dos limites dentro dos quais podem eles exercer a jurisdição. Neste sentido, “juiz competente” é aquele que, segundo limites fixados pela Lei, tem o poder para decidir certo e determinado litígio (art. 86 ,CPC ). Fontes Considerando-se os inúmeros processos que podem ser instaurados durante a atividade jurisdicional no País, costuma-se organizar essa atividade estatal pela divisão de atribuições para apreciar determinadas causas entre seus órgãos. Essa distribuição é feita pela Constituição Federal , pelos diplomas processuais civil e penal e pelas leis de organização judiciária, além da distribuição interna da competência nos tribunais, feita pelos seus regimentos internos. A Constituição brasileira já distribui a competência em todo o Poder Judiciário federal (STF, STJ e Justiças Federais: Justiça Militar, Eleitoral,

Resumão de Competência

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Resumo de competências constitucionais

Citation preview

Page 1: Resumão de Competência

Resumão de competência

Conceito

O Estado tomou para si a função de dizer o direito em todo o seu território.

Para tanto, criou dentro da alçada do Poder Judiciário, uma grande

organização, composta por diversos órgãos jurisdicionais (STF, STJ, STM,

STE, TRF etc.), repartindo a jurisdição entre eles, embora se deva ressaltar

que a “jurisdição”, enquanto poder-dever do Estado é una, sendo que a

mencionada repartição é apenas para fins de divisão do trabalho.

Deste modo, competência nada mais é do que a fixação das atribuições de

cada um dos órgãos jurisdicionais, isto é, a demarcação dos limites dentro dos

quais podem eles exercer a jurisdição. Neste sentido, “juiz competente” é

aquele que, segundo limites fixados pela Lei, tem o poder para decidir certo e

determinado litígio (art. 86,CPC).

Fontes

Considerando-se os inúmeros processos que podem ser instaurados durante a

atividade jurisdicional no País, costuma-se organizar essa atividade estatal pela

divisão de atribuições para apreciar determinadas causas entre seus órgãos.

Essa distribuição é feita pela Constituição Federal, pelos diplomas processuais

civil e penal e pelas leis de organização judiciária, além da distribuição interna

da competência nos tribunais, feita pelos seus regimentos internos.

A Constituição brasileira já distribui a competência em todo o Poder Judiciário

federal (STF, STJ e Justiças Federais: Justiça Militar, Eleitoral, Trabalhista e

Federal Comum). A Justiça estadual é, portanto, residual.

Momento que demarca a fixação de competência; exceções à regra da

Perpetuatio Jurisdictionis

Segundo dispõe o art. 87 do CPC, a competência, em regra, é determinada no

momento em que a ação é proposta – com a sua distribuição (art. 263 c/c

art. 251 doCPC) ou com o despacho inicial, sendo irrelevantes as modificações

do estado de fato (ex. Mudança de domicílio do réu) ou de direito (ex.

Ampliação do teto da competência do órgão em razão do valor da causa)

ocorridas posteriormente (perpetuatio jurisdictionis), salvo se suprimirem o

órgão judiciário cuja competência já estava determinada inicialmente - por

exemplo, a extinção de uma vara cível; ou quando as modificações

Page 2: Resumão de Competência

ocorridas alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia -

porque são espécies de competência absoluta, fixadas em função do interesse

público, razão pela qual outras modalidades de competência absoluta devem

estar abrangidas.

Por exemplo, suponha-se a hipótese de vir a ser modificada, na lei de

organização judiciária, a competência de uma das Varas Cíveis da capital, que

deixou de ter atribuições para conhecer de ações que envolvam direitos reais.

O juiz dessa vara perderá a competência sobre todas as causas dessa

espécie, já em curso naquela Vara, embora se trate de competência ditada

pela matéria.

Principais critérios de fixação da competência

Os critérios que o legislador levou em conta para a distribuição de competência

são o da soberania nacional, o da hierarquia e atribuições dos órgãos

jurisdicionais (critério funcional), o da natureza ou valor da causa e o das

pessoas envolvidas no litígio (critério objetivo), e os dos limites territoriais que

cada órgão judicial exerce a atividade jurisdicional (critério territorial).

Regras de competência internacional

A jurisdição é fruto da soberania do Estado e, por conseqüência natural, deve

ser exercida dentro do seu território. Entretanto, a necessidade de convivência

entre os Estados, independentes e soberanos, fez nascer regras que levam um

Estado a acatar, dentro de certos limites estabelecidos em tratados

internacionais, as decisões proferidas por juízes de outros Estados. Diante

dessa realidade, o legislador nacional definiu casos em que a “competência é

exclusiva” do Poder Judiciário brasileiro (art.89, CPC), e casos em que a

“competência é concorrente”, sendo que a decisão proferida no estrangeiro

pode vir a gerar efeitos dentro do nosso território, após ser homologada pelo

STJ (arts. 88, 89 e 483, CPC).

Logo, elas se dividiram em:

- Absoluta/exclusiva: Art. 89, CPC. Algumas matérias para ter validade/eficácia

no território tem que serem julgadas no Brasil. Trata de imóveis situados no

Brasil ou de proceder inventário ou partilha de bens situados no Brasil.

Page 3: Resumão de Competência

“Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer

outra:

I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;

II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o

autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.”

Concorrente/cumulativa: Art. 88, CPC. A sentença estrangeira para ter validade

ou eficácia tem que ser homologada pelo STJ. Trata de casos em que: O réu é

domiciliado no Brasil, ou a obrigação deve ser cumprida no Brasil, ou Ação de

fato/ato praticado no Brasil.

“Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando:

I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;

II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;

III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.

Parágrafo único. Para o fim do disposto no nº I, reputa-se domiciliada no Brasil

a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal.”.

Litispendência

Duas demandas com os mesmos elementos (partes, pedido e causa de pedir).

Extingue o segundo.

Segundo o art. 90, CPC, ação extrangeira não induz litispendência. Não há

litispendência internacional. Vale a que for homologada primeiro.

“Art. 90. A ação intentada perante tribunal estrangeiro não induz litispendência,

nem obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e

das que Ihe são conexas.”

Critérios para determinar a competência:

- Territorial: Circunscrição geográfica. É o critério de foro. Encontrado no CPC.

Page 4: Resumão de Competência

- Material: É o objeto litigioso, o objeto que estar sendo discutido. Exemplo:

causa de família, ou de trânsito, etc. Encontrado nas LOJ’s dos estados

federativos.

- Valor da causa: Poderá ser um critério de determinação de competência, é

um dos motivos da obrigatoriedade do valor da causa na inicial. Encontra-se

nas LOJ’s.

- Funcional ou hierárquico: Gerará a competência originária. Em razão da

função ou hierarquia move-se a causa no tribunal, por exemplo. Encontra-se

na Constituição Federal para a competência do STJ e STF e para os Tribunais

de Justiça encontra-se nas LOJ’s.

As competências territoriais e em relação ao valor da causa são de

competência relativa e as competências material e funcional são de

competência absoluta.

A competência relativa pode ser modificada pela vontade das partes, a

competência absoluta não pode.

Se o juízo incompetente julgar e for competência absoluta é invalido o

julgamento, competência absoluta não preclui, pois é matéria de ordem

pública.

Alguns conceitos importantes:

- Prescrição é a perda do direito de ir ao judiciário, por causa da inércia.

- Decadência é a perda do direito material.

- Perempção é quando o autor deu causa à três sentenças por abandono. O

autor tinha que praticar um ato por até 30 dias e não o fez.

- Preclusão é a perda do direito de praticar um ato processual.

Preclusão pode ser:

- Temporal: tem haver com o prazo.

- Consumativa: Já praticou o ato. As Exceções são: A modificação da petição

inicial sem autorização do réu até o saneamento (art. 264, CPC) e o aditamento

após a citação do réu (art. 294, CPC).

Page 5: Resumão de Competência

“Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de

pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as

substituições permitidas por lei.

Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma

hipótese será permitida após o saneamento do processo.”

“Art. 294. Antes da citação, o autor poderá aditar o pedido, correndo à sua

conta as custas acrescidas em razão dessa iniciativa.”.

- Lógica: Não pode praticar o ato pois já praticou um ato incompatível.

- Pro-Judicato: Para o julgador, não pode julgar duas vezes a mesma matéria.

A competência relativa preclui, há a prorrogação se não for argüida no prazo.

Deve ser alegada na Exceção de competência e a absoluta em preliminar de

contestação, essa porém pode ser dada de ofício. Na relativa há uma

possibilidade de declaração de incompetência de ofício que é nos casos de

foro de eleição nos contratos de adesão.

A competência relativa é de ordem privada.

Se o réu alegar incompetência após a preeliminar de contestação, o réu vai

pagar as custas do processo em razão da demora, MESMO QUE GANHE A

CAUSA.

Critérios objetivos

Competência em razão da pessoa (partes); a fixação da competência tendo em

conta as partes envolvidas (ratione personae) pode ensejar a determinação da

competência originaria dos tribunais, para ações em que a Fazenda Pública for

parte etc;

Competência em razão da matéria (ratione materiae) - causa de pedir;

considera-se, ao fixar a competência, a natureza da relação jurídica

controvertida, definida pelo fato jurídico que lhe dá ensejo, por exemplo: para

conhecer de uma ação de separação, será competente um dos juizes das

Varas da Família e Sucessões, quando os houver na Comarca;

Page 6: Resumão de Competência

Competência em razão do valor da causa (pedido); muito menos usado, serve

para delimitar, entre outras hipóteses, competência de varas distritais, ou,

quando houver organizado, dos Tribunais de Alçada.

Critério Territorial

Os órgãos jurisdicionais exercem jurisdição nos limites das suas circunscrições

territoriais, estabelecidas na Constituição federal e/ou Estadual e nas Leis.

Destarte, os juizes estaduais são competentes para dizer o direito nas suas

Comarcas, e os juizes federais, por sua vez, nos limites da sua Seção

Judiciária. Já os Tribunais Estaduais são competentes para exercer a jurisdição

dentro do seu estado, os Tribunais Regionais Federais, nos limites da sua

região. O STF e o STJ podem dizer o direito em todo o território nacional.

Sob o ângulo da parte, a competência territorial é em princípio determinada

pelo domicilio do réu, para as ações fundadas em direito pessoal e as ações

fundadas em direito real sobre bens móveis. (art. 94, CPC). Se o réu tiver

domicílios múltiplos, poderá ser demandado em qualquer deles (§ 1º); se

incerto ou desconhecido, será demandado no local em que for encontrado, ou

no foro de domicílio do autor (§ 2º), facultando-se ao autor ajuizar a ação no

foro de seu domicílio, se o réu não residir no Brasil e se o próprio autor também

não tiver residência no País (§ 3º). Será ainda no foro de domicílio de qualquer

dos réus no caso de litisconsórcio passivo (§ 4º).

Além dessas regras, existem outras, seja no CPC, seja em leis extravagantes,

que estabelecem regras específicas para certas ações, por exemplo: I – ação

de inventário, competente o foro do ultimo domicilio do autor da herança

(art. 96, CPC; art. 1.785, CC/02); II – ação declaratória de ausência,

competente o foro do ultimo domicílio do ausente (art. 97, CPC); III – ação de

separação, divórcio, conversão de separação em divórcio e anulação de

casamento, competente o foro do domicílio da mulher (art. 100, I, CPC); IV

– ação de alimentos, competente o foro do domicílio do alimentado, isto é,

aquele que pede os alimentos (art. 100, IICPC); V – ação de cobrança,

competente o foro do lugar onde a obrigação deveria ter sido satisfeita

(art.100, IV, d, CPC); VI – ação de despejo, competente o foro da situação do

imóvel (art.58, II, Lei nº 8.245/91); VII – ação de responsabilidade do

fornecedor de produtos e serviços, competente o foro domicílio do autor

Page 7: Resumão de Competência

(art. 101, Lei nº 8.078/90-CDC); VIII –ação de adoção, competente o foro do

domicílio dos pais ou responsáveis (art. 146, Lei nº 8.069/90 ECA); IX – ações

movidas no Juizado Especial Cível, competente o foro do domicílio do autor

(art. 4º, Lei nº 9.099/95 JEC).

Critério Funcional

Enquanto nos outros critérios busca-se estabelecer o juiz competente para

conhecer de determinada causa, no critério funcional reparte-se a atividade

jurisdicional entre órgãos que devam atuar dentro do mesmo processo.

Como o procedimento se desenvolve em diversas fases, pode haver

necessidade de determinados atos se realizarem perante órgãos diversos; é o

caso da carta precatória para citação ou intimação e oitiva de testemunha que

esteja domiciliada em comarca diversa daquela em que tramita o processo,

para a realização de penhora de bem situado em comarca diversa.

Essa competência é alterada também de acordo com o grau de jurisdição.

Normalmente se desloca a competência para um órgão de segundo grau, um

tribunal, para reapreciar processo decidido em primeira instancia por meio de

recurso.

Classificação de Competência

A competência classifica-se em:

Competência do foro (territorial) e competência do juízo

Foro é o local onde o juiz exerce as suas funções; é a unidade territorial a qual

se exerce o poder jurisdicional. No mesmo local, segundo as leis de

organização judiciária podem funcionar vários juizes com atribuições iguais ou

diversas.

De tal modo, para uma mesma causa, constata-se primeiro qual o foro

competente, para depois averiguar o juízo, que em primeiro grau de jurisdição,

corresponde às varas, o cartório, a unidade administrativa.

Nas Justiças dos Estados o foro de cada juiz de primeiro grau é o que se

chama comarca; na Justiça Federal é a subseção judiciária. O foro do Tribunal

Page 8: Resumão de Competência

de Justiça de um estado é todo o Estado; o dos Tribunais Regionais Federais é

a sua região, definida em lei (art. 107, par. Único, CF); o do Supremo Tribunal

Federal, do Superior Tribunal de Justiça e de todos os demais tribunais

superiores é todo o território nacional (CF, art. 92, parágrafo único). Portanto,

competência de foro, é sinônimo de competência territorial, e Juízo de órgão

judiciário. A competência do juízo é matéria pertinente às leis de organização

judiciária; já a de foro é regulada pelo CPC.

Competência originária e derivada:

A competência originária é atribuída ao órgão jurisdicional diretamente, para

conhecer da causa em primeiro lugar; pode ser atribuída tanto ao juízo

monocrático, o que é a regra, como ao tribunal, em algumas situações, como

por exemplo, ação rescisória e mandado de segurança contra ato judicial.

Enquanto que a competência derivada ou recursal é atribuída ao órgão

jurisdicional destinado a rever a decisão já proferida; normalmente, atribui-se a

competência derivada ao tribunal, mas há casos em que o próprio magistrado

de primeira instancia possui competência recursal, por exemplo, nos casos dos

embargos infringentes de alçada, cabíveis na forma do art. 34 da lei de

Execução Fiscal, que serão julgados pelo mesmo juízo prolator da sentença.

Incompetência relativa x Incompetência absoluta

As regras de competência submetem-se a regimes jurídicos diversos, conforme

se trate de regra fixada para atender somente ao interesse público,

denominada de regra de incompetência absoluta, e para atender

predominantemente ao interesse particular, a regra de incompetência relativa.

A incompetência é defeito processual que, em regra, não leva à extinção o

processo, mesmo tratando-se de incompetência absoluta, salvo nas

excepcionais hipóteses do inciso III do art. 51 da Lei n.9.099/95 (juizados

Especiais Cíveis), da incompetência internacional (arts. 88-89 do CPC) e do §

1º do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

A incompetência quando absoluta pode ser alegada a qualquer tempo, por

qualquer das partes, em sede de preliminar à contestação, e, quando relativa,

mediante exceção. Se absoluta, o juiz poderá reconhecê-la de ofício (CPC,

art. 113), independentemente da alegação da parte, remetem-se os autos ao

Page 9: Resumão de Competência

juiz competente e reputam-se nulos os atos decisórios já praticados, e, se

relativa (CPC, art. 112), somente se acolher a exceção de incompetência,

remeterá o juiz o processo para o juízo competente para apreciar a questão,

que terá duas opções: reconhecer sua competência ou divergir, declarando-se

igualmente incompetente, suscitando o conflito de competência (CPC,

art. 115, II), e não se anulam os atos decisórios já praticados.

Na incompetência absoluta, responderá integralmente pelas custas, a parte

que deixar de alegar na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos

autos responderá integralmente pelas custas, na relativa, o juiz não pode

reconhecê-la de ofício (Sumula 33 do STJ).

Modificação de Competência

Legal: Conexão continência, imperativo constituicional e o juízo universal.

Conexão: Art. 103, CPC. Quando houver duas ações com mesmo pedido e

causa de pedir.

“Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o

objeto ou a causa de pedir.”

Continência: Art. 104, CPC. As mesmas partes e mesma causa de pedir e o

pedido de um tem que ser maior que o do outro.

“Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há

identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser

mais amplo, abrange o das outras.”

Imperativo Constitucional: Art. 109, CF. Toda vez que a União intervir no

processo a competência é da justiça federal.

“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

- as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal

forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes,

exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça

Eleitoral e à Justiça do Trabalho;”

Page 10: Resumão de Competência

Juízo universal: É a “vis atractiva”, a vara se torna competente para julgar

todas as causas, como acontece no caso da Falência, que a vara que julga

a falência vira um polo de atração dos demais processos da empresa falida.

Voluntária: Divide-se em:

Expressa: É o foro de eleição. É a circurnscrição geográfica escolhida pelas

partes. Escolhe apenas o território, não pode escolher a vara e nem o juíz.

Tácita: Tinha incompetência relativa e essa não fora alegada pelo réu

acarretando assim a prorrogação.

Na conexão e na continência pode haver união dos processos, e quando há um

conflito de competência art. 115, CPC) o Tribunal de Justiça decide.

“Art. 115. Há conflito de competência:

I - quando dois ou mais juízes se declaram competentes;

II - quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes;

III - quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou

separação de processos.”

Mais detalhes da conexão e a continência

A regra geral é a da perpetuatio jurisdictionis (CPC, art. 87), que veda a

alteração de competência no curso da ação, sendo ela fixada no momento da

propositura.

Não obstante a regra geral, o CPC, permite a modificação da competência

após a propositura da ação nos casos de “conexão” ou “continência”

(art. 102, CPC). Assim, segundo o art. 103 do CPC, reputam-se conexas duas

ou mais ações quando lhes for comum o objeto, ou seja, o pedido, por

exemplo, nas ações entre as mesmas partes pedindo revisão do valor da

pensão alimentícia, e a causa de pedir, isto é, o fato jurídico que dá arrimo ao

pedido, como nas ações com fundamento no mesmo contrato ou no mesmo

fato, um acidente, por exemplo. A continência, que é uma espécie de conexão,

segundo o art. 104 do CPC dá-se entre duas ou mais ações sempre que há

Page 11: Resumão de Competência

identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser

mais amplo, abrange o das outras, como por exemplo nas ações entre as

mesmas pessoas, relativas a um contrato de mútuo, sendo que em uma delas

cobra-se uma prestação; na outra, cobra-se todo o valor do mútuo.

Prevenção

Prevenção é um critério de confirmação e manutenção da competência do juiz

que conheceu a causa em primeiro lugar, perpetuando a sua jurisdição e

excluindo possíveis competências concorrentes de outros juízos.

Por se tratar de matéria de ordem pública, não se sujeita à preclusão, podendo

ser alegada a qualquer tempo. Sendo juízes de mesma competência territorial,

considerar-se-á prevento o que despachou em primeiro lugar (CPC,

arts. 106 e 263), e sendo de competência territorial diversa (comarcas

distintas), considerar-se-á prevento o juiz do processo que realizou a citação

em primeiro lugar (CPC, art. 219).

Entretanto, essa reunião só será possível se não ocorrer hipótese de

competência absoluta dos órgãos julgadores e se as ações ainda estiverem

pendentes de julgamento, tramitando no mesmo grau de jurisdição.

Em suma:

Vai unir no juízo prevento, o que decide o juízo prevento é a citação válida,

conforme o art. 219 do CPC.

“Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz

litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em

mora o devedor e interrompe a prescrição.

§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.

§ 2o Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias

subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pela

demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.

§ 3o Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90

(noventa) dias.

Page 12: Resumão de Competência

§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos

antecedentes, haver-se-á por não interrompida a prescrição.

§ 5oO juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.

§ 6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o

escrivão comunicará ao réu o resultado do julgamento.”

O art. 106 do CPC traz uma exceção a regra da citação válida, que é quando

as ações conexas encontram-se na mesma competência territorial (mesma

comarca), no caso em tela a competência será de quem primeiro despachou.

“Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a

mesma competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou

em primeiro lugar.”

Em resumo, mesma comarca: quem despachou primeiro; e comarca diferentes:

primeira citação válida.

Observação importante:

A incompetência relativa não pode ser declarada de oficio pelo juiz (compete

ao réu levantar a questão, através de peça em separado, chamada exceção de

incompetência), salvo, segundo o parágrafo único do art. 112 do CPC,

acrescentado pela Lei nº 11.280, de fevereiro de 2006, nos casos que

envolvam litígios que tenham arrimo em contratos de adesão, vez que neste

caso é licito ao juiz ex officioreconhecer a nulidade da cláusula de eleição de

foro e declinar de sua competência para o juízo de domicilio do réu.

Conflito de competência

A questão da competência ou incompetência também pode ser levantada por

um outro procedimento próprio, denominado conflito de competência, regulado

nos arts.115 a 124 do CPC. O conflito pode ser suscitado por qualquer das

partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz (art. 116), e é decido pelo tribunal

que designa qual juiz é o competente para decidir o conflito, pronunciando-se

sobre a validade dos atos praticados pelo incompetente (art. 122).

Instaura-se mediante petição dirigida ao presidente do tribunal, instruída com

os documentos que comprovem o conflito, ouvindo o relator, com a distribuição,

os juízes em conflito. Sobrestará o processo, caso o conflito seja positivo; se o

Page 13: Resumão de Competência

conflito for negativo, o sobrestamento não será necessário, pois não haverá

juízo praticando atos processuais. Deverá ainda o relator designar um juiz para

solucionar as questões urgentes.

Assim, há conflito de competência quando dois ou mais juízes se declaram

competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo) e também

no caso de controvérsia sobre reunião ou separação de processos (CPC,

art. 115, I, II eIII).

O conflito entre autoridade judiciária e autoridade administrativa, ou só entre

autoridades administrativas, chama-se conflito de atribuições e não conflito de

competência