Resumo - Negócio Jurídico - Existência, Validade e Eficácia

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  • 7/24/2019 Resumo - Negcio Jurdico - Existncia, Validade e Eficcia

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    Ponto 1: Negcio Jurdico Existncia, Validade e Eficcia. Circunstncias Negociais.

    A anlise do tema do negcio jurdico nos trs planos em que se divide o mundo jurdico pode ser

    melhor compreendida se o estudarmos dentro do contexto de um dos debates que mais divide os

    autores que se debruaram na anlise do negcio jurdico: o debate entre objetivistas e voluntaristas;ou, para o dier o mesmo, entre os adeptos da teoria da vontade e os adeptos da teoria da declara!o

    de vontade como n"cleo duro do negcio jurdico#

    A presente disserta!o n!o $ o local mais apropriado para adentrar nos pormenores deste debate, uma

    ve que este n!o se circunscreve somente a vis%es particulares de doutrinadores civilistas, mas,

    tamb$m, envolve a estrutura de ordenamentos jurdicos de di&erentes pases e a &orma que estes

    decidiram regrar o papel da vontade#

    'ara a compreens!o do negcio jurdico enquanto &en(meno jurdico que transita nos planos da

    existncia, validade e e&iccia basta dier, em apertada sntese, que pelo sistema voluntarista, a

    vontade real do declarante $ a que deve prevalecer, enquanto que, para os adeptos da teoria da

    declara!o, a vontade do declarante deve ser, objetivamente, extrada e interpretada a partir da prpria

    declara!o, sem maiores anlises de carter subjetivo e, at$ mesmo, como apontam diversos autores,

    de carter psicolgico para descobrir a vontade do &igurante do negcio jurdico que emitiu a

    declara!o de vontade em quest!o#

    )ma ve compreendido que o centro da polmica entre essas duas correntes de pensamento, em que

    se contrastam, de um lado, os que veem na vontade o elemento central do negcio, e de outro aqueles

    que enxergam na e&etiva mani&esta!o do declarante o elemento constitutivo do negcio jurdico, $

    possvel partir para a anlise dos elementos de existncia, dos requisitos de validade e dos &atores de

    e&iccia do negcio jurdico#

    A obra &undamental e, tamb$m, lapidar sobre o tema $ o livro *+egcio urdico - .xistncia,

    /alidade e .&iccia0 do pro&essor Ant(nio unqueira de Aevedo, que contando com uma grande

    in&luncia de .milio 1etti, busca se posicionar em meio ao debate entre os de&ensores da teoria da

    vontade e os de&ensores da teoria da declara!o, mas contribuindo de maneira categrica para adiscuss!o por meio de uma anlise estrutural do negcio jurdico#

    1aseando2se na teoria da separa!o tripartite do mundo jurdico em trs planos, desenvolvida e

    di&undida no 1rasil por 3rancisco 4avalcanti 'ontes de 5iranda, o pro&essor unqueira prop%e que o

    negcio jurdico, como uma esp$cie de &ato jurdico em sentido lato, deve ser analisado nos trs

    planos do mundo jurdico, de &orma gradual, comeando no plano de existncia, prosseguindo no

    plano da validade e, por &im, culminando no plano em que o negcio jurdico propaga seus e&eitos#

    +esse sentido, utiliando2se da terminologia do autor, no plano da existncia $ necessrio veri&icar seos elementos de existncia est!o presentes; uma ve veri&icado que o negcio existe, pois possui todos

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    os elementos de existncia, passa2se 6 veri&ica!o da presena de seus requisitos de validade, com o

    &im de veri&icar se as exigncias estabelecidas pela lei no interesse das partes ou da ordem jurdica

    &oram devidamente cumpridos; por &im, uma ve existente e vlido, veri&ica2se os &atores de e&iccia

    do negcio e se n!o h qualquer &ator que impede a propaga!o de seus e&eitos ou, eventualmente, que

    &aa com que seus e&eitos jurdicos cessem#

    7s chamados elementos gerais de existncia podem ser subdivididos em elementos constitutivos

    intrnsecos ao negcio jurdico, sendo esses 8i9 objeto; 8ii9 &orma; e 8iii9 circunstncias negociais e

    elementos constitutivos extrnsecos ao negcio, como 8i9 agente; 8ii9 tempo; e 8iii9 lugar#

    7s chamados elementos extrnsecos n!o s!o somente externos, mas tamb$m pressupostos ao negcio

    jurdico, uma ve que existem antes da constitui!o do negcio jurdico# ais elementos, de acordo

    com o pro&essor unqueira, est!o em todos os negcios jurdicos#

    A &orma do negcio jurdico di respeito 6 maneira que o agente externalia a sua declara!o de

    vontande, podendo tal declara!o oral, escrita, mani&estada em silncio ou, ainda, ser a declara!o

    deduida dos atos perpetrados pelo agente#

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    )ma ve que o int$rprete do sistema jurdico veri&ique a presena dos elementos do negcio jurdico,

    cabe a este veri&icar a con&ormidade desses elementos em rela!o 6s normas do ordenamento jurdico,

    que visam, sobretudo, garantir os interesses das partes envolvidas, de modo que a declara!o de

    vontade pro&erida n!o seja viciada por alguma circunstncia que desvie o propsito da declara!o ou,

    ainda, garantir a higide do sistema jurdico por meio da invalidade de atos jurdicos que a&rontem aordem p"blica, respondendo o sistema por meio da nulidade ou da anulabilidade, a depender do grau

    da in&ra!o 6 norma jurdica realiada pelo ato j existente# 7s requisitos de validade, nos termos

    usados pelo pro&essor unqueira, servem para medir a qualidade dos elementos do negcio jurdico,

    mencionados acima#

    os &atores de e&iccia s!o chamados de &atores, precisamente, por serem externos aos negcios

    jurdicos, mas que in&luenciam a produ!o dos e&eitos jurdicos mani&estados como queridos e que s!o

    prprios do tipo do negcio jurdico escolhido# = no plano da e&iccia que o negcio jurdico produ

    os e&eitos jurdicos, podendo o &ator de e&iccia atuar no momento da constitui!o do negcio jurdico

    ou supervenientemente, depois que o negcio j produiu os e&eitos jurdicos depois de determinado

    perodo de tempo#

    7 pro&essor unqueira aponta trs categorias de &atores de e&iccia: a9 &atores de atribui!o da e&iccia

    em geral; b9 os &atores de atribui!o de e&iccia diretamente visada; e c9 os &atores de atribui!o de

    e&iccia mais extensa#

    >em os primeiros, o negcio jurdico n!o produ seus e&eitos, como $ o caso do negcio sob condi!o

    suspensiva# A segunda categoria de &atores de e&iccia di respeito 6 atribui!o da e&iccia prpria do

    negcio jurdico que, de algum modo, j vincula as partes, como $ o caso do mandatrio sem poderes

    que realia um negcio com um terceiro, pois mesmo o negcio n!o produindo os e&eitos na es&era

    jurdica do mandante 8e&eito diretamente visado9, em um primeiro momento, j produ e&eitos entre

    mandatrio e terceiro# 'or &im, o "ltimo grupo de &atores de e&iccia di respeito 6queles e&eitos que

    produem e&eitos perante terceiros ou erga omnes#

    = este o caminho que o negcio jurdico dever trilhar no mundo jurdico, sendo os elementos de

    existncia, os requisitos de validade e os &atores de e&iccia necessrios para, respectivamente, que onegcio exista, tenha validade e seja e&ica# A anlise por essa perspectiva $ uma das grandes

    contribui%es da obra do pro&essor Ant(nio unqueira de Aevedo# 7utro ponto distintivo de sua obra

    s!o as chamadas *circunstncias negociais0#

    4omo supramencionado, as circunstncias negociais s!o um dos elementos constitutivos intrnsecos

    do negcio jurdico# ais circunstncias negociais s!o aquelas circunstncias que &aem com que o

    negcio jurdico seja socialmente reconhecido como destinado a produir e&eitos jurdicos# +a vis!o

    do pro&essor unqueira s!o tais circunstncias que s!o vistas como o elemento central e de&inidor do

    negcio jurdico, e n!o a vontade, considerada em si mesma, como de&endem os que seguem a teoriada vontade#

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    do estudo de

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    dominopara adquirente de boa2&$ seguida de aquisi!o da coisa pelo alienante# .m adi!o, o

    regime das chamadas garantias implcitas, como o da onerosidade excessva, serve a permitir

    a adapta!o do negcio para evitar a resolu!o e garantir a produ!o dos e&eitos pretendidos#

    +este sentido, os arts# IB, GG?, GJJ e GBD do 4digo 4ivil#

    *No plano da existncia, o princpio da conservao justifica justamente a converso

    substancial do negcio jurdico0 na medida em que possibilita que um negcio jurdico

    invlido seja convertido em outro que seja vlido e e&icaJ# A convers!o do negcio jurco $,

    na verdade, uma das mais importantes aplica%es do princpio da conserva!o# 4om e&eito,

    quando n!o havia ainda a previs!o legal que hoje se encontra no art# B@ do 4digo 4ivil, o

    princpio da convers!o era a justi&icativa para a aplica!o da convers!o do negcio jurdico

    entre ns#

    7utro &undamento da convers!o do negcio jurdico, segundo doutrina italiana, seria a

    boa2&$# 7 argumento &a sentido: seria insu&iciente recorrer ao princpio da conserva!o na

    hiptese em que o negcio substituto n!o corresponda 6 boa2&$# 'ela boa2&$, na verdade, $

    possvel precisar o negcio substituto# +o 1rasil, tal argumenta!o se sustenta diante dos arts#

    LB e G?? do 4digo 4ivil#

    'or &im, a convers!o do negcio se justi&ica pela ideia de que os negcios jurdicoss!o "teis 6 sociedade# A 4onstitui!o da Mep"blica optou pelo reconhecimento do valor social

    da livre iniciativa, con&orme se depreende de seus arts# K, inc# N/, e B@, caput# +o 4digo

    4ivil, o dispositivo correspondente seria o art# G?, que estipula os limites da contrata!o por

    meio da &un!o social do contrato# al regra evidencia, segundo alguns autores, a relevncia

    social de se preservar os e&eitos de dado negcio jurdico, diante da utilidade de permiti2lo

    cria e circular riqueas#

    %%% Nature(a

    4on&orme re&erido acima, a convers!o do negcio jurdico opera no plano da

    existncia, mas as consequncias se d!o no plano da validade e da e&iccia# 7 negcio

    jurdico que exista pode entrar no mundo jurdico de duas possveis &ormas: invlida e

    validamente# 7 art# B@, na realidade, imp%e que, observadas as premissas nele contidas, seja

    utiliada a via da validade#

    5 ZANETTI, p. 61.

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    A convers!o do negcio jurdico de que tratamos por meio do art# B@ tem naturea de

    convers!o substancial, tendo em vista que altera a quali&ica!o categorial do negcio#

    .m contrapartida, a convers!o &ormal seria aquela pela qual se pretende preservar o

    mesmo negcio jurdico, por meio da altera!o da &orma utiliada# = o caso, por exemplo, de

    negcio celebrado por escritura p"blica viciada, mas que poderia ter sido conludo por meio

    de instrumento particular# rata2se da disciplina do art# LI do 4digo 4ivil# .xiste discuss!o

    sobre a possibilidade de considerar a convers!o &ormal como tipo de convers!o do negcio

    jurdico# >egundo o 'ro Oanetti, na maior parte das vees, entretando, a conclus!o dos

    autores $ pela negativa, tendo em vista tratar2se, a rigor, de mera altera!o da &orma

    documental escolhida#

    %V Es)*cies

    A convers!o substancial do negcio pode assumir di&erentes esp$cies de acordo com a

    origem ou motiva!o de sua aplica!o#

    A convers!o legal ou legislativa $ aquele determinada por &ora de lei# .xemplo disto

    $ o art# GI do 4digo 4ivil, que substitui uma aceita!o ine&ica por uma proposta

    vinculante# .ntretanto, grande parte da doutrina adu n!o ser esta uma esp$cie genuna de

    convers!o substancial, j que n!o haveria nestes casos duas possibilidades de quali&ica!o donegcio, e sim apenas uma "nica hiptese em que o negcio possa existir, qual seja, aquela

    imposta pela lei#

    'ara o 'ro&essor Oanetti, por$m, n!o $ de se descartar a possibilidade de ser haver

    convers!o substacial na esp$cie legalC# >egundo ele, o &ato de haver menor relevncia a

    vontade das partes na convers!o prevista em lei n!o lhe priva o carter substancial, a&inal,

    sempre que a convers!o se d para preservar um negcio contido 8negcio substituto9 naquele

    e&etivamente celebrado, ter sido respeitado o propsito que deu ensejo 6 declara!o de

    vontade# Assim, no caso do mencionado art# GI, a aceita!o ine&ica 8sem elementos

    6 O Professor Junqueira tambm considerou a converso legal como conversosubstancial: converso do negcio jurdico (converso substancial) o ato pelo qual a lei

    ou o juiz consideram um negcio, que nulo, anulvel ou ineficaz, como sendo de tipodiferente do efetivamente realizado, a fim de que, atravs deste artifcio, ee seja

    considerado vlido e possam se produzir pelo menos alguns dos efeitos manifestados pelaspartes como queridos. Junqueira de Azevedo, p. 181.

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    categoriais inderrogveisB9, que iria criar um negcio que entraria in"til no mundo jurdico

    8por n!o ter todos os elementos categoriais inderrogveis9, converte2se ppara que, em sua

    nova quali&ica!o, cause e&eitos jurdicos "teis#

    A convers!o judicial $ a modalidade mais importante, que encontra respaldo no art#

    B@ do 4digo 4ivil# 7 exemplo mais tradicional $ o caso da nova!o subjetiva 8mudana de

    devedor9 &eita quando o devedor j est em mora, sendo, portanto, nula# 7 jui poder

    converter a nova!o, ou seja, alterar sua quali&ica!o, para que seja ren"ncia do credor 6s

    vantagens para ele advindas da mora; ou seja, como pacto que purga a mora#

    'or &im, a convers!o voluntria tem lugar na hiptese em que as partes &irmaram a

    clusula omni meliori modo# al expediente se di&ere dos negcios jurdicos com vontade

    alternativa porque deve2se prever precisamente o negocio substituto# e n!o sobrevier nova pactua!o, por$m, ser necessrio

    interven!o do 'oder udicirio para precisar se tem lugar a convers!o e, caso positivo, qual

    o negcio substituto#

    V Extens"o

    A convers!o substancial n!o ter lugar na hiptese de declara!o de vontade que n!o

    seja su&iciente 6 existncia de ao menos dois negcios jurdicos, de &orma que, neste

    particular, um deles seja vlido e e&ica# .sta $, inclusive, a conclus!o que o art# B@ do

    4digo 4ivil deixa desde logo em evidncia# A este respeito, o 'ro&essor

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    'ara al$m da requisito de existir 8ser quali&icvel9, da leitura do art# B@ do 4digo

    4ivil emerge que deve haver um negcio nulo, para que haja sentido em aplicar a convers!o#

    +em todo negcio jurdico nulo, entretanto, admite convers!o# >egundo o 'ro&essor

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    de convivncia, devido 6 ine&iccia de&initiva daquele primeiro negcio 8n!o sujeita a

    condi!o ou termo9#

    egundo o

    'ro&essor Oanetti, raciocinar de &orma diversa signi&icaria privar de sentido a convers!o e ir

    contrariamente ao princpio da conserva!o e 6 boa2&$ e &un!o social: *sociamente, os

    efeitos so mais importantes que o modelo negocial0G#

    )m segundo pressuposto subjetivo $ que a convers!o n!o seja excluda, de comum

    acordo, pelas partes# >e da anlise das circunstncias do caso emergir que as partes queriam

    11 ZANETTI, p. 76.

    12 O procedimento da converso considera os trs planos existncia, validade e eficcia mas a escolha da qualificao adequada se d no plano da existncia (ser qualificado existir no mundo jurdico). nesse momento que se d a converso.

    13 Ler, mais adiante, a concluso do Professor Junqueira de que no necessrio se falar

    em vontade pressumida para justificar a converso, pois a coverso no desnatura onegcio jurdico pelo simples fato de qualificar o negcio como outro que no aquele

    querido pelas partes, tendo em vista que os efeitos alcanados so os desejados.

    14 ZANETTI, pp. 78/79.

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    aquele negcio com aquela &orma e n!o outro, n!o dever ter cabimento a convers!o, pois o

    instituto se presta a resguardar a autonomia privada; e n!o violent2la#

    V%% +)recia"o )elo $udicirio

    +o direito brasileiro, a nulidade pode ser, em regra, alegada a qualquer momento e,

    inclusive, de o&cioJ#

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    as partes tenham celebrado o contrato de&initivo, ainda que com vicio &ormal, $ su&iciente

    para que estejam presentes todos os elementos essenciais 6 celebra!o do preliminar# 7 vcio

    &ormal, entretanto, priva o de&initivo de validade, problema que poderia ser contornado por

    meio da convers!oL#

    7 'ro&essor unqueira adu que a convers!o substancial tem * enorme import#ncia

    terica para a concepo de negcio jurdico0, pois se presta a p(r em xeque a concep!o de

    negcio jurdico como ato de vontade, tendo em vista que consubstancia um negcio jurdico

    que n!o &oi e&etivamente querido pelas partesD#= a lei - no caso da convers!o legal - ou o

    jui - no caso da convers!o judicial - quem atribui a dado negcio jurdico e&eitos de outro

    negcio jurdico o qual n!o &ora e&etivamente celebrado pelas partes# +!o segue da,

    entretanto, que se deva &alar em vontade presumida das partes, ou seja, o que teriam elasdesejado se soubessem que haveria invalidade do negcio que celebraram# +a verdade, $

    neste ponto que a convers!o prop%e uma quebra do dogma da vontade em mat$ria de negcio

    jurdico# >egundo o 'ro&essor unqueira, na convers!o, a imposi!o de um negcio jurdico

    outro que n!o o celebrado pelas partes s $ levada a e&eito quando seus e&eitos n!o &orem

    contrrios ao que as partes declaram querer# >endo assim, n!o h necessidade de encontrar

    qualquer *solu!o0 6 a&ronta ao ato de vontade das partes, a exemplo da equvoca no!o de

    vontade pressumida#

    % Exe')los

    >egundo o 'ro&essor unqueira, o endosso de ttulo j vencido $ um exemplo de

    convers!o substancial que raramente $ reconhecido como tal na doutrina brasileira# +a

    realidade, o endosso de ttulo vencido representa uma cess!o de cr$dito# rata2se, portanto, da

    convers!o de endosso em cess!o de cr$dito, pois o endosso $ nulo e, para que nem tudo se

    perca, ele $ convertido em *cesso civil0# +!o haver e&eitos cambirios, mas haver a cess!o

    de cr$dito, preservando2se, assim, alguns e&eitos trans&eridos pelas partes, graas 6 altera!o

    de tipo?@#

    7 'ro&essor unqueria acrescenta, ainda, os seguintes exemplos de convers!o judicial:

    8i9 cambial nula que vale como promessa de pagamento 8esta $ uma hiptese de convers!o

    18 ZANETTI, p. 84.

    19 JUNQUEIRA, p. 184 e ss.

    20 JUNQUEIRA, p. 181.

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    legal no direito italiano, por meio do art# #DLL do $odice $ivle9; 8ii9 m"tuo em que n!o

    houve tradiao, convertido em promessa de m"tuo; 8iii9 ren"ncia antecipada da prescri!o,

    que, n!o valendo como ren"ncia, $ convertida em interrup!o da prescri!o; 8iv9 testeamento

    nulo que $ convertido em codicilio; 8v9 &alsa declara!o de paternidade ou maternidade, que $

    convertida em legitima!o adotiva#

    7 'ro&essor Oanetti comenta os exemplos mais corriqueiros na literatura jurdica de

    outros pases# +o araiva, ?@@G#

    OA+.N, 4ristiao de >ousa#' $onservao dos $ontratos Nulos por *efeito de +orma#

    >!o 'aulo: Ruartier Satin, ?@I, pp# ?B2LC#

    EVOLUO DA RESPONSABILIDADE CIVIL. DA CULPA AORISCO. NOVOS PARADIGMAS DO INSTITUTO.

    A res%ons")ilid"de civil u! i!%ort"nte instituto do direito

    d"s o)rig"#es (ue so0reu e "ind" so0re gr"ndes "lter"#es "o

    longo dos te!%os. u!" o)rig"#o de indeni"r (ue$

    cl"ssic"!ente$ result" de u!" condut" unil"ter"l e$ e! regr"$ ilcit".A (uesto (ue surge e! (ue +i%teses u!" %esso" ser* c"rre"d"

    " o)rig"#o de re%"r"r os d"nos so0ridos %el" vti!"

    Inicialmente, as leisla!"es li#e$ais e%iiam &'e (a$a

    )a*e$ +#$ia!+ in-eniat/$ia, e$a necess0$i+ &'e + -an+

    -ec+$$esse -e 'ma c+n-'ta *+l'nt0$ia e c'l(+sa.A cul%" er"

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    o neo de i!%ut"#o d" res%ons")ilid"de civil$ denindo (ue!

    deveri" ress"rcir.

    A cul%"$ e! sentido l"to$ " viol"#o de u! dever jurdico

    i!%ut*vel " "lgu!$ (ue co!%reende o dolo$ viol"#o intencion"l$ e

    " cul%" e! sentido estrito$ c"r"cteri"d" %elo "gir co! i!%erci"$

    i!%rud:nci" ou neglig:nci".

    ;ss" :n0"se n" condut" re%rov*vel do "gente decorri" d"

    i-e+l+ia li#e$al e in-i*i-'alista -i1'n-i-a (ela #'$'esia -a

    $e*+l'!+ 1$ancesa de gr"nde in

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    O descon+eci!ento %elo les"do so)re o !"(uinis!o

    e!%reg"do$ su" condi#o de vulner")ilid"de no !o!ento do

    "cidente e outros t"ntos 0"tores$ con0eriu I %rov" d" cul%" " "lcun+"

    deprobatio diablica. E n+ s/ iss+, c+m essa n+*a 1ase, ain-a&'e t+ma-+s t+-+s +s c'i-a-+s, al'ns aci-entes se

    t+$na$am ine*it0*eis. P$+clama*a4se, ent+, (+$ 'ma

    m'-an!a na 1+$ma -e $es(+nsa#ilia!+.

    He"l!ente$ justo conden"r "lgu! I re%"r"#o e! c"sos

    de u! "gir cul%oso$ !"s co! " revolu#o industri"l e o cresci!ento

    e%onenci"l dos riscos cri"dos %"r" " socied"de$ dei"r de conden"ros res%ons*veis %or esses riscos %"ssou " %"recer injusto.

    Outro 0"tor de !ud"n#" d" res%ons")ilid"de civil 0or"! "s

    guerr"s !undi"is e " su%erveni:nci" de u!" nov" con0or!"#o

    constitucion"l nos %"ses ocident"is. =o! el"s$ viuse " elev"#o d"

    dignid"de do +o!e! " v"lor )*sico. 'endo "ssi!$ "

    res%ons")ilid"de civil no deveri" "%en"s reco!%or o %"tri!Cnio d"vti!"$ !"s t"!)! " reco!%osi#o de su" dignid"de %esso"l.

    Jod"s ess"s tr"ns0or!"#es i!%lic"r"! e! !ud"n#"s n"

    %ers%ectiv" d" res%ons")ilid"de civil ;i< ela n+ ($ecisa mais se$

    im('ta-a a(enas a 'm in-i*6-'+, an)a 1+$!a a i-eia -e

    c+leti*ia!+ e a s+cialia!+@e. "cidente de tr")"l+o$ seguro

    o)rig"trioK ;ii< ela (assa a te$ men+s ca$0te$ sanci+nat/$i+ e

    mais $essa$cit/$i+, n+ s/ (at$im+nial c+m+ -e -ini-a-e

    )'mana= e ;iii< (assa4se a c+ita$ -a ($+c'$a n+ mais -e 'm

    c'l(a-+, e sim -e 'm $es(+ns0*el (ela in-enia!+

    ;$es(+nsa#ili-a-e +#2eti*a

  • 7/24/2019 Resumo - Negcio Jurdico - Existncia, Validade e Eficcia

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    -e in*estia$ + (sic+l/ic+ -+ aente.L* u! dist"nci"!ento

    d" no#o de cul%" (ue rein"v" nos cdigos li)er"is. O c'l(a-+ e +

    $es(+ns0*el (el+ $essa$ciment+ -ei%am -e se$

    necessa$iamente a mesma (ess+a.

    E essa m'-an!a s/ 1+i (+ss6*el em $a+ -a te+$ia -+

    $isc+(ue$ %"r" ="rlos Ho)erto >on#"lves$ %rocur" de!onstr"r (ue

    t+-a (ess+a &'e e%e$ce al'ma ati*i-a-e c$ia $isc+ -e -an+

    (a$a te$cei$+ e -e*e se$ +#$ia-a a $e(a$04l+, ain-a &'e s'a

    c+n-'ta se2a isenta -e c'l(a.O risco d" "tivid"de tornouse o

    outro critrio %"r" i!%ut"#o do "gente$ o (u"l se v: n"conting:nci" do dever de ress"rcir u! %rejuo c"us"do$ %or!

    decorrente do risco %or cuj" ocorr:nci" res%ond".

    -"s " res%ons")ilid"de civil no %"rou %or ". =on0or!e

    o)serv" o ro0essor >odo?$ " no#o de d"no injusto i!%ede (ue se

    li!ite " i!%ut"#o de res%ons")ilid"de civil o)jetiv" "%en"s "o

    risco$ o (u"l se !ostr" insuciente %"r" torn"r todos os d"nosindeni*veis. P+$ iss+ )0 a m'lti(lica!+ -e c$it9$i+s -e

    at$i#'i!+ -a $es(+nsa#ili-a-e ci*il ;e%. ($e(+si!+, -e1eit+

    e *iil>ncia< c+n1+$me a esc+l)a -+ leisla-+$, sem a

    e%cl's+ -a c'l(a e -+ $isc+, (a$a &'e ca-a *e mais as

    $es(+stas 8s mais -i*e$sas e (a$tic'la$es sit'a!"es -e -an+

    se2am a-e&'a-as.

    ?0 'ma in*e$s+ n+ 1+c+ -a $es(+nsa#ili-a-e ci*il, a

    &'al -ei%a -e #'sca$ + ca$0te$ il6cit+ -+ at+ ;3'$a -+

    +1ens+$< (a$a c+ncent$a$4se n+ 1at+ -an+s+ e na ($+te!+ -a

    *6tima &'e s+1$e' 'm -an+ in2'st+$ sendo este u! d"no (ue o

    les"do no deveri" e%eri!ent"r$ segundo os %receitos do

    orden"!ento$ e cujos e0eitos no deve$ %or isso$ su%ort"r. A ilicitude

  • 7/24/2019 Resumo - Negcio Jurdico - Existncia, Validade e Eficcia

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    se "!%li" e se de%reende d" necess*ri" vincul"#o I cul%" do

    "gente.

    Em c+n3$ma!+ a t'-+ iss+, + C/-i+ Ci*il -e @@

    inse$i' a cl0's'la e$al -e $es(+nsa#ili-a-e +#2eti*a (el+

    $isc+ em se' a$ti+ @, (a$0$a1+ 7nic+$ convertendo e!

    o)jetiv" !uitos %ontos (ue er"! %ens"dos co!o cul%" %resu!id"

    no cdigo "nterior co!o " res%ons")ilid"de %elo 0"to do "ni!"l e

    ")rindo " +i%tese de dis%ens" d" cul%" e! outr"s +i%teses

    es%ecic"d"s e! lei.

    Ou sej"$ )0 at'almente 'ma cl0's'la e$al -e

    $es(+nsa#ili-a-e s'#2eti*a e 'ma -e $es(+nsa#ili-a-e

    +#2eti*a, mas 3ca a#e$t+ + camin)+ (a$a +'t$+s ne%+s -e

    im('ta!+ em cas+s es(eciais. O !odelo novo no su%er" o

    !odelo cl*ssico$ tendo " cul%" u! %"%el i!%ort"nte e! !old"r

    condut"s$ esti!ul"ndo " %rec"u#o e o cuid"do. Os ne%+s -e

    im('ta!+ c+e%istem, n+ )a*en-+ ($e*al:ncia -e &'al&'e$'m -eles. Se$0 a(lica-+ + ne%+ ca#6*el a+ cas+ c+nc$et+ -e

    1+$ma a sem($e (+ssi#ilita$ a $e(a$a!+ -a *6tima &'e s+1$e

    -an+ in2'st+.

    Al9m -iss+, a ($/($ia n+!+ -e c'l(a$

    conco!it"nte!ente I o)jetivi"#o$ s+1$e' tam#9m alte$a!"es,

    c+nsistin-+ )+2e em 'ma n+!+ -i*+$cia-a -as ($e+c'(a!"es

    m+$ais e (sic+l/icas &'e a 'ia*am +'t$+$a.A c+"!"d" cul%"

    nor!"tiv"$ "0erid" no 0rente " viti!" e Is su"s c"%"cid"des ou

    inten#es$ !"s e! rel"#o " u! %"rM!etro ")str"to de

    co!%ort"!ento$ 0"cilitou i!ens"!ente " const"t"#o do

    co!%ort"!ento cul%oso do "gente lesivo.

    L++, na -in>mica c+ntem(+$>nea -as a!"es -e

    $e(a$a!+, se2a n+ >m#it+ -a $es(+nsa#ili-a-e +#2eti*a, se2a

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    n+ &'e tane a ($/($ia $es(+nsa#ili-a-e s'#2eti*a, a ($+*a

    -a c'l(a *em -is(ensa-a +' 1acilita-a, -e tal 1+$ma &'e a

    n+!+ (e$-e $an-e (a$te -e se' (+-e$ -e 3lt$aem -a

    $e(a$a!+ -+s -an+s.;ss" "lter"#o l"n#" "s "ten#es so)re osegundo ltro tr"dicion"l d" re%"r"#o$ (u"l sej" " %rov" do neo

    c"us"l@elo entre " condut" do "gente e o d"no.

    Tam#9m a6, ent$etant+, *e$i3ca4se 'ma $elati*a

    (e$-a -+ (a(el -e 3lt$aem -+ $essa$ciment+ -+s -an+s,

    (+is + ne%+ ca'sal *em sen-+ e%i#ilia-+.N se!el+"n#" do

    (ue ocorreu co! " %rov" d" cul%"$ " %rov" do neo c"us"l %"recetendente " so0rer$ no seu %"%el de ltr"ge! d" re%"r"#o$ u!"

    eroso c"d" ve !"is visvel$ n"s %"l"vr"s de Anderson 'c+rei)er .

    Busc"se u!" solu#o !"is

  • 7/24/2019 Resumo - Negcio Jurdico - Existncia, Validade e Eficcia

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    $a-ati*amente, se' (a(el -e 3lt$+ -a $e(a$a!+, (assan-+

    a se$ em($ea-+ (el+ P+-e$ '-ici0$i+ c+m -esen*+lta

    elastici-a-e em ($+l -a $es(+nsa#ilia!+ -e al'm aente

    mais ($e(a$a-+ a s'(+$ta$ a am(la $e(a$a!+ -+s -an+s.

    Se'n-+ An-e$s+n Sc)$ei#e$, a e$+s+ -+s

    +#st0c'l+s t$a-ici+nais a+ $essa$ciment+ $es'lta em 'ma

    c$escente e%(ans+ -+s -an+s $essa$c6*eis, a e%ii$, tam#9m

    -+s est'-i+s+s, 'm -esl+cament+ -+ 1+c+ -e s'as aten!"es,

    &'e (assa -a c'l(a e -+ ne%+ ca'sal a+ -an+, c+m+

    element+ ($im+$-ial -a $es(+nsa#ili-a-e ci*il e l/c's($i*ileia-+ (a$a a a1e$i!+ -a $essa$ci#ili-a-e.

    A decorrente %ro0uso de novos d"nos$ (ue se "l"rg" co! "

    const"nte tr"ns0or!"#o do conceito de dignid"de +u!"n" e seu

    crescente desdo)r"!ento e! novos interesses eistenci"is$ "!%li"$

    de 0or!" tendenci"l!ente ili!it"d"$ o es%ectro de leses (ue %ode

    ser conduido "o oder Dudici*rio$ d"ndo !"rge! " e0etiv"ocorr:nci" de de!"nd"s "lgo 0"nt"sios"s de ress"rci!ento. Judo

    isso ve! eigir t"!)! u!" tr"ns0or!"#o n" ")ord"ge!

    tr"dicion"l!ente reserv"d" "o d"no$ (ue deve "tu"r n" sele#o dos

    interesses re"l!ente !erecedores de tutel".

    U$e $ec+n)ece$ &'e + -an+ n+ c+nsiste na les+ a

    'm inte$esse t'tela-+ em a#st$at+, mas na les+ a 'm

    inte$esse c+nc$etamente me$ece-+$ -e t'tela, asse'$an-+4

    se a+ P+-e$ '-ici0$i+, mesm+ nas a!"es -e

    $es(+nsa#ilia!+ +#2eti*a, 'm es(a!+ -e sele!+ -+s -an+s

    $essa$c6*eis, (+$ mei+ -a an0lise c+m(a$ati*a ent$e +s

    inte$esses a#st$atamente t'tela-+s 8 l' -as ci$c'nstancias

    c+nc$etas.

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    A eroso dos ltros d" re%"r"#o corres%onde " u!"

    revolu#o ins%ir"d" %elo elev"do %ro%sito de "tri)uir e0etivid"de "o

    %rojeto constitucion"l$ solid*rio %or ess:nci"$ " eigir o

    recon+eci!ento de (ue os d"nos no se %rodue! %or "c"so ou0"t"lid"de$ !"s consiste! e! u! e0eito col"ter"l d" %r%ri"

    conviv:nci" e! socied"de.

    O %ro)le!" (ue +* solid"ris!o no (ue di res%eito Is

    condi#es %"r" " denea n+ 9, a

    $i+$, a e%(ans+ -+ -an+ $essa$c6*el, mas a at$i#'i!+ -+

    5n's ine*it0*el -esta e%(ans+ a 'm 7nic+ in-i*6-'+ em

    ca-a cas+ (a$tic'la$.

    BIBLIOGRAFIA

    Anderson 'c+rei)er$ Fovos %"r"dig!"s d" res%ons")ilid"de civil d"eroso dos ltros de re%"r"#o I dilui#o dos d"nos$ 6R ed. 'o"ulo Atl"s$ 2&15.

    =l"udio Gui Bueno de >odo?$ Responsabilidade civil pelo risco daatividade: uma clusula geral no Cdigo Civil de 2002 $ 2R ed. 'o"ulo '"r"iv"$ 2&1&.

    Alvino Gi!"$ =ul%" e risco$ 2R ed. 'o "ulo Hevist" dos Jri)un"is$1999.

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    Evoluo da responsabilidade civil. Da Culpa ao Risco. Novos paradigmas do

    instituto complementao

    La vie moderne, plus que jamais, est une question de

    risques. (R. Saleilles, 1897)21

    Segundo explica R. Zimmermann, a responsabilidade baseada na culpa (em sentidolato) adquiriu o status de uma erdade axiom!tica no s"culo #$#%

    &'or een toug rotius (and te oter natural la*+ers) ad notreerred to Roman la*, te ault principle commended itsel to tepandectists or a *ole ariet+ o reasons. $t tied in *it te basicprecepts o -ants moral pilosop+ (as adopted b+ Saign+, teounder o te istorical scool o /urisprudence), it itted te preailing

    economic liberalism and sered te interests o expanding industr+ ando te rising middle class% it *as seen to proide adequate protection*itout undul+ restricting te reedom o te indiidual *ill orampering entrepreneurial actiities.022

    enunciando a &crise na responsabilidade ciil0 em 19, 3. omes assentaa que&a ideia de culpa como undamento da responsabilidade ciil correspondeilosoicamente 4 doutrina do indiidualismo.025

    $mpelida pela transorma6o social,

    contrapese 4 responsabilidade sub/etia a responsabilidade ob/etia% &a noa

    orienta6o do problema obedece 4 transorma6o material que a sociedade soreuno decurso do s"culo #$#, em consequ:ncia do prodigioso progresso da t"cnicaque, possibilitando o aperei6oamento do maquinismo, determinou um mododeier nunca dantes conecido.02;

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    Besse processo, ! desenolimentos paralelos em diersos paHses da >uropa,embora preemin:ncia possa ser atribuHda 4 ?lemana e 4 'ran6a pela consagra6olegislatia da ideia desde a d"cada de 187E na ?lemana e desde a de 188E na'ran6a.

    Ba ?lemana, o debate oi intenso, notadamente diante das duas primeirascomisses de prepara6o do !"rgerlihes #eset$buh (187;1888 e 189E189), 4squais se pediu, sem lograr :xito, o abandono da teoria sub/etia e a ado6o de umateoria ob/etia, calcada no ato irregular ou suscetHel de acarretar riscos. SegundoI. Aata/a, a sociedade moderna ainda seria deedora da no6o de responsabilidadeciil indiiduali=ada e sub/etia erdada do direito romano.2D

    Bo mundo

    contemporJneo da economia popular (%ol&swirtshaft), por"m, tornouse imperatiodesincular a responsabilidade ('aftung) da a6o culposa indiidual27.

    Bo se dee

    mais a=er reer:ncia apenas ao dolus e 4 ulpa, mas 4s rela6es econKmicas esociais ob/etias.

    Ba 'ran6a, no se lidaa, como na ?lemana, com um cLdigo em germe, mas comum monumento legislatio /! estabelecido. Mrataase, especialmente, de ir al"m doestipulado pelos artigos 1582 e 1585 do Code Civil, ainados com a doutrinatradicional.

    Mal qual ormulada por R. Saleilles28e @. Gosserand29,

    baseandose ambos em

    uma leitura expansia dos artigos 158;, N1, e 158D, do Code Civil, e mesmo do art.

    1582, a teoria proporia uma supera6o da incula6o da responsabilidade 4 culpa.Friase, assim, pela interpreta6o do Code Civil de 18E;, uma responsabilidade

    26I. A?M?G?, as Rect des Scadenersat=es om StandpunOt der BationalPOonomie, @eip=ig,uncOer Q umblot, 1888, p. D7.

    27&>m particular, o princHpio da limita6o da responsabilidade aos prLprios atos culposos /! precisouser abandonado repetidamente em prol da alega6o de que quem condu= uma empresa, ou possuiuma propriedade e dela tem antagens, precisa assumir os danos que daH ad"m para terceiros.0(&Ior allem der rundsat= der escrTnOung der atung au eigene Oulpose andlungen at sconmerac =u unsten der 'orderung =urUcO=utreten mUssen, dass *er ein Cnternemen treibt,

    be=ieungs*eise ein ut besit=t und daraus Iorteile =iet, auc Ur die ieraus er*acsendenScTden dritten m texto de 1897, comentando um /ulgado da Forte de Fassa6o que se apoiou no art. 158;, N

    1o, do Fode Fiil, S?@>$@@>S, para responsabili=ar o patro quando um tubo de uma m!quina a

    apor explodiu, deixando escapar o apor e assim matando o empregado. Segundo o autor% &cest uncas de responsabilit" du ait des coses, sans quapparaisse lid"e de clause contractuelle, ni m:melid"e de aute. Mout "l"ment de olont" se troue "cart", soit sous orme de contrat, soit sous ormede aute sub/ectie et d"lictuelle. Fest une responsabilit" purement ob/ectie, d"riant du ait luim:me et de sa mat"rialit".0 (Les aidents, p. 5.)

    29>m texto tamb"m datado de 1897 ()e la responsabilit* du fait des hoses inanim*es, R?B parte dos artigos 158;, N 1e 158D do Fode Fiil,

    relatiamente 4 responsabilidade gerada por coisa inanimada, para operar esse alargamento.

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    ob/etia V ou &s+stme objetif ou s+stme de la responsabilit* du seul fait deshoses, ou encore th*orie du risque r**0 (G3SS>R?B, 1897, p. 115)

    V,

    compreendida como &une obligation l"gale ond"e sur la conception sociale de lar"partition des risques,0 (S?@>$@@>S, 1897, p. 22)

    que logo ganou consagra6o

    legislatia em leis especiais.

    Segundo aponta 3. omes, em 19%

    ? acolida que a teoria ob/etia da responsabilidade tem tido em leisespeciais em proar /ustamente o desprestHgio da doutrina cl!ssica.(...) 3s FLdigos resistem 4s suas inestidas, ciosos de umaintangibilidade !tua. Aas, os atos se reoltam contra os FLdigos e,se no o dominam no primeiro arremesso, inspiram leis especiais quequebram o monopLlio do princHpio geral. ?s rela6es especiali=amse

    para exigir preceitos especiais, at" o momento atal em que o princHpiogeral rege nWmero to redu=ido de rela6es que a regra passa aexce6o5E.

    Fomo primeiro exemplo no direito brasileiro, 3. omes cita a @ei 2D81X1912, queregulamentaa a responsabilidade das companias de estradas de erro. ?consagra6o da responsabilidade ob/etia com alor geral ", todaia, bastanterecente, datando do FLdigo de eesa do Fonsumidor de 199E, art. 12(responsabilidade pelo ato do produto e do seri6o),

    e do FLdigo Fiil de 2EE2, no

    par!grao Wnico do art. 927. Respectiamente%

    &3 abricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e oimportador respondem, independentemente da exist:ncia de culpa,pela repara6o dos danos causados aos consumidores por deeitosdecorrentes de pro/eto, abrica6o, constru6o, montagem, Lrmulas,manipula6o, apresenta6o ou acondicionamento de seus produtos,bem como por inorma6es insuicientes ou inadequadas sobre suautili=a6o e riscos0 (art. 12, FF).

    &aer! obriga6o de reparar o dano, independentemente de culpa,nos casos especiicados em lei, ou quando a atiidade normalmentedesenolida pelo autor do dano implicar, por sua nature=a, risco paraos direitos de outrem.0 (art. 927, par!grao Wnico, FFE2).

    Ressaltase que o texto do art. 927, par!grao Wnico assumia orma maisrestritia no ?ntepro/eto de FF, submetido em 1972 ao Ainistro da Gusti6a%

    30p. 18518;.

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    &art. 98D, par!grao Wnico% Modaia, aer! a obriga6o de reparar odano, independentemente de culpa, nos casos especiicados em lei,ou quando a atiidade normalmente desenolida pelo autor do danoimplicar, por sua nature=a, grande risco para os direitos de outrem,

    salvo se omprovado o emprego de medidas preventivasteniamente adequadas.0 (Anteprojeto do C-digo Civil, So

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    &>m sHntese, a eolu6o da responsabilidade ciil, que come6outimidamente no s"culo #$# e se irmou no s"culo ##, passa agorapara a prLxima etapa, a de incluso nesse sistema dos princHpios daprecau6o e da preen6o, no como consequ:ncia da san6o que

    no unciona, mas como orma de dissuadir todos aqueles que lidamcom atiidades de maior ou de menor risco. >ssa no " uma tarea!cil, tendo em ista tratar a responsabilidade ciil da repara6o dedanos e no se entender indeni=a6o sem pre/uH=o0 (p. 87)

    P+nt+ H Cas+ 1+$t'it+ e 1+$!a mai+$ c+m+ e%cl'-entes -e

    $es(+nsa#ili-a-e ci*il. P$ess'(+st+s e )i(/teses -e a(lica!+

    @i Dos de Agui"r Ei"s E" Hes%ons")ilid"de =ivil

    L* du"s correntes %"r" e%lic"r o conceito de c"so 0ortuito e 0or#" !"ior

    @" o)jetiv"$ corrente " (u"l o =digo =ivil se liouK e @) su)jetiv". "r" Dos de

    Agui"r Ei"s$ "s e%resses c"so 0ortuito e 0or#" !"ior so e%resses sinCni!"s$

    de !"neir" (ue +"veri" inutilid"de e! distinguil"s. =o!o conse(u:nci"$ o Autor

    no discorre so)re o (ue c"d" corrente de0ende.

    "r" e%lic"r o conceito de c"so 0ortuitoS0or#" !"ior$ o 0" co! )"se n" li#o de

    Arnoldo -edeiros$ %"r" (ue! " no#o de c"so 0ortuito ou 0or#" !"ior seri" u!

    conceito !isto %osto (ue decorre de dois %ressu%ostos$ (u"is sej"! @" internoou c"r*ter o)jetivo (ue " inevit")ilid"de do eventoK e @) eterno ou c"r*ter

    su)jetivo (ue " "us:nci" de cul%". Fo )"st"ri" s o critrio de "us:nci" de

    cul%" %"r" c"r"cteri"r "s re0erid"s isen#es$ %ois necess*rio " su%resso d"

    rel"#o de c"us"lid"de.

    Al! disso$ ress"lt" (ue o c"so 0ortuito e " 0or#" !"ior de%ende! d"s

    circunstMnci"s %"r" rest"re! c"r"cteri"dos$ )e! co!o no seri" %ossvel "r

    (u"is so "s +i%teses e! (ue ocorrero. Ou sej"$ o (ue +oje consider"do

    co!o c"so 0ortuito ou 0or#" !"ior$ "!"n+ %ode no !"is ser "ssi!

    consider"do.

    F" identic"#o do c"so 0ortuito e d" 0or#" !"ior devese "tent"r %"r" os e0eitos

    e no %"r" o 0"to necess*rio. =onstituise !"tri" de 0"to " "%reci"#o d"

    inevit")ilid"de e i!%revisi)ilid"de do e0eito. Fo +* es%"#o %"r" se discutir se o

    !es!o ocorreu no 0"to necess*rio @(ue 0or#oso e %ertence "o (ue "conteceu$

    co!o 0enC!eno n"tur"l$ est* n" %reviso dos res%ons*veis.

  • 7/24/2019 Resumo - Negcio Jurdico - Existncia, Validade e Eficcia

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    =it" t"!)! o ro0. Tern"ndo esso" Dorge$ %"r" e%lic"r (ue conceito de c"so

    0ortuitoS0or#" !"ior u! conceito nor!"tivo @e no n"tur"lstico e (ue "

    i!%revisi)ilid"de se re%ort" "o curso nor!"l dos "conteci!entos. Eest"c" (ue

    no +* i!%revisi)ilid"de ")solut"$ situ"#o n" (u"l dicil!ente se %oderi"

    deter!in"r " ocorr:nci" de c"so 0ortuito$ !"s d" i!%revisi)ilid"de (ue result" d"i!%ro)")ilid"de.

    Aind" %"r" o ro0. Tern"ndo esso" Dorge$ (u"ndo o 0"to suscetvel de %rovoc"r "

    i!%ossi)ilit"#o %revisvel e o devedor %ode evit*lo @consider"ndo o es0or#o

    do +o!e! !dio$ os "tos necess*rios %"r" "0"st"r " i!%ossi)ilid"de %"ss"! "

    ser deveres. 'e o devedor no os %r"tic"$ +"veri" u!" o!isso de

    co!%ort"!ento devido. 'e " o!isso lcit"$ %or ocorrer u!" justic"#o$ no

    +"veri" ne! dolo e ne! cul%".

    or !$ o Autor dest"c" (ue " "us:nci" de cul%" no co!%e " 0or#" !"ior.

    Aind" (ue se congure de 0"to$ " 0or#" !"ior s %ode ser invoc"d" %elo devedor

    isento de cul%". ;! c"so de cul%" do devedor$ " este se tr"ns0ere! os riscos

    decorrentes d" 0or#" !"ior. Assi!$ u! !es!o 0"to d" n"ture" ser* ou no

    ecludente de res%ons")ilid"de c"so o devedor estej" ou no isento d" cul%".

    @ii 'rgio ="v"lieri Til+o rogr"!" de Hes%ons")ilid"de =ivil

    O c"so 0ortuito e " 0or#" !"ior so "%lic*veis %"r" " res%ons")ilid"de civil

    contr"tu"l e etr"contr"tu"l.

    'egundo o Autor$ " doutrin" no teri" c+eg"do " u!" conclusoSconsenso so)re

    " di0eren#" entre esses dois institutos. or!$ "%ont" "s seguintes

    c"r"cterstic"s e! co!u! @" "!)os esto 0or" dos li!ites d" cul%"K @) so

    "conteci!entos (ue esc"%"! de tod" " dilig:nci" e d" vont"de do devedorK e

    @c so circunstMnci"s irresistveis e etern"s$ isto $ i!%ede! o "gente de ter "

    condut" devid" %"r" cu!%rir " o)rig"#o$ de !"neir" (ue " condut" c"i!%edid".

    A di0eren#" entre os institutos seri" " seguinte

    Cas+ 1+$t'it+ F+$!a mai+$

    i!%revisvel e inevit*vel. inevit*vel e %revisvel.Act of God

    @n"d" %ode 0"er %"r" evit"r$ "ind"

    (ue %revisvel

    onto c"r"cteri"dor i!%revisi)ilid"de onto c"r"cteri"dor irresisti)ilid"de35

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    @es%ecc" e no genric" e ")str"t". @decorre de 0"to su%erior Is 0or#"s do

    "gente$ "ind" (ue %revisvel

    O %rinci%"l ele!ento co!u! o e0eito$ (u"l sej"$ " inevit")ilid"de36$ (ue deve

    ser "%ur"d" no c"so concreto e (ue decorre @" no c"so 0ortuito$ d"

    i!%revisi)ilid"deK e @) n" 0or#" !"ior$ d" irresisti)ilid"de.

    =onclui (ue o c"so 0ortuito e " 0or#" !"ior eclue! o neo c"us"l %or

    constiture! t"!)! c"us" estr"n+" I condut".

    =it"ndo Agostin+o Alvi!$ contr"%e " "us:nci" de cul%" e o c"so 0ortuitoS0or#"

    !"ior d" seguinte !"neir" @" (u"ndo +* "us:nci" de cul%"$ o devedor deve

    %rov"r (ue "giu nor!"l!ente$ de !"neir" %rudente e cuid"dos"K @) (u"ndo +*

    c"so 0ortuitoS0or#" !"ior$ o devedor ter* (ue %rov"r o 0"to %reciso e

    deter!in"do$ (ue inevit*vel e (ue o eoner"r*.

    or !$ n" res%ons")ilid"de o)jetiv"$ 0und"d" no risco d" "tivid"de$ o Autor

    divide o c"so 0ortuito e! interno e eterno

    @" Tortuito interno o 0"to i!%revisvel e inevit*vel$ !"s lig"do "o risco d"

    "tivid"de e (ue$ %ort"nto$ integr" " "tivid"de e!%res"ri"l$ de !"neir" (ue

    no %ossvel eerc:l" se! "ssu!ir o 0ortuito interno.

    Assi!$ o 0ortuito interno no eclui " res%ons")ilid"de civil. O 0ornecedorser* se!%re res%ons*vel %el"s conse(u:nci"s$ "ind" (ue decorrentes de

    0"to i!%revisvel e inevit*vel.

    @) Tortuito eterno ecluiu " res%ons")ilid"de civil %or(ue no te! rel"#o

    de c"us"lid"de co! " "tivid"de do 0ornecedor. estr"n+o "o

    %rodutoSservi#o e ger"l!ente ocorre "%s " su" 0")ric"#o.

    @iii ="rlos Ho)erto >on#"lves Eireito =ivil Br"sileiro Hes%ons")ilid"de

    =ivil

    O Autor inici" o "ssunto o)serv"ndo (ue o "rtigo 393$ %"r*gr"0o /nico do =digo

    =ivil$ (ue %rev: o c"so 0ortuito e " 0or#" !"ior$ no 0" distin#o entre os

    35'o)re " irresisti)ilid"de d" 0or#" !"ior$ i!%ort"nte dest"c"r (ue " irresisti)ilid"de c"d" ve!"is rel"tiv"$ di"nte do %rogresso cientico e d"s !edid"s de segur"n#" %"r" %rever e di!inuir osriscos. Assi!$ %or ee!%lo$ "s inte!%ries d" n"ture"$ co!o te!%est"des e 0ur"ces$ no soirresistveis %"r" o tr"ns%orte "reo$ %ois esse te! instru!entos (ue %ode! %rever e$ "ssi!$ %ossvel evit"r$ desvi"ndose " rot"$ %or ee!%lo.

    36A !edid" (ue se torn"! dis%onveis novos !eios tcnicos %reventivos$ !enor o c"!%o deincid:nci" d" inevit")ilid"de.

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    institutos. =ontudo$ +"veri" distin#o entre eles @" o c"so 0ortuito 0"toS"to

    "l+eio I vont"de d"s %"rtes @"tos +u!"nosK e @) " 0or#" !"ior so os

    "conteci!entos n"tur"is @%or ee!%lo$ terre!oto.

    A %rinci%"l c"r"cterstic" desses institutos " inevit")ilid"de$ )e! co!o "0et"!" rel"#o de c"us"lid"de. ;$ %ort"nto$ so ecludentes de res%ons")ilid"de.

    A%ont" (ue " doutrin" est")eleceu co!o re(uisitos do c"so 0ortuito os

    seguintes37 @" 0"to deve ser necess*rio$ no deter!in"do %el" cul%" do devedor

    @se +* cul%"$ no +* c"so 0ortuito e se +* c"so 0ortuito no +* cul%"K @) 0"to

    deve ser su%erveniente e inevit*velK @c 0"to deve ser irresistvel$ 0or" do "lc"nce

    +u!"no.

    O Autor cit" Agostin+o Alvi! %"r" e%lic"r " !odern" discusso (ue +* entre o

    0ortuito interno @lig"do "o +o!e!$ cois"$ e!%res" e o 0ortuito eterno @(ue seri

    " 0or#" !"ior$ oAct of God$ lig"do " n"ture" e (ue estr"n+o "o "gente e "

    !*(uin".

    'o!ente o 0ortuito eterno ecluiri" " res%ons")ilid"de civil$ %or @" est"r lig"do

    I n"ture"$ %rinci%"l!ente se " res%ons")ilid"de se 0und"r no risco$ e @) ser

    i!%revisvel @%or ee!%lo$ u! r"io (ue "tinge o r"io e o (ue)r".

    O 0ortuito interno no "0"st"ri" " res%ons")ilid"de %or(ue so c"us"s lig"d"s "

    %esso" ou " cois" e %revisveis. ;e!%lo @" de0eitos !ecMnicos do c"rro so

    %revisveis e lig"dos "o o)jeto @!*(uin"$ "ind" (ue o c"rro estej" e! )o"s

    condi#esK @) !"l s/)ito @lig"do I %esso" t"!)! no eclui "

    res%ons")ilid"de %or(ue %revisvel.

    Aind" co! )"se e! Agostin+o Alvi!$ o 0ortuito interno s ecluir* "

    res%ons")ilid"de se " res%ons")ilid"de se 0und"r n" cul%". ,'e " su"

    res%ons")ilid"de 0und"rse no risco$ ento o si!%les c"so 0ortuito no oeoner"r*. 'er* !ister +"j" 0or#" !"ior$ ou$ co!o "lguns die!$ c"so 0ortuito

    eterno38.

    ort"nto$ te!os (ue @" se " situ"#o estiver 0und"d" no risco$ s o 0ortuito

    eterno @" 0or#" !"ior ecluir* " res%ons")ilid"de civilK @) se " situ"#o estiver

    37Fo discorre so)re os re(uisitos d" 0or#" !"ior.

    38Agostin+o Alvi! in >on#"lves$ ="rlos Ho)erto. Eireito =ivil Br"sileiro$ volu!e 4res%ons")ilid"de civil. 7R ed. 'o "ulo '"r"iv"$ 2&12$ %. 476.

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    0und"d" n" cul%"$ o 0ortuito interno @c"so 0ortuito ecluir* " res%ons")ilid"de

    civil.

    'o)re os novos ru!os d" res%ons")ilid"de civil$ ="rlos Ho)erto >on#"lves

    o)serv" o seguinte

    ,Loje$ no ent"nto$ e! r"o dos novos ru!os d" res%ons")ilid"de civil$ (uec"!in+" no sentido d" res%ons")ilid"de o)jetiv"$ )usc"ndo d"r !el+or %rote#o Ivti!" de !odo " no dei*l" irress"rcid"$ v"lendose$%"r" "lc"n#"r essedesider"to$ dentre outr"s$ d" teori" do eerccio de "tivid"de %erigos"$consider"ndose co!o t"l o uso de veculos %"r" cC!odo do %ro%riet*rio$o)serv"!os u!" tend:nci" c"d" ve !"ior no sentido de no se "d!itir "ecluso d" res%ons")ilid"de e! "cidentes "uto!o)ilsticos e! c"sos de 0ortuitointerno @%ro)le!"s ou de0eitos lig"dos I !*(uin" e "o +o!e!.'o!ente o 0ortuito eterno$ isto $ " c"us" lig"d" I n"ture"$ estr"n+" I %esso"do "gente e I !*(uin"$ ecluiu " res%ons")ilid"de$ %or ser i!%revisvel. F"s

    +i%teses de de0eitos !ecMnicos$ "%lic"se " teori" do eerccio d" "tivid"de%erigos"$ (ue no "ceit" o 0ortuito co!o ecludente d" res%ons")ilid"de. Uue!"ssu!e o risco do uso d" !*(uin"$ des0rut"ndo os cC!odos$ deve su%ort"rt"!)! os incC!odos.39

    3e'a 45 6 ireito os Contratos e 0eus Princ)ios &unda'entais

    3exto 2ase: H75.>, 7rlando# 2 *4ontratos0 - 'arte N - eoria Heral dos 4ontratos, 3orense,?C .d#, ?@@B#

    Mesumo de Sui Hustavo Sope 5ide

    C+P73/86 1 %N396/;6

    1. Conceito de Contrato:.m umaposio manualstica, o conceito de contrato seria *o deuma categoria geral e abstrata reduida 6 unidade no sistema conceitual, segundo as regras dalgica &ormal0G@# .staramos, ent!o, diante de uma pirmide em cujo o v$rtice encontra2se umconceito generalssimo, do qual se originam outros conceitos, tipos e subtipos# +esse sentido,o conceito de contrato sobe ao de negcio jurdico, que, por sua ve, sobe ao de ato jurdico eque, por &im, ascende ao de &ato jurdico#

    +essa perspectiva, ent!o, o contrato $ uma esp$cie de negcio jurdico que se di&erencia porexigir a presena de ao menos duas pessoas, ou seja, por ser necessariamente bilateral ou

    plurilateral# >endo contrato um conceito derivado de negcio jurdico, tira2se que aquelecont$m todas as caractersticas deste#

    39>on#"lves$ ="rlos Ho)erto. Eireito =ivil Br"sileiro$ volu!e 4 res%ons")ilid"de civil. 7R ed. 'o"ulo '"r"iv"$ 2&12$ %. 476477.

    40 GOMES. Orlando, Contratos, p. 4.

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    7s contratos devem ser estudados como *instrumentos jurdicos para a constitui!o,transmiss!o e extin!o de direitos na rea econ(mica0G, mas tal limita!o, segundo Homes,n!o deve excluir o &ato de que o contrato $ tamb$m alimentado por outras &ontes, devendo serapreciado n!o s em ra!o de sua base $tico2jurdica, mas tamb$m levando em considera!o

    seu &im, conte"do lgico, $tico, sociolgico, poltico2social, etc#

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    de consentimento deixaram de ser t!o incidentes# 4omo exemplos de normas protetivas, citaHomes os artigos G?I e G?G do 44@?GC#

    ?. 6 Contrato no ireito das 6#riga-es:A ideia de contrato pode ser aplicada a todas asrami&ica%es de direito# )sa2se o termo contrato, em sentido amplo, para signi&icar todo

    negcio jurdico oriundo do concurso de vontades e, em sentido restrito, ao tratar de umacordo de vontades que produ e&eitos obrigacionais na es&era patrimonial# 'ara negcios

    jurdicos plurilaterais usa2se costumeiramente o termo *conven!o0# eria parte, ent!o, um *centro de interesse0# = necessrio 6 &orma!o docontrato o consenso de declara%es vlidas e e&icaes das partes que constituam um acordo devontades# Assim, em havendo dissenso, se esse &or oculto o contrato $ anulvel, pois haparncia de negcio e&ica, embora suponha2se que houve acordo# >endo o dissensomani&esto, n!o h acordo, ra!o pela qual n!o se &orma contrato# Nmporta dier, ainda, que ocontrato tem como trao a plurititularidade, ou seja, a coparticipa!o de sujeitos cominteresses contrapostos#

    @. Conce)-es de Contrato:+a concep!o subjetiva, contrato $ &onte de rela%es jurdicas,

    sendo seu conte"do o direito e as obriga%es das partes# +a concep!o objetiva, o contratoseria uma &onte de norma jurdica, eis que suas disposi%es seriam preceitos, constituindo umregulamento vinculante 6s partes# +a concep!o tradicional, o contrato seria *todo acordo devontades destinado a constituir uma rela!o jurdica de naturea patrimonial e e&icciaobrigacional0GL#+esta concep!o, o contrato $ &onte direitos subjetivos, nunca objetivos, aocontrrio da lei#

    5. 6 Contrato Co'o Nor'a: Ao celebrar o contrato as partes estariam criando normasindividuais, n!o existentes antes da celebra!o# As regras contratuais, para a concep!o

    45*7 contrato de ades!o caracteria2se por permitir que seu conte"do seja pr$2construdo por umadas partes, eliminada a livre discuss!o 8###9 uma das partes tem de aceitar, em bloco, as clusulasestabelecidas pela outra, aderindo a uma situa!o contratual que encontra de&inida em todos os seustermos0 - C+P73/86 A C6N39+36 E +E0;6 B 6DE0#

    46CC4

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    erceptiva, seriam equivalentes a normas jurdicas, uma ve que dever jurdico n!o poderiaexistir sem um comando concreto ao qual o ordenamento jurdico atribua e&eito vinculante#'ara tal concep!o, ent!o, o contrato seria &onte de direito objetivo#GD

    . 6 Contrato e' No!o Contexto: Eouve uma reconstru!o do sistema contratual

    libertando o contrato da vincula!o necessria da autonomia privada, passando a entenderque, al$m da vontade das partes, outras &ontes integram seu conte"do# .m suma, o contratodeixou de ser apenas uma express!o da autonomia privada e passou a ser uma estruturacomplexa, composta por disposi%es voluntrias e compulsrias#

    A. + eclara"o de Vontade dos Contratantes:As atividades convergentes das partesdenominam2se proposta 8ou o&erta9, para quem tem iniciativa do contrato 8proponente ou

    policitante9 e aceita!o, para quem aceita 8oblato ou aceitante9# E uma sucessividade entreproposta e aceita!o, devendo, para que haja consenso, que ambas coincidam no conte"do#Nmporta &risar que, individualmente, nenhuma pode ser considerada negcio jurdico#

    F. +to Daterial e ocu'enta"o do Contrato:7 contrato, em nvel material, apresenta2secomo conjunto de disposi%es# 7 instrumento de qualquer contrato comp%e2se de prembulo,onde se quali&icam as partes, declaram2se seu objeto e se enunciam as ra%es ou objetivos dacontrata!o, e contexto, que se comp%e da s$rie ordenada de disposi%es 8clusulas9# 'othierenumera trs esp$cies de clusulas, as essenciais, sem as quais o contrato n!o pode existir, asnaturais, que se re&erem a obriga%es previstas em lei e as acidentais que s!o determina%esacessrias# 4lusulas previstas na lei e n!o ressalvadas presumem2se inseridas no contrato#4lusulas oriundas de preceitos imperativos da lei inserem2se tamb$m no contrato,

    substituindo as que lhe contrariem# 3aem parte do contrato tamb$m as prticas comumenteobservadas pelos contratantes, os *usos contratuais0#

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    como sendo a ra!o determinante de sua prote!o jurdica# Assim, s h interesse p"blico natutela de um contrato que seja socialmente "til, ou seja, exera uma &un!o social#

    C+P73/86 < P9%NC7P%60 &/N+DEN3+%0 6 9E%DE C6N39+3/+8

    1!o trs tradicionais, a9 autonomia da vontade, b9 consensualismo, c9&ora obrigatria e trs novos, d9 boa2&$, e9 equilbrio contratual, &9 &un!o social#

    1>. Princ)io da +utono'ia da Vontade:.xprime2se pela *liberdade de contratar0# +estestermos, toda pessoa capa pode suscitar o nascimento de um direito ou obriga!o# A liberdadede contratar se mani&esta pela a9 liberdade de contratar propriamente dita, b9 a liberdade deestipular o contrato e c9 a liberdade de determinar seu conte"do# .5 mat$ria contratual, aliberdade de contratar atua quanto 6s leis de carter supletivo ou subsidirio, podendo as

    partes at$ regularem seus interesses de &orma diversa ao previsto no texto legal# al liberdade,contudo, encontra limite nos dispositivos imperativos e proibitivos# As regras supletivas s!o

    aplicadas obrigatoriamente ao contrato se as partes n!o regulam expressamente certos e&eitos,por presun!o de que traduem a vontade das partes#

    1?. 8i'ita-es H 8i#erdade de Contratar: A ordem p"blica e os bons costumes semprelimitaram a liberdade de contratar# A di&iculdade em conceituar essas duas de&ini%es permiteuma amplia!o ou restri!o da liberdade de contratar, levando2se em considera!o o

    pensamento dominante de cada momento e local# A despeito de tal &ato, entende2se por lei deordem p"blica aquela que se pauta os interesses do .stado e da coletividade, &ixando as bases

    jurdicas &undamentais da ordem econ(mica ou moral da sociedade# A doutrina enumeraexempli&icativamente: 9 as leis que consagram ou salvaguardam o princpio da liberdade eda igualdade dos cidad!os, e, particularmente, as que estabelecem o princpio da liberdade detrabalho, de com$rcio e de ind"stria; ?9 as leis relativas a certos princpios deresponsabilidade civil ou a certas responsabilidades determinadas; I9 as leis que asseguramao operrio prote!o especial; G9 as leis sobre o estado e capacidade das pessoas; J9 as leissobre o estado civil; C9 certos princpios bsicos do direito hereditrio como os relativos 6legtima e o que probe os pactos sobre sucess!o &utura; B9 as leis relativas 6 composi!o dodomnio p"blico; L9 os princpios &undamentais do direito de propriedade; D9 as leismonetrias; e @9 a proibi!o do anatocismo#

    amb$m em ra!o da di&iculdade de se de&inir a no!o de bons costumes, a doutrina elaborouuma enumera!o de exemplo: 9 os relativos 6 explora!o de casas de tolerncia; ?9 osconcernentes 6s rela%es entre concubinrios; I9 os que tm por objeto a corretagemmatrimonial; G9 os que diem respeito ao jogo; J9 os que objetivam a venda ou o com$rcio dein&luncia; C9 os que consagram, sob qualquer &orma, a usura no m"tuo# 7s contratos quecontrariem a ordem p"blica e os bons costumes s!o nulos# ais limita%es 6 autonomia

    privada, como veio a ser reconhecido, n!o eram o bastante para coibir abusos, instituindo2se,tamb$m, como limite 6 liberdade de contratar, a &un!o social do contrato, como se observano artigo G? do 44@?J#

    51CC

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    1@. erroga-es e Dutila-es:7 princpio da igualdade conduiu 6 lgica de indi&erena daordem jurdica em rela!o 6s partes dos contratos# odo contratante teria a liberdade decontratar ou n!o, ra!o pela qual estaria livre para contratar, sem qualquer constrangimento#7 abuso dessa liberdade, mormente em tipos contratuais espec&icos, resultou em uma

    modi&ica!o radical de pensamento, inspirando medidas legislativas de limita!o, porpreceitos legais imperativos# .xemplo clssico $ a do contrato de ades!o, com imposi!o dasclusulas por uma das partes# 'assou a se &alar da *decadncia do contrato0 comoinstrumento por excelncia da vida econ(mica# >urgem situa%es de obriga!o de contratar,impostas pela lei, como em casos de monoplios legais, e impostas da vontade particular,como as contradas de contrato preliminar e as provenientes de legado de contrato 8disposi!otestamentria9#

    amb$m so&re restri!o a liberdade de determina!o do conte"do do contrato, com a inclus!ode clusulas necessrias 8exigidas por lei9 e, tamb$m, com as condi%es gerais dos contratos

    8instrumentos de massa para simples ades!o9# E ainda a limita!o imposta por contratonormativo, que traa regras para contratos entre indivduos 8exemplo $ o contrato coletivo detrabalho9# amb$m, n!o h liberdade em contratos associativos e demais contratos jconcludos, de cuja celebra!o o indivduo n!o tomou parte#

    15. 8i'ita"o H 8i#erdade de Dodificar o EsIue'a 8egal do Contrato:ratam2se delimita%es oriundas de tipos contratuais como o contrato de ades!o, o contrato coativo,aqueles que a lei obriga 8ex# seguro obrigatrio e loca!o prorrogada por decis!o judicial9 e ocontrato necessrio, aqueles em que a necessidade $ permanente 8ex# servios p"blicos9, casoem que $ t!o incisiva a interven!o do .stado que normalmente h tutela administrativa por

    autoridade p"blica regulamentadora# E ainda limita%es em contratos envolvendo direito de&amlia, direitos reais e societrio#

    1. Processos 3*cnicos )ara Coi#ir +#usos: A autonomia da vontade representa, no planojurdico, a concep!o liberal do .stado# 7 direito privado usa2se para coibir os abusosoriundos da autonomia da vontade a9 a convers!o de leis supletivas em imperativas 8dandoorigem a *regulamenta!o legal do conte"do dos contratos09, b9 o controle de atividades decertas empresas, mormente as de interesse vital 6 economia e 6 sociedade c9 a discuss!ocorporativa, onde partes &racas da rela!o contratual re"nem2se para discutir em p$ deigualdade com o outro contratante 8contrato coletivo de trabalho9# ais t$cnicas decorrem doreconhecimento da desigualdade real entre partes, &avorecendo o abuso pelo mais &orte#Assim, busca2se compensar a in&erioridade econ(mica ou circunstancial de uma das partescom superioridade jurdica#

    1A. 6 Princ)io do Consensualis'o:7 consentimento sendo bastante para a &orma!o docontrato $ uma ideia recente# Metomando civilia%es antigas, como a Momana, rituais eramdecisivos na &orma!o dos *contratos0# Eoje, di&erentemente, o acordo de vontades $su&iciente 6 per&ei!o do contrato# 4ontudo, existem ainda contratos que dependem desolenidades estabelecidas na lei 8contratos solenes9 e que s se per&aem aps cumprida

    determinada exigncia 8contratos reais9#

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    1F. Princ)io da &ora 6#rigatria:Ndeia de que o contrato $ lei entre as partes, devendoser executado como se as clusulas &ossem preceitos legais imperativos# usti&ica2se no

    princpio da autonomia da vontade e no corolrio moral de se honrar a palavra empenhada#+as palavras de Homes: *7 contrato importa restri!o voluntria da liberdade; cria vnculo

    do qual nenhuma das partes pode desligar2se sob o &undamento de que a execu!o a arruinarou de que n!o teria estabelecido se houvesse previsto a altera!o radical das circunstncias0J?#= garantia de segurana# Atualmente tal princpio $ aplicado, mas de &orma levementeatenuada, n!o sendo admitido em seu sentido absoluto# Assim, em carter excepcional, $

    possvel a interven!o judicial no conte"do de certos contratos# Assim, tal princpio temexce%es impostas pela equidade, inicialmente com &undamento na clusula rebus sic

    stantibus e, posteriormente, na teoria da imprevis!o# Assim, necessrias 6 interven!ojudiciria s!o a altera!o do estado de &ato no momento da &orma!o do vnculo e aimpossibilidade de prever tal mudana 8imprevis!o9#

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    A primeira previs!o da boa2&$ no direito brasileiro &oi no artigo I, inciso N, do 4digo4omercial de LJ@JG# A boa2&$ objetiva, por sua ve, encontra primeira men!o em nossodireito com o artigo GK, inciso NNNJJ e artigo J, inciso N/JC, do 4digo de endo princpio amplo, di&undiu2se uma classi&ica!o de trs &un%es do princpio da boa2&$,a9 interpretativa, prevista no artigo I do 44@?, e que se desenrola em duas &ases, primeirotendo por objetivo se determinar o sentido comum atribudo pelas partes 6 declara!ocontratual, e segundo cuja &inalidade $ eliminar &alhasUlacunas da declara!o negocial,atribuindo2se sentido raovel 6 &alha da declara!o, b9 supletiva, prevista no artigo G?? JBdo44@?, criando deveres anexos 8laterais, secundrios ou instrumentais9, n!o expressos, paraassegurar o per&eito cumprimento da presta!o e satis&a!o do contrato, 8s!o exemplos odever de in&orma!o, sigilo, custdia, colabora!o e prote!o 6 pessoa e patrim(nio docomparte9# al &un!o deve ser observada n!o so durante a execu!o do contrato, como

    tamb$m nas &ases pr$ e ps2contratual# Ainda, c9 corretiva, visvel no artigo LBJL

    do 44@?,que atua sobretudo no controle de clusulas abusivas e como parmetro para exerccio das

    posi%es jurdicas 8destacam2se, ainda, o adimplemento substancial e &iguras ligadas ao abusode direito, como a proibi!o do comportamento contraditrio9#

    Aplica2se o princpio da boa2&$ a todas as rela%es contratuais# E, contudo, algumaspeculiaridades em sua aplica!o, como, por exemplo, em contratos interempresariais, ondeprevalecem as &un%es interpretativa 8destacando uma maior diligncia nos termos peloempresrio9 e supletiva#

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    de trabalho, alguns casos de loca!o e &ideicomisso *inter vivos0# 7 princpio se aplicatamb$m ao objeto, de tal sorte que o contrato tem e&eito apenas a respeito das coisas quecaracteriam a presta!o# Ainda, importa indicar pessoas em cuja es&era jurdica podemincidir os e&eitos &inais do contrato, quais sejam, a9 terceiros estranhos ao contrato, mas

    interessados, cuja posi!o jurdica $ subordinada 6 da parte 8subcontratante e mandatrio9, b9interessados, mas com posi!o independente ou incompatvel com o contrato, c9 osnormalmente indi&erentes ao contrato, mas que s!o legitimados a agir quando so&ram prejuo

    particular em ra!o do contrato 8credores9#

    . Princ)io do EIuil#rio EconG'ico: 7u sinalagma, $ &undamentado na les!o,disciplinada como de&eito no negcio jurdico 8art# JB 44@? JD9 e, ainda, na revis!o ouresolu!o do contrato por onerosidade excessiva superveniente, sustentada pela teoria daimprevis!o# = &orma de limite do princpio da &ora obrigatria do contrato#

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    !o os casos em que haja presun!olegal ou que pactua!o anterior entre as partes tenha atribudo ao silncio signi&icado deaceita!o#

    >>. eclara"o ireta e %ndireta:>!o duas as &ormas de distin!o apontadas# +a primeira,se a declara!o $ emitida para determinado &im $ direta, caso contrrio indireta# +a segunda,

    declara!o indireta $ aquela que se dedu da conduta do declarante, enquanto a diretaexterioria expressamente seu &im#

    >?. Consenti'ento Ex)resso ou 3cito:A declara!o de vontade pode ser tcita quando n!o&or exigida declara!o expressa pela lei# Ruanto 6 de&ini!o, existe o crit$rio subjetivo,segundo o qual havendo inten!o de emitir a declara!o, ela $ expressa, caso contrrio, $tcita# .xiste, tamb$m, o crit$rio objetivo, segundo o qual a declara!o expressa $ aquela emque a vontade &ica inequivocamente exterioriada, por meio de palavras gestos ou sinais,enquanto a tcita resulta de circunstncia indicativa da vontade#

    >@. &or'a:+os contratos a regra $ a &orma livre# E, contudo, contratos &ormais ou solenes,exce%es, que n!o valem se n!o observarem suas prescri%es#

    IC# Causa e 6#$eto:4orrente 7bjetivista conceitua causa de trs modos diversos, a9 causa $a &un!o econ(mico2social do contrato 8consagrado no 44 Ntaliano9, b9 $ o resultado jurdicoobjetivo que os contratantes visam a obter quando o estipulam, c9 a ra!o determinante daa!o que move as partes a celebrar determinado contrato# 'ela conceitua!o subjetiva, acausa seria o motivo tpico do contrato 8prxima da terceira concep!o objetiva9# Homessalienta a di&iculdade em se conceituar *causa0# Aponta as no%es de &alsa causa, quando

    63 Idem, p. 60.

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    algu$m se utilia do contrato para alcanar &im que n!o pode ser por ele conseguido e causailcita, quando algu$m se utilia do contrato para &ins ilcitos# +esses casos o contrato $ nulo#

    +!o se deve con&undir causa com objeto do contrato# 7 objeto do contrato n!o $ a presta!o,esta $ objeto da obriga!o# 7 objeto da presta!o, por sua ve, pode ser a entrega de coisa,

    exerccio de atividade ou transmiss!o de direito# 7 objeto do contrato *$ o conjunto dos atosque as partes se comprometeram a praticar, singularmente considerados, n!o no seuentrosamento &inalstico, ou, por outras palavras, as presta%es das partes, n!o o intercmbioentre elas, pois este $ a causa0CG# 7 objeto deve ser possvel lcito e determinvel, como emqualquer negcio jurdico# A causa do contrato, como salientado, tem como principaisde&ini%es a de &un!o econ(mico2social do contrato, e a de &im do contrato 8concreto9, quein&lui na validade e e&iccia dos contratos#

    C+P73/86 ? &69D+;6 60 C6N39+360

    >. eneralidades:7 contrato consensual torna2se per&eito quando nasce o vnculo entre aspartes, sendo necessria duas ou mais declara%es coincidentes emitidas por duas ou maispartes, podendo ser tcita quando a lei n!o pedir expressa# 7 proponente emite a proposta8o&erta9 e o aceitante emite a aceita!o, que con&iguram atos pr$2negociais# +os contratosreais o momento da conclus!o $ o da entrega da coisa, nos solenes no da declara!o devontade no instrumento exigido e nos plurilaterais quando da aceita!o de todas as partes cujamani&esta!o seja essencial#

    >A. &or'a"o de u' Contrato: >ucedem os contratos atos preparatrios, n!o tendo e&icciavinculante# >!o casos a9 op!o, por meio da qual uma das partes se reserva a aceitar a

    proposta, completa e inaltervel, &ormando2se, ent!o, o contrato b9 contrato preliminarCJ, quetem como causa a prepara!o de um contrato de&initivo, sendo necessria a conclus!otamb$m deste contrato# +o caso de ser uma promessa unilateral, o contrato $ vinculanteapenas ao promitente, tendo a outra parte liberdade para celebrar ou n!o o contrato de&initivoc9 acordo provisrio e preparatrio, $ onde se estipulam condi%es que integrar!o o conte"dodo contrato &uturo, se esse vier a ser concludo, n!o obrigando nenhuma das partes a celebraro contrato &uturo, ou seja, o vnculo obrigacional $ eventual#

    E ainda as negocia%es preliminares, que s!o entendimentos e apontamentos pr$vios para se

    chegar a condi%es que viabiliem o contrato, e n!o tem &ora vinculante, mesmo ante areda!o de minuta, que se entende como um esquema hipot$tico# Nmporta &risar que se umdos interessados cria ao outro expectativa de contratar, passa a ser responsvel peloressarcimento de eventuais danos 8responsabilidade pr$2contratual9# A obriga!o de indeniar

    64 Idem, p. 65.

    65amb$m chamado de promessa 8compromisso9 de contrato, n!o se con&unde com o contratode&initivo# 'ara parte da doutrina seu conte"do consiste em uma obriga!o de contratar, sendo seu &imobrigar as partes a celebrar outro contrato# 'ara outra parte, seria o acordo de vontades que subordina

    a conclus!o do contrato de&initivo 6 condi!o meramente potestativa# 'ode ser unilateral ou bilateral#- C+P73/86 14 C6N39+36 P9E8%D%N+9 B 6DE0

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    decorre da mxima de que os interessados devem se comportar de boa2&$ e lealdaderecproca#

    >F. Pro)osta:$ a declara!o de vontade dirigida 6 pessoa com quem se pretende celebrar umcontrato, devendo ser precisa e completa, de tal sorte que a aceita!o baste 6 conclus!o do

    contrato, podendo, contudo, ser indeterminada em alguns pontos para o arbtrio do oblato 8ex#determinar quantidade de mercadoria9# +!o precisa ser dirigida a pessoa determinada,

    bastando ser determinvel 8ex# o&erta p"blica9#

    ?4. Pro)osta 6#rigatria:= obrigatria quando a9 se o contrrio n!o resultar de seustermos, b9 se a naturea do negcio reclama obrigatoriedade, c9 se as circunstncias do caso

    presumem2na# 'ode ser, ainda, irrevogvel 8clusula de irrevogabilidade9, criando umaobriga!o ao proponente# amb$m, proposta &eita com prao $ obrigatria#

    ?1. Pro)osta a +usente:7 momento da e&iccia do contrato $ o da sua recep!o pelo

    aceitante ausente# A proposta n!o obriga o proponente quando o oblato retarda o ato daaceita!o, quando expira o prao 8proposta com prao9, ou se chega ao conhecimento dooblato, antes de expedida a resposta, retrata!o do proponente#

    ?. + +ceita"o, +tos de Execu"o e de +)ro)ria"o: 'or meio da aceita!o o oblato

    integra sua vontade 6 do proponente# 'ara ser vlida, deve ser ao menos presumvel oconhecimento da aceita!o pelo proponente# A aceita!o da proposta n!o se realia apenas

    por declara!o de vontade, podendo ser exprimida por meio de a9 atos de execu!o,cumprindo2se de imediato a obriga!o, b9 atos de utilia!o, atrav$s da utilia!o demercadoria remetida sem pedido, c9 atos de apropria!o, passando o destinatrio de objeto ase comportar como sendo seu proprietrio# +esses casos a aceita!o da proposta para aconclus!o do contrato n!o se d por declara!o de vontade# 7 vnculo contratual pode seoriginar de comportamento social tpico, como nos casos de transporte coletivo# 'ara algunsdoutrinadores, contudo, esse comportamento n!o con&igura aceita!o do contrato, sendo esses

    vnculos rela%es contratuais de &ato#??. issenso:4aso em que as duas mani&esta%es de vontade divergem ou n!o se ajustam

    per&eitamente# >endo o desacordo em rela!o a condi%es essenciais do contrato, trata2se dedissenso mani&esto, n!o se &ormando o contrato# Ruando os interessados pensam queconcordaram em determinado ponto, que realmente discordavam, temos o dissenso oculto,que determina a invalidade do contrato pelo consentimento viciado por erro#

    ?@. Contra)ro)osta: Ruando o oblato introdu altera%es na proposta, impedindo suaades!o, n!o se &orma o contrato, passando o oblato a ser proponente, e vice2versa#4ontraproposta di&ere de solicita!o de o&erta mais vantajosa#

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    ?5. +ceita"o 3ardia:+!o tem &ora vinculante, podendo, contudo, o proponente, considera2la# Algumas legisla%es n!o a admitem, entendendo ser caso de caducidade, tornandonecessria nova proposta# 4aso a aceita!o seja tempestiva, mas sua recep!o seja tardia porcircunstncia imprevista, n!o haver &ora vinculante, mas o proponente &ica obrigado a

    comunicar o ocorrido ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos#?. 9etrata"o:> $ vlida se chegar ao conhecimento do oblato antes de expedida aaceita!o, podendo ser o proponente responsabiliado por prejuos# +!o cabe retrata!odentro do prao em proposta por prao certo# A aceita!o tamb$m pode ser retratada, sendovlida apenas se chegar antes ou junto com ela#

    ?A. 6#riga"o de +ceitar:.xiste em duas hipteses, a9 pela existncia de um contrato quecrie a obriga!o de se celebrar contrato de&initivo, b9 nos contratos obrigatrios, em que as

    partes n!o podem recusarem2se a contratar, por imposi!o legal#

    ?F. Contratos Dediante Corres)ondncia Entre +usentes e Cele#rados )or DeioEletrGnico: A distin!o entre ausente e presente $ a possibilidade de resposta imediata,considerando2se presente quem contrata por tele&one, por exemplo# 4ontratos porcorrespondncia s!o necessariamente entre ausentes# 7s contratos celebrados por meioeletr(nico podem ser tanto entre presentes 8chats9 quanto entre ausentes 8e2mail9#

    @4. 0iste'as:'elo sistema da in&orma!o 8cogni!o9 o contrato por correspondncia entreausentes se &orma no momento em que o proponente toma conhecimento da aceita!o# 'elosistema da declara!o, o momento da &orma!o do contrato encontra trs teorias, a9declara!o propriamente dita, no momento da aceita!o, b9 expedi!o, com o envio daaceita!o, c9 recep!o, quando o proponente recebe a resposta do aceitante, n!o sendonecessrio saber seu conte"do, bastando poder sabe2lo#

    @1. 8ugar da &or'a"o do Contrato: .ntre presentes se &orma no local onde se encontrame entre ausentes no lugar da proposta#

    C+P73/86 @ C8+00%&%C+;6 60 C6N39+360

    @

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    @?. %')ortncia Prtica da istin"o:A lei dispensa trato diverso a determinados &atoresde cada um desses contratos# +os contratos bilaterais existe a exce!o de contrato n!ocumprido e condi!o resolutiva, em ra!o da bilateralidade de obriga%es# Ambas &iguras n!oexistem nos unilaterais# +os casos de inadimplemento por &ora maior, o risco, nos contratos

    unilaterais, $ suportado pelo credor, enquanto nos bilaterais a coisa perece para o devedor#@@. Contratos 6nerosos e ratuitos:7neroso $ o contrato em que as partes visam obteruma vantagem, que, via de regra, corresponde a um sacri&cio# Hratuitos s!o os que apenasuma das partes obt$m proveito 8ex# mutuo e comodato9# .xistem ainda os contratos mistos,que, dependendo do caso, podem ser onerosos ou gratuitos 8ex# depsito e mandato9# odocontrato bilateral $ oneroso, j os contratos gratuitos podem ser unilaterais ou bilaterais 8ex#m"tuo &eneratcio9#

    @5. Contratos Co'utati!os e +leatrios: >ubdivis!o dos contratos onerosos# +oscomutativos existe uma equivalncia subjetiva entre as presta%es 8vantagem e sacri&cio9,enquanto nos aleatrios h risco de que uma das presta%es perea, podendo ser a9 sobrecoisas &uturas que podem vir a n!o existir, b9 coisas &uturas que podem existir em qualquerquantidade, c9 coisas existentes expostas a riscos d9 &atos que podem n!o suceder#

    @. Contratos Consensuais e 9eais:7s consensuais tornam2se per&eitos e acabados com ademonstra!o de vontade# 7s reais, por sua ve, dependem da entrega da coisa objeto darestitui!o 8ex# comodato, mutuo e depsito9#

    @A. Contratos 0olenes e N"o 0olenes: >!o solenes, ou &ormais, os contratos que &icamper&eitos com o consentimento expresso pela &orma prescrita em lei# A &orma $ da substnciado contrato# +!o obedecida a &orma o contrato $ nulo# 7s n!o solenes n!o tem &orma restritade express!o de vontade#

    @F. Contratos Princi)ais e +cessrios:7s principais tem existncia aut(noma, enquanto osacessrios dependem de um contrato principal# Aplica2se o princpio de que o acessrio seguea sorte do principal#

    54. Contratos %nstantneos e Contratos de ura"o:7s instantneos, ou de execu!o"nica, s!o aqueles em que as presta%es podem ser realiadas em um s instante# 7s dedura!o s!o aqueles em que a presta!o deve ser cumprida durante um perodo de tempo,

    resultando sua dura!o da vontade das partes, podendo ser por tempo determinado ouindeterminadoCC# 'odem ser de execu!o peridica, mediante presta%es periodicamenterepetidas 8trato sucessivo9 ou de execu!o continuada, em que a presta!o $ "nica, masininterrupta#

    664ontrato por tempo indeterminado $ aquele em que as partes n!o estipulam, direta ouindiretamente, sua dura!o, podendo, tamb$m, advir dos usos ou disposi!o legal 8loca!o9# o portempo determinado, sua dura!o se subordina a acontecimento &uturo, certo ou incerto, podendo ter

    data &ixada, ou ser condicionado a certo evento, por exemplo# - C+P73/86 F C6N39+360P69 3EDP6 E3E9D%N+6 E %NE3E9D%N+6 6DE0.

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    51. Contratos de Execu"o %'ediata e de Execu"o iferida: >ubtipos dos contratosinstantneos# +o primeiro caso a execu!o $ imediatamente aps a conclus!o do contrato,enquanto no segundo $ em momento posterior#

    5. Contratos Pessoais e Contratos %')essoais e Contratos 9elacionais: 7s pessoais8intuitu personae9 s!o aqueles em que $ elemento determinante para a conclus!o do contrato a

    pessoa com quem se contrata, como os de obriga!o de &aer onde o objeto $ um servioin&ungvel# 4om a morte do devedor extingue2se o contrato# Ruando $ indi&erente a pessoacom quem se contrata di2se serem impessoais# Melacionais s!o aqueles de longa dura!o queexigem &orte colabora!o entre as partes 8ex# de sociedade e &ranquia9#

    5?. Contratos Ci!is e Dercantis, Contratos E')resariais e Existenciais: A di&erencia!oentre contratos civis e mercantis perdeu interesse com a uni&ica!o do

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    5. Classifica"o )ela &un"o EconG'ica: 7s contratos podem ser a9 de troca 8circula!ode riqueas9, b9 associativos 8plurilaterais; ex# sociedade, parceria, para alguns n!o seriacontrato9, c9 de preven!o de riscos 8ex# seguro9, d9 de cr$dito 8ex# m"tuo, depsito,&inanciamento9, e9 de atividade 8ex# presta!o de servios, emprego9# As categorias

    econ(micas n!o coincidem, necessariamente, com as jurdicas#KCa)tulos 5 a 14 $ dissertados no decorrer do resu'oL

    C+P73/86 11 C6N39+360 E9%V+60

    14

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    11A. Contratos %lcitos: .xistem normas e preceitos que devem ser respeitados por quempretende contratar# Ruando n!o s!o respeitados, n!o h validade e e&iccia no negciojurdico em quest!o#

    11F. Classifica"o dos Contratos %lcitos: 1

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    1>?. istin-es Preli'inares:A extin!o das obriga%es pode determinar ou n!o a extin!odo contrato# 3ala2se em suspens!o do contrato, parcial ou total, quando os e&eitos do contratos!o suspensos por um determinado tempo# 4ostuma ocorrer por &ora maior, exceptio nonadiplementi contractus ou mutuo consenso#

    1>@. 9esolu"o:. Pacto Co'issrio Ex)resso9 ou por presun!o legal da 1>5.Clusula 9esoluti!a 3cita#

    IL# .&eitos da Mesolu!o 'or Nnexecu!o /oluntria: .xtingue o contrato com e&eitos extuncnos de execu!o "nica e ex nunce nos de dura!o# >e a inexecu!o &or culposa resultaainda no dever de indeniar por perdas e danos#

    1>F e 1?4. Efeitos da 9esolu"o Por %nexecu"o %n!oluntria: Ruando se d pelaimpossibilidade superveniente 8caso &ortuito ou &ora maior9 extingue2se o contrato e n!o hdever de indeniar perdas e danos# +!o deve ser con&undida com di&iculdade decumprimento# +os contratos unilaterais suporta o risco o credor# +os bilaterais, a exonera!ode uma das partes acarreta a exonera!o da outra# >e a outra parte j cumpriu a presta!o hobriga!o de restituir, para n!o ser caso de enriquecimento seu causa#

    1?1. 9esolu"o e 9e!is"o )or 6nerosidade Excessi!a:'ela teoria da imprevis!o, $ possvela resolu!o dos contratos comutativos de execu!o di&eridaUcontinuadaUperidica em ra!o ealtera%es radicais e imprevisveisUextraordinrias das condi%es econ(micas#

    1?

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    prprio para dissolu!o, caso contrrio seria impossvel se desobrigar sem a concordncia daoutra parte#

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    contrato de promessa de venda9# +ecessrio que o contrato nulo cumpra os requisitos dooutro e que as partes quisessem o outro contrato se soubessem da nulidade#

    1@A. %neficcia e' 0entido 9estrito: A ine&iccia pode ser transitria ou permanente,absoluta ou relativa 8ine&ica em rela!o a certos terceiros9, total ou parcial e originria ou

    superveniente#

    2oaBf* o#$eti!a. Caracteri(a"o e fun-es.

    A express!o #oaBf* su#$eti!adenota Westado de conscinciaW, ou convencimento

    individual de obrar a parte em con&ormidade ao direito# !o tradicionalmente imputadas 6 boa2&$ objetiva trs distintas &un%es, quais sejam,

    a de cnone hermenutico2integrativo do contrato, a de cria!o de deveres jurdicos e a de

    norma de limita!o ao exerccio de direitos subjetivos#

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    A boa2&$ objetiva, em sua &un!o Oer'enuticaBintegrati!a, diverge da

    interpreta!o integradora, esta ainda $ bastante apegada ao dogma da autonomia da vontade,

    prea por analisar o contrato e por meio das declara%es emitidas, entendendo2o como um

    todo que d signi&icado a si mesmo, modo que $ possvel, se valendo da prpria lgica do

    contrato tentar recuperar o seu sentido, a vontade das partes ao cria2lo, e assim ele pode ser

    *interpretado corretamente0 e por meio desta lgica se supre omiss%es contratuais#

    A boa &$ como cnone hermenutico interpretativo age de modo diverso, ela vem

    como uma via para adequada realia!o, pelo jui, do plano de valora!o do legislador, ou

    seja, o jui ao analisar o contrato deve olha2lo como um conjunto de direitos e deveres

    instrumentalmente postos nele para consecu!o de determinada &inalidade, por$m, n!o se

    encerra a normatia!o instrumental que incide sobre a rela!o obrigacional nas normas

    contratuais apenas, antes tamb$m a re&erida rela!o $ regida pelas normas do sistema

    jurdico 8elementos de regula!o9, tamb$m da conte"do a rela!o obrigacional, as

    circunstncias do contrato, a execu!o deste e seu desenvolvimento, especialmente nos casos

    de contrato que se protrai no tempo, todos estes elemento que incidem sobre a obriga!o

    contratada s!o chamados conjunto signi&icativo#

    Mememoro que a rela!o contratual $ uma regula!o, posta em vigor pelo contrato,

    valida e subsistente no tempo, ao longo deste "ltimo, os elementos de regula!o e o conte"do

    normativo do prprio contrato, criam um conjunto signi&icativo, &ormado pela interpreta!o

    da regula!o objetiva 8sentido total do contrato9 em con&ormidade com a &orma que este $

    pormenoriado pelo >istema, ou seja, o >istema urdico cria valora%es espec&icas para

    determinados modelos, standards contratuais, porem de &orma di&usa, como dito um pouco

    antes, aplicar a boa2&$ como cnone hermenutico interpretativo $ aplica2la como uma via

    para a adequada realia!o do plano de valora!o do legislador, essas valora%es re&erentes

    determinadas situa%es jurdicas criadas pelos contratos n!o s!o claros a priori $ preciso que

    sejam aplicados no caso concreto, esses modelos de&inem os objetivos que os di&erentes

    contratos podem ter, modo que a interpreta!o segundo a boa2&$ visa interpretar os contratos

    a lu desses objetivos que o ordenamento prescreve de modo gen$rico e di&uso#

    >egundo udith 5artins 4osta, o elemento pelo qual se deve di&erenciar os contratos

    $ a &un!o econ(mica2social de cada um, visto que o ordenamento, por meio da boa2&$

    objetiva age exatamente neste ponto, porem a &un!o ou &inalidade do contrato se depreende

    n!o apenas pela regula!o objetiva &ruto da vontade &irmada em instrumento, antes do

    contrato entendido como conjunto signi&icativo# )ma ve que este $ identi&icado $ possvelentender a real &inalidade, o sentido especi&ico do contrato, neste momento cabe ao jui

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    impedir que o contrato, como regula!o objetiva, dotado de um sentido especi&ico atinja

    &inalidade diversa, oposta ou contraria, 6 &un!o que raoavelmente, em vista de seus escopo

    econ(mico2social seria licito expressar# A boa2&$ objetiva tem &un!o integradora no

    contrato, ela *acrescenta0 uma norma no conjunto signi&icativo, ou melhor ela revela, visto

    que esta norma j estava di&usa no ordenamento ao tempo do contrato, modo que essa

    integra!o n!o $ um ato pretoriano, antes a aplica!o do direito que n!o estava sendo

    aplicado#

    A boa2&$ objetiva, no intender de udith 5artin, tem &un!o sistematiadora das

    decis%es judiciais, visto que substitui, outros princpios e no%es como o enriquecimento sem

    causa, abuso de direito, equidade, solidariedade, dentre outros, pois em primeiro lugar evita

    que casos iguais sejam decididos de modo diverso, por exemplo em dois casos hipot$ticos e

    iguais, nos quais cada jui decida de um modo, pois se vale de institutos di&erentes para

    resolver a inadequa!o do contrato a lei, sendo que ambos podem ser substitudos pela boa2

    &$ e uni&icar a jurisprudncia, em segundo lugar, $ da naturea da boa2&$ sua concretude

    apriorstica, por$m, em vista de uma jurisprudncia bem consolidada $ possvel identi&icar a

    &un!o contratual que a lei de&ine para cada conjunto signi&icativo, assim produ segurana

    jurdica#

    7utra &un!o da boa2&$ $ a cria"o de de!eres $urdicos, tendo em vista os deveres

    de presta!o, os quais se subdiv