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Aditivos nutricionais empregados no controle e na melhora da saúde oral de cães e
gatos
Patricia M. Oba1, João Paulo F. Santos
1, Laura F. Matheus
1, Mariane C. Ernandes
1, Fabio A.
Teixeira1, Eduardo Z. Braghirolli
1, Livia R. Folconi
1, Dóris P. Halfen
1, Marcio A. Brunetto
1
1 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ/USP, Pirassununga/São Paulo - SP
Contato: e-mail: [email protected]
RESUMO
A doença periodontal é o problema de saúde oral mais comum nos gatos adultos, cuja
prevalência está estimada em até 85% dos animais. Esta afecção pode levar ao
comprometimento sistêmico, redução da expectativa de vida e queda da imunidade. A placa
bacteriana é uma entidade estrutural específica, mas altamente variável que resulta da
colonização e do crescimento de microrganismos sobre a superfície dos dentes e tecidos
moles. Trata-se de uma comunidade de microrganismos organizados num biofilme dentário,
embebidos numa matriz orgânica constituída por película aderida de células descamadas,
leucócitos, bactérias, glicoproteinas da saliva, substrato alimentar e minerais como cálcio,
fósforo e magnésio. A microbiota bucal é diversa e está constituída, predominantemente, por
bactérias anaeróbias Gram negativas, que possuem a capacidade de colonizar, invadir,
produzir compostos tóxicos e gerar resposta imunológica contra os tecidos do hospedeiro. A
introdução de vários alimentos comercias no mercado com o intuito de melhorar a saúde
bucal ocorreu ao longo dos últimos anos. O emprego da ação mecânica de raspagem para
limpar os dentes compõe a estratégia padrão nesses alimentos, efeito obtido por modificações
na textura e no tamanho dos kibbles. Mais recentemente, estudos com o uso dos ômegas-3,
polifenóis, polifosfatos e imunoglobulinas estão sendo realizados com o propósito de auxiliar
no controle e tratamento da doença periodontal.
Palavras-chave: doença periodontal, cálculo dentário, dieta, canino, felino.
INTRODUÇÃO
A doença periodontal e inflamação da gengiva são distúrbios comuns em cães e gatos
(Reichart et al., 1984), com prevalência de até 85% dos animais (Watson, 2006). A gengivite
é causada pela formação e persistência da placa na superfície do dente. Sem tratamento, pode
evoluir para a doença periodontal, a qual afeta gengiva, ligamento periodontal, cemento e
osso alveolar. A doença periodontal esta associada à dor, halitose, ulceração, perda de osso
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alveolar e dentes. Sendo progressiva com a idade, promove alterações sistêmicas e afeta
preferencialmente animais alimentados com dietas úmida (Gawor et al., 2006).
Outros fatores contribuem para o desenvolvimento desta afecção, destaca-se o
apinhamento dentário, que ocorre muitas vezes devido a alterações da maxila/mandíbula,
como o prognatismo e o braquignatismo, ou a persistência de dentes decíduos, o que aumenta
as áreas de retenção de placa bacteriana e predispõe à alterações periodontais (Penman &
Harvey, 1992; Klein, 2000; Gioso, 2007). Além disso, outras afecções orais, tais como as
neoplasias ou a hiperplasia gengival provocam alterações locais no ambiente do dente e da
gengiva, como a formação de pseudobolsas e de massas, situações que culminam em aumento
do acúmulo de placa e dificultam a limpeza, predispondo também à doença periodontal
(Klein, 2000). Em felinos é importante destacar que as lesões reabsortivas acometem 60,8%
dos gatos (Lommer & Verstrate, 2000). Nesta doença, os odontoclastos funcionam de forma
anômala reabsorvendo os dentes sem necessidade, cuja disfunção resulta em perda óssea e
dor.
MICROBIOTA ORAL E DOENÇA PERIODONTAL
A placa bacteriana é uma entidade estrutural específica, mas altamente variável que
resulta da colonização e do crescimento de microrganismos sobre a superfície dos dentes e
tecidos moles. Trata-se de uma comunidade de microrganismos organizados num biofilme
dentário, embebidos numa matriz orgânica constituída por película aderida de células
descamadas, leucócitos, bactérias, glicoproteinas da saliva, substrato alimentar e minerais
como cálcio, fósforo e magnésio. A microbiota bucal é diversa e está constituída,
predominantemente, por bactérias anaeróbias Gram negativas, que possuem a capacidade de
colonizar, invadir, produzir produtos tóxicos e gerar resposta imunológica com consequente
agressão aos tecidos do hospedeiro (Feng & Weinberg, 2006).
A formação da placa bacteriana é um processo complexo, que envolve a interação
entre diversos gêneros e espécies de bactérias. Em estudo que objetivou caracterizar a
microbiota oral na doença periodontal de seres humanos, Socransky et al. (1998) revelaram a
presença de grupos bacterianos intimamente relacionados com a afecção, de forma geral os
autores citam cinco grupos relevantes, dentre eles o complexo vermelho (P. gingivalis, T.
forsythia e T. denticola), laranja (F. nucleatum, P. intermedia, P. nigrescens, P. micros, C.
showae, C. rectus, C. gracillis, E. nodatum e S. constellatus), verde (E. corrodens, C.
gingivalis, C. ochracea, C. sputigena, C. concisus e A. actinomycetemcomitans), amarelo (S.
sanguis, S. gordonii, S. intermedius, S. oralis e S. mitis) e roxo (V. parvula e A. odontolyticus).
Os autores observaram que tais complexos interagem entre si, sendo que o complexo amarelo
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parece ser um colonizador primário, seguido pelos complexos verde e roxo, que
posteriormente criam condições para colonização do complexo laranja e finalmente pelo
complexo vermelho, o qual está bastante relacionado a patogênese da periodontite. Os autores
salientam ainda que o complexo laranja e vermelho apresentam forte relação, sendo que com
o aumento da colonização pelo complexo laranja há maior colonização pelo complexo
vermelho.
De acordo com Kolenbrander & London (1993) os colonizadores primários se ligam a
película adquirira, formada por glicoproteínas, lipoproteínas, mucina e enzimas na superfície
do dente, para posterior colonização pelos colonizadores secundários. No entanto, entre os
colonizadores primários e tardios, destaca-se o papel do gênero Fusobacterium, que atua
como uma ponte entre os colonizadores, sendo que os primários agregam ente si e com o
Fusobacterium e este por sua vez se coagrega com os secundários, conforme apresentado na
Figura 2.
Figura 2. Diagrama de aderência bacteriana na superfície dental
Fonte: Kolenbrander & London (1993)
Os estudos que caracterizam a microbiota oral em animais de companhia saudáveis e
acometidos por afecções clínicas são escassos. Dentre as principais bactérias subgengivais
associadas à periodontite são citadas a Porphyromonas spp, Prevotella spp,
4
Peptostreptococcus spp e Fusobacterium spp (Harvey & Emily, 1993; Braga et al., 2005;
Carvalho & Cabral, 2007). Em um levantamento realizado na cidade de Jaboticabal, no
Estado de São Paulo, Domingues et al. (1999) observaram que os principais gêneros
bacterianos associados a doença periodontal espontânea em cães foram Prevotella spp.,
Bacteroides spp., Propionibacterium spp., Gemella ssp., Actinomyces spp., Eubacterium spp.
e Porphyromonas spp. No entanto, apesar da complexa relação existente entre as bactérias,
atenção especial tem sido dada a Porphyromonas spp., (Hardham et al., 2005), conforme
demonstrado por Socransky et al. (1998) que citam que a P. gingivalis apresenta especial
importância na profundidade da bolsa, bem como a T. forsythia e T. denticola que também
exibiram forte associação com o sangramento a sondagem.
Um estudo avaliou 109 gatos adultos e constatou que a doença periodontal era comum
em 81,6% dos animas, sendo agressiva em 12,8%, onde 98,2% dos felinos apresentaram
algum tipo de perda óssea periodontal e, apenas 4% dos animais não apresentaram inflamação
gengival (Girard et al., 2009). Ainda que existam muitos fatores que influenciem o
desenvolvimento da doença periodontal, o agente etiológico primário é a placa bacteriana
(Gorrel, 2004). A microbiota oral dos gatos saudáveis é formada por bactérias anaeróbias,
principalmente dos gêneros Bacteroides e Fusobacterium (Love et al., 1990). As bactérias do
gênero Porphyromonas spp. foram isoladas a partir da placa dental em gatos com periodontite
(Harvey & Emilly, 1993; Norris & Love, 1999, 2000).
Em estudo realizado recentemente, 97% dos gatos saudáveis eram positivos para
Porphyromonas gingivalis. (Booij-Vrieling et al., 2010). Com relação às bactérias presentes
em abcessos subcutâneos, 15 gatos foram avaliados e constatou-se que 80% eram positivos
para o gênero Porphyromonas, sendo Porphyromonas gingivalis mais frequentemente isolada
em comparação com P. salivosa e P. circumdentaria, também sendo encontrada com maior
frequência sem a presença das outras espécies e, em quantidade numericamente superior, o
que sugere papel mais ativo no desenvolvimento de abcessos subcutâneos (Norris & Love,
1999). Os mesmos pesquisadores avaliaram outros 40 gatos e observaram a presença do
gênero Porphyromonas em 95% dos animais e a Porphyromonas gingivalis foi isolada em
92,5% dos casos. Neste estudo foi realizada análise de regressão das unidades formadoras de
colônia (UFC) com a doença periodontal e o mesmo demonstrou que a Porphyromonas
gingivalis é um indicador importante do grau de doença periodontal (Norris &; Love, 1999).
Um estudo avaliou a presença de Porphyromonas spp em 50 cães acometidos pela doença
periodontal e 50 saudáveis, espécies de Porphyromonas foram encontradas em cães com e
sem periodontite, respectivamente, em 92 % e 56 % dos cães (Senhorinho et al., 2011).
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O papel de bactérias específicas, especialmente Porphyromonas gingivalis nas
doenças periodontais tem sido extensivamente estudado. Concentrações elevadas destes
microrganismos foram observadas em pessoas com doença periodontal agressiva generalizada
em comparação a indivíduos com doença periodontal agressiva localizada e doença
periodontal crônica (Ramiro, 2010). Porphyromonas giginvalis é uma bacteria anaeróbica,
Gram negativa, de ocorrência natural na cavidade oral (Léon et al., 2007). Também pode ser
encontrada em outros sistemas como trato gastrintestinal, respiratório e cardiovascular,
responsável por vários danos. Ressalta-se que apesar da importância que têm se dando a P.
gingivalis na odontologia humana e veterinária, estudos recentes demonstram que em cães a P.
gulae, espécie geneticamente semelhante a P. gingivalis merece atenção e mais estudos de sua
prevalência e mecanismos de controle (Senhorinho et al., 2011).
CLÍNICA DA DOENÇA PERIODONTAL
Os mecanismos patogênicos envolvidos na doença periodontal incluem a influência
direta das bactérias da placa e a influência indireta dessas bactérias no processo inflamatório
(Gorrel, 2004). A maioria dos animais com idade superior a dois anos apresenta algum grau
de doença periodontal. No entanto, muitos proprietários não percebem qualquer alteração a
não ser nos estágios avançados da doença. O sinal mais comum detectado pelo proprietário é
a halitose, resultante da necrose dos tecidos e da fermentação bacteriana no sulco gengival ou
na bolsa periodontal (Penman & Harvey, 1992; Gorrel, 2004).
A identificação clínica da doença periodontal grave se dá através de sinais clínicos
como halitose intensa, salivação espessa, sangramento oral, mobilidade dental, cálculo e
gengivite, achados que podem proporcionar suporte para que o clínico veterinário decida
encaminhar o paciente para o tratamento adequado junto a um médico veterinário
especializado (Gioso, 2003). Esta crescente preocupação com a saúde oral é estimulada pelo
fato de que as enfermidades orais interferem na saúde do paciente e estão relacionadas à
redução da expectativa de vida (Kowalesky, 2005). As alterações da cavidade oral dos cães e
gatos têm sido abordadas com o intuito de promover a redução do incômodo que tais doenças
ocasionam aos animais e consequentemente a seus proprietários (Telhado et al., 2004).
A odontologia veterinária encontra-se em evolução na medida em que os proprietários
procuram cada vez mais manter ou melhorar a saúde oral de seus animais de estimação. Estes
cuidados associados à nutrição ótima, entre outros, contribuem para melhorar e prolongar a
qualidade de vida (Colmery, 2005).
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DIETA E DOENÇA PERIODONTAL
A introdução de vários alimentos comercias no mercado com o intuito de melhorar a
saúde bucal ocorreu ao longo dos últimos anos. O emprego da ação mecânica de raspagem
para limpar os dentes compõe a estratégia padrão nesses alimentos, efeito obtido por
modificações na textura e no tamanho dos kibbles.
O alimento seco é potencialmente benéfico para a saúde oral se a forma e a textura dos
kibbles forem especialmente formuladas para cães e gatos de raças e tamanhos específicos,
sendo que para uma adequada ação mecânica de raspagem da superfície dentária durante a
mastigação, os dentes devem penetrar no kibble antes de quebra-lo, com isso fatores
relacionados ao animal são importantes e influenciam a pressão exercida sobre o kibble no
momento da apreensão. Neste sentido, mecanismos tem sido estudados para determinar o
limiar de penetração dos dentes antes da fragmentação, o que permite a comparação entre
diferentes alimentos (Hennet, 2006 citado por Pinto, 2007). Neste sentido, Hennet et al.
(2007) observaram que o aumento de 50% do tamanho do kibble reduziu em 42% o acúmulo
de cálculo dentário em cães da raça beagle. No entanto, esta prática pode resultar em
benefícios somente nos dentes utilizados durante a mastigação (Cox et al., 2003).
Portanto, apesar da possível remoção de placa e cálculo por estes produtos, há
limitações nesta estratégia, pois a abrasão mecânica proveniente de alimentos duros, produtos
de mastigação e alimentos especializados ocorrerá somente nos pontos em que o alimento
entrar em contato efetivo com a superfície do dente. Nos animais com má oclusão, resultados
uniformes não serão obtidos em todos os dentes e, esse mecanismo pode particularmente não
trazer benefícios. A estratégia de ação mecânica também apresenta eficácia reduzida em cães
que tendem a deglutir com pouca ou nenhuma mastigação (Cox et al., 2003).
Paiva et al. (2007) avaliaram a utilização de coadjuvantes na diminuição da placa
bacteriana e formação do cálculo dentário em cães e determinaram que os que apresentavam
apenas ação mecânica, apresentaram baixo desempenho, o que se deve provavelmente ao fato
destes apresentarem ação apenas nos dentes em que houve contato. Em relação à terapia
periodontal, a assistência domiciliar é uma parte muito importante, já que bolsas periodontais
são reinfectadas dentro de duas semanas após profilaxia, caso essa prática não seja realizada
(Brook, 2008). Um levantamento norte americano realizado com 29702 cães e 9074 gatos,
constatou que 22,5% dos cães e 33,7% dos gatos recebiam dieta seca; 57,7% e 57,4%
recebiam dieta seca adicionada de úmida e 19,8% e 8,9% recebiam somente dieta úmida.
Linfoadenopatia, depósitos dentais e a doença periodontal apresentaram frequências
significativamente inferiores em gatos alimentados somente com dieta seca em comparação às
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úmidas. A diferença também foi significativa entre animais alimentados com dieta seca
adicionada de úmida e somente dieta úmida. Linfoadenopatia (81,9% contra 54,8%),
depósitos dentais (44,3% contra 17,2%) e a doença periodontal (77,8% contra 45,3%) (Gawor
et al., 2006). Isso pode ser explicado pelo fato da saliva conter peptídeos que se ligam a
hidroxiapatita e assim, inibir Candida albicans, Streptococcus mutans, Porphyromonas
gingivalis, Prevotella romonas, e Bacteroides spp. Além de conter IgA e leucócitos, agentes
que causam inibição da ligação de bactérias aos tecidos gengivais (Paquette et al., 1997).
Animais alimentados com dietas úmidas desenvolveram atrofia das glândulas salivares em
poucos dias (Scott et al., 1990). Esta atrofia pode ser rapidamente reversível assim que uma
dieta seca é reintroduzida. A saliva secretada por esses animais apresentou redução de 50% no
teor de proteína (Johnson, 1984).
Outro estudo empregou 17184 cães e 6371 gatos e constatou que os animais
alimentados com dieta seca apresentaram menor incidência de depósitos dentais, alterações
dos linfonodos mandibulares e gengivite. O risco de alterações na saúde oral apresentou
aumento de 41% para cães e 56% para gatos quando alimentados com dieta caseira em
comparação aos 22% e 24% na dieta seca, sendo que 45% e 55% com mais de 02 anos
apresentaram alterações significativas nos três índices avaliados. Também foi avaliada a
influência da escovação e petiscos voltados à manutenção da saúde oral: os animais que
recebiam escovação ou petiscos diariamente, ou a combinação dos dois algumas vezes por
semana, apresentaram redução do risco de periodontite em comparação aos animais que
recebiam petiscos voltados à saúde oral esporadicamente ou que não recebiam nenhum
cuidado com saúde oral em casa. Os animais que recebiam escovação diária apresentaram
redução de 16% em cães e 12% em gatos das alterações da saúde oral; os que recebiam
petiscos diariamente em 19% e 10% e os gatos que recebiam a combinação dos dois algumas
vezes por semana em 14%, quando comparados aos outros dois grupos. Animais que não
recebiam nenhum tipo de cuidado com a saúde oral em casa apresentaram aumento de
alterações orais de 37% em cães e 44% em gatos (Buckley et al., 2011).
ADITIVOS NUTRICIONAIS E A DOENÇA PERIODONTAL
Polifenóis
Os polifenois possuem atividade antibacteriana contra patógenos orais, sendo
estudados por seu efeito no controle da doença periodontal. Polifenóis da Cranberry previnem
formação de placa por Porphyromonas gingivalis e Fusobacterium nucleatum, além de inibir
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algumas proteases Porphyromonas gingivalis (Yamanaka et al., 2007). Polifenóis do vinho
possuem efeito antimicrobiano contra Porphyromonas gingivalis e Prevotella intermedia (Ho
et al., 2001). Polifenóis do chá verde aplicado localmente na bolsa periodontal, reduziram a
profundidade da bolsa e proliferação de bactérias Gram negativas anaeróbicas, e possui efeito
antibacteriano in vitro contra Porphyromonas gingivalis e Prevotella spp (Hirasawa et al.,
2002). Em cães de raças pequenas e grandes Isogai et al. (1997) observaram que uso de
extrato de chá verde na dieta por um período de dois meses reduziu significativamente a
porcentagem de Porphyromonas na placa, a inflamação gengival e a halitose, contudo o
aditivo não apresentou efeito sobre o índice de cálculo dental. Diversos polifenóis inibem a
atividade proteolitica da Porphyromonas gingivalis (Inaba et al., 2005). Além disso,
derivados de polifenóis reduzem a produção de prostaglandina E2 induzida pela
Porphyromonas gingivalis (Inaba et al., 2008).
Omegas-3
Os efeitos antinflamatórios dos ômegas-3 estão sendo estudados em doenças crônicas
e câncer, recentemente foi demonstrado efeito benéfico na doença periodontal. Um estudo em
ratos com doença periodontal avaliou a expressão do mRNA mediador de citocina no
periodonto infectado por P. gingivalis e demonstrou que os ômegas-3 modulam a inflamação
causada por citocinas e reduzem a reabsorção do osso alveolar (Kesavalu et al., 2007). Ratos
inoculados com P. gingivalis ou com a combinaçao de F. nucleatum e P. gingivalis e
alimentados com óleo de atum, exibiram redução da absorção do osso alveolar em 72% e 54%,
respectivamente, em comparação com os animais alimentados com óleo de canola (BENDYK
et al., 2009).
Fosfatos
A inclusão de fontes minerais nos alimentos de maneira que possam proporcionar
benefícios em todas as superfícies dentárias é outra abordagem empregada no controle da
formação de cálculos. Os fosfatos formam complexos solúveis com o cálcio presente na saliva
e dessa forma auxiliam na prevenção da mineralização da placa e consequente formação do
cálculo dentário. Estes agentes possuem ação em toda a cavidade bucal, inclusive nas
superfícies não envolvidas na mastigação. Quando adicionados ao alimento, e com a
mastigação, o hexametafostato de sódio é incorporado na placa dentária e forma complexos
solúveis com o cálcio, os quais se difundem na saliva, prevenindo a formação de cálculo
dental. O hexametafosfato de sódio é convertido a ortofosfato por meio de ácidos presentes no
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estômago, sendo então assimilado de forma semelhante a outros fosfatos da dieta (Stookey et
al.,1996). Os efeitos do tripolifosfato de sódio e hexametafosfato de sódio empregados como
cobertura do croquete extrusado e no interior da massa foram avaliados na prevenção do
desenvolvimento de cálculo dentário em 25 cães. Os resultados demonstraram que o
hexametafosfato de sódio incorporado à dieta seca, tanto na sua cobertura como em seu
interior, reduziu o acúmulo de calculo dentário, quando comparado à dieta sem adição de
fosfatos (Pinto et al., 2008).
O tripolifosfato de sódio incorporado à dieta seca em cobertura foi efetivo quando
comparado à dieta sem adição de fosfatos (24,2% de redução). No entanto, quando
incorporado no interior da massa da dieta não influenciou o desenvolvimento de cálculo se
comparado à dieta sem adição de fosfatos. Neste estudo, o hexametafosfato de sódio foi mais
eficiente que o tripolifosfato de sódio na prevenção do desenvolvimento de calculo, pois
reduziu seu acúmulo em 34,2% e 47,6% em massa e cobertura, respectivamente (Pinto et al.,
2008). O recobrimento dos croquetes com tripolifosfato de sódio levou a redução de 55% de
cálculo, porém o efeito diferiu de acordo com a localização dos dentes, sendo mais evidente
nos dentes da região caudal utilizados para esmagar o alimento em comparação com incisivos
e caninos (Hennet et al., 2007). Outro estudo avaliou a incorporação de polifosfatos na dieta
comercial e obteve a redução de 58% dos cálculos e 9,0% da placa bacteriana (COX;
LEPINE, 2002).
Imunoglobulinas
A utilização de imunoglobulinas contra as gingipaínas surge como uma nova e
promissora alternativa contra a doença periodontal. As gingipaínas são proteases secretadas
pela Porphyromonas gingivalis e promovem interrupção da adesão celular e diferenciação dos
osteoclastos, levam a perda de osso e ligamentos alveolares, além de bloquear a resposta
imune do hospedeiro, contribuindo para destruição de tecido e consequente progressão da
doença periodontal. Seu mecanismo de ação ocorre por meio da indução da permeabilidade
vascular, ao ativar o sistema da calicreína-cinina, que leva ao aumento do fluxo sanguíneo
gengival e progressão da inflamação. Também ativa o sistema de coagulação: a trombina
converte o fibrinogênio em fibrina e por consequência gera trombos e consequente perda
tecidual. Além de tudo isso, são responsáveis pela estimulação da reabsorção óssea e ativação
da liberação de bradicinina que promove a dor. Possui potente ação degradante de
fibrinogênio e fibrina, leva a hemorragias na gengiva. Causam degradação de macrófagos e
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inibem a ativação dos leucócitos, fatores que favorecem a multiplicação e adesão da P.
gingivalis (Imamura, 2003).
Dentre as principais vantagens do emprego de IgY obtidas de ovos de galinhas,
destacam-se a questão do bem estar aos animais, pois sua obtenção é realizada por um método
não invasivo, baseado no simples ato de coletar ovos. O custo de manutenção das poedeiras é
reduzido, se comparado a outras espécies animais, sendo mais econômico. Além disso, os
anticorpos de galinhas não oferecem nenhuma reatividade cruzada com os anticorpos de
mamíferos (Schade et al., , 2007).
A imunoterapia com anticorpos específicos de galinha (IgY) tem sido utilizada com
sucesso contra doenças infecciosas de origem viral, bacteriana e origem fúngica em humanos
e animais (Larsson & Carlander, 2003). O uso oral de IgY é uma abordagem atrativa por não
ativar o complemento de mamíferos ou interagir com seus receptores, que podem mediar
resposta inflamatória no trato gastrintestinal (Carlander et al., 2000). Recentes estudos relatam
que seu uso é efetivo na prevenção de periodontite em pacientes humanos (Yokoyama et al.,
2007). Sua eficácia in vitro e in vivo foi comprovada por alguns estudos. Um deles realizado
in vitro demonstrou que na presença de IgY-PG, a adição de 62,5; 125 e 250µg/mL reduziu
em 60,5; 59,6 e 47,1 ± 1,8% a atividade da protease das gingipaínas, respectivamente. Sendo
que as células incubadas com gingipaínas demonstraram relação dose-dependente na perda da
atividade de adesão (Yokoyama et al., 2007). Outro estudo empregou IgY contra as
hemaglutininas responsáveis pela adesão da PG à mucosa do hospedeiro e constatou que
houve neutralização da atividade das hemaglutininas, cujo efeito foi dose dependente
(Tezuka, 2006).
Outro estudo realizado com ratos comprovou a eficácia da utilização das IgY para
prevenir perda de osso alveolar. Os animais foram divididos em três grupos, todos infectados
por PG: o primeiro grupo não recebeu nenhum tipo de IgY (grupo Pg.), o segundo grupo
recebeu IgY contra as gengipans da PG (grupo Pg. + IgY-PG) e o terceiro grupo recebeu IgY
proveniente de animais não inoculados com PG (grupo Pg. + IgY controle). Os animais que
não receberam IgY apresentaram crescimento bacteriano e atividade da tripsina elevados
(próximos de 100%); os animais do grupo Pg. + IgY-PG apresentaram crescimento bacteriano
de 32,4% e atividade de tripsina de 40,8%, os animais do grupo Pg. + IgY-controle
apresentaram crescimento bacteriano de 82,2% e atividade de tripsina de 91,6%. Em relação à
perda óssea, os animais do grupo Pg. + IgY-PG apresentaram perda menor em comparação ao
grupo Pg., e o grupo Pg. e Pg. + IgY-controle apresentaram perda óssea sem diferença
estatística (Hamada & Watanabe, 2010).
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Em cães, um estudo conseguiu comprovar a eficácia da utilização de IgY contra as
gingipaínas. Este foi dividido em três fases, sendo realizado primeiro in vitro e posteriormente
dois estudos in vivo. Os resultados in vitro demonstraram que as IgY-PG reagiram fortemente
com P. gingivalis e P.gulae, mas demonstraram fraca atividade cruzada com P. salivosa e não
reagiram de forma cruzada com P. circumdentaria e isolados clínicos de P. endodontalis F2 e
F5. Foram utilizados três grupos, grupo controle sem IgY, gurpo controle com IgY controle, a
qual não reagia com nenhuma das Porphyromonas spp e o grupo IgY-PG. A IgY-PG inibiu a
atividade proteolítica das preparações de gingipaínas de P. gulae e P. gingivalis em 50% e
60%, respectivamente, levando ao menor dano às células e aumento da sua sobrevivência em
comparação ao grupo controle não tratado e o controle que recebeu IgY controle (Shofiqur et
al., 2011).
No estudo in vivo com cães, os animais foram divididos em três grupos com cinco
cães cada, um controle, sem administração de IgY, um teste que recebeu 35mg de IgY-PG por
kg de peso corporal uma vez ao dia e outro que recebeu 17,5 de IgY-PG por kg de peso
corporal duas vezes ao dia, sendo o IgY –PG administrado sobre a alimentação comercial. A
média de todos os parâmetros analisados, incluindo gengivite, periodontite, índice de saúde
bucal, e sangramento à sonda, foram significativamente menores após 08 semanas, em
comparação com a linha de base. Não houve mudança significativa em todos os parâmetros
do grupo controle. Não houve diferenças notáveis entre os dois grupos teste (Teste 1: 35mg
de IgY-PG/kg de peso corporal, uma vez ao dia; Teste 2: 17,5mg de IgY-PG/kg de peso
corporal, duas vezes ao dia). Houve diferença significativa na remoção do cálculo dentário
entre o grupo Teste 1 e o controle (Shofiqur et al., 2011).
Na segunda parte do estudo foram utilizados cinco cães e selecionados dois pares de
dentes pré-molares contralaterais em cada animal, todos com inflamação gengival clara e
profundidade de bolsa ≥ 5mm, um dente de cada contralateral foi tratado com 20% de IgY-PG
misturada com pomada odontológica (um gel neutro contendo gel de hidrocarboneto, ésteres
de sacarose e hidroxipropilmetilcelulose) e os outros dentes foram tratados somente com a
pomada odontológica. A pomada foi administrada quatro vezes na semana (200mg/bolsa
periodontal/hora) dentro da bolsa periodontal com auxilio de uma seringa. Os parâmetros
clínicos foram avaliados semanalmente e a profundidade da bolsa foi avaliada na segunda e
quarta semana. Os animais que receberam IgY-PG demonstraram redução significativa da
profundidade da bolsa periodontal e o grupo controle não apresentou alteração significativa
(Shofiqur et al., 2011).
12
Não foram localizados estudos publicados que tenham avaliado o efeito de IgY-PG
sobre a saúde oral de gatos. Devido a falta de informação, foi conduzida pesquisa que
objetivou avaliar os efeitos deste aditivo nutricional na espécie felina, pelo grupo de Estudos
em Nutrição de Cães e Gatos do Departamento de Nutrição e Produção Animal da FMVZ-
USP, conforme apresentado na Tabela 1.
Tabela 1. Resultados da inclusão de IgY-PG em alimento para gatos.
Tratamentos
experimentais
Índice de placa Índice de
cálculo
Índice de
gengivite
Porphyromonas
gingivalis (%)
Grupo controle 10,69 3,92 1,17 0,80
Grupo IgY-PG 9,42 3,59 1,10 0,64
Valor de p 0,0554 0,0660 0,4271 0,4144
Fonte: Oba et al. (2014)
Nota-se que os resultados do estudo evidenciam efeito positivo do aditivo na espécie
felina. No entanto mais pesquisas são necessárias com avaliação profunda de sua relação com
a microbiota oral, dosagens e manejo alimentar dos animais. Ao se comparar os resultado da
utilização da IgY-PG com os verificados pelo uso de outros aditivos para melhoria da saúde
oral presentes no mercado (Tabela 2), verifica-se que os sais de fósforo conseguem reduzir
significativamente o cálculo dentário, porém não apresentam outros efeitos na profilaxia da
doença periodontal, sendo inadequados para prevenir a periodontite, a longo prazo, apesar de
reduzir significativamente o cálculo (Cave, 2012). As imunoglobulinas parecem agir tanto na
formação da placa como do cálculo, assumindo assim melhor efetividade. No entanto, deve-se
ter cautela na interpretação destes resultados, pois todos os estudos listados foram realizados
com cães e a maioria com biscoitos, não alimentos completos. Assim, são necessários mais
estudos para entender melhor a ação destes aditivos na saúde oral.
Tabela 2. Compilado de estudos disponíveis na literatura que avaliaram diferentes aditivos
coadjuvantes da saúde oral em cães e gatos.
Aditivos Utilizados Redução
de Cálculo
Redução
de Placa
Redução de
Gengivite
Tripolifosfato de sódio no biscoito, em
cães (Pinto et al., 2008)
24,2% - -
Hexametafosfato de sódio no biscoito,
em cães (Pinto et al., 2008)
47,6% - -
13
Pirofosfato de sódio no biscoito, em
cães (Carciofi et al., 2007)
20,0% - -
Tripolifosfato de sódio na dieta, em
cães (Hennet et al.,2005)
55% - -
Hexametafosfato de Sódio na dieta,
em cães (Hennet et al.,2005)
36% - -
Hexametafosfato de sódio na dieta, em
cães (Cox e Lepine, 2002)
58% 9,0% -
Hexametafosfato de sódio na dieta, em
cães (Stookey et al., 1995)
76,8% - -
Pirofosfato solúvel na dieta, em cães
(Stookey et al., 1995)
47,2% - -
Hexametafosfato de sódio no biscoito,
em cães (Stookey et al., 1996)
46% - -
IgY-PG na dieta - 35mg/kg PC SID,
em cães (Shofiqur et al., 2011)
42% - -
IgY-PG na dieta 17,5mg/kg PC BID,
em cães (Shofiqur et al., 2011)
22% - -
IgY –PG 46,55mg/kg PC por 16 horas,
em gatos (Oba et al., 2014)
10,56% 35,55% -
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A saúde oral trata-se de uma preocupação de médicos veterinários, nutricionistas e
proprietários de cães e gatos, no entanto poucos estudos são localizados na literatura com o
objetivo de avaliar a relação existente entre potenciais aditivos nutricionais e saúde oral,
sendo que a maioria dos estudos foi conduzido em cães. Com base nas informações
disponíveis na literatura, pode-se observar que polifenóis, fosfatos, ômega 3, imunoglobulinas
parecem apresentar positivos efeitos sobre a saúde oral, sendo que os polifosfatos e
imunoglobulinas podem apresentar efeito complementar. No entanto, novos estudos são
necessários especialmente em felinos, dosagens dos aditivos, métodos de aplicação, manejo
alimentar e sua inter-relação com a microbiota oral.
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