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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Francielle Dal’Maso Nunes Reúso da água no processo de lavagem e calibração das peças da Empresa METASA S.A. de Marau - RS Passo Fundo, 2011.

Reúso da água no processo de lavagem e calibração das ...usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2011-2/Francielle Dal'Maso Nunes.pdf · incentivo do TCC; Agradeço ao meu orientador Prof

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Francielle Dal’Maso Nunes

Reúso da água no processo de lavagem e calibração das

peças da Empresa METASA S.A. de Marau - RS

Passo Fundo, 2011.

Francielle Dal’Maso Nunes

Reúso da água no processo de lavagem e calibração das

peças da Empresa METASA S.A. de Marau - RS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Engenharia Ambiental, como parte

dos requisitos exigidos para obtenção do título

de Engenheira Ambiental.

Orientador: Prof. Msc. Eder Nonnemacher.

Passo Fundo , 2011.

2

Francielle Dal’Maso Nunes

Reúso da água no processo de lavagem e calibração das peças da

Empresa METASA S.A. de Marau - RS

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de

Engenheira Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e

Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:

Orientador:_________________________

Eder Nonnemacher, Mestre

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Aline Ferrão Custodio Passini, Doutora

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Vinicius Scortegagna, Mestre

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

Passo Fundo, 01 de dezembro de 2011.

"O mundo é capaz de prover para todos o suficiente às

suas necessidades básicas. Mas, não é grande o bastante

para prover os desejos de uma só mente ambiciosa".

Mahatma Gandhi

4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a DEUS por estar

sempre junto comigo.

Agradeço a todos que diretamente me

auxiliaram na conclusão deste trabalho e, em

especial:

A minha família, pela educação e formação e

desta forma, permitiram a realização deste feito;

Aos meus avós, que sempre me auxiliaram

nos momentos em que precisei;

Ao meu namorado pela ajuda, compreensão,

amor e carinho a mim dedicados;

Agradeço á Empresa METASA S.A. pela

recepção, auxílio nas atividades, contribuição e

incentivo do TCC;

Agradeço ao meu orientador Prof. Eder

Nonnemacher, pela dedicação com o trabalho;

Aos meus amigos e colegas que estiveram

sempre junto comigo nessa longa caminhada,

compartilhando momentos felizes e tristes.

Meu sincero agradecimento...

RESUMO

Com a globalização do mercado, muitas empresas procuraram se modernizar

objetivando tornarem-se mais competitivas, com o crescimento industrial os recursos naturais

apresentam-se mais escassos levando ao desenvolvimento de leis ambientais cada vez mais

rígidas. Os custos envolvidos com o uso dos recursos naturais, têm levado as indústrias

a buscarem alternativas a curto e médio prazos para minimizarem estes custos, procurando

reduzir os seus impactos ambientais. A busca para um menor consumo de água através de

técnicas de reúso e reciclagem nos processos industriais passam a fazer parte do

planejamento estratégico de várias empresas, inclusive de estruturas metálicas. O presente

trabalho foi desenvolvido com o objetivo de analisar e verificar a viabilidade ambiental do

reúso da água no processo de lavagem e calibração das peças de uma indústria metalúrgica no

município de Marau – RS. A metodologia utilizada foi a de uma pesquisa exploratória,

através de dados coletados junto á empresa, de pesquisa bibliográfica e documental. Por não

requerer uma água com padrões elevados de qualidade, neste trabalho foi demonstrado o

potencial de reúso de efluentes na atividade de lavagem e calibração das peças,

viabilizando-se sobre maneira o objeto deste estudo, onde é possível avaliar os aspectos

físicos e químicos da água antes e após o filtro para futura implantação contínua. Por fim,

concluiu-se que incentivar as indústrias metalúrgicas na aplicação de sistemas de reúso de

água, torna-se uma opção bastante atraente para a sustentabilidade das organizações.

Palavras chaves: Reúso de água, Qualidade do Efluente e Indústria Metalúrgica.

6

ABSTRACT

With the globalization of markets, many companies have sought to modernize aiming

to become more competitive with the industrial growth in natural resources have become

more scarce leading to the development of environmental laws increasingly strict. The costs

involved with the use of natural resources, have led industries to seek alternatives in the short

and medium term to minimize these costs, seeking to reduce its environmental impacts. The

search for a lower consumption of water through reuse and recycling techniques in industrial

processes become part of the strategic planning of several companies, including steel

structures. The present work was to analyze and verify the environmental feasibility of water

reuse in the washing process and calibration of the pieces of a metallurgical industry in the

municipality of Marau - RS. The methodology used was an exploratory research,

bibliographic and documentary research. Why does not require a high standard of water

quality, this work demonstrated the potential for reuse of effluent on the activity of cleaning

and calibration of parts, enabling up on how the object of this study, where it is possible to

evaluate the physical and chemical aspects before and after treatment of water for continuous

future deployment. Finally, it was concluded that the metals industries to encourage the

application of water reuse systems, it becomes a very attractive option for the sustainability of

organizations.

Keywords: Reuse of Water, Quality Effluent and Metallurgical Industry.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Fluxograma da estrutura metodológica para o desenvolvimento das atividades. ..... 30

Figura 2: Itens a serem abordados na descrição do sistema de reúso da água no processo de

lavagem e calibração das peças.......................................................................................... 31

Figura 3: Esquema referente a análise dos impactos que a empresa deixa de causar ao meio

ambiente pelo reúso da água do processo de lavagem e calibragem das peças. ................ 32

Figura 4: Localização da cidade de Marau-RS. ........................................................................ 33

Figura 5: Visão geral da Empresa METASA S.A. ................................................................... 34

Figura 6: Fluxograma do processo produtivo da empresa. ....................................................... 35

Figura 7: Colaborador lavando as peças com o auxilio do lava jato ........................................ 36

Figura 8: Aspersão do limpador industrial de superfícies ........................................................ 37

Figura 9: Limpador Industrial de Superfície - Splendy Bc ...................................................... 37

Figura 10: Local onde as peças são lavadas ............................................................................. 38

Figura 11: Caixa coletora da água ............................................................................................ 38

Figura 12: Bomba de nível ....................................................................................................... 39

Figura 13: Armazenamento do efluente ................................................................................... 39

Figura 14: Colaborador aquecendo a peça ............................................................................... 40

Figura 15: Colaborador resfriando a peça ................................................................................ 40

Figura 16: Local onde é feito a calibração das peças ............................................................... 41

Figura 17: Canaleta para levar água ......................................................................................... 41

Figura 18: Caixa coletora do efluente....................................................................................... 42

Figura 19: Bomba de nível ....................................................................................................... 42

Figura 20: Armazenamento da água ......................................................................................... 43

Figura 21: Consumo de água no processo de lavagem e calibração de peças .......................... 45

Figura 22: Geração de efluente no processo ............................................................................. 48

Figura 23: Consumo de água antes do reúso ............................................................................ 51

Figura 24: Consumo de água após o reúso ............................................................................... 51

Figura 25: Economia de água no ano de 2011 realizada com a implantação do sistema de

reúso ................................................................................................................................... 60

Figura 26: Economia de água para o ano de 2012 .................................................................... 61

Figura 27: Fluxograma do processo de reúso ........................................................................... 63

Figura 28: Fluxograma do que poderia ser feito com o efluente .............................................. 64

8

Figura 29: Cartucho do filtro .................................................................................................... 66

Figura 30: Carcaça do filtro ...................................................................................................... 66

Figura 31: Colocação do guarda-corpo, escada e corrimão...................................................... 69

Figura 32: Sujeira sobre o piso e o filtro instalado ................................................................... 70

Figura 33: Melhoria realizada com a poda dos galhos da árvore ............................................. 71

Figura 34: Sujeira existente na parede interna da caixa antes da higienização ........................ 72

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação das águas ............................................................................................ 26

Tabela 2: Resultados da Análise da Água da Chuva ................................................................ 44

Tabela 3: Resultados da Análise do Efluente da Limpeza e Calibração das Peças. ................. 45

Tabela 4: Resultados da Análise do Efluente Após Passar Pelo Filtro. ................................... 48

Tabela 5: Resultados da Análise do Efluente da Lavagem e Calibração das Peças comparado

com a Resolução do CONAMA nº 357/2005 .................................................................... 52

Tabela 6: Resultados da Análise do Efluente da Limpeza e Calibração das Peças. ................. 54

Tabela 7: Resultados da Análise do Efluente da Lavagem e Calibração das Peças após passar

pelo filtro comparado com a Resolução do CONAMA nº 357/2005 ................................ 56

Tabela 8: Resultados da Análise do Efluente da Limpeza e Calibração das Peças. ................. 58

Tabela 9: Resultados com potencial de poluição dos corpos hídricos comparados com a

Resolução. .......................................................................................................................... 62

Tabela 10: Gastos que a empresa tinha com transporte e tratamento do efluente. ................... 63

Tabela 11: Parâmetros acima dos limites da Resolução ........................................................... 65

Tabela 12: Especificações do filtro instalado no processo ....................................................... 66

Tabela 13: Parâmetros acima dos níveis estabelecidos pela Resolução. .................................. 67

10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12

1.1 PROBLEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................... 12

1.2 JUTIFICATIVA ......................................................................................................... 14

1.3 OBJETIVOS .............................................................................................................. 15

1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 15

1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 16

2.1 PANORAMA DA ÁGUA NO BRASIL ................................................................... 16

2.2 PRODUÇÃO LIMPA E MAIS LIMPA .................................................................... 17

2.2.1 Benefícios e Barreiras na Implementação da Produção Limpa e Mais Limpa .......... 19

2.3 PRODUÇÃO LIMPA E MAIS LIMPA NA INDÚSTRIA ....................................... 21

2.4 FORMAS DE REÚSO DA ÁGUA ........................................................................... 22

2.4.1 Legislação Relativa ao Reuso da Água no Brasil ....................................................... 23

2.4.1.1 Resolução CONAMA nº 357/2005 e os Usos Preponderantes da Água com

suas Classes .................................................................................................................. 24

2.5 REÚSO DA ÁGUA PARA FINS INDUSTRIAIS .................................................... 27

2.6 INDÚSTRIA METALÚRGICA ................................................................................ 29

3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 30

3.1 CONSUMO DE ÁGUA UTILIZADA NO PROCESSO .......................................... 30

3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICAS DO EFLUENTE

GERADO .............................................................................................................................. 31

3.3 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE REÚSO DA ÁGUA ............................................ 31

3.4 VERIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA AMBIENTAL DO SISTEMA DE REÚSO DA

ÁGUA IMPLANTADA NO PROCESSO ............................................................................ 32

4 ESTUDO DE CASO .................................................................................................... 33

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO PROCESSO PRODUTIVO ............. 34

4.2 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE USO DA ÁGUA NO PROCESSO ..................... 36

4.3 CARACTERIZAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA DA ÁGUA NO

PROCESSO PRODUTIVO................................................................................................... 44

4.4 VERIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA AMBIENTAL DO SISTEMA DE REÚSO DA

ÁGUA ................................................................................................................................... 48

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 60

5.1 CONSUMO DE ÁGUA UTILIZADA NO PROCESSO .......................................... 60

5.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICAS DO EFLUENTE

GERADO .............................................................................................................................. 61

5.3 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE REÚSO DA ÁGUA ............................................ 62

5.4 VERIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA AMBIENTAL DO SISTEMA DE REÚSO DA

ÁGUA IMPLANTADA NO PROCESSO ............................................................................ 64

5.4.1 Descarte Direto do Efluente para o Corpo Hídrico .................................................... 64

5.4.2 Reúso do Efluente com a Implantação do Filtro ........................................................ 65

5.4.3 Descarte Direto no Corpo Hídrico Após Passar pelo Filtro ....................................... 67

5.4.4 Encaminhar para a Empresa de Tratamento de Efluente ........................................... 68

5.5 MELHORIAS REALIZADAS .................................................................................. 69

5.5.1 Instalação de Guarda-Corpo, Escada e Corrimão ...................................................... 69

5.5.2 Poda dos Galhos da Árvore ........................................................................................ 70

5.5.3 Caixas d’água ............................................................................................................. 71

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ......................... 73

6.1 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 73

6.2 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ....................................................... 74

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 75

12

1 INTRODUÇÃO

1.1 PROBLEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO

O conjunto das atividades humanas, cada vez mais diversificado, associado ao

crescimento demográfico vem exigindo maior atenção ás necessidades de uso de água para as

mais diversas finalidades (JUNIOR, 2006)

Essas necessidades incluem tanto aspectos quantitativos como qualitativos e se

evidenciam principalmente em regiões com características de desenvolvimento urbano,

industrial e agrícola mais acentuadas.

Há que se destacar a existência de regiões onde a escassez e a má distribuição de água

são fatores limitantes ao seu próprio processo de desenvolvimento.

Nessa situação surge uma questão fundamental: Como enfrentar a relação demanda e

oferta de água? A resposta a esta pergunta passa, invariavelmente, pela necessidade de serem

estabelecidas políticas adequadas e implementados sistemas de gestão efetivos.

Segundo Junior (2006), diversos são os instrumentos, os mecanismos e as tecnologias

que podem ser empregadas na resolução dessa questão. Porém muitas das opções disponíveis

carecem de estudos e investigações que auxiliem o seu melhor emprego e produzam

resultados sanitários, ambientais e econômicos satisfatórios.

A baixa disponibilidade de água para usos em processos produtivos e a necessidade de

um ambiente mais saudável tem impulsionado, nas últimas décadas, a implantação de

programas de racionalização do uso da água e a reutilização de efluentes líquidos em todo o

mundo.

O programa de racionalização do uso da água e a reutilização de efluentes implica em

menor necessidade de captação dos mananciais, constituído-se, portanto, em uma estratégia

eficaz para a conservação dos recursos hídricos em seus aspectos qualitativos e quantitativos.

Dessa forma, procura-se aumentar a disponibilidade hídrica das regiões onde a água é escassa,

contribuindo para equacionar a disputa pelo uso deste recurso (JUNIOR,2006).

Outro aspecto importante é que, pela menor geração de efluentes líquidos, a

reutilização constitui-se numa ferramenta potencial para o controle da poluição e,

conseqüentemente, proteção do meio ambiente. Assim, são reduzidos os riscos de sanções

ambientais, há uma melhora da imagem da indústria perante a comunidade local, clientes e

órgãos de controle ambiental, bem como é favorecida a obtenção de selos verdes e

certificações ambientais. Além disto, o custos associados á geração e efluentes líquidos, seja

por tratamento, perda de água tratada, penalizações financeiras, monitoramento, manutenção

das redes de coleta e instrumentos, são minimizados com a prática de reutilização de

efluentes.

O desenvolvimento industrial tem gerado vários impactos sobre os recursos naturais,

reduzindo sua disponibilidade, inclusive da água seja pela captação excessiva em rios e do

subsolo e pela degradação de sua qualidade em conseqüência dos processos de poluição.

No Brasil, os custos elevados da água para uso industrial, particularmente nas regiões

metropolitanas, tem estimulado as industrias a avaliar as possibilidades internas de reúso.

Essa tendência se amplia frente as novas legislações associadas aos instrumentos de outorga e

cobrança pela utilização dos recursos hídricos, tanto na captação de água, como nos despejos

de efluentes, os quais estão sendo implantado pelas agencias federais e estaduais de bacias

hidrográficas (CNTL, 2011).

Por estas razões o reúso da água surge como uma opção adequada para o

enfrentamento do problema relacionado a escassez de água, se constituindo em um importante

instrumento de gestão ambiental com disponibilidade de amplo acervo de conhecimento para

a sua adequada utilização.

Critérios e padrões de qualidade a serem aplicados em um sistema de reúso de água

devem ser considerados, destacando-se a questão da saúde pública, a aceitação da água pelo

usuário, a preservação do ambiente, a qualidade da fonte de água para reúso e a adequação da

qualidade ao uso pretendido. Tem em vista estes aspectos, o presente trabalho buscará

responder a seguinte questão: É viável, do ponto de vista ambiental, reusar a água do processo

de lavagem e calibração de peças, de uma indústria de estruturas metálicas?

14

1.2 JUTIFICATIVA

Nas últimas décadas, a crescente consciência da água como recurso limitado, a

preocupação com os problemas resultantes da rápida urbanização e os riscos de escassez

hídrica, conduziram a uma reformulação do modelo tradicional de gestão de recursos hídricos.

Neste contexto, tem-se conhecimento das ações a serem tomadas para que o mundo

tenha água de maneira segura, podendo-se destacar: reaproveitamento; agricultura sustentável

em vez de agricultura industrial; preservação e recuperação de sistemas hídricos destruídos;

leis severas contra a poluição; ordenamento do crescimento industrial; tecnologias adequadas;

e limitação da exploração dos aqüíferos.

É fato que a preocupação com o meio ambiente vem ganhando espaço significativo no

ambiente empresarial, à medida que se tornam visíveis as conseqüências das ações danosas

sobre os recursos naturais para a sociedade e para o planeta.

A indústria, através das mais variadas atividades que desenvolve, representa um setor

de atividades com grandes consumos de água torna-se fundamental estar atento aos meios

disponíveis para utilizar-se de forma mais eficiente este recurso natural.

Dessa forma, justifica-se o reúso da água no processo novamente, de forma que seu

uso pode contribuir pra evitar o esgotamento prematuro dos mananciais de água doce no

planeta. Seu uso pela indústria apresenta grande vantagem, não apenas perante o meio

ambiente, mas também diante da sociedade com um todo.

Em uma indústria metalúrgica o consumo de água pode variar, dependendo da

eficiência das máquinas e equipamentos existentes e dos processos utilizados. Porém, antes

mesmo de se incentivar o reúso da água nas indústrias, deve-se estimular seu uso eficiente,

através da adoção de sistemas de reaproveitamento da água, utilização de processos

industriais e de sistemas com baixo consumo.

O planejamento para implantação de estratégias de aproveitamento de água das chuvas

é fundamental, a redução do consumo de água, é o primeiro passo para habilitar a empresa a

programar um programa progressivo de prevenção à poluição.

O uso mais eficiente da água proporciona ainda a redução do consumo de energia,

aspecto fortemente dependente do consumo de água. Indústrias que optam pelo uso eficiente

da água, estratégias de reúso e reciclagem, comprovam a possibilidade de conciliar a atividade

econômico-produtiva com a sustentabilidade ambiental.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Considerando os problemas associado á escassez de recursos hídricos e a relevância

desta temática para as regiões urbanizadas e industrializadas, o presente trabalho tem por

objetivo principal analisar e verificar a viabilidade ambiental do reúso de água no processo de

lavagem e calibração de peças, de uma indústria de estruturas metálicas.

1.3.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são definidos como:

Analisar os processos desenvolvidos na atividade de lavagem e calibração de

peças na empresa;

Avaliar os parâmetros físicos e químicos do efluente gerado no processo de

lavagem e calibração de peças;

Verificar o potencial do reúso da água nesse setor;

Avaliar a eficiência ambiental do sistema implementado.

16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 PANORAMA DA ÁGUA NO BRASIL

Setenta por cento dos lençóis de águas do mundo estão no Brasil, porém este potencial

de recurso hídrico para os rios está ameaçado pela contaminação do solo e a perfuração

excessiva dos poços tubulares, pois são abertos anualmente aproximadamente 10.000 poços

no território nacional (TOLEDO, 2004).

Segundo Bello (2000) a ilusão de abundância de água no Brasil esconde a péssima

gestão e o problema de distribuição dos recursos hídricos. Atualmente estão sendo tomadas

algumas medidas em nível governamental a respeito dos recursos hídricos e entre elas está a

Política Nacional dos Recursos Hídricos. Para Dutra e Antunes (2003), a promulgação da lei

nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 constitui um marco para o setor de recursos hídricos no

Brasil. Além de instituir a Política Nacional dos Recursos Hídricos, foi criado o Sistema

Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e, a partir de seus fundamentos,

diretrizes e instrumentos, a gestão de recursos hídricos vem avançando de forma bastante

rápida em todo país. Em 2000, foi publicada a Lei nº 9.084, que criou a Agência Nacional de

Água – ANA, entidade federal responsável pela implementação da Política Nacional de

Recursos Hídricos e, desde então, muito se tem feito em gestão de águas no Brasil.

Segundo Garrido (2003), a cobrança pelo uso dos recursos hídricos é um dos

instrumentos de política para o setor, previsto na legislação federal e nas leis estaduais. Esse

instrumento vem juntar-se aos demais com o objetivo de induzir o usuário da água a uma

postura de racionalidade quando da tomada de suas decisões de consumo em relação a esse

recurso natural.

2.2 PRODUÇÃO LIMPA E MAIS LIMPA

No modo de produção atual - tanto primária como industrial - existem pelo menos

duas características comuns a ambos. Elas são o desperdício de matérias-primas e de energia,

que ocorrem, geralmente, pela intensa geração de resíduos e emissões. Com o objetivo de

reverter ou modificar esta situação, é que começa a surgir o conceito de produção mais limpa

(PML).

Produção mais Limpa (P+L) significa a aplicação contínua de uma estratégia

preventiva, econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de

aumentar a eficiência no uso das matérias-primas, água e energia, através da não-geração,

minimização ou reciclagem de resíduos gerados em todos os setores produtivos (CNTL,

2003).

A Produção mais Limpa considera a variável ambiental em todos os níveis da

organização. Caracteriza-se por ações que são implementadas dentro da empresa,

principalmente as ligadas ao processo produtivo. Tem como objetivo tornar o processo mais

eficiente no emprego de seus insumos, gerando mais produtos e menos resíduos. (ARAUJO,

2002).

A PML foi definida pela UNIDO/UNEP como “a aplicação continuada de uma

estratégia ambiental preventiva e integrada aos processos, produtos e serviços, a fim de

aumentar a eficiência e reduzir os riscos para os homens e o meio ambiente” (UNIDO/UNEP,

1995a, p. 4).

Segundo Furtado (2001) a Produção mais Limpa baseia-se em quatro princípios

básicos que buscam nortear os rumos para uma produção considerada “limpa”, são eles:

1. Principio da precaução: tem como objetivo evitar doenças irreversíveis

para os trabalhadores e danos irreparáveis para o planeta. A abordagem precatória

não ignora a ciência, mas estabelece que o processo, produto ou material seja

usado, desde que haja indícios que não cause danos ao homem ou ao ambiente. O

principio da precaução, também, estabelece que outros elementos da decisão

pública devem opinar e não apenas os cientistas, pelo fato da produção industrial

ter impacto social;

2. Principio da prevenção: consiste em substituir o controle de poluição

pela prevenção da geração de resíduos na fonte, evitando a geração de emissões

perigosas para o ambiente e o homem, ao invés de remediar os efeitos de tais

emissões.

18

3. Principio do controle democrático: pressupõe o acesso a informação

sobre questões que dizem respeito à segurança e uso de processos e produtos, para

todas as partes interessadas, inclusive as emissões e registros de poluentes, planos

de redução de uso de produtos tóxicos e dados sobre componentes perigosos de

produtos.

4. Principio da integração: visão holística do sistema de produção de bens

e serviços, com o uso de ferramentas como a Avaliação do Ciclo-de-Vida do

produto (ACV).

Valle (1995) afirma que com a adoção de tecnologias limpas, os processos

produtivos utilizados na empresa devem passar por uma reavaliação e podem sofrer

modificações que resultem em:

1. eliminação do uso de matérias-primas e de insumos que contenham

substancias perigosas;

2. otimização das reações químicas, tendo como resultado a minimização

do uso de matérias-primas e redução, no possível, da geração de resíduos;

3. segregação, na origem, dos resíduos perigosos e não perigosos;

4. eliminação de vazamentos e perdas no processo;

5. promoção e estimulo ao reaproveitamento e a reciclagem interna;

6. integração do processo produtivo em um ciclo que também inclua as

alternativas para a destruição dos resíduos e a maximização futura do

reaproveitamento dos produtos.

A minimização de resíduos objetiva reduzir a geração de resíduos em uma instalação

através de ações de cunho técnico e gerencial, sendo que a mesma pode ser alcançada na

fonte, evitando-se a formação do resíduo em sua origem, como através de técnicas de

reciclagem e reaproveitamento interno, impedindo que o resíduo chegue ao meio ambiente

(VALLE, 1995). A Produção mais Limpa não trata simplesmente do sintoma, mas tenta

atingir nas raízes do problema.

Na visão da Produção mais Limpa, resíduos não devem ser vistos como lixo, mas

como matéria prima não utilizada, ou seja, quanto mais resíduos, menor é o lucro da atividade

produtiva. Desta forma, reduzindo-se a quantidade de resíduos, aumenta-se a quantidade de

matéria prima processável disponível, reduzindo-se o custo da produção e aumentando-se a

lucratividade. Assim, o excedente pode ser utilizado para capacitar, aumentar a remuneração,

dar melhores condições sociais aos funcionários e melhorar os processos produtivos,

agregando desta forma valor as empresas (ECOAMBIENTAL, 2011).

2.2.1 Benefícios e Barreiras na Implementação da Produção Limpa e Mais Limpa

Conforme UNIDO/UNEP (1995), existem três impedimentos principais que servem

como barreiras para a adoção de posturas ambientalmente corretas: as preocupações

econômicas, a falta de informações e as atitudes dos gerentes.

Segundo a UNIDO (2001), as principais barreiras para implementação de Produção

mais Limpa nas empresas podem ser classificadas nas seguintes categorias:

a) Barreiras organizacionais: estariam vinculadas ao não-envolvimento

dos empregados; a concentração de poder de decisão no proprietário da empresa; a

ênfase a produção, relegando a um segundo plano qualquer modificação em função

de tempo; alta rotatividade de pessoal técnico, reduzindo o conhecimento da

empresa e a falta de reconhecimento pelas iniciativas dos empregados.

b) Barreiras sistêmicas: envolvem falhas na documentação da empresa,

falta de registros e controles de seus gastos; existência de um sistema de

gerenciamento inadequado ou ineficiente; falta de sistemas para promoção

profissional (aprimoramento das habilidades individuais) e planejamento de

produção diário.

c) Barreiras de atitudes: falta de cultura em relação às melhores praticas de

operação, resistência da mudanças; falta de liderança; falta de supervisão eficaz;

falta de segurança no trabalho e medo de falhar.

d) Barreiras econômicas: predominância de preços baixos e disponibilidade

abundante de recursos; falta de interesse das instituições financeiras em projeto de

Produção mais Limpa; exclusão dos custos ambientais da analise econômica das

medidas de redução de resíduos; planejamento inadequado dos investimentos;

capital restrito para investimentos rápidos e de pequeno valor e predominância de

incentivos fiscais relativos à produção

e) Barreiras técnicas: falta de infra-estrutura; mão-de-obra limita ou não

disponível; acesso limitado a informações técnica; tecnologia limitada; déficits

tecnológicos e infra-estrutura limitada.

f) Barreiras governamentais: políticas adotadas em relação a preços de

determinados serviços públicos (como a água subterrânea, por exemplo, que serve

como recurso para a indústria e seu custo era baseado no gasto de bombear

somente); ênfase no fim de tubo; políticas industriais de isenção fiscal e falta de

incentivos para esforços de redução de resíduos.

20

g) Outras barreiras: falta de apoio institucional; falta de pressão publica

para o controle da poluição; sazonalidade nos processos de produção e espaço

limitado no layout das empresas, impedindo o investimento em melhorias

operacionais.

Considerando que a Produção mais Limpa foca-se na minimização de resíduos na

fonte, Lora (2000) descreve os benefícios decorrentes:

a) O controle de resíduos na fonte leva a diminuição radical da quantidade.

Conseqüentemente, se reduz custos de produção devido à utilização mais eficiente

das matérias-primas e da energia, bem como custos de tratamento;

b) A prevenção de resíduos, diferentemente do tratamento de resíduos,

implica em benefício econômico, tornando-a mais atrativa para as empresas;

c) Melhoria da imagem ambiental;

d) Maior facilidade em cumprir as novas leis e regulamentos ambientais, o

que implica em um novo segmento de mercado;

Assim, pode-se dizer que existem ligações entre os objetivos comerciais e as políticas

referentes às questões ambientais. Também, pode-se dizer que são estas políticas que

impulsionam a tomada de decisão para adotar a PML. A PML, por sua vez, pode gerar

inovação e competitividade para a empresa que a adota.

Para o CNTL (2000), a implantação da Produção mais Limpa possibilita garantir

processos mais eficientes. Descreve que a minimização de resíduos não é somente uma meta

ambiental, mas, principalmente, um programa orientado para aumentar o grau de utilização

dos materiais, com vantagens técnicas e econômicas. Considera que a minimização de

resíduos e emissões geralmente induz a um processo de inovação dentro da empresa.

2.3 PRODUÇÃO LIMPA E MAIS LIMPA NA INDÚSTRIA

Segundo Kiperstock et al (2002), a implementação de um programa de Produção mais

Limpa numa empresa é reconhecida como uma pratica de gestão ambiental de grande

eficácia, no entanto, não visa à certificação, como é o caso da norma internacional ISO 14001.

A Produção mais Limpa provoca uma mudança de cultura organizacional, de forma a

atender aos requisitos ambientais e de mercado no sentido da minimização de resíduos. Trata-

se, portanto, de um programa que contempla os aspectos qualitativos e quantitativos de

melhoria dos produtos, serviços e seus efeitos ao meio ambiente e a qualidade de vida das

pessoas.

Segundo Mello (2002), há milhares de oportunidades para se reduzir perdas e para

gerar retornos financeiros positivos. Elas são soluções, do tipo ganha/ganha: ganha a empresa,

ganha o meio ambiente, ganha a sociedade. Graças ao poder de inovação dos colaboradores e

á pesquisa tecnológica, poderemos desenvolver usos futuros, processos mais limpos, redução

de geração de resíduos etc., tornando a produção, além de mais limpa, também mais segura,

mais econômica e mais sustentável.

Produção mais limpa está relacionada á redução de poluição na sua origem. O

primeiro passo é implementar um amplo programa de limpeza interna e avaliar quais resíduos

e efluentes são gerados pelo processo de produção, quantificando-os. Lembrar que

lixo/resíduo significa uso inadequado de matéria-prima ou insumo.

Dessa forma, produção mais limpa pode ser entendida como uma estratégia para

melhorar continuamente os processos, produtos e serviços, a eficiência operacional, a

qualidade de vida e o meio ambiente; reduzindo impactos ambientais, aumentando resultados

econômicos por redução de custos; e, finalmente, permitindo se caminhar em direção ao

desenvolvimento sustentável.

22

2.4 FORMAS DE REÚSO DA ÁGUA

Segundo Brega Filho & Mancuso (2002), de uma maneira geral, o reúso da água pode

ocorrer de forma direta ou indireta, por meio de ações planejadas ou não planejadas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, WHO (1973), tem-se:

Reúso indireto: ocorre quando a água já usada, uma ou mais vezes

para uso doméstico ou industrial, é descarregada nas águas superficiais ou

subterrâneas e utilizadas novamente a jusante, de forma diluída;

Reúso direto: é o uso planejado e deliberado de esgotos tratados para

certas finalidades como irrigação, uso industrial, recarga de aqüífero e água

potável;

Reciclagem interna: é o reúso da água internamente a instalações

industriais, tendo como objetivo a economia de água e o controle da poluição.

Essa mesma referência diferencia o reúso indireto intencional do não intencional,

estabelecendo que quando o reúso indireto decorre de descargas planejadas a montante, ou a

recargas planejadas no aqüífero subterrâneo, ele é designado reúso indireto intencional.

Segundo Lavrador Filho (1987), os termos “planejado” e “não planejado” referem-se ao

fato do reúso ser resultante de uma ação consciente, subseqüente à descarga do efluente, ou do

reéso ser apenas um subproduto não intencional dessa descarga. Dessa forma, tem-se a

seguinte conceituação:

Reúso planejado de água: ocorre quando o reúso é resultado de uma ação

humana consciente, adiante do ponto de descarga do efluente a ser usado de

forma direta ou indireta. O reúso planejado das águas pressupõe a existência de

um sistema de tratamento de efluentes que atenda aos padrões de qualidade

requeridos pelo novo uso que se deseja fazer da água. O reúso planejado pode

ser denominado reuso intencional da água.

Bernardis (2002) classifica reúso de água em duas grandes categorias: potável e não

potável. A seguir serão descritas as classificações de interesse ao presente trabalho para

devida compreensão.

Reúso potável direto: quando o esgoto recuperado, por meio de

tratamento avançado, é diretamente reutilizado no sistema de água potável.

Reúso potável indireto: caso em que o esgoto, após o tratamento, é

disposto na coleção de águas superficiais ou subterrâneas para diluição, purificação

natural e subseqüente captação, tratamento e finalmente utilizado como água

potável.

Reúso não potável para fins agrícolas: embora quando se pratica esta

modalidade de reúso via de regra haja, como subproduto, recarga do lençol

subterrâneo, o objetivo precípuo desta prática é a irrigação de plantas alimentícias,

tais como árvores frutíferas e cereais, e plantas não alimentícias tais como

pastagens e forrageiras, além de ser aplicável para dessedentação de animais.

Junior (2006) argumenta que a presença de organismos patogênicos e de compostos

orgânicos sintéticos na grande maioria dos efluentes disponíveis para reúso, principalmente

naqueles oriundos de estações de tratamento de esgotos de grandes conturbações,

caracterizam o reúso potável como uma alternativa associada a riscos muito elevados,

tornado-o praticamente inaceitável. Além disso, os custos dos sistemas de tratamento

avançados que seriam necessários levariam à inviabilidade econômico-financeira do

abastecimento público, não havendo ainda, garantia de proteção adequada da saúde dos

consumidores.

Sendo assim, a responsabilidade pela remoção de um determinado contaminante não

deve ser atribuída a um único processo ou operação.

2.4.1 Legislação Relativa ao Reuso da Água no Brasil

A partir da promulgação da Lei nº 9.433/97, que institui a Política Nacional de Recursos

Hídricos, é dado um novo enfoque para a questão hídrica, a gestão do uso da água por bacias

hidrográficas e o conceito do usuário pagador. A ênfase legislativa incide na racionalização

do uso da água, estabelecendo princípios e instrumentos para sua utilização. Porém, pouca

preocupação legislativa ocorreu para fixação de princípios e critérios para a reutilização da

água no Brasil.

Segundo a CETESB (1993), importância especial ao reúso foi dada na Agenda 21, a

qual recomendou aos países participantes da ECO a implementação de políticas de gestão

24

dirigidas para o uso e reciclagem de efluentes, integrando proteção de saúde pública de grupos

de risco, com práticas ambientais adequadas.

No capítulo 21 - “Gestão ambientalmente adequada de resíduos líquidos e sólidos”,

Área Programática B - “Maximizando o reúso e a reciclagem ambientalmente adequadas”, é

estabelecido, como um dos objetivos básicos: “vitalizar e ampliar os sistemas nacionais de

reúso e reciclagem de resíduos”.

Conforme a Agencia Nacional de Águas (2011), embora não exista, no Brasil, nenhuma

legislação relativa, já se dispõe de uma primeira demonstração de vontade política,

direcionada para a institucionalização do reúso. A “Conferência Interparlamentar sobre

Desenvolvimento e Meio Ambiente”, realizada em Brasília, em dezembro de 1992,

recomendou, sob o item “Conservação e Gestão de Recursos para o Desenvolvimento”, que se

envidassem esforços, em âmbito nacional, para “institucionalizar a reciclagem e reúso sempre

que possível e promover o tratamento e a disposição de esgotos, de maneira a não poluir o

meio ambiente”.

Com base em várias referências teóricas, evidencia-se que não existe uma política

estabelecida, arcabouço legal e institucional, ou parâmetros estabelecidos para a prática de

reúso no Brasil. Porém, conforme a Agencia Nacional de Águas (2011), a legislação em

vigor, ao instituir os fundamentos da gestão de recursos hídricos, cria condições jurídicas e

econômicas para a hipótese do reúso de água como forma de utilização racional e de

preservação ambiental.

2.4.1.1 Resolução CONAMA nº 357/2005 e os Usos Preponderantes da Água com suas

Classes

Com o objetivo de evitar a poluição e contaminação de qualquer espécie modificando

os usos dos corpos d’água, institui-se a Resolução CONAMA nº 357, de 17 de Março de

2005, que estabelece nove classes de acordo com os usos preponderantes da água no

Território Nacional.

Os efluentes somente podem ser descartados em corpos d´água se os seus parâmetros

característicos se situarem dentro do balizamento dado pela Resolução CONAMA

nº 357/2005, para cada classe de corpo de água.

Segundo Fernandez & Garrido (2002), atualmente, discute-se no meio técnico a

necessidade de essa Resolução ser revista para melhor se adequar a realidades observadas em

inúmeras bacias do Brasil. Assinala-se, entretanto, que o seu texto é um balizamento para que

restrições outras possam ser estabelecidas por comitês de bacia, os quais, considerarão, por

certo, as condicionantes inerentes às suas próprias regiões.

Sendo assim, medidas devem ser cumpridas para manter a condição de um segmento

de corpo d’água em correspondência com a sua classe. Esta Resolução estabelece, por meio

de vários artigos, uma série de limites e condições, sob os pontos de vista físico, químico e

bioquímico, para as águas das diversas classes.

São estabelecidos padrões mínimos para os efluentes serem aceitos como descartes em

corpos dá água. Para que eles possam ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos

d’água, devem obedecer às condições preestabelecidas.

Ainda segundo Fernandez & Garrido (2002), como os efluentes líquidos podem ser

oriundos das aglomerações urbanas, dos distritos industriais, de plantas mineradoras e como

retorno das águas de irrigação, a análise das características físicas de um efluente pode ser

feita com base em alguns indicadores, como: sólidos totais, temperatura, cor e odor, turbidez,

demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO) e carbono

orgânico total (COT).

As classes especial, 1, 2, 3 e 4 são para as águas doces; as classes 5 e 6, para as águas

salobras e, as classes 7 e 8, para as águas salinas, conforme Tabela 1.

26

Tabela 1: Classificação das águas

Destinação dos corpos d’água conforme a Resolução CONAMA nº 357/2005

DESTINAÇÃO CLASSES

E 1 2 3 4 5 6 7 8

Abastecimento doméstico sem prévia ou com

simples desinfecção X

Preservação do equilíbrio natura das

comunidades aquáticas X

Abastecimento doméstico após tratamento

simplificado X

Proteção das comunidades aquáticas X X X X

Recreação de contato primário X X X X

Irrigação de hortaliças que são consumidas

cruas e de frutas que se desenvolvem rentes ao

solo e que sejam ingerida cruas sem remoção

de película

X

Criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de

espécies destinadas á alimentação humana X X X

Abastecimento doméstico, após tratamento

convencional X X

Irrigação de hortaliças e plantas frutíferas X

Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e

forrageiras X

Dessedentação de animais X

Navegação X

Harmonia paisagística X X X X

Usos menos exigentes X

Navegação comercial X X

Recreação de contato secundário X X

2.5 REÚSO DA ÁGUA PARA FINS INDUSTRIAIS

A crescente demanda, associada aos elevados custos da água, tem incentivado a

avaliação de possibilidades internas de reúso e até mesmo a viabilidade do uso de efluentes

tratados de concessionárias como fonte de abastecimento.

Os efluentes gerados pelas atividades consumidoras podem ser avaliados como uma

possibilidade de fonte alternativa para suprimento da demanda de usos específicos,

configurando o conceito de reúso da água.

O reúso da água ou uso de águas residuárias não é um conceito novo e tem sido

mundialmente utilizado há alguns anos. A demanda crescente por água tem feito da

reutilização de tal recurso um tema de grande importância. Neste sentido, é possível

considerar o reúso da água como parte integrante de um conceito mais abrangente, que é o

uso racional da água, o qual, por sua vez, está inserido na conservação de recursos

naturais, compreendendo a alocação e uso racional, o controle de perdas e desperdícios,

bem como a minimização da produção de resíduos e do consumo.

O reúso de água favorece a redução da demanda sobre os mananciais, pela

possibilidade de substituição da água de qualidade superior (potável, por exemplo), por uma

outra de qualidade inferior, que seja compatível com o uso específico. Este procedimento

conceitua-se como substituição de fontes. Desta forma, grandes volumes de água potável

podem ser poupados, utilizando-se águas originária de efluentes tratados para o atendimento

de demandas cujas finalidades podem prescindir de água. Sua conservação está intimamente

ligada à integração dos sistemas de abastecimento, esgotamento e drenagem urbana.

Ressalta-se que a água tem um mecanismo natural de circulação que resulta no

processo de autodepuração, e a torna reutilizável para os mais diversos fins inclusive

industriais.

É importante salientar que cidades, lavouras e principalmente indústrias utilizam-se de

forma não estruturada o conceito de reúso, isto é de forma indireta e não planejada, captando

a jusante águas que foram utilizadas e devolvidas aos rios por consumidores a montante. Não

é mensurável o número de pessoas e indústrias no mundo que já foram e são abastecidas com

água de reúso. Porém o agravamento da poluição e contaminação é um fator limitante para a

continuidade deste processo, principalmente quando se trata de efluentes sem qualquer tipo de

tratamento.

28

De acordo com Cirra (2011), “O grande desafio atual da humanidade é a busca de

fontes de água que possam suprir as necessidades, tanto no contexto doméstico como

industrial”.

O potencial futuro para uso do efluente tratado é promissor, principalmente nas

indústrias, e isso varia de acordo com o processo produtivo de cada empresa e o grau de

necessidade da qualidade da água, principalmente como matéria-prima.

A prática de reúso da água fornece uma larga escala de benefícios para a comunidade,

empresas e ao meio ambiente.

Um dos benefícios, talvez o mais significativo da prática do reúso da água é a inclusão

do termo reusar a água em um planejamento integrado.

A prática em questão para sua aplicação, a água de reúso deve apresentar

características físicas, químicas e biológicas adequadas para cada uso. Deve-se considerar

também que a concentração de determinados contaminantes aumenta à medida que se aplica o

reúso. Se esses pontos não forem observados e a prática de reúso for adotada mesmo assim,

todas as atividades nas quais a água de reúso e aplicada estarão comprometidas. Para a

implantação da prática de reúso é preciso ter consciência que ele não substitui integralmente a

necessidade de água de uma planta industrial, pois existem limitações de ordem técnica,

operacional e ambiental que restringem a utilização em sistemas internos (fechado), portanto é

necessária uma avaliação do potencial, com base nas características da água disponível para

captação, do efluente gerado e da água para as aplicações do reúso, além dos padrões de

emissão de efluentes e isso deve estar contemplado dentro de um sistema de gerenciamento

ambiental (SGA), que atenda à legislação ambiental vigente.

2.6 INDÚSTRIA METALÚRGICA

A Indústria Metalúrgica é o conjunto de técnicas, onde o homem extrai e manipula

metais assim gerando ligas metálicas. Os primeiros metais a serem descobertos foram os

metais nobres, que podem ser encontrados na sua forma bruta na natureza. E com a descoberta

do fogo, esses metais passaram a ser moldados e trabalhados. (METALURGIA E

SIDERURGIA, 2011).

Acredita-se que, os primeiros altos-fornos apareceram no século XIII, assim surgindo as

primeiras ligas metálicas, com a adição de estanho ao cobre, gerando o bronze. O ferro

demorou um pouco mais para começar a ser trabalhado, pois não se acha ferro bruto na

natureza. A primeira fábrica de ferro surgiu em 1590, onde hoje fica Sorocaba, no interior do

estado de São Paulo. Mas Portugal proibia o Brasil de possuir indústrias, para que não

houvesse produtos que concorressem com os que eram importados da metrópole. Com a

abundância do ouro, fez surgir à demanda por casas de cunhagem e de fundição, assim

Portugal teve que ceder a construção de algumas forjas. Em 1795, uma fábrica de ferro fora

liberada para se estabelecer em São Paulo e, em seguida, em Minas Gerais, dando seu enorme

potencial para usinas de ferro e aço. (SÃO FRANCISCO, 2011).

Já no início do século XIX, mesmo com permissão para se instalarem e operarem

livremente, as indústrias de metais ainda encontrava dificuldades: muitos equipamentos eram

importados da Inglaterra a preços elevados e as taxas de exportação dos metais também eram

altas; não havia mão-de-obra suficientemente bem treinada (METALURGIA E

SIDERURGIA, 2011).

A partir de 1930, a indústria floresceu no Brasil, em razão da queda da economia

cafeeira. Com o advento da produção em série e em larga escala, muitos trabalhadores

deixaram o campo, em busca de emprego na cidade. Surgindo o operário industrial, o

operador de máquinas, o encarregado de produção nos mais variados tipos de indústria e o

metalúrgico (METALURGIA E SIDERURGIA, 2011).

30

3 METODOLOGIA

O presente trabalho foi dividido em quatro etapas conforme o fluxograma da Figura 1,

que representa a estrutura metodológica, onde são mostrados os passos e a seqüência utilizada

para o desenvolvimento deste estudo.

Figura 1: Fluxograma da estrutura metodológica para o desenvolvimento das atividades.

3.1 CONSUMO DE ÁGUA UTILIZADA NO PROCESSO

Para a realização dessa primeira etapa foi estudado o processo produtivo da empresa, e

verificado onde os conceitos de reúso identificados em bibliografia especializada, teriam

potencial de aplicação. A realização de balanço hídrico no processo de lavagem e calibração

de peças foi mediante ao consumo de água utilizada, durante os diferentes turnos de trabalho

da empresa. Por meio do levantamento de dados sobre o carregamento do efluente líquido foi

possível identificar a vazão em relação ao consumo de água.

3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICAS DO

EFLUENTE GERADO

Foi realizada coleta do efluente gerado no processo de lavagem e calibração das peças

de acordo com as normas, para posterior realização de análise físico-química em laboratório

especializado, podendo assim analisar o potencial de reúso da água no processo de acordo

com os parâmetros evidenciados nas Resoluções CONAMA nº 357/2005 e CONSEMA nº

128/2006.

3.3 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE REÚSO DA ÁGUA

Nessa etapa foram realizados registros fotográficos do sistema atual de

armazenamento da água, bem como levantamento de informações sobre o sistema utilizado.

Foram analisados registros e documentos referentes desde a implantação do sistema até suas

condições atuais de funcionamento. O esquema apresentado na Figura 2 retrata as questões a

serem abordadas nessa etapa.

Figura 2: Itens a serem abordados na descrição do sistema de reúso da água no processo de

lavagem e calibração das peças.

32

3.4 VERIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA AMBIENTAL DO SISTEMA DE REÚSO DA

ÁGUA IMPLANTADA NO PROCESSO

Nessa etapa foi realizada coleta da água após passar pelo filtro implantado e

encaminhado para fazer a realização da análise físico-química em laboratório especializado.

Também foram levantados dados históricos referentes ao consumo de água antes e depois da

adoção do sistema de reúso.

Foram analisadas as possibilidades que temos para emissão do efluente: descartá-lo

diretamente em um corpo hídrico, reusá-lo com a implantação do filtro, descartá-lo num corpo

hídrico após passar pelo filtro e encaminhá-lo a empresa de tratamento de efluente. Fazendo o

comparativo dos resultados das análises com os parâmetros das Resoluções CONAMA

nº 357/2005 e CONSEMA nº 128/2006.

Dessa forma foi realizada uma análise dos impactos que a empresa deixou de causar

ao meio ambiente pelo reúso da água no processo, conforme demonstra a Figura 3.

Figura 3: Esquema referente a análise dos impactos que a empresa deixa de causar ao meio

ambiente pelo reúso da água do processo de lavagem e calibragem das peças.

4 ESTUDO DE CASO

O local de estudo é a empresa METASA S.A., localizada no município de Marau,

situado na região norte do Estado do Rio Grande do Sul, a 269 km de da capital do Estado,

Porto Alegre.

Situa-se no planalto médio – na região da produção, e segundo dados do IBGE de

2010, o município apresenta uma população de cerca de 35.000 habitantes, ocupando uma

área de 651,11 Km², correspondentes a 0,23% da área estadual e 0,008% do

território nacional. Sendo classificado como município de porte médio superior (ACIM,

2008). A Figura 4 apresenta a localização de Marau.

Figura 4: Localização da cidade de Marau-RS.

Marau é uma cidade embasada na colonização italiana. O PIB do município é de R$

761.484,00 e o PIB per capita de R$ 25.654,00.

34

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO PROCESSO PRODUTIVO

A METASA S.A. é uma das maiores empresas do Brasil em soluções de engenharia no

ramo de estruturas metálicas para construção civil, sendo a primeira no país a ser certificada

pela norma ISO 9001 Versão 2008 neste segmento. Apresentando uma capacidade instalada

de aproximadamente 4.500 toneladas/mês, contando com mais de 900 colaboradores. A

Figura 5 apresenta uma vista geral do local de estudo.

Figura 5: Visão geral da Empresa METASA S.A.

A empresa atua no desenvolvimento, fabricação e comercialização de estruturas

metálicas para edifícios de múltiplos andares, edifícios para processos, pavilhões industriais,

pontes, torres, pipe-racks e plataformas offshore.

A empresa apresenta valores como:

Compromisso com a integridade – condução da empresa com alto grau de ética,

honrando os compromissos com clientes, acionistas, colaboradores, fornecedores e

governo, difundindo novos conceitos para a comunidade e remunerando

adequadamente o capital investido.

Padrão da mais alta qualidade – visa ser identificada pelos seus clientes pela qualidade

diferenciada de seus produtos e serviços, obtida pela melhoria contínua dos processos

e pelo reinvestimento do lucro na própria empresa.

Trabalho em equipe – acredita que o sucesso é alcançado com uma administração

participativa, valorizando e incentivando as pessoas e premiando-as com a

participação nos resultados.

Constante busca pela excelência – não existe barreira para a constante melhoria e a

busca contínua pela atualização tecnológica.

O processo produtivo da empresa pode ser representado de maneira geral pelo

fluxograma da Figura 6.

Figura 6: Fluxograma do processo produtivo da empresa.

O processo fabril se inicia pela fase de preparação, onde a matéria prima (perfis e

chapas de aço) é então separada e recebe os recortes necessários. Usualmente antes de entrar

no processo de fabricação, os materiais passam por um jateamento inicial, feito com granalha

de aço. Após passarem pelo jato, ocorre o recorte de chapas, realizado por meio de maçaricos;

a furação de peças, utilizando puncionadeiras e furadeiras. Ainda nesse processo são feitos os

acabamentos como a retirada de rebarbas e chanfros e o ponteamento com solda para os perfis

soldados.

O processo seguinte é a montagem das peças que irão compor a estrutura, onde é feito

o ponteamento com solda e posterior inspeção, bem como os detalhes de acabamento da peça.

Na soldagem a estutura então é soldada manualmente ou por meio de máquinas

(bancos de solda). Posteriormente a estrutura segue para o jato, cuja finalidade é preparar a

36

superficie para receber a pintura, de forma a garantir uma boa aderencia da tinta, o jateamento

da estrutura é feito com granalha de aço.

No processo de pintura a estrutura segue para uma cabine de pintura para receber a

quantidade de tinta especificada conforme projeto. Depois de determinado tempo de cura, a

estrutura então é carregada.

4.2 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE USO DA ÁGUA NO PROCESSO

A única etapa do processo produtivo que utiliza água é a lavagem e a calibração das

peças. A lavagem das peças é feita com o objetivo de remover toda a contaminação existente

nela, como óleo que é oriundo dos vazamentos existentes nas máquinas, fluido de corte,

utilizado para lubrificar a peça e assim fazer a furação, corte mais facilmente e também para

que a máquina não aqueça, queimando-a. Obrigatoriamente todas as peças são lavadas,

conforme a Figura 7, evitando assim, uma futura contaminação da granalha de aço, no

momento em que ela for jateada.

Figura 7: Colaborador lavando as peças com o auxilio do lava jato

Para facilitar a lavagem, é feito a aspersão de um detergente líquido (limpador

industrial de superfícies - Splendy BC) com o auxilio do lava jato, ilustrado nas Figuras 8 e 9.

Figura 8: Aspersão do limpador industrial de superfícies

Figura 9: Limpador Industrial de Superfície - Splendy Bc

A Figura 10 demonstra o local onde as peças são lavadas. Feita a lavagem das peças a

água escorre sobre o chão e vai para uma caixa coletora de água, conforme a Figura 11, na

caixa contém um sistema elevatório, Figura 12, quando o mesmo está no seu limite máximo, a

água é bombeada para fora da empresa e armazenada em dois reservatórios, um maior de

15 000L e outro menor de 5 000L, conforme mostra a Figura 13.

38

Figura 10: Local onde as peças são lavadas

Figura 11: Caixa coletora da água

Figura 12: Bomba de nível

Figura 13: Armazenamento do efluente

No processo de soldagem as peças sofrem algumas deformações. Dependendo do tipo

do material, algumas peças sofrem mais deformações e outras sofrem menos.

Para fazer o realinhamento da peça é necessário fazer a calibração, que nada mais é do

que aquece - lá, para isso é utilizado o maçarico com uma mistura de gases, composta por

oxigênio e GLP, conforme a Figura 14, após fazer o aquecimento da peça, a mesma, é

resfriada com água, Figura 15.

40

Figura 14: Colaborador aquecendo a peça

Figura 15: Colaborador resfriando a peça

Essa água utilizada cai sobre uma estrutura de ferro, a qual é composta por várias

canaletas (Figuras 16 e 17), que conduzem a água para a caixa coletora, conforme a Figura 18,

na caixa contém um sistema elevatório, Figura 19, quando o mesmo está no seu limite

máximo, a água é bombeada para fora da empresa e armazenada em dois reservatórios, um

maior de 15 000L e outro menor de 5 000L, conforme mostra a Figura 20. O processo de

resfriamento não é feito em todas as peças, depende do tipo do material e da exigência do

cliente.

Figura 16: Local onde é feito a calibração das peças

Figura 17: Canaleta para levar água

42

Figura 18: Caixa coletora do efluente

Figura 19: Bomba de nível

Figura 20: Armazenamento da água

Com a implantação do filtro, não há mais consumo de água da cisterna, pois ela passa

uma vez pelo processo, é armazenada nas caixas d’água, passa pelo filtro e volta para o

processo novamente.

44

4.3 CARACTERIZAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA DA ÁGUA NO

PROCESSO PRODUTIVO

A água que abastecia o processo de lavagem e calibração das peças era oriunda da

cisterna (água da chuva), a qual passa pelo processo de cloração e filtração visando garantir

uma boa qualidade da água mesmo que o seu uso é somente para fins onde não é necessária

água potável, como sanitários, lavagens de calçadas, lavagem de paredes e edificações, rega

de jardins, uso na rede de combate a incêndio, etc.

A água da cisterna atende aos requisitos da Portaria nº 518 do Ministério da Saúde,

conforme resultados dos parâmetros obtidos de análises rotineiras realizadas pelo laboratório

do CEPA na Universidade de Passo Fundo, conforme a Tabela 2.

Tabela 2: Resultados da Análise da Água da Chuva

PARÂMETROS Portaria 518 JUNHO AGOSTO

28/06/2011 04/08/2011

Contagem de

Bactérias

Heterotróficas

(UFC/mL)

500 <1,0 x 10¹ <1,0

Coliformes Totais

(NMP/100 mL) Ausência Ausência Ausência

Escherichia coli

(NMP/100 mL) Ausência Ausência Ausência

Deve-se considerar que a água utilizada no processo de lavagem e calibração das

peças, é a mesma água utilizada para os outros fins de água não potável, apenas sua

distribuição, são realizadas separadamente, a Figura 21 apresenta o consumo de água no

processo de lavagem e calibração das peças.

Figura 21: Consumo de água no processo de lavagem e calibração de peças

Toda a água que passa pelo processo de lavagem e calibração, após entrar em contato

com as peças, se transforma em efluente e não pode ser lançado diretamente no corpo hídrico.

A Tabela 3 apresenta os resultados da análise do efluente gerado no processo comparado com

os parâmetros da Resolução CONSEMA nº 128/86.

Tabela 3: Resultados da Análise do Efluente da Limpeza e Calibração das Peças.

PARÂMETROS

Resolução

128/2006

Consema

JUNHO

20/06/2011

DQO

(mg O2/L)

20 ≤ Q < 100

360 mg O2/L 37

DBO

(mg DBO5/L)

20 ≤ Q < 100

150 mg O2/L 12,5

pH Entre 6,0 e 9,0 6,76

Fósforo

(mg P/L)

Q < 100m³/d

4 < 0,04

Nitrogênio

Amoniacal

(mg NH3-N/L)

Q < 100m³/d

20 < 0,4

Óleos e Graxas ≤ 10 mg/L < 10

46

Total

(mg OG/L)

Fenol

(mg C6H5OH/L) 0,1 mg/L < 0,003

Sulfetos

(mg S-2/L) 0,2 mg S²/L < 0,10

Subs. Tenso-

Ativas Reag. Azul

Metileno

(mg MBAS/L)

2,0 mg MBAS/L 0,478

Teor de Alumínio

(mg Al/L) 10 mg Al/L 0,651

Teor de Chumbo

(mg Pb/L) 0,2 mg Pb/L < 0,04

Teor de Cobre

(mg Cu/L) 0,5 g Cu/L < 0,0015

Teor de Cromo

Total

(mg Cr/L)

0,5 mg Cr/L < 0,005

Teor de Ferro

Total

(mg Fe/L)

10 mg Fe/L 1,2896

Teor de Manganês

(mg Mn/L) 1,0 mg Mn/L 0,273

Teor de Níquel

(mg Ni/L) 1,0 mg Ni/L < 0,004

Teor de Zinco

(mg Zn/L) 2,0 mg Zn/L 0,842

Cor

(Hazen)

verdadeira do

corpo hídrico

receptor

10

Sólidos

Sedimentáveis mg ≤ 1,0 ml/L < 0,1

SD/L

Sólidos Suspensos

mg SS/L

20 ≤ Q < 100

155 mg/L 45

Óleo e Graxa

Mineral

(mg OG/L)

≤ 10 mg/L < 10

Óleo e Graxa

Animal/Vegetal

mg OG/L

≤ 30 mg/L < 10

Temperatura da

Amostra ºC < 40ºC 19

Temperatura do Ar

ºC ambiente 20

Coliformes

Termotolerantes

NMP/100 mL

100 000 < 1,8

Condições

Ambientais normais Tempo Bom

Com o levantamento dos carregamentos feitos do efluente gerado no processo de

lavagem e calibração das peças durante o período de Janeiro a Julho de 2011, foi possível

verificar a quantidade de efluente gerado por mês. Sendo que o processo quase não possui

perdas, como evaporação e infiltração, então todo o efluente gerado é armazenado nas caixas

d’água.

A Figura 22 apresenta os valores em m³ de efluente gerado no processo.

48

Figura 22: Geração de efluente no processo

4.4 VERIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA AMBIENTAL DO SISTEMA DE REÚSO DA

ÁGUA

A Tabela 4 apresenta os resultados da análise do efluente gerado no processo após

passar pelo filtro implantado.

Tabela 4: Resultados da Análise do Efluente Após Passar Pelo Filtro.

PARÂMETROS

Resolução

128/2006

Consema

AGOSTO

12/09/2011

DQO

(mg O2/L)

20 ≤ Q < 100

360 mg O2/L 11

DBO

(mg DBO5/L)

20 ≤ Q < 100

150 mg O2/L 3,9

pH Entre 6,0 e 9,0 7

Fósforo

(mg P/L)

Q < 100m³/d

4 0,533

Nitrogênio Q < 100m³/d < 0,4

Amoniacal

(mg NH3-N/L)

20

Óleos e Graxas

Total

(mg OG/L)

≤ 10 mg/L < 10

Fenol

(mg C6H5OH/L) 0,1 mg/L < 0,003

Sulfetos

(mg S-2/L) 0,2 mg S²/L < 0,10

Subs. Tenso-

Ativas Reag. Azul

Metileno

(mg MBAS/L)

2,0 mg MBAS/L 0,334

Teor de Alumínio

(mg Al/L) 10 mg Al/L 0,474

Teor de Chumbo

(mg Pb/L) 0,2 mg Pb/L < 0,04

Teor de Cobre

(mg Cu/L) 0,5 g Cu/L < 0,0015

Teor de Cromo

Total

(mg Cr/L)

0,5 mg Cr/L < 0,005

Teor de Ferro

Total

(mg Fe/L)

10 mg Fe/L 1,0504

Teor de Manganês

(mg Mn/L) 1,0 mg Mn/L 0,188

Teor de Níquel

(mg Ni/L) 1,0 mg Ni/L < 0,004

Teor de Zinco

(mg Zn/L) 2,0 mg Zn/L 0,655

Cor

(Hazen)

verdadeira do

corpo hídrico 10

50

receptor

Sólidos

Sedimentáveis mg

SD/L

≤ 1,0 ml/L < 0,1

Sólidos Suspensos

mg SS/L

20 ≤ Q < 100

155 mg/L 22

Óleo e Graxa

Mineral

(mg OG/L)

≤ 10 mg/L < 10

Óleo e Graxa

Animal/Vegetal

mg OG/L

≤ 30 mg/L < 10

Temperatura da

Amostra ºC < 40ºC 19

Temperatura do Ar

ºC ambiente 21

Coliformes

Termotolerantes

NMP/100 mL

100 000 < 1,8

Condições

Ambientais normais Tempo Bom

As Figuras a seguir apresentam dados históricos referentes ao consumo de água antes

(Figura 23) e depois (Figura 24) da adoção do sistema de reúso.

Figura 23: Consumo de água antes do reúso

Figura 24: Consumo de água após o reúso

Foram analisadas também quatro possibilidades para emissão do efluente: 1º- descarte

diretamente em um corpo hídrico; 2º- reúso do efluente com a implantação do filtro; 3º-

descarte direto no corpo hídrico após passar pelo filtro; 4º- encaminhar a empresa de

tratamento de efluente. Fazendo o comparativo dos resultados das análises com os parâmetros

das Resoluções CONAMA nº 357/2005 e CONSEMA nº 128/2006.

52

1º - Descarte Diretamente em um Corpo Hídrico

Foi coletada amostra do efluente e encaminhada para a empresa ECONSULTING,

laboratório especializado em análises de águas e efluentes, na cidade de Viamão. Na Tabela 5

abaixo esta os resultados da análise, comparado com a Resolução do CONAMA nº 357/2005.

Tabela 5: Resultados da Análise do Efluente da Lavagem e Calibração das Peças comparado

com a Resolução do CONAMA nº 357/2005

PARÂMETROS

Resolução 357/2005 CONAMA JUNHO

CLASSE

ESPECIAL CLASSE I

CLASSE

II

CLASSE

III

CLASSE

IV 20/06/2011

DBO

(mg DBO5/L) 3 mg/L 3 mg O2/L 5 mg O2/L

10 mg

O2/L

10 mg

O2/L 12,5

pH Entre 6,0 e

9,0 Entre 6,0 e 9,0

Entre 6,0 e

9,0

Entre 6,0 e

9,0

Entre 6,0 e

9,0 6,76

Fenol

(mg C6H5OH/L)

0,003 mg

C6H5OH/L

0,003 mg

C6H5OH/L

0,003 mg

C6H5OH/L

0,01 mg

C6H5OH/L

1,0 mg

C6H5OH/L < 0,003

Subs. Tenso-

Ativas Reag.

Azul Metileno

(mg MBAS/L)

0,5 mg

MBAS/L 0,5 mg MBAS/L

0,5 mg

MBAS/L

0,5 mg

MBAS/L

0,5 mg

MBAS/L 0,478

Óleo e Graxa

Total

(mg OG/L)

Ausente Ausente Ausente Ausente Iridicências <10

Teor de

Alumínio

(mg Al/L)

0,1 mg Al/L 0,1 mg Al/L 0,1 mg

Al/L

0,2 mg

Al/L

0,1 mg

Al/L 0,651

Teor de Chumbo

(mg Pb/L)

0,01 mg

Pb/L 0,01 mg Pb/L

0,01 mg

Pb/L

0,033 mg

Pb/L

0,05 mg

Pb/L < 0,04

Teor de Cobre

(mg Cu/L)

0,02 mg

Cu/L 0,02 mg Cu/L

0,02 mg

Cu/L

0,5 mg

Cu/L

0,5 mg

Cu/L < 0,0015

Teor de Cromo

Total

0,05 mg

Cr/L 0,05 mg Cr/L

0,05 mg

Cr/L

0,05 mg

Cr/L

0,05 mg

Cr/L < 0,005

(mg Cr/L)

Teor de Ferro

Total

(mg Fe/L)

0,3 mg Fe/L 0,3 mg Fe/L 0,3 mg

Fe/L

5,0 mg

Fe/L

5,0 mg

Fe/L 1,2896

Teor de

Manganês

(mg Mn/L)

0,1 mg

Mn/L 0,1 mg Mn/L

0,1 mg

Mn/L

0,5 mg

Mn/L

0,5 mg

Mn/L 0,273

Teor de Níquel

(mg Ni/L)

0,025 mg

Ni/L 0,025 mg Ni/L

0,025 mg

Ni/L

0,025 mg

Ni/L

0,025 mg

Ni/L < 0,004

Teor de Zinco

(mg Zn/L)

0,18 mg

Zn/L 0,18 mg Zn/L

0,18 mg

Zn/L

5,0 mg

Zn/L

5,0 mg

Zn/L 0,842

Cor Cor natural Cor natural 75 mg

Pt/L

75 mg

Pt/L 75 mg Pt/L 10

Coliformes

Termotolerantes

NMP/100 mL

Ausente 200 1 000 4 000 4 000 < 1,8

2º - Reúso do Efluente com a Implantação do Filtro

Foi coletada amostra do efluente após passar pelo filtro e encaminhada para a empresa

ECONSULTING, laboratório especializado em análises de águas e efluentes, na cidade de

Viamão. Na Tabela 6 abaixo está os resultados da análise, comparado com a Resolução do

CONSEMA nº 128/2006.

54

Tabela 6: Resultados da Análise do Efluente da Limpeza e Calibração das Peças.

PARÂMETROS

Resolução

128/2006

Consema

AGOSTO

12/09/2011

DQO

(mg O2/L)

20 ≤ Q < 100

360 mg O2/L 11

DBO

(mg DBO5/L)

20 ≤ Q < 100

150 mg O2/L 3,9

pH Entre 6,0 e 9,0 7

Fósforo

(mg P/L)

Q < 100m³/d

4 0,533

Nitrogênio

Amoniacal

(mg NH3-N/L)

Q < 100m³/d

20 < 0,4

Óleos e Graxas

Total

(mg OG/L)

≤ 10 mg/L < 10

Fenol

(mg C6H5OH/L) 0,1 mg/L < 0,003

Sulfetos

(mg S-2/L) 0,2 mg S²/L < 0,10

Subs. Tenso-

Ativas Reag. Azul

Metileno

(mg MBAS/L)

2,0 mg MBAS/L 0,334

Teor de Alumínio

(mg Al/L) 10 mg Al/L 0,474

Teor de Chumbo

(mg Pb/L) 0,2 mg Pb/L < 0,04

Teor de Cobre

(mg Cu/L) 0,5 g Cu/L < 0,0015

Teor de Cromo

Total 0,5 mg Cr/L < 0,005

(mg Cr/L)

Teor de Ferro

Total

(mg Fe/L)

10 mg Fe/L 1,0504

Teor de Manganês

(mg Mn/L) 1,0 mg Mn/L 0,188

Teor de Níquel

(mg Ni/L) 1,0 mg Ni/L < 0,004

Teor de Zinco

(mg Zn/L) 2,0 mg Zn/L 0,655

Cor

(Hazen)

verdadeira do

corpo hídrico

receptor

10

Sólidos

Sedimentáveis mg

SD/L

≤ 1,0 ml/L < 0,1

Sólidos Suspensos

mg SS/L

20 ≤ Q < 100

155 mg/L 22

Óleo e Graxa

Mineral

(mg OG/L)

≤ 10 mg/L < 10

Óleo e Graxa

Animal/Vegetal

mg OG/L

≤ 30 mg/L < 10

Temperatura da

Amostra ºC < 40ºC 19

Temperatura do Ar

ºC ambiente 21

Coliformes

Termotolerantes

NMP/100 mL

100 000 < 1,8

Condições

Ambientais normais Tempo Bom

56

3º - Descarte Direto no Corpo Hídrico Após Passar Pelo Filtro

Foi coletada amostra do efluente após passar pelo filtro e encaminhada para a empresa

ECONSULTING, laboratório especializado em análises de águas e efluentes, na cidade de

Viamão. Na Tabela 7 abaixo está os resultados da análise, comparado com a Resolução do

CONAMA nº 357/2005.

Tabela 7: Resultados da Análise do Efluente da Lavagem e Calibração das Peças após passar

pelo filtro comparado com a Resolução do CONAMA nº 357/2005

PARÂMETROS

Resolução 357/2005 CONAMA AGOSTO

CLASSE

ESPECIAL

CLASSE

I

CLASSE

II

CLASSE

III

CLASSE

IV 12/09/2011

DBO

(mg DBO5/L) 3 mg/L 3 mg O2/L 5 mg O2/L

10 mg

O2/L

10 mg

O2/L 3,9

pH Entre 6,0 e

9,0

Entre 6,0 e

9,0

Entre 6,0 e

9,0

Entre 6,0 e

9,0

Entre 6,0 e

9,0 7

Fenol

(mg C6H5OH/L)

0,003 mg

C6H5OH/L

0,003 mg

C6H5OH/L

0,003 mg

C6H5OH/L

0,01 mg

C6H5OH/L

1,0 mg

C6H5OH/L < 0,003

Subs. Tenso-

Ativas Reag.

Azul Metileno

(mg MBAS/L)

0,5 mg

MBAS/L

0,5 mg

MBAS/L

0,5 mg

MBAS/L

0,5 mg

MBAS/L

0,5 mg

MBAS/L 0,334

Óleo e Graxa

Total

(mg OG/L)

Ausente Ausente Ausente Ausente Iridicências < 10

Teor de

Alumínio

(mg Al/L)

0,1 mg Al/L 0,1 mg

Al/L

0,1 mg

Al/L

0,2 mg

Al/L

0,2 mg

Al/L 0,474

Teor de Chumbo

(mg Pb/L)

0,01 mg

Pb/L

0,01 mg

Pb/L

0,033 mg

Pb/L

0,05 mg

Pb/L

0,05 mg

Pb/L < 0,04

Teor de Cobre

(mg Cu/L)

0,02 mg

Cu/L

0,02 mg

Cu/L

0,02 mg

Cu/L

0,5 mg

Cu/L

0,5 mg

Cu/L < 0,0015

Teor de Cromo 0,05 mg 0,05 mg 0,05 mg 0,05 mg 0,05 mg < 0,005

Total

(mg Cr/L)

Cr/L Cr/L Cr/L Cr/L Cr/L

Teor de Ferro

Total

(mg Fe/L)

0,3 mg Fe/L 0,3 mg

Fe/L

0,3 mg

Fe/L

5,0 mg

Fe/L

5,0 mg

Fe/L 1,0504

Teor de

Manganês

(mg Mn/L)

0,1 mg

Mn/L

0,1 mg

Mn/L

0,1 mg

Mn/L

0,5 mg

Mn/L

0,5 mg

Mn/L 0,188

Teor de Níquel

(mg Ni/L)

0,025 mg

Ni/L

0,025 mg

Ni/L

0,025 mg

Ni/L

0,025 mg

Ni/L

0,025 mg

Ni/L < 0,004

Teor de Zinco

(mg Zn/L)

0,18 mg

Zn/L

0,18 mg

Zn/L

0,18 mg

Zn/L

5,0 mg

Zn/L

5,0 mg

Zn/L 0,655

Cor Cor natural Cor

natural

75 mg

Pt/L

75 mg

Pt/L 75 mg Pt/L 10

Coliformes

Termotolerantes

NMP/100 mL

Ausente 200 1 000 4 000 4 000 < 1,8

4º - Encaminhar a Empresa de Tratamento de Efluente

Foi coletada amostra do efluente e encaminhada para a empresa ECONSULTING,

laboratório especializado em análises de águas e efluentes, na cidade de Viamão. Na Tabela 8

abaixo está os resultados da análise, comparado com a Resolução do CONSEMA nº

128/2006.

58

Tabela 8: Resultados da Análise do Efluente da Limpeza e Calibração das Peças.

PARÂMETROS

Resolução

128/2006

Consema

JUNHO

20/06/2011

DQO

(mg O2/L)

20 ≤ Q < 100

360 mg O2/L 37

DBO

(mg DBO5/L)

20 ≤ Q < 100

150 mg O2/L 12,5

pH Entre 6,0 e 9,0 6,76

Fósforo

(mg P/L)

Q < 100m³/d

4 < 0,04

Nitrogênio

Amoniacal

(mg NH3-N/L)

Q < 100m³/d

20 < 0,4

Óleos e Graxas

Total

(mg OG/L)

≤ 10 mg/L < 10

Fenol

(mg C6H5OH/L) 0,1 mg/L < 0,003

Sulfetos

(mg S-2/L) 0,2 mg S²/L < 0,10

Subs. Tenso-

Ativas Reag. Azul

Metileno

(mg MBAS/L)

2,0 mg MBAS/L 0,478

Teor de Alumínio

(mg Al/L) 10 mg Al/L 0,651

Teor de Chumbo

(mg Pb/L) 0,2 mg Pb/L < 0,04

Teor de Cobre

(mg Cu/L) 0,5 g Cu/L < 0,0015

Teor de Cromo

Total 0,5 mg Cr/L < 0,005

(mg Cr/L)

Teor de Ferro

Total

(mg Fe/L)

10 mg Fe/L 1,2896

Teor de Manganês

(mg Mn/L) 1,0 mg Mn/L 0,273

Teor de Níquel

(mg Ni/L) 1,0 mg Ni/L < 0,004

Teor de Zinco

(mg Zn/L) 2,0 mg Zn/L 0,842

Cor

(Hazen)

verdadeira do

corpo hídrico

receptor

10

Sólidos

Sedimentáveis mg

SD/L

≤ 1,0 ml/L < 0,1

Sólidos Suspensos

mg SS/L

20 ≤ Q < 100

155 mg/L 45

Óleo e Graxa

Mineral

(mg OG/L)

≤ 10 mg/L < 10

Óleo e Graxa

Animal/Vegetal

mg OG/L

≤ 30 mg/L < 10

Temperatura da

Amostra ºC < 40ºC 19

Temperatura do Ar

ºC ambiente 20

Coliformes

Termotolerantes

NMP/100 mL

100 000 < 1,8

Condições

Ambientais normais Tempo Bom

60

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 CONSUMO DE ÁGUA UTILIZADA NO PROCESSO

No levantamento de informações sobre o histórico de consumo de água no processo de

lavagem e calibração de peças antes da implementação do sistema de reúso, observado na

Figura 23, verificou-se que o consumo é o mesmo para todos os meses, ou seja, 20m³ de água.

Sendo está água oriunda da cisterna.

Com a implementação do sistema de reúso da água, foi consumido apenas 15m³ no

mês de Agosto, conforme a Figura 24, sendo o mês em que o sistema teve início. Após foi

fechado o registro da tubulação de água da cisterna, não havendo mais o seu consumo, pois a

prática de reúso é um circuito fechado, a água passa pelo processo, é armazenada nos

reservatórios, passa pelo filtro e retorna para o processo novamente, fazendo esse ciclo

inúmeras vezes antes de ser trocada. Quando for necessária a sua troca, abrirá novamente o

registro e outros 15m³ de água serão consumidos.

A Figura 25 abaixo apresenta a economia de água após a implantação do sistema de

reúso para o restante do ano de 2011 e a Figura 26 para o ano de 2012.

Figura 25: Economia de água no ano de 2011 realizada com a implantação do sistema de

reúso

Figura 26: Economia de água para o ano de 2012

A economia de água feita para o restante do ano de 2011 foi de 85m³ e para o ano de

2012, estimasse 240m³ de água economizada. Resultados estes muito positivos para a empresa

e para o meio ambiente, pois não está sendo descartado efluente nos corpos hídricos; ausência

de gastos para encaminhá-los ao tratamento; economia na água da cisterna, disponibilizando

mais água para os outros usos.

5.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICAS DO

EFLUENTE GERADO

Conforme a Tabela 3 do item 4.3 o efluente gerado no processo de lavagem e

calibração das peças não tem uma carga de poluição muito alta, pois comparado com a

Resolução CONSEMA 128/2006 os parâmetros estão bem abaixo dos limites estabelecidos,

apenas óleo e graxa total e mineral e sulfetos estão acima ou no limite máximo estabelecidos

pela Resolução. A Tabela 9 apresenta os resultados com potencial de poluição dos corpos

hídricos comparados com a Resolução.

62

Tabela 9: Resultados com potencial de poluição dos corpos hídricos comparados com a

Resolução.

PARÂMETROS Resolução 128/2006

CONSEMA

JUNHO

20/06/2011

Sulfetos 0,2 mg S²/L < 0,10

Óleo e Graxa Mineral < 10 mg OG/L < 10

Óleo e Graxa Total < 10 mg OG/L <10

Resultados estes que impedem o lançamento direto do efluente no corpo hídrico, pois

tem grande potencial de contaminação, podendo ocasionar a mortandade de peixes e da vida

aquática existente.

5.3 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE REÚSO DA ÁGUA

A busca por novas oportunidades de economias através da conservação ou reúso deve

levar em conta os processos industriais com maior consumo de água.

Devido ao volume de água necessária para o processo e ao fato da empresa não ter

uma estação de tratamento de efluentes (ETE), era necessário mandar tratar todo o efluente

gerado fora da empresa e fora do município também. Ocasionando assim um alto custo

econômico para a empresa poder cumprir com as normas ambientais, tendo que terceirizar o

transporte pela falta de caminhão adequado e pelo alto valor do tratamento, a Tabela 10

apresenta os gastos que a empresa tinha com transporte e tratamento do efluente.

Tabela 10: Gastos que a empresa tinha com transporte e tratamento do efluente.

ANO

DESPESA

TRANSPORTE

(R$)

DESPESA

TRATAMENTO

(R$)

TOTAL (R$)

2010 11 350,00 6 540,00 17 890,00

2011 16 000,00 12 800,00 28 800,00

Analisando a situação, verificou-se o potencial de implantar um sistema de reúso da

água, fazendo um circuito fechado, ou seja, a água passa pelo processo é bombeada para os

reservatórios onde é armazenada, passa pelo filtro e retorna para o processo novamente. Não

sendo mais necessária uma nova captação de água e nem os gastos com o transporte e o

tratamento do efluente gerado.

A Figura 27 representa o fluxograma do processo de reúso do efluente.

Figura 27: Fluxograma do processo de reúso

Para fazer as adaptações e a instalação do sistema à empresa teve um custo de

R$ 2 000,00. A implantação do sistema de reúso for realizada no mês de Agosto de 2011.

64

5.4 VERIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA AMBIENTAL DO SISTEMA DE REÚSO DA

ÁGUA IMPLANTADA NO PROCESSO

Com base na Resolução CONAMA nº 357/2005 – Classificação de águas, e na

Resolução CONSEMA nº 128/2006, Padrão de emissão de efluentes, foram definidos alguns

parâmetros, os quais oferecem subsídios para uma avaliação da qualidade da água para

realizar o reúso. São quatro as alternativas de emissão da água, na Figura 28 está o

fluxograma demonstrando formas de como poderia ser lançado o efluente.

Figura 28: Fluxograma do que poderia ser feito com o efluente

5.4.1 Descarte Direto do Efluente para o Corpo Hídrico

A Resolução CONAMA nº 357, de 17 de Março de 2005, classifica as águas doces,

salobras e salinas essencial a defesa de seus níveis de qualidade, avaliados por parâmetros e

indicadores específicos, de modo a assegurar seus usos preponderantes. Analisando a Tabela

5 do item 4.4, verificou-se que os níveis de DBO, Óleos e Graxas Total e Teor de Alumínio

estão acima dos limites estabelecido pela Resolução. Na Tabela 11 estão os parâmetros acima

dos limites permitidos pela Resolução.

Tabela 11: Parâmetros acima dos limites da Resolução

PARÂMETROS

Resolução 357/2005 CONAMA JUNHO

CLASSE

ESPECIAL

CLASSE

I

CLASSE

II

CLASSE

III

CLASSE

IV 20/06/2011

DBO

(mg DBO5/L) 3 mg/L

3 mg

O2/L

5 mg

O2/L

10 mg

O2/L

10 mg

O2/L 12,5

Óleo e Graxa

Total

(mg OG/L)

Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência < 10

Teor de

Alumínio

(mg Al/L)

0,1 mg Al/L 0,1 mg

Al/L

0,1 mg

Al/L

0,2 mg

Al/L

0,2 mg

Al/L 0,651

Através dos resultados das análises, verificou-se que o efluente não se enquadrou em

nenhuma classe estabelecida pela Resolução, impossibilitando o seu lançamento diretamente

no corpo hídrico.

5.4.2 Reúso do Efluente com a Implantação do Filtro

A escolha do filtro foi feita com a ajuda de uma empresa especializada em filtros

industriais no estado de São Paulo. Filtro Cartucho de Polipropileno Liso, recomendado para

trabalhar com água, substâncias químicas agressivas e filtração em geral. Disponível em uma

grande variedade de micragens e tamanhos. É construído em polipropileno puro, sem

adesivos, aditivos ou lubrificantes que possam se dissolver e contaminar a água. É

descartável, uma vez entupido pode ser substituído por novo. Algumas características mais

específicas do filtro estão citadas na Tabela 12 abaixo.

66

Tabela 12: Especificações do filtro instalado no processo

Cartucho Pressão Vazão Temperatura

BKSF-L 20” x 2 ½” até 4 Kgf/cm² 1800 l/h 52ºC

Nas Figuras 29 e 30 está demonstrado as ilustrações do cartucho do filtro e a carcaça

do filtro.

Figura 29: Cartucho do filtro

Figura 30: Carcaça do filtro

Observando os padrões da Resolução CONAMA nº 357, de 17 de Março de 2005 e

comparando com os resultados da análise feita, verificamos que o efluente não tem uma carga

de poluição muito alta, ou seja, comparada com os níveis de qualidade das águas estão apenas

dois parâmetros, óleo e graxa total e teor de alumínio, acima um pouco dos limites

estabelecidos.

Verificando a Resolução CONSEMA nº 128/2006, que fala sobre os padrões de

emissão de efluente em águas superficiais, foi possível constatar que o efluente está muito

abaixo dos limites estabelecidos pela resolução, sendo assim, de boa qualidade e com um

potencial muito grande para ser implantado no processo de reúso desse efluente.

5.4.3 Descarte Direto no Corpo Hídrico Após Passar pelo Filtro

Analisando a Tabela 7 do item 4.4, contatou-se que após passar pelo filtro a água ficou

com um padrão de qualidade melhor do que antes, ou seja, seus níveis de contaminantes

diminuíram. Comparando os resultados com a Resolução CONAMA nº 357, de 17 de Março

de 2008, verificou-se que os níveis de Óleos e Graxas Total e Teor de Alumínio estão acima

dos limites estabelecido. A Tabela 13, apresenta os parâmetros que estão com os seus níveis

elevados.

Tabela 13: Parâmetros acima dos níveis estabelecidos pela Resolução.

PARÂMETROS

Resolução 357/2005 CONAMA JUNHO

CLASSE

ESPECIAL

CLASSE

I

CLASSE

II

CLASSE

III

CLASSE

IV 12/09/2011

Óleo e Graxa

Total

(mg OG/L)

Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência < 10

Teor de

Alumínio

(mg Al/L)

0,1 mg Al/L 0,1 mg

Al/L

0,1 mg

Al/L

0,2 mg

Al/L

0,2 mg

Al/L 0,474

68

Através dos resultados das análises, verificou-se que o efluente não se enquadrou em

nenhuma classe estabelecida pela Resolução, impossibilitando o seu lançamento diretamente

no corpo hídrico mesmo após passar pelo filtro.

5.4.4 Encaminhar para a Empresa de Tratamento de Efluente

Conforme a Resolução CONSEMA nº 128/2006, Padrões de emissão de efluentes

líquidos, todo e qualquer efluente não podem ser lançado no corpo hídrico sem que seus

parâmetros estejam dentro dos limites estabelecidos pela Resolução.

O efluente gerado pela empresa em estudo, não estava dentro dos níveis estabelecidos,

tendo que ser encaminhado para uma estação de tratamento de efluente (ETE), sendo esta a

única opção que a empresa tinha, não podendo lançar diretamente no corpo hídrico. Para fazer

o encaminhamento do efluente até a ETE, era necessário terceirizar o transporte, pois a

empresa não tem caminhão adequado para esse tipo de carga, gerando assim altos custos com

transporte e tratamento conforme já foi ressaltado na Tabela 10 do item 5.3.

5.5 MELHORIAS REALIZADAS

Na constante busca por ambientes de trabalho mais seguros foram adotadas algumas

técnicas de prevenção de acidentes. As quais estão descritas nos itens abaixo.

5.5.1 Instalação de Guarda-Corpo, Escada e Corrimão

Para garantir a segurança, proteger e evitar acidentes que coloquem em risco a vida e a

saúde dos colaboradores foi colocado nas extremidades da plataforma guarda-corpos, pintados

na cor de sinalização de segurança, amarela, em sequência uma escada de fácil acesso,

juntamente com um corrimão e fita antiderrapante. A Figura 31 demonstra a instalação de

técnicas de segurança.

Figura 31: Colocação do guarda-corpo, escada e corrimão

70

5.5.2 Poda dos Galhos da Árvore

Próximo ao local onde é realizada a armazenagem do efluente gerado, existe uma

árvore do gênero Cinnamomum, cujo nome científico é Melia azedarach. A árvore é de porte

grande, com galhos extensos, fazendo sombra sobre as caixas d’água, mas também

ocasionando sujeira sobre o piso pela queda das folhas e quebra de galhos, o qual pode cair

sobre as caixas d’água, quebrando as tampas, e/ou ocasionar acidentes aos colaboradores que

por ali passarem, e/ou danificar o filtro. Na figura 32 esta ilustrado a sujeira sobre o piso e o

filtro instalado.

Figura 32: Sujeira sobre o piso e o filtro instalado

Para garantir a segurança, proteger, evitar acidentes e danificações, foi realizada a

poda dos galhos da árvore, evitando também a geração de resíduos que possam cair dentro das

caixas d’água e vim ocasionar alterações nas características físico-químicas do efluente

armazenado. A Figura 33 apresenta a melhoria realizada com a poda dos galhos da árvore.

Figura 33: Melhoria realizada com a poda dos galhos da árvore

5.5.3 Caixas d’água

Para garantir que o efluente gerado não tivesse alteração nas suas características físico-

químicas no momento em que ficasse armazenado nas caixas d’água, foi realizada a

higienização das mesmas antes de fazer a instalação do filtro. A Figura 34 mostra à situação

da parte interna da caixa d’água anterior a lavagem.

72

Figura 34: Sujeira existente na parede interna da caixa antes da higienização

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

6.1 CONCLUSÃO

Uma série de fatores está levando as empresas a investir no reúso e reciclo de água nos

processos produtivos. Entre eles, destacam-se a questão econômica e o comprometimento

com a preservação ambiental.

Além dos cuidados com o meio ambiente, o reúso e o reciclo trazem inúmeras

vantagens econômicas, entre elas a redução de custos com água, em que se considera o

direcionamento das águas já utilizadas para uma nova aplicação; a redução dos custos com

tratamentos de efluentes.

O reúso industrial praticado dentro da própria empresa, favorece a economia do

recurso hídrico natural, sendo que essas águas devem ser utilizadas o maior número de vezes,

antes de, finalmente, serem descartadas no meio ambiente.

O processo da METASA S.A., foi amplamente estudado, para a identificação de

potencial de reúso, embasados em levantamentos de consumo de água, qualidade necessária e

viabilidade ambiental do reúso, concluímos pelo estudo na atividade de lavagem e calibração

de peças.

Os dados dos parâmetros físico-químicos do efluente nos forneceram condições de

propor um sistema de reúso da água, onde os conceitos foram amplamente discutidos neste

estudo.

Os resultados mostraram que a água não pode ser lançada diretamente no corpo

hídrico, mesmo após passar pelo filtro.

E os mesmos resultados apontaram o potencial de reúso desse efluente, estando muito

abaixo dos limites estabelecidos na legislação vigente.

Os impactos ambientais que deixam de ocorrer no meio ambiente, foram a diminuição

da vazão dos recursos hídricos, alteração da qualidade da água, diminuição dos riscos futuros

de responsabilização por efluentes lançados.

Ficou demonstrada assim a possibilidade de reúso da água no processo de lavagem e

calibração das peças, os impactos ambientais que essa atividade deixa de causar ao meio

74

ambiente e isso pode acarretar numa boa aceitação de operacionalidade e economia para a

outra unidade da METASA S.A. que se utiliza desse processo.

O uso racional dos recursos hídricos com procedimentos como reutilização ou reúso

da água para indústrias metalúrgicas, representa um inevitável caminho para contribuir para o

melhor aproveitamento da água disponível no planeta.

6.2 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

Como sugestão para trabalhos futuros estão estudar a possibilidade de utilização da

água de reúso mantendo os resultados das análises dentro dos padrões estabelecidos pela

legislação, implantar o reúso em outras atividades que utilizem água ou que gerem água,

como por exemplo, reúso da água do ar condicionado, divulgar esse trabalho e incentivar os

fornecedores a aplicarem as práticas de reúso, monitorar os resultados futuros das análises e

verificar quantas vezes é possível circular a água ou por quanto tempo a mesma água pode ser

reutilizada observando também a Resolução do CONAMA nº 430/2011, a fim de implantar

ou ajustar medidas de controle melhores, visando sempre á sustentabilidade do sistema como

um todo.

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