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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Renato Luis Tauffer Termo de Referência para Elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais Para Empresas do Ramo Metal Mecânico no Município de Caxias do Sul – RS Passo Fundo 2010

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Renato Luis Tauffer

Termo de Referência para Elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais Para Empresas do Ramo Metal Mecânico no Município de

Caxias do Sul – RS

Passo Fundo 2010

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Renato Luis Tauffer

Termo de Referência para Elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais Para Empresas do Ramo Metal Mecânico no Município de

Caxias do Sul – RS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Ambiental, como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de Engenheiro Ambiental. Orientador: Dra. Luciana Londero Brandli

Passo Fundo 2010

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Em memória aos meus pais, pelo exemplo de vida que foram e mesmo não estando presentes, agradeço por me darem força e me guiarem nessa longa jornada,

Fiorentino L. Tauffer e Sueli L. Tauffer Ao meu irmão por me apoiar sempre, Rafael A. Tauffer

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AGRADECIMENTOS

À Professora Luciana Brandli , pela orientação e apoio na realização deste

trabalho.

A todos os Professores do curso de Engenharia Ambiental pelos ensinamentos e

pela parceria obtida durante todos esses anos.

A todos os meus amigos e colegas pela oportunidade de conhecê-los e juntos

vivermos intensamente esta etapa da vida.

A todos os amigos (Irmãos) em que tive a oportunidade de dividir apartamento

durante todos esses anos, Adriano Artuzo (Pelanka), Diego Langaro (Pato), Guilherme

Langaro (Minho), Douglas Pozzebon (Posse), Frederico Lagrmann (Fredy), Euclesio

Giuliani (Gordo).

Em especial aos meus amigos e colegas (Irmãos) que conheci realmente nos

últimos anos do curso, Evandro Schweig, Jonas Magoga e Heberton Jr. Santos.

A toda minha família que me apoiou e me deu força durante todos os anos da

faculdade.

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RESUMO O presente Trabalho de Conclusão de Curso teve por finalidade, elaborar um

termo de referência para a implantação de planos de gerenciamento de resíduos sólidos

industriais, para empresas do ramo metal mecânico localizadas no município de Caxias

do Sul. O termo foi elaborado visando o atendimento da lei 12.305 (Política Nacional dos

Resíduos Sólidos). Para elaboração do termo, primeiramente fez-se uma pesquisa

bibliográfica relacionada ao tema, após selecionou-se três empresas do setor metal

mecânico no município para análise e levantamento de dados. Foram realizadas vistorias

nestas empresas a fim de analisar a situação real, em relação ao gerenciamento dos

resíduos sólidos e também para se ter uma perspectiva das características do setor metal

mecânico. Os dados obtidos das empresas foram referentes aos seus processos produtivos

e resíduos gerados. Uma pesquisa nas legislações vigentes e aplicáveis foi realizada no

âmbito federal, estadual e municipal. Cumpridas todas as fases da pesquisa, elaborou-se o

termo de referência apresentando os requisitos necessários para as empresas implantarem

planos de gerenciamento de resíduos sólidos industriais, onde as etapas de implantação

estão especificadas através de um roteiro apresentado no trabalho.

Palavras-chave: Resíduos Sólidos Industriais, Gerenciamento de Resíduos, Termo de

Referência.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Caracterização e classificação de resíduos sólidos ......................................... 18

Figura 2: Geração de resíduos sólidos industriais por classes ........................................ 22

Figura 3: Geração de Resíduo Sólido Industrial Classe I por setor industrial ................ 22

Os resíduos sólidos industriais Classe II estão representados na figura 4, o setor metal mecânico representa 13% do total, de um total de 296.472 toneladas por ano de resíduos gerados, sendo o segundo ramo com destaque na geração desta classe de resíduos no Estado. .................................................................................................. 22

Figura 4: Geração de Resíduo Sólido Industrial Classe II por setor industrial .............. 23

Figura 5: Destinação dos Resíduos Sólidos Industriais Classe I .................................... 24

Figura 6: Destinação dos Resíduos Sólidos Industriais Classe II ................................... 24

Figura 7: Localização dos principais pólos metal-mecânico no Rio Grande do Sul ...... 29

Figura 8: Regiões no estado do Rio Grade do Sul com destaque no ramo metal-mecânico .................................................................................................................. 30

Figura 9: Fluxograma das etapas de decisão para o gerenciamento de resíduos sólidos industriais ................................................................................................................. 36

Figura 10: Processo produtivo e fontes geradoras de resíduos ....................................... 48

Figura 11: Acondicionamento dos resíduos (limalha de Ferro) ..................................... 52

Figura 12: Acondicionamento dos resíduos ................................................................... 52 Figura 13: Acondicionamento dos resíduos (Peças danificadas) ................................... 52

Figura 14: Acondicionamento dos resíduos (Estopas) .............................................. 52

Figura 15: Processo produtivo e fontes geradoras de resíduos da Empresa (B)............. 55

As tabelas 4 a 6 apresentam a caracterização dos resíduos referentes à Empresa (B). .. 56

As fotografias foram obtidas no dia da vistoria na empresa, selecionaram-se as imagens referentes ao acondicionamento dos resíduos sólidos industriais. ........................... 60

Figura 16: Acondicionamento de Resíduos (Tecidos e courvin) ................................... 60

Figura 17: Acondicionamento de Resíduos (Serragem) ................................................. 60

Figura 18: Acondicionamento de Resíduos (Papelão) ................................................... 60

Figura 19: Acondicionamento de Resíduos (Retalhos de ferro) .................................... 60

Figura 20: Acondicionamento de Resíduos (Retalhos de espumas) .............................. 61

Figura 21: Acondicionamento de Resíduos (Plásticos) .................................................. 61

Figura 22: Processo produtivo e fontes geradoras de resíduos da Empresa (B)............. 64

As fotografias foram obtidas no dia da vistoria na empresa, selecionaram-se as imagens referentes ao acondicionamento dos resíduos sólidos industriais bem como do processo produtivo da empresa. ............................................................................... 68

Figura 23: Acondicionamento de Resíduos (Sucatas de metais ferrosos) ...................... 68

Figura 24: Acondicionamento de Resíduos (Retalhos de ferro e latas de tinta)............. 68

Figura 25: Acondicionamento de Resíduos (Estopas) .................................................... 68

Figura 26: Processo Produtivo (Retalhos de espumas) .................................................. 68

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (A) em 2008 ................... 50

Tabela 2: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (A) em 2009 ................... 50

Tabela 3: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (A) em 2010 ................... 51

Tabela 4: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (B) em 2008 ................... 57

Tabela 5: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (B) em 2009 ................... 58

Tabela 6: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (B) em 2010 ................... 59

Tabela 7: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (C) em 2008 ................... 66

Tabela 8: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (C) em 2009 ................... 66

Tabela 9: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (C) em 2010 ................... 67

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Definição para os vários tipos de resíduos sólidos ........................................ 15

Quadro 2: Números de empresas por município ............................................................ 21

Quadro 3: Distribuição da quantidade de resíduos sólidos industriais gerados por classe (em t/ano) ................................................................................................................. 22

Quadro 4: Geração de resíduos sólidos indústrias do setor metal mecânico .................. 23

Quadro 5: Indicadores do primeiro semestre 2008 ......................................................... 31

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10 1.1 Justificativa ...................................................................................................... 12 1.2 Objetivos .......................................................................................................... 13

1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 13 1.2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 14 2.1 Resíduos Sólidos .............................................................................................. 14

2.1.1 Definição de Resíduos Sólidos Industriais ......................................................... 14

2.1.2 Resíduos Sólidos Industriais ............................................................................... 15 2.2 Normas Complementares ................................................................................. 19

2.3 Resíduos da Indústria Metal Mecânica ............................................................ 19

2.3.1 Levantamento de Resíduos Sólidos do Setor Metal Mecânica no Estado do Rio Grande do Sul .............................................................................................................. 20

2.4 Impactos Ambientais dos Resíduos Sólidos Industriais .................................. 24

2.5 Indústria Metal Mecânica no Brasil ................................................................. 26

2.6 Indústria Metal-Mecânica na Região Sul ......................................................... 27

2.7 Setor Metal-Mecânico de Caxias do Sul .......................................................... 31

2.8 Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais ............................... 32

2.8.1 Princípio da Gestão dos Resíduos Sólidos Industriais ....................................... 33

2.8.2 Metodologia para o Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais ................ 34

2.8.3 Ferramentas para o Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais ................. 37

2.8.4 Inventário de Resíduos Industriais ..................................................................... 37

2.9 Manuseio, Segregação, Acondicionamento, Transporte e Armazenamento dos Resíduos Sólidos Industriais ....................................................................................... 38

2.9.1 Manuseio dos Resíduos Sólidos Industriais ....................................................... 38

2.9.2 Segregação dos Resíduos Sólidos Industriais ..................................................... 38

2.9.3 Acondicionamento dos Resíduos Sólidos Industriais ......................................... 39

2.9.4 Transporte Interno dos Resíduos Sólidos Industriais ......................................... 40

2.9.5 Armazenamento dos Resíduos Sólidos Industriais ............................................. 40

2.9.6 Transporte Externo dos Resíduos Sólidos Industriais ........................................ 41

2.9.7 Disposição Final dos Resíduos Sólidos Industriais ............................................ 42

3 MÉTODO DE PESQUISA ................................................................................................ 43 3.1 Pesquisa Bibliográfica ..................................................................................... 43 3.2 Seleção das Empresas ...................................................................................... 43 3.3 Empresas Utilizadas Como Base na Pesquisa ................................................. 43

3.4 Vistorias in loco ............................................................................................... 44 3.5 Levantamento de dados ................................................................................... 44

3.6 Análise da legislação ....................................................................................... 45 3.7 Elaboração do termo de referência .................................................................. 45

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................. 46

4.1 Dados Sobre as Empresas ................................................................................ 46

4.1.1 Empresa (A): Fabricação de Equipamentos Hidráulicos .................................... 46

4.1.2 Empresa (B): Indústria e Comércio de Poltronas ............................................... 53

4.1.3 Empresa (C): Metalúrgica .................................................................................. 62 4.2 Proposta de Termo de Referência para PGRSI ................................................ 70

4.2.1 Considerações Iniciais ........................................................................................ 70

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4.2.2 Termo de Referência .......................................................................................... 71 5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 83

5.1 Sugestões Para Trabalhos Futuros ................................................................... 84

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1 INTRODUÇÃO

A partir do início da Revolução Industrial, no final do século XVIII que os

efeitos das atividades humanas sobre o meio ambiente tiveram um aumento

significativo. Percebe-se que desde esta época até os dias atuais, os impactos da

expansão agrícola, dos grandes aglomerado e das atividades industriais sobre o meio

ambiente só vem aumentando.

A maneira como as indústrias encaram a minimização da poluição ambiental tem

mudado nos últimos anos. Até a década de 80 o enfoque era dado sobre o tratamento de

“final de tubo”, ou seja, deixava-se acontecer o impacto para posteriormente realizar o

tratamento do efluente, do resíduo ou da emissão. Infelizmente, estas ainda são as

práticas adotadas pela maioria das empresas brasileiras, onde acarreta em um custo

adicional ao tratamento e a correta destinação dos resíduos gerados (SILVA, 2004).

Seguindo a mesma questão, no decorrer dos anos surge o conceito da gestão eco-

eficiente, que visa operar uma indústria reduzindo ao máximo o consumo de matérias-

primas, insumos e energias, otimizando todo o processo produtivo e reduzindo o

impacto ambiental.

O acelerado processo de industrialização que vem ocorrendo nas ultima décadas,

como é o caso do Brasil, aliado a expansão demográfica, acarreta em um aumento

significativo da geração de resíduos sólidos, principalmente no que se refere aos de

origem industrial.

Como na maioria dos casos, os processos produtivos de uma indústria requerem

a utilização de enormes quantidades de matérias-primas e insumos para a obtenção de

um produto final, logo o volume de resíduos produzidos está diretamente associado ao

seu grau de utilização e aproveitamento, ou seja, a eficiência destes processos.

A tendência do mundo atual para as empresas que queiram se manter ativas no

mercado, é que adotem práticas ambientalmente eficientes, não apenas se delimitando

aos métodos de prevenção no final de processos. A prevenção da poluição e outras

questões ambientais devem ser abordadas através de todos os aspectos dentro de uma

empresa.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos que tramitou durante 21 anos no

congresso nacional finalmente foi sancionada em agosto deste ano, a qual veio legislar o

gerenciamento dos resíduos sólidos no país. A nova lei determina que o gerador é

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responsável pelos resíduos, desde a sua geração até o destino final, impondo

responsabilidade civil, criminal e administrativa pelos danos causados ao homem e ao

meio ambiente, em virtude da gestão e do gerenciamento de maneira ambientalmente

inadequada dos resíduos sólidos industriais.

O crescimento populacional aliado as atitudes modernas de consumo,

desencadearam uma produção cada vez maior de resíduos sólidos trazendo uma

diversidade de problemas ambientais e desequilíbrios ecológicos, como a contaminação

de mananciais de águas, solos e o ar.

Diversos são os resíduos produzidos pelas atividades humanas: domiciliar,

comercial, público, serviços de saúde, portos, aeroportos, construção civil, agrícola,

terminais rodoviários e ferroviários. Além destes, tem-se os resíduos industriais, que

ultimamente a geração desses tornou-se um problema de ordem mundial. Quando não

tratados adequadamente, os resíduos sólidos industriais constituem uma ameaça

permanente à saúde pública e ao meio ambiente.

As indústrias têm pela frente um grande desafio a ser enfrentado, é o de

compatibilizar o desenvolvimento tecnológico, industrial e comercial com o equilíbrio

ambiental e a preservação dos recursos naturais (NASCIMENTO, 2002).

Os setores da indústria metal mecânica apresentam índices de crescimento

significativos nos últimos 8 anos que variam entre 8,7%, o setor de metalurgia básica se

destaca nessa evolução, e 145% máquinas para escritório e equipamento de informática.

(MACEDO; CAMPOS, 2001).

Na região sudeste é onde se concentra a maior parte das indústrias metal

mecânicas do Brasil, em segunda tem-se a região sul do país com um grande numero de

empresas instaladas, destaque para o município de Caxias do Sul – RS.

O município de Caxias do Sul se apresenta como o segundo pólo metal

mecânico do Brasil e um dos maiores da América Latina com aproximadamente 6.500

empresas instaladas, conforme dados do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas,

Mecânicas e de Material Elétrico (SIMECS, 2008).

Devido ao elevado número de empresas em operação no município de Caxias do

Sul e consequentemente grande volume de resíduos gerados, tem-se a necessidade de

implantar programas de gerenciamento de resíduos sólidos adequados vistos os grandes

problemas relacionados à questão dos resíduos sólidos industriais.

O problema de pesquisa que este trabalho busca responder é:

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Quais os requisitos básicos necessários para elaboração de um Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais para empresas do ramo metal

mecânico?

1.1 Justificativa

Com a aprovação da lei nº 12.305 que dispões sobre a Política Nacional de

Resíduos Sólidos, a tendência para adequação a mesma quanto ao gerenciamento dos

resíduos sólidos se dará de forma muito mais rígida. Desta forma quaisquer

estabelecimentos que geram resíduos sólidos industriais conforme especificado no art.

13 e no art. 20 da nova legislação serão obrigados a gerenciarem seus resíduos

corretamente, para evitar possíveis sanções jurídicas e/ou o cancelamento da licença de

operação do estabelecimento.

Para as empresas esta pesquisa é importante, pois apresentará subsídios para a

elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais, facilitando

assim sua implementação. Este plano deverá ser adequado as particularidades de cada

empresa, mas sua essência estará incluída nos requisitos básicos dos termos de

referência originados nesta pesquisa.

Assim, a pesquisa poderá auxiliar muitas empresas a se enquadrarem nas novas

exigências da lei nº 12.305.

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1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver uma proposta de Termo de Referência para Elaboração de Planos

de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais para empresas do ramo metal

mecânico da cidade de Caxias do Sul – RS.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Caracterizar a geração de resíduos sólidos industriais das empresas usadas

como base do estudo.

b) Avaliar o desempenho ambiental das empresas com relação aos seus

resíduos.

c) Analisar as legislações pertinentes a serem atendidas para a implantação de

planos de gerenciamento de resíduos no ramo metal mecânico.

d) Apresentar os requisitos mínimos a serem atendidos para elaboração de um

plano de gerenciamento de resíduos sólidos industriais.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Resíduos Sólidos

2.1.1 Definição de Resíduos Sólidos Industriais

A definição de Resíduos Sólidos, de acordo com a Norma Brasileira (NBR)

10.004 da Associação Brasileiras de Normas Técnicas – ABNT (2004), é que resíduos

sólidos são os resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades de

origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.

Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de

água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem

como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na

rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e

economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

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Quadro 1: Definição para os vários tipos de resíduos sólidos

Tipos de Resíduos

Sólidos Definição

Residencial

Chamado de lixo domiciliar, constituído de restos de

alimentação, invólucros diversos, varredura, folhagem, ciscos e

outros.

Comercial

Proveniente de diversos estabelecimentos comerciais,

como escritórios, lojas, hotéis, restaurantes, supermercados,

quitandas e outros. É constituído principalmente de papel,

papelão, plástico, caixa, etc.

Industrial Resultante de diferentes áreas da indústria e, portanto, de

constituição muito variada.

Serviço de Saúde

Constituído de resíduos das mais diferentes áreas do

estabelecimento: refeitório e cozinha, área de patogênicos,

administração, limpeza e outros.

Especial

Lixo constituído por resíduos e materiais produzidos

esporadicamente como: folhagens de limpeza de jardins, restos

de poda, animais mortos, entulhos etc.

Feira, Varrição e

Outros

Proveniente de varrição regular das ruas, conservação da

limpeza de núcleos comerciais, limpeza de feiras, constituindo-

se de papéis, cigarros, invólucros, restos de capinação, areia,

ciscos e folhas.

Fonte: Classificação dos Resíduos Sólidos (SCHALSH, 1991)

2.1.2 Resíduos Sólidos Industriais

A Resolução nº 313, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), de

29 de outubro de 2002, define resíduo sólido industrial como todo o resíduo que resulte

de atividades industriais e que se encontre nos estados sólido, semi-sólido, gasoso –

quando contido, e líquido – cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na

rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou

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economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam incluídos

nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles

gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição.

Segundo Pinto (2004), praticamente, toda a atividade humana produz resíduos

de consistências sólidas, líquidas ou gasosas. A produção industrial de bens é, pela lei

da natureza, acompanhada pela geração de resíduos. Estes resíduos sólidos industriais

são originados das atividades industriais, que estão classificadas em:

• indústrias extrativas – compreendem todas as atividades de extração com ou sem

beneficiamento, de minerais sólidos, líquidos ou gasosos, que se encontram em

estado natural;

• indústrias de transformação – transformam matérias-primas de origem mineral,

vegetal ou animal em produtos de consumo.

Todos e quaisquer resíduos sólidos recebem tratamento em todas as etapas pelas

quais transitam, do inicio ao fim do processo, tais como: acondicionamento, coleta,

transporte, armazenamento, tratamento e disposição final. As decisões técnicas e

econômicas tomadas em cada fase fundamentam-se na classificação dos resíduos.

A necessidade de aplicar medidas especiais nas fases estará baseada nessa

classificação que influirá em uma elevação dos custos. Por isso, é de fundamental

importância a classificação de um resíduo (CETESB, 1993).

Quanto à classificação dos resíduos sólidos se dá pela NBR 10004 – Resíduos

sólidos – (Classificação), classifica-os quanto aos seus riscos potenciais ao meio

ambiente e à saúde pública, indicando quais deles devem ter manuseio e destinação

mais rigidamente controlados.

A classificação dos resíduos envolve a identificação do processo ou atividade

que lhes deu origem e de seus constituintes e características e a comparação destes

constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio

ambiente é conhecido. A identificação dos constituintes a serem avaliados na

caracterização do resíduo deve ser criteriosa e estabelecida de acordo com as matérias-

primas, insumos e o processo que lhe deu origem (PINTO, 2004).

Segundo a Norma NBR 10004 de 2004, os resíduos são classificados em dois

grupos – Perigosos e Não perigosos, sendo ainda este último grupo subdividido em Não

inertes e Inertes:

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• Resíduos Classe I – Perigosos

São aqueles que apresentam periculosidade, inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, toxicidade ou patogenicidade;

• Resíduos Classe II – Não perigosos

• Resíduos Classe II A – Não inertes

São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos Classe I –

Perigosos ou de resíduos Classe II B – Inertes, nos termos da NBR 10004/04. Os

resíduos Classe II A – Não inertes podem ter propriedades, tais como:

biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água;

• Resíduos Classe II B – Inertes

Quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma representativa, segundo a

NBR 10007 – (Amostragem de resíduos sólidos), e submetidos a um contato dinâmico

ou estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme NBR

10006 – Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos, não

tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos

padrões de potabilidade de água, excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez,

dureza e sabor.

Os resíduos são classificados em função de suas propriedades físicas, químicas

ou infecto-contagiosas e com base na identificação de contaminantes presentes na

massa. Essa identificação, contudo é bastante complexa em inúmeros casos. Portanto,

um conhecimento prévio do processo industrial é imprescindível para a classificação do

resíduo, identificação das substâncias presentes nele e verificação de sua periculosidade.

Quando um resíduo tem origem desconhecida, o trabalho para classificá-lo torna-se

ainda mais complexo (PINTO, 2004).

Muitas vezes, mesmo aqueles com origem conhecida, tornam-se impossível

conseguir uma resposta conclusiva e, nesses casos, será necessário analisar parâmetros

indiretos ou mesmo realizar bioensaios (CETESB, 1993).

O fluxograma da Figura 1 apresenta a metodologia a ser adotada na

caracterização e classificação de resíduos segundo a NBR 10004. (ABNT, 2004).

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Fonte: Adaptado da NBR 10004. ABNT (2004)

Figura 1: Caracterização e classificação de resíduos sólidos

Resíduo

O Resíduo tem origem conhecida?

Consta nos anexos A ou B da NBR 10004/04?

Resíduo não perigoso classe II

Possui constituintes que são solubilizados em

concentrações superiores ao anexo G da NBR 10004?

Resíduo não-inerte classe II A

Resíduo inerte classe II B

Tem características de: Inflamabilidade,

corrosividade, reatividade, toxicidade ou

patogenecidade?

Resíduo perigoso classe I

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Ainda é necessário analisar e conhecer as normas NBR-10005, NBR-10006 e

NBR-10007 para que haja uma aplicação correta da NBR-10004.

2.2 Normas Complementares

• NBR-10005/2004 (Lixiviação de Resíduos): Operação de separação de certas

substâncias contidas nos resíduos industriais por meio de lavagem ou

percolação.

• NBR-10006/2004 (Solubilização de Resíduos): Operação que consiste em tornar

a amostra de um resíduo solúvel em água, a fim de medir a sua concentração no

extrato.

• NBR-10007/2004 (Amostragem de Resíduos): Ato ou processo de seleção de

amostra para ser analisada como representante de um todo.

Os resíduos radioativos não se enquadram nesta classificação, pois o

gerenciamento destes é de competência exclusiva da CNEN - Comissão Nacional de

Energia Nuclear.

2.3 Resíduos da Indústria Metal Mecânica

Os resíduos são gerados em todos os setores e processo da atividade industrial e

podem se apresentar na forma de gases, cinzas, óleos usados e graxas, ácidos, borrachas,

escórias metálicas, vidros, cerâmicas, etc. Muitos desses resíduos são tóxicos (BRITO,

1999).

Segundo inventário dos resíduos sólidos industriais no estado de Pernambuco

(2001), o setor metal mecânico gera diferentes tipos de resíduos, tais como:

• Bombonas plásticas

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• Borras de retífica

• Embalagens metálicas (latas de pigmentos, corantes e auxiliares)

• Escórias de fundição

• Lodos perigosos de ETE

• Óleos usados

• Outros resíduos perigosos de processo (resíduos corrosivos, resinas)

• Resíduos de ambulatório

• Resíduos de varrição não perigosos

• Resíduos de vidros

• Resíduos plásticos (filmes e pequenas embalagens)

• Resíduos sólidos compostos por metais não tóxicos (jateamento de areia)

• Resíduos sólidos de ETE com substâncias não tóxicas

• Resíduos têxteis de manutenção contaminados (buchas, panos)

• Sais de tratamento térmico

• Solventes contaminados

• Sucatas de metais ferrosos

• Sucatas de metais não ferrosos

• Tambores metálicos

2.3.1 Levantamento de Resíduos Sólidos do Setor Metal Mecânica no Estado do

Rio Grande do Sul

O Inventário Nacional, etapa Rio Grande do Sul, foi realizado pela Fundação

Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM (2003), órgão ligado à Secretaria do Meio

Ambiente do estado do Rio Grande do Sul, a partir de convênio firmado com o

Ministério do Meio Ambiente, visando a atender o estabelecido pelo Conselho Nacional

do Meio Ambiente – CONAMA, através da Resolução 313/02 e coletou informações

sobre geração, características, armazenamento, transporte e destinação dos resíduos

sólidos gerados por determinadas tipologias industriais no parque industrial gaúcho.

Todas as indústrias inventariadas têm processo de licenciamento na FEPAM.

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Para a realização do Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais foram

selecionados os ramos industriais representativos no estado com potencial de geração de

resíduos perigosos (Classe I), ou seja, os setores metalúrgico, do couro, mecânico,

químico, de minerais não metálicos, têxtil, papel e celulose e lavanderias industriais.

Vale salientar que o inventário de resíduos se deu apenas nas empresas

licenciadas pela FEPAM, principalmente as empresas que disponibilizavam seus dados

através das planilhas trimestrais de resíduos sólidos. Portanto grande parte das empresas

do ramo metal mecânico localizadas no Estado não tiveram seus resíduos levantados.

Distribuição dos municípios com o maior número de indústrias inventariadas no

estado. Observa-se que Caxias do sul é o primeiro monócito no ranking em número de

indústrias.

Quadro 2: Números de empresas por município

Fonte: Fepam (2003)

O quadro 3 apresenta a quantidade de resíduos sólidos industriais gerado por

classe de resíduos, ou seja, resíduos Classe I, e resíduos Classe II no estado. Lembrando

que os dados são referentes ao ano de 2002 e são extraídos através das planilhas

trimestrais.

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Quadro 3: Distribuição da quantidade de resíduos sólidos industriais gerados por classe

(em t/ano)

Fonte: Fepam (2003).

Percebe-se que a grande quantia de resíduos gerados se apresenta como os de

Classe II (Não Perigosos).

Fonte: Fepam (2003)

Figura 2: Geração de resíduos sólidos industriais por classes

Na figura 3 apresenta o percentual de resíduos sólidos industriais Classe I

gerados pelas indústrias, o setor metal mecânico representa 10% do total, com 20.620

toneladas de resíduos gerados no Estado.

Fonte: Fepam (2003)

Figura 3:Geração de Resíduo Sólido Industrial Classe I por setor industrial

Os resíduos sólidos industriais Classe II estão representados na figura 4, o setor

metal mecânico representa 13% do total, de um total de 296.472 toneladas por ano de

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resíduos gerados, sendo o segundo ramo com destaque na geração desta classe de

resíduos no Estado.

Fonte: Fepam (2003)

Figura 4: Geração de Resíduo Sólido Industrial Classe II por setor industrial

Através do Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Industriais pôde-se ter uma

perspectiva de geração dos resíduos sólidos indústrias pelo setor metal-mecânico no

Estado do Rio Grande do Sul.

O Quadro 4 resume a quantidade de resíduos sólidos gerados pelas empresas do

setor metal mecânico no Rio Grande do Sul.

Quadro 4: Geração de resíduos sólidos indústrias do setor metal mecânico

Setor Metalúrgico Quantidade (t/ano)

Classe I 20.624

Classe II 296.472

Total 317.096

Fonte: Adaptado Fepam (2003)

As informações relativas à destinação final dos resíduos sólidos industriais

realizadas pelas indústrias no estado do Rio Grande do Sul estão apresentadas na Figura

5, referente aos resíduos Classe I e na Figura 6, referente aos resíduos Classe II.

Na destinação final dada aos resíduos Classe I, destaque para as centrais de

resíduos sólidos e em seguida aterros industriais próprios.

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Fonte: Fepam (2003)

Figura 5: Destinação dos Resíduos Sólidos Industriais Classe I

Já na destinação final dada aos resíduos Classe II, percebe-se que a maior parte

se dá para reaproveitamento e/ou reciclagem.

Fonte: Fepam (2003)

Figura 6: Destinação dos Resíduos Sólidos Industriais Classe II

Conforme apresentado no Inventário, os setores couro, mecânico e metalúrgico

são os maiores geradores de resíduos sólidos industriais perigosos (Classe I), e os

setores alimentar, metalúrgico e químico são os maiores geradores de resíduos sólidos

industriais não perigosos (Classe II).

2.4 Impactos Ambientais dos Resíduos Sólidos Industriais

Naumoff e Peres (2000) apud Brito (1999) relatam que os resíduos sólidos são

oriundos de varias atividades em diversos ramos industriais, tais como metalúrgica,

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química, petroquímica, papeleira, alimentícia, etc., sendo bastante variados, podendo ser

representados por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis,

madeiras, fibras, borrachas, metais, escórias, vidros e cerâmicas, dentre outros.

Durante o processamento industrial podem ser gerados resíduos sólidos

perigosos, não-inertes ou inertes, o que recomenda atenção nos setores operacional e de

meio ambiente da indústria, para que se evite ao máximo possíveis impactos

relacionados ao manejo inadequado destes resíduos.

Atualmente, algumas indústrias brasileiras estão realizando programas internos

para reciclagem dos seus resíduos sólidos, pois a segregação do material, ainda na fonte

geradora, diminui o volume total de resíduos, reduz os gastos operacionais e, em alguns

casos, pode gerar uma nova receita para indústria. Entre os principais tipos de

reciclagem estão a de material orgânico, para fabricação de compostos e fertilizantes; a

de papel, cartões, cartolinas e papelões, para fabricação de papel reciclado; a de

plásticos, cacos de vidro e metais, para uso na própria indústria ou fabricação de

produtos recicláveis, como embalagens.

No caso de contaminação do meio ambiente, próximo de aterros industriais, o

responsável pelo empreendimento pode ter transtornos jurídicos para justificar esse

passivo ambiental. Vale observar que as normas brasileiras de aterros de resíduos

perigosos (NBR 10157) e não perigosos (NBR 13896) estabelecem que, após o

encerramento da capacidade do aterro, a empresa responsável deverá monitorar as águas

subterrâneas por 20 anos e realizar a manutenção do mesmo (BRITO, 1999).

Os resíduos sólidos industriais causam impactos significativos, de maneira a

serem considerados irreversíveis do ponto de vista de saúde pública e ambiental. Os

mesmos comprometem a saúde pública e o meio ambiente, transcendendo a área física

em que foram depositados, afetando pessoas e o meio físico além de comprometer os

mananciais de águas e uma parcela significativa do solo nas grandes cidades (AWAZU,

1997; ALVES,1997 apud BRITO, 1999).

Os principais pontos referentes aos problemas dos resíduos sólidos industriais

são os seguintes: ausência de controle oficial institucionalizado e atualizado sobre o

problema, existem empresas prestadoras de serviço sem qualificação necessária para tal,

ausência por parte da sociedade quanto à importância da destinação final dos resíduos,

ausência de programa estadual de gerenciamento dos resíduos sólidos e a excessiva

burocracia na busca e obtenção de autorizações oficiais (AWAZU, 1997 apud BRITO,

1999).

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Atualmente os processos produtivos industriais são muito diversificados, e

geram uma infinidade de subprodutos e resíduos sólidos. Na maioria dos casos os

resíduos sólidos provenientes dos processos produtivos das indústrias não retornam para

serem processados novamente, podendo ser utilizado como forma de recuperar matéria

prima e energia, e assim sendo lançados ao meio ambiente de forma inadequada. Esta

disposição incorreta é conseqüência da escassez de recursos humanos e limitações

tecnológicas no que diz respeito ao manejo, tratamento e destinação final de tais

resíduos (TEIXEIRA, 1998).

A incineração de resíduos sólidos industriais é uma das técnicas usadas para a

redução de seu volume, porém ainda é uma alternativa muito discutida. Os que a

defendem consideram que é uma forma de eliminar possíveis riscos para a saúde

pública, enquanto os que a combatem argumentam que a má operação dos incineradores

aliada à utilização de equipamentos e tecnologias ineficientes, pode ser uma nova fonte

de poluição atmosférica, principalmente com gases e material particulado (LIMA,

2003).

A disposição dos resíduos em aterros industriais é muito utilizada, pois essas

grandes escavações no terreno armazenam grande volume desse material. Contudo, os

aterros industriais precisam ser construídos e operados com grande segurança, para que

não ocorra contato do material com o solo ou percolação de líquidos para o aquífero

livre.

2.5 Indústria Metal Mecânica no Brasil

O complexo metal mecânico no âmbito nacional apresentou, no início dos anos 90

grandes deficiências em sua capacidade competitiva devido, principalmente, a crise e ao

baixo dinamismo da economia verificada nos ano 80. Nesse período, as empresas do

complexo apresentaram declínio nos investimentos em formação de capital fixo,

significativo atraso tecnológico, reduzidos gastos em pesquisas e desenvolvimentos,

pouca importância à difusão de sistemas de gestão de qualidade e problemas estruturais,

com expressiva verticalização e diversificação (MACEDO, 2000 apud SILVA, 2004).

Os problemas de competitividade foram diferenciados em cada segmento do

complexo. O segmento de insumos apresentou um maior grau de competitividade, em

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função não só de estar mais próximo da matéria-prima básica, mas também por ter

realizado grandes investimentos na década de 70. Por sua vez, os segmentos

automotivo, de máquinas e equipamentos apresentaram deficiência de competitividade,

principalmente em virtude de terem incorporado poucos avanços tecnológicos aos seus

produtos e processos produtivos (COUTINHO; FERRAZ, apud SILVA, 2004).

O complexo metal mecânico abrange tanto as indústrias que se destinam a

produção como também as que trabalham no ramo de transformações de metais, o que

inclui tanto as empresas de bens de serviços intermediários como por exemplo:

fundição, forjarias, oficinas de corte, soldagem, etc., quanto os estabelecimentos

destinados aos produtos finais como; bens de consumo, equipamentos, maquinaria,

veículos e material de transporte. Pode-se dizer que este grupo de atividades também

representa o conjunto da produção de bens de capital e de bens de consumo (MACEDO

e CAMPOS, 2001).

Segundo Macedo e Campos (2001), só é possível nomear as atividades metal

mecânicas de complexo devido à existência de “encadeamentos” econômicos de suma

importância entre as atividades, como exemplo: o fornecimento de equipamentos,

componentes e acessórios de uma atividade para outra. No entanto, é importante

destacar que o complexo mostra uma grande heterogeneidade, não só em relação aos

produtos e ás firmas, mais principalmente em relação à tecnologia utilizada nas diversas

atividades.

Estas atividades estão contidas nos seguintes segmentos industriais: (a) indústria

metalúrgica; (b) indústria de máquinas e equipamentos; (c) indústria de bens finais; e

(d) outras atividades como a produção de ferramentas, ferragens e outros artefatos

metálicos e a indústria de material elétrico. Apesar dessa diversidade de atividades

industriais, podem-se destacar algumas características e tendências gerais do setor

metal-mecânico como um todo (FERREIRA, 2002).

2.6 Indústria Metal-Mecânica na Região Sul

Em virtude da desvalorização cambial no final de 1999, as exportações

aumentaram, melhorando a atividade produtiva como um todo. A vocação agro-

exportadora do Rio Grande do Sul aliada aos fortes vínculos existentes entre as

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atividades primárias e secundárias contribuíram para elevar a demanda por produtos

industriais, principalmente de bens do setor metal-mecânico. Devido os setores, agrícola

e metal-mecânico apresentarem uma trajetória comum, esse desenvolvimento resultou

tanto nas ligações a montante quanto a jusante (GUARIENTI, 2008).

As ligações a montante ocorrem quando o produtor adquire insumos e

equipamentos para o cultivo como, por exemplo, máquinas e implementos agrícolas,

consequentemente estimulando a indústria para atividade primária. Já as ligações à

jusante, ocorrem em razão da maior procura por máquinas e equipamentos utilizados

para o processamento da produção rural, bem como sua armazenagem e escoamento. A

interação de atividades, entre os segmentos que fornecem peças e equipamentos para as

empresas que comercializam bens, diretamente a outros segmentos e ao consumidor

final, esta diretamente relacionada ao crescimento do setor metal mecânico na região sul

do Brasil e, conseqüentemente influenciado pelo desempenho da atividade rural

(GUARIENTI, 2008).

O setor metal-mecânico do Estado do RS abrange um diversificado ramo

industrial, e de certa forma desenvolveu e ainda desenvolve as regiões da serra gaúcha,

a região metropolitana de Porto Alegre e região norte do estado. Como exemplo de

segmentos importantes das indústrias deste setor temos, a indústria automobilística,

indústria de auto-peças, equipamentos agrícolas, armas e armamentos e equipamentos

eletro-eletrônicos (GUARIENTI, 2008).

O setor metal-mecânico é responsável por 19% do produto industrial do Rio

Grande do Sul, o que tornou o Estado um dos principais pólos metal-mecânicos do país.

Entre as empresas deste setor destacam-se as de autopeças e de máquinas e implementos

agrícolas, sendo que ambas exportam uma parcela significativa de suas produções

(NASCIMENTO, 2002).

No Estado do Rio Grande do Sul, pode-se ver as mudanças estruturais,

particularmente no setor metal-mecânico, com desenvolvimento da indústria

automobilística, máquinas e implementos agrícolas entre outros segmentos que compõe

este setor, e também podemos observar que grande parte destas indústrias estão

localizadas na serra gaúcha.

A Figura 7 mostra onde se encontram os principais pólos industriais do Estado

do Rio Grande do Sul, em destaque o setor Metal-Mecânico, conforme dados da

Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS).

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Fonte: Adaptado de FIERGS, 2006

Figura 7: Localização dos principais pólos metal-mecânico no Rio Grande do Sul

O desempenho da produção industrial gaúcha no primeiro semestre de 2007,

depois de dois anos de queda em 2005 e 2006, a atividade industrial apresentou o

melhor resultado dentre os 14 estados pesquisados, crescendo 8,5%. O setor metal-

mecânico expandiu-se a uma taxa de 14,19% em relação a 2006. O quarto maior índice

de desempenho industrial medido pela Federação das indústrias do Estado do Rio

Grande do Sul (FIERGS) nos últimos 16 anos, apontando que o mesmo foi estimulado

pela boa safra agrícola, pela queda dos juros, pelo aumento de renda e pela expansão do

crédito. E, posteriormente, esse bom resultado influenciou diretamente os setores de

máquinas, e equipamentos e vestuário (SINMETAL, 2008).

Uns dos gêneros mais importantes da região sul relacionado ao setor metal-

mecânico é o metalúrgico, que junto com outros setores representam 63% da indústria

regional e o gênero mecânica que também se destaca, mas um pouco abaixo do gênero

anteriormente citado (BREITBACH, 2004).

Os municípios de Porto Alegre, Caxias do Sul, Carlos Barbosa, São Leopoldo,

Farroupilha e Cachoeirinha (Figura 8) destacam-se no ramo metalúrgico. Hoje, o estado

concentra o principal pólo produtor de máquinas e implementos agrícolas do Brasil, que

responde por cerca de 60% da produção nacional - 70% da produção nacional de

colheitadeiras e mais de 50% de tratores, onde também são abastecidos pelo setor

metalúrgico do estado (BREITBACH, 2004).

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Fonte: Secretaria da Coordenação e Planejamento do RS (2002) apud Breitbach (2004)

Figura 8: Regiões no estado do Rio Grade do Sul com destaque no ramo metal-

mecânico

O IBGE mostra que a indústria do Rio Grande do Sul teve um aumento na sua

produção em 2007 e considera que os principais impactos positivos no cômputo geral

vieram dos setores de máquinas e equipamentos com o aumento significativo de 33,3%

e veículos automotores 27,2% (SINMETAL, 2008).

A produção industrial no Brasil cresceu 6,3% no primeiro semestre do corrente

ano e o setor metal-mecânico mostrou forte expansão no mesmo período com uma

variação acumulada de 12%. Mais especificamente, a produção de máquinas e

equipamentos tiveram uma variação positiva de 9,4%, seguido da metalurgia básica

com alta de 7,56% bem como a indústria de produtos de metal, com 8,95%, conforme

ilustrado no quadro 5 (SINMETAL, 2008).

Em 2008 o bom desempenho continua, pois, de acordo com dados da Fundação

de Economia e Estatística do RS o (FEE), a indústria gaúcha, que tem 30% do PIB do

estado, teve crescimento de 7,2%, sendo a indústria de transformação com o melhor

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desempenho entre todos os setores pesquisados com quase 8,0% de aumento em relação

a 2007, onde ainda permanece em destaque máquinas e equipamentos com 31,7%. O

quadro 5 mostra que a produção industrial do setor metal-mecânico e eletrônico tinha

tido variação positiva no primeiro semestre de 2008.

Quadro 5: Indicadores do primeiro semestre 2008

Produção Industrial do Setor Metal-Mecânico no Brasil – Variação (%) – Acumulada – Primeiro Semestre de 2008

Segmentos Janeiro/Junho

Indústria Geral 6,3

Setor Metal-Mecânico 12

Metalurgia Básica 7,56

Produtos de Metal 8,95

Máquinas e Equipamentos 9,40

Equipamentos para Automação Industrial, Cronômetros e Relógios 12,1

Automotivo 21,18

Fonte: Adaptado Sinmetal (2008)

2.7 Setor Metal-Mecânico de Caxias do Sul

Em relação a atividade industrial da serra gaucha, os dados mostram que o

produto interno bruto industrial, que representava em 1970 10% do PIB industrial do

estado, passou a ser de ordem de 15,4% em 1997. Isso significa que a indústria da

região cresceu a ritmo acelerado mais acelerado que a indústria do Rio Grande do Sul

(BREITBACH, 2004).

Conforme informações obtidas junto ao Sindicato das Indústrias Metalúrgicas,

Mecânicas e de Material elétrico de Caxias do Sul, que congrega 19 municípios, em

2001 existiam 2379 empresas cadastradas somando 40.812 funcionários, números

superiores aos de 2000, respectivamente, 2.225 e 39.432, sendo prioritariamente

vinculados às atividades do pólo automotivo local (SIMECS, 2004).

Caxias do Sul é considerado o segundo maior pólo metal-mecânico no Brasil e

um dos maiores da América latina, com cerca de 6.500 empresas instaladas no

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município, essas indústrias fazem com que o município responda por cerca de 5,83% do

PIB do Rio Grande do Sul (SIMECS, 2008).

O setor metal-mecânico no município de Caxias do Sul, em sua maior parte, é

responsável pela fabricação e manufatura de peças e componentes para ônibus,

caminhões, máquinas e implementos agrícolas e implementos rodoviários. Além disso,

estão presentes na região distribuidores de matérias-primas, prestadores de serviços,

fabricantes de ferramentas diversas e uma grande rede de instituição de ensino e

pesquisa que viabilizam o dinamismo das empresas da região.

A indústria automotiva compreende as empresas montadoras de automóveis,

veículos médios, ônibus, caminhões, máquinas agrícolas e seus fornecedores de partes,

peças e componentes.

A cidade de Caxias do Sul e a algumas cidades ao entorno concentram um

grande pólo regional de autopeças e implementos rodoviários, na parte de caminhões e

chassis de ônibus, o estado responde por mais de 40% da produção nacional (SIMECS,

2004).

O município de Caxias do Sul sedia grande numero de empresas, sendo seu setor

industrial responsável pela geração de aproximadamente 60% do Valor Agregado da

Indústria (VAI) da região e 8% do VAI do total do Estado. A região como um todo,

participa com 13% desse valor (SIMECS, 2004).

2.8 Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais

A gestão de resíduos sólidos são expressões muito utilizadas hoje,

principalmente em função da aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Pode-se dizer que gerenciamento refere-se ao conjunto de ações e gestão é a política que

rege estas ações.

Conforme Pinto (2004) a gestão dos resíduos industriais pode ser entendida

como o controle integrado e sistemático da geração, coleta, segregação na fonte,

estocagem/ armazenamento, transporte, processamento, tratamento, recuperação e

disposição de resíduos, ou seja, fazer a gestão dos resíduos é pôr em prática um

conjunto de medidas que, em linhas gerais, deverá atingir os seguintes objetivos

principais:

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• a prevenção da geração de resíduos;

• a minimização dos resíduos gerados;

• a re-utilização, a reciclagem e a recuperação ambientalmente segura de matérias

ou de energia dos resíduos ou produtos descartados;

• o tratamento ambientalmente seguro dos resíduos;

• a disposição final ambientalmente segura dos resíduos remanescentes;

• a recuperação das áreas degradadas pela disposição inadequada dos resíduos.

Vários são os motivos que levam à necessidade de se adotarem práticas para a

gestão dos resíduos sólidos industriais devido a todas as questões que envolvem o tema.

Uns dos principais motivos se trata da necessidade de a comunidade preservar o meio

ambiente e racionalizar o consumo de recursos naturais, como matéria prima e energia,

e também em relação as vantagens para o setor industrial, por meio de economias em

diversos níveis e melhoria de imagem pública da empresa.

2.8.1 Princípio da Gestão dos Resíduos Sólidos Industriais

Segundo Pinto (2004) o principio da gestão dos resíduos sólidos industriais está

baseado em quatro ações básicas que representam uma hierarquia real em termos de

custos, esforços e energia.

As quatro ações básicas são (4 R’s):

• Repensar (Oportunidade de inovação e desenvolvimento tecnológico ao longo da

cadeia de transformação);

• Reduzir (Oportunidade de minimização da geração de resíduos na fonte);

• Re-reutilizar (Aproveitamento dos resíduos nas condições em que se

encontram);

• Reciclar (Processo pelo qual os resíduos retornam ao processo produtivo como

matéria-prima).

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2.8.2 Metodologia para o Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais

A metodologia descrita neste item, grande parte é baseada na dissertação de

PINTO (2004), o qual apresenta um estudo aprofundado sobre resíduos sólidos

industriais para o Estado do Ceará.

O gerenciamento de resíduos sólidos industriais envolve ações mais abrangentes

do que o mero cumprimento da legislação e regulamentações ambientais. A redução de

riscos ao meio ambiente e a saúde humana, bem como a minimização de resíduos são

itens importantes a considerar.

O gerenciamento de resíduos sólidos industriais deve englobar como um todo:

• A minimização de riscos associados ao uso de produtos químicos e à geração de

resíduos, principalmente os classificados como perigosos;

• A minimização de custos e danos ambientais associados à destinação de

resíduos;

• A minimização do volume e da toxicidade dos resíduos;

• A redução dos custos de tratamento dos resíduos;

• A melhoria da eficiência dos processos industriais;

• O cumprimento das leis e regulamentos ambientais e a observância das normas

técnicas e padrões; e

• A minimização dos instrumentos e custos ambientais decorrentes da

obrigatoriedade do cumprimento de alguns desses dispositivos.

A Agência de Proteção Ambiental (EPA), Agência Ambiental dos Estados

Unidos, propõe uma metodologia para o gerenciamento de resíduos sólidos industriais,

onde deve ser considerada a definição de ações necessárias à obtenção de soluções

adequadas do ponto de vista do desempenho industrial e do atendimento às exigências

dos órgãos de controle ambiental responsáveis.

Devem ser respondidas três questões (PINTO, 2004):

1. Se a empresa produz resíduos, quais são eles, quais suas taxas e suas fontes

geradoras;

2. Como os resíduos gerados são classificados de acordo com os instrumentos

legais; e

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3. Quais são os instrumentos de controle aplicáveis e as tecnologias e metodologias

disponíveis para o gerenciamento desses resíduos

O próximo passo decidir a metodologia a ser utilizada para o gerenciamento de

resíduos sólidos industriais. Sempre evidenciando como etapa inicial a minimização da

geração de resíduos e trabalhando com que a ultima etapa, que é a destinação final

venha a ser a mais adequada, diminuindo custos, volume de resíduos, impactos

ambientais e ocupação de aterros.

A Figura 9 apresenta o fluxograma das etapas de decisão para o gerenciamento

de resíduos sólidos industriais.

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Fonte: BRITO (1999)

Figura 9: Fluxograma das etapas de decisão para o gerenciamento de resíduos sólidos

industriais

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37

2.8.3 Ferramentas para o Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais

Os conhecimentos dos princípios básicos, a aplicabilidade, os investimentos

necessários, bem como todos os benefícios alcançados do ponto de vista ambiental,

quando de sua implantação constituem informações imprescindíveis para se efetivar a

gestão de resíduos sólidos industriais (PINTO, 2004).

As ferramentas relacionadas a questão do gerenciamento de resíduos sólidos

industriais estão expressas nas subseções a seguir.

2.8.4 Inventário de Resíduos Industriais

Segundo a Resolução nº 313/2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA), que dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. É

o conjunto de informações sobre a geração, caracterização, armazenamento, tratamento,

reutilização, reciclagem, recuperação e disposição final dos resíduos sólidos gerados

pelas indústrias do país.

Conforme Pinto (2004) o Inventário de resíduos, além de disponibilizar todas as

informações de interesse sobre os resíduos sólidos gerados, também possibilita a:

• Identificação, classificação e descrição de todos os resíduos produzidos na

unidade industrial;

• Identificação das áreas e processos que produzem resíduos, suas características,

quantidades e volumes;

• Informações rápidas e precisas sobre qualquer situação crítica decorrente de

transporte, manuseio ou disposição final inadequada dos resíduos após sua

entrega a terceiros; e

• Fornecimento de subsídios para a pesquisa de tecnologias que visem a reduzir a

geração de resíduos, sua reciclagem e/ou reaproveitamento como energéticos.

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2.9 Manuseio, Segregação, Acondicionamento, Transporte e Armazenamento

dos Resíduos Sólidos Industriais

O gerenciamento de um resíduo desde a geração até a destinação final envolve

geralmente o manuseio, o acondicionamento, a coleta, o armazenamento e o transporte

dentro da própria indústria e a coleta e o transporte até o local de tratamento ou

disposição final. A fase interna é, sem dúvida, da responsabilidade exclusiva do

industrial, enquanto a externa é, muitas vezes, de responsabilidade de contratados.

Nesses casos, a legislação vigente torna o industrial co-responsável por qualquer

acidente de contaminação que porventura venha a ocorrer. Isso implica que os resíduos

devem ser adequadamente gerenciados pelo industrial em todas as fases, quer dizer,

desde a geração à disposição final, sendo por isso recomendável que só sejam

contratadas empresas idôneas de coleta, transporte, tratamento ou disposição final, ou

seja, empresas cadastradas e licenciadas (CETESB, 1993).

2.9.1 Manuseio dos Resíduos Sólidos Industriais

São todas as formas de manipulação e movimentação do resíduo, desde seu local

de origem até o seu tratamento ou disposição final. Englobam-se, portanto, as operações

de segregação na fonte, acondicionamento, coleta, armazenamento e transporte (LORA,

2002 apud PINTO (2002).

2.9.2 Segregação dos Resíduos Sólidos Industriais

A segregação interna dos resíduos sólidos é muito importante, pois tem como

objetivos básicos: evitar a mistura de resíduos incompatíveis, contribuir para garantia da

qualidade dos resíduos que possam ser reutilizados ou reciclados e reduzir o volume de

resíduos especiais que necessitam ser tratados.

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39

A mistura de dois ou mais resíduos incompatíveis pode ocasionar reações

indesejáveis ou incontroláveis que resultem em conseqüências adversas ao homem, ao

meio ambiente, aos equipamentos e mesmo à própria instalação industrial (LORA, 2002

apud PINTO, 2004)

Segundo a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº

275, de 25 de abril de 2001, os padrões de tons para os resíduos são:

• AZUL: papel/papelão;

• VERMELHO: plástico;

• VERDE: vidro;

• AMARELO: metal;

• PRETO: madeira;

• LARANJA: resíduos perigosos;

• BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde;

• ROXO: resíduos radioativos;

• MARROM: resíduos orgânicos;

• CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível

de separação.

2.9.3 Acondicionamento dos Resíduos Sólidos Industriais

Para que o acondicionamento de resíduos sólidos industriais ocorra de forma

adequada, os recipientes a serem utilizados devem ser construídos com material

compatível com os resíduos, ser estanques, ou seja, ter capacidade de conter os resíduos

no seu interior sem causar vazamentos, apresentar resistência física a pequenos choques

e ter durabilidade e compatibilidade com o equipamento de transporte, em termos de

forma, volume e peso (PINTO, 2004).

Conforme o tipo de resíduos é que se dá a escolha do recipiente a ser utilizado,

ou seja, deve-se levar em conta as características do resíduo, as quantidades geradas, o

tipo de transporte a ser usado, a necessidade ou não de tratamento e da forma de

disposição adotada.

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Outra questão importante é adequar o recipiente à forma de remoção, porque, se

removido por um homem, o seu peso, quando cheio, não deve ser superior a 30 ou 40

kg, deve ainda possuir bordas arredondadas e alças que permitam o seu manuseio. Se,

por outro lado, o recipiente for removido por empilhadeira mecânica, é imprescindível

colocá-lo sobre um estrado, metálico ou de madeira.

2.9.4 Transporte Interno dos Resíduos Sólidos Industriais

O transporte interno de resíduos envolve grandes riscos para toda a instalação

industrial. A elaboração de um sistema de transporte interno deve considerar, pelo

menos: pessoal treinado e qualificado para lidar com os resíduos, a utilização de

equipamento de proteção individual (EPI), deve transportar os resíduos por meio de

equipamentos compatíveis com o volume, peso e a forma do material e a necessidade de

criar rotas preestabelecidas (PINTO, 2004).

São utilizados para o transporte interno dos resíduos: carrinhos de mão,

empilhadeiras, tratores, camionetas, caminhões de carroceria aberta basculante ou não,

caminhões do tipo poliguindastes, entre outros (CETESB, 1993 apud PINTO, 2004).

2.9.5 Armazenamento dos Resíduos Sólidos Industriais

Quanto ao armazenamento de resíduos sólidos industriais, devem ser atendidas

algumas legislações. Uma delas é a Portaria nº 124/1980, do Ministério do Interior

(MINTER), que dispõe sobre o acondicionamento, armazenamento temporário,

tratamento, transporte e destino final para resíduos perigosos e industriais. Também é

necessário ser atendido as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT), tais como: NBR 11174/90 – Armazenamento de resíduos classes II – não

inertes e III – inertes – Procedimento, e NBR 12235/92 – Armazenamento de resíduos

sólidos perigosos – Procedimento (PINTO, 2004).

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2.9.6 Transporte Externo dos Resíduos Sólidos Industriais

Os resíduos sólidos apresentam uma característica bastante peculiar, pois, ao

contrário dos resíduos líquidos e gasosos, necessitam ser transportados mecanicamente

do ponto de geração ao local de tratamento ou disposição. Existem basicamente três

modalidades de transporte associadas aos resíduos sólidos, que são marítimo ou fluvial,

ferroviário e rodoviário.

Dentre os equipamentos utilizados, quatro tipos de veículos são os mais

apropriados para o transporte de resíduos industriais: os caminhões poliguindaste, que

operam com caçambas intercambiáveis para o transporte de resíduos a granel, não

corrosivos e de toxicidade de moderada a baixa; os caminhões do tipo basculante, para o

transporte de resíduos a granel, não corrosivos e de toxicidade de moderada a baixa;

caminhões-tanque, para o transporte de resíduos líquidos ou pastosos bastante fluídos e

caminhões de carroceria aberta, de carga geral, para resíduos previamente embalados.

Para o transporte de resíduos corrosivos, o interior do tanque, da caçamba ou da

embalagem deverá ser estanque e revestida com material apropriado a matérias

corrosivas, tais como: resinas, materiais plásticos ou tintas (CETESB, 1993; LORA,

2002 apud PINTO, 2004).

Para o transporte externo de resíduos sólidos industriais existem algumas

legislações que devem ser atendidas, como o Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988,

que dispõe sobre a Aprovação do Regulamento para o Transporte Rodoviário de

Produtos Perigosos e dá outras Providências, já o Decreto nº 98.973, de 21 de fevereiro

1997, que aprova as Instruções Complementares ao Regulamento para o Transporte

Ferroviário de Produtos Perigosos, a Portaria do Ministério dos Transportes nº 204, de

20 de maio de 1997, que Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do

Transporte Rodoviário e Ferroviário de Produtos Perigosos; e as Normas da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para o transporte de produtos perigosos

(ARAÚJO, 2001 apud PINTO, 2004).

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2.9.7 Disposição Final dos Resíduos Sólidos Industriais

Existem algumas formas de disposição final de resíduos sólidos industriais,

dentre elas incluem-se a disposição em aterros de resíduos não perigosos (para resíduos

Classe II A – Não inertes e resíduos Classe II B – Inertes); aterros para resíduos

perigosos (para resíduos Classe I – Perigosos); a injeção em poços profundos;

disposição em minas abandonadas; descargas nos oceanos, entre outras (CETESB, 1993

apud PINTO, 2004).

No Brasil, a destinação final dos resíduos se dá em sua maior parte pela

disposição em aterros, não sendo a tecnologia mais adequada devido ao elevado volume

e a escassez de áreas especificas para a instalação destes aterros. Mas por outro lado,

constitui-se muitas vezes, na alternativa economicamente mais viável. Sua construção,

entretanto, deve obedecer a critérios de engenharia, de acordo com normas operacionais

específicas, adequando o confinamento dos resíduos sólidos na menor área possível,

sem causar danos ou riscos à saúde pública e a sua segurança, minimizando os impactos

ambientais decorrentes dessa disposição no solo (LORA, 2002 apud PINTO, 2004).

Para a realização correta da disposição de resíduos em aterros, é fundamental que

sejam observadas as seguintes etapas:

• identificação e classificação dos resíduos;

• seleção de local favorável à disposição, conforme critérios estabelecidos;

• escolha do tipo de aterro a ser utilizado;

• execução do projeto técnico de maneira criteriosa, atendendo ao disposto nas

normas brasileiras;

• operação correta do aterro, incluindo a monitoração das águas do lençol freático

e superficiais, do percolado; plano de fechamento e monitoramento das águas e

percolado em períodos prolongados, após o seu fechamento (FREEMAN, 1998;

LORA, 2002; ROSS, 1968 apud PINTO, 2004).

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3 MÉTODO DE PESQUISA

3.1 Pesquisa Bibliográfica

Para atender os objetivos propostos no presente trabalho, primeiramente foi

realizada uma pesquisa de dados na bibliografia. Esta pesquisa teve como foco questões

referentes aos resíduos sólidos indústrias, principalmente os oriundos do setor metal-

mecânico. Também pesquisou-se o histórico do setor metal-mecânico no Brasil, no Rio

Grande do Sul e na cidade de Caxias do Sul.

3.2 Seleção das Empresas

Em seguida fez-se a seleção das empresas metal mecânicas utilizadas como base

para a pesquisa. As empresas foram definidas primeiramente em função do acesso aos

dados por meio de uma empresa de consultoria ambiental que presta serviços as

mesmas. Posteriormente, foram selecionadas considerando a diversidade de seu

processo produtivo e quanto a geração de resíduos sólidos industriais das mesmas.

3.3 Empresas Utilizadas Como Base na Pesquisa

As indústrias selecionadas como base na pesquisa são do setor metal-mecânico,

são indústrias de pequeno e médio porte e estão localizadas no município de Caxias do

Sul. Todas geram resíduos em seus processos produtivos, ambas emitem planilhas

trimestrais de seus resíduos gerados para o Órgão Ambiental Municipal.

As empresas escolhidas possuem processos produtivos distintos, onde levantou-

se dados referentes aos seus processos, fontes geradoras de resíduos sólidos, tipicidade e

quantidade de resíduos gerados. Sendo eles processo de metalurgia, fabricação de

equipamentos hidráulicos e industrialização de poltronas.

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Os nomes das empresas escolhidas não foram divulgados, adotou-se nomes

fantasias sendo eles apresentados como: Empresa (A), Empresa (B) e Empresa (C).

� Empresa (A): Fabricação de cilindros e unidades hidráulicas.

� Empresa (B): Fabricação de Poltronas para veículos urbanos e

rodoviários.

� Empresa (C): Metalúrgica.

3.4 Vistorias in loco

Foi realizada uma visita a cada empresa para verificar todo seu processo

produtivo; além de analisar o tipo de matéria-prima usada em seus processos; bem como

dados dos tipos, formas de acondicionamento e a quantidade de resíduos gerados a fim

de comparar com dados emitidos nas planilhas trimestrais junto ao Órgão Ambiental

Municipal.

Através de vistorias realizadas nas três empresas foi possível fazer uma análise

critica em relação da situação atual e quanto à gestão dos resíduos sólidos gerados.

3.5 Levantamento de dados

Os dados referentes ao inventario dos resíduos foram obtidos de fontes

secundarias, relativos a planilhas trimestrais divulgadas pelas empresas. O acesso a

estes dados se deu através da empresa de consultoria ambiental que presta serviço as

mesmas.

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3.6 Análise da legislação

Fez-se o levantamento e análise dos aspectos legais que engloba o

gerenciamento de resíduos sólidos industriais das empresas, com base em legislações e

normas federal, estadual e municipal.

3.7 Elaboração do termo de referência

Com todas as etapas anteriores cumpridas, buscou-se a elaboração de um termo

de referência para a elaboração de planos de gerenciamento de resíduos sólidos

industriais específicos para o setor metal mecânico.

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Dados Sobre as Empresas

4.1.1 Empresa (A): Fabricação de Equipamentos Hidráulicos

A Empresa (A) é uma empresa do ramo metal-mecânico com 20 anos de

experiência no mercado, a sua principal característica é a fabricação de cilindros e

unidades hidráulicas.

Explorando a área de automação industrial oferece consultoria técnica e

fabricação de componentes industriais. A flexibilização e a diversificação da linha de

mercado, procurando sempre a melhor solução de cada projeto são fatores essenciais

para que a empresa de uma continuidade na conquista de credibilidade e satisfação de

seus clientes.

4.1.1.1 Processo Produtivo

Primeiramente recebe-se a matéria-prima a ser utilizada no processo produtivo

para a fabricação dos cilindros, são elas o aço, o bronze e tubos metálicos.

O cilindro possui basicamente estes tipos de peças no seu conjunto de

montagem: camisa, haste, êmbolo, guia, porca de guia, porca sextavada, fundo e luvas e

acessórios.

Através da ordem de fabricação encaminhada à produção a camisa e a haste são

cortadas utilizando a matéria-prima do estoque e encaminhada para usinagem em torno

mecânico, realizada por terceiros.

As peças como guia, êmbolo, fundo, porcas, são normais de linha e o montador

pega da prateleira (estes componentes são fabricados em quantidades por terceiros) ou

solicita ao setor de compras para nova compra.

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As vedações não são estocadas. Conforme o pedido é comprado à quantidade

necessária restrita ao pedido. Após avaliação de qualidade, as peças são montadas. São

soldados itens na camisa e na haste. Após a montagem das peças e vedações é realizado

teste hidráulico para verificação de vazamento na solda. Aprovado o conjunto é lavado,

identificado e embalado.

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4.1.1.2 Leiaute do Processo Produtivo e das Fontes Geradoras de Resíduos

Figura 10: Processo produtivo e fontes geradoras de resíduos

Processo Produtivo Geração de Resíduos

Panos e Estopas Contaminadas

Panos e Estopas Não Contaminadas

Lavadora

Codificar, embalar e armazenar

Expedição

Resíduos (Sucata de metais

ferrosos)

Corte de tubos (camisas), e barras retificadas (hastes)

Serra Fita

Torno Mecânico (Terceiros)

Encaminhar MP para usinagem (Terceiros)

Receber as peças e analisar dimensional

Posto de Solda

Bancadas

Soldas em geral

Montagem geral

Testes hidráulicos

Receber Matéria Prima

Armazenar MP (Tubos, barras e chapas de aço)

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4.1.1.3 Caracterização dos Resíduos Sólidos Gerados

Os dados sobre a caracterização dos resíduos foram extraídos de planilhas

trimestrais emitidas ao Órgão Ambiental Municipal, onde a empresa ao receber sua

Licença Ambiental de Operação fica obrigada a emitir os dados de resíduos sólidos

industriais gerados para a SEMMA (Secretária Municipal de Meio Ambiente), que é o

Órgão Ambiental responsável pelo licenciamento e fiscalização no município de Caxias

do Sul.

A partir do primeiro trimestre de 2008 que a Empresa (A) iniciou a emitir as

planilhas de resíduos sólidos industriais para o Órgão Ambiental Municipal.

As tabelas 1 a 3 apresentam a caracterização dos resíduos referentes à Empresa

(A).

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Tabela 1: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (A) em 2008

DADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDÚSTRIAIS GERADOS EM 2008

Resíduo Classificação

Quantidade/ Trimestre Total Acondicionamento Tratamento/

Destinação Empresa

Responsável 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim.

Sucata de Metais Ferrosos

Classe II

2.800 (Kg) 2.500 (Kg) 2.000 (Kg) 2365 (Kg) 9.662 (Kg) Container Reprocessamento Cofer Com. e Transp.

de Ferro e Sucata

Tecidos e Panos Não Contaminados

50 (Uni) 63 (Uni) 55 (Uni) 47 (Uni) 215 (Uni)

Sacos Plásticos Reciclagem Laqua Lavanderia Panos e Estopas

Contaminadas Classe I 20 (Uni) 20 (Uni) 18 (Uni) 22 (Uni) 80 (Uni)

Tabela 2: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (A) em 2009

DADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDÚSTRIAIS GERADOS EM 2009

Resíduo Classificação

Quantidade/ Trimestre Total Acondicionamento

Tratamento/ Destinação

Empresa Responsável

1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim.

Sucata de Metais Ferrosos

Classe II

3.000 (Kg) 2.450 (Kg) 1.900 (Kg) 2.215 (Kg) 9.565 (Kg) Container Reprocessamento Cofer Com. e Transp. de

Ferro e Sucata

Tecidos e Panos Não

Contaminados 32 (Uni) 63 (Uni) 55 (Uni) 47 (Uni) 197 (Uni)

Sacos Plásticos

Reciclagem Laqua Lavanderia

Panos e Estopas Contaminadas

Classe I 21 (Uni) 20 (Uni) 27 (Uni) 22 (Uni) 90 (Uni

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Tabela 3: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (A) em 2010

DADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDÚSTRIAIS GERADOS EM 2010

Resíduo Classificação

Quantidade/ Trimestre

Total Acondicionamento Tratamento/ Destinação

Empresa Responsável 1º

Trim. 2º

Trim. 3º

Trim. 4º Trim.

Sucata de Metais Ferrosos

Classe II

2.060 (Kg) 2.300 (Kg) 2.400 (Kg) - (Kg) 6.760 (Kg) Container Reprocessamento Cofer Com. e Transp. de

Ferro e Sucata

Tecidos e Panos Não

Contaminados 44 (Uni) 53 (Uni) 55 (Uni) - (Uni) 152 (Uni)

Sacos Plásticos Reciclagem Laqua Lavanderia

Panos e Estopas Contaminadas

Classe I 20 (Uni) 19 (Uni) 22 (Uni) - (Uni) 61 (Uni)

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4.1.1.4 Relação de Imagens da Empresa (A)

As fotografias foram obtidas no dia da vistoria na empresa, selecionaram-se as

imagens referentes ao acondicionamento dos resíduos sólidos industriais.

Figura 11: Acondicionamento dos resíduos

(limalha de Ferro)

Figura 12: Acondicionamento dos resíduos

(Retalhos das barras de aço)

Figura 13:Acondicionamento dos resíduos

(Peças danificadas)

Figura 14:Acondicionamento dos resíduos

(Estopas)

4.1.1.5 Análise Critica da Empresa (A)

A empresa (A) encontra-se devidamente licenciada junto a SEMMA, e tem sua

licença válida até o dia 24 de março de 2012.

Como as demais empresas, esta não possui um plano de gerenciamento de

resíduos sólidos industriais.

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Em vistoria à empresa constatou-se um elevado desperdício de matéria-prima

durante o processo produtivo, principalmente sobras de barras de ferro e algumas peças

com defeitos. Uma análise para o aprimoramento do processo produtivo da empresa

poderia trazer benefícios. Como por exemplo, em relação às sobras das barras de ferro,

poderia ser feito um estudo das medidas de projetos dos equipamentos a serem

produzidos, para posteriormente serem solicitadas as barras nas medidas exatas,

diminuindo consideravelmente algumas perdas de matéria-prima.

Quanto aos resíduos sólidos produzidos pela empresa, como a matéria-prima

basicamente é tubos, barras e chapas de aço, são poucos os tipos de resíduos gerados. O

acondicionamento dos resíduos em alguns pontos se dá de forma inadequada, pois

percebe-se a mistura de resíduos no mesmo contêiner.

Outro grande problema evidenciado é a mistura das limalhas de ferro

contaminadas com óleos com as não contaminadas no mesmo contêiner.

Em relação à destinação final dos resíduos dada pela empresa, ocorre de forma

adequada, pois todos os resíduos são reciclados e/ou reaproveitados, pelas empresas

responsáveis pela aquisição dos resíduos. Todas as empresas que compram os resíduos

estão devidamente licenciada junto ao órgão ambiental responsável.

Analisando os dados das planilhas trimestrais de resíduos sólidos industriais,

verificou-se que a empresa não informa que parte dos resíduos “sucatas de metais

ferrosos” esta contaminada com óleo, sendo misturada com as demais e apresentado nas

planilhas como resíduo não contaminado.

4.1.2 Empresa (B): Indústria e Comércio de Poltronas

A empresa (B) teve sua inauguração no dia 12 de novembro de 1991 na cidade

de Caxias do Sul com a política de fabricar e comercializar bancos e estofados para

veículos automotores. São industrializadas na sua maior parte poltronas para ônibus

urbanos e ônibus rodoviários. Todas as poltronas produzidas pela empresa são

comercializadas para uma empresa fabricante de ônibus na cidade de Caxias do sul.

Ultimamente a empresa está com uma produção mensal de 8.000 poltronas, com

163 funcionários trabalhando.

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As principais matérias-primas utilizadas no processo produtivo da empresa são:

a estrutura de metal semi-acabada, madeira, espuma, tecidos e courvin. A estrutura de

metal semi-acabada é fornecida por outra empresa.

Os resíduos gerados pela indústria são: Retalhos e limalha de ferro oriundos dos

recortes, furação e ajustes das estruturas de metal bem como restos das molas de metal

usadas no interior das poltronas, resíduos de madeira, plásticos, papel e papelão,

espumas, tecidos e courvin, todos estes materiais provenientes da etapa de acabamento

das poltronas.

4.1.2.1 Processo Produtivo

Na primeira etapa recebe-se as matérias-primas e armazena-se em local

especifico. O processo produtivo tem inicio pela carpintaria, onde são realizados os

cortes e adequação da estrutura da madeira a ser incorporada nas poltronas.

Após são feitos ajustes nas estruturas de metal, onde são feitos alguns cortes

especifico bem como a furação para posteriormente ser inserida a estrutura de madeira

da poltrona.

Em seguida, após ser inserida a estrutura de madeira é colocada a estrutura de

molas nas poltronas. Logo se ajusta e insere a parte da espuma na poltrona.

O acabamento das poltronas passa pela etapa de corte dos tecidos e courvin em

medidas especifica que vão revestir as poltronas. E em seguida tem-se o processo de

costura dos tecidos e do courvin e posteriormente o acabamento final da poltrona.

A última etapa é o processo de checar a qualidade da poltrona, para finalmente

ser expedida para os clientes.

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55

4.1.2.2 Leiaute do Processo Produtivo e Fontes Geradoras de Resíduos

Figura 15: Processo produtivo e fontes geradoras de resíduos da Empresa (B)

Processo Produtivo Geração de Resíduos

Resíduos (Retalhos e serragem

de madeira)

Resíduos (Retalhos de molas, parafusos e pregos)

Resíduos (Retalhos espumas, tecidos e courvin)

Resíduos (Plásticos)

Estofamento

Costura

Acabamento Final

Expedição

Pré-Montagem (Estrutura de madeira e

molas)

Corte (Tecido e Courvin)

Corte e Ajuste (Espuma)

Furadeira Elétrica

Serra Elétrica

Ajuste da Estrutura Metálica

Resíduos (Retalhos e limalha

de ferro)

Carpintaria

Recebimento e Armazenamento da Matéria-

Prima (MP)

MP (Estruturas e molas de Metais, espuma, tecido,

courvin e madeira)

Furadeira Elétrica

Serra Fita

Resíduos (Plásticos e Papelão)

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56

4.1.2.3 Caracterização dos Resíduos Sólidos Gerados

A Empresa (B) começou a emitir planilhas de seus resíduos gerados a partir do

terceiro trimestre de 2008.

As tabelas 4 a 6 apresentam a caracterização dos resíduos referentes à Empresa (B).

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Tabela 4: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (B) em 2008

DADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDÚSTRIAIS GERADOS EM 2008

Resíduo Classificação

Quantidade/ Trimestre Total Acondicionamento

Tratamento/ Destinação

Empresa Responsável

3º Trim. 4º Trim.

Sucata de Metais Ferrosos

Classe II

364 (Kg) 440 (Kg) 804 (Kg) Container Reprocessamento Cofer Com. e Transp. de

Ferro e Sucata

Tecidos e Espumas 480 (Kg) 360 (Kg) 840 (Kg)

Sacos Plásticos

Reciclagem Hma Recicla Comercio De

Aparas

Outros Resíduos (Plásticos, Madeira e Serragem)

620 (Kg) 510 (Kg) 1.130 (Kg)

Papel e Papelão 210 (Kg) 170 (Kg) 380 (Kg) Fardos

Retalhos Courvin 470 (Kg) 542 (Kg) 620 (Kg) Sacos Plásticos Reaproveitamento

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Tabela 5: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (B) em 2009

DADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDÚSTRIAIS GERADOS EM 2009

Resíduo Classificação

Quantidade/ Trimestre Total Acondicionamento

Tratamento/ Destinação

Empresa Responsável

1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim.

Sucata de Metais Ferrosos

Classe II

345 (Kg) 427 (Kg) 398 (Kg) 415 (Kg) 1.585 (Kg) Container Reprocessamento Cofer Com. e Transp.

de Ferro e Sucata

Tecidos e Espumas 300 (Kg) 249 (Kg) 263 (Kg) 281 (Kg) 1.093 (Kg)

Sacos Plásticos

Reciclagem Hma Recicla

Comercio De Aparas

Outros Resíduos (Plásticos, Madeira e

Serragem) 215 (Kg) 280 (Kg) 217 (Kg) 207 (Kg) 919 (Kg)

Papel e Papelão 205 (Kg) 107 (Kg) 121 (Kg) 115 (Kg) 548 (Kg) Fardos

Retalhos Courvin 557 (Kg) 667 (Kg) 623 (Kg) 500 (Kg) 2.347 (Kg) Sacos Plásticos Reaproveitamento

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Tabela 6: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (B) em 2010

DADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDÚSTRIAIS GERADOS EM 2010

Resíduo Classificação

Quantidade/ Trimestre Total Acondicionamento

Tratamento/ Destinação

Empresa Responsável

1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim.

Sucata de Metais Ferrosos

Classe II

325 (Kg) 403 (Kg) 297 (Kg) - (Kg) 1.025 (Kg) Container Reprocessamento Cofer Com. e Transp. de

Ferro e Sucata

Tecidos e Espumas 292 (Kg) 267 (Kg) 200 (Kg) - (Kg) 759 (Kg)

Sacos Plásticos

Reciclagem Hma Recicla Comercio

De Aparas

Outros Resíduos (Plásticos, Madeira e

Serragem) 228 (Kg) 219 (Kg) 230 (Kg) - (Kg)) 667 (Kg)

Papel e Papelão 158 (Kg) 170 (Kg) 155 (Kg) - (Kg) 483 (Kg) Fardos

Retalhos Courvin 500 (Kg) 600 (Kg) 540 (Kg) - (Kg) 1.640 (Kg) Sacos Plásticos Reaproveitamento

(-) Inexistência de dados.

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60

4.1.2.4 Relação de Imagens da Empresa (B)

As fotografias foram obtidas no dia da vistoria na empresa, selecionaram-se as

imagens referentes ao acondicionamento dos resíduos sólidos industriais.

Figura 16: Acondicionamento de

Resíduos (Tecidos e courvin)

Figura 17: Acondicionamento de

Resíduos (Serragem)

Figura 18: Acondicionamento de

Resíduos (Papelão)

Figura 19: Acondicionamento de

Resíduos (Retalhos de ferro)

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61

Figura 20: Acondicionamento de Resíduos (Retalhos de espumas)

Figura 21:Acondicionamento de

Resíduos (Plásticos)

4.1.2.5 Análise Critica da Empresa (B)

A Empresa (B) está com a devida licença ambiental válida até o dia 17 de abril

de 2012. Como a empresa gera resíduos sólidos industriais em seus processos, esta

emite trimestralmente planilhas de resíduos sólidos para a SEMMA, Órgão Ambiental

Municipal de Caxias do Sul.

Em visita a está empresa observou-se uma perda considerada de matéria-prima

durante o processamento das poltronas, principalmente tecidos, espumas e o courvin

usados no estofamento das poltronas. São retalhos provenientes do corte destes

materiais e também de moldes prontos que são danificados (Rasgados) antes do

acabamento final, sendo todos estes se transformando em resíduos sólidos para a

empresa.

Quanto à forma de acondicionamento dos resíduos na empresa, está

relativamente adequada, por se tratar de materiais de fácil acondicionamento e

manuseio. Já em relação à segregação dos resíduos, percebe-se que não é devidamente

adequada, pois existem alguns tipos de resíduos misturados no mesmo contêiner, por

exemplo, plásticos misturados com madeiras, tecidos misturados com espumas.

Nesse caso poderia ser feito apenas alguns programas de educação ambiental

junto aos trabalhadores, para adequá-los quanto à importância da segregação e

consequentemente quanto ao gerenciamento interno dos resíduos sólidos.

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A empresa não possui um plano de gerenciamento de resíduos sólidos

industriais.

Em relação à destinação final dos resíduos dada pela empresa, os mesmos

ocorrem de forma adequada, pois todos os resíduos são reciclados e/ou reaproveitados,

pelas empresas responsáveis pela aquisição dos resíduos. Todas as empresas que

compram os resíduos estão devidamente licenciada junto ao órgão ambiental

responsável.

Durante toda a vistoria percebeu-se que esta empresa não tem omitidos dados de

resíduos em suas planilhas, apenas constatou-se falhas na segregação de seus resíduos

internos.

4.1.3 Empresa (C): Metalúrgica

A Empresa (C) é uma metalúrgica que foi inaugurada em agosto de 2006 na

cidade de Caxias do Sul com missão de fabricar estruturas de metal para a confecção de

poltronas para veículos urbanos (Ônibus urbanos) e veículos rodoviários (Ônibus e

vans).

A empresa utiliza como principais matérias-primas em seu processo tubos,

chapas e barras de aço para fabricar as estruturas das poltronas. Somente a parte da

estrutura de metal é fabricada nesta empresa, sendo a pintura e o posterior acabamento

das poltronas repassadas para outras empresas.

Atualmente a empresa está produzindo cerca de 10.000 estruturas por mês, para

atender a demanda das empresas compradoras, atualmente possui um quadro de 61

funcionários atuando.

Os resíduos gerados pela empresa são sucatas e limalhas de ferro (aço) oriundos

da fabricação das estruturas das poltronas e estopas contaminadas principalmente com

óleos.

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4.1.3.1 Processo Produtivo da Empresa (C)

Recebem-se as matérias-primas (Chapas, tubos e barras de aço), onde é

armazenada em local fechado no interior da empresa.

A produção tem inicio com o corte das chapas e tubos de aço, nas medidas de

cada poltrona, em seguida tem-se a operação de dobra, com dobradeira hidráulica e

dobradeira pneumática.

Em seguida dá se o processo de furação e estampo feito com prensa excêntrica e

prensa hidráulica.

Após as peças passam pela soldagem e montagem dos conjuntos metálicos, e

posteriormente acorre a operação de lixa, e esmeril pneumática para acabamento da

estrutura e posterior expedição para outras empresas, onde realizaram a pintura e o

acabamento das poltronas.

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64

4.1.3.2 Leiaute do Processo Produtivo e Fontes Geradoras de Resíduos

Figura 22: Processo produtivo e fontes geradoras de resíduos da Empresa (B)

Lixa

Processo Produtivo Geração de Resíduos

Resíduos (Estopas contaminadas)

Esmeril Pneumática

Resíduos (Limalha de ferro

contaminada)

Soldagem

Armazenamento

Expedição

Furação

Dobradeira Hidráulica

Dobradeira Pneumática

Serra Fita

Dobra (Tubos e barras de aço)

Recebimento da Matéria-Prima e Armazenamento

Corte (Tubos e barras de aço)

Resíduos (Sucata de metais

ferrosos)

Matéria Prima (Tubos, chapas e barras)

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65

4.1.3.3 Caracterização dos Resíduos Sólidos Gerados

Empresa (C) iniciou a emissão das planilhas trimestrais de geração de resíduos a

partir do primeiro semestre de 2008.

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Tabela 7: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (C) em 2008

DADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDÚSTRIAIS GERADOS EM 2008

Resíduo Classificação

Quantidade/ Trimestre Total Acondicionamento

Tratamento/ Destinação

Empresa Responsável

1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim.

Sucata de Metais Ferrosos

Classe II 3.163 (Kg) 3.187 (Kg) 2.315 (Kg) 3.115 (Kg) 8.665 (Kg)

Container

Reprocessamento Cofer Com. e

Transp. de Ferro e Sucata

Limalha de Ferro Contaminada

Classe I

300 (Kg) 350 (Kg) 247 (Kg) 305 (Kg) 1.102 (Kg)

Reciclagem

Hma Recicla Comercio De Aparas

Estopas Contaminadas

26 (Uni) 32 (Uni) 44 (Uni) 27 (Uni) 135 (Uni) Sacos Plásticos Laqua Lavanderia

Tabela 8: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (C) em 2009

DADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDÚSTRIAIS GERADOS EM 2009

Resíduo Classificação

Quantidade/ Trimestre Total Acondicionamento

Tratamento/ Destinação

Empresa Responsável

1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim.

Sucata de Metais Ferrosos

Classe II 3.215 (Kg) 3.480 (Kg) 3.111 (Kg) 2.998 (Kg) 12.804 (Kg)

Container

Reprocessamento Cofer Com. e

Transp. de Ferro e Sucata

Limalha de Ferro Contaminada

Classe I

413 (Kg) 433 (Kg) 297 (Kg) 332 (Kg) 1.475 (Kg)

Reciclagem

Hma Recicla Comercio De Aparas

Estopas Contaminadas

33 (Uni) 35 (Uni) 41 (Uni) 32 (Uni) 141 (Uni) Sacos Plásticos Laqua Lavanderia

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Tabela 9: Levantamento dos resíduos gerados pela Empresa (C) em 2010

DADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDÚSTRIAIS GERADOS EM 2010

Resíduo Classificação

Quantidade/ Trimestre Total Acondicionamento

Tratamento/ Destinação

Empresa Responsável

1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim.

Sucata de Metais Ferrosos

Classe II 2.998 (Kg) 3.190 (Kg) 3.415 (Kg) - (Kg) 9.603 (Kg)

Container

Reprocessamento Cofer Com. e

Transp. de Ferro e Sucata

Limalha de Ferro Contaminada

Classe I

450 (Kg) 385 (Kg) 397 (Kg) - (Kg) 1.232 (Kg)

Reciclagem

Hma Recicla Comercio De Aparas

Estopas Contaminadas

29 (Uni) 37 (Uni) 25 (Uni) - (Uni) 91 (Uni) Sacos Plásticos Laqua Lavanderia

(-) Inexistência de dados.

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4.1.3.4 Relação de Imagens da Empresa (C)

As fotografias foram obtidas no dia da vistoria na empresa, selecionaram-se as

imagens referentes ao acondicionamento dos resíduos sólidos industriais bem como do

processo produtivo da empresa.

Figura 23: Acondicionamento de

Resíduos (Sucatas de metais ferrosos)

Figura 24: Acondicionamento de Resíduos (Retalhos de ferro e latas de

tinta)

Figura 25: Acondicionamento de

Resíduos (Estopas)

Figura 26: Processo Produtivo (Retalhos de espumas)

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4.1.3.5 Análise Critica da Empresa (C)

A empresa se encontra devidamente licenciada, tendo sua licença ambiental

valida até o dia 10 de julho de 2014.

Em vistoria à empresa percebe-se como na maioria dos casos uma política

voltada para técnicas de fim de tubo, quanto ao gerenciamento dos resíduos sólidos, ou

seja, a empresa apenas se limita ao atendimento de algumas legislações, não focando

definitivamente a questão prática de se implantar um gerenciamento de resíduos sólidos,

com isso podendo herdar benefícios econômicos, ambientais e também marketing para a

empresa.

Observou-se um elevado desperdício de matéria prima (Sucata de ferro) no

processo produtivo das estruturas das poltronas. Um estudo para alteração de

tecnologias em seus processos poderia reduzir a geração destes resíduos.

A empresa não possui um plano de gerenciamento de resíduos sólidos industriais

para seus resíduos.

Em relação ao acondicionamento dos resíduos sólidos na empresa, estão

relativamente adequados quanto aos recipientes, porém não estão sendo segregados

corretamente.

Quanto à destinação final dos resíduos realizada pela empresa se dá de forma

adequada, pois todos os resíduos gerados são reciclados e/ou reaproveitados por

empresas terceiras devidamente licenciadas.

Fazendo uma análise em relação à forma de licenciamento ambiental aplicada

pela SEMMA (Secretária Municipal de Meio Ambiente de Caxias do Sul) quanto aos

resíduos sólidos industriais, onde esta se dá através da emissão de dados trimestrais dos

resíduos gerados na empresa, observa-se algumas falhas. A SEMMA emite a licença

ambiental após certificar-se que a empresa atende aos requisitos legais vigentes e então

delega a empresa que gera resíduos sólidos industriais a enviar planilhas trimestrais,

constando dados quanto a tipologia, quantidade, forma de acondicionamento e

destinação final dos resíduos. Porém esta vistoria é realizada uma vez a cada 4 anos, que

é o tempo da validade da licença. Na vistoria feita na empresa percebe-se a presença de

outros resíduos, ou seja, resíduos que não constam nas planilhas enviadas a SEMMA,

bem como falhas na segregação dos resíduos. E isso se deve ao fato de não se ter uma

fiscalização mais rígida do órgão ambiental responsável, que apenas se limita á realizar

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vistoria durante a fase de licenciamento de quatro em quatro anos. Isso faz com que as

empresas “relaxem” e como é o caso, omitam alguns dados referentes aos seus resíduos.

4.2 Proposta de Termo de Referência para PGRSI

4.2.1 Considerações Iniciais

A elaboração da proposta do termo de referência para a implantação de planos

de gerenciamento de resíduos sólidos industriais se deu através de uma série de etapas.

Primeira etapa se deu através de uma pesquisa bibliográfica referente ao que

engloba a questão dos resíduos sólidos industriais, buscando apresentar os temas mais

relevantes.

Em seguida fez-se visitas as empresas para melhor conhecer tudo o que envolve

de resíduos em seus processos produtivos, e também analisar a situação real das

mesmas quanto ao gerenciamento de seus resíduos internos.

Posteriormente caracterizou-se os resíduos gerados pelas empresas, onde obteve-

se os tipos de resíduos gerados, quantidade, forma de acondicionamento e destinação

final.

Uma pesquisa referente aos aspectos legais vigentes que devem ser atendido

pelo estabelecimento gerador, para que o PGRSI seja validado pelo órgão ambiental, se

deu no âmbito federal, estadual e municipal.

Para que a elaboração do termo de referência se apresenta-se de forma objetiva e

prática, atendendo tanto os requisitos legais como os burocráticos, fez-se contatos

prévios com o Órgão Ambiental Municipal a fim de obter informações sobre possíveis

questões burocráticas bem como a forma de apresentação do plano a serem exigidos

pelo mesmo.

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4.2.2 Termo de Referência

O presente Termo de Referência visa subsidiar as empresas utilizadas como base

no estudo quanto à elaboração e apresentação do Plano de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos Industriais – PGRSI, que se constitui num documento baseado nos princípios da

não geração e da minimização da geração de resíduos, que aponta e descrevem as ações

relativas ao seu manejo, identificação, coleta, e transporte interno, armazenamento

temporário, coleta e transporte externo, tratamento interno, armazenamento externo,

coleta e transporte externo e disposição final.

O PGRSI deve ser elaborado pelo gerador dos resíduos e submetido à análise da

Secretária Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) de Caxias do Sul, sendo que este é

o órgão ambiental responsável pele licenciamento e fiscalização das empresas usadas na

pesquisa. Quanto às empresas licenciadas pela FEPAM, o PGRSI dever ser submetido à

mesma para devida analise e aprovação.

4.2.2.1 Objetivos do Termo

O objetivo do Termo de Referência é dotar os estabelecimentos, que são

obrigados a apresentarem PGRSI, a terem condições de atenderem os requisitos legais

impostos perante a lei 12.305 de 2 de agosto de 2010, conforme descrito no Art.13 e 20,

que Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei 9.605, de 12 de fevereiro de

1998.

4.2.2.2 Roteiro para Elaboração do PGRSI

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais deve atender aos

requisitos mínimos previstos no Art. 21, da Lei 12.205, de 2 de agosto de 2010.

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1. Identificação do Empreendimento

a) Razão Social, CNPJ, I.E., Nome Fantasia.

b) Atividade Principal.

c) Endereço do Empreendimento (logradouro, nº., bairro, cidade, CEP, telefone, fax,

Coordenadas Geográficas e endereço eletrônico, se houver).

d) Endereço para Correspondência, caso não seja o mesmo do empreendimento

(logradouro, nº, bairro, CEP, cidade, estado e caixa postal, se houver).

e) Número Total de Funcionários (próprios e terceirizados).

f) Representantes legais e pessoas para contato.

g) Área total.

h) Numero da última Licença de Operação.

i) Numero do processo que aprovou o PGRSI.

2. Identificação do Responsável Técnico

a) Responsável técnico pela elaboração do PGRSI (nome, formação, fone/fax/e-mail

e Anotação de Responsabilidade Técnica do respectivo Conselho de Classe).

b) Assinatura do Responsável Técnico.

c) Responsável técnico pela implementação e funcionamento contínuo do PGRSI

(nome, formação, fone/fax/e-mail e nº. registro do conselho de classe).

d) Assinatura do Responsável Técnico responsável pelo funcionamento do PGRSI.

3. Procedimentos para Implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos Industriais

a) Conhecer o Processo Produtivo da Empresa

− Esta é a primeira etapa, onde o responsável técnico pela implantação do plano

deve conhecer todo o processo produtivo que envolve a empresa.

− Devem ser abordadas as matérias primas utilizadas na produção bem como a

forma como elas são recebidas e posteriormente transformadas.

− Elaborar um leiaute com todas as etapas detalhadas do processo produtivo.

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b) Identificar as Fontes Geradoras de Resíduos Dentro e Fora da Empresa

− Levantar as fontes geradoras de resíduos em todos os pontos da empresa, já

fazendo uma análise da forma de como é gerado.

− Inserir os pontos de geração no leiaute dos processos produtivo da empresa, a

fim de melhor visualização e estudos oportunísticos.

− Identificar a freqüência e a quantidade em que o resíduo é gerado.

− Identificar os pontos de segregação, a fim de se evitar possíveis misturas ou

contaminações dos resíduos.

c) Identificação dos Resíduos

− Devem ser declarados todos os tipos de resíduos gerados, inclusive no apoio

operacional da atividade da empresa, tais como: escritório, setores de

ambulatório, de manutenção de equipamentos e frotas, recepção de matérias

primas, expedição de produtos e sistemas de tratamento de efluentes.

d) Classificação e Quantificação dos Resíduos

− Nesta etapa se dá a classificação e quantificação dos resíduos em todos os

pontos de geração localizados na empresa.

− A classificação deve obedecer a NBR 10004/2004 (Resíduos Sólidos –

Classificação) da ABNT, onde os resíduos serão classificados como Classe I

(Perigosos) ou Classe II A (Não Inertes) e Classe II B (Inertes).

− Esta classificação, quando for o caso, deve ser embasada nos laudos técnicos de

análises submetendo os resíduos nos testes de solubilização procedida pela

NBR 10006/2004 e lixiviação procedida conforme a NBR 10005/2004.

− Quantificar a geração de resíduos durante o período de 1 mês, através da

pesagem do mesmo.

− Essa quantificação deve ser realizada em cada ponto de geração, com a

premissa de analisar os pontos de elevada geração para posteriormente ser

criticamente analisados.

− Deve ser posto algum tipo de identificação no ponto de geração quanto à

tipologia do resíduo, com o objetivo de facilitar a segregação.

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e) Segregação e Acondicionamento

− Após a classificação dos resíduos inicia-se a segregação do mesmo nos pontos

onde o resíduo é gerado, com a finalidade de evitar possíveis misturas dos

resíduos incompatíveis.

− Esta etapa é extremamente importante, pois adéqua os resíduos a possíveis usos

do mesmo, como a reciclagem, o reaproveitamento e também garante a

segurança do material.

− Os recipientes para acondicionar os resíduos deverão ser construídos com

material compatível com os resíduos.

− Devem ser estanques, ou seja, ter capacidade de conter os resíduos no seu

interior sem causar vazamentos.

− Apresentar resistência física a pequenos choques.

− Ter durabilidade e compatibilidade com o equipamento de transporte, em

termos de forma, volume e peso.

− Deve ser de fácil manuseio.

− Estabelecer procedimentos para o correto fechamento, vedação e manuseio dos

recipientes, de forma a evitar vazamentos e/ou ruptura dos mesmos e portar

símbolo de identificação compatível com o tipo de resíduo acondicionado.

− Quando necessário listar Equipamentos de Proteção Individual a serem

utilizados pelos funcionários envolvidos nas operações de acondicionamento. − Os recipientes devem estar localizados em locais estratégicos, perto da fonte

geradora para facilitar a segregação e o acondicionamento em si.

− O acondicionamento e armazenamento dos resíduos deve obedecer às normas

NBR 11.174/1990 (Acondicionamento e armazenamento de resíduos Classe II

A e Classe II B).

− Além da norma NBR 12.235/1992 para resíduos Classe I.

− Quanto à identificação dos recipientes de acondicionamento (Container,

bombonas, lixeiras, sacolas plásticas, etc,.) poderá ser realizada conforme os

códigos estabelecidos pela FEPAM (Disponível no site), através dos códigos de

identificação listados nos anexos da NBR 10.0004 e pela resolução

(CONAMA 275/2001) que estabelece o código de cores para diferentes tipos de

resíduos.

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− Além da NBR 7.500/2009 referente à identificação para o transporte terrestre,

manuseio, movimentação e armazenamento de produtos.

− A identificação dos recipientes de acondicionamento dos resíduos facilita a

segregação, bem como a coleta e o transporte dos resíduos.

− Além de ser uma ótima oportunidade de se explanar e praticar a educação

ambiental as pessoas que integram e interagem com a empresa.

f) Coleta e Transporte Interno

− Especificar por tipo de resíduo a frequência de coleta e transporte. − Descrever os procedimentos de coleta e transporte interno, informando se esta é

manual ou mecânica.

− Relacionar as especificações dos equipamentos utilizados nesta etapa.

− Descrição das medidas a serem adotadas em caso de rompimento de recipientes,

vazamento de líquidos, derrame de resíduos, ou ocorrência de outras situações

indesejáveis.

− Descrever procedimentos de higienização dos recipientes e equipamentos e os

produtos empregados.

− Apresentar planta baixa do estabelecimento, especificando as rotas dos

resíduos.

g) Armazenamento Temporário

− Descrever a forma de impermeabilização do local, conforme tipo de resíduos.

− Deve ser em local coberto e quando necessário ventilado.

− Apresentar drenagem de líquidos percolados e de derrames acidentais.

− Bacias de contenção destes líquidos.

− O armazenamento deve atender a NBR 1.174/90 da ABNT para os resíduos

Classe II A e Classe II B, bem como a NBR 12325/92 para os resíduos Classe I.

− Isolamento e sinalização dos locais de armazenamento conforme estabelecidos

pela NBR 7.500 da ABNT.

− Treinamento do pessoal, controle de operação e monitoramento da área.

− Assinalar em planta baixa a localização das áreas de estocagem temporária dos

resíduos.

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h) Pré-Tratamento

− Informar se existe algum tipo de tratamento interno dos resíduos junto à

empresa.

− Descrever o princípio de funcionamento do equipamento de tratamento de

resíduos, especificando tipo, e quantidade de resíduos a serem tratados. − Descrever procedimentos a serem adotados em situações de funcionamento

anormal do equipamento.

− Especificar tipo, quantidade e características dos resíduos gerados pela operação

do equipamento de tratamento.

i) Coleta e Transporte Externo dos Resíduos

− Especificar por tipo de resíduos, a frequência, o tipo de veiculo transportador.

− Especificar a empresa responsável pela coleta, fornecendo nome, telefone e os

dados do responsável técnico.

− Para transporte, anexar à licença de operação da empresa e/ou veículo.

− Descrever programa de treinamento da equipe coletora.

− Para o transporte de resíduos Classe I, anexar cópia do Manifesto de Transporte

de Resíduos – MTR, expedida pela FEPAM, de acordo com o Art. 12 do

Decreto Estadual N° 38.356/98.

− Quando a destinação dos resíduos perigosos se der para outros estados, é

obrigatória a apresentação da cópia da Autorização para Encaminhamento de

Resíduos Sólidos para outros estados emitida pela FEPAM, conforme Decreto

Estadual Nº 38.356/98.

− Apresentar um plano de contingência adotado pela empresa responsável, na

qual orienta para os casos de acidentes ou incidentes causados por manuseio

incorreto dos resíduos.

j) Tratamento Externo e/ou Disposição Final

− Especificar os princípios tecnológicos de tratamento adotados para cada tipo de

resíduo a ser tratado.

− Descrever o tipo de equipamento usado, características e sua capacidade

nominal e operacional.

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− Apresentar uma cópia da licença de Operação da empresa responsável pelo

serviço.

k) Planilhas de Resíduos

− As empresas devem enviar as planilhas trimestrais quanto ao gerenciamento de

seus resíduos para o Órgão Ambiental responsável pelo licenciamento,

SEMMA ou FEPAM.

− As planilhas a serem preenchida pelo gerador e emitida para a SEMMA –

Secretaria Municipal de Meio Ambiente, está apresentada em anexo, como

Planilhas Trimestrais SEMMA.

− A planilha trimestral especifica para o setor metal mecânico a ser preenchida

pelo gerador e enviada a FEPAM, esta apresentada em anexo, como Planilha

Trimestral FEPAM.

4. Planos e Programas que Integram o PGRSI

a) Educação Ambiental e Treinamento

− Realizar treinamentos para capacitação dos funcionários internos da empresa, a

fim de sensibilizá-los quanto à importância do gerenciamento adequado dos

resíduos dentro e fora dos processos produtivo da empresa.

− Devem ser focados os temas importantes como eliminar desperdícios,

segregação e a reciclagem dos resíduos.

− O programa deve atingir inclusive o público externo, como a população ao

entorno da empresa, bem como os consumidores de seus produtos, estimulando

a adoção de práticas ambientalmente saudáveis de consumo e a preservação do

meio ambiente.

b) Plano de Contingência

− Descrever detalhadamente os procedimentos emergenciais a serem adotados em

casos de situações de manuseio incorreto dos resíduos, acidente na indústria ou

durante o transporte.

− Descrever os procedimentos para cada tipo de resíduo.

− Realizar treinamento para situações de riscos em caso de haver acidentes ou

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incidentes com os resíduos, preparando da melhor forma possível os

responsáveis pelo gerenciamento.

c) Estratégia de Redução na Fonte

− Descrever as medidas a serem adotadas para não geração, minimização da

geração, reutilização e reciclagem dos resíduos.

− Especificar as medidas de controle da poluição monitoramento do passível

ambiental e responsabilidades pós-consumo.

− Devem ser relacionadas às metas de redução da geração como também os

resíduos destinados a reutilização e a reciclagem, fornecendo nome da empresa,

endereço, telefone e dados dos responsáveis técnicos.

d) Monitoramento do PGRSI

− Especificar os procedimentos adotados para o monitoramento dos resultados

alcançados com a implantação do PGRSI.

− Devem ser elaborados relatórios de avaliação do PGRSI pelo profissional

responsável que deverão ser apresentados quando da renovação da Licença de

Operação.

e) Bolsa de Resíduos

− Apresentar a relação dos resíduos e quantidade que a indústria poderá dispor

para venda ou doação.

− O objetivo da implantação de uma Bolsa de Resíduos é uma forma de incentivar

o reaproveitamento e o gerenciamento eficiente dos resíduos sólidos industriais

gerados.

f) Cronograma de Aplicação dos Planos e Programas

− Apresentar os cronogramas de implantação do PGRSI, bem como dos planos e

programas que integram o PGRSI.

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5. Legislações e Normas Técnicas Aplicáveis

a) CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

− Resolução n. ° 237, de 19 de dezembro de 1997 - Dispõe sobre a revisão e

complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento

ambiental.

− Resolução n. ° 275, de 25 de abril de 2001 - Estabelece o código de cores para

os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e

transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.

− Resolução n.º 313, de 29 de outubro de 2002 - Dispõe sobre o Inventário

Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.

− Resolução nº 316, de 29 de outubro de 2002 - Dispõe sobre procedimentos e

critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos.

− Resolução nº 248, de 16 de agosto de 2004 - Altera a Resolução CONAMA nº

307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos.

− Resolução nº 362, de 23 de junho de 2005 - Dispõe sobre o recolhimento,

coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.

b) ABN T – Associação Brasileira de Normas Técnicas

− NBR 10004/04 - Resíduos Sólidos – Classificação.

− NBR 10005/04 - Lixiviação de resíduos – Procedimento.

− NBR 10006/04 - Solubilização de resíduos – Procedimento.

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− NBR 10007/04 - Amostragem de resíduos – Procedimento.

− NBR 12235/92 - Armazenamento de resíduos sólidos perigosos.

− NBR 7500/00 - Dispõe sobre simbologia de risco e manuseio para o transporte

e armazenamento de materiais.

− NBR 7501/83 - Identificação para transporte terrestre, manuseio, movimentação

e armazenamento de produtos.

− NBR 7503/82 - Ficha de emergência para transporte de cargas perigosas.

− NBR 7504/83 - Envelope para transporte de cargas perigosas. Características e

dimensões.

− NBR 8285/96 - Preenchimento da ficha de emergência.

− NBR 8286/87 - Emprego da simbologia para o transporte rodoviário de

produtos perigosos.

− NBR 11174/90 - Armazenamento de resíduos classes II (não inertes) e III

(inertes).

− NBR 13221/10 - Transporte de resíduos – Procedimento.

− NBR 13463/95 - Coleta de resíduos sólidos – Classificação.

− NBR 9.190/00 - Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Classificação.

− NBR 9.191/00 - Sacos plásticos para acondicionamento de lixo - Requisitos e

métodos de ensaio.

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− NBR 10.157/87 - Aterros de resíduos perigosos - Critérios para projeto,

construção e operação – procedimento.

− NBR 13.896/97 - Aterros de resíduos não perigosos - Critérios para projeto,

implantação e operação – procedimento.

− NBR 13.895/97 - Construção de poços de monitoramento e amostragem –

procedimento.

c) Legislação Federal

− Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos

Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras

providências.

− Decreto Federal nº. 96044/88 – Regulamenta o transporte rodoviário de

produtos perigosos.

− Portaria n.º 204/MT, de 20 de maio de 1997 - Regulamentos dos Transportes

Rodoviário e Ferroviário de Produtos Perigosos

− Portaria nº 254/MT, de 10 de julho de 2001 - Complementares ao

Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.

d) Legislação Estadual

− Lei n.º 9.921, de 27 de julho de 1993 - Dispõe sobre a gestão dos resíduos

sólidos, nos termos do artigo 247, parágrafo 3º da Constituição do Estado e dá

outras providências.

− Decreto n.º 38.356, de 01 de abril de 1998 - Aprova o Regulamento da Lei n°

9.921, de 27 de julho de 1993, que dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos

no Estado do Rio Grande do Sul.

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− Portaria FEPAM n.º 47, de 21 de dezembro de 1998 - Aprova o

MANIFESTO DE TRANSPORTE DE RESÍDUOS – MTR e dá outras

providências.

e) Legislação Municipal

− Lei n.º 5.995, de 22 de abril de 2003 - Cria a marca "eco-embalagem" no

Município de Caxias do Sul.

− Lei n.º 5.873, de 16 de julho de 2002 - Disciplina o descarte e o gerenciamento

adequado de pilhas, baterias e lâmpadas usadas no Município de Caxias do Sul

e dá outras providências.

− Lei n.º 3.600, de 08 de dezembro de 1990 – Regulamenta o transporte e o

armazenamento de produtos perigosos à saúde humana e ao meio ambiente –

CARGAS TÓXICAS.

− Decreto n.º 7.913, de 28 de outubro de 1993 - Regulamenta a Lei nº 3.600, de

13 de dezembro de 1990, que trata do transporte e armazenagem de cargas

tóxicas.

4.2.2.3 Alteração ou Ampliação da Empresa

Sempre que houver alguma alteração na empresa como, por exemplo, nos

processos produtivos, mudança de matérias primas ou ampliação da mesma, que venha

alterar o sistema de gerenciamento é de caráter obrigatório o aviso prévio ao Órgão

Ambiental responsável, e consequentemente já prever a adequação do Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais quanto às novas perspectivas.

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5 CONCLUSÃO

O presente trabalho teve por objetivo desenvolver uma proposta de termo de

referência para servir de base na implantação de Planos de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos Industriais com vistas ao atendimento a nova legislação (Lei nº 12.305/2010)

para as empresas do ramo metal mecânico localizadas no município de Caxias do Sul –

RS.

Com todas as etapas cumpridas o presente trabalho atendeu aos objetivos

específicos propostos, chegando ao resultado final através da elaboração do Termo de

Referência.

Para auxilio na elaboração do Termo de Referência realizou-se algumas visitas

em três empresas com processos produtivos distintos pertencentes ao ramo metal

mecânico, localizadas no município de Caxias do Sul. Onde estas serviram de base para

se ter uma perspectiva do setor, como seus processos produtivo, resíduos gerados e a

forma com que as empresas estavam tratando seus resíduos. Outro objetivo foi o de

averiguar se a empresa estava emitindo os dados de seus resíduos gerados corretamente

para a SEMMA.

Durante a vistoria, com auxilio de um dos responsáveis pelas empresas, pôde-se

elaborar um leiaute com todo o processo produtivo das mesmas, bem como os pontos de

geração de resíduos do inicio ao fim da produção.

Através das visitas nas empresas também pôde ser feito uma análise critica,

onde constatou-se que algumas empresas não emitem corretamente os dados de seus

resíduos a SEMMA, que é o Órgão Ambiental responsável. Como por exemplo, a

Empresa (A), gera sucata de metais ferrosos contaminados e não contaminados com

óleo, mistura e emite os dados nas planilhas como resíduos não contaminados. Também

percebe-se o manejo inadequado dos resíduos praticamente nas três empresas

vistoriadas.

Todas as empresas vistoriadas se encontram com suas licenças ambientais

vigentes, porém ambas não possuem um plano de gerenciamento para seus resíduos

gerados.

Por meio de uma pesquisa na bibliografia, através de sites, principalmente sites

como o da ABNT e do CONAMA, em teses publicadas, em artigos relacionados ao

tema, entre outros, levantou-se todas as legislações pertinentes e aplicáveis ao termo de

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referência, tendo uma abrangência nas legislações no âmbito federal, estadual e

municipal.

Na elaboração do Termo de Referência, buscou-se um detalhamento especifico a

fim apresentar-se de maneira objetiva e legalmente adequada, para posteriormente a sua

aplicação e implantação nas empresas ocorrer de forma prática, atendendo aos requisitos

propostos e consequentemente adequando as empresas perante as legislações vigentes.

Todos os requisitos para a implantação de um Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos Industriais para as empresas do ramo metal mecânico de Caxias do

Sul foram devidamente apresentados no Termo de Referência Elaborado.

5.1 Sugestões Para Trabalhos Futuros

Sugere-se como trabalhos futuros a elaboração de planos de gerenciamento de

resíduos sólidos industriais em estudos de casos específicos a partir do termo de

referência proposto neste estudo.

A implantação de planos de gerenciamento de resíduos sólidos em empresas de

outros setores a fim de avaliar a aplicabilidade do termo de referência elaborado neste

trabalho.

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ANEXO A: Planilhas Trimestrais SEMMA

Planilhas de Resíduos Classe I 1. Identificação do Empreendedor:

Empresa: CNPJ: LO Nº:

2. Período da Informação:

ANO: PERÍODO: JAN – MAR ABR – JUN JUL – SET OUT – DEZ

3. Informações sobre o resíduo gerado:

3.1.RESÍDUO 3.2.QUANTIDADE ENVIADA

3.3.QUANTIDADE

ARMAZENADA

3.4.ARMAZENAMENTO 3.5.DESTINO FINAL

FORMA LOCAL NOME CNPJ/ CPF Nº LO ENDEREÇO

4. Informações sobre o preenchimento da Planilha:

Data do Preenchimento: ASSINATURA DO RESPONSÁVEL LEGAL

Responsável Legal pela Empresa:

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Planilhas de Resíduos Classe II

1. Identificação do Empreendedor:

Empresa: CNPJ: LO Nº:

2. Período da Informação:

ANO: PERÍODO: JAN – MAR ABR – JUN JUL – SET OUT – DEZ

3. Informações sobre o resíduo gerado:

3.1.RESÍDUO 3.2.QUANTIDADE ENVIADA

3.3.QUANTIDADE

ARMAZENADA

3.4.ARMAZENAMENTO 3.5.DESTINO FINAL

FORMA LOCAL NOME CNPJ/ CPF Nº LO ENDEREÇO

4. Informações sobre o preenchimento da Planilha:

Data do Preenchimento: ASSINATURA DO RESPONSÁVEL LEGAL

Responsável Legal pela Empresa:

Fonte: SEMMA, 2010. Disponível no site: http://www.caxias.rs.gov.br/meio_ambiente/texto.php?codigo=110

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ANEXO B: Planilhas Trimestrais FEPAM

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Fonte: FEPAM, 2010.

Disponível no site: http://www.fepam.rs.gov.br/central/formularios/planilhas.asp

CODACOND: Código da forma de acondicionamento dos resíduos (Códigos disponíveis no site da FEPAM acima listado). TRANPORTE: (P) Próprio ou (T) Terceiros. CODEST: Código da forma de destino final do resíduo (Códigos disponíveis no site da FEPAM acima listado).