106
1 UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Jean Zenon Lacourt PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA MECÂNICA DE MÁQUINAS PESADAS LACCHINI Passo Fundo, 2012.

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

1

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Jean Zenon Lacourt

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA MECÂNICA DE MÁQUINAS PESADAS LACCHINI

Passo Fundo, 2012.

Page 2: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

2

Jean Zenon Lacourt

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Mecânica de Máquinas Pesadas Lacchini

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Ambiental, como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de Engenheiro Ambiental. Orientador: Dra. Luciana Londero Brandli.

Passo Fundo, 2012.

Page 3: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

3

Jean Zenon Lacourt

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Mecânica de Máquinas Pesadas Lacchini

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheiro

Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e Arquitetura da

Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:

Orientador:_________________________

Prof. Dr. Luciana Londero Brandli

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Prof. Dr. Aline Ferrão Custódio Passini

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Prof. Me. Juliana Kurek

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

Passo Fundo, novembro de 2012.

Page 4: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

4

A T E S T A D O

Atesto para os devidos fins que o aluno Jean Zenon Lacourt, autor do Trabalho de

Conclusão intitulado “Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Mecânica Máquinas

Pesadas Lacchini” realizou as alterações sugeridas pela banca examinadora no relatório final.

Passo Fundo, 30 de novembro de 2012.

_____________________________________________

Prof. Dr. Luciana Londero Brandli

Page 5: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

5

Dedico este trabalho às pessoas mais

importantes da minha vida: meus pais, Vitor

Hugo e Maria Helena, o meu irmão Victor e a

minha namorada Caroline, que sempre

estiveram ao meu lado. Obrigado, por estarem

sempre presentes em todos os momentos, me

oferecendo apoio e incentivo.

Page 6: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

6

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer primeiramente a Deus por ter me concedido o dom da vida, e sempre estar

guiando meus passos nessa longa caminhada me passando força para não desanimar.

Agradeço aos meus pais, Vitor e Maria, pelo apoio e incentivo, pois se estou chegando até

aqui é devido a eles.

A professora Luciana Londero Brandli pelo tempo e paciência a mim dedicados, quero

expresar o meu reconhecimento e admiração pela sua competência profissional.

Aos meus amigos e colegas de faculdade quero agradecer pelos momentos de alegría que

compartilhamos.

A todos os profesores do curso de Engenharia Ambiental, pelos ensinamentos passados

durante todos esses anos.

Page 7: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

7

“Nunca deixe que lhe digam que não vale a

pena acreditar nos sonhos que se têm, ou que

os seus planos nunca vão dar certo ou que

você nunca vai ser alguém”.

(Renato Russo)

Page 8: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

8

RESUMO

As atividades praticadas no setor mecânico contribuem assiduamente na geração de

resíduos Classe I – Perigosos, classe de resíduo que merece atenção especial pois apresenta riscos

potenciais contra o meio ambiente assim como compromete a segurança e a saúde da população.

Diante da importância do problema ocasionado pelos resíduos sólidos, e pelo fato do setor

mecânico ser um dos maiores geradores de resíduos perigosos, o foco principal deste trabalho foi

estabelecer um sistema de gerenciamento ambiental para os resíduos gerados na oficina de

maquinas pesada. Este trabalho foi desenvolvido na oficina de máquinas pesadas LACCHINI Ltda.

– Carazinho, RS. A metodologia utilizada foi baseada em visitas ao empreendimento, e no

acompanhamento da geração mensal de resíduos, identificando as classes de resíduos existentes e

o seu respectivo impacto ambiental. Foram analisados os procedimentos de manejo dos resíduos,

como armazenamento, segregação, coleta e destinação final, identificando os pontos críticos do

empreendimento, bem como estratégias de minimização, e programa de educação ambiental. A

realização de um plano de gerenciamento adequado, ajuda na redução de impactos ao meio

ambiente ocasionado pelos resíduos gerados na oficina mecânica. O estudo demostrou que o plano

de gerenciamento se executado de maneira correta acarreta em melhorias econômicas,

tecnológicas, de segurança do trabalho e ambiental, baseada em ações simples e de baixo custo,

que aliam desenvolvimento econômico sustentável e preservação do meio ambiente.

Palavras-chave: Plano de Gerenciamento, Resíduos Sólidos, Oficina Mecânica de

Máquinas Pesadas.

Page 9: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

9

ABSTRACT

The activities practiced assiduously in the mechanical sector contribute in waste

generation Class I - Hazardous waste this class deserves special attention because it presents

potential risks against the environment and compromise the safety and health of the population.

Given the importance of the problem caused by solid residue, and the mechanical sector being one

of the largest generators of hazardous waste, the main focus of this work was to establish an

environmental management system for the residue generated in the workshop of heavy machinery.

This work was developed in the workshop of heavy mechanic LACCHINI Ltda. - Carazinho, RS.

The methodology used was based on visits to the project, monitoring the monthly generation of

waste, identifying the classes of existing waste and its environmental impact. We analyzed the

procedures of waste management, such as storage, segregation, collection and disposal,

identifying the critical points of the enterprise, as well as minimization strategies and

environmental education. Achieving a proper management plan helps in reducing impacts on the

environment caused by waste generated in the mechanical workshop. The study demonstrated that

the management plan is executed correctly entails improvements in economic, technological, and

occupational safety and environmental actions based on simple and low cost, which combine

sustainable economic development and environmental preservation.

Keywords: Management Plan, Solid Residue, Mechanical Workshop of Heavy Machinery.

Page 10: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

10

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Localização de Carazinho - RS ........................................................................................ 19 Figura 2: Localização da Lacchini Maquinas Pesadas ..................................................................... 20 Figura 3: Layout da Empresa ........................................................................................................... 20

Figura 4: Caracterização e classificação de resíduos ....................................................................... 24 Figura 5: Fluxograma Resíduos Sólidos Quanto aos Riscos ao Meio ............................................. 27 Figura 6: Resíduos Sólidos Industriais Gerados por Porte de Empreendimento ............................. 39

Figura 7: Geração de Resíduos Sólidos Perigosos - RS ................................................................... 41 Figura 8: Geração Resíduos Classe II - RS ...................................................................................... 42 Figura 9: Resíduos Perigosos Enviados Para Outros Estados .......................................................... 43 Figura 10: Resíduos Enviados para Aterros Próprios ou de Terceiros ............................................ 43 Figura 11: Hierarquia para o gerenciamento de resíduos sólidos industriais................................... 46 Figura 12: Tipologia dos Resíduos da Lacchini Máquinas Pesadas ................................................ 59 Figura 13 Acondicionamento dos Resíduos ..................................................................................... 61 Figura 14 Acondicionamento sem Segregação do RSI .................................................................... 61 Figura 15: Local de Armazenamento do RSI ................................................................................... 62 Figura 16: Armazenagem dos RSI ................................................................................................... 63

Figura 17: Caminhão Coleta do Óleo Lubrificante .......................................................................... 63 Figura 18: Foto Aérea da central de resíduos UTRESA .................................................................. 64 Figura 19: Código de Cores CONAMA 275/01 .............................................................................. 66 Figura 20: Tambores de Acondicionamento .................................................................................... 68 Figura 21: Carro Pallet ..................................................................................................................... 68

Figura 22: Layout do Armazenamento Temporário......................................................................... 69 Figura 23: Armazenamento temporário na área da oficina mecânica .............................................. 69 Figura 24: Carro Coletor .................................................................................................................. 70

Figura 25: Contêiner e Tanque de Armazenamento de resíduos classe I ........................................ 71 Figura 26: Vista Superior do Local de Armazenamento Externo .................................................... 73 Figura 27: Corte Frontal Armazenamento ....................................................................................... 74 Figura 28: Vista Frontal Área Armazenamento Externo ................................................................. 74 Figura 29: Caminhão de Coleta........................................................................................................ 75

Figura 30: Sinalização dos caminhões de coleta .............................................................................. 76 Figura 31: Cartaz informativo que deve ser afixado nos pontos de venda. ..................................... 78 Figura 32: Ciclo da Matéria Orgânica .............................................................................................. 79

Figura 33: Embalagens Óleo Lubrificante 20 litros PEAD ............................................................. 81 Figura 34: Caixa separadora água e óleo ......................................................................................... 82

Figura 35: Tolhas Industriais ........................................................................................................... 83

Figura 36: retenção do óleo lubrificante .......................................................................................... 84

Page 11: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

11

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Classificação dos Resíduos Sólidos ................................................................................. 25 Tabela 2: Potencial Poluidor de Pilhas e Baterias ........................................................................... 31 Tabela 3: Classificação dos Resíduos de Saúde (CONAMA 358) .................................................. 34 Tabela 4: Numero de Empresas Inventariadas por Município ......................................................... 37 Tabela 5: Número De Empresas A Inventariar Por Setor Industrial ................................................ 38 Tabela 6: Número De Empresas A Inventariar Por Porte ................................................................ 39 Tabela 7: Distribuição Da Geração De Resíduos Sólidos Industriais Perigosos Por Setor Industrial Dos Empreendimentos Inventariados .............................................................................................. 40 Tabela 8: Distribuição Da Geração De Resíduos Sólidos Industriais Não Perigosos Por Setor Industrial Dos Empreendimentos Inventariados .............................................................................. 40 Tabela 9: Geração de resíduos sólidos, indústrias do setor mecânico ............................................. 42 Tabela 10: Quantificação e Classificação dos Resíduos da Empresa .............................................. 57 Tabela 11: Ementa do Treinamento ................................................................................................. 86

Tabela 12: Planilhas de Controle Trimestral Resíduos Sólidos ....................................................... 87

Page 12: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

12

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 15

1.1 JUSTIFCATIVA ............................................................................................................... 16

1.2 OBJETIVO GERAL .......................................................................................................... 17

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................ 17

1.4 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR ........................................................................ 18

1.5 CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA ............................................................................ 18

1.5.1 Localização ................................................................................................................ 18

1.5.2 Serviços Prestados ...................................................................................................... 21

2. REVISÃO DA LITERATURA................................................................................................ 22

2.1 MÁQUINAS PESADAS NO BRASIL ............................................................................. 22

2.2 RESÍDUOS SÓLIDOS ...................................................................................................... 22

2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................ 23

2.3.1 QUANTO A NATUREZA FÍSICA ........................................................................... 25

2.3.1.1 Resíduo Seco e Molhado ........................................................................................ 25

2.3.2 QUANTO A COMPOSIÇÃO QUÍMICA ................................................................. 25

2.3.2.1 Orgânico ................................................................................................................. 25

2.3.2.2 Inorgânico ............................................................................................................... 26

2.3.3 QUANTOS AOS RISCOS POTENCIAIS AO MEIO AMBIENTE ......................... 26

2.3.3.1 Resíduos Classe I – Perigosos ................................................................................ 27

2.3.3.2 Resíduos Classe II A – Não inertes ........................................................................ 27

2.3.3.3 Resíduos Classe II B – Inertes ................................................................................ 28

2.3.4 QUANTO À ORIGEM .............................................................................................. 28

2.3.4.1 Agrícola .................................................................................................................. 28

2.3.4.2 Comercial ............................................................................................................... 28

2.3.4.3 Construção Civil ..................................................................................................... 29

2.3.4.4 Doméstico ............................................................................................................... 30

2.3.4.5 Especial .................................................................................................................. 30

2.3.4.6 Industrial ................................................................................................................. 33

2.3.4.7 Público .................................................................................................................... 33

2.3.4.7 Serviços de Saúde ................................................................................................... 33

2.4 RESÍDUOS DA INDÚSTRIA MECÂNICA .................................................................... 36

Page 13: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

13

2.5 LEVANTAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO SETOR MECÂNICO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ...................................................................................... 37

2.6 IMPACTOS AMBIENTAIS ............................................................................................. 44

2.7 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDÚSTRIAIS .................................. 45

2.8 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................................... 47

2.8.1 NÍVEL FEDERAL ..................................................................................................... 47

2.8.2 NÍVEL ESTADUAL .................................................................................................. 51

3. MÉTODOS .............................................................................................................................. 54

3.1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 54

3.2 AMOSTRAGEM DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................... 55

3.3 IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS NA LACCHINI MÁQUINAS PESADAS ......................................................................................... 56

4. RESULTADOS ........................................................................................................................ 60

4.1 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL DO EMPREENDIMENTO ............................ 60

4.1.1 Manejo Atual dos Resíduos Sólidos .............................................................................. 60

4.1.2 Acondicionamento ..................................................................................................... 60

4.1.3 Armazenamento ......................................................................................................... 62

4.1.4 Transporte externo ..................................................................................................... 63

4.1.5 Destinação Final ......................................................................................................... 64

4.2 PROPOSTA DE MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................... 65

4.2.1 Segregação .................................................................................................................... 65

4.2.2 Acondicionamento e Armazenamento Temporário ....................................................... 67

4.2.3 Coleta e transporte interno ............................................................................................. 70

4.2.4 Armazenamento externo ................................................................................................ 71

4.2.4.1 Resíduos Classe I – Perigosos ................................................................................ 71

4.2.4.2 Resíduos Classe II – A e Classe II – B ................................................................... 72

4.2.4.3 Layout do Local de Armazenamento Externo ........................................................ 73

4.2.3 Transporte ...................................................................................................................... 75

4.2.4.1 Óleo Lubrificante Usado ........................................................................................ 77

4.2.4.2 Resíduos Contaminados com Óleo Lubrificante .................................................... 78

4.2.4.3 Resíduos Recicláveis .............................................................................................. 79

4.2.4.4 Resíduos Orgânicos ...................................................................................................... 79

4.2.4.5 Resíduos Especiais ................................................................................................. 80

4.2.4.6 Embalagens de Lubrificantes ................................................................................. 80

Page 14: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

14

4.3 ESTRATÉGIA DE MINIMIZAÇÃO ................................................................................... 82

4.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................................ 85

4.5 CONTROLE PARA AVALIAÇÃO DO PGRS ................................................................... 87

5. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 90

APÊNDICE A .................................................................................................................................. 92

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................. 96

ANEXOS ......................................................................................................................................... 99

Page 15: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

15

1. INTRODUÇÃO

O crescente desenvolvimento industrial, a urbanização e intensificação das grandes obras

de engenharia, resultaram no aumento significativo na geração de resíduos, em suas mais

diferenciadas formas, apresentando uma ameaça ao meio ambiente. Os recursos naturais, que em

tempos passados eram vistos como inesgotáveis, apresentaram vulnerabilidade devido ao

desenvolvimento descontrolado da revolução industrial (WIEMES, 1999).

Um dos maiores problemas enfrentados pela sociedade atual é devido aos resíduos sólidos

gerados nas diversas atividades humanas. A geração anual de resíduos em todo planeta terra é de

aproximadamente 400 milhões de toneladas, sendo que desse total, 80 % poderia ser reaproveitado

(REIS, 2009, apud. GIOPATO, 2006). Grande parte destes resíduos é proveniente das atividades

praticadas no setor mecânico, sendo que parte deles é composta por resíduos Classe I – Perigosos

nos quais oferecem riscos ao meio ambiente e a saúde da população (NBR 10004).

No Rio Grande do Sul, segundo dados da FEPAM (2002), 10% da geração total de resíduos

sólidos industriais, classe I, são gerados pela indústria mecânica. A falta de gerenciamento

adequado destes resíduos, por parte das empresas, se constitui em um grave problema ambiental

em virtude de seus diferentes componentes. De uma forma geral, as indústrias e empreendimentos

focam sua atenção apenas no que se refere ao meio ambiente no cumprimento das legislações, o

que leva apenas ao enfoque do ponto final da geração de resíduos.

Tem-se verificado em âmbito mundial a busca das empresas em inovações de produtos e

processos, buscando o desenvolvimento econômico sustentável. Neste sentido, o Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos, é uma metodologia planejada com o intuito de propor

oportunidades de melhoria, e de redução na geração de resíduos, aplicando formas de

acondicionamento, armazenamento, transporte e disposição final adequada, buscando solucionar

problemas, aliado ao lado econômico e ambiental (FRANKENBERG, 2000).

Nesse contexto, a gestão de resíduos é uma maneira de garantir a qualidade de vida da

população, não somente e fundamental para o meio ambiente, mas como condição de atender as

legislações ambientais vigentes, e alcançar o desenvolvimento sustentável.

Tendo em vista toda problemática ambiental dos resíduos sólidos, a tendência é que todas

as empresas busquem inovações de produtos e processos, que visem o desenvolvimento

econômico aliado a preservação do meio ambiente.

Devido ao grande volume de produtos descartados nas atividades do setor mecânico, tem

se a necessidade de implantar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos adequado visto a

Page 16: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

16

vasta quantidade de impactos adversos que os mesmos podem acarretar ao meio ambiente e a

população.

Sendo assim o problema da pesquisa que esse trabalho visa responder é:

Quais os requisitos básicos necessários para elaboração de um Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos Industriais para empresas do ramo mecânico?

1.1 JUSTIFCATIVA

Os resíduos gerados na atividade de oficina mecânica merecem atenção especial, pois

comprometem a qualidade de vida das comunidades e o meio ambiente. O descarte incorreto dos

resíduos contaminados com óleo lubrificante, por exemplo, quando em exposição ou contato com

a pele humana pode ocasionar lesões, os vapores do óleo ao serem inalados causam irritações nas

vias aéreas e asfixia, uma tonelada de óleo lubrificante se lançado diretamente no solo ou em

cursos d’água é equivalente ao impacto do esgoto domestico de uma população de 40 000

habitantes, ou ainda, que um litro de óleo é capaz de esgotar o oxigênio de um milhão de litros de

água, bloqueando uma superfície de 1 000 m³ da passagem de luz, impedindo a respiração e a

fotossíntese (REIS).

O gerenciamento adequado dos resíduos gerados nas atividades da empresa é de elevada

importância, uma vez que diminui seu impacto ao meio e evita passivos ambientais e despesas. Em

meio a toda essa preocupação com o meio ambiente, e o foco em um mundo sustentável, é preciso

que as pequenas empresas também se preocupem com que é feito com seus resíduos, mesmo após

a coleta externa e a destinação final. A proposta de gerenciamento para a mecânica de maquinas

servirá como um diferencial perante as concorrentes, melhorando sua imagem com os clientes

preocupados com o planeta, além de melhorar o funcionamento da empresa evitando que pilhas de

resíduos fiquem espalhadas pelo local de trabalho atrapalhando e prejudicando seus funcionários.

Para o aluno esse trabalho terá grande importância, pois o proprietário da empresa se

baseara no seu estudo para programar o plano de gerenciamento, sendo então necessário um vasto

conhecimento no assunto. A proposta também deve servir de molde para que pessoas interessadas

no assunto possam se basear nela para elaboração de novos trabalhos.

Page 17: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

17

1.2 OBJETIVO GERAL

Tem se como objetivo geral: Realizar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos

industriais para uma mecânica de máquinas pesadas, no município de Carazinho – RS.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O presente trabalho tem como objetivos específicos:

1. Avaliar e descrever os procedimentos de descarte dos resíduos sólidos usados na

empresa, caracterizar os resíduos sólidos e identificar as fontes de geração;

2. Elaborar uma proposta de descarte adequado dos resíduos sólidos;

3. Identificar os principais aspectos e impactos ambientais, assim como as medidas

ambientais mitigadoras adotadas pela oficina mecânica;

4. Levantamento das legislações vigentes para elaboração do plano de gerenciamento

de resíduos.

Page 18: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

18

1.4 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

Razão Social: Lacchini Máquinas Pesadas e LTDA Tipo do Empreendimento: Oficina Mecânica CNPJ: 01331507-0001-90 Endereço: Av. Flores da Cunha, 5555 Cidade: Carazinho Funcionários: 10 Horário de Funcionamento: 8:00 ás 17:00 Proprietário: José Carlos Lacchini

_____________________________________________

Assinatura e Carimbo do Responsável Empreendimento.

1.5 CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA

1.5.1 Localização

A empresa LACCHINI Máquinas Pesadas – especializada em manutenção e concertos

mecânicos de maquinas pesadas, situa-se na Av. Flores da Cunha, n° 5555, no município de

Carazinho, ao noroeste do estado do Rio Grande do Sul, com coordenadas geográficas de 28° 17'

de latitude e 52° 47 longitude.

Page 19: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

19

Figura 1: Localização de Carazinho - RS

Fonte: Prefeitura Municipal de Carazinho (2012)

A Lacchini Maquinas Pesadas LTDA foi fundada no ano de 1993 no município de

carazinho, tendo como principal finalidade a vende de equipamentos e peças para maquinas de

grande porte como: escavadeira hidráulica, retroescavadeira, rolo compressor, trator de esteira,

patrola, dentre outros. Em maio de 2008 o empreendimento começou a praticar atividades de

concerto e manutenção das maquinas pesadas, que atualmente a Lacchini Maquinas Pesadas

LTDA se caracteriza como uma empresa de médio porte, tendo como principais clientes as

prefeituras municipais da região, assim como de particulares, gerando empregos diretos e indiretos

para a população do município e região.

A área construída da empresa é de 1.230 m², contendo um pavilhão dividido em 14 peças,

dentre elas área da oficina mecânica, administrativo, gerência, refeitório, estoque de peças, loja,

sanitários, vestiário para os funcionários, e deposito o pátio ainda conta com estacionamento na

parte frontal e lavagem do maquinário no pátio dos fundos.

A figura 2 apresenta a localização da área física de 4.846 m² e circunvizinha da empresa, e

o layout, figura 3.

Page 20: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

20

Figura 2: Localização da Lacchini Maquinas Pesadas

Figura 3: Layout da Empresa

Page 21: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

21

1.5.2 Serviços Prestados

A empresa presta diversos serviços à população, em todas as maquinas de grande porte,

sejam elas retroescavadeiras hidráulicas, rolo compressor, tratores esteira, e patrolas, de

diferenciadas marcas e modelos como Caterpillar, Volvo, Hyundai, Case entre outros, prestando

assistências de serviços para particulares e prefeituras.

Dentre as atividades desenvolvidas na oficina mecânica, destaca-se a troca de peças, trocas

de óleos lubrificantes, regulagens no motor, serviços de manutenção mecânica e elétrica, se

necessário troca de pneus e pintura, e por fim lavagem de peças e maquinas. Essas atividades são

realizadas pelos funcionários da empresa, sendo que na área da oficina trabalham em conjunto

mecânicos e auxiliares que desempenham as tarefas de modo seguro, ou seja utilizando sempre

equipamento de proteção individual. Quanto a parte de vendas a Lacchini possuiu uma loja na qual

oferece aos seus clientes uma grande variedade de peças e acessórios para maquinas pesadas,

contendo a maioria dos seus produtos a pronta entrega.

A Lacchini Maquinas Pesadas, também presta serviços de socorro à maquinas que por

algum motivo deixaram de funcionar e que estejam em locais de difícil acesso onde não é possível

fazer o carregamento para levar a oficina, ou que necessite de atendimento especializado urgente,

sendo assim um mecânico é enviado ao local para avaliar qual anomalia ocorreu com a máquina e

se possível consertar.

Page 22: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

22

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 MÁQUINAS PESADAS NO BRASIL

Devido ao aquecimento dos setores da construção civil e mineração, a volume de vendas de

maquinas pesadas no Brasil aumentou significativamente em relação aos anos anteriores, mais que

dobrando a importação de maquinas pesadas, sendo que as mais procuradas são: pás-carregadeiras,

rolos compactadores e escavadeiras.

A expansão na venda de maquinas pesadas no Brasil, se deve pelo aumento da população e

a expansão das cidades, as grandes obras de engenharia se tornaram comum no dia a dia das

grandes capitais, a construção de rodovias, prédios, casas, e loteamentos, necessitam de maquinas

de grande porte para serem executados com menor tempo, assim como as obras do PAC (Programa

de Aceleração do Crescimento), da Copa Do Mundo de 2014 e das olimpíadas de 2016, que

contribuíram para esse aumento drástico.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em

relação ao ano de 2009, o aumento chegou a 50,5%, com faturamento de US$ 29,783 bilhões. As

maquinas importadas da China aparecem como as que tiveram o maior crescimento de vendas no

país, a marca chinesa Liugong, registrou crescimento de 200 % no volume de vendas, uma vez que

as maquinas pesadas importadas da china tem custo beneficio melhor que as maquinas nacionais.

Com tudo, devido ao exponencial crescimento de vendas de maquinas pesadas no país,

aumenta a procura pela manutenção e mão de obra especializada, tornando assim o setor de oficina

mecânica de maquinas pesada aquecido.

2.2 RESÍDUOS SÓLIDOS

O dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira define resíduo, como tudo aquilo que

resta, o que fica das substâncias submetidas a ações de diferentes agentes físicos e químicos. Para a

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da norma NBR 10.004/04 resíduos

sólidos são:

Page 23: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

23

Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, resultantes de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviço e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes do sistema de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviável em face à melhor tecnologia disponível.

O Art. 3°, inciso XVI, da Lei Federal, nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, conceitua os

resíduos sólidos de uma maneira similar ao da NBR 10004/04, no qual diz o seguinte: ‘’resíduo

sólido: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em

sociedade, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos

cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos

d’água’’.

2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A classificação dos resíduos sólidos é feita baseada na característica ou propriedades de

cada tipo de resíduos. De acordo com a NBR 10004/04, os resíduos podem ser classificados

quanto: à natureza física, a composição química, aos riscos potenciais ao meio ambiente, e quanto

à origem. O fluxograma abaixo apresenta a metodologia para caracterização e classificação de

resíduos segundo NBR 10004.

Page 24: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

24

Figura 4: Caracterização e classificação de resíduos

Fonte: NBR 10.004, ABNT.

Page 25: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

25

Tabela 1: Classificação dos Resíduos Sólidos

Fonte: (NBR 10.004)

CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (NBR 10.004/04)

QUANTO A NATUREZA FÍSICA

Secos Molhados

QUANTO A COMPOSIÇÃO QUÍMICA

Matéria Orgânica Matéria Inorgânica

QUANTO AOS RISCOS POTÊNCIAIS AO MEIO

AMBIENTE

Resíduos Classe I - Perigosos Resíduos Classe II - Não Perigosos Resíduos Classe II A - Não Inertes

Resíduos Classe II B - Inertes

QUANTO A ORIGEM

Agrícola Comercial

Construção Civil/Entulhos Industrial Público

Resíduos Especiais Serviços de Saúde

2.3.1 QUANTO A NATUREZA FÍSICA

2.3.1.1 Resíduo Seco e Molhado

Resíduos que tem como composição matérias recicláveis como, metais, papeis, plásticos,

vidros, entre outros, são considerados secos. Os resíduos húmidos ou molhados são restos de

comida, rejeitos de alimentos, etc.

2.3.2 QUANTO A COMPOSIÇÃO QUÍMICA

2.3.2.1 Orgânico

Page 26: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

26

De acordo com o Grupo de Gestão Ambiental da PR– DF, em seu relatório de instruções

para separação de resíduos, resíduo orgânico é todo o tipo de resíduos que possui origem animal

ou vegetal, ou seja, que recentemente fez parte de um ser vivo, neles podem-se incluir restos de

alimentos, frutas, verduras, legumes, flores, plantas, folhas, sementes, restos de carnes e ossos,

papéis, madeiras, etc.. É necessário que haja um cuidado com o armazenamento desse tipo de

resíduo, pois o acondicionamento dos mesmos cria um ambiente propicio ao desenvolvimento de

organismos patógenos. Grande parte dos resíduos orgânicos pode ser utilizada na compostagem

sendo transformados em fertilizantes e corretivos do solo, contribuindo para o aumento da taxa de

nutrientes e melhorando a qualidade da produção agrícola.

2.3.2.2 Inorgânico

Resíduo inorgânico é todo material que não possui origem biológica, ou seja, que foi

produzido através de atividades antrópicas, são exemplos: plásticos, metais, vidros e alumínios

(GESTO, 2012). Os resíduos inorgânicos podem ser considerados como um dos grandes

problemas ambientais atualmente, uma vez que são dispostos de forma inadequada e sem

tratamento prévio, tem sua decomposição muito lenta, pois é formado por imensas moléculas

contendo milhares de átomos, o que torna difícil sua digestão agentes decompositores, por isso a

maioria dos produtos inorgânicos devem ser reciclados ou dispostos de maneira correta e com

tratamento prévio e adequado para cada tipo de resíduos.

2.3.3 QUANTOS AOS RISCOS POTENCIAIS AO MEIO AMBIENT E

A NBR 10.004 - Resíduos Sólidos de 2004, da ABNT classifica os resíduos sólidos

baseando-se no conceito de classes de acordo com a figura abaixo:

Page 27: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

27

Figura 5: Fluxograma Resíduos Sólidos Quanto aos Riscos ao Meio

2.3.3.1 Resíduos Classe I – Perigosos

São classificados resíduos de classe I ou perigosos, aqueles no qual apresentam em função

de suas características de corrosividade, inflamabilidade, patogenicidade, reatividade e toxicidade,

riscos à saúde e segurança da população, provocando acidentes ou contribuindo para o aumento da

mortalidade e incidência de doenças, além de que apresentam impactos negativos ao meio

ambiente, se dispostos de maneira inadequada. Podemos citar como exemplo de resíduos perigosos

que na maioria das vezes são dispostos junto ao lixo comum: pilhas, baterias e lâmpadas

fluorescentes.

2.3.3.2 Resíduos Classe II A – Não inertes

São aqueles que não se enquadram na Classe I – Perigosos e Classe II B – inertes, se

caracterizam por ter em suas propriedades características de combustibilidade, biodegradabilidade

ou solubilidade em água. Como exemplos pode-se citar: alguns lodos de ETE, material orgânicos,

papéis e etc.

Page 28: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

28

2.3.3.3 Resíduos Classe II B – Inertes

Segundo o Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (IBAM, 2001), resíduos de

Classe II B – inertes, são aqueles que, em suas características intrínsecas, não oferecem riscos à

saúde humana e ao meio ambiente, e quando submetidos a um contato com água destilada ou

deionizada, na temperatura ambiente, não apresentem constituintes solubilizados a concentrações

superiores aos padrões de potabilidade da água. Rochas, tijolos, vidros, certos plásticos e

borrachas, são exemplos de resíduos inertes.

2.3.4 QUANTO À ORIGEM

2.3.4.1 Agrícola

Correspondem aos resíduos das atividades da agricultura e da pecuária, constituídos

basicamente por embalagens, contendo restos de defensivos agrícolas, perigosos. A grande

preocupação referente aos resíduos agrícolas é a destinação adequada das embalagens de

defensivos, uma vez que a fiscalização nem sempre é realizada, e essas embalagens são misturadas

e dispostas juntamente com os resíduos comuns, e por vezes até queimadas, o que acarreta na

geração de gases tóxicos, Schalch et al. (2002, p. 5).

2.3.4.2 Comercial

Originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, como supermercados,

estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc. Pode ser subdividido em subgrupos:

pequenos e grandes geradores, sendo que aquele estabelecimento que gera até 120 litros de lixo

por dia, é considerado pequeno gerador, e o grande gerador é aquele estabelecimento que

ultrapassar esse limite (IBAM, 2001).

Page 29: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

29

2.3.4.3 Construção Civil

O Art. 2° da resolução n° 307 de 2002, do CONAMA, define como resíduos da construção

civil: “todos aqueles provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de

construção civil, assim como aqueles resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais

como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,

madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos,

tubulações, fiação elétrica etc.”.

De acordo com o Art. 3° da resolução CONAMA 307, os resíduos da construção civil são

classificados como:

• Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras

obras de

b) infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; de

construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes

cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e

concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em

concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

• Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos,

papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;

• Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou

aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação,

tais como os produtos oriundos do gesso;

• Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais

como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de

demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e

outros.

Page 30: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

30

2.3.4.4 Doméstico

Conforme Frankenberg et al. (2000, p. 318), resíduos domésticos são aqueles gerados das

atividades domiciliares diárias, constituído basicamente por resíduos de matéria orgânica

facilmente degradável, como resto de alimentos (sobras de comida, cascas de frutas e verduras), e

de componentes como vidro, papeis, plásticos, metais ferrosos e não ferrosos, trapos, tetrapak,

borracha, couro, madeira e louça,.

2.3.4.5 Especial

São considerados resíduos especiais em função de suas características tóxicas, radioativas e

contaminantes, passando a merecer cuidados especiais em seu manuseio, acondicionamento,

estocagem, transporte e sua disposição final. De acordo com o MGIRS (IBAM), dentro deste

grupo, merecem destaque os seguintes resíduos:

Pilhas e Baterias: Tem como principal objetivo converter energia química em energia

elétrica através do uso de metal como combustível. Podem conter em sua composição metais

como: chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni), prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn),

manganês (Mn), as pilhas e baterias que possuem esses metais em sua composição, apresentam

características de corrosividade, reatividade e toxicidade sendo classificadas pela NBR 10.004

como Resíduos Perigosos – Classe I.

A RESOLUÇÃO CONAMA nº 257, de 30 de junho de 1999, estabelece a obrigatoriedade

de procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final adequada para pilhas

e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, pois

esses elementos provocam uma serie de impactos adversos ao meio ambiente e especialmente

sobre o homem, como mostra a tabela 2.

Page 31: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

31

Tabela 2: Potencial Poluidor de Pilhas e Baterias

Lâmpadas Fluorescentes: As lâmpadas fluorescentes tem um sua constituição um pó no

qual contém mercúrio, um metal pesado altamente tóxico, o que torna esse resíduo perigoso de

Classe I. Ao serem quebradas, queimadas, ou soterradas em aterros, essas liberam o mercúrio, que

é nocivo ao homem e ao meio ambiente, tabela 2, pois quando lançado ao meio ambiente, este

sofre bioacumulação, o que na cadeia alimentar, acarretara no aumento de suas concentrações em

tecidos de peixes, assim como quem se alimenta desses peixes, seja ele aves ou humanos estará

correndo um grande risco de intoxicação e até mesmo risco de vida.

A destinação das lâmpadas fluorescentes ainda não está regulamentada pelo CONAMA

(Conselho Nacional de Meio-Ambiente). Mas por se tratar de um resíduo perigoso de Classe I, em

breve as lâmpadas fluorescentes devem ter regulamentação própria, assim como as pilhas e

baterias.

Page 32: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

32

Pneus: a Resolução CONAMA n° 416, de 30 de setembro de 2009, define pneu como: [...]

componente de um sistema de rodagem, constituído de elastômeros, produtos têxteis, aço e outros

materiais [...]. Dito em Parágrafo único da RESOLUÇÃO 416, que fica vedado o armazenamento

de pneus a céu aberto, assim como seu Art. 1°, aponta que os fabricantes juntamente com seus

fornecedores, deverão ficar encarregados de recolher e dar a destinação final adequada aos pneus

usados.

O descarte irregular dos pneumáticos ocasiona impactos negativos ao meio ambiente, se

deixados a céu aberto, sujeito a chuvas, esses se tornam um local de abrigo, para que o mosquito

transmissor da dengue possa depositar seus ovos, se incinerados a queima da borracha gera

material particulado e gases tóxicos a atmosfera. Por essas razões que deve ser evitado e

fiscalizado com frequência o descarte irregular dos pneus, que hoje é um problema ambiental

grave.

Óleos Lubrificantes: produto elaborado para cumprir a função principal de reduzir o atrito

e o desgaste entre partes móveis de um objeto. Segundo o Guia Básico de Gerenciamento de Óleos

lubrificantes Usados ou Contaminados, quando descartado de forma irregular, causa danos à saúde

da população e grande prejuízo ao meio ambiente, por não ser biodegradável leva anos para se

decompor, os resíduos de óleo lubrificante quando em contato com a superfície do solo, o

inviabiliza para atividades agrícolas, assim como 1 litro de óleo lubrificante usado ou contaminado

é capaz de poluir 1 milhão de litros de água, ou como cobrir uma superfície aquática de 1.000 m²,

e também quando incinerados a céu aberto acarreta na geração de material particulados e gases

tóxicos em uma distância de 2 km em média.

Considerando que a Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, em sua norma

NBR-10004, "Resíduos Sólidos - classificação", classifica o óleo lubrificante usado como resíduo

perigoso por apresentar toxicidade. A Resolução do CONAMA n° 362, de 23 de junho de 2005,

dispõe sobre as formas de descarte e recolhimento adequados de óleos lubrificantes usados e

contaminados, como cita:

Art. 1° “Todo óleo lubrificante usado ou contaminado deverá ser recolhido, coletado e ter

destinação final, de modo que não afete negativamente o meio ambiente e propicie a máxima

recuperação dos constituintes nele contidos, na forma prevista nesta Resolução”.

Art. 12°, fica proibida qualquer forma de descartes de óleos usados ou contaminados em

solos, subsolos, nas águas interiores, no mar ritorial, na zona econômica exclusiva e nos sistemas

de esgoto ou evacuação de águas residuais.

Page 33: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

33

Art. 20°, são obrigações dos rerrefinadores, receber todo o óleo lubrificante usado ou

contaminado exclusivamente do coletor, emitindo o respectivo Certificado de Recebimento;

2.3.4.6 Industrial

São aqueles resíduos que resultam dos processos industriais, como do ramo metalúrgico,

mecânico, químico, petroquímico, papeleiro, alimentício, etc. Os resíduos industriais são muito

variados e apresentam características diversificadas, pois dependem do tipo de produto

manufaturado, sendo assim o resíduo gerado na indústria de alimentos é bem distinto dos resíduos

gerados em uma metal–mecânica por exemplo, Kraemer (2006). Os resíduos industriais podem ser

representados por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira,

fibras, borracha, metal, escórias, vidros e cerâmica. É necessário para essa categoria de resíduo,

que seja adotado as normas da NBR 10.004 da ABNT para que seja efetuada uma correta

classificação dos resíduos.

2.3.4.7 Público

De acordo com o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (MGIRS),

resíduo público é aquele presente nas vias públicas no qual é efetuada limpeza, constituído por

restos de podas de árvores, corpos de animais, restos vegetais diversos, e embalagens em geral.

Podem ser considerados como resíduos públicos, aqueles que foram descartados irregularmente

pela própria população, como entulhos, papéis, restos de embalagens e alimentos.

2.3.4.7 Serviços de Saúde

Segundo a Resolução do CONAMA, n° 358, de 29 de abril de 2005, resíduos de serviços

de saúde, são:

todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de

Page 34: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

34

produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares.

A resolução 358 do CONAMA classifica os resíduos de serviços de saúde em seus anexo I,

como mostra na Tabela 3.

Tabela 3: Classificação dos Resíduos de Saúde (CONAMA 358)

CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SAÚDE TIPO CARACTERÍSTICAS

GRUPO A – INFECTANTES

A.1 Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de

fabricação de produtos biológicos; descarte de vacinas de microrganismos; sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

A.2 Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos; cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação.

A.3 Peças anatômicas do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 cm ou idade gestacional menor que 20 semanas.

A.4 Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados; resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração; recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre; carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos.

A.5 Órgãos, tecidos, fl uidos orgânicos, materiais

Page 35: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

35

perfurocortantes ou escarifi cantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.

GRUPO B – PERIGOSOS

a Produtos hormonais e produtos antimicrobianos;

citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos.

b Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.

c Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores); efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas; e demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR-10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

GRUPO C – RESÍDUOS RADIOATIVOS

Enquadram-se neste grupo quaisquer materiais resultantes de laboratórios de pesquisa e ensino na área de saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia que contenham radionuclídeos em quantidade superior aos limites de eliminação.

GRUPO D – RESÍDUOS COMUNS

Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares: papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1; sobras de alimentos e do preparo de alimentos; resto alimentar de refeitório; resíduos provenientes das áreas administrativas; resíduos de varrição, flores, podas e jardins; e resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde.

Page 36: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

36

GRUPO E – CORTANTES

Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.

2.4 RESÍDUOS DA INDÚSTRIA MECÂNICA

As atividades desenvolvidas no setor de oficinas mecânicas sejam elas de concerto ou

manutenção de veículos e máquinas pesadas, geram diversificados tipos de resíduos sólidos,

incluindo resíduos de classe - I perigos, de acordo com a NBR 10.004. Esses resíduos são

provenientes dos processos de lavagem de peças, funilaria, usinagem, pintura, solda, desmontagem

e montagem de maquinas e peças, troca de óleo lubrificante, troca de pneus, dentre outras.

Conforme Dutra (2012), alguns dos resíduos encontrados na indústria mecânica são:

• Baterias usadas;

• Embalagens de metal;

• Embalagens plásticas contaminadas com óleo lubrificante;

• Estopas com resíduo de óleo;

• Filtros de óleo;

• Latas de solventes;

• Líquidos de limpeza do radiador;

• Óleos lubrificantes usados;

• Papeis e Plásticos;

• Pneus;

• Resíduos contaminados com solventes;

• Resíduos de varrição;

Page 37: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

37

• Resíduos orgânicos.

• Sucatas de metais;

• Vidros;

2.5 LEVANTAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO SETOR MECÂN ICO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

O Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, etapa Rio Grande do Sul, realizado

no ano de 2002, pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM, a partir do convenio

número MMA-FNMA 14/2001, firmado entre esta e o Ministério do Meio Ambiente, estabelecido

pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, através da sua Resolução 313/02, na

qual visa coletar informações sobre a geração, características, armazenamento, transporte e

destinação final dos resíduos gerados por diferentes setores industriais.

No estado do Rio Grande do Sul, foi efetuado pela FEPAM através do Sistema de

Gerenciamento e Controle de Resíduos Sólidos Industriais – SIGECORS, a coleta de informações

necessárias sobre os resíduos gerados em cada setor industrial, em 2797 empresas. A tabela 4

apresenta a distribuição dos onze primeiros municípios com maior numero de empresas

inventariadas no estado do Rio Grande do Sul, destacando o município de Carazinho que ocupa a

29° posição em indústrias inventariadas.

Tabela 4: Numero de Empresas Inventariadas por Município

MUNICÍPIO NÚMERO DE EMPRESAS A

INVENTARIAR

NÚMERO DE EMPRESAS

INVENTARIADAS 1° CAXIAS DO SUL 381 246

3° NOVO HAMBURGO 268 139

4° PORTO ALEGRE 232 114

5° CANOAS 112 63

6° SÃO LEOPOLDO 96 60

7° CACHOEIRINHA 95 56

8° BENTO GONÇALVES 94 61

9° GRAVATAÍ 90 57

10° SAPIRANGA 71 36

11° CAMPO BOM 55 33

Page 38: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

38

29° CARAZINHO 19 9 Fonte: FEPAM (2002)

As empresas que participaram do inventario foram somente àquelas licenciadas pela

FEPAM, no qual enviou um comunicado de obrigatoriedade na participação das mesmas, através

da sua Licença de Operação, aonde constaram informações sobre a quantidade de resíduos sólidos

gerados no trimestre, a sua forma de condicionamento, o transporte e o destino final.

Também foi divulgado pelo Inventario Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, realizado

no Rio Grande do sul, que o setor industrial mecânico foi o terceiro maior em número de empresas

a inventariar, perdendo apenas para as indústrias metalúrgicas e curtumes, como mostra a tabela 5.

Vale lembrar que somente foram inventariadas aquelas empresas licenciadas pela FEPAM,

ocasionando uma grande perda de dados da geração de resíduos no estado, sendo escolhidas

empresas de porte pequeno, médio, grande e excepcional, como mostrado na tabela 6.

Tabela 5: Número De Empresas A Inventariar Por Setor Industrial

Page 39: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

39

Tabela 6: Número De Empresas A Inventariar Por Porte

A figura 6 representa em porcentagem a distribuição de resíduos sólidos industriais gerados

por porte de empreendimento, indicando as empresas de grande porte e excepcional como as que

mais contribuem para geração de resíduos sólidos industriais.

Figura 6: Resíduos Sólidos Industriais Gerados por Porte de Empreendimento

Fonte: Inventario Nacional de Resíduos Sólidos

Através dos dados obtidos no Inventario Nacional de Resíduos Sólidos foi possível realizar

uma estimativa aproximada da porcentagem de resíduos perigosos e não perigos gerados por cada

setor. Pelo fato do questionário ter sido enviado apenas para empresas licenciadas pela FEPAM, e

Page 40: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

40

lembrando que nem todas responderam ou chegaram a receber o formulário, esses dados nos dão

uma aproximação real da situação e da geração de resíduos industriais por setor no estado do Rio

Grande do Sul. As tabelas 7 e 8 apresentam a distribuição da geração de resíduos industriais

perigosos e não perigosos, de acordo com o setor industrial dos empreendimentos pelo qual foi

feito o inventario, dando destaque para o setor mecânico.

Tabela 7: Distribuição Da Geração De Resíduos Sólidos Industriais Perigosos Por Setor Industrial Dos Empreendimentos Inventariados

SETOR INDUSTRIAL NÚMERO DE EMPRESAS

INVETARIADAS

QUANTIDADE DE RESÍDUO

GERADO (T/ANO)

QUANTIDADE DE RESÍDUO PERIGOSO GERADO (T/ANO)

COURO 443 243.881,80 120.170,62 METALÚRGICO 537 277.914,17 19.451,69

QUÍMICO 230 283.585,89 17.725,61 MECÂNICO 416 108.342,79 17.387,57

TRANSPORTE 30 23.721,31 4.547,45 PAPEL E CELULOSE 7 187.240,41 1.726,82

TÊXTIL 17 2.951,28 852,42 LAVANDERIA INDUSTRIAL 4 448,44 259,4

MINERAIS NÃO METÁLICOS

23 983,31 48,62

1.129.069,40 182.170,20

Tabela 8: Distribuição Da Geração De Resíduos Sólidos Industriais Não Perigosos Por Setor Industrial Dos Empreendimentos Inventariados

SETOR INDUSTRIAL NÚMERO DE EMPRESAS

INVENTARIADAS

QUANTIDADE DE RESÍDUO

GERADO (T/ANO)

QUANTIDADE DE RESÍDUO

NÃO PERIGOSO GERADO (T/ANO)

COURO 443 243.881,80 123.711,18 METALÚRGICO 537 277.914,17 258.462,48

QUÍMICO 230 283.585,89 265.860,28 MECÂNICO 416 108.342,79 90.955,22

Page 41: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

41

TRANSPORTE 30 23.721,31 19.173,86

PAPEL E CELULOSE 7 187.240,41 185.513,59

TÊXTIL 17 2.951,28 2.098,86 LAVANDERIA INDUSTRIAL

4 448,44 189,04

MINERAIS NÃO METÁLICOS 23 983,31 934,69

1.129.069,40 946.899,20

As figuras 7 e 8 ilustram o percentual da geração de resíduos sólidos perigosos e não

perigosos em relação a quantidade de resíduos gerados por cada setor industrial inventariado.

Como apresentado nos gráficos, o setor mecânico representa 10 % da geração de resíduo Classe I –

Perigoso, no Rio Grande do Sul, e quanto aos resíduos de classe II – Não Perigosos o setor

mecânico representa os mesmos 10 %. Os setores que aparecem como porcentagem 0%

apresentam geração insignificante comparado com os demais setores.

Figura 7: Geração de Resíduos Sólidos Perigosos - RS

Page 42: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

42

Figura 8: Geração Resíduos Classe II - RS

De acordo com o Inventario Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, realizado pela

FEPAM (2002), o setor mecânico produz aproximadamente 108.342,79 toneladas por ano de

resíduos sólidos industriais, sendo que dessa quantidade 16% são de resíduos sólidos Classe I –

Perigosos. A tabela 9 resume a quantidade de resíduo gerado pelas empresas do setor mecânico no

estado.

Tabela 9: Geração de resíduos sólidos, indústrias do setor mecânico

SETOR MECÂNICO QUANTIDADE (T/ANO)

CLASSE I 17.387,57

CLASSE II 90.955,22

TOTAL 108.342,79

Quanto à destinação final dos resíduos sólidos do setor mecânico: das 17.387,57 toneladas

geradas por ano de resíduos sólidos Classe I - Perigosos, 2.921,99 toneladas são enviadas para

destinação fora do estado, ou seja, 17% de seu resíduo perigoso é enviado para outros estados,

como mostra a figura 9. Já o montante de resíduos Classe I enviado para aterros industriais

próprios ou de terceiros, contabiliza 8.626,78 toneladas por ano, em uma porcentagem de 49 % dos

13%

27%

28%

10%

2%20%

0% 0% 0%

Geração de Resíduos Não

Perigosos - RS

COURO METALÚRGICO

QUÍMICO MECÂNICO

TRANSPORTE PAPEL E CELULOSE

TÊXTIL LAVANDERIA INDUSTRIAL

MINERAIS NÃO METÁLICOS

Page 43: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

43

seus resíduos Classe I, perdendo apenas para o setor de couro em quantidade de resíduos perigosos

enviados para aterros próprio ou terceirizado, figura 10.

Figura 9: Resíduos Perigosos Enviados Para Outros Estados

Figura 10: Resíduos Enviados para Aterros Próprios ou de Terceiros

Segundo as informações constadas nas tabelas e ilustrações do Inventario, os setores que

maior se destacam como geradores de resíduos sólidos industriais Classe I – Perigosos, são o de

Page 44: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

44

Couro, Metalúrgico e Mecânico, e os setores da indústria de alimentos, química e o metalúrgica,

como as maiores contribuintes na geração de resíduos Classe II – Não Perigosos.

2.6 IMPACTOS AMBIENTAIS

A Resolução do CONAMA 001/86, define impacto ambiental como: qualquer alteração das

propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, ocasionada por ações antrópicas que

direta ou indiretamente afetem a saúde, a segurança e o bem estar da população, as atividades

sociais e econômicas, a biota, as condições sanitárias do meio ambiente, e a qualidade dos recursos

ambientais.

Os resíduos gerados na Lacchini Maquinas Pesadas Ltda merecem atenção especial, pois

comprometem a qualidade de vida das comunidades e do meio ambiente, pois podem provocar

impactos adversos ao meio, devido a existência de resíduos perigosos na sua composição, que se

descartados de forma inadequada podem levar a ocorrência de grandes danos ambientais.

OLIVEIRA E CUNHA citam que os resíduos contaminados no setor de oficinas mecânicas

abrangem principalmente, tintas, produtos químicos, baterias, óleos, pneus, peças mecânicas,

estopas contaminadas, panos sujos, lixa, equipamentos de proteção individual usado, embalagens

de óleo e massa plástica, assim com resíduos gerados nos serviços de solda, funilaria, pintura,

lavagem de maquinário e peças.

A problemática ambiental gerada pelos resíduos sólidos no Brasil aumenta

significativamente devido a ausência de fiscalização e a disposição inadequada e ilegal. A

aglomeração desordenada dos resíduos como embalagens plásticas, papel, restos de comida, metal,

etc., em locais indevidos como terrenos baldios, faixa de domínio de rodovias, fundos de vale e

margens de lagos e rios, acarretam em impactos ambientais negativos ao solo, água e ar. Quando

armazenados em locais impróprios os resíduos alteram o aspecto estético do local, provocando um

desconforto visual para a população que vive nas proximidades, se disposto diretamente em

contato com o solo sem o devido controle, pode levar a contaminação de corpos d’agua, o

assoreamento de rios e lagos, e contribuir para proliferação de vetores transmissores de doenças

como: moscas, baratas, ratos, cachorros, urubus, bactérias, fungos e vírus esses considerados de

grande importância epidemiológica, pois se trata de seres patogênicos e, que levam a ocorrência de

doenças como diarreias infecciosas, amebíase, febre tifoide, malária, cólera, leptospirose, e

infecções e alergias (Bellini e Mucelin).

Page 45: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

45

Quanto aos resíduos sólidos de Classe I – Perigosos, a problemática ambiental se torna

complexa, uma vez que a proporção do impacto dessa categoria de resíduo comparado com os

demais é mais significativa. De acordo com Reis, o descarte incorreto de resíduos contaminados

com óleo lubrificante que é o resíduos com maior volume na atividade mecânica, quando em

exposição ou contato com a pele podem levar a lesões superficiais, os vapores do óleo ao ser

inalado causa irritação nas vias aéreas, para se ter uma ideia do tamanho do impacto o autor cita

que uma tonelada de óleo lubrificante quando lançado diretamente no solo ou nos cursos d’água é

equivalente ao impacto do esgoto domestico de uma população de 40 000 habitantes, ou ainda, que

um litro de óleo é capaz de esgotar o oxigênio de um milhão de litros de água, bloqueando uma

superfície de 1 000 m³ da passagem de luz, impedindo a respiração e a fotossíntese.

Em função destes impactos ao meio ambiente ocasionados pelo descarte incorreto de

alguns desses resíduos gerados nas atividades da oficina, os proprietários estão cada vez mais

preocupados e conscientizados quanto às questões ambientais que envolvem seus descartes, além

disso, a legislação ambiental pune aqueles proprietários que não cumprirem com suas obrigações,

com isso gerando prejuízo aqueles empreendimento que estão dispondo seus resíduos em

desacordo com as exigências legais.

2.7 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDÚSTRIAIS

De acordo com Tocchetto (2005), com globalização das questões ambientais na busca da

sustentabilidade criou se uma ligação entre a necessidade do desenvolvimento econômico e a

preservação ambiental, as ferramentas de gestão ambiental aplicam esse conceito, sendo assim o

Gerenciamento Integrado de Resíduos Industriais um meio de desenvolvimento econômico aliado

à preservação do meio ambiente.

O Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Industriais é, em resumo o envolvimento

da administração publica e do setor industrial com o proposito de realizar o manejo adequado dos

seus resíduos, através da segregação na fonte, acondicionamento, coleta, tratamento e disposição

final, podendo assim elevar a qualidade de vida da população além de promover a preocupação

com o meio ambiente. O Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos cita que o gerenciamento

integrado de resíduos destaca a importância de considerar as questões sociais econômicas e

ambientais envolvidas no cenário da limpeza urbana, uma vez que os proprietários de

Page 46: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

46

empreendimentos costumam tratar seus resíduos como um material não desejado, a ser recolhido,

transportado, e que por vezes é disposto de forma irregular e inadequada.

A implantação do programa de gerenciamento de resíduos deve obedecer a uma sequencia

lógica e natural, o primeiro passo a ser adotado é a redução na fonte que consiste na prevenção da

geração de resíduos, com uso de matérias primas atóxicas ou com menor teor de toxicidade, o

segundo passo é minimização da geração de resíduos com adoção de tecnologias limpas, em

terceiro vem o reprocessamento e reutilização que é a transformação dos resíduos em matéria

prima, o quarto passo é a segregação feita para reduzir o volume de resíduos que são

encaminhados para tratamento, em quinto aparece o processamento que é a forma de tornar o

resíduo menos perigoso ou até inerte, e por fim a disposição que deve ser feita em local

apropriado, com projeto e monitorado de forma segura, que não venha a contaminar o meio

ambiente (TOCCHETTO, 2005).

A figura 11 ilustra como deve ser obedecida a prioridade do gerenciamento de resíduos

sólidos industriais.

Figura 11: Hierarquia para o gerenciamento de resíduos sólidos industriais

Fonte: Tocchetto, 2005.

Por fim, o Gerenciamento Integrado de Resíduos Industriais revela se com a atuação de

subsistemas específicos que demandam instalações, equipamentos, pessoas e tecnologia, que

fornecerão para o empreendimento um ambiente de trabalho mais organizado e limpo, com foco

no desenvolvimento econômico sustentável.

Page 47: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

47

2.8 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Todo empreendimento cuja atividade venha a trazer riscos ao meio ambiente deve ser

provido de licenciamento ambiental, ou em outras palavras estar em conformidade com as normas

emitidas pelas legislações ambientas vigentes.

A estrutura da legislação ambiental do Brasil é formada pelos órgãos ambientais a nível

federal, estadual e municipal, as legislações que dispões sobre resíduos sólidos nessas estâncias, se

resumem conformem segue:

2.8.1 NÍVEL FEDERAL

Leis

• Lei Federal nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010: Institui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras

providências;

• Lei Federal 6938, de 31 de agosto de 1981: Dispõe sobre a Política Nacional do Meio

Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providencias;

Decretos

• DECRETO FEDERAL 7.404/10, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2010: Regulamenta a Lei

no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos,

cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê

Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras

providências;

• DECRETO FEDERAL Nº 5.940, DE 25 DE OUTUBRO DE 2006: Institui a separação dos

resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal

direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos

catadores de materiais recicláveis, e dá outras providências;

Page 48: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

48

• DECRETO LEGISLATIVO N.º 204, DE 7 DE MAIO DE 2004: Aprova o texto da

Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, adotada, naquela cidade,

em 22 de maio de 2001;

• DECRETO FEDERAL Nº 4.581, DE 27 DE JANEIRO DE 2003: Promulga a Emenda ao

Anexo I e Adoção dos Anexos VIII e IX à Convenção de Basiléia sobre o Controle do

Movimento Transfronteiriço de Resíduos Perigosos e seu Depósito.

Resoluções

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 416, DE 30 DE SETEMBRO DE 2009: Dispõe sobre a

prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação

ambientalmente adequada, e dá outras providências;

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 404, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2008: Estabelece critérios

e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos

sólidos urbanos;

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 401, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2008: Estabelece os limites

máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no

território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente

adequado, e dá outras providências;

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 380, DE 31 DE OUTUBRO DE 2006: Altera a redação do

Anexo I da Resolução nº 375, de 29 de agosto de 2006, publicada no DOU em 30 de agosto

de 2006, a qual define critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto

gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados;

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 377, DE 9 DE OUTUBRO DE 2006: Dispõe sobre

licenciamento ambiental simplificado de Sistemas de Esgotamento Sanitário;

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 375, DE 29 DE AGOSTO DE 2006: Define critérios e

procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento

de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras providências;

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 373, DE 9 DE MAIO DE 2006: Define critérios de seleção

de áreas para recebimento do Óleo Diesel com o Menor Teor de Enxofre-DMTE, e dá

outras providências;

Page 49: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

49

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 362, DE 23 DE JUNHO DE 200: Dispõe sobre o

recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado;

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 358, DE 29 DE ABRIL DE 2005: Dispõe sobre o tratamento

e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências;

• RESOLUÇÃO CONAMA N.º 307, DE 05 DE OUTUBRO DE 2002: Estabelece diretrizes,

critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil;

• RESOLUÇÃO CONAMA N.º 313, DE 29 DE OUTUBRO DE 2002: Dispõe sobre o

Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais;

• RESOLUÇÃO CONAMA N.º 316, DE 29 DE OUTUBRO DE 2002: Dispõe sobre

procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de

resíduos;

• RESOLUÇÃO CONAMA N.º 308, DE 21 DE MARÇO DE 2002: Licenciamento

Ambiental de sistemas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos gerados em

municípios de pequeno porte;

• RESOLUÇÃO CONAMA N.º 283, DE 12 DE JULHO DE 2001: Dispõe sobre o

tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde;

• RESOLUÇÃO CONAMA 275 de 25 de abril de 2001: Estabelece o código de cores para

diferentes tipos de resíduos;

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 258, DE 26 DE AGOSTO DE 1999: Estabelece a

necessidade de tornar explícita no art. 6º da Resolução 257, de 30 de junho de 1999;

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 264, DE 26 DE AGOSTO DE 1999: Licenciamento de

fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de co-processamento de resíduos;

• RESOLUÇÃO CONAMA N.º 23, DE 12 DE DEZEMBRO DE 1996: Regulamenta a

importação e uso de resíduos perigosos;

• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 05, DE 05 DE AGOSTO DE 1993: Dispõe sobre o

gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos,

terminais ferroviários e rodoviários;

• RESOLUÇÃO CONAMA N.º 06, DE 19 DE SETEMBRO DE 1991: Dispõe sobre a

incineração de resíduos sólidos provenientes dos serviços de saúde e dá outras

providências;

Page 50: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

50

Portarias

• PORTARIA MMA Nº 31, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2007: Instituir Grupo de

Monitoramento Permanente para o acompanhamento da Resolução CONAMA n.º 362, de

23 de junho de 2005, que dispõe sobre o recolhimento, a coleta e a destinação final de óleo

lubrificante usado ou contaminado.

Normas

• Norma da ABNT – NBR 1.183 – Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos;

• Norma da ABNT – NBR 7.500 – Símbolos e risco e manuseio para o transporte e

armazenamento de materiais;

• Norma da ABNT – NBR 9.191 – Especificação de sacos plásticos para acondicionamento

de lixo;

• Norma da ABNT – NBR 10.004 – Resíduos Sólidos – Classificação;

• Norma da ABNT – NBR 10.005 – Lixiviação de Resíduos – Procedimento;

• Norma da ABNT – NBR 10.006 – Solubilização de Resíduos – Procedimento;

• Norma da ABNT – NBR 10.007 – Amostragem de Resíduos – Procedimento;

• Norma da ABNT – NBR 10.703 – Degradação do Solo - Terminologia;

• Norma da ABNT – NBR 11.174 – Armazenamento de resíduos classe II – não inertes e III

- inertes;

• Norma da ABNT – NBR 12.235 – Procedimentos para o Armazenamento de Resíduos

Sólidos Perigosos;

• Norma da ABNT – NBR 12.980 – Coleta, varrição e acondicionamento de resíduos

sólidos urbanos;

• Norma da ABNT – NBR 13.221 – Transporte de resíduos;

• Norma da ABNT – NBR 13.463 – Coleta de resíduos sólidos – classificação.

Page 51: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

51

2.8.2 NÍVEL ESTADUAL

Leis

• LEI ESTADUAL Nº 13.306, DE 02 DE DEZEMBRO DE 2009: Introduz modificação na

Lei nº 11.019, de 23 de setembro de 1997, que dispõe sobre o descarte e destinação final de

pilhas que contenham mercúrio metálico, lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone

celular e demais artefatos que contenham metais pesados no Estado do Rio Grande do Sul;

• .LEI ESTADUAL Nº 12.381, DE 28 DE NOVEMBRO DE 2005: Altera o art. 1º da LEI

Nº 12.114, de 5 de julho de 2004, que proíbe a comercialização de pneus usados

importados no Estado e dá outras providências;

• LEI ESTADUAL Nº 12.114, DE 5 DE JULHO DE 2004: Proíbe a comercialização de

pneus usados importados no Estado e dá outras providências;

• LEI ESTADUAL N.º 11.019, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997: Dispõe sobre o descarte e

destinação final de pilhas que contenham mercúrio metálico, lâmpadas fluorescentes,

baterias de telefone celular e demais artefatos que contenham metais pesados no Estado do

Rio Grande do Sul (Alterada pela Lei 11.187, de 7 de julho de 1998);

• LEI ESTADUAL N.º 10.099, DE 07 DE FEVEREIRO DE 1994: Dispõe sobre os resíduos

sólidos provenientes de serviços de saúde e dá outras providências;

• LEI ESTADUAL N.º 9.921, DE 27 DE JULHO DE 1993: Dispõe sobre a gestão dos

resíduos sólidos, nos termos do artigo 247, parágrafo 3º da Constituição do Estado e dá

outras providências;

• LEI ESTADUAL N.º 9.493, DE 07 DE JANEIRO DE 1992: Considera, no Estado do Rio

Grande do Sul, a coleta seletiva e a reciclagem do lixo como atividades ecológicas, de

relevância social e de interesse público.

Decretos

• DECRETO ESTADUAL N.º 45.554, DE 19 DE MARÇO DE 2008: Regulamenta a Lei n°

11.019/97, de 23 de setembro de 1997, e alterações, que dispõe sobre o descarte e

destinação final de pilhas que contenham mercúrio metálico, lâmpadas fluorescentes,

Page 52: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

52

baterias de telefone celular e demais artefatos que contenham metais pesados no Estado do

Rio Grande do Sul;

• DECRETO ESTADUAL N° 38.356, DE 01 DE ABRIL DE 1998: Aprova o Regulamento

da Lei n° 9.921, de 27 de julho de 1993, que dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos no

Estado do Rio Grande do Sul.

Resoluções

• RESOLUÇÃO CONSEMA Nº 09, DE 25 DE OUTUBRO DE 2000: Dispõe sobre a

norma para o licenciamento ambiental de sistemas de incineração de resíduos provenientes

de serviços de saúde, classificados como infectantes (GRUPO A) e dá outras providências;

• RESOLUÇÃO CONSEMA N.º 02, DE 17 DE ABRIL DE 2000: Dispõe de norma sobre o

licenciamento ambiental para co-processamento de resíduos em fornos de clínquer;

• RESOLUÇÃO CONSEMA N° 109, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005: Estabelece

diretrizes para elaboração do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da

Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios.

Portarias

• PORTARIA SEMA Nº 50, DE 25 DE AGOSTO DE 2008: Altera dispositivo da Portaria

SEMA Nº 045, de 30 de outubro de 2007;

• PORTARIA SEMA N.º 045, DE 30 DE OUTUBRO DE 2007: Dispõe sobre implantação

de sistemas simplificados de esgotamento sanitário nas zonas urbanas e de expansão urbana

dos Municípios do Rio Grande do Sul;

• PORTARIA CONJUNTA SEMA/FEPAM N.º 013,13 DE ABRIL DE 2007: Determina a

divulgação do rol dos Empreendimentos Licenciados para a atividade de reciclagem de

resíduos no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.

Page 53: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

53

2.8.3 NÍVEL MUNICIPAL

• LEI MUNICIPAL n.º 6.652, DE 06 DE NOVEMBRO DE 2007: Estabelece a Legislação e

regulamenta o licenciamento ambiental no Município de Carazinho com suas respectivas

sanções e dá outras providências.

Page 54: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

54

3. MÉTODOS

3.1 APRESENTAÇÃO

O presente Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos tem como objetivo a Gestão dos

resíduos na LACCHINI Máquinas Pesadas, localizada na Avenida Flores da Cunha, N° 5555, no

município de Carazinho, no estado do Rio Grande do Sul.

Para a realização do Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos gerados das atividades

na oficina mecânica, foram realizados levantamentos da tipologia de cada resíduo, forma de

geração, acondicionamento, coleta, transporte interno e externo, assim como a destinação final.

Além disso consta neste trabalho os principais objetivos do Plano de Gerenciamento de Resíduos,

apresentando as formas de acondicionamento ideal para a atividade, e as medidas de redução e

tratamento dos resíduos.

O PGRS foi elaborado de acordo com as seguintes regulamentações ambientais:

• ABNT – NBR 9.191 – Especificação de sacos plásticos para acondicionamento de

lixo;

• ABNT – NBR 10.004 – Resíduos Sólidos – Classificação;

• ABNT – NBR 10.007 – Amostragem de Resíduos – Procedimento;

• ABNT – NBR 11.174 – Armazenamento de resíduos classe II – não inertes e III -

inertes;

• ABNT – NBR 12.235 – Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos;

• ABNT – NBR 13.221 – Transporte de resíduos.

• Decreto Federal nº 6.514, de 22 de julho de 2008: Dispõe sobre as infrações e

sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo

federal para apuração destas infrações, e dá outras providências;

• Lei municipal n.º 6.652, DE 06 DE NOVEMBRO DE 2007: Estabelece a

Legislação e regulamenta o licenciamento ambiental no Município de Carazinho

com suas respectivas sanções e dá outras providências.

• Lei n° 12.305, de 2 de agosto de 2010: Institui a Política Nacional de Resíduos

Sólidos; altera a Lei n° 9.605, de fevereiro de 1998, e dá outras providências;

• RESOLUÇÃO CONAMA nº 362, de 23 de junho de 2005: Dispõe sobre o

recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.

Page 55: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

55

• Resolução CONAMA 258 de 26 de agosto de 1999: Coleta e destinação final

adequada aos pneus inservíveis;

Resolução CONAMA 275 de 25 de abril de 2001: Estabelece o código de cores para diferentes

tipos de resíduos;

3.2 AMOSTRAGEM DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

O processo de amostragem dos resíduos gerados no empreendimento foi realizado de

acordo com a NBR 10.007/04 da ABNT, na qual fixa os requisitos exigíveis para amostragem de

resíduos sólidos.

O objetivo da amostragem é a coleta de uma quantidade representativa de resíduo, visando

determinar a sua composição. Para esse fim foi adotada a técnica de quarteamento, na qual se faz a

divisão em quatro partes iguais de uma amostra pré-homogeneizada, retirando duas partes opostas

entre si para constituir uma nova amostra, por fim as partes restantes que foram descartadas são

misturadas e o processo é repetido até que se obtenha o volume desejado (NBR 10.007).

A seguir está a descrição detalhada dos passos utilizados para a amostragem dos resíduos

da Lacchini LTDA de acordo com a NBR 10.007:

i. O processo inicia a partir da coleta das amostras, que nesse caso foram feitas nos

tambores de armazenagem do empreendimento, retirando uma amostra na parte

superior, uma da parte central e outra da parte inferior;

ii. As amostras obtidas devem homogeneizadas em um recipiente, formando assim

uma amostra composta;

iii. Inicia-se o primeiro passo de quarteamento, dividindo a amostra composta em

quatro partes iguais, retirando duas partes opostas e descartando o restante;

iv. Na amostra resultante é repetida a técnica do quarteamento;

v. Na amostra final obtida após as duas etapas do quarteamento, é realizada a coleta

dos resíduos em quatro pontos diferentes, acondicionadas em um recipiente e

pesada;

vi. Os resíduos pesados são despejados sobre uma superfície limpa, de preferencia

sobre uma lona preta, e feita a sua segregação;

Page 56: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

56

vii. Depois de segregados os resíduos acondicionados em sacos plásticos e pesados,

registrando os valores obtidos.

3.3 IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS GER ADOS NA LACCHINI MÁQUINAS PESADAS

Para iniciar o levantamento da situação atual do gerenciamento de resíduos da Lacchini

Máquinas Pesadas, deve ser considerados dados como: tipologia dos resíduos, classificação,

quantidade e a destinação atual realizada. Ao termino desta etapa será possível sugerir as

melhorias adequadas para o aprimoramento do manejo de resíduos do empreendimento.

Tipos de resíduos gerados na Lacchini LTDA:

• Orgânicos: produzidos em pequenas quantidades restos de comida, óleo vegetal

pós-uso, grama, resíduos de poda, etc.;

• Rejeitos: papel higiênico, palitos de dentes, filtros de cigarro;

• Resíduos Classe I: lâmpadas fluorescentes, embalagens contaminadas, estopas e

panos contaminados com óleo lubrificantes, óleo lubrificante usado, embalagens

contaminadas, serragem com resíduo de óleo, resíduos de solventes e pilhas e

baterias;

• Recicláveis: papel, papelão, plásticos em geral, metais, vidros e madeira.

Os resíduos gerados dentro do estabelecimento da Lacchini LTDA Carazinho – RS são

classificados como Resíduos Industriais tendo uma geração aproximada de 586,69 kg/mês, sendo

que o principal ponto de geração de resíduos é a área da oficina mecânica.

Dentre os resíduos industriais que estão sendo gerados na Lacchini se destacam dois

grupos, o de resíduos classe I – perigosos, e os resíduos Classe II – B Inertes, os resíduos

orgânicos Classe II – A, representam uma quantidade insignificante em relação os demais. Os

resíduos perigosos são gerados na manutenção e concerto das maquinas, onde se encontra a

presença de óleo lubrificante usado no qual representa a maior porcentagem dessa classe, além de

estopas e serragem contaminadas, o principal ponto de geração é o pavilhão da oficina mecânica,

representando uma quantidade mensal de resíduo classe - I, de 380,46 kg/mês, e 145 L/mês de

óleo lubrificante usado.

Page 57: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

57

A área onde está localizada a loja o estoque de peças e o escritório do empreendimento

compreende os maiores pontos de geração dos resíduos inertes como papel, papelão, plástico e

vidro, sendo que nestes a geração média é de 38,6 kg/mês. Na parte de estoque de peças as caixas

de papelão pelas quais são enviadas as peças é a principal fonte da geração de papelão, os plásticos

das embalagens de peças também contribuem de maneira significativa a geração de resíduos

inertes, na área administrativa o papel é o maior componente dos resíduos, os vidros são

encontrados em quantidades baixas, pois o estabelecimento não apresenta e não trabalha com

produtos constituídos de vidro, uma pequena parcela de vidro encontrada é proveniente da área do

refeitório, neste pela quebra de garrafas, copo, e pratos.

Quanto à geração de metais a média se aproxima dos 132,5 kg/mês, sendo que a principal

fonte vem da área da oficina mecânica, mais precisamente nos equipamento de torno, furadeira

industrial, esmerilhador, cortadores de laminas e chapas, e aparelho de solda, assim como peças as

danificadas, parafusos, pregos, molas gastas, e ferro fundido vindos da reposição das peças. Os

resíduos orgânicos apresentam uma média de 22,6 (trinta e dois quilos e seis gramas) kg/mês,

provenientes do refeitório e cozinha, sendo constituídos por restos de comida, cascas e caroços de

frutas, pedaços de verduras e legumes.

A tabela 10 apresenta a classificação e quantificação dos resíduos gerados no

empreendimento, e a sua atual destinação.

Tabela 10: Quantificação e Classificação dos Resíduos da Empresa

Quantificação e Classificação dos Resíduos Gerados na Lacchini Máquinas Pesadas LTDA

Resíduos Classe NBR 10004

Descrição Média Mensal

Destinação Atual

Cartucho de Impressora

I Resíduo

Proveniente do Escritório

4 und Devolução ao fabricante

para remanufaturar

Papel II - A Resíduos

provenientes do escritório,

pavilhão da oficina mecânica, estoque de peças,

e refeitório

14,8 kg Coletado por catadores e

pela WCA Papelão

Plástico

II - B 158,83 Kg Lixo Comum/ferro

velho/catadores

Metal Ferroso e Não Ferroso

Alumínio

Madeira

Page 58: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

58

Borracha

Vidro

Pneu 3 und Recolhido pela Prefeitura

Orgânicos

II - A

Resíduos provenientes do

refeitório 22,6 Kg

Lixo Comum Oléo Vegetal

Pilhas e Baterias

I

Resíduos provenientes da manutenção do

pavilhão da Mecânica

7 und Destinado a Pontos de

Coleta Lâmpadas Fluorescentes

Óleo Lubrificante

Usado Resíduos

provenientes dos concertos

mecânicos e limpeza de peças

145 litros Coletado pela empresa IPS - Indústria Petroquímica

do Sul

Embalagens Contaminadas

380, 46 kg

Coletado por Luiz H. M. Weissheimer e CIA

LTDA, destinação de resíduos industriais

Serragem Contaminada

Panos/estopas contaminados

Galão de Óleo Vazio

II - B

Resíduos provenientes da manutenção das

máquinas

8,6 und Coletado pela WCA

ambiental

A figura 12 apresenta a geração mensal dos resíduos gerados na Lacchini Maquinas

Pesadas, apresentando a quantidade em porcentagem da tipologia dos resíduos, como é visto a

maior parte dos resíduos é composto por resíduos classe I – perigosos, isso se deve ao fato do

empreendimento trabalhar com maquinas de grande porte, sendo assim a cada reparo de peças da

parte hidráulica ou do motor da maquinas em que haja necessidade de troca de óleo, a geração do

óleo lubrificante usado é alta cerca de 10 vezes maior que a de um carro por exemplo.

Page 59: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

59

Figura 12: Tipologia dos Resíduos da Lacchini Máquinas Pesadas

6%

28%

66%

Resíduos Sólidos Gerados na

Lacchini Máquinas Pesadas

Classe II - A Inertes

Classe II - B Não Inertes

Classe I - Perigosos

Page 60: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

60

4. RESULTADOS

4.1 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL DO EMPREENDIMENTO

4.1.1 Manejo Atual dos Resíduos Sólidos

A empresa não possui um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, sendo assim

algumas etapas essenciais para uma melhor gestão do resíduos sólidos não estão sendo cumpridas,

a segregação na fonte é uma delas, além do armazenamento e acondicionamento adequado.

Dentro do estabelecimento é possível observar alguns pontos críticos em relação aos

resíduos sólidos industriais, os itens a seguir apresentam as analises criticas feitas em relação ao

acondicionamento, transporte interno, armazenamento, e disposição final.

4.1.2 Acondicionamento

Os resíduos industriais estão sendo dispostos atualmente em tambores de metal com

capacidade para 200 litros, sem identificação por cores conforme a Resolução CONAMA 275 de

25 de abril de 2001, que estabelece o código de cores para diferentes tipos de resíduos, figura 10.

Os resíduos classe II – B, como papel e papelão gerados no escritório são armazenados em

tambores e sacos plásticos de 100 litros, os resíduos orgânicos são armazenados em sacolas

plásticas de mercado e enviado para coleta municipal. As lâmpadas queimadas são envoltas em

papelão e armazenadas em caixas de madeira, as pilhas e baterias são armazenadas em tambores

plásticos e garrafas de pet. Dentro da área da oficina mecânica estão localizados os tambores

metálicos, sem descrição de cores e tipo de resíduos, o que acarreta na mistura indevida dos

resíduos classe I e classe II, somente é feita a segregação do óleo lubrificante usado, porém de

forma inadequada sem paletes/bacias de contenção caso ocorra uma vazamento esse fluido deve

ficar retido e não se alastrar pela área de trabalho, podendo gerar o ocorrência de algum acidente

grave.

Page 61: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

61

Figura 13 Acondicionamento dos Resíduos

Os tambores utilizados para o acondicionamento dos resíduos estão localizados em área

coberta, porém sem tampa ou mecanismo que mantenham esses fechados sem contato com o

ambiente externo, figura 14, ficando expostos a acidentes, pois a maioria dos resíduos pode ser

considerado inflamável e qualquer fagulha de solda ou até mesmo o forte calor, podem ocasionar

um principio ativo de incêndio. Outro ponto critico que deve destaque é o local aonde se

encontram os recipientes de acondicionamento, pois dentro da oficina mecânica existem atividades

que oferecem risco de explosão como foi citado acima, o processo de solda de peças e o lixamento

das mesmas geram certas faíscas que em contado com os recipientes podem ocasionar uma certa

explosão.

Figura 14 Acondicionamento sem Segregação do RSI

Page 62: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

62

4.1.3 Armazenamento

A armazenagem dos resíduos Classe I – Perigosos, é feita na área externa do

empreendimento, em uma peça de alvenaria coberta, com portão chaveado, com um espaço físico

de 5,10 m², figura12, porém sem sinalização e condições de segurança como contenção de

vazamentos e isolamento, conforme as normas técnicas da ABNT, NBR 11.174 para resíduos de

classe II inertes e não inertes, e NBR 1.183 para resíduos classe I – Perigoso.

Figura 15: Local de Armazenamento do RSI

Os recipientes para armazenagem são tambores metálicos de 250 litros para as estopas e

resíduos contaminados com óleo lubrificante, para o óleo de lubrificante usado o tambor é idêntico

porem com tampa para fechamento. As latas de tintas e solventes vazias são acondicionadas na

superfície sem recipientes, assim como os toneis e galões de óleo, figura 16. Os metais são

armazenados em caixas de madeira e posteriormente vendidos para empresas de reciclagem, os

conhecidos “ferros velhos”. Quanto ao papeis e papelões, seu armazenamento é realizado na parte

interna da firma, os papelões são amarados com barbantes e os papeis em sacos plásticos de lixo

preto, com capacidade para 100 litros, e coletado por catadores sem cooperativas.

A armazenagem é feita até a data de coleta pela empresa terceirizada que atualmente é a

Indústria Petroquímica do Sul, de Alvorada – RS na qual leva o óleo lubrificante usado para

tratamento, os demais resíduos são recolhidos por Luiz H. M. Weissheimer e CIA LTDA,

destinação de resíduos industriais.

Page 63: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

63

Figura 16: Armazenagem dos RSI

4.1.4 Transporte Externo

Os resíduos são transportados por via rodoviária, sendo a empresa terceirizada WCA

Ambiental a encarregada de coletar e transportar os resíduos sólidos industriais, sendo que para

este trabalho é utilizado um caminhão com carroceria fechada e basculante, devidamente

identificado e sinalizado.

Quanto ao óleo lubrificante usado o transporte externo até o destino final é feito pela IPS

(indústria petroquímica do sul), que dispõe de frota própria de caminhões, sendo o que realiza a

coleta no empreendimento, possui tanques adequados para o acondicionamento temporário do óleo

usado, e também possuem rastreadores via satélite, figura 17, assim como motoristas treinados

para efetuar tal atividade.

Figura 17: Caminhão Coleta do Óleo Lubrificante

Page 64: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

64

4.1.5 Destinação Final

A Lacchini Máquinas Pesadas é comprometida com a fiscalização da destinação final dos

seus resíduos sólidos, por isso os mesmos são enviados para unidades de tratamento e centrais de

resíduos sólidos.

Todo óleo lubrificante usado ou contaminado que tem origem na Lacchini é encaminhando

para tratamento, esse tratamento é feito pela Indústria Petroquímica do sul – IPS, localizada no

município de Alvorada-RS, onde é feito o re-refino do óleo lubrificante usado, que segundo a

Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes, nada mais é que: a retirada dos

produtos oxidantes, aditivos e contaminantes, sendo possível ser utilizado novamente como

matéria prima, o anexo A apresenta o certificado de coleta pela empresa.

Os resíduos de varredura, classe I (estopas contaminadas, serragem contaminada,

embalagens contendo lubrificante), embalagens metálicas, e plásticos, são enviados para a

UTRESA, Central de resíduos localizada em Estância Velha - RS, na qual é realizado o tratamento

e destinação final de resíduos industriais, sendo o transporte realizado pela WCA Ambiental,

anexo B e D.

Figura 18: Foto Aérea da central de resíduos UTRESA

Page 65: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

65

4.2 PROPOSTA DE MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Com base nos atuais pontos críticos do empreendimento, será realizada uma adequação e

revisão do atual gerenciamento de resíduos, propondo a implementação de novas formas de

acondicionar, segregar, transportar e destinar os resíduos, com a intenção de reduzir a geração de

resíduos e minimizar o impacto ao meio ambiente.

A reformulação e melhoria do atual gerenciamento de resíduos têm como finalidade reduzir

a geração de resíduos e diminuir o custo com a destinação dos mesmos, para isso é necessário que

todo o quadro de pessoas do estabelecimento estejam cientes das suas responsabilidades e

conscientizado com as questões ambientais, desde o proprietário até o auxiliar mecânico, cada

funcionário deve estar a par de todo resíduo que é gerado em seu setor e qual a forma e local que

este será acondicionado.

Para que o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos exerça resultado positivo, será

necessário que o proprietário do estabelecimento ofereça suporte para o bom funcionamento do

plano, através de treinamentos aos funcionários, instalações favoráveis e adequadas a cada tipo de

resíduo, além de palestras de conscientização, responsabilidades e educação ambiental.

4.2.1 Segregação

A segregação interna de resíduos sólidos na fonte é de grande importância para o PGRS,

pois é a partir dela que é feita a separação e identificação de cada classe de resíduo, evitando a

mistura dos resíduos.

Todos os resíduos provenientes das atividades da oficina mecânica, escritório, e refeitório

deverão ser segregados de acordo com a RESOLUÇÃO 275/01 do CONAMA, na qual estabelece

código de cores para os diferentes tipos de resíduos, e a identificação dos coletores e

transportadores. A RESOLUÇÃON 275 expõe a seleção por cores como uma forma de facilitar a

visualização da segregação dos resíduos na fonte, podendo assim reduzir ao máximo a disposição

em aterros de matérias que podem ser reciclados.

Page 66: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

66

Os recipientes que serão utilizados na Lacchini Maquinas Pesadas, devem estar

diferenciados por cores de acordo com o que o CONAMA 275 regra, e identificação escrita, a

figura 19 ilustra como é feita essa identificação e qual é cor utilizada para cada tipo de resíduo.

Figura 19: Código de Cores CONAMA 275/01

A identificação dos recipientes para segregação dos resíduos no empreendimento ficou da

seguinte maneira:

AZUL: papel/papelão;

VERMELHO: plástico;

VERDE: vidro;

AMARELO: metal;

LARANJA: resíduos perigosos;

MARROM: resíduos orgânicos.

Page 67: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

67

4.2.2 Acondicionamento e Armazenamento Temporário

Para o acondicionamento temporário dos resíduos sólidos serão utilizados tambores

portáteis, cilíndricos, feitos de chapa metálica, com capacidade máxima de 250 litros (figura 17),

devidamente identificados e pintados com cores de acordo com a RESOLUÇÃO 275/01 do

CONAMA.

Os resíduos classe II – A, serão acondicionados em sacos plásticos dentro de um tambor de

plástico tampado e resistente, com coloração marrom e identificação de escrita Orgânico, os sacos

plásticos devem estar de acordo com a NBR 9191/02 que estabelece a resistência de sacos

plásticos para acondicionamento de resíduos, com isso para os resíduos Classe II – A, os sacos

devem ser da classe I - para acondicionamento de resíduos domiciliares e do tipo E, com 75 cm de

largura e 105 de altura, com capacidade para 100 litros, e resistência de 20 kg.

Resíduos de classe II –B serão divididos em três tambores metálicos com tampa de

fechamento, um deles será para acondicionamento de metais, outro para plástico, e o terceiro para

papel e papelão. O tambor no qual devem ser colocados os resíduos metálicos deve estar

identificado com a cor amarela, não tendo a necessidade de ser antes acondicionado em sacos

plásticos, o tambor que será segregado os papeis e papelão serão identificados por coloração azul,

sendo esse sim acondicionados em sacos plásticos com resistência de 18 kg e volume de 90 litros,

e características de acordo com a NBR 9191/02, o tambor que será acondicionado os resíduos

plásticos vão ser identificados pela cor vermelha, e acondicionados em saco plástico com

resistência de 20 kg, e capacidade de 100 litros. Nas áreas administrativa e de refeitório, os

resíduos plásticos devem ser acondicionados em lixeiras de 20 litros, e identificados apenas pela

escrita, e posteriormente enviado para o acondicionamento no tambor maior, isso deve ser

agregado para os demais resíduos classe II – B.

Quanto ao acondicionamento de resíduos classe I – perigosos, será efetuado da seguinte

maneira, todos os resíduos contaminados com óleo lubrificante usado como serragem, EPI’s,

estopas, e embalagens, devem ser acondicionados no tambor metálico de coloração laranja. Já o

óleo lubrificante usado será acondicionado no tambor de PEAD de cor laranja, pois este tipo de

material apresenta alta resistência a impactos e aos agentes químicos, evitando assim o risco de

ocorrer perfurações e eventuais intempéries que venham ocasionar vazamentos.

Page 68: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

68

É importante frisar que o tambor que ficara acondicionado o óleo lubrificante usado, deve

estar disposto sobre um carro pallet de contenção, com a capacidade de retenção adequada para o

recipiente do conteúdo de óleo.

As figuras 20 e 21, ilustram como é a forma dos tambores de acondicionamento e do pallet

de contenção:

Figura 20: Tambores de Acondicionamento

Figura 21: Carro Pallet

Page 69: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

69

Os locais de armazenamento temporário dos resíduos sólidos gerados no estabelecimento,

serão dividido em três áreas, a que abrange a maior quantidade de resíduos é a área da oficina

mecânica, onde será disposto os tambores metálicos como ilustra a figura 22. Na área do escritório

será o segundo ponto de acondicionamento temporário dos resíduos, onde os recipientes de

acondicionamento terão dimensões e volumes menores, já que a geração de resíduos é basicamente

de papel e plástico, sendo assim desnecessário a instalação de mais recipientes, a área da cozinha e

refeitório, ficara disposto o recipiente para resíduos orgânicos e secos, os pontos de

armazenamento temporário estão identificados no layout abaixo.

Figura 22: Layout do Armazenamento Temporário

Figura 23: Armazenamento temporário na área da oficina mecânica

Page 70: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

70

4.2.3 Coleta e transporte interno

A etapa de coleta necessita de grande atenção por parte do responsável pela limpeza e coleta desses

resíduos, é necessário treinamento específico sobre a importância da atuação destes na implantação e

manutenção do PGRS.

O recolhimento dos resíduos gerados na área da oficina mecânica deve ser efetuado sempre

que a capacidade do coletor estiver esgotada, como os resíduos gerados nessa área não são

putrescíveis, o tempo de coleta pode ser prolongado. Os resíduos gerados na cozinha e refeitório

serão coletados diariamente, ou sempre que forem gerados, pois é nesse local que são gerados os

resíduos orgânicos do empreendimento, por isso a coleta deve ser diária, o transporte destes

resíduos será feito em sacos plásticos pretos, o mesmo deve ser feito com os resíduos gerados na

área administrativa.

O transporte até o local de armazenamento externo será feito com ajuda de um carro

coletor, que irá facilitar o transporte, e prevenir acidentes por carregamentos indevidos, a figura 24

mostra como é o carro coletor que será utilizado. Os galões contendo óleo lubrificante usado, já

estarão dispostos em cima de um carro pallet, o que facilitara ainda mais o transporte até o local

desejado, o transporte deve ser efetuado pelo funcionário do estabelecimento que ficar responsável

por essa tarefa, com treinamento adequado e com uso de equipamento de proteção individual.

Figura 24: Carro Coletor

Page 71: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

71

4.2.4 Armazenamento externo

4.2.4.1 Resíduos Classe I – Perigosos

O local de armazenamento dos resíduos classe I, será no pátio de maquinas na parte externa

do empreendimento, o local de armazenagem deve estar de acordo com a ABNT, NBR 12235/92

que dispõe sobre o armazenamento de resíduos sólidos perigosos, essa instalação de

armazenamento deve ser operada e mantida de forma a minimizar a possibilidade de fogo,

explosão, derramamento ou vazamento de resíduos perigosos para o ar, água superficial ou solo, os

quais possam constituir ameaça à saúde humana ou ao meio ambiente.

Os resíduos contaminados como estopas, serragem, embalagens e demais componentes,

serão acondicionados em um contêiner fechado com coloração laranja com capacidade para 1000

litros, e o óleo lubrificante usado será acondicionado em um tanque horizontal de superfície, com a

mesma capacidade, figura 25. Somente as lâmpadas fluorescentes que são consideradas pela NBR

10004 como resíduos classe I, serão acondicionadas em caixas de papelão e armazenadas em local

distinto dos demais resíduos classe I. O local de armazenagem dos resíduos sólidos perigosos

deve estar de acordo com a NBR 12235, que estabelece que a área de armazenamento seja coberta,

bem ventilada, sobre base de concreto impermeabilizado, para evitar a lixiviação ou percolação de

substância para o solo e posteriormente para águas subterrâneas. A mesma NBR 12235 diz que o

local a ser utilizado para o armazenamento deste tipo de resíduos deve ser tal que: o perigo de

contaminação ambiental seja minimizado, que não prejudique ou incomode a população vizinha, e

que evite o máximo a alteração da ecologia da região, além de manter as distâncias indicadas pela

legislação ambiental vigente no que se refere a mananciais hídricos.

Figura 25: Contêiner e Tanque de Armazenamento de resíduos classe I

Page 72: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

72

De acordo com a NBR 12235 o local de armazenamento dos resíduos perigosos deve estar

chaveado evitando que pessoas estranham tenham acesso, deve conter placas de sinalização de

segurança que identifique a instalação e seus riscos, e estar provida de extintores de incêndio. O

local deve estar suprido de energia elétrica, que permita uma ação de emergência a noite, além de

possibilitar uso de equipamento como bombas e compressores, também deve existir no local de

armazenamento equipamentos ou sistemas de controle de poluição ambiental, em função das

características dos resíduos. Será efetuada a construção de uma bacia de contenção de líquidos

para o armazenamento dos resíduos perigosos da Lacchini Máquinas Pesadas, construída de

acordo com item 4.11.2 da NBR 12235.

Por fim deve ser efetuado um programa de atuação emergencial em caso de acidentes

envolvendo o local de armazenagem dos resíduos, devem ser tomadas medidas que minimizem ou

evitem possíveis efeitos danosos, contendo informações de possíveis incidentes e das ações a

serem tomadas, indicação da pessoa que deve atuar como coordenador e seu substituto, lista de

todo equipamento de segurança existente e sua localização e a descrição do tipo e capacidade

(ABNT, NBR 12235).

4.2.4.2 Resíduos Classe II – A e Classe II – B

O local no qual serão armazenados os resíduos inertes e não inertes, está localizado ao lado

do armazenamento dos resíduos perigosos, porém com separação adequada para não ocorrer a

mistura entre os resíduos e posterior contaminação. Para que não ocorra mistura entre os resíduos

classe I e II, será efetuada a construção de baias de separação.

A armazenagem dos resíduos classe II deve ser efetuada de acordo com a NBR 11174/90,

que diz que:

• O local para armazenamento de resíduos classes II deve ser de maneira que o risco de

contaminação ambiental seja minimizado;

• O local de armazenamento deve ser aprovado pelo Órgão Estadual de Controle Ambiental,

atendendo a legislação específica;

• Os resíduos devem ser armazenados de maneira a não possibilitar a alteração de sua

classificação e de forma que sejam minimizados os riscos de danos ambientais;

Page 73: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

73

• Os resíduos das classes II não devem ser armazenado juntamente com resíduos classe I, em

face de a possibilidade da mistura resultante ser caracterizada como resíduo perigoso;

• O armazenamento de resíduos classes II pode ser realizado em contêineres e/ou tambores;

• Om local deve conter isolamento, sinalização, acesso à área, medidas de controle de

poluição ambiental, treinamento de pessoal e segurança da instalação.

Com isso os resíduos classe II – A e classe II- B, serão armazenados em contêiner

devidamente identificados com as cores estabelecidas pelo CONAMA 275, com capacidade de

100 litros, metálico ou plástico, com dispositivo de fechamento. O local de armazenamento dever

ser coberto, com base de concreto impermeabilizado, com a identificação dos resíduos, e isolado

para evitar a entrada de pessoas estranhas. Assim como no local de armazenamento de resíduos

classe I, deve ser efetuado um plano de atuação emergencial em caso de acidentes, assim como o

treinamento dos funcionários que irão estabelecer o transporte e acondicionamento dos residuos.

4.2.4.3 Layout do Local de Armazenamento Externo

Figura 26: Vista Superior do Local de Armazenamento Externo

Page 74: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

74

Figura 27: Corte Frontal Armazenamento

Figura 28: Vista Frontal Área Armazenamento Externo

Page 75: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

75

4.2.3 Transporte

Os resíduos deverão ser coletados com frequência mensal, transportados por empresas

terceirizadas licenciadas e autorizadas para efetuar tal atividade em via terrestre, que seja provida

de equipamentos e veículos coletores adequados, além de possuir funcionários treinados e

capacitados, e não possuir pendencias com os órgãos ambientais.

A empresa responsável pela coleta do óleo lubrificante usado deve possuir cadastro na

ANP (Agência Nacional de Petróleo) para exercer atividades de coleta e transporte de óleo

lubrificante usado ou contaminado, operar com caminhões especiais, equipados com identificação

de autorização da ANP e sinalização especifica para atividade, figura 29 e 30, cumprir com as

prescrições gerais para o transporte de produtos perigosos de acordo com a PORTARIA Nº 204, de

1997, do Ministério do Transporte. O condutor do veiculo coletor deve possuir curso de transporte

de carga perigosa, e o veiculo estar provido da autorização de transporte da Agência Nacional de

Petróleo.

Figura 29: Caminhão de Coleta

Fonte: Guia de Gerenciamento de Óleos Lubrificantes

Page 76: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

76

Figura 30: Sinalização dos caminhões de coleta

O transporte dos resíduos sólidos Classe I – Perigosos deve ser efetuado por empresa que

esteja em conformidade pelo que é disposto no Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988, pelas

exigências prescritas na Portaria 204 do Ministério do Transporte, e pelas normas da ABNT NBR

13221. O veiculo que transportará os resíduos Classe I deve portar rótulos de identificação de

risco e painéis de segurança específicos, de acordo com as NBR-7500, e estar em boas condições

de uso sendo que todo o veiculo que adentrar nas dependências da Lacchini Máquinas Pesadas

deve ser vistoriado para que o mesmo não ponha em risco o acondicionamento e transporte dos

resíduos, assim como todo condutor além de possuir as habilitações previstas na legislação de

transito, deve estar treinado para esta finalidade e ter mãos a autorização de transporte, anexo D.

Quanto aos resíduos classe II – B que serão encaminhados para reciclagem, seu transporte

será efetuado por caminhão baú em boas condições de uso, constituído de equipamento hidráulico

de elevação, e sendo somente utilizado para recolher resíduos não perigosos. As empresas

contratadas para efetuar a coleta dos resíduos sólidos classe I – Perigosos, serão: WCA ambiental

com sede em Carazinho – RS; e a que efetuará a coleta do óleo lubrificante usado será a IPS de

Alvorada – RS.

Page 77: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

77

4.2.4 Disposição Final

A etapa de destinação final é de grande importância na logística de manejo dos resíduos,

uma vez que depois do gerenciamento adequado desses materiais no empreendimento, faz-se

necessário o sua disposição em locais que garantam a preservação do meio ambiente.

4.2.4.1 Óleo Lubrificante Usado

Como já foi frisado neste trabalho, o óleo lubrificante é um risco para o meio ambiente e

para a saúde publica se destinado de forma incorreta, podendo causar grandes prejuízos ao meio

ambiente, afetando pessoas, fauna e flora, porém esse resíduo é uma importante fonte de matéria

prima essencial, o óleo lubrificante básico.

O Guia de Gerenciamento de Óleos Lubrificantes, em conformidade com os órgãos

ambientais CONAMA e MMA, e reguladores da indústria de petróleo, citam que a melhor forma

de destino para esse resíduo perigoso é a coleta e o envio obrigatório para empresa de rer-refino,

no qual será efetuada a retirada dos contaminantes existentes no óleo usado recuperando a máxima

quantidade possível de óleo lubrificante básico.

Todo gerador deve entregar seu resíduo contaminado para um coletor autorizado pela ANP

- Agência Nacional de Petróleo e estar em conformidade com as obrigações do revendedor de

acordo com a RESOLUÇÃO 362/205 do CONAMA, uma delas é receber de todos os geradores o

óleo lubrificante que foi vendido no seu estabelecimento, além de divulgar em local visível ao

consumidor, no posto de venda, a destinação disciplinada, figura 31.

Page 78: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

78

Figura 31: Cartaz informativo que deve ser afixado nos pontos de venda.

Fonte: Guia Básico de Gerenciamento de Óleos Usados ou Contaminados

Com tudo, todo óleo lubrificante gerado na Lacchini será recolhido pela empresa IPS –

Indústria Petroquímica do Sul, que efetuara o tratamento desse resíduo através do processo de

rerrefino no qual o óleo lubrificante usado é descontaminado sendo resgatadas todas as

propriedades do óleo básico novamente, podendo ser reutilizado como matéria prima do processo

produtivo de óleo lubrificantes por inúmeras vezes de forma cíclica (Programa Jogue Limpo).

4.2.4.2 Resíduos Contaminados com Óleo Lubrificante

Os resíduos contaminados por óleo lubrificante são: panos e estopas, serragem, embalagens

e demais resíduos que estiveram em contato com óleo usado, que serão coletados pela empresa

WCA Ambiental.

Os resíduos contaminados por óleo lubrificante são considerados resíduos perigosos pela

NBR 10004, sendo assim a empresa WCA Ambiental, será a responsável por encaminhar esses

resíduos para a central de resíduos UTRESA, e dispostos em aterros sanitários de classe I.

Page 79: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

79

4.2.4.3 Resíduos Recicláveis

Os resíduos recicláveis gerados no empreendimento são compostos basicamente por papel,

papelão, metal e plástico, sendo esses encaminhados para central de reciclagem.

Os papeis e papelões gerados no estabelecimento serão doados a associação de catadores

do município, os metais que tem sua constituição formada por peças de ferro fundido, pedaços e

retalhos de alumínio e aço, será efetuada a venda para empresa recicladora de sucatas Luiz

Sanches com sede em Passo Fundo. Os resíduos plásticos também serão enviados para empresa

especializada em reciclagem de resíduos, evitando e reduzindo a sua disposição em aterros

sanitários.

Os únicos rejeitos que não são passiveis de reciclagem é o proveniente dos banheiros que

deverá ser encaminhado para o Aterro Sanitário para destinação final, esses serão coletados pela

prefeitura municipal.

4.2.4.4 Resíduos Orgânicos

A baixa quantidade do volume de resíduos orgânicos na Lacchini Maquinas Pesadas,

resíduos constituídos de resto de comida, pedaços de verduras e legumes, serão transformados em

adubo humificado através do processo de compostagem, figura 32.

Como a área externa do estabelecimento possui um grande espaço, será construída uma

pequena composteira de tijolos sem estar cimentados, em local sombreado. Esse processo de

compostagem ajudara a minimizar o impacto ambiental do empreendimento, demostrando que o

mesmo está preocupado com as questões ambientais.

Figura 32: Ciclo da Matéria Orgânica

Page 80: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

80

4.2.4.5 Resíduos Especiais

Os resíduos especiais compreendem as pilhas e baterias, pneus e lâmpadas fluorescentes,

esses devem ser dispostos de forma diferenciada dos demais resíduos gerados no estabelecimento.

As pilhas e baterias, não devem ser dispostos em aterros sanitários, conforme o Art. 8° da

Resolução CONAMA 257/99, que estabelece a obrigação dos processos de reutilização,

reciclagem, tratamento ou disposição final adequada para pilhas e baterias que contenham chumbo

e mercúrio em seus compostos. Com isso todo resíduos de pilha e bateria que for gerado na

Lacchini deverá ser acondicionada em garrafas plásticas, e entregues nos postos de coleta desses

resíduos.

Quanto às lâmpadas fluorescentes essas devem ser encaminhadas para empresas de

descontaminação e reciclagem de lâmpadas, o mesmo deve ocorrer com os cartuchos e tonners das

impressoras que serão devolvidos para o fabricante para remanufaturar. Os pneus serão

encaminhados para empresas que utilizem essa matéria para fazer pavimentação asfáltica ou

encaminhados para o fabricante.

4.2.4.6 Embalagens de Lubrificantes

As embalagens de lubrificante são feitas de material plástico, o Departamento de Meio

Ambiente / FIESP cita que as embalagens plásticas de lubrificantes são na maioria das vezes

composta pelo Polietileno de Alta Densidade mais conhecida como PEAD, que é a segunda resina

mais reciclada no mundo.

De acordo com dados fornecidos pelo DMA/FIESP aput. Sindiplast e Sindicom, a cada ano

são produzidas aproximadamente 305 milhões de embalagens de óleo lubrificante, sendo 10

milhões para baldes e bambonas plásticas, 15 milhões para galões de 3 a 5 litros, 200 milhões para

frascos plásticos de 1 litro e 80 milhões para frascos plásticos de meio litro. Em termos de massa a

quantidade chega a 25.100 toneladas/ano de embalagens plásticas usadas geradas no brasil.

Existem diversas formas de tratamento e disposição final para as embalagens plásticas

usadas que contenham óleo lubrificante usado ou contaminado. Entre os principais métodos

segundo FIESP: reciclagem, incineração para fins de recuperação energética, o co-processamento

e a disposição final em aterros classe I. Deve ser observado alguns fatores para a escolhas da forma

Page 81: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

81

de gerenciamento a ser adotados para a disposição final das embalagens plásticas, dependendo dos

fatores econômicos, ambientais e sociais do empreendimento.

As embalagens plásticas de óleo lubrificante do empreendimento são constituídas por

bombonas de 20 litros de PEAD, e com intuito de aplicar o melhor gerenciamento desse resíduo

com base nos aspectos citados acima a melhor e mais indicada forma de disposição das

embalagens usadas de óleo lubrificante da Lacchini Maquinas Pesadas foi à reciclagem. Essa

reciclagem é efetuada através do Programa Jogue Limpo, que institui na logística reversa de

embalagens de óleos lubrificantes, onde as mesmas retornam para o fabricante, onde o

empreendimento deve ser devidamente cadastrado, e posteriormente o caminhão coletor faz a

coleta e encaminha as embalagens para são levadas para cetros recicladores onde são trituradas e

reaproveitadas.

Figura 33: Embalagens Óleo Lubrificante 20 litros PEAD

Page 82: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

82

4.3 ESTRATÉGIA DE MINIMIZAÇÃO

As medidas de prevenção e redução da geração de resíduos na fonte, assim como a

reutilização de resíduos gerados no empreendimento são ferramentas de gestão ambiental que

devem ser observadas na estratégia de minimização e redução de impacto ao meio ambiente.

A Lacchini Máquinas Pesadas tem uma carga poluidora elevada devido a maior

porcentagem de geração dos resíduos serem classificados como perigosos, como forma de reduzir

o impacto ao meio todo óleo lubrificante usado é destinado para tratamento, o que não acontece

com a maioria dos estabelecimentos de oficina mecânica, apenas os resíduos sólidos contaminados

são enviados para aterros.

Uma das formas de diminuir o impacto gerado pelo óleo lubrificante usado é construção ou

instalação de uma caixa separadora de água e óleo na área aonde ocorre a troca de óleo e da

lavagem de maquinas, essa caixa nada mais é que um separador de água/óleo é um tanque simples

que reduz a velocidade do efluente oleoso, de forma a permitir que a gravidade separe o óleo da

água. O dimensionamento da caixa separadora deve ser efetuado de acordo com a vazão de óleo e

vazão de água, sendo instalada em nível mais baixo que o de escoamento dos fluidos com intuito

de evitar o recalque por bombas e consequentemente despesa com energia.

Figura 34: Caixa separadora água e óleo

Page 83: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

83

Com intuito de prevenir que o volume de resíduos como estopas contaminadas aumentem,

uma forma de minimização é a utilização de toalhas industriais, figura 35, que substituem o uso de

estopas e trapos de limpeza, estas toalhas funcionam como carregadores de resíduos que

posteriormente são retirados pelo processo de lavagem, ecologicamente correto, pelo uso desse

material a empresa diminui a preocupação com o descarte de panos e estopas contaminados, pois

as tolhas industriais são recicláveis e quando necessário incinerado após a higienização.

Figura 35: Tolhas Industriais

A redução na geração de serragem contaminada, que é gerada pela limpeza de

derramamento de óleos no piso da oficina pode ser reduzida com a conscientização dos

funcionários da empresa em evitar esse derramamento, ou mesmo criar mecanismos que evitem o

contado do óleo com a superfície do piso, como alguns funcionários já vem praticando, figura 26,

quando ocorre limpeza de peças que contenham óleo é colocado um recipiente plástico para evitar

o contato com o piso, e reduzindo o uso da serragem para absorção do fluido, essa pratica diminui

cerca de 40 % a geração de serragem contaminada no empreendimento.

Page 84: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

84

Figura 36: retenção do óleo lubrificante

As embalagens de PEAD de 20 litros de óleos lubrificantes, podem ser utilizada como

recipiente para acondicionamento das rebarbas de ferro gerado nos equipamentos de torno e

perfuração de peças, e também para a coleta do óleo que escorre das peças. Outra forma de

aperfeiçoar o processo de redução na geração de resíduos é o cadastro da empresa em um banco de

resíduos, para o estado do Rio Grande do Sul a Lacchini Maquinas Pesada deve ser cadastrada na

Bolsa de Recicláveis da FIERGS, um portal eletrônico de compra, troca e venda de resíduos, que

visa fortalecer e criar novas oportunidades para o setor de reciclagem.

No entanto o procedimento mais importante para a prática de redução da geração dos

resíduos é conscientização e comprometimento de todos os envolvidos na empresa, só assim o

PGRS será bem sucedido, e o meio ambiente menos afetado por aquela indústria.

Page 85: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

85

4.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Outro fator relevante para o sucesso na implantação do Plano de Gerenciamento é o

treinamento dos funcionários, é através desse treinamento que se consegue uma equipe de

funcionários conscientes e comprometidos, aumentando a certeza que os objetivos pretendidos

serão atingidos.

Esse treinamento deve ser efetuado por um gestor ambiental contratado pela empresa que

deve abordar temas relacionados à conscientização e sensibilização ambiental como:

• As formas de acondicionamento, armazenamento, transporte, coleta, tratamento, e

disposição final dos resíduos;

• As questões legais envolvendo os resíduos sólidos;

• Conhecimento e identificação das classes dos resíduos;

• Conhecimentos na gestão implantada no empreendimento;

• Conhecimentos sobre os veículos de coleta, e local de armazenamento;

• Consumo responsável de água e energia;

• Formas de minimização dos impactos associados as atividades da empresa;

• Importância na utilização de EPI’s (uniforme, luva, mascara, óculos de proteção, capacete);

• Metas ambientais que o empreendimento visa atingir;

• Noção sobre o ciclo de vida de cada resíduos;

• Plano de ação emergencial em caso de algum acidente;

• Potenciais riscos ocasionados por tipo de resíduos;

• Responsabilidades e tarefas dos envolvidos.

O treinamento deve ser efetuado para todos os colaboradores do empreendimento, desde

funcionário ao proprietário, para que haja uma implementação efetiva e com uma manutenção

pertinente. Todas as palestras efetuadas terão de ser certificadas, e posteriormente anexadas a

matriz de habilidade de cada funcionário, com ata lavrada ao final de cada treinamento, e passada a

lista de presença para confirmação da participação. Deve ser realizado um treinamento com carga

horaria de 10 horas, as quintas feiras 09h00min, sendo abordados todos os temas já descritos

anteriormente, o local de realização será na sala de reuniões da empresa.

Page 86: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

86

Ao termino do treinamento deve ser indicado uma pessoa responsável para manter o

pessoal atualizado e para realizar a fiscalização dos planos de ação que foram abordados no

treinamento. Essa pessoa será responsável por verificar não conformidades ambientais, manter

sempre os funcionários conscientizados sobre uso de EPI’s, acondicionamento de resíduos, etc.

Também deve ser realizada uma pequena reunião diária de meio ambiente, antes de o expediente

começar, aonde serão repassadas as metas de consumo de água, metas de redução de resíduos,

além de relembrar as regras de segurança se possível com exemplos de outros acontecimentos.

Tabela 11: Ementa do Treinamento

TREINAMENTO

CURSO EMENTA RESPONSÁVEL HORA DATA CARGA HORÁRIA

Resíduos Sólidos

Geração de resíduos e réus respectivos impactos ao meio ambiente; conceito,

classificação e tipologia dos resíduos gerados no

estabelecimento; legislação, normatizações e resoluções que dispõem sobre resíduos

sólidos a nível federal, estadual e municipal

Gestor Ambiental contratado

09:00 03/01/2013 4 horas

Gerenciamento de Resíduos

Sólidos

Plano de gerenciamento de resíduos: segregação, acondicionamento, armazenamento,

tratamento, disposição final, métodos de redução e

reciclagem.

Gestor Ambiental contratado

09:00 10/01/2013 2 horas

Impactos Ambientais

Riscos ambientais; contaminação e poluição do

solo e recursos hídricos; problemática dos resíduos

sólidos no Brasil; conscientização quanto aos

riscos ambientais.

Gestor Ambiental contratado

09:00 17/01/2013 2 horas

Page 87: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

87

Segurança do Trabalho

Identificação de atividades de risco; conscientização do

uso de EPI’s; formas de reduzir acidentes; programa

de atuação emergencial; controlar e avaliar

atividades de risco; atos inseguros.

Gestor Ambiental contratado

09:00 24/01/2013 2 horas

4.5 CONTROLE PARA AVALIAÇÃO DO PGRS

O controle do plano de gerenciamento de resíduos será efetuado através do preenchimento

de planilhas trimestrais, que têm como finalidade controlar e monitorar as ações efetuadas, através

de ações corretivas e definir novas metodologias para os objetivos não alcançados.

As planilhas utilizadas serão iguais às realizadas pela FEPAM para elaboração do

inventario nacional de resíduos sólidos industriais, como segue a seguir:

INFORMAÇÕES GERAIS DA INDÚSTRIA Período de Referência

Período de Referência

Início Término

I - RAZÃO SOCIAL DA INDÚSTRIA: ____/____ ____/____

II - ENDEREÇO DA UNIDADE INDUSTRIAL:

Logradouro/n.º

Bairro: CEP:

Município:

CGC/TE: CNPJ:

III - ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA:

Logradouro/n.º :

Bairro: CEP:

Município: Telefone para contato:

Contato técnico – Nome: Cargo:

Tabela 12: Planilhas de Controle Trimestral Resíduos Sólidos

Fonte: FEPAM 2002

Page 88: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

88

Correio Eletrônico:

1. Atividade principal da indústria: Código CNAE:

2. Período de produção:

Horas por dia: Dias por mês: Meses por ano:

3. Número total de funcionários nas seguintes áreas da indústria:

Produção: Administração: Outras áreas:

4. Área útil total: ________________ m²

5. Coordenadas Geográficas da unidade industrial:

RESPONSÁVEL PELA EMPRESA: Nome: Cargo: Declaro, sob as penas da Lei, a veracidade das info rmações prestadas no presente formulário.

Em ____/____/______

Assinatura: _____________________________

INFORMAÇÕES SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NO PERÍODO DE REFERÊNCIA

Indique a quantidade ANUAL atual de resíduos sól idos gerados pela indústria no período de referênci a,

conforme as instruções.

Código do Descrição do Resíduo Quantidade Estado

Resíduo (t/ano) Físico

Relacione qual a forma de armazenamento e o trat amento, destino ou forma de

Page 89: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

89

reutilização/reaproveitamento dos resíduos gerados pela indústria, bem como as quantidades destinadas, em toneladas/ano. Código do Código do Código do

Descrição do Destino Quantidade

Resíduo Armazena Tratamento ou Destinada em

mento Destino t/ano

Indique os códigos dos resíduos gerados e do tratam ento ou destino utilizado e descreva a razão social e endereço do destino.

Código Código do

Razão Social ou Nome do Endereço do Destino

do Tratamento

Destino Logradouro/Nº Município Estado

Resíduo ou Destino

Page 90: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

5. CONCLUSÃO

Ao término do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais, pode se

concluir que:

• Com a implantação do PGRS a Lacchini Máquinas Pesadas não só deve

atender a todas as exigências legais referentes a resíduos sólidos, assim

como reduzira suas despesas financeiras com passivos ambientais e

destinação de resíduos;

• O controle e redução da geração de resíduos Classe I – Perigosos,

reduzira em quantidade relevante o impacto do empreendimento ao meio

ambiente;

• O uso da ferramenta de gerenciamento de resíduos sólidos de forma

correta na Lacchini Maquinas Pesadas acarretara na redução da geração

de resíduos recicláveis, agregando valor ao mesmo, ajudando a indústria

de reciclagem e associações de catadores para seu faturamento além de

proporcionar a geração de novos empregos;

• A reciclagem dos resíduos classe II – B como plástico, papel e papelão,

metal ferroso, ajuda no beneficiamento econômico de diversas famílias

que tem seu sustento exclusivamente dos resíduos recicláveis;

• As empresas que trabalham no ramo mecânico necessitam de uma forma

adequada de gerenciar seus resíduos, principalmente na segregação na

fonte de seus resíduos e no seu armazenamento;

• O gerenciamento de resíduos sólidos é uma ferramenta fundamental para

se obter o desenvolvimento econômico sustentável, prevenindo a geração

de resíduos e contribuídos para redução de custos e desperdícios;

• A implantação do PGRS não necessitada de grandes investimentos

financeiros para seu funcionamento, o que ol torna uma ferramenta de

gestão ambiental que alia econômica e eficiência;

• O objetivo principal do trabalho realizado foi alcançado uma vez que

técnicas de gerenciamento de resíduos formam apresentadas e deverão

ser devidamente monitoradas;

Page 91: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

91

• O PGRS deve continuar disseminando suas metodologias e

implementando novos programas, gerando novos dados e argumentos

para que a empresa se torne diferencial das demais;

• Pequenos investimentos se bem aplicados podem trazer resultados

positivos para o empreendimento em um prazo de tempo relativamente

pequeno;

• O manejo adequado dos resíduos propicia um ambiente de trabalho mais

limpo, organizado, e com maior segurança;

Contudo, não só as técnicas do plano de manejo de resíduos proposto foram

importantes, mas também a conscientização e preocupação do empreendimento com

aquisição de novas tecnologias e materiais para a melhoria do ambiente de trabalho e

segurança dos funcionários, assim como com a preservação do meio ambiente.

Page 92: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

92

APÊNDICE A

O quadro do apêndice A apresenta as estratégias de gerenciamento propostas

para os resíduos sólidos classe II A - não inertes II B – inertes e I – Perigosos, gerados

no processo de funcionamento do estabelecimento.

Page 93: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

Resíduo Qtd.

Estratégia de Gerenciamento

Seg

rega

ção

Aco

ndic

iona

men

to

Col

eta

e tr

ansp

orte

in

tern

o e

Arm

azen

amen

to

tem

porá

rio

Arm

azen

amen

to

exte

rno

Col

eta

e tr

ansp

orte

ex

tern

o

Est

raté

gias

de

min

imiz

ação

Tra

tam

ento

Dis

posi

ção

final

Óleo Vegetal 1

litro/mês Orgânico Garrafas PET

Coleta Mensal Armazenamento em

Armário - - - -

Aterro Classe II

A

Papel Higiênico

15 kg/mês

Rejeito

Lixeira basculante

Sacola comum

Coleta diária Armazenamento em

Lixeiras Lixeira Prefeitura - -

Aterro Classe II

A

Restos de frutas e comidas

22,6 kg/mês

Orgânico Lixeira

basculante Coleta diária

Armazenamento em - - Composteira Compostagem -

Vidros 12,5

kg/mês Reciclável

Tambor Verde

Coleta diária Armazenamento em

Tambor

Contêiner Verde

Empresa Recicladora

Prevenção, Redução, Reuso,

Reciclagem

- -

Plásticos/Geral 13,8

kg/mês Reciclável

Tambor Vermelho

Coleta diária Armazenamento

Tambor

Contêiner Vermelho

Empresa de Reciclagem

Prevenção, Redução

Reciclagem - -

Page 94: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

94

Papel, Papelão 14,8

kg/mês Reciclável Tambor Azul

Coleta diária Armazenamento

Tambor

Contêiner Azul

Empresa de Reciclagem

Prevenção Redução

Reciclagem - -

Metal 39,2

kg/mês Reciclável

Tambor Amarelo

Coleta diária Armazenamento

Tambor

Contêiner Amarelo

Empresa de reciclagem

“ferro velho”

Prevenção Redução

Reciclagem - -

Embalagens de óleo

lubrificante 8,6 und Perigoso

Sacos Plásticos

Coleta Diária Baia

Resíduos Perigosos

Coletado Programa

Jogue Limpo - Reciclagem

Borracha 9,7

kg/mês Classe II -

B Sacos

Plásticos Coleta Diária Tambor

Coletado pela empresa

WCA Ambiental

Redução Reuso

- Aterro

Classe II

Óleo Lubrificante

Usado

145 L/mês

Perigoso Tambor Laranja

Coleta Diária Tambor

Tanque OLUC

Coletado pela empresa

IPS -

Tratamento-Rerrefino

-

Panos e Estopas

Contaminadas

116 Kg/mês

Perigoso Tambor Laranja

Coleta Diária Tambor

Contêiner Laranja

Coletado pela empresa

WCA ambiental

Utilização de Toalhas

Industriais -

Central de resíduos

UTRESAAterro

Classe - I

Serragem Contaminada

96 Kg/mês

Perigoso Tambor Laranja

Coleta Diária Tambor

Contêiner Laranja

Coletado pela WCA Ambiental

Redução, Prevenção

- UTRESA

Aterro Classe - I

Pneu 2 und /

mês Especial - - -

Coletado pela

indústria de recapagem

- Reaproveitame

nto -

Lâmpada 2,5

und/mês Especial

Envoltas em Papelão

Armazenamento em caixas

Baia de Resíduos

Veículos da empresa

Devolução ao Fabricante

Tratamento -

Page 95: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

95

perigosos

Pilhas e Baterias

1,5 unidades

/mês Especial

Frascos Plásticos

Armazenamento em Caixas

Baia de RS

Perigosos

Veículos da empresa

Reciclagem externa

Devolução Fabricante

- -

Page 96: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 9.191 – Especificação de sacos plásticos para acondicionamento de lixo. Rio de Janeiro, 2001. ______. NBR 10.004 – Resíduos Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 2004. ______. NBR 10007: Amostragem de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro, 2004. ______. NBR 11174: Armazenamento de resíduos classe II - não inertes e III - inertes – procedimento. Rio de Janeiro, 1990. ______. NBR 12235: Armazenamento de resíduos sólidos perigosos - procedimento. Rio de Janeiro, 1992. ______. NBR 13221: Transporte terrestre de resíduos. Rio de Janeiro, 2003. BRASIL, MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução nº 257, de 30 de junho de 1999: Estabelece a obrigatoriedade de procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequada para pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos. Diário Oficial da União, de 22 de julho de 1999.

_______. Resolução 258 de 26 de agosto de 1999: Coleta e destinação final adequada aos pneus inservíveis. Diário Oficial da União Publicada n° 230, de 2 de dezembro de 1999.

_______. Resolução nº 275, de 25 de abril de 2001. Dispõe sobre o estabelecimento do código de cores para diferentes tipos de resíduos, a ser adotados na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. Brasília: Diário Oficial da União, edição de 19 de junho de 2001.

_______. Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002: Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.. Diário Oficial da União, Seção n° 136, páginas 95-96, julho de 2002.

_______. Resolução nº 313, de 29de outubro de 2002. Dispõe sobre o inventário nacional de resíduos sólidos industriais. Brasília: Diário Oficial da União, edição de 22 de novembro de 2002. _______. Resolução nº 358, de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, seção 1, páginas 63-65, edição de 4 de maio de 2005.

Page 97: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

97

_______. Resolução nº 362, de 23 de junho de 2005: Dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado. Diário Oficial da União, Seção 01, páginas 128, 129 e 130, edição 121, junho de 2005.

_______. Resolução nº 416, de 30 de setembro de 2009: Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências. Diário Oficial da União, páginas 64-65, outubro de 2009.

BRASIL. Lei n° 12.305, de 2 de agosto de 2010: Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n° 9.605, de fevereiro de 1998, e dá outras providências. ______. Decreto Federal nº 6.514, de 22 de julho de 2008: Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências. CARAZINHO. Lei Municipal N.º 6.652, De 06 De Novembro De 2007. Estabelece a Legislação e regulamenta o licenciamento ambiental no Município de Carazinho com suas respectivas sanções e dá outras providências. CASTRO, M.C.A.A, et al. Gestão E Gerenciamento De Resíduos Sólidos. São Carlos, Outubro. 2002. CUNHA, C.O.M; OLIVEIRA, J.M. Gerenciamento De Resíduos Em Oficinas Automotivas. Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI/CNTL. 2007. DUTRA, V.T. Gestão de Resíduos Sólidos em Oficinas Mecânicas. Simpósio Sindirepa RS. Abril, 2012. Guia Básico de Gerenciamento de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados. Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte – APROMAC. Instruções Para Separação do Lixo Orgânico. Grupo de Gestão Ambiental – GESTO, Brasilia. Disponível em: <http://gesto.prdf.mpf.gov.br/legislacao-e-outros-documentos/o_que_e_lixo_organico_e_inorganico.pdf>. Acesso em 24 de setembro, 2012. Inventário Nacional De Resíduos Sólidos Industriais Etapa Rio Grande do Sul. Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM, 2002. KRAEMER, M.E.P. Como Quantificar e Contabilizar os Resíduos Industriais. Contabilidade e Informação, Ijuí, n° 24, p. 31-40, Jan/Jun. 2006. LOPES, G.V; KEMERICH, D.C. Resíduos de Oficina Mecânica: Proposta de Gerenciamento. Disc. Scientia. Série: Ciências Naturais e Tecnológicas, S. Maria, v. 8, n. 1, p. 81-94, 2007. MARTINS, K. P; MORAIS. J. A. Jr. Gestão de resíduos sólidos de oficinas mecânicas de João Pessoa - PB . Trabalho apresentado no, 2º Seminário da Região Nordeste sobre

Page 98: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

98

Resíduos Sólidos. Disponível em: <http://www.redisa.uji.es/artSim2010/Gestao/Gest%C3% A3o%20 de%20res%C3%ADduos%20s%C3%B3lidos%20de%20oficinas%20mec%C3%A2nicas%20de%20Jo%C3%A3o%20Pessoa.pdf >. Acesso em: 29 jul. 2012. MONTEIRO, J.H.P. et al. Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: Governo Federal, Instituto Brasileiro de Administração Municipal IBAM, 2001. PEREIRA, J.A.R. Geração De Resíduos Industriais E Controle Ambiental. Disponível em: <http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivo/secex/sti/indbrasopodesafios/saber/josealmirfinal.pdf>. Acesso em: 10 set. 2012. PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS CEASA-CURITIBA . Salute Ambiental, Paraná, 2010. Reciclagem De Embalagens Plásticas Usadas Contendo Óleo Lubrificante. Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. São Paulo. FIESP, 2007. REIS. F.B. Gestão Ambiental em Oficinas Mecânicas: O Descarte de Óleo Lubrificante – ES. Dissertação (Pós - graduação em Gestão Ambiental), Faculdades Integradas de Jacarepaguá, Vila Velha, 2009. RODRIGUEZ, M.T.R; FRANKENBER, C.L.C. Gerenciamento de Resíduos e Certificação Ambiental. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000. SOUZA, G.C. Caracterização Quantitativa E Qualitativa Dos Resíduos Sólido Domiciliares: O Método De Quarteamento Na Definição Da Composição Gravimétrica Em Cocal Do Sul-Sc. 3° Seminário Regional Sul de Resíduos Sólidos, Caxias do Sul, ago. 2009. TOCCHETTO, M.R.L. Gerenciamento De Resíduos Sólidos Industriais. Tese, Curso de Química Industrial, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2005.

Page 99: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

99

ANEXOS

A- Certificado de coleta de óleo usado IPS

B- Certificado de coleta de Resíduos Sólidos Industriais WCA Ambiental

C- LO do Empreendimento

D- Manifesto para transporte de resíduos ULTRESA

E- Licença de Transporte das Empresas Terceirizadas

Page 100: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

100

Anexo A

Certificado de Coleta de Óleo Usado, IPS

Page 101: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

101

Anexo B

Certificado de coleta de Resíduos Sólidos Industriais WCA Ambiental

Page 102: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

102

Anexo C

LO do Empreendimento

Page 103: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

103

Page 104: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

104

Anexo D

Manifesto para transporte de resíduos UTRESA

Page 105: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

105

Page 106: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/JEAN ZENON LACOURT.pdf · 1 universidade de passo fundo faculdade de engenharia e arquitetura

106

Anexo E

Licença de Transporte das Empresas Terceirizadas