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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Francine Naiara Balbinot DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA O MUNICÍPIO DE MARAU-RS. Passo Fundo, 2014

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Francine Naiara Balbinot

DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE UM PLANO

DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

PARA O MUNICÍPIO DE MARAU-RS.

Passo Fundo, 2014

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Francine Naiara Balbinot

DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE UM PLANO

DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

PARA O MUNICÍPIO DE MARAU/RS

Trabalho de conclusão de curso apresentado

ao curso de Engenharia Ambiental, como

parte dos requisitos exigidos para obtenção

do título de Engenheiro Ambiental.

Orientador: Prof. Mauri Federizzi, Mestre.

Passo Fundo, 2014.

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Francine Naiara Balbinot

DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE

GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA O

MUNICÍPIO DE MARAU/RS

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de

Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e

Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:

Passo Fundo, 11 de junho de 2014.

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RESUMO

O crescimento populacional acelerado e o rápido adensamento das cidades de médio e grande

porte têm provocado inúmeros problemas para a destinação do grande volume de resíduos

sólidos domiciliares e comerciais, de construção civil, resíduos de saúde e os resíduos sujeitos

a logística reversa. O município abordado se localiza na região do noroeste do Rio Grande do

Sul e segundo o último Censo do IBGE (2013) conta com uma população de 39.182

habitantes. No presente estudo foram elaboradas diretrizes para elaboração de um Plano de

Gestão Integrada para o município de Marau, estruturado de acordo com o conteúdo mínimo

proposto pela Lei 12.305/2010 – Politica Nacional de Resíduos Sólidos. Foi realizado um

diagnóstico da situação atual, cenários e prognósticos da situação, objetivos e metas em um

horizonte de tempo, para adequação do sistema de gerenciamento integrado de resíduos

sólidos do município, incluindo propostas de programas e ações para alcançar os objetivos e

metas e meios de controle e fiscalização da operacionalização do plano. São apresentados

nesse estudo também providencias para situações de contingência e emergência referentes ao

sistema de gerenciamento dos resíduos sólidos. Foi realizada uma análise econômica de

algumas alternativas referente às propostas de implantação para o município. Por fim sugere a

revisão periódica do plano bem como prevê a política nacional dos resíduos sólidos.

A implantação desse estudo agrega importância ao plano de gerenciamento dos resíduos

sólidos do município, uma vez que os dados coletados são recentes, e o último ano foi de

bastantes mudanças no gerenciamento de resíduos sólidos urbanos para o município. O plano

de gerenciamento oferece a comunidade de Marau uma melhor qualidade de vida, sugerindo

formas de melhoria para a gestão municipal.

Palavras Chaves: Politica Nacional dos Resíduos Sólidos. Resíduos Sólidos. Gestão Integrada

de Resíduos Sólidos.

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“Enfrente aquilo que parece ser devastador e você ficará

surpreso com como o seu medo irá derreter”

- Dale Carnegie

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar força interior para superar todas as dificuldades, por me guiar nas minhas

escolhas e me proporcionar tantas oportunidades.

A Marilei, minha mãe por me ensinar os verdadeiros princípios e valores humanos, e acreditar

incondicionalmente em mim.

Ao Ari, meu pai, por contribuir e estar ao meu lado em todas as dificuldades, por me

incentivar ao estudo, e por ser meu exemplo de superação e conquista.

Aos meus irmãos Andressa e Júlio, por estarem sempre ao meu lado, pela paciência e

compreensão que sempre tiveram vocês são meus melhores amigos.

As minhas amigas Elis e Verônica, obrigada por todo apoio e cumplicidade desde sempre.

Ao Guilherme Arboit, por me aconselhar, por me acalmar nos momentos de desespero, pela

paciência e carinho dedicado.

À minha amiga Vanessa Lazarotto, por todas as orações e conselhos.

Aos professores Msc. Marcelo Hemkemeier e Msc. Eduardo Pavan Korf por toda

contribuição e confiança na minha vida acadêmica, vocês são grandes professores, sou

eternamente grata por tudo.

Ao Rudimar Vedana, sócio da empresa Eco Verde, pela atenção e pelo interesse em contribuir

significativamente para esse trabalho.

Ao Fernando Wons, licenciador do município de Marau, obrigada pelo interesse nesse

trabalho, e por dedicar tempo e paciência para responder a todas as perguntas.

Obrigada a todos, sem vocês nada disso seria possível, vocês contribuíram para a conclusão

desse trabalho, obrigada por todos os conselhos, sugestões e criticas.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Estrutura do Trabalho 33 Figura 2: Princípios do Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos 33 Figura 3: Localização do Município 38 Figura 4:Localização do Município no cenário estadual e divisões municipais. 39 Figura 5: Classificação de solos do Rio Grande do Sul. 41

Figura 6: Média da precipitação pluviométrica na região de Passo Fundo de julho de 2005 a

junho 2006. 42 Figura 7: Climatologia de Marau-RS. 42 Figura 8: Divisão das Bacias Hidrográficas do estado do Rio Grande do Sul. 43 Figura 9: Classificação da Vegetação do Rio Grande do Sul. 46

Figura 10: Vegetação do Município de Marau. 47 Figura 11: Receitas e Despesas do Município de Marau. 49 Figura 12: Gráfico da Evolução Populacional de Marau. 50

Figura 13: Gráfico População Urbana e Rural de Marau-RS. 51 Figura 14: Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade. 51 Figura 15: Taxa de Rendimento por Etapa Escolar. 52 Figura 16: Caminhão Compactador 59

Figura 17:Caminhão Compactador e Container. 59 Figura 18: Container na área central de Marau 60

Figura 19: Recipientes da Av. Júlio Borela 61 Figura 20: Recipientes para disposição de resíduos nas vias públicas 61 Figura 21: Resíduos depositados nas vias públicas 62

Figura 22: Recipiente instalado pelos moradores dessa rua. 62

Figura 23: Folders Coleta Seletiva. 64 Figura 24: Aterro Sanitário Planeta Reciclagem 66 Figura 25: Aterro Sanitário Planeta Reciclagem 66

Figura 26:Caminhão de coleta seletiva na balança 67 Figura 27:Caminhão descarregando os resíduos 68

Figura 28: Esteira para separação dos materiais recicláveis 69 Figura 29: Separação dos Materiais coletados na esteira 70

Figura 30: Armazenamento de Sacolas Plásticas 71 Figura 31: Rejeitos armazenados antes da disposição final no aterro 71 Figura 32: Caminhão com Resíduos da Coleta Lixo Orgânico 72 Figura 34: Célula de Disposição Final dos Resíduos 75 Figura 35: Célula de Disposição Final dos Resíduos 75

Figura 36: Tratamento Efluentes do Aterro 76

Figura 37: Acondicionamento do Óleo de Cozinha. 77

Figura 38: Funcionário da ServiPlan 78 Figura 39: Móveis no Loteamento Frei Adelar. 79 Figura 40: Resíduos de Poda em via pública. 79 Figura 41: Acondicionamento dos Resíduos Eletrônicos. 81 Figura 42: Resíduo Eletrônico de uma Residência no Município 82

Figura 43: Acondicionamento de Lâmpadas. 83 Figura 44: Resíduos em via pública 94 Figura 45: Container para armazenamento temporário dos RCC 95 Figura 46: Resíduos de Reforma de uma residência 95 Figura 47: Disposição final dos RCC 96

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Figura 49: Localização área para disposição dos RCC 108 Figura 50: Área Irregular de Destinação de RCC. 108

Figura 51: Resíduos depositados na perimetral do município. 109

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Comitês das Bacias Hidrográficas do Município. .................................................... 44 Tabela 2: Estabelecimentos de Saúde Instalados no Município ............................................... 53 Tabela 3: Número de Internações, Valores Cobrados, Número de Óbitos............................... 54 Tabela 4: Proporção de Moradores e Instalações Sanitária ...................................................... 54 Tabela 5: Proporção de Moradores e o Destino dos Resíduos ................................................. 55

Tabela 6: Geração per capita de resíduos. ................................................................................ 56 Tabela 7: Composição Gravimétrica dos Resíduos Coletados em Marau................................ 57 Tabela 8: Quantidade de Material Reciclado no Aterro ........................................................... 72 Tabela 9: Valores dos Materiais Reciclados ............................................................................ 73 Tabela 10:Estabelecimentos Privados e sua Geração de Resíduos .......................................... 91

Tabela 11: Estimativa de Crescimento Populacional ............................................................... 99 Tabela 12: Projeção da geração diária, mensal e anual de resíduos sólidos domiciliares. ..... 103 Tabela 13: Projeção de Resíduos Domiciliares através dos cenários propostos. ................... 104

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Cronograma da Coleta Domiciliar. ......................................................................... 58 Quadro 2: Classificação dos Resíduos de Serviços da Saúde .................................................. 87 Quadro 3: Estabelecimentos de Saúde em Marau-RS. ............................................................. 88 Quadro 4: Classificação dos Resíduos de Construção Civil .................................................... 92 Quadro 5: Cenários Tendencial, Realista e Ideal. .................................................................. 102

Quadro 6: Objetivos e Metas Resíduos Domiciliares e Comerciais ....................................... 111 Quadro 7: Objetivos e Metas para Coleta Seletiva. ................................................................ 112 Quadro 8: Objetivos e Metas dos Resíduos de Limpeza Urbana ........................................... 113 Quadro 9: Objetivos e Metas dos Resíduos de Construção Civil ........................................... 113 Quadro 10: Objetivos e Metas dos Resíduos Sólidos de Saúde. ............................................ 114

Quadro 11: Objetivos e Metas dos Resíduos Industriais. ....................................................... 115 Quadro 12: Objetivos e Metas dos Resíduos Especiais. ......................................................... 116 Quadro 13: Informações Legais dos Resíduos de Logística Reversa. .................................... 123

Quadro 14: Ações de Emergência e Contigência ................................................................... 126 Quadro 15: Atribuições das Unidades Envolvidas ................................................................. 127 Quadro 16: Indicadores e parâmetros de avaliação ................................................................ 129 Quadro 17: Alternativas avaliadas para os RDC. ................................................................... 131

Quadro 18: Despesas para alternativa 1. ................................................................................ 132 Quadro 19: Despesas para alternativa 2. ................................................................................ 133

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1: Calculo da projeção populacional .......................................................................... 36 Equação 2: Produção Diária de Resíduos em toneladas/dias ................................................. 103 Equação 3: Produção Mensal de Resíduos em toneladas/mês ............................................... 103 Equação 4: Produção Anual de Resíduos em toneladas/ano .................................................. 103

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SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................................... 0 AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. 0 LISTA DE ILUSTRAÇÕES .................................................................................................... 0 LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. 0 LISTA DE QUADROS............................................................................................................. 0

LISTA DE EQUAÇÕES .......................................................................................................... 1 SUMÁRIO ................................................................................................................................. 0 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14

1.1 Objetivos .................................................................................................................... 15 1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 15

1.1.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 16

2. DESENVOLVIMENTO.............................................................................................. 17 2.1 Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 17

2.1.1 Geração de Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil ............................................... 17 2.1.2 Resíduos Sólidos ................................................................................................ 18 2.1.3 Caracterização de Resíduos Sólidos Urbanos .................................................... 20 2.1.4 Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos e seus Prejuízos à Saúde Pública ............ 21

2.1.5 Politica Nacional dos Resíduos Sólidos ............................................................. 22 2.1.6 Métodos para a redução dos Resíduos Sólidos ................................................... 23

2.1.7 Destinação final dos RSU ................................................................................... 26 2.1.8 Base Legal .......................................................................................................... 30

2.2 Materiais e Métodos ................................................................................................... 32

2.2.1 Estrutura do Trabalho ......................................................................................... 32

2.2.2 Definição do Local de Estudo e Escopo do Trabalho ........................................ 34 2.2.3 Diagnóstico do Sistema Atual de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos ........... 34 2.2.4 Cenários e Prognóstico ....................................................................................... 35

2.2.5 Objetivos e Metas ............................................................................................... 36 2.2.6 Planos de Ação ................................................................................................... 36

2.2.7 Controle e Fiscalização ....................................................................................... 37 2.3 Resultados e Discussões ............................................................................................ 37

2.3.1 Caracterização do Município .............................................................................. 37 2.3.2 Diagnóstico dos Resíduos Sólidos em Marau-RS .............................................. 55 2.3.3 Resíduos domiciliares e comerciais .................................................................... 55 2.3.4 Avaliação do Diagnóstico ................................................................................... 97 2.3.5 Prognóstico ......................................................................................................... 98

2.3.6 Proposições ....................................................................................................... 106

2.3.7 Seleção de Área para Aterro Sanitário ............................................................. 109

2.3.8 Objetivos e Metas Aplicadas ao PGIRS ........................................................... 111 2.3.9 Monitoramento e Revisão do Plano ................................................................. 130 2.3.10 Estimativa Econômica da Implantação do Plano ............................................. 131

3. CONCLUSÃO............................................................................................................ 135 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 137

APÊNDICE A ....................................................................................................................... 143 ANEXO A .............................................................................................................................. 147 ANEXO B .............................................................................................................................. 148 ANEXO C .............................................................................................................................. 149 ANEXO D .............................................................................................................................. 150

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ANEXO E .............................................................................................................................. 151

ANEXO F .............................................................................................................................. 152 ANEXO E .............................................................................................................................. 153

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1. INTRODUÇÃO

Vive-se num mundo de profundas e rápidas transformações, e ao meio ambiente não é

diferente, novos tempos nos quais as pessoas estão confrontadas com uma situação

completamente nova, que exige rápidas respostas e um novo paradigma.

A população mundial supera os seis bilhões de pessoas. O Brasil está com uma

população em torno de 174 milhões de habitantes, onde a questão dos Resíduos Sólidos

Urbanos (RSU) é preocupante, cerca de 240 mil toneladas de RSU são produzidas

diariamente, conforme Instituto de Pesquisa Tecnológica, (IPT, 2006).

Por muito tempo, a única solução que se dava aos resíduos era a disposição em áreas

chamadas de lixões. Segundo Ferreira (2003), o depósito de resíduos sólidos a céu aberto ou

lixão é uma forma de deposição desordenada sem compactação ou cobertura dos resíduos, o

que propicia a poluição do solo, ar e água, bem como a proliferação de vetores de doenças.

Ao longo de décadas de esforços, no sentido de promover as mudanças de

comportamento necessárias ao equilíbrio da relação homem versus meio ambiente, surgiu um

novo conceito para a disposição dos resíduos, o aterro sanitário. (LIMA, 2005)

Segundo Silva (2011), os aterros sanitários configuram-se, como uma maneira correta

e segura de disposição final do lixo, porém mesmo com toda essa tecnologia já conhecida,

ainda assim, segundo a pesquisa Nacional de Saneamento Básico (2008), revela que, no país,

50,8% dos municípios ainda utilizam lixões, 22,5% utilizam aterros controlados e 27,5%

aterros sanitários. (IBGE, 2010).

Tal alternativa é consequência da falta de prioridade para o lixo urbano, falta de

qualificação e visão de mercado e também pelo fato da coleta seletiva ser cara e ineficiente se

não gerenciada corretamente.

Nesse sentido, percebe-se que o problema dos resíduos sólidos nos municípios

brasileiros é de difícil solução, sendo que a maior parte das cidades apresenta um serviço de

coleta considerado insatisfatório, que não prevê a segregação dos resíduos na fonte, (IBGE,

2006).

A ideia de gestão e coleta seletiva requer que a segregação seja feita na etapa anterior

ao processo de coleta e destinação, ou seja, feita nas próprias residências através de

conscientização e educação ambiental e mais que isso, seja introduzida à ideia de consumo

consciente e consequentemente menor geração.

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Com a aprovação da Lei 12.305/2010 a qual institui a Política Nacional de Resíduos

Sólidos, os municípios da União deverão elaborar o Plano Municipal de Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos (PMGIRS), sendo um requisito obrigatório aos municípios para acessarem

recursos federais destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e

manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de

entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade (BRASIL, 2010). Este prazo já

acabou, porém, a iniciativa municipal de realizar e implantar um plano de gerenciamento de

seus resíduos sólidos é necessária e deve ser feita independentemente destes recursos, como

ferramenta de desenvolvimento sustentável.

O município de Marau teve grandes mudanças no gerenciamento dos resíduos sólidos

urbanos desde o ano 2012 quando foi elaborado o plano de gerenciamento dos resíduos

sólidos do município. Na época a empresa de coleta dos materiais era a Via Norte de Passo

Fundo, e a destinação dos resíduos era feita no Aterro Nova Era. Na metade de 2013 a

FEPAM interditou o aterro e foram suspensas as atividades de operação. A empresa de coleta

também foi cancelada suas atividades com o município.

Por conta disso, este trabalho busca saber qual a situação atual de gerenciamento dos

resíduos sólidos no Município de Marau-RS e de que forma um plano de gestão integrada de

resíduos sólidos acrescentará na adequação municipal à gestão dos mesmos frente às

eventuais problemáticas encontradas no presente e no futuro.

Para tanto, se faz necessário à implantação de um Plano de Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos pelas Prefeituras, pois acrescenta investimentos aos resíduos sólidos e

aumenta a fiscalização da qualidade dos serviços municipais e de cooperativas de catadores

responsáveis pela coleta seletiva. Em paralelo com o plano, a criação de campanhas

educativas de mobilização da população em geral, tem como resultado um impacto positivo

na gestão integrada de resíduos sólidos municipais e facilidade na implantação de políticas

inovadoras.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

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O objetivo geral deste trabalho é elaborar diretrizes para o desenvolvimento de um

Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para o Município de Marau-RS, destinado a

área de gerenciamento dos resíduos sólidos gerados.

1.1.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos deste trabalho estão definidos a seguir:

Realizar diagnóstico do sistema atual de gerenciamento de Resíduos Sólidos no

Município;

Realizar uma projeção dos cenários e prognósticos futuros;

Propor metas e ações para adequação do sistema de gerenciamento integrado de

resíduos sólidos do município;

Definir instrumentos para o monitoramento, controle e fiscalização do plano.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Revisão Bibliográfica

2.1.1 Geração de Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil

A ligação entre geração de resíduos sólidos e a consumo é intuitivamente clara e

confirmada por alguns estudos EEA (2005). Ao lado da produção de mercadorias, o seu

consumo pela população responde pela quantidade e qualidade de resíduos gerados. O próprio

consumo por sua vez é co-determinado pelas características da população (renda, tamanho e

estrutura etária do domicílio, entre outras) e sua distribuição no espaço. O espaço é um dos

fatores determinantes desde a oferta de mercadorias e os espaços de consumo, são

desigualmente distribuídos entre e dentro das cidades. (SILVA, 2011).

Conforme Barbosa (2004) cita que das atividades humanas originaram sempre os mais

diversos tipos de materiais, mas o crescimento e a evolução da população, aliados à melhoria

do poder aquisitivo e à forte industrialização ocorrida no século XX, vêm acarretando a

geração de grandes volumes de resíduos sólidos das mais diversas naturezas.

Do total de 63 milhões de toneladas de lixo geradas por ano no Brasil, mais de 30%

têm potencial de reciclagem, mas apenas 3% dos resíduos urbanos são efetivamente

reciclados, segundo alerta a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e

Resíduos Especiais. (ABRELPE, 2012).

Ainda de acordo com a Associação o Brasil é o quinto maior produtor mundial de lixo

urbano, “o país viu seu volume de resíduos crescer 21% na última década, muito acima do

índice de crescimento da população, que foi de 9,6% no período", destaca Carlos Silva Filho,

diretor-presidente da Associação. As iniciativas de reciclagem, contudo, não cresceram na

mesma proporção e atualmente apenas 60% dos municípios brasileiros têm "alguma

iniciativa" de coleta seletiva. Isso não significa que esses municípios tenham coleta seletiva

em todo o seu território ou que contem com um programa formalizado porta a porta, apenas

indica que o município está aberto ao tema.

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Essa geração, de acordo com Ilpes (1999) citado por Barbosa (2004), é influenciada

por vários fatores: densidade populacional; grau de desenvolvimento econômico do local;

hábitos de consumo, principalmente alimentício; variações sazonais e condições

socioeconômicas das populações.

Segundo Pinto (1999), no Brasil, a questão dos resíduos gerados em ambientes

urbanos atinge contornos gravíssimos, pela ínfima presença de soluções adequada quer para

os efluentes líquidos ou resíduos sólidos. Este não deixa de ser um quadro típico dos países

em desenvolvimento, mas nem por isso deve permitir qualquer postura condescendente da

sociedade.

Assim, “a preocupação ecológica e social com os resíduos assume dimensão crescente,

pela necessidade de se definir que destino devem ter os restos e as sobras, resultantes das

necessidades básicas da sociedade e aquelas decorrentes do atendimento a demandas

supérfluas”. (MANDARINO, 2002).

2.1.2 Resíduos Sólidos

Os resíduos sólidos apresentam grande diversidade e complexidade. As suas

características físicas, químicas e biológicas variam de acordo com a sua fonte ou atividade

geradora. Fatores econômicos, sociais, geográficos, educacionais, culturais, tecnológicos e

legais afetam o processo de geração dos resíduos sólidos, tanto em relação à quantidade

gerada quanto à sua composição qualitativa. Uma vez gerado o resíduo, a forma como é

manejado, tratado e destinado pode alterar suas características de maneira, que em certos

casos, os riscos à saúde e ao ambiente são potencializados, JUNIOR (2006).

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, através da norma NBR

10.004/2004 define resíduos sólidos como:

“Resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades de origem

industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.

Ficam incluídos nesta definição aos lodos provenientes de sistemas de tratamento de

água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem

como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento

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na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções, técnica e

economicamente, inviáveis em face à melhor tecnologia disponível, (NBR, 2004)”.

O Art. 3°, inciso XVI, da Lei Federal, nº 12.305, de 02 de agosto de 2010 (BRASIL,

2010), conceitua os resíduos sólidos de uma maneira similar ao da NBR 10004/04, no qual diz

o seguinte: “resíduo sólido”: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de

atividades humanas em sociedade, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases

contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na

rede pública de esgotos ou em corpos d’água’’. Também no Art. 3, inciso XV, conceitua

rejeito como: “rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de

tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis,

não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada”.

2.1.2.1 Classificação dos Resíduos

A NBR 10004 (ABNT, 2004) apresenta uma classificação dos resíduos baseada nas

suas características de impacto à saúde e ao meio ambiente. Essa classificação permite

gerenciar os diferentes tipos de resíduos de maneira adequada sem que haja a interferência das

propriedades de um sobre o outro. É imprescindível o gerenciamento adequado desses

resíduos de modo a não permitir que os diferentes tipos de resíduos venham a se misturar,

uma vez que alguns apresentam características contaminantes. Para os efeitos desta Norma, os

resíduos são classificados em Resíduos classe I e II.

“Resíduos classe I – Perigosos, são àqueles que apresentam periculosidade,

característica apresentada por um resíduo que, em função de suas propriedades

físicas, químicas ou infectocontagiosas, pode apresentar risco à saúde pública,

provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices e riscos

ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. Como

também aqueles que apresentam características de inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, patogenicidade e toxicidade (ABNT, 2004).”

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Resíduos Classe II – Não perigoso:. São divididos em Classe II A e Classe II B.

Classe II A - Não Inertes, essa classificação não se enquadra nos resíduos Classe I, nem nos

Resíduos Classe II B. De acordo com a NBR 10004 estes resíduos podem apresentar

características de biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.

Resíduos Classe II B- Inertes: São quaisquer resíduos que quando amostrados segundo

a ABNT NBR 10007, e submetidos ao contato com água destilada ou desionizada, à

temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus

constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água,

exceto nos aspectos de cor, turbidez, dureza e sabor.

Em função de sua origem, os resíduos sólidos podem ser classificados em: a) urbanos:

em que se enquadram os residenciais, comerciais, de varrição e de feiras livres, de capinação

e poda; b) industriais: em que se inclui grande percentual de lodos provenientes do processo

de tratamento de efluentes líquidos; c) de serviços de saúde: que abrangem os resíduos sólidos

hospitalares, de clínicas médicas e veterinárias, de centros de saúde, laboratórios, consultórios

odontológicos e de farmácias; d) radioativos: em que se inserem os resíduos de origem

atômica; c) agrícolas: em que se agrupam aqueles resultantes dos processos de produção de

defensivos agrícolas e suas embalagens. (BIDONE e POVINELLI, 1999).

2.1.3 Caracterização de Resíduos Sólidos Urbanos

Segundo Barbosa (2004), a caracterização dos RSU inicia-se pela determinação da sua

composição, que representa as porcentagens de cada componente em relação ao peso total.

De acordo com Castro (1995), a matéria orgânica putrescível - MOP representa, no

Brasil, o maior percentual (superior a 50%) na composição do lixo; e, em seguida, aparecem

papel/papelão, plásticos, metais e vidros.

São também consideradas importantes para caracterização do lixo, de acordo com

Barros (1995), entre outras as seguintes características: o teor de umidade1 - quantidade de

água presente na massa de lixo e que varia em função de sua composição, estações do ano e

incidência de chuvas; peso específico - é o peso dos resíduos em função do volume por eles

ocupados, expresso em kgf/m3.

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Em geral o método utilizado para determinar a composição gravimétrica e peso

específico do lixo baseia-se no enquadramento, que envolve a seleção, mistura e divisão de

amostras do lixo, conforme NBR 10007. (ABNT, 1987).

De acordo com Barbosa (2004), toda essa caracterização dos resíduos sólidos urbanos

e da geração e composição dos mesmos introduzem alguns dados imprescindíveis para

definição e dimensionamento de um Sistema de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos

Urbanos - SGRSU que possa apresentar procedimentos capazes de minimizar os impactos

negativos da geração dos resíduos sólidos urbanos, do ponto vista sanitário e ambiental, e,

indo mais além, que possa fazer desses resíduos uma alternativa econômica de geração de

renda, revertendo-se, assim, em benefícios para a sociedade.

2.1.4 Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos e seus Prejuízos à Saúde Pública

O crescimento acentuado da geração de resíduos sólidos e a sua concentração espacial

devido à urbanização diminuem as chances de assimilação dos resíduos pelo meio ambiente,

sem que haja alterações, muitas vezes significativas, na qualidade da água, do solo e ar, ou

seja, do meio físico. A poluição destes compartimentos ambientais pode atingir níveis de

contaminação, afetando o meio antrópico (homem) e o biológico (fauna e flora). As

características físicas dos resíduos podem ser associadas a vários impactos negativos no meio

físico como alteração da paisagem pela poluição visual, a liberação de maus odores ou

substâncias químicas voláteis pela decomposição dos resíduos. Ainda, materiais particulados

podem ser dispersos pela ação do vendo ou serem liberados juntos com gases tóxicos quando

resíduos são queimados, por exemplo, para facilitar a catação de materiais recicláveis.

(JUNIOR, 2006).

Segundo Oliveira (2005), quando os resíduos estão expostos ao ar livre, a

decomposição é feita por microrganismos aeróbicos e quando está enterrado é feita por

micróorganismos anaeróbicos, nesse ultimo processo a fermentação dos compostos orgânicos

gera diversos subprodutos ainda não totalmente degradados, entre estes se destacam os gases,

como metano e também o gás sulfídrico, gerando um liquido escuro denominado de chorume,

este liquido é bastante poluente e, se não for devidamente coletado, pode penetrar no subsolo,

alcançando muitas vezes as águas subterrâneas que abastecem os poços domésticos e com as

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enxurradas, o chorume pode também escorrer pelos terrenos, atingindo córregos, rios e

represas das proximidades.

2.1.5 Politica Nacional dos Resíduos Sólidos

Segundo Elisabeth Grimberg (2004), a estruturação de uma Política Nacional de

Resíduos Sólidos vem ao encontro de um dos grandes desafios a ser enfrentado pelos

governos e pelo conjunto da sociedade brasileira - a magnitude do problema da geração de

resíduos sólidos. Hoje, no Brasil, conforme dados da Pesquisa Nacional de Saneamento

Básico - PNSB, realizada em 2000 pelo IBGE, coleta-se diariamente, cerca de 126 mil

toneladas de resíduos domiciliares, sendo que 47,1 % dos mesmos vão para aterros sanitários.

O restante, 22,3%, segue para aterros ditos controlado e 30,5% para lixões. Uma parcela

mínima (nem contabilizada na pesquisa) é coletada seletivamente e destinada para a

reciclagem.

A Política Nacional dos Resíduos Sólidos é disposta através da Lei Federal 12.305 se

caracteriza como um marco regulatório para esse tema. A Política Nacional de Resíduos

Sólidos estabelece princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão e

gerenciamento dos resíduos sólidos, as responsabilidades dos geradores, do poder público e

também instrumentos econômicos. A lei também estabelece uma diferenciação entre resíduo e

rejeito, define a implementação da coleta seletiva, da responsabilidade compartilhada e da

logística reversa.

Esta Lei dispõem em seu Capítulo I, Art. 1º, do objeto e do campo de aplicação,

dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes

relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os resíduos

perigosos, atentando com relação ás responsabilidades dos gerados e do poder público e aos

instrumentos econômicos aplicáveis.

No Art. 6º, são dispostos os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Que

são: a prevenção e precaução, o princípio de poluidor-pagador e protetor-recebedor, uma

visão sistêmica da gestão dos resíduos sólidos que considere variáveis ambientais, sociais,

culturais, econômica, tecnológica e de saúde pública, o desenvolvimento sustentável, a

ecoeficiência, a responsabilidade compartilhada e a cooperação entre as diferentes esferas do

poder público, setor empresarial e comunidade, o reconhecimento do resíduo sólido

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reutilizável e reciclável como um bem econômico com valor social gerador de trabalho e

renda, o respeito às diversidades locais e regionais, o direito da comunidade a informação e

controle social, a razoabilidade e proporcionalidade.

O Art. 7º discorre sobre os objetivos da Política, que consistem na proteção da saúde

pública e da qualidade ambiental, não geração, redução reutilização, reciclagem, tratamento e

disposição adequada, adoção de padrões sustentáveis de produção e bens de consumo, bem

como o aprimoramento e desenvolvimento de tecnologias limpas como forma de minimizar

impactos ambientais, redução de volume e periculosidade de resíduos perigosos, incentivo a

indústria da reciclagem com o intuito de fomentar o uso de materiais reciclados como matéria

prima, integrar a relação das diferentes esferas de governo com o setor empresarial para unir

forças técnicas e financeiras de modo a viabilizar a integralização da gestão de resíduos

sólidos, prioridade nas aquisições governamentais para produtos reciclados e recicláveis bem

como para bens e serviços que levem em consideração a sustentabilidade ambiental em seus

processos, a integralização dos catadores de resíduos sólidos no que se refere a ações de

responsabilidade compartilhada pelo clico de vida dos produtos, estimulo a avaliação de ciclo

de vida dos produtos, estímulo à rotulagem ambiental e consumo sustentável e incentivo ao

desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental que visem à melhoria dos processos

produtivos e o reaproveito dos resíduos bem como a recuperação e aproveitamento energético.

O Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, conforme a

PNRS é condição obrigatória aos municípios para terem acesso a recursos da União, ou por

ela controlado, destinado a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao

manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de

entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade.

2.1.6 Métodos para a redução dos Resíduos Sólidos

2.1.6.1 Reciclagem

Denomina-se reciclagem o ato de separar certos materiais do lixo domiciliar, como

papéis, plásticos, vidros e metais, com o intuito de torná-los úteis novamente. Esses materiais

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são transformados e introduzidos novamente no ciclo do mercado de consumo. (SOUZA,

2005).

O Brasil se destaca entre os maiores países recicladores do mundo, com ênfase a

reciclagem do alumínio, segundo a Associação Brasileira do Alumínio – ABAL (2013) a

reciclagem de alumínio no Brasil funciona com eficácia acima da média mundial. Em 2011 o

país reciclou 511 mil toneladas de alumínio. Do total reciclado, 248,7 mil se referem à sucata

de latas de alumínio para bebidas, o que corresponde a 98,3% do total de embalagens

consumidas neste ano, este índice mantém o Brasil na liderança mundial de reciclagem de

alumínio desde 2011.

O país também se destaca pela quantidade de catadores de resíduos sólidos,

trabalhador que devem ser valorizados pelo desempenho que exercem na sociedade, em 2002

foi criado O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) que é um

movimento social que há cerca de doze anos organiza os catadores e catadoras de materiais

recicláveis por todo o país, buscando a valorização dessa categoria.

A rentabilidade do mercado de reciclagem de embalagens plásticas no Brasil, como

em outros países desenvolvidos, mostra aspectos atraentes para iniciativas empresariais do

setor, com reflexos sócio-econômicos diretos relacionados com a melhoria da qualidade de

vida da população, geração de renda, economia de recursos naturais e atenuação de problemas

ambientais. (FARIA e FORLIN, 2002).

2.1.6.2 Logística Reversa

Segundo Carvalho (2010), a logística reversa é definida como um instrumento de

desenvolvimento socioeconômico e de gerenciamento ambiental, caracterizado por um

conjunto de ações, procedimentos e meios, destinados a facilitar a coleta e restituição dos

resíduos sólidos aos seus produtores, para que sejam tratados ou reaproveitados em novos

produtos, na forma de novos insumos, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, visando a

não geração de rejeitos.

A logística reversa, dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), prevê o

retorno para a indústria de materiais como eletroeletrônicos e pneus, para que possam ser

novamente aproveitados pelo fabricante. Para isso, requer o envolvimento de todos na linha

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de produção e distribuição: fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e o próprio

consumidor, responsável pela devolução do produto aos postos de coleta.

2.1.6.3 Compostagem

Conforme Kiehl (1985), citado por Teixeira (2002), define compostagem como: “um

processo controlado de decomposição microbiana, de oxidação e oxigenação de uma massa

heterogênea de matéria orgânica” e nesse processo ocorre uma aceleração da decomposição

aeróbica dos resíduos orgânicos por populações microbianas, concentração das condições

ideais para que os microrganismos decompositores se desenvolvam, (temperatura, umidade,

aeração, pH, tipo de compostos orgânicos existentes e tipos de nutrientes disponíveis), pois

utilizam essa matéria orgânica como alimento e sua eficiência baseia-se na interdependência e

inter-relacionamento desses fatores. O processo é caracterizado por fatores de estabilização e

maturação que variam de poucos dias a várias semanas, dependendo do ambiente.

Para que todo ciclo esteja completo são necessários aproximadamente de 90 a 120 dias

após mistura dos materiais orgânicos (dependendo da relação C: N do resíduo), tendo como

resultado um composto normalmente escuro e de textura turfa, utilizado como condicionador

de propriedades físicas e biológicas do solo, ou seja, um composto fertilizante que fornece os

nutrientes às plantas. (OLIVEIRA, SARTORI e GARCEZ, 2008).

A compostagem apresenta-se como alternativa viável para sistemas de produção

orgânica, em virtude de sua elevada qualidade nutricional e biológica, sabe-se que o Brasil

mantém sua base da economia, entre outras, na atividade agrícola que destina enormes

proporções de áreas para esse processo, porém são desproporcionais devido a pouca tradição

de produção de compostos orgânicos, e a dominância de produtos industrializados como

fertilizantes. (LIMA, 2004).

2.1.6.4 Produção de Biogás Através de Resíduos Sólidos

Conforme Rodrigues (2005), um aterro funciona como um biodigestor, ou fermentador

gigantesco, produzindo o biogás através de atividade biológica, entre esses gases encontra-se

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o metano, que apesar de ter bastante energia, apresenta um menor rendimento quando

comparado ao gás de cozinha, chamado GLP – Gás Liquefeito de Petróleo, ainda assim, o

biogás pode ser usado nos fogões das casas, nas indústrias, e até mesmo por automóveis,

completando a energia fornecida pelos combustíveis tradicionais.

Geralmente, a geração de biogás inicia-se após a disposição dos resíduos sólidos,

encontrando-se, registros de metano ainda nos primeiros três meses após a disposição,

podendo continuar por um período de 20, 30 ou até mais anos depois do encerramento do

aterro. O gás proveniente dos aterros contribui consideravelmente para o aumento das

emissões globais de metano. As estimativas das emissões globais de metano, provenientes dos

aterros, oscilam entre 20 e 70 Tg/ano, enquanto que o total das emissões globais pelas fontes

antropogênicas equivale a 360 Tg/ano, indicando que os aterros podem produzir cerca de 6 a

20 % do total de metano (IPCC, 1995).

Conforme o Ministério do Meio Ambiente, o objetivo do aproveitamento energético

do biogás produzido pela degradação dos resíduos é convertê-lo em uma forma de energia útil

tais como: eletricidade, vapor, combustível para caldeiras ou fogões, combustível veicular ou

para abastecer gasodutos com gás de qualidade. Independente do uso final do biogás

produzido no aterro deve-se projetar um sistema padrão de coleta tratamento e queima do

biogás: poços de coleta, sistema de condução, tratamento (inclusive para desumidificar o gás),

compressor e flare com queima controlada para a garantia de maior eficiência de queima do

metano. Existem diversos projetos de aproveitamento energético no Brasil, como nos aterros

Bandeirantes e São João, no município de São Paulo, que já produzem energia elétrica.

2.1.7 Destinação final dos RSU

Os resíduos sólidos podem ter vários destinos em relação ao ambiente. Dependendo do

tipo de disposição no solo, ou do seu processamento, são inúmeras as possibilidades de

poluição (alteração sobre o ar, solo e água, como meio ecológico) e eventual contaminação

(ar, solo e água como vias de acesso de agentes químicos e patogênicos) com reflexos na

saúde pública, (ROCHA, 1981).

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2.1.7.1 Lixões

Lixão é uma forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos, que se

caracteriza pela simples descarga do lixo sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio

ambiente ou à saúde pública, a céu aberto. (IPT, 1995).

Segundo dados da pesquisa do Instituído Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,

2000) no estado do Rio Grande do Sul são destinados por dia um percentual de 7.468,3

toneladas de resíduos sólidos em lixões.

Conforme a Politica Nacional dos Resíduos Sólidos a partir de agosto de 2014 é

proibido descarte em lixões, a PNRS prevê que, a partir desta data, as prefeituras poderão ter

de responder por crime ambiental e enfrentar ações de improbidade administrativa, inclusive

com implicações de perda de mandato se os resíduos não tiverem a destinação adequada.

2.1.7.2 Aterro Controlado

Segundo Boscov (2008), os aterros controlados são locais onde os resíduos são

cobertos com solo e eventualmente compactados, no entanto sem impermeabilização,

drenagem e tratamento de gases e lixiviado como no aterro sanitário. Barros (1995) enfatiza

que esse método não deve ser considerado como forma de disposição definitiva, uma vez que

não resolve os problemas de contaminação do solo, de águas superficiais e subterrâneas.

De acordo com a Revista Ecofidelidade (2013), o aterro controlado é considerado uma

solução intermediária entre o lixão e o aterro sanitário. É uma tentativa de transformar lixões

em aterro. Primeiro, procura-se isolar a área de um antigo lixão com uma cobertura de manta

plástica impermeável, para evitar que a água da chuva carregue mais chorume para os lençóis

freáticos, e depois cria-se uma cobertura de terra com grama para não atrair animais que

podem transmitir doenças, no entanto, muitos dos aterros controlados não apresentam a

impermeabilização do terreno, nem tratamento do chorume e dos gases produzidos.

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2.1.7.3 Aterro Sanitário

Aterro sanitário também pode ser definido como um aterro de resíduos sólidos

urbanos, ou seja, adequado para a recepção de resíduos de origem doméstica, varrição de vias

públicas e comércios. É um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo,

que fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas, permite a

confinação segura em termos de controle de poluição ambiental, proteção à saúde pública; ou,

forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo, através de confinamento em

camadas cobertas com material inerte, geralmente, solo, de acordo com normas operacionais

específicas, e de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os

impactos ambientais. (AMBIENTE BRASIL, 2008).

Aterros sanitários são projetos especificamente para a deposição de resíduos sólidos,

geralmente RSU, normalmente os aterros reúnem uma série de componentes e práticas

operacionais, tais como: divisão em células, compactação de resíduos, cobertura, sistema de

impermeabilização, sistemas de drenagem e tratamento para líquidos e gases, monitoramento

geotécnico e ambiental. (BOSCOV, 2008).

Segundo Junior (2002), as condições de armazenagem, assim como a interação com a

água da chuva e a atividade microbiana fazem com que existam processos físicos, químicos e

biológicos de transformação resultando na formação de biogás e lixiviado.

De acordo com Silva (2005), descreve que a degradação de RSU em aterros sanitários,

de maneira geral, consiste na dissolução dos elementos minerais presentes, no transporte de

partículas finas e do material solúvel pela água de percolação e, principalmente, na conversão

biológica da matéria orgânica em formas solúveis e gasosas.

2.1.7.4 Incineração

Segundo Pinto (2005), incineração consiste no tratamento térmico de resíduos, no qual

a recuperação da energia térmica é obtida com a combustão, que pode ou não ser realizada na

forma de energia elétrica.

Conforme Renosam (2006), os incineradores reduzem o volume dos resíduos de 95%

a 98% do volume original, dependendo da composição e do grau de recuperação de materiais,

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como metais. Isto ratifica que a incineração de resíduos não substitui por completo a

utilização de aterros, e sim reduz significativamente o volume a ser disposto nos aterros,

aumentando em muito a vida útil dos mesmos.

A incineração dos RSU é também considerada uma opção para o tratamento destes

resíduos, porém existem diversos aspectos limitantes no seu uso. As variações de umidade e

da quantidade dos materiais presentes nos RSU são um dos principais aspectos limitantes para

a utilização dos RSU na incineração. Além disso, a resistência existente quanto ao uso dos

incineradores para destinar os RSU deve-se ao fato do processo de incineração produzir

substâncias altamente tóxicas e de alto potencial cancerígeno para o homem, as dioxinas e os

furanos. (TANGRI, 2003).

2.1.7.5 Co-Processamento

O co-processamento, por definição é a técnica que permite a queima de resíduos em

fornos mediante a dois critérios básicos: reaproveitamento de energia, para que o material seja

utilizado como substituto ao combustível; ou reaproveitamento como substituído da matéria-

prima, de forma que o resíduo apresente características similares às dos componentes

normalmente empregados na produção de clinquer. (MARQUES, 1999).

Conforme Tassinari (2011), a técnica consiste no aproveitamento de resíduos nos

processos de fabricação de cimento. O resíduo é utilizado como substituto parcial de

combustível ou matéria-prima e as cinzas resultantes são incorpadas ao produto final, o que

deve ser feito de forma controlada e ambientalmente segura. O tempo de residência e a

temperatura do forno de cimento (normalmente entre 1400 e 1500 ºC) são adequados para

destruir termicamente a matéria orgânica. Esses fornos devem ter mecanismos de controle de

poluição atmosférica para minimizar a emissão de particulados, SOx e NOx para a atmosfera.

Segundo Lagarinhos (2004), a normalização do co-processamento gera uma série de

impactos e tendências, que em função dos cenários futuros podem determinar o sucesso ou

fracasso do processo, conforme a atuação dos diferentes segmentos envolvimentos.

De acordo com Kihara (1999), os principais impactos advindos da normalização, são:

a disponibilização no mercado de uma nova alternativa de gerenciamento de grandes volumes

de resíduo, propiciando ganhos à indústria e à sociedade; valorização e aumento no volume de

resíduos co-processados permitindo a substituição de combustíveis primários, numa fase

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inicial, em até 30%; a redução do nível de emissão da indústria de cimento e necessidade de

maiores investimentos em equipamentos de controle e monitoramento ambiental; a melhoria

na relação com os órgãos ambientais pela atuação conjunta no processo de normalização e

divulgação, como tem sido observado nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio

Grande do Sul; uma maior atuação na melhoria da imagem da indústria junto à comunidade.

De acordo com a Resolução CONAMA 264 de 1999, é proibida a destinação via co-

processamento de resíduos domiciliares brutos, os resíduos da saúde, os radioativos,

explosivos, organoclados, agrotóxicos e afins.

2.1.8 Base Legal

A Política Nacional de Resíduos Sólidos harmoniza-se com diversas leis, em especial

as Leis de Saneamento Básico e de Consórcios Públicos. A seguir estão listadas as legislações

Federal e Estadual que possuem relação com este Plano de gestão integrada de resíduos

sólidos para o município de Marau.

Legislação Federal

Decreto nº 7.404/10 – Regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos;

Decreto nº 7.405/10 – Institui o programa Pró-Catador;

Decreto nº 7.217/10 – Regulamenta a Política Nacional de Saneamento Básico;

Lei Federal 6.938/81 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins

mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências;

Lei Federal nº 9.795/99 – Dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de

Educação Ambiental;

Lei Federal nº 11.107 – Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos;

Lei Federal nº 11.445/07 – Dispõe sobre a Política Nacional de Saneamento Básico;

Lei Federal nº 12.305/10 – Dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos;

Resolução CONAMA nº 05/93 – Dispõe sobre normas mínimas para tratamento de resíduos

sólidos oriundos de saúde, portos e aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários;

Resolução CONAMA nº 258/99 – Impõe obrigações às empresas fabricantes e às

importadoras de pneumáticos e dá providências correlatas;

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Resolução CONAMA nº 275/05 – Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de

resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas

campanhas informativas para a coleta seletiva;

RDC ANVISA nº 306/04 – Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de

resíduos de serviços de saúde;

Resolução CONAMA nº 307/02 – Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a

gestão dos resíduos da construção civil. Alterada pelas Resoluções nº 348/04 e nº 431/11.

Resolução CONAMA nº 313/02 – Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos

Industriais;

Resolução CONAMA nº 358/05 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos

dos serviços de saúde e dá outras providências;

Resolução CONAMA nº 401/08 - Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e

mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões

para o seu gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências;

Resolução CONAMA nº 404/08 – Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento

ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos;

Resolução CONAMA nº 416/09 – Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada

por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências;

Legislação Estadual

Decreto 38356/98 - Aprova o Regulamento da Lei n° 9.921, de 27 de julho de 1993, que

dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos no Estado do Rio Grande do Sul.

Decreto 45554/08- Dispõe sobre a Política Estadual de Materiais Contaminados com

Resíduos Perigosos.

Lei Estadual 9493/92 - Considera a coleta seletiva e a reciclagem como atividades ecológicas,

de relevância social e de interesse público.

Lei Estadual 9921/93 - Dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos, nos termos do artigo 247,

parágrafo 3º da Constituição do Estado e dá outras providências.

Lei Estadual 11019/97 - Dispõe sobre o descarte e destinação final de pilhas que contenham

mercúrio metálico no Estado do Rio Grande do Sul.

Lei Estadual 11520/00 - Institui o Código Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio

Grande do Sul e dá outras providências.

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Lei Estadual 12037/03 – Dispõe sobre a Política Estadual de Saneamento e dá outras

providências.

Resolução CONSEMA 073/04 - Dispõe sobre a co-disposição de resíduos sólidos industriais

em aterros de resíduos sólidos urbanos no Estado do Rio Grande do Sul.

Resolução CONSEMA 017/01 – Diretrizes para a elaboração e apresentação de planos de

gerenciamento de resíduos sólidos.

Resolução CONSEMA 002/00 - Define critérios, procedimentos e aspectos técnicos de

licenciamento ambiental para co-processamento de resíduos.

2.2 Materiais e Métodos

2.2.1 Estrutura do Trabalho

O trabalho é realizado com base na estrutura proposta pela Lei Federal 12.305/201

(BRASIL 2010), atendendo as exigências mínimas indicadas pela PNRS e pelo seu Decreto

Regulamentador Lei nº 7.404/2010. A estrutura do trabalho está apresentada na figura 1.

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Figura 1: Estrutura do Trabalho

Dentre as exigências atendidas pela PNRS, se destacam os princípios previstos na

Política Estadual de Resíduos Sólidos, os quais são os norteadores da Política Nacional de

Resíduos Sólidos conforme apresentado na figura a seguir.

Figura 2: Princípios do Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos

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2.2.2 Definição do Local de Estudo e Escopo do Trabalho

O Município de Marau está localizado na Região Noroeste do Rio Grande do Sul,

integra a Microrregião de Passo Fundo, AMESNE – Associação dos Municípios da Encosta

Superior do Nordeste, possui uma área de 649,300 km² e uma população de 39.182 habitantes,

conforme IBGE (2013). Segundo a Prefeitura Municipal (2014), o uso e ocupação do solo no

município se dão principalmente devido a atividade industrial, seguido pela atividade agrícola

e pecuária, tendo ainda dentro de suas limitações áreas de vegetação ainda nativa em estágios

que variam entre inicial, médio e avançada.

A economia do município ganhou impulso nas últimas décadas, especialmente nos

setores de alimentos, couros, metal-mecânico e equipamentos para avicultura e suinocultura,

onde se destacam as empresas Grupo BRF Foods, Fuga Couros, Metasa e a americana GSI

Group. Atualmente, Marau se destaca como um polo industrial no cenário estadual, nacional e

internacional, com cerca de 200 empresas, entre elas, 12 empresas de grande porte,

totalizando mais de 6.500 empregos. Os demais empregos são oferecidos por cerca de 860

estabelecimentos comerciais e mais de 1.300 estabelecimentos do setor de prestação de

serviços, conforme dados da Prefeitura Municipal (2014).

Marau possui um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) que passou

de 0,678 em 2000 para 0,774 em 2010 - uma taxa de crescimento de 14,16%, o município

teve um incremento no seu IDHM de 42,80% nas últimas duas décadas, abaixo da média de

crescimento nacional (47%) e acima da média de crescimento estadual (37%). (IBGE, 2013).

O escopo e delimitação do trabalho contempla a área urbana do município,

considerando os resíduos sólidos domésticos, comerciais, de limpeza urbana, públicos, coleta

seletiva, de construção civil, de serviços de saúde e especiais. As estimativas de geração

apresentadas no prognóstico levam em conta a avaliação quantitativa dos resíduos em estudo.

2.2.3 Diagnóstico do Sistema Atual de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos

Nessa primeira etapa foi realizado um diagnostico atual da situação dos resíduos

sólidos, com analise dos dados coletados pela prefeitura municipal e informações já

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conhecidas de seus serviços em relação à limpeza urbana e ao manejo dos resíduos. Essas

informações serviram de base para a realização das etapas seguintes.

Foram obtidos neste diagnostico dados que contemplam as características do

município, como sua localização, perfil populacional e educacional, perfil sócio econômico,

uso e ocupação do solo, clima, perfil topográfico, hidrologia, geologia, características

urbanas, perfil industrial, infraestrutura, enfim informações que caracterizam o município

como um todo.

Nessa fase também englobou as condições físicas e operacionais dos serviços de

gestão existentes, como sua origem, o volume, caracterização dos resíduos, formas de

acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final, observando o plano

diretor municipal.

Os dados coletados foram obtidos através da Prefeitura Municipal de Marau, pesquisas

no acervo da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul – FAMURS, e

do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, bem como outros institutos de

pesquisa, e também através de analise qualitativa realizada no município em contato com

empresas terceirizadas de coleta e disposição de resíduos, visitas de observação nos locais, e

aplicação de questionários (Apêndice A) para documentação desse plano.

2.2.4 Cenários e Prognóstico

Com os dados obtidos através do diagnóstico e na observação de falhas no sistema de

gerenciamento, foram propostos cenários futuros quanto à geração de resíduos no Município,

através disso verificou-se a relação entre a demanda futura e a oferta atual do sistema. Através

desse prognóstico é possível criar as propostas, ações, objetivos e metas para a realização do

plano, e definir formas de implantação com soluções compartilhadas com outros municípios,

considerando a proximidade dos locais estabelecidos e da economia.

Com base em análise dos ritmos de crescimento populacional, estatísticas e

tendências, levando em conta os dados do IBGE de 1992 e de 2010, foi feita uma projeção

populacional simplificada do Município de 2014 a 2034, para estimar a taxa média anual de

crescimento, através da metodologia usada pelo IBGE, que utiliza uma taxa média geométrica

de crescimento anual da população - incremento médio anual da população, medido pela

expressão i= sendo P(t+n) e P(t) populações correspondentes a duas datas sucessivas, e n o

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intervalo de tempo entre essas datas, medido em ano e fração de ano, representado pela

equação a seguir:

Equação 1: Calculo da projeção populacional

Fonte: IBGE, 2013

É importante considerar possíveis imprecisões desse cenário, pois é difícil captar os

impactos em relação ao crescimento populacional do município, por isso uma das razões que

se ressalta na PNGRS a importância das revisões do PMGIRS.

2.2.5 Objetivos e Metas

Nesta fase foram definidos os objetivos e as metas para o município através da Politica

Nacional de Resíduos Sólidos, que engloba o ciclo de coleta, redução, reutilização,

reciclagem, armazenamento, tratamento e disposição final dos resíduos.

De forma ao alcance para identificar a responsabilidade do poder municipal com

relação à coleta seletiva, logística reversa, educação ambiental, entre outros fatores que

caracterizam a melhoria na gestão dos resíduos sólidos.

2.2.6 Planos de Ação

Foram definidos programas desenvolvidos por parte da prefeitura municipal, que

visam à melhoria no trabalho de coleta, transporte, armazenamento, e disposição final e ações

de capacitação técnica voltada para a implementação e operacionalização dos objetivos e

metas.

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No âmbito de educação ambiental foram definidos programas que afete a participação

de toda a população e que promovam a redução, a reutilização e a reciclagem dos resíduos,

como também programas e ações para a participação das cooperativas ou outras formas de

associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.

2.2.7 Controle e Fiscalização

Para o controle e fiscalização do plano foram definidos indicadores operacionais,

ações preventivas e corretivas, nelas incluindo um programa de monitoramento, identificação

dos passivos ambientais em relação aos resíduos sólidos, como áreas contaminadas e áreas de

possível contaminação e suas medidas sanadoras.

Também foram definidas formas de verificar a correta execução do plano, e se estas

estão sendo realizadas conforme foram propostas no plano, e de acordo com a Politica

Nacional de Resíduos Sólidos.

2.3 Resultados e Discussões

2.3.1 Caracterização do Município

2.3.1.1 Localização do Território

O Município de Marau está localizado no Estado do Rio Grande do Sul, na Região

Noroeste, e pertence à Associação de Municípios do Planalto – AMPLA, está à 269 km

distante da Capital do Estado Porto Alegre, 190 km de Caxias do Sul e 31 km de Passo

Fundo. A figura 3 apresenta a localização do município.

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Figura 3: Localização do Município

Fonte: IBGE, 2013.

Conforme os dados do IBGE (2013), sua área total é de 649,300 Km², correspondentes

a 0,23% da área estadual e 0,008% do território nacional, tendo como limite ao Norte: Passo

Fundo e Mato Castelhano, ao Sul: Vila Maria, Camargo e Soledade, à Leste: Gentil e Santo

Antônio do Palma, à Oeste: Nicolau Vergueiro, e à Noroeste: Ernestina; Sudoeste: Ibirapuitã.

Com altitude de 571 metros em relação ao nível do mar, situa-se nas coordenadas 28º29´05´’

de Latitude Sul e 52º11´14´´de Longitude Oeste. A figura 4 apresenta a localização do

município de Marau no cenário estadual, bem como a divisão municipal e a indicação dos

municípios vizinhos.

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Figura 4:Localização do Município no cenário estadual e divisões municipais.

Fonte: Prefeitura Municipal de Marau

2.3.1.2 Histórico do Município

Segundo os dados históricos da Prefeitura do município, no passado, o território de

Marau fez parte da província jesuítica, denominada de Missões Orientais do Uruguai, formada

por índios guaranis e coroados, e somente povoada pela raça branca a partir de 1827, com a

criação do povoado de Passo Fundo.

Marau integrou o território do Município de Passo Fundo de 1857 até 18 de Dezembro

de 1954, quando se emancipou. O aniversário é comemorado a partir de 28 de fevereiro de

1955, data da instalação do Município.

O Município deve seu nome à trágica história de um Cacique de nome Maraú, que

conforme a história, percorria as vastas selvas da Serra Geral em busca de alimentos,

liderando um bando de índios coroados. Essas passagens nem sempre eram pacíficas e há

registros e saques às propriedades e assassinatos.

A colonização de Marau se efetivou em 1912 com a criação da "Colônia de Marau"

que abriu o mercado de terras públicas para pequenos proprietários e atraiu imigrantes

italianos e seus descendentes. Os colonizadores transformaram as matas densas em lavouras

férteis e o esparso povoamento de caboclos em comunidades italianas de forte espírito

gregário.

O desenvolvimento econômico modificou a demografia de Marau, que tem como

característica mais marcante de seu desenvolvimento, a diversidade em todas as áreas, oriunda

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da vocação empreendedora de seu povo. Marau preserva em seu nome o passado indígena do

Brasil e a memória das batalhas humanas pela ocupação de espaços, batalhas muitas vezes

cruéis e quase sempre condenadas ao esquecimento.

2.3.1.3 Caracterização do Solo

Segundo o Plano Ambiental do Município (2011), 60% do município (parte leste do

município, Nossa Senhora do Carmo, São Caetano, Posse Boa Vista, parte de São Miguel,

São Francisco e Veado Pardo) apresentam solos do tipo (Neossolo Litólico eutrófico

chernossólico ( RLe1), que é um solo pouco desenvolvido, raso (2 a 40 cm), moderadamente

drenado, desenvolvido a partir de rochas basálticas. É ligeiramente ácido a neutro, com

elevados teores de Cálcio, Magnésio e Potássio. O pH gira em torno de 6,3, podendo variar de

5,8 a 6,5.

O restante do município é caracterizado pelo solo do tipo (Latossolo Vermelho

Distrófico Típico, LVd3). Segundo Streck (2008) os Latossolos são solos bem drenados,

normalmente profundos a muito profundos, tem pouco ou nenhum incremento de argila com a

profundidade e apresentam uma transição difusa ou gradual entre os horizontes, por isso

mostram um perfil muito homogênio, onde é difícil diferenciar os horizontes.

Possuem boa aptidão agrícola, desde que corrigida a fertilidade química, podendo ser

utilizados com culturas de inverno e verão, exigindo práticas conservacionistas similares às

utilizadas nos latossolos, intercalados ou consorciados com plantas recuperadoras de solos.

De acordo com Embrapa (2006), são solos constituídos por material mineral, com

horizonte B latossólico. São solos em avançado estágio de intemperização, muito evoluídos,

como resultado de enérgicas transformações no material constitutivo. Variam de fortemente a

bem drenados, embora ocorram solos que têm cores pálidas, de drenagem moderada ou até

mesmo imperfeitamente drenada, indicativa de formação em condições, atual ou pretérita,

com certo grau de gleização.

A figura 4 apresenta o mapa de classificação de solos no estado do Rio Grande do Sul.

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Figura 5: Classificação de solos do Rio Grande do Sul.

Fonte: Inventário de solos da UFSM.

2.3.1.4 Dados Meteorológicos e Climáticos

O clima da região é temperado com característica subtropical úmido, com chuvas bem

distribuídas durante o ano - clima tipo Cfal na classificação de Koeppen. A temperatura média

anual é de 17,5°C, umidade relativa do ar de 72% (média anual). Em sua vegetação

predominam campos abertos com matas nativas do tipo Floresta Subtropical com araucária.

Seu relevo é caracterizado por solos derivados de derrame basáltico, profundos e bem

drenados, pertencentes ao grupo Latossolo Vermelho argiloso. (STRECK, 2008)

Na Figura 6 observam-se dados históricos de quantidade de chuvas obtidos a partir de

informações da Embrapa trigo.

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Figura 6: Média da precipitação pluviométrica na região de Passo Fundo de julho de 2005 a

junho 2006.

Fonte: EMBRAPA (2006).

Na figura 7 é apresentado o mapa com uso de geotecnologias que permite caracterizar

o clima presente e sua variabilidade, conforme pesquisa do IBGE, (2013).

Figura 7: Climatologia de Marau-RS.

Fonte: IBGE (2013).

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2.3.1.5 Recursos Hídricos

a) Bacias Hidrográficas

Conforme apresenta a figura 8, o município de Marau está inserido sobre duas bacias

hidrográficas: A Bacia Hidrográfica Taquari-Antas e a Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí, tal

importância geoestratégica faz com que a preocupação com a preservação dos recursos

naturais, especialmente os recursos hídricos, seja uma constante.

Figura 8: Divisão das Bacias Hidrográficas do estado do Rio Grande do Sul.

Fonte: SEMA, 2011

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A bacia hidrográfica do sistema Taquari-Antas situa-se na região nordeste do estado

do Rio Grande do Sul, abrangendo uma área de 26.428 km2, equivalente a 9% do território

Estadual e abrange 98 municípios, inseridos total ou parcialmente. Limita-se ao norte com a

bacia do rio Pelotas, a oeste e ao sul com a bacia do rio Jacuí e a leste com as bacias dos rios

Caí e Sinos. Sendo o principal afluente do rio Jacuí o maior formador do Guaíba.

Devido à sua magnitude, esta bacia possui características físicas e antrópicas

diferenciadas: áreas de alto índice de industrialização, áreas com predomínio de produção

primária, zonas intensamente urbanizadas e riscos de ocorrência de enchentes, entre outras.

Uma das regiões mais desenvolvidas do Estado, o Aglomerado Urbano do Nordeste,

encontra-se nesta bacia hidrográfica. Os municípios integrantes desta bacia concentram 20%

do PIB Estadual, caracterizando-se por possuírem a base econômica voltada para um setor

industrial em crescimento. Por outro lado, o Índice de Desenvolvimento Social apresentou um

valor inferior à média do Estado: 0,67 contra 0, 74. (IBGE, 2010)

Conforme o Plano de Saneamento do município, a bacia hidrográfica do rio Jacuí tem

área de 71.600 km2, que corresponde a 83,5 % da área da região hidrográfica do Guaíba. O

rio Jacuí nasce no Planalto, nos municípios de Passo Fundo e Marau, e toda a sua área de

drenagem caracteriza-se pelo uso intensivo do solo para agricultura e pecuária. O seu trecho

superior caracteriza-se também pelo aproveitamento energético, onde estão instaladas as

UHEs Ernestina, Passo Real, Salto do Jacuí, Itaúba e Dona Francisca. Na tabela 1 é

apresentado os comitês das bacias hidrográficas do município.

Tabela 1: Comitês das Bacias Hidrográficas do Município.

BACIA HIDROGRÁFICA RIOS TAQUARI-ANTAS E DO RIO ALTO JACUÍ

Código Comitê Instrumento

de Criação

Data de

Criação

Área km²

Aproximação

População Municípios

RS 3 CBH dos

Rios

Taquari e

Antas

Decreto:

35.558

08/06/1998 26.700 1.208.000 117

RS 7 CBH do

Rio Alto

Jacui

Decreto:

40.822

11/06/2001 16.400 367.000 54

Fonte: Adaptado do Comitê das Bacias Hidrográficas (2013).

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2.3.1.6 Vegetação

Segundo Leite e Klein (1990) a vegetação do Rio Grande do Sul é classificada em

florestal e não-florestal. Considera-se vegetação florestal aquela, ombrófila ou estacional,

cujas formações são constituídas por comunidades arbóreas mais ou menos estáveis e

compatíveis com o clima atual. São consideradas vegetação não-florestal todos os demais

tipos de formações, que por diversas causas não alcançaram os níveis de desenvolvimento e

organização tidos como em equilíbrio com o clima. Trata-se de vegetação xeromorfa e

xerofítica e das formações pioneiras.

Segundo IBGE (2013), o município de Marau se encontra no bioma Mata Atlântica e

dentro dessa classificação, segundo Inventário Florestal Contínuo do Rio Grande do Sul

(UFSM, 2002) está na zona de ocorrência de Estepe e Floresta Ombrófila Mista. Ainda

segundo o Inventário Florestal realizado pela UFSM, na Floresta Ombrófila Mista o elemento

principal é o Pinheiro Brasileiro (Araucária angustifólia), que por sua relevante importância

fitogeográfica e comercial, tem sido intensamente explorada. As araucárias ocorrem em

altitudes médias de 600 a 800 m, com alguns poucos lugares em que ultrapassam 1.000 m.

Na figura 9 é apresentado o mapa da vegetação do Rio Grande do Sul, e na figura 9 é

apresentada a vegetação de Marau, conforme pesquisa do IBGE (2013).

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Figura 9: Classificação da Vegetação do Rio Grande do Sul.

Fonte: FEPAM, 2013

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Figura 10: Vegetação do Município de Marau.

Fonte: IBGE, 2013.

2.3.1.7 Plano Diretor

O Plano Diretor define a existência de sede, distritos e linhas no território municipal.

Conforme o Art. 3 do plano diretor de Marau, para fins de planejamento e controle, a área

urbana da Sede do Município fica dividida em unidades territoriais, classificadas como Zonas

e Áreas Especiais, delimitadas por vias, fundos de lotes e outros traçados. As zonas são

unidades territoriais que apresentam identidade própria quanto as suas características físicas,

usos predominantes e tipologia edificada e que se destinam à ocupação prioritária.

De acordo com o artigo Art. 10, as zonas do município subdividem-se em:

I - ZCM - Zona Central Mista;

II - ZR - Zona Residencial;

III - ZM - Zona Mista;

IV - ZCI - Zona Comercial /Industrial;

V - Zona Industrial;

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2.3.1.8 Bairros

Segundo dados da Prefeitura de Marau, o município apresenta apenas dois bairros

registrados oficialmente pela Câmara de Vereadores, que são chamados de Bairro Santa

Lucia, e Bairro Nossa Senhora Guadalupe o restante do município segundo informações não

são considerados bairros e são “chamados” dependendo do primeiro empreendimento a se

instalar nos loteamentos, pode-se citar como exemplo loteamento Frei Adelar, loteamento

Colinas, e assim por diante, essa divisão é apresentada no mapa de zoneamento, no anexo D

deste trabalho.

2.3.1.9 Uso e Ocupação do Solo

O uso e ocupação do solo no município se dão principalmente devido à atividade

industrial, seguido por áreas agrícolas e campos de pastagem para pecuária, tendo ainda

dentro de suas limitações áreas de vegetação ainda nativa em estágios que variam entre

inicial, médio e avançada, no entanto em proporções de mata nativa é muito pequena quando

comparada a áreas industriais e agrícolas.

2.3.1.10 Economia

Conforme dados da prefeitura Marau tem sua economia baseada na agroindústria, com

destaque nos ramos metal-mecânico, alimentício, coureiro e industrial. Possui forte presença

agrícola voltada a cultura de soja e milho. Atualmente, o município se destaca como polo

industrial no cenário estadual, nacional e internacional, com cerca de 200 empresas, entre

elas, 12 empresas de grande porte, totalizando mais de 6.500 empregos. Os demais empregos

são oferecidos por cerca de 860 estabelecimentos comerciais e mais de 1.300

estabelecimentos do setor de prestação de serviços. Segundo dados do IBGE (2007) o

município apresentou um PIB de R$ 942.873. Marau conta com serviços de segurança, saúde

e educação de boa qualidade, sendo que o índice de desenvolvimento humano no ano de 2010

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foi de 0,774, o que apresentou um crescimento no seu IDHM de 42,80% nas últimas duas

décadas, abaixo da média de crescimento nacional (47%) e acima da média de crescimento

estadual (37%), (IBGE, 2013), o que pode ser considerado um bom valor quando comparado

ao município de melhor IDH do Brasil na mesma época, São Caetano do Sul (SP), que

apresentava um índice de 0,919. (IBGE, 2010)

A figura abaixo apresenta as receitas e despesas do município conforme pesquisa do

IBGE.

Figura 11: Receitas e Despesas do Município de Marau.

Fonte: IBGE, 2013

O IDESE (Índice Sintético), elaborado pela FEE-RS (Fundação de Economia e

Estatística do Rio Grande do Sul), é inspirado no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano),

que abrange um conjunto amplo de indicadores sociais e econômicos classificados em quatro

blocos temáticos: educação, renda, saneamento e saúde. Nesse contexto, observa-se que o

IDESE médio de Marau em 2009 apontou um índice de 0,775, o que inseriu o município em

49º na ordem de colocação em relação ao total dos municípios gaúchos.

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50

2.3.1.11 População

Conforme apresenta os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

(2000), o município de Marau, no ano de 2000 apresentava uma população de 28.361

habitantes, no ano de 2010 uma população 36.364 habitantes, à taxa de 2,59% ao ano. Essa

taxa foi superior àquela registrada no Estado, que ficou em 0,49% ao ano, e superior à cifra de

0,88% ao ano da Região Sul. A figura 12 apresenta a evolução populacional de Marau.

Figura 12: Gráfico da Evolução Populacional de Marau.

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Quanto à população rural em 2000 apresentava 5.508 habitantes e decresceu em 2010

onde apresentou 4.806 habitantes, pode-se perceber que a maioria da população, 78,4% vive

na área urbana do município, conforme apresenta o gráfico na figura 13.

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51

Figura 13: Gráfico População Urbana e Rural de Marau-RS.

Fonte: Adaptado de dados do IBGE, 2013.

Quanto à faixa etária, tanto entre os homens quanto mulheres, há uma maior

concentração da população entre 20 e 39 anos de idade.

Figura 14: Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade.

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

1

População Urbana

População Rural

15 5 5 15

0 a 9

10 a 19

20 a 29

30 a 39

40 a 49

50 a 59

60 a 69

70 a 79

80 e +

Percentual da População

Faix

a E

tári

a (

an

os)

Pirâmide Etária

Masculino

Feminino

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2.3.1.11.1 Educação

Conforme dados retirados do Censo Escolar 2013, Marau possui 31 escolas de

educação básica, aonde apontou 8.344 alunos entre ensino infantil, fundamental, médio e

ensino especial. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais -

INEP (2011), a taxa de rendimento escolar nos anos iniciais apontou para 3,8% de

reprovação, 0,3% de abandonos e 95,9% de aprovação, para os anos finais do ensino

fundamental apresentaram 12,2% de reprovação, 0,5% de abandonos e 87,3% de aprovação, e

quanto ao ensino médio teve 22,6% de reprovação, 9,4% de abandonos e 68% de aprovação.

A figura 15.

Figura 15: Taxa de Rendimento por Etapa Escolar.

Fonte: Censo Escolar 2011, Inep.

Quando comparado em termos de Brasil, o aproveitamento escolar em 2007 foi de

25% e de 37% em 2011, Marau apontou em 2007 um aproveitamento 35% e de 46% em

2011. Esse aproveitamento escolar é a proporção de alunos que aprenderam o adequado na

competência de leitura e interpretação de textos até o 5° ano na rede pública de ensino. Dos

204 alunos, 92 demonstraram o aprendizado adequado.

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53

2.3.1.12 Saúde

Conforme os dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos da Saúde – CNES, o

município apresenta 28 departamentos com atendimento pelo Sistema Único de Saúde – SUS,

dentre os 104 estabelecimentos gerais.

Segundo a Prefeitura Municipal, Marau possui um grupo de colaboradores chamados

“agentes da saúde” com 144 pessoas, divididos em 12 grupos para atender cada bairro do

município.

A tabela 2 apresenta os estabelecimentos instalados no município dividido por sua

descrição.

Tabela 2: Estabelecimentos de Saúde Instalados no Município

Código DESCRIÇÃO TOTAL

02 Centro de saúde/unidade básica 14

04 Policlínica 1

05 Hospital geral 1

22 Consultório isolado 51

36 Clinica/centro de especialidade 25

39 Unidade de apoio diagnose e terapia (sadt isolado) 7

50 Unidade de vigilância em saúde 2

68 Secretaria de saúde 1

70 Centro de Atenção Psicossocial 1

71 Centro de apoio a saúde da família 1

TOTAL 104

Quanto à taxa de mortalidade infantil no município foi realizado um levantamento

elaborado a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM),

administrado pelo Departamento de Análise de Situação de Saúde, da Secretaria de Vigilância

em Saúde, em conjunto com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Para o ano de

1998 à 2011 foi indicado 216,9 óbitos no município. A tabela abaixo é possível observar o

número de internações, valor total, valor médio, média de permanência e número de óbitos,

em 2010.

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Tabela 3: Número de Internações, Valores Cobrados, Número de Óbitos.

ESPECIALIDADE

Nº Intern.

Valor Total

R$

Valor Médio R$

Média

de Perm.

Núm.

Óbitos

Clínica cirúrgica 210 86.705,67 412,88 2,3 1

Obstetrícia 66 35.437,60 536,93 1,7 -

Clínica médica 1.279 511.096,33 399,61 3,6 40

Psiquiatria 50 15.868,87 317,38 6,9 -

Pediatria 23 8.120,40 353,06 4,0 -

Total 1.628 657.228,87 403,70 3,5 41

Fonte: SIH/SUS. Situação da base de dados nacional em 03/05/2010.

2.3.1.13 Saneamento Básico

O levantamento de dados foi elaborado a partir dos dados do Sistema de Informação

da Atenção Básica (SIAB) do Ministério da Saúde. Os dados do SIAB, por sua vez, são

gerados a partir do trabalho das equipes de Saúde da Família e Agentes Comunitários de

Saúde, que fazem o cadastramento das famílias e identificam a situação de saneamento e

moradia.

Marau conta com 55,6% da população com rede de esgoto, 42,1% com esgoto por

fossa, e 2,3% à céu aberto.

As tabelas 4 abaixo apresenta a proporção de moradores por tipo de instalação de

saneamento básico no município, no ano de 1991 e 2000. E a tabela 5 apresenta a proporção

de moradores no município e a destinação dos resíduos.

Tabela 4: Proporção de Moradores e Instalações Sanitária

Proporção de Moradores por tipo de Instalação Sanitária

Instalação Sanitária 1991 2000

Rede geral de esgoto ou pluvial 0,2 43,5

Fossa séptica 42,0 22,5

Fossa rudimentar 34,9 24,0

Vala 12,0 3,9

Rio, lago ou mar - 4,6

Outro escoadouro 5,6 0,9

Não sabe o tipo de escoadouro 0,4 -

Não tem instalação sanitária 4,9 0,7

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Fonte: IBGE/Censos Demográficos, 2000

Tabela 5: Proporção de Moradores e o Destino dos Resíduos

Proporção de Moradores por Tipo de Destino de Lixo

Coleta de lixo 1991 2000

Coletado 56,5 80,6

Queimado (na propriedade) 14,0 9,6

Enterrado (na propriedade) 12,1 7,8

Jogado 4,2 1,4

Outro destino 13,2 0,6

Fonte: IBGE/Censos Demográficos, 2000.

2.3.2 Diagnóstico dos Resíduos Sólidos em Marau-RS

2.3.3 Resíduos domiciliares e comerciais

Conforme Junior (2006), os resíduos de origem domiciliar e comercial, normalmente

em sua composição gravimétrica são: matéria orgânica putrescível, metais ferrosos, metais

não ferrosos, papel, papelão, plásticos, trapos, vidro, borracha, couro, madeira, entre outros.

Também nesta composição estão presentes os rejeitos que se referem às parcelas

contaminadas dos resíduos domiciliares: embalagens que não se preservaram secas, resíduos

úmidos que não podem ser processados em conjunto com os demais, resíduos das atividades

de higiene e outros tipos.

Constituiem também nessa classificação os resíduos provenientes de atividades

comerciais, como escritórios, mercados, bancos, lojas, restaurantes, e etc. Mas de maneira

geral se caracterizam com os resíduos domiciliares, diferindo na sua quantidade, uma vez que

estabelecimentos comerciais tendem a gerar maior quantidade de resíduos inorgânicos, como

papel, plástico e papelão. Diferente dos estabelecimentos do ramo alimentício, que nesse caso

tendem a gerar maiores quantidades de resíduo orgânico.

A composição e a geração dos resíduos domiciliares e comerciais variam de acordo

com vários aspectos como, diferentes pontos geográficos com maior aglomeração da

população, base econômica do município, diferentes classes econômicas sócias.

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56

De acordo com Junior (2006), a quantidade exata desses resíduos gerados é de difícil

determinação pelo fato de sofrer interferências do armazenamento, da reutilização ou

reciclagem e do descarte em locais clandestinos, que acabam por desviar parte do fluxo de

matérias antes do descarte dos resíduos por seu gerador em local de domínio publico.

Como método de obtenção desses dados é utilizado indicadores para chegar aos

valores de geração de resíduos. Segundo o Instituto Brasileiro de Administração Pública -

IBAM (2001), o peso específico dos resíduos soltos corresponde a 230 kg/m3 e resíduos

compactados, 600 kg/m3.

A tabela 6 indica a estimativa de geração per capta segundo IBAM (2001).

Tabela 6: Geração per capita de resíduos.

Tamanho da Cidade População Urbana

(habitantes)

Geração per capita

(kg/hab/dia)

Pequena Até 30 mil 0,50

Média De 30 mil a 500 mil 0,50 a 0,80

Grande De 500 mil a 5 milhões 0,80 a 1,00

Megalópole Acima de 5 milhões Acima de 1,00

Fonte: Adaptado de IBAM, 2001.

Levando em conta que Marau possui 39.182 habitantes, e utilizando a estimativa

segundo IBAM (2001) é caracterizado como um município de porte médio, podendo ser

adotada uma geração per capita entre 0,5 a 0,8 kg/hab/dia.

Não foi possível identificar dados da quantidade de resíduos gerada pelo município,

pois a empresa de coleta não repassaram quantidades. Levanto em conta dados da literatura,

baseado na estimativa do IBAM (2001), a quantidade considerada para o município de Marau

foi de 0,8kg/hab/dia, o que resultou em 31,35 toneladas por dia. Seria possível considerar um

valor maior que este, por Marau ser uma cidade bem desenvolvida, com poder aquisitivo alto,

porém considerou-se esse valor por ser baseado em estudos.

A composição gravimétrica identifica o percentual de cada componente em relação ao

peso total da amostra de resíduo analisada. A maioria dos métodos utilizados para determinar

a composição gravimétrica e peso específico do lixo baseia-se no quarteamento, que envolve

a seleção, mistura e divisão de amostras do lixo, conforme NBR 10007. (ABNT, 1987)

A empresa ressaltou que a composição gravimétrica dos resíduos tem pouca precisão,

pois são mensurados apenas os resíduos coletados na Zona Central, pois é a única aonde é

realizada a coleta seletiva e a empresa consegue quantificar.

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Segundo dados da Empresa Eco Verde, a composição gravimétrica dos resíduos

coletado no município da área central, é apresentada na tabela 7.

Tabela 7: Composição Gravimétrica dos Resíduos Coletados em Marau.

Composição Gravimétrica dos Resíduos de Marau

Descrição Porcentagem (%)

Matéria Orgânica 55

Vidro 4

Papel Misto 4

Papelão 5

Material Ferroso 6

Material Não Ferroso 3

Plástico Mole (sacolinhas) 7

Plástico “duro” e Pet 10

Rafia (fibras têxteis de palmeiras) 2

Diversos 4

Fonte: Dados Coletado pela Empresa Eco Verde

Nos materiais citados como diversos também são encontrados resíduos denominados

especiais, como pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes e medicamentos vencidos, os quais

devem ter destino diferenciado através do sistema de logística reversa, porém muitas vezes

não é o que realmente se observa na prática e acabam direto no aterro.

A empresa Eco Verde Prestadora de Serviços de Coleta de Lixo Ltda-ME, inscrita no

CNPJ sob o nº 06.136.424/0001-64 é responsável pela coleta, transporte e disposição final dos

resíduos sólidos domiciliares e comerciais do perímetro urbano e rural. Conforme licitação de

processo com nº 1645/2013, decorrente da Dispensa por Justificativa de nº 34/2013,

modalidade Concorrência Pública, esse contrato de prestação serviço foi firmado em 22 de

junho de 2013 com prazo de vigência de dois meses, 22 de junho de 2013 até 22 de junho de

2014 e sendo renovado sob termo aditivo passando a ter vigência de 22 de junho de 2014 a 31

de dezembro de 2014.

A coleta dos resíduos domiciliares abrange a área urbana e rural do município. Todo

material é transportado mecanicamente do ponto de geração até o destino final. Para tal,

segundo a empresa responsável, existe um planejamento de rotas divido: pelas Zonas do

município de acordo com o Plano Diretor, e horários para reduzir a ociosidade dos caminhões

e evitar congestionamento no trânsito. A empresa possui dois mapas para melhor

desenvolvimento do roteiro da coleta e estão nos anexos A e B deste trabalho.

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O quadro 1 a seguir apresenta o cronograma domiciliar dividindo o município por

cinco Zonas e o período e horários de inicio da coleta convencional.

Quadro 1: Cronograma da Coleta Domiciliar.

CRONOGRAMA DE COLETA LIXO ORGÂNICO DOMICILIAR

Zona 1 Coleta Diária

17:00hrs

Zona 3 / Horário: 07:00hrs Zona 5 / Horário: 07:00hrs

Loteamento São Cristovão

Centro

Cidade Alta

Distrito Industrial

Lot. Nova Alternativa

Lot. Radaelli

Lot. Busnello

Lot. São José

Lot. Jardim do Sol

Lot. Frei Adelar

Lot. Jardim das Palmeiras

Lot. Colina

Lot. José Bernardi

Lot. Colett

Lot. Planalto

Lot. Nativo

Bairro Nossa Sra. Guadalupe

Lot. Fernandes

Lot. Avelino Setti

Lot. Portal do Sol

Núcleo Hab. Novo Horizonte

Lot. Santin

Lot. Dall Asta

Lot. Santa Rita

Lot. Eduardo Tramontina

Lot. Bernardo Antunes

Lot. Colina Verde

Lot. Colussi

Trevo Sul

Zona 1.2 / Horário: 17:00hrs

Loteamento Fuga

Zona 1.3 / Horário 07:00hrs

Lot. Bosque

Lot. São Boa Ventura

Zona 2 / Horário: 07:00hrs Zona 4 / Horário: 07:00hrs Dias da Semana atendidos

Colina Nova Marau

Lot. São Luiz

Lot. Bairro Industrial

Lot. Santa Tereza

Lot. Vicente Riva

Lot. Cohab

Lot. Girardi

Lot. Jardim America

Lot. Santa Helena

Vila Progresso

Lot. Scortegagna

Vila Carolo

Ivanildo Savi

Constante Fuga

Lot. Dalberto

Lot. Angelina Rodegheri

Vila Fátima

Lot. Casulo

Vila Verde

Lot. Primavera

Vila Santa Isabel

Lot. Fachini

Vila Rigo

Lot. Adalberto Borella

Lot. Antonio Oltramari

Lot. Guigi

Lot. FHG

Lot. Conforto

Segunda Quarta e Sexta.

Zona 1.2

Zona 2

Zona 3

Terça Quinta e Sexta

Zona 1.3

Zona 4

Zona 5

Quanto à coleta seletiva, existe o sistema apenas na área central e os dias de

atendimento são nas Segundas, Quartas e Sextas, com o inicio da coleta com horário a partir

da 13:00hrs.

A coleta de resíduos urbanos é realizada através de caminhões compactadores, e de

acordo com a empresa Eco Verde, é realizada com pessoal treinado, dividido em grupos

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composto por 1 motorista e 3 funcionários utilizando equipamentos próprios para execução do

serviço. As figuras 16 e 17 apresentam a frota disponível pela empresa.

Figura 16: Caminhão Compactador

Fonte: Eco Verde Prestação de Serviços de Coleta de Lixo Ltda-ME.

Figura 17:Caminhão Compactador e Container.

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Fonte: Eco Verde Prestação de Serviços de Coleta de Lixo Ltda-ME

O acondicionamento dos resíduos nas ruas de Marau é feito através de containers

somente na área central do município, que é o único ponto do município onde é feito a coleta

seletiva e locado 32 contêineres pela empresa Eco Verde, o que mostrou ser insuficiente para

atender a demanda na área central. No restante do município é realizado sem a presença de

recipientes apropriados, os resíduos são depositados nas calçadas, embalados pela população

em sacos plásticos. Alguns locais possuem recipientes de metal, plástico ou alvenaria

instalados sobre os passeios públicos, na maioria das vezes instalados pelos próprios

moradores, empresas patrocinadoras ou pela prefeitura, normalmente em mal estado de

conservação.

Foram detectados rompimentos frequentes nos sacos plásticos utilizados para

acondicionar os resíduos temporariamente nas ruas, tanto por animais quanto na transferência

feita de forma manual para os caminhões da coleta. As figuras 18, 19, 20, 21 e 22 apresentam

recipientes das vias publicas do município.

Figura 18: Container na área central de Marau

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Figura 19: Recipientes da Av. Júlio Borela

Figura 20: Recipientes para disposição de resíduos nas vias públicas

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Figura 21: Resíduos depositados nas vias públicas

Figura 22: Recipiente instalado pelos moradores dessa rua.

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Alguns problemas operacionais foram detectados pela empresa responsável. Na área

central o problema relatado é de que a população ainda faz a mistura dos resíduos, e mesmo

com os containers disponibilizados ainda existem pontos em que o acondicionamento é nas

vias publicas.

Quanto aos bairros foi relatados problemas com a dificuldade de acesso em alguns

pontos, à falta de separação dos resíduos é total em praticamente todos os bairros.

Ambos foram detectados problemas como o descarte dos resíduos nas vias públicas,

descarte fora dos horários de coleta, a mistura de resíduos especiais com os resíduos sólidos

domiciliares, e também há conflitos políticos, que acabam interferindo na coleta.

2.3.3.1.1 Coleta Seletiva

Coleta Seletiva é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis: papéis,

plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora e que podem

ser reutilizados ou reciclados. A coleta seletiva funciona, também, como um processo de

educação ambiental na medida em que sensibiliza a comunidade sobre os problemas do

desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo.

Conforme Bazzan (2012), ao praticar a coleta seletiva, facilita-se o processo de

reciclagem, o qual consiste na transformação de um material em outro produto. A reciclagem

gera economia de matérias-primas, água e energia, contribui para a melhoria do meio

ambiente, na medida em que diminui a exploração de recursos naturais, reduz o consumo de

energia no processo de fabricação destes materiais, diminui a poluição do solo, da água e do

ar, prolonga a vida útil dos aterros sanitários. Além de diminuir os custos da produção, com o

aproveitamento de recicláveis pelas indústrias, diminuir o desperdício e os gastos com a

limpeza urbana, e além de tudo, cria oportunidade de fortalecer organizações comunitárias,

pois gera emprego e renda pela comercialização dos recicláveis.

O município de Marau dispõe desse sistema apenas na área central, e como

apresentado anteriormente ainda possui muitas falhas. A prefeitura junto com a empresa Eco

Verde realizou uma divulgação do sistema de coleta seletiva através de programas de rádio, e

como forma de conscientização foi elaborado folders autoexplicativos para a população,

informando a importância da ação e o cronograma de coleta dos resíduos e horários na área

central. A figura 23 apresenta o modelo de folders desenvolvido.

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Figura 23: Folders Coleta Seletiva.

No Município observa-se a existência de catadores autônomos, os quais recolhem

materiais e fazem sua comercialização sem o intermédio da administração pública. Os dados

referentes à coleta de resíduos destes catadores não são controlados pela prefeitura e não

foram abordados neste trabalho.

A Composição Gravimétrica dos resíduos coletados pelo sistema de coleta seletiva foi

apresentado na Tabela 3, totalizando aproximadamente 40% de material reciclado.

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Quanto à quantificação dos resíduos sólidos coletados pelo sistema de coleta seletiva

da área central será abordado no item do sistema de operação do aterro sanitário.

2.3.3.2 Disposição Final dos Resíduos Sólidos

A disposição final dos resíduos sólidos de Marau é feita pela mesma empresa de coleta

a Eco Verde, e não é realizada no município. Os resíduos sólidos urbanos domiciliares e

comerciais são coletados e transportados até o Aterro Sanitário de Serafina Corrêa, Planeta

Reciclagem, localizado na Rod RS 129 km 142.30, SN, há aproximadamente 60 km do

município de Marau.

O aterro Planeta Reciclagem é um empreendimento novo, com aproximadamente 2

anos de operação, opera com Licença de Operação expedida pelo Órgão Estadual do Meio

Ambiente do Rio Grande do Sul (FEPAM), com o nº 6357 / 2012-DL e com data inicial em

17/10/2012 e validade até 17/10/2016, tem capacidade de 50 toneladas/dia e possui uma área

licenciada de 10 hectares, a planta baixa do aterro apresentada no Anexo C, desse trabalho.

A empresa presta serviço para 13 municípios, e não foram repassados quais são eles,

nem a quantidade coletada por cada município.

Segundo a empresa o aterro é considerado como padrão ótimo, e está classificado

junto com os melhores do estado do Rio Grande do Sul. O aterro pode ser visualizado nas

figuras 24 e 25. A figura 24 pode se observar a entrada no aterro, a balança de pesagem, o

pavilhão de triagem e o sistema de tratamento de efluentes. Na figura 25 é possível observar

em um ângulo contrário o pavilhão de triagem, e acima do sistema de tratamento de efluentes,

está localizada a célula de disposição final dos resíduos, a qual não se permite visualizar na

imagem.

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Figura 24: Aterro Sanitário Planeta Reciclagem

Figura 25: Aterro Sanitário Planeta Reciclagem

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2.3.3.2.1 Sistema de Operação do Aterro Sanitário

O aterro possui sistema de triagem para os resíduos coletados através da coleta seletiva

e afirma que de todos os municípios Marau é o que apresenta maior dificuldade nesse sentido,

por não possuir um sistema de coleta seletiva completo, os resíduos de todos os bairros é

encaminhado direto para o aterro, passa pelo processo de triagem somente da área central do

município.

O sistema de triagem é realizado por três processos, que são eles: a pesagem dos

resíduos, o armazenamento temporário e a esteira para separação dos materiais. Depois de

separados os resíduos que são vendidos pela empresa são armazenados em sacos divididos por

tipo de material e prensados.

Os resíduos que não são vendidos, como por exemplo, sacolas plásticas, são

armazenadas em containers em lugar coberto e quando cheios são recolhidos por uma

empresa de reciclagem, que não foi repassado informações sobre a mesma.

Quanto aos rejeitos encontrados no sistema de triagem são acondicionados em um

container no final da esteira, e são dispostos no aterro.

As figuras 26, 27, 28, 29, 30 e 31 apresentam todo o processo de triagem.

Figura 26:Caminhão de coleta seletiva na balança

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Figura 27:Caminhão descarregando os resíduos

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Figura 28: Esteira para separação dos materiais recicláveis

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Figura 29: Separação dos Materiais coletados na esteira

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Figura 30: Armazenamento de Sacolas Plásticas

Figura 31: Rejeitos armazenados antes da disposição final no aterro

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Para os resíduos coletados pelo sistema normal de coleta domiciliar nos municípios,

entretanto, os caminhões coletores ao chegar ao aterro passam pela balança de pesagem e se

encaminham diretamente à célula de disposição final.

Na figura 32 se observa um caminhão de resíduos da coleta do lixo orgânico.

Figura 32: Caminhão com Resíduos da Coleta Lixo Orgânico

A empresa disponibilizou uma planilha com todos os materiais reciclados vendidos no

ano de 2013, todos provindo do sistema de triagem coletados pelo sistema de coleta seletiva.

Na tabela 8 é possível quantificar os materiais reciclados, porém a empresa não

repassou valor recebido por cada material.

Tabela 8: Quantidade de Material Reciclado no Aterro

MATERIAL TON %

Papel Misto 120.020 21,80%

Papelão 119.340 21,67%

Ferro 79.290 14,40%

Vidro 64.530 11,72%

Pet. Incolor 35.120 6,38%

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73

Plast. Incolor 29.040 5,27%

Rafia 26.790 4,87%

Plast. Sacolinhas 24.260 4,41%

Plast. bco/colorido 16.920 3,07%

Caixa longa vida 11.010 2,00%

Pet Verde 9.265 1,68%

Alumínio latinha 5.560 1,01%

Plástico Seco 4.620 0,84%

Pet Resina 3.660 0,66%

Alumínio Panela 1.240 0,23%

TOTAL

550.665 100%

Fonte: Planeta Reciclagem

Através de pesquisa com uma empresa de Erechim, foi informado o valor de compra

de cada material reciclado, logo foi possível fazer uma avaliação do valor arrecadado pelo

sistema de triagem. Salienta-se que não é o valor do saldo real da empresa Planeta

Reciclagem, uma vez que foi realizado levantamento com outra empresa, apenas com o

intuito de aprofundar a pesquisa e de analisar o quanto é rentável a comercialização desses

materiais. A tabela abaixo apresenta o valor em R$ conforme a pesquisa. Os valores de

compra foram repassados pela empresa ABPEL Com de Papeis Ltda, inscrita sob CNPJ de nº

04.991.930/0001-05, com Licença de Operação expedida pelo município de Erechim com nº

111/2010.

Tabela 9: Valores dos Materiais Reciclados

MATERIAL Ton. %

R$ em kg R$ em

Ton

R$

Recebido

Papel Misto 120.020 21,80% 0,32 320 38400

Papelão 119.340 21,67% 0,50 500 59500

Ferro 79.290 14,40% 0,30 300 39645

Vidro 64.530 11,72% 0,06 60 3872

Pet. Incolor 35.120 6,38% 1,10 1.100 3862

Plast. Incolor 29.040 5,27% 0,90 900 26100

Rafia 26.790 4,87% 0,28 280 7504

Plast. Sacolinhas 24.260 4,41% 0,35 350 8491

Plast. bco/colorido 16.920 3,07% 0,70 700 11844

Tetra Pack 11.010 2,00% 0,40 400 4400

Pet Verde 9.265 1,68% 0,80 800 7408

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Alumínio latinha 5.560 1,01% 2,50 2500 13900

Plástico Seco 4.620 0,84% 0,06 60 277

Pet Resina 3.660 0,66% 0,35 350 1281

Alumínio Panela 1.240 0,23% 2,70 2700 3348

550.665 100% 229832

De acordo com os valores repassados pela empresa ABPEL foi possível realizar um

calculo aproximado do valor arrecadado pelo aterro através do sistema de triagem, pode-se

analisar que o total no ano de 2013 foi de R$ 229.832,00, o que leva a um retorno

significativo, tendo uma média de R$19.153,00 por mês. Conclui-se que o sistema de coleta

seletiva é um grande gerador de renda.

Como o aterro é um empreendimento recente existe apenas uma célula construída

atualmente, a disposição final é feita nessa célula, que conforme a Licença de Operação tem

4.650,00 m², e uma capacidade de receber 50 toneladas por dia. Todos os caminhões ao

chegar à empresa passam pela balança, e posteriormente aguardam em fila, pois é permitido

apenas um caminhão por vez para se direcionar até a célula do aterro. Na figura 34 é possível

observar onde o caminhão despeja os resíduos, e na figura 35 se observa os resíduos já

espalhados e com prensados.

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Figura 33: Célula de Disposição Final dos Resíduos

Figura 34: Célula de Disposição Final dos Resíduos

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Conforme dados da empresa o sistema de drenagem e tratamento de líquidos

percolados (lixiviado) e posteriormente o sistema de tratamento destes é composto por três

lagoas, com área da lagoa primária de 400,00 m², da lagoa secundária de 1.500,00 m² e da

lagoa de polimento de 350,00 m² á seguir os efluentes são encaminhados para corpo receptor.

São detectados problemas operacionais em períodos sucessivos de chuvas intensas.

Segundo o proprietário da empresa já estão com um projeto para captação de gás metano na

primeira lagoa do sistema, buscando assim uma forma de solucionar esse problema com a

chuva.

A figura 36 é apresentado o sistema de tratamento, demonstrado as três lagoas.

Figura 35: Tratamento Efluentes do Aterro

2.3.3.3 Óleo de Cozinha

Dentre os resíduos gerados que representam riscos de poluição ambiental considerável

estão os óleos vegetais usados em processos de fritura. Segundo Reis (2007), esses óleos são

largamente consumidos para a preparação de alimentos tanto nas residências domiciliares

quanto nos estabelecimentos industriais e comerciais de produção de alimentos. Devido à falta

de informação da população e dos empresários, o resíduo do óleo de cozinha gerado acaba

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sendo despejado em corpos aquáticos – como rios ou riachos –, causando a sua contaminação,

ou nas pias e vasos sanitários, indo parar nos sistemas de esgoto e causando o entupimento

dos canos, encarecendo os processos das ETEs (Estações de Tratamento de Efluentes).

A prefeitura de Marau disponibiliza um eco-ponto para descarte desse resíduo, é

localizado no estacionamento principal da prefeitura. São realizados programas com parceria

em rádios, para informação da população. A empresa responsável pelo transporte e destinação

final desse material é uma empresa localizada no município vizinho de Vila Maria e utiliza o

óleo como matéria-prima em seu processo. A coleta é feita semanalmente, na sexta-feira e são

coletados aproximadamente 250 Litros.

Na figura 37 é apresentado o local de acondicionamento do óleo de cozinha.

Figura 36: Acondicionamento do Óleo de Cozinha.

2.3.3.4 Limpeza Pública

Conforme Art. 13 da Lei Federal 12.305/2010 são considerados resíduos sólidos de

limpeza urbana os originários da varrição, limpeza de logradouros, vias públicas, galerias,

áreas consideradas de feiras e outros serviços de limpeza urbana. Sua composição é muito

variada dependendo do local e situação onde é recolhido, mas podem conter folhas de árvores,

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galhos e grama, animais mortos, papel, plástico, restos de alimentos, etc. Podem ser

classificados da mesma forma dos resíduos sólidos domiciliares.

Em Marau o serviço de limpeza urbana é terceirizado pela empresa ServiPlan, nesse

contrato de acordo com a Secretária da Cidade entra somente a limpeza das vias publicas da

área central do município. Os resíduos coletados por esse serviço são acondicionados junto

com os resíduos domiciliares para coleta convencional. Devido a isso não foi identificado as

quantidades diárias.

A figura 38 apresenta uma funcionária da ServiPlan realizando seu trabalho.

Figura 37: Funcionário da ServiPlan

Quanto à poda e capina do município, a prefeitura dispõe de três funcionários que

atendem toda a cidade. Os resíduos maiores como galhos, árvores e móveis são acondicionado

nas vias publicas, não é disponibilizado contêiner em nenhuma parte do município, e é

coletado toda sexta-feira pela empresa Eco Verde, a mesma empresa responsável pelo sistema

de coleta domiciliar. A quantificação desses resíduos foi repassada pela empresa de coleta, e é

de 3 cargas por dia, não foi repassado valores em quilogramas, e a destinação final

normalmente é vendida para serem utilizados como lenhas.

Nas figuras abaixo é possível observar o acondicionamento desses resíduos nas vias

públicas. A figura 39 apresenta uma quantidade grande de móveis no Loteamento Frei Adelar,

a figura 40 é apresentada o resíduo de poda em vias pública.

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Figura 38: Móveis no Loteamento Frei Adelar.

Figura 39: Resíduos de Poda em via pública.

2.3.3.5 Resíduos Especiais

Estes resíduos estão sujeitos à logística reversa, que consiste em um desenvolvimento

econômico e social que se caracteriza por procedimentos e meios destinados a implantar a

coleta e a restituição destes resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em

seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação. Vários dos resíduos com

logística reversa já têm a gestão disciplinada por resoluções específicas do CONAMA.

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Pilhas e Baterias

A Resolução CONAMA nº. 257, de 30 de junho de 1.999, estabelece procedimentos

especiais ou diferenciados para destinação adequada quanto ao descarte de pilhas e baterias

usadas, para evitar passivos ao meio ambiente. Com base nesta Resolução e ainda na

Resolução CONAMA n°. 263 de 12 de novembro de 1999, que regulamentam a destinação

final dos resíduos de pilhas e baterias, recomenda-se que a devolução das pilhas e baterias,

após seu esgotamento energético, seja realizada pelo próprio cidadão nos locais devidamente

autorizados pela prefeitura como pontos de devolução ou nas redes técnicas autorizadas pelos

fabricantes e importadores de pilhas e baterias.

Em Marau não existem pontos de coletas para esse material, disponibilizado pela

prefeitura uma vez que de acordo com a legislação, esse material não é responsabilidade do

poder publico.

Com relação à geração de resíduos de pilhas e baterias, e pela dificuldade em

quantificar este tipo de resíduo, não há controle das quantidades existentes, sendo estes apenas

estimativas. Muitas vezes, por deficiência da divulgação e falta de informação da população,

estes resíduos são dispostos na coleta convencional, tendo por fim o aterro sanitário.

De acordo com a PNRS esse material deve ser destinado conforme a logística reversa,

mas é necessário repassar informações a população, uma vez que a maioria desconhece tal

sistema.

Lixo Eletrônico

A Lei Estadual nº 13.533, de 28 de outubro de 2010 que institui normas e

procedimentos para a reciclagem, o gerenciamento e a destinação final de lixo tecnológico e

dá outras providências. No art. 1° da referida Lei menciona que produtos e os componentes

eletroeletrônicos, considerados como lixo tecnológico, devem receber uma destinação final

adequada que não provoque danos ou impactos negativos ao meio ambiente e à sociedade.

No levantamento de dados do município foram identificados dois pontos de coleta

para este material, um ponto está localizado na Casa de Cultura e outro no Parque de

Maquinas da Prefeitura. O destino a esses resíduos segundo o Departamento de Meio

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Ambiente, e é coletado e destinado pela empresa DescarteSul, que não foi repassado dados da

mesma, nem quantidades. A figura 41 apresenta o acondicionamento dos eletrônicos na Casa

de Cultura.

Figura 40: Acondicionamento dos Resíduos Eletrônicos.

Pelos dados levantados no diagnóstico é possível observar que há pouca divulgação e

campanhas de conscientização.

Na figura 42 é apresentado o resíduo eletrônico de uma residência de Marau, aonde o

proprietário afirmou não saber o que fazer com o resíduo.

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Figura 41: Resíduo Eletrônico de uma Residência no Município

.

Lâmpadas, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista

Para o embasamento legal foi analisada a Lei Estadual n.º 11.019, de 23 de setembro

de 1997, que dispõe sobre o descarte e destinação final de pilhas que contenham mercúrio

metálico, lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone celular e demais artefatos que

contenham metais pesados no Estado do Rio Grande do Sul, retificada pela Lei Estadual nº

11.187, de 07 de julho de 1998, acrescentando normas sobre o descarte e destinação final de

lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone celular e demais artefatos que contenham metais

pesados. E pela lei nº 13.401, de 30 de março de 2010 que Altera a Lei n.º 11.019, de 23 de

setembro de 1997, que dispõe sobre o descarte e destinação final de pilhas que contenham

mercúrio metálico, lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone celular e demais artefatos que

contenham metais pesados no Estado do Rio Grande do Sul.

Quanto às lâmpadas, no material divulgado pela Secretaria de Meio Ambiente do

Estado de São Paulo em 2010, consta a estimativa de consumo de 4 unidades incandescentes e

4 unidades fluorescentes por domicílio por ano. De acordo com ALMEIDA (2012), o índice

de geração em kg/hab.dia é de 2,65x10-4. Utilizando esta metodologia para o município de

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Marau estima-se a quantidade gerada de 10,38 kg/hab.dia, totalizando uma geração atual de

resíduos de lâmpadas é 3,4 ton./ano.

Segundo os dados repassados pela Secretária da Cidade, em relação às lâmpadas

trocadas nas vias publicas do município, é armazenado em um local adequado, conforme a

figura abaixo, e coletado pela empresa Cetric - Central de Tratamento de Resíduos Sólidos

Industriais, localizada em Chapecó-SC, a mesma tem responsabilidade em destinar os

resíduos.

Figura 42: Acondicionamento de Lâmpadas.

A quantificação desse material é de aproximadamente 60 lâmpadas por mês, mas em

meses mais chuvosos aumenta o volume, chegando a 75 lâmpadas mensais.

De acordo com a prefeitura não existem pontos de coletas para a população, para estes

resíduos, pois não é de responsabilidade do poder publico. Afirmam estar alertando os

comerciantes desses materiais para receber os resíduos através da logística reversa.

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Com um levantamento mais preciso foi identificado dois comércios de venda destes

materiais que recebem esses resíduos, porém em um estabelecimento é cobrado o valor de R$

1,00 por lâmpada, e no outro estabelecimento é necessário comprar 2 lâmpadas para deixar

uma. Esse procedimento acaba dificultando o sistema, e a população acaba destinando na

coleta domiciliar. Mas de acordo com a prefeitura não há embasamento legal que proíbe o

comerciante de não cobrar pelo recebimento.

Pneus

De base legal para estes materiais tem-se a Resolução CONAMA N. 258, de 26 de

agosto de 1999, que determina que as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos

ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus

inservíveis existentes no território nacional, na proporção definida nesta resolução

relativamente às quantidades fabricadas e/ou importadas. As empresas que realizam processos

de reforma ou de destinação final ambientalmente adequada de pneumáticos ficam

dispensadas de atender ao disposto a esta exigência, exclusivamente no que se refere à

utilização dos quantitativos de pneumáticos coletados no território nacional. (CONAMA,

1999).

A Lei estadual nº 12.114, de 05 de julho de 2004 que proíbe a comercialização de

pneus usados importados no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.

A Resolução CONAMA n°. 416, de 30 de setembro de 2009 que dispõe sobre a

prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação

ambientalmente adequada, e dá outras providências.

Um dos problemas causados por esses resíduos é a disposição inadequada. A

disposição quando realizada em aterros, por exemplo, ocupa grandes volumes, dificultando o

confinamento e, em outros casos quanto a disposição em áreas improprias, pode comprometer

o ambiente com a disposição inadequada em mananciais e terrenos baldios, pois a borracha

possui lenta decomposição, além de servir como deposito de água e servindo de ambiente

propicio para a proliferação do mosquito Aedes Aegypti transmissor das doenças como a

dengue e a febre amarela urbana.

Quanto aos pneus, o número dos considerados inservíveis, recolhidos e destinados

segundo o Cadastro Técnico Federal do IBAMA (IBAMA, 2011), aponta para uma taxa de

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geração de resíduos de 2,9 kg anuais por habitante, o que representa, por esta estimativa de

114 toneladas anuais para o município de Marau.

De acordo com a Prefeitura em 2012 foi realizado uma campanha de recolhimento dos

pneus que durou aproximadamente dois meses e foram coletadas duas cargas, porém esse

trabalho não foi dado sequência, e por conta disso, atualmente não existe mais nenhum

programa por parte do poder público incentivando a reciclagem, logística reversa ou a coleta

desse material.

Esse resíduo de acordo com a PNRS é de responsabilidade do comerciante/fabricante

receber esses resíduos, aonde o poder publico pode apenas orientar, e realizar campanhas de

conscientização.

Óleos Lubrificantes, seus Resíduos e Embalagens

Para o embasamento legal a desses materiais tem-se a Resolução CONAMA nº 362,

de 23 de junho de 2005 que dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo

lubrificante usado ou contaminado.

Resolução CONAMA n°. 398, de 11 de junho de 2008 que dispõe sobre o conteúdo

mínimo do Plano de Emergência Individual para incidentes de poluição por óleo em águas

sob jurisdição nacional, originados em portos organizados, instalações portuárias, terminais,

dutos, sondas terrestres, plataformas e suas instalações de apoio, refinarias, estaleiros,

marinas, clubes náuticos e instalações similares, e orienta a sua elaboração.

Segundo o Guia Básico – Gerenciamento de óleos lubrificantes do Ministério do Meio

Ambiente (2005), afirma que esse material sofre deterioração ou contaminação, perdendo suas

propriedades ótimas e não servindo mais para a finalidade para a qual foi elaborado, exigindo

sua substituição par garantir a integridade e o bom funcionamento do motor ou equipamento.

Depois de retirado do motor ou equipamento, passa a ser um resíduo perigoso

chamado óleo lubrificante usado ou contaminado, conhecido popularmente como “óleo

queimado”. Seus componentes, ao sofrerem degradação, geram compostos perigosos para a

saúde e o ambiente, tais como dioxinas, ácidos orgânicos, cetonas e hidrocarbonetos

policíclicos aromáticos, além de conter diversos metais como cromo, cádmio, chumbo e

arsênio, oriundos da fórmula original e absorvidos pelo próprio motor ou equipamento.

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Esse resíduo se aplica também na logística reversa, e deve ser informada a população o

seu acondicionamento, enquanto aguarda ser encaminhados para o vendedor ou fabricante que

tem a responsabilidade de dar disposição correta.

Quanto aos caminhões e carros da prefeitura a troca desse óleo é feita em postos de

gasolina do município.

Quanto aos maquinários como tratores, a troca é feita no parque de maquinas da

prefeitura pelos funcionários, quanto ao resíduo, foi informado que o mesmo é acondicionado

no próprio recipiente, e entregam para o posto de gasolina.

Porém é de conhecimento de toda a população que a prefeitura já sofreu infração

devido à esses resíduos e suas embalagens, pois estavam sendo enterrados ou queimados

pelos funcionários, o que indica a necessidade de um controle maior.

Não foi possível quantificar esses resíduos, mas será abordado nesse trabalho ações

para correta disposição desse material.

2.3.3.6 Resíduos de Serviços de Saúde

A legislação brasileira através da RDC 306/04 da ANVISA estabelece o regulamento

técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Esta define o gerenciamento

dos RSS como um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir

de bases cientificas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção

de resíduos e proporcionar, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à

proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio

ambiente.

A Resolução do CONAMA nº 306, atribui a classificação dos Resíduos de Serviços de

Saúde, como os resíduos infectantes (sépticos), como cultura, vacina vencida, sangue e

hemoderivados, tecidos, órgão, produto de fecundação com as características definidas na

resolução, materiais resultantes de cirurgia, agulhas, ampola, pipeta, bisturi, animais

contaminados, resíduos que entraram em contato com pacientes (secreções, refeições etc.) e

resíduos especiais, como rejeitos radioativos, medicamento vencido, contaminado,

interditado, resíduos químicos perigosos.

De acordo com a Resolução RDC ANVISA nº 306/04 e Resolução CONAMA nº

358/05, os RSS são classificados em função de suas características e consequentes riscos que

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podem acarretar ao meio ambiente e à saúde e consistem em cinco grupos: A, B, C, D e E,

apresentados no Quadro 1:

Quadro 2: Classificação dos Resíduos de Serviços da Saúde

CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO

A

Engloba os componentes com possível

presença de agentes biológicos que, por suas

características de maior virulência ou

concentração, podem apresentar risco de

infecção. Exemplos: placas e lâminas de

laboratório, carcaças, peças anatômicas

(membros), tecidos, bolsas transfusionais

contendo sangue, dentre outras

B

Contém substâncias químicas que podem

apresentar risco à saúde pública ou ao meio

ambiente, dependendo de suas características

de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e

toxicidade. Ex: medicamentos apreendidos,

reagentes de laboratório, resíduos contendo

metais pesados, dentre outros.

C

Quaisquer materiais resultantes de atividades

humanas que contenham radionuclídeos em

quantidades superiores aos limites de

eliminação especificados nas normas da

Comissão Nacional de Energia Nuclear -

CNEN, como, por exemplo, serviços de

medicina nuclear e radioterapia etc.

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D

Não apresentam risco biológico, químico ou

radiológico à saúde ou ao meio ambiente,

podendo ser equiparados aos resíduos

domiciliares. Ex: sobras de alimentos e do

preparo de alimentos, resíduos das áreas

administrativas etc.

E

Materiais perfuro-cortantes ou escarificantes,

tais como lâminas de barbear, agulhas, ampolas

de vidro, pontas diamantadas, lâminas de

bisturi, lancetas, espátulas e outros similares.

Fonte: Adaptado de Bazzan, 2013.

O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar os resíduos em seus aspectos

intra e extras do estabelecimento, desde a geração até a disposição final, englobando as

seguintes etapas: segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno,

armazenamento temporário, tratamento, armazenamento externo, coleta e transporte externos

e disposição final.

Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos da Saúde (CNES), o Município de

Marau conta com 104 estabelecimentos de saúde, entre hospitais, unidades básicas de saúde,

clínicas médicas particulares, odontológicas, radiológicas, fonoaudiológicas, de nutrição, de

fisioterapia, de psicologia, farmácias, laboratórios e escolas para portadores de necessidades

especiais. O quadro abaixo apresenta todos os estabelecimentos do município.

Quadro 3: Estabelecimentos de Saúde em Marau-RS.

Cnes Estabelecimento

3579743 A B T FISIOTERAPIA E NUTRICAO LTDA

6307248 A F PRESTADORA DE SERVICOS MEDICOS LTDA

5040345 ADALBERTO FORESTI BORTOLON

6542948 ADIVANE RIVA MAGNABOSCO

2245167 ALPHA REVEILLEAU LABORATORIO

5680255 ANDRE HERMENEGILDO BORTOLINI

3881970 APAE DE MARAU

3579751 BIOMARAU

7096488 CARDIOCENTERMARAU

7461941 CASAGRANDE PIETROBON SERVICOS DE SAUDE S

S LTDA ME

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6291236 CENTRO DE DIAGNOSTICO POR IMAGEM

PLANALTO MEDIO LTDA

3497763 CENTRO MEDICO CARDIOCLINICA LTDA MARAU

3661377 CHIESA LAZAROTTO LTDA MARAU

6332668 CICILIO LOBATO DE OLIVEIRA

7370571 CLAUDIA DAIANE TRENTIN LAMPERT

5946646 CLINICA BORTOLINI

7096496 CLINICA DATAMED

3964663 CLINICA DATAMED LTDA

3197654 CLINICA DE ATENDIMENTO A MULHER LTDA

3219968 CLINICA DE FISIOTERAPIA MARAU

6389163 CLINICA ESPECIALIZADA DENTAL MED S C LTDA

5851998 CLINICA MEDICA CARNIELETTO LTDA

6349749 CLINICA MEDICA E ODONTOLOGICA VARASCHINI

6273556 CLINICA MEDICA MF CASAGRANDE

3195279 CLINICA MEDICA RAUL DE CARVALHO PRESTES

LTDA

3176991 CLINICA PEDIATRICA MARAU LTDA

3209458 CLINICA SANTA HELENA LTDA

3209474 CLINICA SANTO ANTONIO LTDA

3219941 CLINICA SER

7450095 DIGITAL X CLINICA DE RADIOLOGIA

ODONTOLOGICA

6332617 DIVA EVANGELINA DE SOUZA MIGLIORINI

7052669 DOUGLAS TIBOLA

6332684 EAPA SERVICOS MEDICOS LTDA

5680263 EDUARDO PAGNUSSAT MIGLIORINI

7052677 EMILIO JONATAS MUNEROLI

6389155 EQUILIBRA CLINICA MULTIDISCIPLINAR LTDA

5626706 FABIO RAZERA

6291228 FISIO DERM CLINICA DE FISIOTERAPIA LTDA

3567443 FISIOMED MARAU

7179073 GRAZIELA DE CARLI

6986072 GUIMARAES FURTADO SERVICOS MEDICOS LTDA

2246953 HOSPITAL CRISTO REDENTOR MARAU

6332641 INNOVATIVA MEDICINA E SEGURANCA DO

TRABALHO

7430388 IOT MARAU

7095953 JAQUELINE DE CARLI RODEGHERI

6291201 JLA RIGO LTDA

5040361 JOSE HENRIQUE BERGONSI

7194528 LABCOM FONOAUDIOLOGIA LTDA ME

3142515 LABDECESARO

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90

2707691 LABORATORIO BIOLABOR

2245159 LABORATORIO EXATUS MARAU

5040329 LEANDRO BORTOLON

3204529 MARAU MED SERVICOS MEDICOS LTDA

7306725 MARCIO MEZZOMO EIRELI

6786294 MARIA HELENA VESCOVI DE OLIVEIRA

5040396 MEZOMO CLINICAS ODONTOLOGIA E MEDICINA

LTDA

3964698 MEZZOMO MEZZOMO LTDA

3204510 MONICA BALLARDIN

6332676 MOSCHETTA MOSCHETTA LTDA

3195287 MULTICLINICA ESPECIALIZADA

6792367 NASF NUCLEO DE APOIO A SAUDE DA FAMILIA

7280424 NATALIA POSSER TRENTIN

6542972 OSVALDO LENZI

5040299 PAULO RICARDO MACHADO DE MACHADO

2245108 POSTO DE SAUDE AMBULATORIO CENTRAL

MARAU

6370179 PREFEITURA MUNICIPAL DE MARAU

7280432 PREVENCARDIO

3209415 PREVENIR

6542980 PREVENIR ANALISES CLINICAS

6786227 PRO AUDITUS AUDIOLOGIA CLINICA E

OCUPACIONAL

2245116 PRONTO ATENDIMENTO MUNICIPAL PAM MARAU

2245094 PSF CENTRO SOCIAL URBANO MARAU

8007918 PSF SANTA RITA MARAU

8007942 PSF SAO PEREGRINO MARAU

3954862 REABILITARE

7096666 REABILITARE

6657001 RIVA ANTUNES FISIOTERAPIA LTDA ME

6332625 ROBERTO REVOREDO CAMARGO

6390579 ROBSON ZENI

5040302 RONALDO MAGRIN

6806856 TICIANI LABORATORIO

3680290 TRAUMARAU ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

LTDA MARAU

7306776 VALERIA HARTMANN

7305710 VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA MARAU

6974392 VITAFONO SERVICOS FONOAUDIOLOGICOS

Total de Estabelecimentos 104

Fonte: Fonte: CNES.Net

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91

Em relação aos resíduos da saúde, foi de grande dificuldade obter os dados para

realização desse trabalho dos estabelecimentos municipais, no intuito de aprofundar os dados

realizou-se pesquisa em três estabelecimentos privados, um laboratório de analises clinicas e

duas clinicas particulares, os quais repassaram quantidades de resíduos geradas mensalmente.

Tabela 10:Estabelecimentos Privados e sua Geração de Resíduos

Estabelecimento Resíduos Gerados

(L/mês)

LABDECESARO 55

X 70

X 60

Foi possível realizar uma média de 61,6 L/mês, considerando 103 estabelecimentos

instalados no município, sem contar o Hospital, poderia considerar a geração de 6,5 toneladas

por mês. Infelizmente esses dados não podem ser levados em conta, uma vez que há uma

variação grande da geração de resíduos, dependendo o tamanho do estabelecimento e dos

procedimentos realizados.

Em contato com o Hospital Cristo Redentor do município foi repassado que é gerado

800l por semana de lixo séptico, e 78l de resíduos perfuro-cortante por semana. Totalizando

3,2 toneladas por mês de lixo séptico e 312l por mês de perfuro-cortante.

A empresa responsável pela coleta e transporte em praticamente todos os

estabelecimentos é a Via Norte Coleta e Transporte de Resíduos Ltda, portadora do CNPJ de

nº 01.568.077/0007-10, e a destinação é feita pela empresa Sericycle Gestão Ambiental de

Santa Maria-RS, portadora do CNPJ de nº 05.943.056/0001-01. Infelizmente em nenhum dos

estabelecimentos foi possível tirar fotos dos acondicionamentos dos resíduos.

2.3.3.7 Resíduos da construção civil

Quanto a legislação especifica para Resíduos de Construção Civil, tem-se a Resolução

CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002 estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para

a gestão dos resíduos da construção civil.

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A Resolução CONSEMA n° 109 de 22 de setembro de 2005 que estabelece diretrizes

para elaboração do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a ser

elaborado pelos Municípios.

Compõe esta classificação os resíduos de construção, reformas, reparos, demolições,

preparação e escavação de terrenos, também definidos como RCD. De acordo com o

CONAMA nº. 307/02, os resíduos da construção civil são classificados conforme o Quadro 2.

Quadro 4: Classificação dos Resíduos de Construção Civil

CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO

A

São os resíduos reutilizáveis ou

recicláveis de construção, demolição, reformas e

reparos de pavimentação e de outras obras de

infraestrutura, inclusive solos provenientes de

terraplanagem;

São os resíduos reutilizáveis ou

recicláveis de construção, demolição, reformas e

reparos de edificações: componentes cerâmicos

(tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento

etc.), argamassa e concreto;

São os resíduos reutilizáveis ou

recicláveis de processo de fabricação e/ou

demolição de peças pré-moldadas em concreto

(blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos

canteiros de obras.

B

São os resíduos recicláveis para outras

destinações, tais como: plásticos, papel, papelão,

metais, vidros, madeiras e gesso;

C

São os resíduos para os quais não foram

desenvolvidas tecnologias ou aplicações

economicamente viáveis que permitam a sua

reciclagem ou recuperação;

São resíduos perigosos oriundos do processo de

construção, tais como tintas, solventes, óleos e

outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à

saúde oriundos de demolições, reformas e

reparos de clínicas radiológicas, instalações

industriais e outros, bem como telhas e demais

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93

D objetos e materiais que contenham amianto ou

outros produtos nocivos à saúde.domiciliares. Ex:

sobras de alimentos e do preparo de alimentos,

resíduos das áreas administrativas etc.

Fonte: Adaptado de Bazzan, 2012.

Os dados abordados neste trabalho condizem com os repassados pela Prefeitura e por

referências obtidas na bibliografia, porém podem ser comparados com os da literatura, por

não haver um controle especifico da geração.

De acordo com Carneiro (2001), a construção civil é considerada uma das atividades

que mais geram resíduos e alteram o meio ambiente, em todas as suas fases, desde a extração

de matérias-primas, até o final da vida útil da edificação. John (1996) salienta que os valores

internacionais para o volume do entulho da construção e demolição oscilam entre 0,7 e 1,0

toneladas por habitante/ano. Utilizando desta metodologia, para o Município de Marau

estima-se a quantidade gerada de resíduos de construção civil são de 27 toneladas por ano.

Marau está em pleno desenvolvimento econômico, e é considerado um polo no quesito

de construção civil, atualmente o município conta aproximadamente vinte e três construtoras.

Em contrapartida não existe nenhuma empresa de tele entulho licenciada.

Em contato com a Secretária da Cidade, foi informado que havia um terreno em

processo de licenciamento, com autorização de disposição final pela FEPAM para descarte

dos resíduos de construção civil gerados por responsabilidade do poder público, porém

segundo informações o processo de licenciamento não foi terminado, e não foi cumprido

requisitos da autorização, tornando mais uma área ilegal de disposição dos RCC, a prefeitura

não repassou previsão de continuidade desta licença.

O município disponibiliza três funcionários públicos para o recolhimento de entulhos

em todo município com mais um motorista. De acordo com a Sec. Da Cidade, o serviço é

realizado semanalmente em toda cidade.

A quantidade coletada é de trezentas cargas por mês desse material, o destino não foi

informado com precisão, segundo informações da Secretária quando o resíduo for solo,

sempre é utilizado em obras municipais, ou doado para a população.

A figura 44 apresenta resíduos de construção acondicionados em via pública, no

Loteamento Colinas.

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94

Figura 43: Resíduos em via pública

Quanto aos resíduos de obras particulares o acondicionamento é feito através de

container na frente das obras, e coletados por empresas de tele entulho não licenciadas, ou

acondicionado nas vias publicas, e posteriormente transportado para terrenos clandestinos.

Nas figuras abaixo se observa como é realizado esses procedimentos. A figura 45 é de

uma obra na área central do município, localizado na Av. Bento Gonçalves. As figuras 46 e

47 são de reforma em uma residência no bairro Colinas, e de um terreno clandestino próximo

onde é feita a disposição final dos resíduos.

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Figura 44: Container para armazenamento temporário dos RCC

Figura 45: Resíduos de Reforma de uma residência

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Figura 46: Disposição final dos RCC

2.3.3.8 Resíduos industriais

Os resíduos sólidos industriais foram disciplinados anteriormente a Politica Nacional

dos Resíduos Sólidos, pela Resolução do CONAMA 313/2002. Com ela em vigor, diversas

indústrias devem enviar registros para a composição do Inventário Nacional dos Resíduos

Industriais.

Os resíduos gerados pelas indústrias podem ser classificados em perigosos (Classe I) e

não perigosos (Classe II), dependendo da atividade e do processo que o gerou. A coleta desse

material, usualmente, se dá pela própria indústria, sendo responsabilidade dessa organização

todo o processo gerencial desse material. Pode ter como destino a reciclagem, recuperação,

incineração, co-processamento, ou ainda, seu direcionamento à disposição final adequada, em

aterros industriais devidamente licenciados.

O município de Marau possui muitas indústrias geradoras de resíduos, e infelizmente

não foi repassado informações da quantidade de empresas e indústrias instaladas no

município.

O Departamento de Meio Ambiente (DEMA) do Município fiscaliza as empresas em

Marau, e exige as mesmas, dependendo do tipo de resíduo gerado, apresentar planilhas de

controle trimestrais, com respectivos recibos, quando o material é vendido ou doado, ou com

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97

documentos que comprovem o destino final dos resíduos, aumentando a fiscalização quando

se classificam em Classe I. As empresas que ainda não são licenciadas pelo município,

quando necessitam renovar o Alvará de funcionamento é exigido à licença de renovação,

sendo assim, de acordo com o DEMA, poucas são as empresas ainda não licenciadas. Esse

controle mais rigoroso começou em 2011 e segue sendo monitorado, fiscalizado pelos

licenciadores e fiscais do município.

2.3.4 Avaliação do Diagnóstico

Pontos Positivos

Com base nos dados coletados pelo município pode-se afirmar que quanto aos

resíduos industriais é dado prioridade pela prefeitura que desempenha papel de forma

adequada, mantendo controle e atenção. Também nesse ponto são repassadas informações

para as empresas em como reduzir, reutilizar e dar destinação correta aos resíduos gerados.

Em relação aos resíduos especiais, como os eletrônicos a prefeitura disponibiliza de

“eco pontos” para descarte da população, e é destinado de forma correta. O óleo de cozinha

também há pontos de coleta para descarte da população e é destinado para uma empresa que

usa como matéria prima em seu processo. Isso demonstra que o poder público está atento às

necessidades de atender o que sugere a Política Nacional dos Resíduos Sólidos.

O atendimento de coleta dos resíduos sólidos domiciliares se refere a toda área urbana

do município, um ponto favorável em que demonstra que o serviço de coleta se estende a toda

a população.

Pontos Negativos

O município de Marau tem um alto poder aquisitivo, bem estruturado, com inúmeras

oportunidades de emprego e em contrapartida chama atenção pela falta de interesse em

relação aos resíduos, um dos principais pontos é a falta de coleta seletiva em toda a cidade. A

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coleta seletiva 100% eficaz reduz significativamente a quantidade de resíduos depositados no

aterro, aumentando assim a sua vida útil, é fonte de renda e emprego para a população, além

de trazer benefícios econômicos para o próprio poder público.

A falta de controle em relação aos resíduos gerados no município é um grave

problema, tanto para realização desse trabalho, quanto para a prefeitura poder criar projetos e

campanhas baseados em fontes seguras da geração per capita de resíduos. A falta de

conscientização, reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos e a falta de programas de

educação ambiental poderiam contribuir para a redução na geração do RSD.

Outro ponto que vale ressaltar é em relação aos resíduos da construção civil, que são

descartados em áreas clandestinas por empresas, pela população e pela própria prefeitura. O

que evidencia a quantidade de áreas contaminadas no município com resíduos de construção

civil, além de ser uma poluição visual.

Em relação a outros resíduos, não há como cobrar da prefeitura pontos de coletas, pois

não é de responsabilidade do poder público, mas pode ser feito programas de educação

ambiental, salientando a população da importância do descarte seguro, e também criar

parcerias com comércios para que seja feita a logística reversa e que toda população tenha

acesso.

É importante ressaltar a deficiência na fiscalização e monitoramento na geração de

todos os resíduos. Muitas melhorias precisam ser feitas para que o município entre em acordo

com o que sugere a PNRS.

2.3.5 Prognóstico

As projeções populacionais têm como principal propósito subsidiar os gestores, tanto

das esferas públicas quanto dos setores privados, na delimitação de cenários futuros de

atuação e na formulação de políticas de curto, médio e longo prazo. Portanto, a projeção

populacional é o ponto de partida para a construção dos cenários alternativos de metas e

demandas do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

Foram estudados horizontes de tempo que se estendem até o ano de 2034, dessa forma

foi possível originar parâmetros para que os objetivos e metas do plano a ser implementado

pudessem ser definidos.

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2.3.5.1 Estimativa do Crescimento Populacional de Marau

Tendo em vista a dificuldade de se obter todas as variáveis que podem interagir com o

crescimento da população, normalmente são utilizados métodos matemáticos de estimativa

populacional, utilizando para tais, valores históricos da população.

Através de dados obtidos no IBGE relativos aos censos de 1992 a 2013 foi possível

realizar uma projeção populacional para o município de Marau, levando em conta apenas a

população urbana. Foi estudado um horizonte de tempo de 20 anos, a partir de 2014 até 2034.

Assim, foi possível projetar cenários futuros que auxiliarão na tomada de decisões com

relação à situação dos próximos anos.

Utilizando a Equação (1) foi possível encontrar a taxa de crescimento populacional de

Marau, de 2,52% quando analisado um intervalo de tempo de 1992 a 2010.

Adotou-se a taxa de crescimento de 2,52% a mesma utilizada pelo IBGE (2013). A tabela

abaixo apresenta a estimativa da população no decorrer de 20 anos.

Tabela 11: Estimativa de Crescimento Populacional ANO Taxa de

Crescimento

(a.a%)

População Total

(habitantes)

População Urbana

(habitantes)

População

Rural

(habitantes)

2010 2,52 36364 31558 4806

2011 2,52 37280 32353 4927

2012 2,52 38219 33168 5051

2013 2,52 39182 34004 5178

2014 2,52 40169 34861 5308

2015 2,52 41181 35739 5441

2016 2,52 42218 36639 5578

2017 2,52 43282 37562 5718

2018 2,52 44373 38508 5862

2019 2,52 45491 39478 6010

2020 2,52 46637 40473 6161

2021 2,52 47812 41493 6316

2022 2,52 49017 42538 6475

2023 2,52 50252 43610 6638

2024 2,52 51518 44709 6805

2025 2,52 52816 45835 6976

2026 2,52 54147 46990 7152

2027 2,52 55511 48174 7332

2028 2,52 56910 49388 7517

2029 2,52 58344 50632 7706

2030 2,52 59814 51908 7900

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2031 2,52 61321 53216 8099

2032 2,52 62866 54557 8303

2033 2,52 64450 55932 8512

2034 2,52 66074 57341 8726

A estimativa populacional serviu de referencia para os cenários, é importante ressaltar

que a definição destes cenários requer que estes sejam renovados a cada quatro anos e

revisados anualmente, como forma de atualização permanente do Plano de Gestão Integrada

de Resíduos Sólidos.

2.3.5.2 Cenários Futuros

A elaboração de cenários tem como objetivo identificar os cenários de

desenvolvimentos admissíveis e analisá-los em função da respectiva probabilidade de

ocorrência e, em função dessa análise, definir os objetivos, metas, programas e ações

consideradas mais adequadas na definição de políticas de gerenciamento dos resíduos sólidos,

vale ressaltar que são dados de levantamento estatísticos, por isso a importância do plano ser

revisado anualmente.

O “Guia para Elaboração de Planos Municipais de Saneamento” do Governo Federal

(SNSA/FUNASA/Ministério da Saúde, 2006) indica a utilização de dois cenários alternativos

de evolução para Planos de Saneamento Básico. Para esse trabalho usou-se a mesma

metodologia desse guia, porém aplicados para Planos de Gestão Integrada dos Resíduos

Sólidos.

Para o primeiro cenário proposto pelo Guia da FUNASA, leva em consideração as

principais tendências de desenvolvimento observadas no município no passado recente,

considerando, para o futuro, uma moderada influência de vetores estratégicos de

desenvolvimento, associados a algumas capacidades de modernização socioeconômica e de

desempenho do sistema urbano.

Para o segundo cenário o “Guia” leva em consideração as principais tendências de

desenvolvimento observadas no município no passado recente e incorporam, como elemento

diretivo, os principais vetores estratégicos de desenvolvimento associados à mobilização de

capacidade de modernização econômica e de desempenho do sistema urbano.

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Além dos dois cenários propostos pelo “Guia”, foi incluído nesse trabalho um terceiro

cenário que contempla a situação “Ideal”, segundo a metodologia utilizada por Bazzan

(2013), que considera a tendência mais desejável entre as três para o gerenciamento dos

resíduos sólidos no município. Considerando de que a coleta de resíduos abrange a totalidade

de moradores da área urbana, será feita a projeção em cima dos dados de geração de resíduos

por habitante, já descrito na fase de diagnóstico.

Cenário Tendencial

Nesse cenário é realizada uma projeção levando em conta o atual sistema de

gerenciamento do município e não realizando nenhuma mudança, ou seja, é observada a

projeção do futuro sem nenhuma mudança no sistema de gerenciamento. Para este cenário a

geração de resíduos se mantém constante num horizonte de 20 anos.

Cenário Realista

Nessa projeção é levado em conta alterações no sistema, abordando uma diminuição

de 10% dos resíduos destinados ao aterro sanitário, também num horizonte de 20 anos, em

função da implantação de um sistema de coleta seletiva, correta segregação e redução da

geração na fonte.

Cenário Ideal

Nessa projeção é representado o sistema ideal de gerenciamento dos resíduos, apesar

de depender de investimentos significativos a médio e longo prazo, considera uma redução de

35% na quantidade de resíduos enviados ao aterro sanitário até 2034. Essa meta seria atendida

considerando a conscientização da população, a excelência em programas de coleta seletiva,

diminuição da geração na fonte e correta segregação dos materiais.

O Quadro abaixo apresenta um resumo dos cenários tendencial, realista e ideal, com a

correspondente porcentagem de redução na disposição final de resíduos sólidos.

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Quadro 5: Cenários Tendencial, Realista e Ideal. Redução na disposição de

Resíduos

Observações

Cenário Tendencial 0% Não há variações no

gerenciamento dos resíduos

Cenário Realista

15%

Sistema de coleta seletiva,

correta segregação e redução da

geração na fonte.

Cenário Ideal

35%

Conscientização da população,

a excelência em programas de

coleta seletiva, diminuição da

geração na fonte e correta

segregação dos materiais.

2.3.5.3 Horizontes

Para demonstrar como o município enfrentará as dificuldades relacionadas com todos

os resíduos sólidos, torna-se necessário estabelecer parâmetros que permitam desenhar um

cenário de alternativas de soluções para três horizontes de tempo, horizontes esses que foram

estabelecidos conforme as possibilidades e necessidades de ações a serem tomadas pelo

município, em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Definiram-se cenários que representam horizontes de curto prazo, médio e longo

prazo. As ações de curto prazo deverão ser executadas nos 4 (quatro) primeiros anos, as de

médio prazo do 5º (quinto) ao 8º (oitavo) ano, e as de longo prazo a partir do 9º ano.

Considerou-se para fim de padronização o ano de 2014, indo até o ano 2034 como

final de plano (horizonte de 20 anos).

2.3.5.4 Estimativas de Geração de Resíduos

.

Utilizando dos dados estimados para a projeção de crescimento populacional e a

geração per capita de resíduos domiciliares no município de Marau, foi possível calcular a

geração de resíduos para um horizonte de 20 anos.

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A projeção da geração de resíduos foi calculada para o período entre os anos de 2010 e

2034, pois o Censo demográfico do IBGE apresenta os últimos dados precisos para o ano de

2010.

O cálculo da geração de resíduos foi realizado através das equações (2), (3) e (4).

Equação 2: Produção Diária de Resíduos em toneladas/dias

Equação 3: Produção Mensal de Resíduos em toneladas/mês

Equação 4: Produção Anual de Resíduos em toneladas/ano

Onde:

= população prevista para cada ano (total);

= 0,8 kg/hab.dia (geração per capita de resíduos) *obtida através da literatura.

A projeção da geração diária, mensal e anual dos resíduos sólidos domiciliares pode

ser observada na tabela 12. A tabela 13 apresenta a estimativa de crescimento populacional e

geração de resíduos domiciliares, considerando os cenários estabelecidos anteriormente.

Tabela 12: Projeção da geração diária, mensal e anual de resíduos sólidos domiciliares. Ano População Ton/dia Ton/mês Ton/ano

2010 36364 29,09 872,74 10472,8

2011 37280 29,82 894,72 10736,6

2012 38219 30,57 917,25 11007,1

2013 39182 31,34 940,37 11284,4

2014 40169 32,14 964,06 11568,7

2015 41181 32,94 988,34 11860,2

2016 42218 33,77 1013,2 12158,8

2017 43282 34,62 1038,8 12465,2

2018 44373 35,49 1065,0 12779,0

2019 45491 36,39 1091,8 13101,4

2020 46637 37,31 1119,3 13431,4

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104

2021 47812 38,25 1147,5 13769,8

2022 49017 39,21 1176,4 14116,9

2023 50252 40,20 1206,0 14472,6

2024 51518 41,21 1236,4 14837,2

2025 52816 42,25 1267,6 15211,0

2026 54147 43,32 1299,5 15594,3

2027 55511 44,40 1332,3 15987,2

2028 56910 45,53 1365,8 16390,1

2029 58344 46,67 1400,2 16803,1

2030 59814 47,85 1435,5 17226,4

2031 61321 49,06 1471,7 17660,4

2032 62866 50,29 1508,8 18105,4

2033 64450 51,56 1546,8 18561,6

2034 66074 52,86 1585,8 19029,3

Total: 52,86 t/dia 1585,8 t/mês 19029,3

t/ano

Tabela 13: Projeção de Resíduos Domiciliares através dos cenários propostos.

Ano População

(habitantes)

Cenário Tendencial Cenário Realista Cenário Ideal

2010 36364 10472,8 8901,8 6807,3

2011 37280 10736,6 9126,1 6978,8

2012 38219 11007,1 9356,0 7154,6

2013 39182 11284,4 9591,9 7334,8

2014 40169 11568,7 9833,4 7519,6

2015 41181 11860,2 10081,2 7709,1

2016 42218 12158,8 10334,9 7903,2

2017 43282 12465,2 10595,4 8102,4

2018 44373 12779,0 10862,2 8306,3

2019 45491 13101,4 11136,2 8515,9

2020 46637 13431,4 11416,7 8730,4

2021 47812 13769,8 11704,3 8950,4

2022 49017 14116,9 11999,4 9176,0

2023 50252 14472,6 12301,7 9407,2

2024 51518 14837,2 12611,6 9644,2

2025 52816 15211,0 12929,3 9887,1

2026 54147 15594,3 13255,1 10136,3

2027 55511 15987,2 13589,1 10391,7

2028 56910 16390,1 13931,5 10653,6

2029 58344 16803,1 14282,6 10922,0

2030 59814 17226,4 14642,4 11197,2

2031 61321 17660,4 15011,3 11479,3

2032 62866 18105,4 15389,6 11768,5

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105

2033 64450 18561,6 15777,4 12065,0

2034 66074 19029,3 16174,9 12369,0

Com base nos dados da tabela 13 pode-se observar que no primeiro cenário tendencial,

onde não existem variações significativas no gerenciamento dos resíduos sólidos domiciliares,

no fim do horizonte de 20 anos, no ano 2034 teríamos um total de 19029,3t de resíduos sendo

enviadas ao aterro sanitário. Sabe-se, porém que a capacidade da célula do aterro atualmente é

de 50t diárias, atendendo mais 13 municípios. À vida útil do aterro estaria comprometida para

os próximos anos, se não houver um correto gerenciamento e ampliação do aterro.

Para o cenário realista, no qual é prevista uma redução na geração de resíduos sólidos

domiciliares em 15%, em função da implantação de um sistema de coleta seletiva, correta

segregação e redução da geração na fonte, no ano de 2034 um total de 16174,9t de resíduos,

2854,4t de resíduo deixariam de ir para o aterro em relação ao cenário anterior.

O cenário ideal apresenta para o ultimo ano do horizonte de 20 anos, a quantidade de

12369,0t de resíduo sendo encaminhadas ao aterro. Isso reflete numa diferença de 6660,3t e

3805,9t em relação ao cenário realista.

Através desses dados é fácil perceber que o cenário ideal é o mais adequado para se

adotar como referencia para estabelecer objetivos, metas e ações para este plano.

O aterro é um empreendimento recente, existe apenas uma célula para disposição dos

resíduos, tendo disponibilidade de ampliação para novas células que possam vir atender a

demanda de todos os municípios atendidos. Salienta-se que a capacidade desta célula é de 50t

por dia, e conferindo os cálculos só no município de Marau é coletado 31,34t diárias, e a

empresa atendendo mais 13 municípios, analisa-se portanto que o aterro pode estar sendo

operando além da capacidade licenciada pela FEPAM.

2.3.5.5 Vida Útil do Aterro

O resíduo sólido urbano do município de Marau é disposto no aterro sanitário da

empresa Planeta Reciclagem localizado em Serafina Côrrea. O aterro possui atualmente uma

célula em funcionamento e sua vida útil é estimada para três anos, sendo que está em

execução há dois anos. Dessa forma, surge a possibilidade para a disposição dos resíduos

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106

sólidos de Marau, a ampliação do aterro já existente com a abertura de novas células, levando

em consideração o crescimento populacional e o novo modo de gestão com a incorporação do

processo de coleta seletiva nos municípios.

Salienta-se que o aterro é um empreendimento recente, e sua vida útil com capacidade de

ampliação está estimada para cem anos, conforme informações do responsável técnico da

empresa. Dessa forma o aterro atende a demanda que os resíduos de Marau necessitam para os

próximos vinte anos, porém com a aplicação das medidas propostas nesse plano, a vida útil do

aterro aumentaria junto com uma maior capacidade de reciclagm para maiores fins lucrativos.

2.3.6 Proposições

2.3.6.1 Perspectivas para Gestão Associada – Consórcios

A formação de consórcios entre vários municípios para gestão de atividades

específicas e consecução de objetivos de interesse comum constitui-se em alternativa válida e

importante para melhorar a eficiência da prestação de serviços públicos.

Os consórcios públicos são parcerias formadas por dois ou mais municípios, para a

realização de objetivos de interesse comum, em qualquer área. Os consócios podem discutir

formas de promover o desenvolvimento regional, gerir o tratamento de lixo, saneamento

básico da região, saúde, abastecimento e alimentação ou ainda execução de projetos urbanos.

De acordo com Amorim (2011), os consórcios têm origem nas associações dos

municípios, que já eram previstas na Constituição de 1937. Hoje, centenas de consórcios já

funcionam no País. Só na área de saúde, 1969 municípios fazem ações por meio destas

associações. Porém, faltava a regulamentação da legislação dos consórcios para garantir

regras claras e segurança jurídica para aqueles que já estão em funcionamento e estimular a

formação de novas parcerias. É esta a inovação da lei atual. Ela busca, sobretudo, estimular a

qualidade dos serviços públicos prestados à população.

As vantagens derivadas das soluções consorciadas são evidentes, pois além da

redução de custos e otimização do sistema de disposição e coleta dos resíduos, aqueles que

estiverem inseridos no plano estão aptos a receber recursos da União para investimentos na

área de gerenciamento de resíduos.

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O Roteiro para Elaboração do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

publicado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2012 prevê que participem do mesmo

consorcio apenas municípios que estejam até 30 km da disposição final dos resíduos sólidos.

Levanto em conta que a disposição final dos resíduos é realizada a aproximadamente

60km do município de Marau, e como não foram repassadas informações de quais os

municípios atendidos pelo aterro, uma solução consorciada merecerá estudo específico para

análise de sua viabilidade técnica e econômica.

2.3.6.2 Áreas de risco ou clandestinas a serem erradicadas

Foi possível analisar no decorrer do diagnóstico várias áreas ilegais utilizadas para

disposição de resíduos, tanto resíduos domiciliares quanto resíduos de construção civil,

entulhos, eletrodomésticos, entre outros. Algumas áreas são inclusive usadas pela prefeitura

para dispor os resíduos coletados como entulho. Também algumas são utilizadas pelas

empresas e indústrias para disposição dos seus resíduos. De acordo com a prefeitura Marau

possuía um terreno que estava sendo licenciado para disposição de resíduos da construção

civil gerados por obras municipais, ou os resíduos coletados como entulho pelo órgão público,

a FEPAM havia disponibilizado a licença de instalação mais uma autorização liberando o

terreno para disposição dos resíduos, porém não foi dado atenção ao prazo de vencimento

dessa licença e a mesma venceu. A prefeitura informou também que não sabem a previsão de

continuidade desse processo de licenciamento, o que torna mais uma área clandestina para

disposição desse material, nas figuras 49 e 50 são apresentadas a localização desta área, no

anexo E deste trabalho está a autorização da FEPAM para disposição temporária dos RCC.

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108

Figura 47: Localização área para disposição dos RCC

Figura 48: Área Irregular de Destinação de RCC.

Conforme estabelece a Lei Federal 12.305 (BRASIL, 2010) o prazo máximo para o

fechamento dos depósitos irregulares de resíduos, popularmente conhecidos como lixões, é

até 03 de agosto de 2014, ou seja, estamos a poucos meses do prazo estabelecido e ainda há

inúmeras áreas no município com resíduo. Ainda de acordo com a PNRS o encerramento dos

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109

lixões deve ser realizado através do isolamento da área, cobertura do resíduo que estiver

exposto com camadas de solo, recuperação da área de entorno até o mais próximo possível da

paisagem natural do local.

Foi realizado um levantamento nesse trabalho de 6 terrenos clandestinos que servem

para disposição de todo tipo de resíduo. A figura 51 apresente um deles, localizado na

perimetral do município.

Figura 49: Resíduos depositados na perimetral do município.

Apesar do esforço que possa vir a ser feito pela Prefeitura para erradicar e recuperar

essas áreas é de suma importância que a comunidade em geral compreenda o tamanho da

problemática que geram as áreas de destinação irregulares e que colaborem com a destinação

e também com a fiscalização dessas áreas.

2.3.7 Seleção de Área para Aterro Sanitário

A seleção de áreas para implantação de aterros sanitários é uma das principais

dificuldades enfrentadas pelos municípios, principalmente porque uma área para ser

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110

considerada adequada, deve reunir um grande conjunto de condições técnicas, econômicas e

ambientais, que demandam o conhecimento de um grande volume de dados e informações

georreferenciadas normalmente indisponíveis para as administrações municipais.

Segundo a NBR 13896 (ABNT, 1997), a avaliação da adequabilidade de um local a

ser utilizado para implantação de um aterro sanitário deve ser tal que os impactos ambientais

gerados na sua implantação e operação sejam mínimos. A instalação do aterro deve ser bem

aceita pela população vizinha, além disso, é necessário que ele esteja de acordo com o

zoneamento local e que possa ser utilizado por longo período de tempo.

A Rede de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental (2008), no

Guia de Projeto, operação e monitoramento de aterros sanitários, listou alguns critérios para

avaliação de áreas, são eles:

Com relação ao meio físico:

Aspectos geológicos e hidrogeológicos, tais como profundidade do lençol freático e

espessura da camada de solo não saturada sob a base do aterro, além da proximidade a

zonas de recarga e mananciais subterrâneos;

Aspectos geotécnicos, envolvendo as propriedades dos solos da área (condutividade

hidráulica ou permeabilidade, compressibilidade e resistência) e existência de jazidas

de materiais terrosos;

Aspectos topográficos e de relevo, que podem dificultar o acesso e a operação, além

de limitar a vida útil do empreendimento;

Aspectos hidrológicos, tais como posição em relação ao sistema de drenagem

superficial natural, proximidade de nascentes e corpos de água, e extensão da bacia de

contribuição a montante da área de implantação.

Com relação ao meio biótico:

Deverão ser avaliadas a existência e a tipologia da fauna e flora presentes na região.

Com relação ao meio antrópico:

Distância do centro gerador e de aglomerações urbanas;

Proximidade de núcleos habitacionais de baixa renda;

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111

Existência de infra-estrutura (água, energia, sistema viário);

Visibilidade da área.

Com relação aos aspectos legais, deverão ser avaliados:

Lei de Uso e Ocupação do Solo;

Código de Posturas;

Código de Obras;

Plano Diretor e situação fundiária da área, incluindo a análise dos custos de eventuais

desapropriações.

Após a identificação dos critérios, devem ser definidas as prioridades e os pesos de

cada critério e a nota a ser atribuída a cada área, em relação ao atendimento do critério. A

pontuação é obtida pela multiplicação do peso pela nota.

2.3.8 Objetivos e Metas Aplicadas ao PGIRS

Nesse item são apresentados os objetivos e metas estabelecidos para os resíduos

gerados no município e os de responsabilidade do poder público, diferenciando suas

prioridades de realização, encaixando-os nos horizontes de curto, médio e longo prazo,

definidos anteriormente. Os quadros 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12 apresentam os objetivos e metas

para os resíduos sólidos urbanos, divididos por características.

Quadro 6: Objetivos e Metas Resíduos Domiciliares e Comerciais

Resíduos Sólidos Domiciliares e Comerciais

OBJETIVOS

Instalar em todo município, recipientes para o acondicionamento dos resíduos sólidos;

Criar métodos de controle da quantidade de resíduos gerados pelo município.

Promover a redução na geração de resíduos sólidos através de campanhas de educação

ambiental e conscientização;

Realizar a composição gravimétrica dos resíduos;

METAS

CURTO PRAZO

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112

Realizar o controle documental da geração, recolhimento, transporte e destinação final de

60% dos resíduos domiciliares recolhidos no município em 2 anos.

Instalar recipientes para o acondicionamento de RSU em 50% do município em 1 ano.

Tratar e/ou dispor 100% dos resíduos gerados no município em locais devidamente

certificados pelos órgãos reguladores em 1 ano.

Alcançar na composição gravimétrica 55% (lixo orgânico), 35% (material reciclável) e 10%

de rejeitos;

Avaliar soluções alternativas de tratamento de resíduos sólidos, em até 4 anos.

MÉDIO PRAZO

Instalar recipientes para o acondicionamento de RSU em 70% do município em 5 anos.

Realizar o controle documental da geração, recolhimento, transporte e destinação final de

80% dos resíduos domiciliares recolhidos no município em 5 anos.

Instalar recipientes para o acondicionamento de RSU em 100% do município em 1 ano.

Reduzir 10% do volume de resíduo mensalmente disposto em aterro sanitário, com soluções

alternativas, em 5 anos

Analisar a possibilidade e viabilidade de implantar solução consorciada de disposição de

resíduos no Município, em 6 anos.

LONGO PRAZO

Instalar recipientes para o acondicionamento de RSU em 100% do município em 9 anos.

Realizar o controle documental da geração, recolhimento, transporte e destinação final de

100% dos resíduos domiciliares recolhidos no município em 10 anos.

Reduzir 35% do volume de resíduo mensalmente disposto em aterro sanitário, com soluções

alternativas, em até 10 anos.

Quadro 7: Objetivos e Metas para Coleta Seletiva.

COLETA SELETIVA

OBJETIVOS

Implantar um programa de coleta seletiva com atendimento a toda população.

Implantar uma ou mais cooperativas de catadores de resíduos recicláveis.

Realizar programas de educação ambiental e campanhas de conscientização.

CURTO PRAZO

Implantar o sistema de coleta seletiva em 100% eficaz na área central e 50% no restante do

município em 1 ano.

Instalar recipientes para o acondicionamento de 100% dos Resíduos sujeitos a coleta seletiva

em 50% das vias publicas do município em até 4 anos.

Realizar um projeto da criação de uma cooperativa em parceria com comunidade em 2 anos.

Formar uma equipe responsável pela fiscalização e monitoramento da coleta seletiva em 2

anos;

Criar grupos com membros de todas as secretárias para realização de palestras para a

comunidade, em 1 ano.

MÉDIO PRAZO

Implantar o sistema de coleta seletiva 100% eficaz na área central e 75% no restante do

município em até 4 anos.

Instalar recipientes para o acondicionamento de 100% dos Resíduos sujeitos a coleta seletiva

em 100% das vias publicas do município em até 8 anos.

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113

Implantação da Cooperativa de Catadores em até 8 anos.

LONGO PRAZO

Implantar o sistema de coleta seletiva 100% na área central e 100% no restante do

município em 10 anos;

Quadro 8: Objetivos e Metas dos Resíduos de Limpeza Urbana

Resíduos de Limpeza Urbana

OBJETIVOS

Resolver carências de atendimento, garantido o serviço de limpeza pública para toda a

população.

Criar métodos de controle da quantidade de resíduos gerados pelo município.

METAS

CURTO PRAZO

Atender 50% dos bairros municipais e 80% das praças públicas pelo serviço em 3 anos.

Definir cronograma e frequência dos serviços de varrição e poda, em 1 ano.

Realizar o controle documental de 50% geração, transporte e destinação final, em 3 anos.

Instalar recipientes para o acondicionamento dos resíduos de poda em 50% das vias publicas

em todo o município em 4 anos.

Dar destino correto a 100% dos resíduos coletados;

MÉDIO PRAZO

Atender 70% dos bairros municipais e 100% das praças públicas pelo serviço em 7 anos.

Realizar o controle documental de 80% da geração, transporte e destinação final dos resíduos,

em 6 anos.

Instalar recipientes para o acondicionamento dos resíduos de poda em 70% das vias publicas

em todo o município em 8 anos.

LONGO PRAZO

Atender 100% dos bairros municipais e 100% das praças públicas pelo serviço em 12 anos.

Realizar o controle documental de 100% da geração, transporte e destinação final dos

resíduos, em 10 anos.

Instalar recipientes para o acondicionamento dos resíduos de poda em 100% das vias públicas

de todo o município, em 13 anos.

Quadro 9: Objetivos e Metas dos Resíduos de Construção Civil

RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

OBJETIVOS

Erradicar áreas irregulares de disposição de RCC presentes no município.

Realizar um levantamento de todas as empresas de tele entulho e realizar o licenciamento

ambiental.

Realizar cadastro dos geradores, e controle da geração e disposição final de resíduos de

construção civil e demolição no município.

Concluir o licenciamento do terreno para disposição dos RCC.

Realizar programas de conscientização da população e das empresas geradoras desses

resíduos.

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114

Instalar recipientes apropriados para esse resíduo em todo o município.

METAS

CURTO PRAZO

Erradicar 100% das áreas clandestinas em 1 ano.

Levantamento de 100% das empresas de tele entulho, em 1 ano.

Licenciar todas as empresas geradoras de RCC em até 5 anos.

Estabelecer programa de fiscalização e monitoramento de 60% dos geradores que destinem

RCC em áreas de disposição irregulares em até 5 anos.

Realizar controle 60% da quantidade de RCC gerada pelo município em até 3 anos.

Concluir o processo de licenciamento do terreno para disposição dos RCC das obras do

município através da FEPAM em até 2 anos.

Instalar recipientes apropriados em 60% do município em 2 anos.

Promover a reciclagem e reaproveitamento de 50% dos RCC produzidos no município em 4

anos.

MÉDIO PRAZO

Realizar controle 80% da quantidade de RCC gerada pelo município em até 6 anos.

Instalar recipientes apropriados em 80% do município em até 7 anos.

Promover a reciclagem e reaproveitamento de 70% dos RCC produzidos no município em 9

anos.

Estabelecer programa de fiscalização e monitoramento de 100% dos geradores que destinem

RCC em áreas de disposição irregulares, em 6 anos.

Promover a reciclagem e reaproveitamento de 70% dos RCC produzidos no município em 10

anos.

LONGO PRAZO

Realizar controle de 100% da quantidade de RCC gerada pelo município em até 13 anos.

Instalar recipientes apropriados em 100% do município em até 15 anos.

Fiscalizar e autuar através do programa de fiscalização e da legislação, 100% geradores que

não destinem RCC corretamente, a partir do 13 ano.

Quadro 10: Objetivos e Metas dos Resíduos Sólidos de Saúde.

RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE

OBJETIVOS

Realizar o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Saúde em todos os Postos de Saúde

municipais.

Licenciar todos os postos de saúde municipais, através da FEPAM.

Realizar o cadastro e controle documentado dos geradores, geração e destinação dos resíduos

de serviço de saúde no município.

Exigir Plano de Gerenciamento de todos os estabelecimentos geradores de RSS.

METAS

CURTO PRAZO

Realizar o Plano de Gerenciamento dos RSS em todos os postos de saúde municipais em 1

ano.

Licenciar todos os postos de saúde municipais em 1 ano.

Realizar 60% do controle documentado de geradores, geração e destinação dos resíduos de

serviço de saúde no município, em até 3 anos.

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115

Exigir Plano de Gerenciamento de 50% dos estabelecimentos geradores de RSS com revisão

a cada 6 meses, em até 4 anos.

MÉDIO PRAZO

Realizar 80% do controle documentado de geradores, geração e destinação dos resíduos de

serviço de saúde no município, em até 6 anos.

Exigir Plano de Gerenciamento de 100% dos estabelecimentos geradores de RSS com revisão

a cada 6 meses, em até 7 anos.

Fiscalizar e autuar através do programa de fiscalização e da legislação, 100% dos geradores

que não destinem RCC corretamente, a partir do 8º ano.

LONGO PRAZO

Realizar 100% do controle documentado de geradores, geração e destinação dos

resíduos de serviço de saúde no município, em até 9 anos.

Fiscalizar e autuar através do programa de fiscalização e da legislação, 100% dos geradores

que não destinem os resíduos corretamente, a partir do 10 ano.

Quadro 11: Objetivos e Metas dos Resíduos Industriais.

RESÍDUOS INDÚSTRIAIS

OBJETIVOS

Realizar controle documentado de geradores, geração e destinação dos resíduos

industriais do município.

Realizar palestras ambientais para as indústrias.

METAS

CURTO PRAZO

Realizar o controle dos geradores, geração e destinação em 60% das indústrias, em até 2

anos.

Exigir Plano de Gerenciamento dos Resíduos em 60% das indústrias obrigatórias pela PNRS,

em 2 anos.

Realizar cronogramas de palestras nas indústrias a partir do 1º ano.

Criar cronogramas de vistorias em todos os estabelecimentos, em até 2 anos.

MÉDIO PRAZO

Realizar o controle dos geradores, geração e destinação em 80% das indústrias, em até 6

anos.

Exigir Plano de Gerenciamento dos Resíduos em 100% das indústrias obrigatórias pela

PNRS, em até 6 anos

Fiscalizar 100% dos geradores de resíduos Industriais sob auto de infração quando não

estiverem em conformidades com o respectivo plano, a partir do 6º ano.

LONGO PRAZO

Realizar o controle dos geradores, geração e destinação em 100% das indústrias, em até 10

anos.

Manter o cronograma de vistorias e palestras nas indústrias atualizado, com visitas periódicas

a cada 3 meses em cada empresas, 100% realizado em até 15 anos.

Fiscalizar 100% dos geradores de resíduos Industriais sob auto de infração quando não

estiverem em conformidades com o respectivo plano, 100% realizado em até 18 anos.

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116

Quadro 12: Objetivos e Metas dos Resíduos Especiais.

RESÍDUOS ESPECIAIS

OBJETIVOS

Incentivar, fiscalizar e monitorar a implantação do programa de logística reversa.

Dar destinação correta a todos os resíduos especiais gerados pela prefeitura.

Realizar controle da geração e destinação dos resíduos gerados pelo poder público.

Implantar sistema de coleta de resíduos especiais que não estejam previstos na legislação e

aumentar o numero de PEV's (ponto de coleta voluntário) dos resíduos recebidos.

Promover a mobilização e educação ambiental continuada em relação à segregação destes

resíduos.

METAS

CURTO PRAZO

Identificar e criar cadastro de 70% dos geradores e comerciantes de resíduos sujeitos a

logística reversa em 3 anos.

Garantir a implantação da política de logística reversa em Marau em até 4 anos.

Criar programas que incentivem a população a realizar o descarte para os resíduos que

possuam PEV’s.

Programa de educação ambiental permanente sobre resíduos sujeitos a logística reversa em

50% das empresas geradoras e comerciantes em 2 anos.

Aumentar para 4 o número de PEV's com o objetivo de melhor atender a população, em até 5

anos.

Criar cronogramas de palestras nas escolas, faculdades, escritórios, e etc, em 1 ano.

Realizar o cronograma de palestras com periodicidade de 6 em 6 meses, em até 4 anos.

Realizar controle da geração e destinação de 60% dos resíduos especiais gerados pelo poder

público, em até 2 anos.

MÉDIO PRAZO

Identificar e criar cadastro de 100% dos geradores e comerciantes de resíduos sujeitos a

logística reversa em até 7 anos.

Fiscalizar o sistema de logística reversa em todos os estabelecimentos, a partir do 7º ano.

Programa de educação ambiental permanente sobre resíduos sujeitos a logística reversa em

100% das empresas geradoras e comerciantes em 7 anos.

Aumentar para 8 o número de PEV's com o objetivo de melhor atender a população, em até 8

anos.

Manter a funcionalidade do cronograma das palestras, com 100% de realização até o 7º ano.

Realizar controle da geração e destinação de 80% dos resíduos especiais gerados pelo poder

público, em até 8 anos

LONGO PRAZO

Manter a fiscalização do sistema de logística reversa em todos os estabelecimentos, com

100% de realização até o 13º ano.

Aumentar para 10 o número de PEV's com o objetivo de melhor atender a população, em até

15 anos.

Realizar controle da geração e destinação de 100% dos resíduos especiais gerados pelo poder

público, em até 20 anos

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117

2.3.8.1 Programas e Ações Aplicadas ao PGIRS

No intuito de alcançar os objetivos em metas propostos se faz necessário a criação de

programas e ações aplicadas ao Plano de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos.

Através desses programas e ações, a prefeitura, o setor privado e comunidade em geral

terão condições de atingir as metas proposta para diferentes horizontes de tempo de modo a

aperfeiçoar o manejo dos resíduos abordados no diagnóstico desse trabalho.

1. PROGRAMAS E AÇÕES PARA RESIDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES E

COMERCIAIS E COLETA SELETIVA.

a) Implantar o Sistema de Coleta Seletiva: O sistema só pode ser alcançado realizando

formas de alcançar a conscientização da população em palestras e reuniões realizadas nas

escolas, comunidades entre outros, comércios. Levando informações aos moradores de

como lidar com o resíduo do dia-a-dia. É sugerida a implantação de um projeto com

equipe multidisciplinar com educadores e estagiários dentro da prefeitura.

b) Estudo Gravimétrico: Deverá ser realizada a caracterização dos resíduos sólidos

domiciliares através da determinação da composição gravimétrica. Este estudo é

importante para se verificar se o percentual de materiais recicláveis presentes nos

resíduos está se mantendo constante, além de indicar a possibilidade de aproveitamento

das frações recicláveis para comercialização e da matéria orgânico para a produção de

compostagem. Se os dados utilizados para as metas de reciclagem mostrarem-se muito

diferentes, deverão ser revistas as metas visando adequação da quantidade de materiais

recicláveis gerados no município. Lembrando, que para estipular as metas, considerou-se:

55% resíduo orgânico (lixo úmido), 35% resíduo seco e 10% de rejeito. Este estudo

deverá ser realizado no primeiro ano, e posteriormente, com uma periodicidade de 2 anos,

para se verificar o comportamento dos resíduos gerados no município. Poderá ser

realizado por funcionários do aterro sanitário.

c) Estudo de viabilidade de Implantação de Coleta Conteinerizada: A implantação da

coleta conteinerizada no município é uma alternativa tecnológica eficaz que visa

melhorar a qualidade da coleta domiciliar e aumentar os índices de reciclagem, uma vez

que com este tipo de coleta o munícipio tem o serviço disponível 24 horas por dia. Com

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118

este sistema os sacos de lixo não ficam armazenados nas ruas, e sim dispostos dentro do

próprio contêiner que é então recolhido por caminhão especializado. É necessária a

disponibilização de um conjunto de dois contêineres, um para receber os materiais

recicláveis e outro para receber o resíduo orgânico.

d) Criar métodos de fiscalização/monitoramento e autuação do sistema de coleta

seletiva: Para conseguir a verdadeira colaboração da comunidade, é necessário

estabelecer formas de fiscalizar e monitorar a segregação do material, estabelecendo em

lei municipal autuações para quem não realizar a segregação dos materiais. Esses

métodos podem ser realizados em parceria com a empresa de coleta e a prefeitura,

observando os cronogramas de coleta, e disponibilizando um funcionário público para

fiscalização e controle.

e) Criar uma ou mais Cooperativas de Catadores: É sugerida a implantação de uma ou

mais cooperativas de catadores, com o dever de buscar uma melhor reutilização e

separação do resíduo municipal coletados. As cooperativas devem receber incentivos da

prefeitura, secretaria de meio ambiente, secretaria da cidade e da secretária da saúde,

possibilitando treinamentos e orientações técnicas adequadas.

f) Investigar a possibilidade um Sistema de Compostagem pelo Município: Estudar a

viabilidade de implantar um sistema de Compostagem no município em parceria com a

cooperativa de catadores, após implantação de sistema de coleta conteinerizada.

Inicialmente sem o sistema de contêineres coletar esse material orgânico em feiras,

restaurantes e indústrias. Estendendo-se posteriormente a toda a comunidade.

g) Cadastramento dos Catadores: Realizar o cadastramento de todos os catadores do

município em até três anos, através de propagandas, informações, e visitas do poder

público, para que essas pessoas vejam a prefeitura como aliados.

h) Aperfeiçoamento e Capacitação: Promover anualmente oficinas de capacitação e

aperfeiçoamento dos serviços dos catadores e de material reciclável.

i) Ampliar programas de educação ambiental: Implementar programas de educação

ambiental direcionados para toda a comunidade, buscando parcerias com a associação

dos universitários de Marau, em especial acadêmicos de cursos relacionados nessas áreas.

Incentivando a redução no consumo, reutilização, a reciclagem, a logística reversa, e a

disposição final correta.

2. PROGRAMAS E AÇÕES PARA RESIDUOS DA LIMPEZA URBANA.

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a) Abrangência do serviço: É sugerido que a prefeitura amplie o serviço de limpeza urbana

atendendo todo o município em até 10 anos. Promovendo a ampliação de mão de obra, a

necessidade de melhorias conforme a demanda dos resíduos.

b) Implantar nas vias públicas recipientes adequados: Para que o sistema funcione é

necessário disponibilizar recipientes em todo o município, e que estejam sempre em

ótimas condições, e de fácil acesso a toda a comunidade e também que atendam a

demanda de resíduos gerados.

c) Criar Cronogramas: Com o aumento da demanda e dos serviços será necessário revisar

os cronogramas de serviços 1 vez por ano. Também será necessário alternar os

cronogramas quando houver eventos de grande circulação, para que não fiquem resíduos

acumulados nem recipientes cheios.

d) Plano de Poda. Elaborar em um prazo de até 3 anos, um plano de poda e manutenção em

100% das praças, canteiros, e demais áreas verdes do município considerando as

peculiaridades de cada espécie.

3 PROGRAMAS E AÇÕES PARA OS RESIDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL.

a) Levantamento das Áreas clandestinas: É necessário primeiramente realizar um

levantamento preciso de todas as áreas com disposição incorreta dos resíduos de

construção civil no município, com a participação da população, através de informações

via rádios, revistas, redes sociais, e etc. Com um prazo de até 8 meses.

b) Erradicar áreas clandestinas: Conforme estabelece na PNRS será obrigação dos

municípios erradicar as áreas incorretas de disposição de resíduos. Através do isolamento

da área, cobertura do resíduo que estiver exposto com camadas de solo, recuperação da

área de entorno até o mais próximo possível da paisagem natural do local. Para realização

dessa ação a prefeitura deverá disponibilizar funcionários ou realizar a contratação de

empresas terceirizadas para a operação.

c) Licenciamento da área para disposição dos RCC. A prefeitura deve encaminhar

novamente o licenciamento ambiental para FEPAM do terreno para disposição dos

resíduos de construção civil gerados pelo município, ficar atenta às solicitações da

mesma, não descumprindo nenhuma exigência.

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d) Controle da Geração de RCC: É fundamental que a Secretária da Cidade tenha controle

da quantidade mensal de resíduos gerada por obras municipais, realizando a pesagem dos

resíduos antes da disposição, bem como a segregação dos mesmos. O controle poderá ser

medido com relação entre a quantidade coletada e disposta de maneira ambientalmente

correta de RCC e quantidade total de RCC gerados no município, em percentual,

atingindo anualmente as metas propostas.

e) Licenciamento Ambiental das empresas geradoras: A partir de um levantamento das

empresas geradoras de RCC no município, será necessário exigir o licenciamento das

mesmas, bem como um plano de gerenciamento de resíduos e relatórios trimestrais dos

resíduos gerados e de sua destinação final. A fiscalização e monitoramento dessa parte

ficam em obrigação da Secretária do Meio Ambiente e da Secretária da Cidade.

4 PROGRAMAS E AÇÕES PARA OS RESÍDUOS DE SAÚDE.

a) Controle da Geração dos RSS: Realizar o controle da quantidade mensal de resíduos

gerados em cada estabelecimento de saúde municipal, bem como o acondicionamento e a

disposição final, através de planilhas e de responsabilidade de um funcionário por

estabelecimento. O controle poderá ser realizado medindo a relação entre o número de

estabelecimentos geradores de resíduos dos serviços de saúde (RSS) que destinam

adequadamente os resíduos e numero total de estabelecimentos geradores de RSS, em

percentual, atingindo as metas propostas anualmente.

b) Plano de Gerenciamento: Exigir plano de gerenciamento dos resíduos de saúde de todos

os estabelecimentos, públicos e privados, com fornecimento de planilhas de controle

trimestrais dos resíduos gerados, em até 3 anos.

c) Gerenciamento dos RSS : Deve ser realizado o correto trabalho da segregação no

interior das unidades de serviços de saúde de forma a permitir a redução da quantidade de

resíduos infectantes, e consequentemente as despesas com o tratamento do RSS. A

segregação poderá ser realizada segundo a classificação dos RSS, de acordo com as

Resoluções RDC/ANVISA n° 306/2004 e CONAMA n° 358/ 2005.

5 PROGRAMAS E AÇÕES PARA RESÍDUOS INDUSTRIAIS.

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a) Cadastro de Empresas que estão sujeitas ao PGRS: É necessário realizar um

levantamento no município de quantos estabelecimentos industriais existem,

identificando aqueles que necessitam de licenciamento ambiental. A Secretaria de Meio

ambiente deverá elaborar/atualizar cadastro dos geradores sujeitos a elaboração de Plano

de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, para posteriormente fiscalizar a elaboração do

PGRS específico, de acordo com o solicita a PNRS. Mantendo atualizado e sendo

revisado com periodicidade de 6 meses. Caberá à Secretária de Meio Ambiente a

estruturação de um Plano de Trabalho envolvendo as etapas referentes à solicitação,

recebimento, aprovação, fiscalização e medidas autuativas para eventuais não

cumprimentos, por parte dos geradores sujeitos a elaboração dos respectivos PGRS.

b) Controle dos Residuos Gerados: O controle dos resíduos poderá ser realizado através

da medida em relação entre o número de estabelecimentos geradores de resíduos sólidos

que elaboraram o PGRS e número total de estabelecimentos sujeitos a elaboração de

PGRS, atingindo as metas propostas anualmente.

c) Auxilio as Empresas: Auxiliar as empresas existentes a elaborarem um plano de gestão

de resíduos sólidos em seus estabelecimentos, visando reduzir a sua geração e reinserir os

rejeitos gerados no mercado na forma de matéria-prima co-processadas. (Conforme o Art.

20 da Lei 12.305 da PNRS), em um curto prazo.

d) Ampliar programas de educação ambiental: É fundamental ter o apoio das indústrias

para que colaborem com um sistema de gerenciamento de seus resíduos. A prefeitura em

parceria com os estudantes da Faculdade de Marau e da Universidade de Passo Fundo

realizará palestras nas empresas, auxiliando e conscientizando os colaboradores dos

estabelecimentos. Buscando um incentivo para as empresas a prefeitura poderá buscar

formas de diminuir o valor de tributações para os estabelecimentos privados que abrirem

as portas para essas palestras, e que contribuírem no gerenciamento de seus resíduos.

Desenvolver em até 6 anos.

6 PROGRAMAS E AÇÕES PARA RESÍDUOS ESPECIAIS.

a) Implementação da Logistica Reversa Obrigatória: Conforme apresentado no

diagnóstico, os resíduos com logística reversa obrigatória são constituídos por produtos

eletroeletrônicos; pilhas e baterias; pneus; lâmpadas fluorescentes (vapor de sódio,

mercúrio e de luz mista); óleos lubrificantes (seus resíduos e embalagens). De acordo

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com o Art. 33 da lei n0 12.305/2010, estabelece que “são obrigados a estruturar e

implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso

pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de

manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores e comerciantes”. Entretanto

para que o serviço funcione se faz necessária a participação do poder público. Através

de uma parceria entre as secretarias competentes, deverá ser realizado campanhas de

fiscalização quanto ao correto destino de Pilhas, Baterias, Lâmpadas fluorescentes,

Pneus, Produtos Eletrônicos e Embalagens de Agrotóxicos, assegurando que os

programas existentes de coleta e destinação destes resíduos sejam cumpridos.

b) Cadastro dos Estabelecimentos sujeitos à logística reversa: A Secretária de Meio

Ambiente deverá realizar um levantamento de todas as empresas instaladas no município

e que devam se enquadrar às diretrizes de logística reversa, a partir deste cadastro, criar

mecanismos através de legislação municipal que vise assegurar a implantação da logística

reversa. O município poderá criar uma lei específica que obrigue os comerciantes a terem

em seus estabelecimentos pontos de coleta de resíduos com logística reversa obrigatória.

Tais pontos devem ser divulgados e com ampla visualização dos consumidores.

c) Melhorar os acondicionamentos existentes dos resíduos: Os acondicionamentos dos

resíduos eletrônicos e óleo de cozinha deverão ter melhorias em seus locais. Quanto às

embalagens e óleos lubrificantes devem ter um local adequado, e será de responsabilidade

de um funcionário municipal a fiscalização dos locais dos resíduos especiais, bem como o

controle da geração de resíduos e a destinação final. Em até 4 anos.

d) Implantar PEVs ou ecopontos: Para facilidade de toda a comunidade para depositar os

resíduos eletrônicos e óleos de cozinha, deve-se implantar PEV’s em todo o município

em médio prazo.

e) Auxilio a estabelecimentos de consertos: O interesse da prefeitura para o gerenciamento

desses resíduos deve ser maior, auxiliando os estabelecimentos que utilizem os resíduos

com processos de reciclagem e aproveitamento do produto e/ou componentes para a

finalidade original ou diversa.

f) Programas de Incentivo a População: A criação de um programa que incentive a

população a dar destinação correta aos resíduos é de grande importância. Deve ser

estudada a ideia de trocar quantidades de resíduos especiais por alimentos perecíveis, ou

hortaliças. Esse programa deve ser feito com integração dos estabelecimentos que

comercializam esses materiais, junto com as escolas, faculdade e o poder público.

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g) Programa de Incentivo à Logistica Reversa: No intuito de promover a participação de

toda a comunidade a destinar os resíduos que entram no sistema de logística reversa, é

sugerido à prefeitura que incentivem os estabelecimentos a divulgarem e realizarem esse

procedimento. A prefeitura poderá diminuir o valor dos tributos cobrados aos

estabelecimentos que cooperam com a logística reversa, e criar formas de punição aos

estabelecimentos que não se enquadrarem ao sistema. Esse programa terá inicio em 5

anos.

Os estabelecimentos que comercializam produtos da logística reversa poderão reservar

áreas para concentração destes resíduos e definir os fluxos de retorno aos respectivos sistemas

produtivos. Os acordos setoriais descritos no artigo 15º do Decreto Regulamentador

7404/2010 da PNRS definirão os procedimentos. Os responsáveis por estes resíduos deverão

informar continuamente ao órgão municipal competente, e outras autoridades, as ações de

logística reversa a seu cargo, de modo a permitir o cadastramento das instalações locais,

urbanas ou rurais, inseridas nos sistemas de logística reversa adotados.

No Quadro 12 apresentam-se informações legais acerca do tipo de resíduo,

classificação, armazenamento, transporte e disposição final (Fonte: FIESP/CIESP, 2003)

Quadro 13: Informações Legais dos Resíduos de Logística Reversa.

Resíduo Classificação Armazenamento Transporte Disposição final

PILHAS E

BATERIAS

Classe I –

Perigosos

NBR 12.235/88

Procedimento

para resíduos:

Classe I

NBR

13.221/94

Procedimento:

NBR 7.500

Simbologia:

NBR 7.500 –

Símbolos de

risco.

Reciclagem po

empresas

produtoras/importadores

ou terceiros prestadores

de serviço.

LÂMPADAS

FLUORESCENTES

Classe I –

Perigosos

(NBR10.004/96)

Armazenamento

de resíduos:

NBR 12.235/88

Procedimento

para resíduos:

Classe I

NBR13.221/94

Procedimento:

NBR 7.500

Simbologia:

NBR 7.500

.

Reciclagem por

empresas de

recuperação de

lâmpadas fluorescentes

ÓLEOS E

Classe I –

Perigosos

(NBR10.004/96)

NBR 12.235/88

Procedimento

para resíduos:

NBR

13.221/94

Procedimento:

Recuperação por

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GRAXAS (Res.CONAMA

362/2005)

Classe I NBR 7.500

Simbologia:

NBR 7.500

empresas de

reprocessamento de óle

PNEUS

Classe II – Não

Inertes (NBR

10.004/96)

NBR 11.174/89

Procedimento

para resíduos:

Classes II – Não

Inertes e Classe

III – Inertes

NBR

13.221/94

Procedimento:

NBR 7.500

Simbologia:

NBR 7.500

.

Reciclagem por

empresas de

recauchutagem,

produtores

importadores.

EMBALAGENS

DE

AGROTÓXICOS

Classe I –

Perigosos (NBR

10.004/96)

NBR 12.235/88

Procedimento

para resíduos:

Classe I

Procedimento de

lavagem -

Embalagem

rígida vazia de

agrotóxico: NBR

13.968

NBR13.221/94

Procedimento:

NBR 7.500

Simbologia:

NBR 7.500

Reciclagem e/ou

Incineração.

De acordo com o Decreto Regulamentador 7404/2010 da Lei 12.305, em seu artigo 15, os

sistemas de logística reversa serão implementados e operacionalizados por meio dos seguintes

instrumentos:

I - Acordos setoriais, com descrição do que deve conter no artigo 23 do Decreto;

II - Regulamentos expedidos pelo Poder Público, com descrição no artigo 30 e 31;

III - Ou em Termos de compromisso, com descrição no artigo 32 e 33.

2.3.8.2 Levantamento dos Custos para Transporte e Destinação Final de Resíduos

Sólidos

Conforme dados apresentados pelos três contratos entre a prefeitura e a empresa Eco

Verde, atualmente o município tem um custo mensal no valor de R$ 54.002,61 para o

transporte e a destinação dos resíduos sólidos domiciliares. Isso totaliza por ano um valor de

R$ 648.031,32.

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O valor para locação, lavagem e manutenção dos 32 contêineres dispostos na área

central é de R$ 7.649,48. Totalizando um investimento de R$ 91.793,76 anuais.

O custo atual destinado à coleta dos resíduos e a manutenção dos contêineres são de

R$ 739.825,05 anuais, esse valor é aproximado da realidade uma vez que segundo a empresa

altera significativamente a quantidade de resíduos coletados por mês.

2.3.8.3 Previsão de Investimento para o Gerenciamento dos Resíduos Sólidos

O município de Marau apresenta uma situação precária em relação ao gerenciamento

dos resíduos sólidos, podem ser observadas em todo o diagnóstico, muitas mudanças devem

ser realizadas para conseguir estar de acordo com o que sugere a PNRS. Infelizmente segundo

a prefeitura não há previsões de melhorias e investimentos nessa área até o final de 2014. Há

planejamento apenas para que 80% das estradas do município sejam pavimentadas até o inicio

de 2015.

2.3.8.4 Planos de Gerenciamento de Resíduos

Segundo a Lei 12.350 de 2010, no artigo 20 define os estabelecimentos que estão

sujeitos à elaboração dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos. São eles:

a) Serviços Públicos de Saneamento Básico;

b) Estabelecimentos que geram resíduos perigosos;

c) Estabelecimentos que gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não

perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos

resíduos domiciliares pelo poder público municipal;

A Secretaria de Meio Ambiente deste município no cumprimento de suas atribuições

deverá fiscalizar as empresas geradoras de resíduos sólidos do município e cobrar a

implantação dos planos de gerenciamento dos mesmos, como foi definido nos programas e

ações.

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2.3.8.5 Ações para Emergência e Contingência

Após implantação dos objetivos e metas estabelecidos para plano de gestão integrada

dos resíduos sólidos, é preciso também estabelecer ações de atendimento a situações de

emergência e de contingência para as possíveis situações que venham a ocorrer, podendo

afetar a população e o meio ambiente.

O plano de emergência e contingência é um documento onde estão definidas as

responsabilidades para atender os diversos eventos e contém informações detalhadas sobre as

características das áreas sujeitas aos riscos. É essencial que o plano seja revisto regularmente

para que sejam feitos os acertos necessários.

As medidas de contingência visam à prevenção de anormalidades, e as medidas de

emergência programam as ações para possível ocorrência de um incidente, ou não pode ser

contida antes do acontecimento, a interrupção do serviço de coleta, por exemplo.

No quadro 14 é apresentada as ações de emergência e contingência estabelecidas para

cada situação.

Quadro 14: Ações de Emergência e Contigência

EMERGÊNCIA E CONTINGENCIA

Situação Providências

Paralização do serviço de coleta e disposição

dos resíduos domiciliares;

Contratação de empresa especializada em caráter

de emergência.

Se houver paralização de funcionários por

greves, contratar funcionários em caráter de

emergência.

Cobrar valores da rescisão de contrato.

Paralização do serviço de coleta e disposição

dos resíduos de saúde;

Realizar contrato emergencial com empresa

especializada na coleta de resíduos de saúde.

Cobrar valores da rescisão de contrato;

Paralização do serviço de Limpeza Urbana

Contatar a empresa responsável para identificar a

motivação do problema.

Disponibilizar funcionários para executar o

serviço, e se não houver, fazer contratação

emergencial.

Paralização do Aterro/Incêndio ou explosão

na área do aterro

Evacuar a área e possíveis ocupações no entorno.

Contatar o serviço de Bombeiros.

Enviar com contratação emergencial os resíduos

para o aterro mais próximo, com aprovação da

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127

FEPAM.

Paralização Parcial do aterro devido à

Ruptura de taludes

Entrar em contato com a empresa e providências

o reparo nos taludes.

Enviar com contratação emergencial os resíduos

para o aterro mais próximo, com aprovação da

FEPAM.

Disposição de resíduos em áreas ilegais

públicas ou privadas;

Identificar, notificar e multar as sanções cabíveis

ao autor do despejo ou proprietário do terreno.

Em área pública, fazer a retirada do resíduo.

Orgãos e Instituições Envolvidas

a) COMDEC – Coordenadoria Municipal de Defesa Civil;

b) Secretaria Municipal da Cidade;

c) Secretaria Municipal de Saúde;

d) Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico;

e) Secretaria de Educação

f) Secretaria de Meio Ambiente e Trânsito;

g) Polícia Militar;

h) Corpo de Bombeiros;

i) Secretaria de Obras Públicas e Habitação;

j) Assessoria de Imprensa;

Quadro 15: Atribuições das Unidades Envolvidas

Órgãos e Instituições Envolvidas Atribuições

Defesa Civil Coordenação de resposta e reconstrução do

evento natural.

Secretaria Municipal da Cidade

Realizar projetos de engenharia e

Disponibilizar funcionários de emergência;

Secretária Municipal da Saúde

Proceder à assistência pré-hospitalar;

Promover ações básicas de saúde pública nos

abrigos;

Montagem de ambulatório nos abrigos;

Efetuar consultas médicas nos abrigos;

Agir preventivamente no controle de epidemias;

Proceder à vacinação do pessoal envolvido nas

ações de resposta.

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128

Secretaria Municipal de Desenvolvimento

Econômico

Efetuar a triagem sócio-econômica e

cadastramento das famílias vulneráveis afetadas

pelo desastre;

Gerenciar os abrigos temporários;

Coordenar campanhas de arrecadação e de

distribuição de alimentos, roupas e outros;

Promover ações de fortalecimento da cidadania;

Fornecer alimentação para o pessoal operacional

envolvido no evento.

Secretaria de Educação

Dispor a estrutura das edificações da rede

municipal de ensino para que, emergencialmente,

sirvam de abrigos temporários;

Disponibilizar servidores durante o período de

anormalidade;

Disponibilizar carros e outros materiais

necessários ao atendimento da população

atingida.

Secretaria de Meio Ambiente e Trânsito

Projetos e Relatórios ambientais referentes aos

desastres;

Disponibilizar viaturas e outros materiais

necessários ao atendimento da população

atingida;

Polícia Militar

Articular junto aos órgãos estaduais de

segurança, visando preservar a Lei e a Ordem nos

abrigos.

Corpo de Bombeiros

Atuar de forma rápida e segura, visando os

primeiros socorros e a segurança da população

atingida;

Secretaria de Obras Públicas e Habitação

Disponibilizar servidores, durante o período de

anormalidade, para o auxílio na retirada das

famílias atingidas;

Disponibilizar viaturas e outros materiais

necessários ao atendimento da população

atingida;

Limpeza e conservação dos abrigos;

Assessoria de Imprensa

Campanha informativa;

Divulgação das ações do poder público municipal

voltado para a minimização dos danos e

prejuízos.

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129

2.3.8.6 Fiscalização do Plano

2.3.8.7 Métodos de Fiscalização do Plano

Para que as metas, programas e ações abordadas no plano sejam cumpridos e

executados no decorrer de tempo previsto, foi necessária a criação de indicadores de

desempenho, aplicados à gestão de resíduos sólidos, que visam possibilitar o monitoramento e

avaliação da abrangência, da qualidade e da eficiência dos serviços prestados.

Para isso foi proposto um quadro para avaliação de todas as partes envolvidas no

gerenciamento dos resíduos sólidos, com julgamento qualitativo para que se possa chegar ao

objetivo proposto que é avaliar se o PMGIRS está funcionado como deveria. O gestor terá 03

ponderações para contemplar cada indicador, são eles:

Muito Insatisfatório (MI): Quando estes apresentam ser muito insatisfatório,

não atendendo os objetivos e metas, nem implantação das propostas e ações

propostas no plano;

Insatisfatório (I): Quando não alcançar os objetivos e metas, mesmo com a

implantação das propostas e ações do plano;

Satisfatório (S): Quando os objetivos e metas forem alcançados e as ações e

propostas realizadas.

No quadro 16 é apresentado um exemplo de como realizar essa avaliação com algumas

das ações propostas.

Quadro 16: Indicadores e parâmetros de avaliação

INDICADORES PARÂMETROS DE

AVALIAÇÃO

Frequência

Programas de Educação

Ambiental

(MI) – Inexistência dos programas

de educação ambiental;

ANUAL

(I) – Pouca participação da

comunidade nos programas

desenvolvidos;

(S) – Participação da comunidade

com excelência atingindo os

objetivos e metas através das ações

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130

e programas propostos;

Sistema de coleta seletiva

(MI) – Não houve implantação de

um sistema de coleta seletiva;

ANUAL

(I) - Houve implantação do

sistema, porém há pouca

colaboração da comunidade;

(S) – Houve implantação do

sistema, e está atingindo os

objetivos e metas com eficiência;

Recuperação de áreas de

disposição clandestinas

(MI) – Não houve levantamento

das áreas nem recuperação;

ANUAL

(I) – Houve levantamento das

áreas, porém não foram

recuperadas;

(S) – Todas as áreas foram

recuperadas;

Melhorias da infraestrutura dos

serviços públicos dos resíduos

sólidos e limpeza urbana.

(MI) – Não houve investimentos

em melhorias;

ANUAL

(I) - Houve implantação de

melhorias, porém insuficientes para

atingir os objetivos;

(S) – Houve implantação de

melhorias suficientes para alcançar

os objetivos e metas;

Cadastramento e fiscalização dos

estabelecimentos particulares

geradores de RCC e RSS.

(MI) – Não foi realizado o

cadastramento nem fiscalização

dos estabelecimentos;

ANUAL

(I) – Foi realizado o cadastramento

dos estabelecimentos, porém sem

fiscalização;

(S) – Houve o cadastramento dos

estabelecimentos e é realizada a

fiscalização com frequência;

2.3.9 Monitoramento e Revisão do Plano

De acordo com a PNRS a revisão do plano deve ser feita a cada 4 anos, que coincide

com a troca de mandato politico, porém se faz necessário que a revisão seja realizada uma

vez por ano através do Conselho de Meio Ambiente, Secretária de Meio Ambiente e a

Secretária da Cidade.

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131

Também se faz necessário o registro de denuncias, sugestões e reclamações feitas pela

população, promovendo dessa forma maior envolvimento da comunidade. E posteriormente

uma análise pelos órgãos responsáveis

Como forma de monitoramento constante é sugerida que seja feito reuniões,

assembleias, seminários com o envolvimento do Conselho de Meio Ambiente e Secretárias e

de toda a comunidade, avaliando os indicadores e analisando os resultados obtidos com sua

implantação.

2.3.10 Estimativa Econômica da Implantação do Plano

Analisar a viabilidade econômico-financeira de um projeto significa estimar e analisar

as perspectivas de desempenho financeiro do plano resultante do projeto.

Para identificar a viabilidade de o plano ser implantado, foram analisadas alternativas

quantificadas durante o estudo.

As alternativas avaliadas para os resíduos domiciliares estão apresentadas no quadro

16.

Quadro 17: Alternativas avaliadas para os RDC.

Alternativa Destinação Disposição Final

1 Coleta domiciliar,

convencional e seletiva, em

toda área urbana do município;

Reciclagem dos Resíduos

Recicláveis;

Aterro Sanitário

2 Implantação gradual de

Coleta Conteinerizada, em toda

área urbana do município.

Reciclagem dos Resíduos

Orgânicos, através de

Compostagem e Reciclagem

dos Resíduos Recicláveis;

Aterro Sanitário

Alternativa 1:

Uma vez que o contrato de terceirização (coleta, transporte e disposição final dos

resíduos domiciliares) em vigor foi decorrente de um processo licitatório e que o mesmo vem

sendo renovado ano a ano, pressupõe-se que os valores praticados estejam de acordo com o

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132

mercado de preço regional e atenda simultaneamente os interesses da Administração e da

iniciativa privada. Sabendo que atualmente esses contratos tem um custo mensal é de R$

54.002,61 para esse sistema e a quantidade coletada por mês é de aproximadamente 964

toneladas identificadas nas estimativas de resíduos, logo se tem que o custo por tonelada que é

de aproximadamente R$ 56,00. O custo anual é de R$ 648.031,32, utilizando as estimativas

de resíduos por ano, foi possível calcular o custo para o município nos próximos 5 anos.

O sistema de coleta seletiva atualmente é feito pela mesma empresa, mantendo-se

nessa linha para o sistema funcionar deve haver investimentos principalmente na área de

educação ambiental, informações, ouvidorias. Os custos considerados referentes à esses

projetos são sugeridos aproximadamente R$ 70.000/ano, ao longo de todo período de estudo.

O quadro 18 apresenta as despesas consideradas ao longo dos 5 primeiros anos.

Quadro 18: Despesas para alternativa 1.

Despesas ANO 1 R$ ANO 2 R$ ANO 3 R$ ANO 4R$ ANO 5R$

Coleta

Convencional

e seletiva;

648.031,32

664.171,20

680.892,80

698.051,20

715.624,00

Projetos

Educação

Ambiental

70.000

70.000

70.000

70.000

70.000

Alternatia 2

A coleta conteinerizada apresenta as seguintes vantagens para os municipios:

Maior disponibilidade do serviço de coleta, pois os resíduos podem ser depositados

nos contêineres a qualquer hora do dia ou da noite;

Contribuição com a melhoria do aspecto visual da cidade, uma vez que os resíduos

ficam dispostos dentro dos contêineres;

Eliminação do mau cheiro ocasionado pelos resíduos domiciliares dispostos nas ruas;

Evita a ação de cães, gatos, ratos e outros animais;

Não necessita de coletor, mão de obra cada vez mais escassa;

Contribuição para reciclagem através da utilização de contêineres distintos para os

resíduos secos e resíduos orgânicos.

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Apresenta, porém suas desvantagens:

Disponibilidade de lugares para alojar os contêineres nas vias publica;

Alto custo de investimento com a implantação desse sistema;

O custo mensal para a prefeitura por locação e manutenção dos 32 contêiner,

atualmente é de R$ 7.649,48 dispostos na área central. Analisando que a área central contem

33% da população do município, segundo a Secretária de Cidade, considerou-se necessário

aproximadamente 200 contêineres para implantação desse sistema em todo município, e para

que ele seja eficaz.

A implantação de um sistema de compostagem segundo a empresa Ampla Consultoria

e Planejamento teria um investimento aproximado de R$ 80.000,00.

Quadro 19: Despesas para alternativa 2.

Despesas ANO 1 (50

contêiner)

ANO 2 (64

contêiner)

ANO 3 (74

contêiner)

ANO 4 (84

contêiner)

ANO 5 (100

contêiner)

Sistema de

Coleta

Conteirnizada

R$143.427,72

R$183.587,48

R$212.273,00

R$240.958,58

R$286.855,43

Sistema de

Compostagem

80.000,00

Os investimentos previstos para esse sistema foram realizados com a avaliação dos

parâmetros de custos do sistema atual e pesquisa de investimento para o sistema de

compostagem.

Para identificar a possibilidade de implantação, necessitaria um estudo mais

aprofundado, para estimar o valor do faturamento anual sobre os tributos cobrados da

população pelo sistema de coleta e também a possibilidade da Administração obter

financiamentos para os investimentos, o que com certeza resultaria em resultados

econômicos/financeiros mais favoráveis. Também seria necessário um estudo do faturamento

recebido pelo sistema de coleta contêirnizada, através da reciclagem de materiais.

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2.3.10.1 Implantação de uma Associação de Catadores

Segundo Back (2011), para a implantação de uma associação de catadores de material

reciclável é necessário um conjunto de condições básicas para oferecer um padrão mínimo de

operação a estes trabalhadores. Esse procedimento envolve a compra de equipamentos para a

coleta seletiva, triagem, beneficiamento e comercialização dos materiais recicláveis, bem

como apoio aos catadores, para contribuir para a dignidade, segurança e produtividade.

Sabe-se que atualmente existem várias verbas disponibilizadas para os municípios que

visem à execução desses projetos, a prefeitura de Marau poderia solicitar auxilio da

FUNASA- Fundação Nacional da Saúde, bem como recursos federais para implementar o

sistema de catadores no município.

2.3.10.2 Erradicar as Áreas contaminadas

A ABLP - Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública, para

contribuir na busca de soluções, desenvolveu um projeto técnico que atende a meta da PNRS

de acabar com os lixões. O projeto prevê a implantação de 256 aterros sanitários de grande

porte e 192 aterros sanitários de pequeno porte, totalizando 448 aterros a um custo total

próximo de R$ 2 bilhões para todo país.

Os municípios podem receber investimentos para erradicar as áreas contaminadas

através dos recursos federais. Para conseguir tais recursos é necessário primeiramente

elaborar um plano de ação para erradicar as áreas e encaminhar para o Ministério do Meio

Ambiente.

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3. CONCLUSÃO

Com realização desse estudo foi possível verificar a situação atual do gerenciamento

dos resíduos sólidos do município, através do diagnóstico dos resíduos domiciliares e

comerciais, de limpeza urbana, da construção civil, resíduos de saúde e todos os sujeitos a

logística reversa. Em seguida foram elaboradas diretrizes para enquadrar o plano nas

exigências mínimas da Lei Federal 12.305/10 sendo proposto um horizonte de 20 anos a

contar de 2014, e em períodos de curto, médio e longo prazo, incluindo objetivos e metas,

programas e ações, ações de contingência e emergência além de sugestões de controle e

fiscalização, contendo também a revisão do plano.

O presente trabalho compõe uma ferramenta de relevante importância para o

município de Marau na perspectiva de elaborar, implantar e executar o Plano Municipal de

Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Este trabalho também é válido para o desenvolvimento

de novos estudos no que diz respeito à problemática dos resíduos sólidos, uma vez que

apresenta grande quantidade de informações e sabe-se da dificuldade de obtê-las nos

municípios pequenos, onde não ocorre um monitoramento e um controle preciso da situação

em geral.

Da mesma forma vale salientar que mesmo o município de Marau possuindo um plano

de gerenciamento de resíduos sólidos, esse trabalho o complementa por conter dados recentes,

propostas e ações diferentes, e também pela situação do gerenciamento ter ocorrido grandes

mudanças desde 2012.

No diagnóstico foram identificadas dificuldades para coletar dados quantitativos dos

resíduos, em especial dos resíduos da saúde, de construção civil e demolição, resíduos

especiais e de limpeza urbana. Nesta mesma linha, temos os resíduos industriais, que não foi

possível quantificar todas as atividades e empreendimentos geradores desses resíduos no

município. Contudo foi abordado soluções nos programas e ações para que os gestores

municipais tenham ferramentas para realizar tais controles.

Em relação ao investimento para implantação de algumas propostas sugeridas, o custo

avaliado para implementação não foi tão alto, sendo provavelmente possível a realização

desse projeto no município. Vale ressaltar, porém que o maior investimento é na capacitação

dos colaboradores, sendo que as soluções dependem unicamente de um bom gerenciamento

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136

interno de cada Secretária, sendo assim um maior interesse dos gestores resultaria em um

excelente sistema de gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos.

No decorrer deste trabalho foi possível observar um grande interesse das Secretárias

Municipais, e da empresa de coleta em relação à este trabalho, o que demonstra a preocupação

e também a falta de projetos e soluções para o gerenciamento dos resíduos no município.

Conforme estabelece a Politica Nacional de Resíduos Sólidos, os municípios tem um

prazo de até 02 de Agosto de 2014 para erradicar as áreas com disposição inadequadas de

resíduos, e no município foi possível identificar inúmeras dessas áreas clandestinas usadas

para disposição final de resíduos, principalmente os de construção civil e demolição.

Do mesmo modo, cabe salientar a importância de implementar o PMGIRS, o qual é de

responsabilidade do Poder Público Municipal, sendo que o mesmo era obrigatório até agosto

de 2012, porém a implantação ainda não foi realizada. Com a implantação do Plano, o

município tem preferencia aos recursos da União referentes a projetos desse âmbito. Além dos

recursos, tem-se a melhoria na qualidade de vida da população, e a imagem do munícipio

tende a evoluir positivamente.

São recomendações para trabalhos futuros:

Realizar um diagnóstico mais aprofundado dos resíduos abordados nesse trabalho, se

possível acompanhar os procedimentos realizados pelo poder público, buscando dados

quantitativos;

Realizar atividades de mobilização social e audiências públicas, com o intuito de

coletar opiniões dos munícipes;

Realizar cálculos de possíveis retornos econômicos para o município com a

implantação do plano;

Realizar diagnóstico da área rural do município, em caráter qualitativo e quantitativo;

Avaliar a viabilidade econômica para o município com a possibilidade de inclusão de

consórcio com outros municípios vizinhos;

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APÊNDICE A

QUESTÕES APLICADAS À SECRETÁRIA DE MEIO AMBIENTE

O Serviço de coleta é realizado pela prefeitura ou terceirizado?

Se for terceirizado, qual empresa responsável?

Há controle por parte da prefeitura da quantidade coletada de resíduos domiciliares por

dia?

Existe algum programa/campanha de redução, reutilização, reciclagem dos resíduos?

Marau possui algum mapa georreferencidado?

Quantas empresas estão licenciadas no município? Se houver controle, é possível

disponibilizar planilhas?

Das empresas licenciadas há controle por parte da prefeitura dos resíduos gerados? Se

houver, é possível disponibilizar alguma planilha?

Quantas áreas clandestinas são usadas para disposição de resíduos?

Em relação há coleta, qual a reclamação da comunidade?

A prefeitura disponibiliza de eco pontos para resíduos especiais? Quais são eles? E se

sim, existe controle da quantidade de resíduos? E qual é a destinação final?

Existe alguma lei municipal que trate do manejo dos resíduos sólidos?

O município utiliza software para controlar/otimizar a coleta de resíduos sólidos?

Há estudos sobre a composição gravimétrica dos resíduos do município ?

Como e onde é feito o acondicionamento dos resíduos nas ruas e praças?

QUESTÕES APLICADAS À SECRETÁRIA DE CIDADE

O serviço de limpeza urbana é realizado pela prefeitura ou terceirizado?

Qual empresa realiza esse serviço, e qual a abrangência na cidade?

Existe controle da quantidade de resíduos coletados? É possível disponibilizar planilha

de controle?

Quanto aos resíduos “tele- entulho” é de conhecimento da comunidade que a secretária

da cidade realiza a coleta desse material? Há controle da quantidade coletada/mensal?

Para essa coleta é disponibilizado quantos funcionários?

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Em relação ao serviço de poda, é de conhecimento da comunidade que a secretária da

cidade realiza esse trabalho. Quantos funcionários são disponibilizados? O atendimento é em

todo o município? Qual a frequência do serviço realizado?

Quanto às lâmpadas trocadas em vias publicas, onde é feito o acondicionamento

temporário, e qual é a destinação final?

Quantos bairros oficiais existem no município de Marau?

Existe algum mapa de zoneamento georreferenciado/atualizado?

Qual a previsão de investimento no setor de limpeza urbana?

Quais as maiores reclamações da comunidade em relação a esse serviço?

Em que local é realizado a disposição dos resíduos coletados pela prefeitura?

É cobrada uma taxa no IPTU referente ao serviço de limpeza urbana? Qual o valor?

QUESTÕES APLICADAS À SECRETÁRIA DE PLANEJAMENTO

Em relação à empresa terceirizada pela prefeitura para coleta dos resíduos

domiciliares, é possível disponibilizar o contrato de prestação de serviço?

Existe algum projeto concluído/ou em andamento na área ambiental?

Existe planejamento de investimento até final de 2014 na área dos resíduos sólidos em

geral?

Quantas construtoras possuem no município?

Quantas indústrias instaladas o município possui?

QUESTÕES APLICADAS À SECRETÁRIA DE SAÚDE

Qual o numero de estabelecimentos municipais em Marau?

Quantos estabelecimentos de saúde privados o município possui?

Todos os estabelecimentos municipais são licenciados ou possui isenção de

licenciamento?

Todos os estabelecimentos municipais possuem plano de gerenciamento de resíduos

de saúde?

Qual a previsão de realizar o PGRS?

Em relação aos resíduos gerados, existem formas de controle da quantidade desses

resíduos de cada PSF? Se houver pode disponibilizar planilha?

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Como é feito o acondicionamento dos resíduos? Qual a destinação final?

Qual a frequência da coleta de RSSS? E qual empresa é responsável?

É feita a coleta de todos os tipos A, B, C, D e E dos RSSS?

Quais as formas de tratamento que estes resíduos recebem antes da disposição final?

QUESTÕES APLICADAS A EMPRESA RESPONSÁVEL PELA COLETA DOMICILIAR

E COMERCIAL

Qual a quantidade de resíduos coletados todos os dias, ou mensal?

Qual a composição gravimétrica dos resíduos coletados em Marau?

Existe sistema de coleta seletiva?

Quantos caminhões a empresa possui para coleta convencional e para coleta seletiva?

Qual o número de funcionários da empresa, e como são subdivididos para o

desempenho do serviço?

Qual o cronograma de coleta?

Qual o aterro utilizado para disposição final dos resíduos de Marau?

Quantos municípios são atendidos pela empresa e destinados ao mesmo aterro dos

resíduos de Marau?

Quais os principais problemas operacionais encontrados na área central e nos bairros?

QUESTÕES APLICADAS A EMPRESA PLANETA RECICLAGEM (ATERRO)

Como funciona a operação da empresa?

Quantos funcionários a empresa possui?

Qual a quantidade total diária de resíduos que chegam ao aterro? Se possível pode

disponibilizar planilha?

De quantos municípios são recebido os resíduos? Quais são eles?

Qual a quantidade (mensal ou anual) de resíduos coletados no sistema de triagem? Se

possível pode disponibilizar planilha?

Qual o valor arrecadado pela reciclagem dos materiais?

Qual o número da Licença de Operação?

Como o empreendimento é recente e as imagens do Google Earth não são atualizadas,

existem imagens aéreas do aterro? Podem ser disponibilizadas?

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Quais os problemas operacionais encontrados?

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ANEXO A

(CRONOGRAMA DE COLETA DOMICILIAR)

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ANEXO B

(CRONOGRAMA DE COLETA DE GALHOS, MADEIRAS E MÓVEIS)

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ANEXO C

(PLANTA BAIXA DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO ATERRO)

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ANEXO D

(MAPA DO ZONEAMENTO DE MARAU)

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ANEXO E

(MAPA URBANISTICO DE MARAU)

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ANEXO F

(MAPA ZONEAMENTO GEORREFERENCIADO DE MARAU)

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ANEXO E

(AUTORIZAÇÃO DA FEPAM)