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REVISÃO - Agrário
1. Pode-se dizer que, no Brasil, a história do regime jurídico da propriedade imóvel iniciou-se pela
instalação de sistema fundiário com raízes feudais, baseado nos institutos das capitanias hereditárias
e das sesmarias. Esse regime foi progressivamente substituído pelo sistema liberal de propriedade
privada, que ganhou maior visibilidade com a promulgação da Lei de Terras - Lei n.º 601/1850 - e se
consolidou com o advento do Código Civil de 1916. A respeito da posterior evolução desse processo,
ao longo do século XX, no Brasil, assinale a opção correta.
a) A propriedade imóvel recuperou progressivamente seu caráter de bem estatal, em detrimento da
autonomia individual que caracteriza o direito privado.
b) O Código Civil de 1916, por estabelecer um domínio privado composto por jus utendi, fruendi e
abutendi, finalmente permitiu que fosse instituído um registro geral de terras privadas e uma
legislação sobre hipotecas, já que, antes do advento da República, inexistia lei que autorizasse a livre
disposição dos imóveis para formar garantia real.
c) A crescente percepção dos aspectos sociais e econômicos relacionados aos direitos sobre coisas
levou ao abrandamento doutrinário do caráter absoluto do direito de propriedade privada,
compatibilizando-o com a idéia de função social da propriedade.
d) A propriedade privada progressivamente deixou de ser um instituto predominantemente
disciplinador de direito individual sobre bens corpóreos e passou a designar o poder do indivíduo
sobre todos os elementos de seu patrimônio, permitindo a titularidade de créditos, contratos e outros
direitos similares sob tal regime jurídico.
e) A concepção da terra como unidade econômica essencialmente voltada para a produção de bens
agrários fez que a legislação a respeito de direitos reais sobre imóveis se dividisse em dois códigos, o
Código Civil, para imóveis urbanos, e o Estatuto da Terra, para imóveis rurais.
2. Em relação à reforma agrária é INCORRETO afirmar:
a) Toda pequena e média propriedade rural são insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma
agrária.
b) A propriedade rural improdutiva que não cumprir sua função social poderá ser desapropriada para
fins de reforma agrária.
c) A competência para desapropriar para fins de reforma agrária é exclusiva da União.
d) Na desapropriação para fins de reforma agrária, a indenização será prévia e justa em títulos da
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até 20 anos, a
partir do segundo ano de sua emissão.
e) As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
3. De acordo com o Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/64), é imóvel rural o prédio rústico
a) de área contínua superior a 1 (um) hectare, de propriedade de pessoa física.
b) de área contínua, situado fora da zona urbana do município.
c) que, explorado direta e pessoalmente pelo agricultor e sua família, lhe absorva toda a força de
trabalho, garantindo-lhe a subsistência e o progresso social e econômico.
d) de domínio privado e área contínua superior a 1 (um) hectare, sujeito ao pagamento de Imposto
Territorial Rural.
e) de área contínua, qualquer que seja a sua localização, que se destine ou possa se destinar a
exploração agrícola, pecuária, extrativa, florestal ou agroindustrial.
4. Não será desapropriada para fins de reforma agrária:
a) a propriedade produtiva
b) a propriedade em que sejam realizadas pesquisas científicas
c) a propriedade que compreenda trabalho cooperativo
d) a propriedade que esteja quite com os tributos
e) a propriedade ocupada por mais de cinquenta pessoas
5. A função social da propriedade rural:
a) é conceito que não encontra previsão em norma jurídica, uma vez que corresponde à construção
histórica de determinada sociedade e tem, assim, apenas dimensão sociológica.
b) é observada quando se levam em conta, exclusivamente, os graus de utilização da terra e de
eficiência na exploração fixados em lei, de sorte que toda propriedade produtiva automaticamente
cumpre sua função social.
c) deve-se levar em conta critérios estabelecidos constitucionalmente, tais como a proteção do meio
ambiente e o bem estar de proprietários e trabalhadores
d) é irrelevante para efeito de sujeição de imóveis rurais à desapropriação para fins de reforma
agrária, que será decretada por ato do Poder Executivo Federal ou Estadual quando lhes convier.
e) não encontra definição constitucional, que remete sua conceituação para sede de lei
complementar.
6. Considerando o disposto no Estatuto da Terra, assinale a opção correta.
a) Individualmente, sob a forma de cooperativas ou em condomínio, não assiste às entidades
estrangeiras o direito de propriedade de terra no território nacional.
b) O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária é o órgão competente para representar a
União nos acordos, convênios ou contratos multilaterais que envolvam matéria do referido estatuto.
c) O Estado não pode utilizar força policial para a realização de vistoria e avaliação, para fins de
reforma agrária, de imóvel rural.
d) É vedado condicionar à função social a oportunidade de acesso à propriedade da terra.
e) É ilimitado, conforme a legislação em vigor, o direito de o agricultor permanecer na terra que
cultive.
7. Relativamente à aquisição de imóveis rurais por estrangeiros, é correto afirmar que:
a) em se tratando de pessoas jurídicas, as limitações legais aplicam-se indistintamente àquelas estran-
geiras autorizadas a operar no país e àquelas constituídas no Brasil mas sob controle estrangeiro.
b) a aquisição de imóveis de qualquer extensão está sujeita à aprovação do Poder Executivo.
c) a soma das áreas rurais pertencentes a pessoas estrangeiras não poderá exceder a 1/4 (um quarto)
da área do Município onde se situem.
d) em hipótese alguma a pessoa estrangeira poderá adquirir imóvel rural com área maior do que 3
(três) módulos de exploração indefinida.
e) a aquisição de áreas superiores a 50 (cinquenta) módulos de exploração indefinida está sujeita à
aprovação do Conselho de Segurança Nacional.
8. É correto afirmar sobre a aquisição de imóvel rural no território nacional por estrangeiros:
a) Os portugueses não possuem igualdade de condições com os brasileiros no que tange à aquisição
de terras no território nacional.
b) Apenas as terras de fronteira possuem restrições para a aquisição por estrangeiros.
c) Os estrangeiros residentes no Brasil e as pessoas jurídicas estrangeiras autorizadas a funcionar no
Brasil podem adquirir terras no território nacional.
d) As restrições impostas ao estrangeiro com relação aos bens imóveis referem-se apenas a sua
aquisição.
e) A aquisição de imóvel rural por estrangeiros far-se-á por instrumento diverso da escritura pública.
9. É correto afirmar sobre discriminação de terras devolutas:
a) Apenas pode ser feita por meio judicial.
b) Seu fundamento jurídico é o domínio eminente que o Estado detém sobre todas as terras que estão
situadas no território nacional, originariamente públicas, fato este que lhe outorga o poder de
identificar suas terras devolutas.
c) A ação discriminatória não pode ser realizada de maneira generalizada em determinadas regiões
previamente selecionadas ou em Municípios.
d) Compete exclusivamente à União promover ação discriminatória.
e) Depois de verificada a condição de terra devoluta na ação discriminatória, o autor deverá ajuizar
ação demarcatória.
10. Acerca do direito agrário, assinale a opção correta.
a) Trata-se de disciplina jurídica originada de elementos informadores, tais como a estrutura agrária,
a empresa agrária, a atividade agrária e a política agrária, que não se subsumem, em conjunto, nem
ao direito administrativo, nem ao direito civil ou ao empresarial.
b) Trata-se de disciplina sem autonomia legislativa, mas apenas didática e científica, advinda da
especialização do direito privado, tal como o direito imobiliário ou o direito de redes contratuais.
c) O direito agrário é regido essencialmente por institutos voltados à viabilização de aproveitamento
econômico dos imóveis rurais, diferenciando-se do direito ambiental por se concentrar no uso
privado das terras, não fazendo parte de seu objeto a conservação dos recursos naturais.
d) O direito agrário é disciplinado por normas de competência concorrente editadas pelas diversas
unidades da Federação, nos termos da CF de 1988.
e) O direito agrário envolve matéria de cunho eminentemente federal, razão pela qual a CF determina
a criação de varas agrárias federais, com competência exclusiva para dirimir conflitos fundiários.