87
PROFª DRª. BRUNA T S BESERRA 2021 REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

PROFª DRª. BRUNA T S BESERRA 2021

REVISÃO DE ANATOMIA

E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Page 2: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

TRATO ALIMENTAR

Page 3: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Segmento mais dilatado do tubo

digestório → reservatório entre o

esôfago e o intestino delgado.

ANATOMIA DO ESTÔMAGO

É dividido em:

Cárdia, Fundo, Corpo e Região Pilórica

(antro e canal pilórico)

O estômago dos seres humanos possui um volume

de aproximadamente 50 mL quando está vazio,

podendo expandir em média até 3L de capacidade.

Page 4: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

ANATOMIA DO ESTÔMAGO

Visão interna: pregas gástricas

Coloração: “marrom avermelhado”

Região do corpo do estômago

Page 5: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

ESTRUTURA DA PAREDE DO ESTÔMAGO

Camadas de fora para dentro:

1) Serosa;

2) Camada muscular externa (oblíqua, longitudinal e circular);

3) Submucosa;

4) Mucosa (interna, voltada para o lÚmen → glândulas gástricas).

Page 6: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

FUNÇÕES DO ESTÔMAGO

➢ Função motora

➢ Função secretora

Page 7: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

1. Armazenamento de grandes quantidades de alimento até que ele possa ser processado;

2. Mistura do alimento com secreções gástricas até formar uma mistura semilíquida denominada quimo;

3. Esvaziamento lento do quimo do estômago para o intestino delgado, a uma vazão compatível com a digestão e absorção adequadas pelo intestino delgado.

FUNÇÃO MOTORA DO ESTÔMAGO

Page 8: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

ARMAZENAMENTO NO ESTÔMAGO

• O alimento mais recente fica mais próximo da abertura esofágica, e o alimento mais antigo, no fundo do estômago.

• Distensão do estômago → reflexo vagovagal (do estômago para o tronco encefálico e de volta para o estômago), que reduz o tônus da parede muscular do estômago, acomodando mais e mais alimento até o limite, que é de cerca de 0,8 a 1,5 L, em um indivíduo adulto, podendo chegar a 3 ou mais litros.

Page 9: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

FUNÇÃO MOTORA DO ESTÔMAGO

Page 10: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

MISTURA E PROPULSÃO DO ALIMENTO

▪ Ondas constritivas peristálticas fracas, denominadas ondas de mistura, iniciam-se nas porções média e

superior da parede estomacal e movem-se em direção ao antro, uma a cada 15 a 20 segundos.

▪ À medida que progridem, estas ondas ganham

intensidade, algumas tornam-se extremamente intensas

e fornecem um poderoso potencial de ação peristáltica formando anéis constritivos em direção ao piloro.

▪ A abertura do piloro é pequena e alguns ml de

contEÚdo antral são ejetados para o duodeno e

grande parte do contEÚdo é ejetado de volta para o

corpo do estômago → retropulsão (mecanismo de

mistura).

Page 11: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

❖ Para entendermos melhor esta função, dividiremos as glândulas estomacais de

acordo com a localização no estômago:

❖ Região cárdica

❖ Região FÚndica (incluindo corpo e fundo do estômago)

❖ Região pilórica

FUNÇÃO SECRETORA DO ESTÔMAGO

Page 12: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

FUNÇÃO SECRETORA DO ESTÔMAGO

1. Região cárdica: glândulas de lÚmen amplo que possuem células produtoras de:

­ Muco

­ Lisozima

­ Íons H+ e Cl- (pouco)

2. Região FÚndica (composta pelo fundo e corpo): possui glândulas de grande variedade de células:

­ Células de revestimento

­ Células regenerativas (do tipo células-tronco)

­ Células da mucosa do colo (produtoras de muco)

Page 13: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

FUNÇÃO SECRETORA DO ESTÔMAGO

2. Região FÚndica (composta pelo fundo e corpo) (continuação): ­ Células oxínticas (parietais): especializadas na produção de ácido clorídrico e fator intrínseco

­ Células pépticas (principais): liberam enzimas e proenzimas (pepsinogênio e lipase gástrica)

­ Células enteroendócrinas: secretam hormônios que atuam localmente (no estômago) ou em outros órgãos

3. Região pilórica ­ Muco

­ Lisozima

­ Células enteroendócrinas secretoras de gastrina

Page 14: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

GLÂNDULAS MUCOSAS

❖ Células mucosas superficiais: secretam grande quantidade de muco viscoso que cobre a mucosa estomacal com uma camada gelatinosa de muco (mais de 1mm) → barreira de proteção da parede estomacal e lubrificação do transporte do alimento.

Este muco é alcalino → a parede estomacal subjacente normal não é exposta à secreção altamente ácida do HCl.

Estímulo de secreção da glândula mucosa: • contato com alimentos ou irritação da mucosa.

Page 15: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

GLÂNDULAS DA REGIÃO FÚNDICA

1. Células mucosas do pescoço: secretam basicamente muco;

2. Células parietais ou oxínticas:

secretam ácido clorídrico e fator

intrínseco;

3. Células pépticas ou principais:

secretam grandes quantidades de

pepsinogênio (forma inativa da

pepsina).

Page 16: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

GLÂNDULAS DA REGIÃO PILÓRICA

1. Células mucosas

2. Células enteroendócrinas ou

células G → secretam hormônio

gastrina.

Page 17: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

FUNÇÃO SECRETORA DO ESTÔMAGO

Page 18: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

SECREÇÃO DE ÁCIDO CLORÍDRICO

A estimulação das células parietais para produzir e secretar HCl é feita basicamente por dois mecanismos:

1. estimulação da produção de histamina pelas células semelhantes às enterocromafins (ECL) feita através da gastrina liberada pelas células G do antro;

2. estimulação colinérgica pelo sistema nervoso entérico a partir das terminações vagais.

Page 19: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Mistura vigorosa dos sucos gástricos transporta a gastrina rapidamente

para as células semelhantes às enterocromafins (células ECL) no corpo

do estômago

As células ECL localizam-se na submucosa, muito próximas das

glândulas da região FÚndica → liberam histamina no espaço

adjacente às células parietais das glândulas.

liberação de gastrina para o suco digestivo

Page 20: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Hnter¥na

Cd€daG

Page 21: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

INIBIÇÃO DA SECREÇÃO GÁSTRICA

• Presença do alimento no ID inicia um reflexo enterogástrico reverso, transmitido através do sistema nervoso mioentérico, que inibe a secreção gástrica de HCl;

• Seja devido: • Distensão das paredes duodenais;

• Aumento da acidez na região

• Detecção de produtos da digestão (gorduras, proteínas, carboidratos), etc.

Isto tudo sinaliza que o ID está “trabalhando intensamente” e precisa que o estômago “reduza um pouco a secreção”!

• Resulta em liberação de secretina, peptídeo inibidor gástrico, entre outros.

Page 22: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

INIBIÇÃO DO ESVAZIAMENTO GÁSTRICO

Especialmente regulado pelo duodeno, de acordo com:

­ Grau de distensão do duodeno

­ Grau de acidez do quimo duodenal

­ Irritação da mucosa duodenal

­ Grau de osmolaridade do quimo

­ Presença de determinados produtos da digestão proteica

­ Presença de gordura → estimula a liberação de colecistocinina (CCK) → lentificação do esvaziamento gástrico.

Page 23: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

HORMÔNIOS INTESTINAIS E SEU EFEITO SOBRE A SECREÇÃO E ESVAZIAMENTO GÁSTRICOS

Hormônio Estímulo para

liberação

Alvos da ação Efeitos primários

Colecistocinina

(CCK)

Presença de ácidos

graxos e alguns

aminoácidos

Vesícula biliar,

pâncreas e

estômago

Estimula a contração da vesícula biliar e a

secreção de enzimas pancreáticas; inibe o

esvaziamento gástrico e secreção ácida

Secretina Presença de ácido Pâncreas e

estômago

Estimula a liberação pancreática de

bicarbonato de sódio; inibe o esvaziamento

gástrico e secreção ácida

Peptídeo inibidor

gástrico (GIP)

Glicose, ácidos

graxos e aminoácidos

Células B do

pâncreas,

estômago

Estimula a liberação pancreática de

insulina; inibe o esvaziamento gástrico e

secreção ácida

Page 24: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

SECREÇÃO E ATIVAÇÃO DE PEPSINOGÊNIO

• Secretado na forma inativa pelas células pépticas das glândulas da região FÚndica.

• Contato com o HCl → clivado em pepsina ativa

• A pepsina atua como uma enzima proteolítica ativa em um meio ácido (pH ideal entre 1,8 e 3,5), mas em um pH acima de 5 não tem nenhuma propriedade proteolítica (tornando-se inativada).

Page 25: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

DIGESTÃO DE PROTEÍNAS NO ESTÔMAGO

O pepsinogênio é secretado pelas células

principais do estômago em resposta à

ingestão de uma refeição e à diminuição

do pH.

Page 26: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

SECREÇÃO DE FATOR INTRÍNSECO

A substância fator intrínseco, essencial para absorção de vitamina B12 no íleo, é secretada pelas células parietais juntamente com a secreção de ácido clorídrico.

Quando as células parietais produtoras de HCl são destruídas, o que ocorre frequentemente na gastrite crônica, o indivíduo pode desenvolver: ­ Hipocloridria ou Acloridria (diminuição ou ausência de secreção ácida estomacal);

­ Anemia perniciosa: com a ausência do fator intrínseco, há deficiência de vit. 12, e a maturação das hemácias não se dá na ausência de estimulação da medula óssea por vitamina B12.

Page 27: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

ABSORÇÃO DA VITAMINA B12 (CIANOCOBALAMINA)

1) As células parietais do

estômago secretam o fator

intrínseco (FI)

3) Forma, então, um complexo com duas proteínas

(transcobalamina 1 e 2), e via circulação

sanguínea, chega ao seu destino metabólico, o

fígado.

2) O complexo FI + vit.

B12 é transportado para o

íleo, onde, com ajuda do

cálcio e um pH acima de 6,

a vitamina se desliga do

fator intrínseco.

A absorção depende do fator intrínseco.

Page 29: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

REFERÊNCIAS

Guyton & Hall - Tratado de Fisiologia Médica -

11ª Ed. 2006

Atlas de Anatomia Humana

Sobotta, 2000

Page 30: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

PROFª DRª. BRUNA T S BESERRA 2021

DOENÇAS DO ESTÔMAGO

F I S I O P AT O L O G I A E DIETOTERAPIA

Page 31: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

DISPEPSIA

Page 32: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

DISPEPSIA

Dor epigástrica (centrado na parte superior do

abdômen - epigástrio) predominante com duração de

pelo menos 1 mês. Isso pode estar associado a

qualquer outro sintoma gastrointestinal superior,

como plenitude epigástrica, náusea, vômito ou azia,

desde que a dor epigástrica seja a principal

preocupação do paciente.

Moayyedi P et al. American College of Gastroenterology (ACG) and Canadian

Association of Gastroenterology (CAG) Clinical Guideline: Management of

Dyspepsia; American Journal of Gastroenterology, 2017

Page 33: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

EPIDEMIOLOGIA

~ 20% da população apresenta sintomas de dispepsia em todo o mundo.

A dispepsia é mais comum em mulheres, fumantes e em uso de antiinflamatórios não esteroidais;

Pacientes com dispepsia têm expectativa de vida normal, porém, os sintomas impactam negativamente na qualidade de vida.

Ford AC, Marwaha A, Sood R et al. Global prevalence of, and risk factors

for, uninvestigated dyspepsia: a meta-analysis. Gut 2015;64:1049–1057.

Page 34: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

DISPEPSIA - CLASSIFICAÇÃO

Secundária à Doença Orgânica: resultante de distintas doenças, como lesões específicas (Úlcera péptica, DRGE, câncer gástrico e colelitíase).

Dispepsia Funcional: refere-se a pacientes com dispepsia em que a endoscopia (e outros exames quando relevantes) descartou a patologia orgânica que explica os sintomas do paciente.

(Moayyedi PM et al., 2017)

Page 35: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

GERAL DIETOTERAPIA

TRATAMENTO

• Tratamento baseado no sintoma predominante;

•Tratamento de sintomas psicológicos;

• Medicamentos como bloqueadores H2 e inibidores da bomba de prótons (diminuem o tempo de acidez intra- gástrica);

• Procinéticos (medicamentos que atuam na motilidade gástrica).

• Dieta balanceada em qualidade e quantidade;

• Consistência modificada para facilitar a digestão (branda a pastosa);

• Alimentar-se em local tranquilo;

• Comer devagar;

• Volume reduzido, fracionamento aumentado;

• Reduzir o consumo de alimentos gordurosos, condimentados, ácidos, café, álcool e de qualquer outro alimento que provoque sintomas.

Page 36: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

GASTROPARESIA

Page 37: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

GASTROPARESIA

DisTÚrbio motor do estômago → diminuição da força contrátil da musculatura do estômago, quando o nervo vago é danificado por doença ou lesão e os mÚSculos do estômago param de trabalhar normalmente.

A gastroparesia retarda ou interrompe o movimento do alimento do estômago para o intestino delgado.

Etiologia:

Doenças como Diabetes, Parkison, esclerose MÚltipla;

Estados pós-operatórios;

Origem idiopática;

Medicamentos:

• Opiáceos (analgesia - morfina),

• Anticolinérgicos (atropina);

• Bloqueadores do canal de cálcio (amlodipina, nifedipino), etc.

Page 38: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

SINTOMAS

• Principal sintoma: sensação de saciedade precoce (desconforto que se acentua antes ou depois da ingestão de alimentos e ocorre mesmo após pequenas refeições)

• Náuseas e vômitos;

• Eructação e soluço;

• Dor na região do estômago;

• Perda de apetite e, consequentemente, perda de peso.

•OBS: em pacientes entubados, com uso de nutrição enteral, é comum observarmos resíduo gástrico elevado.

Page 39: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

TRATAMENTO

Medicamentos Procinéticos: aumentam a motilidade gástrica (metoclopramida, domperidona, cisaprida);

DIETOTERAPIA: ➢ Dieta individualizada, equilibrada em quantidade e qualidade;

➢ Alimentos gordurosos e ricos em fibras retardam o esvaziamento gástrico → consumir moderadamente;

➢ Volume reduzido, fracionamento aumentado;

➢ Em pacientes com Nutrição Enteral, preferir o posicionamento da extremidade da sonda de alimentação abaixo do piloro (pós-pilórica).

Page 40: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

GASTRITE

Page 41: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

GASTRITE

DEFINIÇÃO:

Processo inflamatório da mucosa gástrica.

CLASSIFICAÇÃO:

➢ Aguda;

➢ Crônica;

➢ Atrófica.

Page 42: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Processo inflamatório mucoso agudo, habitualmente de natureza transitória.

Etiologia:

• Bactéria Helicobater pylori: causa muito importante

• Uso maciço de medicamentos especialmente antiinflamatórios não-esteróides

(AINEs) como aspirina e ibuprofeno;

• Álcool, drogas como cocaína;

• Tentativas de suicídio, como ocorre com ácidos e álcalis

• Em situações de estado crítico (queimaduras graves, traumatismos); etc.

GASTRITE AGUDA

Page 43: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Helicobacter pylori, bactéria Gram negativa resistente, diagnosticada pela primeira vez em 1982 por MARSHALL e WARREN.

Suporta o ambiente hostil do estômago (ácido forte, muco pegajoso e constante agitação);

Possui forma espiralada e flagelos que auxiliam sua locomoção.

(IVth Brazilian Consensus Conference on Helicobacter pylori infection, 2018)

GASTRITE AGUDA POR HELICOBACTER PYLORI

Page 44: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

FONTES DE INFECÇÃO E TRANSMISSÃO

Ser humano o ÚNIco reservatório natural do H. pylori;

Transmissão de H. pylori pode ocorrer por meio de:

❖ VIA ORAL-ORAL: vômito, refluxo esofágico, placa dentária ou saliva (controverso);

❖ VIA FECAL-ORAL: fezes humanas e água (controverso) → contaminação de alimentos e água;

❖ TRANSMISSÃO IATROGÊNICA OU GASTRO-GÁSTRICA: instrumentos utilizados durante biópsia por via endoscópica podem servir como uma fonte de infecção (estudos sugerem que mesmo após desinfecção).

(IVth Brazilian Consensus Conference on Helicobacter pylori infection, 2018)

Page 45: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

FATORES DE RISCO PARA INFECÇÃO

- Infância → período de maior risco para a aquisição deste patógeno devido ao maior contato interpessoal nesta fase da vida.

- elevado nÚmero de pessoas morando na mesma casa;

- partilha da cama entre crianças e adultos;

- ambientes insalubres e condições sanitárias precárias no domicílio e peridomicílio.

(IVth Brazilian Consensus Conference on Helicobacter pylori infection, 2018)

Page 46: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

HELICOBACTER PYLORI

Com seus flagelos e forma espiral, a bactéria penetra no muco gástrico e pode ser encontrada no muco gástrico ou na superfície das células epiteliais.

Secreta urease, enzima que degrada a uréia

Page 47: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

HELICOBACTER PYLORI

Page 48: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

AEs)sRasearçeãaoçõpesronmãoovoidcoarrpeemlaeumretaosdeo →o

es ureia

,é quebrada em amônia,

tlôimbeargaondmoasgánsascraergbiôõnesicpor.óximas às bactérias, criando, assim, um nicho com

pBH) Rperaóxçiãmoo adoeneunteruo,trqauliezapçeãrmo itedoa

sobárcevidivoêncclioaríddaribcaoctdéroias.uco gástrico pela amônia

PATOGENIA

Digestão de proteínas no estômago → grande quantidade de ureia (produto da degradação do nitrogênio dos aminoácidos).

(posteriormente é convertido a bicarbonato)

(Cloreto de amônio)

Page 49: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

PATOGENIA

Helicobacter pylori → epitélio gástrico

Ativação imunológica

Migração de células inflamatórias

Processo inflamatório → Gastrite

Page 50: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

DIAGNÓSTICO – HELICOBACTER PYLORI

• Endoscopia, biópsia do estômago, teste da Urease (Helicobacter Pylori).

O fragmento da mucosa gástrica é colocado em frasco contendo uréia e vermelho fenol como indicador de pH.

Graças à grande produção da enzima urease pelo H. pylori a ureia é desdobrada em CO2 e amônia, aumentando o pH e mudando a cor da solução de amarela para avermelhada.

O teste é considerado positivo quando a mudança de cor aparece em até 24 horas.

Page 51: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Ocorre devido ao uso de medicamentos antiinflamatórios como aspirina, ibuprofeno, cetoprofeno, diclofenaco e meloxicam;

A maioria dos casos é assintomática, porém pode haver até o surgimento de complicações como sangramento ou perfuração de uma Úlcera gástrica ou duodenal.

Subgrupos de usuários de AINEs em risco aumentado de complicações gastroduodenais: ­ pacientes idosos, acima de 60 anos, especialmente mulheres;

­ antecedentes de doença ulcerosa péptica;

­ uso concomitante de corticosteroides;

­ tabagismo e o uso de álcool potencializam o risco de complicações.

GASTRITE AGUDA ASSOCIADA AO USO DE ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES (AINES)

Page 52: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

QUADRO CLÍNICO (depende da etiologia):

•Dor epigástrica intensa e inflamação da mucosa gástrica;

•Pode ser mais facilmente revertida;

•Dor, náusea, vômito, dispepsia, anorexia, cefaléia, hemorragia nos casos graves (hematêmese), melena.

OBS: a primo-infecção por H. pylori geralmente passa despercebida pela maioria dos pacientes. Gastrite aguda ao exame

de endoscopia

GASTRITE AGUDA

Page 53: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO (a depender da etiologia):

•Antiácidos;

•Inibidores da bomba de prótons (IBP), como omeprazol e pantoprazol;

•Antibióticos

•OBS: No caso de infecção por H. pylori: associação dessas substâncias em doses elevadas e por período prolongado.

GASTRITE AGUDA

Page 54: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Ocorrendo dor intensa e hemorragia digestiva: Suspensão temporária de alimentação VO por 24/48 horas, e administração endovenosa de líquidos, glicose e eletrólitos. Se não houver melhora clínica, iniciar NPP ou NPT.

Evolução do Quadro Clínico:

▪ Realimentação gradativa com dieta líquida;

▪ Evoluir em DHP, progressivamente;

▪ Volumes moderados, fracionamento aumentado;

▪ Controle de agentes agressivos: álcool, cafeína, chocolate, pimenta.

TRATAMENTO NUTRICIONAL NA GASTRITE AGUDA

Page 55: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Importante

• Deve-se evitar restrições alimentares excessivas e desnecessárias,

principalmente se o doente não apresentar intolerâncias, pois o excesso de

restrições pode causar deficiências nutricionais indesejáveis!

Page 56: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Evolução crônica e insidiosa do processo inflamatório

estomacal

Precede outras lesões gástricas: ÚLceras e neoplasias.

Etiologia: • H. pylori (mais de 95% das gastrites crônicas); • Imunológica (autoimune) → gastrite tipo A; • Tóxicas (álcool); • Pós-cirÚRgicas: refluxos das secreções duodenais biliares; • Outras causas: tuberculose, sífilis, etc.

GASTRITE CRÔNICA

Page 57: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Metaplasia intestinal: quando as células do estômago são substituídas

por células que se assemelham às que revestem o intestino

GASTRITE

CRÔNICA por H. pylori

Atrofia celular

Metaplasia intestinal

Baixa produção de

ácido clorídrico

(hipocloridria ou

acloridria)

Page 58: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

RELEMBRANDO

Page 59: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Gastrite antral: secreção gástrica normal ou

elevada graças à manutenção das glândulas

oxínticas íntegras (na região de corpo e fundo);

risco aumentado para Úlcera duodenal.

Gastrite no corpo do estômago: secreção ácida

reduzida devido à destruição progressiva da

mucosa oxíntica → gastrite crônica superficial e

alterações atróficas com tendências a progredir

com o passar dos anos e desenvolver metaplasia

intestinal.

GASTRITE CRÔNICA POR H. PYLORY

Page 60: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Gastrite crônica do corpo gástrico

+ atrofia acentuada → eleva de

3 a 4 vezes o risco de carcinoma

gástrico.

Pangastrite: em todo o estômago

Gastrite crônica ao exame de

endoscopia

GASTRITE CRÔNICA POR H. PYLORY

Page 61: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

SINTOMATOLOGIA

• A gastrite crônica do antro associada a H. pylori é habitualmente assintomática.

• Nos quadros sintomáticos, observa-se: pirose, eructações, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia (ocasionalmente) e perda de peso.

• O principal significado clínico da gastrite crônica associada ao H. pylori reside na sua estreita associação etiológica com:

➢ Úlcera péptica duodenal (98% dos pacientes infectados);

➢ Úlcera gástrica (75% estão infectados);

➢ carcinoma gástrico.

Page 62: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

• Inflamação crônica da mucosa, sem erosão;

• Duas principais causas: autoimune e infecção por Helicobacter pylori.

• Mecanismo de ocorrência: há uma células parietais (ou oxínticas): HCL e fator intrínseco - hipocloridria ou acloridria, podendo resultar em deficiência de vit.12 (→ risco de anemia megaloblástica ou perniciosa).

GASTRITE ATRÓFICA

Page 63: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

➢ Consistência modificada: geralmente branda (é comum a dispepsia);

➢ Volumes moderados, fracionamento aumentado;

➢ Evitar: agentes flatulentos, bebidas e condimentos picantes, estimulantes em geral;

➢ Na gastrite atrófica, monitorar aporte de Vit. B12.

TRATAMENTO NUTRICIONAL NA GASTRITE CRÔNICA

Page 64: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

ÚLCERA PÉPTICA Gástrica

Duodenal

Page 65: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

ÚLCERA PÉPTICA - DEFINIÇÃO

Úlcera péptica é uma ferida no estômago ou duodeno que se estende de uma ruptura na superfície epitelial até a camada muscular da mucosa.

Page 66: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

MECANISMOS DE FORMAÇÃO DAS ÚLCERAS PÉPTICAS

Causadas principalmente por:

➢ Infecção por Helicobacter pylori;

➢ Uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) → aspirina e ibuprofeno

❖ Enfraquecem a barreira protetora (muco) permitindo que o ácido atinja as paredes do estômago e duodeno.

Page 67: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

ASPECTOS CLÍNICOS DA ÚLCERA PÉPTICA

➢ Pode ser assintomática;

➢ Desconforto epigástrico, queimação ou dor contínua;

➢ Anemia, hemorragia franca ou perfuração;

➢ Dor piora durante à noite;

➢ Náuseas, vômitos e perda de peso;

➢ Dor referencial para o pericárdio.

Page 68: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

ÚLCERA GÁSTRICA

• Menos frequente;

• Localização mais comum: curvatura do antro;

• Mais associada à malignidade e mortalidade.

Page 69: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

ÚLCERA GÁSTRICA AGUDA

➢ Lesão aguda da mucosa gástrica → acometem principalmente enfermos graves/UTI;

➢ Chamadas de “Úlceras de estresse”, Úlceras de Curling (comuns em pacientes queimados) ou Úlceras de Cushing (traumas neurológicos);

➢ Teoria mais aceita: redução do volume do plasma circulante → importante alteração da circulação sanguínea da mucosa → isquemia da mucosa gástrica → processo inflamatório local → diminuição da produção de muco → lesão por ação do suco gástrico.

Page 70: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

ÚLCERA DUODENAL

• Mais frequente

• Prevalência igual em homens e mulheres

• Localização mais frequente: bulbo duodenal.

Page 71: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES

1- Hemorragia digestiva: perda de sangue, vômitos semelhantes a borra de café (hematêmese), fezes escuras (melena – presença de sangue digerido nas fezes);

2- Perfuração: quando a Úlcera é muito profunda e perfura a parede do estômago ou do duodeno;

3- Estenose: quando a cicatriz que se forma nas Úlceras antigas provoca estreitamento no intestino dificultando o trajeto do contEÚdo alimentar.

Page 72: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

DIAGNÓSTICO

• Exames como Endoscopia Digestiva Alta (EDA)

• Teste da Urease: detectar presença de metabólitos da uréia (confirmação da H. pylori);

Page 73: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

TRATAMENTO

1. Inibir a secreção ácida gástrica ­ Antagonistas do receptor H2 da histamina (cimetidina, famotidina);

­ Drogas inibidoras da bomba de próton (omeprazol, pantoprazol, lanzoprazol);

2. Erradicar a bactéria H. pylori (antibióticos);

3. Úlceras de estresse: prevenção com drogas específicas (lanzoprazol, pantoprazol, cimetidina, ranitidina).

4. Cirurgia:

➢ Mais raras, somente em situações muito específicas;

➢ Indicações: carcinomas, perfurações, hemorragias, estenoses

Page 74: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

TRATAMENTO NUTRICIONAL

Em caso de complicações → avaliar caso: geralmente, suspensão temporária de alimentação VO e administração endovenosa de líquidos, glicose e eletrólitos. Se não houver melhora clínica, iniciar NPP ou NPT.

Quadro Clínico estável:

▪ Consistência: depende da tolerância individual (Líquida a Pastosa na fase

aguda; Branda a Normal na recuperação); ▪ Volumes moderados, fracionamento aumentado;

▪ Controle da ingestão de alimentos com poder irritante estomacal;

▪Considerar as tolerâncias individuais aos alimentos e aparecimento de

sintomas.

Page 75: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

ALIMENTOS A SEREM EVITADOS NA GASTRITE E DOENÇA ULCEROSA

▪ Bebidas alcoólicas: o álcool é um potente irritante da mucosa

gastrintestinal

▪ Café, mesmo que seja do tipo descafeinado, leva ao aumento

da produção de ácido gástrico, resultando em irritação da

mucosa

▪ Chocolate contém xantinas que contribuem para a irritação

da mucosa

Page 76: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

ALIMENTOS A SEREM EVITADOS NA GASTRITE E DOENÇA ULCEROSA

▪ Refrigerantes à base de cola são relacionados ao aumento

da produção ácida. Além disso, por serem gasosos, provocam

distensão gástrica e podem relacionar-se a dispepsia

▪ Pimenta vermelha possui capsaicina, substância irritante

gastrintestinal. A pimenta preta também é irritante, porém a

substância ainda não foi identificada.

Page 77: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

TABUS ALIMENTARES NA GASTRITE E ÚLCERA

Uso de leite para “alcalinização gástrica e alívio da dor”.

O leite não é um alimento indicado para aliviar a dor ou queimação, sintoma

comum nesses pacientes. Embora possa levar ao alívio instantâneo quando

ingerido, o leite, por ser rico em cálcio e proteínas, resulta em rebote ácido,

isto é, estimula a produção ácida gástrica e acaba intensificando a dor. Ele

deve ser consumido como parte da alimentação, na quantidade recomendada

nos guias alimentares (2 a 3 porções/dia), e não em quantidades abusivas

com o objetivo de aliviar a dor.

Page 78: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

TABUS ALIMENTARES NA GASTRITE E ÚLCERA

Consumo de frutas ácidas “piora os sintomas”.

Depende. O pH do estômago (por volta de 2) é mais ácido que qualquer

fruta (p. ex., o pH do suco de laranja é em torno de 3), por isso não seria

necessário evitá-las. No entanto, alguns pacientes relatam dispepsia após

ingerir alimentos cítricos.

Portanto, é recomendado respeitar a tolerância do paciente, sem

restrições desnecessárias!

Page 79: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

CÂNCER DE ESTÔMAGO

Page 80: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

CÂNCER DE ESTÔMAGO

No Brasil, o câncer de estômago é o 3º tipo mais frequente entre homens e o 5° entre as mulheres.

Três tipos histológicos:

➢ Adenocarcinoma (responsável por 95% dos tumores);

➢ Linfoma, diagnosticado em cerca de 3% dos casos;

➢ Sarcoma, iniciado em tecidos que dão origem aos mÚSculos e aos ossos.

(INCA, 2020)

Page 81: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

ETIOLOGIA

• H. pylory , gastrite atrófica e metaplasia intestinal;

• Carnes vermelhas processadas → aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos associados a maiores riscos de câncer.

• Nitrato e nitrito usados como conservantes de conservas, picles, defumados, carnes curadas, embutidos e de alguns vegetais induzem a formação tumoral, visto que, os compostos N-nitroso e o nitrato transformam-se em nitrito, um óxido desestabilizado, levando a um aumento na produção de radicais livres e lesão celular.

• Fatores de risco: • Sexo masculino; idade avançada; predisposição genética; cirurgia gástrica prévia.

Page 82: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

Infecção por H. pylori

gastrite crônica ativa

gastrite crônica atrófica (décadas)

metaplasia intestinal, displasia

ADENOCARCINOMA GÁSTRICO

(Adaptado de Lacy & Rosemore, 2001)

FISIOPATOLOGIA

Page 83: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

TRATAMENTO

• Geralmente CIRÚrgico: gastrectomia parcial ou radical (total);

• No tratamento cirÚRgico é retirada parte ou todo o estômago, além dos nódulos linfáticos próximos. Esta é a principal alternativa terapêutica e muitas vezes, a

ÚNIca chance de cura;

• Tratamento paliativo: quando o grau de acometimento é muito acentuado.

Page 84: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

PREVENÇÃO

• Dieta balanceada, composta de vegetais crus, frutas cítricas e alimentos ricos em fibras;

• Vitamina C: frutas e verduras frescas → antioxidante;

• Reduzir o consumo de alimentos defumados, enlatados, com corantes ou conservados em sal;

• Combater a bactéria Helicobacter pylori;

• Evitar consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo.

Page 85: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

CUIDADOS NUTRICIONAIS

• Conduta determinada pelo local do tumor, natureza do distÚRbio funcional, estágio da doença e tratamento CIRÚrgico adotado;

• Anorexia: quase sempre presente;

• Terapia nutricional especializada: quase sempre necessária (enteral → sonda pós-pilórica ou jejunostomia; nutrição parenteral se aporte via enteral não for possível);

• Indicada dieta adaptada às condições clínicas do paciente: VET, princípios nutritivos, consistência, volume, fracionamento.

Page 86: REVISÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO

REFERÊNCIAS

Moayyedi P, Lacy BE, Andrews CN, Enns RA, Howden CW, Vakil N. ACG and CAG Clinical Guideline: Management of Dyspepsia. Am J Gastroenterol. 2017 Jul;112(7):988-1013. doi: 10.1038/ajg.2017.154. Epub 2017 Jun 20. Erratum in: Am J Gastroenterol. 2017 Sep;112(9):1484. PMID: 28631728.

Ford AC, Marwaha A, Sood R et al. Global prevalence of, and risk factors for, uninvestigated dyspepsia: a meta- analysis. Gut 2015;64:1049–1057.

COELHO LGV, MARINHO JR, GENTA R, RIBEIRO LT, PASSOS MCF, ZATERKA S et al . IVTH BRAZILIAN CONSENSUS CONFERENCE ON HELICOBACTER PYLORI INFECTION. Arq. Gastroenterol. 2018; 55(2):97-121.

Lacy BE, Rosemore J. Helicobacter pylori: ulcers and more: the beginning of an era. J Nutr. 2001 Oct;131(10):2789S-

2793S.

Instituto Nacional de Câncer. Câncer de estômago, 2020. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de- cancer/cancer-de-estomago.

Cuppari L. Guia de nutrição clínica no adulto. 3. ed. Barueri, SP:Manole, 2014.