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ano XVIII – maio de 2011 – nº 165 – R$ 9,90 – ISSN 1516-2354 – www.revistadapapelaria.com.br Papelarias do Brasil Nova série de reportagens vai traçar um perfil do varejo de papelaria no Brasil. Nossa viagem começa, nesta edição, pela Região Norte MERCADO Abrin 2011 mostra oportunidades em brinquedos para papelarias MEIO AMBIENTE Lei tira sacolas plásticas de circulação em Belo Horizonte FINANÇAS Você tem o controle financeiro de sua empresa? Papelaria REVISTA DA

Revista da Papelaria 165

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Maio de 2011. Especializada no mercado de papelaria.

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ano XVIII – maio de 2011 – nº 165 – R$ 9,90 – ISSN 1516-2354 – www.revistadapapelaria.com.br

Papelarias do BrasilNova série de reportagens vai traçar um perfil do varejo de papelaria

no Brasil. Nossa viagem começa, nesta edição, pela Região Norte

MERCADOAbrin 2011 mostra oportunidades em brinquedos para papelarias

MEIO AMBIENTELei tira sacolas plásticas de circulação em Belo Horizonte

FINANÇASVocê tem o controle financeirode sua empresa?

PapelariaREVISTA DA

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Nesta Edição4

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EDITORIAL 6

CIRCULANDO 10

PERFIL DO VAREJO 16Papelaria Popy

VITRINE 46

MERCADO GLOBAL 44

GIRO 24Cartões de expressão social

ARTIGO 18Antônio Nogueira – Simpa

ONDE ENCONTRAR 48

PONTO FINAL 50

8Arnaldo Di Giuseppe, do Grupo EkoBio, conta como surgiu a ideia da primeira caneta biodegradável do Brasil.

Entrevista

28A primeira reportagem da série mostra as estratégias de mercado adotadas pelas papelarias da região Norte.

Papelarias do Brasil

40Papelarias em BH se adequam à nova lei da capital mineira, que proíbe o uso de sacolas plásticas convencionais no varejo.

Meio Ambiente

20Realizado de maneira correta, o controle fi nanceiro pode garantir o futuro da sua loja.

Consultoria

34Investir em brinquedos pode ser uma boa alternativa, mas, antes de tomar essa decisão, é preciso fi car atento a alguns cuidados.

Mercado

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6Editorial

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Rosangela Feitosa - [email protected] www.revistadapapelaria.com.br

PUBLICAÇÃO MENSAL

ASSOCIADA A

ANO XVIII MAIO/2011 Nº 165ISSN 15162354

DIREÇÃO GERALJorge Vieira Gonzaga e Rosangela Feitosa de [email protected]

JORNALISMOEdição: Rosangela FeitosaReportagem: Carolina Berger e Renata MedeirosRevisão: Rita de Cassia CarelliIlustração: Uri AdrianoFotos da capa: Marcelo Moscardi e [email protected]

ARTEDireção: Claudio AlbuquerqueProgramação visual: Claudio Albuquerque, Marinês Seabra, Stanley Gonzaga e Tatiane Albuquerque

ATENDIMENTO AO LEITORLuanna [email protected]

ADMINISTRAÇÃOCaroline [email protected]

CONSELHO EDITORIAL• Regina Célia Zogheib Bertonha, Libanesa Center (Brasilândia/MS) • Ildomar da Costa Vieira, PaperBlue (João Pessoa/PB) • Beatriz Inês Lisboa, IB Papelaria e Presentes (Capanema/PA) • André Costa, Duplapel Papelaria (Rio de Janeiro/RJ) • Heidi Stock, Papier Haus (Guarapuava/PR)[email protected]

PUBLICIDADEDireção comercial: Jorge [email protected]

ATENDIMENTO COMERCIAL EM SÃO PAULOEricson Ortelan – (11) 2978-8841 e (11) 9145-4181Ivo Trevisan – (11) 2099-4356 e (11) 8215-8322

SEDEAv. das Américas, 5001 – coberturas 309 e 310Rio de Janeiro – RJ – CEP 22631-004Tel./fax: (21) 2431-2112

DISTRIBUIÇÃO MENSAL E NACIONAL Para diretores e compradores de papelarias, atacadis-tas, distribuidores, representações e indústrias do se-tor e departamento de compras de corporações.

Sirva-se de informação

Levando em conta que escrevo este texto depois que toda a revista já está pronta, confesso que fiquei um pouco sem fôlego diante da diversidade de assuntos que conseguimos reunir nesta edição. A sensação surgiu após analisar o “conjunto da obra” e constatar que apresentamos desde oportunidades de negócios até a uma viagem de autoconhecimento do varejo especializado na região Norte, passando ainda por atitudes e produtos sustentáveis e por um aconselhamento financeiro.

Na área de oportunidades, Renata Medeiros tratou do potencial de venda de brinquedos nas papelarias. A jornalista cobriu a 28ª Feira Brasileira de Brinquedos para responder ao seguinte questionamento: que tipo de brinquedo é apropria-do para participar do mix de produtos de uma papelaria? De pedagógicos a eletrônicos, há um brinquedo adequado para cada tipo de papelaria. Acredite e confira na reportagem. A mesma repórter identificou também o potencial de venda de um produto que, diferente dos brinquedos, é tradicionalíssimo em papelaria, mas que diante de hábitos modernos teve sua unanimidade discutida. Escolhemos os cartões de expressão social para a seção Giro deste mês. Sobre este produto, reunimos depoimentos de profissionais de papelaria que trabalham intensamente com ele e outros que sentiram a queda da pro-cura. Nada como a experiência dos outros para inspirar nossas decisões, não é? Então, aproveite as dicas aqui reunidas.

O autoconhecimento mencionado fica por conta da nova série de repor-tagens que iniciamos nesta edição. Chamada Papelarias do Brasil, ela pretende traçar o perfil do varejo de papelaria no país do ponto de vista de cada região. Assim teremos, em cinco edições, um retrato dos problemas e das virtudes espe-cíficas das papelarias em cada região do país. Começamos esta nossa “viagem” pelo Norte do país guiados pela jornalista Carolina Berger, que identificou o desafio do transporte e os benefícios fiscais como grandes características do varejo na região. Pegue carona e descubra as soluções adotadas por empresários que podem ter que esperar até um mês para receber uma encomenda.

No quesito atualidade, fomos presenteados com dois assuntos relevantes. Um está sendo publicado na seção Entrevista, trata-se de uma caneta esferográ-fica que tem o corpo feito de um material de origem vegetal que é biodegradá-vel e pode ser assimilado pelo meio ambiente em até 180 dias no processo de compostagem de lixo. O outro assunto superatual que tratamos nesta edição, dentro da pauta de responsabilidade ecológica, veio de Belo Horizonte, estado em que entrou em vigor a lei que proíbe o comércio de distribuir sacolas plás-ticas aos clientes. A lei inclui o comércio de qualquer natureza, por isso fomos ouvir entidades e empresários de papelarias de BH para entender como eles

estão se saindo diante de tal determinação.Uau! Mesmo com tanta informação, conseguimos

tratar de controle financeiro e voltamos ao assunto vol-ta às aulas 2011 com o artigo do presidente do Simpa, Antonio Nogueira. Ainda há as notícias de Circulando e as novidades em Vitrine. Bem, o espaço acabou. Só me resta desejar: boa leitura e ótimos negócios! &

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EntrevistaArnaldo Di Giuseppe – Grupo EkoBio8

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Caneta biodegradávelTanto tem-se falado em sustentabilidade como uma

ferramenta de marketing que, muitas vezes, parece

que o objetivo original – preservar o meio ambiente

– fi cou em segundo plano. Prova disso é a pesquisa

realizada pela GS&MD – Gouvêa de Souza – e divulgada

na edição 218 da revista Distribuição, que revelou que

apenas 8% da população brasileira pagariam mais por

produtos sustentáveis. Mesmo assim, a oferta de itens

ecologicamente corretos não para de crescer. No Brasil,

a EkoBio, a primeira caneta biodegradável fabricada

no país, foi lançada ano passado e está chegando

agora às papelarias. Arnaldo Di Giuseppe, diretor de

desenvolvimento institucional do Grupo EkoBio, contou

como surgiu a ideia e como o produto se destaca dentre e

os outros produtos com apelo sustentável. POR CAROLINA BERGER

Como é fabricada a caneta EkoBio?A matéria-prima é o Biopolíme-ro PLA (Ácido Polilático), uma biorresina extraída a partir da fermentação do amido de mi-lho. Importamos essa substân-cia dos Estados Unidos, mas a produção da caneta é feita aqui. Nossa fábrica possui a tecno-logia e os aditivos necessários para injetar a caneta. Também estamos desenvolvendo réguas com a mesma técnica para com-por o mix de produtos de pape-laria, para as quais começamos

chega ao mercado

a distribuir em abril deste ano. Por enquanto, disponibilizamos apenas nosso tradicional modelo com tampa, mas pretendemos expandir a linha, conforme a empresa for crescendo.

Quais são as vantagens dos produtos feitos com Biopo-límero?A diminuição do impacto no meio ambiente. A caneta Eko-Bio demora até 180 dias para se decompor em condições de com-postagem – conjunto de técnicas para o controle da decomposição

de materiais através da ação de microrganismos. Ela se transfor-ma em húmus e fertiliza o solo. Há canetas que demoram até 500 anos para se decompor. Muitas pessoas veem a expressão “eco-logicamente correta” como uma coisa só, mas produtos feitos com material reciclado, pet ou que são oxibiodegradáveis, por exemplo, possuem princípios e consequ-ências diferentes. Alguns ainda precisam passar pelo processo de reciclagem, o que os torna ainda mais caros para o governo.

Como surgiu a ideia de pro-duzir a primeira caneta de Biopolímero do Brasil?Trabalhei durante 16 anos na Lecce Pen, fabricante italiana de canetas para marketing promo-cional que atuava no Brasil. Ela perdeu espaço, muito devido à entrada das canetas chinesas, e acabou fechando as portas aqui. Precisei encontrar uma maneira de permanecer no mercado. Viajei muito procurando algo novo, e essa técnica me chamou a aten-ção. O custo de importação seria muito alto, o que aumentaria o valor de venda do produto e aca-baria não dando retorno. Então, comecei a pesquisar tecnologia para produzi-la no Brasil, com menor valor agregado. Pensei também em um produto que tivesse grande procura pelo con-sumidor. Nada melhor que uma caneta, todo mundo precisa e usa! Outra questão é que a caneta é um dos produtos mais difíceis de fabricar com esta matéria-prima, pois os chamados fios ca-pilares que a compõem são muito

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dera o preço acima de tudo e não pensa no meio ambiente. Essa é uma preocupação de poucos, mas que deveria ser de muitos.

Como deve agir o lojista que pretende incluir a EkoBio no mix de produtos de sua papelaria?O primeiro passo é entrar em contato com nosso departa-mento de vendas pelo site ou por telefone e realizar o cadastro para a primeira compra. Outra atitude importante é destacar na loja os diferenciais do produto e suas vantagens ecológicas. Para isso, desenvolvemos material promocional, como banners, que podem ser adquiridos mediante solicitação prévia. Também nos preocupamos com a preservação do produto depois que ele estiver na papelaria. Então, investimos muito na embalagem e fornece-mos uma bula informativa, que contém orientações para melhor aproveitamento e descarte. A caneta pode ser repassada para o consumidor final por um preço em torno de R$ 1,00, dando de 30% a 40% de lucro para o pape-leiro, ou seja, é um investimento viável e com preço competitivo.

Qual é o posicionamento da empresa diante de marcas já consolidadas no mercado de canetas?Estamos investindo muito em ações de marketing e desta-cando nosso diferencial, que é a preocupação ecológica. Para reforçarmos nossa marca, es-

pequenos, o que dificulta a pro-dução. Assim, se já tenho técnica desenvolvida para o produto mais complexo, é mais seguro começar a produção de outros itens para compor a linha.

Quando foi lançada a primei-ra EkoBio?Ficamos três anos fazendo testes e lançamos a caneta ano passado na Feira do Empreendedor Sebrae. Começamos vendendo para todo o país, voltados para o mercado de marketing promocional, no qual eu tinha know how. Já expandimos nossa atuação para o mercado corporativo, licitações públicas, e mês passado começamos a atender papelarias de São Paulo e demais metrópoles da região sudeste. O gerente comercial Ro-gério Ruiz tem 25 anos de experi-ência no setor papeleiro e sugeriu o desenvolvimento de um enxoval linkado que incluísse diversos produtos voltados para este seg-mento. Estamos com expectativa positiva para conseguirmos uma participação razoável no merca-do, que é imenso, e logo distribuir para todo o Brasil. O que falta é atenção tanto dos empresários quanto dos consumidores para a questão ecológica. Fala-se muito, mas a ação é pouca. Infelizmente, a maior parte das pessoas consi-

taremos na BrasilPlast – Feira Internacional da Indústria do Plás-tico - em maio, e, em agosto, na Office PaperBrasil Escolar. Além de divulgar, queremos enfatizar a prática. Para isso, temos o pro-jeto de implantar papa-canetas, recipientes que serão colocados em diversos pontos para a popu-lação descartar canetas que serão encaminhadas para reciclagem. É importante ressaltar que essa coleta não é voltada apenas para as canetas EkoBio, mas para quaisquer canetas. O projeto começará apenas em São Paulo, mas deve ser expandido para todo o país. Em relação às outras fabricantes de canetas, gostaria de destacar que não somos uma empresa fechada para parcerias, estamos dispostos a nos aliar a companhias mais experientes no mercado. Acredito que nós, que lançamos o projeto, é que devemos ser procurados e não o contrário.

Todos os produtos da marca são fabricados com Biopolí-mero?Não. Temos alguns modelos de canetas e chaveiros que são fabricados com matéria-prima tradicional, mas este não é o ide-al. O plano é conseguir manter a empresa apenas com produtos ecologicamente corretos e de rá-pida decomposição, mas tenho que esperar a empresa crescer. Afinal, ninguém vive de con-ceito. Por enquanto, temos que vender esses outros produtos para sobreviver. &

Infelizmente, a maior parte das pessoas considera o preço acima de tudo e não pensa no meio ambiente. Essa é uma preocupação de poucos, mas que deveria ser de muitos.

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NA ESTANTE

“Coaching” é um tipo de consultoria em que o coach (treinador) apoia o cliente para alcançar uma meta de-sejada, por meio da supera-ção de pontos fracos. Em Ser + com Coaching é possível aprender a colocar a técnica em prática e conhecer seus benefícios. Contando com 48 especialistas no assunto, o livro possibilita aprofun-damento do tema unindo as diferentes abordagens dos wautores.DR. JÔ FURLAN E MAURICIO SITA / EDITORA SER MAIS – 400 PÁGINAS.

Aniversário de 10 anos

Equipe da Maxcolor na frente do castelo da Estância La Candelária

No final do ano, muitas papelarias voltam seu foco

Os três primeiros dias de abril foram de come-moração para a empresa Maxcolor, que completou dez anos. Os distribuidores da companhia na América Latina foram convidados a celebrar o aniversário com o fundador, Gustavo Epsztein. O evento aconte-ceu na fazenda Estância La Candelária, na Argentina, a 115 km de Buenos Ai-

res. O primeiro dia foi de apresentações, estratégias e balanço, além do jantar comemorativo. Os outros

dois foram de lazer, in-cluindo esportes ao ar livre, passeios de carruagem e de bicicleta. &

Na expectativa do Natalpara o Natal. Uma boa opor-tunidade para conhecer as

novidades de 2011 é visitar a Natal Show, que acontecerá de 18 a 21 de junho, no Expo Center Norte, em São Paulo. Além de ver produtos, é pos-sível ter contato com ideias criativas para a decoração da loja (foto). As empresas participantes ainda ofere-cem aos varejistas noções de treinamento e atendimento ao cliente. &

Mês passado, foi realiza-do o 21º Campeonato de In-verno de Guajará-Mirim (RO), patrocinado pelo governo do estado em comemoração do aniversário da cidade. Foram 40 equipes de fute-

Papelaria tricampeãbol disputando os prêmios em três categorias. A equipe da Papelaria Arco-Íris foi a campeã pelo terceiro ano consecutivo na categoria aberto (masculino adulto). Alexandre Albuquerque,

proprietário da loja, conta como começaram a partici-par há cerca de dez anos. “A iniciativa foi dos próprios funcionários, que já eram atletas e quiseram começar a competir. Eles chamaram

outros colegas, montaram o time e trouxeram a propos-ta. Gostei da ideia e aceitei patrocinar porque este é o campeonato mais disputa-do e mais bem organizado da cidade”, explica. &

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas aprovou as medidas adotadas pelo Conselho Monetário Nacional com o ob-jetivo de prevenir o mau uso de cheques. A CNDL participou de diversas discussões em audiência pública sobre o tema e avaliou que várias reivindicações dos lojistas foram atendidas. Uma das mais significativas foi a proibição da sustação voluntária por sus-peita de roubo ou furto sem apresentar boletim de ocorrência.

Cheque com mais segurança“Isso fortalece o cheque e reduz o risco contraordem (devolução por falta de fundos)”, diz o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior. Ele também destacou como positivas a norma que faz com que o cliente responda por falsa comunicação de crime, se fizer um falso boletim de ocorrência, e a decisão de obrigar os bancos a imprimirem nas folhas de cheque a data em que o talonário foi expedido pela instituição financeira. &

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Um personagem da fic-ção que remete a uma per-sonalidade bem-sucedida no mundo real parece ser a fórmula certa para atrair a admiração de pais e filhos. Senninha agrada tanto a crianças de quatro a nove anos, como aos adultos fãs de Ayrton Senna. O personagem foi idealizado pelo próprio piloto, em 1993, que buscava se apro-ximar do público infantil. A licença foi criada no ano seguinte, quando os ilus-tradores Ridaut Dias Jr. e Rogério Martins deram forma ao menino de oito anos. Como não podia deixar de ser, ele gosta de correr e sonha em ser piloto de Fórmula 1. As histórias do personagem e sua turma são contadas nos quadrinhos de uma revista trimestral vendida em bancas de jornal e pela internet. Os fãs também podem interagir por meio de jogos online e ativida-des que podem ser baixa-

REPRESENTANTE COMERCIAL

Para vender e atenderNa idade em que muitos

jovens ainda não sabem com o que querem trabalhar, Evandro Márcio Fernandes dos Santos descobriu sua vocação por acaso. Ele tinha acabado de servir ao exército, em Bauru, São Paulo, e estava com 19 anos, quando foi visitar a irmã, que morava em Brasília. Sem planos para os anos seguintes, aceitou a proposta do cunhado para que começasse a trabalhar na mesma profissão que ele, como representante comercial da Tilibra. “Tudo aconteceu muito rápido. Eu tinha a vida toda pelwwa frente e não tive receio de arriscar. Cheguei a Brasília numa segunda-feira, e, na quarta, já estava decidido a morar lá. Um ano depois, sabia que tinha achado o que gosto de fazer: vender”, lembra. Hoje, com 20 anos de car-reira, Evandro continua trabalhando para a mesma empresa em que começou e atende a todo o Distrito Federal, além de algumas cidades de Goiás, localizadas no entorno. Ele destaca a importância de se adaptar às alterações diariamente. “O mercado muda muito, e a gente precisa se reinventar todos os dias”, afirma o representante, cujo trabalho é realizado a partir de três pilares, citados por ele: “humildade, compro-misso e honestidade”. Evandro conta que dificilmente tira pedido de compra na primeira vez que vai a uma papelaria - “Não pressiono o cliente a comprar. Na primeira visita, vou para conversar, apresentar os produtos e conhecer a loja. Costumo dizer que deixo o lojista ‘namorar’ o catálogo”. “O mais importante é que o cliente confie em você. Por isso, o que mais gosto é de ter a certeza que ele vai vender o que ofereço”, completa. &

SENNINHA NA PAPELARIAKalunga – Cadernos, agen-das, lápis, lápis de cor, colas e massinhas.MexBras – Squeezes.Republic Vix – Mochilas e lancheiras.Suzano Report – Papel e cartolina.

das no site www.senninha.com.br. A licença chegou ao mercado de papelaria em 1999 e, atualmente, estampa um total de 25 produtos. O Instituto Ayrton Senna destina os royalties da marca a programas educacionais, o que ocorre, desde sua fundação, em novembro 1994, quando recebeu os direitos da licença, doados pela família Senna. &

Para pais e filhos

Rápidas Os produtos da Chies chegaram ao Peru com distribuição da Unisa, empresa que distribui diversas marcas de material de

escritório no país e poderá oferecer uma linha mais completa a seus clientes. Caneta-tinteiro é coisa antiga, mas a fabricante holandesa Bruynzeel-Sakura lançou o produto voltado especificamente

para as crianças. A My Grip é customizável, e o design foi elaborado pela empresa WAACS, inspirada pelas ideias de 81 crianças que desenharam como seria sua caneta ideal. A caneta é formada por peças curvilíneas que podem ser encaixadas como um verdadeiro brinquedo. &

A Acrimet reforçou sua atuação na Colômbia e no Panamá por meio do apoio de grandes empresas nos pa-

íses. No Panamá, os produ-tos estão sendo vendidos na Panamá Ultracom e nas 25 lojas da Papelero Myorista

Tauro, na Colômbia. Mar-cando presença na América Latina, a equipe de futebol Master Boys, patrocinada

pela companhia, ainda par-ticipou de um jogo de con-fraternização contra o time da Tai Loy, no Peru. &

Atuação internacional

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Para chamar a atenção do público e levar mais visitantes à Feira Nacional de Papelaria, Escritório, Infor-mática e Livraria (Fenapel), em Belo Horizonte, sua em-presa organizadora, a L&C Eventos, traçou algumas estratégias, como a mudan-ça do local de realização da feira. “Levaremos a Fenapel para o Minascentro, no centro da cidade. Ali, há concentração de muitas pa-pelarias, além de ser um lu-gar de fácil acesso”, destaca o diretor da L&C Eventos, Luiz André Chiatti.

Diferentemente de 2010, serão três dias de feira, e não quatro. Além disso, em vez

Novidades para Fenapelde ser realizada em outubro como no último ano, a Fena-pel 2011 será em setembro, mais precisamente do dia 15 ao 17. “Decidimos fazer o evento em uma data mais próxima à Office Paper Brasil 2011, que será realizada em agosto. Essa foi uma suges-tão dos próprios lojistas”, conta Chiatti.

A Fenapel vai contar também com um seminá-rio voltado para o vare-jo, uma parceria da L&C Eventos com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e a Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário (Sebrae MG).

Em 2010, a Fenapel reuniu 3500 visitantes, e a expec-tativa este ano, de acordo com Chiatti, é levar entre sete e oito mil pessoas à feira. Para mais informa-ções sobre a Fenapel acesse www.fenapel.com.br.

Outro evento realizado

pela L&C no segundo semes-tre será a Fenabags, marcado para os dias 9 e 10 de agosto, também no Minascentro. “Esse será um showroom voltado para o setor mochi-leiro, em que os expositores poderão mostrar seus lança-mentos”, adianta. &

Mudança de local e de data são as principais novidades da L&C Eventos na organização da Fenapel 2011.

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maio de 2011

No dia 28 de abril, ter-minou a campanha Volta às Aulas 2011, realizada pela Suzano Papel e Celu-lose, com a premiação de

Papelarias recebem prêmios

três papelarias da Grande São Paulo. O objetivo foi reforçar o relacionamen-to com o lojista durante este importante período

de vendas. Os donos das papelarias precisavam se cadastrar no hotsite da campanha, e quanto mais compravam, participavam de ações promocionais e promoviam a marca Report junto aos clientes, mais cupons eles recebiam para participar do sorteio, audi-tado pela AudiBras. Cada loja sorteada ganhou um caminhão de prêmios, in-cluindo eletroeletrônicos e eletrodomésticos. As pape-larias contempladas foram:

LuPapel (São Caetano do Sul/SP), Papelaria MCR (São Paulo/SP) e Supritec (Santo André/SP). A equipe de promotores foi reforçada para avaliar o empenho e distribuir cupons, além de estimular e ajudar os partici-pantes, como conta Ricardo Tamassia, da Supritec – “Os promotores nos auxiliaram com a decoração da loja ex-plicando como poderíamos expor os produtos para atrair mais a atenção dos consumidores”. &

Alexandre Laguna é o exemplo prático de como as gerações mudam rápido. Aos 30 anos, o colecionador – palavra usada como seu codinome no Orkut – tem dificuldade para encontrar as borrachas com formatos diferenciados que faziam sua alegria na infância. Quando as borrachas inusitadas eram mais frequentes, suas preferidas tinham formas de animais, ferramentas e comida. “Mas, principalmente, as que tinham cheiro!”, destaca Alexandre. “Quando vou procurá-las em papelarias, escuto que não vendem mais porque as crianças de hoje não procuram. Elas são mais práticas, querem uma borracha que apague. Nos anos 80, as crianças eram mais fantasiosas”, compara o publi-citário, que tem várias coleções e resolveu começar a ganhar dinheiro com isso. “Descobri que essas coisas ainda fazem sucesso e comecei a vender alguns itens de colecionador que eu não queria mais”, conta. É isto que o faz ir a uma papelaria atualmente: comprar envelopes e material de embrulho para enviar o que vende pelo correio. As borrachas que ainda fazem sua coleção crescer costumam vir por meio de trocas com pessoas que conheceu na internet. Sua mãe, que incentivava a paixão do filho quando menino, hoje pergunta: “Ainda está com esses negócios? Tem dado dinheiro, pelo menos?” Ele afirma que sim, mas complementa – “Não faço isso por dinheiro, é minha paixão.” Os modelos quadrados que ele encontra atualmente também fizeram parte de sua infância com a função de apagar. Já, as que tinham formas diferentes... “Até hoje estão na embalagem!”, revela. &

CONSUMO

Consumidor colecionador

Na foto, as promotoras da campanha entregam prêmios a Carlos Régio Gomes e Daniel Luongo Gomes (pai e filho), sócios da Papelaria MCR.

Foto

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Veto derrubado em MaringáNo dia 5 de maio, os

vereadores de Maringá (PR) derrubaram por nove votos a dois o veto do prefeito Sil-vio Barros (PP) ao projeto de lei do vereador Manoel Ál-vares Sobrinho (PCdoB). A proposta é conhecida como

Papelaria do Povo e prevê o fornecimento de material escolar, livros didáticos e jo-gos educativos à população de baixa renda. O procura-dor geral do município, Luiz Carlos Manzato, informou que irá conversar com o

prefeito, mas adiantou que a lei é inconstitucional – “A prefeitura cumpre com a sua obrigação de fornecer mate-rial escolar para os alunos de 1ª a 4ª série. Com esta lei, querem transferir para o município a responsabili-

dade do Estado de atender os alunos da 5ª série até o 2º grau”. Ele também fala sobre a concorrência. “Existem tantas livrarias na cidade, não vejo a necessi-dade de se criar mais uma”, completou. &

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Com o objetivo de apre-sentar sua coleção de mo-chilas 2012, a Bravus vai visitar algumas capitais do Brasil, promovendo um evento voltado aos responsáveis pelo setor de compras de lojas, redes e magazines. “Vamos mos-trar a nova coleção com ex-clusividade, num ambiente propício para realização de negócios e com atendimen-to personalizado. As visitas serão agendadas, e, dessa maneira, cada empresa será recebida individualmente”, diz o diretor financeiro da companhia, Victor Boueri. “Serão apresentados cerca de 120 novos modelos. O comprador vai poder sentir o material, conhecendo-o

Bravus mostra coleção 2012d e v i d a m e n t e ” , completa Fernan-do Dias, diretor comercial da Bra-vus. A primeira cidade a receber o evento será o Rio de Janeiro, de 6 a 10 de junho. Depois, a em-presa segue para São Paulo (13 a 17 de junho), Belo Horizonte (20 a 24 de ju-nho) e Porto Alegre (27 de junho a 1° de julho). A Bra-vus também pretende ir até Vitória, Cuiabá, Manaus e Belém. Os interessados em participar devem entrar em contato pelo telefone (21) 2426-4069. Para saber mais sobre a companhia, acesse www.bravuspacks.com.br. &

No final do mês passado, a diretoria e associados do Simpa (Sindicato do Comér-cio Varejista de Material de Escritório e Papelaria de São Paulo e Região) se reuniram com executivos da BIC Bra-sil, na sede da empresa, em Cajamar, interior de São Pau-lo. Cerca de 35 proprietários de papelaria participaram do encontro e discutiram o relacionamento da compa-nhia com os varejistas. O 2º tesoureiro do Simpa, Cláu-dio Thies, apresentou uma

A relação com o varejopesquisa demonstrando que alguns atacadistas vendiam a caixa de canetas BIC Cristal para o público corporativo com valor muito menor que o revendido ao comércio va-rejista. O presidente da BIC no Brasil, Horácio Balciero, afirmou que a reaproxima-ção é um dos objetivos do grupo no país – “Já abrimos relacionamento comercial com mais de 1,5 mil novas papelarias. E avalio que o Simpa pode dinamizar esse processo”. &

Associados ao Simpa-SP e o presidente do sindicato, Antônio Nogueira, no encontro com diretoria da BIC.

Alguns itens da coleção 2012 da Bravus.

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Perfil do Varejo16 Papelaria Popy (Araripina/PE)

maio de 2011

Foi ainda muito jovem que Francisco de Assis Souza defi niu seu destino: seria dono de uma papelaria. A ideia surgiu quando ele, aos 14 anos, saiu de sua terra natal, Araripina, em Pernambuco, para trabalhar na capital paulista. “Uma das minhas funções era ir à papelaria comprar material de escritório. Naquele ambiente, eu fi cava impressionado com a diver-sidade dos produtos”, lembra.

De volta a Araripina, Souza concretizou seu sonho. Aos 19 anos, ele deu início ao negócio por meio da extinta Fundação Nacional do Material Escolar (Fename). “O governo passava o material escolar ao lojista, que o oferecia ao consumidor fi nal, ganhando comissão em cima da venda”, explica. Dois anos mais

Desde menino,

empresário nutria

o desejo de ter uma

papelaria. Há 31 anos

isso é uma realidade.

Um sonho,

O sonho que surgiu na adolescência se concretizou, e, neste mês, o proprietário da Papelaria Popy comemora os 31 anos de sua loja.

tarde, ele abriu um estabeleci-mento independente da funda-ção, nascendo assim, no dia 19 de maio de 1980, a Papelaria Popy.

A loja, que começou com 48m², possui hoje dois andares de 304m² cada. No primeiro é possível encontrar artigos de pa-pelaria, informática, material de escritório, e no segundo utilida-des para o lar. Para conquistar os clientes, Souza utiliza o mesmo artifício desde a inauguração do estabelecimento: fazer o cadastro de cada um deles para o envio de cartões de expressão social em época de festividades.

Ele diz que também não abre mão de agradar as crianças, segundo ele, sua clientela mais fi el. “A garotada que conhece a papelaria sempre volta”, garante. O sucesso do negócio, de acordo com seu proprietário, também está relacionado à dedicação de outros membros da família. Sou-za conta com o apoio da esposa, da fi lha, que recentemente assu-miu o departamento de compras

da loja, e do fi lho, responsável por cuidar do site da empresa e sua presença nas redes sociais.

Também com o auxílio da famíla, o papeleiro criou em Araripina, há seis anos, uma ins-tituição chamada Fabulinus, que cuida dos mananciais da cidade, realiza campanhas de preservação do meio ambiente junto às escolas e faz doação de material escolar. São também eles que mantêm na internet o portal da cidade (www.araripina.com.br).

Para Souza, nada se compara ao trabalho realizado com pra-zer, mas, apesar do amor pela profi ssão, algo incomoda o pape-leiro: o imposto sobre o material escolar. “A carga tributária inci-dente sobre esses artigos é muito alta. Espero que essa realidade mude”, fi naliza. &

uma realidade

Direto da revendaNome: Papelaria Popy.Localização: Araripina, a 685 km da capital de Pernambuco.E-mail: [email protected]: www. papelariapopy.com.brFundação: 19 de maio 1980.Funcionários: nove.Região que atende: sertão do Araripe.Filiais: Não.Área: 608 m².Perfil do cliente: jovens entre 9 e 18 anos. A papelaria também atende 110 indústrias na região que trabalham com gipsita (matéria prima para a produção de gesso).A vitrine precisa ter: produtos novos. Produtos mais vendidos: cadernos, ca-netas, tinta para impressora e gram-peadores.Melhores fornecedores: Credeal, Leonora e Masterprint.Produtos que gostaria de trabalhar: com-putadores.Aspectos do mercado que precisam ser discutidos: a carga tributária sobre o material escolar.

COMO CHEGAR: Rua Hortêncio Pereira Lima, 114, Centro Araripina – PECEP: 56280-000Telefone: (87) 3873-1701

Fotos Luizito Ferreira

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Artigo18

ANTÔNIO MARTINS NOGUEIRA – PRESIDENTE DO SIMPA

maio de 2011

Muito se fala da época da volta às aulas. E, já há alguns anos, pouco se faz nessa que é uma das principais épocas para o segmento de varejo de papelaria. Explico, de uns anos para cá, mais precisamente desde 2006 – nós empresários e profissionais desse segmen-to, vimos o setor definhar a cada dia.

Primeiro por conta de um fa-migerado projeto que – pasmem – tirou o comércio varejista de material de escritório, escolar e papelaria do processo de venda para o consumidor fi nal, o Governo Estadual passou a comprar direto dos fabricantes, com total isenção de impostos, e a doar os produtos para os alunos da rede pública. Não so-mos contra os alunos receberem gratuitamente esses materiais. Mas quando o Governo passou a comprar esses produtos direto dos fabricantes – a experiência foi seguida por outras Prefei-turas –, simplesmente tirou o cliente de dentro da papelaria. O refl exo dessa sandice foi ime-diato: o fechamento de mais de 30 mil postos de trabalhos dire-tos e indiretos, devido à queda

vertiginosa em nossas vendas.

Temos ain-da que competir com atacadis-tas que vendem para o varejo; e – pasmem ainda mais – lojas de roupas, calça-dos, doces, en-

tre outras, passaram a vender produtos que compõem a cesta básica do material escolar, somente nessa época. E com preço que nos levam a duvidar da procedência desses produ-tos. E ninguém fi scaliza, autua ou simplesmente corrige essa distorção. É como se pudésse-mos – nós do setor de papelaria – vender bacalhau na Semana Santa. Prova de um total des-controle ou desleixo das auto-ridades competentes.

Por outro lado, institutos de pesquisas e órgãos do Estado apresentam levantamentos de preços que revelam ao mundo que nós, micros, pequenos, mé-dios e grandes comerciantes do segmento de papelaria, somos os novos “tubarões” da economia brasileira. Não levam em consi-deração condições de compra – se o comerciante tem condições de realizar grandes compras, o que diminui preço –, tamanho de equipe de atendimento, despesas como aluguel do imóvel onde está instalado o negócio. Nada. Apenas preço pelo preço.

E muito menos os altíssimos impostos que incidem sobre os produtos como é o caso da ca-neta, cuja carga tributária chega a 47,49%, ou borracha que é de 43,19%, ou de um simples tubo de 42,71%. Além, é claro, da temi-da Substituição Tributária – que traz consigo o tal de IVA – Índice de Valor Agregado – que em al-guns casos chega há 70%.

Para esses institutos e órgãos, lembramos que a lista completa do material escolar adquirida

no começo do ano não é – nem de longe – a vilã dos orçamentos familiares como se propala a quatro ventos. Ela não representa nem 10% dos valores investidos com a lista de livros didáticos e pagamentos de matrículas e rematrículas dos colégios parti-culares. E se formos computar as despesas normais de começo de ano então, ela cai para 5% do total, se incluirmos IPTU, IPVA, entre outros impostos cobrados pelos próprios governantes que tiram de nossas lojas o cliente sazonal. Lembrando, é claro, que muitos de nós também temos fi lhos em idade escolar.

E olha que nem falamos dos curiosos, palpiteiros, aprendizes de feiticeiros que se arvoram como porta-voz do segmento, sem ao menos conhecerem nossa realidade, vivida anos a fi o atrás de um balcão. Mas mesmo assim chegam a afirmar que nossos ganhos na volta às aulas foram de 10%. E pior, afi rmam que esse índice é alcançado mesmo que o setor tenha vendido menos. Uma equação surreal, válida apenas para aqueles que não sabem o que é vender material escolar num ambiente nocivo como o narrado acima.

Diante do exposto, deixamos o leitor deduzir por si, quais as verdades e quais as lendas de um segmento formado por pais e mães de família que gera, verdadeiramente, empregos e renda, paga seus tributos e, ainda, tem que sobreviver para ouvir as sandices que falam do nosso setor. &

Verdades e lendas sobre a volta às aulas

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Consultoria20

maio de 2011

Controle Financeiro

O primeiro passo para quem pretende contar com o controle fi nanceiro como aliado é ter de-terminação e disciplina, como afi rmam especialistas. O segun-do é entender porque ele é es-sencial para o desenvolvimento de todo e qualquer negócio, seja ele micro, pequeno, médio ou grande. “Controle financeiro signifi ca vantagem competitiva e ganho em todas as frentes da empresa”, diz Henrique Ronne Grodiski, especialista em ges-tão empresarial.

Tal controle permite mudar a postura frente a gastos exces-sivos, verifi car em qual produto é mais viável investir e, como lembra Hélio Alves da Silva, autor do livro Planejamento e Controle Financeiro, da Editora Atlas, é ele um dos fatores de-terminantes para que a empresa trilhe um caminho promissor. “Quando aposto nesse contro-le, eu consigo traçar melhor os planos para o futuro. É a partir dele que vou saber quanto e em que poderei investir neste e no próximo ano”, exemplifi ca.

Iara de Brito Nunes, uma das proprietárias da Papelaria Dunorte (Cuiabá/MT), sabe

Contas a pagar e a receber, fluxo

de caixa, faturamento anual.

Ter tudo isso registrado e em

dia parece tarefa difícil, mas se

engana quem possui tal opinião.

Atualmente, o mercado oferece

várias opções para auxiliar o

lojista a colocar as finanças

em ordem. Esse controle, se

realizado de maneira correta, é

capaz de diminuir riscos, evitar

surpresas desagradáveis e até

mesmo de garantir o futuro da

empresa. POR RENATA MEDEIROS

A almanegócio

que só tem a ganhar investindo no controle fi nanceiro de sua loja. Desde a década de 90, o estabelecimento conta com um software de gerenciamen-to financeiro e contábil que, segundo ela, torna mais fácil, inclusive, sua maneira de tra-balhar. “É muito importante acompanhar a saúde de nosso negócio. Não é possível viver sem esse controle”, afi rma.

AlternativasAssim como a Papelaria Du-

norte, outros estabelecimentos também apostam nos softwares especializados com o objetivo de garantirem a organização das fi nanças. A Cia. do Software é uma das empresas existentes no mercado que tem soluções, principalmente, para quem possui um pequeno negócio. O Mr. Financeiro Gold, produto por ela oferecido, permite, entre outros serviços, controlar as contas a pagar, a receber, e gerar relatórios de fl uxo de caixa. “Em um único clique é possível ter na tela do computador toda a es-tatística fi nanceira da empresa. A informatização agiliza a vida do varejista”, afi rma Cláudio Hi-

de qualquer

Controle fi nanceiro signifi ca vantagem compe-titiva e ganho em todas as frentes da empresa.

HENRIQUE RONNE GRODISKI ESPECIALISTA EM GESTÃO EMPRESARIAL

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rayama, desenvolvedor de sof-twares da companhia. O valor do software é R$ 69, e o suporte técnico oferecido pela empresa é gratuito nos primeiros 60 dias após a compra.

Já quem prefere fazer o con-trole com custo zero, vale buscar na internet planilhas eletrônicas que, segundo Grodiski, em mui-tos casos, são disponibilizadas gratuitamente. “Elas auxiliarão o entrelaçamento de informações possibilitando mais efetividade às ações do empresário”, garante.

Procurar uma empresa es-pecializada em gestão empresa-rial é outro caminho, sendo que muitas delas possuem serviços compatíveis com os orçamen-tos de pequenos e médios empreendedores. “O problema é que muitos ainda não enxer-gam isso como investimento, mas como um gasto a mais. A maioria das pessoas só procura o serviço dessas companhias quando seu negócio já está comprometido fi nanceiramen-te”, critica Silva. O professor lembra ainda que entidades governamentais como o Sebrae e o Senac oferecem, além de cursos sobre o tema, serviços de consultoria fi nanceira.

Adaptação Mesmo com tantas opções,

ainda existem estabelecimentos que não modernizaram a sua maneira de cuidar das fi nanças. Esse é o caso da Papelaria Três Rios (João Pessoa/PB), aberta há seis anos. Na loja, as contas a pagar são anotadas em um caderno por uma funcionária, enquanto as a receber são im-pressas e colocadas dentro de uma pasta. É só quando ela está cheia que chega o momento de

verifi car se os devedores cum-priram os prazos estipulados, começando aí a corrida atrás dos inadimplentes.

Responsável pela parte de compras da papelaria, Ilderlan-dio Plameira da Silva sabe que o controle fi nanceiro, além de importante para o desenvolvi-mento do negócio, facilita a vida do lojista e, devido a esse fato, pretende mudar a realidade den-tro da empresa o mais rápido possível. “A gente se preocupa em comprar e vender, comprar e vender, e acabamos deixando outras prioridades de lado. Mas ainda este ano queremos me-lhorar o processo adotado atu-almente, inclusive aposentando o caderno em que são anotados os gastos”, comenta.

Segundo a diretora da Fha-

ros Assessoria Empresarial, Dora Ramos, o controle fi nan-ceiro é importante tanto para a grande quanto para a pequena empresa. O problema, como ela afi rma, é que nesse segundo grupo ainda há empresário colocando essa prática em se-gundo plano. “Muitos ainda trabalham com as informações que tem armazenadas na cabeça e o único controle que possuem é o extrato bancário. A falta de informação financeira sobre o próprio negócio ainda é um problema”, lamenta.

Diretor da PLL Consulto-ria Empresarial, Pedro Lotti concorda com Dora e aponta outro impasse relacionado à questão financeira de muitas empresas. “Grande parte das pessoas acha que entende de fi nanças e de contabilidade, o que não é verdade, e recusa-se a pedir auxílio ou a informar-se sobre o tema. Elas só percebem que não sabem sobre o assunto

Soluções prontas disponíveis no mercadoEMPRESA SOLUÇÃO CONTATO

Alterdata Shop www.alterdata.com.br

Autoloja Siapel www.autoloja.com.br

Cia. do Software Mr. Financeiro Gold www.ciadosoftware.com.br

Nasajon Comerzio ou Controller www.nasajon.com.br

SCE Sistemas AutoMagazine Book www.scesistemas.com.br

O especialista em gestão empresarial, Henrique Ronne Grodiski, indica o endereço de internet www.artigos.com/components/com_mtree/attachment.php?link_id=3265&cf_id=24 para baixar uma pla-nilha eletrônica gratuitamente e dar início, mesmo que básico, ao controle financeiro de sua loja.

Grande parte das pessoas acha que entende de fi nanças, o que não é verdade, e recusa-se a pedir auxílio ou a informar-se.

PEDRO LOTTI DIRETOR DA PLL CONSULTORIA EMPRESARIAL

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Consultoria22

maio de 2011

Controle Financeiro

mais indicado, e pode trazer algumas difi culdades, mas já ajuda”, diz. “A caderneta é algo que funcionou muito bem no passado. Hoje ela não é mais viável. Ignorar os benefícios da informatização pode ser um risco, pois a falta de domínio e entrelaçamento de informações ligadas às fi nanças da empresa não permitem ao empresário o controle de suas ações e a toma-da de decisões rápidas e efi cien-tes”, completa Grodiski.

No vermelhoÀs vezes, não há como fugir,

o comprometimento fi nanceiro acaba batendo à porta, trazendo uma série de problemas para a empresa e muita dor de cabeça para o seu proprietário. Nesse caso, segundo Grodiski, as vendas devem ser priorizadas e mantidas. “Enquanto existir cliente comprando haverá en-trada de recursos e promessas de pagamento, que possibili-tam as negociações junto aos fornecedores”, afi rma.

Evitar a realização de ven-das por meio de cheques e títulos bancários também é aconselhável, assim como priorizar a compra de produ-tos de alto giro. Outra dica é não manter relacionamento com apenas um fornecedor. O empresário deve estar seguro de que terá outras opções de fornecimento no caso de difi-culdades. “Em momentos de

quando as coisas começam a dar errado”, critica.

De acordo com Silva, o indicado é que o pequeno papeleiro tenha, pelo menos, uma planilha em um programa como o Excel, em que ele possa colocar suas contas a pagar e a receber. “Com isso ele vai ter noção dos seus principais gastos. Esse não é o método

Dicas de especialistas Informe-se sobre o tema, seja por meio de palestras, cur-

sos, livros, revistas ou internet. É necessário ter consciência da importância do controle financeiro para o sucesso de um determinado negócio.

Informatize sua loja. Esse processo agiliza a vida do empresário e ajuda a garantir a organização do estabe-lecimento.

Tenha todos os seus gastos registrados, mesmo que de maneira simples. Tenha controladas as contas a pagar, e também a receber.

Em caso de dificuldades, não hesite em procurar a ajuda de um profissional.

Apenas utilize crédito bancário se tiver certeza de que esse procedimento não irá comprometer o seu negócio.

Confie em seu contador, pois ele poderá ajudá-lo na análise da situação da empresa e na tomada de decisões. Se a comunicação entre o empresário e esse profissional não for constante, muitas ações podem ser efetuadas de forma errônea.

Comprar bem e vender bem garantem o lucro. O pla-nejamento e o controle financeiro são responsáveis por perpetuá-lo.

crise, procure sempre olhar a empresa como um todo. Não se limite aos custos. É impor-tante identificar oportunida-des de negócios, e não reduzi-las”, orienta o especialista em gestão empresarial.

Ele acrescenta ainda que a busca imediata de recursos financeiros em instituições bancárias ou outras entidades de crédito devem ser evitadas e, de acordo com Dora, o empre-sário deve estar atento a essa questão mesmo se o seu negó-cio não estiver passando por um momento de crise. “Antes de utilizar o crédito oferecido, é preciso analisar onde o valor será aplicado, se realmente essa é a melhor saída e, principal-mente, se a dívida assumida será paga sem maiores difi cul-dades”, alerta.

Procurar um profissional especializado também é uma al-ternativa e, como afi rma Lotti, é ainda importante, dependendo da situação em que a empresa comprometida se encontra, fazer um estudo quantitativo e qualitativo com o intuito de analisar a viabilidade do negó-cio. “Se não for gerado caixa para pagamento da dívida, infelizmente é o momento de fechar as portas, ou o problema pode se tornar ainda maior. É preciso lembrar que, até para encerrar a atividade de uma empresa é indispensável um planejamento”, fi naliza. &

Muitos ainda trabalham com as informações que tem armazenadas na cabeça e o único con-trole que possuem é o extrato bancário.

DORA RAMOS DIRETORA DA FHAROS ASSESSORIA EMPRESARIAL

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Cartões de expressão social

Quem nunca recebeu um cartão com dizeres carinhosos ou presenteou alguém com o mesmo mimo? Os cartões de expressão social fazem parte da vida da maioria das pessoas, e se engana quem imagina que o caminho para se chegar ao resultado fi nal – aquela página decorada e cheia de mensagens românticas, carinhosas ou en-graçadas – é tarefa simples. De acordo com a gerente de produ-tos da Grafon’s, Danielle Medi-na, o processo de fabricação do produto passa por várias etapas como pesquisa de mercado, de-senvolvimento, criação de arte, finalização e impressão. “De modo geral, a produção de uma linha de cartões gira em torno de três meses”, diz.

Criatividade é algo que não pode faltar quando o assunto é cartão de expressão social. Para oferecer ao público aquilo que ele deseja, o proprietário da Fofi , André Franchi de Souza, fi ca atento ao retorno dado por lojistas e representantes, além de estar sempre presente em congressos e feiras relacionados ao tema. “Nesse ramo é sempre importante investir em algo novo”, afi rma. Danielle concor-da com Souza e lembra que os cartões de expressão social pas-saram por uma grande evolução nos últimos anos. “O que antes resumia-se em cartão postal com impressão simples e acabamen-

Eles podem ser grandes

ou pequenos, simples ou

sofi sticados, mas têm o mesmo

objetivo: surpreender e encantar

quem os recebe. Os cartões de

expressão social estão cada vez

mais modernos e, segundo seus

fabricantes, cheios de diferenciais

que os tornam aptos a enfrentar a

concorrência contra as mensagens

de felicitações enviadas pela

internet. POR RENATA MEDEIROS

sai de modaCarinho que nunca

tos limitados, atualmente apre-senta-se de forma cada vez mais inovadora. Hoje, os cartões de felicitações possuem acabamen-to refi nado, papéis diferenciados e apliques”, comenta.

O tamanho dos cartões também sofreu modifi cação, e se alguns deles cabem na palma da mão, outros chegam a medir cerca de meio metro de compri-mento. Porém, como afi rmam os fabricantes, o preferido do público ainda é o tradicional, aquele com medidas próximas ao de meia folha de papel A4. “Nosso cartão mais consumido é o que possui, aproximada-mente, 12 centímetros de lar-gura por 18 de altura”, ilustra Lucibel Ogrodowski, gerente comercial da Zenir Disarz Cartões e Presentes, empre-sa que lança, por ano, oito linhas desse produto. Ainda de acordo com a indústria, os cartões que remetem ao Natal, ao Dia dos Namorados, ao Dia das Mães, ao Dia dos Pais e à Páscoa são os queridinhos dos consumidores.

Diferencial A Teca Produtos de Pa-

pelaria é outra empresa que investe em cartões de expressão social. De acordo com a gerente comercial da companhia, Maria Andrade, a maioria deles é criada pela proprietária da empresa, Theresa Cristina Leopoldo Sil-

Geralmente, o desenvolvimento de uma linha de cartões da Grafon’s leva três meses, passando por várias etapas.

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va, que também conta com a colaboração de designers e ilus-tradores. Os cartões Fabriano e Mini Fabriano, que levam o nome do papel utilizado na fabricação dos mesmos, são os mais vendi-dos pela companhia. “‘Parabéns’, ‘Sucesso’, ‘Felicidades’ e ‘Obriga-do’ são impressos em dourado ou prateado e dão ideia de que foram escritos à mão”, diz Maria. Já a linha Enjoy, possui aplique colocado após a impressão do cartão, dando a ideia de que o produto é tridimensional.

Os cartões Handmade, da Grafon’s, segundo a gerente de produtos da empresa, têm

feito sucesso frente ao público e agradam, principalmente, por conterem penduricalhos e ade-reços. A companhia vem ainda tentando atender aos mais variados públicos com a linha Todas as Ocasiões, que traz, além de novos acabamentos, temas como reconciliação e os cartões Ele/Ele e Ela/Ela.

Como investe em designs cada vez mais modernos, a Fofi lançou durante a Office Paper Brasil Escolar 2010, realizada de 30 de agosto a 2 de setembro, a Coleção Amarradinhos que, de acordo com o proprietário da empresa, continua chamando a atenção dos consumidores. “O cartão é fechado com uma cordinha. Na verdade, o cartão é o próprio envelope”, explica. O destaque da Zenir Disarz Cartões e Presentes vai para os produtos que possuem peças de resina pintadas à mão.

Já a aposta da Dallec é em produtos que variam do clássico ao moderno, com mensagens diferenciadas e cores intensas, visando atender as expectativas de diferentes públicos. A linha Everyday, composta de, apro-ximadamente, 300 modelos, traz vários formatos, recortes e acabamentos especiais. Os cartões são divididos em diver-sos temas, como, por exemplo, “Aniversário”, “Amor”, “Mãe”, “Amizade” e “15 Anos”. A Natal e Boas Festas, composta por mais de 150 modelos, é outra linha oferecida pela compahia. “O cartão não só acompanha o pre-sente, como, em muitos casos, o substitui”, declara a diretora da Dallec, Elaine de Oliveira.

Outra empresa que vem tra-zendo novidades é a Smile Hou-se. Para o Dia dos Namorados,

Dando asas à imaginaçãoComo alternativa para expressar o carinho à pessoa querida, a Pimaco oferece outra opção: os Cartões de Ocasião da Linha Expressions. Para ter acesso ao produto, basta acessar o site www.pimaco.com.br e fazer o download de artes prontas para impressão. De acordo com a gerente de produto da categoria de papelaria da BIC Brasil, Carina Narciso, outra proposta é permitir que o internauta crie sua própria arte. “A Pimaco deci-diu lançar um cartão cujo diferencial fosse a interação com o usuário e que fugisse da padronização do mercado, permitindo uma expressão custo-mizada”, alega. Para a impressão, a empresa disponibiliza uma linha de papéis com qualidade fotográfica e folhas em formatos variados, que vão de 10 x 15 ao Super A3.

ela oferece seis modelos focados na diversão e no bom humor. Os cartões não poderiam deixar o romantismo de lado, mas, se-gundo seu proprietário, Gustavo Gubert, a Smile House deixou para trás as declarações de amor extremamente sentimentais e sem graça, prometendo es-quentar o clima entre os casais apaixonados. “Em pesquisa realizada com lojistas e consu-midores, percebemos que muitos deles consideram os cartões de expressão social melosos. Dessa maneira, nos propusemos a criar produtos com mensagens atuais, modernas e divertidas”, conta o proprietário da empresa, que ingressou este ano no mercado.

PolêmicaNa Papelaria do Mágico

(São Paulo/SP), a venda de cartões de expressão social é comparada à de canetas, produ-

A Fofi investe em cartões coloridos e com designs cada vez mais modernos.

o r -a s A Fofi investe em cartões coloridos e c

A linha para o Dia dos Namorados da Smile House traz cartões que unem romantismo e irreverência.

Os cartões da Dallec são produzidos em vários formatos, possuindo diferentes recortes e acabamentos especiais.

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Giro26

maio de 2011

Cartões de expressão socialartões de expressão social

to de alto giro. “Esses são dois artigos que têm saída todos os dias. Por mês, vendo cerca de 50 cartões”, conta a gerente da loja, Mariane Pereira. Ela garante que o investimento é essencial, pois traz bom retor-no ao seu negócio. “A maioria dos clientes prefere os cartões mais sofi sticados e não se im-porta em pagar um pouco mais por eles. Além disso, quando entra na loja para comprar um cartão, o consumidor acaba levando um item a mais, seja um artigo de papelaria ou um gift”, comemora.

A situação na Papelaria do Mágico ilustra a afi rmativa dos fabricantes – a venda de cartões sociais vem crescendo, e, cada vez mais, o mimo cai no gosto do público. Porém, essa é uma realidade diferente em algumas pequenas papelarias não loca-lizadas nas capitais brasileiras. Funcionária da Sanbig Papela-ria e Armarinho (Estância/SE), Fernanda Marinn diz que, nos

últimos cinco anos, a venda do produto caiu 50%. “Ainda temos vários cartões adquiridos no ano passado”, conta. Como cau-sadora do problema, ela aponta a internet. “Atualmente, as pessoas acabam enviando felici-tações por e-mail, redes sociais, além de também utilizarem os cartões virtuais”, reclama.

A Papelaria Rabisco (Itape-mirim/ES) vende menos de 10 cartões por mês. Como sabe que a procura é pequena, a proprie-tária do estabelecimento, Alda Martins, sempre avalia em que cartão investir para não ficar com o produto encalhado no estoque. “Demoro a vender os cartões, mas eles acabam sain-do”, comenta.

O problema também é ob-servado na Aquarela Livraria e Papelaria (Coxim/MS). “Uma vez ou outra aparece um cliente à procura de cartões. O giro é baixo”, avalia a funcionária do estabelecimento, Onice Pereira. Apesar das reclamações, Fernan-da, Alda e Onice não cogitam a possibilidade de deixarem de possuir o artigo na loja. “Toda papelaria precisa trabalhar com o cartão de expressão so-cial. Quando o cliente imagina comprar esse produto, pensa logo em tal estabelecimento”, pondera Alda.

De acordo com o proprietá-rio da Fofi , a queda na venda de cartões de expressão social pode estar relacionado à comerciali-zação desse produto em outros estabelecimentos, como fl ori-culturas e lojas de presentes. “O consumidor não vai até a papelaria para comprar somen-te o cartão. Ele aproveita o local onde se encontra para fazer isso. Dessa maneira, é importante

que as papelarias invistam em gifts, dando mais essa opção aos seus clientes”, sugere.

Diferente do alegado pelas papelarias localizadas no in-terior, Maria conta que a Teca Produtos de Papelaria vem não somente aumentado a venda de cartões de expressão social, como seu número de clientes. A com-panhia, segundo ela, vem ainda conquistando um público cada vez mais diversificado. “Com o aquecimento da economia brasileira, passamos a ser muito bem recebidos também na classe C”, conta a gerente comercial da empresa, que tem 60% de seu faturamento representado pela venda desse artigo.

Na Zenir Disarz Cartões e Presentes, esse número chega a 70%, e, diferentemente do afi r-mado por Fernanda, da Sanbig Papelaria e Armarinho, ela não acredita que a internet seja ca-paz de tomar o lugar dos cartões de expressão social. “A internet não substituirá o cartão, pois ele demonstra atitude, o tempo, o sentimento que a pessoa dedi-cou ao outro escolhendo, escre-vendo e enviando aquela mensa-gem”, opina Lucibel. “O cartão físico tem o seu lugar garantido, pois é mais pessoal”, completa Danielle, da Grafon’s.

Para incentivar o cliente a levar o produto, vale também a pena seguir algumas sugestões dos fornecedores em relação à exposição dos mesmos. Segun-do eles, é aconselhável que o papeleiro tenha um mix variado de cartões, que devem ser colo-cados em expositores giratórios. Deixá-los em local bem visível, de preferência próximo ao caixa ou à entrada da loja, é outra dica dos fabricantes. &

A maioria dos cartões da Teca são criados pela proprietária da empresa.

Durante o ano, a Zenir Cartões lança no mercado

oito novas coleções.

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Papelarias do Brasil28

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Região Nortegião Norte

com sua soluçãoCom o desafio de traçar um perfil do varejo de papelaria do país,

lançamos a série Papelarias do Brasil, começando pelo mercado da região

Norte. A maior região brasileira é uma significativa amostra do país,

com destaque para recursos naturais, desenvolvimento econômico,

população atuante e alguns problemas... Muitas características que, é

claro, influenciam o dia a dia das papelarias. POR CAROLINA BERGER

Cada papelaria

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A região mais extensa do país ocupa 42,27% do território nacional, mas é habitada por apenas 8,3% da população bra-sileira, segundo dados obtidos pelo IBGE no Censo Demo-gráfi co 2010. É neste cenário, com algumas proporções tão grandes e outras tão pequenas, que estão localizadas as 17.815 micros e pequenas empresas de comércio; dentre elas, as 12 papelarias que participaram desta matéria.

Privilegiados pela proximi-dade com Manaus, os proprie-tários de papelarias na Amazô-nia Ocidental – composta pelos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima, além das cidades de Macapá e Santana (AP) – optam por comprar seus produtos diretamente com a indústria. Dentro desta região, há a Zona Franca de Manaus – circunferência de 10 mil km² em torno de Manaus –, e as Áreas de Livre Comércio*. As papelarias ali localizadas devem se cadastrar na Superintendên-cia da Zona Franca de Manaus (Suframa) e, no momento da compra, informar seu número de inscrição ao fornecedor e à transportadora. Com esta in-formação, ambas indicam que o produto é destinado a uma região que tem direito ao be-nefício, por meio do aplicativo disponível no site da Suframa. Assim, ao longo do processo de venda e entrega, os fornece-dores têm direito à redução de alguns impostos, possibilitan-do que os produtos possam ser vendidos a preços menores ao

lojista. “Mesmo tendo que pagar o frete, é mais barato comprar da indústria que dos distribui-dores”, afi rma Manoel Longui, proprietário da D’Longui Pa-pelaria (Tarauacá/AC).

O que representa uma van-tagem está ligado a um dos maiores problemas da região. São poucos os fornecedores que realizam entregas diretamente às papelarias, que acabam arcando com o custo de transporte. Mes-mo nas capitais, a logística não é fácil. “Contrato uma transporta-dora para trazer os produtos das regiões sul ou sudeste até Belém (PA) e, de lá, eles vêm de balsa para Manaus. Esse percurso demora 20 dias”, explica Rosan-gela Cunha, administradora de compras da Livraria Concorde (Manaus/AM). Na região sul da mesma cidade, Marcos Cesar Oliveira da Silva, gerente da Conveniente Comércio de Papelaria, valoriza os benefícios da Suframa, mas também sofre com a demora da mercadoria – “Quando os produtos chegam, o boleto já está vencendo e ainda não tivemos tempo de vender”. Ele acredita que este não é um problema exclusivo do setor. “Qualquer ramo depende das re-giões sul e sudeste”, afi rma, mas sem isentar a responsabilidade dos fornecedores. “Conhecendo a difi culdade logística da região, as empresas deveriam dar mais atenção às papelarias do Norte, em vez de exigir compras com volume alto. Muitas adotam uma política de trabalho que te ‘empurra’ para comprar do distribuidor”, argumenta.

Fábio Barbosa de Andrade, proprietário da Shalom Livra-ria e Papelaria (Rolim de Mou-ra/RO), compra a maior parte de seus produtos diretamente da indústria, pois costuma es-tocar grande quantidade de ma-terial. Porém, essa possibilidade era mínima quando abriu a papelaria, 11 anos atrás. “Havia poucas empresas de representa-ção, e os distribuidores cobra-vam preços muito maiores”, compara. Depois de dois anos convivendo com o problema, Fábio encontrou sua própria solução abrindo uma empresa de representação. Hoje, ele ad-ministra os dois negócios.

Em muitos pontos da região, o problema de logística é agrava-do pelo clima. O estado do Pará, por exemplo, não é benefi ciado pela Zona Franca de Manaus. Mesmo assim, Maricília Canto, gerente do departamento de compras da Piau Formulários (Santarém/PA), realiza 70% das compras com a indústria e pre-cisa lidar com os problemas logísticos. “Temos um período de chuva forte que vai de maio a outubro, mais ou menos. Nessa época, o acesso às rodovias é prejudicado, e o material demora

Quando Miguel Sampaio criou o setor de papelaria na Forte Center, não havia concorrentes na região, apesar de estar próxima de colégios, bancos e correio.

* Os municípios considerados Áreas de Livre Comércio são: Brasileia, Epitaciolândia e Cruzeiro do Sul (AC); Macapá e Santana (AP); Guajará-Mirim (RO); Pacaraima e Bonfim (RR). No Amanozas, além da ALC de Tabatinga, o município de Presidente Figueiredo recebe os mesmo benefícios.

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Região Norte

chuva, durante a qual não consi-go receber produtos. Estão asfal-tando a estrada de chão que dá acesso à cidade. A previsão é que fi que pronta em até dois anos. Espero que isso seja cumprido!”, revela Eulo Negreiros Lima Ver-de, proprietário da Graffi t’s.

Manoel Longui e sua esposa, Celiames, contribuíram para a aproximação de Tarauacá ao consumo do sudeste do país, pelo menos no que diz respeito ao ramo de papelaria, pois eles fi zeram questão de inserir na loja – inaugurada em 1989 – ma-terial de qualidade e licenciados. O contato com personagens de sucesso aumentou ainda mais com a chegada da TV por assi-natura, que, segundo Manoel, também contribuiu para que “a população da cidade conhecesse o país”.

Hoje, os alunos das cerca de seis escolas públicas próximas não só compram material na D’Longui como também ga-nham alguns produtos. “Não temos escolas particulares por perto, então, é positivo para nosso negócio participar das licitações e vender para o go-verno, que repassa os produtos para os estudantes. Não acho que esteja perdendo venda, pois se o governo não doasse, muitos alunos não teriam como com-prar e, simplesmente, fi cariam sem material”, analisa Manoel.

Além dos alunos, boa parte das vendas da Holanda Pape-laria (Porto Velho/RO) é feita diretamente para escolas, sem intermédio do governo. A sócia proprietária da loja, Márcia de Holanda Cavalcante, conta que já participou de licitações pú-blicas para vender material, mas não aprovou o resultado – “Já

ganhei pelo pregão eletrônico, mas o governo demora muito para pagar”. Seu diferencial está na parte da loja que é voltada es-pecifi camente para quem traba-lha no ramo da educação, como professores e diretores, que lá encontram quadro-negro, pincel e apagador, entre outros itens. Ela acredita que este setor seja o principal responsável por desta-car sua loja em relação aos cerca de dez concorrentes que estão no Centro de Porto Velho.

Empresas consumidoras

A região Norte tem fatores importantes para aquecer a economia, mas Miguel Sampaio (Forte Center) acredita que a situação da população poderia ser melhor – “O Pará é um es-tado rico, mas o povo é pobre, em geral. Fornecemos muito minério, mas não recebemos os benefícios dos royalties devido à Lei Kandir, que incentiva a exportação sem cobrar ICMS”. O diretor faz questão de desta-car os pontos positivos do Pará – “Não sofremos com falta de energia devido às hidrelétricas existentes no estado, além de sermos importantes para o co-mércio na região, pois o Pará é a ‘porta’ da Amazônia.” Sampaio é conselheiro de 16 entidades em Belém e lamenta o fato de não existir um sindicato ou

A Shalom Livraria e Papelaria investe em presentes para sustentar o dia a dia.

de 18 a 22 dias para chegar. En-quanto que, no restante do ano, o tempo normal varia de oito a 12 dias”, conta Maricília. No mesmo estado, a capital Belém é atingida pela chuva com hora marcada. “Chove todos os dias em torno das 14 horas. A chuva não é fina e dura uma hora”, conta Miguel Sampaio, diretor da Associação Comercial do Pará e proprietário da Forte Center (Belém/PA). “No período de chuva, o volume e a frequên-cia aumentam, principalmente em março, quando ocorrem inundações”, completa.

O clima também atinge a D’Longui Papelaria, em Taraua-cá e a Graffi t’s – Papelaria e Informática, em Cruzeiro do Sul, ambas no Acre. “Não tenho problemas em comprar grandes quantidades com a indústria porque preciso guardar bastante estoque e compensar a época de

Atenção aos ponteirosOs estados nortistas Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima marcam uma hora a menos em seus relógios, em relação ao horário de Brasília. Além disso, a região Norte, assim como a Nordeste, não sofre alteração pelo horário de verão.

O caminho dos produtosA única rodovia que liga diretamente o Sudeste ao Norte é a BR-364, que vai de Limeira (SP) a Mâncio Lima (AC). Com 4.310,9 km de extensão, ela passa ainda pelos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Rondônia. Segundo informações publicadas no site do Ministério dos Transpor-tes, a estrada ainda não foi pavimentada no trecho entre as cidades de Manoel Urbano e Feijó – ambas no Acre –, o que impede a ligação da capital Rio Branco a outras cidades do estado, como Tarauacá e Cruzeiro do Sul.

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uma instituição que represente as papelarias.

Márcia Cavalcante (Holanda Papelaria) já nota as consequ-ências das usinas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio, que estão sendo construídas no Rio Madeira, a 150 km da capital de Rondônia, com previsão para começar a funcionar em 2012. “Nos últimos anos, muitas em-presas vieram para cá, principal-mente de engenharia, e tenho vendido muito material para esses escritórios”, comemora.

O público corporativo tam-bém representa parte considerá-vel dos consumidores da Papel & Cia (Araguaina/TO), desde a inauguração, há oito anos. A sócia-proprietária, Soraya Alencar, conta que, quando se preparava para entrar no mer-cado, visitou diversas empresas, como escritórios de contabili-dade e advocacia para conhecer o que realmente era usado pelo público corporativo. Porém, o fator fundamental para que a empresária decidisse abrir seu negócio foi o crescimento do ensino superior na cidade. “Na mesma época, abriram muitas faculdades particulares, e as públicas criaram novos cursos, o que fez a cidade crescer e atraiu muita gente de outros estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Vendo as modifi cações da cidade, busca-mos inovar no mercado. Então, buscamos marcas variadas e produtos com design moderno para atender a novo público que chegava”, lembra Soraya.

Marcos Cesar da Silva, de Manaus, optou pelo público corporativo como estratégia. “Para empresas, consigo fazer vendas com volumes maiores

e tenho mais rentabilidade”, explica. Outra escolha é desviar um pouco o foco de vendas. Seu mix de produtos é formado predominantemente por itens de papelaria e informática, mas ele vende também produtos de lim-peza. “Todo mundo usa material de papelaria, porém o de limpeza é mais essencial. Preciso vendê-lo para sobreviver”, justifi ca o empresário que concorre com mais seis papelarias no bairro Crespo, além das existentes nos shoppings próximos. “São dois shoppings. Cada um tem duas papelarias”, comenta.

ConcorrênciaEm Rolim de Moura (RO), a

papelaria de Fábio de Andrade possui quatro concorrentes na cidade, sendo duas de porte maior que a sua. O proprietário encontrou uma forma de con-correr com as grandes, mas de maneira indireta. “Observo os itens vendidos nas lojas maiores e compro produtos diferentes. Assim, o consumidor que gosta do produto que ofereço irá en-contrá-lo apenas aqui”, explica.

Visando à fidelização dos clientes e buscando não depen-der da época de volta às aulas, Fábio investe nas datas comemo-rativas e em artigos de presentes, que são vendidos durante todo o ano, como relógios, carteiras e kits de canetas. Ele valoriza a localização de sua papelaria. “Há dois anos, abriu uma fi lial das Lojas Americanas na capital, Porto Velho. Mas aqui, não há grandes redes, e as papelarias conseguem estabelecer uma re-lação de parceria. Quando falta algum produto, às vezes consigo comprá-lo mais barato em uma papelaria conhecida e garantir o

Maricília Canto diz que vai a feiras do setor para encontrar ideias de organização para a Piau Formulários.

Um pouco de geografiaA região Norte ocupa uma área de 3.869.637,9 km², fazendo fronteira ao sul com a Bolívia e com os estados brasileiros de Mato Grosso e Goiás; a leste com o Maranhão, Piauí e Bahia; a oeste com o Peru e Colômbia; e ao norte com a Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. Sua população total é de 15.865.678 habitantes, e o Produto Interno Bruto representa 4,5% do nacional, a menor por-centagem, seguida pelos 7% do Nordeste. Na região Norte, o clima é, predominantemente, equatorial com áreas de clima tropical. Como a temperatura é quente durante todo o ano, não é possível diferenciar as estações. O termo “inverno” é utilizado apenas em algumas cidades do interior, principalmente no Acre. A classificação é re-ferente ao período chuvoso, em contrapartida, o “verão”, nomeia a época de seca.

Dados do IBGE e do Censo 2010

cliente”, conta o empresário. Débora Viana Coelho Cé-

sar, proprietária da Filuka Papelaria (Boa Vista/RR), não se incomoda com a venda de material escolar em supermer-cados da cidade. “Eles vendem só o material básico. Aqui, temos variedade. Quem procura produ-tos diferentes, acaba comprando na papelaria”, conta a empresária que conquistou consumidores de diferentes gerações. “Estou há 22 anos no mercado. Os pais que vinham à loja quando comecei compravam para seus filhos, que eram os consumi-dores do material. Hoje, essas crianças cresceram, tornaram-se as compradoras, e os atuais con-

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Região Norte

sumidores são os fi lhos delas”, completa, destacando atendi-mento e preço competitivo como principais fatores de destaque na concorrência. “Quem vende tem que ter um pouco da função de psicólogo, muitos dos meus clientes precisam de alguém que os escute com paciência. Eles não precisam de conselhos, só precisam ser ouvidos”.

A Papelaria Lucena (Ma-naus/AM) existe desde 1955 e dá preferência aos consumidores antigos. “Sempre oferecemos brindes e descontos aos clien-tes mais fi éis”, revela Haroldo

Lucena, bisneto do fundador da loja.

Investir em atendimento é uma tática comum entre as pa-pelarias e costuma trazer bons resultados. Mas não só no que diz respeito ao relacionamento, também são importantes as opções de comodidade. Grande parte das lojas realiza entregas e vendas por telefone. Na Conve-niente Papelaria, 80% das com-pras são entregues ao cliente. Além disso, são recebidos pedi-dos por televendas e por e-mail. “Só não temos site porque falta mão de obra especializada”, justifi ca Marcos Cesar da Silva. A página online está nos planos de Maricília Canto, da Piau, em Santarém. “Já compramos o do-mínio e pretendemos colocar o site no ar ano que vem”, afi rmou a gerente.

Em Manaus, Haroldo Lu-cena não pretende aderir ao e-commerce. “Mesmo vendo o produto na loja, recebemos muitas solicitações de troca, imagina comprando pela inter-net! É diferente das televendas. Neste caso, conseguimos con-versar com o cliente e entender o que ele quer. No site, não terí-amos esse contato”, justifi ca.

Vendendo livrosOs livros foram importantes

para o início da Papelaria Tro-pical (Macapá/AP), que abriu

como uma livraria católica há 27 anos. “Aos poucos, fomos observando as demandas da região e aumentando o mix de produtos escolares. Há 20 anos, inauguramos a papelaria, e há 10, comecei a perceber que esta-mos sendo respeitados”, relata Silvio Porto, supervisor da loja. Ele conta que as quatro escolas particulares próximas à papela-ria formam o principal público da loja. “Nosso consumidor é, principalmente, das classes média e média alta. Começamos a investir neste público quando percebemos que a população das classes mais baixas dão preferência às lojas de departa-mento), pois compram produ-tos mais baratos e de qualidade inferior. Trabalhamos predo-minantemente com produtos nacionais”, declara Silvio.

Já a Livraria Concorde, de Manaus, lançou uma nova con-cepção, quando foi inaugurada há 35 anos. “Aqui em Manaus, não havia modelo de loja que unia livraria e papelaria”, lem-bra Rosangela Cunha. Ela conta que, quando o governo começou a dar livros aos estudantes das escolas públicas, precisou pro-curar soluções. “Aumentamos o investimento em material de papelaria, escritório, brinque-dos e presentes. A gente tem que buscar alternativas e procurar evoluir”, opina.

Débora César, da Filuka Papelaria

faz cursos de administração

e passa seus conhecimentos

aos funcionários.

Na Papelaria Lucena, os clientes procuram, principalmente, os menores preços.

Campeões de vendasO popular caderno não poderia ter ficado de fora da lista de produtos mais vendidos nas papelarias da Região Norte, porém, ele ficou em segundo lugar. O produto mais citado foi o papel A4, consequência da grande quantidade de escolas e escritórios clientes das papela-rias entrevistadas. O terceiro mais mencionado foi um item menos tradicional: o EVA. Segundo os lo-jistas, sua versatilidade permite que ele substitua outros artigos, como o papel-crepom.

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Referência em fornecimentoUsando critérios como o bom

atendimento, as facilidades de pagamento e a rapidez na entrega, os lojistas destacaram os forne-cedores que mais contribuem para o sucesso de suas vendas. A Tilibra foi uma das empresas mais citadas entre os melhores fornecedores. Eulo Negreiros Lima Verde, de Cruzeiro do Sul (AC), explica por que citou a fabricante de cadernos – “É uma empresa que une variedade de produtos ao bom preço e facili-dade de compra.” A equipe da fa-bricante não se surpreendeu com o destaque. “Estamos colhendo os frutos de um longo trabalho. Atendemos ao Norte há cerca de 30 anos e nos adaptamos por conhecer as restrições logísticas.

Enquanto os pedidos de outras regiões são despachados em cerca de 5 horas após a aprovação do crédito, liberamos as mercadorias que vão para a região Norte em apenas duas horas”, explica Wag-ner Jacob, diretor comercial da companhia localizada em Bauru, São Paulo.

Outra empresa que teve des-taque foi a Faber-Castell, que atende a cerca de 500 papelarias na região e foi indicada como a única que entrega diretamente em algumas cidades, evitando maiores despesas com transpor-te de mercadoria. Além disso, Márcia de Holanda Cavalcante, de Porto Velho (RO), destacou o atendimento – “Recebemos assistência do representante

comercial, além de treinamento, que resulta em motivação dos funcionários. Muitas vezes, a empresa envia também exposito-res que auxiliam na organização da loja”. O gerente nacional de vendas da companhia, Ricardo Baena, contou como algumas dificuldades da região foram superadas – “O deslocamento e as condições viárias são, em muitos lugares, desfavoráveis. Tivemos que nos adaptar e exigir maior qualifi cação da operação logística para suportar o recente crescimento de vendas. Em com-paração às outras regiões, as ven-das no Norte foram as que mais aumentaram em consequência do crescimento da renda média nas classes C e D”. &

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Brinquedos

Ao andar pelos corredores da Abrin, organizada pela Francal Feiras, era possível encontrar os mais variados brinquedos. Alguns deles, poderiam deixar também muito adulto de boca aberta. A cada ano, surgem mais novidades no mercado, e, de acordo com levantamento da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), a indústria brasileira de brin-quedos faturou R$ 3,1 bilhões em 2010. A meta para este ano é de que o setor cresça 15%, com o investimento de R$ 200 milhões

De 13 a 16 de abril, foi realizada na capital paulista a 28ª Feira Brasileira de

Brinquedos (Abrin). A REVISTA DA PAPELARIA esteve no evento e aproveitou para lançar

a seguinte discussão: o papeleiro deve apostar nesses produtos? Os fabricantes

afirmam que sim, mas é preciso ficar atento para escolher o mix de brinquedos

que se encaixe adequadamente ao seu negócio. POR RENATA MEDEIROS

em lançamentos de produtos e modernização das fábricas.

A Brinquedos Carimbras esteve presente na feira. Em seu estande, era possível encontrar jogos da memória, dominó, entre outros brinquedos que seguem a linha educativa pedagógica. “Trabalhamos com muitos pro-dutos que são pedidos nas listas de material escolar”, conta o gerente nacional de vendas da companhia, Alexandre Almeida. “O brinquedo é um diferencial nas papelarias, e acredito que elas devam investir nos educativos. O

O que cabe às papelarias?

Realizada em abril, a Abrin

reuniu grandes nomes da

indústria nacional de brinquedos,

assim como vários profissionais do

ramo.

foco desse estabelecimento deve ser diferente do foco da loja de brinquedos tradicional”, opina.

Presidente da Estrela, Car-los Tilkian também acredita que as papelarias devam apostar em uma linha pedagógica. “Pro-curamos respeitar o perfi l do consumidor que entra em um determinado varejo. Quando o cliente vai à papelaria, procura, geralmente, um brinquedo que seja uma espécie de comple-mento do material escolar”, alega. Os produtos Estrela mais procurados para a venda nes-ses estabelecimentos, segundo Tilkian, são os da linha Super Massa e os jogos de tabuleiro.

Outra empresa que segue o estilo educativo pedagógico é a Atto Brinquedos. Parti-cipando pela primeira vez da Abrin, a empresa lança este ano um brinquedo de montar que, segundo o proprietário da companhia, Fernando Vianna, visa ao desenvolvimento infan-til. “As papelarias precisam ter produtos diferenciados, e não somente aquilo que é encon-trado nas tradicionais lojas de brinquedos”, sugere.

Gerente de marketing da Xalingo Brinquedos, Tamára Campos acredita que a papelaria

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é local adequado para a venda de brinquedos, mas faz ponde-rações. “Aqueles que necessitem demonstração ou que ocupem muito espaço não são viáveis, uma vez que grande parte delas possui ambiente reduzido para esse tipo de ação”, diz. Para 2011, a empresa lançou 138 produtos, e, segundo Tamára, muitos deles são adequados para a venda em papelarias, principalmente os de pequeno porte e os jogos. Ela também sugere o investimento em brinquedos em blister, por serem de fácil exposição.

Mais alternativas Se para alguns fabricantes o

ideal é que as papelarias optem pela linha educativa pedagó-gica, para outros, esses estabe-lecimentos também são vistos como ambiente propício para a venda de outros brinquedos como, por exemplo, carrinhos e bonecas. Diretor da Alpha Brinquedos, Giovani Inácio de Souza garante que essa é uma opção, principalmente, para as lojas localizadas em cidades do interior. “Geralmente, nas capitais, as papelarias são mais focadas em seu próprio ramo. Já no interior, existem mais papelarias que buscam atender às diferentes necessidades do público”, comenta.

De acordo com o diretor co-mercial da Bang Toys, Paulo de Tarso, há uma grande procura das papelarias pelos tapetes em EVA oferecidos pela empresa, e, segundo ele, o produto se encaixa perfeitamente ao mix desse estabelecimento devido ao caráter educativo. “Esse é um artigo muito comprado pelas escolas”, comenta. A Bang Toys comercializa ainda jogos

eletrônicos, videogames, e Tar-so acredita que esses produtos também podem ser oferecidos pelas papelarias. Por outro lado, ele afi rma que o papeleiro deve escolher brinquedos que se adequem ao perfi l de seu es-tabelecimento. “Se a papelaria for tradicional, é viável que ela invista nos educativos. Mas se ela for moderna e voltada para a venda de itens eletrônicos, por que não oferecer ao público jogos eletrônicos, e até mesmo videogames?”, indaga.

Esse é o caso da Leitura. Com 29 lojas espalhadas por sete estados brasileiros, 26 delas em shoppings, a rede de papelaria, que também tem CDs e DVDs, aposta nos games para computadores e videoga-mes. De acordo com o diretor geral da empresa, Marcus Teles, a venda de brinquedos é reali-zada desde a década de 90, mas o carro-chefe da rede continua sendo os livros e os artigos de papelaria. “Os brinquedos representam pouco mais de 10% do nosso faturamento”, revela Teles.

A Barão Distribuidor atua em todo o Brasil e, como afi rma seu analista de marketing, Die-go Deranian, possui um mix especial para papelarias forma-do, geralmente, por carrinhos e bonecas. “Hot Wheels e Barbie são os campeões de venda”, co-menta Deranian, chamando a atenção para as licenças, segun-do ele, preferidas dos meninos e das meninas, respectivamente.

O bicho de pelúcia é outro artigo encontrado nas papela-rias, potenciais clientes da Max-tone, como garante a designer da empresa, Patrícia Martins. “Acreditamos nesse comércio,

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Brinquedos

Para incrementar o mix de brinquedos da sua papelaria

O brinquedo de montar da Atto Brinquedos é capaz de originar peças incríveis. A brincadeira promete in-centivar a imaginação dos pequenos.

Os tapetes emborrachados em EVA são destaque da Bang Toys. A empresa ofe-rece o produto em diversos tamanhos e estilos. Por meio deles fica fácil aprender os números e também o alfabeto.

O Ursinho Pinta e Brin-ca, da Bate Bumbo, é opção para a crian-

ç a q u e g o s t a d e desenhar e pintar. Depois de colorir o

amiguinho, é só lavá-lo e, novamente, dar início à brincadeira.

Lançamento da Xalingo, as Teacup Pi-ggies Xalingo vão fazer as meninas se apaixonarem. A linha é composta por seis amáveis porquinhas, que trazem com elas, entre outros itens, mamadeira e certidão de nascimento. Além de emitirem 20 sons e frases diferentes, elas ainda roncam quando colocadas para dormir.

pois a papelaria possui um público diferenciado, e é nesse estabelecimento que, muitas vezes, o cliente vai em busca de presentes”, diz. “A pelúcia combina com qualquer tipo de varejo”, acredita Davi Candi, di-retor da Lovely Toys, também fabricante do produto.

Avaliando o investimento

Em alguns pontos, todos os fabricantes concordam, as-sim como os papeleiros que já apostam na venda de brinque-dos – é necessário traçar um plano antes de levar esse tipo de produto para as prateleiras da papelaria. Ficar atento ao perfi l do cliente é o primeiro passo para não errar. “Por ter brin-quedo na loja, percebo que há um certo afastamento por parte dos adolescentes. Quem atende esse público deve tomar cuidado para não distanciá-lo”, orienta o proprietário da BIG Z Papelaria e Brinquedos (Belo Horizonte/MG), estabelecimento que desde sua fundação, em 2003, trabalha com os dois segmentos.

A concorrência com as lojas especializadas e shoppings é outro problema. Dessa maneira, o varejista deve garantir que não haja esse tipo de comércio próxi-mo ao seu estabelecimento. Há cinco anos, a Scooby Doo Pape-laria, Brinquedos e Presentes (Rio de Janeiro/RJ) deixou de investir em bonecas e carrinhos, passando a oferecer aos clientes somente brinquedos pedagógi-cos. “Hoje, as pessoas procuram os shoppings”, lamenta um de seus sócios, Gilmar Cunha. “A concorrência está bastante acirra-da. As grandes redes conseguem melhores condições junto aos

Com foco na linha educativa peda-gógica, a Brinquedos Carimbras lançou um série de produtos volta-dos à aprendizagem infantil.

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Em parceria, a Tot Toys e a Mundo da Bola Brasil (MDB Brasil) lançam ponteiras de lápis que levam o rosto de cada um dos integrantes do Restart. O intuito é atender aos fãs do grupo, ávidos por produtos da banda.

O baralho infantil da Copag traz os perso-nagens do filme Carros, sucesso principalmente entre os meninos. O brinquedo é garantia de diversão para toda a família.

A Estrela lançou a linha FaçArte, trazendo, entre outros produtos, um kit que permite às meninas criarem suas próprias borrachas. Depois de escolher as cores e moldar o formato, é só deixar a peça por sete minu-tos no micro-ondas. Em algumas horas de brincadeira, as garotas estarão cheias de novidades no estojo.

Os ursinhos lançados pela Maxtone vão conquis-tar as garotinhas. Eles podem agradar também quem não é mais crian-ça, sendo uma opção de presente para o Dia dos Namorados.

A Flau é a mais nova amiguinha do Smilin-guido, tradicional personagem da Editora Luz e Vida. A formiga em pelúcia esbanja simpatia e delicadeza.

A criançada vai se divertir muito e se surpreender com a máquina de fazer bolhas de sabão da Brasilflex.

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Brinquedos

fabricantes e importadores. Além disso, elas possuem grande capi-tal de giro, conseguindo dividir as compras em várias parcelas, o que chama a atenção do cliente”, completa Meyer, da BIG Z.

Para não deixar o consumi-dor confuso, é também preciso que a loja tenha espaço sufi-ciente tanto para os brinque-

dos quanto para os artigos de papelaria, que, de acordo com a maioria dos fabricantes, de-vem ficar em áreas distintas, como na Redepel Loja Jardim Cupece (São Paulo/SP). Seu proprietário, e também diretor de comunicação da Redepel (As-sociação das Papelarias da Grande São Paulo), Carlos Roberto Araú-jo, conta que separou em seu estabelecimento um ambiente específi co para os brinquedos vi-sando ao conforto dos clientes. “É preciso setorizar, por menor que seja a loja”, garante.

Proprietário da Loja Mini Preço (Canoas/RS), Nelson Lima, além dos produtos de pa-pelaria, trabalha com carrinhos, bonecas e até mesmo brinquedos eletrônicos, e é no fi nal do ano que ele passa a dar mais destaque a esses artigos. “A partir de outu-bro, aumento a quantidade de brinquedos na loja”, revela.

A Kompary Presentes (Si-mões Filho/BA) segue a dica à risca. O estabelecimento foi inaugurado há pouco mais de dois anos como loja de brin-quedos, mas depois que cader-nos foram colocados à venda, trazendo um grande retorno,

Da papelaria ao brinquedoDuranta a 28ª Feira Brasileira de Brinquedos (Abrin),

realizada de 13 a 16 de abril na capital paulista, a Editora Luz e Vida lançou a Flau, companheira do Smilinguido, tradicional personagem da empresa. Em 2011, ele com-pletou seu 31° aniversário, e já estampou vários artigos de papelaria como cartões de expressão social, agendas e cadernos, ganhando há 10 anos uma linha de brinquedos. Segundo o coordenador comercial da companhia, Márcio Farinas, essa é uma característica que aproxima das papela-rias os quebra-cabeças, os dominós, as pelúcias e os jogos de memória e gramática da famosa formiguinha. “Os brin-quedos da empresa identificam-se com a papelaria, pois seu personagem já é figura presente em outros artigos ali encontrados. A criança que leva a agenda do Smilinguido pode também querer levar a pelúcia, como se tudo fizesse parte de uma mesma linha”, exemplifica.

A Brasilflex foi outra empresa que se inspirou na papelaria. A companhia que, entre outros artigos, inves-te em recipientes para a produção de bolhas de sabão pelas crianças, escolheu a licença Jolie, da Tilibra, para estampá-los. “Há 10 anos, começamos a vender para esses estabelecimentos, que hoje representam 14% da nossa clientela”, revela a proprietária da empresa, Eliana Mason.

1. Com espaço destinado ao público infantil, a Leitura trabalha com brinquedos desde a década de 90. A venda desse produto representa pouco mais de 10% do faturamento da rede de papelarias. 2. A BIG Z investe em brinquedos e artigos de papelaria desde que abriu as portas, em 2003. 3. Carlos Roberto acredita que os brinquedos devem ficar em local visível e ao alcance dos pequenos.

bonecas, carrinhos e velotrol passaram a dividir o espaço com artigos de papelaria. Respon-sável pela Kompary Presentes, Maria das Dores Pereira conta que, em janeiro, fevereiro e março, todos os brinquedos são retirados da loja, que passa a oferecer ao público somente material escolar.

Em maio, a Barbie e as bici-cletas voltam para a porta do estabelecimento, enquanto o mix de artigos de papelaria é diminuído. Segundo Maria das Dores, a iniciativa vem dando certo. “Essa foi a maneira que encontramos para trabalhar-mos com esses dois nichos de produtos. A loja é pequena, e, durante a volta às aulas, é impossível atender ao público de maneira confortável sem a retirada dos brinquedos. Não tivemos nenhuma reclamação dos clientes depois de adotar-mos essa postura”, comenta. “Como estamos em uma cidade pequena, precisamos diversifi -car ao máximo nossa variedade de produtos. Aqui em Simões Filho, não temos lojas de brin-quedos especializadas, por exemplo”, completa. &

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Sacolas plásticas

Quatrocentos anos. Esse é o tempo que uma sacola plástica convencional demora para se decompor. O tema chama a atenção dos ambientalistas e, desde 2008, parece vir preocu-pando também as autoridades em Belo Horizonte. Naquele ano, foi criada a lei que proíbe a utilização do material pelos varejistas da cidade, e também estipulado que eles teriam três anos para se adaptar. As sacolas convencionais deveriam ser então substituídas pelas biode-gradáveis ou compostáveis, pro-duzidas com material orgânico, retornáveis, feitas de palha ou tecido, ou recicladas.

No dia 12 de abril, porém, a lei foi modifi cada por um novo decreto. “Por meio dele, as lojas precisam oferecer sacolas com-postáveis com menção visível de que ela atende às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Além

No último mês, o varejista de Belo Horizonte deu adeus

à sacola plástica convencional. No dia 18 de abril, entrou

em vigor uma lei municipal que proíbe o uso do utensílio,

com aplicação de multa para a loja que desobedecer a

norma. A REVISTA DA PAPELARIA mostra como os papeleiros

da capital mineira se adaptaram à iniciativa, que vem

gerando polêmica, e destaca opções caso você também

decida apostar no embrulho ecologicamente correto. O

meio ambiente agradece. POR RENATA MEDEIROS

por 120 dias, a contar do dia 15 do mesmo mês, a pedido da Fecomércio Minas à prefeitura de Belo Horizonte para nova adequação do varejo.

Ao contrário de Silva, Fábio Prota, proprietário da Paper House (Belo Horizonte/MG), aprovou a lei, mas confessa que o período de adaptação não vem sendo nada fácil. Ele também substituiu a sacola plástica convencional pelo saco de pa-pel, porém, sente difi culdades em encontrá-los em tamanhos que atendam suas necessidades. “Estou trabalhando com seis diferentes medidas, mas o maior deles cabe apenas um pacote de folha A4”, lamenta.

De acordo com Prota, o saco de papel é um pouco mais caro que a sacola plástica conven-cional, e sua aquisição gerou custo adicional à papelaria. Além disso, devido à nova lei, ele acabou levando prejuízo, já que não conseguiu acabar com seu estoque de sacolas, fi cando com duas mil delas em sua loja. “Ainda não sei o que fazer com esse material, já que não posso mais utilizá-lo”, lamenta.

O papeleiro gastou ainda R$ 200 em outro instrumento para substituição da sacola: uma bobina de papel, utilizada antigamente pelo comércio para empacotar as compras dos clientes. “Essa foi outra alter-nativa encontrada, mas ela não agradou aos apressadinhos. Al-guns consumidores não gostam de fi car esperando o funcionário embrulhar a compra. Eles fi cam impacientes”, afi rma.

disso, a utilização das recicladas também foi proibida”, explica Renato Faria Rodrigues, con-sultor jurídico da Fecomércio Minas (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais).

Proprietário da Toque Má-gico (Belo Horizonte/MG), Elder Luiz da Silva não aprovou a lei, que, segundo ele, prejudica o comércio e o consumidor. Segundo ele, o governo deveria investir em projetos ambien-tais, mas sem que isso refl ita de maneira brusca nos hábitos e costumes da população. “O uso das sacolas ecológicas poderia ter sido incentivado por meio de campanhas educativas, e não colocado como imposição. Esse é um ato abusivo”, reclama. Para se adequar, ele investiu em sacos de papel e em sacolas recicladas. Apesar do decreto de 12 de abril, a utilização desse último item continua permitida

Um sim ao meio ambiente

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Para se adequar à nova rea-lidade, a Paper House passou a investir também na sacola retor-nável. Após a lei ser decretada, o papeleiro passou a vender o produto em sua loja a R$ 3. Nas compras acima de R$ 50, o cliente leva o produto de brinde. “Com o tempo, o comércio e os clientes vão se adaptando. Só acho que a imposição dessa lei deveria ter sido melhor plane-jada. Além disso, acredito que outras medidas deveriam ser tomadas. Por que o governo não incentiva os produtores de sacolas plásticas a investi-rem em produtos ecológicos? Poderiam ser cobrados menos impostos das empresas que se propusessem a apostar nesse tipo de produto”, sugere.

Na Papelaria Miramar (Belo Horizonte/MG), a nova lei fez a saída de sacolas de pa-pel kraft, antes vendidas para carregar presentes, aumentar. Apesar da boa notícia, o período de adaptação para Laila Ribeiro Nazar, proprietária da loja, também está sendo complicado. Ela continua utilizando sacolas plásticas recicladas e pretende substituí-las pelas compostá-veis. O problema é que, devido

à alta procura pelo produto, está sendo difícil fazer o pedido do material. “Estou correndo atrás dos fornecedores, mas eles alegam estarem sobrecarrega-dos. Isso vem acontecendo não só com as compostáveis, mas também com as retornáveis”, revela.

Enquanto as sacolas ecoló-gicas não chegam à loja, Laila, assim como Prota, vem fazendo alguns embrulhos com papel da bobina, que ela já possuía na papelaria. “O meu pai traba-lhava com esse material. Estou voltando ao passado”, brinca. Apesar dos contratempos, a papeleira diz que está de acor-do com a lei. “A iniciativa vale a pena. O planeta precisa de ajuda”, afi rma.

ImpactoPara o presidente da CDL/

BH (Câmara de Dirigentes Lo-jistas de Belo Horizonte), Marco Antônio Gaspar, toda iniciativa que tem como intuito proteger o meio ambiente é válida. Po-rém, ele considera exagerada a lei adotada na capital mineira. “As sacolas recicladas poderiam ser utilizadas, como foi primei-ramente estipulado”, reclama.

A nova lei fez com que a saída de sacolas de papel kraft, antes destinada aos presentes, aumentasse na Papelaria Miramar.

Um dos pontos negativos que a regulamentação trouxe ao varejo, segundo Gaspar, foi a di-minuição da venda por impulso. Isso porque, em certas ocasiões, o consumidor, por ter que pagar pela embalagem ou levar a mer-cadoria na mão, acaba desistin-do da compra. “A pessoa vai ao supermercado porque precisa comprar uma caixa de leite, mas, ao chegar lá, acha melhor levar cinco de uma vez. Quando ela lembra que não terá como carregar a mercadoria, acaba comprando só aquilo que real-mente precisa”, exemplifi ca. Por

Fique por dentro Um projeto lançado em Xanxerê, município de Santa Catarina

com cerca de 50 mil habitantes e apoiado pela prefeitura, pela a Agenda 21 local e pelos mercadistas da cidade, diminuiu a utilização de sacolas plásticas convencionais na região em 80%. “Fizemos um trabalho educativo com o intuito de mostrar como o uso de sacolas plásticas convencionais tra-zem impactos negativos ao meio ambiente. No início, alguns consumidores reclamaram, mas, atualmente, a maioria da população abraça a causa”, conta o fundador da Agenda 21 local, Alceu Lorenzon.O projeto foi lançado há dois anos, fazendo com que o varejo passasse a oferecer aos clientes, entre outras alternativas, caixas

de papelão e sacolas retornáveis. Já o cliente que não abre mão da convencional, pode utilizá-la, pois ela continua disponível em alguns estabelecimentos. Porém, esse consumidor terá que pagar R$ 0,10 por um pacote com cinco unidades do produto. “Todos os supermercados em Xanxerê aderiram à causa, assim como grande parte do varejo. Pode-se dizer que 60% das lojas abraçaram a iniciativa”, comemora Lorenzon.

Desde agosto de 2010, por meio de um projeto, as sacolas plásticas convencionais foram banidas dos supermercados de Jundiaí, São Paulo. A Associação Paulista de Supermercados (Apas) assinou um acordo com o governo estadual, cujo obje-tivo é estender a iniciativa a todo o estado de São Paulo.

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Meio Ambiente42

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Sacolas plásticas

outro lado, Gaspar acredita que “esse é só um mal-estar inicial. Com o tempo a situação vai se ajeitando”.

Vice-presidente do Sindilo-jas-BH (Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belo Horizon-te), Paulo Cançado Gonçalves, acredita que o comércio não estava totalmente preparado para se adequar à nova lei, apesar dela ter sido criada em 2008. “Muita gente achou que ela não iria realmente entrar em vigor, e, dessa maneira, alguns lojistas foram pegos de surpresa”, conta. Porém, assim como o presidente da CDL/BH, ele diz estar confiante na versatilidade do varejo e na capacidade que ele possui de se adaptar às mudanças.

Responsabilidade

A sustentabilidade e o res-peito ao meio ambiente já são assuntos que estão em pauta no mercado varejista, e a dis-cussão em relação ao uso das sacolas plásticas é realidade

tanto em pequenos quanto em grandes municípios. Segundo o pesquisador do Programa de Responsabilidade Social e Sustentabilidade no Varejo da Fundação Getúlio Vargas, Luiz Macedo, a substituição da saco-la convencional é um processo natural que, mais cedo ou mais tarde, será adotado em todo o país. “Cada vez mais, cidades e estados vão procurar ter leis e regulamentações em relação ao uso desse utensílio”, acredita.

Em relação à lei decretada em Belo Horizonte, Macedo alega que uma iniciativa como essa precisa tanto de uma “experiência piloto” quanto de um processo de sensibili-zação, o que ele não enxergou na capital mineira. “É compli-cado criar uma lei em 2008 e cobrar seu cumprimento três anos depois, sem que durante esse tempo não tenha sido realizado nenhum processo de conscientização. Esse tipo de legislação é importante a partir do momento que o

Para Luiz Macedo, do Programa de Responsabilidade Social e Sustentabilidade no Varejo da FGV, a tendência é que, aos poucos, a sacola plástica convencional seja substituída em todo o varejo brasileiro.

comerciante e o consumidor estejam cientes disso”, alerta.

Com ou sem lei, ele lembra que o varejo precisa promover o consumo consciente, pois o consumidor valoriza essa ação. Além disso, o pesquisador des-taca que o varejo, unido, possui força sufi ciente para para esti-mular a indústria, levando-a a mudar seus hábitos e fazendo com que ela também repense a questão do meio ambiente.

Cobrança pela compostável não é unânime Com o decreto que proíbe o uso de sacolas plásticas no comércio de Belo Horizonte, o lojista da capital mineira ficou autorizado a oferecer aos seus clientes as seguintes opções de embalagens: sacos e embrulhos de papel, assim como sacolas retornáveis e biodegradáveis, chamadas também de compostáveis. A utili-zação dessa última, porém, vem gerando discussão na capital mineira. Isso porque, apesar da lei não impor tal iniciativa, as lojas passaram a cobrar do consumidor R$ 0,19 por unidade do produto. Presidente da CDL/BH, Marco Antônio Gaspar concorda com a medida. Ele lembra que se a sacola compostável for fornecida gratuitamente pelo varejo, seu valor, na verdade, estará em-butido nos preços dos produtos vendidos nas lojas. “Isso seria injusto, por exemplo, com quem utiliza a retornável”, avalia. Gaspar destaca ainda que a cobrança pela sacola compostável é uma maneira de incentivar a população a aderir à retornável. Por

outro lado, o vice-presidente do Sindilojas-BH, Paulo Cançado Gonçalves, acredita que essa realidade precisa ser mudada. “O consumidor deve ser tratado como rei. É de péssimo gosto cobrar dele a embalagem”, alega.No último mês, a Câmara Municipal de Belo Horizonte realizou uma audiência pública com o objetivo de discutir a cobrança de R$ 0,19 por sacola compostável. Foi então pedido que o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon Municipal) se posicionasse em relação ao assunto e investigasse ainda uma suposta for-mação de cartel, já que o produto está sendo comprado de um único fabricante e vendido pelo mesmo preço em todos os estabelecimentos. O instituto também enviou amostras da sacola compostável ao Instituto Nacional de Metrologia, Nor-malização e Qualidade Industrial (Inmetro) com o objetivo de testar a qualidade das mesmas. Até o fechamento desta edição, o resultado não havia sido divulgado.

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Você não precisa esperar virar lei...

SACOLA DE PAPEL - Outra opção é o produto produzido com papel. As embalagens produzidas pela Imballaggio (www.imballaggio.com.br), por

exemplo, são sócio-ambientalmente corretas, fabricadas a partir de celulose extraída de florestas

renováveis e certificadas.

SACOLA RETORNÁVEL - Produzida de materiais como TNT, palha e tecido,

ela não é descartável. Uma opção para a loja que optar por esse artigo é a

Argos Brasil (www.argosbrasil.com.br)

Entenda a polêmica mineira Em fevereiro de 2008, foi criada a Lei Municipal

5.929 que proíbe o uso de sacolas plásticas pelos estabelecimentos comerciais de Belo Horizonte.

Em dezembro do mesmo ano, ficou estabelecido, por meio do Decreto 13.446, que os lojistas teriam três anos para se adequar. As lojas deveriam passar a oferecer aos clientes sacolas compostáveis, retor-náveis ou recicladas.

Em 2011, a Lei, que passaria a valer no dia 18 de abril foi revogada pelo decreto 14.367, de 12 de abril. Por meio dele, o uso da sacola plástica reciclada também fica proibido. Além disso, as compostáveis precisam trazer a menção de que estão de acordo com normas da ABNT.

Como algumas lojas já haviam se adaptado à Lei 5.929, a Fecomércio Minas pediu à prefeitura a ex-tensão do prazo para adequação ao decreto 14.367. Dessa maneira, as sacolas plásticas recicladas podem ser utilizadas por mais 120 dias, de acordo com o decreto 14.381, de 15 de abril.

Em abril, a Câmara Municipal realizou audiência pública e estipulou que seria pedido ao prefeito a revisão do decreto. A reunião com o executivo, porém, não havia sido marcada até o fechamento desta edição.

Há uma movimentação de entidades como a Sindilojas para que o Decreto 14.381 seja anulado, passando a valer na capital mineira a Lei 5.929, que permite o uso de sacolas recicladas.

Apesar da polêmica, varejistas afirmam que alguns consumidores não aceitaram bem a nova Lei, porém, a maioria parece ter abraçado a causa.

Minas Gerais pode ser o primeiro estado a banir, por lei, o uso de sacolas plásticas do comércio. O projeto que prevê o fim das sacolas convencionais já está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

De volta à polêmica que en-volve a utilização das sacolas plás-ticas convencionais, ele orienta os lojistas a deixá-las de lado, se possível, mesmo que essa não seja ainda uma obrigação em seu estado ou município. “Esse seria um diferencial fantástico, que, com certeza, chamaria a atenção do público. “Para o grande varejo, a responsabilidade em relação ao meio ambiente vai somente nive-lá-lo aos demais. Para a pequena loja, porém, a preocupação com o mundo em que vivemos é capaz de fazer com que ela se destaque no mercado”, alerta. &

SACOLAS RECICLADAS - Produzidas a partir de materiais plásticos reciclados. A utilização do produto gera polêmica, pois, segundo ambientalistas, quando descartada ela provoca os mesmos impactos ambientais da sacola convencional.

SACOLA BIODEGRADÁVEL OU COMPOSTÁVEL - Produzida com

material orgânico, geralmente amido de milho, ela degrada-se em 180 dias pela ação de microorganismos presentes em ambientes de compostagem de lixo. Após o processo pode ser utilizada na adubação. Extrusa Pack (www.extrusa.com.br) é um fornecedor.

Não espere a substituição da sacola plástica se transformar em lei em sua cidade ou estado. Conheça e opte agora mesmo pelas embalagens ecologicamente corretas:

SACOLA OXIBIODEGRADÁVEL - É feita de polímero de petróleo com aditivo D2W (com manganês na composição), que acelera a decomposição e transforma a sacola em pó. Esse processo acontece naturalmente, em cerca de 18 meses. A Emplasmyl Embalagens (www.emplasmyl.com.br) é um dos fabricantes do produto.

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Mercado Global44

maio de 2011

Tradicional feira japonesa pode ajudar a economia do país após catástrofeEm março, o Japão foi notícia

nos jornais em todo o mundo. Naquele mês, mais precisamente no dia 11, um terremoto, seguido de tsunami, devastou a costa leste do país, deixando o Oriente e o Ocidente apreensivos e de olho na terra do sol nascente. O inci-dente acabou gerando dúvidas sobre a realização da International Stationery & Office Products Fair Tokyo (Isot) este ano, mas, em comunicado ofi cial à imprensa, a Reed Exhibitions, organizadora da feira, afi rmou que, apesar do ocorrido, a Isot não sofrerá altera-ções, e, como nos anos anteriores, ela promete agitar o setor e aque-cer o mercado.

Em 2011, a feira japonesa chega à sua 22ª edição, reunin-do, junto a eventos paralelos, 1.850 expositores. A expectati-va é a de que 75 mil visitantes compareçam à Isot, que acon-tecerá em Tóquio, capital do país. Apesar dos problemas que o arquipélago ainda enfrenta devido à catástrofe natural, a data de realização da feira não foi alterada, e, como informou o presidente da Reed Exhibitions Japan, Tad Ishizumi, ela conti-nua marcada para acontecer de 6 a 8 de julho – “Tóquio está localizada a 400 quilômetros do epicentro do terremoto. Além disso, já passamos por essa expe-riência no passado. Os negócios no país foram retomados duas semanas após o incidente”.

No mesmo comunicado à imprensa, ele lembrou que o tsu-nami não trouxe consequências à cidade e alegou serem poucos os prédios afetados pelo terremoto. O transporte público em Tóquio também já opera normalmente. Em relação à usina nuclear de

Para a Isot 2011, os organizadores do evento esperam receber 75 mil visitantes. O terremoto seguido de tsunami, que atingiu o Japão em março, não trouxe consequências diretas à realização da feira.

Fukushima, que sofreu com os impactos do incidente tornando-se uma ameaça à região onde ela se encontra, Ishizumi esclarece que o nível de radiação liberado por ela é baixo para causar qual-quer dano à saúde das pessoas que se encontram na capital do país. “Todas essas informações fo-ram coletadas junto ao governo e à mídia. Dessa maneira, pedimos que os interessados continuem a se preparar para a feira. Estamos recebendo várias mensagens de profi ssionais de todo o mundo relatando suas expectativas em relação à Isot. Não há dúvidas de que serão muitos os visitantes”.

O presidente da Reed Exhi-bitions Japan também informou que a empresa expressa condo-lências às vítimas da catástrofe e acredita que a feira será uma das ferramentas utilizadas para aju-dar na recuperação da economia

japonesa. “Estamos mais deter-minados que nunca a fazer um evento de sucesso, que contribua para a revitalização da indústria, para a criação de negócios, aju-dando assim na recuperação das áreas mais atingidas pelo terre-moto seguido de tsunami”.

Em entrevista à REVISTA DA PAPELARIA, a relações públicas in-ternacional da Reed Exhibitions, Chiharu Nishiura, adiantou que, para 2011, os visitantes da Isot podem aguardar várias surpresas, entre elas a criação de duas novas áreas dentro da feira. Uma delas, a Gift Wrapping Zone, será voltada para as mais diversas e diferentes embalagens. Já na Offi ce Consumables Zone, será possível encontrar artigos como tinta, toners e outros acessórios para computadores. Para mais informações sobre a Isot 2011, acesse www.isot-fair.jp/en. &

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MÉXICOA filial mexicana da Pentel

vem ampliando seu espaço de vendas e distribuição. A Pentel do México opera no país desde 1997, sendo a distribuidora ex-clusiva da companhia em terri-tório mexicano.

COLÔMBIAA filial da Kores na Colôm-

bia desenvolve atividades no país com o inuito de prevenir o mau trato infantil. Entre elas, destacam-se a relização de uma peça de teatro sobre o tema e o apoio à Fundácion Niña María.

ESTADOS UNIDOSDo dia 15 ao dia 18 deste

mês, acontece, em Nova York, nos Estados Unidos, a Paper

Power – National Stationery Show. A feira promete reunir to-dos os setores envolvidos com o mercado de papelaria, assim como designers e profissionais de licenciamento. Mais deta-lhes em www.nationalstatio-neryshow.com.

ALEMANHAA Messe Frankfurt, orga-

nizadora da Paperworld Frank-furt, anunciou mudanças para o evento em 2012. A Hair and Be-auty não será uma feira paralela à Paperworld e acontecerá em maio. Dessa maneira, os profis-sionais que trabalham com car-tões, calendários álbuns e pre-sentes ocuparão o hall que antes era destinado ao evento voltado à indústria de cosméticos. &

* Com a colaboração das revistas associadas à Ispa (International Stationery Press Association) e ISG-Guide.

CONEXÃO*

Evento realizado em Istambul terá novo setor em 2012

A International Istanbul

Stationery vem ganhando cada

vez mais espaço e destacando-

se no cenário internacional.

De 13 a 17 de abril, 22.500 pessoas visitaram a International Istanbul Stationery, feira voltada ao setor papeleiro realizada em Istambul, na Turquia. O evento contou com a presença de 250 expositores, que levaram para a feira lançamentos e novidades. Os setores Pre-School and School and Educational Publications e Technology Section, onde era possível encontrar produtos voltados para crianças e artigos de informática, respectivamen-te, destacaram-se, e, segundo o gerente de projeto do evento,

Günay Arslan, a ideia para o próximo ano é a criação de um novo setor. “Há muitos profi ssionais interessados em participar da International Istanbul Stationery, e, dessa maneira, pretendemos criar um novo espaço para atender essa demanda. Já temos uma enorme lista de interessados em participar do evento em 2012”, comenta.

Ele destaca ainda que o mercado papeleiro turco vem se fortalecendo e, cada vez mais, oferecendo produtos de

boa qualidade a preços compe-titivos. “A feira é uma perfeita plataforma para o encontro de grandes nomes do setor papeleiro. O evento consegue suprir tanto as necessidades dos compradores quanto dos vendedores”, avalia. Até o fe-chamento desta edição, a data ofi cial da International Istanbul Stationery 2012 não havia sido divulgada, mas, de acordo com Günay, a previsão é que o even-to do próximo ano tenha início marcado para a segunda semana de abril. &

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Vitrine46

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Periféricos no estojoQuem usa notebook, costuma sentir falta de al-guns acessórios. O Notebook Travel Kit 4 em 1, da Multilaser, traz uma prática solução. Dentro de um estojo com zíper vem um súper minimouse e um miniteclado numérico retráteis, um leitor de cartão USB 2.0 universal e um fone de ouvido com microfone. (11) 3616-8600 &

Nova versãoInvestindo cada vez mais no público feminino, a Acri-met ampliou a linha Rosé, incluindo o Maxi Office. O produto, já conhecido no mercado por estar presente em outras linhas, possui base giratória e acompanha os principais itens de escritório, como lápis, caneta, tesoura e grampeador. (11) 4343-5577 &

Agora, é meninaAcompanhando o crescimento das fãs, a boneca Polly ganhou traços humanos e virou menina. Agora, a per-sonagem agrada a uma faixa etária mais ampla. A novi-dade pode ser encontrada em cadernos, fichários, papel A4 e jogo da memória da Jandaia. (11) 4442-8300 &

Velocidade de transferênciaCom os equipamentos de informática, nenhuma informação é joga-

da fora, e é preciso cada vez mais espaço de armazenamento. Por isso, muitas pessoas optam pelos HDs externos que costumam oferecer grande

capacidade de memória. Para otimizar a transferência de dados, a Mtek lançou o case para HD de 2,5”, com USB 3.0, tecnologia que permite transferência até 10 vezes

mais rápida que a convencional 2.0. (11) 5567-0070 &

o-

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Útil e fashionPara as mulheres que se preocupam com os deta-lhes, a Pado lançou cadeados com estampas de oncinha e zebrinha, que além da utilidade podem servir como acessórios estilosos. As hastes são co-loridas, combinando com a estampa, além de fle-xíveis, podendo ser usadas em armários, bolsas e malas, por exemplo. 0800-7014224 &

Arquitetura na capaA linha Cairo, da Tilibra, é inspirada na arquitetura árabe muxarabiê, marcada por treliças de madeira e presente na fachada de grandes prédios. Na adaptação para os quatro modelos de caderno, cores neutras e vibrantes se misturam resultando em es-tampas modernas. 0800-12766 &

Inovando com sofisticaçãoA Credeal antecipou o lançamento das coleções 2012, já está com 18 novas linhas para diversos pú-blicos. Entre elas, a linha Gift, que tem como tema principal a moda internacional. As capas artísticas dão tom sofisticado aos cadernos, permitindo que sejam usados como presente. Dois itens são exclusi-vos para o Brasil: as estampas da estilista espanhola Agatha Ruis de La Prada e do ilustrador uruguaio Jordi Labanda. 0800-7041366 &

Literatura infantilInspirada em publicações infantis francesas, a Editora Ma-gia de Ler lançou duas séries que enriquecem o conheci-mento e incentivam a leitura, com conteúdo e autores nacio-nais. Os livros Toca e Peteca são voltados para crianças de 1 a 4 anos e de 5 a 8 anos, respectivamente. Além de histórias, os livros trazem seções fixas de brincadeiras, artesanato, culiná-ria, ciências, história, geografia e cultura. (11) 3512-9436 &

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Onde Encontrar48

Entrevistados e anunciantes

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Acrimet(11) 4343-5577www.acrimet.com.br

Alpha Brinquedos(11) 2482-6571www.alphabrinquedos.com.br

Aquarela Livraria e Papelaria(67) 3291-2298

Associação Comercial do Pará(91) 4005-3900www.acp.com.br

Atto Brinquedoswww.attobrinquedos.com.br

Bang Toys(11) 5522-6395www.bangtoys.com.br

Barão Distribuidor(11) 3305-1010www.centroatacadista.com.br

Bic0800-0252959www.bic.com.br

BIG Z Papelaria e Brinquedos(31) 33779600

Bravus(21) 3325-6833www.bravuspacks.com.br

Brinquedos Carimbras (42) 3222-7077www.carimbras.com.br

Bruynzeel-Sakurawww.bruynzeel-sakura.com

Carbrink(11) 3555-8666www.carbrink.com.br

CDL/BH(31) 3249-1666 www.cdlbh.com.br

Chies(51) 2131-4200www.chies.com.br

Cia. do Software(11) 4122-6855www.ciadosoftware.com.br

Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas(61) 3213-2000www.cndl.org.br

Conveniente Comércio de Papelaria(92) 3613-8634

D´Longui Papelaria(68) 3462-1633

Editora Atlas0800-171944www.editoraatlas.com.br

Editora Ser Mais(11) 2659-0964www.revistasermais.com.br

Estrela0800-7045520www.estrela.com.br

Faber-Castell0800-7017068www.faber-castell.com.br

Filuka Papelaria(95) 3626-2435

Fofi(41) 3076-3306www.fofi.com.br

Forte Center(91)3264-5100

Francal Feiras(11) 2226-3100www.francal.com.br

Graffit´s – Papelaria e Informática(68) 3322-1366

Grafon’s(11) 4152-0800www.grafons.com.br

Grupo EkoBio (11) 2638-0040www.grupoekobio.com.br

Holanda Papelaria(69) 3043-2047

Instituto Ayrton Senna(11) 2974-3000senna.globo.com/institutoayrtonsenna

L&C Eventos(31) 3332-2074

Leitura(31) 3287-2002

Livraria Concorde(92) 3215-3636www.livrariaconcorde.com.br

Loja Mini Preço(51) 3463-5797

Lovely Toys(11) 3824-0339www.lovelytoys.com.br

Kompary Presentes(71) 3296-5300

Maxcolorwww.max-color.com

Maxtone(21) 2560-9604www.maxtone.com.br

Papel & Cia(63) 3421-2277

Papelaria Arco-Íris(69) 3541-2166

Papelaria do Mágico(11)2208-0207

Papelaria Dunorte(65) 2121-4455www.papelariadunorte.com.br

Papelaria Lucena(92) 3633-1603

Papelaria Miramar(31) 3201-0544

Papelaria Rabisco(28) 3529-1759

Papelaria Três Rios(83) 3513-8867

Papelaria Tropical(96) 3223-2039

Acrimet – páginas 2, 3 e 5

Bic –páginas 52

BNK – página 15

Brasil Escolar – página 23

Carbrink – página 37

Ecologic – página 13

Fenabags – página 27

Fenapel – página 49

Ispa – página 51

Libreria Editora – página 33

Natal Show – página 7

Office PaperBrasil Escolar – página 17

Visitex – página 35

VMP – página 19

Waleu – página 11

Paper House(31) 3287-6601

Piau Formulários(93) 3523-2240

Pimaco0800-0252959www.pimaco.com.br

Programa de Responsabilidade Social e Sustentabilidade no Varejo/FGVwww.varejosustentavel.com.br

Redepel Loja Jardim Cupece (11) 5679-5200

Reed Exhibitionsweb.reedexpo.co.jp

Sanbig Papelaria e Armarinho(79) 3522-1283

Scooby Doo Papelaria, Brinquedos e Presentes (21) 2751-2444

Shalom Livraria e Papelaria(69) 3442-2777

Sindilojas-BH(31) 3272-5987www.sindilojasbh.com.br

Smile House(41) 3585-5763www.smilehouse.com.br

Suzano Papel e Celulose0800-05505100www.suzano.com.br

Teca Produtos de Papelaria(11) 3081-4311www.teca.com.br

Tilibra(14) 3235-4003www.tilibra.com.br

Toque Mágico(31) 3284-2208

Xalingo Brinquedos(51) 3719-1009www.xalingo.com.br

Zenir Disarz Cartões e Presentes(54) 3391-1141

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Ponto Final50

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