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Editorial

A odontologia assim como outras profissões da área da saúde tem criado e recriado conceitos que visam aumentar e melhorar a auto-estima dos pacientes. Materiais novos de tecnologia avançada visam recriar a natureza estética dos dentes, assim como técnicas avançadas cirúrgicas prometem uma reabilitação completa e rápida das necessidades que muito embora sejam reais, não leva em con-sideração um conjunto de fatores que determinam a necessi-dade real da busca pelo tratamento. Quantas vezes percebemos que apesar de todo o trata-mento ser feito dentro de normas técnicas corretas, não atinge o esperado pelo paciente. Isso faz com que nós pensemos a respeito do assunto “tratamento”. Partindo para uma visão holística de como ver o paciente, descobre-se que as suas necessidades são muitas vezes de or-dem emocional, e que a busca encontra-se não só em restaurar o que imagina estar perdido, mas sim, o profissional se ater na saúde como um todo. Há muito tempo se sabe, por exemplo, que doenças de ordem fisiológicas podem estar associadas a doenças bucais, como as periodontites graves, que muitas vezes passam desper-cebidas e que depois de tratar recorrentes sintomatologias, tais como gastrite e lesões musculares, as mesmas só serão erradica-das quando a própria doença bucal, no caso citado a periodon-tite, é curada. Cabe aos cirurgiões dentistas tratar seu paciente visando um todo em seu diagnóstico, inclusive encaminhando o paciente para uma consulta com um médico quando o mesmo apresen-tar algum problema bucal que poderá desencadear doenças as-sociadas.

Odontologia – Conceito Holístico

TPD. José Luís BreitenbachDr. Daniel Olszewer

por:

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A CONTRIBUIÇÃO DA HOMEOPATIA NO CONTROLE DA ANSIEDADE E DO MEDO, COMO PREVENÇÃO DAS EMERGÊNCIAS MÉDICAS EM ODONTOLOGIA

Carla Macedo da Silva Santos Estudante - Curso de Odontologia (OD2A)

Antonio Carlos Frias Colaborador – Professor Uniban – analíse estatística

Mario Sergio Giorgi Orientador –Prof. Adjunto COI – Ms em Homeopatia

Izaque TrindadeEstudante - Curso de Odontologia (OD4A)

Ciências da Vida - Instituto de Ciências da SaúdePalavras chave: ansiedade dentária; homeopatia; ansiolítico; benzodiazepínico; emergência médicas

OBJETIVO Este ensaio clínico teve como objetivo compa-rar a eficácia do medicamento ansiolítico Diazepan® (benzodiazepínico - BZD) e de um medicamento ho-meopático individualizado para o controle da ansie-dade e do medo ao atendimento odontológico.

METODOLOGIA Os participantes da pesquisa, foram selecio-nados entre os pacientes triados pelo Serviço de Tri-agem/PSO–UNIBAN, para posterior encaminhamento para tratamento odontológico na disciplina Clínica Odontológica Integrada - COI – UNIBAN em 2009. Foram selecionados 119 pacientes, que no início da pesquisa responderam a um questionário de ansiedade dentária (CORAH,1978). Baseado nas respostas e no grau de ansiedade apresentado, foram convidados a participar, aqueles que responderam nas questões: Quando você esta na cadeira odontológica esperando que o dentista comece a trabalhar na sua boca, como você se sente? e Se você tivesse que tomar uma anestesia para tratar algum dente. Como estaria se sentindo? as opções d.( ) Ansioso ou e.( ) Tão ansi-oso que começo a suar frio ou começo a me sentir mal e que conforme a revisão de literatura (WILSON,2009; MALAMED,1996), são os indivíduos que apresen-tam maior risco de emergência médica, ex.: síncope, reações alérgicas, angina pectoris, hipoglicemia, para-da cardíaca, choque anafilático, hipotensão postural, convulsões, broncoespasmo, infarto do miocárdio,

coma diabético etc., pois o percentual de respostas foi de 100%. Assim, 65 pacientes foram selecionados para avaliação quanto aos critérios de exclusão. Foram ex-cluídos os pacientes que apresentavam infecção agu-da local, doenças sistêmicas, cardiopatias, faziam uso de antidepressivos, ansiolíticos, neurolépticos, relatos de contraindicações para o uso de medicamentos ansi-olíticos, história de asma, urticária ou reações alérgicas depois do uso de qualquer medicamento ou restrição ao uso de medicamento homeopático, alterações de normalidade da pressão arterial, condicionados psico-logicamente para o tratamento odontológico e os que não concordaram em assinar o termo de consentimen-to livre e esclarecido. A idade mínima considerada foi 18 anos e a máxima de 65 anos. Seguindo estes critérios, foram excluídos 17 pacientes, o que não os impediu de receber o tratamento odontológico. Sendo assim, 48 pacientes passaram por um sorteio aleatório realizado pela Profa. Dra. Miriam B. Targas, titular da disciplina de Clinica Odontológica Integrada, estabeleceu-se a con-stituição de três grupos distribuídos em: GRUPO HO-MEOPÁTICO - 16 (11 mulheres e 5 homens), GRUPO ANSIOLÍTICO (BZD) – 13 (9 mulheres e 4 homens) e GRUPO-SEM MEDICAÇÃO - 19 (12 mulheres e 7 ho-mens). Os participantes do GRUPO HOMEOPÁTICO foram submetidos a consulta homeopática para se-leção dos sintomas característicos, repertorização e seleção do medicamento simillimum, após a reper-torização digital e estudo na matéria médica (TEIX-

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EIRA,2001). Cada paciente, recebeu a prescrição do medicamento homeopático individualizado na potência 12 CH, dose de 5 gotas, V.O., 1 x ao dia, em receituário próprio da UNIBAN, assinado e carimbado pelo orientador da pesquisa. Os medicamentos foram adquiridos pelos próprios pacientes, com livre escolha da farmácia homeopática. A atenção farmacêutica ho-meopática foi dada pelo farmacêutico, enfatizando o cuidado na conservação do medicamento e posologia. As consultas homeopáticas foram realizadas pelo ori-entador responsável pela pesquisa e acompanhadas pela autora e co-autor, no box de atendimento (cadeira odontológica), acompanhadas também pelo aluno de graduação responsável pelo atendimento odontológi-co e duraram em média 60 minutos. Os retornos foram realizados mensalmente para re-avaliação do caso, consistindo assim um tratamento homeopático indi-vidualizado. Para o GRUPO ANSIOLÍTICO (BZD), foi prescri-to o medicamento Benzodiazepínico, através de re-ceita específica assinada pelo orientador da pesquisa, com o nome comercial de Diazepam®, uma caixa com 20 comprimidos de 5mg, com a posologia de dose oral única (1comprimido), a ser ingerido 60 minutos antes de cada consulta odontológica. Foi dada orien-tação quanto a prescrição e aparecimento de possíveis reações adversas e efeitos colaterais, sendo os mais comuns: cansaço, sonolência e relaxamento muscular e sugerido ao paciente a presença de um acompan-hante. O medicamento foi adquirido as expensas dos participantes deste grupo, com livre escolha da farmá-cia. No GRUPO SEM-MEDICAÇÃO, os partici-pantes somente respondiam ao questionário de ansie-dade dentária quando solicitados e se mantiveram em tratamento odontológico. Participaram deste grupo os pacientes que apresentaram grau de ansiedade de 79%, nas respostas as perguntas do questionário apli-cado. No transcorrer da pesquisa, todos os grupos, após a chegada a sala de recepção da clinica odon-tológica, recebiam o questionário sobre Ansiedade Dentária para ser respondido, eram submetidos a aferição da pressão arterial e freqüência cardíaca, caso necessário, enquanto aguardavam a chamada para o atendimento. Esse procedimento foi repetido, por quatro vezes a contar do início da seleção (momento 1), após 30 dias, 60 dias e 90 dias. O agendamento era feito indistintamente para todos às 8:00 h. Após o preenchimento do questionário e as aferições de PA e BC, eram liberados para a consulta odontológica. Os pacientes dos 3 grupos foram atendidos pelos alunos do 4 ano do curso de graduação em Od-ontologia, que realizaram a preparação do prontuário como de praxe, constando de anamnese, exame clíni-

co, exame radiográfico, documentação fotográfica, modelos de estudo e planejamento do tratamento odontológico, seguindo a orientação convencional da disciplina de Clinica Odontológica Integrada, quanto a sequência do tratamento a ser realizado e de acordo com a necessidade, respeitando o tipo de procedimen-to a ser executado em função do grau de ansiedade apresentada. Os pacientes de todos os grupos foram acom-panhados e observados, pela autora, co-autor e pelo orientador, com a colaboração dos alunos de gradu-ação, durante todos os atendimentos. A pesquisa iniciou-se no mês de março e termi-nou em outubro.

Algumas considerações: Não houve desistência ao tratamento odon-tológico e à participação na pesquisa nos 3 grupos.Faltas justificadas as consultas do tratamento odon-tológico, aconteceram por vários motivos em todos os grupos. Os anestésicos a disposição dos alunos foram: lidocaína, mepivacaína e articaína, utilizados de acor-do com a necessidade e tipo de intervenção e não in-terferiram no controle da ansiedade. Sabe-se que a diferença de habilidades entre os alunos e a empatia paciente-aluno, pode sim, de-sencadear um estado de ansiedade no paciente em função de vários fatores, mas pela observação não pro-duziram nenhum quadro de emergência médica. Sobre os resultados foram aplicados testes es-tatísticos sob a responsabilidade do Prof. Dr. Antonio Carlos Frias.

RESULTADOS Gráfico 1 – Porcentagem dos pacientes que apresenta-ram reação de ansiedade frente ao tratamento odon-tológico diante da resposta: Se você tivesse que tomar uma anestesia para tratar algum dente. Como estaria se sentindo? Em três grupos de indivíduos, segundo o tipo de medicamento, na consulta inicial e posteriormente 30, 60 e 90 dias, atendidos na clínica odontológica da UNI-BAN, 2009. (GRAFICO DE DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA).

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Na avaliação do gráfico, com os mesmos valores iniciais quanto ao grau de ansiedade (100%) e diante da necessi-dade dos pacientes serem submetidos a anestesia para realização de um procedimento odontológico (momento 1), podemos aferir que após 30 dias, onde os grupos es-pecíficos receberam a prescrição e responderam ao ques-tionário, percebe-se que o grau de ansiedade no GRUPO ANSIOLÍTICO caiu a 31% (30 dias), a 23% em (60 dias) e a 15% em (90 dias). No GRUPO SEM-MEDICAÇÃO com valor inicial em 79%, observamos que a avaliação com 30 dias foi de 49%, subiu com 60 dias para 58%, índice que se manteve na avaliação com 90 dias. No GRUPO HOME-OPÁTICO o grau de ansiedade apresentou declínio para 81% (30 dias), para32% (60 dias) e significativa queda para 6% (90 dias).

CONCLUSÕES O medicamento homeopático individualizado se mostrou eficiente e com resolutividade no controle da ansiedade e medo em odontologia (técnica de sedação). Do GRUPO ANSIOLITICO (BZD), três (3) pa-cientes apresentaram reações adversas comuns ao medicamento; sonolência, enquanto no GRUPO HO-MEOPÁTICO, nenhum apresentou reação adversa. A Homeopatia se apresenta como uma efetiva opção terapêutica, quando a abordagem homeopática é realizada por profissional habilitado. Faz-se necessário mais pesquisa na área home-opática. Em nenhum dos grupos ocorreu emergência médica durante a pesquisa.

Referências

CORAH, N. L.; GALLE E. N.; ILLIG, S. J. – As-sessment of a dental anxiety scale – J Am Den Assoc; 97(5) 817-81.1978.

COGO, K. B., YATSUDA, R; VOLPATO, MC; AN-DRADE, ED; Sedação consciente com benzodi-azepinicos em odontologia. Rev Odont Unicid 18(2): 181-8. 2006

MALAMED; S. F.; Pain and anxiety control in Dentistry. Oral Health; v.86; n.2, p. 11-16, Feb. 1996.

TEIXEIRA, M. Z.; Protocolo para pesquisa clínica em Homeopatia: aspectos fundamen-tais. Revista Diagnóstico & Tratamento. 2001; 6 (4): 11-18.

WILSON, M. H., MCARDLE, N. S., FITZPATRICK, J. J.; STASSEN, L. F.; Emergências médicas na prática odontológica; J Ir Dent Assoc., Jun-Jul; 55 (3):134-43. 2009

MÉTODO SIMPLIFICADO PARA CONFECÇÃO DE GUIA CIRúRGICO RADIOPACO NA INSTALAÇÃO DE MINI-IMPLANTE ORTODôNTICO

Sandra Tiberio Especialista e Mestre em Ortodontia – Coordenadora do Curso de Especialização em Ortodontia - FAPES

André Marçal GuerreiroEspecialista em Ortodontia - Professor assistente do Curso de Especialização em Ortodontia - FAPES

Carlos Henrique LacerdaEspecialista em Ortodontia e Radiologia

Semyra Giovannini Maccheronio Especialista em Ortodontia - Professora assistente do Curso de Especialização em Ortodontia - FAPES

Maxwell Lopes de Carvalho Especialista e Mestre em Ortodontia e Dentística Res-tauradora – Professor assistente do Curso de Especiali-zação em Ortodontia - FAPES

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Palavras-chave: Ortodontia, ancoragem absoluta, guia cirúrgico, mini-implantes ortodôntico.

RESUMO Atualmente, a ortodontia dispõe de alter-nativas de ancoragem por meio de mini-implantes ortodônticos (MIO) que conferem uma ancoragem absoluta, com uma aparatologia mais confortável e es-tética para o paciente. Estes mini-implantes podem ser instalados em diversos locais na maxila ou mandíbula, incluindo a região entre as raízes dos dentes, por ves-tibular ou por palatino. Devido ao reduzido espaço mésio-distal entre as raízes, faz-se necessário a con-fecção de um guia cirúrgico radiopaco, para orientar o cirurgião a escolher o melhor local para efetuar a insta-lação, evitando assim contato dos MIO com as raízes, possibilitando uma técnica precisa e segura. Neste artigo relata-se um caso clínico utilizando um método simples e eficaz de confecção deste guia cirúrgico.

INTRODUÇÃO A grande eficiência clínica de implantes os-seointegráveis como ancoragem serviu de estímulo ao desenvolvimento de implantes voltados especifi-camente para a Ortodontia, que após proporcion-arem a ancoragem desejada são removidos ao final do tratamento ortodôntico (WEHRBEIN et al., 1996; KANOMI, 1997; COSTA; RAFFAINI; MELSEN, 1998; UMEMORI et al., 1999; PARK et al., 2003; MAINO et al., 2003). O fato dos implantes serem pequenos fa-voreceu a instalação em áreas que podem ser con-sideradas de risco pela proximidade com estruturas importantes como seio maxilar, raízes e feixes vás-culo nervosos. Hoje com os mini-implantes ortodônticos (MIO) auto-perfurantes (VILLELA; BEZERRA; LABOIS-SIÈRE, 2006) a maioria dos implantes em maxila e alguns em mandíbula não necessitam o uso do mo-tor elétrico para perfuração, facilitando muito a sua instalação. A confecção do guia cirúrgico é impre-scindível, uma vez que este dispositivo orientará o local exato para instalação do MIO, através de uma técnica radiográfica correta, evitando assim danos às raízes dos dentes adjacentes. A confecção de um guia através de dobras de fios ou outros métodos requer um pouco de habilidade e um tempo extra para sua confecção e instalação, exigindo instru-mental específico (TORTAMANO et al., 1999; MAINO et al., 2003; BEZERRA et al., 2004; VILLELA; BEZERRA; LABOISSIÈRE, 2006). A proposta deste estudo foi apresentar um método simples, rápido e eficiente de confecção de

guia cirúrgico radiopaco para auxiliar na instalação precisa de mini-implantes ortodônticos que pode ser usado como rotina na prática ortodôntica.CASO CLÍNICO O caso clínico selecionado para ilustrar a uti-lização desta técnica foi de um paciente adulto com maloclusão de Classe II divisão primeira, incisivos su-periores vestibularizados e protruídos em relação à maxila, incisivos inferiores ligeiramente vestibulari-zados e bem posicionados em relação à mandíbula. Após análise da documentação ortodôntica foi plane-jado exodontia dos primeiros pré-molares superiores direito e esquerdo. Nestes casos em que a classe II é de uma cúspide (fig.1), há uma grande preocupação com o sistema de ancoragem, por isso se optou pela instalação de dois mini-implantes ortodônticos (MIO), um de cada lado na arcada superior entre as raízes do segundo pré-molar e o primeiro molar para promover a retração dos dentes antero-superiores..

Figura 1 - Foto intra bucal inicial lado direito

MATERIAL E MÉTODO Para a confecção do guia cirúrgico radiopa-co utilizou-se a resina Top Dam misturada com li-malha de prata (fig.2). Top Dam é uma resina fluida que adere na gengiva inserida quando polimeri-zada indicada como substituto do lençol de bor-racha para a proteção do tecido gengival nos ca-sos de risco de irritação por contato com produtos utilizados no procedimento clínico, como por ex-emplo, clareamento dental com Peróxido de Hi-drogênio. Como não é radiopaca, misturou-se a

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Referências

BEZERRA F, VILLELA H, LABOISSIèRE M JR, DIAZ L. Ancoragem absoluta utilizando mi-croparafusos ortodônticos de titânio. Plane-jamento e protocolo cirúrgico (Trilogia - Parte I). Implant News 2004; 1(6):469-475.

COSTA A, RAFFAINI M, MELSEN B. MINIS-CREWS as orthodontic anchorage: a prelimi-nary report. Int J Adult Orthod Orthognath Surg 1998; 13(3):201-9.

KANOMI R. Mini-implant for orthodontic an-chorage. J Clin Orthod 1997; 31(11):763-7.

LACERDA HL. Mini-implante auxiliando o tratamento ortodôntico. In: Tiberio S. Or-todontia clínica multidisciplinar e contem-porânea. São Paulo: Santos; 2010. Cap 5, 85-117.

MAINO BG, BEDNAR J, PAGEN P, MURA P. The spider screw for skeletal anchorage. J Clin Orthod 2003; 37(2):90-7.

PARK YC, LEE SY, KIM DH, JEE SH. Intrusion of posterior teeth using mini-screw implants. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2003; 123(6):690-4.

TORTAMANO A, VIGORITO JW, TORTAMANO NETO P, MARTINET JP. Implante palatino Orthosystem como ancoragem ortodôntica máxima. Rev Dent Press Ortodon Ortopedi Facial 1999; 4(3):85-97.

VILLELA H, BEZERRA F, LABOISSIèRE JR M. Microparafuso ortodôntico de titânio autop-erfurante (MPO): Novo protocolo cirúrgico e atuais Perspectivas clínicas. Rev Innovation implant jounal 2006; 01(01):46-53.

limalha de prata e com auxilio de uma espátula para resina esta mistura foi colocada no local a ser instalado o mini-implante ortodôntico em forma de um filete de aproximadamente de 4,0mm de altura a partir da papila gengival e 0,5 mm de lar-gura (LACERDA, 2010). Após a polimerização o guia já estava pronto para ser radiografado e com a aquisição de uma radiografia inter-proximal pode se constatar a presença do guia radiopaco servindo como referência para o local exato para a perfuração da cortical (fig.3). Uma vez feito a perfuração da cortical o guia foi removido com um instrumental de maneira rápida e simples e o mini-implante foi instalado (fig.4).

A grande vantagem deste guia é o ganho de tempo e sua facilidade de uso em que não ne-cessita de alicates ou fios para a sua confecção e nem sequer a remoção do arco ortodôntico do paciente (LACERDA, 2010)

Figura 2 – Resina Top Dam com limalha de prata

Figura 3 – Foto e radiografia mostrando guia posicio-nado em área com diastema após distalização.

Figura 4 – Radiografia e foto intra-bucal com mini-im-plante instalado

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DISPLASIA MICRORRÍNICA: DISPLASIA DO TERÇO MÉDIO DA FACE ADqUIRIDA NA VIDA INTRA-UTERINA.

SPERANDEO, MLAEspecialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares, Máster e Doutoranda em Biologia Funcional e Molecu-lar – UNICAMP- Campinas, Coordenadora do curso de Especialização em Ortopedia Funcional dos Maxilares da FAPES – São Paulo

TAVARES, P.Especialista em Ortodontia -ABO-SP, Aluna do curso de Especialização em OFM da FAPES

COELHO, MOEspecialista em Ortodontia e Ortopedia Facial - UNESP – SJC

RESUMO A Displasia Microrrínica (MD), também chamada Síndrome Rotacional, corresponde a uma forma de hipoplasia do terço médio da face e pode desenvolver diferentes tipos de más oclusões, como CL II. O paciente com DM apresen-ta, dentro da cefalometria de Bimler, fatores 4, 8 negativos e o fator 7 aumentado e se observa car-acterísticas faciais típicas. Este artigo descreve o diagnóstico, o tratamento e o prognóstico de três casos clínicos de DM. Apesar de terem sido trata-dos com diferentes Aparelhos Ortopédicos Fun-cionais (AOFs), coerentes com a necessidade de cada caso, todos terminaram o tratamento com o Sistema Estomatognático (SE) com função e esté-tica equilibradas.

INTRODUÇÃO As displasias crânios-faciais descritas por Bimler (1968; 1977; 1985) podem ser chamadas de hipoplasias ou de deficiência das estruturas ósseas e são bem definidas quanto às regiões do crânio-facial afetadas. A Displasia Microrríni-ca (DM) é uma delas e a que será tratada nesse trabalho. Esta é caracterizada por afetar os os-sos do terço médio da face e, também pode ser chamada de Síndrome Rotacional porque, os ossos desta região crescem rotacionalmente em sentido horário. A DM é desenvolvida na vida intra – interina, sem caráter de hereditarie-dade podendo aparecer na terceira semana de formação fetal. Essas alterações são causadas

Palavras-chave: Displasia Microrrínica, Bimler, Ortopedia Funcional dos Maxilares.

por infecção viral materna diminuindo a oxi-genação fetal então, o embrião se ajusta para continuar se desenvolvendo (GRABER & NEU-MANN, 1984). O traçado cefalométrico de Bimler é um método de diagnóstico em que é feito um traçado sobre uma telerradiografia em norma lateral do crânio, no qual se relaciona as estru-turas ósseas crânio-faciais de forma individual. (DOWNS, 1952; BIMLER, 1977, 1985). A DM apre-senta o Fator (F) 4 tipicamente negativo, acima de -2,5 por volta dos 12 anos de idade. Este é formado pela união dos pontos localizados na espinha nasal anterior e espinha nasal posterior formando o plano palatal ou maxilar. Este plano forma um ângulo com a vertical de referência do traçado de Bimler (vertical T-VT). Quando negativo caracteriza o crescimento rotacional para cima em sentido horário, ou seja, o oposto ao crescimento fisiológico desta região da face, que se desloca para baixo e para frente. Outra característica cefalométrica é o F 8 negativo que está relacionado ao grau de flexão da man-díbula, isto é, o quanto a mandíbula se flexiona para colocar seus dentes em contato com os an-tagonistas. Ele é formado pela união dos pon-tos C (Capitulare) e Go (goníaco). Esta reta for-ma ângulo com o Plano de Frankfurt- PF (união do ponto orbitário ao tragus). O F 8 negativo indica que a mandíbula está em hiperflexão, ou fechando “em excesso”, causando diminuição da dimensão vertical. O F 7 na DM apresenta-se tipicamente aumentado, sendo que sua média

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é de7º. Este fator está relacionado à inclinação da base anterior do crânio (reta formada pela união do ponto N (Nasion) e o ponto S (sela túr-cica) que forma ângulo com a vertical de refer-ência T. Quando aumentado caracteriza a mes-ma inclinação alterada do plano maxilar. Assim, tem-se a tríade cefalométrica da DM, segundo Bimler: F 4 e 8 negativos e F 7 aumentado (BIM-LER,1977, 1985; GRABER & NEUMANN, 1985). Para a correção da má oclusão decorrente da DM é importante estabelecer um equilíbrio morfológico e funcional entre os ossos basais maxilares, dentes, ossos do crânio, ligamentos, músculos mastigatórios, supra e infra-hióideos, bucinadores, orbiculares, mentalis, intrínsecos da língua e ATMs que formam diferentes ca-deias no SE, o qual se integra ao sistema neural (Sistema Nervoso Central-SNC) formando con-juntamente uma rede para a execução de suas específicas e distintas funções (SPERANDÉO, 2005). A posição da mandíbula está relaciona-da com a posição da língua e do osso hióideo durante a mastigação, fala e deglutição. Cada vez que a posição da mandíbula muda ocorre um reposicionamento da língua, das ATMs e do pescoço. Os AOFs exercem uma mudança pri-mordial da postura da mandíbula estimulando ajustadamente o SNC a enviar uma resposta de crescimento e remodelamento ósseo. Logo, o dispositivo funcionaria como um fator desen-cadeante da ativação da plasticidade neural re-sponsável pela dinâmica da cura da má oclusão (SPERANDÉO, 2002; 2005). A função muscular influencia o crescimento e remodelamento ós-seo assim, é importante manter o equilíbrio da musculatura crânio-facial para o continuo re-modelamento do osso através da vida do indi-víduo. Os aspectos faciais na DM são: Nariz em forma de sela, arrebitado e com as narinas evi-dentes; encurtamento labial superior e inferior, lábio evertido e sem vedamento ; inclinação anti-mongolóide dos olhos e orelhas de abano. São chamados de face adenoideana, por causa dos típicos aspectos faciais dos pacientes com adenóides e tonsilas hipertrofiadas. Aspectos funcionais: respiração bucal, rinites, amigda-lites, otites, sinusites e bronquites. Dificuldade de respiração e assimilação intelectual decor-rentes da respiração bucal. Deficiência do crescimento e desenvolvimento como um todo. Características Cefalométricas: F 4 e 8 negativos

CASO CLÍNICO 1:Paciente D.P. , gênero masculino, 11 anos e 3 meses de idade

Face em norma frontal com os lábios abertos, hipotônicos e evertidos, nariz em forma de sela. Lateral direita com diaste-mas entre 12 e 13, 13 e 14, 42 e 43, 43 e 44. Cêntrica:incisivos em biprotrusão e mordida profunda. Lateral esquerda com diastemas entre 22 e 23, 23 e 24, 33 e 34, cruzamento dos elementos 26 e 27. Telerradiografia lat-eral inicial da face com o Traçado Cefalomé-trico de Bimler. O sistema usado é o ortogo-nal sendo o PF o horizontal e a VT o plano vertical (a cruz central em azul mais espes-sa). Também é usado o sistema de referên-cia esférico, que determina o fator 6 ou eixo de estresse da dentadura (linha branca mais grossa). Este se relaciona com o ponto apicale (Ap) localizado no ápice da raiz do primeiro premolar superior (classificação correlativa-CC). É uma das medidas que determina a relação espacial entre mandíbula, maxila e base de crânio. Quando o Ap está atrás do fa-tor 6 é chamado de post normal e caracteriza uma CL II. Os fatores 4, 7 e 8 estão traçados em vermelho.Processo alveolar baixo.

e 7 aumento. Os tipos de má oclusão presentes: CL II-2 com SM, quando o processo alveolar for baixo; CL II com mordida aberta, quando o processo alveolar for alto e CL I com mordida cruzada anterior ou pseudo CL III (Bimler, 1968; 1977; 1985).

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CASO CLÍNICO 1:Paciente D.P. 18 anos e 5 meses de idade

CASO CLÍNICO 2:Paciente J.P. gênero masculino, 9 anos.

Fórmula Estrutural de Bimler

ÂGo = 121º; ÂIS. = 124º; ÂII. = 125º; F7 = 10º A parte superior da fórmula estrutural con-tém medidas referentes à Formula Facial: 1 º é o valor do Ângulo de perfil anterior da face (Ângulo A), praticamente perfil reto. M/M – mesoprosópico para o ângulo de perfil posterior inferior da face (C) e o mesmo para o inferior (B) cuja face apresenta crescimento igual em altura e em profundidade. Meso é referente ao Índice facial sub orbital (IFSO) coerente com o biótipo M/M. No meio tem-se as medidas relativas ao Índice Gnático. Assim, 1mm= valor do overjet ósseo (pequeno), -3 valor do F4 e -11 valor de F8. O valor 33mm se refere à distân-cia T-TM sendo T o ponto do tuber e o TM o da mandíbula (ponto C projetado no PF). Quando maior que 30mm caracteriza mandíbula crescendo para distal ou uma CL II. A parte inferior se refere à Fórmula Dental: 110 º valor do Ângulo Interincisal (AInI) quando reduzido, como este, sugere uma bi-protrusão a qual é confirmada observando o valor do Ângulo Incisivo Superior (AIS)= 124º e do Infe-rior (AII)= 125º, os quais apresentam uma média de equilíbrio em torno de 115 º. A relação P/P se refere à inclinacão axial dos primeiros premolares supe-rior e inferior com o eixo de estresse, no caso está coerente com a biprotrusão. CC-post normal-CL II. ÂGo = 121 º: aberto compensa a diminuição da DV que poderia acontecer com o fator 8= -11.Diagnóstico: DM, má oclusão de CL II-1 com bi-protrusão, interposição do lábio inferior contra a palatina dos superiores, mordida cruzada do lado esquerdo, mastigação viciosa esquerda. Tratamento: Mudar postura da mandíbula para mesial (MPM-M) e vertical, aquadradar aos maxilares, contato incisal em DA, equilibrar situação e profundidade do plano oclusal, mastigação bilateral alternada. Aparatologias empregadas: Bimler tipo A6: superior e inferior unidos por 2 arcos dorsais, expansor su-perior mediano com arco inferior inteiriço, alça em W na lingual dos incisivos inferiores. Construído com mudança de postura da mandíbula para mesial e com levante vertical. Pistas indiretas Planas Com-postas. Pistas indiretas Planas Compostas com equi-plan, Pistas indiretas Planas simples I.

Face em norma frontal com lábios natural-mente vedados. Face em norma lateral com a man-díbula bem posicionada em relação à maxila. Lat-eralidade direita com contato de incisivo central em topo, vertente distal de canino inferior com a vertente mesial do superior, cúspides vestibulares e linguais dos premolares e molares inferiores com as mesmas dos superiores; no balanceio esquerdo incisivo topo, canino em desoclusão e contato leve das cúspides vestibulares de premolares e molares inferiores com as linguais dos superiores. Cêntrica: contato dos incisivos em DA, descruzamento dos molares esquerdos, curva de decolagem equilibrada bilateralmente. Na lateralidade esquerda:contatos também equilibrados em trabalho e em balanceio.

Face em norma frontal com os lábios aber-tos, hipotônicos e evertidos, nariz em forma de sela e incisivos superiores muito protruídos. Face em nor-ma lateral evidenciando a grande retrusão da man-díbula. Lateral direita e esquerda mostrando grande overjet e falta de espaço para os elementos 33 e 43. Relação de CL II. Diastemas entre os incisivos supe-riores. Traçado Cefalométrico de Bimler inicial:

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Fórmula Estrutural de Bimler

Fórmula Estrutural de Bimler

ÂGo = 118º; ÂIS. = 127º; ÂII. = 116º; Gn = 109mm; F7 = 10º; processo alveolar baixo Figura 2.f: O Â=14º é bastante convexo devido à mandíbula que está retruida, pois a maxila está bem posicionada. A combinação D/M: Dolico-prosópico a face está crescendo mais em profundi-dade que em altura e Meso cresce igualmente em altura e profundidade. O IFSO está Dolico – signifi-ca que há uma redução da altura da face. O overjet ósseo de 9 mm está aumentado. F 4 = -3 e F 8= -7,5 e o 7=10 compõem a tríade da DM. Distância T-TM de 36 mm está aumentada confirmando a CL II. O AInI de 117° juntamente com o AIS= 126 e AII= 116 mostra que a protrusão está no superior e o inferior bem posicionado. Relação P/P e postnormal confir-mam a CL II. DM, CL II divisão 1 com protrusão de incisivos superiores. GnCd é a longitude da man-díbula = 109 é uma mandíbula de tamanho nor-mal, não diminuída. O que determina a relação dos maxilares é a distância T-TM, que quando for maior que 30mm denota uma relação de CL II, quando for menor que 28mm uma CL III (diminuída). Será CL I quando tiver valor intermediário. O ÂGo meso con-tribui para aprofundar a mordida (BIMLER, 1968).

Diagnóstico: DM, má oclusão de CL II -1, mordida profunda, interposição do lábio inferior contra a palatina dos incisivos superiores protruídos e com diastemas. Falta de espaço para os 33 e 43.

Tratamento: MPM-M em etapas e vertical; expan-são transversal da mandíbula e maxila; espaço para o 33 e 43; contato em DA entre os incisivos (bordo incisal do 1/3 incisal vestibular dos incisivos inferi-ores em contato com a região média do 1/3 incisal palatino dos incisivos superiores); equilibrar a situ-ação e a profundidade do plano oclusal; mastigação bilateral alternada (BIMLER, 1977; 1983; 1985; MACNAMARA e CARLSSON, 1979; SIMÕES, 2003; PLANAS, 1988; SPERANDÉO, 2002).Aparatologias empregadas: Bimler A3: superior

ÂGo = 122º; ÂIS. = 110º; ÂII. = 117º; F7 = 10º Análise cefalométrica de Bimler três anos após o inicio do tratamento. Apesar de ter feito a mudança de postura da mandíbula em 7mm para mesial, a distância T-TM passou de 36 mm para 38mm mostrando que houve um crescimento con-trolado dessa distância. A mudança de postura tam-bém ocorreu no sentido vertical, pois o IFSO passou para Lepto mostrando crescimento vertical. AInI

e inferior unidos por dois arcos dorsais, expansor superior medial, peça para ganhar espaço para os caninos inferiores e Bumper inferior para afastar lábio inferior e estimular a região do mento (BIM-LER, 1977; 1983; 1985; 1987). Pistas indiretas Planas Compostas: aparelho superior e inferior com pistas deslizantes inclinadas para CL II unidos entre si por dois arcos dorsais. Alças recuperadoras do circuito neural na região de caninos inferiores (PLANAS 1988; SIMÕES, 2003). Pistas indiretas Planas sim-ples II: aparelho superior e inferior separados com pistas deslizantes, com inclinação para CL II para liberar os movimentos amplos de lateralidade da mandíbula e estabelecer o equilíbrio da situação do plano oclusal e da curva da decolagem. (PLANAS 1988; SIMÕES, 2003).

CASO CLÍNICO 2:Paciente J.P. 12 anos e 2 meses

Face em norma frontal com os lábios veda-dos. Face em norma lateral com mandíbula bem posicionada. Lateralidade direita com os contatos em trabalho e em balanceio. Cêntrica com os in-cisivos em DA mandíbula e maxila aquadradadas. Lateralidade esquerda com os contatos equilibrados. Traçado cefalométrico de Bimler: As retas em ver-melho são os F4. 8 e 7 em rotação característicos da DM.

As retas em vermelho correspondem ao F4, F 8 e F7, a tríade da DM. O Â convexo, com a mandíbu-la bem retruída. O ÂIS bem inclinado mostrando uma protrusão. Notar a postura incorreta do lábio inferior contra a palatina do incisivo superior.

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ÂGo = 127º; ÂIS. = 112º; ÂII. = 114º; F7 = 10º Â =16º convexidade da maxila e mandíbula em relação à base anterior do crânio (ponto N). M/L: Lepto cresce mais em altura que em profundidade. Essa combinação biotipológica é favorável para a correção da SM. IFSO Meso: redução da altura da face reforçando a SM. Overjet ósseo=10 mm está au-mentado. A distância T-TM=26 mm está diminuída, porém na CL II com SM essa distância tem um valor semelhante à CL I ou até mesmo à CL III. O AInI =133º ÂIS= 112 º e ÂII= 114 º : a retrusão está no superior e o inferior bem posicionado. ÂGo lepto é positivo para a correção da SM.

CASO CLÍNICO 3:Paciente T.H. , gênero feminino, 6 anos.

CASO CLÍNICO 3:Paciente T.H. 23 anos

Face em norma frontal com os lábios veda-dos, sulco mentoniano pronunciado, nariz arrebita-do em sela, orelhas em abano. Face em norma lateral com a mandíbula em retrusão. Cêntrica: falta espaço para 32 e 42. Mordida coberta. Traçado cefalomé-trico de Bimler inicial: As retas em vermelho cor-respondem aos F4, 8 e 7 alterados conforme a tríade da DM. ÂIS=112, F8=-4, F4=-1 caracterizam uma SM.

DISCUSSÃO:Os três casos apresentam características típicas da DM descrita por Bimler como uma hipoplasia do terço mé-dio da face com crescimento rotacional como os pon-teiros de um relógio, tanto da base palatina, da base anterior do crânio como do grau de flexão mandibu-lar. Segundo Bimler, na DM pode ocorrer má oclusão de CL II com SM ou com mordida aberta. Nesse tra-balho é mostrado variações da CL II, ou seja, um caso com CL II -1 com biprotrusão e outro com protrusão dos incisivos superiores. Paralelamente, outro caso da clássica DM em CL II com SM. Apesar da variação de CL II verifica-se que ambas são bem tratadas com os AOFs, inclusive com a associação de Reabilitação Neuro Oclusal de Planas (RNO). Nos três casos foram empregados aparelhos de Bimler e de Planas. Pode-se dizer que a RNO ou a OFM seguem preceitos semel-hantes e agem no SE de forma também semelhante, de acordo com a necessidade da excitação neural a ser feita para se conseguir os melhores resultados. O caso três praticamente cresceu sem a DM, pois o F4 ficou em zero, o 8 em -2 e o 7 em 8, bastante equilibrados. O tratamento teve inicio aos 6 anos, mais cedo que os outros. Sugere-se que quanto mais precocemente se inicia o tratamento, maior a probabilidade de evoluir para a diminuição do quadro da DM. Também serão menores os problemas relacionados com amigdalites, adenóides, rinites, etc. O paciente pode ter desde cedo, um melhor desenvolvimento como um todo, tanto postural quanto funcional (respiração, deglutição, mastigação, fonação, mímica).

Face, oclusão cêntrica e mandíbula em later-alidade em equilíbrio.

=133º evidenciando a correção da protrusão dos in-cisivos superiores. AIS= 110° e AII=117° estão em equilíbrio. Apesar de post houve correção da CL II.

Diagnóstico: DM, má oclusão CL II-2, desvio de linha média para esquerda, apinhamento superior e inferior. Os 41 e 31 em erupção roubam espaço para os elementos 32 e 42.

Tratamento: MPM vertical e posteriormente para mesial; expansão da mandíbula e maxila; contato incisivo em DA; equilibrar situação e profundidade do plano oclusal; mastigação bilateral alternada.

Aparatologias empregadas: Pistas indiretas Planas simples II; Compostas II com equiplan; Bimler A3; Planas simples I ( PLANAS, 1988; SIMÕES, 2003).

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Referências

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DOWNS, W.B. Variation in facial relationships, their significance in treatment and prognosis. Am. J. Arth., v. 34, p. 162-82, 1952.

MACNAMARA JA JR , CARLSSON DS. quan-titative Analysis of Temporomandibular Joint Adaptations to Protrusive Function. Am.J.Orthod., v. 76, n. 6, p.593-611, 1979.

PLANAS P. Reabilitação Neuro-Oclusal. San Paulo. Mesdi, 1988.

SIMÕES, W.A. Ortopedia funcional dos max-ilares. Através da Reabilitação Neuro-oclusal. 3 ed. São Paulo: Artes Médicas, 2003.

SPERANDÉO, M.L.A. Ortopedia Funcional dos Maxilares, 2ed. São Paulo: Editora Pancast. 2002.

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