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FOTÓGRAFOS CONTAM SUAS EXPERIÊNCIAS DENTRO DÁGUA qual o tamanho desta onda? ATLETAS DIVERGEM SOBRE A ALTURA DE UMA BOMBA EM ITACOATIARA ANO 1 | EDIÇÃO 1 | OUT-NOV 2010 Gabriel Sodré num secret carioca

Revista Terral - 1ª Edição

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Edição de estreia da Revista de surf Terral.

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fotógrafos contam suas experiências dentro d’água

qual o tamanhodesta onda?atletas divergem sobre a alturade uma bomba em itacoatiara a n o 1 | e d i ç ã o 1 | o u t- n o v 2 0 1 0

Gabriel Sodré num secret carioca

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Gabriel Sodré

num secret carioca

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Recreio [FOTO: LUCIANO CABAL]

Capa e quarta capa [FOTO: HENRIQUE PINGUIM]

Fala, rapaziada. Prazer, eu sou a Terral. Como num passe de mágica, posso fazer um dia ruim de surf ficar clássico. Faço parte de todos aqueles desenhos de ondas perfeitas que estão nos cadernos de escola, estou na imaginação e sou desejado por todos que amam o surf. Agora, além de pentear os lips pelo mundo, me tornei um objeto que de dois em dois meses vai soprar gratuitamente nas mãos dos amantes de surf do Rio de Janeiro.

Cheguei trazendo altas imagens na matéria “Olho Mágico”, que tem a participação de três grandes fotógrafos aquáticos: Beto Paes Leme, Henrique Pinguim e Pedro Fortes. Trouxe também uma galeria de fotos, incluíndo line ups irados! O cara do Boletim das Ondas veio comigo contando curiosidades do seu trabalho e Marcelo Trekinho disse como seria um dia de sonho aqui no Rio. Eu também trouxe música, com Renato de Alexandrino, jornalista de O Globo, e falo sobre o surf organizado, num texto de Ian Mello.

É isso. Seja bem-vindo a essa minha nova forma de fazer o surf ficar mais divertido. Boas folheadas, bons drops e boas ondas! O resto deixa comigo!

Penteando os lips do Rio

REDAÇÃO

EDITOR CHEFE: Carlos Matias [[email protected]]DIRETORA DE ARTE: Mari Taboada [[email protected]]REVISORA: Michele Mitie Sudoh

COLUNISTAS

Ian Mello [[email protected]]Renato de Alexandrino [[email protected]]

FOTÓGRAFOS COLABORADORES

Ariel Rocha, Benoit Fournier, Beto Paes Leme, Bidu, Guilherme Leporace, Henrique Pinguim, Leon Jr, Luciano Cabal, Manoel Campos, Marcelo Coe, Orlando Vital, Pedro Fortes e Tony D’Andrea.

COMERCIAL

Carlos Matias [21 3251-8236 / 21 9993-8191] [[email protected]]

IMPRESSÃO: Wal Print Gráfica e EditoraDISTRIBUIÇÃO GRATUITA

JORNALISTA RESPONSÁVEL: Flávio Almada DRT 12.489/RJPERIODICIDADE: bimestralTIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 5.000 exemplares

As opiniões dos artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista.

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qual o tamanho desta onda?

surfando com organizaÇão

olho mágico

um dia de sonho tem que ter...

terral entrevista

tubos sonoros

galeria terral

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Marcos Monteiro na Laje de Manitiba

[FOTO: MANOEL CAMPOS]

Direita perfeita no Recreio [FOTO: LUCIANO CABAL][6]

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Surfista: enchendo e voltando a encher

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j o s É O TA V I O

o mar estava de sul/sudeste e as séries vinham de surpresa. como estava surfando as intermedi-árias, corria o risco de tomar as séries. Foi quan-do veio essa onda, e pensei: “vou tentar passar; no pior dos casos, eu não consigo.” rodei muito embaixo e ainda tomei outras depois. o mar es-tava com 2m a 2,5m e acho que essa tinha 2,5m. a sorte foi que ela não ficou tão buraco assim.

T o n y D ’ A n D r e A [registrou o momento]

como de costume, nos dias grandes não fica muito definido, difícil de acertar o posiciona-mento, e remar na onda certa é crucial para a sua sobrevivência. Na foto josé otavio paga o preço de ter escolhido a onda errada. Para mim tem mais de 4 m. considerando que na foto ela já está quebrada, ou seja, essa espuma branca aí era mais onda pra cima. [risos]

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R I C A R D O B O C Ã O

Acho que essa onda tem 10m (30 pés). Pe-guei uma régua e medi da ponta da cabeça do José Otavio até o cóxi e deu 1cm. Con-siderei que, da ponta da cabeça dele até o cóxi, teria pelo menos 1m de comprimento. Medi a parte maior da onda (um pouco à di-reita) com a mesma régua e deu 10cm exatos.Portanto, 10m de onda sem choro nem vela.

S T E P H A N F I G U E I R E D O

Essa onda deve ter 10 pés, mas acho que o ta-manho em números não faz muita diferença, o que importa é que parece ser um mar grande. E tomar uma bomba dessas e ainda dar “golfi-nho” é para poucos.

Z E A L L A [ empresário e diretor da ASAP]

Cara, que morra! Realmente é uma montanha d’água. Acho que tem entre 12 e 15 pés. Tiro essa conclusão comparando o tamanho do José Otavio em relação à onda.

M A R C O S M O N T E I R O

Não considero foto uma maneira fácil de medir uma onda, porém calculo que essa morra te-nha por volta de 4 a 4,5m. O fato é que medir ondas vai causar sempre polêmica. Mas como conheço bem Itacoatiara, que é uma onda muito cavada e impressiona demais em termos de foto, e pelo posicionamento do bodyboar-der em relação a onda, se vê que ela é real-mente muito grande para os padrões do Brasil.

Y A N G U I M A R Ã E S

Está onda deve ter em torno de 12 a 15 pés. Realmente está grande, ainda mais falando de Brasil. Coitado do Otavio!

F E L I P E C E S A R A N O

Creio que 10 a 12 pés, mas que valem por 20! Itacoatiara é a onda que mais me dá medo no mundo! [risos] Quando está gigante, o Zé Ota-vio e o Dudu Pedra são os caras, ninguém fica mais a vontade do que eles. Qualquer outro “mortal” no mínimo soltaria a prancha, mas eles não, furam qualquer uma [risos]. São uns loucos!

S Y LV I O M A N C U S I

Eu acho que ela tem de 10 a 12 pés havaianos, devido ao tamanho da explosão e da experiên-cia em ver fotos desse tipo.

R O S A L D O C A V A L C A N T I

Uma foto nem sempre é fiel ao tamanho da onda registrada. Dependendo do ângulo, a onda pode parecer maior ou menor. Neste caso, o surfista afundando serve de parâme-tro para determinar o tamanho da onda, mas mesmo assim é difícil precisar. Eu diria que esta onda tem por volta de 10 pés, uns 3m.

FOTO: TONY D’ANDREA

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“Give respect to gain respect”. Esta frase esta-va escrita numa placa, assim que cheguei para surfar pela primeira vez num dos lugares mais crowdeados da Austrália.

Em meio aquela nova experiência de poder surfar na terra dos cangurus e de Mick Fanning, eu me perguntava como um lugar com tanto localismo poderia ser ao mesmo tempo tão or-ganizado.

Picos da Gold Coast como Snapper Rocks e Burleigh Heads, por exemplo, são recheados de surfistas de diversos países, que apesar das diferenças culturais sempre transmitem um res-peito mútuo dentro d´água.

Talvez seja por causa do incentivo do gover-no australiano às associações de surf locais, que são integradas pelos “Surf life saving clubs”, tra-dicionais clubes de salva-vidas surfistas.

Seja beach break ou point break, todas as praias da Austrália são organizadas por esses clubes que, além de ser a base dos salva-vidas, são também a sede da associação local e de

seus comércios, como restaurantes, bares e cassinos.

Mas o que me im-pressionou de fato foi o código de conduta dos surfistas. Trata-se de uma placa no formato de uma prancha que sempre fica localizada na frente dos picos.

Nela estão as ins-truções que os surfistas devem seguir quanto ao comportamento e às atitudes a serem tomadas dentro d´água.

Fatores como a preferência, a sinalização e a volta ao pico são claramente citados nes-sa placa, que geralmente leva o nome da pre-feitura da cidade e da associação local como assinatura.

Imagine se os principais picos do Brasil tam-bém fossem todos organizados desta maneira? Comparações à parte, acho que esta seria uma excelente maneira de alertar os surfistas, ainda na areia, de que dentro d´água existe, sim, organização.

Respeite para ser respei-tado. O lema é sempre o mesmo, independente do idioma.

POR IAN MELLO

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uando curtimos excelentes momentos eter-nizados por fotógrafos aquáticos, muitas ve-

zes não imaginamos o perrengue passado para clicá-los. São caldos, perigo de quebrar o equi-pamento e de ser atropelado, remada sem fim no meio de fortes correntezas, trocar o surf no mar clássico para fazer o registro entre vários outros.

Porém, quando a paixão chega junto, os drops ficam em segundo plano e as pranchas

dão lugar aos complexos e caros equipamen-tos como máquinas fotográficas e caixas estan-ques. Foi isso que aconteceu na vida de três fotógrafos do Rio: Beto Paes Leme, Henrique Pinguim e Pedro Fortes.

Todo o visual admirado a cada sessão de surf não podia ficar apenas no hd do cérebro desses três atletas amadores, mas ser materia-lizado e ir parar nas páginas das mais iradas

FOTÓGRAFOS CONTAM SUAS EXPERIÊNCIAS DENTRO D’ÁGUA

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revistas. Beto Paes Leme, o mais experiente dos três, foi seduzido pelo visual das ondas e do bairro de São Conrado, onde morava, e pas-sou a dividir o amor pela ação de surfar com a de fotografar o esporte de dentro d’água.

“As ondas por lá são muito boas, tubulares e plásticas. Eu era um surfista comum e as ondas e a natureza que me cercavam despertaram em mim essa vontade de eternizar os momentos

que via dentro da água”, diz o Coordenador de Fotografia da Revista Soul Surf.

O bodyboarder e agora fotógrafo aquático Henrique Pinguim é local do Leme e os tubos sempre o deixam pilhado. Esse amor pelos ca-nudos o fez se especializar em fotos de dentro d’água. “Eu amo ondas tubulares e as cracas que quebram no meu local de treino”, conta o fotógrafo.

Ian Cosenza bem posicionado no Alfa Barra

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Já o novato da turma, Pedro Fortes, foi infecta-do pela profissão da mãe e começou a clicar surf da areia, mas logo partiu para o mar, em Ipa-nema, mas não para surfar, como sempre fazia.

“De fora eu pegava bons momentos, mas quando entrava na água para surfar via um visual totalmente diferente. Sempre que rola-va uma onda boa e eu estava voltando para o outside ficava clicando os tubos com os olhos.”

São Conrado, Leme e Ipanema. Os três picos citados têm semelhanças: as ondas são tubula-res, muito fortes e quebram no raso. Se para surfá-los já existem dificuldades que devem ser levadas a sério, imagina se posicionar embaixo no pico para ficar o mais próximo possível do olho do tubo e do atleta.

A magia das fotos de dentro d’água leva o pro-fissional a se posicionar em locais específicos das

Num dia perfeito no Shorebreak de Copacabana fui arrastado para baixo do pico na hora da série de quatro on-das, em uma profundidade de menos de 30cm, com os mariscos raspando no peito. HENRIQUE PINGUIM

ondas. Mas a sede pelo melhor ângulo muitas vezes coloca o fotógrafo em situações críticas.

Pinguim já passou por algumas e cita uma em especial. “Num dia perfeito no Shorebreak de Copacabana fui arrastado para baixo do pico na hora da série de quatro ondas, em uma pro-fundidade de menos de 30cm, com os mariscos raspando no peito. Não tive outra reação a não ser proteger a caixa estanque e esperar ser jo-gado na mesa de pedra. Pensei que ia explodir

Trekinho à vontade no Posto 5, em Copacabana

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meu equipamento, pois a onda tinha uma força absurda e com a profundidade sabia que boa coisa não iria acontecer. Mas por sorte só fiquei todo cortado e continuei a fotografar.”

Para Beto tais riscos acontecem até mesmo em dias de ondas pequenas. “Já passei por situações difíceis no México, Indonésia e aqui no Rio. Acho que não posso citar uma situação em es-pecial, mas sufocos podem acontecer a todo momento, mesmo em dias pequenos. O mais importante é conhecer seus limites e ir com calma e segurança.”

Dentro da água a interatividade com a natureza é maior, estamos o tempo todo interagindo com o mar e com o surfi sta. É bem diferente de se estar na areia, distante de onde acontece a ação. BETO PAES LEME

Nelson Pinto entocado em Ipanema

Fabiano Passos nas profundezas do Leme

FOTO PEDRO FORTES

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Muitas vezes a linha que separa a segurança da chance real de clicar um lindo momento é tênue. Que o diga Pedro Fortes.

“Numa vez em Ipanema o mar estava horrí-vel, fechando tudo, ondulação de sul / sudoes-te com forte correnteza em direção ao Arpoa-dor. Não sei, mas acho que entrei mais de pilha da galera. Subiam umas séries meio chatas, sugando tudo, 1,5m torto. Entramos no Posto 10, fomos arrastados e quando chegamos em frente ao 9 desistimos.”

Apesar das situações difíceis e cascas grossas que podem acontecer, são as fotos de dentro d’água que aproximam o leitor da magia do surf, do momento perfeito e único.

Para Henrique Pinguim foto aquática é “o que tem de mais alucinante! Tentar eternizar aquilo que todo surfista busca, a onda perfeita, o tubão quadrado. Dentro d’água tudo é má-gico. O que eu busco é isso, mostrar em fotos o que eu gosto de ver”.

Pedro Fortes diz não saber como definir o ato de fotografar de dentro d’água, mas curte muito a grande oportunidade de ângulos que existe para clicar. “Acho que é muito mais ân-gulo diferente e privilegiado. Poucas pessoas têm um equipamento legal e fazem imagens aquáticas. Lá dentro do mar dá para ficar perto do lip e pegar o surfista cavando, dá pegar o

cara mandando um flater em cima e focar só as quilhas, dentro do tubo etc.”

Já Beto Paes Leme curte a oportunidade de estar mais ligado à natureza e próximo do surf. “Dentro da água a interatividade com a nature-za é maior, estamos o tempo todo interagindo com o mar e com o surfista. É bem diferente de se estar na areia, distante de onde acontece a ação. Não que seja melhor, muitas vezes as condições para uma boa foto são bem mais propícias em terra ou em um barco. Apenas é mais dinâmico e podemos obter ângulos exclu-sivos e diferenciados.”

Curtir uma boa imagem aquática é um pra-zer que nos aproxima do surf. Quando o clique é de tubo, a sensação é ainda maior. Poder observar o lip virando e envolvendo o surfista, que está com uma expressão de adrenalina no rosto, nos coloca praticamente dentro do mar e nos faz vivenciar o momento. Por isso nosso agradecimento a todos os fotógrafos que nos passam o feeling do surf, esse esporte mágico que nos deixa jovens eternamente.

De fora eu pegava bons momentos, mas quando entrava na água para surfar via um visual totalmente diferente.... PEDRO FORTES

FOTO PEDRO FORTES

Tiago Moura e olip de Ipanema

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FOTO PEDRO FORTES

FOTO HENRIQUE PINGUIM

Elisio Tiúba no trilho do Canto direito de São Conrado

Jorge Spanner conferindo a direita do Alfa

Gabriel Pastori: grab rail no Alfa

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surf Leblon com 2m abrindo até o posto 11com uma prancha 6’0” do Hennek 18

1/8, 2 3/4. Rabeta round squash.

café da manhã Suco de laranja, pão com

Polenguinho e ovo na padaria Rio Lisboa ou no Talho Capixaba.

rango na praia Biscoito Globo, mate de galão dos

ambulantes e água de coco.

almoço Arroz, feijão, farofa e peixe frito

na Vitrine do Leblon.

lanche Açaí com granola batido com mel

no Bibi Sucos.

diversão Assistir à peça do Sergio Malandro.

Ainda não vi.

treinamento físicoMusculação na ProForma

e yoga.

comprasLivraia Argumento é uma boa pedida

para presentes em geral.

UM DIA DE SONHO TEM QUE TER...POR MARCELO TREKINHO

comportamento

[FOTO: PEDRO FORTES][18]

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Luisa Fortes

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Marinho Santiago trabalha no Ricosurf.com é o responsável pelo Boletim das Ondas na Zona Oeste do Rio de Janeiro há três anos. São as informações que ele publica que direcionam muitas vezes a vida dos surfistas: Remar pela manhã ou à tarde? Surfar em qual pico? Qual o tamanho das ondas? Qual prancha vou levar? Para saber como é feito esse trabalho e quem é o cara que tem essa grande responsabilidade, a Terral conversou o próprio: Marinho Santiago. Confira! POR CARLOS MATIAS

Você surfa há quanto tempo?

Eu surfo desde que me entendo como gente, pois comecei com meu pai e meu irmão mais velho.

Como é o seu dia quando está cobrindo o Bo-letim das Ondas do Ricosurf.com?

Geralmente acordo antes das 5 da manhã, va-riando a cada estação. Antes mesmo de clarear estou na praia preparando as informações em um equipamento conectado à internet, e logo que clareia, após 5 minutos, o site já está dispo-nível com fotos e vídeo narrado e as informações do dia. Depois percorro diversas praias realizan-do o mesmo procedimento, assim, antes das 7 da manhã, o leitor já tem vários picos para analisar.

Quais os principais fatores que te infl uenciam na hora de tirar fotos para o Boletim?

Nas primeiras horas sempre aguardo uma série e procuro fotografar o melhor. Como são três fotos no Boletim, procuro diferenciar a distância (zoom) nas fotos. Já no segundo boletim, pro-curo privilegiar a galera que está surfando, for-necendo melhor noção de tamanho das ondas.

Como é o contato com os surfi stas nas ruas quando você está fotografando? Eles tentam fazer sua cabeça em relação ao informe?

Na maioria das vezes perguntam como estão os outros picos, ou às vezes comentam sobre a previsão. Também encontro muitos amigos e conheço novas pessoas durante o trabalho.

terral entrevista m

Se for um dia com ondas boas em vários pi-cos, como você decide qual vai fi car na capa do site?

Coloco sempre o primeiro pico da rota bem cedo, depois troco por comparação, mas ten-to não ficar repetindo a mesma capa para não crowdear o local, e quando uma foto fica irada também vale a capa mesmo não sendo o melhor pico, para isso temos nossas quilhas indicadoras.

A Prainha é o pico mais constante do Rio. Para você, qual o segundo e o terceiro?

Posso falar melhor da zona oeste, e como você já elegeu a Prainha vou colocar a Macumba

[FOTO: MARCELO COE][20]

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para salva-lá. O resgate foi tranquilo, mas con-tinuar o boletim com roupa molhada e no frio não foi nada fácil, restaram as imagens para não me deixarem mentir. [risos]

Você tem noção da responsabilidade de infor-mar as condições do mar a todos os surfi stas do Rio de Janeiro? Como você encara isso?

Eu encaro como qualquer trabalho e me pre-paro para isso. Analiso diariamente todas as previsões, observo o mar todos os dias, discuto opiniões alheias, tiro dúvidas com os mais ve-lhos e ouço pescadores e mergulhadores, além de contar com o apoio e aprendizado do Rico, que é pioneiro nesse serviço.

Dos três anos que você trabalha como surf reporter, qual você acha que foi o melhor para o surf?

Fica difícil lembrar, mas este ano tivemos bas-tante ondas grandes no primeiro semestre, swells épicos com surf rolando até na Baía de Guanabara e também boas ondulações de les-te e sudeste favorecendo picos como Saquare-ma e Arpoador, trazendo de volta os dias clás-sicos nos grandes palcos. Acho que está sendo um bom ano no quesito ondas, mas sempre pode melhorar. [risos]

Você notou alguma diferença nas condi-ções do mar para o surf nesses anos?

O que posso dizer é que o mar, assim como o futebol, é uma caixa de supresas. Os mais velhos sempre dirão que tal pico já não que-bra como antes, mas de repente a ondulação vem no ângulo do pico, no tamanho ideal e na maré exata e temos mais um “melhor dia do ano”, mas o que é notável são as mudanças climáticas e previsões incertas resultantes da nossa destruição e do aquecimento global.

em segundo, por ter picos diferentes entre o pontal e o Secreto e ainda contar com o Canto do Recreio como opção; ficando em terceiro o Grumari, que por ser uma praia longa recebe ondulações opostas nos cantos e conta com diferentes valas no meio variando a profundi-dade. Mas é difícil julgar, na Barra sempre tem uma boa vala e por aí vai.

Você está sempre nas ruas bem cedo, faça chuva ou sol. Quais cenas mais marcantes você viu?

São muitas histórias de surf repórter. [risos] Uma vez, quando filmava a Macumba bem cedo em um dia de chuva fina e muito frio, reparei que havia duas garotas sentadas na areia. Enquan-to eu narrava as condições do mar uma delas tentou se matar se atirando na água, que esta-va grande e com forte quebra coco, daqueles dias que é mais difícil sair do que entrar no mar. De calça jeans e casaco ela foi varrida pela pri-meira onda e tragada pela segunda, enquanto isso o filme rolava trêmulo em minha corrida

a marinho santiagoO CARA DO BOLETIM DAS ONDAS

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Opa, tudo beleza? Pri-meira edição da Terral, primeira coluna. Não

sei exatamente onde o Carlos Matias estava com a cabeça ao me oferecer este espaço, mas agora é tarde demais. Já to-mei conta, botei o paletó na ca-deira, me apresentei (é, isso aqui foi a apresentação) e vamos que vamos falar um pouco de música.

Também não sei direito quan-do você vai folhear esta revista, mas se for antes de 10 de outubro e você tiver a oportunidade, vá até Itu (SP) – ela mesmo, a cida-de onde tudo é grande – e veja, por mim, o show do Sublime with Rome no festival SWU. Não vou poder ir e você não sabe como isso me irrita, mas meus proble-mas não lhe interessam, né? Sem-pre fui fã do Sublime e vou ter que ficar na torcida para eles voltarem

ao Brasil em outra oportunidade, e de prefe-rência tocando aqui no Rio.

A notícia do retorno da banda deixou muita gente com um pé atrás. É, claro, difícil visualizar o Sublime sem seu líder, o

vocalista e guitarrista Bradley Nowell, mas o cara morreu de overdose em 1996. Lá se vão 14 anos e, após tentarem fazer um som parecido com o Long Beach Dub All-Stars e o Long Beach Shortbus, os outros dois ex-integrantes (o baixista Eric Wilson e o bate-ria Bud Gaugh) acharam um tal Rome Ramirez e resolve-ram voltar a tocar. A família do Bradley não curtiu muito a ideia de o trio usar o nome Sublime, a questão foi parar na Justiça e acabaram reno-meando a banda para Subli-me with Rome.

O diabo é que a voz e o estilo do tal Rome são muito parecidos com o do Bra-dley. Claro que não é o original, claro que alguns puristas vão reclamar que “não é o Sublime verdadeiro, etc etc!”, mas pelos ví-deos que estão disponíveis no YouTube dá para ver que o cara manda bem e a banda tá com uma pegada que deve estar deixan-do feliz o saudoso Bradley. Segundo disse Rome no site oficial (http://www.sublimewi-throme.com), eles já contam com várias músicas novas e deve sair disco em breve.

Enquanto ele não sai, a galera que vai aos shows se diverte com os clássicos – e

RENATO DE ALEXANDRINO

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Sublime

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são muitos, apesar de o Sublime ter lança-do apenas três discos em sua curta carreira: “40 Oz. To Freedom”, “Robbin the Hood” e “Sublime”. Depois vieram várias coletâneas caça-níqueis, algumas com músicas inéditas, versões demo, aquela coisa que a gente tá acostumado. Mas a mistura de punk, ska, reggae e rock já estava consolidada e com uma grande legião de fãs. Portanto, longa vida ao Sublime with Rome! E façamos o seguin-te: se você for ao show, me envie depois um e-mail ([email protected]) contando como foi, combinado?

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Além do Sublime with Rome, o SWU tem mui-ta coisa boa, como Rage Against the Machi-ne, Pixies e Queens of the Stone Age. Tudo bem, também tem Jota Quest e Capital Ini-cial, mas fazer o quê, nem tudo é perfeito.

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No mês seguinte, em novembro (no dia 20, para ser mais preciso), é a vez de outro fes-tival dos grandes. O já tradicional Planeta Terra rola mais uma vez no Playcenter, em São Paulo, desta vez com um lineup muito indie pro meu gosto. Tem Smashing Pum-pkins, Pavement, Of Montreal, Hot Chip... Vamos fazer o seguinte parte 2: se você for ao festival, não me conte como foi, combi-nado? Esse eu dispenso!

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Enquanto isso, cá no Rio de Janeiro o Car-bona lançou seu nono disco, o primeiro em quatro anos. Parece que foi ontem que o Melvin me contou num bate-papo pelo mIRC (é, somos velhos) que tava formando uma

banda para tocar o mais legítimo punk rock “ramônico”. Os caras já produziram muitos clássicos e foram trilha sonora de filmes de surfe como o “Lombrô”. Os shows são ga-rantia de diversão, apesar de o trio (além de Melvin no baixo, o Carbona é formado por Henrique Badke no vocal e guitarra e Pedro na bateria) não tocar mais as músicas dos primeiros discos, em inglês. A galera quer ouvir “Garopaba Go” e “All My Friends Are Falling in Love”, pô!!

“Dr. Fujita Contra a Abominável Mulher Tornado” é o nome do último lançamento, que já pode ser baixado gratuitamente no site da banda – carbona.com.br.

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E por hoje era só!Até o número 2!

renato de alexandrino é jornalista de O Globo, redator do blog Radicais e DJ nas horas vagas. [email protected]

Tom Morello, do RATM

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Ivan Rodrigues numa esquerdona da praia do Diabo [FOTO: ARIEL ROCHA]

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Paulo Curi rastafari no Quebra Mar [FOTO: PEDRO FORTES]

Gabriel Pastori pronto para molhar o fotógrafo Henrique Pinguim

Fillipe Fairich num tubo espaçoso do Posto 8 de Ipanema [FOTO: ARIEL ROCHA]

Tiago Moura e o lip de IpanemaHugo Bittencourt mostrando as quilhas no Arpoador [FOTO: HENRIQUE PINGUIM]

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Felipe Cesarano numa morra espumada do Posto 5 de Copa [FOTO: BIDU]

Backside atack de Victor Ribas no Posto 6 da Barra [FOTO: LUCIANO CABAL]

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Page 31: Revista Terral - 1ª Edição

Gabriel Sodré num tubo largo do Leme [FOTO: HENRIQUE PINGUIM]

Aéreo de Marcelo Bispo com o Forte de Copacabana ao fundo [FOTO: GUILHERME LEPORACE]

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Copacabana [FOTO: BENOIT FOURNIER]

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Page 33: Revista Terral - 1ª Edição

Extremo Sul do Rio de gala [FOTO: ORLANDO VITAL]

Praia do Diabo [FOTO: ARIEL ROCHA]

São Conrado[FOTO: PEDRO FORTES]

Barra do Furado, Quissamã[FOTO: LEON JR.]

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Galeria

Prainha[FOTO: LUCIANO CABAL]

Praia do Forte, Cabo Frio [FOTO: TONY D’ANDREA]

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fotógrafos contam suas experiências dentro d’água

qual o tamanhodesta onda?atletas divergem sobre a alturade uma bomba em itacoatiara a n o 1 | e d i ç ã o 1 | o u t- n o v 2 0 1 0

Gabriel Sodré num secret carioca

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